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APOSTILA
AUXILIAR DE EDUCAÇÃO INTANTIL
Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes
CONTEÚDOS
1 - Língua Portuguesa (89 páginas)
2 - Estatuto do Servidor Público de Jaboatão (96 páginas)
3 - Matemática e Raciocínio lógico - Teoria + Exercícios comentados
(182 páginas)
4 - Conhecimentos específicos (90 páginas)
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FEVEREIRO DE 1998, QUE PROTEGE OS DIREITOS
AUTORAIS.
Língua Portuguesa
Compreensão e interpretação de textos de
gêneros variados
A compreensão e a interpretação de textos são
essenciais para uma comunicação eficaz. É
importante diferenciar esses dois conceitos,
lembrando que um texto pode ser tanto verbal quanto
não-verbal, desde que possua um significado
completo.
Compreender significa ser capaz de entender o texto
e a intenção por trás dele, decifrando a mensagem
explícita. Somente após a compreensão é que se pode
passar para a interpretação, que envolve fazer
inferências baseadas no conteúdo do texto,
ultrapassando o que está explicitamente escrito ou
mostrado. Esta é uma atividade subjetiva,
influenciada pelo conhecimento prévio e pelas
experiências do leitor. Para compreender e
interpretar um texto de maneira adequada, é
necessário decodificar os elementos linguísticos e/ou
visuais, como identificar figuras de linguagem,
entender o significado de conjunções e preposições,
e reconhecer expressões, gestos e cores em imagens.
Dicas práticas:
Resuma o conteúdo e os argumentos de cada
parágrafo, seguindo o raciocínio do texto. Adicione
também suas próprias reflexões e inferências às
anotações, se possível. Mantenha um dicionário ou
uma ferramenta de busca disponível para esclarecer
o significado de palavras desconhecidas. Preste
atenção aos detalhes fornecidos pelo texto, como
dados, fontes de referência e datas. Sublinhe
informações importantes e distinga fatos de opiniões.
Observe o enunciado das questões: questões de
compreensão geralmente começam com expressões
como "o autor afirma/sugere que...", enquanto
questões de interpretação podem incluir "conclui-se
do texto que...", "o texto permite deduzir que...",
entre outras.
Tipos de leitura:
Os tipos de leitura variam, mas alguns autores
identificam quatro principais:
- Pré-leitura ou leitura de reconhecimento: Fase
inicial que permite selecionar documentos ou obras
relevantes e obter uma visão geral do tema.
Pré-leitura
É fundamental reconhecer que cada leitor, mesmo
que muitos leiam o mesmo texto, terá uma
interpretação individualizada devido às suas
experiências de vida, conhecimentos e formação
cultural únicos. Portanto, cada pessoa terá uma
compreensão distinta do texto, embora o conteúdo
assimilado permaneça dentro do mesmo contexto.
Isso leva a críticas em relação aos professores que
pedem aos alunos para interpretar textos com
perguntas como "o que o autor quis dizer?" Essa
crítica decorre do fato de que a interpretação é
singular e específica para cada leitor. Contudo, isso
não significa que cada um possa interpretar o texto
de qualquer maneira, já que o autor possui uma
intenção ao escrever, e as percepções para construir
o sentido da história são individuais.
Baltar et al. (2011, p. 128) justificam essa ideia ao
afirmar que “os textos serão lidos de forma singular
pelos diferentes leitores em diferentes momentos
históricos, mas isso não autoriza cada leitor a dar ao
texto uma interpretação tão particular a ponto de
desvirtuar o que está escrito, ou distorcer seu
conteúdo.”
Assim, as dicas de pré-leitura a seguir visam ajudar
a construir um sentido do texto sem fugir da proposta
do autor, já que essa interpretação individualizada
não deve se desviar da temática abordada pelo
autor.
Uma das etapas da leitura começa antes mesmo de
iniciar o texto propriamente dito, ela começa com a
pré-leitura! A seguir, você verá quais pontos deve
observar antes de iniciar a leitura de um texto, o
prepara estudos explica;
Estrutura
A estrutura do texto indica como ele foi elaborado e
já dá indícios da intenção do autor. Por exemplo, uma
tirinha terá linguagem verbal e não-verbal; um artigo
acadêmico terá características específicas e será
extenso; um resumo representará as ideias de outro
texto. Identificar essa estrutura ajuda na pré-leitura
necessária.
Além disso, é importante identificar o gênero textual
que será lido. Um romance terá uma narrativa longa
e pode ser ficcional ou baseado em fatos reais; uma
notícia informará sobre eventos cotidianos; uma
tirinha criticará algo relacionado à realidade humana;
um artigo de opinião expressará as crenças ou
pensamentos do autor, entre outros. Portanto, ao
identificar a estrutura do texto, é possível ter uma
ideia do tipo de leitura e reflexão necessárias para
compreender o texto.
Linguagem
O segundo passo importante na pré-leitura é
identificar a linguagem utilizada. Reflita sobre
algumas questões:
Qual é o idioma do texto?
Existem palavras destacadas em negrito, itálico,
sublinhado ou como hiperlink?
As palavras destacadas no texto têm relevância na
construção do sentido. A intenção do autor ao
destacá-las é chamar a atenção do leitor para algo
específico. Geralmente, essas palavras representam
conceitos-chave que enfatizam a temática do texto e
direcionam a leitura para um caminho específico. Ao
perceber essas palavras, analise se elas têm relação
com o título e as imagens (quando presentes), pois
essa relação determina a intencionalidade do autor
com o assunto tratado no texto.
Imagens
Se o texto contém imagens, elas estão relacionadas
ao título? A análise do contexto das imagens em
relação ao título do texto pode fornecer uma ideia do
que será abordado. Além disso, é importante
observar o subtítulo das imagens, pois essa
descrição, junto ao conteúdo da imagem e ao título,
ajuda a ter uma percepção prévia do tema tratado no
texto.
Autor
Conhecer quem escreveu o texto é crucial para
compreender o conteúdo. Saber o estilo de escrita, os
gêneros que o autor mais utiliza e suas crenças ou
posicionamentos ajudam na leitura prévia do texto.
Isso pode indicar a linguagem utilizada, se haverá
gírias ou expressões específicas, entre outros
aspectos importantes para a compreensão.
Linguagem Literal e Não Literal
Identificar se o texto contém apenas linguagem
literal ou não é determinante para interpretá-lo.
Alguns gêneros textuais usam linguagem não literal
para fazer o leitor refletir sobre algo que não está
explicitamente escrito. Saber identificar qual tipo de
linguagem o autor utiliza é importante para a leitura.
Em resumo, a pré-leitura é essencial para
compreender um texto de forma mais completa,
considerando sua estrutura, linguagem, imagens e
autor, e distinguindo entre linguagem literal e não
literal. Isso contribui para uma interpretação mais
ampla e precisa do conteúdo.
- Leitura seletiva: Busca por informações
específicas, selecionando o material relevante para a
pesquisa.
A leitura seletiva é uma técnica de leitura focada em
identificar e extrair informações específicas de um
texto, em vez de ler todo o conteúdo de forma linear.
É especialmente útil quando se tem pouco tempo
disponível ou quando se está buscando informações
específicas para uma pesquisa ou estudo.
O Que é Leitura Seletiva?
Foco em Objetivos: A leitura seletiva envolve ter
objetivos claros ao iniciar a leitura, como encontrar
respostas para perguntasespecíficas, obter dados
relevantes ou identificar ideias-chave.
Identificação de Informações: Em vez de ler um
texto do início ao fim, o leitor identifica seções
relevantes, como títulos, subtítulos, palavras-chave,
e pula partes menos importantes.
Estratégias de Leitura Rápida: O leitor pode usar
técnicas como escanear o texto em busca de
palavras-chave, ler apenas os primeiros e últimos
parágrafos de cada seção, e focar em gráficos, tabelas
ou citações.
Quando Usar a Leitura Seletiva?
Pesquisa Acadêmica: Ao revisar várias fontes para
um projeto de pesquisa, a leitura seletiva ajuda a
encontrar informações relevantes de forma mais
eficiente.
Estudo para Provas: Para revisar material extenso
antes de uma prova, a leitura seletiva permite revisar
conceitos-chave e detalhes importantes rapidamente.
Leitura de Notícias e Artigos: Em um ambiente de
informações rápidas, a leitura seletiva ajuda a
capturar os pontos principais de notícias e artigos
sem gastar muito tempo.
Estratégias para Leitura Seletiva
Defina Objetivos: Saiba o que você está procurando
antes de começar a ler, como definições, exemplos,
dados estatísticos, etc.
Escaneamento Inicial: Dê uma rápida olhada no
texto para identificar títulos, subtítulos, palavras-
chave em negrito ou destacadas.
Leitura Superficial: Leia os primeiros e últimos
parágrafos de cada seção para ter uma ideia geral do
conteúdo.
Destaque e Anotações: Realce informações
importantes ou faça anotações sobre pontos-chave
enquanto lê.
Revisão Final: Depois de identificar as informações
relevantes, revise rapidamente para garantir que você
capturou todos os pontos necessários.
Vantagens da Leitura Seletiva
Economiza Tempo: É eficiente para obter
informações rapidamente, útil em situações onde o
tempo é limitado.
Foco em Pontos-chave: Ajuda a concentrar-se nos
pontos essenciais de um texto, evitando distrações.
Facilita a Compreensão: Destacar informações
importantes durante a leitura seletiva ajuda na
compreensão do conteúdo.
Melhora a Produtividade: Ao ser capaz de extrair
informações relevantes de forma rápida, aumenta a
produtividade em tarefas de leitura extensa.
Dicas para Melhorar a Leitura Seletiva
Prática Regular: Quanto mais você pratica a leitura
seletiva, mais eficiente se torna em identificar
informações importantes rapidamente.
Use Recursos Visuais: Gráficos, tabelas e esquemas
podem ser examinados rapidamente para capturar
informações essenciais.
Defina Prioridades: Ao definir seus objetivos de
leitura, priorize as informações mais relevantes para
seu propósito.
Seja Flexível: Esteja aberto para ajustar sua
abordagem de leitura seletiva conforme necessário,
dependendo do tipo de texto e do objetivo da leitura.
A leitura seletiva é uma habilidade valiosa em um
mundo com grande quantidade de informações
disponíveis, permitindo que os leitores extraiam
rapidamente o conhecimento necessário para suas
tarefas e objetivos específicos.
- Leitura crítica ou reflexiva: Concentra-se
nos aspectos mais importantes do texto, separando
ideias secundárias da ideia central, exigindo análise,
comparação e julgamento.
A prática de leitura crítica não implica
necessariamente em criticar tudo o que se lê ou em
declarar que cada ideia ou texto é falho ou
imperfeito. Assim como o pensamento crítico, ser
"crítico" significa envolver-se ativamente com o
conteúdo que está sendo lido, indagando a si mesmo
questões como "Qual é a mensagem que o autor está
tentando transmitir?" e "Qual é o principal
argumento apresentado?". Além disso, a leitura
crítica compreende a habilidade de interpretar o texto
de forma significativa.
A leitura crítica abrange a elaboração de um
argumento embasado que avalia e analisa o que foi
lido. Ser crítico, no contexto acadêmico, implica em
expandir o entendimento e o conhecimento sobre o
tema em questão.
No ambiente acadêmico, ao se deparar com materiais
de leitura, é importante considerar as interpretações
e opiniões do autor. Diferentes autores naturalmente
terão perspectivas distintas. Portanto, é essencial
examinar cuidadosamente o conteúdo, buscando
limitações, omissões, inconsistências e argumentos
apresentados.
Em círculos acadêmicos, espera-se que os estudantes
compreendam diferentes pontos de vista e formem
seus próprios julgamentos com base na leitura
realizada. Isso vai além da simples aceitação do que
está escrito no texto; envolve também uma reflexão
sobre o seu significado e uma análise crítica dentro
do contexto dos estudos.
Como leitor crítico, é fundamental refletir
sobre três aspectos principais:
O conteúdo explícito do texto: ao fazer uma leitura
crítica, é útil fazer anotações que expressem os
pontos principais do texto com suas próprias
palavras.
O conteúdo implícito do texto: é importante
garantir que se entendeu o texto o suficiente para ser
capaz de relacioná-lo com exemplos pessoais e
compará-lo com outros materiais sobre o mesmo
assunto.
A interpretação global do texto: ser capaz de
analisar o texto como um todo, identificando seu
estilo, estrutura, linguagem utilizada e conteúdo.
O pensamento crítico, por sua vez, consiste em
manter uma mente aberta, usar os conhecimentos
adquiridos para analisar o que está sendo aprendido
sem deixar que preconceitos ou opiniões pessoais
interfiram na argumentação. Isso implica em ser
racional, consciente de seus próprios sentimentos
sobre o assunto e capaz de reorganizar pensamentos
e conhecimentos para incorporar novas ideias e
perspectivas.
A leitura crítica e o pensamento crítico são
fundamentos essenciais para um aprendizado
autêntico e para o desenvolvimento pessoal. Para
aprimorar a habilidade de leitura crítica, algumas
estratégias úteis incluem a seleção criteriosa de
materiais de leitura, a leitura dinâmica para
identificar partes relevantes do texto e a revisão
cuidadosa das anotações feitas durante a leitura.
- Leitura interpretativa: Mais complexa, exige
identificar as intenções do autor, relacionar suas
afirmações com os problemas abordados e discernir
entre verdade e falsidade.
A interpretação requer paciência, e é por isso que
reler é sempre recomendado, já que uma segunda
leitura pode revelar aspectos inesperados que não
foram percebidos inicialmente. Nem todos
compartilham o entusiasmo pela leitura ou pela
exploração de universos distintos e imaginativos. No
entanto, a prática frequente da leitura contribui
significativamente para a interpretação textual.
De qualquer forma, é aconselhável desenvolver o
hábito da leitura com materiais que despertem seu
interesse e proporcionem prazer. A seguir, serão
apresentadas algumas orientações para a
interpretação de textos, mas é crucial prestar atenção
para absorver o conteúdo adequadamente. Interpretar
um texto pode representar um desafio, mas com o
emprego de algumas técnicas e a prática regular, é
possível aprimorar essa habilidade. Abaixo estão
algumas sugestões para melhorar sua capacidade de
interpretação:
Tenha um dicionário próximo:
Não há uma fórmula mágica para atingir a primeira
etapa, que é a pré-compreensão. A chave é ter um
bom hábito de leitura. Além de ler com frequência, é
útil ter um dicionário por perto. Ao deparar-se com
uma palavra desconhecida, anote-a e procure seu
significado. Com o tempo, seu vocabulário se
expandirá, e você não precisará consultar o
dicionário com tanta frequência.
Utilize paráfrases:
Experimente reescrever partes do texto utilizando
suas próprias palavras. Isso contribui para consolidar
a compreensão e identificar os pontos essenciais.
Faça revisões do texto:
Mesmo após a primeira leitura, retorne ao texto.
Destaque palavras ou passagens que não foram
completamente compreendidas. A revisão auxilia na
fixação das informações e na verificaçãose o
conteúdo foi realmente entendido.
Identifique a ideia principal:
Procure determinar o tema central do texto.
Questione-se: "Qual é a mensagem principal que o
autor deseja transmitir?".
Aprofunde-se na gramática e sintaxe:
É fundamental ter conhecimento das regras
gramaticais e da estrutura das frases para interpretar
corretamente. Observe a pontuação, a concordância
verbal e nominal, e a organização das ideias.
Leia com atenção e sem pressa:
Evite leituras apressadas. Reserve tempo para
assimilar as informações e compreender o contexto.
Considere o contexto:
Leve em conta o ambiente em que o texto foi
produzido. Quem é o autor? Qual é o propósito do
texto? Isso ajuda a interpretar as intenções por trás
das palavras.
Lembre-se de que a interpretação é uma habilidade
que se desenvolve com prática constante. Quanto
mais você se exercitar, mais confiante ficará na
compreensão de diferentes tipos de textos
Análise do texto:
A análise envolve dividir um texto em partes para
facilitar a interpretação, podendo incluir:
Análise textual: Focada no estilo, vocabulário,
fatos, época e autor, destacando elementos
importantes do texto.
Análise temática: Identificação da ideia central, das
ideias secundárias e dos processos de raciocínio do
autor.
Análise interpretativa: Demonstração das relações
entre as ideias do autor dentro do contexto científico
e filosófico, incluindo análise crítica e discussão do
conteúdo.
Além disso, a problematização (levantamento de
problemas e discussão) e a síntese pessoal (reunião
dos elementos do texto após reflexão) podem ser
incluídas.
Reconhecimento de tipos e gêneros
textuais
Narrativos: Contam uma história ou sequência de
eventos, apresentando personagens, enredo, cenário
e tempo.
Exemplo de texto narrativo:
Conto
Precisa-se de um professor de língua javanesa.
Cartas etc. Ora, disse cá comigo, está ali uma
colocação que não terá muitos concorrentes; se eu
capiscasse quatro palavras, ia apresentar-me.
– E onde aprendeu o javanês? – indagou ele, com
aquela teimosia peculiar aos velhos.
Não contava com essa pergunta, mas imediatamente
arquitetei uma mentira. Contei-lhe que meu pai era
javanês.
Fez-me morar em sua casa, enchia-me de presentes,
aumentava-me o ordenado. Passava, enfim, uma vida
regalada.
Na rua, os informados apontavam-me, dizendo aos
outros: “Lá vai o sujeito que sabe javanês.” Nas
livrarias, os gramáticos consultavam-me sobre a
colocação dos pronomes no tal jargão das ilhas de
Sonda. Recebia cartas dos eruditos do interior, os
jornais citavam o meu saber e recusei aceitar uma
turma de alunos sequiosos de entenderem o tal
javanês. A convite da redação, escrevi, no Jornal do
Comércio, um artigo de quatro colunas sobre a
literatura javanesa antiga e moderna…
Fragmento do conto O homem que sabia javanês, de
Lima Barreto.
Romance
Primeira Parte: Os Aventureiros
De um dos cabeços da Serra dos Órgãos desliza um
fio de água que se dirige para o norte, e engrossado
com os mananciais que recebe no seu curso de dez
léguas, torna-se rio caudal.
É o Paquequer: saltando de cascata em cascata,
enroscando-se como uma serpente, vai depois se
espreguiçar na várzea e embeber no Paraíba, que rola
majestosamente em seu vasto leito.
Dir-se-ia que, vassalo e tributário desse rei das águas,
o pequeno rio, altivo e sobranceiro contra os
rochedos, curva-se humildemente aos pés do
suserano. Perde então a beleza selvática; suas ondas
são calmas e serenas como as de um lago, e não se
revoltam contra os barcos e as canoas que resvalam
sobre elas: escravo submisso, sofre o látego do
senhor.
Não é neste lugar que ele deve ser visto; sim três ou
quatro léguas acima de sua foz, onde é livre ainda,
como o filho indômito desta pátria da liberdade.
Fragmento de O Guarani, de José de Alencar.
Epopeia (ou poema épico)
Canta-me, ó deusa, do Peleio Aquiles
A ira tenaz, que, lutuosa aos Gregos,
Verdes no Orco lançou mil fortes almas,
Corpos de heróis a cães e abutres pasto:
Lei foi de Jove, em rixa ao discordarem
O de homens chefe e o Mirmidon divino.
Nume há que os malquistasse? O que o Supremo
Teve em Latona. Infenso um letal morbo
No campo ateia; o povo perecia,
Só porque o rei desacatara a Crises.
Com ricos dons remir viera a filha
Aos alados baixéis, nas mãos o cetro
E a do certeiro Apolo ínfula sacra.
Ora e aos irmãos potentes mais se humilha:
“Atridas, vós Aqueus de fina greva,
Raso o muro Priâmeo, assim regresso
Vos deem feliz do Olimpo os moradores!
Peço a minha Criseida, eis seu resgate;
Reverentes à prole do Tonante,
Ao Longe-vibrador, soltai-me a filha”.
Que, aceito o preço esplêndido, se acate
O sacerdote murmuraram todos.
Início do “Canto I”, da Ilíada, de Homero, com
tradução de Manoel Odorico Mendes (1799-1864).
Lenda
Lenda da Cuca
A cuca é uma personagem do folclore brasileiro que
ficou muito conhecida como a figura de uma velha
senhora com corpo de réptil.
Na verdade, trata-se de uma feiticeira com poderes
de encantar e raptar crianças, como vemos na cantiga
popular “Nana Neném”:
Nana, neném
Que a cuca vem pegar
Papai foi na roça
Mamãe foi trabalhar
A origem do mito nasceu em Portugal com a
personagem coca, uma criatura sem forma que
assusta as crianças desobedientes.
No Brasil, essa lenda ganhou projeção ao integrar as
histórias do Sítio do Pica Pau Amarelo, obra literária
de Monteiro Lobato que tem 23 volumes, escritos
entre 1920 e 1947.
Mito
Caixa de Pandora (mito grego)
A caixa de Pandora é uma história que surge como
continuação do mito de Prometeu.
Antes de Prometeu ser castigado, ele havia alertado
seu irmão, Epimeteu, a nunca aceitar um presente
dos deuses, pois sabia que as divindades queriam
vingança.
Mas Epimeteu não acatou o conselho do irmão e
aceitou a bela e jovem Pandora, uma mulher que
havia sido criada pelos deuses com o intuito de
castigar a humanidade por receber o fogo sagrado.
Quando foi entregue a Epimeteu, Pandora também
levou uma caixa e a instrução de nunca abri-la. Mas
os deuses ao criá-la, colocaram nela a curiosidade e
desobediência.
Assim, passado um tempo de convívio entre os
humanos, Pandora abriu a caixa. De dentro dela
saíram todos os males da humanidade como a
tristeza, o sofrimento, as doenças, a miséria, a inveja
e outros sentimentos maléficos. Por fim, a única
coisa que restou na caixa foi a esperança.
Fábula
O cachorro e o seu reflexo
Era uma vez um cachorro que estava cruzando um
lago. Ao fazê-lo, levava uma presa bastante grande
em sua boca. Enquanto atravessava, viu-se no
reflexo da água. Acreditando que era outro cachorro,
e ao ver o enorme pedaço de carne que levava, quis
pegá-lo. No entanto, ao querer tirar a presa do seu
próprio reflexo, perdeu a que tinha na boca e ficou
sem nada.
Moral da história: A ambição de ter tudo pode nos
levar a perder o que já alcançamos.
Crônica
O naufrágio do Titanic
No dia 15 de abril de 1912 teve lugar uma das
maiores tragédias náuticas da história: o naufrágio do
Titanic.
Aquela travessia era a viagem inaugural do navio,
que partiu no dia 10 de abril de Southampton, Reino
Unido, e devia atravessar o oceano Atlântico até
chegar a Nova York.
No entanto, na noite de 14 de abril, por volta das
23h40min, o Titanic chocou contra um gigantesco
iceberg que furou o casco e a embarcação começou
a afundar-se no mar.
O capitão ordenou usar os botes salva-vidas, mas não
eram suficientes. Apesar das tentativas da tripulação
para pedir ajuda por rádio, nenhum navio se dirigiu a
eles. Assim, às 2h20min do dia 15 de abril, o Titanic
encontrava-se já sepultado no fundo do mar.
Na tragédia perderam a vida 1600 pessoas das 2207
que tinham embarcado na viagem.
Parábola
Parábola do semeador
O Reino de Deus é como um homem que lança o grãona terra; quer durma quer se levante, de noite ou de
dia, o grão brota e cresce, sem que ele saiba como. A
terra dá o fruto por si mesma; primeiro erva, logo
espiga, depois trigo abundante na espiga. E quando o
fruto o admite, logo se lhe mete a foice, porque
chegou a colheita.
Novo Testamento, Marcos 4, 26-29.
Canção de gesta
A CANÇÃO DE ROLANDO
A TRAIÇÃO DE GANELÃO (versos 1 a 1016)
A assembleia dos Sarracenos
1 (versos 1 a 9)
O rei Carlos, nosso grande imperador,
sete anos completos permaneceu na Espanha:
conquistou a terra altiva até o mar.
Nenhum castelo resiste diante dele;
não lhe resta abater nenhum muro, nenhuma cidade,
exceto Saragoça, que fica numa montanha.
Domina-a o rei Marsilio, que não ama Deus:
ele serve a Maomé e invoca Apolo.
Não pode se proteger, nem impedir a desgraça de o
atingir.
2 (versos 10 a 23)
O rei Marsílio estava em Saragoça.
Foi para a sombra de um vergel.
Repousa em um pórtico de mármore azul.
Em torno dele estão mais de vinte mil homens.
Ele convoca seus condes e duques:
“Escutai, senhores, a calamidade que nos assola.
O imperador Carlos da Doce França
veio a este país para nos confundir.
Não tenho exército para combatê-lo.
Não tenho homens capazes de desbaratar o exército
dele.
Aconselhai-me como sábios
e salvai-me da morte e da vergonha!”
Nenhum pagão responde uma só palavra,
exceto Blancandrino, do castelo de Val Fonde.
Início de A Canção de Rolando
Biografia
Tiradentes nasceu na Fazenda do Pombal, próximo
ao arraial de Santa Rita do Rio Abaixo, à época
território disputado entre as vilas de São João del-Rei
e São José del-Rei, na Capitania de Minas Gerais.
Joaquim José da Silva Xavier era o quarto de sete
filhos do português Domingos da Silva Santos,
proprietário rural, e de Antônia da Encarnação
Xavier.
Tiradentes era oriundo de uma família que não era
pobre, como se constatou pelo inventário da sua mãe,
que foi aberto em 1756. Havia 35 escravos na grande
fazenda do Pombal, onde trabalhavam também em
mineração. Um alpendre dava acesso externamente a
um oratório e havia senzalas e cozinhas coletivas. Foi
ainda relacionada no inventário uma grande e valiosa
quantidade de equipamentos para mineração.
Em 1755, após a morte de sua mãe, segue junto a seu
pai e irmãos para a sede da Vila de São José; dois
anos depois, já com onze anos, morre seu pai. Com a
morte prematura dos pais, logo sua família perde as
propriedades por dívidas. Não fez estudos regulares
e ficou sob a tutela de seu tio e padrinho Sebastião
Ferreira Leitão, que era cirurgião dentista. Trabalhou
como mascate e minerador, tornou-se sócio de uma
botica de assistência à pobreza na ponte do Rosário,
em Vila Rica, e se dedicou também às práticas
farmacêuticas e ao exercício da profissão de dentista,
o que lhe valeu o apelido (alcunha) de Tiradentes.
Segundo frei Raimundo de Penaforte, Tiradentes
“ornava a boca de novos dentes, feitos por ele
mesmo, que pareciam naturais”.Trabalhava
ocasionalmente como médico, em vista dos
conhecimentos sobre plantas medicinais adquiridos
com seu primo, frei José Mariano da Conceição
Veloso, consagrado botânico à época.
Joaquim José da Silva Xavier, mais conhecido como
Tiradentes, morreu no Rio de Janeiro, em 21 de abril
de 1792.
Fonte: Google Acadêmico
Descritivos: Têm o objetivo de retratar
características de algo ou alguém, utilizando detalhes
sensoriais para criar uma imagem na mente do leitor.
Exemplos de textos descritivos
Texto descritivo de uma pessoa: a professora Ana
Maria
A professora de geografia se chama Ana Maria e tem
35 anos. Tem olhos castanhos e seu cabelo é preto e
curto. Usa óculos para ver de perto e carrega sempre
dois livros em uma bolsa vermelha com alças.
Geralmente usa calça e tênis ou saia longa e botas de
salto baixo. No inverno, ela usa um casaco escuro e
mantas de lã coloridas.
Ana Maria sempre chega pontualmente na sala de
aula, deixa suas coisas sobre a mesa e cumprimenta
a todos. Antes de começar a aula, faz a chamada. A
professora se caracteriza por seu bom humor e é
muito paciente na hora de escutar as dúvidas de seus
alunos. Explica com exemplos claros e simples e faz
com que suas aulas sejam muito participativas.
Texto descritivo de um tipo de planta: os cactos
As cactáceas são plantas da família das suculentas.
São originárias da América, mas também são
encontradas na África. Em seu interior, elas contêm
grande fluxo de babosa como reserva de líquido, uma
vez que são plantas encontradas em climas
desérticos.
Os cactos apresentam flores atraentes, solitárias e
hermafroditas, ou seja, unisexuais. O seu tamanho
varia segundo cada espécie. Assim, pode-se
encontrar cactos de grande tamanho (mais de 2
metros) e também pequenos (de poucos
centímetros).
Texto descritivo de um objeto: uma lâmpada
Uma lâmpada é um receptor que converte a energia.
As lâmpadas têm por função iluminar um ambiente
ou um setor doméstico. Existem lâmpadas de todos
os tipos, que podem ser classificadas de acordo com
seu preço, sua durabilidade, estilo, entre outros
aspectos.
Texto descritivo da venda de um conjunto de
móveis
O conjunto é composto por uma mesa de carvalho de
4 x 3,50 metros e quatro cadeiras do mesmo material.
A mesa tem a opção de se estender e chega aos 6
metros de comprimento. Tanto a mesa como as
cadeiras apresentam uma camada de brilho para
proteção da madeira e maior durabilidade. Além
disso, é viável a opção de adquirir mais duas ou
quatro cadeiras, se o comprador assim o exigir. O
estado de conservação de todos os móveis é
excelente.
Texto descritivo do aluguel de um imóvel
O apartamento conta com 95 metros totais. Tem
orientação nordeste com vista para o jardim principal
do edifício. Tem quatro quartos, sala de estar, mesa
para tomar o café da manhã e garagem coberta.
A propriedade é ampla, luminosa e com vista aberta,
pois tem grandes janelas para aproveitar a luz
natural. Os serviços que estão incluídos com o
aluguel do imóvel são a luz, o gás e a água.
Quanto às acomodações, o edifício conta com
terraço, piscina coberta e uma academia. Todos estes
serviços podem ser utilizados pelos inquilinos ou
proprietários, prévia coordenação de dias e horários
com os funcionários encarregados.
Texto descritivo de uma árvore: a corticeira
A corticeira é uma árvore originária da América do
Sul. Esta árvore pode chegar a medir entre 5 e 10
metros de altura. Em algumas ocasiões, foram
encontradas árvores de corticeira de até 20 metros.
Atualmente, esta árvore pode ser encontrada em
países como o Paraguai, o Brasil, a Bolívia, o
Uruguai e a Argentina. Cresce principalmente em
florestas ou áreas que podem ser facilmente
inundadas. Sua flor foi declarada como a flor
nacional na Argentina e no Uruguai.
Texto descritivo de um animal de estimação: o
cachorro da Júlia
O cachorro da Júlia é um animal grande de cor preta.
É de raça mestiça. Tem todas as vacinas tomadas.
Chama-se Puppy e tem 14 anos. É muito obediente,
embora já esteja um pouco surdo.
Texto descritivo de uma família: a família de José
Luís
A família de José Luís é numerosa. Ele tem quatro
irmãos: duas mulheres e dois homens. José Luís é o
menor dos irmãos. Todos vivem em uma bela casa
que o pai construiu. Esta casa está localizada no meio
de uma área despovoada. A mãe, Joana, trabalha
durante todo dia todo. Os meninos, por sua vez, vão
à escola.
Texto descritivo de uma região: Países Baixos
A Holanda é um país de 17 milhões de habitantes.
Faz parte da União Europeia e a sua capital é
Amsterdã, embora o seu centro administrativo e a sua
monarquia estejam localizados em Haia. É um dos
países com maior densidade populacional do mundo.
As cidades holandesas têm uma ampla oferta cultural
e são confortáveis de percorrer devido ao seu
pequeno tamanho.Por esta razão, o uso de bicicletas
é muito estendido nas diferentes zonas urbanas.
Texto descritivo de uma espécie animal: o tigre
branco
O tigre branco é um tipo de felino, subespécie do
tigre-de-bengala. Quase não apresenta pigmentação
alaranjada. É por esta razão que sua pelagem é
branca e é daí que deriva o seu nome. No entanto, as
listras pretas mantêm sua pigmentação. Quanto ao
seu porte ou tamanho, estes tigres costumam ser um
pouco maiores que os tigres laranjas. Por esta
condição (falta de pigmentação), os tigres brancos
foram catalogados como animais exóticos e são fonte
de grande atração turística.
Texto descritivo de um vírus: o Ebola.
O vírus Ebola foi detectado pela primeira vez em
1976, em dois surtos ocorridos em Nzara (Sudão) e
Yambuku (República Democrática do Congo).
Propaga-se na comunidade por transmissão de
pessoa a pessoa, por contato direto através das
membranas mucosas, sangue, secreções ou outros
fluidos corporais de pessoas infectadas ou ainda por
contato indireto com materiais contaminados. Este
vírus provoca a doença pelo vírus Ebola (EVE), ou
simplesmente Ebola, e a sua taxa de mortalidade
pode variar entre 50% e 90%. A Organização
Mundial da Saúde anunciou em julho de 2015 a
descoberta de uma vacina 100% eficaz para a
imunização, embora ainda estejam sendo realizados
testes em populações de risco para garantir que ela
forneça efetivamente imunidade de grupo.
Descrição técnica de um metal: a prata
A prata é um elemento químico e seu símbolo é Ag.
Seu número atômico é 47 e sua massa atômica é
107,86. Este é um metal brilhante branco-
acinzentado, muito maleável e bom condutor de
eletricidade e calor. Quimicamente, é um metal
pesado e nobre; comercialmente, é considerado um
metal precioso. Existem 25 isótopos da prata, cujas
massas atômicas oscilam entre 102 e 117.
Descrição literária de uma cidade: Washington,
por Victoria Ocampo
“Um perfume penetrante e desconhecido nos pegou
no caminho, quando nos aproximávamos a pé, pela
avenida da esquerda, à casa de George Washington.
Olhamos ao nosso redor, surpreendidos por sua
intensidade súbita, tratando de adivinhar sua
procedência. Em um grupo de árvores vi então uma
(ou era um arbusto?) coberta de flores que me
pareceram relacionadas com a doçura do ar.
Deixando a avenida, corri quase até elas. Meu olfato,
que raramente se engana, não estava errado. Mas
ainda me surpreende que St. John Perse se
surpreendeu com a minha descoberta instantânea.
Ele hesita diante de um livro, uma pessoa, mas não
diante de umas plantas. O olfato é mais rápido que o
julgamento”.
Victoria Ocampo, A viajante e suas sombras.
Crônica de uma aprendizagem. Buenos Aires, Fundo
de Cultura Econômica, 2010.
Texto descritivo de um ambiente: o céu a partir
de um avião
Comecemos por essa infinita savana azul, quase
preta, que se estende como um deserto de água em
todas as direções. Concentre-se nessa cor, tão
intensa, fundindo-se na distância com a própria cor
do céu, como querendo confirmar de um modo
estranho a circularidade do planeta: o céu é água e a
água é céu.
Destas estas alturas não se pode apreciar, mas abaixo
as ondas avançam, continuamente, qual exército em
camuflagem, para um destino longínquo ou próximo,
apenas quebrando a perfeita formação para cuspir
um pouco de espuma. Aproxime-se da janela e verá,
de vez em quando, o brilho branco e efêmero, a
borbulhante presença da crista de uma onda
desobediente, que quebra um pouco antes do tempo.
Texto descritivo de um lugar: o rio da Prata
O rio da Prata, ou em termos mais técnicos o estuário
da Prata, é uma das artérias principais do território
argentino, cujas águas salinas deram sentido à
fundação, no século XVI, da cidade de Buenos Aires:
um porto de saída para a Espanha dos minerais
preciosos extraídos no Alto Peru. Daí vem o nome
das suas águas, e não da sua coloração, que tende
mais para o bronzeado.
Os 290 quilômetros de comprimento do rio da Plata
se estendem em direção noroeste-sudeste, marcando
a fronteira entre a Argentina e o Uruguai, do paralelo
de Punta Gorda até a linha imaginária que une Punta
del Este (no Uruguai) com o cabo San Antonio (na
Argentina), antes da sua foz no oceano Atlântico.
Fonte: Google Acadêmico
Dissertativos: Apresentam argumentos, opiniões e
pontos de vista sobre determinado tema, geralmente
seguindo uma estrutura de introdução,
desenvolvimento e conclusão.
Estrutura do texto dissertativo
Do ponto de vista estrutural, o texto dissertativo
organiza-se em introdução, desenvolvimento e
conclusão. Veremos a seguir o que deve constar em
cada uma das partes.
Introdução: o autor deve apresentar o tema e, caso se
trate de um texto dissertativo-argumentativo, a tese a
ser defendida. O leitor precisar estar bem situado em
relação à discussão.
Desenvolvimento: o autor deve apresentar as ideias
de maneira clara. No texto dissertativo-
argumentativo, deve-se colocar nessa parte os
argumentos e as informações que validam a opinião
que se está defendendo.
Conclusão: o autor deve fazer uma amarração da
discussão feita e, caso necessário, apresentar as
devidas soluções.
→ Texto dissertativo-expositivo
O texto dissertativo-expositivo traz a exposição de
determinado assunto. Porém, diferentemente do
texto dissertativo-argumentativo, o seu objetivo não
é persuadir o leitor. Sendo assim, ele não costuma
apresentar argumentos e informações que detalham e
reforçam os elementos apresentados.
Exemplo:
Um grupo de professores da rede pública tem unido
forças a fim de questionar as formas de ensino,
consideradas tradicionais e ultrapassadas frente ao
mundo contemporâneo. A iniciativa visa a construir
conjuntamente alternativas para despertar
novamente o interesse dos alunos na escola. Uma das
possibilidades levantadas é aliar o uso das novas
tecnologias do cotidiano (celulares, videogames etc)
como ponto de partida para as aulas.
No trecho acima, o autor expõe a opinião de um
grupo de professores que se mobilizam para mudar
os rumos da educação. No entanto, em momento
algum ele apresenta uma tese em defesa ou não do
que foi apresentado ao leitor ou argumentos ou
informações que reforcem a existência do problema.
→ Texto dissertativo-argumentativo
O texto dissertativo-argumentativo apresenta, além
do ponto de vista do autor acerca de um tema, os
argumentos e as informações que os reforçam. O
objetivo é convencer o leitor para que ele possa
passar para o lado do autor.
Exemplo:
Quiroga é um escritor de literatura infantojuvenil que
rompe os padrões clássicos da fábula. Isso é possível
de se verificar por meio de dois elementos distintos
em sua obra: em primeiro lugar, a falta das
tradicionais concepções morais das fábulas ao final
do texto e, em segundo, lugar, a presença de
personagens completamente disfuncionais e
politicamente incorretos. Na obra Cantos da selva, as
personagens cometem seus erros e se dão bem no
final, de forma distinta do tradicional A lebre e a
tartaruga.
Podemos dizer que no excerto acima, o autor tem a
tese de que o escritor Quiroga produz uma obra um
tanto quanto incomum para o gênero fábula. Como
argumento, ele afirma que a ausência de “moral da
história” e a presença de personagens politicamente
incorretos ajudam a construir essa imagem do
escritor. Para comprovar seus argumentos, ele cita a
obra Contos da selva e fala sobre personagens que
são inusitados se comparados à fábula de Esopo.
Informativos (ou expositivos): Visam
transmitir informações de maneira objetiva,
encontrados em manuais, artigos científicos,
enciclopédias, entre outros.
Estrutura do texto informativo
Tal como outros Gêneros Textuais, o texto
informativo é constituído por:
Introdução (tese): momento de exposição das
informações necessárias para informaro tema que
será explorado pelo emissor (autor).
Desenvolvimento (antítese): parte fundamental que
contém as informações completas sobre o tema,
desde dados mais relevantes, ou melhor, todos os
dados que se pode reunir para apresentação do tema.
Conclusão (nova tese): encerramento do texto com
exposição da ideia central.
Confira exemplos de textos informativos:
1. Notícia de Jornal
Combate à Dengue
A picada do mosquito Aedes Aegypti tem
demonstrado grande preocupação. Isso porque o
aumento de mortes no país por motivo de dengue tem
crescido de forma considerável nos últimos meses. A
melhor maneira de combater a doença é explorar a
única arma: a prevenção.
Projetos de conscientização alertam a população para
os perigos da proliferação do mosquito. O foco está
nos métodos necessários para acabar com os
acúmulos de água nas casas. Isso porque são os
ambientes mais propícios para a reprodução do
transmissor da doença.
2. Verbete de Dicionário
Significado de Alienação
s.f. Ação ou efeito de alienar: alienação de uma
propriedade.
Jurídico. Ato de transferir para alguém uma
propriedade ou um direito: alienação de um
apartamento.
Resultado de algum tipo de abandono ou efeito da
ausência de um direito comum: alienação da
segurança.
Filosofia. Hegelianismo. Quando a consciência se
torna desconhecida a si própria ou a sua própria
essência.
Informal. Desinteresse por questões políticas ou
sociais.
Psicologia. Estado da pessoa que, tendo sido educada
em condições sociais determinadas, se submete
cegamente aos valores e instituições dadas, perdendo
assim a consciência de seus verdadeiros problemas.
Psicopatologia. Perda da razão, loucura: alienação
mental.
Psiquiatria. No desenvolvimento de um sintoma
clínico algumas pessoas ou situações comuns
tornam-se estranhas ou perdem sua natureza
familiar.
Alienação a título gratuito, doação. pl. alienações.
(Etm. do latim: alienatione.m)
Por outro lado, os gêneros textuais são formas
específicas que os textos assumem de acordo com o
contexto social e cultural. Alguns exemplos comuns
incluem:
Carta Formal e Informal: Utilizadas em diferentes
situações de comunicação, sendo a formal mais
oficial e a informal mais pessoal.
Os principais elementos de uma carta formal são:
Data e local. A data e o local onde a carta é escrita.
Por exemplo: Belo Horizonte, 3 de novembro de
2022.
Cabeçalho. Incluir o nome da pessoa a quem a carta
é endereçada, seguido do cargo ou função dentro da
instituição (se aplicável). Por exemplo: Luciano
Oliveira. Chefe do Departamento de Habitação e
Desenvolvimento Social de Belo Horizonte.
Saudação. Inclui a saudação inicial do remetente
para o destinatário. Por exemplo: Prezado Sr.
Oliveira,
Introdução. Especifica a razão pela qual o remetente
está enviando a carta. Por exemplo: Solicito que me
contatem, pois preciso coordenar com vocês a
reunião no sábado, 23 de maio....
Corpo do texto. Detalha todas as informações
relevantes e é uma parte da carta formal que
normalmente não é muito longa. Por exemplo:
Gostaria de lembrar que, para coordenar sua chegada
aos nossos escritórios, precisarei que você me envie
seus dados pessoais com....
Desfecho. O remetente se despede do receptor. Por
exemplo: Atenciosamente.
Assinatura. Uma assinatura pessoal, escreve-se o
nome e sobrenome de quem endereça, de modo que
o receptor tenha todas as informações do remetente.
Por exemplo: Vítor Alves, Diretor do Centro de
Estudos Latino-Americanos.
Os principais elementos que compõem a estrutura
de uma carta informal são:
Saudação. Inclui a saudação do remetente ao
destinatário. Em alguns casos, as cartas informais
incluem data e local. Por exemplo: Olá, João.
Introdução. O motivo da carta é incluído, embora às
vezes este elemento possa ser omitido e seja
considerado como parte do corpo da carta. Por
exemplo: Estou escrevendo estas linhas para desejar-
lhe um feliz aniversário.
Corpo do texto. Aqui são detalhadas todas as
informações que o remetente deseja transmitir ao
destinatário. Por exemplo: Aproveito esta
oportunidade para lhe dizer que ontem estive com
sua prima Cecília e como ela é querida! Ela me falou
de seu novo projeto...
Despedida e assinatura. Uma saudação e o nome do
remetente estão incluídos. Por exemplo: Abraços.
Ana.
P.S. Esclarecimentos ou observações são usados
quando, uma vez que a carta tenha sido concluída, o
remetente esqueceu algum ponto importante que
deseja mencionar ao destinatário. As cartas
informais permitem mais de um pós-escrito. Por
exemplo: P.S. Não se esqueça de enviar um abraço a
seus irmãos e a seu pai.
Fonte: Revista Humanidades
Artigo de Opinião: Apresenta a visão do autor sobre
um tema específico, frequentemente de forma
argumentativa.
Características do artigo de opinião
Textos escritos em primeira e terceira pessoa;
Uso da argumentação e persuasão;
Geralmente são assinados pelo autor;
Produções veiculadas nos meios de comunicação;
Possuem uma linguagem simples, objetiva e
subjetiva;
Abordam temas da atualidade;
Possuem títulos polêmicos e provocativos;
Contém verbos no presente e no imperativo.
Exemplo 1.
Thereza Cristina Moraes*
O medo do fracasso assombra a humanidade há
séculos. Ele se manifesta como um fantasma
sorrateiro, sussurrando dúvidas em nossos ouvidos e
lançando sombras sobre nossos sonhos. Esse medo
pode ser tão poderoso que impede de tentar,
paralisando diante de novas oportunidades e
aprisionando em uma zona de conforto.
Mas o que realmente se esconde por trás dessa
máscara assustadora? Este medo não só está ligado à
possibilidade de não alcançar um resultado desejado,
mas também à Síndrome do Impostor, aquela
sensação de não ser bom o suficiente, de estar
enganando os outros e de que a qualquer momento
será descoberto. É a crença limitante de que se é
incapaz de lidar com os desafios e que o resultado
final sempre será a derrota.
Exemplo 2.
Simone Nascimento*
O esgotamento materno se inicia ainda durante a
gravidez, quando a mulher geralmente precisa
manter sua jornada de trabalho, estudos e vida
familiar e ainda lidar com os preparativos para a
chegada de um bebê, além das mudanças hormonais
e físicas que seu corpo passará ao longo da gestação
e puerpério. O nascimento da criança marca um
momento intenso, feliz, mas ao mesmo tempo
cansativo para a mãe. E tudo bem ficar cansada, pois
não é fácil nem simples cuidar de um bebê. A coisa
pararia por aí, se não fosse a sobrecarga gerada por
duplas ou triplas jornadas que carregamos.
Historicamente, elas assumiram a maior parte das
responsabilidades de cuidado dentro das famílias e
comunidades e todos os dias meninas e mulheres ao
redor do planeta dedicam mais de 12 bilhões de horas
ao cuidado não remunerado, segundo pesquisa da
Oxfam Brasil. Isso inclui o cuidado de crianças,
idosos, doentes, bem como as tarefas domésticas.
Embora essas atividades sejam essenciais para o
funcionamento da sociedade, ou seja, façam o
mundo girar, elas têm sido frequentemente
subvalorizadas e invisibilizadas no contexto
econômico tradicional.
Resenha: Análise crítica de uma obra, como um
livro, filme ou peça teatral.
Exemplo de resenha crítica
Segue abaixo uma resenha crítica do livro o “Menino
Maluquinho” (1980), do escritor Ziraldo Alves
Pinto, feita pela professora Daniela Diana.
Quem nunca ouviu falar do menino que ‘tinha ventos
nos pés’, o ‘olho maior que a barriga’, ‘fogo no rabo’,
‘umas pernas enormes (que davam para abraçar o
mundo)’ e que ‘chorava escondido se tinha
tristezas’?
É assim que caracterizamos um dos personagens de
Ziraldo, que com mais de 30 anos de existência
corrobora sua atemporalidade.
“O Menino Maluquinho”, lançado em 1980 pelo
escritor e cartunista Ziraldo, é um clássico da
literaturae que continua conquistando o universo
infanto-juvenil.
Em entrevista ao Diário Catarinense (2011), Ziraldo
afirma que a ideia de criar o Menino Maluquinho
surgiu de considerações e observações pessoais:
“Eu já tinha visto o que tinha acontecido com
meninos felizes e infelizes. Os felizes viraram
adultos mais bem resolvidos. Os infelizes e
desamados, ficaram adultos mais sofridos.”
Entrevista: Diálogo entre duas ou mais pessoas,
onde um entrevistador faz perguntas a um
entrevistado.
Exemplos de entrevista
Segue abaixo a entrevista (escrita e em vídeo) entre
o jornalista Júlio Lerner e a escritora Clarice
Lispector. A entrevista foi veiculada no programa
“Panorama”, da TV Cultura, no dia 1 de fevereiro de
1977, ano da morte de Clarice.
Exemplo : trecho de entrevista escrita com
Clarice Lispector
1. Clarice Lispector, de onde veio esse Lispector?
É um nome latino, não é? Eu perguntei a meu pai
desde quando havia Lispector na Ucrânia. Ele disse
que há gerações e gerações anteriores. Eu suponho
que o nome foi rolando, rolando, rolando, perdendo
algumas sílabas e foi formando outra coisa que
parece “Lis” e “peito”, em latim. É um nome que
quando escrevi meu primeiro livro, Sérgio Milliet
(eu era completamente desconhecida, é claro) diz
assim: “Essa escritora de nome desagradável,
certamente um pseudônimo…”. Não era, era meu
nome mesmo.
2. Você chegou a conhecer o Sérgio Milliet
pessoalmente?
Nunca. Porque eu publiquei o meu livro e fui embora
do Brasil, porque eu me casei com um diplomata
brasileiro, de modo que não conheci as pessoas que
escreveram sobre mim.
3. Clarice, seu pai fazia o que profissionalmente?
Representações de firmas, coisas assim. Quando ele,
na verdade, dava era para coisas do espírito.
4. Há alguém na família Lispector que chegou a
escrever alguma coisa?
Eu soube ultimamente, para minha enorme surpresa,
que minha mãe escrevia. Não publicava, mas
escrevia. Eu tenho uma irmã, Elisa Lispector, que
escreve romances. E tenho outra irmã, chamada
Tânia Kaufman, que escreve livros técnicos.
5. Você chegou a ler as coisas que sua mãe
escreveu?
Não, eu soube há poucos meses. Soube através de
uma tia: “Sabe que sua mãe fazia um diário e
escrevia poesias?” Eu fiquei boba…
6. Nas raras entrevistas que você tem concedido
surge, quase que necessariamente, a pergunta de
como você começou a escrever e quando?
Antes de sete anos eu já fabulava, já inventava
histórias, por exemplo, inventei uma história que não
acabava nunca. Quando comecei a ler comecei a
escrever também. Pequenas histórias.
7. Quando a jovem, praticamente adolescente
Clarice Lispector, descobre que realmente é a
literatura aquele campo de criação humana que
mais a atrai, a jovem Clarice tem algum objetivo
específico ou apenas escrever, sem determinar um
tipo de público?
Apenas escrever.
8. Você poderia nos dar uma ideia do que era a
produção da adolescente Clarice Lispector?
Caótica. Intensa. Inteiramente fora da realidade da
vida.
9. Desse período você se lembra do nome de
alguma produção?
Bem, escrevi várias coisas antes de publicar meu
primeiro livro. Eu escrevia para revistas — contos,
jornais. Eu ia com uma timidez enorme, mas uma
timidez ousada. Eu sou tímida e ousada ao mesmo
tempo. Chegava lá nas revistas e dizia: “Eu tenho um
conto, você não quer publicar?” Aí me lembro que
uma vez foi o Raimundo Magalhães Jr. que olhou,
leu um pedaço, olhou para mim e disse: “Você
copiou isso de quem?” Eu disse: “De ninguém, é
meu”. Ele disse: Você traduziu?” Eu disse: “Não”.
Ele disse: “Então eu vou publicar”. Era sim, era meu
trabalho.
10. Você publicava onde?
Ah, não me lembro… Jornais, revistas.
Relatório Técnico: Documento que relata resultados
de estudos ou pesquisas de maneira detalhada e
objetiva.
O que é um relatório técnico científico?
Como o próprio título diz, um modelo de relatório
técnico científico é bem diferente de um trabalho
acadêmico comum. O centro das atenções aqui é o
resultado dos trabalhos realizados na parte científica,
ou seja, um pdf completo envolvendo resultados e
tabulações de dados que fazem sentido para um
pesquisador da área de exatas.
Um bom exemplo de relatório técnico é a lista de
índices de uma determinada substância ao longo do
tempo. Este tipo de resultado é apresentado em uma
tabela, todos os relatórios seguem o mesmo padrão,
e nesta tabela estará descrita a relação entre a parte
dos resultados e aquilo que foi inicialmente proposto.
Características de um relatório técnico científico
Um relatório técnico científico tem características
específicas que um TCC ou uma tese não
contemplam. Para serem enquadrados nesse grupo,
além do curso trazer essa necessidade, a própria
pesquisa deve ter um caráter mais relacionado às
áreas exatas. Um relatório técnico nas normas da
abnt deve conter os seguintes elementos:
Descrição
Aqui se inserem as informações iniciais, ou seja, por
que esse relatório técnico científico foi necessário e
quais foram as ideias que levaram o mesmo a ser
realizado.
Abordagem
Esta etapa do relatório se trata do método de pesquisa
utilizado. É importante detalhar porque a
metodologia foi escolhida e como isso vai
influenciar o relatório técnico científico em questão.
Cronologia
Os dados devem seguir uma ordem de inserção,
análise, avaliação e descrição. A ordem cronológica
da informação inserida é muito importante porque
mostra ao leitor as razões pelas quais cada dado foi
selecionado e considerado naquele determinado
momento.
Organização
Um fator importantíssimo para um relatório técnico
científico é a maneira como as informações são
organizadas. Tão necessário quanto a relevância do
conteúdo é a apresentação do mesmo. As tabelas,
gráficos e ilustrações incluídas no seu relatório é que
o farão ser mais confiável pela opinião dos leitores.
Notícia: Relato de eventos atuais seguindo uma
estrutura específica, com as informações mais
importantes no início.
Poema: Expressão artística por meio da linguagem,
com foco na estética e emoção.
Características dos poemas
Os principais elementos que compõem um poema
são o verso, a métrica, a estrofe, a rima e o ritmo.
1. Verso e métrica
Verso é cada linha de um poema. Métrica é a medida
dos versos em sílabas poéticas, que nem sempre
correspondem às sílabas gramaticais.
Os versos são classificados de acordo com as
sílabas poéticas que apresentam.
monossílabo: verso com uma sílaba poética
dissílabo: verso com duas sílabas poéticas
trissílabo: verso com três sílabas poéticas
tetrassílabo: verso com quatro sílabas poéticas
pentassílabo: verso com cinco sílabas poéticas
hexassílabo: verso com seis sílabas poéticas
heptassílabo: verso com sete sílabas poéticas
octossílabo: verso com oito sílabas poéticas
eneassílabo: verso com nove sílabas poéticas
decassílabo: verso com dez sílabas poéticas
hendecassílabo: verso com onze sílabas poéticas
dodecassílabo: verso com doze sílabas poéticas
Tipos de versos
Os versos são classificadas de acordo com a sua
medida.
Versos regulares: também chamados de versos
isométricos, são aqueles que possuem a mesma
medida.
Versos livres: também chamados de versos
heterométricos, são os aqueles que possuem medidas
diferentes, ou seja, são irregulares.
Versos brancos: também chamados de versos
soltos, são aqueles que não apresentam esquemas de
rima, no entanto, podem apresentar métrica
(medida).
Exemplo de poema com versos regulares
De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde meprocure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
(Soneto da Fidelidade, de Vinicius de Moraes)
Exemplos de poemas com versos livres e brancos
Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E
— ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na
calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não
esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...
(Esperança, de Mario Quintana)
2. Estrofe
Estrofe é um grupo de versos de um poema.
As estrofes são classificadas de acordo com cada
agrupamento.
monóstico: estrofe com um verso
dístico: estrofe com dois versos
terceto: estrofe com três versos
quadra ou quarteto: estrofe com quatro versos
quintilha: estrofe com cinco versos
sextilha: estrofe com seis versos
setilha: estrofe com sete versos
oitava: estrofe com oito versos
nona: estrofe com nove versos
décima: estrofe com dez versos
Tipos de estrofe
As estrofes são classificadas de acordo com as
métricas utilizada nos seus versos.
Estrofes simples: poema composto de versos que
possuem a mesma medida.
Estrofes compostas: poema que agrupa versos de
medidas diferentes.
Estrofes livres: poema com agrupamento de versos
sem rigor métrico.
3. Rima
Rima é a sonoridade semelhante que pode existir
no fim ou no meio dos versos. Há versos que não
rimam e são chamados de versos brancos.
Exemplo de poema com rima
Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor
(Amor é fogo que arde sem se ver, de Luiz Vaz de
Camões)
Exemplo de poema sem rima
Sonhe com aquilo que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que quer.
Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.
As pessoas mais felizes não tem as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor das oportunidades
que aparecem em seus caminhos.
A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas que passaram por suas
vidas.
(O sonho, de Clarice Lispector)
Charge: Representação humorística de uma situação
ou pessoa, utilizando desenhos e texto curto.
O que é charge?
Charge é um gênero jornalístico que centrado em
questões atuais, que reflete o posicionamento editorial
do jornal ou veículo de comunicação.
O nome charge, vem do francês charger, que significa
"fazer carga", "exagerar" ou "atacar". Esse "ataque" é
pontual, possui relação a um acontecimento específico,
por isso, as charges são datadas, seu sentido pode se
perder com o passar do tempo.
Nela, é utilizada uma imagem como representação visual
de fatos recentes, geralmente, contextualizada por uma
ou mais notícias dentro do veículo. Comumente, são
utilizadas personalidades e figuras públicas, seus
comportamentos são exagerados ou estilizados para a
realização de uma crítica.
Exemplos de charge
charge de Jean Galvão publicada na Folha no dia 19
de julho de 2020 remete à volta às aulas sob o risco
de contaminação pelo coronavírus
Ilustração do chargista Duke realiza uma crítica
sobre as longas filas de desempregados
Compreender a diferença entre tipologia e gêneros
textuais é crucial para uma interpretação precisa e
eficaz dos textos. Isso é especialmente relevante em
contextos como concursos, nos quais é importante
estar familiarizado com uma variedade de tipos de
textos e gêneros, praticando a leitura e interpretação
de exemplos diversos.
3. Domínio da ortografia oficial: Emprego
das letras; Emprego da acentuação
gráfica.
Dominar a ortografia oficial, incluindo o uso
adequado das letras e da acentuação gráfica, é
essencial para uma comunicação eficaz na língua
escrita. A seguir, apresento esses aspectos conforme
as normas mais recentes do português.
Uso das Letras:
Consoantes: Devem ser utilizadas de acordo com a
pronúncia e a grafia padrão das palavras. Exemplos:
"caminho", "gato", "sabão".
Vogais: Devem ser corretamente aplicadas,
seguindo as regras do português. Exemplos: "amor",
"casa", "livro".
Dígrafos: São combinações de letras que
representam um único som.
Exemplos incluem:
"lh", como em "olho",
"nh", como em "sonho".
"ch" como em "chave"
"lh" como em "olho"
"nh" como em "sonho"
"ss" como em "massa"
"rr" como em "carro"
"qu" como em "quebra"
"gu" como em "guerra"
Encontros Consonantais: São combinações de duas
ou mais consoantes em uma mesma sílaba.
Exemplos incluem:
"bl", como em "blusa",
"pr", como em "prato".
"bl" como em "blusa"
"br" como em "braço"
"cl" como em "claro"
"cr" como em "criança"
"dr" como em "drama"
"fl" como em "flor"
"fr" como em "fruta"
"gl" como em "glória"
"gr" como em "grande"
"pl" como em "plano"
"pr" como em "prato"
"tr" como em "trabalho"
Encontros Vocálicos: São combinações de duas ou
mais vogais em uma mesma sílaba.
Exemplos incluem:
"ai", como em "pai",
"ou", como em "roupa".
"ai" como em "pai"
"ei" como em "leite"
"oi" como em "tropeço"
"ui" como em "ruído"
"ia" como em "piano"
"ie" como em "ciência"
"io" como em "pioneiro"
"ua" como em "qualidade"
"ue" como em "chuva"
"ui" como em "fruição"
Emprego da Acentuação Gráfica:
Acento Agudo ( ́): Indica a tonicidade da palavra e
pode também indicar a ocorrência de ditongo aberto.
Exemplos incluem
"pássaro": O acento agudo indica a tonicidade da
palavra na sílaba "pás".
"música": O acento agudo também indica a
tonicidade na sílaba "mú".
"água": Neste caso, o acento agudo está na sílaba "á",
indicando a tonicidade.
"rápido": O acento agudo ocorre na sílaba "rá",
marcando a tonicidade da palavra.
"fácil": O acento agudo está na sílaba "fá", indicando
a tonicidade.
"cânfora": Neste exemplo, o acento agudo marca a
tonicidade na sílaba "cân".
"código": O acento agudo ocorre na sílaba "có",
indicando a tonicidade da palavra.
Acento Circunflexo (ˆ): Indica a tonicidade da
palavra e pode indicar também a ocorrência de
vogais com diferentes sons.
Exemplos incluem
"ênfase": O acento circunflexo está na vogal "ê",
indicando a tonicidade da sílaba.
"vôo": Neste caso, o acento circunflexo ocorre na
vogal "ô", marcando a tonicidade.
"cônjuge": O acento circunflexo está na sílaba "cô",
indicando a tonicidade da palavra.
"tônicos": O acento circunflexo ocorre na vogal "ô",
marcando a tonicidade da sílaba.
"pôr": Neste exemplo, o acento circunflexo está na
vogal "ô", indicando a tonicidade.
"môs": O acento circunflexo ocorre na vogal "ô",
marcando a tonicidade da sílaba.
Acento Grave (`): Usado em algumas palavras
monossílabas para diferenciar significados, como
em:
"pelo" (substantivo)
"pelo" (preposição).
"à": Usado para indicar a crase, como em "Vou à
escola."
"às": Indica a crase no plural, como em "Vou às
compras."
"àquele": Indica a crase, como em "Refiro-me àquele
rapaz.""àquela": Indica a crase, como em "Entreguei o
presente àquela menina."
"àquilo": Usado com crase, como em "Não me refiro
àquilo."
"à medida que": Usado em expressões fixas, como
em "À medida que o tempo passa."
Acentuação de Ditongos e Hiatos: Em algumas
situações, os ditongos e hiatos recebem acento para
indicar a tonicidade da palavra.
Exemplos de Ditongos incluem:
"pai" (ditongo decrescente: vogal "a" + semivogal
"i")
"céu" (ditongo decrescente: vogal "é" + semivogal
"u")
"caixa" (ditongo decrescente: vogal "a" + semivogal
"i")
"quente" (ditongo crescente: semivogal "u" + vogal
"e")
"história" (ditongo crescente: semivogal "i" + vogal
"a")
Exemplos de Hiatos incluem:
"saída" (hiato entre "a" e "í")
"coelho" (hiato entre "o" e "e")
"ruído" (hiato entre "u" e "í")
"poeta" (hiato entre "o" e "e")
"aéreo" (hiato entre "a" e "é")
Acentuação de Palavras Oxítonas, Paroxítonas e
Proparoxítonas: Seguem regras específicas de
acordo com a posição da sílaba tônica.
Palavras oxítonas levam acento quando terminadas
em vogal, "s" ou "m", e paroxítonas quando não
terminadas nessas letras, já as proparoxítonas sempre
recebem acento.
Exemplos de Oxítonas incluem:
"café": A sílaba tônica é "fé".
"papel": A sílaba tônica é "pel".
"parabéns": A sílaba tônica é "béns".
"condomínio": A sílaba tônica é "mi".
"amor": A sílaba tônica é "mor".
"computador": A sílaba tônica é "dor".
"maracujá": A sílaba tônica é "já".
"caminhar": A sílaba tônica é "nhar".
"país": A sílaba tônica é "ís".
"também": A sílaba tônica é "bém".
Exemplos de Paroxítonas incluem:
"fácil": A sílaba tônica é "fá".
"lápis": A sílaba tônica é "láp".
"móvel": A sílaba tônica é "mó".
"útil": A sílaba tônica é "ú".
"férias": A sílaba tônica é "fé".
"óleo": A sílaba tônica é "ó".
"pônei": A sílaba tônica é "pô".
"bíceps": A sílaba tônica é "bí".
Exemplos de Proparoxítonas incluem:
"lâmpada": A sílaba tônica é "lâm".
"médico": A sílaba tônica é "mé".
"síntese": A sílaba tônica é "sín".
"esdrúxulo": A sílaba tônica é "es".
"gramática": A sílaba tônica é "má".
"público": A sílaba tônica é "pú".
"pássaro": A sílaba tônica é "pás".
"término": A sílula tônica é "tér".
"cântico": A sílaba tônica é "cân".
"náusea": A sílaba tônica é "náu"
É importante estar atento às regras específicas de
cada caso, pois a ortografia oficial da língua
portuguesa está sujeita a alterações e atualizações.
4. Domínio dos mecanismos de coesão
textual: Emprego de elementos de
referenciação, substituição e repetição, de
conectores e outros elementos de
sequenciação textual;
Emprego/correlação de tempos e modos
verbais
Os elementos de coesão são fundamentais para
garantir a fluidez e a clareza do texto, permitindo que
as ideias se conectem de maneira lógica e coesa.
Abaixo, apresento uma visão abrangente e atualizada
sobre os principais elementos de coesão:
Referenciação
Pronomes: Utilizados para substituir substantivos já
mencionados no texto, evitando repetições
desnecessárias.
Exemplos:
"João comprou um livro. Ele gostou muito da
história."
"ele": Substitui um substantivo masculino singular já
mencionado. Exemplo: "João comprou um livro. Ele
é muito interessante."
"ela": Substitui um substantivo feminino singular já
mencionado. Exemplo: "Maria viu o filme. Ela
gostou muito."
"eles": Substitui um substantivo masculino plural já
mencionado. Exemplo: "Os alunos estudaram
bastante. Eles passaram na prova."
"elas": Substitui um substantivo feminino plural já
mencionado. Exemplo: "As meninas foram ao
parque. Elas se divertiram muito."
"isso": Substitui um substantivo ou uma ideia já
mencionada. Exemplo: "Gostei da apresentação. Isso
foi muito bem feito."
"nós": Substitui um substantivo plural de primeira
pessoa. Exemplo: "Eu e meus amigos vamos ao
cinema. Nós vamos assistir a um filme."
"você": Substitui um substantivo de segunda pessoa
do singular. Exemplo: "Carlos, você pode me ajudar
com isso?"
"vocês": Substitui um substantivo de segunda pessoa
do plural. Exemplo: "Ana e Pedro, vocês já
terminaram o trabalho?"
"meu": Substitui um substantivo indicando posse de
primeira pessoa do singular. Exemplo: "Este é o meu
livro. Meu livro é azul."
"teu": Substitui um substantivo indicando posse de
segunda pessoa do singular. Exemplo: "Onde está o
teu caderno? Teu caderno está na mesa."
Advérbios e Expressões Adverbiais: Podem
referir-se a termos anteriores no texto, fornecendo
informações adicionais.
Exemplos de Advérbios:
Rapidamente: Ele correu rapidamente para chegar a
tempo.
Silenciosamente: Ela entrou na sala silenciosamente.
Bem: Ele se saiu muito bem na entrevista.
Mal: Ela se sentiu mal após comer aquilo.
Felizmente: Felizmente, conseguimos resolver o
problema a tempo.
Infelizmente: Infelizmente, o voo foi cancelado.
Aqui: Estou aqui para te ajudar.
Agora: Precisamos resolver isso agora mesmo.
Muito: Ele estudou muito para a prova.
Pouco: Ela comeu pouco no jantar.
Expressões Adverbiais:
De repente: De repente, começou a chover.
Às vezes: Às vezes, é melhor ficar em silêncio.
Ao mesmo tempo: Eles chegaram ao mesmo tempo.
De vez em quando: De vez em quando, vou à
academia.
No entanto: Ele estava cansado; no entanto,
continuou a trabalhar.
Por outro lado: Ela gosta de esportes; por outro lado,
ele prefere ler.
Assim que: Assim que ela chegou, começamos a
festa.
Enquanto isso: Ele estudava; enquanto isso, ela
assistia TV.
À medida que: À medida que o tempo passa, as
coisas mudam.
De propósito: Ele quebrou o vaso de propósito.
Coesão Sequencial
Conjunções: Palavras que ligam partes do texto,
indicando relações de causa, consequência,
oposição, entre outras.
Exemplos: "Ele estudou bastante, portanto passou no
exame."
Aditivas: Adicionam informações
E: Ele gosta de dançar e cantar.
Também: Vou ao cinema também.
Além disso: Estudei muito, além disso, fiz revisões.
Adversativas: Expressam contraste.
Mas: Gostaria de ir, mas estou ocupado.
Porém: Estava cansado, porém continuei a trabalhar.
Entretanto: Chove lá fora, entretanto vamos sair.
Alternativas: Expressam alternância ou escolha.
Ou: Vamos ao parque ou à praia.
Nem: Ele nem ela compareceram à reunião.
Ou... ou: Você pode escolher ou sair ou ficar em
casa.
Conclusivas: Indicam conclusão.
Logo: Estava tarde, logo decidi ir para casa.
Portanto: Estudei bastante, portanto passei na prova.
Assim: Cheguei cedo, assim pude aproveitar o dia.
Conjunções Subordinativas
Causais: Indicam causa.
Porque: Ele saiu cedo porque tinha uma reunião.
Como: Ele não veio, como estava doente.
Visto que: Visto que chove, vamos adiar o passeio.
Consecutivas: Indicam consequência.
Que: Estava tão cansado que dormiu profundamente.
De modo que: Estudei muito, de modo que passei na
prova.
Tal que: Ela gritou tanto tal que todos ouviram.
Comparativas: Estabelecem comparação.
Como: Ele é inteligente como o irmão.
Do que: Ela é mais alta do que eu.
Assim como: Ele gosta de esportes, assim como ela.
Concessivas: Expressam concessão.
Embora: Estava cansado, embora continuei
trabalhando.
Apesar de que: Apesar de que chovia, fomos à praia.
Mesmo que: Mesmo que eu queira, não posso ir.
Conectivos: Expressões que estabelecem conexões
entre as ideias, como "por outro lado", "além disso",
"devido a".
Exemplo: "Ele não compareceu à reunião;
consequentemente, perdeu a oportunidade de
apresentar suas ideias."
Adição:
Além disso: Além disso, é importante estudar para a
prova.
Também: Ela gosta de dançar; também canta muito
bem.
Consequência:
Portanto: Ele estudou bastante, portanto passou no
exame.
Logo: A chuva é intensa, logo as ruas estão alagadas.
Causa:
Porque: Ele faltou à aula porque estava doente.
Pois: Ele não veio, pois seu carro quebrou.Condição:
Se: Se estudar mais, terá melhores resultados.
Caso: Caso chova, vamos adiar o passeio.
Concessão:
Embora: Embora seja difícil, ele conseguiu
completar o projeto.
Apesar de: Apesar de cansado, ele continuou
trabalhando.
Comparação:
Assim como: Ele é inteligente, assim como seu
irmão.
Tal como: Ela é talentosa, tal como sua mãe.
Explicação:
Porque: Ela não veio à festa porque estava viajando.
Pois: Ele não pode sair, pois está doente.
Conclusão:
Assim: Estudei muito, assim passei no exame.
Então: Ele se esforçou, então alcançou seus
objetivos.
Contraste:
Mas: Ele queria sair, mas estava chovendo.
Porém: Ela é inteligente, porém não se esforça muito.
Tempo:
Enquanto: Ele estudava, ela assistia TV.
Antes que: Termine o trabalho antes que anoiteça.
Coesão Lexical
Repetição de Palavras: Quando uma palavra é
repetida ao longo do texto para evitar ambiguidade
ou enfatizar uma ideia.
Exemplo: "A água da fonte é limpa. A limpeza da
água é surpreendente."
Repetição para ênfase:
"Ele foi corajoso, verdadeiramente corajoso, ao
enfrentar o desafio."
"A alegria dela era contagiante, contagiante como
um sorriso de criança."
Repetição para retomar um tema:
"O amor, o verdadeiro amor, é paciente e generoso."
"O estudo é fundamental. O estudo constante traz
conhecimento."
Repetição para criar ritmo ou cadência:
"Ela esperava, esperava ansiosamente por aquele
momento."
"A vida é feita de desafios, desafios que nos fazem
crescer."
Repetição para enfatizar uma ideia de contraste:
"Ele era um líder forte, forte o suficiente para admitir
seus erros."
"O tempo passa rápido, rápido demais para
desperdiçar."
Repetição para criar paralelismo:
"A felicidade dele era genuína, alegria genuína que
contagiava a todos."
"O esforço é recompensador, trabalho árduo é
sempre recompensador."
Sinônimos e Paráfrases: Substituição de termos
por sinônimos ou expressões equivalentes.
Exemplo: "O carro é rápido. O veículo possui
grande velocidade."
Sinônimos:
Feliz e Contente: Ele ficou feliz com a notícia.
Grande e Enorme: O problema era grande demais
para ser ignorado.
Comer e Ingerir: É importante ingerir alimentos
saudáveis.
Rápido e Veloz: O carro foi veloz na pista.
Bonito e Atraente: Ela usava um vestido muito
atraente.
Paráfrases:
Original: "O amor é uma força poderosa que move o
mundo."
Paráfrase: "O sentimento de amor tem um grande
impacto no funcionamento do planeta."
Original: "A educação é a chave para o progresso
humano."
Paráfrase: "O avanço da humanidade depende
diretamente do acesso à educação."
Original: "A felicidade não está na posse de bens
materiais, mas sim na qualidade dos
relacionamentos."
Paráfrase: "A verdadeira felicidade não se encontra
na acumulação de riquezas, mas sim na profundidade
dos vínculos humanos."
Original: "A justiça é essencial para a harmonia
social."
Paráfrase: "A busca por equidade é fundamental para
garantir o equilíbrio na convivência entre as
pessoas."
Original: "A natureza é fonte de inspiração e beleza."
Paráfrase: "Os elementos naturais são uma fonte
inesgotável de criatividade e encanto."
Coesão Gramatical:
Elipse: Omissão de termos já mencionados, desde
que sua ausência não prejudique a compreensão do
texto.
Exemplo: "Você gosta de sorvete? Eu também."
Elipse de verbos:
Original: "Pedro gosta de sorvete, e Maria também."
Elipse: "Pedro gosta de sorvete, e Maria também
(gosta de sorvete)."
Elipse de pronomes:
Original: "Você gosta de música clássica? Eu
também gosto."
Elipse: "Você gosta de música clássica? Eu também
(gosto)."
Elipse de adjetivos ou advérbios:
Original: "Ela é inteligente; ele, nem tanto."
Elipse: "Ela é inteligente; ele, nem tanto
(inteligente)."
Elipse de preposições:
Original: "Ele foi para a escola, e ela para o
trabalho."
Elipse: "Ele foi para a escola, e ela para o trabalho
(para o trabalho)."
Elipse de elementos da frase:
Original: "Os alunos estudaram para a prova; os
professores, para a palestra."
Elipse: "Os alunos estudaram para a prova; os
professores, para a palestra (estudaram para a
palestra)."
Anáfora e Catáfora: Anáfora refere-se a retomar
um termo já mencionado anteriormente no texto,
enquanto catáfora antecipa a menção de um termo
que será explicado posteriormente.
Exemplos:
"João comprou uma bicicleta. Ela é azul." (anáfora);
"A surpresa foi grande. Uma nova aventura o
aguardava." (catáfora).
Anáfora é a repetição de uma palavra ou
expressão no início de frases ou versos para
retomar algo que já foi mencionado
anteriormente:
Anáfora de palavras:
"O sol brilha no céu. O sol ilumina a Terra. O sol traz
calor."
Nesse caso, "o sol" é repetido para retomar o mesmo
referente em diferentes frases.
Anáfora de pronomes:
"Ela foi à praia. Ela nadou no mar. Ela aproveitou o
sol."
Aqui, "ela" é usado para retomar a mesma pessoa em
diferentes partes do texto.
Anáfora de expressões:
"Naquele dia, ele estava feliz. Naquele dia, ele estava
radiante. Naquele dia, ele sorria o tempo todo."
A expressão "naquele dia" é repetida para se referir
ao mesmo momento específico.
Catáfora é o uso de uma palavra ou expressão
para referir-se a algo que será mencionado
posteriormente no texto:
Catáfora de palavras:
"O sorriso era contagiante. Ele iluminava a sala
toda."
Nesse caso, "o sorriso" é mencionado primeiro e
depois é explicado como ele era contagiante.
Catáfora de pronomes:
"Ela disse que voltaria para casa. E assim ela fez."
Aqui, "ela" é mencionada antes de ser explicado o
que ela fez.
Catáfora de expressões:
"Assim que terminou o trabalho, ela saiu correndo."
A expressão "assim que" é usada para antecipar o que
aconteceu após o término do trabalho.
Coesão Global:
Progressão Temática: Organização das ideias de
forma a garantir a sequência lógica e progressiva do
texto, levando o leitor de uma ideia a outra de
maneira coerente.
Progressão Cronológica:
Exemplo: "Na infância, aprendemos a brincar. Na
adolescência, descobrimos novas paixões. Na vida
adulta, enfrentamos desafios profissionais."
Progressão Espacial:
Exemplo: "Primeiro, exploramos a cidade. Depois,
viajamos para o interior. Por fim, conhecemos
lugares exóticos ao redor do mundo."
Progressão de Causa e Efeito:
Exemplo: "O aumento da poluição levou ao
aquecimento global. Como consequência, houve
mudanças climáticas drásticas em várias regiões."
Progressão de Exemplificação:
Exemplo: "Existem muitas frutas tropicais, como a
manga, a banana e o abacaxi. Todas essas frutas são
ricas em vitaminas e minerais essenciais."
Progressão de Contraste:
Exemplo: "Enquanto alguns preferem o calor do
verão, outros gostam do frio do inverno. Essa
diversidade de preferências mostra como somos
diferentes."
Progressão de Comparação:
Exemplo: "Assim como as estações do ano mudam,
nossas vidas passam por diferentes fases. Cada fase
tem suas próprias características e desafios."
Paralelismo: Repetição de estruturas gramaticais ou
de ideias de forma similar ao longo do texto,
proporcionando unidade e harmonia.
Exemplo: "Amar é viver; viver é amar."
É essencial compreender e utilizar adequadamente
esses elementos de coesão para produzir textos
coesos e de fácil compreensão. Uma boa prática é
revisar o texto em busca de possíveis desconexões ou
ambiguidades, garantindo sua coesão global.
Paralelismo de Sintaxe:
"O correr, o saltar, o brincar - tudo fazia parte da
alegria da infância."
"Ele cantava no chuveiro, dançava na sala, sorria o
tempo todo."
Paralelismo de Palavras ou Frases Equivalentes:
"Estudar é importante, trabalhar é essencial, mas
sonhar é imprescindível."
"Ela é doce como um mel, gentil como uma brisa,
forte como uma rocha."
Paralelismo de Estrutura Gramatical:
"Elegosta de nadar, de correr e de jogar futebol."
"Ela estudou, praticou e se dedicou ao máximo."
Paralelismo de Elementos Contrastantes:
"O inverno traz frio, o verão, calor; mas a primavera
traz flores e alegria."
"A vida tem altos e baixos, desafios e vitórias; o
importante é seguir em frente."
Paralelismo de Tempo:
"Hoje é um novo dia, amanhã será outro, mas sempre
teremos o agora."
"Ontem foi um sonho, hoje é realidade, amanhã será
uma esperança."
Elementos de Referenciação, Substituição
e Repetição:
Referenciação: Consiste no uso de elementos para
se referir a algo mencionado anteriormente no texto,
evitando repetições desnecessárias.
Exemplo: "O menino gostava de brincar. Ele era
muito criativo."
Referenciação por repetição:
Original: "O carro era vermelho. O carro estava
estacionado na esquina."
Referenciação: "O carro era vermelho. Ele estava
estacionado na esquina."
Referenciação por pronomes:
Original: "Maria comprou um vestido novo. O
vestido era azul."
Referenciação: "Maria comprou um vestido novo.
Ele era azul."
Referenciação por sinônimos:
Original: "O projeto foi concluído. A iniciativa foi
um sucesso."
Referenciação: "O projeto foi concluído. A iniciativa
foi um sucesso."
Referenciação por expressões equivalentes:
Original: "A festa foi animada. A celebração durou
até tarde."
Referenciação: "A festa foi animada. A celebração
durou até tarde."
Referenciação por elipse:
Original: "O cachorro era brincalhão. O cachorro
adorava correr no parque."
Referenciação: "O cachorro era brincalhão. Adorava
correr no parque."
Substituição: Refere-se à troca de termos por
pronomes ou expressões equivalentes para evitar a
repetição excessiva de palavras.
Exemplo: "Pedro comprou um livro. Ele começou a
lê-lo."
Substituição por Pronomes:
Original: "João comprou um livro. O livro é
interessante."
Substituição: "João comprou um livro. Ele é
interessante."
Substituição por Expressões Equivalentes:
Original: "O carro quebrou. O veículo precisou ser
rebocado."
Substituição: "O carro quebrou. O veículo precisou
ser rebocado."
Substituição por Sinônimos:
Original: "A cidade é bonita. O município atrai
muitos turistas."
Substituição: "A cidade é bonita. O local atrai muitos
turistas."
Substituição por Elipse:
Original: "Maria estudou muito para a prova. A
estudante obteve uma boa nota."
Substituição: "Maria estudou muito para a prova.
Obteve uma boa nota."
Substituição por Expressões de Igual Valor:
Original: "Ele comprou um celular novo. O aparelho
é moderno."
Substituição: "Ele comprou um celular novo. O
dispositivo é moderno."
Repetição: Quando necessária, a repetição de
palavras pode ser empregada para enfatizar um ponto
importante ou criar uma sensação de continuidade.
Exemplo: "A casa era grande. Grande o suficiente
para abrigar toda a família."
Repetição para ênfase:
"A perseverança é chave. Chave para alcançar os
objetivos."
Repetição para continuidade:
"O amor é eterno. Eterno como o tempo, tempo que
não para."
Repetição para reforço:
"Ele é um líder líder. Líder que inspira e motiva."
Repetição para clareza:
"A educação é essencial. Essencial para o
desenvolvimento, desenvolvimento pessoal e
social."
Repetição para criação de ritmo:
"A música é vida. Vida que pulsa, pulsa no coração
de quem ouve."
Repetição para impacto emocional:
"A liberdade é tudo. Tudo o que buscamos,
buscamos para viver plenamente."
Conectores:
Conectores Coesivos: São palavras ou expressões
que estabelecem conexões entre as partes do texto,
como adição, contraste, comparação, causa,
consequência, entre outros.
Exemplo: "Além disso, portanto, por outro lado, no
entanto, de acordo com".
Conectores Aditivos:
Além disso, também, igualmente, ainda, além disso.
Exemplo: "Ela gosta de dançar; além disso, canta
muito bem."
Conectores Adversativos:
Mas, porém, contudo, todavia, no entanto.
Exemplo: "Ele queria ir ao cinema, mas o filme
estava esgotado."
Conectores Conclusivos:
Logo, portanto, assim, por conseguinte, então.
Exemplo: "Estudei muito, portanto passei na prova."
Conectores Causais:
Porque, pois, já que, visto que, uma vez que.
Exemplo: "Ele faltou à aula porque estava doente."
Conectores Explicativos:
Ou seja, isto é, por exemplo, em outras palavras.
Exemplo: "Ela adora esportes, ou seja, gosta de
praticar várias modalidades."
Conectores Temporais:
Antes, depois, enquanto, durante, em seguida.
Exemplo: "Ele chegou antes do horário marcado."
Conectores Condicional:
Se, caso, desde que, contanto que, a menos que.
Exemplo: "Vou sair mais cedo se terminar o trabalho
a tempo."
Outros Elementos de Sequenciação
Textual:
Organização Lógica: Estruturar o texto de forma
lógica e sequencial, garantindo que as informações
sejam apresentadas de maneira coerente e
compreensível.
O Prepara Estudos elaborou um exemplo de
organização lógica obedecendo a estrutura já citada
em itens acima. Segue.
Tema: Impacto das redes sociais na sociedade
contemporânea
Introdução:
As redes sociais tornaram-se uma parte integral da
vida cotidiana para milhões de pessoas em todo o
mundo. Seu impacto na sociedade contemporânea é
significativo, influenciando desde a maneira como
nos comunicamos até o modo como consumimos
informações.
Desenvolvimento:
1. Aspectos positivos das redes sociais:
As redes sociais têm facilitado a conexão entre
pessoas, independentemente da distância geográfica.
Por meio delas, é possível manter contato com
amigos e familiares, compartilhar experiências e
fortalecer laços afetivos. Além disso, as redes sociais
têm sido usadas como ferramentas poderosas para
mobilização social e conscientização sobre questões
importantes, como direitos humanos e
sustentabilidade.
2. Impacto nas relações interpessoais:
No entanto, o uso excessivo das redes sociais
também pode ter impactos negativos nas relações
interpessoais. Muitas vezes, as interações virtuais
substituem as conversas presenciais, levando à
superficialidade nas relações e à diminuição da
empatia. O fenômeno da "fobia social" também tem
sido associado ao uso exacerbado das redes sociais,
especialmente entre os jovens.
3. Disseminação de informações e desinformação:
As redes sociais têm um papel fundamental na
disseminação de informações em tempo real. No
entanto, a falta de verificação de fatos e a propagação
de notícias falsas têm sido preocupações crescentes.
Isso pode levar a consequências sérias, como a
polarização política e social e a desconfiança em
fontes de informação confiáveis.
Conclusão:
Em suma, as redes sociais têm um impacto profundo
na sociedade contemporânea, tanto positivo quanto
negativo. É importante reconhecer os benefícios que
elas trazem, ao mesmo tempo em que se promove um
uso consciente e crítico, visando minimizar os efeitos
adversos.
Dessa forma, é possível perceber uma estrutura
lógica ao articular as ideias do texto tendo, portanto,
início, meio e fim.
Progressão Temática: Gradualmente desenvolver e
expandir os temas ao longo do texto, de modo que
haja uma progressão natural de ideias.
Exemplo:
Tema: Importância da preservação ambiental
para o futuro do planeta
Introdução:
A preservação ambiental é um tema de extrema
relevância nos dias de hoje, dada a crescente
preocupação com os impactos das atividades
humanas no meio ambiente. Neste texto,
exploraremos a importância de preservar os
ecossistemas naturais para garantir um futuro
sustentável para o nosso planeta.
Desenvolvimento:
1. Conservação da biodiversidade:
A preservação ambiental é fundamental para a
conservação da biodiversidade. Os ecossistemas
naturais abrigam milhões de espécies de plantas,
animais e micro-organismos, cada um
desempenhando um papel único e crucialno
equilíbrio ecológico.
2. Manutenção dos serviços ecossistêmicos:
Os ecossistemas naturais prestam uma série de
serviços essenciais para a sobrevivência humana,
como a purificação da água, a regulação do clima, a
polinização das plantas e o controle de pragas.
3. Mitigação das mudanças climáticas:
A preservação ambiental desempenha um papel
crucial na mitigação das mudanças climáticas. Os
ecossistemas naturais, como florestas, manguezais e
solos saudáveis, atuam como sumidouros de
carbono, ajudando a remover o dióxido de carbono
da atmosfera e a estabilizar o clima global.
Conclusão:
Diante dos desafios ambientais que enfrentamos
atualmente, é imperativo que adotemos medidas
eficazes para preservar os ecossistemas naturais. A
preservação ambiental não é apenas uma questão de
responsabilidade moral, mas também uma
necessidade para garantir um futuro sustentável para
as gerações presentes e futuras. É hora de agir com
urgência e determinação para proteger e restaurar os
preciosos recursos naturais do nosso planeta.
A progressão temática ocorre ao longo do texto, com
cada parágrafo desenvolvendo uma ideia específica
relacionada à importância da preservação ambiental:
conservação da biodiversidade, manutenção dos
serviços ecossistêmicos e mitigação das mudanças
climáticas.
Paralelismo: Manter estruturas paralelas em frases
ou parágrafos para criar fluidez e harmonia no texto.
Paralelismo em textos em língua portuguesa refere-
se à estruturação de frases ou expressões de forma
que mantenham uma construção similar ou
simétrica, seja na gramática, no estilo ou no
significado.
Aqui estão alguns exemplos:
Gramatical:
Exemplo: "Ele gosta de correr, nadar e saltar."
Neste exemplo, há um paralelismo gramatical
porque todas as atividades estão expressas na mesma
forma verbal, no infinitivo.
Estilístico:
Exemplo: "A cidade era caótica, ruidosa e poluída."
Aqui, há um paralelismo estilístico, pois todas as
palavras usadas para descrever a cidade têm uma
carga negativa e seguem o mesmo padrão de
estruturação (adjetivo, adjetivo e adjetivo).
Semântico:
Exemplo: "Ela plantava sonhos, regava esperanças e
colhia sorrisos."
Neste caso, há um paralelismo semântico, onde as
ações realizadas ("plantar", "regar" e "colher") têm
um significado simbólico semelhante, representando
o ciclo de realização de objetivos ou desejos.
O paralelismo é uma técnica comum em textos
literários, discursos, poesias e até mesmo em prosa,
ajudando a criar ritmo, coesão e ênfase no texto.
Emprego/Correlação de Tempos e Modos
Verbais:
Concordância Temporal: Garantir que os tempos
verbais estejam em harmonia com o contexto
temporal do texto, evitando discrepâncias que
possam causar confusão ao leitor.
Exemplos de Concordância Temporal
Presente do Indicativo:
"Ela estuda todos os dias."
Neste exemplo, o verbo "estuda" está no presente do
indicativo, concordando com o sujeito "ela".
Pretérito Perfeito do Indicativo:
"Ontem, eu terminei o trabalho."
Aqui, o verbo "terminei" está no pretérito perfeito do
indicativo, indicando uma ação concluída no
passado.
Futuro do Presente do Indicativo:
"Amanhã, nós faremos uma viagem."
O verbo "faremos" está no futuro do presente do
indicativo, indicando uma ação que ocorrerá no
futuro em relação ao momento da fala.
Futuro do Pretérito do Indicativo:
"Se eu ganhasse na loteria, compraria uma casa
nova."
O verbo "ganhasse" está no futuro do pretérito do
indicativo, indicando uma ação hipotética que
poderia ocorrer no futuro em relação a um momento
passado.
Modos Verbais: Utilizar os modos verbais de
acordo com a intenção comunicativa, como o
indicativo para fatos reais, o subjuntivo para
possibilidades, desejos ou condições não realizadas,
e o imperativo para ordens ou pedidos.
Indicativo:
"Eu trabalho todos os dias."
"Ela estuda para o exame."
"Eles foram ao cinema ontem."
Subjuntivo:
"Espero que você venha à festa."
"É importante que ele faça sua parte."
"Tomara que o tempo melhore."
Imperativo:
"Estude para a prova."
"Não corra tão rápido!"
"Faça o seu melhor."
Condicional:
"Eu gostaria de viajar para a Europa."
"Se chovesse, iríamos ao cinema."
"Eu te ajudaria se pudesse."
Esses exemplos demonstram o uso dos quatro modos
verbais em português: indicativo, subjuntivo,
imperativo e condicional.
Coerência Temporal: Manter a coerência temporal
ao longo do texto, evitando mudanças abruptas de
tempo verbal que possam prejudicar a compreensão.
É fundamental utilizar esses elementos de forma
adequada para garantir a coesão e a clareza do texto.
Praticar a escrita e revisar o texto com atenção são
práticas importantes para aprimorar o domínio
desses mecanismos e melhorar a qualidade da
comunicação escrita.
Aqui estão alguns exemplos de coerência temporal
em frases:
Coerência no uso de tempos verbais:
"Ontem, eu acordei cedo, tomei café da manhã e fui
para o trabalho."
Neste exemplo, as ações estão descritas na ordem
cronológica correta, usando os tempos verbais
adequados para indicar o passado ("acordei",
"tomei") e a sequência das atividades.
Coerência na sequência de eventos:
"João comprou os ingredientes, preparou o bolo e
depois o assou."
Aqui, a sequência das ações está clara e lógica,
seguindo o processo de fazer um bolo na ordem
adequada.
Coerência temporal em narrativas:
"Quando ela chegou em casa, já estava escuro. Ela
acendeu as luzes, sentou-se no sofá e ligou a
televisão."
Neste exemplo, os eventos são narrados de forma
coerente com a passagem do tempo: primeiro, a
personagem chega em casa ao anoitecer, depois
realiza ações relacionadas à chegada em casa.
Coerência na expressão de duração:
"Durante o verão, os dias são mais longos e as noites
mais curtas."
Aqui, a descrição das estações do ano segue uma
lógica temporal, indicando a duração relativa dos
dias e das noites durante o verão.
Domínio da estrutura morfossintática do
período: Relações de coordenação entre
orações e entre termos da oração;
Relações de subordinação entre orações e
entre termos da oração; Emprego dos
sinais de pontuação; Concordância
verbal e nominal; Emprego do sinal
indicativo de crase; Colocação dos
pronomes átonos.
A estrutura morfossintática de um período diz
respeito à organização gramatical das palavras
dentro de uma frase ou oração. Isso envolve a análise
das relações entre os diversos elementos da frase,
como o sujeito, o predicado, os complementos
verbais e nominais, e os adjuntos adverbiais, entre
outros.
Sujeito: É o termo da oração que realiza ou sofre
a ação verbal. Pode ser simples, composto, oculto
(ou elíptico) ou indeterminado.
Exemplo: "O menino correu."
Sujeito Simples:
"O cachorro latiu a noite toda."
"A professora explicou a matéria."
Sujeito Composto:
"João e Maria foram ao parque."
"Cachorros e gatos não se dão bem."
Sujeito Oculto (ou elíptico):
"Fui ao mercado." (O sujeito é "eu", mas não está
explicitamente mencionado na frase)
"Estudamos a tarde inteira." (O sujeito é "nós")
Sujeito Indeterminado:
"Dizem que a festa foi incrível." (Não se sabe quem
disse)
"Precisa-se de funcionários." (O verbo na voz
passiva sintética indica um sujeito indeterminado)
Sujeito Inexistente (ou oração sem sujeito):
"Choveu muito ontem."
"Fazia calor na praia."
Predicado: É o termo da oração que expressa a ação
verbal e suas circunstâncias. Pode ser verbal, quando
contém um verbo significativo, ou nominal, quando
o núcleo do predicado é um nome ou um adjetivo.
Exemplo: "O menino correu rápido."
Predicado Verbal: O núcleo é um verbo
significativo.
"A menina brincou no parque."
"Eles viajaram para a praia."
Predicado Nominal: O núcleo é um nome
(substantivo ou adjetivo) e tem um verbo de
ligação.
"Ela está feliz."
"Ocarro é novo."
Predicado Verbo-Nominal: Tem dois núcleos: um
verbo significativo e um nome (substantivo ou
adjetivo) que complementa a ação.
"O aluno chegou cansado."
"A equipe voltou vitoriosa."
Complementos Verbais e Nominais:
São termos que adicionam informações necessárias
para completar o sentido de verbos ou nomes em uma
frase. Os complementos verbais podem ser objeto
direto, objeto indireto, entre outros, enquanto os
complementos nominais acrescentam significado aos
substantivos. Exemplo: "Ele comprou um presente
para a mãe." Aqui, "um presente" é o complemento
verbal (objeto direto) que completa o verbo
"comprou", e "para a mãe" é outro complemento
verbal (objeto indireto) que também complementa o
verbo. Por isso, o prepara estudos cita alguns
exemplos de complementos verbais e nominais em
frases:
Complementos Verbais
Objeto Direto:
"Ela leu um livro."
"um livro" é o objeto direto que completa o sentido
do verbo "leu".
Objeto Indireto:
"Ele entregou flores à professora."
"à professora" é o objeto indireto que completa o
sentido do verbo "entregou".
Complementos Nominais
Complemento Nominal:
"Ela tem medo de altura."
"de altura" é o complemento nominal que completa
o sentido do nome "medo".
Complemento Nominal:
"Eles estavam ansiosos por notícias."
"por notícias" é o complemento nominal que
completa o sentido do adjetivo "ansiosos".
Esses exemplos demonstram como os complementos
verbais e nominais funcionam para adicionar
informações necessárias e completar o sentido de
verbos e nomes em uma frase.
Adjuntos Adverbiais:
São termos que indicam as circunstâncias em que a
ação verbal ocorre, como tempo, modo, lugar, causa,
entre outros. Eles fornecem informações adicionais
sobre o verbo, especificando detalhes da ação.
Exemplo: "Ele estudou muito para a prova." Nesse
caso, "muito" é um adjunto adverbial que indica a
intensidade com que a ação de estudar foi realizada
A equipe Prepara Estudos separou alguns exemplos;
Adjunto Adverbial de Tempo
"Ela chegou cedo."
"Vamos viajar amanhã."
"Eles estudaram durante a noite."
"Ele sempre acorda às seis da manhã."
Adjunto Adverbial de Modo
"Ele falou calmamente."
"Ela resolveu o problema rapidamente."
"Eles trabalharam arduamente."
"Ele dirigiu cuidadosamente."
Adjunto Adverbial de Lugar
"Eles moram na cidade."
"Ele deixou o carro na garagem."
"Nós nos encontramos no parque."
"Ela está em casa."
Adjunto Adverbial de Causa
"Ela chorou por tristeza."
"Ele faltou à aula por estar doente."
"Eles comemoraram pela vitória."
"Ela gritou de dor."
Adjunto Adverbial de Intensidade
"Ele correu muito."
"Ela gostava bastante de ler."
"Ele ficou extremamente feliz."
"Ela trabalha demais."
Adjunto Adverbial de Finalidade
"Estudamos para o exame."
"Ele foi à loja para comprar pão."
"Ela treinou para a competição."
"Eles economizaram dinheiro para a viagem."
Adjunto Adverbial de Condição
"Se chover, não sairemos."
"Caso precise, ligue para mim."
"Se ele vier, avisem-me."
"Se fizer sol, iremos à praia."
Esses exemplos mostram como os adjuntos
adverbiais adicionam informações importantes
sobre a ação verbal, detalhando as circunstâncias
em que ela ocorre.
Orações Subordinadas e Coordenadas:
As orações podem ser classificadas como
subordinadas, quando dependem de outra oração
para ter sentido completo, ou coordenadas, quando
têm sentido independente.
Exemplo de oração subordinada: "Quando
chegou, ele foi direto para o escritório."
Orações Subordinadas são aquelas que dependem
de outra oração para terem sentido completo. Elas
são introduzidas por conjunções subordinativas e
desempenham uma função sintática dentro da oração
principal.
Exemplo: "Quando chegou, ele foi direto para o
escritório."
Aqui, "quando chegou" é uma oração subordinada
que depende da oração principal "ele foi direto para
o escritório" para ter sentido completo.
Orações Coordenadas são aquelas que têm sentido
independente e se conectam a outras orações por
meio de conjunções coordenativas, sem dependerem
sintaticamente uma da outra.
Exemplo: "Ele chegou e foi direto para o escritório."
Neste caso, "ele chegou" e "foi direto para o
escritório" são orações coordenadas que têm sentido
completo por si mesmas e estão conectadas pela
conjunção "e"
Orações Subordinadas Substantivas
Subjetiva: "Que ele venha logo é fundamental para
o projeto."
Explicação: Neste caso, a oração subordinada
subjetiva atua como sujeito da oração principal. Ela
introduz uma ideia que é essencial para o sentido
completo da frase.
Objetiva Direta: "Eu espero que ele compre o
livro."
Explicação: Aqui, a oração subordinada objetiva
direta funciona como objeto direto da oração
principal. Ela indica o que a pessoa espera que
aconteça.
Objetiva Indireta: "Ela pediu que você a ajude."
Explicação: Nesse exemplo, a oração subordinada
objetiva indireta é o objeto indireto da oração
principal. Ela expressa o pedido que foi feito.
Completiva Nominal: "Tenho a certeza de que ele
virá."
Explicação: Aqui, a oração subordinada completiva
nominal preenche o complemento nominal da oração
principal. Ela completa o sentido do nome "certeza".
Orações Subordinadas Adverbiais
Temporais: "Quando chegares, avisa-me."
Explicação: A oração subordinada adverbial
temporal indica o momento em que a ação da oração
principal ocorrerá.
Causais: "Como está chovendo, não podemos sair."
Explicação: Essa oração subordinada adverbial
causal introduz a causa da ação expressa na oração
principal.
Concessivas: "Embora estivesse cansado, continuou
a trabalhar."
Explicação: Aqui, a oração subordinada adverbial
concessiva expressa uma concessão, ou seja, uma
ideia contrária ao esperado pela ação da oração
principal.
Condicionais: "Se você me ajudar, conseguiremos
terminar mais rápido."
Explicação: Essa oração subordinada adverbial
condicional introduz uma condição necessária para a
realização da ação da oração principal.
Essas explicações detalham como cada tipo de
oração subordinada funciona dentro da estrutura da
frase, complementando ou modificando o sentido da
oração principal de diferentes maneiras.
Orações Coordenadas Assindéticas
Aditiva: "Ela trabalha durante o dia e estuda à
noite."
Explicação: A oração coordenada aditiva adiciona
uma informação similar à oração principal, sem
estabelecer uma relação de causa ou oposição.
Alternativa: "Você pode escolher o azul ou o
vermelho."
Explicação: A oração coordenada alternativa
apresenta opções ou alternativas, sendo que apenas
uma delas será realizada.
Orações Coordenadas Sindéticas
Explicativa: "O céu está nublado, pois vai chover."
Explicação: A oração coordenada explicativa
fornece uma explicação para a informação
apresentada na oração principal.
Conclusiva: "Ele estudou muito, portanto passou na
prova."
Explicação: A oração coordenada conclusiva indica
uma conclusão lógica em relação à ação ou situação
descrita na oração principal.
Adversativa: "Ela queria ir ao cinema, mas estava
sem dinheiro."
Explicação: A oração coordenada adversativa
introduz uma ideia oposta àquela expressa na oração
principal.
Coordenada Copulativa: "Ela canta e dança muito
bem."
Explicação: A oração coordenada copulativa une
duas ações ou características sem estabelecer relação
de oposição, causa ou consequência.
Concordância Verbal e Nominal
Refere-se à harmonia entre o verbo e seu sujeito na
concordância verbal, e entre os termos que
modificam um substantivo em gênero e número na
concordância nominal.
Concordância verbal em língua portuguesa refere-
se à harmonização entre o verbo e o sujeito em
número (singular ou plural) e pessoa (1ª, 2ª ou 3ª
pessoa). Isso significa que o verbo deve concordar
com o sujeito em pessoa e número.
Porexemplo:
Eu estou feliz. (1ª pessoa do singular)
Você está feliz. (2ª pessoa do singular)
Ele/ela está feliz. (3ª pessoa do singular)
Nós estamos felizes. (1ª pessoa do plural)
Vocês estão felizes. (2ª pessoa do plural)
Eles/elas estão felizes. (3ª pessoa do plural)
Sujeito singular com verbo no singular:
O menino correu até a escola.
A flor desabrochou na primavera.
Sujeito plural com verbo no plural:
Os alunos estudaram para a prova.
As crianças brincaram no parque.
Sujeito composto com verbo no plural:
O pai e o filho viajaram juntos.
A maçã e a banana foram compradas na feira.
Inversão com sujeito singular e verbo no singular:
No jardim, estava uma borboleta azul.
À frente da casa, ficava um grande carvalho.
Inversão com sujeito plural e verbo no plural:
Nas montanhas, estavam várias cabanas de madeira.
Na praia, ficavam muitas pessoas tomando sol.
Concordância em orações subordinadas:
Ele disse que viria nos visitar.
A professora pediu que entregássemos os trabalhos
na próxima semana.
"Os alunos estão estudando."
Neste caso, o verbo "estão" concorda em número e
pessoa com o sujeito "os alunos".
Exemplo de Concordância Nominal: "As meninas
bonitas foram embora."
Aqui, o adjetivo "bonitas" concorda em gênero e
número com o substantivo "meninas".
Esses exemplos ilustram como a concordância verbal
e nominal garante a harmonia gramatical entre os
elementos da frase em relação ao número, pessoa,
gênero e tempo verbal.
A concordância nominal em língua portuguesa
refere-se à correspondência entre o adjetivo, artigo,
pronome ou numeral e o substantivo a que se
referem, em gênero (masculino ou feminino),
número (singular ou plural) e grau (normal,
comparativo ou superlativo).
o Prepara Estudos preparou uma explicação mais
detalhada sobre cada aspecto da concordância
nominal:
Gênero: Os adjetivos, artigos, pronomes e numerais
concordam em gênero com o substantivo ao qual se
referem.
Exemplos:
O carro vermelho (substantivo masculino, adjetivo
masculino)
A casa amarela (substantivo feminino, adjetivo
feminino)
Número: Os adjetivos, artigos, pronomes e numerais
concordam em número com o substantivo ao qual se
referem.
Exemplos:
O menino feliz (singular)
Os meninos felizes (plural)
Grau: Os adjetivos concordam em grau (normal,
comparativo ou superlativo) com o substantivo ao
qual se referem.
Exemplos:
Ela é bonita (grau normal)
Ele é mais bonito que o irmão (grau comparativo)
Esta é a mais bonita de todas (grau superlativo)
Além disso, na concordância nominal, há casos
específicos a serem observados:
Substantivos de mesmo gênero: Quando há dois ou
mais substantivos do mesmo gênero na mesma frase,
o adjetivo, artigo, pronome ou numeral deve
concordar com o mais próximo.
Exemplo: O cachorro e o gato brincalhão
(brincalhões) estão no jardim.
Substantivos de gêneros diferentes: Quando há
substantivos de gêneros diferentes na mesma frase, o
adjetivo, artigo, pronome ou numeral deve concordar
no plural e no masculino.
Exemplo: O pai e a mãe orgulhosos estão na plateia.
Adjetivos pospostos: Adjetivos pospostos (que vêm
após o substantivo) concordam em gênero e número
com o substantivo.
Exemplo: Mulheres trabalhadoras e homens
dedicados merecem reconhecimento.
A concordância nominal é fundamental para a
correção gramatical e a clareza das frases em
português.
Relações de Coordenação entre Orações:
As relações de coordenação entre orações ocorrem
quando duas ou mais orações independentes são
combinadas em uma frase para expressar uma ideia
mais complexa. Essas orações são igualmente
importantes e independentes uma da outra.
Aqui estão alguns exemplos com explicações:
Eu gosto de estudar, mas ela prefere sair com os
amigos.
Explicação: Neste exemplo, as orações "Eu gosto de
estudar" e "ela prefere sair com os amigos" são
independentes uma da outra, e estão conectadas pela
conjunção coordenativa "mas". Ambas as orações
podem existir independentemente e expressar uma
ideia completa, mas estão sendo combinadas para
contrastar duas ações ou preferências diferentes.
O sol brilha forte, e o céu está claro.
Explicação: Aqui, as orações "O sol brilha forte" e
"o céu está claro" estão ligadas pela conjunção
coordenativa "e". Ambas as orações são
independentes e expressam informações
relacionadas sobre as condições climáticas. A
conjunção "e" é usada para unir essas informações de
maneira coordenada, indicando uma relação de
adição ou continuidade.
Ela foi ao mercado, mas esqueceu a lista de
compras.
Explicação: Neste caso, temos duas orações
independentes: "Ela foi ao mercado" e "esqueceu a
lista de compras". A conjunção coordenativa "mas"
é usada para expressar uma relação de contraste entre
essas duas ações. Enquanto a primeira oração indica
uma ação realizada, a segunda oração indica uma
falha ou consequência dessa ação.
Ele estuda muito, logo obtém boas notas.
Explicação: Aqui, as orações "Ele estuda muito" e
"obtém boas notas" estão ligadas pela conjunção
coordenativa "logo". A conjunção "logo" indica uma
relação de consequência entre as duas ações. A
primeira oração expressa uma ação (estudar muito),
e a segunda oração indica o resultado ou
consequência dessa ação (obter boas notas).
Diante desses exemplos, indagamos que as
principais conjunções coordenativas são:
Conjunções coordenativas aditivas: são aquelas
que são utilizadas para adicionar informações ou
ideias sem indicar contraste ou oposição. Elas são
usadas para unir elementos semelhantes,
acrescentando informações ou ampliando o
significado da frase. Perceba algumas conjunções
coordenativas aditivas comuns a seguir:
E: Esta é a conjunção coordenativa aditiva mais
básica. Ela simplesmente adiciona uma ideia ou
elemento à outra sem indicar contraste. Por exemplo:
"Ele gosta de nadar e correr."
Também: Esta conjunção também é utilizada para
adicionar uma ideia semelhante à anterior. Por
exemplo: "Eu gosto de pizza, também gosto de
massa."
Além disso: Essa conjunção é utilizada para
adicionar uma ideia extra à anterior, enfatizando que
algo está sendo acrescentado. Por exemplo: "Ele é
inteligente, além disso, é muito trabalhador."
Ademais: Essa é outra conjunção que pode ser usada
para adicionar informações ou argumentos. Por
exemplo: "Ela é talentosa, ademais, é muito
dedicada."
Essas conjunções coordenativas aditivas ajudam a
criar frases mais complexas, adicionando
informações sem indicar oposição ou contraste entre
as ideias.
As conjunções coordenativas adversativas são
aquelas que estabelecem uma relação de contraste,
oposição ou concessão entre duas ideias ou partes de
uma frase. Elas indicam uma discordância ou uma
condição contrária em relação ao que foi
mencionado anteriormente. Aqui estão algumas
conjunções coordenativas adversativas comuns:
Mas: É uma das conjunções adversativas mais
utilizadas. Ela indica uma oposição direta entre duas
ideias. Por exemplo: "Ele queria ir ao cinema, mas
estava chovendo."
Porém: Essa conjunção também indica contraste ou
oposição entre duas partes da frase. Por exemplo:
"Ela estava cansada, porém decidiu continuar
trabalhando."
Contudo: Similar a "porém", essa conjunção
também expressa uma oposição ou contraste. Por
exemplo: "Ele estudou muito, contudo não
conseguiu passar na prova."
Entretanto: Essa conjunção também é utilizada para
introduzir uma ideia contrária à anterior. Por
exemplo: "Ela queria comprar o vestido, entretanto
estava muito caro."
No entanto: É outra conjunção adversativa que
indica uma oposição ou contraste. Por exemplo: "Ele
se esforçou bastante, no entanto não obteve sucesso."
Essas conjunções coordenativas adversativas ajudam
a contrastar ideias ou eventos, enfatizando
diferenças, oposições ou concessões entre eles.As conjunções coordenativas alternativas são
aquelas que apresentam opções ou escolhas entre
duas ou mais possibilidades. Elas indicam uma
relação de exclusão mútua entre as partes da frase,
onde apenas uma das opções pode ser escolhida ou
realizada.
Aqui estão algumas conjunções coordenativas
alternativas comuns:
Ou: É a conjunção coordenativa alternativa mais
básica e amplamente utilizada. Ela apresenta duas ou
mais opções mutuamente exclusivas. Por exemplo:
"Vamos assistir a um filme ou sair para jantar."
Ou... ou: Essa expressão reforça as opções
apresentadas, indicando que apenas uma delas pode
ser escolhida. Por exemplo: "Você pode optar ou
estudar para o exame ou relaxar em casa."
Seja... seja: Essa construção é semelhante a "ou...
ou" e também apresenta opções exclusivas. Por
exemplo: "Seja você mesmo seja alguém diferente,
mas não tente ser ambos ao mesmo tempo."
Quer... quer: Essa expressão enfatiza as opções
disponíveis, indicando que ambas são igualmente
aceitáveis. Por exemplo: "Quer sair para jantar quer
cozinhar em casa, estou aberto a qualquer opção."
Essas conjunções coordenativas alternativas são
úteis para expressar escolhas ou opções em uma
frase, permitindo ao falante ou escritor apresentar
diferentes possibilidades de forma clara e concisa.
As conjunções coordenativas conclusivas são
aquelas que introduzem uma ideia que conclui,
resume ou resulta das informações apresentadas
anteriormente. Elas indicam uma relação de
consequência ou dedução em relação ao que foi
mencionado anteriormente na frase. Aqui estão
algumas conjunções coordenativas conclusivas
comuns:
Logo: Essa conjunção é frequentemente usada para
expressar uma conclusão lógica ou inevitável a partir
do que foi mencionado anteriormente. Por exemplo:
"Ele estudou muito para a prova, logo conseguiu uma
boa nota."
Portanto: Essa conjunção também é usada para
indicar uma conclusão ou resultado decorrente do
que foi dito anteriormente. Por exemplo: "Ela não
estava se sentindo bem, portanto decidiu ficar em
casa."
Assim: Essa conjunção é utilizada para introduzir
uma conclusão lógica ou uma consequência direta de
uma ação ou situação anterior. Por exemplo: "Ela se
exercita regularmente, assim mantém uma boa
saúde."
Por isso: Essa conjunção indica uma relação de
causa e efeito entre duas partes da frase, onde a
segunda parte é uma consequência lógica da
primeira. Por exemplo: "Ele perdeu o ônibus, por
isso chegou atrasado ao trabalho."
Essas conjunções coordenativas conclusivas são
úteis para conectar ideias e expressar relações de
causa e efeito de maneira clara e concisa.
As conjunções coordenativas explicativas são
aquelas que introduzem uma explicação,
esclarecimento ou justificativa para o que foi
mencionado anteriormente na frase. Elas ajudam a
ampliar ou detalhar uma ideia, fornecendo mais
informações sobre ela. Aqui estão algumas
conjunções coordenativas explicativas comuns:
Pois: Essa conjunção é frequentemente usada para
fornecer uma explicação ou justificativa para uma
ação ou situação mencionada anteriormente. Por
exemplo: "Ela não foi ao trabalho, pois estava
doente."
Porque: Similar a "pois", essa conjunção também
introduz uma explicação para algo que foi
mencionado anteriormente na frase. Por exemplo:
"Ela não comeu carne, porque é vegetariana."
Que: Essa conjunção também pode ser utilizada para
introduzir uma explicação ou esclarecimento para
uma ideia anteriormente mencionada. Por exemplo:
"Ele chegou atrasado, que perdeu o ônibus."
Pois que: Essa expressão é uma combinação das
conjunções "pois" e "que" e é usada para fornecer
uma explicação ou justificativa mais detalhada. Por
exemplo: "Ele não pôde comparecer à reunião, pois
que seu carro quebrou."
Essas conjunções coordenativas explicativas são
úteis para tornar o discurso mais claro e
compreensível, fornecendo explicações ou
justificativas para as ideias apresentadas
anteriormente.
Relações de Coordenação entre Termos da
Oração: Dentro de uma mesma oração, os termos
podem estar coordenados entre si, desempenhando
funções sintáticas equivalentes. Alguns exemplos
incluem:
- Coordenação de Substantivos: Dois ou mais
substantivos coordenados podem ocupar a mesma
função na frase.
Exemplos:
Gatos e cães são animais de estimação populares.
Neste exemplo, os substantivos "gatos" e "cães" são
coordenados pela conjunção "e" para indicar que
ambos são exemplos de animais de estimação
populares.
O café, o chá e o suco são bebidas que gosto de
tomar no café da manhã.
Aqui, os substantivos "café", "chá" e "suco" são
coordenados pela conjunção "e" para expressar uma
lista de bebidas que a pessoa gosta de tomar no café
da manhã.
O professor de matemática e o diretor da escola
estão participando da reunião.
Neste caso, os substantivos "professor de
matemática" e "diretor da escola" são coordenados
pela conjunção "e" para indicar que ambos estão
participando da mesma reunião.
O sol, a lua e as estrelas iluminam o céu durante
a noite.
Aqui, os substantivos "sol", "lua" e "estrelas" são
coordenados pela conjunção "e" para descrever os
objetos celestes que iluminam o céu durante a noite.
Esses são exemplos simples de coordenação de
substantivos, onde dois ou mais substantivos são
combinados em uma frase usando uma conjunção
coordenativa para expressar uma ideia mais ampla.
- Na coordenação de verbos, dois ou mais verbos
são combinados em uma frase usando uma
conjunção coordenativa para expressar ações ou
eventos relacionados.
Exemplos:
Ele dançou e cantou no palco.
Neste exemplo, os verbos "dançou" e "cantou" são
coordenados pela conjunção "e" para indicar que ele
realizou duas ações no palco.
Ela correu e pulou sobre o obstáculo.
Aqui, os verbos "correu" e "pulou" são coordenados
pela conjunção "e" para descrever duas ações
consecutivas que ela realizou.
Eles estudaram para a prova e revisaram as
anotações juntos.
Neste caso, os verbos "estudaram" e "revisaram" são
coordenados pela conjunção "e" para indicar que eles
realizaram duas atividades relacionadas em
conjunto.
O cachorro latiu e rosnou quando o estranho se
aproximou.
Aqui, os verbos "latiu" e "rosnou" são coordenados
pela conjunção "e" para descrever as ações
sucessivas do cachorro em resposta à aproximação
do estranho.
Na coordenação de adjuntos adverbiais, dois ou
mais elementos que modificam o verbo são
combinados em uma frase para fornecer informações
adicionais sobre a ação ou evento.
Exemplos:
Ele trabalha diligentemente e eficientemente.
Neste exemplo, "diligentemente" e "eficientemente"
são adjuntos adverbiais coordenados pela conjunção
"e", indicando que ele trabalha de maneira diligente
e eficiente.
Ela correu rapidamente e silenciosamente.
Aqui, "rapidamente" e "silenciosamente" são
adjuntos adverbiais coordenados pela conjunção "e",
descrevendo como ela correu, ou seja, de maneira
rápida e silenciosa.
Eles estudaram tarde e rapidamente para o
exame.
Neste caso, "tarde" e "rapidamente" são adjuntos
adverbiais coordenados pela conjunção "e",
indicando quando e como eles estudaram para o
exame.
O carro freou bruscamente e abruptamente.
Aqui, "bruscamente" e "abruptamente" são adjuntos
adverbiais coordenados pela conjunção "e",
descrevendo como o carro freou, ou seja, de maneira
repentina e abrupta.
Esses são exemplos de coordenação de adjuntos
adverbiais, onde dois ou mais elementos são
combinados para fornecer informações adicionais
sobre a ação ou evento expresso pelo verbo na frase.
Na coordenação de adjuntos adnominais, dois ou
mais termos que modificam um substantivo são
combinados em uma frase para fornecer informações
adicionais sobre o substantivo.
Exemplos:
Um cachorro grande e peludo estava correndo
pelo parque.
Nesteexemplo, "grande" e "peludo" são adjuntos
adnominais coordenados pela conjunção "e", ambos
modificando o substantivo "cachorro" para descrever
suas características.
Ela comprou uma mesa bonita e resistente para a
sala de jantar.
Aqui, "bonita" e "resistente" são adjuntos
adnominais coordenados pela conjunção "e", ambos
modificando o substantivo "mesa" para descrever
suas qualidades.
Ele usava um terno elegante e bem cortado na
festa.
Neste caso, "elegante" e "bem cortado" são adjuntos
adnominais coordenados pela conjunção "e", ambos
modificando o substantivo "terno" para descrever
suas características.
Comprei livros interessantes e educativos para
meus filhos.
Aqui, "interessantes" e "educativos" são adjuntos
adnominais coordenados pela conjunção "e", ambos
modificando o substantivo "livros" para descrever
seu conteúdo.
Esses são exemplos de coordenação de adjuntos
adnominais, onde dois ou mais termos modificam
um substantivo e são combinados em uma frase
usando uma conjunção coordenativa para fornecer
informações adicionais sobre o substantivo.
Uso dos Sinais de Pontuação:
Na coordenação entre orações e termos da oração, o
uso adequado dos sinais de pontuação é fundamental
para indicar as relações entre os elementos
coordenados. A vírgula é o sinal mais utilizado para
separar os elementos coordenados, enquanto o ponto
e vírgula pode ser usado para separar orações
coordenadas sem conjunção.
Conclusão desse assunto:
As relações de coordenação entre orações e entre
termos da oração desempenham um papel essencial
na estruturação e na clareza das frases em língua
portuguesa. O conhecimento atualizado sobre
conjunções coordenativas, uso de sinais de
pontuação e coordenação entre diferentes elementos
sintáticos é fundamental para uma comunicação
escrita eficaz.
Relações de Subordinação entre Orações:
Na língua portuguesa, as orações subordinadas são
aquelas que dependem de outra oração principal para
ter sentido completo. Elas desempenham diferentes
funções em relação à oração principal e são
introduzidas por conjunções subordinativas.
Algumas das principais conjunções subordinativas
são:
Causais: introduzem uma ideia de causa, explicando
por que algo acontece.
Exemplos:
Como estava chovendo muito, decidimos ficar em
casa.
Neste exemplo, "Como estava chovendo muito" é
uma oração subordinada causal que introduz a causa
da decisão de ficar em casa.
Ele não foi à festa porque estava doente.
Aqui, "porque estava doente" é uma oração
subordinada causal que explica por que ele não foi à
festa.
Como o trânsito estava congestionado, chegamos
atrasados ao trabalho.
Neste caso, "Como o trânsito estava congestionado"
é uma oração subordinada causal que indica a causa
do atraso para o trabalho.
Ela não estudou para o exame, por isso tirou uma
nota baixa.
Aqui, "por isso tirou uma nota baixa" é uma oração
subordinada causal que explica por que ela tirou uma
nota baixa no exame, ou seja, porque não estudou.
Esses são exemplos de relações de subordinação
entre orações causais, onde uma oração dependente
introduz a causa de uma ação ou evento expresso na
oração principal.
Concessivas: indicam uma concessão ou
adversidade em relação à oração principal,
expressando uma ideia contrária ou adversativa.
Exemplos:
Apesar de estar chovendo, fomos à praia.
Neste exemplo, "Apesar de estar chovendo" é uma
oração concessiva que introduz uma adversidade
(chuva), mas ainda assim a ação de ir à praia é
realizada.
Mesmo que tenha estudado muito, não passou no
exame.
Aqui, "Mesmo que tenha estudado muito" é uma
oração concessiva que introduz uma concessão em
relação ao resultado esperado (não passou no
exame), apesar do esforço para estudar.
Embora estivesse cansado, continuou
trabalhando.
Neste caso, "Embora estivesse cansado" é uma
oração concessiva que indica uma concessão em
relação ao estado de cansaço, mas ainda assim a
pessoa continua trabalhando.
Por mais que se esforce, nunca será perfeito.
Aqui, "Por mais que se esforce" é uma oração
concessiva que introduz uma concessão em relação
ao esforço feito, mas indica que alcançar a perfeição
é algo impossível.
Condicionais expressam uma condição que deve ser
cumprida para que a ação da oração principal ocorra.
Aqui estão alguns exemplos:
Se você estudar bastante, passará no exame.
Neste exemplo, "Se você estudar bastante" é uma
oração condicional que expressa a condição para
passar no exame. A ação de passar no exame está
condicionada ao estudo prévio.
Caso chova amanhã, não iremos ao parque.
Aqui, "Caso chova amanhã" é uma oração
condicional que introduz a condição (chuva) para
não ir ao parque. A ação de não ir ao parque está
condicionada à ocorrência de chuva.
Se ele chegar a tempo, ainda poderemos assistir
ao filme.
Neste caso, "Se ele chegar a tempo" é uma oração
condicional que estabelece a condição (chegar a
tempo) para ainda poder assistir ao filme.
Se ganharmos o jogo, comemoraremos juntos.
Aqui, "Se ganharmos o jogo" é uma oração
condicional que indica a condição (ganhar o jogo)
para comemorar juntos.
Esses são exemplos de orações condicionais, onde a
realização da ação da oração principal depende do
cumprimento da condição expressa na oração
subordinada condicional.
Conformativas: expressam uma conformidade em
relação à oração principal, indicando que uma ação
está de acordo com outra ou que algo é esperado em
consonância com a ação principal.
Exemplos:
Conforme prometido, estou aqui para ajudar.
Neste exemplo, "Conforme prometido" é uma oração
conformativa que indica que a presença para ajudar
está de acordo com o que foi prometido
anteriormente.
Segundo as regras, devemos seguir em frente.
Aqui, "Segundo as regras" é uma oração
conformativa que estabelece que seguir em frente
está de acordo com as regras estabelecidas.
De acordo com o combinado, farei a entrega
amanhã cedo.
Neste caso, "De acordo com o combinado" é uma
oração conformativa que indica que a ação de fazer
a entrega amanhã cedo está em conformidade com o
que foi previamente acordado.
Seguindo as instruções, completamos o projeto no
prazo.
Aqui, "Seguindo as instruções" é uma oração
conformativa que sugere que a conclusão do projeto
dentro do prazo está em conformidade com as
instruções recebidas.
Finais: expressam uma finalidade ou objetivo da
ação da oração principal, indicando o propósito para
o qual algo é feito.
Exemplos:
Estudamos bastante para que possamos passar no
exame.
Neste exemplo, "para que possamos passar no
exame" é uma oração final que expressa o propósito
ou finalidade do estudo: passar no exame.
Ela comprou um presente para que ele se sentisse
melhor.
Aqui, "para que ele se sentisse melhor" é uma oração
final que indica o objetivo da compra do presente:
fazer com que ele se sinta melhor.
Vou ao supermercado para que possamos fazer o
jantar.
Neste caso, "para que possamos fazer o jantar" é uma
oração final que expressa o propósito de ir ao
supermercado: fazer o jantar.
Ele trabalha duro para que possa viajar pelo
mundo.
Aqui, "para que possa viajar pelo mundo" é uma
oração final que indica o objetivo ou finalidade do
trabalho árduo: poder viajar pelo mundo.
Temporais: indicam uma circunstância de tempo em
relação à ação da oração principal, especificando
quando algo aconteceu, acontece ou acontecerá.
Exemplos:
Enquanto eu estava estudando, ela estava
assistindo TV.
Neste exemplo, "Enquanto eu estava estudando" é
uma oração temporal que indica o período de tempo
durante o qual uma ação ocorreu, em relação à ação
de assistir TV.
Quando chegarmos ao aeroporto, ligaremos para
você.
Aqui, "Quando chegarmos ao aeroporto" é uma
oração temporal que indica o momento em que uma
ação futura será realizada,ou seja, quando chegarem
ao aeroporto, ligarão para você.
Assim que o sol se pôr, começaremos a acender as
velas.
Neste caso, "Assim que o sol se pôr" é uma oração
temporal que indica o momento imediatamente
posterior ao qual uma ação futura será realizada, ou
seja, quando o sol se puser, começarão a acender as
velas.
Depois que terminar o jantar, iremos ao cinema.
Aqui, "Depois que terminar o jantar" é uma oração
temporal que indica o momento posterior ao qual
uma ação futura será realizada, ou seja, após o
término do jantar, irão ao cinema.
Adjetivos subordinados
Adjetivos subordinados são aqueles que estão
subordinados a outros adjetivos, modificando ou
especificando-os. Eles fornecem informações
adicionais sobre o adjetivo principal, ampliando seu
significado ou limitando sua aplicação.
Exemplos:
Uma blusa de seda azul-marinho.
Neste exemplo, "azul-marinho" é um adjetivo
subordinado que especifica o tipo de azul da blusa de
seda. Ele modifica e amplia o adjetivo "azul",
fornecendo uma descrição mais precisa da cor da
blusa.
Um carro esportivo vermelho-fogo.
Aqui, "vermelho-fogo" é um adjetivo subordinado
que modifica e especifica o tipo de vermelho do carro
esportivo. Ele fornece uma descrição mais detalhada
da cor, indicando um vermelho intenso, semelhante
ao fogo.
Um vestido de noiva branco-pérola.
Neste caso, "branco-pérola" é um adjetivo
subordinado que especifica o tipo de branco do
vestido de noiva. Ele modifica o adjetivo "branco",
indicando um branco com tonalidades suaves,
semelhante à cor da pérola.
Uma casa de campo rústica-chique.
Aqui, "rústica-chique" é um adjetivo subordinado
que modifica e especifica o estilo da casa de campo.
Ele combina características rústicas com elementos
elegantes ou sofisticados, fornecendo uma descrição
mais detalhada do estilo da casa.
Adverbialização
A adverbialização ocorre quando um termo é
subordinado a um advérbio, expressando uma
circunstância adverbial mais específica. Isso
significa que um termo que originalmente poderia
ser classificado como um substantivo, adjetivo ou até
mesmo uma oração, é modificado para funcionar
como um advérbio, especificando mais
detalhadamente a circunstância de uma ação, evento
ou qualidade.
Aqui estão alguns exemplos para ilustrar esse
conceito:
Ele falou com a voz de um trovão.
No exemplo acima, "de um trovão" adverbializa o
advérbio "com". Originalmente, "com a voz de um
trovão" poderia ser considerado uma locução
adverbial, mas "de um trovão" é subordinado ao
advérbio "com", especificando mais detalhadamente
como ele falou.
Ela olhou para ele com um sorriso encantador.
Aqui, "com um sorriso encantador" adverbializa o
advérbio "com", fornecendo mais detalhes sobre a
circunstância em que ela olhou para ele.
Eles caminharam lentamente, como se estivessem
em câmera lenta.
Neste exemplo, "como se estivessem em câmera
lenta" adverbializa o advérbio "lentamente",
especificando mais detalhadamente como eles
caminharam.
Ele resolveu o problema com uma rapidez
incrível.
Aqui, "com uma rapidez incrível" adverbializa o
advérbio "com", descrevendo mais detalhadamente
como ele resolveu o problema.
Em cada um desses exemplos, um termo que
originalmente não era um advérbio foi subordinado
a um advérbio para expressar uma circunstância
adverbial mais específica. Isso adiciona detalhes e
nuances à descrição da ação, evento ou qualidade
expressa na frase.
Pontuação na Língua Portuguesa:
Ponto Final (.): O ponto final é um dos sinais de
pontuação mais comuns e fundamentais na língua
escrita. Ele é utilizado para indicar o fim de uma
frase declarativa ou imperativa.
Aqui o Prepara Estudos explicita uma explicação
mais detalhada:
Fim de uma frase declarativa: O ponto final é
frequentemente utilizado para marcar o final de uma
frase que expressa uma afirmação, uma descrição ou
uma declaração de fato. Por exemplo: "O céu está
azul."
Fim de uma frase imperativa: Também é utilizado
no final de frases que expressam uma ordem, um
pedido, um conselho ou uma instrução direta. Por
exemplo: "Feche a porta."
Símbolo gráfico: O ponto final é representado por
um pequeno ponto (.) posicionado no final da frase.
Ele pode ser colocado no final de uma sentença ou
de uma abreviação.
Impacto na entonação: Na escrita, o ponto final
indica que uma ideia foi concluída e que a entonação
adequada seria uma queda ou pausa na voz.
Formalidade: Em textos formais, como documentos
oficiais, ensaios acadêmicos e correspondências
profissionais, o ponto final é amplamente utilizado
para garantir clareza e precisão na comunicação
escrita.
Uso na pontuação: O ponto final é essencial na
pontuação, ajudando a separar e organizar frases e
parágrafos de forma coerente e compreensível.
Diferenciação de sentenças: O ponto final é crucial
para distinguir entre diferentes sentenças ou ideias
em um texto, permitindo que o leitor identifique
onde uma ideia termina e outra começa.
Em resumo, o ponto final é um elemento essencial da
escrita que indica o fim de uma frase declarativa ou
imperativa. Ele desempenha um papel fundamental
na organização e na clareza do texto escrito,
permitindo uma comunicação eficaz e
compreensível.
Vírgula (,): A vírgula (,) é um dos sinais de
pontuação mais versáteis e frequentemente
utilizados na língua escrita. Ela desempenha várias
funções diferentes, incluindo separar elementos
dentro de uma mesma oração, marcar intercalações
ou orações adjuntas, indicar uma pausa na leitura e
muito mais.
Aqui está uma explicação detalhada sobre seus usos:
Separar elementos em uma mesma oração: A
vírgula é usada para separar itens em uma lista de
elementos semelhantes. Por exemplo: "João, Maria e
Pedro foram ao parque." Neste caso, a vírgula separa
os nomes das pessoas que foram ao parque.
Marcar intercalações ou orações adjuntas: A
vírgula é utilizada para isolar expressões ou orações
que são intercaladas dentro de uma frase. Por
exemplo: "O livro, que ele comprou ontem, é muito
interessante." Neste exemplo, a vírgula isola a oração
adjunta "que ele comprou ontem".
Separar elementos coordenados: A vírgula é
utilizada para separar elementos coordenados em
uma frase. Por exemplo: "Ele correu rápido, mas se
cansou no final." Neste caso, a vírgula separa as duas
partes coordenadas da frase.
Separar vocativos: A vírgula é usada para separar o
vocativo do restante da frase. Por exemplo: "Ana,
venha aqui, por favor." Neste exemplo, "Ana" é o
vocativo, separado do restante da frase por vírgulas.
Marcar a inversão da ordem gramatical: A
vírgula é utilizada quando há inversão da ordem
gramatical padrão. Por exemplo: "No centro da
cidade, encontramos um belo jardim." Neste caso, a
vírgula é usada para indicar a inversão da ordem das
palavras.
Indicar uma pausa na leitura: A vírgula é usada
para indicar uma pausa na leitura, ajudando a tornar
o texto mais fluente e fácil de compreender.
Evitar ambiguidade: A vírgula também é usada
para evitar ambiguidade em uma frase, ajudando a
tornar a estrutura e o significado da frase mais claros.
No entanto, é importante notar que o uso da vírgula
pode variar de acordo com as convenções de estilo e
preferências do autor. Em alguns casos, seu uso pode
ser mais flexível, enquanto em outros, pode ser mais
prescrito. É sempre importante revisar e editar o
texto para garantir que o uso da vírgula seja
consistente e apropriado.
Ponto e Vírgula (;): O ponto e vírgula (;) é um sinal
de pontuação que possui diversos usos na língua
escrita. Aqui estão as principais funções do ponto e
vírgula:
Separar orações coordenadas que não têm
conectivo: O ponto e vírgula é utilizado para separar
orações independentes que não são conectadas por
conjunções. Isso é especialmente útil quandoas
orações estão relacionadas ou têm uma forte conexão
semântica. Por exemplo: "Ela estudou bastante; ele,
no entanto, preferiu descansar."
Em listas: O ponto e vírgula é utilizado para separar
itens em uma lista quando esses itens já contêm
vírgulas. Isso ajuda a evitar confusão e torna a lista
mais clara. Por exemplo: "Os países participantes
foram: Brasil, Argentina e Chile; Estados Unidos,
Canadá e México; e China, Japão e Coreia do Sul."
Separar orações com muita pontuação interna:
Quando uma oração contém muita pontuação
interna, como vírgulas ou travessões, o ponto e
vírgula pode ser usado para separar diferentes partes
da oração. Isso ajuda a tornar a estrutura da frase
mais clara. Por exemplo: "Ela gostava de muitas
coisas — livros, filmes, música —; no entanto,
detestava esportes."
Além desses usos principais, o ponto e vírgula
também pode ser utilizado para separar frases curtas
que estão relacionadas, mas não são conectadas por
conjunções, para indicar uma pausa mais forte do que
a vírgula, ou para separar orações independentes em
uma estrutura de lista complexa.
É importante usar o ponto e vírgula com moderação
e de acordo com as convenções de escrita. O seu uso
excessivo pode tornar o texto confuso e dificultar a
compreensão.
Dois-pontos
Os dois-pontos (:) são um sinal de pontuação que
desempenham várias funções na língua escrita.
Aqui está uma explicação detalhada sobre seus usos:
Antes de uma enumeração: Os dois-pontos são
utilizados para introduzir uma lista de itens,
exemplos ou elementos. Eles indicam que o que
segue é uma explicação ou especificação dos termos
ou conceitos anteriores. Por exemplo: "Precisamos
comprar alguns ingredientes para a receita: ovos,
farinha, leite e açúcar."
Antes de uma citação: Os dois-pontos são usados
para introduzir uma citação direta ou uma fala de
uma pessoa em um texto. Por exemplo: "O professor
disse: 'É importante estudar para a prova com
antecedência'."
Antes de uma explicação: Os dois-pontos podem
ser usados para introduzir uma explicação,
esclarecimento ou detalhamento do que foi
mencionado anteriormente na frase. Por exemplo:
"Havia uma coisa que ele gostava mais do que
qualquer outra: viajar pelo mundo."
Em textos formais ou acadêmicos: Os dois-pontos
são frequentemente utilizados em textos formais ou
acadêmicos para introduzir definições, exemplos,
citações, conclusões ou resumos.
Em legendas ou rótulos: Os dois-pontos são
comumente usados em legendas de fotos, gráficos ou
tabelas para separar o título ou a descrição do
conteúdo visual.
Antes de uma pergunta direta ou uma resposta:
Em diálogos ou em textos que reproduzem
conversas, os dois-pontos podem ser utilizados para
introduzir uma pergunta direta ou uma resposta. Por
exemplo: "Ela perguntou: 'Você está pronto para
sair?'"
É importante usar os dois-pontos com precisão e de
acordo com as convenções de escrita. Eles ajudam a
organizar e estruturar o texto, tornando-o mais claro
e compreensível para o leitor.
Interrogação
O ponto de interrogação (?) é um sinal de
pontuação utilizado no final de uma frase
interrogativa direta, ou seja, quando se faz uma
pergunta.
Aqui está uma explicação detalhada sobre o seu uso:
Frase interrogativa direta: O ponto de interrogação
é colocado no final de uma frase que faz uma
pergunta direta. Por exemplo: "Você está bem?"
Indicação de uma pergunta: O ponto de
interrogação é essencial para indicar que uma frase é
uma pergunta, diferenciando-a de uma afirmação ou
ordem.
Entonação: Na leitura em voz alta, o ponto de
interrogação indica ao leitor que a frase deve ser
pronunciada com entonação ascendente, sugerindo
uma pergunta.
Variações na entonação: Dependendo do contexto
e do tom de voz, uma pergunta pode ter diferentes
entonações, como uma entonação neutra, surpresa,
dúvida, entre outras. O ponto de interrogação ajuda a
indicar que uma frase requer uma resposta ou
reflexão.
Uso em textos escritos: O ponto de interrogação é
comumente utilizado em textos escritos, como em
diálogos, questionários, formulários, quizzes, entre
outros, para indicar perguntas diretas.
Indicação de incerteza ou desconhecimento: Em
alguns casos, o ponto de interrogação pode ser
utilizado para indicar incerteza, dúvida ou falta de
conhecimento sobre um assunto. Por exemplo: "Qual
é a capital da Austrália?"
Uso em redes sociais e mensagens: O ponto de
interrogação é amplamente utilizado em mensagens
de texto, e-mails e redes sociais para fazer perguntas
diretas, solicitar informações ou iniciar uma
discussão.
É importante usar o ponto de interrogação
corretamente para garantir a clareza da comunicação
escrita e indicar de forma precisa que uma frase é
uma pergunta direta que requer uma resposta.
Exclamação
O ponto de exclamação (!) é um sinal de pontuação
utilizado para indicar uma frase exclamativa,
expressando emoção, ênfase, surpresa, admiração,
entre outros sentimentos intensos.
Aqui está uma explicação detalhada sobre o seu uso:
Frase exclamativa: O ponto de exclamação é
colocado no final de uma frase que expressa uma
emoção intensa, um sentimento forte ou uma reação
dramática. Por exemplo: "Que dia maravilhoso!"
Expressão de emoção: O ponto de exclamação é
utilizado para transmitir uma ampla gama de
emoções, incluindo alegria, surpresa, raiva,
admiração, entusiasmo, incredulidade, entre outras.
Ênfase: O ponto de exclamação é frequentemente
usado para enfatizar uma ideia ou uma palavra na
frase, dando destaque ao que está sendo dito. Por
exemplo: "Eu te amo!"
Entonação: Na leitura em voz alta, o ponto de
exclamação indica ao leitor que a frase deve ser
pronunciada com entonação elevada, refletindo a
emoção ou ênfase contida na frase.
Uso em textos escritos: O ponto de exclamação é
comumente utilizado em textos escritos, como em
narrativas, diálogos, poesias, títulos, legendas,
mensagens de texto, e-mails e redes sociais, para
transmitir emoção ou ênfase.
Indicação de urgência: Em alguns contextos, o
ponto de exclamação pode ser usado para transmitir
urgência, importância ou necessidade de atenção
imediata. Por exemplo: "Chame a ambulância
agora!"
Variações no número de pontos: Em alguns casos,
múltiplos pontos de exclamação podem ser usados
para intensificar a emoção ou a ênfase, mas o seu uso
excessivo deve ser evitado para não parecer
exagerado.
É importante usar o ponto de exclamação com
moderação e de acordo com o contexto para garantir
a clareza e a eficácia da comunicação escrita,
transmitindo emoção ou ênfase de forma adequada.
Aspas
As aspas (" ") são um sinal de pontuação utilizado
para várias finalidades na língua escrita.
Aqui está uma explicação detalhada sobre o seu uso:
Indicar citações: As aspas são frequentemente
usadas para indicar citações diretas de falas,
pensamentos, textos ou fontes externas. Por
exemplo: João disse: "Eu estou muito cansado."
Destacar palavras ou expressões estrangeiras: As
aspas são usadas para destacar palavras ou
expressões que são estrangeiras ou que não fazem
parte do idioma principal do texto. Por exemplo: Ele
estava "enjoying" suas férias.
Destacar palavras ou expressões não usuais: As
aspas também são usadas para destacar palavras ou
expressões que não são comumente utilizadas, ou
para as quais se deseja chamar a atenção especial do
leitor. Por exemplo: Ele é um "guru" das finanças.
Destacar títulos de obras: As aspas podem ser
usadas para destacar títulos de obras, como livros,
filmes, músicas, artigos, etc. Por exemplo: "Harry
Potter e a Pedra Filosofal".
Indicar ironia ou uso não literal: As aspas podem
ser usadas para indicar que uma palavra ou expressão
está sendo usada de forma irônica, não literal ou com
sentido diferente do usual. Por exemplo: Ele é um
"gênio"da organização.
Evitar ambiguidade: As aspas também podem ser
utilizadas para evitar ambiguidade em um texto,
especialmente quando há o uso de palavras ou
expressões com múltiplos significados.
É importante usar as aspas com precisão e de acordo
com as convenções de escrita para garantir a clareza
e a eficácia da comunicação escrita. É recomendado
evitar o uso excessivo de aspas, pois isso pode tornar
o texto confuso ou sobrecarregado.
Parênteses (( ))
Os parênteses (( )) são um sinal de pontuação
utilizado para incluir informações explicativas ou
complementares dentro de uma frase.
Aqui está uma explicação detalhada sobre o seu uso:
Incluir informações adicionais: Os parênteses são
utilizados para adicionar informações extras que não
são essenciais para a compreensão da frase, mas que
são úteis para fornecer detalhes adicionais. Por
exemplo: "João (que é meu irmão) comprou um carro
novo."
Inserir explicações: Os parênteses podem ser
usados para inserir explicações ou esclarecimentos
sobre um termo, conceito ou evento mencionado na
frase. Por exemplo: "O evento será realizado na
sexta-feira (exceto em feriados)."
Incluir datas, números ou abreviaturas: Os
parênteses podem ser usados para incluir datas,
números ou abreviaturas que fornecem informações
adicionais sem interromper o fluxo da frase. Por
exemplo: "O projeto será concluído até o final do ano
(2023)."
Inserir notas de rodapé: Em textos acadêmicos ou
técnicos, os parênteses podem ser usados para inserir
notas de rodapé ou referências bibliográficas que
oferecem informações adicionais ou suporte ao
conteúdo principal do texto.
Agrupar informações opcionais: Os parênteses
podem ser utilizados para agrupar informações
opcionais ou alternativas dentro de uma frase. Por
exemplo: "O evento será realizado na quarta-feira
(ou na quinta-feira, se chover)."
Indicar uma interrupção suave: Os parênteses
podem ser usados para fazer uma interrupção suave
na frase, permitindo que o autor insira uma
observação ou pensamento secundário. Por exemplo:
"Eu estava correndo (tentando manter o ritmo)
quando tropecei."
Travessão
O travessão (—) é um sinal de pontuação com
diversas utilidades na língua escrita. Aqui estão
algumas das suas principais funções:
Indicar diálogos: O travessão é frequentemente
utilizado para indicar a fala de personagens em um
diálogo, especialmente em textos narrativos, teatrais
ou de roteiro. Por exemplo:
— "O que você está fazendo aqui?" perguntou
Maria.
— "Estou esperando por você", respondeu João.
Introduzir uma enumeração: O travessão pode ser
utilizado para introduzir uma lista de itens,
proporcionando uma pausa mais longa e uma melhor
clareza visual. Por exemplo:
No churrasco, havia muitas opções deliciosas:
carne assada, frango grelhado, saladas variadas —
alface, tomate, pepino —, e diversos
acompanhamentos.
Destacar uma informação: O travessão pode ser
usado para destacar uma informação dentro de uma
frase, oferecendo um destaque visual e uma pausa
mais longa. Por exemplo:
Ela estava pensativa — preocupada com o
futuro.
Indicar uma pausa dramática ou uma mudança
de pensamento: O travessão pode ser usado para
indicar uma pausa dramática em um texto narrativo
ou para introduzir uma mudança abrupta no
pensamento ou na narrativa. Por exemplo:
Ele olhou para ela com ternura, depois — com
uma expressão séria — pediu para conversar.
Substituir parênteses em uma enumeração: Em
alguns casos, o travessão pode substituir o uso de
parênteses para introduzir uma enumeração,
proporcionando uma alternativa visualmente mais
marcante. Por exemplo:
Ela trouxe muitos ingredientes para o jantar —
ovos, farinha, açúcar.
É importante usar o travessão com moderação e de
acordo com as convenções de escrita. Ele pode
oferecer uma variedade de efeitos e melhorar a
clareza e o estilo do texto quando usado
corretamente.
Colchetes
Os colchetes ([ ]) são um sinal de pontuação utilizado
para várias finalidades na língua escrita.
Aqui estão algumas das suas principais funções:
Inserir comentários, esclarecimentos ou
correções dentro de uma citação ou texto: Os
colchetes são frequentemente usados para adicionar
informações que não fazem parte do texto original,
mas que são necessárias para contextualizar,
esclarecer ou corrigir uma citação ou texto.
Por exemplo:
"Ele [o presidente] anunciou a nova política."
"A citação original era 'Eles vieram, viram,
venceram' [e não 'venceram']."
"O autor afirmou que 'a Terra é plana' [com
ênfase em 'plana']."
Adicionar informações adicionais: Os colchetes
também podem ser usados para adicionar
informações adicionais que não se encaixam
naturalmente no texto original, mas que são
relevantes para o contexto.
Por exemplo:
"Ela foi à loja [que fica na esquina] para
comprar pão."
"O atleta completou a corrida em primeiro lugar
[com um tempo recorde de 2 horas e 30 minutos]."
Destacar alterações em uma citação ou texto: Os
colchetes podem ser usados para destacar alterações,
modificações ou adições feitas em uma citação ou
texto original.
Por exemplo:
"O texto original dizia 'ele foi para a escola'. Eu
corrigi para 'ela foi para a escola' [para refletir o
gênero correto]."
"Na citação original, o autor escreveu 'era uma
vez [no Brasil]'."
Adicionar notas explicativas: Em textos
acadêmicos ou técnicos, os colchetes podem ser
usados para adicionar notas explicativas, referências
ou observações que fornecem informações
adicionais ou suporte ao conteúdo principal do texto.
Por exemplo:
"A teoria de Darwin [ver 'A Origem das
Espécies', Capítulo 5] é amplamente aceita na
comunidade científica."
É importante usar os colchetes com moderação e de
forma clara para garantir que as informações
adicionais sejam compreendidas pelo leitor sem
interromper o fluxo da leitura. Os colchetes devem
ser usados apenas quando a informação extra não
pode ser facilmente incorporada ao texto principal.
Crase
Vamos mergulhar no universo da crase, explicando
seus usos e dando exemplos para ilustrar cada caso:
1. Crase Obrigatória:
A crase é obrigatória nos seguintes casos:
1.1. Antes de substantivos femininos que admitem
o artigo definido feminino "a":
Exemplo: Vou à escola.
Explicação: "Escola" é um substantivo feminino que
admite o artigo definido feminino "a". Como
estamos indicando uma movimentação em direção a
esse local, usamos a crase.
Exemplo: Ele foi à festa.
Explicação: Novamente, "festa" é um substantivo
feminino que pede o artigo definido feminino "a".
Portanto, utilizamos a crase.
1.2. Antes de pronomes demonstrativos femininos
"aquela(s)", "aquilo":
Exemplo: Refiro-me àquela situação.
Explicação: O pronome demonstrativo feminino
"aquela" pede a crase quando acompanhado de um
substantivo feminino. Neste caso, a crase é
obrigatória.
Exemplo: Ela se referiu àquilo que dissemos.
Explicação: Novamente, "aquilo" é um pronome
demonstrativo feminino que exige a crase quando
antecede um substantivo feminino.
1.3. Antes de horas:
Exemplo: Ela voltou às 18 horas.
Explicação: Quando indicamos as horas, o uso da
crase é obrigatório, pois estamos nos referindo ao
feminino "as" horas.
2. Crase Facultativa:
A crase é facultativa em algumas situações, o que
significa que seu uso é opcional. Isso ocorre nos
seguintes casos:
2.1. Antes de pronomes possessivos femininos:
Exemplo: Entreguei o presente à minha mãe.
Explicação: A crase é facultativa neste caso, pois o
pronome possessivo "minha" já indica a posse
feminina.
Exemplo: Enviei uma mensagem à sua irmã.
Explicação: Da mesma forma, a crase é opcional
aqui, já que o pronome possessivo "sua" indica a
posse feminina.2.2. Antes de pronome de tratamento feminino:
Exemplo: Dirigi-me à Vossa Excelência.
Explicação: O uso da crase é facultativo antes de
pronomes de tratamento femininos como "Vossa
Excelência". Você pode optar por usar ou não a crase
nesta situação.
2.3. Antes de locuções adverbiais femininas:
Exemplo: Ele trabalha à tarde / Ele trabalha a
tarde.Explicação: Ambas as formas são aceitáveis. O
uso da crase em locuções adverbiais femininas é
facultativo.
Importância do Uso Adequado:
O uso adequado dos sinais de pontuação é crucial
para garantir a clareza, coesão e coerência do texto.
Uma pontuação incorreta pode alterar o sentido da
frase e dificultar a compreensão do leitor. Portanto, é
importante conhecer as regras de pontuação e aplicá-
las corretamente na produção textual. Essas são as
principais orientações atualizadas sobre o emprego
dos sinais de pontuação na língua portuguesa. Se
tiver mais alguma dúvida ou desejar mais exemplos
específicos, estou à disposição para ajudar!
O que são Pronomes Átonos? Os pronomes átonos
são aqueles que não têm acento tônico próprio e se
ligam a outras palavras na frase para indicar
referência a pessoas, objetos ou ideias. Os principais
pronomes átonos em português são: me, te, se, o, a,
lhe, nos, vos, os, as, lhes.
Colocação dos Pronomes Átonos: A colocação dos
pronomes átonos varia de acordo com o contexto da
frase e com as regras gramaticais da língua
portuguesa.
Aqui estão as principais situações e regras:
Com Próclise
A próclise é uma das três formas de colocação
pronominal em relação ao verbo na língua
portuguesa. Ela ocorre quando o pronome oblíquo
átono (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes) é
colocado antes do verbo.
Aqui estão algumas características e exemplos de
próclise:
Características da Próclise:
Pronome antes do verbo: Na próclise, o pronome
vem antes do verbo, geralmente ligado a ele por um
hífen.
Indicadores de próclise: A próclise ocorre
principalmente em orações negativas, interrogativas,
imperativas e em locuções verbais.
Exemplos de Próclise:
Em orações negativas:
Ele não se lembra do que aconteceu.
Ela não me disse nada sobre o assunto.
Eles não o conhecem pessoalmente.
Em orações interrogativas:
Te disse alguma coisa sobre isso?
Me emprestaria seu livro?
Se interessou pelo projeto?
Em orações imperativas:
Me ajude com isso, por favor.
Se acalme, não é tão grave assim.
Nos perdoem pelos transtornos causados.
Em locuções verbais:
Nos encontramos ontem à noite.
Me disse que viria mais tarde.
Te chamei diversas vezes, mas você não atendeu.
Observações Importantes:
Em locuções verbais, o pronome pode vir antes do
verbo auxiliar ou do verbo principal.
A próclise é obrigatória em alguns contextos, como
em orações negativas e imperativas, mas é comum
também em outros contextos, como em locuções
verbais.
Com Ênclise
A ênclise é uma das três formas de colocação
pronominal em relação ao verbo na língua
portuguesa. Ela ocorre quando o pronome oblíquo
átono (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes) é
colocado depois do verbo.
Características da Ênclise:
Pronome depois do verbo: Na ênclise, o
pronome vem depois do verbo, geralmente ligado
a ele por um hífen.
Indicadores de ênclise: A ênclise ocorre
principalmente em orações afirmativas, no
infinitivo impessoal e em locuções verbais no
gerúndio.
Exemplos de Ênclise:
Em orações afirmativas:
Ele lembra-se do que aconteceu.
Ela disse-me que viria mais tarde.
Eles conhecem-no pessoalmente.
No infinitivo impessoal:
É importante lembrar-se de todos os detalhes.
Ele preferiu abster-se de fazer comentários.
Decidiram encontrar-se mais tarde.
Em locuções verbais no gerúndio:
Estava se preparando para sair quando o
telefone tocou.
Estamos nos divertindo muito nesta viagem.
Ele se arrependeu de não ter aceitado o
convite.
Observações Importantes:
A ênclise é comum em orações afirmativas, mas
também pode ocorrer em outros contextos, como
no infinitivo impessoal e em locuções verbais no
gerúndio.
Em algumas situações, a ênclise é obrigatória,
como em orações afirmativas no futuro do
presente e no futuro do pretérito.
Com Mesóclise
A mesóclise é uma forma de colocação
pronominal em que o pronome oblíquo átono é
inserido no meio do verbo. Ela ocorre
especificamente quando o verbo está no futuro do
presente (indicativo) ou no futuro do pretérito
(indicativo) e o pronome átono é enclítico.
Características da Mesóclise:
Pronome inserido no meio do verbo: Na
mesóclise, o pronome oblíquo átono é inserido no
meio do verbo flexionado, antes de sua terminação
verbal.
Ocorrência restrita a verbos nos futuros: A
mesóclise ocorre especificamente em verbos
conjugados nos tempos verbais futuro do presente
(indicativo) e futuro do pretérito (indicativo).
Exemplos de Mesóclise:
Futuro do Presente (Indicativo):
Ele cantar-lhe-á uma bela canção.
Você me ajudar-se-á com o trabalho?
Nós lhe explicare-mos tudo amanhã.
Futuro do Pretérito (Indicativo):
Ele dar-lhe-ia um presente se pudesse.
Você me ligaria se precisasse de ajuda?
Nós lhe contare-mos a verdade se ele
perguntar.
Observações Importantes:
A mesóclise é uma forma verbal pouco comum na
língua portuguesa e é encontrada principalmente
em contextos formais ou literários.
A mesóclise é mais frequente em verbos de uma
só sílaba, mas também pode ocorrer em verbos de
duas ou mais sílabas, desde que seja necessário
para manter a tonicidade da palavra.
A utilização da mesóclise é mais comum em
Portugal do que no Brasil, onde a próclise é mais
frequentemente utilizada em contextos informais.
Em resumo, a mesóclise ocorre quando o verbo
está no futuro do presente ou no futuro do pretérito
e o pronome átono é enclítico, ou seja, inserido no
meio do verbo. É uma forma de colocação
pronominal menos comum na língua portuguesa,
mas que ainda é utilizada em contextos formais ou
literários.
O que é Reescrita de Frases
e Parágrafos?
A reescrita de frases e parágrafos consiste em
expressar uma ideia de forma diferente da original,
mantendo o sentido e a coerência. Essa habilidade
é fundamental em concursos, pois permite que o
candidato demonstre domínio da língua
portuguesa e capacidade de expressão escrita.
Estratégias para Reescrita:
Sinonímia: Substituir palavras por sinônimos
para diversificar o vocabulário e evitar
repetições.
Exemplo: "Ele é muito feliz." → "Ele é muito
contente."
Paráfrase: Reformular uma frase mantendo o
mesmo sentido, mas usando estruturas
gramaticais diferentes.
Exemplo: "O gato preto cruzou a rua."
→
"Atravessou a rua um felino escuro."
Mudança de Estrutura: Alterar a estrutura da
frase para enfatizar diferentes aspectos da
informação.
Exemplo: "Maria foi à festa." → "À festa,
Maria foi."
Passiva para Ativa (ou vice-versa):
Transformar uma frase na voz ativa em uma
frase na voz passiva, ou vice-versa.
Exemplo: "O livro foi lido por Pedro." →
"Pedro leu o livro."
Conectores e Marcadores: Utilizar conectores
para estabelecer relações lógicas entre ideias e
marcadores para indicar temporalidade, causa,
consequência, etc.
Exemplo: "Porque estava chovendo, ele não
saiu."
→ "Como estava chovendo, ele não saiu."
Eliminação de Redundâncias: Remover termos
ou informações redundantes para tornar a frase
mais concisa.
Exemplo: "Subiu para cima da árvore." →
"Subiu na árvore."
Considerações Específicas para Concursos:
Atenção ao Enunciado: Leia atentamente o
enunciado da questão para identificar o que é
solicitado na reescrita: mudança de voz,
sinônimos, estrutura, etc.
Manutenção do Sentido: Certifique-se de que areescrita mantém o sentido original da frase ou
parágrafo.
Coerência e Coesão: Garanta que a reescrita
mantenha a coerência e a coesão com o restante do
texto.
Clareza e Precisão: Escreva de forma clara e
precisa, evitando ambiguidades e garantindo que a
mensagem seja compreensível.
Prática e Revisão:
Pratique regularmente a reescrita de frases e
parágrafos utilizando diferentes estratégias.
Peça feedback de professores ou colegas para
identificar áreas de melhoria.
Revise suas reescritas para corrigir erros gramaticais,
ortográficos e de estilo.
Considerações Finais:
Dominar a habilidade de reescrever frases e
parágrafos é essencial para obter sucesso em
questões de língua portuguesa em concursos.
Pratique regularmente e esteja atento às estratégias
específicas solicitadas em cada questão. Se tiver
alguma dúvida específica ou precisar de mais
exemplos, estou à disposição para ajudar!
Substituição de Palavras ou Trechos de Texto?
A substituição de palavras ou trechos de texto
consiste em modificar partes do texto original
mantendo o sentido e a coerência. Essa habilidade
é fundamental em concursos, pois permite que o
candidato demonstre domínio da língua
portuguesa e capacidade de reescrever textos de
forma eficaz.
Estratégias para Substituição:
Sinonímia: Substituir palavras por sinônimos para
variar o vocabulário e evitar repetições.
Exemplo: "feliz" por "contente", "alegre",
"radiante", etc.
Paráfrase: Reformular trechos do texto utilizando
estruturas gramaticais diferentes.
Exemplo: "O governo anunciou medidas para
combater o desemprego." → "Foram divulgadas
pelo governo ações para reduzir o desemprego."
Reformulação Gramatical: Modificar a estrutura
da frase para enfatizar diferentes aspectos da
informação.
Exemplo: "O cachorro comeu a comida." → "A
comida foi comida pelo cachorro."
Adição de Informações: Acrescentar detalhes ou
informações relevantes para enriquecer o texto.
Exemplo: "A menina correu." → "A menina correu
rapidamente até a escola."
Eliminação de Redundâncias: Remover termos
ou informações redundantes para tornar o texto
mais conciso.
Exemplo: "Subiu para cima da árvore." →
"Subiu na árvore."
Mudança de Voz: Alterar a voz ativa para a voz
passiva, ou vice-versa.
Exemplo: "O professor explicou a lição." → "A
lição foi explicada pelo professor."
Dicas para Concursos: Compreensão do
Contexto: Entenda o contexto do texto original para
fazer substituições adequadas sem alterar o
sentido.
Mantenha a Coerência: Certifique-se de que as
substituições não prejudicam a coerência e a
coesão do texto.
Clareza e Precisão: Escreva de forma clara e
precisa, evitando ambiguidades e garantindo que a
mensagem seja compreensível.
Atenção à Gramática: Esteja atento à gramática e
à ortografia ao fazer as substituições.
Revisão: Revise suas substituições para corrigir
erros e garantir que o texto esteja bem formulado.
Prática e Revisão:
Pratique regularmente a substituição de palavras ou
trechos de texto utilizando diferentes estratégias.
Peça feedback de professores ou colegas para
identificar áreas de melhoria.
Revise suas substituições para corrigir erros
gramaticais, ortográficos e de estilo.
O que é Retextualização?
A retextualização é o processo de transformar um
texto original em outro texto com características
diferentes, seja alterando o gênero textual, o nível
de formalidade, o estilo, entre outros aspectos,
enquanto se mantém o conteúdo e o sentido geral.
Estratégias para Retextualização: Identificação
do Gênero Textual Original:
Reconhecer o gênero textual do texto original é
fundamental para determinar a abordagem
adequada na retextualização.
Adequação ao Novo Gênero Textual: Adaptar o
texto original para o novo gênero textual,
considerando suas características estruturais e
linguísticas específicas.
Mudança de Registro Formalidade: Ajustar o
nível de formalidade do texto conforme o novo
contexto, adaptando o vocabulário, a sintaxe e o
tom.
Reformulação de Estruturas Gramaticais:
Modificar a estrutura gramatical do texto original
para se adequar ao novo gênero textual e nível de
formalidade.
Uso de Elementos de Coesão e Coerência:
Manter a coesão e a coerência do texto ao fazer
alterações, garantindo que as ideias estejam
conectadas de maneira lógica e fluente.
Consideração do Público-Alvo:
Levar em conta o público-alvo do novo texto ao
realizar a retextualização, adaptando o conteúdo e
o estilo de acordo com suas características e
expectativas.
Exemplos de Retextualização:
Original (Notícia):
"A taxa de desemprego diminuiu no último
trimestre."
Retextualização (Carta Formal):
"Temos o prazer de informar que houve uma
redução na taxa de desemprego durante o último
trimestre."
Original (Artigo de Opinião):
"É importante investir em educação para o
desenvolvimento do país."
Retextualização (Relatório Técnico):
"Destaca-se a relevância dos investimentos em
educação para promover o desenvolvimento
socioeconômico do país."
Original (E-mail Informal):
"Vamos nos encontrar no parque amanhã às 10h."
Retextualização (Manual de Instruções):
"O encontro está marcado para ocorrer no parque
amanhã, pontualmente às 10 horas."
Dicas para Retextualização em Concursos:
Compreensão do Texto Original: Entenda
profundamente o texto original, identificando seu
propósito, público-alvo e características
linguísticas.
Conhecimento dos Gêneros Textuais: Esteja
familiarizado com diferentes gêneros textuais e
suas estruturas para adaptar o texto de forma
eficaz.
Atenção ao Nível de Formalidade: Adapte o nível
de formalidade do texto conforme as instruções do
enunciado da questão.
Prática e Revisão: Pratique regularmente a
retextualização de textos de diferentes gêneros e
níveis de formalidade e revise suas adaptações para
garantir qualidade e precisão.
Classes de Palavras: Substantivo, Artigo,
Adjetivo, Numeral, Pronome, Verbo,
Advérbio, Preposição, Conjunção e
Interjeição.
Substantivo:
Definição: Palavra que nomeia seres,
objetos, sentimentos, ideias, lugares, entre outros.
Exemplo: casa, felicidade, amor, Brasil.
Classificação: Pode ser comum, próprio,
concreto, abstrato, entre outros.
Artigo:
Definição: Palavra que acompanha o substantivo,
determinando-o ou indeterminando-o.
Exemplo: o, a, os, as, um, uma, uns, umas.
Classificação: Definidos (o, a, os, as) e
indefinidos (um, uma, uns, umas).
Adjetivo:
Definição: Palavra que atribui características,
qualidades ou estados aos substantivos.
Exemplo: bonito, inteligente, grande, feliz.
Classificação: Pode ser simples, composto,
pátrio, entre outros.
Numeral:
Definição: Palavra que expressa quantidade,
ordem, multiplicação, fração ou proporção.
Exemplo: um, dois, primeiro, segundo, metade,
dobro.
Classificação: Pode ser cardinal, ordinal,
multiplicativo, fracionário, entre outros.
Pronome:
Definição: Palavra que substitui ou acompanha o
substantivo, indicando sua posição na frase ou
retomando-o.
Exemplo: eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles, este, aquele,
quem, tudo, nada.
Classificação: Pessoais, possessivos,
demonstrativos, indefinidos, relativos,
interrogativos.
Verbo:
Definição: Palavra que expressa ação, estado,
mudança de estado ou fenômeno da natureza.
Exemplo: correr, estudar, ser, estar, chover.
Classificação: Pode ser regular, irregular,
transitivo, intransitivo, entre outros.
Advérbio:
Definição: Palavra que modifica o verbo, o
adjetivo ou outro advérbio, indicando
circunstância.
Exemplo: rapidamente, muito, aqui, hoje, nunca.
Classificação: Pode ser de tempo, lugar, modo,
negação, afirmação, intensidade, entre outros.
Preposição:
Definição: Palavra que liga termos de umaoração,
estabelecendo relações de sentido entre eles.
Exemplo: em, de, para, com, por, entre.
Classificação: Pode ser simples, contraída ou
acidental.
Conjunção:
Definição: Palavra que liga orações ou termos de
mesma função na frase.
Exemplo: e, mas, porque, embora, ou, quando.
Classificação: Pode ser coordenativa,
subordinativa, integrante ou correlativa.
Interjeição:
Definição: Palavra que exprime sentimentos,
sensações, emoções ou estados de espírito.
Exemplo: ai, ah, ufa, puxa, ops.
Relação do texto com seu contexto histórico
A relação entre um texto e seu contexto histórico é
fundamental para compreender plenamente o
significado e a importância do texto dentro de sua
época.
Aqui estão algumas considerações sobre essa
relação:
Influências Culturais e Sociais: O contexto
histórico pode influenciar profundamente o conteúdo
e o tom de um texto. As ideias, valores e normas da
sociedade em que o autor viveu têm um impacto
significativo em sua escrita.
Eventos Históricos: Eventos importantes, como
guerras, revoluções, descobertas científicas e
mudanças políticas, podem moldar as perspectivas
dos autores e, consequentemente, o conteúdo de seus
textos.
Por exemplo, um texto escrito durante a Segunda
Guerra Mundial provavelmente refletirá as tensões e
preocupações desse período.
Movimentos Literários e Artísticos: O contexto
histórico muitas vezes está ligado a movimentos
literários e artísticos específicos.
Por exemplo, o Renascimento foi um período de
grande inovação artística e intelectual na Europa, e
os textos produzidos durante esse tempo refletem as
ideias e valores renascentistas.
Condições Socioeconômicas: As condições
socioeconômicas de uma época podem afetar os
temas abordados em textos literários. Por exemplo,
durante períodos de depressão econômica, é comum
que surjam textos que explorem temas como
pobreza, desigualdade e injustiça social. Mudanças
Tecnológicas: Avanços tecnológicos também
podem influenciar a produção e o conteúdo de textos.
Por exemplo, o surgimento da imprensa teve um
impacto profundo na disseminação de ideias e na
democratização do acesso à informação, afetando
assim a natureza dos textos produzidos. Ao analisar
um texto em seu contexto histórico, é importante
considerar não apenas os eventos e tendências
macro-históricos, mas também as condições
específicas em que o autor viveu e trabalhou.
Isso pode fornecer insights valiosos sobre as
motivações por trás da escrita do texto e sua
relevância para a época em que foi produzido.
O que são fontes históricas? As fontes históricas
são matérias-primas para o trabalho do historiador.
Elas consistem em tudo aquilo que foi feito pelos
seres humanos ao longo do tempo, e o seu acesso
possibilita a compreensão sobre o passado. De
acordo com o professor José d’Assunção Barros, “As
fontes históricas são as marcas da história. Quando
um indivíduo escreve um texto, ou retorce um galho
de árvore de modo que esse sirva de sinalização aos
caminhantes em certa trilha; quando um povo
constrói seus instrumentos e utensílios, mas também
nos momentos em que modifica a paisagem e o meio
ambiente à sua volta — em todos estes momentos, e
em muitos outros, os homens e mulheres deixam
vestígios, resíduos ou registros de suas ações no
mundo social e natural.” Essa reflexão nos permite
compreender a amplitude dessas fontes. As marcas
da história foram feitas por pessoas ilustres, que
tiveram destaques no cenário nacional, mas também
por indivíduos que viveram o cotidiano de forma
“anônima”, mas registraram sua presença em um
lugar e em um tempo. Essa ampliação dos tipos e dos
acessos às fontes começou no século passado. Até o
século XIX, o uso das fontes era restrito aos
documentos oficiais e escritos.
Durante muito tempo, o historiador interessado no
estudo sobre o passado recorria aos museus
nacionais em busca de documentos escritos e
produzidos por agentes do Estado ou grandes figuras
heroicas de uma nação. A escrita se sobrepunha aos
outros tipos de fontes. Registros de viagens,
crônicas, ofícios se tornaram objetos de estudos dos
historiadores para produzirem uma análise sobre o
passado baseada na ciência e no rigor da pesquisa. O
cientificismo, tão característico em meados do
século XIX, colaborou nessa busca por uma ciência
histórica que estudasse o passado com base em
provas seguras. Essa visão rigorosa das fontes
mudou a partir da década de 1920, quando
historiadores franceses fundaram a Escola dos
Annales, que tinha como objetivo renovar o estudo
sobre o passado, não mais limitado aos documentos
escritos, mas sim considerando outros tipos de
produções de tempos antigos que poderiam colaborar
na compreensão da história.
As imagens, os sons, os registros de indivíduos
comuns ganharam destaque e se tornaram fontes de
estudos e pesquisas históricas. A mudança nos
estudos históricos e a ampliação daquilo que é fonte
histórica permitiram mais possibilidades de se
conhecer o passado por meio de ângulos de visão
desprezados pelos historiadores do século XIX. Isso
não significou o abandono do rigor científico, mas
sim a proposição de novas metodologias de pesquisa.
As tecnologias foram úteis para o historiador
conservar e acessar os documentos históricos. A
internet permitiu a pesquisa a arquivos e a descoberta
de documentos até então inacessíveis ou inéditos. O
compartilhamento de informações entre
historiadores possibilitou melhor diálogo e maiores
reflexões sobre as fontes históricas e as metodologias
de pesquisa, além de uma compreensão do passado
conectada com os problemas do presente, não mais
sendo algo massificado, sem vida. Ao analisar uma
fonte histórica, o historiador questiona a sua
originalidade, a sua veracidade.
Verifica-se a data em que determinado documento
foi produzido, quais eram as intenções de quem o
produziu, quais informações sobre o passado são
possíveis de extrair de determinado objeto ou
vestígio. Dependendo do tempo histórico, as fontes
são escassas ou as que existem se encontram
danificadas.
Cabe ao historiador fazer a metodologia de pesquisa,
ou seja, quais passos seguir para melhor analisar a
fonte e compreender o período histórico no qual ela
foi produzida. Leia também: Tempos históricos no
quadro “A Batalha de Alexandre” Tipos de fontes
históricas A Escola dos Annales ampliou os tipos de
fontes históricas não mais restritas ao que foi escrito.
O áudio, a imagem, os vestígios se tornaram
objeto de pesquisa para o historiador.
Os principais tipos são: Documentos textuais:
cartas, crônicas, ofícios, diários, relatos. Vestígios
arqueológicos: objetos de cerâmica, construções,
estátuas. Representações pictóricas: quadros,
pinturas, fotos, afrescos. Registros orais:
testemunhos pessoais transmitidos oralmente.
Exemplos de fontes históricas uma fonte que tem
sido muito utilizada por historiadores são
documentos pessoais, isto é, cartas, diários e outros
registros que não vieram a público, mas guardam
informações sobre o passado.
O diário escrito por Anne Frank possibilitou
conhecer as experiências de uma menina judia que
viveu escondida da perseguição nazista com sua
família em um sobrado em Amsterdã, Holanda.
Durante a década de 1970, vários políticos
brasileiros publicaram suas memórias ou
autobiografias para registrar as suas visões sobre
acontecimentos do passado. Além disso, os
familiares desses políticos doaram seus acervos para
arquivos e outras instituições, como o CPDOC da
Fundação Getúlio Vargas, que não apenas cuidaram
da sua preservação, como também permitiram o
acesso e a pesquisa com base na documentação
produzida. Apesar de não serem escritas com tanta
frequência nos dias de hoje, as cartas nos ajudam a
compreender o passado pormeio do registro da
intimidade, da troca de correspondência entre
pessoas, públicas ou não.
Nelas, o autor da carta reserva um tempo do seu dia
para escrever para outra pessoa e aguarda a sua
resposta. Essas cartas revelam diálogos,
contrariedades, alegrias de quem as escreve, e podem
ajudar na compreensão de um contexto individual ou
mesmo coletivo. As fontes históricas são elementos
essenciais para o trabalho do historiador,
representando as matérias-primas que possibilitam a
reconstrução do passado. Elas abrangem tudo o que
os seres humanos produziram ao longo do tempo e
seu acesso é fundamental para a compreensão
histórica.
Conforme observado pelo professor José
d’Assunção Barros, as fontes históricas são os
vestígios deixados pelos indivíduos ao longo da
história, manifestados de várias formas, desde textos
escritos até modificações na paisagem e no ambiente
natural. Essa reflexão revela a diversidade e a
amplitude das fontes históricas, as quais não se
restringem apenas aos registros de figuras
proeminentes, mas também incluem contribuições de
pessoas comuns, cujas vidas cotidianas deixaram
marcas no tempo e no espaço. Essa ampliação no
entendimento das fontes históricas teve início no
século passado, contrastando com a predominância
anterior dos documentos oficiais e escritos até o
século XIX. Anteriormente, os historiadores
concentravam-se principalmente em documentos
escritos, como registros oficiais e crônicas, em sua
busca por uma compreensão científica e rigorosa do
passado. No entanto, a partir da década de 1920, a
Escola dos Annales, na França, propôs uma
abordagem renovada, que valorizava não apenas os
documentos escritos, mas também outras formas de
expressão e produção cultural do passado. Essa
mudança de perspectiva levou os historiadores a
considerar uma variedade de fontes, incluindo
imagens, sons e registros de pessoas comuns,
enriquecendo assim a compreensão histórica através
de diferentes perspectivas e ângulos de visão.
Essa abordagem mais ampla não implicou a renúncia
ao rigor científico, mas sim a adoção de novas
metodologias de pesquisa que permitiram uma
análise mais profunda e abrangente do passado. As
tecnologias modernas desempenharam um papel
importante na preservação e acesso às fontes
históricas, com a internet facilitando a pesquisa em
arquivos e a descoberta de documentos
anteriormente inacessíveis. O compartilhamento de
informações entre historiadores promoveu um
diálogo mais amplo e reflexivo sobre as fontes
históricas e as metodologias de pesquisa, conectando
assim o estudo do passado com os desafios e
questões do presente. Ao analisar uma fonte
histórica, o historiador examina sua autenticidade,
veracidade e intenções do autor, buscando extrair
informações sobre o período histórico em que foi
produzida. Essa análise envolve considerar a data de
produção do documento, o contexto histórico e social
em que foi criado, e os possíveis vieses ou limitações
da fonte. Além dos documentos textuais, as fontes
históricas incluem vestígios arqueológicos,
representações pictóricas, registros orais e outros
tipos de material que proporcionam insights sobre o
passado.
Exemplos como cartas, diários e memórias
pessoais têm sido amplamente utilizados pelos
historiadores para entender experiências individuais
e coletivas em diferentes contextos históricos. Essas
fontes não apenas enriquecem nosso conhecimento
do passado, mas também nos ajudam a compreender
melhor a complexidade e diversidade da experiência
humana ao longo do tempo. "A diversidade de
fontes, incluindo documentos textuais, vestígios
arqueológicos, representações pictóricas e registros
orais, permite uma compreensão mais abrangente e
complexa do passado. Portanto, ao analisar um texto
histórico, é essencial considerar o contexto em que
foi produzido, o que enriquece nossa compreensão
da história e nos permite refletir sobre as relações
entre passado, presente e futuro."
Denotação e conotação
Denotação é a forma de uso e manifestação da
linguagem em seu sentido literal, dicionarizado. A
conotação é a forma de uso e manifestação da
linguagem em seu sentido figurado.
A linguagem é o maior instrumento de interação
entre sujeitos socialmente organizados. Isso porque
ela possibilita a troca de ideias, a circulação de
saberes e faz intermediação entre todas as formas de
relação humanas.
Quando queremos nos expressar verbalmente, seja
de maneira oral (fala), seja na forma escrita,
recorremos às palavras, expressões e enunciados de
uma língua, os quais atuam em dois planos de sentido
distintos: o denotativo, que é o sentido literal da
palavra, expressão ou enunciado, e o conotativo, que
é o sentido figurado da palavra, expressão ou
enunciado.
O prepara estudos de explica sobre cada um
deles;
DENOTAÇÃO
Quando a linguagem está no sentido denotativo,
significa que ela está sendo utilizada em seu sentido
literal, ou seja, o sentido que carrega o significado
básico das palavras, expressões e enunciados de
uma língua. Em outras palavras, o sentido
denotativo é o sentido real, dicionarizado das
palavras.
De maneira geral, o sentido denotativo é utilizado
na produção de textos que tenham função referencial,
cujo objetivo é transmitir informações, argumentar,
orientar a respeito de diversos assuntos, como é o
caso da reportagem, editorial, artigo de opinião,
resenha, artigo científico, ata, memorando, receita,
manual de instrução, bula de remédios, entre outros.
Nesses gêneros discursivos textuais, as palavras são
utilizadas para fazer referência a conceitos, fatos,
ações em seu sentido literal.
Exemplos:
1.A professora pediu aos alunos que pegassem o
caderno de Geografia.
2.A polícia capturou os três detentos que haviam
fugido da penitenciária de Santa Cruz do Céu.
3.O hibisco é uma planta que pode ser utilizada tanto
para ornamentação de jardins quanto para a
fabricação de chás terapêuticos a partir das suas
flores.
4.mor: forte afeição por outra pessoa, nascida de
laços de consanguinidade ou de relações sociais.
CONOTAÇÃO
Quando a linguagem está no sentido conotativo,
significa que ela está sendo utilizada em seu sentido
figurado, ou seja, aquele cujas palavras, expressões
ou enunciados ganham um novo significado em
situações e contextos particulares de uso. O sentido
conotativo modifica o sentido denotativo (literal)
das palavras e expressões, ressignificando-as.
De maneira geral, é possível encontrarmos o uso da
linguagem conotativa nos gêneros discursivos
textuais primários, ou seja, nos diálogos informais
do cotidiano. Entretanto, são nos textos secundários,
ou seja, aqueles mais elaborados, como os literários
e publicitários, que a linguagem conotativa aparece
com maior expressividade. A utilização da
linguagem conotativa nos gêneros discursivos
literários e publicitários ocorre para que se possa
atribuir mais expressividade às palavras,
enunciados e expressões, causando diferentes
efeitos de sentido nos leitores/ouvintes.
Exemplo:
Leia um trecho do poema Amor é fogo que arde sem
se ver, de Luiz Vaz de Camões, e observe a maneira
como o poeta define a palavra/sentimento 'amor'
utilizando linguagem conotativa:
Amor é fogo que arde sem se ver
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que se ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
(Luís Vaz de Camões, séc. XVI)
Tipos de discurso:direto, indireto e indireto livre
Os discursos direto, indireto e indireto livre são
utilizados principalmente em textos narrativos com a
finalidade de expor a fala ou o pensamento das
personagens.
Os diferentes tipos de discurso — direto, indireto e
indireto livre — são utilizados principalmente em
textos de caráter narrativo no intuito de introduzir as
diversas vozes disponíveis (personagens e narrador).
O discurso direto pode ser entendido como a
reprodução exata da fala de alguém. Já o discurso
indireto ocorre quando o autor expressa com suas
palavras a fala de outrem. Por fim, o discurso
indireto livre é uma mescla entre o direto e o
indireto.
Resumo sobre discurso direto, indireto e indireto
livre
Os discursos direto, indireto e indireto livre são tipos
de discurso utilizados principalmente em textos do
gênero literário a fim de marcar as falas presentes na
obra.
1.O discurso direto é a maneira de dizer de forma
exata a fala de uma personagem.
2.O discurso indireto é a reprodução da fala de uma
personagem por meio do narrador. Assim, ele fala
pela personagem.
3.O discurso indireto livre é considerado uma junção
entre o discurso direto e o indireto, isso porque há
diversas intervenções do narrador na fala das
personagens. Assim, não há precisão sobre quem diz
o quê, e seus discursos podem ser confundidos.
Discurso direto
O discurso direto é aquele que reproduz exatamente
a fala de outrem. Esse tipo de discurso está presente
na literatura e também no cotidiano.
Exemplo:
Esses dias minha mãe disse: “Vá trabalhar!”
Para construir um discurso direto, é necessário:
inserir um verbo de elocução, isto é, que introduz um
discurso direto, indireto ou indireto livre (“ele diz
que…”, “ela afirma que…”, “ele perguntou…”, “ela
interrogou…”, dentre outros), seguido por dois-
pontos e: a) mudar de linha para outro parágrafo e
usar o travessão antes da fala ou b) permanecer na
mesma linha e usar aspas duplas.
Por exemplo: Ela disse: “Não vou sair hoje!”
A literatura é um espaço em que o discurso direto
ocorre de forma recorrente.
A seguir, analisaremos brevemente uma crônica de
Luís Fernando Veríssimo construída por meio desse
modelo.
Na festa dos 34 anos da Clarinha, o seu marido,
Amaro, fez um discurso muito aplaudido. Declarou
que não trocava a sua Clarinha por duas de 17,
sabiam por quê? Porque a Clarinha era duas de 17.
Tinha a vivacidade, o frescor e, deduzia-se, o fervor
sexual somado de duas adolescentes. No carro,
depois da festa, o Marinho comentou:
‒ Bonito, o discurso do Amaro.
‒ Não dou dois meses para eles se separarem — disse
a Nair.
‒ O quê?
‒ Marido, quando começa a elogiar muito a
mulher…
Nair deixou no ar todas as implicações da
duplicidade masculina.
‒ Mas eles parecem cada vez mais apaixonados —
protestou Marinho.
‒ Exatamente. Apaixonados demais. Lembra o que
eu disse quando a Janice e o Pedrão começaram a
andar de mãos dadas?
‒ É mesmo…
‒ Vinte anos de casados e de repente começam a
andar de mãos dadas? Como namorados? Ali tinha
coisa.
‒ É mesmo…
‒ E não deu outra. Divórcio e litigioso.
‒ Você tem razão.
‒ E o Mário com a coitada da Marli? De uma hora
para outra? Beijinho, beijinho, “mulher formidável”
e descobriram que ele estava de caso com a gerente
da loja dela.
‒ Você acha, então, que o Amaro tem outra?
‒ Ou outras.
Nem duas de 17 estavam fora de cogitação.
‒ Acho que você tem razão, Nair. Nenhum homem
faz uma declaração daquelas assim, sem outros
motivos.
‒ Eu sei que tenho razão.
‒ Você tem sempre razão, Nair.
‒ Sempre, não sei.
‒ Sempre. Você é inteligente, sensata, perspicaz e
invariavelmente acerta na mosca. Você é uma
mulher formidável, Nair. Durante algum tempo, só
se ouviu, dentro do carro, o chiado dos pneus no
asfalto. Aí Nair perguntou:
‒ Quem é ela, Marinho?
No texto acima, o discurso direto se faz presente no
diálogo entre as personagens ao comentarem a fala
do colega em uma festa. O discurso direto ocorre sem
mediações por parte do narrador. Ele reproduz, de
maneira literal, tudo o que foi dito pelas
personagens.
Discurso indireto
O discurso indireto é a forma de dizer caracterizada
por uma intervenção do autor que interfere na fala ao
usar suas próprias palavras para referenciar as de
outrem. Ele também é utilizado na literatura e em
nosso cotidiano.
Exemplo:
Esses dias minha mãe me disse para ir trabalhar.
Para utilizar o discurso indireto é preciso usar um
verbo de elocução seguido de um conectivo
(preposição, conjunção etc.) que executa a mudança
de voz do narrador para a voz da personagem.
Exemplo:
Eles disseram que não era possível entrar no
estabelecimento.
disseram = verbo de elocução
que = conjunção integrante
Eles disseram = voz do narrador
Não é possível entrar no estabelecimento = possível
voz da personagem
Veja, a seguir, um exemplo de discurso indireto na
obra Dom Casmurro. O escritor Machado de Assis
faz uso desse tipo de discurso por meio do seu
narrador personagem Bentinho, que retoma uma fala
de Capitu.
"Capitu segredou-me que a escrava desconfiara, e ia
talvez contar às outras. Novamente me intimou que
ficasse, e retirou-se; eu deixei-me estar parado,
pregado, agarrado ao chão."
Dom Casmurro, Machado de Assis
No trecho acima, há um discurso indireto quando o
narrador utiliza um verbo com uma elocução na
seguinte passagem: “Capitu segredou-me que a
escrava desconfiara”.
Nesse caso, o narrador apropriou-se da fala de uma
das personagens.
Discurso indireto livre
O discurso indireto livre se trata de uma mescla entre
os discursos direto e indireto. Nele, o narrador
assume o lugar de outro, expressando sentimentos e
pensamentos em sua narrativa. Esse tipo de discurso
é mais comum em textos literários.
Veja um exemplo a seguir:
Flávia estava cansada e logo se deitou. Ela precisava
trabalhar em poucas horas. Acordei desesperada. Já
era para estar no trabalho. As poucas horas passaram
e nem percebi.
Do ponto de vista estrutural, o discurso indireto livre
apresenta maior liberdade para extrapolar o aspecto
formal da língua. O principal aspecto composicional
do discurso indireto livre é a adesão dos pensamentos
e ideias da personagem por parte do narrador.
O discurso indireto livre mistura, em diversas
ocasiões, a primeira pessoa do singular e plural e/ou
terceira pessoa em uma mesma sentença.
Vejamos:
Vamos! Eu vou conseguir.
Ele não queria sair de casa. Não vou, em hipótese
alguma, sair de casa.
Pense rápido. Pense rápido. Não consegui.
Analisando as sentenças acima, percebe-se que o
principal elemento de construção do discurso
indireto livre é justamente a imprecisão sobre quem
realmente está falando — se é o narrador ou a
personagem.
O que é intertextualidade?
A intertextualidade, nada mais é, do que a influência
ou relação entre dois ou mais textos, analisando as
referências existentes entre eles. Tais referências
podem ser notadas de formas explícitas ou implícitas
e representadas sob diferentes formas, sejam elas
auditivas, visuais ou escritas.
Em outras palavras, a intertextualidade é uma
espécie de diálogo entre as construções visíveis no
conteúdo, forma ou ambos. A intertextualidade é
verificada em músicas, propagandas publicitárias,
artes plásticas, dança, entre outras manifestações.
A vantagem da intertextualidade, desde que
utilizada da forma correta, é o enriquecimento
textual por explorar o tema tratado de forma mais
aprofundada. Ademais, serve para comemorar algum
acontecimento, relatar um fato histórico, descrever a
cultura de um povo ou de uma personalidade.
Intertextualidade implícita e explícita
A intertextualidade pode ser classificada conforme
sua relação com o texto fonte, isto é, se aparece de
forma direta (explícita) ou indireta (implícita).Implícita: não é facilmente identificada pelos
leitores, exigindo recorrer a conhecimentos prévios
para compreender o conteúdo. Por isso, não
estabelece relação direta com o texto fonte nem
elementos que o identifiquem.
Explícita: os leitores identificam a intertextualidade
de forma rápida por elementos e relação direta
estabelecida com o texto fonte. Não exige que haja
dedução ou algum conhecimento prévio para
compreensão.
Quais são os tipos de intertextualidade?
A intertextualidade pode ser expressa sob diferentes
formas, como vimos anteriormente.
Os tipos mais comuns são:
Alusão: recurso que faz referência a elementos
presentes em outros textos de forma indireta, ou seja,
por meio de características simbólicas. Exemplo: O
mais bonito de todos era sem dúvida Narciso – meu
filho e não o outro. (Alusão a Narciso, herói grego
famoso por sua beleza e orgulho)
Citação: quando um autor acrescenta partes de
outras obras na sua produção textual ocasionando
uma intertextualidade direta. Por vezes, ocorre a
transcrição das palavras do texto fonte e, por isso, dá
credibilidade à nova construção. Normalmente, a
citação é inserida em itálico e entre aspas, além de
citar o nome do autor original a fim de evitar plágio.
Exemplo: Analisando a rotação do osso sobre a base,
pode-se, segundo “Kapan (2001), descobrir até que
ponto haverá o desenvolvimento do paciente”.
Epígrafe: acréscimo de parágrafo ou frase que se
relacione com o texto que está sendo escrito. O
recurso é bastante utilizado em trabalhos científicos
e obras, sendo colocada em seu início. Exemplo: “O
mais corajoso dos atos ainda é pensar com a própria
cabeça.” (Coco Chanel)
Paráfrase: do grego paraphrasis, que significa
“repetição de uma sentença”, a paráfrase é a
recriação de um texto que já existe mantendo a
mesma ideia, porém utilizando outras palavras. O
objetivo é reafirmar as ideias do texto fonte, porém
com estrutura e estilo próprios.
Exemplo:
Canção do Exílio
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá,
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá.
(…)
(Gonçalves Dias, Primeiros cantos, 1846.)
Europa, França e Bahia
(…)
Meus olhos brasileiros se fecham saudosos
Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’.
Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’?
Eu tão esquecido de minha terra…
Ai terra que tem palmeiras
Onde canta o sabiá!
(Carlos Drummond de Andrade, 1930.)
Paródia: muito presente em programas
humorísticos, a paródia consiste na subversão de um
texto original, porém sob forma crítica ou satírica. O
objetivo é a ironia, crítica e reflexão.
Exemplo:
Quem tem boca vai a Roma. (ditado popular)
Quem tem carro vai a Roma. (paródia)
Bricolagem: processo encontrado na música e artes
plásticas que consiste na montagem de um texto a
partir de fragmentos de outros.
Exemplo: o filme Shrek ao abordar diferentes contos
de fadas, mesmo que de forma irônica.
Tradução: como o próprio nome já diz, a tradução é
o ato de passar um texto de língua estrangeira para a
nativa. A intertextualidade está nas diferentes
interpretações possíveis e possibilidade de
expressões que sejam adequadas à nova língua.
Exemplo:
“Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura
jamás.”
Português: “É preciso ser duro mas nunca sem
perder a ternura.”
Sample: trechos de outras músicas ou textos
adicionados como base para outras produções.
Exemplo: na música, da canção Stan, do cantor
Eminem, possui sample de Thank you, da cantora
britânica Dido
Pastiche: mescla diversos estilos em uma só obra,
conferindo a imitação direta do estilo demonstrado
por outros autores. Muito usado em imagens e
músicas, o pastiche se diferencia da paródia por não
ter o objetivo de satirizar ou ironizar.
Exemplo:
“Pois é. Tenho dito. Tudo aleivosia que abunda
nesses cercados. Maisquenada. Foi assim mesmo, eu
juro, Cumpadre Quemnheném não me deixa mentir
e mesmo que deixasse, eu mentia. Lorotas!
Porralouca no juízo dos povos além das Gerais!
Menina Mágua Loura deu? Não deu.(…)”
(Guimarães Rosa, “Grande Sertão: Veredas”)
“Compadre Quemnheném é que sabia, sabença geral
e nunca conferida, por quem? Desculpe o arroto, mas
tou de arofagia, que o doutor não cuidou no devido.
Mágua Loura era a virge mais pulcra das Gerais.
Como a Santa Mãe de Deus, Senhora dos Rosários,
rogai por nós! (…)”
(Carlos Heitor Cony, Folha de S. Paulo, 11/09/1998)
Crossover: aparição de personagens ou encontro
daqueles que pertencem a universos fictícios
diferentes em volumes, edições ou capítulos.
Exemplo: filmes da Marvel que misturam heróis de
outras produções em uma só obra, como o Homem
de Ferro, Thor e Viúva Negra.
Transliteração: técnica linguística que usa o mesmo
fundamento da tradução na qual termos, expressões
e normas são adequados de uma língua para outra,
adaptando-os para algum alfabeto que possui letras
diferentes de seu original.
Exemplo: house – casa (tradução) – ráuse
(transliteração)
Exemplo de intertextualidade
Música “Monte Castelo”, do grupo Legião Urbana,
que cita Camões (Sonetos) e a Bíblia (Coríntios,
capítulo XIII).
Trecho bíblico: Ainda que eu fale as línguas dos
homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o
sino que ressoa ou como o prato que retine. O amor
é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se
vangloria, não se orgulha.
Camões:
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que se ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Letra da canção:
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria
É só o amor! É só o amor
Que conhece o que é verdade
O amor é bom, não quer o mal
Não sente inveja ou se envaidece
O amor é o fogo que arde sem se ver
É ferida que dói e não se sente
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria
É um não querer mais que bem querer
É solitário andar por entre a gente
É um não contentar-se de contente
É cuidar que se ganha em se perder
É um estar-se preso por vontade
É servir a quem vence, o vencedor
É um ter com quem nos mata a lealdade
Tão contrário a si é o mesmo amor
Estou acordado e todos dormem
Todos dormem, todos dormem
Agora vejo em parte
Mas então veremos face a face
É só o amor! É só o amor
Que conhece o que é verdade
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria
Vamos recapitular?? bora!
A intertextualidade é um conceito fundamental na
teoria literária e nos estudos culturais, usado para
descrever a relação entre diferentes textos. Ela
sugere que nenhum texto existe isoladamente, mas
sim em constante diálogo com outros textos que o
precederam, que o sucederam ou que existem
contemporaneamente.
Definição: A intertextualidade refere-se à interação
entre textos, sejam eles literários, cinematográficos,
musicais ou de outras formas de expressão cultural.
Ela pode ocorrer de várias maneiras, incluindo
citações diretas, referências indiretas, paródias,
alusões e pastiches.
Tipos de Intertextualidade:
Citação Direta: Quando um texto faz referência
explícita a outro texto.
Referência Indireta: Quando um texto faz alusão a
outro texto sem citá-lo explicitamente.
Paródia: Uma imitação cômica ou satírica de outro
texto.
Pastiche: Uma obra que imita ou homenageia o
estilo de outro autor ou obra.Alusão: Uma referência sutil a outra obra ou evento
cultural.
Remediação: O processo pelo qual um texto é
adaptado ou reimaginado em outro meio.
Funções da Intertextualidade:
- Enriquecer o significado de um texto ao
contextualizá-lo dentro de um universo cultural mais
amplo.
- Criar conexões entre diferentes obras literárias,
promovendo um diálogo entre autores e épocas.
- Desafiar as convenções e expectativas do leitor ao
brincar com referências conhecidas.
- Ampliar o campo de significados de um texto,
permitindo interpretações mais complexas e
multidimensionais.
Exemplos de Intertextualidade:
- Shakespeare frequentemente faz referência a mitos
clássicos em suas peças.
- A série de filmes "Star Wars" faz alusões a
mitologia, religião e outros filmes.
- A música de Bob Dylan frequentemente cita e faz
referência a outras músicas e tradições musicais.
- O romance "O Senhor dos Anéis", de J.R.R.
Tolkien, contém elementos que ecoam a mitologia
nórdica e outras obras literárias.
Importância Crítica: Na crítica literária e cultural,
a análise intertextual é uma ferramenta poderosa para
entender como os textos se relacionam uns com os
outros e como eles refletem e comentam a cultura em
que foram produzidos. Ela também pode ser usada
para examinar questões de autoria, originalidade e
influência.
Figuras de Linguagem
Com a finalidade artística ou retórica, o uso das
figuras de linguagem torna-se um recurso que
possibilita trazer à construção um efeito de sentido
renovado.
Esse procedimento é alcançado por meio de
combinações assim classificadas:
I – Figuras de palavras (ou tropos);
II – Figuras de pensamento;
III – Figuras de construção (ou de sintaxe).
I – Figuras de Palavras
Comparação: é feita de forma “explícita”, ou seja,
com uso de conectivo comparativo (como, tal qual,
igual) Minha irmã é bondosa como um anjo.
Metáfora: é uma comparação abreviada, associação
de ideias ou de característica comum entre dois seres.
Nasce por meio da analogia e da similaridade e
dispensa os conectivos que aparecem na
comparação; minha irmã é um anjo.
3) Metonímia: é a utilização de uma palavra por
outra, porque mantêm elas uma relação constante ou
contiguidade de sentido. Veja os principais casos:
- o autor pela obra: Você já leu Camões?
- o efeito pela causa: Respeite minhas rugas.
- o instrumento pela pessoa: Júlio é um bom garfo.
- o continente pelo conteúdo: Ele comeu dois pratos.
- o lugar pelo produto: Ele gosta de um bom havana.
- a parte pelo todo: Não tinha teto aquela família.
- o singular pelo plural: O paulista adora trabalhar.
- o indivíduo pela espécie ou classe: Ele é um judas.
- a matéria pelo objeto: A porcelana chinesa é
belíssima.
- a marca pelo produto: pacote de bombril, fazer a
barba com gilete, mascar um chiclete.
Catacrese: metáfora tão usada que perdeu seu valor
de figura e tornou-se cotidiana, não representando
mais um desvio: céu da boca; cabeça do prego; asa
da xícara; dente de alho; pé da cadeira. Também se
encontra no emprego impróprio por esquecimento ou
ignorância de origem. Isso ocorre pela inexistência
de palavras mais apropriadas e dá-se devido à
semelhança da forma ou da função: ferradura de
prata; embarcar no avião; fazer sabatina na sexta-
feira; péssima caligrafia; ficou de quarentena dois
meses; fazer uma novena durante esta semana.
Antonomásia: é uma espécie de apelido que se
confere aos seres, valorizando algum de seus feitos
ou atributos.
Exemplos
Leu a obra do Poeta dos Escravos (Castro Alves).
O Rei do Futebol fez mais de mil gols (Pelé).
Você gosta da Terra da Garoa (São Paulo)
Sinestesia: é a figura que proporciona a mistura de
percepções, mistura de sentidos.
Exemplo: Tinha um olhar gelado.
II – Figuras de Pensamento
Antítese: aproximação de ideias de sentidos opostos.
Exemplo: Tinha na alma um herói e um covarde.
Eufemismo: emprego de palavra ou expressão com
objetivo de amenizar alguma verdade triste, chocante
ou desagradável.
Exemplo: Ele foi desta para melhor.
Paradoxo ou oxímoro: é o emprego de duas ideias
antagônicas, que se excluem mutuamente, mas que
aparecem em uma mesma frase.
Exemplos
“Amor é fogo que arde sem se ver; é ferida que dói e
não se sente” (Camões)
"Estou cego e vejo " (Carlos Drummond de Andrade)
Hipérbole: exagero proposital.
Exemplos:
Estou morrendo de alegria.
Chorou um rio de lágrimas.
Ironia: forma intencional de dizer o contrário do que
pensamos.
Exemplos:
Ele era fino e educado (comeu como um porco),
além de ser gentil (nem disse obrigado).
Personificação ou prosopopeia: É dar a vida ao
seres inanimados ou dar características humanas aos
animais e objetos.
Exemplos:
A formiga disse que tinha de trabalhar
A vida ensinou-me a ser humilde.
Figuras de Linguagem
Com a finalidade artística ou retórica, o uso das
figuras de linguagem torna-se um recurso que
possibilita trazer à construção um efeito de sentido
renovado.
Esse procedimento é alcançado por meio de
combinações assim classificadas:
I – Figuras de palavras (ou tropos);
II – Figuras de pensamento;
III – Figuras de construção (ou de sintaxe).
I – Figuras de Palavras
Comparação: é feita de forma “explícita”, ou seja,
com uso de conectivo comparativo (como, tal qual,
igual) Minha irmã é bondosa como um anjo.
Metáfora: é uma comparação abreviada, associação
de ideias ou de característica comum entre dois seres.
Nasce por meio da analogia e da similaridade e
dispensa os conectivos que aparecem na
comparação; Minha irmã é um anjo.
3) Metonímia: é a utilização de uma palavra por
outra, porque mantêm elas uma relação constante ou
contiguidade de sentido. Veja os principais casos:
- o autor pela obra: Você já leu Camões?
- o efeito pela causa: Respeite minhas rugas.
- o instrumento pela pessoa: Júlio é um bom garfo.
- o continente pelo conteúdo: Ele comeu dois pratos.
- o lugar pelo produto: Ele gosta de um bom havana.
- a parte pelo todo: Não tinha teto aquela família.
- o singular pelo plural: O paulista adora trabalhar.
- o indivíduo pela espécie ou classe: Ele é um judas.
- a matéria pelo objeto: A porcelana chinesa é
belíssima.
- a marca pelo produto: pacote de bombril, fazer a
barba com gilete, mascar um chiclete.
Catacrese: metáfora tão usada que perdeu seu valor
de figura e tornou-se cotidiana, não representando
mais um desvio: céu da boca; cabeça do prego; asa
da xícara; dente de alho; pé da cadeira. Também se
encontra no emprego impróprio por esquecimento ou
ignorância de origem. Isso ocorre pela inexistência
de palavras mais apropriadas e dá-se devido à
semelhança da forma ou da função: ferradura de
prata; embarcar no avião; fazer sabatina na sexta-
feira; péssima caligrafia; ficou de quarentena dois
meses; fazer uma novena durante esta semana.
Antonomásia: é uma espécie de apelido que se
confere aos seres, valorizando algum de seus feitos
ou atributos.
Exemplos
Leu a obra do Poeta dos Escravos (Castro Alves).
O Rei do Futebol fez mais de mil gols (Pelé).
Você gosta da Terra da Garoa (São Paulo)
Sinestesia: é a figura que proporciona a mistura de
percepções, mistura de sentidos.
Exemplo: Tinha um olhar gelado.
II – Figuras de Pensamento
Antítese: aproximação de ideias de sentidos opostos.
Exemplo: Tinha na alma um herói e um covarde.
Eufemismo: emprego de palavra ou expressão com
objetivo de amenizar alguma verdade triste, chocante
ou desagradável.
Exemplo: Ele foi desta para melhor.
Paradoxo ou oxímoro: é o emprego de duas ideias
antagônicas, que se excluem mutuamente, mas que
aparecem em uma mesma frase.
Exemplos
“Amor é fogo que arde sem se ver; é ferida que dói e
não se sente” (Camões)
"Estou cego e vejo "(Carlos Drummond de Andrade)
Hipérbole: exagero proposital.
Exemplos:
Estou morrendo de alegria.
Chorou um rio de lágrimas.
Ironia: forma intencional de dizer o contrário do que
pensamos.
Exemplos:
Ele era fino e educado (comeu como um porco),
além de ser gentil (nem disse obrigado).
Personificação ou prosopopeia: É dar a vida ao
seres inanimados ou dar características humanas aos
animais e objetos.
Exemplos:
A formiga disse que tinha de trabalhar
A vida ensinou-me a ser humilde.
Silepse: é a concordância que se faz com a ideia, e
não com a palavra expressa.
Há três tipos:
- de gênero: Vossa Santidade será homenageado.
- de pessoa: Os brasileiros somos massacrados.
- de número: Havia muita gente na rua, corriam
desesperadamente.
Apóstrofe: invocação ou interpelação de ouvinte ou
leitor, seres reais ou imaginários, presentes ou
ausentes. Também é conhecido como vocativo.
- Ó Deus! Mereço tanto sofrimento?
- Tenha piedade, Senhor, de seus filhos.
Gradação: aumento ou diminuição gradual.
- A paixão crescia, amadurecia, vingava...
III – Figuras de Construção
Aliteração: repetição de fonemas idênticos ou
semelhantes.
- Boi bem bravo, bate baixo, bota baba, boi berrando.
(Guimarães Rosa)
Polissíndeto: repetição de conjunções (síndetos).
- Não sorriu, nem feliz ficou, nem quis me ver, nem
se importou com a partida.
- E resmunga, e chora, e grita, e pula, e berra.
Repetição: é a repetição de palavras com o intuito
de exprimir a ideia de progressão e intensificação.
- Aquela noite era linda, linda, linda.
- Enquanto tudo isso acontecia, a garota crescia,
crescia.
Anáfora: é também a repetição de palavras, porém
no início de frase ou versos.
- Eu quase não saio
- Eu quase não tenho amigo
- Eu quase não consigo
Ficar na cidade sem viver contrariado (Gilberto Gil)
Sinonímia e antonímia.
A relação comum ou oposta das palavras
Os sinônimos e antônimos são dois assuntos
importantes abordados na língua portuguesa, eles
expressam a relação com os significados. Os
sinônimos correspondem aos termos que apresentam
significados similares. Já os antônimos representam
palavras com sentidos contrários.
O estudo dos sinônimos e antônimos
O significado das palavras é parte do assunto da
semântica. Nele são englobados assuntos da
sinonímia e antonímia. O primeiro corresponde a
relação entre os termos que possuem significados
semelhantes e o segundo diz respeito às palavras que
têm sentidos contrários. Portanto, os dois conteúdos
abrangem o estudo dos sinônimos e antônimos.
Guerra e paz são duas palavras antônimas. (Foto: Educa
Mais Brasil)
Entenda...
Os sinônimos correspondem as palavras que
apresentam conceitos parecidos ou muito
semelhantes. Porém, em algumas definições eles são
considerados como a relação entre palavras com
significados iguais.
Obs.: há linhas de pesquisas sobre sinônimos e
antônimos que não consideram o primeiro como a
relação de palavras que apresentam significados
equivalentes, mas apenas com conceitos próximos.
Antonímia:
Tipos de antônimos:
Antônimos Gradativos: Expressam uma relação de
oposição entre termos que se situam em extremos de
um espectro.
Por exemplo: "frio" e "quente".
Antônimos Complementares:
São termos que se excluem mutuamente, ou seja, a
presença de um implica a ausência do outro.
Exemplos incluem "vivo" e "morto", "acordado" e
"dormindo".
Antônimos Recíprocos: Termos em que um implica
necessariamente na negação do outro. Por exemplo:
"comprar" e "vender", "entrar" e "sair".
Formas de identificação:
Morfologicamente: Alguns antônimos podem ser
formados por adição de prefixos como "des-" ou "in-
", como em "feliz" e "infeliz".
Semântica: A relação de oposição entre os termos é
identificada pelo significado das palavras.
Por exemplo: "bom" e "mau".
Importância na comunicação:
Compreender antônimos é essencial para interpretar
textos e expressar-se de maneira precisa. O uso
correto de antônimos pode adicionar sutileza e
clareza à comunicação.
Sinonímia:
Tipos de sinônimos:
Sinonímia Total: Palavras que têm exatamente o
mesmo significado em todos os contextos, como
"casa" e "lar".
Sinonímia Parcial: Palavras que compartilham
significados em alguns contextos, mas podem ter
diferenças sutis em outros. Exemplo: "rápido" e
"ágil".
Sinonímia Contextual: Termos que são sinônimos
em determinados contextos, mas não em outros. Por
exemplo: "cachorro" e "cão".
Variação de significado:
Sinônimos podem ter nuances diferentes de
significado, e a escolha entre eles pode depender do
contexto, da ênfase pretendida ou do estilo de
linguagem.
Uso em diferentes registros linguísticos:
Sinônimos podem ser usados para variar o estilo e o
tom da linguagem. Por exemplo, em um contexto
formal, pode-se preferir "concluir", enquanto em um
contexto informal, "terminar" pode ser mais
adequado, apesar de ambos serem sinônimos.
Importância na expressão escrita e oral:
O conhecimento de sinônimos é fundamental para
evitar a repetição excessiva de palavras e para
enriquecer a expressão tanto na escrita quanto na
fala.
Aplicação de antônimos
Os antônimos estão presentes nas mais diferenciadas
formas de conteúdo. A canção abaixo, “Monte
Castelo” da banda Legião Urbana expressa uma
oposição. Perceba o trecho abaixo:
"Ainda que eu falasse a língua do homens.
E falasse a língua do anjos, sem amor eu nada seria.
É só o amor, é só o amor.
Que conhece o que é verdade.
O amor é bom, não quer o mal.
Não sente inveja ou se envaidece".
As expressões “bom e mal” remetem a uma
oposição de ideias. Observe agora o texto “O frio
pode ser quente?” de Jandira Mansur.
"As coisas têm muitos jeitos de ser.
Depende do jeito da gente ver.
Por que será que numa noite a lua é tão pequena e
fininha?
E outra noite ela fica tão redonda e gordinha pra
depois ficar de novo daquele jeito estrelinha?
Depende do quê?
Depende do jeito que a gente vê.
Uma árvore é tão grande se a gente olha lá para
cima.
Mas do alto de uma montanha, ela parece tão
pequeninha.
Grande ou pequena depende do quê?
Depende de onde a gente vê.
Como será que pode uma colher cheia de doce
parecer tão pouquinho que não dá nem pra sentir?
E cheia de remédio ficar tanto que não dá nem pra
engolir?
Curto e comprido
Bom e ruim
Vazio e cheio
Bonito e feio
São jeitos das coisas ser.
Depende do jeito da gente ver"
No texto as palavras antônimas encontradas são, por
exemplo:
• Grande ou pequena
• Curto e comprido
• Bom e ruim
• Vazio e cheio
• Bonito e feio
A importância dos sinônimos e antônimos
Os sinônimos e antônimos são dois assuntos
fundamentais da língua portuguesa, principalmente
para quem procura desenvolver uma redação nota
dez. Ao utilizar sinônimos, por exemplo, é possível
que o redator evite repetições de palavras e, com isso,
torne o conteúdo mais fluido.
Observe as frases a seguir:
1. Natália está feliz porque passou no concurso. Ela
alcançou a primeira colocação e, por isso, ficou feliz.
2. Natália está feliz porque passou no concurso. Ela
alcançou a primeira colocação e, por isso, ficou
contente.
Na primeira expressão a palavra “feliz” é usada duas
vezes. No entanto, na segunda sentença percebe-se
que o uso dos sinônimos “feliz e contente” evitou a
repetição de palavra e, por consequência, torna o
texto mais agradável.
Os antônimos, por sua vez, proporcionam o contrate
de ideias no texto. Ele auxilia o redator ao enfatizar
uma oposição.
Observe o exemplo:
1. André não estava feliz morando no Brasil, por
isso foi embora para Dubai. Agora está muito mais
feliz.
2. André estava descontente morando no Brasil, por
isso foi embora para Dubai. Agora está muitomais
feliz.
No primeiro trecho apresenta o uso das expressões
“não estava feliz” e “feliz”. Mas ao observar a
utilização dos antônimos “descontente e feliz”
percebe-se a ênfase na oposição sem o emprego de
repetição das palavras.
Cuidado com o termos desconhecidos
Como mencionado, sinônimos e antônimos podem
ser usados como artifícios para evitar a repetição de
palavras. No entanto, o redator precisa evitar termos
que não são comuns ou desconhecidos.
É claro que o uso de palavras vai depender dos tipos
de textos e para quem eles são destinados, ou seja, o
público-alvo. Contudo, é importante construir um
conteúdo de qualidade e pensar: “os termos
utilizados forçarão o leitor buscar entendê-los?”.
Não confunda homônimos e parônimos
Ao estudar sinônimos e antônimos os alunos podem
apresentam dúvidas com outros assuntos importantes
da semântica que são: os homônimos e os parônimos.
Por essa razão, é importante revisar o conteúdo
desses dois últimos.
• Homônimos: diz respeito aos termos que
apresentam pronuncias iguais, no entanto o conceito
é diferente. Exemplo: a palavra “acento”
corresponde a grafia, já “assento” remete a um
espaço físico para sentar-se.
• Parônimos: esse por sua vez corresponde a relação
entre palavras que possuem significados diferentes,
mas a pronuncia é parecida. Por exemplo:
cumprimento, ato de cumprimentar ou saudar
alguém e comprimento, diz respeito à extensão.
Morfossintaxe
A Morfossintaxe é a análise feita às orações em
termos morfológicos e em termos sintáticos.
Recorde-se que:
A análise morfológica analisa as palavras de uma
oração individualmente, ou seja, independentemente
da sua ligação com as outras palavras.
A análise sintática, por sua vez, analisa
conjuntamente a relação das palavras de uma oração,
ou seja, a função que as palavras desempenham na
sua formação.
Análise Morfológica
Analisa, individualmente, as classes de palavras, que
são: substantivo, artigo, adjetivo, numeral, pronome,
verbo, advérbio, preposição, conjunção e interjeição.
Exemplo: Utilizamos a água sem desperdício.
Utilizamos - 1.ª pessoa do plural do verbo utilizar,
conjugado no presente do indicativo, voz ativa
a - artigo definido
água - substantivo comum
sem - preposição essencial
desperdício - substantivo abstrato
Análise Sintática
Estuda a função e a ligação dos termos da oração.
Esses termos são: sujeito, predicado, complemento
verbal, complemento nominal, agente da passiva,
adjunto adnominal, adjunto adverbial e aposto.
Exemplo: Utilizamos água sem desperdício.
(Nós) - sujeito oculto
Utilizamos - verbo transitivo direto e indireto
a água - objeto direto. Água é o núcleo do objeto
sem desperdício - adjunto adverbial
Por isso, é possivel perceber que a morfossintaxe é a
parte da gramática que estuda e analisa as palavras
simultaneamente segundo uma perspectiva
morfológica e uma perspectiva sintática.
A análise morfológica das palavras preconiza a
classificação isolada das palavras em diferentes
classes gramaticais.
A análise sintática das palavras preconiza a
classificação da função que as palavras
desempenham inseridas numa oração.
Sendo a morfossintaxe a compreensão simultânea
dessas duas perspectivas, a análise morfossintática
estuda, por exemplo, a função que um substantivo
pode desempenhar numa oração, ou que funções
gramaticais pode desempenhar um pronome.
Análise morfológica
Tendo como base uma análise morfológica, as
palavras podem ser classificadas em:
substantivo;
artigo;
adjetivo;
pronome;
numeral;
verbo;
advérbio;
preposição;
conjunção;
interjeição.
Exemplo de análise morfológica
Ontem, a Ana comprou um livro novo.
ontem: advérbio
a: artigo definido
Ana: substantivo próprio
comprou: verbo comprar
um: artigo indefinido
livro: substantivo comum
novo: adjetivo
Análise sintática
Tendo como base uma análise sintática, os termos de
uma oração podem ser classificados em:
sujeito;
predicado;
objeto direto;
objeto indireto;
predicativo do sujeito;
predicativo do objeto;
complemento nominal;
agente da passiva;
adjunto adnominal;
adjunto adverbial;
aposto.
Exemplo de análise sintática
A Ana comprou um livro novo.
sujeito: A Ana
predicado: comprou um livro novo
objeto direto: um livro novo
adjunto adverbial: ontem
adjunto adnominal: a, um, novo
Predicado: Pode ter como núcleo um verbo ou um
nome.
Objeto direto: É representado principalmente por
substantivos, pronomes substantivos e pronomes
oblíquos átonos.
Objeto indireto: É representado principalmente por
substantivos e pronomes pessoais oblíquos.
Predicativo do sujeito: Pode ser desempenhado por
adjetivos, locuções adjetivas, substantivos,
pronomes e numerais.
Predicativo do objeto: Pode ser desempenhado por
adjetivo, locuções adjetivas e substantivos.
Agente da passiva: Pode ser representado por
substantivos e pronomes.
Complemento nominal: Pode ser representado por
substantivos, pronomes e numerais.
Adjunto adnominal: Pode ser representado
adjetivos, locuções adjetivas, pronomes adjetivos,
numerais adjetivos e artigos.
Adjunto adverbial: Pode ser desempenhado por
advérbios e locuções adverbiais.
Regência Verbal e Nominal - Aula Completa Para Concursos
A REGÊNCIA é o campo da língua portuguesa que estuda as relações de
concordância entre os verbos (ou nomes) e os termos que completam seu
sentido. Ou seja, estuda a relação de subordinação que ocorre entre um verbo
(ou um nome) e seus complementos.
A regência é necessário visto que algumas palavras da língua portuguesa
(verbo ou nome) não possuem seu sentido completo.
Observe o exemplo abaixo:
Muitas crianças têm medo. (medo de quê?)
Muitas crianças têm medo de fantasmas.
Obs.: perceba que o nome pede complemento antecedido de preposição (“de”
= preposição e “fantasmas” = complemento).
IMPORTANTE: A regência estabelece uma relação entre um termo principal
(termo regente) e o termo que lhe serve de complemento (termo regido) e
possui dois tipos: REGÊNCIA NOMINAL e REGÊNCIA VERBAL.
REGÊNCIA NOMINAL
Regência nominal é quando um nome (substantivo, adjetivo) regente
determina para o nome regido a necessidade do uso de uma preposição, ou
seja, o vínculo entre o nome regente e o seu termo regido se estabelece por
meio de uma preposição.
DICA: A relação entre um nome regente e seu termo regido se estabelece
sempre por meio de uma preposição.
Exemplo:
- Os trabalhadores ficaram satisfeito com o acordo, que foi favorável a eles.
Veja: "satisfeito" é o termo regente e "com o acordo" é o termo regido,
"favorável" é o termo regente e "a eles" é o termo regido.
Obs.: Quando um pronome relativo (que, qual, cujo, etc.) é regido por um
nome, deve-se introduzir, antes do relativo, a preposição que o nome exige.
Exemplo:
- A proposta a que éramos favoráveis não foi discutida na reunião. (quem é
favorável, é favorável a alguma coisa/alguém)
Regência Nominal: Principais Casos (Mais Utilizados nas Provas)
Como vimos, quando o termo regente é um nome, temos a regência nominal.
Então pra facilitar segue abaixo uma lista dos principais nomes que exigem
preposições, existem nomes que pedem o uso de uma só preposição, mas
também existem nomes que exigem os uso de mais de uma preposição. veja:
Nomes que exigem o uso da preposição “a”:
Acessível, acostumado, adaptado, adequado, afeição, agradável, alheio,
alusão, análogo, anterior, apto, atento, atenção , avesso, benéfico, benefício,
caro, compreensível, comum, contíguo, contrário, desacostumado
desagradável, desatento, desfavorável, desrespeito, devoto, equivalente,
estranho, favorável, fiel, grato, habituado, hostil, horror, idêntico, imune,
inacessível, indiferente,inerente, inferior, insensível, Junto , leal, necessário,
nocivo, obediente, odioso, ódio, ojeriza, oneroso, paralelo, peculiar, pernicioso,
perpendicular, posterior, preferível, preferência, prejudicial, prestes, propenso,
propício, proveitoso, próximo, rebelde, rente, respeito, semelhante, sensível,
simpático, superior, traidor, último, útil, visível, vizinho...
Nomes que exigem o uso da preposição “de”:
Abrigado, amante, amigo ávido, capaz, certo, cheio, cheiro, comum,
contemporâneo, convicto, cúmplice, descendente, desejoso, despojado,
destituído, devoto, diferente, difícil, doente, dotado, duro, êmulo, escasso, fácil,
feliz, fértil, forte, fraco, imbuído, impossível, incapaz, indigno, inimigo, inocente,
inseparável, isento, junto, livre, longe, louco, maior, medo, menor, natural,
orgulhoso, passível, piedade, possível, prodígio, próprio, querido, rico, seguro,
sujo, suspeito, temeroso, vazio...
Nomes que exigem a preposição “sobre”:
Opinião, discurso, discussão, dúvida, insistência, influência, informação,
preponderante, proeminência, triunfo,
Nomes que exigem a preposição “com”:
Acostumado, afável, amoroso, analogia, aparentado, compatível, cuidadoso,
descontente, generoso, impaciente, impaciência, incompatível, ingrato,
intolerante, mal, misericordioso, obsequioso, ocupado, parecido, relacionado,
satisfeito, severo, solícito, triste...
Nomes que exigem a preposição "em":
Abundante, atento, bacharel, constante, doutor, entendido, erudito, fecundo,
firme, hábil, incansável, incessante, inconstante, indeciso, infatigável, lento,
morador, negligente, perito, pertinaz, prático, residente, sábio, sito, versado...
Nomes que exigem a preposição "contra":
Atentado, Blasfêmia, combate, conspiração, declaração, luta, fúria, impotência,
litígio, protesto, reclamação, representação...
Nomes que exigem a preposição "para":
Mau, próprio, odioso, útil...
REGÊNCIA VERBAL
Dizemos que regência verbal é a maneira como o verbo (termo regente) se
relaciona com seus complementos (termo regido).
Nas relações de regência verbal, o vínculo entre o verbo e seu termo regido
(complemento verbal) pode ser dar com ou sem a presença de preposição.
Exemplo:
- Nós assistimos ao último jogo da Copa.
Veja: "assistimos" é o termo regente, "ao" é a preposição e "último jogo" é o
termo regido.
No entanto estudar a regência verbal requer que tenhamos conhecimentos
anteriores a respeito do verbo e seus complementos, conhecer
a transitividade verbal.
Basicamente precisamos saber que:
Um verbo pode ter sentido completo, sem necessitar de complementos. São
os verbos intransitivos.
Há verbos que não possuem sentido completo, necessitam de complemento.
São os verbos transitivos.
Exemplos:
- Transitivo direto: quando seu sentido se completa com o uso de um objeto
direto (complemento sem preposição).
Exemplo: A avó carinhosa agrada a netinha.
"Agrada" é verbo transitivo direto e "a netinha" e o objeto direto.
- Transitivo indireto: quando seu sentido se completa com o uso de um objeto
indireto (complemento com preposição).
Exemplo: Ninguém confia em estranhos.
"Confia" é verbo transitivo indireto, "em" é a preposição e "estranhos" é o objeto
indireto.
- Transitivo direto e indireto: quando seu sentido e completa com os dois
objetos (direto e indireto).
Exemplo: Devolvi o livro ao vendedor. "Devolvi" é verbo transitivo direto e
indireto, "o livro" é objeto direto e "vendedor" é objeto indireto.
A regência e o contexto (a situação de uso)
A regência de um verbo está ligada a situação de uso da língua. Determinada
regência de um verbo pode ser adequada em um contexto e ser inadequada
em outro.
1. Quando um ser humano irá a Marte?
2. Quando um ser humano irá em Marte?
Em contextos formais, deve-se empregar a frase 1, porque a variedade padrão,
o verbo “ir” rege preposição a. Na linguagem coloquial (no cotidiano), é
possível usar a frase 2.
Regência de Alguns Verbos
Para estudarmos a regência dos verbos, devemos dividi-los em dois grupos:
1- O primeiro, dos verbos que apresentam uma determinada regência na
variedade padrão e outra regência na variedade coloquial;
2- E o segundo dos verbos que, na variedade padrão, apresentam mais de
uma regência.
PRIMEIRO GRUPO - Verbos que apresentam uma regência na variedade
padrão e outra na variedade coloquial:
VERBO ASSISTIR
- SENTIDO: “Auxiliar”, “caber, pertencer” e “ver, presenciar, atuar como expectador”.
É nesse último sentido que ele é usado.
- VARIEDADE PADRÃO (Exemplos): Ele não assiste a filme de violência; Pela TV,
assistimos à premiação dos atletas olímpicos. Assistir com significado de ver,
presenciar: É verbo transitivo indireto (VTI), apresenta objeto indireto iniciado pela
preposição a. Quem assiste, assiste a (alguma coisa).
- VARIEDADE COLOQUIAL (Exemplos): Ela não assiste filmes de violência.
Assistir com significado de ver, presenciar: É verbo transitivo direto (VTD); apresenta
objeto direto. Assistir (alguma coisa)
VERBO IR e CHEGAR
- VARIEDADE PADRÃO (Exemplos): No domingo, nós iremos a uma festa; O
prefeito foi à capital falar com o governador; Os funcionários chegam bem cedo ao
escritório. Apresentam a preposição a iniciando o adjunto adverbial de lugar: Ir a
(algum lugar), Chegar a (algum lugar)
- VARIEDADE COLOQUIAL (Exemplos): No domingo, nós iremos em uma festa;
Os funcionários chegam bem cedo no escritório. Apresentam a preposição em iniciando
o adjunto adverbial de lugar: Ir em (algum lugar), Chegar em (algum lugar)
VERBO OBEDECER/DESOBEDECER
- VARIEDADE PADRÃO (Exemplos): A maioria dos sócios do clube obedecem ao
regulamento; Quem desobedece às leis de trânsito deve ser punido. São VTI; exigem
objeto indireto iniciado pela preposição a. Obedecer a (alguém/alguma coisa),
Desobedecer a (alguém/alguma coisa)
- VARIEDADE COLOQUIAL (Exemplos): A maioria dos sócios do clube obedecem
o regulamento; Quem desobedece as leis de trânsito deve ser punido. São transitivos
direto (VTD); apresentam objeto sem preposição inicial. Obedecer (alguém/alguma
coisa), Desobedecer (alguém/alguma coisa)
VERBO PAGAR e PERDOAR
- SENTIDO: Obs.: Se o objeto for coisa (e não pessoa), ambos são transitivos direto,
tanto na variedade padrão, como na coloquial. Exemplo: Você não pagou o aluguel. O
verbo pagar também é empregado com transitivo direto e indireto. (Pagar alguma coisa
para alguém) A empresa pagava excelentes salários a seus funcionários.
- VARIEDADE PADRÃO (Exemplos): A empresa não paga aos funcionários faz dois
meses; É ato de nobreza perdoar a um amigo. São VTI quando o objeto é gente; exigem
preposição a iniciando o objeto indireto. Pagar a (alguém), Perdoar a (alguém)
- VARIEDADE COLOQUIAL (Exemplos): A empresa não paga os funcionários faz
dois meses; É um ato de nobreza perdoar um amigo. São VTD, apresentam objeto sem
preposição (objeto direto): Pagar (alguém), Perdoar (alguém)
VERBO PREFERIR
- VARIEDADE PADRÃO (Exemplos): Os brasileiros preferem futebol ao vôlei; Você
preferiu trabalhar a estudar. Prefiro silêncio à agitação da cidade. É VTDI; exige dois
objetos: um direto outro indireto (iniciado pela preposição a. Preferir (alguma coisa) a
(outra)
- VARIEDADE COLOQUIAL (Exemplos): Os brasileiros preferem mais o futebol
que o vôlei; Você preferiu (mais) trabalhar que estudar; Prefiro (muito mais) silêncio do
que a agitação da cidade. É empregado com expressões comparativas (“mais...que”,
“muito mais ...que”, “do que”, etc.). Preferir (mais) (uma coisa) do que (outra).
VERBO VISAR
- SENTIDO: O emprego mais usual do verbo “visar” é no sentido de “objetivar, ter
como meta”.
- VARIEDADE PADRÃO (Exemplos): Todo artista visa ao sucesso; Suas pesquisas
visavam à criação de novos remédios. É VTI, com preposição a iniciando o objeto
indireto. Visar a (alguma coisa)
- VARIEDADECOLOQUIAL (Exemplos): Todo artista visa o sucesso; Suas
pesquisas visavam a criação de novos remédios. É VTD, apresenta objeto sem
preposição (objeto direto). Visar (alguma coisa)
SEGUNDO GRUPO - Verbos que, na variedade padrão, apresentam mais de
uma regência (dependendo do sentido/significado em que são empregados:
VERBO ASPIRAR
- TRANSITIVIDADE (Sentido): Verbo transitivo direto (sugar/respirar) Verbo
transitivo indireto (pretender)
- EXEMPLOS: Sentiu fortes dores quando aspirou o gás. O Ex-governador aspirava ao
cargo de presidente.
VERBO ASSISTIR
- TRANSITIVIDADE (Sentido): Verbo transitivo direto (ajudar); Verbo transitivo
indireto (ver); Verbo transitivo indireto (pertencer)
- EXEMPLOS: Rapidamente os paramédicos assistiram os feridos. Você assistiu ao
filme? O direito de votar assisti a todo cidadão.
VERBO INFORMAR
- TRANSITIVIDADE (Sentido): Verbo transitivo direto e indireto (passar
informação)
- EXEMPLOS: Algumas rádios informam as condições das estradas aos motoristas.
Algumas rádios informam os motoristas das condições das estradas
VERBO QUERER
- TRANSITIVIDADE (Sentido): Verbo transitivo direto (desejar); Verbo
transitivo indireto (amar/gostar)
- EXEMPLOS: Todos queremos um Brasil menos desigual. Isabela queria muito aos
avós.
VERBO VISAR
- TRANSITIVIDADE (Sentido): Verbo transitivo direto (mirar); Verbo transitivo
direto (pôr visto); Verbo transitivo indireto (objetivar)
- EXEMPLOS: O atacante, ao chutar a falta, visou o ângulo do gol. Por favor, vise
todas as páginas do documento. Esta fazenda visa à produção de alimentos orgânicos.
Observações:
O verbo aspirar, como outros transitivos indiretos, não admite os pronomes
lhe/lhes como objeto. Devem ser substituídos por a ele (s) /a ela (s). Ex.: O
diploma universitário é importante; todo jovem deve aspirar a ele.
No sentido de “ver presenciar”, o verbo assistir não admite lhe (s) como objeto,
essas formas devem ser substituídas por ele (s) ela (s). Ex.: o show de
abertura das olimpíadas foi muito bonito; você assistiu a ele?
No sentido de “objetivar, ter como meta”, o verbo visar (TD) não admite como
objeto a forma lhe/lhes, que devem ser substituídas por a ele (s) a ela (s). Ex:
O título de campeão rende uma fortuna ao time vencedor, por isso todos os
clubes visam a ele persistentemente.
Existem outros verbos que, na variedade padrão, apresentam a mesma
regência do verbo informar. São eles: avisar, prevenir, notificar, cientificar.
DICAS GERAIS SOBRE REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL PARA FIXAÇÃO:
‣ Alguns nomes ou verbos da língua portuguesa não tem sentido completo.
‣ Na regência nominal, a relação entre um nome regente e seu termo regido se
estabelece sempre por meio de uma preposição.
‣ Na regência verbal, temos que conhecer a transitividade dos verbos, ou seja,
se é direta (VTD-verbo transitivo direto), se é indireta (VTI- verbo transitivo
indireto) ou se é, ao mesmo tempo, direta e indireta (VTDI- verbo transitivo
direto e indireto).
‣ Observe sempre os verbos que mudam de regência ao mudar de sentido,
como visar, assistir, aspirar, agradar, implicar, proceder, querer, servir e
outros.
‣ Não se pode atribuir um mesmo complemento a verbos de regências
distintas. Por exemplo: o verbo assistir no sentido de “ver”, requer a preposição
a e o verbo gostar, requer a preposição de. Não podemos, segundo a
gramatica, construir frases como: “Assistimos e gostamos do jogo. ”, temos que
dar a cada verbo o complemento adequado, logo, a construção correta é
“Assistimos ao jogo e gostamos dele. ”
‣ O conhecimento das preposições e de seu uso é fator importante no estudo e
emprego da regência (nominal, verbal) correta, pois elas são capazes de
mudar totalmente o sentido do que for dito. Ex.: As novas medidas escolares
vão de encontro aos anseios dos alunos. Os alunos da 3ª série foram ao
encontro da nova turma.
‣ Pronomes oblíquos, algumas vezes, funcionam como complemento verbal.
‣ Pronomes relativos, algumas vezes, funcionam como complemento verbal.
O significado da Educação Infantil
na Educação Básica
No sistema educacional brasileiro, a Educação
Básica é composta por três blocos de formação: a
educação infantil, o ensino fundamental e o ensino
médio. Apesar de esse ser o caminho indicado para a
formação educacional de todo o cidadão nascido no
Brasil, é importante lembrarmos que esse percurso não
é uma trajetória obrigatória, pois muitas crianças
pequenas não frequentam a creche nem a pré-escola,
assim como muitos jovens ainda não têm acesso ao
ensino médio. Apesar de a Constituição Federal em seu
artigo 205 afirmar que a educação é direito de todos e
dever do Estado e da família, a universalização dessa
oportunidade não é uma realidade. A Educação Básica é
um direito assegurado a todo cidadão e torna-se urgente
que 19 o Estado cumpra seu dever constitucional
mediante oferta de vagas em estabelecimentos
qualificados.
Com o apoio da união e dos estados, os municípios
vêm ampliando suas redes de educação infantil em
defesa da universalização das vagas para aqueles que
assim o desejam. Se por muito tempo a educação
infantil vem sendo afirmada como um direito apenas da
família trabalhadora, atualmente novas necessidades e
perspectivas são a ela agregadas: garantir o direito de
todas as famílias, independente de suas configurações,
à creche e pré-escola e, especialmente, defendê-la
enquanto um direito de toda criança à educação e à
infância. Com a mobilização social, a expectativa é a de
que, em poucos anos, esses direitos das crianças sejam
também um fator para a existência de vagas nas creches
e pré-escolas.
As perspectivas temporal e processual da Educação
Básica são relevantes, pois apontam tanto para a
continuidade quanto para a articulação entre as distintas
etapas de ensino. Cada segmento possui especificidades
adequadas aos diferentes momentos de vida e as
aprendizagens particulares que devem promover nas
crianças ou nos jovens, embora seja relevante salientar
que alguns anseios e objetivos fundamentam, ou
deveriam fundamentar, os processos educativos em
qualquer nível de ensino.
A educação infantil, em sua especificidade de
primeira etapa da educação básica, exige ser pensada na
perspectiva da complementaridade e da continuidade.
Os primeiros anos de escolarização são momentos de
intensas e rápidas aprendizagens para as crianças. Elas
estão chegando ao mundo aprendendo a compreender
seu corpo e suas ações, a interagir com diferentes
parceiros e gradualmente se integrando com e na
complexidade de sua(s) cultura(s) ao corporalizá-la(s).
Uma das características políticas importantes da
educação infantil é a de que ela desempenha um papel
complexo no atendimento integral das crianças, que
inclui aspectos relacionados à educação, à saúde, à
cultura e à proteção, o que torna imprescindível a
interlocução com outras áreas dos serviços públicos.
Desse modo, as políticas de educação infantil precisam
estar integradas com as políticas das secretarias de
saúde, de justiça, de meio-ambiente e outras, pois todos
esses âmbitos tem grande expectativa com um serviço
de educação infantil de qualidade.
A articulação e a integração propiciam espaço para
que alguns regramentos e ações relacionados à
segurança e à saúde das crianças na creche possam ser
modificados. Os estabelecimentos de educação infantil,
para garantir seu funcionamento legal e para receber
financiamento, necessitam de uma série de atributos
designados por outras instituições como secretarias de
obras, secretarias de saúde, corpo de bombeiros, etc.
Nesse momento histórico, não basta apenas cumprir
as designações apontadas pelos diferentes setores, mas
articular o debate sobre o significado da educação das
crianças pequenas em estabelecimentos educacionaise
suas práticas para, assim, permitir que as idéias e as
ações oriundas das diferentes secretarias possam
colaborar e potencializar a educação infantil. A
intersetorialidade é o caminho para garantir o bem-estar
de todos: famílias, crianças, professores e demais
profissionais. Os responsáveis pela educação das
crianças em espaços coletivos têm o compromisso de
problematizar e viabilizar essa interlocução para poder
qualificar o atendimento pedagógico e também para
contribuir na defesa dos direitos inalienáveis das
crianças.
No contexto de nossa sociedade os direitos, as
necessidades de bem-estar, a aprendizagem de formas
de pensamento e a ampliação dos conhecimentos
cotidianos e científicos das crianças precisam ser o 21
foco para conceber os estabelecimentos educacionais,
estando presentes em seus objetivos, suas finalidades,
sua organização e suas práticas cotidianas. A promoção
dos direitos das crianças à educação e à infância começa
a ser efetivada desde a defesa de princípios como a
equidade e a qualidade no atendimento até a definição
da proposta pedagógica dos estabelecimentos de
educação infantil enquanto promotores dos direitos
humanos, especialmente os dos bebês e das crianças
pequenas.
Portanto, para além do importante lugar como
primeira etapa da Educação Básica, duas características
definem a educação infantil ao longo da sua história.
Primeiramente, a necessidade imprescindível de
articular a educação e o cuidado das crianças pequenas
com diferentes setores como cultura, saúde, justiça e
assistência social, o que exige políticas públicas
integradas com propostas que reflitam essa integração
nas concepções, nas práticas e no atendimento em
tempo integral. Em segundo lugar, a multiplicidade de
configurações institucionais que oferecem alternativas
educacionais adequadas às demandas das crianças e das
suas famílias. Essas características, na última década,
ultrapassaram sua especificidade na educação infantil
para também ingressarem na pauta de debate dos demais
níveis de ensino.
As crianças e as infâncias: concepções
plurais
Durante muitos anos, na educação brasileira,
tratamos os conceitos de infância e crianças como
semelhantes. Os estudos, no campo da história da
infância, foram os primeiros a apontar a diferença entre
esses dois conceitos mostrando como eles foram
formulados em momentos distintos. Sabemos que as
crianças sempre existiram como seres humanos de
pouca idade, mas que as sociedades, em momentos
diferentes da história, criaram formas de pensar sobre o
que é ou como deve ser a vida nesta faixa de idade.
Nos últimos anos, temos concebido as crianças
como seres humanos concretos, um corpo presente no
aqui e agora em interação com outros, portanto, com
direitos civis. As infâncias, temos pensado como a
forma específica de conceber, produzir e legitimar as
experiências das crianças. Assim, falamos em infâncias
no plural, pois elas são vividas de modo muito diverso.
Ser criança não implica em ter que vivenciar um único
tipo de infância. As crianças, por serem crianças, não
estão condicionadas as mesmas experiências.
Os estabelecimentos de educação infantil ocupam
atualmente, na sociedade, importante lugar como
produtores e divulgadores de uma cultura de defesa da
infância, ou seja, possuem o compromisso político 23 e
social de garantir as especificidades das infâncias na
sociedade contemporânea. As crianças possuem
diversas características que as diferenciam entre si.
Podem ser meninos ou meninas; negros, amarelos,
brancos; surdas ou ouvintes; alegres ou quietas. Podem
viver na cidade ou no campo, no litoral, na floresta ou
na região ribeirinha.
Simultaneamente, apresentam características
universais como, por exemplo, a vulnerabilidade com a
qual nascem, a intensidade no ritmo de seu crescimento
nos primeiros anos de vida e a possibilidade de interagir
e aprender em qualquer situação. As crianças pequenas
e os bebês são sujeitos que necessitam de atenção,
proteção, alimentação, brincadeiras, higiene, escuta,
afeto. O fato de serem simultaneamente frágeis e
potentes em relação ao mundo, de serem
biologicamente sociais, os torna reféns da interação, da
presença efetiva do outro e, principalmente, do
investimento afetivo dado pela confiança do outro.
Apesar de geralmente ser enfatizada apenas sua
fragilidade, os bebês e as crianças bem pequenas são,
paradoxalmente, extremamente capazes de tomarem
iniciativas e agirem, ou seja, podem perceber e
movimentar-se, dispondo assim de amplos recursos,
desde que nascem, para interagir com e no mundo.
O longo tempo que necessitam para seu crescimento
possibilita que, a partir de circunstâncias favoráveis e
exitosas, possam conquistar sua independência na
simultaneidade em que vão gradualmente exercendo sua
autonomia. As crianças, nas suas diferenças e
diversidades, são completas, pois têm um corpo capaz
de sentir, pensar, emocionar-se, imaginar, transformar,
inventar, criar, dialogar: um corpo produtor de história
e cultura. Porém, para tornarem-se sujeitos precisam se
relacionar com 24 outras crianças e adultos. Estar junto
aos outros significa estabelecer relacionamentos e
interações vinculados aos contextos sociais e culturais.
As crianças pequenas se constituem sujeitos
marcadas pelo pertencimento de classe social, de
gênero, de etnia, de religião, isto é, todas as inscrições
sociais que afetam as vidas dos adultos também afetam
a vida das crianças. Ao longo de suas existências vão
configurando seu percurso singular no mundo, em
profunda interlocução com as histórias das pessoas e
dos contextos nas quais convivem. Além de
promoverem sua formação através de suas interações,
as crianças também produzem culturas. Tal afirmação
implica compreender que, brincando, são capazes de
agirem incorporando elementos do mundo no qual
vivem. Através de suas ações lúdicas, de suas primeiras
interações com e no mundo brincando consigo mesmas
e com seus pares, produzem outra forma cultural de
estabelecer relações sociais. Essas ações e interações,
geralmente lúdicas, são denominadas de culturas
infantis e são transmitidas através de gerações de
crianças. Ao considerar as crianças pequenas é preciso
concebê-las como um todo, incluindo a sua
multidimensionalidade.
Há uma tendência educacional bastante comum, de
dividir a compreensão integral das crianças a partir do
estudo em separado das áreas de desenvolvimento. Uma
das clássicas subdivisões utilizadas pela Pedagogia no
momento de elaborar as propostas pedagógicas é
fragmentar e retirar as crianças pequenas de seus
contextos ao reduzi-las às áreas motora, afetiva, social
e cognitiva. Como se fosse possível fazer uma atividade
motora sem a presença da emoção e da cognição dentro
das práticas sociais de uma dada cultura. A Pedagogia,
ao destacar e considerar apenas áreas estanques, deixa
de fora muitas outras dimensões, tão ou mais 25
importantes, como a social, a imaginária, a cultural, a
lúdica, a ética, a estética extremamente importantes para
a formação humana.
As infâncias A infância somente existe em
complementaridade ou em contraposição aos demais
grupos etários que nossa sociedade produz isto é, as
infâncias se definem em relação aos jovens e também
aos adultos e idosos. A infância é uma das categorias
geracionais mais recentes. É claro, como dissemos
anteriormente, que sempre houve crianças, mas elas não
eram reconhecidas como grupo social com
especificidades próprias. Foi ao longo dos últimos
séculos que a idéia da infância como período separado
e diferenciado da idade adulta emergiu. Essa separação
e a polarização propiciaram, por um lado, a valorização
do pensamento de proteção das crianças, como a defesa
contra a exploração pelo trabalho ou o abuso sexual,
mas, ao mesmotempo, constituiu um controle, às vezes
excessivo, sobre as crianças. O lugar de oposição das
crianças frente aos adultos acentuou as diferenças entre
ambos porém, apesar de as crianças possuírem
características distintas das dos adultos, elas também
têm pontos de conexão.
As crianças são criativas, sonhadoras e inventivas
como muitos adultos e também estão imersas em
problemas e dúvidas como todas as pessoas. As relações
hierárquicas entre os grupos sociais são uma realidade
perversa presente na história. Os grupos guerreiros
escravizavam os povos derrotados, os homens sempre
tiveram grande poder e controle sobre mulheres e
crianças, assim como os brancos, a partir de uma visão
etnocêntrica, sempre se consideraram superiores a 26
negros e amarelos. Porém, essas concepções e as
práticas delas derivadas, como a escravidão, a
exploração e a submissão, vêm, pouco a pouco, a partir
das lutas sociais, se modificando.
E as crianças, como grupo específico, com pouco
reconhecimento e poder social, necessitam de aliados na
busca pela cidadania e pelo direito ao respeito. O
encontro entre gerações, crianças e adultos, é
extremamente importante para o movimento histórico e
cultural que congrega tanto a transmissão da tradição
como a projeção de novidades. As crianças não nascem
com a consciência de si. O conhecimento sobre si
mesmo se manifestará através da imitação e da oposição
frente ao outro, como possibilidade de se afirmar como
alguém distinto.
Assim, os modos como uma sociedade define o que
é importante para seus adultos e jovens também define
os modos como pretende que as crianças vivam suas
infâncias. Crianças e alunos Outra diferenciação
importante é aquela que distingue crianças e alunos.
Como nossa sociedade defende que “o lugar de criança
é na escola”, muitas vezes essas palavras acabam se
tornando e sendo usadas como sinônimas.
Contudo, é preciso constatar que aluno pode ser
apenas um dos papéis sociais desempenhado pelas
crianças, papel que também pode ser representado por
jovens e adultos. As crianças, ao ingressarem na escola,
tornam-se alunos e, dependendo da proposta
educacional que vivenciam, são reduzidas “as suas
cabeças” isto é, às possibilidades de seu desempenho
cognitivo, como se a mente e as emoções fossem algo
etéreo, separado do corpo. As concepções dominantes
em nossa sociedade sobre os alunos, muitas vezes
estereotipadas, carregam em si elementos que
seguidamente antagonizam com as de crianças,
excluindo a possibilidade da experiência peculiar de
infância. Para ser aluno, na concepção que tem sido
hegemônica nas praticas escolares, a criança precisa
negar seu corpo, cuja multidimensionalidade precisa ser
esquecida, ou propositadamente controlada. É como se
fosse possível negar a presença viva, real e autêntica das
crianças [que vivem através de pensamentos-palavras
corporeidade] e das interações sociais por elas
estabelecidas. É mais do que evidente que essa visão de
criança aluno torna-se inadequada na sociedade
contemporânea.
O papel de aluno também inclui um modo de se
relacionar com o conhecimento e a aprendizagem.
Geralmente o estereótipo de aluno, produzido há
duzentos anos atrás, afirma que para aprender a atenção
das crianças precisa estar focada – a criança imóvel em
seu lugar e em silêncio – e que se aprende
individualmente. Já existe extensa bibliografia
afirmando que as crianças aprendem nas interações com
os demais, que elas têm capacidade de se concentrar
desde muito jovens, e que isso ocorre quando estão
efetivamente interessadas e envolvidas no que fazem.
As novas crianças pequenas – midiáticas e virtuais –
aprendem de modo diferente. Também várias
experiências pedagógicas demonstraram que os
meninos e as meninas têm a capacidade de pensar,
imaginar e participar da gestão da sua educação, da sua
aprendizagem e de sua escola. A possibilidade de fazer
parte da vida coletiva da escola não é apenas uma meta
a ser atingida por vivermos numa sociedade
democrática e que vem buscando, cada vez mais, a
participação e o respeito por todos.
A participação tem um papel importantíssimo na
aprendizagem das crianças pequenas. É no convívio
com os diferentes parceiros, inicialmente os adultos e
depois outras crianças, que elas 28 fazem suas primeiras
aprendizagens. É ao fazer junto, ao colaborar em
tarefas, ao decidir em conjunto com outras pessoas mais
experientes, que as crianças aprendem. Portanto, no
convívio, nas ações e iniciativas que realizam, elas vão
constituindo seus próprios percursos formativos, ou
seja, criam seus caminhos dentro de uma cultura,
aprendendo a se desenvolver com autonomia. Quando
se propõe que os estabelecimentos de educação infantil
sejam espaços para a produção de culturas infantis, de
processos de construção de conhecimentos em situações
de interação e de inserção das crianças nas práticas
sociais e linguagens de sua cultura, o modelo
convencional de escola, historicamente estabelecido e
vigente em grande parte das práticas escolares, dificulta
a construção de uma nova dimensão educacional.
Os bebês e as crianças pequenas A educação
infantil, como área de estudos da Pedagogia, tem se
preocupado, desde o século XIX, com a educação das
crianças bem pequenas. Porém, durante muitos anos, os
estudos e propostas educacionais foram pensados, quase
que exclusivamente, para as crianças entre quatro e seis
anos. As propostas educacionais focadas em crianças de
dois e três anos eram profundamente questionadas tendo
em vista que os discursos dominantes afirmavam que os
cuidados maternos seriam o modo adequado de educar
os bebês e as crianças bem pequenas.
As propostas para bebês ou crianças bem pequenas
eram vistas apenas como necessidades para órfãos ou
crianças em situação de risco. Nos últimos anos a
demanda pelo atendimento educacional de bebês em
creches e pré-escolas vem se ampliando. Grande parte
do preconceito com relação a essas instituições está
sendo superado, pois 29 os estudos vêm demonstrando
o quanto essa experiência educacional, quando
realizada em estabelecimentos adequados, traz
benefícios para as crianças e contribui com a educação
realizada pelas escolas e pelas famílias. Também os
conhecimentos científicos sobre os recém-nascidos e
suas capacidades vêm se atualizando no sentido de tirá-
los do lugar de seres incapazes de interagir com o
mundo. Sabemos hoje que os bebês enxergam,
reconhecem vozes e contribuem ativamente nos seus
processos de aprendizagem. Por exemplo, ao pegar um
objeto, um bebê, a partir de um movimento biológico,
emotivo e cultural, constrói um gesto. Ela imita e, ao
agir, desenvolve a percepção, a memória e a motricidade
que irão se tornar recursos valiosos para seu
desenvolvimento posterior. O gesto inicial vai
sugerindo novos modos de compreensão de
movimentos como chacoalhar, apertar. Finalmente, os
bebês começam a ser reconhecidos como pessoas
potentes que interagem no mundo e aprendem desde que
nascem. Não é possível continuar subestimando suas
capacidades.
Os bebês sabem muitas coisas que nós não
reconhecemos porque ainda não conseguimos ver,
compreender, analisar, ou seja, reconhecer como um
saber. As suas formas de comunicação, por exemplo,
acontecem através dos gestos, dos olhares e dos choros
que são movimentos expressivos e que constituem os
canais de comunicação não verbal com o mundo.
Muitas vezes nós, adultos, é que não estamos
alfabetizados nessas linguagens e, portanto, não
podemos compreender o que falam. O professor como
adulto responsável tem o papel de estar presente,
observar e procurar compreender as linguagens da
criança e responder-lhe adequadamente As crianças
pequenas, especialmente os bebês, têm um crescimento
muito rápido.
Do um ponto de vista orgânico, as crianças,30 nos
primeiros anos de vida, realizam grandes conquistas,
como a aquisição da marcha e da linguagem. Esse ritmo
acelerado de aprendizagens, que geralmente é comum
nas crianças (excetuando aquelas que apresentam algum
transtorno de desenvolvimento, mas que podem, num
ritmo mais lento, ou de modo diferenciado, alcançar tais
capacidades) também apresenta diferenças que podem
ser pessoais ou culturais. As características dos bebês
exigem que o dia-a-dia seja muito bem planejado, pois
há um grande dinamismo e diversidade no grupo.
Enquanto duas crianças dormem, uma quer comer, outra
brinca ou lê em seus livros-brinquedos e outro bebê
precisa ser trocado.
Toda essa diversidade, em uma situação de
dependência, exige atenção permanente do adulto à
segurança das crianças, através de um conjunto de
fatores ambientais e relacionais, para efetivamente dar
conta das suas singularidades. A criação de espaços
pedagógicos, de materiais e a construção de situações
didáticas que desafiem e contribuam para o
desenvolvimento das crianças exige preparo,
conhecimento e disponibilidade das professoras. Todo o
conhecimento posterior está calcado nas ações que as
crianças pequenas realizam sobre si e no mundo em suas
experiências cotidianas.
As primeiras noções sobre o mundo social se
constituem no encontro e nas interações com adultos e
outras crianças, marcados pelas relações de emoção e
afeto e pelas oportunidades que as práticas culturais e as
linguagens simbólicas daquela sociedade sugerem. As
crianças bem pequenas possuem grandes diferenças em
relação às crianças maiores. A especificidade das
crianças de zero a três anos advém de sua totalidade, de
sua vulnerabilidade, de sua dependência dos adultos
(em especial da família), de seu rápido crescimento e
possibilidade de desenvolvimento, das instituições
sociais e educativas, além de suas formas próprias de
conhecer o mundo.31 Os avanços científicos nos
mostram a importância das interações sociais para o
desenvolvimento das crianças, desde a mais tenra idade,
como também evidenciam a relevância da interlocução
com as linguagens simbólicas da família, do professor e
das demais crianças.
A formação das crianças acontece em processos de
interação, negociação com os outros ou por oposição a
eles. Se, nos primeiros anos, as crianças experimentam
muitas novidades, posteriormente elas começam a
consolidar e a compartilhar seus mundos com os
demais. Já falam e gostam de conversar e relatar
histórias, se interessam por produzir movimentos cada
vez mais complexos e por participar de atividades
coletivas, envolvendo várias outras crianças. Nesse
momento, seus atos de linguagem são potentes e podem
referir as complexas relações sociais e culturais que
desde o nascimento estabeleceram com o entorno.
Agora, a linguagem verbal viabiliza que a curiosidade e
a descoberta em relação aos outros e ao mundo se
extravase. Muitas vezes, nos estabelecimentos de
educação infantil, as crianças, depois dos três ou quatro
anos, são tratadas como “os grandes”. É claro que, em
relação aos bebês, elas já possuem outras
possibilidades, mesmo assim são pessoas com pouca
experiência e que necessitam apoio. A cultura de pares
é aquela produzida no encontro de crianças de idade
aproximada. O uso deste conceito surgiu nos estudos
sobre o desenvolvimento infantil, mostrando a
importância da vida em grupo, mesmo para as crianças
pequenas. A palavra “pares” nessa expressão não está
ligada à idéia de dupla, de par, mas a noção de grupo.
A expressão “culturas infantis”, de uso mais recente,
se refere às configurações espaciais e temporais do
contexto em que as crianças vivem com outras crianças,
mediadas pela cultura. Para as crianças, essas produções
lhes possibilitam dar sentido ao mundo. As crianças, em
suas culturas infantis, recompõem a cultura material e
simbólica de uma sociedade. Elas fazem sua releitura
do mundo, isso é, leem o 32 mundo adicionando novos
elementos geracionais, recriando-o e reinventando-o.
Na educação infantil, a organização do tempo e do
espaço precisa oferecer a oportunidade de momentos de
troca com outras crianças e de brincadeiras que
efetivamente promovam aprendizagens, garantindo o
desenvolvimento.
É necessário lembrar que, se em muitos contextos
sociais de nosso país as brincadeiras na rua –
envolvendo crianças pequenas, bebês, crianças maiores
– acontecem cotidianamente, em outros espaços, como
nos apartamentos das regiões centrais das grandes
cidades, as crianças pequenas vivem sem irmãos ou
contato com crianças de idade diferente. Por esse
motivo, os estabelecimentos educacionais para crianças
pequenas precisam revisar a organização das turmas
apenas por faixa etária similar e propiciar oportunidades
de interações tanto de crianças da mesma idade quanto
de crianças de idades diferentes, na perspectiva de
favorecer a transmissão e a reelaboração das culturas de
infância.
Algumas perspectivas de compreensão da infância
mostram que ela não é apenas um momento no
desenvolvimento das pessoas ou de uma faixa etária
específica. A infância não pode ser vista como uma
etapa estanque da vida, algo a ser superado ou, ainda,
que termina com a juventude. A infância deixa marcas,
permanece e habita os seres humanos ao longo de toda
a vida, como uma intensidade, uma presença, um jeito
de ser e estar no mundo. Como uma reserva de sonhos,
de descobertas, de tristezas, de encanto e entusiasmos.
PRINCÍPIOS EDUCATIVOS PARA A
EDUCAÇÃO INFANTIL
Há muito tempo, nas terras da Mesopotâmia, um rei
chamado Gilgamesh foi mandado pelo Deus Sol para
governar a cidade de Uruk. [...] era parte Deus e parte
homem. Ele parecia humano, mas não sabia o que era
ser humano. Ele tinha poder e riqueza, sem ser feliz.
Tinha tudo, menos amigos. Vivia sempre sozinho. Por
isso tornara-se amargo e cruel. Recontado por Ludmila
Zeman - epopéia Rei Gilgamesh
Perspectivas para a educação infantil
Quando reivindicamos para a educação infantil a função
de ser um lugar de educação e cuidado para as crianças,
famílias e profissionais, pensamos em alguns princípios
orientadores que precisam ser transformados em
práticas cotidianas, independente do campo de ação.
Esses princípios tornam-se balizadores dos
planejamentos e das ações a serem vividas no ambiente
da escola. A escola de educação infantil permite criar e
consolidar encontros e relações com pessoas diferentes,
além de vivências relativas aos diversos saberes.
Ela oferece à criança o contato com o contexto cultural
ao qual pertence, ampliando sua visão de mundo, em um
local planejado e preparado para ser agradável e
instigante à sua curiosidade, no qual aprende o valor da
beleza dos detalhes e do bemviver e onde pode ser
ouvida e respeitada. Tais práticas educacionais exigem
adultos envolvidos com o compromisso coletivo de
oferecer atenção e assumir uma atitude de confiança na
criança que está ali para participar dos acontecimentos
com os adultos, aprendendo a conviver nesse mundo
que se apresenta a ela. Porém, as crianças não o
apreendem passivamente.
Elas 59 interagem assimilando, rejeitando,
transgredindo e transformando a si mesmas, as outras
crianças, aos adultos e ao mundo. Uma especificidade
desse local em relação a outros espaços educativos das
crianças pequenas, como a família, é a de que os adultos
possuem uma intencionalidade pedagógica referenciada
não apenas em valores pessoais e contingentes, mas em
interpretações coletivas dos princípios debatidos e
estabelecidos na sociedade através de suas legislações e
teorias educacionais que foram apropriadas em
programas de formação profissional que criam uma
identidade institucional.
Assim, regida pela ética do respeito à criança, pela
política de conhecer e compreender seu contexto sociale suas culturas e também atenta à estética do mundo
simbólico infantil a escola oportuniza a multiplicidade
de formas de representação e os princípios políticos de
participação e liberdade de expressão tão caros a uma
sociedade democrática e sustentável. Nesse sentido,
reafirmando as atuais Diretrizes Curriculares Nacionais
da Educação Infantil (1999) foram desdobrados cinco
princípios educativos visando a sua concretização na
prática. São eles: “Diversidade e singularidade”,
“Democracia, sustentabilidade e participação”,
“Indissociabilidade entre educar e cuidar”, “Ludicidade
e brincadeira” e, finalmente, “Estética como experiência
individual e coletiva”. Cabe destacar que esses
princípios foram extraídos da consulta nacional sobre as
práticas cotidianas na educação infantil e também que
não há entre eles hierarquia ou predominância, mas
inevitável interlocução, pois dizem respeito às
dimensões da vida pessoal e comunitária desde a
infância.
Diversidade e singularidade
O mundo que habitamos é formado por uma imensa
diversidade. A diversidade se manifesta tanto nas
características físicas, psíquicas, 60 sociais, culturais e
biológicas dos seres humanos quanto na natureza, nos
instrumentos e artefatos e nas organizações sociais.
Nessa perspectiva, a diversidade traz em si uma imensa
riqueza para os seres humanos, para a cultura e para a
natureza. Porém, como vivemos em uma sociedade
hierarquizada e excludente, muitas vezes as
diversidades acarretam desigualdades e engendram
modos de exclusão e de segregação. Ou seja, a
diversidade muitas vezes torna-se o ponto de partida das
desigualdades.
Apesar das diversidades estarem presentes na expressão
da singularidade de cada ser humano em sua forma de
ser e estar no mundo e nas manifestações sociais e
culturais, durante anos a educação pouco produziu em
termos de pesquisas e ações sobre o tema. Atualmente a
visibilidade das implicações dessa desconsideração
educacional vem colocando a diversidade como
conceito-chave para a educação na maioria das
sociedades contemporâneas. Por muito tempo, os
estabelecimentos educacionais de educação infantil
cumpriram sem questionamento o papel de
“homogeneizar” os comportamentos das crianças e
prepará-las para tornarem-se “bons alunos” para a
escola fundamental.
A defesa de uma escolaridade “única” manifestava-se
como estratégia para superar as desigualdades sociais,
mas, geralmente, a operacionalização desse processo
acabava levando algumas crianças, as “diferentes” ou as
consideradas “minoritárias”, ao fracasso. Isto é, aquelas
que, por diferentes motivos, não acompanhavam o
processo de uniformização eram desconsideradas ou
excluídas. O grande desafio educacional do momento é
o de como pensar e como realizar uma escola concebida
para a universalização – isto é, para socializar e ensinar
a todos – que possa cumprir também a meta
contemporânea de educar enfatizando os processos de
individuação e singularização.
O pensamento social pós-Constituição de 1988,
explicitado tanto no ECA (1990) – Estatuto da Criança
e do Adolescente – quanto na 61 LDBEN (1996),
caminha no sentido de compreender que todas as
crianças brasileiras são diversas e têm direito à
escolaridade. Compreende-se, então, que é preciso não
apenas a aceitação, o respeito às diversidades, mas
principalmente a confrontação e o entrelaçamento das
diferenças. As ações sociais, culturais e educativas
encaminham para a construção de pedagogias que
questionem o etnocentrismo, os diversos processos de
colonização e dominação que existem nas instituições
educacionais. As pedagogias contemporâneas procuram
compreender a diversidade dos sujeitos não como uma
falha, mas como uma riqueza, e defendem a inclusão
das singularidades. São pedagogias que afirmam a
abertura ao novo como forma de reinvenção do espaço
escolar. Assim, é importante garantir nos
estabelecimentos de educação infantil, com adultos e
crianças pequenas que aí convivem, uma postura de
celebrar a diversidade das crianças, das famílias e das
comunidades. Ou seja, favorecer relações participativas
e coerentes entre o ambiente da escola e os que nela
convivem. A escola que opta por ensinar a viver em
conjunto, aprender em parceria, com solidariedade e
respeito ao outro, opta também por realizar a inclusão
de modo orgânico.
Para tanto, torna-se importante escolher metodologias
que favoreçam – e ofereçam – experiências de
aprendizagem através da co-construção lúdica enquanto
criação e jogo, enquanto imaginação e razão. A decisão
de investir em tais metodologias exige negar a busca de
um padrão único de respostas e passar a considerar a
complexidade dos processos e a diversidade dos
produtos. Significa não apenas aceitar que as crianças
tenham respeitados seus ritmos, mas também propor
trabalhos diversificados que contemplem diferenciados
modos de pensar e operar sobre o mundo, propondo
práticas educativas que integrem a atenção e o respeito
às particularidades das crianças em seus modos de
produzir significados no e com o grupo.
As práticas educativas que consideram a
participação – nas quais as crianças possam ser
consultadas, possam expressar suas interpretações e
opiniões, ter seus sentimentos, sensações, saberes,
conhecimentos, interrogações e dúvidas respeitados e
escutados – fazem emergir outras possibilidades de
encaminhamento do processo pedagógico. A
constatação do desrespeito às diversidades e às
singularidades construídas pelas crianças em seu grupo
social e vivenciadas no cotidiano é uma das grandes
preocupações que mobilizam o campo da educação
infantil, pois se manifestam continuamente nos modos
como as crianças são percebidas, ouvidas e desafiadas.
Como as relações educacionais e especialmente as
relações entre adultos e crianças estão atravessadas por
relações de poder, considerar nas ações educativas com
crianças pequenas o princípio da diversidade e
singularidade exige do profissional não apenas a
reflexão sobre suas práticas naturalizadas em ambientes
não educacionais, exercendo seu poder sobre as
crianças, mas também investimento em uma formação
que contribua para banir atitudes adultocêntricas,
concebendo a infância, isto é a diferença etária, também
como uma forma de diversidade. Nesse sentido, a
formação dos professores torna-se estratégia
educacional fundamental para romper com concepções
que circulam no senso comum sobre a diferença como
deficiência e/ou desigualdade, contribuindo para
instituir outras formas de conceber e realizar a ação
pedagógica.
O compromisso legal e político dos processos de
inclusão das crianças com necessidades especiais,
hospitalizadas, em risco social ou vítimas de violência,
exigem atenção especial. Porém, elas não se
diferenciam dos processos de inclusão das demais
crianças, pois todas merecem ter suas singularidades
preservadas e compreendidas, assim como serem
desafiadas a estabelecerem novas relações. Outra
questão importante para pensar a educação das crianças
pequenas é a de que a diversidade constitui-se na relação
com o pertencimento. As crianças, em suas
diversidades, também manifestam lógicas de
pertencimento.
Em seus processos singulares de pertencimento social e
cultural, elas precisam encontrar modos de favorecer
suas características identitárias, como também procurar
estabelecer as diferenças que as singularizam no seu
grupo. As primeiras experiências das crianças na
educação infantil são fundamentais para sua formação,
pois se tornam, no corpo, o referencial “vivenciado” de
concepções e práticas sociais. Muitos (pré)conceitos, ou
interpretações, compreensões e valorações são
estabelecidos nessa faixa etária através dos encontros
afetivos no convívio com pessoas e instituições que
indicam comportamentos e apontam significadosque
têm efeitos de longa duração.
Entre os bebês, o gênero, a cor da pele, a cor dos olhos,
ter ou não um braço paralisado, ser dessa ou daquela
religião, morar aqui ou ali, não tem grande relevância.
Algum estranhamento pode deter a atenção, pode causar
espanto, criar curiosidade, mas não há reação de
rejeição entre eles. Nas crianças bem pequenas, as
observações, as relações mútuas, as interpretações e
posteriormente as perguntas e questionamentos
inevitavelmente surgem não apenas na fala, mas
também nos desenhos, na imitação, nas brincadeiras de
faz-de-conta, mas significadas pelos sentidos
desencadeados no percurso de convivência coletiva.
Desse modo, quanto mais crianças respeitadas em suas
particularidades e características diferenciadas
estiverem presentes na convivência dos ambientes,
participando da vida escolar, mais garantias teremos
para favorecer, no coletivo, aprendizagens menos
preconceituosas.
A sociedade brasileira é extremamente diversificada e
dessa forma produz culturas com características
particulares. A extensão do 64 país e sua história
enriquecem aquilo que denominamos cultura popular
brasileira. Portanto, é particularmente relevante que a
educação infantil considere, ao se assumir como espaço
no qual as crianças constroem seus pertencimentos, o
movimento de aproximação com as manifestações
culturais e com os grupos sociais e culturais da região a
qual pertencem. A interlocução com a comunidade, o
compartilhamento de bens culturais e a valorização de
conquistas alcançadas fazem parte da dinâmica escolar
cotidiana. Porém, essa interlocução não supõe a
aceitação de valores e práticas que não se coadunem
com princípios éticos maiores.
É tão difícil generalizar o pensamento como é pretender
a homogeneização dos procedimentos e das práticas
cotidianas quando o compromisso do país implica
garantir oportunidades educacionais para todas as
crianças: as urbanas, as das periferias das grandes
cidades, crianças camponesas, crianças pertencentes a
assentamentos, crianças ribeirinhas, crianças
quilombolas, crianças filhas de pequenos agricultores e
crianças indígenas tanto do interior do Amazonas
quanto aquelas que vivem nas periferias de nossas
cidades. Esse é o desafio de vivermos juntos em uma
sociedade complexa que apresenta à educação a
impossibilidade de responder-lhe com a simplificação
de uma escola única.
PRINCÍPIOS BÁSICOS DA
EDUCAÇÃO INFANTIL E OS
DIREITOS DE APRENDIZAGEM
Conforme o Parecer nº 20/2009 - CNE/CEB, (BRASIL, 2009
p. 4) que revisa as Diretrizes Curriculares Nacionais
para a Educação Infantil (DCNEIs) de 1999 e
embasa as novas diretrizes estabelecidas pela
Resolução nº 5/2009 - CNE/CEB, as unidades de
Educação Infantil, constituem-se em um espaço
organizado intencionalmente em que são
considerados “[...] critérios pedagógicos, o
calendário, horários e as demais condições [...]”
que garantam seu funcionamento.
Assim, por seu caráter educativo atrelado à
exigência de formação mínima e específica dos
profissionais e ao fato de estarem submetidas a
legislações que regulam seu credenciamento e
funcionamento, a Educação Infantil como primeira
etapa da Educação Básica deve seguir os princípios
estabelecidos nas suas diretrizes, os quais são
definidos no artigo 6º:
As propostas pedagógicas de Educação Infantil
devem respeitar os seguintes princípios:
I – Éticos: da autonomia, da responsabilidade, da
solidariedade e do respeito ao bem comum, ao meio
ambiente e às diferentes culturas, identidades e
singularidades.
II – Políticos: dos direitos de cidadania, do
exercício da criticidade e do respeito à ordem
democrática.
III – Estéticos: da sensibilidade, da criatividade, da
ludicidade e da liberdade de expressão nas
diferentes manifestações artísticas e culturais
(BRASIL, 2009, p. 2).
São princípios que se complementam e expressam
uma formação fundamentada na integralidade do
ser humano, que precisa apropriar-se dos sentidos
éticos, políticos e estéticos na construção da sua
identidade pessoal e social. Esses princípios estão
vinculados à Base Nacional Comum Curricular por
meio da definição de seis direitos de aprendizagem
e desenvolvimento, os quais pretendem assegurar.
As condições para que as crianças aprendam em
situações nas quais possam desempenhar um papel
ativo em ambientes que as convidem a vivenciar
desafios e a sentirem-se provocadas a resolvê-los,
nas quais possam construir significados sobre si, os
outros e o mundo social e natural (BRASIL, 2017,
p. 35).
Os direitos de conhecer-se e de conviver
relacionam-se aos princípios éticos, os direitos de
expressar e de participar partem dos princípios
políticos e os direitos de brincar e de explorar
contemplam os princípios estéticos.
PRINCÍPIOS ÉTICOS
Os princípios éticos estão relacionados às ações e
às relações estabelecidas com e entre as crianças,
com e entre os adultos das unidades de Educação
Infantil e também com os familiares, com
experiências e vivências de responsabilidade,
solidariedade e respeito. Neste sentido, é preciso
intencionalidade na organização do trabalho
pedagógico, partindo de saberes e conhecimentos
que garantam a participação e expressão das
crianças, de modo a promover a sua autonomia.
Isso implica considerar no percurso da
aprendizagem e do desenvolvimento a afetividade
e os vínculos estabelecidos pelas crianças, de modo
que estes promovam uma autoestima positiva, bem
como uma construção afirmativa de identidade do
seu grupo social.
Nesse processo, a criança tem a possibilidade de
conhecer-se, conhecer ao outro e conviver na
diversidade étnico-racial, cultural, regional,
religiosa, dentre outras, respeitando o ser humano e
os espaços em que vivem. Experiências que
promovam o autocuidado, o respeito ao próximo e
ao meio ambiente estão associadas aos seguintes
direitos expressos na BNCC:
Conhecer-se e construir sua identidade pessoal,
social e cultural, constituindo uma imagem positiva
de si e de seus grupos de pertencimento, nas
diversas experiências de cuidados, interações,
brincadeiras e linguagens vivenciadas na
instituição escolar e em seu contexto familiar e
comunitário.
Conviver com outras crianças e adultos, em
pequenos e grandes grupos, utilizando diferentes
linguagens, ampliando o conhecimento de si e do
outro, o respeito em relação à cultura e às
diferenças entre as pessoas (BRASIL, 2017, p.36).
PRINCÍPIOS POLÍTICOS
A ideia de cidadania, de criticidade e de
democracia ligada aos princípios políticos, embora
complexa, é construída nas experiências e
vivências em que a criança tem oportunidade de se
expressar e de participar. Estão associados à função
da educação enquanto formadora de cidadãos
críticos, que considerem o coletivo e o individual,
o que implica se identificar enquanto sujeito ativo,
que está inserido em uma sociedade podendo
transformá-la. Assim, as crianças devem desde
bem pequenas aprender a ouvir e respeitar a opinião
do próximo, podendo também se manifestar
relatando acontecimentos, sentimentos, ideias ou
conflitos.
Na BNCC aparecem os direitos de:
Expressar, como sujeito dialógico, criativo e
sensível, suas necessidades, emoções,
sentimentos, dúvidas, hipóteses, descobertas,
opiniões, questionamentos, por meio de
diferentes linguagens.
Participar ativamente, com adultos e outras
crianças, tanto do planejamento da gestão da
escola e das atividades propostas pelo
educador quanto da realização das atividades
da vida cotidiana, tais como a escolha das
brincadeiras, dos materiais e dos ambientes,
desenvolvendo diferentes linguagens e
elaborando conhecimentos, decidindo e se
posicionando (BRASIL, 2017, p. 36).
PRINCÍPIOS ESTÉTICOS
A estética diz respeito à formação dasensibilidade
capaz de apreciar e elevar a imaginação e permitir
a criação, capacidades importantes para o
desenvolvimento integral da criança. As práticas
pedagógicas devem conduzir ao contato e à
aprendizagem sobre as especificidades expressas
em diferentes tipos de manifestações artísticas e
culturais. Para isso a criança deve vivenciar
experiências diversas, que estimulem sua
sensibilidade e valorizem seu ato criador. Desta
forma, por meio de sensações, que devem ser as
mais diversificadas possíveis, as crianças
desenvolvem sua percepção que consequentemente
contribui para se tornarem criativas.
Muitas brincadeiras são manifestações culturais e
artísticas próprias da infância e permitem a
expressão da liberdade e da ludicidade. A
brincadeira é uma forma de interação e também
promotora do desenvolvimento. É preciso
considerar que ao brincar a criança explora objetos,
aprende sobre as diferentes funções sociais da
cultura e desenvolve o controle de conduta, pois
realiza as ações de um adulto o imitando em
diferentes papéis.
Na BNCC, os princípios estéticos aparecem nos
direitos de:
Brincar cotidianamente de diversas formas, em
diferentes espaços e tempos, com diferentes
parceiros (crianças e adultos), ampliando e
diversificando seu acesso a produções culturais,
seus conhecimentos, sua imaginação, sua
criatividade, suas experiências emocionais,
corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas,
sociais e relacionais.
Explorar movimentos, gestos, sons, formas,
texturas, cores, palavras, emoções, transformações,
relacionamentos, histórias, objetos, elementos da
natureza, na escola e fora dela, ampliando seus
saberes sobre a cultura, em suas diversas
modalidades: as artes, a escrita, a ciência e a
tecnologia (BRASIL, 2017, p. 36).
Assim, os princípios e os direitos das crianças
somente podem ser efetivados se corresponderem a
um determinado entendimento de infância e de
criança, pois estão associados às características do
seu desenvolvimento, considerando a forma como
se relacionam com o mundo e consequentemente
como aprendem e se desenvolvem.
PLANEJAMENTO CURRICULAR
CENTRADO NA CRIANÇA
Como afirmamos anteriormente, um currículo centrado
na teoria da aprendizagem, tal como a proposta
curricular da BNCC da etapa da Educação Infantil,
organizada por campos de experiências, compreende
que planejar o cotidiano e os contextos de aprendizagem
que o permeiam envolve um processo de refl exão pelo
professor não somente do conhecimento em si, mas
também do conhecedor e do processo de construção de
conhecimento (Bruner, 1976)5. Em outras palavras,
planejar é refl etir sobre o que as crianças têm direito de
aprender, como, a partir de suas singularidades, podem
melhor aprender e quais as condições e estratégias que
podem ser criadas para favorecer a aprendizagem
almejada. Planejar considerando a criança no centro
desta ação implica, portanto,
11 Práticas Pedagógicas na Educação Infantil
• Conhecer como as crianças aprendem e
• se desenvolvem;
• Uma escuta atenta para as suas curiosidades
• e interesses;
• Considerar as necessidades das crianças de vínculos
seguros, estáveis e afetivos;
• Atentar para as necessidades das crianças de
participarem de forma ativa de um cotidiano com
previsibilidade, regularidade e confiança;
• Prever, no cotidiano, contextos que propiciem que as
crianças possam se conhecer, aos outros, ao mundo que
as cercam, construindo relações e saberes;
• Respeitar o ritmo individual de cada criança criando
condições para que suas vivências e descobertas
aconteçam a partir de suas possibilidades;
• Considerar a pluralidade de linguagens pelas quais as
crianças possam se expressar e aprender,
compreendendo o papel da Educação Infantil em
garantir que possam ter o privilégio de se expressar e
aprender não somente pela fala, mas pela diversidade de
linguagens criadas pela humanidade;
• Compreender a escola como um lugar de viver a vida,
com um cotidiano permeado por práticas culturais e
sociais, articuladas com os conhecimentos do
patrimônio de nossa sociedade e promotoras do
desenvolvimento integral;
• Compreender o papel do professor como um parceiro
e mediador que apoia as aprendizagens e o
desenvolvimento das crianças.
UMA ESCUTA ATENTA PARA AS
SINGULARIDADES DAS CRIANÇAS
‘Escutar’ significa estar plenamente atento às crianças
e, ao mesmo tempo, assumir a responsabilidade por
registrar e documentar o que é observado e usar isso
como base para tomada de decisões compartilhada com
crianças e pais (EDWARDS, 2016).6 Falar de um
currículo centrado na criança envolve conhecer cada
uma delas e seu grupo para que possamos ser
responsivos, a partir da escuta atenta, de observações e
de documentações, aos seus interesses e necessidades.
Compreender a experiência como central no currículo
abrange o entendimento e a valorização do processo de
aprendizagem das crianças, envolve um profundo
respeito pelos adultos na garantia de que suas
aprendizagens possam se originar daquilo que já sabem
e se perguntam sobre o mundo, as pessoas, as relações e
a si mesmas. As perguntas que as crianças fazem são
complexas, poéticas e trazem em si grandes temas da
humanidade, afinal estão buscando respostas para
entender o mundo, se entender neste mundo.
• Por que o tempo existe? O que é o tempo?
• De onde vem o espaço?
• O que é o medo, a saudade?
Suas reais perguntas investigativas não possuem
respostas imediatas. São convites para a construção de
saberes com significado, que permitam atribuir sentido
ao mundo, ao que aprendem. Pela escuta atenta do
professor, é possível identificar essas perguntas,
compreender o que elas já trazem de saberes e
experiências construídos pelas crianças. E considerar
essas perguntas investigativas como disparadoras para
novos processos de construção de saberes e sentidos
sobre o mundo, as relações e sobre si mesma é uma
forma de valorizar as crianças, suas ideias e
pensamentos.
Quando o professor escuta atentamente as crianças e,
por meio de um processo de curadoria de perguntas
investigativas, devolve a elas aquilo que perguntaram,
em um contexto intencional e de apoio para que possam
dar sequência em suas investigações, afirma-lhes seus
potenciais, suas sabedorias e possibilidades, contribui
para sua autoestima, autoconfiança e também pelo
prazer em aprender. Assim ele possibilita que a
aprendizagem seja vivida pela criança como um
processo de autoria, de construção de um mundo a ser
descoberto, e não de um mundo pronto. Viver um
processo de aprendizagem, que passa pela descoberta,
pela atribuição de sentidos, carrega consigo a
criatividade como uma ferramenta essencial para se
relacionar com o mundo e as pessoas e, nesse processo,
produzir cultura, respostas, saberes, e não apenas
reproduzi-los.
ORGANIZAÇÃO DO COTIDIANO
COMO PROMOTOR DE DIREITOS E
APRENDIZAGENS
A Base Nacional Comum Curricular da etapa da
Educação Infantil, a partir dos princípios e objetivos já
anunciados nas DCNEI, promulga seis grandes direitos
de aprendizagem que devem ser garantidos a todas as
crianças.
São eles: Direito de conviver; Direitos de brincar;
Direito de participar; Direitos de explorar; Direitos de
se expressar; Direito de conhecer-se. Esses direitos são
norteadores fundamentais para o cotidiano, e todos os
contextos de aprendizagens com as crianças devem ser
considerados um meio de garantir, respeitar e valorizar
a forma como a criança se expressa e aprende nesse
momento de sua vida. Os direitos não devem ser lidos
de forma superficial. É preciso uma análise cuidadosa e
aprofundada de suas proposições para entender a
complexidade da mensagem que apresentam.
O que é o Desenvolvimento Social da
Criança?
O desenvolvimento social da criança envolvetécnicas e hábitos que ajudam os pequeninos a
explorarem seus aspectos emocionais, físicos e
cognitivos. Em cada fase da infância, esses
aspectos são explorados na prática dentro de casa e
na escola. Assim como o pediatra é responsável
pela saúde e o terapeuta pelo emocional, a família
e a escola trabalham por meio de estímulos para
melhorar as habilidades nas crianças e ajudá-las a
ter e manter uma boa convivência em sociedade.
Esses estímulos podem começar durante a gestação
e se estender até os 6 anos de idade, fase da vida
em que as crianças vão para escola e já precisam
estar preparadas para o convívio no coletivo. No
começo da vida, a criança começa a interagir com
outros indivíduos (seus pais ou cuidadores) pela a
voz, reagindo de maneira prazerosa quando
reconhece quem está falando com ela.
É neste período da infância onde as emoções
começam a se aprimorar. Em seguida, na fase pré-
operatória (entre 2 e 7 anos de idade), os
pequeninos se tornam muito egocêntricos, pois
ainda não entendem como os terceiros se sentem
em relação ao seu comportamento e expressão de
emoções. Em contrapartida, é desenvolvida uma
linguagem própria, que promove a criatividade e a
geração de ideias por meio de atividades infantis
específicas para o desenvolvimento social da
criança.
Quais são as habilidades relacionadas ao
Desenvolvimento Social da Criança?
O desenvolvimento social da criança é sustentado
por 4 habilidades emocionais fundamentais para
conviver em harmonia nos ambientes coletivos e se
inserir com segurança na sociedade sem que as
reações e diferenças dos outros indivíduos causem
reações ou impactos emocionais negativos.
Empatia
Ter empatia é o mesmo que saber se colocar no
lugar do próximo e ter a sensibilidade de analisar
uma situação pelo ponto de vista do outro. É uma
habilidade complexa, que precisa de muito
estímulo para se desenvolver a ponto de tornar a
vivência social totalmente positiva. Até para nós
adultos é um grande desafio formar uma postura
empática e colocá-la em prática.
Respeito
Para ter um convívio coletivo harmônico é preciso
sempre respeitar o próximo, mesmo quando não
concordamos com sua opinião ou posicionamento.
Cada indivíduo é único e tem suas próprias
características.
Por este motivo, é preciso trabalhar o respeito na
criança para que ela consiga conviver com a
diversidade e entender que certas atitudes podem
ser desrespeitosas, ofensivas ou diminuir a
existência do próximo.
Incentivar as crianças a respeitar os outros e servir
como exemplo é nosso dever como seres sociais.
Com pequenos gestos e diálogos agradáveis é
possível transmitir aos pequeninos que é preciso
saber esperar sua vez, reconhecer as qualidades dos
amiguinhos e entender que nem sempre o que eles
querem pode ser alcançado.
Comunicação
A comunicação é a habilidade mais estrutural a ser
trabalhada no desenvolvimento social da criança,
afinal é ela que nos interliga com outros indivíduos,
permitindo a transmissão de ideias e mensagens,
com clareza e coerência.
Também é fundamental lembrar que parte da
comunicação é ouvir, dar atenção ao que o outro
diz e tempo para que tudo seja dito. Sabendo disso,
os diálogos se tornam fluidos, sem interrupções e
influenciam melhor no amadurecimento da criança.
Cooperação
Seja na infância ou na maturidade, nossa vida é
cheia de atividades em equipe. Saber como se
comportar e conviver em grupo é determinante para
ter boas experiências e conseguir bons resultados,
seja na vida social ou profissional.
Como os pais podem contribuir com o
Desenvolvimento Social da Criança?
Seja na infância ou na maturidade, nossa vida é
cheia de atividades em equipe. Saber como se
https://www.colegiogeracao.com.br/blog/sinais-de-que-seu-filho-precisa-de-um-psicologo/
https://www.colegiogeracao.com.br/blog/licoes-sobre-tolerancia-que-devemos-ensinar-aos-nossos-filhos/
https://www.colegiogeracao.com.br/blog/licoes-sobre-tolerancia-que-devemos-ensinar-aos-nossos-filhos/
comportar e conviver em grupo é determinante para
ter boas experiências e conseguir bons resultados,
seja na vida social ou profissional.
Como dito no início, apesar da escola ter grande
responsabilidade no desenvolvimento social da
criança, boa parte disso deve ser feito pelos pais,
por meio da promoção de interações da criança com
outras pessoas, que estimulem a formação das
habilidades destacadas no tópico anterior.Existe
uma infinidade de maneiras que ajudam o
desenvolvimento social da criança. Algumas são
muito populares, como os costumes passados dos
pais para os filhos e outras podem ser facilmente
aplicadas.
Uma das mais utilizadas é a criação de uma rotina
de conversas em família a fim de celebrar a união,
dando espaço para a criança falar e os pais
responderem o que pensam sobre o que foi dito.
Pode ser durante as refeições, antes de deitar ou
depois das brincadeiras.
Outra boa estratégia é incentivar a criança a expor
seus sentimentos e ajudá-la a fazer isso quando
algum bloqueio surgir. O incentivo deve estar
presente em todas as situações, seja para enviar
uma mensagem ao professor, dizer ao amiguinho
ou amiguinha que sente saudades, o quanto ela
gosta das pessoas, se aconteceu algo que ela não
gostou, etc.
É fundamental que a criança saiba se expressar
adequadamente no convívio coletivo, seja para
definir limites, dizer o que pensa ou para dar espaço
a novas interações.
Também é crucial moderar o uso da tecnologia,
como computadores, smartphones e videogames.
Apesar de serem ferramentas muito úteis para a
construção do intelecto, elas têm um enorme poder
de imersão no mundo virtual, fazendo com que as
crianças se esqueçam de cultivar, preservar e dar
importância para as relações pessoais
presenciais. Para contornar essa situação, é muito
interessante promover atividades em grupo, com os
amiguinhos e outros familiares, como a prática de
esportes coletivos, atividades de colorir, jogos de
tabuleiro, sessão de filmes educativos e clube da
leitura.
Registro de atividades e do
desenvolvimento
O registro na educação infantil é o método mais
simples e eficaz para acompanhar e avaliar o
desenvolvimento das crianças. Para realizá-lo, o
professor deve observar seus alunos, como se
comportam, aprendem, reagem a novas situações e
interagem com as outras pessoas.
A partir dessas observações, faz um registro
escrito, mas que pode conter fotos, vídeos e
atividades feitas pelas crianças. Essas informações
ajudam o professor a criar as atividades e a
promover o desenvolvimento de habilidades em
seus alunos. A partir desse registro, é possível
refletir sobre a eficácia das intervenções adotadas e
fazer avaliações.
A importância da observação nos registros
A observação ajuda os professores da educação
infantil a conhecer e apoiar seus alunos, é uma
forma de se conectar com eles. Quando as crianças
se sentem cuidadas, seguras e protegidas interagem
melhor e ficam mais motivadas para aprender
novas habilidades. Use a observação para ter uma
visão global da criança, que te permita conhecer
suas habilidades, interesses e características.
Conhecer bem cada aluno ajuda a planejar
atividades individualizadas e significativas.
Reflita sobre as suas observações para avaliar o
progresso de cada criança, entender suas
necessidades e personalidade, melhorar as práticas
de ensino e planejar as atividades. Coloque ideias
em prática para melhorar o aprendizado e o
relacionamento com seus alunos. Faça da
observação uma prática contínua e registre as
pequenas mudanças e características individuais de
cada criança. Faça anotações sobre atividades,
durante ou logo depois, pois esquecemos
rapidamente momentos importantes quando
partimos para outra tarefa.
https://www.colegiogeracao.com.br/blog/7-ensinamentos-que-vao-ajudar-seus-filhos-no-futuro/https://www.colegiogeracao.com.br/blog/7-ensinamentos-que-vao-ajudar-seus-filhos-no-futuro/
https://www.colegiogeracao.com.br/blog/como-desenvolver-inteligencia-emocional-nas-criancas/
https://www.colegiogeracao.com.br/blog/como-desenvolver-inteligencia-emocional-nas-criancas/
https://www.colegiogeracao.com.br/blog/menos-tablet-e-mais-livros-na-educacao-de-nossos-filhos/
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https://www.colegiogeracao.com.br/blog/como-incentivar-meu-filho-a-pratica-de-esportes/
https://www.colegiogeracao.com.br/blog/como-incentivar-meu-filho-a-pratica-de-esportes/
https://www.colegiogeracao.com.br/oficinas/jogos-de-tabuleiro/
https://www.colegiogeracao.com.br/oficinas/jogos-de-tabuleiro/
A observação conecta informações que fornecem
aos professores da educação infantil uma imagem
mais real de cada criança.
A observação na educação infantil
A observação na educação infantil ajuda a conhecer
o comportamento das crianças ao longo do ano. Os
registros dessas observações ajudam o professor a
perceber padrões e planejar atividades, a obter
insights sobre como a criança pensa sobre o mundo
e fornecem oportunidades para mudanças que
promovam o desenvolvimento dos alunos.
Quando um professor observa seus alunos, entende
melhor seus pontos fortes ou fracos e os registros
ajudam a pensar em estratégias que facilitem a
aprendizagem. Os registro de atividades e do
desenvolvimento é importante por diversos
motivos, tais como:
• entender melhor os comportamentos das
crianças;
• identificar necessidades especiais;
• documentar habilidades, dificuldades e
desafios;
• revelar o estilo de comunicação da criança;
• entender como ela interage com os colegas,
dentre outros.
O foco do registro é demonstrar os passos do
desenvolvimento de cada criança, analisando as
intervenções utilizadas para promover os avanços.
O processo de observação é fundamental para a
reflexão, documentação, planejamento, execução e
avaliação na educação infantil.
A importância do registro
O registro reúne informações que revelam o
desenvolvimento das habilidades das crianças, e
ajuda o professor a ter uma visão global sobre cada
aluno. É importante que o professor encontre o seu
próprio estilo de fazer esse registro, para criar
relatórios de forma que consiga visualizar o
progresso de seus alunos.
É papel dos educadores ajudar a criança a crescer e
estimular o desenvolvimento de habilidades em
todas as áreas: cognitiva; física; social; emocional
e linguagem. Cada uma dessas áreas impacta sobre
a outra quando uma criança está aprendendo.
Reunir as observações dos alunos em forma de
registro ajuda a desenvolver atividades
significativas para promover o desenvolvimento
das crianças. Por meio de fotos e escritos, é
possível refletir sobre as estratégias e realizar
avaliações.
Conecte-se com os pais
O registro de atividades e do desenvolvimento
permite levar essas informações aos pais, para
poder trabalhar com eles e garantir uma
congruência nas ações em casa e na escola.
As reuniões com os pais são importantes para
planejar os objetivos para cada criança e
compreender o papel do professor. Amarrar tudo
isso não é uma tarefa fácil, por isso a importância
dos registros.
E você, como faz o registro de atividades e do
desenvolvimento dos seus alunos na educação
infantil? Conta nos comentários!
Referências:
GUEDES, Adrianne Ogêda and NASCIMENTO, Anelise
Monteiro do. Nos passos da experiência: registro e pesquisa
na educação infantil. Cad. Pesqui. [online]. 2018, vol.48,
n.170.
Organização do Tempo na Escola: A
Importância da Rotina
Como organizar a rotina?
A organização da rotina deve ser adequada ao
tempo de permanência da criança na escola, ou
seja, se período integral, caracterizado pelo
Ministério da Educação, com no mínimo de sete
horas diárias, ou meio período, totalizando quatro
horas diárias.
A partir dessa definição, organizam-se as
atividades propostas para a criança. Importante
destacar que essa organização não pode ser rígida,
pode ter alterações e adaptações no dia a dia,
dependendo de situações inusitadas.
A criança não pode de maneira nenhuma ficar
sozinha, em nenhum dos momentos especificados
acima. Ou seja, deve estar sempre com um adulto
que dirige as atividades, no diálogo com a criança,
na perspectiva do cuidar, educar e brincar.
A organização da rotina orienta as crianças no
tempo e no espaço e também, o trabalho do
professor, quando por meio da mediação das
atividades propostas avaliava aplicação do que foi
planejado e traduzido em seu plano de ensino.
Como o professor pode ajudar?
O professor deve, a partir das observações
realizadas, promover a verbalização das situações,
problematizar, incentivar respostas, experiências,
trabalhar com o nome da criança, criar referências
sobre a história de vida de cada um, criar
indicativos sobre as características da escola, do
bairro.
Promover momentos para cantar, ouvir músicas, ler
histórias, parlendas, poemas, assistir filmes,
dramatizar. Organizar situações matemáticas, por
exemplo, enumerar os materiais como brinquedos.
Para as crianças maiores, propor atividades com
situações de agrupar, tirar, subtrair, repartir,
registrar quantidades.
Todas essas atividades devem ser realizadas a partir
de brincadeiras, jogos, que permitam a
socialização, a integração entre as crianças e com o
meio, sua autonomia. Seus objetivos devem
contemplar o proposto na organização pedagógica,
ou seja, as situações de aprendizagem devem ser
intencionais.
Os diferentes momentos organizados que
caracterizam a rotina na escola infantil são de suma
importância para avaliação do desenvolvimento da
criança e da proposta pedagógica e curricular, pois
é na execução das atividades que se cria a
possibilidade de estabelecer a relação entre teoria e
prática e ainda, da atuação dos diferentes
profissionais.
Cabe observar e registrar, por exemplo, nos
momentos:
Da entrada e saída
A desenvoltura da criança, sua segurança em ir e
vir, o diálogo que estabelecem com quem as deixa
e recebe na escola, a maneira como interagem com
o espaço e as pessoas que a cercam.
Das atividades
O desenvolvimento da linguagem, da motricidade,
da afetividade, das relações que estabelece com o
objeto de aprendizagem e com os colegas e
professor, como expressa e entende as orientações
do professor para os momentos de falar, de ouvir,
de organizar os espaços, o cuidado com os
materiais, identificar as dificuldades da criança e
em quais atividades tem maior domínio.
As refeições
A autonomia em se alimentar, em se servir, a
postura à mesa, a utilização dos utensílios, a
mastigação.
A higiene
O reconhecimento de seu corpo, do asseio, a
manipulação dos instrumentos de higiene, o prazer
com a higiene, a agilidade ao despir-se e vestir-se.
O descanso
Acompanhar o sono: O comportamento durante o
período de repouso, se a criança aceita quando um
colega quer dormir e não quer brincar, se atendem
as orientações do professor ou monitor quanto à
organização do espaço, dentre outros aspectos.
O currículo na Educação Infantil
Devendo a Educação Infantil estar norteada pelo
princípio da natureza da criança, a brincadeira deve
ser presente em todos os momentos educativos,
pois trata-se da forma de linguagem mais rica
expressa pelas crianças. No entanto, não significa
que a prática pedagógica não deva estar organizada,
com tarefas e objetivos claramente definidos, mas
sim que a ação do professor deva ser pensada
sempre com uma intencionalidade, sem perder o
caráter exploratório e incentivador.
Os documentos oficiais para a Educação Infantil
definem alguns aspectos como a carga horária,
formação dos profissionais, objetivos e direitos da
aprendizagemda criança, articulações com o
ensino fundamental, entre outros, que devem ser
explorados de acordo com as características do
grupo, de modo a promover o pleno
desenvolvimento individual e coletivo, partindo
das necessidades específicas da comunidade
escolar e articulando os saberes de cada um ao
patrimônio histórico e cultural da sociedade.
Sendo assim, o currículo da educação infantil deve
ser pensado de forma relativa aos objetivos desta
etapa da escolarização. Esta elaboração é
extremamente importante, entretanto é
indispensável pensar no currículo da Educação
Infantil para além do que está exposto nos
documentos e na escola. Ainda, perceber a criança
além das descrições e delimitações destes
documentos e, sim, procurar compreendê-la em sua
própria plenitude do estado de ser criança, trazendo
isto para o contexto da educação escolar, mantendo
sempre a intencionalidade das atividades sem que
necessariamente isto esteja explícito nos
planejamentos.
Lembremos que, para que se possa obter êxito no
processo educativo, a ação pedagógica deve estar
orientada a partir dos interesses da criança,
ampliando as possibilidades sem se desprender da
sua natureza curiosa e exploradora. Conforme cita
as DCNs
Art. 3º O currículo da Educação Infantil é
concebido como um conjunto de práticas que
buscam articular as experiências e os saberes das
crianças com os conhecimentos que fazem parte do
patrimônio cultural, artístico, ambiental, científico
e tecnológico, de modo a promover o
desenvolvimento integral de crianças de 0 a 5 anos
de idade. (BRASIL, 2009, p. 1)
Art. 4º As propostas pedagógicas da Educação
Infantil deverão considerar que a criança, centro do
planejamento curricular, é sujeito histórico e de
direitos que, nas interações, relações e práticas
cotidianas que vivencia, constrói sua identidade
pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja,
aprende, observa, experimenta, narra, questiona e
constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade,
produzindo cultura. (BRASIL, 2009, p.1)
Art. 8º A proposta pedagógica das instituições de
Educação Infantil deve ter como objetivo garantir à
criança acesso a processos de apropriação,
renovação e articulação de conhecimentos e
aprendizagens de diferentes linguagens, assim
como o direito à proteção, à saúde, à liberdade, à
confiança, ao respeito, à dignidade, à brincadeira, à
convivência e à interação com outras crianças.
§ 1º Na efetivação desse objetivo, as propostas
pedagógicas das instituições de Educação Infantil
deverão prever condições para o trabalho coletivo
e para a organização de materiais, espaços e tempos
que assegurem:
I - a educação em sua integralidade, entendendo o
cuidado como algo indissociável ao processo
educativo;
II - a indivisibilidade das dimensões expressivo-
motora, afetiva, cognitiva, linguística, ética,
estética e sociocultural da criança;
III - a participação, o diálogo e a escuta cotidiana
das famílias, o respeito e a valorização de suas
formas de organização;
IV - o estabelecimento de uma relação efetiva com
a comunidade local e de mecanismos que garantam
a gestão democrática e a consideração dos saberes
da comunidade;
V - o reconhecimento das especificidades etárias,
das singularidades individuais e coletivas das
crianças, promovendo interações entre crianças de
mesma idade e crianças de diferentes idades;
IV - recriem, em contextos significativos para as
crianças, relações quantitativas, medidas, formas e
orientações espaço temporais;
V - ampliem a confiança e a participação das
crianças nas atividades individuais e coletivas;
VI - possibilitem situações de aprendizagem
mediadas para a elaboração da autonomia das
crianças nas ações de cuidado pessoal, auto-
organização, saúde e bem-estar;
VII - possibilitem vivências éticas e estéticas com
outras crianças e grupos culturais, que alarguem
seus padrões de referência e de identidades no
diálogo e reconhecimento da diversidade;
VIII - incentivem a curiosidade, a exploração, o
encantamento, o questionamento, a indagação e o
conhecimento das crianças em relação ao mundo
físico e social, ao tempo e à natureza;
IX - promovam o relacionamento e a interação das
crianças com diversificadas manifestações de
música, artes plásticas e gráficas, cinema,
fotografia, dança, teatro, poesia e literatura;
X - promovam a interação, o cuidado, a
preservação e o conhecimento da biodiversidade e
da sustentabilidade da vida na Terra, assim como o
não desperdício dos recursos naturais;
XI - propiciem a interação e o conhecimento pelas
crianças das manifestações e tradições culturais
brasileiras;
XII - possibilitem a utilização de gravadores,
projetores, computadores, máquinas fotográficas, e
outros recursos tecnológicos e midiáticos.
(BRASIL, 2009, p. 4)
A importância do lúdico na
aprendizagem
A infância é formada por brincadeiras,
atividades, experiências e interações
sociais. A junção de todas essas vivências
torna a experiência infantil saudável e
enriquecedora. Por esse motivo, a
presença do lúdico é extremamente
importante no ensino.
Lúdico é a forma de desenvolver a
criatividade, os conhecimentos, através de
jogos, música e dança. O intuito é educar,
ensinar, se divertindo e interagindo com os
outros.
O lúdico está em suas diversas modalidades,
como brinquedos, brincadeiras, jogos
acompanhando nossa trajetória de vida, do
nascimento à terceira idade, contribuindo
para a nossa saúde física e mental de forma
integrada.
Os jogos e suas brincadeiras trazem em geral
benefícios, conhecimento e diversão para
todas as idades, além de oportunizar o
aperfeiçoamento de nossas qualidades e a
superação de nossas dificuldades.
Qual é objetivo da atividade lúdica?
O lúdico contribui no desenvolvimento da
criança e auxilia na aprendizagem, no
desenvolvimento social, cultural e pessoal,
assim proporciona a socialização e a
aquisição do conhecimento.
A atividade lúdica tem o objetivo de produzir
prazer e diversão. Quem pratica esta
atividade percebe que ela vem acompanhada
de inúmeras brincadeiras para enriquecer
nossos conhecimentos de forma prazerosa na
educação. Nos jogos e brincadeiras as
crianças desenvolvem a coordenação, a
atenção, a imitação introduz-se às regras,
imaginação e memória. Por isso, a
importância de nós professores trabalharmos
o lúdico, com as crianças no ensino da
matemática.
Quem brinca sabe que a alegria se encontra
precisamente no desafio e na dificuldade
letras, palavras, números, formas, bichos,
plantas, objetos, comidas, músicas, todos são
desafios que fazem as crianças refletirem sob
contagem, seriação, tempo, quantidade,
tamanho, velocidade, entre outros…
A importância para a pedagogia
O lúdico é um recurso metodológico de suma
importância para auxiliar a aprendizagem das
crianças da educação infantil.
Os jogos ensinam os conteúdos através de regras,
pois possibilita a exploração do ambiente a sua
volta, os jogos proporcionam aprendizagem
maneira prazerosa e significativa assim agrega
conhecimentos.
Nós, professores, temos que transformar a matéria
em brinquedo e seduzir o aluno a brincar. Depois
de seduzi-lo, não há quem o segura.
A maior evidência que temos sobre a dificuldade
de levar o lúdico para a sala de aula está relacionada
ao fato que durante muito tempo coube aos alunos
a tarefa de ficar sentados em suas carteiras,
obedientes, silenciosos e passivos, pois era a
máxima para uma aprendizagem melhor “Primeiro
o dever, depois o prazer”.
Reconhecer o lúdico é reconhecer a linguagem dos
nossos tempos, é abrir portas e janelas para novas
formas de aprendizagem e descobertas de
conhecimento.
Os jogos e brincadeiras tenham sucesso na sua
aplicação é necessária a mediação do professor que
precisaplanejar suas atividades com objetivos pré-
estabelecidos a serem alcançados.
Ao utilizar jogos e brincadeiras o professor
introduz o lúdico no ensino aprendizagem para o
aluno da educação infantil, isto contribui para
conhecimento da criança.
Desenvolvimento da linguagem nos
primeiros anos de vida: mecanismos de
aprendizagem e resultados do
nascimento aos cinco anos de idade
Resultados de pesquisas recentes
Em geral, o curso do desenvolvimento da
linguagem e seus mecanismos subjacentes são
descritos separadamente para os subdomínios do
desenvolvimento fonológico (o sistema de sons),
do desenvolvimento léxico (as palavras), e do
desenvolvimento morfossintático (a gramática),
embora essas áreas estejam inter-relacionadas tanto
no desenvolvimento quanto no uso da linguagem.
Desenvolvimento fonológico: Os recém-nascidos
têm a capacidade de ouvir e discriminar os sons da
fala. No decorrer do primeiro ano de vida, tornam-
se mais competentes para escutar os contrastes
utilizados em seu idioma e insensíveis às diferenças
acústicas que não são relevantes para esse idioma.
Esta sintonização da percepção da fala ao ambiente
linguístico resulta de um processo de aprendizagem
no qual os bebês formam categorias mentais de
sons da fala em torno de grupos de sinais acústicos
que ocorrem com mais freqüência em seu idioma.
Essas categorias, então, orientam a percepção, de
forma que as variações dentro de uma categoria são
ignoradas, e as variações entre as categorias são
percebidas
Os primeiros sons que os bebês produzem são
gritinhos e ruídos que não se assemelham à fala. Os
principais marcos do desenvolvimento vocal
anterior à fala são a produção de sílabas canônicas
(combinações adequadas de consoantes e vogais),
que aparecem entre os seis e os 10 meses de idade,
rapidamente sucedidas por balbucios duplicados
(repetições de sílabas). Quando aparecem as
primeiras palavras, são utilizados os mesmos sons,
e as palavras contêm o mesmo número de sons e de
sílabas, que as sequências precedentes do
balbucio.8 Um dos processos que contribuem para
o desenvolvimento fonológico inicial parece ser o
esforço ativo dos bebês de reproduzir os sons que
escutam. No balbucio, os bebês podem descobrir a
correspondência entre o que fazem com seu
aparelho vocal e os sons resultantes. O importante
papel do feedback é sugerido por observações de
que crianças que têm perdas auditivas apresentam
atraso na produção do balbucio canônico. Por volta
dos 18 meses de idade, as crianças parecem ter
construído um sistema mental para representar os
sons de seu idioma e para produzi-los dentro das
limitações de suas capacidades de articulação. A
esta altura, a produção de sons da fala pelas
crianças torna-se consistente nas diferentes
palavras– em contraste com o período anterior, em
que a forma de som para cada palavra era uma
entidade mental separada.9 Os processos
subjacentes a este desenvolvimento ainda não são
suficientemente compreendidos.
Desenvolvimento léxico. Os bebês entendem as
primeiras palavras já aos cinco meses de idade,
produzem as primeiras palavras entre 10 e 15
meses, atingem o marco de 50 palavras de
vocabulário produtivo por volta dos 18 meses, e o
de 100 palavras entre 20 e 21 meses. Depois disso,
o desenvolvimento do vocabulário é tão rápido que
se torna praticamente inviável rastrear quantas
palavras as crianças conhecem. O vocabulário de
uma criança de aproximadamente seis anos de
idade foi estimado em 14 mil palavras.
A tarefa de aprendizagem de palavras tem
múltiplos componentes e recorre a múltiplos
mecanismos. Os bebês utilizam procedimentos
estatísticos de aprendizagem, monitorando a
probabilidade de que os sons apareçam juntos e,
dessa forma, segmentam o fluxo contínuo da fala
em palavras separadas. A capacidade de armazenar
essas sequências de sons da fala, conhecida como
memória fonológica, entra em ação à medida que
são criadas entradas no léxico mental. Na tarefa de
mapear uma palavra nova em relação a seu
referente, as crianças são guiadas por sua
capacidade de utilizar mecanismos de inferência
socialmente baseada (isto é, as crianças falantes
falam sobre coisas para as quais estão olhando),
pelo seu conhecimento de mundo (parte da
aprendizagem de palavras envolveu o mapeamento
de novas palavras em conceitos pré existentes) e
por seu conhecimento linguístico anterior (isto é, a
estrutura da frase na qual uma nova palavra aparece
dá pistas sobre o significado dessa palavra). O
domínio completo do significado das palavras pode
exigir também novos desenvolvimentos
conceituais.
Desenvolvimento morfossintático: Por volta dos
24 meses de idade, a criança começa a reunir duas,
três ou mais palavras em frases curtas. As primeiras
frases são combinações de palavras de conteúdo, e
frequentemente não incluem palavras com função
gramatical, por exemplo, artigos e preposições –
nem terminações de palavras, por exemplo,
marcadores de plural e de tempo. Gradualmente, à
medida que domina a gramática de seu idioma, a
criança se torna capaz de produzir enunciados cada
vez mais extensos e gramaticais. De maneira geral,
o desenvolvimento de períodos complexos, isto é,
com várias orações começa um pouco antes do
segundo aniversário, e está praticamente completo
aos quatro anos de idade. Em geral, a compreensão
precede a produção. O mecanismo responsável
pelo desenvolvimento da gramática é um dos temas
mais ardorosamente debatidos no estudo do
desenvolvimento da linguagem.
Argumenta-se que as crianças enfrentam a tarefa de
aprendizagem da linguagem já equipadas com o
conhecimento inato da estrutura da linguagem, e
que a linguagem não poderia ser adquirida de outra
forma. No entanto, também é evidente que, mesmo
na infância, as crianças são capazes de detectar
padrões abstratos na fala que ouvem,19 e há
evidências muito sólidas de que as crianças mais
expostas à fala e que ouvem enunciados
estruturalmente mais complexos adquirem a
gramática mais rapidamente do que crianças com
menos experiências,3, 20 – o que sugere que a
experiência linguística desempenha um papel
substancial no desenvolvimento da linguagem.
O que é identidade e autonomia?
Identidade
De acordo com o Referencial Curricular Nacional
para a Educação Infantil, identidade remete à ideia
de distinção. Diz o documento: “é uma marca de
diferença entre as pessoas, a começar pelo nome,
seguido de todas as características físicas, de
modos de agir, de pensar e da história pessoal”.
Construir a identidade implica conhecer os
próprios gostos e preferências e dominar
habilidades e limites, sempre levando em conta a
cultura, a sociedade, o ambiente e as pessoas com
quem se convive. Esse autoconhecimento começa
no início da vida e segue até o seu fim, mas é
fundamental que alguns conhecimentos sejam
adquiridos ainda na creche.
Assim que nasce, o bebê permanece um bom tempo
em fusão com a mãe. Isso significa que ele ainda
não é capaz de reconhecer os próprios limites e os
limites do outro. Por isso, o desenvolvimento da
criança nos primeiros anos de vida está
intimamente ligado a experiências de frustração –
no jargão freudiano – pelas quais terá de passar
para compreender-se como um ser único em meio
a outros seres igualmente singulares, ou seja, um
ser com identidade própria.
O cerne da construção da identidade está nas
pessoas com as quais a criança estabelece vínculos.
A família é o primeiro canal de socialização. Em
seguida, e tão importante quanto, está a escola.
Autonomia
A autonomia, segundo o mesmo referencial
curricular é “a capacidade de se conduzir e de
tomar decisões por si próprio, levando em conta
regras, valores, a perspectiva pessoal, bem como a
perspectiva do outro”. Mais do que autocuidado –
saber vestir-se, alimentar-se,escovar os dentes ou
calçar os sapatos -, ter autonomia significa ter
vontade própria e ser competente para atuar no
mundo em que vive. É na creche que a criança
conquista suas primeiras aprendizagens – adquire a
linguagem, aprende a andar, forma o pensamento
simbólico e se torna um ser sociável.
A especificidade do trabalho na creche
Na faixa de 0 a 3 anos, explorar o eixo identidade e
autonomia envolve ajudar os pequenos a
desenvolver o reconhecimento da própria imagem.
O objetivo é que eles se identifiquem como seres
únicos, com corpo, hábitos e preferências próprias.
Ao mesmo tempo, é desejável que os bebês ganhem
independência progressiva para tanto para realizar
ações cotidianas, como brincar e se expressar por
meio da linguagem, quanto para o cuidado com a
higiene e a alimentação. O caminho privilegiado
para conseguir esse desenvolvimento são as
atividades de interação, que possibilitam a criação
de vínculos afetivos e o aprendizado das regras para
a vida em sociedade.
Imagem corporal
Espelho é elemento chave para a construção
progressiva do “eu”
Um dos estágios mais importantes no
desenvolvimento de qualquer pessoa é o que o
psicanalista francês Jacques Lacan (1901-1981)
denominou como estádio do espelho (“estádio”, no
caso, é sinônimo de fase ou período). Até mais ou
menos os seis meses de vida, o bebê sente-se como
parte de um corpo fragmentado – completado por
sua mãe. Na medida em que cresce, adquire maior
mobilidade, sofre intervenções do ambiente e deixa
de ser amamentado, o bebê começa a perceber-se
como um ser distinto. Quando colocado em frente
a um espelho, ele progressivamente reconhece a
imagem refletida de seu corpo e é a partir dessa
experiência que o “eu” começa a ser construído.
Espelhos, portanto, são elementos imprescindíveis
para a construção da identidade e devem estar em
todas as salas na creche. Eles ajudam as crianças a
ter consciência dos limites do próprio corpo e a
observar os próprios movimentos, diferenciando-se
dos colegas e do ambiente. Mantenha-os baixos, na
altura dos pequenos, e ofereça oportunidades para
que eles façam caretas, dancem, comparem
imagens e realizem desafios corporais em frente ao
espelho.
Para os bebês também é possível imprimir cartazes
com as fotos dos pequenos e colar no chão – já que
eles engatinham – ou nos berços. Todas essas
oportunidades de exploração vão ajudá-los a
http://revistaescola.abril.com.br/historia/pratica-pedagogica/analista-linguagem-423050.shtml
manter o contato com a própria imagem e a
identificar a figura do outro.
Experiências que envolvam música e sensações
também são bem-vindas, assim como as ações de
cuidado com os bebês. Tomar banho, ser trocado
ou mamar, por exemplo, são atividades essenciais
para o reconhecimento de si e o estabelecimento de
vínculos com o outro. À medida que percebe seu
corpo separado do corpo do outro, a criança
consegue organizar as próprias emoções e ampliar
seu repertório e seus conhecimentos sobre o mundo
que a cerca.
O que é um Projeto Político Pedagógico?
O Projeto Político Pedagógico (PPP), ou Projeto
Pedagógico, é um documento que reúne os
objetivos, metas e diretrizes de uma escola. Ele
deve ser elaborado obrigatoriamente por toda
instituição de ensino, segundo a Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional (LDB).
Um dos objetivos do PPP é promover a
autonomia na gestão administrativa e
pedagógica, por meio de ações que se adequam à
realidade, identidade, diversidade cultural e
religiosa de cada instituição escolar – além de
considerar a especificidade de cada escola.
O PPP também fortalece a identidade escolar por
registrar objetivos de maneira clara e definir como
a escola e outros agentes dessa comunidade
(professores, gestores, alunos, pais) podem
trabalhar para alcançá-los.
É importante que o PPP não seja visto como parte
da burocracia escolar, mas sim como um
instrumento usado por toda a comunidade para
melhorar o ensino na instituição.
Quais são os pilares do PPP?
O Projeto Político Pedagógico é diferente e único
em cada instituição, podendo haver flexibilização
quanto ao conteúdo. Entretanto, ele deve seguir três
pilares básicos.
1º pilar: Projeto
O documento precisa reunir diversos projetos que
deverão ser executados em um tempo determinado.
É uma forma de pensar no futuro, tendo o presente
como ponto de partida.
É importante que o PPP tenha um plano de ação
bem definido para guiar a escola e a comunidade
escolar em cada projeto proposto no documento.
2º pilar: Político
A escola desenha um papel político na sociedade
por ser um importante agente social. Nesse sentido,
o ambiente educacional deve atuar como meio
que auxilia o aluno a se desenvolver enquanto
cidadão crítico, capaz de transformar a realidade
em que está inserido, tanto individualmente como
coletivamente.
3º pilar: Pedagógico
Não há dúvidas que o principal pilar de uma escola
é a educação. Dessa forma, é essencial que o PPP
tenha atividades e ações educacionais que
contribuam para o processo de
aprendizagem dos alunos.
Como elaborar um Projeto Político Pedagógico?
Cada escola é livre para elaborar o PPP de acordo
com os próprios parâmetros. Porém, alguns pontos
podem ajudar na construção do documento.
Envolver toda a comunidade escolar
O PPP deve ser elaborado de forma coletiva e
colaborativa, incluindo todos os agentes da
comunidade escolar, incluindo também pais e
professores. Nesse sentido, a escola precisa definir
de que forma ocorrerá a colaboração.
O mais comum é elaborar o PPP por meio de um
Conselho de Classe, mas a escola pode realizar
reuniões e outros métodos que melhor se adequem
à realidade da comunidade escolar.
Definir a missão e visão da escola
https://blog.conexia.com.br/gestao-educacional-e-tecnologia/
https://blog.conexia.com.br/gestao-educacional-e-tecnologia/
https://blog.conexia.com.br/gestor-educacional/
Assim como uma empresa, a escola deve definir
sua missão e valores, assim como sua razão de
existir. É essencial que eles sejam objetivos e
condizentes com o restante do PPP, já que a escola
não poderá mudá-los por um tempo determinado.
Além disso, é importante evitar afirmações
genéricas ou que estejam fora do escopo do
plano de ação da escola.
Avaliar os indicadores educacionais da escola
Antes de começar a traçar o plano de ação para os
projetos, a escola precisa coletar e avaliar os
indicadores educacionais. Entender como está o
processo de aprendizagem e rendimento
escolar dos estudantes vai servir como guia na
elaboração do PPP.
Por exemplo, se uma escola verificar que o 1° ano
do Ensino Médio teve um índice de evasão de 30%
no último ano, poderá estabelecer como meta
diminuir para 15% e elaborar tarefas que possam
ajudar a escola alcançar esse objetivo.
Leia também: Entenda agora como fazer um plano
de recuperação da aprendizagem
Desenvolver um plano de ação
Todo projeto que constar no PPP deve ter um plano
de ação estabelecido. Ou seja, a escola precisa
definir como pretende alcançar determinado
objetivo e também qual será o prazo. Além disso,
é necessário indicar quais agentes vão fazer parte
das ações (professores, gestores escolares, pais,
alunos…).
O plano de ação pode envolver diversas atividades,
como palestras, eventos, atividades
extracurriculares, projetos comunitários e até
mesmo a compra de equipamentos para a
ampliação de espaços estudantis.
Cabe à escola definir quais ações melhor se
encaixam em cada objetivo, desde que sejam
coerentes e estejam dentro da realidade da rotina e
estrutura da escola e da comunidade escolar.
Definir as diretrizes e normas que serão usadas
como guia
É fundamental que o documento siga orientações,
diretrizes, currículos, normas e demais dispositivos
legais dos órgãos educacionaisde todas as esferas
(federal, estadual e municipal). Nesse
sentido, adequar o PPP à Base Nacional Comum
Curricular (BNCC) será importante para
alcançar um ótimo desenho de aprendizagem.
Esclarecer como será a formação de professores
O PPP deve conter também qual será a formação
oferecida pela escola para que os professores
adquiram a capacitação necessária para colocar os
planos de ação em prática. Dessa forma, a
instituição de ensino contribui para a formação
continuada dos docentes.
Veja também: 5 tendências para o mercado da
educação em 2022
Principais erros que devem ser evitados na
elaboração do PPP
Infelizmente, algumas escolas podem cometer
alguns erros durante e após a elaboração do PPP.
Vamos conferi-los abaixo?
Copiar o PPP de outra escola
Cada instituição escolar tem realidades únicas. Por
isso, não é recomendado copiar o PPP de outra
escola, já que não é viável adotar os objetivos e
ações de um contexto na qual a escola não faz
parte.
Não envolver a comunidade escolar
A colaboração dos agentes da comunidade escolar
para elaboração do PPP é fundamental para
adequar as ações e objetivos à realidade da unidade
de ensino. Isso também inclui as famílias dos
estudantes, pois eles também farão parte do
processo de desenvolvimento escolar.
Não revisar o PPP
https://blog.conexia.com.br/rendimento-escolar/
https://blog.conexia.com.br/rendimento-escolar/
https://blog.plataformaaz.com.br/recuperacao-da-aprendizagem-2/
https://blog.plataformaaz.com.br/recuperacao-da-aprendizagem-2/
https://blog.conexia.com.br/tendencias-da-educacao-2022/
https://blog.conexia.com.br/tendencias-da-educacao-2022/
https://blog.conexia.com.br/comunicacao-escola-e-familia/
As metas e objetivos da escola podem ser
alcançadas antes do prazo, mudarem com o tempo
ou deixarem de fazer sentido para a comunidade
escolar. Dessa forma, a instituição de ensino
precisa revisar o PPP para reavaliar os projetos
propostos no documento.
O PPP é um documento que deve acompanhar as
mudanças da escola. Por isso, ele deve passar por
constantes atualizações, com objetivo de manter-se
alinhado ao contexto da comunidade escolar.
Não medir os resultados
Após a elaboração e implementação do plano de
ação, é importante que a escola analise o
andamento das atividades. Não fazer esse processo
pode ser um erro, pois impede que a instituição de
ensino avalie quais ações estão dando certo e o que
pode ser feito para melhorar o desempenho escolar
a curto, médio e longo prazo.
Planejamento escolar: o que é e para que serve?
• Gestão Escolar
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A escola é uma organização criada com a finalidade
de promover a disseminação dos conhecimentos
científicos elaborados ao longo da história por meio
de processos de ensino-aprendizagem eficazes. Por
isso, ressaltamos a importância do planejamento
escolar para que esse objetivo seja alcançado, uma
vez que é nesse plano educacional que são traçadas
as estratégias para que a educação aconteça de
forma concreta no dia a dia escolar.
Mas no que consiste um planejamento escolar?
Quais são suas necessidades e obrigatoriedades?
Confira tudo sobre esse tema tão importante para as
escolas!
Afinal, o que é o planejamento escolar?
Quando pensamos em atingir um objetivo,
automaticamente precisamos pensar em um
planejamento com todas as estratégias, metas,
ações e prazos a serem cumpridos, assim como qual
será o método utilizado para realizar o
monitoramento do planejamento elaborado.
Portanto, podemos definir o planejamento escolar
como um documento com a descrição do
processo de organização e coordenação da ação
docente, elaborado com o objetivo de garantir a
execução das atividades escolares ao longo do
ano letivo.
A partir desse planejamento, é possível colocar em
prática o plano de ação que norteará a proposta
pedagógica, as atividades educacionais, a matriz
curricular e as metodologias de ensino que serão
adotadas pela escola no processo de ensino-
aprendizagem.
Por que elaborar o planejamento escolar?
Como o planejamento escolar possui a função de
direcionar o funcionamento da escola durante o ano
letivo, a elaboração deste documento se mostra
fundamental para o bom funcionamento de uma
instituição educacional.
Nele, devem estar definidos os conteúdos a serem
ensinados, a ordem dos mesmos, os métodos e
datas de avaliação, as atividades extracurriculares,
assim como as ações para que o calendário escolar
seja cumprido, sempre considerando as diretrizes
da BNCC e o Projeto Político Pedagógico da
escola.
É válido ressaltar que as escolas têm liberdade para
criar ou adotar os projetos e as metodologias de
ensino que acreditem, desde que garantam o
processo de aprendizagem dos alunos, de acordo
com a idade e o nível educacional que eles se
encontram.
O planejamento escolar também pode ser composto
por meio de planos de ação, com objetivos
específicos, nesse caso, os respectivos responsáveis
precisarão elencar as melhores estratégias para
alcançá-lo.
Ainda que os objetivos específicos sejam definidos,
não podemos perder de vista o fato de que o
planejamento deve abranger os objetivos macro,
https://edifyeducation.com.br/blog/category/gestao-escolar/
https://edifyeducation.com.br/blog/planejamento-escolar/#entry-content-5731
https://edifyeducation.com.br/blog/bncc-entendendo-os-conceitos-de-competencia-e-habilidade/
https://edifyeducation.com.br/blog/bncc-entendendo-os-conceitos-de-competencia-e-habilidade/
que influenciam a organização escolar como um
todo. A partir dessa visão mais ampla do
funcionamento da escola, é possível ir afunilando
até chegar à elaboração dos planos de aula por cada
professor em disciplina de atuação.
O planejamento escolar também pode abranger
questões burocrático-administrativas, como o uso
dos espaços comuns do prédio escolar – pátio,
quadras, bibliotecas, laboratórios, etc.
Nele, também deve constar a elaboração de um
calendário geral para alunos e professores, ou seja,
o plano escolar é uma espécie de guia para toda a
comunidade escolar.
Quem são os responsáveis pelo planejamento
escolar?
Todos os membros da equipe pedagógica devem
participar da elaboração do planejamento, uma vez
que ele impactará diretamente no trabalho dos
envolvidos durante todo o ano letivo.
Portanto, todos devem participar das reuniões para
a definição das pautas do planejamento
escolar: gestores, diretores, professores,
coordenadores, orientadores e demais
funcionários que estejam envolvidos com as
ações do calendário escolar.
Essas reuniões devem acontecer antecipadamente
no início do ano letivo, a fim de que o planejamento
esteja finalizado antes das aulas começarem. Os
membros da equipe devem discutir o
funcionamento da instituição escolar como um
todo e também quem serão os responsáveis por
cada uma das atividades e ações estratégicas
definidas no planejamento.
Isso significa que todos os participantes devem
pensar juntos sobre como atingir os objetivos da
escola no ano letivo escolar. Logicamente, quando
se trata dos planos de aula de uma disciplina
específica, cabe ao professor responsável elaborar
todos os planos de aula, podendo solicitar o auxílio
do coordenador pedagógico. Esse trabalho em
conjunto é fundamental para a promoção de uma
gestão escolar democrática e participativa.
Quais são os pontos de partida do planejamento
escolar?
Os profissionais que trabalham na escola, com
certeza, estão profundamente envolvidos nas
atividades e no dia a dia da escola, por isso, já
executam muitas tarefas que devem compor o
planejamento escolar.
Mas, apesar de todo esse envolvimento, muitos
pontos de melhoria acabam passando
despercebidos pelos integrantes da equipe
pedagógica. Por isso, mais uma vez reforçamos a
importância de buscar parceiros especializadosque
oferecem programas educacionais completos e
acompanham a equipe pedagógica durante todo o
ano letivo.
É preciso ressaltar que um novo planejamento não
deve ser completamente igual ao do ano interior.
Por isso, é fundamental que os envolvidos na
elaboração desse planejamento proponham
melhorias e inovações, não apenas para promover
o aprendizado dos alunos, mas também para
engajá-los nas atividades escolares, participando
ativamente dos projetos escolares.
Elencamos alguns pontos de partida para a
elaboração do planejamento escolar que devem
estar no radar dos profissionais da escola:
1. Elaboração do calendário escolar
Considerar quando iniciará e quando fechará o ano
letivo é fundamental para a elaboração do
planejamento escolar, afinal, todas as ações devem
estar organizadas nesse período.
Mas isso não significa que a equipe pedagógica não
pode inovar em seu calendário, aproveitando
algumas datas especiais para envolver os alunos em
projetos inovadores, que vão além das atividades
comuns dos anos anteriores.
Pode ser uma excelente oportunidade de engajar os
alunos em atividades extraclasse para que atuem
ativamente no seu próprio aprendizado.
https://edifyeducation.com.br/quem-somos/
Aproveite e leia também sobre quando planejar o
ano letivo aqui no blog do Edify!
2. Infraestrutura da escola
A elaboração do planejamento escolar também
possibilita que os participantes possam sugerir
melhorias na infraestrutura da escola.
E não estamos falando necessariamente na
construção de novas salas e laboratórios, mas em
uma possível ressignificação dos espaços
escolares, para um melhor aproveitamento por
parte de docentes e estudantes.
3. Novas metodologias de ensino
O momento de planejamento escolar também é
ideal para os responsáveis pelo processo de ensino-
aprendizagem proporem novos métodos para a
promoção do ensino, como é o caso da
implementação das metodologias ativas de ensino.
Atualmente, encontramos gerações de alunos
completamente diferentes em sala de aula, são
conhecidos como nativos digitais. Esses alunos
estão crescendo em um mundo totalmente
conectado, dinâmico e com um ritmo intenso de
captação de informações, por isso, é urgente que as
escolas se preparem para essa mudança, adotando
novas estratégias de ensino.
Aproveite e conheça mais sobre as Metodologias
Ativas aqui em nosso blog!
4. Novas tecnologias educacionais
Acompanhando o tópico anterior, é válido também
estudar sobre implementar estratégias de ensino
que vão ao encontro das novas tecnologias
educacionais.
A gamificação no contexto do microlearning e
mobile learning, por exemplo, se apresenta como
uma metodologia ativa muito eficaz para engajar os
alunos, que estão habituados a fazer uso das
tecnologias atuais. Isso torna o processo muito
mais interessante para crianças e adolescentes, uma
vez que eles têm total familiaridade com o uso dos
dispositivos tecnológicos.
Claro que a gamificação vai muito além desse
exemplo que trouxemos. Leia nosso artigo sobre
gamificação e saiba mais sobre esse eficiente
método de ensino-aprendizagem!
5. Participação ativa dos pais e alunos
Ao elaborar o planejamento escolar, a equipe
pedagógica também pode pensar em atividades e
projetos que envolvam os pais e alunos.
A participação dos pais na educação dos filhos é
fundamental, por isso, o planejamento também
pode abranger atividades que contem com todos os
participantes da comunidade escolar para fortalecer
a construção do aprendizado.
Afinal, não é possível desconsiderar os vínculos
afetivos e emocionais entre pais e filhos, uma vez
que a participação da família é essencial para o
desenvolvimento saudável da criança nos
aspectos cognitivos, afetivos, comportamentais e
sociais. Então, também é dever da equipe
responsável pelo planejamento pedagógico incluir
os pais na vida escolar dos seus filhos.
O papel do planejamento escolar no contexto
atual
Nos últimos anos, o cenário educacional tem
passado por mudanças significativas, e o
planejamento escolar desempenha um papel
fundamental na adaptação a essas transformações.
Vamos explorar como o planejamento escolar pode
atender às demandas do ensino contemporâneo.
Inclusão e Diversidade
Um tópico crucial que deve ser abordado no
planejamento escolar é a inclusão de alunos com
necessidades especiais. As escolas modernas
devem se esforçar para criar um ambiente inclusivo
que atenda às necessidades de todos os alunos,
independentemente de suas habilidades ou
deficiências. Portanto, o planejamento deve incluir
estratégias para acomodar esses alunos, fornecendo
https://edifyeducation.com.br/blog/novo-ano-letivo/
https://edifyeducation.com.br/blog/novo-ano-letivo/
https://edifyeducation.com.br/blog/metodologias-ativas-para-uma-educacao-inovadora-e-empreendedorismo-em-sala-de-aula/
https://edifyeducation.com.br/blog/metodologias-ativas-para-uma-educacao-inovadora-e-empreendedorismo-em-sala-de-aula/
https://edifyeducation.com.br/blog/gamificacao-nas-escolas-estrategias-para-fomentar-a-autonomia/
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recursos e treinamento adequados para professores
e funcionários.
A Tecnologia na Educação
O uso da tecnologia na sala de aula se tornou uma
parte fundamental do ensino contemporâneo. O
planejamento escolar deve incorporar a integração
de dispositivos, aplicativos e recursos
tecnológicos para melhorar a eficácia do ensino e
do aprendizado. Isso envolve garantir que a
infraestrutura escolar seja adequada para suportar a
tecnologia, bem como treinar professores para
utilizá-la de maneira eficaz.
Metodologias Ativas de Ensino
À medida que a educação evolui, novas
metodologias de ensino têm surgido. Além das
aulas tradicionais, o planejamento escolar pode
incluir a implementação de metodologias ativas,
como a aprendizagem baseada em projetos, a sala
de aula invertida e o ensino híbrido. Essas
abordagens pedagógicas incentivam a participação
ativa dos alunos, promovendo o pensamento crítico
e a resolução de problemas.
Avaliação Formativa
O planejamento escolar também deve abordar o
tópico da avaliação. Além das avaliações
tradicionais, a avaliação formativa desempenha um
papel importante no processo de aprendizagem. Ela
envolve a coleta contínua de feedback dos alunos
para ajustar e melhorar o ensino. O planejamento
deve incluir estratégias para incorporar a avaliação
formativa, garantindo que os professores estejam
cientes do progresso de seus alunos e possam
adaptar suas abordagens de ensino de acordo.
Parcerias com a Comunidade
As escolas não existem em um vácuo, e o
planejamento escolar pode incluir o fortalecimento
das relações com a comunidade local. Isso pode ser
feito por meio de parcerias com empresas locais,
organizações sem fins lucrativos e instituições
culturais. Essas parcerias podem enriquecer o
currículo, proporcionando aos alunos
oportunidades de aprendizado prático e exposição
a diferentes perspectivas.
Educação Socioemocional
A educação não deve se limitar apenas ao
desenvolvimento acadêmico. O planejamento
escolar moderno também deve abranger o bem-
estar emocional e social dos alunos. Isso envolve a
implementação de programas de educação
socioemocional que ajudam os alunos a
desenvolver habilidades de resiliência, empatia e
autogestão. Essas habilidades são essenciais para o
sucesso não apenas na escola, mas também na vida
adulta.
Sustentabilidade e Responsabilidade Ambiental
A conscientização sobre a sustentabilidade e a
responsabilidade ambiental está em ascensão. As
escolas podem desempenhar um papel importante
na educação dos alunos sobre questões ambientais
e práticas sustentáveis. O planejamento escolar
pode incluiriniciativas para tornar a escola mais
eco-friendly, bem como a incorporação de temas
ambientais no currículo.
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NOÇÕES BÁSICAS
DE PRIMEIROS
SOCORROS
O que são os
Primeiros
Socorros?
Primeiros Socorros são as
primeiras providências
tomadas no local do acidente.
É o atendimento inicial e
temporário, até a chegada de
um socorro profissional.
SEQUÊNCIAS DAS AÇÕES:
1) manter a calma e lógica;
2) garantir a segurança,
sinalizando o local do ocorrido;
3) pedir socorro, no caso se não
tiver telefone próximo, pedir para
alguém que estiver de passagem
por ali para avisar o serviço de
saúde;
4) controlar a situação,
conversando com as vitimas
tentando acalma-las;
5) verificar a situação das vítimas,
ver se tem fraturas, feridos,
hemorragias e se todos estão
conscientes;
6) realizar algumas ações com as
vítimas.
De acordo com o artigo 135 do
Código Penal Brasileiro, deixar de
prestar socorro à vítima de
acidente, ou pessoas em perigo
iminente, podendo fazê-lo,
caracteriza crime.
CONFRESA
Polícia Militar: Fone: (66) 3564.1190
Hospital Mun. Camilo Lachaider:
Fone: (66) 3564.1080
PORTO ALEGRE DO NORTE
Polícia Militar: Fone: (66) 3569.1190
Hospital Municipal: Fone: (66) 3569.1990
VILA RICA
Polícia Militar: Fone: (66) 3554.1190
Posto de Saúde: Fone: (66) 3554.2025
CANABRAVA DO NORTE
Brigada Militar: Fone: (66) 3577.1291
Posto de Saúde: Fone: (66) 3577.1290
Telefones úteis:
As distâncias para o início da sinalização são calculadas
com base no espaço necessário para o veículo parar
após iniciar a frenagem, mais o tempo de reação do
motorista. Assim, quanto maior a velocidade, maior
deverá ser a distância para iniciar a sinalização.
Na prática, a recomendação é seguir a tabela abaixo.
Fonte: ABRAMET, 2005.
Tipo da via
Vias locais
Avenidas
Vias de fluxo
rápido
Rodovias
Velocidade
máxima
permitida
40 km/h
60 km/h
80 km/h
100 km/h
Distância para
início da
sinalização
(pista seca)
40 passos longos
60 passos longos
80 passos longos
100 passos longos
Distância para
início da
sinalização
(chuva, neblina,
fumaça, à noite)
80 passos longos
120 passos longos
160 passos longos
200 passos longos
Ecoplan Engenharia - Brasília
SRTV - Quadra 701 - Bloco B
Lote C - Sala 827 - Asa Norte
Brasília/DF - CEP 701710-200
Fone: (61) 3964.2494
Ecoplan Engenharia - Escritório na Obra
Rua do Estudante, nº 88
Confresa/MT - F: (66) 3564.1616
Rua Padre Rolim, nº 30
Vila Rica/MT - F: (66) 3554.2244
Equipe Gestão Ambiental BR-158
O primeiro socorro consiste apenas em impedir o
deslocamento das partes fraturadas, evitando maiores
danos.
fraturas não-expostas - fraturas expostas
PROCEDIMENTOS:
Ÿ fratura não-exposta: expor a zona da lesão (desapertar
ou se necessário cortar a roupa);
Ÿ verificar se existem ferimentos;
Ÿ tentar imobilizar as articulações que se encontram antes
e depois da fratura usando talas apropriadas, ou na sua
falta, improvisadas; em caso de fratura exposta, cobrir o
ferimento com gaze ou pano limpo.
Nota: Geralmente, quando as fraturas ocorrem, nem sempre
você terá todo o material necessário disponível. É preciso
imaginação. É possível imobilizar o braço, perna usando
jornal ou revista dobrados e até uma pequena tábua debaixo
dos mesmos.
NÃO FAÇA: NÃO DESLOQUE OU ARRASTE A VÍTIMA
ATÉ QUE A REGIÃO SUSPEITA DE FRATURA TENHA
SIDO IMOBILIZADA, A MENOS QUE HAJA EMINENTE
PERIGO (EXPLOSÕES OU TRÂNSITO).
FRATURAS INSOLAÇÃO
O suor é o nosso ar condicionado natural. À medida que ele
se evapora da nossa pele ocorre o esfriamento do corpo.
Porém, esse sistema pode falhar se ocorrer uma exposição
prolongada ao calor, num local fechado e sobreaquecido (por
ex:, dentro de uma viatura fechada, ao sol) ou se ocorrer uma
exposição prolongada ao sol.
A insolação é caracterizada por: cefaleias (dor de cabeça),
tonturas, vómitos, excitação, pele fria e pegajosa, boca seca,
fadiga e fraqueza, pulso rápido e inconsciência.
PROCEDIMENTOS:
É importante baixar a temperatura do
corpo, para tal:
Ÿ Coloque a pessoa num local fresco e à
sombra;
Ÿ Desaperte-lhe a roupa, ou remova as
roupas e envolva a pessoa num lençol fresco e úmido;
Ÿ Coloque compressas frias na cabeça e axilas;
Ÿ Eleve a cabeça da vítima;
Ÿ Dê a beber água fresca, se a vítima estiver consciente;
Ÿ Se estiver inconsciente, coloque-a em PLS (Posição
Lateral da Segurança).
O QUE NÃO FAZER :
Ÿ Dar-lhe de beber enquanto a vitima não recuperar os sentidos, pois pode
sufocar/afogar-se com os líquidos.
NOTA:
Ÿ Se o desmaio for superior a 2 minutos dirigir-se ao Hospital
Ÿ Em caso de dúvida administrar sempre açúcar em papa debaixo
da língua, pois se estiver em hipoglicemia estaremos a
contribuir para a melhoria do estado da vítima, e se estiver em
hiperglicemia, pouco irá fazer subir os níveis. Além do mais é
sempre preferível níveis altos do que muito baixos.
Ÿ Usar e abusar do açúcar à menor suspeita, pois tomado em
exagero de vez em quando não prejudica, enquanto a falta
ou o atraso ataca o cérebro e pode levar ao coma e à morte.
DESMAIO
É provocado por falta de oxigênio ou açúcar no
cérebro, a que o organismo reage de forma
automática, com perda de consciência e queda do
corpo. Tem diversas causas: excesso de calor, fadiga,
falta de alimentos, etc, e é caracterizada por palidez,
suores frios, falta de forças e pulso fraco.
O QUE FAZER:
Se nos apercebermos de que a pessoa está
prestes a desmaiar devemos:
Ÿ Sentá-la e colocar-lhe a cabeça entre as pernas,
ou deitá-la e levantar-lhe as pernas;
Ÿ Molhar-lhe a testa com água fria;
Ÿ Desapertar-lhe as roupas;
Se a pessoa já estiver desmaiada:
Ÿ Deitá-la com a cabeça de lado (PLS) e mais baixa
que as pernas;
Ÿ Desapertar-lhe as roupas;
Ÿ Mantê-la confortavelmente aquecida;
Ÿ Logo que recupere os sentidos, dar-lhe de beber
bebidas açucaradas;
Ÿ Consultar o médico posteriormente;
Ÿ Caso não recupere os sentidos, fazer uma papa
com muito açúcar e pouca água e coloca-la debaixo
da língua da vitima. O açúcar deve ser “empapado
em água” (não dissolvido, mas sim misturado
apenas com algumas gotas de água). Acionar de
imediato os meios de emergência médica.
PICADAS
COBRAS
VENENOSAS
Algumas orientações básicas são extremamente
importantes e podem salvar vidas:
Ÿ Não amarre;
Ÿ Não corte nem fure;
Ÿ Não dê nada para beber ou comer.
PROCEDIMENTOS:
Ÿ Mantenha a vítima deitada para evitar que o veneno
seja absorvido rapidamente;
Ÿ Se a picada for na perna ou no braço, estes
deverão ficar em posição elevada; Aplicar compressas
frias sobre o local da picada e conduzir imediatamente
para o médico.
LEGISLAÇÃO
Diretrizes Curriculares Nacionais da
Educação Infantil
As creches e pré-escolas, como parte do sistema de
ensino, conforme determina a LDB (Lei nº
9.394/96), necessitam de Diretrizes Curriculares
Nacionais para orientar suas propostas pedagógicas
e suas práticas cotidianas junto às crianças. Essas
Diretrizes estabelecem parâmetros básicos que
articulam o processo peculiar de ensino-
aprendizagem na educação infantil com as
diferentes etapas da Escola Básica, vencendo a
longa tradição assistencialista e escolarizante que
tem marcado as creches e pré-escolas.
As primeiras Diretrizes Nacionais para a Educação
Infantil foram publicadas em 1999 (Resolução
CNE/CEB nº 01/99). Dez anos após sua
publicação,como resultado de pesquisas,
discussões e mobilizações de diferentes setores, de
modificações na legislação, tais como a mudança
da idade de ingresso no Ensino Fundamental, o
MEC, cumprindo sua função constitucional, decide
estabelecer um processo de revisão das diretrizes
curriculares de todos os níveis de ensino. Nesse
contexto, em 2009, o Conselho Nacional de
Educação aprova as novas diretrizes para a
Educação infantil, após audiências públicas e
ampla participação de diferentes segmentos sociais
e de educadores de diversas partes do país.
As Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação Infantil – DCNEIs (Resolução
CNE/CEB nº 05/09) destacam a necessidade de
estruturar e organizar ações educativas com
qualidade, articulada com a valorização do papel
dos professores que atuam junto às crianças de 0 a
5 anos e 11 meses de idade. Estes são desafiados a
construir propostas pedagógicas que, no cotidiano
de creches e pré-escolas, permitam a escuta e a
participação das crianças, acolham a forma delas
significarem o mundo e a si mesmas, e promovam
diversificadas situações em que elas são cuidadas e
educadas.
Seus primeiros artigos definem a estrutura legal e
institucional da Educação Infantil, consolidando a
presença das creches e pré-escolas no sistema de
ensino: número mínimo de horas de
funcionamento, atendimento no período diurno,
oferta de vagas próxima à residência das crianças,
acompanhamento do trabalho pelo órgão de
supervisão do sistema, idade de corte para
efetivação da matrícula, número mínimo de horas
diárias do atendimento e alguns pontos para sua
articulação com o Ensino Fundamental. Além
disso, nesses artigos, também há a definição de
currículo assim como de criança alinhada com a
concepção de criança como sujeito de direitos.
No artigo 7º, as DCNEIs estabelecem os elementos
que compõem a função sociopolítica e pedagógica
das instituições de Educação Infantil: a. Oferecer
condições e recursos para que as crianças usufruam
seus direitos civis, humanos e sociais; b. Assumir a
responsabilidade de compartilhar e complementar
a educação e cuidado das crianças com as famílias;
c. Possibilitar tanto a convivência entre crianças e
entre adultos e crianças quanto a ampliação de
saberes e conhecimentos de diferentes naturezas; d.
Promover a igualdade de oportunidades
educacionais entre as crianças de diferentes classes
sociais no que se refere ao acesso a bens culturais e
às possibilidades de vivência da infância; e.
Construir formas de sociabilidade e de
subjetividade que sejam comprometidas com a
ludicidade, a democracia, a sustentabilidade do
planeta e com o rompimento de relações de
dominação etária, socioeconômica, étnico-racial,
de gênero, regional, linguística e religiosa.
A função sociopolítica e pedagógica das
instituições se completa se cada um e todos esses
pontos forem observados. Esses pontos refletem
grande parte das discussões na área e apontam o
norte que se deseja, em ação compartilhada com a
família, para a formação de cidadãos e novas
subjetividades e sociabilidades comprometidas
com a construção de uma sociedade democrática,
livre, mais justa, solidária e ambientalmente
sustentável. O foco do trabalho institucional
orienta-se pelos direitos da criança na sua
totalidade e integralidade, compreendendo-a como
pessoa humana que, inserida em uma determinada
cultura, apropria-se dela em especial por meio da
brincadeira.
Em relação aos objetivos e condições gerais para a
organização curricular das unidades de Educação
Infantil, consideram as Diretrizes a valorização da
diversidade de olhares, respostas e objetos de
conhecimento, o alinhamento institucional em
mediar o processo de construção de significados
em relação ao mundo e a si mesmo por meio da
apropriação pela criança de diferentes linguagens,
e o compromisso de garantir os direitos da criança.
As experiências que devem ser cotidianamente
promovidas junto às crianças abrangem um variado
leque de atividades pensadas em relação à
especificidade das condições de desenvolvimento
de crianças de zero a três anos, e de quatro e cinco
anos. O importante é todas as experiências de
aprendizagem reconhecerem e promoverem a
atividade criadora da criança. Com isso, são
afastadas práticas pedagógicas centradas na ideia
de transmissão de conhecimentos pré-consolidados
e tratados como verdades, abrindo caminho para
novas atitudes mediadoras por parte dos
professores. As formas peculiares como essas
crianças, nesse momento de suas vidas, vivenciam
o mundo, constroem conhecimentos, expressam-se,
interagem e manifestam desejos e curiosidades
devem servir de referência para a tomada de
decisões pela equipe pedagógica em relação aos
fins educacionais, aos métodos de trabalho
docente, à gestão das unidades e à relação da
instituição de Educação Infantil com as famílias.
Dentro dos princípios da educação inclusiva,
atenção especial é posta nas crianças com
deficiências, transtornos globais de
desenvolvimento e altas habilidades/superdotação.
Acolher as especificidades do processo de
aprendizagem dessas crianças e responder-lhes de
um modo diferenciado, respeitoso ao tempo e à
forma como elas se apropriam das vivências
propiciadas na instituição de Educação infantil, é o
caminho mais valioso.
A consideração da diversidade das infâncias
brasileiras aponta para a necessidade de que as
propostas pedagógicas estejam organicamente
articuladas com a comunidade e grupo cultural das
crianças. Destaca-se, nesse sentido, o diálogo que
pela primeira vez é estabelecido na legislação
nacional entre a Educação Infantil e a Educação do
Campo, definindo diretrizes para a educação
infantil das crianças dos territórios rurais (filhas de
agricultores familiares, extrativistas, pescadores
artesanais, assentados e acampados da reforma
agrária, quilombolas, caiçaras, povos da floresta, os
povos do campo, populações ribeirinhas,
indígenas, etc.). A organização curricular das
unidades de Educação infantil que atendem essas
populações deve ser adequada às especificidades
das mesmas e apoiar as tradições culturais por elas
construídas. É mais um elemento que, na Educação
Infantil, toma a diversidade como fonte de riqueza
para todo educando.
As DCNEIs estabelecem que cada unidade deve
construir sua proposta pedagógica, num processo
de autoria e participação da comunidade,
considerando uma ampla possibilidade de práticas
cotidianas de trabalho de educar e cuidar das
crianças desde que elas sejam organizadas de
acordo com os princípios: a) Éticos da autonomia,
da responsabilidade, da solidariedade e do respeito
ao bem comum, ao meio ambiente e às diferentes
culturas, identidades e singularidades; b) Políticos
dos direitos de cidadania, do exercício da
criticidade e do respeito à ordem democrática; c)
Estéticos da sensibilidade, da criatividade, da
ludicidade e da liberdade de expressão nas
diferentes manifestações artísticas e culturais.
BRASIL. Resolução CNE/CEB nº 1, de 7 de abril de 1999. Institui
as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
Infantil. Diário Oficial da União, Brasília, 13 abr. 1999.
LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE
2015.
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1º É instituída a Lei Brasileira de
Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da
Pessoa com Deficiência), destinada a assegurar e a
promover, em condições de igualdade, o exercício
dos direitos e das liberdades fundamentais por
pessoa com deficiência, visando à sua inclusão
social e cidadania.
Parágrafo único. Esta Lei tem como base a
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência e seu Protocolo Facultativo, ratificados
pelo Congresso Nacional por meio do Decreto
Legislativo nº 186, de 9 de julho de 2008 , em
conformidadecom o procedimento previsto no § 3º
do art. 5º da Constituição da República Federativa
do Brasil , em vigor para o Brasil, no plano jurídico
externo, desde 31 de agosto de 2008, e
promulgados pelo Decreto nº 6.949, de 25 de
agosto de 2009 , data de início de sua vigência no
plano interno.
Art. 2º Considera-se pessoa com deficiência
aquela que tem impedimento de longo prazo de
natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o
qual, em interação com uma ou mais barreiras,
pode obstruir sua participação plena e efetiva na
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/CONGRESSO/DLG/DLG-186-2008.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/CONGRESSO/DLG/DLG-186-2008.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art5%C2%A73
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art5%C2%A73
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art5%C2%A73
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Decreto/D6949.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Decreto/D6949.htm
sociedade em igualdade de condições com as
demais pessoas.
§ 1º A avaliação da deficiência, quando
necessária, será biopsicossocial, realizada por
equipe multiprofissional e interdisciplinar e
considerará: (Vigência) (Vide Decreto nº
11.063, de 2022)
I - os impedimentos nas funções e nas
estruturas do corpo;
II - os fatores socioambientais, psicológicos e
pessoais;
III - a limitação no desempenho de atividades;
e
IV - a restrição de participação.
§ 2º O Poder Executivo criará instrumentos
para avaliação da deficiência. (Vide Lei nº
13.846, de 2019) (Vide Lei nº 14.126, de
2021) (Vide Lei nº 14.768, de 2023)
§ 3º O exame médico-pericial componente da
avaliação biopsicossocial da deficiência de que
trata o § 1º deste artigo poderá ser realizado com o
uso de tecnologia de telemedicina ou por análise
documental conforme situações e requisitos
definidos em regulamento. (Incluído pela Lei nº
14.724, de 2023)
Art. 2º-A. É instituído o cordão de fita com
desenhos de girassóis como símbolo nacional de
identificação de pessoas com deficiências
ocultas. (Incluído pela Lei nº 14.624, de 2023)
§ 1º O uso do símbolo de que trata
o caput deste artigo é opcional, e sua ausência não
prejudica o exercício de direitos e garantias
previstos em lei. (Incluído pela Lei nº 14.624, de
2023)
§ 2º A utilização do símbolo de que trata
o caput deste artigo não dispensa a apresentação
de documento comprobatório da deficiência, caso
seja solicitado pelo atendente ou pela autoridade
competente. (Incluído pela Lei nº 14.624, de
2023)
Art. 3º Para fins de aplicação desta Lei,
consideram-se:
I - acessibilidade: possibilidade e condição de
alcance para utilização, com segurança e
autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos
urbanos, edificações, transportes, informação e
comunicação, inclusive seus sistemas e
tecnologias, bem como de outros serviços e
instalações abertos ao público, de uso público ou
privados de uso coletivo, tanto na zona urbana
como na rural, por pessoa com deficiência ou com
mobilidade reduzida;
II - desenho universal: concepção de
produtos, ambientes, programas e serviços a serem
usados por todas as pessoas, sem necessidade de
adaptação ou de projeto específico, incluindo os
recursos de tecnologia assistiva;
III - tecnologia assistiva ou ajuda técnica:
produtos, equipamentos, dispositivos, recursos,
metodologias, estratégias, práticas e serviços que
objetivem promover a funcionalidade, relacionada
à atividade e à participação da pessoa com
deficiência ou com mobilidade reduzida, visando à
sua autonomia, independência, qualidade de vida e
inclusão social;
IV - barreiras: qualquer entrave, obstáculo,
atitude ou comportamento que limite ou impeça a
participação social da pessoa, bem como o gozo, a
fruição e o exercício de seus direitos à
acessibilidade, à liberdade de movimento e de
expressão, à comunicação, ao acesso à informação,
à compreensão, à circulação com segurança, entre
outros, classificadas em:
a) barreiras urbanísticas: as existentes nas
vias e nos espaços públicos e privados abertos ao
público ou de uso coletivo;
b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos
edifícios públicos e privados;
c) barreiras nos transportes: as existentes nos
sistemas e meios de transportes;
d) barreiras nas comunicações e na
informação: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou
comportamento que dificulte ou impossibilite a
expressão ou o recebimento de mensagens e de
informações por intermédio de sistemas de
comunicação e de tecnologia da informação;
e) barreiras atitudinais: atitudes ou
comportamentos que impeçam ou prejudiquem a
participação social da pessoa com deficiência em
igualdade de condições e oportunidades com as
demais pessoas;
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm#art124
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Decreto/D11063.htm#art1
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Decreto/D11063.htm#art1
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13846.htm#art39p
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13846.htm#art39p
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14126.htm#art1
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14126.htm#art1
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2023-2026/2023/Lei/L14768.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2023-2026/2023/Lei/L14724.htm#art15
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2023-2026/2023/Lei/L14724.htm#art15
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2023-2026/2023/Lei/L14624.htm#art1
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2023-2026/2023/Lei/L14624.htm#art1
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2023-2026/2023/Lei/L14624.htm#art1
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2023-2026/2023/Lei/L14624.htm#art1
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2023-2026/2023/Lei/L14624.htm#art1
f) barreiras tecnológicas: as que dificultam ou
impedem o acesso da pessoa com deficiência às
tecnologias;
V - comunicação: forma de interação dos
cidadãos que abrange, entre outras opções, as
línguas, inclusive a Língua Brasileira de Sinais
(Libras), a visualização de textos, o Braille, o
sistema de sinalização ou de comunicação tátil, os
caracteres ampliados, os dispositivos multimídia,
assim como a linguagem simples, escrita e oral, os
sistemas auditivos e os meios de voz digitalizados
e os modos, meios e formatos aumentativos e
alternativos de comunicação, incluindo as
tecnologias da informação e das comunicações;
VI - adaptações razoáveis: adaptações,
modificações e ajustes necessários e adequados que
não acarretem ônus desproporcional e indevido,
quando requeridos em cada caso, a fim de assegurar
que a pessoa com deficiência possa gozar ou
exercer, em igualdade de condições e
oportunidades com as demais pessoas, todos os
direitos e liberdades fundamentais;
VII - elemento de urbanização: quaisquer
componentes de obras de urbanização, tais como os
referentes a pavimentação, saneamento,
encanamento para esgotos, distribuição de energia
elétrica e de gás, iluminação pública, serviços de
comunicação, abastecimento e distribuição de
água, paisagismo e os que materializam as
indicações do planejamento urbanístico;
VIII - mobiliário urbano: conjunto de objetos
existentes nas vias e nos espaços públicos,
superpostos ou adicionados aos elementos de
urbanização ou de edificação, de forma que sua
modificação ou seu traslado não provoque
alterações substanciais nesses elementos, tais como
semáforos, postes de sinalização e similares,
terminais e pontos de acesso coletivo às
telecomunicações, fontes de água, lixeiras, toldos,
marquises, bancos, quiosques e quaisquer outros denatureza análoga;
IX - pessoa com mobilidade reduzida: aquela
que tenha, por qualquer motivo, dificuldade de
movimentação, permanente ou temporária,
gerando redução efetiva da mobilidade, da
flexibilidade, da coordenação motora ou da
percepção, incluindo idoso, gestante, lactante,
pessoa com criança de colo e obeso;
X - residências inclusivas: unidades de oferta
do Serviço de Acolhimento do Sistema Único de
Assistência Social (Suas) localizadas em áreas
residenciais da comunidade, com estruturas
adequadas, que possam contar com apoio
psicossocial para o atendimento das necessidades
da pessoa acolhida, destinadas a jovens e adultos
com deficiência, em situação de dependência, que
não dispõem de condições de autossustentabilidade
e com vínculos familiares fragilizados ou
rompidos;
XI - moradia para a vida independente da
pessoa com deficiência: moradia com estruturas
adequadas capazes de proporcionar serviços de
apoio coletivos e individualizados que respeitem e
ampliem o grau de autonomia de jovens e adultos
com deficiência;
XII - atendente pessoal: pessoa, membro ou
não da família, que, com ou sem remuneração,
assiste ou presta cuidados básicos e essenciais à
pessoa com deficiência no exercício de suas
atividades diárias, excluídas as técnicas ou os
procedimentos identificados com profissões
legalmente estabelecidas;
XIII - profissional de apoio escolar: pessoa
que exerce atividades de alimentação, higiene e
locomoção do estudante com deficiência e atua em
todas as atividades escolares nas quais se fizer
necessária, em todos os níveis e modalidades de
ensino, em instituições públicas e privadas,
excluídas as técnicas ou os procedimentos
identificados com profissões legalmente
estabelecidas;
XIV - acompanhante: aquele que acompanha
a pessoa com deficiência, podendo ou não
desempenhar as funções de atendente pessoal.
CAPÍTULO II
DA IGUALDADE E DA NÃO
DISCRIMINAÇÃO
Art. 4º Toda pessoa com deficiência tem
direito à igualdade de oportunidades com as demais
pessoas e não sofrerá nenhuma espécie de
discriminação.
§ 1º Considera-se discriminação em razão da
deficiência toda forma de distinção, restrição ou
exclusão, por ação ou omissão, que tenha o
propósito ou o efeito de prejudicar, impedir ou
anular o reconhecimento ou o exercício dos direitos
e das liberdades fundamentais de pessoa com
deficiência, incluindo a recusa de adaptações
razoáveis e de fornecimento de tecnologias
assistivas.
§ 2º A pessoa com deficiência não está
obrigada à fruição de benefícios decorrentes de
ação afirmativa.
Art. 5º A pessoa com deficiência será
protegida de toda forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, tortura,
crueldade, opressão e tratamento desumano ou
degradante.
Parágrafo único. Para os fins da proteção
mencionada no caput deste artigo, são
considerados especialmente vulneráveis a criança,
o adolescente, a mulher e o idoso, com deficiência.
Art. 6º A deficiência não afeta a plena
capacidade civil da pessoa, inclusive para:
I - casar-se e constituir união estável;
II - exercer direitos sexuais e reprodutivos;
III - exercer o direito de decidir sobre o
número de filhos e de ter acesso a informações
adequadas sobre reprodução e planejamento
familiar;
IV - conservar sua fertilidade, sendo vedada a
esterilização compulsória;
V - exercer o direito à família e à convivência
familiar e comunitária; e
VI - exercer o direito à guarda, à tutela, à
curatela e à adoção, como adotante ou adotando,
em igualdade de oportunidades com as demais
pessoas.
Art. 7º É dever de todos comunicar à
autoridade competente qualquer forma de ameaça
ou de violação aos direitos da pessoa com
deficiência.
Parágrafo único. Se, no exercício de suas
funções, os juízes e os tribunais tiverem
conhecimento de fatos que caracterizem as
violações previstas nesta Lei, devem remeter peças
ao Ministério Público para as providências
cabíveis.
Art. 8º É dever do Estado, da sociedade e da
família assegurar à pessoa com deficiência, com
prioridade, a efetivação dos direitos referentes à
vida, à saúde, à sexualidade, à paternidade e à
maternidade, à alimentação, à habitação, à
educação, à profissionalização, ao trabalho, à
previdência social, à habilitação e à reabilitação, ao
transporte, à acessibilidade, à cultura, ao desporto,
ao turismo, ao lazer, à informação, à comunicação,
aos avanços científicos e tecnológicos, à dignidade,
ao respeito, à liberdade, à convivência familiar e
comunitária, entre outros decorrentes da
Constituição Federal, da Convenção sobre os
Direitos das Pessoas com Deficiência e seu
Protocolo Facultativo e das leis e de outras normas
que garantam seu bem-estar pessoal, social e
econômico.
Seção Única
Do Atendimento Prioritário
Art. 9º A pessoa com deficiência tem direito
a receber atendimento prioritário, sobretudo com a
finalidade de:
I - proteção e socorro em quaisquer
circunstâncias;
II - atendimento em todas as instituições e
serviços de atendimento ao público;
III - disponibilização de recursos, tanto
humanos quanto tecnológicos, que garantam
atendimento em igualdade de condições com as
demais pessoas;
IV - disponibilização de pontos de parada,
estações e terminais acessíveis de transporte
coletivo de passageiros e garantia de segurança no
embarque e no desembarque;
V - acesso a informações e disponibilização
de recursos de comunicação acessíveis;
VI - recebimento de restituição de imposto de
renda;
VII - tramitação processual e procedimentos
judiciais e administrativos em que for parte ou
interessada, em todos os atos e diligências.
§ 1º Os direitos previstos neste artigo são
extensivos ao acompanhante da pessoa com
deficiência ou ao seu atendente pessoal, exceto
quanto ao disposto nos incisos VI e VII deste
artigo.
§ 2º Nos serviços de emergência públicos e
privados, a prioridade conferida por esta Lei é
condicionada aos protocolos de atendimento
médico.
TÍTULO II
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
CAPÍTULO I
DO DIREITO À VIDA
Art. 10. Compete ao poder público garantir a
dignidade da pessoa com deficiência ao longo de
toda a vida.
Parágrafo único. Em situações de risco,
emergência ou estado de calamidade pública, a
pessoa com deficiência será considerada
vulnerável, devendo o poder público adotar
medidas para sua proteção e segurança.
Art. 11. A pessoa com deficiência não poderá
ser obrigada a se submeter a intervenção clínica ou
cirúrgica, a tratamento ou a institucionalização
forçada.
Parágrafo único. O consentimento da pessoa
com deficiência em situação de curatela poderá ser
suprido, na forma da lei.
Art. 12. O consentimento prévio, livre e
esclarecido da pessoa com deficiência é
indispensável para a realização de tratamento,
procedimento, hospitalização e pesquisa científica.
§ 1º Em caso de pessoa com deficiência em
situação de curatela, deve ser assegurada sua
participação, no maior grau possível, para a
obtenção de consentimento.
§ 2º A pesquisa científica envolvendo pessoa
com deficiência em situação de tutela ou de
curatela deve ser realizada, em caráter excepcional,
apenas quando houver indícios de benefício direto
para sua saúde ou para a saúde de outras pessoas
com deficiência e desde que não haja outra opção
de pesquisa de eficácia comparável com
participantes não tutelados ou curatelados.
Art. 13. A pessoa com deficiência somente
será atendida sem seu consentimento prévio, livre
e esclarecido em casos de risco de morte e de
emergência em saúde, resguardado seu superior
interesse e adotadas as salvaguardas legais
cabíveis.
CAPÍTULO II
DO DIREITO À HABILITAÇÃO E À
REABILITAÇÃO
Art. 14. O processo de habilitação e de
reabilitação é um direito da pessoa com deficiência.
Parágrafo único. O processo de habilitaçãoe
de reabilitação tem por objetivo o desenvolvimento
de potencialidades, talentos, habilidades e aptidões
físicas, cognitivas, sensoriais, psicossociais,
atitudinais, profissionais e artísticas que
contribuam para a conquista da autonomia da
pessoa com deficiência e de sua participação social
em igualdade de condições e oportunidades com as
demais pessoas.
Art. 15. O processo mencionado no art. 14
desta Lei baseia-se em avaliação multidisciplinar
das necessidades, habilidades e potencialidades de
cada pessoa, observadas as seguintes diretrizes:
I - diagnóstico e intervenção precoces;
II - adoção de medidas para compensar perda
ou limitação funcional, buscando o
desenvolvimento de aptidões;
III - atuação permanente, integrada e
articulada de políticas públicas que possibilitem a
plena participação social da pessoa com
deficiência;
IV - oferta de rede de serviços articulados,
com atuação intersetorial, nos diferentes níveis de
complexidade, para atender às necessidades
específicas da pessoa com deficiência;
V - prestação de serviços próximo ao
domicílio da pessoa com deficiência, inclusive na
zona rural, respeitadas a organização das Redes de
Atenção à Saúde (RAS) nos territórios locais e as
normas do Sistema Único de Saúde (SUS).
Art. 16. Nos programas e serviços de
habilitação e de reabilitação para a pessoa com
deficiência, são garantidos:
I - organização, serviços, métodos, técnicas e
recursos para atender às características de cada
pessoa com deficiência;
II - acessibilidade em todos os ambientes e
serviços;
III - tecnologia assistiva, tecnologia de
reabilitação, materiais e equipamentos adequados e
apoio técnico profissional, de acordo com as
especificidades de cada pessoa com deficiência;
IV - capacitação continuada de todos os
profissionais que participem dos programas e
serviços.
Art. 17. Os serviços do SUS e do Suas
deverão promover ações articuladas para garantir à
pessoa com deficiência e sua família a aquisição de
informações, orientações e formas de acesso às
políticas públicas disponíveis, com a finalidade de
propiciar sua plena participação social.
Parágrafo único. Os serviços de que trata
o caput deste artigo podem fornecer informações e
orientações nas áreas de saúde, de educação, de
cultura, de esporte, de lazer, de transporte, de
previdência social, de assistência social, de
habitação, de trabalho, de empreendedorismo, de
acesso ao crédito, de promoção, proteção e defesa
de direitos e nas demais áreas que possibilitem à
pessoa com deficiência exercer sua cidadania.
CAPÍTULO III
DO DIREITO À SAÚDE
Art. 18. É assegurada atenção integral à saúde
da pessoa com deficiência em todos os níveis de
complexidade, por intermédio do SUS, garantido
acesso universal e igualitário.
§ 1º É assegurada a participação da pessoa
com deficiência na elaboração das políticas de
saúde a ela destinadas.
§ 2º É assegurado atendimento segundo
normas éticas e técnicas, que regulamentarão a
atuação dos profissionais de saúde e contemplarão
aspectos relacionados aos direitos e às
especificidades da pessoa com deficiência,
incluindo temas como sua dignidade e autonomia.
§ 3º Aos profissionais que prestam assistência
à pessoa com deficiência, especialmente em
serviços de habilitação e de reabilitação, deve ser
garantida capacitação inicial e continuada.
§ 4º As ações e os serviços de saúde pública
destinados à pessoa com deficiência devem
assegurar:
I - diagnóstico e intervenção precoces,
realizados por equipe multidisciplinar;
II - serviços de habilitação e de reabilitação
sempre que necessários, para qualquer tipo de
deficiência, inclusive para a manutenção da melhor
condição de saúde e qualidade de vida;
III - atendimento domiciliar multidisciplinar,
tratamento ambulatorial e internação;
IV - campanhas de vacinação;
V - atendimento psicológico, inclusive para
seus familiares e atendentes pessoais;
VI - respeito à especificidade, à identidade de
gênero e à orientação sexual da pessoa com
deficiência;
VII - atenção sexual e reprodutiva, incluindo
o direito à fertilização assistida;
VIII - informação adequada e acessível à
pessoa com deficiência e a seus familiares sobre
sua condição de saúde;
IX - serviços projetados para prevenir a
ocorrência e o desenvolvimento de deficiências e
agravos adicionais;
X - promoção de estratégias de capacitação
permanente das equipes que atuam no SUS, em
todos os níveis de atenção, no atendimento à pessoa
com deficiência, bem como orientação a seus
atendentes pessoais;
XI - oferta de órteses, próteses, meios
auxiliares de locomoção, medicamentos, insumos e
fórmulas nutricionais, conforme as normas
vigentes do Ministério da Saúde.
§ 5º As diretrizes deste artigo aplicam-se
também às instituições privadas que participem de
forma complementar do SUS ou que recebam
recursos públicos para sua manutenção.
Art. 19. Compete ao SUS desenvolver ações
destinadas à prevenção de deficiências por causas
evitáveis, inclusive por meio de:
I - acompanhamento da gravidez, do parto e
do puerpério, com garantia de parto humanizado e
seguro;
II - promoção de práticas alimentares
adequadas e saudáveis, vigilância alimentar e
nutricional, prevenção e cuidado integral dos
agravos relacionados à alimentação e nutrição da
mulher e da criança;
III - aprimoramento e expansão dos
programas de imunização e de triagem neonatal;
IV - identificação e controle da gestante de
alto risco.
V - aprimoramento do atendimento neonatal,
com a oferta de ações e serviços de prevenção de
danos cerebrais e sequelas neurológicas em recém-
nascidos, inclusive por telessaúde. (Incluído pela
Lei nº 14.510, de 2022)
Art. 20. As operadoras de planos e seguros
privados de saúde são obrigadas a garantir à pessoa
com deficiência, no mínimo, todos os serviços e
produtos ofertados aos demais clientes.
Art. 21. Quando esgotados os meios de
atenção à saúde da pessoa com deficiência no local
de residência, será prestado atendimento fora de
domicílio, para fins de diagnóstico e de tratamento,
garantidos o transporte e a acomodação da pessoa
com deficiência e de seu acompanhante.
Art. 22. À pessoa com deficiência internada
ou em observação é assegurado o direito a
acompanhante ou a atendente pessoal, devendo o
órgão ou a instituição de saúde proporcionar
condições adequadas para sua permanência em
tempo integral.
§ 1º Na impossibilidade de permanência do
acompanhante ou do atendente pessoal junto à
pessoa com deficiência, cabe ao profissional de
saúde responsável pelo tratamento justificá-la por
escrito.
§ 2º Na ocorrência da impossibilidade
prevista no § 1º deste artigo, o órgão ou a
instituição de saúde deve adotar as providências
cabíveis para suprir a ausência do acompanhante ou
do atendente pessoal.
Art. 23. São vedadas todas as formas de
discriminação contra a pessoa com deficiência,
inclusive por meio de cobrança de valores
diferenciados por planos e seguros privados de
saúde, em razão de sua condição.
Art. 24. É assegurado à pessoa com
deficiência o acesso aos serviços de saúde, tanto
públicos como privados, e às informações
prestadas e recebidas, por meio de recursos de
tecnologia assistiva e de todas as formas de
comunicação previstas no inciso V do art. 3º desta
Lei.
Art. 25. Os espaços dos serviços de saúde,
tanto públicos quanto privados, devem assegurar o
acesso da pessoa com deficiência, em
conformidade com a legislação em vigor, mediante
a remoção de barreiras, por meio de projetos
arquitetônico, de ambientação de interior e de
comunicação que atendam às especificidades das
pessoas com deficiência física, sensorial,
intelectual e mental.
Art. 26. Os casos de suspeita ou de
confirmação de violência praticada contra a pessoa
com deficiência serão objetode notificação
compulsória pelos serviços de saúde públicos e
privados à autoridade policial e ao Ministério
Público, além dos Conselhos dos Direitos da
Pessoa com Deficiência.
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei,
considera-se violência contra a pessoa com
deficiência qualquer ação ou omissão, praticada em
local público ou privado, que lhe cause morte ou
dano ou sofrimento físico ou psicológico.
CAPÍTULO IV
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14510.htm#art4
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14510.htm#art4
DO DIREITO À EDUCAÇÃO
Art. 27. A educação constitui direito da
pessoa com deficiência, assegurados sistema
educacional inclusivo em todos os níveis e
aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a
alcançar o máximo desenvolvimento possível de
seus talentos e habilidades físicas, sensoriais,
intelectuais e sociais, segundo suas características,
interesses e necessidades de aprendizagem.
Parágrafo único. É dever do Estado, da
família, da comunidade escolar e da sociedade
assegurar educação de qualidade à pessoa com
deficiência, colocando-a a salvo de toda forma de
violência, negligência e discriminação.
Art. 28. Incumbe ao poder público assegurar,
criar, desenvolver, implementar, incentivar,
acompanhar e avaliar:
I - sistema educacional inclusivo em todos os
níveis e modalidades, bem como o aprendizado ao
longo de toda a vida;
II - aprimoramento dos sistemas
educacionais, visando a garantir condições de
acesso, permanência, participação e aprendizagem,
por meio da oferta de serviços e de recursos de
acessibilidade que eliminem as barreiras e
promovam a inclusão plena;
III - projeto pedagógico que institucionalize o
atendimento educacional especializado, assim
como os demais serviços e adaptações razoáveis,
para atender às características dos estudantes com
deficiência e garantir o seu pleno acesso ao
currículo em condições de igualdade, promovendo
a conquista e o exercício de sua autonomia;
IV - oferta de educação bilíngue, em Libras
como primeira língua e na modalidade escrita da
língua portuguesa como segunda língua, em
escolas e classes bilíngues e em escolas inclusivas;
V - adoção de medidas individualizadas e
coletivas em ambientes que maximizem o
desenvolvimento acadêmico e social dos
estudantes com deficiência, favorecendo o acesso,
a permanência, a participação e a aprendizagem em
instituições de ensino;
VI - pesquisas voltadas para o
desenvolvimento de novos métodos e técnicas
pedagógicas, de materiais didáticos, de
equipamentos e de recursos de tecnologia assistiva;
VII - planejamento de estudo de caso, de
elaboração de plano de atendimento educacional
especializado, de organização de recursos e
serviços de acessibilidade e de disponibilização e
usabilidade pedagógica de recursos de tecnologia
assistiva;
VIII - participação dos estudantes com
deficiência e de suas famílias nas diversas
instâncias de atuação da comunidade escolar;
IX - adoção de medidas de apoio que
favoreçam o desenvolvimento dos aspectos
linguísticos, culturais, vocacionais e profissionais,
levando-se em conta o talento, a criatividade, as
habilidades e os interesses do estudante com
deficiência;
X - adoção de práticas pedagógicas inclusivas
pelos programas de formação inicial e continuada
de professores e oferta de formação continuada
para o atendimento educacional especializado;
XI - formação e disponibilização de
professores para o atendimento educacional
especializado, de tradutores e intérpretes da Libras,
de guias intérpretes e de profissionais de apoio;
XII - oferta de ensino da Libras, do Sistema
Braille e de uso de recursos de tecnologia assistiva,
de forma a ampliar habilidades funcionais dos
estudantes, promovendo sua autonomia e
participação;
XIII - acesso à educação superior e à
educação profissional e tecnológica em igualdade
de oportunidades e condições com as demais
pessoas;
XIV - inclusão em conteúdos curriculares, em
cursos de nível superior e de educação profissional
técnica e tecnológica, de temas relacionados à
pessoa com deficiência nos respectivos campos de
conhecimento;
XV - acesso da pessoa com deficiência, em
igualdade de condições, a jogos e a atividades
recreativas, esportivas e de lazer, no sistema
escolar;
XVI - acessibilidade para todos os estudantes,
trabalhadores da educação e demais integrantes da
comunidade escolar às edificações, aos ambientes
e às atividades concernentes a todas as
modalidades, etapas e níveis de ensino;
XVII - oferta de profissionais de apoio
escolar;
XVIII - articulação intersetorial na
implementação de políticas públicas.
§ 1º Às instituições privadas, de qualquer
nível e modalidade de ensino, aplica-se
obrigatoriamente o disposto nos incisos I, II, III, V,
VII, VIII, IX, X, XI, XII, XIII, XIV, XV, XVI,
XVII e XVIII do caput deste artigo, sendo vedada
a cobrança de valores adicionais de qualquer
natureza em suas mensalidades, anuidades e
matrículas no cumprimento dessas determinações.
§ 2º Na disponibilização de tradutores e
intérpretes da Libras a que se refere o inciso XI
do caput deste artigo, deve-se observar o seguinte:
I - os tradutores e intérpretes da Libras
atuantes na educação básica devem, no mínimo,
possuir ensino médio completo e certificado de
proficiência na Libras; (Vigência)
II - os tradutores e intérpretes da Libras,
quando direcionados à tarefa de interpretar nas
salas de aula dos cursos de graduação e pós-
graduação, devem possuir nível superior, com
habilitação, prioritariamente, em Tradução e
Interpretação em Libras. (Vigência)
Art. 29. (VETADO).
Art. 30. Nos processos seletivos para ingresso
e permanência nos cursos oferecidos pelas
instituições de ensino superior e de educação
profissional e tecnológica, públicas e privadas,
devem ser adotadas as seguintes medidas:
I - atendimento preferencial à pessoa com
deficiência nas dependências das Instituições de
Ensino Superior (IES) e nos serviços;
II - disponibilização de formulário de
inscrição de exames com campos específicos para
que o candidato com deficiência informe os
recursos de acessibilidade e de tecnologia assistiva
necessários para sua participação;
III - disponibilização de provas em formatos
acessíveis para atendimento às necessidades
específicas do candidato com deficiência;
IV - disponibilização de recursos de
acessibilidade e de tecnologia assistiva adequados,
previamente solicitados e escolhidos pelo
candidato com deficiência;
V - dilação de tempo, conforme demanda
apresentada pelo candidato com deficiência, tanto
na realização de exame para seleção quanto nas
atividades acadêmicas, mediante prévia solicitação
e comprovação da necessidade;
VI - adoção de critérios de avaliação das
provas escritas, discursivas ou de redação que
considerem a singularidade linguística da pessoa
com deficiência, no domínio da modalidade escrita
da língua portuguesa;
VII - tradução completa do edital e de suas
retificações em Libras.
LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015.
Título I
Das Disposições Preliminares
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção
integral à criança e ao adolescente.
Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos
desta Lei, a pessoa até doze anos de idade
incompletos, e adolescente aquela entre doze e
dezoito anos de idade.
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei,
aplica-se excepcionalmente este Estatuto às
pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade.
Art. 3º A criança e o adolescente gozam de
todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa
humana, sem prejuízo da proteção integral de que
trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por
outros meios, todas as oportunidades e facilidades,
a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico,mental, moral, espiritual e social, em condições de
liberdade e de dignidade.
Parágrafo único. Os direitos enunciados
nesta Lei aplicam-se a todas as crianças e
adolescentes, sem discriminação de nascimento,
situação familiar, idade, sexo, raça, etnia ou cor,
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm#art125
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm#art125
religião ou crença, deficiência, condição pessoal
de desenvolvimento e aprendizagem, condição
econômica, ambiente social, região e local de
moradia ou outra condição que diferencie as
pessoas, as famílias ou a comunidade em que
vivem. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
Art. 4º É dever da família, da comunidade,
da sociedade em geral e do poder público
assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação
dos direitos referentes à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao
respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária.
Parágrafo único. A garantia de prioridade
compreende:
a) primazia de receber proteção e socorro em
quaisquer circunstâncias;
b) precedência de atendimento nos serviços
públicos ou de relevância pública;
c) preferência na formulação e na execução
das políticas sociais públicas;
d) destinação privilegiada de recursos
públicos nas áreas relacionadas com a proteção à
infância e à juventude.
Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente
será objeto de qualquer forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e
opressão, punido na forma da lei qualquer
atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos
fundamentais.
Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-
ão em conta os fins sociais a que ela se dirige, as
exigências do bem comum, os direitos e deveres
individuais e coletivos, e a condição peculiar da
criança e do adolescente como pessoas em
desenvolvimento.
Título II
Dos Direitos Fundamentais
Capítulo I
Do Direito à Vida e à Saúde
Art. 7º A criança e o adolescente têm direito
a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação
de políticas sociais públicas que permitam o
nascimento e o desenvolvimento sadio e
harmonioso, em condições dignas de existência.
Art. 8º É assegurado à gestante, através do
Sistema Único de Saúde, o atendimento pré e
perinatal.
Art. 8º É assegurado a todas as mulheres o
acesso aos programas e às políticas de saúde da
mulher e de planejamento reprodutivo e, às
gestantes, nutrição adequada, atenção humanizada
à gravidez, ao parto e ao puerpério e atendimento
pré-natal, perinatal e pós-natal integral no âmbito
do Sistema Único de Saúde. (Redação dada pela
Lei nº 13.257, de 2016)
§ 1º A gestante será encaminhada aos
diferentes níveis de atendimento, segundo critérios
médicos específicos, obedecendo-se aos princípios
de regionalização e hierarquização do Sistema.
§ 1º O atendimento pré-natal será realizado
por profissionais da atenção primária. (Redação
dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 2º A parturiente será atendida
preferencialmente pelo mesmo médico que a
acompanhou na fase pré-natal.
§ 2º Os profissionais de saúde de referência
da gestante garantirão sua vinculação, no último
trimestre da gestação, ao estabelecimento em que
será realizado o parto, garantido o direito de opção
da mulher. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de
2016)
§ 3º Incumbe ao poder público propiciar
apoio alimentar à gestante e à nutriz que dele
necessitem.
§ 3º Os serviços de saúde onde o parto for
realizado assegurarão às mulheres e aos seus
filhos recém-nascidos alta hospitalar responsável e
contrarreferência na atenção primária, bem como
o acesso a outros serviços e a grupos de apoio à
amamentação. (Redação dada pela Lei nº 13.257,
de 2016)
§ 4º Incumbe ao poder público proporcionar
assistência psicológica à gestante e à mãe, no
período pré e pós-natal, inclusive como forma de
prevenir ou minorar as consequências do estado
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13257.htm#art18
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13257.htm#art19
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13257.htm#art19
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13257.htm#art19
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13257.htm#art19
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13257.htm#art19
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13257.htm#art19
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13257.htm#art19
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13257.htm#art19
puerperal. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
§ 5º A assistência referida no § 4 o deste
artigo deverá ser também prestada a gestantes ou
mães que manifestem interesse em entregar seus
filhos para adoção. (Incluído pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência
§ 5º A assistência referida no § 4 o deste
artigo deverá ser prestada também a gestantes e
mães que manifestem interesse em entregar seus
filhos para adoção, bem como a gestantes e mães
que se encontrem em situação de privação de
liberdade. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de
2016)
§ 6º A gestante e a parturiente têm direito a 1
(um) acompanhante de sua preferência durante o
período do pré-natal, do trabalho de parto e do
pós-parto imediato. (Incluído pela Lei nº 13.257,
de 2016)
§ 7º A gestante deverá receber orientação
sobre aleitamento materno, alimentação
complementar saudável e crescimento e
desenvolvimento infantil, bem como sobre formas
de favorecer a criação de vínculos afetivos e de
estimular o desenvolvimento integral da
criança. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 8º A gestante tem direito a
acompanhamento saudável durante toda a
gestação e a parto natural cuidadoso,
estabelecendo-se a aplicação de cesariana e outras
intervenções cirúrgicas por motivos
médicos. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 9º A atenção primária à saúde fará a busca
ativa da gestante que não iniciar ou que abandonar
as consultas de pré-natal, bem como da puérpera
que não comparecer às consultas pós-
parto. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 10. Incumbe ao poder público garantir, à
gestante e à mulher com filho na primeira infância
que se encontrem sob custódia em unidade de
privação de liberdade, ambiência que atenda às
normas sanitárias e assistenciais do Sistema Único
de Saúde para o acolhimento do filho, em
articulação com o sistema de ensino competente,
visando ao desenvolvimento integral da
criança. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 11. A assistência psicológica à gestante, à
parturiente e à puérpera deve ser indicada após
avaliação do profissional de saúde no pré-natal e
no puerpério, com encaminhamento de acordo
com o prognóstico. (Incluído pela Lei nº 14.721,
de 2023) (Vigência)
Art. 8º-A. Fica instituída a Semana
Nacional de Prevenção da Gravidez na
Adolescência, a ser realizada anualmente na
semana que incluir o dia 1º de fevereiro, com o
objetivo de disseminar informações sobre medidas
preventivas e educativas que contribuam para a
redução da incidência da gravidez na
adolescência. (Incluído pela Lei nº 13.798, de
2019)
Parágrafo único. As ações destinadas a
efetivar o disposto no caput deste artigo ficarão a
cargo do poder público, em conjunto com
organizações da sociedade civil, e serão dirigidas
prioritariamente ao público adolescente. (Incluído
pela Lei nº 13.798, de 2019)
Art. 9º O poder público, as instituições e os
empregadores propiciarão condições adequadas ao
aleitamento materno, inclusive aos filhos de mães
submetidas a medida privativa de liberdade.
§ 1º Os profissionais das unidades primárias
de saúde desenvolverão ações sistemáticas,