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TOXICOLOGIA ANÁLITICA: CLÍNICA E FORENSE FLÁVIA DEFFERT U N I D A D E 1 Dosis sola facit venenum – Paracelso A Toxicologia é uma ciência milenar que estuda todas as substâncias que possam causar algum tipo de efeito no organismo seja em nós ou nos animais e nas plantas. UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO 1. Explicar o histórico e os princípios de Toxicologia. 2. Relacionar dose-resposta e sua curva. 3. Identificar os mecanismos de toxicidade. 4. Fazer a avaliação de risco. UNIDADE 1 | OBJETIVOS 1500 a. C. - Papiro de Ébers. 370 – 286 a. C. - Teofrasto - De historia plantarum. 1198 - Maimônides - Poisons and their Antidotes. Catarina de Médici - testes com pessoas pobres e doentes. HISTÓRICO E PRINCÍPIOS DE TOXICOLOGIA Papiro de Ébers Fonte: Wikimedia Commons Renascimento – Paracelso: o agente tóxico é aquele que: • Necessita de experimentações para verificar as análises de resposta às substâncias. • Suas propriedades terapêuticas e tóxicas precisam ser diferenciadas. • As propriedades terapêuticas e tóxicas, muitas vezes, podem ser diferenciadas apenas pela dose. • Precisa ser analisado quanto ao grau de especificidade dos agentes às suas características terapêuticas e tóxicas. HISTÓRICO E PRINCÍPIOS DE TOXICOLOGIA Fonte: Wikimedia Commons Toxicologia é a parte da ciência que estuda os efeitos adversos, nocivos ou letais das substâncias químicas sobre um organismo vivo. HISTÓRICO E PRINCÍPIOS DE TOXICOLOGIA BIOLOGIA BIOQUÍMICA FISIOLOGIA QUÍMICA FÍSICA TOXICOLOGIA FARMACOLOGIASAÚDE PÚBLICA PATOLOGIA O toxicologista é treinado para examinar a natureza desses efeitos (incluindo os mecanismos de ação bioquímica, celular e moleculares) e avaliar a probabilidade de sua ocorrência. HISTÓRICO E PRINCÍPIOS DE TOXICOLOGIA DIFERENTES CAMPOS DE TRABALHO Toxicologia Analítica Toxicologia Clínica Toxicologia Experimental Forense. Doping. Farmacodependência. Diagnóstico. Monitorização. (Terapêutica, Ambiental e Biológica) Terapêutica Estudos em animais 1. Fase de Exposição. 2. Fases toxicocinética e toxicodinâmica. 3. Fase Clínica – sintomas: • Reações alérgicas. • Reações idiossincráticas . • Toxicidade imediata ou retardada. • Efeitos reversíveis ou irreversíveis. • Toxicidade local ou sistêmica. PROCESSO DE INTOXICAÇÃO FONTE AGENTE EXPOSIÇÃO ORGANISMO EFEITO FASE DA EXPOSIÇÃO Como o agente ingressa no organismo? FASE DA TOXICOCINÉTICA E TOXICODINÂMICA Biodisponibilidade Toxicidade FASE CLÍNICA Evidências detectáveis do efeito nocivo Os três pilares básicos da toxicologia: 1. O agente químico capaz de produzir um efeito danoso. 2. O organismo vivo em que o agente químico irá agir. 3. O desfecho (efeito resultante) que deve apresentar com característica primordial um dano ao organismo que teve contato. TRÊS PILARES DA TOXICOLOGIA Fonte: Flaticon A relação dose-resposta liga as características de exposição a um agente e seu espectro de efeitos. Dose-resposta individual ou graduada: um indivíduo, diferentes doses, intervalo entre doses. Dose-resposta quântica: população. O individuo responde ou não ao agente tóxico igual a resposta média da população. RELAÇÃO DOSE-RESPOSTA E A SUA CURVA Fonte: Freepik DL50 (dose letal 50): é aquela capaz de levar a óbito 50% da população a qual a dose foi administrada. DE 50 (Dose Eficaz 50%): é a dose necessária para causar um determinado efeito terapêutico em 50% da população. RELAÇÃO DOSE-RESPOSTA E A SUA CURVA Fonte: Flaticon NOEL ou NOAEL: quantidade de substância que não causa efeito ou efeito adverso na população exposta. LOEL ou LOAEL: menor quantidade de substância que causa efeito ou efeito adverso na população exposta. RELAÇÃO DOSE-RESPOSTA E A SUA CURVA Fonte: Freepik Etapa 1: o toxicante é liberado para o órgão-alvo ou alvos; Etapa 2: interação com as moléculas-alvo endógenas ou alterando o ambiente biológico; Etapa 3: as perturbações celulares ocorrem; Etapa 4: mecanismos de autorreparo. MECANISMOS DE TOXICIDADE Fonte: Shibamoto e Njeldanes, 2014. Podem dificultar o transporte: • Ligações a proteínas plasmáticas. • Presença de barreiras biológicas especializadas. • Presença de sítios de armazenamento. MECANISMOS DE TOXICIDADE ETAPA 1: LIBERAÇÃO Fonte: Freepik Podem dificultar o transporte do agente tóxico: • Ligações a proteínas plasmáticas. • Presença de barreiras biológicas especializadas. • Presença de sítios de armazenamento. MECANISMOS DE TOXICIDADE ETAPA 2: INTERAÇÃO DO TOXICANTE COM A MOLÉCULA-ALVO Fonte: Freepik MECANISMOS DE TOXICIDADE ETAPA 3: DESFECHO Figura 10: Klassen e Watkins (2012). O reparo de tecidos lesados envolve tanto a regeneração de células perdidas e matriz extracelular quanto a reintegração em tecidos e órgãos dos novos elementos formados. MECANISMOS DE TOXICIDADE – ETAPA 4 – REPARO CELULAR OU APOPTOSE A apoptose de células danificadas tem valor como processo de reparo somente para tecidos constituídos de células que são constantemente renovada. MECANISMOS DE TOXICIDADE – ETAPA 4 – REPARO CELULAR OU APOPTOSE A necrose tecidual ocorre porque a lesão sobrepuja e desabilita os mecanismos de reparo, incluindo reparo das moléculas danificadas; eliminação das células danificadas por apoptose; e substituição das células perdidas por divisão celular. MECANISMOS DE TOXICIDADE – ETAPA 4 – REPARO CELULAR OU APOPTOSE AVALIAÇÃO DE RISCO É a caracterização científica e sistemática dos potenciais efeitos adversos à saúde resultantes da exposição humana a agentes tóxicos. Risco: probabilidade da ocorrência do efeito adverso em um período de tempo e determinada concentração de um ou mais agentes tóxicos. Fonte: Freepik AVALIAÇÃO DE RISCO Objetivos: • Balancear riscos e benefícios. • Definir níveis do risco. • Definir prioridades para atuação. • Estimar os riscos residuais e a extensão. da redução do risco após tomadas de decisões. Fonte: Freepik AVALIAÇÃO DE RISCO Fonte: Klassen e Watkins (2012). AVALIAÇÃO DE RISCO – IDENTIFICAÇÃO DE RISCO • Como saber/identificar os riscos de uma substância química? • Estudo das relações estrutura-atividade. • Testes in vitro e de curta duração. • Bioensaios com animais. • Utilização de dados epidemiológicos para a avaliação do risco. Fonte: Freepik AVALIAÇÃO DE RISCO – AVALIAÇÃO DE RISCO Chave para a obtenção de medidas quantitativas da substância química Empregar dados como: • A relação dose-resposta. • A exposição ao agente tóxico. • A caracterização das incertezas. Fonte: Freepik AVALIAÇÃO DE RISCO – AVALIAÇÃO DE RISCO Fatores de incerteza: inadequações experimentais – extrapolação do período de dados, número de indivíduos significativos etc. Fatores modificadores: na farmacocinética ou fatores intrínsecos do indivíduo em uso na pesquisa. Esses fatores são previamente estudados e quantificados para que o resultado seja adequado. Fonte: Flaticon AVALIAÇÃO DE RISCO – CARATERIZAÇÃO DE RISCO A caracterização do risco trata-se da avaliação ou da suscetibilidade de um indivíduo a uma substância. A suscetibilidade é variável entre indivíduos, e isso é ocasionado pela herança genética. Fonte: Klassen e Watkins (2012). AVALIAÇÃO DE RISCO – AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO O objetivo da avaliação da exposição é verificar qual a fonte, o tipo, a magnitude e a duração do contato com a substância tóxica avaliada. AVALIAÇÃO DE RISCO - PERCEPÇÃO DE RISCO Fonte : Klassen e Watkins, 2012. AVALIAÇÃO DE RISCO - TODAS AS ETAPAS Jardim, Andréia Nunes Oliveira, & Caldas, Eloisa Dutra. (2009). Exposição humana a substâncias químicas potencialmente tóxicas na dieta e os riscos para saúde. Química Nova, 32(7), 1898-1909. OBRIGADA !