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.......................................................................................................... 0 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar .......................................................................................................... 1 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI DAS MISSÕES PRÓ-REITORIA DE ENSINO, PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO CÂMPUS SANTO ÂNGELO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO KAROLINE DE JESUS MEDINA BERVIAN CENTRO DE INTEGRAÇÃO SOCIOEDUCATIVO:ESPAÇO SONHAR SANTO ÂNGELO - RS 2018 .......................................................................................................... 2 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar KAROLINE DE JESUS MEDINA BERVIAN CENTRO DE INTEGRAÇÃO SOCIOEDUCATIVO:ESPAÇO SONHAR Trabalho Final de Graduação apresentado como requisito parcial à obtenção do grau Arquiteta e Urbanista do Departamento de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – Campus de Santo Ângelo. Orientadora: Profª. Mª Juliane Timm SANTO ÂNGELO – RS 2018 .......................................................................................................... 3 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar KAROLINE DE JESUS MEDINA BERVIAN CENTRO DE INTEGRAÇÃO SOCIOEDUCATIVO: ESPAÇO SONHAR Trabalho Final de Graduação apresentado como requisito parcial à obtenção do grau Arquiteta e Urbanista do Departamento de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – Campus de Santo Ângelo. Santo Ângelo, 12 de julho de 2018. BANCA EXAMINADORA ______________________________ Profª. Mª URI – Campus Santo Ângelo ______________________________ Profª. Mª URI – Campus Santo Ângelo ______________________________ Profª. Mª URI – Campus Santo Ângelo .......................................................................................................... 4 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar Dedico este Trabalho aos meus queridos pais Antônio Pereira Medina, Solange Binelo de Jesus Medina, e ao meu amado marido Édipo Júnior Bervian. .......................................................................................................... 5 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar AGRADECIMENTOS Meu primeiro agradecimento a Deus, pela vida, saúde, por ter me fortalecido nos momentos de fraqueza, e me acompanhado todos os dias até aqui. Aos meus pais, Antônio e Solange, por não terem medido esforços para que eu pudesse completar essa jornada. A minha irmã Aline, cunhado Agnaldo, e aos meus sobrinhos Gabrieli e Calebe, pelo carinho, incentivo, e pela presença, deixando as fases difíceis mais leves. Ao meu marido Édipo, pelo apoio, compreensão, e pelas infinitas ajudas. Obrigada por sempre me fazer acreditar que eu posso mais, me incentivando ultrapassar minhas limitações. Agradeço aos professores por todo o conhecimento partilhado, e em especial a minha orientadora Profª. Juliane Timm, pelos conselhos, orientações, e dedicação durante todo o desenvolvimento do trabalho. Obrigada aos amigos Jairo Lucas e Rose Lucas por toda ajuda oferecida no início do semestre, vocês fazem parte desse trabalho. Aos meus colegas que me presentearam com a amizade, tornando os dias mais fáceis e alegres. Meu muito obrigada, Gabrielli Santos, Elisandra Kaiser, Munick Bedates, e Gabriela Bozzetto, vocês foram fundamentais nessa trajetória. .......................................................................................................... 6 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar Àquele que é capaz de fazer infinitamente mais do que tudo o que pedimos ou pensamos, de acordo com o seu poder que atua em nós. (Efésios 3:20) https://www.bibliaon.com/versiculo/efesios_3_20/ .......................................................................................................... 7 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar RESUMO Este trabalho objetiva compilar informações para fundamentação e embasamento teórico para o desenvolvimento de um projeto arquitetônico de um centro de integração socioeducativo, intitulado Espaço Sonhar, para cidade de Giruá, inserido em um lote central na malha urbana. A temática sugerida surgiu da necessidade de espaços educativos, culturais e sociais que integrem os cidadãos menos favorecidos economicamente, proporcionando melhores oportunidades sociais. O centro contemplará locais de lazer e cultura, salas de aula para cursos técnicos e cursos livres, e uma bateria de apoio social que oferecerá serviços médicos, odontológicos, psicológicos, e judiciais. O conjunto de dados coletados, a partir de pesquisas bibliográficas e in loco, e levantamentos do entorno do lote, reafirmou a necessidade de um programa que englobe as esferas já descritas, favorecendo um público excluído dos benefícios coletivos. Palavras-chave: Espaço Sonhar. Integração. Vulnerabilidade econômica. Social. .......................................................................................................... 8 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar ABSTRACT This work aims to compile information for foundation and theoretical basis for the development of an architectural project of a socioeducational integration center, called Dreaming Space, for the city of Giruá, inserted in a central lot in the urban network. The suggested theme arose from the need for educational, cultural and social spaces that integrate economically disadvantaged citizens, providing better social opportunities. The center will include leisure and cultural places, classrooms for technical courses and free courses, and a battery of social support that will offer medical, dental, psychological, and judicial services. The setof data collected, based on bibliographical and on-site research, and surveys of the lot's surroundings, reaffirmed the need for a program that encompasses the spheres already described, favoring a public excluded from the collective benefits. Keywords: Space Dream. Integration. Economic vulnerability. Social. .......................................................................................................... 9 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Escolaridade ...................................................................................... 24 Figura 2 - Escola Politécnica .............................................................................. 31 Figura 3 - Escola Técnica de Comércio ............................................................ 33 Figura 4 - CFCCT ................................................................................................................... 35 Figura 5 - CFCCT ................................................................................................................... 35 Figura 6 - Escolaridade Giruá ............................................................................. 37 Figura 7 - Proposta do Espaço Sonhar ............................................................... 39 Figura 8 - Localização da cidade de Giruá .......................................................... 44 Figura 9 - Diretrizes para escolha do lote ............................................................ 45 Figura 10 - Levantamento topográfico ............................................................... 46 Figura 11 - Levantamento fotográfico ................................................................. 47 Figura 12 - Vista A .............................................................................................. 47 Figura 13 - Vista B .............................................................................................. 47 Figura 14 - Vista C .............................................................................................. 47 Figura 15 - Vista D .............................................................................................. 47 Figura 16 - Vista E .............................................................................................. 48 Figura 17 - Vista F .............................................................................................. 48 Figura 18 - Uso e ocupação do entorno .............................................................. 48 Figura 19 - Orientação do lote ............................................................................ 49 Figura 20 - Zoneamento do lote conforme o plano diretor ................................... 50 Figura 21 - Pavimentação .................................................................................. 51 Figura 22 - Dados do SENAC ............................................................................ 59 Figura 23 - Zoneamento - SENAC ..................................................................... 60 Figura 24 - Salas do SENAC .............................................................................. 60 Figura 25 - Salas do SENAC .............................................................................. 60 Figura 26 - Salas do SENAC .............................................................................. 60 Figura 27 - Salas do SENAC .............................................................................. 60 Figura 28 - Salas do SENAC .............................................................................. 60 Figura 29 - Salas do SENAC .............................................................................. 60 Figura 30 - Salas do SENAC .............................................................................. 61 Figura 31 - Salas do SENAC .............................................................................. 61 Figura 32 - Salas do SENAC .............................................................................. 61 Figura 33 - Dados do Parque Educativo ............................................................. 62 Figura 34 - Zoneamento - Parque Educativo ...................................................... 63 Figura 35 - Espaços Parque Educativo ............................................................... 64 Figura 36 - Espaços Parque Educativo ............................................................... 64 Figura 37 - Espaços Parque Educativo ............................................................... 64 Figura 38 - Espaços Parque Educativo ............................................................... 64 Figura 39 - Espaços Parque Educativo ............................................................... 64 Figura 40 - Espaços Parque Educativo ............................................................... 64 Figura 41 - Espaços Parque Educativo ............................................................... 64 Figura 42 - Espaços Parque Educativo ............................................................... 64 Figura 43 - Espaços Parque Educativo ............................................................... 64 Figura 44 - Dados da Escola Montessori ........................................................... 65 Figura 45 - Volumetria - Escola Montessori ........................................................ 66 Figura 46 - Volumetria - Escola Montessori ........................................................ 66 Figura 47 - Volumetria - Escola Montessori ........................................................ 66 .......................................................................................................... 10 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar Figura 48 - Volumetria - Escola Montessori ........................................................ 66 Figura 49 - Volumetria - Escola Montessori ........................................................ 67 Figura 50 - Volumetria - Escola Montessori ........................................................ 67 Figura 51 - Dados do CRAS ............................................................................... 68 Figura 52 - Zoneamento - CRAS ........................................................................ 69 Figura 53 - Setores e programa .......................................................................... 72 Figura 54 - Diagrama conceitual ........................................................................ 80 Figura 55 - Zoneamento horizontal - 1º pavimento ............................................. 84 Figura 56 - Zoneamento horizontal - 2º pavimento ............................................. 85 Figura 57 - Zoneamento horizontal - 3º pavimento ............................................. 86 Figura 58 - Zoneamento vertical transversal AA' ................................................ 87 Figura 59 - Vista aérea 1 ..................................................................................... 87 Figura 60 - Vista aérea 2 ..................................................................................... 87 Figura 61 - Volumetria - Fachada leste ............................................................... 88 Figura 62 - Volumetria - Fachada leste ............................................................... 88 Figura 63 - Volumetria - Fachada leste ............................................................... 88 Figura 64 - Volumetria - Fachada norte/ oeste .................................................... 89 Figura 65 - Volumetria - Fachada oeste ..............................................................89 Figura 66 - Volumetria - Fachada sul/ oeste ........................................................ 89 .......................................................................................................... 11 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar LISTA DE TABELAS E QUADROS Tabela 1 - Uso e ocupação do solo urbano ......................................................... 50 Tabela 2 - Análise crítica - SENAC .................................................................... 61 Tabela 3 - Análise crítica - Parque Educativo ...................................................... 64 Tabela 4 - Análise crítica - Escola Montessori ..................................................... 67 Tabela 5 - Análise crítica - CRAS ....................................................................... 70 Tabela 6 - Pré- dimensionamento ....................................................................... 73 Tabela 7 - Pré-dimensionamento ....................................................................... 74 Tabela 8 - Pré- dimensionamento ....................................................................... 75 Tabela 9 - Quadro geral de áreas ....................................................................... 75 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS .......................................................................................................... 12 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. CBMRS - Corpo de Bombeiros Militar do RS CONAMA- Ministério do Meio Ambiente CORSAN - Companhia Riograndense de Saneamento. CFCCT - Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes CEFET - Centro Federal de Educação Tecnológica CRAS - Centro de Referência de Assistência Social DER - Departamento de Edificações e Rodovias ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente ETF - Escola Técnica Federal ETI - Escola de Tempo Integral FAS - Fundação de Ação Social FMI - Fundo Monetário Internacional FMRP - Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto FNDE - Fundo de Desenvolvimento da Educação IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. IDEB - Índice de Desenvolvimento da Educação Básica IDHM - Índice de Desenvolvimento Humano Municipal NBR - Norma Brasileira ONU - Organização das Nações Unidas PAC - Programa de Aceleração do Crescimento PCD - Pessoa Com Deficiência. PIB - Produto Interno Bruto PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios PRONATEC - Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego SENAC - Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial SINASE - Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo SP - São Paulo RGE - Rio Grande Energia URI - Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões USP - Universidade de São Paulo http://www.cbm.rs.gov.br/ http://www.mma.gov.br/conama http://cfcct.prefeitura.sp.gov.br/ https://pt.wikipedia.org/wiki/Centro_Federal_de_Educa%C3%A7%C3%A3o_Tecnol%C3%B3gica http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/l8069.htm https://www.pciconcursos.com.br/concurso/etf-escola-tecnica-federal-to-31-vagas http://www.fmrp.usp.br/ http://www.pac.gov.br/ .......................................................................................................... 13 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar SUMÁRIO 1 DEFINIÇÃO DO TEMA .................................................................................. 15 1.1 Tema ........................................................................................................... 16 1.2 Conceituação do tema .............................................................................. 16 1.3 Público alvo ................................................................................................ 16 1.4 Origem do nome ........................................................................................ 16 1.5 Introdução .................................................................................................. 17 1.6 Justificativa ................................................................................................ 18 1.7 Objetivos ..................................................................................................... 19 1.7.1 Objetivo geral ............................................................................................ 19 1.7.2 Objetivos específicos................................................................................. 19 2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................. 21 2.1 A pobreza e os reflexos na sociedade ....................................................... 22 2.2 Iniciativas que auxiliam na mudança do contexto social de pobreza .... 25 2.3 Precedentes: Escola Técnica / Centros Educativos ................................ 30 2.4 Contexto social da cidade de Giruá .......................................................... 36 2.4.1 Economia do município de Giruá................................................................ 37 2.5 Arquitetura como contribuição nos espaços de ensino .......................... 38 2.6 Centro de Integração Socioeducativo: Espaço Sonhar .......................... 39 3 METODOLOGIA ............................................................................................. 42 4 DEFINIÇÃO DO CONTEXTO E LOTE ........................................................... 43 4.1 Contexto ..................................................................................................... 44 4.2 Diretrizes para a escolha do lote .............................................................. 44 4.3 Condicionantes físicos ............................................................................. 45 4.3.1 Topografia ................................................................................................. 45 4.3.2 Levantamento fotográfico .......................................................................... 46 4.3.3 Morfologia do entorno ................................................................................ 48 4.3.4 Orientação solar, ventos predominantes .................................................. 49 4.3.5 Condicionantes legais ............................................................................... 50 4.3.6 Infraestrutura ............................................................................................ 51 4.3.6.1 Sistema viário ........................................................................................ 51 4.3.6.2 Serviços ................................................................................................. 51 5 LEGISLAÇÃO ................................................................................................ 52 5.1 Legislação federal ..................................................................................... 53 5.1.2 Constituição Federal ................................................................................. 53 5.1.3 Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional ............................................................................................ 53 5.1.4 Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente....................................................................................................... 5.1.5 Lei nº 8.313/91 - Lei de Incentivo à Cultura ................................................ 53 5.1.6 Lei Nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000 - Lei da Acessibilidade das Pessoas Portadoras de Deficiência .................................................................... 54 5.2 Legislação estadual ................................................................................... 54 5.2.1 Resolução Técnica CBMRS nº 11 - Parte 01/2016 - Saídas de Emergência ........................................................................................................ 54 5.2.2 Decreto nº 53.280, de 01 de novembro de 2016 - Proteção contra Incêndio ..................... ........................................................................................ 54 .......................................................................................................... 14 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar 5.2.3 Lei nº 13.490, DE 21 de Julho de 2010 - Lei de Apoio as Atividades Culturais ............................................................................................................. 54 5.3 Legislação municipal ................................................................................. 55 5.3.1 Lei Municipal n°4951/2013 - Plano Diretor do Município de Giruá ............. 55 5.3.2 Lei Municipal n°4955/2013 - Código de Obras Município de Giruá ............ 55 5.4 Legislação ambiental ................................................................................. 55 5.4.1 Lei Estadual nº 11.520, de 03 de agosto de 2000 - Código Estadual de Meio Ambiente ................................................................................................... 55 5.4.2 Lei Federal nº 12.651 de 25 de maio de 2012 - Código Florestal ................ 55 5.4.3 Resolução CONAMA nº 303, de 20 de março de 2002 - Área de Preservação Permanente .................................................................................. 56 5.5 Normas técnicas ........................................................................................ 56 5.5.1 NBR 9050/2015 - Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos ...................................................................................... 56 5.5.2 NBR 9077/2001 - Saídas de Emergência em Edifícios .............................. 56 5.5.3 ABNT NBR ISO/CIE 8995-1/ 2013 - Iluminação de ambientes de trabalho ............................................................................................................................ 57 5.5.4 NBR 12179/2005 - Tratamento acústico em recintos fechados ................. 57 5.5.5 NBR 10152/1987- Níveis de ruído para conforto acústico ......................... 57 6 ESTUDOS TIPOLÓGICOS ............................................................................ 58 6.1 Estudos de caso in loco ............................................................................ 59 6.1.2 SENAC ...................................................................................................... 59 6.2 Estudos de caso bibliográficos ................................................................ 62 6.2.1 Parque Educativo Zenufaná ...................................................................... 62 6.2.3 Escola Montessori ............................................................................. ....... 65 6.2.4 CRAS ........................................................................................................ 68 7 DEFINIÇÃO DO PROGRAMA ....................................................................... 71 7.1 Setorização e Programa de necessidades .............................................. 72 7.2 Pré-dimensionamento ............................................................................... 73 8 COMPLEMENTAÇÃO DA PESQUISA .......................................................... 76 8.1 Organograma ............................................................................................. 77 8.2 Fluxograma ................................................................................................ 78 8.3 Estudos de conceituação ......................................................................... 79 8.4 Memorial de intenções .............................................................................. 80 8.5 Zoneamento ............................................................................................... 83 8.6 Proposta volumétrica ................................................................................ 87 9 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 90 .......................................................................................................... 15 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar 1 DEFINIÇÃO DO TEMA .......................................................................................................... 16 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar 1.1 Tema Centro de integração socioeducativo: Espaço sonhar. Um complexo para cidade de Giruá, que oferecerá espaços de lazer e cultura, cursos técnicos e livres, e auxílio social. 1.2 Conceituação do tema O centro de integração socioeducativo tem como proposta trazer construção profissional, educacional, cultural, e social a adolescentes, jovens, adultos em idade produtiva. Um projeto arquitetônico que tem compromisso com a vida humana, que visa trazer conexão com a sociedade como um todo, facilitando assim a integração à sociedade de pessoas em vulnerabilidade econômica. 1.3 Público alvo Verificou-se que o salário médio mensal dos trabalhadores formais na cidade de Giruá, é de 2,2 salários mínimos (IBGE, 2015). Assim sendo, o público alvo são indivíduos produtivos com renda familiar de até 1 salário mínimo que tenham idade acima de 12 anos (considerando-se que essa faixa etária é o início da adolescência segundo Estatuto da Criança e do Adolescente). Atinge-se, dessa forma 55% da população do município. 1.4 Origem do nome Os sonhos determinam onde se deseja chegar, eles que nos direcionam aos nossos objetivos, porém é comum não se concretizarem com tanta frequência em meio a população menos favorecida. .......................................................................................................... 17 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar Aliada a essa realidade, a perspectiva de vida da maioria dos jovens carentes, expostos à violência, drogas, delinquência, abusos não se ascende à construção de planos condizentes com uma qualidade de vida desejável. Assim sendo, sabendo que o ato de fazer planos compete com a realidade que se apresenta a cada indivíduo, o nome “Espaço Sonhar” vem de encontro ao tema do projeto que pretende proporcionar meios que auxiliem essa população, plantando sonhos estruturados em vivências culturais, sociais e educacionais, prospectando aosadolescentes, jovens, e adultos uma previsão mais concreta de um futuro melhor. 1.5 Introdução A pobreza e a humanidade caminham juntas desde os primórdios, e situações sociais consideradas injustas aos nossos olhos sempre se fizeram presentes. Na idade média, a pobreza era vista como algo incontornável; nascido de família pobre, sempre pobre seria. Já na era capitalista o indivíduo passa a ter responsabilidade de sua situação. O porquê estava associado ao seu comportamento na sociedade, falta de trabalho, competência, sucesso. Nos dias de hoje, esse assunto continua sendo polêmico e sem pontos finais; A questão é que os indivíduos, com culpa ou não da sua situação social, podem superar essas barreiras. Geralmente a formação social das pessoas pertencentes às classes menos favorecidas se desenvolve de forma deficiente, sem base educacional, cultural, e social, e os resultados dessa desestruturação social tendem a se repetir de geração a geração quando uma realidade diferente não é apresentada. Essa realidade engajada com direitos e deveres do cidadão deve ser vivenciada de maneira íntima para que possa reeducar comportamentos, e despertar metas comprometidas com a humanidade. Mediante a isso o projeto proposto vem de encontro a essa realidade com o intuito de modificá-la. O Espaço Sonhar tem o potencial de alterar a conjuntura social oportunizando aos que necessitam uma base estruturada de educação, cultura e apoio social. Nesse viés, a sociedade pode obter uma maior igualdade, elevando a qualidade de vida daqueles que carecem de oportunidades e tornando a cidade alvo um lugar melhor para se viver. .......................................................................................................... 18 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar 1.6 Justificativa A escolha do tema tem como foco primordial amparar adolescentes, jovens, e adultos em idade produtiva, em situação de vulnerabilidade e de risco social. A implantação é proposta para o bairro Santo Antônio da cidade de Giruá. A área de intervenção é próxima ao hospital e do centro urbano, todavia lhe faltam recursos sociais. A cidade é carente de programas profissionalizantes, sendo raros os espaços físicos específicos para tais atividades. Além disso, a educação é precária, pois de acordo com o IBGE 2015, apenas 37% dos alunos que concluem o ensino fundamental ingressam no ensino médio. Também contribui para essa situação o índice de pobreza, que é consideravelmente alto, 27,02%, e o índice de desenvolvimento humano que se mantém em 0,721, abaixo da capital do RS com 0,805. Logo, o programa visa trazer recursos, educacionais, culturais, e sociais aos indivíduos da região de maneira gratuita e acessível, capacitando-os a se (re)integrar na sociedade, e melhorar o histórico sociocultural da cidade de Giruá, indo de encontro à legislação federal vigente: Lei Federal nº 8.069, art. 4º: “É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.” A citação da lei acima, deixa claro nosso papel como família, comunidade e sociedade. Oferecer educação profissionalizante, cultura, convivência, lazer, facilitará o afastamento dos indivíduos com deficiência social, das drogas, da violência, da criminalidade, e da baixa expectativa de vida. Essa situação social se dá principalmente pela escassez de oportunidades. Assim sendo, o projeto auxiliará na resolução dessa conjuntura, pois tem como lema entregar ferramentas que possibilitarão novos arranjos de vida, alicerçados na busca por um futuro melhor, um futuro alcançável com esforço e dedicação. .......................................................................................................... 19 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar As atividades oferecidas proporcionarão uma troca de experiência entre alunos, professores, famílias, fomentando assim o espírito de coletividade, e quebrando, gradativamente, a exclusão social enraizada. 1.7 Objetivos 1.7.1 Objetivo geral Proposta de projeto arquitetônico que proporcione um espaço físico que forneça cursos profissionalizantes e de cunho cultural ao público alvo; em que possa ser garantido apoio jurídico, psicológico, médico e odontológico; e ambientes que estimulem a relação interpessoal através do convívio e momentos de lazer, proporcionando crescimento pessoal, e profissional, resultando assim na inclusão social dos indivíduos. 1.7.2 Objetivos específicos  Promover lugares que apresentem uma realidade embasada na educação, direitos e deveres dos cidadãos;  Oferecer espaços específicos para cursos livres e profissionalizantes que garantam a inserção dos jovens e adultos em idade produtiva no mercado de trabalho.  Oferecer salas para cursos e atividades que desenvolvam o raciocínio lógico, a coordenação motora e a musicalidade.  Instigar a busca por novas e melhores perspectivas de vida profissional e social.  Criar ambientes que estimulem o crescimento do convívio social entre alunos, família e comunidade, integrando-os na sociedade.  Projetar recintos que proporcionem momentos de recreação, lazer e descanso.  Estimular a permanência no meio escolar.  Resgatar valores de cunho cultural e social. .......................................................................................................... 20 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar  Desenvolver setor de apoio social garantindo ajuda jurídica, psicológica, médica e odontológica.  Projetar o edifício visando a integração com a natureza.  Tornar o projeto uma referência na educação técnica e inclusão social, com espaços de qualidade. .......................................................................................................... 21 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar 2 REFERENCIAL TEÓRICO .......................................................................................................... 22 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar 2.1 A pobreza e os reflexos na sociedade Existem diversas formas de definir a pobreza, mas a pobreza que nos referimos aqui, é aquela relacionada ao não atendimento das necessidades básicas, cujo indivíduo não tem as condições mínimas de sobreviver de maneira digna. Nessa situação, a pessoa não possui qualidade de vida e distancia-se de direitos garantidos por lei, como alimentação, saúde, educação, profissionalização, cultura, lazer, respeito, dignidade, liberdade, convivência familiar e comunitária. Os autores, da obra “Desigualdade e a Questão Social” descrevem as consequências de ter esses tantos direitos renegados. Observa-se, assim, uma multiplicação de categorias da populaçãoque sofrem de um déficit de integração com relação ao trabalho, à moradia, à educação, à cultura, etc., e portanto pode-se dizer que estão ameaçadas de exclusão. Esses processos de marginalização podem resultar em exclusão propriamente dita, ou seja, num tratamento explicitamente discriminatório dessas populações. (CASTEL, WANDERLEY, WANDERLEY, 2000, p. 43) Surgem então duas situações: proteger os indivíduos da carência de direitos, e proteger a sociedade das implicações dessa situação. Para esclarecer melhor, segue a citação: Se agregarmos ao quadro nacional, a miséria vigente em certas regiões do território nacional, a violência urbana crescente e incontrolável, o aumento do narcotráfico, a extensão da economia informal, o subemprego real e disfarçado, o volume do desemprego em setores estratégicos da economia, as chacinas entre grupos do tráfico e de policiais nos bairros pobres, favelas e cortiços, as rebeliões e fugas em presídios, para indicar os sinais mais visíveis, pode-se perceber o aguçamento da crise social. (CASTEL, WANDERLEY, WANDERLEY, 2000, p. 219-220) Vemos então um efeito dominó: grupos de pessoas são desprovidos do mínimo para se viver, consequentemente, criam-se indivíduos sem deveres, não aliançados com o coletivo. Oportunidades até podem aparecer, mas aquelas que degradam o comprometimento com a humanidade, que deixam surgir a violência, a criminalidade, o tráfico. Além disso a carência de direitos também pode se relacionar com a fome, .......................................................................................................... 23 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar doenças, a baixa expectativa de vida, trazendo conformidade com as circunstâncias vigentes. O autor Simon Schwartzman discorre em sua obra: “Pobreza, exclusão social e modernidade: Uma introdução ao mundo contemporâneo” que houve um tempo na história no qual se acreditou que a modernização e o crescimento econômico trazidos pelo desenvolvimento industrial seriam soluções para diminuir a pobreza e a miséria. Todavia, à medida que a economia cresceu, cresceu também a pobreza. O seguinte fato esclarece tal afirmação: de acordo com FMI (Fundo Monetário Internacional), no ano de 2016, o Brasil estava entre os dez países com o valor do PIB mais alto, por outro lado, o nosso país está em décimo lugar no índice de desigualdade econômica e social no mundo, conforme relatório da ONU do ano de 2016. Dessa forma, é evidente que o progresso econômico, não trouxe igualdade social, tendo em vista que bens e serviços como saúde e educação não tiveram os devidos investimentos. Quanto ao público em situação de carência, segundo o IBGE (2016), aproximadamente 50 milhões de brasileiros, ou seja, 25,4% da população brasileira, vivem na pobreza monetária, e no final desse ano de 2017, o Banco Mundial estimou um aumento de no mínimo 2,5 milhões até 3,6 milhões de pessoas que estariam vivendo na miséria. Essa quantia significativa de indivíduos em situação de crise social está relacionada ao número de pessoas desempregadas e sem escolaridade. Conforme a pesquisa do PNAD-2017 realizada pelo IBGE, no tocante a idade e desocupação das pessoas, a maioria delas desocupadas no Brasil tem de 18 a 39 anos e totalizam 34,4 milhões de pessoas. Desse total, 32,7 milhões de pessoas tem de 18 a 24 anos. Percebe-se então que a questão do desemprego também se relaciona com o nível de escolaridade. Segundo o IBGE 2018, a taxa de desemprego é de 20% entre pessoas com ensino médio incompleto e 6,2% quando se tratam de pessoas com curso superior (veja figura 1). Diante de tais fatos, é perceptível a importância da educação, pois ela facilita o acesso aos direitos básicos que garantem o bem-estar dos seres humanos. Conforme Julio Boltvinik, existem seis fontes de bem-estar que satisfazem as necessidades básicas de uma pessoa ou de uma família. São elas: a) a renda corrente; b) os direitos de acesso a serviços ou bens governamentais de caráter gratuito (ou subsidiados); c) a propriedade, os https://en.wikipedia.org/wiki/Julio_Boltvinik .......................................................................................................... 24 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar direitos de uso, de ativos que proporcionam serviços de consumo básico (patrimônio básico acumulado) d) os níveis educativos, as habilidades e destrezas, entendidos não como obtenção de ingressos, mas como expressões da capacidade de entender e fazer; e) o tempo disponível para a educação, a recreação, o descanso, e para os trabalhos domésticos; f) os ativos básicos, ou a capacidade de endividamento da família. (CASTEL, WANDERLEY, WANDERLEY, 2000, p. 181) No entanto, como já dito, a educação é uma porta para se obter, ou ao menos facilitar a obtenção de outros benefícios. Ela nos liga à cidadania, e isso nos integra à sociedade, nos revestindo de benefícios básicos para o bem-estar. Sendo assim, conclui-se esse capitulo com a seguinte reflexão citada por Pedro Demo: “O maior problema das populações pobres não é propriamente a fome, mas a falta de cidadania que os impede de se tornarem sujeitos de história própria, inclusive de ver que a fome é imposta.” (DEMO, 2002, p.5) Figura 1: Escolaridade Fonte: g1.globo, 2018. (Acesso em 2018). .......................................................................................................... 25 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar 2.2 Iniciativas que auxiliam na mudança do contexto social de pobreza Segundo o autor Simon Schwartzman, há sociedades, como a maioria dos países do Sul da África, que são receptoras de extrema pobreza e miséria por não permitirem o florescimento da economia, não protegerem seu povo das invasões da economia global e das instituições militares e culturais que lhe são associadas. Já, sociedades como o Brasil, se abrem para o capitalismo, porém não investem em suas instituições, resultando em problemas viciosos como a injustiça e a desorganização social. Em contrapartida, há sociedades capazes de expandir a economia e investir em serviços corporativos, e essas geralmente alcançam melhores condições de desenvolvimento econômico e bem-estar social. Como lidar com os problemas de pobreza e miséria, associados às formas contemporâneas de capitalismo e globalização? Em termos muito gerais, as respostas não parecem ser diferentes do que tem sido falado pelos autores clássicos ao longo do tempo. Devemos nos guiar pelo conselho de Adam Smith, criando condições que possibilitem o florescimento da iniciativa e da criatividade humanas em mercados econômicos abertos; e seguir as advertências de Karl Polanyi, construindo instituições que possibilitem a existência de atividades de mercado e ao mesmo tempo protejam as pessoas contra a propensão da modernização para a autodestruição. (SCHWARTZMAN, 2004, p.122) Nesse viés, o mesmo autor descreve sobre as melhorias que surgiram após a Segunda Guerra Mundial com a criação das Nações Unidas. Foram criadas instituições de âmbito internacional e organizações sociais que nasceram para proteger e reforçar os direitos básicos, auxiliando na mudança do contexto em que se encontravam muitas famílias em situação de vulnerabilidade. Depois da SegundaGuerra Mundial, com a criação das Nações Unidas, foi feito um esforço importante pelos aliados de criar instituições de âmbito internacional e definir o conjunto de direitos básicos que elas protegeriam e reforçariam. Algumas delas, como o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial, deveriam garantir um ambiente estável e previsível para as transações econômicas internacionais. Outras, como a Unesco, a Organização Mundial de Saúde e a Organização Internacional do Trabalho, receberam mandatos específicos para tratar do desenvolvimento dos direitos humanos à educação, à saúde e a condições de trabalho adequadas e humanas. (SCHWARTZMAN, 2004, p.123) .......................................................................................................... 26 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar Mas o que são os benefícios sem a história que se obtém para conquistá-los? O que traz valor à vida das pessoas é mais do que o “ter”, é o que elas se tornam para obter tais benefícios, ou seja, a história que elas escrevem. Os direitos conquistados são tão importantes quanto o crescimento que se conquista como pessoa, como cidadão. Abaixo, Pedro Demo descreve o que pode “curar” a pobreza: (...) A visão assistencialista de pobreza, ao lado de praticar um funcionalismo atroz, “normaliza” a situação de pobreza, fazendo-a dependente de favores alheios. O que pode “curar” a pobreza não são benefícios, mas a constituição de um sujeito social capaz de história própria, individual e coletiva. (DEMO, 2002, p.16) Tornar os indivíduos capazes de construir sua história, entregando ferramentas que os tornarão aptos para conquistar seus direitos, não será apenas algo paliativo no contexto da pobreza, mas uma mudança de realidade, fomentando a vontade de o indivíduo se tornar melhor como cidadão. Nesse sentido, arquitetura se mostra mais do que uma construção esteticamente correta, se mostra como um instrumento que possibilita dar esperança àqueles que não tem mais expectativa de vida, uma forma de trazer mudança de hábitos, já que o ser humano é um reflexo das vivências de sua realidade, ou em outras palavras de acordo com Sartre, Marx e pensadores mais antigos da Grécia, o homem é um produto do meio em ele que vive. A arquitetura também se mostra como um meio para oferecer crescimento social para o público alvo, atender àqueles necessitados de uma apropriada prestação jurisdicional, psicológica e física, e trazer conhecimento, o gatilho para todos esses benefícios citados, capacitando-os a sobreviver dignamente. A arquitetura é um pequeno pedaço dessa equação humana, mas para os que, como nós, a praticamos, acreditamos em seu potencial para fazer a diferença, para iluminar e enriquecer a experiência humana, para enfrentar as barreiras do mal-entendido e proporcionar um belo contexto para a vida. – (Frank Gehry no seu Dicurso na Cerimônia do Prêmio Pritzker em 1989) Segundo o arquiteto Steven Ehrlich: A arquitetura é antes de tudo servir as pessoas e a sociedade. Esta é a responsabilidade do arquiteto: projetar prédios que cumprem com seu propósito prático, unir pessoas e nos conectar ao mundo natural, preservando recursos preciosos. (WING, 2011, s/p) http://www.pritzkerprize.com/1989/ceremony_speech1 http://www.pritzkerprize.com/1989/ceremony_speech1 http://www.metropolismag.com/author/sherinwing/ .......................................................................................................... 27 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar De acordo a obra “Desigualdade e a questão social”, a mudança da crise social em que se encontra o público em questão é gradativa. Dessa forma, vale ressaltar que o acompanhamento durante o aprendizado é um requisito de prima importância, sabendo que as ações que serão desenvolvidas a partir de cursos, requerem uma participação ativa, e a resposta que o público alvo dará às atividades depende dos passos das suas aprendizagens. Conforme Wanderley, “(...)A crise social será vencida no tempo, certas ações implementadas aqui a acolá conseguem diminuir o número dos que vivem na pobreza absoluta(...)” (CASTEL, WANDERLEY, WANDERLEY, 2000, p. 166) Os indivíduos em situação de vulnerabilidade social se encontram de certa forma aprisionados, sem oportunidades, desintegrados do meio social. A falta de recursos educacionais, culturais, sociais culminam em ausência de capacidade, e essa carência é o que os impedem de serem livres e saírem do contexto de desintegração social. A oferta de tais recursos dá a esses sujeitos uma forma de descobrirem suas aptidões, e assim contribuírem com a sociedade e receberem os bônus de suas contribuições. Dessa maneira, vê-se aqui dois lados beneficiados: os indivíduos, que descobrirão suas habilidades e assim poderão ter suas próprias conquistas no mercado e no meio social, e a sociedade que receberá novos cidadãos que a tornará mais igualitária. Na seguinte citação da obra “Desigualdade e a Questão Social” consta a relação entre recursos, capacidade e liberdade: Enfocando a questão da pobreza, Encheverria aduz que, mesmo não exclusivamente, as capacidades das pessoas dependem do conjunto de coisas a que elas tem acesso. Assim, se entendermos a pobreza absoluta como carência das coisas indispensáveis para viver com dignidade, ela é uma das restrições mais importantes à liberdade. E mesmo a pobreza relativa, isto é, entendida em termos comparativos dentro de uma dada sociedade, constitui um condicionante às opções de vida que cada pessoa dispõe e entre as quais escolhe, delineando assim seus desempenhos. No resumo deste economista peruano: “A qualidade de vida pessoal está, pois, definida por duas coisas: a gama de opções abertas pela sociedade e pelas próprias características pessoais de dita pessoa, e a liberdade que tem de escolher entre elas.” (CASTEL, WANDERLEY, WANDERLEY, 2000, p. 191) Como já foi comentado anteriormente no capítulo “A pobreza e os reflexos na sociedade”, a maioria dos jovens e adultos desempregados são aqueles com o ensino médio incompleto conforme a reportagem da G1: “Desemprego é maior entre jovens, mulheres e trabalhadores sem ensino superior”. Mas será que esse fato está .......................................................................................................... 28 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar relacionado a uma escolha ou à falta dela? Uma notícia publicada no site da ONU, que tem como título: “Jovens que não estudam nem trabalham: escolha ou falta de opções?”, concluiu, a partir de estudo do Banco Mundial, que teve como base a fala de jovens fora da escola e do mercado de trabalho, que esse fato é resultado da pobreza em que eles estão aprisionados. De acordo com a notícia, há 11 milhões de jovens no Brasil que não estudam e nem trabalham, o equivalente a um quarto da população entre 15 e 29 anos. Em uma sociedade cuja noção do trabalho é um dever, e o estudo é um caminho para se chegar ao mercado de trabalho, como imaginar que há pessoas conformadas em não estudar e em não trabalhar? Simples: somos resultado das nossas vivências, da nossa realidade. Como esperar uma iniciativa de mudança de uma população cuja pobreza é tão grande que é capaz de aprisionar, que é capaz de tornar a crise social uma situação aceitável? Esses jovens não possuem referênciasque os despertem para continuar os estudos, ingressar no trabalho, ou mesmo fazer planos. Outrossim, a questão de gênero também contribui para tal conformidade, pois as mulheres com filhos pequenos, casadas ou não, acomodam-se a ser apenas cuidadoras do lar, restringindo assim as oportunidades de exercer uma profissão. É nesse viés que a chamada socioeducação surge como um papel essencial para o desenvolvimento das pessoas em vulnerabilidade, como uma chave que abre um leque de iniciativas capazes de auxiliar na mudança do contexto social de pobreza. A socioeducação é imprescindível como política pública específica para resgatar a imensa dívida histórica da sociedade brasileira com a população adolescente (vítima principal dos altos índices de violência) e como contribuição à edificação de uma sociedade justa que zela por seus adolescentes. (SINASE,2013, s/p) Partindo da concepção do SINASE (2013), Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo e do ECA, a socioeducação se fundamenta como um grupo de auxílios de caráter educacional, social e cultural, formando indivíduos desenvolvidos socialmente, estimulando o potencial individual e coletivo e facilitando o acesso ao bem-estar social e as oportunidades. Conforme o texto “A importância da cultura no processo de aprendizagem” publicado por Jididias Rodrigues da Silva, o caráter educacional tem como .......................................................................................................... 29 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar responsabilidade trazer o exercício da aprendizagem, tornando o conhecimento um importante elemento para o crescimento como indivíduo. Em relação ao caráter cultural, cabe primeiramente entendermos sua concepção. A cultura é um elemento importante no processo de aprendizagem e, de certa forma, cada um é criador e propagador da sua cultura, podendo ela ser manifestada de várias maneiras em nosso cotidiano. Sendo assim, ela não é um elemento estático mas um elemento ativo, sujeito a transformações. Ela está ligada a nossas experiências, empenhada em exprimir a criatividade, potencialidades, e habilidades resultando em ações correspondentes às identidades de cada um. Já o caráter social, por outro lado, é, de certa forma, uma consequência da simbiose da educação com a cultura. Essa combinação dá vida aos membros da sociedade, ao passo que eles se tornam agentes participantes e não excluídos, integrados e não desintegrados, mudando assim o contexto social de vulnerabilidade. Tal afirmação é retratada na reportagem: “Encontro na FMRP busca saídas para diminuir a vulnerabilidade social.” (...) a capacidade é um reflexo da liberdade para lograr desempenhos valiosos. Concentra-se diretamente na liberdade como tal em vez dos meios para adquiri-la e identifica as reais alternativas que temos. Nesse sentido, pode ser lida como um reflexo da liberdade substantiva. Na medida em que os desempenhos são constitutivos do bem- estar, as capacidades representam a liberdade de uma pessoa para conseguir o bem-estar. (OSZLAK, 1996 p.173, apud CASTEL, WANDERLEY, WANDERLEY, 2000, p. 189-190) Todavia, essas iniciativas sucessivas de capacitação, crescimento cultural e social, as que buscam a participação dos adolescentes e jovens na escola e no mercado de trabalho, não se sustentam por si só. De acordo com a matéria da ONU “Jovens que não estudam nem trabalham: escolha ou falta de opções?” elas serão insuficientes se não estiverem associadas a intervenções que: (...) facilitem o acesso a informações sobre oportunidades e como elas podem concretamente mudar suas vidas; Incutam um sentimento de pertencimento e preparação entre os jovens que sentem que as oportunidades disponíveis não são para eles; Ofereçam programas de apoio ou de mentoria para ajudar esses jovens a lidar com as dificuldades associadas ao cumprimento de objetivos. (MÜLLER, 2018, s/p) .......................................................................................................... 30 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar 2.3 Precedentes: Escola Técnica / Centros Educativos O histórico a seguir tem como referência relatórios e pesquisas do Ministério da Educação. A escola técnica ou profissionalizante não teve origem no sistema de ensino atual. Muito pelo contrário, seu início no Brasil se deu desde o tempo da colonização. Nessa época já se via a necessidade de formar trabalhadores de acordo com a demanda de serviços. Índios e escravos foram os primeiros aprendizes, sendo na época um ensino predestinado às mais baixas categorias sociais. Com o passar do tempo, trabalhadores especializados nos serviços que movimentavam a economia se tornou cada vez mais necessário. A criação das Casas de Fundição e de Moeda, após o advento do ouro em Minas Gerais, por exemplo, trouxe a necessidade de profissionais especializados. Nesse mesmo período, os Arsenais da Marinha no Brasil criaram os Centros de Aprendizagem de Ofícios, trazendo operários especializados de Portugal e recrutando pessoas que tivessem condições de produzir. Os anos seguintes de 1800 são contemplados por várias experiências no ensino profissional no Brasil. Nessa época, o modelo de aprendizagem dos ofícios manufatureiros era destinado às classes sociais menos favorecidas. Instruções de tipografia, encadernação, alfaiataria, sapataria, tornearia, carpintaria, além do educação primária, eram ensinos realizados em determinadas casas à crianças e jovens. Em 1808, após a vinda da família real portuguesa, cria-se o Colégio das Fábricas. Sua instalação visava atender a mão-de-obra das novas fábricas instaladas pelos imigrantes, na cidade de São Paulo, sendo considerado o primeiro estabelecimento instalado pelo poder público. A partir de então, um número expressivo de fábricas se estabelecem em 1889, são 636 empresas com 54 mil trabalhadores no total, para uma população de 14 milhões de habitantes. De acordo com um trabalho final de graduação sobre Escola Técnica em 2012, e informações provenientes do site da USP sobre a Escola Politécnica, por volta de 1890, o conceito de Escola Técnica chega ao Brasil através do arquiteto Francisco de Paula Ramos de Azevedo e do Engenheiro Antonio Francisco de Paula Souza, dois amigos vindos da Europa, local onde surgira tal conceito. Nesse momento, São Paulo .......................................................................................................... 31 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar carecia de mão-de-obra de escultores, pintores, carpinteiros e serralheiros. Assim, passaram a existir os cursos preparatórios técnicos com a ajuda Ramos de Azevedo e Paula Souza, que enxergaram a necessidade de formar operários e mestres a curto prazo. Todavia, um dos principais objetivos, era produzir uma tecnologia própria, capaz de tornar o Brasil independente das importações e produções externas, espelhando-se assim, no exemplo norte-americano. Nesse sentido, formava-se engenheiros brasileiros que pudessem dar cabo de empreendimentos, tais como as estradas de ferro. Surge então, em 1894 a Escola Politécnica com graduação em Arquitetura e Engenharia. Inicialmente foi sediada em instalações provisórias, e posteriormente recebeu sede em um novo edifício, projetado pelo arquiteto Ramos de Azevedo em1907, aliado a arquitetura eclética. Figura 2: Escola Politécnica Fonte: Brasiliana Fotográfica. (Acesso em 2018). Nesse mesmo período, o governador do Estado de Rio de Janeiro, Nilo Peçanha funda no Brasil o ensino técnico, por meio do decreto n° 787, de 11 de setembro de 1906. Cria-se então nessa unidade federativa quatro escolas profissionais: Campos, Petrópolis, Niterói, para a instrução de ofícios e Paraíba do Sul, para aprendizagem agrícola. Assim nesse mesmo ano, 1906, a partir das seguintes ações, o ensino técnico-industrial foi consolidado: Realização do “Congresso de Instrução” que apresentou ao Congresso Nacional um projeto de promoção do ensino prático industrial, agrícola e .......................................................................................................... 32 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar comercial, a ser mantido com o apoio conjunto do Governo da União e dos Estados. O projeto previa a criação de campos e oficinas escolares onde os alunos dos ginásios seriam habilitados, como aprendizes, no manuseio de instrumentos de trabalho; A Comissão de Finanças do Senado aumentou a dotação orçamentária para os Estados instituírem escolas técnicas e profissionais elementares sendo criada, na Estrada de Ferro Central do Brasil, a Escola Prática de Aprendizes das Oficinas do Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro; Declaração do Presidente da República, Afonso Pena, em seu discurso de posse, no dia 15 de novembro de 1906: “A criação e multiplicação de institutos de ensino técnico e profissional muito podem contribuir também para o progresso das indústrias, proporcionando-lhes mestres e operários instruídos e hábeis”. (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2018) Em 23 de setembro de 1909, é assinado o decreto nº 7.566, durante a presidência de Nilo Peçanha. Cria-se sob a jurisdição dos Negócios da Agricultura, Indústria e Comércio, dezenove Escolas de Aprendizes Artífices, designadas a educação primária, profissional e gratuita. Mais tarde em 1927 é sancionado pelo Congresso Nacional o Projeto de Fidélis Reis, prevendo o oferecimento obrigatório da aprendizagem profissional no Brasil. Em 1937, o ensino técnico passa a ser visto mais do que um sistema de inclusão das classe menos favorecidas, mas como uma estratégia de desenvolver a economia. A constituição brasileira de 1937 passa a discutir especificamente o ensino técnico, profissional e industrial. É estabelecido no artigo 129: O ensino pré-vocacional e profissional destinado às classes menos favorecidas é, em matéria de educação, o primeiro dever do Estado. Cumpre- lhe dar execução a esse dever, fundando institutos de ensino profissional e subsidiando os de iniciativa dos Estados, dos Municípios e dos indivíduos ou associações particulares e profissionais. É dever das indústrias e dos sindicatos econômicos criar, na esfera de sua especialidade, escolas de aprendizes, destinadas aos filhos de seus operários ou de seus associados. A lei regulará o cumprimento desse dever e os poderes que caberão ao Estado sobre essas escolas, bem como os auxílios, facilidades e subsídios a lhes serem concedidos pelo poder público. (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2018) Conforme o ministério da educação sobre o histórico da educação profissional, em 1942, com a expansão das industrias, as Escolas de Aprendizes e Artífices transformaram-se em colégios industriais e técnicos, vinculando o saber industrial a estrutura do ensino do país como um todo. Durante o governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961), período marcado pela a indústria automobilística, são conferidos 73% .......................................................................................................... 33 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar dos investimentos à produção de energia e ao transporte, e 3,4% é destinado à educação. Pela primeira vez a educação é encarada com mais relevância, afinal, tinha-se o objetivo de formar profissionais orientados para desenvolvimento econômico do país. Em 1959 as Escolas Técnicas Industrias (ETIS) passam a ser chamadas de Escolas Técnicas Federais (ETFS) e recebem autonomia pedagógica e administrativa. Em 1961 o ensino profissional equipara-se ao ensino acadêmico a partir das lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Em 1970, expande-se ainda mais a oferta de educação técnica e profissional, com a aceleração do crescimento econômico. Em 1978, com o objetivo de formar engenheiros de operação e tecnólogos, surgem então os três pioneiros na esfera educacional, os Centros Federais de Educação Tecnológica os chamados CEFETS. Dezesseis anos mais tarde, os CEFETS absorvem as atividades das Escolas Técnicas Federais e das Escolas Agrotécnicas, tornando-se unidade padrão da Rede Federal de Ensino Profissional, Científico e Tecnológico. Sob títulos arquitetônicos, pode-se citar a Escola Técnica de Comércio que teve grande relevância na história. Ela iniciou-se em 1960, na cidade de Santos (SP), com projeto realizado pelo arquiteto Decio Tozzi, considerado marco arquitetônico, o qual já aprimorava-se com estratégias sustentáveis. Primeira escola profissionalizante designada ao ensino técnico de comércio, com o intuito de formar profissionais aptos as atividades administrativas portuárias e relacionadas aos serviços urbanos. Hoje, a escola é considerada patrimônio histórico-cultural. No entanto encontra-se desativada. Fonte: Archdaily. (Acesso em 2018). Figura 3: Escola Técnica de Comércio .......................................................................................................... 34 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar Atualmente, com a finalidade de trazer fortalecimento ao ensino médio integrando-o a educação profissional, foi aliado o programa “Brasil Profissionalizado”, o Chamado PRONATEC, Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego. Segundo a página do Ministério da Educação: O Programa atua no fomento de ações que visam à expansão, ampliação e modernização das escolas das redes estaduais de Educação Profissional e Tecnológica, com a finalidade de expandir e ampliar a oferta de cursos técnicos de nível médio, principalmente do ensino médio integrado à educação profissional e tecnológica. (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2018) Tendo em vista que o programa visa atender todo o Brasil, foi criado um projeto arquitetônico padrão, utilizando-se de sistemas constitutivos convencionais e partido arquitetônico que facilita a implantação em diferentes regiões e topografias. A concepção tem como responsáveis a equipe de coordenação e desenvolvimento de projeto do Fundo de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e o Departamento de Edificações e Rodovias (DER). Os estudos tipológicos citados acima possuem a capacitação profissional como principal medida para a reabilitação social, restringindo as valências culturais. Atualmente, projetos que compreendem a formação igualitária em duas esferas tem surgido, não só por meio da qualificação técnica, mas também pelas experiências culturais disseminadas em oficinas, ascendendo a espontaneidade e a criatividade, dando vida a novas potencialidades, assim como o CFCCT. Conforme o Texto de Adilson Melendez, Evelise Grunow e Carlos Augusto Calil, publicado na revista eletrônica: arco projeto Design em 2012,o Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes (SP), construído pela prefeitura de São Paulo e projetado pelos arquitetos José Rollemberg e Lara Melo Souza em 2012, é um exemplo que se enquadra nesses parâmetros recém abordados. É considerada a primeira instituição pública a integrar cursos profissionalizantes, lazer e cultura. A edificação foi implantada em uma região de alto grau de vulnerabilidade social, e oferece cursos de cenografia, iluminação, sonoplastia, dança, teatro e web design, entre outros, dispondo de opções culturais de forma mais abrangente através de exposições artísticas incentivadas pelos cursos ofertados. A cultura também é valorizada no .......................................................................................................... 35 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar programa através da adoção de espaços como o centro de memória, destinado a pesquisa, acervo e documentação respectivas à cultura afro-brasileira. Ao tratar de atributos arquitetônicos, o CFCCT é um projeto público que transcendeu a importância da criatividade aliada ao planejamento. O edifício implantado em um lote de 23 mil metros quadrados com desnível de 12 metros, é considerado elemento importante de conexão, ligando a via da fachada frontal, com a área verde pública da testada posterior na cota mais elevada. Assim, torna o trajeto entre um ponto e o outro, mas rico e atrativo. Os arquitetos pensaram no edifício como uma cena contemplativa para quem realiza o percurso; além da paisagem natural estar intrínseca ao projeto, criou-se espaços transparentes no mesmo, possibilitando assim a visualização das atividades sendo realizadas pelos alunos. Desse modo, vê- se a arquitetura manifestada a partir da integração entre o edifício, programa, paisagem e a alameda criada. Tem-se, então, precedentes de escolas profissionalizantes voltadas apenas ao ensino técnico, e aquelas que englobam a recreação e a cultura. Seguindo essa linguagem de centros que adotam outras medidas para a inclusão social, há o CRAS, Centro de Referência de Assistência Social, que atua não só oferecendo ensinos através de oficinas e disseminando a cultura, mas contribui de forma mais direcionada a um público necessitado de auxílio social. De madeira geral, de acordo com o FAS (Fundação de Ação Social) de Curitiba, CRAS são unidades instaladas em locais de vulnerabilidade social, designadas à execução de serviços de proteção social básica. Fonte: Arcoweb. (Acesso em 2018). Figura 4:CFCCT Figura 5: CFCCT Fonte: Tonorumo. (Acesso em 2018). .......................................................................................................... 36 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar Esse formato de centro será melhor descrito nos estudos de caso, como o Vila Nova União de Mogi Das Cruzes. 2.4 Contexto social da cidade de Giruá O público alvo do projeto Centro de Integração Socioeducativo: Espaço Sonhar, caracteriza-se por pessoas acima de 12 anos com renda familiar de até 1 salário mínimo. Chegou-se a tal definição a partir do estudo do contexto social da cidade. Como complementação de pesquisa, analisemos algumas informações baseadas nos dados do IBGE de 2010/2017. A população estimada de Giruá é de 17.069 habitantes, sendo a maior parte adolescentes de 15 a 19 anos. O índice de desenvolvimento humano da cidade é de 0,721, valor abaixo do índice de Porto Alegre (0,805). Tal índice leva em conta a qualidade da educação, a renda e a longevidade dos habitantes. Veremos a seguir que o baixo IDH do município é consequência da realidade social vivida pelos moradores locais. Quanto a educação, essa se revela de forma problemática. Menos de 40% dos alunos que concluem o ensino fundamental matriculam-se no ensino médio. O IBGE aponta 1776 matrículas no ensino fundamental e 646 no médio. Segundo as pesquisas de 15.016 pessoas acima de 10 anos, 8.596 não possuem ensino fundamental completo, e 3.205 pessoas não possuem o ensino médio completo. Desse mesmo número de pessoas, 7.167 se encontram em posição de desocupação. Outra questão importante nesse quesito é a média do IDEB. Em 2015, os alunos dos anos iniciais de escolas públicas obtiveram média 6.0, e os alunos dos anos finais a média foi de 4.8 considerando o desempenho dos alunos. Tal desempenho coloca Giruá na posição 147 (de 497 cidades do estado) em se tratando da média dos alunos nos anos iniciais. Já em relação aos anos finais, o fraco desempenho dos alunos faz com que a cidade fique na posição 72 em relação aos demais municípios do estado. .......................................................................................................... 37 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar 2.4.1 Economia do município de Giruá O valor do PIB per capita (2015), o IBGE registrou a média de R$35.584,73. A economia da cidade de Giruá baseia-se no setor primário, na produção agrícola e agropecuária, na extração vegetal, e silvicultura. No ano de 2015, a proporção de pessoas ocupadas em relação a população estimada era de 18,7%, e a média salarial mensal dos trabalhadores formais era de 2,2 salários mínimos. Tal contexto coloca Giruá, em relação aos demais municípios do estado, nas respectivas posições: 233º de 497 (pessoas ocupadas em relação a população) e 213º de 497 (média salarial mensal dos trabalhadores formais). A pobreza atinge 27.02% da população, posicionando Giruá, em comparação as outras cidades do Estado, em 112º de 467. A taxa de mortalidade infantil, o IBGE registrou 20,73 óbitos para cada mil nascidos vivos, posicionando Giruá em 78º de 497 cidades do estado. Tais informações demonstram uma realidade de desigualdade na distribuição de renda em uma cidade que possui uma produção econômica razoável, mas, com riqueza não distribuída. Essa discrepância acaba refletindo na educação e na saúde precárias, reduzindo a qualidade de vida da população. Figura 6: Escolaridade Giruá Fonte: IBGE, 2017. (Acesso em 2018). .......................................................................................................... 38 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar 2.5 Arquitetura como contribuição nos espaços de ensino É lógica a importância dos espaços físicos na educação. Logo, a arquitetura atua como um elemento ímpar, contribuindo nos meios em que a educação é propagada. Doris Kowaltoski, arquiteta e professora, afirma de diferentes maneiras em sua obra que a arquitetura tem o poder de influenciar no aprendizado e na socialização. Os interiores das salas, o conforto termoacústico, a iluminação, a disposição dos mobiliários, os espaços amplos e integrados, os caminhos e acessos, são fins que promovem o bem-estar e colaboraram com o ensino. Afirma-se que o conforto ambiental é uma parceria entre ambiente físico (características do local, arquitetura da edificação e uso dos ambientes) e usuários do espaço, cujo comportamento também deve ser estudado. (KOWALTOSKI, 2010, p. 112) O conforto ambiental é parte integrante do projeto arquitetônico, englobando a parte acústica,térmica e lumínica dos espaços. O conforto acústico elimina a existência de ruídos, sem ocasionar problemas à saúde auditiva e às cordas vocais, melhorando o rendimento dos alunos. O conforto térmico resulta em um ambiente bem climatizado, aumentando a produtividade e a fluidez das tarefas realizadas. O conforto lumínico é determinante para a saúde visual, indispensável para desempenhar quaisquer atividade. Esses três fatores quando nivelados, garantem a permanência e a realização dos afazeres propostos de forma qualificada. Conforme o texto publicado por Carlos Eduardo Carvalho: “Arquitetura da escola auxilia na construção da aprendizagem” Os espaços precisam ser versáteis e adaptáveis, objetivando diferentes atividades e procurando acolher as características individuais dos alunos. Ou seja, o padrão de sala com classes enfileiradas já não é a melhor forma de conduzir os aprendizes ao ensino. Portanto, de acordo com a Doris Kowaltoski, a arquitetura deve dialogar com a proposta pedagógica da instituição para criar ambientes propícios ao aprendizado. “A carga que o ambiente gera se reflete no desempenho de qualquer pessoa” (KOWALTOSKI) A arquiteta, professora da Unicamp e autora do livro “Arquitetura escolar: o projeto do ambiente de ensino”, Doris Kowaltowski, afirma: “defendo um processo .......................................................................................................... 39 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar participativo da comunidade escolar junto com os arquitetos, com o envolvimento de todos para debater como deve ser a nova escola.” Portanto, ter a opinião do público interessado, levando em consideração as distintas aspirações de cada indivíduo, é mais uma variável relevante. Deve-se, então, compatibilizar o projeto arquitetônico com as propostas de ensino e a participação dos envolvidos para se chegar ao projeto ideal. 2.6 Centro de Integração Socioeducativo: Espaço Sonhar O centro de integração socioeducativo que tem como nome “Espaço Sonhar”, constitui-se em um programa que abrange três setores principais: setor de capacitação, setor de apoio, e setor de lazer e cultura. O setor de capacitação é responsável pelos cursos livres e profissionalizantes; o setor de apoio, oferece auxílio jurídico, psicológico, médico e odontológico; e o setor de lazer e cultura, é o setor responsável por estimular a socialização entre o público e demais envolvidos. Para facilitar a compreensão de que o Espaço Sonhar possui uma proposta baseada nas áreas profissional, educacional, cultura, e social, segue abaixo à figura 7. Figura 7: Proposta do Espaço Sonhar Fonte: Autoral (2018). .......................................................................................................... 40 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar O setor de capacitação, responsável pelos cursos livres e profissionalizantes, estará relacionado com o mercado de trabalho da cidade de Giruá e região. A respeito da educação profissional e tecnológica, a Lei Federal nº 11.741, de 16 de julho de 2008, art.39º, parágrafo 1 e 2 estabelecem: Os cursos de educação profissional e tecnológica poderão ser organizados por eixos tecnológicos, possibilitando a construção de diferentes itinerários formativos, observadas as normas do respectivo sistema e nível de ensino. A educação profissional e tecnológica abrangerá os seguintes cursos: I- de formação inicial e continuada ou qualificação profissional; II- de educação profissional técnica de nível médio; III- de educação profissional tecnológica de graduação e pós-graduação. Como já dito, os cursos de cunho profissional estarão relacionados com a demanda local e regional. Giruá baseia sua economia no setor primário, sendo assim, o espaço contemplará curso técnico em agropecuária, técnico em agricultura, técnico em administração, e técnico em informática. Os cursos livres serão de cunho cultural, nos quais os alunos poderão desenvolver a criatividade, descobrir suas habilidades e potencialidades, podendo também atuar em determinadas áreas como profissionais. A respeito disso a Lei Federal nº 11.741, de 16 de julho de 2008, art. 42, esclarece: As instituições de educação profissional e tecnológica, além dos seus cursos regulares, oferecerão cursos especiais, abertos à comunidade, condicionada a matrícula à capacidade de aproveitamento e não necessariamente ao nível de escolaridade. (NR) Dessa forma, serão ministrados cursos que, além de abrirem um campo de oportunidades para o trabalho, servirão também como lazer e interação entre os participantes. Serão eles: cursos de musicalização (canto, violão, percussão, teclado, baixo, guitarra, e instrumentos de sopro), cursos de pintura, artesanato, corte e costura, e de beleza. O setor de lazer e cultura está relacionado com o setor de capacitação, pois nele serão oferecidos espaços para exposição musical, teatral, de dança, e artes, http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2011.741-2008?OpenDocument http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2011.741-2008?OpenDocument http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2011.741-2008?OpenDocument http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2011.741-2008?OpenDocument http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2011.741-2008?OpenDocument http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2011.741-2008?OpenDocument .......................................................................................................... 41 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar salas para palestras e debates, ambientes para exercícios físicos como ginástica e zumba e para descanso e recreação. As exposições de música, teatro e dança serão realizadas em um auditório com capacidade para 160 pessoas. Esse auditório também será utilizado para palestras e debates. Já as exibições de artes como pintura e artesanato e dança serão realizadas preferencialmente em espaços abertos e na galeria cultural, essa será descrita nos próximos capítulos. Esse setor também será composto por biblioteca e refeitório. Por fim, o setor de apoio, o qual prestará serviços judiciários, psicológicos, médicos e odontológicos, terá cada serviço adequado ao seu espaço físico, adaptado de acordo com o uso. Esse setor tem como finalidade regularizar e amparar o público alvo desprovidos de auxílio social. Para clarificar melhor a existência desses apoios, cabe explicar um por um. O auxílio jurídico, que contará com um escritório de atendimento, tem como finalidade dar proteção jurídica aqueles que estejam envolvidos em problemas associados a processos judiciais. Oferece consultas com advogado que discutirá casos relacionados a interesses e direitos dos indivíduos ajudando e aconselhando de maneira mais clara e objetiva. O serviço psicológico, além do consultório individual, contará também com um espaço de atendimento em grupo com capacidade para 16 pessoas, e esse setor tem importante papel na saúde psicossocial das pessoas. Além de ser trabalhado no tratamento de doenças como depressão e ansiedade, programas de prevenção às drogas, de conscientização sobre o uso depreservativos, e sobre a importância do estudo e trabalho. Os programas serão aplicados por meio da prática em grupo podendo ser realizados em uma sala com capacidade para 16 pessoas, como por meio de palestras no auditório. O apoio médico é responsável pela assistência e cuidados relativos à saúde física, tratando aqueles que estejam com a saúde instável e estimulando os cuidados básicos, esse contará com dois consultórios. E por fim, o apoio odontológico. É encarregado de promover reabilitação de indivíduos que tenham tido problemas como perda dentária, cáries e entre outros, esse, por sua vez também terá dois consultórios instalados. .......................................................................................................... 42 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar 3 METODOLOGIA Para o desenvolvimento do trabalho final de graduação foi adotada uma metodologia composta pelas seguintes etapas:  Definição do tema: tem como objetivo conceituar o tema, considerando o público- alvo e suas necessidades. Justificar a importância do projeto para a cidade e especificar objetivos que se pretende alcançar.  Referencial teórico: embasamento teórico, a partir livros, artigos e revistas eletrônicas, fundamentando o tema referido através da contextualização social, precedentes, e o papel da arquitetura, afim de esclarecer as escolhas projetuais.  Estudos tipológicos: compreende estudos de casos realizados bibliograficamente e in loco, que se assemelham com o programa proposto. Escolhidos por motivos conceituais, formais, funcionais, estruturais, materiais entre outros, auxiliando no desenvolvimento do projeto.  Definição do contexto e lote: consiste no levantamento da área de intervenção e do entorno. Avaliando condicionantes climáticos, topográficos, infraestruturais e legais, entre outros.  Definição do programa: desenvolvimento do programa de necessidades, setorização e pré-dimensionamento, com base em todas as pesquisas realizadas.  Partido geral: definição do organograma, fluxograma e zoneamento. Lançamento das intenções projetuais por meio do conceito norteador, culminando na construção volumétrica humanizada e contextualizada, inserida no entorno com a topografia do lote, apresentando cheios e vazios, bem como fluxos e acessos. .......................................................................................................... 43 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar 4 DEFINIÇÃO DO CONTEXTO E LOTE .......................................................................................................... 44 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar 4.1 Contexto Giruá localiza-se na parte noroeste do Rio Grande do Sul. O município se estende por 855,9 km² e possui 17.069 habitantes, conforme o último censo do IBGE. Pertencente à região das missões, recebeu dois nomes em diferentes períodos, Passo das Pedras e Jerivá. Passou a ser povoada efetivamente em 1920, recebendo mais tarde o nome Giruá. É considerada a capital da produtividade. A base econômica é o setor primário, e as principais culturas são soja, trigo, linhaça, milho, canola e girassol. 4.2 Diretrizes para a escolha do lote Para a definição do lote foram considerados alguns fatores, sendo eles: se localizar entre os bairros mais populosos da cidade, o Centro que possui 1.650 moradores, e o Hortêncio com 1.436 moradores, conforme o site “população net”. Ser próximo a escolas, sendo uma delas o colégio com maior infraestrutura, o CIEP, próximo a equipamentos importantes da cidade, como a Praça Aládio Ferreira, a Prefeitura Municipal de Giruá, e o Hospital São José. E Se encontrar em local de fácil acesso, estando situado na Rua Sete de Setembro, que está conectada com a principal avenida da cidade, chamada Rua Bento Gonçalves. A partir dessas Figura 8: Localização da cidade de Giruá Fonte: IBGE adaptado. (Acesso em 2018). .......................................................................................................... 45 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar diretrizes, o lote escolhido localiza-se em um dos pontos mais altos e centrais da cidade de Giruá. Santo Antônio um dos bairros mais carentes de infraestrutura urbana do município. 4.3 Condicionantes Físicos A partir das diretrizes acima, o lote escolhido situa-se no meio da quadra no bairro Santo Antônio. Para facilitar a análise do entorno e averiguar a melhores situações projetuais, realizou-se um levantamento dos condicionantes físicos, considerando topografia, morfologia do entorno, orientação solar, ventos predominantes, condicionantes legais e infraestrutura. 4.3.1 Topografia O lote possui forma poligonal irregular de seis lados, uma área total de 8.621 m², e topografia acidentada com 7 metros de desnível como mostra a figura 8. Fonte: Google maps adaptado, (Acesso em 2018). Figura 9: Diretrizes para escolha do lote Lote Prefeitura Escola Hospital Praça Principais vias de acesso .......................................................................................................... 46 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar Figura 10: Levantamento Topográfico Fonte: Prefeitura Municipal de Giruá adaptado, 2018. 4.3.2 Levantamento fotográfico A seguir, tem-se os registros fotográficos do lote. O ângulo de visão das fotos estão identificados na figura 11 em ordem alfabética de A à F. .......................................................................................................... 47 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar Figura 12: Vista A Figura 13: Vista B Fonte: Acervo Pessoal, 2018. Fonte: Acervo Pessoal, 2018. Figura14: Vista C Figura 15: Vista D Fonte: Acervo Pessoal, 2018. Fonte: Acervo Pessoal, 2018. Figura 11: Levantamento fotográfico Fonte: Prefeitura Municipal de Giruá adaptado, 2018. .......................................................................................................... 48 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar 4.3.3 Morfologia do entorno O entorno é constituído em sua maioria por edificações residenciais. Á um raio de 200 m não existe estabelecimentos alimentícios, o comércio é composto por escritórios de advocacia, oficinas mecânicas e funerárias. Próximo ao lote está localizado o INSS, e mais adiante, em diagonal à esse, situa-se o Hospital São José. A figura 16 apresentaas diferentes ocupações do solo: Figura 18: Uso e ocupação do entorno Fonte: Prefeitura Municipal de Giruá adaptado, 2018. Figura 16: Vista E Figura 17: Vista F Fonte: Acervo Pessoal, 2018. Fonte: Acervo Pessoal, 2018. .......................................................................................................... 49 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar 4.3.4 Orientação solar, ventos predominantes O clima da cidade de Giruá é subtropical úmido, quente e temperado. Sua temperatura média anual é 19.6 ºC e possui pluviosidade significativa mesmo no mês mais seco do ano. O lote a ser trabalhado apresenta boa orientação solar, possui a segunda maior testada para o lado norte, e não é grande receptor de sombras, considerando que o entorno possui em sua maioria edificações de porte pequeno, e duas testadas com acesso à vias. Os ventos dominantes de verão, Noroeste e Oeste, predominam nas duas testadas de maior comprimento, e os ventos dominantes de inverno nas duas testadas de menor dimensão. Estipula-se grande incidência de rajadas quando há maiores ocorrências de precipitações. Figura 19: Orientação do lote Fonte: Prefeitura Municipal de Giruá adaptado, 2018. .......................................................................................................... 50 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar 4.3.5 Condicionantes legais Com base no plano diretor a área de intervenção escolhida situa-se em duas zonas de uso, na zona comercial 1 em amarelo e na zona residencial 2 em rosa. No entanto para verificação dos índices urbanísticos do uso e ocupação do solo, considerou-se a zona de maior predominância no lote, sendo essa a zona residencial 2. Figura 20: Zoneamento do lote conforme o plano diretor Considerando a zona de maior área no lote, Zona Residencial 2, tem-se os índices urbanísticos indicados na tabela 1: Tabela 1: Uso e ocupação do solo urbano Fonte: Plano diretor adaptado, 2018. ÍNDICES URBANÍSTIVOS Ocupação do solo Índices Situação máxima para o lote em estudo Área total do lote de intervenção 8.621 m² Lote mínimo 250m² Afastamentos mínimos 4m de frente 1,5 lateral e fundos Área do lote com os recuos 7.555 m² Taxa de ocupação 50% - 60% 3105,06 / 8621= 0,36 Índice de aproveitamento 2 - 1 15.110 m² - 7.555 m² Zona Residencial 3 Fonte: Prefeitura Municipal de Giruá adaptado, 2018. Zona Comercial 2 Zona Residencial 2 Zona Comercial 1 Zona Comercial 3 Zona Residencial 1 .......................................................................................................... 51 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar 4.3.6 Infraestrutura Giruá é comtemplado parcialmente por infraestrutura, tendo em vista a necessidade de alguns serviços básicos que não são existentes no município e no entorno. 4.3.6.1 Sistema viário A maior parte das vias do entorno são devidamente pavimentadas. Apenas um trecho da rua Sete de Setembro, com a testada para o lote é em estrada de chão, como mostra a figura 12. Todavia intervenções para pavimentação estão ocorrendo. Figura 21: Pavimentação Fonte: Google maps adaptado, 2018. 4.3.6.2 Serviços Rede de água potável: A cidade é provida de abastecimento de água potável e a companhia que realiza tal serviço é a CORSAN. .......................................................................................................... 52 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar Rede de esgoto: O município de Giruá não é servido por rede de tratamento de esgoto cloacal. Outras alternativas são utilizadas para fins de filtragem, como tanques sépticos e filtros anaeróbios. Rede de energia elétrica: Toda a zona urbana é servida pela companhia RGE por rede de energia elétrica. O lote possui infraestrutura para o funcionamento da mesma, sendo necessário apenas a solicitação para o fornecimento de tal serviço. Rede de telecomunicações: Giruá é provida de internet via rádio e banda larga. Possui redes de telefonias sendo elas Vivo, Tim, Oi e Vivo, no entanto não é servida de telefones públicos. Rede de transporte coletivo: O município não possui transporte coletivo, apenas transporte escolar para alunos de pré-escola, ensino fundamental e médio de escola pública. Rede de transporte ferroviário: Existe próximo ao lote linha de transporte ferroviário, mas apenas para cargas. Rede de recolhimento de lixo: É realizada a coleta seletiva de lixo semanal em toda a zona urbana, em dias alternados para resíduos secos e úmidos. Mobiliário: O entorno do lote carece de mobiliários como bancos, postes de luz, lixeiras e acessibilidade. Diante de tais fatos manifestados pelo levantamento, conclui-se que o lote deverá ser trabalhado respeitando as limitações físicas e urbanas, e ao mesmo tempo criando soluções de melhorias para que o mesmo possa ser aproveitado da melhor maneira. Será priorizado os acessos e fluxos já existentes, tornando esses mais corriqueiros favorecendo o local. 5 LEGISLAÇÃO Serão consideradas leis do âmbito federal, estadual, municipal e normas técnicas que tenham relação com presente programa, a fim de nortearem as situações projetuais. .......................................................................................................... 53 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar 5.1 Legislação Federal 5.1.2 Constituição Federal Constituição Federal é lei maior do Estado Democrático de Direito. Ela prevê direitos importantes tais como educação, saúde, cultura, lazer, apoio jurídico, entre outros. 5.1.3 Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Também conhecida como lei de diretrizes básicas da educação, prevê a vinculação da educação ao mercado de trabalho sendo de fundamental importância para um centro socioeducativo. Ela orienta como devem ser os processos de formação na educação, relacionando-se sempre com a família, trabalho, cultura e convivência. 5.1.4 Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente O Estatuto da Criança e do Adolescente é uma lei de proteção aos menores de idade e defende os direitos dos mesmos. Por meio dela é assegurado direitos tais como: dignidade, liberdade, educação e o suporte para a desenvolvimento dessas pessoas. 5.1.5 Lei nº 8.313/91 - Lei de Incentivo à Cultura A Lei de Incentivo à Cultura, ou Lei Rouanet, serve como uma importante legislação incentivadora na aplicação de recursos na área da cultura. Por meio dela é possível obter recursos para que projetos culturais possam ser financiados, como por exemplo o centro socioeducativo. .......................................................................................................... 54 .......................................................................................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar 5.1.6 Lei Nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000 - Lei da Acessibilidade das Pessoas Portadoras de Deficiência Estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. Essa traz como obrigação facilitar o deslocamento e utilização dos edifícios por pessoas com deficiência ou mobilidade debilitada. 5.2 Legislação Estadual 5.2.1 Resolução Técnica CBMRS nº 11 - Parte 01/2016 - Saídas de Emergência Essa resolução traz os requisitos mínimos dos dimensionamentos das saída de emergência para casos como incêndio ou outras situações de risco, visando facilitar a evacuação e priorizando a segurança das pessoas que utilizam determinado local. Também traz normas referentes ao acesso dos bombeiros para combate a incêndios. 5.2.2 Decreto nº 53.280, de 01 de novembro de 2016 - Proteção contra Incêndio Estabelece normas sobre segurança, prevenção e proteção contra incêndio nas edificações e áreas de risco no Estado do Rio Grande do Sul. 5.2.3 Lei nº 13.490, DE 21 de Julho de 2010 - Lei de Apoio as Atividades Culturais Visa promover a aplicação de recursos financeiros decorrentes de incentivos a contribuintes e do Fundo de Apoio à Cultura, em projetos culturais, tendo por objetivo promover e facilitar o acesso à cultura. .......................................................................................................... 55 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar 5.3 Legislação Municipal 5.3.1 Lei Municipal n°4951/2013 - Plano Diretor do Município de Giruá Dispõe sobre o Plano Diretor do Município de Giruá-RS, que ordena o território e as políticas setoriais e dá outras providências. 5.3.2 Lei Municipal n°4955/2013 - Código de Obras Município de Giruá Institui o Código de Obras do Município de Giruá dá outras providências. 5.4 Legislação Ambiental 5.4.1 Lei Estadual nº 11.520, de 03 de agosto de 2000 - Código Estadual de Meio Ambiente O Código Estadual de Meio Ambiente impõe ao Estado, aos municípios, à coletividade e aos cidadãos o dever de defender o ecossistema, preservá-lo e conservá-lo para as gerações presentes e futuras, garantindo a proteção dos ecossistemas e o uso racional dos recursos ambientais. 5.4.2 Lei Federal nº 12.651 de 25 de maio de 2012 - Código Florestal O Código Florestal Estabelece normas sobre a proteção da vegetação, áreas de preservação permanente e áreas de reserva legal; exploração florestal, suprimento da matéria prima, prevenção a queimadas e prevê os meios para o alcance desses objetivos. .......................................................................................................... 56 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar 5.4.3 Resolução CONAMA nº 303, de 20 de março de 2002 - Área de Preservação Permanente Essa resolução tem como objetivo definir e limitar áreas de preservação ambiental permanente. 5.5 Normas técnicas 5.5.1 NBR 9050/2015 - Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos Dita critérios e parâmetros técnicos a serem observados quanto ao projeto, construção, instalação, e adaptação do meio urbano e rural, e de edificações às condições de acessibilidade. Objetiva proporcionar a utilização de maneira autônoma, independente e segura do ambiente, edificações, mobiliário, equipamentos urbanos e elementos à maior quantidade possível de pessoas, independentemente de idade, estatura ou limitação de mobilidade ou percepção. 5.5.2 NBR 9077/2001 - Saídas de Emergência em Edifícios Esta Norma estabelece as condições necessárias que as edificações devem possuir, a fim de que sua população possa abandoná-las, em caso de incêndio, completamente protegida em sua integridade física. Estabelece ainda necessidade do fácil acesso de auxílio externo (bombeiros) para o combate ao fogo e a retirada da população. .......................................................................................................... 57 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar 5.5.3 ABNT NBR ISO/CIE 8995-1/ 2013 - Iluminação de ambientes de trabalho Especifica os requisitos de iluminação para locais de trabalho internos e os requisitos para que as pessoas desempenhem tarefas visuais de maneira eficiente, com conforto e segurança durante todo o período de trabalho. 5.5.4 NBR 12179/2005 - Tratamento acústico em recintos fechados Determina os critérios fundamentais para a execução de tratamento acústico em recintos fechados. 5.5.5 NBR 10152/1987- Níveis de ruído para conforto acústico Determina os níveis de ruído compatíveis com o conforto acústico em ambientes diversos. São estudadas questões relativas a riscos de danos à saúde em decorrência do ruído. .......................................................................................................... 58 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar 6 ESTUDOS TIPOLÓGICOS .......................................................................................................... 59 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar 6.1 Estudos de caso in loco 6.1.2 SENAC SENAC é uma instituição de aprendizagem profissional, fundada em 10 de janeiro de 1946. Tem como foco o setor terciário e disponibiliza cursos dos níveis de menor aprendiz à pós-graduação. Ele preza pela responsabilidade social ao preparar menores principiantes ao mundo do trabalho, cumprindo assim um dos papeis da inclusão social. Senac Santo Ângelo está completando 24 anos, oferece cursos livres, técnicos, graduações, pós-graduações, extensões, idiomas e EAD. Possui 4 salas de aula teórica, 7 laboratórios, 1 biblioteca, setor de serviço, administrativo, de atendimento e um grande espaço central de convivência que é contemplado por uma mista composição de estrutura em aço e madeira. SENAC/ Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial Escritório/Equipe Intall engenharia e Nad Projetos. Eduardo Costa e Aristela. Localização/Ano Santo Ângelo, RS. Travessa João Meller, 179. 2009 Área 1822,70 m² Programa Setor Administrativo. Salas de Aula. Laboratórios. Biblioteca. Área de Convivência. Setor de Serviço. Referência: Programa Figura 22: Dados do SENAC Fonte: Autora, 2018. .......................................................................................................... 60 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar Os motivos para escolha deste estudo de casoestá na resolução do programa e funcionalidade, que se assemelham com o que se busca para o projeto Espaço Sonhar. Figura 23: Zoneamento - SENAC Fonte: Acervo pessoal, 2018. Biblioteca Sala Manicuro Sala Imagem Pessoal Lab. Enfermagem Sala Informática Sala Vip. Figuras 24 à 32: Salas do SENAC .......................................................................................................... 61 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar Tabela 2: Análise crítica - SENAC Análise Crítica Assunto Pontos positivos Pontos negativos Programa Atende a diversidade de cursos. Possui um amplo espaço de convivência. Há a necessidade de um ambiente gastronômico, como refeitório, lancheria. Setores Os setores foram bem distribuídos. Fluxos Não ocorre interferência de fluxos devido boa distribuição dos setores. Há apenas uma entrada para funcionários e alunos. Acessibilidade Existe elevador PCD Há cabines sanitárias PCD, no entanto os equipamentos existentes não condizem com a norma 9050. Salas Salas adaptadas de acordo com os cursos desenvolvidos. A quantidade e tamanhos de salas supre a demanda de cursos e alunos. Volumetria e materiais Variedade de materiais. A fachada mistura o concreto e placas de ACM. A área de convivência é revestida por estrutura metálica e pela madeira da estrutura do telhado que ficou aparente propositalmente, harmonizando o espaço. Há poluição na fachada com a exposição de climatizadores. As aberturas da fachada não manifestam uma composição harmônica. Fonte: Autora, 2018. Sala Corte e Costura Á. de convivência Á. de convivência Fonte: Acervo pessoal, 2018. .......................................................................................................... 62 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar 6.2 Estudos de caso bibliográficos 6.2.1 Parque Educativo Zenufaná Localiza-se na parte sudoeste de Antioquia no município de Venecia, Colombia. Possui a paisagem definida pela cadeia montanhosa de Romeral, a qual rodeia o parque, e por várias colinas que fecham o horizonte. Baseado no projeto "Antioquia Mais Educada“, no qual o governo investe em educação, inovação, empreendimento e cultura, acreditando serem esses os fatores de mudança social, gerando novas oportunidades para a comunidade. Este é um dos 80 parques educativos distribuídos por toda a Colômbia, sendo de caráter público e acessível a todas as idades. O edifício se encontra entre duas empenas, articulando-se ao edifício existente da prefeitura, conformando com ele um pátio central. Buscou-se fundir a arquitetura com a paisagem natural nos diferentes espaços criados para lazer, convivência e cultura. O espaço público foi incluído no interior do prédio, aproveitando a inclinação do terreno, se elevando por meio de rampas e escadas, gerando ambientes para a Parque Educativo Zenufaná / FP Arquitectura Escritório/Equipe FP Arquitetura. José Puentes, Iván Forgioni, Juan José López, Madelaine Narváez. Localização/Ano Venecia, Antioquia, Colômbia. 2015 Área 766,0 m² Programa Setor Administrativo. Salas de Aula Teóricas e Práticas. Espaços de Lazer Cultura e Convivência. Setor de Serviço. Referência: Funcionalidade Figura 33: Dados do Parque Educativo Fonte: Archdaily adaptado, (Acesso em 2018). .......................................................................................................... 63 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar aprendizagem que se desenvolvem em vários níveis, com pé-direito duplo, teatros ao ar livre, terraços e varandas criando relações programáticas e visuais, e que servem de suporte às atividades educativas e culturais. Foi utilizada a transparência na maioria dos espaços para que os processos criativos e educacionais fossem visíveis criando sinergia entre os diversos grupos da comunidade. Figura 34: Zoneamento - Parque Educativo Fonte: Archdaily adaptado, 2018. .......................................................................................................... 64 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar Tabela 3: Análise crítica - Parque Educativo Análise Crítica Assunto Pontos positivos Pontos negativos Programa Atende as propostas do Parque Educativo. Setores O setor de lazer e cultura se apresenta de modo permeável não se restringindo a um único espaço, sendo aproveitados ambientes abertos e desníveis. Fluxos Há um grande acesso principal no centro, e outro acesso secundário por rampa na lateral. O acesso secundário por rampa é estreito, assim como alguns corredores. Acessibilidade O acesso aos andares ocorre por uma extensa rampa que liga o subsolo até o terraço. Há sanitário PCD. Não possui elevador PCD. Teatro ao ar livre Espaço Multiuso Espaço Multiuso Acesso Rampa Terraço Sala de Aula Teatro da palavra Terraço Figuras 35 à 43: Espaços Parque Educativo Fonte: Archdaily adaptado, (Acesso em 2018). V. Salas de Aula .......................................................................................................... 65 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar Salas Existe duas salas de aula teóricas e duas salas multiusos, podendo-se realizar diversas atividades. Volumetria e materias Os desníveis que criam espaços livres servindo de suporte a atividades, harmonizam a volumetria juntamente com a paisagem natural. A transparência se fez presente na maioria dos espaços fechados, criando-se assim uma sinergia entre participantes e telespectadores. Fonte: Autora, 2018. 6.2.3 Escola Montessori A Escola Montessori traz como referência a volumetria, composição dos materiais, a preocupação com a sustentabilidade, e o conforto. Situa-se num lote triangular propenso a inundações. Logo reduções construtivas consideráveis foram realizadas, limitando a área da edificação, resultando assim em uma diretriz projetual. O projeto se desenvolve em meio a limitações de orçamento, curto cronograma, e focado em critérios ambientais. Para Escola Montessori Escritório/Equipe Marlon Blackwell Archtcts. Localização/Ano Fayetteville Montessori Elementary, 2358 Green Acres Rd, Fayetteville, AR 72703, EUA. 2012 Área 700,0 m² Programa Salas de Aula. Salas de Conferências Cozinha Comercial. Referência: Volumetria Figura 44: Dados da Escola Montessori Fonte: Archdaily adaptado, (Acesso em 2018). .......................................................................................................... 66 ................................................................ ..........................................................Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar diminuir as inundações, o primeiro nível se abre para incluir um jardim de chuva que retém e filtra a água da chuva. Quanto a escolha dos materiais, esses se mantiveram deliberadamente simples, econômicos exigindo baixa manutenção, com um recobrimento de cipreste claro que fornece uma textura acolhedora e atrativa à fachada sul e à entrada, reaparecendo em uma das áreas cobertas. Segundo a descrição da equipe enviada, painéis metálicos pré-fabricados são o revestimento primário para ambos os volumes, cuidadosamente detalhados para melhorar este humilde material através do artesanato. (Archdaily, 2018) Conforme o site Archdaily por meio de declaração do arquiteto Marlon Blackwell este delicado balanço entre programa, orçamento e demandas ambientais resulta numa escola de alto desempenho, com luz natural abundante e que convida estudantes, pais e professores a explorar a relação entre o entorno construído e o mundo natural, evidenciado pela coleção de fósseis e outros artefatos naturais do proprietário. Com uma certificação LEED Silver, a escola nos demonstra que um compromisso compartilhado com a economia e a responsabilidade ambiental não é exclusivo, mas pode informar e atuar como inspiração. Planta B. Térreo Planta B. 1º Pav. Fachada Leste Fachada Sul Figura 45 à 50: Volumetria - Escola Montessori .......................................................................................................... 67 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar Tabela 4: Análise crítica - Escola Montessori Análise Crítica Assunto Pontos positivos Pontos negativos Volumetria A forma cresceu de modo harmônico a partir de uma planta em “Y” formando dois blocos que se interseccionam. Um dos blocos possui apenas um pavimento, e o outro dois pavimento, sendo que o segundo nível desse se sobrepõe sobre o bloco menor. Esse jogo de volumes demarca os acesso principal e cria uma composição atrativa. - Composição Aberturas em fita e uma fachada, em outra fachada apenas uma abertura de maior comprimento, e em outra pele de vidro, essa diversificação de tamanhos de esquadrias completam a composição da volumetria. - Materiais Dois tipos de materiais fecham a composição da escola, a madeira do cipreste e painéis metálicos pré-fabricados. Cada revestimento cumpre um propósito na edificação. A madeira do cipreste causa uma sensação de acolhimento e os painéis que predominam nos dois blocos, definem os volumes, fazendo um ser dependente do outro. - Sustentabilida de Criação de jardim de chuva, para que reter e filtrar a água da chuva. - Conforto Para melhor desempenho e conforto, a quantidade de luz natural foi explorada, respeitando a orientação solar de cada fachada, podendo assim a luz solar ser utilizada na maior parte do dia, sem precisar de energia elétrica. - Fonte: Autora, 2018. Fonte: Archdaily, (Acesso em 2018). Fachada Sul Fachada Sul .......................................................................................................... 68 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar 6.2.4 CRAS O presente estudo de caso foi escolhido devido a semelhança com o programa, e principalmente com o tema. Por ser um órgão doador de lazer, cultura, convivência e auxílio social. O CRAS é um projeto que nasceu em parceria com o governo Federal, com o objetivo de atender famílias em situação de vulnerabilidade social que necessitem de auxílio social, visando fortalecer o convívio sociofamiliar e comunitário. Conforme o site da Prefeitura de Mogi Das Cruzes, nessas unidades são ministrados os seguintes serviços: atividades socioeducativas, acompanhamento familiar, oficinas de convivência, atividades lúdicas e culturais, campanhas educativas e preventivas e concessão de benefícios eventuais previstos em lei e outros serviços. Cada unidade é sediada em uma determinada região, e conta com profissionais especializados, como assistentes sociais, psicólogos e pedagogos. O CRAS também facilita o acesso Centro de Referência de Assistência Social: Vila Nova União Escritório/Equipe Secretaria Municipal de Planejamento e Urbanismo (SMPU) AVANTEC Engenharia Localização/Ano Brasil, SP, Mogi Das Cruzes Bairro Vila Nova União 2012 Área 5207,82 m² Programa Esporte e Lazer Cultura e Convivência Auxílio Social Referência: Tema Figura 51: Dados do CRAS Fonte: Prefeitura de Mogi Das Cruzes adaptado, (Acesso em 2018). .......................................................................................................... 69 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar a informações e orientações sobre serviços públicos e direitos sociais, não precisando dirigir-se até o centro da cidade, na sede da Prefeitura. Vila Nova União, como é chamado esse CRAS, é um complexo que reúne uma praça com quadra poliesportiva coberta, pista de skate, caminhada, playground e aparelhamento de ginástica e três equipamentos públicos: o bloco da cultura, que conta com auditório de 60 lugares, biblioteca, telecentro, e salas de oficinas; bloco do CRAS, com salas de atendimento individuais e em grupo, e espaço aberto coberto para atividade diversas; e o bloco da cozinha comunitária, onde a população pode preparar e se servir de uma alimentação saudável gratuitamente, ou a preços baixos, com uma média de produção de 100 refeições diárias. Figura 52: Zoneamento - CRAS Fonte: Nathalia Nagy, adaptado, 2018. Via de acesso .......................................................................................................... 70 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar Tabela 5: Análise crítica - CRAS Análise Crítica Assunto Pontos positivos Pontos negativos Programa Tendo em vista o foco do CRAS, o programa se apresenta de forma completa, oferecendo atividades de esporte e lazer, cultura e convivência, promoção e assistência social. - Setores A divisão dos blocos facilitou o zoneamento dos setores, auxiliando na compreensão das atividades oferecidas por cada bloco, e direcionamento do usuário. - Fluxos A correta distribuição dos setores tornou os fluxos fluídos e de fácil acesso. Devido a independência dos setores, os acessos entre um bloco e outro não foram devidamente protegidos da chuva. Fonte: Autora, 2018. .......................................................................................................... 71 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar 7 DEFINIÇÃO DO PROGRAMA .......................................................................................................... 72 ................................................................ ..........................................................Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar 7.1 Setorização e Programa de necessidades Para melhor compatibilização dos usos, fluxos e organização espacial, o Espaço Sonhar é composto por cinco setores. O setor de capacitação, responsável por abrigar cursos técnicos e livres; o setor de apoio social, responsável pela assistência e proteção aos moradores; setor de lazer e cultura, responsável por proporcionar atividades de convívio social e cultural; setor de administração responsável pela organização de todos os serviços oferecidos; e o setor de serviço geral, responsável pelos espaços dos funcionários de limpeza, salas de serviços gerais e estacionamento. Figura 53: Setores e programa Fonte: Autora, 2018. .......................................................................................................... 73 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar 7.2 Pré-dimensionamento Para o dimensionamento dos espaços foi considerado critérios legislativos e ergonômicos. As análises feitas dos estudos de caso também contribuíram para a organização dos compartimentos. Vale ressaltar que o número de alunos por dia, considerando a quantidade de cursos, a duração, e a capacidade de aprendizes em cada sala, estima-se 409 alunos. Os turnos da manhã abrigam 85 alunos e os turnos da tarde 84, referentes aos cursos livres; e a noite 240 alunos referentes aos cursos técnicos. Tabela 6: Pré- dimensionamento Fonte: Autora, 2018. .......................................................................................................... 74 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar Tabela 7: Pré-dimensionamento Fonte: Autora, 2018. .......................................................................................................... 75 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar Fonte: Autora, 2018. Tabela 8: Pré- dimensionamento Tabela 9:Quadro geral de áreas Fonte: Autora, 2018. .......................................................................................................... 76 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar 8 COMPLEMENTAÇÃO DA PESQUISA .......................................................................................................... 77 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar 8.1 Organograma .......................................................................................................... 78 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar 8.2 Fluxograma .......................................................................................................... 79 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar 8.3 Estudos de conceituação Considerando os objetivos estabelecidos no início do desenvolvimento desse trabalho, e o público alvo do Espaço sonhar, o partido geral do projeto baseia-se em um conceito de integração e acolhimento. Segundo o dicionário Dicio, integração no âmbito sociológico refere-se a “Ação de incorporar por completo os indivíduos estrangeiros ao cerne de uma comunidade ou de um país, criando uma sociedade única.” A vista disso, o edifício terá a incumbência de oferecer espaços convidativos, atrativos, e aconchegantes ao público aspirando a integração desses. Além de os espaços gerados terem a responsabilidade de atrair o público e estimular a convivência entre eles, arquitetura estabelecerá a mesma leitura de integração e acolhimento. Serão três blocos independentes, que estarão no entanto, ligados por um elemento que os “acolherá”, e aproveitando os acessos das duas testadas opostas do lote, o centro entre os blocos das pontas permanecerá com o solo livre, será ocupado apenas pela galeria de exposições a qual poderá ser atravessada, possibilitando passagem de uma rua a outra. Sendo assim, o edifício trará percepção visual de acolhimento ao observador que o contemple de longe, e a sensação de se sentir integrado quando o mesmo estiver atravessando o lote de uma rua a outra entre os blocos. A figura abaixo ilustra o conceito descrito: .......................................................................................................... 80 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar Figura 54: Diagrama conceitual Fonte: Autora, 2018. 8.4 Memorial de intenções Para o desenvolvimento projetual, as linhas utilizadas seguirão um padrão ortogonal e angular seguindo as linhas de força do lote, delimitando assim o implantação da edificação. Dessa maneira, a forma volumétrica terá origem a partir dos ângulos do terreno, moldando-se de acordo com as intenções projetuais. Ela será constituída em três volumes independentes, os volumes dos cantos terão apenas um pavimento, e o volume central elevado por pilotis e por parte do mesmo, dará ascendência até o terceiro pavimento. Como já dito, as intenções projetuais moldaram a forma que partirá das linhas estabelecidas pelo lote, sendo assim, segue as diretrizes que nortearam a evolução formal. O terreno possui duas testadas voltadas para a rua, uma delas se dá para a Rua Sete de Setembro, e a outra para a Rua Flores da Cunha, assim traçou-se um eixou no centro dos dois volumes térreos conectando as duas vias, viu-se nesse eixo então a possibilidade de se criar uma alameda, permitindo o fluxo do público entre uma via a outra, criando um percurso alternativo que traz consigo uma visão contemplativa e convidativa. .......................................................................................................... 81 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar Esse eixo central além de gerar um importante fluxo para os pedestres, também deu vida a um amplo espaço de convivência que integra o público ao edifício, e estando ele coberto pelo volume elevado por pilotis, gera a sensação de acolhimento. Outro relevante ambiente criado a partir do eixo, é a galeria de exposições e a escada que dá acesso ao setor de capacitação. A galeria servirá como uma vitrine, enriquecendo culturalmente o percurso criado tornando-o ainda mais atrativo, e a escada, centralizada na galeria de exposições, servirá como um elementoarquitetônico, que convidará o público ao setor de capacitação, onde as aulas poderão serem assistidas, gerando assim uma sinergia entre os alunos que participarão das aulas, e as pessoas que às observarão. A arquitetura do edifício seguirá uma abordagem contemporânea, enaltecendo materiais como o concreto armado, o aço e o vidro. O concreto, se exibira em sua forma aparente em determinadas empenas estabelecendo uma comunicação visual com todo o conjunto. O aço atuará na questão estética, harmonizando as fachadas com o concreto, e em contrapartida terá a função de proteção solar. E o vidro utilizado será o duplo temperado-laminado, para melhor aproveitamento da luz natural, e proteção térmica e acústica. Estruturalmente, a técnica construtiva escolhida é a estrutura metálica, a qual oferece maior flexibilidade, rapidez na execução e é 100% reciclável, segundo o site Portal Metálica Construção Civil. Considerando-se a necessidade de grandes vãos, a laje que será adotada é a protendida, que eliminará a existência de vigas e reduzirá o número de pilares, tornando as plantas e fachadas mais livres, enriquecendo a composição formal. Sobre os pisos, na maioria das áreas, será utilizado o piso vinílico por ser um piso resistente a água e sujeiras, absorvente de ruídos, e ecologicamente corretos por serem originados de materiais reciclados. Nos setores de serviço o piso escolhido será o cerâmico, por ter alta durabilidade, fácil instalação, e baixo custo. E nas áreas externas o piso utilizado será o intertravado, por facilitar o escoamento das águas pluviais, e ter uma grande variedade no mercado, de cores, tamanhos, e formatos. O conforto será priorizado em todas as áreas internas, objetivando o bem-estar e melhor aproveitamento das atividades. No âmbito térmico será utilizado placas de aço que serão recortadas funcionando como brises, rasgos no sentido vertical para L/O, e no sentido horizontal para N/S, de forma a aproveitar a luz natural, e barrar a .......................................................................................................... 82 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar incidência solar. As aberturas serão posicionadas para que haja ventilação cruzada, permitindo a troca e circulação do ar. E ainda será feita utilização de vegetação para a redução considerável da temperatura. Acusticamente, os espaços serão tratados com materiais de isolamento acústico, tratando as aberturas para a correta estanqueidade, com janelas máxim-ar com vidros duplos, portas acústicas, e materiais absorventes como a lã de pet, sendo aplicada nos locais exigidos. O conforto lumínico estará associado à relação da luz natural com a artificial, sendo projetado os espaços para o máximo de aproveitamento da luz do sol, e para atingir a correta eficiência visual, a luz artificial será trabalhada de acordo com os usos dos ambientes seguindo a norma de desempenho lumínico, a NBR 15.575. E o conforto ergonômico estará presente nos mobiliários e dimensionamentos dos espaços permanentes, transitórios e circulações, sendo esses projetados conforme as diferentes atividades, priorizando as proporções do corpo humano. A ergonomia será ponto crucial para que as atividades sejam realizadas com comodidade e segurança. O paisagismo atuará como forte aliado na integração da natureza com o corpo edificado, criando uma identidade única e uniforme, fazendo relação do espaço público/privado, onde a transição desses se dê de maneira acolhedora. Essa integração aparecerá a partir de determinadas intenções como por exemplo, será mantido o nível natural do terreno em alguns pontos íngremes, sendo inserido parte do volume do lado Sul do terreno, e do lado Norte, parte do volume estará suspenso. Será priorizado deixar os espaços de convivência e lazer mais aconchegantes e agradáveis, aproximar o contato com a natureza, e valorizar a vegetação nativa. Será feito também uma horta, que além de compor o paisagismo auxiliará nas aulas de agricultura. O Espaço Sonhar, será projetado aliando-se à iniciativas sustentáveis, priorizando o aumento da produtividade e bem-estar das pessoas, bem como diminuindo os desperdícios e aumentando a eficiência energética. Segue então medidas que atuarão como colaboradores da qualidade dos ambientes: cobertura verde, reutilização de águas pluviais, iluminação zenital, sistema de energia solar fotovoltaico, e quando possível, fazer utilização de materiais recicláveis. Quanto aos condicionantes físicos fatores como topografia, orientação solar, ventilação, serão tratados para melhor aproveitamento do projeto. O terreno será .......................................................................................................... 83 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar trabalhado para o nivelamento da implantação facilitando os acessos e fluxos, recebendo movimentação e escavação do solo nas áreas mais íngremes, para redução de custos a terra será reposta para a criação de taludes e telhados verdes. Os volumes foram posicionados com as fachadas de maiores comprimentos para a orientação o N/S, e um dos blocos rotacionado, para NE/SO, será então trabalhado com rasgos de vidro e brises no volume rotacionado, e será mantido cegas as algumas empenas que dão para O/L. Quanto a ventilação, os ventos predominantes oeste/noroeste e sul/sudeste, incidem perpendicularmente nas fachadas de maiores comprimento, facilitando assim a ventilação cruzada nos respectivos espaços. 8.5 Zoneamento Os setores foram distribuídos entre os três blocos, os quais estão nomeados em ordem alfabética de A à C, como mostram as figuras zoneadas abaixo. Objetivando aproveitar a topografia natural, o bloco A, contemplará a parte do setor de lazer e cultura, o auditório, com capacidade de 160 pessoas. Duas faces do volume estarão semienterrado no solo, intencionando a união com a natureza. O bloco B, constituído por três pavimentos, será composto pelo setor cultural através das galerias de exposições em todos os andares, marcando os acessos, e convidando a vivência nos ambientes. Pelo setor de capacitação no segundo e terceiro pavimento. Onde no segundo, será dispostas as salas dos cursos livres, possibilitando assistir as aulas com clareza por quem estiver nos terraços. E o terceiro abrigará as salas para os cursos técnicos, e o setor administrativo, considerando que essas atividade exigirão mais concentração. E por fim, o bloco C, visando a participação assídua do público e o fácil acesso, constituirá a biblioteca, e o refeitório, partes do setor de lazer e cultura, e o setor do apoio social. Como pode-se perceber, o setor cultural permeará entre todo o edifício, esse se manifestará logo no exterior da volumetria a partir da praça do acolhimento, estimulando a convivência e a integração dos indivíduos. .......................................................................................................... 84 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar Figura 55: Zoneamento horizontal - 1º pavimento Fonte: Autora, 2018. .......................................................................................................... 85 ................................................................ ..........................................................Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar Figura 56: Zoneamento horizontal - 2º pavimento Fonte: Autora, 2018. .......................................................................................................... 86 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar Figura 57: Zoneamento horizontal - 3º pavimento Fonte 1: Autora, 2018. .......................................................................................................... 87 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar Figura 58: Zoneamento vertical transversal AA' Fonte: Autora, 2018. 8.6 Volumetria Conforme descrito, o complexo é composto por diversos volumes. O volume mais alto ergueu-se sobre o hall e pilotis propositalmente, criando um espaço aberto/coberto, e possibilitando a travessia de uma rua a outra gerando assim a integração do público. O mesmo foi rotacionado no terceiro pavimento, sendo projetado a partir desse, o elemento de acolhimento que dá vida aos terraços sobre os blocos A e C. Figura 59: Vista aérea 1 Figura 60: Vista aérea 2 Fonte: Autora, 2018. Fonte: Autora, 2018. .......................................................................................................... 88 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar Figura 61:Volumetria - Fachada leste Fonte: Autora, 2018. Figura 62: Volumetria - Fachada leste Fonte: Autora, 2018. Figura 43: Volumetria - Fachada leste Fonte: Autora, 2018. .......................................................................................................... 89 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar Figura 64: Volumetria - Fachada norte/ oeste Fonte: Autora, 2018. Figura 65: Volumetria - Fachada oeste Fonte: Autora, 2018. Figura 66: Volumetria - Fachada sul/ oeste Fonte: Autora, 2018. .......................................................................................................... 90 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar Essa forma trata-se de um estudo inicial, ou seja, a mesma está em andamento. Objetiva-se evoluir, mantendo o conceito de integração e acolhimento bem como as diretrizes já expostas no memorial de intenções. 9 CONSIDERAÇÕES FINAIS O desenvolvimento do presente trabalho trouxe o conhecimento necessário para a elaboração do anteprojeto do centro socioeducativo. Verificou-se nesse estudo a carência de equipamentos que abriguem serviços educacionais, culturais, e sociais em um mesmo programa, sendo preciso estudar diferentes tipologias para compreender as melhores situações projetuais, que resultem no bom funcionamento das diversas atividades oferecidas. As pesquisas coletadas demonstraram a particularidade dos espaços, precisando-se adequar as salas de acordo com as variadas aulas pré-estabelecidas. Tais estudos clarificaram que espaços de lazer e culturais são imprescindíveis para fomentar a participação das pessoas e o convívio sadio entre as mesmas. O levantamento do contexto social do município de Giruá reafirmou a importância da temática abordada, tendo como finalidade proporcionar melhores escolhas para o público em questão, enriquecendo a realidade desse com recursos que se encontram ausentes na cidade. Dessa forma o projeto torna-se uma forma de integração entre todos os giruaenses colaborando para uma melhora econômica, educacional, social e cultural da cidade. .......................................................................................................... 91 ................................................................ .......................................................... Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar REFERÊNCIAS DEMO, Pedro. Charme da exclusão social: visão assistencialista de pobreza. 2. ed. rev. Campinas, SP: Autores Associados, 2002. CASTEL, Robert; WANDERLEY, Luiz Eduardo W.; WANDERLEY, Mariangela Belfiore. Desigualdade e a questão social. In: WANDERLEY, Mariangela Belfiore; BÓGUS, Lucia ; YAZBEK, Maria Carmelita.(Orgs.). 2. ed. rev. São Paulo: Educ, 2000. SCHWARTZMAN, Simon. Pobreza, exclusão social e modernidade: Uma introdução ao mundo contemporâneo. São Paulo: Augurium Editora, 2004. 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Centro de Integração Socioeducativo: Espaço sonhar BARATTO, Romullo. 121 Definições de Arquitetura. Archdaily, 2016. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/800699/121-definicoes-de-arquitetura> Acesso em: 1º de abr. 2018. IBGE. Giruá. Disponível em: <https://cidades.ibge.gov.br/brasil/rs/girua/panorama> Acesso em: 26 de mar. 2018. Portal Brasil. Surgimento das escola técnicas. Governo do Brasil,2014. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/educacao/2011/10/surgimento-das-escolas-tecnicas> Acesso em: 27 de mar. 2018. SANTOS, Altair. Bom ensino começa pela arquitetura de uma escola. Massa Cinzenta, 2011. Disponível em: <http://www.cimentoitambe.com.br/bom-ensino- comeca-pela-arquitetura-de-uma-escola/> Acesso em: 28 de mar. 2018. BLUMEL, Patrícia. Arquitetura escolar e sua influência na qualidade de ensino. Bitus, 2017. Disponível em: <https://www.habitusbrasil.com/arquitetura-escolar- qualidade-de-ensino/> Acesso em: 28 de mar. 2018. CARVALHO, Carlos Eduardo. 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