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Gerenciamento do estresse Melhore seu bem-estar reduzindo o estresse e aumentando a resiliência Relatório Especial de Saúde VERSÃO EM INGLÊS DE HARVARD HEALTH PUBLISHING, COPYRIGHT 2020. TRADUÇÃO CRIADA E CEDIDA COMO CORTESIA POR ESSENTIA GROUP. Conteúdo Compreendendo a resposta ao estresse ........................................ 2 Estresse de curto prazo: o lado positivo .................................................5 Estresse crônico: a desvantagem .............................................................5 Nivelando a balança: resiliência ................................................................6 A importância do gerenciamento do estresse ................................7 Doença cardiovascular ................................................................................8 Pressão alta (hipertensão) ..........................................................................11 Problemas gastrointestinais ......................................................................12 Ansiedade e depressão .............................................................................13 Diabetes..........................................................................................................14 Câncer .............................................................................................................15 Asma ................................................................................................................16 As diferentes faces do estresse ......................................................18 Adolescência e estresse ............................................................................18 Trabalho e estresse .....................................................................................19 Envelhecimento e estresse ..................................................................... 20 Cuidados e estresse .................................................................................. 20 E o estresse em sua vida? .........................................................................21 O relaxamento ..................................................................................24 Evocando a resposta do relaxamento ..................................................24 Foco na respiração .................................................................................... 26 Varredura do corpo ....................................................................................27 Imaginação guiada......................................................................................28 Meditação da atenção plena .................................................................. 29 Ioga, tai chi e qigong ..................................................................................30 Oração repetitiva ..........................................................................................31 Aumentando sua resiliência ............................................................ 32 O que é resiliência? ....................................................................................32 Mude sua mentalidade ..............................................................................33 Pratique exercícios regularmente ...........................................................35 Nutra-se .........................................................................................................36 Busque apoio social ...................................................................................37 Experimente a psicologia positiva ..........................................................38 Gerencie o estresse com um diário .......................................................39 Experimente a reestruturação cognitiva ...............................................40 Aprenda a se comunicar melhor .............................................................42 Cuide-se.........................................................................................................43 SEÇÃO ESPECIAL: Seu guia portátil para aliviar o estresse .....45 Recursos ....................................................................................................... 52 Glossário ........................................................................................................53 STRESS MANAGEMENT SPECIAL HEALTH REPORT Medical Editor Gregory Fricchione, MD Director, Benson-Henry Institute for Mind Body Medicine at Massachusetts General Hospital Mind Body Medical Institute Professor of Psychiatry, Harvard Medical School Executive Editor Anne Underwood Writers Francesca Coltrera, Julie Corliss Copy Editor Scott Baltic Creative Director Judi Crouse Production/Design Manager Susan Dellenbaugh Illustrator Scott Leighton Published by Harvard Medical School David Roberts, MD Dean for External Education Urmila R. Parlikar Associate Director, Digital Health Products IN ASSOCIATION WITH Belvoir Media Group, LLC, 535 Connecticut Avenue, Norwalk, CT 06854-1713. Robert Englander, Chairman and CEO; Timothy H. Cole, Executive Vice President, Editorial Director; Philip L. Penny, Chief Operating Officer; Greg King, Executive Vice President, Marketing Director; Ron Goldberg, Chief Financial Officer; Tom Canfield, Vice President, Circulation. Copyright © 2020 by Harvard University. Permission is required to reproduce, in any manner, in whole, or in part, the material contained herein. Submit reprint requests to: Harvard Health Publishing Permissions Harvard Institutes of Medicine, 4th Floor 4 Blackfan Circle, Boston, MA 02115 www.health.harvard.edu/permissions Fax: 617-432-1506 Website For the latest information and most up-to-date publication list, visit us online at www.health.harvard.edu. Customer Service For all subscription questions or problems (rates, subscribing, address changes, billing problems), email HarvardProd@StrategicFulfillment.com, call 877-649-9457 (toll-free), or write to Harvard Health Publishing, P.O. Box 9308, Big Sandy, TX 75755-9308. Ordering Special Health Reports Harvard Medical School publishes Special Health Reports on a wide range of topics. To order copies of this or other reports, please see the instructions at the back of this report, or go to our website: www.health.harvard.edu. For Licensing, Bulk Rates, or Corporate Sales email HHP_licensing@hms.harvard.edu, or visit www.health.harvard.edu/licensing. ISBN 978-1-61401-251-1 The goal of materials provided by Harvard Health Publishing is to interpret medical information for the general reader. This report is not intended as a substitute for personal medical advice, which should be obtained directly from a physician. Versão em inglês de Harvard Health Publishing, copyright 2020. Tradução criada e cedida como cortesia por Essentia Group. | Gerenciamento do estresse http://www.health.harvard.edu/permissions http://www.health.harvard.edu. mailto:HarvardProd%40StrategicFulfillment.com?subject= http://www.health.harvard.edu/licensing Querido Leitor, Caro leitor, O estresse faz parte das nossas vidas – e isso não é necessariamente uma coisa ruim. Certos tipos de estresse podem realmente ser bons para você. Um desafio que o força a mover-se pode lhe dar uma sensação de motivação e propósito, o que o ajuda a ter um ótimo desem- penho. A energia e a excitação que você extrai desse estresse faz com que se sinta mais plenamente vivo. Em situações de emergência, a resposta do seu corpo ao estresse também pode literalmente salvar vidas, dando-lhe energia para enfrentar um agressor ou fugir para um local seguro. No entanto, grande parte do estresse que encontramos diariamente não apresenta um lado positivo. Não é causado por um novo desafio emocionante. Em vez disso, vem de constantes aborrecimentos diários, como engarrafamentos e chamadas telefônicas robóticas irritantes, ou de problemas pessoais relacionados à família ou ao trabalho. Também, cada vez mais e de maneira globalizada, envolve desafios ao nosso senso coletivode segurança e bem-estar, desde tiroteios em massa e aumento do nível do mar até um vírus que causa uma pandemia. E não ajuda perceber que a confiança em algumas fontes de apoio social consagradas pelo tempo – como o governo, a mídia e os locais de culto – também parece estar desmoronando. Como a mente e o corpo estão inextricavelmente ligados, essas preocupações constantes não incomodam apenas a mente. Elas também podem ter efeitos prejudiciais no corpo, con- tribuindo para uma série de doenças. No entanto, você não está desamparado diante do estresse. A forte conexão entre mente e corpo também pode funcionar a seu favor, se você aprender a aproveitá-la. Este relatório ensina técnicas de gerenciamento do estresse que se enquadram em duas grandes categorias: a evocação da resposta do relaxamento e a cons- trução da resiliência. Ambas trabalham em conjunto. A resposta do relaxamento – que você pode produzir por meio de uma variedade de técnicas, como ioga, meditação ou oração – permite que seu corpo entre em um estado mais calmo e relaxado. A resiliência permite que você se adapte e se recupere do estresse. As pessoas tendem a pensar na resiliência como uma caracterís- tica que se tem ou não tem, mas na verdade é uma capacidade que você pode desenvolver. Praticar a resposta de relaxamento pode ajudar a construir resiliência. Eu gosto de pensar nisso como uma razão simples: o estresse é o número superior (numerador) e a resiliência é o número inferior (denominador). Quanto mais você gerenciar ou reduzir o poder do estresse, mais sua resiliência se manifestará e menos vulnerável você será a doenças relacionadas ao estresse. Não há melhor momento para começar do que agora. Sinceramente, Harvard Health Publishing | Harvard Medical School | 4 Blackfan Circle, 4th Floor | Boston, MA 02115 Gregory Fricchione Editor médico O Dr. Fricchione gostaria de agradecer o trabalho do Dr. Herbert Benson e da enfermeira Aggie Casey, que escreveram a edição original deste relatório. 2Versão em inglês de Harvard Health Publishing, copyright 2020. Tradução criada e cedida como cortesia por Essentia Group. | Gerenciamento do estresse Compreendendo a resposta ao estresse Situações estressantes abundam em nossas vidas. Vendavais, incêndios, inundações e desmorona- mentos repentinos destroem vidas em todo o país. Notícias de problemas econômicos e políticos deso- nestos parecem ocorrer em ciclos sem fim. E isso sem contar os aborrecimentos do dia-a-dia que podem desgastar a sua energia. Tudo isso pode ser profundamente perturbador. Pior ainda, esse ataque constante de estressores, grandes e pequenos, pode prejudicar sua saúde ao longo do tempo. Muitos estudos ligam o estresse crônico (de longo prazo) a grandes “assassinos”, como doenças cardíacas e acidente vascular cere- bral (AVC). Outras manifestações físicas comuns de estresse incluem dores de cabeça, dores nas cos- tas, problemas para dormir e síndrome do intestino irritável. Às vezes, você pode tomar medidas para diminuir o estresse em sua vida. Mais frequentemente, você percebe que não pode mudar o mundo ao seu redor. O que você pode mudar é como você per- cebe ou responde às situações estressantes e quão resiliente você é. Este relatório destaca novas pesquisas que mostram exatamente por que o gerenciamento do estresse é uma ferramenta tão poderosa. Igualmente impor- tante, ele lhe fornece uma miscelânea de técnicas para lidar com situações estressantes. Mas antes de se aprofundar nas soluções, é neces- sário compreender o que realmente é o estresse, pois enfrentar uma situação estressante não é a mesma coisa que compreender o que está aconte- cendo dentro do seu corpo durante essa situação. O que é estresse? Todos nós experimentamos estresse em nossas vidas, embora possamos usar diferentes exemplos para descrevê-lo. Você pode definir o estresse como um trânsito intenso, uma doença preocupante ou uma discussão contenciosa com seu parceiro. Outra pessoa pode defini-lo como uma crise de rela- cionamento ou a necessidade de cuidar de um pai doente. Se você fosse um médico, no entanto, você rotula- ria essas definições como exemplos de eventos e circunstâncias estressantes. Mais especificamente, você definiria o estresse como uma resposta física automática a tais eventos, ou mesmo a qualquer cir- cunstância que exija adaptação à mudança. Se o estresse específico que você está enfrentando é um acidente de carro, uma discussão difícil ou a perspectiva de uma cirurgia dolorosa, cada ameaça potencial ou real desencadeia uma cascata de hor- mônios do estresse que produzem mudanças fisio- lógicas bem orquestradas. As sensações lhe são conhecidas: o coração dis- para, os músculos ficam tensos e a respiração ace- lera. Mas exatamente como e por que essas reações ocorrem, e quais efeitos elas podem ter quando repetidamente evocadas ao longo do tempo são questões que intrigam os pesquisadores há anos. Walter B. Cannon, fisiologista da Harvard, foi um pioneiro na exploração da bioquímica do estresse. Há um século, sua pesquisa o convenceu de que o medo não estava apenas na mente, mas também envolvia uma resposta física. Ao fazer experiên- cias com cães latindo e gatos enjaulados, Cannon Na maioria das vezes, você não pode mudar o mundo ao seu redor – por exemplo, voltando no tempo para evitar um acidente. Mas você pode mudar a maneira como reage, para se sentir menos estressado. 3Versão em inglês de Harvard Health Publishing, copyright 2020. Tradução criada e cedida como cortesia por Essentia Group. | Gerenciamento do estresse conseguiu isolar um hormônio secretado pelas glân- dulas suprarrenais de gatos quando estavam assus- tados. Quando ele injetou esse hormônio em um segundo gato perfeitamente calmo, desencadeou nele uma reação física de medo. Os batimentos cardíacos e a pressão sanguínea do gato dispara- ram, enquanto o fluxo sanguíneo para os músculos aumentou. Cannon apelidou essa ocorrência de res- posta de “susto, luta ou fuga”. Hoje nós a conhece- mos simplesmente como a resposta de luta ou fuga, ou a resposta ao estresse. Um olhar sobre a resposta ao estresse Desde então, os cientistas aprenderam muito mais sobre a reação do corpo ao estresse. Ela envolve o cérebro, o sistema nervoso autônomo e uma cas- cata de hormônios e outras substâncias que regem as funções involuntárias do corpo, como a respira- ção, a pressão arterial e os batimentos cardíacos. Enfim, é uma relação complicada, mas que vale a pena compreender. Sua resposta às ameaças começa no tálamo, uma parte do cérebro que recebe e processa informa- ções dos sentidos – talvez a visão do seu chefe com uma expressão ameaçadora ou o som de uma explosão. Instantaneamente, seu tálamo alerta o centro do medo no cérebro, a amígdala e outros centros emocionais do cérebro, que enviam sinais para o córtex motor. A partir daí, a mensagem para responder acelera as vias nervosas para os múscu- los, que ficam tensos, preparando-se para ações. Outro sinal da amígdala vai para o hipotálamo, uma parte do cérebro situada acima do tronco cerebral. O hipotálamo, por sua vez, transmite o alerta para a glândula pituitária próxima, que envia um mensa- geiro químico pela corrente sanguínea para as glân- dulas suprarrenais, localizadas acima dos rins. Em resposta, essas glândulas secretam uma série de hormônios do estresse, incluindo o primeiro hormô- nio que Cannon isolou — a epinefrina, comumente conhecida como adrenalina, que ajuda a acelerar seu corpo. As glândulas adrenais também liberam um segundo hormônio do estresse identificado por Cannon, cha- mado norepinefrina ou noradrenalina. Outros pes- quisadores acrescentaram uma terceira descoberta – o hormônio cortisol. Quando você se depara com uma situação estressante, todos os três começam a percorrer sua corrente sanguínea, produzindo uma ampla gama de respostas fisiológicas (veja a Figura 1). Simultaneamente, o hipotálamo ativa o sistema nervoso autônomo. Essarede de nervos transmite o aviso através da medula espinhal e de lá para os nervos de todo o corpo. Em resposta, termina- ções nervosas em órgãos, vasos sanguíneos, pele e até glândulas sudoríparas liberam epinefrina e norepinefrina. Figura 1: A resposta ao estresse ACTH é liberado Pressão arterial aumenta Músculos se contraem Glicose e gorduras são liberadas na corrente sanguínea Sentidos aguçados Respiração acelera e pulmões absorvem mais oxigênio Coração bate mais rápido Glândulas adrenais liberam cortisol, epinefrina (adrenalina) e norepinefrina (noradrenalina) Hipotálamo Glândula pituitária A B Coletivamente, o hipotálamo, a glândula pituitária e as glândulas suprarrenais compõem o eixo Hipotálamo- Pituitária-Adrenal (HPA), que desempenha um papel fundamental no desencadeamento da resposta ao estresse. O hipotálamo envia um mensageiro químico (fator liberador de corticotrofina, ou CRF) para a glândula pituitária próxima, que então libera seu próprio mensageiro químico (hormônio adrenocorticotrófico ou ACTH) na corrente sanguínea (A). O ACTH viaja para as glândulas suprarrenais, que respondem liberando vários hormônios do estresse na corrente sanguínea (B). Ao mesmo tempo, o sistema nervoso simpático também libera hormônios do estresse (não mostrado). Os efeitos combinados desses hormônios são generalizados, como revela esta ilustração. Os sentidos ficam mais aguçados, os músculos se contraem, o coração bate mais rápido, a pressão sanguínea aumenta e a respiração acelera. Tudo isso prepara você para lutar ou fugir diante do perigo. 4Versão em inglês de Harvard Health Publishing, copyright 2020. Tradução criada e cedida como cortesia por Essentia Group. | Gerenciamento do estresse Você está estressado agora? Você pode nem perceber se estiver estressado. Algumas veri- ficações corporais rápidas podem ajudá-lo a saber: • Você está respirando superficialmente? Coloque uma mão no peito e a outra na barriga. Ao inspirar e expirar, preste atenção em qual mão está se movendo. Respirações cal- mantes puxam o ar para dentro dos pulmões, de modo que tanto o peito quanto a barriga se expandem; respirações superficiais e tensas envolvem apenas o peito. • Seu pescoço e ombros estão tensos? Respire fundo. Ao expirar, gire lentamente os ombros para cima em direção às orelhas, depois para trás e para baixo, relaxando-os o máximo possível. Seus ombros estão mais baixos do que estavam um momento atrás? • Você está apertando sua mandíbula ou seus punhos? Respire fundo e, em seguida, relaxe a mandíbula até que os lábios estejam ligeiramente separados. Respire fundo novamente e relaxe as mãos para que os dedos fiquem frouxamente separados. Para obter uma lista mais completa de sinais de estresse, consulte “Meus sinais de alerta de estresse”, página 23. Em seguida, tente as técnicas de resposta de relaxamento mais adiante neste relatório (consulte “A resposta de relaxamento”, página 24). Você ficará surpreso com o quão relaxado seu corpo pode se sentir. Essa onda de hormônios prepara seu corpo para reagir à ameaça iminente. No caso de um perigo físico imediato, como o aparecimento súbito de um animal selvagem ou um atirador, você responde pre- parando-se para defender sua posição e lutar, ou então fugindo para um local seguro. Sua respiração acelera à medida que seu corpo absorve oxigênio extra para ajudar a alimentar seus músculos. Da mesma forma, a glicose e as gorduras, que aumentam a energia, são liberadas dos locais de armazenamento na corrente sanguínea. Sentidos agu- çados, como visão e audição, deixam você mais alerta. Seu coração bate – duas a três vezes mais rápido que o normal – e sua pressão sanguínea aumenta. Certos vasos sanguíneos se contraem, o que ajuda a direcionar o fluxo sanguíneo para os músculos e o cérebro. As células do sangue (plaquetas) tornam-se mais pegajosas, de modo que os coágulos podem se for- mar mais facilmente para minimizar o sangramento de possíveis lesões. A atividade do sistema imune aumenta, antevendo uma possível necessidade de precisar combater a infecção de feridas. Seus mús- culos – mesmo os minúsculos músculos de arrepiar os cabelos sob a pele – se contraem, preparando você para entrar em ação. Os sistemas do corpo que não são necessários para a emergência imediata são suprimidos para concen- trar a energia onde ela é necessária. O estômago e os intestinos retrocedem em suas operações. A excitação sexual diminui. Reparação e crescimento dos tecidos do corpo diminui. Desativando a resposta ao estresse Cannon acreditava que a resposta ao estresse era temporária. Ele pensava que, minutos depois da corrida desencadeada pela epinefrina, o corpo de uma pessoa voltaria ao seu estado normal. Os pul- mões diminuiriam sua taxa de respiração. A pressão arterial cairia à medida que os batimentos cardíacos diminuíssem e o sangue fluísse em padrões normais novamente. Os intestinos retomariam seu traba- lho, fornecendo novo combustível para substituir a energia usada na emergência. As células ósseas e da pele retomariam os reparos ou cresceriam nova- mente, conforme necessário. O sexo poderia pare- cer mais convidativo. Pesquisas posteriores mostraram, no entanto, que Cannon não estava completamente correto. Muitas vezes, os efeitos do estresse persistem por um longo período de tempo, ou podem até se agra- var de modo que o corpo para de se descontrair completamente. O sistema nervoso autônomo, que governa essas respostas, na verdade é dividido em duas partes com efeitos opostos. O sistema nervoso simpático acelera o corpo em resposta aos perigos percebi- dos, conforme descrito acima. Sua contraparte, o sistema nervoso parassimpático, acalma o corpo depois que o perigo passa. Mas na sociedade de hoje, os estressores geralmente se acumulam um após o outro em uma combinação de engarrafamen- tos, falhas de computador, problemas de dinheiro e uma série de outros desafios que preenchem nossos dias em vez de passar rapidamente, como o animal selvagem que eventualmente se afasta. Como resul- tado, o sistema simpático muitas vezes permanece engajado mesmo com a influência calmante do sis- tema parassimpático. Da mesma forma, a atividade imune pode não diminuir como deveria, levando a uma inflamação persistente de baixo grau. Os resul- tados podem ser prejudiciais de várias maneiras, como explicado no próximo capítulo. Contudo, mesmo enfrentando o estresse crônico, você pode se beneficiar de técnicas de gerencia- mento de estresse que ajudam a obter a resposta 5Versão em inglês de Harvard Health Publishing, copyright 2020. Tradução criada e cedida como cortesia por Essentia Group. | Gerenciamento do estresse de relaxamento – o oposto da resposta ao estresse (consulte “A resposta de relaxamento”, página 24). O uso regular dessas técnicas pode ajudá-lo a reprimir o sistema nervoso simpático e a resposta inflamató- ria do seu corpo quando não são realmente neces- sários e, assim, restaurar o equilíbrio. Estresse de curto prazo: o lado positivo Nem todo estresse é ruim. Como você pode perce- ber, a resposta ao estresse pode ser extremamente útil em tempos de perigo físico ou quando você tem uma tarefa urgente a cumprir. O aumento da epine- frina (adrenalina) permite que as pessoas realizem proezas hercúleas. Provas abundantes disso podem ser vistas nas ações dos socorristas que agem rapi- damente para ajudar outras pessoas durante even- tos climáticos perigosos ou incidentes relacionados a terrorismo. A resposta ao estresse é apropriada e essencial em situações tão avassaladoras e pode ajudá-lo a enfrentar muitos desafios. Mas os estressores em nossas vidas nem sempre são perigos físicos. O fisiologista Hans Selye avan- çou a ideia de que estressores psicossociais, como um prazo de trabalho urgente ou uma discussão familiar acalorada, podem desencadear a mesma resposta fisiológica que uma ameaça corporal. No curto prazo, isso pode ser benéfico.Selye explorou a diferença entre o estresse de curto prazo, que estimula as pessoas a superar obstáculos (estresse “bom” ou eustress), e o estresse contínuo ou exces- sivo, que desgasta a capacidade das pessoas de se adaptar e lidar com o estresse (ou estresse “ruim”). Algumas pessoas até acham estimulantes os desa- fios de curto prazo. Para a maioria das pessoas, a satisfação de enfrentar e superar um desafio é muito maior do que o prazer de fazer algo que não exige esforço. É a emoção de escalar uma montanha ver- sus passear no parque. Em vez de se sentir opres- siva, evoca o que alguns pesquisadores chamam de resposta de desafio, ou resposta de excitação e deleite. O que torna essas experiências gratificantes é a criatividade envolvida, o esforço físico, a sensa- ção de dever cumprido, a sensação de fazer parte de uma equipe (se for o caso). Esse tipo de estresse faz com que você tenha um desempenho mais alto, mesmo que tenha momentos de ansiedade ou dúvida ao longo do caminho. De fato, dois pesquisadores da Harvard, Robert M. Yerkes e John D. Dodson, mostraram que, à medida que os níveis de estresse ou ansiedade aumentam, o mesmo acontece com o desempenho e a eficiên- cia – mas apenas até certo ponto (veja a Figura 2, abaixo à esquerda). Uma vez que esse ponto ideal é alcançado, mais estresse e ansiedade levam a declí- nios significativos no desempenho e na capacidade. O ponto de virada parece diferir de pessoa para pes- soa, pois, embora a resposta ao estresse esteja pro- gramada em humanos e outros animais, os eventos e percepções que a desencadeiam variam muito. O que você percebe como intimidador, seu vizi- nho pode facilmente deixar de lado ou até mesmo saborear. Os cientistas abordaram a questão de por que algu- mas pessoas parecem menos vulneráveis ao estresse ou até parecem prosperar nele. Para algumas, parece haver um “efeito de aço” que vem da exposição repetida a pequenas quantidades temporárias de estresse. Pense nisso como inoculação de estresse. De acordo com uma teoria, a exposição ao estresse no início da vida pode até condicioná-lo a lidar com estressores semelhantes mais tarde na vida. As pessoas que lidam bem com o estresse também parecem ter certas coisas em comum. Elas parecem ter uma sensação de controle sobre suas circunstân- cias ou a capacidade de influenciar os eventos. Essas pessoas abraçam o desafio em situações que outras podem achar estressantes e se descrevem como comprometidas com algo significativo. Exercício e forte apoio social também são fatores-chave em sua resiliência. E provavelmente por não perceberem o mesmo nível de sofrimento, relatam menos doenças e são menos propensas a faltar ao trabalho. Estresse crônico: a desvantagem Intuitivamente, a resposta clássica ao estresse faz sentido. Ele permite que você se levante para ocasiões que recompensam a consciência e as Figura 2: Os altos e baixos do estresse Os pesquisadores Robert M. Yerkes e John D. Dodson mostraram que à medida que o estresse aumenta, o desempenho sobe para um ponto ótimo, mas se o estresse continuar a aumentar, eventualmente o desempenho e a eficiência diminuem. Isso é conhecido como a lei de Yerkes- Dodson. Estresse ou ansiedadeEstresse ou ansiedade Desempenho ou eficiência Baixo Moderado Alto Optimal 6Versão em inglês de Harvard Health Publishing, copyright 2020. Tradução criada e cedida como cortesia por Essentia Group. | Gerenciamento do estresse habilidades aumentadas. Você ouve um galho de árvore estalar acima de você enquanto se protege de uma tempestade, e a onda de epinefrina o ajuda a sair do caminho muito mais rápido do que você normalmente se move. Os hormônios do estresse que se derramaram em sua corrente sanguínea encontraram a saída física perfeita. Mas a experiência nos diz que perigos óbvios não são os únicos cenários que evocam a resposta ao estresse. Qualquer situação que você perceba como um incômodo ou uma ameaça ao seu bem- -estar também pode desencadeá-la, especialmente se uma avaliação rápida sugerir que você não tem recursos para lidar com ela. E é aí que os problemas começam. Seu corpo não consegue distinguir entre eventos que ameaçam a vida e situações estressantes do dia-a-dia. A raiva ou a ansiedade desencadeadas por fontes menos importantes de estresse, como falhas no computador ou engarrafamentos, não encontram uma liberação física rápida e tendem a se acumular à medida que o dia passa. Aumentando a turbulência está a antecipação de possíveis pro- blemas quando, digamos, rumores de demissões se espalham ou resultados de exames médicos são atrasados. Sem perceber, você pode fazer suposi- ções sobre se será demitido ou o que os resultados do teste mostrarão, desencadeando outro ciclo de sintomas fisiológicos – como mandíbula apertada, pescoço e ombros tensos e ansiedade. Quando seu corpo experimenta repetidamente a resposta ao estresse, ou quando a excitação após um trauma terrível nunca é totalmente desligada, a resposta ao estresse do seu corpo pode ser descrita como mal-adaptativa ou insalubre. Nessa situação, a resposta ao estresse entra em ação mais cedo ou com mais frequência do que o normal, sobrecarre- gando o seu corpo. Isso pode levar a problemas de saúde preocupantes. Um excelente exemplo é a pressão alta – um importante fator de risco para doença arterial coronariana. Mas há muitos outros (veja “A importância do gerenciamento do estresse”, página 7). Certos fatores parecem tornar o estresse especial- mente prejudicial. Se você não sente controle sobre uma certa situação, é mais difícil lidar com ela. Da mesma forma, se não houver limite de tempo para o estresse, de modo que você não possa antecipar o fim – por exemplo, se estiver cronicamente estres- sado com as finanças – é mais difícil lidar com isso. E se você não tem apoio social, seu nível de angústia é maior. Nivelando a balança: resiliência É impossível evitar todas as fontes de estresse. Nossas vidas estão cheias de desafios físicos e psi- cológicos que nos impulsionam e que às vezes nos trazem recompensas satisfatórias. Mas enquanto você não pode selecionar as fontes de estresse, você pode aprender a percebê-las e lidar com elas de forma diferente. Você faz isso ao aprender como reduzir o estresse e também desenvolver resiliên- cia – sua capacidade de lidar e de se recuperar do estresse. William James, o grande filósofo-psicólogo da Harvard do final do século 19 e graduado pela Harvard Medical School (ele próprio um melancó- lico estressado), maravilhava-se com aqueles que ele chamava de “os de mente saudável” porque pareciam viver mais felizes e saudáveis como resul- tado do seu otimismo e perspectiva positiva sobre a vida. Em meio à comum volatilidade com a qual todos devem lidar, os de mente saudável pareciam transformar desafios e fracassos potenciais em sementes para oportunidades e sucessos. Mais recentemente, o estatístico e especialista em gestão de risco Nassim Nicholas Taleb cunhou o termo “antifrágil”. Em seu livro “Antifragile: Things That Gain from Disorder”, ele define fragilidade como a tendência a ser prejudicado pela volatilidade e incerteza – os tipos de coisas que muitas vezes criam uma resposta crônica ao estresse. Em con- traste, a pessoa antifrágil percebe que o estresse é apenas o preço que pagamos por estarmos vivos. Cultivar a antifragilidade nos ajuda a usar nossas forças para superar desafios e nos tornarmos mais fortes no processo. Um excelente exemplo de antifragilidade são os Navy Seals [Forças de Operações Especiais da Marinha dos Estados Unidos]. Eles são capazes de gerenciar altos graus de estresse e ainda funcio- nam admiravelmente. Diante de situações de risco de vida, eles podem mudar rapidamente o foco da sua atenção e abordar o problema em questão de forma eficiente e flexível. Exames de varreduras do cérebro mostram que os Navy Seals apresentam alteração de ativação em uma região pré-frontal do cérebrochamada ínsula, que está envolvida no gerenciamento de sinais de estresse. Como grupo, os Navy Seals exibem pelo menos sete caracterís- ticas de pessoas resilientes: pensamento calmo, inovador e não dogmático; capacidade de agir de forma decisiva; tenacidade; conectividade interpes- soal; honestidade; autocontrole; otimismo e uma perspectiva positiva sobre a vida. 7Versão em inglês de Harvard Health Publishing, copyright 2020. Tradução criada e cedida como cortesia por Essentia Group. | Gerenciamento do estresse A importância do gerenciamento do estresse Os céticos acreditam que a meditação e outras téc- nicas de redução do estresse são práticas boas, mas ineficazes, que fazem pouco por você. Agora temos a ciência para provar que nada poderia estar mais longe da verdade. É bem sabido que o estresse crônico tem efeitos nocivos no corpo e que atua de várias maneiras. Primeiramente, os efeitos em cascata do estresse prejudicam o comportamento saudável. Se você já passou por um dia cansativo com um punhado de barras de chocolate e cigarros, você compreende bem o problema. Mas além dos impactos comporta- mentais, o estresse afeta diretamente o corpo. Evidências abundantes mostram que o estresse crô- nico prejudica a saúde física, elevando a pressão sanguínea e prejudicando o coração. Desempenha um papel no diabetes, asma e distúrbios gastroin- testinais. Altos níveis de estresse podem até acele- rar o processo de envelhecimento. Por outro lado, as pessoas que apresentam menos estresse tendem a ter uma saúde melhor, e agora estamos começando a entender o porquê. O geren- ciamento do estresse pode beneficiar todo o corpo, até seus genes. Genes e a resposta de relaxamento A partir de 2008, pesquisadores do Benson-Henry Institute for Mind Body Medicine do Massachusetts General Hospital publicaram resultados de vários estudos seminais mostrando que o simples ato de provocar a resposta de relaxamento altera a ativi- dade de certos genes de maneira que pode benefi- ciar a saúde. Desde então, pesquisadores da UCLA e da Universidade de Miami encontraram efeitos semelhantes, usando uma variedade de técnicas que também evocam a resposta de relaxamento. Problemas de saúde ligados ao estresse O estresse pode contribuir ou agravar diversos problemas de saúde, se não todos. Entre eles: • reações alérgicas na pele • ansiedade • artrite • constipação • tosse • depressão • diabetes • tontura • doença gengival • dores de cabeça • problemas cardíacos, como angina (dores no peito), arritmias, infarto e palpitações (coração acelerado) • azia • pressão alta • doenças infecciosas, como resfriados ou herpes • insônia e consequente fadiga • síndrome do intestino irritável • sintomas da menopausa, como ondas de calor • “enjoo matinal”, as náuseas e vômitos da gestação • nervosismo • dor de qualquer tipo, incluindo dores nas costas, dores de cabeça, dor abdominal, dores musculares, dores nas articulações, dor pós-operatória e dor crônica causada por muitas condições • Mal de Parkinson • inchaço pós-operatório • síndrome pré-menstrual (TPM) • efeitos colaterais da AIDS • efeitos colaterais do câncer e dos seus tratamentos • cicatrização lenta de feridas • úlceras. Na medida em que o estresse piora essas doenças ou condições, a resposta de relaxamento (um estado de descanso profundo) e outros métodos de gerenciamento de estresse podem ser curativos. Adaptado de “The Relaxation Revolution”, Herbert Benson, M.D., e William Proctor, J.D. (Scribner, 2010). O estresse crônico prejudica a saúde física, elevando a pressão arterial e prejudicando o coração. Desempenha um papel no diabetes, asma e distúrbios gastrointestinais. Pode até acelerar o processo de envelhecimento. 8Versão em inglês de Harvard Health Publishing, copyright 2020. Tradução criada e cedida como cortesia por Essentia Group. | Gerenciamento do estresse Os efeitos são profundos. Para começar, a resposta de relaxamento reduz a atividade dos genes asso- ciados à inflamação crônica. Muitos especialistas acreditam que essas respostas inflamatórias estres- sam o corpo, possivelmente contribuindo para uma série de doenças crônicas, como doenças cardía- cas, doenças inflamatórias intestinais e diabetes. Ao mesmo tempo, a resposta de relaxamento aumenta a atividade de genes ligados a uma varie- dade de funções benéficas: o uso de energia, a sen- sibilidade à insulina (que ajuda a regular o açúcar no sangue), a manutenção dos telômeros (proteção dos nossos cromossomos que se desgastam com a idade) e as funções de minúsculas usinas celulares chamadas mitocôndrias. Essas últimas podem criar reservas de energia que ajudam o corpo a combater o excesso de estresse oxidativo – o dano causado por moléculas altamente reativas chamadas radicais livres. Um dos estudos da Harvard, publicado na revista PLOS One em 2013, envolveu dois pequenos grupos de pessoas saudáveis: praticantes de longa data de técnicas como ioga, meditação e orações repetitivas que provocam a resposta de relaxamento, e pessoas que não utilizavam essas técnicas. Os novatos foram testados inicialmente após ouvirem um programa de educação em saúde; esses resultados forneceram uma base para comparação. Eles então aprenderam uma sequência de técnicas de resposta de relaxa- mento, que praticaram durante 20 minutos por dia, guiadas por um CD, durante oito semanas. Essa sequência incluía respiração profunda ou abdominal (também conhecida como foco na respiração), var- redura do corpo, repetição de mantras e meditação da atenção plena. (Para descrições dessas técnicas, veja “A resposta de relaxamento”, página 24.) Os pesquisadores obtiveram amostras de sangue para testes genéticos de ambos os grupos de par- ticipantes imediatamente antes, imediatamente depois e 15 minutos depois de uma única sessão de resposta de relaxamento. Enquanto os pratican- tes de longo prazo mostraram as mudanças mais profundas na atividade genética, o grupo com oito semanas de treinamento também experimentou mudanças significativas na atividade genética, em comparação com os resultados que obtiveram logo no início quando ainda novatos. É importante notar, porém, que a atividade do gene não é alterada para sempre pelo ioga ou pela oração repetitiva. Uma lição extraída dessa pesquisa é que a resposta de relaxamento deve ser eliciada regular- mente para que as mudanças benéficas persistam. Será que mudanças semelhantes podem ocorrer em pessoas que usam técnicas de resposta de rela- xamento para ajudar a tratar doenças relacionadas ao estresse? Estudos em pessoas com pressão alta, doença inflamatória intestinal ou síndrome do intes- tino irritável encontraram alterações na atividade dos genes. Eles também encontraram efeitos positi- vos na saúde – a saber, reduções da pressão arterial naqueles para quem a pressão alta era um problema e melhorias nas classificações de dor e na qualidade de vida em pessoas com distúrbios intestinais. Doença cardiovascular As doenças cardiovasculares englobam uma série de doenças que afetam o coração ou os vasos san- guíneos. O estresse crônico contribui para três das mais comuns: aterosclerose (o acúmulo de depósi- tos de gordura nas paredes das artérias), infartos e pressão alta. O estresse também pode desencadear fibrilação atrial, palpitações, contrações ventricula- res prematuras e outras arritmias (ritmos cardíacos anormais). Uma experiência física ou emocional intensa – como uma cirurgia ou a morte de um ente querido – pode causar uma condição incomum conhecida como cardiomiopatia de estresse (con- sulte a página 9). Muitos fatores psicológicos – incluindo depressão, ansiedade, raiva, hostilidade e solidão – contribuem para o estresse. O mesmo acontece com os fato- res sociais, como desafios relacionados ao trabalho, família e finanças. Agindo sozinho, cada um desses fatores aumenta as chances de desenvolver pro- blemas cardíacos. Quando combinados, seu poder aumenta exponencialmente. Um estudode três anos pediu a 2.700 adultos ame- ricanos que completassem uma pesquisa on-line sobre saúde física e mental após os ataques terro- ristas de 11 de setembro de 2001. Pessoas que apre- sentavam altos níveis de estresse imediatamente após os ataques tinham quase duas vezes mais chances de desenvolver hipertensão e mais de três vezes de chances de desenvolver outros problemas cardíacos durante os próximos dois anos, em com- paração com aqueles que tinham níveis baixos de estresse. Estudos de acompanhamento também sugeriram que as pessoas que assistiram quatro ou mais horas diárias da cobertura televisiva do 11 de setembro e da Guerra do Iraque eram mais propensas a pro- blemas de saúde do que aquelas que assistiram menos. Esses achados sugerem que ver imagens 9Versão em inglês de Harvard Health Publishing, copyright 2020. Tradução criada e cedida como cortesia por Essentia Group. | Gerenciamento do estresse gráficas pode provocar mudanças físicas que antes se pensava ocorrerem apenas quando as pessoas eram expostas diretamente a um evento traumático. Se você acredita que o estresse está afetando sua saúde, é bom prestar atenção. Em um estudo que acompanhou 7.200 mulheres e homens britânicos, os que acreditavam que o estresse havia afetado sua saúde “muito ou extremamente” tinham duas vezes mais chances de morrer de doença cardíaca ou ter um infarto não fatal, em comparação com aqueles que relataram que o estresse não os estava prejudicando. O estresse pode contribuir para doenças cardiovas- culares de várias maneiras. A liberação de hormônios do estresse, como cortisol e epinefrina, na corrente sanguínea estimula a liberação de triglicerídeos e outras gorduras que podem causar o aumento dos níveis de colesterol LDL não saudáveis. Além disso, quando o sistema nervoso simpático é estimulado, a pressão arterial aumenta, e as plaquetas tornam-se mais pegajosas, tornando mais provável a formação de coágulos sanguíneos (ver “Um olhar sobre a res- posta ao estresse”, página 3). Enquanto isso, a pres- são alta contínua danifica o coração, os vasos san- guíneos e outros órgãos, aumentando muito suas chances de desenvolver doenças cardíacas. A inflamação crônica – conhecida por desempe- nhar um papel fundamental no desenvolvimento de doenças cardíacas e aparentemente agravada pelo estresse crônico – é outro fator provável. Em curto prazo, os glóbulos brancos que combatem infec- ções que caracterizam a inflamação ajudam a defen- der o corpo contra microrganismos invasores, como bactérias e vírus. No interior das artérias, entretanto, a inflamação crônica de baixo grau contribui para a aterosclerose. A aterosclerose, por sua vez, pode estreitar perigosamente os vasos sanguíneos, cau- sando dor no peito, ataque cardíaco ou derrame. A inflamação crônica influencia até mesmo a formação de coágulos bloqueadores das artérias, a causa final de ataques cardíacos e muitos AVC. Um estudo publicado em 2017 na revista The Lancet lançou mais luz sobre esse processo. Pesquisadores da Harvard descobriram a primeira evidência em pessoas mostrando que a atividade aumentada no centro cerebral do medo, a amígdala, desencadeia uma série de eventos em todo o corpo que aumenta o risco de infarto. Estudos anteriores em animais revelaram que o estresse ativa a medula óssea para produzir glóbulos brancos. Essas células que com- batem infecções desencadeiam a inflamação. Para investigar esse processo, os pesquisadores analisaram dados de 293 pessoas que foram sub- metidas a testes para medir tanto a inflamação nas artérias quanto a atividade em áreas específicas do cérebro. Nenhum dos participantes tinha doença cardíaca no momento dos testes. Durante o período de acompanhamento, que durou de dois a cinco anos, 22 pessoas sofreram um ou mais eventos car- diovasculares, como angina (dor no peito), infarto ou AVC. O aumento da atividade na amígdala foi associado a um aumento da liberação de glóbulos brancos da medula óssea, inflamação das artérias e maior risco de infarto ou problemas semelhantes. Aqueles com maior risco para esses eventos tive- ram os níveis mais altos de atividade na amígdala. Cardiomiopatia de estresse: um tipo de infarto Os sintomas clássicos do infarto – pressão intensa, peso ou dor no peito – geralmente surgem de um bloqueio em uma artéria coronária que impede que o sangue chegue ao mús- culo cardíaco. Mas na década de 1990, médicos japoneses começaram a descrever um tipo diferente de infarto que não envolvia uma artéria bloqueada. Normalmente, o músculo cardíaco assume uma aparência incomum durante um desses episódios. A ponta do ventrículo esquerdo (a principal câmara de bombeamento do coração) infla, enquanto a base se contrai. Como a aparência lembra a de um takotsubo, uma armadilha japonesa para capturar polvos, a condição inicialmente assumiu esse nome. Mais recentemente, a doença foi apelidada de cardiomiopatia de estresse – ou mais informalmente, síndrome do coração par- tido, porque muitas vezes é desencadeada por uma experiên- cia física ou emocional intensa, como um acidente de carro, uma doença grave, um episódio de violência doméstica, más notícias (p. ex., um diagnóstico de câncer), uma grande perda financeira ou a morte de um ente querido. Não está totalmente claro por que o coração assume essa forma peculiar. Mas os médicos acreditam que a onda de hormônios do estresse essencialmente atordoa o músculo cardíaco, alterando as células e impedindo que o ventrículo esquerdo do coração se contraia de forma eficaz. Os sinto- mas são indistinguíveis de um infarto típico. Mais de 90% dos casos relatados ocorrem em mulheres de 58 a 75 anos. O tratamento geralmente inclui medicamentos conhecidos como betabloqueadores e inibidores da ECA, que às vezes são tomados mesmo após o desaparecimento dos sintomas, com a ideia de que esses medicamentos podem moderar os surtos de hormônios do estresse. É possível – mas não com- provado – que a meditação ou outra técnica de relaxamento possa ajudar a prevenir a recorrência. 10Versão em inglês de Harvard Health Publishing, copyright 2020. Tradução criada e cedida como cortesia por Essentia Group. | Gerenciamento do estresse A redução do estresse pode retardar o envelhecimento? Os telômeros são estruturas nas extremidades dos cromossomos que protegem as informações genéticas de uma célula contra danos. À medida que as células se substituem ao longo da vida de uma pessoa, os telômeros em cada geração de células ficam mais curtos. Eventualmente, essas estruturas se tornam muito curtas para a fun- ção de proteção, deixando as células vulneráveis a danos e morte. No entanto, algumas pessoas têm telômeros mais curtos em com- paração com a sua idade cronológica, essencialmente significando que seus corpos estão envelhecendo mais rápido. O estresse parece estar envolvido nessa aceleração: vários pequenos estudos des- cobriram que pessoas com altos níveis de estresse (como pessoas com transtorno de estresse pós-traumático ou pessoas que cuidam de uma criança com doença crônica ou um membro da família com demência) têm telômeros mais curtos, em comparação com contro- les pareados. Pesquisas sugerem que aprender a gerenciar o estresse pode aju- dar a reparar telômeros encurtados. Um estudo piloto descobriu que, após cinco anos seguindo o programa do Dr. Dean Ornish, que inclui uma dieta com baixo teor de gordura, exercícios, redução do estresse e apoio social, 10 participantes mostraram um alongamento médio de 10% dos seus telômeros – versus um encurtamento de 3% em 25 pessoas que não seguiram o programa. Além disso, houve um efeito “dose-resposta”, o que significa que quanto maior o grau de mudanças saudáveis no estilo de vida que os participantes fizeram, maiores foram os aumentos no comprimento dos telômeros. Há também indícios de que a atividade da telomerase (uma enzima que mantém o comprimento dos telômeros) aumenta com o trei- namento da atençãoplena e diminui com o estresse crônico e a obesidade. Um estudo separado, publicado no Journal of American College of Cardiology em 2019, encontrou maior atividade da amígdala em pessoas com status socioeconômico mais baixo (uma fonte conhecida de estresse), que também foi associada à mesma cascata de aumento da inflamação, danos nas arté- rias e problemas relacionados ao coração. Em algumas pessoas vulneráveis, o estresse mental pode até causar espasmos súbitos nas artérias coro- nárias – pelo menos em experimentos de laborató- rio quando pessoas com doenças cardíacas existen- tes são solicitadas a fazer equações complexas. Um espasmo súbito pode bloquear o fluxo sanguíneo para parte do coração, causando dor no peito ou até mesmo um infarto. Além desses efeitos diretos, o estresse pode cau- sar danos indiretos ao levar a uma constelação de comportamentos que não são bons para o coração. Exemplos óbvios incluem fumar, deixar de se exerci- tar e ter uma dieta repleta de sal, gordura saturada e carboidratos refinados. Se o estresse contribui para a insônia ou a falta crônica de sono adequado, essa é outra maneira de afetar o sistema cardiovascular. O gerenciamento do estresse pode ajudar? Sim. A evidência mais forte para os benefícios do gerenciamento do estresse vem de estudos de doenças cardíacas. Um estudo patrocinado pelo Medicare [seguro de saúde gerido pelo governo americano], publicado no American Heart Journal, examinou dois programas reconhecidos nacional- mente – o Cardiac Wellness Program do Benson- Henry Institute for Mind Body Medicine e o Dr. Dean Ornish Program for Reversing Heart Disease. Ambos os programas visam melhorar a saúde do coração por meio de modificações no estilo de vida, incluindo controle do estresse, exercícios e acon- selhamento nutricional. Para efeito de comparação, os pesquisadores também acompanharam pessoas que receberam reabilitação cardíaca tradicional, sem o trabalho mente-corpo. No final do estudo de três anos, os participantes dos dois programas mente-corpo (todos com doenças cardíacas no início do estudo) perderam peso, redu- ziram seus níveis de pressão arterial, melhoraram os níveis de colesterol e relataram maior bem-estar psi- cológico. Ambos os programas também pareceram melhorar a função cardíaca. Além disso, o grupo do programa Benson-Henry também apresentou taxas de mortalidade mais baixas e menos propensão de hospitalização devido a problemas cardíacos, em comparação com os controles. Mesmo depois de sofrer um infarto ou uma cirurgia cardíaca, o gerenciamento do estresse pode ajudar a reforçar os benefícios da reabilitação cardíaca (um programa supervisionado para ajudar as pessoas a se recuperarem após um evento desse tipo). Em um estudo de 2016 publicado na Circulation, os pesqui- sadores compararam três grupos de pacientes car- díacos. Um grupo optou por não participar da reabi- litação cardíaca. Um segundo grupo fez reabilitação cardíaca por 12 semanas e um terceiro fez reabilita- ção cardíaca + gerenciamento de estresse – especi- ficamente, um programa de sessões semanais de 90 minutos que incluiu discussões em pequenos gru- pos e treinamento de redução do estresse, habili- dades de enfrentamento e técnicas de relaxamento. Após três anos, aqueles no programa combinado tiveram uma taxa de 18% de eventos cardíacos (infarto, AVC, dor torácica recorrente que requer hospitalização e morte) – contra 33% naqueles em reabilitação padrão e 47% naqueles que optaram por não fazer a reabilitação cardíaca. Outro estudo, publicado no Scientific Reports, sugere que um programa chamado redução do 11Versão em inglês de Harvard Health Publishing, copyright 2020. Tradução criada e cedida como cortesia por Essentia Group. | Gerenciamento do estresse estresse baseado em mindfulness (veja “O que é redução do estresse baseado em mindfulness?” na página 29) demonstrou poder melhorar a depres- são, o estresse e a ansiedade entre as pessoas que estão se recuperando de um infarto. A mensagem principal é que, embora a reabilitação cardíaca tra- dicional seja eficaz, adicionar abordagens mente- -corpo que reduzam o estresse e aumentem a resili- ência pode ser ainda melhor. Pressão alta (hipertensão) O gerenciamento do estresse parece ser especial- mente eficaz para reduzir a pressão alta. A pressão arterial flutua ao longo do dia, aumentando quando você se exercita ou fica chateado e caindo quando você descansa ou dorme. A liberação de hormônios do estresse faz com que seu coração bata mais rápido e sua pressão arterial aumente. Muitas vezes, esse aumento é temporá- rio, e seu batimento cardíaco diminui e sua pressão arterial cai quando um estressor passa. Mas se a resposta ao estresse for acionada repetidamente, a pressão arterial pode permanecer consistente- mente alta. A pressão alta força o coração a bombear com mais força para circular o sangue, o que eventualmente faz com que o músculo cardíaco aumente. No cora- ção, um músculo maior não necessariamente se tra- duz em força adicional. Muitas vezes, o suprimento de sangue para ele não aumenta no mesmo grau e, com o tempo, o coração enfraquece, tornando-se menos eficaz como bomba – uma condição conhe- cida como insuficiência cardíaca. A pressão alta também danifica as paredes das arté- rias de uma forma que promove a aterosclerose. Na verdade, quanto maior a pressão arterial, maior o risco de infarto, insuficiência cardíaca, AVC e até doença renal (veja a Figura 3, abaixo). O gerenciamento do estresse pode ajudar? Sim. Provocar a resposta de relaxamento ajuda a baixar a pressão arterial. Uma variedade de técni- cas são eficazes. Por exemplo, de acordo com uma declaração científica da American Heart Association, vários estudos mostram que a meditação pode redu- zir modestamente a pressão arterial. Um relatório, que reuniu resultados de nove estudos, analisou os efeitos da Meditação Transcendental, uma técnica na qual você repete um mantra – uma palavra, frase ou som – para acalmar seus pensa- mentos e alcançar maior consciência; é uma das Colesterol LDL Aumento da pressão na parede do vaso Aterosclerose Redução do suprimento de sangue para o rim Hormônio liberado aumenta a pressão arterial Néfron A capacidade de filtragem do néfron é prejudicada Rim Renina liberada 4 1 2 3 Figura 3: Pressão alta e danos nos rins O estresse pode contribuir para a pressão alta, preparando o terreno para a aterosclerose e, às vezes, danificando os rins. A pressão alta causa pequenas rachaduras no revestimento das artérias (1). Essas rachaduras atraem depósitos de gordura e plaquetas. À medida que os depósitos se acumulam ao longo das paredes das artérias, o fluxo sanguíneo é dificultado (2). Se as artérias que levam sangue aos rins forem afetadas, o corpo reage produzindo renina, um hormônio que faz com que pequenas artérias conhecidas como arteríolas se estreitem ainda mais (3). Isso inicia um ciclo de pressão arterial ainda mais alta e mais danos nos rins. Com o tempo, o fluxo sanguíneo diminuído pode danificar ou destruir os néfrons, as pequenas unidades de filtragem dentro dos rins (4). Quando isso acontece, o rim não consegue filtrar os resíduos adequadamente. 12Versão em inglês de Harvard Health Publishing, copyright 2020. Tradução criada e cedida como cortesia por Essentia Group. | Gerenciamento do estresse muitas estratégias diferentes que podem evocar a resposta de relaxamento. A análise descobriu que, em média, a meditação transcendental reduziu a pressão arterial sistólica (o primeiro número em uma leitura de pressão arterial) em 4,7 pontos e a pres- são arterial diastólica (o segundo número) em 3,2 pontos, em comparação com outras abordagens, que incluíram educação em saúde, relaxamento ou nenhum tratamento. Praticar a resposta de relaxamento pode até dimi- nuir a quantidade de medicação que você precisa tomar para controlar sua pressão arterial, de acordo com um estudo controladorandomizado realizado em idosos em um programa de oito semanas de téc- nicas de resposta de relaxamento mais outras estra- tégias de gerenciamento de estresse. A ajuda pode ocorrer através do aumento dos níveis de óxido nítrico no sangue (consulte “A resposta de relaxa- mento e óxido nítrico”, abaixo). Outras pesquisas revelaram que quando a pressão arterial cai durante a resposta de relaxamento, os genes que promo- vem a inflamação e a constrição dos vasos sanguí- neos tornam-se menos ativos, enquanto os genes envolvidos no alargamento dos vasos sanguíneos aumentam sua atividade. A resposta de relaxamento e o óxido nítrico As técnicas de resposta de relaxamento podem aumentar a produ- ção de óxido nítrico pelo corpo, uma substância presente nos teci- dos humanos que oferece uma variedade de benefícios à saúde. O óxido nítrico atua como uma molécula sinalizadora. Ele permite que os principais sistemas do corpo se comuniquem, amortece a ativi- dade de certas células imunes e inibe a coagulação do sangue. Um dos seus efeitos mais importantes é dilatar os vasos sanguíneos, o que ajuda a manter a pressão arterial sob controle. Isso não é tudo o que faz. O óxido nítrico também tem propriedades antibacterianas e antivirais. Estimula uma enzima que leva à libera- ção de encelitina, um peptídeo antibacteriano, e encefalinas, com- postos que melhoram o humor, reduzem a percepção da dor e esti- mulam algumas células do sistema imune. Ter níveis suficientes de óxido nítrico pode ajudar a proteger contra micróbios, problemas de saúde como pressão alta e atividade excessiva nos sistemas imune e vascular. Em um estudo, os pesquisadores mediram o consumo de oxigênio e a exalação de óxido nítrico em participantes no início do teste e novamente após oito semanas de treinamento para evocar a res- posta de relaxamento. No final, o consumo de oxigênio diminuiu pro- porcionalmente ao aumento da produção de óxido nítrico nas pes- soas que praticaram a resposta de relaxamento. Um grupo controle não apresentou tal alteração. Problemas gastrointestinais O sistema gastrointestinal (GI) é muito sensível às emoções – especialmente a raiva, a ansiedade, a tristeza e a euforia. Isso não surpreende quando você considera a estreita conexão e semelhanças entre os nervos do cérebro e do intestino. O intes- tino é controlado pelo sistema nervoso entérico, uma rede complexa de cerca de 100 milhões de nervos que supervisiona todos os aspectos da digestão. É fortemente influenciado tanto pelo sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal) quanto pelo microbioma intestinal – um extenso ecossistema de micróbios que habitam seu trato gastrointestinal. Essa conexão íntima entre o cérebro e o intestino ajuda a explicar por que o desconforto estomacal ou intestinal pode ser a causa ou o produto do estresse. Isso é especialmente verdadeiro nos casos em que uma pessoa sofre de distúrbios gastrointestinais sem causa física óbvia. Esses chamados distúrbios gastrointestinais funcionais incluem dispepsia (dor de estômago ou náusea) e síndrome do intestino irritável (SII; um distúrbio comum marcado por dor abdominal intermitente acompanhada de diarreia, constipação ou episódios alternados de ambos). Embora a conexão não seja completamente clara, as pessoas tratadas por distúrbios intestinais funcio- nais geralmente dizem que experimentaram even- tos estressantes antes dos seus sintomas começa- rem. Por exemplo, perder um ou ambos os pais na infância como resultado de morte, divórcio ou sepa- ração tem sido associado a taxas de SII acima da média mais tarde na vida. Estudos mostram que o estresse pode aumentar a secreção ácida do estômago, o que pode levar a azia e inflamação do esôfago e pode desempe- nhar um papel no desenvolvimento de úlceras (ver “Estresse e úlceras”, página 13). O estresse tam- bém pode afetar o movimento e as contrações do trato GI. Mais recentemente, evidências sugerem que fatores psicossociais, como o estresse, podem alterar o microbioma intestinal, fazendo com que os níveis de bactérias benéficas diminuam enquanto cepas de bactérias menos desejáveis se multipli- cam. Consequentemente, a inflamação resultante pode torná-lo mais suscetível a infecções. Além disso, pesquisas sugerem que algumas pes- soas com certos distúrbios gastrointestinais perce- bem a dor mais intensamente do que outras, por- que seus cérebros não regulam adequadamente os sinais de dor do trato digestivo. Em outras pala- vras, o estresse pode fazer com que a dor existente pareça ainda pior. 13Versão em inglês de Harvard Health Publishing, copyright 2020. Tradução criada e cedida como cortesia por Essentia Group. | Gerenciamento do estresse O gerenciamento do estresse pode ajudar? Provavelmente — pelo menos até certo ponto. Uma revisão de 32 estudos mostrou que pessoas com problemas gastrointestinais funcionais [eixo intestino-cérebro] que foram tratadas com aborda- gens de base psicológica tiveram maior melhora em seus sintomas, em comparação com pessoas que receberam tratamento médico convencional. O Instituto Nacional de Diabetes e Doenças Digestivas e Renais [americano] recomenda tentar estratégias de gerenciamento de estresse, como meditação e atenção plena, hipnoterapia, terapia cognitivo-com- portamental (TCC; consulte “Experimente a reestru- turação cognitiva”, página 40) e outras formas de psicoterapia além da terapias tradicionais para SII. Um estudo comparou os efeitos de 10 semanas de técnicas de TCC guiadas por terapeutas online ver- sus estar em uma lista de espera. Um dos objetivos da terapia era quebrar o ciclo negativo que liga com- portamentos de evitação, gravidade dos sintomas e função prejudicada (por exemplo, evitar reuniões de trabalho ou transporte público ao sentir dor abdo- minal por medo de perder o controle intestinal). Embora os efeitos do tratamento fossem pequenos, a TCC fornecida virtualmente pela internet foi de fato eficaz para algumas pessoas. Em um estudo do programa Smart Management and Resilience Training (SMART) do Instituto Benson-Henry (consulte “Melhor saúde através do treinamento de resiliência?” na página 34), pessoas com doença inflamatória intestinal e síndrome do intestino irritável tiveram menos queixas de dor e melhor qualidade de vida. Suas amostras de sangue também mostraram evidências de mudanças na ati- vidade de certos genes que controlam a inflamação. Essas mudanças podem desempenhar um papel na neutralização dos efeitos nocivos do estresse em ambas as condições. Converse com seu médico sobre como adaptar um programa para atender às suas necessidades. Ansiedade e depressão O estresse alimenta emoções negativas como ansiedade e depressão. E, por sua vez, a ansiedade e a depressão podem aumentar os sentimentos de estresse. De um modo geral, a ansiedade está tipi- camente ligada a uma ameaça real ou imaginária que leva ao medo da perda, enquanto a depressão pode ser desencadeada pela própria dor da perda – como uma demissão do emprego, um divórcio ou uma morte. Os médicos costumavam aconselhar as pessoas com úlceras a inge- rir alimentos leves e tentar evitar o estresse. Em seguida, os cientis- tas identificaram a bactéria Helicobacter pylori como uma instigado- ra-chave no desenvolvimento de úlceras pépticas, e os antibióticos tornaram-se a arma de escolha para combatê-las. Agora o racional está voltando ao passado, pelo menos parcialmente. Acontece que muitas pessoas infectadas com H. pylori não desen- volvem úlceras, sugerindo que outros fatores, como estresse, desempenham papéis importantes. Um estudo de 13 anos com mais de 4.000 pessoas descobriu que aquelas que acreditavam que suas vidas eram estressantes eram quase duas vezes mais propensas a ter úlceras. O estresse pode prejudicar a capacidade do corpo de reparar a parede do intestino. Muitos estudos descobriram que o estresse afeta a cicatrização de feridas, o que pode ter implicações para úlceras, mesmo aquelas criadaspor bactérias. Um experimento bem conhecido com estudantes de medicina, por exemplo, descobriu que pequenas incisões feitas no antebraço três dias antes de um exame importante demoravam, em média, 40% mais tempo para cicatrizar do que quando feitas durante as férias de verão. O estresse também pode afetar as úlceras ao desencadear mais secreções estomacais, que aumentam a inflamação e diminuem a capacidade do corpo de tamponar os ácidos estomacais. Estresse e úlceras Mesmo quando uma clara ameaça ao seu bem-estar lhe empurra para baixo, pensamentos ansiosos ou depressivos muitas vezes se transformam em uma série de ameaças percebidas, girando em preocu- pações cada vez mais distorcidas. Um diagnóstico de câncer se transforma instantaneamente em uma sentença de morte. O engarrafamento que fez com que você perdesse uma reunião torna-se uma razão infalível para seu chefe demitir você. Se a ansiedade que sente for grave o suficiente para interferir na sua vida, converse com seu médico ou procure aconselhamento por conta própria. Os sin- tomas podem incluir qualquer um dos seguintes: • preocupação ou medo extremo na maior parte do tempo, ou sentimentos de pânico repetidos • sentimentos irracionais de medo, pavor ou perigo • sintomas físicos frequentes – como agitação, tre- mores, náuseas, ondas de calor e frio, tontura, 14Versão em inglês de Harvard Health Publishing, copyright 2020. Tradução criada e cedida como cortesia por Essentia Group. | Gerenciamento do estresse dores de cabeça, falta de ar ou micção frequente – na ausência de uma explicação racional • pensamentos angustiantes recorrentes e com- portamentos incontroláveis e repetitivos a fim de reduzir a ansiedade desencadeada por esses pensamentos. Da mesma forma, é importante procurar ajuda do seu médico ou profissional de saúde mental se tiver os seguintes sintomas de depressão: • sentimentos prolongados de tristeza ou irritabilidade • perda de interesse em atividades que você gostava • dormir ou comer muito mais ou menos do que o habitual • sentimentos de culpa, inutilidade ou desesperança • sentir-se ansioso e incapaz de ficar parado • dificuldade para se concentrar e tomar decisões Pensamentos recorrentes de morte ou suicídio são sintomas de depressão que exigem atenção profis- sional imediata. O gerenciamento do estresse pode ajudar? Provavelmente. Muitos estudos sugerem que a meditação da atenção plena pode ajudar a aliviar a ansiedade e a depressão, embora os efeitos nem sempre sejam fáceis de documentar. Em um artigo de revisão, os pesquisadores analisaram 19.000 estudos de meditação – um número impressionante – e encontraram apenas 47 que atendiam aos cri- térios rigorosos para um estudo bem projetado. (Muitos estudos não incluem um grupo de controle para comparar com a meditação, e muitas pessoas que se voluntariam para estudos de meditação já estão convencidas dos seus efeitos, então é mais provável que relatem efeitos positivos.) Um relatório de 2017 publicado em Psychiatric Clinics of North America sugere que tanto a redu- ção do estresse baseada em mindfulness quanto a terapia cognitiva baseada em mindfulness podem aliviar os sintomas de depressão e ansiedade em uma ampla gama de pessoas. Pensa-se que a atenção plena é especialmente útil para reprimir a ansiedade, pois pode ajudar a acal- mar os pensamentos distrativos e improdutivos que alimentam a preocupação e a ansiedade, concen- trando a mente no presente de maneira imparcial. O ioga também pode ajudar, embora seja necessário mais estudo. Observe que também é importante procurar acon- selhamento de um profissional de saúde mental licenciado. Depois da avaliação, ele ou ela pode recomendar uma combinação de medicamentos e aconselhamento, bem como um programa mente- -corpo ou outras abordagens de gerenciamento de estresse. Diabetes Aproximadamente um em cada 10 americanos apre- sentam diabetes tipo 2, que geralmente é resultado de obesidade, dieta deficitária e inatividade. Viver com esse problema comum pode ser desafiador, pois as pessoas com a doença precisam pres- tar muita atenção à sua dieta e exercícios. Alguns devem tomar vários medicamentos e testar seus níveis de açúcar no sangue com picadas de dedo várias vezes ao dia. Embora não se acredite que o estresse crônico cause diabetes, ele pode dificultar o controle do açúcar no sangue, um problema que se agrava se você estiver usando comportamentos não saudá- veis para aliviar a pressão (consulte “Respostas sau- dáveis versus não saudáveis ao estresse”, página 22). Manter os níveis de açúcar no sangue dentro de certos parâmetros pode ajudá-lo a prevenir as mui- tas complicações do diabetes, incluindo doenças cardíacas (a causa número 1 de morte em pessoas com diabetes) e nefropatia (lesão ou doença renal). O gerenciamento do estresse pode ajudar? Possivelmente. Um artigo de revisão no Journal of Diabetes Research que reuniu resultados de 25 estudos sugere que o ioga pode ajudar a melhorar o controle de açúcar no sangue, os níveis de lipí- dios (como os níveis de colesterol e triglicerídeos) e a composição corporal, incluindo uma redução na gordura e perda de peso. No entanto, os benefícios do ioga vão muito além da redução do estresse, por isso é difícil desvendar os motivos dessas melhorias. No mínimo, as terapias mente-corpo podem melho- rar a qualidade de vida das pessoas que lidam com diabetes. Um estudo controlado e randomizado de 110 pessoas com diabetes tipo 2, o Heidelberger Diabetes and Stress Study, analisou os efeitos de um programa de redução de estresse baseado em mindfulness de oito semanas que incluiu meditação e um componente destinado a lidar com pensamen- tos e sentimentos difíceis sobre diabetes. Os partici- pantes de mindfulness participaram de uma sessão de reforço após seis meses. Um ano depois, eles estavam com pressão arterial diastólica mais baixa e menos angústia e depressão do que os controles. 15Versão em inglês de Harvard Health Publishing, copyright 2020. Tradução criada e cedida como cortesia por Essentia Group. | Gerenciamento do estresse Um estudo semelhante, conhecido como DiaMind, descobriu que a redução do estresse baseada em mindfulness ajudou a reduzir o sofrimento emocio- nal e melhorar a qualidade de vida em pessoas com diabetes que tinham baixo bem-estar emocional. Quando se trata de controle de açúcar no sangue, não está claro se as técnicas projetadas exclusiva- mente para o gerenciamento do estresse (em oposi- ção ao exercício mente-corpo como ioga) podem aju- dar, embora alguns estudos sejam promissores. Um estudo descobriu que um programa especializado de gerenciamento de estresse projetado para aumentar as habilidades de enfrentamento ajudou as pessoas com diabetes a controlar o açúcar no sangue. Outro artigo revisou ensaios de terapias comple- mentares para o tratamento da síndrome meta- bólica (um conjunto de sintomas associados a um maior risco de diabetes e doenças cardíacas). As descobertas sugerem que as terapias baseadas em meditação podem ajudar a melhorar o controle do açúcar no sangue. No entanto, mais estudos são necessários para determinar se um amplo pro- grama de gerenciamento de estresse pode ajudar as pessoas com diabetes a obter um melhor con- trole da sua doença. Câncer Não existe um só câncer, mas sim muitos tipos de cânceres. O que eles têm em comum é a dis- seminação descontrolada de células anormais. Atualmente, não há evidências que sugiram que o estresse por si só cause câncer. Mas se o estresse crônico pode desempenhar um papel, alterando o microambiente de um tumor e adulterando as defesas imunológicas é uma questão que merece um exame mais minucioso. Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) Imagine que você seja um soldado que voltou de uma zona de guerra e está andando por uma rua da cidade com sua família. Um caminhão vindo em sua direção surge ruidosamente. Antes que você perceba, você já selançou contra seus filhos, derrubando-os no chão para lhes proteger. Como um elástico, a imagem e o som o levaram de volta ao seu treinamento de resposta aos dispositivos explosivos improvisados (IED) em uma zona de combate. Experiências traumáticas muitas vezes marcam a psique. Muitos mili- tares que estiveram em combate sofrem de transtorno de estresse pós-traumático (TEPT; em inglês, PTSD). De acordo com o National Center for PTSD [nos Estados Unidos], 12% dos veteranos das guer- ras no Golfo Pérsico, Iraque e Afeganistão têm TEPT em um determi- nado ano. E até 30% dos veteranos do Vietnã experimentaram TEPT em algum momento. Outros eventos traumáticos – como estupro, agressão física, aciden- tes, desastres naturais, testemunhar atos de terrorismo, viver como civil em uma zona de guerra ou outro local perigoso, perder um ente querido repentinamente ou testemunhar mortes violentas – também podem desencadear TEPT. Cerca de 8% das pessoas na população geral experimentarão TEPT em algum momento das suas vidas, como resultado da exposição a algum tipo de evento traumático. Em alguns estudos, uma permanência prolongada na UTI é respon- sável por 20% de chance de desenvolver TEPT. Durante a pandemia de COVID-19, em que longas permanências na UTI foram comuns, espera-se que o risco de TEPT em sobreviventes seja alto. Os principais sintomas do TEPT incluem: • flashbacks recorrentes, sonhos ou pensamentos intrusivos sobre um evento traumático • afastamento de pessoas e de certas situações • sentir-se emocionalmente entorpecido ou desconectado • evitar lembretes do evento ou dificuldade em lembrá-lo • dificuldade de dormir • ser excessivamente vigilante ou facilmente assustado. No entanto, nem todos que sobrevivem a um evento traumático desenvolve TEPT. As mulheres são mais propensas a desenvolver o transtorno do que os homens, e as diferenças genéticas podem tornar algumas pessoas mais propensas ao problema. Mesmo que sua resposta imediata a um desastre seja extrema, isso em si não é sinal de um distúrbio emocional ou doença mental. Se você foi exposto a um evento traumático, saiba que existem maneiras de ajudá-lo a lidar com ele. Se comunicar com as pessoas e retomar a vida normal pode proporcionar consolo. A atividade física e expressar as emoções enquanto se concentra no futuro podem ser úteis. Estimular a resposta de relaxamento regularmente ou usar outras ferramentas de gerenciamento de estresse também pode aju- dar. Nosso exercício “ponto azul” (consulte “Pontos azuis”, página 28) é um lembrete visual para praticar mini-relaxamentos frequentes quando enfrentar situações que possam desencadear uma reação de estresse e que possam ajudar a mantê-lo mais calmo. Se os sintomas de estresse em resposta a um trauma durarem mais de um mês ou se os sintomas de TEPT atrapalharem sua vida por mais de algumas semanas, procure ajuda de um profissional de saúde mental licenciado. Lembre-se também de que, às vezes, os sintomas não ocorrem até seis meses ou mais após o evento desencadeante. O TEPT afeta muitos veteranos de combate e outros que passaram por eventos traumáticos. Provocar a resposta de relaxamento é uma maneira de ajudar a lidar com o transtorno. 16Versão em inglês de Harvard Health Publishing, copyright 2020. Tradução criada e cedida como cortesia por Essentia Group. | Gerenciamento do estresse Uma teoria sobre como o câncer se desenvolve sugere que mudanças cancerígenas nas células ocorrem com frequência por várias razões, mas o sistema imune reconhece as células como aberran- tes e as destrói. Somente quando o sistema imune se torna ineficaz é que as células cancerosas podem se multiplicar. Como o estresse crônico pode dificul- tar certos tipos de resposta imune, ele pode afetar a capacidade do corpo de impedir a proliferação des- controlada de células cancerígenas. O gerenciamento do estresse pode ajudar? Não sabemos. Um estudo piloto acompanhou 30 homens com câncer de próstata não agressivo em estágio inicial que optaram pela “vigilância ativa” de sua condição em vez de tratamento. Por três meses, os homens experimentaram o programa do Dr. Dean Ornish, que envolve uma dieta saudável com baixo teor de gordura, exercícios, técnicas de redução de estresse e apoio social (que também reduz o estresse e aumenta a resiliência). No final, um onco- logista comparou o tecido de biópsia retirado de cada um dos homens no momento do diagnóstico com uma segunda amostra de tecido coletada após o programa de três meses. Houve grandes mudanças na atividade de vários genes. Um total de 48 genes protetores se torna- ram mais ativos, incluindo o gene “secreted frizz- led-related protein”, que é um supressor de tumor. Adicionalmente, 453 genes que promovem inflama- ção, doenças cardíacas e câncer foram reprimidos, incluindo os genes RAN e SHOC2, que são promo- tores de tumores. Da mesma forma, em 2015, o Benson-Henry Institute for Mind Body Medicine iniciou um estudo de pes- soas com alterações assintomáticas nas células san- guíneas que às vezes progridem para mieloma múl- tiplo (um câncer que afeta as células plasmáticas, um tipo de glóbulo branco que se origina na medula óssea). Algumas alterações genéticas encontradas no mieloma múltiplo parecem ser o oposto das alterações genéticas que ocorrem quando pessoas saudáveis provocam a resposta de relaxamento regularmente. Até a data da publicação desse, os resultados do estudo ainda estavam sendo anali- sados, mas se sugerirem um benefício, um estudo maior poderia ser feito para testar se o uso regular da resposta de relaxamento pode atrasar a progres- são para mieloma múltiplo. Mais estudos são neces- sários para se afirmar que a redução do estresse pode ajudar a prevenir o câncer em geral ou retar- dar seu desenvolvimento. Enquanto isso, o gerenciamento do estresse pode claramente ajudar as pessoas a lidar com alguns dos efeitos emocionais e físicos do câncer. De acordo com o Centro Nacional de Saúde Complementar e Integrativa, EUA, a redução do estresse baseada na atenção plena pode ajudar as pessoas com câncer a se sentirem menos ansiosas, estressadas e can- sadas; reduzir seus distúrbios do sono; e melhorar seu humor. A evidência desses benefícios é mais forte em mulheres com câncer de mama em estágio inicial, que compuseram a maioria dos participantes dos estudos. Pesquisas limitadas também sugerem que o ioga pode melhorar a ansiedade, a depressão e o estresse em pessoas com câncer. Antes de tentar o ioga, no entanto, qualquer pessoa com câncer deve verificar com seu médico para garantir que os aspectos físicos da prática sejam seguros para eles. Finalmente, vários pequenos estudos sugerem pos- síveis benefícios da hipnose e biofeedback para aju- dar as pessoas a lidar com os sintomas do câncer e os efeitos colaterais do tratamento. Asma O estresse claramente desempenha um papel em muitos casos de asma. Normalmente, quando você inspira, o ar passa pelos bronquíolos (pequenas vias aéreas dentro dos pulmões) para os sacos aéreos chamados alvéolos e de lá para a corrente sanguí- nea. Enquanto isso, o sangue que retorna aos pul- mões libera dióxido de carbono, que se acumula nos alvéolos e é puxado de volta pelos bronquíolos para ser expelido quando você expira. O sistema nervoso autônomo, que trabalha com o sistema nervoso simpático para contrair e dilatar os bronquíolos, é altamente sensível ao estresse. A excitação forte – seja por uma ameaça percebida, notícias perturbadoras ou um confronto emocional – pode provocar a constrição dos bronquíolos, o que dificulta a entrada e saída de ar. Como resultado, Terapias mente-corpo e transtorno por uso de opioides A meditação da atenção plena e outras terapias mente-corpo, como ioga, tai chi e imagens guiadas, podem ser ferramentas úteis para lidar com a crise de opioides, de acordo com um estudo publicado no JAMA em 2019. Os pesquisadores revisaram 60 ensaios clínicos randomizados com6.404 pessoas e descobriram que as terapias mente-corpo ajudaram a reduzir a intensidade da dor entre as que receberam opioides prescritos para dor. As técnicas também podem ter um pequeno benefício na redução do uso e uso indevido de opioides e reprimir os desejos de drogas. 17Versão em inglês de Harvard Health Publishing, copyright 2020. Tradução criada e cedida como cortesia por Essentia Group. | Gerenciamento do estresse estresse e emoções intensas, como medo ou raiva, podem desencadear ataques de asma (falta de ar e sibilos) em algumas pessoas com a doença (veja a Figura 4, acima). É claro que estressores físicos, como clima frio e exercícios, podem fazer o mesmo. A extensão do papel do estresse no desenvolvi- mento da asma ainda está sendo debatida. Estresse familiar intenso no início da vida tem sido proposto como um dos vários fatores de risco-chave, embora nenhuma associação clara tenha sido estabelecida. Predisposição genética, exposição a alérgenos (com níveis elevados de certos marcadores de alergia no sangue) e infecções virais também são considera- das importantes. O gerenciamento do estresse pode ajudar? Possivelmente. Em 2016, um artigo publicado no Cochrane Database of Systematic Reviews resumiu os resultados de 15 estudos randomizados de ioga em pessoas com asma. Os autores encontraram algumas evidências de que o ioga pode oferecer pequenas melhorias na qualidade de vida e nos sin- tomas, mas os seus efeitos na função pulmonar e no uso de medicamentos permanecem incertos. Um estudo descobriu que um programa de oito sema- nas de redução do estresse baseado em mindful- ness melhorou o estresse percebido e a qualidade de vida em pessoas com asma mais do que um pro- grama educacional. No entanto, o treinamento de relaxamento não levou a uma melhora mensurável na função pulmonar. Figura 4: Provocando um ataque de asma O estresse pode fazer com que as pequenas vias aéreas dentro dos pulmões, conhecidas como bronquíolos, se apertem. Essa constrição interfere no fluxo de ar para dentro e para fora dos pulmões. Em pessoas propensas à asma, isso pode desencadear chiado, falta de ar e outros sintomas de um ataque de asma. 18Versão em inglês de Harvard Health Publishing, copyright 2020. Tradução criada e cedida como cortesia por Essentia Group. | Gerenciamento do estresse As diferentes faces do estresse Existem fatores comuns subjacentes a muitos tipos de estresse, geralmente refletindo ameaças varia- das – ao seu trabalho, saúde, segurança, finanças, relacionamentos, percepções de outras pessoas sobre você ou amigos e familiares. Em suma, todos nós tememos perder as pessoas e coisas que nos mantêm seguros e felizes. Entretanto, os tipos de ameaças geralmente mudam dependendo da sua idade e responsabilidades específicas. Você sofre bullying na escola? Você está cuidando de um parente idoso ou doente? Você está trabalhando (ou gostaria de estar)? Você está lidando com a perda de um parceiro de longa data? O estresse pode afetá-lo de maneira diferente em diferentes fases da vida. Este capítulo examina alguns dos desafios específi- cos que as pessoas enfrentam em diferentes idades. Adolescência e estresse Como qualquer mãe ou pai pode lhe dizer, os ado- lescentes – e até “pré-adolescentes” – estão sen- tindo os efeitos do estresse em números recordes. De acordo com a pesquisa “Stress in America” da American Psychological Association, questões adul- tas, incluindo assédio sexual e violência armada, são fontes significativas de estresse para a Geração Z (aqueles nascidos entre 2003 e 2010). Assim como seus colegas mais velhos e adultos, eles também estão preocupados com dinheiro e trabalho, bem como com a crise dos opioides. Adolescentes que relatam sentir-se sob estresse muitas vezes experimentam sintomas físicos, como dores de cabeça, dores de estômago e problemas para dormir. Depressão, ansiedade, aumentos no comportamento violento (como atacar os outros fisi- camente) e até mesmo o suicídio também são con- sequências possíveis. A pesquisa descobriu que apenas metade dos membros da Geração Z sente que faz o suficiente para gerenciar seu estresse, e a maioria (73%) diz que poderia ter mais apoio emocional. Enquanto mais da metade respondeu que a mídia social for- nece sentimentos de apoio, cerca de dois em cada cinco relatam se sentir mal consigo mesmos como resultado do uso da mídia social. Um estudo do Instituto Benson-Henry testou a via- bilidade de um currículo de quatro semanas e oito sessões para estudantes do ensino médio, combi- nando exercícios de relaxamento, princípios da psi- cologia positiva e habilidades para ajudar a reconhe- cer e reformular pensamentos negativos. O currículo provocou mudanças positivas na percepção de estresse, ansiedade e comportamentos de promo- ção da saúde, particularmente entre as meninas. Se você é adolescente: • O exercício regular é um ótimo redutor de estresse (consulte “Exercite-se regularmente”, página 35) – e pode ajudar a introdu- zir hábitos saudáveis para a vida. • Imagine o sucesso. Se você tiver um exame chegando, coloque-se na imagem enquanto medita, sentindo o prazer de vencer o teste (consulte “Imagens guiadas”, página 28, para obter dicas). • Ir para a cama e acordar em horários regulares pode ser um desa- fio, mas dormir melhor também ajuda a mantê-lo em equilíbrio. • Assim que você começar a se sentir estressado, tente fazer algumas respirações profundas na barriga (consulte “Foco na respiração”, página 25). • Você pode aprender facilmente técnicas de resposta de relaxa- mento (consulte “A resposta de relaxamento”, página 24). Os mini- -relaxamentos levam de 15 a 60 segundos (consulte “Experimente um mini-relaxamento”, página 47). Se você é mãe ou pai: • Lembre-se de que seu comportamento sob estresse afeta seu filho(a) adolescente. Gerenciar seu próprio estresse pode real- mente diminuir a quantidade de estresse que pessoas próximas sentem – ao mesmo tempo que você fornece um excelente modelo a seguir aos seus filhos. • Trabalhe com seus filhos para aprender as ferramentas neces- sárias para parar, respirar, refletir e escolher (consulte a página 42) quando pensamentos negativos fazem com que seu estresse aumente rapidamente (“Sou péssimo em matemática – estou fadado a ser reprovado neste teste ”; “Minha melhor amiga não está respondendo minhas mensagens – ela deve estar furiosa comigo”). Praticar juntos pode ser útil para vocês. • No jantar, dê a volta à mesa pedindo a todos que compartilhem uma coisa boa que aconteceu durante o dia. Prazeres simples, atos gentis e vitórias pessoais se qualificam: “Esqueci de levar o lanche e meu amigo compartilhou o dele comigo” ou “Recebi um A no meu projeto de biografia”. Isso reforça sentimentos positivos. • Esteja atento ao quanto de estresse você transmite para os seus filhos em relação às notas, atividades extracurriculares e planeja- mento da faculdade. Dicas para controlar o estresse na adolescência 19Versão em inglês de Harvard Health Publishing, copyright 2020. Tradução criada e cedida como cortesia por Essentia Group. | Gerenciamento do estresse Trabalho e estresse Os americanos passam longas horas trabalhando. Nas últimas décadas, celulares, teletrabalho e e-mail romperam a barreira entre o trabalho e o lazer. Ameaças frequentes de demissões e fuga de indús- trias para mercados onde a mão-de-obra é mais barata preocupa os trabalhadores. Os empregos dos trabalhadores mais velhos podem ser prejudica- dos por aspirantes mais jovens que são bem versa- dos em novas tecnologias ou simplesmente menos onerosos para uma corporação. Mais recentemente, preocupações com o deslocamento de empregos de imigrantes ou robôs – ou demissões em massa decorrentes do COVID-19 – aumentaram essas pre- ocupações. Uma economia instável e polarizada que acentua a diferença de riqueza, aliada ao aumento do custo de vida, também alimenta a ansiedade. Como seu trabalho afeta você?Ele envolve e ener- giza você ou deixa você esgotado? Ele o satisfaz? Você recebe o suporte necessário para trabalhar bem? Quanto controle você tem sobre o seu traba- lho? As respostas são importantes. De acordo com o Women’s Health Study, que incluiu mais de 17.000 profissionais de saúde do sexo feminino, as mulhe- res cujo trabalho é altamente estressante têm um risco 40% maior de doença cardíaca, em compara- ção com suas colegas menos estressadas. Estudos anteriores encontraram tendências seme- lhantes entre os homens: um documentou um risco dobrado de doenças cardíacas recém-diagnostica- das entre aqueles que sentiam que as recompensas recebidas no trabalho não eram proporcionais ao seu esforço. Não importa como avalia seu trabalho, você pode encontrar maneiras de neutralizar a resposta ao estresse sempre que o trabalho a desencadear. Comece experimentando as “Dicas para controlar o estresse relacionado ao trabalho”, à direita. Claro, a falta de um emprego pode ser tão estres- sante quanto trabalhar, ou até mais. Os empregos que as pessoas ocupam geralmente definem seus lugares na sociedade. Como resultado, responder à pergunta frequente “O que você faz?” pode ser pre- ocupante para as pessoas que estão desemprega- das ou aposentadas. Mesmo aquelas que trabalham como donas de casa podem se sentir ansiosas com a situação – lembrando que há as pressões financei- ras de não trabalhar ou trabalhar em um emprego não remunerado. Você pode combater esses estressores de várias maneiras. Lidar com distorções cognitivas e exageros pode ajudá-lo a gerenciar medos realis- tas e irreais (consulte “Tente a reestruturação cog- nitiva”, página 40). Praticar técnicas de relaxamento e auto-nutrição diminuirá seus níveis de estresse. Sites e livrarias estão cheios de conselhos de car- reira, desde identificar o trabalho que você ama até dicas de entrevistas de emprego. Esteja ciente, também, de que existe uma vida além do trabalho onde existem satisfação e oportunidades (consulte “Criatividade, produtividade e lazer”, página 44). Envelhecimento e estresse Será que a sua idade tem algum efeito sobre o estresse? Sim, mas não da maneira que pensa. O chamado paradoxo do envelhecimento constata que pessoas com horizontes de tempo mais limita- dos vivem mais no presente e são mais felizes como resultado. Elas não ficam tão chateadas com as coi- sas como costumavam quando eram mais jovens e simplesmente têm uma melhor aceitação. No Dicas para controlar o estresse relacionado ao trabalho • Inesperadamente pego no trânsito? Em vez de ficar furioso, ligue para o escritório para dizer que está atrasado e termine de ouvir o podcast que havia salvo para mais tarde. • Se um colega de trabalho (ou cliente ou superior) ofender você, em vez de responder na mesma moeda, tente parar, respirar, refletir e escolher (consulte a página 42). • Interrompa as distorções cognitivas antes que elas se tornem um ponto de apoio muito forte. Se o seu chefe não o cumprimentar no corredor, não é necessariamente um reflexo do seu trabalho. Pergunte a si mesmo que outras razões podem existir. Talvez ele ou ela esteja apenas preocupado. • Nos dias em que a tensão aumentar, faça uma pausa de 10 minutos para caminhar ou fazer uma varredura corporal (consulte a página 27). • Você está prestes a participar de uma grande reunião ou fazer uma apresentação importante? Para um alívio rápido, experimente um mini-relaxamento (consulte a página 47). • Pratique técnicas de autocuidado no trabalho e fora dele. Compre flores para sua mesa ou almoce com seus colegas de trabalho favoritos. • Para dicas adicionais, consulte “Use a atenção plena para reduzir o estresse do trabalho”, página 48. Se você está desempregado ou perdeu o emprego recentemente, você tem um tipo de estresse relacionado ao trabalho. Aproveite os muitos programas de gerenciamento de estresse e aprimoramento de resiliência que existem nas comunidades e também online. E obtenha conselhos sobre apoios governamentais e comunitários. 20Versão em inglês de Harvard Health Publishing, copyright 2020. Tradução criada e cedida como cortesia por Essentia Group. | Gerenciamento do estresse Dicas para controlar o estresse em idosos entanto, grandes reveses na saúde e na segurança financeira podem ameaçar esses ganhos. Certamente alguns eventos de vida devastadores, como a morte de um cônjuge ou parceiro, doenças e acidentes, são mais propensos a tocá-lo com o tempo. Doenças mais comuns entre os idosos, como doenças cardíacas, artrite e câncer, são fontes signi- ficativas de dor e incapacidade. Os efeitos colate- rais de medicamentos e outros tratamentos podem ser realidades diárias desagradáveis. Distúrbios do sono também são comuns na vida adulta. Qualquer um ou todos esses podem ser fontes de estresse. Um interesse cada vez menor pelo exercício – ligado, talvez, à osteoporose ou comprometimento da visão, audição, força, energia e equilíbrio à medida que os anos avançam – também pode desenca- dear um ciclo de declínio das habilidades físicas e aumento da fragilidade. Isso é estressante? Basta perguntar a qualquer pessoa que se preocupa que uma caminhada ao ar livre possa terminar em ossos quebrados ou que ache difícil fazer tarefas simples em casa. As pessoas se adaptam, mas a transição pode não ser suave. Felizmente, nem todas essas consequências são inevitáveis e, quando ocorrem, às vezes podem ser revertidas. Depois de identificar as principais fontes de estresse em sua vida, as chances são boas de que você possa superá-las. É possível prevenir ou pelo menos combater o declínio físico e algumas doenças relacionadas à idade por meio de exercí- cios, boa alimentação, medicamentos apropriados e técnicas de controle do estresse. Experimente tam- bém as “Dicas para domar o estresse para adultos mais velhos”, abaixo. Cuidadores e estresse Cuidar dos outros cumpre um contrato social básico de maneiras que podem aproximar gerações e indi- víduos. Certamente, cuidar de um pai idoso ou côn- juge ou parceiro doente é uma atividade digna e muitas vezes satisfatória. Mas não é fácil. Se você está entre os estimados 66 milhões de americanos que atuam como cuidadores, muitas vezes você pode lutar com estresse, bem como exaustão, raiva, culpa, tristeza e outras emoções. Dois terços desses cuidadores são mulheres. A tarefa é especialmente difícil para aqueles da cha- mada geração sanduíche, que estão simultanea- mente cuidando de crianças e pais mais velhos, possivelmente enquanto trabalham fora de casa também. Os cuidadores também podem enfrentar sérias dificuldades financeiras, pois podem precisar • Participe de um programa mente-corpo – programas desse tipo podem ajudar em qualquer idade. Alguns são projetados especificamente para idosos, enquanto outros se concentram em dores crônicas ou doenças específicas, como doenças cardíacas. • Pratique atividade física regular. Se doente, pergunte ao seu médico se você pode se beneficiar de certos tipos de exercí- cios, como o tai chi, que melhoram o equilíbrio. Outras opções incluem ioga na cadeira ou outras aulas de exercícios que podem ser feitas sentado. Todos os tipos de atividade física podem melhorar sua saúde, seu humor e reduzir o estresse. • Se a insônia for uma fonte considerável de estresse, um tipo especial de terapia cognitivo-comportamental projetada para tratar a insônia, chamada TCC-I, pode ajudar. Destina-se a corrigir padrões de comportamento autodestrutivo e pensa- mentos negativos que se fixaram, e que podem roubar-lhe o sono. Atualmente, o American College of Physicians recomenda a TCC-I sobre os medicamentos como tratamento de primeira linha para a insônia. • Junte-se a um grupo de apoio se estiver lidando com luto. • Pense em ter um animal de estimação – com os prós e os con- tras. Vários estudos apoiam os efeitos de redução do estresse de ter um cão, gato ou outro companheiro animal. Mas não se esqueça de levarem consideração os desafios físicos e financeiros. • Se a deficiência for uma fonte de estresse, converse com seu médico, um geriatra, um terapeuta ocupacional ou um membro de apoio sobre envelhecimento a respeito de realizar alguma mudança em sua casa que poderia ajudá-lo a viver de forma mais independente. 21Versão em inglês de Harvard Health Publishing, copyright 2020. Tradução criada e cedida como cortesia por Essentia Group. | Gerenciamento do estresse deixar seus empregos regulares para cuidar de familiares. Enquanto você atende às necessidades dos outros, sua própria sensação de bem-estar pode desapa- recer, especialmente se você não estiver cuidando de si mesmo. Estudos de homens e mulheres res- ponsáveis pelo cuidado de longo prazo de paren- tes mostram taxas mais altas de doença, resposta imune suprimida, cura mais lenta e morte precoce. Além disso, a pesquisa revela que o estresse contí- nuo sofrido por idosos que cuidam de cônjuges com doença de Alzheimer tem um impacto negativo no funcionamento mental do próprio cuidador. Para cuidar dos outros, você precisa de alívio do estresse, apoio e tempo para você e sua família. As “Dicas para domar o estresse do cuidador”, abaixo, podem ajudar. E o estresse em sua vida? Ao longo da vida, as chances são boas de que você sobreviverá a alguns eventos muito estressantes. Você também enfrentará uma gama de estressores diários muito menores. Mas você sequer percebe os efeitos que isso está tendo. A lista de verifica- ção o ajudará a reconhecer os sinais de alerta de estresse pessoais (consulte “Meus sinais de alerta de estresse”, página 23). Quando estiver ciente de como o estresse o faz sen- tir e agir, você pode usar as diversas ferramentas descritas na segunda metade deste relatório para ajudar a conter seus efeitos. Antes de abordar isso, porém, considere se você normalmente escolhe respostas saudáveis ou não ao estresse e descubra mais sobre como a conexão da mente e do corpo pode prejudicá-lo – e ajudá-lo. Dicas para controlar o estresse do cuidador • Técnicas de resposta de relaxamento e técnicas de nutrição (con- sulte “Cuide-se”, página 43) são vitais. Praticá-los com frequência permitirá que você se sinta mais calmo, mais feliz e mais capaz de ajudar os outros. Se for muito difícil encontrar tempo, considere obter ajuda extra com algumas tarefas domésticas. O Eldercare Locator em https://eldercare.acl.gov pode ajudá-lo a encontrar serviços variados para idosos e suas famílias; é administrado pela agência federal, EUA, Administration on Aging. O Rosalynn Carter Institute for Caregiving, em www.rosalynncarter.org, também fornece recomendações para programas de apoio ao cuidador baseadas em evidências. • Proteja sua própria saúde. Pesquisas sugerem que a função imune de cuidadores sofre disfunções devido ao estresse de cuidar dos outros. Aumente sua resistência comendo bem, des- cansando, se exercitando o suficiente e buscando atividades que lhe tragam prazer. Aproveite as pausas necessárias. • Junte-se a um grupo de apoio para conversar sobre frustrações com outras pessoas na sua situação e para obter ideias úteis. É possível encontrar algum apoio aos cuidadores administrado por hospitais, centros de idosos e grupos comunitários. • A assertividade combinada com habilidades de reestruturação cognitiva pode ajudá-lo a compartilhar o trabalho, em vez de assumir tudo sozinho. Explique aos outros membros da família o que precisa ser feito e que tipo de ajuda seria melhor. Se ninguém oferecer ajuda, peça. Vincular quem pode dar uma mão ficou muito mais fácil com novos sites e aplicativos que ajudam amigos, familiares e comunidades a coordenar os cuidados. Dois exemplos de sites úteis são CaringBridge (www.caringbridge.org) e Lotsa Helping Hands (www.lotsahelpinghands.com). • Quando alguém oferecer ajuda, aceite. Mantenha à mão uma lista de pequenas tarefas que as pessoas podem fazer, como ligar regularmente, preparar uma refeição, fazer compras, etc. Você pode distribuir tarefas ou pedir às pessoas que marquem o que podem fazer. • Aceite que as circunstâncias mudam rapidamente. Reavalie periodicamente o que você pode oferecer e qual assistência você precisa. Se estiver ficando muito difícil atender a certas necessi- dades, peça ajuda aos membros da família ou considere outras opções, como contratar cuidadores pagos para realizar essas tarefas. Consulte um gerente de cuidados geriátricos (www.agin- glifecare.org) ou assistente social para obter ajuda. Se necessário, considere alguma mudança residencial que o ajude a atender às suas necessidades e as do seu ente querido. • Pratique a autocompaixão; considere aprender a meditação da bondade amorosa (consulte a página 43), que, se praticada regu- larmente, pode reduzir o estresse do cuidador. • Acentue sua conexão espiritual, seja com Deus, com a comuni- dade ou com a natureza. • Lembre-se de que você está fazendo isso não apenas por obriga- ção. Ao se concentrar no amor que sente pelo seu ente querido, você pode ajudar a diminuir o estresse quando as coisas se tornam muito frustrantes. http://www.rosalynncarter.org http://www.caringbridge.org http://www.lotsahelpinghands.com http://www.aginglifecare.org http://www.aginglifecare.org 22Versão em inglês de Harvard Health Publishing, copyright 2020. Tradução criada e cedida como cortesia por Essentia Group. | Gerenciamento do estresse Respostas saudáveis versus não saudáveis ao estresse Você provavelmente tem suas próprias maneiras de lidar com momentos estressantes. Algumas podem ser saudáveis, como ligar para um amigo, ganhar uma massagem ou deitar-se na cama mais cedo do que o habitual. Outras podem não ser tão úteis. Com demasiada frequência, as pessoas se automedicam ou recorrem a outros comportamentos não saudá- veis na tentativa de aliviar a pressão. Elas podem fazê-lo de várias maneiras. Estes são alguns exem- plos de respostas menos saudáveis ao estresse: • assistir a intermináveis horas de TV • afastar-se de amigos ou parceiros ou, inversamente, adotar uma vida social frenética para evitar enfrentar problemas • comer demais; ganhar peso • alimentação insuficiente; perda de peso • dormir demais • beber muito álcool • atacar os outros de maneira explosiva emocionalmente ou fisicamente • começar a fumar ou fumar mais do que o habitual • tomar drogas ilegais ou perigosas • tomar medicamentos prescritos ou de venda livre que prometem algum tipo de alívio, como pílulas para dormir, relaxantes musculares ou pílulas anti-ansiedade. Tornar-se consciente de como você normalmente lida com o estresse pode ajudá-lo a fazer escolhas saudáveis. Se você normalmente procura alimentos açucarados, por exemplo, pode ligar para um amigo. Estudos sugerem que nutrir laços sociais pode não apenas aliviar o estresse, mas também proporcionar benefícios à saúde – sem calorias! Gênero e estresse A fisiologia da resposta ao estresse é semelhante para todos. Mas alguns pesquisadores acreditam que você experimentará e responderá ao estresse de maneiras distintamente diferentes, dependendo de ser mulher ou homem. Pesquisas comunitárias realizadas em muitos países revelam que as mulheres relatam consistentemente maior angústia do que os homens. Um estudo com cerca de 1.100 adultos americanos publicado no Journal of Personality and Social Psychology des- cobriu que as mulheres eram mais propensas do que os homens a experimentar estresse contínuo e sentir que suas vidas estavam fora de controle. De acordo com uma pesquisa nacional da American Psychological Association, mais mulheres do que homens dizem que estão sob muito estresse. Também preocupante, 49% das mulheres pesqui- sadas relataram que seu estresse aumentou nos últimos cinco anos, em comparação com 39% dos homens. Algumas pesquisas interessantes sugerem que mulheres e homens também tendem a lidar com situações estressantes de maneiras diferentes. Uma equipe de psicólogosda UCLA publicou um estudo em Psychological Review que descobriu que as mulheres são menos propensas a brigar ou fugir quando confrontadas com estressores. Em vez disso, elas provavelmente buscarão apoio, cuidando e sendo amigas – “tend and befriend”. Cuidar é um comportamento de nutrição projetado para proteger a prole. Na busca de apoio, a amizade é importante para a manutenção de conexões sociais. Os pesquisadores acreditam que os hormônios sexuais e o hormônio hipofisário ocitocina são parcialmente responsáveis por essas diferenças e sugerem que o comportamento pode ter trazido vantagens evolutivas para as mulheres, fortale- cendo o vínculo carinhoso entre uma mãe e seu filho. A ocitocina também diminui a ansiedade, induz ao relaxamento e pode aumentar a confiança – pos- sivelmente encorajando um impulso de procurar os outros quando angustiadas. É intrigante especular se cuidar e fazer amizade pode ter consequências positivas para as mulhe- res. Afinal, as conexões sociais são fundamentais para reduzir os efeitos prejudiciais do estresse e aumentar a resiliência. Curiosamente, os efeitos da Em pesquisas, mais mulheres do que homens relatam que suas vidas estão fora de controle. Mas elas também tendem a lidar melhor, entrando em contato com os amigos com mais frequência – um comportamento conhecido como “busca de apoio’’ ou “cuidar e ser amiga” (tend and befriend). 23Versão em inglês de Harvard Health Publishing, copyright 2020. Tradução criada e cedida como cortesia por Essentia Group. | Gerenciamento do estresse ocitocina são aumentados pelos hormônios sexuais femininos e diminuídos pelos hormônios sexuais masculinos. Mas os machos que receberam ocito- cina intranasal em experimentos mostraram maiores respostas de confiança em um jogo econômico. Especialistas também dizem que pode haver uma desvantagem para a ocitocina. Embora construa confiança e carinho dentro de um grupo, pode aumentar a suspeita e provocar tensão nos relacio- namentos com pessoas de fora do grupo. Alguns especialistas sugerem que o papel da ocitocina na promoção de relacionamentos positivos e no alívio do estresse depende das circunstâncias sociais. Por exemplo, a ocitocina reforçará seu vínculo com alguém em seu próprio grupo ou comunidade, mas pode não aumentar a confiança com um estranho de outro grupo. Outras variáveis, como sexo e histórico psicológico, também podem desempenhar um papel em como a ocitocina afeta os relacionamentos. Mais pesquisas são necessárias para avaliar a contribuição desses diferentes efeitos na carga de estresse. Independentemente do seu sexo, vale a pena pra- ticar técnicas de redução de estresse, orientando suas respostas a ele em direções mais saudáveis. Sinais de alerta do estresse Ser capaz de reconhecer quando você está se sentindo estressado pode ajudá-lo a neutralizar rapidamente uma resposta insalubre ao estresse. Observe que todos os sinais e sintomas listados nesta tabela podem ser causados por um problema físico subjacente, como uma lesão ou doença. Mas, com exceção de doenças genéticas ou erros inatos do metabolismo, todas as outras condições de saúde podem ser influenciadas pelo estresse. Sintomas físicos ☐ pescoço e ombros apertados ☐ dor nas costas ☐ dificuldades para dormir ☐ cansaço ou fadiga ☐ batimentos cardíacos acelerados ou palpitações ☐ tremores ☐ sudorese ☐ zumbido nos ouvidos ☐ tonturas ou desmaios ☐ sensação de asfixia ☐ dificuldade em engolir ☐ dor de estômago ☐ indigestão ☐ diarreia ou constipação ☐ necessidade frequente e urgente de urinar ☐ perda de interesse em sexo ☐ inquietação Sintomas comportamentais ☐ ranger de dentes ☐ incapacidade de completar tarefas ☐ atitude excessivamente crítica ☐ atitude mandona ☐ inquietude ☐ uso excessivo de álcool ☐ comer emocionalmente ou comer demais ☐ cerrar os punhos ☐ alterações na quantidade de álcool ou alimentos consumidos ☐ começar a fumar ou fumar mais do que o habitual ☐ maior desejo de estar com os outros ou se afastar deles ☐ ruminação (falar ou pensar frequentemente sobre situações estressantes) Sintomas emocionais ☐ choro ☐ irritabilidade ☐ temperamento rápido ☐ raiva ☐ tédio ☐ nervosismo ☐ ansiedade ☐ falta de sentido na vida e nas atividades ☐ solidão ☐ infelicidade sem causa clara ☐ depressão ☐ sensação de impotência para mudar as coisas Sintomas cognitivos ☐ preocupação contínua ☐ concentração deficitária ☐ problemas para lembrar das coisas ☐ perda de senso de humor ☐ indecisão ☐ falta de criatividade ☐ dificuldade de pensar com clareza Outros sintomas 24Versão em inglês de Harvard Health Publishing, copyright 2020. Tradução criada e cedida como cortesia por Essentia Group. | Gerenciamento do estresse A resposta de relaxamento No final da década de 1970, o cardiologista Herbert Benson lançou uma pesquisa histórica sobre os perigos do estresse para a saúde e o potencial de autocura do corpo. O Dr. Benson, diretor emérito do Benson-Henry Institute for Mind Body Medicine e editor médico original deste relatório, cunhou o termo “resposta de relaxamento” para descrever a mudança fisiológica profunda no corpo que com- bate a resposta ao estresse. Aprender a evocar uma resposta que melhora a saúde é uma característica central do gerenciamento do estresse e uma das fer- ramentas que você pode usar para promover a resili- ência. (Outras estratégias importantes de construção de resiliência são descritas no próximo capítulo.) Induzindo a resposta de relaxamento Dois passos simples. Isso é tudo o que é neces- sário para provocar a resposta de relaxamento. Experimente estes dois passos sempre que se sen- tir estressado para recuperar a sensação de calma e paz. Passo 1: Escolha um foco calmante. Bons exemplos são sua respiração, um som (“Om”), uma oração curta ou uma palavra (como “relaxe” ou “paz”) ou frase positiva (“respirando calmamente, expirando tensão”; “estou relaxado”). Repita isso em voz alta ou silenciosamente enquanto inspira ou expira. Passo 2: Solte-se e relaxe. Não se preocupe com o que você está fazendo. Ao perceber que sua mente está divagando, simplesmente respire fundo ou diga a si mesmo “pensando, pensando” e gentilmente retorne sua atenção ao seu foco. A resposta de relaxamento freia as mudanças bio- lógicas que nos descontrolam. Ao dedicar 10 a 20 minutos diários para praticar técnicas que provo- cam a resposta de relaxamento, você pode ajudar a reduzir os efeitos cumulativos do estresse em seu corpo. Várias mudanças fisiológicas ocorrem durante a res- posta de relaxamento. Os batimentos cardíacos e a respiração diminuem. O corpo usa menos oxigê- nio e o sangue flui mais facilmente por toda a rede circulatória de veias e artérias. Os níveis de lactato no sangue, que alguns pesquisadores acreditam estar ligados a ataques de ansiedade, diminuem acentuadamente. Você também pode provocar a resposta de relaxa- mento de muitas outras maneiras, incluindo: • foco na respiração (consulte a página 25) • varredura do corpo (consulte a página 27) • imagens guiadas (consulte a página 28) • meditação da atenção plena (consulte a página 29) • ioga, tai chi ou qigong (consulte a página 30) • oração repetitiva (ver página 31) É claro que essas não são as únicas técnicas que podem ajudá-lo a obter a resposta de relaxamento. O crucial é que o método escolhido consiga inter- romper o fluxo de pensamentos cotidianos, permi- tindo que você se concentre em uma palavra, frase, oração ou atividade repetitiva. Depois de aprender essas técnicas, você pode praticá-las regularmente em quase qualquer lugar. Nenhum equipamento especial ou instrutor especializado é necessário, embora muitas pessoas achem úteis programas mente-corpo, sites de respostas de relaxamento, aplicativos e CDs e aulas de meditação ou ioga à medida que aprendem uma nova técnica (consulte “Recursos”, página 52). Relaxando o cérebro Um pequeno estudo de cinco pessoas usou ressonânciamagnética funcio- nal (fMRI) para mapear as partes do cérebro que estão ativas durante as sessões de meditação que induzem a resposta de relaxamento. Embora a atividade cerebral geral tenha diminuído, os sinais aumentaram em áreas do cérebro envolvidas na atenção, bem como na excitação e no controle do sistema nervoso autônomo. Isso sugere que a meditação induz um relaxa- mento profundo, mas desencadeia intensa atividade neural por causa da vigilância necessária para impedir que a mente divague. A pesquisadora de neuroimagem Sara Lazar, do Massachusetts General Hospital, também mostrou em estudos de ressonância magnética que partes do córtex frontal do cérebro que são importantes no controle do estresse são mais espessas em meditadores experientes que regular- mente provocam a resposta de relaxamento por meio da meditação da atenção plena (mindfulness). Lazar e seus colegas agora suspeitam que essa mudança estrutural pode ajudar os meditadores a retardar o enve- lhecimento normal. Pesquisas de acompanhamento descobriram aumentos na massa cinzenta após apenas oito semanas de um programa de redução de estresse base- ado em mindfulness que envolveu meditação e um pouco de ioga. As áreas do cérebro que mostraram mudanças estão envolvidas na aprendizagem, memória e regulação das emoções. Melhorias, incluindo diminuição do hor- mônio do estresse cortisol, foram observadas após apenas cinco dias de meditação por apenas 20 minutos por dia. 25Versão em inglês de Harvard Health Publishing, copyright 2020. Tradução criada e cedida como cortesia por Essentia Group. | Gerenciamento do estresse Em vez de escolher apenas uma técnica para obter a resposta de relaxamento, recomendamos experi- mentar várias. Alguns métodos certamente funcio- narão melhor para você do que outros (consulte a Tabela 1, abaixo). Quando o seu favorito não conse- guir envolvê-lo, você terá uma alternativa. E muitas pessoas obtêm os melhores resultados combinando várias técnicas. Abraçando uma rotina Se você está tentando perder peso, se exercitar mais ou ensinar seu corpo a relaxar, estabelecer um novo comportamento pode ser um desafio no início. Criar uma rotina para sessões de resposta de rela- xamento ajudará você a manter seu novo compor- tamento. Portanto, é melhor praticar regularmente, uma ou duas vezes por dia. Escolher uma determi- nada hora do dia pode aumentar o senso de ritual, o que permitirá que você pratique com mais facili- dade. Muitas pessoas optam por usar técnicas de relaxamento pela manhã antes do café da manhã, pois pode ser difícil agendar um horário no final do dia. Você escova os dentes todas as manhãs, então use esse hábito como um lembrete para “escovar seu cérebro” também. As evidências sugerem que quanto mais regularmente você usar essas técnicas, melhor será o resultado. Almeje pelo menos 10 a 20 minutos por dia. Você pode fazer isso em uma única sessão ou tentar vários segmentos de cinco minutos espaçados ao longo do dia. Se estiver com pressa, lembre-se de que qualquer tempo gasto para obter a resposta de relaxamento é melhor para sua mente e corpo do que nenhum. Uma opção é praticar técnicas de mini-relaxamento (consulte “Tente um mini-relaxa- mento”, página 47). Tabela 1: Qual seria a técnica para você? Ao praticar regularmente técnicas que provocam a resposta de relaxamento, você cria um espaço de calma para si, conforme a necessidade surgir. Detalhadas neste gráfico, cada técnica pode ser especialmente benéfica em certas circunstâncias, mas pode não ser adequada em outras. MÉTODO DESCRIÇÃO ESPECIALMENTE BENÉFICO PODE NÃO SER ADEQUADO Foco na respiração Concentrar-se na respiração lenta e profunda, desengatando suavemente a mente de pensamentos e sensações que distraem. Se você tem um distúrbio alimentar ou sente reter estresse no estômago, pode ajudá-lo a se concentrar em seu corpo de maneiras mais saudáveis. No caso de problemas de saúde que dificultam a respiração, como doenças respiratórias ou insuficiência cardíaca ou pulmonar. Varredura do corpo Concentrar-se em uma parte do corpo ou grupo muscular de cada vez, assim, liberando mentalmente qualquer tensão física presente no local. Para aumentar sua consciência da conexão mente-corpo. Se você teve uma cirurgia recente que afeta a imagem corporal ou outras dificuldades com a imagem corporal. Imaginação guiada Uso de imagens mentais agradáveis para ajudá-lo a relaxar e se concentrar. Para o reforço de uma visão positiva de si mesmo ou um objetivo que deseja alcançar. No caso de pensamentos intrusivos que dificultam as imagens; se você tiver dificuldade com visualizações. Meditação da atenção plena Respiração profunda enquanto permanece no momento presente, concentrando-se sem julgamento nos pensamentos e nas sensações que vão surgindo. Se pensamentos acelerados dificultam outras formas de meditação. No caso de dificuldade de permanecer 45 minutos (ou mais) recomendados na sessão. Ioga, tai chi e qigong Três antigas artes de exercício consciente que combinam respiração rítmica com uma série de posturas ou movimentos fluidos. Momentos em que sua mente anda muito ativa; sempre que você achar especialmente difícil se acalmar e se concentrar; se você deseja aumentar a flexibilidade e o equilíbrio. Se você não é normalmente ativo ou tem problemas de saúde ou uma condição incapacitante que possa dificultar essas atividades; verifique com seu médico antes de começar. Oração repetitiva Uso de uma oração curta ou frase de uma oração para ajudar a melhorar o foco na respiração. Se a religião ou espiritualidade é significativa para você Se você não é religioso. 26Versão em inglês de Harvard Health Publishing, copyright 2020. Tradução criada e cedida como cortesia por Essentia Group. | Gerenciamento do estresse Foco na respiração O foco na respiração é uma técnica simples para provocar a resposta de relaxamento. O primeiro Figura 5: O que acontece quando você respira Inalação Pulmões Diafragma O diafragma se move para baixo, ajudando os pul- mões a se expandirem com a entrada de oxigênio Oxigênio ingestão Exalação O diafragma retorna para cima, ajudando assim os pulmões a expelir dióxido de carbono Carbono dióxido Aprender a respirar através do abdômen é o primeiro passo para praticar o foco na respiração, uma técnica de gerenciamento de estresse que provoca a resposta de relaxamento. À medida que você inspira, seu diafragma desce, dando aos pulmões o espaço necessário para se expandir. Ao expirar, o diafragma retorna pressionando contra os pulmões, o que ajuda a expelir o dióxido de carbono. Se você está respirando corretamente, você deve sentir seus pulmões se encherem completamente e seu peito e sua barriga se expandirem. passo é aprender a respirar profundamente a partir do diafragma. Observe que essa técnica pode ser desconfortável para pessoas com doenças respira- tórias, insuficiência cardíaca ou ansiedade. A importância da respiração profunda Observe um bebê respirar e você notará que a bar- riga do bebê se expande e se contrai naturalmente a cada respiração. Por outro lado, a maioria dos adul- tos respira apenas superficialmente. Mesmo quando instruídos a respirar profundamente, geralmente enchem apenas a parte superior dos pulmões, de modo que o peito se eleve. Poderiam aprender com os filhos! Quando você respira profundamente – uma prática chamada respiração diafragmática, respiração abdo- minal ou respiração com a barrigal – o ar que entra pelo nariz enche os pulmões de cima para baixo, em vez de apenas a parte superior. Comparada com as respirações superficiais e rápidas que você toma quando o pânico ataca, a respiração profunda é calmante. Experimente por alguns momentos agora. Primeiro, coloque uma mão no peito com os dedos confor- tavelmente separados. Agora coloque a outra mão logo abaixo do umbigo. Ao inspirar e expirar pro- fundamente, você deve notar que a parte inferior da barrigasobe e desce. Quando você respira mais superficialmente – o que parece normal para mui- tas pessoas – apenas seu peito sobe. Despertar sua capacidade inata de respirar até o abdômen permite que você toque em um dos mecanismos calmantes mais fortes do seu corpo. Cada vez que você respira, você aciona o dia- fragma, uma forte camada de músculo que separa o peito do abdômen (veja a Figura 5, à esquerda). Ao inspirar, o diafragma desce pressionando os órgãos abdominais para abrir espaço para a expansão dos pulmões à medida que se enchem de ar. Ao expirar, o diafragma pressiona de volta para cima, ajudando os pulmões a expelir o dióxido de carbono. No caso da respiração superficial, a amplitude de movimento do diafragma fica prejudicada. A por- ção mais baixa dos pulmões – onde residem mui- tos pequenos vasos sanguíneos que são essenciais para o transporte de oxigênio para as células – não chega a receber ar oxigenado completamente, fazendo com que você se sinta ansioso e com falta de ar. Em contraste, a respiração abdominal profunda estimula a troca total de oxigênio – isso é, a troca 27Versão em inglês de Harvard Health Publishing, copyright 2020. Tradução criada e cedida como cortesia por Essentia Group. | Gerenciamento do estresse benéfica do oxigênio que entra pelo dióxido de car- bono que sai. Não surpreendentemente, esse tipo de respiração desacelera os batimentos cardíacos e pode diminuir ou estabilizar a pressão arterial. Praticando o foco na respiração O foco na respiração é bastante simples de fazer: 1. Encontre um lugar confortável e tranquilo para sentar ou deitar e comece a observar sua respira- ção. Primeiro, respire normalmente. Em seguida, tente respirar lenta e profundamente. Imagine o ar entrando pelo nariz movendo-se para baixo, profun- damente em seus pulmões. Deixe seu abdômen se expandir completamente. Agora expire pela boca (ou pelo nariz, se parecer mais natural). Idealmente, a expiração deve ser mais longa do que a inspiração – por exemplo, inspire contando até cinco, depois expire contando até oito. Isso ajuda a impulsionar o sistema nervoso parassimpático, que governa a res- posta de relaxamento. 2. Alterne respirações normais e profundas várias vezes. Preste atenção em como você se sente quando inspira e expira normalmente versus quando respira profundamente. A respiração superficial mui- tas vezes parece tensa e contraída, enquanto a res- piração profunda produz relaxamento. 3. Agora pratique respiração profunda e diafragmá- tica por vários minutos. Coloque uma mão no abdô- men, logo abaixo do umbigo. Sinta sua mão subir cerca de 2,5 cm cada vez que você inspirar e des- cer cerca de 2,5 cm cada vez que você expirar. Seu peito também subirá um pouco, de acordo com seu abdômen. Lembre-se de relaxar a barriga para que cada inspiração a expanda completamente. Depois de seguir os passos acima, você pode pas- sar para a prática regular de foco na respiração. • Sentado com os olhos fechados, combine sua respiração com imagens úteis (como ondas do mar quebrando na praia enquanto você inspira, depois fluindo para o mar novamente enquanto expira) e use uma palavra ou frase de foco para ajudá-lo a relaxar. • Imagine que o ar que você inspira traz paz e calma ao seu corpo. • Ao expirar, imagine que o ar que sai do seu corpo leva consigo a tensão e a ansiedade. • Tente dizer estas frases silenciosamente para si mesmo: “Respirando em paz e calma” na inspiração e “Expirando tensão e ansiedade” na expiração. Inicialmente, 10 minutos de foco na respiração é uma meta razoável. Gradualmente, vá aumentando o tempo até que suas sessões tenham cerca de 15 a 20 minutos de duração. Varredura do corpo Uma varredura do corpo combina o foco da respi- ração e a visualização com o relaxamento muscular progressivo. Isso ajuda você a se tornar mais sintoni- zado com seu corpo e consciente da conexão entre sua mente e corpo. Quase todos nós carregamos tensão desnecessária em nossos músculos, variando o local. Uma pessoa pode estar com o pescoço e ombros apertados, enquanto outra pode sentir como se estivesse com uma faixa de ferro cravada em sua testa. Uma var- redura do corpo pode ajudá-lo a localizar – e liberar – a tensão em seu corpo. Praticando o escaneamento corporal Realizar uma varredura do corpo é bastante simples. Concentre-se em uma parte do seu corpo de cada vez. Ao fazer isso, imagine esse músculo em sua mente. Imagine-o aberto, quente e relaxado. Sinta qualquer tensão derreter. Como guia, use estes pas- sos, que são adaptados do livro “Mind Your Heart” do dr. Herbert Benson e Aggie Casey: 1. Escolha um local confortável para sentar ou deitar, e feche os olhos. Comece com dois minutos de foco na respiração. Respire lenta e profundamente, per- mitindo que seu estômago suba ao inspirar e desça ao expirar. 2. Em seguida, concentre-se no dedão do pé direito. Imagine os átomos em seu dedo do pé e concentre- -se no espaço entre cada átomo. Imagine o dedo do pé aberto, quente e relaxado. 3. Agora mude o foco para cada um dos outros dedos do pé direito, visualizando-os um a um. Mais uma vez, observe as sensações dos dedos e visuali- ze-os abertos, quentes e relaxados. 4. Mude lentamente o foco para o pé, movendo-se mentalmente da ponta do pé para o arco e depois para a parte superior do pé. 5. Agora vá subindo pela perna direita, voltando sua atenção para o tornozelo, panturrilha, joelho, coxa e quadril. Não tenha pressa, passando lentamente em cada área. Para cada parte do corpo, visualize os átomos e o espaço entre esses átomos. Imagine cada músculo se sentindo aberto, quente e relaxado. 28Versão em inglês de Harvard Health Publishing, copyright 2020. Tradução criada e cedida como cortesia por Essentia Group. | Gerenciamento do estresse 6. Deixe sua perna direita relaxar, afundando no suporte do chão. 7. Repita essas etapas, concentrando-se no pé e na perna esquerdos. 8. Em seguida, tome consciência das suas costas. Sente apertada ou tensa? Preste atenção em cada vértebra e no espaço que a envolve. Sinta cada vértebra parecer leve e espaçosa. Lentamente, vá subindo pelas costas, relaxando cada músculo. 9. Gradualmente, passe para o abdômen e o peito. Imagine seus órgãos e o espaço entre eles. Permita sua barriga se tornar leve e aberta. 10. Dê atenção ao polegar direito e depois aos dedos restantes. Visualize cada dedo um por um e, em seguida, passe a atenção lentamente pela mão e pelo braço: relaxe a palma da mão, o pulso, o antebraço, o cotovelo, o braço e o ombro. Sinta seu braço direito relaxar e sentir-se quente, espaçoso e leve. 11. Faça o mesmo com a mão e o braço esquerdos. 12. Pense em seu pescoço e mandíbula. Boceje. Permita que cada parte do seu rosto relaxe através da sua mandíbula, olhos e testa. Passe sua atenção para o topo e a parte de trás da cabeça. 13. Deixe todo o seu corpo se sentir afundar na cadeira ou na cama. Parece leve e relaxado? Concentre-se em sua respiração. Imagine-se respi- rando com calma e paz. Ao expirar, imagine qual- quer tensão restante sendo expelida do seu corpo. 14. Se alguma parte do seu corpo ainda estiver tensa, concentre-se nessa área, liberando a tensão desse ponto enquanto expira. 15. Permaneça em silêncio por alguns minutos, observando como seu corpo se sente leve e espa- çoso. Em seguida, abra os olhos lentamente. Reserve um momento para se alongar, se quiser. Imaginação guiada Planear cenas calmantes por meio de imagens guia- das, ou visualização, pode ser uma maneira pode- rosa de evocar a resposta de relaxamento. As ima- gens que você escolhe — sejam cenas, lugares ou experiências — aumentam sua sensação de calma interior e ajudam a quebrar a corrente do pensa- mento cotidiano. Embora as imagens guiadas sejam frequentemente apontadas como benéficas para pessoas com câncer ou outras doenças, não há estu- dos suficientes que apoiem algumas das alegações de melhoria da saúde. No entanto, foi demonstradoque diminui a dor e os efeitos colaterais de vários medicamentos, incluindo a quimioterapia. Descrições exuberantes de praias arenosas, riachos borbulhantes e campos de flores que ajudam as pessoas a visualizar cenas calmas estão disponíveis gratuitamente ou mediante pagamentos para down- loads, CDs ou vídeos do YouTube. Ou você pode gravar a sua própria. Apenas certifique-se de que as imagens que você escolher lhe acalmam e tenham significado pessoal, porque o exercício não será efi- caz de outra forma. Por exemplo, um campo de flo- res pode ter associações negativas se você sofre de rinite alérgica. Praticando imagens guiadas Antes de iniciar sua sessão de imagens guiadas, encontre um lugar tranquilo para se sentar. 1. Organize seu corpo confortavelmente. Limpe sua mente enquanto respira profundamente e uniforme- mente por vários minutos. 2. Se você não estiver usando uma gravação, evo- que seu próprio refúgio seguro ou especial (talvez uma cabana no lago, uma casa de praia, a cozinha da sua avó ou um jardim) e imagine-se lá. 3. Permita que todos os seus sentidos estejam pre- sentes. Qual o cheiro que lhe chega — pinhas de pinheiro, chuva que cai em solo quente, baunilha na cozinha? O que você ouve e vê? As nuvens ou os pássaros estão passando? Sinta as cores circun- dantes. Concentre-se nos prazeres sensoriais: uma brisa fresca em seu rosto, areia sob os pés ou o cheiro da mata florida. 4. Aceite pensamentos intrusivos passivamente, observando-os, mas não reagindo a eles. Em Pontos azuis Um lembrete visual pode ajudá-lo a reduzir o estresse. Pontos azuis ou etiquetas redondas (bolinhas) adesivas – que você pode comprar em papelarias ou loja de material de escritório – fazem o truque. Onde você deve colocá-las? Qualquer lugar onde seu estresse tende a subir: no painel do carro para momentos de engarrafamento, perto do seu telefone ou computador de trabalho, e talvez na geladeira ou em um armário onde os doces são guardados. Deixe o ponto azul lembrá-lo de parar e respirar, enquanto interrompe os pensamentos negativos ou distorções (veja “Reconhecendo suas distorções”, página 41); ganhe tempo para a resposta de relaxa- mento; converse com um amigo; tente um mini-relaxamento; ou simplesmente se detenha em algumas respirações profundas e cal- mantes até o semáforo ficar verde. 29Versão em inglês de Harvard Health Publishing, copyright 2020. Tradução criada e cedida como cortesia por Essentia Group. | Gerenciamento do estresse seguida, retorne ao seu foco. Pratique por 10 a 20 minutos. (Veja também “Aproveite o poder da sua mente”, página 48, para alguns scripts de imagens guiadas mais longas que você pode tentar.) Meditação da atenção plena (mindfulness) Em nosso mundo agitado, a multitarefa se tornou um modo de vida. Dobramos a roupa enquanto mante- mos um olho nas crianças e outro na televisão. Nós conversamos em nossos celulares enquanto nos deslocamos para o trabalho. Pagamos as contas, comemos um lanche e ouvimos um cônjuge ou par- ceiro reclamar do trabalho, tudo ao mesmo tempo. Mas na pressa de realizar as tarefas necessárias e apagar todos os fogos metafóricos que se acendem diariamente, muitas vezes perdemos nossa cone- xão com a experiência de simplesmente estar no momento presente, atento ao que estamos fazendo e ao que estamos sentindo. Em contraste, a atenção plena, que tem suas raí- zes nas práticas budistas, nos ensina a viver cada momento conforme ele se desenrola. Em vez de fazer malabarismos com as tarefas, você atende a apenas uma de cada vez. Mindfulness é a prática de focar a atenção no que está acontecendo no presente e aceitá-lo sem julgamento. E isso, mui- tos médicos e terapeutas acreditam, pode ser uma poderosa ferramenta terapêutica. A atenção plena geralmente é aprendida através da meditação, um método de regular sua atenção concentrando-se na respiração, em uma frase ou em uma imagem. Os cientistas descobriram os benefí- cios do uso de técnicas de meditação da atenção plena para aliviar o estresse e ajudar a controlar doenças cardíacas e outras condições, como pres- são alta, dor crônica, problemas de sono e dificulda- des gastrointestinais. Muitos terapeutas – particularmente terapeutas cognitivo-comportamentais – recorrem a técnicas de atenção plena para tratar problemas de humor. Estudos descobriram que a meditação da atenção plena pode ajudar a prevenir a recaída em pessoas que tiveram vários episódios de depressão. Outros descobriram que isso afeta os padrões de ativação cerebral. Em um estudo, pesquisadores mediram a atividade elétrica cerebral antes, imediatamente depois e quatro meses após um curso de dois meses de meditação da atenção plena. Eles encon- traram um aumento persistente da atividade no lado esquerdo do córtex pré-frontal, que está associado a emoções alegres e serenas. Além disso, a atenção plena aumenta sua aprecia- ção de experiências simples do dia-a-dia. Ao apren- der a se concentrar no aqui e agora, muitas pessoas que a praticam descobrem que são menos propen- sas a se preocuparem com o futuro ou se arrepen- derem do passado. A meditação da atenção plena também ensina você a se concentrar e depois deixar de lado os pensa- mentos e sensações distrativos que ocorrem. Alguns especialistas na área – como Jon Kabat-Zinn, autor de “Full Catastrophe Living” e fundador da Stress Reduction Clinic na University of Massachusetts Medical Center – acreditam que enfrentar de maneira aberta ao que surge é o primeiro passo em direção à transformação e ao crescimento pessoal (veja também “O que é redução de estresse base- ada em atenção plena?” abaixo). Praticando a meditação da atenção plena Veja como começar com a meditação da atenção plena (mindfulness). 1. Sente-se em uma cadeira de espaldar reto ou com as pernas cruzadas no chão. Concentre-se em um aspecto da sua respiração, como as sensações do ar fluindo pelas narinas e saindo da boca, ou a bar- riga subindo e descendo à medida que você inspira e expira. 2. Depois de trazer sua concentração para você, comece a ampliar seu foco. Torne-se consciente de sons, sensações e ideias. Abrace e considere cada um sem julgamento. 3. Se sua mente começar a correr ou divagar, volte o foco para a respiração. Em seguida, expanda sua consciência novamente. Kabat-Zinn recomenda praticar 45 minutos de medi- tação pelo menos seis dias por semana. Se o tempo for limitado, tente uma sessão de 20 minutos diária. O que é a redução do estresse baseada em atenção plena? A redução do estresse baseada na atenção plena é um programa de oito semanas projetado para ajudar as pessoas a gerenciar o estresse, bem como a ansiedade, a depressão e a dor. O professor da Universidade de Massachusetts Jon Kabat-Zinn, que desenvolveu o programa em 1979, descreveu a base da técnica como “consci- ência sem julgamento momento a momento”. Durante o programa, instrutores certificados ensinam três práticas: meditação da atenção plena, escaneamento corporal e alongamentos simples de ioga. Há reuniões semanais em grupo com duração de 2,5 horas, um retiro de um dia envolvendo sete horas de prática de meditação de atenção plena e tarefas de casa de 45 minutos por dia. 30Versão em inglês de Harvard Health Publishing, copyright 2020. Tradução criada e cedida como cortesia por Essentia Group. | Gerenciamento do estresse Uma abordagem menos formal dessa técnica medi- tativa também pode encorajá-lo a permanecer no presente. Você pode escolher qualquer tarefa ou momento para praticá-la, esteja você comendo, tomando banho, andando, tocando um parceiro ou brincando com um filho ou neto. Atenção nesses três pontos: • Comece com o foco na respiração e volte a ele periodicamente, mantendo-se atento a cada inspiração e expiração. • Prossiga com a tarefa ou experiência em mãos lentamente e com total deliberação, como saborear a doçura de uma única uva-passa. • Envolva totalmente seus sentidos para usufruir de cada sensação.Descascar e comer uma laranja é um excelente exem- plo. Por alguns momentos, concentre-se apenas em sua respiração entrando e saindo de suas narinas. Olhe para a laranja, virando-a em suas mãos. Passe os dedos sobre sua textura irregular e absorva sua cor vibrante e o leve aroma cítrico. Ao descascá-la, envolva totalmente seus sentidos. Observe o leve spray enquanto seus dedos cavam e descascam a pele endurecida e a medula branca e macia. Como é o perfume da laranja e como se sente agora? Você está salivando? Quais são as sensações quando você coloca uma fatia dela na boca e rompe a fina membrana até o centro suculento? Saboreie. Tente não se apressar para chegar na próxima fatia. Desacelere e fique no momento. Antes de engo- lir cada porção da fruta, esteja ciente do desejo crescente de fazê-lo. Em seguida, observe como se sente ao engolir. Ao longo da experiência, per- maneça totalmente consciente. Quanto você está comendo? Como você se sente física e psicologica- mente antes, durante e depois de comer? Ioga, tai chi e qigong Alguns tipos de exercício são especialmente efi- cazes na promoção do relaxamento. Ioga, tai chi e qigong aumentam a flexibilidade e a coordenação, liberam tensão muscular e aumentam a tranquili- dade. Tente incorporar alguma dessas atividades (ou todas). Ioga. Com base na filosofia indiana, o ioga é uma excelente maneira de desenvolver a consciência corporal e provocar a resposta de relaxamento. Os muitos tipos diferentes de ioga compartilham certos elementos básicos: pranayama (exercí- cios respiratórios), meditação e asanas (posturas). Em uma pesquisa de 2012 do National Center for Complementary and Integrative Health, mais de 80% dos praticantes de ioga afirmaram que a prática diminuiu seu estresse. Praticar ioga reduz a resposta simpática e todos os seus efeitos colaterais prejudiciais, ativando a resposta parassimpática com seus efeitos cal- mantes, de acordo com uma revisão de 2017 de 42 estudos de ioga publicados na revista Psychoneuroendocrinology. Outra pesquisa mos- trou que uma única sessão de ioga de 90 minutos pode reduzir níveis de cortisol. Embora a sua prática seja geralmente segura, algu- mas formas (como Ashtanga, Bikram e Jivamukti) são extenuantes e podem não ser apropriadas para todos. Em particular, seria aconselhável que pessoas idosas ou com problemas de mobilidade consultem um médico antes de tentar. Em geral, qualquer forma descrita como Hatha tende a ser gentil. Há também opções de ioga na cadeira e ioga restaurativa, que são boas para pessoas com limitações físicas. Tai chi. O tai chi é uma forma de exercício lenta e fluida que às vezes é descrita como “meditação em movimento”. A prática envolve uma série de movi- mentos coreografados com descrições evocativas, como “agarrar a cauda do pardal” ou “acenar com as mãos como nuvens”. À medida que seu corpo se move, sua mente precisa se concentrar. Mas o tai chi também estimula o relaxamento, o que ajuda a aliviar o estresse. O tai chi tem sido associado a uma série de bene- fícios para a saúde, incluindo melhor equilíbrio, redução da dor e pressão arterial mais baixa. A prá- tica também pode ajudar a reduzir a ansiedade e a depressão, bem como melhorar a autoeficácia e a Ioga, tai chi e qigong são excelentes práticas mente-corpo que ajudam a trazer você para o momento presente e provocar a resposta de relaxamento. Suas práticas também melhoram seu equilíbrio e flexibilidade. 31Versão em inglês de Harvard Health Publishing, copyright 2020. Tradução criada e cedida como cortesia por Essentia Group. | Gerenciamento do estresse função executiva (a capacidade de realizar várias tarefas, gerenciar o tempo e tomar decisões), de acordo com vários estudos. Qigong. Essa antiga arte chinesa combina respira- ção, meditação, exercícios suaves e movimentos fluidos. Qi, ou chi, é a palavra chinesa para a energia vital que acredita-se percorrer o corpo. Qigong visa desbloquear e equilibrar adequadamente o fluxo de qi. Quando praticado regularmente, pode diminuir a pressão arterial, o pulso e a demanda por oxigênio. Esses efeitos são todos componentes da resposta de relaxamento. O qigong também pode melhorar o equilíbrio e a flexibilidade. Oração repetitiva Em todo o mundo, as tradições de fé estão tão pro- fundamente enraizadas quanto variadas. Se essas raízes o ajudarem a se sentir firme, uma oração curta e repetitiva pode ser uma boa maneira de obter a resposta de relaxamento. Quando a vida de oração é significativa, a oração repetitiva pode melhorar a resposta de relaxamento e possivelmente sua saúde também (veja “O poder da oração e de uma vida espiritual ativa”, acima). Para colher os melhores benefícios de uma ora- ção repetitiva como uma pessoa religiosa, é impor- tante acreditar que o seu corpo possui uma capaci- dade inata de se curar e que Deus está com você. Acreditar no poder de cura das abordagens mente- -corpo – e especificamente no poder da oração que você escolheu para ajudá-lo – também ajuda. O poder da oração e de uma vida espiritual ativa Pessoas com uma vida religiosa ativa tendem a permanecer mais saudáveis, viver mais e ser mais felizes, de acordo com vários estu- dos. Por exemplo, um artigo de revisão no Journal of the American Geriatrics Society citou um estudo internacional com cerca de 170.000 homens e mulheres de 14 países que descobriu que a afi- liação religiosa e a frequência aos cultos aumentavam significati- vamente a probabilidade de felicidade e satisfação. Doze anos de dados de 2.800 adultos mais velhos inscritos no Yale Health and Aging Study, relatados no The Journals of Gerontology, mostraram que membros de congregações religiosas tiveram um início mais lento de deficiência física. Outros estudos sobre como a religião afeta a saúde observaram menos hostilidade e ansiedade, pressão arterial mais baixa e melhor qualidade de vida entre as pessoas com fortes crenças. Mas o poder da oração por si só não é fácil de documentar. Um estudo em Annals of Behavioral Medicine revisou pesquisas afir- mando que religião e espiritualidade têm efeitos positivos sobre doenças cardiovasculares e hipertensão arterial. Os investigadores contestaram os resultados, citando vários estudos falhos ou irrele- vantes. E um estudo bem controlado não mostrou nenhum benefí- cio da chamada oração intercessória (na qual alguém reza por um paciente sem o conhecimento do paciente) em pessoas em recupe- ração de cirurgia cardíaca. Ainda assim, a oração claramente oferece consolo e conforto para muitas pessoas. As comunidades religiosas podem fazer parte de uma rede social maior com apoio emocional e assistência prática para as pessoas. Ao reforçar as emoções positivas, a crença reli- giosa pode estimular respostas fisiológicas saudáveis por meio de vias complexas do sistema nervoso, assim como um fluxo constante de pensamentos negativos pode desencadear a reação oposta. E, claro, certas religiões incentivam hábitos saudáveis, como evitar álcool e tabaco. Mantendo esses pontos em mente, escolha uma oração curta favorita da sua fé, ou uma frase dela, para usar como foco quando você precisar da res- posta de relaxamento. Exemplos de orações que podem ser profundamente significativas são: • O Senhor é meu pastor • Ave Maria, cheia de graça • Shemá Israel • InshAllah • Que todos os seres estejam cheios de alegria e paz • Om Mesmo que você não pertença a uma fé religiosa específica – como é o caso de 23% dos america- nos, de acordo com uma pesquisa recente do Pew Forum –, uma oração secular significativa pode ter um lugar no seu repertório de respostas de relaxa- mento. Por exemplo, você pode escolher uma frase, como “Concede-me serenidade”, que faz parte da Oração da Serenidade. 32Versão em inglês de Harvard Health Publishing, copyright 2020. Tradução criada e cedida como cortesia por Essentia Group. | Gerenciamento do estresse Aumentando sua resiliência Por que duas pessoas na mesmasituação — como ao saber que seu voo foi cancelado — podem reagir de maneiras dramaticamente diferentes? Enquanto uma pessoa grita, xinga e bate o pé, a outra para, respira e calmamente reúne informações sobre as outras opções de transporte possíveis. Embora nenhuma das duas tenha o poder de fazer o voo partir conforme programado, ambas podem contro- lar como percebem a situação e como lidam com isso. Seu bem-estar depende tanto da quantidade total de estresse em sua vida (sobre o qual você pode ter pouco ou nenhum controle) quanto da sua capacidade de lidar com ela – ou seja, sua resiliên- cia. Felizmente, você tem um poder enorme para aumentar sua resiliência e expandir seu repertório de enfrentamento, aprendendo a provocar a res- posta de relaxamento e treinando a resiliência. Este capítulo descreve os passos que você pode tomar para desenvolver sua resiliência, incluindo estratégias de autocuidado, como comer bem, fazer exercícios, dormir o suficiente (veja “Como evitar um déficit de sono”, abaixo) e cuidar de si mesmo. Ele também descreve maneiras de mudar a forma como você aborda situações que provocam estresse por meio de reestruturação cognitiva, reformulação de pensamentos negativos e comunicação mais eficaz. Também estão incluídas lições de psicologia posi- tiva para melhorar a vida e estratégias para reforçar sua rede de apoio social. Essas ferramentas podem ajudá-lo a reduzir o estresse e recarregar sua bateria de energia pessoal, completando-a em vez de esgo- tá-la dia após dia, como faz a excitação frequente da resposta ao estresse (consulte “Sua bateria de energia está carregada?” na página 33). Muito provavelmente, você descobrirá que uma combinação de abordagens funcionará melhor. Experimente todas as opções para decidir qual será mais útil para você. O que é resiliência? Simplificando, a resiliência é a capacidade de se recuperar de experiências difíceis ou estressantes. Como você responde ao estresse é determinado por muitos fatores dinâmicos e interativos, incluindo seus genes e a família em que você foi criado. Esses fatores estão embutidos em sua esfera social mais ampla, que é moldada pela cultura, economia e polí- tica, entre outras coisas. Como evitar o déficit de sono Não dormir o suficiente regularmente pode esgotar sua energia física e emocional, deixando-o apático e esgotado. As dicas a seguir podem ajudá-lo a obter de sete a nove horas de sono recomendadas por noite. Dicas diurnas para um bom sono Mantenha uma rotina consistente. Levante-se e vá para a cama no mesmo horário todos os dias da semana. Isso ajudará a definir o ritmo circadiano do seu corpo, ou relógio interno. Exponha-se à luz da manhã. A exposição regular à luz matinal ajuda a manter ajustado o relógio do corpo todos os dias. A luz solar natu- ral mesmo nos dias nublados fornece mais do dobro da intensidade de luz da iluminação interna. Se exercite durante o dia (não nas horas antes de dormir). Isso ajuda a melhorar a qualidade do sono à noite, reduz o estresse e melhora o humor. Limite os cochilos. Se você sentir vontade de tirar uma soneca, tente mantê-la curta – menos de 30 minutos. Evite cafeína à tarde. A cafeína bloqueia os efeitos da adenosina, um neurotransmissor que promove o sono. Dicas noturnas para ajudar no sono Evite todos os eletrônicos pelo menos uma hora antes de dormir. Celulares, tablets e todos os dispositivos eletrônicos tornam mais difícil para o seu cérebro desligar, e a luz (mesmo que fraca) dos dispositivos pode atrasar a liberação do hormônio melatonina, inter- ferindo no relógio biológico. Tente ler um livro ou ouvir música. Reduza a ingestão de álcool. Embora o álcool possa ajudar as pes- soas a adormecer, ele leva a mais problemas de sono à noite. Anote suas preocupações. Se você se sente sonolento, mas seu cérebro está ativo, pensando, fica difícil de dormir. Então, anote num papel as coisas que o estão preocupando. Revise essa lista pela manhã e dê atenção às preocupações pertinentes. Crie um ambiente de sono confortável. Certifique-se de que seu quarto seja fresco, escuro e silencioso e que sua cama e travesseiros sejam macios (ou firmes, se preferir) e confortáveis. Não passe muito tempo na cama se estiver acordado. Se você está tendo problemas para dormir ou permanecer dormindo, não fique na cama por mais de 20 minutos. Saia da cama e faça uma atividade silenciosa – leia um livro, escreva em um diário ou dobre algumas roupas – longe do seu quarto. 33Versão em inglês de Harvard Health Publishing, copyright 2020. Tradução criada e cedida como cortesia por Essentia Group. | Gerenciamento do estresse Crescer em um ambiente cercado por pessoas amo- rosas, emocionalmente responsivas, consistentes e confiáveis pode ajudar a desenvolver a resiliên- cia. Nessas situações seguras, as crianças são mais propensas a aprender habilidades de resiliência (como regular suas emoções, acalmar-se e manter relacionamentos próximos com outras pessoas) em comparação com crianças que crescem em ambien- tes caóticos e imprevisíveis que criam insegurança, relações instáveis com os cuidadores. No entanto, mesmo as pessoas que acham as situ- ações desafiadoras opressivas e são propensas a reagir exageradamente ao estresse (em virtude de seus genes, uma infância difícil ou uma combinação de fatores) ainda podem aprender a ser adultos resi- lientes. As seções a seguir mostram como. Mude sua mentalidade Na maioria das vezes, as pessoas falam de estresse como uma coisa ruim. Entretanto, como explicado no primeiro capítulo, às vezes pode ser algo bom. Algumas pessoas prosperam com o estresse, achan- do-o energizante e excitante. É possível modificar sua resposta ao estresse, de modo que você extraia força dele em vez de deixá-lo esgotado? Algumas pesquisas sugerem que a resposta é sim. Em um estudo da Universidade de Columbia, pes- soas que iam para uma entrevista de emprego simu- lada assistiram um de dois vídeos sobre estresse. Um grupo assistiu um vídeo com um aviso terrí- vel: “A maioria das pessoas sabe que o estresse é negativo... mas pesquisas mostram que o estresse é ainda mais debilitante do que você imagina.” O segundo grupo assistiu um vídeo com uma mensa- gem surpreendente: “A maioria das pessoas pensa que o estresse é negativo... mas, na verdade, pes- quisas mostram que o estresse é otimizador”. Esse vídeo continuou explicando que o estresse pode lhe beneficiar com a concentração para melhorar seu desempenho, dar estímulo e salientar as experiên- cias marcantes que o ajudam a aprender. Ambos os grupos experimentaram a entrevista simulada como estressante – uma reação que foi virtualmente garantida pelas críticas duras que os entrevistadores compartilharam, independente- mente do que os participantes realmente disseram ou fizeram. Como resultado, ambos produziram quantidades semelhantes de cortisol, o hormônio do estresse, medido através da saliva imediata- mente depois. Mas o segundo grupo tinha níveis mais altos de outro hormônio chamado DHEA, que aumenta a recuperação dos efeitos do cortisol. O Sua bateria está carregada? A energia é um recurso renovável. Imagine que você tem uma bate- ria de energia pessoal que se recarrega ou se esgota à medida que sua vida se desenrola. Muito estresse pode esgotá-la, se você não estiver tomando medidas de gerenciamento. Você dá tempo sufi- ciente para recarregar sua bateria – ou você está frequentemente funcionando à meia-carga? Veja nossos exemplos e tente fazer suas próprias listas. Na primeira vez, não se surpreenda se a lista da esquerda for maior que a da direita. RETIRADAS (que drenam sua energia) • Não dormi o suficiente na noite passada; sentindo-me mais ou menos, mas tinha que começar a trabalhar • Discussão com meu filho adolescente antes de sair de casa • Dia de trabalho agitado • Almocei em 10 minutos na minha mesa • Problema de encanamento em casa • Briguei com meu parceiro sobre o encanador •Não consegui sair para passear – estava chovendo de qualquer maneira! • Fui pego no engarrafamento • Corri para casa depois de alguns afazeres para fazer o jantar + DEPÓSITOS (que carregam sua bateria) • Fui dormir cedo várias noites esta semana, então estou me sentindo descansado • Tive a chance de fazer exercícios respiratórios • Meu chefe me elogiou por um trabalho bem feito • Passei 15 minutos da minha hora de almoço caminhando • Falei com um amigo por telefone e marquei um encontro para um filme neste fim de semana • Fiz um mini-relaxamento no tempo que meu computador leva para iniciar • Comecei um novo romance que queria ler • Tentei reduzir o estresse enquanto estava preso no trânsito • Tive um jantar saboroso com legumes e ervas frescas Sentindo-se recarregado? Parabéns! Continue recarregando sua bateria de energia regularmente para combater o estresse. Sentindo-se esgotado? Tente se organizar mais para depósitos e menos para retiradas. Você ficará surpreso com o quanto algumas pequenas mudanças podem fazer por você. Vá para “Seu guia portá- til para aliviar o estresse” (consulte a página 45) para escolher estra- tégias simples para aliviar o estresse. Você está enfrentando grandes estressores? Combinando várias ferramentas e técnicas de redução de estresse – provocando regu- larmente a resposta de relaxamento, aplicando melhores habilida- des de comunicação e reestruturação cognitiva (consulte “Tente a reestruturação cognitiva”, página 40) e encontrando maneiras de nutrir corpo e mente (consulte “Cuide-se”, página 43)—será muito útil. Comprometa-se com as coisas que você mais valoriza, especial- mente relacionamentos amorosos e hábitos saudáveis. fator distintivo entre a primeira resposta e a segunda foi simplesmente qual vídeo de três minutos um par- ticipante tinha assistido e, portanto, a mentalidade do participante ao entrar na entrevista. 34Versão em inglês de Harvard Health Publishing, copyright 2020. Tradução criada e cedida como cortesia por Essentia Group. | Gerenciamento do estresse Aproveitando as vantagens do estresse Mudar sua mentalidade não significa ter uma visão de mundo de Pollyanna. A chave não é negar o estresse, mas reconhecê-lo – e então encontrar o lado positivo, porque uma resposta de luta ou fuga a todo vapor não é a única reação possível a ele (pelo menos quando o estresse não envolve uma situa- ção potencialmente fatal). Em pessoas com uma mentalidade mais resistente ao estresse, a resposta a ele é muitas vezes tempe- rada com a resposta ao desafio, o que explica a cha- mada experiência de excitação e prazer que algu- mas pessoas têm em situações estressantes, como paraquedismo. Como a resposta típica ao estresse, a resposta ao desafio também afeta o sistema car- diovascular, mas em vez de contrair os vasos san- guíneos e aumentar a inflamação em antecipação a feridas, ela permite o fluxo sanguíneo máximo, assim como o exercício. O equilíbrio dos hormônios também é diferente, incluindo mais DHEA. Outra modificação na resposta ao estresse é cha- mada de “cuidado e amizade”, mencionada ante- riormente (consulte “Gênero e estresse”, página 22). Isso explica por que, após tiroteios em massa ou desastres naturais, as pessoas sentem a neces- sidade de contatar amigos e parentes na comuni- dade – para assegurar-se de que os entes queridos estejam bem, confortar os angustiados ou enlutados e fortalecer as relações sociais. Conectar-se dessa maneira realmente ajuda a reduzir o estresse em vez de, digamos, assistir a um ciclo interminável de cobertura jornalística na TV. Isso porque cuidar e fazer amizade também envolve diferentes equilí- brios de hormônios – em particular, níveis aumen- tados de oxitocina, que aumentam o vínculo entre mãe e filho ou entre parceiros sexuais, por exemplo. Isso torna os centros de recompensa do cérebro mais responsivos ao contato social e é uma parte importante da resiliência. Sair de uma atitude de luta ou fuga pode ser sim- plesmente uma questão de mudar sua mentalidade. Estudos observaram que, quando se dizia aos par- ticipantes “Você é o tipo de pessoa cujo desempe- nho melhora sob pressão”, isso acontecia – em até um terço. Como você pode mudar sua mentalidade? Um livro de 2015 chamado “The Upside of Stress”, de Kelly McGonigal (consulte “Recursos”, página 52) oferece várias ideias. Aqui estão apenas algumas sugestões: • Quando você notar seu coração acelerado – por exemplo, antes de fazer uma apresentação ou iniciar uma conversa difícil – perceba que seu corpo está tentando lhe dar mais energia e veja se você pode capitalizar isso. • Se você está se sentindo sobrecarregado com trabalho ou preocupações, tente fazer algum pequeno ato de bondade para alguém e observe a recompensa mental que você colhe. • Se estiver nervoso, pare para refletir sobre o porquê e pergunte a si mesmo se é porque você está fazendo algo que é importante para você e, portanto, reforça seus valores e dá sentido à sua vida. • Não negue o estresse, mas redirecione sua energia para longe dele e para a tarefa em mãos. • Cultive seus relacionamentos sociais. Esse cuidado cria resiliência (veja “Buscar apoio social”, página 37). • Tente se concentrar no propósito maior de tudo o que você está fazendo. Quando você estiver preso em um engarrafamento levando sua filha Melhor saúde através do treinamento de resiliência? As pessoas que se formaram em um programa de aumento de resi- liência desenvolvido pelo Instituto Benson-Henry usaram considera- velmente menos serviços de saúde no ano seguinte ao curso em comparação com o ano anterior, de acordo com um estudo publi- cado na revista PLOS One. O curso de oito semanas, chamado Stress Management and Resilience Training (SMART) – Relaxation Response Resiliency Program (3RP), incorpora muitas das estratégias descritas neste rela- tório. O estudo comparou os cuidados de saúde de mais de 4.400 formados do programa com 13.150 pessoas que não fizeram o curso. Todos os participantes eram membros do Partners HealthCare, um sistema que inclui vários hospitais da Harvard e outras unidades de saúde da área de Boston. No ano após a formação, a utilização de serviços de saúde pelos formandos caiu 43%. Esses achados observacionais não provam que o treinamento foi responsável pelo declínio no uso de cuidados de saúde. No entanto, a correlação estava presente mesmo depois que os pesquisadores levaram em conta muitos outros fatores que podem afetar a quantidade de cuidados de saúde que as pessoas procuram – especialmente idade, sexo, raça, educação e nível de renda. Um novo estudo está em andamento para ver se os resulta- dos se mantêm. 35Versão em inglês de Harvard Health Publishing, copyright 2020. Tradução criada e cedida como cortesia por Essentia Group. | Gerenciamento do estresse para a escola, lembre-se de que é porque você a ama e quer que ela tenha uma boa educação. O que quer que você esteja fazendo, não finja que o estresse não existe. As pessoas que fazem isso ten- dem a se isolar e reforçar seus medos. Em vez disso, pergunte a si mesmo por que você está passando por esse estresse e procure por algum aspecto posi- tivo nisso. Você está aprendendo algo com isso? Está ganhando força? Você está se conectando com as pessoas em um nível mais fundamental? Se sente mais intensamente vivo? (Consulte “Experimente a reestruturação cognitiva”, página 40) Pratique exercícios regularmente Se o exercício estivesse disponível como uma pílula, dizem os especialistas, todo mundo estaria tomando. Isso porque 30 minutos por dia de ativi- dade de intensidade moderada – uma caminhada rápida, por exemplo, ou até mesmo tarefas domésti- cas – oferece uma série de benefícios para a saúde. O exercício melhora os níveis de colesterol, reduz a pressão arterial, ajuda a manter os ossos fortes e saudáveis e melhora o sistema imune, ao mesmo tempo em que reduz os níveis de inflamação crô- nica. Adicionalmente, oexercício melhora o meta- bolismo e o humor. Muitos estudos o associaram à redução de sintomas de depressão e ansiedade. Além do mais, o exercício neutraliza o estresse. Se você se envolver em atividade física logo após a resposta ao estresse – digamos, correndo de um caminhão que se aproxima – você usa os hormô- nios do estresse como planejado pela natureza. Nenhum caminhão à vista? Praticamente qualquer forma de movimento ajuda a aliviar a tensão mus- cular reprimida. O exercício também aumenta a produção de substâncias químicas do bem-estar conhecidas como endorfinas – as mesmas que são responsáveis pela sensação de prazer de um corre- dor. Ademais, certas atividades (como ioga, tai chi e qigong) e exercícios rítmicos e repetitivos (como caminhar, correr, nadar, andar de bicicleta e remar) provocam a resposta de relaxamento. Portanto, o envolvimento regular nesses tipos de atividades pode ajudá-lo a combater o estresse diário. Como o psiquiatra da Harvard John Ratey aponta em seu livro “Spark”, o exercício ajuda a prevenir os efeitos nocivos do estresse e pode reverter os danos que já ocorreram. O exercício protege as célu- las cerebrais no hipocampo (uma parte do cérebro envolvida no aprendizado e na memória) contra os efeitos nocivos do aumento do cortisol relacionado ao estresse crônico, além de poder melhorar a regu- lação das emoções. Para aumentar ainda mais as recompensas do alívio do estresse, tente mudar sua atenção para a cons- cientização de si mesmo – o que e como você está se sentindo – e do seu ambiente durante o exercí- cio. Isso deve deixá-lo mais calmo e centrado. Essa abordagem funciona tão bem para exercícios aeró- bicos quanto durante o treinamento de força. Ao levantar e baixar cada pé, ou ao levantar e abaixar os pesos, coordene sua respiração com seus movi- mentos, concentrando sua atenção nas sensações do seu corpo. Assim que começar, tome consciência de como sua respiração complementa a atividade. Respire ritmi- camente, repetindo a palavra, frase ou oração que você escolheu. Lembre-se de adotar uma atitude passiva. Quando pensamentos perturbadores se intrometerem, gentilmente afaste sua mente deles e concentre-se no movimento e na respiração. Uma caminhada consciente Fazer uma caminhada consciente é um bom exem- plo de como transformar o exercício rotineiro em algo mais. Conforme você se move e respira ritmi- camente, fique atento às sensações do seu corpo. Como você se sente quando sua respiração flui pelas narinas e sai pela boca? Expanda gradual- mente sua consciência para as visões e cheiros ao seu redor. Observe a grama recém-cortada, flores, árvores, folhas caídas, sol ou nuvens. Como sente a brisa contra o seu corpo? Como é a sensação da superfície sob seus pés? Que pensamentos estão passando pela sua cabeça? Uma caminhada lenta e consciente ajuda a centrar e relaxar. O exercício é um ótimo apaziguador, usando os hormônios do estresse e liberando a tensão relacionada em seus músculos. 36Versão em inglês de Harvard Health Publishing, copyright 2020. Tradução criada e cedida como cortesia por Essentia Group. | Gerenciamento do estresse Alternativamente, um ritmo mais rápido que empurra seus limites pode ser calmante e energizante em partes iguais. Nesse caso, dê mais ênfase às sen- sações do seu corpo, como sua respiração e bati- mentos cardíacos acelerados, e à maneira como seus músculos respondem à medida que você os sobrecarrega. Uma prática tradicional japonesa chamada shin- rin-yoku, ou “banho na floresta”, concentra-se nos benefícios restauradores da imersão na natureza. Pesquisas sugerem que a prática melhora a saúde e o bem-estar, mas existem poucos estudos de alta qualidade. Em uma revisão de 2019 publicada no International Journal of Biometeorology, os pesqui- sadores reuniram as descobertas de oito estudos e concluíram que o banho na floresta reduzia os níveis de cortisol em comparação com ambientes urbanos. Segurança em primeiro lugar Embora o exercício seja uma das coisas mais saudá- veis que você pode fazer, lesões podem acontecer, então é preciso ter cuidado. Alguns cuidados bási- cos podem ajudar: • Se você não é normalmente ativo, ou se tiver problemas de saúde ou uma condição dolorosa, fale com seu médico antes de iniciar um programa de exercícios. • Quando você se exercita, ouça seu corpo. Realize apenas movimentos que sejam confortáveis para você. À medida que se sente mais forte ou mais ágil, pode aumentar a intensidade gradualmente. • Se você deseja praticar ioga, tai chi ou qigong, participe de uma aula com um instrutor experiente que pode ajudá-lo a aprender os movimentos corretamente e adaptar o programa às suas necessidades, se necessário. • Tente integrar a respiração profunda e calma à sua rotina. Você pode achar mais fácil familiarizar-se primeiro com os movimentos dos exercícios selecionados e depois combiná-los com a respiração profunda. Nutra-se Como muitas pessoas podem atestar, o estresse pode ter um efeito significativo no apetite e nos hábitos alimentares. Em uma emergência, o estresse desliga o desejo de comer. O hipotálamo produz o hormônio liberador de corticotropina, que suprime o apetite, e o cérebro diz às glândulas suprarrenais para bombear epinefrina. Esses sinais hormonais sinalizam ao corpo para desviar energia para outros assuntos mais urgentes do que comer. A história muda se o estresse persistir. As glându- las adrenais também liberam cortisol, que aumenta o apetite e também pode aumentar a motivação, incluindo a vontade de comer. Se o estresse não desaparecer – ou se a resposta ao estresse de uma pessoa ficar presa na posição “ligada” – o cortisol pode permanecer elevado. Alimentos ricos em gordura e açúcar parecem atenuar as respostas e emoções relacionadas ao estresse. Esses alimentos realmente parecem ali- mentos de “conforto”, pois neutralizam o estresse no momento imediato, contribuindo para o desejo induzido pelo estresse por esses alimentos. Mas, em longo prazo, esses alimentos relacionados ao estresse podem levar ao ganho de peso. Pessoas estressadas também dormem menos, se exercitam menos e bebem mais álcool, o que tam- bém pode contribuir para o ganho de peso. Uma abordagem mais saudável se baseia na área (em expansão) da psiquiatria nutricional, que se concentra na conexão entre comida e seu humor – especialmente como sua dieta afeta os bilhões de bactérias que vivem em seu intestino, conhecido como microbioma intestinal. Seu microbioma intesti- nal protege o revestimento dos seus intestinos, pro- tegendo-os contra toxinas e bactérias “ruins”. Esse microbioma atua na absorção de nutrientes dos ali- mentos pelo seu corpo, limita a inflamação e ativa as vias neurais que circulam entre o intestino e o cérebro. As evidências ainda são limitadas, mas não há mal nenhum em tentar as seguintes dicas para melhorar sua saúde intestinal, o que também pode melhorar seu humor: Alimentos ricos em gordura e açúcar podem neutralizar o estresse no momento imediato, mas em longo prazo, você se sentirá melhor se tiver uma dieta saudável e equilibrada. 37Versão em inglês de Harvard Health Publishing, copyright 2020. Tradução criada e cedida como cortesia por Essentia Group. | Gerenciamento do estresse • Coma alimentos integrais e evite alimentos embalados ou altamente processados. • Em vez de suco de frutas ou vegetais, considere aumentar a ingestão de frutas e vegetais frescos. Frutas congeladas sem adição de açúcares também são uma boa opção. • Inclua grãos integrais e leguminosas ricos em fibras em sua dieta. • Inclua alimentos ricos em probióticos, como iogurte natural sem adição de açúcares. • Adicione alimentos fermentados, como kefir (sem açúcar), chucrute ou kimchi. • Coma uma quantidade equilibrada de frutos do mar e aves magras e reduza o consumo de carne vermelha. • Adicione uma variedade de frutas e vegetais frescos coloridos à sua dieta. • Considere escolherprodutos orgânicos. Alimentação consciente Além da nutrição, a comida oferece conforto e pra- zer. No entanto, muitas vezes estamos tão distraí- dos trabalhando, lendo ou assistindo TV enquanto comemos que mal notamos nossa comida, muito menos demoramos para saborear cada mordida. Você pode obter muito mais prazer nas refeições, dedicando um pouco do seu tempo para comer com atenção. Para praticar a alimentação consciente, comece eli- minando distrações como o zumbido de fundo da TV ou até mesmo um livro. Organize a mesa, defi- nindo um lugar para você antes de se sentar para comer. Feche os olhos por alguns segundos e ins- pire e expire profundamente para se concentrar. Traga toda a sua atenção para o momento. Agora, olhe para a sua comida. Inspire seus aromas antes de prová-la. Mastigue devagar para que você possa se deliciar com texturas e sabores. Tente não se apressar entre uma garfada e outra, mas concen- tre-se no que você realmente está comendo no momento. Ativar todos os seus sentidos pode agu- çar seu paladar por alimentos mais frescos e saudá- veis e ajudar a quebrar o ciclo da alimentação rela- cionada ao estresse. Preste atenção em como você se sente não apenas enquanto come, mas antes e depois de comer. Você está sentindo sinais físicos de fome, ou é simples- mente a “hora” do jantar? Você está comendo para acalmar o estresse? À medida que você se torna mais consciente dos seus sentimentos, pode achar outras técnicas de controle do estresse tão satisfa- tórias quanto comer. Busque apoio social Da mesma forma que um barco é protegido pelos batentes de borracha e defensas que o separam de uma doca rígida, as pessoas também se benefi- ciam quando os amortecedores sociais suavizam os inevitáveis solavancos e contusões da vida. Fortes evidências sugerem que o isolamento social é uma força muito poderosa na predisposição dos mamífe- ros a doenças relacionadas ao estresse. Para todos nós, com base em nossa evolução como organis- mos sociais, o estresse surge quando nossos víncu- los sociais estão inseguros. Fortalecer nosso apoio social pode fazer muito para diminuir nosso medo inato da separação. Uma série de estudos epide- miológicos em populações humanas mostra que os laços sociais – pelo menos aqueles que represen- tam relacionamentos positivos – protegem signifi- cativamente a saúde e o bem-estar e prolongam a vida. Na Suécia, pesquisadores que acompanharam mais de 17.000 homens e mulheres por seis anos desco- briram que aqueles que relataram mais isolamento e solidão tinham quase quatro vezes o risco de uma morte precoce do que aqueles com boas conexões sociais. Pesquisadores da Califórnia que acompa- nharam cerca de 7.000 moradores do Condado de Alameda por nove anos descobriram que a falta de fortes laços comunitários e sociais multiplicou a pro- babilidade de morte durante o período do estudo em cerca de duas a três vezes, independentemente de fatores como tabagismo e obesidade. Nossos confidentes, amigos, conhecidos, colegas de trabalho, parentes e cônjuges ou companhei- ros tecem uma rede social que melhora a vida. Seu apoio pode envolver assistência direta ou pode ser em grande parte emocional. Estudos mostram que pessoas que têm maior apoio social se saem melhor em medidas de função imune quando confrontadas com estressores tão diversos quanto estresse de cirurgias, exames e trabalho. Por exemplo, mulhe- res com câncer de mama que sentiam que tinham apoio emocional de alta qualidade de um relaciona- mento íntimo, apoio social de um médico e nutrição de outras conexões tinham mais células assassinas naturais – células imunes que podem destruir célu- las carregadas de vírus e certas células tumorais — do que aquelas que não tinham essas vantagens. 38Versão em inglês de Harvard Health Publishing, copyright 2020. Tradução criada e cedida como cortesia por Essentia Group. | Gerenciamento do estresse Não surpreendentemente, a qualidade dos relacio- namentos conta. Pesquisas sugerem que os nega- tivos – como um casamento em apuros ou um tra- balho de cuidador desgastante – podem ser mais prejudiciais do que úteis. Um estudo de mulheres com câncer de mama que viviam com um cônjuge ou parceiro examinou os efeitos do estresse do rela- cionamento na recuperação. Os pesquisadores des- cobriram que, mesmo cinco anos após o diagnóstico original, aquelas em relacionamentos estressantes se recuperaram mais lentamente – mostrando maio- res sinais de sofrimento psicológico, saúde física pior e uma redução mais acentuada na atividade física – do que as mulheres que estavam em relacio- namentos estáveis. Fortalecendo seus laços sociais Dados os prazeres e benefícios dos laços sociais, por que não aproveitar as oportunidades para expandir seu círculo social e aprofundar os laços que você já possui? Aqui estão algumas maneiras de fazer exatamente isso: • Se você normalmente espera que os outros entrem em contato, pegue o telefone e proponha um encontro. • Explore algumas das muitas oportunidades de voluntariado disponíveis, desde ajudar a melhorar moradias até orientar uma criança ou um empresário. Para encontrar oportunidades adequadas aos seus talentos e interesses, consulte as organizações Volunteer Match (www. volunteermatch.org) ou a Corporation for National and Community Service (www.nationalservice.gov) do governo federal americano, que administra a AmeriCorps and Senior Corps. • Encontre pessoas afins por meio de aulas e organizações ou mecanismos de mídia social respeitáveis que podem vinculá-lo a outras pessoas com os mesmos interesses. • Lembre-se que o apoio social é uma via de mão dupla. Ofereça assistência a amigos, familiares e vizinhos. Aceite ajuda ou uma mão estendida em amizade quando for oferecida a você. • Compartilhe uma confidência. Fazer isso pode transformar um relacionamento amigável em um ainda mais profundo. • Considere adotar um animal de estimação. Pesquisas mostram que os animais de estimação podem ter efeitos benéficos na sua saúde física e emocional. Além disso, levar um cachorro para passear o incentiva a ser ativo e o conecta a amantes de animais que podem pensar de maneira similar. Os cães têm sido bem sucedidos em reduzir o sofrimento e a ansiedade de pessoas com TEPT, até mesmo no retorno de combatentes de guerra feridos. Isso pode ser parcialmente explicado pela descoberta recente de que, quando você olha nos olhos do seu cão de estimação, seu nível de oxitocina aumenta – e o mesmo acontece com seu cão! • Se a depressão, baixa autoestima ou fobias sociais afetam sua capacidade de fazer conexões, procure ajuda. Comece conversando com seu médico. Muitas pessoas foram auxiliadas por terapia, medicamentos ou ambos. Experimente a psicologia positiva O que nos ajuda a prosperar à medida que avança- mos na vida? As respostas estão começando a surgir no campo da psicologia positiva – uma área da pes- quisa em crescimento, reconhecida pela American Psychological Association, que estuda os fatores que contribuem para o nosso bem-estar, em vez de buscar as causas da infelicidade. Os pesquisado- res investigam os ingredientes de uma vida boa e avaliam os efeitos de traços como otimismo, humor e até excentricidade para enfrentar os desafios da vida. Muitos especialistas que projetam programas de gerenciamento de estresse agora se baseiam nas lições da psicologia positiva para ajudar as pes- soas a aprender a reformular sua perspectiva e imi- tar a mentalidade daquelas que são naturalmente mais resistentes ao estresse. As pessoas otimistas, por exemplo, tendem a se sair melhor do que as pessimistas ao lidar com situa- ções estressantes. Elas são mais propensas a dar um toque positivo nos estressores, procurar manei- ras de tirar o melhor proveito de uma situação ruim e usar estratégias de resolução de problemas para enfrentar as dificuldades. Pessoas otimistas também podem se sair melhor fisicamente. Em um estudo de longo prazo, adultosclassificados como pessimistas tiveram um risco 19% maior de morte ao longo de 30 anos do que aqueles identificados como otimis- tas. Outras pesquisas sugerem que uma sensação de otimismo pode oferecer alguma proteção contra doenças cardíacas. Se você não é um otimista natural, essa informação pode apenas alimentar seu pessimismo. Não deixe. Respire fundo e relaxe. Em seguida, tente explorar algumas das lições da psicologia positiva: http://www.nationalservice.gov 39Versão em inglês de Harvard Health Publishing, copyright 2020. Tradução criada e cedida como cortesia por Essentia Group. | Gerenciamento do estresse Cultive a gratidão. A gratidão é uma apreciação pela bondade em sua vida. A atitude de ser grato ajuda as pessoas a se sentirem mais positivas, a apreciarem experiências positivas, a terem uma saúde melhor, a construírem relacionamentos mais fortes e a lidarem melhor com a adversidade e o estresse. Em um estudo, os participantes foram con- vidados a escrever algumas frases a cada semana, concentrando-se em cinco coisas. Um grupo escre- veu sobre coisas pelas quais eles eram gratos e que ocorreram durante a semana. Um segundo grupo escreveu sobre aborrecimentos diários ou coisas que os desagradaram. O terceiro grupo escreveu sobre eventos que os afetaram, sem ênfase na positividade ou negatividade dos eventos. Após 10 semanas, aqueles que escreveram sobre gratidão estavam mais otimistas e se sentiam melhor com suas vidas. Surpreendentemente, eles também se exercitavam mais e precisavam menos de consul- tas médicas, em comparação com aqueles que se concentraram em aborrecimentos. Uma maneira de aumentar a gratidão é manter um diário de gratidão. Rir frequentemente. Pesquisadores descobriram que o riso aumenta a atividade do sistema imune e reduz a quantidade de hormônios circulantes do estresse, como epinefrina e cortisol. Muitos minis- trantes de atividades mente-corpo até prescrevem risadas, muitas vezes pedindo a seus pacientes ou clientes que assistam filmes engraçados, leiam livros divertidos e abracem o absurdo na vida cotidiana. Saboreie o prazer. Saborear é colocar sua aten- ção no prazer à medida que ele ocorre, apreciando conscientemente a experiência à medida que ela se desenrola. É como uma alimentação consciente, mas transportada para outros aspectos da sua vida. Muitas vezes, as pessoas deixam os prazeres coti- dianos passarem sem muita atenção, enquanto dão muita ênfase aos estressores. Lembrar de saborear os prazeres, por mínimos que sejam, pode ajudar a reverter essa tendência, especialmente quando você compartilha experiências prazerosas com ami- gos e familiares. Use suas forças internas. Suas forças ou pontos for- tes estão sob as formas de capacidades e aptidões incorporadas. Quando você atua com seus pontos fortes, é provável que você se sinta mais enérgico e tenha um desempenho melhor. Para ajudá-lo a ava- liar suas forças internas, psicólogos positivos do VIA Institute on Character, uma instituição americana sem fins lucrativos, desenvolveram um questionário online chamado “Inventory of Signature Strengths Survey”, disponível em www.viacharacter.org. A pes- quisa de 30 minutos e 240 perguntas fornece uma classificação dos seus cinco principais pontos for- tes. Mas conhecê-los só é útil se você os usar. Tente identificá-los e usar um de uma nova maneira a cada semana. Realize atos aleatórios de bondade. É bom ser bom. Pesquisas demonstram que as pessoas que ajudam os outros geralmente têm vidas mais felizes e saudáveis. Um estudo até descobriu que pessoas que obtêm felicidade fazendo coisas para os outros e não para si mesmas mostraram mudanças benéfi- cas na atividade genética semelhantes às observa- das na meditação regular. Gerencie o estresse com um diário Se você é como a maioria das pessoas, aprendeu a reprimir as emoções “inaceitáveis”, como raiva, medo, frustração e tristeza. Às vezes, é claro, a tampa escorrega. Então essas emoções se espa- lham em alta intensidade, embora não necessaria- mente na direção certa. Uma maneira segura de decantar qualquer emoção – mesmo os sentimen- tos mais dolorosos, aterrorizantes ou tristes – é escrever um diário. Uma folha de papel em branco e uma caneta, ou um documento em branco em seu computador, podem oferecer uma enorme liberação e, possivelmente, uma visão de conflitos ocultos que muitas vezes são uma fonte de estresse. James W. Pennebaker, ex-presidente de psicologia da Universidade do Texas, em Austin, trabalhou em uma série de estudos clássicos exigindo que um grupo de pessoas escrevessem seus pensamen- tos e sentimentos mais profundos sobre o evento mais traumático de que se lembravam. Um grupo controle escreveu apenas sobre eventos triviais. Ambos os grupos escreveram 15 minutos por dia durante quatro dias. O grupo que expressou emo- ções profundas relatou sentir-se melhor e também O riso realmente é um tipo de remédio, e alguns ministrantes de terapias mente-corpo o prescrevem para ajudar a diminuir os níveis circulantes de hormônios do estresse, como epinefrina e cortisol. 40Versão em inglês de Harvard Health Publishing, copyright 2020. Tradução criada e cedida como cortesia por Essentia Group. | Gerenciamento do estresse teve significativamente menos consultas médicas e sintomas de doença por quase meio ano depois. Em um experimento semelhante, o grupo que revelou emoções profundas teve uma resposta mais ativa do sistema imune nas seis semanas seguintes. Por que escrever sobre questões emocionais melhora não apenas a saúde emocional, mas também a física? Pennebaker teoriza que confidenciar sentimentos reprimidos alivia o estresse que, de outra forma, aumentaria a pressão arterial, a frequência cardíaca e a tensão muscular. Desopilando através da escrita Clínicos do Benson-Henry Institute for Mind Body Medicine utilizam a escrita de um diário pessoal para ajudar a aliviar fontes contínuas de estresse. No entanto, uma única tentativa não é suficiente. Quando você se senta para escrever sobre um pro- blema, pode se sentir mais ansioso. A ferida, uma vez exposta, pode inicialmente doer mais do que quando estava escondida. Mas continuar a escrever sobre o mesmo problema ao longo de vários dias muitas vezes permite que você trabalhe com emo- ções difíceis e alcance a resolução ou aceitação. Aqui estão alguns conselhos antes de começar: • Eventos e situações profundamente perturbadores – como violência doméstica, estupro ou exposição direta a atos de terrorismo ou guerra – são melhor explorados com um terapeuta experiente. Para outras situações, você pode prosseguir por conta própria e procurar ajuda profissional somente se você sentir necessidade. • Se você está fisicamente saudável, escolha o evento mais estressante • ou problema que você enfrenta atualmente. Geralmente é aquele em que você mais se debruça. Ou, se você acha que seus problemas atuais derivam de circunstâncias passadas, escreva sobre eventos perturbadores passados. • Solte-se verdadeiramente. Anote o que você sente e por que você se sente assim. • Escreva para você, não para os outros. Não se preocupe com gramática ou estrutura de frases. Se você ficar sem ter o que escrever no tempo previsto, sinta-se à vontade para repetir. Faça esse exercício por 15 a 20 minutos por dia durante três a quatro dias, ou até uma semana, se você sentir que ele continua sendo útil. Trazendo mais alegria para sua vida Você não precisa apenas escrever sobre fontes de estresse. Outra abordagem é escrever sobre um evento positivo para identificar maneiras de tra- zer mais alegria e significado à sua vida. Para esse exercício, reserve 10 minutos para escrever sobre qualquer evento positivo que tenha ocorrido em sua vida, como uma gestação, um emprego muito desejado, um passeio pelo interior da França ou a conquista de um diploma. Concentre-se nos deta- lhes do evento, bem como em como você se sentiu no momento. Depois de terminarde escrever, reserve alguns minutos para pensar sobre seus sentimentos. Você estava orgulhoso da conquista? Animado com uma nova experiência? Inundado de amor e aceitação por causa de uma conexão com um ente querido? Agora procure maneiras de experimentar esses sentimentos novamente. Você consegue encontrar oportunidades no presente que possam lhe trazer esses sentimentos? Experimente a reestruturação cognitiva Pare por um momento e tente se lembrar dos pen- samentos que estavam passando pela sua cabeça na última vez que você se atrasou para o trabalho. Talvez um pensamento simples, como “o ônibus está atrasado”, rapidamente se transformou em “Vou me atrasar para o trabalho. Não chegarei à minha reu- nião a tempo. Meu desempenho será avaliado nega- tivamente pelo meu chefe e meu trabalho estará em perigo”. Considere, também, a enxurrada de pen- samentos negativos que muitas pessoas jogam em suas mentes em um loop infinito, ou ativam auto- maticamente quando se deparam com certas pes- soas ou situações. Exemplos familiares incluem “Eu pareço horrível”, “Eu não posso fazer isso” e “Eu não sou tão bom quanto todo mundo”. Muitas vezes, nossos pensamentos negativos estão repletos de distorções irracionais. Tentar afastar esses sentimentos, chamados de pensamentos automáticos negativos, pode ser como golpear mos- quitos voando ao redor da sua cabeça. O pensamento automático negativo pode engajar a resposta ao estresse quase tão facilmente quanto um cachorro grande, rosnando e saltando em sua direção. Para as pessoas que são apanhadas na rotina do pensamento negativo, há uma tendên- cia a catastrofizar, distorcendo negativamente a realidade, o que, por sua vez, leva a uma resposta 41Versão em inglês de Harvard Health Publishing, copyright 2020. Tradução criada e cedida como cortesia por Essentia Group. | Gerenciamento do estresse fisiológica ao estresse. Algumas pessoas têm uma tendência maior a fazer isso do que outras. No topo disso, a pesquisa mostra que o que começa como um hábito de pensar negativamente pode provocar uma resposta de estresse de longo prazo, tornando a pessoa vulnerável a uma variedade de doenças crônicas, incluindo depressão. Mas tenha coragem. Você não precisa se curvar a pensamentos negativos. Um tipo de terapia cha- mada terapia cognitivo-comportamental baseia-se na premissa de que pensamentos e percepções moldam humores e emoções – e que o pensamento distorcido pode ser mudado com a prática. Você pode aprender a esvaziar os pensamentos negativos por meio da reestruturação cognitiva, uma técnica que ajuda a mudar a maneira como você pensa. Isso, por sua vez, pode ajudá-lo a mudar como você se sente. Reconhecendo certas distorções As dez distorções cognitivas listadas aqui são base- adas em teorias de terapia cognitiva expostas pelo Dr. Aaron T. Beck, que foram refinadas e trazidas à atenção popular pelo Dr. David D. Burns. Algumas dessas distorções ressoa com você? Use esta lista para ajudá-lo a conscientizar-se de padrões de pen- samentos negativos enraizados e tente substituí-los por pensamentos mais realistas e positivos. Tudo ou nada. Tudo é preto ou branco; nada é cinza. Se você não tiver um desempenho impecável, você se considera um fracasso completo. Supergeneralização. Um evento negativo – como um desprezo do seu cônjuge ou parceiro ou um encontro com um comerciante desonesto – é per- cebido como parte de um padrão interminável de circunstâncias desanimadoras e derrotas. Por exem- plo, você pode pensar: “Ele está sempre frio comigo” ou “Não dá para confiar em ninguém”. Filtro mental. Um episódio negativo, como um comentário grosseiro feito a você durante uma noite agradável, sombreia tudo como uma gota de corante em um copo de água. É como se você estivesse fil- trando toda a luz e visse apenas a escuridão. Desqualificando o positivo. Você é incapaz ou não quer aceitar um elogio. Você desvia todos os elo- gios com autodepreciação. Você pode dizer: “Não é grande coisa” ou “Não foi nada”. Saltando para conclusões. Você tira conclusões negativas sem verificar se elas têm algum funda- mento de fato. Você pode estar pensando que lê a mente dos outros: “Minha amiga parece chateada; ela deve estar com raiva de mim.” Ou você pode estar adivinhando: “Só sei que os resultados do meu exame médico não serão bons”. Ampliação ou minimização. Você exagera proble- mas ou erros em potencial até que eles assumam as proporções de uma catástrofe. Ou você minimiza qualquer coisa que possa fazer você se sentir bem, como o apreço por um ato gentil que você fez ou o reconhecimento de que outras pessoas também falham. Raciocínio emocional. Você assume que suas emo- ções negativas refletem a maneira como as coisas são. Por exemplo, “Eu me sinto inferior. Portanto, não devo ser tão bom quanto os outros.” Muitas vezes, essas emoções são sentimentos residuais que per- manecem de outras experiências em seu passado. Declarações “deveria”. Você adere a um conjunto rígido de crenças e regras internas sobre o que “deveria” estar fazendo e se sente culpado quando não segue o curso. Rotulação. Em vez de descrever um erro ou desafio em sua vida, você se rotula negativamente: “Eu sou um idiota”. Quando o comportamento de outra pes- soa o incomoda, você atribui um rótulo geral: “Ela é tão controladora”. Personalização. Você se culpa por desencadear um evento negativo que ocorreu por motivos comple- xos ou por algo que estava em grande parte fora do seu controle: “Se eu tivesse me cuidado direito, nunca teria contraído câncer”. Outras pistas também podem ajudá-lo a identificar o pensamento distorcido. Frases que incluem as pala- vras “deve”, “tem que”, “sempre” e “nunca” são mui- tas vezes mais duras do que o necessário e refletem um pensamento rígido que poderia ser suavizado. O que pode ser feito quando você passa por sua abordagem de habilidades cognitivas e não O pensamento automático negativo pode fazer você aumentar a proporção dos acontecimentos e envolver a resposta ao estresse quase tão facilmente quanto um cachorro grande rosnando em sua direção. 42Versão em inglês de Harvard Health Publishing, copyright 2020. Tradução criada e cedida como cortesia por Essentia Group. | Gerenciamento do estresse encontra distorções, mas sim uma situação negativa que é imutável? Uma abordagem conhecida como terapia de aceitação e compromisso fundamenta-se em práticas baseadas em mindfulness. Em vez de tentar evitar ou negar suas emoções, a ideia é acei- tar que elas podem ser uma resposta adequada a determinadas situações. O aspecto do compromisso se concentra na prática de um comportamento con- fiante e otimista, com base em seus objetivos e valo- res pessoais. Pare, respire, reflita, escolha Se você for como a maioria das pessoas, algumas das distorções listadas acima soam muito familiares. O próximo passo é aprender a desafiar esses pensa- mentos excessivamente simplistas e negativos que lhe causam sofrimento desnecessário. É mais fácil, claro, quando os pensamentos são nitidamente fal- sos: “Eu nunca faço nada certo”, por exemplo. É mais difícil quando há um elemento de verdade misturado com falsidades simplistas: “Na minha idade, sei que nunca alcançarei meus objetivos”. Se você sempre desejou ser um cantor de ópera famoso, mas não teve tempo e talento para realizar seu sonho, essa afirmação pode se aplicar – para um objetivo. Muito provavelmente, porém, você poderia listar outras metas que você alcançou. E se você reformular seu sonho percebendo que gosta de cantar, indepen- dentemente de ser no Metropolitan Opera ou em um coro comunitário, você pode definir o rumo para um novo objetivo e realmente alcançá-lo. Este processo de quatro etapas ensinado no Instituto Benson-Henry é uma maneira de ajudar a descarrilhar o estresse que se origina de distorções e pensamentos negativos: Pare. Chame conscientemente um intervalo mental quando se sentir estressado. Ao dizer “Pare”, vocêpode interromper o ciclo de estresse negativo. Respire. Respire fundo algumas vezes para redu- zir a tensão física e afaste-se do estressor antes de reagir. Reflita. Faça a si mesmo as seguintes perguntas: Este pensamento ou crença é verdadeiro? Eu pulei para uma conclusão? Que evidências eu realmente tenho? Existe outra maneira que eu possa ver a situação? Qual é a pior coisa que pode acontecer? Isso me ajuda a pensar assim? Escolha. Decida como lidar com a fonte do seu estresse. Por exemplo: • Resolva o que você pode controlar. Reúna informações, peça conselhos, faça um plano e aja. • Aceite o que você não pode mudar – se uma morte, extrair significado, se possível. Tenha empatia por si mesmo; busque apoio social, conforme o caso; expresse sentimentos e procure aconselhamento se necessário; use suas ferramentas de gerenciamento de estresse. • Desafie o pensamento distorcido e irracional e ajuste sua visão da realidade usando técnicas de reestruturação cognitiva. Lembre-se, muitas coisas com as quais nos preocupamos nunca se concretizam. Pergunte a si mesmo: De que outra forma posso pensar sobre isso? O que mais posso fazer para lidar de forma mais eficaz? Aqui está um exemplo de como essa abordagem pode funcionar. Se você ficar preso no trânsito no caminho para o trabalho, pare e observe os sinais de estresse, como pescoço e ombros tensos. Tente relaxar e respire fundo algumas vezes. Reflita: “É ape- nas um engarrafamento. Não vale a pena ficar tão chateado”. Não assuma que você será demitido. Diga a si mesmo: “Vou me atrasar alguns minutos. Estou fazendo o melhor que posso. Eu posso lidar com isso”. Aprenda a se comunicar melhor A comunicação eficaz é uma ferramenta poderosa. Isso ajuda a evitar o estresse que você experimenta por se comportar de forma muito passiva ou muito agressiva. Isso é especialmente verdadeiro no local de trabalho, onde a falta de comunicação pode resul- tar em muito estresse indevido. De fato, melhores habilidades de comunicação estão sendo incentiva- das até mesmo para promover o desempenho e o bem-estar nas salas de cirurgia dos hospitais – entre os lugares mais estressantes do mundo. E algumas pesquisas sugerem que a atitude de escuta e a habi- lidade de comunicação de um supervisor podem afetar as reações de estresse psicológico, principal- mente entre os subordinados do sexo masculino. Aprender a ouvir ativamente e a se comunicar de forma assertiva pode melhorar sua capacidade de gerenciar conflitos, evitar a escalada de situa- ções e diminuir a probabilidade de mal-entendidos estressantes. • Para ouvir ativamente, aprecie a realidade de outras pessoas sem fazer julgamentos ou interromper. Esse tipo de escuta empática requer prática, mas pode fazer a diferença no tom das discussões. • Para falar de forma assertiva, use uma linguagem calma e sem emoção que reconheça a perspectiva da outra pessoa e permita que sua 43Versão em inglês de Harvard Health Publishing, copyright 2020. Tradução criada e cedida como cortesia por Essentia Group. | Gerenciamento do estresse própria opinião seja ouvida. Ao fazer isso, você transmite a mensagem de que “nossas opiniões são importantes”. Tente este exercício para praticar a escuta ativa e a fala assertiva. Primeiro, encontre um parceiro. Comece assumindo o papel de comunicador enquanto seu parceiro é o ouvinte. Como comuni- cador, conte ao seu parceiro sobre uma experiência estressante ou frustrante. Use uma linguagem clara, calma e assertiva. Evite acusações como “Você sem- pre me faz sentir...” e atenha-se à linguagem em pri- meira pessoa, como “Eu me sinto ____ quando você ___”. Enquanto isso, o ouvinte deve ouvir e resistir à tentação de interromper. Em seguida, troque de papel, agora com você na posição de ouvinte. No final do exercício, revezem-se parafraseando o que cada um de vocês ouviu do seu parceiro e como você acha que eles estavam se sentindo. Peça validação. Como foi ser ouvido sem interrup- ção ou julgamento? Pense em como você pode usar essa técnica em situações da vida real, especial- mente naquelas que você considera estressantes ou contenciosas. Cuide-se Aprender a cuidar de si mesmo é outra ferramenta fundamental para gerenciar o estresse. Poucas pro- fissões envolvem mais estresse no cuidado do que a enfermagem. Em um estudo sobre a resiliência dos enfermeiros, uma maneira pela qual os profis- sionais de cuidados paliativos (que muitas vezes cui- dam de pacientes terminais) reduziram seu estresse e desenvolveram resiliência foi por meio da auto- nutrição, que incluiu o enfrentamento adaptativo por meio de um estilo de vida saudável, recebendo suporte da família e de amigos, aceitando suas limi- tações e sendo compassivo consigo mesmo e com os outros. Embora você saiba muito sobre como nutrir os outros, satisfazer suas próprias necessidades pode não ser tão natural. Pense em como você se trata quando comete um erro, não consegue atingir uma meta ou se vê caindo em um padrão geral de ina- ção ou falta de direção. Você se culpa ou se sente inútil? Ou você se consola, tira um tempo para se nutrir e gradualmente constrói a motivação para ten- tar novamente? Se você tende a se punir quando as coisas dão errado, você, como a maioria das pes- soas, pode usar um pouco mais de autocompaixão em sua vida. Felizmente, a autocompaixão é uma habilidade que pode ser aprendida. Aqui estão algumas maneiras de gerá-la: Conforte seu corpo. Coma algo saudável. Deite-se e descanse. Dê um passeio. Receba uma massagem. Qualquer coisa que você possa fazer para melho- rar a forma como se sente fisicamente pode lhe dar uma dose de autocompaixão (veja “Massagem: dei- xando o alívio do estresse em outras mãos”, abaixo). Encoraje-se. Pense no que você diria a um bom amigo se a mesma coisa tivesse acontecido com ele. Direcione essas respostas compassivas para si mesmo quando estiver frustrado ou com raiva de si mesmo. Experimente a meditação da bondade amorosa. A meditação da bondade amorosa é uma variação da meditação budista tradicional. É orientada para A massagem oferece muitos dos mesmos benefícios vistos em outros métodos que provocam a resposta de relaxamento. Reduz a pressão arterial e a frequência cardíaca e pode melhorar certas medidas da função imune. Descobriu-se que a massagem aumenta a atividade de substâncias químicas cerebrais relacionadas ao prazer em pessoas com uma ampla gama de condições físicas e psicoló- gicas. Uma revisão de 2014 sugere que a massagem com pressão moderada (em oposição a movimentos mais leves) pode reduzir o humor deprimido e ansioso, bem como a frequência cardíaca, e alte- rar os padrões de ondas cerebrais – como acontece na resposta de relaxamento. Algumas pesquisas sugerem que a massagem reduz os níveis do hormônio do estresse cortisol, embora nem todos os estudos concordem com isso. Um estudo mostrou que mulheres com câncer de mama que rece- beram massagem terapêutica três vezes por semana durante cinco semanas experimentaram mais atividade do sistema imune e relataram menos depressão, ansiedade e fadiga do que as mulheres que não recebe- ram massagens regularmente. Alguns estudos descobriram que a massagem também é benéfica para estimular o sistema imune de pessoas com HIV. Massagem: Deixando o alívio do estresse em outras mãos Seja por razões terapêuticas ou puramente por prazer, a massa- gem oferece o conforto de um toque quente e liberação da tensão muscular. Praticantes experientes podem ser encontrados através de organizações profissionais, como a American Massage Therapy Association (online em www.amtamassage.org, ou gratuitamente em 877-905-2700) e o National Certification Board for Therapeutic Massage and Bodywork (online em www.ncbtmb.org, ou ligação gratuita em 800-296-0664). 44Versão em inglês de Harvard Health Publishing, copyright 2020. Tradução criada e cedida como cortesia por Essentia Group. | Gerenciamento do estresse enaltecer estadosemocionais incondicionais e posi- tivos de bondade e compaixão – não apenas em relação aos outros, mas também a si mesmo. Veja como fazer isso: depois de alcançar a resposta de relaxamento por meio de qualquer tipo de abor- dagem meditativa, concentre sua atenção amorosa nas pessoas mais próximas a você, uma pessoa de cada vez. Não se esqueça de se incluir. A Oração Budista Metta é um exemplo de como você pode direcionar bondade amorosa para alguém: Que ela viva em segurança. Que ela seja feliz e saudável. Que ela não sofra. Que ela se sinta em paz. Quando você terminar de orar para as pessoas mais próximas, você pode estender esse foco para outras pessoas em seu círculo social, ou mesmo para estra- nhos. Um artigo de revisão de 2018 concluiu que a meditação da compaixão e da bondade amorosa pode ser útil no tratamento de uma série de condi- ções, incluindo depressão, ansiedade, dor crônica e TEPT. Criatividade, produtividade e lazer Tente nutrir-se de outras maneiras também. A pres- são enervante das longas listas diárias de “afazeres” em nossas vidas pode consumir energia. A ideia de adicionar mais itens à lista pode aumentar o desâ- nimo e não o prazer, mesmo que a adição seja relaxamento ou tempo com um ente querido. No entanto, quando você se refresca de maneira signi- ficativa, aumenta seu estoque de energia e alegria. O que “criatividade” significa para você? Escrever um conto? Esculpir barro? Tricotar um suéter? Pintar? Dançar pela sala? Construir um deck? Preparar um banquete? Fazer o paisagismo de um jardim? Se você tem um sonho que nunca explorou, encon- tre pequenas e grandes maneiras de segui-lo. Cante no chuveiro, faça aulas com um profissional ou parti- cipe de karaokê para experimentar algumas músicas. Você não precisa fazer um teste para uma produção de teatro musical a menos que seja o seu sonho. Se você não tem ideia de onde procurar, dê uma olhada on-line ou inscreva-se em uma aula que você acha que pode gostar. Dê a si mesmo a oportuni- dade de experimentar uma variedade de opções. Não desista se a primeira falhar em cativar você ou se os resultados do seu esforço não atenderem às suas expectativas. Descubra o trabalho criativo que você ama e faça-o. O trabalho produtivo cria laços entre você e o mundo e dá sentido à vida. Pouco importa se as tarefas são realizadas por meio de um trabalho remunerado ou voluntário ou durante a escavação do jardim. Elas oferecem prazer e às vezes a chance de ser criativo. Se você está aposentado ou acha que o trabalho que paga suas contas oferece poucas oportunida- des de satisfação, entregue-se ao seu lado produ- tivo em outro lugar. A tarefa mais simples, como cor- tar legumes para o jantar ou esfregar o chão, pode ser menos tediosa e mais prazerosa se você a abor- dar com atenção. Trabalhos que envolvem outras pessoas podem desencadear conexões que nutrem você de outras maneiras. O trabalho que ajuda os outros geralmente oferece satisfações especiais. Essas oportunidades de voluntariado são abundan- tes para pessoas de todas as idades e níveis de habilidade. Verifique on-line ou ligue para organiza- ções voluntárias locais para encontrar tarefas ade- quadas aos seus talentos e tempo disponível. O trabalho geralmente tido como o mais difícil é justamente o de reservar tempo para atividades definidas como lazer. Ler um romance, jogar uma partida de tênis, tomar um banho quente ou passar meia hora meditando pode parecer egoísta quando existe uma longa lista de coisas a fazer. As ativida- des produtivas e até criativas são mais propensas a receber acenos de aceitação. No entanto, as ati- vidades de diversão convidam a alegria de volta à sua vida. E abraçar essas oportunidades de relaxa- mento aumenta o “flow” [fluxo], um estado descrito pelo psicólogo Mihaly Csikszentmihalyi no qual uma pessoa se torna totalmente imersa em uma ativi- dade, liberando a expressão criativa para diversas atividades. Então, deite-se em uma rede para uma soneca. Desfrute de uma massagem. Reserve de 10 a 20 minutos durante o seu dia atarefado para focar na respiração ou fazer uma varredura do corpo. Mergulhe nos sons da música que você acha cal- mantes, revigorantes ou simplesmente agradáveis. Ou faça algo ativo e absorvente, como ir a uma partida de futebol, a um campo de golfe ou a uma quadra de basquete para praticar seus movimentos esportistas de maneira consciente. Seja qual for a sua escolha, reservar um tempo para si mesmo ajuda a evitar a exaustão e o esgotamento, permitindo que você se concentre com mais atenção e menos res- sentimento nas tarefas do seu dia. Considere isso um presente para si mesmo que, em última análise, reverbera para os outros. 45Versão em inglês de Harvard Health Publishing, copyright 2020. Tradução criada e cedida como cortesia por Essentia Group. | Gerenciamento do estresse Seu guia portátil para aliviar o estresse Pressionado pelo tempo? Junte-se ao clube. Se você tem um minuto ou meia hora, mergulhe nes- tas sete sugestões para acabar com o excesso de estresse e facilitar o seu dia. 1. Apazigue 10 estressores comuns Às vezes, apenas pensar em iniciar um programa de controle do estresse pode ser estressante. Em vez de desanimar, comece pequeno e aproveite o bri- lho dos seus sucessos. Dê a si mesmo uma semana para se concentrar em soluções práticas que podem ajudá-lo a lidar com apenas um obstáculo ou fonte de estresse em sua vida. Escolha um problema des- crito aqui e veja se essas sugestões funcionam para você. Frequentemente atrasado? Aplique princípios de gerenciamento de tempo. Considere suas priorida- des (certifique-se de incluir tempo para você), então delegue ou descarte tarefas desnecessárias. Mapeie seu dia, segmento por segmento, reservando tempo para diferentes tarefas, como responder e-mails, escrever memorandos ou retornar ligações. Se você acaba se distraindo online, afaste as possíveis inter- rupções – nada de mensagens de textos, tweets, e-mails ou jogos – enquanto você se dedica às tare- fas. Se você se sente excessivamente otimista em relação ao tempo de locomoção, reserve cerca de 15 minutos a mais para chegar aos seus destinos. Se os constantes atrasos resultam de uma certa falta de motivação, considere o problema subjacente. Você se sente ansioso sobre o que vai acontecer depois que você chegar ao trabalho ou a um evento social, por exemplo? Já no caso de você estar tentando abordar muitas tarefas em pouco tempo, reavaliar o tempo necessário para as suas execuções pode ajudá-lo a se tornar mais realista. Muitas vezes se sente com raiva ou irritado? Considere o peso das distorções cognitivas. Você está ampliando um problema, tirando conclusões precipitadas ou aplicando raciocínio emocional? Aproveite o tempo para parar, respirar, refletir e escolher. Não tem certeza da sua capacidade para fazer algo? Não tente lidar com isso sozinho. Se o pro- blema for o trabalho, converse com um colega ou um chefe que o possa apoiar. Pergunte a um amigo experiente, verifique fontes on-line confiá- veis ou ligue para uma organização que possa for- necer as informações de que você precisa. Anote outras maneiras pelas quais você pode obter as respostas ou habilidades de que precisa. Recorra a livros, cursos ou aulas, por exemplo, se precisar de um pouco de tutoria. Isso também funciona bem quando você está aprendendo técnicas de resposta de relaxamento. Sobrecarregado? Reduza pelo menos uma tarefa doméstica que tome muito tempo. Contrate uma profissional de limpeza, compre mantimentos on-line, convoque uma reunião de família para con- siderar quem pode ajudar com algumas funções ou contrate ajuda extra, como alguém para ajudar na jardinagem, p.ex. Considere o que é realmente essencial e importante para você no momento e o que pode ficar em segundo plano. Sem tempo suficiente para aliviar o estresse? Experimente mini-relaxamentos. Desacelere para prestar atenção a todos os aspectos sensoriais deuma única tarefa ou prazer. Ou, por uma semana, comprometa-se de acordar um pouco mais cedo ou reduzir sua agenda o suficiente para dar tempo para evocar a resposta de relaxamento todos os dias. Sentindo-se demasiadamente tenso? Experimente uma massagem, um banho quente, um escanea- mento corporal, mini-relaxamentos ou uma cami- nhada consciente. Praticamente qualquer forma de exercício – uma caminhada rápida, uma corrida rápida, uma corrida subindo e descendo as esca- das – também ajudará. Quando feito regularmente, Organizar seu dia pode ajudá-lo a se sentir mais no controle da sua vida. Mapeie, segmento por segmento, e tente seguir o plano. Se você estiver atrasado, adie todas as distrações. Se çã o es pe ci al 46Versão em inglês de Harvard Health Publishing, copyright 2020. Tradução criada e cedida como cortesia por Essentia Group. | Gerenciamento do estresse o exercício afasta a tensão, assim como as técnicas de resposta ao relaxamento. Frequentemente pessimista? O otimismo pode ser aprendido, pelo menos até certo ponto. Pratique esvaziar suas distorções cognitivas. Crie uma lista mental de razões pelas quais você deve se sen- tir grato. Conte as coisas que deram certo hoje – desde o caixa que sorriu para você até o jornal que foi entregue no prazo. Convide um amigo para jan- tar. Lembre-se do valor do otimismo aprendido: uma vida mais alegre e, muito possivelmente, melhor saúde. Chateado por conflitos com os outros? Declare suas necessidades ou angústias diretamente, evitando “você sempre” ou “você nunca”. Diga: “Eu me sinto _____ quando você _____”. “Eu realmente aprecia- ria se você pudesse _____”. “Preciso de ajuda para definir prioridades. O que precisa ser feito primeiro e o que devo fazer depois?” Se os conflitos são uma fonte significativa de angústia para você, considere uma aula sobre treinamento de assertividade. Sentindo esgotamento mental? Cuide-se. Arranje tempo para praticar a resposta de relaxamento ou, pelo menos, para mini-relaxamentos. Cuide do seu corpo se alimentando saudavelmente e do seu espírito procurando apoio de outras pessoas. Não se esqueça de se exercitar. Pense em atividades criativas, produtivas e de lazer. Considere suas prio- ridades na vida: vale a pena se sentir assim ou há outro caminho para você? Se precisar de ajuda, con- sidere que tipo seria melhor. Você gostaria que uma tarefa específica no trabalho fosse retirada das suas O mundo é um lugar mais gentil e menos estressante quando você compartilha seus prazeres. Mesmo uma breve conversa na fila do supermercado ou na rua com um amigo pode fazer você se sentir melhor. mãos? Necessita de mais tempo para executá-la? Precisa de alguém com experiência específica para ajudá-lo? Sentindo solidão? Conecte-se com os outros. Mesmo pequenas conexões – uma breve conversa na fila do supermercado, uma conversa sobre os acontecimentos locais com um vizinho, uma per- gunta para um colega – podem ajudar a derreter o gelo da solidão como também encorajá-lo a buscar mais oportunidades de se conectar. Faça trabalho voluntário. Participe de cultos religiosos ou funções da comunidade. Sugira um café com um conhecido. Ligue para um amigo ou parente que você sente falta. Faça um curso interessante. Se uma fobia social, baixa autoestima ou depressão está dimi- nuindo seu desejo de entrar em contato com as pessoas, procure ajuda. O mundo é um lugar mais gentil e maravilhoso quando você compartilha seus prazeres e fardos. 2. Faça uma “caixa de preocupações” Todo mundo se distrai com preocupações, mas às vezes elas podem transbordar, infiltrando-se no tecido do seu dia a dia. Ter um lugar para conter suas preocupações – literalmente – pode ajudá-lo a deixá-las de lado para que você possa se concen- trar nas partes mais prazerosas e significativas da sua vida. Comece encontrando ou montando uma caixa de preocupação. Qualquer caixa serve. Esse é um ótimo exercício para as crianças, que podem achar ainda mais atraente se puderem decorar a caixa como quiserem e guardá-la em um lugar especial. No final de cada dia, reserve alguns minutos para escrever duas ou três de suas preocupações em tiras de papel e coloque-as dentro da caixa. Ou, se a caixa estiver à mão, você pode anotar as preocupa- ções à medida que surgirem e ir colocando na caixa ao longo do dia. A caixa de preocupações permite que você deixe- -as mentalmente de lado. Uma vez depositadas na caixa, tente voltar sua atenção para outros assuntos. Mais tarde, você decide o que fazer com as tiras de papel. Algumas pessoas optam por jogar fora sem lê-las novamente, enquanto outras se beneficiam de rever as preocupações antes de jogá-las fora. Nesse caso, você pode se surpreender ao descobrir que a maior parte delas era infrutífera, e que os cenários que você imaginou nunca aconteceram. Se çã o es pe ci al 47Versão em inglês de Harvard Health Publishing, copyright 2020. Tradução criada e cedida como cortesia por Essentia Group. | Gerenciamento do estresse 3. Experimente um mini- relaxamento Os mini-relaxamentos podem ajudar a acalmar o medo e reduzir a dor enquanto você está na cadeira do dentista, por exemplo. Eles são igualmente úteis para moderar o estresse antes de uma reunião importante, enquanto estiver preso no trânsito ou quando se deparar com pessoas ou situações que o incomodam. Esse tipo de relaxamento leva ape- nas alguns segundos a alguns minutos, embora você possa fazer durante o tempo que desejar. Aqui estão algumas técnicas rápidas para experimentar. Recomendamos fazer três a quatro exercícios de mini-relaxamento diariamente. Minifoco na respiração Coloque a mão logo abaixo do umbigo para sentir a suave subida e descida da barriga enquanto respira. Inspire lentamente. Pause para uma contagem de três. Expire lentamente e pause para uma contagem de três. Continue a fazer algumas respirações lentas e profundas. Alternativamente, sentado confortavelmente, res- pire profundamente algumas vezes e repita silen- ciosamente para si mesmo “eu estou” ao inspirar e “em paz” ao expirar. Repita lentamente duas ou três vezes. Em seguida, sinta todo o seu corpo relaxar no apoio da cadeira. Minicontagem Faça a contagem regressiva lentamente de 10 a zero. Com cada número, faça uma respiração com- pleta, inspirando e expirando. Por exemplo, inspire profundamente, dizendo “10” para si mesmo. Expire lentamente. Na próxima inspiração, diga “nove” e assim por diante. Se você se sentir tonto, conte mais devagar para espaçar ainda mais as respirações. Quando você chegar a zero, você deve se sentir mais relaxado. Se não, repita o exercício. Minivarredura do corpo Enquanto estiver sentado, faça uma pausa no que estiver fazendo e verifique se há tensão no seu corpo. Relaxe os músculos faciais e permita que sua mandíbula se abra ligeiramente. Deixe seus ombros caírem. Deixe seus braços caírem para os lados. Deixe suas mãos se soltarem para que haja espaços entre os dedos. Descruze as pernas ou tornozelos. Sinta suas coxas afundarem em sua cadeira, dei- xando suas pernas caírem confortavelmente. Sinta suas canelas e panturrilhas mais pesadas e seus pés criarem raízes no chão. Agora, inspire lentamente e expire lentamente por um curto período de tempo. Minimassagem Uma combinação de movimentos que você mesmo pode fazer funciona bem para aliviar a tensão mus- cular. Tente movimentos suaves com as bordas das suas mãos ou batendo com os dedos ou palmas das mãos em concha. Faça pressão com a ponta dos dedos nos nós musculares. Massageie os múscu- los e tente movimentos longos, leves e deslizantes. Você pode aplicar esses toques em qualquer parte do corpo que esteja facilmente ao seu alcance. Para uma sessão curta, tente concentrar-se no pes- coço e na cabeça. Comece massageando os múscu- los da parte de trás do pescoço e dos ombros. Com o punho levemente fechado, deslize os nós dos dedos para cima e para baixo nas laterais e na parte detrás do pescoço. Em seguida, use os polegares para fazer pequenos círculos ao redor da base do crânio. Massageie lentamente o resto do couro cabeludo com as pontas dos dedos. Em seguida, bata os dedos contra o couro cabeludo, movendo- -os da frente para trás e depois para os lados. Agora, massageie seu rosto. Faça uma série de pequenos círculos com os polegares ou as pon- tas dos dedos. Preste atenção especial às têmpo- ras, testa e músculos da mandíbula. Use os dedos médios para massagear a ponte do nariz e vá para fora das sobrancelhas até as têmporas. Uma minimassagem pode ajudar a liberar a tensão no pescoço. Use os polegares para fazer pequenos círculos na base do crânio. Em seguida, massageie lentamente o couro cabeludo com as pontas dos dedos. Se çã o es pe ci al 48Versão em inglês de Harvard Health Publishing, copyright 2020. Tradução criada e cedida como cortesia por Essentia Group. | Gerenciamento do estresse Por fim, feche os olhos. Coloque as mãos frouxa- mente sobre o rosto e inspire e expire facilmente por um curto período de tempo. Mini-imaginação guiada Comece sentando-se confortavelmente em uma sala silenciosa. Traga sua consciência para a res- piração por alguns minutos. Agora imagine-se em um lugar que evoca boas lembranças. O que você sente – o cheiro forte de rosas em um dia quente, ar fresco de outono, o aroma de pão assando? O que você ouve? Se deixe levar pelas cores e formas que o cercam. Concentre-se nos prazeres sensoriais: o murmúrio de um vento suave; a sensação da grama macia e fresca sob seus pés; o cheiro salgado e o som rítmico do oceano. 4. Use a atenção plena para reduzir o estresse do dia de trabalho Dada a instabilidade no trabalho e a tecnologia 24 horas por dia, 7 dias por semana, não é surpreen- dente que a maioria dos americanos cite o trabalho como uma fonte significativa de estresse em suas vidas, de acordo com uma pesquisa do American Psychological Association. Experimente estas dicas para aliviar o estresse do trabalho. • Enquanto estiver a caminho do trabalho, reserve um pouco de tempo para fazer uma varredura. Se você estiver dirigindo, afrouxe um pouco suas mãos no volante, abaixe os ombros tensos e deixe sua barriga relaxar. • De tempo em tempo, faça uma pausa de cinco minutos, mas use esses minutos para dar uma caminhada em vez de simplesmente fazer uma pausa. • Ao longo do seu dia de trabalho, monitore seus níveis de tensão e sinais de alerta de estresse. Conscientemente, tente relaxar e liberar sua tensão. • Reserve alguns minutos a cada uma ou duas horas para fazer algumas respirações diafragmáticas profundas. • Almoce com atenção em um novo local, comendo devagar e aproveitando seu tempo consigo mesmo. • No final do seu dia de trabalho, lembre-se de como foi, reconhecendo e parabenizando-se por suas realizações. Uma caminhada consciente pode tirar sua mente das suas preocupações. Preste atenção a todas as sensações – o perfume de rosas em um dia quente, o ar fresco do outono, o murmúrio de um vento suave. Se çã o es pe ci al • Enquanto volta para casa, esteja consciente se está ou não com pressa. Como está? Tente desacelerar e relaxar. • Ao chegar em casa, troque de roupa, respire fundo algumas vezes para se concentrar e, quando possível, permita-se cinco minutos de silêncio antes de mergulhar nas atividades domésticas. 5. Aproveite o poder da sua mente Se você estiver se sentindo estressado ou sentindo dor, esses exercícios de visualização podem aju- dar. Eles são especialmente eficazes quando você obtém a resposta de relaxamento, momento no qual seu cérebro está mais calmo e mais focado, assim, facilitando uma maior abertura a sugestões e novas informações. Tente fazer uma gravação dessas visu- alizações – em sua própria voz ou na de um amigo cuja voz você ache calmante. 49Versão em inglês de Harvard Health Publishing, copyright 2020. Tradução criada e cedida como cortesia por Essentia Group. | Gerenciamento do estresse Para cima, para cima e para longe: visualização no balão de ar quente Imagine que você está entrando em um espaço gra- mado. Agora, permita que todos os seus sentidos estejam presentes. Preste atenção em cada deta- lhe. Está frio? Você pode sentir sua respiração? Ou é uma época mais quente do ano? Está ensolarado ou nublado? Continue a usar todos os seus senti- dos. Que sons você ouve? O vento? O farfalhar das folhas sob os pés? As canções de pássaros ou inse- tos? O ar cheira a flores? Ou a umidade das folhas? No meio do gramado há um balão de ar quente colorido. Aproxime-se dele. Observe atentamente o padrão de cores. Você pode escolher entre ficar no gramado e descansar ou dar um passeio no balão. Se você optar por fazer um passeio, pise lenta- mente na cesta. Você vê dois pequenos sacos de areia no piso; em cada saco de areia existem pala- vras escritas. Curve-se e pegue um dos sacos, que representa um fardo, preocupação ou estresse em sua vida. Observe o que as palavras dizem e, em seguida, jogue esse saco gentilmente no gramado pela lateral da cesta do balão. Conforme solta o saco de areia, o balão fica mais leve e levanta do chão. Pegue o outro saco de areia. Observe o que ele representa. Jogue-o para fora da cesta e sente- -se confortavelmente. O balão fica mais leve e sobe ao céu. Você percebe que a cada carga liberada, você também se sente mais leve, assim como o balão. À medida que você se sente mais leve, você começa a relaxar. Seus mús- culos relaxam e sua mente se aquieta. Você pode pairar tranquilamente entre as nuvens, flutuando levemente, sentindo-se contente, em paz e livre de preocupações. Talvez você escolha viajar para um lugar especial ou seguro. Sente-se em silêncio por vários minutos e continue a saborear esse tempo de silêncio consigo mesmo. É hora de começar sua jornada para casa. Lembre-se que o balão não precisa dos sacos de areia para pousar; não há necessidade de recolher seus far- dos. Basta deixá-los onde eles caíram. À medida que o balão desliza lentamente de volta para o gra- mado, lembre-se de como se sentiu ao liberar seus fardos e preocupações. Concentrar-se em como você se sentiu durante o passeio de balão o ajudará a repetir a experiência quando se sentir estressado novamente em sua vida diária. Saia gentilmente do balão e caminhe lenta- mente prestando atenção ao seu entorno e à experi- ência do momento. Ao chegar no limite do gramado, faça a transição de volta para a sala e tome consci- ência das visões, sons e cheiros ao seu redor. Evaporando a dor: visualização para quem sofre de dor de cabeça Dores de cabeça são um resultado comum do estresse. A boa notícia é que a redução do estresse muitas vezes pode reduzir a dor de cabeça. Aqui está uma estratégia de visualização que pode pro- porcionar alívio. Feche os olhos e tente imaginar como é a sua dor de cabeça. Imagine que é uma faixa de aço pesando em sua testa, pálpebras e nariz. A faixa é tão dura que você acha difícil mover os músculos do seu rosto. Agora, você percebe uma luz fraca e azul apare- cendo. Ela se instala acima da dura faixa de aço (sua dor de cabeça) e se prende a ela. À medida que os raios azuis atingem a dor de cabeça, a superfície dura da faixa começa a amolecer. Gradualmente, torna-se mais macia e flexível. Você percebe o movi- mento na faixa como ondulações em um lago. Faça algumas respirações lentas, permitindo que os mús- culos do seu rosto relaxem. A luz continua a derreter a dor. Você sente sua testa afrouxar um pouco enquanto a faixa dura se solta. Agora, toda a faixa está líquida e começa a evaporar. Suas pálpebras e testa ficam mais leves à medida que o líquido se transforma em vapor, subindo acima Na visualização do balão de ar quente, os dois sacos de areia na cesta do balão representam estressores em sua vida. Suavemente, jogue-os para fora e sinta o balão ficar mais leve e mais livre. Se çã o es pe ci al 50Versão em inglês de HarvardHealth Publishing, copyright 2020. Tradução criada e cedida como cortesia por Essentia Group. | Gerenciamento do estresse Tabela 2: Meu plano para gerenciamento de estresse MANEIRAS DE LIDAR COM O ESTRESSE ESTA SEMANA VOU TENTAR DIAS E HORÁRIOS RESERVADOS O QUE EU PERCEBI Evoque a resposta de relaxamento por meio de técnicas como respiração e varredura do corpo (consulte “Evocando a resposta de relaxamento”, página 24). Identifique seus sinais de alerta de estresse (consulte “Meus sinais de alerta de estresse”, página 23) e seus padrões de pensa- mento negativo (consulte “Experimente a reestrutura- ção cognitiva”, página 40). Pratique a comunicação assertiva e a escuta ativa para reduzir a chance de mal-entendidos e frustração (consulte “Aprenda a se comunicar melhor”, página 42). Cuide-se, reservando tempo para relaxar, alimentando-se bem, exercitando-se, conec- tando-se com os outros e realizando atividades que acrescentem alegria à sua vida (veja “Cuide-se”, página 43). 51Versão em inglês de Harvard Health Publishing, copyright 2020. Tradução criada e cedida como cortesia por Essentia Group. | Gerenciamento do estresse Manter um diário de gratidão pode ajudá-lo a perceber quantas coisas estão dando certo em sua vida, consequentemente, ajudando a aliviar o excesso de estresse. da sua cabeça. Todo o seu rosto relaxa quando você vê o último vapor desaparecer acima de você. Você está envolvido em um vapor calmante. Sua cabeça e rosto parecem leves e relaxados, e você pode res- pirar facilmente. Agora, concentre-se em sua respiração. Faça algu- mas respirações diafragmáticas mais lentas, pres- tando atenção em como se sente calmo e relaxado. Quando estiver pronto, abra lentamente os olhos, alongue-se e retome o seu dia. 6. Mantenha um diário de gratidão Refletir sobre as experiências, sentimentos e rela- cionamentos positivos em sua vida pode lhe tra- zer maior alegria. Um diário de gratidão é uma boa maneira de reconhecer o que ilumina sua vida e aju- dá-lo a desviar o foco de pensamentos e sentimen- tos negativos. Também pode ajudá-lo a perceber quantas coisas em sua vida estão realmente dando certo. Mantenha um diário ao lado da cama para que, no final de cada dia, você passe de cinco a dez minutos escrevendo sobre algo pelo qual foi grato em seu dia. Seja o mais específico possível. Não escreva apenas “Eu amo minha família”, mas concentre-se em imagens, sons e experiências concretas, como um abraço do seu filho, um elogio do seu parceiro, uma ligação de um amigo, um pôr do sol ou o canto dos pássaros perto da sua janela. Celebre conquis- tas grandes e pequenas – o aprendizado de um novo hobby, o bom andamento de um projeto no trabalho ou apenas conseguir deixar as crianças na escola na hora certa. Evoque a cena em sua mente e tente escrever sobre ela em detalhes. Em seguida, mergulhe por alguns minutos na experiência novamente. Você também pode usar esse diário para refletir sobre aconteci- mentos do passado pelos quais é grato. 7. Desenvolva seu plano pessoal para aliviar o estresse Ter um plano personalizado de alívio do estresse pode ajudá-lo no seu pronto gerenciamento – impe- dindo que ele se acumule. Escolha uma variedade de abordagens, para que possa encontrar as que funcionam melhor para você. Lembre-se, quanto mais você pratica, mais fácil fica o processo. Deixe os exemplos da Tabela 2, na página 50 refres- car sua memória das ferramentas que estão à sua disposição para ajudar a desarmar a resposta ao estresse. Em seguida, decida o que você está dis- posto a tentar e em que momento do dia pode fazê-lo. Mesmo pequenas mudanças – fazer alguns mini-relaxamentos para pausar as tarefas diárias, reconectar-se com um amigo na hora do café, ter um almoço saudável ou fazer uma caminhada cons- ciente – são passos importantes em direção ao seu objetivo. Ao escrever o que você notou depois de seguir essas etapas, você pode se encorajar a conti- nuar. Experimente seu plano por uma ou duas sema- nas antes de fazer qualquer alteração. E se você não cumprir o planejado? Não desanime. Considere os obstáculos que interromperam o plano e se você decidiu fazer demais. Pergunte a si mesmo quais estratégias podem ajudá-lo a evitar esses obstáculos na próxima semana. Finalmente, abrace o que foi bom e repita. Praticar essas técni- cas regularmente deve colocá-lo no caminho para uma vida mais pacífica, alegre e saudável. 52Versão em inglês de Harvard Health Publishing, copyright 2020. Tradução criada e cedida como cortesia por Essentia Group. | Gerenciamento do estresse Recursos [EUA] Organizações Benson-Henry Institute for Mind Body Medicine, Massachusetts General Hospital Rua Merrimac, 151, 4º andar Boston, MA 02114 617-643-6090 www.bensonhenryinstitute.org Esse instituto oferece programas para pessoas com condições médicas relacionadas ao estresse, como pressão alta, dor, câncer e infertilidade. Também oferece programas de exercícios, aconse- lhamento nutricional, ioga, bem-estar e gerenciamento abrangente de estresse, bem como programas escolares para crianças e adultos jovens. National Center for Complementary and Integrative Health (NCCIH) 9000 Rockville Pique Bethesda, MD 20892 866-464-3615 www.nccih.nih.gov Esse instituto faz parte do conglomerado de centros de pesquisa que formam uma agência governamental de pesquisa biomédica, incluindo medicina integrativa, do departamento de saúde e servi- ços humanos dos Estados Unidos. O centro oferece um blog e uma variedade de publicações online sobre medicina complementar e integrativa, bem como especialistas em prover informações dispo- níveis por telefone. UMass Memorial Center for Mindfulness 55 Lake Ave. N. Worcester, MA 01655 774-442-4681 www.umassmed.edu/cfm Fundado por Jon Kabat-Zinn, autor de “Full Catastrophe Living”, esse centro oferece informações e programas sobre redução do estresse. Seu programa de tratamento clínico é afiliado à Faculdade de Medicina da Universidade de Massachusetts. Livros “Grab a Tiger by the Toe: Stress-Proof Your Child” Marilyn Wilcher com Rana Chudnofsky; Laura Malloy (Inkslingers Press, 2012) Escrito para pais de crianças da pré-escola até o ensino médio, esse livro investiga tensões comuns que surgem dentro das famí- lias e explica as maneiras pelas quais o estresse afeta crianças em diferentes idades. Ele contém uma variedade de abordagens para gerenciar o estresse, com base em programas desenvolvidos pelo Benson-Henry Institute for Mind Body Medicine e adaptados especi- ficamente para crianças. “Manage Your Stress: Overcoming Stress in the Modern World” Joseph Shrand, M.D.; Leigh M. Devine, M.S. (St. Martin’s Griffin, 2012) Esse guia de autocuidado da Harvard Medical School reúne histó- rias pessoais com explicações sobre o que é o estresse e como ele prejudica o corpo, e recorre a uma variedade de técnicas – incluindo a resposta de relaxamento – para ajudar a gerenciá-lo. Capítulos úteis sobre como lidar com o estresse severo e reduzir o estresse das pessoas ao seu redor estão incluídos. “Relaxation Revolution: Enhancing Your Personal Health Through the Science and Genetics of Mind Body Healing” Herbert Benson, M.D.; William Proctor, J.D. (Scribner, 2010) Esse livro descreve a base científica de como a mente pode influen- ciar o corpo, incluindo a função dos genes. O livro explora como as pessoas podem aproveitar o poder da mente para prevenir, entre outros, condições médicas com risco de vida, além de discorrer sobre medicamentos suplementares e cirurgia – uma abordagem que efetivamente constitui o “terceiro pilar” da medicina. “Say Goodbye to Stress” Jeff Brown, MD; Liz Neporent (CSS Health, 2012) O psicólogo de Harvard, Jeff Brown, combina histórias pessoais e muitas vezes inspiradoras de pessoas que lutam com situações estressantes em suas vidas com dicas práticas e passo a passo do gerenciamento de estresse. “The Science of Stress: Living Under Pressure” GregoryFricchione, M.D.; Ana Ivkovic, M.D.; Albert S. Yeung, M.D. (University of Chicago Press, 2016) Esse livro, de coautoria do editor médico deste relatório, explora a neurobiologia do estresse e suas causas pessoais e sociais. Ele tam- bém investiga a conexão do estresse crônico com doenças como diabetes, depressão e doenças cardíacas – e discute o antídoto para o estresse, concentrando-se no aumento da resiliência. “The Upside of Stress: Why Stress Is Good for You, and How to Get Good at It” Kelly McGonigal, Ph.D. (Avery, 2016) Discutindo a crença tradicional de que todo estresse é ruim, McGonigal argumenta que o estresse é uma parte inevitável de uma vida significativa, e que você pode usá-lo a seu favor mudando sua mentalidade e desenvolvendo resiliência. O livro é baseado em uma aula chamada The New Science of Stress (tradução livre, A Nova Ciência do Estresse) que ela ensina na Universidade de Stanford. Relatórios da Harvard Medical School Os seguintes Relatórios Especiais de Saúde da Harvard Medical School se aprofundam em mais detalhes sobre vários tópicos men- cionados neste relatório. Você pode encomendá-los acessando www.health.harvard.edu. “An Introduction to Tai Chi: A gentle exercise program for mental and physical well-being” (tradução livre, Uma introdução ao Tai Chi: Um programa de exercícios suaves para o bem-estar mental e físico) Peter M. Wayne, Ph.D., Editor Médico (Faculdade de Medicina de Harvard, 2017) Exercícios baseados no eixo mente-corpo, como tai chi e ioga, vêm ganhando popularidade. Estudos mostram que eles podem ajudar de variadas formas, desde baixar a pressão arterial e controlar a depressão até fortalecer a musculatura e melhorar o equilíbrio. Apresentando os benefícios, o relatório ajuda você a criar sua pró- pria prática de tai chi, com ênfase no programa para iniciantes. http://www.bensonhenryinstitute.org http://www.nccih.nih.gov http://www.umassmed.edu/cfm http://www.health.harvard.edu. 53Versão em inglês de Harvard Health Publishing, copyright 2020. Tradução criada e cedida como cortesia por Essentia Group. | Gerenciamento do estresse “An Introduction to Yoga: Improve your strength, balance, fle- xibility, and well-being” (tradução livre, Uma Introdução ao Ioga: melhore sua força, equilíbrio, flexibilidade e bem-estar) Sat Bir Singh Khalsa, Ph.D.; Lauren E. Elson, M.D. (Editores Médicos) (Faculdade de Medicina de Harvard, 2020) Esse relatório apresenta um programa básico de ioga que pode aju- dar a melhorar sua força, equilíbrio e flexibilidade, além de promover a atenção plena e maior bem-estar. Apresentando as evidências dos benefícios para a saúde do ioga, inclui posturas em pé e no chão, sequências e uma rotina de ioga na cadeira para quem está pas- sando por problemas de equilíbrio ou sentindo dificuldade em deitar no chão. “Positive Psychology: Harnessing the power of happiness, min- dfulness, and inner strength” (tradução livre, Psicologia Positiva: aproveitando o poder da felicidade, atenção plena e força interior) Ronald D. Siegel, Psy.D., Editor Médico (Faculdade de Medicina de Harvard, 2019) Esse relatório é um guia de conceitos que podem ajudá-lo a encon- trar bem-estar e felicidade. Inclui testes de autoavaliação, conselhos pormenorizados e exercícios para ajudá-lo a maximizar as emoções positivas em sua vida. “Understanding Depression: The many faces of depression—and how to find relief” (tradução livre, Compreendendo a Depressão: as muitas faces da depressão – e como encontrar alívio) Michael Craig Miller, M.D., Editor Médico (Faculdade de Medicina de Harvard, 2020) Esse guia distingue entre tristeza e depressão, ajudando você a clas- sificar uma variedade de tratamentos e medicamentos. Inclui estra- tégias para conviver com a depressão. Glossário Cortisol: um hormônio liberado pelas glândulas suprarrenais durante a resposta ao estresse. Eixo HPA (hipotálamo-hipófise-adrenal): um sistema que governa muitas atividades hormonais no corpo, incluindo a resposta ao estresse. Epinefrina e norepinefrina: também chamados de adrenalina e noradrenalina, esses principais hormônios do estresse causam uma cascata de respostas fisiológicas no corpo, como batimentos cardía- cos e respiração mais rápidos, aumento da pressão arterial e libera- ção de gorduras e glicose que aumentam a energia. Estressores: eventos ou circunstâncias estressantes que podem ser ameaças reais ou percebidas ao seu equilíbrio e bem-estar. Foco na respiração: uma forma de meditação que provoca a res- posta de relaxamento. O foco na respiração depende da respiração profunda e uniforme, uma atitude passiva, e uma palavra de foco ou ponto focal. Hipotálamo: região do cérebro, localizada acima do tronco ence- fálico, contendo uma rede de nervos que ajuda a controlar os siste- mas nervosos simpático e parassimpático e, por meio da glândula pituitária, o sistema endócrino. Ele desencadeia a resposta ao estresse, liberando o primeiro de vários mensageiros químicos que colocam o corpo em alerta. Meditação da atenção plena: uma forma de meditação, com suas raízes na antiga prática budista, na qual a pessoa tem uma consciên- cia calma do seu corpo e sentimentos e está totalmente engajada no presente; também chamada de meditação do insight. Mindfulness: um conjunto de técnicas que o encorajam a diminuir o ritmo e viver plenamente o momento. Palavra de foco: uma palavra ou frase que aumenta sua sensação de paz, relaxamento e conexão enquanto você pratica a respiração profunda e outras técnicas que provocam a resposta de relaxamento. Psicologia positiva: um campo emergente reconhecido pela American Psychological Association que se concentra na identifica- ção e promoção de fatores que permitem que as pessoas prosperem. Resposta mal-adaptativa ao estresse: uma resposta fisiológica não saudável aos estressores, geralmente não sendo desligada mesmo quando os estressores desaparecem. Resposta ao estresse: mudanças fisiológicas, como respiração e batimentos cardíacos acelerados e aumento da pressão arterial, provocadas por hormônios do estresse liberados em resposta a uma ameaça real ou percebida à sua segurança (ou capacidade de lidar). Também chamada de resposta de luta ou fuga. Resposta de relaxamento: um termo cunhado pelo Dr. Herbert Benson para descrever os efeitos físicos da meditação e algumas outras técnicas que são opostas às da resposta ao estresse. Os efei- tos incluem quedas acentuadas no consumo de oxigênio, expiração de dióxido de carbono, batimentos cardíacos e respiração mais cal- mos, bem como estabilização ou redução da pressão arterial. Sistema nervoso autônomo: a parte do sistema nervoso que rege as funções involuntárias do corpo, como respiração, pressão arterial, batimentos cardíacos e dilatação ou constrição das artérias e peque- nas vias aéreas nos pulmões. Inclui os sistemas nervosos simpático e parassimpático. Sistema nervoso parassimpático: um dos dois ramos do sistema nervoso autônomo; acalma os sistemas do corpo excitados pela libe- ração de hormônios do estresse. Sistema nervoso simpático: uma ramificação do sistema nervoso autônomo; aumenta o estado de prontidão/tensão no corpo quando os hormônios do estresse são liberados em resposta a perigos per- cebidos ou reais. Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT): uma reação pro- longada ao trauma caracterizada por flashbacks recorrentes, sonhos ou pensamentos intrusivos sobre o evento traumático. Entre outros, ocorre o afastamento de pessoas e determinadas situações, uma tendência a se assustar facilmente e dificuldade para dormir. 54Versão em inglês de Harvard Health Publishing, copyright 2020. Tradução criada e cedida como cortesia por Essentia Group. | Gerenciamento do estresse ISBN 978-1-61401-251-1 SX86000 SC0620 Receive HEALTHbeat, Harvard Health Publishing’s free email newsletter Go to: www.health.harvard.edu to subscribe to HEALTHbeat. This free weekly email newsletter brings you health tips, advice, andinformation on a wide range of topics. You can also join in discussion with experts from Harvard Health Publishing and folks like you on a variety of health topics, medical news, and views by reading the Harvard Health Blog (www.health.harvard.edu/blog). Order this report and other publications from Harvard Medical School online | www.health.harvard.edu phone | 877-649-9457 (toll-free) mail | Belvoir Media Group Attn: Harvard Health Publishing P.O. 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