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TOXINA BOTULÍNICA DO VENENO À FEBRE MUNDIAL Vanessa Schoeneberg - Graduada em Odontologia pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) 2003; - Pós-graduada em Oclusão UFRGS 2004; - Pós-graduada em Ortodontia pela AGOR (Assoc. Gaúcha de Ortodontia) 2006; - Especialista em Harmonização Facial pela Hodos/Uningá 2018; - Docente do Curso de Extensão em Estética da UFRGS; - Preceptora de estágio da Biomedicina Estética da PUC/RS. HISTÓRIA DA TOXINA BOTULÍNICA História da Toxina Botulínica 1822 Justinus Kerner - ‘’veneno da salsicha’’ (1) que a toxina se desenvolve em salsichas deterioradas, sob condições anaeróbicas; (2) que a toxina atua sobre os nervos motores e o sistema nervoso autônomo; (3) que a toxina é letal, mesmo em pequenas doses. 3 principais descobertas: História da Toxina Botulínica História da Toxina Botulínica 1895 Émile Pierre-Marie Van Ermengem - Clostridium botulinum bacillus, gram-positiva, anaerobia, que produz a toxina botulínica. História da Toxina Botulínica 1920 Herman Sommer - isolou o precipitado ácido da toxina botulínica do tipo A (TBX-A). Veron Brooks - descobriu que a toxina bloqueia a liberação de acetilcolina das terminações nervosas motoras, promovendo uma hipomobilidade temporária do músculo correspondente. 1970 Alan B. Scott - começou a testar a toxina em macacos para avaliar os efeitos na distonia muscular relacionada com o estrabismo; História da Toxina Botulínica Confirmaram ser possível promover um efeito duradouro de enfraquecimento local no músculo injetado, sem qualquer toxicidade ou efeito colateral; Food and Drug Administration (FDA) permitiu testar os efeitos da toxina botulínica no tratamento de estrabismo em seres humanos. 1973 1977 1989 Liberada, pela FDA, a comercialização da TBX-A nos Estados Unidos para uso em estrabismo e blefaroespasmo associado à distonia muscular; História da Toxina Botulínica Atualmente, a toxina botulínica tipo A está aprovada para ser utilizada em diferentes condições patológicas e cosméticas das áreas médica e odontológica e é utilizada em pelo menos 85 países, inclusive no Brasil. 1992 Senhor e Senhora Botox: Alastair e Jean Carruthers - publicada pela primeira vez o uso cosmético da toxina para tratamento de rugas glabelares; FDA aprova para tratamento estético clínico de rugas glabelares e tornou-se uma revolução para o rejuvenescimento facial. 2000 Referências COUTO, R. Uso da toxina botulínica em odontologia. 2014. Disponível em: http://www.drcouto.com.br/uso-datoxina-botulinica-em-odontologia/. Acesso em: abril de 2014. ERBGUTH, F. J.; NAUMANN, M. Historical aspects of botulinium toxin: Justinus Kerner (1786 – 1862) and the “sausage poison”. American Academy of Neurology Journal, Hagerstown, v. 53, no. 8, p. 1850-1853, Nov 1999. GONÇALVES B. M. Uso da toxina botulínica em odontologia. [tese] Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina; 2013. GUERRISSI J. Intraoperative injection of botulinum toxin A into orbicularis oculi muscle for the treatment of crow’s feet. Plast Reconstr Surg 105(6): 2219-25, 2000. HOQUE, A.; MCANDREW, M. Use of botulinum toxin in dentistry. Ny State Dent J, New York, Ny, Usa, p. 52-55. nov. 2009. ENVELHECIMENTO FACIAL Envelhecimento Facial A expressão facial no desenvolvimento de rugas e a toxina botulínica na profilaxia do envelhecimento. “O envelhecimento faz o indivíduo perder sua imagem de referência facial”. Envelhecimento Facial Pelas expressões faciais, é possível reconhecer os sentimentos de medo, tristeza, raiva, angústia, preocupação, repressão, atenção, surpresa e alegria. Apesar de esses movimentos musculares atuarem na expressão de emoções eles também causam rugas com o passar do tempo. Envelhecimento Facial Essas rugas das expressões faciais se formam devido ao fato de os músculos da face possuírem um anexo de tecido mole à superfície da pele e se fixam por somente uma extremidade ao osso. Quando ocorre a contração muscular, a pele sobrejacente também se contrai, formando as rugas dinâmicas em sentido perpendicular à contração muscular, especialmente nas regiões frontais, ao redor dos olhos e da boca. Envelhecimento Facial Rugas dinâmicas - As rugas vêm e vão junto com as expressões; Rugas estáticas - À medida que se envelhece, as rugas se tornam mais permanentemente gravadas na face. Contudo, os movimentos dos músculos da face não são os únicos responsáveis pelo envelhecimento facial, que é um processo natural, dinâmico e contínuo ao longo da vida, envolvendo todas as camadas da face. Envelhecimento Facial extrínsecas genética movimentos repetidos qualidade de vida atividade profissional ou ocupacional ação da gravidade perda dos compartimentos de gordura fragmentação do colágeno perda da elasticidade da pele Envelhecimento Facial Utilização da toxina botulínica do tipo A. Atualmente, o profissional da estética tem à sua disposição um arsenal terapêutico para tratar o paciente que tende a buscar o rejuvenescimento facial. Amplamente conhecida por sua utilização no tratamento de diversas condições estomatológicas, a toxina botulínica se mostra eficiente também na utilização cosmética, atuando na redução de linhas hipercinéticas faciais. Referências Bibliográficas CARVALHO, R. C. R.; SHIMOAKA, A. M.; ANDRADE, A. P. O Uso da Toxina Botulínica na Odontologia. 2011.Disponível em: http://cfo.org.br/wpcontent/uploads/2011/05/toxina-botulinica.pdf. NETTER, Frank H. Netter Atlas De Anatomia Humana. 5.ed. Rio de Janeiro, Elsevier, 2011. LOPADINA, I.; Fios de PDO – Nova Abordagem ao Rejuvenescimento da Pele. São Paulo, Multieditora, 2018 ABRAHAM, R.F., DEFATTA, R. J., WILLIAMS, E. F. Thread-lift for facialrejuvenation: assessment of longterm results. Arch Facial Plast Surg., v. 11, p.178–83,2009 http://cfo.org.br/wpcontent/uploads/2011/05/toxina-botulinica.pdf ANATOMIA APLICADA À TOXINA BOTULÍNICA Parte 1 Anatomia aplicada à Toxina Botulínica Anatomia das expressões faciais e zonas de risco aplicados à toxina botulínica. Anatomia aplicada à Toxina Botulínica Músculo Frontal Função: Levantar as sobrancelhas. Origem: Occipitofrontal, ventre occipital: dois terços laterais da parte mais alta e linha nucal superior do osso occipital, processo mastóide do osso temporal. Occipitofrontal, ventre frontal: pele da fronte, em conjunto com o prócero (fibras médias), corrugador do supercílio e orbicular dos olhos (fibras laterais). Temporoparietal: pele das têmporas, fáscia temporal. Anatomia aplicada à Toxina Botulínica Músculo Frontal Inserção: Na aponeurose epicrânica. Inervação: Ramos temporais do nervo facial. É o principal antagonista do músculo orbicular do olho e, junto com o levantador da pálpebra, participa da abertura da fenda palpebral. Vascularização: Artérias temporal superficial, oftálmica, auricular posterior e occipital. Esse músculo apresenta fibras no sentido vertical. Sua contração levanta as sobrancelhas e forma pregas transversais na fronte traduzidas como rugas da testa presentes nas expressões de susto e espanto. Músculo Frontal Anatomia aplicada à Toxina Botulínica Anatomia plicada à Toxina Botulínica Músculo Temporal Função: Trata-se de um músculo com função mastigatória, não envolvido diretamente na formação de rítides. Origem: Fossa Temporal e Fáscia Temporal. Inserção: Apófise Coronóide da Mandíbula. Inervação: Nervos Temporais Profundos (ramos dos nervos mandibulares). Vascularização: Artérias Temporais Profundas. Músculo Corrugador do Supercílio Função: Atuando em sinergia com o prócero, os corrugadores juntam a parte medial das sobrancelhas; Origem: Parte nasal do osso frontal; Inserção: Tem inserção no terço médio da pele da sobrancelha e aponeurose epicrânica. Inervação: São inervados pelos ramos temporais do nervo facial (VII). Vascularização: Artéria Oftálmica, artéria temporal superficial. Anatomiaaplicada à Toxina Botulínica Músculo Corrugador do Supercílio Responsável pela expressão de raiva e depressão. Sua contração causa linhas de expressão que podem se tornar profundas sobre a raiz do nariz. Contrações do corrugador e, em menor grau, da porção medial do músculo orbicular dos olhos e do abaixador do supercílio, produzem linhas verticais entre as sobrancelhas. Músculo Prócero Função: Trabalhar em conjunto com o músculo corrugador do supercílio, contraindo-o e puxando as sobrancelhas para o centro; Origem: Origina-se na porção inferior do osso nasal e na porção superior da cartilagem nasal. Inserção: Tem inserção na pele entre as sobrancelhas. Inervação: É inervado pelos ramos bucais do nervo facial (VII). Vascularização: Ramos angular e nasal lateral da artéria facial. Músculo Prócero Este músculo puxa a parte do meio dos supercílios, causando rugas transversais profundas sobre a raiz do nariz ou ponte nasal. Sua contração provoca também uma ruga longitudinal, sempre em sinergia com o músculo corrugador. Sua contração expressa sentimentos de raiva, estresse e ira. Músculo Orbicular do olho Função: O músculo orbicular do olho estreita a abertura palpebral e, portanto, é um antagonista ao levantador da pálpebra superior e aos músculos tarsal superior e tarsal inferior. Origem: A parte orbital tem origem na parte nasal do osso frontal, processo frontal da maxila, lacrimal (margem lateral da órbita), saco lacrimal, ligamento palpebral medial. A parte palpebral tem origem no ligamento palpebral medial e no saco lacrimal. A parte profunda da parte palpebral tem origem na crista lacrimal posterior do lacrimal. Músculo Orbicular do olho Inserção: Fundem-se com as porções transversais dos músculos nasais. Inervação: Inervados pelos ramos temporais e zigomáticos do nervo facial. Vascularização: Artérias maxilar, temporal superficial, facial e oftálmica. Músculo Orbicular do olho Músculo Orbicular do olho São músculos circulares com função de esfíncter, responsáveis por estreitar a fenda palpebral. As rugas que formam os “pés de galinha” do canto lateral do olho são causadas pela contração das fibras laterais do orbicular do olho e do músculo zigomático. As fibras médias da parte orbital irradiam para a pálpebra superior em direção às sobrancelhas (abaixador do supercílio). ANATOMIA APLICADA À TOXINA BOTULÍNICA Parte 2 Músculo Nasal Função: A parte superior (parte alar) amplia as aberturas nasais (narinas externas) e narinas, reduzindo-se o esforço respiratório. A parte inferior e as fibras únicas que vão até o septo (parte transversa) também podem estreitar as narinas e rebaixar ligeiramente a ponta do nariz. Origem: Tem origem no meio do osso maxilar. Inserção: a parte alar, possui inserção no jugo alveolar do segundo incisivo; e a parte transversa, se insere no jugo alveolar do canino. Inervação: Inervado pelos ramos bucais do nervo facial. Vascularização: Ramos labial superior, septal e nasal lateral da artéria facial e ramo infraorbital da artéria maxilar. Músculo Nasal Músculo Nasal Esse músculo pode ser responsável pela formação de várias rugas transversais do nariz, conhecidas como “rugas de coelho” ou bunny lines. Músculo Abaixador do Septo Nasal Função: Atua dirigindo a ponta do nariz para baixo, principalmente durante o sorriso. Origem: Sua origem se dá na base do septo nasal Inserção: No tegumento da ponta do nariz. Inervação: Ramo bucal do nervo facial (NC VII). Vascularização: Ramos labial superior, septo nasal lateral e artéria facial. Ramo infraorbital da artéria maxilar. Músculo Abaixador do Septo Nasal Seu tratamento traz benefícios limitados, minimizando a ptose da ponta nasal em pacientes com movimentação dinâmica da mesma. No entanto, a injeção é segura e, em geral, não oferece maiores riscos. Músculo Levantador do Lábio Superior o Asa do Nariz Função: Sua contração eleva o quadrante superior do lábio e levanta a margem lateral das narinas, impedindo seu colabamento durante a inspiração. Origem: Se originam do processo frontal da maxila. Inserção: Inserem-se no lábio superior. Inervação: É inervado pelo ramo zigomático do nervo facial. Vascularização: Artéria facial, ramo infraorbital da artéria maxilar. Músculo Levantador do Lábio Superior Função: Sua contração se dá durante o sorriso pronunciado, elevando o lábio superior e aprofundando os sulcos nasolabiais. Origem: Esse músculo tem origem na margem infraorbital e na parte adjacente do processo zigomático da maxila. Inserção: Insere-se no lábio superior. Inervação: É inervado pelo ramo zigomático do nervo facial. Vascularização: Artéria facial, ramo infraorbital da artéria maxilar. Ao contrair, o levantador do lábio superior ajuda outros músculos bucolabiais a elevar e inverter o lábio superior. Essa ação expõe os dentes superiores e aprofunda as linhas nasolabiais, que têm uma função importante em várias expressões faciais, tais como sorrir ou fazer um face de presunção ou desprezo. Músculo Zigomático Menor Função: Sua contração eleva o quadrante superior do lábio, em conjunto com o levantador do lábio superior, expondo os dentes. Origem: As fibras desse músculo têm origem no lábio superior, mais especificamente na porção média do quadrante superior, entrelaçadas com os músculos adjacentes, entre a porção do levantador do lábio superior e o zigomático maior. Inserção: Insere-se no osso zigomático abaixo da porção lateral à órbita. Inervação: Ramos zigomático e bucal do nervo facial (NC VII). Vascularização: Artéria labial superior. Músculo Zigomático Menor Músculo Zigomático Maior Função: Eleva o ângulo da boca para cima e para fora, como em um sorriso, e é adjuvante na mastigação. Origem: O músculo origina-se no lábio superior, porção lateral do quadrante superior, entrelaçado com os músculos adjacentes, medialmente ao ângulo da boca. Inserção: Insere-se no osso zigomático próximo ao processo temporal do zigomático. Inervação: Ramo bucal do nervo facial (NC VII) Vascularização: Artéria labial superior. Músculo Risório Função: Sua contração puxa o ângulo da boca lateralmente, e assim produz a linha do sorriso. Origem: Esse músculo origina-se no ângulo da boca, como continuação da rima bucal. Inserção: Insere-se na fáscia parotídea. Inervação: É inervado pelos ramos bucais do nervo facial. Vascularização: Artéria labial superior. Músculo Levantador do Ângulo da Boca Função: Age elevando o ângulo da boca e acentuando a prega nasolabial. Origem: Suas fibras originam-se na fossa canina da maxila. Inserção: Inserem-se no ângulo da boca. Inervação: Inervado pelos ramos zigomáticos do nervo facial Vascularização: Artéria facial, ramo infraorbital da artéria maxilar. Músculo Orbicular da Boca Função: A parte marginal, a mais externa da abertura da boca, é responsável por todos os movimentos dos lábios, incluindo o franzir dos lábios, em movimentos como ao assobiar ou tocar um instrumento. Já a parte labial do músculo orbicular é responsável pela contração isolada da parte labial, localizada imediatamente na margem interna do lábio. A parte vermelha do lábio é disposta contra os dentes da frente e, assim, a parte visível do lábio estreita-se. Músculo Orbicular da Boca Origem: A parte marginal e a parte labial do músculo orbicular da boca têm origem na pele periorbital, lateral à linha média da mandíbula, borda alveolar da maxila. Inserção: Em sua maior parte, insere- se na pele e na membrana da mucosa externa da boca. Inervação: É inervado pelos ramos bucal e mandibular do nervo facial. Vascularização: artéria facial, artéria maxilar e artéria temporal superficial. ANATOMIA APLICADA À TOXINA BOTULÍNICA Parte 3 Músculo Orbicular da Boca Produz um movimento de esfíncter, assim como as pálpebras, de fechamentocausando rugas ao redor dos lábios, conhecidas como periorais ou, popularmente,” código de barras”. Músculo Abaixador do Ângulo da Boca Função: O músculo abaixador do ângulo da boca puxa os cantos da boca para baixo e, assim, suaviza o sulco nasolabial quando em movimento. Atua sinergicamente com o músculo platisma, rebaixando o canto da boca. Origem: Tem origem na linha oblíqua da mandíbula, abaixo do forame mentual. Inserção: No ângulo da boca, lábio superior e inferior e pele do queixo. Inervação: Esse músculo é inervado pelo ramo marginal mandibular do nervo facial. Vascularização: Artéria labial inferior, artéria mentual Músculo Abaixador do Ângulo da Boca Músculo Abaixador do Ângulo da Boca Sua contração repuxa para baixo as comissuras labiais, e sua hiperatividade produz linhas melomentuais, conhecidas como “linhas de marionete”. Quando está mais atuante, mostra sinal de tristeza e/ou envelhecimento. Músculo Abaixador do lábio Inferior Função: Atua evertendo essa estrutura, colaborando para a formação das linhas melomentuais e nasolabiais. Origem: Sua origem se dá na base da mandíbula. Inserção: No lábio inferior. Inervação: Ramo mandibular do nervo facial (NC VII). Vascularização: Ram labial inferior a artéria facial, ramo mentual da artéria facial. Músculo Abaixador do lábio Inferior Ao contrair, esse músculo traciona o lábio inferior inferomedialmente. Esta ação ajuda a realizar as expressões faciais associadas à tristeza, à dúvida e à melancolia. Músculo Mentual Função: Como é um músculo do queixo, sua função é puxar o lábio inferior para baixo. Os pacientes que são respiradores bucais e têm dificuldade de manter os lábios ocluídos beneficiam-se com a aplicação pelo relaxamento de sua função. Origem: mucosa jugal alveolar do incisive inferior da mandíbula. Inserção: Pele do mento. Inervação: Ramo mandibular do nervo facial (NC VII). Vascularização: Ramo labial inferior da artéria facial, ramo mentual da artéria maxilar. Músculo Mentual É frequentemente tratado por motivos estéticos. Muitas vezes, seu aspecto é o de casca de laranja ou bola de golfe, acentuado pela fala ou pelo choro. A musculatura contraída da região é também conhecida como celulite do queixo. Músculo Mentual Músculo Masseter Função: O masseter fecha a mandíbula com força. Enquanto a parte superficial é capaz de contrair ligeiramente a mandíbula, a parte profunda pode retraí- la. Origem: A parte superficial tem origem na margem inferior e dois terços anteriores do arco zigomático: no processo zigomático da maxila. A parte profunda tem origem no terço posterior e na superfície interna do arco zigomático. Inserção: Ambas as partes se inserem no ângulo da mandíbula e superfície lateral do ramo da mandíbula, respectivamente. Inervação: Nervo massetérico (ramo do nervo mandibular). Vascularização: Artéria massetérica (ramo da artéria maxilar. Músculo Masseter Músculo Masseter As indicações para tratar esse músculo incluem: bruxismo, síndromes de cefaléia diversas, distonias e síndromes espásticas. Apresenta-se bastante espesso quando relacionado com essas indicações. A paralisia levando à hipotrofia do músculo também é desejada por motivos estéticos. Sua parte potente é facilmente palpável e visível. Músculo Platisma Função: Como músculo cutâneo do pescoço, o platisma estende a pele que está entre a mandíbula e a clavícula. Cordões de fibras individuais podem ser vistos quando o músculo está tenso. Sua contração deprime o lábio inferior e puxa os cantos da boca para baixo, e formam-se as linhas do “colarete” no pescoço. Seu relaxamento produz elevação do ângulo da boca, melhora do contorno facial, da aparência do pescoço e efeito lifting. Origem: Suas fibras têm origem abaixo da borda inferior da clavícula, sob a fáscia do peitoral maior e do deltóide anterior e médio. Inserção: Sua parte posterior insere-se nos músculos abaixadores do ângulo da boca, risório e porção lateral do orbicular da boca. A parte anterior insere-se no perióstio da porção medial da borda mandibular. Inervação: É inervado pelo ramo cervical do nervo facial. Músculo Platisma Músculo Platisma As complicações do tratamento, como dificuldade na deglutição e fraqueza do pescoço, podem ser evitadas com doses totais menores que 40 U de toxina botulínica. KANE, M.; SATTLER, G.; Guia Ilustrado para Infiltrações Estéticas com Toxina Botulínica. 2ed. Di Livros. Rio de Janeiro – RJ. 2016. MAIO M. Therapeutic uses of botulinum toxin: from facial palsy to autonomic disorders. Expert Opin Biol Ther; 8(6):791-8, 2008. BENEDETTO, A. Cosmetic uses of botulinum toxin a in the upper face. In: Benedetto AV, editor. Botulinum toxin in clinical dermatology. London: Taylor & Francis Group, p. 78– 952005. Referências PREPARAÇÕES COMERCIAIS DE TOXINA BOTULÍNICA NO BRASIL A Anvisa aprovou, para serem utilizados no Brasil, Botox® e Myobloc® em 2000, Dysport® em 2001, Prosigne® em 2003, Xeomin® em 2010, Botulift® em 2013 e mais recentemente Nabota® em 2020. 50U 100U 125U 150U 200U 300U 500U Os frascos de toxina podem ser apresentados com Preparações Comerciais de TB Por se tratar de um produto biológico, possuem características específicas e diferenças entre cada marca disponível no mercado. Preparações Comerciais de TB Por se tratar de um produto biológico, possuem características específicas e diferenças entre cada marca disponível no mercado Técnica de aplicação; Dosagem de aplicação; Tempo de resposta terapêutica; Processo de fabricação; Tipo de cepa; Envase; Peso molecular; Halo de ação; Quantidade e o tipo de proteínas associadas. Preparações Comerciais de TB KANE, M.; SATTLER, G.; Guia Ilustrado para Infiltrações Estéticas com Toxina Botulínica. 2ed. Di Livros. Rio de Janeiro – RJ. 2016. MAIO M. Therapeutic uses of botulinum toxin: from facial palsy to autonomic disorders. Expert Opin Biol Ther; 8(6):791-8, 2008. BENEDETTO, A. Cosmetic uses of botulinum toxin a in the upper face. In: Benedetto AV, editor. Botulinum toxin in clinical dermatology. London: Taylor & Francis Group, p. 78–952005. Referências A MOLÉCULA E SEU MECANISMO DE AÇÃO Mecanismo de Ação Neurotoxina propriamente dita (PM = 150 kDa ) + macro complexo não tóxico que estabiliza e protege o núcleo da lise enzimática. Proteína protetora Molécula da TB (150KDa) - Cadeia leve; - Cadeia pesada. A aplicação local da toxina botulínica promoverá um bloqueio químico da transmissão nervosa na junção neuromuscular, com a inibição da liberação da acetilcolina na fenda pré-sináptica, com a promoção do relaxamento da musculatura. É uma exotoxina, com ação paralisante, produzida pela bactéria C. botulinum, causadora do botulismo. OU SEJA É uma neurotoxina dose dependente que tem como consequência o bloqueio da liberação de acetilcolina nos terminais, impedindo a transmissão do impulso nervoso à placa motora do músculo. Mecanismo de Ação Que tal um resumo simplificado do mecanismo de ação da toxina botulínica? A toxina botulínica atua como um bloqueador neuromuscular e impede a liberação de acetilcolina, bloqueando a transmissão de estímulos dos neurônios para os músculos, que podem ser bloqueados parcialmente ou totalmente na contração muscular. --> Acetilcolina liberada + impulso elétrico = contração muscular; --> O complexo Snare é formado por proteínas Sintaxina – Snap 25 – Vamp; --> A toxina botulínica corta uma delas inibindo a liberação de acetilcolina bloqueando a transmissão de estímulos dos neurônios para os músculos = diminuição da contração muscular; --> O bloqueio da toxina impede, parcial ou totalmente, a contração muscular de forma temporária - até que novos brotamentos axonais surjam. KANE, M.; SATTLER, G.; Guia Ilustrado para Infiltrações Estéticas com Toxina Botulínica. 2ed. Di Livros. Rio de Janeiro – RJ.2016. MAIO M. Therapeutic uses of botulinum toxin: from facial palsy to autonomic disorders. Expert Opin Biol Ther; 8(6):791-8, 2008. BENEDETTO, A. Cosmetic uses of botulinum toxin a in the upper face. In: Benedetto AV, editor. Botulinum toxin in clinical dermatology. London: Taylor & Francis Group, p. 78–952005. Referências RECONSTITUIÇÃO E ARMAZENAMENTO DA TOXINA BOTULÍNICA Reconstituição e Armazenamento da toxina botulínica Material necessário: Seringa estéril comum (farmácia) 3 ou 5ml com agulha; Soro fisiológico 0.9% IV (estéril, específico para injeção); Frasco de Toxina Botulínica. Reconstituição e Armazenamento •Frasco de 50 UI – 1ml de soro; •Frasco de 100 UI – 2ml de soro; •Frasco de 150 UI – 3ml de soro; •Frasco de 200 UI – 4ml de soro. Há diversas diluições possíveis. Porém, nesse curso ensinaremos a diluição clássica, orientada pelo fabricante e de minha preferência: Diluição clássica 2:1 *Essa diluição não é indicada para a Toxina da marca Dysport em nenhuma apresentação Dysport 500 U = 3,3 ml Dysport 300 U = 2,0 ml Ou ainda Dysport 500 U = 4ml Dysport 300 U = 2,4 ml Ou ainda Dysport 500 U = 2ml Dysport 300 U = 1,2 ml Diluição clássica 2:1 de toxina 100UI: 1°) Coletar 2ml de soro fisiológico estéril com a seringa comum; 2°) Inserir a mesma agulha no frasco de toxina previamente higienizado com álcool 70%; 3°) Encostar a agulha na parede do frasco para o soro “escorrer” pela mesma lentamente; 4°) Segurar o êmbolo, controlando a velocidade de entrada do soro. O êmbolo fará força para a inserção do líquido automaticamente - NÃO DEIXAR QUE O SORO ENTRE NO FRASCO RAPIDAMENTE; 5°) Após a entrada dos 2ml no frasco de toxina, retirar a seringa, mantendo a agulha “espetada” na borracha; 6°) “Girar em carrossel” o frasco de toxina para incorporar a mistura, jamais agitando o frasco; 7°) Deixar "descansar” por dois minutos antes de aplicar (cuidando para mantê-lo sob refrigeração). Seringa de insulina 50 UI (0.5ml) A seringa é de 50UI, mas conterá apenas 25UI de toxina, uma vez que a diluição utilizada está na proporção 2:1. Sendo assim, cada dois ”tracinhos” da seringa equivalem a 1UI de toxina. Armazenamento da toxina botulínica Frascos de Botox® devem ser mantidos refrigerados (2° a 8°C) e por até 36 meses antes do uso; Dysport® também precisam ser mantidos refrigerados (2° a 8°C), no entanto, não há especificação em bula sobre o tempo que o frasco pode ser mantido no refrigerador; Frascos de Xeomin® podem ser armazenados à temperatura ambiente (20° a 25°C), refrigerados (2° a 8°C), ou congelados (–20° a –10°C), durante 36 meses. Estudos têm demonstrado ainda, a estabilidade dessa formulação em até 48 meses, à temperatura ambiente e em até 6 meses a 60°C. Após a reconstituição, todas as formulações devem ser mantidas em refrigerador, em temperatura de 2° a 8°C. Recomendações do fabricante afirmam que Botox® e Xeomin ® devem ser usadas em até 24h após a reconstituição e Dysport®, em até 8 h. No entanto, estudos demonstraram que a toxina botulínica tipo A pode ser reconstituída e armazenada antes do uso por períodos mais longos, sem redução evidente na potência ou aumento de eventos adversos. GUERRISSI J. Intraoperative injection of botulinum toxin A into orbicularis oculi muscle for the treatment of crow’s feet. Plast Reconstr Surg 105(6): 2219-25, 2000. HWANG W.S et al. Surface anatomy of the lip elevator muscles for the treatment of gummy smile using botulinum toxin. Angle Orthod, 79(1):70-7, 2009. KANE, M.; SATTLER, G.; Guia Ilustrado para Infiltrações Estéticas com Toxina Botulínica. 2ed. Di Livros. Rio de Janeiro – RJ. 2016. MAIO M. Therapeutic uses of botulinum toxin: from facial palsy to autonomic disorders. Expert Opin Biol Ther; 8(6):791-8, 2008. Referências INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DO USO DE TOXINA BOTULÍNICA Linhas frontais Linhas Glabelares Arqueamento de sobrancelhas Linhas Periorbiculares Bunny lines Linhas Periorais Sorriso Gengival Hipertrofia do masseter Rugas do Mento Bandas Platismais Assimetrias faciais Textura cutânea e controle da oleosidade Rosácea Indicações e Contraindicações Hiperplasia benigna da próstata (BPH) Hiperidrose focal Bexiga hiperativa idiopática Apesar de o tratamento com toxina botulínica geralmente ser seguro, é importante que se conheçam as contraindicações e possíveis eventos adversos no intuito de minimizar riscos. Contraindicações Absolutas Hipersensibilidade ou alergia à toxina ou a qualquer componente da sua formulação, por exemplo, alérgicos a albumina humana e bovina ou, no caso de uso da Dysport, alérgicos à lactose.; Infecção ativa ou dermatoses ativas no local de aplicação; Pacientes gestantes ou que estejam amamentando; Pacientes que apresentem comprometimento geral da saúde; Apresentem transtornos musculares generalizados que definem enfraquecimento muscular recorrente e progresso (como miastenia gravis e esclerose lateral amiotrófica); Portadores de doenças neuromusculares preexistentes, como miastenia gravis e síndrome de Eaton Lambert. Contraindicações Relativas Cicatriz hipertrófica ou queloidal; Comprometimento na motricidade (poliomielite ou paralisia de Bell); Distúrbios corporais dimórficos; Uso de fármacos que inibem a contração muscular e potencializadores dos efeitos da toxina como bloqueadores do canal de cálcio, quinina, penicilina e aminoglicosídeos. Eventos adversos As complicações pós aplicação de toxina botulínica são divididas em raras, relativas e descritas, segue: Hematoma Eritema Equimose Dor Sensação de perda de força Raras Diplopia Atrofia focal Sudorese alterada Alergia Relativas Descritas Ptose palpebral Assimetria Dificuldade de abrir a boca Alteração na expressão Infecção Raras Diplopia Atrofia focal Sudorese alterada Alergia Relativas Hematoma Eritema Equimose Dor Sensação de perda de força Descritas Ptose palpebral Assimetria Dificuldade de abrir a boca Alteração na expressão Infecção KANE, M.; SATTLER, G.; Guia Ilustrado para Infiltrações Estéticas com Toxina Botulínica. 2ed. Di Livros. Rio de Janeiro – RJ. 2016. MAIO M. Therapeutic uses of botulinum toxin: from facial palsy to autonomic disorders. Expert Opin Biol Ther; 8(6):791-8, 2008. BENEDETTO, A. Cosmetic uses of botulinum toxin a in the upper face. In: Benedetto AV, editor. Botulinum toxin in clinical dermatology. London: Taylor & Francis Group, p. 78–952005. Referências MANEJO DA DOR A dor vai depender da sensibilidade de cada um, limiar de dor e normalmente é muito bem tolerada. podemos aplicar anestésico tópico que age na superfície da pele, por um curto período de tempo; usar crioanalgesia, com dispositivos como, skincooler, coolsense ou outros; vibratta ou confort viber para causar nocicepção no paciente para diminuir o desconforto. Manejo da Dor anestésico tópico crioanalgesia vibratta KANE, M.; SATTLER, G.; Guia Ilustrado para Infiltrações Estéticas com Toxina Botulínica. 2ed. Di Livros. Rio de Janeiro – RJ. 2016. Referência CUIDADOS PÓS PROCEDIMENTO Recomenda-se o paciente não massagear a região tratada durante 4 horas. Nem deve aplicar nenhum produto na pele esfregando o tecido. O produto não deve ser espalhado para outro músculo indesejado. Evitar exercícios físicos durante 24 horas após a aplicação. Não deitar, abaixar a cabeça, nas primeiras 4 horas. Cuidados pós procedimento KANE, M.; SATTLER, G.; Guia Ilustrado para Infiltrações Estéticas com Toxina Botulínica. 2ed. Di Livros. Rio de Janeiro – RJ. 2016. Referência Slide 1 Slide 2 Slide 3: Vanessa Schoeneberg Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29 Slide 30 Slide 31 Slide 32Slide 33 Slide 34 Slide 35 Slide 36 Slide 37 Slide 38 Slide 39 Slide 40 Slide 41 Slide 42 Slide 43 Slide 44 Slide 45 Slide 46 Slide 47 Slide 48 Slide 49 Slide 50 Slide 51 Slide 52 Slide 53 Slide 54 Slide 55 Slide 56 Slide 57 Slide 58 Slide 59 Slide 60 Slide 61 Slide 62 Slide 63 Slide 64 Slide 65 Slide 66 Slide 67 Slide 68 Slide 69 Slide 70 Slide 71 Slide 72 Slide 73 Slide 74 Slide 75 Slide 76 Slide 77 Slide 78 Slide 79 Slide 80 Slide 81 Slide 82 Slide 83 Slide 84 Slide 85 Slide 86 Slide 87 Slide 88 Slide 89 Slide 90 Slide 91 Slide 92 Slide 93 Slide 94 Slide 95 Slide 96 Slide 97 Slide 98 Slide 99 Slide 100 Slide 101 Slide 102 Slide 103