Análise Das Demonstrações Contábeis

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	Disciplina: Análise Das Demonstrações Contábeis
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1. Introdução
A avaliação da demonstração financeira é um instrumento que oferece dados relevantes para orientar decisões tanto dentro quanto fora da empresa. Com uma gama de ferramentas à disposição, ela auxilia os administradores a conduzir a empresa de forma eficiente e eficaz, mitigando riscos e aprimorando o desempenho e os resultados corporativos. Com essa finalidade, este estudo de caso concentra-se a empresa XPTO, avaliando a condição financeira e patrimonial da empresa, utilizando as demonstrações contábeis dos anos sociais de 2019 e 2020. O documento chave para essa análise é o Balanço Patrimonial.
2. Análise horizontal
A análise dos dados da XPTO revela um crescimento expressivo de 22% em seu Ativo Circulante entre 2019 e 2020, atribuído principalmente a aumentos de 609% em Caixa e Equivalentes, 56% nos Estoques, e uma redução de 73% nas Aplicações Financeiras, sugerindo uma possível mudança na abordagem de investimento; no Ativo Não Circulante, houve um crescimento mais moderado de 16%, com destaques para aumentos de 37% em Investimentos, 13% no Imobilizado e Intangível, e 6% no Realizável a Longo Prazo, indicando que a empresa tem priorizado investimentos de longo prazo..
O Passivo Circulante aumentou expressivamente, 60%, principalmente devido a elevações em Empréstimos/Financiamentos (20240%) e Fornecedores (42%). Isso indica a empresa pode ter recorrido a mais financiamentos de curto prazo.
Já o Passivo Não Circulante reduziu 10%, com quedas em Empréstimos/Financiamentos e Lucros a Apropriar, mas aumentos em Arrendamento Mercantil e Provisões.
O Patrimônio Líquido diminuiu 3%, principalmente pela variação negativa em Reservas de Capital.
Em resumo, houve um significativo aumento no endividamento de curto prazo da empresa, sugerindo uma possível necessidade de mais financiamento para suas operações.
A receita de vendas aumentou 41% em comparação ao ano anterior. Porém, o custo dos bens/serviços vendidos cresceu 46%, sugerindo elevação nos preços dos insumos ou na quantidade vendida. Ainda assim, o lucro bruto registrou aumento de 28%, indicando maior lucratividade nas vendas.
Quanto às despesas e receitas operacionais, houve um aumento expressivo de 54%. As despesas de vendas subiram 43%, as despesas gerais e administrativas 33%, e as perdas de ativos 44%. Esse significativo aumento nos gastos operacionais pode impactar negativamente o resultado final.
3. Análise vertical
O ativo circulante aumentou sua participação, de 65% em 2019 para 66% em 2020, principalmente devido à elevação nos estoques e outros ativos circulantes. Os estoques correspondem a 24% do total do ativo, seguidos por contas a receber com 16%. Porém, as aplicações financeiras tiveram redução significativa, de 24% para 5%.
O ativo não circulante representou 34% do total em 2020, leve aumento em relação a 2019. O imobilizado é o componente mais representativo, com 16%, seguido por investimentos com 8%.
O passivo circulante aumentou expressivamente, de 39% do total em 2019 para 52% em 2020, sugerindo tensão na gestão de caixa e elevação nas obrigações de curto prazo. Os fornecedores são o principal componente, representando 34% do total.
O passivo não circulante reduziu sua participação, de 21% para 16%, indicando menor endividamento de longo prazo. O arrendamento mercantil é a conta mais representativa, com 10% do total.
O patrimônio líquido diminuiu sua proporção, de 41% para 33%, possivelmente por redução de capital ou aumento do endividamento. O capital social realizado é o elemento mais relevante, com 27% do total.
A Demonstração do Resultado da XPTO mostra uma redução no Custo dos Bens/Serviços Vendidos, caindo de 73% da receita em 2019 para 75% em 2020, indicando uma melhoria na margem bruta, possivelmente devido a uma gestão de custos mais eficiente ou aumentos nos preços de venda. No entanto, houve um aumento nas despesas/receitas operacionais, de 20% para 22% da receita, sugerindo um incremento nos custos operacionais, o que pode ter impactado negativamente a margem operacional.
Quanto às despesas específicas, observa-se uma leve elevação nas despesas com vendas, enquanto as despesas gerais e administrativas diminuíram, apontando para uma melhora na eficiência da gestão administrativa. Apesar da queda no resultado antes dos tributos sobre o lucro, de 7% para 1% da receita, a empresa obteve um lucro líquido de 1% em 2020, um resultado considerado positivo.
4. Cálculo dos índices de liquidez
ÍNDICE DE LIQUIDEZ IMEDIATA 
De acordo com os dados apresentados, o indicador de liquidez imediata da empresa em 2020 foi de 0,11, revelando que para cada R$ 1,00 em obrigações de curto prazo, a companhia dispunha de R$ 0,11 em ativos de caixa e equivalentes. Esse valor sugere uma posição de liquidez mais fortalecida em 2020 quando comparado ao ano anterior, quando o índice de liquidez imediata era de apenas 0,03, ou seja, a empresa contava com somente R$ 0,03 em ativos de alta liquidez para cada R$ 1,00 em dívidas de curto prazo.
ÍNDICE DE LIQUIDEZ CORRENTE
Apesar da redução, o índice de liquidez geral permanece acima de 1, indicando capacidade de honrar obrigações.
O índice de liquidez corrente em 2020 foi de 1,29, apontando posição de liquidez razoável, embora inferior a 2019 (1,69). Essa queda pode sinalizar dificuldades para pagar dívidas de curto prazo, mas o índice ainda está acima de 1. Adicionalmente, o índice de liquidez seca caiu de 1,20 em 2019 para 0,81 em 2020, sugerindo obstáculos para quitar obrigações de curto prazo com ativos líquidos.
Uma análise abrangente requer examinar também outros indicadores, como endividamento e rentabilidade.
ÍNDICE DE LIQUIDEZ SECA
Apesar da redução, o índice de liquidez geral ainda se mantém acima de 1, indicando capacidade de cumprir obrigações. Porém, é pre0ciso analisar outros indicadores, como o índice de liquidez seca. Em 2020, este registrou 0,81, sugerindo dificuldades da empresa em quitar dívidas de curto prazo com seus ativos líquidos, pois caiu em relação a 2019 (1,20).
Portanto, uma avaliação abrangente requer examinar também endividamento e rentabilidade, além da liquidez.
ÍNDICE DE LIQUIDEZ GERAL
Liquidez geral acima de 1, indicando habilidade para honrar compromissos. Porém, necessário examinar outros indicadores como endividamento e rentabilidade.
Melhoria na margem bruta, com redução no Custo dos Bens/Serviços Vendidos. Mas aumento nas despesas/receitas operacionais, impactando a margem operacional.
Leve elevação nas despesas com vendas, mas queda nas despesas gerais e administrativas, sugerindo melhora na eficiência administrativa. Lucro líquido de 1% em 2020, resultado positivo.
5. Cálculo da estrutura de capital
ÍNDICE ENDIVIDAMENTO GERAL
O endividamento global da XPTO subiu de 59% em 2019 para 67% em 2020, refletindo aumento na proporção de passivos remunerados em relação ao patrimônio líquido. É importante avaliar se esse maior endividamento está sendo gerenciado de forma eficiente e se a empresa tem capacidade de cumprir os compromissos.
Apesar da queda, o índice de liquidez geral ainda está acima de 1, indicando habilidade para honrar obrigações. Entretanto, outros indicadores, como rentabilidade, devem ser analisados.
A Demonstração do Resultado mostra melhoria na margem bruta, com redução no Custo dos Bens/Serviços Vendidos. Porém, houve aumento nas despesas operacionais, impactando a margem operacional. As despesas com vendas subiram levemente, mas as despesas gerais e administrativas caíram, sinalizando melhora na eficiência administrativa. O lucro líquido atingiu 1% em 2020, um resultado positivo.
ÍNDICE DE COMPOSIÇÃO DO ENDIVIDAMENTO
O indicador de composição do endividamento da XPTO subiu de 65% para 77%, refletindo maior proporção de dívidas de longo prazo. Embora obrigações de longo prazo tenham taxas de juros menores, a geração de caixa precisa ser avaliada.
O índice de liquidez geral aindaestá acima de 1, indicando capacidade de cumprir obrigações. Outros indicadores, como rentabilidade, devem ser analisados.
A Demonstração do Resultado mostra melhoria na margem bruta, com redução no Custo dos Bens/Serviços Vendidos, mas aumento nas despesas operacionais. O lucro líquido atingiu 1% em 2020.
ÍNDICE DE IMOBILIZAÇÃO DO CAPITAL PRÓPRIO
Conforme os resultados divulgados, o índice de rentabilidade do capital próprio da XPTO apresentou melhora expressiva em 2020 ante 2019. Enquanto no ano anterior o indicador era de 66%, em 2020 atingiu 81%, evidenciando que a empresa conseguiu gerar mais lucros a partir dos recursos investidos pelos proprietários. Esse incremento no indicador de retorno sobre o patrimônio líquido pode ser visto como aspecto favorável à companhia, sugerindo que ela está aprimorando a eficiência na utilização de seus capitais próprios e, consequentemente, criando mais valor para seus investidores.
ÍNDICE DE IMOBILIZAÇÃO DE RECURSOS NÃO CORRENTES 
O indicador de imobilização dos recursos não circulantes da XPTO subiu de 44% para 55%, refletindo maior alocação de ativos em bens permanentes, o que pode indicar investimentos em expansão, modernização ou aquisição de ativos duráveis, buscando fortalecer a estrutura operacional e atender a uma demanda crescente, porém é importante avaliar se os investimentos são prudentes e se o fluxo de caixa suporta esse nível de imobilização sem comprometer a liquidez e flexibilidade financeira.
6. Cálculo da lucratividade
MARGEM BRUTA
A margem bruta da XPTO recuou 2,47 pontos percentuais entre 2019 e 2020, caindo de 27% para 25%, queda que pode ser atribuída a diversos fatores como elevação nos custos, maior concorrência ou ajustes na estratégia de preços, contudo a margem bruta permanece relativamente elevada em comparação com outras companhias do setor, sendo importante entender as causas específicas da redução, avaliar se foi pontual ou tendência, comparar com média do mercado e analisar capacidade de recomposição no curto/médio prazo.
MARGEM OPERACIONAL
													
A margem operacional do XPTO teve uma redução notável de 4 pontos percentuais de 2019 para 2020, caindo de 7% para 3%. Esse declínio na margem operacional sugere que a empresa experimentou uma diminuição na efetividade de seus custos e na capacidade de gerar rendimento por meio de suas operações.
MARGEM LIQUIDA
A redução considerável de 4 pontos percentuais na margem líquida da empresa entre 2019 e 2020, caindo de 5% para 1%, é um indício preocupante. Esse declínio sugere uma possível deterioração na habilidade da empresa de controlar seus gastos e despesas.
MARGEM GIRO DO ATIVO
O aumento na margem de lucro sobre os ativos da empresa XPTO, de 18 pontos percentuais entre 2019 e 2020, subindo de 99% para 117%, é um indicador significativo. Esse crescimento sugere que a empresa conseguiu gerar mais lucro com o uso de seus ativos em 2020 do que no ano anterior. Essa métrica é crucial para avaliar quão eficientemente a empresa emprega seus recursos para gerar lucro e pode ser comparada com outras empresas do mesmo setor para avaliar sua competitividade. O crescimento na margem de lucro sobre os ativos reflete uma melhoria na eficácia da empresa em lucrar com seus ativos.
7. Cálculo da rentabilidade 
Rentabilidade do patrimônio líquido 
 
No exemplo da XPTO, observamos que o ROE da empresa reduziu de 12% em 2019 para 5% em 2020. Isso sugere que a empresa teve um retorno menor em relação ao capital investido pelos seus acionistas no ano anterior.
Rentabilidade dos investimentos 
Para a XPTO, é notável que o Retorno sobre o Investimento (ROI) da empresa tenha diminuído de 5% em 2019 para 2% em 2020. Essa redução indica que os investimentos efetuados pela empresa no ano de 2020 não alcançaram a mesma eficácia dos investimentos realizados em 2019.
8. Conclusão sobre a situação econômica e financeira da empresa
A avaliação dos indicadores financeiros da empresa XPTO revela uma conjuntura mista, com desafios a serem superados, porém também sinais animadores.
No que concerne à rentabilidade, observa-se uma significativa redução no Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE), que declinou de 12% em 2019 para apenas 5% em 2020, indicando uma queda expressiva na eficiência do capital investido pelos acionistas. De forma análoga, o Retorno sobre o Investimento (ROI) também registrou uma diminuição substancial, saindo de 5% em 2019 para 2% em 2020, sugerindo que os investimentos realizados no último exercício não apresentaram a mesma eficácia daqueles efetuados no ano anterior.
Essa tendência de declínio é corroborada pela redução evidenciada nas margens bruta, operacional e líquida da companhia entre 2019 e 2020, apontando para uma diminuição em sua capacidade de geração de lucros. Entretanto, a margem de giro do ativo registrou melhora, indicando que a empresa está logrando êxito em gerar maiores receitas com seus ativos.
No tocante à estrutura de capital, o índice de endividamento geral da XPTO elevou-se de 59% em 2019 para 67% em 2020, sinalizando uma busca por financiamento, possivelmente para investimentos e/ou para fazer frente aos desafios impostos pela pandemia. Contudo, é relevante destacar que a maior parte dessa dívida é de longo prazo, o que pode representar um aspecto positivo para a gestão financeira da empresa.
No que tange à liquidez, a XPTO apresenta índices de liquidez corrente e geral satisfatórios, sugerindo que a companhia dispõe de recursos suficientes para cumprir seus compromissos de curto e longo prazo. Entretanto, a liquidez imediata revela-se relativamente baixa, o que pode indicar eventuais dificuldades no pagamento de obrigações de curto prazo.
Em síntese, conquanto a situação econômico-financeira da XPTO evidencie desafios, principalmente no que concerne à rentabilidade, há também aspectos positivos, como a estrutura de endividamento e a adequada liquidez geral, sinalizando um potencial de melhoria.
*Referências bibliográficas
E-Book – Gestão contábil Financeira- https://www1.fgv.br/sve/Application#!/tenant/estante 
BLATT, Adriano. Análises de balanços – estrutura e avaliação das demonstrações financeiras e 
contábeis. São Paulo: Makron, 2001.
Demostrações simuladas disponível no Eclass XPTO. 
	
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