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HIGIENE OCUPACIONAL 
E PREVENÇÃO DE 
RISCOS AMBIENTAIS
Unidade 2
CEO 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
DIRETORA EDITORIAL 
ALESSANDRA FERREIRA
GERENTE EDITORIAL 
LAURA KRISTINA FRANCO DOS SANTOS
PROJETO GRÁFICO 
TIAGO DA ROCHA
AUTORIA 
IZADORA SOARES CARDOSO
4 HIGIENE OCUPACIONAL E PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS
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Izadora Soares Cardoso
Olá. Sou doutoranda em Engenharia Elétrica pelo Progra-
ma de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da Universidade 
Federal de Campina Grande (UFCG). Mestre em Engenharia Elé-
trica (2022) e Bacharel em Engenharia Elétrica (2019) pela mes-
ma instituição. Técnica em Eletrotécnica pelo Instituto Federal 
de Alagoas - IFAL Campus Palmeira dos Índios (2012). Desenvolvi 
projetos de extensão em Eletrônica Básica para alunos do ensino 
médio da rede pública e projeto de iniciação científica pelo Pro-
grama Nacional de Cooperação Acadêmica (PROCAD), nas áreas 
de instrumentação e telemetria de sistemas não tripulados. De-
senvolvi estudos relacionados ao processo de Ensino e Aprendi-
zagem no curso de graduação em Engenharia Elétrica da UFCG, 
além de videoaulas para alunos de graduação em temas relacio-
nados à Engenharia Elétrica e Eletrônica. Desde 2013 sou colabo-
radora do Laboratório de Instrumentação e Metrologia Científica 
(LIMC) da UFCG, onde participo de diversos projetos de ensino, 
pesquisa e extensão. Atuo como Analista de Engenharia por mais 
de 3 anos no setor privado. Participo de Projetos de Ensino vol-
tados ao desenvolvimento de material didático instrucional para 
o Curso de Engenharia Elétrica. Tenho experiência no desenvol-
vimento de material didático instrucional, elaboração de itens, 
criação de conteúdo e elaboração de aulas e avaliações para a 
educação técnica e superior. Tenho interesse em temas como: 
ensino, Eletrônica Analógica e Digital, Processamento de Sinais, 
Desenvolvimento de material didático instrucional, Criação de 
conteúdo e Gestão de pessoas. Tenho interesse nas áreas de En-
sino, Eletrônica Analógica e Digital e Processamento de Sinais. 
Sou apaixonada pelo que faço e adoro transmitir minha expe-
riência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. 
Por esse motivo fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar 
seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em po-
der ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte co-
migo!
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6 HIGIENE OCUPACIONAL E PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS
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Exposição aos agentes ambientais .......................................... 9
Classificação dos riscos ambientais e agentes/fatores determinantes de 
uma exposição ..................................................................................................... 9
Avaliações ambientais: características e estratégias .................................. 18
Riscos físicos ............................................................................ 23
Termos e medidas gerais de higiene ocupacional ...................................... 23
Pressões e radiações ........................................................................................29
Ruído, temperatura, vibrações e umidade ....................................................36
Riscos químicos ....................................................................... 40
Riscos químicos: noções básicas ...................................................................40
Classificação dos agentes químicos ...............................................................43
Efeito dos agentes químicos no organismo ..................................................47
Riscos biológicos ..................................................................... 51
Riscos biológicos: conceito, transmissão e penetração ............................. 51
Classes de risco biológico ................................................................................57
Agentes biológicos: normatização sobre insalubridade ............................ 60
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Você sabe quais são os possíveis riscos que podemos correr 
no ambiente de trabalho? Consegue imaginar como identificá-los 
e desenvolver mecanismos de prevenção e proteção? Pois bem, 
em higiene ocupacional, os riscos são classificados com base 
nos fatores/agentes ambientais físicos, químicos, biológicos e 
ergonômicos. Aqui, vamos aprofundar nossos conhecimentos 
referentes à identificação e diferenciação dos fatores de risco 
ambientais, e aprender a gerenciar esses fatores de modo a 
prevenir danos à saúde do trabalhador. Então, estamos falando 
de higiene ocupacional, que é o reconhecimento, a avaliação e 
o controle de riscos ocupacionais nos ambientes de trabalho. 
A Higiene Ocupacional é uma ciência de cunho preventivo, que 
objetiva fundamentalmente agir em ambientes de trabalho com 
a aplicação de princípios de diversas áreas de conhecimento. 
Assim, de forma interdisciplinar, a higiene ocupacional detecta 
agentes nocivos, quantifica sua intensidade ou concentração e 
propõe medidas para promover ao trabalhador segurança do 
desempenho de suas atividades laborais. Prepare-se, pois, ao 
longo desta unidade letiva, você vai mergulhar nesse universo!
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S Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 2. Nosso objetivo é 
auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências 
profissionais até o término desta etapa de estudos:
1. Aplicar técnicas de prevenção quanto aos riscos am-
bientais considerando a classificação, fatores determi-
nantes de exposição, características e estratégias de 
avaliação destes. 
2. Reconhecer e diferenciar os riscos físicos no contexto 
da higiene ocupacional. 
3. Identificar os tipos de agentes químicos e suas unidades 
de medida e classificação. 
4. Discernir sobre os riscos biológicos a partir de sua 
classificação no contexto da higiene ocupacional. 
9HIGIENE OCUPACIONAL E PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS
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Exposição aos agentes 
ambientais
OBJETIVO
Ao término deste capítulo, você terá conhecimento 
de uma base teórica que te permitirá aplicar técnicas 
de prevenção de riscos ambientais, considerando 
classificação, fatores determinantes de exposição, 
características e estratégias de avaliação. Isso é de 
suma importância para a sua atuação profissional, 
uma vez que a partir desse conhecimento você terá 
condições de observar um ambiente de trabalho e 
nele identificar objetivamente agentes ambientais 
e atores que influenciam na exposição ocupacional 
ao risco, bem como traçar estratégias de avaliação 
para definição de ações preventivas. E então? 
Motivado para desenvolver esta competência? 
Vamos lá. Avante!
Classificação dos riscos 
ambientais e agentes/fatores 
determinantes de uma exposição
Aqui, o foco do nosso estudo está voltado para a 
prevenção de riscos ambientais, que é o objetivo da higiene 
ocupacional. Para aprofundarmos nosso conhecimento sobre 
riscos ocupacionais, é necessário destacarmos sua ligação com o 
conceito de higiene ocupacional.
A Higiene Ocupacional é uma ciência e uma arte que 
objetiva a antecipação, o reconhecimento, a avaliação e o 
controle dos fatores ambientais e estresses originados nos locais 
de trabalho, que podem provocar doenças, prejuízos à saúde 
ou ao bem-estar, desconforto significativo e ineficiência nos 
trabalhadores ou entre as pessoas da comunidade (ACGIH, 2012 
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apud PEIXOTO; FERREIRA, 2012). Desse modo, essa definição 
vincula a higiene ocupacional em sua essência aos termos 
antecipação, reconhecimento, avaliação e controle. Vejamos, 
na figura a seguir, no que consiste esses termosno contexto da 
higiene ocupacional. 
Figura 1 – Higiene ocupacional: termos que revelam a essência de seu conceito
Fonte: Adaptado de Peixoto e Ferreira (2012, p. 18-21).
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Em suma, o conteúdo da figura anterior nos permite 
ratificar a ideia de que a essência da higiene ocupacional, ou seja, 
sua razão de ser, é o risco no ambiente de trabalho. Mas, então, o 
que é risco no contexto da higiene do trabalho? Podemos definir 
objetivamente risco como a probabilidade (chance) de ocorrência 
de um evento que provoque, como consequência, danos à saúde 
do trabalhador por intermédio da exposição desse trabalhador a 
um agente de risco. Nesse sentido, atribuímos o risco à ocupação 
do trabalhador (risco ocupacional).
IMPORTANTE
Risco ocupacional, ou risco ambiental, no contex-
to da higiene ou segurança do trabalho, difere da 
perspectiva de risco na área das ciências ambien-
tais e da natureza, como riscos ao meio ambiente 
(poluição, desmatamento etc.), de modo que os ris-
cos ocupacionais estão relacionados a agentes que 
podem dar origem a danos à saúde, à segurança e 
ao bem-estar dos trabalhadores, e são estritamen-
te originados do próprio trabalho.
Diante dessas colocações, devemos atentar para o termo 
“agente de risco”. Se o risco é a probabilidade de ocorrência de 
um evento que provoque consequências, o agente de risco é o 
elemento presente nesse evento necessário para provocar riscos 
à saúde, à segurança e ao meio ambiente. Os agentes de risco 
incluem agentes químicos, biológicos, físicos e ergonômicos, e 
são, geralmente, os principais fatores de risco.
Mas, então, quer dizer que fator de risco, por definição, 
não é a mesma coisa do que agente de risco? Não exatamente. 
Existe uma diferença conceitual básica: o agente de risco é um 
elemento que causa danos ao trabalhador uma situação ou 
evento a qual o trabalhador é exposto, já o fator de risco é o 
evento ou acontecimento em si. 
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DEFINIÇÃO
Agente de risco é um elemento necessário para 
provocar riscos à saúde e à segurança do trabalha-
dor, como elementos químicos, biológicos, físicos 
e ergonômicos, e são geralmente os principais fa-
tores de risco.
Em termos práticos, o dano ao trabalhador é causado 
pela situação de risco, justamente pela presença de um agente 
de risco. Por esse motivo, na prática, os agentes e os fatores de 
risco são diretamente ligados a ponto de os principais agentes de 
risco serem considerados os principais fatores de risco. Vejamos 
um exemplo na figura seguinte.
Figura 2 – Diferença entre fator de risco, agente de risco e risco
Fonte: Adaptada de Chagas (2016, p. 22).
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DEFINIÇÃO
Fator de risco é um evento, acontecimento ou si-
tuação com potencial para provocar danos ao tra-
balhador (lesão, doença) em seu ambiente de tra-
balho. Somente existe risco se existir exposição do 
trabalhador ao agente e fator de risco, e se essa 
exposição criar a probabilidade de consequências 
adversas.
Na figura seguinte, vemos, na prática, os conceitos de 
risco, agente e fator. Entendeu agora como é sutil a diferença 
entre eles? Agora que você está apto para aprofundarmos 
no assunto, vejamos efetivamente a classificação dos riscos 
ambientais e fatores determinantes de uma exposição. De 
modo geral, a literatura de higiene ocupacional e segurança do 
trabalho apresenta um consenso sobre a classificação dos riscos 
ambientais e fatores determinantes de uma exposição, que são 
classificados como: físicos, químicos, biológicos e ergonômicos. 
Veja a definição e exemplos no quadro a seguir. 
Quadro 1 – Classificação de agentes/fatores/riscos em higiene ocupacional
Agente/fator/risco Definição Exemplos
Físicos. Diversas formas de energia 
às quais possam estar 
expostos os trabalhadores.
— Ruído.
— Vibrações.
— Pressões anormais.
— Temperaturas 
extremas (calor e frio).
— Radiações ionizantes 
e não ionizantes.
— Infrassom.
— Ultrassom.
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Químicos. Substâncias, compostos 
ou produtos que possam 
penetrar no organismo pela 
via respiratória, ou que, 
pela natureza da atividade 
de exposição, possam ter 
contato ou ser absorvidos 
pelo organismo através da 
pele ou por ingestão.
— Poeiras.
— Fumos.
— Névoas.
— Neblinas.
— Gases ou vapores.
Biológicos. São microrganismos pelos 
quais o trabalhador, ao 
ter contato, pode adquirir 
doenças.
— Bactérias. 
— Fungos. 
— Bacilos.
— Parasitas.
— Protozoários.
— Vírus.
Ergonômicos. São decorrentes da 
organização e gestão do 
trabalho. 
Exemplos: esforço 
físico, postura 
inadequada, controle 
rígido de produtividade, 
jornada de trabalho 
prolongada, monotonia 
e repetitividade de 
movimentos, falhas 
no treinamento 
e supervisão dos 
trabalhadores, entre 
outros.
Fonte: Adaptado de Saliba (2015, p. 12-13).
Agora que temos exemplos dos mais diferentes tipos 
de agentes e fatores de risco, saiba que esses grupos possuem 
subdivisões, das quais trataremos ao longo no nosso estudo. A 
esse respeito, Peixoto e Ferreira (2012) afirmam:
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Cada um destes grupos subdivide-se de acordo 
com as consequências fisiológicas que podem 
provocar, quer em função das características 
físico-químicas, concentração ou intensidade 
dos agentes, quer segundo sua ação sobre o 
organismo. (PEIXOTO; FERREIRA, 2012, p. 25)
É importante destacarmos que as consequências e os 
danos à saúde do trabalhador se dão em função, entre outros 
fatores, da concentração ou intensidade dos agentes. Assim, 
nem sempre a exposição do trabalhador a esses agentes, fatores 
ou riscos vai gerar um dano a sua saúde. Isso dependerá da 
concentração a qual o trabalhador foi exposto a esses riscos, 
uma vez que há limites aceitáveis. Pense bem, não é porque o 
trabalhador foi exposto a um ruído baixo uma única vez que 
ele terá danos na audição, concorda? Mas, se esse trabalhador 
for exposto com frequência a ruídos altos, possivelmente sua 
audição será prejudicará. 
Nesse sentido, podemos, então, nos questionar: quais são 
os fatores que determinam a exposição do trabalhador ao risco? 
Segundo Peixoto e Ferreira (2012), para analisar a exposição do 
trabalhador ao risco, devemos considerar os seguintes fatores 
que condicionam a sua probabilidade de ocorrência e a gravidade 
de seus danos ou suas consequências: características do agente 
de risco, tempo de exposição, concentração ou intensidade do 
agente, suscetibilidade individual e sinergismo. Toda medida 
preventiva de risco a ser aplicada deve ser estabelecida, 
considerando esses fatores. Vamos, então, entender cada um 
desses fatores, de forma breve.
Quando se fala em características do agente de risco, 
remetemos ao fato que cada agente presente no ambiente de 
trabalho tem características e efeitos específicos de acordo com 
sua natureza. Por exemplo, a composição de uma tinta (agente 
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químico) que um determinado pintor usa em uma parte da obra 
pode ser diferente daquela que ele vai usar na outra parte. 
Sendo isso verdade, podemos dizer que ambas as tintas podem 
causar os mesmos danos à saúde do trabalhador sem analisar a 
composição/formulação de cada tinta? Não! Claro que não! Uma 
tinta, por exemplo, pode apresentar como reação adversa uma 
alergia respiratória ao trabalhador pela presença de determinado 
componente químico em sua formulação que, por sua vez, não 
está presente no outro tipo de tinta. 
Sobre tempo de exposição, o que precisamos saber é que, 
quanto mais tempo o trabalhador estiver exposto a um agente/
fator de risco, maiores as chances de ele desenvolver algum tipo 
de dano.
REFLITA
Quanto maior o tempo de exposição, maiores se-
rão as probabilidades da geração de uma doençaocupacional. Mas, como determinar esse tempo de 
exposição? Deve-se considerar as características 
da tarefa do trabalhador, como: tipo de atividade e 
suas particularidades, movimento do trabalhador 
ao efetuar o seu serviço, jornada de trabalho e des-
canso (PEIXOTO; FERREIRA, 2012).
O que devemos ter sempre em mente quanto à 
concentração ou intensidade do agente é que se aplica a mesma 
lógica de análise do tempo de exposição, de modo que, quanto 
maior a concentração ou intensidade (quantidade, volume) de 
um elemento agente de risco, maior o risco de o trabalhador 
ter um dano à sua saúde ou integridade física. Nesse sentido, 
Peixoto e Ferreira (2012) exemplificam:
A dos agentes físicos devem ser avaliadas, 
mediante amostragem nos locais de trabalho, 
de maneira tal que elas sejam as mais 
representativas possíveis da exposição real 
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do trabalhador a esses agentes agressivos. 
Esse cuidado na avaliação, faz-se necessário, 
pois, muitas variáveis estão envolvidas e 
influem diretamente na representatividade. 
Como exemplo, podemos citar a temperatura 
em uma exposição a um determinado agente 
químico. (PEIXOTO; FERREIRA, 2012, p. 25)
Por último, temos a suscetibilidade do trabalhador e o 
efeito sinérgico. A suscetibilidade remete à diferença de cada 
organismo para assimilar o fator de risco. Ou seja, no exemplo 
sobre a tinta, o pintor apresentou alergia a um componente da 
fórmula, enquanto outro trabalhador não apresentou nenhuma 
reação adversa ao utilizar a mesma tinta. Sendo assim, como 
devemos agir no contexto da higiene do trabalho?
Para efeitos de proteção do trabalhador, a ação correta 
é não usar mais a tinta, independentemente do trabalhador que 
fará uso, uma vez que não se pode, em alguns casos, determinar 
exatamente quem é vulnerável ao seu uso ou não. Já a sinergia 
remete ao efeito da combinação dos fatores aqui destacados 
no ambiente de trabalho e o resultado dessa combinação. Por 
exemplo, uma substância química pode não apresentar risco 
de forma isolada, mas, combinada com um agente físico ou até 
mesmo outra substância química, esse risco pode passar a existir. 
DEFINIÇÃO
“Sinergismo é a ação combinada entre dois ou 
mais fatores que contribuem para o resultado final 
de um processo” (PEIXOTO; FERREIRA, 2012, p. 27). 
No contexto da higiene ocupacional, o efeito si-
nérgico remete às consequências para a saúde do 
trabalhador resultantes da combinação de dois ou 
mais fatores do ambiente de trabalho o qual esse 
trabalhador foi exposto simultaneamente.
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Você já é capaz de entender como os riscos ambientais e 
a sua presença no ambiente de trabalho expõem o trabalhador 
a danos relacionados a saúde e, agora, precisa saber sobre a 
avaliação ambiental e suas características e estratégias.
Avaliações ambientais: 
características e estratégias
Agora, vamos entender de forma genérica, ou seja, a 
base conceitual, a avaliação do ambiente de trabalho e estratégia 
de avaliação, pois quando tratarmos de cada agente, vamos, 
também, estudar de forma específica cada um. Assim sendo, 
a avaliação de um ambiente de trabalho deve incorporar tanto 
uma avaliação qualitativa quanto uma avaliação quantitativa. 
Nunca se esqueça de que quanto mais criteriosa for a avaliação 
do ambiente de trabalho, mais o profissional responsável terá 
informações para tomar decisões relacionadas à saúde do 
trabalhador.
A avaliação qualitativa do ambiente de trabalho objetiva 
descrever as características desse ambiente e os elementos que 
o compõem, assim como as particularidades, as rotinas e os 
processos realizados pelos trabalhadores no referido ambiente. 
Em suma, a avaliação qualitativa é o estudo prévio das condições 
em que o trabalho é realizado/desenvolvido.
Já a avaliação quantitativa, fazendo uso das informações 
resultantes da análise qualitativa (representação das condições 
reais nas quais se encontra o ambiente de trabalho), objetiva, 
por meio de técnicas estatísticas, de amostragem e de medição, 
mensurar a intensidade e concentração dos agentes de risco 
presentes no local. Para termos uma visão completa da avaliação 
do ambiente de trabalho, vejamos a figura a seguir. 
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Figura 3 – Características das avaliações ambientais
Fonte: Elaborada pela autoria com base em Peixoto e Ferreira (2012).
Um detalhe importante que devemos destacar na figura 
anterior é que as avaliações são complementares, assim, a 
avaliação qualitativa fornece, como informações, a identificação 
de problemas e a descrição do ambiente de trabalho, que 
apontam necessidades de medição, as quais ficam a cargo da 
avaliação quantitativa. Uma vez realizada a análise quantitativa, 
deve-se definir ações preventivas e de redução de exposição que 
precisam ser aceitas no contexto das práticas de trabalho, de 
modo que, após a análise quantitativa, é necessária uma nova 
análise qualitativa para esse fim. 
Agora que já conhece as características de uma avaliação 
ambiental, é importante que você saiba que, antes de iniciar 
uma avaliação, o responsável por ela deve definir uma estratégia 
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para seu desenvolvimento, com os passos e a definição do que 
será exatamente avaliado. Genericamente, podemos apontar 
os seguintes elementos que devem ser contemplados em uma 
estratégia de análise ambiental: objeto de avaliação, métodos de 
medição ou coleta de dados/informações, tempo de amostragem, 
período de realização das coletas e medições, número mínimo 
de amostragens e grupos homogêneos de exposição. O quadro 
a seguir sintetiza no que implica cada um desses elementos no 
contexto da análise ambiental.
Quadro 2 – Elementos de uma estratégia de análise ambiental
Elementos Implicações na estratégia de análise
Objeto de avaliação Definição do que vai ser avaliado, se é a exposição 
do trabalhador, a operação, uma função específica 
ou a verificação da eficiência de algum sistema 
de proteção coletiva (exaustão, ventilação), pois 
são básicos para a definição dos métodos de 
amostragem, que podem ser individuais ou fixos 
(coletivos).
Métodos de medição 
ou coleta de dados/
informações
Fundamentados em normas de regulamentação e 
orientação técnica nacionais e/ou internacionais, 
de modo a se compararem resultados obtidos 
com resultados de estudos científicos que indicam 
valores máximos aceitáveis para determinada 
exposição ocupacional.
Tempo de amostragem Deve cobrir um ciclo de trabalho (características 
e variações sobre duração e condições de 
exposição, tarefas desempenhadas, tempo de 
permanência no local contaminado, pausas e 
movimentos efetuados), para que a amostragem 
seja representativa da exposição (com base em 
normas ou estudos qualitativos da exposição). 
Pode englobar amostragens instantâneas, de 
minutos, de horas, de turnos e até de vários turnos 
em dias alternados.
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Período de realização 
das coletas e medições
Amostragem deve ser realizada em condições 
normais de trabalho e em períodos de efetiva 
realização das atividades a serem avaliadas, 
considerando suas especificidades.
Número mínimo de 
amostragens
Quantidade de amostragens deve permitir um 
estudo que possibilite a representatividade da 
exposição, pois podem estar presentes flutuações 
na concentração ou intensidade dos agentes, em 
razão de modificações ambientais e flutuações no 
ritmo do processo industrial e atividades.
Grupos homogêneos de 
exposição
Quando possível, para grupos de trabalhadores 
que exerçam atividades com condições 
semelhantes de exposição, pode-se realizar uma 
avaliação característica para esse grupo.
Fonte: Adaptado de Peixoto e Ferreira (2012, p. 29-30).
REFLITA
Na prática, como se dá a elaboração de uma estra-tégia de avaliação ambiental? Essa resposta pode 
variar conforme o tipo de atividade laboral que es-
tá sendo avaliada e o contexto em que o trabalho 
está sendo desenvolvido. Avaliar um ambiente de 
trabalho de um escritório de advocacia é totalmen-
te diferente de avaliar o ambiente de trabalho de 
um extrator de minérios. Para ver saber mais a es-
se respeito, pesquise na internet e leia artigos que 
avaliam riscos ambientais em diferentes contextos 
de trabalho.
Por último, salientamos que uma má definição dos 
elementos dispostos no quadro anterior pode ser prejudicial, pois 
uma estratégia de análise ambiental pode conduzir a uma análise 
do ambiente de trabalho não condizente com a realidade, por 
isso, o profissional responsável corre o risco de tomar decisões 
a respeito da exposição do trabalhador ao risco embasadas nas 
descrições distorcidas.
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RESUMINDO
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de 
que você realmente entendeu o tema de estudo 
deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. 
Você deve ter compreendido que, na prática, agen-
te e fator de risco se confundem, pois existe, em 
termos teóricos, uma sutil diferença entre eles. 
Agente de risco é um elemento necessário para 
provocar riscos à saúde e à segurança do trabalha-
dor, e fator de risco é um evento, acontecimento 
ou situação com potencial para provocar danos ao 
trabalhador (lesão, doença) em seu ambiente de 
trabalho. Somente existe risco se existir exposição 
do trabalhador ao agente e fator de risco, e se essa 
exposição criar a probabilidade de consequências 
adversas. Aprendemos também que os agentes de 
risco, os fatores e os riscos são classificados em físi-
cos, químicos, biológicos e ergonômicos, e que ca-
da um desses grupos subdivide-se de acordo com 
as consequências fisiológicas que podem provo-
car, em função das características físico-químicas, 
da concentração ou intensidade dos agentes, ou 
segundo sua ação sobre o organismo. Por último, 
destacamos que, antes de analisar esses riscos, 
agentes ou fatores, é preciso analisar o ambiente 
de trabalho, com uma avaliação tanto quantitativa 
quanto quantitativa, e uma estratégia de análise 
ambiental que contemple a definição correta dos 
seguintes elementos: objeto de avaliação, métodos 
de medição ou coleta de dados/informações, tem-
po de amostragem, período de realização das cole-
tas e medições, número mínimo de amostragens e 
grupos homogêneos de exposição.
23HIGIENE OCUPACIONAL E PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS
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Riscos físicos
OBJETIVO
Ao término deste capítulo, você será capaz de re-
conhecer e diferenciar os riscos físicos no contexto 
da higiene ocupacional. Aqui, você aprenderá no 
que consiste os principais riscos físicos que, uma 
vez presentes no ambiente de trabalho acima de 
limites aceitáveis, poderão causar danos à saúde 
do trabalhador. Abordaremos, de forma objetiva, 
os seguintes riscos físicos: pressões anormais, ra-
diações, ruídos, temperatura, vibrações e umida-
de. Os conceitos aqui discutidos vão norteá-lo em 
sua prática profissional sobre a identificação e ava-
liação de riscos físicos em diferentes tipos de am-
biente de trabalho, bem como a definição de ações 
preventivas e de controle desses riscos. E então? 
Motivado para desenvolver esta competência? Va-
mos lá!
Termos e medidas gerais de 
higiene ocupacional
Nesse momento, vamos tratar especialmente de riscos 
físicos, mas, antes, precisamos elucidar conceitualmente alguns 
termos que farão parte dos nossos estudos a partir desse ponto 
e listar as principais medidas preventivas e de controle de 
riscos ambientais que se aplicam, inclusive, a riscos físicos mais 
comumente aplicadas no contexto da saúde ocupacional. Para 
melhor visualizarmos, a figura a seguir lista esses termos.
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Figura 4 – Termos relacionados a riscos na higiene ocupacional
Fonte: Elaborada pela autoria com base em Peixoto e Ferreira (2012, p. 30-33).
Então, devemos ter sempre em mente que quando 
falamos de riscos ambientais e saúde do trabalhador, é preciso 
atribuir limite de tolerância, nível de ação, valor de teto e nexo 
causal para todos os tipos de risco/agentes (físicos, químicos, 
biológicos e ergonômicos). É só a partir dessas definições que o 
profissional de higiene ocupacional pode definir uma estratégia 
de prevenção e controle desses riscos.
Vejamos a importância dos limites de tolerância, também 
conhecido como limite de exposição ocupacional, que estabelece, 
por exemplo, o limite em decibéis que um trabalhador em seu 
ambiente laboral pode ficar exposto continuamente sem causar 
danos a sua audição. Esse limite permite, então, que o profissional 
de saúde ocupacional monitore esse agente de risco (ruído) com 
o objetivo de mantê-lo dentro desse limite aceitável. Os limites 
de tolerância a riscos são regulamentados e normatizados 
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tanto no âmbito nacional quanto internacional. No Brasil, as 
normas observáveis são: NBR (Norma Brasileira), NR (Norma 
Regulamentadora) e NHO (Norma de Higiene Ocupacional). 
Destacaremos esses limites para os diferentes tipos de agentes 
quando estudarmos as implicações e formas de controle de cada 
um.
VOCÊ SABIA?
As diversas áreas da saúde ocupacional (medicina 
do trabalho, higiene ocupacional e segurança do 
trabalho) tomam por base os limites de tolerância 
(LT) para efetivamente controlar a saúde do traba-
lhador no ambiente de trabalho. Para cada agente 
de risco (físico, químico, biológico e ergonômico) 
existe um LT, de modo que seu valor é uma variá-
vel atribuída em função das características e da 
composição desse agente, bem como as suas con-
sequências/reações no organismo humano. 
Por consequência do estabelecimento do LT, temos a 
importância da definição dos valores referentes a nível de ação e 
valor de teto. O nível de ação serve para indicar em que momento 
da exposição do trabalhador a um agente de risco deve-se agir 
para evitar que tal exposição chegue ou passe do limite de 
tolerância. Por convenção da área e para garantir a prevenção 
de danos à saúde do trabalhador, o nível de ação consiste na 
metade do LT. A figura seguinte faz uma analogia à saúde do 
trabalhador e aos LT e NA com um copo sendo abastecido com 
água. 
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Figura 5 – Representação do LT e NC
Fonte: Adaptada de Pixabay
Nessa figura, o trabalhador é representado pelo copo que, 
tendo seu limite de capacidade ultrapassado (LT), apresentará 
reações adversas (doenças do trabalho). Para evitar isso, atribui-
se que, em determinado nível de capacidade do copo (NC), 
deve-se tomar uma iniciativa para evitar que ele transborde. O 
ambiente de trabalho é representado pela grama (local onde o 
copo está sendo abastecido), e os agentes de risco, pela água. 
Se a determinado NC deve-se intervir na exposição do 
trabalhador ao agente em questão, quais seriam essas possíveis 
ações preventivas? Essas ações é o que podemos denominar 
medidas gerais de higiene ocupacional e são apresentadas e 
exemplificadas de forma objetiva no quadro a seguir.
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Quadro 3 – Medidas gerais de higiene ocupacional
MEDIDAS DE HIGIENE 
OCUPACIONAL
EXEMPLOS
Limitação da utilização ou 
substituição do agente.
Substituir, na indústria automobilística, 
tintas à base de solventes por tintas à 
base de água ou com maiores teores 
de sólidos e, consequentemente, com 
menos solventes (pintura eletrostática a 
pó). Elas são menos tóxicas, têm baixo 
nível de composto orgânico volátil e são 
menos inflamáveis, reduzindo a emissão 
de poluentes e melhorando a saúde e a 
segurança do trabalhador.
Limitação da utilização ou 
substituição do processo.Tampar recipientes que envolvam 
materiais que possam se dispersar 
no ambiente, substituir um processo 
de pintura à pistola por pintura spray 
eletrostática a pó, reduzir a temperatura 
de um processo para reduzir evaporação, 
reduzir a quantidade utilizada e/ou 
armazenada, usar empilhadeiras com 
motores elétricos em substituição aos 
motores de combustão interna.
Utilização de medidas técnicas 
preventivas.
Compra de produtos químicos já 
misturados, nas quantidades certas, para 
evitar manipulação desnecessária.
Estabelecimento de valores-limites, 
métodos de amostragem, medição 
e avaliação.
Utilização dos equipamentos portáteis 
de avaliação em ambientes que possam 
conter atmosferas perigosas (H2S em 
esgotos, CO2, gases combustíveis e O2 
em espaços confinados).
Adoção de medidas de proteção 
que impliquem a aplicação de 
procedimentos e métodos de 
trabalho apropriados.
Evitar que o trabalhador se incline sobre 
uma fonte de contaminante volátil para 
não agravar a exposição.
Medidas de proteção coletiva. Ventilação local exaustora, barreiras na 
transmissão ou propagação.
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Medidas de proteção pessoal, 
quando não for possível evitar por 
outros meios.
Uso de equipamentos de proteção 
individual adequado.
Medidas de higiene pessoal. Alertar os trabalhadores a lavarem as 
mãos após manipulação de produtos 
nocivos.
Informar aos trabalhadores sobre 
os riscos relativos à exposição a 
um agente, as medidas técnicas de 
prevenção e, ainda, as precauções 
a serem tomadas.
Treinamento adequado.
Sinalização de advertência e 
segurança.
Rotulagem e sinais de advertência para 
ajudar os trabalhadores nas práticas 
seguras.
Vigilância da saúde dos 
trabalhadores por meio de exames 
periódicos.
Execução completa e adequada do 
Programa de Controle Médico e de Saúde 
Ocupacional (PCMSO).
Registro de dados relativos a 
níveis de exposição, trabalhadores 
expostos e resultados de vigilância 
da saúde.
Elaboração de estatísticas de acidentes e 
incidentes.
Planos de emergência em caso de 
exposições anormais.
Procedimentos de emergência, plano de 
evacuação, plano de ação e emergência, 
plano de auxílio mútuo.
Fonte: Adaptado de Peixoto e Ferreira (2012, p. 33-35).
As medidas listadas no quadro anterior evitam que a 
exposição do trabalhador ao agente chegue ao valor de teto e 
deixe o trabalhador na iminência de sofrer danos a sua saúde. 
Agora que foram elucidados termos e medidas de higiene 
ocupacional que estarão presentes ao longo dos nossos estudos, 
vamos tratar de forma específica da exposição do trabalhador 
aos seguintes agentes físicos de risco: pressões e radiações.
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Pressões e radiações
Pressões e radiações são exemplos de risco físico que 
podem causar doenças do trabalho aos trabalhadores, ao ficarem 
expostos acima dos limites de tolerância. Vamos estudar no que 
consistem esses agentes de risco, começando pelas pressões.
Quando falamos de pressão no contexto de saúde 
e ambiente de trabalho, estamos nos referindo à pressão 
atmosférica e as condições de trabalho acima ou abaixo dela. 
Quando falamos de pressões anormais acima da pressão 
atmosférica, estamos nos referindo a atividades laborais 
desenvolvidas em ambiente de pressão hiperbárica, e níveis 
de pressão abaixo da pressão atmosférica remetem à pressão 
hipobárica. Atividades laborais realizadas em condições 
anormais, no caso da pressão hiperbárica, se dão em condições 
em que o trabalhador realiza suas atividades em ambientes sob 
ar comprimido. O quadro a seguir traz exemplos de atividades 
nas quais o trabalhador está exposto a esse tipo de pressão, 
assim como ilustram as próximas figuras.
NOTA
Trabalho sob ar comprimido é realizado em 
ambientes onde o trabalhador desenvolve 
suas atividades laborais suportando pressões 
superiores à pressão atmosférica que exigem 
cuidadosa descompressão (PERSUHN, 2013). 
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Quadro 4 – Exemplos de atividades sob pressão hiperbárica
Atividade Informações 
Mergulho Mergulho autônomo – quando o mergulhador carrega 
seus próprios cilindros de oxigênio. É sua única fonte de 
oxigênio.
Mergulho dependente – quando o mergulhador depende 
do fornecimento de ar da superfície, através de tubos.
Mergulho com sino de apoio – quando o mergulhador 
permanece em uma câmara hiperbárica, geralmente se 
aclimatando a uma situação de pressão elevada e pode 
permanecer por dias.
Construção civil Tubulões pneumáticos – uma estrutura vertical que se 
estende abaixo da superfície da água ou solo, por meio 
da qual os trabalhadores devem descer, entrando pela 
campânula, para pressão maior que a atmosférica. A 
pressurizada opõe-se à pressão da água e permite que os 
homens trabalhem em seu interior.
Túneis pressurizados – uma escavação, abaixo da 
superfície do solo, na qual o maior eixo faz um ângulo 
não superior a 45º com a horizontal, fechado nas duas 
extremidades, cujo interior tenha pressão superior a uma 
atmosfera.
Medicina Oxigenoterapia – oxigenoterapia hiperbárica é uma 
modalidade terapêutica na qual o paciente respira 
oxigênio puro (100%) enquanto é submetido a uma 
pressão 2 a 3 vezes a pressão atmosférica ao nível do 
mar, no interior de uma câmara hiperbárica.
Recompressão terapêutica – é a administração de 
oxigênio a 100% por várias horas em uma câmara 
pressurizada fechada a > 1 atm, gradualmente reduzida à 
pressão atmosférica.
Fonte: Adaptado de Persuhn (2013, p. 84-85).
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Figura 6 – Mergulho autônomo
Fonte: Pixabay
Figura 7 – Tubulão pneumático
Fonte: Persuhn (2013, p. 85).
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Figura 8 – Oxigenoterapia hiperbárica
Fonte: Wikimedia Commons
Exposto à alta pressão, o trabalhador pode sofrer 
como possíveis efeitos no organismo humano relacionados ao 
hiperbarismo: lesões pulmonares, barotraumas (traumatismo 
provocado pela pressão), embolias, intoxicação por oxigênio, 
intoxicação por gás carbônico, toxicidade cerebral etc.
Já trabalhos expostos a pressões baixas (hipobáricas) 
remetem ao desenvolvimento de atividades laborais em 
ambientes de altitudes. A esse respeito, Peixoto e Ferreira (2012) 
asseveram:
Em condições hipobáricas, com o aumento na 
altitude, a pressão atmosférica é reduzida e, 
portanto, diminui também, a pressão parcial 
de oxigênio no ar. [...] Quanto maior a altitude 
de um lugar, menor é a sua pressão atmos-
férica. Isso porque a quantidade absoluta de 
ar diminui proporcionalmente à altitude. Des-
se modo, a baixa oxigenação é resultado da 
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diminuição do ar atmosférico como um todo. 
(PEIXOTO; FERREIRA, 2012, p. 40)
No Brasil, é rara a realização de atividades laborais 
nessas condições, por exemplo, o alpinismo. Podemos destacar 
como efeitos de exposição a baixas pressões: falta de oxigenação 
no cérebro, irritabilidade, diminuição da capacidade motora e 
sensitiva, alterações do sono, fadiga muscular, hemorragias na 
retina e, nos casos mais graves, edema cerebral e edema agudo 
do pulmão.
IMPORTANTE
Atividades exercidas em pressão hiperbárica e 
hipobárica são denominadas atividades sob pres-
sões anormais, são muito específicas e exigem 
treinamento especializado, equipamentos sofis-
ticados, pessoal e infraestrutura de apoio. Assim, 
essas atividades devem seguir a normativa dispos-
ta na legislação básica NR 15 – Atividades e opera-
ções insalubres.
Agora, vejamos as radiações como um dos agentes de riscos 
físicos. De modo geral, podemos definir radiação como emissão 
de raios ou partículas. No âmbito dos estudos ocupacionais, a 
radiação e seus efeitos são analisados considerando os seus dois 
tipos: ionizantes e não ionizantes.
 
DEFINIÇÃO“Radiação ionizante é a radiação que possui ener-
gia suficiente para quebrar ligações químicas de 
átomos ou moléculas. As radiações ionizantes são 
provenientes de materiais radioativos como é o ca-
so dos raios alfa (a), beta (b) e gama (g), ou são pro-
duzidas artificialmente em equipamentos, como é 
o caso dos raios X” (PERSUHN, 2013, p. 88).
Para facilitar seu entendimento, veja separadamente 
cada tipo de radiação:
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Radiações ionizantes – esse tipo de radiação não é 
percebido pelos sentidos do organismo, é bem mais penetrante 
do que os demais tipos de radiação e encontrado em elementos 
radioativos da natureza (urânio 235, rádio, potássio 40 
etc.) e em raio X e gama de uso medicinal ou industrial. No 
organismo, a penetração desse tipo de radiação pode conduzir 
ao desenvolvimento das seguintes doenças: anemia, leucemia, 
catarata, câncer e alterações cromossômicas causadoras de 
mutações genéticas. É importante destacar que existe um limite 
de tolerância a esse tipo de radiação. Para o um corpo inteiro, 
se um ser humano é exposto em seu ambiente de trabalho com 
frequência, esse limite é anualmente uma dose efetiva de 2-mSv/
ano. Cada tipo de radiação possui um alcance de penetração 
diferente, conforme mostra a seguinte figura.
Figura 9 – O poder de penetração das radiações ionizantes
Fonte: Peixoto e Ferreira (2012, p. 44).
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VOCÊ SABIA?
Quando vamos fazer uma radiografia do tórax co-
mo exame médico em clínicas de radiografia, per-
ceba que, no momento do exame, utilizamos uma 
placa de alumínio ou chumbo como proteção. Isso 
é necessário para evitar a penetração da radiação 
em nosso organismo.
Radiações não ionizantes – diferentemente das 
radiações ionizantes, esse tipo de radiação não quebra as 
moléculas e átomos, mas, quando é absorvida por eles, gera 
um efeito de agitação e aumento de energia interna. Esse feito 
promove o aquecimento do corpo e pode gerar, como danos à 
saúde, ao organismo exposto: queimaduras, catarata, fadiga, 
efeitos carcinogênicos etc. Esses feitos são condicionados à 
intensidade, ao tempo de exposição e ao comprimento da onda 
de radiação. O quadro a seguir apresenta alguns exemplos de 
radiações não ionizantes e suas respectivas fontes e implicações.
Quadro 5 – Exemplos de atividades sob pressão hiperbárica
Radiação Fontes Implicações
Micro-ondas Produzidas em 
estações de radar, rádio 
transmissão e em alguns 
processos industriais e 
medicinais.
Causam aquecimento 
localizado
na pele.
Radiação 
infravermelha
Origem natural (sol) ou 
artificial (fornos,
metais incandescentes, 
solda).
Tem como característica ser 
pouco penetrante (alguns 
milímetros) e sua absorção 
causa, basicamente, o 
aquecimento superficial (pele).
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Radiação 
ultravioleta
De origem natural 
(sol – UVA e UVB) ou 
artificial (arco voltaico 
em operações de solda, 
lâmpadas ultravioletas).
Pouco penetrante e seus 
efeitos serão sempre 
superficiais, normalmente 
envolvendo a pele e os 
olhos. Um efeito importante 
e reconhecido da radiação 
ultravioleta é o câncer de pele.
Radiofrequência Radiação de grande 
comprimento de 
onda encontrada 
em radiofusão AM, 
ondas VHF, UHF, 
radioamadorismo,
radionavegação,
radioastronomia.
Normalmente, não apresentam 
problemas ocupacionais. 
Os efeitos à saúde são 
predominantemente térmicos, 
como aquecimento por 
absorção da radiação pelos 
tecidos.
Fonte: Adaptado de Peixoto e Ferreira (2012, p. 46-48).
Além das pressões anormais e radiações, são agentes de 
riscos físicos o ruído, a temperatura, as vibrações e a umidade. A 
seguir, vamos entender, de forma concisa, no que consiste cada 
um.
Ruído, temperatura, vibrações e 
umidade
O ruído, a temperatura, as vibrações e a umidade são 
os agentes físicos mais comuns nos ambientes laborais. Assim 
sendo, o quadro seguinte destaca basicamente o que são esses 
agentes.
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Quadro 6 – Riscos físicos: agentes mais frequentes no ambiente de trabalho
Agente Definição Tipos
Ruído É um conjunto 
de vários sons 
não coordenados 
(várias frequências), 
que causam 
incômodo e 
desconforto.
Ruídos contínuos – são aqueles cuja 
variação de nível de intensidade sonora 
é muito pequena em função do tempo. 
Exemplos: geladeiras, ventiladores.
Ruídos intermitentes – são aqueles 
que apresentam grandes variações de 
nível em função do tempo. São os tipos 
mais comuns. Exemplos: fala, furadeira, 
esmerilhadeira.
Ruídos impulsivos ou de impacto – 
apresentam altos níveis de intensidade 
sonora, em um intervalo de tempo muito 
pequeno. São os ruídos provenientes 
de explosões e impactos. Exemplos: 
rebitadeiras, prensas.
Temperaturas 
extremas
Como 
temperaturas 
extremas, 
consideram-se 
o calor e o frio 
em intensidade 
suficiente para 
causar desconforto, 
alterações e 
prejuízos à 
eficiência e saúde 
dos trabalhadores.
Exposição ao calor é característica de 
locais como fundições, usinas, fábricas 
de vidro, indústrias de papel, olarias, 
indústrias metalúrgicas, siderúrgicas etc.
O calor pode estar, ainda, presente em 
trabalhos ao ar livre nas épocas quentes
do ano. 
A exposição ao frio está presente, 
principalmente, na indústria frigorífica 
no trabalho em câmaras frias. O 
frio excessivo interfere na eficiência 
do trabalhador e pode produzir 
enregelamento dos membros e 
ulcerações.
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Vibrações O movimento 
oscilatório de um 
corpo produzido 
por forças 
desequilibradas de 
componentes de 
movimento rotativo 
ou alternativo 
de máquinas e 
equipamentos.
Localizadas – provocadas por 
ferramentas manuais com efeitos em 
certas partes do corpo (articulações de 
mãos e braços).
Generalizadas – lesões de corpo 
inteiro, normalmente produzidas pelo 
trabalho em grandes equipamentos 
(caminhões, ônibus e tratores), 
acarretando problemas na coluna 
vertebral e dores lombares.
Umidade Operações 
realizadas em 
ambientes com 
umidade podem 
causar problemas 
de pele e fuga de 
calor do organismo.
A exposição à umidade excessiva pode 
gerar danos à saúde dos trabalhadores, 
como problemas respiratórios, quedas e 
doenças de pele.
A umidade se encontra em ambientes 
alagados ou encharcados de água.
Fonte: Adaptado de Peixoto e Ferreira (2012, p. 51-58).
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RESUMINDO
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de 
que você realmente entendeu o tema de estudo 
deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. 
Você deve ter compreendido que os riscos físicos, 
assim como os demais, no contexto da higiene ocu-
pacional, têm limites de tolerância que devem ser 
observados no ambiente de ocupação do traba-
lhador. Ao monitorar a exposição do trabalhador a 
um agente de risco, deve-se, em determinado nível 
de ação, intervir com medidas comuns da higiene 
ocupacional. Aprofundamos, então, nosso estudo 
dos principais agentes de riscos físicos que podem 
existir em um ambiente de trabalho: pressões 
anormais, radiação, ruído, temperatura, vibrações 
e umidade. Também aprendemos que quando o 
trabalhador é exposto além dos limites aceitáveis a 
qualquer um desses agentes, poderá sofrer danos 
em sua saúde. Esses danos variam conforme o tipo 
de agente, sua concentração e o tipo de exposição. 
40 HIGIENE OCUPACIONAL E PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS
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Riscos químicos
OBJETIVO
Ao término deste capítulo, você será capaz de 
identificar os tipos de agentes químicos e suas uni-
dades de medida e classificação. Saber definir os 
riscos químicos e como eles se apresentam em ter-
mos de medida e classificação te ajudará em sua 
prática profissional sobrea identificação e avalia-
ção dos agentes químicos em diferentes tipos de 
ambiente de trabalho, bem como na definição de 
ações preventivas com base nos efeitos possíveis 
dos agentes químicos em contato com o organis-
mo humano. E então? Pronto para desenvolver es-
sa habilidade? Vamos lá!
Riscos químicos: noções básicas 
Assim como alguns dos agentes físicos, os agentes de 
risco químico são muito presentes na maioria dos ambientes 
de trabalho, de modo que a higiene ocupacional dedica grande 
atenção ao estudo deles. Vamos aprender, aqui, apenas o 
básico sobre esses agentes, incluindo conceitos, classificações e 
implicações que você precisa saber inicialmente. 
Primeiramente, precisamos deixar claro o que é um 
agente de risco químico. No contexto da higiene ocupacional, os 
agentes químicos são definidos como substâncias, elementos, 
compostos ou resíduos de composição química que, durante 
sua fabricação, armazenamento, manuseio e transporte, podem 
exercer sua capacidade de ação tóxica sobre o organismo 
ou contaminar o ar do ambiente de trabalho. No campo nas 
normatizações desse tipo de agentes, eles são definidos pela 
legislação brasileira pela norma NR 09 – Programa de Prevenção 
de Riscos Ambientais (1978a) como:
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As substâncias, compostos ou produtos 
que possam penetrar no organismo pela via 
respiratória, nas formas de poeiras, fumos, 
névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, 
pela natureza da atividade da exposição, 
possam ter contato ou ser absorvidos pelo 
organismo através da pele ou ingestão. 
(BRASIL, 1978a, on-line)
Os agentes químicos se apresentam de forma massiva 
nos diferentes tipos de indústria, por exemplo: produção 
de plásticos, fertilizantes, saneantes, álcool, galvanoplastia, 
têxtil, petroquímica, mineração, entre outras. Nesse sentido, 
os produtos químicos têm sido utilizados desde o princípio da 
civilização humana para os mais diversos fins e foram crescendo 
significativamente com a industrialização, quando começou 
também, de forma importante, a produção de substâncias 
sintéticas (PERSUHN, 2013). Sendo assim, lidar com substâncias 
químicas faz parte do dia a dia das pessoas e dos trabalhadores 
em seu ambiente de ocupação. 
SAIBA MAIS
Gostaria de saber um pouco mais sobre a exposição 
a agentes químicos versus a saúde do trabalhador? 
Então, leia o texto “Exposição a agentes químicos e 
a saúde do trabalhador”, de Kato, Garcia e Wünsch 
Filho (2007). Para acessá-lo, acesse no QR Code:
https://www.scielo.br/j/rbso/a/HmwsjFbxy9rWK8RFknchZGL/?format=pdf&lang=pt
42 HIGIENE OCUPACIONAL E PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS
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É importante conhecer cada tipo de agente químico 
presente nos ambientes de trabalho, suas medidas, classificação 
e efeitos nos organismos. Nesse sentido, vamos, a priori, 
conhecer as unidades de medida dos agentes químicos. Em um 
ambiente contaminado, os agentes químicos são quantificados 
pelas seguintes medidas, apresentadas na figura a seguir.
Figura 10 – Medidas de quantificação dos agentes químicos
Fonte: Adaptada de Peixoto e Ferreira (2012, p. 61).
É importante salientar que as unidades de medidas 
podem ser convertidas caso haja necessidade de realizar estudos 
relacionados à identificação e ao controle de riscos químicos. 
Para tanto, podemos fazer uso dos fatores de conversão, 
bastando utilizar o valor de uma unidade pelo fator de conversão 
referente. A figura seguinte apresenta as unidades de conversão 
e seus respectivos fatores.
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Figura 11 – Conversão de unidades de concentração de agentes químicos
Conversão Fator multiplicador
ppm para mg/m3 24,45/Mm
mg/m3 para ppm Mm/24,45
ppm para %, em volume 10000
%, em volume, para ppm 0,0001
Observação: Mm é a massa molecular do agente químico (unidade de g.mol-1). 
O valor de 24,45 é, apropriadamente, o volume molar de uma substância a 
uma temperatura ambiente de 25 ° C.
Fonte: Peixoto e Ferreira (2012, p. 62).
Agora que já aprendemos o que é um agente químico 
e como ele pode ser quantificado em termos de unidade de 
medidas, vejamos como diferenciar os tipos de agentes químicos 
presentes nos ambientes ocupacionais.
IMPORTANTE
Para que se tenha um ambiente de trabalho se-
guro, ou seja, um ambiente que não propicie in-
toxicação por agentes químicos, é necessário ter 
conhecimento dos limites de tolerância à exposi-
ção desses agentes, que são definidos pela NR 15 
(BRASIL, 1978b).
Classificação dos agentes 
químicos
Na literatura de higiene ocupacional e nas normas que 
regem a segurança no ambiente de trabalho, podemos identificar 
que os agentes químicos são classificados em sete tipos, segundo 
seu estado físico: poeiras, fumos, fumaças, fibras, neblinas, 
névoas, gases e vapores. O quadro a seguir nos traz uma visão 
objetiva de cada um desses tipos de agentes.
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Quadro 7 – Tipo de agentes químicos em relação a seu estado físico
Tipo Definição Implicações Exemplos
Poeiras Conjunto de 
partículas que 
são geradas 
mecanicamente 
por procedimento 
de ruptura ou 
rompimento, ou 
ainda, por uma 
desagregação de 
partículas maiores 
em menores, 
com diâmetros 
produzidos na faixa 
aproximada de 0,1 
μm a 25 μm.
Quando expostos a 
um longo período 
de tempo, os 
trabalhadores 
podem adquirir 
doenças do 
grupo das 
pneumoconioses, 
que oferecem 
perigo por causar 
enrijecimento dos 
tecidos pulmonares.
Poeiras de carvão 
mineral, poeiras com 
sílica etc.
Fumos Partículas no 
estado sólido que 
são produzidas por 
uma condensação 
dos vapores 
emanados da 
fusão, podendo 
conter metais 
pesados no ar 
como o zinco (Zn), 
por exemplo, ou 
vapores carregados 
com metais em 
suspensão.
Respiração desses 
fumos por um longo 
tempo e a não 
adoção de cuidados 
pode causar 
ulcerações do septo 
nasal.
Fumos de chumbo 
(Pb), encontrado em 
fábricas de baterias 
de cromo (Cr) e níquel 
(Ni) em locais onde se 
realiza revestimento 
externo de peças por 
esses metais.
Fumaças São partículas que 
resultam de uma 
reação química 
de combustão 
incompleta.
Asfixia e doenças 
pulmonares.
São constituídas de 
carbono e geradas pela 
queima de materiais 
orgânicos.
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Fibras Partículas sólidas 
que são produzidas 
por processos 
de rompimento 
mecânico, as quais 
apresentam como 
característica 
física um formato 
alongado.
No caso de 
exposição 
prolongada à fibra 
de asbesto, a 
doença que pode 
ser desenvolvida 
é a asbestose, 
bastante agressiva 
aos pulmões dos 
trabalhadores.
Podemos encontrar 
ambientes 
ocupacionais com esse 
agente nas indústrias 
que trabalham com 
fibras de lã, algodão, 
asbesto, vidro e 
cerâmica.
Neblinas Conjunto de 
partículas líquidas 
que estão 
suspensas no ar, 
resultantes da 
condensação dos 
vapores oriundos 
de substâncias no 
estado líquido que 
são voláteis.
Quando carregadas 
de componentes 
tóxicos, podem 
gerar os mais 
diversos danos 
à saúde do 
trabalhador, 
como doenças 
respiratórias, 
queimaduras 
por contato com 
as gotículas, 
intoxicação etc.
Concentração de 
partículas finas 
(PM2,5) superior a 
1.000 microgramas 
por metro cúbico de 
ar, mais de 40 vezes 
acima do limite de 25 
recomendado pela 
Organização Mundial 
da Saúde (OMS).
Névoas Névoas são 
partículas líquidas 
em suspensão no 
ar.
Reações alérgicas e 
intoxicação.
Produzidas por 
atomização ou 
ruptura mecânica do 
líquido pressionado. 
Podemos encontrá-las 
em procedimentos 
de trabalho, como 
pinturas na forma de 
spray, aplicação de 
agrotóxicos envolvendo 
nebulização, uso 
de óleo de corte 
formando névoa de 
óleo etc.
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Gases e 
vapores
Gás é uma 
dispersão de 
moléculas que 
estão espalhadase misturadas no 
ar ambiente, com 
movimentação 
desordenada, 
resultante de 
forças internas 
fracas e que, 
sob condições 
de temperatura 
e pressão 
atmosféricas 
(normais), já estão 
no estado gasoso.
O vapor é 
definido como o 
estado gasoso de 
agentes químicos 
que, quando 
condicionados 
à temperatura 
e pressão 
atmosféricas, 
apresentam-se no 
estado líquido. A 
sua concentração 
no meio ambiente 
dependerá de 
variáveis como 
pressão de vapor 
e temperatura 
ambiente.
Asfixia e doenças 
pulmonares, quando 
inalados acima dos 
limites de tolerância.
O próprio ar que 
respiramos é uma 
mistura formada na 
sua maior parte por 
nitrogênio (N2) e 
oxigênio (O2), assim 
como o gás carbônico 
ou dióxido de carbono 
(CO2), monóxido de 
carbono
(CO), amônia (NH3) e 
o GLP (Gás Liquefeito 
de Petróleo ou gás de 
cozinha), esse último 
de ampla utilização 
nas indústrias e 
lares brasileiros. 
Para vapores, os 
mais conhecidos 
são originados dos 
solventes orgânicos 
como o tolueno, 
xileno, benzeno, 
éteres, cetonas e 
hidrocarbonetos, como 
a gasolina, querosene 
e álcoois.
Fonte: Adaptado de Peixoto e Ferreira (2012, p. 51-58).
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Efeito dos agentes químicos no 
organismo
Você já parou para pensar como as pessoas, de modo geral, 
se contaminam com os agentes químicos? A forma mais comum 
de contaminação é pelas vias respiratórias, já que a maioria 
desses agentes são gases ou material particulado suspenso no 
ar. Nesse sentido, umas das formas mais eficazes que se evitar 
a contaminação é com a utilização de máscaras apropriadas. A 
figura a seguir ilustra um exemplo dessas máscaras.
Figura 12 – Máscara de gás
Fonte: Pixabay
Outra forma de contaminação por substâncias é por 
meio da pele ou dos olhos. Na pele, a contaminação pode dar-se 
através do contato e da absorção. Existem substâncias que o dano 
à saúde do trabalhador acontece imediatamente com o contato, 
por exemplo, um ácido corrosivo por natureza em contato direto 
com a pele pode gerar queimaduras. Já na absorção, o processo 
de contaminação é similar ao respiratório, pois a substância 
penetra na pele e segue pela corrente sanguínea, causando 
danos aos órgãos do corpo. Um exemplo de contaminação é por 
benzeno, que, uma vez absorvido pela pele, provoca danos na 
produção sanguínea. Para proteger o trabalhador desse tipo de 
contaminação, deve-se utilizar macacões e luvas especiais.
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Ainda sobre as formas de contaminação, há substâncias 
que agem diretamente nos olhos, provocando irritação e, 
nos casos de substâncias corrosivas, casos de cegueira. Essas 
formas de contaminação demonstram a necessidade de que 
conheçamos também os principais efeitos dos agentes químicos 
no organismo. 
VOCÊ SABIA?
O trabalho de funilaria e pintura nas indústrias au-
tomotivas é uma das atividades em que o trabalha-
dor é exposto aos mais diferentes tipos de risco, 
principalmente agentes de risco químico. Para co-
nhecer um exemplo de condições de trabalho em 
uma oficina mecânica e funilaria, acesse o estudo 
realizado por Perez (2017), disponível no QR Code:
 
Segundo Persuhn (2013), os agentes químicos podem 
ser classificados segundo a forma de atuação no organismo 
humano. Nesse sentido, eles podem ser: irritantes, asfixiantes, 
narcóticos e intoxicantes sistémicos. Já Peixoto e Ferreira (2012) 
apresentam uma classificação mais abrangente nesse sentido, 
conforme é apresentado no quadro seguinte.
http://repositorio.utfpr.edu.br:8080/jspui/bitstream/1/20232/2/LD_CEEST_VI_2018_15.pdf
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Quadro 8 – Classificação dos agentes químicos conforme efeitos no organismoFonte: Peixoto 
e Ferreira (2012, p. 70).
Estado físico
Tipos de 
efeito
Descrição
Exemplo de 
substância
Aerodispersóides
Fibrogênicos
Podem produzir nódulos 
e causar endurecimento 
(denominadas fibroses) dos 
tecidos pulmonares.
Sílica e amianto.
Irritantes
As partículas por ação 
química podem causar 
ulcerações e inflamações no 
trato respiratório.
Névoas oriundas de 
ácidos e bases.
Produtores de 
febre
Podem provocar calafrios e 
febre.
Fumos metálicos.
Carcinogênicos
Quando o trabalhador está 
exposto a um longo período, 
pode adquirir câncer.
Amianto e
radionuclídeos.
Sistêmicos
Os agentes têm a capacidade 
de atacar órgãos internos 
e sistemas do organismo 
humano.
Cádmio e manganês.
Mutagênicos/
teratogênicos
Caracterizam-se por causar 
modificações celulares 
e alterações genéticas. 
Os mutagênicos afetam 
não somente o indivíduo 
contaminado, mas também 
seus descendentes. Os 
teratogênicos têm a 
capacidade de afetar o 
desenvolvimento embrionário 
ou fetal, resultando em 
deformidades do feto 
(congênito).
Mercúrio orgânico e 
fumos de chumbo.
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RESUMINDO
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de 
que você realmente entendeu o tema de estudo 
deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. 
Você deve ter compreendido os aspectos básicos 
relacionados aos riscos químicos no campo da hi-
giene ocupacional. Aprendemos que as principais 
unidades de medida usadas para fins de quanti-
ficação de agentes químicos em ambientes passí-
veis de contaminação são: ppm, mog/m3 e % em 
volume. Estudamos, também, que os principais 
agentes químicos podem se classificar em relação 
a sua estrutura física em: poeiras, fumos, fumaça, 
fibras, neblinas, névoas, gases e vapores. Por fim, 
conhecemos as implicações desses agentes quan-
do presentes no organismo humano acima dos li-
mites de tolerância.
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Riscos biológicos 
OBJETIVO
Ao término deste capítulo, você será capaz de dis-
cernir sobre os riscos biológicos a partir de sua 
classificação no contexto da higiene ocupacional. 
Saber definir o risco biológico e saber como eles 
se apresentam no ambiente de trabalho ajudará 
você em sua prática profissional, na identificação e 
avaliação dos agentes químicos em diferentes con-
textos, bem como na definição de ações preven-
tivas com base nos efeitos possíveis dos agentes 
biológicos em contato com o organismo humano. 
E então? Pronto para desenvolver essa habilidade? 
Vamos lá!
Riscos biológicos: conceito, 
transmissão e penetração
Você já percebeu que o ambiente de ocupação apresenta 
inúmeros riscos que, muitas vezes, nem sequer nos damos conta 
ou nos preocupamos com a exposição. Mas, entre os agentes de 
risco, temos ainda os riscos biológicos, os quais vamos estudar 
agora.
DEFINIÇÃO
Agentes biológicos são microrganismos que, em 
contato com o organismo humano, causam doen-
ças.
Podemos listar como exemplos de riscos biológicos os 
vírus, as bactérias, os parasitas, os fungos e os bacilos. Esses 
agentes estão frequentemente presentes em atividades laborais 
desenvolvidas em hospitais, sanatórios, laboratório de análises 
clínicas, lixões, açougues, lavanderias, ambientes de criação de 
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gado, estações de tratamento, entre outros ambientes, os quais, 
havendo presença desses tipos de agente, devem ser sinalizados 
com o símbolo disposto na figura a seguir.
Na norma NR 32, encontramos uma definição mais 
específica de agentes biológicos: “consideram-se agentes 
biológicos os microrganismos, geneticamente modificados ou 
não, as culturas de células, os parasitas, as toxinas e os príons” 
(BRASIL, 1978c, on-line).
Figura 13 – Simbologia internacional para riscos biológicos
Fonte: Pixabay
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NOTA
Príons são partículas proteicas infecciosas com-
postas, quase que exclusivamente, por uma pro-
teína conhecida como príon scrapie (PrPsc).Para 
saber mais sobre doenças causadas por príons e 
provável nexo ocupacional, leia o artigo “Doenças 
causadas por príons e provável nexo ocupacional”, 
de Pustiglione, Torres e Sá (2014). Para acessá-lo, 
acesse no QR Code:
Se refletirmos a respeito das doenças causadas por 
agentes biológicos, com base em nossas experiências pessoais 
(todos nós já tivermos doenças causadas por vírus ou bactérias 
em algum momento da vida, certo?), vamos concluir que 
elas são de três tipos: infecções, alergias e intoxicações. A 
diferença primordial entre esses tipos de agentes e os demais 
que estudamos é que, por serem organismos vivos, eles têm 
capacidade de reprodução. A esse respeito, Peixoto e Ferreira 
(2012) afirmam:
A diferença essencial entre os agentes 
biológicos e outras substâncias perigosas 
é a sua capacidade de se reproduzir. Uma 
pequena quantidade de um microrganismo 
pode crescer consideravelmente em um 
tempo muito curto, sob condições favoráveis. 
(PEIXOTO; FERREIRA, 2012, p. 82)
https://cdn.publisher.gn1.link/rbmt.org.br/pdf/v12n2a07.pdf
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Agora que sabemos basicamente quem são esses 
agentes, é preciso saber como evitar a contaminação. Se você se 
lembrar de suas experiências pessoais, vai recordar que a vacina 
é uma das formas mais eficazes. Mas, além da vacina, existem 
outras medidas que previnem a contaminação do trabalhador 
por contato com esses organismos no ambiente de trabalho, 
destacadas na figura a seguir. 
Figura 14 – Medidas de proteção contra grupos de riscos biológicos
Fonte: Adaptada de Peixoto e Ferreira (2012, p. 82).
Já entendemos como prevenir a contaminação por 
agentes biológicos no ambiente de trabalho, mas ainda é 
importante sabermos como esses agentes são transmitidos e 
penetram no organismo humano.
Vamos primeiro pontuar o que é transmissão e 
penetração. Genericamente, a transmissão remete ao ato, ao 
processo ou à forma de passar, ou seja, conduzir, propagar ou 
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transportar algo. Nesse sentido, quando falamos de transmissão 
de agentes biológicos, estamos falando dos meios pelos quais 
o organismo humano recebe esses agentes e pode propagá-los 
para outros. 
Para tanto, no contexto da higiene ocupacional, a 
transmissão desses agentes pode se dar de forma direta ou 
indireta. A transmissão é considerada direta quando se dá sem a 
intermediação de veículos ou vetores, e indireta quando há uso 
desses veículos.
São veículos ou vetores de transmissão de agentes 
biológicos: mãos, perfurocortantes, luvas, roupas, instrumentos, 
vetores, água, alimentos, superfícies etc. Uma vez que trabalhador 
tem contato com esses vetores ou veículos contaminados, 
o microrganismo ali presente busca lugar para se alojar no 
organismo humano por meio da penetração.
Por penetração, nesse contexto, entende-se o ato ou a 
forma com que os agentes biológicos podem entrar no organismo 
humano após a transmissão de forma direta ou indireta. São vias 
de penetração desses agentes no organismo: pele danificada por 
fissuras ou machucados, picadas acidentais, mordidas, fixação 
pelas membranas mucosas, inalação ou ingestão. Essas formas 
são divididas em vias de penetração, conforme resume o quadro 
seguinte.
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Quadro 9 – Vias de penetração agentes biológicos no organismo
Via de exposição
Porta de 
entrada 
principal 
Formas de 
contaminação
Exemplo 
Cutânea Pele Pele danificada 
ou membranas 
mucosas (boca, 
olhos), lesões 
por materiais 
perfurocortantes 
contaminados 
e arranhões ou 
mordidas.
Contaminação através 
da pele. Podemos 
citar a contaminação 
de profissionais de 
saúde pelo vírus da 
hepatite C e pelo 
vírus HIV (human 
immunodeficiency 
virus), o tétano 
(doença infecciosa 
e não contagiosa, 
causada pela toxina da 
Clostridium tetani) e a 
leptospirose.
Respiratória Vias 
respiratórias
Penetração 
através de nariz, 
garganta, traqueia 
e brônquios.
Contaminação por via 
respiratória. Podemos 
citar a gripe H1N1.
Ingestão Boca As substâncias 
biológicas são 
introduzidas 
no sistema 
gastrointestinal 
através da boca, 
com trânsito pelo 
esôfago, antes 
de atingirem o 
estômago.
Contaminação por 
ingestão. Podemos 
citar a contaminação 
por Salmonella ssp 
no consumo de 
alimentos conservados 
em condições não 
adequadas e a 
hepatite A, que é 
transmitida por meio 
de água e alimentos 
contaminados com o 
vírus.
Fonte: Adaptado de Peixoto e Ferreira (2012, p. 82-84).
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Classes de risco biológico
Os agentes biológicos, assim como os agentes físicos 
e químicos, são passíveis de classificação. Vamos conhecer a 
classificação feita pela norma 32 (BRASIL, 1978). Para facilitar 
nossa visualização e entendimento, o próximo quadro apresenta 
essa classificação de forma objetiva.
Quadro 10 – Classes de risco dos agentes biológicos
Classe Descrição Exemplo
Classe de 
risco 1
Baixo risco individual para 
o trabalhador e para a 
coletividade, com baixa 
probabilidade de causar 
doença ao ser humano.
Exemplo: Lactobacillus sp 
utilizado pela indústria 
alimentícia em iogurtes.
Classe de 
risco 2
Risco individual moderado 
para o trabalhador e com baixa 
probabilidade de disseminação 
para a coletividade. Podem 
causar doenças ao ser humano, 
para as quais existem meios 
eficazes de profilaxia ou 
tratamento.
Exemplos: vírus da febre 
amarela (doença infecciosa 
transmitida por mosquitos 
contaminados) e Schistosoma 
mansoni
(causador da esquistossomose, 
popularmente conhecida no 
Brasil como “Barriga d’água”).
Classe de 
risco 3
Risco individual elevado 
para o trabalhador e com 
probabilidade de disseminação 
para a coletividade. Podem 
causar doenças e infecções 
graves ao ser humano, para 
as quais nem sempre existem 
meios eficazes de profilaxia ou 
tratamento.
Exemplos: Mycobacterium 
tuberculosis, ou bacilo de Koch 
(bactéria que provoca a maioria 
dos casos de tuberculose), e 
Bacillus anthracis (bactéria que 
causa a doença denominada
carbúnculo em atividades com 
contato direto com animais ou 
cadáveres desses infectados).
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Classe de 
risco 4
Risco individual elevado 
para o trabalhador e com 
probabilidade elevada 
de disseminação para a 
coletividade. Apresenta grande 
poder de transmissibilidade de 
um indivíduo a outro.
Exemplos: vírus Marburg, 
agente causador da febre 
hemorrágica (doença viral que 
origina quadros de febre
e hemorragia que podem levar 
à morte), e vírus Ebola (causa 
uma
febre hemorrágica, considerada 
uma das doenças virais mais 
perigosas,
com alto índice de mortalidade).
Fonte: Adaptado de Peixoto e Ferreira (2012, p. 84-85).
VOCÊ SABIA?
A NR 32 apresenta a classificação dos agentes bio-
lógicos por risco de contaminação e algumas infor-
mações adicionais sobre efeitos alérgicos, agente 
emergente e oportunista, agente ontogênico, pro-
dução de toxinas e vacinas eficazes disponível. Pa-
ra ler a norma, acesse no QR Code:
Lembre-se de que as doenças dadas como exemplos de 
doenças oriundas de agentes biológicos são comuns (conforme 
ilustra a figura seguinte), portanto, para que sejam consideradas 
doenças do trabalho, obrigatoriamente, deve haver comprovação 
do nexo causal. Se o ambiente de trabalho dispõe de todos os 
mecanismos de proteção do trabalhador, conforme ilustra a 
figura em seguida, e este adquire a doença por contágio em outro 
ambiente, ela não pode ser considerada doença do trabalho. 
https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/comissao-tripartite-partitaria-permanente/arquivos/normas-regulamentadoras/nr-32-atualizada-2022-2.pdf
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DEFINIÇÃONexo causal – é a comprovação da relação direta 
entre a doença e o exercício do trabalho.
Figura 15 – Medidas de proteção contra grupos de riscos biológicos
Fonte: Adaptada de Peixoto e Ferreira (2012, p. 87).
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Figura 16 – Medidas de proteção contra grupos de riscos biológicos
Fonte: Peixoto e Ferreira (2012, p. 86).
Agentes biológicos: normatização 
sobre insalubridade 
A NR 15 destaca uma relação de atividades que envolvem 
agentes biológicos (BRASIL, 1978b). Segundo essa norma, a 
avaliação de insalubridade é determinada por uma análise 
qualitativa cujos aspectos estão dispostos no quadro a seguir.
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Quadro 11 – Avaliação de insalubridade: critérios de classificação
Classificação Critérios
Insalubridade de 
grau máximo (40%)
Trabalho ou operações em contato permanente com:
• Pacientes em isolamento por doenças 
infectocontagiosas, bem como objetos de seu uso, não 
previamente esterilizadas.
• Carnes, glândulas, vísceras, sangue, ossos, couros, 
pelos e dejeções de animais portadores de doenças 
infectocontagiosas (carbunculose, brucelose, 
tuberculose).
• Esgotos (galerias e tanques).
• Lixo urbano (coleta e industrialização).
Insalubridade de 
grau médio (20%)
Hospitais, serviços de emergência, enfermarias, 
ambulatórios, postos de vacinação e outros 
estabelecimentos destinados aos cuidados da saúde 
humana (aplica-se unicamente ao pessoal que 
tenha contato com os pacientes, bem como aos que 
manuseiam objetos de uso desses pacientes, não 
previamente esterilizados).
• Hospitais, ambulatórios, postos de vacinação e 
outros estabelecimentos destinados ao atendimento e 
tratamento de animais (aplica-se apenas ao pessoal que 
tenha contato com tais animais).
• Contato em laboratórios, com animais destinados ao 
preparo de soro, vacinas e outros produtos.
• Laboratórios de análise clínica e histopatologia (aplica-
se somente ao pessoal técnico).
• Gabinetes de autópsias, anatomia e 
histoanatomopatologia (aplica-se somente ao pessoal 
técnico).
• Cemitérios (exumação de corpos).
• Estábulos e cavalariças.
• Resíduos de animais deteriorados.
Fonte: Adaptado de Peixoto e Ferreira (2012, p. 87-88).
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RESUMINDO
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de 
que você realmente entendeu o tema de estudo 
deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. 
Você deve ter aprendido a discernir sobre os ris-
cos biológicos a partir da classificação, métodos 
de prevenção e tipos de doenças. Você viu que os 
agentes de riscos biológicos têm uma peculiarida-
de que os difere dos riscos físicos e químicos e, por 
se tratarem de microrganismos vivos, têm a capa-
cidade de se reproduzir. Uma pequena quantidade 
de um microrganismo pode crescer consideravel-
mente em um tempo muito curto, sob condições 
favoráveis, o que pode promover grandes propor-
ções de contágio em ambientes laborais. Portan-
to, medidas preventivas precisam ser observadas 
e praticadas, por exemplo: vacina, esterilização, 
ações de higiene pessoal, uso de equipamentos 
de proteção individual, ventilação adequada e con-
trole médico regular. Destacamos também que as 
doenças dadas como exemplos de doenças oriun-
das de agentes biológicos são comuns, portanto, 
para que sejam consideradas doenças do traba-
lho, obrigatoriamente, deve haver comprovação 
do nexo causal. Se o ambiente de trabalho dispõe 
de todos os mecanismos de proteção do trabalha-
dor e ele adquire a doença por contágio em outro 
ambiente, ela não pode ser considerada doença do 
trabalho.
63HIGIENE OCUPACIONAL E PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS
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BRASIL. Portaria n.º 3.214, de 8 de junho de 1978. Aprova as normas 
regulamentadoras que consolidam as leis do trabalho, relativas à 
segurança e medicina do trabalho. Norma Regulamentadora n.º 09 
(NR 9): Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA). Diário 
Oficial da República Federativa do Brasil, Poder Executivo, 
Brasília, 1978a. Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-
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BRASIL. Portaria n.º 3.214, de 08 de junho de 1978. Aprova as normas 
regulamentadoras que consolidam as leis do trabalho, relativas à 
segurança e medicina do trabalho. Norma Regulamentadora n.º 
15 (NR 15): Atividades e operações insalubres. Diário Oficial da 
União, Poder Executivo, Brasília, 1978b. Disponível em: https://
www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/assuntos/inspecao-do-
trabalho/seguranca-e-saude-no-trabalho/sst-portarias/1978/
portaria_3-214_aprova_as_nrs.pdf. Acesso em: 5 set. 2022.
BRASIL. Portaria n.º 3.214, de 08 de junho de 1978. Aprova as normas 
regulamentadoras que consolidam as leis do trabalho, relativas 
à segurança e medicina do trabalho. Norma Regulamentadora 
n.º 32 (NR 32): Segurança e saúde no trabalho em serviços de 
saúde. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, 1978c. 
Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/
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CHAGAS, D. Análise e avaliação de riscos profissionais na fabricação 
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https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/assuntos/inspecao-do-trabalho/seguranca-e-saude-no-trabalho/sst-portarias/1978/portaria_3-214_aprova_as_nrs.pdf
https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/assuntos/inspecao-do-trabalho/seguranca-e-saude-no-trabalho/sst-portarias/1978/portaria_3-214_aprova_as_nrs.pdf
https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/assuntos/inspecao-do-trabalho/seguranca-e-saude-no-trabalho/sst-portarias/1978/portaria_3-214_aprova_as_nrs.pdf
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https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/assuntos/inspecao-do-trabalho/seguranca-e-saude-no-trabalho/sst-portarias/1978/portaria_3-214_aprova_as_nrs.pdf
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64 HIGIENE OCUPACIONAL E PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS
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PEIXOTO, N. H.; FERREIRA, L. S. Higiene Ocupacional I. Santa 
Maria: Rede e-TEC Brasil, 2012. 
PERSUHN, F. R. Introdução em tecnologia e segurança do 
trabalho. Indaial: Uniasselvi, 2013.
SALIBA, T. M. Manual prático de higiene ocupacional e PPRA. 7. 
ed. São Paulo: LTr, 2015.
	Exposição aos agentes ambientais
	Classificação dos riscos ambientais e agentes/fatores determinantes de uma exposição
	Avaliações ambientais: características e estratégias
	Riscos físicos
	Termos e medidas gerais de higiene ocupacional
	Pressões e radiações
	Ruído, temperatura, vibrações e umidade
	Riscos químicos
	Riscos químicos: noçõesbásicas 
	Classificação dos agentes químicos
	Efeito dos agentes químicos no organismo
	Riscos biológicos 
	Riscos biológicos: conceito, transmissão e penetração
	Classes de risco biológico
	Agentes biológicos: normatização sobre insalubridade

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