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Tutorial 01 Ciclo menstrual, amenorreias, SOP e anticoncepcional 1 Tutorial 01 - Ciclo menstrual, amenorreias, SOP e anticoncepcional CLICLO MENSTRUAL Varia de: 2438 dias; Pico máximo de folículos em torno da 1620° semana gestacional; Eixo hipotálamo-hipófise ovário Ciclo menstrual depende de um controle fino do eixo hipotálamo-hipófise- ovário → exercendo influência sobre as áreas anatômicas; Hipotálamo: GnRh - único hormônio que estimula a liberação de gonadotrofinas LH ou FSH pela hipófise; Liberado de forma pulsátil (variam em amplitude e frequência); Grande frequência e baixa amplitude: FASE FOLICULAR LH ao fim da primeira fase após vários pulsos será o fenômeno da ovulação que precisa do LH Baixa frequência e grande amplitude: FASE LÚTEA FSH ao longo do processo se não tiver gravidez ao fim da segunda fase tem o aumento do FSH; Hipófise: liberação de FSH e LH (adenohipófise); Dependendo da fase do ciclo tem predominância de um ou outro; Também tem retrocontrole pelos ovários para sinalizar o momento da ovulação e desenvolvimento folicular; Ovário: estimulado pelo FSH e LH para foliculogênese e esteroidogênese (estrogênio e progesterona) → progesterona elevada inibe o LH (manda mensagem que já ovulou para a hipófise); Útero: progesterona e estrogênio provem efeito sobre o endométrio uterino (endométrio proliferativo e secretor); Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 01 Ciclo menstrual, amenorreias, SOP e anticoncepcional 2 Ciclo ovariano Resumo: Crescimento e desenvolvimento folicular → foliculo fica maduro (pré- ovulatório) → rompe e libera óvulo (oócito secundário) → se houver gestação implanta libera HCG sustenta o endométrio bem desenvolvido → se não engravidar não tem HCG e descama tudo (menstrua 1° dia da menstruação é o 1° dia do ciclo); Fase folicular: Fase de desenvolvimento folicular (recrutamento de folículos até que um se torne o dominante → rompe e ovula); 1° dia da menstruação até antes da ovulação; Fase variável: Inicio: ⭡ FSH → estimula o desenvolvimento do folículo FSH já começa a subir no fim do ciclo anterior); O folículo estimulado produz ⭡ estrogênio e ⭡ inibina B (before ovulation); Dos folículos em crescimento um vai ter + receptores de FSH e é selecionado como folículo dominante (é o mais estimulado) → os outros sofrem processo de atresia/destruição folicular; ⭡inibina B e estrogênio (estradiol): inibem a secreção de FSH (mensagem do ovário para a hipófise de que não necessita mais de FSH folículo está bem preparado) → feedback negativo; Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 01 Ciclo menstrual, amenorreias, SOP e anticoncepcional 3 Produção ovariana de estrogênio: teoria das duas células; Célula da teca: tem receptores de LH, teca com ação do LH capta o colesterol da circulação LDL sendo transformado em progesterona, 17 OHProgesterona, Androstenodiona e ao fim em testosterona (androgênio - substrato para a formação do estrogênio); Célula da granulosa: pega o androgênio que foi produzido na teca. A androstenodiona e a testosterona passam por difusão passiva para a célula da teca e por estimulo do FSH serão transformados em estrona e estradiol pela ação da aromatase. Estradiol: estrogênio forte e predominante no período da menacme Menopausa: não forma mais estradiol pelo ovário (diminuição dos folículos), tendo somente a formação periférica de estrona (estrogênio mais fraco); Ovulação: pico de estradiol leva ao pico de LH (hormônio responsável pela ovulação - liberador de óvulo) → se não tiver pico sustentado de estradiol e de LH não há ovulação; ⭡LH e ⭡prostaglandinas (ajuda no rompimento do folículo) com luteinização (ação do LH no folículo) → começa a surgir na granulosa receptores de LH; OBS ⭡discreto da progesterona 12 a 24 horas antes da ovulação (⭡FSH no meio do ciclo) → mas o maior aumento é depois da ovulação; A ovulação ocorre de 3236 horas após o início ⭡LH e 1012 horas após seu pico máximo; Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 01 Ciclo menstrual, amenorreias, SOP e anticoncepcional 4 Fase lútea: Da ovulação ao início da menstruação (fim do ciclo); Fase fixa de 14 dias (+-); ⭡Progesterona (aumento exponencial) e ⭡Inibina A (after ovulation - inibe FSH, não precisa mais de recrutamento e desenvolvimento folicular); Após a ovulação tem formação do corpo lúteo → continua a produzir estrogênio; Se não tiver HCG (não engravidar) → regressão do corpo lúteo (quem sustenta o corpo lúteo é o hCG que continua a produzir progesterona, inibina e estrogênio, preparando o endomperio) ↓ Estrogênio, ↓Progesterona e ↓inibina A (não tem mais feedback negativo com a hipófise) e ⭡pulsos de GnRh e ⭡FSH (sinal para um novo recrutamento); Ciclo uterino Ação do estrogênio e da progesterona sobre o endométrio → prepara o endométrio para possível gravides; Fase folicular (endométrio proliferativo): Endométrio fino → acabou de menstruar; Estrogênio tem ação proliferativa no endométrio; Camada compacta (superfícial); Camada esponjosa (média); Camada basal (profunda): poucas alterações (para ter o processo de regeneração); Camada funcional = compacta + esponjosa (camada que descama); Fase proliferativa inicial: endométrio fino ao USG (endométrio acabou de descamar; Fase proliferativa tardia: próxima da ovulação, estrogênio já atuou no endométrio, USG com endométrio trilaminar; Fase lútea (endométrio secretor): Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 01 Ciclo menstrual, amenorreias, SOP e anticoncepcional 5 Endométrio secretor por ação da progesterona após a ovulação; Endométrio está maior (mais branco - ecogenicidade) mas não tem aspecto trilaminar → glândulas bem desenvolvidas; Efeito em outros órgãos Muco cervical Fase folicular (ação estrogênica): aumento de filância → aspecto de cristalização ao microscópio (folha de samambáia); Fase lútea (ação estrogênica): muco espesso + grosso, sem cristalização; AMENORREIAS Ausência de menstruação na menacme; Causas fisiológicas: gestação, amamentação e menopausa; Sequência de desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários: telarca → pubarca → menarca; Primária → ocorrência sem a menarca Menarca acontece geralmente quando está na classificação de Tanner M3 (eventualmente M4; Investigar quando: Meninas aos 13 anos se verifique completa ausência de caracteres sexuais secundários; Menarca não ocorreu 5 anos após o início do desenvolvimento das mamas (se isso se deu antes dos 10 anos de idade); A menarca não ocorreu aos 15 anos de idade em meninas com caracteres sexuais secundários presentes; Meninas com caracteres sexuais secundários presentes antes dos 15 anos, sem menstruar, mas com dor pélvica cíclica (risco de obstrução); Presença de estigmas genéticos sugestivos (ex: S. de turner), inicia investigação independente da idade; Secundária → ocorrência após a menarca Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 01 Ciclo menstrual, amenorreias, SOP e anticoncepcional 6 Investigar quando a menstruação não ocorrer por 3 meses ou quando ocorrerem menos de 9 menstruações ao longo de 1 ano; ROTEIRO INVESTIGATIVO AMENORREIA PRIMÁRIA Presença ou ausência de caracteres sexuais secundários (mamas desenvolvidas); Presença ou ausência de útero; Níveis de FSH (causa gonadal ou central); Anamnese Idade; Relações sexuais; História patológica pregressa; Exame físico Altura/peso; Hirsutismo/acne (sinais de hiperandrogenismo clínico); Fácies; Caracteres sexuais secundários; Vulva/vagina (inspeção); Colo/útero/anexos (limitada em pacientes que não começou a ter relações sexuais - usar exames de imagem); Sem presença de caracteres secundários: FSH⭡: Disgenesia gonadal (problema é no ovário) → realizar cariótipo (ex. S. de Turner); FSH↓: Hipotálamo ou hipófise (hipogonadismo hipogonadotrófico) → RM/TC ou teste GnRH (se + é causa hipotalâmica/ se - é hipofisária); Com presença de caracteres sexuais secundárias: É alteração uterovaginal (anatômico); Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 01 Ciclo menstrual, amenorreias, SOP e anticoncepcional 7 Sem vagina ou vagina curta → cariótipo; Verificar se tem útero → USG e RM de pelve (pode ter também outras anomalias que serão identificadas na imagem) → se não tiver fazer cariótipo; Vagina presente: testes diagnósticos; ROTEIRO INVESTIGATIVO AMENORREIA SECUNDÁRIA Anamnese Idade; Atraso menstrual; Medicamentos utilizados; HPP/HF; Ciclos irregulares; Manipulação uterina; Sinais e sintomas: neurológicos e hipoestrogenismo; Exame físico Altura / Peso: IMC 30 ou IMC 18; Hirsutismo / acne; Fácies / Galactorreia; Caracteres sexuais secundários; Vulva/vagina; Colo / útero / anexos; 1 Descartar gestação → B-hCG; Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 01 Ciclo menstrual, amenorreias, SOP e anticoncepcional 8 2 Solicitar TSH prolactina; Hipotireoidismo pode ser causa de amenorreia; Hiperprolactinemia pode ser causa de amenorreia; → Se tiver hipotireoidismo + hiperprolactinemia = provavelmente a causa do aumento da prolactina é o hipotireoidismo; Hiperprolactinemia: Prolactinoma: principalmente quando prolactina muito alta, pode estar acompanhada de sintomas compressivos (diplopia); Diagnóstico: RM; Tratamento (agonistas dopaminérgicos): Cabergolina ou Bromocriptina (mesmo nos grandes); Medicamentosa: metoclopramida, neurolépticos, tricíclicos, ranitidina, ACO etc. Outras causas: gestação, hipotireoidismo, cirrose, IR, RT, estimulação mamária, estresse etc. 3 Teste da progesterona P4 avalia o status estrogênico e a patência do trato genital de saída Diidrogesterona 10 mg ou acetato de medroxiprogesterona 10 mg por 510 dias; Com sangramento: causa anovulatória (tem estrogênio agindo sobre o endométrio e o trato de saída funciona - falta só a progesterona); Sem sangramento: ↓estrogênio?, lesão endometrial?, obstrução de fluxo? 4 Teste do estrogênio + progesterona: deu todo suporte hormonal, dessa forma verificar se o problema é anatômico; Estrogênio por 21 dias P4 nos últimos 5 dias (dar até 7 dias após para paciente responder); Com sangramento: falta do estrogênio (exclui causas anatomicas - compartimento II, III ou IV; Sem sangramento: alteração do trato genital de saída (compartimento I; De acordo com suspeita segue avaliação com exames complementares; 5 Dosagem de FSH problema central ou ovariano; Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 01 Ciclo menstrual, amenorreias, SOP e anticoncepcional 9 FSH⭡: 20 (exclui causa central - problema é no ovário → compartimento II FSH↓: normal ou baixo 5 (causa central, hipófise III ou hipotálamo IV; 6 Neuroimagem RM ou teste do GnRH verificar se causa é da hipófise ou hipotálamo; Hipotalâmica: FSH e LG aumentam 20%; Hipofisária: não aumenta FSH e LH; CAUSAS DE AMENORREIA PRIMÁRIA Disgenesias gonadais 50%; Hipogonadismo de causa hipotalâmica 20%; Ausência de útero, cérvice ou vagina 15%; Septo vaginal ou hímen imperfurado 5%; Doença hipofisária 5%; CAUSAS DE AMENORREIA SECUNDÁRIA Amenorreia não causada por gravidez, lactação ou por menopausa: 3 a 4%; Principais causas: 40% ovarianas; 35% hipotalâmicas; 19% hipofisárias; Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 01 Ciclo menstrual, amenorreias, SOP e anticoncepcional 10 5% uterinas; CAUSAS HIPOTALÂMICAS COMPARTIMENTO IV Tumores: craniofaringioma; Sd. de Kallman: amenorreia primária + infantilismo sexual + anosmia (pode haver cegueira para cores) → tratamento com terapia hormonal; Estresse, anorexia, exercícios físicos extenuantes → maratonista, atleta de alta performance; CAUSAS HIPOFISÁRIAS COMPARTIMENTO III Prolactinomas: tumor de hipófise → tratamento clínico com agonista dopaminérgico (cirúrgico só se tiver sintomas compressivos); Síndrome de Sheehan: necrose hipofisária pós-parto (por hemorragia de qualquer etiologia) → para produção de FSH e LH (paciente não consegue estabelecer a amamentação - não produz também prolactina); CAUSAS OVARIANAS COMPARTIMENTO II Insuficiência ovariana prematura: 40 anos + esgotamento folicular (sinais de hipoestrogenismo) → terapia hormonal é tratamento (pode ser primária ou secundária); Síndrome de Savage: resistência às gonadotrofinas, tem folículo mas ele não responde → pode ser amenorreia primária ou secundária (tratamento é hormonal); Disgenesia gonadal: infantilismo sexual e FSH⭡ → pedir cariótipo Disgenesia gonadosomática Síndrome de Turner: 45, XO é a mais comum, pescoço alado, toráx em escudo, baixa estatura); Se tiver disgenesia com Y tem que retirar gônada: risco de desenvolver câncer (digerminoma); CAUSAS UTEROVAGINAIS COMPARTIMENTO I Malformações Mullerianas: Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 01 Ciclo menstrual, amenorreias, SOP e anticoncepcional 11 → Síndrome de MRKH 46, XX vagina curta e sem útero (agenesia mulleriana), tem ovários (funcionante - pelo normal e tem caracteres sexuais secundários); Síndrome de Asherman: agressão endometrial prévia, presença de sinéquias intrauterinas (visível a histeroscopia) → endométrio não responde aos hormônios (lesado), pode dar hormônio que continua sem fluxo (área de fibrose, endometrio deixa de ser funcional) Tratamento: lise das sinéquias por histeroscopia + estrogenioterapia para ver se ele volta a reepitelizar (amenorreia secundária); Hiperplasia adrenal congênita: genitália ambígua na mulher; Deficiência da 21-hidroxilase: sobra androgênios e tem aumento da 17OH- progestetona; Androgênio masculiniza a genitália externa da mulher; Hiperplasia adrenal congênita tardia: DD com SOP; Síndrome da insensibilidade androgênica SIAC ou síndrome de Morris): defeito no receptor androgênico (genético), produz androgênio porém não atua na genitália externa (fica feminina), cariótipo 46, XY (masculino), tem testículo (funcionante) → amenorreia primária, mama hipodesenvolvida (pela conversão periférica), sem útero, vagina curta mas sem pelos; SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS Conceitos fundamentais Síndrome anovulatória crônica hiperandrogênica; Endocrinopatia com repercussões sistêmicas, risco metabólico, risco CV importante diagnóstico precoce para direcionar tratamento; Endocrinopatia mais comum da mulher: 510%; 80% dos casos de hiperandrogenismo em mulheres; 90% das pacientes com ciclos irregulares; 3040% das mulheres inférteis; Associa-se com resistência insulina em aprox. 50%; Fisiopatologia Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 01 Ciclo menstrual, amenorreias, SOP e anticoncepcional 12 Aumento de LH → transforma colesterol em androgênio; Muita formação de androgênio vira estrogênio que inibe o FSH no ciclo e estimula o LH gera um ciclo; FSH inibido não tem desenvolvimento folicular e recrutamento; Causas: Aumento de amplitude dos pulsos de LH mais hiperandrogenismo; Nível ovariano: tem desregulação do citocromo P450c17 ⭡ androstenodiona e ⭡ testosterona; Também aumenta os androgênios a níveis de adrenal; Nível hepático: ↓SHBG (proteína carreadora de hormônio sexual- pela insulina) aumenta a fração livre de testosterona, ⭡IGFI reforça mais ainda a anovulação e o hiperandrogenismo; Doença é heterogênea nas diferentes pacientes; Repercussão do hiperandrogenismo no ovário → ambiente com muito androgênio também acelera a atresia além de não ter o folículo dominante para proliferar, eles ficam todos pequenos com aspecto característicos com esses folículos na periferia; Clínica Anovulação: Alterações gonadotróficas → mais LH; Proliferação endometrial maior → pelo hiperestrogenismo (sem antagonização pela progesterona); Irregularidade menstrual → sem progesterona para compactar o endométrio; Infertilidade → não tem o folículo dominante,não tem progesterona; Hiperandrogenismo: Hirsutismo: 70% dos casos (pelo grosso de distribuição típica masculina em uma mulher); Escala de Ferriman 8 / Orientais 4 / Outras 6; Acne: 30% Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 01 Ciclo menstrual, amenorreias, SOP e anticoncepcional 13 Alopécia com padrão androgênico; Resistência insulínica + obesidade: Acantose nigricans; Diagnóstico 2 dos 3 critérios para SOP Critérios de Rotterdam) Hiperandrogenismo → clínico ou bioquímico (não é obrigado dosar para diagnóstico); Anovulação → oligo/anovulação Ovários policísticos → baseia-se nos números e medidas; 20 ou + folículos de 2 a 9 mm; Volume ovariano 10cm³; Laboratório típico de SOP ⭡ Testosterona total e livre; ⭡ Androstenodiona e ⭡SDHEA (mas não muito aumentada); ⭡ RI; ⭡LH ⭡estrogênio ⭡prolactina (ás vezes); ↓ ou normal FSH ↓SHBG; Apresentação fenotípica da SOP (mais comum são A e B A tem todos os 3 critérios; B tem critério de hiperandrogenismo e anovulação (sem USG; C tem hiperandrogenismo e USG (sem anovulação); D tem USG e anovulação (sem hiperandrogenismo); Diagnóstico é de exclusão: Excluir outras causas específicas de anovulação crônica (tireoidopatias, disfunção hipotalâmica, síndrome de cushing, insuficiência ovariana prematura, tumores secretores, hiperprolactinemia) Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 01 Ciclo menstrual, amenorreias, SOP e anticoncepcional 14 TSH, prolactina, 17OH-progesterona (hiperplasia adrenal congênica), cortisol S. cushing); Repercussões clínicas DM 7,5 10% tem DM tipo 2; Hiperplasia / Ca endometrial (efeito estrogênico); Câncer de ovário (hiperestrogenismo); HAS 40% na perimenopausa); Dislipidemia (aumento do colesterol total, LDL e TG; Doença cardiovascular (⭡7x o risco de IAM; Tratamento Individualizado → tratar patologia e quadro clínico básico; Atividade física + dieta + perda de peso para todos; Regularização dos ciclos menstruais ACO ou progestogenioterapia (estrogênio ajuda aumentar a produção de SHBG; Controle dos sintomas hiperandrogênico → TTO cosmético, ACO/ciproterona ou drosperinona (ação + antiandrogênica), espirolactona, ACO inibe 5-alfa-redutase (reduz hisurtismo); Controle de sequelas metabólicas RI Metformina (pode ajudar também na fertilidade); Restauração da fertilidade → atividade física + dieta sempre, indutores de ovulação; Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 01 Ciclo menstrual, amenorreias, SOP e anticoncepcional 15 Clomifeno: indutor da ovulação (baixa complexidade); Clomifeno Metformina: se não respondeu somente ao clomifeno; Caso não funcione: Gonadotrofina recombinante ou FIV Outra medicação: Letrozol (uso off label); Proteção endometrial → ACO ou progestogenioterapia; ANTICONCEPCIONAIS HORMONAIS Combinados Oral; Injetável mensal; Anel; Adesivo; Somente progesterona Oral Injetável trimestral; Implante; SIU MÉTODOS COMBINADOS Mecanismo de ação dos métodos combinados Inibem a ovulação (principal efeito - anovulação): Componente estrogênico inibe o FSH; Componente progestagênico inibe LH; Ação hormonal que predomina é a progesterona: Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 01 Ciclo menstrual, amenorreias, SOP e anticoncepcional 16 Torna o muco mais hostil, mais espesso; Atrofia o endométrio; Diminuição da motilidade tubária; Contraindicações: Combinados: Aleitamento 6 meses (estrogênio interfere no aleitamento); Risco de trombose e DCV; Hepatopatias → metabolização hepática; Hepatite aguda, tumor hepático maligno, adenoma hepático, cirrose descompensada, uso de rifampicina e anticonvulsivantes (nem a de progesteron), ácido valproico (não entra na lista que pode diminuir a eficácia do ACO; Câncer de mama: atual ou passado (tumor hormônio dependente) → história familiar não é critério; Doença na vesícula → se história de colestase não usar ACO; Fumo 15 cigarros após 35 anos (não usar nada combinado); DM com vasculopatia; HAS grave; Enxaqueca com aura; Critérios de elegibilidade para ACO PROGESTOGÊNIOS ISOLADOS Nem todos levam a anovulação: Pílua: depende (minipílula não leva - desogestrel de 75mg tem alto potencial de anovulação); Minipílula (levonorgestrel e noretisterona): mais empregados no aleitamento e perimenopausa → não se prescreve em grande parte dos casos; Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 01 Ciclo menstrual, amenorreias, SOP e anticoncepcional 17 Injetável trimestral (acetato de medroxiprogesterona): leva a anovulação. Efeitos colaterais: amenorreia, androgenismo, aumento de peso; Leva a diminuição da DMO reversível (geralmente usado por pouco tempo); Implante (etonorgestrel) → leva a anovulação. Proteção por 3 anos. 60mcg/dia gradativamente diminuindo ao longo do tempo, altera o muco cervical, atrofia o endométrio Vantagens: amenorreia, menos cólicas; Efeitos colaterais: spotting, cefaleia, mastalgia, acne e ganho de peso; SIU de LNG não leva a anovulação; Contraindicações Trombose atual (passado não é) (categoria 3 Aleitamento 6 semanas: não pode o injetável trimestral (categoria 3; Hepatopatias: cirrose descompensada, adenoma hepático, câncer hepático (categoria 3; Câncer de mama: atual (categoria 4 e passado (categoria 3; Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 02 Embriologia dos órgãos genitais, malformações, SUA, adenomiose, miomas uterinos, pólipos endometriais e endometriose 1 Tutorial 02 - Embriologia dos órgãos genitais, malformações, SUA, adenomiose, miomas uterinos, pólipos endometriais e endometriose EMBRIOLOGIA DOS ÓRGÃOS GENITAIS Conceitos Ponto inicial para o desenvolvimento genital é a determinação do sexo genético (no momento da concepção) → cariótipo XY (masculino) ou XX (feminino); Cariótipo XX desenvolvimento feminino Desenvolvimento ovariano → desenvolvimento dos ductos de Muller → regressão dos ductos de Wolff; Cariótipo XX ausência do gene SRY, faz com que não haja a produção de hormônios como a testosterona e o HAM; Ausência de testosterona: regressão dos canais de Wolff (na presença delas esses canais vão se desenvolver para formar estruturas do trato genital masculino); Ausência do HAM promove o desenvolvimento dos ductos de Muller dando origem ao útero, trompas e terço superior da vagina Cariótipo XY desenvolvimento das gônadas masculinas: Presença de gene SRY que codifica o FDT (fator determiante do testículo) → tem produção de testosterona e HAM; Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 02 Embriologia dos órgãos genitais, malformações, SUA, adenomiose, miomas uterinos, pólipos endometriais e endometriose 2 Testosterona: induz a masculinização da genitália interna e externa; HAM promove regressão dos ductos de Muller; Testosterona: produzida pelas células de Leydig (inicia por volta da 8° semana de gestação); HAM produzido pelas células de sertoli; Desenvolvimento gonadal Até 7 semanas não há diferenciação entre as gônadas; O desenvolvimento dos ovários ocorre 2 semanas após os dos testículos; Por volta da 12° semana de gestação há a descida dos ovários (formados na região torácica - descem pelo gubernáculo); Desenvolvimento dos ductos genitais femininos Ductos de Muller são estruturas embrionárias (paramesonéfricos - par de ductos) que vão se fundir na linha média e o septo formado entre eles será reabsorvido (por volta das 20 semanas) formando uma cavidade uterina única, duas tubar e o terço superior da vagina que se une ao seio urogenital formando um canal único com os dois terços inferiores (trato genital patente) Por volta da 20° semana também o estroma endometrial e o miométrio se diferenciam do mesênquima subjacente; Ao redor da 12° semana de vida intrauterina as partes cranianas dos ductos de Muller se abrem na cavidade celômica formando as trompas → as partes caudais fundidasse tornam o canal uterovaginal, que posteriormente dá origem ao corpo e colo do útero e parte superior da vagina; Vagina se forma no 3° mes de vida embrionária Hidátides de morgani: resquícios embrionários do ducto de miller, extremidade craniana (estruturas craniais do desenvolvimento tubário que podem ficar presentes); Desenvolvimento dos ductos genitais masculinos Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 02 Embriologia dos órgãos genitais, malformações, SUA, adenomiose, miomas uterinos, pólipos endometriais e endometriose 3 Ductos de Wolff (mesonéfricos) se desenvolvem dando origem ao epidídimo, canal deferente, vesícula seminal e ducto ejaculatório; Cistos de gartner: resquicios de desenvolvimento dos ductos de Wolff que podem aparecer na parede vaginal, no ligamento largo ou na parede lateral do útero; Desenvolvimento da genitália externa A genitália externa também é inicialmente indiferenciada e tem a capacidade de se diferenciar em qualquer sexo → a masculinização ocorre pela ação dos androgênios produzidos pelos testículos; Tubérculo genital: se forma na 5° semana de vida embrionária; Formação do períneo: ao fim da 6° semana; Sexo feminino: Tubérculo genital → clitóris; Serio urogenital → uretra e canal vaginal (porção inferior); Pregas urogenitais → pequenos lábios; Eminências labiais → grandes lábios / Também se ligam anteriormente para formar o monte pubiano e posteriormente para formar a comissura labial posterior; Sexo masculino: Diidrotestosterona DHT promove o desenvolvimento da genitália externa → produto da conversão da testosterona nas células de Leydig pela enzima 5a-redutase; Tubérculo genital continua a crescer → forma o pênis; Pregas urogenitais (se fundem)→ formam a uretra peniana; Eminências labioescrotais (se fundem) → formam a bolsa escrotal; DISTÚRBIOS DE DIFERENCIAÇÃO SEXUAL Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 02 Embriologia dos órgãos genitais, malformações, SUA, adenomiose, miomas uterinos, pólipos endometriais e endometriose 4 Hermafroditismo É uma condição rara; Tanto o tecido ovariano como o testicular poderão estar presentes no chamado ovoteste, mas também poderão ser observados ovário de um lado e testículo de outro. Nesse caso, uma trompa e um corno uterino poderão se desenvolver do lado do ovário, devido à ausência do AMH local; A genitália externa é frequentemente ambígua; Pseudo-hermafroditismo masculino Individuo apresenta testículo mas os ductos internos ou genitária externa apresenta masculinização incompleta; EX insensibilidade androgênica (tem testículos mas a genitália externa pode ser feminina ou ambígua por defeito no receptor) e deficiência de 5a- redutase (converte testosterona em DHT e defeitos enzimáticos na biossíntese da testosterona; Pseudo-hermafroditismo feminino Indivíduos apresentam ovários e as estruturas ductais internas femininas, mas a genitália externa é ambígua, ou mesmo com aspecto masculino, devido à excessiva exposição fetal aos androgênios; Ex: hiperplasia adrenal congênita (deficiencia 21-hidroxilase - produção excessiva de androgênios pela glândula adrenal), tumores virilizantes adrenais e exposição materna a drogas androgênicas (principalmente antes da 12° semana); Disgenesia gonadal Mais comum no feto feminino é o cariótipo 45,X S. de turner ANOMALIAS MULLERIANAS Falhas durante o desenvolvimento dos ductos de Muller → agenesia, defeito de fusão lateral (útero didelfo/bicorno) ou vertical: Útero septado 35% Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 02 Embriologia dos órgãos genitais, malformações, SUA, adenomiose, miomas uterinos, pólipos endometriais e endometriose 5 Não houve regressão do segmento medial dos ductos paramesonéfricos após a fusão → útero dividido por um septo que parte do fundo uterino podendo ser pequeno ou se estender até a cérvix Mal formação mais associada a abortamento de repetição → elevada taxa de abortamento espontâneo no 1° trimestre; A ressecção histeroscópica do septo tem sido recomendada; O de pior prognóstico no contexto obstétrico; Útero bicorno 26% Causado pela fusão incompleta dos ductos de Müller, apresenta duas cavidades endometriais que se comunicam e uma cérvix. A falha da fusão pode ser pequena/parcial ou se estender até o colo do útero. O tratamento cirúrgico tem sido proposto para as pacientes com sucessivos abortos sem outras causas identificáveis. Útero arqueado 18% Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 02 Embriologia dos órgãos genitais, malformações, SUA, adenomiose, miomas uterinos, pólipos endometriais e endometriose 6 Pode haver discreta convexidade no fundo uterino ou pequeno septo na linha média com um fundo normal. Não têm sido relatados maiores problemas obstétricos relacionados a essa condição; A correção cirúrgica não tem sido indicada de rotina; Útero unicorno 10% Resulta da falha no desenvolvimento de um ducto paramesonéfrico, podendo ou não apresentar um corno rudimentar; Se tiver corno rudimentar esse pode ou não se comunicar com o útero tendo ou não um endométrio funcionante; Relacionado com partos pré- termo e abortos espontâneos; Útero didelfo (útero duplo8% Resulta da deficiência de fusão dos ductos paramesonéfricos, havendo, portanto, dois cornos uterinos separados, cada um com uma cavidade uterina e duas cérvix distintas. Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 02 Embriologia dos órgãos genitais, malformações, SUA, adenomiose, miomas uterinos, pólipos endometriais e endometriose 7 Costuma ser observado um septo longitudinal na porção superior da vagina. Estudos mostram que nãohaviam grandes prejuizos a fertilidade nessas pacientes; Necessita pré-natal criterioso → risco de parto prematuro, crescimento intrauterino restrito; Útero em forma de T Malformação uterina congênita consequente à falha no desenvolvimento tardio do útero e exposição ao dietilestilbestrol; Agenesia 3% Agenesia vaginal: Anomalia rara, geralmente associada a outras alterações mullerianas; Pacientes podem referir amenorreia primária e dor pélvica/abdominal progressiva, o que pode indicar a presença de tecido endometrial que não tem comunicação com o exterior, uma vez que a vagina não existe. Agenesia cervical: Pode haver ausência concomitante da porção superior da vagina (origem mulleriana comum); Uma vez que o útero/tecido endometrial pode se desenvolver, essas pacientes podem apresentar sintomas obstrutivos por ocasião da puberdade/menarca. Agenesia mulleriana: Síndrome de Mayer-Rokitansky-KusterHauser MRKH, quando há ausência de útero (corpo e colo) e parte superior da vagina; Pacientes apresentam vagina curta, ovários e genitália externa feminina normal DD com insensibilidade androgênica (amenorreia primária); MURCS aplasia dos ductos de Müller, agenesia renal unilateral e anomalias dos somitos cervicotorácicos (defeitos ósseos); Diagnóstico das mal formações: Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 02 Embriologia dos órgãos genitais, malformações, SUA, adenomiose, miomas uterinos, pólipos endometriais e endometriose 8 Paciente normalmente assintomática; Queixas principais: amenorreia, dor pélvica crônica, dificuldade para engravidar; Investigação inicial → USG simples; Padrão-ouro → RNM e USG 3D; Tratamento: Quando causar sintomas (infetilidade principalmente); Tratamento cirúrgico: restaurar fertilidade ou quando abortamento de repetição Ressecção histeroscópica de septo ou metroplastia (criar nova cavidade); SANGRAMENTO UTERINO ANORMAL Definição É um distúrbio em que um ou mais dos parâmetros do sangramento uterino normal está alterado: Quantidade: 5 a 80ml; Duração: 38 dias; Frequência: ciclo varia entre 24 e 38 dias 3 dias); Também pode ser definido como perda menstrual excessiva com repercussões físicas, emocionais, sociais e materiais na qualidade devida da mulher, que podem ocorrer isoladamente ou em combinação com outros sintomas; Pode se manifestar como um quadro crônico (episódios se repetem por pelo menos 6 meses) ou agudo (requer cuidados urgentes ou de emergência); Epidemiologia Condição comum que afeta até 40% de mulheres no mundo; Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 02 Embriologia dos órgãos genitais, malformações, SUA, adenomiose, miomas uterinos, pólipos endometriais e endometriose 9 Além do impacto na saúde, o SUA impacta negativamente na qualidade de vida das mulheres, afetando a vida social e os relacionamentos em quase 2/3 delas; Etiologia Idade da mulher pode influenciar diretamente as hipóteses diagnósticas: Adolescência (primeiros dois anos após menarca): pode ser imaturidade do eixo-hipotálamo-hipófise; Mulheres entre 20 e 40 anos: excluidas causas obstétricas pode ser lesão estrutural nos órgãos; Mulheres com 40 anos até menopausa: flutuações no eixo, patologias do endométrio e miométrio; Pela falta de padronização e classificação das possíveis etiologias a FIGO desenvolveu o acrônimo PALMCOEIN para classificação das causas de SUA Em geral, os componentes do grupo PALM são entidades estruturais que podem ser visualizadas em exames de imagem ou avaliadas pela histopatologia. Já no grupo COEIN, participam entidades que não apresentam essas características; CAUSAS ESTRUTURAIS DE SANGRAMENTO UTERINO ANORMAL Pólipos: Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 02 Embriologia dos órgãos genitais, malformações, SUA, adenomiose, miomas uterinos, pólipos endometriais e endometriose 10 Lesões benignas com malignização de 0,51% (risco maior após menopausa ou 1cm); Pólipo sintomático (sangrante) também tem risco maior → intervenção; Mais comuns em mulheres na peri e pós-menopausa; Causam aumento do volume menstrual, menstruações irregulares, sangramento pós-coito ou sangramento intermenstrual; Pólipo cervical: No colo; Pode ter relação com sinusiorragia (sangramento pós-coito); Exame especular visualiza o pólipo → pode ser assintomático; Pólipo endometrial: Somente é identificado na USG; A maioria são assintomáticos e benignos → mas pode causar SUA; O pólipo pode estar aparente na região cervical mas a base dele ser endometrial; Avaliação: USG imagem que é praticamente uma continuação do endométrio (ecogenicidade) USG é claro para diferenciar mioma de pólipo; → Histerossonografia: injeta solução para distender a cavidade uterina e ter melhor visualização ao USG; Histeroscopia: projeção digitiforme, visualização direta (espessamento focal), visualiza as características macroscópicas para ver se tem alterações suspeitas; Tratamento: Indicações para polipectomia histeroscópica para biópsia: Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 02 Embriologia dos órgãos genitais, malformações, SUA, adenomiose, miomas uterinos, pólipos endometriais e endometriose 11 Sintomáticos (sangramento); Desejo de concepção (pode ser tão grande que obstrui o óstio tubário); Pólipo muito grande 1cmm); Excluir malignidade; Adenomiose: Formas mais superficiais geralmente cursam com sangramento 0,5 mm abaixo do endométrio) e as profundas também há sintomatologia dolorosa (dismenorreia e dispareunia); Lagos de endométrio no meio do miométrio; Quando tem um estímulo do endométrio normal (da cavidade uterina) também estimula o endométrio que infiltrou no miométrio; Clínica: SUA dismenorreia secundária (cólica foi surgindo e piorando ao longo do tempo) Exame diagnóstico: USG vago, pode vir normal e ser adenomiose (não tem grande sensibilidade para adenomiose, achados são sutis) Miométrio heterogênio e com cistos; Histeroscopia: também não é o grande método diagnóstico, achado muito sutil (mancha amarronzada/acastanhada - endométrio no meio do miométrio); RM é o grande exame para diagnóstico (os outros só sugerem) → mede a zona juncional mioendometrial se tiver 12mm é muito característico de adenomiose; Esse achado + clínica = excelente diagnóstico para adenomiose; Histopatológico: exame definitivo (teria que fazer histerectomia - que é o tratamento definitivo); Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 02 Embriologia dos órgãos genitais, malformações, SUA, adenomiose, miomas uterinos, pólipos endometriais e endometriose 12 Tratamento: Definitivo: histerectomia (total ou subtotal); Opções conservadoras: DIU de progesterona (atrofia esse endométrio do miométrio - melhora prognóstico reprodutivo da paciente), progesterona sistêmica, ACO Se melhorou o sangramento / cólica: não necessita do definitivo muitas vezes, na pós menopausa há diminuição hormonal e não há grandes problemas; Ablação endometrial: não respondeu ao tratamento clínico (detruir o endométrio por histeroscopia) → não usar para pacientes que tem desejo reprodutivo (usar nas que tem risco cirúrgico elevado); OBS em alguns casos o útero fica com aspecto em “bala de canhão ,ˮ mas não é patognomônico; Leiomioma: 95% dos tumores do trato genital → nódulo hipoecóico; Tumor de musculatura lisa que vai crescendo e verifica-se a relação dele com parte interna ou externa (onde está) e os sintomas da paciente → para definir conduta; Subseroso: empurra para fora (serosa), abaula a parte de fora, não tem contato com o endométrio (pode dar dor ou abaular estrutura adjacente) → não é causa de SUA, maioria das vezes é assintomático; Intramural: na parede (entre o endométrio e a serosa), se for muito grande pode influenciar na fertilidade → causa possível de SUA; Submucoso: abaula a cavidade uterina, pode interferir com a fertilidade também, pode até fechar o óstio tubário em alguns casos → clássica causa de SUA; Classificação FIGO Classifica os miomas de 08 de dentro para fora; Mioma 0 totalmente intracavitário (submucoso com pedículo) Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 02 Embriologia dos órgãos genitais, malformações, SUA, adenomiose, miomas uterinos, pólipos endometriais e endometriose 13 Mioma 1 submucoso mas é séssil 50% intramural) Mioma 2 também é submucoso mas tem boa parte do componente intramural 50% intramural) Mioma 3 intramural, tem contato com o endométrio ainda mas é mais intramural 100% intramural/contato com endométrio); Mioma 4 totalmente intramural (sem contato com endométrio) Mioma 5 subseroso com bastante componente intramural (subseroso / 50% intramural); Mioma 6 mais subseroso que intramural (subseroso/50% intramural) Mioma 7 totalmente subseroso (subseroso pedículado); Mioma 8 está fora do corpo uterino (mioma solto por rompimento do pedículo - mioma parasita); OBS mioma 25 (submucoso mas tem também tem componente de subseroso) Pega todas as camadas (primeiro número em relação ao endométrio e o segundo com a serosa); Diagnóstico: USG avalia muito bem → se confirma é mioma mesmo; RM pode ser usada para programar a cirurgia (ex: consegue dizer a distância do mioma da serosa - visualiza com mais detalhes); Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 02 Embriologia dos órgãos genitais, malformações, SUA, adenomiose, miomas uterinos, pólipos endometriais e endometriose 14 Histeroscopia → consegue visualizar miomas submucosos (consegue ser terapêutica também 0,1,2 usa soluções para distender a cavidade tem que ter cuidado para não dar sobrecarga de volume); Tratamento: Paciente assintomática: conduta expectante (maioria dos casos não tem sintomas); Paciente sintomática: verificar que os sintomas são realmente dos miomas e quanto ele causa de sintomas: → Mioma pequeno/sintomas leves: tratamento expectante, clínico ACO trata sangramento atrofia endométrio, tenta adiar tratamento cirúrgico); Sangramento intenso e nulípara (anemia etc.): miomectomia histeroscópica (submucosos) ou laparoscópica (intramural/subserosos); Sangramento intenso e multípara: histerectomia (é o únicotratamento definitivo) OBS submucoso 0,1,2 é miomectomia histeroscópica independente dos sintomas e paridade → cirurgia mais simples (pós operatório mais tranquilo) se tiver muitos de outros tipos junto faz histerectomia Droga no preparo cirúrgico: análogos do GnRH ou antagonista (bloqueia o ciclo - consegue diminuir o mioma e parar o sangramento, diminui anemia → paciente mais estável) usados para miomas muito grandes para menores intervenções à cirurgia para diminuir tamanho; → Porém gera sintomas de hipoestrogenismo (menopausa iatrogênica), sintomas vasomotores, diminuição da DMO, ressecamento vaginal (principalmente se 6 meses de uso); Embolização da artéria uterina: evitar em nulíparas (não é garantia de 100% que essas esferas não cheguem aos ovários - insuficiência ovariana), feito injeção de microesferas geram isquemia e matam o mioma “de fome ,ˮ procedimento tem pós-operatório com dor (usar analgésicos); Usado em pacientes que já tem filhos e quer preservar o útero; Radiofrequência: pode ser usada, evitar também em nulíparas (não tem estudos sobre o que gera na parede uterina); Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 02 Embriologia dos órgãos genitais, malformações, SUA, adenomiose, miomas uterinos, pólipos endometriais e endometriose 15 Degeneração: Processo que naturalmente o mioma começa a morrer de fome → cresce tanto que o suporte vascular não comporta; Degeneração hialina (+comum) → começa a ficar mais esbranquiçada e molenga; Degeneração rubra ou necrose asséptica (carnosa) → dor na gestação (mioma degenera na gestação) → paciente com mioma que começa com dor abdominal na gestação; Sarcomatosa → mioma que cresce após a menopausa (não se sabe se mioma virou sarcoma ou sempre foi um sarcoma que parecia mioma); OBS mioma nunca pode crescer depois da menopausa (é hormônio dependente), se crescer tem que tirar (mesmo assintomática); Malignidades e hiperplasia: Tem incidência aumentada em mulheres perimenopáusicas → realizar avaliação endocavitária e endometrial nessa etapa da vida; Fatores de risco para adenocarcinoma de endométrio: obesidade, diabetes, exposição prolongada a estrogênios sem oposição de progesterona; Deve se suspeitar sempre que houver sangramento no período após a menopausa; CAUSAS NÃO ESTRUTURAIS DE SANGRAMENTO UTERINO ANORMAL Coagulopatias: Mais comum: doença de von Willebrand; Também pode ser por: hemofilia, disfunções plaquetárias, PTI, hepatopatias e leucemia; Suspeitar em jovens com história de sangramento abundante desde a menarca e com anemia; Suspeita também se tiver sangramento aumentado em cirurgias, hematoma pelo menos 1x ao mês, sangramento gengival frequente etc; Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 02 Embriologia dos órgãos genitais, malformações, SUA, adenomiose, miomas uterinos, pólipos endometriais e endometriose 16 Ovulatória: Disfunção ovulatória → ciclos anovulatórios são mais comuns nos extremos da vida reprodutiva (adolescente e pré-menopausa); No período reprodutivo a causa mais frequente de anovulação é a SOP (afeta de 510% das mulheres no menacme) Endometriais: Problema intrínseco do endométrio → endometrite DIP; Iatrogênica: Uso de hormônio AC; Outros medicamentos: anticoagulantes, AAS, antiepiléticos, hormônios da tireoide, antidepressivos, tamoxifeno e corticoesteroides; Não classificada: Incluem lesões locais ou condições sistêmicas raras que podem ser causas de SUA, a exemplo das malformações arteriovenosas, da hipertrofia miometrial, das alterações müllerianas e da istmocele; Tratamento do sangramento uterino anormal de causa não estrutural: Medicamentoso: Hormonais: estrogênio e progesterona combinados, progestagênio oral ciclico ou contínuo (acetato de medroxiprogesterona, noretisterona etc.), progestagenio injetavel, dispositivo liberador de levonorgestrel (melhor a longo prazo e menos efeitos adversos); Não hormonais: anti-inflamatórios AINES principalmente ácido mefenâmico) e antifibrinolíticos (reduz fibrinólise) Cirúrgico: Ablação endometrial: destrói o endométrio (incluindo a camada basal) impedindo sua regeneração; Histerectomia: quando todos os outros tratamentos falharem e a mulher não deseja mais ter filhos; Investigação inicial Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 02 Embriologia dos órgãos genitais, malformações, SUA, adenomiose, miomas uterinos, pólipos endometriais e endometriose 17 Determinar a origem do sangramento: 1 Exame especular: verificar uma possível laceração no canal vaginal ou lesão local que pode ser fonte do sangramento, nem toda SUA é da cavidade uterina (pode ser vulva, parede vaginal, colo etc.) e muitas vezes a causa é identificável ao exame especular; 2 Idade da paciente: pensar em causas para cada faixa etária; Período neonatal: Sangramento por privação de estrogênio materno; Infância: Pensar em corpo estranho (objeto no canal vaginal pode gerar reação inflamatória, corrimento anormal e sangramento anormal), infecção inespecífica (por contaminação, geralmente mudanças de higiene resolve - também tem sangramento e corrimento); Sempre que atender criança com sangramento genital pensar em causa por trauma ou abuso sexual → se lesão tiver penetração no canal vaginal e/ou lesão himenal provavelmente não é acidental; Ver história, ver como é o comportamento da criança; Neoplasia (não é comum) Tumor de vagina: sarcoma botroide - tumoração em aspecto de cacho de uva; Tumor de ovário: tumor secretor de estrogênio (característica de pseudopuberdade precoce) USG fazer exame pélvico para ver massa axial; Adolescência: Disfunção ovulatória → anovulação 2 anos após menarca por imaturidade do eixo hipotálamo hipófise ovario) → principal causa se não está diante de uma menina que já iniciou vida sexual; Geralmente somente orienta, regula sozinho, na maioria dos casos não gera anemias e grandes repercussões; Gestação: se tiver iniciado vida sexual, tem que excluir gravidez; Coagulopatia: Von Willebrand, PTI (problema na hemostasia); Geralmente tem outros sangramentos, gengival, sangramentos a pequenas feridas, petéquias; Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 02 Embriologia dos órgãos genitais, malformações, SUA, adenomiose, miomas uterinos, pólipos endometriais e endometriose 18 Infecção: endometrite, cervicite, IST; Adultas: Possibilidade de gravidez; Disfunção ovulatória; Outras: infecção / tumoral (mioma, pólipo, cancer); Pós-menopausa: Atrofia 30%; Terapia hormonal 30% perguntar se está usando hormônio; Câncer de endométrio 3° maior causa (sempre excluir a possibilidade de câncer de endométrio USG TV no inicio); 3 Sexual: gestação, IST; 4 Momento do sangramento (sinusiorragia): pós coito (trauma, IST, Ca de colo), exame especular auxilia muito no diagnóstico; 5 Doença sistêmica: hepatopatia, doenças da tireoide, SOP, coagulopatias… Exames complementares Beta-HCG no menacme sem contracepção; Hemograma: sempre; Coagulograma: dependendo da clínica (tempo de sangramento e de coagulação, contagem de plaquetas); USGTV quando confirma que sangramento vem da cavidade uterina (avaliação inicial patologia uterina - afastar causas estruturais); Histeroscopia: padrão outro para avaliação da cavidade uterina (confirma e pode fazer biópsia); Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 02 Embriologia dos órgãos genitais, malformações, SUA, adenomiose, miomas uterinos, pólipos endometriais e endometriose 19 Tratamento do sangramento uterino anormal agudo Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 02 Embriologia dos órgãos genitais, malformações, SUA, adenomiose, miomas uterinos, pólipos endometriais e endometriose 20 ENDOMETRIOSE Doença crônica com endométrio fora do útero; Benigna mas traz grandes prejuízos a qualidade de vida da mulher; Clínica Diversa; Dismenorreia (secundária)+ infertilidade → clássico; Dispareunia(de profundidade); Dor pélvica crônica importante; Massa anexial (endometriose no ovário); Nódulo vaginal; Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 02 Embriologia dos órgãos genitais, malformações, SUA, adenomiose, miomas uterinos, pólipos endometriais e endometriose 21 Útero pouco móvel (sinéquias); Etiologia Teoria de Sampson (menstruação retrógrada): paciente pela menstruação retrógrada (menstruação sai pelas tubas) e implanta no peritônio 90% das mulheres tem menstruação retrógrada mas nem todas tem endometriose; Teoria imunológica: as mulheres tem menstruação retrógrada mas na maioria o sistema imune destrói o endométrio não gerando repercussões → por alterações imunes o endométrio escapa e se implanta; Teoria metaplásica: células totipotentes que viram endométrio; Foco mais comum de endometriose → ovário (forma um cisto cheio de endométrio - endometrioma) Região do TGI com mais endometriose → retossigmoide Fatores de risco Hormônio dependente; Nulípara; Menarca precoce; Excesso de café e álcool; História familiar; Primípara tardia; Malformação uterina; Exames e diagnóstico USG simples: visualiza enometrioma (aspecto em vidro fosco - sangue no interior) → fácil de ver no USG (limitado para o resto); RM bom método para ajudar no diagnóstico porém ruim para implante pequeno e lesão superficial → pode ter RM normal e ser endometriose; Se não for feito preparo intestinal cai muito a sensibilidade da RM e do USG! Laparoscopia: visualização + histopatológico (era considerado padrão ouro, porém um procedimento muito invasivo somente para dar certeza Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 02 Embriologia dos órgãos genitais, malformações, SUA, adenomiose, miomas uterinos, pólipos endometriais e endometriose 22 diagnóstica) → hj em dia faz diagnóstico com USG RM com preparo intestinal para avaliar endometriose; Mais usada quando falha no tratamento clínico (ai não somente como diagnóstica e sim como aspecto terapêutico); USG RM com preparo intestinal: são os principais métodos de imagem para detecção e estadiamento (quanto acomete cada órgão etc.) CA125 não define doença, baixa sensibilidade → utilizado para controle do tratamento (se tiver alto da para verificar se cai após o tratamento); Muitas patologias podem aumentar: mioma, adenomiose, gravidez, DIP, tumor epitelial etc. Tratamento Relacionado com a clínica da paciente; Dor: Inicialmente tratamento clínico: ACO; Progesterona (noretindrona, dienogeste etc.) → não pode usar quando tem histórico de ca de mama ou lesão precursora; Análogo de GnRH (curto período - se só ficar bem com análogo, antes de cirurgia pode usar e tentar suplementar estrogênio - evitar DMO, sintoma vasomotor etc.) Tratamento cirúrgico: Lesão de ureter; Endometrioma grande; Suboclusão intestinal; Falha no tratamento clínico; Endometrioma: Melhor tratamento é cistectomia (retirada pela cápsula - não só esvaziar) → não tirar ovário; Principalmente em endometriomas grandes 4 ou 6 cm (depende da literatura); Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 02 Embriologia dos órgãos genitais, malformações, SUA, adenomiose, miomas uterinos, pólipos endometriais e endometriose 23 Lesão intestinal: Verificar se é superficial ou profunda: Pegou só a serosa: pode fazer só shave ( Atingiu camada muscular: ressecção discoide ou do seguimento; Infertilidade: Por obstrução, sinéquias, liquido peritoneal das pacientes com endometriose tem componentes que prejudicam até a captação; Tratamento clínico não resolve; Endometriose sem dor: reprodução assistida; Endometriose + dor: cirurgia (se prognóstico favorável já melhora a fertilidade se não tiver outro fator envolvido) ou FIV (se tiver baixa reserva ou doença avançada); Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 02 Embriologia dos órgãos genitais, malformações, SUA, adenomiose, miomas uterinos, pólipos endometriais e endometriose 24 Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 02 Embriologia dos órgãos genitais, malformações, SUA, adenomiose, miomas uterinos, pólipos endometriais e endometriose 25 Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 03 Flora vaginal, exame ginecológico, uretrites gonocócicas e não gonocócicas, vulvovaginites, vaginose e DIP 1 Tutorial 03 - Flora vaginal, exame ginecológico, uretrites gonocócicas e não gonocócicas, vulvovaginites, vaginose e DIP FLORA VAGINAL NORMAL Grande maioria das vezes, dominado por uma ou duas espécies de Lactobacillus, sendo os mais frequentes Lactobacillus inner, Lactobacillus crispatus, Lactobacillus gasseri ou Lactobacillus jensenii. Microbiota Uretra: similar a da pele Estafilococcos etc.); Vaginal: se altera de acordo com idade e condições hormonais: Antes da 1° menstruação: microbiota diversa (inclusive lactobacillus), baixo nível de estrogênio, pH um pouco mais elevado Fase reprodutiva: estrogênio elevado, mucosa vaginal mais desenvolvida (maiores quantidade de glicogênio armazenado), liberação de peróxido de hidrogênio pelos lactobacillus que inibe o crescimento de outros microrganismos; Menopausa: estrogênio cai, mulher tem microbiota semelhante à antes da menstruação; A composição habitual da flora vaginal em mulheres inclui a presença de aeróbios Gram-positivos Lactobacillus acidophilus, Staphylococcus epidermidis e, ocasionalmente, Streptococcus agalactiae) e Gramnegativos Escherichia coli) , anaeróbios facultativos Gardnerella vaginalis e Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 03 Flora vaginal, exame ginecológico, uretrites gonocócicas e não gonocócicas, vulvovaginites, vaginose e DIP 2 Enterococcus), anaeróbios estritos ou obrigatórios Prevotella spp., Bacteroides spp., Peptostreptococcus spp.,Ureaplasma urealyticu e Mycoplasma hominis) e fungos, com destaque para a Candida spp. (fungo gram-positivo); pH Vaginal pH vaginal igual ou menor a 4,5 na maioria das mulheres assintomáticas na idade reprodutiva, com ciclos menstruais normais. → Meninas pré-púberes e mulheres na pós-menopausa com hipoestrogenismo apresentam o pH vaginal entre 5,0 e 7,0. Na gravidez, os altos níveis de estrogênio placentário propiciam um aumento acentuado dos lactobacilos e do resíduo vaginal. A diminuição na concentração de peróxido de hidrogênio favorece a aderência dos organismos patogênicos às células epiteliais vaginais, o aumento da população de Gardnerella vaginalis e a diminuição da concentração de oxigênio, resultando em aumento das bactérias anaeróbias. Secreção vaginal A secreção vaginal fisiológica é formada por secreções endocervicais mucóides em combinação com células epiteliais descamadas, flora vaginal normal e transudato vaginal. O aspecto da secreção vaginal varia conforme a fase do ciclo menstrual e do período reprodutivo em que a mulher se encontra, existindo uma relação com a presença de glicogênio, a concentração de estrogênio e a utilização de hormônios. Idade reprodutiva → ação do estrogênio, corrimento vaginal com 13 ml de líquido 24 horas), branco ou transparente, espesso ou fino e principalmente inodoro. O pH é normalmente entre 4,0 4,5; Pré-menarca → antes da produção de estrogênio ovariano, o corrimento varia de ausente a escasso. Se presente o líquido pode ser claro, branco ou mucóide. O ph vaginal é alcalinho 7 em média); Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 03 Flora vaginal, exame ginecológico, uretrites gonocócicas e não gonocócicas, vulvovaginites, vaginose e DIP 3 Pós-menopausa → o estado hipoestrogênico da menopausa leva a uma redução do corrimento vaginal e aumento do pH vaginal (normalmente 4,5, nas mulheres que não realizam TRH; Principais causas de mucorreia (aumento da secreção vaginal fisiológica) → ectopia e gestação; VULVOVAGINITES VAGINOSE BACTERIANA Mais comum vulvovaginite infecciosa; Tem um desequilíbrio da flora vaginal, diminuiçãodos lactobacilos e aumento das bacterias anaeróbias; O agente mais comum é a Gardnerella vaginalis mas existem outros como: Bacteroides sp., Mobiluncus sp., Mycoplasma hominis, Peptoestreptococcus sp.; Quadro clínico Metade dos casos são assintomáticos; Odor: fétido, piora após o coito e menstruação; Corrimento: branco-acizentado, homogêneo e fino; Diagnóstico Manifestações clínicas → paciente não tem sintomas inflamatórios; Critérios de AMSEL (precisa 3 de 4 → Corrimento característico; → Whiff test (aminas KOH positivo; → Exame a fresco com Clue Cells (célula alvo, guia), diminuição de lactobacilos; → pH 4,5; Padrão-ouro pelo MS Nugent (gram): Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 03 Flora vaginal, exame ginecológico, uretrites gonocócicas e não gonocócicas, vulvovaginites, vaginose e DIP 4 N° de bactérias e lactobacilos patogênicos (escore), escore 7 é considerado vaginose bacteriana; Tratamento 1 Metronidazol 250 mg, 2cp, VO, 12/12h por 7 dias; Metronidazol gel vaginal 100mg/g, 1 aplicador, via vaginal, por 5 dias; Efeito antabuse Dissulfiram): paciente na vigência do tratamento e em 4872 horas após o termino que não ingira bebida alcoólica Não tratar o parceiro; CANDIDIASE VULVOVAGINAL CVV Agente Candida sp. Albicans é a mais encontrada); Fatores de risco Gravidez; Corticoide; Vestuário; Antibióticos; Imunossupressão; ACO de alta dose de E; Hábitos de higiene; Obesidade; DM descompensado; Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 03 Flora vaginal, exame ginecológico, uretrites gonocócicas e não gonocócicas, vulvovaginites, vaginose e DIP 5 Quadro clínico Corrimento: grumoso, branco, sem odor, aderido (aspecto de leite coalhado); Sinais de inflamação: prurido, disúria, dispareunia, edema e hiperemia; EF escoriações superficiais da pele pelo prurido; Diagnóstico Exame a fresco: hifas, pseudo-hifas ou esporos (fungos); pH 4,5 (pH normal); Tratamento Abstinência sexual aumenta eficácia terapêutica nos cremes; Oral geralmente tem maior comodidade posológica; Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 03 Flora vaginal, exame ginecológico, uretrites gonocócicas e não gonocócicas, vulvovaginites, vaginose e DIP 6 Só trata parceiro sintomático; CVV recorrente: 4 episódios/ano; Avaliar transaminases antes do tratamento e depois → cuidado com alterações hepáticas; TRICOMONÍASE ISTs Trichomonas vaginalis (protozoário com 4 flagelos anteriores característicos; Quadro clínico Corrimento: abundante, bolhoso, com mau cheiro e purulento; Sinais inflamatórios: irritação, hiperemia, prurido, colpite (framboesa/morango → aspecto tigroide com lugol na colposcopia) Diagnóstico Whiff test Aminas KOH positivo; Exame a fresco: Trichomonas móvel e PMN (polimorfonucleares); Tratamento Tratamento exclusivo oral; Pode ser usado tinidazol ou secnidazol CDC; Efeito antabuse; Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 03 Flora vaginal, exame ginecológico, uretrites gonocócicas e não gonocócicas, vulvovaginites, vaginose e DIP 7 Tratar parceiro e rastrear outras ISTs! VAGINITE DESCAMATIVA Considerada também vulvovaginite infecciosa; Diagnóstico Corrimento purulento, pH alcalino 4,5, predomínio de células profundas, basais e parabasais; Avaliação microscópica: aumento de polimorfonuclares, flora vaginal tipo 3 (cocos gram+); Tratamento Clindamicina creme a 2%, 5g, via vaginal por 7 dias; Hidrocortisona 10% intravaginal por 24 semanas; VAGINOSE CITOLÍTICA DD com cândida; Diagnóstico Leucorreia, prurido, pH 4,5, sem patógenos a microscopia, aumento dos lactobacilos e citólise; Várias células destruídas → não acha pseudohifas (cândida); Tratamento Alcalinização com bicarbonato (banho de assento); VAGINITE ATRÓFICA Relação com hipoestrogenismo, geralmente pacientes mais velhas, climatério etc. Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 03 Flora vaginal, exame ginecológico, uretrites gonocócicas e não gonocócicas, vulvovaginites, vaginose e DIP 8 Diagnóstico: Corrimento amarelado, prurido, pH 5 Exame a fresco: sem patógenos a microscopia, aumento PMN e de células basais e parabasais (típico de atrofia); Associada a síndrome geniturinária; Tratamento: Estrogenioterapia tópica; CERVICITES E URETRITES Principais agentes: Clamydia trachomatis (sorotivos D a K e Neisseria gonorrhoeae; Fatores de risco Multiplos parceiros; Não utiliza preservativo; Sexarca precoce; Cliníca Cervicite: Frequentemente assintomáticas; Corrimento vaginal, sangramento intermenstrual ou pós coito, dispareunia, disúria, polaciúria e dor pélvica crônica; EF pode apresentar dor a mobilização do colo, material mucopurulento no orifício interno do colo, edema cervical e sangramento ao toque da espátula ou swab; → Principais complicações: dor pélvica, DIP, gravidez ectópica e infertilidade; Diagnóstico Se ao exame especular for constatada a presença de muco-pus cervical, friabilidade do colo ou teste do cotonete positivo → tratar para gonorreia e Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 03 Flora vaginal, exame ginecológico, uretrites gonocócicas e não gonocócicas, vulvovaginites, vaginose e DIP 9 clamídia (agentes mais frequentes); Diagnóstico laboratorial: detecção do material genético dos agentes infecciosos por biologia molecular (sintomáticos e assintomáticos); Sintomáticos → gonocócica pode ser diagnosticada após cultura em meio seletivo Thayer-Martin modificado) Gram: presença de diplococo gram negativo (gonococo); Se não encontrar tratar só para clamídia; Se encontrar trata Gonococo Clamídia; Tratamento Tratar parceiro e rastrear outras ISTʼs; Retorno da paciente para acompanhamento; Mycoplasma: Mycoplasma hominis e Ureaplasma urealyticum → mais em imunodeprimidos (germes oportunistas); Dispareunia, disúria, polaciúria, infecção urinária e genital, corrimento vaginal incaracterístico; Tratamento: doxiciclina 100mg 2x/dia por 7 dias; Tetraciclina 500mg 4x/dia por 7 dias; Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 03 Flora vaginal, exame ginecológico, uretrites gonocócicas e não gonocócicas, vulvovaginites, vaginose e DIP 10 Eritromicina 500mg 4x/dia por 7 dias; Levofloxacino 500mg por dia por 7 dias; DOENÇA INFLAMATÓRIA PELVICA DIP Limite anatômico: orifício interno para cima é considerado trato genital superior; Engloba: infecção uterina (endometrite), infecção tubária (salpingite), pode incluir infecção ovariana (ooforite) da cavidade abdominal (peritonite) → diversos espectros clínicos Alta morbidade Pode gerar gravidez ectópica, infertilidade, dor pélvica crônica Agentes primários: Neisseria gonorrhoeae e Clamydia trachomatis; Depois a infecção fica polimicrobiana; Fatores de risco IST prévia; Tampão e ducha Coitarca precoce; Múltiplos parceiros; Diagnóstico 3 critérios maiores 1 critério menor ou 1 critério elaborado: Critérios maiores ou mínimos: Dor: hipogástrica + anexial + mobilização do colo; Critérios menores ou adicionais: Sinais de infecção (clínico ou laboratorial): Febre 37,5, Leucocitose, VHS / PCT aumentado, cervicite, comprovação gonococo, clamídia ou micoplasma; Critério elaborados ou definitivos: Endometrite (histopatológico); DIP na laparoscopia; ATO ou abcesso no FSD USGTV/RM; Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 03 Flora vaginal, exame ginecológico, uretrites gonocócicas e não gonocócicas, vulvovaginites, vaginose e DIP 11 Maioria dos diagnóstico é laboratorial só se faz laparoscopia quando precisa fazer diagnóstico diferencial (ex: apendicite) Porém na pratica se acha que é DIP, trata para DIP; Classificação de Monif: separa DIP complicada de não complicada; → Monif 1 DIP não complicada (bom estado geral, não tem irritação peritoneal, não tem salpingite, não tem abcesso) Monif 1 DIP complicada; Tratamento Ambulatorial:Monif 1 DIP não complicada; Tem que avaliar depois em 72h; Hospitalar: Monif 1 complicada; Monif 2 tem salpingite; Monif 3 já tem abcesso (integro, pequeno) Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 03 Flora vaginal, exame ginecológico, uretrites gonocócicas e não gonocócicas, vulvovaginites, vaginose e DIP 12 → Monif 4 abcesso roto, indo pro peritônio, abcesso muito grande (perto de romper) → além de internar tem que fazer abordagem cirúrgica; Gravidez (independente do estado geral); Ausência de melhora após 72h de tratamento ambulatorial; Ceftriaxone = gonococo; Doxiciclina = clamidia; Metronidazol = anaeróbios; Paciente não tolera VO em regime hospitalar → fazer todo o esquema parenteral 2° opção - clinda + genta) e depois complementa por 14 dias com regime oral; Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 03 Flora vaginal, exame ginecológico, uretrites gonocócicas e não gonocócicas, vulvovaginites, vaginose e DIP 13 Tratamento cirúrgico: Falha do TTO clínico (começa ATB antes de operar); Massa pélvica que persiste ou cresce, apesar do TTO; Suspeita de rotura de ATO ou tamanho muito grande 8 ou 10; Abcesso de fundo de saco de Douglas; Hemoperitônio; Tratamento - situações especiais: Tratar parceiro 2 meses pré-DIP Ceftriaxona 500mg IV Azitromicina 1g VO DU; Adolescentes: não requerem internação (não muda nada, só interna se tiver critérios); Gestantes: internação com ABTerapia de amplo espectro (não pode usar doxiciclina e quinolonas); Usuária de DIU não há necessidade de remoção (se tiver indicação tirar após 2 doses do esquema terapêutico); Complicações Precoces: Abcesso tubo-ovariano; Fase aguda da SFHC síndrome Stajano (Fitz-Hugh Curtis); Laparoscopia: infiltrado da capsula de glisson (exudato purulento); Morte; Tardias: Maiores repercussões clínicas; Dor pélvica crônica (na penetração profunda - aderencias, dor pela mobilização do útero) Infertilidade (salpingite) Gestação ectópica (trompa inflamada aumenta a chanc) Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 03 Flora vaginal, exame ginecológico, uretrites gonocócicas e não gonocócicas, vulvovaginites, vaginose e DIP 14 Fase crônica da SFGC → aderências em cordas de violino - perihepáticas (na laparoscopia Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 04 Sífilis e ISTʼs ulcerosas 1 Tutorial 04 - Sífilis e ISTʼs ulcerosas Úlceras múltiplas: herpes, cancro mole e donovanose; Lesões únicas: Sífilis, linfogranuloma venéreo; Lesões dolorosas: herpes, cancro mole; Herpes: fundo limpo (viral); Cancro mole: fundo sujo (bacteriana); Lesões não dolorosas: Sífilis, linfogranuloma e donovanose (demora mais para buscar ajuda); Presença de adenopatia com fistulização: cancro mole (único orifício) e linfogranuloma venéreo (múltiplos orifícios - bico de regador); Não tem fistulização: Herpes, Sífilis e Danovanose (não tem adenopatia, pode fazer granuloma - corpusculo de donavan); SÍFILIS Agente: Treponema Pallidum; Formas clínicas: Primária: cancro duro → úlcera única, indolor, bordos elevados, fundo limpo, desaparece sozinha (dificil de encontrar nesse estágio pois os pacientes não procuram assistência); Secundária: Condiloma plano, roséola, sifilides, madarose (perda de pelo na parte distal da sobrancelha); Terciária: Gomas, Tabes dorsalis e aneurisma aórtico; Diagnóstico laboratorial Treponêmico (teste rápido): positiva primeiro; Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 04 Sífilis e ISTʼs ulcerosas 2 FTAbs: mas não é rápido (demora um pouco mais); TPHA; EQL; Não treponêmico VDRL demora de 13 semanas para positivar (pode ter lesão de sífilis primária, ulcera com VDLR negativo); RPR; Padrão-ouro na sífilis primária: campo escuro (pesquisa direta) → pesquisa do treponema na lesão ( porém menos prático e menos disponível); Para diagnóstico: Teste treponêmico reagente Teste não treponêmico reagente = diagnóstico confirmado de sífilis Ideal: iniciar com teste rápido; Treponêmico: pode ficar positivo para o resto da vida; VDRL importante quando reage pois dá um valor quantitativo que avalia posteriormente o tratamento (demora mais para positivar mas cai mais rápido); Pedir 3° teste em caso de discordância → treponêmico; Gestantes: Teste positivo (teste rápido): iniciar TTO (não precisa ter mais de um teste); Mas tem que pedir um segundo para confirmação e controle de cura; Tratamento Sífilis primária / secundária / latente recente 1 ano de evolução): Benzilpenicilina benzatina ou penicilina benzatina, 1 dose de 2,4 milhões UI, IM (metade em cada glúteo) Terciária / Latente tardia 1 ano): Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 04 Sífilis e ISTʼs ulcerosas 3 Benzilpenicilina 3 doses de 2,4 milhões UI, IM 7,2 milhões total) Controle de cura: População habitual: VDRL 3, 6, 9 e 12 meses; Gestantes: VDRL mensal (não espero que caia rápido mas verificar que não está subindo); Tratamento inadequado na gestação: Tratamento incompleto ou com outra medicação que não seja a benzilpenicilina benzatina; Iniciado há menos de 30 dias antes do parto; Alergia na gestação → dessensibilização; HERPES GENITAL Agente: Herpes Simplex tipo 2 (principalmente genital) e tipo 1 (orais); Encontra-se lesões me vários estágios evolutivos: vesícula, ulcera, crosta; Clínica/Diagnóstico Diagnóstico clínico; Vesículas e úlceras dolorosas, com fundo limpo, adenopatia dolorosa que não fistuliza → pode ter sintomas podrômicos (febre, mialgia etc. - principalmente na primoinfecção); Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 04 Sífilis e ISTʼs ulcerosas 4 Tratamento Primoinfecção / Recorrência: aciclovir 200mg, 2cp, 3x/dia 8/8h) por 710 dias 1° - para diminuir a chance de recorrência) ou 5 dias (recorrência); Supressão: aciclovir 200mg, 2cp, 2x/dia por 6 meses, se ≥ episódios ano; Tratamento na gestação: Tratamento supressivo com aciclovir em IG 36 semanas; Lesão ativa no parto → não pode fazer parto vaginal (cesariana); CANCRO MOLE OU CANCROIDE Agente: Haemophilus Ducreyi; DD com herpes; Clínica Úlceras múltiplas, dolorosas, fundo sujo e adenopatia que fistuliza por orifício único, pode ter odor fétido; Paciente busca atendimento mais rápido pelas características da lesão (múltiplas, dolorosas etc.); Diagnóstico: clínico; Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 04 Sífilis e ISTʼs ulcerosas 5 Tratamento 1 Azitromicina 500mg, 2cp, VO, DU; 2 Ceftriaxona 250 mg, IM, DU; LINFOGRANULOMA VENÉREO Agente: Chlamydia trachomatis L1, L2 e L3; Clínica Pápula/úlcera indolor, adenopatia dolorosa, fistuliza por múltiplos orifícios (bico de regador); Úlcera desaparece sozinha → difícil pegar nesse estágio; Tratamento 1 Doxiciclina, VO, 2x ao dia por 21 dias (mais efeitos GI; 2 Azitromicina 500mg, 2cp, 1x/semana por 21 dias Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 04 Sífilis e ISTʼs ulcerosas 6 DONOVANOSE Agente: Klebsiella granulomatis; Clínica / Diagnóstico Úlcera profunda, indolor e crônica DD com carcinoma epidermoide de vulva); Úlcera em espelho (úlceras na mesma topografia); Fazer biópsia para descartar câncer → presença de corpúsculos de Donovan; Tratamento 1 Azitromicina 500mg, 2cp VO, 1x/semana por pelo menos 3 semanas ou até cicatrização; 2 Doxiciclina 100mg VO 12/12h por 21 dias (ou até desaparecer a úlcera); Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 04 Sífilis e ISTʼs ulcerosas 7 MS ABORDAGEM SINDRÔMICA Úlcera 4 semanas SIM Sífilis e cancroide; Investigar: linfogranuloma e donovasona; Realizar: biópsia; NÃO Vesículas: TTO herpes; Não tem vesículas: Sífilis ou cancroide; Conduta adicional: Orientar práticas sexuais seguras; Oferecer testagem HIV, sífilis, hepatite B e C; Oferecer testagem molecular para gonococo e clamídia; Oferecer vacinação para hepatite A, B e HPV; Convocar TTas parcerias sexuais; Notificar quando indicado; PROFILAXIAS ISTS NÃO VIRAIS VIOLÊNCIA SEXUAL Prazo para início: 14 dias ABC M Sífilis: benzilpenicilina benzatina 2,4 milhões UI IM; Gonorreia: Ceftriaxona 500mg IM DU; Clamídia e cancroide: Azitromicina 1g VO DU; Tricomoníase: Metronidazol 2g VO DU (alguns antiretrovirais antigos tinha inferferência no metronidazol); PROFILAXIA ISTS VIRAIS Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 04 Sífilis e ISTʼs ulcerosas 8 HIV esquema combinado Tenofovir Lamivudina Dolutegravir TDF 3TC DTG Inicio até 72 horas por 28 dias; Hepatite B vacinação 0, 1 e 6 meses - deltoide) e imunoglobulina (inicio em até 14 dias - preferencial 2448h 0,06 ml/kg IM em outro sítio) → se já tiver esquema completo não precisa; Não vacinar no glúteo! (imunoglobulina pode) ANTICONCEPÇÃO DE EMERGÊNCIA Caso não utilize nenhum método eficaz DIU, ACO; Na dúvida faz; Levonorgestrel 1,5mg VO o mais rápido possível 72h 5 dias) Não tem contraindicação (câncer de mama, etc.); Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 05 Exame colposcópico, citopatológico, HPV, câncer de colo de útero 1 Tutorial 05 - Exame colposcópico, citopatológico, HPV, câncer de colo de útero CITOPATOLÓGICO Base para rastreio e identificação precoce do câncer de colo; Quando colher Rastreamento MS Coleta 1x por ano, depois de 2 negativos consecutivos passa a colher a cada 3 anos; Inicia a partir dos 25 anos (após sexarca - mesmo tendo iniciado vida sexual antes) aos 64 anos (depois dessa idade se os dois últimos normais não precisa mais coletar); MS adicionou em 2024 teste molecular para HPV como parte do rastreamento do câncer de colo (mas não está ainda em nenhum manual, somente foi incorporado ao SUS a possibilidade da utilização); Situações especiais: Gestantes: colhe igual, dentro da faixa de idade 2564 anos); HIV colher após a sexarca, de 6/6 meses no 1° ano, tudo normal passa para anual; OBS CD4200 continua coleta a cada 6 meses até a melhora do CD4; Paciente virgem: nunca colher (quando não houve nenhuma forma de manipulação do canal vaginal - não necessariamente penetração peniana); Como colher: Identifica a lâmina → iniciais da paciente e data da coleta; Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 05 Exame colposcópico, citopatológico, HPV, câncer de colo de útero 2 Coleta dupla: ectocervical (espatula de ayre) e endocervical (escova - citobrush, gira dentro e na lâmina gira no sentido contrário); Fixar a lâmina com spray; Interpretação: LIEBG Lesão intraepitelial de baixo grau LSIL NIC I; HPV de baixo risco oncogênico, não preocupante; Conduta: repetir de acordo com a idade; → 25 anos repete em 3 anos; → 25 anos repete em 6 meses; Repetiu e veio novamente ou pior → colposcopia; Paciente vivendo com HIV não repete, já faz colposcopia; ASCUS (atipia escamosa de significado indeterminado): Possivelmente não neoplásico; Pode ser por tricomoníase, atrofia (pós-menopausa); Conduta: repetir → 25 anos repetir em 3 anos; → de 25 a 29 anos repetir em 12 meses; → 30 anos repetir em 6 meses; Repetiu e veio novamente ASCUS ou pior→ colposcopia; Paciente vivendo com HIV qualquer alteração vai para colposcopia; ASCH (atipia escamosa, não pode excluir neoplasia): Conduta: realizar colposcopia; AGC (atipia glândular do canal- AGUS Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 05 Exame colposcópico, citopatológico, HPV, câncer de colo de útero 3 Condulta: colposcopia com avaliação de canal, se 35 anos pede USGTV para ver se não tem atipia do endométrio; LIEAG (lesão de alto grau HSIL Conduta: colposcopia; Maior correlação com NIC II/III (lesão de alto grau); AOI (atipia de origem indeterminada): Não se sabe o que é na citologia; Conduta: colposcopia; Paciente passou o espéculo e tem característica de câncer (macroscopicamente visível): Conduta: colposcopia Bx; COLPOSCOPIA Colposcopia + biópsia = diagnóstico; Colposcopia: define o melhor lugar para realização da biópsia: Ácido acético: marca atividade proteica, maior a captação, mais branca fica a região, maior a atividade → área de biópsia; Teste de schiller (lugol): marca afinidade pelo glicogênio, célula normal tem grande afinidade → área que for iodonegativo (=schiller positivo) é a de biópsia; OBS gestante só faz biópsia na suspeita de invasão (só se tiver cara de câncer - gestante colo sangra mais, risco desnecessário) Maiores características de anormalidade: Epitélio acetobranco denso; Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 05 Exame colposcópico, citopatológico, HPV, câncer de colo de útero 4 Mosaico grosseiro; Pontilhado grosseiro; Vaso atípico; Iodo negativo; Iodo negativo; Achado mais sugestivo de invasão (câncer): vasos atípicos Melhorar a visualização na JEC na colposcopia → se não ver chama-se colposcopia insatisfatória (não visualiza a área crítica - onde tem mais lesões) Abrir mais o espéculo; Usar espéculo endocervical; Após menopausa (hipoestrogenismo a JEC fica mais escondida), pode passar creme de estrogênio para expor a JEC; Avaliação do canal endocervical: AGC (atipia glândular): → Escovado: entra mais com a escova e gira 5 vezes (novo escovado), é o preferencial pelo MS; Curetagem: curetar só o canal; → Histeroscopia; Resultado da biópsia: Lesões intraepiteliais NIC neoplasia intraepitelial cervical) I, II, III; Câncer de colo; LESÕES INTRAEPITELIAIS Conceitos fundamentais Vulva, vagina e parte externa do colo (ectocérvice) → epitélio escamoso (estratificado); Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 05 Exame colposcópico, citopatológico, HPV, câncer de colo de útero 5 Canal endocervical (endocérvice) → epitélio colunar (glandular); JEC junção escamocolunar (encontro entre o epitélio escamoso e colunar) → local de maiores transformações e maior risco; Metaplasia escamosa → processo fisiológico, epitélio escamoso avançando sobre o epitélio colunar, surgem cistos de naboth (aspecto peroláceo) pelas glândulas obstruídas pelo epitélio escamoso, área que marca a metaplasia); Fatores de risco Infecção pelo HPV; Múltiplos parceitos sexuais; ISTs; Multiparidade; Baixo nível socioeconômico; Desnutrição; Radiação ionizante; Coitarca precoce; Tabagismo; Baixa imunidade; Má higiene genital; Anticoncepcional combinado oral (controverso); HPV mais oncogênicos: 16 (mais relacionado com escamoso) e 18 (mais relacionado com o glândular); Condilomas (acuminado) genitais: 6 e 11; Prevenção primária Prevenção da aquisição do HPV; Preservativo → não é exclusivo, protege contra ISTʼs, porém método de barreira não é 100%, não protege todas as aulas; Vacina: engloba partículas semelhantes a vírus VLP Bivalente: cobre 16 e 18, 3 doses 0, 1 e 6 meses); Quadrivalente: cobre 16, 18, 6 e 11, 3 doses 0, 2 e 6 meses); OBS Pensando em câncer as duas tem a mesma eficácia; Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 05 Exame colposcópico, citopatológico, HPV, câncer de colo de útero 6 Atualização MS em 2016 disponibilizou quadrivalente HPV4, liberam apenas 2 doses 0 e 6 meses): Meninas de 9 a 14 anos 2 doses 0 e 6 meses); Meninos 9 a 14 anos 2 doses 0 e 6 meses); Imunossuprimidos: transplante de órgãos sólidos, transplantes de MO, pacientes oncológicos e PVHIV 3 doses 0 , 2 e 6 meses / Idade entre 9 e 45 anos → precisa de prescrição); Vacina nonavalente (somente rede particular): cobertura para 6 / 11 / 16 /31 / 33 / 45 / 52 / 58 914 anos: 2 doses; → 15 anos: 3 doses; Após 45 anos somente com prescrição médica; Condiloma acuminado HPV 6 e 11; Tratamento: Cauterização/Laser → ideal nas lesões extensas; Ácido tricloroacético → mais barato, ideal em lesões menores e pode em gestante, porém arde e queima (aplicação ambulatorial); Imunomoduladores → uso domiciliar, pacientepode aplicar, demora mais para resolver, existe chance de não resolver e necessitar dos outros tratamentos; OBS não precisa de cesariana para lesão ativa (com intenção de não passar para o bebe), somente se a lesão for muito grande e obstruir o canal de parto ou estiver em um local que no momento do parto pode dar um sangramento muito importante. Prevenção secundária / Diagnóstico � Anamnese Exame físico + citologia; � Colposcopia; Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 05 Exame colposcópico, citopatológico, HPV, câncer de colo de útero 7 � Biópsia dirigida BD estudo histopatológico; Anamnese Exame físico: Clínica: LIE/iniciais: assintomáticos, sinusiorragia; Avançados: dor, corrimento fétido, SUA (metrorragia); Exame físico: exame especular + toques vaginal/retal; Colpocitologia: Rastreamento → coleta dupla (endocérvice e ectocérvice); Casos de histerectomia: interromper rastreamento se a histerectomia total for por doença benigna sem história de lesão de alto grau; Se LIEBG e ASCUS vierem iguais após repetir o exame Colposcopia; Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 05 Exame colposcópico, citopatológico, HPV, câncer de colo de útero 8 Se tem atipia glândular AGC e paciente com 35 anos deve fazer USGTV para avaliar endométrio (pode ter atipia glandular também); AOI atipia de origem indefinida faz colposcopia direto; PVHIV com LIEBG ou ASCUS colposcopia direto independente da alteração; Achados que sugerem CA no exame especular (lesão macroscópica) → indica biópsia (lesão vegetante, sangrante no colo etc.); Colposcopia + biópsia dirigida: Para confirmação diagnóstica Ácido acético: coagula proteínas em áreas com intensa atividade mitótica → fica mais acetobranca; Teste de Schiller Lugol): tem trofismo pelo glicogênio, epitélio escamoso normal fica corado, a área de lesão (que tem pouco glicogênio) não cora; Iodo (+) Schiller (-); Iodo (-) Schiller (+); Esses testes vão indicar a melhor área para biópsia; Gestante BD somente na suspeita de invasão Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 05 Exame colposcópico, citopatológico, HPV, câncer de colo de útero 9 Achados sugestivos de câncer: vasos atípicos + superfície irregular + erosão/ulceração; Colposcopia insatisfatória: JEC não visível → avaliação do canal endocervical: Escovado endocervical MS, gira mais vezes 5 Curetagem endocervical; Histeroscopia (cito com AGC, 35 anos, avalia endométrio também); Estudo histopatológico: Avalia se tem neoplasia intraepitelial cervical NIC ou câncer de colo uterino; Estadiamento / Tratamento Neoplasias intraepiteliais cervicais NIC Excisão tipo 1 (tira em torno de 1cm): doença ectocervical, que não se estende mais de 1cm no canal cervical ZT do tipo 1; Excisão do tipo 2 ultrapassar a JEC mas ainda é totalmente visível, exérese entre 1,5 e 2,0 cm, ZT do tipo 2; Excisão do tipo 3 maior profundidade de excisão, maioria das NIC até 1cm do CC, exérese entre 2,0 e 2,5 cm de canal ZT do tipo 3 cone Se não consegue visualizar até onde a doença vai tem que ir para o 3 (garante margem maior); Somente essa garante a paciente que ela não tem invasão; Se for carcinoma in situ precisa fazer tipo 3 para garantir que é um carcinoma in situ; NIC I pode fazer conduta expectante ou destrutivo (se 2 anos), se nesse tempo não virou algo pior não precisa fazer exérese; Crioterapia; Cauterização NIC II ou >: realizar exérese, escolher o tipo de excisão: Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 05 Exame colposcópico, citopatológico, HPV, câncer de colo de útero 10 De acordo com o tipo da zona de transição JEC; → Excisão do tipo 3 (ou conização) quando: suspeita de invasão, sem limite da lesão e JEC não visível; Protocolo ver e tratar do MS→ paciente com lesão de alto grau NIC II ou III, não sendo carcinoma invasor, tem que ver completamente limite da lesão e a JEC pode fazer exérese antes da primeira biópsia; Critérios para ver e tratar (ir direto para exérese EZT direto): HSIL (lesão de alto grau) a partir dos 25 anos e colposcopia com JEC totalmente visível (colposcopia satisfatória) + achado anormal maior sem suspeita de invasão ou lesão glandular; CÂNCER DE COLO UTERINO Tipos histológicos Carcinoma escamoso (espinocelular ou epidermoide) → é + comum HPV 16; Adenocarcinoma → mais relacionado com HPV 18; Vias de disseminação 1 Contiguidade: vagina e corpo uterino → mais comum (colo, vagina, paramétrio - invade quem está perto); 2 Linfática: Grupo primário: paracervicais, parametriais, obturadores, ilíacos; Grupo secundário: ilíacos comuns, paraórticos e inguinais (se acomete tem que fazer linfadenectomia pélvica e paraórtica); 3 Hematogênica: raridade, estágios mais avançados → fígado, pulmões e ossos; Estadiamento FIGO 2018 Estádio 0 carcinoma in situ, não tem invasão da lâmina basal; Estádio 1 restrito ao colo uterino: Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 05 Exame colposcópico, citopatológico, HPV, câncer de colo de útero 11 IA1 3mm (microinvasor - lesão que não é macroscópica); IA2 3 a 5 mm; IB1 5mm a 2 com (a partir daqui inicia lesão macroscópica); IB2 2 a 4 cm; IB3 4 cm; Estádio 2 IIA acomete parte superior da vagina; IIB invade paramétrio (avalia por toque retal ou RM nodulação na topografia dos ligamentos cardinais) IIA1 4cm; IIA2 4cm; Estádio 3 IIIA 1/3 inferior da vagina → IIIB parede pélvica / hidronefrose (síndrome urêmica) → IIIC linfonodo pélvico 1 ou para-aórtico 2; Estádio 4 → IVA bexiga e reto; → IVB metástase a distância; Tratamento conforme estadiamento Estádio 0 excisão tipo 3 é diagnóstica e terapêutica (conificação); Estádio 1 IA1 padrão é histerectomia tipo 1 (não retira tanto ligamento), se deseja gestar excisão tipo 3; IA2 padrão é histerectomia tipo 2 Piver II tira um pedaço do paramétrio) + linfadenectomia pélvica; → se quiser gestar pode fazer traquelectomia + linfadenectomia IA1 tbm); IB1e 2 histerectomia tipo 3 Wertheim-Meigs / radical → tira utero com colo, todo o paramétrio, tira ligamento uterosacro - até ureter, parte superior da vagina, linfadenectomia pélvica) Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 05 Exame colposcópico, citopatológico, HPV, câncer de colo de útero 12 Estágio IB3 e IIA1 a partir daqui pode operar HT tipo 3 ou fazer somente quimiorradioterapia; IIA2 somente quimiorradioterapia (sem indicação de cirurgia); Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 06 Tumores dos ovários, endométrio e câncer de vulva e vagina 1 Tutorial 06 - Tumores dos ovários, endométrio e câncer de vulva e vagina DOENÇAS DOS OVÁRIOS Fatores de risco Quanto mais o ovário é utilizado, maior o risco; História familiar (aumenta 3x o risco) → mas a maioria não é hereditária; Mutação BRCA S. câncer mama- ovário hereditária); Nulípara (aumento 3060%; Obesidade IMC 30kg/m²); Idade 60 anos); S. de Lynch II (aparece para endométrio também); Menacme longa; Indutores de ovulação; Tagabismo → principalmente para mucinoso; Fatores de proteção Inibe a função ovariana é proteção; Amamentação → inibe função ovariana; Salpingo-ooforectomia profilática (mutação BRCA; Uso de anovulatórios ACO quimioprevenção (diminui 50%; Laqueadura tubária (diminui fluxo sanguíneo e diminui aporte de fatores carcinogênicos (diminui 30% risco); Diagnóstico Clínica: massa abdominal; USGTV investigação de massa anexial; Características de benignidade: Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 06 Tumores dos ovários, endométrio e câncer de vulva e vagina 2 Geralmente acontece na menacme; Não tem ascite (normalmente); Móvel; Consistência cística; Septos ausentes ou finos e papilas ausentes; Acometimento unilateral; Fundode saco liso; Doppler: índice de resistência alto; OBS Corpo lúteo pode ter baixa resistência (achado benigno); Características de malignidade: Maioria dos casos ou em crianças ou pós-menacme (menopausa); Geralmente tem ascite (disseminação para o peritônio); Fixo (aderido a planos profundos); Consistência endurecida ou sólida; Septos espessos 3mm e papilas presentes 4; Acometimento bilateral; Fundo de saco nodular (implantes); Doppler: índice de resistência baixo 0,4 alto fluxo Tumores mais volumosos: 8 ou 10 cm (em geral são suspeitos de malignidade); Marcadores: CA 125 epitélio celômico, marcador de tumores epiteliais → tumores epiteliais (não é específico) - baixa sensibilidade e especificidade; Aumenta em ginecopatias, gravidez etc. (inespecífico); CA de ovário inical pode dar normal; Complementar à avaliaçãi tumoral; Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 06 Tumores dos ovários, endométrio e câncer de vulva e vagina 3 Utilizado para seguimento pós-tratamento; VR 35; hCG e alfafetoproteína: tumores germinativos (crianças e adolescentes) e coriocarcinomas; CA 19.9 marcador para tumores mucinosos, também chamado de antígeno de Lewis; Especificidade de 80%; VR 40; CEA tumores mucinosos e tumores embrionários; Histopatológico = diagnostico definitivo; Tipos histológicos Tumores benignos não neoplásicos: Cistos funcionais: Cisto folicular: regressão espontânea (é funcional); Corpo lúteo: 2° cisto funcional + comum Corpo lúteo hemorrágico: USG sangue dentro do folículo (aspecto heterogêneo/reticular); Doppler com baixa resistência e “halo de fogo ;ˮ Dor abdominal, atraso menstrual → DD com gravidez ectópica; Pedir bHCG vai dar negativo; Conduta: maioria regride → analgesia e expectante / Com hemorragia intensa e instabilidade (hemodinâmica)→ cirurgia; OBS Se quiser prevenir a ocorrência do cisto funcional prescrever método anovulatório ACO previne a formação de novos cistos não a regressão dos preexistentes; Endometriomas; Abcesso tubovárianos; Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 06 Tumores dos ovários, endométrio e câncer de vulva e vagina 4 Tumores benignos neoplásicos: Teratoma benigno: cisto dermoide; Presença de cabelo, dente, sebo; Risco de torção (aqueles que não são tão volumosos podem rodar no próprio eixo; Massa abdominal sólido-cística, dor abdominal subita (suspeitar de torção); Cistroadenomas cerosos: comuns; Fibroma → Sd. de Meigs (tumor benigno que dá asctite) → Tumor ovariano benigno (fibroma ou tumor de brenner) + asciste + derrame pleural Struma ovarii: normalmente associado a quadro de tireoideopatia (produtor de hormonio tireoidiano - crise tireotóxica); Tratamento tumores benignos: geralmente cirurgia conservadora se possível por via laparoscópica = ooforoplastia (preservação de tecido ovariano - ou cistectomia) Tumores malignos: Epiteliais: → Adenocarcinoma seroso: + comum, tende a dar o CA 125 alto (em estágios mais avançados) → Adenocarcinoma mucinoso: pseudomixoma peritoneal (material gelatinoso na cavidade abdominal); Carcinoma de células claras: pior prognóstico; Germinativos: mulheres novas, adolescentes; Disgerminoma: germinativo maligno + comum; Teratoma imaturo: pseudopuberdade precoce (periférica - não é de origem central, pode ser um tumor secretor de estrogênio como o teratoma imaturo); Cordão sexual: Androblastoma: produtor de androgênio (pode ocasionar virilização - clitoromegalia, hipertrofia muscular, voz mais grossa, se tiver massa abdominal Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 06 Tumores dos ovários, endométrio e câncer de vulva e vagina 5 pode ser androblastoma); OBS Tumor de Krukenberg = metástase GI (principalmente estômago, mas pode ser mama) para ovário (células em anel de sinete, essa célula normalmente não tem no ovário, se tem é metástase); Tratamento Câncer Suspeita de câncer: Laparotomia → diagnóstico, estadiamento e tratamento (mas pode ser laparoscopia); Abre, faz lavado peritoneal + inventário da cavidade + excisão do tumor principal + biópsia de congelação (analisar na sala de cirurgia); Se biópsia de congelação averiguar malignidade = completar estadiamento e faz cirurgia citorredutora: Biópsias peritoneais (disseminação transcelômica - peritônio) + histerectomia total + salpingo-ooforectomia bilateral + omentectomia infracólica (pode ter implante em omento) + ressecar implantes e linfonodos pélvicos e para- aórticos; Se a paciente deseja gestar e o tumor for epitelial IA (acomete apenas 1 ovário) ou ser um germinativo maligno (geralmente jovens e estádio I salpingo-ooforectomia unilateral QT adjuvante Faz em todos, exceto se IA e IB (só pegou ovários ou trompas - bilateral), moderadamente G2 ou bem G1 diferenciados; Indiferenciado tem que fazer quimio (mesmo IA e IB; Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 06 Tumores dos ovários, endométrio e câncer de vulva e vagina 6 HIPERPLASIA DE ENDOMÉTRIO Fatores de risco Obesidade (após menopausa - aromatização periférica); Raça branca; Anovulação crônica (corpo lúteo não produz progesterona - mais exposta ao estrogênio; 60 anos; Sd. de Lynch; Nuliparidade (+ exposta ao estrogênio); Hiperplasia atípica → lesão precursora; DM; Menopausa tardia; Menarca precoce; HAS alguns atores colocam, outros não (fator de confusão); Fatores de proteção Multiparidade → meses sobre efeito da progesterona; SIU de LNG; Tabagismo → componente antiestrogênico; ACO tem progesterona (efeito que prevalece é da progesterona, mesmo sendo combinado) Manifestações clínicas Sangramento uterino anormal: Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 06 Tumores dos ovários, endométrio e câncer de vulva e vagina 7 10% dos casos de SUA após a menopausa: atrofia 30%, TH 30%, Câncer de endométio 15% e hiperplasia endometrial 5%; Avaliação USGTV 1° exame ao fazer quando SUA USGTV; Pós-menopausa: Tolera-se endométrio até 45 mm sem terapia hormonal, 4 ou 5 suspeito; Tolera-se endométrio de até 8 mm com terapia hormonal, 8cm → suspeito OBS passou desses valores na USGTV tem indicação de investigação endometrial OBS colpocitologia pode ser suspeita → célula endometrial na pós menopausa no preventivo (deveria ter atrofia - em jovens é comum perto da data de menstruação); Diagnóstico etiológico Anamnese + exame físico; USG travsvaginal → se espessura for 45 mm (sem terapia hormonal) vai direto para investigação endometrial; Se espessura for dentro da normalidade (sem TH Verificar fatores de risco, se tiver investigação do endométrio; Se não tiver FR esperar e verificar persistência do sangramento, se persistir fazer investigação endometrial; Investigação endometrial O diagnóstico é histopatológico; Melhor método: histeroscopia com biópsia dirigida → visualização direta da cavidade uterina e permite biópsia; Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 06 Tumores dos ovários, endométrio e câncer de vulva e vagina 8 Pode obter material para biópsia por outras formas: Cureta de Novak (ambulatorial, não necessita de anestesia, verificar se a paciente tolera a manipulação do colo) → muito falso negativo, não consegue coletar muito material e é as cegas; Curetagem uterina (fracionada, semiótica, paciente sedada no CC, cureta todas as paredes em todos os sentidos, pode guiar por USG; Hiperplasia endometrial Classificações Lesão precursora: 80% dos CA de endométrio; Classificação da OMS Risco de malignização (grande fator determinante é a presença de atipias): Simples sem atipia → 1%; Complexa sem atipia → 3%; Simples com atipia → 8%; Complexa com atipia → 29%; Classificação do international endometrial group: Benigna ou sem atipia; Neoplasia intraepitelial endometrial NIE ou atípica; Tratamento Principais fatores levados em consideração:tem ou não atipia x desejo de gestar; Benigna ou sem atipia: Progesterona é o + utilizado (não deixar evoluir para NIE biópsia em 6 meses; Exceção: histerectomia em pacientes na pós-menopausa com falha no tratamento clínico; NIE ou com atipia: Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 06 Tumores dos ovários, endométrio e câncer de vulva e vagina 9 Histerectomia: tratamento de eleição na presença de atipias (padrão); Progesterona: somente quando a paciente tem desejo de gestar (excesão); Progesterona por 3 meses → biópsia em 3 meses para acompanhar; Melhor método de progesterona: SIU LNG (mirena - absorvida quase inteiramente na cavidade, tem liberação continua → pode fazer biópsia histeroscópica com ele) OBS quando pós menopausa recente retira útero e tuba, ovário fica / Se já tem um tempo maior de pós menopausa normalmente tira tubas e ovários → mas tem divergências (salpingooforectomia bilateral?? CÂNCER DE ENDOMÉTRIO Tipos patogênicos Tipo I exposição ao estrogênio, menor grau, menos invasão miometrial → bom prognóstico (+comum) Tipo II sem exposição ao estrogênio (pacientes mais magras geralmente), endométrio atrófico, pacientes mais velhas, maior grau, mais invasão miometrial → mau prognóstico; Tipos histológicos 1 Adenocarcinoma endometrioide: 84% Vias de disseminação 1 Linfática: é a mais comum; Invasão do miométrio e colo uterino; OBS Não tem rastreio de Ca de endométrio mas taxa de controle é boa Estadiamento / Tratamento Estadiamento e tratamento cirúrgicos; Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 06 Tumores dos ovários, endométrio e câncer de vulva e vagina 10 Laparotomia ou CMI → lavado peritoneal + inventário da cavidade (pode ter disseminação peritoneal)+ histerectomia total com anexectomia bilateral + linfadenectomia (dispensada no IA e G1 IA que invadiu até metade do miométrio (pegou endométrio e 50% do miométrio - inicial) Radioterapia: 50% invasão miometrial IB ou seja, somente não usa no estágio IA; Quimioterapia: se ultrapassar o útero (geralmente descobre antes - não é tão comum); RM avalia colo e consegue dar dimensão de quanto de miométrio é acometido e mostra linfonod CÂNCER DE VULVA Conceitos fundamentais Epidemiologia: 4% das neoplasias malignas do TGI; 4° neoplasia ginecológica mais prevalente; Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 06 Tumores dos ovários, endométrio e câncer de vulva e vagina 11 Anatomia da vulva: Pele dos lábios (grande ou pequeno)→ localização mais típica da malignidade; Outras localizações → clitóris, glândulas de bartholin (vestibulares) + raro; Prevenção Primária: Vacina ANTIHPV quadrivalente 6, 11, 16 e 18; Diminuição de lesões pré-malignas não cervicais, incuindo as NIV (lesões de vulva); Secundária: Sem evidências de rastreamento (nenhum método diagnóstico custo- efetivo que diminua mortalidade); Avaliação precoce de sinais e sintomas: Lesões pigmentadas e/ou úlceras irregulares; Prurido vulvar crônico; Paciente nesses casos deve procurar atendimento especializado → pode encontra lesão que mereça avaliação histopatológica; Terciária: Manejo das lesões pré-malignas; Carcinogênese vulvar 2 tipos de lesão: Líquen escleroso: Lesão dermatológica benigna que independe do HPV; Mácula hipocrômica muito associada a prurido vulvar crônico; NIV diferenciada → carcinoma bem diferenciado; Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 06 Tumores dos ovários, endométrio e câncer de vulva e vagina 12 Infecção por HPV 16 e 18 Lesão pelos tipos oncogênicos; Lesão de alto grau NIV tipo usal) → carcinoma indiferenciado; Neoplasia intraepitelial vulvar NIV escamosa: Lesão de baixo grau de vulva (condiloma plano ou efeito citopático do HPV; Lesão de alto grau de vulva NIV usual): Mais frequente; Reconhecimento macroscopicamente fácil Tem relação com atividade sexual; Alto grau de recorrência 1236%; Menacme e pós-menopausa; Relacionada ao HPV; Tem relação com fumo (nicotina destrói as células de Langerhans vulvares); Risco de progressão para malignidade variável; Característica histológica: acometimento de toda a espessura do epitélio, epitélio indiferenciado; Características: Lesão eritroplástica: pápulas coalescêntes forando uma grande placa papulosa que chega a ser sangrante; Lesão eczematosa: tem alto relevo, áreas mais avermelhada (final da lesão) e leucoplásica mais central; Lesão papulosa: unifocal, grande área mais hiperceratótica, áreas mais leucopláscas (branca), áreas mais enegrecidas na parte distal, aspecto verrucoso; Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 06 Tumores dos ovários, endométrio e câncer de vulva e vagina 13 Fatores de risco para progressão/recorrência: Origem virótica da lesão; Multifocalidade e multicentralidade da lesão; Comprometimento de margens; Envolvimento de anexos cutâneos; NIV diferenciada (independe do HPV Rara; Reconhecimento macroscopicamente difícil; Sem relação com a atividade sexual; Não tem relação com fumo; Se concentra mais na pós- menopausa (idosas); Relacionada ao líquen escleroso (mácula hipocrômica que cursa com prurido intenso); Em geral são lesões unifocais; Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 06 Tumores dos ovários, endométrio e câncer de vulva e vagina 14 Característica histológica: maior acometimento da membrana basal do epitélio, atipia presente apenas na camada basal do epitélio com diferenciação mantida Fatores de risco para progressão/recorrência: Comprometimento de margens; Envolvimento de anexos cutâneos; Mutação do gene p53; NIV não escamosa: Doença de Paget; Melanoma in situ; Tratamento das NIV Lesão focal / única, mais restrita: Vulvectomia superficial parcial: Excisão ampla da lesão → escolha para lesões pequenas e unifocais; Margem de segurança de 1 cm em toda a extensão; Diagnóstico Anamnese: Fatores de risco: infecção pelo HPV, líquen escleroso, NIV, tabagismo, história prévia de CA de colo; Quadro clínico: → Precoce: prurido vulvar crônico; Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 06 Tumores dos ovários, endométrio e câncer de vulva e vagina 15 → Tardio: massa tumoral, sangramento, ulceração; Exame físico: Inspeção: de toda a extensão da vulva; Palpação: mobilidade, extensão a tecidos adjacentes, consistência das lesões, acometimento linfonodal - palpação dos inguinofemorais; Toque: vaginal e retal (se lesão suspeita); Vulvoscopia (não é necessária) → exame colposcópico da vulva, está em desuso, não tem correlação com HTP; Histopatológico (biópsia) → diagnóstico; Biópsia vulvar: Local da biópsia: centro da lesão; Lesões extensas: múltiplas biópsias (aumentar chance diagnóstica e não deixar passar malignidade); Classificação histológica Tipos histológicos: 1 Carcinoma escamoso 90%; 2 Melanoma 2 a 4%; Vias de disseminação: 1 Contiguidade: vagina, uretra e ânus; 2 Linfática: inguinais e femorais; 3 Hematogênica: fígado, pulmões e ossos; Estadiamento Estadio 0 Tis N0 M0 carcinoma in situ (sem invasão da membrana basal); Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 06 Tumores dos ovários, endométrio e câncer de vulva e vagina 16 Estádio I T1 N0 M0 tumor confinado à vulva e/ou períneo / Diâmetro 2cm e linfonodos inguinais negativos; → IA T1a N0 M0 invasão estromal 1mm; → IB T2b N0 M0 invasão estromal 1mm; Estádio II T2 N0 M0 tumor confinado à vulca e/ou períneo. Diâmetro 2cm e linfonodos inguinais negativos; Estádio III T1T2T3 N01 M0 tumor de qualquer tamanho com comprometimento da uretra e/ou vagina e/ou ânus e comprometimento de linfonodos unilaterais: IIIA invasão de 1 linfonodo 5mm ou de 1 ou 2 linfonodos 5mm; IIIB invasão de 2 linfonodos 5 mm ou 3 ou + linfonodos 5mm; IIIC linfonodos + com invasão extracapsular;Estádio IV tumor acometendo porção superior da uretra, mucosa vesical, mucosa retal, osso pélvico e/ou linfonodos regionais bilaterais ou metástases à distância; IVA qualquer tamanho com comprometimento da uretra e/ou vagina e/ou anus e linfonodos regionais bilaterais; IVB (qqT qqN M1 qualquer metástase à distância incluindo linfonodos pélvicos; Tratamento IA lesões com profundidade estromal 1mm; → Padrão: excisão local regional sem linfadenectomia; IB lesão com profundidade estromal 1mm; Padrão: excisão local regional com linfadenectomia; II vulvectomia radical + linfadenectomia inguinal e femoral; → Conservador: excisão radical com margens 1cm; OBS se tiver margens exíguas ou comprometidas, invasão estromal ou angiolifática RT complementar além da cirurgia (no tratamento conservador também muitas vezes precisa de RT III e IV quimiorradioterapia; Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 06 Tumores dos ovários, endométrio e câncer de vulva e vagina 17 NEOPLASIA EPITELIAL DE VAGINA NIVA Frequentemente está associada à infecção pelo HPV 16 e 18; Média de idade de 51 anos; A taxa de progressão de NIVA para câncer é 5% das pacientes tratadas; Fatores de risco Antecedente de NIC; Antecedentes de radioterapia para tratamento de câncer do colo do útero; Histórico de histerectomia por NIC; Câncer e mulheres imunocomprometidas; Tabagismo; Gradação NIVA I lesão intraepitelial escamosa de baixo grau; NIVA II e III lesão intraepitelial escamosa de alto grau; Diagnóstico Maioria das pacientes é assintomática; Lesão geralmente localizada no terço superior da vagina 54% 92%, terço inferior 32%, terço médio 14%; Multifocal em 50% dos casos; O diagnóstico usualmente é feito pela colpocitologia anormal e a colposcopia identifica áreas de eleição para a realização da bióspia; Na colposcopia é importante examinar as 4 paredes vaiginais, em pacientes histerectomizadas examinar a cúpula vaginal 3 e 9 horas; Avaliar ao colposcópio a superfície, as bordas e a vascularização dessas lesões, bem como realizar biópsia; Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 06 Tumores dos ovários, endométrio e câncer de vulva e vagina 18 Pacientes pós menopausa pode indicar uso de estrogênio típico de 34 semanas antes da realização da colposcopia Alterações encontradas: lesões esbranquiçadas, eritematosas ou ulceradas; Das pacientes com NIVA, 10% têm NIV, logo a vulva deve também ser adequadamente examinada; Terminologia colposcópica da vagina Tratamento NIVA I não trata (não tem risco oncológico e geralmente regridem espontâneamente); Se muito persistentes pode utilizar eletrocauterização ou aplicação de ácido tricloroacético; NIVA II e III técnica mais indicada é a excisional; Pacientes jovens com lesão multifocal: pode fazer uso de imquimode a 5% guiado por colposcópio por 48 semanas (estimula resposta imune para induzir a secreção de alfainterferona, IL12 e TNF pelas células mononucleares); → Colpectomia é eficaz nos casos de NIVA II e III, e pode levar ao diagnóstico de câncer de vagina oculto; Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 06 Tumores dos ovários, endométrio e câncer de vulva e vagina 19 Afastada a possibilidade de invasão pode ser utilizada vaporização a laser CO2; RT deve ser evitada (altas tx de complicação), somente usar nos casos não responsivos a outros tipos de tratamento; CÂNCER DE VAGINA O câncer primário da vagina é afecção rara, correspondendo a menos de 2% de todas as neoplasias malignas do TG; Maior incidência na 6° e 7° décadas de vida; Fatores de risco Exposição intraútero ao dietilestilbestrol DES; Infecção pelo HPV (principalmente 16, 18, 31 e 33; Outras doenças sexualmente transmissíveis; Irritação crônica da vagina pelo uso de pessários ou anéis; Associação com outras neoplasias malignas do trato genital feminino e RT; Tipos histológicos 1 Carcinoma epidermóide: tipo histológico mais comum 90% dos casos; Acomete pacientes 50 anos; Sítio mais comum: 2/3 superiores da vagina Parede posterior; 2 Adenocarcinoma: Carcinoma de células claras 45% idade média de diagnóstico 17 anos, relacionado com uso materno de DES, acomete mais a parede anterior e superior da vagina. Lesão precursora: adenose de vagina. Bom prognóstico, pode ter tratamento cirúrgico. Metástases para linfonodos e pulmão; Adenocarcinoma mucinoso; Adenocarcinoma mesonéfrico; Adenocarcinoma endometrioide; Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 06 Tumores dos ovários, endométrio e câncer de vulva e vagina 20 3 Outros tumores malignos da vagina: Rabdomiossarcoma: meninas 5 anos, neoplasia polipoide invasiva, localmente invasiva. Trat: QT RT e/ou cirurgia; Tumor do seio endodérmico: 2 anos, metástases precoces; Melanoma maligno: idade avançada, parede anterior terço inferior, prognóstico sombrio; Linfoma: maioria por linfoma não hodgkin; Leiomiossarcoma: sarcoma mais comum de vagina em adultos, pode atingir grandes proporções e ulcerar 4 Tumores metastáticos: principalmente do colo, endométiro, ovário, intestino grosso e rins; Quadro clínico Sintoma mais frequente é o sangramento genital; Corrimento, dispareunia, sangramento ao coito, presença de tumor vegetante no introito vaginal; Vias de disseminação: contiguidade (expansão local, sentido caudal e cefálico) ou disseminação linfática e hematogênica; Continuidade → atinge tecidos paravaginais (paracolpos e/ou paramétrios); Contiguidade → uretra, bexiga e/ou reto; Tumores avançados → podem surgir sintomas urinários (disúria, retenção urinária, hematúria e polaciúria) e sintomas retais (tenesmo ou sangue nas fezes); A dor pélvica é sintoma sugestivo de doença avançada (além da vagina); Diagnóstico Anamnese completa + exame físico/ginecológico → exame especular, toque vaginal e retal bimanual; Pacientes com risco para neoplasia genital baixa → exame citológico + colposcopia (lesões claramente visíveis ao colposcópio, após a aplicação Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 06 Tumores dos ovários, endométrio e câncer de vulva e vagina 21 de ácido acético, devem ser biopsiadas, além de excluir a presença de invasão); Paciente com histórico de lesões intraepiteliais ou ca cervical: efetuar exame anual rotineiro para detecção precoce da neoplasia vaginal; Exames de importância: cistoscopia (tumores de parede anterior), retossigmoidoscopia (tumores de parede posterior), RX de tórax, urografia excretora e/ou USG de vias urinárias, colonoscopia (se evidências de comprometimento retossigmoide), TC, PETSCAN e RM; Estadiamento É clínico e se baseia nos achados de exame físico geral, exame pélvico, citoscopia, proctoscopia, RX de tórax e de ossos e eventualmente TC e RM; O estádio da doença (segundo a FIGO depende da extensão do tumor à parede pélvica ou acometimento de órgãos vizinhos e/ou a distância. OBS a extensão do envolvimento da vagina (tamanho de tumor), o aspecto macroscópico, o local, o tipo histopatológico e o grau de diferenciação tumoral não alteram o estadiamento da doença, embora possam influenciar no prognóstico. Estádio 0 carcinoma in situ (carcinoma intraepitelial); Estádio I carcinoma é limitado à parede vaginal; Estádio II o carcinoma acomete o tecido subvaginal, mas não se estende até a parede pélvica; Estádio III O carcinoma estende-se à parede pélvica; Estádio IV o carcinoma estende-se à pelve verdadeira ou acomete a mucosa da bexiga ou do reto; Estádio IVa: disseminação para órgãos adjacentes; Estádio IVb: disseminação para órgãos distantes; Tratamento Pode-se utilizar RT exclusiva → bom controle tumoral e preserva a funcionalidade do órgão (+qualidade de vida); Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 06 Tumores dos ovários, endométrio e câncer de vulva e vagina 22 Tratamento cirúrgico: emcasos selecionados → lesões microinvasivas em pacientes jovens e lesões invasoras iniciais; → Colpectomia parcial ou total com histerectomia total ampliada e linfadenectomia retroperitoneal pode ser efetuada nos estádios I e II, em tumores localizados nos terços superior e médio da vagina OBS colpectomia parcial deve ser realizada apenas em tumores bem localizados, com margem de segurança de no mínimo 2 cm Tumores distais: vulvocolpectomia parcial ou radical + linfadenectomia inguinal bilateral (cirurgia mais complexa e com maior possibilidade de complicações); O uso combinado de QT e RT para tratamento do câncer primário de vagina apresenta crescente indicação, sendo a cisplatina a droga mais empregada → porém não existem estudos randomizados prospectivos que estabeleçam a relevância dessa associação terapêutica na sobrevida livre de doença, quando comparada ao uso isolado de RT; Fatores independentes mais importantes como fatores prognósticos = idade e estadiamento FIGO; Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 07 Doenças das mamas 1 Tutorial 07 - Doenças das mamas AFECÇÕES BENIGNAS DAS MAMAS MASTALGIA Pouco provável de ser câncer; Dor cíclica Varia com o ciclo, mais na fase lútea tardia (pré-menstrual); Bilateral, difusa: mais quadrante superior lateral (externo - onde tem mais glândula); Inicio na 3° década de vida (menacme); Sensação de peso, hipersensibilidade (aparece mais em mamas mais volumosas); Poucos achados no exame físico além da sensação; OBS mastaldine (dor pré menstrual mas que não é recorrente); Hipóteses diagnósticas: alteração funcional benigna da mama AFBM antes alterações fibrocisticas); Dor acíclica Sem associação com ciclo (mastite etc.); Inicio na 4° década; Pode ser unilateral (mais localizada), mas pode ser bilateral (ex: atletas); Dor tipo queimação ou pontada; Pode ter alteração no exame físico; Hipóteses diagnósticas: ectasia ductal, mastite, adenose esclerosante (secreção retida no ducto, dilatação etc.) Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 07 Doenças das mamas 2 Dor Extramamária Vem da parede torácica ou outros sítios (junção costocondral, aperta na área a ve que piora - tromboflebite etc.); Hipóteses diagnósticas: síndrome de tietze, doença de mondor, nevralgia intercostal )herpes zoster, cirurgias etc.) e contratura muscular; Síndrome de Tietze: inflamação da articulação costocondral EF não percebe nada mas na hora que aperta a articulação sente dor; Doença de mondor: trombofletite de VV superficiais do tórax e da parte superior do abdome, palpa as veias / cordões fibrosos, vaso mais saliente que causa incomodo; Diagnóstico de mastalgia Anamnese e exame físico → direciona para necessidade ou não de exames completares; RX de tórax → de acordo com a suspeição clínica (extramamária pode cogitar); USG pacientes mais jovens / MMG a partir de 40 anos (sensibilidade aumenta com a idade) para excluir possibilidade de câncer de mama; Tratamento Expectante: esclarecimento de que se trata de um sintoma benigo + sustentação mecânica da mama; Avaliar tratamento: sintomas 6 meses, dor que altera atividades diárias e/ou da qualidade de vida (se indica tratamento farmacológico) Medicamentoso (não é primeira linha): não é curativo, somente aumenta o período de remissão: Tamoxifeno: mais eficaz, 10mg/dia por 36 meses Efeitos colaterais: indicado para mastalgias graves; Danazol: único liberado pelo FDA (tem efeito androgênico - não justifica utilização) Analgésicos AINE dor extramamária, episódios agudos; ADENSAMENTOS E CISTOS Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 07 Doenças das mamas 3 Alteração funcional benigna das mamas AFBM tríade: Mastalgia cíclica; Adensamentos: área de endurecimento localizado, achado ao EF em duas dimensões, comparar na mama contralateral (muitas vezes é reproduzido na outra mama - bilateralidade); Cistos mamárias: etapa involutiva de lóbulo mamário; Pode ter outro achado associado: derrame papilar (bilateral, multiductal, seroesverdeado, não faz parte da tríade); Diagnóstico Anamnese: refere dor mamária cíclica, tem história de cistos Exame físico: inespecífico para dor, espessamentos mamários, Tu mais nas regiões centrais, móvel, firme-elástico, indolor, descarga papilar seroesverdeada, multiductal e bilateral; USG de mamas: cisto se reproduz na USG de mamas, Características císticas no USG (sugestivo de benignidade): Imagem anecoica; Bem delimitada; Lateral > vertical (mais oval/achatado) Reforço acústico posterior; Reforço que é bom) - parte branca em baixo Cápsula ecogênica; Sombra lateral (não em baixo - no limite lateral) Tratamento Mastalgia ciclíca: Orientação e tranquilização; Excluir câncer; Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 07 Doenças das mamas 4 Medicar o mínimo; Sustentação adequada (distensão de ligamento pode aumentar o desconforto) Adensamento: Excluir câncer (exame de imagem); Não requer tratamento; Cisto: Pequenos e multiplos: pode só acompanhar; PAAF (punção aspirativa com agulha fina): ter certeza que é cisto Se sair conteúdo na aspiração (acastanhada, seroesverdeada) é cisto, se não é um nódulo sólido Investigar: saiu sangue na PAAF (excluir acidente de punção), 2 recidivas após punção, saiu líquido mas USG mostra que tem lesão sólida junto (lesão mista), ou não saiu nada (nódulo sólido) DERRAME PAPILAR Saída de secreção pela papila; Características Fisiológicos: Descarga provocada → ponto de gatilho (aperta com indicador em toda a superfície areolar); Acometimento de múltiplos ductos; Bilateral; Cor: multicolorida (esverdeada, amarronzada); Frequência esporádica; Patológica: Descarga espontânea; Acometimento uniductal → ponto em gatilho só sai em um ducto; Unilateral; Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 07 Doenças das mamas 5 Cor: aquosa (água de rocha) ou sanguínea (no pré-natal pode ter discreta descarga sanguinolenta pela variação hormonal); Frequência persistente e intensidade profusa; Galactorreia: Descarga láctea; Causa de hiperprolactinemia (medicamentosa, tumoral); Pseudoderrames: Simula uma descarga papilar → clássico é papila invertida e erosões (traumáticas, lesões eczematoides), a secreção sai da erosão não é papilar mesmo (não tem ponto de gatilho - não vem de ducto e sim na região da areola) Principais causas AFMB seroesverdeada, amareloacastanhada; Ectasia ductal (dilatação dos ductos) → + espesso e amarelo-esverdeado; Papiloma intraductal → sanguinolenta 50% e serossanguinolento 50%; Carcinoma → água de rocha ou sanguinolento; Gravidez → sanguinolento (sem gerar preocupação absurda) / láctea (pode sair leite desde o 1° trimestre); Mastite → mais purulenta (se tiver abcesso drenando para o ducto), amarelada (inflamação - pus); OBS algumas fontes excluem os derrames pela papila no ciclo gravídico- puerperal; Principal causa de derrame papilar: papiloma intraductal; 2° causa de derrame papilar: carcinoma; Diagnóstico Anamnese: uso de fármacos, FR para câncer de mama; Exame físico: É realmente um derrame? Identificar ponto de gatilho; Espontâneo ou provocado? Pesquisar características; Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 07 Doenças das mamas 6 Qual a coloração? Há nódulo palpável? Citopatologia: se negativa, não exclui CA (pode pegar a secreção e fazer citologia mas não tem necessidade - não se utiliza); Mamografia (a partir dos 40 excluir nódulos e microcalcificações; USG das mamas: complementar a MMG ou em jovens 40 anos); RM tem ganhado espaço na investigação de ductos, sensibilidade maior (não tem tanta interferencia do tecido mamário quanto a mamografia e não é tão examinador dependente quanto a USG; Se fizer exame de imagem e não mostrar nada (normal) → cirurgia (resseção e análise histopatológica) Se imagem mostrar algo →investigar conforme a anormalidade descrita; OBS Nem citologia, nem exame de imagem descartam realizar ressecção cirúrgica com análise histopatológica Tratamento Derrame fisiológico: Orientações; Não requer investigação; Não requer tratamento; Galactorreia: Suspensão do medicamento (se causa farmacológica) Causa tumoral (microadrenoma/ macroadenoma - após avaliação da sela túrcica por RM ou TC cabergolina 1° linha - menos efeitos colaterais) ou bromocriptina (gravidez) AGONISTAS DOPAMINÉRGICOS; Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 07 Doenças das mamas 7 Se sintomas compressivos: tenta primeiro farmacológico (tentar reduzir o tamanho), se continuar os sintomas faz cirurgia; Patológica: Biópsia cirúrgica: Papiloma intraductal: exérese do ducto principal (sinal do gatilho - determinar o ducto comprometido, ressecar e fazer análise histopatológica); Câncer: depende do tamanho, hormonio dependente etc; NÓDULOS MAMÁRIOS Lesão em 3 dimensões: comprimento x largura x profundidade; Características benignas Móveis; Firme e elástica, fibroelástica; Contorno regular e margens definidas EF e USG; Sem derrame papilar; Características malignas Aderidos; Endurecida e pétrea; Contorno irregular e margens indefinidas EF e USG; Derrame papilar sanguinolento / água de rocha; Outros achados: Retração de pele e/ou papilar; Invasão de pele ou da parede torácica; Aspecto em casca de laranja; Inversão de mamilo; Diagnóstico Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 07 Doenças das mamas 8 Anamnese: identificar fatores de risco; Exame físico: distinguir características de malignas e benignas (nódulo, mobilidade, margens, textura); Investigação e localização: PAAF Punção por agulha fina: Alta suspeição a citopatologia não agrega muitas informações → muitos locais vão direto pra exame de imagem sem fazer PAAF; DP amarelo-esverdado, sem lesão residual USG/MMG; 2 recidivas, DP sanguinolento, massa residual, nódulo sóliso USG/MM biópsia; USG de mamas: Diferenciar nódulo cístico x sólido; MMG inconclusiva (por maior densidade mamária); Avaliação em jovem e gestante; Achados sugestivos de malignidade: Ecos irregulares; Contornos irregulares; Vertical > lateral (mais alta que larga); Sombra acústica porterior; Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 07 Doenças das mamas 9 Mamografia: Método de rastreio; Se tem achado não é de rastreamento → se tem alteração de EF ela é diagnóstica e pode fazer fora da faixa etária preconizada pelo ministério da saúde; Sistema BIRADS (para USG, MMG e RM descrição dos achados de forma uniforme; Categoria 0 mamografia inconclusiva (ex: 40 anos, mama densa, aparece borrão branco na MMG, complementação com USG, RM ou MMG (nova, muda forma de fazer → magnificação/ampliação, mais compressão etc.); Categoria 1 sem achados mamográficos → repetir o exame de acordo com a faixa etária; Categoria 2 achados benignos (ex: linfonodo, calcificação vascular etc.)→ repetir o exame de acordo com a faixa etária; Categoria 3 achado provavelmente benigno → MMG semestral no 1° ano e anual no 2° e 3° ano (depois dos 3 anos tem que reclassificar a lesão); Categoria 4 achados suspeitos de malignidade → avaliação histopatológica da lesão; Categoria 5 achados altamente sugestivos de malignidade → avaliação histopatológica da lesão; Categoria 6 achados de malignidade confirmada por biópsia (geralmente se faz para ver se diminuiu tamanho do tumor com tratamento ou verificar lesões multicêntricas); OBS Manobra de Eklund → deslocar a prótese de silicone para melhor visualização à mamografia (deixar somente tecido mamário no campo de imagem) Ressonância magnética de mamas: Indicações: Pacientes com múltiplas cirurgias; Pacientes jovens com alto risco; BIRADS 0; Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 07 Doenças das mamas 10 Complementar para pacientes com implantes mamários (rastreamento segue sendo MMG; Desvantagens: Não mostram lesões 2mm; Não mostram microcalcificações; Biópsia Ambulatorial: Core- biopsia PAG punção por agulha grossa): → Nódulo bem pálpavel, faz botão anestésico, mira agulha (grossa mas não tanto quanto mamotomia, faz vários disparos (para ter amostragem significativa; Pode guiar por USG Mamotomia (biópsia a vacuo): Agulha maior, mais grossa, com um único disparo consegue tirar toda a lesão, tira de forma mais precisa as microcalcificações; → Acesso mais difícil que PAG; Biópsias cirúrgicas: quando não tem ambulatorial; Incisional: tumores maiores (tira parte do tumor); Excisional: tumores menores (tira todo o tumor), cisto suspeito; Tem microcalcificações ou nódulos não palpáveis: mas não tem acesso a mamotomia: faz biópsia cirúrgica com marcação pré-cirúrgica (radiologista passa o fio de aço e na hora da cirurgia abre a pele e segue o fio ou clip); Principais lesões Fibroadenoma: Protótipo da lesão benigna sólida em paciente jovem; Assintomático; Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 07 Doenças das mamas 11 Fibroelástico; Jovens: 2035 anos; Exérese: 35 anos; maior tamanho; Estroma hipocelular DD com tumor filoides; Tumor filoides: 3050 anos; Crescimento rápido → toma a mama da mulher rapidamente; Tem tendência alta à recorrência → tem que tirar com margem por grande chance de recorrência local; Estroma hipercelular; Exérese com margem; Esteatonecrose: Nódulo após trauma; Mamas volumosas; Papiloma intraductal: 3050 anos; DP sanguinolento 50% unilateral; DP serossanguinolento 50% unilateral; Nódulo único (palpável perto da região areolar) Incisão justa ou periareolar (esteticamente bom); Exérese do ducto acometido → ponto de gatilho; CÂNCER DE MAMA Conceitos Definição: proliferação maligna das células epiteliais que margeiam os ductos ou os lóbulos; Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 07 Doenças das mamas 12 História natural: Epitélio normal Hiperplasia epitelial típica → hiperplasia epitelial atípica → carcinoma intraductal ou intralobular in situ → carcinoma invasor (infiltrante - invade a membrana basal); Fatores de risco Sexo feminino; História familiar (principalmemente 1° grau) Dieta rica em gordura / obesidade; Idade 40 anos; Menarca precoce; Nuliparidade; TH / ACO; (divergencia) História de Ca de mama; Menopausa tardia; Primiparidade idosa; BRCA1/BRCA2 Lesões de risco → hiperplasia ductal atipica, hiperplasia lobular atipica, carcinoma lobular in situ; Fatores que NÃO aumentam risco de Ca invasor: Ectasia ductal; Fibrose; Adenose não esclerosante; Fibroadenoma Cistos; Hemartoma; AFBM; Mastite; Metaplasia apócrina/escamos Rastreamento População de alto risco MS ainda não liberou mais recente): Parente de 1° grau antes dos 50 anos; Parente de 1° grau CA ovário ou CA mama bilateral; Parente masculino CA de mama; Lesões Atípicas ou CA lobular in situ; BRCA1 e BRCA2; RT entre 10 e 30 anos de idade; Conduta: exame clínico a partir dos 35 anos MMG a partir dos 35 anos; Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 07 Doenças das mamas 13 População de risco habitual MS MMG único exame que diminui morbimortalidade por câncer de mama; 2015 MS contraindicou autoexame e exame clínico passou a benefício incerto MMG pega lesão antes, palpação só identifica quando lesão for 1cm; Conduta: MMG bienal de 5069 anos; População de risco habitual CRB/SBM/FFEBRASGO Conduta: MMG anual a partir dos 40 anos; OBS Tratado febrasgo fala até 69 anos (mas é individualizado), se expectativa de vida for 7 anos pode estender o rastreamento até os 74 anos; Paciente com implante/prótese: Exame de rastreamento: MMG; Tipos histológicos Carcinoma ductal infiltrante: Tipo histológico mais comum; Carcinoma lobular infiltrante: Bilateralidade; Multicentricidade (tira umpedaço aparece outro); Carcinoma inflamatório: Pior prognóstico; Metastização precoce; Localmente avançado → aspecto em casca de laranja; Doença de Paget: DD com eczema areolar; Unilateral (eczema pode ser bilateral); Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 07 Doenças das mamas 14 Evolução lenta; Destruição do complexo areolopapilar (eczema não destrói) Ausência de prurido (ou pouco pruriginoso) (eczema tem prurido - procura médico antes) Não responde ao corticoide → prova terapêutica (eczema responde); Evolução centrífuga (mais centrípeta na lesão benigna); Conduta: histopatológico → mostra células gigantes de Paget Tratamento Tratamento cirúrgico (cirurgia conservadora x radical): Conservadora: carcinoma in situ ou que Ca em 20% da mama; Segmentectomia (preocupa mais com o segmento glandular, poupa a pele); Quadrantectomia (tira o quadrante e pele junto); Sempre fazer RT adjuvante pós cirurgia conservadora Se tiver CI a RT adjuvante (ex: gravidez 1° trimestre - no 3° pode fazer já esta perto do parto) não pode fazer cirurgia conservadora; Radical: tumor ocupa 20% da mama ou tumor multicêntrico; Radical modificada: tinha esvaziamento axilar (caiu por terra); Mastectomia: existem vários tipos: → Simples: sem esvaziamento axilar, se retira somente mama e pele; Halsted: tirava peitoral maior e menor + retirada de mama e pele (hoje em dia se usa somente quando já infiltrou esses músculos, no geral não se utiliza mais) → Patey (radical modificada): tira mama e pele + peitoral menor; → Madden (radical modificada): tira mama e pele + preserva os peitorais (redução de morbidade em relação a cirurgia); Avaliação Status Axilar: Se tem tumor infiltrante tem que avaliar o status axilar; Mas nem sempre precisa fazer o esvaziamento clássico; Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 07 Doenças das mamas 15 Linfonodo sentinela: 1° linfonodo a drenar a área tumoral (geralmente axila); → Negativo evita dissecção axilar (poupa paciente de esvaziamento radical); Usado tecnécio ou azul, o que corou mais o corante tira e no intraoperatório o patologista vê na lâmina se for negativo não precisa completar o esvaziamento; OBS Contraindicado em axila clinicamente positiva ou em tumores localmente avançados (muito grandes - já tem micrometástases); Tendência a evitar esvaziamento clássico se + até 2 linfonodos (pode evitar o esvaziamento e só irradiar axila depois); Esvaziamento clássico: Paciente pode ter complicações: Escápula alada: lesão do N. torácico longo, responsável pelo M serrátil anterior (instabilidade da escápula); Lesão do N. intercostobraquial: alterações sensitivas na face medial do braço T2; Imuno-histoquímica: Luminal A RE RP HER2 ; Melhor padrão, tumor mantem característica da mama de ter receptores hormonais e ganha ferramenta terapêutica; 4050% dos carcinomas de mama Luminal B RE RP HER2 Grau histológico mais avançado, prognóstico pior que o A, maiores níveis de genes de proliferação celular Ki-67; Triplo negativo: RE RP HER2 As vezes aparece em paciente jovem (significa prognóstico ruim); 1015% dos tumores; HER2 superexpressa HER2 Responde a terapia alvo dirigida; No geral quando se tem superexpressão de HER2 tem pior prognóstico; 15% das pacientes com carcinoma de mama apresentam amplificação desse gene; Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 07 Doenças das mamas 16 Tratamento complementar: QT adjuvante: Abordagem da axila, infiltrante em geral tem indicação de QT adjuvante; Tumores 1cm; Linfonodo positivo N1; Metástase hematogênica M1; Superexpressão HER2; Receptor hormonal negativo; Em geral indicar de 46 semanas após a cirurgia (se receptor hormonal negativo - triplo negativo, começar QT mais precocemente, por que tem tumor mais agressivo - começar cerca de 20 dias após cirurgia); Geralmente se realiza de 68 ciclos; OBS tudo que aumentar prognóstico geralmente é indicada QT adjuvante QT neoadjuvante: pré-operatório para reduzir tumor; Tumor muito grande; Tumor localmente avançado; RT adjuvante: Tumores 4 cm (controle local); Cirurgia conservadora; Hormônio terapia: RE 5 anos Tamoxifeno: pré-menopausa (menacme) → modulador seletivo de receptor hormona (antagonista), bloqueia receptor do estrogênio na mama (no endométrio é agonista - se sangrar avaliar o endométrio) Inibidor de aromatase: pós menopausa; Terapia alvo dirigida: superexpressão HER2 Trastuzumabe: principal; Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 07 Doenças das mamas 17 Lapatinibe: falha da terapia alvo-dirigida convencional ou doença metastática; Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 08 Climatério 1 Tutorial 08 - Climatério Fase fisiológica com grande prejuízo na qualidade de vida pelos sinais e sintomas; Climatério = primeiros indicios de irregularidade, passa pela menopausa e vai até os 65 anos (senilidade) → grande período da vida da mulher (maior risco CV, ca de mama, ca de endométrio, ca de ovário, osteoporose etc.) MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS E DIAGNÓSTICO Começa com primeiros indícios de insuficiência ovariana, até os 65 anos; Reflexo do hipoestrogenismo; Clínica: alteração menstrual 1° - marca o inicio do climatério), fogacho, insônia, síndrome geniturinária (atrofia), dispareunia, aumento do risco de osteoporose; Transição menopausal: diminuição dos folículos e envelhecimento → não tem grande produção hormonal → diminui inibina → aumenta FSH (marca inicial muito antes do estrogênio estar baixo - +fsh para os folículos remanescentes responderem); Diagnóstico do climatério: clínico; Diagnóstico menopausa: mais de 40 anos, clínica típica, 1 ano sem menstruar (retrospectivo) → não precisa dosar o FSH; Dosar FSH se manifestações climatéricas iniciam antes dos 40 anos (insuficiência ovariana prematura); Período pós menopausa: ovário não produz estrogênio e progesterona → estrogênio vem da aromatização periférica (estrona - fraco) → estradiol baixo (não é produzido, 25 ou 20 e FSH 40; CONTRAINDICAÇÕES À TH Ca de mama (ou precursoras, ductal in situ, hiperplasia com atipia etc.) ou endométrio → tumor hormonio dependente; Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 08 Climatério 2 Sangramento vaginal indeterminado (pode ser ca de endométrio → tem que excluir primeiro); AVE e IAM histórico pessoal; TVP e TEP avaliar via de administração; LES maior risco de trombose; Doença hepática descompensada (grave, cirrose); Porfiria; Meningioma → terapia combinada com progesterona (alguns casos pode usar só estrogênio); INDICAÇÕES Sinais de hipoestrogenismo com sintomas que impactam na qualidade de vida: Exames para verificar se pode usar: mamografia (excluir ca e lesões precursoras) e USG TV (nem todas as fontes dizem que precisa antes da prescrição - avaliar afecção endometrial, se ovário é normal): Laboratoriais: glicemia de jejum e lipidograma (avaliar as vias de administração; Indicações Janela de oportunidade: 10 anos de menopausa 60a); Indicação mais comum: sintomas vasomotores (fogachos), nada é tão bom pra tratar como o estrogênio; Verificar se pode e escolher o esquema; Escolha regime Sem útero: utiliza apenas estrogênio; Com útero: estrogênio + progesterona (proteção endometrial - terapia combinada); Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 08 Climatério 3 Via de administração Estrogênio: Oral → estrogênio oral diminui o LDL e aumenta HDL (colesterol alto), se for TG alto entra na terapia parenteral; Parenteral → transdérmica (adesivo), percutânea (gel); Mais indicada quando paciente tem patologias em geral (diabetes, hipertensão, tabagismo etc.) Progesterona: VO progesterona micronizada geralmente; SIU de LNG já vinha em uso de SIU para proteger contra gravidez, pode usar essemétodo a longo prazo e dar somente estrogênio, após passar a proteção tira o dispositivo e dá progesterona; Tempo de terapia Menor uso possível que a paciente vá se beneficiar (não tem tempo definido); Pacientes somente com S. geniturinária Tratamento local → não precisa terapia sistêmica (fazer tópico); Absorção sistêmica mínima → mesmo assim não fazer se tem histórico de ca de mama (não tem segurança); Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 08 Climatério 4 OUTRAS INDICAÇÕES Disfunção sexual, desejo hipoativo: não é indicação isolada de TH (pode usar a tibolona); Osteoporose: pode ser indicação primária mas no geral tem a opção de bisfosfonatos (avaliar bem risco-beneficio e contraindicações); REVISÃO Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 09 Incontinência urinária e prolapsos 1 Tutorial 09 - Incontinência urinária e prolapsos INCONTINÊNCIA URINÁRIA Sintoma que leva a prejuízo importante na qualidade de vida; Conceitos e Fisiologia da miccção Incontinência urinária: paciente que perde capacidade de conter urina (excluindo crianças), qualquer perda involuntária de urina; Aproximadamente 40% das mulheres terá um episódio de incontinência durante a vida → bem frequente; Continência urinária Tem receptores na bexiga que tem diversas ações: Receptores adrenérgicos (a e B adrenalina), sistema simpático; Receptores colinérgicos (acetilcolina), sistema parassimpático; No corpo vesical tem tanto receptores para acetilcolina quanto para adrenalina → dependendo da fase desejada tem a predominância de um ou outro receptor; Enchimento vesical: sistema nervoso simpático ativo e parassimpático inativo → para encher a bexiga a musculatura deve estar relaxada (detrusor) no corpo vesical e o esfíncter fechado (essa é a ação do sistema simpático); Simpático Segurar urina Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 09 Incontinência urinária e prolapsos 2 Ação alfa adrenérgica fecha o esfíncter interno (externo é de controle cortical) e o colo vesical; Ação beta adrenérgica relaxa a musculatura do detrusor; Esvaziamento vesical: sistema nervoso parassimpático ativo e simpático inativo → para o esfíncter dar passagem para a urina basta o receptor alfa adrenérgico não estar ativado (esfíncter relaxado), no músculo detrusor terá ação parassimpática por receptores muscarínicos do tipo M2 e M3 gerando contração detrusora por meio da ação da acetilcolina nesses receptores; Parassimpático Perder urina Fatores de Risco Idade (frouxidão ligamentar, frouxidão de estruturas que fazem sustentação do assoalho pélvico = interfere na continência, aumentando o risco de incontinência); Queda de estrogênio (trofismo da mucosa da uretra comprometida, mucosa mais lisa dificulta mais o mecanismo esfíncteriano); Obesidade FR importante); Doenças crônicas e sistêmicas: DPOC, DM, AVC, TRM doenças que podem levar a um aumento crônico na pressão intraabdominal DPOC ou aquelas que tem interferência do ponto de vista neural DM neuropatia), outras condições neurológicas também influenciam; Cirurgias prévias: urológicas e oncológicas (manipulação da pelve, modificaçõs do assoalho - histerectomia, cirurgia de prolapso); História obstétrica: o parto vaginal aumenta um pouco mais o risco que cesariana, o n° de partos tem relação importante (multíparas maior peso em cima do assoalho pélvico gerando incontinência), risco maior de distopia; História ginecológica: status hormonal da paciente (hipoestrogenismo); Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 09 Incontinência urinária e prolapsos 3 Manifestações clínicas Incontinência de esforço → perda de urina ao tossir, espirrar, ao levantar (aos esforços - grandes ou pequenos) etc. Perda sincrônica com aumento da pressão abdominal (esforços) Pessoa tosse sai um pouco, perdeu e parou. Bexiga hiperativa → bexiga contraindo demais (detrusor que devia estar parado na fase de enchimento tem contrações não inibidas), paciente urina o dia todo, urgência, polaciúria, noctúria (desejo incontrolável); Pode acontecer um pouco depois do aumento da pressão intrabdominal (esforço leva a contração do detrusor), vem bastante urina depois (esforço deflagra); Condição que leva a grande angústia (não dá tempo de chegar ao banheiro); Perda insensível (incontinência extrauretral) → perde e nem sabe que está perdendo urina, sai pelo canal vaginal (fístula), tem história de cirúrgia pélfica, RT pélvica recente. Como definir: pode injetar corante na bexiga (sonda), coloca tampão no canal vaginal, se ficar colorido fístula vesicovaginal, se o tampão ficar úmido mas não corar com o corante que foi colocado na bexiga fístula ureter-vaginal; Citostoscopia (bexiga - para ver a fístula, tamanho, localização); Urografia: vê fistula ureter-vaginal; Diagnóstico Anamnese; Exame físico: Avaliar IMC obesidade tem aumento da pressão intrabadominal - mecanismo facilitador para perda urinária; Prolapsos: prolapso genital inferior na inspeção estática e dinâmica do períneo, verificar se essa paciente tem grau de prolapso ou não; → Fazer teste de esforço: pedir pra fazer manobra de valsava, ou pedir para tossir (induzindo aumento da pressão abdominal para perda - entrar na consulta com bexiga cheia) Exames complementares (obrigatórios na investigação inicial): Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 09 Incontinência urinária e prolapsos 4 EAS (urina tipo I descartar neoplasias (hematúria e tabagista - de bexiga), oxalato (cálculo que caiu na bexiga e irrita), corpo estranho) → excluir fatores que podem simular a queixa de incontinência; Urinocultura: ITU (fator importante que simula incontinência - polaciúria, urgência); Exames mais específicos: Teste do cotonete: molhava cotonete no anestésico e colocava na uretra até a JUV da paciente, pedia pra tossir e via quantos graus o cotonete mexia, se mexer 30° entre repouso e esforço seria uma hipermobilidade (bexiga não estaria fixa da forma correta) → hoje em dia praticamente não se usa; USGTV para verificar deslocamento do colo vesical, se maior ou igual a 10mm em relação a borda inferior da sínfise púbica (é utilizado mas não é o grande exame para verificar deslocamento do colo); Urodinâmica (padrão ouro): Não faz para todos, é o melhor mas não o primeiro; Exame muito desconfortável, somente para indicações: Incontinência que fala que é de esforço mas no EF não perdeu urina (faz o exame para confirmar e realizar tratamento); Paciente com história, EF sugeriu incontinência de esforço ou bexiga hiperativa que fez tratamento e não respondeu (falha no TTO clínico - tentou tratar e n resolveu ou vai precisar de cirurgia - nas de esforço); → Antes de cirurgia ou prolapso muito grande (paciente com cistocele - anterior grande na hora que a bexiga desce pode fazer obstrução e mascarar uma incontinência prévia - ai corrige na cirúrgia e a paciente fica com incontinência; Verificar mista (as vezes trata com cirurgia a de esforço e depois precisa fazer tratamento clínico para bexiga hiperativa); Urofluxometria: serve para verificar esvaziamento inicial (paciente chega, senta na cadeira e urina, no funil tem um fluxometro que diz qual foi o fluxo, velocidade e quantidade); Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 09 Incontinência urinária e prolapsos 5 Cistometria: verificar fase de enchimento (coloca duas sondas dentro da bexiga, na ponta de um tem um transdutor que mede a pressão dentro da bexiga o outro serve para encher a bexiga com soro), tem que avaliar a pressão abdominal atraves de um cateter retal (sonda retal na paciente). Nunca pode acontecer: não pode ter atividade do detrusor, perda de urina (ao tossir - ver qual pressão perdeu urina) e dor (não é normal S. da bexiga dolorosa, tem que ter excluído ITU, paciente tem dor pélvica crônica, dor quando começa encher a bexiga e quando esvazia passa - pacientevai ao banheiro o dia inteiro DD com S. da bexiga hiperativa); Estudo miccional: verifica o esvaziamento final, nessa etapa tem sondas e monitores tendo avaliações a mais que a urofluxometria; Gráfico: 1° curva: pressão vesical (pressão medida pelo cateter dentro da bexiga), precisa saber se essa pressão aumentou do nada ou se aumentou pelo aumento da pressão abdominal, se foi o reflexo está tudo bem, significa que o detrusor não contraiu; Se a pressão vesical aumenta e não foi pelo aumento da pressão abdominal isso significa que a pressão veio da própria contração do detrusor; 2° curva: pressão abdominal; 3° curva: pressão do detrusor Pdetrusor Pvesical Pabdominal); 4 ° curva: fluxo urinário; Incontinência de esforço: na hora que aumenta a pressão abdominal e vesical perde urina (houve perda sincrônica ao esforço - parou esforço para de perder) Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 09 Incontinência urinária e prolapsos 6 Ver qual foi a pressão de perda aos esforços PPE para separar nos dois tipos de incontinência de esforço: Hipermobilidade do colo vesical: pressão de perda aos esforços 90cmH20 (força precisa ser grande para mobilizar a bexiga da paciente) Defeito esfincteriano intrínseco: pressão de perda aos esforços 60 cmH20 (acontece com baixas pressões - pouco responsivas a tratamento fisioterápicos - geralmente precisam de terapias mais invasivas - pior prognóstico); Síndrome da bexiga hiperativa S. de urgência ou urgeincontinência): diagnóstico é clínico, mas para dizer que ela tem hiperatividade detrusora tem que ver urodinâmica (é um laudo urodinâmica) Pressão vesical subiu e não foi fruto do aumento da pressão abdominal, o detrusor contraiu Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 09 Incontinência urinária e prolapsos 7 Tratamento Incontinência de esforço: Clínico: baixar peso, exercícios de fortaleciemento perineais Kegel), fisioterapia (biofeedback, eletroestimulação - funcionam muito bem) e duloxetina (papel secundário - não é o grande e melhor tratamento); Cirúrgico: se não melhorou ou não quer tentar medidas clínicas (sempre informar que as medidas não invasivas são melhores como primeira medida terapêutica); → Hipermobilidade vesical: cirurgia de Burch era o TTO padrão (via abdominal que dissecava o espaço retropubico - hematoma, podia também fazer por vídeo, ficava alguém com o dedo no canal vaginal empurrando a bexiga para cima para que na hora de dissecar e chegasse na base da bexiga conseguir suspender pela vagina (colposuspensão) e prender isso no espaço retropubico no ligamento de cooper - funciona, tem taxa de controle de cura boa, mas complica mais). Deixou de ser padrão ouro agora padrão outro é SLING; → Defeito esfincteriano: padrão ouro também é SLING ; Sling = tentar levantar a bexiga, fita faz fibrose e consegue corrigir angulação facilitando com que a paciente tenha a possibilidade de voltar a ter continência; Sling TVT sai no espaço retropubico. Entra pelo canal vaginal com agulhas, suspende e sai no espaço retropúbico passando pelo lado da bexiga (maior risco de lesão vesical - obrigatório fazer cistoscopia Sling TOT sai pelo forame transobturatório, dispensa a etapa da citoscopia (não passa ao lado da bexiga); Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 09 Incontinência urinária e prolapsos 8 **TVT tem pequena vantagem por ser mais antiga e suspende um pouco a bexiga (ajuda na cistocele/prolapso um pouco) → mas ambas funcionam; **Para defeitos esfincterianos intrinsecos mais graves o TVT é um pouco mais superior Síndrome da bexiga hiperativa: 1° linha: → Gerais: diminuir peso, cafeína e fumo; → Fisioterápico: treinamento vesical, cinesioterapia e eletroestimulação; Medicamentoso: objetivo de inibir o detrusor Anticolinérgicos, mais seletivos melhor = Oxibutinina / Tolterodina / Darifenacina / Solifenacina ou Imipramina (opção - pior que os outros, não é primeira linha) OBS Darifenacina e Solifenacina são menos efeitos colaterais (são um pouco melhores), atravessam menos BHE, menos deficits cognitivos; CI dos anticolinérgicos: arritmias, glaucoma de ângulo fechado (dá cegueira grave), gestação/lactação Usar para glaucoma de ângulo fechado a opção do agonista B3 adrenérgico Mirabegrona) → estimula o receptor B para forçar um relaxamento (não é superior mas tem menos efeitos colaterais); PROLAPSO GENITAL Dependendo do grau pode ter incontinência urinária concomitante; Anatomia Sistema de suspensão Não há grupamento muscular e sim par de ligamentos: Anteriores: ligamento pubovesicouterino ou pubovesicocervical; Laterais: ligamentos cardinais ou paramétrios; Posteriores: uterossacros; Sistema de sustentação Grupamento muscular; Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 09 Incontinência urinária e prolapsos 9 Diafragma pélvico: elevador do ânus (puborretal, ileococcígea e pubococcígea) e coccígeo (isquiococcpígeo) → Diafragma urogenital: transverso superficial do períneo, M. isquiocavernoso, bulbocavernoso, transverso profundo do períneo; Fáscia endopélvica; Fatores de risco Mais comum em idades mais avançadas; Após cirurgias pélvicas e parto complicado (instrumentos), multiparas; Obesidade; Hipoestrogenismo; Fisiopatologia Desequilibrio das estruturas de suspensão e/ou sustentação; Aumento da pressão intrabdominal → acometimento da integridade das estruturas de suspensão (ligamentos); Alteração congênita → idades mais precoces, afeta integridade das estruturas de sustêntação; Desequilibrio = rompimento, prolapso; Prolapso apical Prolapsos uterinos ou de cúpula vaginal; Prolapsos uterinos: Tudo depende do grau de prolapso apresentado pela paciente, sensação que tem uma bola saindo pela vagina; Estágios I e II cirúgia de manchester (amputação parcial do colo + sutura dos ligamentos cardinais no coto cervical anterior - fixa o útero na parte superior, + simples e conservadora) Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 09 Incontinência urinária e prolapsos 10 Indicações: alongamento hipertrófico do colo (colo longo - examinar o canal vaginal) ou desejo reprodutivo; Estágios III e IV histerectomia por via vaginal; → Risco cirúrgico muito alto: colpocleise (obliteração da vagina - reservada para mulheres sem vida sexual ativa) TTO conservador: pessários (caso mulher tenha vida sexual ativa), só em RC muito alto, pois a resposta terapêutica é insatisfatória. Prolapso de cúpula vaginal: Pós histerectomia; Colpocleise → impede a penetração (não indicada para pacientes mais jovens); Sacrocolpopexia → prender a cupula diretamente no sacro; Fixação da cúpula vaginal na aponeurose do M. reto abdominal; Fixação da cúpula vaginal no ligamento sacroespinhoso (promontório) → consegue refazer o ângulo da vagina da paciente (importante para não ter depois nenhuma distopia associada); Prolapso de parede vaginal Prolapso vaginal anterior: Bexiga (cistocele); 80% é por defeito paravaginal: associação com incontinência urinária de esforço; Cirurgia: para corrigir a fáscia defeituosa; Abertura da parede vaginal anterios + plicatura da fáscia pubovesicocervical na linha média (fechamento) → Colporrafia anterior ou colpoperineoplastia anterior (só mexer na mucosa dá muita recidiva - tem que ter a plicatura da fascia); → Recidiva: considerar uso de tela (para mulheres sexualmente ativas podem causar incomodo na relação); Prolapso vaginal posterior: Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 09 Incontinência urinária e prolapsos 11 Reto (retocele); Cirurgia: abertura da parede vaginal posterior + corrige a fáscia retovaginal e plicatura dos músculos elevadores do ânus na linha média (ajuda a fechar o introito vaginal e na vida sexual) → Colporrafia posterior; Classificação POPQ Faz o estadiamento dos prolapsos genitais; Cp: corpo perineal; Hg: hiato genital; C colo ou cúpula (histerectomizada); Aa;Ba; Ap; Bp; D fundo-de-saco de Douglas (só tem isso quem tem colo); CVT comprimento vaginal total; Primeiro avaliar a letra minúscula; → a: parede vaginal anterior; → p: parede vaginal posterior; Se a estrutura tiver positiva ela vai estar fora da vagina; Prolapso importante que tem que discutir cirurgia Se ela tiver negativa vai estar dentro do canal vaginal; Não tem prolapso ou é um prolapso pequeno; 0 intróito vaginal; Na ausência de prolapso Aa e Ba estarão no mesmo lugar em 3; Na ausência de prolapso Ap e Bp estariam ambos no mesmo lugar em 3; Não tem prolapso (a e p 3, tem útero D 8 e c 7 Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 09 Incontinência urinária e prolapsos 12 Tem prolapso de parede anterior, tem útero (faz colpoperineoplastia anterior) Tem prolapso de cúpula vaginal (sem D e prolapso de parede posterior → sendo o mais prolapsado a cúpula; Estadiamento prolapsos Estágio 0 não tem prolapso; Estádio I 1; Estádio II entre 1 e 1; Estádio III 1; Estádio IV CVT 2 (faltando 2 cm para comprimento vaginal) ou 4cm CVT REVISÃO Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212 Tutorial 09 Incontinência urinária e prolapsos 13 Caroline de F. Rosso - Medicina UNESC 212