Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

Prévia do material em texto

WBA0953_v1.0
APRENDIZAGEM EM FOCO
INTRODUÇÃO À TEORIA 
PSICANALÍTICA: GÊNESE E 
ESTRUTURA DA PSICANÁLISE 
2
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Autoria: Isadora Di Natale Nobre
Leitura crítica: Karla Cristina Gaspar 
Nesta disciplina, estudaremos o início do desenvolvimento da teoria 
psicanalítica. 
O objetivo será compreender a formação da teoria freudiana, no 
que se refere a formalização da Primeira Tópica, ou seja, a primeira 
concepção que Sigmund Freud desenvolve sobre o aparelho 
psíquico.
Para tanto, iniciaremos problematizando o contexto de vida de 
Freud e seus estudos iniciais como médico clínico. 
O primeiro interesse é voltado ao estudo da histeria, a partir do 
qual Freud chega a importantes considerações sobre a formação 
dos sintomas histéricos e desenvolve um método particular de 
tratamento.
Ele se dedica ao estudo da formação dos sintomas e de um outro 
fenômeno que desperta o seu interesse: os sonhos. A partir daí, 
compreende o funcionamento do inconsciente e em consequência, 
do psiquismo como um todo.
A disciplina se dividirá em quatro blocos.
O primeiro será dedicado a contextualização dos fundamentos da 
teoria psicanalítica, perpassando pelos estudos iniciais de Freud e 
a descoberta do inconsciente, assim como o desenvolvimento do 
método analítico de tratamento.
3
O segundo apresentará o desenvolvimento da Primeira Tópica, 
explicitando o funcionamento dos sistemas inconsciente, pré-
consciente e consciente, segundo a primeira concepção do aparelho 
psíquico desenvolvida por Freud. 
O terceiro se dedicará a apresentar a teoria dos sonhos, 
compreendendo-os como o principal caminho para o estudo do 
inconsciente e seu funcionamento.
O último bloco terá como foco o desenvolvimento das 
particularidades do trabalho onírico com a apresentação dos 
conceitos de condensação, deslocamento, figurabilidade e 
elaboração secundária à luz da Primeira Tópica.
INTRODUÇÃO
Olá, aluno (a)! A Aprendizagem em Foco visa destacar, de maneira 
direta e assertiva, os principais conceitos inerentes à temática 
abordada na disciplina. Além disso, também pretende provocar 
reflexões que estimulem a aplicação da teoria na prática 
profissional. Vem conosco!
O desenvolvimento da teoria 
psicanalítica 
______________________________________________________________
Autoria: Isadora Di Natale Nobre
Leitura crítica: Karla Cristina Gaspar
TEMA 1
5
DIRETO AO PONTO
Freud nasceu em 6 de maio de 1856, em Freiberg, situada no 
Império Austríaco, onde, hoje, é a República Tcheca. De família 
judaica, muda-se com sua família para Viena, em 1860. Forma-se em 
Medicina, pela Universidade de Viena, em 1881, dedicando-se aos 
estudos de Neurologia. Em 1885-1886, Freud vai à Paris para realizar 
um estágio no Hospital de Salpêtrière, com Jean-Martin Charcot. Lá, 
tem contato com a técnica da hipnose no tratamento de pacientes 
que apresentam sintomas histéricos. 
Freud volta à Viena e começa a aplicar a técnica em seus 
atendimentos clínicos, percebendo que fornece importantes 
descobertas sobre os sintomas da histeria. Ele se junta ao seu colega 
Josef Breuer e juntos estudam tais quadros. Breuer compartilha com 
Freud um caso que ele atendeu em 1880, o de Anna O. Esse caso é 
considerado, posteriormente, o caso fundador da Psicanálise, uma 
vez que eles chegam à importantes considerações por sua análise.
A hipótese que formulam é que os sintomas histéricos advém de 
lembranças de acontecimentos traumáticos na vida da paciente. 
No estado consciente, as pacientes não se recordam dos eventos 
traumáticos, porém, durante a hipnose conseguem revelá-los.
Freud e Breuer chegam a duas explicações possíveis para que 
esses acontecimentos se tornem traumáticos. Uma delas é o 
fato da reação emocional produzida pelo evento não ter sido ab-
reagida, ou seja, expressa. Justamente por apresentar conteúdos 
que contradizem os valores e ideias da consciência, produzindo 
vergonha, pavor, angústia, ou outros afetos que são insuportáveis 
para a consciência, sendo esses reprimidos, formando uma outra 
consciência que se manifesta como sintoma corporal no paciente. 
6
Surge, então, o conceito de repressão. A lembrança do trauma se 
mantém viva mesmo passado muito tempo de sua ocorrência. 
Os histéricos fixam sua vida psíquica nos traumas patogênicos do 
passado, tal fenômeno é chamado de fixação. 
A outra explicação que formulam para que o acontecimento se 
torne traumático é o fato dele ter ocorrido em um estado psíquico 
peculiar, chamado por Breuer de estados hipnoides, nesses, os 
conteúdos psíquicos não conseguem ser associados com os demais 
conteúdos da consciência por sua intensidade afetiva. Concluem 
que a vida psíquica é formada por uma divisão, não sendo uma 
unidade, há uma cisão psíquica. O sintoma histérico permanente 
corresponderia à atuação do segundo estado de consciência na 
referência corporal consciente da paciente, o que Freud chama de 
conversão.
Desenvolvem, então, o método catártico para o tratamento da 
histeria. Sob efeito da hipnose, o médico interroga a paciente sobre 
a origem do sintoma, sendo este provocado por um ou uma série 
de traumas psíquicos. A paciente consegue, então, rememorar tais 
acontecimentos e expressar a energia afetiva correspondente que 
estava, até então, represada, manifestando-a e fazendo, assim, com 
que o sintoma desapareça. 
A recordação em conjunto com a exteriorização afetiva da ocasião 
e motivo de seu aparecimento, faz o sintoma desaparecer. Dessa 
forma, concluem que, de alguma forma, esse afeto foi reprimido, 
porém, se manteve vivo em uma outra consciência, chamada por 
Freud de inconsciente. As ideais inconscientes, mesmo sem serem 
lembradas, exercem grande influência na vida das pacientes, 
produzindo os sintomas que seriam processos simbólicos 
dos conteúdos que originaram o trauma, necessitando serem 
decifrados. Nada acontece ao acaso na vida psíquica, há sempre um 
sentido oculto a ser revelado.
7
Ao longo de seus atendimentos, Freud se depara com uma nova 
descoberta. Os impulsos instintuais que causam os sintomas 
histéricos, quando revelados, tratam-se de ideias e ocorrências da 
vida sexual.
O método catártico é utilizado por Freud até que ele começa a 
encontrar algumas barreiras, nem todos os pacientes conseguem 
ser hipnotizados. Isso faz com que ele investigue nova técnica para a 
rememoração dos acontecimentos traumáticos e percebe que pela 
insistência do médico, com alguns manejos específicos, o paciente 
consegue acessar lembranças mesmo sem estar sob efeito da 
hipnose. 
Entretanto, Freud encontra dificuldades nesse novo método, parece 
ter uma força que dificulta o querer saber do paciente e, para esse 
fenômeno ele dá o nome de resistência, que ocorre como uma 
defesa do Eu, uma vez que as lembranças causam desprazer, sendo 
intoleráveis pela própria consciência. Conclui ele que, para que o 
tratamento se efetive há de se vencer tais resistências para que as 
ideias patogênicas emerjam. Nesse novo método, tanto o médico 
quanto o paciente precisam se esforçar mais, sendo que a relação 
entre ambos também será primordial para que o tratamento se 
desenvolva. Freud pontua a importância da confiança na base de tal 
relação. Inicia-se, então, o caminho para o método psicanalítico.
8
Figura 1 – Linha do tempo de Freud e ocorrências significativas 
de sua vida para o início da Psicanálise 
Fonte: elaborada pelo autor.
Referências bibliográficas
BREUER, J.; FREUD, S. Obras completas, volume 2: estudos sobre a histeria 
(1893-1895). Tradução Laura Barreto. 1. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 
2016.
FREUD, S. Cinco lições de Psicanálise (1910). Tradução Saulo Krieger. São 
Paulo: Cienbook, 2019. 
PARA SABER MAIS
O caso considerado fundador da Psicanálise, o de Anna O., 
não foi atendido por Freud, mas por seu colega Josef Breuer. O 
acompanhamento do caso, assim como o desenvolvimento de 
seu tratamento, ilustra importantes conceitos que Freud e Breuer 
desenvolverão posteriormente.
Um dessesconceitos, que formará a base para a teoria psicanalítica, 
que fica muito claro ao acompanhar o relato do caso, é a noção da 
9
existência de duas consciências que aparentemente nada sabem 
uma da outra. 
Aos poucos, durante um tratamento que durou aproximadamente 
dois anos, em diferentes fases de melhoras e pioras clínicas, 
paulatinamente, os sintomas foram desaparecendo cada vez 
que eram rememorados e expressados sob efeito de hipnose, 
eliminados pela narração, ou seja, pela palavra. 
Freud continua seus estudos e atendimentos clínicos, e chega a 
uma nova descoberta, ponto de divergência entre ele e Breuer, já 
elucidado nos escritos de Estudos sobre a histeria (1893-95). A partir 
de então, seguem caminhos distintos. Tais discordâncias residem, 
principalmente, na constatação de Freud quanto à primazia da 
sexualidade na etiologia da histeria. Também o conceito de estados 
hipnoides não continua sendo desenvolvido e utilizado por Freud.
Referências bibliográficas
BREUER, J.; FREUD, S. Obras completas, volume 2: estudos sobre a histeria 
(1893-1895). Tradução Laura Barreto. 1. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 
2016.
TEORIA EM PRÁTICA
Em uma instituição de reabilitação para pessoas com deficiência 
física, o psicólogo faz parte de uma equipe multidisciplinar, 
composta por fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, médicos, 
fonoaudiólogos, arteterapeutas, entre outros profissionais de 
diversas formações que compõem distintos olhares e intervenções. 
Uma mulher, de 23 anos, inicia o tratamento devido a um quadro de 
lesão medular por ferimento de arma branca após sofrer tentativa 
10
de assalto há um ano no trajeto de retorno do seu trabalho para 
sua casa. Antes do ocorrido, morava sozinha e trabalhava na área 
administrativa de uma empresa. Após a lesão, mudou-se para 
a casa dos pais e encontra-se afastada do trabalho. Teve como 
principal sequela um quadro de paraplegia incompleta, utilizando-
se de uma cadeira de rodas para locomoção. Inicia as terapias de 
fisioterapia, terapia ocupacional e Psicologia, comparecendo sempre 
acompanhada pela mãe que a auxilia, tanto para manusear a 
cadeira de rodas quanto em outras atividades em casa. Apresenta-
se emocionalmente fragilizada, chorosa e refere quadro importante 
de insônia.
Após alguns meses de tratamento, começa a apresentar melhora de 
seu quadro motor e emocional, consegue adquirir maior autonomia, 
mesmo em cadeira de rodas, passa a realizar suas atividades diárias 
de forma independente, também se apresenta emocionalmente 
mais fortalecida, conseguindo, aos poucos, se adaptar à sua nova 
imagem corporal.
Faltando um mês para ter alta, a paciente começa a ficar mais 
ansiosa, traz sua preocupação frente à perícia que fora agendada, 
visando à reavaliação de sua condição para o retorno ao trabalho. 
Além disso, começa a se queixar de dores que impactam em sua 
rotina, voltando a depender de sua mãe para realizar atividades 
que já estava conseguindo fazer sozinha, como, por exemplo, tomar 
banho e se vestir. Os médicos solicitam exames e não descobrem 
novas causas para esse quadro álgico. O fisioterapeuta começa 
a desconfiar dos sintomas apresentados pela paciente, uma vez 
que não há nenhuma causa física que os justifique. A paciente 
mostra-se muito entristecida, pois refere que gostaria de estar 
menos dependente da mãe, principalmente, em um momento tão 
importante como esse (alta da instituição e possibilidade de retorno 
ao trabalho). A equipe, então, agenda uma reunião interna com 
todos os profissionais que atendem a paciente para discutir o caso. 
11
Reflita sobre o papel do psicólogo frente à equipe multidisciplinar, 
assim como a conduta pertinente ao acompanhamento psicológico 
do caso.
Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, 
acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de 
aprendizagem.
LEITURA FUNDAMENTAL
Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis 
em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log 
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em 
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições 
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou 
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet. 
Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de 
autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos 
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve, 
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na 
construção da sua carreira profissional. 
Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da 
nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!
Indicação 1
O artigo consiste na análise da relação de Freud e Breuer, seus 
pontos de convergência e divergência, a partir da discussão do caso 
de Anna no que se refere à práxis da psicanálise.
Indicações de leitura
12
RABÊLO, F. C. Sobre o legado de Breuer e Anna O. Tempo Psicanalítico, v. 43, 
p.391-407. Rio de Janeiro, 2011.
Indicação 2
O livro consiste na apresentação completa de uma série de palestras 
que Freud proferiu nos Estados Unidos, em 1909, explicando alguns 
conceitos da psicanálise a partir de exposições de casos e exemplos 
para ilustrar sua teoria de fácil acesso à uma classe não médica.
FREUD, S. Cinco lições de psicanálise (1910). Tradução Saulo Krieger, p.45-56. 
São Paulo: Cienbook, 2019. 
QUIZ
Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a 
verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber 
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste 
Aprendizagem em Foco.
Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão 
elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco 
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de 
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho 
da questão.
1. No trecho abaixo, retirado do livro Cinco lições de psicanálise, 
Freud (1910, p. 51-52) explicita dois conceitos por meio da 
parábola da palestra. Preencha a lacuna com a resposta 
correta.
“Suponhamos que aqui, nesta sala e neste auditório, cuja 
calma e atenção exemplares eu não conseguiria louvar a 
13
contento, estivesse um indivíduo que se comportasse de 
modo perturbador, e que, por suas risadas, tagarelices 
e movimentos dos pés, desvirtuasse a atenção de vocês 
de minha tarefa. E que eu declarasse que desse modo 
não prosseguiria a ministrar, e com isso entre vocês se 
levantassem alguns homens vigorosos e, após um breve 
embate, pusessem o elemento perturbador da porta para 
fora. Desse modo, eu posso continuar minha conferência. 
Mas, com isso, para que a perturbação não se repita, quando 
o expulso tenta novamente entrar na sala, os senhores, que 
fizeram valer minha vontade, colocam suas cadeiras contra 
a porta, e assim se estabelece um (a) _________ após um (a) 
consumado (a) _________”.
a. Fixação; repressão.
b. Resistência; repressão.
c. Resistência; trauma.
d. Repressão; resistência.
e. Trauma; repressão. 
2. A partir do acompanhamento do caso de Anna O., qual foi 
a principal descoberta de Freud e Breuer, que será a ideia 
fundamental para o desenvolvimento da Psicanálise? 
a. Sexualidade.
b. Sintomas histéricos.
c. Ideias patogênicas.
d. Cisão da psique.
e. Hipnose. 
GABARITO
14
Questão 1 - Resposta B
Resolução: À força que resiste a entrada de conteúdos de 
desprazer à consciência Freud deu o nome de resistência. 
O processo pelo qual tais conteúdos não são aceitos pela 
consciência compreende-se por repressão. Já, a fixação, seria 
o fenômeno que faz com que os pacientes fixem sua vida 
psíquica ao passado, ao acontecimento traumático. O trauma 
consiste no próprio acontecimento ou série de acontecimentos 
em que o afeto não pode ser expresso, ficando então 
represado. 
Questão 2 - Resposta D
Resolução: Dentre muitas contribuições realizadas a partir 
do caso de Anna O., o conceito fundamental é a ideia de 
que há uma divisão, uma cisão da psique, na qual Freud 
desenvolverá o conceito de inconsciente,que será a base para 
o desenvolvimento de outros conceitos dentro da Psicanálise. 
O modelo topográfico do aparelho 
psíquico: Primeira Tópica 
______________________________________________________________
Autoria: Isadora Di Natale Nobre
Leitura crítica: Karla Cristina Gaspar
TEMA 2
16
DIRETO AO PONTO
A primeira concepção do aparelho psíquico, elaborada por Freud, se 
refere aos três sistemas chamados de inconsciente, pré-consciente 
e consciente, que será desenvolvida a partir dos estudos de Freud 
com os sonhos. 
Nomeada de Primeira Tópica, utiliza-se do termo topografia 
referindo-se aos lugares psíquicos dos processos que descreverá e 
não a lugares anatômicos.
Após abandonar o uso da hipnose e desenvolver o método 
analítico de associação de palavras para tratamento, enquanto 
os pacientes expressavam livremente seus pensamentos e ideias, 
Freud se depara com outros fenômenos clínicos, além dos sintomas 
histéricos, que também considerou substitutos do conteúdo 
inconsciente, como, por exemplo, os atos falhos, os esquecimentos 
e o relato de sonhos. Ao estudar esses fenômenos, compreende não 
somente o inconsciente, mas o funcionamento do aparelho psíquico 
como um todo. 
O aparelho psíquico comporta um funcionamento dinâmico e 
possui uma direção progressiva-regressiva, marcado pela relação 
consciente e pelo conflito entre os diferentes sistemas (inconsciente, 
pré-consciente, consciente). 
A direção progressiva se inicia com estímulos internos ou externos e 
termina com uma descarga motora, a motilidade. Alguns processos 
percorrem essa sequência temporal determinada, já outros, 
trabalham no caminho inverso, pela via regressiva, no sentido da 
extremidade motora para a extremidade sensorial e, para esse 
fenômeno Freud dá o nome de regressão, que estará presente tanto 
nos sonhos quanto no estado de vigília, sob a forma de imagens 
mnêmicas.
17
As percepções advindas dos estímulos são recebidas pela 
extremidade sensível do aparelho psíquico, deixando traços de 
memória, porém, o sistema responsável por associar e armazenar 
tais percepções não é o mesmo que as recebe, este permanece 
sempre aberto aos novos estímulos, sem nada conservar. Aqui já 
há uma diferenciação dos sistemas, daquele que recebe para o 
que armazena os traços mnêmicos. Os mesmos formam a base 
para associação, que ocorre por diminuição da resistência ou por 
estabelecimento de caminhos facilitadores. Dessa forma, a excitação 
se propaga de um dos elementos mnêmicos para outro.
Figura 1 – Os três sistemas do aparelho psíquico
Fonte: elaborada pelo autor..
O sistema chamado de pré-consciente estaria localizado na 
extremidade motora, indicando que os processos de excitação 
ocorridos nele podem chegar à consciência sem impedimento, caso 
atinjam certo grau de intensidade e chamem para si a atenção. 
Funciona como um filtro de passagem dos conteúdos para a 
consciência. O inconsciente só tem acesso à consciência através 
18
dele, mas não antes de seus conteúdos serem modificados e de 
certa forma, distorcidos e, portanto, não reconhecidos, para que 
sejam aceitos pela consciência.
O inconsciente quer garantir a descarga livre da excitação 
acumulada, já o pré-consciente trabalha na inibição dessa descarga, 
desviando-a para possibilitar uma satisfação parcial e indireta, que 
seja tolarada pela consciência.
Freud compara a consciência à um órgão sensorial que capta as 
percepções de qualidades psíquicas. Sob a perspectiva dos sistemas, 
seria o último, após o pré-consciente.
O desenvolvimento do aparelho psíquico é explicado por Freud 
desde a infância. Devido às condições de nossa espécie, o recém-
nascido humano vive uma experiência de desamparo por ser 
totalmente dependente de cuidados para sua sobrevivência. Há nele 
uma certa organização psíquica, que se esforça para manter-se o 
mais livre possível de estímulos. 
Para eliminar a tensão decorrente de uma estimulação interna, 
por exemplo a fome, o recém-nascido precisa de auxílio. É por 
meio desse auxílio de um outro, normalmente a mãe, que o bebê 
atinge a experiência de satisfação, pondo fim ao estímulo interno. 
Tal experiência é acompanhada de uma percepção que produz um 
traço mnêmico (memória) que será associado à satisfação. Toda vez 
que o bebê experienciar essa tensão, surgirá um impulso psíquico 
que procurará reinvestir na imagem do objeto com a tendência de 
reproduzir de forma alucinatória a experiência de satisfação. Freud 
dará o nome de desejo a esse impulso que parte do desprazer e visa 
o prazer.
Uma vez que o aparelho psíquico quer evitar o desprazer, a função 
do pré-consciente será inibir o avanço dessa carga mnemônica, 
19
impedindo-a de reproduzir a percepção do objeto, pois essa 
regressão necessariamente produzirá decepção, não sendo possível 
tal satisfação que ocorreu no passado e que permanece somente 
enquanto memória. 
Freud denominará de processo primário aquele que apenas o 
inconsciente admite, e de processo secundário o que resulta da 
inibição, correspondente, portanto, ao pré-consciente.
Referências bibliográficas
FREUD, S. Obras completas, volume 4: a interpretação dos sonhos (1900). 
Tradução Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
GARCIA-ROZA, L. A. Freud e o inconsciente. 2 ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1985. 
PARA SABER MAIS
As considerações de grande importância para a teoria psicanalítica 
advindas do desenvolvimento da Primeira Tópica do aparelho 
psíquico, pontuadas por Freud, se referem a compreensão do 
funcionamento do inconsciente que segue suas próprias leis. 
O estudo da formação dos sonhos fornece à Freud a possibilidade 
de compreender o funcionamento psíquico normal e não somente 
voltado à psicopatologia, como inicialmente estudado nos sintomas 
histéricos. Assim, tais descobertas fornecem a base para o 
desenvolvimento da teoria psicanalítica.
Freud começará a estudar outros fenômenos produzidos pelo 
inconsciente, por meio da análise de seus pacientes, não mais sob o 
efeito da hipnose, mas por meio de suas associações livres. Um dos 
fenômenos estudados por Freud e descrito em seu livro Conferências 
Introdutórias à Psicanálise (1916-17), será o de ato falho.
20
Ele considera que tudo o que o paciente fala tem sentido, 
principalmente os conteúdos que parecem ser insignificantes 
ou despropositados ou mesmo equívocos. Os atos falhos são, 
para Freud, atos psíquicos que estão relacionados a desejos 
inconscientes, que foram reprimidos. 
A diferença entre o que o paciente quer falar, sua intenção, e o que 
acaba falando, como, por exemplo, um nome próprio que à princípio 
parece ser um equívoco no discurso, Freud compreenderá como 
dotado de sentido e que carrega conteúdos reprimidos, portanto, 
inconscientes, apontando também ao caminho da análise.
Referências bibliográficas
FREUD, S. Obras completas, volume 13: conferências introdutórias à 
psicanálise (1916-1917). Tradução Sergio Tellaroli São Paulo: Companhia das 
Letras, 2014.
TEORIA EM PRÁTICA
Um paciente chega ao consultório, homem, de 57 anos, empresário, 
sendo encaminhado pelo psiquiatra, com um quadro de ansiedade. 
Há um mês o paciente sofreu um infarto e procurou ajuda médica. O 
psiquiatra, em um primeiro momento, não prescreveu medicação e 
o encaminhou à psicoterapia.
Em um primeiro atendimento, parece estar desconfiado, nunca 
havia sido atendido por um psicólogo ou realizado análise. Percebe-
se um certo desconforto em estar ali, porém, veio a pedido do seu 
médico, como ele mesmo explica.
Passam-se algumas semanas, o paciente continua frequentando 
semanalmente as sessões, apresentando queixas sobre seu 
21
trabalho, sua rotina e funções etc. Mora sozinho, não tem filhos ou 
relacionamentos amorosos no momento, sua vida parece se centrar 
no trabalho. 
Até que em uma das sessões, suas associações o levam a uma 
temática que parece ser de difícil abordagem para ele: a relação com 
a mãe. Estava comentando sobre uma mulher do trabalho que o 
fazia se lembrarde sua mãe, o analista pergunta então como era sua 
relação com a mãe, ao passo que ele afirma ser normal e começa a 
falar de outro assunto. 
Na próxima semana, ele falta à sessão e na seguinte leva uma 
situação de trabalho que o preocupava.
Reflita sobre a postura do paciente. Qual fenômeno se apresenta ao 
analista e como poderá ser sua conduta a partir dessa experiência 
clínica?
Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, 
acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de 
aprendizagem.
LEITURA FUNDAMENTAL
Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis 
em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log 
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em 
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições 
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou 
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet. 
Indicações de leitura
22
Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de 
autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos 
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve, 
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na 
construção da sua carreira profissional. 
Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da 
nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!
Indicação 1
O artigo tem como objetivo analisar a primeira tópica freudiana a 
partir da possibilidade de uma representação se tornar consciente, 
explanando, dessa forma, o conceito de consciência para Freud.
CAROPRESO, F. Representação, atenção e consciência na primeira teoria 
freudiana do aparelho psíquico. Natureza humana, v.10 n.1, p.47-72,2008.
Indicação 2
O livro tem como objetivo apresentar, na forma de vocabulário, os 
principais conceitos da teoria psicanalítica, em ordem alfabética e 
descritiva.
LAPLANCHE, J.; PONTALIS, J. L. Vocabulário de Psicanálise. Tradução Pedro 
Tamen. São Paulo: Martins Fontes, 1991. 
QUIZ
Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a 
verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber 
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste 
Aprendizagem em Foco.
23
Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão 
elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco 
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de 
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho 
da questão.
1. Quais desses fenômenos estão relacionados aos processos 
secundários? 
a. Pré-consciente; inconsciente.
b. Inibição; inconsciente.
c. Inconsciente; resistência. 
d. Pré-consciente; inibição.
e. Consciente; atenção. 
2. O sistema _________ quer garantir a livre descarga de 
excitações, já o sistema _________ tem a função de inibir tais 
descargas, tendo como objetivo evitar o desprazer.
Preencha as lacunas com as respostas corretas.
a. Consciente; inconsciente.
b. Inconsciente; pré-consciente.
c. Pré-consciente, consciente.
d. Pré-consciente, inconsciente.
e. Inconsciente; consciente. 
24
GABARITO
Questão 1 - Resposta D
Resolução: A resposta correta é alternativa d: pré-consciente 
e inibição, pois os processos secundários correspondem ao 
funcionamento do sistema pré-consciente e duas de suas 
funções são a inibição e a atenção. 
O sistema inconsciente, apresentado nas alternativas a, b, c é 
relacionado aos processos primários, portanto, não se referem 
aos processos secundários.
O sistema consciente, apresentado na alternativa e, é 
relacionado aos processos de consciência (percepção), 
consistem em conteúdos que passaram pelo filtro do segundo 
sistema, o pré-consciente. 
Questão 2 - Resposta B
Resolução: O sistema inconsciente funciona visando a livre 
descarga de excitações, ao passo que o pré-consciente funciona 
como um filtro, inibindo as descargas de excitações advindas 
do inconsciente. 
O sonho na teoria psicanalítica 
______________________________________________________________
Autoria: Isadora Di Natale Nobre
Leitura crítica: Karla Cristina Gaspar
TEMA 3
26
DIRETO AO PONTO
A primeira concepção que Freud desenvolve sobre o aparelho 
psíquico (Primeira Tópica) se baseará, principalmente, nos estudos 
do sonho, publicado no livro de 1900, A interpretação dos sonhos, no 
qual apresentará conceitos fundamentais para o desenvolvimento 
da Psicanálise.
A ideia principal que Freud apresenta é de que os sonhos possuem 
um sentido oculto que pode ser revelado pela interpretação, 
contrapondo-se às concepções dominantes da época.
A formação do sonho obedece às leis inconscientes, que trabalham 
por meio de associações de representações, formando elos e nexos 
entre as ideias e os desejos, por isso, no sonho, algo que parece ser 
irrelevante trará em si um sentido. Para Freud, não há nada de acaso 
nas produções psíquicas, mesmo os elementos que parecem ser 
irrelevantes, contêm significados.
Figura 1 - Relação entre conteúdo manifesto e latente do sonho
Fonte: elaborada pelo autor.
27
Para que a interpretação ocorra, o sonho precisa ser dividido em 
seus elementos, pois é considerado um conglomerado de formações 
psíquicas em que cada parte necessita de um olhar e análise atenta. 
O paciente é solicitado então a fornecer todas suas associações 
sobre os elementos do sonho.
Freud descobre que todo sonho tem seu conteúdo manifesto, que 
é o que o sonho exibe, em toda sua estranheza, contradição, 
ambiguidade, é tudo aquilo que o paciente relata do sonho. O seu 
conteúdo latente seriam os pensamentos ocultos por trás do sonho, 
que só serão descobertos pela interpretação. Esses conteúdos estão 
disfarçados no conteúdo manifesto, pelo sistema pré-consciente, 
através da deformação onírica.
Ao interpretar tais conteúdos Freud descobre que os sonhos são 
realizações de desejos reprimidos e que se referem às lembranças 
infantis de impulsos sexuais. Portanto, a deformação onírica funciona 
como proteção, como uma defesa para que os desejos não sejam 
reconhecidos ou percebidos pelo sonhador. Quanto mais rigorosa 
for a censura, mais elaborado será o disfarce.
Freud passa então a desenvolver a concepção de duas instâncias 
psíquicas que funcionam de forma diferente e que estão em 
constante relação. Enquanto uma quer realizar o desejo, a outra 
o inibe. Os sonhos penosos mostram-se penosos somente para a 
segunda instância (chamada, posteriormente, de pré-consciente), 
mas, ao mesmo tempo, realizam um desejo da primeira instância 
(inconsciente). Portanto, mesmo esses sonhos são realizações de 
desejos.
O estímulo para a formação dos sonhos ocorrerá a partir dos 
eventos que ocorreram durante o dia anterior ao sonho. Ao 
selecionar seu material, o sonho obedece a princípios diferentes 
do estado de vigília, lembrando-se de que elementos tidos como 
28
irrelevantes e não notados. Ele acessa impressões da nossa primeira 
infância, recuperando detalhes dessa fase de vida que pareciam 
terem sido esquecidos. Tais impressões precisam apresentar um 
vínculo com as experiências do dia do sonho. 
Freud consegue classificar os diferentes tipos de sonhos. Sonhos de 
comodidade são sonhos que substituem o ato da necessidade do 
estímulo somático, por exemplo, que se refere ao desejo de beber 
água resultante da sensação de sede, gerando o sonho em que a 
pessoa bebe água. Ao realizar o desejo em sonho, o sonhador não 
precisa despertar, assim sendo, tais sonhos servem-se ao propósito 
do sonhador continuar dormindo. Na maioria das vezes, esses 
sonhos se apresentam sem nenhum disfarce, são sucintos e simples, 
como os sonhos das crianças, em que suas produções psíquicas são 
mais simples do que as do adulto. 
Sonhos de contradesejo são os sonhos que Freud encontra em 
alguns de seus pacientes que, em atitude de resistência frente ao 
tratamento, desejam que ele esteja errado em relação a sua teoria 
dos sonhos, pois não concordam com a afirmação do médico de que 
os sonhos são realizações de desejo. Outro motivo para a formação 
desse tipo de sonhos são os que contém satisfaçãode tendências 
masoquistas, em que os componentes agressivos e sádicos são 
convertidos, pela deformação onírica, em sonhos de contradesejo. 
Há o sonho recorrente que seriam os sonhos que ocorreram na 
infância e, posteriormente, seguem ocorrendo de tempos em 
tempos no adulto. E os sonhos típicos que ocorrem em muitas 
pessoas, de forma semelhante, parecendo ter o mesmo significado. 
Exemplo deles são os sonhos de exibição, em que se experimenta 
um embaraço causado pela nudez; sonhos de mortes de pessoas 
queridas; sonhos de voar acompanhados de prazer ou de cair 
acompanhados de angústia; sonhos de exames que geram medo da 
29
prova, por exemplo. Freud afirma que o método da interpretação 
não se mostra eficaz para esses sonhos típicos. 
De forma geral, em todos os sonhos, há subjacente lembranças e 
impressões da primeira infância, revelando-se realizações de desejos 
sexuais reprimidos e também de impulsos egoístas, características 
particulares da psique infantil.
Freud afirma que há uma parte dos sonhos que é deixada na 
obscuridade, que não consegue ser interpretada, ele a chamará 
de umbigo do sonho. Ele chega à conclusão de que os sonhos têm 
vários significados e que, portanto, há sempre novas associações 
que podem surgir, aceitando outras interpretações. Tais fenômenos 
serão nomeados de sobredeterminação e superinterpretação.
Referências bibliográficas
FREUD, S. Obras completas, volume 4: a interpretação dos sonhos (1900). 
Tradução Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
GARCIA-ROZA, L. A. Freud e o inconsciente. 2 ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1985. 
PARA SABER MAIS
Freud ao estudar os sonhos faz a afirmação de que os sonhos são 
fenômenos psíquicos e não somáticos, como as teorias dominantes 
da época afirmavam. Por isso, mais uma vez Freud se vê na função 
de explicar minuciosamente, com inúmeros casos apresentados, 
seus pressupostos e hipóteses, baseando-se em seus atendimentos 
e seus próprios sonhos. 
A primeira parte do livro A interpretação dos sonhos (1900) é dedicada 
a exploração das teorias sobre os sonhos de sua época, para, 
30
então, em um segundo momento, apresentar sua teoria e conceitos 
que desenvolve a partir da formação dos sonhos como produção 
psíquica.
Um ponto que ele estuda é o simbolismo dos sonhos. Pela 
deformação onírica, encontramos outros fatores que servem 
igualmente à censura. Freud chamará de símbolo o elemento do 
sonho correspondente ao pensamento onírico latente. Relação 
simbólica será a relação estabelecida entre o elemento do sonho e 
sua tradução.
Freud afirma que a maioria dos símbolos encontrados nos sonhos 
têm natureza sexual. Por exemplo, a genitália feminina pode ser 
representada simbolicamente com algum objeto que abriga algo 
dentro de si como um vaso, caixas etc.
Sua função, assim como a censura onírica, é a de conduzir 
ao sonhador à estranheza e incompreensibilidade do sonho, 
disfarçando, portanto, os desejos e pensamentos oníricos latentes. 
O sonhador não conhece e não reconhece esses símbolos, são 
inconscientes, pertencentes à vida inconsciente do sonhador.
Essas relações simbólicas não são exclusivas dos sonhos, mas estão 
presentes nos mitos, religiões, artes, linguagem, em provérbios e 
cantigas populares, contos de fadas etc. Apesar desses símbolos 
em outras áreas não serem exclusivamente de caráter sexual, 
nos sonhos aparecem quase que exclusivamente com relação à 
sexualidade do sonhador.
31
Referências bibliográficas
FREUD, S. Obras completas, volume 13: conferências introdutórias à 
psicanálise (1916-1917). Tradução Sergio Tellaroli. São Paulo: Companhia das 
Letras, 2014.
TEORIA EM PRÁTICA
Você, como psicólogo (a), é convidado (a) a participar de uma mesa 
em um congresso que abordará, entre os temas principais, os 
sonhos.
A mesa será composta por um neurologista, um espiritualista e você 
convidado (a), como psicólogo (a), para debaterem sobre os sonhos, 
suas diversas explicações e hipóteses.
Um caso é apresentado para fomentar a discussão. Um homem, de 
45 anos, que sonha com a morte de seu pai e acorda atordoado com 
esse sentimento de perda e angústia.
O que o psicólogo tem a dizer sobre esse sonho? Em que a 
Psicanálise pode contribuir nesse debate?
Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, 
acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de 
aprendizagem.
LEITURA FUNDAMENTAL
Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis 
em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log 
Indicações de leitura
32
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em 
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições 
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou 
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet. 
Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de 
autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos 
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve, 
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na 
construção da sua carreira profissional. 
Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da 
nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!
Indicação 1
O artigo tem como foco o sonho na Psicanálise, desde Freud, 
contribuindo às reflexões sobre a relação analítica, a arte do sonho 
e as implicações do analista no processo de análise dos sonhos. 
No artigo, o autor traz três casos clínicos como ilustração de suas 
reflexões.
PERRINI. E. A. L. Me alugo para sonhar. Algumas ideias sobre sonhos e sonhar 
na Psicanálise. Jornal de Psicanálise, v. 50 n.93, 2017, p.67-78.
Indicação 2
O capítulo retirado da biografia de Freud, tem como foco o 
desenvolvimento da Psicanálise e os fundamentos e contextos da 
vida de Freud na época em que escreve o livro A interpretação dos 
sonhos.
GAY, P. Capítulo 3: Psicanálise. In: GAY, Peter. Freud: uma vida para o nosso 
tempo. Tradução Denise Bottmann. 2 ed. São Paulo: Companhia das Letras, 
2012. 
33
QUIZ
Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a 
verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber 
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste 
Aprendizagem em Foco.
Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão 
elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco 
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de 
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho 
da questão.
1. Sobre quais sonhos, Freud afirma que seu método parece ser 
ineficaz?
a. Sonhos de comodidade.
b. Sonhos recorrentes.
c. Sonhos típicos. 
d. Sonhos de contradesejo. 
e. Freud não realiza tal afirmação. Para ele, seu método pode ser 
utilizado em todos os tipos de sonhos. 
2. Ao conteúdo que o paciente relata sobre o sonho é dado o 
nome de _________. Já ao que será revelado pela interpretação, 
será o conteúdo _________. 
a. Primário; secundário.
b. Latente; manifesto. 
c. Secundário; primário. 
d. Manifesto; latente. 
e. Manifesto; consciente. 
34
GABARITO
Questão 1 - Resposta C
Resolução: Os sonhos típicos são sonhos que, para Freud, 
parecem apresentar dificuldades à interpretação, pois o 
material associativo que o sonhador oferece não basta para sua 
interpretação. Ele afirma isso diversas vezes no decorrer de seu 
livro A interpretação dos sonhos (1900). 
Questão 2 - Resposta D
Resolução: O conteúdo manifesto é o nome dado ao conteúdo 
relatado pelo paciente, exibido pelo sonho. O conteúdo 
latente é o nome dado ao conteúdo oculto do sonho, que será 
interpretado a partir das associações do paciente ao médico. 
O trabalho do sonho 
______________________________________________________________
Autoria: Isadora Di Natale Nobre
Leitura crítica: Karla Cristina Gaspar
TEMA 4
36
DIRETO AO PONTO
Em seus estudos dos sonhos, Freud se depara com particularidades 
da formação dos sonhos, destacando quatro fenômenos: 
condensação, deslocamento, figurabilidade e elaboração secundária, 
que são responsáveis portransformar o conteúdo latente do sonho 
em manifesto.
Por meio da interpretação, chega-se aos pensamentos oníricos 
por trás do conteúdo do sonho, que são compreensíveis. Já os 
conteúdos oníricos, utilizam-se de signos, representados por 
imagens e, por isso, demandam interpretação. 
Portanto, o sonho é uma representação metafórica, trata da pessoa 
do sonhador e é sempre uma realização de desejo inconsciente, 
que atua por meio de uma deformação, influenciada pela censura, 
que visa proteger o indivíduo de conteúdos desagradáveis. Tais 
conteúdos reprimidos são, majoritariamente, de ordem sexual.
A condensação se refere a compressão dos pensamentos oníricos 
no material do sonho. Cada elemento do sonho se revela 
sobredeterminado, ou seja, um mesmo elemento contém inúmeros 
pensamentos oníricos por meio de associação de seus conteúdos. 
Podendo, assim, ter vários sentidos. Como, por exemplo, no sonho, 
uma pessoa que represente tantas outras, formando uma pessoa 
mista. 
O deslocamento é o fenômeno responsável pela transformação do 
conteúdo essencial dos pensamentos oníricos que no sonho pode 
estar centrado em torno de outros elementos, ou seja, transferindo 
a intensidade psíquica do elemento. Então, um pensamento de 
extremo valor pode ser tratado no sonho com valor inferior. Por 
isso, é de extrema importância que, ao interpretar um sonho, se 
37
preste atenção nos pequenos detalhes e em figuras que, muitas 
vezes, parecem não ter tanta relevância.
A figurabilidade refere-se a representabilidade visual, ou seja, às 
imagens (acústicas ou visuais) nas quais os pensamentos oníricos 
se transformam, formando grupos de representações. É uma nova 
linguagem para disfarçar seus conteúdos latentes. Assim, surge a 
aparência fantástica dos sonhos.
Os símbolos podem ser usados nesse ponto. Quando isso ocorre, 
a interpretação recorre às associações do sonhador, mas também 
ao conhecimento simbólico do analista, uma vez que os símbolos 
são coletivos, podendo ter sentidos próprios. Esses sentidos podem 
se associar aos pensamentos do sonhador, assim, reconhece-se a 
possibilidade de inúmeras interpretações para um mesmo elemento 
do sonho, no fenômeno chamado de sobreinterpretação. 
O quarto elemento do trabalho do sonho é a elaboração secundária, 
responsável por produzir uma aparente coerência do sonho, 
criando ordens e estabelecendo relações, procura dar sentido ao 
sonho. Tem um papel ordenador e interpretativo. Freud chama de 
pensamentos-argamassa essas interpolações e acréscimos, que são 
criadas para dar sentido aos sonhos, entretanto, são os primeiros 
pensamentos a serem esquecidos pelo sonhador. Esse sentido 
criado é sempre muito distante do significado real do sonho.
A elaboração secundária pode se utilizar de fantasias diurnas 
inconscientes que já estão prontas, reunidas, condensadas, 
introduzindo-as no contexto do sonho. 
Os sonhos podem conter tanto impressões sensoriais noturnas 
quanto pensamentos relacionados às atividades do estado de 
vigília, porém, esses estarão sempre associados a parte essencial do 
38
conteúdo latente do sonho que provém dos conteúdos reprimidos 
inconscientes.
Figura 1 - As quatro particularidades da formação do sonho
Fonte: elaborada pelo autor.
Referências bibliográficas
FREUD, S. Obras completas, volume 4: a interpretação dos sonhos (1900). 
Tradução Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2019. 
39
PARA SABER MAIS
Um ponto importante sobre os sonhos é a consideração que Freud 
faz sobre os afetos que, segundo ele, seriam os menos influenciados 
pelo efeito da censura.
A formação do sonho realiza algo curioso com os afetos, mantém o 
afeto reprimido em seu conteúdo original, porém, o associa a outro 
grupo de representações, desprendendo-o de seu pensamento 
onírico correspondente, inserindo-o em qualquer outro lugar do 
sonho. Dessa forma, o afeto fica separado de suas ligações originais. 
Por isso que, nos sonhos, alguma situação específica, muitas 
vezes, não é acompanhada dos afetos esperados, podendo causar 
estranheza ao sonhador.
Entretanto, também pode ocorrer uma supressão dos afetos, em 
que a tonalidade emocional do pensamento onírico chega ao nível 
do indiferente, inibindo sua expressão. Ao mesmo tempo, pode 
transformar o afeto em seu oposto, realizando um deslocamento 
que trabalha à serviço da censura também. 
Esse último caso, da supressão e inversão dos afetos, Freud afirma 
que também ocorre em estados de vigília, servindo a dissimulação. 
Por exemplo, quando o sujeito quer dizer algo hostil, mas as 
convenções sociais o impedem, então fala palavras que não são 
grosseiras, mas acompanha com um olhar de ódio. A pessoa pode, 
muito bem, fingir o afeto oposto, sorrir quando estiver furiosa etc.
Dessa forma, vemos uma analogia entre os mecanismos que a 
censura exerce na formação dos sonhos e também nos processos 
que ocorrem no estado de vigília.
40
Referências bibliográficas
FREUD, S. Obras completas, volume 4: a interpretação dos sonhos (1900). 
Tradução Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
TEORIA EM PRÁTICA
Uma mulher jovem, de 25 anos, procura um psicólogo de 
abordagem psicanalítica, apresentando como queixa um sonho 
recorrente em que ela está voando e cai repentinamente ao chão. 
Acorda assustada, tremendo e não consegue mais voltar a dormir. 
Tem a lembrança de que no sonho ela se sente aliviada por estar 
caindo. Esse sonho a perturba há anos e ela gostaria de entendê-lo. 
Ela conta que já passou por neurologista e psicólogo de outras 
abordagens teóricas que parecem não dar tanta importância 
ao conteúdo do sonho, o que a incomoda. Mesmo após iniciar 
medicação para insônia, o sonho continua a ocorrer e a perturbá-la.
Qual seria a postura do psicanalista referente a essa queixa? O 
que ele pode explicar à paciente sobre os sonhos? Qual o papel do 
psicanalista frente aos sonhos? 
Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, 
acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de 
aprendizagem.
LEITURA FUNDAMENTAL
Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis 
em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log 
Indicações de leitura
41
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em 
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições 
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou 
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet. 
Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de 
autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos 
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve, 
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na 
construção da sua carreira profissional. 
Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da 
nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!
Indicação 1
O artigo visa explicar os sonhos traumáticos à luz da teoria freudiana 
na correlação com outros conceitos psicanalíticos, desenvolvidos 
posteriormente, e articulá-los com a função do analista de 
desenvolver o sonhar analítico.
KLAUTAU, P.; WINOGRAD, M. Dos sonhos traumáticos ao sonhar analítico. 
Cadernos de Psicanálise (Rio de Janeiro) - CPRJ, v.35, n.29, 2013, p.41-55.
Indicação 2
O artigo tem como objetivo apresentar o primeiro sonho que Freud 
descreve, sonho da injeção de Irma, analisando seu conteúdo e 
discutindo a relação entre memória, condensação e deslocamento 
nos processos inconscientes à luz da Primeira Tópica do aparelho 
psíquico.
FONSECA-SILVA, M. da C.; PINHEIRO, C. C. de O. Memória, condensação e 
deslocamento nos processos primários do inconsciente do sonhador. Estudos 
da Lingua(gem), v.15, n.1, 2017, p.125-140. 
42
QUIZ
Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a 
verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber 
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste 
Aprendizagem em Foco.
Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão 
elaboradas a partirde todos os itens do Aprendizagem em Foco 
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de 
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho 
da questão.
1. Qual o elemento de formação do sonho responsável pela 
organização e coerência de seu conteúdo?
a. Condensação.
b. Elaboração secundária.
c. Figurabilidade.
d. Deslocamento.
e. Símbolos. 
2. O fenômeno que consiste na possibilidade de o sonho ter 
diferentes interpretações é chamado de _________. 
a. Sobredeterminação.
b. Censura.
c. Deformação onírica. 
d. Sobreinterpretação.
e. Pensamentos oníricos. 
43
GABARITO
Questão 1 - Resposta B
Resolução: O elemento de formação do sonho responsável 
pela organização e coerência de seu conteúdo é a elaboração 
secundária, que tem como função dar sentido e estabelecer 
ordem e relações entre os conteúdos do sonho.
Já a condensação, o deslocamento, a figurabilidade e os 
símbolos, trazem como consequência o aspecto fantástico e 
absurdo do sonho, uma vez que através da deformação onírica, 
distorcem os conteúdos latentes para que os mesmos não 
sejam reconhecidos. 
Questão 2 - Resposta D
Resolução: O fenômeno que consiste na possibilidade 
de o sonho ter diferentes interpretações é chamado de 
sobreinterpretação, que consiste na junção de inúmeros 
pensamentos oníricos em um único elemento do sonho. A 
censura é a responsável por filtrar os conteúdos que formarão 
o sonho, que serão submetidos então a deformação onírica. 
BONS ESTUDOS!
	Apresentação da disciplina
	Introdução
	TEMA 1
	Direto ao ponto
	Para saber mais 
	Teoria em prática
	Leitura fundamental
	Quiz
	Gabarito
	TEMA 2
	Direto ao ponto
	Para saber mais
	Teoria em prática
	Leitura fundamental
	Quiz
	Gabarito
	TEMA 3
	Direto ao ponto
	Para saber mais
	Teoria em prática
	Leitura fundamental
	Quiz
	Gabarito
	TEMA 4
	Direto ao ponto
	Para saber mais
	Teoria em prática
	Quiz
	Gabarito
	Inicio 2: 
	Botão TEMA 4: 
	Botão TEMA 1: 
	Botão TEMA 2: 
	Botão TEMA 3: 
	Botão TEMA 9: 
	Inicio :

Mais conteúdos dessa disciplina