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Manual Economia Mocambique (1)

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Prévia do material em texto

MANUAL DE LICENCIATURA DO 
CURSO DE GESTÃO DE EMPRESAS 
Economia de Moçambique 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2022 ENSINO ONLINE. ENSINO COM FUTURO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 MANUAL DE LICENCIATURA DO 
CURSO DE GESTÃO DE EMPRESAS 
Economia de Moçambique 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3º ANO : Economia de Moçambique 
 
CÓDIGO ISCED32-CJURCFE037 
TOTAL HORAS/ 1 
SEMESTRE 
125 
CRÉDITOS (SNATCA) 5 
NÚMERO DE TEMAS 5 
UnISCED CURSO: GESTAO DE EMPRESAS; 30 Ano Disciplina/Módulo: Economia Moçambicana 
i 
 
 
 
 
Direitos de autor (copyright) 
Este manual é propriedade da Universidade Aberta ISCED (UnISCED), e contém reservados 
todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução parcial ou total deste manual, sob 
quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico, gravação, fotocópia ou outros), 
sem permissão expressa de entidade editora (Universidade Aberta ISCED (UnISCED). 
A não observância do acima estipulado o infractor é passível a aplicação de processos judiciais 
em vigor no País. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Universidade Aberta ISCED (UnISCED) 
Coordenação do Programa de Licenciaturas 
Rua Paiva Couceiro. No, Macuti 
Beira - Moçambique Telefone: 23323501 
Cel: +258 823055839 
Fax: 23323501 
E-mail: direcção@unisced.ac.mz 
Website: www.unisced.ac.mz 
mailto:direcção@unisced.ac.mz
http://www.unisced.ac.mz/
UnISCED CURSO: GESTAO DE EMPRESAS; 30 Ano Disciplina/Módulo: Economia Moçambicana 
ii 
 
 
 
 
Agradecimentos 
A Universidade Aberta ISCED (UnISCED) agradece a colaboração dos seguintes indivíduos e 
instituições na elaboração deste manual: 
 
Autor José Manuel Chiteve Muchanga 
Coordenação 
Design 
Financiamento e Logística 
 
Revisão Científica e 
Linguística 
Ano de Publicação 
Local de Publicação 
Direcção Académica do ISCED 
 
Universidade Aberta ISCED (ISCED) 
Instituto Africano de Promoção da Educação a Distancia (IAPED) 
Esmeraldo Inácio 
2018 
 
UnISCED – BEIRA 
UnISCED CURSO: GESTAO DE EMPRESAS; 30 Ano Disciplina/Módulo: Economia Moçambicana 
iii 
 
 
 
 
Índice 
Visão geral 1 
Benvindo à Disciplina/Módulo de Economia Mocambicana .............................................. 1 
Objectivos do Módulo ........................................................................................................ 1 
Quem deveria estudar este módulo .................................................................................. 1 
Como está estruturado este módulo .................................................................................. 2 
Ícones de actividade .......................................................................................................... 4 
Habilidades de estudo....................................................................................................... 4 
Precisa de apoio? .............................................................................................................. 6 
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) ............................................................................... 7 
Avaliação ............................................................................................................ 7 
TEMA – I: Introdução à economia de moçambique com enfoque na fase final do período colonial 
(anos 70‟s) 9 
UNIDADE Temática 1.1. O Impacto da Liberalização .................................................... 9 
1.1 Do fim do período colonial à experiência Socialista ................................................ 10 
1.1.1 Economia centralmente planificada ............................................................. 12 
1.2 O Impacto da Liberalização: PRE(S) e Consequências ............................................ 13 
1.2.1. As políticas de desenvolvimento económico adoptadas após a 
independência ........................................................................................................ 17 
1.3 Plano Prospectivo Indicativo (PPI) ........................................................................... 20 
1.3.1. Fracasso do Plano Prospetivo Indicativo (PPI) ........................................... 21 
1.4. IV Congresso da Frelimo ............................................................................. 22 
UnISCED CURSO: GESTAO DE EMPRESAS; 30 Ano Disciplina/Módulo: Economia Moçambicana 
iv 
 
 
Sumário ........................................................................................................................... 23 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .............................................................................. 24 
TEMA – II: Economia do ambiente em moçambique 25 
Sumário ........................................................................................................................... 43 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .............................................................................. 44 
EXERCÍCIOS DE AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................... 44 
TEMA – III: Mega projectos e Economia Ambiental 45 
Objectivos 45 
Introdução 45 
Fronteira Norte ............................................................................................................. 46 
Fronteira Oeste ............................................................................................................. 46 
Fronteira Este ................................................................................................................ 47 
Fronteira Sul ................................................................................................................. 47 
3.1 Características Económicas dos Mega Projectos ...................................................... 48 
3.2. Economia do Ambiente ........................................................................................... 54 
3.3. Conceito de economia do ambiente ......................................................................... 55 
3.4. Como o ambiente entra na economia? ..................................................................... 55 
Representações dos três pilares da sustentabilidade .............................................. 58 
3.5. RELAÇÃO: AMBIENTE (NATUREZA)- ECONOMIA ....................................... 59 
TEMA – IV: Economia de Ambiente em Moçambique 60 
Objectivos .............................................................................................................. 61 
4.1 Economia de Ambiente em Moçambique ....................................................... 61 
4.1.1.2 Biodiversidade Terrestre (Fauna e Flora) ........................................................... 65 
4.2. Contribuição do Subsector Florestal à Economia Moçambicana ................... 71 
EXERCÍCIOS DE AVALIAÇ ........................................................................................ 72 
SUMARIO ............................................................................................................. 72 
EXERCÍCIOS DE AVALIAÇÃEXERCICIO DE AUTO-AVALIACAO .................... 73 
EXERCÍCIOS DE AVALIAÇÃEXERCICIO DE AVALIACAO ................................ 73 
TEMA – V: O sector financeiro: características, estrutura e evolução 74 
Objectivos .............................................................................................................. 74 
Introdução .............................................................................................................. 74 
5.1. Sistema Financeiro Moçambicano ....................................................... 75 
5.1.1. Sistema Financeiro .............................................................................. 76 
5.2. Desafios da Expansão de Serviços Financeiros Em Moçambique ...... 77 
5.3. Expansão dos serviços financeiros:dimensão territorial, dimensão de 
profundidade financeira e de meticalização. ......................................................... 79 
5.3.1. Dimensão Territorial ............................................................................ 80 
5.3.2. Instituições de Crédito ......................................................................... 80 
UnISCED CURSO: GESTAO DE EMPRESAS; 30 Ano Disciplina/Módulo: Economia Moçambicana 
v 
 
 
SUMARIO 92 
EXERCÍCIOS DE AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................... 93 
EXERCÍCIOS DE AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................... 93 
BIBLIOGRAFIA 94 
UnISCED CURSO: GESTAO DE EMPRESAS; 30 Ano Disciplina/Módulo: Economia Moçambicana 
1 
 
 
 
 
 
Visão geral 
 
Benvindo à Disciplina/Módulo de Economia 
Mocambicana 
 
Objectivos do Módulo 
 
Ao terminar o estudo deste módulo de Economia Moçambicana 
deverá ser capaz de: 
 
 
 
Objectivos Gerais 
Analisar e comparar as principais estratégias e políticas de 
desenvolvimento estabelecidas e implementadas após a 
independência nacional, bem como compreender as suas 
determinantes, pressupostos e o seu impacto na estrutura 
socioeconómica do país. 
 
Especificos Objectivos: 
 
Ao final do curso o estudante será capaz de: 
• Identificar as características fundamentais da estrutura 
económica de Moçambique, bem como os processos 
socioeconómicos subjacentes; 
• Identificar e fundamentar propostas de estratégias e 
políticas que contribuam para o crescimento e 
desenvolvimento económico de Moçambique, no 
panorama económico internacional, e no âmbito da 
integração económica regional na SADC; 
• Analisar os desafios da economia Moçambicana na 
actualidade e as suas perspectivas em prol de 
desenvolvimento do país; 
• Conhecer os desafios inerentes a economia do meio 
ambiente no mundo e adjacentes a Moçambique 
 
 
 
Quem deveria estudar este módulo 
Este Módulo foi concebido para estudantes do 3º ano do curso de 
licenciatura em Gestão de Empresa da UnISCED e outros como 
Gestão de Recursos Humanos, Administração, etc. Poderá ocorrer, 
contudo, que haja leitores que queiram se actualizar e 
consolidar seus 
UnISCED CURSO: GESTAO DE EMPRESAS; 30 Ano Disciplina/Módulo: Economia Moçambicana 
2 
 
 
 
 
conhecimentos nessa disciplina, esses serão bem vindos, não sendo 
necessário para tal se inscrever. Mas poderá adquirir o manual. 
 
Como está estruturado este módulo 
Este módulo de Economia Moçambicana, para estudantes do 3º ano 
do curso de licenciatura em Gestão de Empresa, à semelhança dos 
restantes da UnISCED, está estruturado como se segue: 
 
Páginas introdutórias 
 
▪ Um índice completo. 
 
▪ Uma visão geral detalhada dos conteúdos do módulo, 
resumindo os aspectos-chave que você precisa conhecer para 
melhor estudar. Recomendamos vivamente que leia esta secção 
com atenção antes de começar o seu estudo, como componente 
de habilidades de estudos. 
Conteúdo desta Disciplina / módulo 
 
Este módulo está estruturado em Temas. Cada tema, por sua vez 
comporta certo número de unidades temáticas ou simplesmente 
unidades,. Cada unidade temática se caracteriza por conter uma 
introdução, objectivos, conteúdos. 
No final de cada unidade temática ou do próprio tema, são 
incorporados antes o sumário, exercícios de auto-avaliação, só 
depois é que aparecem os exercícios de avaliação. 
Os exercícios de avaliação têm as seguintes caracteristicas: Puros 
exercícios teóricos/Práticos, Problemas não resolvidos e actividades 
práticas algumas incluido estudo de caso. 
UnISCED CURSO: GESTAO DE EMPRESAS; 30 Ano Disciplina/Módulo: Economia Moçambicana 
3 
 
 
 
 
 
Outros Recursos 
A equipa dos académicos e pedagogos da UnISCED, pensando em 
si, num cantinho, recôndito deste nosso vasto Moçambique e cheio 
de dúvidas e limitações no seu processo de aprendizagem, 
apresenta uma lista de recursos didáticos adicionais ao seu módulo 
para você explorar. Para tal a UnISCED disponibiliza na biblioteca do 
seu centro de recursos mais material de estudos relacionado com o 
seu curso como: Livros e/ou módulos, CD, CD-ROOM, DVD. Para 
elém deste material físico ou electrónico disponível na biblioteca, 
pode ter acesso a Plataforma digital moodle para alargar mais 
ainda as possibilidades dos seus estudos. 
 
Auto-avaliação e Tarefas de avaliação 
 
Tarefas de auto-avaliação para este módulo encontram-se no final 
de cada unidade temática e de cada tema. As tarefas dos exercícios 
de auto-avaliação apresentam duas características: primeiro 
apresentam exercícios resolvidos com detalhes. Segundo, exercícios 
que mostram apenas respostas. 
Tarefas de avaliação devem ser semelhantes às de auto-avaliação 
mas sem mostrar os passos e devem obedecer o grau crescente de 
dificuldades do processo de aprendizagem, umas a seguir a outras. 
Parte das tarefas de avaliação será objecto dos trabalhos de campo 
a serem entregues aos tutores/docentes para efeitos de correcção e 
subsequentemente nota. Também constará do exame do fim do 
módulo. Pelo que, caro estudante, fazer todos os exercícios de 
avaliação é uma grande vantagem. 
Comentários e sugestões 
 
Use este espaço para dar sugestões valiosas, sobre determinados 
aspectos, quer de natureza científica, quer de natureza diadáctico- 
Pedagógica, etc, sobre como deveriam ser ou estar apresentadas. 
Pode ser que graças as suas observações que, em gozo de confiança, 
classificamo-las de úteis, o próximo módulo venha a ser melhorado. 
UnISCED CURSO: GESTAO DE EMPRESAS; 30 Ano Disciplina/Módulo: Economia Moçambicana 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ícones de actividade 
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens 
das folhas. Estes ícones servem para identificar diferentes partes do 
processo de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica 
de texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança de 
actividade, etc. 
 
 
 
Habilidades de estudo 
O principal objectivo deste campo é o de ensinar aprender a 
aprender. Aprender aprende-se. 
Durante a formação e desenvolvimento de competências, para 
facilitar a aprendizagem e alcançar melhores resultados, implicará 
empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os bons resultados 
apenas se conseguem com estratégias eficientes e eficazes. Por isso é 
importante saber como, onde e quando estudar. Apresentamos 
algumas sugestões com as quais esperamos que caro estudante possa 
rentabilizar o tempo dedicado aos estudos, procedendo como se 
segue: 
1º Praticar a leitura. Aprender a Distância exige alto domínio de 
leitura. 
2º Fazer leitura diagonal aos conteúdos (leitura corrida). 
 
3º Voltar a fazer leitura, desta vez para a compreensão e 
assimilação crítica dos conteúdos (ESTUDAR). 
4º Fazer seminário (debate em grupos), para comprovar se a sua 
aprendizagem confere ou não com a dos colegas e com o padrão. 
5º Fazer TC (Trabalho de Campo), algumas actividades práticas ou 
as de estudo de caso se existirem. 
IMPORTANTE: Em observância ao triângulo modo-espaço-tempo, 
respectivamente como, onde e quando...estudar, como foi referido 
no início deste item, antes de organizar os seus momentos de estudo 
UnISCED CURSO: GESTAO DE EMPRESAS; 30 Ano Disciplina/Módulo: Economia Moçambicana 
5 
 
 
 
 
reflicta sobre o ambiente de estudo que seria ideal para si: Estudo 
melhor em casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo melhor à 
noite/de manhã/de tarde/fins de semana/ao longo da semana? 
Estudo melhor com música/num sítio sossegado/num sítio barulhento!? 
Preciso de intervalo em cada 30 minutos, em cada hora, etc. 
É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido estudado 
durante um determinado período de tempo; Deve estudar cada ponto 
da matéria em profundidade e passar só ao seguinte quando achar 
que já domina bem o anterior. 
Privilegia-se saber bem (com profundidade) o poucoque puder ler e 
estudar, que saber tudo superficialmente! Mas a melhor opção é 
juntar o útil ao agradável: Saber com profundidade todos conteúdos 
de cada tema, no módulo. 
Dica importante: não recomendamos estudar seguidamente por 
tempo superior a uma hora. Estudar por tempo de uma hora 
intercalado por 10 (dez) a 15 (quinze) minutos de descanso (chama- 
se descanso à mudança de actividades). Ou seja que durante o 
intervalo não se continuar a tratar dos mesmos assuntos das 
actividades obrigatórias. 
Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalhjo intelectual 
obrigatório, pode conduzir ao efeito contrário: baixar o rendimento 
da aprendizagem. Por que o estudante acumula um elevado volume 
de trabalho, em termos de estudos, em pouco tempo, criando 
interferência entre os conhecimento, perde sequência lógica, por fim 
ao perceber que estuda tanto mas não aprende, cai em insegurança, 
depressão e desespero, por se achar injustamente incapaz! 
Não estude na última da hora; quando se trate de fazer alguma 
avaliação. Aprenda a ser estudante de facto (aquele que estuda 
sistemáticamente), não estudar apenas para responder a questões de 
alguma avaliação, mas sim estude para a vida, sobre tudo, estude 
pensando na sua utilidade como futuro profissional, na área em que 
está a se formar. 
Organize na sua agenda um horário onde define a que horas e que 
matérias deve estudar durante a semana; Face ao tempo livre que 
UnISCED CURSO: GESTAO DE EMPRESAS; 30 Ano Disciplina/Módulo: Economia Moçambicana 
6 
 
 
 
 
resta, deve decidir como o utilizar produtivamente, decidindo quanto 
tempo será dedicado ao estudo e a outras actividades. 
É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será 
uma necessidade para o estudo das diversas matérias que compõem 
o curso: A colocação de notas nas margens pode ajudar a estruturar 
a matéria de modo que seja mais fácil identificar as partes que está 
a estudar e Pode escrever conclusões, exemplos, vantagens, 
definições, datas, nomes, pode também utilizar a margem para 
colocar comentários seus relacionados com o que está a ler; a melhor 
altura para sublinhar é imediatamente a seguir à compreensão do 
texto e não depois de uma primeira leitura; Utilizar o dicionário 
sempre que surja um conceito cujo significado não conhece ou não lhe é 
familiar; 
 
 
 
Precisa de apoio? 
Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra razão, o 
material de estudos impresso, lhe pode suscitar algumas dúvidas como 
falta de clareza, alguns erros de concordância, prováveis erros 
ortográficos, falta de clareza, fraca visibilidade, página trocada ou 
invertidas, etc). Nestes casos, contacte os serviços de atendimento e 
apoio ao estudante do seu Centro de Recursos (CR), via telefone, sms, 
E-mail, se tiver tempo, escreva mesmo uma carta participando a 
preocupação. 
Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes 
(Pedagógico e Administrativo), é a de monitorar e garantir a sua 
aprendizagem com qualidade e sucesso. Dai a relevância da 
comunicação no Ensino a Distância (EAD), onde o recurso as TIC se torna 
incontornável: entre estudantes, estudante – Tutor, estudante – CR, 
etc. 
As sessões presenciais são um momento em que você caro estudante, 
tem a oportunidade de interagir fisicamente com staff do seu CR, com 
tutores ou com parte da equipa central do ISCED indigitada para 
acompanhar as sua sessões presenciais. Neste período pode 
apresentar dúvidas, tratar assuntos de natureza pedagógica e/ou 
administrativa. 
O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30% 
do tempo de estudos a distância, é muita importância, na medida em 
que permite lhe situar, em termos do grau de aprendizagem com 
relação aos outros colegas. Desta maneira ficar a a saber se precisa 
de apoio ou precisa de apoiar aos colegas. Desenvolver habito de 
debater assuntos relacionados com os conteúdos programáticos, 
constantes nos diferentes temas e unidade temática, no módulo. 
UnISCED CURSO: GESTAO DE EMPRESAS; 30 Ano Disciplina/Módulo: Economia Moçambicana 
7 
 
 
 
 
 
 
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) 
 
O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e 
auto−avaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é 
importante que sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues 
duas semanas antes das sessões presenciais seguintes. 
Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não 
cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do 
estudante. Tenha sempre presente que a nota dos trabalhos de campo 
conta e é decisiva para ser admitido ao exame final da 
disciplina/módulo. 
Os trabalhos devem ser entregues ao Centro de Recursos (CR) e os 
mesmos devem ser dirigidos ao tutor/docente. 
Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, 
contudo os mesmos devem ser devidamente referenciados, 
respeitando os direitos do autor. 
O plágio1 é uma violação do direito intelectual do(s) autor(es). Uma 
transcrição à letra de mais de 8 (oito) palavras do testo de um autor, 
sem o citar é considerado plágio. A honestidade, humildade científica 
e o respeito pelos direitos autoriais devem caracterizar a realização 
dos trabalhos e seu autor (estudante do ISCED). 
 
 
 
Avaliação 
Muitos perguntam: Com é possível avaliar estudantes à distância, 
estando eles fisicamente separados e muito distantes do 
docente/tutor!? Nós dissemos: Sim é muito possível, talvez seja uma 
avaliação mais fiável e concistente. 
Você será avaliado durante os estudos à distância que contam com 
um mínimo de 90% do total de tempo que precisa de estudar os 
conteúdos do seu módulo. Quando o tempo de contacto presencial 
conta com um máximo de 10%) do total de tempo do módulo. A 
avaliação do estudante consta detalhada do regulamentada de 
avaliação. 
Os trabalhos de campo por si realizados, durante estudos e 
aprendizagem no campo, pesam 25% e servem para a nota de 
frequência para ir aos exames. 
Os exames são realizados no final da cadeira disciplina ou modulo e 
decorrem durante as sessões presenciais. Os exames pesam no mínimo 
75%, o que adicionado aos 25% da média de frequência, 
determinam a nota final com a qual o estudante conclui a cadeira. 
A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da cadeira. 
 
 
 
 
1 Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária, propriedade 
intelectual de outras pessoas, sem prévia autorização. 
UnISCED CURSO: GESTAO DE EMPRESAS; 30 Ano Disciplina/Módulo: Economia Moçambicana 
8 
 
 
 
 
Nesta cadeira o estudante deverá realizar pelo menos 2 (dois) 
trabalhos e 1 (um) (exame). 
Algumas actividades praticas, relatórios e reflexões serão utilizados 
como ferramentas de avaliação formativa. 
Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em 
consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de 
cientificidade, a forma de conclusão dos assuntos, as recomendações, a 
identificação das referências bibliográficas utilizadas, o respeito 
pelos direitos do autor, entre outros. 
Os objectivos e critérios de avaliação constam do Regulamento de 
Avaliação. 
UnISCED CURSO: GESTAO DE EMPRESAS; 30 Ano Disciplina/Módulo: Economia Moçambicana 
9 
 
 
 
 
 
TEMA – I: Introdução à economia de moçambique com enfoque na fase final do período 
colonial (anos 70‟s) 
 
UNIDADE Temática 1.1 Do fim do período colonial à experiência 
Socialista 
 
UNIDADE Temática 1.2. O Impacto da Liberalização 
UNIDADE Temática 1.3. Plano Prospectivo Indicativo (PPI) 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE Temática 1.1. O Impacto da Liberalização 
 
 
 
 
 
 
 
 
Objectivos: 
 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
 
 
▪ Compreender a historia de moçambique após a 
independência. 
▪ Descrever os objectivos do PPI, aldeias comunais e 
machambas do povo 
 
 
 
 Introdução 
Conhecer a história de Moçambique é sempre fascinante sobretudo 
quandose olha para o período que subsequente a independência 
nacional, trata-se do período que parte do ano de 1977, ano da 
realização do III Congresso um congresso que carregou consigo uma 
UnISCED CURSO: GESTAO DE EMPRESAS; 30 Ano Disciplina/Módulo: Economia Moçambicana 
10 
 
 
 
 
relevante importância pela sua natureza, pôs, foi o primeiro congresso 
realizado em solo pátrio independente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.1 Do fim do período colonial à 
experiência Socialista 
A 7 de Setembro de 1974, a Frente de Libertação de Moçambique 
(Frelimo) e o governo português assinam o Acordo de Lusaka, com o 
objectivo de negociar a independência de Moçambique. Este 
acontecimento surge no seguimento da Revolução do 25 de Abril de 
1974 que marca o fim da ditadura Salazarista, instalando o caos nas 
colónias portuguesas. “A Revolução de Abril trouxe a confusão e o caos 
a Moçambique. O exército e o governo civil não sabiam muito bem a 
função que desempenhavam ou sequer de quem recebiam ordens”. Com 
efeito, após uma década de conflitos bélicos, Portugal declara a 
Independência de Moçambique a 25 de Junho de 1975, sendo o poder 
entregue à Frelimo, após um governo de transição de nove meses, sem 
que se realizassem eleições. 
O partido político Frelimo herda assim um país deficitário, tanto a nível 
de recursos humanos qualificados como em infra-estruturas, 
profundamente marcado por um processo de ocupação colonial 
legitimado pela concertação dos interesses europeus em finais do séc. 
XIX (Conferência de Berlim 1884/85), e que viria a garantir a Portugal 
a administração dos territórios até 1974. Embora ainda com pouca 
experiência, o bem como os sectores da saúde e educação. Criou os 
Grupos Dinamizadores cujo principal objectivo era “mobilizar a 
população para aderir aos princípios e ao poder da Frelimo”, de forma 
a alargar a sua presença em todo o território. Desincentivou a expressão 
UnISCED CURSO: GESTAO DE EMPRESAS; 30 Ano Disciplina/Módulo: Economia Moçambicana 
11 
 
 
 
 
da etnicidade por parte das diferentes etnias que caracterizam a 
população moçambicana, considerando-a como um travão à 
modernização do país. Pelas mesmas razões dificultou a acção das 
diferentes igrejas e reprimiu determinadas práticas sociais e ritos 
religiosos tradicionais. Contudo o governo da Frelimo apostou 
fortemente numa política de alfabetização, baseando-se no princípio da 
literacia universal enquanto instrumento de modernização da economia. 
Houve, portanto um esforço de expansão da escolarização que se 
estendeu às mulheres, incitando à emancipação das mesmas. Esta 
dinâmica foi claramente assumida pelo partido quer com a criação da 
Organização das Mulheres Moçambicanas (OMM), quer a elaboração de 
discursos oficiais sobre a importância do papel da mulher no 
desenvolvimento do país. 
A política de nacionalização da terra afectou duramente as diversas 
instituições religiosas. O governo retirou propriedades à Igreja Católica, 
bem como às outras organizações com um carácter funcional similar, 
destituindo-as do seu papel na educação e na saúde, e quaisquer outros 
poderes institucionais influentes. Para além de pretender com esta 
medida a concentração do poder na figura do Estado, a Frelimo procurou 
sempre fazer uma desconstrução das relações sociais coloniais, omitindo 
que se encontrava perante uma mudança de comportamentos e 
mentalidades, cuja durabilidade e flexibilidade são bastante rígidos. Não 
obstante, não podemos deixar de referir, que esta época foi palco de 
profundas alterações das estruturas sociais, propiciando uma intensa luta 
de classes, visto que havia necessidade de substituir os colonos que 
ocupavam posições privilegiadas. 
Sublinhamos que o clero secular português em Moçambique, fazendo juz 
à sua vasta experiência de adaptação às mudanças de poderes, toma 
medidas imediatas para se conformar com a nova realidade. Alguns dos 
seus membros com ligações ao governo fachista são afastados. Os padres 
pretos passam a ter os mesmos direitos que os brancos. A Igreja muda o 
seu discurso colonial - fachista para um discurso nacionalista. No entanto 
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12 
 
 
 
 
perde a sua influência política, devido à sua evidente identificação com 
o colonialismo português. 
Recorde-se ainda que Moçambique adquire a sua independência num 
contexto económico internacional pouco favorável, após o primeiro 
choque petrolífero de 1973, que acarretou uma baixa de preços das 
matérias-primas exportáveis e um consequente aumento das despesas na 
produção, devido ao aumento do preço dos combustíveis. Acentuado o 
marasmo económico, no contexto do êxodo da população portuguesa, a 
eclosão da guerra civil logo em 1976 viria agravar a situação. Com efeito 
a Renamo, movimento de oposição à Frelimo, cujo objectivo era 
desestabilizar o governo, vai conquistando terreno e intensificando os 
seus ataques. Movimento inicialmente militar, que só bastante mais tarde 
revelou ter características políticas, a Renamo desencadeia uma guerra 
civil apoiada inicialmente pela Rodésia e posteriormente pela Africa do 
Sul (a partir de 1983) que se irá generalizar até 1992. Assiste-se assim a 
uma destruição calamitosa das infra-estruturas (transportes e vias de 
comunicação) e de vidas humanas. 
 
 
 
1.1.1 Economia centralmente planificada 
A expressão economia centralmente planificada designa um tipo de 
sistema económico em que as principais decisões quanto ao quê, ao como 
e ao para quem devem ser produzidos os bens são tomadas ao nível 
central pelo Estado (Filho et all 1996). 
Neste sistema, a propriedade dos factores de produção é colectiva ou 
estatal e o mecanismo regulador da economia são os planos efectuados 
pelo próprio Estado, desenvolvidos com o objectivo de maximizar a 
satisfação das necessidades da população, definindo-se toda orientação 
económica nomeadamente, os preços, as quantidades de bens a 
produzir, os locais de produção, etc., retirando toda a liberdade de 
actuação aos agentes económicos 
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13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.2 O Impacto da Liberalização: 
PRE(S) e Consequências 
 
Foi em consequência de inúmeras manifestações de descontentamento( 
greves e mobilização de cidadãos e trabalhadores), acontecidas nas 
principais cidades, que aconteceu, em 1990, a transformação de PRE em 
PRES( programa de reabilitação Económica e Social). 
O fim do regime de partido único e a realização de eleições, sugeriam a 
necessidade de recuperação de algum apoio popular da Frelimo e do seu 
governo. 
 
 
 
 
 
 
 
Os anos 80 foram marcados por uma ideologia baseada na convicção de 
que a estabilidade económica traria desenvolvimento, omitindo-se com 
esta premissa a influência dos factores externos e a complexidade do 
desenvolvimento. 
De acordo com Rolph Van Der Hoeven e Richard Jolly (1990), as 
políticas de ajustamento envolvem geralmente medidas económicas que 
visam a estabilidade económica para evitar desequilíbrios da balança de 
pagamentos, que sejam capazes de ajustar e reestruturar a economia de 
forma a mudar as condições nacionais e internacionais, incentivando o 
crescimento económico. Os autores identificam os principais 
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14 
 
 
 
 
instrumentos políticos utilizados pelos típicos programas de estabilidade 
e ajustamento que são os seguintes: 
a) Constrangimento monetário e políticas de crédito com o objectivo de 
conter a inflação e o PIB nominal a fim de reduzir as importações; 
b) Redução salarial, uma medida de estabilização utilizada, de forma a 
reduzir a procura e a pressão sobre as importações. De acordo com os 
autores, “há uma vasta literatura que questiona se de facto a reduçãosalarial é a longo prazo a melhor via para alcançar um crescimento 
equilibrado, uma vez que a redução salarial assumida como temporária 
visa atrair o investimento, aumentar as exportações e construir uma 
economia mais competitiva, que na realidade se transforma numa 
redução de salários permanente com efeitos negativos na produção ou no 
trabalho, especialmente quando há uma depressão do mercado. 
 
 
c) A desvalorização é um procedimento, que embora considerado pela 
maioria dos especialistas conveniente quando a inflação nacional resulta 
numa forte sobrevalorização da moeda nacional, um dos efeitos desta 
desvalorização resulta na discrepância da distribuição do rendimento 
proveniente das exportações. Nota-se que a desvalorização apresenta 
melhores resultados quando conjugada com outras medidas políticas, 
especialmente políticas que dizem respeito ao mercado de trabalho e à 
distribuição de rendimentos. Os autores consideram que existe uma clara 
hiperbolização do instrumento desvalorização, que na realidade potencia 
situações de desvalorização cíclicas. 
d) A Liberalização das importações cujo objectivo é tornar a economia 
mais competitiva, é também uma das medidas políticas dos PAE mais 
apreciadas. Segundo Rolph Van Der Hoeven e Richard Jolly, não há uma 
grande discordância sobre esta medida, mas há controvérsias e 
desacordos sobre o tempo e o momento de aplicação da medida de 
liberalização. Antecipar a liberalização das importações durante o 
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15 
 
 
 
 
programa de estabilização resulta muitas vezes na redução da capacidade 
de utilização dos níveis industriais. 
e) A Liberalização do mercado de capitais externos, outra acção 
característica dos PAE, nem sempre resultou num aumento de fluxo de 
capital, predispondo antes um aumento de deslocação do capital, tendo- 
se verificado nalguns países (onde foram implementados os PAE) uma 
acentuação da deslocação de capital, chegando por vezes a ser 
comparável com a dívida externa. 
f) A Privatização de empresas públicas tende a ser uma prática menos 
utilizada, uma vez que alguns economistas consideram que uma 
excessiva preocupação na privatização pode ser interpretada como uma 
mudança de perspectivas políticas dos países industrializados, mais do 
que ineficiência das empresas públicas. O objectivo 
desta medida é o aumento da eficiência, no entanto não é condição siné 
qua non de que a intervenção pública seja menos eficiente que a privada. 
Por conseguinte, a necessidade do aumento de eficiência surge 
independentemente da natureza jurídica da empresa, o que de uma certa 
forma põe em causa a premência desta medida. 
g) O aumento das exportações é frequentemente apontado como meio 
para equilibrar a balança de pagamentos, porém recaem dúvidas sobre 
esta medida. O sucesso dos NIC (New Industrialising Countries) vem 
questionar este modelo, uma vez que o seu êxito se deve à sistematização 
de políticas económicas e ao bom direccionamento do investimento, 
centrando-se inicialmente na substituição das importações e só mais 
tarde na promoção das exportações, sempre com base em reformas 
agrária e educacional. 
O FMI, principal promotor dos Programas de Ajustamento Estrutural, é 
a instituição que define os programas de ajustamento estrutural de cada 
país, em negociação com as entidades governamentais dos mesmos. 
Deste modo, é executado um estudo prévio sobre a situação económica 
do país que permite por sua vez apurar as medidas que melhor se 
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adequam às necessidades económicas do país em causa. Por sua vez o 
Banco Mundial tem por objectivo reduzir situações de pobreza 
concedendo aos países empréstimos com taxas de juro reduzidas, a fim 
de desenvolverem projectos e actividades que possam melhorar a sua 
situação social e económica. 
J. Stiglitz (2002) tem uma opinião bastante crítica sobre o FMI e as suas 
práticas, considerando que “As políticas de reajuste estrutural do FMI – 
políticas projectadas para ajudar um país a se adaptar a crises e a 
desequilíbrios mais persistentes – resultavam em fome e em tumultos em 
muitos lugares; e o mesmo quando os resultados não eram catastróficos, 
(...) quem desfrutava desses benefícios era, em geral, os que se 
encontravam em melhores condições de vida, enquanto aqueles que 
viviam à margem tinham, muitas vezes, que enfrentar um estado de 
miséria maior”. 
Iremos, nas linhas que seguem, procurar averiguar se de facto as políticas 
do FMI foram benéficas ou prejudiciais ao desenvolvimento 
socioeconómico de Moçambique. 
Moçambique irá aplicar o PAE denominado Programa de Reabilitação 
Económica (PRE) em 1987, após o reconhecimento de uma situação de 
colapso económico. 
Perante o fracasso de uma economia de planificação central cujas 
principais medidas foram: a) criar planos anuais globais, b) aumentar o 
investimento nos grandes complexos agro-industriais estatais, c) formar 
aldeias comunais e d) financiamento compulsivo dos bancos às empresas 
com prejuízos42, conjugando-se com uma situação bélica desastrosa e 
uma dívida externa de 2,4 milhões de USD (1984), o governo 
moçambicano vê-se na necessidade de recorrer à ajuda técnica e 
financeira do FMI e do Banco Mundial. 
Será então no período de 1986 a 1990, que o Programa de Reabilitação 
Económica (liberalizante) irá ser aplicado, sendo os principais objectivos 
deste programa os seguintes: 
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1. Aumentar a produção e restaurar um nível mínimo de consumo e de 
salários para toda a população, em particular nos meios rurais; 
2. Reduzir os desequilíbrios financeiros internos e reforçar as contas e 
reservas externas; 
3. Melhorar a eficiência económica a fim de atingir um crescimento 
económico logo que haja um aumento da segurança; 
4. Reintegrar os mercados oficiais e paralelos; 
 
 
 
Para que isso acontecesse, era imprescindível que medidas políticas ao 
nível financeiro, monetário e comercial fossem tomadas. As empresas 
estatais deviam ser reestruturadas e, tanto quanto possível, privatizadas. 
Deviam ser introduzidos critérios rígidos de rentabilidade em toda a 
gestão económica. Deviam ser depositados mais esforços na agricultura 
privada, de pequena escala e familiar, através de melhores termos de 
troca e de um aumento de oferta de bens. O comércio devia ser 
liberalizado e o sistema de preços fixos abolido (Liesegang;2009:17). 
 
 
1.2.1. As políticas de desenvolvimento económico adoptadas após a 
independência 
Internacionalização e Dependência 
 
Apesar do grande protecionismo que acompanha todo o processo de 
privatização, a globalização e internacionalização da economia 
moçambicana aprofundou-se, aumentado a dependência. Os críticos do 
ajustamento estrutural argumentam que 
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um dos objectivos da plano de ajustamento estrutural(PAE) é a 
integração subordinada dos países em desenvolvimento na economia 
mundial no quadro das novas reconfigurações da divisão internacional 
do trabalho. 
A integração dos países na globalização realiza-se, na maior parte dos 
casos, de forma indirecta. 
Através das funções de Moçambique no âmbito da divisão regional do 
trabalho, designadamente nos sectores dos transportes e das 
comunicações, na agricultura e no turismo. 
No caso de existirem mudanças das situações de estabilidade e de perdas 
de compectividade em outras economias, Moçambique pode ser uma 
alternativa para investimentos privados externos. 
Pode-se verificar que estas funções são aquelas que existiam no 
momento da independência e que foram recuperados com ajustamento 
estrutural e com a integração económicana SADC. Moçambique é o pais 
coordenador das áreas de transporte e comunicações nesta organização 
económica regional. 
Os investimentos de âmbito regional são principalmente os seguintes: 
 
Os supranacionais que se concentram nos sectores do transportes( 
recuperação e reabilitação dos portos, caminhos- de- ferro e rodovias). 
Que conectam a costa com as economias do inteland e das 
comunicações, realizaram-se com fundos de cooperação internacional. 
Embora estes investimentos sejam considerados regionais e obtidos 
através da SADC, beneficiam directamente as infra-estruturas 
moçambicanas. 
O Investimento directo estrangeiro é principalmente proveniente da 
africa do sul e concentra-se nas seguintes áreas: 
Na industria e Agroindústria. 
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19 
 
 
 
 
Na agricultura, sobretudo para suprir os conflitos da terra dos sul 
africanos e zimbabwianos brancos abrangidos pelas reformas agraria 
Chossudovsky(2003). 
No turismo, através de investimentos em restaurantes, em hotéis nas ilha 
do pais e em algumas estâncias turísticas ao longo da costa, recuperando 
assim o fenómeno verificado nos fins do período colonial e interrompido 
após a independência de Moçambique. 
 
 
 
 
A nacionalização foi uma das primeiras áreas a merecer atenção logo 
após a independência e, de acordo com Newitt (2012), durante os anos 
subsequentes a independência, registou-se um êxodo massivo dos 
colonos brancos, trabalhadores especializados, e profissionais negros e 
indianos precipitados pela confusão e violência que acompanharam a 
ocupação da Frelimo. O Decreto Lei nº 16/76, de 13 de Fevereiro de 
1975, permitia a intervenção e tutela do Estado sobre as empresas e as 
propriedades agrícolas abandonadas e sabotadas pelos seus antigos 
proprietários. Foi assim que os grandes monopólios. 
 
 
Os Ministérios da Agricultura, da Industria e do Comércio, responsáveis 
pela tutela das empresas abandonadas e sabotadas, criaram os Gabinetes 
de Apoio (GAPO) Mosca (2005;148, citado por Matsinhe;2011:23). 
Estes gabinetes, enfatiza ainda o autor que tinham como função: 
centralizar a gestão, a solicitação de financiamentos à banca, assistência 
técnica, apresentação de planos de investimento e de bens de consumo de 
equipamentos a importar e elaboração da contabilidade. 
Foi ai que começou a nacionalização realizada pelo governo da Frelimo 
abrangendo as empresas privadas, facto que deu início a uma série de 
instalação de equipas administrativas para as por a funcionar. Em breve, 
o estado controlava um enorme sector da economia, que ia desde as 
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20 
 
 
 
 
principais plantações e fábricas até aos armazéns de aldeia e postos de 
venda a retalho (Newitt;2012). 
Em consequência da nacionalização, entre 1977 a 1981 conseguiu-se 
deter a queda nos níveis de produção e com isso, o aumento da 
exportação em 83%, onde em 1978, 50% de todas empresas estavam sob 
controlo do estado e que, em 1981, 65% da produção industrial, 85% dos 
transportes e 90% da construção se encontrassem inseridos no sector 
estatal. 
 
 
 
 
1.3 Plano Prospectivo Indicativo 
(PPI) 
O PPI era definido como guia de acção e instrumento fundamental para 
a construção de uma economia socialista relativamente desenvolvida. 
Para esse objectivo eram defendidos três eixos centrais na 
materialização do PPI: 
i) A socialização do campo e o desenvolvimento agrário 
através do desenvolvimento acelerado do sector estatal 
agrário (com base na grande exploração agrária e na 
mecanização, a realizar principalmente através dos grandes 
projectos) e da cooperativização do campo (transformação 
de milhões de camponeses num forte campesinato socialista 
edificado sob novas relações de produção; fortalecer, 
expandir e apoiar a criação de cooperativas e envolver os 
camponeses num modo de vida colectivo nas Aldeias 
Comunais); 
ii) A Industrialização, com maior enfoque no desenvolvimento 
da indústria pesada; e 
iii) A formação e qualificação da força de trabalho, através da 
adopção de normas e metodologias que permitissem a 
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21 
 
 
 
 
massificação da formação dos trabalhadores, incluindo a 
alfabetização e educação de adultos FRELIMO, ( 
Liesegang;2009). 
Antes sequer de terminar a organização e sistematização da estratégia de 
construção da nação e do plano de reconstrução nacional, Moçambique 
teve de desviar parte dos seus recursos para enfrentar uma acção de 
desestabilização desencadeada pelo regime minoritário da Rodésia do 
Sul e coordenada pelo regime do apartheid da África do Sul 
(Liesegang;2009:14). 
Os ataques militares directos aos objectivos económicos e sociais 
desencadeados contra Moçambique viriam a transformar as acções de 
desestabilização numa guerra civil, que acabou dilacerando o país por 
cerca de 16 anos. 
 
 
 
1.3.1. Fracasso do Plano Prospetivo Indicativo (PPI) 
Uma combinação de factores internos e externos inviabilizou a 
implementação do Plano Prospectivo Indicativo (PPI), instrumento 
através do qual se “sonhava” acabar com o subdesenvolvimento de 
Moçambique em 10 anos, e, a partir de 1982, a produção global do país, 
que havia recuperado da crise de transição (1974-77), começa a registar 
um declínio quase em queda livre. 
De entre alguns factores internos que concorreram para o fracasso 
apontam-se: 
i) Reduzido número de técnicos moçambicanos, erros e 
insuficiências próprias de 
quadros que adquirem experiência de direcção e gestão 
político-económica no próprio processo de gestão 
macroeconómica e social; 
ii) Calamidades naturais (cheias e secas cíclicas) e falta de 
capacidade para as mitigar; 
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22 
 
 
 
 
iii) Actos de agressão e destruição de infra-estruturas económicas 
e a consequente 
instabilidade, particularmente nas zonas rurais 
(Liesegang;2009:15). 
No que refere aos factores externos diz respeito, podem ser eleitos os 
seguintes: 
i) Não confirmação de Moçambique como membro de pleno 
direito do Conselho de Ajuda Mútua Económica (CAME); 
ii) Aplicação integral de sanções ao regime rebelde de Ian Smith, 
em cumprimento da Resolução 253 (1968), aprovada em 29 de 
Maio de 1968 pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas; 
iii) Redução do recrutamento de mineiros moçambicanos para uma 
terça parte do nível anterior e rescisão unilateral, por parte da 
África do Sul, do acordo que tinha com Moçambique, sobre o 
pagamento dos salários dos mineiros em ouro; 
iv) Diminuição drástica da utilização dos caminhos-de-ferro e dos 
portos moçambicanos pela África do Sul, o que, a par do 
encerramento de fronteiras com a Rodésia do Sul, reduziu para 
metade o tráfego ferroviário internacional através de 
Moçambique entre 1975 e 1981 (Liesegang;2009:15-16). 
 
1.4. IV Congresso da Frelimo 
 
Ironicamente afirma Matsinhe (2011), que “depois da bonança veio a 
tempestade”. A seca e guerra de desestabilização provocaram uma crise 
que levou ao decrescimento da economia inviabilizando de forma clara 
o PPI. O desequilíbrio ecológico que assolou a região da África Austral 
entre 1982 e 1983, que provocou a seca e a guerra de desestabilização 
política e económica movida primeiro pela Rodésia do Sul, depois pela 
África do Sul e mais tarde pela RENAMO, foram responsáveis pela crise 
económica. 
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Em 1983, o IV Congresso da Frelimo reuniu-se para analisar a crise 
económica e social que o país vivia e decidiu adoptar novas Directivas 
Económicas e Sociais para contrariar o declínio. O IV Congresso 
reconheceu que a vitória sobre o subdesenvolvimento assentavano apoio 
concentrado e integrado do sector de produção familiar, em especial na 
actividade agro-pecuária, assegurando os recursos necessários em 
instrumentos de trabalho, meios de produção e bens essenciais para a 
troca no campo. Por outro lado, recomendava uma forte combinação dos 
pequenos e grandes projectos para o combate à fome e o aumento de 
receitas em divisas para o país (Liesegang;2009:16). 
 
 
 
 
Sumário 
 
25 de Junho é uma referência na vida de todos os moçambicanos já que 
foi nesse dia que se oficializou por completo a independência de 
Moçambique. Oficialmente, a guerra teve início a 25 de Setembro de 
1964, com um ataque ao posto administrativo de Chai no então distrito 
(actualmente província) de Cabo Delgado, e terminou com um cessar- 
fogo a 8 de Setembro de 1974, resultando numa independência 
negociada em 1975. 
Moçambique era considerado já um País subdesenvolvido, mesmo 
pelos padrões das nações africanas. Entre 1970 e 1975 o PIB 
Moçambicano rondava os 1. 25 biliões de dólares, espelhados mais ou 
menos em 132 dólares per capita. Cinco anos depois da independência 
(1980) o PIB per capita chegou a 196 dólares e a agricultura e pescas 
eram os grandes contribuintes da economia com base em empresas do 
estado, pequeno produtor e associações. O sector privado tinha se 
desmoronado nos primeiros anos da independência e o seu regresso 
não era bem visto. Este pequeno crescimento económico dos primeiros 
cinco anos acontece já em período de guerra desde 1976 com a Rodésia 
(hoje Zimbabwe) e o sistema do apartheid da África do Sul. Com a 
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intensificação da guerra já transformada em guerra civil, começam a 
faltar de reservas de capital para continuar a subsidiar a economia e 
fazer investimentos. A economia inicia um declínio a pico e atinge 115 
dólares per capita em 1990, altura em que o PRE já tinha 3 anos de 
implementação. O ano de 1992 trouxe alento a economia com o fim da 
guerra e de uma seca que já durava há 10 anos. Entre a introdução do 
PRE em 1987 e 1996 o PIB cresceu em média a 5.5% ao ano e em 11% 
entre 1996 e 1999. 
 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 
 
 
1. Quando que foi proclamada a independência de Moçambique? 
2. Quem proclamou a independência? 
3. Descreva a agricultura no período pós independência? 
4. Fale dos programas de produção agrícolas implementados neste 
período? 
5. Quais foram os impactos socioeconómicos destes programas? 
6. Fale da nacionalização no período pós- independência. 
7. Descreva os objectos da criação da PPI. 
8. Quais foram os impactos Plano Prospetivo Indicativo (PPI). 
9. Que data foram assinado o acordo de Lusaka. 
10. Descreva a governação centralizada. 
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TEMA – II: Economia do ambiente em moçambique 
 
UNIDADE Temática 2.1: Introdução a Economia de Moçambique 
UNIDADE Temática 2.2: A Guerra Pela Independencia e a Economia 
UNIDADE Temática 2.3: O Perfil das PMEs Em Moçambique 
 
 
Objectivos 
 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
 
▪ Compreender as estratégias de desenvolvimento económico 
adoptadas após a independência. 
▪ Identificar as estratégias de desenvolvimento económico 
adoptadas em Moçambique depois da independência. 
 
 
 
Introdução 
 
 
Moçambique independente herdou uma estrutura económica colonial 
caracterizada por uma assimetria entre o Norte e o Sul do País e entre 
o campo e a cidade. O Sul mais desenvolvido que o Norte e a cidade 
mais desenvolvida que o campo. A ausência duma integração 
económica e a opressão extrema da mão-de-obra constituíam as 
características mais dominantes dessa assimetria. 
 
A estratégia de desenvolvimento formulada para inverter esta 
assimetria apostou numa economia socialista centralmente planificada. 
UnISCED CURSO: GESTAO DE EMPRESAS; 30 Ano Disciplina/Módulo: Economia Moçambicana 
26 
 
 
 
 
No entanto, as conjunturas regional e internacionais desfavoráveis, as 
calamidades naturais e um conflito militar interno de 16 anos 
inviabilizaram a estratégia. 
 
 
 
 
2.1.1. ECONOMIA DE MOÇAMBIQUE 
 
 
 
Moçambique possui importantes recursos naturais, entre eles 
destacam-se a energia hidroeléctrica (cahora bassa), gás, carvão, 
minerais, madeiras e extensas terras agrícolas. As pescas possuem um 
enorme potencial. 
 
Os principais produtos exportados para além da electricidade de cahora 
bassa são: camarão, algodão, cajú, chá, copra. 
 
Moçambique possui três importantes portos que servem de entrada e 
saída dos produtos destinados a países vizinhos, e lhes poderão permitir 
obter importantes receitas: 
➢ porto de nacala, porta de entrada do Malawi; porto 
da Beira, porta de entrada da Botswana, Zimbabwe, Zâmbia, e 
Zaire; porto de Maputo, o segundo maior porto de Africa, e que 
foi amplamente modernizado em 1989 de forma a poder servir 
as regiões do sul de Africa. Serve de porta de entrada da 
Suazilândia e de África do sul (norte). 
 
 
 
 
 
 
2.1.2. DA CRISE A RECUPERACAO 
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1975-1985. a seguir da independência em 1975, a economia 
moçambicana entrou em declínio, entre as razoes para explicar esta 
apontam-se as seguintes: 
➢ O êxodo da maioria dos seus quadros técnicos e empresários, a 
maioria dos quadros de origem portuguesa; 
➢ As opções politicas marxistas-leninistas da frelimo o único 
partido, e que eram contrarias a uma economia de mercado e 
privilegiavam o relacionamento com os países socialistas (ex: 
União soviética, China, RDA, etc.)os antigos empresários, 
sobretudo os portugueses, são encarados como 
neocolonialistas; 
➢ O apoio dado por Moçambique aos movimentos de libertação 
na região, o que provocou o boicote e represalias de paises 
visinhos, como a Rodesia (Zimbabwe) e sobretudo a Africa do 
sul. 
➢ A guerra civil que alastrou por todo o pais a partir de 1980 e 
contribuiu para destruir e paralisar as suas infra-estruturas 
económicas. 
A produção não tardou a entrar em ruptura e a balança de 
pagamentos rapidamente se tornou deficitária. 
➢ Apesar de tudo entre 1977 e1981 registaram-se alguns sinais de 
abrandamento da crise mas com o alastramento da guerra civil 
a situação não tardou a prorar. Assim, entre 1982 e 1985, o 
crescimento do PBI foi de 5,9%. As condições de vida proraram 
de forma dramática, centenas de milhares de moçambicanos 
morreram a fome. A situação da balança comercial tornou-se 
insustentavel. O país tinha de mudar de rumo para poder 
subster. 
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2.2. A GUERRA PELA INDEPENDENCIA E A ECONOMIA 
 
 
 
A evolução da economia nos últimos anos, durante a guerra colonial, 
teve alterações estruturais pouco sensíveis, mas aconteceram aspectos 
conjuntunturas importantes e que influenciaram a economia apos a 
independência. As opções havidas a partir da década dos anos 1960 
aprofundou-se: o investimento público aumentou, a política monetária 
expansiva intensificou-se a edificação de colonatos-tampão, a 
construção civil, sobretudo da habitação e de infra-estruturas, cresceu 
e a indústria de substituição de importações teve um grande impulso 
devido ao crescimento rápido da população colona. Os custos de 
realização de grandes empreendimentos aumentaram devido aos 
efeitos da guerra e em muitas zonas a articulação da economia e dos 
espaços foi dificultada ou mesmo impedida com consequências sobre a 
rentabilidade dos agentes económicos e sobre a eficiência do conjunto 
da economia. Estes aspectos afetaram as funcionalidades entre os 
sectores e espaços, entre a economia tradicional e a economia 
moderna,entre o campo e a cidade, em alguns casos, as rupturas de 
comunicação introduziram graves distorções no funcionamento da 
economia. 
 
A administração e o exercito concentraram as populações das zonas 
afectadas pela guerra em aldeamentos. Pretendia-se retirar a guerrilha 
a possibilidade de mobilizar as populações e reduzir o apoio social ao 
movimento de libertação. 
 
Não obstante alguns sintomas de crise serem visíveis, existem 
evidencias que a economia de Moçambique cresceu a ritmos elevados 
durante o período da guerra. O crescimento foi suportado pelo 
investimento publico pela politica monetária expansiva, pela 
intensificação da colonização e pelos 
UnISCED CURSO: GESTAO DE EMPRESAS; 30 Ano Disciplina/Módulo: Economia Moçambicana 
29 
 
 
 
 
efeitos inter-sectoriais da presença de grandes contingentes do 
exercito. A industria não foi directamente afectada de forma 
significativa por se localizar nas cinturas urbanas. Realçar ainda que a 
guerra apenas alcançou zonas economicamente importantes a partir de 
1968-69 apos a operação No-Gordio. Começaram a ser atingidas 
directamente as zonas da alta Zambézia, produtora de chá e com grande 
importância na produção de milho e de tabaco, e de Manica e Sofala, 
importante na produção de cereais e de produtos frescos. As empresas 
produtoras de açúcar da Zambézia e de Sofala sofreram igualmente 
efeitos directos da guerra. As principais vias de comunicação do centro 
e norte do país estavam sujeitas a constantes ataques. 
 
Paralelamente, nas zonas libertadas, a frelimo procura aplicar novas 
formas de organização da economia. Realizam-se experiencia de 
trabalho colectivo em cooperativas de produção, o abastecimento rural 
e a extração dos excedentes produtivos são realizados através de uma 
rede de lojas da frelimo. Este movimento de libertação possuía o 
departamento de produção e comercio, que procurou orientar a 
produção agrícola no interior e vender no exterior os excedentes 
comercializados aos camponeses, sobretudo na Tanzânia. Estes 
aspectos sao abordados, quando se apresentam as aldeias comunais e 
o processo de cooperativizacao apos a independência. As 
populações são aglomeradas em redor das bases de guerrilha ou em 
zonas próprias, considerando a situação de guerra. Estas aldeias tinham 
múltiplos objectivos: defender e proteger as populações, 
simultaneamente que estas participavam na defesa e autodefesa, 
tendo-se iniciado a criação das milícias populares; mobilizar ou obrigar 
as populações para o transporte de material de guerra e de 
mantimentos transformando as aldeias em reservas de mão-de-obra; 
dificultar as acções das forças opostas em consequência da presença de 
populações. Existia assim uma dupla 
UnISCED CURSO: GESTAO DE EMPRESAS; 30 Ano Disciplina/Módulo: Economia Moçambicana 
30 
 
 
 
 
dependências guerrilheiros necessitavam da população e esta vivia 
protegida pelos guerrilheiros. 
 
Em1973, Samora Machel escreve, porque a produção se encontrava 
submetida aos princípios do pacto colonial, isto e, destinava-se a 
satisfazer os interesses exclusivos da metrópole colonial, foi-nos 
necessário substituir produtos destinados a economia colonial, algodão 
e oleaginosas, por produtos alimentares. O facto de termos encontrado 
mercados nos países amigos, permitiu-nos a produção de oleaginosas. 
A frelimo esforçou-se por diversificar a produção introduzindo e 
generalizando a produção de hortícolas. Fazem-se continuo esforços no 
sentido de melhorar as técnicas agrícolas e introduzir outras novas, 
como a de fertilização dos terrenos pela utilização de adubos. 
 
As experiencias das zonas libertadas, os discursos e os documentos da 
Frelimo, depois de conhecer o período da experiencia socialista 
moçambicana, permite encontrar muitos dos fundamentos e das 
opções politicas e económicas do pós-independência. Primeiro, são 
evidentes os sinais para a intervenção da Frelimo na economia 
fundamentada na rejeição das iniciativas de comercio privado nas zonas 
libertadas. Segundo, as cooperativas indicam as opções futuras da 
socialização do meio rural e da criação de aldeias comunais. Terceiro, a 
produção alimentar e a agrícola surgem como prioritárias, o que foi 
confirmado durante os primeiros anos apos a independência. Para 
a compreensão da historia económica do período da experiencia 
socialista e importante conhecer a historia da frelimo, sobretudo a luta 
pelo poder, as alianças e nao-aliancas, estes aspectos são abordados 
quando relacionados com as opções fundamentais do pós- 
independência. 
 
À altura da independência nacional (1975), a estrutura económica de 
Moçambique apresentava 
UnISCED CURSO: GESTAO DE EMPRESAS; 30 Ano Disciplina/Módulo: Economia Moçambicana 
31 
 
 
 
 
características gerais muito semelhantes com a de qualquer país 
colonizado, nomeadamente: 
 
1. AGRICULTURA - fonte de rendimento para a maioria da população. 
2. INDÚSTRIA - pouco desenvolvida. 
3. COMÉRCIO - mercado nacional limitado e subdesenvolvido. 
- dependência do exterior: importação de bens, equipamento e 
matérias-primas à indústria; exportação de produtos agrícolas. 
4. TRANSPORTES - sistema orientado para o mercado internacional. 
5. CLASSE OPERÁRIA - pequena (incipiente) e desorganizada. 
6. PRODUTIVIDADE - baixa e baixo nível de desenvolvimento das forças 
produtivas. 
 
1. Agricultura 
Ocupando cerca de 75% da mão-de-obra activa, a produtividade na 
agricultura era baixíssima devido à utilização de tecnologias e técnicas 
agrícolas rudimentares. A mecanização era quase inexistente e a 
utilização de agro-químicos e de outros factores modernos muito 
reduzida. 
 
O sector da agricultura caracterizava-se pela existência de um dualismo 
de estruturas que compreendia: 
• Um sector com 4700 propriedades agrícolas, nas quais centenas de 
milhares de moçambicanos trabalhavam para os colonos, cuja produção 
se destinava ao mercado 
(ex: açúcar, sisal e chá). Esta era a mão-de-obra assalariada usando 
técnicas relativamente avançadas de cultivo e dedicando-se à produção 
mercantil. 
 
Indústria Base industrial muito fraca. A indústria existente em 
Moçambique não surgiu em consequência da evolução da estrutura 
económica global do país, mas como 
UnISCED CURSO: GESTAO DE EMPRESAS; 30 Ano Disciplina/Módulo: Economia Moçambicana 
32 
 
 
 
 
uma actividade subsidiária da exportação, isto é, imposta pela 
necessidade de transformar produtos primários até à fase exportável. 
Tendo em conta a aptidão ecológica do país para as culturas de cana- 
de-açúcar, do sisal, do coqueiro, do algodoeiro, do chá, entre outros, 
são as indústrias do início do ciclo de transformações industriais destes 
produtos que primeiro apareceram em Moçambique. Os complexos 
agro-industriais do açúcar e do sisal são anteriores à grande guerra de 
1914. São também antigas e correspondem igualmente à objectivos de 
exportação as indústrias de extracção de óleos vegetais, do 
descaroçamento e prensagem de algodão, da preparação do chá e da 
serração de madeira. 
Nos finais da década de “40”, embora lentamente, assistiu-se à 
expansão do mercado interno (25.000 europeus) que tornou viáveis 
algumas indústrias que respondiam à sua procura. Assim surgiram as 
indústrias do sabão e do tabaco; depois, as da cerveja, do cimento e do 
vestuário; mais tarde e já na década de “50”, a moagem de trigo e a 
fiação e tecelagem de algodão e juta; e, por fim, já nos anos “60”, a 
refinação de petróleos, a laminagem de ferro e aço, a construção e 
montagem de material de caminho-de-ferro, e o descasque da castanha 
de cajú. O sector da indústria pesada para a produção de máquinas para 
outros sectores da economia era muito incipiente, com um peso de 
apenas 11.7% no valor bruto da produção em 1973. A indústria 
existente, basicamente de transformação primária de produtosagrícolas estava equipada com maquinaria importada, frequentemente 
em segunda mão ou mesmo obsoleta. Sendo assim, só era capaz de 
efectuar pequenas transformações finais, de acabamento ou de 
embalagem de produtos importados. 
UnISCED CURSO: GESTAO DE EMPRESAS; 30 Ano Disciplina/Módulo: Economia Moçambicana 
33 
 
 
 
 
estrutura da indústria herdada da era colonial a indústria era: 
subdesenvolvida, desequilibrada, Débil, dependente, vulnerável e 
ineficiente. O algodão foi a matéria prima que permitiu o lançamento 
da indústria têxtil portuguesa no mercado internacional. O atraso 
tecnológico da indústria transformadora era tal que em 1975 mais de 
70% de equipamento industrial tinha um tempo de uso superior de 15 
anos. Era incapaz de enfrentar mercados competitivos e desafios 
tecnológicos. Em 1975, 80% da força de trabalho no sector da indústria 
era analfabeta e não qualificada. A propriedade industrial era 
controlada pelos capitais e cidadãos estrangeiros portugueses e não 
portugueses residentes em Moçambique. Durante a colonização e 
apesar da existência dos planos de fomento não se adoptou nenhuma 
política da industrialização corrente 
 
E de acordo com dados estatísticos disponíveis e actuais, o sector 
agrário como um todo, contribui para o Produto Interno Bruto com 
cerca de 25.9% (a preços de 1996). A Agricultura sozinha, contribui com 
cerca de 22.1% no Produto Interno Bruto 
 
Os desafios do sector agrícola em Moçambique são: aumento da 
produção e Produtividade; uso de tecnologias melhoradas, 
disseminação e adopção das mesmas; prevenção das calamidades 
naturais nomeadamente : a seca e as inundações; escoamento de 
produtos agrícolas das zonas de maior produção para as deficitárias( 
devidos ás más condições de transitabilidade das vias em muitas zonas 
do País); acesso ao mercado de insumos e transformação da agricultura 
de subsistência em agricultura virada para o mercado. 
 
A agricultura constitui a base da segurança alimentar da população, 
principalmente nas zonas rurais onde a pratica desta actividade 
constitui uma das formas de sobrevivência dos agregados familiares 
cultivando em grande medida culturas 
UnISCED CURSO: GESTAO DE EMPRESAS; 30 Ano Disciplina/Módulo: Economia Moçambicana 
34 
 
 
 
 
alimentares básicas, nomeadamente: Milho, arroz, Mapira, amendoim, 
meixoera, feijões e mandioca. Da produção obtida, cerca de 90% se 
destina ao autoconsumo. O remanescente é comercializado com 
objectivo de adquirir outros bens, principalmente manufacturados. Por 
outro lado, os agregados familiares que praticam culturas de 
rendimento utilizam as receitas provenientes das suas vendas na 
aquisição, entre outros bens, de alimentos para garantir a segurança 
alimentar em épocas de fome. 
 
As Culturas de rendimento mais produzidas em Moçambique são a Cana 
de Açucar, Algodão, Tabaco, Chá, Girassol, Copra, Gergelim, Gengibre, 
Soja, Paprica, Castanha de cajú, etc. 
 
Repare-se que alguns produtos agrícolas de Moçambique já concorrem 
para o mercado externo, contudo, ainda tem que responder a novos 
desafios da oportunidades de colocação desses mesmos produtos e 
outros para concorrer em pé de igualdade com os outros países. 
 
2. Comércio 
Toda a rede comercial na cidade e no campo pertencia e era gerida por 
estrangeiros (desde a venda por grosso até à venda à retalho). Daí que, 
neste sector, era visível a discriminação racial. Era vedada aos 
moçambicanos negros qualquer actividade comercial de conta própria, 
cabendo a estes assegurar a troca desigual de produtos das suas 
machambas com os produtos industriais. O poder de compra da 
população camponesa era limitado devido a um sistema de preços que 
fazia com que os colonos portugueses recebessem mais que as famílias 
camponesas quando vendiam os seus produtos agrícolas. 
A Evolução da economia entre 1977 e 1986 esteve assenta em 
importações ( veja-se a taxa de cobertura no quadro a abaixo) e a 
evolução dos volumes em valor das exportações e importações. 
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35 
 
 
 
 
A tendência da evolução mais rápido do valor das exportações ente 
1978 e 1980 foi invertida, não obstante os termos de troca positivos do 
comercio externo entre 1980 e 1986; segundo o World Bank(1990), é 
considerado o índice 100 para 1980, os valores para 1985 e 1986 foram 
respectivamente de 105 e 106. Deve-se no entanto destacar que as 
variações podem ser grandes e não existe dados globais para restantes 
anos do período em referência. 
 
3. Serviços 
A economia colonial assentava em dois alicerces: o primeiro era a 
função de prestação de serviços que Moçambique desempenhava em 
relação a outros países da região, o que correspondia a cerca de metade 
dos rendimentos externos da colónia. Por volta de um quarto desses 
rendimentos das tarifas portuárias e de caminhos de ferro. A outra 
quarta parte vinha do trabalho dos emigrantes, sendo o grupo dos 
mineiros na África do Sul o mais importante. 
Os portos e caminhos de ferro foram orientados quase que 
exclusivamente para os países do “hinterland” (África do Sul, 
Swazilândia, Zimbabwe, Malawi, Zâmbia), como 
reflexo da política colonial de subordinação aos interesses dos países 
vizinhos, sem terem conta as necessidades do comércio e 
desenvolvimento dentro de Moçambique. 
Contudo, os desenvolvimento do sector terciário criou uma 
desintegração espacial da economia por carências da rede de 
transportes (quer rodoviários, quer ferroviários) e 
ausência de centros polarizantes em vastas regiões do território. As 
linhas férreas foram construídas na direcção Este-Oeste e não na 
direcção Norte-Sul. Nem as linhas férreas, nem as estradas, ligam as 
diversas zonas do país. 
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36 
 
 
 
 
O crescimento de Moçambique de 1992 a 2012: Factos estilizados 
 
 
Compreende-se melhor a experiência de crescimento de Moçambique 
distinguindo dois quadros temporais. Na década subsequente à guerra 
(1992–2002), as políticas do Governo dedicaram-se à reabilitação e à 
criação das bases da economia de mercado. Desde então, o enfoque 
tem sido a consolidação dos resultados e a manutenção de elevadas 
taxas de crescimento económico. O desempenho económico global foi 
vigoroso durante ambos esses períodos, embora nos dez primeiros anos 
o crescimento tenha sido mais volátil, com quebras consideráveis do 
desempenho económico em 1995 e em 2000 devido a choques 
associados às condições meteorológicas (cheias). O desempenho 
económico resultou em grande medida da liberalização do mercado e 
das políticas de privatização levadas a cabo. No segundo período, o 
crescimento foi impulsionado em maior medida pelos investimentos 
feitos em mega projetos. De igual modo, os doadores proporcionaram 
um elevado nível de apoio durante todo esse período. A produção 
económica não é muito diversificada, embora se tenham dado 
mudanças estruturais na economia. Durante a década da reconstrução 
subsequente à guerra, a participação da agricultura (setor primário) 
desceu de 38% do PIB em 1992 para 20% em 2001, refletindo o reerguer 
da economia, a reabilitação da central hidroelétrica de Cahora Bassa 
(1995–97) e a construção da fundição de alumínio da Mozal (1998– 
2003). Aliás, a Mozal constitui o primeiro mega projeto de Moçambique 
no pós-guerra, e os investidores estrangeiros foram atraídos pela 
generosidade dos incentivos fiscais. 
UnISCED CURSO: GESTAO DE EMPRESAS; 30 Ano Disciplina/Módulo: Economia Moçambicana 
37 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Concedidos e pelo acesso a tarifas elétricas reduzidas. Assim, a 
participação do setor secundário (mineração, transformação, 
eletricidade e construção) aumentou continuamente até aos 25% do 
PIB em 2004. Desde então, com o arranque de vários investimentosavultados em explorações comerciais, o crescimento agrícola 
ultrapassou o crescimento de outros setores, inclusive em 2012 o setor 
primário ascendia aproximadamente a 28% do PIB. O setor terciário 
(sobretudo comércio, transportes e serviços públicos) atingiu cerca de 
45% do PIB nesse período. O investimento, em especial a aposta nos 
mega projetos, estimulou o crescimento, representando um aumento 
estimado entre 2 a 4 pontos percentuais do crescimento em cada ano 
de construção ativa (Figura 1.3).2 O investimento nos primeiros anos 
após o conflito evidenciou a 
UnISCED CURSO: GESTAO DE EMPRESAS; 30 Ano Disciplina/Módulo: Economia Moçambicana 
38 
 
 
 
 
reconstrução financiada pela ajuda, mas rapidamente a atenção virou- 
se para projetos de infraestruturas e para o investimento direto 
estrangeiro (IDE), sobretudo projetos como Cahora Bassa, Mozal e Sasol 
(gasoduto para a África do Sul). Desde 2004, iniciaram-se vários projetos 
no setor extrativo, exploração ou processamento de minérios, 
nomeadamente o projeto das areias pesadas da Kenmare, as minas de 
carvão da Vale e Rio Tinto e, mais recentemente, a bem sucedida 
exploração de gás pela ENI e Anadarko na bacia de Rovuma no mar ao 
largo do norte de Moçambique. 
 
 
 
 
 
 
 
UnISCED CURSO: GESTAO DE EMPRESAS; 30 Ano Disciplina/Módulo: Economia Moçambicana 
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A recuperação do investimento e das entradas de IDE desde 2007 tem 
estado ligada ao crescimento das importações, e as exportações 
líquidas voltaram a abrandar após 2011. A base das exportações 
afastou-se dos produtos de exportação tradicionais como sejam o 
camarão, o algodão, a madeira, a castanha de caju em bruto e o açúcar, 
que predominaram na primeira década após a guerra, prevalecendo as 
exportações. 
 
2.3. O PERFIL DAS PMEs EM MOÇAMBIQUE 
 
 
2.3.1. Contexto 
 
 
O Programa Quinquenal do Governo (2015-2019) tem na prioridade III 
Promover o Emprego e Melhorar a Produtividade e Competitividade e 
na prioridade IV Desenvolver Infraesturas Económicas e Socias o 
direccionamento estratégico do suporte as PMEs no desenvolvimento 
da capacidade produtiva através do suporte empresarial para a 
facilitação do acesso a informação e tecnologia, desenvolvimento de 
habilidades de gestão e não só, acesso a financiamentos e expansão de 
infra-estruturas de suporte. Inserido no âmbito da promoção 
empresarial, a presente análise da situação actual das PMEs tem como 
base o censo de empresas do Instituto Nacional de Estatística, realizado 
UnISCED CURSO: GESTAO DE EMPRESAS; 30 Ano Disciplina/Módulo: Economia Moçambicana 
40 
 
 
 
 
em 2004 e actualizados anualmente através de inquéritos Passados 10 
anos após a realização do último censo de empresas e conforme 
previsto, decorre o desenvolvimento do novo censo de empresas pelo 
INE que irá criar condições para aprimorar melhor a avaliação dos 
indicadores de desempenho empresarial. Servirá igualmente não 
somente como veículo de complementaridade mas também de 
validação dos dados que constam da base de dados das PMEs tendo em 
consideração a sua inter-conectabilidade. 
 
Atribuições As atribuições estatutárias do IPEME como instituição 
pública e que foram a base-guia para as realizações do quinquénio, não 
só dinamizam a sua visão “Ser a plataforma institucional para promoção 
das micro, IPEME. 
 
O PERFIL DAS PMEs EM MOÇAMBIQUE PMEs 
Pequenas e Médias Empresas em Moçambique Situação e Desafios 38 
pequenas e médias empresas em Moçambique” e a sua missão 
“Incentivar a implantação, a consolidação e o desenvolvimento das 
micro, pequenas e médias empresas” mas, como também, enformam 
os valores “Excelência, Ética, Assistência, Eficiência, Competitividade, 
Empreendedorismo, Parceria”. 
 
As atribuições do IPEME concentram-se nas seguintes áreas: 
i. Fomentar a criação, desenvolvimento e modernização das Pequenas 
e Médias Empresas; 
ii. Estimular a implementação de micro, pequenas e médias unidades 
industriais de processamento de produtos nacionais; 
iii. Enquadrar a actividade de promoção de equipamento de 
processamento apropriado para zona rural dentro das estratégias 
sectoriais orientadas para o desenvolvimento rural; 
iv. Criar capacidade de gestão empresarial das Pequenas e Médias 
Empresas; 
UnISCED CURSO: GESTAO DE EMPRESAS; 30 Ano Disciplina/Módulo: Economia Moçambicana 
41 
 
 
 
 
v. Facilitar a assistência técnica e coordenação de acção de formação 
para os intervenientes; 
vi. Promover e criar incubadoras empresariais; 
vii. Assegurar a gestão das incubadoras existentes; 
viii. Facilitar o acesso ao financiamento, através de protocolos 
estabelecidos com a Banca, para disponibilização de instrumentos 
complementares de capitalização das empresas e acesso ao crédito; 
ix. Promover acordos para constituição de fundos de co-garantia assim 
como a sua correcta gestão; 
x. Mobilizar recursos financeiros para o apoio ao desenvolvimento 
empresarial; 
xi. Promover as ligações entre as PME’s e entre estas e as grandes 
empresas. 
 
 
Focalização Estratégica A Estratégia Nacional de Desenvolvimento 
(2015-2035) considera que a industrialização deve desempenhar um 
papel fundamental na dinamização da economia ao impulsionar o 
desenvolvimento dos principais sectores de actividade (agricultura e 
pesca), na criação de emprego e na capitalização dos moçambicanos, 
definindo deste modo o sector industrial e os a ela ligados como 
prioridade na dinamização e suporte pelo governo. Neste quadro o 
IPEME apoia o Desenvolvimento industrial a nível local com recurso a 
metodologia CaDUP através da qual as PMEs em particular do ramo do 
agro-processamento são assistidas em desenvolvimento empresarial 
(embalagem, qualidade, gestão, financiamento, mercados e outros) nas 
províncias de Maputo, Gaza e Inhambane. Por outro lado o IPEME 
assiste as PMEs em parceria com a cooperação argentina em matérias 
de organização e desenvolvimento industrial no quadro da promoção 
da melhoria da eficiência produtiva das empresas. 
 
Volume de Negócios nas Pequenas e Médias Empresas As pequenas 
empresas são as que alcançaram o 
UnISCED CURSO: GESTAO DE EMPRESAS; 30 Ano Disciplina/Módulo: Economia Moçambicana 
42 
 
 
 
 
volume de negócios mais expressivo, tendo atingido cerca de 68 mil 
milhões de meticais em 2012, o que significa dizer que a contribuição 
de cada empresa nesta categoria contribuiu em média com cerca de 13 
milhões de meticais, conforme a figura seguinte (INE, 2013). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Distribuição das PMEs Por Sectores de Actividade Maior número de 
empresas encontra-se concentrado no sector do comércio a grosso e a 
retalho e nalguns serviços como reparação de veículos automóveis e 
motociclos no qual actuam 55% do total das PMEs, seguido do sector 
de alojamento e restauração (21%) e da indústria transformadora 
(10%). 
UnISCED CURSO: GESTAO DE EMPRESAS; 30 Ano Disciplina/Módulo: Economia Moçambicana 
43 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
 
O potencial económico do País para a atracção de investimentos na 
agro-indústria, agricultura, turismo, pesca e mineração é enorme. 
Projectos como o da Mozal, Barragem de Cahora Bassa, Corredores 
Ferro-Portuários e Complexos Turísticos ao longo de todo o País têm 
contribuído significativamente para colocar Moçambique na rota dos 
grandes investimentos regional e internacional. 
Apesar do notável crescimento económico que o País vem registando, 
muitos moçambicanos continuam vivendo abaixo da linha da pobreza. 
O combate à pobreza absoluta constitui uma das grandes prioridades 
do Governo para o quinquénio 2005-2009. Para o efeito foi traçado a 
segunda fase do Plano de Acção da Redução da Pobreza Absoluta 
(PARPA II). 
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Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 
 
1. Descreve o perfil das PMEsem moçambique 
2. Qual é os contributos das PMEs na Economia 
3. Quais são os grandes desafios dos PMEs no contexto 
Moçambicano. 
4. Qual São os principais factores de atracão de 
investimento em Moçambique 
5. Quais os Principais Mega projectos estalado no país pós 
independência. 
 
 
 
 
 
EXERCÍCIOS DE AUTO-AVALIAÇÃO 
 
1. Quais as grandes dificuldades encarradas pelas PMEs. 
 
2. Qual o impacto socio económico dos megas projectos em Moçambique 
 
3. Destaque o papel da CTA na economia Moçambicana. 
 
4. Qual é o contributo do comercio no PIB de Moçambique. 
 
5. Qual é o contributo do mercado informar na economia. 
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TEMA – III: Mega projectos e Economia Ambiental 
 
UNIDADE Temática 3.1: Características Económicas dos Mega Projectos 
 
UNIDADE Temática 3.2: Economia de Ambiente 
 
UNIDADE Temática 3.3: Conceito de economia do ambiente 
 
 
 
 
Objectivos 
 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
• Compreender o contributo económico de mega projectos 
• Analisar o impacto sobre a Economia Moçambicana. 
 
 
 
Introdução 
 
Moçambique faz fronteira com sete países vizinhos, a saber: a Norte a Tanzania; 
a Noroeste o Malawi e a Zâmbia; a Oeste o Zimbabwe; a Sudeste a África do Sul e 
a Swaziandia; e a sul novamente a África do Sul. A este fica o Oceano Índico (Canal 
de Moçambique). Estas confrontações, são geograficamente definidas e de forma 
mais exacta pela forma que se segue: 
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46 
 
 
 
 
Fronteira Norte 
 
Está estabelecida entre o curso do rio Rovuma entre a sua foz e a sua confluência 
do rio Messingue: deste ponto para o Oeste uma linha convencional até um ponto 
a meio do lago Niassa (Lat. 11° 30′ e Long 34° 48′). 
 
Fronteira Oeste 
 
Separa o território nacional de cinco países vizinhos, ao longo de cerca de 2680km, 
desde o seu extremo mais a Norte localizado num ponto a meio do Lago Niassa, 
onde começa fronteira com o Malawi, até ao extremo sul situado junto à fronteira 
com a Suazilândia. 
 
A fronteira Oeste, limita sucessivamente o território nacional do Malawi, através 
de três províncias: Niassa e Zambézia (no sentido Norte-Sul) e Tete (no sentido 
Sul-Noroeste), num percurso de cerca de 1200 km; a partir do paralelo de 14° 
Latitude Sul, tangente à província de Tete, começa a fronteira Norte-Ocidental 
com a Zâmbia no sentido Noroeste-Sudeste até ao rio Aruagua, prosseguindo ao 
longo do curso deste no sentido Norte-Sul, até à confluência com o rio Zambeze, 
percorrendo cerca de400 km. Deste ponto, começa em direcção Sul a fronteira 
com o Zimbábue. 
 
Ao chegar-se ao paralelo de 16º Latitude Sul, a fronteira toma grosso modo o 
sentido Oeste Este até ao meridiano de 33º Longitude Este. Deste ponto, retoma 
o sentido geral Norte Sul até ao ponto de encontro com o rio Save. Daqui, 
desenvolve-se no sentido Sudoeste até ao rio Limpopo onde termina a fronteira 
com o Zimbabwe. Esta é a maior fronteira terrestre que Moçambique faz com um 
país vizinho, percorrendo cerca de 1000 Km distribuídos pelas províncias de Tete, 
Manica e Gaza. A partir do rio Limpopo, começa a fronteira com a África do Sul no 
sentido geral Noroeste Sudeste, até junto a nascente do rio Mazinchope, situado 
mais ou menos sobre o meridiano de 32º Longitude Este. Deste ponto, 
desenvolve-se em direcção Sul ao longo do referido meridiano até ao monte 
M’ponduine onde, a fronteira com a África do Sul e interrompida depois de 
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47 
 
 
 
 
percorridos cerca de 400 Km, para dar lugar a curta fronteira com a Swazilândia, 
também no sentido geral Norte-sul até a confluência com o rio Maputo (extremo 
sul da fronteira) num percurso de cerca de 80 Km. 
 
 
 
Fronteira Este 
 
O território Moçambicano, sendo banhado a Este pelo Oceano Índico (canal de 
Moçambique), tem a sua fronteira Este limitada a 12 milhas marítimas a partir da 
linha de base. 
 
Fronteira Sul 
 
Vai do rio Maputo até a confluência com o rio Pongolo; deste local até a Ponta de 
Ouro, corre uma linha convencional na direcção geral de Este 
 
 
 
Na altura da sua independência, em 1975, Moçambique era um dos países mais 
pobres do mundo. O modelo de governo e a guerra civil pioraram a situação. 
 
 
 
Em 1987, o governo empreendeu uma série de reformas macroeconómicas 
projetadas para estabilizar a economia. Estas providências, a par da ajuda externa 
e da estabilidade política desde as eleições, refletiram-se no aumento da taxa de 
crescimento do país. 
 
 
 
A inflação foi reduzida a dígitos únicos durante o fim dos anos 90. Em 2007, a 
inflação reduziu para 8 por cento, enquanto o crescimento de PIB atingiu 7,5 por 
cento. 
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48 
 
 
 
 
Apesar da melhoria assinalada, Moçambique permanece dependente da ajuda 
estrangeira, no que diz respeito à maior parte do seu orçamento anual, com a 
maior parte da população (70%, de acordo com o CIA – CIA – The World Factbook) 
a permanecer abaixo da linha de pobreza. A agricultura de subsistência continua 
a empregar a maior parte da força de trabalho do país. Um desequilíbrio comercial 
substancial persiste, embora a abertura da fundição de alumínio Mozal – o maior 
projeto de investimento estrangeiro do país até à data – tenha aumentado o lucro 
de exportação. 
 
 
 
Uma parte substancial da dívida estrangeira de Moçambique foi reduzida pelo 
facto do país estar abrangido pelo programa dos Países Pobres Altamente 
Endividados do Fundo Monetário Internacional (HIPC). 
 
 
 
Em Setembro de 2010 os cidadãos revoltaram-se depois de terem sido anunciados 
aumentos nos preços da água, eletricidade, combustível e no pão. Numa tentativa 
de diminuir o impacto negativo sobre a população, o governo implementou 
subsídios, reduziu impostos e tarifas, e instituiu outras medidas fiscais. 
Moçambique cresceu a uma taxa média anual de 6% a 8% na década até 2013, 
uma das performances mais fortes da África. A capacidade de Moçambique para 
atrair grandes projetos de investimento em recursos naturais é esperada para 
abastecer um elevado crescimento nos próximos anos. 
 
 
 
 
3.1 Características Económicas dos Mega 
Projectos 
Mega projectos são actividades de investimento e produção com características 
especiais. Primeiro, a sua dimensão, definida pelos montantes de investimento 
(acima de US$ 500 milhões) e impacto na produção e comércio, é enorme. Por 
exemplo, se pegarmos em três mega projectos apenas (a fundição de alumínio de 
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49 
 
 
 
 
Beluluane, Mozal; a mina de areias pesadas de Moma; e o projecto do gás natural 
da Sazol, em Inhambane), podemos verificar que: (i) o custo de investimento 
inicial de cada um destes projectos é superior a US$ 1 bilião; (ii) a soma do 
investimento realizado por estes três projectos é aproximadamente igual a 60% 
do PIB de Moçambique; (iii) o investimento nestes três projectos é superior a 55% 
do investimento privado total realizado nos últimos 10 anos; (iv) a produção 
conjunta destes projectos aproxima-se de 70% da produção industrial bruta de 
Moçambique. O valor da produção bruta da Mozal (cerca de US$ 2 biliões em 
2006) era maior que o Orçamento do Estado de Moçambique; e (v) as exportações 
totais destes projectos aproximam-se de três quartos das exportações nacionais 
de bens. 
 
 
 
Segundo, em contrapartida, os mega projectos são geralmente intensivos em 
capital e, portanto, não geram emprego directo proporcional ao seu peso no 
investimento, produção e comércio. Por exemplo, tomando os três mega 
projectos atrás mencionados (cujo investimento se aproxima de60% do PIB, cuja 
produção se aproxima de 70% do produto industrial e cujas exportações andam 
por volta de três quartos das exportações nacionais de bens) podemos constatar 
que, no seu conjunto, empregam apenas 4% da força de trabalho assalariada 
formal no sector industrial. 
Terceiro, são geralmente concentrados em torno de actividades mineiras e 
energéticas – carvão e Moatize, gás de Pande e Temane, areais minerais de Moma 
e Chibuto, Hidroeléctrica+ de Cahora Bassa (HCB), e a Mozal (intensiva em 
energia), são apenas alguns exemplos. 
Quarto, são estruturantes das dinâmicas fundamentais de acumulação e 
reprodução económica em Moçambique por causa do seu peso no investimento 
privado, na produção e no comércio. Dado que são poucos e concentrados 
sobretudo na indústria extractiva e de energia, as dinâmicas assim geradas são 
estruturantes de uma economia excessivamente concentrada, produtora de 
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50 
 
 
 
 
produtos primários, pouco diversificada em termos de produção, comércio, 
qualificações e tecnologias e ligações, e de base social e regional estreita 
(concentrada em algumas regiões e com impacto social limitado). 
Quinto, os mega projectos são área quase exclusiva de intervenção de grandes 
empresas multinacionais por causa dos elevadíssimos custos, das qualificações e 
especialização requeridas, da magnitude, das condições competitivas e 
especialização dos mercados fornecedores e consumidores, geralmente 
dominados por oligopólios e monopólios. Tipicamente, estas empresas constroem 
altos níveis de integração vertical ao longo das cadeias produtivas, diversificam 
horizontalmente para áreas de actividade relacionadas, exercem controlo sobre 
os mercados em que, ou com que, operam. Em economias menos desenvolvidas, 
como a de Moçambique, estas empresas podem exercer considerável poder. Por 
exemplo, a BHP Billiton, principal accionista da Mozal e das areias minerais de 
Chibuto, tem um portfolio de investimento em Moçambique superior a 40% do 
PIB Moçambicano o que lhe dá enormes vantagens na negociação política com as 
instituições públicas. 
Sexto, os custos de insucesso (ou sunk costs) são altíssimos por causa da dimensão 
e complexidade destes investimentos. Deste modo, estes empreendimentos são 
pouco sensíveis a incentivos de curto prazo ou de ocasião, e muito sensíveis às 
estratégias corporativas globais, dinâmicas dos mercados, condições logísticas e 
de infra-estruturas, acesso barato e seguro a recursos produtivos e custos do 
capital. Não admira, pois, que em Moçambique estes projectos sejam orientados 
para mercados 
 
 
 
externos maiores e com acordos futuros, invistam massivamente na infra- 
estrutura e logística que necessitam, exijam livre repatriamento de capitais, 
negoceiem preços baixos para as matérias-primas e outros principais insumos 
locais e isenções de direitos nas importações de equipamentos e matérias-primas. 
Não essência, as decisões de investimento e sua localização, expansão, escolha de 
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51 
 
 
 
 
mercados e tecnologia são o resultado da combinação de estratégias corporativas 
num ambiente oligopolista, em vez de respostas de curto e médio prazo a 
incentivos não estruturais. 
 
 
 
3.1.1. Análise temática: Empreendedorismo e industrialização em Moçambique 
 
A grande maioria das indústrias existentes em Moçambique são antigas empresas 
coloniais, nacionalizadas após a independência em 1975 e posteriormente 
privatizadas durante a liberalização económica dos anos 90. Ao longo deste 
processo, grande parte da capacidade industrial do país diminuiu. Do tecido 
industrial tradicional, os subsetores que subsistiram e se desenvolveram foram o 
de alimentos (21% da produção industrial), bebidas (10%), tabaco (9%) e cimento 
(5%). Em contrapartida, outros subsetores anteriormente relevantes deixaram de 
existir ou tornaram-se residuais, tais como o da cerâmica, do vidro, do chá, do caju 
processado, da metalurgia e dos têxteis. O setor industrial atualmente emprega 
apenas 3% da população ativa. Os grandes fluxos de IDE iniciados em 2000 
promoveram novos subsetores, essencialmente orientados para as exportações, 
que agora constituem a espinha dorsal do tecido industrial. O megaprojeto de 
fundição de alumínio da Mozal, o primeiro investimento industrial em grande 
escala do país realizado em 2000, representa cerca de 39% da produção industrial 
e 25% das exportações de Moçambique. A unidade de produção de gás natural da 
Sasol, que se seguiu em 2001, contribui para 10% das exportações, agora 
ultrapassada pela produção de carvão, que representa 15% das exportações, 
enquanto a de areias pesadas contribui com 6%. Ao todo, esses quatro produtos 
contribuem para quase 60% das exportações, sendo todas elas matérias-primas 
primárias com valor acrescentado residual. Para além da eletricidade, que 
representa 11% das exportações, quase inteiramente gerada pela barragem 
hidroelétrica de Cahora Bassa, construída antes da independência, o açúcar semi- 
processado (3% das exportações) é o único produto processado exportado. Para 
além dessas indústrias principais, a produção industrial tem estagnado desde a 
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independência, e o setor não conseguiu aproveitar os potenciais benefícios – e as 
ligações – do setor de indústria extrativa em rápida expansão, em que o gás 
natural e seus derivados estão prontos para se tornarem no principal polo 
industrial do país. A Estratégia Nacional de Desenvolvimento lançada em 2014 
coloca a industrialização como o principal caminho para a prosperidade e 
competitividade através de um modelo de crescimento inclusivo e sustentável. O 
processo de industrialização encontra-se projetado para se desenvolver numa 
base institucional renovada, criando o capital humano necessário e fornecendo as 
infraestruturas físicas necessárias. Em 2016, no contexto dos investimentos em 
larga escala no setor de gás natural, o governo aprovou uma nova Estratégia 
Política e Industrial (EPI) para 2016- 25. A EPI assume uma abordagem horizontal 
para superar as deficiências estruturais do país, selecionando como pilares: 
infraestruturas para o desenvolvimento económico, desenvolvimento do capital 
humano, formação em empreendedorismo e proteção da indústria nacional, 
promoção do acesso ao financiamento adequado, promoção de laços comerciais, 
incentivos ao investimento para o setor industrial, apoio à inovação; acesso à 
tecnologia; investigação e desenvolvimento, bem como definição de um modelo 
institucional adequado para impulsionar o desenvolvimento industrial. Esta 
abordagem horizontal é complementada por uma política vertical para incentivar 
subsetores específicos identificados como prioritários: alimentação e 
agroindústria; vestuário, têxteis e calçado; minerais não metálicos; metalurgia e 
fabricação de produtos metálicos; madeira e mobiliário; química, borracha e 
plásticos, assim como papel e impressão. Estes setores beneficiarão de incentivos 
fiscais e aduaneiros, e ainda de incentivos ao investimento. Como parte do seu 
terceiro pilar, a estratégia visa a capacitação do empreendedorismo jovem como 
forma de promover as micro, pequenas e médias empresas (MPME) e a 
industrialização. No pilar de criação de emprego da nova política de emprego de 
2016, são incluídas medidas específicas para a formalização do setor informal 
através da formação em empreendedorismo e da inclusão do tema do 
empreendedorismo nos curricula escolares. Adicionalmente, a estratégia prevê 
apoiar programas de inovação e aprendizagem vocacional dirigidos às MPME para 
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53 
 
 
 
 
desenvolvero empreendedorismo e as capacidades básicas de gestão 
empresarial. São também identificados os vínculos com os setores extrativos 
como um catalisador crucial do emprego através de oportunidades empresariais 
em setores auxiliares (industriais e de serviços) para os grandes projetos. O 
instituto de promoção das pequenas e médias empresas – Instituto para a 
Promoção das Pequenas e Médias Empresas (IPEME) – lidera a implementação da 
estratégia nacional de apoio às MPME. A estratégia, datada de 2014, centra-se em 
melhorar o ambiente empresarial, aumentar as capacidades das MPME, melhorar 
o acesso aos serviços financeiros, bem como aumentar o acesso ao mercado. Os 
resultados são monitorizados e avaliados regularmente. De acordo com dados de 
2016, 64% dos moçambicanos são trabalhadores independentes, enquanto 19% 
trabalham em atividades não agrícolas. Os empreendedores individuais 
representam 92.7% de todas as empresas registadas. As mulheres possuem 40% 
desse tipo de empreendimento. Há uma grande prevalência de microescala de 
comércio (44%) e agricultura (22%) com pouco valor acrescentado e muito pouco 
potencial de criação de emprego. No setor industrial, as microempresas, com um 
a quatro funcionários, respondem por 63% das empresas industriais, enquanto as 
pequenas empresas correspondem a 30%. Apenas 3% das indústrias são médias, 
empregando entre 50 e 100 trabalhadores. Embora as grandes empresas sejam 
apenas 4% de todas as empresas industriais, elas respondem por 64% da produção 
total, refletindo a maior parte do IDE direcionado para os megaprojetos de capital 
intensivo em indústrias extrativas. As ligações com as indústrias extrativas em 
rápida expansão proporcionam uma oportunidade única para impulsionar o 
empreendedorismo. O programa Mozlink, apoiado pela Corporação Financeira 
Internacional, é o programa mais bem-sucedido. Outros programas estão agora a 
ser desenvolvidos com o apoio da Organização das Nações Unidas para o 
Desenvolvimento Industrial e do Banco Africano de Desenvolvimento. Segundo 
um levantamento de empresários nacionais encomendado pelo IPEME, existem 
quatro motivações principais para estabelecer uma MPME: 
i) conhecimento prévio do mercado (31%); 
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54 
 
 
 
 
ii) Identificação de uma necessidade no mercado (27%); 
iii) Apoio às populações locais com um novo projeto (12%); e compra de 
uma empresa já existente (12%). Os principais obstáculos ao arranque 
e desenvolvimento de uma MPME são ligados ao ambiente 
macroeconómico, como aspetos relacionados às operações internas 
das empresas, ao papel das instituições públicas no processo e ao 
acesso ao financiamento. Empreendedores e MPME dependem 
principalmente do autofinanciamento e reinvestimento de lucros, o 
que limita a capacidade de novos investimentos e a expansão de 
negócios. Apenas metade das empresas utiliza outras fontes de 
financiamento, que são principalmente empréstimos bancários (62%). 
Com uma procura crescente, o setor de capital de risco encontra-se em 
fase embrionária e a expandir-se lentamente como parte de um 
ecossistema mais amplo e de rápido crescimento para apoiar os 
empreendedores e as MPME. Tal expansão inclui incubadoras de 
empresas, empresas de serviços de desenvolvimento de negócios, 
centros empresariais e de capacitação patrocinados por grandes 
corporações, bem como bancos e consultoras especializadas, lançando 
as bases para um tecido industrial rejuvenescido. 
 
 
 
 
3.2. Economia do Ambiente 
 
A economia do ambiente, também designada por economia do ambiente e dos 
recursos naturais, é o ramo da economia que se dedica ao estudo do impacto 
das externalidades causadas no ambiente externo e a maximização da produção 
e a satisfação das necessidades de consumo, tendo em conta a finitude dos 
recursos. 
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3.3. Conceito de economia do ambiente 
 
A economia do ambiente, também designada por economia do ambiente e dos 
recursos naturais, é o ramo da economia que se dedica ao estudo do impacto das 
externalidades causadas no ambiente externo e a maximização da produção e a 
satisfação das necessidades de consumo, tendo em conta a finitude dos recursos. 
 
3.4. Como o ambiente entra na economia? 
 
Os inícios da entrada da economia no problema ambiental nasce a partir da 
necessidade de controlar o mal uso dos bens ambientais, especialmente com 
respeito aos problemas de poluição que aconteceram nas grandes cidades dos 
países desenvolvidos nos anos 70. Assim os economistas ambientais tem 
inicialmente formulado propostas baseados nas políticas de controlo e 
posteriormente de desenvolvimento tecnológico. Em quanto ao problema do 
controle ambiental a ideia básica é o reconhecimento de que o mercado se tem 
visto na impossibilidade de poder controlar os problemas ambientais porque não 
tem sido possível à internalização dos custos ambientais. Então a solução do 
problema passa por corrigir esta distorção. 
Para poder resolver este problema o economista Pigou propus que era possível 
alcançar a solução de equilíbrio mediante a imposição de um imposto (o famoso 
imposto pigouviano). Isto trouxe alguns problemas dentro da teoria porque ela vai 
em contra mesmo da lógica do funcionamento do mercado. Nesse sentido surgiu 
a proposta de Coaseque diz que dado que os custos de transação são depreciáveis 
é possível que as partes possam-se pôr de acordo chegando a uma solução ótima 
a partir da definição dos direitos de propriedade. 
Outro dos problemas ambientais que tem recebido uma ampla análise é o a 
respeito da utilização dos recursos naturais. 
Para os economistas “ambientais” a solução aos problemas da falta de recursos 
somente é visto como um problema tecnológico, é dizer, se a tecnologia se 
http://knoow.net/ciencterravida/biologia/recurso-ambiental/
http://knoow.net/cienceconempr/economia/externalidades/
http://knoow.net/ciencterravida/biologia/impacto-ambiental/
http://knoow.net/cienceconempr/economia/ronald-coase/
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56 
 
 
 
 
desenvolve aos níveis requeridos para que os recursos renováveis possam ser 
trocados pelos não-renováveis, então o problema ambiental queda ao margem. 
Mas se isto não é possível, então se deveria de obter mudanças tecnológicas que 
procurem uma maior eficiência dos recursos. Sem duvida que isto só é possível 
baixo a suposição de que o problema é só de transformação. A lógica proposta é 
correta se nos acreditamos de que o problema ambiental se resume a questões 
envolvendo unicamente a lei da conservação da matéria. Em poucas palavras se 
pode dizer que a economia ambiental tem como base a economia neoclássica, 
mas reconhecendo que existem imperfeições no mercado que é necessário de 
corrigir. As suas receitas estão baseadas na eficiência do mercado e as 
possibilidades da mudança tecnológica, tomando somente em consideração a 
primeira lei da termodinâmica. 
 
 
A teoria económica há sempre mantido de que o valor económico é gerado 
unicamente dentro da mesma economia onde ela é totalmente distribuída entre 
os fatores da produção antes de ser consumida, sendo pelo tanto a economia um 
sistema isolado que não necessita de fluxos para passar através de seus limites de 
sustentabilidade que permita manter seu estado estável. Esta visão significa que 
o problema ambiental esta mesmo na forma de desenvolvimento da sociedade. 
Nos temos vários fatores que explicam como se da este fenómeno. Assim temos 
que atualmente os bens colocados no mercado são bens que tem mais utilidade 
social quanto mais desigualmente repartidos forem. É dizer os bens representam 
uma utilidade pelo fato de que poucas pessoas são aquelas que os pousem. Então 
quanto mais elas se popularizemmenos utilidade terá para seu proprietário. 
Igualmente esta o fenómeno da duração de vida dos bens de consumo duráveis. 
Esta lógica do crescimento dá origem a desperdícios, degradações do meio 
ambiente e faz aparecer raridades. Por exemplo bens como a água e o ar que antes 
eram abundantes agora é necessário produzi-los mediante a reciclagem, e isso 
http://knoow.net/outros/definicao/eficiencia-definicao/
http://knoow.net/ciencterravida/biologia/sustentabilidade-desenvolvimento-sustentavel/
http://knoow.net/cienceconempr/economia/utilidade/
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tem um custo alto. Pelo tanto a industria hoje deve de preservar o meio ambiente, 
não por alguma ação filantrópica, senão para poder continuar funcionando. 
 
 
A economia mundial tem sofrido modificações em sua estrutura em função das 
necessidades geradas pela poluição ou pelo seu controle (Kahn, 1998). Esse 
problema vem ganhando dimensões globais, na medida em que associa o 
aquecimento global ao aumento da concentração de CO2 na atmosfera ou à 
destruição da camada de ozônio. Os problemas do cotidiano ligados à poluição 
também são extremamente sérios. A contaminação dos recursos hídricos tem 
comprometido a pesca e a agricultura e aumentado o custo do tratamento da 
água para consumo humano. A poluição das grandes cidades pode responder por 
uma série da danos à saúde, significativos aumentos na incidência de doenças 
respiratórias, além de uma série de desconfortos, como irritação dos olhos e da 
garganta. 
Portanto, não há como negar que a poluição é uma externalidade negativa e muito 
presente no nosso dia-a-dia. Talvez não tenhamos nos dado conta do dia em que 
passamos a beber somente água mineral, mas com certeza essa é apenas uma das 
mudanças que já vivemos no cotidiano. Sendo assim, quando passamos a não 
poder consumir água da torneira porque o tratamento aplicado não é eficaz sobre 
o nível de poluentes que ela possui, estamos sendo agentes passivos de uma 
externalidade negativa pela qual não somos compensados. Pelo contrário, além 
do mal-estar que pode ser causado pelo consumo dessa água, somos onerados 
pela necessidade de consumir água mineral industrializada e engarrafada. 
Analisando sob o ponto de vista da empresa poluidora, esta gera a poluição 
necessária para alcançar a sua meta, produção e lucro, e não necessita pagar nada 
por isso, a menos que haja um dispositivo legal que a obrigue. E, mesmo havendo 
esse dispositivo, na maioria dos casos não podemos contar com uma fiscalização 
ou com sanções eficientes a ponto de que a opção da empresa seja poluir menos. 
Muitas vezes, o custo gerado pela redução da produção ou pela aquisição de 
http://knoow.net/ciencsociaishuman/psicologia/filantropia/
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equipamento de tratamento de resíduos faz com que o empresário decida por 
pagar multas, quando e se houver fiscalização. 
 
 
 
Representações dos três pilares da sustentabilidade 
 
 
 
 
 
 
1.O sub-sistema “sociedade” é o verdadeiro intermediário da relação entre 
“ambiente” e “economia: Daí a importância da GOVERNAÇÃO. 
 
 
 
2. O “ambiente” constitui em si mesmo (desde sempre) um estímulo para a nossa 
organização em sociedade: Acesso a RECURSOS, mitigação de RISCOS naturais 
 
 
 
3. A “economia” só pode existir neste duplo enquadramento: “ambiente”, isto é, 
recursos e “sociedade”, isto é, organização social e governação que assegurem 
SUSTENTABILIDADE 
Esses três pilares apresenta uma grande relação com ilustra a figura abaixo; 
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3.5. RELAÇÃO: AMBIENTE (NATUREZA)- 
ECONOMIA 
 
 
➢ O meio ambiente fornece à economia : 
 
• Energia, ar; agua; sol, outros elementos, e 
 
• Matérias-primas, que são transformadas em produtos de consumo pelo 
processo de produção, através da transformação. 
➢ Recebe da economia: 
 
• Produto residual, ar poluído, poluição da água, resíduos sólidos( veja a figura 
abaixo). 
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Há 2 tipos de análise que podem ser aplicadas para aumentar a compreensão 
sobre a relação entre o sistema económico e o ambiente: 
A Economia Positiva tenta descrever: O que é, o que foi, ou o que será. As 
contradições criadas por esta economia podem ser solucionadas pela investigação 
de factos. 
A Economia Normativa, ao contrário trata do que deve ser, isto é, envolve 
julgamento de valores. A essência desta abordagem é maximizar o valor dos bens 
ambientais através do balanço entre a preservação e o uso dos bens. 
 
 
 
 
 
TEMA – IV: Economia de Ambiente em Moçambique 
UNIDADE Temática 4.1: Introdução a Economia de Ambiente 
 
UNIDADE Temática 4.2: Contribuição do Subsector Florestal à Economia 
Moçambicana 
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Objectivos 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 • Compreender a relação existente entre os agentes da economia ambiental 
• Perceber o Impacto dos recursos ambientais sobre a economia 
• Analisar as diversas potencialidades ambientais existentes 
 
 
 
 
 
 
 
 
4.1 Economia de Ambiente em Moçambique 
 
 
Introdução 
 
Entender a relação entre atividade econômica e natureza, e usar esse 
conhecimento para tomar decisões melhores e mais inteligentes, torna-se cada 
vez mais relevante. A partir da percepção das limitações dos recursos naturais fez- 
se necessário desenvolver novos instrumentos para incorporar os efeitos das 
atividades de produção e consumo sobre o meio ambiente. A contribuição das 
ciências econômicas nesse processo é fornecer instrumentos analíticos que 
ajudem a explicar as interações entre mercado e meio ambiente, as implicações 
dessas relações e as oportunidades de soluções efetivas. Para compreender o 
mercado, é necessário entender os fundamentos do seu funcionamento, bem 
como a relação entre atividades mercadológicas e natureza. A economia, mesmo 
sendo uma ciência social, usa equações para explicar as tomadas de decisão 
estratégicas e as condições econômicas que definem o mercado 
A economia ambiental como uma ciência que se preocupa com a exploração 
sustentável dos recursos naturais de uma determinada região, isto é, uso dos 
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recursos naturais de modo que as gerações futuras possam encontrar e usa-los, 
assiste-se hoje em dia, um crescente interesse em relação ao meio ambiente. 
Acrescenta Costa (2005), referindo que, as razões a essa preocupação deve-se a 
sobrevivência corporativa a longo prazo, oportunidades de mercado, 
competitividade, permanência no mercado, mercado financeiro, responsabilidade 
criminal e legal, informação globalizada. 
Da Silva (2010) citando May (2003) a Economia Ambiental procura assegurar bom 
uso dos recursos naturais no tempo, ou seja, vias viáveis para seu escoamento. 
Ainda o autor salienta que, como os recursos possuem quantidade fixa, há 
necessidade de incluir a dimensão intertemporal, que esta surge dos seguintes 
reflexos: Qual é o melhor momento para o uso óptimo de um determinado 
recurso? Deve-se explorar os recursos hoje ou reservá-los para o futuro quando o 
preço estar maior? 
4.1.1. A evolução do pensamento das Ciências Econômicas sobre o Meio 
Ambiente 
A economia como ciência tem desenvolvido, ao longo dos anos, diversas formas 
de análise relacionada ao ambiente natural. Esta análise pode ser dividida em três 
fases: Economia de Recursos Naturais, Economia Ambiental e Economia Ecológica. 
A economia dos recursos naturais, difundida nas décadas de 60 e 70, doséculo 
XX, tinha sua ênfase na forma de utilização dos recursos naturais. O objetivo era 
alcançar o uso ótimo de recursos renováveis e não-renováveis, porém não se 
conseguiu evitar a degradação ambiental. Assim, nesta fase correu-se o risco de 
levar os recursos naturais à completa exaustão ou extinção. A Economia do Meio 
Ambiente é mais recente e utiliza um conjunto de conceitos em torno dos quais 
nem sempre há absoluta concordância quanto aos seus significados. O interesse 
em assumir os recursos naturais como parte integrante e necessária para o 
desenvolvimento das atividades econômicas, surgiu do desdobramento de um 
corpus teórico alimentado por diferentes contribuições da história do 
pensamento econômico. 
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Na teoria clássica da economia, os recursos naturais eram considerados o cerne 
da produção, tanto na indústria como na agricultura. Para os clássicos, havia uma 
distinção entre o que pertence à natureza e o que pertence ao econômico. O 
núcleo de análise econômica dos recursos naturais e do meio ambiente é 
fundamentalmente neoclássico. A economia neoclássica, baseada nas teorias da 
utilidade e do bem-estar, fez nascer na teoria econômica à discussão a respeito da 
questão ambiental. No seio da economia ambiental está a internalização das 
externalidades e a definição dos direitos de propriedade. 
 
 
 
Moçambique é um País com vasta superfície terrestre e que abrange grande parte 
do litoral este de áfrica austral e é banhado pelo oceano índico. A sua configuração 
geográfica e diferentes relevos fazem deste, um País com variados Climas 
subtropicais, conferindo-lhe uma vasta diversidade de ecossistemas. O País possui 
baixa densidade populacional se comparando com muitos países do Mundo e esta 
população se encontra mais concentrada em centros urbanos devido ao êxodo de 
pessoas do campo para cidades, a procura de proteção, em tempo de guerra fria 
que assolou Moçambique durante 16 anos, após a independência, fazendo com 
que grande parte das florestas se encontrassem pouco exploradas sem 
intervenção abusiva do Homem. 
Além disto, o País possui várias biodiversidades terrestre e marinha dando ao País 
uma riqueza inimaginável. 
 
 
 
Existem zonas definidas como áreas de reserva e de proteção da flora e da fauna 
bravia como também áreas de proteção da biodiversidade marinha. 
 
 
 
Embora o País tenha instituições ligadas à proteção dessas reservas e de 
ecossistemas marinhos munidos de guardas florestais ou de fiscais florestais, 
estes não possuem capacidade para controlar na sua totalidade, devido à falta de 
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meios apropriados para tal associados ao grande índice de corrompimento destes 
por partes de agentes que exploram esta riqueza para próprio beneficio. 
 
 
 
Biodiversidade Marinha e dos Rios 
 
 
 
Moçambique é banhado pelo oceano índico em toda a sua faixa este. 
 
Além disso, possui diversos rios de grandes dimensões tendo um dos maiores de 
África, o Zambeze (o 3º maior de África) vindo de outros Países de África e 
desaguando na Costa Moçambicana, transportando consigo muitos nutrientes 
para desenvolvimento de uma biodiversidade marinha ampla. 
 
 
 
Desta biodiversidade parte dela serve como fonte de alimentação e de 
rendimento para o País com exportações para países o qual não são privilegiados 
por uma costa marinha ou de fraco recurso marinho. 
 
 
 
Contudo devido à grande procura deste produto no mercado mundial, faz com 
que a sua captura seja em alguns casos excessiva se tomarmos em conta que hoje 
em dia os sistemas de pescas estão desenvolvidos, ameaçando algumas espécies 
de extinção (exemplo disso são as pescas de arrasto). O sistema de segurança 
costeira em Moçambique é muito fraca ou inexistente. Hoje o próprio País não 
tem em conta de quantos navios pesqueiros ilegais se encontram nas águas 
moçambicanas praticando atividades pesqueiras. Portanto não tem idéia do 
tamanho da destruição do ecossistema e da Biodiversidade Marinha e se por 
“lapso” se interceptam ilegais a praticarem estas atividades, estes não sofrem 
nenhuma sansão punitiva visto que ha uma facilidade corromper o sistema de 
fiscalização. 
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4.1.1.2 Biodiversidade Terrestre (Fauna e 
Flora) 
 
 
Fauna 
Tendo em conta que grande parte da população Moçambicana esteja concentrada 
em Centros Urbanos, (Cidades, Vilas e Localidades) encontramos vastas áreas 
florestais com muito baixa densidade populacional ou inexistência da população. 
Hoje essas áreas possuem uma grande diversidade de animais bravios que foi 
crescendo durante os últimos 16 anos após o término da guerra fria, tendo em 
conta que a população que era rural e que fugiu da guerra, hoje se transformou 
em urbana e nunca mais regressou para suas zonas de origem. 
Devido ao fraco sistema de comunicação, é difícil saber-se se a fauna bravia esta 
ou não ameaçada por caçadores furtivos. Não se houve notícias desse gênero. Isto 
mostra o fraco sistema não só de informação como também de proteção da fauna 
bravia. Contudo tem-se notado que a fauna bravia Moçambicana esta em 
crescente desenvolvimento. Os parques Nacionais e as reservas começam a ter 
um número considerado de diversidade animal, coisa que já não existia no período 
da guerra. 
 
 
 
Flora 
A Flora Moçambicana é vasta e diversificada, encontramos biodiversidades 
diferentes na zona Norte, Centro e Sul do País; da zona costeira possui vastas áreas 
de planícies e no interior, vastas áreas constituídas por planaltos e montanhas, 
com temperaturas baixas em relação às zonas costeiras de planície. Encontramos 
variedades de plantas desde medicinais à plantas para exploração de madeira de 
diferentes tipos e muitas delas de alta qualidade e de muita procura no mercado 
estrangeiro, tendo como exemplo o Pau Preto, Jambire, Chanfuta, Pau Roza, Pau 
ferro, Sândalo, de entre outros. 
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Devido a dureza da sua madeira o que lhe confere essa qualidade excelente, estas 
árvores levam muito tempo a crescerem e podem viver muitos anos. Tendo em 
conta que até a pouco tempo essas árvores se encontravam em florestas, muitas 
delas ainda virgem e sem a intervenção do Homem, puderam crescer e viver 
muitos anos, conferindo-lhes grande robustez, sendo alvos dos madeireiros que 
vão a estas zonas para abate de arvores e corte dos seus troncos para madeira. 
A princípio, a exploração de madeira não constituía perigo de destruição do meio 
ambiente (floresta) porque a sua exploração era artesanal e não industrial, 
embora nunca houvesse reposição da mesma ou novas espécies após o abate de 
uma árvore. 
Nos últimos anos, com a entrada em Moçambique de exploradores estrangeiros 
(grande parte originária da China), a exploração de madeira deve ser vista como 
uma ameaça a biodiversidade e da flora Moçambicana, e de destruição da 
natureza sem precedentes, visto que a destruição põe também em perigo a fauna 
bravia e outras biodiversidades locais. 
Hoje o abate e corte de madeira esta em proporção alarmante. A fiscalização 
florestal não consegue conter esta barbaridade. Em Moçambique, com situação 
de salário baixo, os funcionários públicos ganham uma miséria. O funcionário para 
a área de fiscalização florestal não foge a esse exemplo. Sendo assim “banhado” 
pela necessidade de ganhar ainda mais como forma de melhorar a sua vida e pela 
ignorância em relação às consequências negativas futuras que possam advir ao 
ecossistema local, facilmente são corrompidos, impedindo que agentes que 
efetuam atos ilegais contra a exploração dos recursos naturais, sejam punidos,contribuindo deste modo para a degradação da natureza e do meio ambiente 
local. 
Também neste “barco” de agentes destruidores da natureza se encontram 
algumas populações locais, no geral pobres, que facilmente encontram a atividade 
de venda de madeira como uma fonte alternativa de rendimento e que por sua 
vez os exploradores estrangeiros compram-na e exportam para seus Países. 
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O grande problema nisto tudo não é em si o corte de madeira, mas sim a não 
seleção de árvores em condições de serem aproveitadas para a obtenção do 
requerido “produto”, destruindo deste modo árvores. Esta população não repõe 
arvores abatidas. Esta população enganada por alguns trocados oferecidos por 
exploradores (muitas vezes já ricos e que dizem estarem a investir no País) não 
tem noção da tamanha destruição que eles próprios estão executando para o 
próprio meio ambiente onde habitam. Para eles é só mais uma fonte de 
rendimento para sustento familiar; é uma forma de ganhar para melhorar a sua 
vida. A sua atitude não é vista de uma forma negativa, mas sim uma oportunidade 
de negócio e de melhoramento de vida. 
Tratando-se de pessoas ignorantes em matéria de destruição do meio ambiente 
em que habitam é difícil julgá-los pelos atos bárbaros a que estão cometendo. 
Contudo há necessidade urgente de sensibilizá-los de forma a terem noção do ato 
que estão cometendo. Esta sensibilização contará com uma divulgação de 
mensagens educativas sobre o meio ambiente e até educação ambiental básico 
nestas áreas rurais como forma de abrir suas mentes e terem peso de consciência 
das barbaridades que estão sendo feitas contra a natureza. 
Embora esta sensibilização não influencie no término de exploração de madeira 
como fonte de rendimento, ajudará no cultivo de suas mentes, na conscientização 
ambiental e na seleção de espécies e seu dimensionamento para o abate e 
exploração desta matéria para sua atividade comercial como também ajudará na 
reposição de novas plantas da mesma espécie para reflorestamento das áreas 
exploradas. 
Outro problema é a existência de grandes entidades no Governo que tem ações 
nessas empresas madeireiras estrangeiras ou que foram já corrompidas e que 
agora não têm voz para fazer parar o excessivo abate de árvores para exploração 
da madeira, para exportação. Em alguns casos funcionários sérios ligados ao 
controlo da exploração dos recursos naturais são sancionados ou sofrem 
represálias dos seus superiores corruptos, contribuindo deste modo para a 
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desmotivação de controle e aumento da corrupção e degradação acelerada das 
florestas e seu meio ambiental. 
Exploração Mineira 
 
Esta atividade tem muitas vezes destruídos vários ecossistemas em locais onde ela 
é implementada. Em Moçambique esta atividade não é muito comentada pelos 
sistemas de informação sendo que muitos locais de extração mineira ser de caráter 
artesanal e estarem no anonimato, mostrando que o País não tem capacidade de 
exploração nem controlo e/ou gestão de sua extração. A atividade de extração 
mineira mais ativa em Moçambique é a da exploração do carvão mineral (de 
caráter industrial) e a exploração de ouro (de caráter artesanal) hoje temos 
também a extração de areias pesadas mármores e gás natural(industrial). 
 
 
 
 
 
Zonas Industriais 
 
O nível de emissão de gases poluentes das indústrias Moçambicanas no geral não 
é assustadora se compararmos com países desenvolvidos e industrializados do 
mundo inteiro – hoje Moçambique vive de importação de produtos de consumo 
interno devido à falta de grandes indústrias transformadoras no País. Dentre 
várias existentes no País, das fábricas poluidoras existentes em Moçambique se 
destacam as seguintes: A Fábrica de Cimento e a de Alumínios e do Gás Natural 
estas têm grandes efeitos nocivos e de impacto negativo principalmente para o 
ambiente que o rodeia, abrangendo o ecossistema ali existente e criando graves 
problemas as populações circunvizinhas. Contudo a falta de conhecimento real 
sobre o grau de poluição é do tamanho risco que as pessoas correm faz com que 
elas passem despercebidas em relação a sua nocividade visto que por questões 
políticas e de interesses privados, serem omitidas algumas informações que visam 
minimizar a gravidade da real situação de contaminação ambiental. Outros 
graves riscos para o ambiente que poderá 
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criar um impacto negativo forte é a proposta da criação de novas refinarias de 
petróleo e áreas já identificadas e com grandes biodiversidades marinhas como é 
o caso de Naca-Porto que existe um ecossistema marinho formado de corais 
marinhos. 
A experiência económica de Moçambique é frequentemente apresentada como 
um exemplo de sucesso na promoção de rápido crescimento com estabilização e 
redução da pobreza. O grau e a robustez do sucesso económico moçambicano são 
determinados pela magnitude das taxas de variação, isto é, por quanto é que a 
economia cresce e a pobreza reduz, e por quão estáveis são (ou por quão pouco 
variam) os indicadores monetários, chave da abordagem monetarista de 
estabilização (inflação, reservas internacionais e taxa de câmbio). Este sucesso é 
geralmente explicado pela prudência das políticas monetárias e fiscais do Governo 
de Moçambique (GdM) e pelo crescente incentivo ao sector privado. O grau de 
prudência monetária e fiscal é avaliado pelo enfoque de tais políticas na 
estabilização monetária de curto prazo, nomeadamente no controlo da massa 
monetária e do défice fiscal, através da utilização de vários instrumentos: as 
reservas obrigatórias dos bancos, as reservas externas, a esterilização da ajuda 
externa, a emissão de títulos e obrigações do tesouro para financiar o défice fiscal 
e enxugar a liquidez da economia, entre outros. O grau de incentivo ao sector 
privado é determinado pela magnitude da liberalização económica, privatização 
de activos e redução dos custos de transacção, através da remoção ou redução 
das chamadas barreiras ao livre negócio como o licenciamento, exigências de 
informação sobre os investidores, protecção laboral, entre outras. Mais 
recentemente, o aparente limitado impacto da crise económica e financeira global 
na economia de Moçambique está a ser usado como evidência do sucesso 
económico moçambicano, da robustez da sua economia e da prudência das suas 
políticas económicas. Por consequência, o exemplo moçambicano parece validar 
os modelos neoliberais de política económica avançados pelo Fundo Monetário 
Internacional (FMI) e pelo Banco Mundial (BM), segundo os quais a estabilização 
monetarista e a liberalização económica promovem rápido crescimento 
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económico e redução da pobreza com uma base sustentável do ponto de vista 
macroeconómico. 
Paradoxalmente, a economia nacional mantém anormalmente elevadas taxas de 
dependência em relação a fluxos externos de capitais, tanto oficiais (ajuda 
externa, com incidência em donativos) como privados (investimento directo 
estrangeiro e 20 Economia Extractiva e Desafios de Industrialização em 
Moçambique empréstimos no sistema bancário internacional). Estes fluxos 
externos de capitais determinam a magnitude e os padrões de investimento 
público e privado, bem como a relação entre as políticas públicas e os interesses 
privados. Por um lado, a ajuda externa financia metade da despesa pública on 
budget, ou mais de 60% da despesa pública se os projectos off budget forem 
considerados. Por via da despesa pública, a ajuda externa financia a balança 
comercial, pagando por 60% das importações nacionais (excluindo as importaçõesdos mega projectos). A construção de reservas externas é parcialmente financiada 
com recursos consignados por instituições financeiras internacionais, com a 
esterilização da ajuda externa e com a aplicação financeira desses recursos nos 
mercados financeiros internacionais. Por exemplo, ao longo de 2008 e 2009, as 
reservas internacionais de Moçambique foram protegidas pela injecção de cerca 
de US$ 200 milhões pelo FMI. Recentemente, durante as festividades do 35º 
aniversário do Banco de Moçambique, o Governador do banco central afirmou 
que, apesar de as exportações de Moçambique terem diminuído em cerca de um 
terço entre 2008 e 2009 e as importações terem aumentado no mesmo período 
(assim agravando um défice comercial crónico de mais de três décadas), as 
reservas internacionais foram protegidas e até aumentaram com base no 
financiamento do FMI.2 Portanto, sem a ajuda externa, o Estado, ou entraria em 
colapso e não conseguiria manter a sua imagem de efectivo provedor de serviços, 
ou teria que melhorar substancialmente a colecta de impostos, o que implicaria 
diminuir os generosos incentivos fiscais para o investimento estrangeiro de 
grande escala. 
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Por outro lado, os fluxos externos de capitais privados nos últimos quinze anos 
representaram aproximadamente 85% do investimento privado total em 
Moçambique. A importância relativa destes fluxos vai tender a aumentar à medida 
que as empresas multinacionais de economias emergentes (China, Índia e Brasil) 
penetrem na economia nacional. O grosso deste investimento é aplicado num 
pequeno número de grandes projectos de natureza extractiva (minerais, florestas, 
energia, produtos agrícolas não processados para exportação, entre outros) ou 
em indústrias de natureza oligopolista (bebidas, açúcar, cimento, entre outras), o 
que origina que apenas duas dezenas de empresas, que empregam cerca de 
cinquenta mil trabalhadores, produzam o grosso do crescimento do PIB. Como é 
que estes níveis de dependência externa e de concentração económica são 
consistentes com a história de sucesso económico de Moçambique? Duas décadas 
e meia após o início da implementação das medidas de estabilização e 
ajustamento estrutural em Moçambique, a “estabilidade” dos indicadores 
monetários, a “redução” da pobreza e o “limitado” impacto da crise internacional 
continuam dependentes destes fluxos externos de capitais públicos e privados. O 
efeito potencial das “prudentes” medidas monetárias e fiscais seguidas pelo GdM 
na contracção do investimento público e da economia não se faz sentir, porque 
estas medidas “prudentes” são compensadas pela ajuda externa. 
 
 
 
4.2. Contribuição do Subsector Florestal à Economia Moçambicana 
Sendo o maior destinatário de produtos florestais de Moçambique, e do mundo, 
a China tem exercido grande influência no mercado nacional e internacional. 
Segundo Canby, Hewitt, Bailey, Katsigris e Xiufang (2008), o mercado Chinês, tem 
procurado por produtos madeireiros com menor valor acrescentado, em países 
do continente africano, apesar de alguns destes possuírem capacidade de 
processamento. Tal representa um desincentivo ao processamento e criação de 
valor acrescentado. 
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O menor valor acrescentado implica elevadas perdas ao nível nacional em termos 
de oportunidades de emprego, rendimento, oportunidades de criação de riqueza 
através de incentivo ao investimento (por meio da industrialização), perda de 
receitas ao Estado devido ao desincentivo ao empresariado local (valor produtos 
e serviços prestados), entre outros. Nesta componente, foi analisada a exportação 
de produtos florestais madeireiros, com especial atenção aos principais produtos 
de exportação: madeira em toros e serrada. Outros produtos de exportação 
incluem parquet, travessas, folheado, e artesanato em madeira. 
A exportação de produtos florestais tem aumentado, em termos de valor 
monetário e em quantidade de exportação. Foram observadas divergências 
relacionadas a composição das exportações em madeira em bruto e serrada (o 
tipo de madeira transformada mais exportado) entre os dados oficiais da DNTF 
e de exportações do Banco de Moçambique (BM) e as estimativas da FAO. 
 
 
 
 
 
 
SUMARIO 
Como forma de proteger o nosso ambiente para que futuramente não possamos 
ser castigados pela destruição do nosso ecossistema devemos criar mecanismos 
que visão melhorar o controle e gestão do meio ambiente em que vivemos. Estes 
mecanismos não devem estar ligado só às entidades de controle, como também 
ligados à população alvo, criando para isso sistemas de ensino e de “incutimento” 
de atitude “ambientalista” e de proteção do nosso planeta. Entre tais mecanismos 
podemos destacar alguns considerados importantes: Introdução de educação 
ambiental nas Escolas; Criação de encontros educativos nas comunidades; 
Sistema de comunicação social sobre meio ambiente através de informações em 
rádio, televisão, panfletos e outros; Criação de fiscais comunitários em áreas 
rurais; Melhoramento de conhecimento sobre gestão ambiental para agentes de 
fiscalização. 
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EXERCICIO DE AUTO-AVALIACAO 
 
1. Quais as potências Recursos ambientais existente no nosso país? 
 
2. Qual é o contributo económico dos recursos existente? 
 
3. Descreva a fauna e a flora em Moçambique 
 
4. Descreva a agricultura em Moçambique 
 
5. Qual é o impacto negativo do desaparecimento da Fauna e da Flora? 
 
 
EXERCICIO DE AVALIACAO 
 
1. Quis são as medidas do governo com vista a garantir a sustentabilidade 
Ambiental? 
2. Quais os programas implementados com vista a reduzir os impactos das 
mudanças climáticas 
3. Quais os países de maior destino dos recursos florestas de Moçambique 
4. Até que ponto as industria tem contribuídos negativamente da emissão de 
gases? 
5. Descreve o Contributo das industrias Mineiras em Moçambique. 
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TEMA – V: O sector financeiro: características, estrutura e evolução 
Unidade Temática 5.1: Sistema Financeiro 
 
Unidade Temática 5.2: Expansão Dos Serviços Financeiros: Dimensão Territorial, 
Dimensão De Profundidade Financeira E De Meticalização. 
Unidade Temática 5.3: Instituições De Crédito 
 
Unidade Temática 5.4: Orçamento Publico 
 
Unidade Temático 5.5. A estrutura económica nos princípios do seculo XXI 
 
 
 
 
 
Objectivos 
 
 
• Compreender a evolução do sistema financeiro no contexto Moçambicano 
• Analisar a bancarização do sistema financeiro pós independência 
• Perceber o contributo do sistema financeiro na economia 
 
 
 
 
Introdução 
Em economias africanas em desenvolvimento, como Moçambique, o debate sobre 
o alargamento da participação dos mercados financeiros na produção, nas 
relações de trabalho e no investimento tem merecido maior atenção por parte de 
entidades reguladoras e agentes económicos em geral. Em 2007, o Banco de 
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Moçambique (BdM), lançou uma estratégia de bancarização da economia com o 
objectivo de reduzir e controlar melhor a inflação e a estabilidade do sistema 
financeiro (BdM, 2007b). Os problemas fundamentais que esta estratégia levanta 
são a expansão territorial de produtos e serviços financeiros, o aumento de 
profundidade financeira e a valorização do metical como meio de troca 
(meticalização). Esta posição está em consonância com o actual discurso político 
do Governo de Moçambique (GdM), que aborda sobre a necessidade do sistema 
financeiro expandir territorialmente para cobrir mais áreas doterritório nacional 
(GdM, 2010 e 2005). 
 
 
 
5.1. Sistema Financeiro Moçambicano 
 
 
Moçambique como a maioria dos países em vias de desenvolvimento tem o 
sistema financeiro pouco desenvolvido, poucos operadores e instrumentos 
financeiros para suportar a actividade económica. Os operadores financeiros 
principais, no sistema moçambicano, são os bancos comerciais e portanto a 
estabilidade deste sistema depende crucialmente do funcionamento eficiente e 
eficaz dos bancos comerciais. As crises do passado demonstraram que a eficiência 
de um banco comercial pode ameaçar a estabilidade do sistema financeiro. 
Moçambique, assim como grande parte do continente africano esteve, ate o ano 
de 1975, sob o regime colonialista. A25 de Junho de 1975 conquista a 
independência, transformando-se numa república popular, como um regime de 
partido único, ate Novembro de 1990, data da entrada em vigor da constituição 
que instaurou o regime democrático multipartidário e um sistema de economia 
de Mercado. 
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5.1.1. Sistema Financeiro 
É um conjunto composto pela legislação financeira, produtos financeiros, 
instituições financeiras e mercados financeiros que asseguram essencialmente, a 
intermediação financeira (canalização da poupança para o investimento). 
Em Moçambique, o padrão de acumulação é caracterizado por uma economia de 
natureza extractiva com limitada diversificação e articulação da produção e do 
comércio (Castel-Branco e Ossemane, 2009). Sendo assim, o que se pode esperar 
de um sistema financeiro que se integra dentro de uma economia que tem tais 
características? Não estará o sector financeiro a consolidar tais padrões, uma vez 
que o mesmo tem uma base social, económica e política em torno da qual se 
desenvolvem interesses, tensões, pressões e conflitos? 
 
 
 
5.1.2. Funções 
Na ausência destas instituições, os agentes económicos que necessitam de 
crédito, hoje em dia, e como deve calcular, devido ao volume e complexidade das 
transações financeiras, a sua realização passa sobretudo por estas instituições, 
pelo que “as funções que desempenham têm uma grande relevância. 
É exactamente sobre estas funções que lhe iremos falar de seguida. 
 
De um modo geral, pode dizer-se que as instituições financeiras têm como função 
principal servir de intermediário entre os diferentes agentes económicos - 
aforradores e investidores. 
Para desempenharem essa função utilizam um conjunto de instrumentos e de 
mecanismos apropriados. 
As instituições financeiras têm como função principal: 
 
Criar condições para que todos os aforradores encontrem no Mercado formas de 
investimento que os satisfaçam, sejam quais forem os volumes que pretendam 
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aplicar, os prazos por que querem investir ou os riscos que estão dispostos a 
correr. 
 
 
 
5.1.3. Importância do Sistema Financeiro 
O sistema financeiro joga um papel multidimensional no processo do 
desenvolvimento económico, porque a conexão existente entre os agentes 
económicos envolve custos de informação ou de transação dos resultados das 
imperfeições dos mercados e meios, devem ser minimizados e para tal é 
primordial a existência de intermédios financeiros. 
 
 
 
 
 
 
5.2. Desafios da Expansão de Serviços Financeiros Em Moçambique 
Em economias africanas em desenvolvimento, como Moçambique, o debate sobre 
o alargamento da participação dos mercados financeiros na produção, nas 
relações de trabalho e no investimento tem merecido maior atenção por parte de 
entidades reguladoras e agentes económicos em geral. Em 2007, o Banco de 
Moçambique (BdM), lançou uma estratégia de bancarização da economia com o 
objectivo de reduzir e controlar melhor a inflação e a estabilidade do sistema 
financeiro (BdM, 2007b). Os problemas fundamentais que esta estratégia levanta 
são a expansão territorial de produtos e serviços financeiros, o aumento de 
profundidade financeira e a valorização do metical como meio de troca 
(meticalização). Esta posição está em consonância com o actual discurso político 
do Governo de Moçambique (GdM), que aborda sobre a necessidade do sistema 
financeiro expandir territorialmente para cobrir mais áreas do território nacional 
(GdM, 2010 e 2005). 
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Recentemente, tem-se verificado um processo de expansão do sector financeiro. 
Segundo o BdM, houve um aumento na taxa de cobertura dos serviços financeiros 
em 18 pontos percentuais, passando de 22% em 2007 para 40% em 2010 (O País, 
01/02/2010). O número de distritos cobertos por rede bancária passou de 28, em 
Janeiro de 2007, para 51, em Fevereiro de 2010. Assim, o presente artigo pretende 
perceber o que está a acontecer com a expansão do sector financeiro e se as 
dinâmicas de expansão bancária são favoráveis ao processo de diversificação, 
articulação e alargamento da base produtiva. Em Moçambique, o padrão de 
acumulação é caracterizado por uma economia de natureza extractiva com 
limitada diversificação e articulação da produção e do comércio (Castel-Branco e 
Ossemane, 2009). Sendo assim, o que se pode esperar de um sistema financeiro 
que se integra dentro de uma economia que tem tais características? Não estará 
o sector financeiro a consolidar tais padrões, uma vez que o mesmo tem uma base 
social, económica e política em torno da qual se desenvolvem interesses, tensões, 
pressões e conflitos? Após a introdução, o artigo está estruturado em duas 
secções. A secção seguinte introduz a reflexão à volta do conceito de expansão do 
sistema financeiro utilizado em Moçambique, as limitações associadas a este 
conceito e o tipo de dinâmicas e ligações que esta expansão permite criar na 
economia. Para tal foi feita uma caracterização do tipo de expansão que está a 
ocorrer em Moçambique, na dimensão territorial, de profundidade financeira e 
de meticalização. Esta caracterização foi realizada revisitando os dados 
estatísticos oficiais do BdM e do Instituto Nacional de Estatística (INE). Houve 
necessidade de recorrer a fontes alternativas, como relatórios dos bancos 
comerciais, porque o BdM apenas fornece informação agregada dos bancos 
quando o objectivo da análise visa mostrar os níveis de concentração bancária não 
só de balcões por província mas também por bancos e as suas respectivas quotas 
de créditos e depósitos. No entanto, a informação desagregada não é consistente 
com a do BdM pelo facto de alguns bancos não possuírem informação disponível 
para alguns anos. E estes problemas de acesso a informação vão requerer mais 
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trabalho de pesquisa que irá depender da disponibilidade das respectivas 
instituições fornecerem tal informação. E, na última secção, o artigo apresenta 
reflexões críticas e desafios à abordagem sobre a expansão de serviços financeiros 
em Moçambique. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5.3. Expansão dos serviços financeiros: dimensão territorial, dimensão de 
profundidade financeira e de meticalização. 
 
 
Esta secção pretende analisar o conceito de expansão de serviços financeiros. Em 
Moçambique, a abordagem de expansão centra-se na bancarização e 
meticalização da economia. A expansão de Serviços Financeiros (SFs) é definida 
como o alargamento territorial de produtos e serviços financeiros e o aumento da 
profundidade financeira, ou seja, a maior cobertura em termos de depósitos e 
créditos a economia (Abreu, 2005; BM, 2007a e 2007b; GdM, 2005; Gove, 2009 e 
2010; Matabele, 2008). O governador do BM, Ernesto Gove, no seu discurso de 
brinde do fim de ano em 2009, afirmou que: 
(…) no quadro da nossa estratégia de alargamento de serviços financeirosàs zonas 
menos favorecidas, voltámos a assistir à contínua expansão da rede de balcões de 
bancos para as zonas rurais, concorrendo para que mais moçambicanos tenham 
acesso a serviços financeiros e possam canalizar as suas poupanças ao sistema 
bancário. Nos últimos 12 meses, autorizámos a abertura de 57 novos balcões de 
bancos em todas as províncias, passando, deste modo, para um total de 398 
balcões autorizados, dos quais 340 já se encontram em funcionamento, cobrindo 
todas as cidades capitais, vilas municipais e 44 dos 128 distritos do país, número 
que poderá aumentar brevemente para 53 distritos, assim que terminarem as 
UnISCED CURSO: GESTAO DE EMPRESAS; 30 Ano Disciplina/Módulo: Economia Moçambicana 
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obras de instalação em curso. Adicionalmente, durante o ano autorizámos a 
constituição de mais um banco, passando o total nacional para 16, uma 
Cooperativa de Crédito e duas Casas de Câmbio e a inscrição de cinco 
Organizações de Poupança e Empréstimo e 23 operadores de Microcrédito. (…) 
Será ainda possível que os clientes do sistema bancário façam uso de serviços de 
ATM ou POS em qualquer dos bancos a operar no País (…) (Gove, 2009:7-8). 
Além da expansão na dimensão territorial e de serviços, o BdM (2007b) inclui a 
meticalização como indicador de expansão. Gove (2010) argumenta que a 
meticalização é o processo de valorização do metical e de maior utilização de 
contas em meticais comparativamente às contas em divisas, o que permite 
canalizar mais poupanças do público para o sector financeiro, a fim de multiplicar 
os apoios às iniciativas de investimento. Diferentes indicadores são usados para 
medir a expansão dos serviços financeiros. Na dimensão territorial são usados o 
número de instituições financeiras, o número de balcões e o número de ATMs e 
de POS. Na dimensão de profundidade financeira os indicadores são o peso dos 
créditos e depósitos relativamente ao Produto Interno Bruto (PIB). E, no caso da 
meticalização, é usado o peso dos depósitos em moeda estrangeira com relação 
aos depósitos em moeda nacional. 
 
 
 
5.3.1. Dimensão Territorial 
Esta subsecção procura demonstrar, com recurso a estatística descritiva, qual vem 
sendo a evolução do número de balcões, ATMs e POS e a sua localização, de 
maneira a perceber o que está a acontecer com a expansão territorial em 
Moçambique. O argumento central é que a expansão é dominantemente 
concentrada por bancos, balcões e por regiões. E esta característica vem-se 
verificando ao longo do período em análise. 
 
5.3.2. Instituições de Crédito 
As instituições de crédito em Moçambique são constituídas por bancos comerciais 
e de investimento, cooperativas de crédito, micro-bancos, instituições de locação 
UnISCED CURSO: GESTAO DE EMPRESAS; 30 Ano Disciplina/Módulo: Economia Moçambicana 
81 
 
 
 
 
financeira. Os bancos são maioritariamente de capital estrangeiro, sobre tudo 
portugueses e sul-africanos (FMI, 2010). Segundo Castel-Branco, Massingue e Ali 
(2009), as instituições de crédito formais operam em apenas 40% dos distritos 
rurais e urbanos do país. A tabela 1 mostra que, ao longo do período em análise, 
os bancos comerciais têm maior peso no total das instituições de crédito e tal está 
ligado ao facto de os bancos constituírem a fonte mais importante da provisão dos 
SFs (USAID, 2007). Segundo Carvalho e Souza (2009), em Dezembro de 2008, os 
bancos em Moçambique acumulavam 89% do crédito do sistema e 91% dos 
depósitos. 
 
 
 
 
 
 
 
5.4. Orçamento Público 
 
O orçamento publico teve, nos primeiros anos do PRE, evoluções diferentes das 
que podem considerar típicas de um ajustamento estrutural. A guerra é a principal 
justificação apresentada. 
Conforme se pode observar no quadro, as despesas aumentaram nos primeiros 
anos mais rapidamente que as receitas, o que agravou o défice publico; os gastos 
militares representavam entre 39 e 49 por cento do orçamento de despesas. 
Nos fins da década dos anos 1990 Moçambique apresentou importante correções 
do orçamento pública, principalmente: 
• Existe o decrescimento do défice, o melhoramento da taxa de cobertura 
de despesas pelas receitas e uma menor participação dos donativos> 
• Os subsídios (maioritariamente representados pela cobertura dos défice 
financeiros das empresas da estatais e os subsídios ao consumo), tem 
pouco significado, tendo representado na época socialista cerca de35 por- 
sento das empresas do estado (Mosca ,1993). 
UnISCED CURSO: GESTAO DE EMPRESAS; 30 Ano Disciplina/Módulo: Economia Moçambicana 
82 
 
 
 
 
• O peso dos salários dos funcionários público alcançou 49 por-sento das 
despesas de 1990, este mesmo indicador era dentre 16 por-sento e 17 por- 
sento nos primeiros anos da aplicação do PRE. Segundo vários autores e 
conforme referenciado, os salários dos funcionários mantem-se muito 
baixo. Verificou-se ainda uma alteração significativa na estrutura do 
orçamento público. 
• O peso das receitas publicas proveniente dos impostos sobre o 
rendimento mantem-se enquanto que os impostos indirectos 
aumentaram: esta politica fiscal revela claramente a penalização do 
consumidor( mesmo sem considerarmos que os principais impostos 
recaiam sobre bens de luxos, encontra partida existe um alivio dos 
impostos sobre o rendimentos de pessoas singular ou coletivas 
beneficiando deste modo, segundo de PNUD( 2003), os gastos públicos em 
2000 representava 2.8 por cento do PNB, o mesmo indicador em 1986 era 
de 1.1 por cento na educação a media das despesas publicas no período 
de 1998/2000 foi de 2,4 por cento do PNB; em 1990 tinha sido de 3,9 por 
cento, e em 1986 foi de 2,9 por cento. 
Apesar da evolução positiva das contas publica, cabe destacar que os 
indicadores apresentados reflecte elementos fundamentais alguns dos 
efeitos do PRE e da politica de ajustamento estrutural. 
Primeiro o nível da dependência dos donativos mantem-se elevado e a 
divida publica continua em crescimento. Segundo, o défice e ainda alto e 
não existe claro indícios de correção durante os últimos anos. Terceiro, a 
politica fiscal penaliza os cidadãos e o consumo. 
 
 
 
 
 
 
Setor Externo 
O setor esterno possuem evoluções reflectidas no quadro seguinte, o 
serviço da divida era de 64 milhões de USD em1990, subiu para 101milhoes 
UnISCED CURSO: GESTAO DE EMPRESAS; 30 Ano Disciplina/Módulo: Economia Moçambicana 
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em 2005 e em 1998 fi de 34milhoes de dólar americano , banco mundial 
(2003) 
Observando o quadro abaixo pode-se destacar: 
• Que tanto as importações como as exportações, medidas em proporção 
de PIB diminuíram tornando a economia mais fechada, como 
consequência dos seguintes aspectos: As exportações são rígidas devido a 
limitada capacidade de respostas dos principais sectores exportadores de 
produtos tradicionais e da capacidade competitiva da economia; 
• Do lado das importações nota-se o efeito da desvalorição do metical e das 
políticas restritivas internas com o objectivo de controlar a expansão da 
procura agregada 
• A taxa de cobertura da balança comercial melhorou, mantendo-se porem 
em níveis muito baixo. Conclui-se que o ritmo de crescimento das 
exportações é superior ao das importações, um do plano de Ajustamento 
Economico(PAE). 
• A balança de capitais tornou-se positiva em consequência dos 
investiments directos estrangeiro e sobretudo do financiamento a balança 
de pagamento pelos doadores. 
• A divida externa aumentou ao longo do PRE, não obstante as iniciativas de 
perdão total e parcial de alguns países, negociações da divida e do 
financiamento de FMI para o pagamento de serviços da divida. 
• A importância dos donativos mate-se elevado: representa entre cerca de 
36 por cento e os 49 por cento das importações nos fins do seculo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 1987 1988 1989 1990 1998 1999 2000 
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Dispesas 
totais/PIB 
380 42,7 47,7 49,9 21 22,3 28,3 
Despesas 
correntes/PIB 
22 22,6 25,5 25,6 11,5 12,2 13,3 
Receitas/PIB 42,6 45,3 49,3 43 11,3 12 12,6 
Donativos/défice 21,8 23,4 24,2 28,5 63 98,6 67,9 
Principais receitas (em percentagem do total) 
Salários 16,3 16,7 17,5 19 nd Nd 49,1 
Subsídios 15,3 12,3 8,3 7 nd Nd 0,7 
Defesa e 
segurança 
44,8 39,1 41,6 39,7 nd Nd nd 
Principais receitas (em percentagem do total) 
Imposto sobre o 
rendimento 
22 22,5 19,9 17,8 19,2 15,1 14,6 
Imposto sobre o 
consumo 
43,3 45,2 46,4 45,9 55,3 57,9 53,4 
Taxas 
aduaneiras 
14,5 14,2 19,5 21.9 19,2 18,2 28,3 
Défice antes de 
donativos/PIB 
21,8 23,4 24,2 28,5 21 22,2 28,3 
Fonte: informação estatística de 1989, para os anos de 1987 a 1989, e informação estatística de 
1990 , para o mesmo ano, para os anos de 1998 a 2000, anuário estatístico de 2000. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Principais Importações e exportações em percentagem do total 
 
 1987 2000 
Importações 
UnISCED CURSO: GESTAO DE EMPRESAS; 30 Ano Disciplina/Módulo: Economia Moçambicana 
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Bens de consumo 38,5 Cereais 5.2 
Bens alimentares 26.7 Combustíveis 13.4 
Matérias prima 28.8 Material elétrico 22.6 
Pecas 
sobressalentes 
14.3 Material de 
Transporte 
15 
equipamentos 18.4 Produtos de 
ferro e aço 
5.7 
Exportações 
Camarão 39.5 Produtos de 
pesca 
27.7 
Amendoim de 
caju 
31.1 Combustíveis 21 
Algodão 5.8 alumínio 16.5 
Açúcar 4.5 algodão 7.1 
Fonte: Informações estatísticas de 1989, para os anos de 1987. Para o ano de 2000, anuário 
estatístico de 2000. 
 
5.4.1. Política orçamental 
 
A sustentabilidade orçamental de Moçambique está em risco devido à escalada 
da dívida comercial e à má gestão das finanças públicas. O país apresentou défices 
orçamentais primários e globais contínuos durante os anos de boom económico, 
quando beneficiava da cobrança de imposto sobre os rendimentos de capital 
inesperados e de baixos rácios da dívida. A expansão foi principalmente 
direcionada para um programa de investimento público assente numa má gestão 
e numa crescente despesa salarial atingindo 11.3% do PIB em 2014. Em 2015 deu- 
se início a uma política de consolidação orçamental para controlar os níveis da 
dívida. O défice orçamental após as subvenções diminuiu para 2.2% do PIB face 
aos 9.0% em 2013. No entanto, os esforços foram prejudicados pelo contínuo 
abrandamento económico, reduzindo a arrecadação de receitas e a depreciação 
pronunciada do metical. Estima-se que o custo do serviço da dívida, 
maioritariamente pago em moeda externa, tenha atingido 2.8% do PIB em 2016. 
UnISCED CURSO: GESTAO DE EMPRESAS; 30 Ano Disciplina/Módulo: Economia Moçambicana 
86 
 
 
 
 
A divulgação das dívidas ocultas em 2016 levou à suspensão do apoio orçamental 
dos parceiros externos (cerca de 2% do PIB). A depreciação adicional do metical 
conduziu à insustentabilidade orçamental. Um orçamento revisto e aprovado no 
terceiro trimestre reduziu as despesas gerais em apenas 0.7 pontos percentuais, 
atingindo 32.6% do PIB. A diminuição do investimento público e a ligeira redução 
da massa salarial foram em grande parte anulados pelo aumento do custo do 
serviço da dívida. O financiamento dos doadores foi substituído por dispendiosos 
empréstimos nacionais. O sistema de financiamento interno tentou absorver os 
2.6% do PIB exigidos em obrigações do tesouro. Não havia provisões para atender 
às dívidas ocultas e as previsões de crescimento económico, a inflação e os 
pressupostos cambiais eram excessivamente otimistas, pondo em causa a 
restante da execução orçamental de 2016. O orçamento de 2017 apresentou uma 
nova restrição orçamental, com uma redução das despesas para 33.9% do PIB. 
Espera-se, no entanto, uma recuperação do crescimento para 5.5%, bem como 
uma redução real das despesas correntes e das despesas de capital para 19.5% e 
10% do PIB, respetivamente. Um novo programa do FMI ainda depende de um 
orçamento credível. O orçamento de 2017 não contempla as contribuições dos 
parceiros externos para o apoio orçamental direto, ou o serviço da dívida 
comercial, estimadas em 5.7% do PIB (incluindo pagamentos em atraso). Assim, a 
sustentabilidade orçamental a curto prazo depende do resultado da 
reestruturação da dívida comercial anunciada em outubro de 2016. Outros riscos 
orçamentais incluem a falta de clareza sobre a dívida do setor empresarial do 
Estado, enquanto a instabilidade do setor bancário pode transformar-se num 
adicional encargo orçamental. A longo prazo, é necessário garantir o excedente 
orçamental primário, reforçando simultaneamente a robustez e a qualidade do 
quadro de investimento público. 
5.4.2. Política monetária 
 
A política monetária tem sido confrontada pelo prolongado choque da balança de 
pagamentos (BdP) desde o final de 2014. A diminuição das exportações e o 
decréscimo significativo do IDE contrastaram com os elevados níveis de 
UnISCED CURSO: GESTAO DE EMPRESAS; 30 Ano Disciplina/Módulo: Economia Moçambicana 
87 
 
 
 
 
importações, aumentando o défice da balança de pagamentos e reduzindo as 
reservas em divisas. A suspensão do apoio dos doadores após a crise dos 
empréstimos ocultos de abril de 2016 bloqueou outro importante canal de 
entrada de moeda estrangeira. O metical, já de si uma das moedas africanas com 
pior desempenho em 2015, desvalorizou ainda mais. No final de 2016, acumulou 
uma desvalorização anual de 39.2% em relação ao USD, e de 52.3% em relação ao 
rand sul-africano, após um pico de 71.5% e 88.2%, respetivamente. Com as 
empresas a enfrentar restrições no acesso à moeda estrangeira e impedidas de 
realizar certas importações, os preços dos bens importados registaram um forte 
aumento, transferindo-se progressivamente através das cadeias de valor. As 
pressões inflacionistas adicionais resultaram de uma fraca estação agrícola, 
afetada por uma seca severa, bem como das restrições dos transportes 
rodoviários devido ao conflito militar interno existente. A inflação anual 
aumentou dez vezes, de 2.73% em setembro de 2015, para 26.83% em dezembro 
de 2016. O banco central tentou dar uma resposta política à crise. Em abril de 
2016, com a inflação a subir mais de 15%, elevou as taxas de referência em apenas 
5%. A escassez de moeda externa contrastava com o aumento da liquidez do 
metical. O crédito à economia expandiu-se continuamente até setembro de 2016, 
mesmo após o aumento de 450 pontos base na taxa de referência de maio a junho. 
As taxas médias dos empréstimos bancários, que rondaram os 19% ao longo do 
ano, foram finalmente ajustadas para mais de 23%. O novo governador do banco 
central, Rogério Zandamela, substituiu Ernesto Gove em Setembro, que se 
aposentou após liderar a instituição por dez anos. Zandamela, que trabalhou 
durante 15 anos no FMI, é a pedra angular do diálogo renovado entre o país e o 
FMI. De imediato, foi implementado um novo aumento da taxa de 600 pontos, 
para 23.25%. A restrição monetária adicional representa novos riscos para o 
sector financeiro. As taxas médias de empréstimos de um ano aproximam-se dos 
30%, afetando as taxas de reembolso dos empréstimos e evidenciando as 
carteiras de empréstimos bancários menos prudentes. A procura interna global 
mostra sinais de contenção, diminuindo as perspetivas de crescimento, e 
UnISCED CURSO: GESTAO DE EMPRESAS; 30 Ano Disciplina/Módulo: Economia Moçambicana 
88 
 
 
 
 
diminuindo a pressão inflacionária. Em 2017, espera-se que a inflação chegue a 
30.3%, antes de cair para 29.5% em 2018. 
 
 
 
 
 
 
 
5.5. A estrutura económica nos princípios do seculo XXI 
 
Os desafios do seculo XXI possuem contextos internacionais não favoráveis pera 
moçambique, pelo menos a medio prazo. Os capítulos anteriores revelam que a 
estrutura económica, o desenvolvimento atual das sociedades, a natureza das 
relações externa e o processoda globalização, constituem individualmente e 
configuram globalmente contextos de medio prazo que indicam a continuidade 
dos principais elementos caracterizadores da economia moçambicana. 
A atual estrutura foi formatada principalmente durante os últimos cento e 
cinquenta anos, esta integrada no que Wallerstein (1974) designada de economia- 
mundo, com um modelo económico dominante que estabelece hierarquia nas 
sociedades regiões e continente, impõe políticas que reproduzem os mecanismos 
de acumulação cada vez mais concentrado no quadro de relações de 
funcionalidade (dependência), que subordinam os desenvolvimento dos povos e 
uma crescente minoria de interesse económico e politico. As características 
fundamentas da estrutura económica colonial foram mantidas no período da 
experiência socialista (MOSCA, 1999) e são aprofundadas com aplicação do 
ajustamento estrutural. 
A manutenção dos elementos qualitativos e das relações externas reproduzira, 
muito provavelmente, as características actuas na economia moçambicana, dos 
se destacam: 
I. Relações de dependência e subordinação a interesse e centro de decisão 
localizado fora dos país onde os padrões de acumulação estão centrados 
UnISCED CURSO: GESTAO DE EMPRESAS; 30 Ano Disciplina/Módulo: Economia Moçambicana 
89 
 
 
 
 
no exterior e articulam com elites nacionais que se beneficiam de uma 
pequena percentagem da distribuição dos rendimentos. Neste caso, 
assume particular relevância o papel da africa do sul, seja no contesto 
analítico de uma subpotência (que pressupõem existir uma estrutura e 
funcionalidade económica e regional) seja no desempenho de funções 
intermédia em forma triangular de atuação dos grandes grupos interesses 
económicos dos países desenvolvido. 
II. Assimetria profundada no desenvolvimento e na distribuição dos 
rendimentos, tanto social como especiais (Rodrigues 19976) : Maputo e o 
resto do país, as províncias a sul e a norte de gaza (ou do Rio save), o litoral 
e o interior, e muitas outras dicotomias, que revelam diferenciações 
especiais socialmente parece evidente a concentração da riqueza em elites 
muitos minoritárias relacionadas com os puderes , uma classe emergente 
de empresário e profissionais liberais que privilegiadas no estado , nas 
organizações não governamentais no setor privado e no desenvolvimento 
de iniciativas empresariais próprias. 
III. A existência de clivagem e simultaneamente de funcionalidade entre a 
economia (moderna e tradicional) que garantam a transferência de 
recursos e a concentração de acumulação no primeiro e onde o 
desenvolvimento (crescimento do segundo depende das necessidade de 
produção do primeiro, mosca(1999 e 2002). 
IV. A debilidade de infra-estrutura de transportes( rodoviária e ferroviária) de 
comunicação de rede comercial no meio rural, das infra-estrutura 
produtivas na igricultura. 
UnISCED CURSO: GESTAO DE EMPRESAS; 30 Ano Disciplina/Módulo: Economia Moçambicana 
90 
 
 
 
 
A Inflação em Moçambique 
 
Breve historial 
 
As primeiras estimativas do IPC no Moçambique independente foram efetuadas 
em 1989 pela então Direção Nacional de Estatística da Comissão Nacional do 
Plano (DNECP). Deste 1997, o Instituto Nacional de Estatística é a entidade 
responsável pela compilação e difusão oficial do IPC (INE, 2010). 
Foi o índice oficial de preços em Moçambique até dezembro de 1996, Porém em 
1995, o Instituto Nacional de Estatística (INE) iniciou a compilação de um índice 
alternativo, que considerava uma cesta melhor de bens e que se pressupunha 
representar melhor a realidade da evolução do poder de compra para o 
consumidor moçambicano, e este novo índice tornou-se o índice de preços oficial 
a partir de Janeiro de 1997 (Ubide, 1997). 
A primeira série consistente de índices tinha como período base o mês de 
Dezembro de 1994 e circunscrevia-se apenas à Cidade de Maputo e era tomada 
como referência do IPC Nacional. A série seguinte teve como período de 
referência o mês de Dezembro de 1998. Esta série, cujos ponderadores foram 
derivados do Inquérito aos Agregados Familiares (IAF) 1996/97, permitiu a 
compilação de um IPC Nacional com referência nos preços das cidades de Maputo, 
Beira e Nampula. Para a agregação do IPC Nacional adotou-se a média ponderada 
dos índices das três cidades cujos fatores de ponderação eram as despesas 
monetárias da região em que cada cidade se localizava. Em 2004 houve uma 
revisão do cabaz e ponderadores do IPC a partir do IAF 2002/03 que deu origem a 
uma nova série que tinha como período. Serão as taxas de inflação de 
Moçambique e da África do Sul cointegradas? (1994- 2015). Esta série teve como 
grande inovação a adoção de um esquema de agregação do IPC Nacional a partir 
dos índices elementares de cada cidade (INE, 2010). A tabela 3, mostra a evolução 
da estrutura de ponderação do IPC Moçambique. 
UnISCED CURSO: GESTAO DE EMPRESAS; 30 Ano Disciplina/Módulo: Economia Moçambicana 
91 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Evolução da estrutura de ponderação do IPC Moçambique (1998 a 2010). 
 
 
 
 
 
 
 
A tabela mostra a evolução da estrutura de ponderação do IPC de Moçambique 
nos principais anos em que houve alterações, com vista a melhorar o IPC. Nota-se 
que de um modo gerar, a categoria de Alimentação e bebidas não alcoólicas, 
possui um peso maior no IPC comparativamente as outras categorias, apesar de 
uma variação decrescente. Porém Entre 1998 e 2010 houve um decréscimo do 
peso em 17,92 pp. De um modo geral, as outras categorias registaram uma 
tenência contrária. Ou seja, quase todos tiveram um aumento ligeiro nos preços. 
Entre os finais de década de 80 e princípios de década de 90, a inflação em 
Moçambique apresentava níveis relativamente altos (dois dígitos em média). É 
UnISCED CURSO: GESTAO DE EMPRESAS; 30 Ano Disciplina/Módulo: Economia Moçambicana 
92 
 
 
 
 
dentro desta realidade que teve início, partir dos meados dos anos 90, o processo 
paulatino de desinflação no país através de implementação de medidas restritivas 
de política económica, no âmbito dos programas de estabilização 
macroeconómica em parceria com o fundo monetário internacional (FMI), que na 
sua fase inicial tinham ênfase na liberalização da economia moçambicana. Como 
resultado, este processo levou ao ajustamento dos preços dos bens e serviços, 
tendo a inflação atingido 70% em 1994. Porém em 1995, a inflação foi reduzida 
para 54%, portanto em 16pp (Omar, 2010). 
 
 
 
 
SUMARIO 
O sistema financeiro é um dos pilares do desenvolvimento económico das 
sociedades: por um lado, as empresas optam por determinados projectos de 
investimento e formas de assegurar o respectivo financiamento e, por outro, os 
consumidores tomam decisões sobre a a fectação do seu rendimento disponível 
entre poupança e consumo. As instituições financeiras desempenham um papel 
determinante ao assegurarem o funcionamento dos sistemas de pagamentos e 
liquidação, permitindo ainda o desenvolvimento de uma variedade de produtos 
financeiros que facilitam as transacções. Ao mobilizar os fundos dos aforradores, 
canalizando-os para o sector produtivo, o sistema financeiro possibilita a 
transferência de recursos económicos no tempo e no espaço, além fronteiras e 
entre sectores, facilitando também por esta via a gestão de riscos através da 
diversificação. 
O ambiente financeiro está em constante mutação. Vivemos actualmente uma 
fase em que a globalização e os seus efeitos colaterais nos empurram para uma 
nova regulação dos sistemas financeiros. 
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EXERCÍCIOS DE AUTO-AVALIAÇÃO 
 
1. Descreva a evolução do sistema financeiro moçambicano 
2. Fale da função do sistema financeiro em Moçambique. 
3. Qual é a função básica do mercado de capitais 
4. Qual o impacto dos sistemas financeiros sobre a economia. 
5. Descreve os desafios da bancalizaçãoem Moçambique 
 
 
 
 
 
 
EXERCÍCIOS DE AUTO-AVALIAÇÃO 
 
 
1. Até que ponto o sistema Bancário tem é crucial na economia? 
2. Quais os tipos de Mercados Financeiros? 
3. Qual é a Função de cada tipo de mercado financeiro? 
4. Quais são as medidas tomadas pelo governo no sentido de 
melhorar o sistema financeiro em Moçambique? 
5. Descreve as características do sistema financeiro Moçambicano. 
 
 
 
UnISCED CURSO: GESTAO DE EMPRESAS; 30 Ano Disciplina/Módulo: Economia Moçambicana 
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BIBLIOGRAFIA 
 
 
 
 
“The Washington Consensus” e Moçambique, PADRIGU, Gothenburg 
University; 1995 
Abrahamsson, H. & Nilsson, A. (1994). Moçambique em Transição: um 
estudo da história de desenvolvimento durante o período 1974-1992. 
CEEI- ISRI. 
Carlos Nuno Castel‑Branco, et all. Desafios para Moçambique. Editora: 
IESE. Maputo, 2010-2014 
Direcção dos Serviços de Planeamento e Integração Económica - Planos 
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Mosca, João (2016). Políticas Públicas e Agricultura em Moçambique. 
Escolar Editora. Maputo. 
Mosca, J., Abbas, M. & Bruna, N. (2013). Economia de Moçambique 
2001-2010: Um Mix de Populismo Económico e Mercado Selvagem. 
Maputo: Escolar Editora. 
Mosca, João (2016). “Políticas públicas e desigualdades sociais e 
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VICENTE, L. Carlos .(2007). Exchange rate and consumer prices in 
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