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O artista Pascal Boyart (PBOY) fez uma releitura do quadro A Liberdade guiando o povo, de Eugène Delacroix, um dos símbolos das revoluções liberais ocorridas na França no século XIX. Essa releitura homenageia os coletes-amarelos, movimento de trabalhadores que tomou as ruas de Paris em 2019. Na foto, detalhe da pintura A Liberdade guiando o povo 2019, feita em um dos muros do Centquatre, um centro cultural público de Paris. Muitos movimentos lutam pela transformação da reali- dade social por meio do questionamento das instituições, que podem ser o Estado, as relações econômicas, as forças produtivas, as tradições, as culturas ou as legislações vigen- tes. Nesses casos, os movimentos confrontam e pressionam a ordem estabelecida e, por meio da organização coletiva, reivindicam as mudanças que julgam ser necessárias. O movimento dos trabalhadores é um exemplo de ação coletiva que tem em seu cerne o questionamento do po- der do Estado, das relações de produção e da organização social decorrente dela. Ao longo da história, os movimentos sociais foram importantes mecanismos para que grupos minoritários pudessem denunciar suas condições de vida e reivindi- car o acesso aos direitos sociais, políticos e econômicos muitas vezes negados. As questões levantadas por muitos desses movimentos, como o feminista, o negro, o LGBT e o ambiental, por exemplo, foram imprescindíveis para a reconfiguração de inúmeras políticas, além de terem contribuído para a revisão de direitos em muitos países democráticos. No Brasil, durante a Assembleia Constituinte, os mo- vimentos sociais tiveram uma atuação fundamental na elaboração da Constituição Federal de 1988. Com suas denúncias, críticas e reivindicações, conseguiram garantir a inclusão de direitos até então inexistentes, como a igual- dade jurídica e formal entre homens e mulheres, os direitos dos povos indígenas e o direito à moradia, ao trabalho, à liberdade religiosa e à assistência social.K IR A N R ID LE Y /G E TT Y IM A G E S Os movimentos podem assumir também um caráter político quando pretendem criar mecanismos que alte- rem as formas pelas quais as pessoas participam da vida política. Na Espanha, o partido político “Podemos”, por exemplo, nasceu a partir do Movimento dos Indignados, também conhecido como 15-M, data de sua primeira grande manifestação em Madri, no dia 15 de maio de 2011. O movimento surgiu em resposta à crise econômica inicia- da em 2008 e questionava a representatividade política, o sistema financeiro espanhol, a pobreza, as desigualdades sociais e a corrupção no país. Por outro lado, existem grupos organizados que lutam pela manutenção da ordem e do poder estabele- cido, atuando como forças de resistência às mudanças sociais. Um exemplo disso ocorreu em 2017, na cidade de Char lottesville, no estado da Virgínia, nos Estados Unidos. Grupos de supremacistas brancos de diversas partes do país organizaram uma marcha para protestar contra os direitos conquistados pelas minorias, como negros, homossexuais e imigrantes. Marcada por atos de violência, a marcha acabou com a morte de uma pessoa e dezenas de feridos. A R Q U IV O /A E /E S TA D Ã O C O N TE Ú D O As questões levantadas pelos movimentos sociais têm contribuído diretamente para a construção de sociedades diversas, multiculturais e mais inclusivas. Por meio de suas críticas, denúncias e lutas contra a exclusão social e a marginalização de muitos grupos, os movimentos sociais viabilizaram a emergência de novos valores e discursos sobre justiça, solidariedade e igualdade nas sociedades contemporâneas. Além disso, passaram a ser importan- tes agentes na defesa da cidadania e na promoção dos Direitos Humanos em várias partes do mundo. Em 1987, durante os trabalhos da Assembleia Nacional Constituinte, o então jovem presidente da União das Nações Indígenas, Ailton Krenak, em protesto pela ausência de visibilidade da questão indígena no texto do projeto da nova Constituição, pintou seu rosto com uma tinta de jenipapo, símbolo de luto entre seu povo. Câmara dos Deputados, em Brasília (DF), 1987. R ep ro d uç ão p ro ib id a. A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 91 A N D R E D IB /P U LS A R IM A G E N S As comunidades ribeirinhas estabelecidas às margens do Rio Solimões, no Amazonas, estão ligadas por uma extensa rede de trocas que faz com que seu modo de vida e sua forma de organização social se estendam ao longo do rio. Na foto, casas flutuantes em área de várzea no município de Iranduba (AM), 2020. Do território às territorialidades: relações de poder A partir das contribuições de filósofos, geógrafos, sociólogos, historiadores e outros teóricos que nos ajudam a pensar na área de Ciências Humanas, o conceito de território foi se ampliando e ganhando novas aplicações para a compreensão do mundo e das sociedades. Atualmente, muitos pesquisadores entendem território como os limites de pertencimento de alguns grupos a um lugar que, com base em determinadas relações sociais, estende sua atuação a outros lugares. As comunidades ribeirinhas que vivem na região Norte do país, em estados como o Amazonas e o Pará, são um bom exemplo disso. Esses grupos, que em geral vivem da pesca, da extração de produtos florestais (frutos, óleos, látex etc.) e da pequena agricultura, estabelecem intensas trocas de bens entre si e com as populações urbanas locais e interações sociais ao longo dos percursos dos rios. As trocas e as relações estabelecidas não só garantem a vida material dessas comunidades como também criam laços e formas de vida particulares, que não podem ser pensados de maneira descolada daquele espaço em que ocorrem. Questões 1. Leia o texto abaixo. “Os movimentos sociais foram e continuam a ser as alavancas da mudança social. Geralmente se ori- ginam de uma crise nas condições de vida que torna insustentável a existência cotidiana para a maioria das pessoas. São induzidos por uma profunda descon- fiança nas instituições políticas que administram a sociedade. A conjuminância de degradação das con- dições materiais de vida e crise de legitimidade dos governantes encarregados de conduzir os assuntos públicos leva as pessoas a tomar as coisas em suas próprias mãos, envolvendo-se na ação coletiva [...] para defender suas demandas e, no final, mudar os governantes e até as regras que moldam suas vidas.” CASTELLS, Manuel. Redes de indignação e esperança: movimentos sociais na era da internet. Rio de Janeiro: Zahar, 2012. p.127. a) Por que os movimentos sociais são importantes agentes de mudança social? b) De acordo com o texto, o que leva à formação de um movimento social? c) Quais são as principais contribuições dos mo- vimentos sociais para as sociedades contem- porâneas? 2. (Enem-2017) “Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, cren- ças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.” BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em 27 abr. 2017. A persistência das reivindicações relativas à apli- cação desse preceito normativo tem em vista a vinculação histórica fundamental entre: a) etnia e miscigenação racial. b) sociedade e igualdade jurídica. c) espaço e sobrevivência cultural. d) progresso e educação ambiental. e) bem-estar e modernização econômica. Registre em seu caderno (BNCC) Competências específicas: 1, 2, 5 e 6; Habilidades: EM13CHS101 EM13CHS103 EM13CHS203 EM13CHS205 EM13CHS502 EM13CHS504 EM13CHS601 Conjuminar: unir-se. R ep ro d uç ão p ro ib id a. A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 1998 . 92 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm O entendimento de território associado à ideia de poder se fortaleceu à medida que diferentes grupos sociais, sobretudo minorias e excluídos, se mobilizaram e ampliaram os seus limites de atuação social na defesa de seus direitos, expandindo suas experiências vividas e criando terri- torialidades que os fortalecem. Nesse sentido, as territorialidades estão associadas, em primeiro lugar, ao território como base material concreta, natural ou artificial, onde se dão as relações sociais. Elas podem ser entendidas, segundo a geógrafa Mônica Machado, como formas de comporta- mento espacial, ou seja, estratégias de indivíduos ou grupos para influenciar pessoas, fenômenos e relações. Para isso, delimitam e exercem algum controle ou atividade sobre uma dada área, dela se apropriando, ainda que temporariamente. Muitos movimentos sociais têm na reivindicação dos territórios suas agendas de luta como forma de garantia de direitos, reconhecimento social e inclusão. Frequentemente, suas pautas implicam a contestação do sistema produtivo, das desigualdades sociais, da pobreza, da exclusão e dos impactos ambientais e não raramente exigem a confrontação com o Estado. Para alguns grupos específicos – indígenas e quilombolas –, a questão territorial está relacionada diretamente à necessidade de demarcação de terras e de reconhecimento do direito a elas, o que se desdobra em disputas na maioria das vezes violentas, que podem culminar no massacre desses grupos mais vulneráveis. LU IZ V A S C O N C E LO S /A C R ÍT IC A /E S TA D Ã O C O N TE Ú D O De acordo com o Atlas de conflitos na Amazônia, de 2017, o estado do Amazonas registrou 66 conflitos no campo. Na foto, indígena de Lagoa Azul resiste a uma ação de reintegração de posse. Manaus (AM), 2008. A atual fase do capitalismo financeiro-especulativo gera uma economia pautada na redução da força de trabalho ou na privação dos recursos necessários à sobrevivência, o que acarreta a exclusão social de trabalhadores no campo e na cidade. No Brasil, esse processo fez surgir mo- vimentos sociais extremamente organizados na luta por seus direitos a partir dos territórios aos quais pertencem e das relações de territorialidades que neles, e a partir deles, estabelecem, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) O MST surgiu oficialmente em 1984 no estado do Paraná, a partir de movimentos sociais que lutavam pelo direito à terra como forma de sobrevivência, pela reforma agrária e pelo estabelecimento de uma sociedade mais igualitária. Atualmente, o MST é um dos movimentos sociais mais articulados e organizados da América Latina, presente em 24 estados brasileiros e responsável pelo assentamento de 350 mil famílias de trabalhadores rurais que passaram a ter o direito à terra e o direito de produzir. A grande concentração de terras no Brasil, historicamente explicada pela predominância do latifúndio na estrutura agrária do país, impede que grande parte de trabalhadores tenha acesso ao trabalho no campo. Assim, o MST usa como estratégia de pressão política a ocupação de latifúndios improdutivos para que o Estado brasileiro coloque em prática a reforma agrária, con- forme previsto na Constituição de 1988. Nos assentamentos, as famílias de trabalhadores rurais objetivam transformar esses latifúndios improdutivos em espaços de produção de alimentos e de outros recursos fundamentais básicos à sobrevivência, como moradia e trabalho. R ep ro d uç ão p ro ib id a. A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 93 Em todo o Brasil, o MST fez doação de alimentos, como leite, arroz, feijão, frutas e verduras, para populações pobres durante o período de crise provocado pela pandemia de covid-19. Na imagem, integrante do MST entrega cesta de mantimentos em Porto Alegre (RS), 2020. LE A N D R O M O LI N A (BNCC) Competências específicas: 1, 2, 3, 4, 5 e 6 Habilidades: EM13CHS101 EM13CHS103 EM13CHS204 EM13CHS206 EM13CHS302 EM13CHS306 EM13CHS401 EM13CHS504 EM13CHS606 Nos assentamentos, ou ainda nos acampamentos, as fa- mílias do MST se organizam e estabelecem territorialidades. Junto com pequenos agricultores familiares, por exemplo, são os principais responsáveis pela produção de alimentos orgânicos no Brasil. As plantações do MST compreendem uma grande variedade de cereais, frutas, raízes, legumes e hortaliças; também criam animais, produzem laticínios, mel e outros produtos para consumo próprio e comercialização. À medida que se tornam proprietárias das terras, as famílias de trabalhadores rurais se organizam na constru- ção de moradias, escolas, depósitos e espaços de lazer e sociabilidade, ampliando os limites das relações sociais e de territorialidade nos espaços rurais e para além deles. A pauta de luta e as ações do MST dividem opiniões no Brasil. Não são raros os conflitos, que muitas vezes acabam em morte de trabalhadores do campo e de suas lideranças. De acordo com o relatório de 2019 da ONG britânica Global Witness, o Brasil é o país mais perigoso do mundo para os defensores da terra e do meio ambiente. A agricultura familiar “Agricultura familiar é a principal responsável pela produção dos alimentos que são disponibili- zados para o consumo da população brasileira. É constituída de pequenos produtores rurais, povos e comunidades tradicionais, assentados da reforma agrária, silvicultores, aquicultores, extrativistas e pescadores. [...] Na agricultura familiar a gestão da propriedade é compartilhada pela família e a atividade produtiva agropecuária é a principal fonte geradora de renda. Além disso, o agricultor familiar tem uma relação par- ticular com a terra, seu local de trabalho e moradia.” Agricultura familiar. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Disponível em <https://www.gov. br/agricultura/pt-br/assuntos/agricultura-familiar/ agricultura-familiar-1>. Acesso em 29. jul. 2020. Questão • Forme um grupo com quatro ou cinco colegas. Imaginem que vocês foram contratados para de- senhar um plano de reestruturação da agricultura nacional. Com base nos seus conhecimentos sobre a estrutura fundiária brasileira e a atividade agrícola no país, que reformas vocês fariam? Defendam seu plano de reformas com base em dados. Registre em seu caderno Aquicultor: aquele que domina técnicas de cultivo de peixes, crus- táceos (como o camarão e a lagosta), moluscos (como o polvo e a lula), algas ou outros organismos que vivem em ambientes aquáticos. Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) A luta por moradias nas cidades ocorre, prioritaria- mente, nos locais em que vivem os trabalhadores. Em decorrência da especulação imobiliária nas cidades, os moradores de baixa renda são expulsos para as periferias, enquanto muitos terrenos e prédios na região central permanecem vazios à espera de melhores preços de mer- cado. Em decorrência dessa situação, alguns movimentos surgem em territórios periféricos das cidades com causas e reivindicações comuns, como o direito de morar próximo aos locais de trabalho. Em 1997, foi criado o MTST para pressionar o poder público e denunciar o problema social da falta de moradia para milhares de trabalhadores. O movimento, de caráter político, luta pelo respeito ao direito constitucional de moradia, pela reforma urbana e pela diminuição das de- sigualdades sociais. Suas ações consistem na ocupação de terrenos urbanos e de imóveis vazios ou irregulares. As ocupações são organizadas por coletivos e têm nos órgãos do Estado o seu principal alvo de pressão para ter suas reivindicações atendidas. As relações de territorialidade queos integrantes do MTST estabelecem nos espaços urbanos estão associa- das às suas necessidades de trabalho e moradia, pois são majoritariamente desempregados e pessoas que exercem trabalhos temporários, informais ou autônomos e que dependem do fluxo das cidades para sobreviver. Independentemente dessa condição, os integrantes do MTST também reivindicam o pleno direito à cidade para todos. R ep ro d uç ão p ro ib id a. A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 94 https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/agricultura-familiar/agricultura-familiar-1 https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/agricultura-familiar/agricultura-familiar-1 https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/agricultura-familiar/agricultura-familiar-1 Com a construção da usina de Sobradinho, na Bahia, cerca de 70 mil pessoas, em sua grande maioria ribeirinhos e pequenos agricultores, foram retiradas de suas terras. Na foto, o Rio São Francisco e a usina hidrelétrica de Sobradinho, em 2018. A N D R E D IB /P U LS A R IM A G E N S Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) O MAB surgiu no Brasil na década de 1970, no período da ditadura civil-militar, quando o projeto desenvolvi- mentista estava em seu auge no país. Com a justificativa de atender à crescente demanda por energia elétrica decorrente do processo de industrialização, o governo deu início à construção de imensas barragens. Essas obras impactaram profundamente não só o meio ambiente das regiões em que foram realizadas, mas também o modo de vida das comunidades locais. Para a construção da barragem e do lago artificial de Sobradinho, na Bahia, na década de 1970, por exemplo, foram necessárias grandes intervenções na natureza, como a inundação de uma área que envolvia, entre outros, os municípios de Casa Nova, Sento Sé, Pilão Arcado e Remanso. Ao longo das últimas décadas, o MAB foi ganhando dimensão nacional à medida que outras barragens e usinas hidrelétricas foram sendo construídas no país: a hidrelétri- ca de Tucuruí, no Pará, a de Itaipu, na divisa entre Brasil e Paraguai, as hidrelétricas de Itá e Machadinho, entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul, e a de Belo Monte, no Pará, entre outras. Doc. 2 Os danos decorrentes das construções de barragens levaram habitantes de várias localidades a se organizar coleti- vamente para defender seus direitos. As questões e causas rei- vindicadas pelo movimento giram em torno do impedimento das construções de barragens, do direito à “indenização justa” para as famílias deslocadas de seus territórios e, atualmente, do questionamento do alto custo da energia elétrica no país. Para assistir Arpilleras: atingidas por barragens bordando a resistência Direção: Adriane Canan País: Brasil Ano: 2017 Duração: 97 min Disponível em <https:// www.youtube. com/watch?v=PEu- AATb3TU&t=317s>. Acesso em 29 jul. 2020. Documentário produzido pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) que mostra o papel desempenhado por mulheres na luta pelos direitos no campo. De olho no presente Populações atingidas por barragens “[...] Episódios como os rompimentos de barragens em Mariana (2015) e Brumadinho (2019) são lamentáveis exemplos da forma irresponsável como até hoje são tratadas as populações atingidas por barragens no Brasil. A título de exemplo, um ano após o crime em Brumadinho, as populações atingidas ainda lutam para conquistar uma reparação financeira justa. [...] Leandro Scalabrin, advogado e membro do Conselho Nacional de Direitos Hu- manos – CNDH, explica que a luta do movimento sempre passou por garantir os direitos dos atingidos que nunca estiveram previstos em lei. [...] em 2006, o CNDH criou uma comissão especial para investigar as violações de Direitos Humanos na construção de barragens do Brasil. O relatório produzido pela comissão acabou servindo de subsídio para que o MAB elaborasse a primeira proposta de uma Política Nacional dos Atingidos por Barragens. ‘Esse relatório constatou que um dos problemas das violações de direitos dos atingidos é que não havia uma lei que assegurasse esses direitos. E que, portanto, dependia da organização dos atingidos em cada caso, em cada região [...]’, relatou.” FERNANDES, Leonardo. MAB exige aprovação urgente da Política Nacional dos Atingidos por Barragens. Rede Brasil Atual, 10 mar. 2020. Disponível em <https:// www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2020/03/mab-exige-aprovacao-urgente-da- politica-nacional-dos-atingidos-por-barragens/>. Acesso em 23 abr. 2020. Questões 1. Você considera justa e correta a forma como o Judiciário brasileiro trata as populações atingidas por barragens no Brasil? Justifique sua resposta. 2. De acordo com o texto, por que a ausência de uma legislação e de uma política nacional voltada para os atingidos por barragens é um problema? (BNCC) Competências específicas: 1, 2, 3, 5 e 6; Habilidades: EM13CHS101 EM13CHS103 EM13CHS202 EM13CHS204 EM13CHS302 EM13CHS304 EM13CHS305 EM13CHS501 EM13CHS503 EM13CHS504 EM13CHS605 EM13CHS606 Registre em seu caderno 95 R ep ro d uç ão p ro ib id a. A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . https://www.youtube.com/watch?v=PEu-AATb3TU&t=317s https://www.youtube.com/watch?v=PEu-AATb3TU&t=317s https://www.youtube.com/watch?v=PEu-AATb3TU&t=317s https://www.youtube.com/watch?v=PEu-AATb3TU&t=317s https://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2020/03/mab-exige-aprovacao-urgente-da-politica-nacional-dos-atingidos-por-barragens/ https://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2020/03/mab-exige-aprovacao-urgente-da-politica-nacional-dos-atingidos-por-barragens/ https://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2020/03/mab-exige-aprovacao-urgente-da-politica-nacional-dos-atingidos-por-barragens/