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Adriele Souza A. M. Almeida Micologia Caderno de estudos de micologia 2 Micoses Micoses superficiais cutâneas o Correspondem às: dermatofitoses, candidíases mucocutâneas e dermatomicoses (causadas por outros fungos filamentosos não dermatófitos) e leveduras não Candida spp. o As micoses superficiais: definidas como o crescimento fúngico nos tecidos epiteliais, sem invasão do tecido vivo e sem provocar resposta inflamatória no hospedeiro. → Micoses exclusivas da pele, pitiríase versicolor e tinea nigra e micoses nodulares do pelo, piedra negra e piedra branca. → Essas infecções constituem mais problema cosmético ou antiestético, não causando desconforto ao paciente. Pitiriasis Vesicolor o Também denominada de micose de praia porque as manchas pré-existentes se tornam mais perceptíveis quando o indivíduo se expõe ao sol. Etiologia e patogênese o Infecção fúngica da peles o Caracterizada por lesões hipocrômicas ou hipercrômicas. o Causadas por Malassezia spp leveduras lipofílicas. Gêneros: Malassezia furfur, M. pachydermatis, M. sympodialis, M. slooffiae, M. globosa, M. obtusa e M. restricta. M. yamatoensis, M. dermatis, M. nana, M. japonica, M. caprae, M. caniculi e M. equinae. Maioria lipodependente. A M. pachydermatis pode se desenvoler em meio sem lipídeos. o Compõe parte da biota normal do hospedeiro saudável (pele e tronco), mas em condições não conhecidas o crescimento se exacerba e determina manifestações clinicas. o Manifestações: → Maculas descamativas de cor e forma variáveis. Hipocromia a presença de ácido azelaico interfere na melanogênese. Hiperpigmentação relacionada ao aumento e distribuição dos melanossomas. o Observada em áreas seborréicas do corpo, tórax, ombro e região cervical, zona proximal dos membros superiores, abdome ou pênis, pálpebras e região submamária (mais raramente). o Geralmente assintomática, mas pode ocorre ardor. o Malassezia agente reconhecido da pitiriase. o Manifestações que podem estar associadas à Malassezia Dermatite seborreica, dermatite atópica, foliculite pitirospórica, papilomatose confluente e reticulada de Gougerot e Carteaud, blefarite, onicomicose. o Infecção sistêmica (Malasseziose) geralmente ocorre em crianças de baixo peso, com alimentação lipídica, em uso de cateter e também em adultos imunocomprometidos. Epidemiologia o Infecção fungica geralmente assintomática. o De caráter crônico. o Tem prevalência nos trópicos incidência de 40%. o Ocorre em ambos os sexos. o Prevalência na adolescência e em adultos jovens, entre 10 e 60 anos. Adriele Souza A. M. Almeida o O desequilíbrio da microbiota normal pode estar relacionado: à idade, ao sexo, a predisposição genética, a má nutrição, a gravidez, a diabetes mellitus, a corticoidoterapia prolongada e a imunodeficiência bem como fatores que favorecem a oleosidade da pele. Diagnóstico o Pode ser complementado pelo exame com a lâmpada de Wood Tinea Negra (Tinha Negra) Etiologia e patogênese o Infecção assintomática, superficial, benigna. o Caracterizada por lesões maculares, pouco descamativas de cor marrom-negro. o Comum em região palmar e plantar (pode acontecer em outras regiões). o Agente: fungo melanizado Hortaea werneckii conhecido também pelas denominações de Phaeoannellomyces werneckii, Cladosporium werneckii não se conhce o habitat natural (encontrado em solo e areia). Epidemiologia o Atinge mais comumente paciente jovens (abaixo de 20 anos). o Diagnosticada em clima tropical e subtropical. o Ocorre em ambos os sexos. o Diagnóstico diferencial deve ser feito com melanoma, nevus e fitotomelanose. o Diagnostico o O exame microscópico de escamas da pele, clarificadas co KOH. Piedra Branca Etiologia e patogênese o Infecção fúngica, superficial e benigna. o Caracterizada pela presença de nódulos claros ao redor do pelo (qualquer parte do corpo). o Agente: Trichosporon spp. o No couro cabeludo pode ser confundida com lêndea. o Manifestações clínicas: alto prurido. Sendo muito contagiosa. o Espécies: T. asahii, T. asteroides, T. cutaneum, T. inkin, T. mucoides e T. ovoides. Atualmente são reconhecidas 16 espécies como patogênicas. T. inkin tem sido mais relacionado à piedra branca genital e T. ovoides à piedra branca dos cabelos. Epidemiologia o Comum em regiões tropicais e temperadas, mas pode acontecer em qualquer região. o No Brasil tem sido frequente na regiap genital de homens adultos e cabelo de crianças com menos de 10 anos (do sexo feminino). → Cabelo molhado, preso e com creme ambiente ideal para o desenvolvimento da Piedra Branca. Diagnóstico o Diagnóstico laboratorial é feito pela clarificação dos pelos contendo nódulos com potassa. Adriele Souza A. M. Almeida Piedra Negra Etiologia e patogênese o Micose assintomática. o Caracterizada pela presença de nódulos escuros, de tamanho e forma variados, finamente aderentes ao pelo. o Causada pelo fungo melanizado Piedraia hortae. Epidemiologia o Condições de alta temperatura, queda pluviométrica e umidade relativa do ar aumentada favorecem a micose. o Ocorre em ambos os sexos. o Encontradas em animais. Diagnostico o Exame direto. Dermafitoses Etiologia e patogênese o Lesões cutâneas em regiões queratinizadas (pele, unhas e pelos). o Causada por uma variedade de fungos que possuem habitat e ecologia distintos, mas em comum têm a capacidade de degradar queratina dermatófitos (fungos) o Dermatófitos: o Reproduzem-se assexuadamente (conídios - anamórficos) e sexuadamente. o Microscopicamente, os dermatófitos apresentam de maneira geral, macro e microconídios. → O gênero Trichophyton: Apresenta macroconídios cilíndricos, multisseptados, de paredes lisas e microconídios redondos, ovais ou piriformes. → O gênero Microsporum Apresenta macroconídios fusiformes, paredes rugosas e espessas e poucos microconídios; → O gênero Epidermophyton: Apresenta macroconídios piriformes, paredes lisas, 2 a 4 células, isolados ou dispostos em cachos. o Outras estruturas morfológicas: hifas em raquete, pectinadas, espirais, candelabro fávico, clamidoconidios e outras que são importantes na identificação de várias espécies que não produzem macroconídios. o Segundo o gênero de dermatófito, as lesões podem localizar-se na pele, nos pelos e nas unhas. o As dermatofitoses são denominadas ainda de acordo com o sítio afetado: tinea capitis (couro cabeludo), t. barbae (região da barba), t. corporis (pele glabra), t. cruris (região inguinal), t. pedis (pés), t. manuum (mãos), t. unguium (unhas). o A atividade queratinolítica é devida a um conjunto de enzimas proteolíticas capazes de degradar a queratina: fungalisinas (metaloproteases-glicoproteinas) e subtilisina (serinaproteases). o Lesões por dermafitoses: Adriele Souza A. M. Almeida → Etapas: Após o contato do dermatófito com o hospedeiro tem-se um período de incubação variável dependente de vários fatores principalmente do hospedeiro. Um período de invasão radial, em que há produção de enzimas, degradação da queratina e crescimento das hifas; Período refratário, em que as hifas se fragmentam, produzindo estruturas de resistência, os artroconídios. o No pelo, os dermatófitos invadem o folículo piloso, o pelo perde o brilho, torna-se quebradiço e cai. → O dermatófito pode invadir, radialmente, novos folículos pilosos e, após algum tempo, aparecem placas de tonsura (Tinea capitis tonsurante). → O parasitismo no pelo pode ser externo (ectothrix), em que o dermatófito forma uma bainha de artroconídios ao redor do pelo, como ocorre nas infecções por Microsporum canis. → Interno (endothrix), em que o dermatófito parasita o interior do pelo, apresentando filamentos micelianos, algumas vezes com artroconídios, como nocaso das infecções por Trichophyton sp. → O pelo pode apresentar os dois tipos de parasitismo endo e ectothrix, sob a forma de filamentos micelianos, algumas vezes com artroconídios. o Na pele, os dermatófitos causam lesões com propagação radial, circulares, bem delimitadas, geralmente com centro descamativo e bordos eritematosos, microvesiculosos. → Todos os gêneros de dermatófitos apresentam na pele parasitismo sob a forma de filamentos micelianos hialinos septados ramificados, eventualmente com artroconídios. → Trichophyton concentricum produz placas descamativas escamosas, em forma de anéis concêntricos. o Na unha, a infecção inicia-se pela borda livre, podendo atingir a superfície e a área subungueal. → Unhas tornam-se branco-amareladas, porosas e quebradiças. → O parasitismo na unha também ocorre sob a forma de filamentos micelianos septados, eventualmente com artroconídios, e os agentes mais comuns em nosso meio são: T. rubrum e T. mentagrophytes. o As espécies de dermatófitos mais comumente isoladas de dermatofitoses no Brasil são: Trichophyton rubrum, T. mentagrophytes, T. tonsurans, Microsporum canis, M. gypseum e Epidermophyton floccosum. Ecologia e epidemiologia o Os dermatófitos, de acordo com seu habitat natural são classificados em geofílicos, zoofílicos e antropofílicos. → Geofílicos vivem no solo e o homem e animais se contaminam através do contato direto com o solo M. gypseum. → Os zoofílicos têm os animais como hospedeiros principais e o homem se contamina através do contato direto com os animais principalmente os domésticos M. canis, T. mentagrophytes var. mentagrophytes. → Os antropofílicos mantém seu ciclo através da passagem de homem a homem, na maioria das vezes através de contato indireto T. rubrum, T. mentagrophytes var. interdigitale, T. tonsurans e E. floccosum. Os dermatófitos mais adaptados ao parasitismo humano vão perdendo a habilidade de produzir conídios. A variedade antropofílica, pelo fato de estar adaptada ao parasitismo humano é menos inflamatória, tendendo à cronicidade, enquanto a variedade zoofílica, produz lesões agudas. Não apresenta lesão clínica aparente e, geralmente, é assintomático. É comumente transmitido por gatos (17-20% dos casos de zoosporia). Adriele Souza A. M. Almeida Mais comum em crianças ate a puberdade M. Canis. Diagnóstico o O diagnostico é realizado pelo exame direto. Candidíase Mucocutêanea Etiologia e patogênese o Infecções da pele, unhas ou mucosas causadas por leveduras do gênero Candida ocorrendo em pacientes que apresentam algum fator predisponente. o Candida faz parte da biota humana normal da mucosa oral, vaginal e do trato gastrointestinal em aproximadamente 80% da população sadia, sob a forma de leveduras. o Em condições favoráveis as leveduras aumentam em número, produzem filamento e penetram no tecido. o Manifestações: → Localizadas nos espaços interdigitais das mãos, virilha e regiões submamárias. → Lesões podem ser úmidas esbranquiçadas ou eritematosas. → Candidíase das contato da pele com urina. o Onicomicoses por Candida spp: → As unhas das mãos são mais acometidas do que as unhas dos pés. → A lesão começa na porção proximal da unha, pode se estender ao redor do leito ungueal. → Unhas se tornam sem brilho, espessadas, endurecidas com modificação da coloração para castanho-amarelada ou amarelo- esverdeada. → Pacientes que submetem as mãos à constante umidade e produtos abrasivos predisponentes à infecção. o Candidíase da mucosa oral: → Comum em recém-nascidos e raros em adultos. → Lesões esbranquiçadas, aderidas à mucosa, deixando base avermelhada pela sua remoção, → Localizadas no palato mole, ponta da língua e bochechas. o Candidíase vulvovaginal: → Vaginite; → Prurido e descarga vaginal caseosa esbranquiçada acompanhada por disúria. o Balanopostite: → Infecção da glande → Pode ser acompanhada de eritema, ou vesículas e pústula. → Considerado como doença sexualmente transmissível. o Candidíase mucocutânea: → Crônica; → Pouco frequente. → longa evolução clínica e resistência ao tratamento. → Associada à alteração imunológica ou endócrina podendo ser de origem congênita. Epidemiologia o Distribuição universal. o Ocorre em ambos os sexos. o Maioria dos casos fonte de infecção endógena, mas pode ser transmitida. o Manifestações geralmente ocorrem em pessoas imunossuprimidas. Diagnóstico o Direto. Dermafitoses por Fungos Filamentosos Não Dermatófitos Etiologia e patogênese o Hialo-hifomicoses e feo-hifomicoses superficiais. Adriele Souza A. M. Almeida o Causadas por fungos que apresentam hifas hialinas ou melanizadas. o Agentes: Natrassia mangiferae, Curvularia spp., Fusarium spp., Scapulariopsis brevicaulis, etc. o Manifestações clínicas são muitas vezes confundidas com dermatofitose. Epidemiologia o Fungos filamentosos não dermatófitos são encontrados no solo e em plantas. o Distribuição universal. o Atinge indivíduos sadios e imunocomprometidos, em qualquer idade e de ambos os sexos. o Pessoas que andam descalças em propriedade rural estão mais propensas a infecções. Diagnóstico o Clarificação de escamas de pele ou fragmentos de unhas. Dermatomicoses por Leveduras Não Candida spp. o Leveduras não Candida podem ser causadas por Malassezia spp., Trichosporon spp., etc. o Unhas e pele podem ser acometidas e as lesões são muitas vezes confundidas clinicamente com dermatofitoses ou leveduroses por Candida spp. Epidemiologia o Distribuição universal sem distinção de sexo. o Atingindo pacientes imunocompetentes e imunocomprometidos. Diagnóstico o O diagnóstico preciso muitas vezes não é feito, porque a apresentação clínica não é patognomônica e os achados microscópicos podem ser interpretados como Candida spp. Micoses subcutâneas Esporotricose Etiologia e patogênese o Agente: Sporothrix schenckii fungo dimórfico, ubiquitário na naturaza (vive em solos e vegetais). o Epecies: S.schenckii sensu strictu, S. brasiliensis, S.globosa, S. mexicana e S. luriei. o Forma clínica varia segundo local de infecção e resposta do hospedeiro. o Forma mais comum linfocutânea (compromete tecidos subcutâneos, pele e gânglios linfáticos). o Forma-se uma lesão ulcerada e, geralmente, ao longo do trajeto de um linfático aparecem nódulos que amolecem, rompem-se e eliminam pus. o A disseminação da doença ocorre em pacientes imunossuprimidos. o A esporotricose pulmonar inalação de propágulos do fungo. Epidemiologia o Reservatórios naturais de Sporothrix schenckii vegetais e o solo, encontrado também na água, em materiais orgânicos e em animais aparentemente sadios. o Atinge outros mamíferos, que podem se tornar vetores da doença. o Distribuição universal, sendo mais comuns em países tropicais. o Acomete pessoas que tem mais contato com o habitat do fungo (jardineiros, etc.). o Epidemias relacionadas a uma mesma fonte de transmissão, sendo raras. o Fungo de baixa virulência. o Fatores predisponentes a infecção: desnutrição, hipersensibilidade individual e alterações patológicas. Adriele Souza A. M. Almeida Diagnóstico o Exame direto esfregaço de pus. Cromoblastomicose Etiologia e patogênese o denominada cromomicose, dermatite verrucosa, dermatite verrucosa cromoparasitária. o agentes etiológicos: fungos pigmentados (demácios) pertencentes aos gêneros Fonsecaea, Cladophialophora, Phialophora e Rhinocladiella. Fonsecaea pedrosoi. o Manifestações: → Formação de nódulos cutâneos verrugosos de desenvolvimento lento e, posteriormente, vegetações papilomatosas, que podem ou não se ulcerar, apresentando em seu conjunto o aspecto de couve-flor nos estágios mais avançados da moléstia. → Lesões unilaterais (geralmente). → Confinadas em MMI. → Podemser encontradas em: membros superiores, face, orelha, pescoço, tórax, ombros e nádegas. → Preferência na pele e no tecido subcutâneo, propagando-se, às vezes, à rede linfática da região afetada. o Pode ocorrer: localização cutânea com metástase cerebral, bem como disseminação hematógena. Epidemiologia o Essencialmente tropical e subtropical. o Hábitat no solo e em vegetais e são frequentemente isolados de matéria orgânica. o Considerada micose ocupacional. o Fatores climatológicos locais podem influenciar o tipo de lesão e os fungos causadores da doença. o A casuística maior tem ocorrido em indivíduos do sexo masculino, sem predominância de raça. Diagnóstico o Exame microscópico do pus ou crostas das escamas. Feo-Hifomicose Etiologia e patogênese o Do grego phaeo = escuro. o Fungos que apresentam micélio e ou elementos leveduriformes, com presença de melanina na parede. o Maioria dos patógenos são fungos oportunistas, parasitas ou patógenos de plantas. → Gêneros: Exophiala, Cladophialophora, Phialophora, Alternaria, Curvularia, Colletotrichum e Adriele Souza A. M. Almeida Wangiella., Exophiala jeanselmei, Wangiella dermatitidis e Exophiala spinifera. → Brasil: feo-hifomicose subcutânea: Phialophora bubakii, Phialophora parasitica, Cladophialophora elatum, Exophiala spinifera, Colletotrichum gloeosporioides e Exophiala jeanselmei. o Fungos causadores de feo-hifomicose também podem causar cromoblastomicose ou eumicetoma, dependendo da predisposição do hospedeiro. Epidemiologia o Distribuição universal. o Podem se isolados de plantas, solo e matéria orgânica em decomposição. o Penetram o organismo através de traumatismos. o Baixa patogenicidade. Diagnóstico o Feito pela demonstração das hifas escuras. Eucomicematomas Etiologia e patogenicidade o Podem ser causadas por bactérias (Actinomyces e Nocardia) ou por fungos que formam emaranhados de filamentos ou hifas conhecidas como grãos ou drusas. o Micetoma actinomicótico (não fúngico) e o micetoma eumicótico ou maduro micótico (causado por fungos). o Grãos do eumicetoma: → São de tamanho e formas variados. → Coloração branca ou branco-amarelado ou negra. → Aumento do volume na regiap atingida. → Aparecimento de fistulas sinuosas e produção de pus com grãos. o Agentes: Pseudoallescheria boydii (grãos brancos), Madurella grisea, Madurella mycetomatis (grãos negros), Acremonium falciforme, Acremonium killiense, Acremonium recifei (grãos brancos) e Pirenochaeta romeroi (grãos negros). o Clinicamente: tumefação granulomatosa com formação de abscessos, fístula e eliminação de grãos. Epidemiologia o Comum na índia, países da áfrica, Senegal e Congo. o America do sul Madurella. o Micose se localiza geralmente nos pés, nas pernas e nos braços penetra por traumatismo. o Habitat dos agentes: vegetais, madeira, solo; alguns, além de atingir pele e tecido subcutâneo, podem também lesar os ossos. o Acomete geralmente indivíduos do sexo masculino atividade rural. Diagnóstico o Diagnóstico clínico é confirmado laboratorialmente pelo achado de grãos, de diferentes texturas, cores e tamanhos. Lobomicose o Denominada blastomicose de Jorge Lobo. Etiologia e epidemiologia o Tem como agente etiológico Lacazia loboi fungo não cultivável. o Características da doença: → Lesões isoladas ou disseminadas na pele e nos tecidos subcutâneos, através de processo de autoinoculação ou via hematogênica mantém o dermatotropismo. → Aspectos dermatológicos são variados: lesões queloidiformes. → Evolução longa e o estado geral do paciente não é comprometido. → Formas clinicas: queloidiforme, gomosa, ulcerada, verruciforme, infiltrativa. Um tipo pode evoluir para outro. Duas formas no mesmo paciente podem ser encontradas. Adriele Souza A. M. Almeida → Grande incidência da doença no pavilhão auricular. Epidemiologia o Ocorre em áreas de florestas densas, clima quente e úmido. o Acomete mais frequentemente seringueiros, garimpeiros e lavradores, predominando em indivíduos do sexo masculino em contato constante com solo e vegetais (reservatórios do agente). Diagnostico o Em cortes de tecidos ou em exsudatos corados pelo HE ou ao Grocott, o fungo é visualizado. Micoses Sistêmicas o Micoses sistêmicas apresentam uma serie de características comuns. o Tem distribuição geográfica limitada. o Ocorre principalmente nas Américas. o Agentes: Paracoccidioides brasiliensis e Paracoccidioides lutzii (America do Sul e Central). Blastomyces dermatitidis (América do Norte). Coccidioides immitis e Coccidioides posadasii, Histoplasma capsulatum (Sul, Norte e Central). o O clima, as características do solo e a presença de certos animais são fatores que parecem influenciar na distribuição geográfica dos fungos. o Mais frequentes em indivíduos do sexo masculino. o Os agentes das micoses sistêmicas, exceto Cryptococcus neoformans, são termo-dimórficos. o Formam colônias filamentosas formadas por hifas e conídios. o A patogenicidade nos fungos não é essencial para a sua sobrevivência ou disseminação. Geralmente, mais de 90% das infecções ou são assintomáticas, ou de muito rápida evolução. o Nos poucos indivíduos que apresentam infecção crônica, ou residual, a resposta celular é um processo granulomatoso semelhante àquele da tuberculose. Paracoccidioidomicose Etiologia e patogênese o Agente: Paracoccidioides brasiliensis. o Descrita inicialmente como blastomicose sul- americana. o Diferentes tipos genéticos: S1 (com distribuição no Brasil, Argentina, Peru, Paraguai e Venezuela); PS2 (com distribuição no Brasil e Venezuela); PS3 (somente na Colômbia); Pb01-like (principalmente nos Estados de Mato Grosso e Rondônia e no Equador). o Os três primeiros grupos filogenéticos são considerados P. brasiliensis e o último é do gênero denominada P. lutzii. o Pode resultar tanto da inalação de estruturas do fungo, consideradas infectantes, como da reativação de algum foco preexistente. o Classificação anatomopatológica da doença baseada nos tipos clínicos apresentados: Forma mucocutânea ou tegumentar Forma linfática ou ganglionar Forma visceral Formas mistas. o Pessoas infectadas pelo fungo podem ser classificadas em quatro diferentes categorias: Adriele Souza A. M. Almeida Aqueles que apenas carreiam o fungo, mas não apresentam nenhum sintoma aparente; Pacientes com a forma aguda/subaguda da doença (15-20% dos casos); Pacientes com a forma crônica Pacientes tratados que apresentam ou não sequelas. o A forma aguda atinge crianças e jovens, progride em menos de um ano com rápida deteroração do estado do paciente, se dissemina através do sistema linfático eapresenya significante taxa de mortalidade. o A forma crônica representa a maioria dos casos, afeta jovens e adultos, progride lentamente e os sintomas são observados durante muitos anos após a infecção ocorrendo devido à reativação de focos quiescentes. o O pulmão é o órgão mais frequentemente atingido, seguido pela mucosa da boca, havendo grande incidência de formas clínicas mistas. → A paracoccidioidomicose aguda/subaguda também conhecida como do “tipo juvenil ” é uma das manifestações graves da micose. o Lesões: abscessos, inflamações granulomatosas com centros necróticos. Nos tecidos pus, escarro, etc. o Mecanismos de virulência: o Pouco conhecidos. o Podem estar relacionados com a parede celular e as proteínas nela presentes. o O dimorfismo pode ser um fator relacionado com a virulência em sua ausência não se daria a conversão dos conídios em leveduras no pulmão. → A virulência de P. brasiliensis proteína a- 1,3 glucana contida na parede da célula leveduriforme do fungo. Epidemiologia o Distribui-se pelas regiões tropicais e subtropicais da América Latina, estendendo-se doMéxico até a Argentina. o Admite-se que o fungo vive no solo, em lugares úmidos e ricos em proteínas, onde a temperatura experimenta variações mínimas. o É considerada a causa básica de morte de indivíduos com micose sistêmica (51,25 dos casos). o Afeta principalmente indivíduos adultos do sexo masculino, dedicados principalmente a atividades agrícolas. Presença do hormônio feminino 17-β-estradiol (E2) inibi a transformação de micélio (forma infectante) para levedura (forma parasitária), condição indispensável para instalação da doença. Diagnostico o Baseia-se no exame microscópico direto do espécime clínico como pus, escarro secreções etc. Adriele Souza A. M. Almeida Coccidioidomicose Etiologia e patogênese o Causada pelos fungos Coccidioides immitis e Coccidioides posadasii. → A infecção estabelece-se pela inalação de artroconídios, transportados pelas correntes aéreas. → Nos pulmões, aparecem esférulas de 20 a 100 μm de diâmetro, de paredes grossas, contendo numerosos endósporos globosos ou irregulares de 2 a 5 μm de diâmetro. → A ruptura das esférulas libera os endósporos que desenvolvem novas esférulas, continuando o ciclo parasitário. o Em 40% das pessoas infectadas desenvolvem pneumonia aguda, pleurisia. o Em 5% das pessoas, a doença evolui para quadro pulmonar crônico cavitário, semelhante ao observado na tuberculose. o Infecção é frequentemente assintomática, demonstrada pelo teste de hipersensibilidade tardia, com coccidioidinaintradérmica. Epidemiologia o Endêmica em áreas desérticas da América do Norte, América Central e América do Sul. o No Brasil, têm sido descritos casos esporádicos, em pacientes provenientes de regiões com as características mencionadas como no Ceará, Maranhão e Piauí incidência é maior em trabalhadores rurais, horticultores, vaqueiros e caçadores de tatu no Brasil. Diagnóstico o Diagnóstico presuntivo tem por base dados epidemiológicos, sintomas clínicos, resposta à coccidioidina e detecção de anticorpos. Blastomicose Etiologia e Patogenese o Comum na América do Norte; poucos casos na Europa e África. o Agente etiológico: Blastomyces dermatitidis (forma assexuada) de Ajellomyces dermatitidis (forma sexuada). → Fungo dimórfico, que nos tecidos se desenvolve sob a forma de levedura unibrotante e nos cultivos, à temperatura ambiente, apresenta a forma miceliana. → É classificado entre Ascomycota. o Inicia-se geralmente nos pulmões, após inalação dos propágulos, disseminando-se hematogenicamente, com predileção pelos ossos e pele. → O aparecimento de lesões cutâneas primárias sugere a introdução do fungo por traumatismos. o Os pacientes podem apresentar sintomatologia compatível com tuberculose, gripe, pneumonia ou carcinoma: → Febre, dispnéia, tosse, perda de peso. → Na pele, lesões verrucosas e crostosas, com margens serpiginosas, são as mais comuns. Adriele Souza A. M. Almeida → Osteomielite, periostite e artrites são os mais importantes aspectos do envolvimento ósseo. → O sistema geniturinário pode também ser atingido. o Há destruição dos tecidos após inflamação granulomatosa e formação de microabscessos células leveduriformes. Epidemiologia o Mais frequente em pacientes adultos, que têm atividade rural. o O hábitat natural do Blastomyces dermatitidis é desconhecido o Nicho ecológico é desconhecido. o Comum nos EUA. Diagnóstico o Observação direta do fungo nos materiais clínicos e a cultura confirmam o diagnóstico. Histoplasmose Etiologia e patogênese o Causada pelo Histoplasma capsulatum var. capsulatum, cuja fase sexuada ou teleomórfica é Ajellomyces capsulatum. → Fungo dimórfico, apresentando em vida livre a fase de bolor e, em vida parasitária, a fase de levedura. o Resulta da inalação do fungo, desenvolvendo- se a primoinfecção no pulmão. → Na maioria dos indivíduos, o quadro infeccioso inicial é subclínico, assintomático, passando despercebido, ou com sintomas de infecção viral comum. → Como sequelas, podem ficar calcificações residuais nodulares no pulmão, semelhantesao que ocorre na tuberculose. → Em raros casos, Histoplasmacapsulatum dissemina-se por meio das células do sistemaretículo endotelial atingindo o baço, o fígado, os rins, assupra-renais, o pâncreas, a medula óssea e os testículos e ainda manifestar quadro clínico clássico de lesões ulceradas na mucosa orofaríngea ou perioroficiais. → Pode coexistir com diversas moléstias granulomatosas dos pulmões, como tuberculose e sarcoidose. → Principal característica do Histoplasma capsulatum fungo que parasita quase exclusivamente o citoplasma das células do sistema retículo endotelial. Epidemiologia o Distribuição cosmopolita, e ocorre em solos com vegetais em decomposição e principalmente em solos ricos em dejetos de aves e morcegos. o Comum nos EUA. o Numero de casos relacionados à AIDS aumentaram no BR. Diagnóstico o É de difícil visualização no exame microscópico direto do material clínico e precisa ser diferenciado de outros parasitas intracelulares como Leishmania donovani e Toxoplasma gondii, leveduras pequenas de B. dermatitidis, células leveduriformes de Penicillium marneffei, Cryptococcus neoformans e endoconidios de esférulas jovens de Coccidioides spp. Adriele Souza A. M. Almeida Criptococose Etiologia e patogênese o Cryptococcus neoformas e Cryptococcus gattii são consideradas as únicas espécies patogênicas para humanos. o Espécies como C. albidus, C. laurentii e C. curvatus podem ocasionalmente causar a infecções em humanos. o Cryptococcus neoformans tem duas variedades, var. grubii e var. neoformans e, dois sorotipos: C. neformans var grubii (sorotipo A) e C. neoformans var neoformans (sorotipos D e A/D). o A espécie C. gattii apresenta dois sorotipos, B e C. o A fase sexual ou teleomórfica de C. neoformans é Filobasidiella neoformans e a forma teleomórfica de C. gattii é Filobasidiella bacillispora, considerados basidiomicetos. o A criptococose é uma infecção subaguda ou crônica, em vida parasitária, isto é, nos tecidos, o micro-organismo aparece como célula leveduriforme, capsulada e, algumas vezes, com brotamento. o O fungo é inalado atingindo como primeiro órgão os pulmões, com tropismo para o SNC, ocasionando meningite criptocócica. A criptococose, como a candidíase, é uma das principais infecções em pacientes com AIDS, apresentando alta morbidade e mortalidade. Epidemiologia o Distribuição universal. o Habitat: Leveduras de C. neoformans tem sido associadas a solo contendo fezes de pombos e de outras aves enquanto C. gattii é encontrado principalmente associada a frutos, casco e folhas de eucalipto (E. tereticornis e E. camaldulensis). → C. gattii tem maior prevalência em áreas tropicais e subtropicais da Austrália, África, Ásia, Califórnia (EUA) e América do Sul, mas, pode ocorrer em zonas de clima temperadas. No México, Nova Guiné, Vancouver (Canadá) esta variedade tem sido isolada ao carvalho. → C. neoformans é de distribuição universal. o A forma encontrada no meio ambiente é a capsulada, com diâmetro muito pequeno (< 1 μ m), fato que favorece a sua penetração nos alvéolos pulmonares. o O sorogrupo A/D é o mais frequente, pode ser isolado em altas concentrações de fezes de pombo (30%) e caracteriza o C. neoformans var. neoformans. o A criptococose acomete principalmente indivíduos com AIDS, mas tem sido relatados casos em grávidas, transplantados, pacientes com linfoma tratados com drogas citotóxicas e pacientes tratados com altas doses de Adriele Souza A. M. Almeida corticoides como no lupos eritematoso sistêmico. o A doença não é exclusiva de pacientes imunossuprimidos, indivíduos aparentemente imunocompetendes também desenvolvem a doença principalmente, por C. gattii. o Como principais fatores devirulência de C. neoformans, podemos citar a cápsula, melanina e as enzimas: fosfolipase, proteinase, urease e fenol-oxidase. Diagnóstico o O diagnóstico é feito pelo exame microscópico dos materiais clínicos – liquor, pus, escarro. Micoses oportunistas e outras o Infecções cosmopolitas causadas por fungos de baixa virulência, que convivem pacificamente com o hospedeiro, mas, ao encontrarem condições favoráveis, como distúrbios do sistema imunodefensivo, desenvolvem seu poder patogênico, invadindo os tecidos. o Atingem indivíduos de ambos os sexos, de todas as faixas etárias e raças. o Os fatores que predispõem às micoses oportunísticas podem ser classificados em: → Fatores intrínsecos ou próprios do hospedeiro, como neoplasias, diabetes, hemopatias diversas, síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) e todas as doenças que alteram a imunidade celular, velhice, gravidez, prematuridade, entre outros; → Fatores extrínsecos como: antibioticoterapia, corticoidoterapia, antiblásticos, cirurgia de transplantes e ambientes hospitalares contaminados. o Para considerar um fungo como o agente responsável por determinada micose oportunística, os seguintes critérios devem ser respeitados: → Observação do fungo ao exame microscópico direto, em reiteradas ocasiões ou em material de biópsia; → Isolamento do mesmo agente em culturas seriadas; → Não identificação de outro agente patogênico. o Fungos oportunistas: Aspergillus spp., Candida spp., Mucor spp., Rhizopus spp., e Cryptococcus neoformans. Candidíase Etiologia e Patogênese o Candidíase, também denominada candidose, é infecção causada por fungos do gênero Candida. → O agente mais comum é Candida albicans, mas outras espécies têm sido também identificadas como: C. tropicalis, C. glabrata, C. krusei, C. parapsilosis, C. kefyr, C. guilliermondii, C. lusitanae. → Outras espécies emergentes como C. rugosa, C. famata, C. utilis, C. lipolytica, C. norvegensis. C. inconspícua e C. dubliniensis também tem sido isoladas de casos tanto de doenças superficiais como de invasivas. o C. albicans tem sido isolada da boca, do tubo digestivo, do intestino, da orofaringe, da vagina e da pele de indivíduos sadios. o A maior parte das infecções causadas por C. albicans é de origem endógena. Mais recentemente, a transmissão exógena, principalmente intra-hospitalar, de C. albicans e de outras espécies do gênero. o Fatores que contribuem para o desenvolvimento da doença: → Fatores intrínsicos do hospedeiro: Fisiológicos: velhice, prematuridade, gravidez; Patológicos: no decurso de doenças crônicas, como diabetes, tuberculose, Adriele Souza A. M. Almeida neoplasias, endocrinopatias, hemopatias e outras; → Fatores extrínsecos: Medicamentos: antibióticos, corticoides, anticoncepcionais, drogas antiblásticas; Intervenções cirúrgicas: cardíacas, transplantes renais, introdução de sondas, cateteres, aparelhos de respiração artificial, operações prolongadas; Agentes físicos: traumatismos, queimaduras, irradiações. o As candidoses podem ter localizações variadas desde cutâneo-mucosas até disseminadas e atingindo várias vísceras. o A candidíase da mucosa oral: → Também chamada de estomatite cremosa ou sapinho; → Aparecimento de placas brancas, isoladas ou confluentes, aderentes à mucosa, com aspecto membranoso e, às vezes, rodeadas por halo eritematoso. → É considerado um indicador de AIDS; → A infecção pode propagar-se por continuidade à faringe, laringe, esôfago e, eventualmente, disseminar-se por via hematogênica. → Pode ser passada de mãe para filho candidíase vaginal para oral. o Na mucosa vaginal, as lesões assemelham-se às da boca e são encontradas principalmente em pacientes grávidas com corrimento, em diabéticas ou em pacientes que recebem terapêutica antimicrobiana prolongada. o No homem, a balanite, infecção na glande, por C. albicans, pode ser encontrada, e é comumente considerada como sexualmente adquirida. o A candidíase cutaneomucosa crônica é rara, acometendo geralmente pacientes com deficiências imunológicas, anomalias genéticas e endócrinas. o A candidíase cutânea generalizada é comumente crônica e é observada em pacientes com deficiências nutricionais e em imunodeprimidos. → As lesões são eritematosas, crostosas e com exsudatos. o Podem ocorrer lesões alérgicas secundárias, distantes dos focos ativos, que se caracterizam por serem vesiculares agrupadas e estéreis reações são denominadas candídides. o A candidíase sistêmica é grave. → As principais localizações da candidíase sistêmica se verificam nos seguintes órgãos: rins, cérebro, coração, trato digestivo, brônquios, pulmões e sangue. → Sintomas: febre, mal-estar geral, dor muscular, erupção cutânea e endoftalmites; o Endocardites por Candida ocorrem em pacientes com defeitos vasculares, viciados em drogas e em pacientes imunocomprometidos. Diagnóstico o O diagnóstico da candidíase é feito através do exame direto do espécime clínico. Fatores de virulência o Dimorfismo (variação de antígenos da parede); o Capacidade de filamentação, adesinas, produção de enzimas (proteinases e fosfolipases) e switching (variações fenotípicas). o Toxinas produzidas por esta levedura. Adriele Souza A. M. Almeida Aspergilose Etiologia e patogênese o As espécies mais relacionadas à doença humana são Aspergillus fumigatus, A. flavus, A. niger, A. nidulans, A. terreus. o Não fazem parte da microbiota normal do homem. o São consideradas oportunistas. o Além dos quadros infecciosos, podem causar alergias ou intoxicações. o Aspergilose alérgica ocorre frequentemente em indivíduos que manuseiam feno ou resíduos contaminados com o fungo. o As micotoxicoses são mais relacionadas com animais que ingerem rações contaminadas com metabólitos tóxicos produzidos por Aspergillus spp. o Os principais quadros clínicos observados no homem são: aspergilose cutânea, otomicose aspergilar, aspergilose ocular, onicomicose aspergilar, aspergiloma ou bola fúngica e aspergilose pulmonar invasiva. → Forma cutânea: Primária: quando ocorre a inoculação do fungo; Secundária: como manifestação da disseminação hematogênica a partir de um foco primário, em geral, pulmonar. → Otomicose aspergilar: Condição secundária à lesão eczematosa em pacientes em uso de antibióticoterapia e corticoidoterapia. Espécies mais envolvidas: A. niger, A. fumigatus e A. flavus. → Onicomicoses por Aspergillus: são comuns em unhas alteradas por traumas, psoríase, sendo o agente mais frequentemente isolado A. terreus. → Aspergilose ocular: Acometem mais trabalhadores rurais, cortadores de cana de açúcar, pela implantação traumática do fungo no globo ocular. → Bola fungica: Colonização do fungo em cavidade pulmonar, geralmente associada à tuberculose que deixou sequelas, produzida principalmente por A. fumigatus. o Aspergilose invasiva: → infecção de origem nosocomial. → Comum em pacientes imunossuprimidos. o Além dos fatores de risco do paciente, a aspergilose invasiva se caracteriza pela rapidez da progressão e disseminação determinadas pela invasão vascular por Aspergillus que produz infartos nos vasos sanguíneos, seguidos de necrose e isquemia no tecido servido pelo vaso. Diagnostico o Diagnostico diferencial e pesquisa de galactomanas ou DNA verificado por PCR. Mucormicoses Etiologia e patogênese o Infecções de curso agudo, na maior parte fatal, causadas por fungos da classe dos Zygomicetos, ordem Mucorales. o São angioinvasoras podendo se disseminar rapidamente pelos vasos sanguíneos, formando infartos e comprometimento dos tecidos afetados. o Manifestam-se em diferentes formas clínicas: mucormicose cutânea; mucormicose pulmonar; mucormicose rínocerebral; mucormicose gastrintestinal e mucormicose sistêmica. → Mucormicosecutânea primária: Rara. Implantação do fungo na pele. Adriele Souza A. M. Almeida Pode também ocorrer pela disseminação de doença sistêmica prévia. → Mucormicose pulmonar: Manifesta-se pela inoculação do fungo atinge os lobos superiores, principalmente em pacientes com diabetes mellitus. Pode ser confundida com pneumonia, o que compromete o diagnóstico e tratamento. → Mucormicose gastrintestinal: Ocorre pela ingestão de alimentos contaminados, com formação de úlceras necróticas gástricas ou intestinais, podendo evoluir para peritonites, quando índice de mortalidade é superior a 90%. → Mucormicose rinocerebral: É a forma mais grave e a mais comum da doença; correspondendo a aproximadamente metade de todos os casos relatados de zigomicose, com elevadas taxas de mortalidade. Em grande número de casos está associado à cetoacidose diabética. → Mucormicose sistêmica: Resulta da disseminação de um foco pulmonar primário. → Mucormicose disseminada: É de difícil diagnóstico pela variedade de quadros clínicos, evolução rápida, sendo a causa do óbito só reconhecida, em muitos casos, após necropsia. Diagnóstico o O diagnóstico da mucormicose é feito pelo exame micológico direto com KOH. REFERENCIAS: 1. TORTORA, Gerard J.; FUNKE, Berdell R; CASE, Christine L. Microbiologia. 12 Porto Alegre: Artmed, 2017, 935 p. 2. MURRAY, Patrick R. e ROSENTHAL, Ken S. e PFALLER, Michael A. Microbiologia Médica. . Rio de Janeiro: Elsevier. . Acesso em: 16 maio 2024. , 2006. 3. TRABULSI, LUIZ RICHARD, ed.; ALTERTHUM, Flavio.. Microbiologia.. 5.ed., revisada e atualizada. SÃO PAULO: Atheneu, 2008., 760. p.