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INSTITUTO SUPERIOR DE CIENCIAS DE EDUCACAO A DISTANCIA DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E GESTÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DISCIPLINA ADMINISTRACAO AUTARQUICA A Inspeção Administrativa Municipais em Moçambique Filomena Viegas Sumale Queilimane 2020 INSTITUTO SUPERIOR DE CIENCIAS DE EDUCACAO A DISTANCIA DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E GESTÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DISCIPLINA ADMINISTRACAO AUTARQUICA A Inspeção Administrativa Municipais em Moçambique Filomena Viegas Sumale Queilimane 2020 Índice Introducao ........................................................................................................................... 4 Objectivos........................................................................................................................ 4 Geral ............................................................................................................................ 4 Especificos ................................................................................................................... 4 Metodologias ............................................................................................................... 4 A inspeção Administrativa Municipais em Moçambique ................................................... 5 Contextualizacao dos municipios em mocambique ........................................................ 5 O Princípio da fiscalização e supervisão através de órgãos administrativos .................. 5 O Princípio da supervisão da administração pública pelos cidadãos .............................. 6 Fiscalizacao ..................................................................................................................... 7 Inspecção Administrativa do Estado ............................................................................... 7 Acção Pedagógica da Inspecção Administrativa ............................................................ 9 Acções Correctivas ...................................................................................................... 9 Consideracoes finais e recomendacoes ......................................................................... 11 Bibliografia ....................................................................................................................... 12 Introducao O presente trabalho da disciplina de administracao autarquica, intitulado de inspeccao administrativas municipais em Mocambique. Esta estruturado da seguinte forma; introducao(que integra objectivos e metodologias) referencial teorico que e conclusao e recomendacoes. Para a realizacao deste trabalho as linhas mestras que o direcionaram estarao abaixo mencionadas. Objectivos Geral Analisar as inspeccoes dministrativas municipais em Mocambique; Especificos Contextualizar a instituicao de autarquias em Mocambique; Identificar orgao responsavel para a inspeccao administrativa dos Municpios em Mocambique; Descrever as funcoes pedagogicas da inspencao administrativa em Mocambique; Metodologias Para a realizacao deste trabalho valeram conteudos desponiveis em literaturas ligadas ao tema em questao e algumas pesquisas de paginas da internet. Criterios caracteristicos da pesquisa bibliografica, a qual foi bastante focalizada na elaboracao deste trabalho. 5 A inspeção Administrativa Municipais em Moçambique Contextualizacao dos municipios em mocambique Em Moçambique, as autarquias locais foram instituídos por leis aprovadas entre 1996 e 1997 e as primeiras eleições municipais decorreram em 1998, sete anos após os acordos de paz assinados que abriu espaços para as transformações políticas. A maioria dos municípios herdou do colonialismo e do governo central estruturas políticas, económicas e administrativas frágeis e disfuncionais. Decorrente deste contexto, o primeiro mandato (1998-2002) registou pouco progresso na sua transformação da gestão municipal. No entanto, durante o segundo mandato (2003-2008), verificaram-se consideráveis melhorias, à medida em que os municípios começaram a aprender a lidar com os desafios da governação local e com alguns dos esforços para alargamento das oportunidades para prestação de serviços. No fim da primeira década de municipalização, a maioria das autarquias conseguiu, em certa medida, reorganizar-se e algumas empreenderam iniciativas que começaram a dar resultados. No entanto, existem desafios a assumir para a consolidação das autarquias e consequente provisão de serviços locais de qualidade em resposta a uma procura crescente. Há o risco de que o ritmo de desenvolvimento das capacidades técnicas e financeiras municipais venha a ser ultrapassada pelo crescimento da população municipal e pela transferência de responsabilidades acrescidas. As instituições do governo central e a Associação Nacional de Municípios de Moçambique (ANAMM) precisam de ajudar os municípios a desempenharem o seu papel, potencialmente na melhoraria das condições de vida, estimulando o crescimento e consolidando a democracia em Moçambique. (Banco Mundial, 2009) O Princípio da fiscalização e supervisão através de órgãos administrativos “A fiscalização e supervisão através dos órgãos e serviços da Administração pública baseia-se no controlo hierárquico, na tutela administrativa e financeira, nas inspecções, auditorias, e na prestação de contas ”. O controlo hierárquico é o resultado do exercício do poder hierárquico que decorre da forma como está estruturada e organizada à Administração Pública, sendo consequência do escalamento vertical dos órgãos e cargos no âmbito do poder executivo. Com efeito, do controlo hierárquico decorrem as faculdades de supervisão, coordenação, orientação, fiscalização, aprovação e avocação das actividades administrativas. 6 Por sua vez, da tutela administrativa decorre um controlo finalístico, que consiste no controlo de legalidade da actuação da Administração Pública, na verificação do cumprimento das atribuições determinadas na lei dos órgãos de governação descentralizada provincial, distrital e autárquico. Os mecanismos de tutela do Estado sobre as entidades descentralizadas podem traduzir-se em auditorias, inspecções, inquérito, sindicância, sem prejuízo dos mecanismos legais de prestação de contas determinadas na lei para os diversos órgãos da Administração Pública. O Princípio da supervisão da administração pública pelos cidadãos “ A supervisão da Administração Pública pelo cidadão, por meio de participação individual ou colectiva, é exercida nos processos de planeamento, acompanhamento, monitoramento e avaliação de acções de gestão pública e na execução de políticas públicas e programas públicos, visando o aperfeiçoamento da gestão pública, à legalidade, transparência, efectividade das políticas públicas e à eficiência administrativa”(133) (Zinocacassa, 2019). A lei prevê diversas formas de supervisão da Administração Pública pelos cidadãos, destacando entre outras “(a) a participação em consulta ou audiência pública; (b) a elaboração de relatórios e estudos independentes; (c) o exercício do direito de petição ou de representação (d) a denúncia de irregularidades; (e) o exercício de garantias administrativas e jurisdicionais; (f) a actuação do interessado nos processos administrativos; (g) a participação em órgãos colegiais da Administração Pública”(134). Além disso, os órgãos da Administração Pública organizam formas de interação e articulação com o cidadão e a sociedade Civil. Com efeito, as Instituições públicas devem dispor de livro de reclamações e caixa de sugestões e sempre que possível de uma linha verde gratuita e terminais electrónicos, através dos quais os cidadãos possam interagir com os dirigentes,avaliar os serviços prestados, e apresentar petições, queixas, reclamações, ou sugestões com vista a melhoria dos serviços públicos(135). A autonomia de que beneficiam as autarquias locais significa, igualmente, que não há relação de subordinação hierárquica das autarquias locais ao Estado68. Contudo, a não subordinação hierárquica não significa que as autarquias locais tornaram-se independentes do poder central. Por outras palavras, a criação das autarquias locais não liberta o Estado da sua responsabilidade global sobre o país e o funcionamento das diversas instituições constitucionalmente existentes69. Moçambique é um Estado unitário (Artigo 8 da Constituição) e as autarquias locais desenvolvem as suas actividades neste quadro de referência (n.º 3 do 7 Artigo 1 da Lei n.º 2/97, de 18 de Fevereiro). Por conseguinte as autarquias locais constituem estruturas administrativas infra-estatais. Nestas condições, a existência de um controlo do Estado sobre as autarquias locais é um elemento constituinte do próprio processo de descentralização. Contudo, é necessário que este controlo seja organizado de maneira a respeitar o princípio de autonomia consagrado pela própria Constituição. A Lei organiza o controlo da actividade dos órgãos das autarquias locais pelos agentes do Estado através da criação de um conjunto de meios e procedimentos designado pelo vocábulo de “tutela administrativa” (Artigo 277 da Constituição). A tutela administrativa como foi concebida pelo legislador moçambicano é um poder condicionado no sentido de que o controlo é exercido apenas nos casos e nas formas que a lei, previamente, tem previsto (Artigo 2 da Lei n.º 6/2007, de 9 de Fevereiro). Por outras palavras, a tutela administrativa pode limitar a autonomia das autarquias locais apenas nos termos legalmente previstos pelo legislador (Artigo 3 da Lei n.º 7/97, de 31 de Maio). O estudo do controlo do Estado sobre as autarquias locais necessita, em primeiro lugar, de apresentar a sua organização (a), antes de analisar, em segundo lugar, as modalidades segundo as quais é implementado (b). (CISTAC, 2012) Fiscalizacao No artigo 5 () os orgaos com poderes tutelares podem realizar inspeccoes, imqueritos ou sindicancias aos actos administrativos dos orgaos autarquicos de forma regular ou constituicional. 2. A inspeccao consiste na verificacao da conformidade, com a lei, dos actos administrativos practicados e dos contratos celbrados pelos orgaos e servicos das autarquias locais. 3. O inquerito consiste na averiguacao dos actos administrativos dos orgaos e servicos das autarquias locais em virtude de denuncia fundada ou ainda, quando resulte de infrmacoes e recomendacoes de uma inspeccao anterior. 4. A sindicancia consiste na indagacao profunda e global da actividade dos orgaos e servicos de autarquia local, quando existam indicios de ilegalidades que, pelo seu volume ou gravidade, nao possam ser averiguados no ambito de mero inquerito. Inspecção Administrativa do Estado A inspecção Administrativa do Estado, faz parte integrante da Estrutura do Ministério da Administração Estatal. Ela é dirigida por um inspector-geral, nomeado pelo Ministério da Administração Estatal. Estrutura Orgânica da Inspecção Administrativa do Estado é constituída 8 por um corpo de inspectores Administrativos nomeados pelo Ministro da Administração Estatal, sob proposta do Inspector-geral, e de uma Secretária. (Ferro, 2016) De uma maneira geral, a inspecção administrativa do Estado tem por funções: Verificar o cumprimento e aplicação das normas procedimentos administrativos nas instituições centrais e locais do Estado ou sub tutela do Ministério da Administração Estatal; Fiscalizar a aplicação das normas sobre a estrutura, organização, recursos humanos e documentação do aparelho do Estado; Verificar o funcionamento dos serviços Administrativos; Exercer acções inspectivas específicas por determinação superior; Denunciar junto do Ministério Público as ilegalidades detectadas no exercício da sua actividade. Especialmente como um órgão de apoio no âmbito do exercício da tutela Administrativa, a inspecção Administrativa é encarregue de: Fiscalização dos procedimentos Administrativos em municípios; Realizar inquéritos e sindicâncias nos órgãos, Municipais; Prestar orientações aos órgãos municipais uniformizando a interpretação e aplicação da Lei; Prestar informação ao Governo sobre a Administração Local; Proceder à instrução de Processos de inquéritos e sindicância nos órgãos do aparelho municipal; Controlar o funcionamento legal das instituições dos Municípios. Assim, a actividade da inspecção Administrativa do Estado tem principalmente por objectivos aspectos jurídicos administrativos e disciplinares da acção da administração das Autarquias Locais. Não se deve ter uma aproximação ou uma abordagem apenas repressiva da actuação da inspecção Administrativa do Estado como escreve o inspector-geral da Administração do Estado, a relação que deve existir entre os órgãos (das autarquias locais) e a inspecção Administrativa do Estado deve ser de complementaridade de tal modo que haja transparência na governação o que reforçará a unidade nacional, o aprofundamento da 9 democracia, a reconciliação da família Moçambicana e a estabilização política economia do País. (Ferro, 2016) Estas disposições poderiam permitir à inspecção Administrativa implementar pelo menos, dois tipos de acções. A primeira situa-se num plano geral e pode apresentar-se antes da acção de inspeccionar propriamente dita; a segunda é concomitante com acção de inspecção. Acção Pedagógica da Inspecção Administrativa Podem distinguir-se dois domínios nos quais a Inspecção Administrativa do estado pode desenvolver a sua função pedagógica. Em primeiro lugar, a pedagogia da inspecção administrativa do Estado poderia consistir num trabalho de explicação o e de informação do direito vigente. Sabemos todos que o pacote legislativo relacionado com as Autarquias Locais é um corpus Luris complexo que necessita de comentários e interpretações que muitas vezes algumas irregularidades cometidas tem as suas raízes não na má-fé do agente que praticou o acto suspeito de irregularidades, mas em razão do não ou mau conhecimento da legislação vigente. A Inspecção Administrativa poderia, sob a forma de recomendações não vinculativas, ou outras formas de documentos informativos, trazer ao conhecimento dos órgãos das autarquias locais uma determinada informação sobre a aplicação ou a interpretação das disposições legislativas ou regulamentares que podem suscitar dúvidas ou interrogações do lado dos órgãos das Autarquias Locais. A segunda acção pedagógica da parte da inspecção Administrativa do Estado , que poderia ser implementada soba forma de recomendações não vinculativas ou outras formas de documentos informativos , consistiria em aproveitar a sua própria experiencia no seu trabalho concreto de inspecção, junto das autarquias locais , para informar os órgãos das Autarquias Locais de situações ilegais que foram observados e dos meios mais adequados para as corrigir. Acções Correctivas O resultado de uma acção de inspecção pode revelar situações não conforme ao direito vigente. As irregularidades detectadas, de uma forma geral, não serão todas da gravidade que necessita de uma denúncia junto do Ministério Público, dos elementos constitutivos de ilícito criminal, nos termos da alínea h) do artigo 6 do diploma ministerial n14/94, de 30 de Novembro alínea b) do Artigo 3 do Decreto n 51/95, de 14 de Novembro. Na maior parte dos casos, as irregularidades praticadas serão susceptíveis de ser corrigidas e sanadas. Nestes casos, a 10 pedagogia que se exprime através dos erros cometidos e dos meios a empregar para restabelecer uma situação conforme à legalidade, encontra-se nas acções correctivasque visam concretamente, tornar o acto praticado conforme ao direito vigente. Como estabelece a alínea e) do Artigo 6 do diploma ministerial no 14/94, de 30 de Novembro são funções da inspecção Administrativa. Emitir recomendações e propor aos níveis de decisão competente as acções correctivas. De modo geral, como escreve Carlos Lwanga Sabonete, a Inspecção Administrativa do Estado caso detecte algo anormal no processo de inspecção, inquérito ou sindicância informará aos agentes responsáveis por centros de decisão superiores sobre irregularidades e inobservância de normas administrativas a fim de proporcionar a revisão correctiva dos actos administrativos ilegais sem prejuízo de exercer as competências que lhe são próprias. No que concerne às relações com outras inspecções e mais particularmente, a inspecção- geral de finanças, o princípio é de que os inspectores Administrativos do Estado estabelecerão uma cooperação, sempre que isso se mostre conveniente a prossecução dos objectivos comuns. Os corpos de inspecção em geral e a inspecção Administrativa do Estado em particular, deveriam constituir um dos melhores reflexos da evolução das relações do Estado com as autarquias locais e um agente essencial da sua modernização. Além do controlo exercido, a inspecção Administrativa do Estado poderia actuar como assessor estratégico do Ministro da Administração Estatal nesta matéria, avaliar as políticas sectoriais implementadas e propor medidas de racionalização, de cooperação, de eficácia e o seu melhoramento. (Ferro, 2016) 11 Consideracoes finais e recomendacoes O Ministério da Administração Estatal e Função Pública é o órgão central da tutela Administrativa. Como titular, entre outras atribuições da coordenação do processo da descentralização da administração local, da implementação das normas sobre a organização territorial, da promoção de diligências que concorram para o exercício da tutela administrativa, do Estado sobre as Autarquias Locais da inspecção da Administração Pública e de prosseguir e desenvolver o processo de descentralização, o Ministério da Administração Estatal e a estrutura Governamental mais indicada para exercer a tutela Administrativa sobre as autarquias locais. Relactivamente ao primeiro objectivo, as autarquias foram instituidas logo apos a independencia da contituicao de 1997, entretanto desde lá para cá, varias mudancas tem sido notorias, a existencia de autarquias nao tirou o poder central da nacao. Porque a constituicao determinou que o pais é unitario e que todas as autarquias locais devem prestar contas ao governo central. Relactivamente ao segundo objectivo, a inspencao administrativa do estado é feito atraves da do ministerio da administracao estatal, tem bjectivos de Fiscalização dos procedimentos Administrativos em municípios; Prestar orientações aos órgãos municipais uniformizando a interpretação e aplicação da Lei; Prestar orientações aos órgãos municipais uniformizando a interpretação e aplicação da Lei; etc. Finalmente a descricao do funcao pedagogica da inspencao administrativa consistir num trabalho de explicação o e de informação do direito vigente. Sabemos todos que o pacote legislativo relacionado com as Autarquias Locais é um corpus Luris complexo que necessita de comentários e interpretações que muitas vezes algumas irregularidades cometidas tem as suas raízes não na má-fé do agente que praticou o acto suspeito de irregularidades, mas em razão do não ou mau conhecimento da legislação vigente. 12 Bibliografia Banco Mundial. (2009). Desenvolvimento Municipal em Moçambique:As Lições da Primeira Década. Maputo: Public Disclosure Authorized. CISTAC, G. (2012). Institucionalização, organização e problemas do poder local. Lisboa: UEM. Ferro, B. J. (2016). ADMINISTRAÇÃO AUTARQUICA. Beira: ISCED. Zinocacassa, Z. F. (Outubro de 2019). O SISTEMA DE GOVERNO DAS ENTIDADES DESCENTRALIZADAS E AS MEDIDAS TUTELARES SANCIONATÓRIAS NA ORDEM JURÍDICA MOÇAMBICANA.