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SÉRIE AUTOMAÇÃO Gestão de Projetos de Automação e TI CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA - CNI Robson Braga de Andrade Presidente DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA - DIRET Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti Diretor de Educação e Tecnologia SERVIÇO NACIONAL DE APREN- DIZAGEM INDUSTRIAL - SENAI Conselho Nacional Robson Braga de Andrade Presidente SENAI - DEPARTAMENTO NACIONAL Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti Diretor Geral Gustavo Leal Sales Filho Diretor de Operações Lista de iLustrações Figura 1 - Linha do tempo da Segurança do Trabalho no Brasil ......................................... 16 Figura 2 - Máquina com defeito .............................................................................................. 17 Figura 3 - Classificação dos riscos ambientais ...................................................................... 18 Figura 4 - Exemplo de risco ergonômico ................................................................................ 19 Figura 5 - Risco de acidente ..................................................................................................... 19 Figura 6 - Avaliação de risco .................................................................................................... 21 Figura 7 - Medidas de controle ................................................................................................ 22 Figura 8 - Mapa de risco ........................................................................................................... 23 Figura 9 - Causas de acidentes ................................................................................................ 25 Figura 10 - Causas de acidentes de trabalho......................................................................... 26 Figura 11 - Custos das despesas com acidentes pelo empregador ...................................29 Figura 12 - Tipos de danos causados por acidente de trabalho ......................................... 32 Figura 13 - Equipamentos de Proteção Individual ................................................................ 34 Figura 14 - Equipamentos de Proteção Coletiva ................................................................... 35 Figura 15 - Exemplo de procedimento de emergência em um avião ................................41 Figura 16 - Primeiros socorros ................................................................................................ 42 Figura 17 - Tetraedro do fogo .................................................................................................. 45 Figura 18 - Classes de incêndio ............................................................................................... 46 Figura 19 - Métodos de extinção do fogo .............................................................................. 47 Figura 20 - Instrução para uso de agente extintor ............................................................... 48 Figura 21 - Equipamentos de combate a incêndio ............................................................... 49 Figura 22 - Qualidade ............................................................................................................... 54 Figura 23 - Princípios da qualidade e suas características .................................................. 55 Figura 24 - Benefícios ao utilizar os princípios da qualidade .............................................. 56 Figura 25 - Brainstorming ........................................................................................................ 57 Figura 26 - Boas práticas para brainstorming ....................................................................... 58 Figura 27 - Ciclo PDCA .............................................................................................................. 59 Figura 28 - Diagrama de Ishikawa ........................................................................................... 60 Figura 29 - Representações básicas de fluxogramas ........................................................... 61 Figura 30 - Fluxograma de operações (a) e Fluxograma de linha de montagem (b) ........62 Figura 31 - Lista de verificação ................................................................................................ 63 Figura 32 - Diagrama de Pareto .............................................................................................. 64 Figura 33 - Aspectos da teoria de Taylor ................................................................................ 65 Figura 34 - Sistema de Gestão da Qualidade ........................................................................ 67 Figura 35 - Princípios da Gestão da Qualidade ..................................................................... 68 Figura 36 - Meio ambiente ....................................................................................................... 74 Figura 37 - Pilares do desenvolvimento sustentável ............................................................ 75 Figura 38 - Ecossistema ............................................................................................................ 76 Figura 39 - Relação entre ser humano e natureza ................................................................ 77 Figura 40 - Exemplos de resíduos sólidos .............................................................................. 79 Figura 41 - Classificação dos resíduos, conforme ABNT NBR 10004 ..................................81 Figura 42 - Exemplo de estação de tratamento de resíduos sólidos .................................82 Figura 43 - Gestão ambiental .................................................................................................. 83 Figura 44 - Sistema de Gestão Ambiental .............................................................................. 85 Figura 45 - Exemplos de responsabilidade ambiental ......................................................... 86 Figura 46 - Projetos de automação e TI.................................................................................. 90 Figura 47 - Características de um sistema de automação e TI ............................................ 91 Figura 48 - Projetos residências .............................................................................................. 92 Figura 49 - Projetos industriais................................................................................................ 93 Figura 50 - Ciclo de vida de um projeto ................................................................................. 94 Figura 51 - Aspectos do gerenciamento de projeto ...........................................................100 Figura 52 - Gerenciamento de projetos ...............................................................................101 Figura 53 - Trabalho em conjunto .........................................................................................102 Figura 54 - Representação de um processo ........................................................................102 Figura 55 - Representação de um projeto ...........................................................................103 Figura 56 - Requisitos .............................................................................................................104 Figura 57 - Demandas e restrições .......................................................................................104 Figura 58 - Exemplos de stakeholders ...................................................................................105 Figura 59 - Gerente do projeto ..............................................................................................106 Figura 60 - Gerenciamento da integração ...........................................................................108 Figura 61 - Estrutura analítica do projeto ............................................................................109 Figura 62 - Gerenciamento do tempo ..................................................................................110Figura 63 - Gerenciamento de custos ...................................................................................111 Figura 64 - Gerenciamento de qualidade ............................................................................112 Figura 65 - Recursos humanos ..............................................................................................113 Figura 66 - Comunicação ........................................................................................................114 Figura 67 - Projetos e seus riscos ..........................................................................................115 Figura 68 - Gerenciamento das aquisições ..........................................................................115 Figura 69 - Gerenciamento das partes interessadas ..........................................................116 Figura 70 - Monitoramento e controle do projeto ..............................................................117 Figura 71 - Metodologias mais utilizadas no gerenciamento de projetos .......................122 Figura 72 - Processo da metodologia Design Thinking ........................................................123 Figura 73 - Modelo PM Canvas ..............................................................................................124 Figura 74 - Processo SCRUM ..................................................................................................127 Figura 75 - Kanban ..................................................................................................................128 Figura 76 - Trabalho em equipe ............................................................................................132 Figura 77 - Relações sociais no ambiente de trabalho .......................................................133 Figura 78 - Situações comuns que influenciam o comportamento do trabalhador ......135 Figura 79 - Fatores de satisfação no trabalho .....................................................................136 Figura 80 - Cultura organizacional ........................................................................................137 Figura 81 - Hierarquia nas relações de trabalho .................................................................139 Figura 82 - Metas e objetivo ..................................................................................................144 Figura 83 - Planejamento estratégico ...................................................................................145 Figura 84 - Indicadores de desempenho .............................................................................146 Figura 85 - Avaliação de desempenho .................................................................................148 Figura 86 - Ferramentas de avaliação de desempenho .....................................................149 Figura 87 - Feedback ................................................................................................................150 Gráfico 1 - Causas de afastamento de programadores de sistemas por doença .............28 Gráfico 2 - Histórico de acidentes de trabalho com óbitos entre 2002 e 2018 ..................31 Gráfico 3 - Acidentes de trabalho por idade e sexo em 2018 .............................................. 33 Quadro 1 - Utilização de EPI ..................................................................................................... 36 Quadro 2 - Classificação dos EPIs ............................................................................................ 38 Quadro 3 - Conservação x Preservação ambiental ............................................................... 78 Quadro 4 - Preenchimento do Canvas ..................................................................................125 sumário 1 Introdução ............................................................................................................................... 12 2 Segurança e saúde no trabalho ............................................................................................ 16 2.1 Riscos ocupacionais ................................................................................................. 17 2.1.1 Classificação ............................................................................................... 18 2.1.2 Avaliação ................................................................................................... 20 2.1.3 Medidas de controle ................................................................................. 22 2.1.4 Mapa de risco ............................................................................................ 22 2.2 Acidentes e doenças do trabalho .......................................................................... 24 2.2.1 Definição .................................................................................................... 24 2.2.2 Causas e consequências .......................................................................... 25 2.2.3 Doenças profissionais ou do trabalho .................................................... 27 2.2.4 Comunicação do acidente de trabalho (cat) ..........................................29 2.2.5 Comissão interna de prevenção de acidentes (cipa) ............................29 2.2.6 Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) ...................................................................................... 30 2.3 Impactos dos acidentes e doenças ........................................................................ 31 2.3.1 Danos causados ao trabalhador ............................................................. 32 2.3.2 Prejuízos da empresa ............................................................................... 32 2.3.3 Custos resultantes para a sociedade ...................................................... 33 2.4 Equipamentos de proteção individual e coletiva ................................................. 34 2.4.1 Definições ................................................................................................... 34 2.4.2 Métodos de utilização ............................................................................... 35 2.4.3 Classificação ............................................................................................... 37 2.4.4 Obrigações legais e Certificado de Aprovação (CA) ..............................39 2.5 Procedimentos para atendimento de emergência ..............................................40 2.5.1 Procedimentos de emergência ............................................................... 40 2.5.2 Procedimentos de primeiros socorros ................................................... 42 2.6 Prevenção contra incêndio ..................................................................................... 45 2.6.1 Teoria do fogo ........................................................................................... 45 2.6.2 Classes de incêndio ................................................................................... 46 2.6.3 Métodos de extinção do fogo .................................................................. 47 2.6.4 Agentes extintores .................................................................................... 48 2.6.5 Equipamentos de combate a incêndios ................................................. 49 3 Fundamentos da qualidade .................................................................................................. 54 3.1 Princípios da qualidade .......................................................................................... 55 3.1.1 Definição .................................................................................................... 55 3.1.2 Motivos e benefícios ................................................................................. 56 3.2 Ferramentas da qualidade ...................................................................................... 57 3.2.1 Brainstorming ...........................................................................................57 3.2.2 Ciclo PDCA ................................................................................................. 58 3.2.3 Diagrama de Ishikawa .............................................................................. 60 3.2.4 Fluxograma ............................................................................................... 61 3.2.5 Lista de verificação ................................................................................... 63 3.2.6 Diagrama de pareto ................................................................................. 64 3.2.7 Cronoanálise ............................................................................................. 65 3.2.8 MASP .......................................................................................................... 66 3.3 Sistema de Qualidade (SGQ) .................................................................................. 67 3.3.1 Definição .................................................................................................... 67 3.3.2 Manuais da qualidade ............................................................................. 68 3.3.3 Certificações .............................................................................................. 69 4 Meio ambiente ........................................................................................................................ 74 4.1 Desenvolvimento sustentável ................................................................................ 75 4.1.1 Ecossistema ............................................................................................... 75 4.1.2 Paradigmas ambientais ............................................................................ 77 4.1.3 Conservação x preservação ambiental .................................................. 77 4.2 Gerenciamento de resíduos ................................................................................... 78 4.2.1 Caracterização ........................................................................................... 79 4.2.2 Classificação .............................................................................................. 80 4.2.3 Tratamento ................................................................................................ 82 4.3 Gestão Ambiental .................................................................................................... 83 4.3.1 Sistema de Gestão Ambiental ................................................................ 84 4.3.2 Responsabilidade ambiental ................................................................... 86 5 Projeto de sistemas de automação e TI ............................................................................... 90 5.1 Definição .................................................................................................................. 91 5.2 Características e objetivo ........................................................................................ 91 5.3 Tipos .......................................................................................................................... 92 5.4 Ciclo de vida .............................................................................................................. 94 5.5 Etapas de gerenciamento ....................................................................................... 94 5.6 Relacionamento com o cliente ............................................................................... 95 6 Gerenciamento de projetos ................................................................................................100 6.1 Definição e planejamento .....................................................................................101 6.1.1 Objetivo ....................................................................................................101 6.1.2 Projetos e processo ................................................................................102 6.1.3 Requisitos .................................................................................................103 6.1.4 Demandas e restrições ...........................................................................104 6.1.5 Stakeholders ............................................................................................105 6.1.6 Gerente do projeto .................................................................................106 6.2 Padrões de gerenciamento de projetos ..............................................................107 6.2.1 Gerenciamento da integração ...............................................................107 6.2.2 Gerenciamento de escopo .....................................................................108 6.2.3 Gerenciamento de tempo ......................................................................110 6.2.4 Gerenciamento de custos ......................................................................111 6.2.5 Gerenciamento da qualidade ................................................................112 6.2.6 Gerenciamento de recursos humanos .................................................113 6.2.7 Gerenciamento de comunicação ..........................................................114 6.2.8 Gerenciamento de risco .........................................................................114 6.2.9 Gerenciamento das aquisições .............................................................115 6.2.10 Gerenciamento das partes interessadas ...........................................116 6.2.11 Monitoramento e controle do projeto ...............................................116 6.2.12 Softwares de gerenciamento de projetos ..........................................117 7 Metodologias ágeis de gerenciamento de projetos: aplicação .......................................122 7.1 Design thinking.......................................................................................................123 7.2 PM Canvas ..............................................................................................................124 7.3 SCRUM .....................................................................................................................126 7.4 Kanban ....................................................................................................................127 8 Comportamento e equipes de trabalho ............................................................................132 8.1 O homem como ser social ....................................................................................133 8.2 O papel das normas de convivência em grupos sociais ...................................134 8.3 A influência do ambiente de trabalho no comportamento ..............................135 8.4 Fatores de satisfação no trabalho .......................................................................136 8.5 Cultura organizacional ..........................................................................................137 8.6 Hierarquia nas relações de trabalho ...................................................................139 9 Objetivos e metas organizacionais .....................................................................................144 9.1 Planejamento estratégico .....................................................................................145 9.2 Indicadores de desempenho ................................................................................146 9.3 Avaliação de desempenho ....................................................................................148 9.4 Ferramentas de avaliação .....................................................................................149 9.5 Feedback .................................................................................................................150 Referências ...............................................................................................................................155 Minicurrículo dos autores.......................................................................................................157 Índice .........................................................................................................................................159 1 Prezado aluno, Seja muito bem-vindo ao livro didático de Gestão de Projetos de Automação e TI. Este livro tem como objetivo propiciar o desenvolvimento de fundamentos técnicos relativos à gestão de projetos que subsidiem o desenvolvimento de capacidades técnicas relativas ao desenvolvimento e monitoramento de projetos de sistemas automatizados, bem como as capacidades socioemocionais. Ao longo do livro, antes de aprender os conceitos de Gestão de Projetos, nos capítulos dois, três e quatro, você terá a oportunidade de passear pelos Fundamentos de saúde, se- gurança, Fundamentos da qualidade e Meio ambiente, com base em princípios comuns aos espaços corporativos nas atividades de integração de sistemas de automação e TI, vi- sando desenvolver atividades de forma segura. Nos capítulos cinco, seis e sete, serão apresentados os conceitos e aplicação de Proje- tos de Sistemas de Automação e TI, bem como o Gerenciamento a partir de Metodologias ágeis. Nos capítulos oito e nove, você aprenderá a distinguir os diferentes Comportamentos das pessoas, ao estudar grupos e equipes no ambiente de trabalho, além de conhecer como são elaborados os Objetivos e Metas organizacionais que nortearão sua atividade dentro de uma organização. 1 introdução 1 INTRODUÇÃO 13 Por fim, os estudos lhe permitirão desenvolver: CAPACIDADES BÁSICAS a) Aplicar os fundamentos da gestão de projetos associados aos sistemas de automação e TI; b) Aplicar os fundamentos da qualidade, saúde, segurança e meio ambiente nas atividades de inte- gração de sistemas de automação e TI. CAPACIDADES SOCIOEMOCIONAIS a) Proceder de modo ético no desenvolvimento das atividades sob a sua responsabilidade; b) Distinguir os diferentes comportamentos das pessoas nos grupos e equipes; c) Conscientizar sobre a necessidade de se proteger em possíveis situações de riscos inerentes às atividades sob sua responsabilidade; d) Demonstrar postura profissional como resposta em situações e contextos adversos; e) Demonstrar comprometimento com os objetivos e metas do negócio para alcance dos resulta- dos da empresa; f) Manifestar comportamento autoempreendedor na realização das atividades profissionais sob sua responsabilidade. Lembre-se de que você é o principal responsável por sua formação e isso inclui ações proativas, como: a) Consultar seu professor sempre que tiver dúvida; b) Realizar um planejamento para estudo; c) Ter autonomia e disciplina; d) Realizar pausas em estudos mais longos. Aproveite ao máximo o que este livro lhe oferece e, se for preciso, vá além, pesquisando e construindo seu próprio conhecimento sobre a Gestão de Projetos de Automação e TI. Bons estudos! 2 Desde a Revolução Industrial, que transformou os processos de trabalho no mundo no século XIX, com a descoberta da máquina a vapor, a forma como o homem passou a exer- cer suas atividades profissionais mudou drasticamente, surgindo a necessidade de buscar maneiras que garantissem maior segurança e saúde para os trabalhadores no exercício de suas funções. No Brasil, somente no século XX, com a chegada tardia da Revolução Industrial, que começou por volta de 1930, o Presidente Getúlio Vargas iniciou o processo de direitos tra- balhistas individuais e coletivos, com a criação da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), 14 anos depois, em 1943, dando início à evolução da segurança no trabalho no país. En- tretanto, antes da CLT, algumas ações já mostravam uma preocupação com a segurança e saúde nos espaços de trabalho. Veja, na figura a seguir, uma breve linha do tempo que apresenta marcos históricos da Segurança do Trabalho no Brasil: 1919 1923 1930 1943 1966 1978 Criação da Lei de Acidentes do Trabalho Criação da caixa de aposentadoria e pensões para empre- gados das empresas ferroviárias Criação do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio Criação da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) Criação da Fundação Jorge Duprat de Segurança e Medicina do Trabalho (FUNDACENTRO) Criação das Normas Regulamentadoras Figura 1 - Linha do tempo da Segurança do Trabalho no Brasil Fonte: SENAI DR BA, 2020. Com a evolução da legislação em defesa da segurança e da saúde nos ambientes de tra- balho, as empresas passaram a colocar em prática ações que visassem seguir as normas e procedimentos de segurança, a fim de evitar multas e também de preservar a mão de obra do trabalhador. Dessa forma, é importante conhecer os riscos oriundos do trabalho, os ti- pos de acidentes e doenças ocupacionais, bem como os equipamentos que protegem o 2 segurança e saúde no trabalho 2 Segurança e Saúde no trabalho 17 trabalhador desses riscos, pois não só as empresas e o governo, mas o trabalhador também tem sua parce- la de responsabilidade quanto à manutenção de ambientes de trabalho livres de riscos. Para aprender mais a respeito desse tema tão importante, vamos começar conhecendo o conceito de riscos ocupacionais. 2.1 RISCOS OCUPACIONAIS O mundo do trabalho caracteriza-se por apresentar diversos tipos de espaços onde os indivíduos po- dem desenvolver variadas funções, de acordo com sua profissão e/ou atuação. Alguns destes espaços, sobretudo nos ambientes industriais, pela própria natureza das atividades desenvolvidas, podem apre- sentar riscos à segurança e saúde do trabalhador. Pensando nisso, órgãos governamentais, empresas e organismos nacionais e internacionais, unem-se para garantir que o trabalhador possa exercer sua força de trabalho da forma mais segura e saudável possível. Para que possamos prever os mais diversos tipos de acidentes e doenças que podem surgir por conta de atividades laborais, foi preciso definir o que é risco ocupacional, classificar os tipos de riscos, avaliá-los e só assim implementar medidas de controle para evitá-los. A norma ISO 31000:2018 - Gestão de riscos - define risco como efeito da incerteza nos objetivos, con- siderando efeito um desvio em relação ao esperado, podendo resultar em oportunidades e ameaças. Assim, um risco é algo incerto que pode ou não acontecer, modificando um objetivo específico. Por exemplo: em uma fábrica, há uma máquina com defeito conforme a figura a seguir, que pode colocar em risco a saúde do trabalhador, causando nele algum tipo de dano. Ainda que nada aconteça, ali há um risco de acidente que pode modificar o objetivo da atividade, que é executar o trabalho, e não machucar o trabalhador. Figura 2 - Máquina com defeito Fonte: SHUTTERSTOCK, 2020. Gestão de projetos de automação e ti18 Os riscos podem surgir de acordo com as características da organização e são de diversos tipos. Eles po- dem comprometer a saúde e a segurança do trabalhador, seja em curto, médio e longo prazo, provocando lesões, doenças e até mesmo a morte. Vamos agora conhecer como os riscos são classificados. 2.1.1 CLASSIFICAÇÃO Existem vários tipos de riscos a depender do ambiente de trabalho e das funções exercidas nesse am- biente. Esses riscos podem ser ambientais, ergonômicos e de acidentes. Os riscos ambientais dizem respeito ao efeito que o ambiente de trabalho pode causar à saúde e à se- gurança do trabalhador. Eles podem ser de três tipos: São riscos contidos em ambientes que contêm agentes que podem afetar a saúde do trabalhador, como ruído em excesso, vibrações, radiação, frio extremo, calor extremo, pressões anormais, umidade, etc. Um exemplo de ambiente com risco físico é um laboratório de imagem, onde o trabalhador que manipula a máquina de raio X precisa ficar muitas horas exposto à radiação. Risco físico: É aquele que pode contaminar o ambiente de trabalho por conta do elevado número de substâncias químicas, provocando danos à saúde física ou até mesmo mental do trabalhador.São exemplos: poeiras, névoas, fumos, gases, vapores, substâncias ou qualquer outro produto químico. Risco químico: Quando os ambientes permitem o contato do trabalhador com vírus, bactérias, fungos ou qualquer agente biológico que pode causar danos à saúde, dizemos que ele apresenta risco biológico. Um exemplo comum de ambiente de trabalho que expõe o trabalhador a riscos biológicos são os hospitais. Risco biológico: Figura 3 - Classificação dos riscos ambientais Fonte: SENAI DR BA, 2020/SHUTTERSTOCK, 2020. 2 Segurança e Saúde no trabalho 19 Além dos riscos ambientais, há também os riscos ergonômicos, ligados à execução das atividades pelo trabalhador. Este tipo de risco tem relação com a postura, esforço físico intenso, mobiliário inadequado utilizado pelo trabalhador, controle rigoroso de produtividade, cobranças excessivas para a realização de muitas horas seguidas de trabalho, movimentos repetitivos, trabalho noturno, entre outras ações que tra- gam dano físico ou mental à saúde do trabalhador. Até mesmo a monotonia é considerada um risco ergo- nômico de trabalho. Um exemplo bastante conhecido nos dias de hoje é o aumento no número de Lesão por Esforço Repetitivo (LER) em pessoas que trabalham no computador por muitas horas, situação muito comum em ambientes de trabalho administrativo. Figura 4 - Exemplo de risco ergonômico Fonte: SHUTTERSTOCK, 2020. Outro tipo de risco a ser estudado é o risco de acidentes. Ele está ligado a situações em que há dificul- dade de mobilidade, como pisos escorregadios ou irregulares, uso de máquinas sem proteção específica, falta ou excesso de iluminação, presença de animais peçonhentos, possibilidade de explosão ou qualquer outra situação que contribua para que possa acontecer um acidente de trabalho. Figura 5 - Risco de acidente Fonte: SHUTTERSTOCK, 2020. Gestão de projetos de automação e ti20 Conhecendo e classificando os tipos de riscos, é possível que as empresas coloquem em prática ações que protejam o trabalhador desses eventos. Para isso, é preciso fazer uma avaliação dos riscos, como ve- remos a seguir. 2.1.2 AVALIAÇÃO Para que as empresas possam manter um ambiente de trabalho cada vez mais saudável e livre de riscos ao trabalhador, é preciso que, além de conhecer os tipos de riscos aos quais seus funcionários estão expos- tos, seja feita uma avaliação de risco que permite prever as condições do ambiente de trabalho. No Brasil, a norma que regulamenta programas de prevenção e controle nos locais de trabalho é a NR 9, que: estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Pro- grama de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), visando à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. Para que a empresa elabore esta avaliação, ela faz uma análise dos riscos existentes. A avaliação de riscos ambientais é o julgamento com base nessa análise, do quanto os objetivos de redução de risco foram atingidos e quantifica e orienta os riscos em relação aos objetivos de uma empresa. Os resultados dessa avaliação orientam as ações de gestão de maneira a proteger o trabalhador a partir de medidas de controle. Para realizar uma avaliação de risco, é necessário considerar as seguintes etapas: a) Identificação dos perigos e das pessoas em risco; b) Avaliação e priorização dos riscos; c) Decisão sobre medidas preventivas; d) Adoção de medidas; e) Acompanhamento e revisão. 2 Segurança e Saúde no trabalho 21 AVALIAÇÃO DE RISCO PLANEJAMENTO REVISÃO CONTROLE ANÁLISEPROCESSAMENTO ESTRATÉGIA AVALIAÇÃO Figura 6 - Avaliação de risco Fonte: SHUTTERSTOCK, 2020. (Adaptado). A fim de garantir que a avaliação seja feita de forma eficaz, é importante planejá-la de acordo com as necessidades de cada empresa e, em seguida, estabelecer medidas de controle dos riscos mapeados pela avaliação. Gestão de projetos de automação e ti22 2.1.3 MEDIDAS DE CONTROLE As medidas de controle têm por objetivo recomendar, projetar, implementar e verificar medidas de pre- venção e controle de riscos, de forma a manter ambientes de trabalho seguros e saudáveis para o trabalha- dor. Essas medidas podem ter relação com o trabalhador, com o ambiente ou podem ser administrativas. Veja como se dá cada uma delas: Medidas de controle com foco no trabalhador Medidas de controle com foco no ambiente Medidas de controle com foco administrativo Diz respeito a ações que impactem nas atividades do trabalhador, como aquisição de equipamentos de proteção individual. São medidas que visam deixar o ambiente de trabalho mais adequado, a fim de evitar riscos ao trabalhador, como a instalação de exaustores para eliminação de fumaça. Trata-se de medidas administrativas para melhorar os processos de trabalho de forma a deixá-lo mais organizado, como a elaboração de escalas de trabalho que evitem horas extras, por exemplo. Figura 7 - Medidas de controle Fonte: SENAI DR BA, 2020. É fundamental o reconhecimento e a avaliação dos riscos nos ambientes de trabalho, de forma a reduzir a exposição dos trabalhadores a esses riscos, para a manutenção de um trabalho mais seguro e saudável. Entretanto, levando em conta algumas atividades, nem sempre é possível eliminar totalmente um risco, por isso, é necessário elaborar ferramentas que ajudem o trabalhador a lidar melhor com esses riscos, como o mapa de risco, que veremos a seguir. 2.1.4 MAPA DE RISCO Como já foi visto na linha do tempo apresentada no início do capítulo, com o avanço da Revolução Industrial no Brasil, foi criada em 1944 a primeira lei que obrigava empresas a formarem Comissões Inter- nas de Prevenção de Acidentes (CIPAs). Isso se deu porque o número de acidentes de trabalho, que já era alto, aumentou ainda mais com a industrialização. Em meados de 1975, o Brasil passou a ter cerca de 10% dos seus trabalhadores acidentados, segundo a Secretaria de Estado de Gestão e Planejamento (SEPPLAN, 2012), vinculada ao estado de Goiás. Para que o trabalhador e a própria empresa possam se prevenir de eventuais acidentes de trabalhos, as empresas com mais de 20 funcionários devem criar suas CIPAs, se- 2 Segurança e Saúde no trabalho 23 gundo a Norma Regulamentadora 5, e esta comissão é a responsável pela elaboração do mapa de risco da instituição. fi q ue a Le rt a Nos últimos cinco anos foram registrados, em média, 611 mil acidentes de trabalho por ano, 14 mil deles com sequelas permanentes e 2,3 mil mortes. Os números são preocupantes, mas o país vem registrando avanços. A taxa de incidência de aciden- tes caiu de 21,64 para cada mil trabalhadores, em 2009, para 13,74 por mil, em 2017. O mesmo ocorre com a taxa de mortalidade, que diminuiu de 7,55 por 100 mil traba- lhadores para 5,24 por 100 mil. Fonte: Ministério da Economia, 2019. Para compreender melhor como funciona um mapa de risco, observe a figura a seguir. Ela demonstra as cores específicas para cada grupo de risco e deve obedecer aos critérios da NR 5. A intensidade dos riscos é identificada pelo tamanho dos círculos. Cada tipo de risco é marcado com uma cor diferente. RISCO GRANDE RISCO MÉDIO RISCO PEQUENO RISCOS FÍSICOS RISCOS QUÍMICOS RISCOS BIOLÓGICOS RISCOS ERGONÔMICOS RISCOS DE ACIDENTES MAPA DE RISCO LEGENDA Figura 8 - Mapa de risco Fonte: SENAI DR BA, 2020. Agora que já conhecemos os riscos ocupacionais, vamos estudar sobre os acidentes e doenças decor- rentes do trabalho que são passíveis de acontecer em qualquer ambiente de trabalho. Mas, como veremos, podem ser evitados com a execução de algumas ações por parte do trabalhador e da empresa em ação conjunta. Gestão de projetos de automação eti24 2.2 ACIDENTES E DOENÇAS DO TRABALHO Em alguns casos, sobretudo na indústria, é difícil evitar os riscos pertinentes ao ambiente de trabalho. Entretanto, conhecendo as definições e as ações que devem ser tomadas por empresas e trabalhadores, é possível reduzir os riscos e evitar acidentes e doenças. 2.2.1 DEFINIÇÃO Quem define o conceito de acidente de trabalho, doença profissional ou doença ocupacional é a pró- pria Lei. Na Lei 8.213/91 é possível encontrar as definições a seguir: a) Acidente do trabalho: é aquele que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ou a redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho; b) Doença profissional: é entendida como aquela produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo en- tão Ministério do Trabalho e da Previdência Social, hoje absorvido pelo Ministério da Economia; c) Doença do trabalho: entendida como aquela adquirida ou desencadeada em função de con- dições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada na alínea b). sa ib a m ai s Para conhecer a lista de doenças profissionais ou do trabalho, acesse a Lei 8.213/91 e o portal da Secretaria de Trabalho, vinculado ao Ministério da Economia. Vejamos, a seguir, os agentes causadores dos acidentes e doenças de trabalho e suas consequências. 2 Segurança e Saúde no trabalho 25 2.2.2 CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS Como já vimos, os riscos de acidentes fazem parte da própria atividade do trabalhador. Não existe um meio de eliminar totalmente os riscos de acidentes no trabalho ou de doenças ocupacionais. Entretanto, é possível adotar medidas que resguardem o trabalhador em sua vida e saúde, o máximo possível. Para isso, é importante conhecer os agentes causadores dos acidentes e doenças do trabalho, bem como suas consequências, a fim de melhor preveni-los. Vale lembrar que um acidente pode ter várias cau- sas, que vão se acumulando, até desencadear no acidente. Vejamos um exemplo a seguir: Uma determinada máquina funciona com acionamento de sensores de presença pela esquerda e pela direita de forma a proteger a integridade do trabalhador e das pessoas que passarem próximas à máquina. Em determinado dia, percebe-se que um dos sensores queimou e, ao buscar no almoxarifado a peça para reposição, os riscos de acidentes fazem no estoque. Sabendo disso, e com urgência de realizar o trabalho da máquina que não funciona sem os dois sensores, o trabalhador inibe da programação da máquina o sensor com defeito para ela funcionar com apenas um sensor. Sem saber do fato, outro trabalhador vai manusear a máquina pelo lado que está sem sensor e sofre um acidente. Neste caso, uma sequência de erros foi responsável pela causa do acidente. Miguel Técnico Figura 9 - Causas de acidentes Fonte: SENAI DR BA, 2020. É importante perceber, na situação mencionada anteriormente, que as causas do acidente foram varia- das, entre as principais, destacam-se a falta de comunicação e a negligência. Gestão de projetos de automação e ti26 Para compreendermos melhor as causas de um acidente, veremos que elas podem ser classificadas de três formas: Os atos inseguros são decorrentes de fator humano. Exemplo: não usar equipamento de segurança obrigatório, descumprir uma norma de segurança, entre outros. São falhas técnicas que colocam em risco a segurança do trabalhador e da própria empresa e seus equipamentos. Exem- plo: falta de dispositi- vos de proteção, iluminação inadequa- da, instalações elétricas improvisadas, etc. Diz respeito à organização e à limpeza dos ambientes de trabalho. Exemplo: chão sujo de graxa que passagens obstruídas com tábuas, caixotes, produtos acabados, etc. Atos inseguros Condições inseguras Ordem/ limpeza Figura 10 - Causas de acidentes de trabalho Fonte: SENAI DR BA, 2020. Já as consequências do acidente de trabalho vão desde o impacto à saúde do trabalhador e redução da sua capacidade de trabalho ou até mesmo a sua morte, até custos para as empresas, para os sistemas de saúde e para a Previdência, pois em casos de afastamentos maiores que 14 dias, o trabalhador é custeado pelo Instituto Nacional de Seguro Social (INSS). Sendo assim, todo acidente de trabalho traz prejuízos para o trabalhador, para a empresa e para o país, por isso, todos devem medir esforços para evitá-los. 2 Segurança e Saúde no trabalho 27 2.2.3 DOENÇAS PROFISSIONAIS OU DO TRABALHO As doenças profissionais ou do trabalho podem ser produzidas, adquiridas ou desencadeadas pelo exercício da atividade do trabalhador. Elas são tratadas pela Lei 8.213/91 no seu artigo 20, como: I - Doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho pe- culiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social; II - Doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições espe- ciais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I. (BRASIL, 1991). sa ib a m ai s A lista de doenças do trabalho encontra-se atualmente disponível no portal do Minis- tério da Economia, que incorporou o Ministério do Trabalho, tornando-o uma de suas secretarias. Gestão de projetos de automação e ti28 Veja, a seguir, um gráfico que mostra as doenças que mais acometeram os profissionais que trabalham com programação de sistemas de informação, entre os anos de 2012 e 2018, com afastamento: Fraturas 28% Osteomuscular e Tecido Conjuntivo 14% Mentais e Comportamentais 13% Circulatórias 4% 4% Tumores Malignos Traumatismos 3% Genitais e Urinárias 2% 2% Gravidez, Parto, Puerpério e Perinatal Aparelho Digestivo 8% 7% Luxações Tumores in situ, benignos e incertos Outros Pele e Tecido Subcutâneo Nervosas Oculares 2% 1% Infecciosas e Parasitárias Respiratórias Endócrinas, Nutricionais e Metabólicas Afastamentos por CID - B31 (2012-2018) Gráfico 1 - Causas de afastamento de programadores de sistemas por doença Fonte: INSS, 2018. O trabalhador que necessitar afastar-se de suas funções, em decorrência de doença do trabalho, terá auxílio-doença garantido a partir do 16º dia de afastamento enquanto ele se mantiver incapaz de desen- volver suas atividades profissionais. 2 Segurança e Saúde no trabalho 29 2.2.4 COMUNICAÇÃO DO ACIDENTE DE TRABALHO (CAT) Para monitorar o número de acidentes ocorridos nas empresas, existe a Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT), que é um instrumento de acompanhamento que as empresas preenchem e envia para a Previdência Social. A CAT deve ser preenchida a fim de proteger o empregado, pois gera um processo administrativo que investigará as causas e consequências do acidente, liberando o benefício adequado ao acidentado. A em- presa deverá comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social até o 1º dia útil do acidente ocorrido e imediatamente em caso de morte. Caso não preceda desta forma, a empresa será multada. De acordo com a Lei nº 9.032, de 29/04/95, para custear as despesas com acidentes do trabalho, o em- pregador deve efetuar, mensalmente, uma contribuição de: 1% (um por cento) sobre o valor da folha de pagamento, para as empresas que exerçam atividade de risco leve. 2% (dois por cento) para empresas que exerçam atividade de risco médio. 3% (três por cento) para empresas que exerçam atividade cujo risco seja grave. 1% 2% 3% Figura 11 - Custos das despesas com acidentes pelo empregador Fonte: SENAI DR BA, 2020. A secretaria de Previdência Social pode alterar estes percentuais, com base nas estatísticas de acidentes do trabalho, enquadrando as empresas que têm maior ou menor número de acidentes, como estímulo para que trabalhem de forma mais preventiva.2.2.5 COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES (CIPA) A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, comumente conhecida como CIPA, é prevista em lei e regulamentada pela NR 5. Tem o objetivo de prevenir acidentes e doenças decorrentes do trabalho, pre- servando a vida e promovendo a saúde do trabalhador. A CIPA deve seguir algumas normas específicas na sua constituição e organização, devendo ser com- posta com membros representantes da empresa e dos empregados. As empresas designam quem as re- presentará e os empregados são eleitos mediante voto pelos próprios empregados. A duração do man- Gestão de projetos de automação e ti30 dato dos membros da CIPA é de 1 (um) ano, sendo permitida uma reeleição. Os membros da CIPA eleitos pelos empregados não podem ser demitidos sem justa causa até 1 (um) ano após o final do seu mandato. sa ib a m ai s Para saber mais sobre a organização e o funcionamento da CIPA, acesse o documento da NR 5 através do QR Code, também disponível no Portal da Secretaria do Trabalho. Além da CIPA, existe nas empresas outro serviço responsável pela segurança do trabalhador, o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT). Vejamos mais sobre ele a seguir. 2.2.6 SERVIÇO ESPECIALIZADO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO (SESMT) De acordo com a Norma Regulamentadora 04, todas as empresas que trabalham sob regime da CLT devem manter um serviço especializado para cuidar da saúde e segurança dos seus trabalhadores, pro- tegendo sua integridade no local de trabalho. Esse serviço é conhecido como o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT). A Escola Nacional de Inspeção do Trabalho (ENIT) define que o SESMT pode ser prestado por quatro profissionais específicos: Médicos do Trabalho, Engenheiro de Segurança do Trabalho, Técnico de Segu- rança do Trabalho, Enfermeiro do Trabalho e Auxiliar ou Técnico em Enfermagem do Trabalho. A principal diferença entre a CIPA e o SESMT é que a CIPA atua com profissionais leigos, treinados pela empresa para ajudar na prevenção de acidentes; já o SESMT só pode ser desenvolvido por profissionais especializados e trabalha com prevenção não só de acidentes, mas também de doenças, visto que possui profissionais de saúde no serviço. 2 Segurança e Saúde no trabalho 31 2.3 IMPACTOS DOS ACIDENTES E DOENÇAS Já vimos que tanto o acidente quanto a doença do trabalho trazem prejuízos para a empresa, para o trabalhador e para o Estado, afetando a sociedade em geral. Portanto, é do interesse de todos um ambien- te de trabalho seguro e saudável. Segundo dados do ano de 2018, da Associação Nacional de Medicina do Trabalho, o Brasil encontra-se classificado como o 4º colocado no ranking mundial em acidentes de trabalho fatais. A cada 48 segundos acontece um acidente e a cada 3h38 min um trabalhador perde a vida em decorrência de uma atividade de trabalho insegura. Isso é gravíssimo e tornou-se um problema de saúde pública. Veja, no gráfico a seguir, o histórico de acidentes de trabalho com óbitos entre os anos de 2002 e 2018. Só em 2018 foram notificados, mediante CAT, mais de 2 mil mortes por acidente de trabalho. 2.968 2.647 2.839 2.766 2.798 2.845 2.817 2.560 2.753 2.938 2.768 2.841 2.819 2.546 2.288 2.096 2.022 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 Gráfico 2 - Histórico de acidentes de trabalho com óbitos entre 2002 e 2018 Fonte: INSS, 2018. É importante ressaltar que este é o histórico com registro do CAT, mas sabe-se que muitas empresas não notificam os acidentes ocorridos. Em 2018, o número de acidentes notificados foi de 623,8 mil acidentes, sendo que 154,2 mil acidentes não entraram nesta estatística, pois não foram notificados pelas empresas, totalizando um percentual de 24,7% de subnotificações (acidentes não notificados). Os dados são alarmantes e, além dos acidentes, as doenças ocupacionais também causam muitos da- nos ao trabalhador, como veremos a seguir. Gestão de projetos de automação e ti32 2.3.1 DANOS CAUSADOS AO TRABALHADOR A Constituição Federal de 1988, apelidada de Constituição Cidadã, prevê que é um direito do trabalha- dor a redução de riscos inerentes ao trabalho mediante normas e prática de saúde, higiene e segurança. Essa redução de riscos deve se dar a partir de medidas que previnam o acidente ou a doença, mas quando mesmo com estas medidas ou mediante a falta delas o acidente e/ou a doença acontecem, certamente o trabalhador é a parte mais afetada, considerando que as consequências afetam não somente a sua vida profissional, mas também pessoal e de toda a sua família. Entre os danos que o acidente ou a doença de trabalho causam ao trabalhador, estão: Trata-se do prejuízo causado ao trabalhador em decorrência do acidente ou da doenca, como despesas médicas, falta de recursos para seu sustento e de sua família, despesas com funeral, em caso de morte, entre outros; Trata-se da violação dos direitos do trabalhador em sua integridade psicológica, como em casos em que o trabalhador perde um membro em um acidente ou desencadeia uma depressão, até mesmo por não poder exercer suas funções em decorrência do ocorrido, seja pelo acidente ou pela doença. Dano material Dano imaterial (moral) Figura 12 - Tipos de danos causados por acidente de trabalho Fonte: SENAI DR BA, 2020. Para arcar com os danos causados, o trabalhador pode recorrer à ação trabalhista na Justiça do Traba- lho. Além dos danos ao trabalhador, as empresas também sofrem grandes prejuízos em decorrência de afastamentos por acidente ou doença do trabalho. Veremos a seguir. 2.3.2 PREJUÍZOS DA EMPRESA As empresas necessitam da mão de obra do trabalhador para desenvolverem suas atividades econômi- cas. Sendo assim, o afastamento, seja por acidente ou por doença, é prejudicial à saúde das organizações. Como efeitos dos afastamentos do trabalhador para a empresa, podemos listar: a) Custos financeiros com pagamento de multas, em caso de acidentes; b) Prejuízos referentes à imagem da empresa perante a sociedade; c) Perda da mão de obra, havendo necessidade de contratação de outro colaborador para suprir a falta daquele que está afastado; 2 Segurança e Saúde no trabalho 33 d) Indenização ao trabalhador por danos materiais e/ou imateriais comprovados; e) Responsabilidade penal pelo descumprimento das normas de proteção ao trabalho, entre outros. É importante esclarecer que a lista citada não se esgota com esses itens, ou seja, existem outros preju- ízos que a empresa pode vir a ter por conta de acidentes ou doenças do trabalho. Portanto, vale muito a pena investir na saúde e segurança do trabalhador, a fim de evitar esses prejuízos. 2.3.3 CUSTOS RESULTANTES PARA A SOCIEDADE Não são somente empresas e trabalhadores que são afetados pelas doenças e acidentes decorrentes do trabalho. Toda vez que um indivíduo é afastando, ele deixa de contribuir com sua mão de obra e com a economia do país, além de gerar custo para o Estado, seja na Previdência, através do pagamento de pen- sões e auxílios, seja pelo tratamento de saúde na rede pública. A grande maioria dos trabalhadores que são afastados de suas atividades têm faixa etária entre 18 e 24 anos (homens) e 30 a 34 anos (mulheres), ou seja, são pessoas em idade economicamente ativa, em suas melhores condições físicas, que estão fora do mercado de trabalho, deixando de contribuir com o país. Isso implica dificuldades de sustento de suas famílias e redução do consumo de bens e serviços. Observe, no gráfico a seguir, maiores detalhes sobre a idade e o sexo dos afastados. >60 55 - 59 50 - 54 45 - 49 40 - 44 35 - 39 30 - 34 25 - 29 18 - 24 . Masculino Feminino Gráfico 3 - Acidentes de trabalho por idade e sexo em 2018 Fonte: BRASIL, 2018. Gestão de projetos de automação e ti34 Apesar de todos estes danos, o maior deles sempre será o relativo à integridade e à vida do trabalhador. Por isso,é fundamental que haja responsabilidade de todos os agentes com relação ao cumprimento das normas de saúde e segurança, nunca as negligenciando, mesmo que aquele ato, no momento, pareça inofensivo. 2.4 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA A necessidade de manter os trabalhadores seguros, no exercício de suas funções, fez com que fosse criada uma norma que regulamentasse o uso de equipamentos específicos para proteger o trabalhador, a NR 6. A compra e manutenção desses equipamentos é de responsabilidade das empresas, que devem garan- tir que os Equipamentos de Proteção sejam adequados aos riscos que cada trabalhador estará submetido e seu perfeito estado de conservação e funcionamento. Entretanto, cabe ao SESMT, com apoio da CIPA e trabalhadores usuários, recomendar ao empregador o equipamento adequado ao risco existente em de- terminada atividade. Vejamos a seguir como estes equipamentos são definidos. 2.4.1 DEFINIÇÕES A Norma Regulamentadora 6 define como Equipamento de Proteção Individual (EPI) todo dispositivo ou produto de uso individual, utilizado pelo trabalhador, para que seja protegido de riscos e ameaças à sua saúde e segurança. Veja, na figura a seguir, alguns exemplos desses equipamentos: Figura 13 - Equipamentos de Proteção Individual Fonte: SHUTTERSTOCK, 2020. 2 Segurança e Saúde no trabalho 35 Já os Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) são aqueles utilizados com o objetivo de proteger os trabalhadores dos riscos inerentes ao exercício de suas funções. Quando os EPCs não derem conta de pro- teger integralmente o trabalhador, o uso do EPI é obrigatório, mesmo na presença de EPC. Veja, a seguir, alguns exemplos: Figura 14 - Equipamentos de Proteção Coletiva Fonte: SHUTTERSTOCK, 2020. Quanto à utilização dos equipamentos de proteção, é importante seguir sempre o manual do fabrican- te, que deve estar em acordo com o órgão regulador nacional, o Sistema Nacional de Metrologia, Normali- zação e Qualidade Industrial (SINMETRO). Vejamos adiante os métodos de utilização de cada tipo de equipamento. 2.4.2 MÉTODOS DE UTILIZAÇÃO Antes de usar um EPI, o trabalhador deve estar atento se o equipamento está em perfeito estado de conservação. É de responsabilidade do trabalhador manter seus EPIs limpos e conservados. Cada EPI aten- de a uma necessidade específica de segurança, sendo assim, nem todas as atividades exigem determi- nados tipos de EPI. Por exemplo, em casos de manuseio de máquinas-ferramenta com rotação, o uso de luvas é inadequado, pois pode causar acidentes. Já em situações em que o trabalhador manuseie produtos químicos ou tenha contato com eletricidade, o uso da luva é obrigatório. O quadro a seguir exemplifica como cada tipo de EPI deve ser utilizado de acordo com a necessidade de proteção do trabalhador: Gestão de projetos de automação e ti36 EPI PROTEÇÃO EXEMPLO Protetores auriculares e abafadores Máscaras ou respiradores Óculos Capacete Botas Luvas Protegem o trabalhador contra ruídos excessivos. Protegem as vias respiratórias do trabalhador contra poeiras, fumos ou partículas tóxicas. Protegem os olhos do trabalhador de faíscas, resíduos ou cavacos projetados pela execução de trabalhos. Protege a cabeça do trabalhador contra possíveis quedas de objetos durante o trabalho. Protegem os pés do trabalhador contra impacto de objetos que possam atingi-lo, reduzindo também os riscos de contaminação com produtos químicos. Protegem as mãos do contato com produtos químicos. Há uma luva específica para trabalhar com eletricidade, que protege o trabalhador contra choques elétricos. Quadro 1 - Utilização de EPI Fonte: SENAI DR BA, 2020/SHUTTERSTOCK, 2020. 2 Segurança e Saúde no trabalho 37 O uso de EPCs garante que os ambientes onde as atividades estão sendo desenvolvidas possam estar o mais seguro possível. Além de proteger os trabalhadores, os EPCs alertam as pessoas que estejam pas- sando próximas ao local que contém risco, por exemplo, uma obra, um piso molhado ou escorregadio, um acidente inesperado. Quando estão em ambientes de trabalho com EPC, os trabalhadores se sentem mais seguros, o que também contribui para aumentar a motivação e, consequentemente, a produtividade desses profissionais. 2.4.3 CLASSIFICAÇÃO Como vimos, os EPIs são classificados de acordo com a parte do corpo que protege. Essa classificação se dá da seguinte forma: a) Parciais: são os equipamentos que protegem o trabalhador em partes específicas do corpo. Por exemplo: capacetes, botas, luvas, etc.; b) Integrais: estes equipamentos protegem o corpo integralmente, sem levar em conta uma parte específica. Por exemplo: macacões refletores, cintos de segurança, etc. Gestão de projetos de automação e ti38 Veja, no quadro a seguir, os diferentes tipos de EPI e a sua classificação: EPIs PARCIAIS DE PROTEÇÃO EPIs INTEGRAIS DE PROTEÇÃO Protetores da Cabeça Protetores dos Ouvidos Protetores dos Olhos e Face Protetores das Vias Respiratórias Protetores de Braços e Mãos Protetores de Pés e Pernas Protetores do Tronco e Abdômen Protetores de Barreira Protetores Antiqueda Roupa de Proteção Específica Quadro 2 - Classificação dos EPIs Fonte: SENAI DR BA, 2020. 2 Segurança e Saúde no trabalho 39 Agora que já conhecemos os equipamentos de proteção, seus métodos de utilização e classificação, veremos quais as obrigações legais com relação à aquisição, ao uso e à manutenção. 2.4.4 OBRIGAÇÕES LEGAIS E CERTIFICADO DE APROVAÇÃO (CA) A Secretaria do Trabalho atesta a qualidade dos EPIs disponíveis no mercado através da emissão do Cer- tificado de Aprovação (CA), seja de equipamento nacional ou importado. O fornecimento e a comercializa- ção de EPI sem o CA são considerados crime e tanto o fornecedor do equipamento quanto o empregador ficam sujeitos às penalidades previstas em lei. fi q ue a Le rt a Em caso de dúvida, é possível buscar a certificação de aprovação de um EPI na página da Secretaria do Trabalho. Lá você insere o número do CA presente no equipamento, o nome do equipamento, o fabricante e o tipo de proteção. Caso o CA esteja vencido, comunique imediatamente ao seu superior. Acesse o QR Code. Levando em conta a aquisição de equipamentos aprovados, são ainda responsabilidades da empresa: a) Adquirir o equipamento adequado ao risco de cada atividade; b) Exigir o uso; c) Fornecer ao trabalhador somente o equipamento aprovado pelo órgão nacional competente; d) Orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação; e) Substituir imediatamente, o equipamento danificado ou extraviado; f) Responsabilizar-se pela manutenção periódica do equipamento; g) Comunicar à Secretaria do Trabalho qualquer irregularidade observada; h) Registrar o fornecimento do equipamento ao trabalhador, através de livros, fichas ou sistema eletrônico. Gestão de projetos de automação e ti40 Além da empresa, o trabalhador também tem suas obrigações com relação ao uso e guarda do EPI, cabendo a ele: a) Usar o EPI apenas para a finalidade a que se destina; b) Responsabilizar-se pela guarda e conservação; c) Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso; d) Cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado. É fundamental cumprir com as obrigações com relação às normas de segurança, pois o descumprimen- to pode trazer danos e responsabilidades para quem não cumprir com as obrigações listadas anteriormen- te, além de colocar em risco a própria vida ou vida de terceiros. 2.5 PROCEDIMENTOS PARA ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIA Mesmo com todas as normas de segurança e todo o rigor para proteger a saúde e manter a segurança do trabalhador, alguns acidentes são inevitáveis. Por conta disso, é de extrema importância que esteja- mos preparados para lidar com situações de emergência de forma a reduzir os danos causados em caso de acidentes. Com base nisso, vamos aprender agora sobre procedimentos de emergência e técnicas de primeirossocorros. 2.5.1 PROCEDIMENTOS DE EMERGÊNCIA Em todas as situações do dia a dia estamos sujeitos a enfrentar situações de emergência, por isso preci- samos estar preparados para lidar com elas. No ambiente de trabalho, é muito comum que as emergências estejam ligadas à execução de alguma atividade e, em algumas circunstâncias, os equipamentos de prote- ção, sejam individuais ou coletivos, não conseguiram inibir o acidente. Sabendo disso, algumas empresas realizam treinamentos para os colaboradores sobre como se com- portar em situações de emergência de forma a preservar a vida de todos. De qualquer forma, temos sem- pre que estar dispostos a aprender a respeito deste tema, pois nunca sabemos quando precisaremos colo- car esses conhecimentos em prática. Um exemplo de procedimento de emergência é quando viajamos de avião. Antes do voo, a tripulação da aeronave orienta os passageiros sobre como proceder. Por exemplo: caso a aeronave seja despressuri- zada e falte ar, máscaras de oxigênio cairão em frente ao passageiro. O procedimento é colocar primeiro a máscara em você e só depois ajudar quem está do lado. Deve ser assim porque se você não estiver respi- rando, não terá condição física de ajudar ninguém. 2 Segurança e Saúde no trabalho 41 Figura 15 - Exemplo de procedimento de emergência em um avião Fonte: SHUTTERSTOCK, 2020. Outro exemplo comum é em caso de incêndio. Somos orientados a evacuar área em fila indiana, sem correr, sempre pelas escadas. As empresas sempre promovem, através da CIPA, simulações para orientar os colaboradores em caso de incêndio. c ur io si d ad es Você sabe a diferença entre urgência e emergência? Emergência é uma situação em que há risco para a vida ou a saúde (Ex.: parada res- piratória) e Urgência é uma situação em que não há risco de vida, mas precisa ser solucionada rapidamente para que não se torne uma emergência (Ex.: fratura). Gestão de projetos de automação e ti42 Com base nas atividades desenvolvidas, as empresas elaboram planos de emergência, prevendo pos- síveis situações a fim de preparar seus colaboradores. Caso haja algum ferido na ocorrência, é necessário também que os trabalhadores conheçam procedimentos de primeiros socorros para lidar com a situação. 2.5.2 PROCEDIMENTOS DE PRIMEIROS SOCORROS Os primeiros socorros são procedimentos de emergência que devem ser realizados em vítimas que estão em perigo, a fim de preservar seus sinais vitais para que consigam ser encaminhadas para um aten- dimento especializado. O profissional especializado em primeiros socorros é chamado de socorrista, mas todos nós devemos estar aptos a prestar socorros em situação de emergência. Figura 16 - Primeiros socorros Fonte: SHUTTERSTOCK, 2020. Veja, a seguir, alguns casos que exigem atendimento de emergência para salvar a vida da vítima antes que chegue atendimento especializado e como proceder em cada um deles: a) Choque elétrico: desligue a fonte de energia e não toque na vítima enquanto ela estiver ener- gizada. Use materiais não condutores de eletricidade para afastá-la da fonte elétrica e observe se a vítima está respirando. Chame o atendimento 192 para atender a vítima e a concessionária de distribuição de energia caso haja fios caídos em local público; b) Infarto e parada cardiorrespiratória: verifique os sinais vitais checando o pulso ou a respiração. Coloque a vítima em local firme, afrouxe suas roupas e inicie massagem cardíaca com as duas mãos, diminuindo a força caso a vítima seja criança. Se for um bebê, a massagem deve ser feita com apenas dois dedos; 2 Segurança e Saúde no trabalho 43 c) Picada de animal peçonhento: acalme a vítima, lave o local da picada com água e sabão ou soro e dê a ela pequenos goles de água. Se possível, identifique e leve o animal que picou a vítima jun- to com ela para o hospital a fim de que a equipe médica possa providenciar o antídoto adequado. Jamais faça torniquete na área afetada ou sucção do veneno; d) Corpos estranhos e asfixia: desobstrua as passagens de ar do nariz e boca da vítima, desaperte as roupas, e coloque-a em posição lateral, mantendo-a aquecida. Não dê líquidos nem deixe a vítima sentar-se ou levantar-se até que esteja respirando normalmente. Ligue para o número 192 a fim de concluir o atendimento; e) Queimaduras: afaste a vítima da fonte de calor, não tente remover restos de tecidos grudados na vítima nem estoure as bolhas de queimadura. Não passe nenhum tipo de material nos locais queimados. Resfrie os ferimentos com água ou soro fisiológico e ligue para o número 192. Caso ainda haja incêndio, ligue para os bombeiros; f) Hemorragias: deite a vítima na horizontal, faça compressa com o pano limpo sobre o local do sangramento, pressionando-o. Caso o pano usado fique encharcado, não remova, coloque outro pano limpo por cima e continue pressionando. Não dê nada para comer ou beber à vítima e ligue para o número 192; g) Fraturas, luxações, contusões e entorses: remova as roupas que estejam apertando o local fraturado. Imobilize o local acima e abaixo da fratura com uma tala ou algum objeto improvisado, como um pedaço de madeira. Se a fratura for exposta, jamais tente colocar o osso para dentro do corpo. Ligue para o número 192. É fundamental que o atendimento de primeiros socorros seja feio com segurança, calma e sem erros, por isso, a pessoa que for realizá-lo precisa ter certeza do que está fazendo, para não piorar o estado da vítima. fi q ue a Le rt a Negar atendimento de primeiros socorros a uma pessoa em perigo de morte é crime de omissão de socorro, previsto no Art. 135 do Código Penal brasileiro. Fonte: BRASIL, 2019. A seguir, veremos um caso de emergência bastante comum e que, muitas vezes, provoca a morte da vítima por falta de um atendimento de primeiros socorros. Gestão de projetos de automação e ti44 casos e reLatos Você conhece a Lei Lucas? No ano de 2017, na cidade de Campinas – SP, o menino Lucas Begalli Zamora, de 10 anos, morreu vítima de asfixia mecânica ao engasgar com um cachorro-quente numa excursão escolar. O caso tornou-se conhecido nacionalmente, pois a criança poderia ser salva, caso alguém da equipe da escola soubesse realizar uma manobra simples de primeiros socorros. A mãe do menino disse em depoimento que quando o SAMU chegou ao local, já era tarde, pois o procedimento para desobstruir as vias aéreas da criança deveria ser realizado nos primeiros minutos. Após o ocorrido, a mãe de Lucas começou uma luta para mobilizar escolas e poder público a prepa- rar os professores para lidar com situações de emergência e saber realizar primeiros socorros. Em resposta à luta da mãe de Lucas Begalli e de muitas outras mães, o governo sancionou em 2018, a lei nº 13.722/2018, conhecida como lei Lucas, que determina que instituições públicas e privadas da educação básica capacitem professores e funcionários para prestar primeiros socorros, quando necessário, em seu corpo discente. Segundo dados da ONG Criança Segura, com base nos registros do Ministério da Saúde, 826 crianças de 0 a 14 anos morreram em 2016 vítimas de asfixia acidental. A Lei Lucas entrou em vigor em março de 2019. Vimos como é fundamental estarmos preparadas para lidar com situações de emergência, seja no nos- so dia a dia, seja nos ambientes de trabalho. O atendimento de primeiros socorros pode ser a diferença entre a vida e a morte da vítima. Mesmo estando preparados, é importante aprendermos a evitar que os acidentes aconteçam e, caso aconteçam, conhecermos a fonte que os provocou para melhor lidarmos com o atendimento de emergên- cia. Vamos conhecer a seguir sobre um dos maiores casos de acidentes em empresas e como lidar com ele: o incêndio. 2 Segurança e Saúde no trabalho 45 2.6 PREVENÇÃO CONTRA INCÊNDIO Desde que o homem aprendeu a manipular o fogo nos tempos em que vivia nas cavernas, este tem sido um elemento fundamental para a existência da humanidade no Planeta. Entretanto, quando o fogo sai de controleele coloca em risco a integridade dos seres vivos e das estruturas. Para impedir esse descontrole, algumas técnicas foram desenvolvidas a fim de evitar a exposição a um incêndio, que pode produzir a morte, geralmente pela inalação dos gases, ou pelo desmaio causado por eles, ou posteriormente pelas queimaduras graves. O fogo pode surgir da combustão de uma série de elementos e é fundamental conhecê-los para que o combate ao incêndio seja eficaz e eficiente. Vejamos. 2.6.1 TEORIA DO FOGO O fogo é um processo químico decorrente da transformação dos elementos combustível, comburente, calor e reação ou transformação em cadeia. Eles estão presentes numa figura conhecida que é geralmente exposta nas empresas: o tetraedro do fogo. Veja a seguir: Reação em cadeia Combustível Comburente (oxigênio) CALOR (Energia de ativação) Figura 17 - Tetraedro do fogo Fonte: SENAI DR BA, 2020. Gestão de projetos de automação e ti46 Vejamos o que significa cada um desses elementos e sua participação para a formação do fogo: a) Calor: é o elemento que dá início ao fogo, fazendo com que este se propague; b) Combustível: é todo material que queima, seja ele sólido, líquido ou gasoso; c) Comburente: é o oxigênio, elemento que ativa o fogo, combinado com os vapores do combus- tível, possibilitando a expansão das chamas; d) Reação em cadeia: após iniciarem a combustão, os combustíveis geram mais calor, que des- prenderá mais gases ou vapores combustíveis, desencadeando uma transformação em cadeia. Os incêndios são classificados de acordo com as características dos seus combustíveis e, por isso, é preciso conhecer estes elementos para saber qual a melhor forma de combate a determinado tipo de incêndio. 2.6.2 CLASSES DE INCÊNDIO Para combater o incêndio de forma rápida, a fim de preservar a integridade física de pessoas e materiais, é preciso conhecer as classes de incêndio para uma extinção rápida e segura. Veja: APARAS DE PAPEL MADEIRAS LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS MATERIAIS COMBUSTÍVEIS ÓLEO GORDURA A B C D K Figura 18 - Classes de incêndio Fonte: SENAI DR BA, 2020. a) Classe A: o incêndio classificado como Classe A caracteriza-se por fogo em materiais sólidos, como papel e madeira, que queimam em superfície e profundidade e deixam resíduos, brasas e cinzas; b) Classe B: incêndios com fogo provocado por combustíveis líquidos inflamáveis, que queimam na superfície e não deixam resíduos; 2 Segurança e Saúde no trabalho 47 c) Classe C: provém de materiais energizados e só pode ser extinto por agente que não conduz eletricidade, jamais com água, por exemplo; d) Classe D: é um incêndio causado por fogo oriundo de materiais combustíveis como metais pi- rofóricos. Conhecendo o tipo de material causador do incêndio é possível combatê-lo de forma eficaz e segura. Para executar a ação de extinção do incêndio, veja a seguir os métodos utilizados. 2.6.3 MÉTODOS DE EXTINÇÃO DO FOGO São três os métodos que podem ser colocados em prática para a extinção do fogo: retirada do material combustível (RMC), abafamento e resfriamento. Observe, a seguir, como se dá cada um deles: Retirada do material combustível Abafamento Resfriamento Trata-se da interrupção do elemento combustível. Por exemplo: se o incêndio foi causado por vazamento de gás, fecha-se a válvula de gás para interromper o vazamento e cessar o fogo. Na técnica de abafa- mento, você impede o contato do oxigênio com o combustível. Sem oxigênio, a combustão vai ficando mais lenta, até que o incêndio acabe. Materiais como areia, espumas, pó, vapores d'água, entre outros, podem ser usados para abafar. Este é um dos métodos mais comuns. Consiste em reduzir a tempera- tura do material combustível, diminuin- do a liberação de gases inflamáveis que alimentam o fogo. Figura 19 - Métodos de extinção do fogo Fonte: SENAI DR BA, 2020. Agora que conhecemos os métodos utilizados para combater o fogo, vamos ver quais os agentes utili- zados para que a extinção aconteça. Gestão de projetos de automação e ti48 2.6.4 AGENTES EXTINTORES O agente extintor é todo material que, aplicado ao fogo, interfere em um ou mais elementos do tetrae- dro do fogo, alterando as condições que provocam o incêndio. Esses agentes podem ser encontrados nos estados sólido, líquido ou gasoso, e são utilizados de acordo com as classes de incêndio já estudadas aqui. São exemplos de agentes extintores: a água, o pó químico, a espuma química, entre outros. Os agentes extintores são armazenados em aparelhos conhecidos popularmente como extintores, os famosos vasilhames vermelhos que vemos sempre presos em paredes, ou fixos no chão em alguns lugares estratégicos. Eles também podem ser portáteis para uso em veículos. É muito importante ler o manual de instrução presente nos extintores e usá-los corretamente para um combate eficaz ao fogo. Veja o passo a passo na imagem a seguir: PUXE O PINO MIRE NA BASE DO FOGO APERTE A ALAVANCA APAGUE O FOGO PASSO A PASSO COMO USAR O EXTINTOR EMPURRE PASSO 1 PASSO 2 PASSO 3 PASSO 4 Figura 20 - Instrução para uso de agente extintor Fonte: SENAI DR BA, 2020. Um importante detalhe para o uso correto dos agentes extintores é saber qual a classe de incêndio an- tes de utilizar o extintor. Cada tipo de incêndio exige um agente específico, como já vimos anteriormente. Por exemplo, o uso de extintor de água em incêndio classe C (causado por equipamentos elétricos) é proi- bido, pois a água é elemento condutor de eletricidade. Vejamos agora os equipamentos recomendados para uso no combate a incêndios. 2 Segurança e Saúde no trabalho 49 2.6.5 EQUIPAMENTOS DE COMBATE A INCÊNDIOS Os equipamentos de combate a incêndio são itens obrigatórios na maioria dos espaços de trabalho e ajudam a preservar a segurança e a vida das pessoas em caso de incêndios, eliminando-os assim que são iniciados. São exemplos de equipamentos de combate a incêndios: os extintores, já vistos anteriormente, as mangueiras e as bombas para hidrantes. Vejamos algumas particularidades sobre estes equipamentos presentes no nosso dia a dia: Extintor de incêndio: É bastante comum e pode ser carregado com água, pó químico ou espuma química, de acordo com as classes de incêndio. Todas as informações e instruções a respeito do uso desse equipamento vêm destacadas nos aparelhos vermelhos em forma de cilindro, que encontramos em diversos tamanhos no mercado. Mangueiras de incêndio: São equipamentos de combate a incêndio que devem ser utilizados em situações de emergência em edifícios comerciais e/ou residenciais, além de instalações industriais e embarcações. Assim como os extintores, também são encontrados diferentes tamanhos de mangueiras para cada tipo de situação. Bombas para hidrantes: São utilizadas para que a água chegue corretamente até os hidrantes e controle a pressão e passagem da água durante incêndios. As bombas para hidrante têm um papel importante, sobretudo em caso de incêndios de grandes proporções, para que o corpo de bombeiros possa ter fácil acesso a uma fonte de água próxima. Por isso, essas bombas são localizadas em espaços públicos ou locais com uma grande área. Figura 21 - Equipamentos de combate a incêndio Fonte: SENAI DR BA, 2020/SHUTTERSTOCK, 2020. Com esse tópico, chegamos ao fim do capítulo sobre Segurança e Saúde no Trabalho, um importante conteúdo a ser estudado para que possamos desenvolver atitudes seguras durante nossa vida pessoal e profissional, a fim de preservar a nossa integridade e das demais pessoas. Gestão de projetos de automação e ti50 recapituLando Durante este capítulo, vimos importantes temas que devemos aprender para que tenhamos saúde e segurança no exercício das nossas funções profissionais. Aprendemos sobre como o tema saúde e segurança no trabalho foi evoluindo ao longo da história, a fim de preservar a vida do trabalhador e a integridade das empresas. Vimos também que os riscos ocupacionais podem ser ambientais, ergonômicose de acidentes, e que estamos expostos a eles de acordo com as atividades que realizamos. Estudamos também sobre os diversos tipos de acidentes e doenças ocasionados pelas atividades laborais, suas causas, consequências e como agir para evitá-los. Além disso, aprendemos como os afastamentos do trabalho provocados pelo adoecimento ou por acidentes impacta na vida do tra- balhador, na empresa e na sociedade como um todo. Para evitar acidentes e doenças, aprendemos a usar os equipamentos individuais e coletivos de acor- do com as atividades utilizadas, bem como técnicas de primeiros socorros e demais condutas para colocar em prática em casos de emergência. Entre as situações de emergência que podem ocorrer no ambiente de trabalho, aprendemos sobre o incêndio, os elementos que provocam o fogo e como combatê-lo de forma eficaz. Caso tenha dúvida sobre algum dos temas abordados, amplie seus conhecimentos pesquisando em materiais complementares. Atualizar-se é fundamental, para uma conduta profissional segura e responsável. 2 Segurança e Saúde no trabalho 51 3 Para auxiliar no desenvolvimento de projetos dentro de uma empresa e atingir o êxito, faz-se necessária a utilização de ferramentas da qualidade para esse suporte. Segundo o autor do Livro Quality is Free, Crosby (1979): “Qualidade deve ser definida como cumpri- mento de requisitos”. Tais requisitos são colocados durante a execução dos projetos. NÍVEL DE QUALIDADE QUALIDADE Figura 22 - Qualidade Fonte: SHUTTERSTOCK, 2020. (Adaptado). Em um projeto, seja ele de qual natureza, temos fases para serem executadas. Nessas fases de execução, as entregas devem ser realizadas com qualidade. 3 fundamentos da qualidade 3 Fundamentos da Qualidade 55 3.1 PRINCÍPIOS DA QUALIDADE A ISO estabelece alguns princípios para a gestão da qualidade, pois eles possibilitam o aperfeiçoamento contínuo dos produtos e serviços, melhorando a atuação e o desempenho dos processos e produtos den- tro e fora das empresas. Esses princípios são fundamentais para a implantação de um sistema de gestão da qualidade. Conheça-os a seguir. 3.1.1 DEFINIÇÃO Os princípios da qualidade são itens que dão base à gestão da qualidade. Ao aplicar cada um desses princípios em uma organização, é importante realizar adequações conforme a realidade, os serviços, os produtos, os processos e os recursos presentes na empresa. O sistema de gestão da qualidade apresenta aspectos de padronização e diretrizes para a organização melhorar seu desempenho, mas é importante que essas informações sejam enquadradas à realidade de cada ambiente. Toda empresa e de qualquer ramo deve estar atenta à necessidade do cliente e entregar um produto com qualidade e tempo hábil. Foco no cliente Os líderes devem manter atividades adequadas para que os funcionários estejam engaja- dos e comprometidos com a empresa, a fim de atender os objetivos. Liderança Toda base de formação de qualquer empresa é constituída de pessoas. São elas que fazem as engrenagens funcionar; o papel da gestão da qualidade é justamente fazer com que essas pessoas estejam engajadas com os propósitos da empresa. Engajamento das pessoas As empresas são regidas por processos internos e externos. Quando o foco de gestão está voltado para os processos, pode-se ter uma visão sistêmica dos fluxos. Abordagem de processo O processo de melhoria dentro de uma empresa é essencialmente importante para que a qualidade nas entregas seja satisfatória, tanto para os clientes quanto para os funcionários, assim como focar no processo de melhoria contínua. Melhorias Antes da tomada de decisão, cabe realizar uma análise criteriosa dos dados, evidências e fatos para que a tomada de decisão seja realizada de forma correta e não baseada em suposições. Tomada de decisão baseada em evidências As relações com fornecedores devem ter um respeito mútuo, visando sempre desenvolver alianças estratégicas. Gestão de relacionamento Figura 23 - Princípios da qualidade e suas características Fonte: SENAI DR BA, 2020. Gestão de projetos de automação e ti56 Muitas empresas, ao realizarem a implementação do sistema de qualidade, buscam não somente a me- lhoria dos seus produtos e serviços, mas também o reconhecimento de mercado de que a empresa atua conforme os padrões internacionais de qualidade. 3.1.2 MOTIVOS E BENEFÍCIOS Um dos motivos para desenvolver um sistema de gestão da qualidade é justamente a preocupação de alguns líderes, CEO1 membros da alta direção das empresas, de estar proporcionando ao cliente um produ- to final de qualidade e uma melhoria continuada de produtos e serviços enquanto processos. Outro ponto forte é justamente a competitividade acirrada em determinadas áreas ou nichos de mer- cado, onde aquela organização quer proporcionar um melhor valor a seus produtos e serviços para seus clientes. Estar atento aos princípios da qualidade garante um destaque benéfico no mercado. A seguir, listamos alguns benefícios de se utilizar os princípios da qualidade: Maior satisfação dos clientes; Maior rentabilidade; Maior organização dos processos; Ambientes de trabalho mais sadios; Vantagem competitiva no mercado; Visão de negócio mais alicerçada. Figura 24 - Benefícios ao utilizar os princípios da qualidade Fonte: SENAI DR BA, 2020. Agregar valor aos clientes, através de seus produtos e serviços no mercado, é para aquelas organizações que têm uma visão de mercado futura, pois essa confiança é conquistada ao longo do tempo. 1 CEO: Diretor Executivo, Diretor Geral, Presidente. 3 Fundamentos da Qualidade 57 3.2 FERRAMENTAS DA QUALIDADE Para que as empresas pudessem melhorar a sua qualidade nos entregáveis, tanto interna quanto externa- mente, foram desenvolvidas ferramentas que pudessem auxiliar nesse uso. Tais ferramentas são capazes de: a) Mensurar; b) Definir; c) Analisar; d) Propor soluções; e) Resolver problemas no desempenho dos processos. A seguir, veremos quais são os tipos de ferramentas e qual a finalidade de cada uma delas na qualidade da empresa. 3.2.1 BRAINSTORMING Fazendo uma tradução do inglês para o português, significa “tempestade de ideias”, momento em que cada participante de uma reunião lança suas ideias sobre determinado assunto e um mediador toma nota para chegarem em uma determinada solução em relação à questão levantada. A ideia inicial é lançar a primeira palavra que vier à mente sobre determinado assunto, sem críticas ou julgamento por parte dos participantes. A partir daí que é tomada uma decisão para solucionar a situação, esse é um dos princípios da utilização do brainstorming. Figura 25 - Brainstorming Fonte: SHUTTERSTOCK, 2020. Gestão de projetos de automação e ti58 O brainstorming é utilizado também para o planejamento de uma nova atividade, produto ou serviço, en- tre outras situações, pois é considerado uma ferramenta muito flexível e pode ser utilizada das mais variadas formas e nos mais variados contextos. Observe algumas das boas práticas para o uso do brainstorming: O ideal é que seja feito entre 6 a 12 participantes; Escolha de um líder e um secretário, de preferência realizada através de votação; O líder deve estimular os participantes a lançar o maior número de ideias possíveis; As ideias lançadas por participante devem estar em locais visíveis para todos; Cada sessão de brainstorming deve durar no máximo 15-30 minutos, e ao final devem ser escolhidas as melhores ideias e chegar à conclusão da melhor solução para a situação; Cada participante tem um tempo limite para apre- sentação de suas ideias. Figura 26 - Boas práticas para brainstorming Fonte: SENAI DR BA, 2020. Na maioria das vezes que se utiliza o brainstorming como ferramenta para se chegar a uma solução, ocorre o entrosamento de toda a equipe, melhorando assim o relacionamento interpessoal dos envolvidos. 3.2.2 CICLO PDCA Uma das ferramentas da qualidade que norteiam a tomada de decisão de uma empresa é o ciclo PDCA, que natradução do inglês para o português temos: Planejar, Fazer, Verificar e Agir. O PDCA também é uti- lizado para a melhoria contínua de processos e de produtos. Vamos conhecê-lo melhor. 3 Fundamentos da Qualidade 59 Planejar Faze rVerificar Agir Figura 27 - Ciclo PDCA Fonte: SHUTTERSTOCK, 2020. (Adaptado). O ciclo PDCA habilita uma organização a assegurar que seus processos tenham recursos suficientes e sejam gerenciados de forma adequada. O processo de melhoria contínua pode ser implementado durante as fases do projeto e não necessariamente em uma fase específica. O PDCA segue uma sequência em ciclos, ou seja, caso em algum momento do ciclo seja identificada alguma falha na execução, todo o ciclo se repete para a nova tomada de decisão. casos e reLatos Aplicação do ciclo PDCA Em uma empresa de tecnologia da informação, uma das expertises é a aplicação de provas voltadas para certificações. Em uma das reuniões gerenciais foi identificado que as marcações das provas es- tavam demorando 7 dias úteis e a taxa de candidatos faltosos estava em torno de 80%. O Diretor, juntamente com a equipe, tomou algumas decisões: elaboração de um plano de ação com as metas de redução do prazo para marcação para 48 horas, assim como uma redução nos candida- tos faltosos para 10%, implementaram também o clico PDCA para acompanhamento do plano de ação. Foram designados também dois funcionários para ficarem de forma exclusiva nos atendimentos aos candidatos realizando marcação, reserva, acompanhamento e aplicação de uma pesquisa de satisfação para melhoria contínua. Gestão de projetos de automação e ti60 Em um prazo de 5 meses a empresa obteve os seguintes resultados diante das ações tomadas: re- dução de 85% dos candidatos faltosos, assim como um prazo para marcação reduzido para 48h, atingindo assim a meta estipulada pela gerência. Outras vantagens de se utilizar do clico PDCA são: eficácia nas atividades, gerenciamento do risco, redu- ção de custos e melhoria contínua. Além de considerar as vantagens, vimos que utilizando as ferramentas corretas podemos melhorar e muito o desempenho da equipe e, consequentemente, da empresa. 3.2.3 DIAGRAMA DE ISHIKAWA O diagrama de Ishikawa (causa e efeito) é mais uma ferramenta que auxilia a gestão da qualidade no desenvolvimento do projeto. Foi desenvolvido pelo engenheiro químico Kaoru Ishikawa. Diagrama de espinha de peixe, diagrama de causa e efeito, são outros nomes que podemos encontrar em outras literaturas. Essa ferramenta também é utilizada na gestão da qualidade e auxilia a levantar as causas-raízes de um determinado problema. Métodos Materiais Gerenciamento Mão de obra Efeito Maquinaria Figura 28 - Diagrama de Ishikawa Fonte: SHUTTERSTOCK, 2020. (Adaptado). 3 Fundamentos da Qualidade 61 Representado de forma simples, o diagrama ajuda na visualização das ações a serem tomadas para de- terminado efeito, ou seja, é uma forma de organizar o raciocínio na busca pela solução. Levando em consideração que todo efeito tem causas específicas, essas causas devem ser analisadas e testadas de forma isolada, para que no final se possa comprovar qual delas está de fato causando o efeito. Eliminando as causas, eliminamos o problema. 3.2.4 FLUXOGRAMA Uma ferramenta que utiliza a forma gráfica para mostrar determinado processo e assim subsidiar uma tomada de decisão, muito utilizada por equipes de processo, desenvolvimento de software e equipes ge- renciais. A seguir temos algumas representações básicas de estruturas de um fluxograma: PROCESSO INÍCIO/FIM DO FLUXOGRAMA FLUXO DO PROCESSO ESTRUTURA DE DECISÃO DOCUMENTO Figura 29 - Representações básicas de fluxogramas Fonte: SENAI DR BA, 2020. Vamos entender as representações anteriores: a) Processo: indica as etapas do fluxo do processo. Exemplo: “Atendimento à gerência”; b) Início/fim do fluxograma: inicialização e finalização do fluxograma com finalidade de demarcar o início e o fim do fluxograma; c) Fluxo do processo: indica o sentido do fluxo do processo; d) Estrutura de decisão: é onde se tem duas saídas apenas – SIM ou NÃO. Quando no processo existe uma tomada de decisão, utilizamos esse símbolo sempre acompanhado com uma tomada de decisão. Exemplo: “O produto está conforme?”; Gestão de projetos de automação e ti62 e) Documento: quando existe uma entrega de documento no fluxo. Exemplo: “Estagiário, favor emitir a proposta do cliente XYZ”. Vantagens de utilizar o fluxograma para auxiliar na visibilidade do fluxo do processo: a) Permite compreender, de forma fácil, o processo de trabalho; b) Demonstra a sequência e interação entre as atividades das fases do projeto; c) E possível verificar a ocorrência de falha no processo e onde falhou; d) Cria padronização no fluxo do processo. Temos alguns tipos diferentes de fluxograma que são utilizados em diferentes cenários, vejamos: a) Fluxograma linear de operações b) Fluxograma de linha de montagem Figura 30 - Fluxograma de operações (a) e Fluxograma de linha de montagem (b) Fonte: SENAI DR BA, 2020. Vimos que o fluxograma auxilia na verificação do fluxo de determinado processo, facilitando na visu- alização de cada etapa do processo, bem como ajuda na identificação de falhas durante a execução do processo. 3 Fundamentos da Qualidade 63 3.2.5 LISTA DE VERIFICAÇÃO O checklist, traduzindo do inglês: lista de verificação, é uma listagem de itens que, à medida que forem sendo executados, será possível marcar como concluídos. Hoje temos uma rotina profissional muito intensa com várias tarefas e/ou até mesmo nos dividimos em mais de uma empresa, podendo ocorrer esquecimento de algumas atividades, o que é normal e natural. A lista de verificação serve como um lembrete para que nada do que foi anotado seja esquecido. Checklist Figura 31 - Lista de verificação Fonte: SENAI DR BA, 2020. Quando desenvolvemos um trabalho em equipe, a lista de verificação serve para nortear as equipes das atividades que estão sendo desenvolvidas por todos, evitando o retrabalho e perda detempo. A lista de verificação pode ser utilizada para verificar as atividades e materiais que serão utilizados e/ou foram utilizados; identificar qual equipe está desenvolvendo determinada atividade. A lista de verificação, aliada ao brainstorming, torna-se uma poderosa ferramenta da qualidade. A seguir, veja exemplos de checklists on-line que permitem acesso através da sincronização com o smartphone, bastando ter conectividade com a internet: a) Microsoft to do; b) Todoist; c) Evernote; d) Trello. Gestão de projetos de automação e ti64 De fato, a ferramenta de checklist é muito simples de ser adotada e utilizada por todos e em qualquer ambiente profissional. Porém, devemos ter alguns cuidados na utilização, para que não venha prejudicar o andamento, isto é, deve ser criada uma lista de fácil interpretação com respostas objetivas; e mantê-la sempre atualizada. Hoje, com a evolução dos sistemas computacionais, temos diversas ferramentas on-line que nos pro- porcionam um acompanhamento das atividades quase que em tempo real, facilitando assim o desenvolvi- mento do trabalho a ser executado e melhorando também a qualidade de execução. 3.2.6 DIAGRAMA DE PARETO Também conhecido como gráfico de Pareto, é uma ferramenta que auxilia no processo de classificar problemas, erros, defeitos, feedback, entre outras possibilidades. Existem várias aplicações para esse mé- todo que é bastante utilizado nas linhas de produção, áreas administrativas e processos. É mais uma ferra- menta que auxilia no sistema de qualidade da empresa. Uma das formas de conhecer o tão utilizado gráfico de Pareto, é pela proporção 80/20, ou seja, 80% dos problemas têm apenas 20% das causas em potencial. Para a construção do gráfico de Pareto devemos seguir alguns passos: coletar dados, criar folha de verificação, se possível, separar problemas de acordo com os acontecimentos, e traçar dois eixos, um na vertical e outrona horizontal. PRINCÍPIO DE PARETO Figura 32 - Diagrama de Pareto Fonte: SHUTTERSTOCK, 2020. (Adaptado). Alguns exemplos de onde podemos realizar a aplicabilidade do gráfico de Pareto: a) Procurar causa e efeito de determinado problema; b) Criar números estatísticos para determinada ação; c) Verificação de resultados de melhorias; 3 Fundamentos da Qualidade 65 d) Priorização de determinada ação; e) Quando o gráfico de Pareto foi desenvolvido, tinha como finalidade mostrar, de uma forma mais fácil, as perdas ocasionadas na indústria. Porém, com o passar dos tempos, ganhou novas oportu- nidades para utilização, por exemplo, na gestão da qualidade de uma empresa. 3.2.7 CRONOANÁLISE Como toda ferramenta da qualidade, a cronoanálise tem como objetivo produzir mais com menos, isto é, aumentar a produtividade empresarial. Utilizando o estudo dos tempos e movimentos, a cronoanálise tem como foco otimização dos processos e garantir a melhoria contínua dos processos. Para que possamos entender melhor a cronoanálise, devemos revisar um pouco a teoria de Taylor, já que a cronoanálise surgiu baseada no Taylorismo. Observe: Substituição de todos os métodos improvisados por métodos efetivamente testados e com respaldo científico. Planejamento Seleção de trabalhadores de acordo com suas aptidões e competências.Seleção Supervisão do trabalho que está sendo executado. Controle Cada trabalhador responsável por uma etapa do processo. Singularização das funções Figura 33 - Aspectos da teoria de Taylor Fonte: SENAI DR BA, 2020. A cronoanálise foi desenvolvida com o foco para a linha de produção, porém, altamente adaptável para as áreas administrativas, sendo aplicada para quantificar o tempo que cada atividade. Essa ferramenta é desenvolvida pelos próprios operadores da linha de produção. Gestão de projetos de automação e ti66 3.2.8 MASP Hoje, as empresas têm buscado uma melhoria contínua em seus processos, não somente para seus produtos, mas também para as entregas para seus clientes. A ferramenta Método de Análise e Solução de Problemas (MASP) traz em sua metodologia 8 passos para alcançar essa melhoria contínua. Veremos cada um deles: a) Passo 1 - Identificação do problema: definição, com clareza, do problema existente e sua im- portância. Formar uma equipe para tratá-lo; b) Passo 2 - Observação: verificar as características específicas do problema e deslocar uma equipe para investigar; c) Passo 3 - Análise: analisar o fenômeno e fazer um levantamento das causas mais prováveis, atra- vés de coleta de dados; d) Passo 4 - Plano de ação – planejamento das ações a fim de bloquear as causas fundamentais. Elaboração de estratégias; e) Passo 5 - Ação: execução, acompanhamento e alinhamento do plano de ação; f) Passo 6 - Verificação: verificar se as ações estão de acordo com o plano de ação, comparando com os resultados e metas estabelecidas; g) Passo 7 - Padronização: caso apareça o mesmo problema, as ações devem estar padronizadas a fim de resolvê-lo rapidamente. Fazer registros das ações e soluções e dar treinamentos. Além disso, manter as informações ao alcance das partes interessadas; h) Passo 8 - Conclusão: repassar todo o processo a fim de verificar se houve erros e aprender com eles, para que da próxima vez já se tenha a solução. Verificar a curva de aprendizado para toda a equipe. Para controlar, gerenciar e manter todos os processos dentro de uma organização, além de utilizar al- gumas das ferramentas que vimos acima, é necessário ter um sistema de qualidade implantado. Veremos, mais adiante, o que é um sistema de qualidade e quais benefícios traz para a organização. 3 Fundamentos da Qualidade 67 3.3 SISTEMA DE QUALIDADE (SGQ) A adoção de um Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) traz benefícios para a organização, ajudando a melhorar seu desempenho global e ainda colabora para as iniciativas de desenvolvimento sustentável. Figura 34 - Sistema de Gestão da Qualidade Fonte: SHUTTERSTOCK, 2020. A partir de agora, conheceremos conceitos relacionados à definição, aos manuais de qualidade e à cer- tificação. Continue os estudos! 3.3.1 DEFINIÇÃO O sistema de qualidade é um conjunto de elementos interligados e integrados na organização que funcionam como uma engrenagem para atender à Política da Qualidade, visando sempre os objetivos da empresa. Para proporcionar um embasamento para implantação de um SGQ em uma organização, foi desen- volvida a norma ISO 9001:2015, que aborda os requisitos para um sistema de gestão onde se tem alguns princípios para melhorar o desempenho da empresa. Já falamos sobre eles anteriormente, mas vamos relembrá-los aqui: Gestão de projetos de automação e ti68 Foco no cliente Gestão dos relaciona- mentos Tomada de decisões baseada em fatos Liderança Engajamento das pessoas Melhoria contínua Abordagem por processos Gestão da qualidade total Figura 35 - Princípios da gestão da qualidade Fonte: SENAI DR BA, 2020. Como começar um projeto de implantação para criação de um sistema de gestão da qualidade, segun- do Kaoru IIshikawa: “qualquer programa de qualidade total se deve começar por uma faxina geral. Comece varrendo! O housekeeping é uma grande faxina física e mental.” O Sistema de Gestão da Qualidade é um programa de melhoria comportamental onde se envolve toda a empresa, onde se tem uma mudança de postura e atitude de todos os funcionários da empresa. Housekeeping, em tradução para o português, sig- nifica serviço de limpeza. 3.3.2 MANUAIS DA QUALIDADE O manual da qualidade é um documento onde constam informações referentes ao Sistema de Gestão da Qualidade. Contém processos, riscos, oportunidades, além de alterações que ocorrerem no SGQ. Por ser um documento operacional um tanto complexo, e alguns funcionários tendem a ter dificulda- des na interpretação das informações ali contidas, sendo interessante que o documento seja difundido por pessoas que entendam do fluxo dos processos da qualidade. Em algumas empresas são realizados treinamentos periódicos para disseminação de informações sobre o sistema de qualidade, a fim de que os funcionários tenham conhecimentos e coloquem em prática o que está defendido no código de qualidade da empresa. 3 Fundamentos da Qualidade 69 3.3.3 CERTIFICAÇÕES Uma empresa certificada garante que está apta a fornecer um produto, serviço ou até mesmo um sis- tema seguindo as exigências das agências que regem tal certificação no Brasil. A agência responsável por manter as certificações é a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que representa a Organização Internacional para Padronização (ISO). Atualmente existe uma infinidade de certificações voltadas para gestão da qualidade. Vamos conhecê-las. ISO 9000 - SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE – FUNDAMENTOS E VOCABULÁRIO A família de normas 9000 tem ramificações que foram desenvolvidas focadas na melhoria da adminis- tração do negócio e oferecem, à empresa, meios para implementação de um sistema de qualidade onde se tem monitoramento contínuo, a fim de ter uma qualidade nos processos. Existem algumas outras normas que se destacam, veja a seguir: a) ISO 9001 - Sistema de Gestão da Qualidade: norma baseada nos princípios de gestão da qua- lidade, tendo como base a ISO 9000, ou seja, a norma especifica requisitos básicos para implanta- ção de um Sistema de Gestão da Qualidade; b) ISO 9004 - Qualidade de uma organização – orientação para alcançar o sucesso sustentado: fornece orientações para as organizações alcançarem o sucesso em um ambiente complexo, exi- gente e em constante mudança, foca na capacidade da organização em atender às necessidades e expectativas dos clientes e partes interessadas; c) ISO 19011 - Diretrizes para auditoria de sistema de gestão: fornece orientações para audito- rias internas ou externas, para grandes empresas de consultoria, a fim de estarem de acordo com a norma. Este documento é de fato flexível a fim de ser adaptável a qualquer tamanho de empresae cenário; d) ISO 14000: conjunto de normas voltadas para certificações ambientais, desenvolvimento de sis- temas de gestão ambiental, tendo como foco o estabelecimento de requisitos para que a empre- sa seja ambientalmente correta. Podemos verificar que para uma empresa se manter no mercado altamente competitivo, que é uma característica hoje em dia, faz-se necessário utilizar ferramentas da qualidade que auxiliam nessa compe- titividade. Além disso, é muito importante manter a cadeia de suprimentos da empresa para prover uma continuidade de negócio. Gestão de projetos de automação e ti70 recapituLando Como vimos neste capítulo, Qualidade deve ser definida como cumprimento de requisitos. Para auxiliar na busca por ela, foram criadas as ferramentas da qualidade que são de extrema importância para mantermos uma empresa estruturada e competitiva no mercado atual. Entre essas ferramentas, estão: Brainstorming, Diagrama de Ishikawa, Fluxograma e Cronoanálise. Logo, percebemos que os pontos-chave da qualidade são foco no cliente, liderança, engajamento das pessoas, abordagem de processo, melhoria, tomada de decisão baseada em evidência e gestão de relacionamento. Vimos também que as ferramentas da qualidade auxiliam a empresa e gestores a tomarem uma decisão de forma mais assertiva perante os seus processos, além de que podem facilitar a implemen- tação da qualidade dentro de uma organização. Existe também uma norma que norteia a implementação de um Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ), que é a ISO 9001:2015. Ela aborda os requisitos para um Sistema de Gestão da Qualidade com foco nos princípios da qualidade. Além disso, na empresa, o SGQ é responsável pelos manuais de qualidade, assim como a multipli- cação, o arquivamento e as atualizações das informações que se referem à qualidade na empresa. Por fim, sinalizamos que uma empresa certificada garante que está apta a fornecer um produto, serviço e seguir as exigências das normas certificadoras. Para que uma empresa possua esse selo de qualidade, precisa passar pelas certificações necessárias. 3 Fundamentos da Qualidade 71 4 O nível de competitividade no mercado de trabalho atual tem motivado profissionais a buscar conhecimento e formação adicional em áreas que são consideradas, cada vez mais, fundamentais para a sobrevivência das empresas. Neste capítulo, abordaremos sobre uma destas áreas, o meio ambiente. O meio ambiente diz respeito às coisas vivas e não vivas, é a reunião de elementos quí- micos, físicos e biológicos em que os seres vivos se desenvolvem. Figura 36 - Meio ambiente Fonte: SHUTTERSTOCK, 2020. A preservação do meio ambiente, portanto, está condicionada às ações benéficas pro- movidas pelos indivíduos, fazendo com que se concilie desenvolvimento e conservação ambiental. 4 meio ambiente 4 Meio aMbiente 75 4.1 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL O mundo vive um constante estado de desenvolvimento tecnológico, por isso, a extração dos recursos naturais tem ocorrido de forma mais intensa e, consequentemente, os problemas ambientais vêm aumen- tando. Para amenizar esta situação, surgiu a prática do desenvolvimento sustentável. O desenvolvimento sustentável é um processo de transformação da sociedade que, indispensavelmen- te, requer mudança nos padrões, com objetivo de conciliar, harmoniosamente, as necessidades relaciona- das aos recursos naturais, sem comprometer a possibilidade das futuras gerações satisfazerem as suas pró- prias necessidades. A sustentabilidade está diretamente associada à utilização racional desses recursos. Social Econômico Ambiental Desenvolvimento Sustentável Figura 37 - Pilares do desenvolvimento sustentável Fonte: SENAI DR BA, 2020. Como pudemos perceber, através da figura anterior, o desenvolvimento sustentável engloba os pilares econômico, social e ambiental. Para que a sociedade avance, principalmente em termos tecnológicos, a demanda de matérias-primas é extremamente alta, por isso, a exploração dos recursos naturais deve ser feita de forma racional. Para entendermos melhor sobre meio ambiente e sustentabilidade, vamos apren- der a relação entre os ecossistemas, os paradigmas ambientais e a conservação/preservação ambiental. 4.1.1 ECOSSISTEMA O termo ecossistema significa o conjunto de todas as comunidades vivas (bióticos) e não vivas (abióti- cos) que convivem em um determinado espaço, complementando-se mutuamente. Os fatores bióticos são todos os seres vivos que causam efeito no ecossistema (animais, plantas, bactérias). Esses fatores bióticos convivem com os abióticos (solo, vento, sol, gelo), que influenciam os seres vivos dentro do ecossistema. O Gestão de projetos de automação e ti76 planeta possui uma vasta extensão e, consequentemente, um número muito grande de ecossistemas, que são formados por animais, lagos, rios, plantas, climas, etc. Figura 38 - Ecossistema Fonte: SHUTTERSTOCK, 2020. Por muito tempo o ser humano costumava agir como se esses ecossistemas fossem fontes inesgotáveis de matérias-primas e locais para depósito de lixo industrial, residencial, etc. Neste contexto, a partir do crescimento dos centros urbanos, da intensa atividade industrial e do aumento do consumo mundial, os problemas ambientais começaram a tomar proporções inesperadas. 4 Meio aMbiente 77 4.1.2 PARADIGMAS AMBIENTAIS Os paradigmas ambientais são responsáveis por moldar a relação entre o ser humano e a natureza, ou seja, estão diretamente ligados ao que o indivíduo julga como certo e errado em relação à natureza. Figura 39 - Relação entre ser humano e natureza Fonte: SHUTTERSTOCK, 2020. Os paradigmas ambientais englobam o antropocêntrico e o ecocêntrico. O antropocêntrico aborda que a natureza só merece mais cuidados por ser extremamente útil aos humanos, ou seja, é vista como uma propriedade exclusiva dos seres humanos. Já o paradigma ecocêntrico traz a ideia de que existe uma divisão para o homem e para natureza, onde o valor atribuído à natureza não se limita à utilização dos seus recursos por parte do homem. E também associa o crescimento material ao empobrecimento da humanidade e da natureza. Além desses paradigmas, surgiu a sustentabilidade-centrismo, como um novo. Como o próprio nome já diz, esse paradigma traz como objetivo a centralização do termo sustentabilidade. Esse paradigma busca integrar, de uma forma mais profunda, os outros dois paradigmas vistos anteriormente. 4.1.3 CONSERVAÇÃO X PRESERVAÇÃO AMBIENTAL Os termos preservação e conservação, comumente, são considerados sinônimos. Mas, você sabia que eles têm significados diferentes? A palavra preservação, quando nos referimos ao ambiente, significa o ato de proteger o ambiente em que você está inserido, nesse caso, a natureza. A preservação independe de valores econômicos, ou seja, o ato de explorar ou consumir são contrários ao ato de preservar. Já conservação significa manter a natureza em um bom estado, mas diferentemente da preservação, a conservação visa o consumo de forma racional e sustentável, visando não extinguir os recursos que serão necessários para suprir as necessidades das gerações futuras. Gestão de projetos de automação e ti78 Conservação Preservação Quadro 3 - Conservação x Preservação ambiental Fonte: SENAI DR BA, 2020/SHUTTERSTOCK, 2020. Esses termos são originados de movimentos que ocorreram no século XX, pois a necessidade de preser- var e conservar o meio ambiente cresceu muito. Diante do contexto de conservação, o nível de produção ainda é muito alto, gerando uma elevada quantidade de resíduos. É o que veremos adiante. 4.2 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS A ABNT NBR 10004:2004, norma brasileira publicada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), classifica os resíduos sólidos quanto aos seus riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pú- blica, a fim de que possam ser gerenciados adequadamente (ABNT, 2004a). Essa norma aplica a seguinte definição para resíduos sólidos: São considerados resíduos sólidos os resíduosnos estados sólido e semissólido, que resultam de atividades da comunidade de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nessa definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particulari- dades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível (ABNT, 2004a). 4 Meio aMbiente 79 Figura 40 - Exemplos de resíduos sólidos Fonte: SENAI DR BA, 2020. Como foi possível perceber, essa definição leva a entender que o cenário de resíduos não é somente composto por materiais sólidos, e sim por uma variedade de determinados líquidos ou semissólidos que são gerados em diversas fontes. Além disso, a Lei Federal 12.305, de 02 de agosto 2010, institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, onde consta a obrigatoriedade de um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) em todas as empresas que gerem uma quantidade alta de resíduos sólidos, pois precisam receber o tratamento ade- quado e esse tipo de tratamento deverá constar no PGRS. Como os resíduos sólidos são compostos por substâncias e materiais muito variados, o gerenciamento desses resíduos se torna uma atividade muito complexa. Para contribuir com essa gestão, é importante que eles sejam caracterizados e classificados previamente, sendo possível coletá-los, estocá-los, transpor- tá-los e tratá-los de forma adequada. 4.2.1 CARACTERIZAÇÃO A caracterização de resíduos sólidos consiste em determinar suas principais características físicas, quí- micas e microbiológicas, de forma qualitativa e/ou quantitativa. A caracterização desses resíduos envolve uma descrição detalhada da procedência do resíduo, da ma- téria-prima (por exemplo, cobre, zinco e carvão), da atividade industrial que deu origem ao resíduo, do constituinte principal do resíduo e do próprio resíduo, indicando o seu estado físico, seu aspecto geral, a cor e o odor, entre outras informações. sa ib a m ai s Para a caracterização dos resíduos, profissionais devidamente preparados e habilita- dos devem estar à frente da execução dos procedimentos de coleta, transporte e aná- lises laboratoriais. Gestão de projetos de automação e ti80 A caracterização de um resíduo demonstra a necessidade do preparo de um plano de amostragem e de análise dos parâmetros de interesse. Deve ser definido o objetivo para a escolha dos parâmetros a serem analisados e também deve ser considerada a destinação ou a disposição final pretendida para o resíduo, por exemplo: aterro para resíduo perigoso, aterro para resíduo não perigoso, aterro de resíduo inerte, inci- neração2, coprocessamento3. Para planejar a caracterização dos resíduos sólidos, devem ser consideradas as NBRs 10004:2004, 10005:2004 e 10006:2004 e, no caso dos resíduos sólidos industriais, deve ser observada a Resolução do Conama nº 313/2002 – Inventário de resíduos, que obriga os estados a realizarem os inventários dos seus resíduos. Os resultados da caracterização dos resíduos permitirão a classificação dos resíduos, viabilizando uma gestão adequada. 4.2.2 CLASSIFICAÇÃO No Brasil, os resíduos sólidos existentes podem ser classificados em: resíduos perigosos – classe 1, não perigosos – classe II, onde este pode ser classificado em II A – não inerte e II – B inerte, ABNT NBR 10004:2004. De acordo com a ABNT NBR 10004, a classificação de resíduos sólidos envolve a identificação do processo ou atividade que os originou, de seus constituintes e características e a comparação desses constituintes com listagens de resíduos e substâncias cujo impacto à saúde e ao meio ambiente é conhecido. De acordo com a ABNT NBR 10004, a classificação de resíduos envolve a identificação criteriosa dos constituintes e características dos resíduos, segundo as matérias-primas, os insumos e o processo ou ati- vidade que lhes deu origem, e a comparação destes com a listagem de resíduos e substâncias que podem causar impacto à saúde e ao meio ambiente, para que possam ser gerenciados adequadamente. 2 Incineração: queima do lixo em usinas e/ou fornos. 3 Coprocessamento: alternativa adequada, em termos ambientais, para destinação final dos resíduos. 4 Meio aMbiente 81 Segundo a ABNT NBR 10004, os resíduos são classificados em: São aqueles que apresentam periculosidade em função de suas propriedades físicas, químicas ou infectocontagiosas, ou alguma característica como inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade ou patogenicidade. Exemplos: borra de tinta, óleos minerais, produtos químicos, etc. Classe I (perigosos): São aqueles que não se enquadram nas classificações de resíduos classe I ou de resíduos classe II-B. Os resíduos classe II-A podem ter propriedades como combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade em água. Exemplos: matérias orgânicas, limalha de ferro, fibras de vidro, etc. Classe II-A (não perigosos – não inertes): Quaisquer resíduos que, quando submetidos a amostras de forma representativa, segundo a NBR 10007:2004 (amostragem de resíduos) e submetidos a teste de solubilização segundo a NBR 10006:2004 (solubilização de resíduos), não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se os padrões de aspecto, cor, turbidez e sabor. Exemplos: sucata de ferro, aço, entulhos, etc. Classe II-B (não perigosos – inertes): Figura 41 - Classificação dos resíduos, conforme ABNT NBR 10004 Fonte: SENAI DR BA, 2020. Agora que compreendemos a relação entre os principais poluentes encontrados dos resíduos sólidos e o tipo de perigo associado, vamos entender como ocorre o tratamento desses resíduos. Gestão de projetos de automação e ti82 4.2.3 TRATAMENTO O tratamento de resíduos sólidos consiste em um conjunto de procedimentos aplicados aos resíduos, visando respeitar as normas referentes ao meio ambiente, desde a produção inicial até o destino final. Além disso, tem como objetivo amenizar os impactos negativos, ou seja, o que pode vir a prejudicar a saúde humana. A escolha do tipo de tratamento dos resíduos sólidos depende das características e composição do re- síduo a ser tratado. De posse dessas informações é que se pode escolher a melhor forma de tratar ou apro- veitar os resíduos, levando em consideração os custos da tecnologia empregada e a eficiência do processo. Tratar um resíduo significa transformá-lo de tal maneira que se possa reutilizá-lo ou dispô-lo em con- dições mais seguras e ambientalmente aceitáveis (VALLE, 2002). As principais formas de tratamento são: a) Conversão dos constituintes tóxicos em formas menos perigosas ou insolúveis; b) Alteração da estrutura química, facilitando sua incorporação ao ambiente; c) Destruição dos compostos tóxicos; d) Separação das frações tóxicas, reduzindo volume e periculosidade (TOCCHETTO, 2005). Os diferentes tratamentos aplicados aos resíduos sólidos podem ocorrer a partir de reações químicas, físicas, biológicas e/ou térmicas. Os processos de tratamento de resíduos, independentemente do tipo de reação envolvida, são realizados na unidade de tratamento. Figura 42 - Exemplo de estação de tratamento de resíduos sólidos Fonte: SHUTTERSTOCK, 2020. 4 Meio aMbiente 83 No caso dos resíduos industriais, a indústria é responsável pelo tratamento dos resíduos que gera e, para tanto, nas suas instalações pode haver uma unidade de coprocessamento, um incinerador, uma esta- ção de tratamento de efluentes4 (ETE) que, além do efluente, também tratará o lodo, entre outras estrutu- ras de tratamento, dependendo do tipo de resíduo gerado. 4.3 GESTÃO AMBIENTAL A gestão ambiental é a administração de atividades econômicas e sociais de forma a utilizar de maneira racional os recursos naturais. É uma abordagem sistêmica, isto é,a preocupação ambiental não está ape- nas em um setor específico e sim está em todos os negócios das organizações. Além disso, é também um processo através do qual as organizações definem e redefinem seus obje- tivos e metas relacionadas à proteção do ambiente (SEFFERT, 2005), à saúde de seus empregados, aos clientes e comunidade, além de selecionarem estratégias e meios para atingir estes objetivos através da avaliação de sua interação com o meio ambiente externo. A gestão ambiental passou a ser formalizada e conceituada ao longo das últimas décadas, quando sur- giram as primeiras manifestações ambientais, focando em um novo modelo de desenvolvimento para os países e para as empresas de modo geral. $ econômico ambiental social Figura 43 - Gestão ambiental Fonte: SENAI DR BA, 2020. Tudo o que fazemos está relacionado ao meio ambiente e, por esse motivo, devemos considerá-lo no planejamento de forma séria, sendo assim, surge o Sistema de Gestão Ambiental. Vamos conhecê-lo melhor. 4 Efluentes: resíduos originados de atividades humanas (processos industriais, redes de esgotos, etc), que são descartados na natureza. Gestão de projetos de automação e ti84 4.3.1 SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL O Sistema de Gestão Ambiental, também conhecido como SGA, é um conjunto de procedimentos téc- nicos e práticos, que visa melhorar o desempenho ambiental, já que o desenvolvimento sustentável se tor- nou uma das vertentes ambientais mais importantes do mundo. A ABNT NBR ISO 14001 é que normatiza os requisitos do Sistema de Gestão Ambiental. O SGA de uma empresa ou organização pode ter diversos modelos e não precisa necessariamente se- guir a padronização definida pela ISO 14001. Entretanto, até mesmo a obtenção da certificação na norma ISO 14001 não representa um atestado de excelência ambiental, e sim, um modelo gerencial orientado para o alcance da melhoria contínua nas questões ambientais. casos e reLatos Gestão ambiental na organização Carolina, técnica que atua na área de automação de uma empresa alimentícia, tinha um pouco de conhecimento na área de meio ambiente, e observou que havia algumas inconsistências no Sistema de Gestão Ambiental da empresa, pois as avaliações periódicas de conformidade ambiental não estavam acontecendo. Então, ela decidiu entrar em contato com o técnico responsável pela área de meio ambiente para informar o que estava acontecendo e entender o motivo. O Técnico em Meio Ambiente, Carlos, recém-chegado na empresa, comunicou a Carolina que o Sis- tema de Gestão Ambiental da empresa realmente apresentava diversas falhas e que ele estava tra- balhando nas melhorias, por isso o problema ainda não havia sido resolvido. Carlos conseguiu finalizar as modificações do Sistema de Gestão Ambiental da empresa em pouco mais de um mês e implementou todas as modificações, e a partir disso, o Sistema de Gestão Ambien- tal passou a englobar todos os requisitos presentes na ISO 14001, porém, seguindo o seu próprio modelo. Os líderes do Sistema de Gestão Ambiental devem sempre se atualizar pesquisando quais as atuais ten- dências do mercado quanto às exigências no padrão ambiental da organização. Para isso, devem incluir novas tecnologias de tratamentos de resíduos, métodos que não gerem passivos ambientais5 ou boas práticas de reciclagem, por exemplo. 5 Passivos ambientais: corresponde à soma dos danos ao meio ambiente causados por empresas e, consequentemente, dá obrigação de repará-los. 4 Meio aMbiente 85 SGA Figura 44 - Sistema de Gestão Ambiental Fonte: SENAI DR BA, 2020. O SGA é implantado nas organizações visando principalmente a sua adequação às exigências do mer- cado que, cada vez mais, estabelece como prioridade a sustentabilidade dos sistemas. Gestão de projetos de automação e ti86 4.3.2 RESPONSABILIDADE AMBIENTAL Você, alguma vez, substituiu sacos plásticos por sacolas retornáveis? Ou já reutilizou materiais para re- alizar alguma atividade específica? Estas ações se configuram como responsabilidade ambiental, ou seja, são ações realizadas de forma coletiva ou individual, focadas no desenvolvimento sustentável. Observe a seguir alguns exemplos de responsabilidade ambiental. Figura 45 - Exemplos de responsabilidade ambiental Fonte: SHUTTERSTOCK, 2020. Ao longo dos anos, esse conceito de responsabilidade ambiental ganhou muita força, e todas as empre- sas precisam viabilizar ações, que devem fazer parte do seu Sistema de Gestão Ambiental.. Algumas ações importantes devem ser praticadas pelas empresas, tais como: não adotar medidas que possam causar da- nos à natureza, utilizar energias limpas, fornecer treinamento sobre desenvolvimento sustentável aos seus colaboradores, desenvolver sistema de reciclagem de materiais, etc. 4 Meio aMbiente 87 recapituLando Neste capítulo, estudamos sobre o meio ambiente. Compreendemos que o meio ambiente diz res- peito às coisas vivas e não vivas; é a reunião de elementos químicos, físicos e biológicos em que os seres vivos se desenvolvem. Após isso, entendemos que o desenvolvimento sustentável é o proces- so de desenvolvimento social e econômico que caminham ao lado do desenvolvimento ambiental. Ainda, vimos sobre ecossistema, os paradigmas ambientais e conservação e preservação ambiental. Continuamos seguindo os nossos estudos através do gerenciamento de resíduos, onde aprendemos que a ABNT NBR 14001 é a responsável por classificar os tipos de resíduos sólidos e semissólidos. Além disso, estudamos sobre as suas caracterizações e classificações e como esses resíduos podem ser tratados adequadamente. E, por fim, aprendemos sobre a gestão ambiental, compreendendo que ela é a responsável pela administração de atividades econômicas e sociais de forma a utilizar de maneira racional os recursos naturais. O Sistema de Gestão Ambiental é importante para compreendermos que a responsabilida- de ambiental, tanto a individual quanto a coletiva, é de todos nós e contribui significativamente para a conservação da natureza. 5 A automação produz sistemas capazes de realizar o controle de algum processo e corrigir seu funcionamento de forma automática. Com a Tecnologia da Informação – TI, é possível a produção de sistemas que, usando de um conjunto de recursos tecnológicos (Hardware, software e serviços relacionados), fazem o processamento, armazenamento e tratamento das informações de um processo. Figura 46 - Projetos de automação e TI Fonte: SHUTTERSTOCK, 2020. Com a chegada do conceito de Internet das Coisas – IoT, novos sistemas surgiram. Como exemplo, surgiu o sistema de automação e TI, e é sobre o projeto desse tipo de sistema que iremos tratar neste capítulo. Para ajudá-lo a compreender os projetos, vamos relembrar que IoT é um termo que vem do inglês Internet of Things, é um conceito onde todos os dispositivos conectados na rede enviam e recebem informações. Começaremos vendo a definição e as características de um projeto de automação e TI, após isso será estudado qual o objetivo desse projeto. Veremos seus tipos, em seguida, o ciclo de vida desse tipo de projeto. Por fim, veremos as etapas de gerenciamento do proje- to e a importância do relacionamento com o cliente. Vamos aprender! 5 projeto de sistemas de automação e ti 5 Projeto de sistemas de automação e ti 91 5.1 DEFINIÇÃO Um projeto de sistema de automação e TI pode ser definido como aquele que cria um sistema capaz de controlar e corrigir um processo de forma automatizada, baseado nas informações que foram tratadas, processadas e armazenadas no sistema. Assim, podemos entender que um projeto de sistema de automa- ção e TI é aquele que faz a união das tecnologias do sistema de automação com as tecnologias do sistema de informação. 5.2 CARACTERÍSTICAS E OBJETIVO Um projeto de sistemas de automação e TI tem suas características ligadas à sua funcionalidade. Veja- mos a seguir algumas características: E necessário o controle sobre as ações do processo. Como exemplo de controle para o processo desoldagem de placas eletrônicas, podemos citar o comando de controladores. Controle de processo Haja vista as informações estarem sendo processadas e tratadas em tempo real, é possível monitorar todos os dispositivos conectados na rede, por exemplo, saber o nível de um tanque da fábrica em tempo real. Monitoramento Reúne todas as informações do sistema, seleciona e correlaciona aqueles relevantes e as armazena, formando um conjunto de registros ou arquivos que são relacionados entre si. Banco ou base de dados A união do processamento em tempo real das informações, com a resposta automática do sistema de acordo com essas informações, trazem mais segu- rança ao processo. Segurança Devido à grande parte do processo ser automatizado e não precisar da interferência humana, as decisões são tomadas muito mais rápidas, além do processo manter seu padrão e velocidade. Eficiência Esse tipo de sistema tem a capacidade de se comunicar com todos os dispositi- vos e fazer com que eles trabalhem em conjunto. Interoperabilidade Figura 47 - Características de um sistema de automação e TI Fonte: SENAI DR BA, 2020. Gestão de projetos de automação e ti92 Todas essas características, e outras presentes em um projeto de sistema de automação e TI, contri- buem para que o objetivo desse sistema seja alcançado. Um projeto que leva em consideração essas características, tem como objetivo automatizar o controle de dispositivos em um processo, assim como o tratamento e armazenamento das informações do mesmo, a fim de substituir ou minimizar a interferência humana no processo. 5.3 TIPOS Os projetos de sistema de automação e TI variam de acordo com o ambiente que será aplicado, poden- do ser residenciais ou industriais. Os projetos residenciais buscam trazer comodidade e facilidade na realização de tarefas dentro de uma residência com o uso de tecnologias de automação e TI. Este tipo de projeto pode variar desde o ajuste automático de temperatura da casa, onde você pode acessar e controlar as informações da temperatura em um painel, até projetos maiores envolvendo todos os eletrônicos da casa. Os projetos residenciais dis- ponibilizam informações de acesso e controle sobre o funcionamento do sistema em um painel central ou de forma remota, como um celular. Figura 48 - Projetos residências Fonte: SHUTTERSTOCK, 2020. Os projetos industriais, por sua vez, buscam trazer a otimização, eficiência, segurança, redução de custos e controle dos dados e informação dos processos industriais, com o uso das tecnologias de automação e TI. 5 Projeto de sistemas de automação e ti 93 Figura 49 - Projetos industriais Fonte: SHUTTERSTOCK, 2020. Estes projetos são cada vez mais aplicados em processos com uma demanda muito alta, assim como em processos que são inacessíveis ao homem por conta do seu alto risco. Este tipo de projeto torna possível o controle e monitoramento do processo pelo sistema, além de armazenar as informações obtidas, impor- tantes para que sejam feitas melhorias e manutenções. Gestão de projetos de automação e ti94 5.4 CICLO DE VIDA Um projeto tem início, meio e fim e a gestão das etapas, desde o seu início até o seu término, é chamado de ciclo de vida. Dividir um projeto em etapas contribui para a facilidade de gerenciamento das atividades. Por mais que um projeto seja complexo, quando dividido em partes, sua visualização e controle se torna mais simples, já que será trabalhada cada etapa, separadamente, e assim de forma gradual até que se alcance o final do projeto. Devido a esse controle gradual do processo, as decisões de incrementação ou alteração se tornam mais assertivas. Início Meio Fim Projeto Figura 50 - Ciclo de vida de um projeto Fonte: SENAI DR BA, 2020. Imagine um quebra-cabeças e você precisa montá-lo. Mas, para que ele seja concluído será preciso que você conecte todas as partes de maneira lógica e, ao final, quando todas as partes estiverem conectadas, seu quebra-cabeças estará resolvido. Quando trazemos isso para o ciclo de vida, o quebra-cabeça é o pro- jeto e as peças são as fases. As etapas são o conjunto de atividades que seguem uma lógica, que quando concluídas fazem a entrega de uma parte do projeto, e quando tudo é concluído, o projeto está pronto. 5.5 ETAPAS DE GERENCIAMENTO As etapas de gerenciamento de um projeto são definidas pela organização ou pelo gerente de projeto. Essas etapas podem ocorrer de forma dependente ou não. Um projeto pode ser dividido em várias etapas de acordo com a sua necessidade, entretanto, podemos dividi-lo em fases genéricas, que são: a) Início: é a fase preliminar, onde é identificado o porquê de se fazer o projeto. Nessa fase são definidos os objetivos a serem alcançados, os critérios para que as entregas sejam aceitas; são estipulados prazos para as entregas, o esboço das características e funcionalidade do projeto; b) Planejamento ou preparação: é a fase onde é feita a organização do projeto, definindo a me- lhor metodologia para que seja feita a gestão. Além disso, é nessa etapa que é feito o dimensio- namento dos custos do projeto, a escolha da equipe de trabalho e o levantamento dos recursos necessários para que ele seja executado; 5 Projeto de sistemas de automação e ti 95 c) Execução: nesta fase é feita a aplicação daquilo que ficou definido anteriormente. Para que a exe- cução seja feita de maneira correta, é feito também o monitoramento das atividades que estão sendo executadas. Quando necessário, algumas correções podem ser feitas nessa fase; d) Encerramento: essa é a etapa final onde o projeto é concluído e o produto desse projeto é entre- gue. Junto com ele, entrega-se a documentação da aprovação e conclusão. Como pudemos observar, por meio do gerenciamento das etapas de um projeto é possível estabelecer a organização do projeto, isto é, como ele deve ser executado, o que será preciso para que ele seja executa- do, os prazos do projeto e o orçamento necessário. Por isso, é importante durante a gestão de um projeto de sistemas de automação e TI, criar o seu ciclo de vida. 5.6 RELACIONAMENTO COM O CLIENTE Uma das coisas mais importantes para o sucesso de um projeto é ter um bom relacionamento com o cliente. Essa boa relação contribui para a venda do projeto ao cliente. Além disso, um bom relacionamento ajuda na aceitação, por parte do cliente, no momento de propor mudanças, melhorias e até mesmo co- branças relacionadas ao projeto. Para um bom relacionamento com o cliente, é importante manter um padrão profissional de compro- misso e responsabilidade, que pode ser demonstrado das seguintes formas: ser pontual nas reuniões com o cliente, demonstraravanços no andamento do projeto, apresentar formas de monitoramento do projeto, por meio de estudos que comprovem o benefício do projeto. Estas e outras ações contribuem para que o cliente seja cativado pelo seu trabalho. casos e reLatos Importância do relacionamento com cliente Lucas é um técnico que trabalha na SBGTEC, empresa do ramo de desenvolvimento e execução de projetos tecnológicos. Na empresa, Lucas é um dos responsáveis pela coordenação desses projetos. A empresa foi contratada para realizar um projeto de automação e TI em uma fábrica de refrigeran- tes. No acordo firmado entre as empresas, o prazo estabelecido era de um mês. Entretanto, com 20 dias ocorreu um acidente com um dos técnicos, com isso, o projeto iria atrasar em 2 dias. Lucas, como um dos responsáveis pelo projeto, e por ter um bom relacionamento com representante da empresa, informou que a entrega do projeto iria atrasar. Lucas explicou o porquê do atraso e o cliente entendeu. A equipe continuou o trabalho e conseguiu concluir o projeto dentro do novo prazo. Após a conclusão das atividades, o representante da em- presa elogiou Lucas por ter tido reponsabilidade, comprometimento e transparência. Gestão de projetos de automação e ti96 Um dos pontos mais importantes em se relacionar com o cliente é atendê-lo bem. O bom atendimento diminuiou elimina as chances de o cliente mudar de ideia na escolha de quem irá fazer seu projeto. Um bom relacionamento com o cliente contribui para que novos clientes surjam, uma vez que um cliente sa- tisfeito irá passar um feedback positivo quando perguntado sobre um bom profissional ou empresa para desenvolvimento de um projeto. 5 Projeto de sistemas de automação e ti 97 recapituLando Neste capítulo você estudou sobre os projetos de sistemas de automação e TI, que são aqueles que unem as tecnologias dos sistemas de automação e TI em um só. Vimos a definição e que eles podem ser residências e industriais, além das características de cada um. Entendemos o que é no ciclo de vida de um projeto que é definido o início, meio e fim, e de que forma deve ser feito. Além disso, entre as etapas estão a execução e o encerramento. Por fim, falamos sobre a importância de se manter um bom relacionamento com o cliente. Conduzir um bom relacionamento contribui para que possíveis mudanças ou interferências sejam aceitas de forma mais tranquila pelo cliente. 6 O gerenciamento de projetos é uma das partes mais importantes no desenvolvimento de um projeto. Através dele, os conhecimentos, as habilidades e as técnicas são reunidos e aplicados, visando atender os objetivos. Neste capítulo, aprenderemos sobre os conhecimentos atrelados a esse gerenciamento: o objetivo a alcançar, como gerenciar os projetos e processos, os requisitos que devem ser seguidos, as demandas e restrições, os stakeholders e sobre quem é o gerente do projeto. Custos t Recursos humanos Importância de cada etapa t Gerenciamento de tempo Stakeholders Gerente do projeto t Comunicação do projeto Figura 51 - Aspectos do gerenciamento de projeto Fonte: SENAI DR BA, 2020. 6 Gerenciamento de projetos 6 Gerenciamento de projetos 101 6.1 DEFINIÇÃO E PLANEJAMENTO Um projeto é o esforço, tempo e custo aplicado na criação de algo que chamamos de produto. Para que um projeto seja realizado com êxito, é preciso existir um planejamento em relação a tudo que será neces- sário para o desenvolvimento e execução, por exemplo, uso de materiais, tempo, forma de comunicação, entre outros. Esse planejamento é feito através do gerenciamento de projeto. GERENCIA- MENTO DE PROJETOS CUSTOS ESCOPO TEMPO COMUNICAÇÃO RECURSOS HUMANOS AQUISIÇÕES QUALIDADE RISCOS Figura 52 - Gerenciamento de projetos Fonte: SHUTTERSTOCK, 2020. (Adaptado). O gerenciamento de projetos existe para que seja possível alcançar o objetivo de acordo com as requi- sições do cliente, para entender cada etapa do projeto, gerenciar o tempo que cada atividade deve ser realizada, compreender o valor necessário e facilitar a comunicação entre todos os envolvidos no projeto. 6.1.1 OBJETIVO O objetivo é o lugar onde se pretende chegar. O principal objetivo do gerenciamento de projetos é al- cançar o sucesso em relação ao projeto, e para que isso aconteça, todos os envolvidos precisam trabalhar em conjunto. Gestão de projetos de automação e ti102 Figura 53 - Trabalho em conjunto Fonte: SHUTTERSTOCK, 2020. Além do trabalho em conjunto, existem outros elementos fundamentais para que o objetivo seja alcan- çado. Vamos entender um pouco mais sobre eles. 6.1.2 PROJETOS E PROCESSO O gerenciamento de projetos e processos é fundamental para que uma organização alcance o êxito. É muito comum confundirmos esses dois termos, mas é preciso saber que por mais que, estejam diretamen- te relacionados, não são a mesma coisa. Um processo é contínuo e repetitivo, gerando sempre os mesmos resultados. O intuito de um processo é produzir serviços ou produtos para os consumidores. As ações realizadas acontecem sempre de forma repetitiva e os objetivos de um processo podem sofrer mudanças de acordo com a demanda do mercado. MESMOS RESULTADOS CONTÍNUO E REPETITIVO OBJETIVOS PODEM SER ATUALIZADOS PROCESSO Figura 54 - Representação de um processo Fonte: SENAI DR BA, 2020. 6 Gerenciamento de projetos 103 Já um projeto tem um único objetivo e exige esforço por um determinado período, com início, meio e fim. O intuito de um projeto é a criação de um produto/serviço, como resultado único, e podem ser utiliza- dos na melhoria de um determinado processo. RESULTADO ÚNICO NÃO É CONTÍNUO E REPETITIVO OBJETIVO ÚNICO PROJETO Figura 55 - Representação de um projeto Fonte: SENAI DR BA, 2020. Podemos perceber que os processos e os projetos têm características diferentes, e o mesmo acontece em relação ao gerenciamento. Em uma organização, tudo o que envolver processos será responsabilidade do setor de gerenciamento de processos; já em relação aos projetos a serem realizados, teremos o setor de gerenciamento de projetos como responsável. Nos projetos, existem alguns aspectos extremamente importantes e devem ser levados em considera- ção obrigatoriamente, como os requisitos impostos pelo cliente, as demandas e restrições, os stakeholders e o gerente do projeto. Vamos conhecê-los melhor. 6.1.3 REQUISITOS Os requisitos são as definições do que o cliente quer no projeto e precisam ser atendidos. Devem ser analisados e registrados com a maior quantidade de detalhes possíveis, pois é, principalmente, através deles as alternativas de condução do projeto são definidas, com finalidade de alcançar o objetivo. Gestão de projetos de automação e ti104 Figura 56 - Requisitos Fonte: SHUTTERSTOCK, 2020. (Adaptado). Com base nos requisitos, é possível obter o planejamento dos custos e do tempo necessário para que o projeto seja realizado. 6.1.4 DEMANDAS E RESTRIÇÕES As demandas e restrições de projetos são partes essenciais do gerenciamento. As demandas se tratam da quantidade de solicitações ou buscas de projetos. Por isso, é preciso verificar se há disponibilidade por parte da equipe, para que os projetos que já estão em andamento não sofram atrasos. A capacidade da equipe e o controle da demanda precisam estar em equilíbrio para não haver sobrecarga de trabalho. $ DEMANDAS RESTRIÇÕES Figura 57 - Demandas e restrições Fonte: SENAI DR BA, 2020. As restrições são os fatores que limitam a equipe na realização do projeto. São impostas pelo cliente. Exemplo: a equipe só poderá utilizar as acomodações da empresa solicitante para a realização do projeto durante quatro horas por dia. 6 Gerenciamento de projetos 105 6.1.5 STAKEHOLDERS Os stakeholders são as organizações e/ou pessoas interessadas/envolvidos no projeto. Na elaboração de projetos, os stakeholders podem ser internos ou externos. Os internos são os que trabalham na em- presa, por exemplo, os colaboradores, os gestores de projetos, etc. Já os externos estão fora do ambiente da empresa, mas que de alguma forma estão envolvidos. Observe, na figura a seguir, alguns exemplos de stakeholders. SOCIEDADE PROPRIETÁRIOS COLABORADORES GERENTES CONSUMIDORES GOVERNO FORNECEDORES CREDORES Figura 58 - Exemplos de stakeholders Fonte: SHUTTERSTOCK, 2020. (Adaptado). Os stakeholders são fundamentais para que a definição dos requisitos e restrições dos projetos seja concretizada, ajudando a avaliar os riscos referentes ao gerenciamento do que deve ser realizado. Por isso, é preciso fazer um mapeamento correto da influência que todos os stakeholders têm no projeto. Gestão de projetos de automação e ti106 6.1.6 GERENTE DO PROJETO O gerente do projeto é a pessoa que irá liderar a equipe de projeto. Deve garantir que o projeto seja realizado com êxito. Porém, isso não quer dizer que ele é o responsável por realizar todo o trabalho físico. Figura 59 - Gerente do projeto Fonte: SHUTTERSTOCK, 2020. As suas principais funções são criar o cronograma de cada atividade a ser realizada no projeto, dividir as tarefas pelos membros da equipe, verificar se tudo está sendo realizado conforme planejado e encontrar soluções para possíveis problemas que possam surgir no andamento do projeto. casos e reLatos Importância do gestor de projeto Alicia é a gestora de projetos da empresa AutoPROJ e ficouencarregada de organizar uma equipe para realizar a implementação de um sistema de segurança nos elevadores de carga de uma fábrica que atua no ramo de confecção de roupas. Diante disso, Alicia definiu a sua equipe e os levou à fábrica para entender o que deveria ser feito. O cliente os acompanhou e informou os requisitos e as restrições que eles teriam que seguir. Após isso, ela iniciou a criação do cronograma, de acordo com as tarefas que deveriam ser realizadas e o que cada membro da equipe deveria fazer, e também definiu os recursos que seriam necessários para a realização do projeto. Então, a equipe iniciou o trabalho, cada um realizando o que fora determinado, a fim de cumprir as metas previstas no cronograma criado pela gerente do projeto. 6 Gerenciamento de projetos 107 Eles conseguiram finalizar o projeto com êxito, e Alicia foi uma das grandes responsáveis por isso, pois realizou a sua tarefa com muito sucesso, conduzindo a equipe com um bom relacionamento e desempenho. O papel de um gerente é essencial no andamento do projeto como um todo, pois quanto mais respon- sável e organizada for a gestão, maior sucesso a sua equipe poderá alcançar. 6.2 PADRÕES DE GERENCIAMENTO DE PROJETOS Quando falamos de padrões, estamos nos referimos a normas técnicas que devem ser seguidas. Pa- drões são diferentes de modelos, pois os padrões devem ser obrigatoriamente seguidos, já os modelos tratam-se de escolha. Alguns exemplos de padrões são: International Standards Organization (ISO), em por- tuguês, Organização Internacional de Padronização; e Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Em relação ao gerenciamento de projetos, o padrão a ser seguido é determinado pelo Project Management Institute (PMI), em português, Instituto de Gerenciamento de Projeto. c ur io si d ad es O PMI foi criado em 1969, por Jim Snyder e Gordon Davis, após uma reunião em um restaurante da Filadélfia, EUA, com o intuito de compartilhar informações e proble- mas em comum relativos à gestão de projetos. Fonte: PROJECT BUILDER, 2017. O PMI engloba áreas de conhecimentos técnicas, normas e outras. Entre as áreas de conhecimento, encon- tram-se o gerenciamento de tempo, custos, recursos humanos e comunicação. Vamos conhecê-los melhor. 6.2.1 GERENCIAMENTO DA INTEGRAÇÃO Quando se fala em gerenciamento da integração de um projeto, estamos falando de uma atribuição específica do gerente de projetos. Outras áreas podem até ser gerenciadas por especialistas financeiros, especialistas em riscos, em cronogramas, entre outras, mas o gerente de projetos é o responsável por uni- Gestão de projetos de automação e ti108 ficar e gerenciar o andamento das outras áreas, para que se tenha uma visão geral do todo e seja possível tomar ações, caso necessário. CUSTO PRAZO AQUISIÇÕES RISCOS COMUNICAÇÃO QUALIDADE CONTROLE GERENTE DE PROJETOS Figura 60 - Gerenciamento da integração Fonte: SHUTTERSTOCK, 2020. (Adaptado). O gerenciamento da integração de projetos envolve tomar decisões em relação a mudanças no proje- to, bem como medir e monitorar o progresso tomando todas decisões para que os objetivos possam ser alcançados. O gerenciamento da integração também é responsável por garantir que a entrega dos produtos, servi- ços ou resultados nas datas assim estipuladas. 6.2.2 GERENCIAMENTO DE ESCOPO O gerenciamento de escopo de um projeto inclui etapas que definem e controlam o que deve estar ou não incluso no projeto. Em outras palavras, ele assegura que o projeto inclua todo o trabalho necessário para o sucesso de todos os envolvidos. Uma das ferramentas principais para o gerenciamento de escopo de um projeto é a EAP. A Estrutura Analítica do Projeto (EAP) consiste em organizar as fases de um projeto em grupos de entregas, tomando como ponto inicial o projeto em si subdividindo essas entregas em componentes menores e mais fáceis de serem gerenciáveis. Veja, a seguir, um exemplo de EAP. 6 Gerenciamento de projetos 109 PROJETO INDÚSTRIA 4.0 Gerenciamento de projetos Requisitos do produto Design Desenvolvimento Integração e testes Planejamento Reuniões Administração Software Software Software Software Documentação técnica Documentação técnica Documentação técnica Documentação técnica Treinamento do usuário Interface Interface Interface Figura 61 - Estrutura analítica do projeto Fonte: SENAI DR BA, 2020. O gerenciamento de escopo do projeto tem como finalidade coletar, definir, validar e controlar as en- tregas do projeto, ou seja, controla o que está ou não sendo realizado no decorrer do projeto. A partir do escopo do projeto é possível mensurar o tempo necessário para a execução de cada etapa do projeto, sendo essa função mais detalhadamente especificada no gerenciamento de tempo. Gestão de projetos de automação e ti110 6.2.3 GERENCIAMENTO DE TEMPO O gerenciamento de tempo é uma das partes mais importantes da realização de um projeto. Através desse gerenciamento, conseguimos definir as atividades, a sequência em que em que essas atividades serão realizadas, a estimativa de recursos necessários para a realização e o tempo de duração de cada uma delas, para que um cronograma seja criado. Figura 62 - Gerenciamento do tempo Fonte: SHUTTERSTOCK, 2020. Com o cronograma criado, é possível monitorar e controlar todo o andamento do projeto, desde as atividades que estão sendo realizadas aos recursos utilizados. 6 Gerenciamento de projetos 111 6.2.4 GERENCIAMENTO DE CUSTOS O gerenciamento de custos é responsável pelo orçamento e controle de custos referentes ao projeto. A primeira etapa que deve ser realizada no gerenciamento de custos é o planejamento, assim como em todos os outros. Figura 63 - Gerenciamento de custos Fonte: SHUTTERSTOCK, 2020. A partir do planejamento podemos estimar os custos necessários para a realização de cada etapa do projeto, fazer um orçamento referente aos materiais necessários e controlar esses custos. Gestão de projetos de automação e ti112 6.2.5 GERENCIAMENTO DA QUALIDADE O gerenciamento da qualidade é responsável por incluir toda a política e padrões de qualidade da organização. Também faz parte do gerenciamento de qualidade oferecer suporte a tarefas de melhoria contínua de processos nas organizações. QUALIDADE TEMPO CUSTO ESCOPO Figura 64 - Gerenciamento de qualidade Fonte: SENAI DR BA, 2020. O gerenciamento da qualidade refere-se à qualidade que o trabalho deve ter. É importante estar sem- pre atento à qualidade dos processos e atividades realizadas durante um projeto, usando relatórios, acom- panhamentos, documentos de testes e validação como forma de gerenciar e controlar a qualidade das etapas executadas. 6 Gerenciamento de projetos 113 6.2.6 GERENCIAMENTO DE RECURSOS HUMANOS O gerenciamento de recursos humanos é responsável por gerenciar a equipe do projeto, determina a hierarquia e os perfis profissionais de cada membro. É o gerenciamento que se encarrega do treinamento e integração da equipe, visando facilitar a interação entre os membros e facilitar a troca de conhecimentos. Gerência Motivação Empoderamento Avaliação Recompensa Feedback Recrutamento Treinamento Figura 65 - Recursos humanos Fonte: SENAI DR BA, 2020. O gerenciamento de recursos humanos também é responsável por minimizar os conflitos que possam acarretar em problemas para o projeto. Gestão de projetos de automação e ti114 6.2.7 GERENCIAMENTO DE COMUNICAÇÃO É o gerenciamento responsável pela troca de informações. Define como deve acontecer a comunicação entre todas as partes envolvidas no projeto. Determina o responsável por gerar a informação, a quem essa informação deve ser transmitida, o período em que devem ser trocadas. Figura 66 - Comunicação Fonte: SHUTTERSTOCK, 2020. Também, é através desse gerenciamento que as partes interessadas em se comunicar precisam ser iden- tificadas e planejar qual meio será usado (reuniões, e-mails, videoconferência, etc.) e quais informações precisam ser transmitidas. Ainda,como serão relatadas as informações sobre o desempenho dos membros envolvidos no projeto. 6.2.8 GERENCIAMENTO DE RISCO O gerenciamento de riscos de um projeto, como o próprio nome sugere, visa identificar e analisar todos os possíveis riscos envolvidos no projeto. Quando esses riscos não são gerenciados, existe a possibilidade de que as entregas possam não ser alcançadas, o que pode afetar todo o projeto, gerando desde atrasos na entrega final e até mesmo riscos mais sérios como perdas materiais e pessoais. 6 Gerenciamento de projetos 115 Figura 67 - Projetos e seus riscos Fonte: SHUTTERSTOCK, 2020. Para gerenciar os riscos, é preciso conhecer e analisar qual nível de exposição ao risco é aceitável em um determinado projeto e definir quais limites devem ser impostos, para que esses riscos possam ser con- trolados e, se possível, evitados. 6.2.9 GERENCIAMENTO DAS AQUISIÇÕES O gerenciamento das aquisições é responsável pelos processos de compra de ferramentas, insumos, produtos, serviços e contratos necessários para o desenvolvimento do projeto. O gerenciamento das aqui- sições tem como finalidade planejar, conduzir e controlar as aquisições feitas para o projeto. Figura 68 - Gerenciamento das aquisições Fonte: SHUTTERSTOCK, 2020. Gestão de projetos de automação e ti116 É através do gerenciamento das aquisições que as organizações definem políticas e procedimentos que assegurem que todas as compras atendam as necessidades do projeto, garantindo que essas aquisições sejam cumpridas. 6.2.10 GERENCIAMENTO DAS PARTES INTERESSADAS O gerenciamento das partes interessadas tem como objetivo identificar todas as esferas, sejam elas pessoas, organizações ou grupos que podem impactar ou serem impactados pelo projeto. Ela tem como caráter identificar, planejar, gerenciar e monitorar as expectativas das partes interessadas e os processos ali envolvidos. Figura 69 - Gerenciamento das partes interessadas Fonte: SHUTTERSTOCK, 2020. Em todo projeto existem partes interessadas. Essas partes podem afetar positivamente ou negativa- mente um projeto, devendo o gerente e a equipe dispor de habilidades para identificar e engajar, de ma- neira apropriada, todas as partes interessadas, o que pode fazer a diferença no sucesso ou fracasso do projeto. 6.2.11 MONITORAMENTO E CONTROLE DO PROJETO Quando se gerencia um projeto é preciso também ter o controle e monitoramento do progresso e desempenho do empreendimento. O monitoramento e o controle de um projeto servem para identificar áreas nas quais serão necessárias mudanças, usando para isso a coleta de dados de desempenho do proje- to, medindo, relatando e divulgando informações sobre o desempenho das áreas avaliadas. 6 Gerenciamento de projetos 117 Figura 70 - Monitoramento e controle do projeto Fonte: SHUTTERSTOCK, 2020. O controle também é importante, é feito comparando o desempenho real com o planejado, analisando variações, tendências, e verificando quais melhorias podem ser feitas no processo, avaliando alternativas e recomendando ações corretivas, se necessário. É comum, nessa fase, o uso de relatórios e softwares para fazer o monitoramento e controle por períodos (semanal, bimestral, trimestral, semestral, anual, etc.). 6.2.12 SOFTWARES DE GERENCIAMENTO DE PROJETOS Para que o gerente de projetos possa analisar, monitorar e controlar todas as etapas do projeto com clareza e precisão, é necessário que essas informações sejam disponibilizadas por algum meio, que deve permitir uma visão geral e detalhada de todo o projeto. Conheça, a seguir, alguns softwares e suas aplica- ções no gerenciamento de projetos: a) Trello: é uma ferramenta simples e intuitiva que trabalha com base em quadros, cartões e listas onde é possível dividir as tarefas por entregas, etapas e/ou setor. Ela usa o conceito similar ao kanban para organizar e delegar tarefas; b) MS Project: é uma ferramenta criada pela Microsoft, sendo utilizada para detalhar etapas do projeto através de uma lista de atividades. Ela conta com recursos gráficos e funções de alocação de recursos e custos das etapas, que auxiliam o gerente de projetos a visualizar o andamento do projeto; c) Primavera P6: semelhante ao MS Project, o Primavera também é um software para gerenciar projetos contando com diversos módulos para analisar, gerenciar riscos, portfólio, possuindo também integração com outros produtos para geração de relatórios, por exemplo. Gestão de projetos de automação e ti118 Os softwares auxiliam no gerenciamento do projeto, mas é preciso ter em mente que outras atividades devem ser levadas em consideração, como reuniões periódicas com o time do projeto, relatórios e visitas técnicas às dependências do projeto. 6 Gerenciamento de projetos 119 recapituLando Neste capítulo aprendemos sobre o gerenciamento de projetos, compreendendo que através dele os conhecimentos, as habilidades e as técnicas são reunidos e aplicados, visando atender os objeti- vos do projeto. Compreendemos que o planejamento do gerenciamento engloba diversos fatores que devem ser levados em consideração, são eles: o objetivo, que é o que se pretende alcançar através da sua reali- zação; o projeto e o processo, que por mais que sejam confundidos, são diferentes (o projeto tem um único objetivo e gera apenas um resultado, diferentemente do processo); os requisitos do projeto, que são as definições do que o cliente quer no projeto e precisam ser atendidos; as demandas que são definidas pela quantidade de solicitações ou buscas por projetos; as restrições que são alguns fatores limitantes para a equipe; os stakeholders, definidos como organizações ou pessoas interessa- das no projeto; e o gerente de projeto, que é a pessoa que guia toda a equipe do projeto. Por fim, aprendemos sobre o padrão de gerenciamento de projeto, o Project Management Institute (PMI), que engloba diversas áreas de conhecimento, como o gerenciamento de tempo, de custos, de recursos humanos e de comunicação. 7 Quando pensamos em projetar algo, precisamos pensar nas etapas que devem ser se- guidas para alcançar esse objetivo. Já pensou em como seria se não seguíssemos essas etapas? Provavelmente haveria algum erro no andamento do projeto. E é por isso que as metodologias ágeis de gerenciamento de projetos existem. Dessa forma, precisamos conhecer algumas metodologias mais utilizadas no gerencia- mento de projetos: o Design Thinking, PM Canvas, SCRUM e Kanban. Design Thinking PM Canvas SCRUM Kanban Figura 71 - Metodologias mais utilizadas no gerenciamento de projetos Fonte: SENAI DR BA, 2020. Como existem diversas metodologias de gerenciamento de projeto, precisamos nos atentar à aplicação da metodologia correta ao nosso projeto, pois caso a escolha seja feita de forma errônea, poderá haver atrasos nas entregas, aumento no custo, insatisfação do cliente, entre outros. 7 metodologias ágeis de gerenciamento de projetos: aplicação 7 Metodologias ágeis de gerenciaMento de projetos: aplicação 123 7.1 DESIGN THINKING O Design Thinking é uma metodologia que surgiu a partir da necessidade de inovação, por parte das empresas. O termo “Design Thinking” é de origem inglesa e em tradução livre para o português, significa pensamento de designer. Segundo BROWN (2010, p. 4), O Design Thinking integra habilidades dos designers com o ponto de vista tecnológico e economicamente viável, buscando estabelecer correspondência entre as necessidades hu- manas com os recursos técnicos disponíveis considerando as restrições práticas dos negócios. Observe a seguir como funciona o processo dessa metodologia. DESIGN THINKING EMPATIZAR DEFINIR IDEALIZAR PROTOTIPAR TESTAR Figura 72 - Processo da metodologia Design Thinking Fonte: SHUTTERSTOCK, 2020. (Adaptado). Como foi possível observar, existem algumas etapas a serem seguidas para se alcançar o objetivo. A primeira delas é a empatia, ou seja, nesta etapa devemos compreender claramente o problema que deve ser resolvido e também devemoster empatia com as pessoas envolvidas no projeto. A segunda etapa é a definição do problema, onde é necessário reunir todas as informações adquiridas na etapa anterior, e que serão utilizadas na próxima etapa, que é a ideação. Nesta etapa, as ideias são gera- das e analisadas, uma das técnicas de ideação mais utilizada nesta etapa é o brainstorm, que possibilita um maior número de sugestões e divergências de ideias, até alcançar uma solução para o problema. Após a etapa de ideação, vem a etapa da prototipagem, onde será fabricado o produto de forma mini- mizada, e a partir daí, partimos para a última etapa, onde o protótipo do produto é testado e validado ou reparado, antes de ser entregue ao cliente como solução do problema apresentado inicialmente. Gestão de projetos de automação e ti124 7.2 PM CANVAS O PM Canvas (Project Model Canvas) foi uma metodologia criada pelo brasileiro José Finocchio Júnior, com o intuito de propiciar eficiência e clareza no desenvolvimento de projetos. Seguindo essa metodologia, todas as informações do projeto devem constar de forma objetiva em um papel A4. Observe, a seguir, o modelo do PM Canvas. GP PITCH JUSTIFICATIVAS PASSADO STAKEHOLDERS EXTERNOS & Fatores externos PREMISSAS RISCOSPRODUTO OBJ SMART BENEFÍCIOS Futuros REQUISITOS EQUIPE GRUPOS DE ENTREGAS LINHA DO TEMPO RESTRIÇÕES CUSTOS Figura 73 - Modelo PM Canvas Fonte: SENAI DR BA, 2020. Vamos entender sobre as informações que devem constar em cada um desses espaços através do qua- dro a seguir. 7 Metodologias ágeis de gerenciaMento de projetos: aplicação 125 GP (Gerente do Projeto) PITCH JUSTIFICATIVAS OBJ SMART BENEFÍCIOS PRODUTO REQUISITOS STAKEHOLDERS EXTERNOS EQUIPE RESTRIÇÕES PREMISSAS RISCOS GRUPO DE ENTREGA LINHA DO TEMPO CUSTOS Pessoa responsável por liderar a equipe de projeto. O nome do projeto. Deve constar o porquê de o projeto estar sendo criado, ou seja, quais são as necessidades do cliente que atualmente não são atendidas. É preciso constar os benefícios futuros que o cliente terá através desse projeto. As pessoas que estão envolvidas no projeto, mas não estão subordinadas ao gestor do projeto. Exemplo: o cliente. Todas as pessoas que estão responsáveis por produzir entregas do projeto. Tudo o que deve ser entregue, os componentes concretos gerados pelo projeto. São as limitações da equipe em relação ao projeto. Exemplo: a equipe não se compromete com a compra dos materiais. Suposições dadas como certezas e não estão sob controle do gerente do projeto. Exemplo: o cliente disponibilizará todos os materi- ais necessários para o projeto na data solicitada pela equipe. São situações que podem acontecer e são relevan- tes para o projeto. Exemplo: o cliente não entregou o material necessário no prazo, logo, o projeto será entregue com atraso. O que foi determinado pelo cliente e deve constar no projeto, obrigatoriamente. Deve constar o principal objetivo do projeto. O produto que deve ser entregue ao cliente. Definição das datas do grupo de entrega. Deve constar o valor total do projeto. Quadro 4 - Preenchimento do Canvas Fonte: SENAI DR BA, 2020. Gestão de projetos de automação e ti126 O PM Canvas deve ser criado na etapa inicial do projeto, pois além de auxiliar a prever alguns problemas que possam ocorrer no projeto, facilita na identificação de possíveis parceiros. casos e reLatos PM Canvas em um projeto A empresa PROJATECH atua no ramo de desenvolvimento de projetos de automação para outras empresas e foi requisitada para a desenvolver um projeto de separação de materiais em uma esteira. Joana, uma das técnicas responsáveis pela elaboração de projetos, organizou a sua equipe, formada por Fernanda, João, Ângelo e Lucca, e os convocou para elaborar o escopo do projeto através do PM Canvas. Seguindo todas as orientações e preenchendo-o conforme as informações passadas pelo cliente, eles finalizaram todo o preenchimento em duas semanas. A partir disso, conseguiram ter uma visão ampla de tudo que deveria ser feito no projeto. Eles apresentaram o PM Canvas ao cliente, demonstrando as premissas, grupo de entregas, restri- ções e tudo o que deve constar. O cliente concordou e, então, eles iniciaram a parte prática. Essa é uma das metodologias mais aplicadas na elaboração de projetos, pois aborda sobre todos os itens necessários, facilitando a visualização do que precisa ser alcançado, tanto por parte da equipe, quan- to do cliente. 7.3 SCRUM O SCRUM foi criado com o intuito de desenvolver softwares na indústria da tecnologia de uma forma mais ágil e confiável, com eficiência. (SUTHERLAND, 2016). Esta metodologia divide o projeto em pequenas etapas, que são chamadas de sprints. Ao final da rea- lização de cada sprint são feitas algumas avaliações com a finalidade de detectar erros e acertos, visando melhorar a realização das próximas sprints. É uma metodologia muito utilizada em projetos que estão sujeitos a constantes mudanças. Observe, a seguir, como ocorre esse processo. 7 Metodologias ágeis de gerenciaMento de projetos: aplicação 127 PROCESSO SCRUM REVISÃO DA SPRINT RETROSPECTIVA PLANEJAMENTO DA SPRINT PL A N EJ A M EN TO D A S PR IN T BACKLOG DO PRODUTO HISTÓRIA DOS USUÁRIOS IDEIA/ VISÃO BACKLOG DO PRODUTO SELECIONADO BACKLOG DA SPRINT SPRINT (2 A 4 SEMANAS) 24 HORAS SCRUM DIÁRIA NOVA FUNCIONALIDADE Figura 74 - Processo SCRUM Fonte: SHUTTERSTOCK, 2020. (Adaptado). A metodologia SCRUM estabelece reuniões todos os dias. Essas reuniões devem ser realizadas em no máximo quinze minutos, para estabelecer as prioridades do dia, facilitando a comunicação e permitindo que toda a equipe receba feedbacks6 constantemente. 7.4 KANBAN Essa metodologia foi desenvolvida na década de 60 por japoneses que trabalhavam na empresa Toyo- ta. É uma metodologia que funciona através da utilização de cartões, colunas e um quadro. Os cartões e as colunas estão contidos no quadro. Um Kanban, normalmente, é dividido em três colunas: PARA FAZER, EM EXECUÇÃO e FEITO. Observe, a seguir, um exemplo de Kanban. 6 Feedbacks: retorno de informações. Gestão de projetos de automação e ti128 PARA FAZER EM EXECUÇÃO FEITO Figura 75 - Kanban Fonte: SHUTTERSTOCK, 2020. Como pôde ser observado na figura anterior, os cartões representam as tarefas que devem ser realiza- das para se alcançar o resultado final e as colunas representam o status da tarefa. c ur io si d ad es Kanban é um termo japonês que significa “cartões” em português, e português. Foi criado com o objetivo de controlar o estoque de materiais da empresa, para que não houvesse acúmulo, nem falta de produtos e, consequentemente, conseguir ter equi- líbrio na produção e no estoque. Essa metodologia auxilia o gerenciamento do seu projeto, limitando e gerenciando o fluxo do seu tra- balho, por isso é amplamente utilizada. Existe também a versão em software, o que facilita ainda mais esse gerenciamento. 7 Metodologias ágeis de gerenciaMento de projetos: aplicação 129 recapituLando Neste capítulo aprendemos sobre as principais metodologias ágeis de gerenciamento de projetos. Iniciamos o nosso aprendizado através da Design Thinking, metodologia muito utilizada na resolu- ção de problemas complicados, que tem como principal objetivo sugerir soluções satisfatórias para os clientes. Em sequência, estudamos sobre o PM Canvas, e compreendemos que foi uma metodologia criada com o intuito de ser extremamente ágil e clara em relação ao projeto. Após isso, partimos para o SCRUM, metodologia que divide o projeto em pequenas etapas, chama- das de sprints. É muito utilizada em projetos que passam por constantes mudanças. E, por fim, aprendemos sobre o Kanban, compreendendo que foi uma metodologia criada pelos japoneses e que o seu principal objetivo é separar as tarefas que devem ser feitas, as que estão em execução e as que já foram feitas, utilizando um quadro, cartões e colunas. 8 O comportamento social é tudo aquiloque reflete as atitudes de um indivíduo perante a sociedade e que venha afetar positiva ou negativamente suas relações sociais. Diz respei- to a tudo o que envolve pessoas de um mesmo ambiente, interagindo conforme regras de convivência e normas sociais. Saber comportar-se em um ambiente de trabalho é essencial para o bom desempenho do trabalhador. Fatores como educação, postura e comunicação com os colegas e líderes são essenciais, visto que, cada vez mais, o trabalho em equipe é uma característica impor- tante para execução de tarefas e alcance dos objetivos propostos. Figura 76 - Trabalho em equipe Fonte: SHUTTERSTOCK, 2020. Neste capítulo, estudaremos sobre algumas vertentes do comportamento social e das equipes de trabalho, tais como: o homem como ser social, o papel das normas de convivên- cia em grupos sociais, a influência do ambiente de trabalho no comportamento, fatores de satisfação no trabalho, cultura organizacional e hierarquia nas relações de trabalho. 8 comportamento e equipes de trabalho 8 Comportamento e equipes de trabalho 133 8.1 O HOMEM COMO SER SOCIAL O homem é um ser social por natureza, desde criança tem a necessidade de relacionar-se socialmente. O ambiente familiar é o primeiro meio social, onde ele aprende a se comunicar, ajudar, pedir ajuda, expli- car, entender, etc. E, aos poucos, os outros contatos vão surgindo, na creche, escola, momentos de lazer, locais de trabalho e em diversos outros locais. sa ib a m ai s Conheça o livro de ALMEIDA, Anailde. A construção social do ser homem e ser mu- lher. Salvador: UNEB, 2009. Apresenta uma reflexão acerca da relação social entre os indivíduos. No ambiente de trabalho não é diferente. Todas essas características necessitam ser praticadas, a fim de manter boa relação social. No mundo contemporâneo, é extremamente importante ter boas relações sociais no trabalho, para contribuir na qualidade de execução das atividades e no reconhecimento como bom profissional. Figura 77 - Relações sociais no ambiente de trabalho Fonte: SHUTTERSTOCK, 2020. Gestão de projetos de automação e ti134 Dentro desse contexto do homem como ser social, existem dois termos essenciais, a sociabilidade, que é a capacidade que o homem tem de socializar com outros indivíduos; e a socialização, que é o processo de socializar. Nesse processo, precisamos respeitar algumas regras de convivência, vamos conhecê-las melhor. 8.2 O PAPEL DAS NORMAS DE CONVIVÊNCIA EM GRUPOS SOCIAIS As normas de convivência cultuam valores sociais e morais em um grupo e são importantes para impor limites nas relações interpessoais, no âmbito pessoal ou profissional. Você já imaginou como seria no ambiente de trabalho se não houvesse regras de conduta? E se cada funcionário decidisse, por conta própria, seguir condutas que achasse pertinente a si próprio? Certamente, o ambiente de trabalho ficaria um caos e as relações pessoais e profissionais ficariam comprometidas. As normas de convivência social existem para manter as relações sociais mais harmoniosas, de modo que a socialização seja saudável. Alguns exemplos são: a cordialidade, a organização, etc. casos e reLatos Estabelecendo normas de convivência Eduardo é o gerente da empresa INDautomation, que atua na área de projetos de automação in- dustrial. Percebendo que havia conflitos entre os trabalhadores de um mesmo setor, ele propôs a realização de uma palestra, a fim de acabar com os conflitos. Eduardo ouviu dos trabalhadores que algumas pessoas não estavam colaborando com a organiza- ção de documentos relacionados aos respectivos projetos, e isso dificultava o trabalho para alguns. Além disso, o nível de conversas em volume alto estava atrapalhando a concentração de outros. Analisando a situação, Eduardo explicou que normas de convivência resolveriam essa situação e as implementou na empresa: parar dez minutos antes do horário de saída a fim de organizar os docu- mentos; permitir apenas conversas em baixo tom, a fim de evitar incômodo aos demais, etc. Os trabalhadores concordaram com as normas de convivência implementadas e, em poucos dias, puderam perceber a diferença. A relação entre eles passou a se tornar mais harmoniosa. Retomando o relato, foi possível perceber que as normas de convivência surgem a partir de acordos entre os indivíduos. As normas de convivência em grupos sociais podem ser explícitas ou implícitas. As que estão presentes nas regras jurídicas são as explícitas, e as que não estão, são as implícitas, e devem ser seguidas pela so- 8 Comportamento e equipes de trabalho 135 ciedade. Muitas vezes, algumas pessoas não as seguem, o que pode impactar negativamente as relações sociais, principalmente no ambiente de trabalho. 8.3 A INFLUÊNCIA DO AMBIENTE DE TRABALHO NO COMPORTAMENTO O ambiente de trabalho é um local onde o colaborador está sujeito a diversos tipos de comportamen- tos, sejam positivos ou negativos. Ao longo do dia, muitas situações diferentes podem acontecer, influen- ciando diretamente as emoções, o humor, a postura e o comportamento do colaborador. Observe, a seguir, algumas situações mais comuns que acabam influenciando, positivamente ou nega- tivamente, o comportamento do trabalhador: Recursos ideais / falta de recursos; Ambiente confortável / desconfortável; Boa relação com o líder / má relação com o líder; Boa relação com os colegas / má relação com os colegas; Pressão psicológica; Situação de estresse; Motivação; Excesso de trabalho. Figura 78 - Situações comuns que influenciam o comportamento do trabalhador Fonte: SENAI DR BA, 2020. É importante ressaltar que, assim como o ambiente de trabalho influencia no comportamento do cola- borador, o contrário também ocorre. Quando, por exemplo, o comportamento negativo do colaborador reflete na execução das atividades dos demais profissionais, propicia um ambiente desmotivador. Gestão de projetos de automação e ti136 8.4 FATORES DE SATISFAÇÃO NO TRABALHO A satisfação no ambiente de trabalho é o resultado emocional das atividades realizadas nesse local. Em geral, quando a satisfação existe, é consequência de que o colaborador reuniu experiências positivas acerca da função exercida e da relação com os colegas de trabalho. Entende-se que o nível de satisfação influencia, diretamente, no comprometimento do colaborador com as atividades cotidianas. Um colaborador satisfeito com o serviço exercido terá melhor rendimento; já um colaborador insatisfeito, não terá o mesmo nível de comprometimento no desempenho de suas ativi- dades e poderá influenciar, negativamente, seus colegas. Na figura a seguir está representado um esquema que resume os fatores que influenciam diretamente na satisfação do colaborador no ambiente de trabalho, independentemente da atividade que ele exerce. Salário Valorização/ promoção Boa relação com colegas Benefícios Boa liderança Condição de trabalho adequada Organização Figura 79 - Fatores de satisfação no trabalho Fonte: SENAI DR BA, 2020. É importante salientar que situações de insatisfação com o ambiente de trabalho devem ser indicadas de forma profissional ao líder, pois continuar em um ambiente desfavorável trará impactos negativos aos resultados que a organização espera. 8 Comportamento e equipes de trabalho 137 8.5 CULTURA ORGANIZACIONAL Quando falamos de cultura, falamos de comportamentos e hábitos que caracterizam um grupo. Partin- do do princípio do que é cultura, temos que a cultura organizacional é um conjunto de valores e compor- tamentos compartilhados por membros em um ambiente de trabalho. Cultura Organizacional Figura 80 - Cultura organizacional Fonte: SHUTTERSTOCK, 2020. (Adaptado). A cultura organizacional está presente em todas as empresas, seja de modo formal ou informal, e é por meio dela que se percebe as prioridades da empresa, seu modo de trabalho, e como a empresa fará para alcançar seus objetivos. Existem algumas características que podemos observar a respeito da cultura organizacional: se a em- presapossui uma postura inovadora, onde assume riscos; se a empresa cobra o máximo de atenção de seus funcionários em suas atividades; se tem a preocupação com um ambiente agradável para seus fun- cionários, entre outras. Temos também 4 tipos de cultura organizacional que podem estar presentes em uma empresa: a) A cultura do poder: toda empresa tem como foco obter resultados. Essa busca por resultados pode inspirar uma postura individualista em seus empregados, tornando-os competitivos entre si. Isso pode tornar o ambiente de trabalho desagradável e cansativo; b) A cultura de papéis: aqui a empresa adota um modelo onde cada indivíduo tem um papel fixo dentro da empresa. Neste ambiente não se tem espaço para inovação e proatividade. Este mode- lo é muito burocrático e lento, por conta dos papéis fixos, e não permite o crescimento hierárqui- co dentro da empresa, trazendo desmotivação e exaustão aos funcionários; c) A cultura de tarefas: tem como objetivo a execução de atividades, onde é essencial ter profis- sionais qualificados e especializados. Neste tipo de cultura, o ritmo é dado pelos acontecimen- tos diários, e os colaboradores estão de prontidão para resolver qualquer problema que venha Gestão de projetos de automação e ti138 a acontecer no dia a dia. Nela, a criatividade é valorizada, o que é bastante benéfico e motivador para seus colaboradores; d) A cultura de pessoas: focada na gestão de pessoas, busca proporcionar a integração entre seus colaboradores. De caráter positivo e motivador, assume também uma postura de apoio à inova- ção, gera possibilidades de evolução profissional e crescimento dentro da empresa. Este modelo busca agregar novos talentos, bem como formar futuros líderes. Definir uma boa cultura organizacional é importante para o sucesso e competitividade de uma em- presa no mercado. Além de atrair pessoas qualificadas para fazerem parte do corpo da empresa, um bom ambiente organizacional contribui para que haja engajamento, sentimento de pertencimento, produtivi- dade e um ambiente agradável para seus colaboradores. Isso reflete em bons resultados alcançados pela empresa e na valorização de quem coordena essa cultura organizacional. Diante desse contexto, surge a hierarquia nas relações de trabalho, também conhecida como hierarquia organizacional. 8 Comportamento e equipes de trabalho 139 8.6 HIERARQUIA NAS RELAÇÕES DE TRABALHO A hierarquia nas relações de trabalho, também conhecida como hierarquia organizacional, é definida como a relação entre os colaboradores e seus superiores. Observe o funcionamento do organograma a seguir. Diretor Regional SENAI Gerente de Núcleo de Desenvolvimento Estratégico Diretor de Educação Profissional Gerente de Educação Profissional Comitês das Escolas Técnicas Gerência de Unidade Diretor de Tecnologia e Inovação Diretor de Tecnologia e Inovação Adjunto Programa e Projetos estratégicos (tecnologia e inovação) Gerências Executivas de Negócio Gerências Executivas de Mercado Gerência de Áreas de Tecnologias ORGANOGRAMA DO SENAI Figura 81 - Hierarquia nas relações de trabalho Fonte: SENAI DR BA, 2020. A hierarquia nas relações de trabalho varia de empresa para empresa, por exemplo, se a empresa for de grande porte, a hierarquia será maior, pois existem mais cargos e, consequentemente, mais pessoas serão responsáveis por diferentes setores. Gestão de projetos de automação e ti140 recapituLando Neste capítulo, entendemos que o homem é um ser social, ou seja, que tem necessidade de interagir com outros indivíduos, inclusive no ambiente de trabalho, onde a comunicação e o trabalho em equipe são fundamentais para o alcance dos objetivos propostos. Aprendemos que as normas de convivência estabelecem medidas para manter um ambiente har- monioso. Vimos que o ambiente de trabalho expõe o colaborador a diferentes comportamentos, de acordo com a situação positiva ou negativa que vivencie no contexto profissional. Compreendemos alguns fatores e condições de trabalho, que possibilitam a valorização e influen- ciam diretamente o nível de satisfação do colaborador na sua atuação profissional. Aspectos que merecem atenção dos líderes e que, se praticados, podem gerar resultados significativos, tanto no contexto profissional quanto pessoal de cada colaborador. E, por fim, aprendemos que a cultura organizacional é um conjunto de valores e comportamentos compartilhados por membros em um ambiente de trabalho. Além disso, foi possível entender que há uma hierarquia nas relações de trabalho e é definida como a relação entre os superiores e os co- laboradores de determinada empresa. 8 Comportamento e equipes de trabalho 141 9 Você já ouviu falar em alguém que tem uma meta para cumprir? Um objetivo na vida? É comum os termos objetivo e meta serem vistos como sinônimos, porém, apresentam significados diferentes. Objetivo é compreendido como o lugar onde se pretende chegar, ou seja, o que se pretender alcançar. Já as metas são as tarefas que devem ser realizadas para atingir o objetivo. Elas devem ser quantificadas e realizadas com prazos específicos. Observe a figura a seguir para entender melhor. OBJETIVO META 2 META 3 META 1 Figura 82 - Metas e objetivo Fonte: SENAI DR BA, 2020. Agora que já sabemos a diferença entre esses termos, podemos dizer que todas as em- presas funcionam em função do estabelecimento de metas, onde os prazos devem ser res- peitados, para atingir os objetivos. Neste capítulo, estudaremos sobre o planejamento estratégico das organizações, os in- dicadores de desempenho, algumas ferramentas utilizadas para monitorar o andamento das tarefas nas organizações, a avaliação de desempenho e o feedback. 9 objetivos e metas or- ganizacionais 9 ObjetivOs e metas OrganizaciOnais 145 9.1 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Muitas vezes, em nosso dia a dia, realizamos as atividades que consideramos ser mais urgentes através de um planejamento bem simples, apenas mentalmente, ou quase sempre sem nenhum planejamento. No âmbito profissional, isso é bem diferente. A grande maioria das empresas separa um tempo somente para planejar tudo que será desenvolvido de forma sequencial. Essa tarefa de planejar é essencial para conseguir organizar as ações no presente e no futuro. Por isso, existe o chamado planejamento estratégico, que é a capacidade de planejar os objetivos, as metas, as deci- sões, etc. Assim como acontece em nossas vidas, também acontece nas organizações. O planejamento estraté- gico é essencial na gestão das empresas, pois é a partir dele que a identidade da mesma é construída, ou seja, qual é a missão da empresa, os valores, os objetivos e as metas. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Figura 83 - Planejamento estratégico Fonte: SHUTTERSTOCK, 2020. (Adaptado). O planejamento estratégico é visto como a responsabilidade de todos dentro de uma organização, pois para que os objetivos sejam alcançados, todos os colaboradores precisam estar envolvidos nesse processo. Além disso, na construção de um planejamento estratégico, é muito importante explorar as diferentes sugestões de ideias, ter iniciativas estratégicas quando necessário, ou seja, realizar mudanças na empresa para alcançar os objetivos, caso seja necessário. Esse plano é essencial no acompanhamento de como os negócios estão caminhando, sabendo que podem ser adaptados. Gestão de projetos de automação e ti146 sa ib a m ai s Para aprofundar os seus conhecimentos sobre o planejamento estratégico, leia o livro de REBOUÇAS DE OLIVEIRA, Djalma de Pinho. Planejamento estratégico: conceitos, metodologia, práticas. 2015, São Paulo, Editora Atlas S.A. A partir do entendimento sobre o plano estratégico, vamos conhecer alguns indicadores de desempenho. 9.2 INDICADORES DE DESEMPENHO Os indicadores de desempenho organizacional são dados quantitativos de uma organização, e são fun- damentais para o sucesso, pois eles têm como principal objetivo verificar se é preciso mudar o planejamen- to estratégico, ou seele está funcionando corretamente. É muito comum associar os indicadores de desempenho apenas com os lucros, porém, esses indicado- res não se limitam a isso, também são responsáveis por indicar o desempenho geral, indicando os erros e acertos, a fim de aprimorar os processos. Figura 84 - Indicadores de desempenho Fonte: SHUTTERSTOCK, 2020. 9 ObjetivOs e metas OrganizaciOnais 147 Entre os principais tipos de indicadores de desempenho, temos os: a) De lucro: configuram-se como o primeiro, por se tratar do desempenho econômico e são extre- mamente importantes na prevenção de dívidas e crises econômicas da empresa; b) De produtividade: configuram-se como o segundo indicador. Eles verificam se a empresa está caminhando bem em relação a sua produção. Caso a produtividade da empresa esteja baixa, é preciso analisar se existe desmotivação por parte dos funcionários ou falta de recursos para que o trabalho seja realizado com qualidade; c) De qualidade: são responsáveis por indicar os pontos que podem melhorar dentro do processo, pois se não houver qualidade no resultado final (serviço/produto), quer dizer que algo não está caminhando corretamente e isso precisa ser melhorado; d) De estratégia: são responsáveis por indicar se as estratégias da empresa estão trazendo os resul- tados desejados. E através destes tipos de indicadores, é possível verificar a capacidade de gestão da empresa na aplicação da sua estratégia. sa ib a m ai s Para mais informações sobre os indicadores de desempenho, leia: FRANSCISCHINI, An- dressa S.N.; FRANSCISCHINI, Paulino G. Indicadores de desempenho: Dos objetivos à ação - Métodos para elaborar KPIs e obter resultados. Rio de Janeiro: Alta Books, 2017. Diante disso, podemos perceber que os indicadores são essenciais no andamento de todo o processo das empresas, o que os torna indispensáveis. Gestão de projetos de automação e ti148 9.3 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO A avaliação de desempenho das empresas é uma ação que visa compreender o desempenho dos seus colaboradores. O desenvolvimento profissional de cada colaborador é medido através dessa avaliação, os ajudando a crescer profissionalmente, e consequentemente de forma coletiva também, já que as empre- sas são as mais interessadas em ter profissionais competentes e que busquem sempre crescer. RU IM M ED IA N O BO M EX CE LE N TE Figura 85 - Avaliação de desempenho Fonte: SHUTTERSTOCK, 2020. (Adaptado). A avaliação de desempenho é uma avaliação extremamente importante tanto para os gestores, quanto para os colaborados e também para a empresa. É através dela que as empresas identificam o que pode ser melhorado, ou seja, que o colaborador entenda onde melhorar, caso necessário, e também identificam talentos coletivos e individuais que podem ser utilizados nas mais diversas situações. Na criação de uma avaliação de desempenho é preciso definir os objetivos, respeitando as metas; es- colher o método a ser seguido; criar questionários de avaliação de desempenho; definir as escalas de ava- liação; etc. 9 ObjetivOs e metas OrganizaciOnais 149 9.4 FERRAMENTAS DE AVALIAÇÃO Existem diversas ferramentas que podem ser utilizadas na avaliação de desempenho. E elas são funda- mentais na otimização dos processos. Entre as principais ferramentas de avaliação de desempenho, pode- mos destacar os seguintes softwares: STRATWs ONE BetterWorks Appraisd Echospan Perdoo Reviewsnap Runrun.it Timo Figura 86 - Ferramentas de avaliação de desempenho Fonte: SENAI DR BA, 2020. Esses softwares auxiliam no acompanhamento das atividades realizadas pelos funcionários, indicando dados precisos, a fim de fornecer um feedback detalhado a eles. Gestão de projetos de automação e ti150 9.5 FEEDBACK O feedback é um termo do inglês e é definido como um retorno de informação, e nesse caso, é um re- torno sobre o desempenho profissional dos colaboradores. Observe, na figura a seguir, a representação de feedback sobre diferentes colaboradores de uma empresa: Figura 87 - Feedback Fonte: SHUTTERSTOCK, 2020. Os feedbacks são basicamente classificados em dois tipos, positivos ou negativos. a) Feedback positivo: é aquele que avalia comentários favoráveis ao desempenho ou comporta- mento do profissional; b) Feedback negativo: é aquele que avalia comentários desfavoráveis ao desempenho ou compor- tamento do profissional. O feedback não deve ser uma opinião pessoal de quem emite. Não se deve desvalorizar e desqualificar o profissional, mas sim emitir feedbacks de maneira construtiva, para que o trabalhador continue motivado. O emissor deve ser claro e objetivo, baseando-se em dados que possam comprovar a sua fala. Providencie para que os feedbacks sejam dados de forma presencial. 9 ObjetivOs e metas OrganizaciOnais 151 casos e reLatos Feedbacks na organização Os técnicos Marcelo e Joana trabalham na empresa PROJATECH e são responsáveis pela criação de projetos de automação. Joana é sempre muito prestativa e esforçada em relação ao seu trabalho, sempre pesquisando as melhores alternativas para implementar nos diversos projetos demandados; enquanto Marcelo não sugere ideias novas e não realiza as suas atividades com dedicação. Trimestralmente, o supervisor técnico deles organiza uma reunião para dar os feedbacks em relação à avaliação de desempenho de ambos, e nessa reunião, a avaliação de desempenho de Joana foi excelente, enquanto a de Marcelo foi mediana. Percebendo aquilo, Marcelo decidiu que faria diferente, pois ele sabia que poderia fazer muito mais enquanto profissional. Para isso, passou a se dedicar mais ao seu trabalho, a realizar pesquisas, ao seu trabalho, e a pesquisar mais, para conseguir sugerir novas ideias, assim como Joana. O feedback é muito importante para se alcançar, de forma contínua, melhorias e resultados positivos por parte dos colaboradores e também da empresa. Com essa avaliação, o indivíduo consegue perceber qual foi o seu desempenho e os pontos em que precisa melhorar. Gestão de projetos de automação e ti152 recapituLando Neste capítulo, aprendemos sobre os objetivos e metas organizacionais, onde foi possível compre- ender que o objetivo é o lugar onde se pretende chegar e as metas são as tarefas que devem ser re- alizadas para atingir o objetivo. E que para se alcançar o objetivo, existe o planejamento estratégico, que é o ato de se planejar estrategicamente, visando os melhores resultados, não somente a curto prazo, mas a longo prazo também. Para que os objetivos e metas organizacionais sejam alcançados, existem os indicadores de desem- penho, a avaliação de desempenho e suas ferramentas, e o feedback. Compreendemos que os indicadores de desempenho são os dados quantitativos de uma organiza- ção, e engloba todos os setores. Além disso, aprendemos que a avaliação do desempenho é realiza- da com o intuito de avaliar o desempenho dos colaboradores e contam com diversas ferramentas, as chamadas ferramentas de avaliação de desempenho. E, por fim, aprendemos que o feedback é uma das partes mais importantes da avaliação de desem- penho, pois é ele o responsável pelo retorno de desempenho profissional de todos os colaboradores de uma organização. 9 ObjetivOs e metas OrganizaciOnais 153 referÊncias ALMEIDA, Anailde. A construção social do ser homem e ser mulher. Salvador: UNEB, 2009. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 31000 - Gestão de Riscos. Rio de Janeiro, 2018. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 9001 - Sistema de Gestão da Qualidade - Requisitos. Rio de Janeiro, 2015. ANAMT - Associação Nacional de Medicina do Trabalho. Brasil é o quarto lugar no ranking mundial de acidentes de trabalho. Disponível em: https://www. anamt.org.br/portal/2018/04/19/brasil-e-quarto-lugar-no-ranking-mundial-de- acidentes-detrabalho/.Acesso em: 06 nov. 2019. BRASIL. Ministério da Saúde. Biblioteca Virtual em Saúde. Saúde e segurança no trabalho. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/dicas-em-saude/2323- saude-e-seguranca-no-trabalho.BRASIL. Ministério da Economia. Manual CIPA. A nova NR 5. Disponível em: https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_Publicacao_e_ Manual/CGNOR---MANUAL-DA-CIPA.pdf. Acesso em: 04 nov. 2019. BRASIL. Ministério da Economia. Secretaria do Trabalho. Escola Nacional da Inspeção do Trabalho. Sistema SESMT. Guia de perguntas e respostas. Brasília, 2016. Disponível em: https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/ FAQ_SESMT.pdf. Acesso em: 06 nov. 2019. BROWN, Tim. DESIGN THINKING: uma metodologia poderosa para decretar o fim das velhas ideias. Rio de aneiro: Alta Books, 2010. CAMPUS, Vicente Falconi. TQC: controle da qualidade total (no estilo japonês). São Paulo: Campus, 2009. FINOCCHIO JÚNIOR, José. PROJECT MODEL CANVAS: gerenciamento de projetos sem burocracia. São Paulo: Elsevier, 2013. FOGAÇA, Jennifer Rocha Vargas. Sílica e Silicose. Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/quimica/silica-silicose.htm. Acesso em: 04 nov. 2019. FREITAS, Djalma Dias. Acidente de trabalho: causas e suas consequências. Conteúdo Jurídico, Brasília-DF: 05 nov. 2019. Disponível em: https:// conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/26582/acidente-de-trabalho-causas- esuas-consequencias. GOIÁS. 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Sistema de gestão ambiental. Brasília: SENAI DN; SENAI DR BA, 2018. (Série Meio Ambiente). SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL. Departamento Nacional. Departamento Regional da Bahia. Educação ambiental. Brasília: SENAI DN; SENAI DR BA, 2017. (Série Meio Ambiente). SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL. Departamento Nacional. Departamento Regional da Bahia. Gestão de resíduos sólidos. Brasília: SENAI DN; SENAI DR BA, 2017. (Série Meio Ambiente). SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL. Departamento Nacional. Departamento Regional da Bahia. Qualidade, saúde, meio ambiente e segurança do trabalho. Brasília: SENAI DN; SENAI DR BA, 2017. (Série Energia - Geração, Transmissão e Distribuição). SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL. Departamento Nacional. Departamento Regional da Bahia. Vol. 2. Operação de máquinas - ferramentas convencionais. Brasília: SENAI DN; SENAI DR BA, 2017. (Série Mecânica). SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL. Departamento Nacional. Departamento Regional da Bahia. Preparação de tornos mecânicos. Brasília: SENAI DN; SENAI DR BA, 2015. (Série Mecânica). SHUTTERSTOCK. 2020. Disponível em: https://www.shutterstock.com/pt/. Acesso em: 29 jan. 2020. SITEWARE. 9 ferramentas de avaliação de desempenho para monitorar, dar feedback e engajar equipes. 2018. Disponível em: https://www.siteware.com. br/produtividade/ferramentas-de-avaliacao-desempenho/. Acesso em: 20 abr. 2020. SUTHERLAND, e . SCRUM: a arte de fazer o dobro do trabalho na metade do tempo. ed. rev. São Paulo: Leya, 2016. minicurrÍcuLo dos autores BRENDA XAVIER DE OLIVEIRA Brenda Xavier de Oliveira é Técnica em Mecatrônica, formada pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - Centro Integrado de Manufatura e Tecnologia (SENAI CI- MATEC). Atuou como Juíza de Arena na Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR), etapa Bahia, 2019. Cursou a aprendizagem industrial em Petroquímica, no SENAI/CIMATEC - DR BA (2016). Graduanda em Engenharia de Controle e Automação pelo SENAI/CIMA- TEC - DR BA. Atualmente, é autora de conteúdos para os cursos técnicos em Internet das Coisas (IoT) e Cibersistemas, na Unidade de Inovação e Tecnologias Educacionais (ITED) do Departamento Regional da Bahia (SENAI DR BA). DAIANE AMANCIO MENDES Daiane Amancio Mendes é Mestre em Educação e Contemporaneidade pela Universi- dade do Estado da Bahia (UNEB), com especialização em Revisão de Texto pela Uny- leya e em Docência do Ensino Superior pela FTC. Atua nas áreas de produção e revisão de materiais didáticos para cursos técnicos a distância do Senai BA, na Unidade de Inovação e Tecnologias Educacionais (ITED). Além disso, desenvolve também ativida- des de produção de material didático e revisão para cursos técnicos do programa da Rede E-tec, do Governo Federal, amparado pelo Instituto Federal da Bahia (IFBA), além de exercer função de corretora de redação para concursos públicos. GEORGE NUNES OLIVEIRA George Nunes Oliveira é Técnico em Mecatrônica, formado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - Centro Integrado de Manufatura e Tecnologia (SENAI CIMA- TEC). Atuou como Juiz de Arena da Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR) nos anos de 2018 /2019; e como Monitor do curso Técnico em Mecatrônica do SENAI CIMATEC, 2017/2019. Atualmente, é autor de conteúdos para os cursos Técnicos em Internet das Coisas (IoT) e Cibersistemas na Unidade de Inovação e Tecnologias Educacionais (ITED) do Departamento Regional da Bahia (SENAI DR BA). JOSEMAR MAURÍCIO PIRES COSTA Josemar Maurício Pires Costa é especialista em Segurança da Informação para Redes de Computadores pela Faculdade de Ciência e Tecnologia - Área 1, graduado em Redes de Computadores pela União Metropolitana de Educação e Cultura - UNIME. Iniciou a carreira como docente em 2018, atuando nos cursos técnicos do SENAI DR BA, ocupan- do também a função de analista de infraestrutura. Atuou como docente nos cursos de pós-graduação da UNIFACS e IF Baiano relacionados à tecnologia. Atualmente, é autor de conteúdos na Unidade de Inovação e Tecnologias Educacionais (ITED) do Departa- mento Regional da Bahia (SENAI DR BA). Possui certificações voltadas para infraestru- tura de redes de computadores. LEONARDO RODRIGUES SOARES DA CONCEIÇÃO Leonardo Rodrigues Soares da Conceição é Engenheiro Mecatrônico pela Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC), atua na área industrial e de pesquisa e desenvolvimen- to há 13 anos. É pós-graduado em Gestão de Projetos na instituição SENAI – CIMATEC. Iniciou sua carreira em 2006 e tem experiência na área de manutenção de computado- res, desenvolvimento de projetos eletrônicos, projetos com ferramentas CAD, projetos robóticos, sistemas de manutenção preditiva, programação de dispositivos industriais, ferramentas de gestão de projetos e programação de sistemas embarcados. Atual- mente faz Mestrado em Mecatrônica pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Índice C CEO 56 Coprocessamento 80, 83 E Efluentes 83 F Feedbacks 127 I Incineração 80 P Passivos ambientais 84 SENAI – DEPARTAMENTO NACIONAL UNIDADE DE EDUCAçãO PROFISSIONAL E TECNOLóGICA – UNIEP Felipe Esteves Morgado Gerente Executivo Luiz Eduardo Leão Gerente de Tecnologias Educacionais Anna Christina Theodora Aun de Azevedo Nascimento Coordenação Técnica do Programa SENAI de Recursos Didáticos Laíse Caldeira Pedroso Bianca Starling Rosauro de Almeida Apoio Técnico em Produção Digital Adriana Barufaldi Apoio Técnico em Acessibilidade SENAI – DEPARTAMENTO REGIONAL DA BAHIA Ricardo Santos Lima Coordenação de Desenvolvimento dos Cursos a Distância André Luiz Lima da Costa Coordenação Técnica do Projeto André Luiz Lima da Costa Igor Nogueira Oliveira Dantas Coordenação de ProduçãoBrenda Xavier de Oliveira Daiane Amancio Mendes George Nunes Oliveira Josemar Maurício Pires Costa Leonardo Rodrigues Soares da Conceição Elaboração Leonardo Rodrigues Soares da Conceição Ridis Pereira Ribeiro Revisão Técnica Alexandra Carla Prazeres de Azevedo Orientação Educacional Alexandra Carla Prazeres de Azevedo Kariene da Silva Simões Santos Loraíne Michella Vivas da Anunciação Márcia Cristina Souza Santos Monique Ramos Quintanilha Design Educacional Regiani Coser Cravo Revisão Ortográfica e Gramatical Thalita Rafaela Gomes da Hora Identidade Visual Alex Ricardo de Lima Romano Thiago Ribeiro Costa dos Santos Vinicius Vidal da Cruz Fotografias, Ilustrações e Tratamento de Imagens Leonardo Silveira Diagramação, Revisão de Arte e Fechamento de Arquivo Regiani Coser Cravo Revisão de Diagramação e Padronização Unidade de Inovação e Tecnologias Educacionais - ITED - SENAI DR BA Projeto Gráfico Figura 1 - Linha do tempo da Segurança do Trabalho no Brasil Figura 2 - Máquina com defeito Figura 3 - Classificação dos riscos ambientais Figura 4 - Exemplo de risco ergonômico Figura 5 - Risco de acidente Figura 6 - Avaliação de risco Figura 7 - Medidas de controle Figura 8 - Mapa de risco Figura 9 - Causas de acidentes Figura 10 - Causas de acidentes de trabalho Figura 11 - Custos das despesas com acidentes pelo empregador Figura 12 - Tipos de danos causados por acidente de trabalho Figura 13 - Equipamentos de Proteção Individual Figura 14 - Equipamentos de Proteção Coletiva Figura 15 - Exemplo de procedimento de emergência em um avião Figura 16 - Primeiros socorros Figura 17 - Tetraedro do fogo Figura 18 - Classes de incêndio Figura 19 - Métodos de extinção do fogo Figura 20 - Instrução para uso de agente extintor Figura 21 - Equipamentos de combate a incêndio Figura 22 - Qualidade Figura 23 - Princípios da qualidade e suas características Figura 24 - Benefícios ao utilizar os princípios da qualidade Figura 25 - Brainstorming Figura 26 - Boas práticas para brainstorming Figura 27 - Ciclo PDCA Figura 28 - Diagrama de Ishikawa Figura 29 - Representações básicas de fluxogramas Figura 30 - Fluxograma de operações (a) e Fluxograma de linha de montagem (b) Figura 31 - Lista de verificação Figura 32 - Diagrama de Pareto Figura 33 - Aspectos da teoria de Taylor Figura 34 - Sistema de Gestão da Qualidade Figura 35 - Princípios da gestão da qualidade Figura 36 - Meio ambiente Figura 37 - Pilares do desenvolvimento sustentável Figura 38 - Ecossistema Figura 39 - Relação entre ser humano e natureza Figura 40 - Exemplos de resíduos sólidos Figura 41 - Classificação dos resíduos, conforme ABNT NBR 10004 Figura 42 - Exemplo de estação de tratamento de resíduos sólidos Figura 43 - Gestão ambiental Figura 44 - Sistema de Gestão Ambiental Figura 45 - Exemplos de responsabilidade ambiental Figura 46 - Projetos de automação e TI Figura 47 - Características de um sistema de automação e TI Figura 48 - Projetos residências Figura 49 - Projetos industriais Figura 50 - Ciclo de vida de um projeto Figura 51 - Aspectos do gerenciamento de projeto Figura 52 - Gerenciamento de projetos Figura 53 - Trabalho em conjunto Figura 54 - Representação de um processo Figura 55 - Representação de um projeto Figura 56 - Requisitos Figura 57 - Demandas e restrições Figura 58 - Exemplos de stakeholders Figura 59 - Gerente do projeto Figura 60 - Gerenciamento da integração Figura 61 - Estrutura analítica do projeto Figura 62 - Gerenciamento do tempo Figura 63 - Gerenciamento de custos Figura 64 - Gerenciamento de qualidade Figura 65 - Recursos humanos Figura 66 - Comunicação Figura 67 - Projetos e seus riscos Figura 68 - Gerenciamento das aquisições Figura 69 - Gerenciamento das partes interessadas Figura 70 - Monitoramento e controle do projeto Figura 71 - Metodologias mais utilizadas no gerenciamento de projetos Figura 72 - Processo da metodologia Design Thinking Figura 73 - Modelo PM Canvas Figura 74 - Processo SCRUM Figura 75 - Kanban Figura 76 - Trabalho em equipe Figura 77 - Relações sociais no ambiente de trabalho Figura 78 - Situações comuns que influenciam o comportamento do trabalhador Figura 79 - Fatores de satisfação no trabalho Figura 80 - Cultura organizacional Figura 81 - Hierarquia nas relações de trabalho Figura 82 - Metas e objetivo Figura 83 - Planejamento estratégico Figura 84 - Indicadores de desempenho Figura 85 - Avaliação de desempenho Figura 86 - Ferramentas de avaliação de desempenho Figura 87 - Feedback Gráfico 1 - Causas de afastamento de programadores de sistemas por doença Gráfico 2 - Histórico de acidentes de trabalho com óbitos entre 2002 e 2018 Gráfico 3 - Acidentes de trabalho por idade e sexo em 2018 Quadro 1 - Utilização de EPI Quadro 2 - Classificação dos EPIs Quadro 3 - Conservação x Preservação ambiental Quadro 4 - Preenchimento do Canvas _GoBack _Hlk35939707 _GoBack _Hlk37236302 _GoBack _Hlk36042931 _Hlk36043322 _GoBack _GoBack _GoBack _Hlk42241623 _GoBack _GoBack _GoBack