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17 Arte Medieval - Religião e arte 1º ANO Nome do professor BNCC (EM13LGG601): Apropriar-se do patrimônio artístico de diferentes tempos e lugares, compreendendo a sua diversidade, bem como os processos de legitimação das manifestações artísticas na sociedade, desenvolvendo visão crítica e histórica. (EM13LGG602): Fruir e apreciar esteticamente diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, assim como delas participar, de modo a aguçar continuamente a sensibilidade, a imaginação e a criatividade. BNCC (EM13LGG603): Expressar-se e atuar em processos de criação autorais individuais e coletivos nas diferentes linguagens artísticas (artes visuais, audiovisual, dança, música e teatro) e nas intersecções entre elas, recorrendo a referências estéticas e culturais, conhecimentos de naturezas diversas (artísticos, históricos, sociais e políticos) e experiências individuais e coletivas. (EM13LGG604): Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social, cultural, política e econômica e identificar o processo de construção histórica dessas práticas. COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 6 Apreciar esteticamente as mais diversas produções artísticas e culturais, considerando suas características locais, regionais e globais, e mobilizar seus conhecimentos sobre as linguagens artísticas para dar significado e (re)construir produções autorais individuais e coletivas, exercendo protagonismo de maneira crítica e criativa, com respeito à diversidade de saberes, identidades e culturas. 1.1Mosaicos Bizantinos Os mosaicos bizantinos são um dos mais belos exemplos de arte medieval que expressam a profunda conexão entre religião e arte na cultura bizantina. Vamos explorar essa fascinante forma de arte e sua relação intrínseca com a espiritualidade: Mosaicos Bizantinos 1. Origens e Características dos Mosaicos Bizantinos ·Herança Greco-Romana: Os mosaicos bizantinos têm suas raízes na herança artística greco-romana, mas evoluíram para uma forma única de expressão durante o período bizantino, que durou do século IV ao XV. ·Técnica e Materiais: Os mosaicos bizantinos eram elaborados com pequenos fragmentos de pedras coloridas (teselas) em tons vibrantes, como ouro, azul, verde e vermelho. Essas teselas eram aplicadas em argamassa sobre superfícies como paredes, tetos e pisos. 2. Temas Religiosos e Iconografia Cristã ·Narrativas Bíblicas: Os mosaicos bizantinos frequentemente retratavam cenas e figuras bíblicas, como a vida de Jesus Cristo, a Virgem Maria, os apóstolos e os santos. Essas representações eram utilizadas para ensinar e celebrar a fé cristã. ·Iconografia e Simbolismo: Cada elemento dos mosaicos bizantinos tinha um significado simbólico profundo. Por exemplo, o uso de cores específicas, como o dourado para representar a divindade, e a disposição das figuras de acordo com hierarquias religiosas eram elementos essenciais da iconografia bizantina. 3. Espaços Sagrados e Celebração Litúrgica ·Igrejas e Basílicas: Os mosaicos bizantinos adornavam os interiores de igrejas, basílicas e catedrais, transformando esses espaços em ambientes sagrados e celestiais. Eles eram parte integrante da arquitetura religiosa, comunicando visualmente as verdades da fé aos fiéis. ·Ciclo Litúrgico: Muitos mosaicos bizantinos faziam parte de um ciclo litúrgico, retratando eventos da vida de Cristo, os mistérios da fé e as festividades religiosas. Eles serviam como uma forma de meditação visual e contemplação espiritual para os devotos. 4. Perpetuação da Fé e da Cultura ·Transmissão da Fé: Os mosaicos bizantinos desempenhavam um papel importante na transmissão da fé cristã e na educação religiosa da população, especialmente em um contexto em que a maioria não sabia ler ou escrever. ·Preservação da Cultura: Além de sua função religiosa, os mosaicos bizantinos também são preciosos registros históricos e culturais que testemunham a riqueza artística e espiritual da civilização bizantina. Sua preservação ao longo dos séculos é essencial para a compreensão da história e da arte medieval. Conclusão Os mosaicos bizantinos representam a profunda interação entre religião e arte na Idade Média, destacando a importância da expressão visual na celebração da fé e na transmissão de valores religiosos e culturais. Sua beleza estética, simbolismo rico e papel em espaços sagrados tornam-nos testemunhos vivos da espiritualidade e da criatividade humana ao longo da história. 17.2 Vitrais góticos e Gárgulas Os vitrais góticos e as gárgulas são elementos icônicos da arquitetura medieval, especialmente associados às catedrais góticas. Vamos explorar a significância e as características desses elementos: 1. Vitrais Góticos ·Origens e Evolução: Os vitrais góticos surgiram no final da Idade Média, aproximadamente nos séculos XII e XIII, como parte da arquitetura das catedrais góticas na Europa. Eles evoluíram a partir dos vitrais românicos, ganhando maior complexidade e expressividade. Vitrais góticos ·Técnica e Estilo: Os vitrais góticos eram elaborados com vidros coloridos, muitas vezes pintados ou esmaltados, que eram montados em estruturas de chumbo. Esses vitrais apresentavam desenhos elaborados, geralmente com temas religiosos, cenas bíblicas, santos, anjos e figuras celestiais. ·Luz e Espiritualidade: Um dos propósitos dos vitrais góticos era criar um ambiente de luz celestial dentro das catedrais. A luz colorida filtrada pelos vitrais criava uma atmosfera mística e espiritual, convidando os fiéis a uma experiência de transcendência e contemplação. 2. Gárgulas ·Propósito e Simbolismo: As gárgulas são esculturas grotescas, geralmente em forma de animais fantásticos, figuras humanas distorcidas ou seres mitológicos, que adornam as partes externas das catedrais góticas. Elas tinham múltiplos propósitos, incluindo a função de escoamento de água da chuva, mas também tinham um simbolismo protetor contra o mal e as forças negativas. ·Estilo e Variedade: As gárgulas eram esculpidas em pedra e apresentavam uma grande variedade de formas e expressões. Algumas eram grotescas e assustadoras, enquanto outras eram mais humorísticas ou caricaturais. Elas refletiam a imaginação e a criatividade dos artistas medievais. 3. Significado Cultural e Artístico ·Arte e Espiritualidade: Tanto os vitrais góticos quanto as gárgulas eram expressões artísticas da espiritualidade e da fé cristã da época. Os vitrais proporcionavam uma experiência visual e emocional na vivência da liturgia, enquanto as gárgulas simbolizavam a proteção divina e a luta entre o bem e o mal. ·Engenhosidade Técnica: A construção de vitrais e gárgulas exigia grande habilidade técnica dos artesãos medievais. Os vitrais requeriam conhecimento em vidraria, pintura e montagem, enquanto as gárgulas envolviam a escultura em pedra e a integração funcional na arquitetura das catedrais. 4. Legado e Impacto Contemporâneo ·Preservação e Restauração: Atualmente, os vitrais góticos e as gárgulas são valorizados como parte do patrimônio histórico e artístico. Muitos esforços são feitos para preservar e restaurar esses elementos, garantindo sua permanência como testemunhos da arte e da espiritualidade medieval. ·Inspiração na Arte Moderna: A estética dos vitrais góticos e das gárgulas continua a inspirar artistas contemporâneos, sendo incorporada em obras de arte moderna e contemporânea. Suas formas e símbolos ainda ressoam em nossa cultura visual e artística. Conclusão Os vitrais góticos e as gárgulas são elementos emblemáticos da arquitetura e da arte medieval, representando a interação entre a espiritualidade, a engenhosidade técnica e a expressão artística da época. Sua presença nas catedrais góticas não apenas embelezava os espaços, mas também convidava os fiéis a uma experiênciaestética e espiritual única, deixando um legado duradouro na história da arte e da cultura. 17.3 Canto gregoriano e Calendário Gregoriano O canto gregoriano e o calendário gregoriano são dois elementos distintos, mas ambos têm suas raízes na cultura e na história da Europa medieval. Vamos explorar cada um deles em detalhes: Calendário Gregoriano 1. Canto Gregoriano O canto gregoriano é uma forma de música sacra vocal que se desenvolveu na Idade Média, especificamente durante o período do canto litúrgico na Igreja Católica Romana. Aqui estão alguns aspectos importantes do canto gregoriano: ·Origens e Características: O canto gregoriano tem suas origens no canto litúrgico da Igreja primitiva, mas foi formalizado e organizado durante o papado de Gregório I, no final do século VI, daí o nome "gregoriano". É caracterizado por melodias monofônicas (uma única linha melódica), sem acompanhamento instrumental, e é cantado em latim. ·Função Litúrgica: O canto gregoriano era utilizado nas celebrações litúrgicas da Igreja Católica, como missas, ofícios divinos e outros rituais religiosos. Ele acompanhava as diferentes partes da liturgia, como os salmos, hinos, responsórios e cânticos próprios de cada festividade litúrgica. ·Notação Musical: A notação musical do canto gregoriano é conhecida como notação neumática, composta por neumas (símbolos gráficos que indicam a altura e a forma das notas musicais) sobre o texto em latim. Essa notação era usada para guiar os cantores na interpretação das melodias e na expressão dos textos litúrgicos. 2. Calendário Gregoriano O calendário gregoriano é o calendário solar utilizado atualmente pela maioria dos países do mundo, sendo uma reforma do calendário juliano. Foi introduzido pelo Papa Gregório XIII em 1582 para corrigir imprecisões no calendário juliano e ajustar as datas das festividades religiosas. Vejamos alguns aspectos do calendário gregoriano: ·Reforma Calendárica: O calendário gregoriano foi uma reforma do calendário juliano para corrigir o desvio acumulado ao longo dos séculos entre o ano solar e o ano civil. Ele introduziu o conceito de anos bissextos de forma mais precisa, estabelecendo que anos divisíveis por 4 são bissextos, exceto os divisíveis por 100, a menos que sejam divisíveis por 400. ·Adaptação à Páscoa: Uma das principais motivações para a reforma do calendário foi a determinação da data da Páscoa, que estava se afastando cada vez mais da primavera devido às imprecisões do calendário juliano. O calendário gregoriano resolveu esse problema ao estabelecer regras específicas para o cálculo da data da Páscoa. ·Adoção Global: O calendário gregoriano foi gradualmente adotado por diferentes países e instituições ao longo dos séculos, tornando-se o calendário civil padrão em grande parte do mundo ocidental e em muitos países ao redor do globo. Ele é amplamente utilizado para fins civis, administrativos, comerciais e culturais. Conclusão O canto gregoriano e o calendário gregoriano são duas contribuições importantes da cultura e da história medieval europeia. O canto gregoriano representa a expressão musical sacra da Igreja Católica Romana, enquanto o calendário gregoriano é um sistema de organização temporal que influenciou profundamente a sociedade moderna em termos de cronologia e organização do tempo. Ambos são legados significativos da herança cultural e religiosa da Europa medieval.