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CENTRO CULTURAL DE MUSICA POPULAR E ERUDITA UNIVERSIDADE PAULISTA CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO Rebeca Gomes de Alencar RA: A68AGB4 São Paulo, 2014 Rebeca Gomes de Alencar 9º Semestre Orientadores: Mario Caldeira e Iná Rosa CENTRO CULTURAL DE MUSICA POPULAR E ERUDITA Monografia apresentada para obtenção do título em nível de Graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade São Paulo, sob a orientação dos professores: Mario Caldeira e Iná Rosa. São Paulo, 2014 “A música é a arquitetura do silêncio” Autor: Robert Flipp RESUMO O presente trabalho consiste em transformar o atual prédio abandonado, a antiga fábrica Gianini S.A., localizado na capital paulista no bairro da Lapa, em um novo edifício que será um Centro Cultural de Música Erudita e Popular, com estúdios de gravação priorizando a acústica de cada ambiente, salas para educação e aperfeiçoamento musical, auditório, galerias de acervos musicais e uma ampla área de convivência, para integração dos alunos e frequentadores. Importante ressaltar que a intervenção carrega em sua memória a história de uma das melhores empresas de instrumentos e acessórios musicais do Brasil e do mundo, que é referência em produção de instrumentos acústicos. Pode-se dizer que a fábrica foi um espelho para o surgimento de outras marcas e fábricas de instrumentos no mercado brasileiro. A região da Lapa, não possui locais apropriados para este tipo de aperfeiçoamento musical, ensaios, gravações musicais e apresentações voltadas ao grupo de jovens iniciantes, tornando necessário o deslocamento para outras regiões da capital paulista, como Pinheiros e Perdizes. Assim, foi escolhida esta área de intervenção, levando em consideração a acessibilidade, boa topografia e localidade, tornando também a edificação um marco visual para a região. ABSTRACT This work consists of transforming a presently abandoned building, the old Gianini S.A factory, in the Lapa district of the city of Sao Paulo, into a Cultural Centre of Classical and Contemporary music. The edifice would contain recording studios that optimise the acoustics of every space, classrooms for musical education and training, an auditorium, galleries of musical collections and an atrium for the socialising of students and visitors. It is important to stress that this transformation will bring with it in memory the history of one of the best musical instrument companies in Brazil and the rest of the world, one that is a point of reference for the manufacture of acoustic instruments. One can go as far to say that the factory was an example to the emergent instrument factories in the Brazilian market. The Lapa district does not yet have suitable places musical training, rehearsals, musical recordings and presentations for groups of young musical beginners, because of this, the centre will also receive visitors from other regions in Sao Paulo, including Pinheiros and Perdizes. For these reasons this project has been chosen. Accessibility, a suitable topography and a good location will be taken into account with the aim that this edifice becomes a visual symbol for the region. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO Local de Intervenção Objetivo, Justificativa metodologia e relação Arquitetura e Música Plano de Restauro – caixa d’agua 2. CAPÍTULO 1 Histórico da área e sua evolução urbana Histórico do local de intervenção Sistema Viário Transporte Projetos previstos para Operação Urbana Vila Leopoldina Equipamentos urbanos 3. CAPÍTULO 2 Estudos de Caso Sistema Acústico 4. CAPÍTULO 3 Legislação Restrições Gerais Ficha Técnica Programa Arquitetônico Fluxograma Programa de Necessidades Projeto Arquitetônico Croquis Estudo Preliminar 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 19 19 20 25 26 27 28 29 32 33 34 35 39 40 INTRODUÇÃO Local de Intervenção Objetivo Justificativa Metodologia Plano de Restauro INTRODUÇÃO Este trabalho propõe subsídios que desenvolvam um projeto de arquitetura que atenda as necessidades de um púbico voltado para a área musical, para o bairro da Vila Leopoldina e regiões próximas, fornecendo assim uma base técnica musical e espaço para convivência e integração dos frequentadores. Abordando as temáticas relacionadas a um centro cultural, procurou-se buscar referenciais de edificações já existentes como a figura 1, pelo qual parte do seu volume é em balanço e revestido como vidro, e figura 2 passarela feita de vidro e metal, que foram escolhidas como modelo de forma arquitetônica. Foram também analisados formas, programas, normas, acústica, métodos construtivos, materiais e espaços, com esses conhecimentos enfatizou-se a proposta a ser elaborada através de bibliografias e análises de arquitetura. A ideia é realizar um calendário cultural de eventos, deixando à disposição do público da região atividades culturais do gênero musical, inclusive repassar conhecimentos e experiências através de seus espaços de convivência. Fig. 01 Sede de Controle de Tráfego Regiocentrale Zuid, Stevensweert, Holanda Fonte: http://www.archdaily.com.br/br Acesso em: 01/11/2014 Fig. 02 Champalimaud Centre for the Unknown, Lisboa/ Portugal. Fonte: http://www2.dupont.com/ Acesso em :01/11/2014 07 Fig.03 Vista Áérea local de intervenção Rua Carlos Weber X Rua Carneiro da Silva. Fonte:www.googlemaps.com.br Acesso em 08/11/2014 LOCAL DE INTERVENÇÃO O projeto de intervenção localizado, na região da Vila Leopoldina no município de São Paulo, encontra-se em uma das principais vias do bairro a Rua Carlos Weber conforme a figura 1 ( sendo de fácil acesso ao público da região visitar e utilizar o Centro Cultural). A região possui Instituições como Serviço Social da Indústria (SESI), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) , e o Teatro da Faculdade de Mogi das Cruzes (UMC) que apresentam espaços para Cultura e Arte. No local de intervenção encontrasse a antiga Fábrica de Instrumentos Musicais Gianini que em 1970 a fábrica migrou para o bairro que era conhecido pelas ocupações industriais. Fig.04,05,06 e 07 Fachadas da antiga fábrica Gianini Fotos do Autor Tirada em 20/08/2014 Local AT: 6760,00m² 08 OBJETIVO O objetivo do Centro Cultural de Música Erudita e Popular é disponibilizar a para a comunidade da Vila Leopoldina, um local apropriado para realização de ensaios, gravações musicais e pequenas apresentações. Será mantida no local a caixa d’água da antiga fábrica, feita de concreto, revestida de pastilhas e com uma altura de aproximadamente 20 metros, ela tornando-se um marco para a região local. O intuito é preservar parte da história da fábrica, que de fato, muitos desconhecem. A área de intervenção é de fácil acesso, garantindo à população a possibilidade de chegar por vários meios de transporte, inclusive uma nova extensão da pista esta sendo realizada e irá ligar o Parque Ibirapuera á Avenida Doutor Gastão Vidigal, ônibus e a estação trem “Vila Leopoldina”, Linha 9, que dá acesso à estação de metrô da Linha 4 - Butantã. JUSTICATIVA O Centro Cultural visa atender os moradores e músicos da Vila Leopoldinae região, independente de sua classe social, voltado ao público jovem e adulto entre a faixa etária de 12 a 25 anos, que estão se iniciando na área musical. O objetivo é permitir o aperfeiçoamento de instrumentos musicais de corda e sopro, sejam solistas ou pequenos grupos de música. A região da Lapa possui poucos espaços culturais, e para ampliar o acesso à cultura e música na região, surge à proposta de um equipamento voltado à música, abrindo assim a oportunidade de realizar gravações musicais, ensaios, e aprendizagem musical, sendo que este tipo de estrutura não é encontrado na região. A instituição busca não se enquadrar no estigma da espetacularização cultural atual, que atualmente se observar, apresentações musicais são voltadas à classes economicamente elevadas, o intuído é quebrar este paradigma e mostrar que a música e a cultura independente de status social, podem trazer também contribuições urbanísticas e estimular no processo educacional e social de uma região. METODOLOGIA No desenvolvimento deste trabalho, será utilizado pesquisas de programas arquitetônicos e referências como a cidade da Música e a Faculdade Santa Marcelina, que se adequam ao Centro Cultural de Música para a região da Vila Leopoldina. RELAÇÃO ARQUITETURA E A MÚSICA Teóricos e historiadores procuram descobrir quais são as relações entra a música e a arquitetura. Alguns debatem como a arquitetura tem a influência na música, acreditando que a evolução da música clássica e erudita é baseada na acústica de acordo com seu espaço de desempenho e atuação. Outros pensam o oposto, discutem sobre como a música influência a arquitetura, como o uso da música e seu desempenho de capacitar a criatividade do arquiteto em seu período de criação. A relação entre música e arquitetura pode se dar desde a esfera formal até mesmo a compositiva, visto que tanto uma como a outra se comunicam através de padrões semelhantes, como ritmo, harmonia, escala, intervalos, dinâmica e movimentos. 09 PLANO DE RESTAURO CAIXA AGUA Como marco histórico para a região da Lapa, será preservado a grande caixa d’agua feita de concreto, aço e pastilhas, localizada no pátio externo da antiga fábrica Gianini, conforme fig.14. O intuito é restaura-la, tornando o armazenamento de água para consumo do edifício. Este ‘monumento’ chama atenção por sua altura de aproximadamente 20 metros, destacando- se em meio à paisagem urbana. A caixa d’agua será como um símbolo da antiga fábrica, utilizando a teoria de Césari Brandi, um dos principais nomes da restauro moderno: “A restauração é qualquer intervenção destinada a devolver a eficiência a um produto da atividade humana*”. O restauro deve observar o restabelecimento da unidade potencial da obra de arte, sem cometer um falso artístico ou um falso histórico, e sem apagar os traços da passagem da obra no tempo. * Trecho do Livro Teoria da Restauração, Autor Césari Brandi. Fig.08 e 09 Caixa d’agua da Fábrica Gianini, vista pela vizinhança Foto do Autor Tirada em 20/08/2014 Fig. 10 e Vista aérea do local de intervenção Foto do Autor Tirada em 20/08/2014 Fig.11 Caixa d’agua e edifícios vizinhos Foto do Autor Tirada em 20/08/2014 10 Capitulo 1 História do Bairro e Local de Intervenção Sistemas de Transportes Operação Urbana Vila Leopoldina Equipamentos Urbanos HISTÓRIA DO BAIRRO VILA LEOPOLDINA A Vila Leopoldina é um distrito que se encontra na subprefeitura da Lapa, região Oeste da cidade de São Paulo. Suas origens se iniciam em 1581, quando os jesuítas receberam terras de sesmaria localizadas próximo ao Rio Pinheiros. No século XX a região tornou-se industrial, e permaneceu no auge da economia cafeeira, a ferrovia incentivou o surgimento das primeiras indústrias da região. Por ser conhecida pela sua zona industrial, a empresa de instrumentos musicais Gianini, migrou-se em 1970 para Vila Leopoldina, mas conforme seu rápido crescimento e a necessidade de um terreno maior que os padrões da região, a empresa mudou-se para o interior de São Paulo. Hoje a antiga fábrica Gianini permanece abandonada, e conforme análises do local , vendo que a região é precária enquanto a centros musicais, foi então escolhido região e terreno para a proposta do Centro Cultural de Musica. Hoje a Leopoldina é considerada uma zona verticalizada, que teve um grande crescimento nos últimos 14 anos, ocorrido ao mesmo tempo a redução das atividades industriais. Os antigos galpões então sendo demolidos e construídos no lugar grandes condomínios particulares de classe média, conforme figuras 12 e 13. O bairro começou a crescer sem estrutura adequada e sem planejamento, as deficiências de infraestrutura se intensificaram, sem espaços de áreas livres, sem vida cultural e musical e poucos vínculos com a vizinhança, transformando a Vila Leopoldina em grandes ‘muralhas particulares’. Essa grande transformação se iniciou em 2000, sendo influenciada também pela mudança e aprovação do Plano Diretor de São Paulo, de modo que a Lei de Zoneamento 13-885/04 permite gabaritos considerais sem limites para a região. Fig. 12 Recorte Vila Leopoldina em 1958 Fonte: www.googlemaps.com Acesso em 02/08/2014 Fig.13 Recorte Vila Leopoldina em 2010 Fonte: www.googlemaps.com Acesso em 02/08/²014 Fig.14 Estação Vila Leopoldina em 1877- Frente da Estação Vila Leopoldina Fonte: www.estacoesferroviarias.com Acesso em: 02/08/2014 Fig.15 Estação Vila Leopoldina Atual Foto do Autor Tirada em : 02/08/2014 12 ‘ HISTÓRIA DO LOCAL DE INTERNVENÇÃO DO PROJETO Criada em 1900, por um francês, a pequena fábrica de instrumentos de cordas, logo se tornou sinônimo de violão no país, então chamada: Fábrica de Instrumentos de Cordas de Tranquillo Giannini. A empresa foi crescendo e mudou de endereço por diversas ocasiões, até que em 1970 se deslocou para seu último endereço na cidade de São Paulo, aí a empresa atingiu seu auge, formando-se uma grande indústria, a Gianini S.A. Em 1990 a empresa se mudou para interior de São Paulo, e a presença física da indústria fundada no início do século XX por Tranquillo Giannini entra pra história. A antiga sede Gianini S.A. que na época, vendeu o prédio para a empresa Encol, o edifício permanece em pé até os dias de hoje, no entanto, de forma muito diferente do que se via na década de 1970. Vidros quebrados, pichações, calçadas desniveladas e mato ao redor ocupam o lugar onde, no passado, se produziam belos instrumentos musicais. Passados mais de 20 anos, desde a data em que a fábrica de instrumentos de cordas de Tranquillo Giannini está desativada, a região convive e sofre com a desvalorização do seu entorno em virtude do prédio abandonado. A Encol foi uma das maiores empresas brasileiras atuantes no setor da construção civil, e faliu em meio a conturbada administração. Fig.17 e 18 Fachada Principal antiga fábrica - Rua Carlos Weber Fig.19 Fachada Lateral- Rua Carneiro Silva Fotos do Autor Tirada em 20/08/2014 Fig.16 Esquina da Fábrica entre as ruas Carlos Weber e Rua Sebastião Bach Fotos do Autor Tirada em 20/08/2014 13 SISTEMA VIÁRIO A Vila Leopoldina integra um dos seis distritos da Sub Prefeitura da Lapa, Abriga um território viário de grande porte, como eixo de afluência da maioria das estruturas rodoviárias, como a Castelo Branco, Régis Bittencourt e Raposo Tavares, permitindoo movimento para vários outros municípios e regiões, além de estar inserido na rede metro ferroviário. Apesar de ser cortado por estruturas na escala metropolitana, o distrito em seu entorno possui os rios Tietê e rio Pinheiros. Além das avenidas Gastão Vidigal, Imperatriz Leopoldina, Mofarrej e Queiróz Filho e ferrovias, conforme demonstrado na figura 19, que auxiliam no trajeto até o local de intervenção, fazendo com que o público das demais regiões possam visitar o centro Cultural, podendo assim ter diversas opções de rotas. Local de Intervenção Parques Sistema Viário Estrutural Ferrovia Rios Distrito Vila Leopoldina Fig.19 Distrito da Vila Leopoldina- Escala 1/2500 Fonte: Imagens Ligia Rocha – Dissertação Territórios Invisíveis Acesso: 10/08/2014 Local de Intervenção Principal Local Fig.20 Distrito da Vila Leopoldina, vias principais e vias locais- Escala 1/1000 Fonte: Imagens Ligia Rocha – Dissertação T. Invisíveis Acesso: 08/08/2014 14 SISTEMA TRANSPORTE PÚBLICO Rede Estrutural Transporte Público: Na região da Vila Leopoldina, localizado na Rua Major Paladino encontra-se a estação Vila Leopoldina, pertencente à linha 8 do Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) Diamante. Abrangendo o trecho definido entre as estações Júlio Prestes e Itapevi, com extensão operacional entre as estações Itapevi e Amador Bueno. E a Estação CEAGESP (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerias de São Paulo), pertencente á linha 9 da CPTM Esmeralda, compreende o trecho da rede metropolitana definida estações Osasco e Grajau. Na região a rede de transporte público também é formada por faixas exclusivas para Ônibus, na Avenida Queiroz Filho e Avenida Moffarej em suas extensões. As redes de transporte ao redor do Centro Cultural auxiliará no deslocamento dos frequentadores do Centro Cultural, instruindo assim a mobilidade com transportes públicos, evitando o aumento de problemas urbanos na Vila Leopoldina, como a grande concentração de automóveis, muitas vezes incompatíveis com suas dimensões Ciclovias: Conforme a Operação urbana Faria Lima (Lei 11.732/1995), haverá uma extensão da ciclovia que ligará o Parque Ibirapuera ao CEAGESP, pelo qual passará por vias importantes das zonas sul e oeste da capital. O traçado irá interligar ao trecho já existente localizado na Faria Lima, a previsão de conclusão será em 2015 de acordo com a Prefeitura de São Paulo. O projeto esta sendo feito pensando de forma a integrar à Estação da Linha 9-Esmeralda, da CPTM, que já possuem bicicletários. Ao longo de toda extensão da ciclovia, será executada toda a infraestrutura necessária de iluminação, urbanização, paisagismo, acessibilidade e semafórica. Hoje conforme analisamos o mapa e a imagem 22 e 23 as ciclovias existentes na Vila Leopoldina, se encontram na Avenida Gastão Vidigal. Estas faixas serão de estrema importância para o local de intervenção, pois os frequentadores que residam na região poderão utilizar as ciclovias e deixar suas bicicletas no bicicletário que será implantado no Centro Cultural. Local Local Fig.21 Mapa com pontos de transportes públicos Fig.22 Mapa extensão da ciclovia, Fonte: www.googlemaps.com.br Acesso: 12/11/2014 Fig.23 Ciclovia Gastão Vidigal Fonte: www.googlemaps.com.br Acesso: 12/11/2014 Fig.24 Faixa de ônibus Gastão Vidigal Fonte: www.googlemaps.com.br Acesso: 12/11/2014 15 OPERAÇÃO URBANA VILA LEOPOLDINA A área definida como Operação Urbana Vila Leopoldina-jaguaré, aprovada pelo Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo (aprovado em 2002), inclui antigas industriais, que pelo desenvolvimento imobiliário e contínuo processo de verticalização do bairro (fig. 26 e 27), necessita de mudanças. Sua origem no Bairro da Lapa remonta ao início do crescimento da região de São Paulo, cujo seu desenvolvimento esta correlacionado com a implantação da ferrovia, onde as suas primeiras indústrias foram construídas, ao redor das linhas férreas. Este fato auxilia em características marcantes para a Vila Leopoldina, como a acessibilidade, que auxiliou e facilitou o desenvolvimento de atividades relacionadas a serviços e comércios como lojas, drogarias, restaurantes e Bares. Grandes características distinguem o território, pelas amplas dimensões dos lotes e poucas vias com problemas de tráfego interno e acessibilidade externa, mas há escassez de equipamentos urbanos, como bancos e lixos públicos, além das praças locais que se encontram abandonadas com falta de iluminação e limpeza. A Vila Leopoldina vem enfrentando alterações referentes às mudanças de ocupação de solo, com a rápida transformação dos lotes e quadras com condomínios particulares conforme vimos nas imagens 28 e 29 e a carência de equipamentos urbanos básicos como, por exemplo, o Centro Cultural de Música. Fig. 31 Transformações da paisagem urbana, ao longo das décadas. Fonte: Imagens de Ligia Rocha Dissertação Territórios Invisíveis Fig. 26 Vista aérea em 1958 Fonte: Imagens de Ligia Rocha Dissertação Territórios Invisíveis Fig. 27 Vista aérea ao longo das décadas de 80 a 2000. Fonte: Imagens de Ligia Rocha Dissertação Territórios Invisíveis Fig. 28 Simulação volumétrica ano de 1980. Fonte: Imagens de Ligia Rocha Dissertação Territórios Invisíveis Fig. 29 Volumetria atual e permanência do entorno Fonte: Imagens de Ligia Rocha Dissertação Territórios Invisíveis Fig. 30 Transformação da paisagem urbana e rápido crescimento de condomínios fechados. Foto do autor: Tirada em 09/08/2014 16 OPERAÇÃO URBANA VILA LEOPOLDINA Para o bairro da Vila Leopoldina, o Governo procurou desenvolver um programa de intervenção urbanística, chamada “Operação Urbana Vila Leopoldina” que se encontra no Plano Diretor do município de São Paulo do ano de 2012. Com propostas favorecendo a melhoria da circulação de veículos, para o bairro além da melhoria do desenho urbano, conforme figura 22 e 23. Propostas do Plano Diretor, sistemas gerais estruturadores: Sistemas viários e conexões: O Plano Diretor impõe propostas de aperfeiçoamento e redesenho da Rua Carlos Weber e Avenida Imperatriz Leopoldina, aperfeiçoando a circulação viária, passeios públicos e a melhoria do desenho urbano e mobiliário, priorizando o uso das calçadas pela população, proporcionado um melhoramento na qualidade de vida social. Prevê-se ainda a realocação das estações de trem da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) Vila Leopoldina, principalmente as estações CEAGESP e Villa Lobos, interligando com uma passarela a Cidade Universitária. Áreas Verdes Com grande importância para a qualidade de vida, melhoramentos microclimáticos, além de reduzir os índices de enchentes, onde grandes áreas das regiões sofrem com este caso. A região da Vila Leopoldina por ser uma antiga área de fábricas e indústrias, a uma insuficiência de equipamentos públicos e áreas verdes, tendo como importância estruturas públicas e o incentivo ao estabelecimento de equipamentos privados. Diante desses problemas, o diagnóstico a ser proposto foi a projeção de dois grandes parques públicos um deles é o parque Olardo Villas- Bôas que se encontra nas antigas áreas da Usina de Compostagem de Lixo da Vila Leopoldina e Sabesp, com área de aproximadamente 55.000m². O objetivo foi tornar os equipamentos para a educação ambiental, voltado para o atendimento para a população da região, o parque já se encontra aberto ao púbico, porém as obras não estão totalmente concluídas. O segundo parque é proposto em um trechopróximo a Castelo Branco que atualmente se encontra completamente abandonado, com uma área de 194.000m², que será utilizado pela futura população local, que deve permanecer e morar nas áreas das antigas indústrias. Legenda do Mapa: 1 - Antiga Usina de Compostagem Vila Leopoldina desativada em 2004 . 2 - 1ª Fase da Implantação do Parque 3 - Área da antiga Estação de tratamento Sabesp, desativada em 1989. 4- Área operacional da Sabesp Associação dos funcionários da Sabesp. Fig. 34. Vista Aérea do Parque Orlando Vilas-Bôas Fonte: www.areasverdesdascidades.com.br Acesso em: 10/10/2014 Fig. 32 Adequações Geométrica e Estrutura urbana em Planta Rua Carlos Weber Fonte: www.vitruvius.com.br Acesso em 10/09/2014 Fig. 33 Adequações Geométrica e Estrutura urbana em Corte Rua Carlos Weber Fonte: www.vitruvius.com.br Acesso em 10/09/2014 17 http://www.cptm.sp.gov.br/ http://www.cptm.sp.gov.br/ OPERAÇÃO URBANA VILA LEOPOLDINA Uso do solo Com o objetivo de evitar o adensamento e diversificar os usos nas edificações e áreas, de modo que a região vem sofrendo problemas de escalas urbanas, como a grande quantidade de edifícios e condomínios fechados com crescimentos desordenados e blocos contínuos. O Plano Diretor propôs um novo parcelamento das quadras oriundas dos loteamentos industriais, definindo gabaritos padronizados, além de uniformizar o limite de alturas das edificações com o desenho da paisagem, como mostra as fig.25 a 27. O redesenho e requalificação urbana e funcional das vias Imperatriz Leopoldina e Carlos Weber pretende adequá-las às novas atividades e novas funções. A proposta do Plano Diretor referente à melhoria do uso do solo, ainda encontrasse no papel, e não há previsões de ser realizada. Fig. 35 Operação Urbana Vila Leopoldina, com gabaritos uniformes diferentes da situação atual. Foto da maquete Fonte: http://www.vitruvius.com.br/ Acesso em 14/10/2014 Fig.37 Operação Urbana Vila Leopoldina Perspectiva Eletrônica do conjunto de intervenção Fonte: http://www.vitruvius.com.br/ Acesso em 14/10/2014 Fig. 36 Operação Urbana Vila Leopoldina Perspectiva Eletrônica do conjunto de intervenção Fonte: http://www.vitruvius.com.br/ Acesso em 14/10/2014 18 Analisando o mapa da região da Vila Leopoldina, nota-se que ela possui alguns equipamentos de interesse cultural, conforme a figura 28.  O Teatro da Faculdade UMC, localizado na Avenida Imperatriz Leopoldina.  SESI além de ser uma instituição de ensino, possui um espaço para cultura contemporânea, como teatro, cinema, dança e exposições.  O Museu do Relógio, localizado na Avenida Mofarrej, onde estão expostas mais de 2.300 peças de relógios datadas desde 1630.  A casa de eventos Vila dos Ipês, também na Avenida Mofarrej, um espaço destinado a eventos culturais, corporativos e shows. Local de Intervenção Faculdade UMC Centro Cultural SESI Eventos Vila dos Ipês Museu do Relógio EQUIPAMENTOS URBANOS Fig. 38 Imagem Aérea do região da Vila Leopoldina, com os locais de equipamentos urbanos culturais Fonte: www.googlemaps.com.br Acesso em: 01/11/2014 19 Capitulo 2 Estudos de Caso Sistema Acústico ESTUDO DE CASO 1: CIDADE DAS ARTES – Rio de Janeiro, Brasil. O moderno projeto arquitetônico do francês Christian de Portzampac. tornou-se ponto de referência na cidade do Rio de Janeiro, por seu desenho arrojado e por levar a uma região da Barra da Tijuca um espaço público de qualidade, com apresentações artísticas, tornando-se um polo cultural. O centro cultural possui a grande Sala, com capacidade para 1250 pessoas, Teatro de Câmara, com 450 lugares, galeria de arte, sala de Música eletroacústica, salas multiuso, salas de ensaio e um lounge de convivência. Sua arquitetura além de ser diferenciada traz uma linguagem arquitetônica harmônica com o espaço urbano ao seu redor. As salas tem um isolamento acústico sem problemas de ouvir ruídos externos causados por aviões e helicópteros que passar por ali. “A geometria, os ângulos e as diversas profundidades das superfícies das torres são excelentes para a difusão e a difração do som e funcionam como a decoração barroca que havia nas salas tradicionais de Berlim ou Viena, que foi abolida pelos arquitetos modernos. Assim, as torres colaboram tanto para melhorar a qualidade acústica da sala em geral, quanto para oferecer ao público as melhores posições para ouvir música”, comenta o engenheiro responsável pelo projeto de acústica, o chinês Xu Yaing Fig. 39 e 40 Fachada e Corte do edifício Fonte: http://www.cidadedasartes.org Acesso em: 12/11/2014 Fig. 41 Grande Sala; Fig.42 Teatro de Câmara; Fig. 43 Sala Eletroacústica; Fig. 44 Sala de ensaio Fonte: http://www.cidadedasartes.org Acesso em:12/11/2014 Fig. 45 Implantação Cidade da Música Fonte: http://www.cidadedasartes.org Acesso em:12/11/2014 21 ANO FUNDADA EM 1981 Área do terreno 2.250m² Área construída 9.750m² Área do auditório 661m² Localizado no Bairro de Perdizes, na Rua Doutor Emílio Ribas, fundada em 2 de Setembro de 1981, como entidade filantrópica mantida pela associação Santa Marcelina, a FASM é considerada uma das melhores Universidades de música da cidade de São Paulo. Pelo fato de sua estrutura ser diferenciada das demais, com salas de aula acústicas, auditório com capacidade de 304 lugares para apresentações, recitais e gravações musicais, aquários para estudo de alunos e estúdios de gravações totalmente equipados para trilha sonora, mixagem e criação de CD’s, sendo que muitas intuições não fornecem esse tipo de estrutura. ESTUDO DE CASO 2: FACULDADE SANTA MARCELINA ( FASM ) - São Paulo, Brasil. Fig. 47 Fachada principal; Fig; 48 Auditório; Fig.49 Salas Acústicas; Fig.50 Sala Técnica de Instrumentos, Fig51 Sala de Informática; Fig. 52 Aquário de Estudo Fotos do Autor Visita em 11/10¹2014 Fig. 46 Implantação Cidade da Música Fonte: http://www.cidadedasartes.org Acesso em:12/11/2014 22 ESTUDO DE CASO 3: AUDITÓRIO ISTVÁN JANCSÓ- São Paulo, Brasil. O auditório Instván Jancsó se encontra instalado no edifício Brasiliano na USP (Universidade de São Paulo) onde abriga a BBM (Biblioteca Brasiliana Guita) a IEB (Instituto de Estudos Brasileiros) e um acervo de livros a ENDUSP (Editora da Universidade de São Paulo) pelo qual é considerado a maior do Brasil. O edifício foi projetado sendo inspirado em renomadas bibliotecas de outros países como, Beinecke Rare Book & Manuscript Library (Biblioteca Beinecke de Manuscritos e Livros Raros), da Universidade de Yale nos Estados Unidos, e a Biblioteca Sainte-Geneviève, de Paris, na França. O auditório possui uma infraestrutura modernista com características comuns e formas geométricas definidas, sem ornamentos e adequada para receber diferentes tipos de eventos acadêmicos. O Auditório possui 276 lugares com espaços próprios para cadeirantes com uma infraestrutura completa, destacando-se as cabines de tradução simultânea e uma câmera especial para videoconferência. Analisando o espaço e as imagens 53 a 55, nota-se o uso contínuo da madeira em áreas horizontais, palco e cadeiras, com isso obtêm-se uma bela estética. Esse material atua acusticamente, fazendo com que o tempo de reverberação seja menor, tornando o som do ambiente mais limpo e de melhor qualidade. Ano 2013 Arquitetos Rodrigo Mindlin Loeb Eduardo de Almeida Área do auditório 602m² Fig. 55 Vista Lateral do auditórioe poltronas Fonte: http://www.bbm.usp.br Acesso em 10/11/2014 Fig. 54 Área Interna auditório Fonte: http://www.bbm.usp.br Acesso em 10/11/2014 Fig. 53 Entrada Principal Fonte: http://www.bbm.usp.br Acesso em 10/11/2014 Fig. 56 Implantação do auditório, em lilás Fonte: http://www.bbm.usp.br Acesso em 10/11/2014 23 ESTUDO DE CASO 4: ESTÚDIO NIMBUS, São Paulo, Brasil O Estúdio Nimbus localizado no bairro da Vila Romana é um espaço para gravações, eventos e ensaios de bandas ou solistas, onde cinco salas são para ensaios e duas para gravações, contendo cada estúdio uma acústica diferenciada para cada gênero musical, o local foi projetado priorizando a acústica de cada ambiente de acordo com cada estilo e gênero musical. Os ambientes são amplos próprios para circulação de instrumentos de grande porte, além de possuir um espaço para convivência. O estúdio oferece serviços para trilhas sonoras, mixagem, masterização, arranjadores e músicos próprios para cada estilo musical. A Ano 1999 Estúdio 1 30m² Capac. 15 pessoas Estúdio 2 25m² Capac. 08 pessoas Estídio 3 60m² Capac. 25 pessoas Estúdio 4 16m² Capac. 06 pessoas Estúdio 5 75m² Capac. 35 pessoas Sala de Mixagem e Masterização 25m² _____ Fig. 59 O Estúdio 1 possui uma acústica mais “fechada” por conta do isolamento com carpete, apropriada para bandas com pressão sonora Fig 61. O Estúdio 2 contém uma acústica bem viva, com pedras, madeira e sonex. Estilos como Samba, MPB e acústicos em geral respondem bem com esta sala. Fig. 62 O Estúdio 3 é recomendado para qualquer estilo musical, pois a sala contém placas difusoras que se adequam a cada gênero. Fig. 60. O Estúdio 4 é contém uma acústica bem viva com madeira e sonex. A sala se caracteriza por ter uma resposta de “graves” com mais definição. Fig.58 Estúdio 5 possui placas difusoras que se adequam a cada tipo de som desejado. Recomendado para gravações de vídeos, peças de teatro e gravações de vídeo-clipes. Fig.57 Sala de Mixagem e Masterização, fases para finalização de uma produção musical. 24 SISTEMA ACÚSTICO Cada ambiente específico no projeto do Centro Cultural de Música,receberá um sistema acústico, tanto portas, janelas desenvolvidas exclusivamente para o seu gênero como as figuras 44 e 45. Criando uma barreira à passagem do som de um recinto para outro, evitando a entrada de nível sonoro que possa interferir nas atividades exercidas no local ou evitando a saída de som em níveis que possam ser prejudicial às atividades exercidas nas proximidades. Auditório O intuito é utilizar paredes duplas de alvenaria entre elas lãs de rocha, conforme demonstrado na 43, revestimentos e forros com madeira Nexacustic desenvolvido para maximizar a absorção sonora melhorando a qualidade do som. O produto é produzido MDF revestido com folha de madeira natural, e piso em carpete. Salas de Aula e Salas de Estudo Para tratamento acústico vertical, será utilizado o mesmo procedimento do auditório, com paredes duplas e lã de rocha. O piso acústico será de madeira, e o contra piso será feito por uma manta de cortiça de madeira, onde o intuito é diminuir o impacto e o nível de ruído que passa de um ambiente para o outro, conforme figura 43. Estúdios: Será utilizado no tratamento vertical espumas de Polímeros e revestimentos com madeira Nexacustic de acordo com a figura 46. O piso acústico será utilizado o mesmo procedimento que as salas de aula. Fig.63. Parede dupla e lã de rocha entre ambas Fonte: http://dicasdaarquiteta.ig.com.br/ Acesso em 11/11/2014 Fig.64. Procesimento com manta de cortiça de Madeira Fonte: http://dicasdaarquiteta.ig.com.br/ Acesso em 11/11/2014 Fig.65. Detalhe Caixilho Acústico Fonte: http://dicasdaarquiteta.ig.com.br/ Acesso em 11/11/2014 Fig.66. Detalhe da Porta Acústica Fonte: http://dicasdaarquiteta.ig.com.br/ Acesso em 11/11/2014 Fig. 67 Estúdios com espumas de Poliuretano Fonte: http://www.aecweb.com.br/ Acessado em 10/11/2014 Fig. 68 Área Vertical com madeira e Espuma de Poliuretano Fonte: http://www.aecweb.com.br/ Acessado em 10/11/2014 25 Capitulo 3 Legislação e Restrições Legais Ficha Técnica do Terreno Programa Arquitetônico Desenvolvimento do Projeto (Croquis) Estudo Preliminar Local de Intervenção Zona Exclusivamente Residencial Baixa Densidade (ZER-1) Zona Mista de Média Densidade (ZM-2) Zona Mista de Alta Densidade a (ZM-3a) Zona Mista de Alta Densidade b (ZM-3b) Zona Predominantemente Industrial (ZPI) Zona Especial de Interesse Social 3 (ZEIS 3) LEGISLAÇÃO E RESTRIÇÕES LEGAIS De acordo com a Legislação Urbana da cidade de São Paulo, a zona de uso do lote do edifício é caracterizada pela zona Mista de Alta Densidade- ZM-3ª, em análise com a fig. 59 . Não possui limites em relação à altura, mas indica recuos mínimos que deverão ser atendidos. A intervenção a ser realizada seguirá os gabaritos da altura do seu entorno, visando uniformizar o limite de alturas das edificações com o desenho da paisagem, com a implantação de um equipamento urbano que atenderá o público da área musical e suas necessidades. Fig. 59 Zonas de Uso Área Vila Leopoldina Fonte: Imagens Ligia Rocha – Dissertação Territórios Invisíveis Acesso: 10/11/2014 27 Local: Rua Carlos Weber x Rua Carneiro Silva Área do Terreno: 6760,00m² Zona de Alta Densidade ZM-3a C.A mínimo: 0,20 C.A máximo: 2,00 T.O mínimo: 0,5 T.O máximo: 2,50 T. permeabilidade min: 0,15 Recuos: 5metros Área Construída: 13,520m² Área Ocupada: 16,900m² Área Permeável: 1014,00m² Capacidade: 340 alunos/dia período manhã; 340 alunos/dia período noite; 200 frequentadores/dia, para utilização dos estúdios de gravação, galeria de acervos. 250 frequentadores/dia auditório . FICHA TÉCNICA Analisando o Mapa Gegran e o Perfil de Elevação do terreno, nota-se que a rua Carlos Weber e a Carneiro Silva, possui um desnível de aproximadamente 3 metros entre suas extremidades. E as rua lateral do terreno, Sebastião Bach, que conectam com a Carlos Weber contém a topografia plana. 28 Fig. 60 Imagem em Gegran da Vila Lepoldina, com seus respectivos Níveis Fonte: wwwgooglempas.com.br Acesso: 15/11/2014 PROGRAMA ARQUITETÔNICO O centro cultural que será implantado na Vila Leopoldina, além de conter estúdios, auditório e galerias de acervos, será apresentado ambiente para educação e aperfeiçoamento musical, voltado ao público jovem e adulto, com faixa etária de 12 a 25 anos. . Salas de Aula Nos ambientes para aperfeiçoamento musical, serão fornecidos cursos para área Erudita com aulas de flauta doce, transversal, harpa, piano, violino, contrabaixo e violoncelo. Para área Popular, que diferente da Erudita que engloba gêneros como a bossa nova, música popular brasileira (MPB), jazz e blues, terão aulas de acordeão, percussão, saxofone, trompete e trombone e violão. E para os interessados em manutenção de instrumentos, no Centro Cultural serão fornecido cursos de Luteria, a fim de auxiliar nos fundamentos de manutenção de instrumentos musicais, regulagens e origem das marcas Instrumentais, como Gianini, Yamaha e Fender. Todas as Salas de Aula terão condições acústicas adequadas, com curto tempo de reverberação e a inexistência de ruídos gerados por fontes internas, causados por barulhos de dentro da própria sala, e também externos bem como o ruído de tráfego de veículos, aviões, além de um espaço próximo em construção. AuditórioO edifício terá um auditório com capacidade de aproximadamente 230 pessoas, onde serão realizados eventos, apresentações e recitais voltados para os alunos e professores que frequentam o Centro Cultural. Também será aberto ao público em dias e horários específicos. O auditório também será utilizado para realização de palestras, visando o aperfeiçoamento dos alunos. No auditório haverá uma cabine de controle, responsável pela monitoração do som, luzes, e gravações realizadas no auditório. Fig.61. Fontes de ruído em escolas de música Fonte: Livro Espaços para aprender e ensinar música Fig.63 Vista em Perspectiva Aquários acústicos Faculdade Santa Marcelina. Fonte: Foto do Autor Fig. 62 Aquário para ensaio musical Fonte: www.carneiro.wordpress.com Acesso: 20/11/2014 Salas de Estudo Musical Os denominados “aquários”, são pequenas salas de aproximadamente 10m², conforme figura 62 e 63, onde os alunos poderão passam o período ocioso em estudos, sem problemas de ruídos ou atrapalhar o desempenho de outros alunos. 29 PROGRAMA ARQUITETÔNICO Estúdios Os Estúdios de Gravação, terão acústicas para cada gênero musical específico, totalizado 8 estúdios que serão utilizados para ensaios e pequenas apresentações, sendo que 2 destes estúdios serão específicos para gravação de DVD’s e CD’s , pois terão cabines técnicas próprias para controle de imagem e som. Sala de Mixagem A mixagem é a “mistura” técnica e artística de todo o material sonoro captado, finalizando-se no formato estéreo. Esta sala é exclusivamente tratada para executar trabalhos de mixagem e masterização. O ambiente ficará próximo às cabines de imagem e som, pelo qual irá auxiliar nos trabalhos finais de cada projeto de gravação. Sala Técnica de Instrumentos O edifício comportará uma sala técnica para instrumentos de grande porte, que são difíceis de transportar, tais como Harpa e Contrabaixo. Importante salientar que o Piano embora seja de grande porte ficará fixo no auditório. Haverá um elevador responsável pelo seu deslocamento, na hipótese de não utilizar o instrumento ele é levado para baixo do palco. Por fim, cumpre salientar que, os Luthier’s (profissionais especializados na construção e reparos em instrumentos musicais), ficarão responsáveis pelos instrumentos e suas frequentes manutenções, além da manutenção dos instrumentos dos próprios alunos e professores, caso necessário. Chapas de Fibra de Madeira Fig. 64 planta baixa estúdio de gravação e área técnica *Sound Lock: Anti Câmara, para bloqueio de som Fonte: www.audiodigital.com.br Fig. 65 Estúdio de Mixagem com processadores e amplificadores, com tela ampla para mixagem com vídeo. Fonte: www.audiodigital.com.br Fig.66 Sala Técnica de Instrumentos, forma correta de armazenar instrumentos. Escola de música L. de Artes e Ofícios Cláudio Santoro Fonte: /frankchaves-ita.blogspot.com.br 30 PROGRAMA ARQUITETÔNICO Acervos de Música No Centro Cultural também será composto por pequenas galerias, com a finalidade de trazer o trabalho dos alunos e professores e levar a cultura musical para conhecimento do público da região, Cd’s e Dvds de autoria dos próprios músicos frequentadores, alunos ou professores serão vendidos com preços acessíveis à comunidade. Estes espaços estarão localizados próximos ao espaço de convivência, facilitando o acesso do aluno e publico em geral. Área para convivência O edifício terá um espaço destinado a estar e convivência dos frequentadores, com capacidade de gerar bem estar incluindo atividades sociais com instalações de lanchonetes e cafés. A proposta é que o ambiente se relacione com o espaço externo contendo integração visual e social, permitindo acesso as principais instalações do local. Área Administrativa A área administrativa do Espaço Cultural será composta por Sala de Professores, Administração, Secretaria, Direção, Almoxarifado, Depósito em Geral. Com o intuito de permanecer com acesso próximo aos alunos as salas de reprografia e apoio ao aluno permanecerão nas área de ensino. Fig.67 Modelo de Galeria de Instrumentos musicais. Fonte: www.guitarshop.com.br Acesso em 12/11/2014 31 ‘ DIREÇÃO ENTRADA ALUNOS ENTRADA MÚSICOS ENTRADA PÚBLICO FLUXOGRAMA SALA PROFESSORES SANITÁRIOS/ VESTIÁRIOS ADM SECRETARIA SANITÁRIOS AUDITÓRIO SANITÁRIOS DEPÓSITO DE LIMPEZA AREA DE CONVIVÊNCIA SALAS PARA CURSO ÁREA POPULAR SALA TÉCNICA INSTRUMENTOS SALAS PARA ESTUDO SANITÁRIOS APOIO AO ALUNO BIHETERIA RECEPÇÃO PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO ESTÚDIOS DE MIXAGEM ESTÚDIOS DE GRAVAÇÃO GALERIA DE ACERVOS GALERIA DE VENDAS INSTRUMENTOS SALAS PARA CURSO ÁREA ERUDITA SALAS PARA CURSO LUTHERIA ACERVO DE PARTITURAS REPROGRAFIA DEPÓSITO DE LIMPEZA TESOURARIA DEPÓSITO DE LIMPEZA ALMOXARIFADO ENTRADA PARA FUNCIONÁRIOS ENTRADA PÚBLICO 32 PROGRAMA DE NECESSIDADES 1287,00m² 264m² A U D IT O R IO A D M IN IS T R A Ç Ã O E N S IN O E S T U D IO S TOTAL GERAL: 3042m² +20% DE CIRCULAÇÃO: 3651,00m² 33 890m² 601,5m² DESENVOLVIMENTO DO PROJETO CROQUIS A MÃO Fig.68 Croqui a mão 1º Opção do Projeto Arquitetônico Fonte: www.guitarshop.com.br Acesso em 12/11/2014 Fig.69 Croqui a mão 2º Opção escolhida do Projeto Arquitetônico Fonte: www.guitarshop.com.br Acesso em 12/11/2014 34 CONSIDERAÇÕES FINAIS O Centro Cultural de Música Popular será de grande importância e marco para a região da Vila Leopoldina, pois irá contribuir para a cultura e a música na região. Este espaço servirá para formação e melhoria do indivíduo no meio musical, não será somente uma área de encontro de músicos, mas também para o ensino, no gênero Popular e Erudito para pessoas que estão em busca de novos conhecimento, Além de ser de extrema importância cultural, será também para a paisagem urbana da região, com espaços agradáveis e uma arquitetura modernista, utilizando pilotis, para que possa conter um espaço maior para a circulação dos frequentadores e alunos. Assim o foco é ocorrer a ampliação da Musica para região, e proporcionar um bem estar urbano para a região. 39 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/06.062/443 http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/meio_ambiente/arquivos/RIMA_parte4.pdf http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/subprefeituras/lapa/ http://www.saopauloantiga.com.br http://www.mackenzie.br/22913.html http://www.ufrn.br/sites/producao_ct/sec8_6.html http://www.fasm.edu.br/graduacao/curso-licenciatura-em-musica http://www.studionimbus.com.br/ Neufert, Ernst 1900-1986 Arte de projetar arquitetura Teoria da restauração - Cesare Brandi, Ateliê Editorial, São Paulo; 3ª edição, 2008 NBR 9050 Acessibilidade NBR 6023/2002 ReferênciasElaboração NBR 10520/2002- Citações em documentos 40