Prévia do material em texto
poesia EXPRESSIONISTA lemaa u M A A N I 0 L 0 G I A edição bilíngue ilustrada Estação liberdade organização e tradução de Claudia Cavalcanti SBD-FFLCH-USP iDBB'1 228768 Iwan Goll van Hoddis Wilhelm Klemm René Schickele Franz Werfel Johannes R. Becher GotHned Benn Albed Ehrensfein Walter Hasendever Georg Heym Jakob Else Lasker-Schüler Alfred Lichlenstein Ludwig Rubiner Ernst Stadler Augusf Stramm Georg Trakl Poesia -português. 00-3403 Todos os direitos desta edição reservados à Jia/ avalcanti. — I endonk, in Die Schaffenden, 1918 _____________________ CDD-831.080115 índices para catálogo sistemático: 1. Poesia expressionista: Literatura alemã 831.080115 Créditos especiais Ilustração da capa Heinrich Camper Ano I, pasta 2, IS Página 115 Lasar Segall: "Mulheres errantes - II versão”, 1919. Xilogravura, 23 x 29 cm. Acervo Museu Lasar Segall / IPHAN-MinC, São Paulo :sia expressionista alemã: uma antologia organização e tradução de Claudia Cav: São Paulo: Estação Liberdade, 2000. Editora Estação Liberdade Ltda. Rua Dona Elisa, 116 . 01155-030 • SãoPaulo-SP Tel.: (11) 3661 2881 . Fax: (11) 3825 4239 e-mail: editora@estacaoliberdade.com.br http://www.estacaoliberdade.com.br Copyright © Editora Estação Liberdade, 2000, para as presentes traduções. © Os autores, ou seus herdeiros, para os poemas originais. © Os autores das obras, ou seus herdeiros, para as ilustrações. Reproduzidas de Die Schaffenden, Kreis Deutscher Graphiker Sammler e Deutsche Graphiker, coleção Ernesto e Liuba Wolf, Paris. Direitos reservados. Preparação e revisão de texto Marcelo Rondinelli Composição e projeto gráfico Pedro Barros / Estação Liberdade Fotografias das gravuras Archipel / J.-C. Biard, Paris Capa Nuno Bittencourt / Letra & Imagem Produção Edilberto Fernando Verza Edição final e seleção de gravuras Angel Bojadsen Vários autores. Edição bilíngue: alemão-p ISBN 85-7448-031-2 I. Expressionismo na literatura 2. Poesia alemã I. Cavalcanti, Claudia. mailto:editora@estacaoliberdade.com.br http://www.estacaoliberdade.com.br Georg Heym 105 Georg Heym nasceu em 1887, em Hirschberg. Cursou direito em Würzburg e Berlim. A partir de 1910 travou contato com o “Novo Clube” nessa cidade, Quando leu seus poemas pela primeira vez. Morreu afogado em 1912, Quando patinava no gelo com um amigo. Os poemas de Georg Heym têm o peso de prenúncio do expressionismo. Seus livros Der ewige Tag [O dia eterno] e Umbra vitaesão dois marcos no contexto do movimento. 106/107 Hõren im Sommer Die Orgel der matten Gewitter, Baden in Herbsteslicht, am Ufer des blauen Tags. An den Feldem verwãcbst, Wo der Wind steht, trunken vom Korn, Hoher Dom hoch und krank Gegen das Himmelsblau. Gib mir die Hand, Wir wollen einander verwachsen, Einem Wind Beute, Einsamer Võgel Flug, Sieh, ich steige hinab, In deinem Scbofizu vergessen, Fern, was von oben drõhnt, Helle und Qual und Tag. Steigt der Bergmann zum Schacht Und scbwankt seine trübe Lampe Über der Erze For, Hoch an der Schattenwand, Deine Wimpem, die longen... An Hildegord K. (1911) Deine Wimpem, die langen, DeinerAugen dunkele Wasser, Lafi micb tálichen darein, Lafi micb zur Tiefegehn. Gíobg Hetm Ouvir no verão O órgão de débeis tempestades, Banhar-nos na luz do outono, Às margens do dia azul. Tuas pestanas, as longas... A Hildegord X. (1911) esquecer no teu colo, ;e do que em cima ecoa, v.ade e tormento e dia. Emaranha-se nos campos, Onde pára o vento, ébrio de trigo, Grande espinheiro, alto e doente, Rumo ao azul do céu. Vê, desço Para ec< Longe c Claridac O mineiro desce ao poço E balança sua turva lanterna Sobre o portão dos minérios, Em cima, no muro de sombras, Tuas pestanas, as longas, A água escura de teus olhos, Deixa-me ali mergulhar Deixa-me ir ao fundo. Dá-me tua mão, Vamos nos emaranhar, Qual presa de um vento, Vôo de pássaros solitários, 108/109 Einmal am Ende zu stehen, Wb Meer in gelblichen Flecken Leise scbwimmt scbon herein Zu der September Bucht. Oben zu ruhn Im Hause der durstigen Blumen, Über die Felsen hinab Singt und zittert der Wind. Mancbmal wollen wirstebn Am Rand des dunkelen Brunnens, Tief in die Stille zu sehn, Unsere Liebe zu suchen. Oder wir treten hinaus Vom Scbatten dergoldenen Wálder, Grofi in ein Abendrot, Das dir berübrt sanft die Stim. Gõttliche Trauer, Schweige der ewigen Liebe. Hebe den Krug herauf, Trinke den Schlaf. Doch von derPappel, Die ragt im Ewigen Blauen, Fàllt scbon ein braunes Blatt, Rubi auf dem Nacken dir aus. >ro. Geok Hhm Tristeza divina Cala-te ao amor eterno, Ergue a taça, Bebe o sono. Mas do choupo Que se ergue no Azul Eterno Já cai uma folha marrom, Que repousa sobre tua nuca. Descansar no alto Na casa das flores sedentas, Descendo os rochedos, O vento canta e vibra. Então paramos no fim, Onde o mar, manchado de amarelo, Vem nadando devagar Até a baía de Setembro. Por vezes ficamos parados Na beira da fonte escura, Para olhar fundo o silêncio, Para buscar nosso amor. Ou então saímos Da sombra das florestas douradas, Amplos rumo ao crepúsculo Que te toca doce a fronte. 110/111 Und der Mond wie ein Greis Watschelt oben herum Mit dem hôckrigen Rücken. Etwas will über die Brücken, Es scharret mit Hufen krumm, Die Steme erschraken so weiJS. Rette dich in das Herz der Nacht, Grabe dich schnell in das Dunkele ein, Wie in Waben. Mache dich klein, Steige aus deinem Bette. Die Finstemis raschelt wie ein Gewand, Die Bãume torkeln am Himmelsrand. Holber Schlof (1911) Geoíg Heym Salva-te no coração da noite Enterra-te no escuro rapidamente Como em favos. Sê um pequeno ente, Desce da tua cama. E a lua com suas ancas Ginga no céu riscado Com as costas qual dois montes. sussurra a escuridão, as árvores cambaleiam. Semi-sono (1911) Qual uma roupa Na beira do céu ; Algo quer atravessar as pontes, Raspando um rastro pesado. De susto, as estrelas estão brancas. 112/113L MeinerSeele unendlicbe See Ebbet langsam in sanfter Fluí. Ganzgrün ich innen. Icb schwinde binaus Wie ein glãserne Luftballon. Alie Tiere unten im Wald und Gestrüpp Liegen mitHãuptem sauber gekámmt, Singend den Mond-Choral. Aber die Kinder Knien in den Bettchen in weiJSem Hemd. Spitzkõpfig kommt er über die Dàcber hocb Und schleppt seine gelben Haare nacb, DerZauberer, derstill in die Himmelszimmer steigt In vieler Gestirne gewundenem Blumenpfad. Spitzkõpfig kommt er... (1911) Geok Heym Embaixo, todos os animais na floresta e nas brenhas Têm as cabeças limpas e penteadas, Cantando o coral lunar. Mas as crianças, De camisões brancos, ajoelham-se nas camas. jsentos do céu lado. Sou todo verde j Como um balão Cabeça empinada, lá vem ele... (1911) O mar infinito de minh’alma Baixa devagar em suave maré. por dentro. Vou desaparecendo > de vidro. Cabeça empinada, lá vem ele por sobre os telhados Arrastando seus cabelos amarelos, O feiticeiro quieto, subindo para os apos Pelo sinuoso atalho de flores bem estrek