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Linguagem Fotográfica
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Me. Rita Garcia Jimenez
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Linguagem Fotográfica
• Pintura x Fotografia;
• Nascimento de uma Nova Linguagem;
• Da Experimentação à Consolidação de uma Linguagem;
• O Fotógrafo;
• Fotógrafos e Linguagem Pessoal;
• Por Que Fotografar?
· Apreender o conceito de Linguagem Fotográfica por meio de aspec-
tos conceituais, históricos e estéticos;
· Apreciar, analisar significativamente, ler e criticar trabalhos de profissio-
nais representantes de movimentos artísticos no mundo da Fotografia;
· Valorizar a pesquisa sobre os aspectos conceituais, históricos, estéti-
cos e operacionais da Linguagem Fotográfica.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Linguagem Fotográfi ca
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas:
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você 
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão 
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Linguagem Fotográfica
Pintura x Fotografia
“Essa indústria, ao invadir os territórios da arte, tornou-se sua inimiga mortal”. 
Charles Baudelaire (COSTA, 2006, p. 52). 
Charles-Pierre Baudelaire (1821-1867), o poeta e teórico da Arte francesa do 
início do século XIX, sabia que a chegada da fotografia impactaria e transformaria 
completamente o ambiente da Arte. 
Muitos artistas se perguntaram: E, agora? 
Para eles, estava surgindo uma ferramenta mais eficiente na Arte do retrato 
e do registro: era rápida e eficiente. Já outros se sentiram aliviados de não mais 
precisarem se ocupar em retratar paisagens e pessoas de forma fidedigna, ficando 
livres para criar.
Figura 1 – Louis-Jacques-Mandé Da guerre. 
Boulevard Du temple, Paris, 1838. Daguerreótipo
Fonte: HACKING, 2012
#ParaTodosVerem: Figura de uma das primeiras fotografias históricas conhecidas, 
mostrando uma vista de uma rua de Paris. A imagem é em preto e branco e apresenta 
uma qualidade granulada, com edifícios de estilo europeu dos séculos XVIII ou XIX e 
calçadas vazias. Há árvores alinhadas ao longo da rua e várias chaminés visíveis nos 
telhados. Fim da descrição.
O novo causa grande estranhamento – é o diferente e o desconhecido chegando 
– e também insegurança naqueles que tinham uma posição privilegiada dentro 
daquele contexto. 
De fato, a invenção da Fotografia foi uma revolução: fragmentos do mundo podiam 
ser captados e aprisionados em uma superfície. No início, de tão surpreendente 
que era, as pessoas se submetiam a ficar paradas por muitos minutos na frente 
de uma Câmera Fotográfica, para passar pela experiência de terem sua imagem 
congelada e impressa:
8
9
Os retratos dessa época (...) insinuam, de fato, uma austeridade vitoriana. 
Mostram pessoas compenetradas, com fisionomias rígidas, em atitudes de 
profunda meditação ou com ares de graves preocupações (...) Para tentar 
um resultado mais ameno era preciso sorrir e continuar “sorrindo”, durante 
uns cinco ou dez minutos, deixando patentes na rigidez dos músculos que 
sustentam o sorriso as limitações da técnica (KUBRUSLY, p. 40).
A Pintura sentiu profundamente que uma grande parte da sua clientela se 
deslumbraria com a nova técnica, mas, ainda que isso fosse verdade, logo se 
percebeu que se tratavam de Linguagens diferentes.
A novidade no campo da representação fez com que a Pintura fosse obrigada 
a buscar a sua essência, enquanto Linguagem Pictórica, levando-a a encontrar 
sua verdadeira alma. Seus elementos – como cor, materialidade, luz, pincelada 
– começaram a ser explorados por meio das vanguardas, grupos de artistas que 
exploravam as diversas potencialidades da Linguagem.
Nascimento de uma Nova Linguagem
O homem sempre sentiu necessidade de se expressar, de se comunicar com as 
outras pessoas e também com o universo, por meio de seus rituais. A comunicação, 
seja ela verbal ou não verbal, dá-se por meio de uma determinada Linguagem, que 
tem características específicas e elementos próprios que se combinam para criar 
sentido e forma.
Produzir linguagem é um ato criador!
Criar é, basicamente, formar. É poder dar uma forma a algo novo. Em qualquer 
que seja o campo de atividade, trata-se, nesse “novo”, de novas coerências 
que se estabelecem para a mente humana, fenômenos relacionados de modo 
novo e compreendidos em termos novos. O ato criador abrange, portanto, 
a capacidade de compreender; e esta, por sua vez, a de relacionar, ordenar, 
configurar, significar (OSTROWER, 1986, p. 9).
Assim é com a Música, a Literatura, as Artes... o poeta, por exemplo, cria suas 
poesias selecionando palavras e as organizando de tal forma a criar um determinado 
sentido para o todo. Seu elemento principal é a palavra e o que faz de seu trabalho 
significativo é a forma como as organiza.
A Fotografia, capaz de captar as imagens a que se propunha, surgiu como um 
novo produto, a partir de muita pesquisa, estudo e experimentações. Sua invenção 
foi fruto do trabalho incansável de vários homens, encantados pelas imagens 
formadas pela Camera obscura (Figura 2), usada por Aristóteles (384 a.C. - 322 
a.C.), apaixonados pelo desafio de capturar imagens e deslumbrados pela máquina, 
que surgiu naquele momento, com o processo de industrialização.
9
UNIDADE Linguagem Fotográfica
Figura 2 – Câmera escura de Joseph Nicéphore Niépce, c.1820-30. 
Museu Nicéphore Niépce.
Fonte: Wikimedia Commons
#ParaTodosVerem: Figura de uma antiga câmera fotográfica de madeira em exposição. 
A câmera tem formato cúbico e é apoiada por pequenas pernas. Na frente, apresenta 
uma grande abertura circular com borda de metal onde se colocaria a lente. A superfí-
cie de madeira é desgastada e apresenta marcas e imperfeições. Na parte superior, há 
uma pequena alça de metal. Fim da descrição.
A Câmera escura foi a grande inspiração para os inventores da Fotografia. É uma caixa com 
paredes opacas e com um orifício em um de seus lados, por onde entra um feixe de luz, 
que reproduz em seu interior, na superfície da parede paralela ao orifício, uma imagem 
invertida de um objeto. Na Antiguidade, era usada por Aristóteles para fazer observações 
astronômicas e sabe-se que o famoso pintor renascentista Leonardo Da Vinci a utilizava 
como instrumento para auxiliar o desenho. Ele a chamava de Olho Artificial. 
Ex
pl
or
O surgimento da Fotografia fez nascer uma nova Linguagem com elementosespecíficos que se relacionam a outros, próprios da Linguagem Visual, como 
ponto, linha, forma, cor e textura.
O termo Fotografia, originário do grego, significa escrever com luz. Esse é o 
elemento essencial dessa nova forma de comunicação. No lugar da tinta, é a luz 
que registra a imagem de um objeto, com o auxílio da Câmera Fotográfica, a nova 
Câmera Escura.
O fazer artístico se dá por meio do olhar do fotógrafo, que seleciona a parte 
do mundo que lhe interessa, através do visor da máquina, que delimita o campo 
a ser trabalhado. Assim, um fragmento do mundo é captado pela luz, depois de 
ser escolhido por um olhar, muitas vezes atento e curioso,com o auxílio de um 
equipamento fotográfico.
Além da luz, o espaço e o tempo são fundamentais na criação de uma fotografia. 
Ao enquadrar um determinado assunto dentro do visor da máquina, o fotógrafo 
delimita um espaço, onde se dará a imagem, ao mesmo tempo em que apresenta 
ou sugere um lugar físico ou poético.
10
11
O tempo está presente na Fotografia; faz parte dela. A ação do dedo sobre o 
botão registra algo em um determinado tempo, congelando-o para sempre naquele 
instante. Torna-se uma ferramenta capaz de guardar a memória de uma pessoa, 
um lugar, um fato histórico que, seguramente, iria se perder na memória humana. 
Torna-se um documento histórico. Hoje, sabemos muito de nossa História graças 
aos fotógrafos que registraram os mais diversos temas do passado.
Ela também registra o tempo com a ajuda da abertura do obturador, um recurso 
que deixa visível uma ação ocorrendo no tempo:
De todos os meios de expressão, a fotografia é o único que fixa para 
sempre o instante preciso e transitório. Nós, fotógrafos, lidamos com 
coisas que estão continuamente desaparecendo e, uma vez desaparecidas, 
não há mecanismo no mundo capaz de fazê-las voltar. Não podemos 
revelar ou copiar a memória (ZUANETTI, 2002, p. 17).
Eadweard Muybridge. Man/horse (vehicle), 1872-81: https://goo.gl/LSmEqQ
Ex
pl
or
Da Experimentação à Consolidação
de uma Linguagem
Pensadores, cientistas e curiosos, desde muito tempo, começaram a pensar 
como captar uma imagem. Precisaram se dedicar muito ao estudo e à pesquisa 
para que começassem a ser possíveis as primeiras experimentações.
Como já dissemos, a Câmera Escura foi o primeiro instrumento capaz de captar 
uma imagem. E como a mente humana não se satisfaz com pequenas descobertas, 
ao contrário, fica ainda mais estimulada a seguir adiante, isso foi só o começo. 
O pequeno orifício ganhou uma lente, a caixa ficou maior, procurou-se uma 
substância que fosse sensível à luz, até que o Joseph Nicéphore Niépce (1765-
1833) conseguisse fixar a imagem da fachada externa de sua casa sobre uma placa 
de estanho (Figura 3).
11
UNIDADE Linguagem Fotográfica
Figura 3 – Joseph Nicéphore Niépce. Vista da janela em Le Gras, 1826-27. Heliografia.
Fonte: environmentalhistory.org
#paratodosverem A imagem mostra uma vista antiga e granulada de edifícios, com 
um telhado proeminente no primeiro plano e outra estrutura ao fundo. A fotografia é 
muito desfocada e manchada, típica das primeiras técnicas fotográficas, com contraste 
limitado e detalhes pouco claros. Fim da descrição.
O pontapé inicial rumo à forma como fixar as imagens havia sido dado. A 
invenção gerou muita curiosidade e mostrou a muita gente um novo caminho a ser 
desbravado. Pintores viram a possibilidade de um registro mais rápido e eficiente; 
empresários perceberam que surgia um novo Mercado, cheio de oportunidades e 
muitas possibilidades de ganhos, e o público logo se interessou pelo novo produto 
que surgia.
À medida que o equipamento foi se desenvolvendo, a qualidade da Fotografia 
foi melhorando, o processo foi se tornando mais rápido e ficando cada vez mais 
acessível às pessoas. Era caro, demorado e dependia de terceiros; hoje é de graça, 
instantâneo e qualquer um pode fazer.
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Figura 4 – Fotografi a com celular
Fonte:iStock/Getty Images
#ParaTodosVerem: Figura de duas mãos segurando um smartphone horizontalmente, 
capturando uma fotografia de uma paisagem de praia ao pôr do sol. A tela do telefone 
exibe a imagem que está sendo fotografada, enquadrando a cena natural dentro dos 
limites do dispositivo. Fim da descrição.
Ao passo que os fotógrafos foram dominando as questões técnicas, começaram 
a perceber que, usando a criatividade, podiam criar fotos mais interessantes, 
surpreendentes, intrigantes e cheias de significados. Foi dessa forma que a 
Linguagem Fotográfica começou a se desenvolver. Seus elementos começaram a 
ser explorados com profundidade e a se inter-relacionarem de forma criativa para 
construir novos tipos de imagens. Cores, tons, luz, exposição e abertura eram as 
novas matérias-primas para os novos criativos. 
Muitos fotógrafos se destacaram trazendo para o universo da Fotografia novas 
possibilidades de trabalhar com essa linguagem, tão rica e poderosa na sua rapidez 
e potência simbólica. Assim como as vanguardas artísticas europeias tiveram de 
se aprofundar na essência da pintura, os fotógrafos foram em busca de explorar o 
grande potencial da Linguagem Fotográfica.
O Fotógrafo
É o equipamento fotográfico que registra um determinado tema ou assunto, mas 
a produção fotográfica só é possível com a atuação do fotógrafo. Ele é o agente 
responsável pela ação que dará origem à fotografia.
Ainda que a fotografia seja o resultado da ação da luz sobre um material/
equipamento fotossensível, ela nasce de um desejo, uma curiosidade e uma 
intenção de uma pessoa: o fotógrafo. A formulação criada por Bóris Kossoy(1941-) 
(KOSSOY, 2003, p. 37) demonstra a importância do indivíduo nesse processo:
13
UNIDADE Linguagem Fotográfica
Assunto/Fotógrafo/Tecnologia (elementos constitutivos) = Fotografia 
(produto final)
Coordenação: Espaço/Tempo
É o seu querer conjugado à sua maneira de ver e compreender o mundo, 
conteúdos e referências pessoais e artísticas que compõe que dão forma e conteúdo 
para as imagens.
Esse conjunto de elementos, diferentes em cada indivíduo, é a combustão para 
a originalidade e a inventividade presente nas incontáveis e distintas produções 
fotográficas e o modo como esses elementos se inter-relacionam e se tornam 
visíveis nas composições é o que lhes confere personalidade.
A alta Tecnologia e o baixo custo tornaram extremamente acessíveis os equipa-
mentos fotográficos. O aparelho de celular, que carregamos conosco, praticamen-
te, 24 horas por dia, é também uma máquina de fotografar.
Fotografamos todos os dias, ainda que para registro de coisas e momentos banais. 
De qualquer forma, o exercício de seleção e registro de imagens se popularizou e a 
linguagem é usada por todos. Somos todos fotógrafos... Mas temos de levar em 
consideração a qualidade dessas imagens. 
Mas o que pode ser entendido como uma boa fotografia?
Poderia ser uma nova formulação:
Conhecimento técnico + conhecimento específico da linguagem visual 
e fotográfica + criatividade = boa fotografia
Conhecimento técnico diz respeito à compreensão, com profundidade, de como 
usar um determinado equipamento, programas e aplicativos para captação, registro 
e edição de uma imagem. 
Conhecer a Linguagem Visual é saber como se estrutura uma composição, 
com todos os elementos que a compõem, como ponto, forma, textura, volume, 
cor, tom, escala, profundidade e planos entre outros e a Linguagem Fotográfica é 
conhecer seus elementos específicos como enquadramento, nitidez, luz, tempo e 
espaço. Tanto o primeiro elemento como o segundo dependem apenas de tempo 
e de dedicação para poder resolvê-los com perfeição. 
Ainda que dominemos essas questões técnicas e de Linguagem Visual, e a criatividade?
Criatividade pode ser definida de diversas formas. O importante é perceber que 
todas dizem respeito à capacidade de o ser humano criar o novo, de reinventar coisas, 
de quebrar paradigmas, buscar novas soluções para novos e velhos problemas. 
O criativo, em geral, possui alto grau sensibilidade, inconformismo, facilidadena elaboração de hipóteses e muita coragem para empreender novos caminhos. 
14
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Figura 5 – Jeff Wall. A sudden gust of wind (after Hokusai), 1993
Fonte: tate.org.uk
#OaraTodoVerem: Figura de uma fotografia que retrata várias pessoas correndo em um 
campo ao lado de um riacho. Uma árvore sem folhas à esquerda e folhas que parecem 
ter sido lançadas ao ar dão dinamismo à cena. O céu está nublado e ao fundo pode-se 
notar uma paisagem mais urbana com edifícios distantes. Fim da descrição.
O homem é um ser criativo e o exercício da criatividade é necessário porque o impul-
siona para o novo e para a solução de seus problemas, sejam eles simples ou complexos.
Se não fosse dessa maneira, não teria sobrevivido, no início de sua existência, 
nos ambientes inóspitos e cheios de perigos, como a fúria da natureza e as grandes 
feras, com os quais se deparou na Pré-história.
Assim, entendemos que todos somos criativos e que o que precisamos é desenvolver 
a criatividade. Para isso, temos de acreditar que somos capazes de criar coisas novas 
e melhorar aquelas que já existem. Nas áreas criativas como a Fotografia, é essencial, 
se pensarmos que milhares de imagens são feitas a cada segundo.
Não devemos encarar esse fato como um problema, ao contrário. A criatividade é 
uma atividade ligada ao divertimento e à brincadeira e é por isso que os profissionais 
criativos encaram o trabalho como uma atividade prazerosa.
Com o tempo, esses profissionais desenvolvem qualidades importantes que o 
diferenciam de todos os outros. São pessoas competitivas, querem sempre crescer 
e mostrar seu melhor; não descartam possibilidades – experimentam, testam e pro-
põem novas formas de fazer as coisas; fogem das categorias estabelecidas e gostam 
de quebrar regras e testar novas receitas; produzem novidades com frequência; 
percebem formas diferentes de aplicar suas ideias; desenvolvem técnicas para so-
lucionar problemas; tem uma postura mais produtiva diante da vida; conseguem 
romper com os padrões estereotipados e rígidos e possuem muita facilidade para 
interagir com o entorno.
Logo, é muito bom ser criativo!
Já sabemos que temos importante potencial criativo e queremos desenvolvê-lo! 
Talvez, a principal dica seja: estude muito, conheça bem as regras e pense em como 
15
UNIDADE Linguagem Fotográfica
melhorá-las e em possibilidades totalmente novas para realizar as mesmas tarefas.
Entre o grande número de produções fotográficas, com as quais nos deparamos 
todos os dias, podemos encontrar inúmeras que contemplam o que entendemos 
como uma boa fotografia. Mais que isso, elas nos mostram estilo e personalidade, 
elementos fundamentais para criar uma linguagem pessoal. 
Cada fotografia ou conjunto delas é um reflexo da maneira como o fotógrafo 
enxerga o mundo. O tema que escolhe, a forma como o enquadra, a quantidade 
de elementos que utiliza dentro de suas composições, as cores e as texturas que 
privilegia dão caráter único para aquela produção e imprimem a marca de seu autor.
Podemos chegar à conclusão que o exercício da criatividade leva à criação de 
uma linguagem pessoal.
Eureka!
John Heartfield. Adolf the Superman: swallows gold and spits tin, c.1932: https://goo.gl/FcvHnM
Ex
pl
or
Cabe ao fotógrafo conhecer profundamente seu equipamento fotográfico, ter 
uma intenção ao fotografar, compreender todos os elementos que compõem uma 
foto e uma forma de relacioná-los de maneira diferente.
Vamos ver alguns fotógrafos que se destacaram no seu tempo, com produções 
que trouxeram inovações e foram e são até hoje surpreendentes.
Fotógrafos e Linguagem Pessoal
Vamos começar por Charles Lutwidge Dodgson (1832-1898), um professor de 
Matemática da Universidade de Oxford, que começou a fotografar aos 26 anos. 
Seu tema principal era as crianças. Alice Liddell, irmã de um de seus amigos, 
era uma de suas modelos preferidas, com quem realizou vários estudos fotográficos 
(Figura 8). Inspirado pelo poema The brigar maid, de Alfred Tennyson, Dodgson 
fez a foto Alice Liddell como a “pequena mendiga” (Figura 6).
16
17
Figura 6 – Charles Lutwidge Dodgson. Alice Liddell
como a “pequena mendiga”, c.1859
Fonte: Wikimedia Commons
#ParaTodosVerem: Figura de uma fotografia em preto e branco de uma menina descal-
ça, com vestimentas rasgadas, de pé ao lado de uma parede com folhagens. Ela segura 
um objeto que parece ser uma boneca ou um pano contra o peito e olha diretamente 
para a câmera com uma expressão séria. Fim da descrição.
As fotografias que fazia tinham ar fantasioso. As meninas pareciam personagens 
de histórias, como Alice Liddell na foto. Ao longo dos anos, exercitou muito sua 
criatividade, trabalhando com diversas linguagens artísticas. Escreveu contos, 
poesias, romances, era desenhista e fotógrafo. Seu trabalho criativo se expandia 
de tal forma que uma linguagem alimentava a outra, como o poema que inspirou 
sua foto e também suas fotos que serviram como inspiração para outros de seus 
trabalhos.
Charles Lutwidge Dodgson criou o pseudônimo Lewis Carroll. Ele foi o autor 
do livro Alice nos país das maravilhas e Alice Liddell a inspiração para a famosa 
personagem da garota que cai dentro de uma toca de coelho e vai parar em um 
mundo cheio de fantasias.
Mais tarde, a história se tornou um dos longa metragens mais famosos de Walt Disney, 
em 1951 (Figura 7).
17
UNIDADE Linguagem Fotográfi ca
Figura 7 – Disney, Cena do fi lme Alice no país das maravilhas, ilustração
Fonte: Wikimedia Commons
#ParaTodosVerem: Figura de um pôster colorido com o título “Walt Disney’s Alice in 
Wonderland” na parte superior. Abaixo, há imagens vibrantes e coloridas de persona-
gens do filme, incluindo Alice e as figuras icônicas do Chapeleiro Maluco, a Rainha de 
Copas, o Coelho Branco, entre outros. A parte inferior do pôster diz “The all-cartoon 
Musical Wonderfilm!” e destaca que o filme é em “Color by TECHNICOLOR”. Fim da 
descrição.
Gostou tanto da experiência, que se dedicou a 
estudar com profundidade a técnica e em pouco 
tempo se tornou um excelente fotógrafo.
Fotografava objetos comuns, mas sua visão 
criativa fazia com ele imprimisse novas maneiras 
de enxergá-los, utilizando diferentes ângulos de 
visão, efeitos de luz e sombra.
Suas fotografias representam muito bem a inventi-
vidade e a espontaneidade do Dadaísmo, movimento 
do qual fazia parte.
Dadaísmo é o nome de um 
movimento artístico, criado 
por poetas, escritores e ar-
tistas plásticos, na Suíça, em 
1916. Entre eles, além de Man 
Ray, estavam Hugo Ball, Tris-
tamTzara e Marcel Duchamp. 
Tinham como meta quebrar 
as regras acadêmicas, a lógi-
ca e a razão, representando o 
mundo sem sentido, reflexo 
dos efeitos terríveis da Primei-
ra Guerra Mundial. 
Man Ray experimentou e trabalhou com muitas técnicas e seu espírito inventivo 
18
19
ainda o levou às Raiografias, um tipo de fotografia sem câmera, na qual ele pousava 
objetos sobre superfícies sensíveis. Dessa série, surgiram as abstrações.
Figura 8 – Man Ray. Raiografi a, c.1923.
Fonte: Floresta, 2011
#ParaTodosVerem: Texto descritivo: Figura de uma fotografia em preto e branco que 
mostra uma pilha desordenada de tiras de filme fotográfico e um tampão de garrafa, 
ambos enrolados e espalhados de forma aleatória sobre uma superfície escura. Fim da 
descrição.
Criou um estilo pessoal nos retratos também. Fotografava seus modelos a 
certa distância e depois os ampliava, o que lhes conferia certa suavidade. Retratou 
grandes personalidades como Gertrude Stein, Ernest Hemingway, Picasso, Jean 
Cocteau e Constantin Brancusi, entre muitos outros.
Figura 9 – Man Ray. Constantin Brancusi, c.1930. Fotografi a
Fonte: Floresta, 2011
#ParaTodosVerem: Figura de uma fotografia sépia mostrando um homem com barba, 
vestindo um chapéu e um casaco pesado, segurando um cão branco de pelagem fofa. 
Eles estão posando para a foto, e tanto o homem quanto o cão estão olhando para a 
câmera. Fim da descrição.
Henri Cartier-Bresson (1908-2004) era um pintor formado em Paris, que descobriu19
UNIDADE Linguagem Fotográfica
a Fotografia ao viajar em uma expedição etnográfica pelo México, em 1931.
Sua produção fotográfica se destaca por captar o instante perfeito ou o momento 
decisivo, como o menino que sorri ao carregar duas garrafas de vinho, na fotografia 
intitulada Rue Mouffetard (Figura 10).
Figura 10 – Henri Cartier-Bresson. Rue Mouffetard, c.1958. Fotografia
Fonte: cameralabs.org
#ParaTodosVerem: Figura de uma fotografia em preto e branco de um menino andan-
do por uma rua. Ele sorri amplamente e carrega uma garrafa de vinho em uma mão e 
uma baguete na outra. Ao fundo, outras crianças podem ser vistas na rua, que parece 
ser de uma cidade europeia. Fim da descrição.
[...] Cartier-Bresson era um observador astuto, o homem do olho, que 
sabia o que ele queria e o que interessava a ele. Um certa vez, ele se 
comparou com um pescador que tinha um peixe na ponta da sua linha. 
O mais importante era se aproximar cautelosamente e apertar o botão no 
momento certo (MISSELBECK, 1996, p. 101).
Foi um dos mais importantes representantes da Fotografia Humanista, que 
retratava temas humanos. Durante o tempo em que trabalhou para jornais e revistas 
populares, fez grande quantidade de fotografias que diziam respeito à condição 
humana em cenas cotidianas. Muitas ficaram conhecidas nos livros que publicou.
Já demonstrara interesse pelas questões sociais e políticas quando esteve no 
México e realizou uma série de fotos, as quais apresentou em uma exposição, ao 
lado do fotógrafo Alvares Bravo (1902-2002), como em Nacho Aguirre, Santa 
Clara, México (Figura 11).
20
21
Figura 11 – Henri Cartier-Bresson. Natcho Aguirre, Santa Clara, México, 1934-1935. Fotografi a
Fonte: metmuseum.org
#ParaTodosVerem: Figura de uma fotografia em preto e branco mostrando um homem 
sem camisa sentado, com sua cabeça fora de quadro, cruzando os braços sobre o peito. 
Ao lado dele, em um pequeno armário aberto, há vários sapatos desorganizados. Fim 
da descrição.
Suas cenas apresentam certa tensão. Na fotografia Natcho Aguirre, Santa Clara, 
México (Figura 13), por exemplo, Bresson retrata um homem com o tórax despido, 
os braços cruzados e as mãos cerradas. O fato de seu rosto não aparecer confere 
a esse personagem a representação de uma categoria, já que sua identidade não é 
revelada. Ao seu lado, numa espécie de prateleira, há sapatos femininos de salto, 
representando uma outra classe social. 
Aqui podemos ver que o fotógrafo, a partir da escolha dos elementos e da 
organização, comenta uma questão social, que parece ser bem importante naquele 
lugar e tempo.
Em Venda de ouro nos últimos dias de Kuomintang (Figura 12), de 1948, 
podemos ver a questão do momento decisivo combinada com o retrato social de 
Xangai, na China, antes de a cidade ser tomada pelos comunistas.
Na foto, vemos pessoas que se amontoam em frente a um Banco Estatal, que 
distribuía 40 gramas de ouro por pessoa, a mando do Kuomintang, o Partido 
Nacionalista chinês, diante da desvalorização da moeda. 
Na sua composição, Bresson revela o caos causado pela ação do Governo. 
O efeito tremido da foto é resultado do acotovelamento da multidão nervosa e 
desesperada reagindo à nova situação política. 
Os corpos estão entrelaçados e, de tão juntos, seus braços e mãos parecem 
formar uma onda e as cabeças parecem procurar ar entre tantas pessoas. Segundo 
fontes, 10 pessoas morreram esmagadas na multidão.
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UNIDADE Linguagem Fotográfica
Figura 12 – Henri Cartier-Bresson. Venda de ouro nos últimos dias de Kuomintang, 1948. Fotografia
Fonte: cameralabs.org
#ParaTodosVerem: Figura de uma fotografia em preto e branco mostrando um grupo 
numeroso de pessoas aglomeradas. Elas parecem estar em uma situação de aperto ou 
tumulto, com algumas segurando-se umas às outras ou tentando passar por cima de 
outras. As expressões são mistas, algumas sérias, outras sorridentes, e a maioria está 
vestida com roupas de tons escuros. O cenário ao fundo é indistinto, sugerindo que o 
foco é a multidão em primeiro plano. Fim da descrição.
A norte-americana Cindy Sherman (1954-) fez uma série de fotos, entre 1977 
e 1980, intitulada Untitled film stills, nas quais se retrata como uma personagem 
inspirada em filmes do fim da década de 1950 e início da de 1960. Foram cerca 
de 69 fotos, em preto e branco, nas quais aparece dentro de uma visível narrativa, 
cujos elementos tentamos buscar para reconstruí-la. 
O trabalho encomendado pela revista Art fórum ganhou elementos especiais 
da artista. Para a série, ela fez composições que lembravam fotos de revistas 
pornográficas e escolheu o formato widescreen, usado no Cinema.
Na obra Sem título nº 92 (Figura 13), vemos claramente um momento 
congelado de algo que está acontecendo. Ela está sentada no chão e olhando 
para fora do enquadramento, como se estivesse com medo de algo ou assustada. 
A câmera é posicionada de forma a dar maior dramaticidade à cena, elemento 
típico em suas fotografias.
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Figura 13 – Cindy Sherman. Sem título nº 92, 1948. Fotografi a
Fonte: broadfoundation.org
#ParaTodosVerem: Figura de uma pessoa com camisa branca e saia xadrez olhando 
para o lado com uma expressão intensa e um pouco de apreensão. A pessoa está ajo-
elhada no chão com as mãos apoiadas à frente do corpo, como se estivesse prestes a 
levantar-se ou tivesse sido capturada em movimento. O cabelo está úmido e grudado 
na testa e nas bochechas. A iluminação vem de cima, criando sombras marcantes no 
rosto e na roupa. Fim da descrição.
Suas fotografias não são autorretratos. Sua escolha de se fotografar é por acredi-
tar que pode dar o máximo na interpretação dos personagens, apresentando-os com 
muita profundidade. A produção das fotos é rica em detalhes, levando-nos a enxergar 
uma cena, por meio dos elementos que empresta da Linguagem Cinematográfica.
A maquiagem e o figurino trazem uma série de detalhes sobre as personagens que 
Sherman interpreta, tornando difícil até encontrar a artista por traz da produção. 
As cenas são construídas a partir das imagens dos filmes que a inspiraram. Os 
cenários para suas fotos são meticulosamente pensados, podendo se apropriar de 
um lugar externo ou, ainda, a produção de um lugar interno, como uma sala ou 
um quarto.
A designer gráfica Barbara Kruger (1945-) começa a se apropriar de elemen-
tos da Linguagem Gráfica e da Propaganda para sua produção fotográfica. Ao 
vermos uma de suas fotografias, rapidamente sabemos a sua autoria, pois reco-
nhecemos sua linguagem pessoal. As fotos de Kruger tem sua marca própria e 
é facilmente reconhecível.
Kruger cria frases e textos e os sobrepõem à fotografias em preto e branco 
de Revistas e outras fontes dos Meios de Comunicação dos quais se apropria. 
O conjunto de elementos é forte e direto, quase um slogan de propaganda. É 
interessante que ela se utiliza da Linguagem Publicitária para fazer denúncias e 
críticas sobre a própria publicidade.
Elementos gráficos como uma borda na imagem e frases em vermelho sobre 
fundos preto ou branco nos remetem à estética de anúncios de Revistas.
A maioria de seus trabalhos traz uma crítica e uma discussão sobre a sexualidade 
e o consumismo, como na obra I shop therefore I AM (Eu compro, portanto eu 
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UNIDADE Linguagem Fotográfica
sou) (Figura 14), fazendo referência à famosa frase Penso, logo existo, do filósofo 
francês René Descartes.
Figura 14 – Barbara Kruger. I shop therefore I am, 1987. Fotografia
Fonte: Wikimedia Commons
#ParaTodosVerem: Figura com fundo vermelho e uma fotografia em preto e branco de 
uma mão aberta no centro. Sobre a imagem da mão, um texto em letras maiúsculas 
brancas com bordas vermelhas diz “I shop therefore I am”. O texto é uma variação do 
famoso ditado filosófico “penso, logo existo” de René Descartes, substituindo a ação 
de pensar pela de comprar. Fim da descrição.
Todos os fotógrafos que vimos aqui desenvolveram produções fotográficas cheias 
de estilo, pois combinaram suas preferências, seu olhar e sua técnica, que os diferen-cia de todos os outros. Mas isso só é possível depois de muita dedicação. Como dizia 
Picasso: “Criar é uma combinação de 99% de transpiração e 1% de inspiração”.
É necessário começar, testar, experimentar, estudar e insistir na Linguagem 
escolhida para que, então, seja possível criar algo realmente inovador e criativo, 
com boa qualidade:
Não importa a intensidade do esforço: parece que é necessário pelo 
menos 10 anos de trabalho constante em um tema ao linguagem artística 
para chegar a dominar uma especialidade (...) Inclusive Mozart, que se 
poderia considerar a exceção que confirma a regra, esteve compondo 
pelo menos por uma década antes de poder produzir com regularidade 
obras que se consideram dignas de serem incluídas no seu repertório 
(GARDNER, 1995, p. 50).
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Importante!
Experimente sair com sua Máquina Fotográfi ca ou mesmo seu celular e tire fotos de 
tudo o que lhe interessar, sem se preocupar em fazer uma grande Obra de Arte. Pode ser 
em apenas um quarteirão de sua cidade. Vamos começar devagar... Quando achar que 
tem uma boa quantidade de fotos, volte para casa e as analise com calma. Olhe cada 
uma das fotos, observe detalhes, pense nas composições que você fez e os elementos 
presentes em cada uma delas. Depois, separe aquelas que você mais gostou. Guarde em 
uma pasta de arquivo no seu computador com o nome Saída fotográfi ca nº 1. Algumas 
semanas depois, já com maior experiência em fotografi a, retorne ao mesmo quarteirão 
e fotografe. Agora, sim, está na hora de você comparar seus trabalhos e observar sua 
evolução. Ah! Salve em Saída fotográfi ca nº 2. Bom trabalho. 
Trocando ideias...
Por Que Fotografar?
A resposta mais precisa que posso dar do por que eu tiro fotos é uma metáfora. 
Para mim, tirar uma foto é como o ponto de ignição em um motor em combustão; 
ingredientes (vapores de gasolina, ar) são articulados em uma forma de engenharia 
magistral, compactados em um momento primorosamente cronometrado e 
sacudidos para produzir força e centelhas brilhantes. Na gênese de uma fotografia 
bem-sucedida, todos os esforços anteriores se congregam em um momento decisivo: 
o tempo de pesquisa para aprender aquela especialidade acadêmica, a longa ladeira 
íngreme para chegar ao local antes que a luz mude, o truque inteligente imaginado 
para que a própria história seja contada de um modo novo e intrigante, a metáfora 
prateada que envolve toda a ideia, a busca das condições climáticas favoráveis 
– e ainda se você não se esqueceu de carregar a bateria, montar o tripé, levar a 
objetiva certa etc. E quando tudo isso é congregado na mesma fração de segundo 
e alcança o ponto de ignição... bem, a sensação de satisfação é extasiante. É algo 
arrebatador (LOWE, 2017, p. 6).
Dicas:
• Busque assuntos do seu interesse, que agradam você, que mexam com suas 
emoções e que provoque sua curiosidade;
• Saiba o que você quer dizer com sua fotografi a. Tenha um objetivo;
• Tente imprimir uma marca pessoal em suas fotos;
• Seja criativo, tente fazer diferente e fuja das receitas;
• Dedique-se ao assunto. Pense, refl ita e gaste tempo com ele;
• Aprenda profundamente as técnicas de fotografar. Experimente ao máximo!;
• Conheça a História da Fotografi a;
• Discuta com amigos e professores sua produção fotográfi ca.
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UNIDADE Linguagem Fotográfica
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Instituto Moreira Salles
Organização sem fins lucrativos criada pelo diplomata e banqueiro Walter Moreira 
Salles, em 1992, que se dedica à divulgar fotógrafos e suas produções fotográficas.
https://ims.com.br/
 Livros
Caderno de artes visuais
SESI-SP. Caderno de artes visuais. v. I. São Paulo: SESI/SP, 2016.
 Filmes
Nascidos em bordéis
Direção: Ross Kauffman e Zana Briski. Documentário, EUA/Índia, 2006, 85min. 
Sinopse: A fotógrafa.
 Leitura
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
MORAES, Adriano Cunha; AHLERT, Jacqueline. Barbara Kruger: os limites entre 
linguagem da publicidade e propaganda e da linguagem artística. Intercom – Sociedade 
Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação. XVII CONGRESSO DE CIÊNCIAS 
DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO SUL – Curitiba – PR – 26 a 28 maio 2016.
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Referências
COSTA, Cacilda Teixeira da. Arte no Brasil 1950-2000: movimentos e meios. 
São Paulo: Alameda, 2006.
FLORESTA, Merry. Man Ray. São Paulo: Cosac Naify, 2011.
GARDNER, Howard. Mentes criativas. Barcelona: EdicionesPaidós Ibérica, 1995.
HACKING, Juliet (ed.). Tudo sobre fotografia. Rio de Janeiro: Sextante, 2012.
KOSSOY, Boris. Fotografia & história. São Paulo: Ateliê Editorial, 2001.
LOWE, Paul. Mestres da fotografia. São Paulo: Gustavo Gili, 2017.
MISSELBECK, Reinhold. 20th century photography: Museum Ludwig Cologne. 
Colgne: Taschen, 1996.
OSTROWER, Fayga. Criatividade e processos de criação. Petrópolis: Vozes, 1986.
SALLES, Cecília Almeida. Gesto inacabado: processo de criação artística. São 
Paulo: Intermeios, 2011.
ZUANETTI, Rose et al. Fotógrafo: o olhar, a técnica e o trabalho. Rio de Janeiro: 
Senac Nacional, 2002.
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Linguagem Fotográfica
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Me. Rita Garcia Jimenez
Revisão Textual:
Prof. Me. Claudio Brites
Gêneros Fotográficos
• Introdução;
• Gêneros Fotográficos.
· Conhecer os gêneros fotográficos como linguagem e seus elemen-
tos constituintes;
· Valorizar os gêneros fotográficos por sua complexidade estrutural 
e simbólica;
· Desenvolver e realizar pesquisas sobre gêneros fotográficos e 
artistas representantes;
· Apreciar, analisar, conhecer e criticar manifestações históricas e esté-
ticas da fotografia por meio dos gêneros fotográficos.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Gêneros Fotográfi cos
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você 
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão 
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Gêneros Fotográficos
Introdução
Figura 1 – O rebelde desconhecido (1989)
Fonte: Wikimedia Commons
#ParaTodosVerem: Figura de uma cena histórica com quatro tanques de guerra em 
linha avançando por uma via ampla. Um indivíduo está de pé em frente ao primei-
ro tanque, bloqueando seu caminho. A pessoa parece estar em uma posição calma 
e desarmada. A fotografia é frequentemente associada aprotestos por liberdade e 
resistência pacífica. Fim da descrição.
Em 5 de junho de 1989, o fotógrafo norte-americano Jeff Widener registrou, da 
varanda de seu quarto em um hotel na Praça da Paz Celestial, em Pequim (China), 
um homem carregando sacolas de compras postado à frente de quatro gigantescos 
tanques de guerra, tentando impedir que eles avançassem. Até hoje não se sabe a 
identidade ou o paradeiro do homem.
Fonte: https://goo.gl/GB5uei
Para apreender o mundo, o homem sempre sentiu a necessidade de classificar 
as coisas, encontrar características semelhantes, agrupá-las em conjuntos a partir de 
elementos e propriedades comuns. É a categorização. Por sua vez, cada um desses 
conjuntos pode oferecer novas variantes. Assim, características como tamanho, 
volume, matéria, cor, peso etc., foram sendo utilizados como parâmetros para a 
definição de temas e gêneros. Esse processo gerou categorias fundamentais em um 
mundo complexo e variado como o das belas-artes, por exemplo. “É a natureza do 
representado, em vez da representação em si, que levou a uma divisão em classes 
que chamamos gêneros”, afirma o professor titular de fotografia na Faculdade de 
Belas-Artes da Universidade Complutense de Madri, Espanha, Joaquín Perea (2000). 
Em relação à fotografia, o termo gênero refere-se aos diferentes temas tratados, 
ou seja, imagens do mesmo assunto que compartilham as mesmas referências. Para 
Perea (2000), os principais usos do conceito de gênero são a reunião de fotografias 
pelo mesmo assunto, facilitando a localização de imagens em arquivos fotográficos, 
assim como para a categorização nos concursos de fotografia, por exemplo. 
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Uma das mais importantes publicações mundiais sobre fotografia, a revista norte-
americana Popular Photography, trabalhava com as seguintes categorias: ação/
esportes, viagem, artes, retrato, natureza, digital manipulada, glamour, fotojornalismo, 
animais e humor. Essa categorização é compreensível: em um de seus últimos 
concursos, a revista precisou gerenciar sessenta mil fotografias. Criada em 1937, a 
Popular Photography encerrou as suas atividades em 2017, depois de oitenta anos 
de atividade. “Toda essa diversificação leva-nos a concluir que cada um estabelece suas 
próprias categorias e que elas são criadas de acordo com nossa conveniência”, pontua 
Perea (2000).
Entretanto, podemos afirmar que existem gêneros fotográficos universais básicos 
derivados da pintura acadêmica – retrato, paisagem, natureza-morta e histórico –, 
uma vez que a grande maioria da primeira leva de grandes fotógrafos é oriunda 
das artes visuais como, por exemplo, o norte-americano Man Ray (1890-1976):
Comecei minha carreira como pintor. Ao fotografar minhas telas, perce-
bi o interesse de sua reprodução em preto e branco. Um dia, cheguei a 
destruir um original para ficar somente com a reprodução. Desde então, 
passei a acreditar que a pintura tornou-se uma forma de expressão ultra-
passada e que a fotografia iria destroná-la quando o público fosse educado 
visualmente [...]. Só tenha certeza de uma coisa – preciso experimentar, 
com uma forma ou com outra. A fotografia me fornece meios para isso, 
meios mais simples e ágeis que a pintura (FLORESTA, 2011, p. 5).
Para Man Ray, a fotografia era uma forma de revitalizar as artes visuais, capaz de 
quebrar barreiras entre a arte clássica – acadêmica – e a popular, o estilo e a moda, a 
pintura e a ilustração. 
Figura 2 – Combinação de sombras (1919)
Fonte: museoreinasofia.es
#ParaTodosVerem: a obra apresenta um objeto metálico circular com duas projeções 
arqueadas na parte superior, fixado em uma superfície vertical. As sombras projetadas 
pelo objeto e pelas projeções criam formas geométricas sobre a superfície. Ao lado, um 
conjunto de linhas retas verticais e pequenas linhas horizontais projeta uma sombra 
que forma um padrão paralelo. Abaixo do objeto circular, há duas linhas curvas delica-
das que parecem ondulações. Fim da descrição.
9
UNIDADE Gêneros Fotográficos
Figura 3 – As lágrimas (1932)
Fonte: museoreinasofia.es
#ParaTodosVerem: a Figura é uma fotografia em close de um olho humano. O olho tem 
cílios longos e está levemente voltado para cima. Duas lágrimas podem ser vistas na 
borda inferior do olho, prestes a cair. A imagem é granulada, sugerindo que pode ser 
de uma época anterior. Fim da descrição.
Perea (2000), citando o Dicionário de termos artísticos e arqueológicos, de 
Estela Ocampo, apresenta as definições de gênero – natureza-morta, retrato, pai-
sagem e histórico – para a pintura:
• Retrato: representação artística do rosto ou de toda a figura de uma pessoa;
• Paisagem: pintura de gênero que representa um lugar natural ou urbano. 
Paisagem heroica (séc. XVIII), destinada a evocar nobres sentimentos;
• Natureza-morta: pintura de gênero em que são representados apenas objetos 
inanimados. Foi praticada extensivamente na Antiguidade Clássica, especial-
mente nos mosaicos, e depois extinguiu-se para reaparecer no século XVI;
• Histórico: gênero pictórico que ilustra cenas históricas ou lendárias em tom 
heroico. Nos séculos XVII e XVIII foi considerado pela Academia como a for-
ma de arte mais respeitável, comparável à pintura religiosa.
Assim, torna-se lógico que os gêneros fotográficos tenham sido originados da 
pintura – que, em um processo lento e gradual a partir do início do século XX, iniciou 
nova trajetória, livre de algumas amarras. A fotografia passou, então, a assumir 
funções anteriormente atribuídas à pintura – retratos, paisagens etc. –, entretanto, 
como veremos, logo a fotografia encontraria o seu próprio caminho.
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Exemplo do gênero 
paisagem na pintura:
Exemplo do gênero 
paisagem na fotografi a:
Figura 4 – Nuvens passageiras (1820)
Fonte: Wikimedia Commons
#ParaTodosVerem: a Figura é uma pintura 
representando uma paisagem ampla e aberta. No 
primeiro plano, uma área de terra escura com algumas 
pedras é visível. Além disso, há um campo verde 
que se estende até um pequeno lago. O horizonte é 
dominado por montanhas azuladas que se misturam 
com um céu amplo e nublado, onde a luz do sol parece 
tentar romper as nuvens. A pintura tem um estilo que 
sugere movimento nas nuvens e variações sutis de cor 
na vegetação e no céu. Fim da descrição.
Figura 5 – North Palisade from Windy Point (1936)
Fonte: Wikimedia Commons
#ParaTodosVerem: a Figura mostra uma fotografi a 
em preto e branco de uma cadeia de montanhas. As 
montanhas são robustas e têm picos agudos, com várias 
elevações e vales visíveis. Algumas áreas das montanhas 
têm manchas de neve. A fotografi a parece ter sido 
tirada de uma altitude elevada, olhando para baixo 
sobre as cristas. O céu acima das montanhas tem nuvens 
dispersas, e a imagem tem um aspecto granulado, típico 
de fotos antigas. Fim da descrição.
Exemplo do gênero retrato na pintura: 
Figura 6 – Nicolas Antoine Taunay (1811)
Fonte: mnba.gov.br
#ParaTodosVerem: a Figura é um retrato de um jovem com uma expressão séria. Ele 
tem cabelo escuro levemente encaracolado e usa um casaco de cor escura com gola 
alta e um lenço branco volumoso amarrado em volta do pescoço. A pintura tem um 
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UNIDADE Gêneros Fotográficos
estilo realista, com o rosto do jovem iluminado contra um fundo marrom escuro, enfa-
tizando seus traços faciais e a textura de suas roupas. Fim da descrição.
Exemplo do gênero retrato na fotografia: 
Andy Warhol (1981): https://goo.gl/MYARqnEx
pl
or
Os gêneros que a pintura tradicionalmente utilizou – retrato, paisagem e natureza-
morta – estão também presentes no campo da fotografia. Já as pinturas históricas 
e religiosas não encontraram, inicialmente, um gênero equivalente na fotografia, 
uma vez que esse tipo de pintura necessita de uma referência – uma lembrança, um 
relato – para a criação da imagem. O gênero histórico da pintura que se aproxima 
da fotografia é o documental, com conexões de fotojornalismo e reportagem. 
Assim, temos quatro grandes gêneros na fotografia: retrato, paisagem, natureza-morta e documental.
No início da fotografia, a baixa sensibilidade à luz dos primeiros materiais exigia 
exposições extremamente longas, impossibilitando o registro de temas nos quais o 
movimento e a mudança de posição, por exemplo, estavam presentes. O aumento 
da sensibilidade dos filmes e a diminuição do tamanho das câmeras permitiram, 
com o tempo, a abordagem de questões até então impossíveis. O que, hoje, é algo 
extremamente simples, como tirar uma fotografia digital, registrando uma cena do 
cotidiano, seja de um atentado terrorista ou de um surfista em uma onda gigante, 
há cem anos era impraticável. 
Importante!
Que são raros os registros fotográficos de cenas de guerra do século XIX, especialmente 
devido aos longos tempos de exposição dos equipamentos e também pela dificuldade 
de transportar e operar os aparatos na linha de frente dos conflitos? Uma das imagens 
mais marcantes, que retratou recém-mortos no campo de batalha, é denominada Uma 
colheita da morte (figuras 7a e 7b), de 1863, do norte-americano Timothy H. O’Sullivan 
(1840-1882), tirada durante a Guerra Civil Americana (1861-1865). Alexander Gardner, 
administrador do estúdio onde O’Sullivan trabalhava, assim registrou: “Tal fotografia 
transmite uma moral útil: ela demonstra o horror e a realidade nua e crua da guerra, 
em vez de embelezá-la” (HACKING, 2012, p. 131). Na Figura 7 b) destacamos um detalhe 
do trabalho de O’Sullivan: havia escassez de calçados, que eram retirados dos soldados 
mortos para serem usados pelos que seguiam na guerra. A fotografia começava a 
registrar detalhes reveladores e fidedignos de acontecimentos históricos.
Você Sabia?
12
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Figura 7a 
Uma colheita da morte (1863)
Fonte: Wikimedia Commons
#ParaTodosVerem: a Figura é uma fotografi a histórica 
em sépia mostrando um campo de batalha após 
um confronto. Vários corpos de soldados estão 
espalhados pelo chão, alguns deles em primeiro 
plano, deitados de costas ou de bruços. A cena 
é desoladora, com a grama seca e o horizonte 
nebuloso ao fundo. A cena transmite um senso de 
devastação e perda. Ao fundo, com vida, pode-se 
discernir a silhueta de algumas pessoas e um cavalo. 
A qualidade da imagem é granulada, com manchas 
e imperfeições típicas de fotografi as de épocas 
passadas. Fim da descrição.
Figura 7b 
Uma colheita da morte [detalhe] (1863)
Fonte: Wikimedia Commons
#ParaTodosVerem: a imagem mostra um close de um 
soldado caído em um campo de batalha. Apenas a 
metade inferior do corpo é visível, com destaque para 
as pernas vestidas com uma calça de tecido grosso e 
botas. O soldado está deitado de costas e parece estar 
em repouso eterno. A grama ao redor está amassada 
e seca. A fotografi a é um detalhe de uma cena maior, 
capturando o sombrio rescaldo de um confl ito. Fim da 
descrição.
Gêneros Fotográficos
Nos quatro gêneros fotográficos – retrato, paisagem, natureza-morta e docu-
mental –, os fatores espacial e temporal estão presentes, mas são representados 
de formas diferentes.
Por meio de ações de representação do espaço, diferentes elementos de uma 
cena são articulados na imagem fotográfica. O espaço da cena escolhida ou pre-
parada é definido por meio do enquadramento, constituindo o fundo em que se 
destaca a figura a que dirigimos a atenção. No retrato, por exemplo, o fundamental 
é a imagem do retratado – ou, dos retratados –, normalmente em primeiro plano. 
O fundo – que sempre existe, mesmo que seja infinito – fica, literalmente, em se-
gundo plano; ainda assim, é importante termos atenção ao fundo a partir do uso 
adequado da iluminação ou da desfocagem. 
Na paisagem, é o primeiro plano que não importa – ou não existe –, sendo o 
fundo a figura principal da imagem. Entretanto, não é raro encontrarmos elementos 
em primeiro plano que não constituem a imagem, tal como um galho de árvore que 
serviria para delimitar ou decorar.
No documental, devemos mostrar o que acontece, algo que ocorre em determi-
nado espaço. Ambos os elementos – primeiro e segundo planos – são importantes. 
13
UNIDADE Gêneros Fotográficos
A figura se destaca do fundo, mas ambos são reconhecidos; já na natureza-morta, 
os elementos que constituem a figura tendem a se integrar ao fundo, desaparecen-
do a “luta” visual entre os quais.
Em relação ao fator temporal, é importante um cuidadoso controle do enqua-
dramento, das condições da cena e do tempo de exposição – obturador. Vejamos 
como Perea (2000) vê o tempo nos quatro gêneros:
Assim, o retrato parece condensar toda uma vida em um segundo: a marca 
do tempo. A paisagem parece tentar transformar um segundo em um infinito: 
tempo acumulado. A história finge que um instante parece um instante: o 
tempo parou, “o momento decisivo”. A natureza-morta, finalmente, parece 
tentar que a aparência estática da cena (sua aparente permanência no tempo) 
seja transmitida como ausência de tempo. 
Importante destacar que aqui tratamos de forma geral, de modo que não há 
impedimentos para experimentarmos alternativas e/ou novidades às regras. 
Aliás, isso é fundamental para as descobertas. Um exemplo é a fotografia intitu-
lada After van Dongen, de 1959, do britânico Norman Parkinson (1913-1990), 
na qual subverte a lógica do gênero retrato, desfocando a pessoa e focando a 
cortina, que está ao fundo. Trata-se de hábil utilização da profundidade de cam-
po. Resultado: a modelo se destaca das várias texturas da cortina. O objetivo de 
Parkinson era realmente realçar o chapéu feito pelo célebre chapeleiro alemão 
Otto Lucas.
After van Dongen (1959): https://goo.gl/h7UJLu
Ex
pl
or
Assim, chegamos à conclusão de que retrato e documental são os gêneros nos 
quais o homem é o ator principal; enquanto que natureza-morta e paisagem são 
gêneros caracterizados pela ausência do homem.
Ademais, é óbvio que existem paisagens onde a imagem do homem aparece, mas 
que não representa o elemento fundamental. Assim, podemos encontrar exceções 
em todos os gêneros, afinal, a criatividade está à solta! 
Retrato
Se você não é bom ator, você nunca será um bom fotógrafo de retratos. 
Você tem de criar uma atmosfera sobre você mesmo que é apropriada 
para o tema e o ambiente, você precisa ser quase um camaleão e um 
manipulador muito bom (LOWE, 2017, p. 126).
A figura humana exerce, há muito tempo, um grande fascínio sobre artistas e 
fotógrafos. O rosto humano, por sua vez, é fascinante, uma forma perfeita – ou 
imperfeita, não importa – e possuidora de infinitas variações, as quais podem 
ser captadas de diversas maneiras. Celebridades ou desconhecidos, pobres ou 
14
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ricos, desempregados ou trabalhadores, todos – individualmente ou em grupo – 
são temas para retratos. Enfim, o humano é o ator principal.
As técnicas são as mais diversas: luz natural ou artificial, em estúdio ou em 
áreas externas, uso de acessórios e/ou cenários para a produção, entre outras 
possibilidades. Retratos podem ser feitos em estilos formal e espontâneo: no formal, 
modelo e fotógrafo têm consenso do evento e normalmente trabalham juntos na 
criação da imagem, ou seja, fazem-no de forma colaborativa, pois a intenção é 
que a imagem expresse a identidade do fotografado – afinal, quem não tem o seu 
“melhor” ângulo? O espontâneo é quando o fotógrafo deixa o seu fotografado à 
vontade, logo, sem posições pré-definidas, fazendo com que a personalidade do 
modelo venha à tona de forma natural.
Fotos espontâneas e formais podem ser realizadas em estúdio ou fora deste. A 
questão é que no estúdio o profissional tem domínio das condições de iluminação, 
por exemplo. “Uma habilidade essencial é sentir como uma mudança sutil no 
ângulo ou na pose pode ser crucial para a fotografia final”, salienta Lowe (2017). 
Retrato no Estúdio: Controle Total da Luz
Iago, estudo de um italiano, de 1867 (Figura 8), da britânica Julia Margaret 
Cameron (1815-1879), é um bom exemplo das primeiras fotografias do gênero 
retrato produzidas em estúdio. A fotógrafa usava uma teleobjetiva, o que achata 
a perspectiva, resultando em um efeitomais agradável à pessoa fotografada. 
Teleobjetivas têm menos profundidade de campo. Assim, trabalhava com a objetiva 
totalmente aberta para obter uma profundidade de campo rasa, destacando partes 
da pessoa fotografada. Em 1866, Julia adquiriu uma teleobjetiva de abertura fixa de 
f3.6, perfeita para as curtas distâncias em que trabalhava. A câmera exigia longos 
tempos de exposição – de três a sete minutos –, o que obrigava os fotografados a 
permanecerem o mais estáticos possível.
Julia também utilizava luz natural em seus trabalhos. Em Iago, estudo de um 
italiano, utilizou uma iluminação que veio um pouco acima do homem em um uso 
cuidadoso da luz e sombra, revelando as fortes características do rosto. Controlou 
cuidadosamente o ângulo da luz e a posição da pessoa como formas de chamar a 
atenção aos olhos semifechados do fotografado. “Quando esses homens estavam 
em frente de minha câmera, toda a minha alma se esforçava para fazer seu dever 
de modo que a grandeza do homem interior, bem como [...] a do exterior, fosse 
registrada fielmente”, afirmava (apud LOWE, 2017).
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UNIDADE Gêneros Fotográficos
Figura 8 – Iago, estudo de um italiano (1867)
Fonte: culture24.org.uk
#ParaTodosVerem: a Figura mostra um retrato de um homem com uma expressão con-
templativa. Ele tem cabelos médios e desalinhados, e um olhar intenso e ligeiramente 
desfocado. Seu rosto é magro e possui traços marcantes, como um nariz proeminente 
e queixo forte. A imagem tem um tom sépia, o que sugere que é uma fotografia anti-
ga. Fim da descrição.
Entre os fotógrafos contemporâneos, o também britânico Brian Griffin (1948-) se 
destaca por ter redefinido o estilo do negócio e dos retratos comerciais ao trabalhar 
para a revista Management Today, na década de 1980. Fez a capa de mais de du-
zentos discos, dirigiu dezenas de vídeos musicais e comerciais de televisão e publicou 
dezoito livros. Griffin é mestre, tanto da luz quanto da composição, usando um con-
trole preciso da exposição e do enquadramento para produzir imagens muitas vezes 
surreais e complexas. Diz que recorreu à arte da propaganda não necessariamente em 
termos de conteúdo, mas do poder na construção das imagens para tornar as suas 
fotos “poderosas e impressionantes” (apud LOWE, 2017, p. 126) – as figuras 9 e 10 
demonstram bem isso.
Griffin fotografou a cantora Siouxsie Sioux, da banda britânica Siouxsie & the 
Banshees, para a capa do single Dazzle, que o grupo lançou em 1984. O trabalho 
foi realizado com equipamento analógico. Embora seja especialista em criar efeitos 
sem a utilização de softwares de edição de imagens, Griffin, atualmente, usa uma 
mídia digital para atingir os seus objetivos estéticos, principalmente em relação ao 
cenário, para depois utilizar película nas exposições finais.
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Figura 9 – Siouxsie Sioux (1984)
Fonte: artimage.org.uk
#ParaTodosVerem: a Figura apresenta uma pessoa 
com uma expressão intensa, olhando diretamente 
para a câmera. Seu rosto é parcialmente oculto por 
uma gola alta de tecido preto. A pessoa tem cabelo 
escuro e espetado, que se estende para cima e para 
fora, criando uma silhueta selvagem. Seus olhos são 
ampliados por uma maquiagem pesada, e uma boca 
aparece no meio do rosto onde não deveria estar, 
conferindo movimento e um efeito artístico surreal. 
Fim da descrição.
Figura 10 - Capa do single Dazzle, do grupo britânico 
Siouxsie & the Banshees (1984)
Fonte: Siouxsie & The Banshees - “Dazzle” (divulgação)
#ParaTodosVerem: a Figura é uma edição da Figura 
9, que apresenta um rosto parcialmente oculto 
por sombras, com destaque para os olhos que são 
penetrantes e expressivos. Sobre o lado esquerdo 
da imagem, há uma faixa com um padrão símbolos 
caindo em cascata. Na parte inferior, em uma 
tipografi a estilizada, lê-se a palavra “DAZZLE”. A paleta 
de cores é escura, com o rosto emergindo de um fundo 
preto, e a imagem tem um aspecto envelhecido ou 
danifi cado, com marcas e desgastes visíveis. Fim da 
descrição.
Case: Como Montar um Estúdio Caseiro
Um estúdio em casa – se você tem um espaço vago, pode ser um quarto, uma 
garagem ou até um canto na sala, ótimo, já é o primeiro passo para a criação de 
um estúdio caseiro. O ideal é que seja quadrado e tenha poucas janelas (lembre-se: 
o controle da luz deve estar nas suas mãos). O tamanho do espaço varia de acordo 
com o que você quer fotografar. Mas, atenção, isso não quer dizer que você não 
deva dar total atenção para a montagem desse espaço, pois isso determinará a 
qualidade de seu trabalho.
Para iniciar, você precisará de boas referências, de um equipamento compatível 
aos seus objetivos (flash, câmera, lentes etc.), de técnica e, principalmente, do 
olhar. Vejamos algumas dicas básicas para você montar um estúdio caseiro simples:
Luz:
Sem luz não há imagem. As luzes variam conforme o gosto particular do 
fotógrafo, mas há opções que são muito utilizadas por serem versáteis e muito 
usadas no mercado de fotografia. Uma delas é o flash, usado como acessório 
externo à câmera. Ele é o primeiro “melhor amigo” do fotógrafo. Existem diversos 
tipos. Além do flash dedicado, há também as luzes de cabeça, ou refletores, que 
17
UNIDADE Gêneros Fotográfi cos
são aqueles spots que geralmente ficam em tripés. Existem também vários tipos, 
cada um oferece um clima, um efeito ou uma sensação para a sua foto. Para 
rebater luzes, por exemplo, é possível usar uma placa de isopor, que reflete a luz de 
forma suave e possibilita direcioná-la para onde se desejar.
Figura 11 – Equipamento de luz para um estúdio fotográfi co
Fonte: iStock/Getty Images
#ParaTodosVerem: a imagem mostra a perspectiva de um fotógrafo olhando através 
da tela de uma câmera DSLR posicionada em um tripé. A tela da câmera exibe um 
estúdio fotográfico com um fundo branco e diversos equipamentos de iluminação, 
incluindo refletores e sombrinhas, que estão montados em tripés e direcionados para 
o fundo. O estúdio tem um piso de madeira e paredes amarelas. Há uma sensação de 
preparação para uma sessão fotográfica. Fim da descrição.
Fundo/Cenário:
Uma dica interessante para iniciar um estúdio caseiro é buscar alguns fundos 
para cenas, os quais funcionam como cenários. Os fundos mais empregados são 
os pretos e brancos de cor sólida. São muito bons para composições e ajudam na 
edição das imagens. Além desses, há também os com desenhos, paisagens etc., tudo 
para criar cenários para as suas fotos. O material também varia muito: há fundos 
de papel, tecido, EVA etc., todos fáceis de comprar, dado que são encontrados em 
qualquer loja de fotografia. Claro que é possível improvisar, desde que o resultado 
alcance a qualidade que você deseja para as suas fotos.
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Figura 12 – Há fundos de papel, tecido, Espuma Vinílica Acetinada (EVA) etc.,todos fáceis de comprar
Fonte: iStock/Getty Images
#ParaTodosVerem: a imagem mostra um estúdio fotográfico com um fundo infinito 
branco. À esquerda e à direita, painéis brancos de reflexão estão posicionados para 
ajudar a distribuir a luz de forma uniforme. No centro, um tripé alto com uma luz di-
recional aponta para baixo, ao lado de uma luz menor com um softbox octogonal no 
chão. Acima, duas fileiras de luzes fluorescentes ajudam a iluminar o espaço. O piso é 
branco e reflete parte da luz do estúdio, criando um ambiente luminoso e preparado 
para uma sessão de fotos. Fim da descrição.
Retratos com Luz Natural: Infinitas Possibilidades
Os retratos requerem, de maneira geral, uma iluminação cuidadosa; por isso, 
é importante sabermos trabalhar com a luz do dia. Atraente pelas inúmeras 
possibilidades, a luz natural precisa ser muito bem administrada pelo fotógrafo, sob 
pena de prejudicar o trabalho.
Ademais, a iluminação natural tem as suas particularidades, com os efeitos de luz 
e de sombra mudando a cada instante, da hora do dia, da estação do ano, se está 
nublado ou não, transformando-se também de acordo com o ângulo de visão. Se o Sol 
não estiver coberto por nuvens, a luz produzida terá característicadura e concentrada, 
na qual o contraste entre claro e escuro será marcante. A utilização de um difusor 
contribui para a redução das sombras nos rostos das pessoas, por exemplo.
A luz que vai das 10 às 15h geralmente é dura e direta, o que resulta em sombras 
fortes e transições igualmente duras. Dependendo do ambiente, é possível evitar 
isso, buscando um local com sombra, por exemplo.
Em um dia nublado, a luz tem uma característica difusa e suave, com sombras 
pouco pronunciadas, onde a linha de passagem entre luz e sombra se dá gradu-
19
UNIDADE Gêneros Fotográficos
almente, às vezes de maneira tão suave que a sombra é quase imperceptível. Por 
isso, é muito importante observar bem o local e, se for o caso, o melhor horário 
para se obter o resultado esperado. 
Bruce Gilden (1946-) anda pacientemente pelas ruas de Manhattan, Nova 
Iorque, procurando personagens peculiares que representem a energia e vida dessa 
grande metrópole. “Amo as pessoas que eu fotografo. Quero dizer, elas são meus 
amigos. Eu nunca absolutamente conheci ou encontrei a maioria delas, mas, por 
meio de minhas imagens, vivo com elas”, afirma (apud LOWE, 2017, p. 131). 
Gilden trabalha de maneira instintiva, constantemente em movimento, comumente 
usando flash, mesmo durante o dia, para capturar os seus temas, equilibrando a 
luz artificial com a disponível na cena – o flash congela os movimentos, dando um 
efeito dramático à fotografia, conforme podemos constatar na imagem abaixo:
Cidade de Nova Iorque – mulher caminhando na Quinta Avenida (1992): 
https://goo.gl/nAxC2FEx
pl
or
Paisagem
Por que fotografamos um lugar, uma paisagem? Pela beleza, pelo registro de 
um fenômeno da natureza, pela estratificação do tempo? Em grande parte da 
fotografia de paisagem do século XX preponderou o conceito romântico do sublime, 
majestoso. Um dos exemplos mais representativos é o norte-americano Ansel 
Adams (1902-1984), cujos trabalhos espetaculares de montanhas e vales remotos, 
intocados, principalmente de Yosemite Valley, Califórnia, Estados Unidos, criaram 
uma representação da natureza que, em muitas ocasiões, era mais intensa do que 
a própria realidade. 
Adams viveu no vale por cerca de dez anos e conhecia detalhadamente a sua 
geografia. Sabia exatamente onde se posicionar para encontrar a composição perfeita. 
Utilizava como poucos as condições meteorológicas e a direção da luz: “Uma boa 
fotografia é saber onde permanecer”, afirmava (apud LOWE, 2017, p. 50). Na Figura 
13 observamos exatamente isso: esperou o momento logo após a tempestade 
para fotografar, garantindo contraste entre as nuvens com a parte mais clara no 
centro da imagem onde também é observada uma cachoeira canalizando o olhar 
do observador; temos preto, branco e um criativo intervalo de cinzas.
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Figura 13 – Tempestade de inverno se dissipando (1935)
Fonte: Lowe, 2017, p. 51
#ParaTodosVerem: a imagem é uma fotografia em preto e branco de uma paisagem 
montanhosa coberta de neve. As montanhas imponentes emergem de uma floresta 
densa de pinheiros. Nuvens baixas e nevoeiro envolvem os picos, criando um efeito 
dramático e etéreo. Há uma cascata visível caindo de um penhasco, destacando-se 
contra a paisagem escura. A luz parece vir do lado direito, iluminando parte da cena e 
dando profundidade e contraste à fotografia. Fim da descrição.
Na passagem do século XX ao XXI, o britânico Darren Almond (1971-) apresen-
tou a série de fotografias Lua cheia (Figura 14), com longas exposições de paisa-
gens enluaradas, mantendo a linha de trabalho de Ansel Adams. As fotografias de 
Almond retratam lugares distantes à noite, sem figuras humanas ou qualquer tipo 
de presença do homem, levando o espectador a outros mundos. 
Há algo na luz dessas fotos que não é a luz do dia. Não se sabe ao certo 
se essa paisagem existe mesmo [...] ela parece fictícia, ou excessivamente 
ideal. A profundidade de campo é esquisita e, junto com a qualidade da luz, 
mantém o observador preso (apud HACKING, 2012, p. 513). 
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UNIDADE Gêneros Fotográficos
Figura 14 – Luacheia@Yesnaby (2007)
Fonte: Hacking, 2012, p. 512
#ParaTodosVerem: a imagem é uma fotografia que captura uma paisagem marítima 
com longa exposição. Há uma formação rochosa vertical isolada emergindo do mar 
calmo, que aparece suave e nebuloso devido à técnica fotográfica. A rocha está à es-
querda, enquanto o penhasco contínuo se estende para a direita. O céu acima é nu-
blado com raios de luz que se filtram através das nuvens. A vegetação no topo do 
penhasco é escura e contrasta com o céu relativamente mais claro. A atmosfera geral é 
serena e misteriosa. Fim da descrição.
A Paisagem Nua e Crua
Em 1975, a exposição Novas topografias: fotos de uma paisagem alterada 
pelo homem, realizada no Museu George Eastman – fundador da Eastman Kodak 
Company –, em Nova Iorque, começou a contestar o mito do panorama intocado. 
A nova abordagem – que se transformou em um movimento, o New Topographics 
–, distante de querer apresentar uma imagem ideal de espaços naturais, buscava 
demonstrar as alterações que o homem realizava nesses locais até então selvagens 
e também o que a própria natureza faz, tais como erosões, vendavais e enchentes, 
por exemplo. 
O resultado correspondeu a imagens simples, até certo ponto literais, que favo-
receram o surgimento de uma estética pós-moderna com cenas recheadas de ves-
tígios humanos. Os espaços fotografados passaram a ganhar significado por serem 
resultados de povoamentos, industrialização e de agricultura intensiva. O gênero 
paisagem iniciava, assim, uma nova trajetória, que vinculava esse tipo de fotogra-
fia a ideias de tempo, memória e história, tal como vemos em Usina elétrica de 
Agecroft, Salford (1983) (Figura 15), de John Davies (1949-), fotógrafo britânico 
influenciado pelo New Topographics:
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Figura 15 – Usina elétrica de Agecroft, Salford (1983)
Fonte: Hacking, 2012, p. 516-517
#ParaTodosVerem: a imagem é uma fotografia em preto e branco de quatro torres de 
resfriamento de uma usina industrial. As torres são grandes estruturas em forma de 
cone com a parte superior alargada e estão dispostas em linha. A usina está situada em 
uma ampla paisagem aberta com campos ao redor. Em primeiro plano, há árvores sem 
folhas e o que parece ser uma área de descarte com vários itens e veículos espalhados. 
Ao fundo, podem-se ver mais estruturas industriais e linhas de transmissão de energia. 
O céu está nublado, e a imagem tem uma qualidade atmosférica e um tanto sombria. 
Fim da descrição.
Em Usina elétrica de Agecroft, Salford, Davies retrata uma paisagem industrial do 
Norte da Inglaterra. Fotografou em preto e branco, de modo que os tons escuros realçam 
o caráter desolado da paisagem. A partida de futebol que se desenvolve na imagem 
fica literalmente em segundo plano, frente às monumentais torres de refrigeração da 
central elétrica, símbolo da ascensão e queda da indústria carvoeira britânica da qual 
dependia essa usina de energia – as torres foram demolidas em 1994.
Confira algumas dicas para qualificar o seu trabalho com paisagens:
• No caso de um lugar conhecido e/ou turístico, você terá de iniciar o trabalho 
bem cedo para prevenir o afluxo de visitantes – se esse for o seu objetivo. 
Outra vantagem de chegar cedo é aproveitar as espetaculares condições de 
iluminação encontradas nesse breve período, normalmente logo após o nascer 
do Sol. O poente, por sua vez, fornece luz e cores sensacionais, tais como ne-
blinas róseas que se transformam em douradas à medida que o Sol desaparece;
Importante!
Uma regra de ouro, seguida por praticamente todos os profi ssionais de paisagens, sendo 
quase que uma lei, determina o seguinte: fotografar somente ao nascer do Sol, entre 
quinze e trinta minutos antes de o Sol nascer e cerca de trinta minutos a uma hora 
depois de nascer; e ao pôr do Sol, de quinze a trinta minutos antes do pôr do Sol e até 
trinta minutos depois.
Importante!
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UNIDADE Gêneros Fotográficos
• Normalmente, um trabalhobem-sucedido de paisagem é resultado de uma 
abordagem planejada na qual o fotógrafo identificou diversos ângulos e 
variações sobre o mesmo tema ou aguardou uma mudança favorável de luz 
ou condições do tempo. A chegada de uma maré, por exemplo, comumente 
transforma uma paisagem, de modo que se conseguirmos captar a atmosfera 
do lugar, ótimo;
• Se o Sol fizer parte de seu projeto fotográfico, redobre a atenção: incluir o Sol 
na foto visto através de uma cerração, por exemplo, pode produzir excelentes 
resultados. Para superar problemas de contrastes extremos, espere que as 
nuvens encubram o Sol ou que se coloquem de forma a evitar parte da luz por 
esse emitida.
Natureza-Morta
No início da fotografia, a grande maioria dos fotógrafos simplesmente imitava o 
gênero natureza-morta do seu correlato em pintura – principalmente em relação às 
origens holandesas –, dispondo frutas, animais abatidos e outros objetos. Os longos 
tempos de exposição necessários, à época, tornavam os modelos ideais para a fotografia 
de objetos inanimados. A partir da década de 1850, com a fotografia ganhando ares 
de belas-artes, a natureza-morta oferecia a chance de o fotógrafo aplicar o processo 
objetivo da fotografia ao simbolismo e à metáfora das artes plásticas.
Um exemplo é a fotografia intitulada As areias do tempo (c.1855), de 
Thomas Richard Williams (1824-1871) (Figura 16). Além do tema, trazia ainda 
uma novidade: era uma imagem estereoscópica que, visualizada em um equi-
pamento específico, apresentava uma perspectiva tridimensional – razão da 
duplicidade de imagens. 
A natureza-morta também desempenhou um papel importante no desenvolvi-
mento da fotografia em cores, a partir de meados do século XIX. Em Natureza-
-morta com galo (c.1879), Louis Ducos du Hauron (1837-1920) utilizou um 
galo e um pássaro empalhados. A imagem contém três camadas de gelatina 
pigmentada sobre goma-laca nas três cores visíveis nas extremidades da foto 
(Figura 17). 
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Figura 16 – As areias do tempo (c.1855)
Fonte: Wikimedia Commons
#ParaTodosVerem: a imagem é uma fotografia estereoscópica mostrando duas ima-
gens quase idênticas lado a lado. Ambas as imagens retratam uma cena com um 
crânio humano colocado sobre um livro aberto, apoiado em uma mesa. Ao lado do 
crânio, há uma ampulheta e óculos com lentes circulares repousando sobre o livro. O 
ambiente é escuro e texturizado, conferindo um tom sombrio e antiquado à fotografia. 
Fim da descrição.
Figura 17 – Natureza-morta com galo (c.1879)
Fonte: Wikimedia Commons
#ParaTodosVerem: Figura mostrando um galo e um periquito. O galo tem penas mar-
rons e brancas, uma crista vermelha proeminente e está perfilado para a esquerda. O 
periquito é principalmente verde com manchas amarelas e está à direita, olhando para 
o galo. Ambos estão sobre o que parece ser musgo e pedras. O fundo é uma parede 
desgastada com manchas e descascados em tons azuis e brancos. Há números no can-
to inferior direito, “3623”. Fim da descrição.
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UNIDADE Gêneros Fotográficos
Uma das grandes vantagens da natureza-morta é permitir ao fotógrafo exercer 
total controle sobre o tema, a estética e os aspectos técnicos da fotografia, expe-
rimentar diversos tipos de iluminação – luz natural e de estúdio – e praticar com 
um modelo – ou vários – que não se move. Dessa forma, o fotógrafo pode criar a 
imagem antes mesmo de fotografá-la. As naturezas-mortas podem ser sem pro-
dução, objetos não dispostos propositalmente à foto; e, com produção, fotografias 
em torno de um tema. 
Muitas vezes você se surpreende em momentos ociosos alterando ligei-
ramente a posição de um objeto de adorno da sua casa – um abajur, 
um cinzeiro, uma foto de família, um vaso de flores. Quer você tenha 
consciência, quer não, essa escolha da disposição de objetos inanimados 
constitui uma natureza-morta não-produzida. O mundo está repleto delas 
(HEDGECOE, 1996, p. 158).
Vejamos algumas dicas sobre fotografias de naturezas-mortas, as quais adaptadas 
de Hedgecoe (1996):
• Naturezas-mortas sem produção – projeto de fácil produção e realização. 
Não requer determinada câmera, nem um tipo especial de teleobjetiva. Um 
tripé pode ser um equipamento muito útil, uma vez que fotografias de naturezas-
mortas são resultados de alguma reflexão e, geralmente, são feitas lentamente. 
O que importa é você ser observador(a). Atento(a), você encontrará temas nos 
lugares mais improváveis. Podemos fotografar um elemento isolado (Figura 18) 
e temas cujos elementos sejam comuns ou antagônicos, entre outros;
Figura 18 – Sem título [Memphis] (1970)
Fonte: Lowe, 2017, p. 100-101
#ParaTodosVerem: Figura mostrando um triciclo infantil de cor predominante azul 
e preto. O triciclo está estacionado em uma rua asfaltada, com o guidão levemente 
enferrujado e manetes vermelhos. Tem um assento preto e rodas grandes com aros 
brancos e pneus pretos. Ao fundo, vê-se casas com telhado branco e um céu claro. Há 
um carro estacionado na garagem de uma das casas. Fim da descrição.
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• Naturezas-mortas com produção – você poderá criar também as suas 
próprias naturezas-mortas, escolhendo um ou mais objetos e experimentando 
diversos ângulos da câmera e efeitos de iluminação. A escolha de temas é 
infinita. Novamente, precisaremos de um tripé para que você possa se 
movimentar livremente em torno do tema. Disponha os objetos, ilumine-os 
e confira a composição no visor da câmera. O norte-americano Alec Soth 
(1969-) produziu e fotografou duas toalhas dobradas que formam dois cisnes, 
representando o amor. A colcha floral remete à natureza e a suave iluminação 
vem de uma janela (Figura 19):
Figura 19– Duas toalhas (2004)
Fonte: Lowe, 2017, p. 104
#ParaTodosVerem: Figura de duas toalhas brancas dobradas em forma de cisnes sobre 
uma cama. As toalhas estão posicionadas de modo que as pontas se tocam, formando 
um coração com seus pescoços e cabeças. A cama tem uma colcha estampada com 
grandes flores em tons de vermelho, rosa, verde e preto. Ao fundo, há uma cabeceira 
de cama marrom e uma parede bege. Fim da descrição.
Documental
“A realidade nos oferece tanta riqueza que precisamos remover parte dela ime-
diatamente para simplificar. A questão é: sempre removemos o que deveríamos 
remover?” A frase de Henri Cartier-Bresson (1908-2004) (apud LOWE, 2017) 
resume o seu brilhante trabalho como fotógrafo da vida cotidiana, um dos maiores 
de todos os tempos. No mesmo nível está Robert Capa (1913-1954) (apud LOWE, 
2017), principalmente em relação à atuação como correspondente de guerra: “A 
verdade é a melhor imagem, a melhor propaganda”, sentenciou.
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UNIDADE Gêneros Fotográficos
Figura 20 – Coroação do rei George VI (Londres, 12 de maio de 1937)
Fonte: Lowe, 2017, p. 260
#ParaTodosVerem: Figura em preto e branco mostrando um grupo de pessoas sen-
tadas em uma escadaria ao ar livre. Todos estão olhando para o mesmo ponto, como 
se estivessem assistindo a um evento. As pessoas estão vestidas em trajes típicos de 
meados do século 20, com homens em ternos e chapéus e mulheres em casacos e cha-
péus. No primeiro plano, um homem está deitado em uma pilha de jornais espalhados 
no chão, parecendo dormir. Fim da descrição.
Figura 21 – Multidões correndo para o abrigo depois de 
 um alarme antiaéreo soar (Bilbao, 1937)
Fonte: Lowe, 2017, p. 262
#ParaTodosVerem: Figura em preto e branco de pessoas olhando para cima, numa rua. 
À esquerda, cinco adultos, um usando bengala, com expressões atentas olhando para 
cima. No centro, uma mulher e uma criança de mãos dadas, a mulher olha para cima, 
a criança para frente. Todos vestem casacos e chapéus típicos de meados do século 20. 
Ao fundo, um carro antigo. Fim da descrição.
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Na fotografia documental você deve mostrar o que acontece, algo que ocorre 
em determinado espaço e tempo. O potencial narrativo da fotografia se apresenta 
na sua forma mais intensa, seja no conteúdo ou convite para que o espectador 
construa a sua própria narrativa. Seria algo como uma crônica estática.Cabe ao 
fotógrafo identificar justamente esses momentos visuais, que representarão um ins-
tante da história. Com o passar do tempo, as imagens captadas formarão uma nar-
rativa, de modo que, mesmo que fragmentadas, contribuirão para explicar o todo.
A fotografia tem uma força probatória. A verossimilhança aparente da 
câmera combinada com sua capacidade de identificar tendências sociais, 
políticas ou econômicas apresenta uma ferramenta poderosa para docu-
mentar questões de toda a natureza (LOWE, 2017, p. 230).
Uma das principais características que o fotógrafo documental deve ter é o gosto 
pela pesquisa, sendo este um importante componente no processo. Conhecer 
detalhes acerca do tema a ser fotografado contribui para uma eficiente narrativa 
personalizada. Assim, o fotógrafo passa a desempenhar um papel fundamental na 
descrição das mudanças sociais, políticas, econômicas e culturais do mundo.
O britânico Chris Killip (1946-) apresenta, em Juventude na parede, Jarrow, 
Tyneside (1976) (Figura 22), uma forte sensação desesperadora, contida e enjaulada 
de um jovem com botas grandes. O trabalho sintetiza a frustração e raiva de uma 
geração perdida da classe trabalhadora do Norte da Inglaterra, cujas perspectivas 
econômicas foram devastadas pelo colapso da base industrial da região. 
Figura 22– Juventude na parede, Jarrow, Tyneside (1976)
Fonte: Lowe, 2017, p. 243
#ParaTodosVerem: Figura em preto e branco de um homem sentado no chão encosta-
do em uma parede de tijolos. Ele está com a cabeça apoiada nas mãos, os cotovelos 
nos joelhos, e parece estar triste ou preocupado. O homem veste um casaco escuro e 
calças largas, e um de seus sapatos está visivelmente desgastado. Fim da descrição.
A fotografia faz parte do livro In flagrante (1988). Na publicação, Killip também 
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UNIDADE Gêneros Fotográficos
apresenta fotos de tripulantes de navios carvoeiros, uma comunidade de viajantes e 
ex-mineiros que viviam na praia, coletando pedaços de carvão trazidos pelo mar de 
uma mina mais acima, na costa (acesse link da imagem na página seguinte). Viveu 
nessa comunidade por mais de um ano. “O lugar misturava os tempos; aqui a Idade 
Média e o século XX se entrelaçavam”, afirmou (apud LOWE, 2017).
 
Figura 23 – Moira hand picking in the very good fur coat, Seacoal 
Beach, Lynemouth, Northumberland
Fonte: tate.org.uk
#ParaTodosVerem: uma pessoa está agachada em uma praia de pedras, com o corpo 
curvado para frente e as mãos vasculhando o chão. Ela veste um casaco volumoso de 
cor escura e uma touca, também escura. Ao seu lado, há um saco plástico grande. O 
mar é visível ao fundo, sugerindo um dia nublado. Fim da descrição.
Sebastião Salgado
O brasileiro Sebastião Salgado (1944-) admite que a sua experiência profissional em 
negócios – economista que é – contribuiu para a sua visão de mundo como fotógrafo 
documental social. É reconhecido como um dos principais documentaristas, em nível 
mundial, das mudanças sociais e econômicas. Produziu uma série de livros importantes, 
cada qual levando muitos anos para ser concluído, tais como Workers (1993), Terra 
(1997), Migrations (2000), Sahel (2004) e Genesis (2013) (Figura 24), no qual 
retrata as últimas reservas florestais virgens do mundo. “Não são apenas as imagens 
que são importantes – também é importante estar em sintonia com o momento da 
sociedade que as fotos mostram. Se você entender isso, não haverá limites para 
você”, ensina Sebastião Salgado (apud LOWE, 2017, p. 219).
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Figura 24 – Mulheres da aldeia Zo’é To-wari Ypy. 
Pará, Brasil (livro Genesis, 2013)
Fonte: snpcultura.org
#ParaTodosVerem: a Figura mostra uma fotografia em preto e branco de mulheres 
da aldeia Zo’é To-wari Ypy. As mulheres estão sentadas ou deitadas sobre folhas de 
palmeira, e algumas estão em uma rede. Todas usam adornos de plumas brancas na 
cabeça e algumas têm colares brancos. Fim da descrição.
Figura 25 – Baleia-franca-austral [Eubalaena australis] (livro Genesis, 2013)
Fonte: cultura.pr.gov.br
#ParaTodosVerem: a Figura é uma fotografia em preto e branco que mostra a ponta da 
calda de uma baleia emergindo da água. A textura da pele da baleia é lisa e aparecem 
linhas e sulcos naturais. A água ao redor está agitada, com respingos e espuma. Ao 
fundo, pode-se ver uma linha de montanhas ou colinas. Fim da descrição.
Salgado fotografa quase que inteiramente em preto e branco, afirmando que a 
cor pode ser uma distração. Seu trabalho é marcado pelo uso fantástico da luz, com 
destaque para a sua sensibilidade à luz lateral e contraluz, criando profundidade e 
uma sensação tridimensional – a série de fotos sobre o garimpo de Serra Pelada, 
no Pará (Figura 26) mostra claramente isso. Afirma ser resultado de ter crescido no 
Brasil, onde usava chapéu de abas largas: “Fui criado nas sombras” (SALGADO 
apud LOWE, 2017, p. 219).
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UNIDADE Gêneros Fotográficos
Figura 26 – Mina de ouro, Serra Pelada, Brasil (1986)
 Fonte: Lowe, 2017, p. 445
#ParaTodosVerem: a Figura apresenta uma fotografia em preto e branco da Mina de ouro 
da Serra Pelada no Brasil, datada de 1986. A imagem mostra uma paisagem de mine-
ração a céu aberto com centenas de mineiros em filas, subindo e descendo as encostas 
íngremes e escavadas. A cena é caótica, com mineiros espalhados por toda a extensão 
da mina. Fim da descrição.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Museu da Fotografia Documental 
É uma experiência pioneira no reconhecimento da fotografia documental como fer-
ramenta de reflexão à fotografia brasileira e de determinados cenários socioculturais, 
econômicos e políticos do País. Trata-se do primeiro webmuseu do Brasil voltado ex-
clusivamente à fotografia documental.
https://goo.gl/dTH5U2
 Livros
Profissão fotógrafo – no caminho do sucesso
Profissão fotógrafo – no caminho do sucesso, de Dane Sanders. Editora Photos, 
publicado em 2012. Sinopse: este best-seller do aclamado fotógrafo norte-americano 
Dane Sanders lhe levará a descobrir os seus pontos fortes e como aproveitá-los para 
trilhar uma carreira de sucesso no mundo da fotografia. Trata-se de leitura indispensável 
para quem quer vencer nesse negócio. Este livro ensina a usar as suas características 
e o seu talento para esculpir um nicho completamente seu; evitar os erros que muitos 
fotógrafos incorrem e escolher um estilo de negócio que se encaixe com o tempo que 
você quer investir.
 Filmes
Mil vezes boa noite 
Mil vezes boa noite – direção: Erik Pope. Drama, 2014, Noruega, Irlanda, Suécia. 
Sinopse: Rebecca (Juliette Binoche) é uma das melhores fotógrafas de guerra em 
atividade e precisa enfrentar um turbilhão de emoções quando seu marido (Nikolaj 
Coster-Waldau) lhe dá um ultimato. Ele e a filha do casal não suportam mais a sua 
rotina arriscada e exigem mudanças, mas Rebecca, apesar de amar a família, tem 
verdadeira adoração pela profissão.
O sal da terra 
Documentário O sal da terra – direção: Wim Wenders, Juliano Ribeiro Salgado. 
Documentário, 2015, Brasil, França, duração: 1h50. Sinopse: O filme conta um pouco 
da longa trajetória do renomado fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado e apresenta o 
seu ambicioso projeto Gênesis, expedição que tem como objetivo registrar, a partir de 
imagens, civilizações e regiões do Planeta até então inexploradas.
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UNIDADE Gêneros Fotográficos
Referências
FLORESTA, Merry. Man Ray. São Paulo: Cosac Naify, 2011.
HACKING, Juliet (Ed.). Tudo sobre fotografia. Rio de Janeiro: Sextante, 2012.
HEDGECOE, John. Guia completo de fotografia. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
LOWE, Paul. Mestres da fotografia. São Paulo: Gustavo Gili, 2017.
PEREA, Joaquín. Los géneros fotográficos. Revista de Fotografia, Madri, v. 2, 
n. 2, abr. 2000. Disponível em: <http://webs.ucm.es/info/univfoto/num2/index.
htm>. Acesso em: 2 fev. 2018.
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Linguagem Fotográfica
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Me. Rita Garcia Jimenez
Revisão Textual:
Prof. Me. Claudio Brites
SubgênerosFotográficos Contemporâneos e o Mercado de Trabalho
• Subgêneros Fotográficos Contemporâneos 
e o Mercado de Trabalho;
• Fotografia Newborn, de Gastronomia 
e de Animais de Estimação (pets).
· Conhecer os subgêneros contemporâneos da fotografia como lin-
guagem e seus elementos constituintes;
· Entender as peculiaridades dos subgêneros e suas possibilidades no 
mercado de trabalho;
· Valorizar a pesquisa sobre linguagem fotográfica por meio dos seus 
subgêneros.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Subgêneros Fotográfi cos 
Contemporâneos e o 
Mercado de Trabalho
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você 
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão 
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Subgêneros Fotográficos Contemporâneos 
e o Mercado de Trabalho
Subgêneros Fotográficos Contemporâneos 
e o Mercado de Trabalho
Figura 1 – Maurício Nahas. Campanha da agência Young & Rubicam Brasil para a empresa de sorvetes Freddo. 
O trabalho recebeu ouro e prata na categoria Print & Publishing no Festival de Cannes (França), em 2016. As imagens 
da campanha mostram o esforço de crianças para salvar o sorvete ao levarem um tombo. Fotografia publicitária.
Fonte: oneclub.org
#ParaTodosVerem: a Figura mostra um menino caído de bruços na calçada, com uma 
perna e um braço estendidos. Ele segura um copo de sorvete da marca “Freddo” na 
mão direita, que está elevada do chão, salvando o sorvete de cair. O menino veste 
calça jeans e camiseta listrada. Ao fundo, a rua está vazia e é possível ver árvores. Fim 
da descrição.
Os quatro gêneros da fotografia que estudamos – retrato, paisagem, natureza-
morta e documental – abrangem grande parte dos temas dentro da fotografia, 
entretanto, com o seu desenvolvimento, outras imagens foram sendo agrupadas em 
subgêneros, abrindo espaço para um número praticamente infinito de variantes. É 
como se a cada conceito ou ideia de tema, pudéssemos criar um subgênero. Bem, 
não há nada que impeça isso.
Mas, para que possamos estudar e entender melhor as características de alguns 
subgêneros, teremos de delimitá-los, definindo algumas áreas. Assim, passaremos a 
estudar a fotografia de ação/esportes, de arte, de eventos (casamentos, formaturas), 
de moda, publicitária, newborn – fotografia de bebês recém-nascidos –, gastronomia 
e de animais de estimação (pets). Como dissemos, a lista é enorme. Seja qual for 
o seu objetivo pessoal – profissional ou amador –, a definição de uma área parece 
ser importante, ainda que você possa se interessar por diversas áreas. A fotografia 
oferece muitas oportunidades no mercado de trabalho em todos os seus segmentos; 
entretanto, fique atento: a qualificação e a criatividade são elementos fundamentais.
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Fotografi a de Ação/Esportes
Quanto maior for o seu conhecimento sobre o tema que você pretende fotografar, 
maiores serão as suas chances de realizar um bom trabalho. Por exemplo, caso o 
objetivo seja fotografar uma corrida de automóvel ou um jogo de voleibol, e você 
desejar ficar em uma posição pré-definida – como a linha de chegada ou perto 
da rede –, é melhor chegar cedo para se posicionar. Quando se está iniciando, 
acompanhar um evento esportivo amador pode ser uma boa dica para realizar 
experimentações.
Figura 2 – Simonkr. Scoring a goal. Fotografi a de esporte
Fonte: iStock/Getty Images
#ParaTodosVerem: a Figura mostra um momento de um jogo de futebol. Um goleiro 
de uniforme amarelo está no ar, estendendo-se para defender o gol de uma bola que 
se aproxima. Na parte inferior da imagem, jogadores de uniformes vermelhos e azuis 
observam a ação. Eles estão no campo, que é de grama verde. Ao fundo, há uma placa 
com a palavra “FOOTBALL TEAM” e um escudo com um leão. Fim da descrição.
Imagens esportivas fantásticas dizem algo sobre o esforço ou a realização de 
um atleta. “Não basta simplesmente capturar o ponto máximo de ação; embora 
isso possa atrair o fã de esportes, é preciso haver um elemento a mais para atrair 
o interesse do espectador em geral”, ressalta Präktel (2010, p. 147). Para tanto, 
é importante que o fotógrafo conheça minimamente as regras do esporte que irá 
fotografar e o seu funcionamento, tendo, assim, melhores condições de prever e 
reagir aos diferentes momentos que fatalmente surgirão.
E atenção para o que disse um ex-fotógrafo de esportes do The New York Times: 
“Se você viu acontecer, perdeu a foto” (PRÄKTEL, 2010, p. 147). Antecipação, 
nesses momentos, é tudo. Fotógrafos de esportes e de ação precisam se antecipar, 
prever o que acontecerá. A ênfase será sempre nos participantes (atletas), mas 
reações do público também podem render boas fotos. Normalmente, essas reações 
ocorrem antes ou depois de lances cruciais, assim, não vá perder um lance desses 
para fotografar o público, certo?
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UNIDADE Subgêneros Fotográfi cos Contemporâneos 
e o Mercado de Trabalho
Uma técnica que oferece bons resultados é seguir o movimento com a câmera 
para bater a foto, isso contribui para que você capte o auge de uma ação. A velo-
cidade do obturador, por exemplo, é fundamental para o registro e, se for o caso, 
para o “congelamento” do movimento. O importante é que, em grande parte dos 
casos, quanto mais perto você chegar da ação, seja por meio da posição da câmera 
ou da distância focal, melhores serão suas fotos.
O equipamento necessário em relação a câmeras, objetivas e acessórios depende 
do quanto você estará perto daquilo que quer fotografar e do fluxo da ação. Para 
a maior parte dos eventos esportivos e de ação, uma teleobjetiva média (70-200 
mm) será o suficiente.
Figura 3 – MediaProduction. Capoeira na praia. Fotografi a de ação
Fonte: iStock/Getty Images
#ParaTodosVerem: a Figura mostra três homens praticando capoeira na praia ao pôr 
do sol. Dois deles estão no ar executando movimentos acrobáticos, um de cabeça para 
baixo com as pernas estendidas e o outro arqueado para trás em um salto. O terceiro 
homem está em pé, segurando um berimbau, um instrumento musical típico da ca-
poeira. Eles usam calças brancas e estão descalços. O céu ao fundo tem tons suaves de 
roxo e azul. Fim da descrição.
Fotografi a Contemporânea de Arte
O contraste entre a subjetividade do fotógrafo e a objetividade aparente 
da câmera é uma questão fundamental. Enquadramento e composição 
seletivos podem criar conexões ou justaposiçõesque talvez revelem um 
significado mais profundo (LOWE, 2017, p. 160). 
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A afirmação de Lowe demonstra que a fotografia é um tema intrigante e com-
plexo para os fotógrafos. Ao aplicar um modelo conceitual de pensamento com 
base na prática das belas-artes, a fotografia encontrou um novo mundo com pro-
fundidade e ressonância.
O pictorialismo foi o movimento de vanguarda que aplicou os princípios das 
belas-artes à fotografia de meados da década de 1880 até 1910. Henry Peach 
Robinson, em 1869, estabeleceu que a base da representação pictórica na fotografia 
seria uma mistura de arte, natureza, autenticidade, beleza e uma boa quantidade 
de artifícios de estúdio: “O fotógrafo tem permissão para usar qualquer tipo de 
artifício ou truque necessário” (HACKING, 2012, p. 160-161).
Um exemplo importante de fotografia pictorialista é Primavera (Figura 4), de 
1896, do francês Robert Demachy. O artista começou a usar o processo de goma 
bicromatada no qual é acrescentado um pigmento que confere cor de “sangue” ou 
sépia às fotos, mostrando um resultado próximo da pintura de forma artística e 
criativa. O processo produzia imagens pictóricas a partir de negativos fotográficos
Figura 4 – Robert Demachy. 
Primavera, 1896. Fotografi a
Fonte: Hacking, 2012
#ParaTodosverem: a Figura mostra o perfil de uma criança com um fundo monocro-
mático suave. A criança tem cabelo claro, penteado para trás da cabeça, e está olhando 
para baixo, o que deixa suas feições faciais parcialmente visíveis. A imagem tem uma 
tonalidade sépia, dando-lhe um aspecto antigo. Fim da descrição.
Na segunda década do século XX, o fotógrafo norte-americano Alvin Langdon 
Coburn (1882-1966) escreveu em um artigo intitulado Por que a câmera tam-
bém não deveria se livrar dos grilhões da representação convencional? e 
concluiu: “Pense na alegria de fazer algo que seria impossível de classificar, ou de 
saber qual a parte de cima ou de baixo!” (HACKING, 2012, p. 197). Coburn foi 
um dos primeiros a produzir fotografias não-figurativas (Figuras 5 e 6).
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UNIDADE Subgêneros Fotográficos Contemporâneos 
e o Mercado de Trabalho
Figura 5 – Alvin Langdon Coburn. 
Vortógrafo, 1917. Fotografia
Fonte: utexas.edu
#ParaTodosVerem: a Figura é uma fotografia em 
preto e branco que mostra um conjunto de formas 
geométricas que se assemelham a cristais ou 
fragmentos de vidro. Os reflexos e as facetas criam um 
padrão complexo de linhas e ângulos, dando um efeito 
visual de caleidoscópio. Não há pontos de referência 
claros para indicar a escala ou a orientação dos objetos. 
Fim da descrição.
Figura 6 – Alvin Langdon Coburn. 
Vortógrafo II, 1917. Fotografia
Fonte: Hacking, 2012
#ParaTodosVerem: a Figura mostra uma fotografia 
abstrata que parece retratar cristais ou fragmentos 
de vidro em um fundo desfocado. As formas são 
angulares e têm um aspecto tridimensional. A luz e 
a sombra criam um contraste forte na imagem, e a 
natureza exata dos objetos é difícil de discernir. Fim da 
descrição.
O início do século XX, marcado pela Primeira Guerra Mundial (1914-1918), 
pela forte industrialização do mundo, quebra de paradigmas sociais e culturais, 
obviamente, influenciou a arte. Pouco tempo depois, a Segunda Guerra Mundial 
(1939-1945) fez com que artistas europeus migrassem para a América, proporcio-
nando a aproximação e a mixagem de ideias dos dois continentes.
Os fotógrafos, por sua vez, especialmente a partir dos anos 1960, passaram a 
criar estratégias, performances – manifestação artística interdisciplinar que pode 
combinar teatro, música, poesia ou vídeo, com ou sem público – e eventos feitos 
especialmente para a câmera de forma mais contundente e frequente, desafiando 
o estereótipo tradicional da fotografia, ou seja, a noção do fotógrafo solitário, 
remexendo a vida diária em busca de uma imagem de grande impacto visual ou de 
conteúdo profundo, especialmente social. “Essa estratégia foi pensada para não só 
mudar a maneira como pensamos sobre nosso mundo físico e social, mas também 
para levar esse mundo a dimensões extraordinárias”, analisa Cotton (2010). Era a 
fotografia contemporânea de arte abrindo e encontrando seu espaço.
Território Preferencial
Estamos vivendo um momento excepcional para a fotografia, pois hoje o 
mundo da arte a acolhe como nunca o fez e os fotógrafos consideram as 
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galerias e os livros de arte o espaço natural para expor seu trabalho. Ao 
longo de toda a história da fotografia, sempre houve quem a promovesse 
como uma forma de arte e um veículo de ideias, ao lado da pintura e da 
escultura, mas nunca essa perspectiva foi difundida com tanta frequência 
e veemência como agora. Atualmente, a aspiração de muitos fotógrafos 
consiste em identificar a “arte” como o território preferencial de suas 
imagens (COTTON, 2010, p. 7).
Uma das principais características da fotografia contemporânea de arte é a 
utilização maciça da cor, ainda que alguns artistas realizem com competência 
trabalhos em preto e branco. Outra questão importante é que as fotografias 
resultam de estratégias ou de acontecimentos administrados pelos fotógrafos 
com o único propósito de criar uma imagem. Essa abordagem significa que o 
ato da criação artística começa muito tempo antes de a câmera ser efetivamente 
fixada na posição adequada e de a imagem ser registrada. Entretanto, essa 
estratégia não exclui trabalhos fantásticos que registram um momento específico 
de forma espontânea.
Figura 7 – William Eggleston. The Hasselblad Award, 1998
Fonte: Reprodução
#ParaTodosVerem: Figura mostrando botas de cano médio com salto grosso em uma 
prateleira de madeira vermelha. À esquerda, há sapatos pretos e à direita, sapatos 
brancos com salto alto e plataforma. Abaixo da prateleira, há uma tomada elétrica 
dupla, num fundo de madeira avermelhada. Fim da descrição.
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UNIDADE Subgêneros Fotográficos Contemporâneos 
e o Mercado de Trabalho
Figura 8 – Philip-Lorca diCorcia. Cabeça nº 7, 2000. Fotografia
Fonte: Cotton, 2010
#ParaTodosVerem: a Figura mostra uma pessoa usando uma capa de chuva vermelha 
e um chapéu de abas largas amarelo com padrão quadriculado. O rosto da pessoa está 
oculto pelo chapéu. Ao fundo, aparece parcialmente um guarda-chuva aberto de cor 
escura. Fim da descrição.
O artista norte-americano Robert Rauschenberg (1925-2008), conhecido como 
pintor e escultor e por seus trabalhos que “combinavam” objetos achados com pin-
tura, passou, a partir dos anos 1980, a produzir suas próprias fotos. Céu japonês 
(1988) (Figura 8), da sua Série do Alvejante, mostra um uso altamente inovador 
da tecnologia fotográfica ao trabalhar com uma câmera Polaroid e aplicar alvejante 
de forma desordenada sobre folhas grandes de filme Polapan, resultando na elimi-
nação de algumas imagens. A série explora a tensão entre realismo e abstração.
Figura 9 – Robert Rauschenberg. Céu japonês, 1988. Fotografia
Fonte: Hacking, 2012
#ParaTodosVerem: a Figura mostra uma janela de vidro embaçado com quatro painéis, 
através da qual se pode ver uma cena urbana. A parte superior da janela revela postes 
de energia e a silhueta de edifícios ao fundo. A parte inferior da janela tem manchas 
que lembram tinta escorrida, distorcendo e obscurecendo parcialmente a visão. A ima-
gem transmite uma sensação de melancolia ou abandono. Fim da descrição.
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Atualmente, boa parte das melhores publicações fotográficas, tanto na for-
ma tradicional do livro impresso quanto na forma digital – on-line ou não –, 
são decorrentes de trabalhos de fotógrafos de arte que trabalham em um estilo 
de observação, alheios a regras ou temas pré-estabelecidos. A fotógrafa norte-
americana Eileen Quinlan (1972-) propõe na série Smoke & Mirrors (2005) um 
ato de fotografar totalmente autoconsciente.
Figura 10 – Eileen Quinlan. Smoke & mirrors, 2005
Fonte: Reprodução
#ParaTodosVerem: Figura mostrando fumaça colorida em tons de verde, amarelo e 
vermelho contra um fundo escuro. Há linhas geométricas coloridas que se sobrepõem 
à fumaça, criandoum efeito abstrato. Fim da descrição.
Já profissionais mais jovens como Lisa Oppenheim (1975-) e Carter Mull (1977-) 
“debatem-se criativamente com a realidade hibridizada da fotografia de hoje” (COT-
TON, 2010, p. 234). Esse conhecimento de dois mundos (o analógico e o digital) 
faz com que essa geração tenha consciência da herança material da fotografia de 
arte e também das mudanças significativas da imagem digital. Entre 2008 e 2009, 
Mull realizou uma série de fotografias com foco no jornal Los Angeles Times, 
cheias de cores e padrões vibrantes, explorando a linguagem, o relacionamento 
das pessoas com imagens em um mundo saturado de imagens e o espectro da 
morte da mídia impressa e da fotografia química. O artista enfoca o equilíbrio en-
tre as motivações analítica e subjetiva, inerentes ao uso da abstração na fotografia 
contemporânea (Figura 11).
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UNIDADE Subgêneros Fotográficos Contemporâneos 
e o Mercado de Trabalho
Figura 11 – Carter Mull. Los Angeles Times, segunda-feira, 23 de 
fevereiro de 2009, 2009. Fotografia
Fonte: moma.org
#ParaTodosVerem: a Figura é uma imagem colorida e abstrata que apresenta vários 
padrões e cores vibrantes. Ela mostra formas que se assemelham a taças de coquetel 
distribuídas de forma aleatória sobre um fundo que intercala faixas verticais claras e 
escuras. As taças parecem estar caindo ou suspensas no espaço, com manchas e res-
pingos brancos que criam um efeito visual dinâmico. Fim da descrição.
A japonesa Rinko Kawauchi (1972), por sua vez, configura narrativas sutis e até 
certo ponto melancólicas sem o auxílio de textos interpretativos. Na série AILA 
– que significa grande família em turco –, a sequência de imagens pontuais inclui 
fotos de animais e seres humanos, ninhos de insetos e matrizes de ovas de peixe, 
gotas de orvalho, quedas d’água, arco-íris e copas de árvores.
Rinko não é a única no universo da fotografia de arte no mundo contemporâneo 
a simplificar as estratégias fotográficas, permanecendo fiel à noção de que tudo à 
nossa volta são imagens esperando para acontecer.
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Figura 12 – Rinko Kawauchi. Sem título, 2004, da série AILA. Fotografi a
Fonte: Cotton, 2010
#ParaTodosVerem: a Figura mostra uma crisálida pendurada na parte inferior de uma 
folha verde alongada. A folha possui pequenos orifícios, que parecem ter sido feitos 
por insetos e está em um fundo desfocado de cor clara. A crisálida é amarela com 
pontos pretos e linhas pretas que correm verticalmente ao longo de seu corpo. Fim da 
descrição.
O projeto on-line de Jason Evans (1968-), O bom de cada dia http://www.thedailynice.com/
é uma resposta criativa ao potencial da internet para a divulgação de seu pensamento 
fotográfi co contemporâneo, fora do sistema tradicional das galerias, por exemplo. Todo o 
dia, e por apenas 24 horas, o fotógrafo exibe uma imagem de algo que fotografou e que, ao 
mesmo tempo, é intrigante, atraente e transmite uma atmosfera de alegria.
Ex
pl
or
Os fotógrafos dos nossos dias propõem de forma inesgotável novas formas de 
expressão da fotografia como arte em um ambiente progressivamente digitalizado, 
ainda que haja espaço para o trabalho analógico.
Fotografi a de Eventos
Trabalhar com eventos é um outro bom nicho de mercado no mundo da foto-
grafia. Congressos, seminários, feiras, casamentos, batizados, formaturas, nasci-
mentos etc., outra lista que parece não ter fim. Nessa área, o profissional pode 
se especializar e obter bons resultados financeiros, especialmente se realizar um 
trabalho de alta qualidade, tanto técnica quanto artisticamente. Uma boa dica é 
tentar um estágio em um estúdio de primeira linha e que seja reconhecido pelos 
seus trabalhos.
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UNIDADE Subgêneros Fotográficos Contemporâneos 
e o Mercado de Trabalho
Uma das maiores qualidades de um fotógrafo de eventos é a discrição. “Só de-
pois de meia hora da cerimônia religiosa começada é que eu fui perceber que havia 
um fotógrafo na igreja. Eu escolhi aquele profissional pela discrição, pela forma 
como ele se movimentava sem interferir na cerimônia.” A afirmação é de Rodri-
go Lopes, fotógrafo profissional (ZUANETTI et al, 2002, p. 146), esse é um dos 
pontos mais importante na vida de um fotógrafo de eventos: ele deve saber transi-
tar pelo local sem chamar a atenção. Quantas vezes vemos um fotógrafo sendo o 
centro das atenções?
Figura 13 – Estúdio Aszmann. Casamento na igreja do Mosteiro de São Bento, Rio de Janeiro. Fotografia
Fonte: Zuanetti et al., 2002
#ParaTodosVerem: a Figura mostra o interior da igreja durante uma cerimônia de casa-
mento. Há convidados dos dois lados de um corredor central com um tapete vermelho, 
onde ao fundo, pode-se ver um casal de noivos em frente ao altar. As paredes são 
ricamente decoradas com detalhes dourados e esculturas. Fim da descrição.
Conferiremos agora algumas dicas para fotografias de casamento e de formatu-
ras, os eventos mais comuns nesse tipo de cobertura fotográfica.
Dicas para Fotografias de Casamento
O trabalho de fotografar um casamento começa muito antes do grande dia. 
Em primeiro lugar, converse com o casal e entenda sobre as fotografias que eles 
querem – por exemplo: mais clássicas ou informais, ou ambas, dependendo do 
momento da cerimônia. Vamos conferir algumas dicas do fotógrafo Joe Mcnally 
para fotografias de casamento (MCNALLY, 2018):
1. Você não terá todo o tempo do mundo
Uma festa de casamento tem ações ininterruptas com todos os tipos de atraso e circuns-
tâncias imprevisíveis. Em nenhum momento (na maioria das vezes), você terá tempo 
suficiente para fazer o seu trabalho. Prepare-se para correr o dia todo e fotografar 
apressadamente, mas cujo resultado passará a ideia de que você teve todo o tempo do 
mundo para configurar, compor, organizar e dirigir a ação. Por isso, saiba que você deve 
aproveitar todos os momentos para tirar fotografias maravilhosas em poucos segundos.
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Figura 14 – Fotografi a de Joe McNally
Fonte: McNally, 2018
#ParaTodosVerem: Figura de um casal sorridente posando para uma foto. A mulher 
está à esquerda segurando um buquê de flores cor-de-rosa e vestindo um vestido 
branco com detalhes em renda. O homem está à direita, usando óculos, um terno azul 
escuro risca de giz, uma gravata azul com padrão xadrez e um lenço no bolso. Eles 
estão em frente a um fundo preto aveludado. Fim da descrição.
2. Lista sobre o que fotografar
Sobre a lista de o que fotografar, certifique-se de obter uma. Ou, se você tiver uma 
conversa com os noivos e eles não tiverem uma lista formal sobre o que desejam, converse 
com eles a respeito e anote tudo. Mantenha as anotações em um local acessível.
3. Fotografando grupos
Se você for fotografar casamentos, com certeza trabalhará com grupos. O mantra de 
toda fotografia em grupo nesses cenários é simples e sucinto: faça rápido e de forma 
divertida. Dirija a ação! Atribua alguma atividade aos convidados! Certifique-se de que 
todos consigam ver a câmera com os dois olhos! Assim, você saberá que ninguém ficará 
parcialmente bloqueado. Use fontes de luz frontais. Quanto mais suave, melhor.
4. Organização é fundamental
Imediatamente, organize uma estação de trabalho, caso seja possível. Alguma mesa 
pequena fora do caminho da ação e razoavelmente segura para deixar o equipamento 
extra, e que tenha uma fonte de energia para carregar várias baterias da câmera e do 
flash. Um computador também deve ser ligado nessa mesa, sendo conectado a duas 
unidades de disco rígido. Durante a festa, saia de cena nos momentos tranquilos e faça 
o download dos cartões de memória, troque as baterias e grave pastas das imagens em 
vários dispositivos de armazenamento. Sente-se quando possível, fotografar casamentos 
é uma atividade exaustiva e, por isso, faça algumas pausas durante o trabalho para 
continuar com disposição ao longo da festa.
5. Chegue cedo
Chegue ao local do evento com antecedência. Negocie um horário antecipado para 
fotografar os bastidores dos preparativos dos noivos. Quanto mais próximo você estiverdemonstrando sua personalidade discreta e agradável, mais rápido os noivos ficarão 
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UNIDADE Subgêneros Fotográficos Contemporâneos 
e o Mercado de Trabalho
acostumados quando a ação começar. Familiarize-se com a festa de casamento.
Fonte: adaptado de Mcnally (2018).
Dicas para Fotografias de Formatura
Formaturas são eventos emocionantes, tanto para os formandos quanto para 
seus parentes. Atualmente, não são apenas os estudantes de ensino médio e de 
faculdade que passam por cerimônias de formatura, mas até mesmo crianças do 
maternal e da pré-escola passam por cerimônias para marcar a passagem para os 
próximos níveis de escolarização. Sendo assim, atenção: o local dessas cerimônias é 
muito diversificado, desde teatros e auditórios até ginásios ou simples salas de aula.
Vamos, então, conferir algumas dicas das fotógrafas Dixie Dixon e Lindsay Sil-
verman para realizarmos um bom trabalho em formaturas (DIXON e SILVERMAN, 
2018).
1. Fique o mais próximo possível
Isso será mais fácil em grupos menores; geralmente, em formaturas de ensino médio 
e de faculdade, é pouco provável que você fique próximo dos formandos. Prepare-se 
trazendo uma teleobjetiva, você precisará de um zoom com um alcance de pelo menos 
200 mm ou 300 mm.
Figura 15 – Dixie Dixon
Fonte: Dixon e Silverman, 2018
#ParaTodosVerem: Figura de duas mulheres jovens sorridentes vestindo becas e ca-
pelos de formatura pretos com borlas amarelas. Uma tem cabelos loiros e cacheados, 
segura um diploma com uma fita vermelha e a outra tem cabelos lisos e castanhos, 
também segurando um diploma. Elas parecem estar em um evento de formatura ao 
ar livre. Fim da descrição.
2. Aumente a ISO
Dependendo da sua câmera, você poderá aumentar a ISO significativamente, permitindo 
que você use uma velocidade de obturador maior, o que ajuda a obter fotos mais nítidas.
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3. Ajuste a câmera
Durante a cerimônia, não se preocupe com ajustes manuais, a menos que você conheça 
a sua câmera muito bem. Ajuste a câmera em Auto Programado (Modo P) e deixe a 
câmera fazer todos os ajustes por você. Você obterá belas fotos e conseguirá curtir a 
cerimônia de formatura. O mesmo vale para o foco, se você tiver uma lente com foco 
automático, use esse recurso; se você não tem uma lente com foco automático, é uma 
boa ideia conseguir uma emprestada para o grande dia.
4. Dê zoom e preencha todo o enquadramento
Principalmente quando o seu formando estiver atravessando o palco para receber o 
diploma, você deverá focar nele. Tirar uma foto do formando recebendo o diploma do 
diretor ou do reitor é uma ótima foto. Isso sem dizer que você também deve tirar uma 
foto “mais aberta” de toda a turma.
5. Seja criativo
Tire fotos espontâneas, além de retratos formais e fotos de todo o grupo.
6. Disparo contínuo
Para imagens dos graduandos aceitando os seus diplomas, seja no palco ou não, ajuste 
a câmera para disparo contínuo, para que você possa capturar tantas fotos quanto a 
câmera permitir.
Fonte: adaptado de Dixon e Silverman (2018)
Fotografi a de Moda
No final dos anos 1970, o diretor editorial da revista Vogue, Alexander Liber-
man, descreveu a fotografia de moda como “uma operação sutil e complexa que 
envolve arte, talento, técnica, psicologia e vendas” (HACKING, 2012, p. 488). Na 
fotografia de moda, inevitavelmente, o fotógrafo adapta sua forma de trabalhar em 
função das tendências do mercado, ou até mesmo criando tendências visuais em 
conjunto com editores, produtores e até a indústria da moda.
Terry Jones, fundador da icônica publicação de estilo, a revista britânica i-D, e 
o fotógrafo Steve Johnson criaram importantes documentos fotográficos durante a 
década de 1990. Eles foram pioneiros de um estilo documental de retratos de rua. 
Punks, jovens adeptos do estilo new wave – moda colorida e irreverente – e outras 
pessoas que passavam por um determinado lugar vestidas com estilo eram parados 
e fotografados em frente a um muro com suas próprias roupas. Atualmente, essa 
forma de registrar o estilo das ruas é utilizada por blogueiros em diversos países.
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UNIDADE Subgêneros Fotográficos Contemporâneos 
e o Mercado de Trabalho
Figura 16 – Wolfgang Tillmans. Suzanne & Lutz, vestido branco,
saia militar (1993). Fotografia
Fonte: Wikimedia Commons
#ParaTodosVerem: Figura de um homem e uma mulher de pé, um ao lado do outro. A 
mulher está à frente e usa uma camisa branca longa e botas pretas; ela tem cabelos 
castanhos compridos e uma expressão neutra, com os braços dela por trás da cabeça 
e as mãos no próprio peitoral. O homem atrás dela usa uma camiseta verde com a ins-
crição “U.S. ARMY” e também botas pretas. Ele tem a cabeça raspada e uma expressão 
séria. O homem coloca as mãos sobre os ombros da mulher Fim da descrição.
A década de 1990 marcou sobremaneira a fotografia de moda. Ao assumir o 
cargo de editora da Vogue britânica, Alexandra Schulman, em 1992, a revista 
começou a assimilar um estilo de fotografia neorrealista, com modelos pálidas 
e extremamente magras, posando em ambientes desolados. Não tardou para a 
publicação começar a receber críticas. Em 1997, o então presidente dos Estados 
Unidos, Bill Clinton, criticou publicamente a fotografia de moda no estilo “heroin 
chic”, afirmando que ela promovia o abuso de drogas.
Hoje as imagens de moda são impulsionadas por narrativas coloridas e poéticas. 
Da mesma forma que designers de moda reinterpretam tendências passadas, os 
fotógrafos contemporâneos buscam, muitas vezes, inspiração no passado, mistu-
rando influências de outras épocas. Miles Aldridge (1964-) em Festa com jantar 
nº 5 (2009) (Figura 16), trabalho realizado para a Vogue italiana, lembra uma obra 
fotográfica da década de 1930, de Madame Yevonde, especialista em um processo 
químico que produzia cores vibrantes (Figura 17).
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Figura 17 – Madame Yevonde. Lady Bridgette 
Elizabeth Felicia Henrietta Augusta Poulett como 
Aretusa”, 1935. Fotografi a
Fonte: Hacking, 2012
#ParaTodosVerem: Figura da estátua de uma pessoa com uma coroa de fitas pretas 
brilhantes na cabeça, inclinada para frente, focando em flores desfocadas na parte 
inferior. As flores são amarelas e parecem ser orquídeas. A fotografia tem um tom 
suave e sonhador, com uma iluminação que realça o brilho das fitas e a textura das 
flores. Fim da descrição.
Figura 18 – Miles Aldridge. Festa com jantar nº 5, 2009. Fotografi a
Fonte: Hacking, 2012
#ParaTodosVerem: Figura de três pessoas em uma cena estilizada. Uma está deitada de 
costas em uma mesa de jantar decorada com velas, flores e frutas, usando um vestido 
preto, saltos altos e está de olhos fechados. Outra mulher, sentada e vestida com um 
traje preto e volumoso, observa a cena com uma expressão sombria. A terceira pessoa, de 
cabelo preso e vestido claro, está apoiada com a cabeça na mão sobre a mesa. O ambiente 
tem uma atmosfera teatral e é iluminado em tons esverdeados. Fim da descrição.
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UNIDADE Subgêneros Fotográficos Contemporâneos 
e o Mercado de Trabalho
Fotografia de Moda no Brasil
A fotografia de moda é um mercado em ascensão no Brasil. Eventos de moda 
como o São Paulo Fashion Week (SPFW), uma das maiores semanas de moda 
do mundo, realizada anualmente na capital paulista, e a Fashion Rio, no Rio de 
Janeiro, estão aí para confirmar isso. O reconhecimento de modelos brasileiras 
nas passarelas da Europa e dos Estados Unidos e do trabalho de estilistas nacionais 
como Fause Haten, Alexandre Herchcovitch, Lino Villaventura e Reinaldo Lourenço 
também têm contribuído para essa expansão.
Para os fotógrafos brasileiros, de maneira geral, é mais fácil seguir as tendências 
da moda e da fotografia de moda, pois, como os europeus estão uma estação à 
nossa frente, o que foi visto no mundo da moda no verão europeu vai, obviamente, 
influenciar o verão brasileiro – e assim ocorre em todas as estações.
Bob Wolfenson
Desde que iniciou sua trajetória profissional, aos dezesseis anos, no estúdio da 
Editora Abril, em São Paulo/SP, o paulistano Bob Wolfenson(1954-), um dos mais 
importantes fotógrafos do Brasil, trabalhou com os principais gêneros fotográficos, 
e com sucesso, tanto em seu estúdio quanto em viagens pelo Brasil e pelo mundo. 
Esse fotógrafo é uma das referências nacionais como retratista, fotógrafo de nus 
e, principalmente, de moda. Wolfenson transita entre a publicidade e a arte com 
muita desenvoltura. Já trabalhou para as principais revistas de moda e música, 
como Vogue, Elle, S/N, Playboy, Harper’s Bazaar, Marie Claire e Rolling Sones.
Wolfenson publicou vários livros de fotografia: Jardim da Luz (Editora DBA/
Companhia das Letras, 1996), Moda no Brasil por brasileiros (Cosac Naify, 2003), 
Antifachada – Encadernação dourada (Cosac Naify, 2004), Cinépolis (Schoeler, 
2009), Apreensões (Cosac Naify, 2010), Belvedere (Cosac Naify, 2013) e 24x36 
(Schoeler Editions, 2013), entre outros.
Wolfenson é também criador e editor da revista de arte e moda S/N. Muitas de 
suas obras fazem parte dos acervos do Museu de Arte de São Paulo (Masp), Itaú 
Cultural, Museu de Arte Moderna de São Paulo, Museu de Arte Brasileira – Faap, 
Museu de Arte Contemporânea de São Paulo (MAC/USP), Zacheta National 
Gallery of Art (Varsóvia), entre outras coleções. Além de seus projetos autorais, 
em 2016, foi cocurador da exposição de Otto Stupakoff ao lado de Sergio Burgi, 
no Instituto Moreira Salles, no Rio de Janeiro (WOLFENSON, 2018).
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Figura 19 – Bob Wolfenson. Naomi Campbell para a revista Vogue, 2016. Fotografi a
Fonte: Bob Wolfenson, Vogue - 2016
#ParaTodosVerem: Figura dividida em duas partes. À esquerda, a capa da Vogue Brasil 
com uma fotografia em preto e branco de Naomi Campbell, focada no seu rosto. Textos 
na capa incluem o nome “Naomi Campbell” e outros nomes como “Alcione”, “Majur” 
e “Marina Silva”. À direita, uma foto em preto e branco da Naomi Campbell usando 
um vestido branco volumoso e sapatos de salto alto, posando com o corpo girado e o 
tecido do vestido fluindo. Fim da descrição.
J.R. Duran
Outro nome de destaque na fotografia de moda no Brasil é Josep Ruaix Duran 
é conhecido como J.R. Duran (1952-), nascido na Espanha, mas desde 1970 
radicado no Brasil. Em 1979, montou seu estúdio em São Paulo/SP e começou 
a fotografar para revistas de moda como Vogue e Elle Brasil. Ao mesmo tempo, 
começou a trabalhar para agências de publicidade como DPZ, McCann, Thompson, 
Talent e para clientes como Johnson & Johnson, General Motors, Volkswagen, 
Souza Cruz, British American Tobacco e outros.
Em 1984, realizou sua primeira exposição, Beijos Roubados, na Galeria Paulo 
Figueiredo, em São Paulo/SP. Ganhou sete prêmios Abril de Jornalismo. Foi capa 
da edição nacional da Veja, em janeiro de 1988, com o título O mago das lentes. 
Tem ensaios a respeito de seus trabalhos publicados nas revistas Forum (alemã), 
Zoom (edições francesa, italiana e japonesa), Man (espanhola) e Photo (francesa).
Em 1989, mudou-se para os Estados Unidos, onde trabalhou para Harper’s 
Bazaar USA, Elle (edições francesa, inglesa, italiana e espanhola), Mademoiselle, 
Glamour, Tatler, Vogue (alemã), assim como para agências de publicidade como 
Grey, Saatchi & Saatchi, DDB e outras. Em 1995, voltou a morar no Brasil. 
Duran é conhecido por saber contextualizar bem o local onde a foto é realizada.
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UNIDADE Subgêneros Fotográficos Contemporâneos 
e o Mercado de Trabalho
Figura 20 – J.R. Duran. Aline Weber por J.R. 
Duran para Vogue Brasil, 2014. Fotografia
Fonte: J. R. Duran, Vogue - 2014
#ParaTodosVerem: Figura de uma mulher loira com 
cabelo armado, maquiagem dramática e batom 
vermelho. Ela veste um vestido listrado em preto e 
branco com um casaco colorido, adornado com várias 
aplicações e luvas vermelhas. Ao lado, um reflexo 
borrado de um homem em trajes claros. A cena ocorre 
em um ambiente interno, com decoração clássica, 
incluindo um sofá estampado, uma mesa de vidro e 
quadros na parede. Fim da descrição.
Figura 21 – J. R. Duran. Fiorella Mattheis 
para a revista Talk, 2016. Fotografia
Fonte: J. R. Duran, Talk - 2016
#ParaTodosVerem: Figura de uma mulher com cabelos 
loiros longos e ondulados, usando um chapéu marrom 
e roupas com estilo boêmio. Ela tem um top bege com 
franjas e uma capa floral leve. Ela usa várias correntes 
e um colar longo com um pingente de pedra, além de 
brincos dourados. A mulher tem os braços levantados 
e apoia as mãos na parte de trás do chapéu. Fim da 
descrição.
Fotografia Publicitária
Os fotógrafos que atuam em publicidade têm um olhar diferente, por exemplo, 
dos fotojornalistas, que se comprometem exclusivamente com a verdade. Na foto-
grafia publicitária, é preciso criar no público o desejo de consumo de um produto 
ou serviço ou mesmo de um estilo de vida por meio do apelo visual. Além disso, 
será preciso estar sempre atento aos lançamentos de novos produtos e tendências 
em um ambiente que, naturalmente, é dos mais competitivos.
A fotografia de publicidade abrange tudo o que pode ser anunciado. É, portanto, 
um subgênero da fotografia híbrido e muito amplo. Para anunciar um piso, por 
exemplo, faz-se uma foto de arquitetura; de um banco, vende-se a satisfação do 
cliente; em um pacote turístico, uma viagem, o foco são as paisagens ou o confor-
to de hotéis. Na parte técnica, por exemplo, uma joia normalmente exige grande 
experiência em macrofotografia.
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Figura 22 – Campanha de divulgação do Teleton 2013, da
Associação de Assistência à Criança Defi ciente (AACD), 2013
Fonte: Reprodução
#ParaTodosVerem: Figura de um cartaz com um menino vestido de astronauta em 
uma superfície que simula a lua. O texto pergunta “Qual foi o passo mais importante 
da história?” e responde “Para nós da AACD foi o primeiro passo do Rafael”. Inclui in-
formações sobre como participar de uma campanha de doação para a AACD, com datas 
e um número de telefone (0800 771 7878). O logo do Teleton está presente junto com 
uma chamada para entrar na história das crianças da AACD. Fim da descrição.
Importante!
Uma das maiores preocupações na fotografi a publicitária é o direito de imagem. É 
importante que o fotógrafo, ou a produção do trabalho, providencie as assinaturas de 
autorizações de modelos ou de propriedades de terceiros antes da realização das fotos, 
evitando questões judiciais. Em relação aos modelos, a autorização de uso de imagem 
com fi m comercial é feita por meio de um contrato de prestação de serviços e licença de 
imagem. Quando não há fi ns comerciais, como exposições, ilustração de artigos, etc., é 
necessário apenas uma autorização para uso de imagem. Um termo de compromisso 
que descreva as obrigações do modelo também deve ser elaborado. Da mesma forma, 
quando o profi ssional fotografa um imóvel, animal, objeto, obra de arte, automóvel ou 
qualquer bem que tenha um proprietário que possa ser identifi cado, precisa de uma 
autorização assinada do uso de imagem da propriedade (ZUANETTI et al, 2002).
Importante!
Os anos 1980 foram importantes na definição de uma nova estética na fotografia 
publicitária, especialmente na moda. Houve uma diluição forte nas barreiras que 
separavam foto publicitária das artes visuais. Guy Bourdin (1928-1991), fotógrafo 
francês de moda, revolucionou o setor, produzindo imagens publicitárias a serem 
publicadas em revistas que privilegiavam a inovação estética em vez do produto 
(Figura 23). Bourdin contribuiu efetivamente para a criação de uma vanguarda na 
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UNIDADE Subgêneros Fotográficos Contemporâneos 
e o Mercado de Trabalho
fotografia publicitária. A partir daí, limites foram rompidos e, ao mesmo tempo, 
instauradas muitas polêmicas.
Figura 23 – Guy Bourdin. Charles Jourdan campaign, 1975. Fotografia
Fonte: imgrum.org
#ParaTodosVerem: Figura mostrando as pernas de uma pessoa usando um sobretudo 
laranja e botas vermelhas brilhantes. A pessoa está parcialmente oculta atrás de um 
poste cinza em uma calçada, com um muro de concreto ao fundo. Fim da descrição.
O diretor de criação e fotógrafo italiano Oliviero Toscani (1942-) comandou,em 1992, a controversa campanha da Benetton que apresentava uma série de 
situações reais, entre as quais a de um homem morrendo de aids em um hospital. 
A foto original, Os últimos momentos de David Kirby, foi tirada por Therese Frare 
(1958-), em 1990, e publicada em preto e branco na revista norte-americana Life. 
A imagem retratava David, vítima de aids, à beira da morte. A Benetton utilizou 
uma versão colorizada para torná-la mais próxima de um anúncio. A intenção da 
empresa era a conscientização em relação à doença. Apoios e críticas marcaram a 
campanha, que foi acusada de homofóbica. A empresa contribuía financeiramente 
para uma fundação de combate a AIDS.
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Fig 24 – Therese Frare. Os últimos momentos de David Kirby, 1990. 
Fotografi a colorizada para a campanha da Benetton, em 1992
Fonte: Hacking, 2012
#ParaTodosVerem: Figura de três pessoas ao redor de uma cama, onde uma quarta 
pessoa está deitada. Um homem e uma mulher mais velhos estão inclinados sobre a 
pessoa deitada, que parece ser um homem mais jovem com barba e olhos fechados. 
Uma garota mais nova, abraçada à mulher mais velha, olha para o homem deitado. 
Todos têm expressões de preocupação. No canto inferior direito, há a inscrição “UNITED 
COLORS OF BENETTON”. Fim da descrição.
Figura 25 – Therese Frare. Os últimos momentos de David Kirby, 1990. Fotografi a
Fonte: Hacking, 2012
#ParaTodosVerem: Figura em preto e branco de três pessoas ao redor de uma cama. 
À esquerda, um homem com expressão triste se inclina sobre um homem mais jovem 
deitado, que parece estar doente. Ao centro, uma mulher abraça uma menina, ambas 
com expressões de preocupação olhando para o homem deitado. A cena transmite 
uma atmosfera de cuidado e preocupação. Fim da descrição.
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UNIDADE Subgêneros Fotográficos Contemporâneos 
e o Mercado de Trabalho
Mercado de Trabalho
Agências de publicidade, escritórios de design, editoras e clientes diretos – 
que procuram diretamente o profissional – são, basicamente, as grandes fontes 
de trabalho do fotógrafo publicitário. Normalmente, as agências de publicidade 
possuem uma estrutura maior, com departamentos e setores especializados, e é 
onde o fotógrafo pode ser melhor remunerado. Entretanto, muitas vezes, a criação 
do fotógrafo é limitada em função da atuação dos diretores de arte. A fotografia é 
a ponta do processo no qual o cliente encomenda o trabalho e a área de criação da 
agência produz o trabalho. Após ser aprovada, a peça publicitária é executada, em 
conjunto, pela criação e pelo fotógrafo.
Já os escritórios de design têm estruturas mais enxutas e a criação se dirige à 
comunicação visual, cujo objetivo é a divulgação do trabalho. A atuação é realizada 
em conjunto, favorecendo à criatividade do fotógrafo junto ao criador da ideia.
Fotografia Newborn, de Gastronomia 
e de Animais de Estimação (pets)
Fotografia Newborn (bebê recém-nascido)
Os primeiros dias de recém-nascidos são importantes para a família e, acredite, 
passam muito rápido. Esse é o período que a fotografia newborn – recém-nascido, 
em inglês – abrange. Esse subgênero, específico e especializado, é comum nos 
Estados Unidos e na Austrália, tendo crescido nos últimos anos no Brasil.
O ensaio newborn tem por objetivo registrar os primeiros dias de vida do bebê, 
normalmente até o 15° dia, assim como suas feições e características. Há duas 
vertentes: pose/estúdio, que apresenta uma produção, tanto em relação ao cenário 
e acessórios quanto às poses do bebê e dos pais; e life style (estilo de vida), que 
resulta em fotos mais naturais e se preocupa com o registro do recém-nascido e sua 
família, em geral, na residência; são fotos mais espontâneas.
Figura 26 – Katrinaelena. Newborn baby girl wearing angel wings, 2017
Fonte: iStock/Getty Images
#ParaTodosVerem: Figura de um bebê recém-nascido dormindo pacificamente sobre 
um fundo branco felpudo. O bebê usa uma tiara de brilhantes prateados na cabeça. 
Nas costas, há pequenas asas brancas de anjo. A criança está em uma posição encolhi-
da, com a mãozinha próxima ao rosto, transmitindo uma sensação de tranquilidade e 
inocência. Fim da descrição.
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Figura 27 – Tempura. Pais millennials, movendo-se para um novo apartamento, 2017
Fonte: iStock/Getty Images
#ParaTodosVerem: Figura de uma família nova. Um homem com cabelos encaraco-
lados e vestindo uma camiseta vinho segura um recém-nascido dormindo em seus 
braços. Uma mulher com uma faixa rosa no cabelo e vestindo uma camiseta cinza 
inclina-se sobre o ombro do homem, olhando para o bebê e segurando brinquedo. 
Eles estão em um ambiente doméstico com uma parede clara ao fundo e uma pequena 
planta em uma banqueta de madeira. Fim da descrição.
Fotografi a de Gastronomia
O subgênero de fotografia de gastronomia pode ser vinculado à natureza-morta 
ou foto publicitária; entretanto, têm suas próprias especificidades. Caso o fotógrafo 
não queira se envolver com a produção, será indispensável um especialista que 
domine as técnicas de manipulação de alimentos. A questão é que o alimento tem 
de parecer saudável e o mais apetitoso possível, quer seja nos livros de culinária, 
revistas ou em embalagens de produtos.
Na maioria dos casos, o ajuste de iluminação é fundamental. Uma das soluções 
pode estar na escolha de filtros coloridos que tornem a foto mais viva, ou no uso 
de uma luz intensa em alguma parte que queremos destacar. O profissional, no 
caso da gastronomia, precisa ter grande experiência para obter bons resultados. A 
preparação dos cenários também é importante. Nesse segmento, perfeição não é 
opção, é obrigação.
O fotógrafo de gastronomia começa, frequentemente, escolhendo os ingredien-
tes com melhor aspecto, selecionando-os, muitas vezes, entre dúzias de produ-
tos, tendo o cuidado de selecionar alimentos reserva para o caso de imprevistos. 
O trabalho, na maioria dos casos, é demorado. Um dos grandes desafios é encon-
trar um bom fornecedor de ingredientes.
Você precisará, também, de adereços para a composição das fotografias, esses 
se dividem em dois grupos: a) adereços de cozinha: louças, talheres, pratos, tábuas 
de cozinha, cestos, tigelas; b) adereços que contribuem para a composição, mas 
que não fazem parte do prato, como flores ou objetos atraentes, por exemplo.
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UNIDADE Subgêneros Fotográficos Contemporâneos 
e o Mercado de Trabalho
Figura 28 – Ribeirorocha. Picanha, 2018. Fotografia
Fonte: iStock/Getty Images
#ParaTodosVerem: Figura de um prato de comida com um pedaço de carne grelhada 
ao ponto, mostrando o interior rosado. Ao lado da carne, há uma salada colorida com 
alface, tomate e croutons, e uma pequena tigela de molho branco. Ao fundo, desfoca-
do, pode-se ver uma cozinha com fogo aceso, sugerindo que a comida foi preparada 
ali. Fim da descrição.
Figura 29 – Yulkapopkova. Salada de abóbora, 2016. Fotografia
Fonte: iStock/Getty Images
#ParaTodosVerem: Figura de uma tigela de salada sobre um fundo azul texturizado. A 
salada contém folhas verdes, pedaços de abóbora laranja e sementes. Ao lado da tige-
la, há um pano de prato azul e branco, talheres antigos, uma laranja inteira, um ramo 
de alecrim e alguns grãos de especiarias espalhados. A composição tem um aspecto 
rústico e saudável. Fim da descrição.
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Fotografi a de Animais de Estimação (pets)
Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 
2013, o Brasil contava com mais de 132 milhões de animais de estimação, sendo 
39,4% cães; 28,7% aves canoras (pássaros que cantam) e ornamentais; 16,7% 
gatos; 13,6% peixes; e, 1,6% outros (répteis e pequenos mamíferos) (BRASIL, 
2013). Esses números demonstram o potencial do mercado para fotos de animais 
de estimação no país.
 Vamos conferir 10 dicas que Patrícia Zwipp (2018) sugere para se fotografar 
um bichinho de estimação, segundo o fotógrafo Andrew Darlow, autor da obra Pet 
photography 101: tips for taking better photos of your dog or cat.
1. Comece devagar
Câmeras causam curiosidade nos animais de estimação. Coloqueo equipamento ao 
redor do pescoço ou segure-o na mão enquanto acaricia ou brinca com o pet, deixando 
com que o cheire e analise. Comece a tirar fotos com uma certa distância e se aproxime 
aos poucos, para que ele se acostume com seus sons e luzes.
2. Planeje o horário da foto
Se o cão é muito agitado, fotografe-o depois da volta de uma caminhada. Assim, terá 
menos energia e melhor capacidade de escutar, o que facilita sua meta de fazer com que 
se sente e permaneça no lugar enquanto é clicado. Quer uma foto em movimento e o 
gato é preguiçoso? Espere para colocar a sessão em prática depois de sua soneca.
3. Escolha bem o local
Fotografe o animal de estimação em um lugar já frequentado por ele e onde se sinta 
confortável. Levá-lo a um espaço desconhecido fará com que os novos cheiros, paisagens 
e sons o distraiam.
4. Avalie a luminosidade
Os melhores momentos para fotografar fora de casa são 10h e 14h, quando o sol 
emite luz dourada. Evite o meio-dia, porque a posição solar faz com que a luz achate os 
objetos, animais e pessoas.
5. Pense no cenário
Não é necessário colocar mil e um itens decorativos de Natal, por exemplo, para montar 
o cenário. Um objeto disposto no fundo, como uma guirlanda ou uma caixa de presente, 
basta. Se quiser incrementar, dê algum brinquedo em formato de boneco de neve, por 
exemplo, para o pet.
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UNIDADE Subgêneros Fotográficos Contemporâneos 
e o Mercado de Trabalho
6. Não perca o foco
Para evitar imagens borradas, selecione a opção “ação” ou “modo pet” na câmera. 
Em relação ao flash, tenha cuidado, esse pode deixar os olhos do animal vermelhos. Se 
realmente precisar usá-lo, fique longe do “modelo” e use o zoom.
7. Escolha a pose
Uma boa fotografia depende de a pose parecer natural. Alguns animais saem melhor 
deitados no sofá e outros em pé, por exemplo.
8. Fique atento ao ângulo
Cães maiores podem ficar bem deitados no sofá enquanto você os fotografa localizado 
a poucos passos atrás. Também vale acompanhar com a câmera o movimento do gato 
enquanto caminha pela mesa. Teste vários ângulos.
9. Peça ajuda
Fazer com que o pet olhe para a câmera no momento do clique não é tarefa simples. 
Peça a ajuda de alguém para que chame sua atenção ao falar seu nome ou mostrar 
recompensas.
10. Tenha paciência
Ao contrário das pessoas, os animais não são treinados a sorrir e posar para fotos, ou 
seja: tenha calma. Clique o pet em intervalos de 10 a 15 minutos.
Figura 30 – Andresr. Happy boy with a beautiful dog, 2016. Fotografia
Fonte: iStock/Getty Images
#ParaTodosVerem: Figura de um menino sorridente abraçando um grande cão retrie-
ver dourado. O menino está de camiseta rosa e tem cabelos castanhos. Ele está com os 
olhos fechados e um grande sorriso, expressando alegria enquanto abraça o cão. Eles 
estão sentados na grama verde, com o foco da imagem no seu rosto e no cão. Fim da 
descrição.
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Figura 31 – Rebecca Mack. Tippy, 2017. Fotografi a
Fonte: iStock/Getty Images
#ParaTodosVerem: Figura de um gato de perto, focando nos olhos. O gato tem pelo 
longo com padrão de listras cinzas e pretas e olhos verdes penetrantes. A foto captura 
detalhes como os pelos da face e os bigodes proeminentes, além da textura única da 
íris do gato. Fim da descrição.
Importante!
Se temos no Brasil 132 milhões de animais de estimação, conforme dados de 2013 do 
IBGE, não será difícil você encontrar um para fotografar. Se você tiver um, melhor, fi ca 
mais fácil; mas, se não, experimente convidar um amigo que tenha um pet para realizar 
um ensaio fotográfi co. Você já tem as dicas de como proceder, então, vá em frente! 
Fotografe o animal com e sem seu dono, em um ambiente fechado (um estúdio?) ou ao ar 
livre. Utilize as técnicas que você aprendeu, inclusive as de outros gêneros e subgêneros, 
todas são importantes. Faça uma série de fotografi as produzidas e espontâneas. Você vai 
se surpreender. Ah, depois mostre para o seu amigo.
Trocando ideias...
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UNIDADE Subgêneros Fotográficos Contemporâneos 
e o Mercado de Trabalho
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Canon College
Técnicas de aprimoramento em fotografia. Dowload gratuito.
https://goo.gl/icsnrM
 Leitura
Fotografia na era digital: produção, protagonismo e performance – 
problemas para a Educação Física/Ciências do Esporte
BITENCOURT, Fernando Gonçalves. Fotografia na era digital: produção, protagonismo 
e performance – problemas para a Educação Física/Ciências do Esporte. Motrivivência 
– Revista de Educação Física, Esporte e Lazer, Universidade Federal de Santa Catarina, 
v. 26, n. 43. 2014.
https://goo.gl/ixjosn
A Fotografia de Moda e a Produção de Sentidos
KALIL, Samara. A fotografia de moda e a produção de sentidos. IV Mostra de Pesquisa 
da Pós-Graduação – PUCRS, 2009.
https://goo.gl/qiF4UL
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Referências
BRASIL. Ministério da Agricultura. IBGE – População de animais de estimação 
no Brasil – 2013 – Em milhões. 2013. Disponível em: <https://goo.gl/zFhrmC>. 
Acesso em: 19 fev. 2018.
COTTON, Charlotte. A fotografia como arte contemporânea. São Paulo: 
Martins Fontes, 2010.
DEJEAN, Karen Lynne. Fotografia newborn. Relatório apresentado como parte das 
exigências para conclusão do Módulo 3 do curso de Fotografia – Focus. [2018]. Disponí-
vel em: <https://focusfoto.com.br/wp-content/uploads/2017/08/FOTOGRAFIA
-NEWBORN.pdf>. Acesso em: 19 fev. 2018.
DIXON, Dixie e SILVERMAN, Lindsay. 20 dicas para excelentes fotos de 
formatura. [2018]. Disponível em: <http://www.nikon.com.br/learn-and-
explore/a/tips-and-techniques/20-dicas-para-excelentes-fotos-de-formatura.
html?generate=pdf>. Acesso em: 18 fev. 2018.
HACKING, Juliet (ed.). Tudo sobre fotografia. Rio de Janeiro: Sextante, 2012.
HEDGECOE, John. Guia completo de fotografia. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
LOWE, Paul. Mestres da fotografia. São Paulo: Gustavo Gili, 2017.
MCNALLY, Joe. Sete dicas para melhores fotografias de casamentos, [2018]. 
Disponível em: <https://www.nikon.com.br/learn-and-explore/a/tips-and-techniques/
sete-dicas-para-melhores-fotografias-de-casamentos.html>. Acesso em: 18 fev. 2018.
PEREA, Joaquín. Los géneros fotográficos. Revista de Fotografia, Universidade 
Complutense de Madri – Faculdade de Belas Artes, Madri, ano II, n. 2, abr. 2000. 
Disponível em: <http://webs.ucm.es/info/univfoto/num2/index.htm>. Acesso 
em: 02 fev. 2018.
PRÄKEL, David. Composição. Porto Alegre: Bookman, 2010.
WOLFENSON, Bob. Bob Wolfenson. [2018]. Disponível em: <https://www.
bobwolfenson.com.br/copy-of-home>. Acesso em: 19 fev. 2018. 
ZUANETTI, Rose et al. Fotógrafo: o olhar, a técnica e o trabalho. Rio de Janeiro: 
Senac Nacional, 2002. 
ZWIPP, Patricia. Confira 10 dicas para fotografar seu bichinho de estimação, 
[2018]. Disponível em: <http://vidaeestilo.terra.com.br/confira-10-dicas-para-
fotografar-seu-bichinho-de-estimacao,8279430f5de27310VgnCLD100000bbcce
b0aRCRD.html>. Acesso em: 19 fev. 2018.
37
Linguagem Fotográfica
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Me. Rita Garcia Jimenez
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Natalia Conti
Análise da Imagem – Nível Técnico
• Introdução;
• Análise da Imagem – Nível Técnico;
• Anexo.
· Conhecer os elementos básicos para a leitura de uma imagem 
fotográfica no nível técnico;
· Identificar em fotografias os elementos que compõem o nível técnico 
de análise de uma imagem;
· Realizar análise de imagem fotográfica a partir do uso de fichas 
específicas para o nível técnico.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Análise da Imagem – Nível Técnico
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentaçãosaudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você 
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão 
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Análise da Imagem – Nível Técnico
Introdução
Figura 1 – Paul Lowe. Sem título, s/d. “Ao analisar imagens noticiosas 
é fácil esquecer que os fotógrafos não são invisíveis. Na verdade, eles são tão 
protagonistas na situação como as pessoas que são o tema de sua reportagem”
Fonte: Lowe, 2017
#ParaTodosVerem: Figura em preto e branco mostrando dois fotógrafos ajoelhados, 
focando suas câmeras em um menino que está em pé. O menino, que parece estar 
em um ambiente ao ar livre e desértico, está com o braço levantado como se estivesse 
respondendo ou fazendo uma pergunta. No fundo, há mais pessoas e um caminhão, 
sugerindo um cenário de deslocamento ou migração. O cenário parece ser um país 
africano. Fim da descrição.
Não são apenas as imagens que são importantes – também é importante 
estar em sintonia com o momento da sociedade que as fotos mostram. 
Se você entender isso, não haverá limites para você. Sebastião Salgado 
(Lowe, 2017, pagina 219)
As teorias linguísticas atuais vêm ampliando o conceito de texto como sendo uma 
produção verbal, sonora, gestual, imagética, em qualquer situação de comunicação 
humana, estruturada com coerência e coesão. A partir dessa premissa, passamos a 
entender que as imagens se estruturam na forma de um texto visual, que pode ser 
lido. A questão passa a ser, então, como é possível lermos esse texto imagético?
Os textos visuais, como a fotografia, por exemplo, são resultado de um conteúdo 
que envolve, necessariamente, três componentes básicos: o autor, o texto visual 
propriamente dito (imagem) e o leitor/espectador. De acordo com Mauad (2005), 
Cada um desses três elementos integra o resultado final à medida que 
todo o produto cultural envolve um locus de produção e um produtor, que 
manipula técnicas e detém saberes específicos à sua atividade; um leitor 
8
9
ou destinatário, concebido como um sujeito transindividual cujas respostas 
estão diretamente ligadas às programações sociais de comportamento do 
contexto histórico no qual se insere; e, por fim, um significado aceito 
socialmente como válido, resultante do trabalho de investimento de 
sentido (MAUAD, 2005).
A fotografia comunica-se, portanto, por meio de mensagens não-verbais, cujo signo 
que a constitui é a imagem. Como resultado de um trabalho humano de comunicação, 
ela está associada a códigos convencionalmente aceitos nos contextos em que está 
inserida como mensagem. É inquestionável, também, que somos reféns de nossos 
próprios olhos e de nosso referencial teórico e repertório cultural. Analisar uma imagem 
é muito mais do que simplesmente reconhecer seu traço. Durante anos privilegiou-se o 
autor, em seguida, a obra e, por fim, o espectador. Todos estes conceitos, na verdade, 
podem ser resumidos em um único: ler imagem é atribuir significados.
Em relação ao autor, temos, além do olhar – elemento fundamental – o dispositivo 
de caráter tecnológico (câmera) que intermedia a relação entre o sujeito que olha 
e a imagem elaborada. Sobre o produto resultante se processada em uma dada 
temporalidade, que conta histórias (fatos/acontecimentos), registra memórias, 
inventa, imagina... E, na parte final desse processo está a recepção, o leitor/
espectador, que, em geral, tem uma relação simplesmente estética com a imagem, 
atribuindo-lhe valor informativo, artístico, pessoal, etc. Entretanto, para aqueles 
que vão além desses aspectos, existem as questões de análise da imagem, como, 
por exemplo, os níveis técnico e morfológico, compositivo e narrativo.
Figura 2 – Wang Qingsong. Siga-me, 2003. Fotografi a encenada pelo artista chinês Wang Qingsong (1966-)
Fonte: Hacking, 2012 
#ParaTodosVerem: Figura de um homem sentado em frente a uma grande lousa cober-
ta com escritas em várias línguas e cores de giz. O homem, que usa óculos e veste uma 
camisa escura com gravata, olha diretamente para a câmera, com uma mão no queixo, 
como se estivesse pensando ou avaliando. Em cima da mesa à sua frente, há livros, 
uma garrafa de água e um globo terrestre. A lousa atrás dele está cheia de palavras, 
desenhos e símbolos, criando uma composição densa e complexa. Fim da descrição.
Nesta unidade, estudaremos a análise de imagem com base no nível técnico; 
na unidade posterior, no nível morfológico; e, adiante, nos níveis compositivo 
e narrativo. O material tem como base o método proposto por Felici (2004), a 
9
UNIDADE Análise da Imagem – Nível Técnico
partir de dados disponíveis como, por exemplo, nome do autor, título, data de 
sua produção, etc. Na verdade, esta última informação não é, segundo Felici, 
estritamente necessária – embora não seja a circunstância ideal –, uma vez que 
uma análise de imagem pode ser realizada sem serem conhecidos a autoria, o título 
ou o ano da fotografia.
Análise da Imagem – Nível Técnico
“O primeiro problema que enfrentamos é a constatação de que o investigador 
projeta sempre sobre a imagem uma carga importante de ideias feitas e de convicções 
particulares, gostos e preferências” (FELICI, 2004, on-line). O alerta do autor é para que 
o analista da imagem reconheça a existência desse “condicionamento inevitável”, 
mas que trate de corrigi-lo para que este fator não distorça a análise.
O nível técnico recolhe as informações necessárias sobre a(s) técnica(s) utilizadas(s), 
o(a) autor(a) da obra, o momento a que se reporta a imagem, a origem da imagem 
(livro, catálogo, internet, etc.), seu formato original, a câmera, objetivas, o movimen-
to artístico ou escola fotográfica a que pertence, assim como a pesquisa de outros 
estudos críticos sobre o trabalho analisado, entre outros dados. 
Finalmente, a própria experiência vem demonstrando que, a cada novo 
tipo de fotografia e objeto a ser estudado a partir da imagem fotográfica, 
o pesquisador vê-se obrigado a atualizar o método de análise e adequá-lo 
à sua matéria significante, guardando os imperativos metodológicos 
apresentados. Nesse sentido, é sempre importante lembrar que toda a 
metodologia, longe de ser um receituário estrito, aproxima-se mais de 
uma receita de bolo, na qual, cada mestre-cuca adiciona um ingrediente a 
seu gosto. (MAUAD, 2005)
Dados Gerais
Título e Data da Fotografia
O título da fotografia costuma vincular o sentido da fotografia a partir da pers-
pectiva do autor. Entretanto, devemos estar atentos em relação a reflexões realiza-
das pelo autor da fotografia, uma vez que quase sempre a análise textual permite 
chegar muito além em significado que aquilo que o autor possa dizer sobre a sua 
própria obra. Um exemplo são as fotografias de Duane Michals (1932-), nas quais 
as legendas se constituem em uma boa reflexão sobreo sentido da imagem a partir 
da dimensão do autor. Em As coisas são estranhas (1973) (Fig. 3), o fotógrafo 
apresenta nove imagens sequenciais nas quais histórias são encenadas, registrando 
sua visão do mundo interior por meio de narrativas psicológicas. “Sempre afirmei 
que eu quero que minhas fotografias sussurrem. Enquanto um monte de fotografias 
grita para chamar a atenção”, relatou. Neste momento, também pode ser incluída 
a data em que foi tirada a fotografia. 
10
11
Figura 3 – Duane Michals. As coisas são estranhas, 1973. Fotografi a
Fonte: Hacking, 2012
#ParaTodosVerem: Figura de uma sequência de nove fotografias em preto e branco, 
com a frase “THINGS ARE QUEER” na primeira imagem. As fotos mostram diversas 
perspectivas de um banheiro e corredores, brincando com a escala e a percepção. Uma 
imagem mostra somente parte das pernas de uma pessoa em frente a um vaso sanitá-
rio, outra mostra um homem abaixado olhando para o vaso, e uma terceira foto revela 
que a cena está dentro de um quadro na parede de um corredor. A sequência cria um 
efeito de loop visual ou de imagem dentro de imagem. Fim da descrição.
Autor(a), Nacionalidade, Nascimento/Morte
Estas informações registram a autoria da imagem, a nacionalidade do fotógrafo 
e o ano de produção da fotografia, o que permite situá-la geográfica e historica-
mente. Esses dados nos auxiliam no relacionamento da fotografia com o conjunto 
da obra do autor, se ele é conhecido, ou com outras produções artísticas do perí-
odo e do país. O conhecimento prévio do autor e da sua obra é importante para 
possibilitar o reconhecimento de seu estilo. Neste item pode ser incluída uma foto 
do artista/fotógrafo. 
Entretanto, é frequente não dispormos dessas informações, especialmente no 
mundo digital onde as imagens são reproduzidas sem nenhum crédito ou informação 
sobre sua origem ou autoria. Mas, mais uma vez, nada disso deve ser obstáculo 
para analisarmos uma imagem. 
Fonte da Imagem 
Também é interessante especificarmos a fonte da imagem: museu, galeria, livro, ca-
tálogo ou documento eletrônico, etc. Nesse aspecto, é importante tentarmos encontrar 
uma origem (fonte) extremamente confiável para que tenhamos certeza da veracidade 
dessas informações. Com o advento da internet ficou muito mais fácil chegarmos a 
esses dados, entretanto, todo cuidado é pouco, será preciso confirmar as informações 
coletadas, sob pena de nossa análise ficar comprometida. Um exemplo é a fotografia 
Guerrilheiro heroico (1960) (Fig. 4), de Alberto Korda (1928-2001). A imagem, uma 
das mais reproduzidas no mundo, foi recortada pelo próprio Korda (Fig. 5). 
11
UNIDADE Análise da Imagem – Nível Técnico
Figura 4 – Alberto Korda. Guerrilheiro heroico, 1960. Fotografia
Fonte: Hacking, 2012
#ParaTodosVerem: Figura em preto e branco de um homem com uma expressão séria 
olhando para o horizonte. Ele está usando uma boina com uma estrela na frente e uma 
jaqueta com zíper. Ao lado dele, aparece parcialmente o perfil de outro homem. Há 
uma planta com folhas longas e finas à direita da imagem. Fim da descrição.
Figura 5 – Alberto Korda. Guerrilheiro heroico, 1960. Fotografia
Fonte: Hacking, 2012
#ParaTodosVerem: Figura em preto e branco de um homem com uma expressão inten-
sa e olhar distante. Ele está usando uma boina com uma estrela e uma jaqueta escura 
com zíper. A imagem captura o homem de perto, com foco em seu rosto e parte do 
ombro. Fim da descrição.
Gênero e Local Onde Foi Tirada a Fotografia
Outro aspecto importante é a classificação do gênero da fotografia, um aspecto 
muitas vezes difícil porque uma mesma fotografia pode apresentar vários atributos 
genéricos ao mesmo tempo, o que pode causar alguma polêmica. Assim, podemos 
classificar as imagens em gêneros básicos como retrato, conforme a fotografia de 
Malick Sidibé (1936-2016), A most seul (1978) (Fig. 6); paisagem, natureza-morta 
e documental, além de fotografia de arte, publicitária, de eventos, gastronomia, 
entre tantos outros. 
Muitas fotografias contemplam simultaneamente vários gêneros e subgêneros, 
por isso, na análise da imagem é importante registrarmos esse aspecto. Frede-
rick Sommer (1905-1999), em seu trabalho Max Ernest (1946) (Fig. 7), mostra 
12
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claramente isso com o gênero retrato e o subgênero fotografia de arte, juntos. Ele im-
primiu dois negativos em um só papel fotográfico. Neste momento também pode ser 
incluída a informação sobre o local onde foi tirada a fotografia, se estiver disponível.
Figura 6 – Malick Sidibé. A most seul, 1978. Fotografi a. Gênero: retrato
Fonte: Lowe, 2017
#ParaTodosVerem: Figura de um homem de pé em frente a um fundo listrado verti-
calmente com várias cores. Ele veste um terno xadrez completo com calças, paletó e 
colete, além de uma camisa branca e uma gravata. O chão tem um padrão geométrico 
complexo, e o homem olha diretamente para a câmera com uma expressão séria. A 
foto é em preto e branco. Fim da descrição.
Figura 7 – Frederick Sommer. Max Ernest, 1946. Gênero retrato e subgênero fotografi a de arte.
Fonte: Hacking, 2012
#ParaTodosVerem: Figura em preto e branco mostrando a imagem superposta de um 
rosto de homem sobre a textura de madeira envelhecida. O rosto, que aparece quase 
como uma transparência, está alinhado com as tábuas de madeira, dando a impressão 
de que é parte da superfície. O homem tem uma expressão séria e olha diretamente 
para a câmera, com detalhes de sua imagem misturando-se aos veios e imperfeições 
da madeira. Fim da descrição.
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UNIDADE Análise da Imagem – Nível Técnico
Estilo, Escola ou Movimento Artístico
Em alguns casos, é possível inclusive situar a fotografia ou o autor da imagem em 
uma determinada corrente ou movimento artístico, escola fotográfica, etc., cujo conhe-
cimento pode ser de grande utilidade para a análise textual da fotografia. Neste caso, 
é importante apresentar, na análise, uma breve descrição dos principais pontos do 
movimento artístico e a sua época de ocorrência. Normalmente, características de um 
movimento artístico são observadas na fotografia, auxiliando o observador na leitura da 
imagem, a partir das características pertencentes a esses movimentos, no caso a ideia 
e o conceito. Entretanto, não é uma informação que impeça a realização da análise.
Cena de perseguição (1969), de Vito Acconci (1940-2017) (Fig. 8), por 
exemplo, está ligada à arte conceitual – conjunto de práticas artísticas ocorrida nos 
anos 1960/1970, no qual o conceito e as ideias e não o meio (formalismo da arte) 
são a essência do movimento. Acconci trabalhou o papel da fotografia como um 
meio de vigilância e controle social. Em Cena de perseguição o artista seguia um 
estranho escolhido por acaso, em Nova York, até essa pessoa entrar em um espaço 
privado. As fotografias – que não foram tiradas por Acconci, que aparece de costas 
– documentam uma performance do artista.
Figura 8 – Vito Acconci. Cena de perseguição, 1969. Fotografia conceitual
Fonte: Hacking, 2012
#ParaTodosVerem: Figura em preto e branco de duas pessoas andando em uma rua 
de paralelepípedos, com a vista de suas costas. À esquerda, um indivíduo de cabelos 
longos e casaco escuro; à direita, alguém de camisa clara e calças escuras. Ao fundo, há 
edifícios, um estabelecimento com a palavra “SIGNS” na fachada e carros estaciona-
dos. A foto tem um aspecto granulado, típico de imagens antigas ou de filmes de alta 
velocidade. Fim da descrição.
Parâmetros Técnicos
P/B, Cor
A fotografia pode ser em preto e branco ou em cores; ser originalmente em 
preto e branco e ter sido colorizada posteriormente ou ser originalmente em cores 
e ter sido transformada em preto e branco. Nesses dois últimos casos, o ideal é que 
14
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essas informações estejam disponíveis, pois, caso contrário, não teremos como 
concluir que essas técnicas foram utilizadas. Uma fotografia também pode ser, 
simultaneamente, em preto e branco e em cores, caso tenha algum elemento ou 
parte da imagem com essas características. 
Formato OriginalOutro aspecto igualmente importante é o tamanho original da imagem que ana-
lisamos. Por vezes, esta informação está presente na própria legenda da imagem. 
É obvio que as condições de recepção de uma fotografia por parte do espectador 
se alteram de forma substancial quando as imagens são de grandes dimensões ou 
quando apresentam dimensões muito reduzidas. Este aspecto apresenta importantes 
consequências na análise, quando se estuda a relação da imagem com o espectador.
Câmera
O tipo de câmara utilizada é outro aspecto igualmente relevante. Nas fotografias 
analógicas, caso não consigamos essa informação junto à imagem ou em bancos de 
dados, fica praticamente impossível identificar a câmera utilizada. Já nas imagens 
digitais, normalmente, essa informação está em “Informações do arquivo” ou em 
“Propriedades”, da fotografia. 
Suporte
Em certas ocasiões, pode-se dispor de informação sobre o tipo de formato foto-
gráfico empregado, como o universal ou 35 mm, o formato médio ou grande for-
mato. Essas informações podem apresentar muitas alternativas, inclusive identificar 
a marca e o tipo de película utilizada, no caso de fotografia analógica. Estas informa-
ções possibilitam a compreensão sobre como o autor conseguiu obter determinados 
efeitos visuais, mas, sobretudo, as condições de produção da fotografia.
Objetiva(s)
Esta informação, quando disponível, permite que conheçamos se foi utilizada 
uma teleobjetiva, uma lente grande-angular, uma objetiva normal, uma objetiva 
olho de peixe, etc. A seleção da objetiva produz importantes consequências na 
construção do ponto de vista físico da fotografia. Uma objetiva grande-angular, 
por exemplo, pode auxiliar o fotógrafo na inclusão de muitas informações no 
quadro ou destacar o primeiro plano, fazendo com que ele pareça enorme em 
comparação com o fundo. Já uma teleobjetiva pode compactar uma imagem e 
dar a impressão de que objetos aparentemente distantes estejam próximos um do 
outro. Henri Cartier-Bresson (1908-2004), por exemplo, fotografou quase todos 
os seus trabalhos com uma objetiva padrão de 50 mm.
Foco 
Dentro das questões técnicas, o foco é um elemento que deve ser analisado. 
O fotógrafo tem a possibilidade de controlar a localização do foco e também os 
15
UNIDADE Análise da Imagem – Nível Técnico
objetos que ficarão nítidos. Um elemento da fotografia pode ser destacado sobre 
os demais como ponto de maior nitidez dentro do quadro. A força da mensagem 
se deve muito ao foco. Conforme Feijó (2018), uma “pequena falta de foco de 
todos os elementos que compõem a imagem pode servir para a suavização dos 
traços, o contrário acontece quando há total nitidez que demonstra a rudeza ou 
brutalidade da realidade”.
Paolo Pellegrin (1964-), em Civis chegando a Tiro depois de fugir de suas al-
deias no sul do Líbano (2006) (Fig. 9), mostra uma imagem sob condições precá-
rias de luz, proporcionando desfoque e embaçamento devido à vibração da câmera 
causada por longas exposições. Ele procura intensificar o drama e a expressividade 
da cena.
Figura 9 – Paolo Pellegrin. Civis chegando a Tiro depois de fugir 
de suas aldeias no sul do Líbano, 2006. Fotografia
Fonte: Lowe, 2017
#ParaTodosVerem: Figura em preto e branco de uma menina olhando diretamente 
para a câmera com uma expressão pensativa. Sua face é parcialmente coberta por 
sombras de folhas, criando um padrão contrastante. Ela veste um macacão sem alça 
e sua postura sugere uma pausa ou um momento de reflexão. A fotografia tem um 
efeito granulado e artístico. Fim da descrição.
Ângulo/Ponto de Vista
A câmera pode ser situada na mesma altura do sujeito ou objeto a ser fo-
tografado, como também abaixo ou acima dele. Feijó (2018) observa que, ao 
fotografarmos com a máquina de um ângulo superior (de cima para baixo) ou de 
um ângulo inferior (de baixo para cima) temos que nos preocupar com a impres-
são subjetiva causada por esta visão. Segundo ele, a máquina na posição de um 
ângulo superior (Fig. 10) tende a diminuir o sujeito em relação ao espectador e 
pode significar derrota, opressão, submissão, fraqueza do fotografado; enquanto 
que em um ângulo inferior (Fig. 11) pode ressaltar a sua grandeza, sua força, seu 
domínio. Evidentemente, que essa análise vai depender do contexto em que a 
altura da câmera for usada.
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Figura 10 – Cindy Sherman. Sem título nº 92 (série Centerfolds), 1981. Fotografi a
Fonte: Lowe, 2017
#ParaTodosVerem: Figura de uma pessoa com cabelos molhados e camisa branca, 
olhando abaixo da câmera com uma expressão de surpresa ou ansiedade. A pessoa 
está ajoelhada no chão, que parece ser de madeira escura, e usa uma saia xadrez. A 
iluminação destaca o rosto e a parte superior do corpo. Fim da descrição.
Figura 11 – Dmitri Baltermants. Ataque, 1941. Fotografi a
Fonte: Hacking, 2012
#ParaTodosVerem: Figura em preto e branco capturando o movimento borrado de três 
figuras humanas. As silhuetas estão dispostas diagonalmente, com duas delas apa-
rentemente em combate, empunhando um rifle. A terceira figura observa mirando de 
dentro de uma trincheira. A imagem é dinâmica e a ação é capturada em um instante 
que sugere movimento e intensidade. Fim da descrição.
Dados Biográficos e Comentários Críticos Sobre o Autor
Também é importante dispormos de informações sobre o fotógrafo como, por 
exemplo, uma pequena biografia e de comentários críticos e técnicos realizados 
por especialistas – e também realizados pelo próprio autor da imagem – sobre a 
obra fotográfica em análise. Esses dados podem auxiliar na melhor compreensão 
da imagem, ainda que uma crítica ou análise possam vir acompanhados de inter-
pretações pessoais, mas, neste caso, é fundamental que fique claro sua intenção de 
personalizar a análise. 
17
UNIDADE Análise da Imagem – Nível Técnico
Outras Informações
Nesta seção, podem ser incluídos dados disponíveis como, por exemplo, a uti-
lização de filtros fotográficos (ópticos ou digitais), utilização de imagens negativas, 
técnicas de revelação ou pós-produção, entre outras informações que podem estar 
disponíveis em catálogos ou nas fontes de origem da fotografia.
Uma fotografia também pode incorporar inscrições de letras, palavras, textos, 
frases ou outros elementos verbais (Figs. 12 e 13) em duas dimensões diferentes: 
como objeto, resultado da presença de marcas, calendários, cartas, anúncios lumi-
nosos, etc., ou como componente conceitual relativamente à expressão direta de 
uma palavra ou frase sub ou sobreposta. A legenda da foto pode ter sido delibera-
damente inscrita pelo autor em algum lugar do texto fotográfico como um título. 
Este espaço também fica reservado para a inclusão de outros conceitos que podem 
estar relacionados com o nível morfológico da análise da fotografia.
De 1977 a 1985, o fotógrafo norte-americano Jim Goldberg (1953-) documentou a vida de 
pessoas afetadas pela crise econômica e social nos Estados Unidos, na época. Ele fotografou 
hóspedes temporários em um hotel onde famílias viviam em situação de pobreza e tam-
bém casas de ricos. Ele questionou as pessoas sobre suas vidas, esperanças e medos, per-
guntando: “Se você morresse ou deixasse este espaço amanhã, e se esta foto fosse colocada 
na porta como uma lembrança de você, o que você diria?” (LOWE, 2017, p. 247). Na figura 
12 lemos: “I love David. But he is to fragile for a rough father like me.” (“Eu amo David. Mas 
ele é frágil para um pai áspero como eu.”). E, na Figura 13: “I wish I could see more softness 
within myself. Most of the time, as though in limbo, I feel caught between an iceberg and a 
desert.” (“Eu queria poder ver mais suavidade dentro de mim. Na maioria das vezes, como 
no limbo, eu me senti atrapalhada entre um iceberg e um deserto.”). Conforme Lowe (2017), 
“a justaposição do texto escrito à mão e da imagem faz a conexão com as pessoas parecer 
tangível e visceral; ela explora o espaço entre o que pode ser visto e o que está sendo dito”.
Ex
pl
or
Figura 12 – Jim Goldberg. 
Ricos e pobres, 1979. Fotografia
Fonte:Lowe, 2017
#ParaTodosVerem: Figura de uma fotografia em preto e branco de um homem barbu-
do e uma criança de pé em um quarto desordenado. O homem está sem camisa e usa 
óculos, enquanto a criança está parcialmente vestida. A sala tem uma cama desfeita, 
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19
uma cômoda aberta e diversos objetos espalhados. Na parte inferior da fotografia, há 
uma inscrição à mão que diz: “I love David. But he is too fragile for a rough father like 
me”, assinado por “Larry J. Clark”. Fim da descrição.
Figura 13 – Jim Goldberg.
Ricos e pobres, 1983. Fotografi a
Fonte: Lowe, 2017
#ParaTodosVerem: Figura de uma fotografia em preto e branco que mostra uma pes-
soa sentada em um sofá longo e escuro em uma sala de estar minimalista, com uma 
grande obra de arte abstrata na parede. A sala tem paredes brancas e um piso claro. 
No canto inferior direito da imagem, há uma inscrição manuscrita que diz: “I wish I 
could see more softness within myself most of the time, as though in limbo, I feel 
caught between an iceberg and a desert.” A assinatura é “Elizabeth”. Fim da descrição
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UNIDADE Análise da Imagem – Nível Técnico
Anexos
Ficha Para Análise Fotográfica – Nível Técnico
Há uma grande quantidade de propostas de metodologias para a análise fo-
tográfica, que contemplam várias etapas, desde a análise técnica até a narrativa. 
A partir do estudo de Felici (2004), e de sua proposta de fichas para esse tipo 
de análise, apresentamos, a seguir, a ficha 1 que contempla elementos do nível 
técnico, apresentados nesta unidade. A adaptação busca o desenvolvimento de 
uma análise fotográfica básica, por meio da identificação dos principais elemen-
tos constantes nas imagens.
ANÁLISE FOTOGRÁFICA
FOTOGRAFIA
Ficha 1 – Nível técnico
ELEMENTO SIM / NÃO ANÁLISE
1. Dados gerais
Título e data da fotografia
Autor(a), nacionalidade, nascimento/morte
Fonte da imagem
Gênero(s) e local da fotografia
Estilo, escola ou movimento artístico
2. Parâmetros técnicos
P/B, cor
Formato original
Câmera
Suporte
Objetiva(s)
Foco
Ângulo/ponto de vista
Dados biográficos sobre o autor
Comentários críticos sobre o autor
Outras informações:
Análise realizada por:
Fonte: ficha adaptada de Felici (2004)
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Análise Fotográfica – Nível Técnico – Exemplo 
ANÁLISE FOTOGRÁFICA
FOTOGRAFIA
Figura 14 – Ansel Adams. Tempestade de inverno se dissipando, Yosemite Valley, c.1935. Fotografi a
Fonte: Lowe, 2017
#ParaTodosVerem: Figura de uma paisagem montanhosa coberta de neve em preto 
e branco. As montanhas majestosas são cercadas por nuvens baixas, com destaque 
para uma cachoeira que flui de uma das formações rochosas. Árvores cobertas de 
neve preenchem a parte inferior da imagem, proporcionando um contraste texturi-
zado contra o céu nublado e as montanhas ao fundo. Fim da descrição.
Ficha 1 – Nível técnico
ELEMENTO SIM / NÃO ANÁLISE
1. Dados gerais
Título e data da fotografia Tempestade de inverno se dissipando,
Yosemite Valley, 1944.
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UNIDADE Análise da Imagem – Nível Técnico
Autor(a), nacionalidade, nascimento/morte
Ansel Adams, norte-americano, 1902-1984
Figura 15 – Malcolm Greany. Ansel Adams, 1950
Fonte: Wikimedia Commons
#ParaTodosVerem: Figura em preto e branco de um 
homem com barba e bigode, usando um chapéu de 
abas largas e um casaco longo de veludo cotelê. Ele 
está ajoelhado ao lado de uma câmera fotográfica 
antiga montada em um tripé. O homem segura um 
fotômetro na mão e olha diretamente para a câmera 
com uma expressão de leve sorriso. Ao fundo, pode-
-se ver parte de uma árvore de folhas densas. Fim 
da descrição.
Fonte da imagem LOWE, Paul. Mestres da fotografia. 
São Paulo: Gustavo Gili, 2017. 
Gênero(s) e local da fotografia Paisagem, Parque Nacional de Yosemite, Califórnia 
(Estados Unidos)
Estilo, escola ou movimento artístico Não
2. Parâmetros técnicos
P/B, cor P/B
Formato original 39,5 x 48,5 cm
Câmera Grande formato. Exposição 1/5 segundos e abertura 
f/16. Marca da câmera não identificada. 
Suporte Película negativa Isopan de 64 ASA
de 8” x 10” (20 x 25 cm)
Objetiva(s) Objetiva Cooke Series XV de 12 ¼ polegadas
Foco Extremo
Ângulo/ponto de vista Central
Dados biográficos sobre o autor
Após uma viagem ao Yosemite National Park, então com 14 anos, Adams 
começou a experimentar a fotografia. A partir de 1937, viveu por dez 
anos no parque onde conheceu profundamente sua geografia e condições 
meteorológicas de forma que sabia exatamente quando e onde fotografar 
para alcançar o resultado que queria. Ele era membro da organização 
ambiental Sierra Club, onde pode atuar pela preservação de áreas naturais 
americanas como um ativo ambientalista. Juntamente com Paul Strand e 
Edward Weston, fundou o influente Grupo f/64, nome referente à abertura 
mínima de uma objetiva que dá maior profundidade de campo.
Comentários críticos sobre o autor
Juntamente com o fotógrafo Fred Archer, Adams desenvolveu a 
ideia do Sistema de Zonas, método para exposição e revelação 
da fotografia em preto e branco, com dez zonas de densidade, de 
preto puro a branco puro com uma graduação sutil de tons de cinza 
no intervalo. Em algarismos romanos, 0 representa preto puro; X, 
branco puro; e V, cinza médio. 
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Outras informações: Não
Análise realizada por: Rita Jimenez
Fonte: ficha e conteúdo adaptados de Felici (2004 e 2009)
Com base na ficha 1 – Análise fotográfica – Nível técnico, apresentada nesta 
Unidade, analise a fotografia de Peter Fraser (Figura 16), uma construção que 
parece estar viva. Dicas: confira o site do fotógrafo e também o livro Mestres da 
Fotografia, de Peter Lowe (Gustavo Gili, 2017, p. 106-107).
Figura 16 – Peter Fraser
Fonte: Lowe, 2017
#ParaTodosVerem: Figura de um copo de isopor com muitos palitos de madeira espeta-
dos nele, criando uma forma que lembra um ouriço. O objeto está colocado sobre uma 
superfície de madeira com brilho reflexivo, e ao fundo há uma parede com uma faixa 
de pintura verde na base. A luz que incide sobre o objeto forma sombras complexas na 
parede. Fim da descrição.
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UNIDADE Análise da Imagem – Nível Técnico
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Calendário de concursos de fotografia
https://goo.gl/S4u45c
 Vídeos
Ansel Adams a documentary film
Escrito e dirigido por Ric Burns, 2002. Documentário dedicado ao fotógrafo e 
ambientalista norte-americano Ansel Adams (1902-1984), mestre nos aspectos 
técnicos e estéticos da fotografia de paisagem em preto e branco.
https://youtu.be/hNvMBvkmjvU
 Leitura
Como descobrir informações técnicas de uma foto pelo PC
https://goo.gl/Z6Wbo4
Da fotografia analógica à ascensão da fotografia digital
https://goo.gl/X2QXn2
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25
Referências
FEIJÓ, Cláudio. Linguagem fotográfica. Universidade Estadual de Londrina/
Especialização em Fotografia [2018]. Disponível em: http://www.uel.br/pos/
fotografia/wp-content/uploads/downs-uteis-linguagem-fotografica.pdf. Acesso 
em: 13 mar. 2018.
FELICI, Javier Marzal. Cómo se lee una fotografia – Interpretaciones de la 
mirada. Madri: Cátedra, 2009.
________, Javier Marzal. Proposta de modelo de análise da imagem fotográfica 
– Descrição dos conceitos contemplados. In: I Congresso de Teoria e Técnica 
dos Meios Audiovisuais, Castellón (Espanha), 2004. Disponível em: http://www.
analisisfotografia.uji.es/root2/meto_por.html. Acesso em: 25 fev. 2018. 
HACKING, Juliet (ed.). Tudo sobre fotografia. Rio de Janeiro: Sextante, 2012.
LOWE, Paul. Mestres da fotografia. São Paulo: Gustavo Gili, 2017.
MAUAD, Ana Maria. Na mira do olhar: um exercício de análise da fotografia nas 
revistas ilustradas cariocas, na primeira metade do século XX. In: Anais do Museu 
Paulista. v. 13. n.1. Jan.-Jun. 2005. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/
anaismp/article/view/5417/6947. Acesso em: 26 fev. 2018
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Linguagem Fotográfica
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Me. Rita Garcia Jimenez
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Natalia Conti
Análise da Imagem – Nível Morfológico
•Introdução;
• Análise da Imagem – Nível Morfológico;
• Outras Informações;
• Anexo 1.
· Conhecer os elementos básicos para a leitura de uma imagem foto-
gráfica no nível morfológico.
· Identificar em fotografias os elementos que compõem o nível morfo-
lógico para análise de uma imagem.
· Realizar análise de imagem fotográfica a partir do uso de ficha espe-
cífica para o nível morfológico.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Análise da Imagem – Nível Morfológico
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você 
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão 
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Análise da Imagem – Nível Morfológico
Figura 1 – Henri Cartier-Bresson. Venda de ouro, 1948. Fotografia
Fonte: Hacking, 2012
#ParaTodosVerem: Figura em preto e branco de um grupo de pessoas aglomeradas, 
algumas se abraçando firmemente. Elas estão vestidas com roupas de frio, e suas 
expressões variam entre preocupação e conforto mútuo. A cena parece capturar um 
momento de urgência ou necessidade de apoio. Fim da descrição.
Introdução
Você pode encontrar fotos em qualquer lugar. É simplesmente uma ques-
tão de perceber as coisas e organizá-las. Você apenas tem de se preo-
cupar com o que está ao seu redor e envolver-se com a humanidade e a 
comédia humana. Elliot Erwitt (1928-) (LOWE, 2017, p. 197)
A análise de uma fotografia a partir de seus elementos morfológicos – que pos-
suem natureza espacial e constituem a estrutura da imagem – auxilia na identificação 
das diferentes relações do texto visual. Se prestarmos atenção em uma foto, iden-
tificaremos pontos, linhas, texturas, cores, entre outros elementos. O conjunto dos 
aspectos tratados no nível morfológico nos possibilita determinar se a imagem que 
analisamos é figurativa/abstrata, simples/complexa, possui um único significado/
mais de um significado, etc. Apesar de o nível morfológico estar centrado no exame 
dos elementos objetivos, não devemos perder de vista que o seu estudo não pode 
estar isento de uma carga subjetiva na atividade analítica.
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Análise da Imagem – Nível Morfológico
Descrição do motivo fotográfi co
A análise propriamente dita da fotografia, conforme Felici (2004), deve ser iniciada 
a partir de uma detalhada descrição do motivo fotográfico, ou seja, aquilo que a foto-
grafia representa em uma primeira leitura da imagem. Esta primeira informação auxilia 
o analista a identificar o grau de figuração ou de abstração da fotografia, oferecendo 
condições para que o estudo da imagem se desenvolva. 
Lembrando que figuração está relacionada à representação de seres, natureza e 
objetos em suas formas reconhecíveis para aqueles que as olham, conforme podemos 
observar na figura 2. Já a abstração busca expressar o mundo interior, o mundo dos 
sentidos, bem como relações concretas usando como referência apenas os recursos 
como a cor, as linhas, etc. (Fig. 3) (ARTE FIGURATIVA, 2018).
Fig. 2 – Gabriel Orozco. Gato na selva, 2002. Fotografi a
Fonte: Hacking, 2012
#ParaTodosVerem: Figura de várias latas de feijão verde empilhadas em uma prateleira 
de supermercado. Entre as latas, uma delas tem o rótulo substituído pela imagem de 
um gato olhando para fora. O gato tem olhos grandes e atentos, e sua imagem se 
destaca entre os rótulos verdes que indicam “GRAND UNION French Style Green Beans, 
No Salt Added”. Fim da descrição.
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UNIDADE Análise da Imagem – Nível Morfológico
Fig. 3 – Garry Fabian Miller. Saciando o olhar de vermelho & azul, 2008. Fotografia
Fonte: Hacking, 2012
#ParaTodosVerem: Figura de uma obra de arte abstrata consistindo em um retângulo 
vermelho centralizado sobre um fundo azul uniforme. A obra apresenta linhas limpas 
e um forte contraste entre as duas cores, com o vermelho parecendo flutuar sobre o 
azul. Fim da descrição.
Ponto(s) de interesse
Do ponto de vista da composição da imagem, uma fotografia é formada por grãos 
fotográficos, mais ou menos visíveis, no caso da fotografia fotoquímica (analógica); 
ou por pixels (picture elements), no caso da fotografia digital. O ponto é o elemento 
visual mais simples.
Como conceito morfológico, o ponto também pode estar relacionado com a 
construção compositiva da imagem por meio da existência de centros de interesse 
em uma fotografia ou de focos de atenção.
Os pontos podem coincidir ou não com os pontos de fuga quando se trata de uma 
composição em perspectiva, ou da existência de um centro geométrico da imagem 
(encontro das duas diagonais). Neste último caso, dependendo da posição do ponto 
no espaço da representação, a composição pode ter um maior ou menor dinamis-
mo. Se o ponto coincide com os eixos diagonais da imagem (geralmente quadrada 
ou retangular) encontraremos uma composição na qual o ponto contribui para incre-
mentar a tensão na imagem.
a) Ponto único ou simples – Chama a atenção para si por ser a única con-
centração de detalhe em uma imagem praticamente vazia. A mensagem 
transmitida pela imagem de apenas um ponto é a de isolamento (Fig. 4). 
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Fig. 4 – Paul Stefan. Tate Modern Turbine Hall, s/d. Fotografi a
Fonte: Lowe, 2010
#ParaTodosVerem: Figura de uma pessoa em pé ao longe, isolada no centro de um 
grande espaço aberto com um piso que parece ser de concreto. Há uma linha reta no 
chão que se estende do ponto de vista do observador até a pessoa. A iluminação suave 
e a vastidão do espaço transmitem uma sensação de solidão. Fim da descrição.
b) Ponto central – De forma geral é quando o ponto coincide com o centro 
geométrico da imagem (intersecção das duas diagonais), confi gurando 
uma composição estática (Fig. 5).
Fig. 5 – George Hoyningen-Huene. Mergulhadores, 1930. Fotografi a
Fonte: Hacking, 2012
#ParaTodosVerem: Figura em preto e branco mostrando duas pessoas sentadas de lado 
em uma plataforma de madeira, olhando para o mar. Uma pessoa está de traje de banho 
masculino, com cabelo curto, e a outra está de traje de banho feminino. O fundo é uma 
superfície lisa e calma de água e um céu claro. Fim da descrição.
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UNIDADE Análise da Imagem – Nível Morfológico
c) Dois ou mais pontos – Assim que um outro ponto (além do único) é iden-
tificado em uma imagem, imediatamente se estabelece uma relação entre 
eles, que passam a ser conectados por uma linha virtual, chamada de linha 
óptica. A existência de dois ou mais pontos pode facilitara criação de ve-
tores de direção de leitura da imagem, o que multiplica a força dinâmica e 
tensional da composição (Fig. 6).
Fig. 6 – Tina Modotti. Parada dos trabalhadores, 1926
Fonte: Hacking, 2012
#ParaTodosVerem: Figura em preto e branco de uma multidão de pessoas vistas de 
cima, a maioria usando chapéus de abas largas. Os detalhes individuais não são distin-
guíveis, mas o mar de chapéus cria um padrão texturizado. Fim da descrição.
Em termos de posicionamento, o ponto de interesse de uma imagem pode estar 
localizado, conforme a regra dos terços (futuramente estudaremos com mais detalhes 
esse tema), em uma das quatro linhas (duas horizontais e duas verticais) e nas suas 
intersecções (Fig. 7). O ponto – ou pontos – de interesse pode estar localizado em 
mais de um quadro. Identificamos os pontos como ponto superior esquerdo, ponto 
superior direito; ponto inferior esquerdo e ponto inferior direito.
Fig. 7 – Localização das linhas e dos pontos de interesse (em vermelho) 
em uma fotografia conforme a regra dos terços
Fonte: Reprodução
#ParaTodosVerem: Figura de um diagrama simples com duas linhas verticais e duas 
linhas horizontais formando uma grade sobre um fundo branco. Quatro pontos verme-
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lhos marcam os cruzamentos das linhas. No topo, há textos que dizem “Linha vertical 
esquerda” e “Linha vertical direita” para as linhas verticais, e “Linha horizontal supe-
rior” e “Linha horizontal inferior” para as linhas horizontais. Fim da descrição.
Linha
A linha é definida como uma sucessão de pontos que, pela sua natureza, transmite 
energia, sendo geradora de movimento. É um elemento plástico com força suficiente 
para veicular as características estruturais (forma, proporção, etc.) de qualquer objeto.
A linha pode desempenhar diversas funções plásticas como, por exemplo:
a) Constitui um elemento formal que permite separar os diferentes planos, 
formas e objetos presentes numa determinada composição (a linha de con-
torno, por exemplo, é o elemento que possibilita distinguir uma fi gura de 
um fundo perceptivo.
b) É um elemento-chave para dotar de volume os sujeitos ou os objetos dis-
postos no espaço bidimensional da representação visual.
c) Quando a linha coincide com os eixos diagonais, a sua capacidade dinami-
zadora é mais evidente.
Por outro lado, as linhas horizontais, verticais ou diagonais podem dotar a imagem 
de significados peculiares, dando conotações de materialismo, espiritualidade ou de di-
namismo. As linhas diagonais transmitem ideia de movimento e passam a sensação de 
expectativa e tensão, como podemos observar em Transportadores entrecruzados, 
fábrica da Ford, Detroit (1927), de Charles Sheeler (1883-1965) (Fig. 8). Essas linhas 
não precisam ser reais, uma vez que pontos organizados diagonalmente podem fazer 
essa função. Sebastião Salgado faz isso com muita competência em Guatemala (1978) 
(Fig. 9), onde uma linha diagonal imaginária une as duas personagens da foto.
Também é importante destacar que uma das linhas mais importantes na fotografia é 
a do horizonte. Ela dá uma sensação estável à imagem, pois está em repouso e é inerte.
Fig. 8 – Charles Sheeler. Transportadores entrecruzados, fábrica da Ford, Detroit, 1927. Fotografi a
Fonte: Hacking, 2012
#ParaTodosVerem: Figura em preto e branco de uma estrutura industrial. Há uma série 
de grandes chaminés liberando fumaça ao fundo e uma construção complexa de vigas 
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UNIDADE Análise da Imagem – Nível Morfológico
de metal em primeiro plano, sugerindo uma passarela ou suporte de transporte. A 
cena transmite uma sensação de indústria pesada e manufatura. Fim da descrição.
Fig. 9 – Sebastião Salgado. Guatemala, 1978. Fotografia
Fonte: Fonte: Lowe, 2010
#ParaTodosVerem: Figura em preto e branco mostrando à esquerda uma menina co-
mendo uma maçã do amor, com uma bandeja equilibrada na cabeça contendo várias 
outras frutas espetadas em palitos. À direita, uma mulher observa de dentro de uma 
construção de madeira através de uma pequena janela quadrada. O cenário ao fundo é 
de vegetação e céu nublado. Fim da descrição.
As linhas curvas numa composição costumam transmitir movimento e dinamismo. 
Quando uma linha em forma de S aparece na imagem e vai diminuindo aos poucos 
– como na imagem de um rio sinuoso – sugere uma progressão lenta e natural, 
proporcionando uma sensação de atemporalidade sem que a imagem pareça 
estática (Fig. 10).
Fig. 10 – Ansel Adams. Tetons and Snake River, 1942. Fotografia
Fonte: Wikimedia Commons
#ParaTodosVerem: Figura em preto e branco de uma paisagem natural. No primeiro pla-
no, um rio sinuoso flui entre bancos arborizados. Ao fundo, um conjunto de montanhas 
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escarpadas com picos nevados se eleva sob um céu nublado e dramático. A luz do céu 
ilumina parcialmente o rio e a paisagem, criando um contraste de luz e sombra. Fim da 
descrição.
Profundidade/planos
A percepção da profundidade ou de planos em uma imagem é resultado de dois 
elementos: a sobreposição das figuras do enquadramento, o que permite distinguir 
entre objetos e sujeitos, por exemplo, situados mais próximos ou mais longe do 
ponto de observação (primeiro plano, segundo plano, etc.) e pela sua disposição a 
partir de um determinado ângulo, definido pela perspectiva.
Em Portugal (1976), Josef Koudelka (1938-) (Fig. 11) mostra em primeiro plano 
uma criança angelical e uma mulher com o rosto parcialmente coberto por um 
véu, enquanto que, em segundo plano, aparece um homem sentado e, ao fundo, a 
sombra do homem em uma parede. Neste caso, o fotógrafo deixa para o espectador 
imaginar a narrativa da situação.
Fig. 11 – Josef Koudelka. Portugal, 1976. Fotografi a
Fonte: Lowe, 2010
#ParaTodosVerem: Figura em preto e branco de um interior simples com paredes claras 
e chão de madeira. À esquerda, há um cabide de pé. A luz do sol entra pela janela, 
criando um padrão de sombra geométrico no chão e na parede. À direita, um homem 
idoso está sentado de perfil, usando óculos e segurando um chapéu. Em frente a ele, 
de costas para a câmera, uma mulher em trajes escuros parece estar em conversa com 
uma criança de cabelos encaracolados, que olha para o homem, sentada no chão à 
esquerda. Fim da descrição
Escala
A escala refere-se ao tamanho da figura na imagem, sendo a dimensão do corpo 
humano no enquadramento o princípio organizador das diferentes opções que pode-
mos considerar. Caso não haja pessoas, o tamanho dos elementos em uma imagem 
pode ser comparado a objetos presentes. Cuidado: frequentemente fotógrafos le-
vam, deliberadamente, o espectador a uma interpretação equivocada dos tamanhos.
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UNIDADE Análise da Imagem – Nível Morfológico
Um exemplo clássico é Sem título (Menphis) (1970), de William Eggleston (1939-) 
(Fig. 12). O fotógrafo utilizava uma grande-angular para exagerar a perspectiva.
Fig. 12 – William Eggleston. Sem título (Menphis), 1970. Fotografia
Fonte: Lowe, 2017, p. 398-399.
#ParaTodosVerem: Figura colorida mostrando um triciclo infantil em primeiro plano so-
bre uma superfície de concreto. O triciclo tem o guidão branco com manoplas vermelhas, 
assento azul e rodas pretas com aros brancos. Ao fundo, uma casa de tijolos com um carro 
estacionado na garagem e um céu parcialmente nublado. Fim da descrição.
Planos/enquadramento
Plano é o distanciamento da câmara em relação ao objeto fotografado, levando-
se em conta a organização dos elementos internos do enquadramento. Deste 
modo, é possível distinguirmos os seguintes tipos de planos: grande plano geral, 
plano geral, plano médio, primeiro plano, e plano de detalhe. A terminologia é 
utilizada também no campo da análise e da produção cinematográfica e de TV.
A utilização de cada um destes tipos de planos produz um significado específico, 
dependendo do contexto visual. Geralmente, quanto mais próximo está o objeto 
ou o sujeito fotografado daquele que o observa, maior é o grau de aproximação 
emotiva ou intelectual do espectador perante o motivo da imagem. E, ao contrário, 
quanto mais geral é aescala do motivo fotografado, maior costuma ser o seu 
distanciamento.
Vamos conferir, a partir de conceitos de Feijó (2018), definições básicas sobre 
alguns dos diversos tipos de planos:
Grande plano geral – O ambiente é o elemento principal e, o sujeito/
personagem, quando aparece, é um elemento dominado pela situação geográfica. 
O quadro é preenchido pelo ambiente, deixando uma pequena parcela deste espaço 
para o sujeito que também o dimensiona. Pode enfatizar a dominação do ambiente 
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sobre o homem ou, simbolicamente, a solidão (Fig. 13).
Plano geral – Tem grande valor descritivo, situa a ação e o homem no 
ambiente em que ocorre a ação. O dramático advém do tipo de relação existente 
entre o sujeito e o ambiente. O plano geral é necessário para localizar o espaço 
da ação (Fig. 14).
Plano médio – É o enquadramento em que o sujeito preenche o quadro (os 
pés sobre a linha inferior, a cabeça encostando na superior do quadro, até o 
enquadramento cuja linha inferior corta o sujeito na cintura. “Como se vê, os planos 
não são rigorosamente fixados por enquadres exatos. Eles permitem variações, 
sendo definidos muito mais pelo equilíbrio entre os elementos do quadro, do que 
por medidas formais exatas”, afirma Feijó (2018). Os planos médios são bastante 
descritivos, diferem dos planos gerais que narram a situação geográfica, porque 
descrevem a ação e o sujeito (Fig. 15).
Primeiro plano – Enquadra o sujeito dando destaque ao seu rosto. Sua função 
principal é registrar a emoção da fisionomia. O primeiro plano isola o sujeito do 
ambiente, portanto, orienta a atenção do espectador (Fig. 16).
Plano de detalhe – Registra uma parte do rosto do sujeito ou de um objeto. 
Evidentemente, é um plano de grande impacto pela ampliação que dá a um detalhe. 
“Pode chegar a criar formas quase abstratas”, lembra Feijó (2018) (Fig. 17).Confira 
alguns exemplos de fotografias segundo os planos.
Fig. 13 – Timothy O’Sullivan. Green River Buttes, 1872. Fotografi a
Fonte: Lowe, 2017
#ParaTodosVerem: Figura em preto e branco de uma paisagem desértica. No centro, 
há uma formação rochosa proeminente que se eleva acima do terreno circundante. O 
solo é pontilhado com arbustos ou pedras pequenas, e a imagem apresenta um tom 
uniforme, com o céu quase se mesclando com o terreno devido à falta de contraste. 
Fim da descrição.
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UNIDADE Análise da Imagem – Nível Morfológico
Fig. 14 – Edward Burtynsky. Desmonte de navio nº 11, Chittagong, Bangladesh, 2000. Fotografia
Fonte: Hacking, 2012
#ParaTodosVerem: Figura colorida mostrando um estaleiro de desmontagem de na-
vios. Há vários trabalhadores em atividade, com um grande navio chamado “KINGFI-
SHER” em processo de desmonte ao fundo. Fumaça e chamas são visíveis em várias 
áreas, indicando o uso de ferramentas de corte e solda. Restos metálicos e equipa-
mentos espalham-se pelo primeiro plano, enquanto o ambiente ao redor é árido e a 
paisagem ao fundo é plana e desolada. Fim da descrição.
Fig. 15 – Alfred Eisenstaedt. Dia V-J em Times Square, 1945. Fotografia
Fonte: Hacking, 2012
#ParaTodosVerem: Figura em preto e branco capturando um marinheiro vestido de 
uniforme branco beijando uma mulher de branco em uma rua movimentada. A mulher 
está inclinada para trás com uma mão na nuca do marinheiro e a outra pendendo ao 
seu lado. A cena ocorre durante o dia e há várias pessoas ao redor, algumas olhando 
para o casal e outras passando por eles, desfocadas em movimento. O cenário urbano 
tem prédios altos com letreiros luminosos. Fim da descrição.
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Fig. 16 – Walker Evans. Mulher de arrendatário de terras do Alabama, 1936. Fotografi a
Fonte: Hacking, 2012
#ParaTodosVerem: Figura em preto e branco de uma mulher sentada, com o rosto vira-
do diretamente para a câmera. Ela tem cabelos escuros, puxados para trás, pele clara 
e uma expressão séria. Está usando um vestido com um pequeno padrão de estampa. 
Atrás dela, há uma parede de madeira horizontal. A fotografia transmite uma sensa-
ção de simplicidade e austeridade. Fim da descrição.
Fig. 17 – Jaromir Funke. Composição, 1923. Fotografi a
Fonte: Hacking, 2012
#ParaTodosVerem: Figura em preto e branco de objetos metálicos com formas curvas 
e reflexivas, sugerindo serem pratos ou tampas. Os reflexos criam padrões de luz e 
sombra, dando uma sensação de movimento e fluidez. A imagem tem um efeito abs-
trato, com as formas e o contraste focando na textura e na forma em vez de detalhes 
específicos. Fim da descrição.
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UNIDADE Análise da Imagem – Nível Morfológico
Forma
Na determinação das formas presentes numa composição desempenham papel 
decisivo o contraste de tons, a cor e a linha (em especial a linha de contorno que 
permite a discriminação de figuras sobre o fundo) e a perspectiva e a sobreposição. 
Quando o enquadramento apresenta uma grande complexidade de formas, afasta-
das das geometrias elementares, tende-se a perceber a imagem como carente de 
organização interna. Em certos casos, a utilização de formas complexas pode apre-
sentar efeitos discursivos de interesse na sua significação. A filha dos dançarinos 
(1933) (Fig. 18), de Manuel Álvarez Bravo (1902-2002), mostra, claramente, pelo 
menos dois círculos (janela e chapéu), além do quadriculado dos azulejos na parede.
Fig. 18 – Manuel Álvarez Bravo. A filha dos dançarinos, 1933. Fotografia
Fonte: MoMa, 2004
#ParaTodosVerem: Figura em preto e branco de uma pessoa de costas, vestida com 
um chapéu de aba larga e uma saia branca, olhando para dentro de um grande buraco 
circular em uma parede. A parede tem um padrão xadrez em preto e branco desgas-
tado pelo tempo. A pessoa está inclinada para frente, com um braço estendido para o 
buraco e o outro segurando a aba do chapéu. Fim da descrição.
Textura
Na fotografia, a textura tem qualidades ópticas, uma vez que podemos perceber 
as qualidades das matérias nos elementos que compõem a imagem. É um elemento 
visual que caracteriza materialmente as superfícies dos objetos ou dos sujeitos foto-
grafados. A representação visual da textura pode gerar uma resposta emocional bas-
tante forte, por meio de associação ou da memória. A textura é um elemento-chave 
para a construção de superfícies e de planos. Trata-se de um elemento importante 
na criação de profundidade na imagem onde a iluminação tem um papel essencial.
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21
Vik Muniz (1961-) produz suas obras criando composições com objetos e mate-
riais, que possuem cores, texturas e formas para depois fotografá-las. Em Valentina, 
a mais veloz (1996), o artista fotografou a criança, ampliou a imagem e a utilizou 
como base para criar a obra feita com açúcar. Seu trabalho final é a fotografia desse 
processo finalizado (Fig. 19). A imagem, então, é construída pela textura do açúcar.
Fig. 19 – Vik Muniz. Valentina, a mais veloz, 1996. Fotografi a
Fonte: Lago, 2009
#ParaTodosVerem: Figura em preto e branco de uma criança sorridente com tranças. A fo-
tografia tem um efeito granulado, o que dá um aspecto texturizado à imagem. A criança 
veste uma regata e o fundo é indistinto, mantendo o foco no seu rosto. Fim da descrição.
Nitidez da imagem
Sem dúvida, a nitidez e a opacidade de uma imagem são recursos expressivos dota-
dos de uma dimensão objetiva que, por vezes, pode representar uma variedade notável 
de significações, especialmente quando combinadas com outros recursos. O controle 
da focagem é uma técnica que permite destacar uma figura sobre o fundo da imagem.
A falta de nitidez da imagem pode representar uma ideia de dinamismo ou de tem-
poralidade da fotografia e, muitas vezes, colocar em cheque a verdade da representa-
ção (Fig. 20).
Fig. 20 – Roni Horn. Você é o clima (detalhe), 1994-1996. Fotografi a
Fonte: Hacking, 2012
#ParaTodosVerem: Figura mostrando uma série de sete retratos alinhados horizontal-
mente contra uma parede branca. Os retratos são de um rosto que parece o mesmo em 
21
UNIDADE Análise da Imagem – Nível Morfológico
todas as imagens, mas com expressões que variam do translúcido e quase invisívelao 
muito nítido e detalhado. O rosto torna-se progressivamente mais visível da esquerda 
para a direita. Fim da descrição
A técnica também pode dotar a fotografia de um tratamento pictorialista, 
frequente nas primeiras décadas após a criação da fotografia. Os fotógrafos-artistas 
pretendiam atribuir à fotografia um nível artístico (Fig. 21)
Um exemplo de artista-fotógrafo é o francês Edgar Degas (1834-1917), conhecido por 
ser um dos pintores mais importantes do século XIX e um dos principais representantes 
do movimento impressionista. Mas, ao contrário de muitos de seus contemporâneos, 
que renegaram a fotografia, ele era um amante dela, durante vários anos, e tornou-se 
sua grande paixão. Uma boa prova disso são algumas das composições de várias de suas 
obras mais importantes, que parecem típicas da imagem fotográfica, com enquadramento 
nervoso e menos frontal e preciso do que as referências pictóricas tradicionais. No final do 
século XIX e início do século XX, Degas usou a câmera com mais entusiasmo, deixando como 
legado um bom número de retratos, autorretratos e fotografias encenadas, feitos na maior 
parte com luzes fracas, lâmpadas e velas, à noite.
Fig. 21 – Edgar Degas. Bailarina ajustando a alça de seu vestido, c.1895-1896
Fonte: Hacking, 2012 
#ParaTodosVerem: Figura em preto e branco de uma figura femi-
nina dançando. A imagem é um tanto borrada e etérea, com a luz 
acentuando a forma do vestido da dançarina. A fotografia tem mui-
tos arranhões e marcas que contribuem para a atmosfera antiga e 
misteriosa. Fim da descrição.
Ex
pl
or
22
23
Iluminação
A luz é, sem dúvida, o elemento morfológico mais importante no estudo da ima-
gem. Aliás, a imagem é construída pela luz. Não é em vão que a etimologia de foto-
grafia é “escrita da luz”. A percepção de formas, texturas ou cores só é possível pela 
sua existência. A utilização da luz pode ter uma infinidade de usos e de significações, 
com diversos valores: expressivo, simbólico, metafórico, etc. A iluminação, ou a luz, 
de uma forma genérica, é fundamental para podermos definir a morfologia do texto 
visual e, consequentemente, para definir estilos fotográficos como o expressionismo, 
o realismo, o pictorialismo, etc. Existem três tipos de fontes de luz: natural, artificial 
e ambiente:
a) Iluminação natural – O sol, claro, é a principal fonte de iluminação 
natural, mas, também temos a iluminação da lua, das estrelas, de raios e 
auroras boreais.
b) Iluminação artifi cial – É conseguida por meio do uso de fl ashes ou de 
iluminação contínua. Está em todos os lugares: lâmpadas, postes de luz, 
faróis dos carros, refl etores, holofotes, lanternas, etc.
c) Iluminação ambiente – É tudo aquilo que faz parte do local, seja por 
meio de fontes naturais ou artifi ciais. A menos que a fotografi a seja feita 
em um estúdio, a luz ambiente sempre estará presente.
A iluminação na fotografia pode ser, basicamente, dura ou suave/difusa. A Ilumi-
nação dura apresenta um forte contraste de luzes, com presença de tons brancos e 
negros intensos. Incide diretamente sobre o objeto fotografado, causando uma som-
bra bem marcada e nítida. Passa a ideia de mistério, força, de que há algo escondido 
nas sombras como vemos em Fotograma sem título nº 22 (1978) (Fig. 22), de 
Cindy Sherman (1954-).
Fig. 22 – Cindy Sherman. Fotograma sem título nº 22, 1978. Fotografi a
Fonte: MoMa, 1978
#ParaTodosVerem: Figura em preto e branco de uma mulher descendo uma escadaria 
externa. Ela veste um casaco longo e uma saia, com um chapéu branco adornado com 
23
UNIDADE Análise da Imagem – Nível Morfológico
uma faixa escura. A mulher está em movimento, com um pé no ar, prestes a dar o pró-
ximo passo. O sol cria um padrão de sombras marcantes na escada. O ambiente sugere 
a entrada de um edifício público ou institucional. Fim da descrição.
Já a iluminação suave, ou difusa, não apresenta fortes contrastes de tons, gera 
sombras sem contornos nítidos e não é possível dizer exatamente em que ponto 
essa sombra começa ou termina. Passa a impressão de delicadeza, fragilidade e 
calma. Em um dia nublado, a luz do sol se comporta dessa forma. Eve Arnold 
(1912-2012), em Malcom X durante sua visita a empresas de propriedade de 
muçulmanos negros (1962) (Fig. 23), apresenta uma iluminação suave, em preto 
e cinzas, praticamente sem sombras. 
Em relação à direção da luz, temos iluminação a partir de cima, a partir de 
baixo, iluminação lateral, contraluz, frontal, etc.
Fig. 23 – Eve Arnold. Malcom X durante sua visita a empresas 
de propriedade de muçulmanos negros, 1962. Fotografia
Fonte: Lowe, 2010, p. 124
#ParaTodosVerem: Figura em preto e branco de um homem usando um chapéu estilo 
fedora e óculos, visto de perfil. Ele está com a mão direita levantada, tocando seu 
queixo com o cotovelo dobrado. Um relógio de pulso e um anel com um emblema 
são visíveis em sua mão. A fotografia é focada no rosto e na mão, deixando o fundo 
desfocado. Fim da descrição.
Contraste
Este item não pode ser dissociado de iluminação ou dos conceitos de tonalidade e 
cor, com os quais está relacionado estreitamente. O contraste do motivo fotográfico 
corresponde à diferença de níveis de iluminação refletida entre as sombras e as 
luzes. Trata-se de um conceito que pode ser aplicado indistintamente à fotografia 
24
25
em preto e branco ou em cores. Uma gama tonal ampla de cinzas, nas fotografias 
em preto e branco, por exemplo, é uma opção discursiva que nos aproxima ao 
realismo da representação. Ao contrário, um forte contraste da imagem pode 
expressar a ideia de conflito.
Em relação à fotografia em cores, verificamos que as cores complementares 
apresentam um contraste maior nas combinações azul-amarelo, vermelho-ciano e 
verde-magenta. O contaste na cor também pode proporcionar um amplo leque de 
significações e pode ser útil para determinar o estilo fotográfico da imagem, como 
ocorre em muitas fotografias de Pete Turner (1934-2017) e a sua afinidade estética 
com a pop art, como movimento artístico (Fig. 24).
Fig. 24 – Pete Turner. Push, 1970. Fotografi a
Fonte: Turner, 1970
#ParaTodosVerem: Figura de uma lata de lixo de cor amarela com uma tampa verme-
lha onde está escrito “PUSH”. A lata está posicionada sobre uma superfície de areia 
clara e diante de um fundo dividido horizontalmente entre uma faixa estreita de mar 
verde-azulado e um céu azul profundo. Fim da descrição.
Tonalidade / P/B-Cor
A cor é um elemento morfológico que possui uma natureza objetiva por meio do 
tom/tonalidade ou matiz, da saturação (intensidade da cor) e do brilho (luminosidade). 
A cor oferece uma variedade de significações graças às suas propriedades. Ela 
contribui para criar o espaço plástico da representação, ou seja, de acordo com 
o modo de emprego da cor, veremos uma representação plana (Fig. 25) ou uma 
representação com profundidade espacial, podendo contribuir para a definição de 
diferentes planos (Fig. 26).
25
UNIDADE Análise da Imagem – Nível Morfológico
Fig. 25 – Sandy Skoglund. A vingança dos peixinhos dourados, 1981
Fonte: Hacking, 2012
#ParaTodosVerem: Figura de um quarto com todos os móveis e paredes pintados de 
azul. Espalhados pelo quarto, existem muitos peixes laranja, alguns pendurados no ar 
e outros espalhados pelo chão. No centro, uma criança pequena está deitada em uma 
cama, enquanto outra criança está sentada no chão, interagindo com os peixes. A cena 
é colorida e surreal. Fim da descrição.
Fig. 26 – Zhang Huan. Para elevar o nível da água numa lagoa de peixes, 1997. Fotografia
Fonte: Hacking, 2012
#ParaTodosVerem: Figura de um grupo de pessoas em pé espalhados na água de um 
lago, submersos até o peito, e todos estão voltados para a câmera. O cenário ao fundo 
inclui árvores verdes e um prédio alto ao longe. O céu é claro, e o ambiente transmite 
tranquilidade. Fim da descrição.
A cor também possui qualidades térmicas. As cores quentes (entre o verde e o 
amarelo) produzem uma sensação de aproximação ao espectador e as cores frias (entreo verde e o azul) produzem uma sensação de afastamento do espectador, favorecendo 
a aparição de processos de distanciamento relativamente à representação.
26
27
Também observamos que a cor pode qualificar temporalmente uma 
representação. Os trabalhos em sépia estão associados à antiguidade, já que é a 
dominante cromática de fotos antigas, devido às particularidades dos processos 
químicos empregados (esse processo também tem sido utilizado ao longo do tempo, 
inclusive no mundo digital).
Já a utilização do preto e branco é uma opção carregada de significações. Seu 
uso dá à fotografia uma forte expressividade. Isso explica a razão de que inúmeros 
fotógrafos contemporâneos continuem usando essa técnica fotográfica, como, por 
exemplo, Sebastião Salgado (Fig. 27).
Fig. 27 – Sebastião Salgado. Dinka cattle camp of Amak, 2006
Fonte: Sundaram Tagore Gallery, 2006
#ParaTodosVerem: Figura em preto e branco de um rebanho de gado com chifres lon-
gos e curvados, levantando poeira em um cenário rural. Há várias pessoas entre os 
animais, algumas a pé e outras montadas, possivelmente pastores. A imagem captura 
um momento de atividade intensa e a atmosfera é dinâmica e um pouco caótica devi-
do à poeira e ao movimento. Fim da descrição.
Outras Informações
Nesta seção, podem ser acrescentadas informações que não estão contempladas 
na ficha e que contribuem para a análise fotográfica da imagem como dicas de 
livros, filmes, documentários, exposições, etc.
27
UNIDADE Análise da Imagem – Nível Morfológico
Anexo 1
Ficha para Análise 
Fotográfica – Nível Morfológico 
A ficha 2 (a ficha 1, apresentada na Unidade IV, se refere ao nível técnico) 
contempla elementos do nível morfológico apresentados nesta unidade, tendo 
como base Felici (2004). A adaptação busca facilitar a análise fotográfica por meio 
da identificação de elementos constantes nas imagens a serem avaliadas. 
Análise fotográfica – Nível morfológico 
FOTOGRAFIA
Ficha 2 – Nível morfológico
ELEMENTO SIM/NÃO INFORMAÇÕES
Descrição do motivo fotográfico
Ponto(s) de interesse
Ponto único ou simples.
Ponto central.
Dois ou mais pontos.
Linha(s)
28
29
Profundidade/Planos
Primeiro plano
Segundo plano
Terceiro plano
Escala
Planos/enquadramento
Grande plano geral
Plano geral
Plano médio
Primeiro plano 
Plano de detalhe 
Forma
Textura
Nitidez da imagem
Iluminação
Iluminação natural
Iluminação artificial
Iluminação ambiente
Contraste
Tonalidade / P/B - Cor
Outras informações
Comentários
Análise realizada por:
Fonte: adaptado de Felici (2004)
Análise Fotográfi ca – Nível Morfológico – Exemplo
FOTOGRAFIA
Fig. a1 – Kevin Carter. Sudão, 1993. Fotografi a
Fonte: Hacking, 2012
#ParaTodosVerem: Figura de uma criança ajoelhada no chão seco e rachado, 
aparentemente fraca ou desfalecida, com a cabeça baixa em direção ao solo. 
Ao fundo, um abutre está pousado, observando a cena. A fotografia captura um 
momento perturbador que sugere vulnerabilidade e perigo em um ambiente 
árido e desolado. Fim da descrição.
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UNIDADE Análise da Imagem – Nível Morfológico
Ficha 2 – Nível Morfológico
ELEMENTO SIM/NÃO INFORMAÇÕES
Descrição do motivo fotográfico
Imagem figurativa. Mostra uma criança acocorada, abalada pela inanição, um 
abutre a espreitá-la e, ao fundo, casas de palha de uma aldeia. A foto foi tirada 
no Sul do Sudão (África).
Ponto(s) de interesse
Ponto único ou simples
Ponto central
Dois ou mais pontos
Dois pontos de interesse: a criança e 
o abutre
Linha(s) As imagens da criança e do abutre 
criam uma linha diagonal
Profundidade/Planos
Primeiro plano
Segundo plano
Terceiro plano
Três planos: a criança, em primeiro 
plano, o abutre, em segundo plano, e 
as casas e a vegetação ao fundo
Escala
A criança, em primeiro plano, a deixa 
bem maior que o abutre, quando, na 
realidade, eles devem ter tamanhos 
semelhantes nas posições em que se 
encontram.
Planos/enquadramento
Grande plano geral 
Plano geral 
Plano médio 
Primeiro plano 
Plano de detalhe 
Plano geral
Forma O corpo da criança forma uma elipse
Textura
A cena mostra um campo árido com 
habitações primitivas de palha. Uma 
terra completamente seca.
Nitidez da imagem Foco na criança e no abutre; fundo 
desfocado
Iluminação
Iluminação natural
Iluminação artificial
Iluminação ambiente
Natural, durante o dia. Oferece a 
sensação de seca.
Contraste
Alto / baixo Baixo contraste
Tonalidade / P/B - Cor Poucas cores, praticamente somente 
tons marrons e verdes
Outras informações Kevin Carter recebeu o prêmio Pulitzer de fotografia, de 1994, por Sudão. 
Comentários
Análise realizada por: Rita Jimenez
Fonte: ficha adaptada de Felici (2004)
30
31
Com base na fi cha 2 – Análise fotográfi ca – Nível morfológico, apresentada nesta unidade, 
analise a fotografi a Silêncio rebelde (1994) (Fig. 29), de Shirin Neshat (1960-). Dicas: confi ra 
uma palestra da artista em https://goo.gl/JrUsz7 e também o livro Mestres da Fotografi a, de 
Peter Lowe (Gustavo Gili, 2017, p. 473-474).
Fig. a2 – Shirin Neshat. Silêncio rebelde, 1994. Fotografi a
Fonte: Hacking, 2012
#ParaTodosVerem: Figura de uma mulher vestindo um niqab pre-
to, com um padrão de texto em árabe cobrindo a área que revela 
seus olhos. Ela está segurando uma espingarda que divide sime-
tricamente seu rosto ao meio. A imagem é em preto e branco, e a 
expressão da mulher é séria. Fim da descrição.
Ex
pl
or
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UNIDADE Análise da Imagem – Nível Morfológico
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Manual de iluminação fotográfica
Instituto Politécnico de Tomar (Portugal). Manual de iluminação fotográfica.
https://goo.gl/LzHMRf
 Livros
Vik Muniz obra completa – 1987-2009
LAGO, Pedro Corrêa do (org.). Vik Muniz obra completa – 1987-2009. Rio de 
Janeiro: Capivara, 2009. O volume, de 710 páginas, traz a obra completa de Vik 
Muniz nos primeiros 22 anos de sua carreira, de 1987 a 2009. Neste catálogo, o 
leitor encontrará quase 1.200 obras, que representam mais de 1.600 imagens, muitas 
reproduzidas em página inteira, permitindo um contato com os materiais usados por 
Vik, tão importantes no impacto de seus trabalhos.
Diante da dor dos outros
SONTAG, Susan. Diante da dor dos outros. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.
 Filmes
The Bang Bang Club
The Bang Bang Club (Repórteres de guerra). Direção: Steven Silver. Drama/guerra, 
Canadá/África do Sul, 2011. Sinopse: Um grupo de repórteres fotográficos, entre 
eles Kevin Carter, tem a difícil tarefa de cobrir as primeiras eleições na África do 
Sul após o Apartheid. Além de riscos físicos, esses jovens passam a acompanhar os 
problemas africanos como fome, miséria e descaso.
32
33
Referências
ARTE Figurativa. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasilei-
ras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucul-
tural.org.br/termo100/arte-figurativa>. Acesso em: 26 de mar. 2018. Verbete da 
Enciclopédia.
FEIJÓ, Cláudio. Linguagem fotográfica. Universidade Estadual de Londrina/Es-
pecialização em Fotografia [2018]. Disponível em: http://www.uel.br/pos/foto-
grafia/wp-content/uploads/downs-uteis-linguagem-fotografica.pdf. Acesso em: 13 
mar. 2018.
FELICI, Javier Marzal. Cómo se lee una fotografia – Interpretaciones de la mi-
rada. Madri: Cátedra, 2009.
FELICI, Javier Marzal. Proposta de modelo de análise da imagem fotográfica – 
Descrição dos conceitos contemplados. In: I Congresso de Teoria e Técnica dos 
Meios Audiovisuais, Castellón (Espanha), 2004. Disponível em: http://www.ana-
lisisfotografia.uji.es/root2/meto_por.html. Acesso em: 25 fev. 2018.
HACKING, Juliet (ed.). Tudo sobre fotografia. Rio de Janeiro: Sextante, 2012.
LAGO, Pedro Corrêa do (org.). Vik Muniz obra completa – 1987-2009. Rio de 
Janeiro: Capivara, 2009.
LOWE, Paul. Mestres da fotografia. São Paulo: Gustavo Gili, 2017.
PRÄKEL, David. Composição. Porto Alegre: Bookman, 2010.
ZUANETTI, Rose et al. Fotógrafo: o olhar, a técnica e o trabalho. Rio de Janei-
ro: Senac Nacional, 2002.33
Linguagem Fotográfica
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Me. Rita Garcia Jimenez
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Natalia Conti
Análise da Imagem – Níveis Compositivo e Narrativo
• Introdução;
• Análise da Imagem – Nível Compositivo;
• Análise da Imagem – Nível Narrativo;
• Conclusão.
· Conhecer os elementos básicos para a leitura de uma imagem foto-
gráfica nos níveis compositivo e narrativo;
· Identificar em fotografias os elementos que compõem os níveis com-
positivo e narrativo para análise de uma imagem;
· Realizar análise de imagem fotográfica a partir do uso de fichas espe-
cíficas para os níveis compositivo e narrativo.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Análise da Imagem – Níveis 
Compositivo e Narrativo
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você 
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão 
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Análise da Imagem – Níveis 
Compositivo e Narrativo
Introdução
Figura 1 – Astrid Kirchherr. Os Beatles, parque de diversões Hugo Hasse, 1960
Fonte: Hacking, 2012
#ParaTodosVerem: Figura em preto e branco de quatro jovens homens com instrumentos 
musicais. Eles estão sentados e em pé em uma plataforma de madeira de um veículo que 
tem a inscrição “HUGO HAAS HANNOVER”. Os dois à esquerda seguram guitarras, o tercei-
ro segura um banjo e o primeiro da esquerda está com baquetas. Todos vestem casacos 
escuros e parecem estar em uma sessão de fotos informal. Fim da descrição.
O papel da composição é mais bem explicado em uma analogia com o 
mundo da música. A fotografia é mais ou menos como o jazz – um estilo 
de música baseado na improvisação e na expressão pessoal, mas cons-
truído sobre uma estrutura sólida de acordes e de progressão de acordes. 
Quando falamos, não pensamos conscientemente na gramática de nossa 
língua; do mesmo modo, precisamos praticar a composição até que ela se 
torne algo totalmente natural. Podemos fazer isso experimentando com 
elementos formais isolados e examinando o maior número possível de 
imagens com boas composições. (PRÄKEL, 2010, p. 8)
O processo de criação fotográfica se inicia quando você escolhe aquilo que quer 
fotografar – ou quando um objeto ou uma cena escolhem você. O trabalho se 
inicia com estudo, exploração e reflexão sobre o assunto, segue com a seleção e 
a análise daquilo que nos interessa e se conclui quando o olhar do espectador fixa 
na imagem final. Entretanto, o olho e a câmera não veem as mesmas coisas, uma 
fotografia não reproduz a mesma cena que enxergamos. A câmera grava apenas 
uma parte da cena maior, reduzindo-a a duas dimensões. 
Outra questão importante: quando olhamos para uma cena, naturalmente 
selecionamos alguns elementos, enquanto que a câmera registra tudo, todos os 
detalhes. “Elementos que não percebemos podem tornar-se dominantes quando 
vistos em uma foto” (LOWE, 2017, p. 23).
Uma das melhores formas de entender os elementos que tornam uma imagem 
bidimensional interessante é analisar vários tipos de imagens, não apenas fotografias, 
mas também obras de arte, afinal, todo artista tem de trabalhar com a organização 
8
9
do espaço dentro do quadro, por exemplo. Quanto mais imagens você analisar com 
atenção, mais irá melhorar a composição de suas próprias fotografias.
Figura 2 – Mario Guti. Camera capturing a forest
Fonte: iStock/Getty Images
#ParaTodosVerem: Figura de uma câmera fotográfica DSLR segurada por mãos huma-
nas. A tela LCD da câmera mostra uma imagem de uma floresta com árvores de folhas 
amarelas, sugerindo ser outono. O fundo da foto é desfocado, com cores quentes que 
combinam com a cena mostrada na tela da câmera. Fim da descrição.
Desde o início da fotografia, no início do século XIX, a composição tem sido uma 
das questões de maior interesse de profissionais e amadores. Nesses primeiros anos, 
muitos dos princípios de composição da pintura foram praticamente impostos à 
fotografia. Mas fotógrafos mais ousados perceberam que podiam fazer mais, afinal, 
estavam com um meio único, com qualidades distintas, e encontraram seus próprios 
caminhos.
Hoje, dispositivos popularizaram a fotografia e qualquer pessoa pode ser um fo-
tógrafo, sem que haja necessidade de conhecimento formal das leis da composição. 
Isso se deu em grande parte pela popularização dos smartphones, pequenos e com-
pactos, com interface amigável e várias opções de conectividade sem fio e com-
partilhamento. No pós-moderno, fotógrafos e artistas fotográficos se apropriaram 
da fotografia casual, ou instantâneo, para fins criativos. As imagens jornalísticas e 
publicitárias, por exemplo, auxiliam na criação de novos tipos de composição e de 
forma muito mais estilizada. 
Como o fotógrafo escolhe a parte do mundo que vai enquadrar, a composição 
passa a ser a expressão da sua personalidade. Assim, quebrar regras pode represen-
tar a criação do seu jeito de fotografar.
Análise da Imagem – Nível Compositivo
A composição é o processo de identificação e organização de elementos para a 
produção de uma imagem. Tudo o que está em uma imagem forma a sua composição.
Existem vários itens que podem ser analisados na composição de uma fotografia 
9
UNIDADE Análise da Imagem – Níveis 
Compositivo e Narrativo
e inúmeras propostas de autores para essa análise. Destacamos, a partir de agora, 
alguns desses itens e seus aspectos mais relevantes no nível compositivo.
Perspectiva
Ao olharmos uma fotografia não temos dificuldades em identificar formas e pro-
porções dos objetos retratados. Isso ocorre porque a imagem contém indicações 
que nos auxiliam a identificar essas características como, por exemplo, a perspec-
tiva. A partir dela, obtemos informações sobre a forma e o tamanho de objetos 
e de pessoas, em decorrência da posição da qual são vistos. Assim, é importante 
dominar as propriedades da perspectiva como linhas convergentes, pontos de fuga 
e linha do horizonte. 
a) Linhas convergentes:
Na fotografia, as linhas convergentes são uma das formas mais eficazes de se 
conferir profundidade à imagem (ZUANETTI, 2002). Exemplo: trilhos de uma li-
nha férrea se estendendo por um longo caminho (Figura 3). Aparentemente, a dis-
tância entre os trilhos vai se tornando cada vez menor à medida que eles se afastam 
do observador até que parecem se unir; entretanto, sabemos que essa distânciapermanece sempre a mesma.
A perspectiva também pode sugerir que objetos e pessoas do mesmo tamanho 
pareçam diferentes. Quando olhamos ao longo de uma rua com edifícios da mesma 
altura, os mais distantes parecem menores e mais estreitos dos que os mais próxi-
mos. Entretanto, nosso cérebro interpreta a imagem e nos leva a concluir que os 
prédios têm o mesmo tamanho.
Figura 3 – Joel Sternfeld. Artefato ferroviário, Rua 30, maio de 2000, 2000
Fonte: Hacking, 2012
#ParaTodosVerem: Figura de uma velha linha de trem elevada, com trilhos enferru-
jados e cobertos por grama e vegetação rasteira. A paisagem urbana ao redor inclui 
edifícios de diferentes alturas, com o Empire State Building visível ao fundo. O céu está 
nublado, e não há pessoas visíveis na cena. Fim da descrição.
10
11
b) Ponto(s) de fuga:
Em uma linha férrea, por exemplo, o ponto final para o qual os trilhos tendem 
é identificado como ponto de fuga (Figura 4). Mas, uma imagem pode ter mais de 
um ponto de fuga. Em uma fotografia de um edifício de esquina, por exemplo, 
podemos ver claramente dois pontos de fuga, um de cada lado do prédio (Figura 5). 
Figura 4 – Joel Sternfeld. Artefato ferroviário, Rua 30, maio de 2000, 2000
Fonte: Hacking, 2012
#ParaTodosVerem: Figura da mesma velha linha de trem elevada da descrição anterior, 
mas com duas linhas amarelas desenhadas sobre a imagem, convergindo para um ponto 
de fuga no horizonte, diretamente acima dos trilhos. O resto da cena permanece inaltera-
do, com vegetação sobre os trilhos e prédios urbanos ao redor. Fim da descrição.
Figura 5 – Autor desconhecido. Sucursal do Banco da Província do 
Rio Grande do Sul, em Pelotas (RS), s/d
Fonte: Adaptado pelo conteudista
#ParaTodosVerem: Figura de uma fotografia em preto e branco de um edifício de es-
quina com dois andares e arcadas. Sobre a imagem, há duas linhas amarelas diagonais 
criando um triângulo que apontam para um ponto de fuga (PF) às laterais da fotogra-
fia. O ponto de fuga está fora do edifício, sugerindo uma perspectiva em profundida-
de. Fim da descrição.
c) Linha do horizonte:
A escolha da posição do horizonte é um dos recursos mais importantes para se 
dar ênfase ao tema, criar efeitos especiais ou equilibrar os elementos da fotografia. 
11
UNIDADE Análise da Imagem – Níveis 
Compositivo e Narrativo
A linha do horizonte (LH) atua ainda como uma escala de referência, conforme 
sua posição: LH no terço superior (Figura 6), LH centralizada (Figura 7) ou LH no 
terço inferior (Figura 8). Conforme sua posição, as proporções entre os elementos 
da foto se alteram. 
Figura 6 – Peter H. Emerson. Levando a turfa para casa de barco, 1886
Fonte: Hacking, 2012
#ParaTodosVerem: Figura em preto e branco de uma pessoa sentada em uma pequena 
embarcação plana, semelhante a uma canoa, que está carregada com vegetação. A 
pessoa, vestindo um chapéu, está de costas para a câmera, olhando para a água calma 
e reflexiva que rodeia o barco. Ao fundo, pode-se ver uma linha de árvores e um céu 
suavemente iluminado, possivelmente ao amanhecer ou entardecer. Fim da descrição.
Figura 7 – Hiroshi Sugimoto. Oceano Atlântico Norte, ilha de Cape Breton, 1996
Fonte: timeinart.altervista.org
#ParaTodosVerem: Figura de uma paisagem minimalista, possivelmente um corpo de 
água, com um brilho intenso refletindo a luz. O cenário é predominantemente mono-
cromático, variando do preto ao cinza claro. A luz cria uma faixa horizontal luminosa 
que se destaca no centro da composição, sugerindo a reflexão do sol ou da lua sobre 
a superfície da água. O resto da imagem é suave e sem detalhes distintos, dando uma 
sensação de calma e serenidade. Fim da descrição.
12
13
Figura 8 – John Stanmeyer. Sinal: migrantes africanos pobres se reúnem
 à noite na costa da cidade de Djibuti, 2013
Fonte: Lowe, 2017
#ParaTodosVerem: Figura de várias pessoas de pé junto à costa, em silhueta contra um 
céu noturno iluminado por uma lua brilhante. Cada pessoa está segurando um celular 
acima de suas cabeças, tentando provavelmente capturar sinal ou tirar uma foto. A 
luz dos telefones é visível, e o reflexo da lua cintila sobre a superfície da água. Fim da 
descrição.
Regra dos Terços
Conforme Lowe (2017), o método de composição conhecido como regra dos 
terços já era usado na Grécia antiga. O sistema divide um quadro (uma fotografia, 
por exemplo) em terços, tanto horizontal quanto verticalmente, resultando em quatro 
linhas e quatro pontos de intersecção entre eles – chamados de “pontos de ouro” –, 
criando uma espécie de grade imaginária (Figura 9), justamente onde os nossos olhos 
têm maior atenção. Se os elementos da composição estiverem dispostos ao longo 
dessas linhas e pontos, a imagem parecerá bem composta e equilibrada com o objeto 
adquirindo maior força e peso visual (Figura 10). 
Linha horizontal
superior
Linha horizontal
inferior
Linha vertical
direita
Linha vertical
esquerda
Figura 9 – Localização das linhas e dos pontos de interesse (em vermelho) 
em uma fotografi a, conforme a regra dos terços
Fonte: Reprodução
#ParaTodosVerem: Figura de um diagrama simples com duas linhas verticais e duas linhas 
horizontais formando uma grade sobre um fundo branco. Quatro pontos vermelhos marcam 
13
UNIDADE Análise da Imagem – Níveis 
Compositivo e Narrativo
os cruzamentos das linhas. No topo, há textos que dizem “Linha vertical esquerda” e “Linha 
vertical direita” para as linhas verticais, e “Linha horizontal superior” e “Linha horizontal in-
ferior” para as linhas horizontais. Fim da descrição.
Figura 10 – Eddie Adams. Chefe da polícia nacional sul-vietnamita 
Nguyen Ngoc Loan executa um suporto vietcongue, 1968
Fonte: Adaptado pelo conteudista
#ParaTodosVerem: Figura de uma fotografia histórica dividida por linhas amarelas for-
mando uma grade de três colunas e três linhas. A imagem captura um momento antes 
de um homem ser baleado, com o atirador estendendo o braço com a pistola e a vítima 
com uma expressão de choque. A cena ocorre em uma rua da cidade com edifícios ao 
fundo. Fim da descrição.
Pose 
A pose é importante na análise fotográfica, especialmente nos gêneros retrato e 
documental. Descrevemos se a fotografia pretende captar a espontaneidade de um 
gesto (Figura 11), ou se o modelo posa conscientemente, identificada como foto 
posada (Figura 12). 
Figura 11 – Weegee. O primeiro assassinato, 1941
Fonte: Lowe, 2017
#ParaTodosVerem: a Figura mostra uma fotografia em preto e branco de um grupo de 
jovens e adultos reunidos ao ar livre à noite. A expressão das pessoas varia de alegria 
a curiosidade. A imagem tem um aspecto granulado, típico das fotografias da época. 
Fim da descrição.
14
15
Figura 12 – Jeff Wall. Autorretrato duplo, 1979
Fonte: Hacking, 2012
#ParaTodosVerem: Figura de dois homens idênticos em uma sala de estar. Um está de 
braços cruzados, encostado em um sofá marrom, vestindo uma camisa branca e calças 
vinho. O outro está de pé, ao lado de uma ventoinha branca, vestindo uma camiseta 
cinza e calças azuis. Ambos têm expressões sérias e olham diretamente para a câmera. 
A sala tem papel de parede listrado e uma porta fechada ao fundo. Fim da descrição.
Outras Informações
Nesta seção, podem ser acrescentadas informações que não estejam contempla-
das na ficha e que contribuam para a análise fotográfica da imagem.
Ficha Para Análise Fotográfica – Nível Compositivo 
A ficha 3 (a ficha 1, apresentada anteriormente, se refere ao nível técnico; e a 
ficha 2, apresentada na Unidade anterior, se refere ao nível morfológico), contem-
pla elementos do nível compositivo apresentados nesta unidade, tendo como base 
Felici (2004). A adaptação busca facilitar a análise fotográfica por meio da identifi-
cação de elementos constantes nas imagens a serem avaliadas. 
Quadro 1 − Ficha para análise fotográfi ca: 
Nível compositivo 
Fotografi a
Quadro 2 − Ficha 3: Nível Compositivo
Elemento Sim/Não Análise
• Perspectiva;
• Linhas convergentes;
• Pontos de fuga;
• Linha do horizonte.
Regra dos TerçosPose
15
UNIDADE Análise da Imagem – Níveis 
Compositivo e Narrativo
Outras Informações
Comentários
Análise realizada por:
Fonte: Adaptado de Felici (2004)
Quadro 3 − Ficha para análise fotográfica: 
Nível compositivo (Exemplo)
Fotografia
Figura 13 – Arnold Newman. Alfried Krupp, 
Essen (Alemanha Ocidental), 1963
Fonte: Cátedra, 2009
#ParaTodosVerem: Figura de um homem em primeiro plano com as mãos jun-
tas em frente ao rosto, como se estivesse pensando ou orando. Ele está vestido 
com um terno e está no centro da imagem. Atrás dele, há uma cena industrial 
- um galpão grande e escuro com vários trens e vagões de trem. A luz natural 
entra pelo teto, iluminando a área e destacando o homem em frente a este 
cenário complexo. Fim da descrição.
Quadro 4 − Ficha 3: Nível Compositivo
Elemento Sim/Não Análise
• Perspectiva;
• Linhas convergentes;
• Pontos de fuga;
• Linha do horizonte.
Grande profundidade de campo; forte perspectiva, proporcionando 
dinamismo à imagem. Um ponto de fuga, exatamente no centro da 
imagem. Há uma simetria com o personagem ao centro.
16
17
Elemento Sim/Não Análise
Regra dos Terços
A imagem possui dois centros visuais bem demarcados: o centro 
geométrico, que coincide com o ponto de fuga (reforçado por uma luz); 
e o rosto do retratado, que é cortado pela linha horizontal inferior.
Figura 14 – Arnold Newman. Alfried 
Krupp, Essen (Alemanha Ocidental), 1963
Fonte: Adaptado pelo conteudista
#ParaTodosVerem: Figura da mesma fotografia anterior do homem 
mais velho em um galpão de trens, mas agora sobreposta por linhas 
amarelas criando uma grade de nove retângulos iguais. A grade divide 
a imagem em seções, com o homem centrado nos quadrados centrais, 
enfatizando a composição e o foco na figura humana em contraste 
com o cenário industrial ao fundo. Fim da descrição
Pose Fotografia é posada. A imagem é estática, característica do gênero 
retrato.
Outras Informações
Comentários Composição extremamente calculada, com uma organização interna estudada.
Análise realizada por: Rita Jimenez
Fonte: Ficha e conteúdo adaptados de Felici (2009)
17
UNIDADE Análise da Imagem – Níveis 
Compositivo e Narrativo
Análise da Imagem – Nível Narrativo
Figura 15 – Robert Capa. Multidões correndo para o abrigo depois 
de um alarme antiaéreo soar, Bilbao, 1937
Fonte: Lowe, 2017
#ParaTodosVerem: Figura em preto e branco de um grupo de pessoas olhando para 
cima com expressões de preocupação ou curiosidade. No primeiro plano, uma mulher 
mais velha está segurando a mão de uma menina pequena, ambas olhando para o 
alto. Atrás delas, vários outros indivíduos, incluindo um homem com bengala, também 
dirigem seus olhares para cima. Eles estão em uma calçada de cidade, com edifícios ao 
fundo e um carro antigo visível na direita. Fim da descrição.
Introdução
A realidade nos oferece tanta riqueza que precisamos remover parte dela 
imediatamente para simplificar. A questão é: sempre removemos o que 
deveríamos remover. Henri Cartier-Bresson (LOWE, 2017, p. 261)
A fotografia possui presença frequente e marcante na vida das pessoas, seja 
em álbuns de família, jornais, revistas, na publicidade, ou em páginas, blogues 
e redes sociais que circulam pela internet, ampliando o registro de imagens de 
forma geométrica. Desde o advento da fotografia no século XIX, naturalizou-se a 
ideia de que o que está na fotografia é real, existe ou existiu de alguma forma, em 
algum momento. Entretanto, em um mundo dominado pela imagem digital, cuja 
produção e acesso estão ao alcance de um número cada vez maior de pessoas, 
“algumas certezas que temos em relação a estas imagens podem ser colocadas em 
dúvida, juntamente com a ideia de representação da realidade” (PAZ; OLIVEIRA, 
2013, p. 36). Na internet, imagens podem ser modificadas, publicadas, copiadas, 
compartilhadas; podem ser usadas para diferentes fins e inúmeras interpretações 
podem ser feitas. 
De qualquer forma, seja analógica ou digital, a fotografia, na medida em que 
representa uma parte da realidade (ou simula sua representação, no caso de fotos 
modificadas), pressupõe a existência de um olhar narrativo. Neste sentido, Felici (2004) 
18
19
propõe um conjunto de conceitos a partir dos quais é possível refletir, desde a atitude 
dos personagens, a presença ou ausência de qualificadores ou marcas textuais, a 
transparência narrativa, os mecanismos narrativos (identificação versus distanciamento), 
até o estudo das relações intertextuais, que a imagem fotográfica proporciona.
Análise da Imagem – Nível Narrativo
Atitude dos Personagens
A atitude dos personagens em uma fotografia pode revelar ironia, sarcasmo, 
exaltação de determinados sentimentos, alegria, desafio, violência, etc., e, conse-
quentemente, promover emoções no espectador. Essas atitudes podem ser estu-
dadas a partir do exame da encenação e da pose dos participantes da fotografia. 
Em New Brighton, Inglaterra 1985 (1985) (Figura 16), o fotógrafo inglês Mar-
tin Parr (1952-), um observador sutil – mas agudo – do cotidiano volta sua câme-
ra para o resort litorâneo decadente, representando uma mudança na fotografia 
documental britânica e a sua aceitação como uma prática artística. São retratadas 
famílias se divertindo, comendo e tomando sol em meio aos seus próprios detritos 
sem qualquer problema ou constrangimento. No centro da foto, um casal de idosos 
consome tranquilamente alguns petiscos, enquanto olham para alguém ou algo 
fora do quadro. O bebê, no carrinho, toma um sorvete de casquinha. E a mulher 
em pé de blusa azul (à direita) aponta para algo também além do quadro. O uso 
de flash, em dias de verão brilhantes, lentes grandes-angulares e profundidade de 
campo, teve como resultado cores vivas e berrantes. Parr é reconhecido por seu 
fascínio por narrativas não relacionadas entre si (HOBSON, in Hacking, 2012). 
Figura 16 – Martin Parr. New Brigton, Inglaterra, 1985
Fonte: Hacking, 2012
#ParaTodosVerem: Figura de uma cena cotidiana ao ar livre com várias pessoas. À es-
querda, um bebê dorme em um carrinho ao lado de um cesto de lixo transbordando 
com resíduos no chão ao redor. No centro, uma mulher sentada em um banco parece 
preocupada, enquanto um homem ao lado dela come um lanche. À direita, uma mu-
lher em pé aponta para algo fora do quadro. Ao fundo, há estacionamento com carros 
e o céu azul do início da noite. Fim da descrição.
19
UNIDADE Análise da Imagem – Níveis 
Compositivo e Narrativo
Olhar dos Personagens
O exame dos olhares dos personagens é outro aspecto que pode dar muitas indica-
ções sobre as suas atitudes. Em certas ocasiões, esses olhares constituem uma interpe-
lação direta ao espectador, ou a outros personagens do campo visual. Por outro lado, 
os olhares podem dirigir-se para fora de campo, o que sublinha a sua importância. 
Conforme Felici (2004), o estudo deste parâmetro não está isento da carga subjetiva 
do analista, já que essas atitudes podem ser indefinidas.
Em determinados gêneros, como a fotografia documental, por exemplo, a presença 
do fotógrafo é sistematicamente ocultada quando os personagens não olham direta-
mente para a câmera. Assim, a fotografia obtida mostra uma ação, situação, relações 
de força, etc., que tem como efeito um maior realismo, o qual deve ser vinculado com 
o efeito discursivo da impressão de realidade. Já o olhar para a câmara do personagem 
protagonista constitui uma interpelação direta, desafiante, ao espectador da imagem. 
Em determinadas ocasiões, de acordo com Felici (2004), essa característica reforça a 
presença da câmera, rompendo, em parte, com a realidade fotográfica.
Anna Fox (1961-) é da segunda geração de fotógrafos documentaristas britânicos, 
que trabalha com cores e que veio depois de Martin Parr, entre outros. Crítica mordaz 
da vida em escritórios na Grã-Bretanha, da primeira-ministra Margaret Thatcher (1925-
2013), nas décadas de 1980 e 1990, ela frequentemente isolava os personagens por 
meio do enquadramento e corte, muitas vezes fazendo parecerque as pessoas eram 
engolidas por seus ambientes. Em Estações de trabalho, café, a cidade. Vendedor 
(9) “Fazem-se fortunas que estão de acordo com os sonhos da avareza.” Negócios 
1987 (Figura 17), da série Work Stations (1987-1988), Anna mostra os excessos 
do consumo no período. O flash congela o trabalhador no exato momento em que 
ele leva o alimento à boca, com seus olhos sugerindo êxtase naquele momento (Lowe, 
2017).
Figura 17 – Anna Fox. Estações de trabalho, café, a cidade. Vendedor (9) “Fazem-se fortunas 
que estão de acordo com os sonhos da avareza.” Negócios 1987, 1987
Fonte: Lowe, 2017
#ParaTodosVerem: Figura de um homem vestido com terno e gravata, comendo em 
um restaurante. Ele está com a boca aberta, prestes a morder um pedaço de carne em 
seu garfo. O prato à frente dele contém uma variedade de alimentos. Ao fundo, outro 
20
21
homem está sentado à mesa, também comendo. A cena é capturada de perto, com 
foco na expressão e ação do homem comendo. Fim da descrição
Em gêneros como o retrato, é habitual (mas não obrigatório) que a pose do sujeito 
fotografado inclua o olhar para a câmera. Os retratos de Paul Strand (1890-1976) 
são um bom exemplo. Os temas são apresentados para a câmera de uma forma 
simples e direta, enfatizando as características do fotografado, normalmente pessoas 
comuns, sem efeitos visuais de luz ou de posicionamento, tanto do fotógrafo quanto 
do modelo. “Gosto de fotografar pessoas que têm força e dignidade em seus rostos, 
independentemente do que a vida tenha feito a elas”, afirmou Strand (Lowe, 2017, p. 
120). Em Jovem rapaz, Gondeville, Charente, França (1951) (Figura 18), Strand 
apresenta um jovem cujos olhos extremamente expressivos exigem fortemente a 
atenção do observador. Além disso, a interação entre pele, textura e granulação do 
fundo de madeira têm uma harmonia, resultado da luz suave presente em grande 
parte da imagem. Conforme Lowe (2017), as pessoas posavam para o fotógrafo 
sempre na sombra, em um local onde a luz direta não incidia.
Figura 18 – Paul Strand. Jovem rapaz, 
Gondeville, Charente, França, 1951
Fonte: Lowe, 2017
#ParaTodosVerem: Figura de um jovem com expressão séria, olhando diretamente 
para a frente. Ele tem cabelo castanho penteado para trás e usa uma regata branca 
com um macacão de trabalho escuro por cima. O fundo é de madeira rústica, propor-
cionando um contraste simples com a pessoa em primeiro plano. Fim da descrição.
Interação Entre os Personagens e Com o Espectador
Neste item são analisados o grau de interação do sujeito fotografado com o seu 
entorno e entre outros personagens, além do grau de proximidade ou de afastamento 
que a instância narrativa promove no espectador da fotografia. Um exemplo é a 
imagem de Allan Sekula (1951-2013), da série À espera do gás lacrimogêneo 
(globo branco vira preto) (2000) (Figura 19). Durante cinco dias, ele fotografou 
os protestos contra a reunião de cúpula da Organização Mundial do Comércio, 
em Seattle (Estados Unidos), em 1999. Politicamente engajado, ele acompanhou 
o fluxo das manifestações sem flash, teleobjetiva ou credencial de imprensa, 
movendo-se como parte integrante da multidão. Na figura 19, Sekula mostra um 
manifestante mascarado, usando uma fantasia vermelha de diabo com uma serra 
21
UNIDADE Análise da Imagem – Níveis 
Compositivo e Narrativo
elétrica de papelão na mão, olhando para o fotógrafo (e, consequentemente, para 
o espectador) como se o tivesse desafiando. A câmera de 35 mm, a iluminação da 
rua e a ausência de manipulação digital resultaram em imagens de baixa qualidade 
técnica, fundamentais para seu objetivo de realismo crítico e, consequentemente, 
de integração com o espectador. 
Figura 19 – Allan Sekula. Sem título, da série À espera do gás 
lacrimogêneo (globo branco vira preto), 2000
Fonte: Hacking, 2012
#ParaTodosVerem: Figura de um indivíduo andando na calçada vestindo uma fantasia 
vermelha com detalhes pretos, incluindo um capacete que obscurece o rosto, lembran-
do um diabo. A pessoa segura um objeto longo e decorativo com forma semelhante a 
uma motosserra, com engrenagens pretas e brancas e pontas. O fundo é borrado, mas 
mostra carros e luzes da cidade, sugerindo um ambiente urbano movimentado. Fim 
da descrição.
Expressão do Fotógrafo
Em uma análise de um texto visual é possível reconhecermos a marca expressiva 
do fotógrafo. Conforme Felici (2004), podemos identificar duas estratégias 
principais na expressão fotográfica. Por um lado, a que se serve de modelos 
realistas da encenação, presentes, principalmente na fotografia documental; e, por 
outro lado, a estratégia discursiva baseada em modelos não realistas. Esta última é 
muito mais ampla e complexa de se definir devido a sua natureza metafórica – na 
qual se estabelecem relações imaginárias entre os elementos ou signos visuais. “Na 
metáfora, a relação entre o signo e o referente não existe por continuidade, mas é 
absolutamente livre, o que explica a virtualidade de leituras múltiplas que motivam 
os discursos artísticos”, salienta Felici (2004).
Neste aspecto, podemos citar a identificação e o distanciamento como duas 
estratégias narrativas que implicam efeitos discursivos muito diferentes no espec-
tador. A identificação é mais frequente nas fotografias nas quais a impressão de 
realidade é o principal objetivo como, por exemplo, na fotografia documental, 
que procura, com frequência, uma resposta emotiva do espectador e um efeito de 
identificação do público. Henri Cartier-Bresson (1908-2004) foi um mestre nesse 
sentido. Em Sevilha, Andaluzia, Espanha (c. 1930) (Figura 20), ele fotografou 
crianças na Espanha durante os dias que antecederam a Guerra Civil no país. 
Já o distanciamento é um efeito discursivo que se produz, quando o espectador 
está consciente da natureza artificial da representação fotográfica, como acontece 
em algumas propostas estéticas de Duane Michals (1932-) (Figura 21), Joel-Peter 
Witkin (1939-) e Robert Mapplethorpe (1946-1989), entre outros.
22
23
 Figura 20 – Henri Cartier-Bresson. Sevilha, Andaluzia, Espanha, c.1930
Fonte: Hacking, 2012
#ParaTodosVerem: Figura de um ambiente interno destruído, com paredes parcial-
mente derrubadas e escombros no chão. Há várias crianças, vistas a partir de uma 
grande abertura na parede. Algumas crianças olham para a câmera, enquanto outras 
estão ocupadas se movendo pelo local. A cena transmite um senso de urgência e con-
fusão. Fim da descrição.
Figura 21 – Duane Michals. O anjo caído, 1968
Fonte: Lowe, 2017
#ParaTodosVerem: a Figura mostra uma sequência de oito imagens em preto e branco, 
representando uma cena em um quarto. Um anjo está de pé junto à janela na primeira 
imagem, parece estar agitado ou dançando. Nas seguintes, o anjo se deita, beija e 
parece fazer sexo, até que se levanta da cama, onde outra pessoa está deitada durante 
toda a sequência. A última imagem mostra o anjo inicial em pé, agora em trajes hu-
manos e sem asas, com a mão na cabeça, como se estivesse pensativa ou frustrada. 
Fim da descrição.
23
UNIDADE Análise da Imagem – Níveis 
Compositivo e Narrativo
Henri Cartier-Bresson (1908-2004) não tirava apenas uma única fotografia decisiva. 
Conforme Präkel (2010, p. 131), em um filme no qual ele aparece trabalhando, o fotógrafo é 
visto tirando fotos quase que continuamente. “Seu talento estava em reconhecer o momento 
da união dos elementos emocionais e composicionais e encontrar esse quadro em meio às 
suas imagens”, afirma o autor. O estudo dos retratos de artistas feitos por Cartier-Bresson 
mostra exatamente isso. Em um retrato do artista suíço Alberto Giacometti (1901-1966), 
o fotógrafo captura uma imagem emblemática (segundo Präkel, sem intenção), na qual 
Giacometti parece imitar uma de suas próprias obras (Figura 22).
Figura 22 – Henri Cartier-Bresson. Alberto Giacometti, 1961
Fonte: henricartierbresson.org
#ParaTodosVerem: a Figura exibe uma fotografia em preto e branco de 
uma exposição de arte. No primeiro plano, à esquerda,há uma escul-
tura esguia e escura com um formato que lembra uma figura humana 
alongada. Ao centro, aparece uma escultura mais clara e detalhada, tam-
bém com uma forma que sugere uma figura humana estilizada e muito 
alta. No fundo, uma pessoa passa caminhando rapidamente, aparecendo 
como um borrão em movimento, carregando o que parece ser uma escul-
tura pequena, enquanto fuma um cigarro. Fim da descrição.
Ex
pl
or
Relações Intertextuais
É importante destacar que todo o texto se relaciona sempre com outros textos que 
o precederam. O fotógrafo, obviamente, sofre influência do trabalho de outros fotó-
grafos, das artes – pintura, escultura, do cinema e também da televisão, da literatura, 
etc. Felici (2004) lembra que aparecem em trabalhos fotográficos motivos iconográfi-
cos, “o que supõe estabelecer uma relação entre um conceito com figuras, alegorias, 
representações narrativas ou ciclos, como a paixão (como motivo religioso), os anjos 
(romantismo), o cemitério, etc.” (FELICI, 2004, online). O autor alerta, entretanto, 
que a competência de leitura do analista é fundamental para a detecção desses tipos 
de relações intertextuais presentes na fotografia estudada. Ele cita três formas de 
registro dessas influências no texto fotográfico:
a) Citação – Consiste na presença literal de uma obra de outro fotógrafo, 
artista, criador, etc;
24
25
b) Colagem – Técnica que se baseia explicitamente no uso de fragmentos de 
outros textos visuais;
c) Reprodução – Consiste na utilização de determinados elementos caracte-
rísticos ou mesmo obras de um fotógrafo, artista ou criador e combiná-los 
de maneira que ofereçam ao espectador a impressão de se tratar de uma 
criação independente.
Outras informações
Na análise da imagem, em outras informações, podem ser agregados outros 
conceitos, fontes, filmes, documentários, livros, etc., que possam auxiliar ou estar 
relacionados com o nível interpretativo da análise fotográfica. 
Ficha para análise fotográfica – Nível narrativo 
A ficha 4, apresentada a seguir, contempla elementos do nível narrativo apre-
sentados nesta unidade, tendo como base Felici (2004). A adaptação busca facilitar 
a análise fotográfica por meio da identificação de elementos constantes nas ima-
gens a serem avaliadas.
Quadro 5 − Análise Fotográfi ca: Nível Narrativo
Fotografi a
Quadro 6 − Nível Narrativo
Elemento Sim/Não Análise
Atitude dos personagens
Olhar dos personagens
Interação entre os personagens 
e com o espectador
Expressão do Fotógrafo
Relações intertextuais:
• Citação;
• Colagem;
• Reprodução.
Outras informações
Comentários
Análise realizada por:
Fonte: adaptado de Felici (2004)
25
UNIDADE Análise da Imagem – Níveis 
Compositivo e Narrativo
Quadro 7 − Análise Fotográfica: Nível Narrativo (Exemplo)
Fotografia
Figura 23 – Annie Leibovitz. John Lennon e Yoko Ono, 1980
Fonte: Hacking, 2012
#ParaTodosVerem: uma pessoa vestida com uma blusa preta e calça jeans abraça 
outra pessoa desprovida de roupas. A pessoa de blusa está deitada de costas, en-
quanto a pessoa nua está de lado, com uma perna dobrada sobre o corpo da pessoa 
de blusa, e a outra estendida ao longo do colchão.Fim da descrição.
Quadro 8 − Ficha 4: Nível Narrativo
Elemento Sim/Não Análise
Atitude dos personagens
John Lennon literalmente se desnuda em frente à câmera de Annie. Uma das 
maiores celebridades do mundo demonstra ser uma pessoa real, com seus 
medos e angústias, mas, que vê em Yoko seu porto seguro. Era a mais pura 
realidade. “Você retratou nosso relacionamento exatamente como ele é”, disse 
John a Annie.
Olhar dos personagens
Os olhos de John estão fechados, enquanto ele beija Yoko, indicando devoção. 
Os olhos de Yoko, entreabertos, estão direcionados para frente. Seu olhar parece 
estar longe. Face praticamente sem expressão.
Interação entre os personagens 
e com o espectador
A pose encolhida e agarrada de John (sem roupas) junto ao corpo de Yoko 
(vestida) enfatiza vulnerabilidade por parte do ex-beatle. A mão esquerda de 
John segura a cabeça de Yoko e, a sua mão direita, os cabelos. O beijo quem dá é 
Lennon. Yoko parece estar distante. Seria premonição?
Expressão do Fotógrafo Annie Leibovitz se notabilizou por realizar retratos, especialmente de 
celebridades, cuja marca é a colaboração extrema entre ela e o retratado.
Relações intertextuais:
• Citação;
• Colagem;
• Reprodução.
Não
26
27
Elemento Sim/Não Análise
Outras informações
Cinco horas depois de Annie ter tirado essa foto – para a revista Rolling Stone (Fig. 24) –, 
John seria assassinado, na tarde de 8 de dezembro de 1980.
Figura 24 – Annie Leibovitz. Capa da revista 
Rolling Stone, de 22 de janeiro de 1981
Fonte: Annie Leibovitz, Rolling Stone - 1981
#ParaTodosVerem: a mesma figura do casal de antes, desta vez com a escrito no topo 
“RollingStonte”. Fim da descrição.
Comentários
Análise realizada por: Rita Jimenez
Fonte: ficha adaptada de Felici (2004); análise baseada em Hacking, 2012, p. 471
Vamos tentar?
Com base nas fi chas 3 e 4 – Análise fotográfi ca – Níveis compositivo e narrativo, apresentados nesta 
unidade, analise a fotografi a de Raghu Rai (Figura 25), que apresenta uma cena em uma estação ferroviária 
de Mumbai (Índia). 
Dicas: 
• Confi ra o site da Magnun Photos: https://goo.gl/aYK1HQ;
• E também o livro Mestres da Fotografi a, de Peter Lowe (Gustavo Gili, 2017, p. 220-221). 
Figura 25 – Raghu Rai. Passageiros locais na estação 
ferroviária Church Gate, Mumbai, 1995
Fonte: Lowe, 2017
#ParaTodosVerem: em uma estação de trem movimentada, pessoas em movimento rápido aparecem 
como borrões ao redor de dois indivíduos parados. Um deles está sentado, lendo um jornal, e o outro 
está de pé ao seu lado, ambos aparentemente imóveis em meio ao caos ao seu redor. A cena transmite 
um contraste entre a agitação da multidão e a calma dos dois indivíduos. Fim da descrição.
Ex
pl
or
27
UNIDADE Análise da Imagem – Níveis 
Compositivo e Narrativo
Conclusão
Não queremos finalizar a exposição da nossa metodologia de análise, sem 
esquecer que o prazer visual é um fator-chave na recepção das imagens. 
Caberia acrescentar que a própria atividade analítica não está isenta de 
prazer, já que entender (ou crer entender) o sentido oculto (ou sentidos 
ocultos) na mensagem fotográfica é uma atividade que também propor-
ciona prazer. Um sentimento aprazível que parece ser causado pelo fato 
de se ter alcançado o êxito na análise. (Felici, 2004, online).
Como vimos, a interpretação do texto fotográfico, de caráter fundamentalmente 
subjetivo, conforme Felici (2004), contempla a possibilidade de reconhecer a pre-
sença de oposições que se estabelecem no interior do enquadramento, a existência 
de significados para os quais podem remeter as formas, cores, texturas, ilumina-
ção, etc.; como se constrói o texto fotográfico, por meio do exame da articulação 
dos modos de representação do espaço e do tempo; que tipos de relações intertex-
tuais (com outros textos audiovisuais) podem ser identificados.
28
29
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Brasiliana fotográfica
Iniciativa da Fundação Biblioteca Nacional e do Instituto Moreira Salles, o espaço 
objetiva dar visibilidade, fomentar o debate e a reflexão sobre os acervos do gênero 
documental, abordando-os enquanto fonte primária, mas também enquanto patrimônio 
digital a ser preservado.
https://goo.gl/4CfKgT
 Filmes
Annie Leibovitz – A vida através das lentes
Direção: Barbara Leibovitz. Documentário, 90 min, Estados Unidos, 2007. Sinopse: 
A vida da fotógrafa que registrou grandes imagens e se tornou tão conhecida 
quanto as celebridades que fotografou. Annie Leibovitz produziu algumas das mais 
famosas imagens dos últimos 30 anos. Glamour, riqueza e poder foram algumas das 
características registradas por Annie em seus trabalhos para revistas renomadas no 
mundo como Vogue e Rolling Stone. Porém, não só isso faz parte de seu extenso 
portfólio, os horrores provocadospela guerra em Sarajevo e Ruanda também foram 
documentados com seu estilo único de registro.
 Leitura
O olhar fotográfico: os princípios do design para a composição da fotografia
SCHONARTH, Ana Júlia. O olhar fotográfico: os princípios do design para a 
composição da fotografia. Trabalho de Conclusão do Curso de Design – Linha de 
Formação Específica em Design Gráfico do Centro Universitário Univates.
https://goo.gl/agQDsz
Análise documentária de fotografias: um referencial de leituras de imagens fotográficas para fins documentários
MANINI, Miriam Paula. Análise documentária de fotografias: um referencial de 
leituras de imagens fotográficas para fins documentários. Tese apresentada ao 
Departamento de Biblioteconomia e Documentação da Escola de Comunicações e 
Artes da Universidade de São Paulo. São Paulo (SP), 2002.
https://goo.gl/Az1Lig
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UNIDADE Análise da Imagem – Níveis 
Compositivo e Narrativo
Referências
FELICI, Javier Marzal. Cómo se lee una fotografia – Interpretaciones de la 
mirada. Madri: Cátedra, 2009. 
FELICI, Javier Marzal. Proposta de modelo de análise da imagem fotográfica – 
Descrição dos conceitos contemplados. In: I Congresso de Teoria e Técnica dos 
Meios Audiovisuais, Castellón (Espanha), 2004. Disponível em: <http://www.
analisisfotografia.uji.es/root2/meto_por.html>. Acesso em: 25 fev. 2018. 
HACKING, Juliet (ed.). Tudo sobre fotografia. Rio de Janeiro: Sextante, 2012.
LOWE, Paul. Mestres da fotografia. São Paulo: Gustavo Gili, 2017.
PAZ, Thais Raquel da Silva; OLIVEIRA, Marilda de Oliveira. Narrativas a partir 
da fotografia. In: Cadernos de Educação, nº 45, 2013. Faculdade de Educação, 
Universidade Federal de Pelotas. Disponível em: <https://periodicos.ufpel.edu.br/
ojs2/index.php/caduc/article/viewFile/3816/3063>. Acesso em: 15 mar. 2018. 
PRÄKEL, David. Composição. Porto Alegre: Bookman, 2010.
ZUANETTI, Rose et al. Fotógrafo: o olhar, a técnica e o trabalho. Rio de 
Janeiro: Senac Nacional, 2002.
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