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5 A civilização grega
 5.1 Grécia: da origem ao 
período homérico
O que sabemos da Grécia do 
período homérico baseia-se 
principalmente nos poemas 
Ilíada e Odisseia, atribuídos a 
Homero. 
 5.2 A formação da pólis 
grega e a invenção da 
democracia
Atenas tornou-se conhecida por 
fundar a democracia, enquanto 
Esparta se organizava como 
uma oligarquia militarista. 
 5.3 O universo cultural 
da pólis
A filosofia, o teatro e a 
matemática desenvolvidos pelos 
gregos cumpriram um papel 
muito importante na construção 
da cultura ocidental. 
 5.4 A crise das póleis e a 
conquista macedônica
As contínuas guerras internas 
travadas pelas cidades gregas 
contribuíram para o seu 
esgotamento e facilitaram a 
conquista macedônica. 
Vista da acrópole de Atenas, Grécia, 
mostrando, à direita, o Partenon, 2000.
A base da cultura ocidental
A Grécia se localiza na Península Balcânica, no sudeste da Europa. A 
região é marcada por um litoral recortado, um relevo montanhoso e pela 
presença de centenas de ilhas. O território grego tem ainda muitas colinas 
e planícies, solos pobres e relativa escassez de água. Apesar dessas des-
vantagens, o clima quente mediterrâneo e a facilidade de comunicação por 
mar possibilitaram o povoamento e os contatos culturais e econômicos 
entre os gregos ao longo da sua história.
Embora as condições geográficas sejam semelhantes, é importante 
destacar que não há uma linha de continuidade entre a Grécia antiga e a 
Grécia atual, seja do ponto de vista da história política, da característica 
étnica da população ou do conjunto do seu patrimônio material e imaterial. 
A língua falada na Grécia atual, por exemplo, é muito diferente do grego 
antigo. O cristianismo ortodoxo, religião adotada pela maior parte dos 
gregos nos dias de hoje, surgiu muito tempo depois dos filósofos Sócrates, 
Platão e Aristóteles. Até mesmo a arquitetura reúne obras construídas em 
diferentes períodos históricos.
Ainda que a Grécia atual não seja a continuidade do mundo grego antigo, 
muitos valores, conhecimentos e padrões artísticos atuais têm sua origem 
entre os antigos gregos. Entre eles surgiu a prática da democracia (entre 
outros regimes políticos), o teatro, a filosofia, o pensamento político e a 
história. O fato de, ao longo dos séculos, a democracia ateniense ter servido 
de inspiração para os movimentos que lutaram por liberdade e igualdade, 
contra a tirania dos governantes ou a opressão estrangeira, demonstra a 
importância dessa sociedade para os países do Ocidente.
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Capítulo
 Objetivo
 Compreender a 
formação histórica das 
civilizações minoica e 
micênica.
 Termos e conceitos
• Civilização
• Cultura material
• Período homérico
Seção 5.1
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Grécia: da origem ao período homérico
 A civilização minoica
Por volta de 2200 a.C., floresceu, na Ilha de Creta, na Península Balcâni-
ca, a civilização cretense ou minoica, palavra que deriva de Minos, lendário 
soberano de Creta [doc. 1]. A civilização minoica era formada por um conjunto 
de Estados teocráticos que governavam a ilha, cuja administração estava 
centrada nos palácios de Creta, como o de Cnossos. A escrita dessa cultura – a 
Linear A – ainda não foi decifrada pelos estudiosos. Escavações arqueológicas 
revelaram que a arte e a arquitetura minoicas eram complexas e refinadas. O 
comércio marítimo era a atividade econômica principal, posicionando Creta 
como intermediária comercial entre o Egito e todo o Mediterrâneo Oriental. 
Por volta do século XVI a.C., o território cretense começou a ser ocupado 
pelos micênicos, um povo indo-europeu originário do nordeste da Península 
Balcânica. Eles se expandiram por toda a região, ocupando as ilhas do Mar 
Egeu, a Grécia continental e a Ásia Menor. Nos antigos poemas gregos, esses 
povos são identificados como aqueus. Falavam um dialeto grego arcaico e 
introduziram na Grécia o carro e o cavalo, elementos característicos de so-
ciedades guerreiras orientais.
 A civilização micênica
A síntese entre elementos culturais locais e aqueus deu origem à civili-
zação micênica, que recebeu esse nome por estar centralizada em palácios, 
como o de Micenas. Os micênios foram os primeiros a compor documentos 
escritos em língua próxima à grega (Linear B, hoje parcialmente decifrada), 
encontrados em tabuinhas de argila ou em vasos de cerâmica. No entanto, 
muito do conhecimento que temos dessa civilização deve-se principalmente 
às pesquisas arqueológicas, que revelaram uma vasta cultura material. 
Objetos de cerâmica, espadas, punhais, monumentos fúnebres e máscaras 
funerárias são alguns exemplos da rica cultura material micênica.
A civilização micênica também se organizava 
em torno de um poder centralizado. Havia diversos 
palácios, ao redor dos quais surgiram os espaços 
urbanos. As decisões políticas eram tomadas pelos 
reis, cada qual instalado em seu palácio. As comu-
nidades rurais, embora mais afastadas desses cen-
tros, estavam submetidas à sua administração.
Por volta de 1200 a.C., por motivos ainda con-
troversos, o mundo micênico entrou em crise. 
Tradicionalmente os historiadores atribuíam o 
declínio dessa sociedade às migrações dos “povos 
do mar”, que os gregos chamavam de dórios. As 
novas pesquisas, no entanto, indicam que o fim da 
civilização micênica também teria sido provocado 
por dificuldades econômicas e ocorrências naturais, 
como terremotos.
A crise da civilização micênica iniciou uma fase de 
transição entre o poder político centralizado, instala-
do nos palácios, e o surgimento da pólis, da cidade, no 
século VIII a.C. Estendendo-se, aproximadamente, do 
século XII ao século VIII a.C., a nova fase da história 
grega ficou conhecida como período homérico.
• Cultura material. Conjunto 
de objetos materiais 
produzidos e consumidos 
por uma sociedade. 
Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. 
3. ed. São Paulo: Moderna, 2010. p. 89.
 Países da Península Balcânica (2009)DOC. 1
Istambul
GRÉCIA
Atenas
PRAGA
BULGÁRIA
Sófia
ROMÊNIA
BucaresteCROÁCIA
Zagreb
ESLOVÊNIA
Liubliana
MAR
MEDITERRÂNEO
MAR
NEGRO
BelgradoBÓSNIA-
-HERZEGÓVINA
Sarajevo
ALBÂNIA
Tirana
Podgorica
MACEDÔNIA
Skopje
KOSOVO
VOIVODINA
TURQUIA
EUROPEIA
SÉRVIA
Á F R I C A
MONTENEGRO
220 km
Conteúdo digital 
Moderna PLUS http://
www.modernaplus.com.br
Mapa animado: 
Migrações Indo-europeias 
e povoamento da Hélade
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 Testemunhos do período 
homérico
Os testemunhos escritos que servem de base para 
o estudo desse período são raros. Os mais conhecidos 
e utilizados são os chamados poemas homéricos, cuja 
importância explica o nome atri buído a esse período 
e que o tornou conhecido.
Os poemas homéricos são constituídos por duas 
grandes obras, ambas do gênero literário conhecido 
como epopeia. A primeira é a Ilíada, que tem como 
foco central o último ano da famosa Guerra de Troia 
[doc. 2]. Conta-se que os gregos atacaram os troia-
nos para vingar o rapto da bela Helena, esposa de 
Menelau (rei de Esparta), por Páris, filho de Príamo 
(rei de Troia). A outra obra é a Odisseia, que narra as 
façanhas do herói Odisseu, também conhecido como 
Ulisses, na sua viagem de retorno a Ítaca, seu lar, 
após combater na Guerra de Troia.
Duas expressões bastante utilizadas nos dias de 
hoje têm origem nos poemas homéricos: “calcanhar 
deaquiles” e “presente de grego”. Maior guerreiro da 
Ilíada e um dos maiores heróis míticos de toda a Grécia, 
Aquiles era filho de Tétis e Peleu. Conta o mito que sua 
mãe Tétis resolveu banhá-lo no Rio Stix segurando-o 
pelos calcanhares, a única parte do seu corpo que se 
manteve frágil. As versões sobre a sua morte são todas 
posteriores aos poemas homéricos. A mais conhecida 
conta que Aquiles foi morto por uma flecha envenenada, 
disparada pelo troiano Páris, que atingiu justamente 
o seu calcanhar. Vem daí a expressão “calcanhar de 
aquiles”, que significa o ponto fraco de alguém. 
A expressão “presente de grego” refere-se a um 
episódio da Guerra de Troia relatado na Odisseia. Após 
longos anos de batalhas, o herói grego Odisseu, conhe-
cido por sua astúcia, teve a ideia de mandar construir 
um cavalo de madeira para vencer os troianos. Ele os 
convenceu de que era um presente da deusa Atena e 
que, se o aceitassem, Troia nunca cairia. O cavalo, que 
escondia no seu interior alguns soldados gregos, foi 
aceito e conduzido ao interior da cidade. À noite, os 
gregos saíram de dentro do cavalo e destruíram Troia. 
A expressão “presente de grego” significa, portanto, 
ganhar algo que só nos trará problemas.
 Os poemas e a sociedade grega
Tradicionalmente, a autoria dos poemas Ilíada e 
Odisseia é atribuída a Homero, poeta grego de quem 
pouco se sabe. Desde a Antiguidade, porém, há pen-
sadores que questionam a autoria dessas duas obras 
ou que Homero tenha sido o seu único autor. O mais 
provável é que esses poemas representem o ponto cul-
minante de uma longa e rica tradição de poesia oral.
Os dois poemas eram recitados pelos aedos e 
pelos rapsodos. Os aedos do período homérico eram 
artistas que se deslocavam pela Grécia cantando os 
feitos heroicos, ao som de uma cítara, nas casas de 
homens nobres. Os rapsodos apareceram mais tarde, 
por volta do século VI a.C., e recitavam oralmente, sem 
música, os poemas para os cidadãos em oca siões 
festivas ou celebrações oficiais.
Seja como for, as epopeias homéricas foram uti-
lizadas na educação dos jovens aristocratas gregos. 
Os grandes heróis criados naquelas histórias funcio-
navam como guia de conduta e sabedoria. Já para a 
história, os poemas constituem fontes preciosas, 
embora não haja um consenso entre os historiadores 
quanto aos períodos históricos neles descritos. Para 
alguns historiadores, a Ilíada e a Odisseia revelam 
ainda um mundo micênico; para outros, trata-se dos 
séculos X e IX a.C.
DOC. 2 A Guerra de Troia
Os historiadores ainda debatem se a Guerra de 
Troia foi um acontecimento lendário, criado pela 
imaginação poética grega, ou se realmente teria 
ocorrido. Escavações na Colina de Hissarlik, na atual 
Turquia, dirigidas por Heinrich Schliemann – um 
rico comerciante alemão – no final do século XIX, 
localizaram uma cidade que Schliemann identificou 
imediatamente como a Troia de Homero. 
Novas escavações, ao longo do século XX, re-
velaram posteriormente ao menos nove camadas 
arqueológicas dessa cidade, indicando uma longa 
existência temporal, de 3000 a.C. até o século I a.C. 
É difícil identificar a que camada corresponderia a 
Troia homérica. De qualquer forma, os vestígios nos 
mostram que a cidade sofreu constantes ataques. 
Um desses ataques pode ter dado origem a um ciclo 
épico, cantado por poetas.
A Guerra de Troia teria ocorrido em algum 
momento entre 1300 e 1100 a.C. Acima e ao 
lado, réplicas do “tesouro de Príamo”, conjunto 
de artefatos encontrados por Schliemann em 
Hissarlik. Museu Bode, Berlim.
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