Prévia do material em texto
Drusa Ráfides Cistólito R ep ro d uç ão p ro ib id a. A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 232 U n id a d e C • D iv e rs id a d e , a n at o m ia e f is io lo g ia d a s p la n ta s Na epiderme de certas folhas, as bordas foliares são dotadas de estruturas denominadas hidatódios, especializadas na eliminação do excesso de água da planta, processo conhecido como gutação. De manhã bem cedo é possível observar, nas bordas dessas folhas, gotas de água eliminadas através dos hidatódios. (Fig. 7.25) Figura 7.25 A. Representação esquemática de uma folha, em corte, mostrando a estrutura de um hidatódio. (Imagem sem escala, cores- -fantasia.) (Baseado em: Rawitscher, F., 1968.) B. Folhas com gotas de água eliminadas pelos hidatódios. Algumas células dos tecidos dérmicos podem acumular, em seus vacúolos, excesso de sais minerais como carbonatos e oxalatos de cálcio, que se cristalizam e produzem estruturas com formas típicas. Cristais de carbonato de cálcio lembram cachos de uva, sendo denominados cistólitos; cristais de oxalato de cálcio podem formar agulhas, denominadas ráfides, ou blocos compactos com pontas, conhecidos como drusas. (Fig. 7.26) Figura 7.26 Representações esquemáticas de tipos de cristais que podem se formar no vacúolo de células de folhas. (Imagens sem escala, cores-fantasia.) Epiderme Terminação do xilema Estômato Poro do hidatódio Estrutura do mesófilo O mesófilo (do grego mesos, meio, e phylon, folha) é um tecido constituído por células ricas em cloroplastos e que deixam entre si grandes espaços intercelulares. O ar atmosférico circula nesses espaços e permite uma eficiente troca de gases entre as células da planta e o ambiente. As folhas geralmente apresentam dois tipos de parênquima clorofiliano: parênquima paliçá- dico e parênquima esponjoso, ou lacunoso. O parênquima paliçádico é constituído por células de forma colunar, dispostas lado a lado, com o eixo maior orientado perpendicularmente à epiderme, lembrando uma paliçada. O parênquima esponjoso, ou lacunoso, é constituído por células de forma irregular, que deixam grandes espaços de ar entre si. Apesar de o parênquima paliçádico dar a impressão de ser compacto, entre suas células também há espaços com ar, como no parên- quima esponjoso. Calcula-se que a superfície das células do parênquima paliçádico em contato direto com o ar pode ser duas a quatro vezes maior que a superfície das células do parênquima esponjoso. A quantidade de cloroplastos nas células do parênquima paliçádico é bem maior que nas células do parênquima esponjoso, o que indica sua maior participação na fotossíntese. O parênquima paliçádico localiza-se geralmente na face superior da folha, que recebe mais luz. O parênquima esponjoso, por sua vez, está voltado para a epiderme da face inferior, onde se localiza a maior parte dos estômatos. Muitas xerófitas e algumas outras plantas possuem parênquima paliçádico em ambas as faces da folha, com parênquima esponjoso entre eles. Duas ou três camadas de células paliçádicas podem ser encontradas nas folhas de algumas espécies, mas a maioria apresenta uma única camada. (Fig. 7.27) B A R ep ro d uç ão p ro ib id a. A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 233 C a p ít u lo 7 • D e se n vo lv im e n to e m o rf o lo g ia d a s p la n ta s a n g io sp e rm a s Epiderme superior multiestratificada Cutícula Feixe liberolenhoso Parênquima paliçádico Parênquima lacunoso M es óf ilo Cinturão de esclerênquima Epiderme inferior multiestratificada Espaços com ar Cripta Estômato Tricomas Floema Vasos lenhosos Face inFerior da FoLha Face SUPerior da FoLha Figura 7.27 Representação esquemática de folha de planta xerófita em corte transversal, mostrando a epiderme multiestratificada e uma cripta com tricomas e estômatos na face inferior. (Imagem sem escala, cores-fantasia.) (Baseado em: Raven, P. H. e cols., 1999.) Nervuras foliares Os tecidos condutores da folha encontram-se agrupados em feixes liberolenhosos, associados ou não a tecidos de sustentação, formando as nervuras foliares. Os feixes condutores da folha são prolongamentos dos feixes do caule e apresentam o xilema voltado para a face superior da folha e o floema voltado para a face inferior. Na maioria das monocotiledôneas, as nervuras têm aproximadamente a mesma espessura ao longo de todo o seu comprimento e dispõem-se para- lelamente entre si. Por isso, folhas desse tipo recebem a designação de paralelinérveas. Nas outras angiospermas, as nervuras formam um padrão ramificado, com feixes sucessivamente mais finos. Esse tipo de nervação recebe a denominação de reticulada, ou peninérvea. Ao observar uma folha reticulada, geralmente notamos uma nervu- ra central mais grossa, que se prolonga do pecíolo até a extremidade livre da folha, afinando-se progressivamente. Dela partem nervuras laterais que se ramificam em nervuras cada vez mais finas, até se tornarem invisíveis a olho nu. As nervuras mais finas terminam junto a células especiais do mesófilo que formam uma bainha ao redor das extremidades dos vasos xilemáticos e floemáticos, assegurando que nenhuma parte dos tecidos condutores entre em contato direto com o ar. As células ao redor da extremidade do feixe de elementos condutores, denominadas células da bainha do feixe, controlam a passagem de substâncias para dentro e para fora dos vasos condu- tores. É através delas que a água e os sais minerais (seiva mineral) trazidos pelo xilema são distribuídos às demais células do mesófilo e que os produtos da fotossíntese são introduzidos no floema, para ser levados às diversas partes da planta. (Fig. 7.28) Figura 7.28 Acima, folha com nervuras reticuladas. Abaixo, folha com nervuras paralelas. Conteúdo digital Moderna PLUS http://www.modernaplus.com.br Texto: Legumes e verduras Animação: Morfologia das angiospermas, veja botão Folha AtividAdesAtividAdes R ep ro d uç ão p ro ib id a. A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 234 U n id a d e C • D iv e rs id a d e , a n at o m ia e f is io lo g ia d a s p la n ta s QUESTÕES PARA PENSAR E DISCUTIR Questões objetivas Considere as alternativas a seguir para responder às questões de 1 a 3. a) Epiderme. b) Floema. c) Súber. d) Xilema. 1. Em plantas que cresceram em espessura, qual é o tecido que evita a perda d’água nos caules? 2. Qual é o tecido especializado em fazer com que a água e os sais minerais absorvidos pelas raízes cheguem até as folhas? 3. Que tecido reveste folhas e caules jovens? Considere as alternativas a seguir para responder às questões 4 e 5. a) Colênquima. b) Epiderme. c) Felogênio. d) Periderme. 4. Qual é o tecido que reveste caules e raízes com estrutura secundária? 5. Qual é o meristema secundário que origina o revestimento de caules e raízes com crescimento secundário? 6. A sequência de tecidos dérmicos no tronco de uma árvore, de fora para dentro, é a) epiderme, periderme e xilema. b) epiderme, xilema e floema. c) súber, epiderme e periderme. d) súber, felogênio e feloderma. 7. Tecidos especializados na sustentação esquelética do corpo das plantas são a) colênquima e esclerênquima. b) colênquima e parênquima. c) parênquima e xilema. d) parênquima e esclerênquima. 8. Os tecidos mais abundantes no corpo de qual- quer planta são constituídos por células vivas, com paredes relativamente finas e que podem desempenhar funções como: fazer fotossíntese, armazenar reservas nutritivas etc. Esses tecidos são os chamados a) colênquimas. b) esclerênquimas. c) felodermas. d) parênquimas. 9. O transporte de água e de sais minerais (seiva mineral) ocorre por meio de vasos contínuos que se estendem desde asraízes até as folhas. Qual das alternativas indica corretamente as células constituintes desses vasos, em gimnospermas e em angiospermas? Gimnospermas Angiospermas a) Apenas traqueídes. Apenas elementos de vaso. b) Traqueídes e elementos de vaso. Traqueídes e elementos de vaso. c) Apenas traqueídes. Traqueídes e elementos de vaso. d) Traqueídes e elementos de vaso. Apenas elementos de vaso. 10. O transporte de substâncias orgânicas das folhas e dos órgãos de reserva para todas as demais cé- lulas de uma planta angiosperma ocorre por tubos constituídos por células denominadas a) células-companheiras. b) elementos de vasos xilemáticos e células crivadas. c) tubos crivados e células crivadas. d) traqueídes e células-companheiras. 11. São meristemas primários: a) felogênio e endoderma. b) gema apical do caule e felogênio. c) meristema apical da raiz e periciclo. d) meristema apical da raiz e meristema apical do caule. 12. O meristema primário e o meristema secundário de uma planta eudicotiledônea estão relacionados a) apenas com o crescimento em espessura. b) apenas com o crescimento em extensão. c) com o crescimento em espessura e com o cres- cimento em extensão, respectivamente. d) com o crescimento em extensão e com o cres- cimento em espessura, respectivamente. 13. As regiões de uma raiz, a partir da extremidade, são a) coifa, zona de multiplicação celular, zona de alongamento celular e zona de maturação ce- lular. b) coifa, zona de multiplicação celular, zona de maturação celular e zona de alongamento celular. c) coifa, zona de maturação celular, zona de multiplicação celular e zona de alongamento celular. d) zona de multiplicação celular, coifa, zona de maturação celular e zona de alongamento celular. Considere as alternativas a seguir para responder às questões 14 e 15. a) Câmbio vascular. d) Periderme. b) Felogênio. e) Gema axilar. c) Periciclo. 14. Qual é o tecido que origina as raízes secundárias de uma planta eudicotiledônea? 15. Que estrutura origina o meristema apical dos ramos laterais de eudicotiledôneas?