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R ep ro d uç ão p ro ib id a. A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 229 C a p ít u lo 7 • D e se n vo lv im e n to e m o rf o lo g ia d a s p la n ta s a n g io sp e rm a s Seção 7.4 Folha 1 Partes da folha As folhas desenvolvem-se a partir dos primórdios foliares. Como vimos, estes formam-se a partir da gema apical do caule, durante o crescimento em extensão da planta. Folhas não têm crescimento secundário: à medida que o primórdio foliar se desenvolve, os tecidos se diferenciam e se orga- nizam em uma estrutura laminar adaptada à captação de luz. A forma das folhas, assim como a disposição interna de seus tecidos, varia muito entre as espécies e reflete adaptações a diferentes tipos de ambiente. Os tipos mais comuns de folha têm uma porção laminar ex- pandida denominada limbo, ou lâmina foliar, e um pedúnculo, o pecíolo, pelo qual o limbo se prende ao ramo caulinar. Certas folhas não possuem pecíolo, sendo por isso chamadas de sésseis. A maioria das monocoti- ledôneas e algumas eudicotiledôneas têm folhas com uma expansão na base, junto ao caule, a chamada bainha foliar. Em certas folhas, na base do pecíolo há um par de projeções filamentosas ou laminares denomina- das estípulas. (Fig. 7.21) Figura 7.21 A. Estípulas laminares de ervilha. B. Pecíolo alado de folha de laranjeira. C. Estípulas filamentosas de hibisco. D. Bainha de folha de capim. Conteúdo digital Moderna PLUS http://www.modernaplus.com.br Texto: Classificação de folhas e de estruturas foliares A Objetivos❱❱❱❱ Identificar as CCCCCCC partes da folha. Conhecer a estrutura CCCCCCC e a localização dos principais tecidos foliares: epiderme, parênquimas clorofilianos, xilema e floema. Termos e conceitos❱❱❱❱ limbo• pecíolo • epiderme foliar• tricoma• mesófilo• parênquima • clorofiliano nervura foliar• B C D Epiderme superior Xilema Fibras esclerenquimáticas Floema Estômato Epiderme inferior Mesófilo (clorênquima) R ep ro d uç ão p ro ib id a. A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 230 U n id a d e C • D iv e rs id a d e , a n at o m ia e f is io lo g ia d a s p la n ta s 2 Anatomia da folha A folha é totalmente revestida por epiderme, camada celular que se origina do protoderma do primórdio foliar. O interior foliar é preenchido por um tecido parenquimático denominado mesófilo, cujas células são ricas em cloroplastos; por isso, esse tecido é também chamado de parênquima clorofiliano, ou clorênquima. O mesófilo origina-se do meristema fundamental presente no primórdio foliar. No interior da folha há tecidos condutores, originados a partir do procâmbio e que se organizam em feixes liberolenhosos; há também tecidos esclerenquimáti- cos de sustentação, que se originam tanto do meristema fundamental quanto do procâmbio presentes no primórdio foliar. (Fig. 7.22) Figura 7.22 Representação esquemática tridimensional de uma folha, em corte, para mostrar a estrutura interna. (Imagens sem escala, cores- -fantasia.) (Baseado em: Campbell, N., 1999.) Estrutura da epiderme foliar A epiderme foliar é quase sempre uniestratificada, isto é, formada por uma única camada de células. Entretanto, plantas adaptadas a regiões secas (conhecidas como xerófitas, do grego xeros, seco, e phyton, planta) podem apresentar a epiderme constituída por várias camadas de células. As células epidérmicas secretam cutina, que forma uma película semi-impermeável ao vapor d’água, a cutícula, revestindo toda a folha. As trocas gasosas da folha com o ambiente são realizadas por estômatos presentes principalmente na face foliar inferior. As células dos estô- matos são as únicas da epiderme que têm cloroplastos. Em diversas plantas monocotiledôneas, os estômatos dispõem-se em fileiras paralelas ao eixo maior da folha; nas demais plantas, eles têm distribuição aleatória na superfície foliar. (Fig. 7.23) Figura 7.23 Representação esquemática de superfícies de folhas, em vista frontal microscópica mostrando dois padrões de distribuição dos estômatos: dispersos, como na eudicotiledônea à esquerda, e alinhados em relação ao eixo maior da folha, como na planta monocotiledônea à direita. (Imagens sem escala, cores-fantasia.) 231 C a p ít u lo 7 • D e se n vo lv im e n to e m o rf o lo g ia d a s p la n ta s a n g io sp e rm a s Em geral, folhas de plantas xerófitas têm relativamente mais estômatos que plantas não xerófitas. Isso é interpretado como uma adaptação à economia de água nos ambientes de baixa umidade, pois a abertura de um maior número de estômatos permite uma troca gasosa mais eficiente durante os curtos períodos em que o suprimento de água aumenta, como após uma chuva, por exemplo. Muitas plantas xerófitas apresentam ainda estômatos localizados dentro de reentrâncias, ou criptas, na face inferior das folhas. É comum haver nessas criptas grande quantidade de pelos epidérmicos, os tricomas (do grego trichos, cabelo), que formam um microam- biente úmido, reduzindo a perda de água pelos estômatos (transpiração estomatar) quando eles se abrem para permitir as trocas gasosas. Certas folhas apresentam tricomas com formas e funções diversas. Na urtiga, por exemplo, há tricomas que produzem substâncias tóxicas, com a função de proteger a planta do ataque de animais herbívoros. Em certas plantas do cerrado, as folhas têm tricomas abundantes, que contribuem para reduzir a transpiração foliar. (Fig. 7.24) Figura 7.24 Representações esquemáticas de diversos tipos de tricomas. (a) Pelo em escudo (escama). (b-c) Pelos multicelulares ramificados. (d-e) Pelos secretores; nas flores, pelos desse tipo secretam substâncias adocicadas que atraem insetos polinizadores. (f) Pelo septado. (g) Pelo absorvente de raiz. (h) Pelo multicelular da urtiga; ao ser tocado, o pelo perde a porção terminal arredondada e torna-se pontiagudo, podendo penetrar na pele e injetar substâncias tóxicas que produzem forte irritação. (Imagens sem escala, cores-fantasia.) A. Folha pilosa da violeta-africana. B. Folhas pilosas da planta carnívora drósera. Os pelos da drósera produzem enzimas que digerem insetos capturados, complementando a nutrição mineral da planta. A B a b c d he f g