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HISTÓRIA DA 
ARTE 
Dulce América de Souza
Arte romana
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Examinar a influência dos povos etruscos e gregos no legado artístico 
romano.
  Descrever as características da pintura e da escultura romanas.
  Reconhecer as inovações e o legado romano na arquitetura.
Introdução
O legado artístico dos romanos para o mundo é indiscutível. A prática de 
absorver elementos de culturas mais antigas e elaborá-los, imprimindo 
suas próprias marcas, conferiu à arte romana qualidades importantes, 
principalmente na concepção de construção de suas cidades e seus 
monumentos. Os romanos acrescentaram talentos próprios às artes 
gregas e aos conhecimentos técnicos etruscos, produzindo uma arte 
secular, reverenciada pela literatura e de grande reconhecimento público.
Neste capítulo, você estudará a influência das civilizações anteriores 
sobre a arte romana, em particular a rica produção greco-helenística e os 
engenhosos conhecimentos construtivos do povo etrusco. Dessas duas 
civilizações, os romanos apropriaram-se e ressignificaram muitos aspectos 
culturais, e, dentre eles, a arte foi o âmbito mais relevante. Além disso, 
observará que a pintura romana, revelada pelos trabalhos arqueológicos 
nos interiores das casas em Pompeia, atesta a assimilação dos temas 
helenísticos e desvenda iniciativas de composição originais. Por fim, verá 
as manifestações da escultura e da arquitetura na civilização romana, as 
quais personificam o caráter prático e imperialista desse povo.
Influências gregas e etruscas na produção 
artística romana
A era da arte helenística aos poucos deu lugar ao predomínio da arte romana, 
após a vitória romana sobre os coríntios, em 146 a.C. A Grécia foi fundamental 
como província do Império Romano, infl uenciando profundamente sua cul-
tura, que passou a ser conhecida como cultura greco-romana. A Roma dos 
césares adotava uma administração uniforme do Império e produziu uma “arte 
imperial” (HAUSER, 2003), que incorporou a estética grega e, no decorrer 
do tempo, fi xou o padrão universal de moda e bom gosto.
Os etruscos viveram na Itália Central e efetuaram a transição da Idade do 
Bronze pré-histórica para a histórica. A principal contribuição dos etruscos 
para os romanos se concentra na arte de construir: 
De acordo com os escritores romanos, os etruscos foram mestres de engenharia 
arquitetônica, de planejamento urbano e agrimensura. Muito pouco sobreviveu 
em pé, tanto da arquitetura etrusca quanto da romana inicial; mas as obras 
que temos, mais as informações coletadas a partir de escavações recentes, 
mostram que, de fato, os etruscos eram construtores altamente habilidosos 
(JANSON; JANSON, 2009, p. 70).
A herança mais importante dos etruscos para as construções romanas foi 
o arco de plena volta. Esse elemento arquitetônico já havia sido largamente 
utilizado pelos egípcios e até pelos gregos, porém sem definir um sistema 
estrutural que resultasse em distribuições espaciais originais, como ocorreu 
com os romanos (JANSON; JANSON, 2009; SANTOS, 2000).
O povo etrusco era mais antigo do que os romanos, e supõe-se que tenha sido 
constituído por greco-asiáticos, que, em tempos muito distantes, emigraram 
para a Itália, fixando-se nas regiões depois chamadas Etrúria, Úmbria, Toscana 
e Lácio. Eram grandes metalurgistas e excelentes engenheiros hidráulicos. 
Acredita-se, por isso, que as primeiras estátuas de bronze que surgiram em 
Roma fossem etruscas, assim como as primeiras obras hidráulicas. A Figura 
1 apresenta a célebre estátua denominada Lupa Capitolina, o símbolo da 
origem de Roma, que consiste na figura de uma loba amamentando os irmãos 
Rômulo e Remo.
No primeiro milênio antes de Cristo, a civilização grega florescia a leste do 
Mediterrâneo, e, enquanto isso, uma civilização se desenvolvia no centro-norte 
da Itália — onde hoje se localiza a Toscana —, os enigmáticos etruscos. Sua 
origem é hitita e sua religião dava importância ao enterro dos mortos junto 
com seus objetos de uso diário, assim como os egípcios. Sua cultura também 
Arte romana2
apresentava elementos da cultura grega, conforme afirma Fazio (2011, p. 125): 
“Tal como a arte hitita, a arte etrusca também apresentava relevos de feras 
nas entradas dos túmulos e, assim como a arte dos minóicos e micênicos, 
decorações naturalistas representavam pássaros e golfinhos [...]”.
É certo que os etruscos assimilaram muito de seus vizinhos gregos, mas 
também eram um povo original, cujas produções influenciaram fortemente a 
arte romana. A economia dos etruscos baseava-se na agricultura e no comércio 
internacional, principalmente de metais. A esse fenômeno se deve o caráter 
mercantilista dos romanos, além da herança no domínio de trabalhos em metal. 
A arquitetura romana reproduz elementos já encontrados na cultura etrusca, 
visto que as ordens da arquitetura e a forma dos templos gregos forma adaptados 
pelos etruscos e, posteriormente, assimilados e adaptados pela arquitetura 
romana. “Ao se basearem nos gregos, os etruscos usaram os elementos das 
ordens com originalidade, mesmo que não os tenham compreendido. Poste-
riormente, os romanos criaram um estilo de arquitetura próprio, ao mesmo 
tempo coerente e forte, utilizando arcos e abóbadas como estruturas, e as 
ordens, principalmente, como decoração [...]” (FAZIO, 2011, p. 126).
Figura 1. Lupa Capitolina, Museus Capitolinos, Roma.
Fonte: Pyty/Shutterstock.com.
Os etruscos habitaram as colinas pantanosas que se elevavam nos dois lados 
do rio Tibre. Os hábeis construtores etruscos cavaram a vala que, posterior-
mente, tornou-se a Cloaca Máxima (um dos mais antigos sistemas de esgoto 
do mundo), drenando os pântanos. Segundo a lenda, foram nessas colinas que 
a cidade de Roma foi fundada. 
3Arte romana
Aspectos importantes da cultura romana foram herdados dos etruscos. Além do sistema 
hidráulico e das técnicas construtivas, as corridas de brigas e as lutas entre gladiadores 
são exemplos que se tornaram bastante populares na sociedade romana (FAZIO, 2011).
As culturas grega e etrusca convergiram para o desenvolvimento da arte 
romana principiada a partir do século II a.C., momento em que Roma dominava 
a totalidade do Mediterrâneo e avançava sobre o norte da Europa e da Ásia. 
A cultura etrusca possuía características orientalizadas, acentuadas pelas 
relações comerciais que este povo realizava com os demais povos da bacia 
do Mediterrâneo.
A partir do século IV a.C., observou-se um processo gradativo de heleni-
zação dos romanos, o qual se manifestou em todas as esferas da sua cultura 
artística, a exemplo da escultura, da arquitetura, da literatura e, inclusive, da 
língua e da religião. Os romanos importavam esculturas e demais objetos da 
Grécia e reproduziam cópias em suas oficinas de arte. O espírito lírico dos 
gregos foi traduzido ao espírito prático dos romanos, que criaram uma versão 
própria da linguagem greco-helenística (HAUSER, 2003).
Quando o Império Romano foi instaurado (séc. I a.C.), a arte foi elevada 
ao status de símbolo do poder, como demonstração de grandeza imperial. 
Esse fenômeno desencadeou uma mudança da imagem da capital (Roma), 
bem como das demais províncias dominadas. Estruturas e equipamentos 
arquitetônicos foram erguidos por todos os domínios do Império Romano, 
como templos, estátuas, teatros, termas, palácios, casas de veraneio, colunas 
comemorativas, aquedutos, arcos de triunfo, aquedutos, entre outros. A Figura 
2 exemplifica o fortalecimento da imagem das cidades dominadas pelos 
romanos por meio da intervenção no espaço urbano. Elementos advindos 
da cultura etrusca (os arcos) convivem com os capitéis coríntios (cultura 
greco-helenística) e imprimem a marca de Roma na província de Antalya, 
na Turquia (130 a.C.).
Arte romana4
Figura 2. Portão de Adriano, Turquia.
Fonte: agean/Shutterstock.com.
O princípio romano de absorver aspectos da cultura dos povos domi-
nados contribuiu para preservarprocessos e produções que poderiam ser 
apagados da história. A assimilação e adaptação das mais diversas culturas 
pelo povo romano era considerada um feito, uma prova de orgulho, devido 
à superioridade militar. Benevolo (1997) afirma que houve apropriação de 
muitas culturas, entretanto, há uma clara supremacia da influência grega dos 
períodos Clássico e Helenístico nas realizações artísticas romanas. É uma 
noção histórica elementar que Roma conquistou militarmente a Grécia, mas 
foi por ela espiritualmente conquistada.
O caráter imperialista romano utilizava a arte como símbolo das suas 
conquistas, e cada general romano promovia um derrame de obras gregas em 
Roma após cada invasão bem-sucedida. Os generais voltavam das cidades 
gregas carregado de tesouros de arte, de modo que se tornavam colecionadores 
e entendidos. Artistas gregos iam morar em Roma e pediam cidadania romana, 
e eram inclusive escolhidos como arquitetos oficiais dos Impérios Romanos. 
Toda a elite intelectual de Roma aderiu completamente à Grécia, nota de bom 
tom, sinal de que a pessoa era diferente e original (BELL, 2008).
5Arte romana
A estrutura de pensamento romano era muito diferente do caráter grego: a 
sabedoria do grego era uma tentativa para explicar a beleza, já a do romano, 
um esforço para consolidar o poder. O grego era muito especulativo, o romano, 
muito prático. O grego criou a filosofia, procurando a essência do mundo; o 
romano, o direito, para proteger os bens materiais das pessoas. Chauí (2000) 
afirma que o grego advertia: conhece-te a ti mesmo; enquanto o romano 
impunha: dura lex, sed lex (A lei é dura, mas é a lei).
Como centro cultural mais importante do período, Roma teve imperadores e 
conselheiros patronos das artes, inaugurando o termo “mecenato”, advindo do 
nome do conselheiro do imperador Augustus, Caius Mecenas. Nesse momento, 
os artistas obtiveram grande prestígio. No fim do século I d.C., Roma já havia 
absorvido e reinventado as duas influências — etrusca e grega — e estava 
madura artisticamente para desenvolver produções independentes e originais.
Durante o período em que a influência grega foi predominante na pro-
dução artística romana, a escultura foi a principal categoria artística; em um 
momento posterior, a pintura passou a ocupar o primeiro plano, acabando por 
suplantar a escultura.
Pintura e escultura romanas
As duas fortes infl uências de todas as artes romanas — a etrusca e greco-
-helenística — orientam a produção da pintura e da escultura. As artes etruscas 
são mais populares e voltadas para a expressão da realidade vivida, ao passo 
que as artes greco-helenísticas são conduzidas pela busca de um ideal de beleza. 
As duas manifestações convivem na pintura e na escultura dos romanos, que 
formam uma sociedade “[...] aberta e cosmopolita, que absorveu os traços 
regionais num modelo comum totalmente romano, homogêneo e diversifi cado 
ao mesmo tempo [...]” (JANSON; JANSON, 2009, p. 70).
Para adentrar na arte romana, deve-se, portanto, compreendê-la nesse 
modelo complexo, e não em uma única qualidade formal, visto que a “roma-
nidade” é resultante dos múltiplos estímulos e referências reelaborados pelos 
artistas de Roma.
A pintura romana
Assim como nas demais artes, as produções dos etruscos infl uenciaram a 
pintura romana, o que foi revelado em trabalhos arqueológicos que encontraram 
Arte romana6
numerosos afrescos etruscos no interior de túmulos. As pinturas encontradas 
representam cerimônias religiosas, ritos fúnebres, alegorias e motivos orna-
mentais. De modo simultâneo, a pintura enriqueceu-se e defi niu-se ao contato 
dos modelos gregos e, sobretudo, helenísticos. Infelizmente, não conhecemos 
quadros de cavalete romanos, porém Baumgart (1999) sugere que devem ter 
existido, levando-se em consideração o costume de representar em amplas 
composições as batalhas dos generais vitoriosos.
Pompeia era uma cidade romana com muitos reflexos da arte helenística, 
e o pouco que foi preservado, tanto da pintura grega quanto da pintura ro-
mana, deve-se, em grande parte, à erupção do vulcão Vesúvio (79 d.C.), que 
soterrou os edifícios construídos. Nossa imaginação especula sobre o tipo 
de pintura existente antes da catástrofe, já que, conforme Janson e Janson 
(2009, p. 77): “O que resta é capaz de surpreender o observador como sendo 
o aspecto mais excitante, bem como desconcertante, da arte sob o domínio 
romano [...]” (Figura 3).
Figura 3. Vila dos Mistérios, Pompeia (50 a.C.).
Fonte: Peeradontax/Shutterstock.com e S-F/Shutterstock.com.
Elementos importantes da pintura romana são referenciados pelas pinturas 
encontradas em Pompeia. As pinturas autônomas, ou pinturas em tela (pinturas 
de cavalete de modo geral, independentemente do suporte), não eram comuns 
nos tempos romanos. Não há registros significativos desse tipo de pintura, 
ao contrário das pinturas que faziam parte da decoração dos interiores, os 
afrescos. Os afrescos de Pompeia narram muito do que conhecemos sobre a 
pintura romana. 
7Arte romana
O afresco é uma técnica de pintura mural executada sobre uma base de gesso ou nata 
de cal ainda úmida. Seu nome deriva da expressão italiana fresco, de mesmo significado 
no português. No afresco, o artista deve aplicar pigmentos puros diluídos somente 
em água, de modo que as cores penetrem no revestimento e, quando secas, passem 
a integrar a superfície em que foram aplicadas. Pode ser feito em parede, muro ou teto, 
porém a durabilidade do trabalho é maior em regiões secas, uma vez que a umidade 
pode provocar rachaduras na parede e danificar a pintura. O termo afresco também é 
utilizado ao se referir a pinturas feitas dessa forma, com as pinturas em igrejas e edifícios 
públicos, que ocupam grandes extensões (AFRESCO, 2017).
Santos (2000) explica que, durante o século II a.C., era costume recobrir as 
paredes internas com uma camada de gesso pintado, imitando placas de mármore. 
Posteriormente, os pintores romanos criavam a ilusão do mármore apenas com a 
pintura, dispensando o gesso. Essa descoberta desencadeou outras possibilidades 
na pintura, visto que, além de imitar o mármore, os artistas passaram a sugerir 
saliências e profundidade na pintura. Surgiram, então, pinturas nas paredes que 
simulavam janelas abertas, por onde se via paisagens com animais e pessoas, 
além de barrados. que formavam uma grande pintura mural com temas diversos. 
O exemplo mais notável dessa técnica é o grande friso de um ambiente da Vila 
dos Mistérios, nos arredores de Pompeia (Figura 4). 
Figura 4. Pintura mural da Vila dos Mistérios (séc. I a.C.), Pompeia.
Fonte: Alfiya Safuanova/Shutterstock.com.
Arte romana8
Ao observar a Figura 4, percebe-se que o artista inseriu as figuras em painéis 
vermelhos sobre uma estreita faixa verde, separando os painéis por listras 
negras, de modo a criar uma espécie de palco para as figuras que representam 
um ritual. Segundo Janson e Janson (2009), o conjunto pictórico representa 
vários aspectos dos Mistérios Dionisíacos, um culto semissecreto trazido da 
Grécia para a Itália. Ao analisar a Figura 4, observa-se que as poses e os gestos 
das personagens retratadas são extraídos do repertório da arte grega clássica, 
o que caracteriza uma legítima herança grega.
No século I d.C., os pintores romanos combinaram a ilusão do espaço com 
a delicadeza dos pequenos detalhes, estilo que pode ser admirado em uma 
sala da Casa dos Vettii (63–70 d.C.), em Pompeia, apresentada na Figura 5. 
Na Sala de Íxion, as cenas não dão a impressão de cópias diretas de originais 
helenísticos, visto que são compilações de motivos provenientes de diversas 
origens (JANSON; JANSON, 2009).
Figura 5. (a) Reprodução digital da sala Íxion, Casa dos Vettii (63–70 d.C.). (b) Detalhe do 
painel central da sala Íxion.
Fonte: Wikimedia (2009, 2014, documento on-line).
Ao analisar a Figura 5, é possível identificar que as pinturas são dispostas 
em um conjunto de peças que simulam painéis de mármore, com complexas 
9Arte romanacenas arquitetônicas, vistas através de janelas. “A ilusão criada pelas textu-
ras da superfície e cenas distantes têm um grau extraordinário de realidade 
tridimensional, mas tão logo tentamos analisar a relação das várias partes em 
si, ficamos confusos e rapidamente percebemos que os pintores romanos não 
tinham uma compreensão sistemática da profundidade espacial [...]” (JANSON; 
JANSON, 2009, p. 79). Vale destacar que as arquiteturas a que se referem 
os autores são, na verdade, cenários teatrais que ilustram os episódios das 
aventuras de Ulisses, e a peça central provavelmente copia uma obra grega. 
Os retratos constituem uma peça importante na escultura grega, porém 
tiveram pouca expressão na pintura. Ora de maneira mais estilizada e deco-
rativa, ora de maneira precisa, a pintura romana uniu realismo e imaginação 
e ocupou grandes espaços nas construções, complementando a arquitetura.
A escultura romana
A questão da originalidade na escultura romana tem provocado debates na 
história da arte. A preferência pela decoração opulenta levou os romanos a 
importarem a estatuária grega, ou a cópia massifi cada delas, realizadas em 
seus ateliers, em Roma. Janson e Janson (2009, p. 73) alegam que “[...] existem 
categorias inteiras de escultura romana que merecem a designação de ‘ecos 
desativados’ das criações gregas, esvaziados de seu signifi cado original e 
reduzidos à condição de obras de uma apurada perícia [...]”.
Certos tipos de escultura romanas tiveram forte significação na tra-
dição escultórica: os retratos e os baixos-relevos narrativos são os dois 
tipos de escultura que mais expressam a sociedade romana. Definida sob 
a ação das correntes etruscas e gregas, a escultura romana encontra suas 
melhores afirmações nessas duas modalidades de escultura. O baixo-relevo 
romano (Figura 6) é extremamente realista, exemplificando um verdadeiro 
documento histórico. Pode permitir a reconstituição, em todos os detalhes, 
desde os arreios dos cavalos até as armas dos combatentes, do gesto à 
vestimenta, do acontecimento militar ou histórico que representa (BAU-
MGART, 1999). A escultura romana é realista, descritiva e documental. 
Esses traços artísticos definem o caráter romano, feito de senso prático e 
de instintos políticos de domínio.
Arte romana10
Figura 6. Baixo-relevo romano.
Fonte: Alexander A.Trofimov/Shutterstock.com.
O temperamento realista e prático dos romanos é expresso em suas es-
culturas, que não pretendem instituir um padrão de beleza humana — como 
nas esculturas gregas —, mas representar fielmente uma pessoa. Não se pode 
desprezar a apropriação das técnicas e da estética gregas na escultura romana, 
conforme adverte Santos (2000, p. 42): “[...] ao entrar em contato com os gregos, 
os escultores romanos sofreram forte influência das concepções helenísticas a 
respeito da arte, só que não abdicaram de um interesse muito próprio: retratar 
os traços particularizadores de uma pessoa. O que acabou ocorrendo foi uma 
acomodação entre a concepção artística romana e a grega [...]”.
Esse princípio pode ser compreendido quando se observa a estátua de 
Augusto (19 a.C.), o primeiro imperador romano (Figura 7). O escultor utilizou 
a estátua grega Doríforo, de Policleto, como referência. À estátua original 
foram realizadas alterações para que se adaptasse ao gosto e estilo romanos: a 
postura do tronco e das pernas foi mantida, assim como a inclinação lateral da 
cabeça. No entanto, o escultor posiciounou o braço de Augusto de tal forma, 
que ele parece se dirigir com firmeza aos seus súditos. É possível perceber 
que o escultor procurou captar as feições reais do imperador e o vestiu com a 
couração e a capa tradicionais romanas (SANTOS, 2000).
11Arte romana
Figura 7. Augusto de Prima Porta (19 a.C.), 
Museu Chiaramonti, Vaticano.
Fonte: Gilmanshin/Shutterstock.com.
A escultura romana culmina no retrato. Em simples bustos ou estátuas 
de corpo inteiro, os escultores deixaram verdadeiras obras-primas, devido à 
técnica e ao poder de emoção. As tradições do retrato romano são carregadas 
de sugestões religiosas e identificam-se com o culto dos mortos, de origem 
etrusca. Os etruscos modelavam diretamente em cera máscaras funerárias de 
implacável realismo, técnica que foi transmitida aos romanos, que adotavam 
o mesmo processo (HAUSER, 2003).
Baumgart (1999) esclarece que, na primitiva Roma, havia uma lei que 
regulamentava o uso do retrato. Era o jus imaginum, embora depois tenha 
caído em desuso. Por esse direito, só mereciam retrato os indivíduos que 
tivessem prestado relevantes serviços ao Estado no exercício de cargos pú-
blicos importantes. Os retratos eram, inicialmente, simples bustos em cera, 
conservados zelosamente pela família.
Havia uma tradição muito antiga de fazer imagens de cera dos chefes de 
famílias importantes quando de sua morte. Essas imagens eram preservadas 
pelas famílias e carregadas nos cortejos fúnebres subsequentes. Essa forma 
Arte romana12
ancestral de veneração foi atualizada na era republicana, tornando-se uma 
maneira de demonstrar a importância e a continuidade de uma família. Os 
romanos consideravam a cera um material efêmero, impermanente, decidindo 
moldar as imagens com materiais mais duradouros, como o mármore e o 
bronze (JANSON; JANSON, 2009).
A Figura 8 exemplifica o ideal romano na escultura, que se distingue da 
expressão grega do ideal estético. O registro minucioso de uma topografia facial 
em mármore não poupa rugas ou verrugas, mas vai além, visto que o escultor 
optou por quais rugas enfatizar e quais traços destacar. “O rosto surge como 
uma personalidade especificamente romana – austero, sulcado, de vontade 
férrea. Trata-se de uma ‘imagem paterna’ de autoridade assustadora; alguém 
que se pode imaginar dirigindo não apenas uma família, mas uma colônia, e 
até mesmo um império [...]” (JANSON; JANSON, 2009, p. 73).
Figura 8. Retrato de um romano (80 d.C.), no 
Palazzo Torlonia, Roma.
Fonte: Wikimedia (2018, documento on-line).
Quando a República deu lugar ao Império, os retratos perderam a intensa 
individualidade. Embora ainda mantivessem uma personalidade identificável, 
os retratos dos imperadores agora possuíam semelhanças heroicas e ideali-
zadas, à moda da escultura grega. A colocação de Janson e Janson (2009, 
p. 74) esclarece: “Os gregos haviam dado ao mundo formas insuperáveis 
13Arte romana
de materializar os deuses sob o disfarce de homens; os romanos voltavam 
agora a essas formas, dessa vez para elevar as imagens dos homens ao nível 
dos deuses [...]”. A estátua equestre do imperador Marco Aurélio (Figura 9) 
o apresenta como um homem culto, cujo ideal era o governante filósofo, que 
exercia seu comando pela sabedoria, e não pela força. Os escultores romanos 
foram também hábeis no bronze.
Figura 9. Estátua Equestre de Marco Aurélio (161–80 d.C.). Bronze, 
Piazza deI Campidoglio, Roma.
Fonte: ChiccoDodiFC/Shutterstock.com.
Nos séculos III e IV, a escultura entra em decadência, refletindo a própria 
decadência da civilização romana. Todas as recordações da beleza ou do rea-
lismo comovente desvanecem-se quando aparecem as primeiras representações 
de Cristo, aproximadamente em IV d.C. No entanto, não são apenas as obras 
religiosas do período do declínio do Império Romano que mudam de aspecto:
Parecia serem raros os artistas que se importavam com o que fora a glória da 
arte grega, seu refinamento e harmonia. Os escultores já não tinham paciên cia 
para trabalhar o mármore com um cinzel e para o tratar com a delicadeza e 
o gosto que fora o orgulho dos artífices gregos. Tal como o pintor do mural 
da catacumba, eles usavam métodos mais imperfeitos como, por exemplo, 
uma broca mecânica para marcar as características principais de um rosto ou 
corpo (GOMBRICH, 1999, p. 131).
Arte romana14
A arte antiga declinou nesse período, no entanto, não podemos atribuir esse 
fato à perda de habilidade dos artistas. O ponto fundamental a ser considerado 
é que, em meio a guerras, invasões erevoltas, os artistas já não se mostravam 
satisfeitos com a representação helênica virtuosa e passaram a buscar outros 
efeitos e significados na arte. 
A arquitetura romana
O poder político romano — que se estendia por um vasto império — esteve 
associado às suas criações artísticas. Foram criadas grandes cidades devido 
à sua estrutura militar, que patrocinou construções defensivas (fortalezas e 
muralhas) e infraestrutura urbana (p. ex., estradas, aquedutos e pontes).
A arquitetura clássica grega distinguia-se pela proporção e a funcionalidade, 
e os romanos a monumentalizaram por seu próprio caráter e sob as sugestões 
da arte helenística. Tornaram-na grandiosa e espetacular, mesmo cenográfica, 
conforme o seu gênio e os desígnios de poder e conquista. Para maiores efeitos, 
superpunham as ordens, colocando a dórica no térreo, a jônica no segundo, 
a coríntia no terceiro.
Os romanos criaram novas ordens: a toscana, variação do dórico, e a 
compósita, combinação de jônico e coríntio (Figura 10). Levaram ao extremo 
a decoração, pois achavam a grega era simples e adequada à função de cada 
elemento construtivo, de modo que desejavam obter efeitos de suntuosidade 
e riqueza, inscrevendo a arquitetura entre os instrumentos de afirmação do 
Estado. Os romanos preferiam a ordem coríntia, as folhas de acanto do capitel 
pintadas de ouro estridente, ao mesmo tempo que variavam e acentuavam a 
policromia do mármore (BENEVOLO, 1997).
Figura 10. Novas ordens criadas pelos romanos: toscana e compósita.
Fonte: Adaptada de Babich Alexander/Shutterstock.com.
15Arte romana
Um aspecto peculiar ao romano foi sua atividade urbanista. Os romanos cons-
truíam cidades segundo planos diretores previamente estabelecidos, com as duas 
grandes vias que se cortavam em cruz: o cardo e o decumanus. No cruzamento, 
havia a praça central, o Foro, para o exercício da vida social e política, em toda sua 
plenitude. A Figura 11 ilustra o importante Foro em Roma (BENEVOLO, 1997).
Figura 11. Foro romano.
Fonte: Bahdanovich Alena/Shutterstock.com.
Os monumentos religiosos alcançaram relativa importância entre os romanos, 
os quais foram grandiosos e suntuosos, uma vez que a escala adotada na arqui-
tetura era, de modo geral, não a medida do homem, como entre os gregos, mas a 
medida ideal e super-humana de uma abstração — o Estado. A arquitetura romana 
expressa-se, porém, por excelência, nos monumentos de utilidade social e pública, 
honoríficos, militares e urbanísticos (BENEVOLO, 1997; GYMPEL, 2001).
Os monumentos de utilidade social, destinados a atender às necessidades 
coletivas, são: as termas, os anfiteatros, os circos, os teatros e as basílicas. Os 
monumentos de utilidade pública são: as pontes, os aquedutos e as estradas. 
Os monumentos honoríficos são: os arcos de triunfo, as colunas triunfais e 
os túmulos. Os monumentos militares são: as muralhas, as fortalezas e as 
portas Monumentais. Os urbanísticos, por sua vez, têm sua maior expressão 
no Foro (BENEVOLO, 1997).
Os engenheiros romanos adotaram o arco (Figura 12) — herdado dos etruscos — 
e o aperfeiçoaram, conferindo a ele utilidades práticas, empregando-o na construção 
de aquedutos e pontes, teatros e circos. Gympel (2001) destaca que ao arco também 
foi conferida uma significação simbólica, elevando os arcos de triunfo (monumentos 
honoríficos), que também tendiam aos objetivos de propaganda política.
Arte romana16
Figura 12. Elementos de um arco romano.
Fonte: Tymonko Galyna/Shutterstock.com.
CHAVE
EXTRADORSO
TÍMPANO
INTRADORSO
PÉ
-D
IR
EI
TO
ARRANQUE
ADUELA
No século II a.C., uma grande inovação passa a fazer parte das estruturas 
romanas. Paralelamente à construção pétrea, os romanos desenvolvem uma 
espécie de argamassa, feita com cal, areia, cascalho e certa matéria vulcânica, 
chamada puzolana, obtendo vigorosa concreção, ao mesmo tempo que aperfei-
çoavam a técnica do cozimento do tijolo. Benevolo (1997) observa que, graças 
a esse recurso construtivo, levantavam-se paredes espessas e sólidas, revestidas 
de placas de mármore, arcos, cúpulas e abóbodas, audaciosas e resistentes. 
Não se pode deixar de observar a concepção de espaço que os arquitetos/
engenheiros romanos revelaram possuir na arquitetura. Os gregos não tinham 
maior preocupação com o espaço interior, visto que sua arquitetura se baseava, 
sobretudo, em princípios de proporção e beleza regular da forma, nos quais 
17Arte romana
predominavam valores escultóricos. Os gregos não buscavam solucionar certos 
problemas impostos pelo espaço interior, como os da ventilação e iluminação, 
pois seus cuidados se voltavam, de modo especial, para os elementos plásticos 
externos, valores artísticos em que se esmeraram. 
Os romanos exploraram as possibilidades do arco e da abóbada ampliadas pela 
argamassa (puzolana), que permitiram concepções novas do espaço arquitetônico, 
por meio das quais exprimiam seus sentimentos de poder soberano e universal 
e atendiam às finalidades sociais de seus edifícios e monumentos. Aprenderam, 
então, a articular espaços interiores, amplos e dinâmicos. Dentro da melhor lógica 
e funcionalidade, souberam solucionar os consequentes problemas de ventilação e 
iluminação. Na utilização do espaço arquitetônico, foram verdadeiros inovadores, 
pois se expressavam com audácia e autenticidade (GYMPEL, 2001).
Grande parte dos monumentos romanos que persistiram ao tempo são 
conhecidos, e mesmo suas ruínas conservam um aspecto extremamente im-
pressionante. Gombrich (1999, p. 117) esclarece essa sensação: “Sentimo-nos 
formigas quando caminhamos em Roma entre seus enormes pilares. Foram 
essas ruínas, de fato, que tornaram impossível às gerações seguintes esquecer 
‘a grandeza de Roma’ [...]”. O mais famoso monumento romano é a gigantesca 
arena conhecida como O Coliseu (Figura 13).
Figura 13. Anfiteatro romano: Coliseu, Roma.
Fonte: F8 studio/Shutterstock.com.
O Coliseu é uma característica edificação romana: uma estrutura unitária 
composta de três ordens de arcos sobrepostos, com o objetivo de sustentar 
os assentos no amplo espaço interior do anfiteatro. À frente dos conjuntos 
de arcos, o arquiteto posicionou uma espécie de cortina de formas gregas, 
Arte romana18
aplicando em sua fachada os três estilos de construção utilizados para os 
templos gregos. Gombrich (1999, p. 117) detalha: “O andar térreo é uma va-
riação do estilo dórico, sendo conservados inclusive as métopes e os tríglifos; 
o segundo andar é jônico, e o terceiro e o quarto são meias colunas coríntias 
[...]”. A combinação de estruturas romanas com ordens gregas influenciou 
significativamente os arquitetos subsequentes. Pode-se observar em várias 
cidades exemplos dessa influência. 
O Coliseu tem capacidade para 80 mil espectadores e é o maior exemplo da 
tipologia anfiteatro, onde ocorriam os combates dos gladiadores — oriundos 
dos ritos fúnebres etruscos e transformados em verdadeira paixão popular 
entre os romanos. Dos séculos XV ao XVII, como quase todos os monumentos 
antigos de Roma, transformou-se em verdadeira jazida de mármore e pedras 
para as igrejas e os palácios construídos pelos papas, cardeais e príncipes 
renascentistas e barrocos.
Os templos romanos eram erguidos em um plano mais elevado, e a entrada 
era por meio de uma escadaria construída diante do pórtico principal. Estes 
elementos arquitetônicos — escadaria e pórtico — distinguiam a fachada 
principal das laterais e do fundo da edificação. Esse aspecto demonstra que 
os romanos não tinham a mesma preocupação dos gregos, que prezavam a 
equivalência de forma entre os pórticos principal e posterior e entre as duas 
fachadas laterais. Os romanos apreciavam os peristilos externos dos templos 
gregos, acrescentando-os ao modelo tradicional de seus templos, conforme 
exemplifica a Figura 14 (SANTOS, 2000).
Figura 14. Maison Carré (16 a.C.), Nîmes, França.
Fonte: Edler von Rabenstein/Shutterstock.com.
19Arte romana
Na construção da Maison Carré (Figura 14), pode-se perceber que os 
arquitetosadotaram, além dos elementos típicos: a escadaria, o pórtico e as 
colunas — meias colunas embutidas nas paredes laterais e do fundo, criando 
uma espécie de falso peristilo.
Quando se fala do excepcional tratamento aos espaços interiores atribuído 
aos arquitetos romanos, o Panteão (Figura 15) surge como exemplar notável. O 
domínio da construção, com arcos constituídos de pedras separadas em forma 
de cunha, foi uma grande proeza de engenharia adquirida. A partir de então, 
os construtores utilizaram a inovação em projetos cada vez mais audaciosos: 
estendendo pilares de pontes e aquedutos, bem como, extraordinariamente, 
usaram esse recurso para construir tetos em abóbada. Graças ao seu conhe-
cimento técnico construtivo, os romanos tornaram-se grandes especialistas 
em construir estruturas com coberturas em abóbadas. 
Figura 15. Panteão (séc. II d.C.), Roma.
Fonte: givaga/Shutterstock.com e Rafael Dias Katayama/Shutterstock.com.
O Panteão — ou templo de todos os deuses — é o único templo da Antigui-
dade Clássica que se manteve como local de culto, sendo convertido em igreja 
no início da Era Cristã, se manteve intacto até os dias atuais. Seu impressionante 
interior é coroado por uma imensa rotunda com teto em abóbada, com uma 
abertura circular no topo, através da qual se vê o céu. O edifício não possui 
janelas, mas recebe luz abundante e uniforme em todo o ambiente advinda 
do alto. Sua magnitude é descrita por Gombrich (1999, p. 121): “Conheço 
poucos edifícios que transmitam semelhante impressão de serena harmonia. 
Arte romana20
Não há qualquer sensação de peso agressivo. O enorme zimbório parece pairar 
livremente sobre nossas cabeças como uma segunda abóbada celeste [...]”.
Além da função decorativa atribuída às colunas — como visto na Maison 
Carré —, os romanos deram a elas sentido simbólico e honorífico nas suas 
colunas triunfais, como as de Trajano (séc. I d.C.) e Marco Aurélio (séc. II 
d.C.), erguidas em Roma (Figura 16). Esses monumentos tipicamente romanos 
destacam-se por suas dimensões e forte simbolismo, pois comemoram as 
vitórias dos imperadores sobre os povos dominados.
Figura 16. (a) Coluna de Trajano (séc. I d.C.) e (b) Coluna de Marco Aurélio, Roma (séc. II d.C.).
Fonte: (a) Circumnavigation/Shutterstock.com e Conde/Shutterstock.com; (b) V_E/Shutterstock.com 
e Vladimir Korostyshevskiy/Shutterstock.com.
A Coluna de Trajano narra as lutas do imperador e dos exércitos romanos 
na Dácia, e, devido ao imenso número de figuras esculpidas, a obra é um 
importante documento histórico em pedra. A expressividade das cenas e das 
figuras também atribui ao monumento um grande valor artístico. Trata-se de 
uma crônica ilustrada da guerra e da vitória na Dácia (atual Romênia), na qual 
legionários romanos são representados embarcando, acampando e combatendo 
(GOMBRICH, 1999; SANTOS, 2000).
21Arte romana
A Coluna de Marco Aurélio foi erguida menos de um século depois da 
Coluna de Trajano, com o objetivo de celebrar o êxito dos romanos contra um 
povo da Alemanha do Norte. Trata-se de um relevo mais profundo, emocional 
e dramático, representando cenas violentas da guerra, nas quais os romanos 
massacram os bárbaros já vencidos. 
É importante salientar as obras de infraestrutura realizadas pelos romanos, 
visto que eles foram o povo que construiu as melhores estradas, pontes e aquedutos, 
para atender à necessidade de domínio, segurança e administração. As grandes 
estradas ou vias obedeciam a fins militares e econômicos. Eram estrategicamente 
traçadas e construídas com excelências e primores técnicos, pavimentadas de 
grandes e grossas lajes, unidas sem argamassa (GYMPEL, 2001).
As pontes, os aquedutos e os viadutos foram outras construções excelentes 
entre os romanos, muitas das quais ainda resistem ao tempo. Os arcos e as 
abóbadas etruscos eram construídos a seco, já os romanos, de pedra e arga-
massa, pois permitiam maiores audácias. As pontes foram inicialmente de 
madeira e, em seguida, de pedra.
Benevolo (1997) salienta a verdadeira ciência da mecânica construtiva dos 
engenheiros romanos, que superpunham audaciosamente os arcos, como na 
Pont Du Gard (séc. I a.C.), na França. A Pont Du Gard (Figura 17) servia ao 
abastecimento da cidade francesa de Nîmes, e foi lançada sobre o vale do Rio 
Gardon, a qual media 262 metros de extensão por 50 de altura. Sua solidez e 
beleza é realçada pela paisagem, atestando a grandiosidade e a durabilidade 
das obras públicas romanas. 
Figura 17. Pont Du Gard, França.
Fonte: Bertl123/Shutterstock.com.
Arte romana22
Após as primeiras décadas do século III, os imperadores romanos passam 
a enfrentar lutas internas pelo poder e a pressão externa pelos povos bárbaros. 
Nesse cenário, as preocupações com as artes diminuem, coincidindo com a 
decadência do Império Romano, que, no século V, perde o domínio do seu 
território do Ocidente para os povos germânicos. 
O legado romano para o mundo ocidental é inestimável, sobretudo pela 
grandeza de suas produções artísticas, incluindo a engenharia e a arquitetura. 
A expressão do poder e o ímpeto expansionista dessa civilização tinha nas 
obras públicas sua maior visibilidade. Em seus monumentos e edifícios, a 
riqueza cromática da pintura e a suntuosidade da escultura combinavam as 
expressões artísticas requintadas com a magnitude das estruturas e dos espaços. 
A arte romana será retomada em um momento posterior da história, particularmente 
pela publicação do arquiteto romano Marcus Vitruvius Pollio. Seu tratado De Architectura 
é dividido em 10 livros, nos quais trata de questões conceituais e técnicas ligadas à 
arte de construir e desenvolve numerosas observações sobre a arquitetura grega. 
AFRESCO. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú 
Cultural, 2017. Disponível em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo26/afresco. 
Acesso em: 01 set. 2019.
BAUMGART, F. Breve história da arte. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
BELL, J. Uma nova história da arte. São Paulo: Martins Fontes, 2008.
BENEVOLO, L. História da cidade. 3. ed. São Paulo: Perspectiva, 1997.
CHAUÍ, M. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2000.
FAZIO, M. A história da arquitetura mundial. 3. ed. Porto Alegre: AMGH, 2011.
GOMBRICH, E. A história da arte. 16. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1999.
GYMPEL, J. História da arquitetura: da antiguidade aos nossos dias. Colonia: Könemann, 
2001.
HAUSER, A. História social da arte e da literatura. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
23Arte romana
JANSON, H. W.; JANSON A. F. Iniciação à história da arte. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 
2009.
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WIKIMEDIA. Casa dei vettii ixion. 2014. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/
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WIKIMEDIA. Patrizio Torlonia. 2018. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/
Ficheiro:Patrizio_Torlonia.jpg. Acesso em: 01 set. 2019.
WIKIMEDIA. Pompeii Casa dei Vettii Ixion. 2009. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/
wiki/Ficheiro:Pompeii_-_Casa_dei_Vettii_-_Ixion.jpg. Acesso em: 01 set. 2019.
Leituras recomendadas
ECO, U. História da beleza. Rio de Janeiro: Record, 2004.
FISCHER, E. A necessidade da arte. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
WOLFFLIN, H. Conceitos fundamentais da história da arte. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
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