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CARVALHO, L. V.; MOURA, M. L.18 Vê-se que, nessa perspectiva, a cartografia assume um lugar importan- te para a Geografia e para os geógrafos. Nos currículos escolares, a ênfase recai no estudo dos mapas, através dos quais buscava-se explicar as diferen- ças existentes em toda a superfície da terra, sob a perspectiva regional. Chamamos, contudo, atenção para o fato de que, ao lado da expansão dos grandes corporações monopolistas, as lutas entre os impérios coloniais não cessaram nos primeiros anos do século 20, ao contrário, assumem novas proporções, culminando com as duas grandes guerras mundiais. A condição do estado alemão, de principal potência mundial, provocou o aumento dos choques entre as nações imperialistas pelo domínio do merca- do mundial e, como efeito, a 1ª. Grande Guerra Mundial (1914 - 1918). Ao final da primeira guerra assiste-se ao desaparecimento dos impé- rios alemão, russo, austríaco e turco, o aparecimento de novas nações euro- peias, a ascensão do fascismo e da Rússia revolucionária e a ascensão dos EUA como uma das mais poderosas potências mundiais. Nesse processo, desloca-se o centro do poder do sistema capitalista e, como efeito, mudanças importantes na organização espacial do globo. Em um trecho do Livro “O declínio da Europa”, publicado em 1920, o geógrafo francês Demangeon nos ajuda a entender a nova geografia pós- -primeira guerra mundial: Até aqui, era um fato elementar da Geografia econômica que a Europa dominava o mundo com toda a superioridade de sua grande e antiga civilização. Sua influência e seu prestígio irradiavam, desde séculos, até as extremidades da terra. Ela enumerava, com orgulho, os países que havia descoberto e lançado na civilização. Povos que ela havia alimentado de sua substância e modelado à sua imagem, as socieda- des que ela tinha obrigado a imitá-la e a servi-la. Quando se pensa nas conseqüências da Grande Guerra, que agora finda, pode-se perguntar se a estrela da Europa não perdeu seu brilho, e se o conflito do qual ela tanto padeceu não iniciou para ela uma crise vital que anuncia a decadência... (p. 13 - 15). A guerra trouxe novas e sérias crises ao capitalismo, resultando em mais choques entre as nações imperialistas cujos desdobramentos resultaram na 2ª. Guerra Mundial (1939 - 1945). Como a 1ª a 2ª Guerra Mundial alterou profundamente o centro do poder político mundial. Ao final desta os impérios coloniais europeus declinaram, ampliando o fortalecimento dos EUA como potência mundial, além da emergência de outra potência – a União Soviética. Nos anos que sucederam a segunda guerra, inicia-se a recuperação da Europa e a retomada da expansão capitalista e como ela uma nova divisão social e territorial do trabalho, como acrescenta Corrêa (2000):