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1 XVII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS INTEGRADAS DA UNAERP - CAMPUS GUARUJÁ A visão midiática da psicopatia e suas consequências sociais Tamires Rita da Silva¹; Verônica Vasques Fueta²; Jeferson Ulisses Barreto Laurindo³ ¹ Universidade Guarulhos (UNG). Guarulhos, São Paulo, Brasil. Discente. tamires.rita@hotmail.com ² Universidade Guarulhos (UNG). Guarulhos, São Paulo, Brasil. Discente. vevefueta@hotmail.com ³ Universidade Guarulhos (UNG). Guarulhos, São Paulo, Brasil. Pesquisador docente. jlaurindo@prof.ung.br Este simpósio tem o apoio da Fundação Fernando Eduardo Lee Multidisciplinar: Transtorno psicológico e a influência da mídia. Formato: artigo Apresentação: Oral (Google Meet) Inserir o link do Vídeo Gravado aqui: Não se aplica RESUMO Esta pesquisa teve como objetivo analisar as possíveis definições e compreensões do estigma presente no termo psicopata e suas consequências sociais. Para tanto, foi necessário esclarecer as diferentes definições de transtorno de personalidade antissocial, conhecer os aportes teóricos da psicologia que trabalham este tema e analisar como a literatura especializada aborda o fenômeno do transtorno de personalidade antissocial na sociedade. Realizou-se então uma pesquisa descritiva, com abordagem qualitativa, que teve por objetivo trazer as características dos termos abordados para realizar possíveis associações e esclarecer como a literatura especializada aborda o transtorno de personalidade antissocial. Realizou-se uma pesquisa documental no qual foram coletados filmes no aplicativo Netflix utilizando a palavra psicopata para busca. Encontrou-se como resultado o estigma sobre os indivíduos que possuem transtorno de personalidade antissocial; gerado pela grande influência que a mídia possui na sociedade. As produções, em maioria, apresentam o transtorno de maneira tendenciosa, apresentando indivíduos que cometem ou pensam em cometer homicídio. A escolha do tema surgiu a fim de facilitar a compreensão do significado do termo, analisando a visão fantasiosa que os filmes hollywoodianos de assassinos em série trazem sobre o termo psicopata, apontando também as possíveis consequências que podem surgir na vida do 2 indivíduo estigmatizado. Diante disso, espera-se que esta pesquisa sirva como base para análises futuras, já que existem poucas produções sobre o assunto. Palavras-chave: Personalidade antissocial; Influência da mídia; Estigma. ABSTRACT The main purpose of this research is to analyze the possible definitions and comprehension in the stigma present in the term psychopathy and its social consequences. It`s necessary to clarify the different definitions of antisocial personality disorder, knowing theoretical contribution of psychology that studies this topic and analyze how the specialized literature approaches the antisocial personality disorder in society. A descriptive research will be done using a qualitative approach in order to bring the characteristics of the topics approached previously so that we can analyze possible associations clarifying how the specialized literature approaches the antisocial personality disorder. A documentary research was made in which people collected movies on netflix app using ``psychopath`` as a key-word. It was found as a result the stigma about individuals who has antisocial personality disorder, caused by the huge influence that media has on the society. The productions, mostly, represent the disorder in a tendentious way, showing individuals who commit or think about committing suicide. The choice for this topic came up in order to make the comprehension of the real meaning easier, changing the unrealistic hollywood vision of serial killers and how they portrait psychopath, also pointing out the possible consequences that might appear in one`s stigmatized life. That being said, we hope that this research can be used as a future reference since there is only a few researches based on this topic. Key-words: Antisocial personality; Media influence; Stigma. 1 INTRODUÇÃO Popularmente conhecido como Psicopatia, o transtorno da personalidade antissocial está cada vez mais presente nos cinemas. Qual visão a sociedade tem do psicopata? Esta visão gera alguma consequência? Para analisar as possíveis consequências sobre o estigma deste conceito, mostrou-se necessário apresentar inicialmente as definições e conceitos sobre o tema. Na primeira parte serão abordados o surgimento do termo Psicopata e a evolução de sua conceituação. Na segunda parte sua relação com o Transtorno da Personalidade Antissocial, definições e critérios diagnósticos de acordo com a Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento da CID 10 e o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. Na terceira parte serão apresentados os aspectos da teoria psicanalista de Freud que podem ser relacionados ao conceito do termo em questão. Nas últimas partes serão apresentados a teoria sobre o Estigma, os possíveis prejuízos sociais e emocionais resultantes e a influência da mídia e suas produções relacionadas ao tema, para que seja então possível dissertar 3 sobre as consequências do estigma presente no termo psicopata. 2 OBJETIVO Com base no conceito de transtorno de personalidade antissocial e suas possíveis definições, compreender o estigma presente no termo psicopata e suas consequências sociais. 3 O TERMO PSICOPATA: CONCEPÇÕES A palavra psicopata possui origem etimológica grega, se dá ao encontro da palavra psyche que significa mente/alma, com a palavra pathos que significa doença/sofrimento, podendo-se entender como o indivíduo que sofre de algum transtorno mental (OLIVEIRA, 2009). Já o conceito de psicopatia surgiu na medicina e um de seus pioneiros foi Philippe Pinel, médico e precursor da psiquiatria moderna. Pinel reconheceu o transtorno durante seu trabalho no século XIX, e ao observar os comportamentos de seus pacientes, ressaltou que alguns deles apresentavam atitudes de agressividade extrema, porém mantendo suas capacidades de raciocínio intactas (FILHO et al., 2009). Ou seja, indivíduos que poderiam facilmente cometer crimes contra outras pessoas mantendo-se consciente de suas ações, sem sentir culpa por seus atos. Philippe Pinel foi considerado um dos pioneiros, segundo Filho et al., (2009) descrevendo o comportamento de alguns de seus clientes criou o termo “mania sem delírio”, o que entende-se por um indivíduo com atitudes impulsivas que age de forma racional e não pode ser compreendido como delirante ou “louco”. É bem difícil definir a psicopatia por ser de grande complexidade, este conceito já passou por várias definições e influências desde sua evolução na ciência, quanto no senso comum onde surgiu devido às características de pessoas consideradas “loucas”, ou de pessoas que cometeram algum crime grave (GONÇALVES et al., 2010). Um dos termos definidos e ainda utilizados nos dias atuais é “Personalidade psicopática”, ele foi criado por Kraepelin em 1904, quando fez a classificação de doenças mentais. Foi criado para definir um indivíduo que não é neurótico nem psicótico mas apresenta atitudes de comportamento criminal imoral (BALLONE et al., 2008). De acordo com Almeida (2007) só em 1941 que se estabeleceu ao certo o conceito de psicopatia, por Hervey Cleckley em seu livro “A Máscara de Sanidade”. Cleckley desenvolveu um quadro com algumas características que podem determinar o comportamento de um psicopata, como por exemplo: Boa inteligência, falta de remorso, tendência maior a mentir, entre outros. Essas características são utilizadas até os dias atuais como ferramenta para facilitar a identificação de um indivíduo psicopata. 4 4 PSICOPATIA NAS CLASSIFICAÇÕES DE DOENÇA 4.1 PSICOPATIA NA CLASSIFICAÇÃO DE TRANSTORNOS MENTAIS E DE COMPORTAMENTO DA CID 10. A Classificaçãode Transtornos Mentais e de Comportamento da CID 10 é utilizada no mundo inteiro como base para o entendimento de todas as doenças. Os transtornos da personalidade são encontrados nos números F60-F69 e possuem como definição geral um padrão de vivências diferentes dos que se esperam dos indivíduos, e que ao longo do tempo provoca sofrimento ou prejuízo. Os transtornos de personalidade são divididos em diversos tipos, dentre eles o Transtorno da Personalidade Antissocial. Sua definição segundo World Health Organization Geneva (1993, p. 521) é: Um padrão invasivo de desrespeito e violação dos direitos dos outros, que inicia na infância ou começo da adolescência e continua na idade adulta. Este padrão também é conhecido como psicopatia, sociopatia ou transtorno da personalidade dissocial. Os indivíduos com este transtorno possuem dificuldade em respeitar os sentimentos e direitos dos outros, frequentemente enganam e manipulam para o próprio prazer e não costumam ter empatia e demonstrar remorso pela consequência de seus atos (WORLD HEALTH ORGANIZATION GENEVA, 1993). Para diagnóstico é necessário seguir a estes critérios citados por World Health Organization Geneva (1993, p. 526): A. Um padrão invasivo de desrespeito e violação dos direitos dos outros, que ocorre desde os 15 anos, como indicado por pelo menos três dos seguintes critérios: (1) fracasso em conformar-se às normas sociais com relação a comportamentos legais, indicado pela execução repetida de atos que constituem motivo de detenção (2) propensão para enganar, indicada por mentir repetidamente, usar nomes falsos ou ludibriar os outros para obter vantagens pessoais ou prazer (3) impulsividade ou fracasso em fazer planos para o futuro (4) irritabilidade e agressividade, indicadas por repetidas lutas corporais ou agressões físicas (5) desrespeito irresponsável pela segurança própria ou alheia (6) irresponsabilidade consistente, indicada por um repetido fracasso em manter um comportamento laboral consistente ou honrar obrigações financeiras (7) ausência de remorso, indicada por indiferença ou racionalização por ter ferido, maltratado ou roubado outra pessoa. B. O indivíduo tem no mínimo 18 anos de idade. C. Existem evidências de Transtorno da Conduta com início antes dos 15 anos de idade. D. A ocorrência do comportamento antissocial não se dá exclusivamente durante o curso de Esquizofrenia ou Episódio Maníaco. World Health Organization Geneva (1993) também descreve a necessidade 5 de distinguir o comportamento criminoso que visa lucro do Transtorno de Personalidade Antissocial quando o comportamento não é acompanhado dos critérios citados acima. 4.2 PSICOPATIA NO MANUAL DIAGNÓSTICO E ESTATÍSTICO DE TRANSTORNOS MENTAIS (DSM-V) Assim como o CID-10 o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V) possui um capítulo direcionado para Transtornos da Personalidade, definidos como indivíduos com um padrão de experiência interna e comportamento que se desviam dos esperados de sua cultura, e que leva a sofrimento ou prejuízo. American Psychiatric Association (2014) divide os transtornos de personalidade em três grupos por semelhança. No grupo A encontram-se os indivíduos aparentemente esquisitos ou excêntricos; no grupo B indivíduos aparentemente dramáticos, emotivos ou erráticos; no grupo C indivíduos que aparentam ser medrosos ou ansiosos. O Transtorno da Personalidade Antissocial pertence ao grupo B e possui como característica a falsidade e manipulação; utiliza-se dos mesmos critérios diagnósticos do CID-10 descritos anteriormente. Quando relacionado à cultura, American Psychiatric Association (2014, p. 705) afirma: O transtorno da personalidade antissocial parece ter ligação com condição socioeconômica baixa e contextos urbanos. Surgiram preocupações de que o diagnóstico possa, algumas vezes, ser mal aplicado a indivíduos em contextos em que comportamentos aparentemente antissociais possam ser parte de uma estratégia protetora de sobrevivência. Na avaliação de traços antissociais, é útil para o clínico levar em conta o contexto social e econômico em que ocorrem os comportamentos. 5 PSICOPATIA NA PSICANÁLISE O conceito de psicopata é encontrado na teoria de um dos principais teóricos da psicologia. Freud (2016) disserta sobre os três tipos de estrutura da personalidade; sua teoria baseou-se nos mecanismos psíquicos e em como o indivíduo lida com seus conflitos e pulsões. Para Freud o desenvolvimento dessas estruturas tem origem entre a infância e adolescência. A primeira estrutura (Neurose) surge das tentativas ineficazes de lidar com conflitos, segundo Freud (2016, p.57) “a predisposição neurótica reside na história do desenvolvimento da libido”. O indivíduo com personalidade neurótica ainda possui alguns critérios de avaliação da realidade, porém é incapaz de resolver os conflitos de maneira satisfatória, um exemplo de Neurose é a Fobia (medo excessivo de algo, que prejudica o dia a dia do indivíduo). Psicose (segunda estrutura) apesar de ser semanticamente parecida com 6 a palavra Psicopata, não é a estrutura que contém este tipo de patologia. Na psicose há uma perda do senso de realidade presente na personalidade do indivíduo. Freud (2016, p. 214) “mecanismos da psicose que apontam para a perturbação das relações entre o Eu e o mundo exterior”. Um exemplo de Psicose é a Esquizofrenia devido às distorções das emoções, pensamentos e percepções da realidade. A terceira estrutura é a que pode ser associada ao conceito de psicopata, o indivíduo que possui a estrutura de personalidade perversa dispõe claramente a noção dos limites e regras estabelecidos pela sociedade, porém, sua busca pelo prazer é prioridade e as regras e os limites são desconsiderados. Freud (2016) afirma "a disposição às perversões é a disposição originária e universal da pulsão sexual dos seres humanos". Segundo Freud (1908,1996b) “As fantasias que são recalcadas na neurose são atuadas sem culpa conscientemente na perversão” (apud CASTRO et al., 2003). 6 ESTIGMA NA PSICOLOGIA SOCIAL O termo estigma foi criado na Grécia antiga e se refere às cicatrizes no corpo de uma pessoa feita por outras para deixar evidente algo que a pessoa marcada representava, geralmente eram coisas ruins. Normalmente eram marcadas para serem evitadas por outros, principalmente em lugares públicos (GOFFMAN, 2004). Como marcas, conceitos ou representações, o estigma criado antigamente se faz até os dias atuais como forma de separar grupos considerados “normais”, de grupos que são considerados fora do padrão para aquela sociedade. Quando uma pessoa desconhecida se apresenta, muitos imaginam algumas particularidades que fazem com que ela seja diferente dos outros, e é a partir daí que se deixa de considerar como uma pessoa comum, conforme Goffman (2004), essa característica é um estigma, principalmente quando diminui de forma depreciativa o indivíduo. Conforme Brunello (1998 apud Nascimento et al., 2019, p. 104) como o processo da estigmatização, indivíduos que se encontram no ato de institucionalização, ou que possuem algum problema mental são colocados pela sociedade de uma forma depreciativa e com isso não há respeito para com eles, em consequência essas pessoas são excluídas e marginalizadas pelo grupo. Constata-se então que “Atualmente, o termo é amplamente usado de maneira um tanto semelhante ao sentido literal original, porém é mais aplicado à própria desgraça do que à sua evidência corporal” (GOFFMAN, 2004, p.5). Goffman (2004), aponta três amostras diferentes de estigma: 1- Deformidades físicas, anomalias e etc.; 2- Pensamentos e atitudes individuais de cada pessoa, como o alcoolismo; tentativas de suicídio, algum distúrbio mental, crenças falsas e etc.; e 3- Em uma nação, religião, raça, quevem de 7 gerações e esse pensamento é passado por igual aos membros de toda a família. Todas essas amostras de estigma desde o começo, na Grécia, possui as mesmas propriedades sociológicas segundo Goffman (2004), alguém que poderia ter sido bem recebido em um grupo, por conta de uma característica marcada pode afastar as pessoas que cruzam seu caminho no dia a dia, e com isso acaba perdendo a chance de mostrar suas qualidades. De acordo com Goffman (2004, p.8), frequentemente sem pensar, os indivíduos são preconceituosos, pois alguém que possui um estigma, muitas vezes não é considerado um indivíduo “agradável”, e assim suas chances de vida são limitadas: Construímos uma teoria do estigma; uma ideologia para explicar a sua inferioridade e dar conta do perigo que ela representa, racionalizando algumas vezes uma animosidade baseada em outras diferenças, tais como as de classe social. Utilizamos termos específicos de estigma como aleijado, bastardo, retardado, em nosso discurso diário como fonte de metáfora e representação, de maneira característica, sem pensar no seu significado original (GOFFMAN, 2004, p.8). Existe dois tipos de estigma conforme Corrigan e Watson, citados em Soares et al., (2011 apud Nascimento et al., 2019 p. 110); o primeiro é o estigma público e social, que é o momento em que um grupo de pessoas julgam, menosprezam e discriminam um indivíduo por suas características pessoais e/ou físicas; o segundo é o estigma internalizado, que é resultado do primeiro, no qual o indivíduo começa a considerar o estigma como seu. Ele concorda e adquire crenças negativas para ele mesmo, fazendo com que isso o atrapalhe na vida social e em seus avanços. Segundo Soares et al., (2011 apud Nascimento et al., 2019, p. 104) o estigma internalizado acontece quando o indivíduo sabe do rótulo fixado nele, concordando e colocando em si mesmo o estigma de forma negativa, porém isso leva à consequências, como a angústia, raiva, baixa autoestima entre outras, e isso acaba prejudicando o indivíduo, fazendo por muitas vezes ele optar por se isolar para evitar contato com outras pessoas. Alguns autores trazem a baixa autoestima como um dos principais pontos negativos do estigma. O indivíduo tem a percepção de ser classificado de forma desfavorável, o levando à própria depreciação e fortalecendo sua solidão (CORRIGAN; LINK et al., 2001/2004 apud FELICISSIMO et al., 2013, p. 117), Segundo Siqueira et al., (2011, p. 92-113) as relações sociais seguem juntamente de acordo com as pessoas não estigmatizadas e não seguem o fluxo das pessoas estigmatizadas pois: Estas relações não são igualitárias devido ao sistema de percepções das pessoas não estigmatizadas e pelo seu conjunto de categorias - as quais não as permitem prever uma pessoa estigmatizada em uma categoria comparada com a sua. O estigma se liga em três componentes: a falta de informação, preconceito 8 e discriminação com o transtorno mental (THORNICROFT, 2006 apud NASCIMENTO et al., 2019, p. 110). 7 INFLUÊNCIA DA MÍDIA A mídia é um meio de comunicação com diversos tipos de plataforma, como a internet, televisão, o cinema, entre outros. No geral ela transmite informação e entretenimento para quem a utiliza, Martino (2016, p.14) disserta: O termo “mídia”, neste caso, parece se referir, com pouca problematização, a um conjunto de “meios de comunicação”, de “massa” ou “digitais”, destacados sobretudo por se tratarem de dispositivos tecnológicos englobados, por vezes, em um âmbito institucional no qual “mídia” ganha também o significado de “empresa de comunicação”. De acordo com Tonet e Melo (2015) por ser bem presente no cotidiano das pessoas, a mídia tem se tornado um intermediário em questão de passar conhecimento, e com isso ela passa a ter grande influência sobre seus expectadores, se tornando uma ferramenta de manipulação social. Castells (2006 apud SOUZA; SANTOS 2018) garante que nas diversas formas de comunicação a mídia sempre teve papel de influência e manipulação. Ele também defende que é de grande importância esse poder de influência sobre os pensamentos das pessoas, pois acredita que estas podem evoluir com as informações colhidas. Porém, para isso precisam ter consciência sobre como consomem as informações, e em quais formas o indivíduo se deixa influenciar. A mídia possui em sua estratégia, unidirecionar sua mensagem para o interlocutor, diferente de um diálogo; as pessoas passam a conhecer o mundo pelas lentes de sua câmera; resultando em uma massificação da sociedade com indivíduos sem opinião própria (SILVA; SANTOS, 2005). Em seu artigo sobre comunicação de massa e representações sociais, Barbosa e Rabaça (1987 apud Alexandre, 2001) afirma que os meios de comunicação em massa (MCM) possuem aspectos positivos e negativos; sendo os positivos a oportunidade de destruir a antiga barreira de classe, proporcionar diversão para as massas, divulgar os atos de corrupção e proporcionar cultura. Como aspectos negativos, são citados o incentivo para uma visão passiva e acrítica da sociedade e o fato de os MCM serem conservadores, trabalhando apenas o que foi assimilado e seguindo as leis do mercado. Alexandre (2001, p.116) afirma: No percurso da transformação do fenômeno social neste final de século, os meios de comunicação de massa se tornam instrumentos fundamentais na produção da nova coesão social, exatamente porque lidam com a fabricação, reprodução e disseminação de representações sociais que fundamentam a própria compreensão que os grupos sociais têm de si mesmos e dos outros, isto é, a visão social e a auto- imagem. Nos últimos anos, só crescem os conteúdos televisivos como filmes e séries 9 que abordam os assuntos criminais, principalmente sobre assassinos. Muitos desses filmes focam na temática de serial killers, os apresentando de várias maneiras. Na maioria desses conteúdos os personagens são fictícios, criados com foco em suas ações criminosas (OLIVEIRA; GALDINO 2013). Geralmente a intenção nos filmes que abordam assuntos criminais, muitas vezes no gênero terror ou suspense, é causar um certo medo no espectador. Shecaira (apud ROSÁRIO; BAYER, 2014) mestre e doutor em direito penal, fala que a mídia condiciona as pessoas pelo fato de mudar e fantasiar a realidade, fazendo com que seus espectadores sejam induzidos a ver o conteúdo da forma que ela quer, em seu artigo Rosário e Bayer (2014) chamam de “um processo permanente de indução criminalizante”. Ainda segundo Rosário e Bayer (2014), além da mídia exercer influência sobre a forma como exibe o crime (destacando a violência em filmes ou em matérias de jornais), ela também tem grande influência sobre algumas pessoas diante de um indivíduo com as mesmas características dos personagens abordados, fazendo com que os mesmos sejam confundidos e temidos, podendo até ser alvos de preconceito. Sendo assim a mídia colabora para um processo de construção da imagem de um indivíduo maldoso, agressivo e que facilmente cometeria um crime. 8 MÉTODOS Este estudo é composto por uma pesquisa descritiva, com o objetivo de trazer características dos termos abordados e realizar possíveis associações. As pesquisas descritivas são, juntamente com as exploratórias, as que habitualmente realizam os pesquisadores sociais preocupados com a atuação prática (GIL, 1989, p.46). A abordagem utilizada é a qualitativa e o procedimento pesquisa documental. Segundo Oliveira (2007 apud Silva; Almeida; Guindani, 2009) a pesquisa documental é a procura de informações em materiais que ainda não obtiveram uma análise científica, como reportagens, filmes e séries. Técnica utilizada devido à grande produção documental relacionada à Psicopatia e às possíveis análises e relações com o objetivo do estudo. Para o desenvolvimento da revisão teórica foram utilizados artigose livros encontrados sobre assuntos relacionados à psicopatia e ao estigma. Essa busca bibliográfica foi feita através dos seguintes bancos de dados: Google Acadêmico, Scientific Electronic Library Online (Scielo) e Periódicos (CAPES). Foram utilizadas como palavras chave: Psicopatia, psicopata, comportamentos antissociais, perversão na psicanálise e estigma social. Foram selecionados e utilizados artigos e livros que se referem ao conceito de psicopatia, sua apresentação no CID e no DSM, sua relação com a psicanálise e o estigma social. Para composição da pesquisa foram selecionados os seguintes itens como critérios de exclusão: artigos fora do tema, artigos 10 repetidos, artigos em outros idiomas exceto português. E como critério de inclusão utilizou-se: livros, artigos científicos relacionados com o objetivo do estudo, artigos publicados no idioma português. A metodologia utilizada para a pesquisa documental foi a análise de dados qualitativos de Flores (1994), separando os filmes em categorias, com base em seus conteúdos, para melhor analisá-los. Los sistemas de categorías pueden elaborarse inductivamente a partir de los proprios datos. Al examinar los datos nos preguntaríamos por el tópico capaz de cubrir cada unidad. Posteriores comparaciones entre los datos agrupados bajo un mismo tópico o entre tópicos permitirían refinar las categorías emergentes (FLORES, 1994, p.49). A coleta de documentos foi realizada entre 20 e 25 de maio de 2020, por meio do algoritmo de busca do aplicativo Netflix, plataforma escolhida por ser o streaming mais utilizado atualmente. A palavra chave utilizada foi “psicopata”. Foram selecionadas 42 de 51 produções, com critério de inclusão que as produções fossem filmes, e de exclusão (1) séries, (2) minisséries. Figura 1 – Produções utilizadas 1922 (2017) MENTIRAS PERIGOSAS (2020) A CASA (2020) MORTE ÀS SEIS DA TARDE (2018) A CURA (2016) O HÓSPEDE (2014) A HISTÓRIA VERDADEIRA (2015) O INTRUSO (2014) ALÉM DA REALIDADE (2016) O POÇO (2019) AMNÉSIA (2014) O PROFISSIONAL (1994) AMORES CANIBAIS (2016) O PROTETOR (2014) CLINICAL (2017) O SILÊNCIO DA CIDADE BRANCA (2019) COLEGA DE QUARTO (2011) OBSESSÃO SECRETA (2019) CONTATO VISCERAL (2019) PRENDA-ME SE FOR CAPAZ (2002) CORRA (2017) QUANDO UM ESTRANHO CHAMA (2006) DOCE VINGANÇA (2010) REFÉM DO MEDO (2016) DRAGÃO VERMELHO (2002) ROUBANDO VIDAS (2004) ELI (2019) SCARFACE (1983) EM CARNE VIVA (2003) SEGREDO DE SANGUE (1998) FICA COMIGO (2017) SEQUESTRANDO STELLA (2019) FRATURA (2019) SEVEN – OS SETE CRIMES CAPITAIS (1995) GAROTA EXEMPLAR (2014) SOMBRA LUNAR (2019) HUSH – A MORTE OUVE (2016) UM CONTRATEMPO (2016) JOGO PERIGOSO (2017) VERSÕES DE UM CRIME (2016) MEDO PONTO COM BR (2002) TED BUNDY: A IRRESISTÍVEL FACE DO MAL (2019) Fonte: elaborado pelos autores. 9 RESULTADOS E DISCUSSÃO As categorias foram formuladas com base nos sintomas apresentados no referencial teórico e o possível estigma que está presente no conceito de psicopata. 11 Figura 2 – Quadro de categorias CÓDIGO DEFINIÇÃO DA CATEGORIA CC Produções que retratam um indivíduo com transtorno de personalidade antissocial diagnosticado no filme ou com claros sintomas, e que comete algum crime. CS Produções que retratam um indivíduo com transtorno de personalidade antissocial diagnosticado no filme ou com claros sintomas, que não comete algum crime. SC Produções sem indivíduos com transtorno de personalidade antissocial apresentado no filme e sem sintomas claros, com indivíduo que comete algum crime. SS Produções sem indivíduos com transtorno de personalidade antissocial apresentado no filme, sem sintomas claros, e sem indivíduo que comete algum crime. Fonte: elaborado pelos autores. A categoria CC foi formulada com base na definição do transtorno de personalidade antissocial e em seus critérios diagnósticos. Nos 25 filmes que se enquadraram nesta categoria pôde-se encontrar características reais do transtorno. Conforme apresentado por Filho et al., (2009) psicopatas são pessoas que cometem crimes sem nenhum remorso e que se mantêm conscientes de seus atos, mostrando simetria com o que a World Health Organization Geneva (1993) apresenta, descrevendo o transtorno em pessoas que têm dificuldades em respeitar sentimentos e direitos alheios e que dificilmente demonstram empatia. Esta categoria também apresentou filmes com o critério de desrespeito aos direitos dos próximos, como roubo e agressões; traços comuns na personalidade do indivíduo com o TPA. Além destes crimes, também foi possível encontrar outros, como tentativa de homicídio e homicídio, característica que pode, ou não, estar presente em um indivíduo com o transtorno, deixando evidente a visão que a mídia passa para seus expectadores sobre a imagem do mesmo; conforme já apresentado por Oliveira e Galdino (2013), na maioria desses conteúdos os personagens são criados em contos fantasiosos na intenção de dar ênfase apenas em suas atitudes agressivas e criminosas. Segredo de Sangue, Garota Exemplar, Colega de Quarto e Ted Bundy: a irresistível face do mal, são exemplos de filmes que apresentam características reais do transtorno, sendo alguns deles baseados em fatos. No filme Segredo de sangue é possível perceber a ausência de remorso na personagem Martha Baring, que mata o próprio marido e não demonstra nenhum sentimento em relação a isto. Já no filme Garota Exemplar observa-se na personagem principal (Amy Dunne) a propensão para enganar; no decorrer do filme Amy finge sua própria morte e utiliza um nome falso apenas para a obtenção de um prazer pessoal. Em Ted Bundy: a irresistível face do mal, é possível perceber diversos 12 critérios diagnósticos e o filme apresenta até mesmo a confirmação do transtorno de personalidade antissocial; além de ser um filme baseado em uma história real é uma das poucas produções que não foca especificamente nas agressões que o indivíduo comete. A produção Ted Bundy pode ser citada como um exemplo da manipulação social (TONET; MELO, 2015) mostrando a influência e poder que a mídia tem sobre seus expectadores, o filme foca no julgamento de Ted, na trajetória e na perspectiva do mesmo mostrando seu lado com a família e amigos; a produção não romantiza suas ações criminosas, e também não foca nelas, porém dá ênfase em Ted se defendendo no processo do seu julgamento e negando seus atos até o último minuto, o que faz com que alguns telespectadores duvide de suas ações, mesmo sabendo de sua verdadeira história Nos 16 filmes categorizados em SC não foi possível encontrar nenhum sintoma claro de TPA, encontrando apenas indivíduos que cometem algum crime. Esta categoria foi criada com base na visão popular do psicopata, que difere da definição real do transtorno; aqui também é possível observar o fato da mídia direcionar o telespectador para uma única visão, usando isso como uma estratégia para convencer e induzir algumas pessoas a perceber o filme como querem que percebam (SILVA; SANTOS, 2005). É possível observar de forma clara essa indução, pois essas produções focam nas inúmeras atividades criminosas que surgem com o único intuito de gerar medo no telespectador, fazendo com que ele relacione o psicopata com um indivíduo que assusta e aterroriza outras pessoas. Rosário e Bayer (2014) completa esta visão chamando de “um processo permanente de indução criminalizante” pelo simples fato da mídia fantasiar a realidade, colaborando então para a construção da imagem de um indivíduo psicopata que causa medo. Estes filmes que não possuíam nenhuma relação com os critérios diagnósticos e sintomas da doença, possivelmente estavam nosresultados de pesquisa devido aos crimes cometidos na trama sendo em maioria filmes de suspense; elucidando a visão da mídia sobre estes indivíduos. Um exemplo é o filme O poço, um suspense e ficção científica; que para alguns retrata uma analogia com a sociedade atual; não apresenta nenhum critério/sintoma do transtorno, mas diversas cenas de violência. Outro exemplo é o filme Eli, um terror/suspense que retrata a história de uma criança, que no fim do filme descobre ter poderes especiais por ser filho de lúcifer. Uma ficção, que aparentemente não possui relação alguma com o termo psicopata. Falta de relação evidente também no filme Amores Canibais; uma ficção sobre um futuro pós-apocalíptico, que conta com inúmeras cenas de violência. Dos 42 filmes analisados, apenas Contato Visceral não apresentou crime e nem a presença de um indivíduo com o transtorno; sendo um filme que possivelmente só estava no resultado de pesquisa por ser um filme de terror, 13 como a maioria dos filmes que abordam um indivíduo com o transtorno. Nenhuma das produções observadas foi categorizada em CS; essa categoria representaria os filmes que apresentam indivíduos com o transtorno, mas que não cometem crimes, situação que é possível e presente em pessoas com TPA. Esse resultado reforça como a mídia influencia no estigma deste conceito, passando uma imagem que todos os indivíduos com esse transtorno em algum momento irão prejudicar alguém de forma perversa. Analisando a influência da mídia na sociedade e o processo de um estigma (GOFFMAN, 2004) o fato de 97% dos filmes apresentarem um crime, elucida a visão da sociedade sobre o conceito de psicopata. Como apresentado anteriormente, o transtorno de personalidade antissocial não está presente apenas na população carcerária; mas, a influência da mídia não contribui para que a sociedade o enxergue desta forma. No filme Colega de Quarto, é possível observar o próprio reflexo do estigma no comportamento da Personagem Sara; durante o filme Sara e Rebecca são colegas de quarto e se tornam muito amigas mesmo com Rebecca demonstrando comportamentos incomuns na amizade, no entanto, Sara só começa a ter um comportamento diferente após descobrir que Rebecca toma remédio devido a algum transtorno mental, evitando a amiga e mudando de quarto. O comportamento da personagem Rebecca acontece também fora da ficção. Indivíduos com transtorno mental são vistos por alguns como “indivíduos problemáticos”, devido ao estigma criado ao longo dos anos. Como discorrido por Thornicroft (2006 apud NASCIMENTO et al., 2019, p. 110) no capítulo de estigma, uma das composições para o estigma é a falta de informação. Esta falta de informação pode ser suprida com as informações absorvidas pela mídia; Shecaira (apud ROSÁRIO; BAYER, 2014) afirma que a mídia consegue mudar ou moldar a visão das pessoas que a utilizam, pelo fato de em sua grande parte fantasiar a realidade. Tonet e Melo (2015) completa essa visão mostrando que a mídia passa a ser um tipo de manipulação social por ter se tornado uma grande influência no dia a dia das pessoas. A mídia realiza uma influência negativa quando apresenta informações tendenciosas, com o objetivo de fazer o telespectador pensar da mesma forma como quem está passando a informação; em grande parte dos filmes aqui analisados a visão é passada de maneira tendenciosa, fazendo com que o estigma do psicopata ser sempre o assassino aumente. 10 CONSIDERAÇÕES FINAIS O conceito de psicopata passou por diversas definições ao decorrer dos anos, desde “portador de uma doença mental” a uma ligação com serial killers. É importante salientar que antes da visão midiática e do senso comum foi levado em conta analisar o significado real do termo psicopata com base nos 14 sistemas classificatórios atuais (CID e DSM). A palavra atualmente é relacionada ao transtorno de personalidade antissocial, sendo um indivíduo com dificuldade em adequar-se as normas. Apesar de existirem critérios específicos para diagnosticar um indivíduo como portador de TPA, diversas pessoas generalizam o transtorno, definindo como psicopata qualquer indivíduo que cometa algum crime. A pesquisa realizada mostra que a mídia vem adulterando durante anos o significado da psicopatia, possuindo grande influência na criação e possivelmente fortalecimento de um estigma. Não só os psicopatas, os indivíduos com transtornos mentais em geral podem ser afetados socialmente por um preconceito, criado com base no processo de estigmatização. A partir do momento em que a sociedade coloca o indivíduo com TPA como “assassino cruel a sangue frio” e a mídia reforça esta imagem, o indivíduo com o transtorno está sujeito a internalizar o estigma, acreditando ser da forma como a sociedade o enxerga e prejudicando o tratamento e sua sociabilização. A internalização do estigma presente no termo pode até mesmo ser um fator importante para o fracasso em conformar-se às normas sociais; sendo também uma possível causa para o aumento da presença de indivíduos com transtorno dentro da população carcerária. O estudo realizado apresentou limitações em relação as produções analisadas; como foi utilizado o mecanismo de pesquisa da plataforma de streaming Netflix, mesmo que as produções não sejam por si só ligadas ao conceito de Psicopata, a plataforma às sujeitou a este estigma, devido ao seu mecanismo de pesquisa. Esta pesquisa pode servir para que a população geral possa adquirir uma nova e mais clara compreensão do termo, já que para muitos a psicopatia está ligada apenas a pessoas que cometem crimes cruéis. Sugere-se para pesquisas futuras um estudo mais amplo, em outras plataformas ou com outras produções sobre o tema. Sugere-se também uma pesquisa de campo que aborde a percepção da população brasileira sobre o indivíduo com o transtorno de personalidade antissocial. REFERÊNCIAS ALEXANDRE, Marcos. O papel da mídia na difusão das representações sociais. Revista Comum, Rio de Janeiro, julho/dezembro de 2001. Disponível em: < https://www.sinpro-rio.org.br/imagens/espaco-do-professor/sala-de-aula/marcos- alexandre/opapel.pdf>. Acesso em: 12 de setembro de 2020. ALMEIDA, Francis Moraes. Máscaras da Insanidade: Emergências e ressurgências do conceito de psicopatia na psiquiatria contemporânea. Psychiatry on line Brasil, Porto Alegre, dez de 2007. Vol. 12 n. 12. 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