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Estado e planejamento
Apresentação
O Estado pode ser definido como o Poder Público, que é responsável por governar uma nação. É 
por meio das ações do Estado que o planejamento urbano pode acontecer.
Você sabia que essa atividade de planejar só acontece com o incentivo do Poder Público? É função 
do Estado formular leis com o objetivo de organizar as cidades, monitorando e controlando seu 
cumprimento.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar sobre a composição do Estado, para, por meio 
disso, reconhecer a ligação entre ele e a sociedade. Além disso, você vai entender qual a relação 
entre o Estado e a atividade do planejamento, e como ela acontece.
Bons estudos.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar a composição do Estado.•
Reconhecer a ligação entre o Estado e a sociedade.•
Detectar a relação entre Estado e planejamento.•
Desafio
Um dos principais problemas socioambientais relacionados à urbanização é a formação de núcleos 
de ocupação irregular por famílias de baixa renda. Essas famílias acabam se estabelecendo em áreas 
que, de maneira geral, são inadequadas para a ocupação humana e não interessam ao mercado 
imobiliário. Tais áreas, além de apresentarem grande fragilidade ambiental, oferecem riscos à 
população, podendo haver deslizamentos de encostas, alagamentos, enchentes e inundações, por 
exemplo.
Imagine que existe uma área da cidade imprópria para moradia por ser passível de 
desmoronamento. Essa área foi ocupada por um grupo que não tem um lugar digno para morar. 
Assim, ali estabeleceram suas residências. Porém, essa porção da cidade é considerada uma área de 
grande risco para esses moradores.
Sendo essa área de poder do município, se ocorrer algum incidente lá, é ele quem será 
responsabilizado. Tendo em vista esse enorme problema urbano, imagine-se como um profissional 
urbanista do Poder Público municipal que deve elaborar estratégias de âmbito social e ambiental 
para resolver esse problema.
Infográfico
O Estado é o responsável por formular leis com o objetivo de organizar as cidades, monitorando e 
controlando o seu cumprimento.
Por ser um sistema complexo e trabalhoso, o Estado é composto por três esferas com três níveis de 
organização política (federal, estadual e municipal), com o intuito de facilitar a governabilidade do 
país.
Confira o Infográfico.
Conteúdo do livro
O Estado Democrático brasileiro é composto pelos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. São 
eles os responsáveis por organizar o território.
É o Estado o detentor do poder e o incumbido pela elaboração de políticas públicas voltadas ao 
planejamento urbano. Sendo assim, seu principal papel é permitir o desenvolvimento de cidades e 
regiões, regulamentando e garantindo espaço saudáveis para todos.
Na obra Planejamento urbano, leia o capítulo Estado e planejamento, base teórica desta Unidade de 
Aprendizagem.
Boa leitura.
PLANEJAMENTO 
URBANO 
Vanessa Scopel
Estado e planejamento
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Identi� car a composição do Estado.
  Reconhecer a ligação entre o Estado e a sociedade.
  Detectar a relação entre Estado e planejamento.
Introdução
O Estado pode ser definido como o poder público, que é responsável por 
governar uma nação. É por meio das ações do Estado que o planejamento 
urbano pode acontecer. Você sabia que essa atividade de planejar só 
acontece com o incentivo do poder público? É função do Estado formular 
leis com o objetivo de organizar as cidades, monitorando e controlando 
seu cumprimento.
Neste capítulo, você estudará sobre a composição do Estado, para, 
com isso, reconhecer a ligação entre Estado e sociedade. Além disso, você 
entenderá qual a relação entre o Estado e a atividade do planejamento 
e como ela acontece. 
Composição do Estado
Chamamos de Estado o governo de um povo de determinado território. No 
Brasil, temos o Estado de característica democrática. Segundo a Constituição 
Brasileira, o Estado Democrático de Direito visa “[..] assegurar o exercício dos 
direitos sociais e individuais, liberdade, segurança, desenvolvimento, bem-
-estar, igualdade e justiça como valores supremos [...]” (SIQUEIRA, 2008).
Pode-se assegurar que o Estado é soberano, devendo ser uma instituição que 
governa e organiza um povo. Segundo Martinez (2013) “[...] o Estado é uma cons-
trução lógica e política, com clara densidade cultural e com reflexos jurídicos, 
baseada num pacto de não agressão e que gera um contrato de convivência [...]”. 
Sendo assim, o Estado é também definido como o poder político de uma nação.
É importante ressaltar que, para que o Estado seja eficaz, é necessário que 
exista a governabilidade, ou seja, o governo é “[...] é o conjunto de instituições 
subordinadas ao poder político que efetivam atividades de administração dos 
negócios públicos, como saúde e educação pública [...]” (MARTINEZ, 2013).
Considerando que a função do Estado é fazer a intermediação entre os 
variados agentes de uma sociedade, é importante frisar que o mesmo deve 
fazê-lo tendo em vista, acima de tudo, os interesses coletivos da sociedade, 
e não interesses privados.
O governo, através do Estado, tem um compromisso com a sociedade que 
o elegeu e é responsável pela gestão dos bens coletivos dessa sociedade, 
isto é, como bem público. Esse compromisso compreende a elaboração e a 
implantação de políticas públicas, isto é, de planos e diretrizes de ação, para 
cada setor de atuação do Estado (saúde, educação, desenvolvimento urbano 
e regional, etc.) (FERREIRA, 2002).
Além de elaborar, com diversos profissionais, e executar políticas públicas, é 
função do Estado formular leis com o objetivo de organizar as cidades, monitorar e 
controlar seu cumprimento. Por ser um sistema complexo e trabalhoso, o Estado é 
composto por três esferas, com três níveis de organização política (federal, estadual 
e municipal) e com o intuito de facilitar a governabilidade do País (Figura 1).
Conforme a Constituição Federal, o poder executivo “[...] é exercido pelo 
Presidente da República, auxiliado pelos Ministros de Estado [...]” (BRASIL, 
1988, art. 76). Segundo Ferreira (2002), o poder executivo é o responsável 
pela formulação e pela execução das políticas do governo, bem como pelo 
controle do cumprimento das leis e normas e, também, pela inibição ao seu 
descumprimento. É ele o incumbido de proteger a nação brasileira. No nível 
federal, é composto pela presidência e pelos ministérios; no nível estadual, 
pelo governador e pelos secretários; e, no nível municipal, pelo prefeito e 
pelos secretários. “O poder executivo, entretanto, não pode governar sem a 
fiscalização e o acompanhamento dos outros dois poderes, que interagem com 
ele em uma dinâmica de controle mútuo.” (FERREIRA, 2002).
A segunda esfera do Estado tem o nome de Poder Legislativo e é encarregada 
de fiscalizar todas as ações e práticas do poder executivo, além de elaborar leis. 
No âmbito federal, esse poder é composto pela “[...] câmara dos Deputados e 
do Senado Federal [...]” (BRASIL, 1988, art. 44), compreendendo os senadores 
representantes dos governos estaduais e os deputados representantes do povo. 
Na categoria estadual, o poder legislativo é representado pela Assembleia 
Legislativa, composta pelos deputados estaduais, e no nível municipal, pela 
Câmara Municipal, constituída pelos vereadores.
Estado e planejamento2
A terceira esfera do Estado Democrático Brasileiro se chama Poder Ju-
diciário e tem por obrigação controlar as leis e sua aplicação correta. Essa 
classe “[...] tem o poder de julgar as ações da sociedade, e de indivíduos, e de 
determinar punições pelo descumprimento das leis. Sua estrutura é bastante 
complexa, mas fazem parte desse poder juízes, procuradores, promotores, 
etc.” (FERREIRA, 2002) (Figura 1). 
Figura 1. Função de cada um dos três poderes do Estado.
Fonte: Moura (2016).
Um fato importanterelacionado aos poderes e ao Estado democrático brasileiro é que 
essas esferas representam os níveis federais, estaduais e municipais, não havendo um 
setor que represente especificamente regiões do País. Portanto, para a implantação 
de políticas urbanas regionais, é sempre necessário estabelecer acordos entre estados 
e municípios envolvidos, muitas vezes dificultando as relações.
Como o Brasil é um país extenso, complexo e diversificado, com diferenças econômi-
cas, sociais, históricas e culturais, é difícil que uma legislação federal consiga aplicar-se 
adequadamente a todas as partes do território. Por isso são tão importantes os acordos 
entre as regiões nas políticas urbanas; esses acordos podem ser chamados de “política 
do regionalismo”, definida como um sistema de ideias focado nos interesses de uma 
região específica, objetivando diretrizes e estratégias que beneficiem e desenvolvam 
essa porção do território.
3Estado e planejamento
A seguir, apresentamos alguns termos para esclarecer as diferenças entre as 
nomenclaturas.
  Estado: é também definido como poder público.
  Poder público: conjunto das autoridades do Estado, constituído por poder exe-
cutivo, poder legislativo e poder judiciário.
  Governo: a governabilidade é uma condição para que o Estado seja eficaz, no 
sentido de que o governo é o conjunto de instituições subordinadas ao poder 
público que efetivam atividades de administração dos negócios públicos, como 
a saúde e a educação.
  Povo: uma sociedade com sua cultura, seus hábitos e costumes. O povo é uma 
unidade cultural e social, ideológica e política (sentir-se parte de uma Nação) e 
não apenas uma representação jurídica. Esse sentido de unidade política ainda 
nos falta como Nação.
Fonte: Martinez (2013).
A sociedade e o Estado
Considerando que é o Poder Executivo o responsável por criar e implementar 
políticas públicas, é ele que deve se preocupar em resolver questões e problemas 
relacionados aos interesses coletivos da sociedade. Sendo assim, na esfera do 
planejamento urbano e regional, “[...] tais políticas estão ligadas à dinâmica 
urbana e regional, a saber, a atividades dos diferentes agentes sociais no que 
tange à ocupação do espaço físico-ambiental” (FERREIRA, 2002).
Logo, o Estado se traduz como um mediador entre os diversos agentes 
da sociedade e, na prática, é o gestor das relações que se estabelecem entre a 
sociedade e os espaços públicos e entre os espaços públicos e privados. 
Quando se faz referência aos termos público e privado, diante da questão do 
acesso, isso diz respeito ao direito de propriedade. Sabe-se que locais públicos 
podem ser acessados a qualquer momento, por qualquer cidadão. O contrário 
acontece com os ambientes privados, que pertencem somente a determinadas 
pessoas. Conforme Houaiss e Villar (2009, p. 1575), o termo público é “[...] relativo 
ou pertencente a uma coletividade; que pertence a todos, comum; que é aberto a 
quaisquer pessoas [...]”. Já o termo privado é o oposto, porque “[...] pertence a um 
indivíduo particular; que é pessoal, restrito, reservado a quem de direito; pertencente 
a cada indivíduo, particular, próprio [...]” (HOUAISS; VILLAR, 2009, p. 1553).
Campos (1995) interpreta o espaço público como todo espaço intermediário 
entre os edifícios nas áreas urbanas. Para o arquiteto Hertzberger (1999), o 
espaço público pode ser compreendido em termos espaciais como um espaço 
Estado e planejamento4
coletivo; já os locais privados se configuram como sendo individuais. Diante 
desta exposição ele complementa que:
[...] pública é uma área acessível a todos a qualquer momento; a responsabili-
dade por sua manutenção é assumida coletivamente. Privada é uma área cujo 
acesso é determinado por um pequeno grupo ou por uma pessoa, que tem a 
responsabilidade de mantê-la (HERTZBERGER, 1999, p. 12).
As ruas, as praças e os parques podem ser considerados espaços públicos 
nas cidades. Esses locais são dotados de uma infraestrutura que acaba be-
neficiando os espaços privados próximos a eles. Sendo assim, “[...] cabe ao 
Estado regular o uso dessa infraestrutura, em função das necessidades do setor 
privado e das possibilidades do setor público em oferecer, equivalentemente, 
tais benefícios [...]” (FERREIRA, 2002).
É competência do Estado resolver e planejar o uso e a ocupação do solo, 
regulando os empreendimentos e investimentos e garantindo espaços públicos 
para todos os cidadãos. É o Estado que deve interferir, também, nos espaços 
privados, a partir do momento que eles estiverem em conflito com o espaço 
público ou usando infraestrutura além das taxas permitidas. Por exemplo, em 
determinada área da cidade não é permitida a construção de mais do que três 
pavimentos (Figura 2). Se isso acontecer em um lote privado, o Estado deve 
intervir, garantindo que a lei se cumpra, visto que ela existe para regulamentar 
a ocupação da cidade, considerando os benefícios para a sociedade. 
Figura 2. A intervenção do Estado é necessária 
para o cumprimento das leis, como no caso de 
construções com mais de três pavimentos em 
determinadas áreas.
Fonte: Adaptada de Lobato (2011).
5Estado e planejamento
Logo, o papel do Estado com relação à sociedade, no que se refere ao 
planejamento urbano, é dinamizar o crescimento das regiões, permitir o de-
senvolvimento sustentáveis e consciente dos espaços, controlar o uso do solo 
e a exploração dos recursos naturais, regulamentando e garantindo espaços 
saudáveis para todos. Para Ferreira (2002), no campo do planejamento urbano, 
o Estado tem “[...] um papel de organizador entre os diferentes interesses 
existentes na sociedade, visando encontrar vias que favorecem o bem comum 
[...]”. É relevante entender que:
Para elaborar suas políticas de ação, o Poder Executivo geralmente constitui co-
missões interdisciplinares, geralmente coordenadas por arquitetos-urbanistas. 
Assim, fica clara a necessidade de que estes profissionais procurem dominar 
a dinâmica urbana e regional. Na equipe de trabalho, participam, também, so-
ciólogos, antropólogos, economistas, ambientalistas, etc. (FERREIRA, 2002).
Quando se estabelecem objetivos sociais que devem ser resolvidos a partir 
de políticas públicas, é função do Estado fazer um levantamento da realidade, 
dos problemas e situações existentes e, depois disso, estabelecer políticas que 
visem ao bem-estar coletivo da sociedade. Essa pesquisa deve considerar todos 
os agentes envolvidos na dinâmica urbana, para evitar que o Estado promova 
políticas voltadas a grupos específicos ou a interesses privados. “Assim, fica 
claro que a primeira fase de qualquer plano de ação será uma fase de nego-
ciação, na qual os mais diversos interesses deverão tentar ser contemplados, 
sob a ótica maior do interesse coletivo” (FERREIRA, 2002).
Estado e planejamento urbano
O planejamento urbano, considerado uma política pública, tem uma relação 
direta com o Estado, afi nal o Estado é o principal ator responsável pela atividade 
de planejar as cidades. Sendo assim, “[...] analisar as mudanças nas abordagens 
relativas ao planejamento urbano impõe considerar as transformações do 
papel do Estado na sua relação com a sociedade [...]” (SANTOS, 2012, p. 70).
A intenção de planejar as cidades surgiu em um contexto em que predomi-
nava a liberdade nos campos políticos e econômicos. Diante disso, o Estado 
teve que se posicionar para ordenar o território urbano, a fim de melhorar 
questões de salubridade nos centros urbanos. 
Estado e planejamento6
A crise do liberalismo, no período entre guerras, suscitou uma fonte de le-
gitimidade de políticas intervencionistas, o que se traduziu na afirmação do 
Estado de Bem-Estar Social. Uma das faces desse intervencionismo estava 
no entendimento do planejamento urbano como um instrumento superior e 
necessário para a formulação de políticas para as cidades. As experiências 
do planejamento urbano tecnocrático-modernista foram replicadas sempre e 
onde se manifestava o processo de intensificaçãoda urbanização. A burocracia 
pública criou órgãos de planejamento dominados por tecnocratas que propu-
nham soluções que aperfeiçoavam o uso dos recursos, principalmente do solo 
urbano. Tratava-se de uma visão do planejamento dominado pela autoridade 
de técnicos politicamente neutros (SANTOS, 2012, p. 71).
Tendo em vista essa abordagem autoritária do planejamento pelos órgãos 
governamentais, a população passou a questionar o Estado, querendo um 
papel mais ativo nessa atividade. Diante disso, o governo passou a divulgar as 
propostas e a entender que era importante introduzir a participação coletiva 
nas políticas de planejamento. 
O Estado passou a se preocupar e a intervir na questão do planejamento 
urbano e das desigualdades da sociedade mais diretamente após o ano de 
2001, quando foi promulgada a Lei federal nº 10.257/2001, mais comumente 
chamada de Estatuto da Cidade. Essa lei foi criada para regulamentar os artigos 
182 e 183 da Constituição Federal (BRASIL, 1988), que tratam da política de 
desenvolvimento urbano e da função social da propriedade.
O Estatuto tem por objetivo, por meio de instrumentos de gestão, demo-
cratizar o processo de organização das cidades brasileiras. Logo, ele “[...] 
estabelece normas de ordem pública e interesse social que regulam o uso da 
propriedade urbana em prol do bem coletivo, da segurança e do bem-estar 
dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental [...]” (BRASIL, 2001, art. 1).
Esse documento tem por propósito garantir a participação dos cidadãos 
em todas as fases de tomada de decisões. A ideia é que a atuação do poder 
público se dirigirá para o atendimento das necessidades de todos os cidadãos 
quanto à qualidade de vida, à justiça social e ao desenvolvimento das ativi-
dades econômicas.
Dentre as principais preocupações desse documento federal, estão: 
  Distribuição justa dos benefícios, sendo obrigatórias ações públicas que 
se direcionem em prol dos interesses coletivos, de maneira que todos 
os cidadãos tenham direito a equipamentos e serviços;
  Privilegiar investimentos que gerem o bem-estar geral;
7Estado e planejamento
  Garantir o direito de todos a cidades sustentáveis, ao saneamento básico, 
à moradia, à terra urbana, ao transporte, à infraestrutura, a serviços 
públicos e ao lazer;
  Preservar os recursos naturais e sua utilização adequada;
  Proteger o meio ambiente natural e construído, garantindo a convivência 
vital entre o homem e o meio;
  Promover a cooperação entre as esferas do governo;
  Distribuir espacialmente a população e as atividades por toda a área 
de influência do município;
  Integrar as áreas urbanas e rurais, contemplando o município como 
um todo;
  Garantir isonomia de condições a todos os agentes públicos e privados.
Com a promulgação do Estatuto das Cidades, o Estado vinculou sua res-
ponsabilidade a todos os agentes da sociedade, garantindo a participação da 
população no processo de planejamento. De qualquer forma, é ele que detém 
o poder e que deve se responsabilizar para que o Estatuto e outras políticas 
públicas sejam cumpridas, de maneira a desenvolver o planejamento das 
cidades, visando a uma melhora de condições urbanas para todos. 
Acesse o link ou o código a seguir e assista ao vídeo que 
mostra mais sobre o Estatuto das Cidades. Esse estatuto 
regulamenta os artigos 182 e 183 da Constituição Federal, 
estabelecendo normas que regulam o uso da propriedade 
urbana em prol do bem coletivo, da segurança e do bem-
-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental.
https://goo.gl/FmQ1mJ
Estado e planejamento8
1. Quanto aos poderes do Estado, 
assinale a alternativa correta: 
a) O Poder Executivo é o 
responsável pela fiscalização 
de todas as ações e práticas 
do Poder Legislativo.
b) O Poder Legislativo tem por 
obrigação controlar as leis 
e sua aplicação correta.
c) O Poder Judiciário é o 
incumbido de elaborar as leis.
d) O Poder Executivo é o 
responsável pela formulação 
e execução das políticas do 
governo, bem como pelo 
controle do cumprimento 
das leis e normas.
e) O Poder Judiciário é encarregado 
de fiscalizar todas as ações e 
práticas do poder executivo, 
além de elaborar leis.
2. O Poder Executivo, para 
elaborar suas políticas de ação, 
constitui comissões. Essas 
comissões, segundo Ferreira 
(2002), são, geralmente:
a) de profissionais de 
uma mesma área.
b) interdisciplinares, coordenadas 
por arquitetos e urbanistas.
c) multidisciplinares, 
obrigatoriamente coordenadas 
por sociólogos.
d) compostas somente 
por ambientalistas, 
urbanistas e arquitetos.
e) compostas por representantes 
de grupos sociais.
3. Dentre as principais preocupações 
do Estatuto da Cidade, assinale 
a alternativa correta:
a) Distribuir os benefícios 
conforme as áreas da cidade.
b) Privilegiar investimentos 
do âmbito comercial.
c) Propor diretrizes somente para 
as áreas urbanas do município.
d) Preservar os recursos naturais 
e sua utilização adequada.
e) Concentrar a população 
e as atividades em 
determinadas áreas.
4. É função do Estado:
a) assegurar o exercício dos 
direitos sociais e individuais.
b) privilegiar os interesses 
privados da sociedade.
c) cuidar da administração dos bens 
privados de toda a sociedade.
d) estabelecer parceria privadas 
para benefício próprio.
e) separar os variados agentes 
de uma sociedade.
5. A lei intitulada Estatuto 
das Cidades garante:
a) a melhoria das condições 
urbanas para áreas 
específicas das cidades.
b) que o Estado não é o responsável 
pelo cumprimento do Estatuto.
c) diferença de condições para 
agentes públicos e privados.
d) a participação dos cidadãos 
em algumas fases de 
tomada de decisões.
e) a participação de toda 
população no processo de 
planejamento das cidades.
9Estado e planejamento
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília: Presidência da 
República, 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/
constituicao.htm>. Acesso em: 10 dez. 2017.
BRASIL. Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001. Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constitui-
ção Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências. 
Brasília: Presidência da República, 2001. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10257.htm>. Acesso em: 10 dez. 2017.
CAMPOS, H. Á. A conservação dos conjuntos históricos em áreas centrais urbanas a partir 
do uso de seus espaços públicos abertos: um recorte no centro expandido da cidade 
de Recife. 1995. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimeno Urbano) – Universidade 
Federal de Pernanbuco, Recife, 1995.
FERREIRA, J. S. W. Apostila didática: alguns elementos de reflexão sobre conceitos 
básicos de planejamento urbano e urbano-regional. Texto originalmente escrito em 
06/1999, no quadro da disciplina “Planejamento Urbano-Regional”, ministrada no Dep. 
de Arquitetura da Universidade de Taubaté. Revisto em julho de 2002.
HERTZBERGER, H. Lições de Arquitetura. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
HOUAISS, A.; VILLAR, M. S. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: 
Objetiva, 2009.
LOBATO, J. M. Outorga onerosa do direito de construir I. Direito Urbanístico Brasileiro, 
10 abr. 2011. Disponível em: <http://infoecidade.blogspot.com.br/2011/03/outorga-
-onerosa-do-direito-de-construir.html>. Acesso em: 10 dez. 2017.
MARTINEZ, V. O que é o Estado? [S.l.]: JusBrasil, 2013. Disponível em <https://jus.com.
br/artigos/25616/o-que-e-o-estado>. Acesso em: 10 dez. 2017.
MIRANDA, J. Entendendo os poderes legislativo, executivo e judiciário. [S.l.]: Grupo Escolar, 
2017. Disponível em: <http://www.grupoescolar.com/pesquisa/entendendo-os-
-poderes-legislativo-executivo-e-judiciario.html>. Acesso em: 10 dez. 2017.
MOURA, A. Os 3 poderes: legislativo, executivo e judiciário. TVU Lavras, 21 dez. 2016. 
Disponível em: <http://tvulavras.com.br/index.php/2016/12/21/os-3-poderes-legis-
lativo-executivo-e-judiciario/>. Acesso em: 10 dez. 2017.
SANTOS, A. M. S. P. Planejamentourbano: para quê e para quem? Revista de Direito 
da Cidade, Rio de Janeiro, v. 4, n. 1, p. 91-119, 2012.
SIQUEIRA, A. M. Estado democrático de Direito: separação de poderes e sumula vincu-
lantes. [S.l.]: JusBrasil, 2008. Disponível em <https://jus.com.br/artigos/12155/estado-
-democratico-de-direito>. Acesso em: 20 dez. 2017.
Estado e planejamento10
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Conteúdo:
Dica do professor
O Estado tem uma enorme importância para a nossa sociedade, pois ele é o regulador do que 
acontece no espaço urbano.
O Estado tem atribuições para interferir, inclusive, em espaços privados, pois deve manter a ordem 
e fazer com que as leis e as diretrizes sejam cumpridas igualmente por todos.
Assista à Dica do Professor.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/34883c8464990723f8f409c0717544ab
Exercícios
1) 
Quanto aos Poderes do Estado, assinale a alternativa correta.
A) a) O Poder Executivo é o responsável pela fiscalização de todas as ações e práticas do Poder 
Legislativo.
B) b) O Poder Legislativo tem por obrigação controlar as leis e a sua aplicação correta.
C) c) O Poder Judiciário é o incumbido de elaborar as leis.
D) d) O Poder Executivo é o responsável pela formulação e execução das políticas do governo, 
bem como pelo controle do cumprimento das leis e normas.
E) e) O Poder Judiciário é encarregado de fiscalizar todas as ações e as práticas do Poder 
Executivo, além de elaborar leis.
2) 
O Poder Executivo, para elaborar suas políticas de ação, constitui comissões. Essas 
comissões, segundo Ferreira (2002), são geralmente:
A) a) de profissionais de uma mesma área.
B) b) interdisciplinares, coordenadas por arquitetos e urbanistas
C) c) multidisciplinares, obrigatoriamente coordenadas por sociólogos.
D) d) compostas somente por ambientalistas, urbanistas e arquitetos.
E) e) compostas por representantes de grupos sociais.
3) 
Dentre as principais preocupações do Estatuto da Cidade, está:
A) a) distribuir os benefícios conforme as áreas da cidade.
B) b) privilegiar investimentos do âmbito comercial.
C) c) propor diretrizes somente para as áreas urbanas do município.
D) d) preservar os recursos naturais e a sua utilização adequada.
E) e) concentrar a população e as atividades em determinadas áreas.
4) 
É função do Estado:
A) a) assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais.
B) b) privilegiar os interesse privados da sociedade.
C) c) cuidar da administração dos bens privados de toda a sociedade.
D) d) estabelecer parcerias privadas para benefício próprio.
E) e) separar os variados agentes de uma sociedade.
5) 
A lei intitulada Estatuto das Cidades garante:
A) a) o melhoramento das condições urbanas para áreas específicas das cidades.
B) b) que o Estado não é o responsável pelo cumprimento do Estatuto.
C) c) diferença de condições para agentes públicos e privados.
D) d) a participação dos cidadãos em algumas fases de tomada de decisões.
E) e) a participação de toda a população no processo de planejamento das cidades.
Na prática
A relação entre o Estado e a atividade de planejamento é direta. Isso significa que, para o 
planejamento das cidades acontecer, é necessária a ação do Estado, órgão responsável por 
elaborar, aplicar a monitorar as políticas públicas de melhoramento das cidades.
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
O artigo a seguir compreende a importância dos espaços 
públicos para as cidades.
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O vídeo a seguir explica um pouco mais sobre as funções do 
três Poderes do Estado brasileiro.
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O vídeo a seguir mostra um pouco mais sobre um instrumento 
importante do Estado para planejar as cidades: o Estatuto da 
Cidade.
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http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/17.203/6517
https://www.youtube.com/embed/E7EjZgcp1bM
https://www.youtube.com/embed/ilUVuhDJ8Xs

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