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INDÚSTRIA NO BRASIL10
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PÍ
TULO
Industrialização brasileira
Observe o gráfico.
1947
11,9
11,3
13,2
16,7
16,3
19,9
21,6
17,5
16,4
16,9
13,9
10,9
JK, com o lema
"50 anos em 5"
Golpe
Militar
Abertura
Econômica
Plano Real (1994)
1956 1961 1964 1979 1985 1990 1995 2003 2011 2014
JK Sarney Collor FHC Lula DilmaDitadura Militar
Brasil: participação da indústria de transformação no PIB (em %) – 1947-2014*
* Em março de 2015, o IBGE alterou a metodologia de cálculo do PIB para adequá-lo aos padrões internacionais. Neste gráfico, 
os valores históricos foram adequados ao novo padrão, visando à comparação dos dados no período retratado.
Fonte: Portal Fiesp. Disponível em: <www.fiesp.com.br>. Acesso em: out. 2015.
1. O que é indústria de transformação? 
2. Faça uma análise da participação da indústria de transformação no PIB, considerando os governos corres-
pondentes indicados no gráfico.
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225Capítulo 10 – Indústria no Brasil 
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1 PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO 
NO BRASIL
No Brasil, a indústria deu seus primeiros passos ainda no século XIX. A economia 
cafeeira, dominante nesse período, dinamizou as atividades urbanas, estimulou a 
imigração europeia e gerou um empresariado nacional com capacidade de investir 
em alguns setores industriais. Os imigrantes trouxeram novos hábitos de consumo, 
que incluíam produtos industrializados e alguma experiência em relação ao processo 
de produção industrial e ao trabalho como operários. Aos poucos, formou-se um mer-
cado interno, que se ampliou, no final do século XIX, com a abolição da escravidão 
e a intensificação do processo de imigração.
Indústrias de alimentos, calçados, tecidos, confecções, velas, móveis, fundições 
e bebidas espalharam-se rapidamente, sobretudo no estado de São Paulo, centro 
da atividade cafeeira e principal porta de entrada dos imigrantes (figura 1). Apesar 
de todos os avanços da industrialização, a economia continuou sendo comandada 
pela produção agrícola, especialmente de café.
No início do século XX, a indústria ampliou sua participação na economia bra-
sileira. Algumas indústrias eram estrangeiras, mas predominavam as nacionais, na 
maioria desenvolvidas por imigrantes, muitas delas inicialmente a partir de pequenas 
oficinas artesanais. Para se ter uma ideia, o número de indústrias no Brasil aumentou 
de 3.258 em 1907 para 13.336 em 19206.
CRISE DE 1929 E DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL 
BRASILEIRO
A crise mundial de 1929 abalou profundamente o mundo capitalista. Entre 1929 
e 1932, a produção industrial dos Estados Unidos diminuiu cerca de 50%. Muitos 
trabalhadores perderam o emprego, e o mercado consumidor retraiu-se ainda mais. A 
produção agrícola também não encontrava compradores. Muitas empresas e bancos 
faliram, e os investidores do mercado de capitais (compra e venda de ações) viram 
seus títulos se transformarem em papéis de pouquíssimo ou nenhum valor.
6 SILVA, Sérgio. Expansão cafeeira e origens das indústrias no Brasil. São Paulo: Alfa-Ômega, 1976. p. 73.
O estudo do processo de industriali-
zação no Brasil, nos séculos XIX e XX, 
sobretudo, pode ser desenvolvido num 
trabalho conjunto com o professor de 
História. Nesse sentido, é interessante 
destacar assuntos históricos, como a 
conjuntura internacional, as particu-
laridades dos governantes brasileiros 
e os planos por eles implementados 
nesse período.
Figura 1. Vista do bairro do Brás, 
em 1920, na cidade de São 
Paulo (SP), com a fábrica Moinho 
Matarazzo, ao fundo. Inaugurada 
no ano de 1900 pelo imigrante 
italiano Francesco Matarazzo 
(1854-1937), o moinho de trigo, 
junto da seção de metalurgia e da 
tecelagem que fabricava os sacos 
para embalagem, era a maior uni-
dade industrial do país na época.
FILME
Mauá, o imperador 
do Brasil
De Sérgio Rezende. Brasil, 
1979. 134 min.
O filme conta a história de 
Irineu Evangelista de Sousa 
(1813-1889), o Visconde de 
Mauá, um dos principais 
personagens no período 
inicial de industrialização do 
Brasil. Mauá, com seu tino 
para os negócios e espírito 
empreendedor, construiu a 
primeira indústria do país, 
uma fundição e estaleiro em 
Niterói, no Rio de Janeiro.
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226 Unidade 4 | Espaço e produção 
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Com a crise da Bolsa de Valores de Nova York, os países capitalistas tiveram que 
reestruturar seu modelo econômico. Promoveram, então, maior intervenção do Estado 
na economia e na distribuição de renda, por entender que só a ampliação do mercado 
de consumo poderia garantir a retomada do crescimento econômico (reveja o Capítulo 3).
Num primeiro momento, a depressão econômica provocada pela crise de 1929 
teve efeito devastador também no Brasil. O país tinha estruturado sua economia com 
base no mercado externo e dependia da exportação do café, que no final da década 
de 1920 representava cerca de 70% das exportações brasileiras. A crise econômica 
agravou a insatisfação política. Nesse contexto, o gaúcho Getúlio Vargas (1882-1954) 
tomou o poder por meio de um golpe de Estado, em 1930, contra o domínio da 
oligarquia agrária, que comandara o país durante a República Velha (1889-1930).
Além de diminuir em mais de 80% a exportação do café, a crise econômica oca-
sionou redução no preço do produto no mercado internacional. Como o café ainda 
era a principal fonte brasileira de divisas, o governo Vargas manteve, no início, uma 
política de proteção à lavoura: desvalorizou a moeda para que o produto chegasse 
com valor mais competitivo ao mercado externo e comprou a produção excedente, 
destruindo-a em seguida. O objetivo foi diminuir a oferta e garantir a estabilidade do 
preço do produto. Veja a figura 2.
SUBSTITUIÇÃO DE IMPORTAÇÕES
Até os anos 1920, o contexto econômico do país não estimulava significativamente 
o desenvolvimento industrial, mas a crise de 1929 introduziu mudanças nesse quadro. 
O violento corte nas importações de bens de consumo criou uma conjuntura favorável 
ao investimento na indústria nacional. Os produtos industrializados no Brasil passaram 
a ocupar então boa parte do mercado interno, antes praticamente abastecido por 
produtos importados. Dessa forma, o primeiro momento da industrialização brasileira 
apoiou-se na substituição de importações de bens industriais pela produção interna. 
A indústria transformou-se num setor importante da economia, alcançando taxas de 
crescimento superiores às do setor agropecuário.
O Estado passou a estimular os empresários industriais, que, em 1931, já haviam 
se organizado em São Paulo, com a criação da Federação das Indústrias do Estado 
de São Paulo (Fiesp). Ao mesmo tempo em que facilitava a importação de máqui-
nas e equipamentos industriais, o governo dificultava a importação de produtos que 
pudessem concorrer com aqueles produzidos pela indústria nacional.
Intervenção do Estado
Concepção baseada nas ideias 
do britânico John Maynard 
Keynes (1883-1946), um dos 
mais importantes economistas 
do século XX. O keynesianismo 
defendia a ideia de que o 
Estado deveria elevar os 
gastos públicos, promovendo 
grandes obras para gerar 
empregos. Essas medidas eram 
consideradas fundamentais 
principalmente nos períodos de 
crise, para atenuar dificuldades 
sociais e econômicas, produzindo 
renda e impulsionando a 
economia privada.
Oligarquia
Regime político em que o 
governo é exercido por um 
pequeno grupo de pessoas, 
pertencentes ao mesmo partido, 
classe ou família.
Figura 2. Queima de café em 
Santos (SP), 1931. Por causa da 
crise de 1929, imensos estoques 
de café foram queimados ou joga-
dos ao mar. 
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227Capítulo 10 – Indústria no Brasil 
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