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Análise Experimental do Comportamento - N4 Austynn Rocha Davidis - RGM: 29803691 Matheus Freitas Paim - RGM: 29547181 Maria Laura Ferreira Teixeira dos Santos - RGM: 30064180 Nicole da Silva Alves - RGM: 29522889 Estudo de caso 05 A partir do relato de Pedro acerca de seu quadro de ansiedade e transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) decorrente do acidente de carro que sofreu, foi relatado pelo paciente que como sequela do ocorrido adquiriu um medo intenso da cor amarela (cor do carro que dirigia durante o acidente) e do som do trânsito, além de um extremo desconforto sentido mesmo ao estar de carona em um automóvel. Diante disso, é possível realizar uma ligação direta entre o medo de carros e objetos amarelos, com o choque do episódio traumático sofrido pelo paciente. Baseando-se nos estudos de Moreira e Medeiros (2007) é possível estabelecer o entendimento do acidente e dos medos decorrentes dele como sendo um exemplo de condicionamento reflexo (inato, respondente), este processo involuntário ocorre a partir da contingência ou mudança ambiental que acontece quando um estímulo inicialmente neutro (NS) é apresentado e associado a um estímulo incondicionado (US) capaz de provocar (eliciar) uma resposta incondicionada (UR) especifica ao ocorrido, gerando uma rede de consequências ao ter contato com algum destes estímulos novamente. Assim como citado por Pedro, o medo da cor amarela (NS) se tornou tão preocupante ao ponto de não conseguir lidar com objetos e alimentos da mesma cor, ocorrendo um emparelhamento (reflexo condicionado) com a resposta emocional intensa de ansiedade e estresse pós-traumático (US), criando uma resposta de angustia, medo, ansiedade e terror (UR). Após o estímulo neutro ser repetido diversas vezes ele toma o papel de um estímulo condicionado (CS) visto que o paciente condicionou a ele uma resposta, essa resposta de medo anteriormente incondicionada será então uma resposta condicionada ao estímulo (CR). Pedro passou então a desencadear a mesma resposta emocional intensa que experimentou durante o acidente quando está diante da cor amarela em qualquer que seja o contexto atualmente, assim como quando se vê diante de veículos, sons ou dentro do transporte. O processo pode ocorrer de maneira a enfraquecer ou extinguir gradualmente o condicionamento, por meio da apresentação do estímulo condicionado, ou seja, a cor amarela passará a ser mostrada de pouco a pouco para evitar a aparição da ansiedade causada pela memória do acidente, assim como andar de carro aos poucos. Neste ultimo exemplo, é possível o terapeuta propor uma volta contando com a sua presença durante o processo (Moreira & Medeiros, 2019). Também é possível estabelecer um contracondicionamento, neste caso visto que a cor amarela elicia uma resposta fisiológica de pavor, aos poucos o terapeuta pode realizar um contracondionamento assemelhando o que é tido como ruim pelo paciente a alguma coisa ou atividade que gere prazer, por exemplo, colocando uma música que agrade o paciente enquanto ele olha para a cor amarela em uma imagem, ou demonstrando ocasiões onde o amarelo traga prazer, como no pôr do sol, ou em um campo de girassóis. Portanto, é possível estabelecer um entendimento entre o trauma sentido por Pedro ao se envolver em um acidente de carro, e seus medos com a cor amarela e veículos desenvolvidos posteriormente ao ocorrido, além de ser possível entender o quadro e relato do paciente baseando-se no comportamento reflexo. Também é cabível de tratamento utilizando de métodos envolvendo essa quebra de condicionamento feito entre o trauma e os medos que surgiram, visto que o paciente não apresentava problema algum com a cor amarela e carros antes de sofrer o trauma. Referências Moreira, M. B., & Medeiros, C. A. (2007). Princípios Básicos de Análise do Comportamento. Artmed.