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GEOGRAFIA Capítulo 7 Biogeografia106
A floresta
y A Amaznia  a maior floresta contínua do mundo, totalizando 40% das áreas de florestas pluviais tropicais do planeta. No Brasil, estende-se
por cerca de 4 milhões de km².
y 78% dos solos de terra firme so ácidos e com baixa fertilidade natural.
y Temperatura mdia: 26 °C. A variaço da duraço dos dias ao longo do ano  pequena, entre 30 e 50 minutos.
y A quantidade anual de chuva na Bacia Amaznica  cerca de 15 trilhões de m³. Dessa quantidade, todo o ecossistema amaznico utiliza e eva
potranspira, em mdia, 48%; os outros 52%, ou seja, aproximadamente a metade, escoam pelos rios.
y Na Amaznia existem cerca de 5 mil espcies de árvores (maiores que 15 cm de dimetro). Para efeitos de comparaço, em toda a Amrica
do Norte existem cerca de 650 espcies de árvores.
y A diversidade de árvores na Amaznia varia entre 40 e 300 espcies diferentes por hectare, sendo que na Amrica do Norte varia de 4 a 25.
y Das 250 mil espcies de plantas superiores da Terra, 170 mil (68%) vivem exclusivamente nos trpicos, e 90 mil na Amrica do Sul.
Saiba mais
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Mata de igapó
Fonte: elaborado com base em FERREIRA, Álvaro Xavier. Distribuição e propriedade hidráulica dos solos da várzea de Curuai, Pará. Dissertaço de Mestrado Universidade de Brasília.
Brasília, 2016. p. 14. Disponível em: http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/20937/1/2016_AlvaroXavierFerreira.pdf. Acesso em: 13 out. 2020; IBGE. Atlas geográco escolar. 8. ed. Rio de
Janeiro: IBGE, 2018. p. 101.
Fig. 12 Representação esquemática dos três degraus de vegetação da Amazônia, também denominados como floresta ombrófila densa, associados às principais feições
geológicas e geomorfológicas.
Trata-se de uma vegetação bastante heterogênea, mas que mantém algumas características comuns: plantas latifoliadas
(folhas grandes e largas), perenifólias (folhas sempre verdes) e ombrófilas (densa, úmida e sombreada). Suas diversas forma-
çes são consequência da organização da drenagem da bacia hidrogrfica, destacando-se três grandes subgrupos de matas:
y as matas de igap (ou caaigap), que são constantemente inundadas pelas guas dos rios e, por isso, apresentam mui-
tas plantas hidrófilas, como a vitória régia As rvores dessas matas têm ramificação baixa e densa e estão localizadas na
beira dos rios; entre elas, destaca-se a palmeira do açaí. É o subgrupo que apresenta a menor quantidade de espécies.
y as matas de várzea, que estão presentes em terras periodicamente alagadas (tesos ou terraços fluviais). Como o período
de alagamento pode variar muito de acordo com a altitude em que a floresta se encontra, essa formação se caracteriza
como transição entre a mata de igapó e a mata de terra firme. São rvores de porte médio, que não ultrapassam 20 metros
de altura, como a seringueira, da qual se extrai o ltex, e o pau-mulato. As matas de vrzea e de igapó, juntas, correspon-
dem aos terrenos da Planície Amaznica, a região onde ocorrem os processos de sedimentação com maior intensidade.
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y as matas de terra firme (ou caaetê), que ocupam uma área que não sofre inundações periódicas e que corresponde
a 90% do total da floresta. Possuem árvores altas, com até 65 m, e grande volume de epífitas. São bastante densas,
o que faz com que o seu dossel fechado barre a entrada de 95% da luz solar que incide sobre elas. Por causa disso,
não apresentam muitos estratos constituídos de árvores mais baixas. Seu interior é bastante úmido. São a parte mais
devastada da floresta, já que aí são encontradas as melhores espécies de madeira para exploração. Destacam-se o
cedro, a castanheira-do-pará, o mogno, o guaraná, entre outras espécies.
Dossel: é o encontro entre as ramificações superiores das árvores mais altas, formando o “teto” da floresta.
Epfitas: são plantas que se sustentam nos troncos de outras maiores, no entanto não são parasitas. As epífitas apenas procuram locais em que
possam receber mais energia solar. Um bom exemplo desse tipo de planta é a orquídea.
Fig. 13 Mata de igapó, mata de várzea e mata de terra firme, as três principais formações vegetais presentes na floresta amazônica.
Nas últimas décadas, a Amazônia se tornou foco
de preocupação dos ambientalistas de todo o mun-
do. A importância ecológica da floresta baseia-se
na sua biodiversidade, na sua contribuição para a
umidade do ar e no seu papel na absorção de CO2.
Por muito tempo, a Floresta Amazônica foi
considerada o “pulmão do mundo”, em função do
oxigênio que produzia. Contudo, essa afirmação se
mostrou equivocada, uma vez que, em razão da sua
densidade de biomassa, essas florestas acabam
consumindo o oxigênio que produzem. Foi verifica-
do, ainda, que as grandes produtoras de oxigênio
são as algas marinhas. Porém, a Amazônia tem um
papel fundamental na absorção de CO2 para a rea-
lização da fotossíntese, processo necessário para
sua manutenção.
Até meados do século XX, a intervenção huma-
na na Floresta Amazônica era muito baixa. Porém,
esse quadro começou a mudar com o início dos
programas de desenvolvimento na região, que
implementaram projetos agropecuários, de mi-
neração e de exploração madeireira; instalaram
usinas hidrelétricas e facilitaram a abertura de es-
tradas. Assim, iniciou-se um processo sistemático
de desmatamento da floresta, que já atingiu apro-
ximadamente 20% da sua área original.
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Amazônia: arco do desmatamento
Fonte: elaborado com base em Evolução do desmatamento na Amazônia. Estadão, [s.d.]. Disponível em: http://
infogracos.estadao.com.br/politica/terra-bruta/extra-evolucao-do-desmatamento. Acesso em: 13 out. 2020.
No mapa: O “arco do desmatamento” é a área em que fronteira agrícola avança
em direção à floresta e onde se medem os maiores índices de desmatamento da
Amazônia. Os principais estados atingidos são: Pará, Mato Grosso, Rondônia e Acre.
OCEANO
ATLÂNTICO
50° O
10° S
PAAM
BAMT
GO
DF
PI
MG
AC
MA
TO
RR
RO
AP
MS
0 390 km
N
Área com focos
de desmatamento
Faixa de avanço
de desmatamento
GEOGRAFIA Capítulo 7 Biogeografia108
Hoje, inúmeras atividades se defrontam com a preser
vação da floresta. As usinas hidrelétricas (como é o caso de
Tucuruí, Balbina e, recentemente, Jirau, Santo Antônio e Belo
Monte) submergem milhares de espécies que ainda não foram
conhecidas pelo homem; as madeireiras asiáticas e europeias
devastam grandes extensões de área verde; os pecuaristas
queimam a mata liberando CO2 para a atmosfera; as indústrias
de mineração reviram montes de rochas, fazendo com que
algumas áreas fiquem irreconhecíveis; e alguns garimpeiros
ainda matam índios e poluem as águas dos rios com mercúrio.
Pelo sul da Amazônia, avança uma linha de devastação,
denominada “arco do desmatamento”, em referência ao seu
formato. O vértice do arco é a área na qual o desmatamento
mais adentrou a floresta, impulsionado, sobretudo, pelo corte
ilegal de árvores, que são queimadas para a formação de
pastos ou retiradas da vegetação para o cultivo de soja.
O desmatamento acelerado e os problemas ambientais
associados a ele demonstram a fragilidade do ecossistema
amazônico. Exemplo disso são os solos dessa floresta que, em
sua maior parte, não são muito férteis. A exuberância e a bio-
diversidade desse bioma devem-se ao sistema de reciclagem
da matéria orgânica, ou seja, tudo o que morre dentro da flo-
resta (seja um animal, seja uma folha de árvore) é transformado
em nutriente pela rápida ação química. Posteriormente, esses
nutrientes são incorporados à camada superficial do solo e
rapidamente reabsorvidos pelas plantas. Dessa maneira, não
se formam grandes camadas de nutrientes no solo, que, ao
ser exposto pelo desmatamento, é lixiviado pelas constantes
chuvas e pode se tornar muito pobre.
Algumas formas adequadas de aproveitamento dosrecursos naturais que possibilitam o desenvolvimento sus
tentável dessa região foram submetidas a amplos estudos
e, a partir disso, formularam se planos de manejo flores
tal. As populações originárias e tradicionais, por exemplo,
demonstram um convívio harmonioso entre a sociedade
e a natureza ao extrair, de forma sustentável, o látex das
seringueiras dispersas no meio da mata, respeitando seus
ciclos naturais e preservando as florestas ao não as des
matar para constituir fazendas de seringais enfileiradas, as
quais reduziriam a biodiversidade e as funções ecológicas
da região. Essas atitudes permitem outras atividades, como
a exploração da castanha, atualmente uma das principais
fontes de renda dentro dos seringais.
Como recurso para apoiar a manutenção da floresta e
dos biomas brasileiros, têm sido desenvolvidas as Unidades
de Conservação (UCs), que podem ser federais, estaduais
e municipais, e que, de acordo com o Ministério do Meio
Ambiente, são territórios definidos em função de seus
ecossistemas específicos, visando garantir uma represen-
tatividade significativa de sua biodiversidade, ainda que se
faça necessária uma fiscalização mais eficaz para que a lei
seja respeitada. Essas unidades podem ser classificadas
em dois grupos:
y proteção integral: são mais restritivas e têm como
principal objetivo a preservação da natureza, sendo
permitido apenas o uso indireto dos recursos naturais,
ou seja, toda atividade que não envolva consumo ou
dano desses recursos. Alguns exemplos são: recrea-
ção, turismo ecológico, pesquisa e educação ambiental.
y uso sustentável: são áreas que visam conciliar a con-
servação da natureza com a exploração sustentável
dos recursos naturais. Assim, o consumo e a extração
de recursos são permitidos desde que a estratégia
adotada garanta a perenidade deles e a manutenção
dos processos ecológicos.
Biopirataria
A Amazônia tem sido alvo de biopirataria de empresas es
trangeiras e de alguns países há muitos anos. O caso mais
antigo e famoso foi o contrabando de centenas de sementes
de seringueira (Helvetia brasiliensis) feita pelo inglês Henry
Wickham para Londres e, posteriormente, o seu plantio no Sudeste
Asiático, encerrando, assim, o ciclo da borracha que proporcionava
grandes lucros ao Brasil. Ainda hoje há investidas de agentes es-
trangeiros tentando descobrir e roubar produtos com potencial de
exploração econômica, por exemplo, para a elaboração de cosm-
ticos, medicamentos e alimentos. Também há aqueles que buscam
se apropriar dos conhecimentos que as populações tradicionais e
originárias têm dos diversos usos de plantas e animais. Há pessoas
que se passam por cientistas, ativistas humanitários, voluntários e,
até mesmo, missionários. Porém, nem todos carregam más inten-
ções. São muitas as contribuições de pesquisadores estrangeiros
para a compreensão do funcionamento da Amazônia e sua conse-
quente preservação. Há diversos ativistas que vão a campo lutar
pela manutenção da floresta e pelas populações tradicionais e mais
pobres, como a missionária Dorothy Stang, assassinada em 2005,
em Anapu, no Pará, aos 74 anos. Seu assassinato foi motivado por
conflitos agrários que envolvem os grandes fazendeiros da região e
os assentamentos destinados à reforma agrária.
Saiba mais
Os avanços dos interesses econômicos sobre a Ama
zônia têm sido a causa de muitos conflitos e mortes na
região, sobretudo daqueles segmentos com menor re
presentação política e menos poder econômico, como os
povos indígenas e as demais populações tradicionais: ri
beirinhos, extrativistas e pequenos agricultores (geralmente
antigos posseiros que praticam agricultura de subsistência).
Até mesmo missionários, ambientalistas e funcionários do
Ibama têm sido alvo de ameaças de morte e assassinatos
na região. Geralmente, essas ameaças vêm de fazendeiros,
mineiros, madeireiros e grileiros, todos com forte interesse
econômico em explorar a região.
Mata Atlntica
A Floresta Tropical Atlântica, ou Mata Atlântica, apre-
senta uma singularidade marcante que é sua distribuição
espacial ao longo da faixa litorânea brasileira, do Rio Gran-
de do Norte ao Rio Grande do Sul, não coincidindo com as
regiões climáticas demarcadas pelas latitudes. É, portanto,
um tipo de vegetação azonal, bastante heterogênea, de
grande biodiversidade e caracterizada por espécies latifo-
liadas, perenifólias e ombrófilas.
A floresta ocorreu ao longo dessa costa devido a relevo,
regimes de vento e correntes ocenicas. Acompanhando sua
extenso, a apenas alguns quilmetros rumo ao interior, er-
gue-se uma paliada imponente, quase contnua, em alguns

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