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402 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência CURSO ANUAL DE GEOGRAFIA – (Prof. Italo Trigueiro) Por tradição, o presidente do Banco é norte americano e é nomeado pelos Estados Unidos, o maior acionista do Banco. Sede do Banco Mundial, Washington, DC. A IDEOLOGIA DO BANCO MUNDIAL Há mais de meio século, o Banco Mundial promove com financiamentos e ideias a expansão do capitalismo. Este sistema econômico tornou-se universal com a lógica da acumulação, da maximização do lucro e da competição, penetrando os múltiplos aspectos da vida humana e da natureza. O Banco Mundial determina a concepção de desenvolvimento e as estratégias para alcançá-lo. Suas políticas macroeco- nômicas, que condicionam a aprovação de empréstimos, são ditadas pelos interesses do mercado. Este enseja concentração, desigualdade, injustiça, instabilidade, concorrência. As orientações, seguidas à risca pelos governos, beneficiam mais as corporações multinacionais do que as comunidades nacionais e os trabalhadores. Impropriamente denominado de agência multilateral, o Banco Mundial constitui um poderoso instrumento para promover a ideologia da modernização no Terceiro Mundo. Os empréstimos aumentam a dívida pública dos países clientes, que reduzem os investimentos produtivos e cortam gastos sociais para pagar os juros da dívida. O resultado é o aumento do desemprego, da pobreza, da fome, da violência. A influência do Banco Mundial ultrapassa seus recursos financeiros (US$ 30 bilhões anuais para projetos), seus técnicos (8 mil funcionários) e sua área de atuação (4,8 bilhões de pessoas em 100 países). Ele exerce liderança política sobre as demais agências internacionais, influencia governos, intelectuais, imprensa, empresariado e ONG’s/Organizações Não-Governamentais. Atualmente, as contestações ao Banco Mundial se intensificam e diversificam. Um ex-diretor afirma que ficou menos pobre o país que ignorou as medidas neoliberais do Consenso de Washington. Nos Estados Unidos, os organizadores da campanha “50 anos bastam” realizam boicotes e pressionam por mudanças institucionais. Manifestações de protesto ocorrem paralelamente às assembleias anuais da entidade e críticas contundentes começam a encontrar acolhida nos meios de comunicação. Generaliza-se a resistência ao programa de reforma agrária de mercado, liderada pela Via Campesina, articulação de entidades camponesas de mais de 60 países. Monica Das Martins ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO (OMC) Diferentemente do FMI e do Banco Mundial, que têm suas sedes em Washington, a Organização Mundial do Comércio está sediada em Genebra, na Suíça. Essa organização foi criada em 1995 em substituição ao Acordo Geral de Taxas e Tarifas (GATT, em inglês General Agreement on Tariffs and Trade), este último criado em 1944. A OMC não faz parte do sistema da ONU e tem como objetivo fixar as regras do comércio mundial visando ampliá-lo. Em busca desse objetivo, a OMC atende os governos que se sentem prejudicados no comércio mundial. Além disso, organiza rodadas de negociação entre seus países-membros que podem durar anos, visando à obtenção de acordos entre eles sobre conflitos no comércio mundial. BLOCOS ECONÔMICOS Paralelamente às negociações multilaterais para a liberalização comercial no âmbito da OMC, são conduzidas diversas negociações de caráter regional, entre dois ou mais países (negociações bilaterais), para formação de blocos econômicos ou para a intensificação dos acordos nos blocos já constituídos. Podem-se definir quatro modelos de integração econômica vigentes: • Área de Livre-comércio: Pressupõe acordos comerciais que visam exclusivamente à redução ou eliminação de tarifas aduaneiras entre os países-membros do bloco. No intercâmbio de produtos, entre os países participantes, ficam abolidas as tarifas alfandegárias, porém cada país mantém suas próprias tarifas em relação aos não-membros. Ex.: NAFTA. • União Aduaneira: Além da isenção de tarifas alfandegárias, na circulação de mercadorias dentro da União, é estabelecida uma barreira alfandegária comum contra os países não participantes, uma tarifa externa comum (TEC). É uma abertura de fronteiras para mercadorias, capitais e serviços, mas não permite a livre circulação de trabalhadores. Ex.: MERCOSUL. (União Aduaneira Incompleta). • Mercado Comum: Visa à livre circulação de pessoas, mercadorias, capitais e serviços. O único exemplo é a União Europeia, que, além de eliminar as tarifas aduaneiras internas e adotar tarifas comuns para o mercado fora do bloco, permite a livre circulação de pessoas, mão-de-obra, investimentos e todo tipo de Aula 17 – Centros de Poder Econômico e Político I 403 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência serviços entre os países-membros. Ex.: UNIÃO EUROPÉIA. • União Econômica e Monetária: é o caso, novamente, dos países da União Europeia, que, na fase atual, adotaram o euro como moeda única, administrada pelo Banco Central Europeu. Nessa forma de integração, é necessário que os países estipulem limites de inflação e déficit público. DO BENELUX À UNIÃO EUROPEIA O BENELUX foi o grande precursor das diversas alianças formadas posteriormente. Criado em 1944, integrou a economia da Bélgica, da Holanda e de Luxemburgo num único mercado. Em 1952, a CECA (Comunidade Europeia do Carvão e do Aço), formada por seus países – Bélgica, Holanda, Luxemburgo, França, Alemanha e Itália -, estabeleceu um mercado siderúrgico comum, promovendo a livre circulação de matérias-primas e mercadorias ligadas à indústria siderúrgica, com o objetivo de reestruturar e acelerar o desenvolvimento da indústria de base. Os países-membros da CECA ampliaram os objetivos dessa organização e criaram o mais eficiente bloco econômico entre países: a CEE (Comunidade Econômica Europeia), em 1957, por meio do Tratado de Roma. A CEE desde a sua criação, tinha um grande objetivo econômico a ser colocado em prática em médio prazo, baseado em quatro princípios fundamentais: a livre circulação de mercadorias, de serviços, de capitais e de pessoas, entre todos os países-membros da organização. O CARÁTER FUNDAMENTAL DA ALIANÇA FRANCO- GERMÂNICA “A aliança entre a Alemanha e a França tem sido crucial no encaminhamento do movimento por uma unidade europeia, especialmente desde o acordo firmado em 1978 para criar o Sistema Monetário Europeu (SME) e o Mecanismo de Indexação Cambial (MIC). Estes dois grandes protagonistas desejavam maior presença europeia no cenário mundial, preocupados com os perigos decorrentes, a longo prazo, de um sistema econômico e político europeu fragmentário, e acreditavam que os fundamentos da paz e da estabilidade seriam fortalecidos pelo mercado único, a unidade econômica e monetária europeia e um sistema político europeu mais centralizado. Tanto a França quanto a Alemanha esperavam extrair vantagens econômicas de uma economia europeia unificada. Na qualidade de maior potência industrial da Europa Ocidental, a Alemanha seria a principal beneficiária do mercado único e em particular da ampliação da união Europeia, para incluir Estados da Europa Oriental. Desde a queda do Muro de Berlim, a expansão do comércio alemão com as economias do antigo bloco soviético e o aumento dos investimentos alemães em todas elas trouxe esses países para a esfera econômica da Alemanha.” GILPIN, Robert. O desafio do capitalismo global: a economia mundial no século XXI. Rio de Janeiro-São Paulo,2004. Ed. Record. Entretanto a efetivação de tais princípios só veio a acontecer mais recentemente. O aprofundamento da competitividade no mercado internacional nas últimas décadas do século XX, o desenvolvimento de novas tecnologias de produção e a entrada de novos competidores (países do sudeste e leste da Ásia – Cingapura, Taiwan, Coréia do Sul e China), disputando fatias cadavez mais expressivas do mercado, sinalizaram à CEE a necessidade da concretização de seus objetivos originais. Isso acontece em 1° de janeiro de 1993, quando entraram em funcionamento de fato as quatro liberdades fundamentais proposta na década de 1950, sendo a CEE sendo substituída pela União Europeia. Ao entrar em vigor, em 1° de Novembro de 1993, o Tratado da União Europeia, assinado em 7 de Fevereiro de 1992, em Maastricht confere uma dimensão diferenciada à integração europeia. Contudo, o que os cidadãos recordarão do Tratado de Maastricht será provavelmente a decisão que trouxe maior impacto prático à sua vida cotidiana: a realização da União Econômica e Monetária. Desde 1° de janeiro de 1999, a UEM reúne todos os países que cumpriram um determinado número de critérios econômicos destinados a garantir a sua boa gestão financeira e a assegurar a estabilidade futura da moeda única: o euro. Última etapa lógica da realização do mercado interno, a introdução da moeda única, pelas repercussões pessoais que traz para cada cidadão e pelas consequências econômicas e sociais de que se reveste, tem um alcance eminentemente político. Pode-se mesmo considerar que o euro será futuramente o símbolo mais concreto da União Europeia junto com o cidadão europeu. Apesar de a consolidação desse novo eixo econômico ter propiciado efeitos positivos sobre as economias nacionais europeias, ainda há muitos obstáculos para a unificação efetiva da Europa. Diferenças econômicas, oposição de alguns setores em diversos países, divergências, Estados divididos por guerras e conflitos seculares impedem a formação de um verdadeiro Estado supranacional. 404 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência CURSO ANUAL DE GEOGRAFIA – (Prof. Italo Trigueiro) EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM Questão 01 No contexto da globalização, uma tendência crescente é a formação de blocos econômicos regionais. Esses blocos apresentam diferentes níveis de integração. Um desses níveis é a zona de livre comércio que se caracteriza pela a) criação de uma moeda única a ser adotada pelos países membros. b) livre circulação de mercadorias provenientes dos países membros. c) unificação de políticas de relações internacionais entre os países membros. d) livre circulação de pessoas, serviços e capitais entre os países membros. Questão 02 Os blocos regionais surgiram devido às reformas econômicas impulsionadas pelo processo de globalização, pelo desenvolvimento das comunicações e pela ampliação das trocas comerciais. O objetivo era facilitar o comércio entre os países-membros. Analise a veracidade (V) ou a falsidade (F) das proposições abaixo sobre os blocos econômicos. Assinale a alternativa que completa correta e respectivamente os parênteses, de cima para baixo. a) V–V–V b) V–F–F c) F–V–V d) V–F–V e) F–F–F Questão 03 No decorrer do século XX, para a organização de projetos de criação de blocos econômicos, foi necessário superar rivalidades históricas. Isto ocorreu na Europa e também na América do Sul, quando o Brasil e a Argentina deixaram de lado as disputas por hegemonia e engendraram um acordo, na década de 1980, que posteriormente originou o Mercosul. Estes exemplos permitem afirmar que: a) a herança colonial europeia dá maior flexibilidade aos países sul-americanos no âmbito das relações políticas e econômicas. b) quando o objetivo é reduzir ou eliminar os desníveis econômicos, as diferenças históricas são abandonadas. c) as questões de natureza étnico-culturais podem ser relevantes para o estabelecimento de relações comerciais. d) no contexto da globalização, as relações entre os Estados e as economias nacionais são modificadas. e) as questões geopolíticas se tornam entraves quando os países procuram estabelecer relações multilaterais. Questão 04 Leia: “No momento em que atravessa sua mais grave crise política e econômica, a União Europeia (UE) celebrou ontem uma conquista histórica: o Prêmio Nobel da Paz de 2012. A decisão do comitê de experts, anunciada no fim da manhã, em Oslo, na Noruega, pegou de surpresa a opinião pública do bloco de 27 países. ” (O Estado de S. Paulo. Em crise, União Europeia ganha Nobel da Paz e argumento contra eurocéticos. 13/10/2012. p. A11.) Sobre o significado desse prêmio dado à União Europeia é correto afirmar que a) seu efeito é apenas propagandístico, pois fantasia uma harmonia que haveria no continente, algo falso diante das tensões militares ainda existentes na Europa. b) visou um fim econômico, procurando desviar a atenção sobre os problemas econômicos estruturais gerados pela integração das realidades geográfico- nacionais da Europa. c) trata-se de um reconhecimento ao papel da União Europeia, que tem agido contra as intervenções em países estrangeiros, como no caso da ação no Iraque, realizada pelos EUA. Anotações Aula 17 – Centros de Poder Econômico e Político I 405 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência d) entendeu-se que a integração de realidades geográfico-nacionais em uma entidade mais ampla elimina de vez as motivações para conflitos, que no passado foram tão nefastos. e) buscou estimular a continuidade das políticas diplomáticas e econômicas da União Europeia junto às suas ex-colônias, mergulhadas em infindáveis conflitos internos. Questão 05 Observe o mapa abaixo: Em todas as modalidades de blocos econômicos o objetivo é a eliminação das tarifas ou impostos de importações entre os países-membros. Por isso, os países que integram esses blocos (zona de livre comércio, mercado comum ou união econômica e monetária) têm como princípio comum ampliar as relações comerciais entre seus parceiros. Com relação aos blocos econômicos, julgue as afirmativas abaixo. I – Na zona de livre comércio os acordos comerciais visam à redução ou eliminação de tarifas aduaneiras entre os países membros. II – Na união aduaneira, além de reduzir ou eliminar as tarifas aduaneiras entre os membros do bloco, os países parceiros estabelecem as mesmas tarifas de exportação e importação para o comércio internacional fora do bloco. III – A União Europeia é um exemplo de mercado comum que, além de eliminar as tarifas aduaneiras internas, permite também a livre circulação de pessoas, investimentos e todos os tipos de serviços entre os países membros. IV – Estados Unidos da América, Canadá e México formam o NAFTA; já a ALCA engloba todos os países da América. Estão corretas as alternativas: a) Todas alternativas estão corretas. b) I e II. c) I, II e III. d) I, III e IV. e) II, III e IV. Questão 06 Mesmo num mundo globalizado, temos a existência tanto de blocos econômicos regionais de poder (MERCOSUL, ALCA, União Europeia, CEI, CARICOM etc.) como de regionalismos com incrível força política. Diante deste cenário, assinale a alternativa correta. a) Mesmo num mundo globalizado, as diferenças aparecem e se opõem ao processo que tende a eliminá-las. b) A região, como expressão das diferenças resultantes das dinâmicas sociais e naturais, é produto de processos particulares regidos por leis particulares. c) Nas condições atuais da economia global, a autonomia regional se fortalece, o que demonstra a vigência da Geografia Regional pensada nos moldes clássicos. d) Os blocos econômicos regionais de poder confirmam a oposição existente entre o processo de globalização e o processo de fragmentação (regionalização). e) Com o processo de globalização, os espaços tornam-se homogêneos, confirmando, pois, a tese dos que acham que está em curso o “fim do território” e o “fim da região”. Anotações 406 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência CURSO ANUAL DE GEOGRAFIA – (Prof. Italo Trigueiro) Questão 07 Rússia e China rejeitam ameaça de guerra contraIrã A Rússia e a China manifestaram sua inquietude com relação aos comentários do chanceler francês, Bernard Kouchner, sobre a possibilidade de uma guerra contra o Irã. Kouchner acusou a imprensa de “manipular” suas declarações. “Não quero que usem isso para dizer que sou um militarista”, disse o chanceler, dias antes de os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU – França, China, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos – se reunirem para discutir possíveis novas sanções contra o Irã por causa de seu programa nuclear. Adaptado de www.estadao.com.br, 18/09/2007. O Conselho de Segurança da ONU pode aprovar deliberações obrigatórias para todos os países- membros, inclusive a de intervenção militar, como ilustra a reportagem. Ele é composto por quinze membros, sendo dez rotativos e cinco permanentes com poder de veto. A principal explicação para essa desigualdade de poder entre os países que compõem o Conselho está ligada às características da: a) geopolítica mundial na época da criação do organismo b) parceria militar entre as nações com cadeira cativa no órgão c) convergência diplomática dos países com capacidade atômica d) influência política das transnacionais no período da globalização Questão 08 É inexorável que a gente discuta este papel [do Conselho de Segurança da ONU]. Não é possível que ele continue representa- do pelos interesses da Segunda Guerra Mundial. Por que isso não muda? Se nós não enfrentarmos este debate, a ONU vai continuar a funcionar sem representatividade e o conflito no Oriente Médio vai ficar por conta do interesse dos norte-americanos quando, na verdade, a ONU é que deveria estar negociando a paz no Oriente Médio. SILVA, Luís Inácio Lula da. Trecho de discurso proferido na reunião da cúpula de Chefes de Estado e de Governo da América Latina e do Caribe, México, fevereiro de 2010. Disponível em: <http://www.estadao.com.br/noticias/internacional>. Acesso em: 12 set. 2012. No trecho acima, o ex-presidente Lula a) denunciava a composição de organismo da ONU condizente com uma ordem mundial ultrapassada. b) reprovava a decisão da ONU de restringir a manifestação dos países emergentes em relação aos conflitos orientais. c) censurava a insistência dos países da América Latina e do Caribe em questionar a imparcialidade das Nações Unidas. d) condenava a determinação dos políticos do Oriente Médio de desrespeitarem tratados internacionais firmados na ONU. e) criticava a política internacional dos Estados Unidos de apoio à ampliação do número de Estados permanentes no Conselho de Segurança. Anotações Aula 17 – Centros de Poder Econômico e Político I 407 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO Questão 01 A ONU — ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS — tem como objetivos manter a paz, defender os direitos humanos e as liberdades fundamentais e promover o desenvolvimento dos países em escala mundial. [...] A ONU é constituída por várias instâncias, que giram em torno do Conselho de Segurança e da Assembleia Geral. A organização atua em diversos conflitos por meio de suas forças internacionais de paz. A ONU — Organização ..., 2008, p. 75. A globalização é o fenômeno mais recente da economia capitalista mundial. É resultado da evolução da técnica e da ciência, da eficiência dos meios de transportes e comunicações e da construção de instituições supranacionais que lhe dão sustentação, como a Organização Mundial do Comércio (OMC) e os diversos blocos econômicos regionais que, há pouco mais de uma década, estão em processo de consolidação. Caracteriza-se pela liberdade de circulação de mercadorias, capitais e serviços entre os países. (LUCCI; BRANCO; MENDONÇA, 2006, p. 120). Considerando-se as informações dos textos e com base nos conhecimentos sobre a Organização das Nações Unidas (ONU) e sua estrutura, a globalização e suas instituições supranacionais, pode-se afirmar: (01) A Organização das Nações Unidas (ONU), criada logo após a Segunda Guerra Mundial, busca um novo papel no conflituoso mundo globalizado, transformando-se num respeitado fórum de discussão e de encaminhamento dos problemas mundiais. (02) O Conselho de Segurança da ONU concentra um grande poder, sobretudo através dos membros permanentes — Estados Unidos, Reino Unido, França, Federação Russa e China — que possuem poder de veto, e por ser o órgão que aprova missões de paz, embargos e ações armadas. (04) O Mercado Comum do Sul (Mercosul) surgiu no começo da década de 70 do século passado, com objetivo de unificar tarifas entre países da América do Sul — inicialmente Brasil, Bolívia, Chile e Uruguai — e adotar políticas comuns. (08) O termo “globalização” passou a ser usado para descrever uma nova fase, marcada pela crescente interdependência entre governos, empresas e movimentos sociais, porém sua dinâmica não trouxe maior igualdade entre os povos. (16) A Organização Mundial do Comércio (OMC) — cujo objetivo é resolver as disputas comerciais entre países ricos e pobres — envolve 20 membros, representa países desenvolvidos e subdesenvolvidos, tendo começado a funcionar no início deste século, com a rodada de Doha. (32) O BRIC é uma sigla criada por analistas financeiros para designar os quatro principais países emergentes do mundo — Brasil, Rússia, Índia e China — visando demonstrar o impacto que o grupo tem e terá, cada vez mais, na economia mundial. Somatório: ______ Questão 02 Europa e EUA querem barrar ‘tentação protecionista’ A Proposta dos governos americano e europeu é a de que países emergentes e ricos congelem tarifas de importação por tempo indeterminado Europa e Estados Unidos propõem que todos os países emergentes, além dos próprios ricos, congelem suas tarifas de importação por um tempo indeterminado como forma de barrar a "tentação protecionista". A proposta está sendo feita depois que ficou claro, para a comunidade internacional, que a Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC) não será concluída no curto ou médio prazo. Nesta terça- feira, 21, o diretor-geral da entidade, Pascal Lamy, confirmou que a pressão protecionista no mundo cresce de forma perigosa, à medida que as repercussões da crise insistem em afetar a economia mundial. Sem conseguir um acordo para liberalizar o comércio nos países emergentes, como Brasil, China e Índia, os governos de Estados Unidos e Europa querem pelo menos que essas três grandes economias se comprometam a não mais elevar suas tarifas de importação. 21 de junho de 2011 | 18h 17. Jornal O Estado de São Paulo. Adaptado. O protecionismo, tratado no texto acima, se caracteriza pela adoção isolada ou conjunta de algumas medidas. Identifique-as entre os itens a seguir: I. Cláusulas ambientais e trabalhistas II. Barreiras fitozoossanitárias III. Cláusulas culturais IV. Barreiras tarifárias V. Barreiras não tarifárias Apenas estão CORRETOS a) I e II. b) III e V. c) II e IV. d) I, IV e V. e) I, II, IV e V. Questão 03 Considere os textos. I. [maio de 2011] O governo da presidente Cristina Kirchner aplica uma saraivada de medidas que restringem ou atrasam a entrada de produtos brasileiros no mercado argentino. Segundo a consultoria portenha Abeceb, do total de exportações realizadas pelo Brasil para a Argen tina, 23,9% são alvo de barreiras – quase um quarto das vendas. (http://veja.abril.com.br/noticia/economia/argentina-aumenta-barreiras-comerciais- contra-o-brasil) II. [outubro de 2011] A decisão do Brasil de elevar o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos importados foi questionada durante reunião do comitê de acesso a mercados da Organização Mundial do Comércio (OMC). Durante o encontro, representantes de Japão, Austrália, Coreia do Sul, Estados Unidos e União Euro- peia – que abrigam algumas das maiores montadoras do mundo – pediram à delegação brasileiraexplicações sobre a medida. (http://oglobo.globo.com/economia/mat/2011/10/14/paises-exportadores-de-vei- culos-reclamam-na-omc-do-aumento-do-ipi-925586226.asp#ixzz1cQB0V2Hq) Sobre os textos, é correto afirmar que a) ambos expressam medidas protecionistas que visam salvaguardar as indústrias nacionais. b) ambos têm como objetivo criar superávits nas balanças comerciais argentina e brasileira. c) I mostra uma medida protecionista e II é uma retaliação brasileira aos subsídios agrícolas dos países ricos. d) I representa o rompimento dos acordos firmados pelo Mercosul e II é uma medida protecionista do Brasil.