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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia - IFPB Tecnologia das Construções II TECNOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES II Revestimento Cerâmicos de Paredes Professor Cicero Joelson Vieira Silva REVESTIMENTOS DE PAREDES São o “cartão de visitas” de uma obra! É um elemento funcional do edifício com funções bem definidas, Elemento do subsistema de vedação. No entanto, pela sua importância muitas vezes é também conceituado como um “subsistema” ou “sistema”’. Conjunto de camadas que recobre as vedações e a estrutura de um edifício com as funções de complementar as funções da vedação, proteger o edifício contra intempéries e constituir o acabamento final (funções estéticas, de valorização econômica) REVESTIMENTOS DE PAREDES FUNÇÕES DO REVESTIMENTO Auxiliar as vedações a cumprir suas funções: Estanqueidade ao ar e a água; Isolamento térmico e/ou acústico; Proteção contra a ação do fogo; Estética; Valorização econômica; Sanidade, higiene, segurança na utilização... CLASSIFICAÇÃO Quanto ao elemento / ambiente a revestir: Interno / Externo Áreas secas / Áreas molhadas Piso / Parede Quanto ao mecanismo de fixação: Aderidos Fixados por dispositivos (pregos, rebites, etc) Não aderidos Quanto ao material: Cerâmico Pedra Madeira Sintéticos (vinílicos; melamínicos, etc.) REVESTIMENTO CERÂMICO REVESTIMENTO CERÂMICO PRINCIPAIS PROPRIEDADES Durabilidade Excepcional resistência à degradação das placas cerâmicas contra a ação de todos os agentes agressivos ambientais Limpabilidade / Facilidade de higienização Impermeabilidade Não-porosidade das placas cerâmicas Obs.: Cuidado com o sistema! Inalterabilidade da aparência com o tempo Deficiente conforto tátil MATERIAIS CONSTITUINTES Camada de acabamento: Placas cerâmicas Juntas de assentamento (entre placas) • Material – argamassas e pastas para rejunte Juntas de controle • Material – selantes elastoméricos Camada de fixação: Argamassa colante Pasta adesiva (à base de polímeros) Cola de reação (usualmente epóxi) PLACAS CERÂMICAS Ambiente • Internos • Áreas secas • Áreas molhadas • Externos Posicionamento • Horizontal • Pisos • Vertical • Paredes internas • Fachadas PEI Absorção Resistência a manchas CLASSIFICAÇÃO PEI PEI (Porcelain Enamel Institute): Instituto que regulamenta as normas para a classificação da resistência à abrasão da superfície de cerâmicas. O PEI indica uma classificação da superfície da cerâmica com relação à quantidade de trafego que ela pode receber. A classificação vai de 0 a 5. Quanto menor o número, menor é a resistência, e quanto maior, melhor será a capacidade do piso para suportar as intempéries do tempo e de tráfego. CLASSIFICAÇÃO PEI A abrasão ocorre devido ao atrito de calçados, pneus, equipamentos de limpeza e outros utensílios residenciais, especialmente com partículas de sujeira, como areia, pequenas pedras, terra etc. Com o tempo, a superfície da cerâmica sofre um desgaste do esmalte. A vida útil de uma cerâmica vai depender, basicamente, de dois itens: se o modelo adquirido continha um PEI adequado ao local assentado e se há uma higienização com produtos adequados. CLASSIFICAÇÃO PEI 0 • Somente paredes 1 • Banheiros e dormitórios residenciais 2 • Dependências residenciais sem ligação com área externa 3 • Todas as dependências residenciais 4 • Áreas internas de uso comercial / Garagens 5 • Áreas de alto tráfego / Uso público interno e externo CLASSIFICAÇÃO PELA ABSORÇÃO Porcelanatos Baixa absorção (0 a 0,5%) e resistência alta Grês Baixa absorção (0,5 a 3,0%) e resistência alta Semigrês Média absorção (3,0 a 6,0%) e resistência mediana Semiporosas Alta absorção (6,0 a 10,0%) e resistência baixa Porosas Alta absorção (> 10%) e resistência baixa RESISTÊNCIA A MANCHAS (NBR13.818) Classe 1 Impossibilidade de remoção sem danificar a peça Classe 2 Removível por ácido clorídrico,acetona e hidróxido de potássio Classe 3 Removível por produto de limpeza forte Classe 4 Removível com produto delimpeza fraco Classe 5 Facilmente removível com água ARGAMASSA COLANTE Funções: “Colar” a peça cerâmica ao substrato Absorver deformações naturais a que a o sistema de revestimento cerâmico estiver sujeito ARGAMASSA COLANTE Características essenciais: Resistência de aderência a tração • Paredes internas > 0,5 MPa • Paredes externas > 1,0 MPa Tempo em aberto (de abertura) • Mínimo de 15 minutos no local de aplicação e 50 minutos em laboratório (resfriado) Deformação transversal (flexibilidade) • Mínimo: 5 mm de “flecha” e 5N de carga de ruptura ARGAMASSA COLANTE AC-I: Áreas internas AC-II: Áreas externas AC-III: Alta resistência N B R 1 4 .0 8 1 ARGAMASSA DE REJUNTAMENTO Funções: Vedar as juntas entre as peças cerâmicas Permitir a substituição de peças cerâmicas Absorver deformações e evitar tensões excessivas Melhorar a aderência da camada (efeito cunha) Função estética (compensar variações dimensionais das peças) ARGAMASSA DE REJUNTAMENTO Propriedades importantes: Trabalhabilidade Retração (deve ser baixa) Aderência Permeabilidade à água (devem ser estanques) Capacidade de absorver deformações sem fissurar (flexibilidade) Resistência ao manchamento e ao desenvolvimento de fungos/bolor Resistência mecânica REVESTIMENTO CERÂMICO PROCEDIMENTO EXECUTIVO PROCEDIMENTO EXECUTIVO Condições para início do assentamento: Substrato homogêneo e limpo; Alvenaria sem fissuras; Emboço finalizado (sarrafeado ou desempenado com acabamento grosso); 21 dias sobre emboço de argamassa com cal; 14 dias sobre emboço com argamassa industrializada; 3 dias para rejuntamento; SEQUÊNCIA DE EXECUÇÃO 1 – Verificação do nível SEQUÊNCIA DE EXECUÇÃO 2 – Materializar Referências: Verificar os locais onde encontram-se janelas, portas, interruptores, instalações, etc., pois nestes pontos, as placas receberão cortes. Evitar cortes em muito partes visíveis! SEQUÊNCIA DE EXECUÇÃO 3 – Preparo da ArgamassaColante: Em um recipiente, despejar a argamassa colante e misturar com água limpa na proporção indicada. Após a mistura, esperar de 10 a 20 minutos, para que ocorra a reação dos aditivos (retentores de água). SEQUÊNCIA DE EXECUÇÃO 4 – Aplicação da Argamassa Colante: Passar a desempenadeira dentada para formar os sulcos na argamassa já aplicada na parede. SEQUÊNCIA DE EXECUÇÃO 4 – Aplicação da Argamassa Colante: Passar a desempenadeira dentada para formar os sulcos na argamassa já aplicada na parede. Usar a desempenadeira dentada, primeiro do lado liso e depois do dentado. SEQUÊNCIA DE EXECUÇÃO 5 – Assentar as Placas Cerâmicas: Verificar o tempo em aberto na prática Assentar de preferência de baixo para cima, pressionando com as mãos e depois batendo levemente com o martelo de borracha SEQUÊNCIA DE EXECUÇÃO 5.1 – Fiada mestra e guias de prumo SEQUÊNCIA DE EXECUÇÃO 5.2 – Fiadas superiores SEQUÊNCIA DE EXECUÇÃO 5.3 – Fiada abaixo da fiada mestra SEQUÊNCIA DE EXECUÇÃO 6 – Rejuntamento: Após o assentamento, aguardar 3 dias para começar o rejuntamento. Utilizar rejuntes industrializados. SEQUÊNCIA DE EXECUÇÃO 7 – Limpeza: Após o término do rejuntamento, esperar um momento (varia de acordo com o tipo de rejunte), para a limpeza do excesso de rejunte da superfície das placas cerâmicas; Limpar primeiramente com uma esponja úmida e depois com pano seco. PROCEDIMENTO EXECUTIVO Observações importantes: Durante o processo de assentamento, deve-se manter a superfície da placas e as juntas livres de argamassa. Se a placa cerâmica sujar, limpar imediatamente, enquanto a argamassa ainda estiver fresca (recente), de modo a evitar manchas. Deve-se atentarsempre para a presença de juntas ao longo do revestimento cerâmico, para que seja permitida a movimentação. JUNTAS DE CONTROLE Necessária a previsão em projeto de diferentes tipos de juntas: 1 – Juntas de assentamento 3 – Junta de movimentação 2 – Junta estrutural 4 – Junta de união / dessolidação JUNTAS DE CONTROLE Juntas de assentamento: Funções: •Compensar a variação de bitola das placas; •Atender a estética, harmonizando o tamanho das placas e as dimensões do pano; •Oferecer poder de acomodação às movimentações; •Facilitar o perfeito preenchimento; •Facilitar a troca de placas cerâmicas em caso de necessidade de manutenção. JUNTAS DE CONTROLE Juntas de movimentação: São juntas intermediárias, normalmente mais largas que as de assentamento, projetadas para aliviar tensões geradas por movimentações da parede e do próprio revestimento devido às variações de temperatura e umidade ou por deformação lenta do concreto da estrutura revestida. Devem ser aprofundadas até a superfície da parede, preenchidas com materiais deformáveis e vedadas com selantes flexíveis. JUNTAS DE CONTROLE Juntas de movimentação – Normatização: NBR 13755 – Paredes externas e fachadas: •Juntas horizontais a cada 3m ou a cada pé direito; •Juntas verticais a cada 6m. NBR 13754 – Paredes internas: •Juntas horizontais e verticais em paredes com áreas >= 32 m² ou sempre que as dimensões do revestimento >= 8m; •Locais expostos ao sol e/ou umidade: áreas >= 24 m2 ou dimensões >= 6m JUNTAS DE CONTROLE Juntas de dessolidação: Espaço regular cuja função é separar o revestimento para aliviar as tensões provocadas pela movimentação da base ou do próprio revestimento. Recomendação: •Cantos verticais; •Mudanças de direção do plano do revestimento; •Encontro da área revestida com pisos, forros, colunas, vigas ou outros tipos de revestimento; •Mudança de material da estrutura suporte. Exercício 1. Quais são as camadas que compõem o sistema de revestimento cerâmico? 2. Quais são as principais propriedades dos revestimentos cerâmicos? 3. Quais os materiais constituintes da camada de acabamento e camada de fixação? 4. Explique as principais características das placas cerâmicas. 5. Qual a função da argamassa colante. Explique duas características essenciais desse produto. 6. Qual a função da argamassa de rejuntamento? 7. Faça um fluxograma do passo a passo para execução do revestimento cerâmico. 8. Explique os diferentes tipos de juntas vistas na aula.