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ESTÁCIO FAP ROMULO WILLIAMS COSTA Roberto, professor de história e grande entusiasta da cultura local do município Alfa, decide se juntar à ONG História Viva por indicação de seu amigo argentino Garcíaz - que veio ao Brasil para trabalhar por 1 ano. A organização possui como objetivos o incentivo e a preservação do aprendizado histórico e cultural para a população jovem, através de aulas públicas, visitas aos museus e monumentos da cidade, além do fomento à pesquisa. Alguns meses após ter ingressado na ONG, Roberto fica sabendo que a sociedade empresária Super Vias, concessionária do serviço de manutenção de uma estrada municipal, decidiu ampliar suas instalações de apoio, construindo um novo posto no local onde atualmente está um dos monumentos do município: o casarão Alfa, tombado como patrimônio histórico. A ONG entrou em contato com a concessionária para questionar o projeto e o diretor da empresa afirmou que obteve a autorização e licença administrativa com o assessor do prefeito. Preocupado com a possível destruição do monumento histórico da cidade e indignado com a autorização apresentada pela concessionária, Roberto se reúne com com Garcíaz para discutir formas de impedir que a obra seja realizada. Qual é a medida judicial adequada para atender à pretensão de Roberto? Disserte fundamentadamente. BELÉM, PA 2023 PRÁTICA SIMULADA CONSTITUCIONAL Prof. Dr. AUGUSTO CESAR COSTA FERREIRA ALUNO: ROMULO WILLIAMS COSTA Nº 201808198808 DATA: 14/03/2023 1. RESPOSTA A medida judicial adequada para o caso de Roberto é uma Ação Popular, já que ele busca anular um ato administrativo que prejudica o patrimônio histórico e cultural do município. O ato é ilegal e lesivo, indo contra a Lei e colocando em risco um bem jurídico. A ilegalidade do ato está no fato de que o assessor do prefeito não tem a autoridade necessária para emitir licenças e autorizações administrativas desse tipo. Além disso, o ato é lesivo porque pode causar danos ao patrimônio público histórico e cultural. A Ação Popular é prevista na Constituição Federal e regulada pela Lei 4.717/65. Qualquer cidadão pode propor uma ação popular para anular um ato lesivo ao patrimônio público ou a uma entidade em que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. O autor é isento de custas judiciais e ônus da sucumbência, exceto em casos de comprovada má-fé. A lei define patrimônio público como bens e direitos de valor econômico, artístico, estético, histórico ou turístico. Além disso, a Ação Popular é uma ferramenta importante de controle social, pois permite que qualquer cidadão exerça seu direito de fiscalizar o poder público e garantir a proteção do patrimônio público e da moralidade administrativa. No caso em questão, Roberto, como cidadão, está legitimado a propor a Ação Popular, com base na ilegalidade e lesividade do ato administrativo que autoriza a construção do prédio na área histórica da cidade. Caso a ação seja julgada procedente, o ato administrativo será anulado e a construção do prédio não poderá ser realizada na área em questão. Além disso, a decisão judicial pode servir como um precedente importante para evitar futuras construções que possam prejudicar o patrimônio histórico e cultural do município. Por fim, é importante ressaltar que a Ação Popular não implica em ônus financeiro para o autor, a não ser em casos de comprovada má-fé. Portanto, trata-se de uma ferramenta acessível e efetiva para proteção do patrimônio público.