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SEGURANÇA DO 
TRABALHO E SAÚDE 
OCUPACIONAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Diferenciar os programas de saúde e segurança ocupacional.
 > Indicar a necessidade de realização dos programas.
 > Identificar os itens que devem conter os programas de saúde e segurança 
ocupacional.
Introdução
No ambiente de trabalho, o trabalhador pode estar exposto a diferentes fatores 
que oferecem riscos à sua saúde e segurança. Sendo assim, é preciso adotar 
medidas de prevenção e controle para eliminar ou mitigar esses riscos e tornar 
o ambiente de trabalho seguro e salubre para todos.
As normas regulamentadoras (NRs) fornecem orientações para a identificação dos 
diversos riscos existentes no ambiente de trabalho e propõem medidas adequadas 
para preveni-los e controlá-los. Além disso, elas determinam os requisitos que devem 
ser adotadas para a elaboração dos programas de saúde e segurança ocupacional.
Neste capítulo, você vai conhecer os objetivos do Programa de Gerenciamento 
de Riscos (PGR) e a classificação dos riscos existentes no ambiente de trabalho. 
Você também poderá refletir sobre a importância dos programas de saúde e 
segurança ocupacional, bem como identificar os requisitos para a implantação 
de programas dessa natureza.
Programas de 
saúde e segurança 
ocupacional
Jocieli Francisco da Silva
Promoção de saúde e segurança 
ocupacional
A área de segurança do trabalho tem como objetivo proteger o trabalhador 
no ambiente onde atua, cabendo a ela propor medidas que busquem reduzir 
a ocorrência de acidentes e doenças ocupacionais. Os acidentes de trabalho 
e as doenças ocupacionais somam percentuais gigantescos. Dados apresen-
tados pelo Observatório de Saúde e Segurança do Trabalho (SmartLab) e pelo 
Ministério Público do Trabalho (MPT) apontam que, só no ano de 2021, o Brasil 
registrou 2,5 mil óbitos e 571,8 mil comunicações de acidente de trabalho 
(CATs). Esses dados representam um acréscimo de 30% em relação a 2020. 
Entre os anos de 2012 e 2021, registraram-se 22,9 mil mortes e 6,2 milhões de 
CATs no Brasil (GARCIA, 2022).
As doenças e os acidentes de trabalho são eventos muito críticos e repre-
sentam uma grande perda para trabalhadores, empresas e serviços de saúde. 
Para reduzir esses percentuais, as empresas devem implantar programas de 
intervenção baseados na política do treinamento e vigilância, como forma 
de reduzir os acidentes e as doenças e promover a saúde e a integridade no 
ambiente de trabalho. No Brasil, além da regulamentação e das normas de 
saúde e segurança, são utilizados treinamentos, capacitações, inspeções e 
penalidades visando a garantir a aplicação de práticas de saúde e segurança 
no trabalho (CHAVES et al., 2009).
As NRs são disposições complementares da Consolidação das Leis do 
Trabalho (CLT). Elas foram propostas em 1978 e, desde então, vêm passando 
por adaptações regulares que objetivam prevenir as doenças e os acidentes 
no ambiente de trabalho. Elas estabelecem as obrigações, os direitos e os 
deveres que devem ser cumpridos pelos trabalhadores e pelas empresas, 
buscando garantir um ambiente de trabalho seguro e saudável e, assim, 
prevenir a ocorrência de acidentes e doenças do trabalho. As NRs são de 
observância obrigatória por todas as organizações e servem como referência 
para o desenvolvimento das atividades laborais com segurança em diversos 
setores (BRASIL, 2020a).
No conjunto das NRs, há orientações para o desenvolvimento do plano 
de gerenciamento de riscos ocupacionais. Para desenvolver esse plano, é 
necessário compreender e classificar tais riscos. Estes podem ser classifi-
cados em cinco grupos, conforme mostra o Quadro 1, que também apresenta 
exemplos de riscos ocupacionais.
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Programas de saúde e segurança ocupacional 3
Para eliminar ou minimizar os riscos existentes, a organização deve implan-
tar um PGR. Este tem como objetivos identificar os riscos e suas consequências; 
avaliar os riscos ocupacionais e classificá-los adequadamente; definir e 
implantar as medidas de prevenção de acordo com a classificação de risco; 
e acompanhar o controle dos riscos (BRASIL, 2020a).
O PGR é composto das etapas de:
 � identificação dos riscos existentes;
 � avaliação desses riscos;
 � controle dos riscos;
 � medidas de prevenção e controle.
A etapa de identificação dos riscos compreende a identificação dos pe-
rigos existentes no ambiente de trabalho. É necessário realizar a descrição 
dos perigos e de suas consequências, identificar as fontes ou circunstâncias 
que geram o risco e identificar o grupo de trabalhadores expostos a esses 
riscos (BRASIL, 2020a).
Na etapa de avaliação do risco, é preciso classificar esse risco e identificar 
a probabilidade de sua ocorrência, por meio do uso de técnicas adequadas. 
A avaliação dos riscos é uma atividade contínua (BRASIL, 2020a).
A fase de controle dos riscos contempla as ações a serem tomadas para 
eliminar o risco ou minimizar seu impacto. Quando não é possível eliminar 
os ricos do ambiente de trabalho, devem ser adotadas medidas de prote-
ção coletiva. Quando comprovada a inviabilidade na adoção de medidas de 
proteção coletiva, devem-se adotar medidas administrativas ou o uso de 
equipamentos de proteção individual (EPIs) (BRASIL, 2020a).
A organização deve adotar um plano de ação com a descrição das medidas 
de proteção a serem implementadas. O desempenho desse plano de ação deve 
ser monitorado de forma planejada, a fim de verificar a execução das ações 
definidas, as inspeções dos equipamentos e das áreas e o monitoramento 
do ambiente em relação aos agentes nocivos (BRASIL, 2020a).
Para promover a saúde e a segurança no trabalho, as organizações devem 
oferecer treinamentos e capacitação. A capacitação deve incluir (BRASIL, 
2020a):
 � treinamento inicial, que deve ocorrer antes do início das atividades 
do trabalhador;
 � treinamento periódico, que deve ocorrer com periodicidade estabe-
lecida pelas NRs;
Programas de saúde e segurança ocupacional4
 � treinamento eventual, que deverá ocorrer quando houver mudança 
nos riscos a que o trabalhador está exposto, acidente grave ou fatal 
ou retorno às atividades com afastamento superior a 180 dias.
As organizações devem elaborar um mapade riscos, uma repre-
sentação gráfica que indique como os trabalhadores enxergam os 
riscos no ambiente de trabalho. Ele deve ser simples e objetivo, de modo que 
possa ser interpretado por qualquer pessoa, independentemente de seu nível 
de conhecimento técnico (BARSANO; BARBOSA, 2014).
Dentre os objetivos do mapa de risco, Barsano e Barbosa (2014) destacam 
os seguintes:
 � reunir as informações necessárias para que possa ser estabelecido um diag-
nóstico da situação atual do local de trabalho;
 � possibilitar a participação de todos em sua elaboração, para que haja troca 
de informações e estímulo para cooperação.
Mais do que simplesmente observar as normas de segurança e obedecer 
a elas, as organizações precisam desenvolver o diálogo de segurança. Esse 
diálogo deve visar à criação, ao desenvolvimento e à manutenção de atitudes 
que promovam a saúde e a integridade mediante a conscientização de todos 
os empregados sobre a importância de um ambiente de trabalho salubre 
(ORTIZ; BIROLLI, 2009).
Importância dos programas de saúde e 
segurança
Sempre que houver no ambiente de trabalho a presença de riscos químicos, 
físicos ou biológicos, será necessário que estes estejam especificados no PGR 
e que a organização verifique quais são os requisitos para que seja realizada 
a avaliação das exposições ocupacionais a tais riscos (BRASIL, 2020b).
A identificação da exposição aos riscos deve (BRASIL, 2020b):
 � descrever as atividades exercidas;
 � identificar o agente e as formas de exposição;
 � identificar as possíveis lesões ou agravos à saúde em virtude dos 
riscos existentes;
 � determinar os fatores de exposição;
Programas de saúde e segurança ocupacional 5
 � propor as medidas de prevenção;
 � identificar os grupos de trabalhadores expostos.
Em relação a vibrações e ruídos, as NRs estabelecem algumas orientações, 
apresentadas a seguir, que devem ser adotadas como medidas de prevenção 
e controle que ajudam a reduzir ou eliminar esses riscos (BRASIL, 2020b).
 � Vibrações:
 ■ avaliar periodicamente a exposição dos trabalhadores;
 ■ orientar os trabalhadores sobre os riscos a que eles estão expostos 
em virtude das vibrações de máquinas e equipamentos;
 ■ realizar a vigilância da saúde dos trabalhadores;
 ■ adotar métodos de trabalho que permitam reduzir a exposição às 
vibrações.
 � Calor:
 ■ disponibilizar água potável;
 ■ programar trabalhos mais pesados em horários de temperatura 
mais amena;
 ■ fornecer vestimentas adequadas;
 ■ adaptar os locais de trabalho;
 ■ utilizar barreiras de calor;
 ■ adequar o sistema de ventilação.
Os riscos físicos, químicos e biológicos estão presentes em diversos am-
bientes, havendo casos em que os três riscos podem estar presentes no 
mesmo ambiente. Como exemplo, pensemos em uma empresa de grande 
porte, onde há uma cozinha industrial. Os trabalhadores que estão nesse 
ambiente podem estar expostos a riscos físicos (p. ex.: calor, vibrações, 
ruído, iluminação inadequada e máquinas sem proteção), riscos químicos 
(p. ex.: produtos químicos usados na limpeza e higienização do ambiente e 
a presença de gases) e riscos biológicos (p. ex.: fungos, bolores, insetos e 
ratos que podem estar presentes nesse ambiente). Nesse caso, as medidas 
de prevenção e controle devem contemplar todos esses riscos, uma vez que 
eles devem ser identificados no PGR.
Nas NRs, há diretrizes para a implantação de medidas de controle e sis-
temas preventivos de segurança nos processos, nas condições de trabalho 
Programas de saúde e segurança ocupacional6
e no ambiente de trabalho para organizações da área da construção. Nesse 
tipo de organização, são obrigatórias a elaboração e a implementação do PGR 
nos canteiros de obras. O PGR deve ser atualizado de acordo com o estado 
atual do canteiro de obras, além de contemplar todos os riscos do ambiente 
de trabalho e conter os seguintes documentos (BRASIL, 2021):
 � o projeto da área de vivência do canteiro de obras;
 � o projeto elétrico das instalações;
 � o projeto que evidencia os sistemas de proteção coletiva utilizados 
nesse ambiente;
 � o projeto que descreve os sistemas de proteção individual contra 
quedas;
 � a relação dos EPIs e suas respectivas especificações técnicas.
Algumas medidas devem ser adotadas nesse ambiente de construção 
civil. No espaço de vivência, é necessário observar os itens existentes e a 
maneira como esse espaço deve ser projetado para garantir o mínimo de 
conforto aos trabalhadores. Há também requisitos para o projeto das insta-
lações elétricas, de modo que elas sejam seguras e minimizem os riscos no 
ambiente. Ademais, as máquinas e os equipamentos utilizados devem ser 
seguros e dotados de sistemas de proteção, além de haver orientações para 
a instalação e o funcionamento de escadas, elevadores, rampas e passarelas. 
Ainda, é necessário adotar medidas de prevenção contra quedas. 
Os trabalhadores que atuam na área da construção devem obrigato-
riamente realizar capacitações, sendo necessário que estas atendam aos 
seguintes pontos (BRASIL, 2021):
 � a carga horária, a periodicidade e o conteúdo da capacitação devem 
estar alinhados ao que estabelece as NRs;
 � a capacitação que envolve máquinas e equipamentos deve ser realizada 
com o equipamento que será utilizado;
 � o treinamento básico em segurança do trabalho deve ser presencial;
 � os treinamentos devem ser realizados em locais apropriados e que 
garantam segurança e conforto a todos;
 � os treinamentos devem contar com um sistema de avaliação para medir 
o conhecimento adquirido pelo trabalhador.
Programas de saúde e segurança ocupacional 7
Todos os trabalhadores que estiverem em áreas de movimentação de 
veículos e cargas deverão obrigatoriamente utilizar vestimentas de alta 
visibilidade. Essas vestimentas devem cobrir o tórax e as costas, podendo 
ser em forma de coletes, camisas, macacões, etc. (BRASIL, 2021).
Os canteiros de obra devem ter equipamentos de sinalização de segurança, 
cujos objetivos são (BRASIL, 2021):
 � identificar os locais de apoio existentes na área;
 � indicar onde estão as saídas de emergência;
 � avisar os trabalhadores sobre os riscos existentes (p. ex.: queda de 
materiais, queda de pessoas e choque elétrico);
 � alertar sobre a obrigatoriedade do uso correto do EPI;
 � identificar qual é a área de isolamento em que não deve haver movi-
mentação de pessoas e transporte de materiais;
 � identificar os acessos de veículos e equipamentos;
 � identificar os locais onde estão presentes as substâncias tóxicas, 
inflamáveis, explosivas, corrosivas e radioativas.
É necessário observar alguns parâmetros para a prevenção contra in-
cêndios nesses locais. Dentre eles, destacam-se os seguintes (BRASIL, 2021):
 � todo canteiro de obras deve ter medidas de prevenção contra incêndio 
de acordo com o estabelecido pela legislação vigente;
 � as saídas e os locais de passagem devem ser equipados com placas 
ou sinais luminosos indicando a direção da saída;
 � todos os trabalhadores devem ser informados sobre os equipamentos 
de combate a incêndio existentes e seus respectivos locais, sobre os 
dispositivos de alarme e sobre os procedimentos para evacuação das 
áreas com segurança;
 � o canteiro de obras deve estar organizado, limpo e com as vias de pas-
sagem desobstruídas, de modo a não impedir a circulação das pessoas;
 � é proibido armazenar resíduos em locais inadequados, assim como 
realizar a queima desses resíduos.
Programas de saúde e segurança ocupacional8
A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) tem como 
objetivo auxiliar na prevenção de acidentes e doenças ocupacionais, 
promovendo a saúde no ambiente de trabalho. A CIPA acompanha o processo 
de identificação e avaliação dos riscos e as medidas de prevenção e controle 
propostas pela organização; auxilia no desenvolvimento do mapa de riscos; 
vistoria os ambientes e as condições de trabalho, buscando identificar situações 
de risco; elabora e acompanha o plano de ação da área de segurança; participano desenvolvimento e na implementação de programas de saúde no trabalho; 
acompanha a análise dos acidentes e das doenças relacionadas ao trabalho; 
confere os documentos da área de segurança; propõe a análise das medidas 
de prevenção e controle das situações de risco; e promove capacitações e 
treinamentos sobre segurança do trabalho.
Como desenvolver um programa de saúde e 
segurança
O Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) deve ser 
desenvolvido de acordo com os riscos existentes no ambiente de trabalho 
identificados no PGR. Este será elaborado e atualizado periodicamente pelo 
médico do trabalho (BRASIL, 2022).
O PCMSO deve avaliar o estado de saúde dos empregados que desempe-
nham atividades críticas, considerando os riscos envolvidos em cada situação 
e realizando a investigação das doenças que os trabalhadores possam adquirir 
em virtude dos riscos a que estão expostos. O PCMSO deve conter o planeja-
mento de exames médicos clínicos e complementares quando necessários. A 
definição de quais são os exames a serem realizados pelos trabalhadores leva 
em consideração os riscos ocupacionais identificados no ambiente de trabalho. 
São obrigatórios no PCMSO os exames admissional, periódico, de retorno ao 
trabalho, de mudança de riscos ocupacionais e demissional. Já os exames 
complementares serão definidos pelo médico responsável (BRASIL, 2022).
Veja a seguir as principais informações sobre esses exames (BRASIL, 2022).
 � Exame admissional: realizado antes de o trabalhador assumir suas 
atividades. O tipo de exame a ser realizado será definido de acordo 
com os riscos existentes no local onde o empregado vai atuar.
 � Exame periódico: realizado uma vez ao ano ou em intervalos menores. 
Deverão fazer esse exame empregados expostos a riscos ocupacionais 
identificados e classificados no PGR, bem como portadores de doenças 
Programas de saúde e segurança ocupacional 9
crônicas. Há períodos específicos definidos no anexo IV da NR 07 para 
empregados expostos a condições hiperbáricas. Para os demais em-
pregados, esse tipo de exame deverá ser realizado a cada dois anos.
 � Exame de retorno ao trabalho: deve ser realizado antes que o em-
pregado reassuma suas funções, quando ausente por período igual 
ou superior a 30 dias por motivo de doença ou acidente, de natureza 
ocupacional ou não.
 � Exame de mudança de riscos ocupacionais: de caráter obrigatório, 
deve ser realizado antes da data de mudança para a nova ocupação, 
adequando-se o controle médico aos novos riscos a que o trabalhador 
está exposto.
 � Exame demissional: exame clínico que deve ser realizado em até 10 
dias após o término do contrato. Esse exame pode ser dispensado caso 
o trabalhador tenha realizado algum dos outros exames há menos 
de 135 dias (empresa com graus de risco 1 e 2) e há menos de 90 dias 
(empresa com graus de risco 3 e 4).
 � Exames complementares: realizados quando o levantamento preliminar 
do PGR indicar a necessidade de medidas de prevenção imediatas — 
quando houver exposições aos riscos acima dos níveis de ação determi-
nados na NR 09, ou se for indicado pela classificação de riscos do PGR.
Sempre que o empregado realizar um exame clínico ocupacional, o médico 
deverá emitir um atestado de saúde ocupacional (ASO) para o empregado 
(BRASIL, 2022).
O médico responsável pelo PCMSO deve manter os exames realizados 
pelos trabalhadores em um arquivo individual por, no mínimo, 20 anos após 
seu desligamento. O médico do PCMSO deve realizar relatório analítico do 
programa, em que incluirá as seguintes informações (BRASIL, 2022):
 � o número de exames clínicos realizados;
 � o número e os tipos de exames complementares que devem ser 
realizados;
 � a estatística sobre resultados anormais dos exames complementares, 
categorizados por setor, unidade operacional ou função desempenhada 
e por categoria de exame;
 � a incidência e a prevalência de doenças, categorizadas por setor, uni-
dade operacional ou função;
 � informações sobre o número, os tipos de eventos e as doenças infor-
madas nas CAT;
Programas de saúde e segurança ocupacional10
 � a análise comparativa do relatório atual com o relatório anterior e 
discussão sobre os resultados.
Exames complementares
Os exames complementares são obrigatórios quando o trabalhador está ex-
posto a algum tipo de risco acima do limite de tolerância previsto nas normas. 
Nesses casos, o médico do trabalho solicitará os exames adequados levando 
em consideração os riscos evidenciados no PGR (BRASIL, 2022).
Se os exames complementares indicarem alguma alteração ou agravo na 
saúde do empregado, a organização deverá:
 � emitir a CAT;
 � afastar o empregado do risco a que está exposto ou afastá-lo do seu 
trabalho se necessário;
 � encaminhar o empregado à Previdência Social, quando o afastamento 
for superior a 15 dias;
 � reavaliar os riscos ocupacionais existentes e as medidas de prevenção 
adotadas no PGR.
Quando o PGR apontar que há presença de agentes químicos e biológicos 
no ambiente de trabalho, devem ser realizados exames específicos para 
monitorar a exposição ocupacional dos trabalhadores a tais agentes. Nesse 
caso, o médico responsável pelo PCMSO deve considerar as orientações 
existentes nas NRs para a definição dos exames adequados para monitorar 
a saúde dos empregados que atuam nesse local (BRASIL, 2022).
No caso de exposição a níveis de pressão sonora elevados, os empregados 
que atuarem em locais onde os níveis de pressão sonora estejam acima dos 
limites de tolerância devem realizar exames audiométricos de referência 
e sequenciais. O exame audiométrico deve ser realizado no momento da 
admissão, anualmente e na demissão. Essa periodicidade pode ser alterada 
pelo médico responsável pelo PCMSO (BRASIL, 2022).
Os trabalhadores expostos a poeiras minerais e que utilizam equipamentos 
de proteção respiratória devem realizar radiografias de tórax e espirometrias. 
Os exames de raio X de tórax devem ser realizados a cada três anos por 
trabalhadores expostos por até 12 anos, a cada dois anos por trabalhadores 
expostos por 12 a 20 anos, e anualmente por trabalhadores expostos por 
mais de 20 anos. Os exames de espirometria devem ser realizados no exame 
admissional e a cada dois anos (BRASIL, 2022).
Programas de saúde e segurança ocupacional 11
Quando é exposto a pressões hiperbáricas, o trabalhador deve realizar 
exames complementares em períodos específicos (BRASIL, 2022):
 � radiografia de tórax — admissional e anual;
 � eletrocardiograma — admissional e anual;
 � hemograma completo — admissional e anual;
 � grupo sanguíneo e fator RH — apenas admissional;
 � dosagem de glicose sanguínea — admissional e anual;
 � radiografia bilateral das articulações escapuloumerais, coxofemorais 
e de joelhos — admissional e bienal;
 � audiometria — admissional, seis meses após o início da atividade e, 
depois, anualmente;
 � eletroencefalograma — apenas admissional;
 � espirometria — admissional e bienal.
O PCMSO será realizado de acordo com os riscos existentes no ambiente 
de trabalho e deve ser reavaliado constantemente. Sempre que houver mu-
dança no PGR, o PCMSO deverá ser atualizado. Além disso, sempre que for 
identificada alguma alteração na saúde do empregado, o PGR deverá ser 
reavaliado, buscando-se identificar a causa dessa alteração e uma forma 
de solução para o problema.
Silva e Santos (2014) realizaram uma auditoria interna em 23 empresas 
subcontratadas da área de construção civil com o objetivo de ana-
lisar a qualidade dos PCMSOs dessas empresas e a qualidade das informações 
constantes nos ASOs. O estudo analisou 23 PCMSOs e 519 ASOs. As empresas 
analisadas estavam classificadas em diferentes graus de risco e tinham entre 
10 e 400 funcionários. Todas as empresas contavam com PCMSO e Programa de 
Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA).
Os dados foram coletados por meio de questionários, a partir dos quais foram 
realizadas análises que buscaram identificar incoerências e não conformidades 
entrePCMSO e PPRA, bem como as coerências entre os riscos existentes e 
os procedimentos médicos adotados. Além disso, foram analisadas as ações 
propostas e as informações do ASO.
A pesquisa apontou que:
 � 60,9% das empresas estudadas não tinham coerência entre os riscos ocupa-
cionais existentes e os exames complementares recomendados nos PCMSOs;
 � 26,1% delas não apresentaram cronograma de ações a serem realizadas;
 � 52,2% não efetuaram avaliação anual do seu PCMSO;
 � 56,6% das empresas não apresentaram o relatório anual para a CIPA;
Programas de saúde e segurança ocupacional12
 � 45,5% delas não informaram as alterações das audiometrias de seus 
colaboradores;
 � 39,1% dos PCMSOs analisados não mencionavam a necessidade da audiometria 
após seis meses da admissão;
 � os procedimentos médicos descritos nos PCMSOs não eram iguais aos des-
critos no ASO.
Embora conheçam a importância dos programas de saúde e segurança no 
trabalho, todas as empresas estudadas por Silva e Santos (2014) apresentaram 
algum tipo de incoerência em seu PCMSO, e 68% dos ASOs apresentaram algum 
tipo de não conformidade, evidenciando a falta de qualidade na elaboração dos 
documentos. Para as autoras do estudo, é necessário que os médicos estejam 
mais preparados e conheçam de forma mais profunda as legislações de trabalho 
para elaborarem PCMSOs e ASOs com qualidade. Eles devem interagir com 
diversas áreas, principalmente as áreas de segurança e meio ambiente para 
conhecer todos os riscos e propor as medidas adequadas.
Todas as ações de saúde e segurança no trabalho são essenciais. As NRs 
auxiliam na proposição de requisitos e orientações de como identificar, ana-
lisar e tratar riscos ambientais e como desenvolver um programa de saúde 
ocupacional que garanta a prevenção e o controle das doenças do trabalho. 
Porém, é importante destacar que a promoção da saúde no trabalho depende 
muito mais do engajamento dos empregados e dos empregadores do que 
das leis existentes.
Neste capítulo, foram apresentados as orientações e os requisitos em 
relação ao PGR e ao PCMSO. Ambos os programas têm como objetivo pro-
mover um ambiente de trabalho seguro e salubre e devem ser considerados 
por todas as organizações brasileiras. A promoção da saúde e da segurança 
no trabalho deve ser uma atividade contínua e buscar o engajamento de 
todos. É fundamental conhecer as orientações existentes nos programas de 
saúde e segurança ocupacional e implantá-los corretamente para atender às 
legislações vigentes e, principalmente, para tornar o ambiente de trabalho 
um lugar seguro para todos.
Referências
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inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-18-atuali-
zada-2020-1.pdf. Acesso em:24 set. 2022.
Programas de saúde e segurança ocupacional 13
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Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/or-
gaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/
normas-regulamentadoras/nr-09-atualizada-2021-com-anexos-vibra-e-calor.pdf. 
Acesso em: 24 set. 2022.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência. NR 7 - Programa de Controle Médico 
de Saúde Ocupacional - PCMSO. Brasília: MT, 2022. Disponível em: https://www.gov.
br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-
-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/
nr-07-atualizada-2022.pdf. Acesso em: 24 set. 2022.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência. NR 1 - Disposições Gerais e Gerencia-
mento de Riscos Ocupacionais. Brasília: MT, 2020a. Disponível em: https://www.gov.
br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-
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GARCIA, S. C. Abril Verde: Brasil registrou crescimento de 30% em óbitos e acidentes de 
trabalho em 2021 na comparação com o ano anterior. Tribunal Regional do Trabalho da 
4ª Região, 1 maio 2022. Disponível em: https://www.trt4.jus.br/portais/trt4/modulos/
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ORTIZ, E.; BIROLLI, S. L. O acidente do trabalho e as responsabilidades do empregador. 
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SILVA, E. S. N.; SANTOS, T. F. V. Análise dos padrões técnicos de Programas de Controle 
Médico de Saúde Ocupacional e Atestados de Saúde Ocupacional por meio de auditoria 
interna. Revista Brasileira de Medicina do Trabalho, v. 12, n. 2, p. 50-6, 2014. Disponível em: 
https://cdn.publisher.gn1.link/rbmt.org.br/pdf/v12n2a01.pdf. Acesso em: 24 set. 2022.
Leituras recomendadas
CAMISASSA, M. Q. Segurança e saúde no trabalho: NRs 1 a 37 comentadas e descom-
plicadas. 7. ed. São Paulo: Método, 2021. 
PAOLESCHI, B. CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes: guia prático de 
segurança do trabalho. São Paulo: Érica, 2009.
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