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Prévia do material em texto

Geologia 
Adalberto Scortegagna
2017
Curitiba-PR
Geologia 
Adalberto Scortegagna
1ª edição atualizada
Catalogação na fonte pela Biblioteca do Instituto Federal do Paraná
Atribuição - Não Comercial - Compartilha Igual
INSTITUTO FEDERAL DO PARANÁ – EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Este Caderno foi elaborado pelo Instituto Federal do Paraná para a rede e-Tec Brasil.
Presidência da República Federativa do Brasil
Ministério da Educação
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
Odacir Antonio Zanatta
Reitor pro tempore
Marcos Paulo Rosa
Chefe de Gabinete
Sérgio Garcia dos Martires
Pró-Reitor de Ensino
Carlos Alberto de Ávila
Pró-Reitor de Administração 
Marcelo Estevam
Pró-Reitor de Extensão, Pesquisa e 
Inovação 
Eliane Aparecida Mesquita
Pró-Reitor de Gestão de Pessoas 
Marcos Antonio Barbosa
Diretor Geral de Educação a Distância
Kriscie Kriscianne Venturi
Diretor de Ensino e Desenvolvimento de 
Recursos Educacionais
Gisleine Bovolim
Diretora de Planejamento e Administração
Vania Carla Camargo
Coordenadora de Ensino dos Cursos 
Técnicos
Gustavo Luis Lopes Silveira
Coordenador do Curso
Lucilene Fátima Baldissera
Coordenadora de Design Educacional
Kenedy Rufino
Lídia Emi Ogura Fujikawa
Designer Educacional
Lídia Emi Ogura Fujikawa
Wanderlane Gurgel do Amaral
Designer Instrucional
Fabíola Penso 
Viviane Motim
Diagramação
Paulo Pesinato
Talita Inaba
Revisão ortográfica
Madrine Perussi
Iconografia
Yuki Sabanay
Ilustração
Ester dos Santos Oliveira
Lídia Emi Ogura Fujikawa
Projeto Instrucional
Diego Windmoller
Projeto Gráfico
Apresentação e-Tec Brasil
Prezado estudante,
Bem-vindo à Rede e-Tec Brasil!
Você faz parte de uma rede nacional de ensino, que por sua vez constitui uma das ações 
do Pronatec - Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego. O Pronatec, 
instituído pela Lei nº 12.513/2011, tem como objetivo principal expandir, interiorizar e 
democratizar a oferta de cursos de Educação Profissional e Tecnológica (EPT) para a po-
pulação brasileira, propiciando um caminho de acesso mais rápido ao emprego.
É neste âmbito que as ações da Rede e-Tec Brasil promovem a parceria entre a Secretaria de 
Educação Profissional e Tecnológica (SETEC) e as instâncias promotoras de ensino técnico 
como os Institutos Federais, as Secretarias de Educação dos Estados, as Universidades, as 
Escolas e Colégios Tecnológicos e o Sistema S.
Assim, a Educação a Distância no nosso país, de dimensões continentais e grande 
diversidade regional e cultural, longe de distanciar, aproxima as pessoas ao garantir 
acesso à educação de qualidade, e promover o fortalecimento da formação de jovens 
moradores de regiões distantes, geograficamente ou economicamente, dos grandes 
centros.
A Rede e-Tec Brasil leva diversos cursos técnicos a todas as regiões do país, incentivando 
os estudantes a concluir o Ensino Médio e realizar uma formação e atualização contínuas. 
Os cursos são ofertados pelas instituições de educação profissional e o atendimento ao 
estudante é realizado tanto nas sedes das instituições quanto em suas unidades remotas, 
os polos. 
Os parceiros da Rede e-Tec Brasil acreditam em uma educação profissional qualificada – 
integradora do ensino médio e educação técnica, sendo capaz de promover o cidadão 
com capacidades para produzir, mas também com autonomia diante das diferentes 
dimensões da realidade: cultural, social, familiar, esportiva, política e ética.
Nós acreditamos em você!
Desejamos sucesso na sua formação profissional!
Ministério da Educação
Março de 2016
Nosso contato
etecbrasil@mec.gov.br
Indicação de ícones
Os ícones são elementos gráficos utilizados para ampliar as formas de 
linguagem e facilitar a organização e a leitura hipertextual.
Fique atento!
Indica o ponto de maior relevância no texto.
Pesquise!
Orienta ao estudante que desenvolva atividades de pesquisa, 
que complementem seus estudos em diferentes mídias: vídeos, 
filmes, jornais, livros e outras.
Glossário
Indica a definição de um termo, palavra ou expressão utilizada 
no texto.
Você sabia? 
Oferece novas informações que enriquecem o assunto ou 
“curiosidades” e notícias recentes relacionadas ao tema 
estudado.
Pratique!
Apresenta atividades em diferentes níveis de aprendizagem para 
que o estudante possa realizá-las e conferir o seu domínio do 
tema estudado. 
Design do componente
Unidade
Unidade
Unidade
Unidade
1
3
5
2
A importância da geologia para o 
técnico em meio ambiente
Como podemos definir a ciência chamada Geologia?
A Legislação ambiental ligada aos aspectos geológicos
Os minerais e as rochas
Minerais
Propriedades físicas dos minerais
Propriedades químicas dos minerais
Rochas
A exploração dos recursos minerais e as alte-
rações provocadas no meio ambiente
Deposição de rejeitos e resíduos tóxicos
Utilização de explosivos
Britagem e/ou moagem do material
Desmatamento e remoção de materiais
A dinâmica do planeta terra
Origem do Planeta
As esferas terrestres
Estrutura interna da terra
O tempo geológico
A Teoria da Tectônica de Placas
13
14
16
31
32
33
33
35
49
50
50
51
51
19
20
22
22
24
27
Unidade
4
A utilização dos recursos 
minerais pela sociedade
Os recursos minerais
Os recursos energéticos de origem fóssil
41
42
44
Unidade
Unidade
Unidade
Unidade
8
10
7
9
A água e o vento como agentes geológicos
O Ciclo Hidrológico
Os rios
Bacias Hidrográficas
As águas subterrâneas: origem, utilização e riscos de contaminação
O aquífero Guarani
Solos: erosão, prevenção, controle e correção
Erosão
Fatores limitantes ao uso do solo
Técnicas de conservação do solo
Riscos geológicos urbanos e rurais
Principais acidentes geológicos
Inundações
Afundamentoscársticos 
(regiões de rochas calcárias com cavernas subterrâneas)
Movimentos de Massa
Erosão
Poluição das águas de superfície e subterrâneas 
Movimentos de massa – 
deslizamentos de encostas
O que são movimentos de massa?
Classificação dos movimentos de massa
Movimento rápido do solo
77
78
79
80
82
83
55
66
67
68
93
94
95
95
96
97
98
71
72
74
74
Unidade
6
Intemperismo e solos
As rochas se transformam em solo
Solos
Elementos de um solo
Classificação dos solos
Fatores de formação dos solos
Características químicas do solo
Princiáis características químicas do solo
Caracterização física do solo
Caracterização morfológica de um solo
53
54
56
57
58
59
59
60
60
60
Palavra do autor
Caro estudante
A sociedade contemporânea vive um grande dilema que é a busca de um crescimento 
econômico e social sustentável. Milhões de pessoas no mundo todo vivem à margem da 
sociedade, sem acesso mínimo à moradia, higiene e saúde. Outros tantos vivem em um 
mundo onde não há limites, nem preocupações com o meio ambiente onde vivem. O 
crescimento sustentável passa por uma mudança de paradigma, isto é, uma mudança na 
forma como a sociedade enxerga a natureza e a relação que podemos ter com o meio 
ambiente que nos envolve.
Nesse contexto, o papel de profissionais na área de meio ambiente surge como um 
elemento fundamental na busca dessa sociedade sustentável. A disciplina de Geologia 
Ambiental vem ao encontro de uma formação mais consistente, pois lhe propiciará fun-
damentação teórica e prática, proporcionando-lhe um cabedal de informações que lhe 
permitirão agir com maior segurança nessa caminhada que se inicia.
Espero que você aproveite bastante o curso. Um abraço
Adalberto Scortegagna
A disciplina de Geologia Ambiental tem como objetivo proporcionar um conhecimento 
referente a dinâmica da natureza e suas relações com as atividades humanas.
Nesse contexto, você irá se deparar com temas relevantes dessa ciência.
Na unidade 1, você estudará a importância da geologia para o Técnico em Meio Ambien-
te, em especial, a legislação ambiental ligada aos aspectos geológicos. 
Na unidade 2, poderemos perceber a dinâmica do planeta Terra, desde sua origem até o 
seu principal paradigma: a Tectônica de Placas, teoria que explica a origem dos terremo-
tos e atividades vulcânicas.Na unidade 3, estudaremos os minerais e as rochas, suas principais propriedades e ca-
racterísticas.
Na unidade 4, o enfoque será dado à utilização dos recursos minerais pela sociedade, em 
especial, os recursos energéticos. 
Na unidade 5, poderemos constatar a exploração dos recursos minerais e as alterações 
provocadas no meio ambiente.
Na unidade 6, você entrará em contato com o processo que desagrega e altera as ro-
chas, transformando-as em solo. Nessa unidade estudaremos diversos aspectos ligados 
ao solo.
Na unidade 7, entraremos em contato com os problemas decorrentes do mau uso do 
solo pela sociedade, além das técnicas de prevenção, controle e correção.
Na unidade 8, estudaremos os movimentos de massa, desastre que provoca dezenas de 
vítimas no Brasil todos os anos.
Apresentação do componente 
curricular
Na unidade 9, você entrará em contato com os principais aspectos da água e do vento, 
importantes agentes geológicos.
Por fim, na unidade 10, estudaremos os riscos geológicos urbanos e rurais e suas princi-
pais características.
Em suma, a disciplina de Geologia Ambiental lhe proporcionará um conhecimento ímpar 
da dinâmica do planeta Terra e as ações humanas que interferem nesse processo natu-
ral, ocasionando, muitas vezes, desastres ambientais. É nesse contexto, que o papel do 
Técnico Ambiental é fundamental para compreender essa dinâmica e interferir nesse 
processo, de forma a evitar, alertar e minimizar tais impactos resultantes da relação so-
ciedade - natureza.
Unidade
Tempos de crise e 
problemas ambientais
1
Fonte: © Pixabay/Unsplash
14 Geologia Ambiental
Nesta aula, abordaremos o papel da geologia para a formação do Técnico em Meio 
Ambiente, demonstrando que os conteúdos geológicos são primordiais para o enten-
dimento dos fenômenos naturais que afetam a sociedade. Você perceberá o quanto 
é importante para o estudo ambiental o conhecimento geológico, pois permite ao 
profissional o entendimento da dinâmica dos fenômenos naturais, além de compre-
ender o uso dos recursos minerais e hídricos, garantindo assim, as ações para um 
desenvolvimento sustentável. No final, destacamos aspectos da legislação ambiental 
relacionados à geologia.
Como podemos definir a 
ciência chamada Geologia?
A geologia é a ciência que estuda o planeta Terra, sua evolução, sua dinâmica e seus 
recursos econômicos. Assim sendo, o técnico em meio ambiente, poderá utilizar seus 
conhecimentos geológicos nas seguintes áreas:
• Os estudos de impacto ambiental (EIA), Relatórios de Impactos Ambientais (RIMA) e 
levantamento de passivos ambientais;
• Elaboração de cartas e instrumentos de apoio ao planejamento urbano e regional;
• Estudos dos processos de dinâmica interna (terremotos, vulcanismo etc.) e externa 
(escorregamentos, erosão, subsidências, assoreamento, inundações, entre outros);
• Recuperação de áreas degradadas, especialmente aquelas relacionadas à mineração;
• Estudos relacionados ao aproveitamento de recursos minerais, águas superficiais e 
subterrâneas e os impactos ambientais decorrentes desse aproveitamento.
Nesse contexto, é importante o estudo de alguns temas geológicos na formação do téc-
nico em meio ambiente, destacando-se:
• Os aspectos geológicos e a Legislação ambiental;
15Unidade 1 – Tempos de crise e problemas ambientais
• O estudo do planeta Terra, sua origem, evolução e estrutura;
• O tempo geológico, percebendo-se a importância da noção de Tempo Profundo 
(Gould, 1988) na compreensão da evolução dos fenômenos da natureza;
• A compreensão da dinâmica do planeta ao estudar a Tectônica de Placas;
• O estudo dos minerais e rochas, sua utilização pela sociedade e os impactos causados 
pela sua utilização;
• O aproveitamento dos recursos energéticos e seus impactos ambientais;
• O processo de intemperismo, a formação do solo e as técnicas de preservação e con-
servação;
• Os movimentos de massa;
• A atividade geológica da água;
• As águas subterrâneas;
• A atividade geológica do mar;
• A atividade geológica do vento;
• Os riscos geológicos urbanos e rurais.
Enfim, o contato com a ciência geológica pode 
permitir ao técnico em Meio Ambiente compre-
ender os processos naturais que ocorrem na su-
perfície do planeta e suas relações com as ações 
antrópicas, permitindo assim, agir de forma pre-
ventiva e, quando necessário, buscar solucionar 
problemas advindos das ações humanas sobre o 
meio, pois assim está agindo de forma sustentável.
Observe no dia a dia a quantidade de temas 
geológicos. Os terremotos que atingem 
diversos países e causam grandes tragédias; 
os deslizamentos de encostas na época de 
chuvas no Brasil, especialmente na região 
Sudeste; as inundações que afetam milhares 
de pessoas todos os anos, os desastres 
ambientais causados pela atividade de 
mineração, entre outros.
16 Geologia Ambiental
A Legislação ambiental ligada aos aspectos 
geológicos
A exploração mineral gera impactos significativos ao meio ambiente. Por isso, houve a 
necessidade de o poder público disciplinar as regras de exploração dos recursos, além da 
recuperação das áreas degradadas.
A Constituição Federal de 1988 estabelece, em 
seu artigo 225, que todos têm direito ao meio 
ambiente ecologicamente equilibrado, bem de 
uso comum do povo e essencial à sadia quali-
dade de vida, impondo-se ao Poder Público e à 
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo 
para as presentes e futuras gerações. A própria 
Constituição também impõe àquele que explorar 
recursos minerais a responsabilidade de recuperar os danos ambientais causados pela mi-
neração. A obrigatoriedade do licenciamento ambiental está prevista na Lei n. º 6.938/81 
que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, extensiva também às atividades 
garimpeiras e à exploração de agregados para a construção civil. Essa lei instituiu ainda 
o Conama - Conselho Nacional do Meio Ambiente, encarregado de disciplinar atividades 
potencialmente impactantes (MEDINA et al,2006).
Os empreendimentos de mineração estão obrigados (Decreto no. 97.632/69), quando da 
apresentação do EIA e do RIMA, a submeter o Plano de Recuperação de Área Degradada 
(PRAD) à aprovação do órgão estadual de meio ambiente, no caso do Estado do Paraná, 
o IAP (Instituto Ambiental do Paraná).
Conforme o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), quando ocorrer o 
encerramento das atividades de mineração,os documentos relacionados a seguir devem 
constar como obrigatórios:
• relatório dos trabalhos desenvolvidos;
• caracterização das reservas remanescentes;
• plano de desmobilização das instalações, indicando o destino a ser dado;
Torna-se obrigatório a todo empreendimento 
de extração mineral a apresentação junto 
ao órgão estadual de meio ambiente (no 
caso do Estado do Paraná: IAP) o RIMA 
(Relatório de Impacto Ambiental) e o EIA 
(Estudo de Impacto Ambiental), além do 
projeto de recuperação da área após a 
atividade ser finalizada.
17Unidade 1 – Tempos de crise e problemas ambientais
• planta da área lavrada, área recuperada, área de rejeitos, vias de acesso e outras 
obras civis;
• programas de acompanhamento e monitoramento relativos aos aspectos ambientais, 
tais como talude, lençol freático, drenagem das águas;
• plano de controle da poluição do solo, da atmosfera e dos recursos hídricos;
• medidas para evitar a entrada de pessoas às áreas com riscos;
• definição dos impactos ambientais nas áreas do entorno da atividade mineira;
• intenção de uso futuro da área;
• relatório das condições de saúde ocupacional dos trabalhadores durante a vida útil 
da atividade mineira;
• cronograma das atividades propostas.
Constata-se, portanto, que o conhecimento dos 
conteúdos geológicos é muito importante para 
o técnico em meio ambiente, pois abordam te-
mas ligados aos impactos ambientais resultantes 
das ações da sociedade. Cabe aos profissionais 
do meio ambiente prever, evitar ou minimizar os 
problemas decorrentes das ações humanassobre 
o meio.
Nessa aula, você entrou em contato com os as-
pectos que demonstram a importância do co-
nhecimento geológico para o Técnico em Meio 
Ambiente, além de compreender a Legislação 
ambiental relacionada às atividades geológicas. 
Os impactos causados pela atividade mineira 
geram prejuízos sociais e ambientais que não 
se recuperam em um curto período de tempo, 
levando, muitas vezes, um longo período de tempo. Nesse aspecto, é fundamental se 
antecipar aos problemas, evitando assim, os graves impactos à natureza.
Os desastres ambientais podem evidenciar 
falhas na execução de obras, fiscalização 
e o não cumprimento da Legislação 
ambiental. Um exemplo recente no Brasil, 
refere-se ao acidente ambiental na região 
de Mariana, no estado de Minas Gerais que 
é considerado o maior desastre ambiental 
da história do Brasil. Acesse o link a seguir, e 
perceba a importância que os profissionais 
envolvidos devem dar ao cumprimento 
da Legislação ambiental e a prevenção 
em relação aos riscos relacionados a 
atividade mineira. Acesso: <http://www.
brasil.gov.br/meio-ambiente/2015/12/
entenda-o-acidente-de-mariana-e-suas-
consequencias-para-o-meio-ambiente> 
Acesso em 31 jul. 2016.
Que tal aprofundar seu conhecimento 
acessando o site do CONAMA? Acesso: 
<http://www.mma.gov.br/port/conama/
legi.cfm?>
Você pode ler textos sobre a Legislação 
mineral de forma resumida no site <www.
pormin.gov.br/.../legislacao_mineral_
resumida.pdf> 
18 Geologia Ambiental
Pratique
1. Leia em jornal, revista ou internet alguma notícia referente a desastres naturais, tais 
como terremotos, deslizamentos de encostas, enchentes, entre outros. Reflita as 
ações como “sistema de alertas”, “obras de engenharia para conter os movimen-
tos do solo”, “conscientização da população quanto aos riscos de desastres”, entre 
outros que poderiam ser tomadas para evitar tal desastre ou diminuir o registro de 
vítimas. Dessa forma, você já estará pensando como Técnico Ambiental.
2. Entre no site do órgão ambiental do seu estado e procure saber:
a) quais são as principais atribuições e ações desse órgão?
b) qual é a participação e atribuições do técnico ambiental nesse processo?
Unidade
A dinâmica do planeta Terra
2
Fonte: Public Domain Pictures/NASA
20 Geologia Ambiental
Nesta unidade, discutiremos a origem do planeta terra, sua formação e como ele está 
dividido internamente. O objetivo é que você compreenda como a ideia do surgimen-
to do planeta terra evoluiu, além de compreender sua dinâmica.
Origem do Planeta
Você sabe qual é a origem do nosso planeta? A busca pela resposta a esta pergunta 
remonta a milhares de anos, desde as civilizações mais antigas como os povos mesopo-
tâmicos, os egípcios, os gregos, os povos americanos, entre outros. Muitas civilizações de 
forma mitológica ou religiosa tentaram explicar a origem do planeta Terra e do próprio 
universo. Vejamos as explicações dadas pelos diferentes povos da antiguidade:
• No Egito antigo: o universo, o planeta Terra e a vida teriam surgido do Nilo.
• Na Mesopotâmia: A luta entre Deuses teriam gerado os elementos que deram ori-
gem ao universo. O Deus Marduk luta contra Tiamat (deusa das águas e das trevas). 
Ele a mata e corta em dois pedaços. O pedaço de cima se torna o céu, e o de baixo 
se torna a terra.
• Na Grécia: A união do Céu e da Terra. O Deus Urano (céu) casou-se com a Deusa 
Gaia (terra). Todas as criaturas provêm desta união do céu e da terra.
• Criação Bíblica
1º Dia – “Deus criou o Céu e a Terra”
2º Dia – “Deus fez o firmamento e separou umas águas das outras e chamou firma-
mento do Céu”
3º Dia – Houve a Terra e os mares
4º Dia – Deus separou os dias e as noites
5º Dia – Surgem peixes e aves
6º Dia – Surgem outros animais. Deus cria o Homem
7º Dia – “Deus descansou” 
21Unidade 2 – A dinâmica do planeta Terra
Atualmente, a hipótese mais aceita advém da Teoria da Grande Explosão (Big Bang), a 
qual considera que o surgimento do universo ocorreu por volta de 16 bilhões de anos 
atrás, a partir de uma grande explosão cósmica, partindo de que toda matéria e energia 
estavam concentrados com uma densidade imensurável e composta por um único ele-
mento (elemento primordial), o Hidrogênio. Essa explosão teria gerado nuvens de gás 
que, ao reagirem, foram gerando outros elementos químicos como o Hélio. Assim surgi-
ram as estrelas, os planetas e os demais astros pertencentes ao universo.
O Sistema Solar teria surgido por volta de 4,5 bilhões de anos a partir de uma concen-
tração de gases e poeira (nebulosa) que, estando em rotação lenta, contraiu-se devido à 
força da gravidade, resultado da atração entre os corpos devido à sua massa.
Figura 2.1 – Sistema solar
Fonte: © WikimediaCommons/Harman Smith and Laura Generosa
Os primórdios da Terra
No início, o planeta Terra era provavelmente uma massa lava incandescente que foi bom-
bardeada por inúmeros corpos oriundos do espaço. Esses impactos é que aceleraram o 
movimento de rotação do planeta e sua inclinação (eixo de 23º 27’). Além disso, muitos 
cientistas acreditam que a origem da Lua esteja relacionada ao impacto de um desses 
corpos, que fez com que pedaços do planeta fossem ejetados para o espaço. Esses de-
tritos se agregaram e passaram a orbitar em torno do planeta, gerando posteriormente 
a Lua, nosso satélite natural. 
22 Geologia Ambiental
As esferas terrestres 
O planeta Terra pode ser dividido em esferas que interagem umas com as outras. Essas 
esferas são:
• Litosfera: parte rochosa da Terra. Corresponde às placas tectônicas (crosta terrestre 
mais a parte superior do manto). Vai da superfície até uma profundidade de aproxi-
madamente 100 km.
• Atmosfera: parte gasosa do planeta (vai até aproximadamente 100 km de altitude).
• Hidrosfera: parte líquida do planeta Terra. Corresponde aos rios, lagos, oceanos e 
águas subterrâneas.
• Biosfera: Corresponde a toda matéria orgânica relacionada aos seres vivos existentes 
no planeta.
Figura 2.2 - Esferas do planeta terra
Fonte: Banco de Imagens DI (2017)
Estrutura interna da terra
Como o planeta está dividido?
23Unidade 2 – A dinâmica do planeta Terra
O Planeta Terra é dividido em três geosferasprincipais: núcleo, manto e crosta, conforme 
veremos cada um deles, a seguir:
 Figura 2.3 – Divisões do planeta terra
Fonte: © WikimediaCommons /Jeremy Kemp
• Núcleo (de 2900 a 6700 km):Os geólogos es-
timam que o núcleo do planeta é composto 
por material mais denso como o Ferro e o Ní-
quel (NIFE). E ainda, que o núcleo externo seja 
líquido e o interno, sólido, devido à pressão ali 
existente.
• Manto (desde 70 até 2900 km): O Manto é 
composto por material rochoso.
• Crosta (tem aproximadamente 70 Km de es-
pessura): É composta por rochas que se forma-
ram de elementos químicos mais leves como o 
silício, o oxigênio, o alumínio. A crosta terres-
tre se divide em duas camadas:
O raio da Terra tem aproximadamente 
6700 Km. Até que profundidade o homem 
chegou? Na década de 1980, os russos 
chegaram a aproximadamente 12.000 
metros. Nessa profundidade, a temperatura 
era de quase 200°C, o que obrigou a 
paralização da perfuração, pois os materiais 
utilizados não estavam resistindo às altas 
temperaturas. Mas, por que a temperatura 
aumenta tanto no interior do planeta?
Existe uma propriedade conhecida como 
Grau Geotérmico, que demonstra que a 
temperatura aumenta de acordo com a 
profundidade. Em média, a cada 30 metros 
de profundidade, há um aumento de 1 grau. 
Esse aumento da temperatura se deve ao 
fato de, no manto, ocorrer fusão parcial das 
rochas, o chamado magma. A temperatura 
no Núcleo do Planeta pode chegar a 
aproximadamente 6.000°C.
24 Geologia Ambiental
 – a crosta mais externa que representa os continentes (as terras emersas), e
 – a crosta mais interna que representa a base dos oceanos (terras imersas).
Ao estudar a origem do planeta Terra e sua evo-
lução ao longo dos anos, constatamos que essa 
evolução é resultado de váriosfenômenos que 
ocorrem ao longo desse tempo, ou seja, milhões 
ou até mesmo bilhões de anos, muito diferente 
do tempo social (do homem). Agora, estudare-
mos o Tempo Geológico, isto é, o Tempo desde 
a formação do planeta até os dias atuais. Espera-
mos que você perceba que o planeta Terra tem 
uma história muito longa e que o homem, nesse 
pouco tempo de existência, vem causando im-
pactos significativos no meio ambiente.
O tempo geológico
O planeta Terra tem uma história, a qual pode-
mos reconstruir através dos registros geológicos 
encontrados em rochas, fósseis e paisagens. Essa 
história é contada ao longo do tempo geológico.
Para Gould (1991), a concepção de “tempo geo-
lógico” é uma das mais importantes contribuições 
da Geologia para o pensamento humano. Esse au-
tor observa o quanto é estranha a compreensão 
de sua dimensão, afirmando que nenhum aspecto 
pode ser mais importante na busca pelo entendi-
mento da história do pensamento geológico.
Scortegagna (2009) observa que se a noção de “tempo geológico” estivesse incorpora-
da, a concepção de ambiente e de conservação ambiental seria muito mais abrangente. 
A percepção de que a história do homem é apenas uma minúscula parte da história do 
planeta e de que deve-se preservar o ambiente para as futuras gerações é fundamental 
para sedimentar uma consciência ambiental de fato.
Pesquise até que profundidade o homem 
consegue chegar ao interior da Terra. Essa 
pesquisa lhe proporcionará o entendimento 
de um conceito fundamental na Geologia: 
“Grau Geotérmico”. Boa pesquisa!
Que tal aprofundar seu conhecimento 
sobre esse assunto? O filme “Uma Odisseia 
no Espaço” (2001) aborda o futuro da 
humanidade no universo. 
E o filme Eye son the Skies (De Olho no 
Céu), é uma bem cuidada produção da 
União Astronômica Internacional. 
25Unidade 2 – A dinâmica do planeta Terra
Pode-se organizar o Tempo Geológico em:
Eon: O Eon é a maior divisão do tempo geológico. 
Duas ou mais eras geológicas formam um Eon. 
O Eon se divide em: Hadeano, Arqueano, Proterozóico e Fanerozóico
Eras: Compreende dois ou mais períodos geológicos.
Períodos: Os períodos se dividem em épocas.
Épocas: É a menor divisão do tempo geológico.
A passagem de uma era para outra ou de um período para outro é marcado por algum 
grande acontecimento geológico, tais como a extinção em massa; uma grande catás-
trofe natural que afetou o planeta inteiro ou o surgimento de alguma espécie que irá 
marcar determinado período da história do planeta.
Tabela 2.1 - Os registros do tempo geológico
Era Duração (anos) Alguns acontecimentos 
Cenozóica 70 milhões - hoje - Primeiros hominídeos.
- Formação de grandes cadeias de monta-
nhas, tais como Andes, Alpes e Himalaia.
Mesozóica 230 - 70 milhões - Grandes derrames vulcânicos em decor-
rência do início da separação do Pangeia.
- Era dos répteis. Os dinossauros dominam 
o planeta.
Paleozóica 600 - 230 milhões - Grandes florestas de coníferas que, mais 
tarde irão gerar os depósitos de carvão 
mineral.
- Era dos anfíbios.
Pré-Cambriana 4,5 bi - 600 milhões - Primeiras formas de vida.
- Formação da crosta terrestre.
Fonte: Adaptado de Scortegagna et al (2005)
Pensar o “tempo” em Geologia é pensar em um período longo de milhões de anos. Você 
pode imaginar como os geólogos conseguem reconstruir a história do planeta Terra, ob-
servando as rochas, o relevo, os fósseis? A natureza deixa vestígios de tempos passados. 
Assim, o geólogo ao observar um fóssil, por exemplo, consegue identificar a época e o 
ambiente onde aquela espécie viveu. Um dos processos para se chegar com precisão a 
essas descobertas é a datação radiométrica.
Com a descoberta da radioatividade no início do século XX,foi possível perceber que ele-
mentos químicos se desintegram em outros, e que essa desintegração radioativa segue 
um modelo de tempo medido em laboratório. Por exemplo, o elemento Carbono (C14) 
se desintegra em N14 após 5730 anos (meia vida). Fica fácil, portanto um geólogo ao 
analisar um fóssil ou um resto de um ser vivo e verificar a relação C14 e N14. Daí pode-se 
prever a idade em que aquele ser vivo deixou de existir.
26 Geologia Ambiental
Em rochas de milhões ou bilhões de anos, utiliza-se outros elementos como:
• K - Ar (Potássio – Argônio)
• Rb – Sr (Rubídio – Estrôncio)
• Th – Pb (Thório – Chumbo)
• U – Pb (Urânio – Chumbo)
A Terra surgiu há 4,5 bilhões de anos. Até aproxi-
madamente 600 milhões de anos, poucos vestígios 
permaneceram, ficando difícil os geólogos traçarem 
uma história do planeta nesses primeiros bilhões de anos, pois predominam rochas muito an-
tigas e com poucos vestígios fossilíferos. As rochas mais antigas datadas dessa época são de 
3,8 bilhões de anos. Raros fósseis de bactérias primitivas datam de 3,5 bilhões de anos. A vida 
na Terra se desenvolve com maior proporção quando da formação da camada de Ozônio 
(O3). Antes disso, a vida estava restrita aos oceanos. Somente a partir de 600 milhões de anos 
a vida na Terra se desenvolve de forma espetacular. Ao longo desses milhões de anos, diver-
sos eventos catastróficos foram responsáveis por grandes extinções em massa. Um exemplo 
é o que aconteceu há 65 milhões de anos que praticamente dizimou os grandes dinossauros 
que habitavam o planeta que pode ter sido originado pela queda de um grande meteorito 
ou uma mudança climática brusca causada por erupções vulcânicas em cadeia.
Considerando-se que o planeta Terra tenha 4,5 bilhões de anos, podemos comparar esse tempo com um dia 
(24 horas). Vejamos:
HORA EVENTO
0 h 0 min Origem do Planeta Terra
3 h 40 min Surgimento das primeiras formas de vida
5 h 20 min Primeiros seres vivos a realizar a fotossíntese
10 h 00 min Atmosfera com abundância de oxigênio
13 h 20 min Primeiros seres vivos com respiração aeróbica
20 h 20 min Primeiros organismos multicelulares
21 h 20 min Primeiros peixes
22 h 00 min Primeiros anfíbios
23 h 00 min Primeiros mamíferos
23 h 40 min Extinção dos dinossauros
23 h 58 min Primeiros hominídeos
23 h 59 min Primeiro Homo
23 h 59 min 58 seg Homem moderno
24 h 00 Dia atual
A meia-vida de um elemento radioativo 
refere-se ao tempo em que uma amostra 
desse elemento leva para reduzir-se à 
metade. 
Fossílíferos
refere-se ao fóssil, registro de fósseis. 
27Unidade 2 – A dinâmica do planeta Terra
Até aqui, estudamos que o planeta Terra tem 
uma longa história que já dura algo em torno 
de 4,5 bilhões de anos e que os geólogos con-
seguem registrar os eventos que ocorreram ao 
longo desse tempo por meio de datações e es-
truturar esses eventos no Tempo geológico. Ago-
ra, estudaremos a principal teoria da Geologia: A 
Tectônica de Placas. Você compreenderá o por-
quê da ocorrência dos terremotos e vulcanismos 
e será capaz de identificar os locais no planeta 
onde estes fenômenos são mais frequentes.
A Teoria da 
Tectônica de Placas
Você sabe como são gerados os terremotos e 
porque ocorrem em determinadas regiões do 
planeta? Eles são gerados a partir do movimento 
das placas tectônicas. Sua ocorrência se dá, prin-
cipalmente, no contato entre essas placas.
Dos grandes eventos que marcam a dinâmica do planeta Terra, o movimento das Placas 
Tectônicas é, sem dúvida, o grande fio condutor da dinâmica do Planeta Terra. As Placas 
Tectônicas (Litosfera) representam a camada mais externa do planeta e têm em torno de 
100 km de espessura. A Litosfera é fragmentada em aproximadamente 12 grandes placas 
que se chocam, deslizam ou se afastam uma das outras, empurradas por forças (correntes 
de convecção) que emanam do manto (em grandes profundidades). Os geólogos, por 
meio do conhecimento da Tectônica de Placas, estudam os movimentos dessas placas 
tectônicas, sua distribuição no planeta, sua dinâmica e as feições resultantes desses movi-
mentos, bem como suas consequências como, por exemplo, os terremotos, as atividades 
vulcânicas e a formação das cadeias de montanhas. Como essa Teoria foi construída?
Asgrandes navegações ocorridas a partir do século XVI e os primeiros mapas descreven-
do os continentes fizeram suscitar a ideia de um encaixe perfeito entre a América do Sul 
e a África, como se fosse um “quebra-cabeça”
No início do século XX, o meteorologista alemão Alfred Wegener postulou sua teoria da 
Deriva Continental, na qual afirmava que os continentes estavam unidos no passado. 
Que tal aprofundar seus conhecimentos 
assistindo ao filme “A máquina do Tempo” 
que mostra fenômenos geológicos como 
erosão, deposição em um processo 
acelerado?
Você também encontrará diversas 
informações referentes ao Tempo Geológico 
no site: 
<ht tp : / /www.uf rgs.b r /geoc ienc ias /
cporcher /At iv idades%20Didat i cas_
arquivos/Geo02001/Tempo%20Geologico.
htm>
28 Geologia Ambiental
Esse continente único denominado de “Pangeia” se fragmentou e formou ao longo de 
milhões de anos os continentes atuais.
Evidências relatadas por Wegener para defender sua teoria:
• As linhas da costa do continente sul-americano e africano se encaixam perfeitamente;
• Fósseis de vegetais, répteis e anfíbios muito semelhantes encontrados na América 
do Sul, África, Austrália e Índia;
• Evidências de glaciações no Sul do Brasil, África, Índia e Austrália, evidenciando 
que essas regiões estavam onde hoje se localiza a Antártica;
• Animais muito parecidos como Ema (América do Sul) e Avestruz (África).
Fonte: http://www.igc.usp.br/ensino/graduacao/disciplinas_web
Wegener não conseguiu, na época, explicar a força que empurrava os continentes. A 
proposta de Wegener foi rejeitada por grande parte da comunidade científica da época 
e sua teoria caiu em descrédito. 
Na década de 1960, com novas tecnologias como o uso de sonares, os cientistas pu-
deram comprovar que havia uma atividade vulcânica muito ativa no fundo do oceano 
Atlântico e que as correntes de convecção do manto da Terra poderiam empurrar os con-
tinentes, sendo que a lava vulcânica que era expelida ia formando novamente a crosta 
oceânica, por meio do processo de expansão do assoalho oceânico. 
Figura 2.4 - Correntes de convecção
Fonte: Banco de imagens DI (2017)
29Unidade 2 – A dinâmica do planeta Terra
Com os estudos da geocronologia puderam datar as rochas desse ambiente e constatar que 
eram muito jovens, o que reforçou as ideias que Wegener havia construído há mais de 40 anos.
Na década de 1960, os geólogos norte-americanos Harry Hess e Robert Dietz lançaram a 
teoria da Tectônica de Placas na qual as placas eram empurradas por correntes de convecção. 
As placas se chocavam umas contra as outras, se separavam ou deslizavam paralelamente. 
Nas bordas das placas eram detectados os principais terremotos, as atividades vulcânicas e a 
formação das grandes cadeias de montanhas como os Alpes, o Himalaia e os Andes. 
Figura 2.5 - Formação das cadeias de montanhas
Fonte: Banco de imagens DI (2017)
Atualmente, com a tecnologia desenvolvida, em especial, o sensoriamento remoto (saté-
lites) pode-se medir o deslocamento das placas. Por exemplo, a América do Sul e a África 
se separam de 2 a 6 cm por ano. Isto quer dizer que, a cada ano, o Oceano Atlântico fica 
um pouco maior.
Observe o planisfério a seguir com a divisão das placas tectônicas:
 Figura 2.6 - Mapa das Placas Tectônicas
Fonte: © WikimediaCommons /USGS
30 Geologia Ambiental
Você sabe por que no território brasileiro os terremotos são mais raros e quando ocorrem são de baixa intensidade? 
Se observarmos o planisfério perceberemos que o Brasil situa-se no centro da Placa Sul-Americana. Os terremotos e as 
atividades vulcânicas ocorrem preferencialmente nas bordas destas placas, isto é, no contato entre elas. Pode-se perceber, 
portanto, que são áreas de risco para terremotos e vulcanismo: a costa Oeste dos Estados Unidos, o México, o Chile, o 
Peru, o Sul da Europa e Norte da África, o Japão, entre outros.
Compreendemos nessa unidade as teorias que 
buscam explicar a origem do universo e do pla-
neta Terra. Percebemos que a Terra está dividida 
em camadas, sendo a crosta terrestre a camada 
mais externa, na qual os seres vivos habitam e 
onde os processos internos e externos se mani-
festam, modificando a paisagem e influenciando 
diretamente a forma como os seres vivos intera-
gem com o meio. Também, entramos em con-
tato com os principais acontecimentos ao longo 
da história do planeta Terra e como os geólogos 
conseguem precisar a idade de cada aconteci-
mento. Percebemos também, que a história do 
planeta está dividida em Eras geológicas, sendo 
que a passagem de uma Era a outra é marcada 
por grandes acontecimentos geológicos. Final-
mente, tivemos a oportunidade de constatar 
como que a teoria da Tectônica de Placas foi construída ao longo do século XX e como 
essa teoria contribuiu para o avanço do conhecimento geológico ao explicar a ocorrên-
cia dos terremotos e atividades vulcânicas ao longo da superfície do planeta.
Pratique
Pesquise as características geológicas onde sua cidade se localiza, em especial a Era Geo-
lógica em que as formações rochosas foram geradas na região em que você vive.
Acesse o site do Serviço geológico do 
Estado do Rio de Janeiro com texto 
explicativo referente à Tectônica de Placas. 
Acesso: <http://www.drm.rj.gov.br/index.
php?option=com_content&view=article&i
d=100%3Apedagogicoteoria&catid=44%
3Apedagogico&Itemid=91> 
Quando assistimos a uma notícia de 
terremotos, sempre escutamos o repórter 
comentar que o terremoto atingiu “tal 
valor” na escala Richter. Procure saber mais 
sobre a Escala Richter e o que ela mede em 
relação aos terremotos.
Acesse: <http://brasilescola.uol.com.br/
geografia/escala-richter.htm>
Unidade
Os minerais e as rochas
3
Fonte: © WikimediaCommons/José Mário S.Cassiano
32 Geologia Ambiental
Nesta unidade, estudaremos os diversos materiais que compõem a crosta terrestre, 
os minerais e as rochas. Ao concluirmos esta unidade, você será capaz de identificar 
alguns importantes minerais e rochas, distinguir suas principais características e ava-
liar sua importância para a sociedade contemporânea.
Ao estudar os minerais, os geólogos conseguem 
detectar em função da temperatura de cristali-
zação, a profundidade em que foram gerados. 
Portanto, o estudo dos minerais nos fornecem 
algumas informações importantes da história do 
planeta Terra. O conhecimento das característi-
cas mineralógicas de determinada região pode 
ser útil na detecção de jazimentos importantes 
e úteis para a sociedade, pois alguns minerais são 
indicativos da presença de outros e esses podem 
ser importantes economicamente.
Minerais
O que é um mineral? Os minerais podem ser definidos como o agrupamento de um ou 
mais elementos químicos. São elementos ou compostos inorgânicos encontrados na-
turalmente na crosta terrestre e são os constituintes básicos das rochas. As rochas (que 
veremos no capítulo seguinte) são compostas por um ou mais minerais.
Figura 3.1 - Quartzo (SiO2) um dos minerais mais comuns da superfície da Terra 
Fonte: © Wikimedia Commons/Lech Darski
Classificação dos minerais
Na superfície do planeta são conhecidas centenas de minerais. Os minerais são classifi-
cados de acordo com sua composição química. Embora existam na crosta terrestre algo 
Para iniciarmos o tema, torna-se importante 
a diferenciação entre:
Elementos químicos: oxigênio, silício, 
alumínio, ferro, cálcio, sódio.
Minerais: feldspato, quartzo, mica, calcita, 
anfibólio.
Rochas: magmáticas, sedimentares. 
Metamórficas.
Jazimento
jazida ou reserva mineral.
33Unidade 3 – Os minerais e as rochas
em torno de dois mil minerais diferentes, apenas algumas dezenas são abundantes e 
formadores das rochas. A seguir alguns exemplos de grupos de minerais:
Tabela 3.1 - Principais grupos de minerais
Elementos Nativos:
Carbono: C
Ouro: Au
Prata: Ag
Cu: Cobre
Óxidos:
Cuprita Cu2O
Hematita Fe2O3
Cassiterita SnO2
Sulfetos:
Galena: PbS
Esfalerita: ZnS
Pitita: FeS2
Silicatos:
Quartzo: SiO2
Grupo dos Feldspatos:Ortoclásio: KAlSi2O8
Albita: NaAlSi3O8
Carbonatos:
Calcita: CaCO3
 Magnesita: MgCO3
Fonte: Elaborada pelo autor (2016)
Propriedades dos minerais
Os minerais apresentam características químicas, físicas e óticas próprias que os individu-
alizam e facilitam seu reconhecimento.
• Propriedades físicas e óticas dos minerais:
a) Peso específico: é a relação de quantas vezes o mineral é mais pesado quando 
comparado ao mesmo volume de água. Exemplo: o ouro tem peso específico 19. Isso 
quer dizer que, se compararmos o mesmo volume de uma amostra de ouro e outra 
de água, o ouro apresenta-se 19 vezes mais pesado que esse mesmo volume de água.
b) Clivagem: é a forma como alguns minerais se partem. Alguns minerais não apresen-
tam clivagem, apenas fratura, isso é, se quebram de forma aleatória
A biotita tem uma clivagem perfeita: 
Figura 3.2 - Mineral biotita
Fonte: Rojinegro81 / Wikimedia Commons
34 Geologia Ambiental
c) Cor: A cor dos minerais é uma das formas mais comuns para identificá-los.
A cor azul da azurita é uma das formas de identificar esse mineral.
Figura 3.3 - Mineral azurita
Fonte: Karelj / Wikimedia Commons
d) Risco: quando risca-se com um mineral uma porcelana ou um azulejo, deixa-se um 
traço que é característico de cada mineral e pode auxiliar na sua identificação. Por 
exemplo, a hematita (Fe2O3) deixa um traço de cor vermelha.
e) Brilho: o brilho de um mineral pode ser metálico ou não metálico. Os minerais não 
metálicos podem ter brilho vítreo, fosco ou graxo. Isso pode auxiliar na sua identifi-
cação. 
f) Dureza: é a resistência que um mineral apresenta ao risco. No início do século XIX, 
Friedrich Mohs, geólogo austríaco, desenvolveu uma escala, conhecida como Escala 
de Dureza de Mohs, baseado na facilidade com que um mineral risca é riscado por 
outro. O mineral mais mole na escala de Mohs é o Talco. O mineral mais duro é o 
diamante.
Tabela 3.2 - Escala de dureza dos minerais (Escala de Mohs)
Escala de Dureza de Mohs
Mineral Escala de dureza Exemplo
Talco 1
A unha risca minerais de dureza 1 e 2
Gesso 2
Calcita 3
O vidro risca minerais de dureza inferior a 5.Fluorita 4
Apatita 5
Ortoclásio 6 Minerais de dureza acima de 5 riscam o vidro.
Quartzo 7 O aço (canivete) risca minerais de dureza 
inferior a 6.
Topázio 8
Corindon 9
Diamante 10 Minerais como o diamante cortam o vidro.
Fonte: Adaptado de <http://www.iau.usp.br>
35Unidade 3 – Os minerais e as rochas
• Propriedades químicas dos minerais:
Os minerais podem se consistir de apenas um elemento químico como ouro, diamante, 
Grafita ou de vários elementos como o quartzo (SiO2), pirita (FeS2).
Que tal aprofundar seus conhecimentos sobre o assunto? Acesse o site <http://www.mineropar.pr.gov.br> que aborda 
os principais minerais que ocorrem no estado do Paraná. Se você mora em outra região, pesquise o órgão ambiental e/
ou de mineração de seu estado e realize a pesquisa sugerida.
O feldspato e o quartzo são os minerais mais comuns na superfície do planeta. Pesquise um pouco mais sobre esses 
dois minerais e sua utilização pela sociedade. Você perceberá o quanto são comuns a presença desses dois minerais 
em nosso dia a dia.
Rochas
As rochas são os agrupamentos de um ou mais minerais. A principal classificação para 
as rochas é baseada em sua origem, isto é, o modo como se formaram na natureza. Sob 
esse aspecto, as rochas se dividem em três grandes tipos: as rochas magmáticas (Ígneas), 
rochas sedimentares e rochas metamórficas.
Figura 3.4 - Varvito, rocha sedimentar (Itu-SP)
Fonte: © Maria Elisa SR / Wikimedia Commons
Exemplo: 
Calcário: composto principalmente por calcita 
Granito: composto geralmente por quartzo + feldspatos + micas
Basalto: composto geralmente por feldspato + piroxênio + olivina
36 Geologia Ambiental
• Rochas magmáticas ou ígneas 
São aquelas geradas a partir do magma. O magma é um material em estado de fusão 
que ao se solidificar irá gerar as rochas magmáticas (ígneas). O magma se origina na 
porção superior do manto, abaixo da Litosfera. Caso o magma fique preso em profun-
didade, vai gerar as rochas magmáticas intrusivas (plutônicas), como, por exemplo, o 
Granito, o Gabro, o Sienito. Se o magma atinge a superfície e extravasa na forma de 
lava vulcânica, irá formar rocha magmática extrusiva (efusiva ou vulcânica), como, por 
exemplo, o Basalto, o Riolito.
Figura 3.5 – Granito
Fonte: Acervo do autor (2016) 
Figura 3.6 - Basalto
Fonte: ©Beatrice Murch / Wikimedia Commons
A igreja matriz de Canela no Rio Grande do Sul foi construída com blocos de Basalto.
Figura 3.7 – Igreja de Canelas-RS
Fonte: ©Giuliano Maiolini/Wikimedia Commons 
37Unidade 3 – Os minerais e as rochas
“Em toda a minha infância e adolescência jamais alguém me falou que eu vivia sobre 
antigos derrames de lava vulcânica e que, abaixo deles, havia vestígios de seres vivos 
que viveram há milhões de anos. Se eu tivesse tido contato com esse conhecimento, as 
minhas noites de insônia e os meus sonhos teriam sido bem mais interessantes”. (SCOR-
TEGAGNA, 2009)
O autor se refere aos Basaltos, rochas de origem vulcânica, que ocorrem em boa parte do 
Sul e Sudeste do Brasil. Essa rocha é o substrato de inúmeras cidades tais como Londrina, 
Maringá, Cascavel, Guarapuava, Caxias do Sul, Chapecó, Passo Fundo, entre outras.
• Rochas sedimentares
São aquelas geradas a partir da desagregação de outras rochas. Dividem-se em:
 – Rochas sedimentares clásticas ou de-
tríticas: são geradas pela desagregação 
de outras rochas por processos intempé-
ricos, como o vento, a chuva... Exemplo: 
arenito, siltito, argilito.
 – Rochas sedimentares orgânicas: são 
geradas pelo acúmulo de restos orgânicos. 
Exemplo: carvão mineral, calcário.
 – Rochas sedimentares químicas: são geradas pela deposição de sais. Exemplo: 
sal gema, calcário de origem química.
Figura 3.8 - Arenito (Vila Velha / Ponta Grossa - PR)
Fonte: Acervo do autor (2016)
Detríticas
relativo a detrito.
Intemperismo
conjunto de processos físicos e químicos que 
geram a desintegração e a decomposição 
das rochas.
38 Geologia Ambiental
A Catedral de Lages em Santa Catarina foi construída com blocos de arenito.
Figura 3.9 - Igreja de Lages (SC)
Fonte: © Flavia Mariani Martins/Flickr 
• Rochas metamórficas
São aquelas que sofrem um processo de metamorfose, em consequência do aumento de 
Pressão (P) e Temperatura (T) sobre qualquer outro tipo de rocha. Exemplo: 
Calcário (rocha sedimentar) =>metamorfismo (P e T) => Mármore (rocha metamórfica)
Granito (rocha magmática) => metamorfismo (P e T) => Gnaisse (rocha metamórfica)
Arenito (rocha sedimentar) => metamorfismo (P e T) => Quartzito (rocha metamórfica)
Figura 3.10 - Gnaisse (Região de Curitiba - PR)
Fonte: Acervo do autor (2016)
39Unidade 3 – Os minerais e as rochas
O Taj Mahal foi construído com blocos de mármore.
Figura 3.11 - Taj Mahal (Índia)
Fonte: © Yann/Wikimedia Commons 
A Figura 3.12 demonstra a distribuição dos três tipos de rochas quando de sua origem. Per-
cebe-se que as rochas magmáticas, que têm origem no magma, se formam tanto em gran-
des profundidades (magmáticas intrusivas) como em superfície pelo resfriamento das lavas 
vulcânicas (magmáticas extrusivas). As rochas sedimentares situam-se próximo à superfície, 
pois são antigos sedimentos que foram consolidados. Já as rochas metamórficas são geradas 
no encontro das placas tectônicas ou em grandes profundidades devido ao aumento da Pres-
são e da Temperatura sobre as demais rochas que podem ser sedimentares ou magmáticas.
Figura 3.12 - Perfil da crosta terrestre
Fonte: Scortegagna et al (2005)
Enviar ilus-
tração, não 
encontrei na 
pasta
O ciclo das rochas
O planeta Terra está em constante atividade e transformação. As rochas fazem parte 
desta dinâmica terrestre. Ao mesmo tempo em que novas rochas surgem pelas ativi-
40 Geologia Ambiental
dades internas, tais como o movimento das placas tectônicas, que geram tanto novas 
rochas magmáticas, como metamórficas.Quando estas rochas ficam expostas à at-
mosfera e à biosfera, os agentes externos como o vento, os rios, os mares e o intem-
perismo (é o processo de desagregação das rochas na qual resultará no solo) vão len-
tamente destruindo e transformando estas antigas rochas em sedimentos. Estes vão 
sendo consolidados e transformam-se em novas rochas sedimentares. Este ciclo de 
formação e destruição caracteriza o estado do planeta que está em constante modifi-
cação e evolução.
Que tal aprofundar o seu conhecimento 
sobre rochas acessando o site da Companhia 
de Pesquisa e Recursos Minerais. No Canal 
Escola, encontramos informações a respeito 
dos principais tipos de rochas. Acesse: 
<http://www.cprm.gov.br/>
Nesta unidade entramos em contato com o mundo dos minerais, sua composição 
e propriedades, além de compreendermos que os minerais estão entre os principais 
constituintes das rochas que compõem a cros-
ta terrestre. Você também estudou os principais 
tipos de rochas quanto a sua origem (magmáti-
cas, sedimentares e metamórficas). Percebemos 
que as rochas constituem a crosta terrestre e es-
tão em constante transformação ao longo do 
tempo geológico.
Pratique
Faça uma pesquisa para identificar quais rochas são encontradas em sua região, em se-
guida, descreva se são magmáticas, metamórficas ou sedimentares.
Unidade
A utilização dos recursos 
minerais pela sociedade
4
Fonte: © WikimediaCommons/José Mário S.Cassiano
42 Geologia Ambiental
Nas duas unidades anteriores, estudamos os minerais e as rochas, seus constituintes, 
propriedades e tipos. Agora, estudaremos o uso dessas riquezas naturais pela socie-
dade. Ao final desta unidade, você perceberá a importância dos recursos minerais em 
nosso dia a dia.
Os recursos minerais
A sociedade contemporânea é, sem dúvida, dependente da utilização dos recursos mi-
nerais. A descoberta, a transformação, o uso de muitos bens minerais, tiveram influência 
significativa na ocupação e transformação do espaço pelo homem.
Pedrinaci (2002) observa que, com exceção de “madeira, fibra vegetal, lã e couro” todos os 
materiais utilizados pela humanidade são minerais e rochas mais ou menos transformados. 
Seria muito difícil imaginar a sociedade contemporânea sem a presença dos bens mi-
nerais. Alguns exemplos desses bens de origem minerais em nosso dia a dia:
Petróleo: roupas, plásticos, combustíveis, pneus.
Bauxita (Alumínio): esquadrias, utensílios domésticos.
Hematita (Ferro): esquadrias, automóveis, construção civil.
Feldspato (Caulim): cerâmica, porcelana.
Quartzo: vidro, construção civil, “chips” eletrônicos.
Galena (Chumbo): Baterias de automóveis
Cassiterira (estanho): soldas e folhas de flandres.
O esquema a seguir foi desenvolvido pela Mineropar (http://www.mineropar.pr.gov.br) e 
demonstra a importância dos recursos minerais e sua presença em nosso dia a dia.
43Unidade 4 – A utilização dos recursos minerais pela sociedade
Sua casa vem da mineração. Observe:
Quadro 4.1 – Materiais de construção e suas origens
Tijolo Argila
Bloco areia, brita, calcário
fiação elétrica cobre, petróleo
Lâmpada quartzo, tungstênio, alumínio
fundações de concreto areia, brita, calcário, ferro
Ferragens ferro, alumínio, cobre, zinco, níquel
Vidro areia, calcário, feldspato
louça sanitária caulim, calcário, feldspato, talco
Azulejo caulim, calcário, feldspato, talco
piso cerâmico argila, caulim, calcário, feldspato, talco
Isolante lã de vidro: quartzo e feldspato
Isolante agregado: mica
Pintura tinta: calcário, talco, caulim, titânio, óxidos metálicos
caixa de água calcário, argila, gipsita, amianto, petróleo
Impermeabilizante betume ; folhelho pirobetuminoso, petróleo
Pias mármore, granito, ferro, níquel, cobalto
encanamento metálico ferro ou cobre
encanamento PVC petróleo, calcita
forro de gesso gipsita
Esquadrias alumínio ou ligas de ferro-manganês
piso pedra ardósia, granito, mármore
Calha ligas de zinco-níquel-cobre ou fibro-amianto
telha cerâmica argila
telha fibro-amianto calcário, argila, gipsita, amianto
pregos e parafusos ferro, níque
Fonte: Mineropar (2016)
Verifique ao seu redor e identifique a origem dos elementos que compõem os materiais que estão presentes no ambiente 
em que você se encontra. Você poderá perceber que a grande maioria tem origem nos minerais. Daí a importância de 
seu estudo e dos impactos ambientais resultantes de sua extração e transformação. Que tal aprofundarmos nossos 
conhecimentos, acessando os sites da Mineropar e CPRM? Nesses sites você encontrará os principais minerais e rochas 
além de sua utilização pela sociedade: <http://www.mineropar.pr.gov.br/> e <http://www.cprm.gov.br/> 
44 Geologia Ambiental
Vamos dar uma atenção especial aos recursos mi-
nerais energéticos, tais como o petróleo, o carvão 
mineral e o folhelho pirobetuminoso, pois são 
utilizados constantemente pela sociedade, im-
pactando o meio ambiente de forma significativa.
Os recursos energéticos de origem fóssil
Os recursos energéticos utilizados atualmente pelo homem são, em sua maioria, de ori-
gem sedimentar orgânica como o petróleo, o gás natural e o carvão mineral. 
Os combustíveis fósseis recebem essa denominação por originarem-se de restos orgâni-
cos. O petróleo tem origem em restos de plâncton depositados em fundo marinho raso 
e soterrados por camadas de sedimentos. Já o carvão mineral, tem origem continental 
derivado de antigas florestas que foram inundadas, gerando pântanos e posteriormente 
recobertas por camadas de sedimentos. Esse processo de formação do petróleo e do 
carvão mineral durou milhões de anos.
A seguir abordaremos os principais recursos energéticos de origem mineral:
• Carvão Mineral
A primeira Revolução Industrial iniciada na Inglaterra teve o carvão mineral como prin-
cipal fonte de energia propulsora das máquinas a vapor. Esse recurso mineral é utilizado 
desde as antigas civilizações para aquecimento. 
Em diversos países como China, Austrália e países do Leste Europeu ainda é muito utili-
zado, sendo importante na matriz energética desses países. 
O carvão mineral é muito utilizado em termoelétricas na geração de energia. Isso é, ge-
ração de eletricidade a partir do calor produzido pela queima desse combustível fóssil. 
O carvão mineral tem sua origem em ambientes 
pantanosos na qual a vegetação vai sendo cober-
ta por água (ambiente anaeróbico), sendo reco-
berto por sedimentos. A Pressão dos sedimentos 
e o aumento da Temperatura vai transformando 
a madeira em celulose e, posteriormente, em vá-
Você sabia que no Brasil há diversas 
Termoelétricas que utilizam carvão mineral 
para gerar energia elétrica? Elas localizam-
se em Bagé no Rio Grande do Sul, Capivari 
de Baixo (Jorge Lacerda) em Santa Catarina 
e Telêmaco Borba no estado do Paraná.
Pirobetuminoso
Que tem substância orgânica (querogênio).
45Unidade 4 – A utilização dos recursos minerais pela sociedade
rios estágios de formação do carvão mineral em 
virtude da concentração de Carbono (C) e a eli-
minação de Oxigênio (O2). Os estágios vão desde 
a Turfa – Linhito – Carvão – Antracito.
Você sabia? Os depósitos de carvão mineral do Brasil ocorrem principalmente nos 
Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. O carvão brasileiro é de baixo 
poder calorífico, contendo muitas impurezas o que obriga as siderúrgicas que neces-
sitam de carvão de melhor qualidade importar este recurso de outros países como 
Colômbia, Polônia e África do Sul.
O mapa a seguir localiza as principais jazidas de carvão mineral no Brasil e as usinas ter-
melétricas associadas:
Fonte: http://www3.aneel.gov.br 
Ambiente anaeróbico
ambiente sem a presença de oxigênio.
Sedimento
material sólido desagregado. Exemplo: 
areia, argila.
46 Geologia Ambiental
O carvão mineral é uma das fontes de energia mais poluentes, ocorrendo associado aos 
jazimentos de carvão quantidades significativas de sulfetos, em especial o mineral Pirita 
(FeS2) que, quando em contato com umidade,reage formando soluções de ácido sulfú-
rico e sulfato ferroso, que são agentes com alto potencial de poluição, poluindo não só 
o ar, como o lençol freático, os rios (acidificação da água), além de queimar a vegetação 
(chuva ácida). Além do problema dos sulfetos, a queima de carvão provoca a liberação 
de CO2 (Dióxido de Carbono) que acelera o efeito estufa e contribui para o aquecimento 
global.
• Petróleo e gás natural
A utilização em grande escala do petróleo marca o início da segunda Revolução Indus-
trial no início do século XX. O Petróleo tem sua origem em depósitos orgânicos, em es-
pecial o plâncton, em ambientes marinhos rasos. Esses organismos foram recobertos por 
sedimentos em um ambiente sem oxigênio e foram sendo transformados lentamente em 
petróleo, ocorrendo a concentração de Carbono (C) e a perda dos elementos voláteis 
como o Oxigênio (O2). O resultado final é a alta concentração de hidrocarbonetos.
As principais jazidas de petróleo e gás natural concentram-se no Oriente Médio (Arábia 
Saudita, Irã e Iraque), na Rússia e em alguns países africanos como Nigéria, Angola, Ar-
gélia, além de Venezuela, México e Equador na 
América Latina. Nos últimos anos enormes jazi-
das petrolíferas foram descobertas em sedimen-
tos localizados em grandes profundidades nas 
águas territoriais brasileiras, em especial no litoral 
da região Sudeste. Essa descoberta pode colocar 
o Brasil entre os maiores produtores de petróleo 
do mundo.
• Folhelho Pirobetuminoso (“xisto betuminoso”)
O folhelho é uma rocha sedimentar que contém quantidade significativa de petróleo. O 
fato do petróleo estar junto à rocha faz com que o processo de extração seja mais caro, 
sendo viável somente em grande produção e dependendo também do preço do petróleo 
no mercado internacional.
O Brasil apresenta grandes jazimentos de folhelho pirobetuminoso, principalmente nos 
Estados do Paraná e do Rio Grande do Sul. A Petrobrás possui uma usina na cidade de 
São Mateus do Sul, localizada à 130 km de Curitiba. O óleo extraído na região é levado 
Como o carvão mineral, o petróleo, sendo 
um combustível fóssil, ao ser queimado 
libera enorme quantidade de CO2 (Dióxido 
de Carbono) ajudando a acelerar o efeito 
estufa e gerar o aquecimento global.
47Unidade 4 – A utilização dos recursos minerais pela sociedade
para a refinaria Getúlio Vargas localizada na cidade de Araucária, região metropolitana 
de Curitiba.
• Gás de xisto
O gás de xisto, também chamado de gás não convencional, é um gás natural encontra-
do em rochas sedimentares, tais como o folhelho, também denominado popularmente 
de xisto. O gás encontra-se nos poros dessa rocha e para retirá-lo utiliza-se uma técnica 
denominada de fracking (faturamento). Essa forma de extração é questionada por vários 
especialistas, pois utiliza para a liberação do gás, água e produtos químicos injetados 
em alta pressão. Ao fraturar a rocha, pode-se contaminar o lençol freático e aquíferos, 
comprometendo a qualidade da água na região de exploração. O Brasil apresenta impor-
tantes reservas de gás de xisto, porém sua extração depende de estudos que garantam 
que essa técnica de extração não irá comprometer a qualidade da água e do solo da 
região em exploração.
Nessa unidade, pudemos perceber os principais recursos energéticos de origem mine-
ral e combustíveis fósseis utilizados no Brasil, sua utilização e ocorrência das principais 
jazidas, além de podermos perceber os impactos ambientais causados pelo uso desses 
recursos naturais.
Que tal aprofundar seus conhecimentos assistindo ao filme “Syriana - A Indústria do Petróleo” (2005)? O filme retrata 
os interesses por trás da indústria petrolífera. Outra sugestão é o filme “Terra Prometida” que retrata os problemas 
referentes à extração do gás de xisto nos Estados Unidos.
A reportagem a seguir também aborda a questão do gás de xisto: <https://www.youtube.com/watch?v=kHYB5uwW9mQ>
Outra sugestão é o site da Petrobrás com diversas informações referentes às fontes de energia e o site da Aneel - Agência 
Nacional de Energia Elétrica:
<http://www.petrobras.com.br/pt/energia-e-tecnologia/fontes-de-energia/>
<www.aneel.gov.br>
Pratique
Que recursos minerais você encontra em sua região? Qual a utilidade desses recursos?
Unidade
A exploração dos recursos 
minerais e as alterações 
provocadas no meio ambiente
5
Fonte: ©Antônio Cruz – Agência Brasil/WikimediaCommons
50 Geologia
Nas unidades anteriores, estudamos a utilização dos recursos minerais pela socieda-
de, além dos recursos energéticos tais como o petróleo, o carvão mineral e o folhelho 
pirobetuminoso. Nesta unidade, estudaremos o impacto no meio ambiente derivado 
da atividade de exploração dos diversos tipos de recursos minerais. Ao concluirmos 
esta unidade, você conseguirá identificar os inúmeros impactos ambientais causados 
pela exploração mineral e perceber os impactos causados pelo uso destes recursos.
Os recursos minerais são fundamentais para a sociedade contemporânea, porém sua 
extração provoca impactos gigantescos para a sociedade. Todo o ano, milhões de to-
neladas de materiais são retirados, processados e depositado em locais, muitas vezes 
inadequados, causando impactos ambientais tais como desmatamentos, erosão, assore-
amento dos rios, poluição sonora, poluição visual, poluição do ar e das águas, além de 
diversas doenças oriundas da utilização de determinados produtos e elementos químicos 
derivados da atividade mineira. 
No Brasil, há diversas normas a serem seguidas não só para o início de uma atividade 
de extração mineral como o EIA (Estudo de Impacto Ambiental) e o RIMA (Relatório de 
Impacto Ambiental) além da necessidade de projetos após o fechamento das atividades, 
sendo a empresa responsável obrigada a recuperar a área degradada deixando-a nas 
condições próximas ao que era antes da intervenção mineira.
A seguir, apresentaremos algumas ações nas atividades mineiras que geram impactos ao 
meio ambiente.
• Deposição de rejeitos e resíduos tóxicos
A deposição de rejeitos e resíduos tóxicos deve seguir normas rigorosas, pois podem 
acarretar a contaminação do solo, do lençol freático, dos rios e até mesmo do ar, caso 
não se tenha um estudo aprofundado dos impactos ao meio ambiente. Outro grave pro-
blema refere-se ao rompimento de barragens de rejeito, como ocorreu em Mariana, no 
estado de Minas Gerais, no ano de 2015. O acidente de Mariana é considerado o pior 
desastre ambiental da história do Brasil.
• Utilização de explosivos 
Além do risco de acidentes, a utilização de explosivos em exploração de superfície cau-
sa a poluição sonora e pode provocar problemas em edificações próximas, tais como 
rachaduras. 
51
Unidade 5 – A exploração dos recursos minerais 
e as alterações provocadas no meio ambiente
• Britagem e/ou moagem do material
A britagem e/ou moagem do material causa poluição do ar devido às partículas em sus-
pensão. Essa atividade pode gerar problemas respiratórios às populações circunvizinhas.
• Produtos utilizados na separação do mineral em questão
Diversos produtos químicos utilizados na separação e purificação na atividade mineira 
podem contaminar o lençol freático, os rios, o solo e causar danos à saúde da população. 
Pode-se citar o uso do mercúrio na extração do ouro que causa sérios danos à saúde dos 
trabalhadores envolvidos no processo, além da contaminação de animais e plantas.
• Desmatamento e remoção de materiais
O desmatamento e remoção de materiais em áreas de mineração podem gerar erosão, 
formação de voçorocas e ravinas, além do processo de assoreamento dos rios. O desma-
tamento gera também a perda de biodiversidade.
Figura 5.1- Desmatamento
Fonte: ©Antonio Cruz - Agência Brasil /Wikimedia Commons 
Que tal aprofundar seu conhecimento assistindo a alguns vídeos da ONG Greenpeace onde se aborda a questão 
ambiental no Brasil e no mundo? No site do Greenpeace há diversos vídeos abordando questões ambientais. Acesse:<http://www.greenpeace.org/brasil/>
Que tal ler um pouco mais sobre o desastre de Mariana? O laudo do IBAMA te fornecerá excelentes subsídios para isso. 
Acesse: <http://www.ibama.gov.br/phocadownload/noticias_ambientais/laudo_tecnico_preliminar.pdf>
52 Geologia
Nesta unidade, compreendemos o impacto ao meio ambiente causado pela exploração 
dos recursos minerais, cabendo à sociedade conhecer melhor a atividade mineira e se 
conscientizar da importância do uso racional dos produtos derivados da mineração.
Pratique
Há alguma atividade mineira em sua região? Se a resposta for afirmativa, que impactos 
ambientais são gerados devido a essa extração?
Unidade
Intemperismo e solos
6
Fonte: ©Prince Roy/WikimediaCommons
54 Geologia Ambiental
Nas últimas unidades, estudamos os minerais, rochas e os recursos advindos de sua 
exploração. Agora, compreenderemos como que a alteração ao longo do tempo 
geológico transforma as rochas e seus constituintes em solo, recurso este vital para 
a vida no planeta. Ao final desta unidade, você poderá compreender o processo de 
geração do solo e será capaz de identificar os diversos tipos de intemperismo.
A coloração vermelha da rocha representada na figura de abertura dessa unidade se 
deve ao processo de oxidação. O resultado final do intemperismo é o solo.
As rochas se 
transformam em solo
As rochas na superfície da Terra sofrem um processo químico, físico e biológico que as 
transformam lentamente em solo. Esse processo de desagregação das rochas denomina-
-se intemperismo ou meteorização.
O intemperismo se divide em físico, químico e biológico.
• Intemperismo físico
O Intemperismo físico se divide em:
 – Termoclastia: variação de temperatura ao longo do dia.
 – Crioclastia: congelamento da água em regiões onde ocorre o degelo no verão.
 – Haloclastia: cristalização de sais nas fraturas das rochas.
Você já deve ter observado rachaduras em paredes, muros. Essas rachaduras, muitas 
vezes, se originam devido à variação de temperatura, isto é, da dilatação e contração 
dos materiais, tais como o concreto, o tijolo. Se esse fenômeno ocorre em construções 
humanas, imagine em rochas ao longo de milhões de anos.
A Figura 6.1 demonstra a termoclastia, tipo de intemperismo físico, provocado pela 
variação de temperatura.
55Unidade 6 – Intemperismo e solos
Figura 6.1: Intemperismo Físico
Fonte: Prince Roy / Wikimedia Commons
• Intemperismo Químico 
Em regiões onde há umidade e temperaturas elevadas, a água atua como agente corro-
sivo, alterando as rochas e formando o solo. Você já deve ter observado materiais com 
ferrugem, isto é, oxidados. Esse processo é semelhante com o que ocorre com as rochas, 
devido à ação da umidade ao longo de milhões de anos. A rocha se decompõe em barro, 
isto é, no solo.
A Figura 6.2 demonstra rocha basáltica sofrendo o processo de intemperismo químico.
Figura 6.2 - Intemperismo Químico
Fonte: Acervo do autor (2016)
56 Geologia Ambiental
• Intemperismo Biológico
Refere-se a alteração das rochas devido a ação dos microrganismos, raízes de árvores, 
animais e o homem.
A imagem retrata a ação das raízes sobre as rochas, desagregando-as.
Figura 6.3 - Intemperismo biológico
Fonte: Acervo do autor (2016)
O resultado final do intemperismo é a formação do solo que, juntamente com os 
minerais resultantes da desagregação e alteração das rochas, contém água, ar e ma-
téria orgânica.
Scortegagna (2009) observa a importância de se perceber que o processo de intemperis-
mo é, geralmente, lento, levando milhares ou até mesmo milhões de anos, e de que o 
resultado final é o solo, tão importante para a vida na Terra. Nesse contexto, percebe-se 
a necessidade da preservação e do cuidado com essa riqueza natural que ajuda a garan-
tir a vida no planeta.
Estudamos até esse momento os processos que 
transformam as rochas em solo, o intemperismo. 
Percebemos que o intemperismo pode ser Físico, 
Químico e Biológico.
Solos 
Você compreendeu que o intemperismo é o processo de desagregação das rochas e que 
resulta na formação do solo. Agora, estudaremos o solo, sua formação, seus constituin-
Saiba mais sobre o intemperismo acessando 
o site: <www.ige.unicamp.br/site/aulas/120/
Intemperismo.pdf> que mostra slides 
com informações didáticas referentes ao 
processo de intemperismo.
57Unidade 6 – Intemperismo e solos
tes e os fatores que exercem influência na sua formação. Você compreenderá os proces-
sos de formação do solo e os fatores que exercem influência no seu desenvolvimento. 
Podemos conceituar solo como sendo a camada superficial da crosta terrestre, resultan-
te da ação do intemperismo. Também podemos definir solo como sendo um conjunto 
de corpos naturais, constituídos por quatro componentes: minerais, matéria orgânica, 
água e ar.
O solo é o resultado das alterações que ocorrem nas rochas. As alterações ocorrem de 
forma lenta e estão geralmente associadas ao clima e aos seres vivos.
Os processos de formação do solo, são:
a) rocha;
b) intemperismo sobre a rocha;
c) presença de microrganismos;
d) acumulação de água, ar e microorganismos nas porções alteradas da rocha;
e) desenvolvimento de musgos, fungos;
f) vegetais maiores e animais começam a habitar essa área – o solo vai ficando cada vez 
mais espesso.
Figura 6.4 - Processo de formação do solo
Fonte: Banco de Imagens DI (2017)
Elementos de um solo
O solo é composto por quatro elementos: água, ar, matéria orgânica e minerais. A pre-
sença desses quatro elementos é variável e influenciam diretamente na fertilidade do 
58 Geologia Ambiental
solo. Veja a figura a seguir, que representa os percentuais dos quatro elementos em um 
solo considerado fértil.
Figura 6.5 - Elementos de um solo
Fonte: Adaptado de <meted.ucar.edu>
Classificação dos solos
Os solos podem ser, zonais, intrazonais e azonais. Sua classificação pode ser quanto a 
origem com relação ao clima e ao relevo, quanto a origem e quanto a cor, conforme 
veremos a seguir:
a) Zonais: solos fortemente influenciados pelo clima. Tendem a ser solos maduros, com 
horizontes claramente diferenciados. 
b) Intrazonais: são solos cuja formação é influenciada por um fator local, como o tipo 
de rocha, relevo, entre outros.
c) Azonais: são solos imaturos e que não apresentam horizontes claramente definidos.
• Quanto à Origem
a) Eluviais: são solos que têm sua origem no próprio local de formação. Isto é, não 
sofreram grande transporte. 
b) Aluviais: são solos formados pela acumulação de material que foi transportado pelas 
águas fluviais.
• Quanto à Cor
a) Avermelhados e amarelados: presença de óxido de erro.
59Unidade 6 – Intemperismo e solos
b) Escuros, tendendo à preto: presença maior de matéria orgânica.
Fatores de formação dos solos
Os principais fatores de formação dos solos são: 
Material de origem – é o material que dá origem ao solo, em especial, as rochas (mag-
máticas, metamórficas e sedimentares) e os sedimentos. 
Clima – o clima exerce papel vital na formação do solo. Em climas quentes e úmidos, 
podemos encontrar solos profundos, mas também com maior lixiviação, tornando o solo 
mais pobre em elementos básicos.
Organismos – a participação dos organismos na formação do solo está no fornecimento 
de matéria orgânica.
Relevo – o relevo exerce influência na formação do solo, pois áreas muito íngremes 
acarretam maior facilidade de erosão, enquanto áreas mais planas estão menos propen-
sas à erosão, auxiliando na formação de solos mais espessos.
Tempo – as reações químicas e físicas que ocor-
rem no processo de formação do solo estão dire-
tamente relacionadas ao fator tempo.
Bom, até aqui você estudou os fatores que influen-
ciam na formação do solo. A partir de agora, vamos 
continuar estudando o solo, porém destacando os seus aspectos químicos, físicos e morfoló-
gicos. Ao concluirmos essa unidade, você será capaz de distinguir as características principais 
do solo, sua importância para a sociedade, além da necessidade de suaconservação.
Características químicas do solo
As características químicas do solo podem ser observadas por meio dos nutrientes, que 
são elementos químicos essenciais para o desenvolvimento das plantas. Por sua vez, os 
nutrientes são:
a) Macronutrientes: N, P, K (adubos), Ca, Mg (calcário), S (decomposição de matéria 
orgânica).
Saiba mais sobre solos acessando <http://
www.cnps.embrapa.br/memoria/mi.html>. 
O site da Embrapa aborda diversos temas 
relacionados aos solos do Brasil.
60 Geologia Ambiental
b) Micronutrientes: B, Zn, Cl, Mo, Mn, Cu, Fe.
Na falta de um desses nutrientes, as plantas podem até morrer.
Principais características químicas do solo
a) Bases: Ca, Mg, K. - são chamados de bases, pois reagem com a água no solo produ-
zindo a hidroxila (OH+).
b) Ácidos: H, Al - são ácidos, pois ao reagir com a água geram hidrogênio. Os ácidos 
prejudicam as plantas, pois inibem a absorção das bases. O Al é nocivo às plantas.
Caracterização física do solo
Textura: é a proporção (%) das partículas ou fração do solo (areia, silte, argila).
Classes texturais do solo (% argila):
• arenoso < 15%
• médio 15 – 35 % (20% de argila já garante a retenção de água e as plantas con-
seguem se desenvolver)
• argilosa 35-60 %
• muito argilosa > 60%
A importância de estudarmos a textura de um solo está na compreensão de como os 
solos retêm a água. Solos mais argilosos retêm mais água que solos mais arenosos, por 
exemplo.
Caracterização morfológica de um solo
• Perfil de um solo
O solo é constituído por diversas camadas. Essa sequência vertical chamamos de perfil 
do solo.
61Unidade 6 – Intemperismo e solos
Figura 6.6 - Perfil de um solo
Fonte: Banco de Imagens DI (2017)
• Profundidade e espessura
Solos rasos < 50 cm
Pouco profundos > 50 < 100 cm
Profundos > 100 < 200 cm
Muito profundos > 200 cm
A importância de se estudar a profundidade do solo está na determinação do seu grau 
de maturidade. Solos mais profundos, de uma forma geral, podem ser considerados mais 
maduros e, consequentemente mais velhos que solos rasos. 
• Cor do Solo
Comparação das amostras de solo com a carta de Munsell. A carta de Munsell é um 
instrumento utilizado em trabalhos que envolvem a identificação da cor de um solo. Esse 
instrumento é baseado em um sistema de cores. Cada cor possui um código de três nú-
meros, facilitando a comparação entre trabalhos de diferentes regiões.
62 Geologia Ambiental
Figura 6.7 - Escala de Munsell
Fonte: IBGE (2015)
Algumas interpretações das cores do solo:
• Cores pretas: Típica do horizonte A. Presença de matéria orgânica.
• Cores avermelhadas e amareladas: Presença de óxido de Ferro. É um indicativo de 
boa drenagem do solo.
• Cores cinza: Solos mal drenados, não havendo a oxidação. Exemplo: pântanos, ba-
nhados.
• Estrutura do Solo
É a agregação das partículas primárias (argila, silte, areia), a cimentação (óxidos, caulini-
ta, sílica) e Matéria Orgânica.
Exemplos: 
• Estrutura Laminar: os agregados se posicionam horizontalmente, em lâminas.
• Estrutura Prismática: Predominam as dimensões verticais.
• Estrutura em Blocos: dimensões horizontais e verticais se equivalem.
63Unidade 6 – Intemperismo e solos
• Estrutura Granular: os agregados não têm face de contato. São arredondados.
• Sem estruturas: geralmente os solos arenosos.
A importância de se estudar a estrutura do solo reside na análise de sua porosidade (solos 
bem estruturados) e na própria definição do solo. Por exemplo: Latossolos apresentam 
estrutura granular.
• Consistência do Solo
É o comportamento (aderência, coesão), de acordo com a umidade do solo.
Pode ser:
• seco: resistência à pressão entre o indicador e o polegar (duro – extremamente duro).
• úmido: resistência a friabilidade – se o solo se desmancha facilmente (friável – muito 
firme).
• molhado: plasticidade (de não plástico - plástico).
A importância de se estudar a consistência de um solo está na preparação do mesmo. Se 
prepara um solo quando o mesmo se encontra úmido.
• Textura do Solo
Estima-se a textura do solo pelo tato. Por exemplo:
Solo arenoso: sensação de aspereza
Solo siltoso: cerosidade
Solo argiloso: plasticidade
Nesta unidade, estudamos os principais aspectos químicos, físicos e morfológicos do 
solo, identificando suas principais características, que permitiram a compreensão da im-
portância de conservar esse recurso natural, fundamental para a vida na Terra.
Cerosidade
brilho fosco semelhante ao brilho da cera.
Plasticidade
características do que é plástico.
64 Geologia Ambiental
Pratique
Pesquise na região onde você mora as características do solo, tais como espessura, 
cor, textura. 
a) Escolha algumas amostras de solo que ocorrem em sua região. Verifique e interprete 
os seguintes tópicos:
 – cor
 – textura
b) Em campo, analise o perfil de um solo e interprete os seguintes tópicos:
 – espessura
 – coloração
 – fertilidade
Unidade
Solos: erosão, prevenção, 
controle e correção
7
Fonte: ©Jack Dykinga / Wikimedia Commons 
66 Geologia Ambiental
Nas unidades anteriores, conhecemos melhor o solo e os aspectos que envolvem 
sua formação e suas principais características. Nesta unidade, estudaremos alguns 
problemas gerados pelo mau uso do solo pela sociedade, fatores limitantes de seu 
uso e técnicas para conservação desse recurso natural. Ao final dessa unidade, você 
conseguirá perceber a importância de se conhecer o solo e será capaz de identificar 
as principais técnicas para preservá-lo para as futuras gerações.
Erosão
A erosão pode ser definida como o desgaste do solo e rocha devido a ação dos agen-
tes naturais, tais como a água e o vento. A erosão provocada pelas enxurradas em 
áreas sem vegetação e que o solo ficou exposto, causam as ravinas e as voçorocas, que 
são sulcos gerados no solo que aumentam à medida que as chuvas vão ocorrendo.
Figura 7.1 Erosão
Fonte: Frank Vassen / Wikimedia Commons 
Para Ab’Saber(1968), o processo de formação das voçorocas está associado a paisagens 
de onde foi retirada a sua cobertura vegetal. Nessas paisagens, a água de escoamen-
to superficial ao percolar linearmente no solo e 
atingir o lençol freático, compromete a estabilida-
de da área e gera a formação de voçorocas.
Percolar
passar por dentro (estado líquido).
67Unidade 7 – Solos: erosão, prevenção, controle e correção
Figura 7.2 - Voçorocas
Fonte: ©José Reynaldo da Fonseca /Wikimedia Commons 
Segundo a EMBRAPA (2006), a correção de áreas de voçoroca podem se dar a fim de 
“controlar a erosão na área a montante ou cabeceira da encosta, retenção de sedimen-
tos na parte interna da voçoroca, revegetação das áreas de captação (cabeceira) e in-
terna da voçoroca com espécies vegetais que consigam se desenvolver adequadamente 
nesses locais.”
Fatores limitantes ao uso do solo
O solo ideal é aquele sem limitações, porém, é difícil encontrar esse tipo de solo. Alguma 
correção sempre se fará necessária.
Principais fatores limitantes ao uso do solo:
a) Fertilidade
b) Deficiência em água
c) Excesso de água
d) Suscetibilidade à erosão
e) Impedimento à mecanização
O que se pode fazer para melhorar a situação:
a) Fertilidade: correção do solo (adubos, esterco, calcário etc.)
68 Geologia Ambiental
b) Deficiência em água: irrigação
c) Excesso de água: drenagem do solo.
d) Suscetibilidade à erosão: práticas conserva-
cionistas tais como terraços, curvas de nível, 
plantio direto.
e) Impedimento à mecanização: Difícil. Não há como mudar a textura do solo.
Técnicas de conservação do solo 
Observe as diferentes técnicas de conservação do solo:
• Curvas de nível
Curvas de nível, são linhas que unem pontos de mesma altitude (cota). Na agricul-
tura, o plantio em curvas de nível evita que a água de chuva adquira velocidade e 
gere a erosão. 
• Terraços - a técnica dos terraços é comum em terrenos muito inclinados e consiste 
em moldar o relevo na forma de escadas, evitando que a água da chuva, ao cair no 
solo, adquira velocidade,gerando dessa forma a erosão.
Suscetibilidade
disposição para sofrer influências externas.
69Unidade 7 – Solos: erosão, prevenção, controle e correção
Figura 7.3 - Terraços
Fonte: ©Bgabel/Wikimedia Commons 
• Rotação de culturas - consiste em não plantar na mesma área a cultura da safra an-
terior. Por exemplo, em um ano planta-se soja e no próximo ano ou safra, na mesma 
área, planta-se milho.
• Pousio - consiste em dividir a área de plantio em três partes, por exemplo. Planta-se 
em duas partes. A terceira é deixada em pousio (descanso). Na próxima safra, uma 
das áreas utilizadas fica em descanso e aquela que ficou em descanso é utilizada.
• Plantio direto - é uma técnica de cultivo em que o plantio é efetuado sem a neces-
sidade de preparar/ arar o solo. Dessa forma, o solo sempre fica coberto com a palha 
da última colheita, evitando assim a erosão.
Figura 7.4 - Plantio direto
Fonte: ©Secretaria de Agricultura de São Paulo / flickr
70 Geologia Ambiental
Tabela 7.1 - Efeito do tipo de preparo do solo sobre as perdas de solo e água
Tipo de Preparo Perdas de solo (t/ha-1) Perdas de água (% da chuva)
Convencional 7,3 31
Reduzido 1,8 20
Sem preparo (plantio direto) 0,2 15
Fonte: Bertol (1996)
Nesta unidade, estudamos alguns problemas 
gerados pelo mau uso do solo pelo homem, 
destacando a erosão. Também se destacou os 
principais fatores limitantes ao uso do solo e as 
principais técnicas utilizadas para a conservação 
do solo.
Pratique
Verifique os problemas relacionados aos solos que ocorrem em sua região. Ao analisá-
-los, sugira alternativas para minimizar ou resolver os problemas identificados.
Aprofunde seus conhecimentos assistindo 
ao filme Sembrando Futuro (México/2002). 
Direção: Roberto Olivares – Numa das 
regiões mais pobres do México, várias 
comunidades lutam para reverter os efeitos da 
erosão do solo. Trabalham incansavelmente 
para “ressuscitar” o bosque que nunca 
conheceram, mas que seus avós os contam 
que um dia houve naquele lugar.
Unidade
Movimentos de massa – 
deslizamentos de encostas
8
Fonte: ©Grupo BN / WikimediaCommons
72 Geologia Ambiental
Na unidade anterior, estudamos alguns problemas relacionados ao mau uso do solo 
e as principais técnicas para sua conservação. Agora, continuamos a abordar temas 
relacionados ao solo, em especial, aos movimentos de massa que geram dezenas de 
vítimas todo o ano no Brasil. Ao final dessa unidade, você será capaz de identificar os 
principais movimentos de massa e verá a importância para a sociedade de perceber 
que a natureza tem uma dinâmica própria, e que a intervenção inadequada do ho-
mem pode causar desastres naturais com sérios danos materiais e de vidas.
O que são movimentos de massa?
Movimentos de massa são processos pelo qual o material de uma encosta desce vertente 
abaixo por ação da gravidade.
Figura 8.1 - Deslizamento de encosta
Fonte: ©Peter Church/Wikimedia Commons 
Os fatores que favorecem a ocorrência de movimentos de massa, são:
Natureza dos materiais situados na encosta
Declividade da encosta
Precipitação – quantidade de água
Estabilidade da encosta
Retirada da vegetação original.
73Unidade 8 – Movimentos de massa – deslizamentos de encostas
Figura 8.2 - Natureza do material e movimentos de massa
Fonte: Press (2006, p. 294)
Figura 8.3 - Água e movimentos de massa
Fonte: Press (2006) 
Os movimentos de massa podem ser naturais ou por interferência do homem. As diver-
sas formas de ocupação e interferência humana em áreas susceptíveis aos movimentos 
de massa podem acelerar os processos que tornam a encosta instável. 
As principais ações do homem que tornam a encosta mais susceptível ao movimento de massa, são:
- Retirada da cobertura vegetal
Cortes na vertente para a construção de estradas e/ou moradias
Aterros inadequados
Escoamento superficial de água por meio de canos, vazamentos, esgotos
Acumulação de lixo
Cultivo inadequado do solo.
Fonte: Mineropar (1998).
74 Geologia Ambiental
Classificação dos movimentos de massa
• Rastejamento
O rastejamento é um tipo de movimento de massa cuja velocidade é lenta, muitas vezes, 
só perceptível em um período mais longo de tempo.
Figura 8.4 – Rastejamento
Fonte: Banco de Imagens DI (2017)
• Movimento lento do solo 
Esse movimento origina-se devido a diversos fatores tais como o pisoteio do gado, o 
crescimento das raízes e os pingos de chuva em contato com o solo. Pode-se constatar 
esse movimento observando:
 – postes, cercas e árvores tortas
 – rachaduras em casas
 – sedimentos depositados no final do talude.
A constatação do rastejamento, dependendo da declividade da vertente, pode ser um 
alerta para um futuro movimento de maior intensidade e prejuízo: o escorregamento.
• Escorregamento
Movimento rápido do solo
O escorregamento ocorre mais comumente em áreas desmatadas, associadas a uma 
grande concentração de chuva em dado período, desestabilizando a encosta. 
Talude
 rampa, limite ou encosta de um aterro.
Ilustrar, não encon-
trei na pasta
75Unidade 8 – Movimentos de massa – deslizamentos de encostas
A declividade da encosta, associada à ocupação humana, gera anualmente dezenas de 
vítimas, em especial na região Sudeste do país.
• Queda de blocos
Deslocamento de blocos de rochas. Esse movimento é comum em encostas rochosas e 
bastante íngremes.
Figura 8.7 - Queda de bloco
Fonte: Banco de Imagens DI (2017)
• Fluxo de lama
É um processo muito rápido de movimento do solo. O material que escorre é composto por 
lama viscosa composta de água e solo. Esse movimento atinge, geralmente, grandes áreas 
e é responsável por grandes catástrofes como as que ocorreram no Rio de Janeiro nos pri-
meiros meses de 2010 e na China em agosto do mesmo ano, deixando milhares de mortos.
76 Geologia Ambiental
Figura 8.4 - Fluxo de lama ocorrido na China em 2010
Fonte: ©Vladimir Platonow - ABr /Wikimedia Commons 
Como se prevenir diante da possibilidade dos movimentos de massa
Áreas de risco:
• Levantamento cartográfico das áreas de risco (com declividade)
• Levantamento geológico e pedológico com 
o objetivo de se conhecer o tipo de rocha e 
solos existentes na encosta em estudo.
• Medidas preventivas como o reflorestamento
• Obras de engenharia com o objetivo de estabilizar a encosta
Com isso, chegamos ao final dessa unidade. Nela 
estudamos sobre os principais tipos de movimen-
tos de massa, as causas que desencadeiam esses 
movimentos e as ações que podem prevenir tais 
acidentes geológicos.
Pratique
Por que os deslizamentos de terra são tão comuns em algumas regiões brasileiras? Que 
fatores contribuem para que ocorram? Aponte ações para prevenir e/ou minimizar os 
problemas relacionados aos movimentos de massa no Brasil.
Pedológico
relativo ao solo.
Observe em sua região algum risco de 
ocorrência de movimentos de massa. 
Anote as principais características e 
possibilidades de ações para minimizar o 
problema detectado. Para saber mais sobre 
esse assunto acesse o site da Defesa Civil, 
que aborda as questões que envolvem os 
movimentos de massa. Acesso: <http://
www.de fe sac i v i l . gov.b r /desas t r e s /
recomendacoes/deslizamento.asp>
Unidade
A água e o vento como 
agentes geológicos
9
Fonte: © BrockenInaglory /WikimediaCommons
78 Geologia Ambiental
Na unidade anterior, estudamos os principais tipos de movimentos de massa. Os movi-
mentos ocorrem facilitados pela ação da água, um importante agente geológico. Nesta 
unidade estudaremos os aspectos que envolvem a água como agente geológico, sua 
distribuição e ação na superfície do planeta. Ao final, você será capaz de compreender o 
papel da água como agente geológico e sua ação como modelador do relevo. Também 
poderá perceber o papel do vento como importante agente natural. Ao concluirmos essa 
aula você será capaz de perceber o papel dos oceanos na modelagem do relevo terrestre, 
além de distinguir os principais agentes (forças) que atuam nas áreas costeiras.
A água é a substância mais abundanteque ocorre na superfície da Terra. Ela é vital para 
a vida no planeta e está distribuída da seguinte forma:
Oceanos e mares (água salgada): aproximadamente 95,9 %
Geleiras e gelo polar: 3 %
Água subterrânea: 1 %
Rios, lagos, atmosfera, biosfera: 0,01%:
Fonte: Adaptado de Press et al (2006)
Perceba que a quantidade de água doce dispo-
nível no planeta é muito reduzida e está distri-
buída de forma irregular, ocasionando regiões 
com abundância de água e regiões com escassez, 
como é o caso das regiões áridas. 
O ciclo Hidrológico
Figura 9.1 - Ciclo hidrológico
Fonte: ©John M. Evans/USGS-USA Gov / Wikimedia Commons 
A falta de água potável é responsável pela 
morte de milhares de crianças todos os anos, 
principalmente em países subdesenvolvidos.
79Unidade 9 – A água e o vento como agentes geológicos
No contato entre a Litosfera e a Atmosfera há 
um movimento cíclico da água que passa por vá-
rios estágios. 
• A água dos oceanos, dos rios e lagos evapora
• Os vegetais evapotranspiram
• Esse vapor, ao subir na atmosfera condensa 
(passagem do estado de vapor para o líqui-
do), formando as nuvens.
• A água retorna à superfície por meio da chuva ou da neve
• A água ao cair na superfície:
 – Parte dessa água volta a evaporar, retomando o ciclo hidrológico
 – Parte é absorvida pelos vegetais no seu processo de crescimento e parte é evapo-
transpirada, retornando novamente ao ciclo da água.
 – Parte escoa superficialmente, indo em di-
reção aos rios, lagos e oceanos.
 – Parte infiltra-se no solo e vai abastecer o 
lençol freático e os aquíferos.
Os rios
Os rios representam o principal agente modela-
dor do relevo terrestre. Ao longo do tempo, os 
rios vão desgastando as rochas e levando os sedi-
mentos até os depositarem mais a jusante.
A capacidade de um rio erodir e transportar os sedimentos vai depender da velocidade e 
do volume do fluxo de água.
Os sedimentos são transportados por:
Saltação: material 
mais grosseiro e areia
Suspensão: Material 
argiloso
Solução: sais
Evapotranspiração
ação de evaporação (passagem do estado 
líquido para o gasoso), juntamente com a 
transpiração.
A compreensão da dinâmica do ciclo 
hidrológico nos permite entender porque 
o nível dos oceanos não aumenta se os 
diversos rios do planeta deságuam milhões 
de litros de água todos os dias.
Jusante
o sentido da correnteza de um rio, isto é, em 
direção à foz do rio.
Litosfera
camada rochosa da Terra. Por exemplo, a 
crosta terreste.
Atmosfera
camada gasosa do planeta Terra.
80 Geologia Ambiental
Figura 9.2 - Transporte de sedimentos pela água
Fonte: Banco de Imagens DI (2017)
Bacias hidrográficas
O rio principal e seus afluentes, formam a bacia hidrográfica ou bacia de drenagem.
Figura 9.3 - Bacia hidrográfica
Fonte: www.ana.gov.br in: www.caminhodasaguas.ufsc.br
As bacias hidrográficas servem como parâmetro de área para estudos ambientais, pois 
podem ser analisadas como um sistema de entrada e saída da água. 
A bacia hidrográfica de um rio é separada da bacia hidrográfica de outro rio pelos divi-
sores de água (interflúvio).
81Unidade 9 – A água e o vento como agentes geológicos
Figura 9.4 - As principais bacias hidrográficas brasileiras
Fonte: © Wikimedia Commons / André Koehne
Ao estudarmos as bacias hidrográficas, percebe-
mos sua importância para os trabalhos ambien-
tais, pois a área delimitada por uma bacia estará 
sujeita às ações antrópicas que impactarão diretamente todas os seres vivos que habi-
tam a área da bacia. Daí a importância de se estudar as bacias hidrográficas no planeja-
mento ambiental.
Até aqui, estudamos aspectos relacionados à água 
como agente geológico, a dinâmica do ciclo hi-
drológico, o trabalho dos rios e as bacias hidro-
gráficas no contexto dos estudos ambientais.
Para saber mais sobre esse assunto acesse o site <http://www2.ana.gov.br/Paginas/default.aspx> portal da Agência 
Nacional de Águas.
Antrópicas
relativo ao homem.
Ciclo hidrológico
ciclo da água (evaporação - condensação - 
precipitação).
82 Geologia Ambiental
As águas subterrâneas: 
origem, utilização e riscos de contaminação
Até esse momento, estudamos a água na superfície terrestre. Agora, compreenderemos 
o papel da água no subsolo, a importância dos aquíferos para a sociedade e os riscos de 
contaminação por produtos nocivos. Ao final, você será capaz de distinguir águas super-
ficiais de águas subterrâneas, além de reconhecer o papel das águas subterrâneas como 
um importante recurso hídrico para as futuras gerações.
Águas subterrâneas
As águas subterrâneas são aquelas situadas abaixo do nível hidrostático, isso é, que se 
encontra em zona totalmente saturada. Os poros das rochas encontram-se totalmente 
preenchidos pela água. Acima do nível hidrostático se situa a zona subsaturada, isso é 
preenchida por ar e água, e que recebe o nome de lençol freático.
Para compreender o processo de infiltração da água no solo e nas rochas é necessário entrar em contato com dois 
conceitos básicos:
- Porosidade: é a relação do volume de vazios sobre o volume total da rocha. Exemplo: Arenitos são rochas com grande 
porosidade (aproximadamente 30% de porosidade). Já os Granitos são rochas muito pouco porosas.
- Permeabilidade: é a capacidade que a rocha possui para permitir a circulação da água entre seus poros.
A infiltração da água de chuva no solo irá abastecer os reservatórios subterrâneos de 
água, tanto o lençol freático, como os aquíferos mais profundos. Esta infiltração ocorre 
com maior intensidade e rapidez, de acordo com o tipo de solo e rocha que ocorrem em 
subsuperfície. Caso o solo seja mais arenoso e/ou as rochas expostas forem sedimenta-
res porosas ou muito fraturadas, a infiltração ocorrerá de modo mais rápido. Já rochas 
magmáticas, tais como o granito, pouco fraturadas ou solos impermeáveis, como os 
argilosos, dificultam a infiltração da água de chuva. A água de chuva retida nos solos vai 
migrando lentamente para as rochas subjacentes, abastecendo os aquíferos.
Aquíferos
É uma rocha que tem capacidade de armazenar e fornecer água. Observe os tipos de 
aquíferos:
• Aquífero Livre (superficial): aquífero onde o reservatório se comunica livremente 
com as camadas superiores e com a atmosfera. São aquíferos rasos e sujeitos aos 
83Unidade 9 – A água e o vento como agentes geológicos
agentes poluidores provenientes da superfície. Também recebem a denominação de 
aquífero freático.
• Aquífero Confinado: são os aquíferos onde o reservatório está limitado por mate-
riais não permeáveis. A água não flui livremente.
Figura 9.5 - Aquíferos
Fonte: © Wikimedia Commons / Shigeru23
O aquífero Guarani
O aquífero Guarani é um dos maiores aquíferos do mundo e ocorre em partes do Sul, Su-
deste e Centro-Oeste do Brasil, além de parte do território da Argentina, Paraguai e Uruguai.
A água encontra-se nos poros de rocha sedimentar denominada arenito. Esse arenito 
encontra-se abaixo de um grande derrame de lava vulcânica que ocorreu há 150 milhões 
de anos. Essa lava vulcânica se transformou em rocha denominada Basalto. 
Os riscos de contaminação da água do aquífero Guarani são significativos, especialmente 
em regiões onde o arenito aflora. Essas áreas são chamadas “áreas de recarga “ e encon-
tram-se principalmente nas serras que limitam os 
derrames basálticos. No Estado do Paraná, a área 
de recarga coincide com a Escarpa Triássico Ju-
rássico, também conhecida popularmente como 
Serra da Esperança e Serra do Cadeado.
Saiba mais sobre os aquíferos assistindo ao filme “Sed – Ivasión Gota a Gota” (Mausi Martinez-2004): o filme pauta sua 
narrativa no Aquífero Guarani. Em 2006, o filme ganhou o prêmio de melhor documentário no Festival de Toronto (Canadá).
Ecarpa
serra
Triássico-jurássico
são períodos da Era Mesozoica. 
84 Geologia Ambiental
Acesse o site sigam.ambiente.sp.gov.br/sigam2/.../aquiferos.htm: que aborda informações referentes aos diversos tipos 
de aquíferos. Outro site interessante: <http://homologa.ambiente.sp.gov.br/aquiferos/#>-site com diversas informações 
referentes aos aquíferos.
A geologia marinha (costeira)
Até esse momento, estudamos o papel das águas superficiais e subterrâneas. Agora, 
estudaremos a ação geológica dos oceanos, em especial as ações da água nas regiões 
costeiras. Ao concluirmos esta aula, você será capaz de perceber o papel dos oceanos 
na modelagem do relevo terrestre, além de distinguir os principais agentes (forças) que 
atuam nas áreas costeiras.
• Atividade geológica do mar
O Hemisfério Norte é também conhecido como hemisfério das terras, pois 80% das ter-
ras emersas estão ao norte do Equador. Já o Hemisfério Sul é conhecido como hemisfério 
das águas, pois apenas 20% das terras emersas estão abaixo da linha do Equador.
• As forças que atuam nos oceanos
 – Ondas (vagas)
Movimentos superficiais causados principalmente pelos ventos.
Vagas sísmicas: são ondas gigantes provocadas por abalos sísmicos no fundo do mar 
(maremotos). São chamadas tambémde Tsunami.
 – Marés
Movimentos periódicos e verticais causados pela atração da Lua, Terra e Sol. (quando se 
encontram alinhados,temos as marés cheias (Sizígia).
 – Correntes marinhas 
São grandes massas de água que circulam pelos oceanos. Apresentam temperatura e 
salinidade próprias, e sua movimentação é regulada, principalmente, pela ação do vento, 
calor do Sol e pelo movimento de rotação da Terra.
As correntes marinhas são muito importantes, pois, realizam o transporte e disseminação 
de espécies pelas regiões onde atuam.Ocorrem devido a diferença de densidade, tempe-
ratura e salinidade da água, além da inclinação do eixo da Terra.
85Unidade 9 – A água e o vento como agentes geológicos
São um importante fator climático, pois influenciam na formação de desertos e de áre-
as úmidas. Por exemplo: correntes marinhas frias como a de Humboldt e Benguela são 
responsáveis por desertos tais como, respectivamente, o de Atacama no Chile e o de 
Kalaari na África. Já correntes marinhas quentes, como a corrente do Brasil, favorecem a 
evaporação e geram áreas de grande umidade como é o caso do litoral brasileiro.
Você sabia?
Importantes correntes marinhas pelo mundo:
Corrente Sul-Equatorial (do Brasil): desloca-se da região equatorial no oceano Atlânti-
co em direção à costa do Brasil. Subdivide-se em corrente das Guianas e Corrente do 
Brasil. É responsável pelas águas mornas do litoral do Nordeste do Brasil.
Do Golfo (GulfStreem) ou corrente do Atlântico Norte: desloca-se da região do Golfo do 
México em direção à Europa. É responsável pelo clima mais ameno da península Ibérica, 
Grã-Bretanha e Noruega, se comparados a outras regiões de mesma latitude. Por exem-
plo, as cidades de Lisboa e Nova York situam na mesma latitude, mas apresentam climas 
diferenciados. O clima de Lisboa é ameno, se comparado ao de Nova York. A corrente 
do Golfo é responsável pelo Fog (Nevoeiro) comum na cidade de Londres no inverno, 
devido a evaporação e condensação das águas do mar do Norte. Quando a poluição é 
grande em Londres, os britânicos chamam de Smog (smoke+ fog).
Do Labrador: desloca-se da região polar até a costa leste dos Estados Unidos. É res-
ponsável pelo congelamento das águas na região litorânea de Nova York.
Falkland (Malvinas): desloca-se da Antártica até o litoral do Sul do Brasil. É responsável 
pelo deserto da Patagônia no sul da Argentina e pela maior piscosidade dos Estados 
do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Os portos de Itajaí e Rio Grande estão entre 
os maiores portos pesqueiros do Brasil.
Humboldt (Peru): desloca-se da Antártica em direção ao litoral do Peru e do Chile. É 
responsável pelo deserto de Atacama e pelo Chile e Peru estarem entre os maiores 
países piscosos do mundo.
• As regiões marinhas
O oceano se divide em quatro regiões, destacando-se a região litorânea, a região neríti-
ca, a região batial e a região abissal. 
86 Geologia Ambiental
 – Região litorânea
É a porção que fica continuamente coberta e descoberta pelas ondas. A profundidade é 
de poucos metros e a extensão varia com a declividade do assoalho oceânico. No contato 
direto do mar com o continente, são intensas as atividades construtivas e destrutivas das 
ondas e marés. 
 – Região nerítica
Estende-se desde a região litorânea até uma profundidade de 200metros de lâmina 
d’água. Nessas regiões localiza-se a plataforma continental. 
Plataforma Continental - região que representa a sequência do continente. Compreende 
desde o litoral até aproximadamente 200 metros de profundidade de água. No Brasil, 
a plataforma apresenta uma largura variável. Na região Norte chega a mais de 100 km; 
no Nordeste chega a aproximadamente 15 km, alargando-se em direção ao Sul do Brasil 
onde a largura média é de 70 km. Na plataforma continental, encontram-se as principais 
reservas de petróleo do Brasil e é nessa região onde a vida nos oceanos é mais abundante 
devido a maior penetração dos raios solares.
 – Região batial ou talude continental:
Região situada até a profundidade de 3.000 metros, caracterizando-se pelo desenvolvi-
mento de uma vida reduzida e por uma maior declividade. 
Talude Continental:representa uma queda abrupta que vai de 200 metros de profundi-
dade até aproximadamente 3.000 metros.
 – Região abissal
Limita-se desde a profundidade de 3.000 metros até as regiões mais profundas caracte-
rizadas pelas fossas oceânicas. A vida é escassa e os sedimentos são finos.
Fundo Oceânico 
a) Região Pelágica: região onde ocorre o relevo submarino.
b) Região Abissal: região correspondente aos abismos submarinos com profundidade 
superior a 5.000 metros. 
• Atividade geológica dos oceanos
Os oceanos realizam diversas atividades geológicas, destacando-se a atividade construti-
va, a protetora e a destrutiva.
87Unidade 9 – A água e o vento como agentes geológicos
Atividade Construtiva: depósitos de seixos, areia silte e argila,além de sais e 
matéria orgânica
A atividade construtiva: refere-se aos sedimentos trazidos pelas correntes marinhas e 
pelas ondas. Esses sedimentos se depositam no litoral, podendo ser de areia, silte, argila 
ou até mesmo de matéria orgânica, como as conchas calcárias.
Figura 9.6 - Vegetação de restinga
Fonte: Acervo do autor (2017)
Atividade Protetora: recifes de corais, recifes de arenitos e lagunas
A atividade protetora dos oceanos refere-se aos depósitos de recifes de corais ou de are-
nitos que ao se formarem, adquirem o papel de proteger o litoral da ação destrutiva das 
ondas e correntes marinhas.
Figura 9.7 - Recifes
Fonte: ©Wilson44691 /Wikimedia Commons 
88 Geologia Ambiental
Atividade destrutiva: a ação das ondas e das correntes marinhas retiram os sedi-
mentos depositados no litoral, gerando grandes estragos à costa
As ondas e as correntes marinhas, além de serem agentes de deposição, também atu-
am como destruidores da costa. O avanço do mar em diversas regiões do planeta, tem 
causado danos sociais e ambientais a diversas comunidades. No Brasil temos diversos 
exemplos, tais como na cidade de Matinhos, no estado do Paraná.
Figura 9.8 - Atividade destrutiva do mar
Fonte: ©Jim.henderson / Wikimedia Commons / Jim.henderson
Você poderá aprofundar seus conhecimentos assistindo ao filme Atafona - As Forças da Natureza. Documentário que 
aborda a erosão no litoral do Estado do Rio de Janeiro.
Também pode acessar ao site <www.igeologico.sp.gov.br/.../erosaocosteira/erosaocosteira.pdf-slides> com diversas 
informações referentes às erosões costeiras. 
Também o site <http://www.mma.gov.br/sitio/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=78> site do Ministério do 
Meio Ambiente com diversas informações e, inclusive, com livros que podem ser baixados da internet a respeito do 
gerenciamento costeiro.
• O vento como agente geológico
Estudamos, até esse momento, a ação geológica dos oceanos, destacando as regiões 
marinhas e as principais forças que atuam no processo de deposição, proteção e erosão 
da costa. Agora, estudaremos o papel do ventoenquanto agente geológico. Espero que 
ao final desta unidade,você consiga perceber a ação do vento na modelagem do relevo 
terrestre.
Grau Designação km/h Efeitos em terra
0 Calmaria <2 Fumaça sobe na vertical
1 Bafagem 2 a 6 Fumaça indica direção do vento
2 Aragem 7 a 11 As folhas das árvores movem; os moinhos começam a trabalhar
3 Fraco 13 a 19 As folhas agitam-se e as bandeiras desfraldam ao vento
89Unidade 9 – A água e o vento como agentes geológicos
Grau Designação km/h Efeitos em terra
4 Moderado 20 a 30 Poeira e pequenos papéis levantados; movem-se os galhos das 
árvores
5 Fresco 31 a 39 Movimentação de árvores pequenas; superfície dos lagos ondula
6 Muito Fresco 41 a 50 Movem-se os ramos das árvores; dificuldade em manter um 
guarda chuva aberto
7 Forte 52 a 61 Movem-se as árvores grandes; dificuldade em andar contra o vento
8 Muito Forte 63 a 74 Quebram-se galhos de árvores; difícil circulação de pessoas 
9 Duro 76 a 87 Danos em árvores; impossível andar contra o vento
10 Muito Duro 89 a 102 Árvores arrancadas; danos na estrutura de construções
11 Tempestade 104 a 117 Estragos abundantes em telhados e árvores
12 Furacão >119 Grandes estragos
Os ventos são gerados devido à diferença de Pressão Atmosférica. Os ventos se dirigem da região de Alta Pressão 
(Anticiclone) para a região de Baixa Pressão (Ciclone).
A ação geológica dos ventos, ocorre principalmente em regiões áridas como nos deser-
tos. Mas os ventos causam grande destruição em áreas urbanas, como ocorre em deter-
minadas regiões do planeta com os Furacões, Ciclones e Tufões.
• Efeito destrutivo do vento
O vento tem poder de erosão, principalmente quando leva consigo areia e argila contra 
as rochas. Esse processo erosivo denomina-se abrasão. 
A Escala de Beaufort quantifica a intensidade dos ventos, tendo em conta a sua velocidade e os efeitos resultantes em 
terra. Foi desenhada pelo meteorologista anglo-irlandês Francis Beaufort no início do século XIX. 
Fonte: Adaptado <http://nauticagenova.com/blog/la-escala-de-beaufort/> Acesso em 30/03/17 
• Efeito transportador do vento
O vento tem a capacidade de selecionar as partículas através do transporte por arrasto, 
salto e suspensão. As partículas mais finas são levadas para mais longe e as mais grossei-
ras são pouco transportadas.
• Efeito construtivo do vento
O efeito construtivo dos ventos se manifesta na formação de desertos, de dunas.
90 Geologia Ambiental
Os depósitos eólicos:
a) Dunas: depósitos de areia carregados pelo vento.
Figura 9.9 - Dunas
Fonte: ©Padpa∋Πb / Wikimedia Commons
b) Hamada: Tapete rochoso. O vento retira todos os sedimentos e deixa a laje da rocha 
em exposição.
Figura 9.10 - Hamada
Fonte: ©Ingo Wölbern / Wikimedia Commons
Alguns aspectos ambientais relacionados a ambientes eólicos:
- Migração de Dunas: Para evitar que a duna avance não se deve retirar sua vegetação nem fazer cortes, pois caso a 
duna mova-se, pode soterrar casas.
- Erosão: A retirada da vegetação é a principal causa da erosão eólica.
Até esse momento, estudamos as atividades geológicas do vento, destacando sua ação 
construtiva, de transporte e destrutiva, sendo significativa para estudos ambientais, tan-
to em áreas rurais como em áreas urbanas. 
91Unidade 9 – A água e o vento como agentes geológicos
Você poderá aprofundar seus conhecimentos assistindo ao documentário referente às forças do vento no site <http://
www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/debaser/singlefile.php?id=14642>
Também no site
<http://www.educacaopublica.rj.gov.br/oficinas/geologia/geologia_geral/unid1_cap5.html> você encontrará diversas 
informações referentes ao papel geológico dos ventos.
Pratique
1. Que ações podem ser tomadas para minimizar e/ou evitar os efeitos destrutivos do mar?
2. Que ações podem ser tomadas para minimizar e/ou evitar os efeitos destrutivos do vento?
Unidade
Riscos geológicos 
urbanos e rurais
10
Fonte: © WikimediaCommons/Antonio Cruz/ABr
94 Geologia Ambiental
Na unidade anterior, estudamos o papel geológico da água e do vento. Nesta uni-
dade, daremos atenção aos aspectos geológicos que envolvem acidentes ambientais 
tanto em áreas urbanas, quanto em áreas rurais. Ao final dessa unidade, você será 
capaz de identificar os diversos acidentes geológicos, suas causas, consequências e 
ações para minimizar os problemas.
O Brasil, a partir da década de 1950, teve seu processo de urbanização acelerado, geran-
do como consequência um maior inchaço urbano, em especial nas grandes metrópoles 
brasileiras como São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba.
Esse crescimento urbano se deu de forma desorganizada, gerando enormes impactos 
sociais e ambientais.
A ocupação do solo de forma desordenada, tem alterado o meio e ocasionado diversos 
problemas ligados a acidentes geológicos urbanos, além de prejuízos econômicos, so-
ciais, ambientais e perda de vidas humanas.
Segundo trabalho da MINEROPAR (1998), os acidentes geológicos ocorrem devido à ocupação desordenada em áreas 
consideradas de risco. Dentre os riscos geológicos em áreas urbanas de maior ocorrência, destacam-se: 
– Inundações
– Afundamentos cársticos
– Movimentos de massa
– Erosão
– Expansão e contração do solo
– Colapso do solo
– Poluição das águas
– Acidentes costeiros
Fonte: Mineropar, 1998.
Principais acidentes geológicos
Acidentes geológicos são desastres naturais provocados ou não pelo homem, e que 
afetam a sociedade e o meio ambiente. Os principais acidentes geológicos no Brasil 
são as inundações, os afundamentos cársticos, os movimentos de massas, a erosão e 
a poluição hídrica.
95Unidade 10 – Riscos geológicos urbanos e rurais
Inundações
Figura 10.1 - Inundação do rio São Mateus / Espirito Santo
Fonte: ©Thiago MTB / Wikimedia Commons 
Causas do problema: 
• retirada da vegetação (mata ciliar) e ocupação desordenada dos fundos de vale e 
planície de inundação do rio.
• impermeabilização do solo.
• lixo
• falta de saneamento básico, gerando escoamento do esgoto e águas de chuva direto 
para os rios, por meio de valas.
Soluções:
• Não ocupar as áreas de risco (fundos de vale)
• Não alterar, ou alterar o mínimo possível as características da bacia hidrográfica.
• Implementar obras de engenharia para contenção das cheias
Fonte: Bombonatto (1998) 
96 Geologia Ambiental
Afundamentos cársticos (regiões de rochas 
calcárias com cavernas subterrâneas) 
Os afundamentoscársticos ocorrem nas regiões de tochas calcárias com cavernas subter-
rânea, devido ao fato desse tipo de rocha ser, ao longo do tempo, dissolvida pela ação 
da água e seus componentes.
Causas do problema:
• edificações em áreas de risco
• retirada de água subterrânea
• Mineração
Soluções:
• Mapeamento geológico das áreas de risco
• Redução do bombeamento de água.
• Monitoramento dos impactos causados pela mineração.
Movimentos 
de massa
Compreendem os movimen-
tos do solo e das rochas en-
costa abaixo devido à gravi-
dade.
Causas do problema:
• Retirada da vegetação
Figura 10.2 - Deslizamento de terra no município de Coronel 
Fabriciano - MG
Fonte: ©HVL / Wikimedia Commons
97Unidade 10 – Riscos geológicos urbanos e rurais
• Cortes na vertente para construção de rodovias, ferrovias...
• Edificações em vertentes íngremes
• Lançamento de esgotos sem a devida análise técnica.
• Deposição irregular de lixo
• Construção irregular de aterros
Soluções:
• Análise técnica dos riscos de movimento de massa, incluindo declividade da vertente, 
tipos de solo, cobertura vegetal e clima da região em estudo.
• Manutenção da vegetação.
• Ocupação das encostas, respeitando as normas técnicas.
• Intervenção na vertente, respeitando os estudos técnicos.
• Educação da população para os riscos de desastres e para a prevenção de futuros 
problemas.
Erosão
Figura 10.3 - Erosão na região de Piracicaba - SP
Fonte: ©Ana Paula Hirama / Wikimedia Commons
Erosão é o processo de desagregação e transporte de partículas do solo pela água da 
chuva, pelo rio, pelo ventoe pelo mar.
98 Geologia Ambiental
A erosão causada pelo homem ocorre de forma acelerada e é responsável pela perda de 
milhares de toneladas de solo fértil todos os anos.
Causas do problema:
• Retirada da vegetação
• Uso inadequado do solo na agricultura, tais como plantio sem curvas de nível, terraço...
• Exposição do solo às águas de chuva.
• Retirada da mata ciliar.
O avanço da erosão em determinada área pode gerar a formação de grandes sulcos no 
solo denominados de ravinas ou voçorocas, além de causar outro grave problema geoló-
gico, o assoreamento dos rios.
Soluções:
• Plantio em curva de nível e/ou terraços
• Manutenção da mata ciliar
• Plantio direto
• Implantação de obras de estabilização e drenagem de acordo com as características 
da área em estudo.
Poluição das águas de superfície e subterrâneas
Qualquer alteração de forma física ou química 
da água, que pode vir a se tornar nociva ao 
homem, pode ser considerada poluição. O ho-
mem, ao adicionar novas substâncias à água, 
altera as suas características naturais, podendo 
trazer prejuízos ao meio ambiente como um 
todo, inclusive para a própria saúde humana.
Figura 10.4 - Poluição hídrica. Índia
Fonte: ©megandrahul / Wikimedia Commons
99Unidade 10 – Riscos geológicos urbanos e rurais
Causas do problema:
• Esgotos domésticos, industriais e resíduos sólidos.
• Produtos derivados da atividade agropecuária, tais como os agrotóxicos.
• Acidentes e/ou derramamentodematerial tóxico e/ou combustíveis.
Soluções:
• Tratamento de esgotos e armazenamento adequado dos resíduos sólidos.
• Controle do uso de agrotóxicos e demais produtos utilizados na atividade agropecuária.
• Controle e regulamentação do transporte de cargas perigosas.
Nesta unidade, estudamos os principais riscos geológicos em ambientes urbanos e rurais, 
confirmando a importância dos estudos ambientais para prevenir, evitar ou mitigar os 
acidentes decorrentes das ações humanas no meio. 
Que tal aprofundar seu conhecimento assistindo a uma série de vídeos que mostram deslizamentos de encostas. <http://
tv.terra.com.br/videos/tags/deslizamento.htm>
Também no site 
<http://www.ufrgs.br/geociencias/cporcher/Atividades%20Didaticas_arquivos/Geo02001/Movimentos%20de%20
Massa.htm> você encontrará diversas informações referentes aos movimentos de massa.
Pratique
Faça um levantamento dos principais riscos geológicos que ocorrem em seu município. 
Aponte as causas e as possíveis soluções para cada um dos problemas pesquisados.
101Respostas esperadas
Respostas esperadas
Aula 01
O estudante, ao ler sobre algum desastre natural, poderá refletir sobre as ações da so-
ciedade para prever os desastres ou minimizar os problemas gerados.
Aula 02
Resposta pessoal. Dependerá da região em que o estudante reside.
Aula 03
Resposta pessoal. Dependerá da região em que o estudante reside.
Aula 04
Resposta pessoal. Dependerá da região em que o estudante reside.
Aula 05
Resposta pessoal. Dependerá da região em que o estudante reside.
Aula 06
Resposta pessoal. Dependerá da região em que o estudante reside.
Aula 07
Resposta pessoal. Dependerá da região em que o estudante reside.
102 Geologia Ambiental
Aula 08
Os deslizamentos são comuns devido a três fatores:
• chuva abundante e concentrada em um determinado período.
• relevo íngreme.
• intervenções antrópicas.
Ações:
• obras de engenharia para evitar o deslizamento.
• transferência da população que habita áreas de risco.
• reflorestar as áreas desmatadas.
Aula 09
Evitar ocupar áreas muito próximas do mar.
Obras de engenharia, tais como barreiras, diques.
Obras de engenharia mais resistentes.
Plantio de árvores com o objetivo de criar barreiras ao vento.
Aula 10
Resposta pessoal. Dependerá da região em que o estudante reside.
103
Referências
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Franca, Franca, v. 1, n. 2, p.5-27, fev. 1968. Semestral.
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Solo. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Agrárias, Departamento de Solos e 
Engenharia Agrícola, 2003. 
CARDOSO, R S. Voçorocas: processos de formação, prevenção e medidas corretivas. 2010. Disponível 
em: <http://www.geo.ufv.br/simposio/simposio/trabalhos/trabalhos_completos/eixo7/024.pdf>. Acesso 
em: 06 out. 2016.
EMBRAPA SOLOS. Relatório técnico e plano de monitoramento do Projeto de Recuperação 
de Áreas Degradadas. Rio de Janeiro, 2002.
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FARIAS, C. E. G.. Mineração e meio ambiente no Brasil: Relatório Preparado para o CGEE PNUD – 
Contrato 2002/001604. 2002. Disponível em: <http://www.cgee.org.br/arquivos/estudo011_02.pdf>. 
Acesso em: 06 out. 2016.
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e Editora Ltda. 1998. 52 páginas.
PEDRINACI, e. La geología em elbachillerato: um análisisdelnuevo curriculum. Enseñanza de 
LasCiencias de La Tierra,Sevilla, v. 10, n. 2, p.125-133, jun. 2002. Semestral. Disponível em: <http://
www.aepect.org/curriculo/geo-bachillerato.pdf>. Acesso em: 06 out. 2016.
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A SCORTEGAGNA,. Contribuições dos conteúdos de Geologia para a Licenciatura em 
Geografia. 2009. 208 f. Tese (Doutorado) - Curso de Ciências, Ensino e História das Ciências da Terra, 
Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2009.
TEIXEIRA et. al. Decifrando a Terra. São Paulo: Oficina de Textos 2000. 624 p.
104
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Currículo do autor
Adalberto Scortegagna
Doutor em Ciências na área de História e Ensino das Ciências da Terra pela UNICAMP - SP. Mestre em 
Geociências pela UNICAMP - SP. Pós-graduado em Geociências pela UNICAMP – SP e Geólogo pela 
UNISINOS - RS e Licenciado em Geografia pela UFPR - PR. Coordenador de Geografia do Ensino Médio 
da Associação Franciscana de Ensino Senhor Bom Jesus e professor das disciplinas de Geologia Ambiental 
e Cartografia e SIG do Curso de Engenharia Ambiental da UNIFAE em Curitiba - PR.

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