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APG 25 – MAMAS GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA Magny Emanuele Lima – Medicina Objetivos 1. Rever a morfofisiologia da mama. 2. Compreender a avaliação da mama. 3. Discutir a etiologia, epidemiologia, fisiopatologia, manifestações clínicas e diagnóstico das alterações benignas e malignas das mamas. Morfofisiologia da mama A mama é composta de pele, tecido subcutâneo, fáscia superficial, fáscia profunda e parênquima mamário. O parênquima mamário é formado por epitélio glandular, estroma fibroso e tecido de gordura. O epitélio glandular é composto de 15 a 20 lobos. O lobo mamário é constituído por 20 a 40 lóbulos (unidade morfofuncional da mama), e cada lóbulo é formado por 10 a 100 alvéolos. O sistema ductal de cada lobo é composto de um ducto coletor principal, formado por vários pequenos dúctulos intra e extralobulares. O ducto coletor principal se dilata para formar um seio lactífero (ou seio galactóforo), que drena o lobo em direção à papila, em número de 10 a 20. O estroma é formado por tecido gorduroso, conectivo, vasos sanguíneos, linfáticos e nervos. O tecido mamário é envolto pela fáscia superficial e pela fáscia posterior. A fáscia superficial, localizada logo abaixo da pele, recobre a mama e é contínua com a fáscia abdominal superficial de Camper. A fáscia posterior ou profunda fica sobre a fáscia que recobre o músculo peitoral maior. Os dois folhetos fasciais estão unidos por bandas fibrosas de tecido conectivo, denominadas ligamentos de Cooper, compondo a sustentação natural da mama. O complexo areolopapilar situa-se em torno do 4° espaço intercostal. A aréola contém glândulas sebáceas e apócrinas, mas nenhum folículo. As glândulas de Montgomery são glândulas sebáceas localizadas na aréola, em torno do mamilo. Essas glândulas produzem secreções sebáceas que mantêm a aréola e o mamilo lubrificados. As porções da glândula visíveis na superfície da pele são chamadas de tubérculos de Montgomery. Avaliação da mama Deve-se realizar a anamnese completa, além disso, é importante caracterizar a queixa específica da paciente. Os nódulos mamários costumam ser a queixa clínica mais frequente e a apresentação mais comum do câncer de mama: Nódulo – Data da percepção, localização, velocidade de crescimento, relação com ciclo menstrual ou história de traumatismo e percepção de aumento do volume mamário (edema). Dor mamária – Data do início, localização, intensidade da dor, uso de medicações, relação com ciclo menstrual ou traumatismo e relação com esforço físico. Derrame papilar – Data do início, coloração, espontâneo ou provocado, uni ou bilateral e relação com uso de fármacos. Alterações de pele/mamilo e alterações inflamatórias – Data do início, se agudas ou crô-nicas, localização, saída de secreção purulenta, sinais flogísticos, presença de descamação/eczema de mamilo, presença de inversão mamilar e presença de retração ou abaulamentos na mama. Exame clínico É uma parte fundamental do exame ginecológico para a detecção de alterações mamárias. Para a realização do ECM, a paciente deve estar com o tronco desnudo. O exame é dividido em três partes: inspeção estática, inspeção dinâmica e APG 25 – MAMAS GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA Magny Emanuele Lima – Medicina palpação. A inspeção deve ser iniciada com a paciente sentada e de frente para o examinador. Inspeção estática: A paciente deve estar com os braços relaxados para a observação de simetria mamária e presença de retrações ou abaulamentos. Retrações geralmente estão associadas à doença maligna, devido ao comprometimento dos ligamentos de Cooper. A pele da mama e o complexo areolomamilar devem ser cuidadosamente avaliados. Edema e hiperemia podem ser indicativos de carcinoma inflamatório, lesão muito agressiva que tem como característica a invasão dos linfáticos cutâneos, ocasionando edema cutâneo (com aspecto de casca de laranja). A retração do mamilo, principalmente unilateral, também pode estar associada à doença maligna. Ulcerações em mamilo e lesões eczematosas podem estar associadas à doença de Paget. Inspeção dinâmica: Depois da avaliação estática, solicita-se que a paciente levante os braços, permitindo uma melhor avaliação da metade inferior das mamas. Na sequência, ela deve pressionar as mãos contra a cintura, contraindo, dessa forma, os músculos peitorais e permitindo a visualização de retrações sutis que não haviam sido observadas na inspeção estática Palpação: É o próximo passo do exame. A palpação das cadeias linfáticas supraclaviculares e axilares deve ser realizada com a paciente sentada. A axila direita é examinada pela mão esquerda do examinador, enquanto o braço direito da paciente está flexionado e apoiado na mão direita do examinador. O inverso é realizado no lado esquerdo. Essa posição permite o relaxamento do músculo peitoral e possibilita a abordagem de todo o espaço axilar. Se houver linfonodos palpáveis, deve-se anotar o tamanho e as características (elástico, firme) deles, bem como se são únicos, múltiplos ou fusionados. Também é importante avaliar se são móveis ou fixos a planos profundos. Com base nesses achados, pode-se categorizá-los como suspeitos ou não. Muitas mulheres têm linfonodos palpáveis secundários a processos infecciosos nas unhas, abrasões no braço e foliculites na axila. Em geral, esses linfonodos são pequenos (< 1 cm), elásticos e móveis. Ao contrário, linfadenopatia supraclavicular palpável é incomum e indicativa de maior investigação. Depois de concluída a avaliação dos linfonodos, solicita-se à paciente que se deite, colocando os braços estendidos acima da cabeça. O exame deve ser feito com as palmas das mãos abrangendo toda a mama, estendendo-se superiormente até a clavícula, inferiormente até o sulco mamário, medialmente até a borda lateral do esterno e lateralmente até a linha axilar média. O exame é feito com uma das mãos, enquanto a outra estabiliza a mama. É importante localizar as lesões dentro dos quadrantes mamários. APG 25 – MAMAS GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA Magny Emanuele Lima – Medicina Está indicada, principalmente em pacientes com queixas de derrame papilar, a expressão papilar uni ou bidigital no raio horário, buscando identificar o ponto-gatilho. Mamas densas na pré-menopausa podem ser multinodulares, sendo difícil a identificação de lesões nodulares patológicas. As mamas são mais nodulares nos quadrantes superolaterais, em que há mais tecido mamário, no sulco mamário e na região subareolar. Os nódulos são tridimensionais, ao passo que os adensamentos são percebidos em duas dimensões. As lesões suspeitas são assimétricas e solitárias. Na dúvida, em pacientes pré-menopáusicas, repete-se o exame após a menstruação. Quando diagnosticada uma alteração na palpação, o achado deve ser descrito de maneira completa, para que, quando reexaminado ou avaliado por outro colega, seja possível verificar a sua evolução. Características a serem descritas incluem localização, tamanho, bordas, forma, superfície, mobilidade e consistência. Autoexame Permite que a paciente observe modificações que possam ter ocorrido. Ele tem especial importância para pacientes não abrangidas nos programas de rastreamento, principalmente aquelas com idade inferior a 50 anos. As suas vantagens são a simplicidade, o custo inexistente e a possibilidade de repetição a qualquer momento. As desvantagens são a baixa sensibilidade e a falsa segurança que a paciente sente ao não notar alterações, evitando, assim, a realização de mamografia. Tal fato é tão importante que a Sociedade Americana de Oncologia não mais recomenda que o autoexame seja realizado. A técnica do autoexame é simples e segue os mesmos passos que o exame físico: inspeção e palpação.A inspeção é realizada em frente ao espelho. Com relação à palpação, recomenda- se que seja realizada durante o banho, mensalmente, nos 10 dias que se seguem à menstruação. As pacientes na menopausa podem estabelecer um dia do mês para a sua realização periódica. Exames complementares Os exames de imagem são essenciais no rastreamento, na investigação de pacientes com queixas mamárias ou com alterações no exame físico das mamas e no seguimento de pacientes com doenças mamárias, bem como no estadiamento dos casos de câncer de mama. Os principais exames complementares de rotina para a avaliação das mamas são a mamografia e a ultrassonografia (US- avalia mamas e axilas). A RM mamária é importante aliada nos casos de complementação de dúvidas nos exames essenciais de rastreio, bem como amplamente utilizada na avaliação de implantes de silicone e no rastreamento de pacientes com alto risco de câncer de mama. Existem outras modalidades de mamografia, como a tomossíntese e a mamografia com contraste. Os exames de tomografia por emissão de pósitrons (PET-TC e PET- RM) não são utilizados em casos de câncer de mama iniciais. Mamografia: A mamografia é o exame de imagem mais utilizado, amplamente testado e aprovado internacionalmente como principal método de detecção do câncer de mama, sendo essencial para a avaliação mamária por imagem. A mamografia utiliza o raio X como fonte de obtenção da imagem, criado principalmente por APG 25 – MAMAS GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA Magny Emanuele Lima – Medicina meio de filamentos de molibdênio e não tungstênio, como é habitual nas radiografias simples. A mamografia de rastreamento inclui duas incidências: mediolateral oblíqua (MLO) e craniocaudal (CC), sendo o estudo comparativo com os dois lados e com os exames anteriores O Instituto Nacional de Câncer (inca) recomenda mamografias bianuais dos 50 aos 69 anos. No entanto, as principais sociedades nacionais e internacionais, como a Sociedade Brasileira de Mastologia e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) recomendam rastreamento mamográfico bilateral anual a partir dos 40 anos, sempre que possível, para mulheres com risco habitual populacional geral de câncer de mama. O BI-RADS (breast imaging reporting and data system) consiste em vários termos a serem utilizados nos laudos, quatro classificações de densidade mamária e categorias que variam do 0 a 6, facilitando o entendimento do resultado do exame de imagem e as recomendações sugeridas pelo médico imaginologista durante a análise do exame. US mamária e US axilar A US mamária é um valioso complemento da mamografia, sendo o primeiro exame realizado em mulheres jovens ou grávidas. Comparada com a mamografia e a RM, a US é um exame rápido, seguro, bem tolerado e relativamente barato. Uma de suas limitações é não conseguir detectar microcalcificações agrupadas fora do tumor e em mamas adiposas. O seu principal papel está na diferenciação de lesões císticas e sólidas, com alta sensibilidade na diferenciação de lesões malignas, embora apresente alta taxa de falso- positivo. Nódulos sólidos irregulares, heterogêneos e não paralelos à pele têm maior possibilidade de ser malignos. Ressonância magnética mamária A RM mamária com contraste apresenta alta sensibilidade e especificidade no diagnóstico de câncer de mama. São indicações para a realização da RM: Casos de imagens inconclusivas pelos métodos convencionais, como mamografia e US mamária, não sendo utilizada, entretanto, como método de substituição à avaliação histológica dessas lesões. Rastreamento em pacientes de alto risco (mutações de BRCA1 e 2). Avaliação de implantes mamários. Diferenciação de cicatriz pós-operatória e recorrência do carcinoma. Avaliação da resposta terapêutica à quimioterapia neoadjuvante. Estadiamento local pré-operatório. A RM mamária é o método por imagem mais sensível na avaliação da extensão do câncer de mama e na detecção de multifocalidade, multicentricidade ou bilateralidade. Procedimentos invasivos Depois que uma lesão de mama é detectada, faz- se necessária uma investigação adicional. Tal investigação se dá por meio de um procedimento invasivo denominado biópsia percutânea, realizado com a finalidade de coletar material para análise citológica e/ou histológica. Os principais métodos disponíveis para a obtenção de material via percutânea são a punção aspirativa por agulha fina (PAAF), a biópsia percutânea por agulha grossa (core biopsy) e a biópsia percutânea assistida a vácuo (mamotomia). APG 25 – MAMAS GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA Magny Emanuele Lima – Medicina As biópsias de mama podem ser realizadas com ou sem auxílio de exames de imagem. Nas lesões palpáveis, pode-se dispensar esse recurso. Já no caso de lesões não palpáveis, detectadas exclusivamente por exame de imagem, pode-se optar por técnicas guiadas por US, estereotaxia ou RM. Doenças benignas da mama Mastite aguda É comum no puerpério tardio. Os agentes patogênicos normalmente envolvidos são Staphylococcus aureus, principal agente, presente em 60% dos casos, Staphylococcus epidermidis, estreptococos, Escherichia coli, entre outros. Em geral, há história de fissura do mamilo ou de queimadura da pele, que resulta na quebra dos mecanismos de defesa do organismo e no aumento do número de bactérias sobre a pele da mama. A penetração se dá pelos linfáticos superficiais, expostos pelas fissuras mamilares. Sinais e sintomas: inicia-se com estase láctea, distensão alveolar e obstrução ao fluxo do leite (ingurgitamento mamário). Posteriormente, ocorre proliferação bacteriana, podendo evoluir para quadros mais graves, com abscessos mamários e sepse. Apresenta sinais clássicos de inflamação: dor, tumor, calor e rubor, que podem ou não estar acompanhados de sintomas gerais (febre, mal- estar, calafrios). Adenopatia axilar é comum. Tratamento: Hidratação oral, analgésicos, antitérmicos, suspensão das mamas, esvaziamento da mama afetada (ordenha manual, mecânica ou elétrica), terapia antimicrobiana. A profilaxia durante o período da amamentação envolve manter uma boa higiene e evitar ingurgitamento mamário ou fissuras mamilares. Abscesso mamário Processo infeccioso agudo decorrente da mastite, com formação de “lojas” (únicas ou múltiplas), e que pode evoluir para necrose do tecido mamário. Apresenta-se com os sintomas inflamatórios da mastite, mais flutuação e, muitas vezes, pele brilhante e descamativa. Além de dor intensa, o quadro clínico infeccioso pode cursar com prostração e queda do estado geral. Em 50% dos casos, a paciente é puérpera. O tratamento do abscesso mamário é semelhante ao da mastite, com antimicrobiano para reduzir a infecção sistêmica e a celulite local. Além disso, está indicada drenagem com incisão arciforme no ponto de maior flutuação. Ectasia ductal Trata-se da dilatação dos ductos terminais por acúmulo de material lipídico e detritos celulares que levaria a inflamação, espessamento, atrofia e perda da elasticidade da parede ductal, podendo causar derrame papilar. Na maioria dos casos, manifesta-se como secreção papilar bilateral, multiductal e colorida (esbranquiçada, amarelada, acastanhada, esverdeada e enegrecida), podendo haver associação com nodularidade e alterações anatômicas do complexo areolopapilar. Eventualmente, o fluxo é hemorrágico, e, nesse caso, o diagnóstico deve ser amparado por alguns exames de imagem para exclusão de outras causas, como papilomas e câncer. Não se conhece a natureza exata de sua etiologia; o tabagismo parece estar envolvido, porém não há consenso. O diagnóstico é clínico, e, quando há dúvidas, a US é o método de imagem que pode trazer maisinformações, pois consegue mostrar toda a árvore ductal retroareolar. Por esse método, considera-se ectasia quando o diâmetro do ducto é igual ou superior a 5 mm. As formas clínicas são: Derrame papilar: Comum em mulheres peri ou pós-menopáusicas, surgindo secreção amarelo- esverdeada, purulenta. Desde que o sintoma não seja espontâneo e abundante, não requer tratamento. Se a descarga for desconfortável para a paciente, indica-se a exérese do sistema ductal terminal. Tumoral: A ectasia, com o tempo, pode ocasionar ruptura dos ductos e inflamação circundante, APG 25 – MAMAS GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA Magny Emanuele Lima – Medicina com sinais típicos de mastite. Esse processo, ao se cronificar, pode originar massa endurecida e retração do mamilo, simulando um carcinoma. É comum a retração do mamilo no local do ducto ou dos ductos encurtados. A idade é um fator importante na etiologia da ectasia ductal, pois a frequência dessa condição aumenta com a idade. O tratamento é clínico, e a cirurgia fica reservada para casos específicos: fístulas, abscessos recorrentes, fluxos muito grandes com desconforto social e eventual necessidade de diagnóstico diferencial com câncer. Eczema areolar É uma dermatite descamativa e exsudativa do complexo areolomamilar, muitas vezes bilateral e pruriginosa, podendo ser localizada ou envolver completamente o mamilo e a aréola. Existem diversas causas, como psoríase, dermatite seborreica, dermatite de contato, neurodermatites e dermatite atópica. Alterações funcionais benignas da mama As alterações funcionais benignas da mama (AFBMs) compreendem um grupo de entidades antes denominadas displasias mamárias (adenose, metaplasia apócrina, microcistos e fibrose) ou exageros da normalidade (mastalgia, nodularidade, adenose esclerosante, macrocistos e hiperplasia simples). O termo AFBM foi criado em 1994 pela Sociedade Brasileira de Mastologia, em uma tentativa de evitar expressões que dão a falsa noção de enfermidade e de lesão pré- maligna a condições, na maioria das vezes, fisiológicas. Do ponto de vista clínico, três quadros são relevantes nas AFBMs: mastalgia, adensamento e macrocistos. Mastalgia A dor mamária é um sintoma relativamente comum entre as pacientes e representa cerca de 47% das queixas no consultório do mastologista, sendo mais comum no início da adolescência e na menacme, diminuindo na pré-menopausa e praticamente desaparecendo na pós- menopausa. A mastalgia pode ser classificada em cíclica, acíclica e extramamária. Conhecer a evolução do sintoma é um fator importante para determinar se está relacionada com mudanças hormonais do ciclo menstrual ou com algum processo patológico da glândula mamária. É importante relacionar os sintomas com a movimentação, com a respiração e verificar se está acompanhada de algum outro sintoma (dispneia, febre). A história de trauma e o estado psicológico da paciente também devem ser abordados, sendo fundamental a palpação dos arcos costais e de suas articulações para o diagnóstico diferencial. Uma minoria das mulheres classifica a dor como moderada a intensa (10-15% dos casos), e a maior preocupação é a associação desse sintoma com o câncer de mama. No entanto, o câncer de mama está pouco associado a dor e, quando ocorre, costuma se apresentar como uma dor acíclica (não concordante com o ciclo menstrual) focal e persistente em determinado ponto da mama. A mastalgia cíclica está associada às mudanças hormonais do ciclo menstrual e se manifesta principalmente na semana que antecede o sangramento. É ocasionada por alterações no equilíbrio entre estrogênio e progesterona, que estimulam a proliferação do tecido glandular (ductal e estromal), resultando em dor. Considera- se mastalgia intensa ou grave aquela que dura mais de 7 dias e interfere na qualidade de vida da paciente. A mastalgia acíclica pode surgir em mamas pendulares, em razão do estiramento dos ligamentos de Cooper. Às vezes, dores cervicais e no dorso podem estar associadas. Dores na parede torácica podem ser referidas como mastalgias. Se não houver alterações nos exames clínico e radiológico, a mastalgia poderá ser tratada. APG 25 – MAMAS GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA Magny Emanuele Lima – Medicina O principal tratamento da mastalgia é a orientação verbal, podendo chegar a resolver 90% dos casos. Deve-se enfatizar o caráter autolimitado e sem correlação com o câncer de mama. Medidas comportamentais - sutiãs com melhor suporte em pacientes com mamas pendulares, dieta livre de gorduras e prática de exercícios físicos. Não existem estudos comprovando a eficácia dessas medidas. Medidas farmacológicas não específicas para mastalgia incluem analgésicos (paracetamol e dipirona) e AINEs, tanto orais quanto tópicos (diclofenaco gel). Adensamentos São achados físicos bidimensionais que se manifestam como área de endurecimento localizado (espessamento) na mama. Podem estar associados à dor e à percepção de nodularidade. A sua importância reside no fato de esse achado possivelmente mascarar um câncer, quando a alteração ocorre de forma solitária (unilateral). Excluída a possibilidade de malignidade por investigação complementar (exames de imagem e biópsia), não há necessidade terapêutica específica adicional. Macrocistos Os cistos mamários são a expressão da etapa involutiva do lóbulo mamário. Estima-se que ocorram em mulheres na meia-idade e no final do período reprodutivo. Apresentam-se como tumor de aparecimento rápido. A etiologia é desconhecida, com pico de incidência entre os 40 e os 50 anos, aumentando em frequência a partir dos 35 anos. O quadro clínico é de surgimento rápido de tumor móvel, de consistência firme/elástica, às vezes apresentando aspecto “achatado”. Na grande maioria das vezes, não há dor à palpação. Essa alteração é mais frequentemente identificada nas regiões centrais da mama e no período pré- menopausa (é raríssimo na velhice, a não ser nos casos em que a paciente esteja em terapia de reposição hormonal). Tratamento: consiste na punção evacuadora do cisto, procedimento ambulatorial simples que, além de ser diagnóstico (pois afasta a possibilidade de câncer), também é terapêutico. Cistos simples não palpáveis, identificados apenas em US não devem ser abordados ou acompanhados, e a paciente deve ser tranquilizada. O tratamento cirúrgico só será considerado com o intuito de excluir neoplasia maligna e estará indicado nos casos de cistos com múltiplas recidivas. Tumores benignos Lesões fibroepiteliais As lesões fibroepiteliais da mama englobam neoplasias constituídas pela proliferação do tecido conectivo do estroma e pelo componente epitelial, representados pelos ductos e ácinos. Os dois componentes estão presentes em proporções variáveis, mas são os diferentes graus de proliferação e atipia estromal que determinam a classificação e o comportamento clínico dessas lesões. Esse grupo de lesões bifásicas manifesta comportamento benigno, sendo representado pelos fibroadenomas e pelos tumores filoides. Fibroadenomas Os fibroadenomas são os principais tumores benignos da mama. Eles acometem preferencialmente mulheres com idade entre 15 e 35 anos. Em decorrência da presença de receptores hormonais, apresentam tendência a crescimento durante a gestação e degeneração e calcificação após a menopausa, sendo um achado comum em mamografias de rotina. Apresenta-se como nódulo indolor, sólido, de consistência firme, arredondado ou lobulado, limites nítidos e ampla mobilidade. O crescimento é lento, raras vezes atingindo grandes dimensões. Os fibroadenomas podem ser múltiplos em 20% dos casos, uni ou bilateralmente. APG 25 – MAMAS GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA Magny Emanuele Lima – MedicinaO diagnóstico é clínico, podendo ser complementado por exames de imagem e/ou análise cito/histológica. Os exames de imagem evidenciam massa sólida regular ou lobulada, de margens bem definidas. À mamografia, lesões involutivas podem apresentar calcificações grosseiras em pipoca. O fibroadenoma comum apresenta estroma de baixa celularidade, uniforme, sem pleomorfismo celular. Em pacientes idosas, o estroma pode estar hialinizado. É rara a transformação de componentes epiteliais do fibroadenoma em carcinoma mamário, bem como a coexistência entre essas lesões. Fibroadenomas múltiplos, pequenos ou assintomáticos podem ser acompanhados clinicamente com especialista. Tumores filoides Respondem por menos de 1% dos tumores da mama e 2,5% dos tumores fibroepiteliais. Costumam se manifestar dos 35 aos 55 anos. São lesões clinicamente semelhantes aos fibroadenomas, com rápido crescimento. Embora tumores malignos ocorram em apenas 10% dos casos, mesmo benignos, eles têm tendência à recidiva local e podem atingir grandes volumes. O seu diagnóstico pela amostra histológica via core biopsy pode ser desafiador e, por vezes, só é confirmado em análise com maiores amostras teciduais. O tratamento envolve ressecção da lesão com margens livres. Hamartoma Trata-se de lesão composta de uma combinação anormal de elementos de tecidos glandular, gorduroso e conectivo fibroso. É incomum e pode se desenvolver em outros órgãos, como pulmões e cólon. Acomete preferencialmente mulheres com idade entre 40 e 70 anos e está relacionado com síndromes genéticas, como Cowden. Em geral, são lesões macias, circunscritas, expansivas, de textura semelhante ao parênquima mamário habitual. Papiloma intraductal É uma lesão hiperplásica caracterizada pela proliferação do epitélio ductal com um eixo fibrovascular com crescimento para o lúmen de um ducto, distendendo-o, formando lesões em geral sólido-císticas. É mais frequente em mulheres entre a quarta e sexta décadas de vida. Em geral são solitários e centrais, localizados nos ductos terminais, atingindo pequenas dimensões. Costumam apresentar descarga papilar sanguinolenta ou serosa; em 50% delas, nota-se nódulo subareolar. Apresentam potencial de abrigar áreas de atipia ou carcinoma in situ (menos de 10% dos casos). Lesões múltiplas e periféricas são denominadas papilomatose múltipla e estão mais relacionadas com nódulos do que com a descarga papilar. A sua etiologia está correlacionada com hiperplasia ductal ou lobular e apresenta maior risco de desenvolvimento de carcinomas. O diagnóstico de papiloma intraductal exige análise histológica, e seu tratamento consiste em exérese com ressecção total do papiloma. Cicatrizes radiais Também conhecidas como lesão esclerosante complexa, as cicatrizes radiais podem mimetizar carcinomas em exames mamográficos, macro e microscópicos. Aos exames de imagem, apresentam-se como massas espiculadas suspeitas, tornando necessária a realização de análise patológica. Algumas evidências sugerem que se trate de lesão pré-maligna, conferindo risco aumentado para câncer de mama. Recomenda-se exérese cirúrgica. Adenose esclerosante Trata-se da proliferação de tecido fibroso na unidade lobular, que pode formar massas ou alterações suspeitas em exames de imagem. Está associada a um discreto aumento de risco para desenvolvimento de câncer de mama. Atipia epitelial plana Atipia epitelial plana se refere à proliferação neoplásica das unidades ductolobulares terminais APG 25 – MAMAS GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA Magny Emanuele Lima – Medicina por camadas de células epiteliais monomórficas com baixo grau de atipia. Apresenta tendência à formação de calcificações. Confere discreto aumento de risco para câncer de mama. Hiperplasias O termo hiperplasia simples implica uma condição benigna, ao passo que a hiperplasia atípica tende a ser associada a pequeno ou moderado aumento do risco de câncer de mama. As hiperplasias atípicas podem ser ductais ou lobulares e são lesões proliferativas que apresentam algumas características, mas não todas, de carcinoma in situ. Lipomas Lipomas são tumores compostos de proliferação benigna de adipócitos. Apresentam-se como massa amolecida, bem delimitada e que pode atingir grandes proporções, causando deformidades. Também podem sofrer esteatonecrose e causar aparecimento de áreas endurecidas, confundidas com carcinoma. A conduta é a remoção cirúrgica. Condições benignas da mama e risco para câncer Neoplasia maligna Em associação à visão de sofrimento e morte, que acompanha qualquer tipo de câncer, o câncer de mama afeta ainda a representação simbólica de um órgão que permite a nutrição e a perpetuação da espécie, além de estar profundamente ligado à feminilidade e à sexualidade, possuindo forte impacto emocional. A taxa de mortalidade por câncer de mama na população mundial, foi de 14,23 óbitos/100.000 mulheres em 2019. No Brasil, na mortalidade proporcional por câncer em mulheres, em 2019, os óbitos por câncer de mama ocupavam o primeiro lugar no país, representando 16,1% do total. O câncer de mama ultrapassou o câncer de pulmão como a principal causa de incidência global de câncer em 2020, com uma estimativa de 2,3 milhões de novos casos, o que representa 11,7% de todos os casos de câncer e a quinta causa de mortalidade por câncer em todo o mundo, com 685 mil mortes. A maioria dos carcinomas mamários é esporádica, e apenas 10% estão associados a história familiar ou fatores genéticos. O conhecimento dos fatores de risco que podem estar associados é importante, uma vez que alguns deles podem ser modificados. São: Sexo e idade As mulheres apresentam risco de serem diagnosticadas com câncer de mama 100 vezes maior que os homens. Além disso, a incidência do câncer de mama está diretamente relacionada com o aumento da idade, justificando o início do rastreamento mamográfico a partir dos 40 a 50 anos. Obesidade A obesidade (índice de massa corporal [IMC] ≥ 30 kg/m2) está associada ao aumento de morbidade e mortalidade pelo câncer de mama. Esse risco está ligado ainda ao aumento da incidência do câncer de mama, quando ocorre na pós-menopausa. A perda de peso, mesmo após o início da menopausa, reduz o risco. Além disso, a atividade física é um fator protetor para a mama na pré-menopausa e na pós-menopausa. Densidade mamária Mulheres com mamas densas na mamografia – presença de tecido mamário (parênquima) ≥ 75% da mama – apresentam maior risco para câncer APG 25 – MAMAS GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA Magny Emanuele Lima – Medicina de mama. O aumento da densidade mamária não representa impacto em maior mortalidade por câncer de mama. Doenças benignas da mama As lesões proliferativas da mama (em especial, alterações com atipias histológicas) estão associadas ao aumento do risco de câncer de mama. São consideradas marcadores de risco tanto para a mama afetada como para a mama contralateral. Terapia hormonal na menopausa A terapia hormonal combinada de estrogênio/progesterona na menopausa aumenta o risco de câncer de mama receptor hormonal positivo, sobretudo com o uso por mais de 5 anos. Contraceptivos hormonais O risco de câncer de mama é maior entre as mulheres usuárias de contraceptivos hormonais e esse risco aumenta com o uso prolongado. Estudos indicam que esse risco desaparece em 2 a 5 anos após a interrupção do uso. Apesar dos dados limitados, o DIU com levonorgestrel está contraindicado em mulheres com história prévia de câncer de mama, devido a uma possível associação com aumento de recidiva. Menarca precoce e menopausa tardia Estudos demonstraram que cada ano de atraso do início da menarca diminui em 5% o risco de câncerde mama. Em contrapartida, cada ano de atraso para início da menopausa representa um aumento de risco de 3% para câncer de mama. Nuliparidade A nuliparidade representa um maior risco para câncer de mama. Estudos sugerem uma redução de risco adicional para cada parto a termo em torno de 10%. Idade no primeiro parto a termo A incidência de câncer de mama é 10% menor para mulheres que tiveram o primeiro parto a termo até os 25 anos e 5% maior entre aquelas com primeiro parto a termo aos 35 anos, semelhante ao risco de mulheres nulíparas. História familiar e mutações genéticas Os dois principais fatores que afetam esse risco são o número de familiares de primeiro grau com câncer de mama e a idade em que foram diagnosticados. Uma mulher com um familiar de primeiro grau com câncer de mama apresenta risco 1,75 vezes maior de desenvolver a doença em relação a uma mulher sem nenhum familiar afetado. Esse risco se torna 2,5 vezes maior com dois ou mais familiares de primeiro grau com câncer de mama. A idade jovem no diagnóstico dos familiares de primeiro grau também pode influenciar esse risco, principalmente quando ocorre na pré-menopausa. Mutações genéticas associadas à predisposição ao câncer de mama são raras. Álcool e tabagismo O consumo de álcool está associado ao aumento do risco para câncer de mama. Embora a associação de risco com o tabagismo permaneça controversa, parece haver uma correlação com o início precoce, em idade jovem, do consumo de cigarros. Exposição à radiação ionizante A exposição do tórax à radiação ionizante em uma idade jovem, como ocorre no tratamento do linfoma de Hodgkin, está associada ao aumento de risco para câncer de mama. Patologia do carcinoma de mama O carcinoma de mama é uma doença heterogênea que difere quanto à sua apresentação histológica e seu comportamento biológico. Os dois tipos histológicos mais comuns de carcinomas invasivos são os carcinomas ductal e lobular, correspondendo a cerca de 75 e 15% de todos os casos, respectivamente. Os demais tipos histológicos de carcinomas são mais raros (mucinoso, tubular, medular, papilar, metaplásico) APG 25 – MAMAS GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA Magny Emanuele Lima – Medicina e correspondem aproximadamente a 10% de todos os casos. Carcinoma ductal in situ O carcinoma ductal in situ (CDIS) ou intraductal é uma forma não invasiva do câncer de mama. É caracterizado pela proliferação de células epiteliais neoplásicas no interior do ducto, sem invadir a membrana basal. Desse modo, sem a capacidade de metastatizar, seja por via linfática, seja por via hematogênica, não exige tratamento sistêmico adjuvante. É considerado uma lesão precursora do carcinoma invasor, e sua presença aumenta em 10 vezes o risco de carcinoma invasor no futuro. O CDIS manifesta-se comumente por microcalcificações pleomórficas, agrupadas e com trajeto ductal na mamografia. Acomete principalmente mulheres com idade entre 50 e 70 anos. A expressão de receptores de estrogênio (RE) é observada em mais de 80% dos casos de CDIS, ao passo que os receptores de progesterona (RP) são encontrados em cerca de 60% dos casos. A ressecção cirúrgica do carcinoma na totalidade está sempre indicada e, apesar de não ter capacidade de disseminação sistêmica, o comprometimento mamário pode ser extenso a ponto de exigir uma mastectomia para tratamento adequado. A abordagem axilar via biópsia do linfonodo-sentinela (BLNS) não é necessária, a não ser em casos extensos que serão submetidos à mastectomia. Carcinoma invasor da mama Os carcinomas invasores são aqueles cujas células tumorais invadem os tecidos adjacentes aos ductos mamários e apresentam capacidade de metastatizar para sítios anatômicos distantes. Existe um amplo espectro de fenótipos morfológicos, com tipos histológicos específicos, prognósticos diferentes e, por vezes, características clínicas próprias. O tipo histológico mais comum é o carcinoma ductal invasor ou infiltrante (CDI). Na maioria das vezes, os carcinomas invasivos estão associados a uma extensão variável de componente de carcinoma in situ. Carcinoma ductal infiltrante Corresponde a 80 a 90% dos carcinomas de mama. Trata-se de um grupo heterogêneo de tumores cujo diagnóstico é feito por exclusão quando a lesão não preenche os critérios diagnósticos (achados morfológicos/histológicos) para os tipos especiais de carcinoma mamário, sendo classificado como carcinoma ductal infiltrante – sem outra especificação (CDI-SOE). Os carcinomas ductais de tipo especial (medular, tubular, etc.) compreendem 10 a 20% dos carcinomas invasivos e apresentam, em geral, melhor prognóstico quando comparados com o CDI-SOE. Para ser classificado como tipo especial, é necessário que o carcinoma seja composto quase completamente (90% de um tumor) pelas características histológicas do tipo em questão. Apresentação macroscópica Costuma apresentar-se como um nódulo sólido ou uma área de condensação no parênquima, com coloração acinzentada ou esbranquiçada, geralmente endurecido, com consistência de pera verde ao corte (carcinoma cirroso), o que depende da quantidade de fibrose no estroma, da elastose peritumoral e da presença de necrose e de calcificações relativamente grosseiras. As lesões podem ter forma espiculada ou circunscrita. APG 25 – MAMAS GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA Magny Emanuele Lima – Medicina Avaliação Três características para avaliação histológica (formação tubular, atipias nucleares e atividade mitótica) servem para graduar o CDI em: bem diferenciado (grau 1), diferenciação intermediária (grau 2) e pouco diferenciado (grau 3). Além das formas de avaliação da mama já citadas (teste triplo = exame clínico+ radiológico+ biópsia), o padrão molecular do tumor de mama também é possível ser avaliado como forma de prever a resposta a terapias específcas, bem como o prognóstico da doença. Neste caso, pode ser realizada imuno-histoquímica para quantifcar receptores de estrogênio (RE) e progesterona (RP) e o receptor do fator de crescimento epidérmico humano tipo 2 (HER2). Dois genes de suscetibilidade ao câncer de mama BRCA1 e BRCA2. Diante da confrmação do CA de mama, é fundamental realizar o estadiamento para planejamento do tratamento, previsão de resultados e comparação dos efeitos dos tratamentos. Cada paciente é classificado quanto seu estádio clínico e patológico, sendo o estádio clínico baseado nas informações clínicas e radiológicas, enquanto o estádio patológico é realizado com base nas medidas do tumor e avaliação dos linfonodos. O estadiamento cirúrgico é realizado com base no TNM (T: tumor, N: linfonodos, M: metástase). Tratamento e prognóstico A escolha do tratamento dependerá do perfil da paciente, estadiamento, fatores de risco, fatores prognósticos e relação tumor/mama. As possibilidades de tratamento cirúrgico englobam as mastectomias simples ou radical ou poupadora de pele, adenomastectomia (preserva o complexo areolomamilar). Além da abordagem cirúrgica, é possível realizar tratamento adjuvante com hormonioterapia quando o tumor possui receptores hormonais positivos, com o Tamoxifeno na pré-menopausa ou Inibidor da aromatase na pós-menopausa. A radioterapia deve ser realizada nas cirurgias conservadoras (mastectomia com tumor >5cm e/ou comprometimento axilar), já a quimioterapia está indicada para os CA avançados e nos de mal prognóstico molecular e deve ser individualizado. O prognóstico é variável, sendo pior em mulheres na pré-menopausa e obesas (em mulheres < 35 anos os tumores são mais agressivos). A condição axilar é o fator mais importante de prognóstico, pois quanto maior o número de linfonodos comprometidos, maior o potencial de metastização. O tamanho dotumor está mais relacionado à recidiva local e à distância, sendo maior o risco quanto maior for o diâmetro do tumor. As mutações dos genes BRCA1/2 também se relacionam ao prognóstico, sendo fatores de mau prognóstico e preditivos de má resposta à terapia adjuvante. Referências: PASSOS, Eduardo P.; MARTINS-COSTA, Sérgio H.; MAGALHÃES, José A.; et al. Rotinas em Ginecologia (Rotinas).: Grupo A, 2023.