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CURSO ANUAL DE GEOGRAFIA I Prof. Fernandes Epitácio VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência COMPLEXOS GEOECONÔMICOS A DIVISÃO GEOECONÔMICA Há outra divisão regional do território brasileiro que não acompanha os limites estaduais, havendo estados que possuem parte do território em uma região e parte em outra. Trata-se da divisão elaborada em 1967 pelo geógrafo Pedro Pinchas Geiger. É uma classificação que considera a formação histórico- econômica do Brasil e a recente modernização econômica, que se manifestou nos espaços urbano e rural, estabelecendo novas formas de relacionamento entre os lugares do território brasileiro e criando uma nova dinâmica no relacionamento entre a sociedade e a natureza. Assim, o oeste do Maranhão integra a Amazônia e o restante o Nordeste, com atuação, respectivamente, da SUDAM e da SUDENE. O Norte de Minas Gerais (Vale do Jequitinhonha) integra o Nordeste, com atuação da SUDENE e do BNB e o restante o Centro-Sul. O Norte do Mato Grosso e o Tocantins são amazônicos e o restante dos territórios integra a região Centro-Sul. AMAZÔNIA A Amazônia, imensa região que abrange o norte e uma parte do centro do país, ainda é a região menos povoada do Brasil, embora nas últimas décadas venha passando por um intenso processo de povoamento. Durante vários séculos, permaneceu esquecida porque os colonizadores não encontraram na região quase nada de importante para explorar. Até hoje, a Amazônia apresenta grandes vazios demográficos, áreas com baixíssimas densidades demográficas – às vezes, até menos de um habitante por quilômetro quadrado. Nela, encontramos os mais numerosos grupos indígenas, os habitantes originais de nosso país. Em todo caso, o povoamento vem avançando: em 1970, a densidade demográfica regional era de 0,9 hab/km² e, em 2008, já era de 4hab/km². AMAZÔNIA TRANSNACIONAL: UMA NOVA ESCALA DE AÇÃO O novo valor estratégico atribuído à natureza amazônica tornou patente que ela não se restringe à Amazônia Brasileira, mas, sim, envolve a extensa Amazônia sul- americana. Os ecossistemas florestais não obedecem os limites políticos dos países, e muitas nascentes dos rios amazônicos localizam-se fora do território nacional. Esta situação, que em outras partes do planeta geram conflitos geopolíticos entre nações, no caso da Amazônia pode e deve ser fundamento para uso conjunto e complementar dos recursos em prol do desenvolvimento regional, tal como ocorre com a formação de blocos supranacionais no mundo contemporâneo. BECKER, Bertha K. Amazônia: geopolítica na virada do III milênio. Rio de Janeiro: Garamond, 2003.p.53. CENTRO-SUL O Centro-Sul do país, que se desenvolveu economicamente depois do Nordeste, é uma região mais industrializada, onde se destacam cidades como Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Rio e Janeiro e São Paulo. Engarrafamento em São Paulo. Maior densidade rodoferroviária. Melhores e maiores universidades. Maiores cidades. Vista aérea de parte da cidade de São Paulo. NORDESTE Graves problemas sociais (pobreza, fome, etc.). Piores indicadores sociais do país. Sub-Regiões com características diferentes. 2 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência CURSO ANUAL DE GEOGRAFIA – (Prof. Fernandes Epitacio) SUB-REGIÕES NORDESTINAS Observando a região nordestina de Leste para o Oeste, temos Zona da Mata (extremamente úmida), Agreste (Subumido), Sertão (Semiárido) e o Meio Norte (Bastante úmido). Zona da Mata: Ocupa a parte oriental da região Nordeste, área dominada pelo clima tropical úmido (quente e chuvoso). O índice pluviométrico é de aproximadamente 2.000 mm/ano e as médias térmicas variam entre 24ºC e 26º C. O ambiente quente e úmido favoreceu o desenvolvimento da floresta Tropical, mata exuberante e com grande diversidade de espécies. Originalmente a floresta ocupava grande parte dessa sub-região. A Zona da Mata apresenta-se como a região mais importante do Nordeste do ponto de vista econômico. Nela concentram-se dois segmentos industriais: indústrias têxtil e alimentícia, agroindustriais (sobretudo usinas de açúcar e álcool) e indústrias extrativistas minerais. Além das atividades industriais, na Zona da Mata desenvolvem-se importantes atividades econômicas ligadas ao meio rural, predominando os latifúndios monocultores de cana-de-açúcar, fumo e cacau, que atendem ao consumo industrial e ao comércio exterior. Usina sucroalcooleira na Zona da Mata Alagoana. A IMPORTÂNCIA HISTÓRICA DA CANA A palavra “nordeste” é hoje uma palavra desfigurada pela expressão “obras do Nordeste” que quer dizer “obras contra as secas”. E quase não sugere senão as secas. Os sertões de areia seca rangendo debaixo dos pés. Os sertões de paisagens duras doendo nos olhos. Os mandacarus. Os bois e os cavalos angulosos. As sombras leves como umas almas do outro mundo com medo do sol. Mas esse Nordeste de figuras de homens e de bichos se alongando quase em figuras de El Greco é apenas um lado do Nordeste. O outro Nordeste. Mais velho que ele é o Nordeste de árvores gordas, de sombras profundas, de bois pachorrentos, de gente vagarosa e às vezes arredondada quase em sanchos-panças pelo mel de engenho, pelo peixe cozido com pirão, pelo trabalho parado e sempre o mesmo, pela opilação, pela aguardente, pela garapa de cana, pelo feijão de coco, pelos vermes, pela erisipela, pelo ócio, pelas doenças que fazem a pessoa inchar, pelo próprio mal de comer terra. Um Nordeste onde nunca deixa de haver um mancha de água: um avanço de mar, um rio, um riacho, o esverdeado de uma lagoa. Onde a água faz da terra mais mole o que quer: inventa ilhas, desmancha istmos e cabos, altera a seu gosto a geografia convencional dos compêndios. Um Nordeste com a cal das casas de telha tirada das pedras do mar, com uma população numerosa vivendo de peixe, de marisco, de caranguejo, com as mulheres dos mucambos lavando as panelas e os meninos na água dos rios, com alguns caturras ainda iluminando as casas de azeite de peixe. Um Nordeste oleoso onde noite de lua parece escorrer um óleo gordo das coisas e das pessoas. Da terra. Do cabelo preto das mulatas e das caboclas. Das árvores lambuzadas de resinas. Das águas. Do corpo pardo dos homens que trabalham dentro do mar e dos rios, na bagaceira dos engenhos, no cais do Apolo, nos trapiches de Maceió. Esse Nordeste da terra gorda e de ar oleoso é o Nordeste da cana-de-açúcar. FREYRE, Gilberto. Nordeste: aspectos da influência da cana sobre a vida e a paisagem do Nordeste do Brasil. 7ed. São Paulo: Global, 2004. Agreste: Apresenta características naturais tanto da Zona da Mata como do Sertão, pois nos seus trechos mais úmidos desenvolve-se a floresta Tropical, enquanto nas áreas mais secas predomina a Caatinga. CURSO ANUAL DE GEOGRAFIA – (Prof. Fernandes Epitácio) 3 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência REGIÃO METROPOLITANA DO AGRESTE ALAGOANO Fonte: Estado de Alagoas – Secretaria de Estado da Cultura – Superintendência de Identidade e Diversidade Cultural Nessa sub-região destacam-se as pequenas e médias propriedades rurais policultoras, que produzem principalmente mandioca, feijão, milho e hortaliças, além de criar gado para o fornecimento de leite e seus derivados. O desenvolvimento das atividades agropecuárias no Agreste contribuiu para o crescimento de cidades como Campina Grande (PB), Caruaru e Garanhuns (PE) Arapiraca (AL) e Feira de Santana (BA). Sertão: Compreende as áreas dominadas pelo clima semiárido, que apresenta temperaturas elevadas (entre 24ºC e 28º C) e duas estações bem definidas: uma seca outra chuvosa. O Sertão é a maior sub-região nordestina ocupando mais de 50% do território nordestino,chegando até o litoral, nos estados do Rio Grande do Norte e do Ceará. A economia sertaneja baseia-se na agropecuária, atividade que sofre diretamente os impactos das condições climáticas, sobretudo na época das estiagens. Pecuária bovina e agricultura de subsistência são as principais atividades econômicas da área. A TRISTE PARTIDA Setembro passou com oitubro e novembro Já tamo em dezembro Meu Deus que é de nós Assim fala o pobre do sêco Nordeste Com medo da peste Da fome feroz Patativa do Assaré O Polígono das Secas compreende a área do Nordeste brasileiro reconhecida pela legislação como sujeita à repetidas crises de prolongamento das estiagens e, consequentemente, objeto de especiais providências do setor público. Constitui-se o Polígono das Secas de diferentes zonas geográficas, com distintos índices de aridez. Em algumas delas o balanço hídrico é acentuadamente negativo, onde somente se desenvolve a caatinga hiperxerófila sobre solos finos. Em outras, verifica-se balanço hídrico ligeiramente negativo, desenvolvendo-se a caatinga hipoxerófila. Existem também áreas no Polígono, de balanço hídrico positivo e presença de solos bem desenvolvidos. Contudo, na área delimitada pela poligonal, ocorrem, periodicamente, secas anômalas que se traduzem na maioria das vezes em grandes calamidades, ocasionando sérios danos à agropecuária nordestina e graves problemas sociais. POLÍGONO DAS SECAS Fonte: INPE/Centro de Pesquisas da Universidade de São Paulo. O Polígono das Secas foi criado pela lei nº. 1348 de 10-2- 1951. Desde o império, o governo brasileiro adota uma postura de combate aos efeitos da seca, valendo-se da construção de açudes para represar os rios locais e, assim, conseguir reservatórios de água para tornar perenes os rios temporários. Em 1909, foi criada a Inspetoria de Obras contra as Secas (IOCS) que mais tarde transformou-se em DNOCS (Departamento Nacional de Obras Contra a Seca). Simone Affonso da Silva (2014) Meio Norte: Formada pelos estados do Piauí e Maranhão, é uma área de transição entre o Sertão e a Amazônia. Os índices de pluviosidade são elevados na porção oeste e diminuem em direção ao leste e sul. Encerra a Zona dos Cocais, área de vegetação peculiar, caracterizada por extensos babaçuais. 4 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência CURSO ANUAL DE GEOGRAFIA – (Prof. Fernandes Epitacio) Trabalho feminino da colheita de babaçu. O PRECONCEITO CONTRA O NORDESTINO “O Nordeste, como recorte espacial, como uma identidade regional à parte, nem sempre existiu, como faz crer quase toda a produção artística, literária e acadêmica contemporâneas, que normalmente se referem ao Nordeste como este tendo existido desde o período colonial; os portugueses já teriam desembarcado no Nordeste e teria sido esta a área onde primeiro se efetivou a implantação da colonização portuguesa, com o sucesso da produção açucareira. Esta designação Nordeste para nomear uma região específica do país, tendo pretensamente uma história particular, só vai surgir, no entanto, muito recentemente, na década de 10 do século XX. Antes, a divisão regional do Brasil se fazia apenas entre o Norte, que abrangia todo o atual Nordeste e toda a atual Amazônia e o Sul que abarcava toda a parte do Brasil que ficava abaixo do estado da Bahia. Por isso, ainda hoje, os nordestinos são comumente chamados de nortistas em São Paulo ou em outros estados do Sul e do Sudeste e os moradores destas regiões dizem que vão passar férias no Norte, para se referirem ao Nordeste. Isto indica, também, que a criação da ideia de Nordeste e, consequentemente, da ideia de ser nordestino, surgiram nesta própria área, foram produzidas pelas elites políticas e pelos letrados deste próprio espaço, não foi uma criação feita de fora, por membros das elites de outras regiões. O sentimento, as práticas e os discursos regionalistas que irão dar origem à região que conhecemos, hoje, como Nordeste, emergiram entre as elites ligadas às atividades agrícolas e agrárias tradicionais, como à produção do açúcar, do algodão ou ligadas à pecuária, mesmo que muitos destes vivessem nas cidades, exercessem profissões liberais ou fossem comerciantes, de parte do então chamado Norte do país, no final do século XIX. Este regionalismo, como vimos, é fruto da própria forma como se constituiu o Estado Nacional brasileiro, caracterizando, por um lado, pela centralização das decisões, e por outro, por sua presença episódica e sua incapacidade de dar soluções para os problemas que afetam os interesses das elites de certas áreas do país, notadamente daquelas que representavam áreas que eram ou se tornaram periféricas do ponto de vista econômico ou que ficavam distantes do centro das decisões políticas.” JÚNIOR, Durval Muniz de Albuquerque. Preconceito contra a origem geográfica e de lugar: as fronteiras da discórdia. São Paulo: Ed. Cortez, 2007, p. 90. LITORAL A fronteira marítima brasileira tem aproximadamente 7.370 km que se estende desde a foz do Oiapoque, na divisa do Amapá com a Guiana Francesa, até o arroio do Chuí, na divisa do Rio Grande do Sul com o Uruguai, e caracteriza-se por uma enorme diversidade de paisagens litorâneas. Para um estudo mais detalhado dividiremos o nosso litoral em três áreas: Setentrional, Oriental e Meridional. LITORAL SETENTRIONAL CURSO ANUAL DE GEOGRAFIA – (Prof. Fernandes Epitácio) 5 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência Do Cabo Orange (AP) ao Cabo de São Roque (RN). Área rebaixada devido à extensa plataforma continental, facilmente inundada daí a presença de mangues, praias e dunas. (PA, MA, PI, CE). Principais Acidentes Geográficos: Golfão Amazônico, Golfão Maranhense e as Baías de São José e São Marcos (As marés mais altas do país, no Maranhão). Principais Portos: Santana (AP), Itaqui (MA), Pecém e Mucuripe (CE) e Areia Branca (RN). LITORAL ORIENTAL Domínio das barreiras de corais e dos recifes areníticos. Principais Acidentes Geográficos: Ponta do Seixas (PB), Ilha Itamaracá (PE), Baía de Todos os Santos e Ilhéus (BA), Fernando de Noronha (PE), Ilhas de Trindade e Martim Vaz (1.200km do ES). Principais Portos: Recife e Suape (PE), Salvador e Ilhéus (BA), Vitória e Tubarão (ES). LITORAL MERIDIONAL Do Cabo de São Tomé (RJ) ao Arroio do Chuí (RS). Principais Acidentes Geográficos: Ilha Grande (RJ), Baía da Guanabara (RJ) Ilha de São Sebastião (SP), Baía de Paranaguá (PR) Ilha de Santa Catarina (SC). Principais Portos: Rio de Janeiro e Sepetiba (RJ), Santos (SP) Paranaguá (PR), Rio Grande (RS). A REGIONALIZAÇÃO DE ACORDO COM O MEIO TÉCNICO-CIENTÍFICO-INFORMACIONAL Fonte: SANTOS, Milton; SILVEIRA, Maria Laura. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro/São Paulo: Record, 2001.p.268. De acordo com o professor Milton Santos e a professora Maria Laura Silveira, no contexto da Terceira Revolução Industrial ou Revolução Técnico-Científica e do processo de globalização, aparece uma configuração espacial que pode ser denominada meio técnico-científico-informacional. Tendo em mente essa configuração, o professor Milton Santos e a professora Maria Laura SIlveira apresentaram essa proposta de regionalização para o território brasileiro que leva em consideração uma série de aspectos: a quantidade de recursos tecnológicos avançados (redes de telecomunicações e de energia, equipamentos de informática); o volume de atividades econômicas modernas na área financeira (bancos, bolsa de valores, financeiras), comercial (shoppings centers, empresas de comércio eletrônico) de serviços (provedores de acesso à Internet, agências de publicidade e consultorias), industriais (empresas que utilizam robôs e sistemas informatizados) e a situação da agropecuária em relaçãoà mecanização e a integração a indústria. A partir dessa regionalização o Brasil é dividido em “quatro brasis”, considerando também o processo histórico de ocupação da área. Neste ponto da história do território brasileiro, parece lícito propor, a partir das premissas levantadas aqui, uma discussão em torno da possibilidade de propormos uma divisão regional baseada, simultaneamente, numa atualidade marcada pela difusão diferencial do meio- técnico-científico-informacional e nas heranças do passado. Fonte: SANTOS, Milton; SILVEIRA, Maria Laura. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro/São Paulo: Record, 2001.p.268. AMAZÔNIA A Amazônia é formada nessa regionalização pelos estados do Pará, Amapá, Roraima, Amazonas, Acre e Rondônia. É uma região de pequena densidade demográfica e poucos recursos tecnológicos. São raras as áreas destinadas à agricultura mecanizada e outras atividades modernas. Foi a última a ampliar sua mecanização, tanto na produção econômica quanto no próprio território. REGIÃO CONCENTRADA Abrangendo São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, é composta por um denso sistema de fluxos, em razão dos elevados índices de urbanização, por atividades comerciais intensas e alto padrão de consumo de muitas empresas e de parte da população. É o centro de tomada de decisões do território brasileiro, abrigando atividades modernas e globalizadas, como alguns setores financeiros e de serviços. Os maiores centros urbanos se tornaram polos de comércio e de serviços. Na foto, prédios com helipontos, na Vila Olímpia, em São Paulo. REGIÃO NORDESTE Excetuando-se o período de grande desenvolvimento da economia canavieira (séculos XVI e XVII), de modo geral nela a circulação de pessoas, produtos, informação, dinheiro sempre 6 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência CURSO ANUAL DE GEOGRAFIA – (Prof. Fernandes Epitacio) foi precária, em razão da agricultura pouco intensiva e da urbanização irregular em alguns pontos do território sem falar é claro das relações sociais que aí se estabelecem. A influência do fenômeno da globalização e a instalação do meio técnico-científico-informacional em certas manchas do território regional, como nas áreas irrigadas (o caso do vale do São Francisco), vão-se dar sobre um quadro socioespacial praticamente engessado. Essa situação abre a perspectiva de importantes fraturas na história social, com mudanças brutais dos papéis econômicos e políticos de grupos e pessoas e também lugares. Fonte: SANTOS, Milton; SILVEIRA, Maria Laura. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro/São Paulo: Record, 2001.p.268. Num bom pedaço do sertão nordestino, o cenário de pobreza está mudando. Numa área formada pelas zonas de cerrado de Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia, culturas de soja, milho e algodão cada vez mais se misturam à paisagem. Apelidada de MAPITOBA por alguns e BAMATOPI por outros, a região já responde por 10% da soja produzida no país e desponta como uma das maiores potências no agronegócio. Com 2 milhões de habitantes, esse pedaço de Brasil ainda apresenta um PIB modesto: 6 bilhões de dólares, equivalente ao de Belém. Mas a geração de riqueza está se acelerando. Os produtores de grãos estabelecidos há mais tempo são migrantes do centro-sul do Brasil, em sua maioria gaúchos e paranaenses. A eles se somou recentemente uma leva de investidores estrangeiros e empresas do agronegócio. Foram eles que fizeram 70% das aquisições de terras na região em 2008. Hoje, quem percorre a rodovia BR-230, no sul do Maranhão, vê bolsões de produção agrícola entremeando extensões com vegetação de cerrado. "É tanta gente que chega a Balsas que surgem dois ou três novos bairros por ano", diz Francisco Coelho, prefeito da cidade. Balsas é caótica e paradoxal. Ao mesmo tempo que boa parte das ruas não é asfaltada e a telefonia celular ainda é precária, um hipermercado e um restaurante japonês são ícones da chegada da modernidade. Enquanto bairros mais velhos estampam a pobreza nordestina, casas elegantes e jardins bem cuidados surgem em outros cantos. Um loteamento para 3 400 casas, o Cidade Nova, está prestes a ser lançado e será o primeiro bairro planejado do município. Há muitas oportunidades aqui. Faltam desde restaurantes até profissionais de informática, diz Paulo Fachin, presidente da Ceagro, produtora de grãos e revendedora de insumos. Paranaense de Toledo, Fachin era plantador de batatas e tinha dois tratores e um caminhão quando foi para Balsas, em 1986. Hoje, a Ceagro fatura 300 milhões de reais por ano. Moderna produção de grãos em Uruçuí (PI). Fonte: www.veja.com.br REGIÃO CENTRO-OESTE Nela estão presentes algumas características da modernização em função de uma agropecuária modernizada, marcadamente exportadora e com ampla utilização de insumos agrícolas, comercializados por grandes empresas multinacionais. É possível afirmar que o Centro-Oeste também está integrado à globalização. BRASIL, NOVA ORDEM E GLOBALIZAÇÃO O Brasil entrou às cegas no mundo global, que promoveu a intensificação dos fluxos internacionais de capitais nos mercados financeiros e a abertura das economias nacionais ao comércio. Na América Latina, os projetos de industrialização protegida deram lugar a ajustes destinados a integrar as economias nacionais a nova realidade global. O período neoliberal que se inicia nos anos 90 na América Latina, marca o período de redemocratização no Brasil e marca a chegada de Fernando Collor de Melo ao poder, seguido de Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, Luís Inácio Lula da Silva e Dilma Roussef. No início dos anos 90 foi implementado no Brasil o Programa Nacional de Desestatização com grande participação de capitais estrangeiros. Esse processo teve seu ápice nas duas gestões FHC (1995-2002). Dilma Roussef, primeira mulher presidente do Brasil. CURSO ANUAL DE GEOGRAFIA – (Prof. Fernandes Epitácio) 7 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM Questão 01 Para responder à questão, considere as afirmativas a seguir, sobre a região nordeste do brasil. I. a região nordeste é a maior região do país, concentrando mais de 50% da população brasileira. II. a sub-região nordestina do sertão é caracterizada pelo clima semi-árido, com a predominância de rios intermitentes. III. a transposição do rio são francisco tem causado muita polêmica, pois há temor de que a transferência das águas possa destruir de vez esse ecossistema. IV.os maiores problemas sociais do nordeste estão no agreste, onde há concentração de miséria associada a subemprego e a baixos salários, principalmente nas metrópoles, como recife e salvador. As afirmativas corretas são, apenas, a) I e II b) I e III. c) I e IV. d) II e III. e) II, III e IV. Questão 02 O complexo regional do centro-sul possui áreas que se individualizam em virtude do seu desenvolvimento econômico. Associou-se incorretamente a unidade desse complexo às suas respectivas atividades econômicas em: A) porção sul de goiás - cultivo de arroz e de soja. B) quadrilátero ferrífero - exploração de minério de manganês. C) Triângulo mineiro - fabricação de automóveis e produtos químicos. D) norte do rio de janeiro e espírito santo - extração de petróleo. E) vale do tubarão – carvão mineral. Questão 03 O complexo regional da amazônia caracteriza-se pela (o): I - ausência de conflitos fundiários devido à sua baixa ocupação demográfica. II. - predomínio de um clima quente e com chuvas abundantes o ano todo. III. - aceleração do processo de povoamento, nas duas últimas décadas, com o avanço das fronteiras agrícolas. IV- presença de solos de grande fertilidadeem função da biodiversidade da região. São corretos apenas os itens: A) I e IV B) I E IIII. C) II e IIII. D) II e IV. E) I, II e III. Questão 04 “A organização do espaço está intimamente ligada ao tempo histórico e ao tipo de sociedade que a constitui”. Analisando a relação entre os fatores acima expostos, identifique a alternativa que melhor expressa a organização espacial do nordeste brasileiro no período colonial. A) para desenvolver a agroindústria da cana-de-açúcar nesta região, os colonizadores portugueses, espanhóis e ingleses introduziram os minifúndios dominados pelos senhores de engenho. B) além da produção de cana-de-açúcar, realizada no agreste, na zona da mata, desenvolveram-se médias e grandes propriedades destinadas à produção de subsistência. C) a produção canavieira, sustentada na mão-de-obra escrava, constituía-se no principal fator de organização do espaço nordestino, cuja produção era voltada ao abastecimento do mercado interno brasileiro. D) no interior da agricultura colonial-escravista, o que mais se destacava era a organização dos latifúndios pecuaristas, os quais propiciaram a expansão e o povoamento do espaço brasileiro. E) A organização espacial da zona da mata nordestina, voltava-se aos interesses da exploração colonial caracterizada pelo latifúndio açucareiro, cuja base de sustentação era a produção a partir da mão-de-obra escrava destinada à exportação. Questão 05 No processo de povoamento do brasil, as migrações internas tiveram um papel de destaque, uma vez que existe grande mobilidade na população do brasil. Destaca-se como resultado desses movimentos migratórios: A) o povoamento da região sul no início do século por trabalhadores oriundos das regiões norte e nordeste. B) A ocupação das áreas marginais à zona açucareira nordestina, no período de expansão do produto, ao final do século xvi. C) o deslocamento de levas sucessivas de nordestinos para a construção de brasília no centro oeste no final do século xix. D) a penetração do gado bovino seguindo em direção oeste paulista. E) a ocupação do planalto meridional no século xviii, principalmente pela população da amazônia durante a fase áurea da mineração 8 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência CURSO ANUAL DE GEOGRAFIA – (Prof. Fernandes Epitacio) Questão 06 Examinando o mapa abaixo, identifique, entre as alternativas que se seguem, aquelas que destacam corretamente a relação entre a ocupação do território e as atividades econômicas respectivas do período colonial: 1. Na região 1 houve o plantio da cana-de-açúcar e do café. Utilizando-se escravos negros e índios, estes últimos oriundos das missões organizadoras pelas ordens religiosas. 2. Na região 2 o povoamento predominantemente rural, assentando-se a colonização na grande lavoura açucareira, que utilizou principalmente a mão-de-obra escrava trazida da áfrica. 3. Nas regiões assinaladas pelo nº 3 predominou a criação de gado de corte, em grande parte, ao abastecimento de diversas regiões da própria colônia. 4. Na região 4 o desenvolvimento da mineração levou à criação de diversos núcleos urbanos ao longo do século xviii, com a acentuada presença de contingentes lusitanos que vinham às minas e, assim, constituíram importantes vilas. 5. Na região 5, correspondente ao estado do maranhão, a atividade econômica básica era o cultivo do arroz e do algodão pela mão-de-obra indígena reduzida à escravidão com o apoio dos holandeses. As únicas afirmativas corretas são: A) 1 e 3. B) 2 e 5. C) 2, 3 e 4. D) 1, 2 e 5. E) 1, 3 e 4. Questão 07 O processo de industrialização do nordeste iniciou-se na segunda metade do século xix. No início do século xx, sofreu a implantação de indústrias diferentes das até então existentes. A sudene reanimou o desenvolvimento industrial nordestino. Assinale a alternativa correta que se relaciona às afirmações anteriores. A) a sudene criando novas indústrias nas décadas de 60 e 70 aumentou sensivelmente o número de empregos, nas capitais nordestinas e reduziu as migrações para essas capitais. B) a sudene conseguiu reanimar as indústrias tradicionais, na primeira metade do século xx, incentivando a implantação de fábricas de extração de óleo de sementes de algodão, de mamona e de oiticica que não sendo automatizadas resolveram, em boa parte, a questão do emprego. C) a implantação de usinas de açúcar e de fábricas de tecidos ligadas à produção do algodão, do agave e caroá foram iniciadas apenas após a criação da sudene, na década de 1950. D) apesar da sudene provocar um certo desenvolvimento industrial, não houve uma diversificação nos tipos de indústrias do nordeste, após a década de 1950, permanecendo a mesma estrutura industrial, baseada na manufatura de produtos agrícolas. E) Incentivos fiscais contribuíram para a implantação de novas indústrias e a modernização de algumas das antigas, no entanto, a sudene investindo mais em áreas que já apresentavam um certo dinamismo econômico, não minimizou a pobreza nordestina e as migrações para as grandes cidades. Questão 08 A região destacada no mapa a seguir caracteriza-se entre outros fatores por: A) apresentar uma estrutura agrária exclusivamente de latifúndios dedicados à lavoura de cana-de-açúcar. B) dedicar-se à pecuária extensiva, lembrança da principal atividade desenvolvida no período colonial. C) aproveitar suas terras mais úmidas para a fruticultura, não necessitando, desta forma, de irrigação. D) englobar a maior produção de arroz de toda a região nordestina. E) predominam historicamente os minifúndios policultores de hortifrutigranjeiros.. CURSO ANUAL DE GEOGRAFIA – (Prof. Fernandes Epitácio) 9 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência EXERCÍCIOS DE CASA Questão 01 A GEOPOLÍTICA DO ESTADO Na Amazônia brasileira, o Estado favoreceu a economia urbana para fins geopolíticos. O mais flagrante caso moderno foi a criação de uma área na qual o Estado tentou pela primeira vez introduzir a substituição de importações. Ao conceder incentivos fiscais federais e estaduais à produção empresarial de bens de consumo inéditos ou de produção inexpressiva no Brasil, o Estado teve claro objetivo geopolítico, implantando uma economia industrial em meio a uma região dominada ainda por uma economia mercantil em área pouco povoada e com um passado de disputas. Fonte: BECKER, B. A urbe amazônida. Rio de Janeiro: Garamond, 2013, p. 44. Adaptado. Essa área criada pelo Estado, no final da década de 1960, pertence ao seguinte empreendimento regional: a) Projeto Calha Norte. b) Zona Franca de Manaus. c) Rodovia Transamazônica. d) Programa Grande Carajás. e) Programa ALBRAS-ALUNORTE Questão 02 Com base na figura seguinte, assinale a alternativa correta. a) A figura destaca as três macrorregiões naturais do Brasil, segundo o IBGE (1960), que dividiu o país em Amazônia, Nordeste e Centro Sul. b) A Amazônia corresponde à região Norte, incluindo a totalidade dos estados de Tocantins, Mato Grosso e Maranhão. c) A região Centro Sul corresponde às regiões Sul, Sudeste e Centro Oeste, além do Distrito Federal e do vale do rio São Francisco. d) A região Nordeste do país compreende 09 estados brasileiros, excetuando-se apenas o estado do Maranhão e incluindo o norte de Minas Gerais. e) A figura representa as três grandes regiões geoeconômicas, ou complexos regionais, que obedecem a critérios ligados aos aspectos naturais e ao processo de formação sócio-espacial do território brasileiro. Trata- se de uma proposta não oficial difundida entre os pesquisadores e na mídia em geral. Questão 03 Considere os mapas sobre a produção de leite no Brasil. Com base nos mapas e em seus conhecimentos, é correto afirmar que a produção de leiteno Brasil, no período retratado, a) cresceu na região Nordeste, devido à substituição das plantações de algodão, na Zona da Mata, pelos rebanhos leiteiros. b) avançou em direção aos estados do Norte e do Centro-Oeste, em função da predominância, nessas regiões, de climas mais secos. c) consolidou a hegemonia de Minas Gerais, graças à alta produtividade alcançada com o melhoramento genético dos rebanhos no Vale do Jequitinhonha. d) aumentou, tanto em quantidade produzida quanto em número de estados produtores, graças, em grande parte, ao crescimento do consumo interno. e) abarcou todo o território nacional, excetuando-se os estados recobertos pela floresta amazônica, devido à presença de unidades de conservação. 10 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência CURSO ANUAL DE GEOGRAFIA – (Prof. Fernandes Epitacio) Questão 04 Considere o mapa do IDHM-Renda (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal-Renda) da região Sudeste. A leitura do mapa permite identificar que o IDHM – Renda, no Sudeste, é, predominantemente, a) alto no Vale do Paraíba do Sul e no Vale do Jequitinhonha. b) médio no Polígono das Secas e no Vale do Aço mineiro. c) baixo no Pontal do Paranapanema e no norte do Espírito Santo. d) baixo no Polígono das Secas e no Vale do Jequitinhonha. e) médio na área petrolífera da Bacia de Campos e no Triângulo Mineiro. Questão 05 A região do médio Vale do São Francisco, nos estados da Bahia e Pernambuco, tem sido, desde a década de 1980, uma das mais importantes zonas agrícolas fruticultoras, no País. Por exemplo, o total da produção dos municípios de Juazeiro, Petrolina, Santa Maria da Boa Vista e Curaçá ultrapassa 550.000 toneladas anuais, sendo que destas, as produções de uva e manga são as principais. IBGE, Pesquisa Agrícola Municipal, 2005. Com base nas informações do texto e em seus conhecimentos, identifique a predominância das características do clima, do solo e do manejo agrícola responsáveis pela excelente produtividade da região nele mencionada. a) Curtos períodos de estiagem no inverno, com chuvas bem distribuídas nas demais estações do ano, solos bem drenados e práticas de terraceamento. b) Prolongados períodos de estiagem no verão, com chuvas concentradas no inverno, solos ricos em nutrientes minerais e práticas eficientes de irrigação. c) Prolongados períodos de estiagem no verão, com chuvas concentradas no inverno, solos bem drenados e extensas áreas com adubação orgânica. d) Curtos períodos de estiagem no inverno, com chuvas bem distribuídas nas demais estações do ano, solos aluviais e extensas áreas de adubação orgânica. e) Ausência de períodos de estiagem, com chuvas bem distribuídas ao longo de todo o ano, solos ricos em nutrientes e prática de terraceamento. Questão 06 São Paulo gigante, torrão adorado Estou abraçado com meu violão Feito de pinheiro da mata selvagem Que enfeita a paisagem lá do meu sertão Tonico e Tinoco, São Paulo Gigante. Nos versos da canção dos paulistas Tonico e Tinoco, o termo “sertão” deve ser compreendido como a) descritivo da paisagem e da vegetação típicas do sertão existente na região Nordeste do país. b) contraposição ao litoral, na concepção dada pelos caiçaras, que identificam o sertão com a presença dos pinheiros. c) analogia à paisagem predominante no Centro-Oeste brasileiro, tal como foi encontrada pelos bandeirantes no século XVII. d) metáfora da cidade-metrópole, referindo-se à aridez do concreto e das construções. e) generalização do ambiente rural, independentemente das características de sua vegetação. Questão 07 - O mapa abaixo mostra, de forma esquemática, como será feita a transposição do Rio São Francisco. Do ponto de vista ambiental, o processo de transporte e armazenamento da água leva a um aumento da sua salinidade e da salinização do solo irrigado. Observando o mapa, e considerando Petrolina e Juazeiro como a região do médio São Francisco, conclui-se que a transposição das águas será realizada no a) médio alto São Francisco, a salinidade da água em Cabrobó será maior do que a próxima ao Rio Apodi e a salinização do solo se deverá à evaporação da água. b) médio alto São Francisco, a salinidade da água próxima ao Rio Apodi será maior do que em Cabrobó e a salinização do solo se deverá à condensação da água. c) médio baixo São Francisco, a salinidade da água em Cabrobó será maior do que a próxima ao Rio Apodi e a salinização do solo se deverá à condensação da água. d) médio baixo São Francisco, a salinidade da água próxima ao Rio Apodi será maior do que em Cabrobó e a salinização do solo se deverá à evaporação da água. CURSO ANUAL DE GEOGRAFIA – (Prof. Fernandes Epitácio) 11 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência e) alto São Francisco, a salinidade da água próximo ao rio Salgado será menor do que a próxima ao Rio Apodi e a salinização do solo deverá ocorrer pela condensação da água. Questão 08 Os pontos numerados no mapa indicam importantes áreas de exploração mineral na região Norte do país, com extração de manganês, bauxita, ferro, cobre, ouro e níquel. Os grandes projetos relacionados aos pontos 1, 2 e 3 são, respectivamente, a) Trombetas, Carajás e Quadrilátero Ferrífero. b) Serra do Navio, Trombetas e Carajás. c) Serra do Navio, Carajás e Maciço do Urucum. d) Trombetas, Serra do Navio e Paragominas. e) Maciço do Urucum, Alumar e Carajás. Questão 09 Analise o mapa abaixo. (ARBEX JR., J.; OLIC, N. B. O Brasil em regiões: norte. São Paulo: Moderna, 2000. p. 9.) Na década de 1960, foi criada a Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM), que redefiniu a Amazônia Brasileira. Além dessa redefinição territorial, ocorreu a renomeação da região (área hachurada no mapa acima), que passou a se chamar a) Amazônia Internacional. b) Região Norte. c) Pacto Amazônico. d) Amazônia Legal. e) Floresta Amazônica. Questão 10 Observe a figura a seguir: O critério adotado, na divisão regional descrita no mapa, tem por referência a) a base física territorial, onde se destacam as bacias hidrográficas. b) os aspectos demográficos, considerando-se a distribuição da população brasileira. c) o setor secundário, mediante o número de estabelecimentos industriais. d) as características socioeconômicas e geoambientais. e) os elementos de ordem natural, relacionados aos tipos climáticos. Questão 11 A Floresta Amazônica, com toda a sua imensidão, não vai estar aí para sempre. Foi preciso alcançar toda essa taxa de desmatamento de quase 20 mil quilômetros quadrados ao ano, na última década do século XX, para que uma pequena parcela de brasileiros se desse conta de que o maior patrimônio natural do país está sendo torrado. AB’SABER, A. Amazônia: do discurso à práxis. São Paulo: EdUSP, 1996. Um processo econômico que tem contribuído na atualidade para acelerar o problema ambiental descrito é: a) Expansão do Projeto Grande Carajás, com incentivos à chegada de novas empresas mineradoras. b) Difusão do cultivo da soja com a implantação de monoculturas mecanizadas. c) Construção da rodovia Transamazônica, com o objetivo de interligar a região Norte ao restante do país. d) Criação de áreas extrativistas do látex das seringueiras para os chamados povos da floresta. e) Ampliação do polo industrial da Zona Franca de Manaus, visando atrair empresas nacionais e estrangeiras. 12 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência CURSO ANUAL DE GEOGRAFIA – (Prof. Fernandes Epitacio) Questão 12 A partir do mapa apresentado, e ́ possível inferir que nas últimas décadas do século XX, registraram-se processos que resultaram em transformações na distribuição das atividades econômicas e da população sobre o território brasileiro,com reflexos no PIB por habitante. Assim, a) as desigualdades econômicas existentes entre regiões brasileiras desapareceram, tendo em vista a modernização tecnológica e o crescimento vivido pelo país. b) os novos fluxos migratórios instaurados em direção ao Norte e ao Centro-Oeste do país prejudicaram o desenvolvimento socioeconômico dessas regiões, incapazes de atender ao crescimento da demanda por postos de trabalho. c) o Sudeste brasileiro deixou de ser a região com o maior PIB industrial a partir do processo de desconcentração espacial do setor, em direção a outras regiões do país. d) o avanço da fronteira econômica sobre os estados da região Norte e do Centro-Oeste resultou no desenvolvimento e na introdução de novas atividades econômicas, tanto nos setores primário e secundário, como no terciário. e) o Nordeste tem vivido, ao contrário do restante do país, um período de retração econômica, como consequência da falta de investimentos no setor industrial com base na moderna tecnologia. Questão 13 Sob o aspecto natural, o Nordeste é a mais diversificada dentre regiões brasileiras. Os quadros agrários têm muitas de suas características subordinadas aos solos, às condições climáticas e ao relevo. Por tais razões, pode-se corretamente afirmar que: a) nos sertões, a variação de solos é muito pequena em função de relevos aplainados, onde se estabelece um sistema de pecuária semi-intensivo b) as serras úmidas em rochas exclusivamente sedimentares têm uma ocupação agrícola muito variada c) o litoral úmido é domínio da Mata Atlântica e da monocultura canavieira, apresentando atualmente importantes complexos industriais. d) a área cacaueira, situada nos agrestes nordestinos, tem apresentado notável crescimento de produtividade agrícola. e) o Meio Norte se desenvolveu a partir de latifúndios monocultores rizicultores voltados ao mercado externo, apresentando ainda os maiores complexos industriais do Nordeste. CURSO ANUAL DE GEOGRAFIA – (Prof. Fernandes Epitácio) 13 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência Comentários e Gabarito das Questões de Casa QUESTÃO 01: Alternativa B O texto fala sobre a questão de incentivos fiscais e sistema de concessões como forma de estimular o desenvolvimento econômico e, consequentemente o povoamento. Na região amazônica a SUDAM ficou encarregada de exercer o desenvolvimento, criando para tanto a SUFRAMA- surgindo em 1967 a Zona Franca de Manaus. QUESTÃO 02: Alternativa E A questão trata da divisão regional de Pedro Pinchas representada por três complexos: Nordeste, Amazônia e Centro-Sul, levando-se em consideração os aspectos Geoeconômicos QUESTÃO 03: Alternativa D Analisando os mapas apresentados verificamos que ocorreu uma elevação da produção de leite no país. É preciso ressaltar que o Brasil possuía 41 milhões de pessoas em 1940, chegando a mais de 170 milhões em 2006, fato que naturalmente exigiu uma maior produção de leite. Outro fator importante é que houve uma maior interiorização demográfica, ampliando as unidades federativas produtoras. QUESTÃO 04: Alternativa D O mapa apresentado da região sudeste identifica uma área branca que possui um IDH considerado muito baixo (dominado por elevadas taxas de analfabetismo, elevadas desigualdades sociais, baixa expectativa de vida, subnutrição). Pela imagem verificamos o Norte do Estado de Minas Gerais, dominado pelo Polígono das Secas e o Vale do Jequitinhonha. I QUESTÃO 05: Alternativa B QUESTÃO 06: Alternativa E QUESTÃO 07: Alternativa D QUESTÃO 08: Alternativa B QUESTÃO 09: Alternativa D QUESTÃO 10: Alternativa D QUESTÃO 11: Alternativa B A região denominada de Amazônia vem sofrendo nas últimas décadas com a expansão do agronegócio, a partir do desenvolvimento da soja voltada ao mercado externo e das áreas de pastagens, abrindo um arco de desmatamento na região sul-amazônica. QUESTÃO 12: Alternativa D Analisando o processo de evolução econômica do território brasileiro verificamos que desde a década de 1960 ocorreu uma expansão da fronteira agrícola em direção ao centro- oeste e a Amazônia, ampliando o PIB-per capita regional. QUESTÃO 13: Alternativa C O Nordeste apresenta-se como uma região heterogênea, formada por uma diversidade de elementos físico-naturais que se refletiram no processo histórico de ocupação, sendo na faixa litorânea uma área de latifúndios, monocultores, modelo plantation, onde prevaleceu a atividade canavieira.