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Marta Xavier

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. 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Secretaria Educação do Espírito Santo (SEDU-ES) 
Professor B – Ensino Fundamental e Médio - Biologia/Ciências 
 
1. CITOLOGIA. 1.1. Componentes minerais e orgânicos (água, sais minerais, carboidratos, lipídios, 
proteínas e vitaminas, enzimas, ácidos nucléicos). 1.2. Membrana celular e parede celular. 1.3. 
Citoplasma. 1.4. Núcleo. .......................................................................................................................... 1 
 
2. GAMETAS E GAMETOGÊNESE. 2.1. Morfologia dos gametas humanos. 2.2. Espermatogênese. 
2.3. Ovulogênese. .................................................................................................................................. 28 
 
3. EMBRIOLOGIA. ............................................................................................................................. 31 
 
4. GENÉTICA. 4.1. Conceitos básicos. 4.2. Leis de Mendel (mono e poliibridismo). 4.3. Noções de 
probabilidades. 4.4. Genealogia. 4.5. Grupos sanguíneos: sistema ABO; fator RH. Interação gênica e 
pleiotropia. 4.6. Herança ligada ao sexo. 4.7. Determinação de paternidade através da análise de DNA. 
4.8. Atuação da engenharia genética: na cura de doenças, no combate a pragas na lavoura e na criação 
de espécies transgênicas. 4.9. Mutações cromossômicas e gênicas. 4.10. Principais síndromes humanas: 
Down, Turner e Klinefelter ...................................................................................................................... 39 
 
5. EVOLUÇÃO. 5.1. Criacionismo ou fixismo. 5.2 Evolucionismo ...................................................... 84 
 
6. CLASSIFICAÇÃO DOS SERES VIVOS: 6.1. Sistemas de classificação. 6.2. Regras de 
nomenclatura. 6.3. As categorias taxonômicas. 6.4. Classificação dos grandes grupos de organismos: 
Vírus, Monera; Protista; Fungi; Plantae; Animália ................................................................................. 102 
 
7. ANATOMIA E FISIOLOGIA COMPARADA DOS SERES VIVOS (ZOOLOGIA). 7.1. Reprodução 
humana. 7.2. Aspectos anatomo-fisiológicos dos sistemas reprodutores masculino e feminino. 7.3. Ciclo 
menstrual e controle hormonal no processo. 7.4. Ciclos biológicos das principais espécies de 
invertebrados causadores de doenças ................................................................................................. 147 
 
8. Anatomia e fisiologia comparada dos seres vivos ........................................................................ 168 
 
9. ANATOMIA E FISIOLOGIA COMPARADA DE VEGETAIS. 9.1. Estrutura geral de talófitas, briófitas 
e traqueófitas ....................................................................................................................................... 197 
 
10. ECOLOGIA: conceitos básicos .................................................................................................. 197 
 
11. Metodologia do ensino da Biologia ............................................................................................. 208 
 
Questões ......................................................................................................................................... 210 
 
1160671 E-book gerado especialmente para RODRIGO DA COSTA RIBEIRO
 
. 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Candidatos ao Concurso Público, 
O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para dúvidas 
relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom 
desempenho na prova. 
As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar 
em contato, informe: 
- Apostila (concurso e cargo); 
- Disciplina (matéria); 
- Número da página onde se encontra a dúvida; e 
- Qual a dúvida. 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O 
professor terá até cinco dias úteis para respondê-la. 
Bons estudos! 
 
1160671 E-book gerado especialmente para RODRIGO DA COSTA RIBEIRO
 
. 1 
 
 
Histórico 
 
O descobrimento da célula ocorreu após a invenção do microscópio por Hans Zacarias Jensen (1590). 
Robert Hook, 1665, apresentou a sociedade de Londres resultados de suas pesquisas sobre a estrutura 
da cortiça observada ao microscópio. 
 
 
 
A organização estrutural dos seres vivos 
 
a) Quando ao número de célula 
 
Dizemos que todos os seres vivos são formados por células , sendo conhecidos desde formas 
unicelulares até formas pluricelulares . 
O organismo unicelular tem a célula como sendo o próprio organismo, isto é, a única célula é 
responsável por todas as atividades vitais, como alimentação, trocas gasosas, reprodução, etc. O 
organismo pluricelula r, que é formado por muitas células (milhares, milhões, até trilhões de células), 
apresenta o corpo com tecidos, órgãos e sistemas, especializados em diferentes funções vitais. As células 
dos pluricelulares, diferem quanto às especializações e de acordo com os tecidos a que elas pertencem. 
Podemos então considerar, para o organismo unicelular ou pluricelular, que a célula é a unidade 
estrutural e funcional dos seres vivos. 
 
 
 
 
 
1. CITOLOGIA. 
1.1. Componentes minerais e orgânicos (água, sais minerais, 
carboidratos, lipídios, proteínas e vitaminas, enzimas, ácidos 
nucléicos). 1.2. Membrana celular e parede celular. 1.3. 
Citoplasma. 1.4. Núcleo. 
1160671 E-book gerado especialmente para RODRIGO DA COSTA RIBEIRO
 
. 2 
b) Quanto à estrutura celular 
 
Em relação a estrutura celular os organismos podem ser classificados em eucariontes e 
procariontes . 
As células procariontes ou procariotas apresentam inúmeras características que as diferem das células 
eucariontes. Entretanto, sua maior diferença é que as células dos organismos procariontes (bactérias e 
cianofíceas) não possuem carioteca . Esta estrutura consiste em uma membrana que separa o material 
genético do citoplasma. Conforme pode ser observado na figura abaixo, a células eucariontes ou 
eucariotas possuem a carioteca, individualizando o material nuclear da célula, isto é, tornando o núcleo 
um compartimento isolado do restante das organelas dispersas no citoplasma. 
 
 
 
 
Composição química da célula 
 
1Na composição química da célula aparecem componentes inorgânicos e orgânicos. Dentre os 
compostos inorgânicos da célula, temos a água e os sais minerais. Os constituintes orgânicos da célula 
são representados por açucares, lipídeos, proteínas, ácidos nucleicos e nucleotídeos. 
 
1. Compostos inorgânicos: 
-2Água: 
A água é constituinte celular mais abundante. O teor hídrico da célula varia de acordo o tipo de célula 
e a idade do organismo. Por exemplo, o cérebro tem quase 4x mais água do que os ossos, e os tecidos 
embrionários têm muito mais água que as células adultas, pois a taxa de água decresce conforme 
aumenta a idade do organismo. 
A quantidade de água também pode variar conforme a espécie: os seres humanos possuem 
aproximadamente 63% de água em sua composição, e as águas-vivas, 98%. 
 
Funções da água nas células: 
 
Entre as principais funções exercidas pela água, destacamos: 
 
1. Solvente de íons minerais e outras substâncias 
2. Constitui a fase dispersante do colóide protoplasmático, em que as proteínas representam a fase 
dispersa. 
3. Regulação térmica, visto que absorvendo grandes quantidades de calor permite que pouco varie a 
temperatura da célula. 
4. Atividade metabólica, dado que na ausência de água as enzimas permanecem inativas. 
 
Sais minerais 
 
 
1 Morandini. C. Editora sol. 
2 Amabis, José Mariano. Biologia. Volume 1. Editora Moderna. 
1160671 E-book gerado especialmente para RODRIGO DA COSTA RIBEIRO
 
. 3 
Os sais minerais aparecem sob duas formas: iônica e molecular. Os principais íons são: Na+, K+, Ca++, 
Mg++, Cl-, CO3--, No3- e P04--. O potássio eo magnésio são elementos predominantemente intracelulares, 
enquanto o sódio e o cloro aparecem nos líquidos extracelulares. O cálcio existe no plasma sanguíneo, 
sendo fundamental para a coagulação sanguínea, existindo também nos ossos sob a forma de fosfato. O 
magnésio aparece na molécula de clorofila enquanto o ferro existe na hemoglobina e citocromos, 
pigmentos respiratórios. A hemocianina, pigmento respiratório dos aracnídeos contém cobre. O íon que 
predomina na célula é o fosfato, que aparece tanto livre como formando fosfatos inorgânicos, fosfolipídios, 
fosfoproteínas e nucleotídeos. 
 
Funções dos sais minerais nas células 
 
1. Regulação osmótica- A pressão osmótica varia diretamente com a concentração de sais minerais 
existentes no meio. 
 
2. Sistema tampão: Os graus de acidez ou alcalinidade de uma solução são definidos através de 
valores que são medidos por uma escala de pH, conforme demonstrado na figura abaixo: 
 
 
Na maioria das células o pH varia entre 6 e 8. A manutenção de um pH constante é de vital importância 
porque ele influencia a atividade enzimática. 
Os organismos resistem a variações do pH por meio de soluções tampões. No tampão ocorre uma 
combinação de um doador de H+ e de um receptor de H+, na forma de ácido ou base fracos. No estômago, 
por exemplo, o bicarbonato de sódio (NaHCO3) é o melhor tampão contra o ácido clorídrico. Assim, o 
NaHCO3 dissocia-se em Na+ e HCO3- que se combina com H+ produzindo o ácido carbônico (H2CO3), 
que é instável. E, com isso, os íons H+ não tornam o pH ácido. 
 
32. Compostos orgânicos 
 
Açucares 
 
Os carboidratos também podem ser chamados de glicídios, glucídios, hidratos de carbono ou 
açúcares. São formados fundamentalmente por moléculas de carbono (C), hidrogênio (H) e oxigênio (O), 
por isso recém a denominação de hidratos de carbono. Há três classes gerais dos açucares: 
monossacarídeos, dissacarídeos e polissacarídeos. 
 
-Monossacarídeos 
 
Os monossacarídeos são os carboidratos mais simples. Apresentam de 3 a 7 carbonos em sua 
estrutura, havendo uma proporção entre esses átomos e os átomos de hidrogênio, obedecendo uma 
fórmula geral, onde há um carbono para cada dois hidrogênios e um oxigênio: Cn(H2O)n. Se um 
monossacrídeo tiver 4 átomos de carbono, ele terá 8 átomos de hidrogênio e 4 átomos de oxigênio. 
Os monossacarídeos recebem o sufixo –ose, precedida pelo número de carbonos que contém em sua 
fórmula, então: 
 
Nº carbonos Fórmula Nome 
3 C3H6O3 Triose 
4 C4H8O4 Tetrose 
5 C5H10O5 Pentose 
 
3 Amabis, José Mariano. Biologia. Volume 1. Editora Moderna. 
1160671 E-book gerado especialmente para RODRIGO DA COSTA RIBEIRO
 
. 4 
6 C6H12O6 Hexose 
7 C7H14O7 heptose 
 
Os monossacarídeos que apresentam extrema importância biológica são: 
 
Pentose Função 
Ribose Participa da produção do ácido ribonucléico (RNA) atuando como matéria-prima. 
Desoxirribose Participa da produção do ácido desoxirribonucléico (DNA) atuando como matéria-prima. 
 
Hexose Função 
Glicose 
É a principal fonte de energia para os seres vivos, mais 
usada na obtenção de energia. É fabricada pelos vegetais 
na fotossíntese e utilizada por todos os outros seres vivos 
na alimentação. 
Frutose Possui função energética 
Galactose Possui função energética. Participa da composição de dissacarídeos da lactose, junto com a glicose. 
 
-Dissacarídeos 
 
Os dissacarídeos são o resultado da ligação entre dois monossacarídeos. Na reação de formação de 
um dissacarídeo há formação de uma molécula de água, portanto se trata de uma síntese por 
desidratação para cada ligação. Um dos monossacarídeos perde um hidrogênio (H) e o outro perde a 
hidroxila (OH). Essa duas moléculas se unem, formando uma molécula de água (H2O). A ligação que 
ocorre entre as extremidades dos monossacarídeos é chamada de ligação glicosídica. 
Esse mesmo tipo de ligação ocorre na formação das moléculas de DNA e RNA, através da ligação 
entre uma pentose e uma base nitrogenada. 
Os principais dissacarídeos de importância biológica são: 
 
Dissacarídeo Monossacarídeos constituintes Função 
Sacarose Glicose +frutose 
Apresenta função energética. Está 
presente nos vegetais, principalmente na 
cana-de-açúcar. 
Lactose Glicose + galactose Apresenta função energética e é o açúcar presente no leite. 
Maltose Glicose + glicose Apresenta função energética e é encontrado em vegetais. 
 
-Polissacarídeos 
 
Os polissacarídeos são moléculas (polímeros) formadas através da união de vários monossacarídeos. 
São constituídos por cadeias longas, geralmente insolúveis. Constituem uma forma de armazenamento 
e quando hidrolisados produzem monossacarídeos. Os principais polissacarídeos são: 
 
Principais Polissacarídeos estruturais: 
 
Polissacarídeo Função 
Celulose 
Participa da composição da parede celular dos 
vegetais. É o carboidrato mais abundante na 
natureza. 
1160671 E-book gerado especialmente para RODRIGO DA COSTA RIBEIRO
 
. 5 
Quitina 
Está presente na parede celular de fungos e no 
exoesqueleto dos atropodes. Possuem grupos 
amina(NH2) em sua cadeia. 
 
Principais Polissacarídeos energéticos: 
 
Polissacarídeo Função 
Amido Apresenta função de reserva. É encontrado em raízes, caules e folhas. 
Glicogênio 
É o carboidrato de reserva dos animais e dos 
fungos. É armazenado nos músculos e no fígado dos 
animais. 
 
Função dos carboidratos: 
 
1) Principal fonte de energia do corpo. Deve ser suprido regularmente e em intervalos frequentes, para 
satisfazer as necessidades energéticas do organismo. Num homem adulto, 300g de carboidrato são 
armazenados no fígado e músculos na forma de glicogênio e 10g estão em forma de açúcar circulante. 
Está quantidade total de glicose é suficiente apenas para meio dia de atividade moderada, por isso os 
carboidratos devem ser ingeridos a intervalos regulares e de maneira moderada. Cada 1 grama de 
carboidratos fornece 4 Kcal, independente da fonte (monossacarídeos, dissacarídeos, ou 
polissacarídeos). 
 
2) Regulam o metabolismo proteico, poupando proteínas. Uma quantidade suficiente de carboidratos 
impede que as proteínas sejam utilizadas para a produção de energia, mantendo-se em sua função de 
construção de tecidos. 
 
3) A quantidade de carboidratos da dieta determina como as gorduras serão utilizadas para suprir uma 
fonte de energia imediata. Se não houver glicose disponível para a utilização das células (jejum ou dietas 
restritivas), os lipídios serão oxidados, formando uma quantidade excessiva de cetonas que poderão 
causar uma acidose metabólica, podendo levar ao coma e a morte. 
 
4) Necessários para o funcionamento normal do sistema nervoso central. O cérebro não armazena 
glicose e dessa maneira necessita de um suprimento de glicose sanguínea. A ausência pode causar 
danos irreversíveis para o cérebro. 
 
5) A celulose e outros carboidratos indigeríveis auxiliam na eliminação do bolo fecal. Estimulam os 
movimentos peristálticos do trato gastrointestinal e absorvem água para dar massa ao conteúdo intestinal. 
 
6) Apresentam função estrutural nas membranas plasmáticas da células. 
 
Lipídeos 
 
Também conhecidos por lípides ou gorduras, são substâncias amplamente distribuídas nos seres 
vivos. Caracterizam-se por serem insolúveis em água, mas solúveis em solventes orgânicos, como éter, 
benzemos e clorofórmio. Podem ser divididos em: simples complexos e esteróides. 
 
-Lipídeos simples 
 
Os lipídeos simples são constituídos apenas C, H e O. São os triglicérides (óleos e gorduras) e as 
ceras. 
1. Triglicérides. São constituídos por três moléculas de ácidos graxos unidas a uma molécula de 
glicerol. As gorduras são conhecidas com denominações vulgares: banha, manteiga e margarina. Os 
óleos podem ser de origem animal, como o óleo de fígado de bacalhau, ou de origem vegetal, como o 
óleo de oliva e o de rícino. 
 
1160671 E-book gerado especialmente para RODRIGO DA COSTA RIBEIRO
 
. 6 
2. Ceras ou Cérides.São constituídos por ácidos graxos com álcool que não é o glicerol. São exemplos 
a cera de abelha e de carnaúba. 
 
-Lipídeos complexos 
 
Os lipídeos complexos são aqueles que contêm outros elementos além de C, H e O, encontrados nos 
lipídeos simples. Esses elementos podem ser enxofre, fósforo e nitrogênio. Os principais são os 
fosfolipídios e a esfingomielina. 
1. Fosfolipídeos. Associados a proteínas, integram as membranas das células. 
2. Esfingomielina. Forma a bainha de mielina, substância que atua como um isolante elétrico quando 
envolve o axônio do neurônio. 
 
-Esteroides 
 
São formados por ácidos graxos e colesterol. Funcionam como componentes estruturais das 
membradas celulares e como hormônios Assim, são esteróis os hormônio sexuais como a testosterona, 
progesterona e estradiol. 
 
Funções dos lipídeos 
 
1. Reserva. Como alimento armazenado, os lipídeos foram o tecido adiposo nos animais e as sementes 
oleaginosas dos vegetais. 
2. Estrutural. Quando se associam a proteínas, entram na estruturação das células 
3. Energética: Uma vez oxidados, servem como substrato respiratórios e libertam energia. 
4. Homeotermia: Situados na camada profunda da pele, normalmente no tecido adiposo, atuam na 
manutenção da temperatura constante de aves e mamíferos. 
 
 
Proteínas 
 
As proteínas são macromoléculas contendo C, H, O, N e, frequentemente, S e P, sendo os principais 
compostos orgânicos das células. Estruturalmente, as proteínas são cadeias de aminoácidos. 
 
Aminoácidos 
 
Os aminoácidos são moléculas orgânicas que apresentam um carbono saturado, denominado de 
carbono alfa, que realiza uma ligação com um átomo de hidrogênio, com um grupamento amino, com um 
grupamento ácido e com um radical orgânico qualquer, sendo esta última ligação a que distingue um 
aminoácido de outro. Com relação à sua denominação, estão presentes as funções amina e ácido 
carboxílico, obrigatoriamente, em toda molécula de aminoácido. A estrutura elementar de um aminoácido 
é representada na figura abaixo: 
 
 
Aminoácidos se ligam através de ligações peptídicas (a partir do grupo carboxílico do primeiro e do 
grupo amina do segundo, com liberação de uma molécula de água). 
1160671 E-book gerado especialmente para RODRIGO DA COSTA RIBEIRO
 
. 7 
Os vegetais podem sintetizar vinte tipos de aminoácidos. O mesmo não acontece com os animais, que 
não produzem nenhum deles, obtendo-os por meio da ingestão de vegetais. Para cada espécie chamados 
de naturais os aminoácidos que ela pode sintetizar e de essenciais aqueles que devem ser ingeridos. 
 
4Proteínas ou polipeptídios 
 
As proteínas são macromoléculas formadas por uma sucessão de aminoácidos. A maioria dos seres 
vivos, incluindo o homem, utiliza somente cerca de vinte tipos diferentes de aminoácidos, para a 
construção de suas proteínas. Com eles, cada ser vivo é capaz de produzir centenas de proteínas 
diferentes e de tamanho variável. 
As proteínas apresentam uma extensa lista de funções no organismo e são encontradas em todas as 
estruturas da célula, substâncias intersticiais, anticorpos, entre outros. Entre as funções que podem ser 
atribuídas às proteínas, destacam-se seu papel no transporte de oxigênio (hemoglobina), na proteção do 
corpo contra organismos patogênicos (anticorpos), como catalizadora de reações químicas (enzimas), 
receptora de membrana, atuação na contração muscular (actina e miosina), além de serem fundamentais 
para o crescimento e formação dos hormônios. 
Diante de tamanha importância, é fundamental que as proteínas sejam obtidas por meio de uma boa 
alimentação. Entre os alimentos que se destacam pela grande quantidade desse nutriente, podemos citar 
as carnes, leite, ovos, cereais integrais, feijão, legumes e vegetais folhosos. 
As proteínas podem ser classificadas em dois grandes grupos: as globulares e as fibrosas. As 
proteínas globulares formam estruturas com formato esferoide. Nesse grupo, são encontradas 
importantes proteínas, tais como as enzimas e anticorpos. Já as proteínas fibrosas organizam-se em 
forma de fibras ou lâminas, e as cadeias de aminoácidos ficam dispostas paralelamente. Diferentemente 
das globulares, estas são pouco solúveis em água. 
Além dessa classificação, podemos considerar as proteínas como simples , conjugadas e derivadas . 
As proteínas simples apresentam apenas aminoácidos. Nas proteínas conjugadas , além de 
aminoácidos, existe um radical de origem não peptídica, que é denominado de grupo prostético. As 
proteínas derivadas, por sua vez, não são encontradas na natureza e são conseguidas graças a 
processos de degradação de proteínas simples ou conjugadas. 
 
 
A hemoglobina é uma proteína em estrutura quaternária 
 
Utilizando-se como base seus níveis de organização, as proteínas também podem ser classificadas 
em primárias, secundárias, terciárias e quartenárias. Na estrutura primária, observa-se que a cadeia 
polipeptídica é linear e não apresenta, portanto, ramificações. Na estrutura secundária, por sua vez, 
observa-se que a proteína não está esticada, e sim torcida e dobrada, o que muitas vezes lembra a 
estrutura do DNA. Já na estrutura terciária, observa-se uma organização tridimensional globosa exclusiva 
das proteínas globulares. Por fim, temos as proteínas quartenárias, que formam grandes enovelados. 
Uma proteína só pode ser classificada como quartenária se apresentar duas ou mais cadeias 
polipeptídicas. 
Uma característica importante das proteínas é sua capacidade de desnaturação. Ao serem 
submetidas, por exemplo, ao calor excessivo, agitação, radiação e pH extremo, observarmos que as 
estruturas secundárias e terciárias desses compostos orgânicos alteram-se de maneira irreversível, o que 
causa a perda de suas propriedades. É por isso que, ao cozinhar alguns alimentos, perdemos muito do 
seu poder nutricional. 
 
 
 
 
4 http://www.mundoeducacao.com/ 
 
1160671 E-book gerado especialmente para RODRIGO DA COSTA RIBEIRO
 
. 8 
Os ácidos nucleicos 
 
Os ácidos nucleicos são macromoléculas encontradas em todas as células vivas, que constituem os 
genes, responsáveis pelo armazenamento, transmissão e tradução das informações genéticas. Tais 
moléculas recebem esse nome devido ao seu caráter ácido e também por terem sido descobertos no 
núcleo celular, em meados do século XIX. 
Existem dois tipos de ácidos nucleicos: o ácido desoxirribonucleico , mais conhecido pela sigla DNA 
e o ácido ribonucleico, conhecido como RNA. 
 
Ácido desoxirribonucleico (DNA) 
 
Localizado essencialmente no interior do núcleo da célula, o DNA representa o gene, estrutura 
responsável pela determinação das características hereditárias dos organismos 
O DNA é um polímero, isto é, uma macromolécula formada pelo encadeamento de unidades, os 
monômeros. 
Na macromolécula do DNA os monômeros são chamados de nucleotídeos. Portanto, o DNA é im 
polinucleotídeo, ou seja, uma enorme molécula formada pelo encadeamento de unidades chamadas de 
nucleotídeos. 
Por outro lado, cada nucleotídeo resulta da combinação de três moléculas: fosfato, açúcar e uma base 
nitrogenada. 
 
 
 
O açúcar encontrado é uma pentose (possui cinco carbonos) e recebe o nome de desoxirribose. As 
bases nitrogenadas do DNA podem ser classificadas em púricas e pirimídicas. As bases púricas são 
representadas pela adenina (A) e guanina (G) e as pirimídicas pela citosina (C) e timina (T). 
O DNA é formado por duas cadeias composta por muitos nucleotídeos (cadeias polinucleotídicas), as 
quais são caracterizadas por serem helicoidais, complementares e antiparalelas, comumente 
denominada de estrutura em dupla hélice. Como pode ser visto na figura abaixo, a parte externa de cada 
hélice é formada por uma sucessão de moléculas intercaladas de açúcar e fosfato, enquanto a parte 
interna das hélices é formada pela união de bases nitrogenadas, formando um par de bases, no qual 
sempre há uma base púrica ligada a uma base pirimídica por ligaçõesde hidrogênio. Podemos ver que 
as duas cadeias são complementares porque cada adenina liga-se a uma timina, enquanto que cada 
citosina liga-se com guanina. 
 
 
 
O DNA se duplica por um processo semiconservativo, mediado pela ação da enzima DNA polimerase, 
a qual é responsável pela quebra das pontes de hidrogênio e separação das cadeias. Nesse entremeio, 
cada cadeia liga-se a uma sequência complementar a partir do encadeamento de novos nucleotídeos. O 
1160671 E-book gerado especialmente para RODRIGO DA COSTA RIBEIRO
 
. 9 
resultado é a formação de duas novas cadeias completas, cada uma com metade da molécula de DNA 
original. Por conta disso o processo é chamado semiconservativo. 
 
 
 
Ácido ribonucleico (RNA) 
 
O RNA é um policnucleotídeos, cuja composição química é bastante similar à do DNA. Os nucleotídeos 
do RNA diferem do DNA em dois aspectos: pentose e base pirimídica. No RNA a pentose é a ribose, 
sendo que a base pirimídica timina (T) é substituída por uracila (U). 
O RNA é constituído por uma única cadeia de nucleotídeos, não existindo as relações de igualdade 
entre purinas e pirimidinas. 
Existem três tipos de RNA, desempenhando funções específicas no processo da síntese proteica. São 
eles: RNAr (ribossômico) , RNAm (mensageiro) e RNAt (transportador) . 
O RNA ribossômico (RNAr), associado a proteínas, entra na constituição do ribossomo, o organoide 
celular em que ocorre a síntese proteicas. 
O RNA mensageiro (RNAm) codifica sequência de aminoácidos das proteínas sintetizadas nos 
ribossomos. O RNAm é livre e apresenta um tamanho variável, dependendo da proteína por ele 
codificada; representa apenas 5% do RNA celular, mas é de vital importância na síntese proteica. 
 
Unidade fundamental da vida 
 
A teoria celular afirma que todos seres vivos são constituídos por células e produtos resultantes das 
atividades celulares. Portanto, a célula representa a unidade estrutural e funcional dos seres vivos, da 
mesma forma que o átomo é a unidade fundamental dos compostos químicos. Salvo raras exceções a 
célula realiza um ciclo no qual se alteram duas grandes fases: interfase e mitose. A interfase representa 
à fase de multiplicação. Durante a interfase, em função de sua estrutura, a célula é classificada em função 
de sua estrutura, a célula é classifica em eucariótica e procariótica. 
Na célula eucariótica existem três componentes básicos: membrana, citoplasma e núcleo. 
Na célula procariota não existe um núcleo, sendo o mesmo substituído por um equivalente nuclear 
chamado nucleoide. Os vírus escapam a essa classificação por não apresentam estrutura celular. 
 
A membrana plasmática 
 
Todas as células procariotas e eucariotas apresentam na superfície um envoltório, a membrana 
citoplasmática, também chamada de membrana plasmática ou plasmalema. Os vírus, não sendo de 
natureza celular, não possuem membrana plasmática; apresentam somente um envelope de natureza 
proteica, que envolve um filamento de ácido nucleico, seja ele DNA e RNA. 
Além de conter o citoplasma, essa membrana regula a entrada e saída de substância, permitindo que 
a célula mantenha uma composição química definida, diferente do meio extracelular. 
 
Constituição da membrana plasmática 
 
A membrana plasmática, por ser constituída de uma associação de moléculas de fosfolipidios com 
proteínas, é chamada de lipoproteica. Da mesma maneira, todas as outras membranas biológicas, tais 
como as do reticulo, da mitocôndria e do sistema de golgi são lipoproteicas. 
O modelo atualmente aceito da estrutura da membrana plasmática foi proposto por Singer e Nicholson. 
De acordo com este modelo a membrana plasmática apresenta duas camadas de fosfolipídeos onde 
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estão “embutidas” proteínas. Sendo a camada de lipídios fluida, ela tem uma consistência semelhante à 
do óleo. Dessa forma, lipídios e proteínas estariam constantemente mudando de lugar de forma dinâmica. 
Por outro lado, o encaixe de proteínas entre os lipídios lembra um mosaico. Esses dois fatos justificam a 
expressão mosaico fluido, que se usa para designar este modelo. 
 
 
 
As proteínas da membrana plasmática exercem grandes variedades de funções: atuam 
preferencialmente nos mecanismos de transporte, organizando verdadeiros túneis que permitem a 
passagem de substâncias para dentro e para fora da célula, funcionam como receptores de membrana, 
encarregadas de receber sinais de substâncias que levam alguma mensagem para a célula, favorecem 
a adesão de células adjacentes em um tecido, servem como ponto de ancoragem para o citoesqueleto. 
 
Transportes entre célula e ambiente 
 
A membrana celular exerce um papel importante no que se diz respeito à seletividade de substâncias 
- característica esta chamada permeabilidade seletiva. Neste processo, elas podem ser: 
- Impedidas de atravessar o espaço intracelular ou intercelular; 
- Transportadas, mas com gasto de energia (transporte ativo); 
- Transportadas, sem gasto de energia (transporte passivo). 
No transporte passivo, temos a difusão simples, difusão facilitada e osmose. Neste contexto 
abordaremos apenas as duas primeiras, que ocorrem a fim de igualar a concentração intra e extracelular. 
 
5Transporte Passivo 
 
Ocorre sempre a favor do gradiente, no sentido de igualar as concentrações nos dois lados (interno e 
externo) da membrana. Não envolve nenhum gasto de energia. 
 
A-Difusão simples 
 
Consiste na passagem de partículas de soluto do local de maior para o local de menor concentração, 
tendendo a estabelecer um equilíbrio. É um processo geralmente lento, exceto quando o gradiente de 
concentração é muito elevado ou quando as distâncias a serem percorridas pelas partículas forem muito 
pequenas. 
 
 
 
A passagem de substâncias relativamente grandes através da membrana se dá por intermédio de 
poros que ela possui, e que põe diretamente em contato o hialoplasma e o meio extracelular. 
A velocidade com a qual determinadas moléculas se difundem pelas membranas das células depende 
de alguns fatores, anteriormente citados: tamanho das moléculas, carga elétrica, polaridade, etc. 
 
5 www.sobiologia.com.br 
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B-Difusão facilitada 
Certas substâncias entram na célula a favor do gradiente de concentração e sem gasto energético, 
mas com uma velocidade maior do que a permitida pela difusão simples. Isto ocorre, por exemplo, com a 
glicose, com alguns aminoácidos e certas vitaminas. A velocidade da difusão facilitada não é proporcional 
à concentração da substância. Aumentando-se a concentração, atinge-se um ponto de saturação, a partir 
do qual a entrada obedece à difusão simples. Isto sugere a existência de uma molécula transportadora 
chamada permease na membrana. Quando todas as permeases estão sendo utilizadas, a velocidade não 
pode aumentar. Como alguns solutos diferentes podem competir pela mesma permease, a presença de 
um dificulta a passagem do outro. 
 
 
 
C - Osmose 
 
A osmose é a difusão da água através de uma membrana semipermeável (M.S.P.). É um fenômeno 
físico-químico que ocorre quando duas soluções aquosas de concentrações diferentes entram em contato 
através de uma membrana semipermeável. Existem muitos tipos dessas membranas, exemplos: Papel 
celofane, bexiga animal, paredes de células, porcelana, cenoura sem o miolo (oca). 
No movimento osmótico a água passa obedecendo ao gradiente de pressão de difusão, sendo um 
mecanismo de transporte passivo. Observe as figuras abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Transporte Ativo 
 
Soluções de mesma pressão osmótica são chamadas de isotônicas . Em soluções de diferentes 
pressões osmóticas, a solução de menor pressão é chamada de hipotônica e a de maior pressão é 
chamada de hipertônica . Caso se aplica uma pressão sobre a solução maior que a pressão osmótica 
ocorre o processo denominadode osmose inversa, e é a partir desse processo que se obtém o sal. 
 
Quando solução e solvente puro (água) estão separados por uma membrana semipermeável, a 
água passa rapidamente de onde tem maior pressão de difusão (água pura) para onde tem menor 
pressão de difusão (solução) 
 
Quando duas soluções de concentrações diferentes estão separadas por uma membrana 
semipermeável, a água passa mais rapidamente de onde tem maior pressão de difusão (a solução 
diluída) para onde tem menor pressão de difusão (solução concentrada) 
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Transporte ativo 
 
Neste processo, as substâncias são transportadas com gasto de energia, podendo ocorrer do local de 
menor para o de maior concentração (contra o gradiente de concentração). Esse gradiente pode ser 
químico ou elétrico, como no transporte de íons. O transporte ativo age como uma “porta giratória”. A 
molécula a ser transportada liga-se à molécula transportadora (proteína da membrana) como uma enzima 
se liga ao substrato. A molécula transportadora gira e libera a molécula carregada no outro lado da 
membrana. Gira, novamente, voltando à posição inicial. A bomba de sódio e potássio liga-se em um íon 
Na+ na face interna da membrana e o libera na face externa. Ali, se liga a um íon K+ e o libera na face 
externa. A energia para o transporte ativo vem da hidrólise do ATP. 
 
 
 
 
Transportes de Massa 
 
As células são capazes de englobar grandes quantidades de materiais "em bloco". Geralmente, esses 
mecanismos são empregados na obtenção de macromoléculas, como proteínas, polissacarídeos, ácidos 
nucléicos, etc. Essa entrada de materiais em grandes porções é chamada endocitose. Esses processos 
de transporte de massa sempre são acompanhados por alterações morfológicas da célula e de grande 
gasto de energia. 
 
A endocitose pode ocorrer por dois mecanismos fundamentais: 
 
A-Fagocitose 
 
É o processo pelo qual a célula engloba partículas sólidas, pela emissão de pseudópodos. 
Nos protozoários, a fagocitose é uma etapa importante da alimentação, pois é a forma pela qual esses 
organismos unicelulares conseguem obter alimentos em grandes quantidades de uma só vez. Nos 
metazoários, animais formados por numerosas células, a fagocitose desempanha papéis mais 
específicos, como a defesa contra microorganismos e a remodelagem de alguns tecidos, como os ossos. 
 
 
 
B-Pinocitose 
 
Processo pelo qual a célula engloba gotículas de líquido ou partículas de diâmetro inferior a 1 
micrômetro. 
 
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Depois de englobadas por fagocitose ou por pinocitose, as substâncias permanecem no interior de 
vesículas, fagossomos ou pinossomos. Nelas, são acrescidas das enzimas presentes nos lisossomos, 
formando o vacúolo digestivo. Voltaremos ao assunto quando estudarmos a digestão celular. 
Diferenciação da membrana plasmática 
 
No desempenho de funções específicas, surgem diferenciações da membrana plasmática de algumas 
células passamos a apresentar algumas dessas diferenciações. 
 
a) Microvilosidades: são expansões semelhantes a dedos de luvas, que aumentam a superfície de 
absorção das células que as possuem. São encontradas nas células que revestem o intestino e nas 
células dos túbulos renais. 
 
 
b) Interdigitações: são conjuntos de saliências e reentrâncias das membranas de células vizinhas, que 
se encaixam e facilitam as trocas de substâncias entre elas. São observadas nas células dos túbulos 
renais. 
 
 
 
c) Desmossomos: são placas arredondadas formadas pelas membranas de células vizinhas. O espaço 
entre as membranas é ocupado por um material mais elétron-denso que o glicocálix. 
Na sua face interna, inserem-se filamentos do citoesqueleto que mergulham no hialoplasma. É o local 
de "ancoragem" dos componentes do citoesqueleto, e de forte adesão entre células vizinhas. 
 
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. 14 
 
 
Os níveis de organização das Células Eucariotas 
 
Nesse grupo encontram-se: 
- Células Vegetais (com cloroplastos e com parede celular ; normalmente, apenas, um grande vacúolo 
central) 
- Células Animais (sem cloroplastos e sem parede celular; vários pequenos vacúolos) 
 
Parede celular 
 
A parede celular consiste em uma camada rígida que está localizada na parte externa da membrana 
plasmática nas células de bactérias, fungos, algas e plantas. A parede celular protege o conteúdo da 
célula, dá rigidez à estrutura celular, funciona como um mediador em todas as relações da célula com o 
meio ambiente e atua como um compartimento celular. Além disso, no caso de fungos e plantas, define 
a estrutura e dá suporte para os tecidos e muitos mais partes da célula. 
Parede celular é construída de materiais diferentes, dependendo da classe do organismo. Em plantas, 
a parede celular consiste principalmente de um hidrato de carbono chamado celulose, um polissacarídeo, 
polímero e também pode atuar como um armazenamento de hidratos de carbono para a célula. Em 
bactérias, a parede celular é composta por peptidoglicanos. Entre archaea têm paredes celulares com 
diferentes composições químicas, incluindo camada S de glicoproteínas, pseudopeptidoglicano ou 
polissacarídeos. Fungos têm paredes celulares de quitina e algas geralmente construímos paredes de 
glicoproteínas e polissacarídeos. No entanto, algumas espécies de algas podem ter uma parede celular 
composta de dióxido de silício. Muitas vezes ocorrem outras moléculas acessórias incorporadas na 
parede celular. 
 
 
 
A parede celular dos vegetais é uma complexa organela que, para além de dar suporte para o tecido 
de planta, tem a capacidade de condicionar o desenvolvimento de células ou estrutura. Como as paredes 
celulares das plantas superiores, parede celular de algas é composto de carboidratos, como celulose e 
glicoproteínas.a presença de alguns polissacarídeos nas paredes de algas, é usado como um caractere 
de diagnóstico na taxonomia de algas. Paredes de pilha bacterianas são feitas de peptidoglicano (também 
chamado de mureína), constituída por incomum atravessada pela cadeia de polissacarídeo de peptídeos 
contendo d-amino ácidos. Paredes de pilha bacterianas são diferentes das paredes de plantas e fungos, 
que são feitos de celulose e quitina, respectivamente. Também são diferentes das paredes de Archaea, 
que não contenham Peptidoglycan. Parede celular é essencial para a sobrevivência de muitas bactérias 
e a antibiótica penicilina pode matar bactérias inibindo uma etapa na síntese do peptidoglicano.7No de 
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todas as espécies de fungos têm parede celular, mas no caso eles tê-los, são compostas de glicosamina 
e quitina, o mesmo carburador dando dureza para o exoesqueleto dos insetos. Eles têm a mesma 
finalidade, como as paredes celulares das plantas, dar rigidez às células para manter sua forma e 
impedindo a lise osmótica. Ele também limita a entrada de moléculas que podem ser tóxicos para o fungo, 
como produzido por plantas ou fungicidas sintéticas a composição, as características e a forma da parede 
celular dos fungos varia durante o seu ciclo de vida e também varia de acordo com as condições de 
crescimento. 
A parede celular pode ser classificada em parede primária e parede secundária . Vale destacar, no 
entanto, que nem todas as células apresentam parede secundária, sendo essa característica encontrada 
principalmente em células do xilema e esclerênquima que estão envolvidas, respectivamente, com o 
transporte de água e sustentação da planta. 
A parede primária é encontrada em todas as células vegetais, sendo depositadas durante o processo 
de divisão celular, mais precisamente na telófase. É bastante fina, porém resistente o suficiente para 
evitar uma possível ruptura. As paredes primárias são formadas principalmente por celulose, 
hemicelulose e pectinase apresentam cerca de 70% de água em sua composição e além dessas 
substâncias, são encontradas glicoproteínas e algumas enzimas. A parede celular primária de uma célula 
une-se à célula vizinha através de uma camada formada principalmente por substâncias pécticas 
conhecidas como lamela média. Essa camada é dificilmente visualizada em microscópios tradicionais. 
A parede secundária, por sua vez, é aquela depositada posteriormente ao crescimento e está 
localizada entre a membrana plasmática e a parede celular primária. Normalmente ela é formada por três 
camadas distintas: S1, S2 e S3, sendo essa última a camada mais interna. De uma maneira geral, as 
células com parede secundária apresentam-se mortas na maturidade.A parede secundária é formada 
principalmente por celulose e hemicelulose e cerca de apenas 20% de água. Além desses compostos, 
frequentemente é encontrada lignina, que garante uma resistência ainda maior que a apresentada pela 
parede primária. As substâncias pécticas não estão presentes nessas paredes. 
 
Componentes Morfológicos das Células 
 
Já citamos anteriormente as diferenças entre a célula procariota e eucariota. Neste bloco, estudaremos 
o citoplasma dos eucariontes. 
Os componentes fundamentais do citoplasma de uma célula eucariota são: 
 
1. Hialoplasma e citoesqueleto 
 
O hialoplasma ou citosol corresponde ao fluido citoplasmático onde estão mergulhadas as orgânulos 
citoplasmáticos. Ele é constituído por proteínas, sais minerais, açúcares e íons dissolvidos em água, 
localizando-se entre a membrana plasmática e o núcleo. 
O hialoplasma ́ ´e considerado um colóide, ora no estado de sol (fluido), ora no estado de gel (viscoso). 
Nas regiões mais periféricas da célula, o hialoplasma costuma ter a consistência de gel, e é 
denominado ectoplasma. Já a parte mais interna do citoplasma é um sol, bastante fluido, e é chamada 
de endoplasma. 
 
Citoesqueleto 
 
Quando se diz que o hialoplasma é um fluido viscoso, fica-se com a impressão de que a célula animal 
tem uma consistência amolecida e que se deforma a todo o momento. Não é assim. Um verdadeiro 
“esqueleto” formado por vários tipos de fibras de proteínas cruza a célula em diversas direções, dando-
lhe consistência e firmeza. Essa “armação” é importante se lembrarmos que a célula animal é desprovida 
de uma membrana rígida, como acontece com a membrana celulósica dos vegetais. Entre as fibras 
proteicas componentes desse “citoesqueleto” podem ser citados os microfilamentos de actina , os 
microtúbulos e os filamentos intermediários . 
 
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Os microfilamentos são os mais abundantes, constituídos da proteína contráctil actina e encontrados 
em todas as células eucarióticas. São extremamente finos e flexíveis, chegando a ter 3 a 6nm 
(nanômetros) de diâmetro, cruzando a célula em diferentes direções, embora concentram-se em maior 
número na periferia, logo abaixo da membrana plasmática. Muitos movimentos executados por células 
animais e vegetais são possíveis graças aos microfilamentos de actina. 
 
 
 
Os microtúbulos, por sua vez, são filamentos mais grossos, de cerca de 20 a 25 nm de diâmetro, que 
funcionam como verdadeiros andaimes de todas as células eucarióticas. São, como o nome diz, 
tubulares, rígidos e constituídos por moléculas de proteínas conhecidas como tubulinas, dispostas 
helicoidalmente, formando um cilindro. Um exemplo, desse tipo de filamento é o que organiza o chamado 
fuso de divisão celular. Nesse caso, inúmeros microtúbulos se originam e irradiam a partir de uma região 
da célula conhecida como centrossomo (ou centro celular) e desempenham papel extremamente 
importante na movimentação dos cromossomos durante a divisão de uma célula. 
 
 
 
Outro papel atribuído aos microtúbulos é o de servir como verdadeiras “esteiras” rolantes que permitem 
o deslocamento de substâncias, de vesículas e de organoides como as mitocôndrias e cloroplastos pelo 
interior da célula. Isso é possível a partir da associação de proteínas motoras com os microtúbulos. Essas 
proteínas motoras ligam-se de um lado, aos microtúbulos e, do outro, à substância ou organoide que será 
transportado, promovendo o seu deslocamento. Por exemplo, ao longo do axônio (prolongamento) de um 
neurônio, as proteínas motoras conduzem, ao longo da “esteira” formada pelos microtúbulos, diversas 
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substâncias para as terminações do axônio e que terão importante participação no funcionamento da 
célula nervosa. 
 
 
 
Filamentos Intermediários 
 
Os filamentos intermediários são assim chamados por terem um diâmetro intermediário – cerca de 
10nm – em relação aos outros dois tipos de filamentos proteicos. 
 
Nas células que revestem a camada mais externa da pele existe grande quantidade de um tipo de 
filamento intermediário chamado queratina. Um dos papéis desse filamento é impedir que as células 
desse tecido se separem ou rompam ao serem submetidas, por exemplo, a um estiramento. Além de 
estarem espalhadas pelo interior das células, armando-as, moléculas de queratina promovem uma 
“amarração” entre elas em determinados pontos, o que garante a estabilidade do tecido no caso da ação 
de algum agente externo que tente separá-las. Esse papel é parecido ao das barras de ferro que são 
utilizadas na construção de uma coluna de concreto. Outras células possuem apreciável quantidade de 
outros filamentos intermediários. É o caso das componentes dos tecidos conjuntivos e dos 
neurofilamentos encontrados no interior das células nervosas. 
 
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Movimentos do hialoplasma 
 
1.1 Ciclose 
 
Células vivas observadas ao microscópio óptico mostram a existência de um movimento orientado da 
parte sol do hialoplasma (endoplasma), que arrasta orgânulos nele mergulhados. Este nome recebe o 
nome de ciclose e é facilmente observado em células vegetais, em que os cloroplastos- verdes, grandes, 
bem visíveis- são arrastados pelas correntes do citoplasma. Este fenômeno existe, aparentemente, em 
todas as células de eucariontes vivas, sejam elas animais ou vegetais. 
 
 
 
1.2 Movimento ameboide 
 
Certas células, como as bactérias e os glóbulos brancos, podem modificar sua forma, surgindo assim 
os pseudópodes (=falsos pés). Os pseudópodes estão relacionados com a locomoção ou com a 
habilidade de fagocitar alimentos. A formação de psudópodes depende de um movimento especial do 
hialoplasma celular, chamado movimento ameboide. 
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2. O retículo endoplasmático 
 
Consiste em uma complexa rede de membranas duplas lipoproteicas que está espalhada por todo o 
hialoplasma. Essas membranas duplas formam sacos achatados (também chamados de cisternas); 
vacúolos que armazenam substâncias de reservas; vesículas (bolsinhas), que podem se desprender do 
restante das membranas; e túbulos, que fazem a comunicação de sacos membranosos. 
Pode-se distinguir dois tipos de retículo: rugoso (ou granular) e liso (ou agranular). 
 
Retículo endoplasmático rugoso (RER) e liso (REL) 
 
O retículo endoplasmático rugoso (RER), também chamado de ergastoplasma, é formado por sacos 
achatados, cujas membranas têm aspecto verrugoso devido à presença de grânulos – os ribossomos – 
aderidos à sua superfície externa (voltada para o citosol). Já o retículo endoplasmático liso (REL) é 
formado por estruturas membranosas tubulares, sem ribossomos aderidos, e, portanto, de superfície lisa. 
 
 
 
Os papéis do retículo endoplasmático 
 
O retículo endoplasmático, devido à grande superfície de suas membranas, desempenha alguns 
papéis básicos no interior da célula: 
 
-Transporta substâncias, uma vez que apresenta uma verdadeira rede de comunicação entre as 
diversas regiões da célula. 
-Armazena materiais, principalmente no interiordos vacúolos, grandes espaços envolvidos por 
membrana plasmática. 
-Facilita muitas reações químicas do citoplasma, devido à associação de suas membranas com várias 
enzimas. 
-Sintetiza lipídios, como triglicerídeos, fosfolipídios e esteroides. Em células secretoras de hormônios 
sexuais, que são na realidade esteroides, o retículo apresenta –se bem desenvolvido. 
 
O retículo rugoso (ergastoplasma), desempenha todas as funções do reticulo liso. Além disso, devido 
a presença de ribossomos, está intimamente relacionado a síntese proteica. 
3. Os ribossomos 
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Os ribossomos são organelas celulares presentes em todo o citoplasma de células eucariontes quanto 
procariontes. Elas tem como função sintetizar proteínas que serão utilizadas em processos internos da 
célula. 
Eles podem estar agrupados em fila, com a ajuda de uma fita de RNA (formando os polirribossomos), 
espalhados no citoplasma (ou hialoplasma), ou grudados na parede do retículo endoplasmático, dando 
origem ao retículo endoplasmático rugoso. 
 
 
 
4. O complexo de Golgi 
 
O complexo de Golgi está presente em quase todas as células eucarióticas (núcleo organizado), e é 
constituído por dobras de membranas e vesículas. Sua função primordial é o processamento de proteínas 
ribossomáticas e a sua distribuição por entre essas vesículas. Funciona, portanto, como uma espécie de 
sistema central de distribuição na célula, atuando como centro de armazenamento, transformação, 
empacotamento e secreção de substâncias. 
O complexo Golgi é responsável também pela formação dos lisossomos, da lamela média dos 
vegetais, do acrossomo do espermatozoide, do glicocalix e está ligado à síntese de polissacarídeos. 
Acredita-se, ainda, que a organela seja responsável por alguns processos pós-traducionais, tais como 
adicionar sinalizadores às proteínas, que as direcionam para os locais da célula onde atuarão. 
A maior parte das vesículas transportadoras que saem do retículo endoplasmático, e em particular do 
retículo endoplasmático rugoso, são transportadas até o complexo de Golgi, onde são modificadas, 
ordenadas e enviadas na direção dos seus destinos finais. A organela está presente na maior parte das 
células eucarióticas, mas tende a ser mais proeminente nas células de órgãos responsáveis pela 
secreção de certas substâncias, tais como o pâncreas, a hipófise e a tireoide. 
 
 
 
5. Os lisossomos 
 
Os lisossomos são pequenas vesículas, formadas pelo complexo de golgi, repletas de enzimas 
digestivas de todos os tipos. Assim, estão diretamente relacionados com a digestão intracelular de 
materiais diversos. 
As enzimas presentes nos lisossomos, assim como qualquer outra proteínas, são produzidas nos 
ribossomos. Em seguida, são transferidas para o complexo de golgi, que finalmente as “empacota” em 
vesículas que são liberadas no hialoplasma celular. Essas vesículas são os lisossomos propriamente 
ditos, também chamados de lisossomos primários . Quando a célula engloba alguma partícula externa, 
como de alimento, por exemplo, forma-se um vacúolo alimentar , ou fagossomo . Um lisossomo se funde 
então ao vacúolo alimentar. Diante disso, as enzimas digestivas presente no lisossomo ficam em contato 
com a partícula a ser digerida, formando o vacúolo digestivo ou lisossomo secundário. As moléculas de 
nutrientes provenientes da digestão podem sair do vacúolo digestivo através de sua membrana e difundir-
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se para o hialoplasma. No agora chamado vacúolo residual funde-se a membrana plasmática e despeja 
seu conteúdo para o meio externo, num processo chamado defecação celular ou clasmocitose . 
Os lisossomos podem também digerir o material proveniente da própria célula. Orgânulos fora de uso, 
por exemplo, são digeridos, e as moléculas que o compões são reaproveitadas pela célula. Neste caso, 
o lisossomo primário engloba o orgânulo, constituindo um vacúolo digestivo especial chamado de 
vacúolo autofágico , (auto= a si mesmo, fago= comer). 
 
 
 
 
6- Os peroxissomos 
 
Os peroxissomos são organelas membranosas que contêm alguns tipos de enzimas digestivas. Sua 
semelhança com os lisossomos fez com que fossem confundidos com eles até bem pouco tempo. 
Entretanto, hoje se sabe que os peroxissomos diferem dos lisossomos principalmente quanto ao tipo de 
enzimas que possuem. 
Os peroxissomos, além de conterem enzimas que degradam gorduras e aminoácidos, têm também 
grandes quantidades da enzima catalase. A catalase converte o peróxido de hidrogênio, popularmente 
conhecido como água oxigenada (H2O2), e água e gás oxigênio. A água oxigenada se forma normalmente 
durante a degradação de gorduras e de aminoácidos, mas, em grande quantidade, pode causar lesões à 
célula. 
 
 
 
7. As mitocôndrias 
 
As mitocôndrias estão diretamente relacionadas com a respiração celular aeróbica. No seu interior 
ocorre a oxidação de substâncias derivadas da glicose, com a consequente liberação de energia sob a 
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. 22 
forma de moléculas de ATP. Para as mitocôndrias funcionarem, se faz necessária a presença de oxigênio. 
Os resíduos produzidos nesta reação são o CO2 e a H2O. 
As mitocôndrias são delimitadas por duas membranas lipoprotéicas semelhantes às demais 
membranas celulares. Enquanto a membrana externa é lisa, a membrana interna possui inúmeras 
pregas – as cristas mitocondriais – que se projetam para o interior da organela. A cavidade interna das 
mitocôndrias é preenchida por um fluido denominado matriz mitocondrial , onde estão presentes 
diversas enzimas, além de DNA e RNA e pequenos ribossomos e substâncias necessárias à fabricação 
de determinadas proteínas. 
 
 
 
8. Os cloroplastos 
 
Os cloroplastos são os organoides responsáveis pelo processo de fotossíntese. Assim, enquanto as 
mitocôndrias consomem matéria orgânica, oxidando-a, os cloroplastos produzem-na. Veja o esquema 
abaixo que representa esse processo: 
 
 
 
Com relação a estrutura os cloroplastos têm certa semelhança com as mitocôndrias: também possuem 
duas membrana lipoproteicas envolventes. Além disso, existem sacos membranosos chamados lamelas, 
e estruturas semelhantes a moedas, chamadas tilacóides . Uma pilha de tilacóides chama-se granum (o 
termo grana representa o plural de granum). Lamelas e grana são ricas em clorofila, e estão mergulhadas 
numa material denominado estroma . Veja o esquema abaixo: 
 
 
 
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. 23 
9. Os centríolos 
 
Os centríolos são organelas que não estão envolvidas por membrana e que participam do progresso 
de divisão celular em células animais . Nas células de fungos complexos, plantas superiores 
(gimnospermas e angiospermas) e nematóides não existem centríolos. Eles estão presentes na maioria 
das células de animais, algas e vegetais inferiores como as briófitas (musgos) e pteridófitas 
(samambaias). 
Estruturalmente, são constituídos por um total de nove trios de microtúbulos protéicos, que se 
organizam em cilindro. 
 
 
 
São autoduplicáveis no período que precede a divisão celular, migrando, logo a seguir, para os pólos 
opostos da célula. 
Uma das providências que a fábrica celular precisa tomar é a construção de novas fábricas, isto é, a 
sua multiplicação. Isso envolve uma elaboração prévia de uma série de “andaimes” proteicos, o chamado 
fuso de divisão, formado por inúmeros filamentos de microtúbulos. Embora esses microtúbulos não sejam 
originados dos centríolos e sim de uma região da célula conhecido como centrossomo, é comum a 
participação deles no processo de divisão de uma célula animal. Já em células de vegetais superiores, 
como não existem centríolos, sua multiplicação se processa sem eles. 
 
10. Cílios e flagelos 
 
Os cílios e flagelos são estruturas móveis, encontradas externamente emcélulas de diversos seres 
vivos. Os cílios são curtos e podem ser relacionados à locomoção e a remoção de impurezas. Nas células 
que revestem a traquéia humana, por exemplo, os batimentos ciliares empurram impurezas provenientes 
do ar inspirado, trabalho facilitado pela mistura com o muco que, produzido pelas células da traquéia, 
lubrifica e protege a traquéia. Em alguns protozoários, por exemplo, o paramécio, os cílios são utilizados 
para a locomoção. 
 
Os flagelos são longos e também se relacionam a locomoção de certas células, como a de alguns 
protozoários (por exemplo, o tripanosssomo causador da doença de Chagas) e a do espermatozóide. 
Em alguns organismos pluricelulares, por exemplo, nas esponjas, o batimento flagelar cria correntes 
de água que percorrem canais e cavidades internas, trazendo, por exemplo, partículas de alimento. 
Estruturalmente, cílios e flagelos são idênticos. Ambos são cilíndricos, exteriores as células e cobertos 
por membrana plasmática. Internamente, cada cílio ou flagelo é constituído por um conjunto de nove 
pares de microtúbulos periféricos de tubulina, circundando um par de microtúbulos centrais. É a chamada 
estrutura 9 + 2. 
 
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. 24 
 
 
10. Os vacúolos 
 
Os vacúolos são cavidades existentes no interior do citoplasma, que surgiram a partir do 
desenvolvimento de vesículas do retículo endoplasmático. Essas cavidades contêm água e substâncias 
dissolvidas. Em certos casos, podem se originar a partir da membrana plasmática (fagocitose e 
pinocitose). Podemos considerar os seguintes tipos de vacúolos: 
 
10.1 Vacúolo alimentar ou fagossomo 
 
São comuns em organismos em que a digestão é intracelular. A célula engloba uma partícula através 
da fagocitose, que é introduzida no interior do citoplasma. 
 
10.2 Vacúolos digestivos 
 
Quando o vacúolo alimentar se funde com o lisossomo, o vacúolo resultante, onde ocorre a digestão 
de substâncias ingeridas pela célula, é chamado de vacúolo digestivo. 
 
10.3 Vacúolos contráteis 
 
Os vacúolos pulsáteis ou contráteis são organelas citoplasmáticas existentes na célula de alguns 
protozoários como o Paramecium, que realizam a osmorregulação, ou seja, o controle do volume celular, 
e deixam o meio externo com concentração idêntica ao meio interno do ser vivo, permitindo a expulsão 
do excesso de água com excretas tóxicas ao organismo. 
 
 
 
10. 4 Vacúolos de células vegetais 
 
Os vacúolos das células vegetais são regiões expandidas do retículo endoplasmático. Em células 
vegetais jovens observam-se algumas dessas regiões, formando pequenos vacúolos isolados um do 
outro. Mas, à medida que a célula atinge a fase adulta, esses pequenos vacúolos se fundem, formando-
se um único, grande e central, com ramificações que lembram sua origem reticular. A expansão do 
vacúolo leva o restante do citoplasma a ficar comprimido e restrito à porção periférica da célula. Além 
disso, a função do vacúolo é regular as trocas de água que ocorrem na osmose. 
 
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11. Plastos 
 
Os plastos são orgânulos citoplasmáticos encontrados nas células de plantas e de algas . Sua forma 
e tamanho variam conforme o tipo de organismo. Em algumas algas, cada célula possui um ou poucos 
plastos, de grande tamanho e formas características. Já em outras algas e nas plantas em geral, os 
plastos são menores e estão presentes em grande número por célula. 
Os plastos podem ser separados em duas categorias: 
-Cromoplastos que apresentam pigmentos em seu interior. O cromoplasto mais frequente nas plantas 
é o cloroplasto, cujo principal componente é a clorofila, de cor verde. Há também plastos vermelhos, os 
eritroplastos (do grego eritros, vermelho), que se desenvolvem, por exemplo, em frutos maduros de 
tomate. 
-Leucoplastos : São aqueles que não possuem nenhum pigmento, seu sistema de membranas interno 
não é muito elaborado e funcionam armazenando substâncias. Seu nome muda de acordo com a 
substância que é encontrada em seu interior: 
- Amiloplastos: Acumulam amido; 
- Proteínoplastos: Acumulam proteínas; 
- Elaioplastos ou oleoplastos: Acumulam substâncias lipofílicas. 
 
Os componentes do núcleo 
 
O núcleo das células que não estão em processo de divisão apresenta um limite bem definido, devido 
à presença da carioteca ou membrana nuclear, visível apenas ao microscópio eletrônico. A maior parte 
do volume nuclear é ocupada por uma massa filamentosa denominada cromatina. Existem ainda um ou 
mais corpos densos (nucléolos) e um líquido viscoso (cariolinfa ou nucleoplasma). 
 
Nucleoplasma ou suco nuclear 
 
O nucleoplasma é o material gelatinoso que preenche o espaço interno do núcleo. Embora muitos 
citologistas anteriores a ele já tivessem observados núcleos, não haviam compreendido a enorme 
importância dessas estruturas para a vida das células. O grande mérito de Brown foi justamente 
reconhecer o núcleo como componente fundamental das células. O nome que ele escolheu expressa 
essa convicção: a palavra “núcleo” vem do grego nux, que significa semente. Brown imaginou que o 
núcleo fosse a semente da célula, por analogia aos frutos. 
 
A carioteca 
 
A carioteca (do grego karyon, núcleo e theke, invólucro, caixa) é um envoltório formado por duas 
membranas lipoprotéicas cuja organização molecular é semelhante as demais membranas celulares. 
Entre essas duas membranas existe um estreito espaço, chamado cavidade perinuclear. A face externa 
da carioteca, em algumas partes, se comunica com o retículo endoplasmático e, muitas vezes, apresenta 
ribossomos aderidos à sua superfície. Neste caso, o espaço entre as duas membranas nucleares é uma 
continuação do espaço interno do retículo endoplasmático. 
 
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Poros da carioteca 
 
A carioteca é perfurada por milhares de poros, através das quais determinadas substâncias entram e 
saem do núcleo. Os poros nucleares são mais do que simples aberturas. Em cada poro existe uma 
complexa estrutura proteica que funciona como uma válvula, abrindo-se para dar passagem a 
determinadas moléculas e fechando-se em seguida. Dessa forma, a carioteca pode controlar a entrada e 
a saída de substâncias. 
 
 
A face interna da carioteca encontra-se a lâmina nuclear, uma rede de proteínas que lhe dá 
sustentação. A lâmina nuclear participa da fragmentação e da reconstituição da carioteca, fenômenos 
que ocorrem durante a divisão celular. 
 
Os nucléolos 
 
Na fase que a célula eucariótica não se encontra em divisão é possível visualizas vários nucléolos, 
associados a algumas regiões específicas da cromatina. Cada nucléolo é um corpúsculo esférico, não 
membranoso, de aspecto esponjoso quando visto ao microscópio eletrônico, rico em RNA ribossômico (a 
sigla RNA provém do inglês RiboNucleic Acid). Este RNA é um ácido nucléico produzido a partir o DNA 
das regiões específicas da cromatina e se constituirá um dos principais componentes dos ribossomos 
presentes no citoplasma. É importante perceber que ao ocorrer a espiralação cromossômica os nucléolos 
vão desaparecendo lentamente. Isso acontece durante os eventos que caracterizam a divisão celular. O 
reaparecimento dos nucléolos ocorre com a desespiralação dos cromossomos, no final da divisão do 
núcleo. 
 
A cromatina 
 
A cromatina é um conjunto de fios muito longos e finos, emaranhados desordenadamente no interior 
do núcleo. Ela contém a substância, associada com proteínas, na qual se encontra a informação genética: 
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. 27 
o DNA (ácido desoxirribonucleico). O DNA é responsável pelo controle da atividade celular e o comando 
da reprodução da célula. 
Na intérfase, a cromatina se organiza em dois estados diferentes. A maior parte é formada por 
filamentos desespiralados e pouco condensados, constituindo a eucromatina. O restante do material é 
formado por regiões espiraladas, muito condensadas e evidentes, formando a heterocromatina . Essa 
desigualdade estrutura, com dias regiões distintas da cromatina, está associada a diferenças funcionais 
do material genético. 
 
 
 
6Os cromossomos 
 
Os filamentos de cromatina na intérfase são muitos longos, emaranhados e misturados, a divisão 
celular, os fios enrolam-se, tornando-se mais curtos e grossos, o que facilita a separação do material 
genético. Desse modo, eles se individualizam em bastonetes denominados cromossomos. 
Durante a intérfase, o material genético que forma a cromatina duplica-se. Cada fio de cromatina forma 
um novo, igual a ele. Assim, no início do processo de divisão, cada cromossomo está formado por dois 
filamentos idênticos, as cromátides-irmãs . Elas estão ligadas entre si por um estrangulamento- o 
centrômero , ou constituição primária. A presença do centrômero é obrigatória e fundamental para o 
cromossomo, e sua função será estuda na divisão celular. 
 
 
 
As partes de um cromossomo separadas pelo centrômero são chamadas braços cromossômicos. A 
relação de tamanho entre os braços cromossômicos, determinada pela posição do centrômero, permite 
classificar os cromossomos em quatro tipos: 
-Metacêntrico : possuem o centrômero no meio, formando dois braços de mesmo tamanho; 
-Submetacêntricos : possuem o centrômero um pouco deslocado da região mediana, formando dois 
braços de tamanhos desiguais; 
-Acrocêntricos : possuem o centrômero bem próximo a uma das extremidades, formando um braço 
grande e outro muito pequeno; 
-Telocêntricos : possuem o centrômero em um das extremidades, tendo apenas um braço. 
 
 
6 6 Uzunian, A.; Castro, N. H. C..; Sasson, S. 2012. Biologia 1p.113 
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. 28 
O número de cromossomos é fixo nos indivíduos de determinada espécie, mas não e exclusivo dela. 
Espécies diferentes apresentam o mesmo número de cromossomos; por exemplo, a seringueira, a 
mandioca, a barata e o caramujo têm 36 cromossomos nas células. 
 
 
 
Geralmente, os cromossomos das células somáticas (não relacionados com a reprodução) são 
encontrados aos pares. Esses cromossomos que formam pares são denominados homólogos e têm a 
mesma forma, o mesmo tamanho e a mesma sequência de genes. Os genes que ocupam a mesma 
posição (loco, ou locus) em cromossomos homólogos são chamados de genes alelos . 
 
 
 
Células que apresentam todos os seus cromossomos distribuídos em pares homólogos são células 
diploides ou 2n. As células somáticas (dos órgãos do corpo) na maioria dos organismos são diploides, 
inclusive as humanas. 
Quando uma célula não possui pares de cromossomos homólogos, mas só um representante de cada 
par, ela é haploide ou n. Os gametas (células reprodutoras) são exemplos de células haploides. 
 
 
 
A maioria das espécies possui um número diploide de cromossomos nas células somáticas. O número 
2n no homem é 46, no cachorro 78, e na mosca 12. Na reprodução sexuada ocorre a união de dois 
gametas, que devem ser haploides, para manter o número 2n da espécie. Assim, a fecundação (união 
entre os gametas) restabelece o número 2n de cromossomos ao formar o zigoto, que é a primeira célula 
de um organismo. 
O conjunto haploide de cromossomos de uma espécie constitui a bagagem cromossômica de um 
gameta, sendo a contribuição genética de cada genitor para o filho. Assim, o conjunto haploide humano 
é 23, e o do cachorro 39. 
 
 
 
 
 
Resumindo... 
Cromatina e cromossomos são dois diferentes aspectos do mesmo material 
 
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. 29 
Constituição química e arquitetura dos cromossomos 
 
Descobrir a natureza química dos cromossomos foi uma árdua tarefa que mobilizou centenas de 
cientistas e muitos anos de trabalho. O primeiro constituinte cromossômico a ser identificado foi o ácido 
desoxirribonucleico, o DNA. Em 1924, o pesquisador alemão Robert J. Feugen desenvolveu uma técnica 
especial de coloração que permitiu demonstrar que o DNA é um dos principais componentes dos 
cromossomos. Alguns anos mais tarde, descobriu-se que a cromatina também é rica em proteínas 
denominadas histonas. 
 
 
 
-Gametogênese 
 
Gametogênese é o processo pelo qual os gametas são produzidos nos organismos dotados de 
reprodução sexuada. Nos animais, a gametogênese acontece nas gônadas, órgãos que também 
produzem os hormônios sexuais, que determinam as características que diferenciam os machos das 
fêmeas. O evento fundamental da gametogênese é a meiose, que reduz à metade a quantidade de 
cromossomos das células, originando células haploides. Na fecundação, a fusão de dois gametas 
haploides reconstitui o número diploide característico de cada espécie. 
Em alguns raros casos, não acontece meiose durante a formação dos gametas. Um exemplo bastante 
conhecido é o das abelhas: se um óvulo não for fecundado por nenhum espermatozoide, irá se 
desenvolver por mitoses consecutivas, originando um embrião em que todas as células são haploides. 
Esse embrião haploide formará um indivíduo do sexo masculino. O desenvolvimento de um gameta sem 
que haja fecundação chama-se partenogênese. Se o óvulo for fecundado, o embrião 2n irá originar uma 
fêmea. Em linhas gerais, a gametogênese masculina (ou espermatogênese) e a gametogênese feminina 
(ovogênese ou ovulogênese) seguem as mesmas etapas. 
 
A Espermatogênese 
 
Processo que ocorre nos testículos, as gônadas masculinas e corresponde a uma sequência de 
eventos, através dos quais a célula primitiva masculina, a espermatogônia torna-se um espermatozóide 
maduro, pronto para a fertilização. No período fetal, o homem já possui células germinativas (gametas, 
células reprodutivas), porém ainda imaturas. Estas células são as espermatogônias, e são células 
diplóides, com 46 cromossomos. Estas permanecem inativas até a puberdade, quando passam por 
sucessivas divisões mitóticas e aumentam de tamanho, tornando-se espermatócitos primários. Cada 
espermatócito primário passa pela primeira divisão meiótica, dando origem a dois espermatócitos 
secundários. Em seguida, estes sofrem a segunda divisão meiótica, originando quatro espermátides, 
células haplóides, com 23 cromossomos cada. Gradualmente, as espermátides vão se tornando 
espermatozóides, e ficam armazenados no epidídimo, nos testículos até o momento da fecundação. 
 
 
2. GAMETAS E GAMETOGÊNESE. 
 2.1. Morfologia dos gametas humanos. 2.2. Espermatogênese. 
2.3. Ovulogênese 
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. 30 
Ovogênese 
 
Chamamos de ovogênese o processo de formação dos óvulos (gametas femininos). Este processo 
representa uma sequência de eventos, através dos quais, as ovogônias, células germinativas primitivas 
femininas tornam-se um óvulo maduro. 
 
A Ovogênese é dividida em três etapas: 
 
1. Fase de multiplicação ou de proliferação : É uma fase de mitoses consecutivas, quando as células 
germinativas aumentam em quantidade e originam ovogônias. Nos fetos femininos humanos, a fase 
proliferativa termina por volta do final do primeiro trimestre da gestação. Portanto, quando uma menina 
nasce, já possui em seus ovários cerca de 400 000 folículos de Graff. É uma quantidade limitada, ao 
contrário dos homens, que produzem espermatogônias durante quase toda a vida. 
 
2. Fase de crescimento : Logo que são formadas, as ovogônias iniciam a primeira divisão da meiose, 
interrompida na prófase I. Passam, então, por um notável crescimento, com aumento do citoplasma e 
grande acumulação de substâncias nutritivas. Esse depósito citoplasmático de nutrientes chama-se vitelo, 
e é responsável pela nutrição do embrião durante seu desenvolvimento. Terminada a fase de 
crescimento, as ovogônias transformam-se em ovócitos primários (ovócitos de primeira ordem ou ovócitos 
I). Nas mulheres, essa fase perdura atéa puberdade, quando a menina inicia a sua maturidade sexual. 
 
3. Fase de maturação: Dos 400 000 ovócitos primários, apenas 350 ou 400 completarão sua 
transformação em gametas maduros, um a cada ciclo menstrual. A fase de maturação inicia-se quando 
a menina alcança a maturidade sexual, por volta de 11 a 15 anos de idade. 
Quando o ovócito primário completa a primeira divisão da meiose, interrompida na prófase I, origina 
duas células. Uma delas não recebe citoplasma e desintegra-se a seguir, na maioria das vezes sem iniciar 
a segunda divisão da meiose. É o primeiro corpúsculo (ou glóbulo) polar. A outra célula, grande e rica em 
vitelo, é o ovócito secundário (ovócito de segunda ordem ou ovócito II). Ao sofrer, a segunda divisão da 
meiose, origina o segundo corpúsculo polar, que também morre em pouco tempo, e o óvulo, gameta 
feminino, célula volumosa e cheia de vitelo. Na gametogênese feminina, a divisão meiótica é desigual 
porque não reparte igualmente o citoplasma entre as células-filhas. Isso permite que o óvulo formado seja 
bastante rico em substâncias nutritivas. Na maioria das fêmeas de mamíferos, a segunda divisão da 
meiose só acontece caso o gameta seja fecundado. Curiosamente, o verdadeiro gameta dessas fêmeas 
é o ovócito II, pois é ele que se funde com o espermatozoide. 
 
 
 
7Fecundação 
 
Para que surja um novo indivíduo, os gametas fundem-se aos pares, um masculino e outro feminino, 
que possuem papéis diferentes na formação do descendente. Essa fusão é a fecundação ou fertilização. 
 
7 http://www.sobiologia.com.br/ 
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. 31 
Ambos trazem a mesma quantidade haploide de cromossomos, mas apenas os gametas femininos 
possuem nutrientes, que alimentam o embrião durante o seu desenvolvimento. Por sua vez, apenas os 
gametas masculinos são móveis, responsáveis pelo encontro que pode acontecer no meio externo 
(fecundação externa) ou dentro do corpo da fêmea (fecundação interna). Excetuando-se muitos dos 
artrópodes, os répteis, as aves e os mamíferos, todos os outros animais possuem fecundação externa, 
que só acontece em meio aquático. 
 
 
Quando a fecundação é externa, tanto os machos quanto as fêmeas produzem gametas em grande 
quantidade, para compensar a perda que esse ambiente ocasiona. Muitos gametas são levados pelas 
águas ou servem de alimentos para outros animais. Nos animais dotados de fecundação interna, as 
fêmeas produzem apenas um ou alguns gametas por vez, e eles encontram-se protegidos dentro do 
sistema reprodutor. 
Além da membrana plasmática, o óvulo possui outro revestimento mais externo, a membrana vitelínica. 
Quando um espermatozoide faz contato com a membrana vitelínica, a membrana do acrossomo funde-
se à membrana do espermatozoide (reação acrossômica), liberando as enzimas presentes no acrossomo. 
As enzimas do acrossomo dissolvem a membrana vitelínica e abrem caminho para a penetração do 
espermatozoide. Com a fusão da membrana do espermatozoide com a membrana do óvulo, o núcleo do 
espermatozoide penetra no óvulo. Nesse instante, a membrana do óvulo sofre alterações químicas e 
elétricas, transformando-se na membrana de fertilização, que impede a penetração de outros 
espermatozoides. No interior do óvulo, o núcleo do espermatozoide, agora chamado pró-núcleo 
masculino, funde-se com o núcleo do óvulo, o pró-núcleo feminino. Cada pró-núcleo traz um lote haploide 
de cromossomos, e a fusão resulta em um lote diploide, o zigoto. Nessa célula, metade dos cromossomos 
tem origem paterna e metade, origem materna. 
 
Desenvolvimento Embrionário 
 
O zigoto é portador do material genético fornecido pelo espermatozoide e pelo óvulo. Um vez formado 
o zigoto irá se dividir muitas vezes por mitose até originar um novo indivíduo. Assim, todas as células que 
formam o corpo de um indivíduo possuem o mesmo patrimônio genético que existia no zigoto. Apesar 
disso, ao longo do desenvolvimento embrionário as células passam por um processo de diferenciação 
celular em que alguns genes são “ativados” e outros são “desativados”, sendo que somente os “ativados” 
coordenam as funções das células. Surgem dessa maneira tipos celulares com formatos e funções 
distintos, que se organizam em tecidos. Conjuntos de tecidos reunidos formam os órgãos. Os grupos de 
órgãos formam os sistemas que, por sua vez, formam o organismo. 
 
 
 
A Embriologia estuda e descreve as diversas modificações morfológicas que ocorrem no 
desenvolvimento do embrião. Para efeito didático, podemos considerar os seguintes tópicos: 
-Classificação dos ovos 
-Segmentação 
-Gastrulação 
-Organogênse 
 
 
3. Embriologia 
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. 32 
Tipos de óvulos 
 
Pode-se definir ovo como sendo o zigoto resultante da fecundação do óvulo. Este zigoto é formado 
devido à união de dois gametas, ou seja, é produzido pela fertilização entre duas células haplóides, um 
óvulo de uma fêmea e um espermatozóide de um macho, que se juntam para formar uma única célula 
diplóide. O ovo formado contendo o embrião, pode se desenvolver internamente como também 
externamente, dependendo da espécie. 
Os ovos da maioria dos animais possuem formato elipsóide ou ovóide e são delimitados por uma 
membrana interna denominada vitelo, que é muito nutritiva e composta principalmente por fibras de 
proteína. A quantidade e a distribuição do vitelo variam em cada espécie. Portanto, podemos classificar 
os ovos em: 
 
Óvulos oligolécitos, isolécitos ou alécitos 
 
São aqueles possuem uma quantidade reduzida de vitelo, distribuídos uniformemente pelo citoplasma. 
São próprios das espécies nas quais o embrião não obtém o alimento do ovo, mas, sim, do corpo materno 
ou do meio ambiente. Aparecem nos espongiários, celenterados, equinodermas, protocordados e 
mamíferos. 
 
 
Óvulos heterolécitos, mediolécitos ou mesolécitos 
 
Apresentam nítida polaridade, distinguindo-se o polo animal, com pequena quantidade de vitelo, e o 
polo vegetativo, com abundante vitelo, permitindo a nutrição do embrião durante algum tempo. Aparecem 
em platelmintes, moluscos, anelídeos e anfíbios. 
 
 
 
Óvulos telolécitos completos ou megalécito 
 
Com grande quantidade de vitelo ocupando quase todo o ovo, ficando o citoplasma e o núcleo 
reduzidos a uma pequena área, a cicatrícula, ou disco germinativo, situada no pólo animal. Esse tipo de 
ovos são encontrados nos cefalópodes, aves, peixes e répteis. 
 
 
 
Óvulos Centrolécito 
 
Nestes o vitelo concentra-se no centro do ovo e separa duas zonas do citoplasma: uma central, 
contendo o núcleo, e outra periférica, circundando o vitelo. São ovos típicos de artrópodes. 
 
 
 
Segmentação 
 
As divisões que ocorrem durante a segmentação denominam-se clivagens, e as células que se formam 
são chamadas blastômeros. No Reino Animal, a diferença na quantidade e na distribuição do vitelo no 
ovo determina diferenças na segmentação, menor a velocidade de divisão. Em função disso, podemos 
considerar dois tipos básicos de segmentação: 
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. 33 
-Holoblástica ou total que ocorre no zigoto todo; Esse tipo de segmentação acontece nos alécitos, 
isolécitos e heterolécitos. Subdividida em três tipos, a segmentação holoblástica é dividida de acordo com 
o tamanho das células que se formam a partir da terceira clivagem. 
 
 
 
 
-Meroblástica ou parcial, que ocorre só em parte do ovo: Com a distribuição diferente do vitelo, 
existem, consequentemente, dois tipos básicos de segmentação meroblástica que serão explicadas nos 
tópicos abaixo. 
 
 
 
 
-Segmentação Holoblástica: A segmentação holoblástica ocorre nos alécitos, nos isolécitos (ou 
oligolécitos) e nos heterolécitos, e pode ser subdividida em três tipos, com base no tamanho das células 
que se formam a partir da terceira clivagem (quando muda o plano de divisão celular): 
-holoblástica igual, na qual se formam, com a terceira clivagem, oito blastômeros iguais; ocorre nos 
ovos alécitos e em alguns oligolécitos; 
 
 
 
-Holoblástica Desigual , na qual se formam, com a terceira clivagem, blastômeros de tamanhos 
diferentes (quatro menores: micrômeros; e quatro maiores: macrômeros); Ocorre em todos os ovos 
heterolécitos e em alguns oligolécitos; 
 
 
 
-Holoblásticas Subigual , um tipo de segmentação desigual em que os blastômeros não diferem muito 
entre si quanto ao tamanho, ocorre em alguns ovos isolécitos. 
 
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Embriologia do anfioxo 
 
O anfioxo é um pequeno animal de 5 a 8cm de comprimento, transparente e pisciforme. Na 
extremidade anterior, há o rostro, abaixo do qual se encontra a abertura bucal, roedora de cirros. Há três 
aberturas no animal: boca, antrióporo e ânus deslocado para a esquerda. 
Por transparência, observam-se os músculos em forma de V, nos flancos do corpo. Também as 
gônadas se distinguem muito bem por transparência; estão localizadas na região ventral do corpo. 
 
 
 
Fases da Segmentação 
 
A segmentação, também chamada de clivagem, é uma etapa do desenvolvimento embrionário 
caracterizada por uma grande quantidade de divisões celulares. 
Embora existam diferentes tipos de segmentação, eles normalmente se realizam segundo duas fases: 
 
- Mórula: O zigoto sofre uma divisão celular (mitose), a qual dá origem a duas células chamadas 
blastômeros, que também se dividem formando quatro blastômeros, que novamente se dividem formando 
oito blastômeros, e assim sucessivamente. Desse modo, após consecutivas divisões, forma-se a mórula 
que possui forma esférica e compacta. A mórula é o nome dado ao embrião nesta fase do 
desenvolvimento, ou seja, após as consecutivas mitoses. 
 
 
 
-Blástula : A blástula é uma fase embrionária, que ocorre após a mórula, caracterizada por uma 
cavidade cheia de líquido que surgi no embrião na sua região mais interna. Tem forma globosa e é 
formada por uma única camada de células chamada blastoderma, e por uma camada mais interna 
chamada blastocele. 
 
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. 35 
 
 
A cavidade central que se observa na blástula recebe o nome de blastocele (cele = cavidade) e é cheia 
de líquido sintetizado pelas células que formam os seus limites. Nos ovos isolécitos e nos heterolécitos a 
blastocele é bem desenvolvida. Na blástula originada da segmentação de ovos telolécitos, não se observa 
a verdadeira blastocele (cele = cavidade) e é cheia de líquido sintetizado pelas células que formam os 
seus limites. Nos ovos isolécitos e nos heterolécitos a blastocele é bem desenvolvida. 
Na blástula originada da segmentação de ovos telolécitos, não se observa a verdadeira blastocele, 
pois a cavidade formada não é inteiramente delimitada pelos blastômeros. Essa cavidade é delimitada 
em parte pelos blastômeros e em parte pelo vitelo. Nesse caso, a cavidade formada recebe o nome de 
cavidade subgerminal, que também é preenchida por líquido sintetizado pelas células. A blástula que se 
forma a partir da segmentação dos ovos telolécitos recebe o nome de discoblástula. 
 
Gastrulação 
 
É o nome do processo pelo qual ocorre uma invaginação nos tecidos do embrião, formando os folhetos 
embrionários. Em humanos, a gastrulação dá origem a um disco embrionário com três lâminas, ou três 
folhetos germinativos: endoderma, mesoderma e ectoderma, sendo caracterizados como triblásticos. 
 
 
Os animais que possuem três folhetos germinativos são chamados triblásticos , como é o caso dos 
cordados. Existem entretanto, animais que possuem apenas dois folhetos germinativos: o ectoderma e o 
endoderma. Esses animais são chamados diblásticos ou diploblásticos, como e o caso dos cnidários. O 
esquema acima descreve de forma simplificada a gastrulação em anfioxo. Neste caso, a camada interna 
que reveste diretamente o arquêntero é chamada mesentoderma e dará origem, logo a seguir ao 
mesoderma e ao endoderma. (Há quem considere o mesentoderma como endoderma e o mesoderma 
formado a partir do endoderma.) 
 
Células Embrionárias - estágio de gástrula - folhetos germinativos antes disso, todas as células 
embrionárias são equivalentes 
 
Nota: 
 
Embrião - compreende o período da terceira à oitava semana 
Feto - compreende o período da nona semana ao nascimento 
 
Formação do tubo neural 
 
Inicialmente, as células ectoblásticas dorsais do embrião tornam-se mais alongadas e passam a 
constituir a placa neural. A seguir, a placa neural invagina-se e forma o sulco ou goteira neural. O sulco 
se aprofunda, seus bordos se unem, transformando-se no canal neural, sobre o qual se refaz o ectoblasto. 
O tubo neural possui, no início, duas aberturas: o neuróporo, anterior, em comunicação com o meio 
externo, e o canal neurentérico, que se comunica com o arquênteron. Posteriormente, ocorre o 
fechamento das duas aberturas. Orientando-se dorsal e longitudinalmente entre e ectoblasto e o 
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endoblasto, o canal neural transformar-se-á no sistema nervoso central. A formação do canal é a mesma 
para os diversos vertebrados, 
 
 
 
Formação do mesoblasto e da notocorda 
 
No teto do arquênteron, a mesoderma forma três imaginações: uma central, que formará a notocorda, 
e duas laterais, que originarão o celoma. As duas vesículas laterais constituem os somitos. Em cada um 
dos somitos, a parede formada de mesoblasto ou mesoderma, enquanto a cavidade central representa o 
celoma. 
Enquanto isso, a invaginação longitudinal mediana transforma-se na notocorda ou corda dorsal, um 
eixo de sustentação que caracteriza todo embrião de animal cordado. Cortado transversalmente, o 
embrião apresenta, neta fase, as seguintes estruturas: 
-Três folhetos germinativos: ectoderma, endoderma e mesoderma 
-Tubo neural 
-Notocorda 
-Intestino primitivo 
 
Organogênese 
 
O período de organogênese ocorre da quarta à oitava semana do desenvolvimento embrionário. Ao 
final da oitava semana, o funcionamento da maioria dos principais sistemas de órgãos é mínimo, com 
exceção do sistema cardiovascular. No término desse período, o embrião terá aspecto humano. 
 
1) Dobramentos do embrião 
 
Os dobramentos levarão à transformação de um disco trilaminar plano em um embrião praticamente 
cilíndrico. 
O dobramento ocorre nos planos mediano e horizontal e é decorrente do rápido crescimento do 
embrião, particularmente do encéfalo e da medula espinhal. 
A velocidade de crescimento lateral do embrião não acompanha a velocidade de crescimento 
longitudinal, ocasionando o seu dobramento. 
Os dobramentos das extremidades cefálica e caudal e o dobramento lateral ocorrem simultaneamente. 
 
Dobramentos do embrião no plano mediano 
 
O dobramento ventral nas extremidades cefálica e caudal do embrião produz as pregas cefálica e 
caudal. 
 
1) Prega cefálica 
 
No início, o encéfalo em desenvolvimento cresce para dentro da cavidade amniótica. Posteriormente, 
o prosencéfalo projeta-se cefalicamente, e ultrapassa a membrana bucofaríngea (ou orofaríngea), 
recobrindo o coração em desenvolvimento. Concomitantemente, o septo transverso, Coração Primitivo, 
celoma pericárdico e membrana bucofaríngea se deslocam para a superfície ventral do embrião. 
Durante o dobramento longitudinal, a parte dorsal do endoderma do saco vitelínico é incorporada ao 
embrião com o intestino anterior (primórdio do segmento inicial do sistema digestório). 
A prega cefálica também influencia a disposição do celoma embrionário já que após o dobramento, o 
celoma pericárdico fica em posição caudal em relação ao coração e cefálica, ao Septo Transverso. 
Nesse estágio, o celoma intra-embrionário se comunica com o celoma extra-embrionário. 
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2) Prega caudal 
 
 Resultado crescimento da parte distal do tubo neural. A medida que o embrião cresce, a região caudal 
projeta-se sobre a membrana cloacal. 
Durante esse dobramento, parte do Endoderma é incorporado como intestino posterior, cuja porção 
terminal dilata-se para formar a cloaca. 
Após o dobramento, o pedículo de fixação (ou pedículo de conexão) , primórdio do cordão umbilical, 
fica preso à superfície ventral do embrião, enquanto a Alantóide é parcialmente incorporada. 
 
Dobramento Lateral no Plano Horizontal 
 
1) Pregas laterais 
 
Resulta do crescimento rápido da medula espinhal e dos somitos, formando as pregas laterais direita 
e esquerda, cujo crescimento desloca o disco embrionário ventralmente, formando um embrião 
praticamente cilíndrico. 
Conforme as paredes abdominais se formam, parte do endoderma é incorporada como intestino médio, 
que antes do dobramento tinha conexão com o Saco Vitelino. 
Após o dobramento, essa conexão fica reduzida a um canal vitelino ou ducto vitelino. Quando as 
pregas do embrião fundem-se ao longo da linha média ventral, forma-se o celoma intra-embrionário. Os 
dobramentos do embrião são responsáveis pela arquitetura anatômica das membranas serosas no 
indivíduo: o interior da parede do corpo será coberto por mesoderma somático; e as vísceras, pelo 
mesoderma esplâncnico. 
 
O embrião formado será “um tubo dentro de um tubo” no qual o tubo ectodérmico externo forma a pele, 
e o tudo endodérmico interno formam o intestino. Preenchendo o espaço entre esses dois tubos está a 
mesoderme. 
 
2) Derivados dos folhetos germinativos 
 
Os Três Folhetos Germinativos (ectoderma , mesoderma e endoderma ) que dão origem a todos os 
órgãos e tecidos são formados durante a Gastrulação, como foi descrito anteriormente. 
 
Alguns derivados dos folhetos germinativos são 
 
Ectoderma: sistema nervoso central e periférico; epitélios sensoriais do olho, da orelha e do nariz; 
epiderme e anexos (unhas e pelos); glândulas mamárias; hipófise; glândulas subcutâneas; esmalte dos 
dentes; gânglios espinhais, autônomos e cranianos ( V, VII, IX, X ); bainha dos nervos do sistema nervoso 
periférico; meninges do encéfalo e da medula espinhal. 
 
Mesoderma : tecido conjuntivo; cartilagem; ossos; músculos estriados e lisos; coração; vasos 
sanguíneos e linfáticos; rins; ovários, testículos; ductos genitais; membranas pericárdica, pleural e 
peritonial; baço e córtex das adrenais. 
 
Endoderma : revestimento epitelial dos tratos respiratório e gastrointestinal; tonsilas; tireóide e 
paratireóides; timo, fígado e pâncreas; revestimento epitelial da bexiga e maior parte da uretra; 
revestimento epitelial da cavidade do tímpano, antro timpânico e da tuba auditiva 
 
 
Anexos Embrionários: adaptação ao Meio Terrestre 
 
Anexos embrionários são estruturas que derivam dos folhetos germinativos do embrião mas que não 
fazem parte do corpo desse embrião. Os anexos embrionários são: vesícula vitelina (saco vitelínico), 
âmnio (ou bolsa amniótica), cório e alantoide. 
 
Vesícula Vitelina 
 
Por estar ligada ao tubo digestivo do embrião, é formada pelos mesmos folhetos que o revestem, isto 
é, pela endoderme internamente e pela mesoderme visceral externamente. Estes folhedos expandem-se 
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sobre a gema, formando uma espécie de saco preso a barriga. Portanto, a gema passa a ser o conteúdo 
da vesícula vitelínica. 
 
 
 
Na mesoderme surgem vasos responsáveis pela absorção do material nutritivo e as células da 
endoderme, em contato direto com o vitelo, secretam enzimas que digerem os grânulos de vitelo, 
transformando-os em substâncias assimiláveis. Entre os vertebrados, apenas os anfíbios podem 
dispensar esse órgão extra-embrionário, porque seus ovos têm segmentação total, na qual toda a reserva 
de vitelo fica distribuída e depositada nas células embrionárias (blastômeros), sendo disponível através 
da atividade de enzimas intercelulares. 
 
Âmnio e Serosa (Cório) 
 
O âmnio é uma membrana que envolve completamente o embrião, delimitando uma cavidade 
denominada cavidade amniótica. Essa cavidade contém o líquido amniótico, cujas funções são proteger 
o embrião contra choques mecânicos e dessecação. Ao final do desenvolvimento de répteis e aves, todo 
o líquido da cavidade amniótica foi absorvido pelo animal. 
O cório ou serosa é uma membrana que envolve o embrião e todos os demais anexos embrionários. 
É o anexo embrionário mais externo ao corpo do embrião. Nos ovos de répteis e nos de aves, por 
exemplo, essa membrana fica sob a casca. Nesses animais, o cório, juntamente com o alantoide, participa 
dos processos de trocas gasosas entre o embrião e o meio externo. 
 
 
Alantoide 
 
É um apêndice, também em forma de saco ou vesícula, ligado ao intestino posterior, formado atrás do 
saco vitelínico pelos mesmos folhedos deste-mesoderme e endoderme. 
O alantoide cresce no espaço do celoma extra-embrionário, de modo a envolver todo o âmnio e a 
vesícula vitelínica, colando-se a serosa. 
A principal função do alantoide é atuar como um depósito de produtos de excreção, ou seja, de 
resíduos metabólicos nitrogenados removidos do sangue principalmente sob forma de cristas insolúveis 
de ácido úrico, resolvendo assim problemas de espaço e toxidez dentro do ovo. Ao fim da incubação, 
quando o ovo eclode, o alantoide e seu conteúdo de excreção pastosa, aparecem comprimidos por dentro 
da casca abandonada. 
O conjunto alantoide mais serosa constitui o alantocório; externamente vascularizado. Como ele está 
justaposto à membrana da casca, permite trocas gasosas e absorção dos sais de cálcio da casca, permite 
trocas gasosas e absorção dos sais de cálcio da casca, importantes para a formação do esqueleto do 
embrião. Além disso, enfraquecendo a casca, permite-se uma eclosão mais fácil. 
Dentre os anexos, o âmnio e o alantoide são considerados importantes adaptações ao 
desenvolvimento em ambiente terrestre. Sua presença permite classificar os vertebrados em amniotas ou 
alantoidianos (répteis, aves e mamíferos) e amniotas ou analantoidianos (peixes e anfíbios). 
 
Anexos embrionários de mamíferos 
 
No embrião dos mamíferos aparecem os seguintes anexos embrionários: âmnio, córion, alantoide, 
saco vitelínico e placenta. O anexo mais importante é a placenta, constituída por duas partes: materna e 
fetal. 
A parte materna e representada pelo endométrio, a parede interna do útero que será expulsa 
juntamente com o feto, no momento do parto. A parte fetal é formada pelo córion, que forma uma série 
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de expansões, as vilosidades coriônicas, que se insinuam na parede uterina. A placenta é um órgão 
ricamente vascularizado, isto é, provido de muitos vasos sanguíneos, alguns da mãe, no endométrio, e 
outros do feto, nas vilosidades coriônicas, que se insinuam na parede uterina. A placenta é um órgãos 
ricamente vascularizado. Isto é, provido de muitos vasos sanguíneos, alguns da mãe, no endométrio, e 
outros do feto, nas vilosidades coriônicas. Entre a placenta e o embrião forma-se o cordão umbilical; pelo 
seu interior circulam duas artérias e uma veia. As artérias conduzem o sangue venoso do feto para a 
placenta, enquanto a veia transporta o sangue arterial em sentido oposto. 
 
As funções da placenta 
 
A placenta assegura a nutrição do embrião, além de efetuar as trocas respiratórias e a excreção. Pela 
estrutura da placenta observa-se que o sangue da mãe não se mistura com o do feto; apenas os vasos 
de ambos situam-se muito próximos e trocam substâncias entre si. Assim, a mãe envia ao feto: oxigênio, 
água, alimento, hormônios e anticorpos. Do feto para a mãe, passam, principalmente, gás carbônico e 
excretas. A placenta tem ainda função endócrina, produzindo a progesterona e a gonadotrofina coriônica, 
hormônios relacionados a gestação. 
 
 
 
 
 
A observação de que muitas características dos organismos podemser herdadas pelos descendentes 
é muito antiga. O processo de domesticação de plantas e animais pelo homem foi feito através da seleção 
de organismos, e seu cruzamento, para conseguir alcançar variedades úteis a este. As raças de 
cachorros, atos, gado e os diferentes tipos de vegetais cultivados pelo homem foram obtidos pelo 
processo de seleção contínua e pelo cruzamento entre os indivíduos previamente selecionados. 
Os resultados práticos obtidos nos cruzamentos serviram de explicações para possíveis 
esclarecimentos, porém sem base científica, já que incluíam ideias errôneas e preconceituosas. 
Um exemplo prático deste tipo de ideias pode ser exemplificado pela descoberta do espermatozoide 
no século XVIII, que levou ao falso conceito de que o gameta masculino apresentava dentre dele um 
minúsculo homem, o qual usaria o útero materno apenas para completar seu crescimento. Outra ideia 
aceita na época afirmava que a gestação era afetada por tudo que a mãe sentia ou ouvia nesse período. 
Assim, o nascimento de uma criança que apresentava muito pelos no rosto ocorria porque a mãe, durante 
4. GENÉTICA. 
4.1. Conceitos básicos. 4.2. Leis de Mendel (mono e 
poliibridismo). 4.3. Noções de probabilidades. 4.4. 
Genealogia. 4.5. Grupos sanguíneos: sistema ABO; fator RH. 
Interação gênica e pleiotropia. 4.6. Herança ligada ao sexo. 
4.7. Determinação de paternidade através da análise de DNA. 
4.8. Atuação da engenharia genética: na cura de doenças, no 
combate a pragas na lavoura e na criação de espécies 
transgênicas. 4.9. Mutações cromossômicas e gênicas. 4.10. 
Principais síndromes humanas: Down, Turner e Klinefelter 
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. 40 
a gestação, tinha observado ou convivido, por um período de tempo significativo, o rosto de um homem 
muito barbudo. 
Para explicar os fenômenos hereditários, afirmava-se também que as características eram transmitidas 
por meio de partículas existentes no sangue e carregadas pelos gametas. Diante desse “conceito”, 
surgiram as afirmações como “animal puro-sangue”, utilizadas nos dias atuais, mas que não apresentam 
correção biológica. 
Embora inúmeros cientistas tentaram explicar através de hipóteses e experimentos os processos 
hereditários, a descoberta desses processos foram explicadas apenas no século XIX, através das teorias 
lançadas por Gregor Mendel . Mendel, conhecido como o “pai da genética”, era um monge agostiniano 
que passou maior parte de sua vida em um mosteiro situado na cidade de Brno, na Morávia. 
 
Os Experimentos de Mendel 
 
A ervilha é uma planta herbácea leguminosa que pertence ao mesmo grupo do feijão e da soja. Na 
reprodução, surgem vagens contendo sementes, as ervilhas. Sua escolha como material de experiência 
não foi casual: uma planta fácil de cultivar, de ciclo reprodutivo curto e que produz muitas sementes. 
Desde os tempos de Mendel existiam muitas variedades disponíveis, dotadas de características de fácil 
comparação. Por exemplo, a variedade que flores púrpuras podia ser comparada com a que produzia 
flores brancas; a que produzia sementes lisas poderia ser comparada cm a que produzia sementes 
rugosas, e assim por diante. Outra vantagem dessas plantas é que estame e pistilo, os componentes 
envolvidos na reprodução sexuada do vegetal, ficam encerrados no interior da mesma flor, protegidas 
pelas pétalas. Isso favorece a autopolinização e, por extensão, a autofecundação, formando 
descendentes com as mesmas características das plantas genitoras. 
 
 
Ervilhas de Mendel 
 
A partir da autopolinização, Mendel produziu e separou diversas linhagens puras de ervilhas para as 
características que ele pretendia estudar. Por exemplo, para cor de flor, plantas de flores de cor de 
púrpura sempre produziam como descendentes plantas de flores púrpuras, o mesmo ocorrendo com o 
cruzamento de plantas cujas flores eram brancas. Mendel estudou sete características nas plantas de 
ervilhas: cor da flor, posição da flor no caule, cor da semente, aspecto externo da semente, forma da 
vagem, cor da vagem e altura da planta. 
 
Os Cruzamentos 
 
Depois de obter linhagens puras, Mendel efetuou um cruzamento diferente. Cortou os estames de uma 
flor proveniente de semente verde e depois depositou, nos estigmas dessa flor, pólen de uma planta 
proveniente de semente amarela. Efetuou, então, artificialmente, uma polinização cruzada. Pólen de uma 
planta que produzia apenas semente amarela foi depositado no estigma de outra planta que só produzia 
semente verde, ou seja, cruzou duas plantas puras entre si. Essas duas plantas foram consideradas como 
a geração parental (P), isto é, a dos genitores. 
Após repetir o mesmo procedimento diversas vezes, Mendel verificou que todas as sementes 
originadas desses cruzamentos eram amarelas – a cor verde havia aparentemente “desaparecido” nos 
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. 41 
descendentes híbridos (resultantes do cruzamento das plantas), que Mendel chamou de F1 (primeira 
geração filial). Concluiu, então, que a cor amarela “dominava” a cor verde. Chamou o caráter cor 
amarela da semente de dominante e o verde de recessivo. 
A seguir, Mendel fez germinar as sementes obtidas em F1 até surgirem as plantas e as flores. Deixou 
que se auto fertilizassem e aí houve a surpresa: a cor verde das sementes reapareceu na F2 (segunda 
geração filial), só eu em proporção menor que as de cor amarela: surgiram 6.022 sementes amarelas 
para 2.001 verdes, o que conduzia a proporção 3:1. Concluiu que na verdade, a cor verde das sementes 
não havia “desaparecido” nas sementes da geração F1. O que ocorreu é que ela não tinha se manifestado, 
uma vez que, sendo uma caráter recessivo, era apenas “dominado” (nas palavras de Mendel) pela cor 
amarela. Mendel concluiu que a cor das sementes era determinada por dois fatores, cada um 
determinando o surgimento de uma cor, amarela ou verde. 
 
 
Exemplos dos cruzamentos de Mendel 
 
Leis de Mendel 
 
1ª Lei de Mendel: Lei da Segregação dos Fatores 
 
A comprovação da hipótese de dominância e recessividade nos vários experimentos efetuados por 
Mendel levou, mais tarde à formulação da sua 1º lei: 
 
“Cada característica é determinada por dois fatores que se separam na formação dos gametas, onde 
ocorrem em dose simples”, 
 Isto é, para cada gameta masculino ou feminino encaminha-se apenas um fator. Mendel não tinha 
ideia da constituição desses fatores, nem onde se localizavam. Em 1902, enquanto estudava a formação 
dos gametas em gafanhotos, o pesquisador norte americano Walter S. Sutton notou surpreendente 
semelhança entre o comportamento dos cromossomos homólogos, que se separavam durante a meiose, 
e os fatores imaginados por Mendel. Sutton lançou a hipótese de que os pares de fatores hereditários 
estavam localizados em pares de cromossomos homólogos, de tal maneira que a separação dos 
homólogos levava à segregação dos fatores. 
Hoje sabemos que os fatores a que Mendel se referiu são os genes (do grego genos, originar, provir), 
e que realmente estão localizados nos cromossomos, como Sutton havia proposto. As diferentes formas 
sob as quais um gene pode se apresentar são denominadas alelos. A cor amarela e a cor verde da 
semente de ervilha, por exemplo, são determinadas por dois alelos, isto é, duas diferentes formas do 
gene para cor da semente. 
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. 42 
 
Exemplos de lócus gênicos 
 
Segunda Lei de Mendel 
 
Além de estudar isoladamente diversas características fenotípicas da ervilha, Mendel estudou também 
a transmissão combinada de duas ou mais características. Em um de seus experimentos, por exemplo, 
foram considerados simultaneamente a cor da semente, que pode ser amarela ou verde, e a textura da 
casca da semente, que pode ser lisa ou rugosa. Plantas originadas de sementes amarelas e lisas, ambos 
traços dominantes, foram cruzadas com plantas originadas desementes verdes e rugosas, traços 
recessivos. Todas as sementes produzidas na geração F1 eram amarelas e lisas. A geração F2, obtida 
pela autofecundação das plantas originadas das sementes de F1, era composta por quatro tipos de 
sementes: 
9/16 amarelo-lisas 
3/16 amarelo-rugosas 
3/16 verde-lisas 
1/16 verde-rugosas 
 
 
Em proporções essas frações representam 9 amarelo-lisas: 3 amarelo-rugosas: 3 verde-lisas: 1 
verde-rugosa. Com base nesse e em outros experimentos, Mendel aventou a hipótese de que, na 
formação dos gametas, os alelos para a cor da semente (Vv) segregam-se independentemente dos alelos 
que condicionam a forma da semente (Rr). De acordo com isso, um gameta portador do alelo V pode 
conter tanto o alelo R como o alelo r, com igual chance, e o mesmo ocorre com os gametas portadores 
do alelo v. Uma planta duplo-heterozigota VvRr formaria, de acordo com a hipótese da segregação 
independente, quatro tipos de gameta em igual proporção: 1 VR: 1Vr: 1 vR: 1 vr. 
 Mendel concluiu que a segregação independente dos fatores para duas ou mais características era 
um princípio geral, constituindo uma segunda lei da herança. Assim, ele denominou esse princípio 
segunda lei da herança ou lei da segregação independente, posteriormente chamada segunda lei de 
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. 43 
Mendel: Os fatores para duas ou mais características segregam-se no híbrido, distribuindo-se 
independentemente para os gametas, onde se combinam ao acaso. 
 
A proporção 9:3:3:1 
 
Ao estudar a herança simultânea de diversos pares de características. Mendel sempre observou, em 
F2, a proporção fenotípica 9:3:3:1, consequência da segregação independente ocorrida no duplo-
heterozigoto, que origina quatro tipos de gameta. 
 
Segregação independente de 3 pares de alelos 
 
Ao estudar 3 pares de características simultaneamente, Mendel verificou que a distribuição dos tipos 
de indivíduos em F2 seguia a proporção de 27: 9: 9: 9: 3: 3: 3: 1. Isso indica que os genes para as 3 
características consideradas segregam-se independentemente nos indivíduos F1, originando 8 tipos de 
gametas. Em um dos seus experimentos, Mendel considerou simultaneamente a cor (amarela ou verde), 
a textura da casca (lisa ou rugosa) e a cor da casca da semente (cinza ou branca).O cruzamento entre 
uma planta originada de semente homozigota dominante para as três características (amarelo-liso-cinza) 
e uma planta originada de semente com traços recessivos (verde-rugosa-branca) produz apenas ervilhas 
com fenótipo dominante, amarelas, lisas e cinza. Esses indivíduos são heterozigotos para os três pares 
de genes (VvRrBb). A segregação independente desses três pares de alelos, nas plantas da geração F1, 
leva à formação de 8 tipos de gametas. 
 
 
Segregação independente 
 
A descoberta de que os genes estão situados nos cromossomos gerou um impasse no entendimento 
da 2º Lei de Mendel. Como vimos, segundo essa lei, dois ou mais genes não-alelos segregam-se 
independentemente, desde que estejam localizados em cromossomos diferentes. Surge, no entanto, um 
problema. Mendel afirmava que os genes relacionados a duas ou mais características sempre 
apresentavam segregação independente. Se essa premissa fosse verdadeira, então haveria um 
cromossomo para cada gene. Se considerarmos que existe uma infinidade de genes, haveria, então, uma 
quantidade assombrosa de cromossomos, dentro de uma célula, o que não é verdade. Logo, como 
existem relativamente poucos cromossomos no núcleo das células e inúmeros genes, é intuitivo concluir 
que, em cada cromossomo, existe uma infinidade de genes, responsáveis pelas inúmeras características 
típicas de cada espécie. Dizemos que esses genes presentes em um mesmo cromossomo estão ligados 
ou em linkage e caminham juntos para a formação dos gametas. 
 
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. 44 
Nota: Assim a 2ª lei de Mendel nem sempre é obedecida, bastando para isso que os genes estejam 
localizados no mesmo cromossomo, ou seja, estejam em linkage. 
 
 
Linkage 
 
T. H. Morgan e seus colaboradores trabalharam com a mosca da fruta, Drosophila melanogaster, e 
realizaram cruzamentos em que estudaram dois ou mais pares de genes, verificando que, realmente, 
nem sempre a 2ª Lei de Mendel era obedecida. Concluíram que esses genes não estavam em 
cromossomos diferente, mas, sim, encontravam-se no mesmo cromossomo (em linkage). 
Em um dos seus experimentos, Morgan cruzou moscas selvagens de corpo cinza e asas longas com 
mutantes de corpo preto e asas curtas (chamadas de asas vestigiais). Todos os descendentes de F1 
apresentavam corpo cinza e asas longas, atestando que o gene que condiciona corpo cinza (P) domina 
o que determina corpo preto (p), assim como o gene para asas longas (V) é dominante sobre o (v) que 
condiciona surgimento de asas vestigiais. Morgan cruzou descendentes de F1 com duplo-recessivos (ou 
seja, realizou cruzamentos testes). Para Morgan, os resultados dos cruzamentos-teste revelariam se os 
genes estavam localizados em cromossomos diferentes (segregação-independente) ou em um mesmo 
cromossomo (linkage). Surpreendentemente, porém, nenhum dos resultados esperados foi obtido. A 
separação e a contagem dos descendentes de F2 revelou o seguinte resultado: 
- 41,5% de moscas com o corpo cinza e asas longas; 
- 41,5% de moscas com o corpo preto e asas vestigiais; 
- 8,5% de moscas com o corpo preto e asas longas; 
- 8,5% de moscas com o corpo cinza e asas vestigiais. 
 
Ao analisar esse resultado, Morgan convenceu-se de que os genes P e V localizavam-se no mesmo 
cromossomo. Se estivessem localizados em cromossomos diferentes, a proporção esperada seria outra 
(1: 1: 1: 1). No entanto, restava a dúvida: como explicar a ocorrência dos fenótipos corpo cinza/asas 
vestigiais e corpo preto/asas longas? 
 
A resposta não foi difícil de ser obtida. Por essa época já estava razoavelmente esclarecido o processo 
da meiose. Em 1909, o citologista F. A. Janssens (1863-1964) descreveu o fenômeno cromossômico 
conhecido como permutação ou crossing over, que ocorre durante a prófase I da meiose e consiste na 
troca de fragmentos entre cromossomos homólogos. Em 1911, Morgan usou essa observação para 
concluir que os fenótipos corpo cinza/asas vestigiais e corpo preto/asas longas eram recombinantes e 
devido a ocorrência de crossing-over. 
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. 45 
 
Permutação ou crossing over 
 
Conceitos Básicos da Genética 
 
Gene: é unidade primária da herança, isto é, um “pedaço” de DNA que contém a informação que levará 
a síntese de proteínas. Estes possuem diferentes números de pares de nucleotídeos e correspondem a 
diferentes segmentos do DNA, situados em locus (posição específica) distintos do cromossomo. Genes 
são representados por letra do alfabeto romano ou por abreviações das designações recebidas por 
caracteres. 
 
 
 
Genes alelos: São responsáveis por determinarem as características biológicas dos seres, são 
segmentos de DNA (ácido desoxirribonucleico) que encontram-se no mesmo lócus nos cromossomos 
homólogos sendo, sobretudo, constituídos de pares adquiridos dos progenitores, o qual um deles é 
proveniente da mãe (óvulo) e outro do pai (espermatozoide). 
 
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. 46 
 
 
Gene dominante: Gene que manifesta o mesmo fenótipo, tanto em homozigose (AA) quanto em 
heterozigose (Aa) 
 
Gene recessivo: Gene que só manifesta o caráter em homozigose (dois alelos iguais-aa), quando 
estiver presente em dose dupla (aa). 
 
Homozigoto: Os indivíduos homozigotos são chamados de “puros”, visto que são caracterizados por 
pares de genes alelos idênticos, ou seja, os alelos análogos produzirão apenas um tipo de gameta 
representado pelas letras iguais (AA, aa, BB, bb, VV, vv), sendo que as maiúsculas são chamadas de 
dominantes,enquanto que as minúsculas são as possuidoras do caráter recessivo. 
 
Heterozigoto : Os indivíduos heterozigotos correspondem aos indivíduos que possuem pares de alelos 
distintos que determinam tal característica. Na medida que nos heterozigotos, os pares de alelos são 
diferentes, eles são representados pela união das letras maiúsculas e minúsculas, por exemplo, Aa, Bb, 
Vv. 
 
Conceitos de Fenótipo e Genótipo 
 
Dois conceitos importantes para o desenvolvimento da genética, no começo do século XX, foram os 
de fenótipo e genótipo, criados pelo pesquisador dinamarquês Wilhelm L. Johannsen (1857-1912). 
 
Fenótipo 
 
O conceito de fenótipo (do grego pheno, evidente, brilhante, e typos, característico) está relacionado 
com as característica externas, morfológicas, fisiológicas e comportamentais dos indivíduos, ou seja, o 
fenótipo determina a aparência do indivíduo (em sua maioria, aspectos visíveis), resultante da interação 
do meio e de seu conjunto de genes (genótipo). Exemplos de fenótipo são o formato dos olhos, a 
tonalidade da pele, cor e textura do cabelo, dentre outros. 
 
 
 
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. 47 
Cruzamentos e Heredogramas 
 
No caso da espécie humana, em que não se pode realizar experiências com cruzamentos dirigidos, a 
determinação do padrão de herança das características depende de um levantamento do histórico das 
famílias em que certas características aparecem. Isso permite ao geneticista saber se uma dada 
característica é ou não hereditária e de que modo ela é herdada. Esse levantamento é feito na forma de 
uma representação gráfica denominada heredograma (do latim heredium, herança), também conhecida 
como genealogia ou árvore genealógica. 
Construir um heredograma consiste em representar, usando símbolos, as relações de parentesco entre 
os indivíduos de uma família. Cada indivíduo é representado por um símbolo que indica as suas 
características particulares e sua relação de parentesco com os demais. Indivíduos do sexo masculino 
são representados por um quadrado, e os do sexo feminino, por um círculo. O casamento, no sentido 
biológico de procriação, é indicado por um traço horizontal que une os dois membros do casal. Os filhos 
de um casamento são representados por traços verticais unidos ao traço horizontal do casal. Os principais 
símbolos são os seguintes: 
 
 
Fonte : Saraiva 
 
A montagem de um heredograma obedece a algumas regras: 
1ª) Em cada casal, o homem deve ser colocado à esquerda, e a mulher à direita, sempre que for 
possível. 
2ª) Os filhos devem ser colocados em ordem de nascimento, da esquerda para a direita. 
3ª) Cada geração que se sucede é indicada por algarismos romanos (I, II, III, etc.). Dentro de cada 
geração, os indivíduos são indicados por algarismos arábicos, da esquerda para a direita. Outra 
possibilidade é se indicar todos os indivíduos de um heredograma por algarismos arábicos, começando-
se pelo primeiro da esquerda, da primeira geração 
 
Interpretação dos Heredogramas 
 
A análise dos heredogramas pode permitir se determinar o padrão de herança de uma certa 
característica (se é autossômica, se é dominante ou recessiva, etc.). Permite, ainda, descobrir o genótipo 
das pessoas envolvidas, se não de todas, pelo menos de parte delas. Quando um dos membros de uma 
genealogia manifesta um fenótipo dominante, e não conseguimos determinar se ele é homozigoto 
dominante ou heterozigoto, habitualmente o seu genótipo é indicado como A_, B_ou C_, por exemplo. 
A primeira informação que se procura obter, na análise de um heredograma, é se o caráter em questão 
é condicionado por um gene dominante ou recessivo. Para isso, devemos procurar, no heredograma, 
casais que são fenotipicamente iguais e tiveram um ou mais filhos diferentes deles. Se a característica 
permaneceu oculta no casal, e se manifestou no filho, só pode ser determinada por um gene recessivo. 
Pais fenotipicamente iguais, com um filho diferente deles, indicam que o caráter presente no filho é 
recessivo! 
Uma vez que se descobriu qual é o gene dominante e qual é o recessivo, vamos agora localizar os 
homozigotos recessivos, porque todos eles manifestam o caráter recessivo. Depois disso, podemos 
começar a descobrir os genótipos das outras pessoas. Devemos nos lembrar de duas coisas: 
1ª) Em um par de genes alelos, um veio do pai e o outro veio da mãe. Se um indivíduo é homozigoto 
recessivo, ele deve ter recebido um gene recessivo de cada ancestral. 
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. 48 
2ª) Se um indivíduo é homozigoto recessivo, ele envia o gene recessivo para todos os seus filhos. 
Dessa forma, como em um “quebra-cabeças”, os outros genótipos vão sendo descobertos. Todos os 
genótipos devem ser indicados, mesmo que na sua forma parcial (A_, por exemplo). 
 
. 
 
Em uma árvore desse tipo, as mulheres são representadas por círculos e os homens por quadrados. 
Os casamentos são indicados por linhas horizontais ligando um círculo a um quadrado. Os algarismos 
romanos I, II, III à esquerda da genealogia representam as gerações. Estão representadas três gerações. 
Na primeira há uma mulher e um homem casados, na segunda, quatro pessoas, sendo três do sexo 
feminino e uma do masculino. Os indivíduos presos a uma linha horizontal por traços verticais constituem 
uma irmandade. Na segunda geração observa-se o casamento de uma mulher com um homem de uma 
irmandade de três pessoas. 
 
Heranças Genéticas 
 
Herança genética ou biológica é processo pelo qual um organismo ou célula adquire ou torna-se 
predisposto a adquirir características semelhantes à do organismo ou célula que o gerou, através de 
informações codificadas (código genético) que são transmitidas à descendência. A combinação entre os 
códigos genéticos dos progenitores (em espécies sexuadas) e erros (mutações) na transmissão desses 
códigos são responsáveis pela variação biológica que, sob a ação da seleção natural, permite a evolução 
das espécies. A ciência que estuda a herança genética é a genética. Organismos vivos são compostos 
de células, que possuem material genético. Esse material se encontra reunido em estruturas celulares 
chamadas cromossomos. Em organismos unicelulares como as bactérias, a célula-filha herda o seu 
genoma da célula-mãe. Em organismos diploides, como os seres humanos, os cromossomos ocorrem 
aos pares. Cada par destes cromossomos é constituído tanto de informação genética de origem materna 
quanto de origem paterna, normalmente em partes iguais. 
No processo de fecundação, quando o espermatozoide paterno se une ao óvulo materno, metade das 
informações genéticas de cada progenitor se unem para formar o genoma da célula embrionária 
resultante. Assim, esta contém informações genéticas maternas e paternas. A formação do embrião se 
dá por subdivisões celulares sucessivas a partir dessa primeira célula. Na divisão celular, as informações 
genéticas são replicadas. Assim, cada nova célula do indivíduo possui a mesma informação genética 
presente na primeira célula zigótica. 
 
 
Processo de fecundação 
 
 
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. 49 
Modos de Heranças 
 
Herança e Sexo 
 
Quando os genes estão nos cromossomos sexuais, a sua expressão depende do sexo do indivíduo 
considerado. Se a manifestação de uma certa característica é influenciada pelo sexo do indivíduo, 
dizemos se tratar de um caso de herança relacionada com o sexo. 
A Herança ligada ao sexo é determinada por genes localizados na região heteróloga do cromossomo 
X. Como as mulheres possuem dois cromossomos X, elas têm duas dessas regiões. Já os homens, como 
possuem apenas um cromossomo X (pois são XY), têm apenas um de cada gene. Um gene recessivo 
presente no cromossomo X de um homem irá se manifestar, uma vez que não há um alelo dominante 
que impeça a sua expressão. 
Em condições normais, qualquer célula diploide humana contém 23 pares de cromossomoshomólogos, isto é, 2n = 46. Desses cromossomos, 44 são autossomos e 2 são os cromossomos sexuais 
também conhecidos como heterossomos. 
 
Autossomos e Heterossomos 
 
Os cromossomos autossômicos são aqueles relacionados às características comuns aos dois 
sexos, enquanto os sexuais são os responsáveis pelas características próprias de cada sexo. A formação 
de órgãos somáticos, tais como fígado, baço, o estômago e outros, deve-se a genes localizados nos 
autossomos, visto que esses órgãos existem nos dois sexos. O conjunto haploide de autossomos de uma 
célula é representado pela letra A. Por outro lado, a formação dos órgãos reprodutores, testículos e 
ovários, característicos de cada sexo, é condicionada por genes localizados nos cromossomos sexuais 
(heterossomos ) e são representados, de modo geral, por X e Y. O cromossomo Y é exclusivo do sexo 
masculino. O cromossomo X existe na mulher em dose dupla, enquanto no homem ele se encontra em 
dose simples. 
 
Os Cromossomos Sexuais 
 
O cromossomo Y é mais curto e possui menos genes que o cromossomo X, além de conter uma porção 
encurtada, em que existem genes exclusivos do sexo masculino. Observe na figura abaixo que uma parte 
do cromossomo X não possui alelos em Y, isto é, entre os dois cromossomos há uma região não-
homóloga. 
 
Determinação Genética do Sexo 
 
Em algumas espécies animais, incluindo a humana, a constituição genética dos indivíduos do sexo 
masculino é representada por 2AXY e a dos gametas por eles produzidos, AX e AY; na fêmea, cuja 
constituição genética é indicada por 2AXX, produzem-se apenas gametas AX. No homem a constituição 
genética é representada por 44XY e a dos gametas por ele produzidos, 22X e 22Y; na mulher 44XX e os 
gametas, 22X. Indivíduos que forma só um tipo de gameta, quanto aos cromossomos sexuais, são 
denominados homogaméticos. Os que produzem dois tipo são chamados de heterogaméticos. Na 
espécie humana, o sexo feminino é homogamético, enquanto o sexo masculino é heterogamético. 
Exemplificando: 
 
 
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. 50 
O sistema X0 
 
Esse sistema ocorre em espécies onde não existe o cromossomo Y. Os machos são, portanto, X0 (lê-
se xis-zero) e as fêmeas são XX. Esse tipo de herança ocorre em alguns insetos, como os gafanhotos. 
Os machos desse sistema possuem um número ímpar de cromossomos em seu cariótipo e as fêmeas 
possuem um número par. 
 
 
 
O sistema ZW 
 
No sistema ZW os cromossomos sexuais são invertido, isto é, o macho apresenta dois cromossomos 
sexuais iguais, ZZ, enquanto a fêmea apresenta dois diferentes, um Z e outro W. Este sistema aparece 
em lepidópteros (borboletas, mariposas), peixes e aves. 
 
 
 
O sistema ZO 
 
Ocorre em galinhas domésticas e répteis. Os machos são homogaméticos, com dois cromossomos 
sexuais iguais (ZZ) e as fêmeas são heterogaméticas, apresentando apenas um cromossomo sexual Z. 
 
 
 
Determinação do sexo em plantas 
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. 51 
 
O dimorfismo sexual em plantas superiores é uma característica de menor importância quando 
comparada com os animais. De fato, a grande maioria das plantas são hermafroditas e portanto, 
apresentam os dois sexos em uma mesma flor. Existe entretanto, outros tipos de expressões sexuais tais 
como: (a) plantas monóicas – possuem órgãos masculinos e femininos em flores separadas porém, na 
mesma planta, (b) plantas dióicas – possuem órgãos masculinos e femininos em plantas diferentes. 
 
 
8Herança Ligada ao Sexo 
 
Habitualmente, classificam-se os casos de herança relacionada com o sexo de acordo com a posição 
ocupada pelos genes, nos cromossomos sexuais. Para tanto, vamos dividi-los em regiões: A porção 
homóloga do cromossomo X possui genes que têm correspondência com os genes da porção homóloga 
do cromossomo Y. Portanto, há genes alelos entre X e Y, nessas regiões. Os genes da porção heteróloga 
do cromossomo X não encontram correspondência com os genes da porção heteróloga do cromossomo 
Y. Logo, não há genes alelos nessas regiões, quando um cromossomo X se emparelha com um 
cromossomo Y. 
Herança ligada ao sexo é aquela determinada por genes localizados na região heteróloga do 
cromossomo X. Como as mulheres possuem dois cromossomos X, elas têm duas dessas regiões. Já os 
homens, como possuem apenas um cromossomo X (pois são XY), têm apenas um de cada gene. 
Nota: Um gene recessivo presente no cromossomo X de um homem irá se manifestar, uma vez que 
não há um alelo dominante que impeça a sua expressão. 
 
Na espécie humana os principais exemplos de herança ligada ao sexo são: 
 
Daltonismo 
 
O daltonismo é caracterizado pela confusão na percepção das cores (como o vermelho e verde, ou 
verde e marrom), é determinado por um gene recessivo “d”, sendo que o alelo dominante “D” condiciona 
a visão normal das cores. Essa anomalia afeta os homens mais frequentemente do que as mulheres. É 
fácil entender o porquê. Basta um único gene “d” para que um homem seja daltônico; seu genótipo será 
XdY. Para uma mulher ser daltônica, são necessários dois genes “d”, devendo ela ser XdXd. O genótipo 
de homens normais é XDY; mulheres não daltônicas podem ser homozigotas (XDXD) ou heterozigotas 
(XDXd) ditas também como portadoras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Genótipo e fenótipo do Daltonismo 
 
 
Caro candidato, convido você a fazer a seguir o teste para o daltonismo. Para tal, an ote em seu 
caderno, quais os números exibidos dentro de cada círculo. 
 
http://www.sobiologia.com.br/ 
Genótipo Fenótipo 
XDXD mulher normal 
XDXd mulher normal portadora 
XdXd mulher daltônica 
XD Y homem normal 
Xd Y homem daltônico 
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. 52 
 
Teste para o daltonismo 
 
Hemofilia 
 
A hemofilia é um distúrbio hereditário que se caracteriza pelo retardo no tempo de coagulação 
sanguínea em função da deficiência na produção do fator VIII, uma proteína codificada pelo gene 
dominante (H) e não codificada pelo seu alelo recessivo (h), localizados no cromossomo X. 
A hemofilia atinge cerca de 300.000 pessoas. É condicionada por um gene recessivo, representado 
por h, localizado no cromossomo X. É pouco frequente o nascimento de mulheres hemofílicas, já que a 
mulher, para apresentar a doença, deve ser descendente de um hímen doente (XhY) e de uma mulher 
portadora (XHXh) ou hemofílica (XhXh). Como esse tipo de cruzamento é extremamente raro, acredita-se 
que praticamente inexistiriam mulheres hemofílicas. No entanto, já foram relatados casos de hemofílicas, 
contrariando assim a noção popular de que essas mulheres morreriam por hemorragia após a primeira 
menstruação (a interrupção do fluxo menstrual deve-se à contração dos vasos sanguíneos do endométrio, 
e não a coagulação do sangue). 
 
Segue abaixo um quadro resumo contendo os possíveis genótipos e respectivos fenótipos (normal e 
hemofílico), segundo o gênero do indivíduo e o exemplo de um possível cruzamento: 
 
Sexo Genótipo → Fenótipo 
Masculino 
 XHY → homem normal 
 XhY → homem hemofílico 
Feminino 
 XHXH → mulher normal 
 XHXh → mulher normal 
portadora 
 XhXh → mulher hemofílica 
 
 
Herança holândrica, ligada ao cromossomo Y ou herança restrita ao sexo 
 
É a herança relacionada aos genes localizados no cromossomo Y, no segmento sem homologia. O 
cromossomo Y é o principal determinante da masculinidade na espécie humana e outros mamíferos. Nele 
deve estar contido os genes de efeito masculinizante. Afora esta possível ação masculinizante, pouco se 
conhece sobre os genes do Y, com algumas exceções no homem. 
Como o cromossomo Y é restrito aos machos, apenas este sexo apresentam tais características, 
sendo repassado de pais para filhos. 
Tradicionalmente, a hipertricose, ou seja, presença de pelos no pavilhão auditivo dos homens, era 
citada como um exemplo de herançarestrita ao sexo. No entanto, a evidência que a hipertricose deve-se 
a uma herança ligada ao Y está sendo considerada inconclusiva, pois, em algumas famílias estudadas, 
os pais com hipertricose tiveram filhos homens com e sem pelos nas bordas das orelhas. Na herança 
restrita ao sexo verdadeira: 
 
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. 53 
 
 
Nota: Todo homem afetado é filho de um homem também afetado; todos os seus filhos serão afetados, 
e as filhas serão normais. 
 
Herança autossômica influenciada pelo sexo 
 
Nessa categoria, incluem-se as características determinadas por genes localizados nos cromossomos 
autossomos cuja expressão é, de alguma forma, influenciada pelo sexo do portador. Nesse grupo, há 
diversas modalidades de herança, das quais ressaltaremos a mais conhecida, a dominância influenciada 
pelo sexo, herança em que, dentro do par de genes autossômicos, um deles é dominante nos homens e 
recessivo nas mulheres, e o inverso ocorre com o seu alelo. Na espécie humana, temos o caso da calvície 
Outras formas de herança autossômica influenciada pelo sexo são a penetrância influenciada pelo 
sexo e a expressividade influenciada pelo sexo. Na espécie humana, a ocorrência de malformações de 
vias urinárias apresenta uma penetrância muito maior entre os homens do que entre as mulheres. Elas, 
portanto, ainda que possuam o genótipo causador da anormalidade, podem não vir a manifestá-la. A 
expressividade também pode ser influenciada pelo sexo. Um exemplo bem conhecido é o do lábio 
leporino, falha de fechamento dos lábios. Entre os meninos, a doença assume intensidade maior que nas 
meninas, nas quais os defeitos geralmente são mais discretos. 
 
9Genética de Populações 
 
A ocorrência das mutações gênicas soma novos alelos ao conjunto gênico de todas as populações. 
Graças à ocorrência das permutações, esses novos alelos se misturam aos pré-existentes, determinando 
a enorme variabilidade verificada dentro dos grupos de seres vivos. Sobre essa mistura de características, 
atua a seleção natural. Os organismos dotados das características mais adaptativas tendem a sobreviver 
e gerar descendentes em maior número do que aqueles desprovidos dessas características. Como 
dissemos no capítulo anterior, a seleção natural estabelece uma “taxa diferencial de reprodução”. 
Pela atuação desses fatores (mutações e seleção natural, principalmente), o equipamento genético 
das populações tende a se alterar, com o passar do tempo. Portanto, as populações não são imutáveis. 
Em 1950, o biólogo Theodosius Dobzhansky postulou um conceito genético para as populações. Segundo 
ele, uma população é um conjunto de indivíduos que se reproduzem sexuadamente, compartilhando um 
conjunto de informações genéticas e mantendo um patrimônio gênico comum. Em cima do conceito 
genético de população, muitos postulados foram lançados, todos partindo de uma “população ideal”. Essa 
população ideal foi chamada de população mendeliana, e apresenta as seguintes características: 
- deve ser uma população muito grande. 
- todos os cruzamentos podem ocorrer com igual probabilidade, casualmente, permitindo uma 
perfeita distribuição dos seus genes entre todos os seus indivíduos. Uma população assim é conhecida 
como população panmítica (do grego pan, total, e miscere, mistura). 
- não deve estar sofrendo a ação da seleção natural, podendo manter com igual chance qualquer 
gene do seu conjunto, sem que nenhum tenha a tendência de ser eliminado. 
- não há a ocorrência de mutações, que acrescenta novos genes ao patrimônio gênico da espécie. 
- não há fluxo migratório entrando ou saindo dessa população, pois eles acrescentam ou removem 
genes do grupo original. 
 
Uma população humana pode até ser grande, mas as outras condições não são obedecidas. Os 
cruzamentos não são casuais, e estão na dependência de fatores afetivos, sociais, étnicos, religiosos, 
etc. Todas as populações humanas sofrem a ação da seleção natural e, nelas, ocorrem mutações. Os 
 
9 http://www.biomania.com.br/ 
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. 54 
fluxos migratórios são intensos. Entretanto, vamos considerar que os postulados da genética populacional 
sejam válidos e aplicáveis desde que as populações sejam grandes. 
 
Mutações 
 
As mutações podem ser cromossômicas ou gênicas. As mutações cromossômicas podem ser 
alterações no número ou na forma dos cromossomos. As mutações gênicas originam-se de alterações 
na sequência de bases nitrogenadas de determinado gene durante a duplicação da molécula de DNA. 
Essa alteração pode ocorrer por perda, adição ou substituição de nucleotídeos, o que pode originar um 
gene capaz de codificar uma proteína diferente da que deveria ter sido codificada. 
As mutações gênicas são consideradas as fontes primárias da variabilidade, pois aumentam o número 
de alelos disponíveis em um lócus, incrementando um conjunto gênico da população. Embora ocorram 
espontaneamente, podem ser provocados por agentes mutagênicos, como radiações e certas 
substâncias químicas (a droga ilegal LSD, por exemplo). As mutações não ocorrem para adaptar o 
indivíduo ao ambiente. Elas ocorrem ao acaso e, por seleção natural, são mantidas quando adaptativas 
(seleção positiva) ou eliminadas em caso contrário (seleção negativa). Podem ocorrer em células 
somáticas ou em células germinativas; neste último caso as mutações são de fundamental importância 
para a evolução, pois são transmitidas aos descendentes. 
 
 
As Populações e a Frequência Gênica 
 
A base do estudo da genética de populações é o conceito de "pool gênico", conjunto total de genes 
presentes em todos os indivíduos de uma população. Tomemos como exemplo um certo locus gênico 
que pode ser ocupado alternativamente pelos alelos A e a. Em uma população de 100 000 pessoas, 
encontramos 49 000 homozigotos AA,42000 heterozigotos Aa e 9000 homozigotos aa. Vamos chamar de 
pool gênico ao total de genes da população. 
 
49 000 homozigotos AA______________ 98000 genes A 
42000heterozigotos Aa_______________42000 genes A e 42 000 genes a 
9 000 homozigotos aa ________________ 18000 genes a 
TOTAL______________________________140000 genes A e 60000 genes a 
 
Nessa população, há um total de 200 000 genes para esse locus. Desses, 140 000 são o alelo 
dominante A e 60 000 são o alelo recessivo a. Portanto, as frequências gênicas correspondem a: 
 
Frequência do alelo dominante 
A = f(A) = 140 000/200 000 = 0,70 (ou 70%) 
 
Frequência do alelo recessivo 
a = f(a) = 60 000/200 000 = 0,30 (ou 30%) 
 
Como não há outra forma alternativa de ocupação desse locus, a soma das frequências gênicas é 
igual a 1,0 (ou 100%) 
f(A) + f(a) = 1,0 (ou 100%) 
 
Habitualmente, a frequência do alelo dominante, no caso a frequência do gene A, é expressa por p, e 
a frequência do alelo recessivo, por q. Portanto: 
f(A) + f(a) = p + q = 1,0 (ou 100%) 
 
No início do século XX, o alemão Weimberg e o britânico Hardy lançaram um postulado segundo o 
qual, caso uma população mendeliana não esteja sofrendo influência de nenhum fator evolutivo 
(mutações, seleção natural, migrações, etc.), as frequências gênicas de todos os seus alelos deveria 
permanecer constante, ao longo das gerações. Esse postulado é conhecido como princípio de Hardy-
Weimberg, ou princípio do equilíbrio gênico. 
 
Fatores que alteram o equilíbrio gênico 
 
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. 55 
Os principais fatores que afetam o equilíbrio gênico são a mutação, a migração, a seleção e a deriva 
gênica. 
 
Mutação e frequências gênicas 
 
A mutação, processo pelo qual um alelo se transforma em outro, pode alterar a frequência gênica de 
uma população. Se a taxa de mutação de um gene A para seu alelo a for maior do que a taxa de mutação 
inversa (aa A), ocorrerá aumento na frequência do alelo a e a diminuição na frequência de A. 
 
Migração e frequênciasgênicas 
 
As diferentes populações de uma mesma espécie nem sempre são isoladas. Indivíduos podem migrar, 
incorporando-se a uma população (imigração) ou saindo dela (emigração). As migrações podem alterar 
a constituição gênica de uma população. Por exemplo, se uma população constituída apenas por pessoas 
de olhos azuis migrar para uma região onde a maioria das pessoas tenham olhos castanhos, haverá 
aumento da frequência do alelo que condiciona olhos azuis e diminuição correspondente na frequência 
do alelo que condiciona olhos castanhos 
 
Seleção e frequências gênicas 
 
Dependendo de sua constituição gênica, um indivíduo pode apresentar maior ou menor chance de 
sobreviver e se reproduzir. Um exemplo disso é o melanismo industrial. Mariposas portadoras de genótipo 
para a cor escura são mais intensamente caçadas pelos pássaros do que as mariposas claras, em áreas 
não-poluídas. Por isso, a frequência do gene que condiciona cor escura permanece baixa. Nas áreas 
poluídas ocorre o contrário: as mariposas mais intensamente caçadas pelos pássaros são as de cor clara. 
Com isso, aumenta a frequência de mariposas escuras e a frequência do alelo que condiciona esta 
característica. 
 
Deriva gênica 
 
A deriva genética corresponde a uma drástica alteração casual de ordem natural, que atinge as 
frequências genéticas numa população pequena, de geração em geração. Pode surgir quando um 
pequeno número de indivíduos pioneiros, com algumas características genéticas específicas, coloniza 
novos ambientes, formando uma nova população diferente da original. Também, por deriva genética, um 
gene pode ser eliminado de uma população. 
 
 
Representação esquemática da deriva genética 
 
 
 
 
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. 56 
Princípio do fundador 
 
Um caso extremo de deriva gênica é o chamado princípio do fundador. O princípio do fundador ocorre 
quando uma nova população é iniciada por alguns poucos membros da população original. Essa 
população de tamanho pequeno significa que essa colônia pode ter: 
-Variação genética reduzida da população original. 
-Uma amostra não aleatória dos genes na população original. 
 
 
Exemplo do princípio fundador no homem 
 
Um exemplo do princípio do fundador na espécie humana foi verificado em comunidades religiosas, 
originárias da Alemanha, que se estabeleceram nos Estados Unidos. Devido a seus costumes e religião, 
os membros dessas comunidades, chamadas Dunker, mantiveram-se isolados da população norte-
americana. A análise da frequência de alguns genes nos membros da comunidade Dunker mostrou 
diferenças significativas tanto em relação à população norte-americana quanto em relação à população 
alemã. As diferenças de frequência gênica na população Dunker não posem ser atribuídas a fatores 
seletivos ambientais, pois esses também teriam agido sobre a população norte-americana. 
A explicação mais plausível é que os Dunker norte-americanos, oriundos da Alemanha, não eram 
amostra representativa da população alemã, no tocante às frequências dos genes analisados. Nos 
Estados Unidos, como eles se mantiveram isolados, suas frequências gênicas se mantiveram 
diferenciadas da população norte americana. 
 
Probabilidade 
 
A partir do momento em que se torna possível o conhecimento de todos os valores de uma variável 
aleatória, incluindo suas respectivas probabilidades, construímos uma distribuição de probabilidades. Ela 
associa uma probabilidade a cada resultado numérico de um experimento. Para tanto, apresenta a 
probabilidade de cada valor de uma variável aleatória. Existem duas fórmulas que se aplicam como regras 
na distribuição de probabilidades. Uma delas é de que a soma de todos os valores em uma distribuição 
de probabilidades deve ser igual a 1: 
∑P(x) = 1, onde x toma todos os valores possíveis 
 
E que a probabilidade de ocorrência de um evento deve ser maior do que zero e menor do que 1: 
0 ≤ P(x) ≤ 1 para todo x. 
 
 
Teoria das Probabilidades 
 
Dados lançados à História da Teoria das Probabilidades se dá por volta do século XVII, quando os 
comerciantes mesopotâmicos e fenícios criaram o pagamento de seguros e anuidades pelas mercadorias, 
devido ao prejuízo no roubo e no naufrágio de suas cargas. Gregos, romanos e italianos seguiram a 
mesma estratégia. Os cálculos utilizados para determinar os valores a serem pagos, eram baseados na 
probabilidade de ocorrência de acidentes, como os citados roubos e naufrágios. 
 
Experimento Aleatório 
 
Um experimento pode ser identificado pela letra (E), e é bastante utilizado na descrição de algum 
processo que gerou resultado. Para exemplificar esse conceito, basta imaginar uma carta do baralho e 
observar o seu naipe. Esse ato gerou um resultado, por exemplo. O mesmo acontece se jogarmos uma 
moeda ou um dado homogêneo e observar o número da face superior. Todos esses experimentos têm 
algo em comum: são aleatórios. 
 
O que são experimentos aleatórios? 
 
Como os resultados obtidos nos três exemplos acima citados são incertos, os designamos como 
aleatórios, mesmo que haja um prévio conhecimento de todos os resultados possíveis. Os experimentos 
aleatórios têm como principal característica o fato de ocorrer repetição, com condições inalteradas, não 
conduzindo ao mesmo resultado, necessariamente. Ou seja, para o reconhecimento de um experimento 
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. 57 
aleatório, é fundamental que exista a possibilidade dele ser repetido indefinidamente, sob as mesmas 
condições; que não se conheça, no primeiro momento, os seus resultados, mas que suas possibilidades 
possam descritas 
Quando houver uma grande quantidade de vezes que um experimento for repetido, surgirá a seguinte 
fração que indica estabilidade: f = r/n (a lei dos Grandes Números). A formulação de um modelo 
matemático que possa fazer previsões dos futuros resultados pode se realizada através dessa 
regularidade. 
 
Representação: 
n – número de repetições 
r – número de sucessos de um resultado particular 
f – frequência relativa 
 
Dentro de um experimento aleatório, existe um conjunto de todos os resultados possíveis. A esse 
conjunto dá-se o nome de Espaço Amostral, simbolizado por (S). No caso do dado, baralho e moeda, 
designados como experimento 1 (E1), 2 (E2) e 3 (E3), podemos obter os seguintes resultados: 
S1={1,2,3,4,5,6} 
S2={copas, paus, espada, ouro} 
S3={cara, coroa} 
 
Elemento, membro ou ponto amostral são denominações dadas para os resultados individuais de S. É 
possível listar os elementos de um espaço amostral, caso ele seja finito. Quando se obtém os resultados 
de um experimento (E), eles podem ser descritos dentro de mais de um espaço amostral. 
 
Evento 
 
Dentro do espaço amostral (E), temos um subconjunto que recebe o nome de evento. Por exemplo, 
ao jogarmos um dado, obtemos o experimento E=jogar um dado. Logo, o seu espaço amostral é: 
S={1,2,3,4,5,6}. O evento ocorre, quanto estamos interessados em um subgrupo, por exemplo, ocorrer 
um número par. Logo, o nosso evento A={2,4,6} 
 
Tipos de Eventos 
 
Os eventos podem ser classificados em: 
Evento nulo ou impossível 
B={x| x é par e divisor de 7} 
 
Nesse caso, não existem números pares que sejam divisores de 7, pois os únicos são 1 e 7. Logo, 
esse evento B é nulo ou = Ø 
 
Evento certo 
 
Seja o evento E=jogar um dado, temos as seguintes possibilidades de resultados no espaço amostral: 
S={1,2,3,4,5,6} e se propõe a encontrar um número natural de 1 a 6, o evento é certo, pois A={x| x é um 
número natural de 1 a 6}. 
 
(A') Complemento do Evento A 
 
Mantendo-se o experimento de se jogar um dado (E), obtemos o seguinte espaço amostral 
S={1,2,3,4,5,6}. Se o evento A=o número é par, então obtemos A={2,4,6}. Logo, seu evento complementar 
será A'={1,3,5}, ou seja, o conjunto de elementos de S que não se encontram em A. 
 
Eventos e operações 
 
Para se gerar novos eventos, é possível considerarmos a realização de operações. Essesnovos 
eventos serão também subconjuntos do mesmo espaço amostral (S). 
E=jogar um dado 
 
Eventos: A, B, C {(A) – o número é par, (B) – o número é maior que 3, (C) – o número é ímpar}, logo 
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S={1,2,3,4,5,6} 
A={2,4,6} 
B={4,5,6} 
C{1,3,5} 
 
O evento que contém todos os elementos que são comuns entre outros dois eventos, é chamado de 
interseção. A Interseção entre esses grupos se configura da seguinte forma: 
A ∩ B = {4,6} 
B ∩ C = {5} 
A ∩ C = Ø 
Neste caso, os eventos A e C são mutuamente exclusivos. O evento que contém elementos que sejam 
pertencentes aos dois outros eventos, é chamado de união. A União entre esses grupos se configura da 
seguinte forma: 
A U B = {2,4,5,6} 
AUC = {1,2,3,4,5,6} 
Neste caso, A=C' 
 
Probabilidade de um evento 
 
Quando expressamos um resultado que não é certo, mas que com base em acontecimentos passados 
ou compreendendo o fenômeno estruturalmente é possível gerar certo grau de confiança em uma 
afirmação, criamos a probabilidade de um evento 
 
Técnicas de Contagem dos Pontos do Espaço Amostral 
 
A contagem dos possíveis resultados dentro de um espaço amostral pode ser, por vezes, muito 
trabalhosa. Para facilitar a contagem, a análise combinatória foi desenvolvida com as técnicas de 
contagem indireta, que acontece da seguinte maneira. No princípio fundamental da contagem, se um 
acontecimento é composto por duas etapas sucessivas e se a relação entre as duas for de independência, 
onde a etapa 1 pode ocorrer de n modos e a 2 de m modos, para obtermos o número de possibilidades 
de ocorrência do acontecimento, basta multiplicarmos n por m 
 
Probabilidade Condicional 
 
Utilizando mais uma vez o exemplo do experimento E: lançamento do dado e seu espaço amostral 
S={1,2,3,4,5,6}, onde temos o evento A: sair o nº 3 ao verificar o resultado, obtemos a seguinte 
probabilidade: P(A) = 1/6 
Agora, se pegarmos o evento B={sair um número ímpar} = {1,3,5}, a probabilidade de P(A) será de 1/3. 
Dá-se o nome de probabilidade condicional quando o mesmo reavaliar a probabilidade de ocorrência de 
um evento, dado que outro ocorre. Por exemplo, a probabilidade P(A/B) é uma “atualização” de P(A), 
contanto que o evento B tenha ocorrido. 
 
Independência Estatística 
 
Define-se independência estatística quando dois eventos (A e B) são independentes, ou seja, se 
P(A∩B) = P(A) . P(B). A herança dos tipos sanguíneos do sistema ABO constitui um exemplo de alelos 
múltiplos na espécie humana. 
 
A descoberta dos grupos sanguíneos 
 
Por volta de 1900, o médico austríaco Karl Landsteiner (1868 – 1943) verificou que, quando amostras 
de sangue de determinadas pessoas eram misturadas, as hemácias se juntavam, formando aglomerados 
semelhantes a coágulos, levando a acidentes fatais. Landsteiner concluiu que determinadas pessoas têm 
sangues incompatíveis, e, de fato, as pesquisas posteriores revelaram a existência de diversos tipos 
sanguíneos, nos diferentes indivíduos da população. Quando, em uma transfusão, uma pessoa recebe 
um tipo de sangue incompatível com o seu, as hemácias transferidas vão se aglutinando assim que 
penetram na circulação, formando aglomerados compactos que podem obstruir os capilares, prejudicando 
a circulação do sangue. 
 
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-Os grupos sanguíneos 
 
Em 1900, Landsteiner conclui que os indivíduos, nas espécie humana, dividem-se em quatro grupos 
de diferentes composições sanguíneas, sendo estes o grupo A, B, AB e O, classificados como sistema 
ABO. 
 
Aglutinogênios e Aglutininas 
 
No sistema ABO, como visto anteriormente, existem quatro tipos de sangues: A, B, AB e O. Esses 
tipos são caracterizados pela presença ou não de certas substâncias na membrana das hemácias, os 
aglutinogênios , e pela presença ou ausência de outras substâncias, as aglutininas , no plasma 
sanguíneo. Existem dois tipos de aglutinogênio, A e B, e dois tipos de aglutinina, anti-A e anti-B. Pessoas 
do grupo A possuem aglutinogênio A, nas hemácias e aglutinina anti-B no plasma; as do grupo B têm 
aglutinogênio B nas hemácias e aglutinina anti-A no plasma; pessoas do grupo AB têm aglutinogênios A 
e B nas hemácias e nenhuma aglutinina no plasma; e pessoas do gripo O não tem aglutinogênios na 
hemácias, mas possuem as duas aglutininas, anti-A e anti-B, no plasma. 
 
 
 
Determinação da genética dos grupos sanguíneos 
 
A produção desses aglutinogênios, e o grupo ao qual uma pessoa pertence, são determinados por 
uma série de 3 alelos múltiplos: Ia, Ib e i. 
 
IA - determina a produção do aglutinogênio A 
IB - determina a produção do aglutinogênio B 
i - determina a ausência de aglutinogênios 
 
 
 
 Genótipos Fenótipos 
IA IA, IA i Grupo A 
IB IB, IB i Grupo B 
IA IB Grupo AB 
i i Grupo O 
Entre eles, há a seguinte relação de dominância: 
 
Ia = Ib > i entre os genes Ia e Ib não há dominância, mas ambos dominam o gene i. 
 
Tipos possíveis de Transfusão 
 
Quando glóbulos contendo aglutinogênio a (sangue A) entram em contato com o plasma contendo 
aglutinina anti-a (sangue B) ocorre a aglutinação das hemácias, formando grupos que poderão ocluir os 
capilares do receptor, caso essa reação ocorra num organismo. 
Por outro lado, se um indivíduo de sangue A receber uma transfusão de sangue B, estarão sendo 
introduzidas no seu organismo hemácias com aglutinogênio b, que serão aglutinadas pelas próprias 
aglutininas anti-b. 
O sangue dos indivíduos do grupo O (doador universal), por não possuir nenhum aglutinogênio nas 
hemácias, pode ser cedido a pessoa de qualquer um dos outros grupos. É verdade que esse sangue 
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. 60 
possui as duas aglutininas, anti-a e anti-b, mas quando injetado no sistema circulatório de uma outra 
pessoa, o plasma do doador fica muito diluído, e a possibilidade de que consiga aglutinar as hemácias do 
receptor e muito pequena. 
Os indivíduos do grupo AB (receptor universal), por outro lado, não possuem aglutinina nenhuma e 
podem receber sangue dos indivíduos A, B, AB e O. 
 
 
 
O fator Rh 
 
O fator Rh foi descoberto em 1940 por Landsteiner e Wiener, quando trabalhavam com o sangue do 
macaco Rheus. Este, quando injetado em cobaia, provoca produção gradativa de antircorpos. Conclui-se 
que existe um antígeno nas hemácias do macaco Rheus, que será chamado de fator Rh. Ao anticorpo 
produzido pela cobaia, chamaremos de anti-Rh. 
 
-A genética do fator Rh 
 
Três pares de genes estão envolvidos na herança do fator Rh, tratando-se portanto, de casos de alelos 
múltiplos. Para simplificar, no entanto, considera-se o envolvimento de apenas um desses pares na 
produção do fator Rh, motivo pelo qual passa a ser considerado um caso de herança mendeliana simples. 
O gene R, dominante, determina a presença do fator Rh, enquanto o gene r, recessivo, condiciona a 
ausência do referido fator. 
 
 
 
 
 
 
 
Genótipos Fenótipos 
 RR Rh+ (positivo) 
 Rr Rh+ (positivo) 
 rr Rh- (negativo) 
 
Doença Hemolítica do Recém-Nascido (D.H.R.N) ou Eritroblastose Fetal 
 
No final da gestação, particularmente durante o parto, pode acontecer a passagem de pequenas 
quantidades de sangue fetal para a circulação materna. Ao entrar em contato com glóbulos vermelhos 
que contém o fator Rh, o sistema de defesa da mulher Rh negativo irá produzir anticorpos anti-Rh, e a 
mulher torna-se sensibilizada. 
Em uma próxima gestação, se ela novamente gerar uma criança Rh positivo, deve ocorrer a passagem 
desses anticorpos anti-Rh para a circulação fetal, que passam a atacar as células vermelhas do feto, 
destruindo-as. Essa destruição chama-se hemólise. 
Em consequência da hemólise maciça, a criança apresenta anemia intensa. A liberação de 
hemoglobina, contida no interior dos glóbulos vermelhos, faz com que o fígado produza grandes 
quantidades de bilirrubina. O acúmulo dessa substância deixa a criança com coloraçãoamarela, o que 
se chama icterícia. A bilirrubina pode impregnar o sistema nervoso central, provocando sérias lesões 
neurológicas (kernicterus). Em um mecanismo de compensação, a medula óssea, local de produção de 
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glóbulos vermelhos, começa a lançar na circulação fetal células imaturas, que ainda possuem núcleo ou 
restos nucleares. Essas células são os eritroblastos. Por isso, a doença também é conhecida por 
eritroblastose fetal. 
Habitualmente, o primeiro feto Rh positivo não apresenta a doença hemolítica, pois a sensibilização 
acontece durante o trabalho de parto e não há tempo para que os anticorpos maternos atravessem a 
placenta. O mais comum é que o primeiro filho Rh positivo torne a mãe sensibilizada, e que os demais 
filhos Rh positivos apresentem a doença. Entretanto, mesmo o primeiro filho pode desenvolver a 
eritroblastose fetal caso a mãe tenha sido sensibilizada previamente por uma transfusão de sangue Rh 
positivo. 
 
 
 
O sistema MN 
 
Sistema proposto em 1927, por Landsteiner e Levine, observando a capacidade de aglutinação de 
hemácias humanas em teste realizado em coelhos, sendo a partir de então possível a caracterização de 
dois tipos de aglutinogênios presentes conjuntamente ou isolados na membrana dos eritrócitos: o 
antígeno M e o antígeno N. Portanto, trata-se de uma herança codominante (sem ação dominante ou 
recessiva) do grupo sanguíneo, formado pelos alelos LM e LN. 
Nesse sistema, existem três tipos de genótipos para seus correspondentes fenótipos: dois 
homozigóticos, sendo o primeiro deles LMLM do grupo M, o segundo LNLN do grupo N e o terceiro 
heterozigótico LMLN do grupo MN. 
 
10Genes Letais 
 
As mutações que ocorrem nos seres vivos são totalmente aleatórias e, às vezes, surgem variedades 
genéticas que podem levar a morte do portador antes do nascimento ou, caso ele sobreviva, antes de 
atingir a maturidade sexual. Esses genes que conduzem à morte do portador, são conhecidos como alelos 
letais. Por exemplo, em uma espécie de planta existe o gene C, dominante, responsável pela coloração 
verde das folhas. O alelo recessivo c, condiciona a ausência de coloração nas folhas, portanto o 
homozigoto recessivo cc morre ainda na fase jovem da planta, pois esta precisa do pigmento verde para 
produzir energia através da fotossíntese. O heterozigoto é uma planta saudável, mas não tão eficiente na 
captação de energia solar, pela coloração verde clara em suas folhas. Assim, se cruzarmos duas plantas 
heterozigotas, de folhas verdes claras, resultará na proporção 2:1 fenótipos entre os descendentes, ao 
invés da proporção de 3:1 que seria esperada se fosse um caso clássico de monoibridismo (cruzamento 
entre dois indivíduos heterozigotos para um único gene). No caso das plantas o homozigoto recessivo 
morre logo após germinar, o que conduz a proporção 2:1. 
 
 
P 
Planta com folhas verde claras 
C c 
 
C 
CC 
Verde escuro 
Cc 
Verde clara 
 
10 http://www.sobiologia.com.br/ 
1160671 E-book gerado especialmente para RODRIGO DA COSTA RIBEIRO
 
. 62 
Planta com folhas verde 
claras 
c 
Cc 
Verde clara 
cc 
Inviável 
 
F1 = Fenótipo: 2/3 Verde clara 
1/3 Verde escura 
Genótipo: 2/3 Cc 
1/3 CC 
 
Esse curioso caso de genes letais foi descoberto em 1904 pelo geneticista francês Cuénot, que 
estranhava o fato de a proporção de 3:1 não ser obedecida. Logo, concluiu se tratar de uma caso de gene 
recessivo que atuava como letal quando em dose dupla. No homem, alguns genes letais provocam a 
morte do feto. É o caso dos genes para acondroplasia, por exemplo. Trata-se de uma anomalia provocada 
por gene dominante que, em dose dupla, acarreta a morte do feto, mas em dose simples ocasiona um 
tipo de nanismo, entre outras alterações. 
Há genes letais no homem, que se manifestam depois do nascimento, alguns na infância e outros na 
idade adulta. Na infância, por exemplo, temos os causadores da fibrose cística e da distrofia muscular de 
Duchenne (anomalia que acarreta a degeneração da bainha de mielina nos nervos). Dentre os que se 
expressam tardiamente na vida do portador, estão os causadores da doença de Huntington, em que há 
a deterioração do tecido nervoso, com perde de células principalmente em uma parte do cérebro, 
acarretando perda de memória, movimentos involuntários e desequilíbrio emocional. 
 
Doenças Genéticas 
 
A maioria das síndromes genéticas são causadas por aneoploidias. Alterações no número de 
cromossomos encontrados em cada célula (geralmente é aumento ou diminuição de 1 cromossomo de 
cada par). As aneuploidias podem atingir qualquer um desses 23 pares. Dependendo do par envolvido, 
teremos o desenvolvimento de uma certa doença, quanto maior o cromossomo atingido, maiores serão 
as alterações. 
 
Causas das Aneuploidias: Vírus, raio x, substâncias químicas (drogas como LSD, maconha, nicotina, 
cafeína, ciclamatos idade materna, calor, radiações, predisposição genética a não-separação dos 
cromossomos na divisão celular meiótica. 
 
Fórmula Genética: 
- inicialmente coloca-se o número total de cromossomos do indivíduo; 
- separa-se por vírgula; 
- segue o sexo do indivíduo atingido; 
- mais o par cromossômico em que ocorre a alteração. 
 
 
Exemplo: 47, XX + 21 (lê-se: indivíduo do sexo feminino com Síndrome de Down, com 47 
cromossomos, devido à trissomia do 21. 
 
Essas doenças são consequências de alterações cromossômicas do tipo numéricas (quando há mais 
ou menos cromossomos que o normal) ou do tipo estrutural. Os humanos possuem 46 cromossomos 
organizados em 23 pares. Porém, alguns erros de natureza gênica podem gerar indivíduos com um 
cromossomo a mais, onde deveria conter um par. Partindo desse pressuposto, o indivíduo possui 47 
cromossomos e é portador de algum tipo de trissomia. Esse fenômeno é atribuído à idade avançada em 
que ocorre a gravidez: quanto mais tarde, maior a probabilidade de acontecer a trissomia. A trissomia 
pode acontecer no cromossomo 21,18, 13 e nos cromossomos sexuais. 
 
Vejamos alguns exemplos de doenças genética: 
 
Síndrome de Down: Trata-se de um distúrbio genético, resultado da trissomia do cromossomo 
21.Esse tipo específico de trissomia causa retardo mental e algumas características físicas próprias. As 
chances de ter um bebê com Síndrome de Down é maior quanto mais tarde a mulher engravidar. Essa 
trissomia é a mais comum entre as que existem e cerca de 95% dos casos de distúrbio genético causado 
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. 63 
por trissomia são de Síndrome de Down. O diagnóstico é feito com base nas características físicas em 
comum que todas as crianças com a síndrome apresentam. Apesar das características que eles 
desenvolvem em comum, é importante lembrar que os portadores também herdam características físicas 
de seus pais, que definem a cor da pele, do cabelo, dos olhos, enfim, tudo que o caracteriza, assim como 
em qualquer criança. 
 
 
 
Síndrome de Edward: Erro genético que consiste na trissomia do cromossomo 18. Estima-se que 
mais de 90% dos casos dessa síndrome resultem em abortos espontâneos e o maior número de casos 
ocorre com mulheres. O sistema nervoso central é atingido. As crianças que nascem com essa anomalia 
gênica têm diferentes graus de retardo mental e podem ter hidrocefalias. Desenvolvem características 
típicas e tem baixa expectativa de vida. 
 
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. 64 
 
 
 
Síndrome de Klinenfelter: A síndrome de Klinenfelter é uma doença causada por uma variação 
cromossômica em que há um cromossomo sexual a mais. Acontece nos homens; portanto, o cariótipo é 
XXY. Esse cromossomo extra provoca algumas características físicas particulares. Eles possuem 
expectativa de vida normal, mas têm maior probabilidade de sofrer com AVC (acidente vascular cerebral). 
Geralmente,não é diagnosticada após o nascimento, mas quanto mais cedo for detectado o problema, 
mais eficaz é o tratamento. 
 
 
Síndrome XYY : Durante a fecundação, o indivíduo recebe dois cromossomos sexuais Y por causa de 
uma aneuploidia do espermatozoide. Isso faz com que o portador tenha características comportamentais 
que os diferem, embora não apresentem má-formação. A doença tem incidência maior nos presidiose 
hospícios, pois foi comprovado que os homens com a síndrome se mostram mais agressivos. 
 
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. 65 
 
 
Síndrome de Patau: A síndrome de Patau é uma anomalia cromossômica causada pela trissomia 
do cromossoma 13. Foi descoberta em 1960 por Klaus Patau observando bebês com mal formações 
múltiplas. Tem como principal causa a não disjunção dos cromossomas durante a anáfase 1 da mitose, 
gerando gametas com 24 cromatídeos. Neste caso, o gameta possui um par de cromossomas 13, que 
juntando com o cromossoma 13 do gameta do parceiro forma um ovo com trissomia. Cerca de 20% dos 
casos resultam de uma translocação não balanceada. Ocorre na maioria das vezes com mulheres com 
idade avançada 35 anos acima 
 
 
Síndrome de Turner: é uma monossomia do X e apenas 1% dos que a possuem sobrevive. A 
proporção estatística é de 1 para 8000 nascimentos, sendo que apenas a metade das meninas que 
sobrevivem apresentam cariótipo com 45X (como no cariótipo abaixo), a outra metade tem muitas 
anormalidades cromossômicas no cromossomo sexual. 
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. 66 
 
Cariótipo de uma pessoa com Síndrome de Turner 
 
Com tamanha alteração não é de se espantar que a maioria nem chegue a nascer, e das que nascem 
apenas uma pequena parcela sobrevive. E dentre as que sobrevivem, aproximadamente 90% precisam 
fazer uma substituição hormonal para auxiliar no desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários 
(pelos pubianos, por exemplo) já que o organismo não consegue fazê-lo sozinho. Por esses dados é 
possível confirmar o que as pesquisas já dizem: a causa mais frequente dos abortos espontâneos por 
síndromes é a Síndrome de Turner, dados mais específicos taxam em 18% este índice. 
A síndrome de Turner ocorre graças à um erro durante a gametogênese, causando a monossomia 
do X e quase sempre está presente no gameta paterno. Suas características fenotípicas mais comuns 
são: estatura menor que o padrão para a idade, pescoço robusto (ou alado), ausência da maturação 
sexual, tórax largo com mamilos muito separados, inchaço nas mãos e pés. Nas figuras abaixo e ao lado 
podemos perceber perfeitamente este padrão fenotípico. 
 
 
Graças às características observadas acima, erroneamente no passado as mulheres acometidas por 
esta síndrome eram incluídas no grupo dos deficientes mentais, pela semelhança de alguns caracteres. 
Mas isto é um equívoco, pois estudos e relatos de caso já comprovaram que ou a inteligência não é 
afetada ou comumente as mulheres portadoras desta síndrome evoluem sua inteligência um pouco mais 
que a média das outras mulheres, ditas “normais” (ou não-sindromizadas) 
1160671 E-book gerado especialmente para RODRIGO DA COSTA RIBEIRO
 
. 67 
Os anticorpos são glicoproteínas plasmáticas circulantes, do tipo das gamaglobulinas, denominadas 
também de imunoglobulinas (Ig). Cada uma interage especificamente com determinado antígeno 
(epítopo) responsável por estimular sua formação. São secretados pelos plasmócitos resultantes da 
proliferação e diferenciação do linfócito B.O anticorpo possui uma função importante de se combinar 
especificamente com o epítopo que ele reconhece, provocando o aparecimento de sinais químicos 
indicando aos outros componentes do sistema imunitário, que há um invasor no organismo. Alguns 
anticorpos possuem a capacidade de aglutinar células e precipitar antígenos solúveis. Esta aglutinação 
facilita a fagocitose do micro-organismo e a precipitação de moléculas estranhas que são agressivas, 
podem torná-las inócuas. Existem cinco classes de imunoglobulinas com função de anticorpos, são elas: 
IgA, IgD, IgE, IgG e IgM. 
Estas se diferenciam pelas suas propriedades biológicas, localizações funcionais e capacidade de lidar 
com os diversos antígenos. As imunoglobulinas são moléculas de estrutura tridimensional, sendo que 
cada uma possui duas cadeias pesadas, unidas a uma cadeia leve cada, através de duas pontes de 
enxofre e mais duas cadeias pesadas unidas entre si. A mais abundante na circulação sanguínea é a 
IgG, constituindo cerca de 75% das imunoglobulinas presentes no plasma. Serve como modelo para as 
outras classes. Formada por duas cadeias leves idênticas e duas cadeias pesadas, também idênticas, 
ligadas por pontes de dissulfeto e forças não covalentes. A IgA está presente em pequena quantidade na 
circulação sanguínea. 
Encontra-se sob a forma de SIgA, sendo o principal anticorpo encontrado na lágrima, no leite, na saliva, 
nas secreções nasal e bronquial, na secreção presente no lúmen do intestino delgado, na secreção da 
próstata e também no líquido que umedece a vagina. É muito resistente às enzimas proteolíticas, deste 
modo, sendo adaptada para atuar nas secreções sem sofrer inativação pelas enzimas presentes nestas. 
A IgM constitui 10% dos anticorpos do plasma sanguíneo, existindo na maior parte das vezes, sob a forma 
de pentâmero (combinação de cinco moléculas). Este imunoglobulina é a predominante no início das 
respostas imunitárias. Juntamente com a IgD é a mais encontrada na superfície de linfócitos B, exercendo 
a função de receptoras, combinando com antígenos específicos. 
O resultado desta combinação é a proliferação destes linfócitos e sua posterior diferenciação em 
plasmócitos. A IgM livre no sangue, a circulante, pode ativar o complemento, resultando na lise de 
bactérias. A IgE, geralmente está na forma de monômero, possui grande afinidade para receptores 
localizados na membrana de mastócitos e basófilos. Após estas moléculas de imunoglobulinas serem 
secretadas pelos plasmócitos, elas irão se prender àqueles receptores, praticamente desaparecendo no 
plasma. A reação alérgica é mediada pela atividade desta imunoglobulina e dos alérgenos que estimulam 
sua produção. Quando este é encontrado novamente pelo IgE, o complexo antígeno-IgE formada na 
superfície dos mastócitos e basófilos, determina a produção e a liberação de várias substâncias 
biologicamente ativas (heparina, histamina, leucotrienos e ECF-A) 
A IgD sua função principal ainda não foi esclarecida. Está presente no plasma sanguíneo em 
concentrações muito baixas, representando apenas 0,2% do total de imunoglobulinas. Esta molécula, 
juntamente com a IgM, está presente na superfície dos linfócitos B participando da diferenciação desta 
célula. 
 
Interação Antígeno/Anticorpo 
 
A associação específica de antígenos e anticorpos é dependente de ligações de hidrogênio, interações 
hidrofóbicas, forças eletrostáticas e forças de van der Waals. Estes são todos laços de natureza fraca e 
não-covalente, ainda que algumas associações entre o antígeno e anticorpo possam ser bastante fortes. 
Tal como os anticorpos, os antígenos podem ser polivalentes, através de múltiplas cópias do mesmo 
epítopo, ou pela presença de múltiplos epítopos que são reconhecidos pelos vários anticorpos. Interações 
envolvendo polivalência podem produzir complexos mais estáveis, porém também podem resultar em 
dificuldades, reduzindo a possibilidade de ligação. Toda a ligação antígeno-anticorpo é reversível, e segue 
o princípio base da termodinâmica de qualquer interação bimolecular reversível. 
O tempo necessário para atingir o equilíbrio é dependente da taxa de difusão e da afinidade do 
anticorpo para o antígeno, e pode variar amplamente. Constantes de afinidade podem ser afetadas pela 
temperatura, pH e solvente. Podem ser determinadas por anticorpos monoclonais, mas não por 
anticorpos policlonais, considerando as ligações múltiplas entre os anticorpospoliclonais e seus 
antígenos. Medidas quantitativas de afinidade de anticorpos para antígenos podem ser feitas por diálise 
de equilíbrio. Uma diálise de equilíbrio repetida com uma concentração constante de anticorpo e variando 
a concentração de ligantes é usada para gerar gráficos de Scatchard , que fornece informações sobre 
afinidade e possível reatividade cruzada. 
 
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. 68 
. 
 
Interação antígenos e anticorpos 
 
A afinidade descreve a intensidade da interação antígeno-anticorpo em sítios antigênicos individuais. 
Dentro de cada local antigênico, a região variável do anticorpo "braço" interage através de forças não-
covalentes fracas com o antígeno em vários locais. Quanto mais interações, mais forte a afinidade. A 
avidez talvez seja uma medida mais informativa da estabilidade global ou da força do complexo antígeno-
anticorpo. Ela é controlada por três fatores principais: afinidade entre anticorpo e epítopo, valência de 
antígeno e anticorpo, e arranjo estrutural da interação. Estes fatores definem a especificidade do 
anticorpo, isto é, a probabilidade de que o anticorpo seja precisamente específico para um epítopo. A 
reatividade cruzada refere-se a um anticorpo ou à uma população de anticorpos que se ligam aos epítopos 
de outros antígenos. Pode ser causada por baixa avidez, baixa especificidade do anticorpo, ou pela 
semelhança de epítopos pertencentes a antígenos distintos. 
A reatividade cruzada às vezes é desejável, quando se pretende a ligação do anticorpo a um grupo de 
antígenos relacionados ou em casos que é necessária a marcação de espécies relacionadas, quando a 
sequência do epítopo antigênico não é altamente conservada na evolução. Técnicas imunoquímicas 
possibilitam extrema especificidade, ao nível molecular, de cada imunoglobulina com o seu antígeno, 
mesmo na presença de níveis elevados de moléculas contaminantes. A polivalência da maioria dos 
antígenos e anticorpos lhes permite agirem de modo a formar precipitados. Alguns exemplos de 
aplicações experimentais que utilizam anticorpos são Western Blot, imuno-histoquímica e imuno-
citoquímica, Assay Enzyme-Linked Immunosorbent (ELISA), imunoprecipitação e citometria de fluxo. 
Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento 
desordenado (maligno) de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se (metástase) 
para outras regiões do corpo. 
Dividindo-se rapidamente, estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando 
a formação de tumores (acúmulo de células cancerosas) ou neoplasias malignas. Por outro lado, um 
tumor benigno significa simplesmente uma massa localizada de células que se multiplicam 
vagarosamente e se assemelham ao seu tecido original, raramente constituindo um risco de vida. 
 
 
 
Os diferentes tipos de câncer correspondem aos vários tipos de células do corpo. Por exemplo, existem 
diversos tipos de câncer de pele porque a pele é formada de mais de um tipo de célula. Se o câncer tem 
início em tecidos epiteliais como pele ou mucosas ele é denominado carcinoma. Se começa em tecidos 
conjuntivos como osso, músculo ou cartilagem é chamado de sarcoma. Outras características que 
diferenciam os diversos tipos de câncer entre si são a velocidade de multiplicação das células e a 
capacidade de invadir tecidos e órgãos vizinhos ou distantes (metástases). 
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. 69 
As causas de câncer são variadas, podendo ser externas ou internas ao organismo, estando ambas 
inter-relacionadas. As causas externas relacionam-se ao meio ambiente e aos hábitos ou costumes 
próprios de um ambiente social e cultural. As causas internas são, na maioria das vezes, geneticamente 
pré-determinadas, estão ligadas à capacidade do organismo de se defender das agressões externas. 
Esses fatores causais podem interagir de várias formas, aumentando a probabilidade de transformações 
malignas nas células normais. De todos os casos, 80% a 90% dos cânceres estão associados a fatores 
ambientais. Alguns deles são bem conhecidos: o cigarro pode causar câncer de pulmão, a exposição 
excessiva ao sol pode causar câncer de pele, e alguns vírus podem causar leucemia. Outros estão em 
estudo, tais como alguns componentes dos alimentos que ingerimos, e muitos são ainda completamente 
desconhecidos. 
O envelhecimento traz mudanças nas células que aumentam a sua suscetibilidade à transformação 
maligna. Isso, somado ao fato de as células das pessoas idosas terem sido expostas por mais tempo aos 
diferentes fatores de risco para câncer, explica em parte o porquê de o câncer ser mais frequente nesses 
indivíduos. Os fatores de risco ambientais de câncer são denominados cancerígenos ou carcinógenos. 
Esses fatores atuam alterando a estrutura genética (DNA) das células. O surgimento do câncer depende 
da intensidade e duração da exposição das células aos agentes causadores de câncer. Por exemplo, o 
risco de uma pessoa desenvolver câncer de pulmão é diretamente proporcional ao número de cigarros 
fumados por dia e ao número de anos que ela vem fumando. 
 
Fatores de Risco de Natureza Ambiental 
 
Os fatores de risco de câncer podem ser encontrados no meio ambiente ou podem ser herdados. A 
maioria dos casos de câncer (80%) está relacionada ao meio ambiente, no qual encontramos um grande 
número de fatores de risco. Entende-se por ambiente o meio em geral (água, terra e ar), o ambiente 
ocupacional (indústrias químicas e afins) o ambiente de consumo (alimentos, medicamentos) o ambiente 
social e cultural (estilo e hábitos de vida). As mudanças provocadas no meio ambiente pelo próprio 
homem, os 'hábitos' e o 'estilo de vida' adotados pelas pessoas, podem determinar diferentes tipos de 
câncer. 
Heranças Genéticas 
 
Herança genética é processo pelo qual um organismo ou célula adquire ou torna-se predisposto a 
adquirir características semelhantes à do organismo ou célula que o gerou, através de informações 
codificadas (código genético) que são transmitidas à descendência. A combinação entre os códigos 
genéticos dos progenitores (em espécies sexuadas) e erros (mutações) na transmissão desses códigos 
são responsáveis pela variação biológica que, sob a ação da seleção natural, permite a evolução das 
espécies. A ciência que estuda a herança genética é a genética. Organismos vivos são compostos de 
células, que possuem material genético. Esse material se encontra reunido em estruturas celulares 
chamadas cromossomos. 
Em organismos unicelulares como as bactérias, a célula-filha herda o seu genoma da célula-mãe. Em 
organismos diploides, como os seres humanos, os cromossomos ocorrem aos pares. Cada par destes 
cromossomos é constituído tanto de informação genética de origem materna quanto de origem paterna, 
normalmente em partes iguais. No processo de fecundação, quando o espermatozoide paterno se une 
ao óvulo materno, metade das informações genéticas de cada progenitor se unem para formar o genoma 
da célula embrionária resultante. Assim, esta contém informações genéticas maternas e paternas. A 
formação do embrião se dá por subdivisões celulares sucessivas a partir dessa primeira célula. Na divisão 
celular, as informações genéticas são replicadas. Assim, cada nova célula do indivíduo possui a mesma 
informação genética presente na primeira célula zigótica. 
 
Clonagem 
 
A Clonagem é um mecanismo comum de reprodução de espécies de plantas ou bactérias. Um clone 
pode ser definido como uma população de moléculas, células ou organismos que se originaram de uma 
única célula e que são idênticas à célula original. Em humanos, os clones naturais são os gêmeos 
idênticos que se originam da divisão de um óvulo fertilizado. A grande revolução da Dolly, que abriu 
caminho para possibilidade de clonagem humana, foi a demonstração, pela primeira vez, de que era 
possível clonar um mamífero, isto é, produzir uma cópiageneticamente idêntica, a partir de uma célula 
somática diferenciada. Para entendermos porque esta experiência foi surpreendente, precisamos 
recordar um pouco de embriologia. 
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. 70 
Todos nós já fomos uma célula única, resultante da fusão de um óvulo e um espermatozoide. Esta 
primeira célula já tem no seu núcleo o DNA com toda a informação genética para gerar um novo ser. O 
DNA nas células fica extremamente condensado e organizado em cromossomos. Com exceção das 
nossas células sexuais, o óvulo e o espermatozoide que têm 23 cromossomos, todas as outras células 
do nosso corpo têm 46 cromossomos. Em cada célula, temos 22 pares que são iguais nos dois sexos, 
chamados autossomo: XX no sexo feminino e XY no sexo masculino. Estas células, com 46 
cromossomos, são chamadas células somáticas. 
 
 
 
O núcleo da célula contém os 23 pares de cromossomos. 
 
Voltemos agora à nossa primeira célula resultante da fusão do óvulo e do espermatozoide. Logo após 
a fecundação, ela começa a se dividir: uma célula em duas, duas em quatro, quatro em oito e assim por 
diante. Pelo menos até a fase de oito células, cada uma delas é capaz de se desenvolver em um ser 
humano completo. São chamadas de totipotentes. Na fase de oito a dezesseis células, as células do 
embrião se diferenciam em dois grupos: um grupo de células externas que vão originar a placenta e os 
anexos embrionários, e uma massa de células internas que vai originar o embrião propriamente dito. Após 
72 horas, este embrião, agora com cerca de cem células, é chamado de blastocisto. 
É nesta fase que ocorre a implantação do embrião na cavidade uterina. As células internas do 
blastocisto vão originar as centenas de tecidos que compõem o corpo humano. São chamadas de células 
tronco embrionárias pluripotentes. A partir de um determinado momento, estas células somáticas - que 
ainda são todas iguais - começam a diferenciar-se nos vários tecidos que vão compor o organismo: 
sangue, fígado, músculos, cérebro, ossos etc. Os genes que controlam esta diferenciação e o processo 
pelo qual isto ocorre ainda são um mistério. 
O que sabemos é que uma vez diferenciadas, as células somáticas perdem a capacidade de originar 
qualquer tecido. As células descendentes de uma célula diferenciada vão manter as mesmas 
características daquela que as originou, isto é, células de fígado vão originar células de fígado, células 
musculares vão originar células musculares e assim por diante. Apesar de o número de genes e de o 
DNA ser igual em todas as células do nosso corpo, os genes nas células somáticas diferenciadas se 
expressam de maneiras diferentes em cada tecido, isto é, a expressão gênica é específica para cada 
tecido. Com exceção dos genes responsáveis pela manutenção do metabolismo celular (housekeeping 
genes) que se mantêm ativos em todas as células do organismo, só irão funcionar em cada tecido ou 
órgão os genes importantes para a manutenção deste. Os outros se mantêm "silenciados" ou inativos 
 
Clonagem Reprodutiva 
 
A grande notícia da Dolly foi justamente a descoberta de que uma célula somática de mamífero, já 
diferenciada, como a célula da pele, a célula do coração, etc. poderia ser reprogramada ao estágio inicial 
e voltar a ser totipotente (isto é poder dar origem a qualquer tipo celular novamente). 
Isto foi conseguido através da transferência do núcleo de uma célula somática da glândula mamária 
da ovelha que originou a Dolly para um óvulo anucleado (óvulo sem núcleo). Surpreendentemente, este 
começou a comportar-se como um óvulo recém-fecundado por um espermatozoide. Isto provavelmente 
ocorreu porque o óvulo, quando fecundado, tem mecanismos, para nós ainda desconhecidos, para 
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. 71 
reprogramar o DNA de modo a tornar todos os seus genes novamente ativos, o que ocorre no processo 
normal de fertilização. 
 
 
Ilustração de como foi a clonagem da Dolly 
Para a obtenção de um clone, este óvulo anucleado, no qual foi transferido o núcleo da célula somática, 
foi inserido para o útero de outra ovelha. No caso da clonagem humana reprodutiva , a proposta seria 
retirar-se o núcleo de uma célula somática, que teoricamente poderia ser de qualquer tecido de uma 
criança ou adulto, inserir este núcleo em um óvulo e implantá-lo em um útero (que funcionaria como uma 
barriga de aluguel). Se este óvulo se desenvolver teremos um novo ser com as mesmas características 
físicas da criança ou adulto de quem foi retirada a célula somática. Seria como um gêmeo idêntico nascido 
posteriormente. 
 
 
Ilustração de como seria a clonagem humana 
 
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. 72 
Já sabemos que não é um processo fácil. Dolly só nasceu depois de 276 tentativas que fracassaram. 
Além disso, dentre as 277 células "da mãe de Dolly" que foram inseridas em um óvulo sem núcleo, 90% 
não alcançaram nem o estágio de blastocisto. A tentativa posterior de clonar outros mamíferos tais como 
camundongos, porcos, bezerros, um cavalo e um veado também tem mostrado uma eficiência muito baixa 
e uma proporção muito grande de abortos e embriões malformados. Penta, a primeira bezerra brasileira 
clonada a partir de uma célula somática morreu adulta, em 2002, com um pouco mais de um mês. Ainda 
em 2002, foi anunciada a clonagem do copycat o primeiro gato de estimação clonado a partir de uma 
célula somática adulta. Para isto foram utilizados 188 óvulos que geraram 87 embriões e apenas um 
animal vivo. Na realidade, experiências recentes, com diferentes tipos de animais, têm mostrado que esta 
reprogramação dos genes, para o estágio embrionário, o qual originou Dolly, é extremamente difícil. 
O grupo liderado por Ian Wilmut, o cientista escocês que se tornou famoso por esta experiência, afirma 
que praticamente todos os animais que foram clonados nos últimos anos a partir de células não 
embrionárias estão com problemas. Entre os diferentes defeitos observados nos pouquíssimos animais 
que nasceram vivos após inúmeras tentativas, observam-se: placentas anormais, gigantismo em ovelhas 
e gado, defeitos cardíacos em porcos, problemas pulmonares em vacas, ovelhas e porcos, problemas 
imunológicos, falha na produção de leucócitos, defeitos musculares em carneiros. 
 
Os avanços recentes em clonagem reprodutiva permitem quatro conclusões importantes: 
 
1- a maioria dos clones morre no início da gestação; 
2- os animais clonados têm defeitos e anormalidades semelhantes, independentemente da célula 
doadora ou da espécie; 
3- essas anormalidades provavelmente ocorrem por falhas na reprogramação do genoma; 
4- a eficiência da clonagem depende do estágio de diferenciação da célula doadora. De fato, a 
clonagem reprodutiva a partir de células embrionárias tem mostrado uma eficiência de dez a vinte vezes 
maior, provavelmente porque os genes que são fundamentais no início da embriogênese estão ainda 
ativos no genoma da célula doadora. 
É interessante que, dentre todos os mamíferos que já foram clonados, a eficiência é um pouco maior 
em bezerros (cerca de 10% a 15%). Por outro lado, um fato intrigante é que ainda não se tem notícias de 
macaco ou cachorro que tenha sido clonado. Talvez seja por isso que a cientista inglesa Ann McLaren 
tenha afirmado que as falhas na reprogramação do núcleo somático possam se constituir em uma barreira 
intransponível para a clonagem humana. Mesmo assim, pessoas como o médico italiano Antinori ou a 
seita dos raelianos defendem a clonagem humana, um procedimento que tem sido proibido em todos os 
países. De fato, um documento assinado em 2003 pelas academias de ciências de 63 países, inclusive o 
Brasil, pedem o banimento da clonagem reprodutiva humana. O fato é que a simples possibilidade de 
clonar humanos tem suscitado discussões éticas em todos os segmentos da sociedade, tais como: Por 
que clonar? Quem deveria ser clonado? Quem iriadecidir? Quem será o pai ou a mãe do clone? O que 
fazer com os clones que nascerem defeituosos? 
Na realidade, o maior problema ético atual é o enorme risco biológico associado à clonagem 
reprodutiva. No meu entender, seria a mesma coisa que discutir os prós e os contras em relação à 
liberação de uma medicação nova, cujos efeitos são devastadores e ainda totalmente incontroláveis. 
Apesar de todos estes argumentos contra a clonagem humana reprodutiva, experiências com animais 
clonados têm nos ensinado muito acerca do funcionamento celular. Por outro lado, a tecnologia de 
transferência de núcleo para fins terapêuticos, a chamada clonagem terapêutica, poderá ser 
extremamente útil para obtenção de células-tronco. 
Texto adaptado de Zatz, Mayana. "Clonagem e células-tronco". 
Cienc. Cult., jun. 2004, vol. 56, nº 3, pp. 23-27, ISSN 0009-6725. 
 
Clonagem terapêutica para obtenção das células-tronco 
 
Se em vez de inserirmos em um útero o óvulo cujo núcleo foi substituído por um de uma célula somática 
deixarmos que ele se divida no laboratório teremos a possibilidade de usar estas células - que na fase de 
blastocisto são pluripotentes - para fabricar diferentes tecidos. Isto abrirá perspectivas fantásticas para 
futuros tratamentos, porque hoje só se consegue cultivar em laboratório células com as mesmas 
características do tecido do qual foram retiradas. É importante que as pessoas entendam que, na 
clonagem para fins terapêuticos, serão gerados só tecidos, em laboratório, sem implantação no útero. 
Não se trata de clonar um feto até alguns meses dentro do útero para depois lhe retirar os órgãos como 
alguns acreditam. Também não há porque chamar esse óvulo de embrião após a transferência de núcleo 
porque ele nunca terá esse destino. 
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. 73 
Uma pesquisa publicada na revista Science por um grupo de cientistas coreanos (Hwang e col., 2004) 
confirma a possibilidade de obter-se células-tronco pluripotentes a partir da técnica de clonagem 
terapêutica ou transferência de núcleos. O trabalho foi feito graças a participação de dezesseis mulheres 
voluntárias que doaram, ao todo, 242 óvulos e células "cumulus" (células que ficam ao redor dos óvulos) 
para contribuir com pesquisas visando à clonagem terapêutica. As células cumulus, que já são células 
diferenciadas, foram transferidas para os óvulos dos quais haviam sido retirados os próprios núcleos. 
Dentre esses, 25% conseguiram se dividir e chegar ao estágio de blastocisto, portanto, capazes de 
produzir linhagens de células-tronco pluripotentes. 
 
 
A clonagem terapêutica teria a vantagem de evitar rejeição se o doador fosse a p rópria pessoa. 
Seria o caso, por exemplo, de reconstituir a medula em alguém que se tornou paraplégico após 
um acidente ou para substituir o tecido cardíaco em uma pessoa que sofreu um infarto. Entretanto, 
esta técnica tem suas limitações. O doador não poderia ser a própria pessoa quando se tratasse de 
alguém afetado por doença genética, pois a mutação patogênica causadora da doença estaria presente 
em todas as células. No caso de usar-se linhagens de células-tronco embrionárias de outra pessoa, ter-
se-ia também o problema da compatibilidade entre o doador e o receptor. Seria o caso, por exemplo, de 
alguém afetado por distrofia muscular progressiva, pois haveria necessidade de se substituir seu tecido 
muscular. Ele não poderia utilizar-se de suas próprias células-tronco, mas de um doador compatível que 
poderia, eventualmente, ser um parente próximo. 
Além disso, não sabemos se, no caso de células obtidas de uma pessoa idosa afetada pelo mal de 
Alzheimer, por exemplo, se as células clonadas teriam a mesma idade do doador ou se seriam células 
jovens. Outra questão em aberto diz respeito à reprogramação dos genes que poderiam inviabilizar o 
processo dependendo do tecido ou do órgão a ser substituído. Em resumo, por mais que sejamos 
favoráveis à clonagem terapêutica, trata-se de uma tecnologia que necessita de muita pe squisa 
antes de ser aplicada no tratamento clínico. Por este motivo, a grande esperança, a curto prazo, para 
terapia celular, vem da utilização de células-tronco de outras fontes. 
Texto adaptado de Zatz, Mayana. "Clonagem e células-tronco". 
Cienc. Cult., jun. 2004, vol.56, nº 3, pp. 23-27, ISSN 0009-6725. 
 
Terapia celular com outras fontes de células-tronco 
 
Indivíduos Adultos 
 
Existem células-tronco em vários tecidos (como medula óssea, sangue, fígado) de crianças e adultos. 
Entretanto, a quantidade é pequena e não sabemos ainda em que tecidos são capazes de se diferenciar. 
Pesquisas recentes mostraram que células-tronco retiradas da medula de indivíduos com problemas 
cardíacos foram capazes de reconstituir o músculo do seu coração, o que abre perspectivas fantásticas 
de tratamento para pessoas com problemas cardíacos. Mas a maior limitação da técnica, do 
autotransplante é que ela não serviria para portadores de doenças genéticas. É importante lembrar que 
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as doenças genéticas afetam 3-4% das crianças que nascem. Ou seja, mais de cinco milhões de 
brasileiros para uma população atual de 170 milhões de pessoas. É verdade que nem todas as doenças 
genéticas poderiam ser tratadas com células-tronco, mas se pensarmos somente nas doenças 
neuromusculares degenerativas, que afetam uma em cada mil pessoas, estamos falando de quase 
duzentas mil pessoas. 
 
Cordão Umbilical e Placenta 
 
Pesquisas recentes vêm mostrando que o sangue do cordão umbilical e da placenta são ricos em 
células-tronco. Entretanto, também não sabemos ainda qual é o potencial de diferenciação dessas células 
em diferentes tecidos. Se as pesquisas com células-tronco de cordão umbilical proporcionarem os 
resultados esperados, isto é, se forem realmente capazes de regenerar tecidos ou órgãos, esta será 
certamente uma notícia fantástica, porque não envolveria questões éticas. Teríamos que resolver então 
o problema de compatibilidade entre as células-tronco do cordão doador e do receptor. Para isto será 
necessário criar, com a maior urgência, bancos de cordão públicos, à semelhança dos bancos de sangue. 
Isto porque sabe-se que, quanto maior o número de amostras de cordão em um banco, maior a chance 
de se encontrar um compatível. Experiências recentes já demonstraram que o sangue do cordão umbilical 
é o melhor material para substituir a medula em casos de leucemia. Por isso, a criação de bancos de 
cordão é uma prioridade que já se justifica somente para o tratamento de doenças sanguíneas, mesmo 
antes de confirmarmos o resultado de outras pesquisas. 
 
 
Células Embrionárias 
 
Se as células-tronco de cordão tiverem a potencialidade desejada, a alternativa será o uso de células-
tronco embrionárias obtidas de embriões não utilizados que são descartados em clínicas de fertilização. 
Os opositores ao uso de células embrionárias para fins terapêuticos argumentam que isto poderia gerar 
um comércio de óvulos ou que haveria destruição de "embriões humanos" e não é ético destruir uma vida 
para salvar outra. 
Texto adaptado de Zatz, Mayana. "Clonagem e células-tronco". 
Cienc. Cult., jun. 2004, vol. 56, nº 3, pp. 23-27, ISSN 0009-6725. 
 
Vitória para a Ciência: Aprovada a utilização de células-tronco embrionárias em pesqui sas 
 
O STF (Supremo Tribunal Federal) aprovou dia 29/05/2008 as pesquisas com células-tronco 
embrionárias no país. O Supremo rejeitou uma ação direta de inconstitucionalidade contra o artigo 5º 
artigo da Lei de Biossegurança que permite a utilização, em pesquisas, dessas células fertilizadas in 
vitro e não utilizadas. Segundo a norma, podem ser utilizados apenas os embriões que estejam 
congelados há três anos ou mais, mediante autorização do casal. O artigo também veta a comercialização 
do material biológico. 
 
A multiplicação dos fragmentos de DNA 
 
Ocorrendo a fragmentação das moléculas de DNA, como uso das enzimas de restrição, e o seu 
reconhecimento pela técnica de eletroforese em gel, o próximo passo é multiplicar (clonar) o fragmento 
obtido e submetê-los à tecnologia do DNA recombinante. A técnica de multiplicação da fita de DNA é 
chamada de PCR (reação em cadeia da polimerase). Na década de 1980, passou-se a utilizar a técnica 
do PCR para fazer milhares de cópias de um único pedaço de DNA. Essa técnica é usada em tubos de 
ensaio contendo o DNA e mais alguns compostos necessários, como primers (DNAs iniciadores) e 
a enzima DNA polimerase (enzima que faz a replicação do DNA). 
Os primers são fitas de DNA, com mais ou menos 20 bases (A, T, C, G) complementares, isto é se 
ligam por complementaridade ao início da sequência de DNA que se quer multiplicar. Quando uma 
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molécula de DNA vai ser multiplicada deve-se separar a dupla fita, formando assim duas fitas diferentes 
mas complementares entre si. Cada fita servirá de molde para a duplicação, por isso, precisamos de dois 
tipos de primers diferentes (veja a figura) 
 
Técnica de PCR, 
Obtém-se uma amostra mínima de DNA de uma célula humana. 
 
- A amostra de DNA, a enzima que faz a replicação (DNA polimerase), os nucleotídeos de DNA e os 
primers complementares a sequência de DNA são colocados em um tubo de ensaio. 
- Coloca-se o tubo de ensaio em uma máquina de PCR (máquina que aumenta e diminui a temperatura 
de acordo com um programa). Os passos seguintes, de aquecimento e resfriamento, acontecem dentro 
da máquina controlados pelo programa. 
 
Aquece-se o tubo a 94ºC para desnaturar (separar a dupla fita) o DNA. 
 
 
 
- Cada fita simples do DNA que foi desnaturado serve de molde para a síntese de novas cadeias 
complementares. Para isso resfria-se a 54ºC onde os primers se anelam ao início das duas fitas simples, 
servindo de iniciadores para a enzima polimerase. 
- Aquece-se novamente o tubo a 72ºC (temperatura ideal de funcionamento da DNA polimerase) para 
a duplicação da fita. A DNA polimerase inicia, após o final do primer, a colocar os nucleotídeos livres na 
fita de DNA ligando-os por complementaridade, formando assim uma nova fita dupla. 
 
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 Separando fragmentos de DNA: eletroforese em gel 
 
Como vimos no item anterior, os fragmentos de DNA formados com a ação das enzimas de restrição 
possuem tamanhos diferentes. A técnica de separação dos fragmentos de DNA mais utilizada é a 
eletroforese através de géis de agarose. A agarose é um polissacarídeo (como ágar e pectina) que 
dissolve em água fervente e então gelifica quando esfria como a gelatina. Para realizar uma eletroforese, 
um gel de agarose é preparado, o DNA é introduzido em pequenos poços de gel, e então uma corrente 
elétrica é aplicada através do gel. Como o DNA é negativamente carregado, ele é atraído pelo eletrodo 
positivo. Entretanto, para chegar ao eletrodo positivo, o DNA deve migrar através do gel de agarose. 
Os fragmentos de DNA menores podem migrar através de um gel de agarose mais rapidamente que 
os fragmentos de DNA maiores. A velocidade de migração de fragmentos de DNA lineares através da 
agarose é inversamente proporcional a log10 de seus pesos moleculares. É possível calcular o 
tamanho exato de um dado fragmento com base na sua razão de migração. Após a eletroforese em 
gel, os fragmentos de DNA normalmente são corados com brometo de etídeo, que possui afinidade pelo 
DNA e fluorece (torna-se visível) vivamente em contato com a luz ultravioleta. Dessa forma pode-se 
localizar as bandas que correspondem ao DNA. Os fragmentos de DNA podem, então, ser isolados e 
purificados a partir dos géis de agarose. 
 
 
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 A tecnologia do DNA recombinante 
 
Cada fragmento de DNA, que foi clivado e separado do resto do material genético, contém um ou mais 
genes. Lembre-se que cada gene origina uma proteína, portanto ao estudarmos o gene estamos 
estudando a proteína que ele codifica. 
 
Mas o que devemos fazer para estudar o gene? 
 
Devemos introduzi-lo no material genético (no DNA) de um hospedeiro para que ocorra a transcrição 
do gene, em mRNA, e a tradução em proteína. O hospedeiro é um organismo que se multiplica (se 
reproduz) rapidamente, como por exemplo, as bactérias. Quando as bactérias se reproduzem por 
bipartição elas transmitem ao seus “filhos” o seu material genético, portanto se neste material conter o 
fragmento de DNA de estudo, em pouco tempo teremos milhões de bactérias com o gene. 
 
O plasmídio é o material genético circular não ligado ao cromossomo que fica espalhado pelo 
hialoplasma das bactérias. Ele sofre o mesmo processo do DNA cromossomal de transcrição e tradução, 
além de, se multiplicar a cada divisão celular, passando uma cópia para cada célula “filha”. 
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O plasmídio é retirado das células bacterianas para que se possa inserir o gene de estudo, para depois 
recolocá-lo na bactéria. 
 
 
 
Para entendermos melhor vamos conhecer esse processo passo a passo (acompanhe na 
figura): 
- Os pesquisadores querem estudar um gene humano que produz uma proteína que não se sabe a 
função. 
- Os pesquisadores “recortam” (utilizando enzimas de restrição), do DNA humano, o gene de interesse. 
- Esse fragmento de DNA contendo o gene é multiplicado por PCR para obtermos várias cópias do 
mesmo fragmento (ou da mesma informação). 
- A mesma enzima que clivou o gene do DNA humano é utilizada para clivar o plasmídio bacteriano. 
Lembre-se que o fragmento de DNA, ao ser clivado, gera pontas adesivas que são complementares ao 
plasmídio se este for clivado com a mesma enzima. 
- A seguir o plasmídio clivado é misturado com os fragmentos de DNA (contendo o gene) e uma enzima 
chamada ligase “cola” os fragmentos ao plasmídio, produzindo o chamado DNA recombinante. Isso feito, 
o DNA recombinante é introduzido em uma bactéria hospedeira. 
- A bactéria hospedeira é colocada em um meio nutritivo seletivo, apenas aquelas que possuem o DNA 
recombinante crescem, formando colônias. Após muitas gerações de bactérias, o produto da expressão 
dos genes, as proteínas humanas, são purificadas das bactérias (são separadas das proteínas das 
bactérias). 
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. 79 
 
Esse método produz uma grande quantidade de proteínas humanas possibilitando ass im, seu estudo. 
 
Biotecnologia 
 
Atualmente, os meios de comunicação têm divulgado inúmeras descobertas atribuídas ao uso de 
tecnologias avançadas associadas à biotecnologia. Alimentos transgênicos, modificados geneticamente, 
clonagem e tantas outras descobertas associadas ao tema predispõe a cada dia a necessidade de se 
saber pelo menos do que se trata essa tal biotecnologia. A Biotecnologia apresenta várias definições de 
acordo com o olhar a ela lançado, mas de uma forma bem simples, é um conjunto multidisciplinar de 
conhecimentos que visa o desenvolvimento de métodos, técnicas e meios associados a seres vivos, 
macro e microscópicos, que originem produtos úteis e contribuam para a resolução de problemas. 
Não devemos pensar, entretanto, que a biotecnologia é uma prática que exija o uso de computadores 
e sequenciadores de DNA, muito pelo contrário, a humanidade utiliza seres vivos para vários processos 
desde a Antiguidade. Podemos com isso traçar uma breve linha do tempo: 
Antiguidade - Utilização de microrganismos para a preparação de alimentos e bebidas. 
Século XII - A destilação do álcool. 
Século XVII - Cultivo de fungos na França. 
Século XVIII - Jenner cria as premissas para as vacinas através da inoculação de um vírus em uma 
criança. 
1981 - Obtenção da primeira planta geneticamente modificada. 
1997 - Nasce Dolly, a primeira ovelha clonada.2003 - Iniciado o processo de clonagem de espécies de animais ameaçados de extinção. 
 
Desta forma, temos que a inovação e o desenvolvimento de novos produtos é uma constante e está 
presente em nosso dia a dia sem que percebamos. Assim, a biotecnologia busca, através de sua ação, 
formas que possam contribuir para amenizar ou até mesmo resolver problemas causados pela ação 
destruidora humana. Assim, há o desenvolvimento em relação à questão ambiental de microrganismos 
modificados para tratamento de águas contaminadas por esgoto, outros poluentes e, até mesmo, 
petróleo. Em relação à agricultura, temos o desenvolvimento de plantas transgênicas que podem ser mais 
nutritivas, que necessitem de menos agrotóxicos e que sejam mais resistentes às pragas, reduzindo o 
uso de inseticidas. 
Quanto à pecuária, temos a formação de embriões, o desenvolvimento de animais transgênicos e o 
aprimoramento de vacinas e medicamentos de uso veterinário. Em relação à saúde humana, a aplicação 
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. 80 
da biotecnologia é utilizada no desenvolvimento de novas vacinas, hormônios, medicamentos e 
antibióticos. A biotecnologia é um assunto que atrai a atenção de simpatizantes e opositores em todo o 
mundo, sendo que muitas vezes o enfrentamento entre grupos divergentes é inevitável. Devemos sempre 
ter a consciência de que não é o instrumento em si que é negativo ou prejudicial e sim o uso ou destino 
que damos a ele. A Biotecnologia está presente em várias áreas como agricultura, agroenergia, saúde, 
indústria e em outras áreas. 
 
Agricultura 
 
A agricultura e a biotecnologia se aliaram para tornar o cultivo de plantas mais eficiente. Pragas, 
doenças e problemas climáticos, por exemplo, sempre foram obstáculos à produção de alimentos. Porém, 
a engenharia genética permitiu a criação de tecnologias que reduzem as perdas e aumentam a 
produtividade das lavouras. Esta associação já permitiu o desenvolvimento de espécies vegetais 
resistentes a insetos e tolerantes a herbicidas. As variedades geneticamente modificadas (GM) ou 
transgênicas proporcionam melhoria das práticas de cultivo e incremento na quantidade e na qualidade 
dos produtos agrícolas, reforçando a renda dos produtores e favorecendo o crescimento econômico. 
No caso das plantas transgênicas tolerantes a herbicidas ou resistentes a insetos, a vantagem é a 
facilitação do manejo de plantas e insetos invasores, o que resulta na redução da quantidade de 
aplicações de defensivos químicos. Já existem vegetais que apresentam estas duas características 
reunidas e que representam uma alternativa eficiente para os agricultores. Além das vantagens 
agronômicas, essas variedades favorecem a preservação da biodiversidade e diminuem a necessidade 
de ampliação da área plantada, com diminuição nas perdas no campo. Cientistas de todo o mundo 
trabalham também no desenvolvimento de plantas com características complexas modificadas, cuja 
expressão envolve vários genes, a exemplo da tolerância ao estresse hídrico (seca). O futuro também 
aponta para a criação de vegetais transgênicos, que contenham propriedades nutricionais melhoradas ou 
que produzam medicamentos. 
 
Alimentação 
 
 
Estima-se que quase 100% dos de todos os alimentos processados contenham pelo menos um 
ingrediente derivado de soja ou milho, duas das culturas para quais foram desenvolvidas mais variedades 
transgênicas. Segundo o relatório do Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações em 
Agrobiotecnologia (ISAAA), em 2013 foram plantados 175,3 milhões de hectares com OGMs. No Brasil, 
que ocupa o segundo lugar em área plantada com sementes provenientes da biotecnologia, com 40,3 
milhões de hectares, a taxa de adoção da soja e milho GM é de 92% e 90% respectivamente. Há mais 
de 25 anos, bactérias, leveduras e fungos GM atuam diretamente nos processos de fermentação, 
preservação e formação de sabor e aromas de muitas bebidas e alimentos do dia-a-dia, a exemplo de 
queijos, carnes embutidas, picles, pães, massas, cerveja, vinho, sucos e adoçantes. 
À medida que os cientistas fazem novas descobertas, outras características e variedades estão sendo 
incluídas na lista de alimentos transgênicos. O Brasil, por exemplo, se destaca no cenário internacional 
por ter aprovado a primeira variedade GM de feijão do mundo, desenvolvida inteiramente em uma 
instituição pública de pesquisa, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA). Esse feijão 
é resistente ao vírus do mosaico dourado, causador de uma doença que prejudica seriamente a 
produtividade das plantações dessa leguminosa. Ao redor do mundo, há pesquisas com arroz, banana, 
beterraba, cana-de-açúcar, laranja, mamão, mandioca e muitas outras plantas. O objetivo é expressar 
nessas espécies as mais diferentes características a exemplo de outras resistências a insetos, fungos e 
vírus, tolerância a outros princípios ativos e à seca, além de melhorias em suas composições nutricionais. 
 
Transgênicos 
 
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Todo alimento geneticamente modificado só é liberado para consumo depois de passar por uma série 
de testes que avaliam sua segurança para o meio ambiente e para a saúde humana e animal. 
Diversas organizações internacionais de renome apoiam a biotecnologia e os produtos derivados do uso 
dessa técnica. Entre elas estão a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura 
(FAO/ONU), a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Academia de Ciências do Vaticano, a Agência 
de Biotecnologia da Austrália e a Agência de Controle de Alimentos do Canadá. Cientistas de instituições 
de pesquisa nacionais e internacionais já divulgaram relatórios técnicos apoiando a adoção de plantas 
transgênicas na agricultura como uma forma de contribuir para o aumento sustentável da produção de 
alimentos. Esses pareceres científicos separam o que é mito ideológico do que é verdade científica. 
 
Agroenergia 
 
A capacidade das reservas mundiais de petróleo em atender ao atual ritmo de crescimento e consumo 
dos países desenvolvidos e em desenvolvimento é reduzida. Estima-se que em até 50 anos essas 
reservas terão sido completamente exploradas. Esta é uma das razões que justificam a pesquisa na área 
da produção de combustíveis originários de fontes renováveis de energia. Outra, não menos significativa, 
é a preocupação mundial com a produção e o consumo sustentável de energia, em consonância com a 
preservação da biodiversidade do planeta Cientistas de todo o mundo estão buscando na biotecnologia 
as alternativas para produzir óleos vegetais que substituam os combustíveis fósseis nos usos industriais, 
na farmacologia e etc. 
Nessa busca, o primeiro desafio com o qual os pesquisadores se deparam é entender por que 
determinadas plantas produzem óleos que não são encontrados em outras espécies vegetais. Decifrar 
este mistério, escondido no código genético, permitirá que os genes que expressam essa capacidade 
sejam inseridos, por meio da engenharia genética, em outras plantas. Uma vez entendidos os pormenores 
do mecanismo, estará aberto o caminho não apenas para a produção de óleos em plantas de fácil cultivo 
– como a soja – mas também para o uso da mesma técnica focada no aumento da produção, por meio 
de microrganismos transgênicos, por exemplo. Logo, há um grande potencial para os óleos vegetais, que 
são quimicamente semelhantes ao petróleo cru, tornarem-se matéria-prima para tintas, revestimentos, 
plásticos, fármacos ou combustíveis. 
 
Biocombustíveis 
 
Os biocombustíveis representam cerca de 1% da matriz mundial de transportes. Os maiores 
produtores são Estados Unidos, China e Alemanha. Os biocombustíveis que fazem parte da matriz 
energética brasileira são originários da transformação do açúcar por microrganismos. 
 
Etanol 
 
O etanol pode ser obtido a partir de diversas matérias-primas, sendo a cana-de-açúcar a mais eficiente. 
Do total de energia contidanos açúcares na planta, aproximadamente um terço está no caldo e o restante 
encontra-se dividido em partes quase iguais entre o bagaço e a palha. Este combustível também pode 
ser conseguido por meio de plantas como o milho, o trigo, o sorgo e a mandioca, mas, para tanto, é 
preciso que o amido resultante do processamento de tais matérias-primas seja “cozido” para que se 
transforme em açúcares aproveitáveis por leveduras. Isso faz com que o processo seja mais longo, caro 
e menos produtivo que o da cana. 
Embora a soja, o girassol e a canola também sejam usados para essa finalidade, o rendimento é 
menor. Vale destacar que apenas 2 por cento da área agrícola do Brasil são destinados à cultura da cana-
de-açúcar para a produção de etanol, ou seja, não há conflito com a área agricultável para a produção de 
alimentos. A biotecnologia pode contribuir com o desenvolvimento de plantas de maior teor de biomassa 
em detrimento do açúcar, o que aumenta a produtividade de etanol por área colhida. Desta maneira, a 
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modificação genética pode aumentar a eficiência da produção de etanol por meio da criação de 
variedades de cana-de-açúcar transgênicas e também de leveduras geneticamente modificadas. 
 
Outros combustíveis 
 
 
Plantas como soja, milho, algodão e cana-de-açúcar podem ser usadas para a produção de etanol e 
outros combustíveis. O butanol, por exemplo, é um álcool produzido com base na fermentação 
desencadeada pela bactéria Clostridium acetobutylicum. O butanol apresenta vantagens e desvantagens 
em relação ao etanol. Embora contenha mais energia por unidade de volume, sua octanagem 
(capacidade do combustível em resistir a altas temperaturas sem sofrer detonação) é menor do que a do 
etanol, o que reduz seu desempenho em motores à gasolina. O etanol, apesar de ser um bom substituto 
para a gasolina, tem limitações no que se refere ao uso em veículos pesados. A alternativa entre os 
biocombustíveis, para este caso, é o biodiesel, produzido com base em óleo e gorduras, em um processo 
denominado transesterificação. O biodiesel não tem as mesmas características do combustível derivado 
de petróleo. Contudo, já existe um método que produz um diesel renovável com características muito 
similares ao de origem fóssil feito por meio da fermentação de açúcares, a exemplo do etanol. 
 
Saúde 
 
Os avanços científicos na área da biotecnologia estão ocorrendo não apenas na agropecuária, mas 
também na medicina. Alguns desses progressos já estão incorporados ao cotidiano da maioria dos 
brasileiros sem que ninguém se dê conta. Uma das primeiras aplicações comerciais da biotecnologia na 
saúde é também uma das mais úteis: a produção da insulina humana por microrganismos transgênicos 
para o uso de diabéticos. Até a década de 80, esse hormônio era extraído de bois e porcos, e, 
frequentemente, causava alergias. De lá pra cá, pessoas do mundo inteiro se beneficiam dessa 
tecnologia, que tornou a insulina mais segura e aumentou a eficiência dos tratamentos. O hormônio do 
crescimento e a vitamina C também são outros bons exemplos das inúmeras aplicações da transgenia 
na saúde. 
 
Vacinas 
 
Até 2011, a CTNBio havia aprovado 14 vacinas que usam a técnica do DNA recombinante para uso 
animal. Outras estão sendo pesquisadas em diversos laboratórios do Brasil, a exemplo da imunização de 
rebanho bovino contra a tuberculose, desenvolvidas na Universidade Federal de Minas Gerais 
(UFMG).Para proteger os seres humanos, já foi criada pelo Instituto Butantã, de São Paulo, a vacina 
recombinante contra a hepatite B, feita da proteína da superfície do vírus que, assim, imuniza e impede 
a replicação do microrganismo e a consequente infecção. 
Também por meio de intervenção no genoma viral, já existem vacinas contra influenza (vírus da gripe) 
e estão sendo desenvolvidas uma vacina tetravalente contra a dengue e uma recombinante que protege 
contra a coqueluche e a tuberculose ainda na maternidade. Outro estudo que gera grande expectativa é 
o conduzido por uma equipe da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto, 
que estuda uma vacina gênica para combater câncer e tuberculose. Os cientistas esperam que esse 
produto funcione como medicamento, revertendo o quadro de saúde negativo, mesmo quando a doença 
já estiver instalada no organismo. 
 
Terapia Gênica 
 
Nos Estados Unidos, há mais de mil ensaios clínicos com diferentes perspectivas de uso da terapia 
gênica, dos quais, aproximadamente, 70% são para tratamento do câncer. Existe também a possibilidade 
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. 83 
de tratar outros males, a exemplo de fibrose cística, hemofilia, anemia falciforme, mal de Alzheimer, mal 
de Parkinson e até mesmo doenças infecciosas, como a aids. Os testes buscam assegurar a eficácia e a 
biossegurança desses processos para que, no futuro, eles possam ser usados como rotina médica. É 
conhecida a capacidade que os vírus têm para infectar as células humanas. A terapia gênica tira bom 
proveito disso ao alterar a composição genética de tais agentes, retirando seus genes causadores de 
doenças e inserindo neles genes de interesse terapêutico. Dessa forma, o vírus atua como vetor, 
transportando o material genético de que o paciente precisa para suas células somáticas. 
Há maneiras não virais de oferecer à célula sequências genômicas, a exemplo de partículas lipídicas 
(gordura) que encapsulam os genes, mas estas costumam ser menos eficientes. As pesquisas também 
procuram garantir que os vetores virais não sejam replicativos para que, uma vez dentro do organismo 
humano, não readquiram a habilidade de se multiplicar e causar infecção. A intenção da terapia gênica é 
ser específica, atuando principalmente nas áreas afetadas pelas doenças. Trata-se de um tratamento 
mais pontual que a quimioterapia, que afeta todas as células do organismo, inclusive as saudáveis. 
Entretanto, os cientistas ainda lidam com o desafio de garantir a estabilidade da expressão dos genes 
inseridos e que a modificação não afete outras partes do corpo. Os ensaios clínicos buscam verificar 
esses e outros aspectos de biossegurança da terapia. 
 
Células-tronco 
 
 
Células-tronco são células com capacidade de autorrenovação e de produzir células especializadas. 
Quanto à sua origem e potencialidade, as células-tronco podem ser classificadas em embrionárias, que 
são obtidas a partir das primeiras divisões celulares após a fecundação e que darão origem a todos os 
tipos de células; e adultas ou somáticas, encontradas no tecido já formado, que originarão células 
especializadas de apenas alguns tecidos. A terapia com esse tipo de célula tem como principal objetivo 
promover a reparação e regeneração de órgãos. No Brasil, as pesquisas com células-tronco estão 
organizadas em núcleos, como a Rede Nacional de Terapia Celular (RNTC), formada por oito Centros de 
Tecnologia Celular distribuídos em cinco Estados brasileiros e por 52 laboratórios com competência 
tecnológica na área da medicina regenerativa. 
O Laboratório de Genética e Cardiologia Molecular do Instituto do Coração de São Paulo (INCOR), 
conduz uma pesquisa na qual convergem técnicas de terapia celular e terapia gênica. A ideia é usar uma 
célula-tronco específica, que já tenha potencial terapêutico, e aumentar essa capacidade por meio da 
inserção de genes nessa célula. Experiências tiveram êxito na redução do risco de angina e enfarte em 
animais por meio do uso de células-tronco geneticamente modificadas para expressar uma proteína 
estimuladora da vascularização. 
 
Diagnóstico 
 
Hoje já se sabe que a biotecnologia pode ser uma forte aliada da saúde humana e que os kits de 
diagnósticos à base de plantas custam cerca de um décimo do valor dos convencionais. Um exemplo 
dessa aliança é a pesquisa feita em parceria por diversas universidades e instituições de pesquisa 
brasileiras - a exemplo da Universidadede Brasília (UNB), Fiocruz e Embrapa Recursos Genéticos e 
Biotecnologia, que pretende utilizar plantas transgênicas de alface para diagnosticar o vírus da dengue. 
O processo de transformação genética conduzido pelos cientistas brasileiros consiste na introdução de 
uma parte do gene do vírus da dengue no DNA de alfaces. 
Os vegetais transgênicos, então, passam por um processo que garante que apenas as células que 
receberem o gene do vírus sobrevivam e, posteriormente, são regenerados. O kit terá um reagente 
(partícula viral defeituosa) produzido com a planta transgênica de alface na qual foi injetado o gene do 
vírus da dengue. Esse reagente, misturado ao sangue coletado do paciente, conforme a reação que 
ocorrer, indicará se o este indivíduo tem anticorpos do vírus da dengue. A ideia é produzir um kit de 
diagnóstico mais econômico e eficiente para agilizar a detecção da doença. 
 
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. 84 
Indústria 
 
Os microrganismos têm sido melhorados geneticamente não apenas para a produção de alimentos e 
remédios, como também para favorecer as indústrias de papel, têxtil, química, petrolífera, ambiental e de 
mineração. No nosso dia-a-dia, convivemos com inúmeros produtos industriais fabricados por meio da 
aplicação de microrganismos transgênicos, como roupas e produtos de limpeza. No sabão em pó, por 
exemplo, enzimas – produzidas por bactérias geneticamente modificadas – são usadas para degradar a 
gordura dos tecidos e resistir às condições do processo de lavagem. Há alguns anos, era comum colocar 
a calça jeans nova com pedras e ácido em máquinas para obter um efeito “desbotado” e aumentar a 
maciez do tecido, num processo conhecido como stonewashing. Graças à biotecnologia, foram 
desenvolvidos microrganismos transgênicos capazes de dar ao jeans as mesmas características, 
eliminando-se, assim, um processo altamente poluidor do meio ambiente. 
 
 
 
Uma ideia bastante antiga, do tempo de Aristóteles, é a de que os seres vivos podem surgir por 
geração espontânea (abiogênese) . Apesar de conhecer a importância da reprodução, admitia-se que 
certos organismos vivos pudesse surgir espontaneamente da matéria bruta. Observações do cotidiano 
mostravam, por exemplo, que larvas de moscas apareciam no meio do lixo e poças de lama podiam exibir 
pequenos animais. A conclusão a que se chegava era a de que o lixo e a lama haviam gerado diretamente 
os organismos. 
Entretanto, reconhecia-se que nem toda matéria bruta podia gerar vida. Assim, de um pedaço de ferro 
ou pedra não surgia vida; mais de um pedaço de carne, uma porção de lama ou uma poça d´agua eram 
capazes de gerar vida. Explicava-se esta capacidade de gerar ou não vida entre os distintos materiais 
brutos alegando-se a necessidade de um “princípio ativo” que não esteja presente em qualquer matéria 
bruta. O princípio ativo não era considerado algo concreto, mas uma capacidade ou potencialidade de 
gerar vida. 
Aos ideias a respeito da geração espontânea perduraram por muito tempo, apesar da sua forma 
original ter evoluído aos poucos; ainda nos meados do século passado, havia numerosos partidários 
dessa teoria, definitivamente destruída pelos trabalhos de Pasteur. 
Vamos descrever a partir de agora, alguns marcos na evolução das ideias sobre geração espontânea. 
 
Redi, Needhan e Spallanzani 
 
Em meados do século XVII, Francesco Redi realizou uma experiência que representou a primeira 
tentativa experimental com finalidade de derrubar geração espontânea. Redi coloca pedaços de carne 
em dois grupos de frascos; um dos grupos permanece aberto, enquanto o outro é recoberto por um 
pedaço de gaze. Sobre a carne dos frascos abertos, após alguns dias, surgem larvas de moscas; nos 
frascos cobertos não aparecem larvas. Redi concluiu que a carne não gera as larvas; moscas adultas 
devem ter sido atraídas pelo cheiro de material em decomposição e desovaram sobre a carne. As larvas 
nasceram, portanto, dos ovos postos pelas moscas. Essa ideia é ainda reforçada pela observação dos 
frascos cobertos: sobre a gaze, do lado externo do frasco, algumas larvas apareceram. À ideia de que os 
seres vivos se originam sempre de seres vivos chamamos biogênese . 
 
 
5. EVOLUÇÃO. 
5.1. Criacionismo ou fixismo. 5.2 Evolucionismo 
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. 85 
Apesar da repercussão das experiências de Redi, a ideia de geração espontânea ainda não havia sido 
derrubada. Ironicamente, foram o uso crescente do microscópio e a descoberta dos micro-organismos os 
fatores que reforçaram a teoria da abiogênese: tais seres pequeninos, argumentava-se, eram tão simples, 
que não era concebível terem a capacidade de reprodução; como conclusão óbvia, só podiam ser 
formados por geração espontânea. 
Em 1745, um estudioso chamado John Needham realizou experimento cujos resultados pareciam 
comprovar as ideias da abiogênese. Nestes, vários caldos nutritivos, como sucos de frutas e extrato de 
galinha, foram colocados em tubos de ensaio, aquecidos durante um certo tempo e em seguida lacrados. 
A intenção de Needham, ao aquecer o caldo foi a de provocar a morte de organismos possivelmente 
existentes nestes; o fechamento dos frascos destinava-se a impedir a contaminação por micróbios 
externos. Apesar disso, os tubos de ensaio, passados alguns dias, estavam turvos e cheios de micro-
organismos, o que parecia demonstrar a verdade da geração espontânea. 
 
 
 
Cerca de 25 anos depois, o italiano Lazaro Spallanzani repetiu as experiências de Needham. A 
diferença no seu procedimento foi a de ferver os líquidos durante uma hora, não se limitando a aquecê-
los; em seguida os tubos foram fechados hermeticamente. Líquidos assim tratados mantiveram-se 
estéreis, isto é, sem vida, indefinidamente. Desta forma, Spallanzani demonstrava que os resultados de 
Needham não comprovavam a geração espontânea: pelo fato de aquecer por pouco tempo, Needham 
não havia destruído todos os micróbios existentes, dando-lhes a oportunidade de proliferar novamente. 
 
 
 
Needham, porém, responde às críticas de Spallanzani com argumentos aparentemente muito fortes: 
“…Spallanzani… selou hermeticamente dezenove frascos que continham diversas substâncias 
vegetais e ferveu-os, fechados, por uma hora. Mas, pelo método de tratamento pelo qual ele torturou suas 
dezenove infusões vegetais, fica claro que enfraqueceu muito ou até destruiu a força vegetativa das 
substâncias em infusão…” 
 O aquecimento excessivo, segundo Needham, havia destruído o princípio ativo; sem princípio ativo, 
nada de geração espontânea! É interessante notar que o próprio Spallanzani não soube refutar esses 
argumentos, ficando as ideias da abiogênese consolidadas. 
 
As experiências de Pasteur 
 
 Por volta de 1860, O cientista francês Louis Pasteur conseguiu derrubar definitivamente as ideias 
sobre geração espontânea da vida. Seus experimentos foram bem semelhantes aos de Spallanzani, 
porém com alguns aperfeiçoamentos. Vejamos como Pasteur descreve suas experiências. 
 
“Coloquei em frascos de vidro os seguintes líquidos, todos facilmente alteráveis, em contato com o ar 
comum: suspensão de lêvedo de cerveja em água, suspensão de lêvedo de cerveja em água e açúcar, 
urina, suco de beterraba, água de pimenta. Aqueci e puxei o gargalo do frasco de maneira a dar-lhe 
curvatura; deixei o líquido ferver durante vários minutos até que os vapores saíssem livremente pela 
estreita abertura superior do gargalo, sem tomar nenhuma outra precaução. Em seguida, deixei o frasco 
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. 86 
esfriar. É uma coisa notável, capaz de assombrar qualquer pessoa acostumada com a delicadeza das 
experiências relacionadas à assim chamada geração espontânea, o fato de o líquido em tal frasco 
permanecer imutável indefinidamente… Parecia que o ar comum, entrando com força durante os 
primeiros momentos (do resfriamento), deveria penetrarno frasco num estado de completa impureza. Isto 
é verdade, mas ele encontra um líquido numa temperatura ainda próxima do ponto de ebulição. 
A entrada do ar ocorre, então, mais vagarosamente e, quando o líquido se resfriou suficientemente, a 
ponto de não mais ser capaz de tirar a vitalidade dos germes, a entrada do ar será suficientemente lenta, 
de maneira a deixar nas curvas úmidas do pescoço toda a poeira (e germes) capaz de agir nas infusões… 
Depois de um ou vários meses no incubador, o pescoço do frasco foi removido por golpe dado de tal 
modo que nada, a não ser as ferramentas, o tocasse, e depois de 24, 36 ou 48 horas, bolores se tornavam 
visíveis, exatamente como no frasco aberto ou como se o frasco tivesse sido inoculado com poeira do 
ar.” 
Com esta experiência engenhosa, Pasteur também demonstrava que o líquido não havia perdido pela 
fervura suas propriedades de abrigar vida, como argumentaram alguns de seus opositores. Além disso, 
não se podia alegar a ausência do ar, uma vez que este entrava e saía livremente (apenas estava sendo 
filtrado). 
 
 
 
 
A Evolução das Substâncias Químicas 
 
Três teorias sobre a origem da vida 
 
Há três posições “filosóficas” em relação à origem da vida. A primeira relaciona-se aos mitos da 
“criação”, ideia criacionista , que afirmam que a vida foi criada por uma força suprema ou ser superior; 
essa hipótese, evidentemente, foge ao campo de ação do raciocínio científico, não podendo ser testada 
e nem refutada pelos métodos usados pela ciência. 
 
 
A criação de Adão. Cena representa episódio do Livro do Gênesis, onde Deus origina o homem. (Foto: 
Michelangelo/Reprodução) 
 
Uma segunda posição, a panspermia , se refere à possibilidade de a vida ter se originado fora do 
planeta Terra e ter sido “semeada” por pedaços de rochas, como meteoritos, que teriam trazido “esporos” 
ou outras formas de vida alienígena. Esses teriam evoluído nas condições favoráveis da Terra, até originar 
a diversidade de seres vivos que conhecemos. 
 
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Representação da teoria da panspermia 
 
Um dado interessante: chegam todos os anos, à superfície da Terra, ao redor de mil toneladas de 
meteoritos. Em algumas dessas rochas, foram encontradas substâncias orgânicas, como aminoácidos e 
bases nitrogenadas. Ficou bastante claro, a partir da década de 70, que a matéria orgânica é muito mais 
frequente no universo do que se acreditava antigamente. Um eminente astrônomo inglês, sir Fred Hoyle, 
defende a ideia de que material biológico, como vírus, poderia ter chegado do espaço; Hoyle chega a 
aceitar que isso aconteceria ainda hoje e que de alguma forma esse material “genético” novo poderia ser 
incorporado aos organismos existentes, modificando assim sua evolução! 
De qualquer forma, essas ideias não são seriamente consideradas pela maioria dos cientistas; para 
começo de conversa, o aquecimento de qualquer corpo que entrasse na atmosfera terrestre seria de tal 
ordem, que destruiria qualquer forma de vida semelhante às que conhecemos hoje. Por outro lado, aceitar 
que a vida apareceu “fora” da Terra somente “empurraria” o problema para diante, já que não esclareceria 
como a vida teria surgido fora daqui. 
A terceira posição, a mais em voga hoje, aceita que a vida pode ter surgido espontaneamente sobre o 
planeta Terra, através da evolução química de substâncias não vivas. Não é fácil ou seguro verificar 
eventos que ocorreram há bilhões de anos, quando nosso planeta era muito diferente do que é hoje; no 
entanto, os cientistas conseguiram reproduzir algumas das condições originais em laboratório e 
descobriram muitas evidências geológicas, químicas e biológicas que reforçam essa hipótese. Essa 
terceira posição foi defendida pela primeira vez pelo cientista russo Oparin, em 1936, como veremos nos 
itens a seguir. 
 
Algumas pistas sobre o problema 
 
Nos últimos 120 anos, várias ideias sobre a origem da Terra, sua idade, as condições primitivas da 
atmosfera foram surgindo. Em particular, verificou-se que os mesmos elementos que predominam nos 
organismos vivos (carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio) também existem fora deles; nos organismos 
vivos estes elementos estão combinados de maneira a formar moléculas complexas, como proteínas, 
polissacarídeos, lipídios e ácidos nucleicos. A diferença básica, então, entre matéria viva e matéria bruta 
estaria sobretudo ao nível da organização desses elementos. O químico Wöhler, em 1828, já havia 
fornecido a seguinte pista: substâncias “orgânicas” ou complexas, como a ureia, podem ser formadas em 
condições de laboratório a partir de substâncias simples, “inorgânicas”. Se as condições adequadas 
surgiram da Terra, no passado, então a vida poderia ter aparecido do inorgânico. 
Uma simples análise das características que os seres vivos exibem hoje mostra, independentemente 
de sua forma ou tamanho, a presença dos mesmos “tijolos” básicos em todos eles: açúcares simples, os 
20 tipos de aminoácidos, os 4 nucleotídeos de DNA e os 4 de RNA, e os lipídios. Ora, depois da pista 
dada por Wöhler, a que nos referimos, os químicos descobriram que esses compostos podem ser feitos 
em laboratório, se houver uma fonte de carbono, de nitrogênio, e uma certa quantidade de energia 
disponível. Assim sendo, se as condições adequadas tivessem estado presentes, no passado da Terra, 
essas substâncias poderiam ter se formado sem grandes dificuldades. 
Várias dessas ideias foram organizadas e apresentadas de forma clara e coerente pelo bioquímico 
russo Aleksandr I. Oparin, em 1936, no seu livro “A origem da vida. 
 
As ideias de Oparin 
 
11Aleksandr Oparin (1894-1980) foi um bioquímico russo que retomou e aprofundou os estudos sobre 
a origem da vida, por volta de 1920, segundo a Teoria da evolução química, juntamente com o biólogo 
 
11 Amabis, José Mariano. Biologia. Volume 1. Editora Moderna 
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. 88 
inglês John Burdon S. Haldane (1892-1964). Essa teoria foi proposta inicialmente por Thomas Huxley 
(1825-1895). 
Nessa teoria, a vida teve origem a partir da evolução de compostos químicos inorgânicos, que se 
combinaram formando diversos tipos de moléculas orgânicas simples, como aminoácidos, carboidratos, 
bases nitrogenadas, etc., que por sua vez se combinaram formando moléculas mais complexas como 
lipídios, ácidos nucléicos, proteínas, que se agruparam formando estruturas complexas, dando origem 
aos seres vivos. 
Segundo Oparin, a Terra tem cerca de 4,5 bilhões de anos e no início sua temperatura era muito 
elevada. O resfriamento e a solidificação da crosta ocorreram mais tarde, por volta de 2,5 bilhões de anos. 
As temperaturas do planeta iam diminuindo gradativamente, e com isso, a água que evaporava se 
condensava na atmosfera e caía novamente, sob a forma de chuva, que evaporavam novamente, pois 
as temperaturas ainda eram muito elevadas. Nessa época aconteceram tempestades torrenciais todos 
os dias, durante milhões de anos. 
Alguns cientistas acreditam que cerca de 1018 toneladas de matéria foram agregadas ao planeta Terra 
através de colisões com asteróides. Essas colisões provocavam um aumento na temperatura. 
A atmosfera primitiva era composta por átomos de carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio, que se 
ligaram formando os compostos amônia (NH3), metano (CH4), hidrogênio (H2) e vapor de água (H2O). 
Nessa época ainda não havia gás oxigênio (O2), nem nitrogênio (N2). 
Com o ciclo de chuvas e tempestades havia muitas descargas elétricas. Essas descargas atuavam 
sobre as moléculas, promovendo ligações químicas e formando moléculas mais complexas, como os 
aminoácidos. 
Com o resfriamento da Terra, começou a formação de áreas alagadas e exposição das rochas. Essas 
imensas áreas alagadas deram origem aos oceanos. A água da chuva arrastava os compostos para as 
rochas. O calor das rochas promoveuligações químicas entre as moléculas presentes, originando 
proteinóides, cadeias de aminoácidos, etc. 
Essa moléculas, conforme a temperatura da terra ia diminuindo, iam se tornando mais complexas e 
fazendo cada vez mais ligações, transformando a água dos oceanos em grandes sopas orgânicas. As 
proteínas formadas foram se aglomerando, até formar os coacervados. 
Em algum momento dessa evolução, os coacervados evoluíram e adquiriram a capacidade de se 
alimentar e reproduzir, dando origem a um ser vivo primitivo muito simples. 
 
A comprovação experimental 
 
O bioquímico Miller tentou reproduzir em laboratório algumas das condições previstas por Oparin. 
Construiu um aparelho, que era um sistema fechado, no qual fez circular durante 7 dias uma mistura de 
gases: metano, hidrogênio, amônia e vapor de água estavam presentes. Um reservatório de água 
aquecido à temperatura de ebulição permitia a formação de mais vapor de água, que circulava arrastando 
os outros gases. 
 
 
 
 
 
Num certo lugar do aparelho, a mistura era submetida a descargas elétricas constantes, simulando os 
“raios” das tempestades que se acredita terem existido na época. Um pouco adiante, a mistura era 
esfriada e, ocorrendo condensação, tornava-se novamente líquida. Ao fim da semana, a água do 
reservatório, analisada pelo método da cromatografia, mostrou a presença de muitas moléculas 
orgânicas, entre as quais alguns aminoácidos. 
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. 89 
Miller, com esta experiência, não provava que aminoácidos realmente se formaram na atmosfera 
primitiva; apenas demonstrava que, caso as condições de Oparin tivessem se verificado, a síntese de 
aminoácidos teria sido perfeitamente possível. 
Fox, em 1957, realiza a seguinte experiência: aquece uma mistura seca de aminoácidos e verifica que 
entre muitos deles acontecem ligações peptídicas, formando-se moléculas semelhantes a proteínas 
(lembre-se de que na ligação peptídica ocorre perda de água ou desidratação). Os resultados de Fox 
reforçam a seguinte ideia: se, de fato, aminoácidos caíram sobre as rochas quentes, trazidos pela água 
da chuva, eles poderiam ter sofrido combinações formando moléculas maiores, os proteinoides, que 
acabariam sendo carregadas aos mares em formação. Percebe-se que Fox tenta testar parte das ideias 
de Oparin, e seu ponto de partida foi, sem dúvida, a experiência de Miller. 
A química dos coloides explica e prevê a reunião de grandes moléculas em certas condições, formando 
os agregados que chamamos coacervados. 
É evidente, porém, que a última etapa da hipótese de Oparin nunca poderá ser testada em laboratório; 
em outros termos, para conseguirmos que um entre trilhões de coacervados se transformasse, por acaso, 
em um ser vivo muito simples, teríamos de dispor de um laboratório tão grande quanto os mares 
primitivos, que contivesse, portanto, um número infinitamente grande de coacervados; além disso, 
teríamos de dispor de um tempo infinitamente grande, que possibilitasse inúmeras colisões e reações 
químicas que foram necessárias para se obter pelo menos um sucesso. 
Será que, devido à impossibilidade de teste experimental, devemos repelir “a priori” esta fase? 
Podemos pelo menos pensar nela em termos estatísticos. Vamos dar a palavra a um célebre biólogo, 
George Wald, que examinou minuciosamente o assunto. 
 
12Ideias recentes sobre a origem da vida 
 
Acredita-se hoje que, provavelmente, a composição da atmosfera primitiva foi diferente do que 
acreditava Oparin; ela teria contido CO, CO2, H2, N2 e vapor de água (não haveria, portanto, metano 
nem amônia; as fontes de carbono seriam o CO e o CO2, enquanto a de nitrogênio seria o N2). Vapor de 
água e de gás carbônico teriam sido produzidos pela intensa atividade vulcânica. Mesmo assim, isso não 
invalida experimentos do tipo “Miller”. Na realidade, foram feitas desde então muitas variantes dessa 
experiência, modificando-se os gases utilizados e colocando-se algumas substâncias minerais; os 
cientistas chegaram a obter mais de 100 tipos de “tijolos” orgânicos simples, incluindo nucleotídeos e 
ATP. 
O poder da argila 
 
Algumas teorias recentes dão conta de que os longos polímeros, como proteinoides e fitas de ácidos 
nucleicos, podem ter se formado, como alternativa às rochas quentes da crosta, em “moldes” de argila. 
De fato, para ocorrer polimerização, deve haver uma alta concentração das unidades constituintes; na 
argila, essa concentração pode ter sido alta. Além disso, a argila pode ter agido como “catalisadora” e 
promovido o aparecimento de ligações simples, como as peptídicas, com perda de água. Alguns biólogos 
acreditam ainda que a argila foi o meio em que se formaram moléculas RNA, a partir de nucleotídeos 
simples. A energia para essa polimerização poderia ter sido proveniente do calor da crosta; ou do calor 
do sol, ou ainda da radiação ultravioleta. 
 
Coacervados ou microesferas? 
 
Há mais de um modelo, além da ideia de coacervados, para explicar como moléculas grandes, tipo 
proteinoides, teriam se agregado na água, formando estruturas maiores. O pesquisador Fox, colocando 
proteinoides em água, obteve a formação de pequeninas esferas. 
Bilhões de microesferas podem ser obtidas a partir da mistura de um grama de aminoácidos aquecidos, 
algumas delas formando cadeias, de forma muito semelhante a algumas bactérias atuais. Cada 
microesfera tem uma camada externa de moléculas de água e proteínas e um meio interno aquoso, que 
mostra algum movimento, semelhante à ciclose. Essas microesferas podem absorver e concentrar outras 
moléculas existentes na solução ao seu redor. Podem também se fundir entre si, formando estruturas 
maiores; em algumas condições, aparecem na superfície “brotos” minúsculos que podem se destacar e 
crescer. 
 
 
12 Armênio Uzunian, Dan Edésio Pinseta, Sezar Sasson 
fonte: Biologia; introdução à Biologia pp. 97-105. (Livro 1). São Paulo: Gráfica e 1991. 
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. 90 
Como apareceu o gene? 
 
Uma coisa que é importante entender: na hipótese original de Oparin, não há referência aos ácidos 
nucleicos; não se sabia na época que eles constituem os genes. Muita gente então acreditava que os 
genes fossem de natureza proteica; afinal, havia sido demonstrada a enorme importância das proteínas 
como enzimas, material construtor e anticorpos. Dá para entender, por isso, a ênfase que Oparin dá ao 
aparecimento da proteína. No entanto a hipótese original foi readaptada quando ficou patente a identidade 
entre genes e ácidos nucleicos. 
Acredita-se hoje que a primeira molécula informacional tenha sido o RNA, e não o DNA. Foi feita a 
interessantíssima descoberta de que certos “pedaços” de RNA têm uma atividade catalítica: eles 
permitem a produção, a partir de um molde de RNA e de nucleotídeos, de outras fitas de RNA idênticas 
ao molde! A esses pedaços de RNA com atividade “enzimática”, os biólogos chamam de ribozimas. Isso 
permite explicar o eventual surgimento e duplicação dos ácidos nucleicos, mesmo na ausência das 
sofisticadas polimerases que atuam hoje. 
O DNA deve ter sido um estágio mais avançado na confecção de um material genético estável; 
evidentemente, os primeiros DNA teriam sido feitos a partir de um molde de RNA original. Isso lembra 
bastante, você vai concordar, o modo de atuação do retrovírus, como o da AIDS! 
De qualquer forma, esses “genes nus”, isto é, envolvidos por nada, mas livres na argila ou na água, 
podem ter num período posterior “fixado residência” numa estrutura maior, como um coacervado ou uma 
microesfera… 
Um dos problemas ainda mais perturbadores nessa história toda, relaciona-se ao surgimento do 
CÓDIGO GENÉTICO. Em outras palavras, o aparecimento de proteínas ou de moléculas de ácidos 
nucleicos com a capacidade de duplicação, nas condições postuladas, pode ser imaginado sem muita 
dificuldade, mas permanece extremamentemisterioso o método pelo qual as moléculas de ácidos 
nucleicos teriam tomado conta do controle da produção de proteínas específicas, que tivessem um valor 
biológico e de sobrevivência. Quem sabe o tempo se encarregará de nos fornecer novas evidências… 
 
Os primeiros organismos: autótrofos ou heterótrofo s? 
 
Para entender claramente esta discussão, é útil recordar as equações de três processos biológicos 
básicos, fermentação, respiração e fotossíntese, que reproduzimos a seguir. 
Existem duas hipóteses sobre a origem da vida: a hipótese autotrófica , que propõe que o primeiro 
ser vivo foi capaz de sintetizar seu próprio alimento orgânico, possivelmente por fotossíntese, e a 
hipótese heterotrófica , que prevê que os primeiros organismos se nutriam de material orgânico já pronto, 
que retiravam de seu meio. A maioria dos biólogos atuais acha a hipótese autotrófica pouco aceitável 
devido a um fato simples: para a realização da fotossíntese, uma célula deve dispor de um equipamento 
bioquímico mais sofisticado do que o equipamento de um heterótrofo. Como admitir que o primeiro ser 
vivo, produzido através de reações químicas casuais, já possuísse esse grau de sofisticação? É claro que 
o primeiro ser vivo poderia ter surgido complexo; porém é muito menos provável que isso tenha 
acontecido. 
Por outro lado, se o primeiro organismo era heterótrofo, o que ele comeria? Hoje os heterótrofos 
dependem, para sua nutrição, direta ou indiretamente, dos autótrofos autossintetizantes. No entanto não 
se esqueça de que, de acordo com a hipótese de Oparin, o primeiro organismo surgiu num mar repleto 
de coacervados orgânicos, que não haviam chegado ao nível de complexidade adequada. Esses 
coacervados representam então uma fonte abundante de alimento para nosso primeiro organismo, que 
passaria a comer seus “irmãos” menos bem sucedidos. 
Admitamos um primeiro organismo heterótrofo, para o qual alimento não era problema. Pode-se obter 
energia do alimento através de dois processos: a respiração que depende de O2 molecular, inexistente 
na época, e a fermentação, processo mais simples, cuja realização dispensa a presença de oxigênio. 
Estabeleçamos, a título de hipótese mais provável, que o primeiro organismo deva ter sido um 
heterótrofo fermentador . A abundância inicial de alimento permite que os primeiros organismos se 
reproduzam com rapidez; não se esqueça também de que todos os mecanismos da evolução biológica, 
como a mutação e seleção natural, estão atuando, adaptando os organismos e permitindo o aparecimento 
de características divergentes. 
 
Surge a fotossíntese 
 
A velocidade de consumo do alimento, no entanto, cresce continuamente, já que o número de 
organismos aumenta; a reposição desse alimento orgânico através das reações químicas que 
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. 91 
descrevemos é obviamente muito mais lenta que o seu consumo. Perceba que, se não surgissem por 
evolução os autótrofos, a vida poderia ter chegado num beco sem saída por falta de alimento. 
Em algum momento anterior ao esgotamento total do alimento nos mares, devem ter aparecido os 
primeiros organismos capazes de realizar fotossíntese; possivelmente usaram como matéria prima o CO2 
residual dos processos de fermentação. Sua capacidade de produzir alimento fechava o ciclo 
produtor/consumidor e permitia o prosseguimento da vida. 
 
Surge a respiração 
 
Um resíduo do processo fotossintético é o oxigênio molecular; por evolução devem ter surgido mais 
tarde os organismos capazes de respirar aerobicamente, que utilizaram o O2 acumulado durante milhões 
de anos pelos primeiros autótrofos. 
 
 
 
A respiração, não se esqueça, permite extrair do alimento maior quantidade de energia do que a 
fermentação. Seguramente o modo de vida “respirador” representa, na maioria dos casos, uma grande 
vantagem sobre o método “fermentador”; não devemos estranhar que a maioria dos organismos atuais 
respire, apesar de ter conservado a capacidade de fermentar. 
Lembre-se, ainda, de que a presença de oxigênio molecular na atmosfera acaba permitindo o 
aparecimento na atmosfera da camada de ozônio, que permite a filtração de grande parte da radiação 
ultravioleta emitida pelo sol. Essa radiação é fortemente mutagênica; porém os organismos aquáticos 
estariam parcialmente protegidos, já que a água funciona como um filtro para ela. De qualquer maneira, 
o aparecimento do ozônio prepara o terreno para uma futura conquista do ambiente seco, caso alguns 
organismo um dia se aventurem a fazer experiência. 
 
Aparece a membrana celular 
 
É muito provável que os primeiros organismos tenham sido mais complexos do que os vírus atuais, 
porém mais simples do que as células mais simples que se conhecem. 
Um citologista chamado Robertson acredita que, por evolução, os organismos iniciais devam ter 
“experimentado” vários tipos de membranas. A vantagem de uma membrana envolvente é clara: ela 
fornece proteção contra choques mecânicos e, portanto, maior estabilidade à estrutura; porém ela 
representa uma barreira entre o organismo e o alimento a seu redor, o que é uma desvantagem. 
Assim, a membrana ideal deveria ser resistente, com um certo grau de elasticidade, sem deixar de ser 
suficientemente permeável. Num certo estágio da evolução dos seres vivos, apareceu a membrana 
lipoproteica, que reúne todos esses atributos e certamente foi um sucesso total, já que todos os seres 
vivos atuais de estrutura celular a possuem. 
Nesse estágio, pode-se falar em organismos procariontes, muito semelhantes às mais simples 
bactérias atuais. 
 
Procariontes originam eucariontes 
 
Uma membrana traz, entretanto, alguns problemas adicionais: ela se constitui, de certa forma, num 
obstáculo para o crescimento da estrutura viva. Vamos explicar: à medida que a célula cresce, seu volume 
aumenta, assim como a superfície de sua membrana; porém a superfície cresce MENOS 
proporcionalmente, do que o volume. Desse modo, a célula MAIOR se alimenta PIOR. A única forma de 
restabelecer a relação favorável entre superfície e volume é a divisão da célula, que, assim, nunca pode 
passar de um certo tamanho. 
Portanto o volume dos primeiros organismos é limitado, já que a partir de um certo tamanho tem de 
acontecer divisão celular. Robertson propõe que, por evolução biológica, alguns organismos devem ter 
adquirido a capacidade genética de dobrar sua membrana para fora (evaginação). Dessa forma, sem 
mudanças apreciáveis de volume, aumentaria a superfície em contado como meio. Perceba que na 
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. 92 
proposta de Robertson fica implícita a ideia de que todos os orgânulos celulares membranosos tiveram a 
mesma origem; membranas nucleares, do retículo, do Golgi e plasmática nada mais seriam do que 
dobramentos de uma primitiva membrana. 
Na célula atual, de fato, verificam-se dois fatos que apoiam fortemente as ideias de Robertson: 
Há comunicação entre todas as membranas celulares, que se apresentam formando um sistema 
membranoso único. 
Todas as membranas celulares têm a mesma composição e são lipoproteicas. 
Assim teriam aparecido, muito provavelmente, as primeiras células eucarióticas, que, em alguns casos, 
levaram vantagem quando competiam com os procariontes. Apesar disso, os procariontes continuaram 
existindo: são, como sabemos, as inúmeras espécies de bactérias e as cianofíceas atuais. 
 
 
 
A origem de algumas organelas celulares 
 
Uma teoria muito em voga atualmente a respeito da origem das organelas celulares é a endossimbiose. 
Trata-se da seguinte ideia: alguns organismos procariontes teriam sido “engolidos” por células maiores 
de eucariontes, ficando no interior da célula, mas com capacidade de reprodução independente e 
realizando determinadas funções. Acredita-se que mitocôndrias e cloroplastos possam ter se originado 
dessa forma. As mitocôndrias podem ter sido um dia bactérias independentes; os cloroplastos, talvezcianofíceas ou baterias fotossintetizantes. 
 
 
 
Os argumentos a favor dessa ideia são muito fortes: cloroplastos e mitocôndrias possuem material 
genético próprio, semelhante ao DNA de bactéria. Esse DNA tem capacidade de duplicação, de 
transcrição; ribossomos existentes no interior desses orgânulos produzem também proteínas próprias. 
Por fim, ambos os orgânulos têm a capacidade de se reproduzir no interior da célula “hospedeira”. 
Uma “troca de favores” poderia ter se estabelecido entre a célula maior e a menor. No caso da 
mitocôndria, que teria obtido proteção e alimento, sua presença teria permitido que a célula maior 
aprendesse a RESPIRAR oxigênio, com todas as vantagens inerentes. A simbiose com um procarionte 
fotossintetizante faria que os eucariontes hospedeiros tivessem síntese de alimento “em domicílio”, 
obviamente um processo muito vantajoso. 
 
 
 
 
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A evolução biológica 
 
Atualmente os seres vivos estão adaptados ao meio em que vivem, isto é, entre os seres vivos e o 
ambiente há um ajuste com papel fundamental para a sua sobrevivência. O flamingo rosa se alimenta de 
cabeça para baixo, adaptando-se à procura de alimento no lodo em que vive; os cactos suportam o meio 
desértico seco graças às adaptações nele existentes; os beija-flores, com seus longos bicos, estão 
adaptados à coleta do néctar contido nas flores tubulosas que visitam. Esses e numerosos outros 
exemplos são reveladores da perfeita sintonia que existe entre os seres e os seus ambientes de vida. 
Antigamente, a ideia de que as espécies seriam fixas e imutáveis foi defendida pelos filósofos gregos 
chamados de fixistas . Estes propunham que as espécies vivas já existiam desde a origem do planeta e 
a extinção de muitas delas deveu-se a eventos especiais como, por exemplo, catástrofes, que teriam 
exterminado grupos inteiros de seres vivos. O filósofo grego Aristóteles, grande estudioso da natureza, 
não admitia a ocorrência de transformação das espécies, pois acreditava que os organismos eram 
distribuídos segundo uma escala de complexidade, em que cada ser vivo tinha seu lugar definido. 
 
 
Visão aristotélica de que as espécies eram fixas e imutáveis 
 
Entretanto, partir do século XIX, uma série de pensadores passou a admitir a ideia da substituição 
gradual de espécies por outras através de adaptações a ambientes em contínuo processo de mudança. 
Essa corrente de pensamento, transformista , explicava a adaptação como um processo dinâmico, ao 
contrário do que propunham os fixistas. Para o transformismo, a adaptação das espécies é alcançada a 
medida que muda o meio. Nessa concepção, os serres mais adaptados ao ambiente em mudança 
sobrevivem, já os menos adaptados são eliminados. Essa ideia deu origem ao evolucionismo . 
 
 
 
Evolução biológica é a adaptação das espécies a meios continuamente em mudança. Entretanto, 
essa mudança das espécies nem sempre implica aperfeiçoamento ou melhora, podendo acarretar, em 
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alguns casos a uma simplificação. É o caso das tênias, vermes achatados parasitas: embora nelas não 
exista tubo digestivo, estão perfeitamente adaptadas ao parasitismo no tubo digestivo do homem e de 
muitos outros vertebrados. 
 
Adaptação: a espécie em mudança 
 
Dentre os exemplos que ilustram a adaptação das espécies às mudanças do meio, três se destacam 
por seu caráter clássico: 
a) a resistência de bactérias aos antibióticos; 
b) a coloração protetora das mariposas da espécie Biston betularia. 
 
a) A resistência de bactérias aos antibióticos 
 
O problema da resistência bacteriana a antibióticos caracteriza um caso de adaptação de um grupo 
de organismos frente a mudanças ambientais. À medida que antibióticos são inadequadamente utilizados 
no combate a infecções causadas por bactérias, o que na realidade se está fazendo é uma seleção de 
indivíduos resistentes a determinado antibiótico. Sendo favorecidos, os indivíduos resistentes, pouco 
abundantes de início, proliferam, aumentando novamente a população de micro-organismos. 
 
 
 
b) A coloração protetora das mariposas 
 
Em meados do século passado, a população de certo tipo de mariposa nos arredores de Londres era 
constituída predominantemente por indivíduos de asas claras, embora entre elas se encontrassem 
algumas de asas escuras. A explicação para esse fato fica lógica se lembrarmos que nessa época os 
troncos das árvores eram recobertos por certo tipo de vegetais, os líquenes, que conferiam-lhes uma cor 
acinzentada. Na medida em que a industrialização provocou aumento de resíduos poluentes gasosos, os 
troncos das árvores passaram a ficar escurecidos, como consequência da morte dos líquenes e do 
excesso de fuligem. Nessa região, passou a haver predominância de mariposas de asas escuras, o que 
denota outro caso de adaptação de um grupo de indivíduos frente a uma mudança ambiental. Procure 
entender a semelhança existente entre esses dois exemplos de adaptação e o exemplo da resistência de 
insetos a inseticidas. 
 
 
 
As evidências da evolução 
 
Durante a fase polêmica da discussão evolucionista, muitos argumentos foram utilizados. Uma das 
evidências mais importantes da ocorrência de Evolução biológica é dada pelos fósseis, que podem ser 
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conceituados como “restos ou vestígios de seres vivos de épocas remotas”. Por meio deles, verifica-se 
que havia organismos completamente diferentes dos atuais, argumento poderoso para os defensores do 
transformismo. Outras evidências evolutivas podem ser citadas: a semelhança embriológica e anatômica 
existente entre os componentes de alguns grupos animais, notadamente os vertebrados; a existência de 
estruturas vestigiais, como, por exemplo, o apêndice vermiforme humano, desprovido de função quando 
comparado aos apêndices funcionais de outros vertebrados. Modernamente, dá-se muito valor à 
semelhança bioquímica existente entre diferentes animais. É o caso de certas proteínas componentes do 
sangue do homem e dos macacos. 
 
Lamarck x Darwin 
 
A partir do século XIX, surgiram algumas tentativas de explicação para a Evolução biológica. Jean 
Baptiste Lamarck, francês, e Charles Darwin, inglês, foram os que mais coerentemente elaboraram 
teorias sobre o mecanismo evolutivo. Foi Darwin, no entanto, o autor do monumental trabalho científico 
que revolucionou a Biologia e que até hoje persiste como a Teoria da Seleção Natural das espécies. 
 
 
 
 
A teoria de Darwin 
 
A partir da ideia de adaptação de populações a seus ambientes, fica fácil entender as propostas de 
Charles Darwin (1809-1882), inglês, autor da teoria da Seleção Natural. Imaginando-se dois ratos, um 
cinzento e outro albino, é provável que em muitos tipos de ambientes o cinzento leve vantagem sobre o 
albino. Se isto realmente acontecer, é sinal de que o ambiente em questão favorece a sobrevivência de 
indivíduos cinzentos ao permitir que, por exemplo, eles fiquem camuflados entre as folhagens de uma 
mata. Os albinos, sendo mais visíveis, são mais atacados por predadores. Com o tempo, a população de 
ratos cinzentos, menos visada pelos atacantes, começa a aumentar, o que denota seu sucesso. É como 
se o ambiente tivesse escolhido, dentre os ratos, aqueles que dispunham de mais recursos para enfrentar 
os problemas oferecidos pelo meio. A esse processo de escolha, Darwin chamou Seleção Natural. Note 
que a escolha pressupõe a existência de uma variabilidade entre organismos da mesma espécie. Darwin 
reconhecia a existência dessa variabilidade. Sabia também que na natureza, a quantidade de indivíduos 
de certa espécie que nascem é maior que aquela que o ambiente pode suportar. Além disso, era 
conhecido o fato de que o número de indivíduos da população fica sempre em torno de uma certa 
quantidade ótima, estável, devido, principalmente, a altas taxasde mortalidade. 
É óbvio que a mortalidade seria maior entre indivíduos menos adaptados a seu meio, pelo processo 
de escolha ou “seleção natural”. Perceba, então, que a ideia de Darwin parte do princípio importante de 
que existe variabilidade entre os indivíduos de uma mesma espécie e que essa variabilidade pode permitir 
que indivíduos se adaptem ao ambiente. 
Assim, para Darwin, a adaptação é resultado de um processo de escolha dos que já possuem a 
adaptação. Essa escolha, efetuada pelo meio, é a Seleção Natural e pressupõe a existência prévia de 
uma diversidade específica. Então, muda o meio. Havendo o que escolher (variabilidade), a seleção 
natural entra em ação e promove a adaptação da espécie ao meio. Quem não se adapta, desaparece. 
O Darwinismo, a conhecida teoria da “Evolução Biológica por adaptação das espécies aos meios em 
mudança através da Seleção Natural”, pode ser assim esquematizado: 
 
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. 96 
 
 
É claro que, em ambientes diferentes, variações distintas serão valorizadas. Isso explica por que duas 
populações da mesma espécie podem se adaptar de maneiras bastante diversificadas em ambientes 
diferentes. 
 
 
 
Neodarwinismo 
 
O trabalho de Darwin despertou muita atenção mas também suscitou críticas. A principal era relativa 
à origem da variabilidade existente entre os organismos de uma espécie. Darwin não teve recursos para 
entender por que os seres vivos apresentam diferenças individuais. Não chegou sequer a ter 
conhecimento dos trabalhos que um monge chamado Mendel realizava, cruzando plantas de ervilha. O 
problema só foi resolvido a partir do início do século XX, com o advento da ideia de gene. E só então ficou 
fácil entender que mutações e recombinação gênica são as duas importantes fontes de variabilidade entre 
as espécies. Assim, o darwinismo foi complementado, surgindo o que os evolucionistas modernos 
conhecem como Neodarwinismo ou Teoria Sintética da Evolução e que se apoia nas ideias básicas de 
Darwin. 
Fica fácil entender, agora, o mecanismo da resistência bacteriana aos antibióticos usados para o seu 
combate. Partindo do princípio da existência prévia de variabilidade, uma população bacteriana deve ser 
formada por dois tipos de indivíduos: os sensíveis e os resistentes. O uso inadequado de um antibiótico 
deve eliminar as bactérias sensíveis, favorecendo as resistentes, que são selecionadas. As bactérias 
resistentes proliferam e promovem a adaptação da espécie ao ambiente modificado. Qualquer outro 
problema de adaptação das espécies a ambientes em modificação pode ser explicado utilizando-se o 
raciocínio neodarwinista. 
 
A ideia de Lamarck 
 
Um dos primeiros adeptos do transformismo foi o biólogo francês Lamarck, que, como você verá, 
elaborou uma teoria da Evolução, embora totalmente desprovida de fundamento científico. 
No mesmo ano em que nascia Darwin, Jean Baptiste Lamarck (1744-1829) propunha uma ideia 
elaborada e lógica. Segundo ele, uma grande mudança no ambiente provocaria numa espécie a 
necessidade de se modificar, o que a levaria a mudanças de hábitos. 
Se o vento e as águas podem esculpir uma rocha, modificando consideravelmente sua forma, será 
que os seres vivos não poderiam ser também moldados pelo ambiente? Teria o ambiente o poder de 
provocar modificações adaptativas nos seres vivos? 
Lamarck acreditava que sim. Considerava, por exemplo, que mudanças das circunstâncias do 
ambiente de um animal provocariam modificações suas necessidades, fazendo que ele passasse a adotar 
novos hábitos de vida para satisfazê-las. Com isso o animal passaria a utilizar mais frequentemente certas 
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partes do corpo, que cresceriam e se desenvolveriam, enquanto outras partes não seriam solicitadas, 
ficando mais reduzidas, até se atrofiarem. Assim, o ambiente seria o responsável direto pelas 
modificações nos seres vivos, que transmitiriam essas mudanças aos seus descendentes, produzindo um 
aperfeiçoamento da espécie ao longo das gerações. 
Com base nessa premissa, postulou duas leis. A primeira, chamada Lei do Uso e Desuso, afirmava 
que, se para viver em determinado ambiente fosse necessário certo órgão, os seres vivos dessa espécie 
tenderiam a valorizá-lo cada vez mais, utilizando-o com maior frequência, o que o levaria a hipertrofiar. 
Ao contrário, o não uso de determinado órgão levaria à sua atrofia e desaparecimento completo ao longo 
de algum tempo. 
A segunda lei, Lamarck chamou de Lei da Herança dos Caracteres Adquiridos. Através dela postulou 
que qualquer aquisição benéfica durante a vida dos seres vivos seria transmitida aos descendentes, que 
passariam a tê-la, transmitindo-a, por sua vez, às gerações seguintes, até que ocorresse sua 
estabilização. 
A partir dessas suas leis, Lamarck formulou sua teoria da evolução, apoiado apenas em alguns 
exemplos que observara na natureza. Por exemplo, as membranas existentes entre os dedos dos pés 
das aves nadadoras, ele as explicava como decorrentes da necessidade que elas tinham de nadar. 
Cornos e chifres teriam surgindo como consequência das cabeçadas que os animais davam em suas 
brigas. A forma do corpo de uma planta de deserto seria explicada pela necessidade de economizar água. 
 
Por que não podemos aceitar as teses de Lamarck? 
 
Na verdade não podemos simplesmente achar erradas as ideias de Lamarck sem dizer exatamente o 
porquê do erro. É preciso saber criticá-las com argumentos que evidenciam o erro nelas contido. Assim, 
pode-se dizer que a lei do uso e desuso só será válida se a alteração que ela propõe estiver relacionada 
a alterações em órgãos de natureza muscular e, ainda, alterações que não envolvam mudanças no 
material genético do indivíduo. A cauda de um macaco sul-americano não cresceu porque o animal 
manifestou o desejo de se prender aos galhos de uma árvore. Tal mudança deveria envolver antes uma 
alteração nos genes encarregados da confecção da cauda. 
Com relação à lei da transmissão das características adquiridas, é preciso deixar bem claro que 
eventos que ocorrem durante a vida de um organismo, alterando alguma sua característica, não podem 
ser transmissíveis à geração seguinte. O que uma geração transmite à outra são genes. E os genes 
transmissíveis já existem em um indivíduo desde o momento em que ele foi um zigoto. E, fatos que 
ocorram durante sua vida não influenciarão exatamente aqueles genes que ele deseja que sejam 
alterados. 
Lamarck e Darwin frente a frente: o tamanho do pescoço das girafas: 
 
 
 
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A Especiação 
 
Especiação é o nome dado ao processo de surgimento de novas espécies a partir de uma espécie 
ancestral. De modo geral, para que isso ocorra é imprescindível que grupos da espécie original se 
separem e deixem de se cruzar. Essa separação constitui o isolamento geográfico e pode ocorrer por 
migração de grupos de organismos para locais diferentes e distantes, ou pelo surgimento súbito de 
barreiras naturais intransponíveis, como rios, vales, montanhas, etc., que impeçam o encontro dos 
componentes da espécie original. O isolamento geográfico, então, é a separação física de organismos da 
mesma espécie por barreiras geográficas intransponíveis e que impedem o seu encontro e cruzamento. 
A mudança de ambiente favorece a ação da seleção natural, o que pode levar a uma mudança inicial 
de composição dos grupos. A ocorrência de mutações casuais do material genético ao longo do tempo 
leva a um aumento da variabilidade e permite a continuidade da atuação da seleção natural. Se após 
certo tempo de isolamento geográfico os descendentes dos grupos originais voltarem a se encontrar, 
pode não haver mais a possibilidade de reprodução entre eles. Nesse caso, eles constituem novas 
espécies. Isso pode ser evidenciado através da observação de diferenças no comportamento reprodutor, 
da incompatibilidadena estrutura e tamanho dos órgãos reprodutores, da inexistência de descendentes 
ou, ainda, da esterilidade dos descendentes, no caso de eles existirem. Acontecendo alguma dessas 
possibilidades, as novas espécies assim formadas estarão em isolamento reprodutivo, confirmando, 
desse modo, o sucesso do processo de especiação. 
Podemos dividir a especiação em três tipos, que serão explicados a seguir: 
1. Especiação alopátrica; 
2. Especiação simpátrica; 
3. Especiação parapátrica. 
 
1. Especiação alopátrica 
 
A especiação alopátrica ocorre quando duas espécies são separadas por um isolamento geográfico. 
O isolamento pode ocorrer devido à grande distância ou uma barreira física, como um deserto, rio ou 
montanha. A especiação bem-sucedida é vista na figura abaixo. Os tentilhões observados por Darwin é 
um exemplo dessa especiação na qual ele observou que, nas ilhas Galápagos, eles se diferenciavam 
pelo tipo de bico. Além disso, seria uma forma de adaptação à dieta alimentar de cada uma das 14 
espécies. 
 
 
Exemplo de especiação alopátrica (Foto: USP) 
 
2. Especiação simpátrica 
 
A especiação simpátrica diferencia-se da alopátrica pela ausência da separação geográfica. Nessa 
especiação, duas populações de uma mesma espécie vivem na mesma área, mas não há cruzamento 
entre as mesmas, resultando em diferenças que levarão à especiação, ou seja, a uma nova espécie. Isso 
pode ocorrer pelo fato dos indivíduos explorarem outros nichos, como insetos herbívoros que 
experimentam uma nova planta hospedeira. 
 
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Moscas que vivem no mesmo local, mas se alimentam de frutos diferentes. (Foto: USP) 
 
3. Especiação parapátrica 
 
A especiação parapátrica ocorre em duas populações da mesma espécie que também não possuem 
nenhuma barreira física, mas sim uma barreira ao fluxo gênico (migração de genes) entre as espécies. É 
uma população contínua, mas que não se cruza aleatoriamente, caso tenha o intercruzamento, o 
resultado são descendentes híbridos. Um exemplo dessa especiação é o caso das gramíneas 
Anthoxanthum, que se diferenciou por certas espécies estarem fixadas em um substrato contaminado 
com metais pesados. 
Dessa forma, houve a seleção natural para esses indivíduos, que foram se adaptando para genótipos 
tolerantes a esses metais pesados. Ao longo prazo, essas espécies foram adquirindo características 
diferentes, como a mudança de floração impossibilitando o cruzamento, acabando com o fluxo gênico 
entre esses grupos. 
 
 
Espécie de gramínea à esquerda em um solo não contaminado e à direita, contaminada por metais pesados (Foto: USP) 
 
Irradiação adaptativa 
 
Há muitos indícios de que a evolução dos grandes grupos de seres vivos foi possível a partir de um 
grupo ancestral cujos componentes, através do processo de especiação, possibilitaram o surgimento de 
espécies relacionadas. Assim, a partir de uma espécie inicial, pequenos grupos iniciaram a conquista de 
novos ambientes, sofrendo uma adaptação que lhes possibilitou a sobrevivência nesses meios. Desse 
modo teriam surgido novas espécies que em muitas características apresentavam semelhanças com 
espécies relacionadas e com a ancestral. Esse fenômeno evolutivo é conhecido como Irradiação 
Adaptativa, e um dos melhores exemplos corresponde aos pássaros fringilídeos de Galápagos estudados 
por Darwin. Originários do continente sul-americano, irradiaram-se para diversas ilhas do arquipélago, 
cada grupo adaptando-se às condições peculiares de cada ilha e, consequentemente, originando as 
diferentes espécies hoje lá existentes. 
Para que a irradiação possa ocorrer, é necessário em primeiro lugar que os organismos já possuam 
em seu equipamento genético as condições necessárias para a ocupação do novo meio. Este, por sua 
vez, constitui-se num segundo fator importante, já que a seleção natural adaptará a composição do grupo 
ao meio de vida. 
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Convergência adaptativa 
 
Processo que é resultante da adaptação de grupos de organismos de espécies diferentes a um mesmo 
hábitat. Por estarem adaptados ao mesmo hábitat, possuem semelhanças em relação à organização de 
corpo sem necessariamente possuírem grau de parentesco. 
Estes organismos, por viverem num mesmo tipo de ambiente e estarem adaptados ao mesmo, 
possuem estruturas que apresentam a mesma função que são chamadas órgãos análogos, como, por 
exemplo as asas de um morcego e as patas de um leão. 
 
 
São semelhantes pela função e não por terem uma mesma origem embrionária ou pelos organismos 
possuírem ancestral comum. 
 
Homologia e analogia 
 
Agora que sabemos o que é irradiação adaptativa e convergência adaptativa, fica fácil entender o 
significado dos termos homologia e analogia. Ambos utilizados para comparar órgãos ou estruturas 
existentes nos seres vivos. Por homologia entende-se semelhança entre estruturas de diferentes 
organismos, unicamente a uma mesma origem embriológica. As estruturas homológicas podem exercer 
ou não a mesma função. 
O braço do homem, a pata do cavalo, a asa do morcego e a nadadeira da baleia são estruturas 
homológicas entre si, pois todas têm a mesma origem embriológica. Nesses casos, não há similaridade 
funcional. 
Ao analisar, entretanto, a asa do morcego e a asa da ave, verifica-se que ambas têm a mesma origem 
embriológica e estão ainda associadas a mesma função. 
A analogia refere-se à semelhança morfológica entre estruturas, em função de adaptação à execução 
da mesma função. 
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As asas dos insetos e das aves são estruturas diferentes quanto à origem embriológica, mas ambas 
estão adaptadas à execução de uma mesma função: o voo. São estruturas análoga 
 
 
 
 
13Evolução humana 
 
De acordo com diversas pesquisas cientificas, o aparecimento dos primeiros ancestrais do homem 
surgiu a cerca de 3,5 – 4 milhões de anos atrás. Os primeiros hominídeos pertenciam ao gênero 
Australopithecus e se diferenciavam dos demais primatas por conta de sua postura ereta, locomoção 
bípede e uma arcada mais próxima da atual espécie humana. Apesar de ser considerado o primeiro 
ancestral humano, não existe um estudo conclusivo sobre a escala evolutiva. 
Segundo alguns estudos, os sucessores do Australopithecus foram os Homo habilis (2,4 milhões de 
anos) e o Homo erectus, o qual haveria surgido há aproximadamente 1,8 milhões de anos atrás. O seu 
maxilar apresentaria uma consistência maior e seus dentes seriam mais largos. Além disso, tinha uma 
caixa craniana de maior porte e uma postura mais ereta. Segundo consta, este teria habitado regiões 
diversas da África e da Ásia como o Java, China, Etiópia e Tanzânia. 
A partir do processo evolutivo sofrido por esse último espécime, haveria surgido o chamado Homo 
sapiens, uma espécie da qual descenderia o Homo neanderthalensis. Este integrante do processo 
evolutivo humano teria vivido entre 230 e 30 mil anos atrás. De acordo com os estudos a seu respeito, o 
neanderthalensis produzia armas e utensílios com maior sofisticação e realizavam rituais funerários 
simples. Durante algum tempo, teria vivido juntamente como o Homo sapiens moderno. 
Este último corresponde a nossa espécie e teria surgido no planeta há cerca de 150 mil anos atrás. 
De acordo com os estudos sobre esse último estágio da escala evolutiva, o Homo sapiens moderno teve 
a incrível capacidade de se espalhar em outras regiões do mundo em um relativo curto espaço de tempo. 
Aproveitando das conquistas consolidadas por seus ancestrais, teve a capacidade de desenvolver a 
linguagem, dominar o fogo e construir instrumentos diversos. 
Com a interrupção desse processo, dava-se início a outros processos que empreenderiam a formação 
de manifestações e organizações sociais mais completas. Depois disso, ocorreriam as transformações 
que encerrariam o extenso Período Paleolítico,que termina em 8000 a.C. Logo em seguida, ocorreria o 
desenvolvimento do Período Neolítico (8000 a.C. – 5000 a.C.) e a Idade dos Metais, que vai de 5000 a.C. 
até o surgimento da escrita, que encerra a Pré-história. 
 
 
 
 
 
13 http://www.mundoeducacao.com/ 
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. 102 
 
 
Nível de organização do organismo humano 
 
Por meio dessa abordagem a biologia pode ser encarada como constituída por diversos níveis, desde 
os mais simples aos mais complexos. Tomando-se como exemplo um ser vivo complexo como o homem, 
pode-se adotar o organismo humano como o nível de organização de referência. A análise do organismo 
humano revela a existência de sistemas que permitem a sua sobrevivência. 
O sistema é, então o segundo nível de organização. Por outro lado, um sistema é constituído por 
órgãos . O sistema digestivo humano é formado por órgãos como a boca, faringe, esôfago, estômago, 
intestino delgado, intestino grosso, reto e ânus. 
O órgão é, assim, outro nível de organização. A análise cuidadosa do estômago, utilizando a 
microscopia como ferramenta, revela que este é constituído por uma sucessão de camadas, casa uma 
correspondendo a um tecido , que é considerado outro nível de organização. 
A observação desses tecidos ao microscópio, por exemplo, o tecido de revestimento do estômago, 
revela a existência de pequenas unidades semelhantes quanto a forma e a função, isto é, as células . 
Cada célula, outro nível de organização possui em seu interior organelas . A análises bioquímicas de 
cada organela mostra que estas são formadas por um rearranjo de moléculas que, por sua vez, são 
formadas a partir da reunião de certos átomos comuns a todos os seres vivos. 
 
Resumidamente , os átomos e moléculas reunidos levam a formação de uma organela. As organelas 
diferentes coexistem no interior de uma célula . Células sementes quanto a forma e função constituem 
um tecido. Tecidos reunidos entram na composição de um órgãos. Órgãos envolvidos em uma mesma 
atividades fazem parte de um sistema. Sistemas diferentes acabam sendo componentes básicos de um 
organismo . 
 
 
6. CLASSIFICAÇÃO DOS SERES VIVOS: 
6.1. Sistemas de classificação. 6.2. Regras de nomenclatura. 
6.3. As categorias taxonômicas. 6.4. Classificação dos 
grandes grupos de organismos: Vírus, Monera; Protista; 
Fungi; Plantae; Animália 
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Nível de organização: do organismo á biosfera 
 
A observação atenta dos ambientes em geral onde existes seres vivos mostra que os organismos não 
vivem isoladamente. Os organismos tendem a viver agrupados (da mesma espécie ou não), interagindo 
com o meio em que vivem. 
Organismos da mesma espécie vivendo em determinada área geográfica delimitada constituem uma 
população daquela espécie, naquele ambiente. É o caso da população de onças-pintadas do pantanal 
mato-grossense e da população de eucaliptos de uma certa fazenda. 
Populações diferentes, de diferentes espécies, convivendo em uma mesma área geográfica, 
correspondem a uma nova classificação chamada de comunidade . Uma comunidade, então, em termos 
biológicos, pode ser considerada como um conjunto das diferentes populações que coexistem em um 
certo ambiente em um determinado período, isto é, a comunidade corresponde à reunião dos 
componentes vivos (bióticos) do meio. 
Por outro lado, a interação da comunidade com os componentes não vivos (abióticos) do meio (gases, 
água, solo, luz, temperatura) conduz a outro nível de organização, o ecossistema. Os ecossistemas 
correspondem a interação, em um certo ambiente naturalmente delimitado, de um componente biótico 
(comunidade) com o meio abiótico (fatores físicos e químicos). 
A reunião de todos os ecossistemas existentes na Terra, chega-se ao último nível de organização, a 
Biosfera , que pode ser considerada como a soma de todos os lugares da Terra onde há uma comunidade 
auto-suficiente operando em determinado ambiente. 
Resumidamente, organismos de uma mesma espécie convivendo em um certo ambiente 
naturalmente delimitado constituem uma população . A reunião das diferentes populações de um certo 
meio leva à ideia de comunidade . A interação entre diferentes comunidades com o meio ambiente 
consiste em um ecossistema. E a soma de todos os ecossistemas leva a formação da biosfera . 
 
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Para ser considerado um ser vivo, esse tem que apresentar certas características: 
- ser constituído de célula; 
- buscar energia para sobreviver; 
- responder a estímulos do meio; 
- se reproduzir; 
- evoluir. 
 
Classificação dos seres vivos 
 
De acordo com o número de células podem ser divididas em: 
 
-Unicelulares – São seres vivos que tem, somente uma célula como bactérias. Eles são divididos em 
dois grupos são eles procariontes (seres unicelulares, sem um sistema de endomembrana, nem 
organelas; não tem carioteca envolvendo o material genético.), e eucariontes (que possuem uma 
verdadeira membrana nuclear). 
 
 
 Seres procariontes unicelulares-bactérias Seres eucariontes unicelulares- protozoários 
 
-Pluricelulares - Seres pluricelulares são seres que tem mais de uma célula, como nós seres 
humanos, animais entre outros; Nós seres humanos temos chegamos a ter mais de 5 milhões de células 
então somos seres pluricelulares, outro ser pluricelular são as plantas que fazem a fotossíntese. 
 
De acordo com a organização estrutural, as células são divididas em: 
 
Células Procariontes: As células procariontes ou procarioticas são diferentes das eucariontes. Sua 
maior diferença é que as células procariontes não possuem carioteca. A carioteca é uma membrana que 
separa o material genético do citoplasma. 
 
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Células Eucariontes: As células eucariontes ou eucarioticas possuem a carioteca, individualizando o 
material nuclear da célula. 
 
 
 
Os níveis de organização das Células Eucariotas 
 
Nesse grupo encontram-se: 
Células Vegetais (com cloroplastos e com parede celular; normalmente, apenas, um grande vacúolo 
central). 
Células Animais (sem cloroplastos e sem parede celular; vários pequenos vacúolos). 
 
-Célula Animal 
 
A palavra célula foi usada pela 1° vez em 1665, pelo inglês Robert Hooke (16 35-1703). Com um 
microscópio muito simples ele observou pedaços de cortiça, e ele percebeu que ela era formada por 
compartimentos vazios que ele chamou de células. É uma célula que se pode encontrar nos animais e 
que se distingue da célula vegetal pela ausência de parede celular e de plastos. Possui flagelo, o que não 
é comum nas células vegetais. Célula Animal (sem cloroplastos e sem parede celular; vários pequenos 
vacúolos). 
 
 
 
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-Célula Vegetal 
 
A célula vegetal é semelhante à célula animal mas contém algumas peculiaridades como a parede 
celular e os cloroplastos. Está dividida em: Componentes protoplasmáticos que são um composto de 
organelas celulares e outras estruturas que sejam ativas no metabolismo celular. Inclui o núcleo, retículo 
endoplasmático, citoplasma, ribossomos, complexo de Golgi, mitocôndrias, lisossomos e plastos e 
componentes não protoplasmáticos são os resíduos do metabolismo celular ou substâncias de 
armazenamento. Inclui vacúolos, parede celular e substâncias ergástricas. 
 
 
 
Quadro comparativo entre a célula vegetal e animal 
 
 
 
14Seres Autótrofos e Heterótrofos 
 
Na natureza há um fluxo constante de energia e matéria orgânica que é essencial para a manutenção 
da vida. Todos os organismos vivos participam desses processos através das cadeias alimentares, quer 
sejam autótrofos e produzam o próprio alimento,ou heterótrofos e consumam outros organismos. 
 
-Seres Autótrofos: Seres autótrofos são conhecidos como produtores, isto é, são aqueles que 
possuem a capacidade de produzir seu próprio alimento. De acordo com o processo utilizado para fabricar 
o alimento, podem ser classificados em quimiossintetizantes e fotossintetizantes. 
 
15-Autótrofos Quimiossintetizantes: são seres que utilizam matérias inorgânicas, gás carbônico e 
água para produzirem matéria orgânica. Este processo ocorre através da oxidação das substâncias 
inorgânicas. Portanto, estes seres não necessitam de luminosidade para produzirem seus alimentos. 
Exemplos: algumas espécies de bactérias e arqueobactérias. 
 
Autótrofos Fotossintetizantes: são organismos que possuem a capacidade de realizar fotossíntese, 
transformando energia luminosa em química. Exemplos: todas as plantas e algumas espécies de algas. 
 
14 AMABIS, J.M; MARTHO, G.R. Fundamentos da Biologia Moderna. 3ª ed. São Paulo. Editora Moderna, v. único, 2003. 
15 http://www.todabiologia.com/ 
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Seres Heterótrofos: também conhecidos como seres consumidores, são aqueles que não possuem 
a capacidade de fabricar seu próprio alimento. Logo, necessitam se alimentar de outros seres 
(consumidores ou produtores). Podem ser classificados em função do tipo de alimento que consomem. 
Sendo assim existem os heterótrofos: 
 
-Carnívoros : que se alimentam exclusivamente de carne. Exemplos: leão, tigre e onça pintada. 
- Herbívoros : que se alimentam exclusivamente de vegetais. Exemplos: cavalo, boi, cabra e coelho. 
- Onívoros : que se alimentam de carne de animais e também de vegetais. Exemplos: ser humano, 
morcego, urso e suricato. 
-Hematófagos : que se alimentam de sangue de outros animais. Geralmente são seres parasitas. 
Exemplos: pernilongo, barbeiro, carrapato e piolho. 
-Ictiófagos : se alimentam de peixes. Exemplos: águia pescadora, martin pescador e leão marinho. 
-Coprófagos : que se alimentam de fezes de animais. Exemplos: algumas espécies de moscas e 
escaravelho (besouro). 
-Ornitófagos : que se alimentam de carne de aves. Exemplos: falcão peregrino. 
-Insetívoros : que se alimentam de insetos. Exemplos: sapos, bem-te-vi e algumas espécies de peixes. 
-Detritívoros : que se alimentam de detritos orgânicos de origem vegetal e animal. Exemplos: abutre, 
hiena e urubu. 
-Planctófagos : se alimentam de plânctons. Exemplos: flamingo-de-james e arraia. 
 
Procariontes 
 
O reino Monera compreende todos os organismos unicelulares menores do que 8 micrômetros ( 1µm 
= 0,001 mm) e procariontes ( sem núcleo organizado), representados pelas bactérias, cianobactérias ( 
cianoficeas ou algas azuis) e também pelas arqueobactérias. As bactérias encontram-se distribuídas em 
todos os ambientes da biosfera e são fundamentais para o equilíbrio biológico dos ecossistemas. As 
cianobactérias vivem sobretudo na água doce e na água salgada, mas também podem ser encontradas 
em solo úmido, sobre cascas de árvores e até mesmo em fontes ambientes extremos tais como fontes 
termais, geleiras ou sob rochas nuas. 
 
Estrutura celular das bactérias 
 
As bactérias tem uma estrutura celular bem característica de células procarióticas : parede celular, 
cápsula, membrana plasmática, citoplasma, nucleóde, plasmídeos, ribossomos, flagelos e fímbrias que 
serão detalhados a seguir: 
 
Parede celular - envoltório extracelular rígido responsável pela forma da bactéria constituída por um 
complexo proteico - glicídico (proteína + carboidrato) com a função de proteger a célula contra agressões 
físicas do ambiente. 
 
Obs.: Não possui celulose como as das células vegetais. 
 
Cápsula - camada de consistência mucosa ou viscosa formada por polissacarídeos que reveste a 
parede celular em algumas bactérias. É encontrada principalmente nas bactérias patogênicas, 
protegendo-as contra a fagocitose. 
 
Membrana Plasmática - mesma estrutura e função das células eucariontes. 
 
Obs.: Nas bactérias ocorrem invaginações na membrana plasmática que concentram as enzimas 
respiratórias: os mesossomos. 
 
Citoplasma - formado pelo Hialoplasma e pelos Ribossomos. Ausência de organelas membranosas. 
 
Nucleóide - é a região onde se concentra o cromossomo bacteriano, constituído por uma molécula 
circular de DNA. É o equivalente bacteriano dos núcleos de células eucariontes. Não possui carioteca ou 
envoltório nuclear. Além do DNA presente no nucleóide, a célula bacteriana pode ainda conter moléculas 
adicionais de DNA, chamadas Plasmídios ou Epissomas. 
 
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Ribossosmos: organela responsável pela síntese proteica da bactéria 
 
Flagelos - apêndices filiformes usados na locomoção. 
 
Fímbrias - apêndices filamentares, de natureza proteica, mais finos e curtos que os flagelos. Nas 
bactérias que sofrem conjugação, as fímbrias funcionam como pontes citoplasmáticas permitindo a 
passagem do material genético 
 
 
 
Tipos morfológicos de bactérias 
 
Quanto à morfologia, as bactérias classificam-se basicamente em três categorias: 
 
1. Cocos: São bactérias de forma arredondada, cujo tamanho, em geral, situa-se entre 0,2 e 5 µm de 
diâmetro. Os cocos apresentam-se isolados ou formando colônias Segundo a quantidade de bactérias e 
sua disposição, as colônias são classificadas em: 
-Diplococos — colônia de dois cocos; 
-Tétrade — colônia de quatro cocos; 
-Sarcina — colônia cúbica de oito ou mais cocos; 
-Estreptococos — colônia de cocos em fileira; 
-Pneumococos — colônia de dois cocos em forma de chama de vela; 
-Estafilococos — colônia de cocos dispostos em cacho; 
-Gonococos — colônia de dois cocos reniformes (em forma de rim). 
 
 
 
2- Bacilos: São bactérias em forma de bastonete, que medem, em regra, de 1 a 15 µm de 
comprimento. 
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3. Espirilos: São bactérias que têm a forma de um bastonete recurvado. Os espirilos propriamente 
ditos formam filamentos helicoidais (fig. 4.6). Já os vibriões, como o Vibrio cholerae, causador da cólera, 
são bactérias curtas, com uma espira incompleta, em forma de vírgula. 
 
 
Importância das bactérias 16 
Decomposição da matéria orgânica: :As bactérias decompositoras ou saprófitas, juntamente com a 
maioria dos fungos, atuam na natureza decompondo organismos mortos, partes que se destacam de 
seres vivos ou resíduos eliminados no ambiente, como folhas e frutos caídos, fezes, pele, etc. Desse 
modo, os seres decompositores transformam a matéria orgânica morta em matéria inorgânica simples, 
que pode ser reaproveitada por outros seres, especialmente as plantas. São, portanto, indispensáveis à 
reciclagem da matéria na natureza, constituindo verdadeiras "usinas processadoras" de material orgânico 
morto. 
Fertilização do solo: A fertilidade do solo depende da atividade dos seres decompositores como as 
das bactérias do gênero Rhizobium, que vivem associadas às raízes de leguminosas, um importante 
grupo de plantas, como a soja, o feijão e a ervilha. Uma vez instaladas nas raízes, as bactérias fixam o 
gás nitrogênio atmosférico (N2) e o transformam em sais nitrogenados, que são em parte assimilados 
pelas plantas. Esse gênero de bactérias fornece às leguminosas os sais nitrogenados necessários ao seu 
desenvolvimento. Parte da matéria orgânica produzida pelas leguminosas por meio da fotossíntese é 
assimilada por essas bactérias, que são heterótrofas. Estabelece-se, assim, uma interação de benefícios 
mútuos entre as bactérias Rhizobium e a planta; esse tipo de interação é denominado mutualismo. Depois 
de colhidas as sementes, o agricultor pode enterrar as leguminosas para que funcionem como "adubos 
verdes". De fato, à medida que se decompõem, as grandes moléculas orgânicas nitrogenadas existentes 
na planta, como asproteínas, originam principalmente amônia, que é liberada para o ambiente. Então, 
bactérias nitrificantes, como as dos gêneros Nitrosomonas e Nitrobacter, atuam, respectivamente, 
convertendo a amônia em nitrito e o nitrito em nitrato. Uma vez incorporados ao solo os nitritos e os 
nitratos aumentam sua fertilidade 
 
16 http://www.colegioanchieta.com.br/ 
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. 110 
 
Digestão de celulose: As bactérias que vivem no estômago de ruminantes, estabelecem com esses 
animais um outro exemplo de mutualismo. Essas bactérias são capazes de digerir celulose, auxiliando 
assim a nutrição dos ruminantes; em troca, encontram nesses animais um hábitat adequado ao seu 
desenvolvimento, além do alimento que garante sua atividade metabólica. 
Emprego industrial : Na indústria, são bastante conhecidas às bactérias do gênero Acetobacter, que 
oxidam o álcool etílico transformando-o em ácido acético; esse fenômeno constitui a base da fabricação 
do vinagre. As bactérias do gênero Lactobacillus promovem a conversão da lactose (açúcar do leite) em 
ácido láctico. O leite torna-se então azedo, e a redução do pH determina a precipitação de suas proteínas, 
com a consequente formação do coalho. Essas bactérias têm, assim, participação marcante no processo 
de fabricação de coalhada, iogurte e queijo. Na indústria farmacêutica, as bactérias do gênero Bacillus 
fornecem certos antibióticos, como a tirotricina e a bacitracina. 
Controle biológico: Utilizadas no combate a espécies daninhas à agricultura. Um exemplo é o Bacillus 
thuringiensis, que infesta a larva de determinados insetos. Essa bactéria produz cristais protéicos que se 
dissolvem no intestino da larva; a proteína dissolvida promove a ruptura da parede intestinal, permitindo 
a invasão dos tecidos pelas bactérias, o que provoca a morte da larva. 
Ação patogênica: representa as principais doenças humanas causadas por bactérias patogênicas (do 
grego pathos, 'sofrimento'). Neste momento, basta saber que elas podem causar doenças ao ser humano 
e a outros seres vivos; a tuberculose, a sífilis e o tétano são alguns exemplos dessas doenças. 
 
Vírus 
 
Os vírus são únicos organismos acelulares da Terral atual. Extremamente simples e pequenos 
(medem menos de 0,2 µm), são constituídos por apenas uma carapaça proteica envolvendo uma 
molécula de ácido nucléico que pode ser DNA ou RNA, nunca os dois juntos. O capsídeo pode ser 
envolvido por um envelope constituído de lipídios, proteínas e carboidratos e que possui projeções na 
superfície ou espículas de constituição glicoproteica (essas projeções são importantes na fixação dos 
vírus às células hospedeiras). 
 
 
 
Os vírus representam o limite entre as formas vivas e as sem vida. Podem inserir-se no material 
genético da célula e causar grandes danos (agentes infecciosos). 
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. 111 
A estrutura viral completa é denominada vírion; - vírus com RNA é mais fácil de mutar porque não tem 
mecanismo de reparo, tem cadeia simples que é menos estável. DNA do vírus tem sistema de reparo 
porque sempre teve função genética e RNA só teve essa função depois; não possuem componentes 
celulares necessários para o metabolismo ou reprodução independente; muitos vírus possuem dentro do 
capsídeo uma ou mais enzimas que são liberadas após o desnudamento do vírus no interior da célula 
hospedeira e atuam na replicação do ácido nucléico; podem multiplicar-se somente dentro de células 
vivas, sendo considerados parasitas intracelulares obrigatórios. Após invadir uma célula ou um 
microrganismo, um vírus tem a habilidade de induzir a maquinaria genética da célula hospedeira a fazer 
muitas cópias do vírus 
 
Fases da Replicação Viral 
 
Absorção: especificidade, reconhecimento vírus - célula a ser infectada. Para vírions nus, as proteínas 
do capsídeo são provavelmente responsáveis pela ligação a um receptor específico da célula. Para 
vírions envelopados, as glicoproteínas da superfície da membrana do envelope são responsáveis pelo 
reconhecimento de um receptor presente na superfície celular, ocorrendo posteriormente a fixação. 
 
Penetração: a maioria dos vírus envelopados entra na célula hospedeira pela fusão da membrana da 
célula hospedeira com o envelope viral, resultando na liberação o nucleocapsídeo para dentro do 
citoplasma da célula. Alguns vírus envelopados e a maioria dos nus são englobados pela célula 
hospedeira em um vacúolo envolvido por uma membrana, os nucleocapsídeos são então liberados dentro 
do citoplasma. 
 
Decapsidação: vírus dentro da célula perde o capsídeo; eclipse = período de tempo entre a 
decapsidação até a montagem de um novo vírion maduro, vírus sem capsídeo não visto no M.O. Célula 
com dois DNA: o dela e o do vírus. 
 
Montagem: o processo de montagem não envolve a biossíntese de enzimas especiais, ocorrendo 
espontaneamente como resultado da interação molecular altamente específica das macromoléculas do 
capsídeo com o ácido nucleico viral. Montagem do capsídeo ocorre após a replicação, lipídios da 
membrana da célula irão fazer parte do vírus (isso permite o reconhecimento do vírus às mesmas células 
que o “fez”) 
 
Liberação: o mecanismo de liberação varia com o vírus. O vírus sai da célula por brotamento ou a 
célula morre e se rompe, liberando os vírions. Além desses modos, os vírions podem deixar as células 
por canais especiais por um longo período de tempo. 
 
 
 
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Doenças causadas por Vírus 
 
Dengue 
 
Endêmica no Brasil desde a década de 80, a dengue é considerada uma das principais ameaças à 
saúde em nosso país. Nos últimos anos vem se disseminando de tal forma que, segundo dados do 
Ministério da Saúde, somente em 1998, 529,4 mil pessoas foram contaminadas. O vírus causador da 
dengue tem quatro sorotipos classificados pelos números 1, 2, 3 e 4. No Brasil, são registrados casos 
com sorotipos 1 e 2 (apesar da ameaça do tipo 3 no ano passado). A transmissão do vírus ocorre pela 
picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectada com o vírus da doença. Teoricamente, a transfusão 
de sangue infectado também transmite a doença. 
Os principais sintomas da dengue clássica são: dores de cabeça e muscular, febre alta, vermelhidão 
no corpo, aumento das glândulas linfáticas e comprometimento das vias aéreas superiores. Depois de 
cinco a sete dias, acaba o ciclo do vírus no doente, este melhora e fica imunizado para esse sorotipo que 
o infectou. Na dengue hemorrágica, além da febre e das dores de cabeça e muscular, o doente também 
apresenta hemorragias gastrointestinal, cutânea, gengival e nasal, tontura e queda de pressão. Em razão 
das hemorragias, este tipo de dengue pode matar. 
 
Prevenção: Não deixe água acumulada, em pneus, caixa d'água. Uma água parada em uma simples 
tampinha de garrafa pode servir de criatório para o mosquito Aedes aegypti. 
 
Febre Amarela 
 
Outra virose que tem registrado uma aumento significativo de casos é a febre amarela, notadamente 
em estados como Minas Gerais, Goiás, Tocantins e Pará. Depois de três a seis dias de ser infectada, a 
pessoa apresenta os seguintes sintomas: dores de cabeça e muscular, enjoo, vômitos, febre alta, pulso 
baixo, prostação e irritabilidade. O nome da doença provém do fato de o doente normalmente apresentar 
icterícia, ou seja, sua pele torna-se impregnada de bilirrubina, tornando-se amarela. Na fase mais 
avançada da doença, há comprometimento do fígado e dos rins, além de hemorragias que podem levar 
à morte. 
A febre amarela urbana é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectada por 
pessoas contaminadas. O vírus da febre amarela silvestre é transmitida pela fêmea do mosquito 
Haemagogus, infectada ao sugar sangues de macacos que são os reservatórios naturais do agente 
causador dadoença. Não há tratamento que cure a febre amarela. A cura depende da resistência de 
cada paciente. A internação em hospitais torna-se necessária, para que sejam controladas as principais 
complicações do doente, principalmente as relacionadas aos rins e às hemorragias. 
 
Prevenção: é feita com o combate aos insetos transmissores e com a vacinação antiamarílica que 
pode ser aplicada a partir dos seis meses de idade. A vacina é eficaz por dez anos 
 
Sarampo 
 
O Sarampo constitui uma doença febril, extremamente contagiosa, caracterizada por irritação ocular e 
inflamação do sistema respiratório, com posterior surgimento de exantemas. As crianças são mais 
facilmente acometidas, embora os adultos que não a tenham tido possam adquiri-la nessa fase. 
 
Contágio: a infecção é transmitida através de secreções dos olhos, nariz e garganta, por contágio 
direto ou gotas de saliva propagadas por espirros e tosse. 
 
Sintomas e Sinais: após um período de incubação de aproximadamente 11 dias, começam a surgir 
os primeiros sintomas, semelhantes aos do resfriado comum, com coriza, espirros, febre e calafrios, dores 
de cabeça e nas costas, fotofobia, etc. Nesse período, que dura de 1 a 4 dias, surgem minúsculas 
manchas brancas na mucosa bucal, as chamadas manchas de Koplik que podem anunciar o 
aparecimento do exantema cutâneo. Surgem exantemas cutâneos que iniciam no rosto ou atrás das 
orelhas e posteriormente atingem o tronco e membros. Regridem em 2 a 4 dias após o seu surgimento, 
por fina descamação, com regressão da doença. 
 
Tratamento e Prevenção: o tratamento é sintomático e a profilaxia (ou prevenção) é feita com vacinas 
de vírus em crianças (que não tenham tido a doença) com idade entre 6 meses e 6 anos. Aqueles que já 
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. 113 
tiveram a doença ou foram vacinados têm imunidade permanente, raramente adquiri novamente o 
Sarampo. 
 
Rubéola 
 
Apresenta este nome pelo aspecto avermelhado ou rubro do paciente. A rubéola é uma doença aguda, 
benigna, contagiosa, de crianças e adultos jovens. É conhecida como "sarampo alemão" ou sarampo de 
três dias. É uma das poucas infecções virais que está associada à gênese de anormalidade fetais. 
 
Contágio: é direto, provavelmente das vias respiratórias ou da mãe para o feto através da circulação 
comum. Do mesmo modo que no sarampo, o doente deve ser isolado, pois é infectante durante uns 10 
dias depois do aparecimento da erupção. 
 
Sintomas e Sinais: o período de incubação é de 14 a 21 dias, após o que surgem sintomas variáveis 
em ocorrência e gravidade: cefaleia, mal-estar, mialgia, febre alta de até 38,5°C e, mais raramente, tosse, 
faringite e coriza. Aparecem, 24 ou 48 horas após o surgimento desses sintomas, os exantemas no rosto, 
atrás das orelhas e no couro cabeludo, disseminando-se depois para todo o corpo. No 3º dia, ocorre a 
descamação dos exantemas e consequentemente melhora do quadro. As manchas de Koplik não 
aparecem na rubéola. 
 
Complicações na gravidez: existe ainda a chamada rubéola congênita, em que a mãe, sintomática 
ou não, transmite o vírus pela circulação ao feto, provocando malformações congênitas com alterações 
cardíacas e oculares principalmente e, frequentemente, leva a partos de natimortos 
 
Tratamento e Prevenção: o tratamento consiste em repouso e diminuição da cefaleia que leva ao 
desconforto. A profilaxia (ou prevenção) se faz com vacinas de vírus atenuados nas várias faixas 
susceptíveis. Também aqui a imunidade é permanente. Observação em caso de Rubéola consulte o 
Posto de Saúde mais próximo, ou Médico mais próximo, não tente se medicar sozinho (a), para não 
ocorrer gravidades no quadro. 
 
AIDS 
 
 A AIDS é uma doença causada por um vírus do grupo retrovírus (vírus com RNA e que se utiliza do 
seu ácido nucléico como modelo para a síntese de DNA) denominada HIV. “Esta doença destrói parte do 
sistema imunológico do corpo e, em consequência, suas vítimas se tornam incapazes de se defenderem 
de outros agentes etiológicos oportunistas, como certos tipos de vírus e certas espécies de bactérias, 
protozoários e fungos que normalmente seriam benignos ou teriam eliminação rápida em indivíduos até 
então sadios.” 
 
Contágio: a transmissão do vírus HIV ocorre nas relações sexuais (homo ou heterossexuais) através 
do sêmen ou do fluido vaginal de portadores pelo uso de seringas ou material cirúrgico contaminado pelo 
vírus ou de seringas contaminadas em usuários de drogas, nas transfusões sanguíneas contaminadas 
pelo HIV; de mãe contaminada para filho na vida intrauterina ou na amamentação. Quando o vírus HIV é 
transmitido, ataca principalmente as células chamadas linfócitos T e os macrófagos, porque estas células 
do sistema imunitário possuem na membrana plasmática um tipo de proteína chamada CD4 com a qual 
as moléculas proteicas do revestimento viral têm grande afinidade. 
 
Sintomas e Sinais: como a AIDS é consequência de um processo de imunodeficiência, a designação 
síndrome é usada caracterizando um conjunto de infecções oportunistas. São vários estágios, desde o 
contato com o vírus, usualmente assintomático e que pode levar de várias semanas até mais de 1 ano. 
Nas fases seguintes surgem febre, fadiga, inchaço dos glândios linfáticos, queda no número dos linfócitos 
T, cujo número normal é de mais de 400 por mm³ para menos de 200 por mm³, começando a desenvolver 
infecções virais, como Herpes simplex, produzindo lesões na pele em volta do ânus, boca e região genital. 
 
Complicações: num estágio mais avançado, vários anos após o contato com o vírus HIV e que pode 
durar, em média, 2 anos, os linfócitos T caem para menos de 100 por mm³ quando surgem diversas 
infecções oportunistas que levam a pessoa à morte. 
 
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Tratamento e Prevenção: até o momento não se conseguiu produzir vacina contra o vírus do HIV, 
pois o material genético apresenta constante mutação e, ao se produzirem anticorpos para dar-lhe 
combate, ficam sem ação diante de transformações que o vírus sofre devido ao processo mutagênico. 
Portanto não existe cura, mas o tratamento através de drogas ou inibidores de enzimas importantes para 
que o ciclo viral ocorra, pode minorar o sofrimento e mesmo prolongar a vida do paciente 
 
Uma característica inerente ao ser humano é a tendência de reunir em grupos os objetos ou seres que 
apresentam características semelhantes. O homem primitivo, por exemplo, já distribuía os seres vivos em 
dois grupos: comestíveis e não comestíveis. A distribuição de objetos ou seres em grupos, de acordo com 
suas semelhanças e diferenças, é o que se chama de classificação. 
O ramo da Biologia que trata da descrição, nomenclatura e classificação dos seres vivos denomina-se 
sistemática ou taxonomia. A tentativa de sistematizar o mundo vivo é muito antiga e os critérios 
empregados pelos naturalistas variavam muito. Alguns classificavam em voadores e não-voadores, 
tomando por base a locomoção; outros os classificavam em aquáticos, aéreos e terrestres, tomando por 
base o hábitat. 
Esses sistemas de classificação que utilizam critérios arbitrários, são chamados sistemas artificiais . 
Eles são refletem as semelhanças e diferenças fundamentais entre os seres vivos. Atualmente, os 
sistemas de classificação consideram um conjunto de caracteres relevantes, os quais permitem verificar 
as relações de parentesco evolutivo e estabelecer a filogenia dos diferentes grupos, ou seja, estabelecer 
as principais linhas de evolução desses grupos. São conhecidas por sistemas naturais , pois ordenam 
naturalmente os organismos, visando o estabelecimento das relações de parentesco evolutivo entre eles. 
 
 
Árvore filogenética dos seres vivos. 
 
Assim dentro das características evolutivas, ao falarmos de animais e plantas, por exemplo, podemos 
usar como critério de classificação o tipo de nutrição: animais são seresheterótrofos; plantas seres 
autótrofos. Ao considerarmos bactérias e animais, podemos usar como critério de classificação o número 
e o tipo de células: bactérias são unicelulares e procariontes; animais são pluricelulares e eucariontes. 
Espécie: a unidade de classificação dos seres vivos 
 
Você já viu a palavra “espécie” diversas vezes, mas o que ela realmente significa? 
Pense, por exemplo, no cavalo e na égua. Eles podem acasalar-se e dar origem a um descendente 
fértil, isto é, que também pode gerar seus próprios descendentes. Dizemos, por isso, que cavalos e éguas 
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são animais que pertencem a uma mesma espécie. Podemos, então, definir: espécie é um conjunto de 
organismos semelhantes entre si, capazes de se cruzar e gerar descendentes férteis. 
Espécies mais aparentadas entre si do que com quaisquer outras formam um gênero. O gato-do-mato, 
encontrado em todas as florestas do Brasil, pertence a espécie Leopardus wiedii; a nossa jaguatirica, o 
maior entre os pequenos felinos silvestres brasileiros, pertence à espécie Leopardus pardalis; e o gato-
do-mato-pequeno, o menor dos pequenos felinos silvestres brasileiros, pertence à espécie Leopardus 
tigrinus. Todos esse animais são de espécies diferentes, porque NÃO são capazes de cruzar-se entre si 
gerando descendentes férteis. Mas como estas espécies são mais aparentadas entre si do que com 
quaisquer outras, elas formam um gênero chamado Leopardus. Além do gênero existem outros graus de 
classificação. 
 
Espécie - Gênero - Família - Ordem - Classe - Filo - Reino 
 
- Gêneros semelhantes formam um grupo maior: a família . 
- As famílias formam a ordem. 
- As ordens formam a classe . 
- As classes forma o filo 
- Os filos, finalmente formam o reino . 
 
 
 
Para entendermos melhor as categorias taxonômicas, vamos utilizar como exemplo o reino Animal 
tendo como referência o cão. 
 
 
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. 116 
Do filo dos cordados fazem parte, entre outros, os animais que têm coluna vertebral, conhecidos como 
vertebrados (em oposição aos não cordados, chamados de invertebrados). Dentre os cordados temos, 
os anfíbios, os peixes, os répteis, as aves e os mamíferos. O conjunto de filos de animais cordados e não 
cordados forma o reino dos animais - reino Animalia. 
 
Reino Protista (Protozoa) 
 
17O grupo dos protozoários é constituído por organismos microscópicos, unicelulares e heterotróficos. 
Toadas as funções- respiração, respiração, excreção, transporte coordenação e reprodução, são 
realizadas por uma única célula. 
A digestão depende ou da ingestão, seguida de digestão intracelular, ou da absorção direta de 
nutrientes presentes no meio em que vivem, especialmente no caso dos parasitos. As trocas gasosas e 
a excreção ocorrem por difusão através da membrana. O transporte- de alimentos, gases e excretas- é 
realizado pela movimentação do citoplasma (ciclose). Em algumas espécies, existem estruturas especiais 
com função de coordenação motora. A reprodução é predominantemente assexuadas, mas há algumas 
formas de reprodução sexuadas, que contribui para o aumento da variabilidade genética. 
Os protozoários podem ainda apresentar estruturas de locomoção, que são consideradas como critério 
de classificação desses animais: pseudópodes (falsos pés), cílios e flagelos. 
 
18-Rizópodes (Filo Rhizop oda) 
 
Grupo onde é encontrado a Ameba, que usa muitos pseudópodes para locomoção. Observe na figura: 
 
 
 
A ameba é um ótimo exemplo de protozoário. Obtêm alimentos através do processo chamado 
fagocitose, e digere o alimento nos vacúolos digestivos. 
A densidade do seu citoplasma é maior que a da água que o envolve no ambiente, por isso ela tem 
que periódicamente realizar a osmose, que é fazer o equilíbrio de água dentro do organismo. Para isso, 
ela utiliza os vacúolos pulsáteis (contráteis) para expulsar a água em excesso. Na realidade, o nome 
pulsátil é errôneo, pois o que acontece é que o vacúolo se forma cheio de água dentro da célula, se 
desloca até a membrana celular, e se desfaz lá, jogando a água para fora, e não como se fosse um 
"coração" batendo freneticamente. 
 
-Ciliados (Filo Ciliophora) 
 
Grupo onde é encontrado o paramécio. Os ciliados recebem este nome pois se movem e alimentam-
se com o auxílio de cílios, que estão em toda a superfície do protozoário. Este tipo aparece geralmente 
em água doce e salgada, e onde existe matéria vegetal em decomposição. Eles executam também outro 
tipo de reprodução, chamado de conjugação (sexuada), onde uma célula transmite material genético para 
outra célula, ocasionando uma variabilidade genética, o que é essencial para qualquer tipo de ser vivo. 
Depois da conjugação, as células realizam a reprodução assexuada. 
 
 
17 17 Uzunian, A.; Pinseta, D.; Sasson, S. 1991. Biologia p.152 
18 http://www.infoescola.com/ 
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. 117 
 
 
-Flagelados 
Os flagelados são de vida livre e muitos deles são parasitas de humanos, como: 
 
-Trichomonas vaginalis - fica alojado no aparelho reprodutor humano, geralmente nas mulheres, na 
vagina. Provoca muita coceira, ardência e corrimento, a Tricomoníase. 
 
 
Trichomonas vaginalis 
 
-Giardia lamblia - causa a giardíase, no intestino. os sintomas são náuseas, cólicas, diarréia, etc. 
 
 
 
-Leishmania brasiliensis (causa a Leishmaniose); Tripanossoma cruzi (Doença de Chagas); 
 
-Esporozoários (Apicomplexos) 
 
No grupo dos esporozoários encontram-se os protistas que não têm qualquer tipo de sistema de 
locomoção. Todos eles são parasitas obrigatórios. O nome "Apicomplexos" vêm de uma parte do protista, 
responsável pela perfuração da membrana celular das futuras células hospedeiras. Os mais comuns são 
do gênero Plasmodium, que causam a Malária, e do gênero Toxoplasma, que causam a toxoplasmose. 
 
Habitat 
 
Os protozoários são, na grande maioria, aquáticos, vivendo nos mares, rios, tanques, aquários, poças, 
lodo e terra úmida. Há espécies mutualísticas e muitas são parasitas de invertebrados e vertebrados. Eles 
são organismos microscópicos, mas há espécies de 2 a 3 mm. Alguns formam colônias livres ou sésseis. 
 
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. 118 
Fazem parte do plâncton (conjunto de seres que vivem em suspensão na água dos rios, lagos e 
oceanos, carregados passivamente pelas ondas e correntes). No plâncton distinguem-se dois grupos de 
organismos: 
 
-fitoplâncton: organismos produtores (fotossintetizadores), representados principalmente por 
dinoflagelados e diatomáceas, constituem a base de sustentação da cadeia alimentar nos mares e lagos 
São responsáveis por mais de 90% da fotossíntese no planeta. 
 
 
 
zooplâncton: organismos consumidores, isto é, heterótrofos, representados principalmente por 
pequenos crustáceos e larvas de muitos invertebrados e de peixes. 
 
 
 
 
Reino Fungi 
 
Os fungos são popularmente conhecidos por mofos, bolores fermentos, orelhas-de-pau, trufas, micose 
e cogumelos-de-chapéu (champignon). É um grupo bastante numeroso, formado por cerca de 70 mil 
espécies de organismos eucariontes que estão espalhados por praticamente qualquer tipo de ambiente. 
 
 
-Características gerais: 
 
Habitat: Podemos encontrar os fungos em ambientes terrestres úmidos, sombreados ambientes 
aquáticos, no homem e animais e em detritos em geral. 
Alimentação : Os fungos não apresentam clorofila, nem celulose e, com isso, não sintetizam seu 
próprio alimento, sendo então classificados como heterotróficos . Eles liberam uma exoenzima que os 
auxiliam na digestão dos alimentos. 
 
De acordo com o tipo de alimentação, os fungos são classificados em: 
 
Fungos Saprófagos : Obtêm alimentos decompondo organismos mortos; 
Fungos Parasitas : Alimentam-se de substâncias de organismos vivos;Fungos Predadores : Alimentam-se de pequenos animais que capturam. 
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. 119 
Estrutura do corpo: Apresentam parede celular de quitina , que é um polissacarídeo. Os fungos 
podem ser unicelulares ( leveduras) ou pluricelulares . 
Os fungos pluricelulares são formados por células alongadas constituindo estruturas filamentosas que 
recebem o nome de hifas . O conjunto de hifas, entrelaçam-se e acabam formando o corpo do fungo, esse 
conjunto de hifas forma uma estrutura chamada de micélio, conforme representado na figura abaixo. 
 
O micélio fica na sua maior parte sob a superfície, abaixo do substrato nutritivo, formando o corpo de 
frutificação. Alguns desses corpo de frutificação recebem o nome de cogumelo. É a parte que mais 
conhecemos do fungo, uma vez que normalmente é a parte que conseguimos observar nos fungos. 
Os fungos unicelulares são muito pequenos, não formam hifas nem micélios e geralmente possuem 
forma ovaladas ou esféricas como pode ser observado na figura abaixo. Estes são popularmente 
conhecidos como leveduras e obtém energia através da fermentação quando não há oxigênio presente. 
 
 
 
Reprodução: Os fungos podem se reproduzir de maneira sexuada ou assexuada, sendo o vento 
considerado um importante dispersor que espalha os propágulos e fragmentos de hifa, a proliferação dos 
fungos. 
 
• Assexuada : A reprodução assexuada dos fungos pode ocorrer por: 
-Fragmentação: Nessa forma de reprodução um micélio se fragmenta originando novos micélios. 
-Brotamento: Nesse caso, leveduras como Saccharomyces cerevisae geram brotos (gêmulas) que 
normalmente se separam do genitor mas, eventualmente, podem permanecer grudados, formando 
cadeias de células. 
-Esporulação: Nessa forma de reprodução os corpos de frutificação produzem (mitose) células 
abundantes que são espalhadas pelo meio que ao cair em um material apropriado, é capaz de gerar 
sozinha um novo fungo. 
 
• Sexuada – De modo geral, a reprodução sexuada dos fungos se inicia com a fusão de hifas haploides, 
caracterizando a plasmogamia (fusão de citoplasmas). Quando se as hifas haploides, porém 
geneticamente diferentes se unem são gerados um micélio diploide, que irá crescer (divisão por mitose), 
transformando-se em novo fungo, o que completa o ciclo de reprodução. 
 
-Classificação dos fungos 
 
Os fungos podem ser classificados em cinco filos: Filo Cythridiomycota, Filo Zygomycota, Filo 
Ascomycota, Filo Basidiomycota e Filo Deuteromycota. 
 
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. 120 
1. Filo Cythridiomycota: Constituem os fungos que vivem em ambientes aquáticos, e apresentam 
flagelos em pelo menos durante algum estágio de sua vida. São normalmente conhecidos como 
mastigomicetos (mastix = flagelo; mycetos = fungo), ou citridiomicetos, podendo ser unicelulares ou 
filamentosos e não possuem quitina em sua parede celular, que é constituída apenas por celulose e 
glicanos (polissacarídeos) como pode ser observado na figura abaixo. Os fungos citridiomicetos 
armazenam uma substância de reserva semelhante à das algas pardas e diatomáceas e, por esse motivo, 
muitos cientistas classificam esses fungos no mesmo grupo das diatomáceas, algas pardas e algas 
douradas. Esses organismos podem ser sapróbios (que se alimentam de restos de plantas e animais) ou 
parasitas (patógenos de batatas). 
 
 
2. Filo Zygomycota : Conhecidos normalmente como zigomicetos ou ficomicetos , os fungos que 
compreendem este filo não desenvolvem o corpo de frutificação durante a reprodução sexuada. Alguns 
desses fungos são utilizados na produção do molho de soja (popular shoyu), hormônios anticoncepcionais 
e medicamentos anti-inflamatórios. As espécies de fungos desse filo são de vida livre, como, por exemplo, 
o Rhizopus, bolor negro que se desenvolve sobre a superfície úmida de alimentos como frutas, verduras 
e pães como pode ser observado na figura abaixo: 
 
 
 
3. Filo Ascomycota 19: São chamados de ascomicetos e abrangem a metade de todas as espécies 
descritas de fungo. Esses organismos formam o asco (hifas em forma de saco), justificando o nome do 
filo. O ascomiceto mais conhecido é o levedo (Saccharomyces cerevisae), também conhecido como 
fermento de padaria, muito empregado na produção de bebidas alcoólicas, álcool e pão. Outros exemplos 
de ascomicetos são Neurospora crassa, que é muito utilizado em pesquisas genéticas; algumas espécies 
de Penicillium, dos quais se produzem a penicilina e certos queijos; e alguns que parasitam plantas, como 
o Aspergillus flavus. O ascomiceto Claviceps purpúrea ataca cereais, e a ingestão de alimentos 
contaminados por ele causa ergotismo, um envenenamento que provoca alucinações, convulsões, 
espasmos nervosos e morte. A substância que causa esse quadro se chama ergotina e é utilizada em 
alguns medicamentos por causar vasoconstrição e contração muscular. Essa substância também é 
utilizada para se produzir o LSD, uma droga bastante perigosa. Algumas espécies de ascomicetos vivem 
associadas a algas ou cianobactérias formando os liquens. 
 
 
 
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3. Filo Basidiomycota : Os fungos pertencentes a esse filo são os famosos orelhas-de-pau e 
cogumelos. Alguns basidiomicetos, como o Agaricus (champignons), são utilizados na culinária, enquanto 
que outros, como o Amanita muscaria, são tão venenosos que a ingestão de um pequeno pedaço pode 
levar à morte imediata. Há ainda espécies de basidiomicetos que são tóxicas e contêm substâncias 
alucinógenas como o Psilocybe mexicana; e outras que atacam vegetais como cereais e café causando 
as chamadas ferrugens. 
 
 
 
5. Filo Deuteromycota: os fungos pertencentes a esse filo são chamados de deuteromicetos, uma 
vez que não apresentam reprodução sexuada. Muitos fungos que foram classificados como sendo 
deuteromicetos foram ou estão sendo reclassificados em outros filos, como é o caso do Penicillium (fungo 
do qual de extrai a penicilina), da Candida albicans (fungo que parasita mucosas) e do fungo Trichophyton 
(causadores do pé-de-atleta e fireiras), que eram classificados como deuteromicetos e agora são 
classificados no filo dos ascomicetos. 
 
 
 
-Importância dos fungos: 
 
Decompositores: São responsáveis em grande parte pela decomposição das substâncias orgânicas 
como alimentos, restos de plantas e animais mortos, tecidos, couro e outros artigos de consumo 
manufaturados com materiais sujeitos a seus ataques. 
Patógenos: São os fungos que podem causar doenças tanto em animais como em vegetais. Veja 
alguns dos exemplos a seguir: 
 
-Micoses: São infecções causadas por fungos que atingem a pele, as unhas e os cabelos. São 
particularmente frequentes nos trópicos, onde existem condições ideais de calor e umidade, necessárias 
para o desenvolvimento dos fungos. 
 
 
-Candidíase : É uma infecção causada pelo fungo Candida albicans que provoca o surgimento de 
coceira intensa, vermelhidão ou placas brancas, afetando, principalmente, a boca e os órgãos genitais 
de homens ou mulheres. 
 
 
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- Biotecnologia industrial: fermentação, produção de queijo, enzimas como celulase. 
 
- Produção de antibióticos (penicilina, ampicilina, notatina, flavicina) 
 
REINO PLANTAE OU METAPHYTA 
 
 Atualmente, os seres vivos estão divididos em três domínios: 
1. Archaea 
2. Bactéria 
3. Eucaria 
 
O domínio Archaea possui um reino conhecido como Archeabactéria. O domínio Bactéria possui um 
único reino chamado Eubactéria. Já o domínio Eucaria é subdividido em quatro reinos a saber: Protista, 
Fungi, Plantae e Animalia. 
O reino Plantae originou-se dos Protistas, que deram origem as algas vermelhas (Rhodophyta), algas 
pardas (Phaeophyta) e algas verdes (Chlorophyta).A partir das algas verdes, originaram-se as plantas terrestres: briófitas, pteridófitas, gimnospermas e 
angiospermas. 
 
 
 
Evidências da evolução dos vegetais a partir das algas verdes 
 
As primeiras plantas terrestres devem ter surgido de um grupo ancestral de algas verdes. Os longos 
períodos de seca ocorridos no Siluriano podem ter sido um fator de seleção natural que favoreceu as 
plantas com adaptações ao meio terrestre. 
Todos os grupos (algas verdes, briófitas, pteridófitas, gimnospermas e angiospermas) apresentam 
em comum : 
-Os mesmos tipos de clorofilas (A e B); 
-Pigmentos carotenoides, em especial o β-caroteno; 
-Reserva alimentar na forma de amido; 
-Semelhança no DNA dos cloroplastos 
 
A transição para o meio terrestre 
 
As plantas começaram a avançar no ambiente terrestre e passaram a ter que enfrentar alguns 
problemas, afinal não se faz uma transição dessas da noite pro dia e muitos que tentaram acabaram 
extintos. 
Um fator óbvio associado a essa passagem é a menor disponibilidade de água no meio terrestre. Em 
razão disso, foram selecionados mecanismos para evitar a perda de água entre as plantas, como a 
cutícula de cera que envolve principalmente as folhas, tornando-as impermeáveis, e os estômatos , 
estruturas responsáveis pelo controle de entrada e saída de gases e de água pelas folhas. 
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Outras estruturas importantes são as raízes - para a ancoragem e a absorção de água e nutrientes do 
solo - e o caule - para a sustentação (antes provida pela água, mais densa, na qual as algas estão 
imersas). 
Na reprodução, também temos agora meios que independem da água para o "trânsito" dos gametas, 
associado a um sistema de dispersão por meio de sementes . 
Na classificação dos vegetais, observamos a influência dessa transição: as briófitas (musgos) se 
separam dos outros grupos em razão da ausência de um sistema condutor de água e 
nutientes(avasculares), motivo pelo qual têm seu tamanho limitado a poucos centímetros. 
 As pteridófitas (samambaias) possuem vasos (vasculares) , mas ainda não produzem flores nem 
sementes, limitando sua dispersão. 
 As gimnosperma s (pinheiros) possuem vasos, flores e sementes, mas não desenvolvem frutos para 
a proteção das sementes, reduzindo seu sucesso reprodutivo e dispersão se comparadas às 
angiospermas (com frutos). 
 
-Esses grupos apresentam em comum: 
 
-parede celular formada por celulose; 
-embriões protegidos por tecidos originados do corpo materno; 
-cloroplastos contendo clorofilas a e b, carotenos e xantofilas; 
-reserva constituída por amido; 
-reprodução por alternância de gerações (metagênese), na qual a meiose é espórica (intermediária). 
 
 
 
-Briófitas 
 
As Briófitas (do gergo bryon: 'musgo'; e phyton: 'planta') são plantas pequenas, geralmente com alguns 
poucos centímetros de altura, que vivem preferencialmente em locais úmidos e sombreados (plantas 
umbrófitas). Poucas espécies vivem em água doce e nenhuma é marinha. 
 
 
 
Esse grupo de vegetais não possuem, evidentemente, flores, frutos e sementes, sendo formadas 
basicamente de três partes ou estruturas: 
-rizoides - filamentos que fixam a planta no ambiente em que ela vive e absorvem a água e os sais 
minerais disponíveis nesse ambiente; 
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-cauloide - pequena haste de onde partem os filoides; 
-filoides -estruturas clorofiladas e capazes de fazer fotossíntese. 
 
 
 
O corpo desses vegetais é desprovido de tecidos condutores (avasculares) de nutrientes e água. 
Devido à ausência desses vasos condutores, a água absorvida do ambiente e é transportada nessas 
plantas de célula para célula, ao longo do corpo do vegetal. Esse tipo de transporte é relativamente lento 
e limita o desenvolvimento de plantas de grande porte. Assim, as briófitas são sempre pequenas, baixas. 
 
Reprodução das briófitas 
 
Nesses vegetais, encontra-se uma nítida alternância de gerações (metagênese), em que o gametófito 
representa o vegetal verde, complexo e duradouro (permamente), enquanto o esporófito é um vegetal 
reduzido (transitório) e dependente (parasita) do gametófito. 
 
 
 
Os gametófitos produzem os órgãos reprodutores (gametângios) representados pelos arquegônios e 
anterídios . 
Os gametângios femininos são denominados arquegônios. São estruturas muito pequenas, têm a 
forma de uma garrafinha, sendo a região do gargalo chamado de colo e a região do bojo, ventre. O colo 
e preenchido por dois tipos de células: ventral e oosfera. Durante o amadurecimento do arquegônio, as 
células colares e ventral transformam-se em substâncias mucilaginosas, restando, no interior do ventre, 
a ossfera (gameta feminino ). 
Os gametângios masculinos são denominados anterídios. São órgãos em forma de clava ou esféricos. 
Externamente observa-se a epiderme, que envolve e protege um tecido formado por células diminutas, 
os andrócitos. Cada andrócito sofre uma metamorfose, originando uma célula espiralada e biflagelada 
denominada anterozoide (gameta masculino ). 
Uma vez produzidos na planta masculina, os anterozoides podem ser levados até uma planta feminina 
com pingos de água da chuva que caem e respingam. 
Na planta feminina, os anterozoides nadam em direção à oosfera; da união entre um anterozoide e 
uma oosfera surge o zigoto, que se desenvolve e forma um embrião sobre a planta feminina. Em seguida, 
o embrião se desenvolve e origina uma fase assexuada chamada esporófito, isto é, a fase produtora de 
esporos. 
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No esporófito possui uma haste e uma cápsula. No interior da cápsula formam-se os esporos. Quando 
maduros, os esporos são liberados e podem germinar no solo úmido. Cada esporo, então, pode se 
desenvolver e originar um novo musgo verde - a fase sexuada chamada gametófito. 
Como você pode perceber, as briófitas dependem da água para a reprodução, pois os anterozoides 
precisam dela para se deslocar e alcançar a oosfera. 
O musgo verde, clorofilado, constitui como vimos a fase denominada gametófito, considerada 
duradoura porque o musgo se mantém vivo após a produção de gametas. Já a fase denominada 
esporófito não tem clorofila; ela é nutrida pela planta feminina sobre a qual cresce. O esporófito é 
considerado uma fase passageira porque morre logo após produzir esporos. 
 
 
 
 
Resumindo..... 
 
 
 
Importância das briófitas: 
 
-Decompõem as rochas sobre as quais se desenvolvem; 
-Absorvem, como verdadeiras esponjas, grandes quantidades de água das chuvas, mantendo a 
superfície do solo sempre úmida; 
-Formam a turfa utilizada como combustível. 
 
Pteridófitas 
 
As pteridófitas são plantas pluricelulares, autótrofas, que vivem em ambientes úmidos e sombreados, 
sendo a Mata Atlântica o hábitat da maioria das espécies desse grupo. Samambaias, avencas, xaxins e 
cavalinhas são alguns dos exemplos mais conhecidos de plantas do grupo das pteridófitas. 
 
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 Samambaia Avencas Xaxim 
As pteridófitas consistem no primeiro grupo de vegetais na escala evolutiva a apresentar vasos para o 
transporte de seiva (floema e xilema), sendo portanto incluídas entre as plantas traqueófitas e, por isso, 
vão apresentar tamanhos muito maiores que as briófitas, afinal, os nutrientes vão conseguir chegar às 
células de uma maneira muito mais eficiente. 
Nas pteridófitas existe uma nítida metagênese (alternância de gerações) em que o esporófito 
representa o vegetal verde, complexo e duradouro e o gametófito (protálo), uma planta verde, complexa, 
transitória (vida curta), podendo ser monóica ou dióica. 
 
-Esporófito 
 
Morfologicamente, o esporófito da pteridófitas é formado por um caule subterrâneo, chamado de 
rizoma,e folhas aéreas, muitas vezes divididas em folíolos. 
 
 
Esporótifo de uma samambaia 
 
De acordo com a função das folhas, estas podem ser classificadas como: 
 
Trofofilos: são folhas estéreis que realizam apenas a função de fotossíntese (folhas assimiladoras). 
Esporofilos: são folhas férteis, relacionadas com a produção de esporângios. 
Trofoesporofilos: realizam fotossíntese e produzem esporângios. 
 
Quanto ao tipo de esporo produzido, as pteridáfitas são divididas em dois grupos: 
 
- Isosporadas: quando produzem esporos morfologicamente idênticos. 
-Heterosporadas: quando produzem dois tipos de esporos: micrósporos e megásporos (macrósporos). 
 
-Gametófito ou Prótalo 
 
 São plantas verdes, delgadas, de forma talosa e com poucas camadas de células parenquimáticas. 
 
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Os gametófitos podem ser monóicos ou dióicos. 
 
Os órgãos reprodutores são anterídios de forma esférica e mais simples do que os das briófitas. Não 
têm pedúnculo e estão diretamente ligados ou mergulhados no interior do prótalo. O número de 
anterozóides em cada anterídio é menor do que nas briófitas e os anterozóides são espiralizados e 
geralmente flagelados. 
Os arquegônios também são mais simples do que os das briófitas. Têm forma de garrafa. Cada 
arquegônio forma apenas uma oosfera e fica parcialmente mergulhado no tecido do prótalo. 
As pteridófitas dependem de água para a fecundação. Os anterozóides são atraídos até o arquegônio 
por fenômenos de quimiotactismo. Uma vez formado o zigoto, este desenvolve-se para formar, 
inicialmente, um embrião e, posteriormente, um novo esporófito. 
 
Ciclo das peteridófitas homosporadas 
 
 
 
Ciclo das pteridofitas heterosporadas 
As pteridofitas heterosporadas produzem dois tipos distintos de esporos: micrósporos, pequenos e 
numerosos e macrósporos ou megásporos grandes e produzidos normalmente em número de quatro. 
Como exemplo desse tipo de pteridofitas, citamos a Selaginella. 
A Selaginella é uma planta geralmente rasteira com caules delgados. Em algumas espécies, as folhas 
minúsculas estão colocadas em espiral em torno do caule e são todas do mesmo tamanho. Em outras 
espécies, existem duas fileiras de folhas pequenas e duas fileiras de folhas grandes. Do caule saem 
rizóforos (ramos sem folhas) que se ramifica na base, formando raízes delicadas, as quais se ramificam 
dicotomicamente à medida que penetram no solo. 
Na época da reprodução, o esporófito da Selaginella produz, no ápice das ramificações do caule, as 
estruturas especiais chamadas de estróbilos. Os estróbilos são formados por folhas férteis chamadas de 
esporofilo. Os esporofilos são estruturas produtoras de esporângios (reservatório de esporos), no interior 
dos quais ocorre a meiose espórica para a formação dos esporos. Podemos distinguir dois tipos de 
esporofilos: 
1) Microesporofilos que produzem microesporângios que por sua vez irão produzir os micrósporos 
(esporos masculinos muito pequenos) 
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2) Macroesporofilo (megasesporofilo) que produzem macroesporângios que por sua vez irão 
produzir quatro esporos grandes chamados de macrósporos (megásporos). 
Para completar o ciclo, os micrósporos desenvolvem-se em microgametófito (gametófito masculino), 
cujas células se transformam em anterozoides biflagelados. 
O macrósporos são esporos maiores (tamanho da cabeça de alfinete). Quando germinam, produzem 
macroprotálos verdes, com vários arquegônios, cada um contendo uma oosfera. 
Quando ocorre a fecundação, a oosfera une-se com um anterozoide e forma um zigoto. Existe a 
possibilidade da fecundação das várias oosferas contidas no macropotálo, mas acaba ocorrendo o 
crescimento e desenvolvimento de um zigoto para formar um novo esporófito. 
 
 
 
Resumindo.... 
 
 
 
Importância das pteridófitas 
 
As pteridófitas possuem algumas características muito relevantes na vida do homem e no meio 
ambiente: 
 
- Organismo produtor nas cadeias alinmentares; 
Possuem uma substância que é extraída do rizoma para ser utilizada no combate a teníase; 
-São usadas como plantas ornamentais, deixando os ambientes mais agradáveis. 
 
Gmnospermas 
 
As gimnospermas (do grego Gymnos: 'nu'; e sperma: 'semente') são plantas terrestres de grande porte 
que vivem, preferencialmente, em ambientes de clima frio ou temperado No grupo das gimnospermas, 
encontramos como principais representantes os pinheiros e as araucárias, grandes árvores que, pela 
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primeira vez na escala evolutiva irão produzir sementes, que nada mais são que um embrião protegido 
dentro de um tecido envoltório com uma reserva nutritiva que ele utiliza durante seu desenvolvimento. É 
importante destacarmos que, nas gimnospermas essa semente é nua, isto é, ela não é envolta por um 
fruto, o que, como veremos, só ocorrerá nas angiospermas. 
Uma diferenciação importante que as gimnospermas apresentam com relação a briófitas e pteridófitas 
(homosporadas), e que será decisiva na formação das sementes, é uma divisão morfológica e funcional 
entre os esporos masculinos e femininos que serão chamados respectivamente de micrósporos e 
macrósporos (ou megásporos). 
 
-Esporófito 
 
O esporófito nas gimnospermas está dividido em raiz, caule, folha , produzindo flores incompletas 
(flores falsas) e sementes . 
As raízes do esporófito são geralmente são do tipo axial ou pivotante. 
Os caules pertencem ao tipo tronco, crescem em espessura, por atividade dos meristemas 
secundários: felogênio e câmbio. 
As folhas são reduzidas em forma de escamas; são perenes e adaptadas a ambientes secos 
(xerófilas). As características xerofíticas dessas plantas são induzidas pelo frio. 
-Gametófito 
 
Os gametófitos são dióicos, reduzidos em tamanho, tempo de vida e complexidade e dependentes do 
esporófito. Os gametófitos, na verdade, desenvolvem-se dentro dos óvulos produzidos nas 
inflorescências femininas. 
O gametófito masculino é o tubo polínico (microprótalo), responsável pela formação dos gametas 
masculinos. Em Cycadinae e Ginkgoinae os gametas são anterozóides. Nas Coniferae os gametas 
masculinos são as células espermáticas contidas no tubo polínico. 
O gametófito feminino é o saco embrionário (macroprótalo), contido no interior do óvulo, que forma 
arquegônios rudimentares e oosferas como gametas femininos. 
 
Estruturas dos órgãos reprodutores e reprodução 
 
Os estróbilos reúnem-se, formando estruturas compactas denominadas esporofilos ou cones. Esses 
estróbilos são unissexuadas, isto é, há cones masculinos e femininos. 
 
-Estróbilo masculino: consta de um eixo em tomo do qual se inserem os microesporofilos formadores 
dos microesporângios (sacos polínicos), dentro dos quais encontramos os grãos de pólen (micrósporos). 
O grão de pólen é pluricelular e tem duas membranas, uma interna (intina) e outra externa (exina). A exina 
forma expansões cheias de ar (sacos aéreos). No interior do grão de pólen encontramos a célula geratriz, 
a vegetativa e as células acessórias. 
 
 
 
-Estróbilo feminino: consta de um eixo em tomo do qual se inserem os megaesporofilos (folhas cai-
pelares). Dentro dos estróbilos femininos, os esporângios femininos, chamados de óvulos, possuem uma 
única célula-mãe de megásporo cada, que se dividirá por meiose. Das células-filhas originadas, 3 
degeneram e uma se torna o megásporo funcional. Ocorrido isso, temos esporos funcionais femininos 
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dentro de esporângios femininos (óvulos) agrupados em estróbilos femininos. Diferentemente do que 
observamos nas briófitas, e nas pteridófitas, no caso das gimnospermas, os esporos, não são liberados 
no meio, mas germinam no interior dos esporângios e geram gametófitos maduros femininos, os 
megagametófitos também chamados de megaprótalos, quepermanecem no interior do óvulo. No caso 
dos esporângios femininos, devemos notar que no interior de cada óvulo encontramos um único 
megásporo funcional, que dá origem a um único megagametófito. 
 
 
 
 
Estrutura do óvulo 
 
O óvulo e revestido por um único integumento. Abaixo da micrópila situa-se a câmara polínica, 
destinada a receber os grãos de pólen.O integumento reveste o núcleo (megasporângio). Uma célula do 
núcleo sofre meiose, dando origem a quatro células haploides, das quais três degeneram. A célula que 
persiste acaba por formar o megaprotalo feminino (gametófito feminino que, por sua vez, dá origem a 
arquegônios rudimentares que darão origem as oosferas. 
 
Polinização 
 
A polinização é feita pelo vento (anemofilia). O grão de pólen e transportado até a câmara polínica, 
onde germina. 
 
Formação do tubo polínico 
 
As células acessórias envolvem o grão de pólen e formam a parede do tubo polínico. A célula geratriz 
se divide formando dois núcleos espermáticos (gametas) 
 
Fecundação 
 
A presença de várias oosferas no óvulo permite a fecundação por vários núcleos espermáticos de 
vários túbulos polínicos, formando vários zigotos; contudo, apenas um embrião se desenvolve. Nas 
angiospermas é frequente a poliembrionia, mas, dos vários embriões formados, apenas um embrião se 
desenvolve. 
Após a fecundação, o tecido do megaprótalo (N) forma o endosperma primário, tecido cuja função é 
acumular reserva. Essas plantas não dependem da água do meio ambiente para que haja a fecundação. 
O embrião das gimnospermas apresentam muitos cotilédones 
O óvulo fecundado evolui e forma a semente, mas não forma fruto; daí a desingnação que estas plantas 
recebem: giminospermas: semente nua. 
 
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-Importância: 
 
-Indústria madeireira; 
-Industria de celulose; 
-Industria farmacêutica (Ginkgo biloba)-calmante 
-Na alimentação (pinhão), semente do pinheiro do Paraná; 
-Ornamentação. 
 
Angiospermas 
 
As angiospermas são as plantas mais adaptadas aos ambientes terrestres. São encontradas nos mais 
variados lugares: desde os ambientes muito úmidos até os desérticos. Poucas são as espécies que vivem 
em água doce. 
É um grupo muito diversificado, com representantes de pequeníssimos tamanho (alguns mm), 
passando por plantas rasteiras e arbustos, até exemplares que formam frondosas árvores (eucaliptos, 
paineiras, figueiras e etc). 
A maioria dessas plantas apresentam nutrição autótrofa fotossintetizante, mas existem algumas 
espécies que são consideradas como parasitas: 
- Holoparasitas são os vegetais que não realizam a fotossíntese ou a quimiossíntese. São os 
verdadeiros vegetais parasitas. Parasitam os vegetais superiores, roubando-lhes a seiva elaborada. É o 
caso do cipó-chumbo, vegetal superior não clorofilado. O cipó-chumbo possui raízes sugadoras ou 
haustórios que penetram no tronco do hospedeiro, retirando deles a seiva elaborada. 
-Hemiparasitas são os vegetais que, embora realizando a fotossíntese, retiram do hospedeiro apenas 
a seiva bruta. Como exemplo temos a erva-de-passarinho, vegetal superior clorofilado, que rouba de seu 
hospedeiro a seiva bruta. Os vegetais hemiparasitas apresentam, portanto, nutrição autótrofa e 
heterótrofa. 
 
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Muitas espécies são epífitas, isto é, vivem apoiadas sobre ramos de outros vegetais, com a única 
finalidade de obter maior luminosidade para realização da fotossíntese. Existem muitas espécies de 
orquídeas e bromélias epífitas. 
 
 
 
Angiospermas: o único grupo que produz frutos 
 
A característica mais marcante deste grupo é a produção de frutos, protegendo as sementes. As 
sementes e os frutos são formações derivadas das flores que, nas Angiospermas, são peculiares e devem 
ser descritas antes de iniciarmos a descrição do ciclo reprodutivo. 
 
A flor 
 
 A flor de uma angiosperma pode ser considerada como um órgão de reprodução, uma vez que na 
escala evolutiva passou por modificações destinadas à reprodução sexual do vegetal. Numa flor 
completa, são quatro os tipos modificados de folhas: 
-Sépalas: são folhas geralmente verdes. O conjunto de sépalas forma o cálice da flor. 
-Pétalas: São folhas geralmente coloridas. Ao conjunto de pétalas chama-se corola 
-Estames ou microesporofilos : São estruturas masculinas que irão formar o aparelho reprodutor 
masculino da planta, que chamamos de Androceu . 
-Carpelos : Formam o aparelho reprodutor feminino da planta. O conjunto de carpelos dão origem ao 
Gineceu . 
 
Os órgãos de suporte, órgãos que sustentam a flor, são chamados de: 
 
-pedúnculo – liga a flor ao resto do ramo. 
-receptáculo – dilatação na zona terminal do pedúnculo, onde se inserem as restantes peças florais 
 
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Os dois grandes grupos das angiospermas 
 
As angiospermas são divididas em dois grandes grupos: as monocotiledôneas e as dicotiledôneas. 
Esses dois grupos podem ser reconhecidos e diferenciados por uma série de características, dentre as 
quais: número de cotilédones, organização da flor, estrutura da raiz e do caule, tipos de nervação da 
folhas e etc. 
 
 
Androceu 
 
Representa o aparelho reprodutor masculino. É constituído por um conjunto de unidades chamados 
de estames. O estame é dividido em três partes: antera, filete e conectivo. 
 
 
 
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. 134 
A antera é a parte fértil, na qual, por meiose, produz os grãos de pólen. A antera apresenta em seu 
interior quatro maciços celulares chamados de sacos polínicos. Cada célula do saco polínico é chamada 
de célula-mãe que dividir-se-á por meiose dando origem a quatro células haploides chamadas 
micrósporos que posteriormente dará origem ao grão de pólen. 
O grão de pólen é constituído por um citoplasma envolto duas membranas: uma interna-chamada de 
intina e outra externa a exina. Dentro destes aparecem dois núcleos, um vegetativo e outro germinativo. 
Quando o grão de pólen germina, origina o tubo polínico (gametófito masculino) e o núcleo vegetativo 
divide-se por mitose dando origem a dois núcleos espermáticos (gametas masculinos). 
 
 
Gineceu 
 
O gineceu é formado por folhas carpelares, carpelos ou pistilos. Este está dividido em três partes: 
estigma , estilete e ovário . 
O estigma é a parte superior do gineceu, que aparece dilatada e rica em glândulas produtoras de uma 
substância viscosas que torna o estigma receptivo e permite a aderência do grão de pólen. É ainda sobre 
o estigma que ocorre a germinação do grão de pólen e a consequente formação do túbulo polínico. 
O estilete é um tubo longo que serve de substrato para o crescimento do tubo polínico. 
O ovário é a porção basal, dilatada e oca, onde crescem os óvulos. No interior do ovário são formados 
um ou mais óvulos. 
 
 
 
O óvulo é uma estrutura complexa dentro da qual será formada a oosfera (gameta feminino). Apresenta 
dois integumentos protetores chamados primina e secundina. Esses integumentos não se fecham, 
deixando entre eles uma poro chamado micrópila. 
No interior dos integumentos existe o megaesporângio , que possui uma célula volumosa chamada 
de célula-mãe do megásporo. Esta célula se divide por meiose para formar quatro megásporos, dos quais 
três são pequenos e logo degeneram restando apenas o megaspóro fértil. O megásporo restante passa 
por três mitoses consecutivas resultando em oito células, as quais vão organizar o saco embrionário 
(gametófito feminino). O saco embrionário possui uma célula chamada de oosfera (gameta feminino), 
rodeada por outras duas células chamadas de sinérgides . No lado oposto à essas células estão as 
antípodas e no centro do saco embrionário, existe um citoplasma provido de dois núcleos polares . 
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Fecundação das angiospermas 
 
Quando o grão de pólen cai no estigma da de uma flor, ocorre a sua germinação; o grão de pólen 
hidrata-se e dá origem ao túbulo polínico. Uma vez, formado o túbulo polínico inicia seu crescimento 
orientado pelas células germinativas ao longo do estilete da flor. O túbulo polínico avança em seu 
processo de crescimento até encontrar a micrópila onde ocorre a 1º fecundação entre um núcleo 
espermático e a oosfera, dando origem ao zigoto (2n). 
Uma vez ocorrida formação do zigoto, o secundo núcleo espermáticos fecunda os dois núcleos 
espermáticos, contidos no centro do saco embrionário, dando origem ao endosperma secundário (3n). 
Após a formação do endosperma secundário (tecido de reserva), o zigoto (2n) divide-se por mitose e 
forma o embrião. 
A semente, agora em desenvolvimento, produz AIA e gliberelinas, que promovem o desenvolvimento 
do ovário para a formação do fruto. 
 
 
Fruto 
 
O fruto é o ovário fecundado e desenvolvido. Este é constituído por duas partes principais: o pericarpo , 
resultante do desenvolvimento das paredes do ovário, e as sementes , resultantes do desenvolvimento 
dos óvulos fecundados. 
O pericarpo compõe-se de três camadas: epicarpo (camada mais externa), mesocarpo (camada 
intermediária) e endocarpo (camada mais interna). Em geral o mesocarpo é a parte do fruto que mais se 
desenvolve, sintetizando e acumulando substâncias nutritivas, principalmente açucares. 
 
 
 
Tipos de frutos 
 
Diversas características são utilizadas para se classificar os frutos, entre elas o tipo de pericarpo, se o 
fruto abre-se ou não espontaneamente para liberar as sementes, etc. 
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. 136 
1. Frutos carnosos 
 
Os frutos carnosos são aqueles que se tornam muito atraentes quando maduros, sendo que os animais 
se alimentam de suas reservas nutritivas e espalham por consequência suas sementes. Esses tipos de 
frutos podem ser classificados da seguinte maneira: 
 
1.1 Tipo baga 
 
Apresenta o mesocarpo ou endocarpo carnoso e o epicarpo formando películas. Geralmente contém 
muitas sementes. São exemplos desse tipo de fruto o mamão a goiaba e o pepino 
 
 
 
1.2 Tipo drupa 
 
Apresenta o mesocarpo carnoso e o endocarpo duro, formando o caroço, no interior do qual se 
encontra a semente. São exemplos desse tipo de fruto o abacate e o pêssego. 
 
 
 
2. Frutos secos 
 
Os frutos secos apresentam seu pericarpo seco e alguns podem se abrir espontaneamente quando as 
sementes estão maduras. Alguns exemplos de frutos secos são a castanha-do-pará, feijão, ervilha, soja, 
girassol, arroz, milho, entre outros. 
 
 
 
 
Como foi visto, o verdadeiro fruto corresponde ao ovário desenvolvido. Ao comer um pêssego, um 
tomate, um pepino, você está se alimentando da parede do fruto. O mesmo não acontece com a mação 
a pera, o morando e o caju. Vejamos agora algumas dessas variações. 
 
a) Pseudofrutos 
 
A maçã e a pera, a parte comestível corresponde ao receptáculo floral extraordinariamente 
desenvolvido, que acaba envolvendo o ovário com as sementes no interior. Já no morango, o receptáculo 
cresce bastante, mas não envolve os frutos (pontos marrons) que ficam expostos 
 
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. 137 
 
 
No caju, a parte comestível, é o pedúnculo floral desenvolvido que não envolve o ovário. Este fica 
exposto: é a castanha que acompanha o caju. Dentro dela, fica a semente, que a consumida como 
aperitivo. 
Nos casos citados acima, em que não é o ovário que é comestível, fala-se em pseudofrutos . 
 
b) Frutos Paternocárpicos 
 
Os frutos paternocárpicos são aqueles dentro dos quais não se formam semente. É o caso da banana 
(os pontos escuros correspondem aos óvulos não-desenvolvidos). 
 
 
 
O abacaxi e a amora são dois exemplos clássicos de infrutescências paternocárpicas, que o que e 
comestível. No caso, são os receptáculos hipertrofiados das diversas flores. 
 
 
 
A semente 
 
A semente é o óvulo modificado e desenvolvido após a fecundação. Toda semente possui um 
envoltório, mais ou menos rígido, um embrião inativo da futura planta e um material de reserva alimentar 
chamado de endosperma. 
Em condições ambientais favoráveis, principalmente de umidade, ocorre a hidratação da semente e, 
então, pode ser iniciada a germinação. 
Muitas sementes não germinam, mesmo que as condições ambientais citadas sejam adequadas. 
Neste caso, diz-se que elas se encontram em estado de dormência. Para germinar, precisam de outras 
condições, que podem variar de uma espécie para outra. Sementes de certas variedades de alface, por 
exemplo, só germinam em presença de luz. Já as sementes de certas variedades de melancia só 
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. 138 
germinam no escuro. Para quebrar a dormência das sementes da leucena (uma leguminosa), elas devem 
ser colocadas em água quente durante alguns minutos. 
 
O embrião 
 
Todo o embrião contido em uma semente de angiosperma é um eixo formado por duas extremidades: 
- Radícula , que é a primeira estrutura a emergir, quando o embrião germina 
- Caulículo , responsável pela formação das primeiras folhas embrionárias, que serão classificadas em 
hipocótilo e epicótilo . Essa classificação está baseada na posição da folha em relação ao cotilédone, 
sendo que folhas acima deste são chamadas de epicótilo e abaixo de hipocótilo 
Uma “folha” embrionária merece especial atenção. É o cotilédone. Algumas angiospermas possuem 
dois cotilédones, outras possuem apenas um. Plantas que possuem dois cotilédones, são chamadas de 
dicotiledôneas e plantas que possuem um cotilédone sã chamadas de monocotiledôneas. Os cotilédones 
inserem-se no caulículo, que dará origem ao caule. 
 
 
Tipo de polinização 
 
1. Anemofilia 
 
A polinização pelo vento é chamada de anemofilia . Há diversas adaptações que favorecem esse tipo 
de polinização. As flores de plantas anemófilas geralmente tem estigmas plumosos, que oferecem maior 
superfície para receber os grãos de pólen. Suas anteras geralmente possuem filetes longos e flexíveis 
que oscilam ao vento, o que facilita a dispersão do pólen. Além disso, as plantas anemófilas costumam 
produzir grande quantidade de grãos de pólen, o que aumenta as chances de polinização. 
 
2.Entomofilia e ornitofilia 
 
A polinização por insetos é chamada entomofilia e a polinização por aves, ornitofilia. As flores 
polinizadas por animais geralmente possuem características que atraem os polinizadores, tais como 
corola vistosa, glândulas odoríferas e produtoras de substâncias açucaradas (néctar). Existem até mesmo 
flores que produzem dois tipos de estames, um com grãos de pólen férteis mas pouco atraentes e outro 
com pólen atraente e comestível. O animal à procura do pólen comestível, se impregna com o pólen fértil, 
transportando-o de uma flor para a outra. 
 
3.Hidrofilia 
 
É a polinização realizada pelas águas. Trata-se de um fenômeno raro 
 
4. Quiropterofilia 
 
É a polinização feita por morcegos. As flores nesse tipo de polinização devem ser grandes, perfumadas 
e com abertura noturna. 
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. 139 
Tecidos vegetais 
 
Assim como nos animais, as células vegetais associam-se umas às outras formando tecidos, ou seja, 
unidades com estruturas e funções específicas. Os tecidos vegetais podem ser divididos em: tecidos 
meristemáticos, tecidos de revestimento, tecidos fundamentais e tecidos vasculares. 
 
1. Tecidos meristemáticos 
 
Nas angiospermas e em diversos outros grupos, os meristemas, tecidos indiferenciados, são 
responsáveis pela formação dos demais tecidos e pelo crescimento das plantas. Os meristemas 
localizam-se em determinados pontos do corpo da planta e são responsáveis pelo seu crescimento e 
desenvolvimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os tecidos meristemáticos podem ser classificados como primários ousecundários. 
 
Os meristemas primários são responsáveis pelo crescimento longitudinal (crescimento primário) das 
plantas. São encontrados principalmente no ápice dos caules e das raízes. Existem três tipos de 
meristemas primários, sendo que cada um deles é responsável pela formação de um tipo específico de 
tecido: protoderme (origina a epiderme), meristema fundamental (origina os tecidos fundamentais) e 
procâmbio (origina os tecidos vasculares). 
 
 
 
Os meristemas secundários ocorrem nas plantas que apresentam crescimento em espessura 
(crescimento secundário). São formados por células adultas que se desdiferenciam e recuperam a 
capacidade de divisão mitótica. O felogênio e o câmbio são meristemas secundários. O primeiro é 
responsável pela formação de camadas da periderme e, o segundo, pela formação do floema e xilema 
secundários. 
 
 
2. Tecidos de revestimento 
 
O crescimento da planta corresponde a um aumento irreversível no tamanho de um vegetal. 
Isso ocorre a partir do acréscimo de células resultantes de divisões mitóticas, além do aumento 
do tamanho individual de cada célula. 
O desenvolvimento consiste no surgimento dos diferentes tipos celulares e dos diversos 
tecidos diferenciados que compõem os órgãos dos vegetais. É, certamente, um fenômeno 
relacionado ao processo de diferenciação celular. 
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. 140 
Os tecidos de revestimento, além de protegerem mecanicamente as superfícies externas das plantas, 
também realizam funções como aeração dos tecidos internos e reduzem a perda de água. Existem dois 
tipos de tecidos de revestimento: a epiderme e a periderme . 
A epiderme é o tecido primário de revestimento. As células epidérmicas das partes aéreas das plantas 
secretam uma substância chamada de cutina. A cutina forma uma camada impermeabilizante chamada 
de cutícula. A cutícula, entre outras funções, evita a perda de água e protege a planta de choques 
mecânicos. Entre as células da epiderme existem as células-guarda. As células-guarda controlam a 
abertura de pequenos poros da epiderme chamados de estômatos. Através dos estômatos ocorre a 
entrada e a saída de gases da planta. A epiderme também pode apresentar apêndices chamados de 
tricomas como, por exemplo, os pêlos radiculares. 
 
 
Em plantas com crescimento em espessura (secundário) a epiderme é usualmente substituída pela 
periderme. A periderme possui três camadas: a feloderme, o felogênio e o súber. O felogênio é um tecido 
meristemático que origina o súber para fora e a feloderme para dentro. 
 
 
3. Tecidos fundamentais 
 
Os tecidos fundamentais são representados pelos parênquimas e pelos tecidos de sustentação, sendo 
estes: 
 
- Parênquima: 
 
Célula Parenquimática: 
O parênquima é o tecido mais comum dos vegetais, sendo formado 
por células vivas, fisiologicamente ativas e originadas do meristema 
fundamental. Suas células são geralmente grandes, isodiamétricas, 
poliédrica, com parede celular primária delgada. Essas características 
não podem ser aplicadas universalmente a todas as células de 
parênquima; p.e., células parenquimatosas com paredes grossas e forma 
estrelada ocorrem com freqüência na medula de certas plantas 
aquáticas. O tecido fundamental dos caules (principalmente córtex e 
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. 141 
medula) e raízes, como também o mesófilo e epiderme das folhas, provêm exemplos de partes das 
plantas onde o parênquima está bem desenvolvido. 
 
- Colênquima: 
 
Célula Colenquimática: 
As células colenquimáticas possuem a forma alongada, parede celular irregular, apenas primária não-
lignificada, viva na maturidade. É encontrada na periferia (sob a epiderme) nos caules jovens em 
crescimento, freqüentemente como um cilindro de tecido ou apenas em grupos nas costelas ao longo das 
nervuras em algumas folhas. Sua função é sustentação do corpo primário da planta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Esclerênquima: 
 
Fibras: 
 
Sua forma é bastante longa, possui parede celular primária e secundária espessada freqüentemente 
lignificada, (não sempre) morta na maturidade, é encontrada algumas vezes no córtex dos caules, mais 
sempre associado ao xilema e floema. É encontrado também nas folhas das monocotiledôneas e suas 
funções são de sustentação e armazenamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Esclereídes: 
 
Sua forma é variável, geralmente mais curta que as 
fibras, a sua parede celular é primária e secundária é 
espessada geralmente lignificada. Pode ser viva ou morta 
na maturidade e é encontrada por todo o corpo da planta. 
Sua função está relacionada à mecânica e sustentação. 
 
 
 
Os parênquimas são tecidos que ocorrem em diversas partes das plantas. Alguns exemplos de 
parênquima são o clorofiliano, o amilífero, o aerífero e o aquífero. O parênquima clorofiliano possui células 
com grande quantidade de cloroplastos, sendo o principal local de realização da fotossíntese. O 
parênquima amilífero possui células que armazenam amido como substância de reserva. O parênquima 
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. 142 
aerífero acumula ar em seu interior permitindo, por exemplo, a flutuação de plantas aquáticas. Já o 
parênquima aquífero armazena água em seu interior e é muito comum em plantas de clima seco. 
Os tecidos de sustentação são de dois tipos: o colênquima e o esclerênquima. O colênquima é formado 
por células vivas e flexíveis sendo especialmente adaptado à sustentação de órgãos em crescimento. O 
esclerênquima é formado por células mortas e muito resistentes. Suas células são impregnadas por uma 
substância chamada lignina que confere rigidez às células. 
 
4. Tecidos vasculares 
 
Os tecidos vasculares transportam substâncias ao longo da planta. Existem dois tipos de tecidos 
vasculares: o xilema e o floema. 
O xilema é um tecido estruturalmente complexo composto por um conjunto de células com forma e 
função diferenciadas e é o principal tecido condutor de água nas plantas vasculares. Possui ainda as 
propriedades de ser condutor de sais minerais, armazenar substâncias e sustentar o vegetal. É importante 
ressaltar que o xilema é encontrado em várias regiões dos vegetais, não só no caule, como raiz e ramos. 
Os principais tipos de células encontradas no xilema são: 
 
Elementos de Vaso: 
Os vasos são estruturas formadas por uma junção de 
células perfuradas, chamadas de elementos de vaso, que se 
comunicam entre si, formando longos dutos que conduzem a 
seiva no sentido axial. Os vasos são característicos de 
espécies pertencentes às angiospermas, havendo algumas 
exceções. Representam uma grande evolução biológica dos 
vegetais no sentido de transporte de seiva. 
 
 
Traqueídes: 
Sua forma é alongada e afilada possui parede celular primária e 
secundária geralmente lignificada sem perfurações e com pontuações 
é morta na maturidade. E é o principal condutor de água nas 
gimnospermas e das plantas vasculares sem sementes é encontrado 
também nas angiospermas. 
 
 
 
 
 
 
Tecido de Condução - Floema: 
O floema é o tecido através do qual as substâncias orgânicas são conduzidas para as várias partes da 
planta, pode ser primário ou secundário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os principais tipos de células encontradas no floema são: 
 
Células Crivadas: 
 
Sua forma é alongada e afilada, possui parede celular primária na maioria das espécies, com áreas 
crivadas, freqüentemente apresenta calose associada à parede e aos poros. Viva na maturidade, nesta 
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. 143 
fase pode não apresentar núcleo ou apenas restos nucleares, não existe limite entre o vacúolo e o 
citoplasma, contém grandes quantidades de retículos endoplasmáticos tubulosos. Somente é localizado 
no floema e a sua função é de transporte de substâncias orgânicas nas gimnospermas. 
 
Células Albuminosas: 
 
Sua forma é geralmente alongada possuiparede celular primária viva na maturidade. Ela é associada 
à célula crivada mais geralmente não é derivada da mesma célula-mãe da célula crivada. Apresenta 
numerosos plasmodesmos com a célula crivada. 
 
Elemento de Tubo Crivado: 
 
Sua forma é alongada, possui parede celular primária com áreas crivadas. Essas paredes apresentam 
poros maiores que aqueles das paredes laterais. Esta região é denominada placa crivada. Viva na 
maturidade nesta fase não apresenta núcleo ou apenas seus restos. Vários elementos de tubo crivado 
dispostos em séries verticais constituem o tubo crivado e é encontrado no floema e sua função é o 
transporte de nutrientes orgânicos nas angiospermas 
 
Células companheiras: 
 
Sua forma é variável, geralmente alongada e dotadas de parede celular primária. Viva na sua 
maturidade, essas células são intimamente associadas aos elementos de tubo crivado, através dos 
plasmodesmos. Acredita-se que desempenham papel importante na liberação de substâncias no 
elemento de tubo crivado, inclusive moléculas informacionais e ATP. 
 
O nome dos seres vivos 
 
Ao longo da história, os diversos povos criaram seus próprios nomes (códigos) para nomear o que 
viram a sua volta. Com todas as línguas existentes no mundo, um mesmo ser - um gato por exemplo - é 
identificado por diferentes nomes. 
 
Katze (alemão) Cat (inglês) 
Koshka (russo) Chat (francês) 
Neko (japonês) Gato (português) 
 
Imagine esta situação: um cientista japonês escreve um artigo para divulgar uma descoberta 
referente ao neko. Como um cientista brasileiro, sem conhecimento da língua japonesa, poderia entender 
que ser vivo o cientista japonês está se referindo? Para evitar esse problema de comunicação, utiliza-se 
uma nomenclatura científica. O nome científico do gato é Felis catus. 
Escolheu-se uma língua que fosse de conhecimento internacional e que não sofresse modificações - 
o latim, por ser uma língua morta (não é usada por nenhuma nação atualmente e, portanto, não está 
sujeita a mudanças) e porque, em muitos países, era estudada até nas escolas básicas, inclusive no 
Brasil. Quando empregamos em textos, os nomes científicos das espécies vêm em destaque. Esse 
destaque, em geral, é feito usando letras em itálico, isto é, letras inclinadas ou sublinhado. 
 
Como se escreve o nome científico dos seres vivos? 
Foi apenas em 1735 que se chegou a um sistema de classificação universal para os seres vivos: o 
sistema binomial de nomenclatura, elaborado por Lineu. A espécie foi adotada como unidade básica de 
classificação. No sistema binomial devem ser observadas algumas regras de nomenclatura: 
- O nome científico de uma espécie deve ser escrito em latim e deve estar destacado no texto (em 
Itálico ou sublinhado) como já vimos. 
- É obrigatório o uso de duas palavras para designar o nome científico de uma espécie, daí a expressão 
sistema binomial de nomenclatura (a palavra binomial significa 'com dois nomes', 'com duas palavras'). A 
primeira delas deve ser escrita com letra inicial maiúscula; a segunda, com letra inicial minúscula 
- A primeira palavra, com inicial maiúscula, indica o gênero a que pertence a espécie. A expressão 
formada pela primeira palavra mais a segunda designa a espécie. 
 
Veja os exemplos 
 
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. 144 
Equus caballus (cavalo) 
Gênero: Equus 
Espécie: Equus caballus 
 
Note que o cavalo pertence ao gênero Equus e à espécie Equus caballus (e não simplesmente à 
espécie caballus). 
 
Nomenclatura Popular 
 
A nomeação dos seres vivos que compõe a biodiversidade constitui uma etapa do trabalho de 
classificação. Muitos seres são “batizados” pela população com nomes denominados populares ou 
vulgares, pela comunidade científica. Esses nomes podem designar um conjunto muito amplo de 
organismos, incluindo, algumas vezes, até grupos não aparentados. O mesmo nome popular pode ser 
atribuído a diferentes espécies, como neste exemplo: 
 
 
 Ananas comosus Ananas ananassoides 
Estas duas espécies do gênero ananas são chamadas pelo mesmo nome popular Abacaxi. 
Outro exemplo é o crustáceo de praia Emerita brasiliensis, que no Rio de Janeiro é denominado tatuí, 
e nos estados de São Paulo e Paraná é chamado de tatuíra. 
 
 
 
Em contra partida, animais de uma mesma espécie podem receber vários nomes, como ocorre com a 
onça-pintada, cujo nome científico é Panthera onca. 
 
 
Outros nomes populares: canguçu, onça-canguçu, jaguar-canguçu 
 
Outro exemplo é a planta Manihot esculenta, cuja raiz é muito apreciada como alimento. Dependendo 
da região do Brasil, ela é conhecida por vários nomes: aipim, macaxeira ou mandioca. Considerando os 
exemplo apresentados, podemos perceber que a nomenclatura popular varia bastante, mesmo num país 
como o Brasil, em que a população fala um mesmo idioma, excetuando-se os idiomas indígenas. Imagine 
se considerarmos o mundo todo, com tantos, com tantos idiomas e dialetos diferentes, a grande 
quantidade de nomes de um mesmo ser vivo pode receber. Desse modo podemos entender a 
necessidade de existir uma nomenclatura padrão, adotada internacionalmente, para facilitar a 
comunicação de diversos profissionais, como os médicos, os zoólogos, os botânicos e todos aqueles que 
estudam os seres vivos. 
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. 145 
A sistemática é a ciência dedicada a inventariar e descrever a biodiversidade e compreender as 
relações filogenéticas entre os organismos. Inclui a taxonomia (ciência da descoberta, descrição e 
classificação das espécies e grupo de espécies, com suas normas e princípios) e também a filogenia 
(relações evolutivas entre os organismos). Em geral, diz-se que compreende a classificação dos diversos 
organismos vivos. Em biologia, os sistemas são os cientistas que classificam as espécies em outros 
táxons a fim de definir o modo como eles se relacionam evolutivamente. 
O objetivo da classificação dos seres vivos, chamada taxonomia, foi inicialmente o de organizar as 
plantas e animais conhecidos em categorias que pudessem ser referidas. Posteriormente a classificação 
passou a respeitar as relações evolutivas entre organismos, organização mais natural do que a baseada 
apenas em características externas. Para isso se utilizam também características ecológicas, fisiológicas, 
e todas as outras que estiverem disponíveis para os táxons em questão. É a esse conjunto de 
investigações a respeito dos táxons que se dá o nome de Sistemática. Nos últimos anos têm sido tentadas 
classificações baseadas na semelhança entre genomas, com grandes avanços em algumas áreas, 
especialmente quando se juntam a essas informações aquelas oriundas dos outros campos da Biologia. 
A classificação dos seres vivos é parte da sistemática, ciência que estuda as relações entre 
organismos, e que inclui a coleta, preservação e estudo de espécimes, e a análise dos dados vindos de 
várias áreas de pesquisa biológica. O primeiro sistema de classificação foi o de Aristóteles no século IV 
a.C., que ordenou os animais pelo tipo de reprodução e por terem ou não sangue vermelho. O seu 
discípulo Teofrasto classificou as plantas por seu uso e forma de cultivo. Nos séculos XVII e XVIII os 
botânicos e zoólogos começaram a delinear o atual sistema de categorias, ainda baseados em 
características anatômicas superficiais. No entanto, como a ancestralidade comum pode ser a causa de 
tais semelhanças, este sistema demonstrou aproximar-se da natureza, e continua sendo a base da 
classificação atual. Lineu fez o primeiro trabalho extenso de categorização, em 1758, criando a hierarquia 
atual. 
A partir de Darwin a evolução passou a ser considerada como paradigma central da Biologia, e com 
isso evidências da paleontologia sobre formas ancestrais, e da embriologia sobre semelhanças nos 
primeiros estágios de vida.No século XX, a genética e a fisiologia tornaram-se importantes na 
classificação, como o uso recente da genética molecular na comparação de códigos genéticos. 
Programas de computador específicos são usados na análise matemática dos dados. 
Em fevereiro de 2005 Edward Osborne Wilson, professor aposentado da Universidade de Harvard, 
onde cunhou o termo biodiversidade e participou da fundação da sociobiologia, ao defender um "projeto 
genoma" da biodiversidade da Terra, propôs a criação de uma base de dados digital com fotos detalhadas 
de todas a espécies vivas e a finalização do projeto Árvore da vida. Em contraposição a uma sistemática 
baseada na biologia celular e molecular, Wilson vê a necessidade da sistemática descritiva para preservar 
a biodiversidade. 
Do ponto de vista econômico, defendem Wilson, Peter Raven e Dan Brooks, a sistemática pode trazer 
conhecimentos úteis na biotecnologia, e na contenção de doenças emergentes. Mais da metade das 
espécies do planeta é parasita, e a maioria delas ainda é desconhecida. De acordo com a classificação 
vigente as espécies descritas são agrupadas em gêneros. Os gêneros são reunidos, se tiverem algumas 
características em comum, formando uma família. Famílias, por sua vez, são agrupadas em uma ordem. 
Ordens são reunidas em uma classe. Classes de seres vivos são reunidas em filos. E os filos são, 
finalmente, componentes de alguns dos cinco reinos (Monera, Protista, Fungi, Plantae e Animalia). 
 
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. 146 
 
 
A Filogênese dos Seres Vivos 
 
Qual foi o ancestral dos répteis (lagartos, cobras) que vivem na Terra atual? Essas e outras perguntas 
relativas à origem dos grandes grupo de seres vivos eram difíceis de serem respondidas até surgir, em 
1859, a Teoria da evolução Biológica por Seleção Natural, proposta por Charles Darwin e Alfred Russel 
Wallace. Com a compreensão de "como" a evolução biológica ocorre, os biólogos passaram a sugerir 
hipóteses para explicar a possível relação de parentesco entre os diversos grupos de seres vivos. 
Diagramas em forma de árvore - elaborados com dados de anatomia e embriologia comparadas, além 
de informações derivadas do estudo de fósseis - mostraram a hipotética origem de grupos a partir de 
supostos ancestrais. Essas supostas "árvores genealógicas" ou "filogenéticas" (do grego, phylon = raça, 
tribo + génesis = fonte, origem, início) simbolizavam a história evolutiva dos grupos que eram comparados, 
além de sugerir uma provável época de origem para cada um deles. Como exemplo veja a figura abaixo. 
 
 
O esquema representa uma provável "história evolutiva" dos vertebrados. Note que estão 
representados os grupos atuais - no topo do esquema- bem como os prováveis ancestrais. Perceba que 
o grupo das lampreias (considerados "peixes" sem mandíbula) é bem antigo (mais de 500 milhões de 
anos). Já cerca de 150 milhões de anos, provavelmente a partir de um grupo de dinossauros ancestrais. 
Note, ainda, que o parentesco existe entre aves e répteis é maior do que existe entre mamífero e répteis, 
1160671 E-book gerado especialmente para RODRIGO DA COSTA RIBEIRO
 
. 147 
e que os três grupos foram originados de um ancestral comum. Atualmente com um maior número de 
informações sobre os grupos taxonômicos passaram-se a utilizar computadores para se gerar as arvores 
filogenéticas e os cladogramas para estabelecer as inúmeras relações entre os seres vivos. 
 
Estabelecendo Filogenias com os Cladogramas 
 
Ao dispor de um grande número de características comparativas, mais confiáveis - anatômicas, 
embriológicas, funcionais, genéticas, comportamentais etc. - os biólogos interessados na classificação 
dos seres vivos puderam elaborar hipóteses mais consistentes a respeito da evolução dos grandes 
grupos. Influenciados pelo trabalho de Wili Hennig - um cientista alemão, especialista em insetos - 
passaram a apresentar as características em cladogramas. Neste tipo de diagrama, utiliza-se uma linha, 
cujo ponto de origem - a raiz- simboliza um provável grupo (ou espécie) ancestral. De cada nó surge um 
ramo, que conduz a um ou a vários grupos terminais. Com os cladogramas pode-se estabelecer uma 
comparação entre as características primitivas - que existiam em grupos ancestrais - e as derivadas - 
compartilhadas por grupos que os sucederam. 
 
 
 
Sistema Reprodutor 
 
Mudanças no corpo 
A descoberta do sexo acontece com a descoberta do corpo. Moças e rapazes costumam acompanhar 
atentamente as mudanças que ocorrem nos seus órgãos sexuais externos. Essas mudanças são 
provocadas pela ação de hormônios. As características sexuais primárias, visíveis nos órgãos genitais, 
são determinadas geneticamente e estão presentes desde o nascimento, tanto no homem como na 
mulher. 
 
O Corpo Masculino 
 
As principais modificações visíveis no corpo masculino ao longo da adolescência estão descritas 
abaixo. Os testículos (dentro do saco escrotal) crescem primeiro e, pouco tempo depois, o pênis. Na 
puberdade, os pelos surgem em diversos locais: no rosto, nas axilas, no peito e nas áreas próximas aos 
testículos. A voz também sofre mudanças. Esse conjunto de características que se definem na 
puberdade, em consequência da ação hormonal, recebe o nome de características sexuais secundárias. 
Estas, porém, não obedecem a padrões rígidos. Adolescentes de mesma idade podem apresentar 
diferenças significativas em relação à estatura do corpo, quantidade de pelos, tamanho do pênis, timbre 
de voz etc. O grupo étnico a que pertence o indivíduo, a herança genética, hábitos alimentares, problemas 
de saúde, dentre outros fatores, são responsáveis por essas diferenças. 
Assim, colegas de mesma idade que a sua podem ser mais altos ou mais baixos que você ou terem a 
voz mais ou menos grave que a sua, por exemplo. Isto não deve preocupá-lo. As pessoas são diferentes 
e apresentam ritmos desiguais de desenvolvimento do corpo. É importante gostar de você, aprendendo 
a cuidar e valorizar o seu próprio corpo. 
 
7. ANATOMIA E FISIOLOGIA COMPARADA DOS SERES 
VIVOS (ZOOLOGIA). 
7.1. Reprodução humana. 7.2. Aspectos anatomo-fisiológicos 
dos sistemas reprodutores masculino e feminino. 7.3. Ciclo 
menstrual e controle hormonal no processo. 7.4. Ciclos 
biológicos das principais espécies de invertebrados 
causadores de doenças. 
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Veja as principais modificações visíveis no corpo masculino, ao longo do tempo. 
 
Os rapazes possuem uma pequena quantidade de hormônios sexuais femininos, as garotas, uma 
pequena quantidade de hormônios sexuais masculinos. Na puberdade, às vezes, um pequeno 
desequilíbrio na quantidade desses hormônios pode provocar um ligeiro crescimento das mamas nos 
rapazes ou pelos em excesso nas garotas. Em geral, isso desaparece com o tempo, mas, se persistir, o 
mais aconselhável é procurar orientação médica. Na região genital, encontramos o pênis e o saco 
escrotal. 
 
Pênis e a Ejaculação - O pênis é um órgão de forma cilíndrica e constituído principalmente por tecido 
erétil, ou seja, que tem capacidade de se erguer. Com a excitação sexual, esse tecido e banhado e 
preenchido por maior quantidade de sangue, o que torna o pênis ereto e rígido. Na ponta do pênis, há a 
glande (a “cabeça”), que pode estar coberta pelo prepúcio. Na glande, há o orifício da uretra, canal que 
no corpo masculino se comunica tanto com o sistema urinário quanto com o sistema reprodutor. O 
tamanho do pênis varia entre os homens e não tem relação biológica com fertilidade e nem com potência 
sexual. 
Quando o homem é estimulado, como ocorre numa relação sexual, culmina com o esperma sendo 
lançado para fora do corpo masculino sob a forma de jatos. Esse fenômeno chama-se ejaculação. O 
esperma é ejaculado através da uretra, por onde a urina também é eliminada. Durante uma ejaculação 
normal são expelidos de 2 a 4 mililitros de esperma; cada mililitro contémaproximadamente 100 milhões 
de espermatozoides. 
 
Saco Escrotal: Os espermatozoides, gameta sexual masculino, são produzidos nos testículos. Os 
testículos ficam no saco escrotal, que tem aparência flácida e um pouco enrugada. É importante eles se 
localizarem fora do abdome, pois os espermatozoides são produzidos em uma temperatura mais baixa 
do que a do restante do corpo. Nos dias frios ou durante um banho frio, o saco escrotal se encolhe, 
favorecendo o aquecimento dos testículos. O uso de cueca apertada pode causar infertilidade temporária, 
decorrente do aquecimento excessivo que provoca nos testículos. 
 
Testículos: Os testículos são glândulas sexuais masculinas. São formadas por tubos finos e 
enovelados, chamados túbulos seminíferos. Diferentemente do que ocorre com as garotas, que já nascem 
com “estoque” de gametas (óvulos) “prontos” no corpo, é na puberdade, sob ação dos hormônios, que se 
inicia no corpo masculino a produção de gametas (os espermatozoides) nos testículos. A produção de 
espermatozoides começa na puberdade, por volta dos 12 ou 13 anos de idade e vai até o fim da vida. 
Cada espermatozoide é formado basicamente de três partes: cabeça, colo e cauda com flagelo. Os 
testículos produzem também o hormônio sexual masculino, chamado testosterona. O hormônio 
testosterona estimula o aparecimento das características sexuais secundárias masculinas: pelos no rosto 
e no restante do corpo, modificações na voz etc. 
 
Epidídimos: Os espermatozoides que acabam de ser formados ficam armazenados no epidídimo, um 
outro enovelado de túbulos localizados sobre os testículos. Os epidídimos são dois órgãos formados por 
tubos enovelados, cada um localizado junto a um testículo. Reveja o esquema do sistema genital 
masculino e observe a localização dos epidídimos. Os espermatozoides podem ficar armazenados 
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nesses tubos por aproximadamente uma a três semanas, até que a maturação seja completada. Isso 
aumenta a sua mobilidade. Os espermatozoides passam do epidídimo para um tubo com parede muscular 
chamado ducto deferente. De cada epidídimo parte um ducto deferente. Posteriormente e sob a bexiga 
urinária, cada ducto deferente se une ao canal da glândula seminal do mesmo lado e forma um tubo 
único, chamado ducto ejaculatório. Os ductos ejaculatórios lançam os espermatozoides num outro canal 
- a uretra. A uretra é um tubo que se inicia na bexiga urinária, percorre o interior do pênis e se abre no 
meio externo. 
 
Glândulas Seminais e Próstata: As glândulas seminais são duas glândulas em forma de bolsa. Elas 
produzem um líquido denso que nutre os espermatozoides e aumenta a sua mobilidade. A próstata é uma 
glândula produtora de um líquido de aspecto leitoso. Esse líquido é leitoso e neutraliza a acidez de restos 
de urina na uretra e, numa relação sexual, a acidez natural da vagina, protegendo assim os 
espermatozoides. Em sua “viagem” até a uretra, os espermatozoides recebem os líquidos produzidos 
pelas glândulas seminais e pela próstata. Ao passar pela uretra, os espermatozoides recebem também 
um líquido lubrificante produzidos pelas glândulas bulbouretrais. Ao conjunto formado pelos 
espermatozoides e os líquidos produzidos pelas glândulas seminais, pela próstata e pelas glândulas 
bulbouretrais dá-se o nome de esperma ou sêmen. 
 
 
O Corpo Feminino 
 
Observe a figura abaixo que mostra a passagem da adolescente para a mulher adulta. Algumas das 
mudanças dessa passagem são o aumento dos seios e o aparecimento de pelos pubianos e pelos nas 
axilas. Essas são algumas das características sexuais secundárias femininas. Antes de falarmos do 
interior do corpo feminino, vamos conversar sobre a parte externa, por meio da qual a mulher recebe 
estímulos e se relaciona com o meio ambiente. Para a mulher, conhecer o próprio corpo é fundamental 
para ajudar a mantê-lo saudável. O ginecologista (médico especializado em órgãos reprodutores 
femininos) pode esclarecer dúvidas caso seja notado alguma alteração que cause estranheza. 
. 
Monte de Vênus ou púbis: é a área triangular acima da vulva e na qual aparecem pelos, a partir da 
puberdade. 
 
Vulva: nessa região, estão os pequenos e grandes lábios, que são dobras de pele muito sensíveis. 
Entre os pequenos lábios, há o clitóris, pequenina estrutura do tamanho aproximado de uma ervilha e, 
que em geral, provoca grandes sensações de prazer, quando estimulado. 
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Abertura da vagina: leva aos órgãos sexuais internos. Essa abertura é parcialmente bloqueada, na 
maioria das garotas virgens, por uma fina membrana chamada hímen, que, geralmente, é rompido na 
primeira relação sexual com a penetração do pênis. O hímen tem uma abertura por onde ocorre a saída 
do sangue menstrual. 
 
Uretra: o orifício da uretra é por onde sai a urina; não conduz a nenhum órgão sexual interno. 
 
Ânus: o ânus é o orifício por onde saem as fezes; é a saída da tubo digestório. Também não tem 
ligação com órgãos sexuais internos. 
 
Períneo: entre o ânus e a vulva, na entrada da vagina, existe uma região chamada períneo. No 
homem, o períneo localiza-se entre o saco escrotal e o ânus. 
 
Na hora do parto, muitas vezes é necessário fazer um pequeno corte no períneo, para que a cabeça 
do bebê não lacere (corte) os músculos dessa região. Isso é importante para proteger a mãe, pois lesões 
extensas no períneo farão com que ela, no futuro, possa sofrer de “queda de bexiga” e perda da 
capacidade de controlar a retenção da urina. Após o nascimento do bebê, o médico faz a sutura (dá 
pontos com linha e agulha cirúrgica) do períneo. O procedimento é feito com anestesia local. 
 
 
Vagina: é o canal que liga a vulva até o útero. 
 
Útero: é um órgão oco, constituído por tecido muscular, com grande elasticidade, que tem forma e 
tamanho semelhantes aos de uma pera. Em caso de gravidez, o útero está preparado para alojar o 
embrião até o nascimento. 
 
Ovários: os ovários são as glândulas sexuais femininas, nas quais, desde o nascimento da menina – 
ficam armazenados aproximadamente 400 mil gametas femininos. Essas células sexuais são chamadas 
óvulos. Elas contém a metade do material genético necessário ao desenvolvimento de um bebê. Os 
óvulos que existem nos ovários das meninas são imaturos. Os hormônios sexuais são responsáveis pelo 
amadurecimento e pela liberação desses óvulos. 
 
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Tubas uterinas (trompa de falópio): são dois tubos delgados que ligam os ovários ao útero. 
Revestindo esses tubos internamente, existem células com cílios que favorecem o deslocamento do óvulo 
até a cavidade uterina. 
 
Os seios: o desenvolvimento dos seios ocorre na puberdade e nem sempre acontece de forma 
idêntica, às vezes, um seio é ligeiramente maior do que o outro. O tamanho do seio varia de uma mulher 
para outra. Do mesmo modo que acontece com o nariz, com as mãos ou com os pés, que não são de 
tamanho igual em todas as pessoas, nem mesmo no caso de irmãos. O seio é formado por um tecido 
gorduroso e por pequenas glândulas chamadas glândulas mamárias. Essas glândulas são ligadas ao 
mamilo (bico) por canais, através dos quais o leite passa durante a amamentação. O mamilo, em geral, 
é muito sensível ao toque. 
O desenvolvimento dos seios e de outras formas do corpo das meninas, como a cintura mais fina , os 
quadris arredondados, depende de quando e quanto hormônio sexual é produzido pelo corpo dela, ou 
seja, pelos ovários. Algumas meninas começam a produzir mais hormônios sexuais mais cedo do que 
outras. Por isso, além de ficarem menstruadas primeiro, determinadas garotas desenvolvem o “corpo de 
mulher” mais precocemente que outras. Outro fator importante a considerar é a hereditariedade, os traços 
físicos herdados dos pais, avós etc. Numa família na qual as mulheres possuem seiospouco 
desenvolvidos, é bem provável que as meninas venham a ter, também, seios pequenos. Ninguém melhor 
do que o médico para dizer se o desenvolvimento dos seios e dos demais sinais de maturação do corpo 
está de acordo com o previsto para a idade da garota. 
 
A Ovulação 
 
A ovulação é a liberação de um óvulo maduro feita por um dos ovários por volta do 14º dia do ciclo 
menstrual, contado a partir do primeiro dia de menstruação. No ovário (o local de onde sai o óvulo) surge 
o corpo lúteo ou amarelo – uma estrutura amarelada que passa a produzir o estrogênio e progesterona. 
Esses hormônios atuam juntos, preparando o útero para uma possível gravidez, além disso, o estrogênio 
estimula o aparecimento das características sexuais femininas secundárias. O óvulo liberado é “captado” 
por uma das tubas uterinas, que ligam os ovários ao útero. Revestindo essas tubas internamente, existem 
células com cílios que favorecem o deslocamento do óvulo até a cavidade do útero. 
 
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A Fecundação 
 
A mulher pode ficar grávida se, quando o óvulo estiver nesses tubos, ela mantiver relação sexual com 
o parceiro e um espermatozoide (célula reprodutora masculina) entrar no óvulo. O encontro de gametas 
(óvulo e espermatozoide), na tuba uterina, chama-se fecundação. Apenas um dos milhões de 
espermatozoides contidos no esperma penetra no óvulo, na fecundação. Depois da fecundação, ocorre 
então a formação da célula-ovo ou zigoto. Essa primeira célula de um novo ser sofre divisões durante o 
seu trajeto pelo tubo até o útero. O sexo biológico desse novo ser humano – ou seja, o sexo do bebê – é 
definido na fecundação pelos cromossomos X ou Y. 
Os seres humanos, salvo raras exceções possuem 46 cromossomos, sendo que dois deles são os 
cromossomos sexuais (que definem o sexo). As mulheres possuem dois cromossomos X (portanto ela á 
XX) e os homens, um X e um Y (portanto XY). 
 
 
 
Na divisão celular (meiose) para a formação dos gametas (óvulo e espermatozoide) a mulher só gera 
gametas (óvulos) X enquanto que o homem pode gerar gametas (espermatozoides) X e Y. Então: 
- Se o espermatozoide que contém o cromossomo X fecundar o óvulo (X), o embrião será do sexo 
feminino (XX). 
- Se o espermatozoide que contém o cromossomo Y fecundar o óvulo (X), o embrião será do sexo 
masculino (XY). 
 
Menstruação 
 
A menstruação é a causa fisiológica do período fértil da mulher, que se dá caso não haja a fecundação 
do ovócito, permitindo a eliminação periódica, através da vagina, do endométrio uterino (ou mucosa 
uterina). O folículo ovariano em desenvolvimento, comandado pela glândula hipófise, produz os 
hormônios ovarianos estrogênio e progesterona, que promovem o desenvolvimento endometrial próprio 
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para gestação. Porém, o ovócito não sendo fecundado, ocorre a involução do corpo lúteo, e, 
consequentemente, queda brusca dos hormônios ovarianos produzidos por ele. Esta queda da 
concentração hormonal causa a degeneração e necrose do tecido endometrial, que era estimulado pela 
ação destes hormônios. O ovócito não fecundado se degenera, e sai com muco uterino (ou endométrio), 
sangue e hormônios. Em condições normais, e não havendo nada que impeça os ciclos femininos, este 
fenômeno ocorre, em média, de 28 em 28 dias, e tem uma duração de 3 a 7 dias. A menarca (primeira 
menstruação) não tem uma idade certa para aparecer. Depende muito de mulher para mulher. Aparecer 
a menarca entre os 9 anos e 18 anos é normal (a partir dos 18 anos pode ser indício de doença). 
 
O ciclo menstrual 
 
O ciclo menstrual geralmente dura cerca de 28 dias e é dividido em 3 fases, de acordo com as 
alterações hormonais que ocorrem durante o mês. A menstruação representa os anos férteis da vida da 
mulher, que iniciam na adolescência e duram até a menopausa. 
No entanto, é normal que a duração do ciclo varie entre 25 e 35 dias, mas ciclos com intervalos mais 
curtos ou mais longos do que estes podem representar problemas de saúde como ovários policísticos. 
O ciclo menstrual normal dura em média 28 dias, tendo início no primeiro dia de menstruação e 
terminando quando a menstruação do mês seguinte inicia. Cada ciclo é dividido em 2 fases: 
-Fase folicular: começa no primeiro dia da menstruação e dura em média 12 dias; 
-Fase lútea: dura em média 10 dias e prepara o útero para o início da próxima menstruação. 
Após finalizadas as 3 fases, ocorre a menstruação, que é o descolamento do revestimento do útero, 
caracterizada por sangramento vaginal que dura cerca de 5 a 7 dias. 
 
1.) Fase folicular 
 
A fase folicular começa no primeiro dia da menstruação, ou seja, no primeiro dia do ciclo. No início 
desta fase, os hormônios estrogênio e progesterona estão baixos e o útero está menstruando, 
apesentando uma parede (endométrio) bem fina. O ovário nesta fase está em repouso. 
Neste momento, a glândula pituitária (hipófise), que se localiza no sistema nervoso central, começa a 
aumentar a produção de um hormônio chamado hormônio folículo estimulante (FSH), que como o próprio 
nome diz, estimula os folículos do ovário. Na presença do FSH, os folículos começam a se desenvolver, 
crescendo e amadurecendo. Sete dias após o início do ciclo, é possível detectar na ultrassonografia do 
ovário vários folículos medindo entre 9 e 10 milímetros. 
Estes folículos, agora, começam a produzir estrogênio. Conforme os níveis de estrogênio vão 
crescendo, um dos folículos se torna dominante, se desenvolvendo mais rápido que os outros, que na 
verdade, param de crescer e começam a involuir. O folículo dominante libera o óvulo no momento da 
ovulação. 
Além do desenvolvimento do folículo dominante, o estrogênio também age sobre o útero, preparando-
o para uma eventual gravidez. A membrana da parede do útero, chamada de endométrio, começa a se 
proliferar, adquirindo camadas, tornando-se, assim, mais espessa. 
 
 
 
 
2.) Fase Lútea 
 
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O pico de estrogênio ocorre 1 dia antes da ovulação. No momento de concentração máxima do 
estrogênio, outro hormônio da hipófise é liberado, o hormônio luteinizante (LH). Estamos agora 
exatamente no meio do ciclo, 14º dia em casos de ciclos menstruais de 28 dias. 
-Ciclo ovulatório - Variação dos hormônios 
-Ciclo ovulatório – Variação dos hormônios 
O pico de estrogênio e surgimento do LH, fazem com que a mulher comece a produzir um muco 
viscoso, chamado de muco fértil, que favorece a mobilidade dos espermatozoides. 
A liberação do LH completa o processo de maturação do folículo dominante, e aproximadamente 36 
horas após a sua liberação, ocorre o rompimento do folículo e a liberação do óvulo, ou seja, a mulher 
ovula. 
 
 
 
Corpo lúteo 
 
Logo antes da ovulação, as células ao redor do folículo ovariano, sob influência do LH, começam a 
formar o corpo lúteo, estrutura responsável pela produção de estrogênio e, principalmente, progesterona. 
Quando a mulher ovula, o óvulo é liberado em direção às trompas, permanecendo apenas o corpo lúteo 
no ovário. 
Durante toda a parte final do fase lútea, o corpo lúteo permanece produzindo a progesterona, que age 
inibindo a secreção de LH pela hipófise. No útero, a progesterona age interrompendo a proliferação do 
endométrio. Na verdade, a progesterona organiza as camadas da mucosa tornando-a mais homogênea, 
deixando-a rica em fluídos e nutrientes para o potencial feto. Quando se faz um ultra-som do útero na 
fase proliferativa do ciclo, é possível detectar 3 camadas distintas de endométrio. Quando o mesmo 
exame é feito na fase lútea, não há mais essa distinção e o endométrio encontra-se todo uniforme, pronto 
para receber o óvulo fecundado. 
Como a progesterona inibe o LH, se o óvulo não for fecundado, a queda do LH faz com que o corpo 
lúteo começa a involuir, o que por sua vez provoca a queda na produção deprogesterona e estrogênio 
pelo mesmo. Sem esses hormônios a grossa parede do endométrio não mais se sustenta, seu suprimento 
de sangue é cortado, e ela acaba por desabar, caracterizando a menstruação e reiniciando o ciclo na fase 
folicular. 
 
Período fértil 
 
Após a sua liberação, óvulo só fica viável por cerca de 12-24 horas. Isso significa que a fecundação é 
mais provável quando já há espermatozoides presentes antes da ovulação. Apesar do curto período de 
viabilidade do óvulo, o intervalo fértil é bem mais longo, pois, dependendo da qualidade do sêmen 
masculino, os espermatozoides podem ficar viáveis dentro do sistema reprodutor da mulher por até 5-7 
dias. Portanto, o período fértil vai do 5º dia antes da ovulação até um dia após a mesma. 
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CICLOS BIOLÓGICOS DOS PRINCIPAIS INVERTEBRADOS CAUSADOR ES DE DOENÇAS 
 
Febre amarela 
 
20A Febre Amarela (FA) é uma doença infecciosa aguda, febril, de natureza viral, encontrada em países 
da África e Américas Central e do Sul. Caracteriza-se clinicamente por manifestações de insuficiência 
hepática e renal, que pode levar à morte, em cerca de uma semana. Apresenta-se como febre amarela 
urbana ou febre amarela silvestre. 
 
Agente etiológico: em ambas as formas, o causador da febre amarela é um arbovírus (vírus 
transmitido por artrópodes) do grupo B. Também fazem parte deste grupo o vírus do dengue, Encefalite 
Japonesa, Encefalite do Oeste do Nilo e outros. O vírus da febre amarela pertence ao gênero Flavivirus, 
da família Flaviviridae. Este vírus é esférico e envelopado, de 60 nanômetros, possuidor de uma fita 
simples de RNA infectante de 10.500 bases, contendo 10 genes. 
 
Vetores e Reservatórios: o vírus infecta humanos e outros vertebrados principalmente macacos. Os 
vetores são fêmeas de mosquitos culicídeos pertencentes aos gêneros Aedes e Haemagogus. Não se 
comprovou qualquer participação do Ae. albopictus na transmissão da doença. Até o momento, nunca foi 
encontrado infectado em natureza com o vírus embora seja susceptível à infecção em laboratório. Como 
pode se reproduzir em ambientes naturais e artificiais, poderia fazer a ponte entre as formas silvestre e 
urbana da doença. 
 
Fontes de Infecção (febre amarela silvestre): nas Américas, muitos primatas são suscetíveis à 
infecção viral. Os principais gêneros de macacos envolvidos são: Cebus (macaco-prego), Alouatta 
(guariba) e Callithrix (sagüi). A maioria dos macacos desenvolve infecção clinicamente inaparente, mas 
com níveis de viremia (vírus presentes na corrente sanguínea) suficientes para infectar os mosquitos. 
Similarmente ao homem, estes gêneros de macacos são infecciosos por alguns poucos dias, e o 
aparecimento de anticorpos protetores confere imunidade. Os macacos desenvolvem infecções letais 
com hepatite fulminante, que lembram a forma humana da doença. Na febre amarela urbana, o homem 
se constitui no único hospedeiro. 
 
Ciclo evolutivo: a febre amarela silvestre é transmitida ao homem pela picada de fêmeas de 
mosquitos do gênero Haemagogus, nas Américas e Aedes, na África, infectadas ao sugar primatas, que 
são os hospedeiros bem como amplificadores e disseminadores do vírus nas florestas. Se o homem for 
picado quando entrar nessas áreas, torna-se infectado. A ingestão de sangue pelo mosquito contendo o 
vírus amarílico resulta em infecção das células epiteliais do seu intestino. Os vírus são liberados do 
intestino para a hemolinfa e para outros tecidos, notadamente o trato reprodutor e glândulas salivares. De 
7 a 10 dias após a ingestão do vírus e a sua secreção na saliva (o então chamado período de incubação 
extrínseca), o vetor torna-se capaz de transmitir o vírus assim que picar um hospedeiro suscetível. Este 
período de incubação é tanto menor quanto maior forem as temperaturas: 4 dias se temperatura a 37°C, 
e maior se as temperaturas forem mais baixas. (18 dias a 18°C). Uma vez infectada, a fêmea do mosquito 
permanece capaz de transmitir o vírus por toda a vida. A infecção do trato reprodutor do mosquito permite 
a transmissão do vírus a seus descendentes (transmissão congênita/vertical). Além disso, mosquitos 
machos congenitamente infectados podem transmitir o vírus às fêmeas através da cópula. A importância 
destes modos de infecção aos mosquitos não é muito clara. No Brasil, a espécie Haemagogus jantinomys 
é a que mais se destaca na perpetuação do vírus nas florestas. Na África, destacam-se o A. africanus e 
o A. simpsonii. 
Na febre amarela urbana das Américas, o vírus é transmitido de um homem a outro pela picada de 
fêmeas infectadas de A. aegypti. Este mosquito de hábitos predominantemente urbanos, procria-se ao 
redor das habitações, em recipientes que acumulam água parada. É condição necessária para a 
ocorrência de transmissão urbana natural de febre amarela a existência de um caso pelo menos, de 
portador da forma silvestre proveniente de área endêmica brasileira ou de um caso importado de outro 
país em área infestada pelo A. aegypti. Os mosquitos pertencentes ao gênero Aedes, como todos os da 
família Culicidae, apresentam duas fases de vida. Uma que envolve ovos, larvas e pupas e se passa na 
água e outra que compreende os mosquitos adultos: 
 
20 FEBRE amarela. . Boletim Epidemiológico, Brasília, Fundação Nacional de Saúde, v.3, p. 10-12, 1999. 
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- ovos : são depositados pelas fêmeas de Aedes aegypti fora do meio líquido, próximos à superfície da 
água, ficando aderidos à parede interna dos recipientes. O período para o desenvolvimento embrionário, 
em condições favoráveis, é de 2 a 3 dias até a eclosão. 
- larvas: são providas de grande mobilidade, alimentam-se de detritos orgânicos, bactérias, fungos e 
protozoários existentes na água e passam por quatro estágios. A duração da fase larval, com a 
temperatura variando de 25ºC e 29ºC e boa oferta de alimentos, é de 5 a 10 dias. 
- pupas: representam a fase final do desenvolvimento aquático. Os exemplares nesta fase não se 
alimentam, apenas respiram e são dotadas de boa mobilidade. A duração da fase pupal, em condições 
favoráveis, é de 2 dias em média. 
- adultos: machos e fêmeas alimentam-se de néctar e sucos vegetais, sendo que as fêmeas, depois 
do acasalamento, exercem a hematofagia, pois necessitam de sangue para a maturação dos ovos. O 
intervalo entre a alimentação sangüínea e a oviposição varia de 2 a 3 dias. 
 
Ciclo de vida 
Em condições favoráveis, o ciclo de vida varia de 8 a 15 dias, o tempo que decorre da oviposição até 
a fase adulta. Os mosquitos adultos vivem cerca de 30 a 40 dias. 
Em suas fases aquáticas, o e A. aegypti prolifera em recipientes artificiais, tais como reservatórios de 
água, vasos de planta, latas, garrafas, pneus, bebedouros de animais, fontes ornamentais, contendo água 
limpa e localizados nas residências ou em suas imediações. 
 
Aspectos Clínicos 
Descrição: a infecção por vírus amarílico determina no homem, desde quadros inaparentes e 
oligossintomáticos até formas fulminantes. O quadro típico da doença se caracteriza por apresentar 
evolução bifásica, com um período inicial prodrômico (período de infecção) e um período de localização. 
Período de Infecção: dura cerca de três dias, com início súbito e sintomas gerais como febre, calafrios, 
cefalalgia, lombalgia, mialgias generalizadas, prostração, náuseas e vômitos. 
Período de Remissão: caracteriza-se pelo declínio da temperatura e diminuição dos sintomas, 
provocando uma sensação de melhora no paciente. Dura poucas horas, no máximo um a dois dias. 
Período de Intoxicação: caracteriza-se pela predominância dos sintomas de insuficiência hepato-renal, 
representados por icterícia, hematêmese, melena e outras manifestações hemorrágicas (epistaxes, 
otorragias e gengivorragias), oligúria e anúria, acompanhados de albuminúria e prostração intensa.

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