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FIMOSE Fimose é a dificuldade ou impossibilidade de expor adequadamente a glande, devido ao excesso de pele que cobre a região. Pode haver, também, um anel fibrótico que impede essa visualização. Ela é fisiológica em 90% dos casos À medida que a criança cresce, ela se solta. Porém, muitas vezes, há tentativa de forçar essa liberação, o que pode levar ao trauma, à fibrose e à fimose “criada”. A cirurgia à correção, quando necessária, é feita após a criança ser desfraldada, cujas exceções são em casos de Balonopostites, ITU de repetição e pacientes religiosos OBS: Parafimose ocorre quando o prepúcio é retraído atrás da coroa do pênis, e não pode ser devolvido para a posição anterior ou normal.. Isso pode causar o aprisionamento do pênis, de forma a prejudicar a drenagem do sangue, o que leva ao edema e à dor ANCILOGLOSSIA É a aderência congênita da língua ao assoalho da boca, em que há dificuldade de exposição da língua Quando há dificuldade para mamar associada, deve-se operar logo e, quando não há, deve-se operar antes de começar a falar Caso a criança já seja maiorzinha e fala errado, deve-se operar e seguir com fonoaudiólogo HÉRNIA UMBILICAL Hérnia umbilical é um deslocamento de tecido pela parede abdominal atrás do umbigo, situação que é, praticamente, fisiológica e que regride espontaneamente na maioria dos RN A idade para a cirurgia, quando o anel possui mais de 1/1,5cm e/ou quando há PRINCÍPIOS DA CIRURGIA PEDIÁTRICA dor, é após 3-5 anos; ela é pouco sintomática e não encarcera Não se deve colocar nem moeda, e nem fita adesiva. A primeira, caso feita, predispõe risco de tétano, e, a segunda, predispõe pneumonia, uma vez que 30% da respiração do RN é abdominal HÉRNIA EPIGÁSTRICA A Hérnia Epigástrica é causada por um enfraquecimento dos músculos da parede abdominal, e surge na linha alba, do xifoide até acima do umbigo, em local de penetração de vasos sanguíneos Neste caso, a gordura pré-peritoneal que costuma ser a responsável por tal herniação Ela pode ser múltipla, e, após o diagnóstico, deve ser feita a cirurgia HÉRNIA INGUINAL Protusão do conteúdo abdominal pelo CPV, através do anel inguinal profundo (hérnia indireta) ou através da parede posterior do canal inguinal (hérnia direta) É um defeito congênito, não relacionado à fraqueza da musculatura INCIDÊNCIA I: 1 a 5%, sendo maior no primeiro ano de vida II: 10 a 30% em prematuros III: Doenças Associadas Criptorquia e Mielomeningocele IV: Sexo, Localização e Risco de Encarceramento OBS: Hérnia da direita é muito mais comum, e o risco de encarceramento é maior em RN masculinos, de forma que deve haver mais atenção ao diagnóstico e preferência à cirurgia precoce EMBRIOLOGIA E PATOGENIA Associada à descida dos testículos e à túnica vaginal, além da persistência do conduto peritônio-vaginal e, na menina, do canal de Nuck ANATOMIA DA REGIÃO INGUINAL I: Limites II: Pele e Tela Subcutânea III: Músculo Oblíquo Externo IV: Músculo Oblíquo Interno V: Músculo Transverso VI: Fáscia Transversalis VII: Trato Iliopúbico APRESENTAÇÃO CLÍNICA E DIAGNÓSTICO I: História Clínica Sugestiva II: Palpação de Cordão Espessado DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL I: Criptorquia II: Hidrocele Na hidrocele, o canal inguinal e a bolsa escrotal estão com líquido, mas sem alça intestinal. Na hérnia, há alça intestinal associada e, caso não se feche em um período de 1 ano, indica- se cirurgia OBS: Antes da cirurgia, não se tem uma certeza absoluta quanto a diferenciação supracitada III: Torção de Testículo IV: Transiluminação V: USG TRATAMENTO O tratamento é sempre cirúrgico, e exige anestesia geral Realiza-se uma incisão na pele subcutânea e, pelo anel externo, busca-se o conteúdo, no qual o saco herniário se encontra na parte inferior. Posteriormente, os elementos deste são dissecados Ainda, há identificação do nervo ílio- inguinal e infiltração com anestésico local Na menina, as estruturas são resquícios da dos meninos, que sofreram atrofia por hormônio embrionário. Assim, junto ao saco herniário, encontra-se o ligamento redondo COMPLICAÇÕES Encarceramento de Vísceras Ocorre quando a palpação da massa não é capaz de reduzi-la, o que causa dor importante. Inicialmente, provê-se analgésico e coloca o paciente em posição de cabeça para baixo, na qual se realiza massagem para ver se o conteúdo regride; se não, opera-se Estrangulamento de Vísceras Há isquemia associada, em que existe compressão dos vasos testiculares PÓS OPERATÓRIO E RECORRÊNCIA I: Hospitalização de Curto Período II: Não necessita de antibioticoprofilaxia III: Prematuros e Lactentes menores de 6 meses IV: Recuperação Excelente V: Baixa Recorrência Mais comum quando há fatores de risco HERNIORRAFIA INGUINAL LAPAROSCÓPICA Em pacientes submetidos ao reparo de hérnia inguinal unilateral, há uma chance de 5% a 20% de que uma hérnia se desenvolva no lado contralateral, o que requer uma segunda operação e anestesia para reparar. No reparo aberto, existe um risco potencial de lesão no cordão espermático e nos vasos deferentes, de hematoma, de infecção da ferida, de criptorquidia adquirida, de atrofia testicular e de recorrência da hérnia. As vantagens propostas da técnica laparoscópica incluem: I: Visualização de Defeitos Contralaterais II: Identificação de Hérnias Menos Comum Diretas e Femorais III: Dor Pós-Operatório Diminuída IV: Melhor Resultado Estético V: Retorno mais Rápido à Função Normal As desvantagens potenciais incluem: I: Possível aumento da duração do procedimento e maiores custos operacionais II: Curva de aprendizado III: Necessidade de intubação orotraqueal para a anestesia CONCLUSÕES I: Tempo operatório semelhante quando unilateral e menor na laproscópica quando bilateral II: Mesma taxa de recidiva III: Complicações Hidrocele, Criptorquia Iatrogênica, Infecção F.O e Atrofia Testicular são menos comuns por via laparoscópica IV: Taxa de recorrência, estadia hospitalar e complicações semelhantes V: Tempo operatório semelhante quando unilateral e menor na laparoscópica quando bilateral VI: Maior diagnóstico de hérnia contralateral na cirurgia laparoscópica HIPOSPÁDIA A Hipospádia é uma malformação da genitália masculina, caracterizada pela abertura anormal da uretra embaixo do pênis, e não em sua ponta Ela é sempre visível e pode ser balcânica, peniana, escrotal ou perineal Sua presença é investigada em pacientes sindrômicos, em pacientes com hipospádia peniana proximal, escrotal e perineal, em pacientes com alterações escrotais e/ou criptorquidia. Ainda, se a curvatura do pênis for anormal, o orifício uretral pode descer mais e agravar a hipospádia Geralmente, a idade para a cirurgia é entre os 6 meses e 12 meses de idade OBS: Há situações de criptorquidia bilateral em que o cariótopo é necessário para ver se há troca de sexo CRIPTORQUIA Refere-se ao testículo fora do escroto. Ela pode ser congênita ou adquirida (testículo retrátil que, eventualmente, não atinge mais a bolsa escrotal). Ainda, ela é unilateral ou bilateral, e palpável ou impalpável Sua presença é investigada em casos de pacientes sindrômicos, de pacientes com criptorquidia bilateral com alterações no escroto e/ou hipospádia e de meninas com vagina diferente A idade ótima para a cirurgia é após 1 ano de idade e antes de 2 anos de idade. Quanto mais novo, mais fácil é a operação OBS: Em testículo não palpável, indica-se laparoscopia ABORDAGEM CIRÚRGICA CONVENCIONAL (80% DOS CASOS) I: Reavaliação da criança sob anestesia geral 18% de mudança no exame clínico II: Inguinotomia III: Correção da Hérnia Inguinal AssociadaOcorre em 80% dos casos IV: Criação da Bolsa Escrotal e Fixação do Testículo Nela OBS: Se o anel inguinal está dentro da cavidade abdominal, há tentativa de leva-lo até o anel inguinal profundo contralateral. Caso não chegue, significa que os vasos são curtos, e que não conseguirá descê-lo até o escroto TÉCNICA DE SHEHATA O testículo que não desce é fixado na parede abdominal contralateral, de forma que as alças intestinais, ao longo do tempo, “batem” nele, e o alongam. 3 meses depois, o cirurgião desce o testículo normalmente à bolsa escrotal CISTO DO DUCTO TIREOGLOSSO Localiza-se na linha média anterior do pescoço, cujo diagnóstico é clínico e a confirmação é feita por USG. Dentro dele, há saliva A idade para a cirurgia é feita após o diagnóstico ATRESIA DO ESÔFAGO Refere-se à interrupção da luz esofágica na sua porção torácica Como o líquido amniótico não é processado, há, geralmente, há um poliadrâmnio no USG MALFORMAÇÕES ASSOCIADAS 50-70%: Cardíacas e Síndrome de Vacterl QUADRO CLÍNICO I: Sialorréia II: Tosse III: Cianose IV: Dispneia 2 aspiração V: Exame Abdominal DIAGNÓSTICO I: Suspeita Pré-Natal II: Impossibilidade de Cateterismo Gástrico III: Exame Radiológico TRATAMENTO I: Aspiração Contínua (Replogue) II: Manutenção da Temperatura III: ECO/US IV: Classificação Peso, Avaliação Pulmonar e Anomalias CIRURGIA Depende do tipo de Atresia I: AE com FTE Toracotomia, Ligadura FTE e Anastomose II: AE sem FTE Esofagostomia e Gastrostomia OBS: Deve-se entubar com baixa pressão e com alta frequência OBS: Se gap muito longe, deve-se fazer uma Gastrostomia e uma Esofagostomia. Em um segundo momento, interpõe-se o esôfago com o cólon ATRESIAS E ESTENOSES INTESTINAIS Em 95% dos casos de atresias, há interrupção total A frequência entre jejuno e íleo é similar, e a duodenal é 2x mais prevalente. A do cólon, por sua vez, é rara São muito associadas à Gastrosquise e à Má Rotação Intestinal, além da etiologia ser referente a acidentes vasculares QUADRO CLÍNICO É dependente do local da atresia, e associado à drenagem biliosa e à não eliminação de mecônio (24 horas) OBSTRUÇÕES DUODENAIS São frequentes em prematuros, e há, em 30% dos casos, associação com síndrome de Down e, em 50% deles, com polidrâmnio materno CAUSAS Há falha na recanalização do intestino I: Atresia II: Estenose III: Pâncreas Anular IV: Má Rotação Intestinal (Ladd) QUADRO CLÍNICO I: Vômitos Biliosos II: Distensão Abdominal Alta III: SNG: Drenagem Biliosa > 20ml IV: Ausência de Eliminação de Mecônio (Completa) ATRESIA DUODENAL É a obstrução total da luz, na primeira ou na segunda porção duodenal ESTENOSE DUODENAL É a obstrução parcial da luz, na primeira ou na segunda porção duodenal É referente a 75% dos casos de estenoses intestinais CAUSAS I: Compressão Extrínseca II: Veia Porta Pré-Duodenal III: Membrana Duodenal MEGACÓLON CONGÊNITO OU DOENÇA DE HIRSCHSPRUNG Há ausência de células ganglionares entéricas, de forma a causar obstrução colônica parcial ou total FISIOPATOLOGIA QUADRO CLÍNICO I: Não Eliminação do Mecônio II: Distensão Abdominal III: Fezes Explosivas DIAGNÓSTICO I: Enema II: Biópsia III: Menometria TRATAMENTO I: Cirúrgico II: Extensão do Segmento Aganglionar III: Técnicas Colostomia; Colostomia + Ressecção do Segmento Aganglionar; Duhamel e De Latorre-Mondragon OBS: A incisão é feita pelo ânus COMPLICAÇÕES I: Enterocolite Grave Megacólon Tóxico TRATAMENTO I: Jejuno Oral II: Descompressão TGI III: Cateter Retal IV: NPT e ATB