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Memória e Oralidade
O Conceito de Linguagem
 A oralidade entendida como atividade verbal, 
presente nas mais diferentes situações sociais em 
que um indivíduo possa se inserir ao longo de sua 
vida. Essa importante produção humana tem sido 
concebida sob diferentes aspectos e, 
consequentemente, tem recebido distintas formas 
de valorização.
Na antiguidade clássica, a produção literária 
é marcada, inicialmente, pelo registro de 
textos produzidos oralmente. 
 Poesia Lírica
 Assembleias Públicas
 Parábolas de Jesus
 Trovadores
 Sermões 
 Então registros de produções orais
 Ao longo de mais ou menos 2000 anos. Ong
(1998, p. 10), ao afirmar que “a sociedade humana
primeiramente se formou com a ajuda do discurso
oral, tornando-se letrada muito mais tarde em sua
história, e inicialmente apenas em certos grupos”,
sintetiza a ideia que temos sobre a revalorização
do oral.
 A aquisição da linguagem verbal se dá através da 
mediação da figura materna e daqueles que estão 
presentes na vida do indivíduo, em um processo 
de apropriação, repetição e reformulação. 
Bakhtin (2000, p. 301) afirma que 
a língua materna – a composição de seu léxico e
sua estrutura gramatical - não a aprendemos nos
dicionários e nas gramáticas, nós a adquirimos
mediante enunciados concretos que ouvimos e
reproduzimos durante a comunicação verbal viva
que se efetua com os indivíduos que nos
rodeiam.
 A interação na espécie humana ocorre através de
diferentes linguagens, mas é indiscutível que
ocorre principalmente pela atividade verbal, oral.
Essas afirmações genéricas referem-se aos
acontecimentos típicos dos encontros humanos.
Quando falamos sobre oralidade, qual sentido
está sendo, especificamente, atribuído a este
termo?
Diferenciação de oratória
O que escreve-se hoje
Como fala-se hoje
https://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstr
eam/handle/10438/9943/oralidade.pdf
 Na atualidade estão sendo realizados inúmeros
projetos, por diferentes instituições, que visam
registrar, através da coleta de relatos orais, as
experiências vivenciadas pelas populações
envolvidas em grandes traumas. O grande tema
que inaugurou esse tipo de iniciativa, e que pode
ser chamado de movimento testemunhal, foi o
Holocausto.
 Não devemos esquecer de que há uma diversidade de situações
em que a oralidade está implicada de maneira especial ou está
ausente. Existem diferentes tipos de alteração da fala focalizados
em campos como os da Neolinguística e da Fonoaudiologia, que
dizem respeito à capacidade de articular as palavras ou de lidar
com estratégias discursivas (por exemplo, mudez, gagueira,
afasia). De outro ângulo, fora do âmbito da patologia, cabe
lembrar as línguas de sinais das comunidades de surdos, que
são viso-gestuais e não auditivo vocais. Embora a enunciação
não envolva palavras vocalizadas, é possível dizer que, quando
enuncia em sinais, o surdo está exercendo uma “oralidade”, é
falante da língua de seu grupo. Assim, ainda que tenhamos de
levar em conta situações tão diversas, constatamos que a
oralidade continua no centro das interações humanas.
 Ao longo de sua vida, os indivíduos não
dão conta de conhecer toda a diversidade
de textos (gêneros) produzida nas
sociedades, até porque é praticamente
impossível tomar parte (ou, para o
estudioso, mensurar) todas as situações
sociais. No espaço familiar, muitas
situações permitirão que o indivíduo
reconheça as regras sociais de
participação e aprenda a produzir textos
que permitirão a interação deles com os
outros membros de seu grupo/família.
É importante verificar como se concebe a oralidade
atualmente no meio acadêmico e nas escolas de
ensino fundamental e médio e como ela tem sido
incorporada nesses diferentes níveis de ensino. Para
dar a dimensão de propostas pedagógicas centradas
na oralidade, serão apresentadas algumas situações
que permitem traçar uma análise para uma
discussão do alcance desse tema no ensino de
língua materna. Verificando também o conhecimento
correlacionado com os PCN´s, Diretrizes de Cursos
e que regem a Leis da Educação.
A língua, a palavra, são quase tudo na 
vida do homem. Bakhtin1
 Durante muitos anos, a modalidade oral da Língua Portuguesa no
Brasil, nas escolas de ensino fundamental (e médio também), foi
abordada numa perspectiva instrumental, em que se propunham
questões para serem realizadas oralmente entre os alunos como
pretexto/meio para iniciar o estudo de um determinado tema, ou
como primeiro procedimento/meio para iniciar uma produção
textual escrita. Silva e Mori-de-Angelis (2004.p.194) nomeiam
esse uso da oralidade:“ (...) atividades que tratam a linguagem
oral como mídia para a realização de outras atividades”.
 Logo, a escola tem papel fundamental em relação 
ao ensino da escrita. Geraldi (2002, p. 36) 
propõe: 
O conhecimento apenas da modalidade oral da
língua não permite, evidentemente, acesso ao que
se acumulou com o trabalho social e histórico, com
o conhecimento hoje disponível graças à escrita.
Assim o primeiro acesso que a escola deve
proporcionar é o acesso à escrita.
 As novas formulações dos conceitos de linguagem e de língua
têm impacto nas propostas educacionais, pois os referenciais
teóricos exigem uma nova organização dos objetivos de ensino,
e, consequentemente, dos conteúdos dos programas das
escolas.
 Dentre as inovações, ficou evidente a compreensão de que os
professores não estariam transmitindo apenas conhecimentos
específicos à sua área, mas vislumbrou-se que o campo de
atuação do professor é de outra ordem, não restrita apenas a
operações conceituais da disciplina que ele ministra.
 Sobral (2005, p.24), ao tratar do sujeito em Bakhtin, faz a
seguinte afirmação:
 Quando diz algo, o sujeito sempre diz de uma dada maneira
dirigindo-se a alguém, e o ser desse alguém interfere na
própria maneira de dizer, na escolha dos próprios itens lexicais.
Dizer é dizer-se.
 O conceito de mediação de Vygotsky (2000) no
desenvolvimento da linguagem e na constituição do
sujeito colabora significativamente para compreensão das
atividades dos indivíduos no âmbito educacional: se os
indivíduos são mediados por outros indivíduos para se
apropriarem da linguagem e se constituírem como
sujeitos, isto pode significar que no espaço escolar todos
os professores são corresponsáveis por essa mediação,
portanto, o cuidado, especialmente com a linguagem
verbal, apesar de apresentar especificidades de estudo na
formação do professor de língua materna, não poderia se
restringir a um trabalho isolado, realizado por essa área,
mas começa a ser concebido como um trabalho de
coparticipantes.
A Visão Enunciativa da Linguagem e a 
Questão do Texto: Bakhtin
 A que Bakhtin (2002, p. 41) chama de ubiqüidade social da
palavra. O filósofo russo também afirma que “a palavra é
o modo mais puro e sensível de relação social” (p. 36).
Contudo, compreende-se hoje, também, que a ausência
da palavra, o silêncio, constitui significação. Palavras e
silêncio constituem, pois, significação. As obras de Mikail
Bakhtin (1895-1975) revelam sua concepção de mundo à
luz do método sociológico, ancorado em grande parte em
teses marxistas. Para ele, as palavras são ideológicas,
refletem e refratam diferentes realidades.
 A posição de Bakhtin é antagônica à soberania da ação individual do homem 
(2002, p.70-71): 
(...) a unicidade do meio social e a do contexto social imediato são condições 
absolutamente indispensáveis para que o complexo físico psíquico-fisiológico [a 
palavra, a linguagem] que definimos possa ser vinculado à língua, à fala, possa 
tornar-se um fato de linguagem. Dois organismos biológicos, postos em presença 
num meio puramente natural, não produzirão um ato de fala. (comentário nosso)
Vamos ver nossa memória
Observou a imagem? Quantos moinhos 
haviam nela?
O que essa imagem te lembra?
Referencias
 BAKHTIN, M. (VOLOCHINOV). Estética da CriaçãoVerbal. Trad. de Maria E. G. 
G. Pereira. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
 ROJO, R.H.R (org.) A prática de linguagem em sala de aula. Praticando os 
PCNs. Campinas: Mercado de Letras, 2002.
	Slide 1: Memória e Oralidade 
	Slide 2: O Conceito de Linguagem
	Slide 3: Na antiguidade clássica, a produção literária é marcada, inicialmente, pelo registro de textos produzidos oralmente. 
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	Slide 7
	Slide 8: Diferenciação de oratória
	Slide 9: https://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/9943/oralidade.pdf
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	Slide 11
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	Slide 13: A língua, a palavra, são quase tudo na vida do homem. Bakhtin1
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	Slide 17: A Visão Enunciativa da Linguagem e a Questão do Texto: Bakhtin
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	Slide 19: Vamos ver nossa memória
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	Slide 21: Observou a imagem? Quantos moinhos haviam nela?
	Slide 22
	Slide 23
	Slide 24: O que essa imagem te lembra?
	Slide 25
	Slide 26
	Slide 27: Referencias

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