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Aúdio do professor: Definição de reportagem: pertence ao gênero informativo, mas ela se diferencia pois na reportagem há contextualização, possibilidade de destrinchar causas e consequências. A reportagem exige maior rigor no processo de apuração, consultando mais fontes, coleta de dados, análise de documentos. Repórter tem o compromisso com a verdade, deve seguir o princípio da imparcialidade. O repórter deve trazer o relato mais completo e equilibrado, ouvindo os diferentes lados, evitando pré-julgamentos e não aparecendo mais do que a informação. Conteúdo importa mais do que a forma. Linha editorial é o posicionamento do veículo diante da realidade a sua volta. Isso influencia no que vai ser ou não publicado e também na abordagem, como um filtro do veículo. Abordagem adequada aos interesses estratégicos do veículo. Fontes primárias são aquelas que vão entrar na matéria, são citadas nominalmente com os devidos créditos, opinando a respeito de uma tema que são peritas, narrando um fato o qual foram testemunhas oculares. São fundamentais para promover o embasamento de qualquer reportagem. Testemunhas oculares também são fontes primárias. Fontes secundárias: aquelas que são procuradas durante o processo de apuração e que vão passar informações valiosas em off, por exemplo, sem que sejam identificadas no texto. New journalism movimento iniciado nos EUA entre os anos 50/60, e no Brasil teve repercussão na mídia impressa e na TV. Revista Realidade, no fim dos anos 60, foi o principal veículo a empregar essa linguagem. O new journalism é marcado pela experiência imersiva do jornalista, ele vive de fato o tema que tá sendo reportado. Principal expoente da TV, comando da madrugada. Reportagens de gaveta são aquelas que se espera ter um gancho para trazer ao público, mas que envolvem temas não factuais, podem entrar tanto como matérias coordenadas, como reportagem principal, mas é preciso um gancho. Linguagem no jornalismo de modo geral, é jornalística, nem informal e nem coloquial. Aula 2 - Conceitos de apuração O ideal é que o jornalista esteja sempre preparado para encarar surpresas ou imprevistos. A apuração factual, porém, tende a reservar mais imprevistos que a apuração planejada. Preparação A apuração factual tem como principal ponto negativo a imprevisibilidade e falta de tempo. Uma reportagem planejada normalmente é desenvolvida com planejamento. Esse tempo a mais possibilita a realização de uma pesquisa aprofundada e consistente, o que reduz a incidência de imprevistos. Fato comum x notícia Nem todo fato é notícia O fato é algo comum, que não desperta o interesse das pessoas por não dispor dos critérios de noticiabialidade. A lista dos critérios é grande e sofre variações de acordo com a empresa jornalística e a respectiva linha editorial. O fundamental é ter bom senso e perceber através do ‘’faro’’, se você está diante de um fato que pode ‘’render’’ ou ‘’dar caldo’’. Notícia é a matéria-prima do jornalismo. Trata-se de um relato informativo de algo que ocorreu recentemente e que desperta o interesse das pessoas. A notícia registra o ocorrido, sem manifestar opiniões ou interpretações. É o tipo textual predominante em veículos de comunicação com perfil jornalístico. É a matéria-prima para artigos, editoriais e colunas. A reportagem exige um trabalho mais aprofundado que a redação de uma notícia. A boa reportagem vai além da informação básica, já que envolve pesquisa sobre o assunto e a seleção de entrevistados e personagens. Definição de reportagem: pertence ao gênero informativo, mas ela se diferencia pois na reportagem há contextualização, possibilidade de destrinchar causas e consequências. A reportagem exige maior rigor no processo de apuração, consultando mais fontes, coleta de dados, análise de documentos O ideal é despertar o interesse do leitor, telespectador, ouvinte ou internauta com um lead informativo. Para dar continuidade a reportagem, atenção ao desenvolvimento e encerramento, que deve ser igualmente informativo. A reportagem especial é caracterizada pelo detalhamento em relação a um determinado tema. Pode apresentar um viés diferenciado na abordagem, oferecendo uma nova maneira de refletir sobre o objeto. O repórter precisa ter um olhar aguçado para encontrar uma história que desperte o interesse das pessoas. O trabalho de pesquisa e as entrevistas com os envolvidos, além da edição, são fundamentais para o sucesso da reportagem especial. A reportagem especializada trabalha com um tema e público específicos. Trata-se de um segmento diferenciado, ávido pelo aprofundamento das informações a serem oferecidas. O jornalista especializado se baseia na lógica de ‘’informar o que o público quer saber’’ ao invés do tradicional ‘’informar o que o público precisa saber’’. Como exemplo, podemos citar o jornalismo ambiental, científico, econômico e etc. Aula 3 – O Planejamento de uma reportagem A linha editorial de uma empresa jornalística é o conjunto de ações que indica a maneira como ela se posiciona em relação ao meio. É a linha editorial que determina como cada notícia será trabalhada pela empresa jornalística. Dessa forma, uma notícia pode ter um peso maior ou menor dependendo da linha editorial de cada veículo. Público-alvo: A terminologia vem do marketing e da publicidade. Consiste em identificar, em um mercado diversificado, potenciais consumidores (ouvintes, leitores, telespectadores e internautas) com preferências semelhantes ao que é oferecido pela empresa jornalística. Para determinado público-alvo, as percepções e sentimentos em relação aos temas propostos são bem semelhantes. Na hora de identificar o público-alvo, alguns critérios de segmentação devem ser levados em consideração. Entre eles, destaque para idade, gênero e econômico. O tema é amplo e comporta diversos outros critérios como demográfico, social, geográfico, estilo de vida, fidelidade e etc. Em caso de conflito ideológico entre o repórter e o veículo, é preciso consultar os manuais de redação e código de ética dos jornalistas. A cultura e o conhecimento do repórter – Como o jornalista trabalha com a informação , é imprescindível que esteja sempre bem informado. A tarefa não é das mais fáceis, tendo em vista que as atividades contemporâneas dificultam o consumo de informação. Como jornalista, consuma jornalismo. Aula 4 – Livros-reportagem e ‘’new journalism’’: Jornalismo de profundidade Sobre o processo de edição, Eduardo Bello pontua que ‘’é na edição que se determina o tamanho da reportagem. Se escolhe a manchete e as matérias principais, as notas de pé de página e o que vai parar no lixo sim, porque jornalismo também é jogar fora a informação irrelevante ou de menor relevância diante das outras’’. Sobre o livro-reportagem, Bello pontua diferenças em relação ao jornalismo praticado em periódicos. O livro-reportagem deve empregar exatamente o mesmo padrão técnico e de conduta, como se fosse uma publicação de qualquer outro meio de informação. Em uma definição acadêmica, é possível dizer que o livro-reportagem um instrumento aperiódico de difusão de informações de caráter jornalístico. Por suas características, não substitui nenhum meio de comunicação, mas serve como complemento a todos. A concepção de livro-reportagem requer, segundo Bello, informação capaz de superar as barreiras do imediato e do superficial, de modo a fazê-lo permanecer como objeto de interesse por muito tempo. Eduardo Bello pontua que uma reportagem pode ser descritiva, e limitar-se a narrar os acontecimentos, ou pode ser analítica, quando, além de narrar, agrega informações paralelas e confere maior grau de contextualização da história. O livro também pode ser meramente narrativo, mas presta-se melhor à informação contextualizada, enriquecida com dados e interpretações do autor e das fontes das informações. Algumas publicações, ainda segundo Bello, contém análise com opinião. Opinião é, em resumo, um juízo de valor. É o modo como uma pessoa ou veículo enxerga e avalia as situações à sua volta. Já o jornalismo interpretativo ajuda a formara opinião sem opinar diretamente. Ele consiste em agregar informações, sobretudo históricas, aos acontecimentos recorrentes, estabelecer correlações entre os fatos, relatar precedentes e antecipar consequências. Aula 5 – O planejamento da reportagem A pauta é um documento, muitas vezes uma sugestão enviada por um assessor de imprensa ‘’vendendo’’ um tema aos jornalistas. A pauta traz um resumo do que está sendo oferecido a uma eventual cobertura jornalística. Funciona como uma orientação. Outras informações essenciais de uma pauta são os contatos, histórico, fontes e uma sugestão de abordagem sobre o tema. Depois de pronta, a pauta é oferecida aos veículos, muitas vezes de maneira padronizada. É muito raro, infelizmente, observar a ocorrência de pautas específicas para rádio, TV, internet e impresso. Dessa maneira, a pauta que normalmente chega ao repórter é homogeinezada, sem levar aspectos específicos da mídia e da empresa jornalística. É nesse momento que temos a transição da pauta do veículo para a pauta do repórter. A partir da aceitação da pauta do veículo, o repórter passa a ‘’pensar’’ em como explorar melhor o material que tem em mãos. Temos, então, a pauta do repórter. A linha editorial do veículo deve ser levada em consideração para não criar dificuldades para a cobertura. O enfoque deverá levar em consideração maior visibilidade. Assessorias: A assessoria de imprensa cuida da relação entre o assessorado e os jornalistas em geral. Já a assessora de comunicação conta com pelo menos um profissional de cada setor da comunicação social, além de analisar impactos no ambiente interno da empresa, juntamente ao departamento de recursos humanos. Planejamento: Depois que o repórter lança o ‘’olhar jornalístico’’ em relação a um tema, através da pauta, e percebe ter um material em mãos, chega o momento de dar início à reportagem. Por onde começar? O importante é criar um planejamento para a concretização da cobertura da matéria. Diferentes etapas devem ser consideradas: Apuração, pesquisa, coleta de dados, entrevistas, edição, finalização, prazos de entrega. Vá criando um cronograma para execução das etapas de confecção da reportagem, antes de começar a redigir a matéria. O momento da apuração: Caso tenha feito um cronograma dentro da realidade pessoal e da empresa, comece a executar cada uma das tarefas previamente agendadas. É aconselhável trabalhar com uma ‘’margem de erro’’. Entrevistas que estavam agendadas podem ser desmarcadas por vários motivos. Tenha plano B. Durante a produção da reportagem, fatos novos podem dar diferentes encaminhamentos para a matéria. Mesmo bem preparado, o repórter deve manter atenção com o ambiente e o momento da apuração. O que foi previamente pesquisado funciona como um guia. A imprevisibilidade, entretanto, é recorrente no fazer jornalístico. Quando menos se espera, novas possibilidades se apresentam diante de nós. Estejam sempre preparados e evitem ser surpreendidos. Aula 6 – Fontes O risco de ficar próximo demais da fonte: Tanto o jornalista quanto as fontes têm interesse na hora de receber e divulgar uma informação, bem como no momento de ... a notícia. Por este motivo, é interessante que exista um tratamento profissional pór parte do repórter em relação à fonte e vice-versa. Assim como em todas as relações envolvendo seres humanos, não existe uma regra para criar laços de amizade, mas desde que essa empatia seja crescente e se solidifique, o repórter espera que a fonte o abasteça com informações ‘’quentes’’ e confiáveis, de preferência com exclusividade. Da mesma maneira, a fonte espera que o jornalista divulgará toda a informação que for passada a ele. Em determinados momentos, jornalista e fonte vão perder o equilíbrio dessa relação e entrar em atrito. Independente de ter sido o repórter ou a fonte o causador da desavença, essa relação será abalada. A partir daí, uma nova relação começa a ser construída. Exemplo: Um repórter cria um laço de amizade com o responsável pelas finanças de instituição. Surge, entretanto, uma denúncia de desvio de verbas nesse órgão, e o principal suspeito é o responsável pela parte financeira (a fonte). O constrangimento será grande e poderá rolar até mesmo um pedido de afastamento do caso por proximidade com a fonte. O ideal é que a relação com a fonte seja pautada no profissionalismo. Afinal, o interesse do repórter é divulgar informações quentes e confiáveis. Já a fonte, quer dar ‘’publicidade’’ a informação que está sendo oferecida ao jornalista. TODA FONTE TEM INTERESSE. O jornalista precisa estar atento para não servir apenas de canal de veiculação. Qual seria o interesse da fonte em ter essa notícia veiculada? Quem ganha e quem perde com essa informação? Off jornalístico: A expressão vem do liga/desliga de aparelhos eletrônicos na língua inglesa. De maneira mais específica, alguns entrevistados preferem só falar em off, temendo represálias, retaliações e até mesmo ameaças de morte. Em off, ou seja, sem câmeras, gravadores e microfones desligados, o entrevistado garante o anonimato. O repórter tem o direito de resguardar o sigilo da fonte e passa a informação. Cuidado ao verificar conteúdo e veracidade da informação em off. Tente entender a motivação que leva uma fonte a querer preservar o anonimato ao divulgar uma informação. Confirme com outras fontes e outros entrevistados, tanto em on quanto em off. Aula 7 – Planejando a apuração O momento da pré-apuração deve ser utilizado para refinar a pauta do repórter. O jornalista deve aproveitar para trabalhar a cobertura como um todo. Detalhar as etapas do trabalho de pesquisa, além de vislumbrar a possibilidade de usar artifícios como boxes, infográficos, coordenadas e artes em geral, o que enriquece o trabalho final. Não existe maneira única ou exclusiva de apurar uma matéria/pauta. O jornalista vai lançar mão, na verdade, de toda e qualquer possibilidade de apuração que julgar mais eficiente para a reportagem em questão. Cada pauta deve ser analisada previamente em busca das melhores maneiras de alcançar sucesso com as ferramentas adequadas. A agenda telefônica segue sendo uma das ferramentas mais utilizadas pelos jornalistas no momento de apurar uma matéria. O suporte de papel, entretanto, vem sendo substituído por possibilidades de armazenamento digital. A maior facilidade fica por conta de não haver a necessidade de ir até o entrevistado. A confirmação ou não de um dado pode ser feita à distância. O e-mail apresenta limitações quanto ao ambiente em que as respostas à pergunta foram feitas. O repórter deve contextualizar o conteúdo do e-mail, levando em consideração fatores que não podem ser conferidos no local. As redes sociais tem a limitação do contato físico, o que pode comprometer a veracidade das informações. Atenção aos perfis fakes, como em toda apuração, devemos confrontar informações de rede sociais. O termo in loco vem do latim e significa ‘’no lugar’’. Para fazer uma apuração in loco, o repórter precisa se deslocar até o local em que se encontra o entrevistado ou o fato a ser coberto. A maior vantagem é possibilitar o entendimento do contexto em que se desenrola o fato. O repórter precisa considerar fatores como deslocamento, disponibilidade de carro, motorista e etc. O uso do gravador deve ser feito de acordo com as necessidades do repórter e o sentimento do entrevistado em relação ao equipamento. A vantagem de gravar uma entrevista é poder conferir o que foi dito quantas vezes o repórter precisar, além de ser uma prova documental. Alguns entrevistados, porém, travam diante do gravador (ou das câmeras), e outros só aceitam falar em off. Estatísticas e dados oficiais são bons elementos para a apuração. Esses números podem definir o encaminhamento da cobertura da reportagem. Quanto maior for a credibilidade do órgão fornecedor das estatísticas, maior a confiabilidade a ser repassada ao público. Trata-se de um artifício que ajuda a compor a matéria, facilitando o entendimento ou despertando o interesse do público.