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Transferência de Calor Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Dr. Victor Barbosa Felix Revisão Textual: Prof.ª Esp. Kelciane da Rocha Campos Condução de Calor em Paredes Cilíndricas e Esféricas • Condução de Calor Através de Configurações Cilíndricas; • Condução de Calor Através de Configurações Esféricas. • Apresentar os conceitos sobre condução de calor através de confi gurações cilíndricas e esféricas. OBJETIVO DE APRENDIZADO Condução de Calor em Paredes Cilíndricas e Esféricas Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam- bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Condução de Calor em Paredes Cilíndricas e Esféricas Condução de Calor Através de Configurações Cilíndricas Até aqui, vimos a transferência unidirecional de calor em paredes planas, agora vamos verificar como podemos calcular a transferência de calor em paredes cilín- dricas. O exemplo mais simples para visualizarmos isso é imaginarmos tubos que transportam fluidos com determinadas temperaturas. Veja a figura 1. Figura 1 – Condução de calor em paredes cilíndricas Fonte: Acervo do conteudista Para deduzirmos as equações de transferência de calor por condução através de paredes cilíndricas, vamos supor uma tubulação como a da figura 1 que transporta um fluido a alta temperatura. Neste caso, temos que a temperatura da superfície interna do cilindro é maior que a temperatura da superfície externa; sendo assim, T1 > T2. Neste caso, haverá transferência de calor de dentro da tubulação para fora, na direção do raio do tubo. Essa transferência pode ser escrita utilizando-se a equação de Fourier, mas ago- ra na direção r do raio e não na direção x como fizemos anteriormente. Assim, a equação fica: q KA dT dr � � 8 9 Note que agora derivamos a temperatura em função do raio r, por isso usamos dr. Anteriormente, fizemos essa análise para a direção x, por isso usávamos dx. Outro fato importante para ser observado é que agora a área A varia com o raio r e com o comprimento da tubulação, pois a área de uma superfície cilíndrica é A =2πrL. Assim, temos que a taxa de transferência de calor fica: &q K rL dT dr &q dr r KLdT2 Agora podemos integrar: &q dr r KL dT r r T T 1 2 1 2 2 q r r KL T Tln ln2 1 2 2 1�� � � � �� �� Se usarmos a propriedade dos logaritmos e usarmos o sinal negativo para inver- ter a diferença de temperatura, teremos: q r r KL T Tln 2 1 2 1 2� �� �� Assim, teremos sempre a diferença da maior temperatura pela menor. Então, a taxa de transferência de calor será: q KL T T r r � �� � 2 1 2 2 1 � ln Sabemos que podemos escrever a equação de transferência de calor por meio da resistência térmica, assim: q T Rt � � Temos que para configurações cilíndricas a resistência térmica será: R r r KLt � ln /2 1 2� 9 UNIDADE Condução de Calor em Paredes Cilíndricas e Esféricas Se tivermos uma associação em série de superfície com configuração cilíndrica, também é válida a equação deduzida anteriormente; assim, temos que: R R R R R Req i n i n n� � � ��� � � �� 1 1 2 1 Vamos fazer um exercício para treinar? Exemplo 1 Um tubo de aço (figura 2), que é usado para transportar ar aquecido, tem con- dutividade térmica Ka=40 W/mK, espessura de 10mm e 0,20m de diâmetro externo. Esse tubo é isolado com 2 camadas de materiais que servem para di- minuir a perda de calor para o ambiente: a primeira camada é de isolante de alta temperatura com uma condutividade térmica igual a Ki=0,08 W/mK e com espessura de 0,02m, já a segunda camada é um isolante à base de magnésia com uma condutividade térmica igual a Km=0,05 W/mK, também com espessura de 0,02m. Sabendo que a temperatura da superfície interna do tubo está a 600°C e que a temperatura da superfície externa do segundo isolante está a 20°C, pede-se para determinar a taxa de transferência de calor sabendo-se que o tubo tem um comprimento de 10m. Figura 2 – Tubos com Duas Camadas de Isolantes Fonte: Acervo do conteudista Solução: Primeiro vamos identificar as variáveis, verificando o que já foi dado no exercício: r m1 0 2 2 0 01 0 09� � � , , , Lembrando que o diâmetro externo do tubo de aço é igual a 0,2m, então o raio externo é a metade. Tirando a espessura de 10mm, temos o valor de r1. 10 11 r m2 0 2 2 0 1= = , , Sabendo que temos uma camada de isolante de 0,02m, então temos que: r r m3 2 0 02 0 1 0 02 0 12� � � � �, , , , e r r m4 3 0 02 0 12 0 02 0 14� � � � �, , , , Sabemos que a taxa de transferência de energia é: q T Req � � Assim, precisamos calcular a resistência equivalente, sabendo que temos 3 ca- madas associadas em série. Portanto, temos que a resistência equivalente será: R R R R r r K L r r K L r eq aço isolante magnésia a i � � � � � � ln / ln / ln2 1 2 3 2 2� � 44 3 2 / r K Lm� Req � � � � � � � ln , , ln , , , ln , , , 0 1 0 09 2 40 10 0 12 0 1 2 0 08 10 0 14 0 12 2 0 05� � � �� �10 R K Weq 0 000042 0 03627 0 04907 0 08576, , , , Podemos notar que a resistência térmica do aço é muito pequena, podendo na maioria dos casos ser considerada desprezível. A taxa de transferência de calor será: &q W kW600 20 0 08576 6763 06 6 76 , , , Condução de Calor Através de Configurações esféricas Veremos agora a equação de condução de calor através de superfícies esféricas. Esse tipo de configuração é muito utilizado quando temos a necessidade de armaze- nagem de fluidos em baixa temperatura. Isso mesmo, pois existe uma maior relação entre volume e superfície da esfera, assim o fluxo de calor pode ser minimizado. 11 UNIDADE Condução de Calor em Paredes Cilíndricas e Esféricas Consideremos que a esfera da figura 3 seja oca e tenha o raio da superfície interna igual a r1, que está com uma temperatura T1, e o raio da superfície externa igual a r2, que está com uma temperatura T2. Nesse caso, vamos supor que a temperatura T1 seja maior que a temperatura T2, T1 > T2, ou seja, existe um fluxo de calor para fora da esfera, pois existe um fluido com alta temperatura dentro da esfera. Figura 3 – Esfera Fonte: Acervo do conteudista Neste caso, podemos utilizar a equação de Fourier para condução de calor em função do raio da esfera. q KA dT dr � � A área superficial de uma esfera é: A r� 4� ² Portanto,q K r dT dr � � 4� ² q dr r KdT ² � �4� Integrando, temos: q dr r K dT r r T T 1 2 1 2 4� �� � ² � � �� � � � � � � � �� �q r r K T T 1 2 1 1 4 2 1� 12 13 Rearranjando os sinais negativos, temos que: q r r K T T1 1 1 2 4 1 2�� � � � � � � �� �� q K T T r r � �� � �� � � � � � 4 1 2 1 1 1 2 � Analisando como resistência térmica, temos: q T Rt � � Assim, a resistência térmica para configurações esféricas será: R r r Kt � �� � � � � � 1 1 1 2 4� Da mesma forma, se tivermos associações em série teremos: R R R R R Req i n i n n� � � ��� � � �� 1 1 2 1 Vamos fazer um exercício par treinar? Exemplo 2 Um tanque utilizado para armazenamento de chopp (figura 4) deve manter a temperatura interna do mesmo a no máximo 3°C. Sabe-se que o seu diâmetro é de 1,2m, o seu comprimento é de 6m e as suas extremidades são hemisféri- cas. A temperatura da superfície externa em um dia de verão (apropriado para o consumo de chopp) é de 30°C. Para evitar que a bebida aqueça, utiliza-se um revestimento isolante que, devido a restrições de espaço físico, deve ter espessu- ra máxima de 20mm. Considerando-se um fluxo de calor de 150W de fora para dentro, determinar: 1. Qual a condutibilidade térmica do isolante? 2. Com a instalação do novo isolante, qual será a taxa de transferência de calor em um dia de inverno, com temperatura externa de 10°C? 13 UNIDADE Condução de Calor em Paredes Cilíndricas e Esféricas 6 m 4,8 m 1,2 m r Figura 4 – Tanque de chopp Solução: 1. Nesse exercício, podemos desconsiderar a resistência térmica do tanque, pois, como vimos no exercício anterior, ela é muito baixa e o exercício não deu in- formações sobre a espessura do material de que o tanque é feito. Neste caso, temos que o calor atravessa uma configuração cilíndrica e uma configuração esférica. Temos que: r m1 1 2 2 0 6= = , , Raio externo do tanque e interno do isolante: r m2 0 6 0 02 0 62� � �, , , Raio externo do isolante, lembrando que sua espessura é de 20mm = 0,02m. Portanto, sabemos que: q q qesférica cilíndrica� � q K T T r r KL T T r r � �� � �� � � � � � � �� � 4 2 1 1 1 1 2 2 2 1 2 1 � � ln 150 4 30 3 1 0 6 1 0 62 2 4 8 30 3 0 62 0 6 � �� � �� � � � � � � � � �� �� �K K , , , ln , , 150 6311 235 24833 9499� �, ,K K K W mK150 6311 235 24833 9499 0 00481 , , / 14 15 2. Agora que sabemos o valor da condutividade térmica do isolante, o exercício pede a taxa de transferência de calor num dia de inverno com temperatura T2 = 10°C: q q qesférica cilíndrica� � q K T T r r KL T T r r � �� � �� � � � � � � �� � 4 2 1 1 1 1 2 2 2 1 2 1 � � ln q � � � �� � �� � � � � � � � �� � ��4 0 00481 10 3 1 0 6 1 0 62 2 0 00481 4 8 10 3 � �, , , , , �� ln , , 0 62 0 6 &q W� 38 84 O que pode ser notado é que em um dia de inverno temos uma taxa de transfe- rência de calor menor que em um dia de verão. Bons estudos! 15 UNIDADE Condução de Calor em Paredes Cilíndricas e Esféricas Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Transferência de Calor e Massa: Uma Abordagem Prática ÇENGEL, Y. A.; GHAHAR, A. J. Transferência de calor e massa: uma abordagem prática. 4ª ed. Porto Alegre: AMGH, 2012. (E-book) Vídeos Condução de Calor https://youtu.be/dazOL4t9uFQ Experiência: Calor x Temperatura https://youtu.be/Ixj2ykF-KYg Transmissão de Calor – Parte 1 https://youtu.be/CgQyQd8_AQM 16 17 Referências BERGMAN, T. L. et al. Fundamentos de transferência de calor e de massa. 7ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2014. (E-book) BERGMAN, T. L.; LAVINE, A. S.; INCROPERA, F. P.; DEWITT, D. P. Funda- mentos de transferência de calor e de massa. 7ª edição. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2014. (E-book) INCROPERA, F. P. Fundamentos de transferência de calor e de massa. 6ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2008. (E-book) 17