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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO – PEP/UFRN PROPOSTA DE UM MODELO DE AVALIAÇÃO DE PAVIMENTOS AEROPORTUÁRIOS PARA DETERMINAÇÃO DE ESTRATÉGIAS DE MANUTENÇÃO Ingrid Rebouças de Moura Maio, 2021 Natal-RN INGRID REBOUÇAS DE MOURA PROPOSTA DE UM MODELO DE AVALIAÇÃO DE PAVIMENTOS AEROPORTUÁRIOS PARA DETERMINAÇÃO DE ESTRATÉGIAS DE MANUTENÇÃO Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – PEP/UFRN, como requisito para obtenção do título de Mestre em Engenharia de Produção. Orientador: Prof. Dr. Herbert Ricardo Garcia Viana. Maio, 2021 Natal-RN UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO PROPOSTA DE UM MODELO DE AVALIAÇÃO DE PAVIMENTOS AEROPORTUÁRIOS PARA DETERMINAÇÃO DE ESTRATÉGIAS DE MANUTENÇÃO INGRID REBOUÇAS DE MOURA DISSERTAÇÃO SUBMETIDA AO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE, COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO MAIO, 2021 © 2021 INGRID REBOUÇAS DE MOURA TODOS DIREITOS RESERVADOS. O autor aqui designado concede ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, permissão para reproduzir, distribuir, comunicar ao público, em papel ou meio eletrônico, esta obra, no todo ou em parte, nos termos da Lei. Assinatura do Autor: ____________________________________________________________ APROVADO POR: __________________________________________________________________ Prof. Dr. Herbert Ricardo Garcia Viana – Presidente _____________________________________________________________ Prof. Dr. José Alfredo Ferreira Costa – Examinador Interno ao Programa _____________________________________________________________ Prof. Dr. Enio Fernandes Amorim – Examinador Externo ao Programa _____________________________________________________________ Prof. Dr. Humberto Dionísio de Andrade – Examinador Externo à Instituição Stamp Moura, Ingrid Reboucas de. Proposta de um modelo de avaliação de pavimentos aeroportuários para determinação de estratégias de manutenção / Ingrid Reboucas de Moura. - 2021. 185 f.: il. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Tecnologia, Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Natal, RN, 2021. Orientador: Prof. Dr. Herbert Ricardo Garcia Viana. 1. Sistemas de avaliação - Dissertação. 2. Pavimentos aeroportuários - Dissertação. 3. Tomada de decisão - Dissertação. 4. Gestão da manutenção - Dissertação. I. Viana, Herbert Ricardo Garcia. II. Título. RN/UF/BCZM CDU 629.73 Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede Elaborado por Ana Cristina Cavalcanti Tinôco - CRB-15/262 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus, pelas infinitas vezes que me provou que com bom ânimo e esforço tudo é possível. Agradeço a minha família, no nome dos meus avós Geraldo Joaquim de Moura e Ester Félix de Moura, da minha mãe Josélia Félix de Moura, do meu padrasto Francisco Joventino Vieira e do meu irmão Alisson Marques Vieira. Obrigada por todos os dias me fazerem sentir a pessoa mais especial do mundo, por todo incentivo aos estudos e pela confiança diariamente depositada em mim. Ao Professor Herbert Ricardo Garcia Viana, por ter aceitado meu pedido para orientação e ter acreditado que daria certo. Obrigada pelo tempo dedicado a me atender, o conhecimento passado, a preocupação, apoio e paciência nas explicações. Ao professor Luis Henrique Gonçalves Costa, pela confiança e incentivo nos estudos na área de aeroportos. Ao Superintendente do Aeroporto de Natal, Ibernon Martins Gomes, por abrir as portas e possibilitar a troca de conhecimento. E a toda a equipe de manutenção de pavimentos da Inframerica, no nome de Bruno Bezerra de Mesquita Leitão e Anderson da Silva Galvão. Agradeço a minha banca, composta pelo Professor José Alfredo Ferreira Costa, Professor Humberto Dionisio de Andrade, e o Professor Ênio Fernandes Amorim, pela disponibilidade em avaliar meu trabalho e as importantes contribuições que irão enriquecer ainda mais está proposta de pesquisa. Aos especialistas da área de manutenção e transportes, ao pesquisador de ciências da computação Kellisson Kayonário de Lima, e todos os amigos que diretamente e indiretamente têm me ajudado ao longa de toda a jornada acadêmica. Muito obrigada. “Eram criaturas de grande habilidade, que possuíam os mais diversos tipos de poderes desconhecidos e insólitos e que governavam tanto as coisas que tinham vida como as que não tinham, controlavam o movimento do que se movia, dando movimento ao que não se movia e fazendo vida – uma vida ardente e da cor do sol – brotar de galhos mortos e punhados de musgo seco. Eles faziam fogo! Eles eram deuses!” (p.121-2) Jack London RESUMO Devido ao elevado crescimento do transporte aéreo, aliado à urgência pelo aumento da capacidade e adequação da infraestrutura aeroportuária brasileira, surge a necessidade de adoção de medidas mais eficientes no sistema de gerenciamento de pavimentos, quanto as manutenções e intervenções em áreas de circulação de aeronaves. Esses ativos, além de possuírem alto valor em termos construtivos, ainda necessitam de financiamento para sua conservação através de equipamentos para realização de ensaios e funcionários dedicados a identificar alterações que prejudiquem as atividades no processamento de voos, e sobretudo da segurança de passageiros e cargas durante as decolagens e aterrisagens. Visando auxiliar operadores de aeródromos na estruturação das atividades de manutenção, a presente dissertação, tem como objetivo desenvolver uma proposta de um modelo de avaliação de estratégias, para construção de um Plano Mestre de Manutenção Preventiva, tendo como base um estudo de caso desenvolvido no Aeroporto de Natal/RN. O modelo proposto fundamenta- se na análise de falhas dos pavimentos e estudo do banco de dados do aeroporto, por meio de duas abordagens da manutenção preventiva: sistemática, e condicional. A primeira conta com a utilização de ferramentas estatísticas para construção de um modelo de previsão em Redes Neurais Artificiais (RNA), e a segunda com a avaliação de cenários. A abordagem multicritério de análise da decisão (MCDA) foi usada para desenvolvimento do modelo de determinação das estratégias de manutenção a partir de critérios que levem em consideração o tipo de patologia, aspectos técnicos e econômicos da manutenção de pavimentos aeroportuários. Nesse intuito, foram realizados levantamentos bibliográficos referentes as normativas e regulamentos do transporte aéreo, nacional e internacional. Além disso, buscou-se verificar as pesquisas em torno das temáticas da avaliação sistemática, através de modelos de previsão, e condicional, pela parametrização das condições dos pavimentos. O método de pesquisa é caracterizado como um estudo de caso de natureza quali-quantitativa. O resultado do trabalho apresenta uma proposta de uma ferramenta para manutenção, que considera as diferentes variáveis que interferem no desempenho do pavimento, bem como as diretrizes para adaptara pesquisa as necessidades de um aeroporto no Brasil. Palavras-chave: Sistemas de Avaliação. Pavimentos Aeroportuários. Tomada de Decisão. Gestão da Manutenção. ABSTRACT Due to the high growth of air transport, combined with the urgency to increase the capacity and adequacy of the Brazilian airport infrastructure, there is a need to adopt more efficient measures in the pavement management system, in terms of maintenance and interventions in aircraft circulation areas. These assets, in addition to having high value in constructive terms, still need financing for their conservation through equipment for conducting tests and employees dedicated to identifying changes that hinder activities in the processing of flights, and especially the safety of passengers and cargo during takeoffs and landings. Aiming to assist aerodrome operators in the structuring of maintenance activities, this dissertation aims to develop a proposal for a strategy evaluation model for the construction of a Preventive Maintenance Master Plan, based on a case study developed at the Airport. of Natal / RN. The proposed model is based on the analysis of pavement failures and the study of the airport's database, through two preventive maintenance approaches: systematic, and conditional. The first relies on the use of statistical tools to build a forecasting model in Artificial Neural Networks (ANN), and the second with the assessment of scenarios. The multicriteria decision analysis approach (MCDA) was used to develop the model for determining maintenance strategies based on criteria that take into account the type of pathology, technical and economic aspects of airport pavement maintenance. For this purpose, bibliographic surveys were carried out regarding the national and international air transport rules and regulations. In addition, we sought to verify the research on the themes of systematic evaluation, through forecasting models, and conditional, by parameterizing the conditions of the pavements. The research method is characterized as a case study of a qualitative and quantitative nature. The result of the work presents a proposal for a maintenance tool, which considers the different variables that affect the performance of the pavement, as well as the guidelines for adapting the research to the needs of an airport in Brazil. Keywords: Evaluation Systems. Airport Pavement. Decision Making. Maintenance Management. LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Código de referência do aeródromo (ANAC, 2019b)........................................................................... 27 Tabela 2 - Resistência de subleito em pavimentos flexíveis ou mistos pelo método ACN/PCN (ANAC, 2016).. 34 Tabela 3 - Resistência de subleito em pavimentos rígidos pelo método ACN/PCN (ANAC, 2016). ................... 34 Tabela 4 - Código estabelecido pelo método ACN/PCN para pressão dos pneus (ANAC, 2016). ....................... 34 Tabela 5 - Frequência sugerida na avaliação funcional pelo PCI (ANAC, 2017). ................................................ 44 Tabela 6 - Frequência mínima de medição do IRI (ANAC, 2019a). ..................................................................... 47 Tabela 7 - Classificação da textura (Adaptada de FLINTSCH et al., 2003). ......................................................... 50 Tabela 8 - Frequência mínima de verificação de macrotextura (ANAC, 2019a). ................................................. 52 Tabela 9 – Parâmetros da macrotextura (ANAC, 2019a). ..................................................................................... 53 Tabela 10 – Equipamentos de medição de atrito e parâmetros do coeficiente (ANAC, 2019a). ........................... 55 Tabela 11 - Frequência de medições de atrito (ANAC, 2019a). ............................................................................ 55 Tabela 12 - Frequência de remoção do acúmulo de borracha (Adaptada de FAA, 1997; ANAC, 2019a). ........... 58 Tabela 13 – Características gerais do Aeroporto de Natal. .................................................................................. 101 Tabela 14 - Mix de aeronaves operantes para 2017............................................................................................. 107 Tabela 15 - Mix de aeronaves operantes para 2019............................................................................................. 107 Tabela 16 - Escala Fundamental do AHP (Adaptada de SAATY, 1977). ........................................................... 125 Tabela 17 - Valores de IR para Matriz quadrada de ordem n x n (SAATY, 1991). ............................................ 126 Tabela 18 – Pontuação Likert e determinação da prioridade das falhas. ............................................................. 130 Tabela 19 – Ranking final de prioridade das falhas............................................................................................. 130 Tabela 20 – Pesos obtidos para os critérios. ........................................................................................................ 133 Tabela 21 – Matrizes de decisão e resultados da Razão de Consistência. ........................................................... 134 Tabela 22 - Valor de desempenho de cada alternativa em cada cenário de falhas funcionais. ............................ 143 Tabela 23 - Classificação final das estratégias funcionais. .................................................................................. 144 Tabela 24 - Valor de desempenho de cada alternativa em cada cenário de falhas estruturais. ............................ 145 Tabela 25 - Classificação final das estratégias funcionais. .................................................................................. 146 LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Método de avaliação utilizado (ICAO, 1999). .................................................................................... 34 Quadro 2 - Programas desenvolvidos desde 1993 financiados pela FAA (Adaptado de FAA, 2012; FAA, 2020). ............................................................................................................................................................................... 36 Quadro 3 - Vida útil do pavimento utilizando o CDF (Adaptado de FAA, 2016). ................................................ 37 Quadro 4 - Tipos de patologias em pavimentos rígidos usadas para cálculo do SCI (Adaptado da FAA, 2009a; US ARMY CORPS OF ENGINEERS, 2009). ............................................................................................................ 38 Quadro 5 - Manutenção e reparo de problemas comuns em pavimento de origem estrutural (Adaptado da FAA, 2014d).................................................................................................................................................................... 40 Quadro 6 – Patologias comumente encontradas em pavimentos flexíveis e rígidos para cálculo do PCI (Adaptado de FAA, 2004; FAA, 2009a; FAA, 2016). ............................................................................................................ 42 Quadro 7 - Localização das medições do IRI (Adaptada de ANAC, 2019a). ....................................................... 46 Quadro 8 – Diferenças entre a Manutenção Tradicional e a Manutenção Centrada na Confiabilidade (Adaptado de Siqueira, 2009) ...................................................................................................................................................... 66 Quadro 9 – Tipos de metodologias de reparo (Adaptado de Florida Department of Transportation, 2013). ........ 74 Quadro 10 – Termos de buscas (Adaptado de MOURA et al., 2020). .................................................................. 87 Quadro 11 – Comparação dos estudos para determinação de estratégias de manutenção..................................... 91 Quadro 12 – Análise de falhas potenciais em pavimentos aeroportuários e proposta de avaliação das estratégias de manutenção. *Os defeitos na superfície considerados são os que possuem origem funcional (ANEXO II). ...... 111 Quadro 13 – Ações alternativas para manutenção de pavimentos. ...................................................................... 122 Quadro 14 – Critérios para avaliação das estratégias de manutenção a nível funcional e estrutural. .................. 123 Quadro 15 – Classificação dos critérios utilizados na proposta. ......................................................................... 123 Quadro 16 – Definição dos tomadores de decisão. .............................................................................................. 127 LISTA DE FIGURAS Figura 1- Dados estatísticos relacionados a Fig. 1.1 - acidentes e incidentes sérios em pista e número de Fig. 1.2 - acidentes fatais (ICAO 2017). ............................................................................................................................... 21 Figura 2 - Utilização do Programa de Manutenção e Pavimentos Aeroportuários (NASEM, 2011). ................... 22 Figura 3 – Estrutura da Dissertação. ...................................................................................................................... 24 Figura 4 – Áreas pavimentadas de um aeródromo (Adaptada de ACI, 2018). ...................................................... 27 Figura 5 – Camadas referentes a estrutura de um pavimento (Adaptado de FAA, 2014a). ................................... 29 Figura 6 – Representação estrutural de Fig. 6.1 – Pavimento flexível e Fig. 6.2 – Pavimento rígido exposto a carga (Adaptado de FAA, 2007). .................................................................................................................................... 29 Figura 7 – Classificação do método PCI (Adaptado de ARA, 2016; ANAC, 2017). ............................................ 42 Figura 8 – Detalhamento do funcionamento do equipamento tipo-resposta (Adaptado de SAYERS; KRAMIHAS, 1998)...................................................................................................................................................................... 45 Figura 9 - Esquema para medição da altura do desvio (Adaptado de FAA, 2009b). ............................................. 47 Figura 10 – Parâmetros de avalição do Boeing Bump Index (Adaptado de FAA, 2009). ..................................... 48 Figura 11 – Microtextura e macrotextura de pavimentos (Adaptada de FLINTSCH et al., 2003). ....................... 51 Figura 12 - Características básicas de atrito, sistema dinâmico e resposta do sistema (Adaptado de ICAO, 2013). ............................................................................................................................................................................... 56 Figura 13 - Processo de avaliação de pavimentos aeroportuários (Adaptado de FAA, 2009a). ............................ 62 Figura 14 – Parâmetros necessários para análise de pavimentos (Adaptado de Pearson, 2012). .......................... 62 Figura 15 – Estrutura de planejamento de um SGPA (Adaptado de ANAC, 2017) .............................................. 64 Figura 16 – Relação entre a confiabilidade e a idade do equipamento (Adaptado de Matteson, 1985) ................ 66 Figura 17 – Desempenho do pavimento a partir das manutenções (Adaptada de DEPARTMENT OF DEFENCE, 2020)...................................................................................................................................................................... 67 Figura 18 – Árvore lógica de decisão (Adaptada de Smith, 2004) ........................................................................ 69 Figura 19 – Diagrama de seleção de tarefas (adaptada de Smith, 2004) ............................................................... 70 Figura 20 – Gastos com a preservação do pavimento durante seu ciclo de vida (Adaptada de Haslett, Dave e Mo, 2019)...................................................................................................................................................................... 71 Figura 21 – Estrutura de um neurônio biológico (Adaptada de ZOU; HAN; SO, 2008)....................................... 76 Figura 22 – Configuração da estrutura de uma RNA (Adaptada de RAJU et al., 2011). ...................................... 76 Figura 23 – Exemplo de um modelo perceptron de uma camada (Adaptada de AGATONOVIC-KUSTRIN; BERESFORD, 2000) ............................................................................................................................................. 78 Figura 24 – Funções de ativação (Adaptada de ZOU; HAN; SO, 2008). .............................................................. 78 Figura 25 - Fluxo geral dos algoritmos do TensorFlow (Adaptada de McClure, 2017). ....................................... 81 Figura 26 – Estágios do Planejamento de Cenários (Adaptada de PETERSON; CUMMING; CARPENTER, 2003). ............................................................................................................................................................................... 82 Figura 27 – Fases da revisão sistemática (Adaptada de MOURA et al., 2020). .................................................... 88 Figura 28 - Categoria dos modelos estudados (Adaptada de MOURA et al., 2020). ............................................ 89 Figura 29 – Caracterização da pesquisa................................................................................................................. 94 Figura 30 - Fluxograma dos procedimentos da pesquisa. ...................................................................................... 95 Figura 31 - Localização da área de estudo............................................................................................................. 98 Figura 32 – Dados estatísticos do Aeroporto de Natal (Adaptado de Aeroporto de Natal, 2019). ...................... 100 Figura 33 – Mapas referentes a Fig. 33.1 - Tipos de solo do município de São Gonçalo do Amarante/RN e a Fig. 33.2 - Hipsometria do município de São Gonçalo do Amarante/RN (Elaborado pela autora a partir de dados de IBGE, 2001 e EMBRAPA, 2001). ...................................................................................................................... 102 Figura 34 – Zonas Climáticas do Rio Grande do Norte (Elaborado pela autora a partir de dados de IBGE, 2002). ............................................................................................................................................................................. 102 Figura 35 – Total de pluviosidade registrada em cada ano. ................................................................................. 103 Figura 36 – Média de pluviosidade de cada mês. ................................................................................................ 103 Figura 37 - Mapas referentes a Fig. 37.1 – Distribuição de temperatura média do Rio Grande do Norte/RN e a Fig. 37.2 – Distribuição de umidade do Rio Grande do Norte/RN (Elaborado pela autora a partir de dados de IBGE, 2002).................................................................................................................................................................... 104 Figura 38 - Localização dos defeitos no pavimento de SBSG............................................................................. 105 Figura 39 – Escorregamento (Slippage cracking) presente na superfície do pavimento em 2015 e 2016. .......... 105 Figura 40 – Fissuras presentes na cabeceira da PPD. .......................................................................................... 106 Figura 41 – Médiade Macrotextura. ................................................................................................................... 108 Figura 42 – Superfície da PPD em termos de coeficiente de atrito em Fig. 42.1 - 2018 e Fig. 42.2 - 2019. ....... 108 Figura 43 - Superfície da PPD em função das medições de IRI a Fig. 43.1 – 3 metros e Fig. 43.2 – 6 metros do eixo da pista. ........................................................................................................................................................ 109 Figura 44 – Visualização do sistema que será estudado. ..................................................................................... 110 Figura 45 – Metodologia do estudo. .................................................................................................................... 112 Figura 46 – Metodologia de pesquisa para o modelo de previsão. ...................................................................... 114 Figura 47 – Matriz de correlação inicial. ............................................................................................................. 116 Figura 48 – Matriz de correlação considerando a média mensal dos dados climáticos. ...................................... 117 Figura 49 – Arquitetura utilizada para modelagem do modelo. .......................................................................... 118 Figura 50 – Cenários propostos para avaliação funcional condicional. ............................................................... 121 Figura 51 - Cenários propostos para avaliação estrutural condicional. ............................................................... 121 Figura 52 – Estrutura de avaliação das estratégias de manutenção. .................................................................... 124 Figura 53 - Matrix recíproca A. ........................................................................................................................... 125 Figura 54 – Classificação dos tipos de falhas. ..................................................................................................... 129 Figura 55 – Percentual definido para priorização entre IO e demais critérios associados. .................................. 131 Figura 56 - Percentual definido para priorização entre OR e demais critérios associados. ................................. 132 Figura 57 - Percentual definido para priorização entre OC e SE e demais critérios associados. ......................... 132 Figura 58 – Resultados para verificação do Modelo 1 de a) MAE e b) MSE...................................................... 135 Figura 59 - Gráficos de dispersão de validação do modelo 1. ............................................................................. 135 Figura 60 - Histograma de erros de previsão do modelo 1. ................................................................................. 136 Figura 61 - Resultados para verificação do Modelo 2 de a) MAE e b) MSE. ..................................................... 136 Figura 62 - Gráficos de dispersão de validação do modelo 2. ............................................................................. 137 Figura 63 - Histograma de erros de previsão do modelo 2. ................................................................................. 137 Figura 64 - Comparação da magnitude de perda do a) Modelo 1, e b) Modelo 2. .............................................. 138 Figura 65 - Resultados para verificação do Modelo 3 de a) MAE e b) MSE. ..................................................... 138 Figura 66 - Gráficos de dispersão de validação do modelo 3. ............................................................................. 139 Figura 67 - Histograma de erros de previsão do modelo 3. ................................................................................. 139 Figura 68 – Magnitude de perda do modelo 3 para treino e teste. ....................................................................... 140 Figura 69 - Resultados para verificação do Modelo 4 de a) MAE e b) MSE. ..................................................... 140 Figura 70 - Gráficos de dispersão de validação do modelo 4. ............................................................................. 141 Figura 71 – Magnitude de perda do modelo 3 para treino e teste. ....................................................................... 141 Figura 73 – Fluxograma proposto para construção de um modelo de previsão de coeficiente de atrito. ............ 142 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AASHO (American Association of State Highway Officials) - Associação Americana de Rodovias do Estado e Funcionários de Transporte. AC (Advisory circular) – Circular consultiva. ACN (Aircraft Classification Number) – Número de Classificação da Aeronave. ANAC - Agência Nacional de Aviação Civil. ASTM (American Society for Testing and Materials) - Sociedade Americana para Teste de Materiais. BBI - Boeing Bump Index. CAA (Civil Aviation Authority) - Autoridade de Aviação Civil. CBR (California Bearing Ratio) - Índice de Suporte Califórnia. CBUQ - Concreto Betuminoso Usinado à Quente CDF (Cumulative Damage Factor) – Fator de Dano Cumulativo. CGNA – Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea. DNIT - Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes. EASA (European Aviation Safety Agency) - Agência Europeia para a Segurança da Aviação. FAA (Federal Aviation Administration) – Administração Federal de Aviação. FMEA (Failure Mode and Effect Analysis) - Análise de Modos de Falhas e Efeitos. FWD (Falling Weight Deflectometer) - Deflectômetro de Queda de Peso. HMA (Hot Mix Asphalt) - Asfalto de Mistura Quente. HWD (Heavy Weight Deflectometer) - Deflectômetro de Peso Pesado. IATA (International Air Transport Association) – Associação Internacional de Transportes Aéreos. ICAO (International Civil Aviation Organization) – Organização Internacional da Aviação Civil. IFI (International Friction Index) - Índice Internacional de Atrito. IRI (International Roughness Index) – Índice Internacional de Rugosidade. M & R - Manutenção e Restauração. MCDA (Multicriteria Decision Analysis) - Análise de Decisão Multicritério MFL (Minimum Friction Level) - Nível Mínimo de Atrito. MOPS - Manual de Operações do Aeródromo. PAX - Passageiros PC – Planejamento de Cenários PCC (Portland Cement Concrete) - Concreto de Cimento Portland PCI (Pavement Condition Index) – Índice de Condição do Pavimento. PCN (Pavement Condition Number) – Número de Classificação do Pavimento. PMP – Programa de Manutenção de Pavimentos. PPD - Pista de Pouso de Decolagem. PSI - Present Serviceability Index. PSR - Present Serviceability Rating. RBAC - Regulamento Brasileiro de Aviação Civil. RCI (Ride Comfort Index) - Índice de Conforto no Passeio. RCM (Reliability Centered Maintenance) - Manutenção Centrada na Confiabilidade RS – Revisão Sistemática. RWY (Runway) – Pista de Pousos e de Decolagens. SAC – Secretaria de Aviação Civil. SBSG (Código ICAO) – Aeroporto de Natal. SCI (Structural Condition Index) - Índice de Condição Estrutural. SGPA - Sistema de Gestão de Pavimentos Aeroportuários TPS – Terminal de Passageiros. TWY (Taxiway) - Pista de taxiamento. VDT - Valor Deduzido Total SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 17 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMA .................................................................................... 17 1.2 OBJETIVOS .......................................................................................................................... 19 1.2.1 Objetivo geral ............................................................................................................... 19 1.2.2Objetivos específicos .................................................................................................... 19 1.3 JUSTIFICATIVA .................................................................................................................... 20 1.4 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO ............................................................................................ 24 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................................... 25 2.1 PAVIMENTOS AEROPOPORTUÁRIOS ..................................................................................... 25 2.2 AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES GERAIS DOS PAVIMENTOS ..................................................... 30 2.2.1 Condições estruturais .................................................................................................... 31 2.2.2 Condições funcionais .................................................................................................... 40 2.2.2.1 Textura superficial do revestimento ........................................................................... 50 2.2.2.2 Drenagem superficial dos pavimentos ....................................................................... 58 2.3 PROGRAMA DE MANUTENÇÃO DE PAVIMENTOS (PMP) ......................................................... 60 2.3.1 Planejamento da manutenção ....................................................................................... 65 2.3.2 Técnicas de manutenção e restauração de pavimentos ................................................. 70 2.4 REDES NEURAIS ARTIFICIAIS (RNA) ..................................................................................... 75 2.5 CENÁRIOS PARA ANÁLISE DE DECISÃO MULTICRITÉRIO ...................................................... 81 2.6 REVISÃO SISTEMÁTICA DE MODELOS DE AVALIAÇÃO DE PAVIMENTOS AEROPORTUÁRIOS .. 86 2.6.1 Protocolo da revisão ..................................................................................................... 86 2.6.2 Análise dos trabalhos relacionados ............................................................................... 88 3 METODOLOGIA DA PESQUISA .................................................................................. 92 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA ........................................................................................ 92 3.2 PROCEDIMENTO DA PESQUISA ............................................................................................ 94 3.3 ESTUDO DE CASO: AEROPORTO DE NATAL – INFRAMERICA ................................................. 98 3.3.1 Complexo Aeroportuário ............................................................................................ 101 3.3.2 Caracterização territórial ............................................................................................ 101 3.3.3 Regime pluviométrico, clima e temperatura ............................................................... 102 3.4 DESCRIÇÃO GERAL DAS CONDIÇÕES DAS PISTAS DO AEROPORTO DE NATAL ...................... 104 3.4.1 Condições estruturais .................................................................................................. 106 3.4.2 Condições funcionais .................................................................................................. 107 4 ESTRATÉGIAS DE MANUTENÇÃO EM PAVIMENTOS AEROPORTUÁRIOS109 4.1 AVALIAÇÃO SISTEMÁTICA DA MANUTENÇÃO .................................................................... 112 4.1.1 Pré-processamento dos dados ..................................................................................... 114 4.1.2 Definição de parâmetros do modelo de previsão ........................................................ 115 4.1.2.1 Matriz de correlação ................................................................................................. 116 4.1.2.2 Modelo 1 – Hiperparâmetros utilizados ................................................................... 117 4.1.2.3 Modelo 2 - Hiperparâmetros utilizados .................................................................... 119 4.1.2.4 Modelo 3 - Hiperparâmetros utilizados .................................................................... 119 4.1.2.5 Modelo 4 - Hiperparâmetros utilizados .................................................................... 119 4.2 AVALIAÇÃO CONDICIONAL DA MANUTENÇÃO ................................................................... 119 4.3 DEFINIÇÃO DE LINHAS ESTRATÉGICAS DE AÇÃO NA MANUTENÇÃO ................................... 122 4.3.1 Análise de importância dos critérios ........................................................................... 124 4.3.2 Verificação de diferentes estados funcionais e estruturais do pavimento .................. 126 5 ANÁLISE DOS DADOS E RESULTADOS DA PROPOSTA .................................... 128 5.1 ANÁLISE DAS FALHAS PRESENTES NOS PAVIMENTOS ......................................................... 128 5.1.1 Classificação dos tipos de falhas ................................................................................ 128 5.1.2 Definição do Nível de Priorização de Risco ............................................................... 129 5.2 ANÁLISE DESCRITIVA DAS RELAÇÕES PAR A PAR PARA DETERMINAÇÃO DAS ESTRATÉGIAS DE MANUTENÇÃO ..................................................................................................................... 131 5.3 IDENTIFICAÇÃO GERAL DO GRAU DE IMPORTÂNCIA DOS CRITÉRIOS .................................. 132 5.4 DETERMINAÇÃO DOS MODELOS DE AVALIAÇÃO DE PAVIMENTOS ...................................... 134 5.4.1 Modelo para manutenção sistemática do pavimento .................................................. 134 5.4.1.1 Análise gráfica do Modelo 1 .................................................................................... 134 5.4.1.2 Análise gráfica do Modelo 2 .................................................................................... 136 5.4.1.3 Análise gráfica do Modelo 3 .................................................................................... 138 5.4.1.4 Análise gráfica do Modelo 4 .................................................................................... 140 5.4.1.5 Proposta de framework para construção de um modelo para previsão de atrito ...... 141 5.4.2 Modelo para manutenção condicional do pavimento ................................................. 142 5.4.2.1 Modelo para análise funcional ................................................................................. 142 5.4.2.2 Modelo para análise estrutural ................................................................................. 144 5.5 DISCUSSÃO DOS DADOS OBTIDOS ..................................................................................... 146 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES ................................................ 149 6.1 CONCLUSÕES .................................................................................................................... 149 6.2 LIMITAÇÕES DA PESQUISA ................................................................................................. 151 6.3 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ................................................................. 151 REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 153 ANEXO I – TABELA DE ACN DAS AERONAVES ....................................................... 167 ANEXO II – PATOLOGIAS CONSIDERADAS NA PROPOSTA ................................ 174 ANEXO III – QUESTIONÁRIO I DE PESQUISA .......................................................... 179 ANEXO IV – QUESTIÓNARIO II DE PESQUISA ......................................................... 181 ANEXO V – ALGORITMO UTILIZADO NO MODELO 4 ...........................................183 17 1 INTRODUÇÃO O aeroporto é a principal infraestrutura responsável por conectar o sistema terrestre ao aéreo. Seu bom funcionamento e desempenho ao longo do tempo são proporcionados por meio de estratégias de gerenciamento, principalmente das atividades da manutenção, de seus ativos que agregam maior valor as atividades de circulação de aeronaves. O pavimento de um aeroporto está exposto a diversas formas de deterioração, que em geral prejudicam sua confiabilidade durante a vida útil, sem contar nas despesas financeiras relacionadas a reabilitação deste sistema. Com a crescente pressão sobre as infraestruturas aeroportuárias a proposta de um modelo de avaliação de estratégias de manutenção seria fundamental para melhora de Programas de Manutenção e Reabilitação (PMR) das Pistas de Pouso e Decolagem, Pistas de Táxi e dos Pátios de Manobras e Estacionamento. Neste capítulo, são apresentados os tópicos que descrevem: o contexto em que insere- se o tema, os objetivos da pesquisa, as proposições e métodos adotados, justificativa e a organização geral da dissertação. 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMA A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), responsável por regularizar e fiscalizar as atividades do setor aeronáutico relacionado a infraestrutura e as operações aeroportuárias do país, também é encarregada de estabelecer regras gerais quanto ao funcionamento dos aeródromos. De acordo com o Regulamento Brasileiro de Aviação Civil (RBAC) nº 153 - Aeródromos - Operação, manutenção e resposta à emergência, estabelece que os operadores de aeródromo realizem avaliações funcionais e estruturais dos pavimentos aeroportuários e que aeroportos Classe IV (o número de passageiros processados é igual ou superior a cinco milhões) estabeleçam um Sistema de Gerenciamento de Pavimentos Aeroportuário (SGPA) (ANAC, 2017; ANAC, 2019a). O intuito das agências reguladoras em acompanhar as atividades dos aeroportos tem como propósito, orientar práticas que venham a minimizar os gastos em infraestrutura e manutenção. O aeroporto representa um sistema para o transporte aéreo que possui interações complexas (ASHFORD et al., 2015), onde verificações de rotina e cumprimento das regras pelas autoridades de controle nacionais e internacionais são estritamente necessárias (MASCIO; MORETTI, 2019). A IATA (2018) demonstra sua preocupação com a infraestrutura do transporte aéreo que não tem acompanhado o ritmo acelerado de crescimento do setor, que pelas previsões promete dobrar seu número de passageiros (pax) até 2036. Salienta-se que para atender estes 18 dados de movimentação as companhias aéreas precisam de acesso a infraestrutura suficiente para garantir o padrão atual de atendimento (SHEARD, 2018; DOUGLAS, 2019; ADLER; YAZHEMSKY, 2018). Os pavimentos aeroportuários representam os ativos de maior valor patrimonial. As falhas presentes nas pistas de circulação e manobra de aeronaves tem consequências diretas nas atividades que garantem o processamento de voos, a segurança e a imagem da administração. Segundo Faturechi, Levenberg e Miller-hooks (2014), pequenos danos em partes das pistas de circulação do aeródromo prejudicam rigorosamente a funcionalidade das operações dentro do aeroporto. De acordo com a FAA (2019), o Programa de Melhoria de Aeroportos nos Estados Unidos (EUA) tem como finalidade fornecer os subsídios necessários para que os órgãos públicos e algumas entidades privadas planejem e desenvolvam os aeroportos de uso público, sendo que deste fundo mais da metade destina-se a construção e reabilitação de pistas, sejam elas de taxiamento ou pouso e decolagem, no qual a Federal Aviation Administration (FAA) responsabiliza-se em proteger esses investimentos de maneira a garantir que os pavimentos durem o maior tempo possível, com o menor dispêndio com manutenções. Os aeroportos brasileiros e de todo o mundo demonstram a necessidade de contar com iniciativas de inspeções de rotina para garantia de conservação e restauração dos pavimentos, como também de levantamento de dados relacionados a sua superfície, como a textura superficial, a macrotextura e o coeficiente de atrito, indicadores reconhecidos pelos principais órgãos da aviação civil como relevantes no contexto da segurança de operações de pouso e decolagem (OLIVEIRA; NOBRE JÚNIOR, 2009). Como o desgaste das pistas acontece de forma gradual, a programação das manutenções preventivas e corretivas devem satisfazer o alto nível de exigência para manter as condições ideais do pavimento, de toda forma, com o passar do tempo, os custos relacionados a intervenções são elevados a ponto de perder a viabilidade de se efetuar reparos (ANAC, 2017), por isso a importância em determinar os período exatos para reparo e substituição de material, e principalmente, o tipo de tratamento mais adequado para cada condição. Nesta dissertação, a proposta relacionada a avaliação de estratégias de manutenção, e a investigação dos parâmetros de falhas através da análise dos dados históricos de inspeções nas pistas do aeroporto, pretende auxiliar equipes de manutenção de aeródromo a tomar decisões de cunho mais científico quanto ao tipo de manutenção indicada em cada caso, o momento de efetuar intervenções e até reconstrução de determinadas seções dos pavimentos. Para realização da pesquisa, o Aeroporto de Natal/RN foi escolhido como estudo de caso: para o aeroporto este estudo surge como uma inovação, que contará com o suporte de uma nova metodologia 19 agregada ao seu SGPA. Com o emprego de técnicas estatísticas e a avaliação de diferentes cenários com base no levantamento bibliográfico e no estudo de caso, será possível relacionar as variáveis e os critérios associados, por meio da metodologia MCDA (Multicriteria Decision Analysis), ao desempenho dos pavimentos que serão estudados e utilizados no monitoramento das condições das áreas de circulação de aeronaves. Diante do apresentado, surgem os seguintes questionamentos: Quais as potenciais causas, modos e efeitos de falhas que aeroportos brasileiros de médio porte procuram evitar ou contornar em um sistema de pavimentos? Como a implantação de um modelo de avaliação da manutenção de pavimentos pode vir a contribuir no contexto da segurança e alocação de recursos? Como ferramentas estatísticas e a avaliação de cenários integrada a análise de decisão multicritério, podem auxiliar na tomada de decisão de estratégias de manutenção e reabilitação (M&R) de pavimentos aeroportuários? Que soluções estratégicas podem ser propostas através da utilização de parâmetros estruturais e funcionais que possam contribuir para conservação de áreas pavimentadas no aeródromo? Para responder a essas perguntas, foram definidos objetivos que constam no próximo tópico da dissertação. 1.2 OBJETIVOS 1.2.1 Objetivo geral O objetivo desta dissertação é construir e validar estratégias de manutenção em pavimentos aeroportuários: a partir da proposta de um modelo de avaliação das condições dos pavimentos com base em métodos estatísticos e abordagem multicritério (MCDA - Multicriteria Decision Analysis) na avaliação de cenários. O intuito é auxiliar operadores de aeródromo na implantação das melhores práticas de conservação dos pavimentos. 1.2.2 Objetivos específicos Os objetivos específicos desta dissertação visam enfatizar os pontos discriminados a seguir: Descrever características estruturais e funcionais das pistas. 20 Explicar o processo de gerenciamento de pavimentos de um aeroporto de médio porte no Brasil. Realizar uma revisão sistemática da literatura sobre modelos de previsão de desempenho e avaliação de pavimentos aeroportuários. Quantificar as falhas presentes nos pavimentos aeroportuários capazes de afetar o seu desempenho ao longo do tempo. Identificar critérios técnicos para estabelecimentode estratégias de manutenção. Priorizar os modos de falha identificados, pois as falhas não são iguais. Apresentar um Plano Mestre de Manutenção que auxilie na tomada de decisão das atividades de manutenção e reabilitação (M&R) de pavimentos. 1.3 JUSTIFICATIVA O Lado Ar é composto pelo espaço aéreo em torno do aeroporto, na RBAC nº 156 (Segurança operacional em aeródromos – operação, manutenção e resposta à emergência), é definido como Área operacional compreendendo as pistas de circulação, que oferece acomodação para a chegada de aeronaves antes do pouso e de aeronaves de partida logo após a decolagem (ANAC, 2011). As pistas de pouso e decolagem são os patrimônios de maior valor presentes em um aeroporto, por isso se faz tão necessário a implantação de políticas de controle, manutenção e restauração mais severas. Os aeroportos são regidos por diversas normas e regulamentos estabelecidos pelas agências reguladoras da aviação civil. A ANAC tem como um dos requisitos para certificação dos aeroportos a elaboração do Manual de Operações do Aeródromo – MOPS, que se trata de um documento descrevendo as condições e os procedimentos adotados pelo operador de aeródromo de forma a garantir a segurança operacional e outras exigências administrativas no sistema do Lado Ar (ANAC, 2018). Nesse manual também é estabelecido os procedimentos para o bom funcionamento do SGPA e principalmente as medidas referentes ao Programa de Manutenção de Pavimentos (PMP). É observado que há uma grande preocupação relacionada as infraestruturas, porém é importante adotar e desenvolver medidas que mantenham as condições operacionais, principalmente de segurança (FATURECHI; LEVENBERG; MILLER-HOOKS, 2014), de forma a não contribuir com a possibilidade de ocorrência de acidentes ou incidentes com pax. A IATA (2019) tem como uma de suas maiores prioridades a segurança de pista, pois se trata de uma das ameaças mais sérias à segurança da aviação. 21 A ICAO (2017) em seu relatório de apresentação do Programa de Segurança de Pista, exibe alguns gráficos com dados de acidentes relacionado a segurança de pista entre o período de 2008 e 2016, em que a Fig. 1.1 mostra as tendências quanto a acidentes e incidentes sérios com sobreviventes, e a Fig. 1.2 indica o número de acidentes fatais no mesmo período analisado. Figura 1- Dados estatísticos relacionados a Fig. 1.1 - acidentes e incidentes sérios em pista e número de Fig. 1.2 - acidentes fatais (ICAO 2017). Segundo a ICAO (2017), esses acidentes são resultados de diferentes ações, porém em sua maioria são consequências de excursões em pista, representando 34% das justificativas presentes nos relatórios, em seguida está o contato anormal com a pista e as colisões, com respectivamente 28% e 14%, assim temos que essas três causas representam 76% dos acidentes de segurança na pista e incidentes graves no período de referência. Neste contexto, insere-se o desenvolvimento de propostas que venham a melhorar o acompanhamento das condições dos pavimentos, principalmente quanto a degradação de sua superfície. A abordagem sugerida nesta dissertação pretende tratar com flexibilidade, transparência e eficiência, sendo capaz de levar a insights sobre a natureza do problema de seleção da estratégia, além de melhorar a comunicação dentro da equipe de planejamento. Em tomada de decisão é comum tratar problemas cujas decisões a serem tomadas ocorrem em função de acontecimentos futuros. Assim, os dados devem ser trabalhados de forma a representar situações advinhas. No caso dos pavimentos as decisões devem ser baseadas pensando-se em garantir a segurança e reduzir custos. Por meio de modelos de previsão e estratégias ótimas de avaliação da manutenção, que antecipem a correção de problemas, é possível idealizar grandes performances aos aeroportos brasileiros. A ideia de trabalhar com um programa de manutenção é organizar as diversas dimensões do planejamento, priorização de projetos e alocação de recursos. Segundo NASEM (2011), 22 cerca de 90% dos aeroportos utilizam do programa de manutenção de pavimentos para análise de sua condição e preparação de orçamentos e apenas 66% das agências aeroportuárias verificam o desempenho futuro dos pavimentos (Figura 2) a partir de modelos de previsão. Figura 2 - Utilização do Programa de Manutenção e Pavimentos Aeroportuários (NASEM, 2011). Embora a função manutenção tenha ganhado espaço nas últimas décadas, pelo crescimento tecnológico e o nível de complexidade dos equipamentos nos setores industriais (MEHMETI; MEHMETI; SEJDIU, 2018), falta análises empíricas e estudos aprofundados no setor aeroportuário brasileiro, que levem o país a níveis competitivos em que outros países já se encontram. De acordo com Shah, Tighe e Stewart (2004) para o desenvolvimento de qualquer modelo de avaliação de desempenho, é indispensável considerar todas as variáveis que influenciam na tomada de decisão de onde, quando e qual alternativa de manutenção deve ser aplicada. Em um aeroporto, as falhas e indisponibilidade das pistas de circulação e manobra de aeronaves, resultam em uma má visibilidade devido a necessidade de interrupção de voos, paradas nas operações, atrasos e sem contar com os custos com reparos e dispêndio de tempo dos funcionários da manutenção. Com relação ao Aeroporto de Natal, as contribuições podem ser ainda maiores, já que o aeroporto não conta com nenhum SGPA que efetivamente avalia as condições e estabelece os tratamentos necessários levando em consideração as operações, orçamento e outros fatores técnicos do sistema aeroportuário. 23 De acordo com Ho e Romero (2008) as companhias aéreas desejam aeroportos onde suas frotas possam manobrar com rapidez e segurança, para que possam acomodar um aumento nos voos programados e ao mesmo tempo, os aeroportos devem se esforçar para competir com os aeroportos regionais ou internacionais próximos, fornecendo às aeronaves e passageiros serviços operacionais eficientes e um ambiente de segurança que incentivará os aviões a aumentar ou estabelecer voos programados, ou em outras palavras, hubs na região. A manutenção entra no contexto de garantia das condições ideais dos pavimentos, quando determinado tratamento proposto não garante a funcionalidade do sistema, isso pode gerar gastos, constrangimento e atrasos nos voos, colocando em risco aeronaves e passageiros. Pintelon e Gelders (1992), mostra que há uma lacuna relacionada as pesquisas de gerenciamento das atividades de manutenção, principalmente no que se refere as ferramentas de tomada de decisão, e ressalta que a utilização de técnicas de pesquisa operacional e ciência de gerenciamento, podem permitir que escolhas subjetivas sejam substituídas por decisões mais objetivas. A proposta também enquadra-se em um dos objetivos de desenvolvimento sustentável no Brasil: Indústria, Inovação e Infraestrutura, por fortalecer a pesquisa e trabalhar questões referentes a resiliência em infraestrutura aeroportuária. A nível social, uma cidade que detém um aeroporto com padrões de qualidade elevada e processamento de voos eficazes, podem beneficiar-se de diversas formas, como a propagação do turismo, valorização do município, geração de empregos, sem contar com as maiores arrecadações que podem ser revestidas em infraestrutura para a cidade. O controle e a conservação dos pavimentos, garantem em maioria o bom funcionamento das atividades presentes em um aeroporto. Por fim, não menos importante, há a contribuição acadêmica: tanto a área de pavimentos aeroportuários, como a área de manutenção deste sistema tem sido de destaque e contribuir para a literatura através de uma pesquisa que relacione os dois temas é de grande importância para pesquisadores da área e entidades interessadas. Essa pesquisa foi realizada com fundamento nos conhecimentos acadêmicos ebuscando propor um novo modelo de avaliação de estratégias de manutenção de pavimentos, que fosse de fácil medição, controle e implementação em um aeroporto brasileiro, algo palpável a administração das operações dos aeroportos e que viesse a contribuir na elaboração de proposições de manutenção preventiva sistemática e condicional ao Programa de Manutenção das áreas pavimentadas do aeroporto. 24 1.4 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO Esta Dissertação de Mestrado foi organizada em sete capítulos. O primeiro é este capítulo introdutório, apresentando uma contextualização do tema, os objetivos da pesquisa, as proposições do estudo, a sua justificativa e a estruturação desta pesquisa, em geral cada capítulo será explanado conforme apresentado na Figura 3. Figura 3 – Estrutura da Dissertação. 25 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Este capítulo apresenta aspectos importantes quanto a caracterização de pavimentos aeroportuários a partir da leitura de obras de diversos autores, descrevendo sua principal estrutura e funcionalidade, ensaios exigidos pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), órgão responsável por regular o transporte aéreo em nosso país, e demais agências de fiscalização na aviação civil, sobretudo, a Federal Aviation Administration (FAA), dos Estados Unidos, mas que também influência diversas autoridades aeronáuticas no mundo devido ao poderio do mercado americano na aviação. A Civil Aviation Authority (CAA), no Reino Unido, junto com a European Aviation Safety Agency (EASA), a qual tem por finalidade trabalhar e legislar para garantir a segurança de voo, e também explicar procedimentos expedidos pela International Civil Aviation Organization (ICAO), que estabelece as diretrizes gerais para a aviação mundial, com orientações quanto execução e conservação dos pavimentos, normativas e manuais utilizados para o desenvolvimento das operações aeroportuárias. Da mesma forma, será discorrido sobre a organização dos programas de manutenção de pavimentos e o conjunto de ações que garantem o aperfeiçoamento das melhores estratégias de gerenciamento. Os modelos de previsão e avaliação das condições dos pavimentos, serão tratados em uma revisão sistemática ao final desta seção, com o objetivo de identificar e analisar os métodos, técnicas e variáveis trabalhadas para elaboração de modelos já existentes na literatura desenvolvidos no exterior, o intuito é avaliar estas pesquisas e estabelecer um comparativo com o que será realizado nesta dissertação. 2.1 PAVIMENTOS AEROPOPORTUÁRIOS O aeroporto é comumente dividido em dois subsistemas, o Lado Terra, que opera em função dos usuários e compreende a área do terminal de passageiros (TPS) e o Lado Ar, composto principalmente pelas pistas de circulação (ASHFORD et al., 2015), que compõem o aeródromo, definido pela ANAC (2012) por uma área delimitada destinada a comportar o pouso, decolagem e a movimentação de aeronaves em sua superfície, e toda e qualquer instalação ou equipamento utilizado para controle das operações aéreas. A classe do aeródromo é definida em função do número de pax, considerando a média aritmética de passageiros processados no período de referência (ANAC, 2020), e podem ser descritos como: a) Classe I: é aquele que processou menos de 200.000 pax, considerando a média aritmética do período de referência e o tipo de voo processado no ano corrente; 26 b) Classe II: é aquele que processou entre 200.000 e 1.000.000 pax, considerando a média aritmética do período de referência e o tipo de voo processado no ano corrente; c) Classe III: é aquele que processou entre 1.000.000 e 5.000.000 pax, considerando a média aritmética do período de referência e o tipo de voo processado no ano corrente; d) Classe IV: é aquele que processou a partir de 5 milhão de pax, considerando a média aritmética do período de referência e o tipo de voo processado no ano corrente. Para melhor compressão das áreas que constituem o aeródromo, a ANAC (2019a) estabelece quatro partes principais, a saber: (1) área de manobras, parte do aeródromo utilizada para decolagem, pouso e táxi de aeronaves, excluindo-se o pátio de aeronaves; (2) Área de movimento, utilizada para decolagem, pouso e táxi de aeronaves, incluindo-se o pátio de aeronaves; (3) Área operacional, formada pela área de movimento de um aeródromo, terrenos e edificações vizinhas, ou parte delas, cujo acesso é controlado; e (4) Área pavimentada, a área composta de pavimento com revestimento à base de cimento asfáltico, cimento Portland ou pavimento intertravado. O Pátio de Aeronaves, de acordo com ANAC (2019b), significa a área definida em um aeródromo em terra, com o propósito de acomodar aeronaves para fins de embarque e desembarque de tripulações ou cargas, reabastecimento de combustível e estacionamento ou manutenção. A Pista de Pouso e Decolagem (PPD) ou Pista Principal, representa a área retangular, preparada para pousos e decolagens de aeronaves. Por fim, temos as Pistas de Táxi (TWY - Taxiway), destinadas ao táxi de aeronaves, com a função de oferecer uma conexão entre as partes do aeródromo, incluindo: pista de táxi de acesso ao estacionamento de aeronaves (com o propósito único de oferecer acesso às posições de estacionamento de aeronaves); pista de táxi de pátio (com a função de oferecer uma circulação completa de táxi através do pátio de aeronaves); pista de táxi de saída rápida (pista de táxi conectada a uma pista de pouso e decolagem em um ângulo agudo e projetada para permitir que aeronaves em pouso saiam da pista em velocidades mais altas do que em outras pistas de táxi de saída, minimizando o tempo de ocupação da pista de pouso e decolagem). Essas áreas podem ser melhor visualizadas na Figura 4. 27 Figura 4 – Áreas pavimentadas de um aeródromo (Adaptada de ACI, 2018). Ainda pela ANAC (2019b), é estabelecido um código de referência com o intuito de oferecer um método simples para inter-relacionar as diversas especificações sobre as características dos aeródromos, ressaltando-se que o código não serve para determinar comprimento ou capacidade de pistas, mas unicamente proporcionar uma série de facilidades adequadas às aeronaves que irão operar no aeródromo, ocasionando posteriormente o entendimento acerca da definição de parâmetros de avaliação dos pavimentos, segundo a legislação do transporte aéreo. O código é formado por dois elementos relacionados às características de desempenho e dimensões das aeronaves, sendo o elemento I, um número baseado no comprimento básico de pista da aeronave e o elemento II é uma letra baseada na envergadura da aeronave, o significado a eles atribuídos consta na Tabela 1. Elemento I do Código Número do código Comprimento básico de pista requerido pela aeronave 1 menor que 800 m 2 maior ou igual a 800 m e menor que 1200 m 3 maior ou igual a 1200 m e menor que 1800 m 4 maior ou igual a 1800 m Elemento II do Código Letra do código Envergadura A menor que 15 m B maior ou igual a 15 m e menor que 24 m C maior ou igual a 24 m e menor que 36 m D maior ou igual a 36 m e menor que 52 m E maior ou igual a 52 m e menor que 65 m F maior ou igual a 65 m e menor que 80 m Tabela 1 - Código de referência do aeródromo (ANAC, 2019b). 28 Descritas as informações gerais referentes ao aeródromo, parte-se para descrição mais detalhada do pavimento das PPD’s que são projetadas, construídas e mantidas para suportar as cargas críticas providas da movimentação de aeronaves, resultado de um projeto adequado que proporciona uma superfície firme, estável, lisa, sob qualquer condição climática, para que pousos e decolagens sejam realizados com total segurança (FAA, 2016). Ainda sobre as PPD’s, a ANAC (2019b) descreve as características físicas gerais, as quais destacamos: a) Cabeceira – situada na extremidade da pista, embora que em determinadassituações justifiquem a escolha da cabeceira em outra localização. b) Acostamento - são implantados em pistas com códigos D, E ou F e devem estender-se simetricamente em cada um dos lados da pista em função de suas dimensões. c) Área de Giro – são implementadas em cabeceiras que não possuem uma pista de táxi, ou não dispõem de uma área de giro de pista de táxi, quando a letra do código for D, E ou F, de forma a garantir o alinhamento das aeronaves na cabeceira em uma curva de 180º. d) Zona de Toque - área da pista, além da cabeceira, onde se espera que as aeronaves realizem seu primeiro contato com o solo. Para que o pavimento tenha condições de atender aos requisitos mínimos, ele deve possuir tal qualidade e espessura de forma a garantir a confiabilidade necessária, evitando a ocorrência de falhas durante seu uso (CARPENTER; GHUZLAN; SHEN, 2003). Outras características também são consideradas importantes, como possuir estabilidade inerente para resistir as cargas sem prejuízos de ação abrasiva do tráfego, suportar as diferentes condições climáticas e outros fatores que cooperam para a deterioração. Desta forma, visualiza-se a necessidade de planejamento, inspeções, manutenção e a melhor combinação de materiais de alto padrão com excelente mão de obra (FAA, 2011). A composição do pavimento varia conforme o tipo de pista analisada, quando se trata das pistas de pouso e decolagem, há a possibilidade de serem compostas de concreto ou asfalto, já as pistas de taxiamento ou estacionamento podem levar pavimentos de concreto, asfalto ou em blocos. Um pavimento é classificado como flexível quando sua estrutura por completo tem a capacidade de desviar ou flexionar quando exposta a uma carga, a FAA (2016) os define como aqueles em que cada camada estrutural é suportada pela camada abaixo, construídos em asfalto a quente (HMA) ou P-401/403. Segundo White (2018), maior parte das pistas de um aeroporto são construídas de pavimentos flexíveis utilizando-se de superfícies de HMA, que por sinal 29 apresentam um desempenho crítico para realização de operações seguras com aeronaves, em sua maioria são projetados com superfície asfáltica com camadas entre 40 e 60 mm de espessura (RODWAY, 2016). Porém, os pavimentos classificados como rígidos, são mais resistentes a carga fornecida pela ação da laje da camada superficial de Concreto de Cimento Portland (PCC - Portland Cement Concrete) ou P-501 (FAA, 2016). A estrutura de um pavimento normalmente é composta por várias camadas de materiais (Figura 5), onde cada camada recebe cargas da camada acima, distribuindo-as e assim sucessivamente até sua última camada, de forma que essas tensões vão sendo reduzidas. Figura 5 – Camadas referentes a estrutura de um pavimento (Adaptado de FAA, 2014a). A principal preocupação do projeto estrutural é determinar a espessura ideal e a composição apropriada das camadas (DAGGUBATI et al., 2014). Podemos entender a estrutura de um pavimento relacionando a primeira camada a uma viga ou uma placa, modelada em cima de um sistema de molas elásticas e traços que compõem o solo da fundação (BESKOU; THEODORAKOPOULOS, 2011). A Figura 6 mostra o comportamento de ambos os tipos de pavimentos quando expostos a carga. Figura 6 – Representação estrutural de Fig. 6.1 – Pavimento flexível e Fig. 6.2 – Pavimento rígido exposto a carga (Adaptado de FAA, 2007). 30 A construção inicial das pistas deve considerar as futuras necessidades estruturais para toda a vida útil do pavimento (FAA, 2016), como projeções de tráfego e clima local. Também é importante a identificação e avaliação das fundações do pavimento, já que o solo do subleito é a camada que forma a base da estrutura e fornece todo o suporte para que a pista tenha capacidade de sustentar as cargas impostas no pavimento. De acordo com Daggubati et al. (2014), os fatores que mais influenciam em projetos de pavimentos são as cargas resultantes do tráfego e das variações de temperatura, que para efeito de análise das condições dos pavimentos, é necessária a realização de uma série de ensaios e avaliações relacionadas a sua estrutura e funcionalidade (WESOŁOWSKI e BLACHA, 2019). 2.2 AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES GERAIS DOS PAVIMENTOS As dimensões das pistas são diferentes de aeroporto para aeroporto, em função das necessidades de tráfego, área disponibilizada, financiamento, entre outros (YANTI et al., 2019), seu sistema é normalmente compreendido por várias estruturas, como visto anteriormente, e a partir da determinação do seu estado garante-se que o operador execute as melhores inciativas no programa de manutenção (NASEM, 2016). Ao iniciar-se uma avaliação, é preciso considerar uma série de indicadores que influenciam nas condições do pavimento, contribuindo diretamente para deterioração estrutural e funcional. Esses fatores prejudicam e causam o envelhecimento acelerado da infraestrutura, que obriga a formulação de avaliações mais confiáveis (VYAS; SINGH; SRIVASTAVA, 2019b), sem contar que é bem mais conveniente manter um pavimento que esteja em boas condições, em vez de levantar altos financiamentos na reconstrução de pistas degradadas (FAA, 2009a). A determinação da capacidade de desempenho estrutural ou capacidade de manter a integridade estrutural, é obtida pela avaliação estrutural, que consistem em análises de deslocamentos verticais recuperáveis da superfície do pavimento, quando submetido a determinado carregamento. Por outro lado as avaliações funcionais dos pavimentos, consistem na determinação da capacidade de desempenho funcional momentânea, que tem relação com a experiência proporcionada ao usuário do transporte, ou seja, o conforto em termos de qualidade de rolamento. O desempenho funcional refere-se à capacidade do pavimento de satisfazer seu objetivo principal, que é fornecer uma superfície com serventia adequada em termos de qualidade de condução (DNIT, 2003; FAA, 2009b; ANAC, 2017). 31 As próximas seções irão tratar das normativas e métodos quantitativos e qualitativos comumente usados na medição da deterioração do pavimento, desde avaliações visuais, a aplicação de ensaios estabelecidos por agências regulamentadoras. 2.2.1 Condições estruturais É comum análises quanto as condições funcionais para decisões de manutenção, uma vez que este indicador está relacionado a segurança e o conforto dos usuários, fazendo com que muitas vezes a condição estrutural, que geralmente não é visível, seja descartada. No entanto, as condições estruturais de um pavimento são igualmente importantes a segurança do usuário, principalmente do ponto de vista da engenharia (TAREFDER; RAHMAN, 2016), sem contar que a análise das condições podem ser avaliadas com mais precisão a partir de observações estruturais, permitindo que alternativas de manutenção sejam estabelecidas com base em condições reais do pavimento. Todavia, os procedimentos aderidos para avaliação estrutural, são mais caros e demorados quando comparado a avaliações funcionais. Portanto, é necessário realizar um estudo detalhado para determinar o método de manutenção mais econômico (TAREFDER; AHMED; RAHMAN, 2016). As condições estruturais estão ligadas principalmente as cargas elevadas do transporte, instabilidade do subleito, fadiga nos componentes do pavimento e as condições ambientais (YANTI et al., 2019), o que ocorre é que para impedir que o tráfego sobrecarregue as camadas da estrutura é necessário que as espessuras definidas sejam suficientes, que a construção tenha sido adequada e que os materiais estejam em acordo (ISMAIL; ISMAIL; RAHMAT, 2009). A FAA (2014a) explica que o entendimento desses fatores é fundamental para analisar problemas e projetar as melhores soluções. De forma a obter a capacidade de carga do pavimento, grande parte das agências de aviação utilizam a razão entre o Número de Classificaçãoda Aeronave e o Número de Classificação do Pavimento (ACN/PCN), caso o método identifique que o pavimento está em desacordo, a análise pode estabelecer a base para o planejamento das estratégias, capazes de garantir a serventia do pavimento durante o período de projeto selecionado (ISMAIL; ISMAIL; RAHMAT, 2009). Segundo a ANAC (2016a) e a ICAO (1999), o método ACN/PCN é aplicado a pistas de pousos e decolagem com aeronaves com mais de 5.700 kg, e para cargas inferiores deve-se buscar estabelecer a carga máxima admissível e a pressão máxima de pneus das aeronaves admitida pelo pavimento em questão. Esse tipo de avaliação estrutural tem como finalidade avaliar a resistência, de forma que um pavimento com determinado valor de PCN seja capaz de 32 suportar, sem dificuldades, uma aeronave que possua um valor de ACN inferior ou igual ao valor de PCN do aeródromo aferido (ICAO, 1999). Historicamente, essa metodologia foi solicitada a ICAO em 1974, durante a VIII Conferência de Navegação Aérea, devido a necessidade de uma forma de avaliação global da resistência de pavimentos aeroportuários. Em virtude deste acontecimento, em 1977, a ICAO montou um grupo de pesquisa que idealizou um método para classificação de aeronaves. Finalizado os trabalhos, em 1981, foi apresentado o Método ACN/PCN (OLIVEIRA, 2016; SCAA, 2008). O método ACN/PCN está descrito no anexo 14 da ICAO e no capítulo 1 do Manual de Projeto de Aeródromo da ICAO - Parte 3 (BOEING, 2014). A ICAO (2018) também pretende até 2024 implementar um novo método: O ACR/PCR (Aircraft Classification Rating/Pavement Classification Rating), que diferente do método PCN, não utiliza os valores de CBR, mas princípios empíricos-mecanísticos que trabalham com a análise elástica linear, com uma abordagem mais robusta que pode promover avaliações estruturais mais consistentes. O valor de ACN (ANEXO I) é fornecido pelo fabricante da aeronave a partir de um cálculo oficial, com informações detalhadas sobre as características operacionais, como o centro de gravidade, o peso máximo de decolagem, o espaçamento das rodas, a pressão dos pneus e outros fatores (FAA,2014b). Diversos critérios são estabelecidos no intuito de regular o uso de pavimentos por determinada aeronave, de modo a obter-se um ACN maior que o PCN relatado (WAHBA, 2017). O ACN é definido com base no tipo de pavimento. Em pavimentos rígidos é utilizado a solução de Westergaard com os requisitos de flutuação do trem de pouso da aeronave analisada, utiliza-se para isso uma placa elástica carregada sobre uma sub-base de Winkler (pressão proporcional), assumindo uma tensão de trabalho para o concreto de 2,75 MPa. Em pavimentos flexíveis ou mistos é empregado o método California Bearing Ratio (CBR), que emprega a solução de Boussinesq, baseada nos esforços e deslocamentos em um semi-espaço isotrópico e homogêneo (ANAC, 2016; FAA, 2014b). Em linhas gerais, usando os parâmetros definidos para cada tipo de seção do pavimento, temos que uma carga de roda única é calculada para definir a interação do trem de pouso com o pavimento. Com este conceito de roda única, elimina-se a necessidade de especificar a espessura do pavimento. Os resultados são obtidos igualando-se a espessura derivada de um determinado trem de pouso de aeronave à espessura derivada de uma carga de roda única, a uma pressão de pneu padronizada de 1,25 MPa. O ACN é definido como duas vezes a carga desta roda única derivada. É claro que como existem muitas variáveis envolvidas, a ICAO adotou condições operacionais padrão para determinar os valores de ACN, assim sua determinação depende de valores de pressão recomendados pelo fabricante para as condições 33 mencionadas, assim como informações sobre o peso máximo e o centro de gravidade presente em manuais de características de aeronaves para planejamento de aeroportos (ACAP). A FAA (2014c) ainda relata que para padronizar o cálculo da ACN e remover a frequência operacional da escala de classificação relativa, o método sugere que os valores de ACN sejam determinados com uma frequência de 10.000 coberturas. Atualmente, sua implementação é facilitada pela avaliação em pavimentos rígidos e flexíveis de vários tipos de aeronaves, apoiado nas quatro categorias de resistência de subclasse: alta, média, baixa e resistência ultrabaixa (SCAA, 2008). A ANAC (2016), apresenta as seguintes condições para cada tipo de pavimento: Pavimento flexível: ACN não deve exceder 10% do PCN relatado. Pavimento rígido: ACN não deve exceder 5% do PCN relatado. De toda forma, entende-se que não devem ser permitidas sobrecargas quando o pavimento apresentar sinais de desgaste ou durante os períodos de degelo e em casos que o pavimento/subleito estiver enfraquecido pela água (BOEING, 2014). Para determinação do valor de PCN, nem a ICAO e nem a ANAC, estabelecem uma metodologia universal, ficando desta forma a cargo das autoridades aeroportuária a escolha do método que melhor lhes atende. Diferentes PCN’s podem ser relatados se a resistência do pavimento estiver sujeita a variações sazonais significativas, sendo orientado neste caso pela ANAC (2016), o PCN que correspondente ao segmento mais fraco do pavimento. A título de representação do método informa a classificação utilizando o seguinte formato: 40 / F / A / X / T Em que: a) Valor numérico do PCN: representado por um número inteiro, para o exemplo é dado 40, sendo este o valor máximo aceito para o ACN naquele pavimento. b) Tipo de pavimento: código “F”, adotado para pavimentos flexíveis ou mistos, e código “R” para pavimentos rígidos. c) Categoria de resistência do subleito: código “A” em que a categoria do subleito é “Alta” com CBR ≥ 13 em pavimentos flexíveis (Tabela 2) e rígidos com k ≥ 120 (Tabela 3) determinados pelo código na Tabela 1. 34 Categoria do subleito Resistência do subleito CBR Resistência do subleito normalizada CBR Código Alta CBR ≥ 13 15 A Média 8 < CBR < 13 10 B Baixa 4 < CBR ≤ 8 6 C Ultrabaixa CBR ≤ 4 3 D Tabela 2 - Resistência de subleito em pavimentos flexíveis ou mistos pelo método ACN/PCN (ANAC, 2016). Categoria do subleito Resistência do subleito k (MN/m3) Resistência do subleito normalizada k (MN/m3) Código Alta k ≥ 120 150 A Média 60 < k < 120 80 B Baixa 25 < k ≤ 60 40 C Ultrabaixa k ≤ 25 20 D Tabela 3 - Resistência de subleito em pavimentos rígidos pelo método ACN/PCN (ANAC, 2016). d) Categoria de pressão máxima admissível nos pneus: adotasse o código “X”, para pavimentos flexíveis ou mistos com pressão nos pneus limitada a 1,75 Mpa como apresentado na Tabela 4 e “W” para pavimentos rígidos. Categoria Código Pressão máxima permitida nos pneus (MPa) Ilimitada W Sem limite de pressão Alta X Pressão limitada a 1,75 MPa Média Y Pressão limitada a 1,25 MPa Baixa Z Pressão limitada a 0,5 MPa Tabela 4 - Código estabelecido pelo método ACN/PCN para pressão dos pneus (ANAC, 2016). e) Método de avaliação: código “T”, para o método de avaliação técnica, e “U” para avaliação experimental, ambos são apresentados no Quadro 1. Método de avaliação Descrição Código Técnica Representando um estudo específico das características do pavimento e aplicação de tecnologias para verificação do comportamento do pavimento. T Experimental Representando um conhecimento do tipo e massa específicos de aeronaves que utilizam o pavimento de um determinado aeroporto. U Quadro 1 - Método de avaliação utilizado (ICAO, 1999). O método de avaliação experimental apresenta alguns problemas de concepção em sua formulação em função do seu valor, que pode permitir operações frequentes de aeronaves com uma carga que vai levar a deterioração do pavimento, em um tempo menor do que para o que foi dimensionado, também pode ocorrer de obter-se valores de PCN subestimados, com um mix 35de aeronaves bem inferior a capacidade estrutural da pista, uma vez que seu valor numérico não vai levar em consideração caraterísticas reais do pavimento. No método de avaliação técnica as exigências quanto aos parâmetros operacionais e específicos de engenharia são maiores, com destaque a informações de mix de aeronaves, emprego de geotécnicas e avaliações estruturais do pavimento analisado, o que inclui o conhecimento da resistência do subleito (CBR ou módulo de elasticidade) e a espessura das camadas do pavimento e a frequência de operações sobre o pavimento considerado no processo de cálculo (ANAC, 2019c). Para obtenção das especificações na avaliação técnica são realizados ensaios destrutivos ou não destrutivos. Ensaios destrutivos contam com a coleta de material para análise em laboratório e os não destrutivos orientados pela AC 150/5370-11b da FAA (2011), utilizam-se de equipamentos que aplicam cargas de impacto sobre o pavimento, o que provoca deflexões em sua estrutura (bacias de deflexão). Para essa finalidade, os principais equipamentos disponíveis atualmente são o FWD (Falling Weight Deflectometer) e o HWD (Heavy Weight Deflectometer), capazes de avaliar a integridade estrutural de maneira não destrutiva e determinar os módulos in situ das camadas (ANAC, 2019c). A FAA (2011), explica que o dispositivo funciona através de uma carga dinâmica, obtida pela queda livre de um peso em um conjunto de molas de borracha aplicado a superfície do pavimento, em que a magnitude da carga de impulso pode variar em função da massa e/ou da altura da queda, de forma a simular um pneu de aeronave em movimento. Esses equipamentos de impulso são considerados os melhores em termos de simulação, capazes de medir a extensão dos defeitos e obter uma melhor aquisição de dados em pouco tempo, possuindo desvantagens apenas associadas aos sistemas gerais e peculiaridade de diferentes modelos. Ressalta-se que a ANAC não possui especificações de carga, muitas vezes utilizando uma carga bem inferior ao que é aplicado na estrutura por aeronaves da aviação regular, no caso do FWD, este pode variar entre 7 e 240 kN, enquanto o HWD pode aplicar cargas de 13 até pouco mais de 300 kN, considerando a passagem de aviões como um A380 que possui carga de cerca de 250 kN por roda, o uso do Deflectômetro de Queda de Peso (FWD) não seria mais adequado (ANAC, 2019c). Os dados obtidos desses equipamentos são processados e analisados. A partir da obtenção dos módulos de elasticidade da estrutura e do CBR do subleito, necessários para a determinação do valor do PCN do pavimento, é possível calcular por meio de softwares específicos os valores finais (FAA, 2011b). Como exemplo, existe o COMFAA, que opera em dois módulos computacionais: Cálculo do ACN usando os procedimentos da ICAO, e cálculo 36 do PCN usando os procedimentos descritos na AC 150/5335-5C (FAA, 2014b). Apesar de ser útil para determinar os valores de ACN sob várias condições, cabe ressaltar que os valores oficiais de ACN são fornecidos pelos fabricantes das aeronaves. Além do COMFAA, a FAA vem investindo desde 1993, quando o primeiro plano de desenvolvimento de pavimentos foi publicado, em uma série de softwares idealizados para avaliar e projetar pavimentos aeroportuários, apoiados por testes analíticos e estudos aprofundados (FAA, 2012). Alguns desses programas são apresentados no Quadro 2. Ressalta- se que tanto o software COMFAA, quanto o FAARFIELD sofreram atualizações e continuam sendo utilizados como softwares padrões da FAA para projeto dos pavimentos (FAA, 2020). Programa Data da adoção Descrição FAARFIELD 1.42 2017 Nova abordagem do software FAARFIELD que substitui todas as versões anteriores para dimensionamento e avaliação do pavimento. Support Spreadsheet for COMFAA 3.0 2017 Facilita as informações de pavimento rígido e flexível exigidas no COMFAA 3.0 para cálculos PCN. BAKFAA 2.0 2012 Utilizado para calcular as respostas de carga do pavimento do aeroporto por análise elástica em camadas. PAVEAIR 2011 Aplicativo baseado na Web para gerenciamento de pavimentos aeroportuários, incluindo avaliações de PCI. COMFAA 3.0 2011 Recomendado para determinar a força de pavimentos aeroportuários por meio do método ACN/PCN. FAARFIELD 1.3 2009 É um software para dimensionamento padrão que acompanha o projeto e a avaliação do pavimento de aeroporto. ProFAA 2009 Utilizado para análise longitudinal do perfil de irregularidade, cálculo do BBI e simulação de condução de aeronaves. COMFAA 2.0 2006 Planejado para cálculo do ACN e dimensionamento pelos métodos FAA CBR e Westergaard. BAKFAA 2003 Utilizado para calcular as respostas de carga do pavimento do aeroporto por análise elástica em camadas. LEAF 2003 Trabalha com a análise de equações de resposta elástica em camadas. O programa é escrito no Visual Basic. LEDFAA 1.2 1995 É um programa de computador para o projeto de espessura de pavimentos e implementa procedimentos de projeto baseados em teoria elástica em camadas. Quadro 2 - Programas desenvolvidos desde 1993 financiados pela FAA (Adaptado de FAA, 2012; FAA, 2020). A ideia principal para os programas desenvolvidos é que alimentem o sistema de gerenciamento de pavimentos embutido no PAVEAIR, considerado o aplicativo “hub” depositário de quase todos os dados exigidos pelos outros programas voltados a dimensionamento e avaliação das estruturas (FAA, 2012). Para essas interações, destaca-se o uso do COMFAA e outro importante software, o FAARFIELD (Federal Aviation Administration Rigid and Flexible Iterative Elastic Layered Design), que veio para substituir o LEDFAA através da Advisory Circular (AC) 150/5320-6E da FAA, com uma metodologia 37 baseada na teoria de camadas elásticas que calcula os valores de todas as camadas da estrutura, incluindo o subleito, sendo mais adequado para pavimentos HMA e PCC sobrepostos de HMA (FAA, 2016). A FAA vem remodelando suas metodologias de projetos e avaliação de pavimentos aeroportuários, a mais recente encontra-se na AC 150/5320-6F de 2016, para aeroportos que operam aeronaves com mais de 13.610 kg, e também apresenta alterações no uso do software, porém, basicamente o dimensionamento mecanicista-empírico pelo FAARFIELD acontece pelo conceito de fator de dano cumulativo (CDF - Cumulative Damage Factor), em que a contribuição de cada tipo de aeronave em um determinado mix de tráfego é somada para obter o dano cumulativo total de todas as operações, desta forma ele identifica as aeronaves com maior potencial de causar danos ao pavimento. Assim, temos no Quadro 3, os valores assumidos pelo CDF que representam a fração da vida útil estrutural do pavimento, deixando claro que o dimensionamento é feito para um fator igual a 1. Valor CDF Descrição 1 O pavimento atinge a vida útil projetada. <1 Modifique a estrutura do pavimento a ser analisada. >1 Adicione as cargas e os dados de tráfego. Quadro 3 - Vida útil do pavimento utilizando o CDF (Adaptado de FAA, 2016). De acordo com Oliveira (2016), este método de cálculo usando o CDF é recente e pouco divulgado na área de aeroportos no Brasil, sendo desconhecida normativas pela INFRAERO recomendando o uso de métodos mecanicistas no dimensionamento dos pavimentos aeroportuários, a metodologia de cálculo brasileira emprega a norma americana FAA (1978) disponibilizada em versão traduzida para a língua portuguesa. No mesmo manual fornecido para o usuário do FAARFIELD, existem orientações para cálculo de um Índice de Condição Estrutural ou SCI do inglês Structural Condition Index, em que a FAA extrai os componentes de danos estruturais do PCI (Índice de Condição do Pavimento) que será analisado na seção 2.2.2, e de forma semelhante pode ser usado para medir a condição estrutural do pavimento a qualquer instante, desde que considerando os defeitos denatureza estrutural (FAA, 2014c; FAA, 2016). No caso do PCI, trata-se de uma avaliação numérica da condição operacional de pavimentos aeroportuários, com base em uma análise visual, medido de acordo com a norma ASTM D 5340. No caso deste índice, nem todas as patologias são indicativos de problemas estruturais e mesmo que inclua algumas patologias relacionadas à condição estrutural, não há de certo, uma relação bem definida entre desempenho 38 estrutural e funcional (ZANIEWSKI, 1991), o Quadro 4 identifica seis tipos de angústias encontradas em pavimentos rígidos, de acordo com a FAA (2016) essas mesmas patologias podem ser calculadas automaticamente em programas como o MicroPAVER. Segundo a FAA (2014c), não há definição ou procedimentos claros estabelecidos para calcular o SCI de pavimentos flexíveis, porém em manuais como o DOT/FAA/AR-04/46 da FAA (2004), apresenta um procedimento de cálculo usando duas patologias: afundamento da trilha de roda e trincas do tipo couro de jacaré. Patologia Descrição Nível de severidade Quebra de esquina (Corner Break) Consiste em uma rachadura que cruza as juntas a uma distância menor ou igual à metade do comprimento da laje em ambos os lados, medida a partir do canto da laje. Baixo, Médio, Alto Trincas longitudinais, transversais e diagonais (Longitudinal/Transverse /Diagonal Cracking) Este tipo de deterioração divide a laje em duas ou três partes, geralmente são motivadas por uma combinação de repetição de carga, tensões de curvatura e tensões de contração. Baixo, Médio, Alto Rachaduras generalizadas / Laje quebrada (Shattered Slab) Esse tipo de deterioração é considerado quando as fissuras dividem a laje em quatro ou mais pedaços. Quando a gravidade é alta, corresponde a "Laje quebrada". Se todas as rachaduras estiverem contidas em uma quebra de esquina, a angústia é classificada como uma quebra de esquina grave. Baixo, Médio, Alto Fissuras de Retração (Shrinkage Cracks (cracking partial width of slab)) Geralmente são fissuras finas de alguns centímetros e que geralmente não se estendem ao longo de toda a laje. Eles geralmente se formam durante a endurecimento e cura do concreto e geralmente não atingem a espessura total da laje. Baixo Desprendimento de juntas (Spalling–Joint) É a quebra da junta da laje a menos de 60 cm da junta. Geralmente não se estende verticalmente através da laje, mas cruza em ângulo com a junta. O aparecimento dessa deterioração se deve a esforços excessivos na junta devido à infiltração de materiais incompressíveis. O enfraquecimento do concreto na junta, combinado com as cargas de tráfego, é outra razão pela qual elas ocorrem. Baixo, Médio, Alto Lasca de esquina (Spalling–Corner) É a quebra da laje a 60 cm ou menos da esquina. Difere da quebra de esquina, pois o corte normalmente se cruza com a junta em ângulo, enquanto a fissura se estende verticalmente através da laje. Baixo, Médio, Alto Quadro 4 - Tipos de patologias em pavimentos rígidos usadas para cálculo do SCI (Adaptado da FAA, 2009a; US ARMY CORPS OF ENGINEERS, 2009). Em uma derivação do PCI, o SCI pode ser calculado como apresentado na Equação 1, de acordo com Rollings e Witczak (1990). SCI = 100 - a × ∑ ×mi=1 ∑ × n j=1 f (Ti,Sj,Dij) (1) Em que: a: Fator de ajuste, depende do número de patologias; 39 m: Número total de patologias; n: Número total de níveis de gravidade para cada patologia; f (Ti,Sj,Dij): Valor deduzido para o tipo de patologia "Ti" no nível de gravidade "Sj" existente na densidade "Dij". Sabendo que as patologias consideradas em “Ti”, são somente as associadas a deterioração estrutural causada por cargas, sendo capaz agora de ser usado como medida de condição estrutural do pavimento a qualquer momento, podendo nesse caso ser acompanhado seu desempenho ao longo do tempo, porém quando se fala em deterioração do pavimento, Ningyuan et al. (2001) presume que isto ocorra linearmente, podendo ser expresso como na Equação 2 (TAREFDER; RAHMAN, 2016), com uma taxa que depende exclusivamente da condição inicial em que se encontra o pavimento. ICAtual = ICInicial - 4,79(Y) - (ICInicial) × (Y) 20,88 (2) Em que: ICAtual: Índice de condição atual definido pelo PCI ou SCI; ICInicial: Índice de condição inicial do pavimento; Y: Vida útil em anos. Após a avaliação estrutural dos pavimentos, alguns tipos de manutenção e reparo são sugeridos na AC 150/5380-6C, e levam em consideração pequenas e rotineiras falhas, para casos específicos e generalizados cabe a administração e ao engenheiro de projetos desenvolver planos específicos de correção do ativo (FAA, 2014d), no Quadro 5 é possível visualizar soluções para as patologias citadas anteriormente. 40 Patologia Tipo de Reparo Pavimento Trincas do tipo couro de jacaré (Alligator Cracking) 1. Remova e substitua o pavimento danificado, incluindo a base e/ou sub-base, se necessário. Flexível Afundamento da trilha de roda (Rutting) 1. Remover e substituir áreas danificadas; 2. Retificação/fresagem. Flexível Quebra de esquina (Corner Break) 1. Selar e manter até o remendo em profundidade total. Rígido Trincas longitudinais, transversais e diagonais (Longitudinal/Transverse/Diagonal Cracking) 1. Limpar e vedar rachaduras; 2. Reparar/substituir; 3. Avaliar a adequação da estrutura do pavimento; pode exigir fortalecimento. Rígido Trincas generalizadas/Laje quebrada (Shattered Slab) 1. Limpar e vedar rachaduras; 2. Reparar/substituir; 3. Avaliar a adequação da estrutura do pavimento; pode exigir fortalecimento. Rígido Fissuras de Retração (Shrinkage Cracks) 1. Limpar e vedar rachaduras; 2. Reparar/substituir; 3. Avaliar a adequação da estrutura do pavimento; pode exigir fortalecimento. Rígido Desprendimento de juntas (Spalling–Joint) 1.Remover o material perdido; preencher com produto aprovado; selar novamente 2.Reparo parcial em profundidade Rígido Lasca de esquina (Spalling–Corner) 1. Selar e manter até o remendo em profundidade total; Rígido Quadro 5 - Manutenção e reparo de problemas comuns em pavimento de origem estrutural (Adaptado da FAA, 2014d). 2.2.2 Condições funcionais Os pavimentos têm tendência a se deteriorarem com o tempo, independente de condições funcionais adequadas as especificações de projeto, podendo levar quando não acompanhadas de perto, ao aumento do custo operacional, diminuição do conforto e da segurança de pax e funcionários do aeroporto (YANTI et al., 2019). A ANAC (2019a) estabelece algumas diretrizes para avaliações funcionais direcionados a análise de irregularidade longitudinal, atrito e macrotextura, porém o regulamento não especifica metodologias de serventia quanto a defeitos na superfície dos pavimentos. Todavia, na seleção de alternativas para manutenção, a avaliação do desgaste da superfície do pavimento é imprescindível, para isso muitos indicadores foram desenvolvidos. Na década de 1960, por exemplo, criou-se o Present Serviceability Rating (PSR), para o Teste de Estradas da American Association of State Highway Officials (AASHO), o PSR funcionava de forma subjetiva e classificava o pavimento para atender ao tráfego ao qual era exposto, baseando-se principalmente na qualidade da condução de acordo com a experiência do avaliador, porém como sua análise se restringia a quesitos subjetivos, este acabou por perder seu espaço para um outro índice mais quantitativo, o Present Serviceability Index ou PSI, que 41 calculava a condição geral de pavimentos utilizando medições de rugosidade da textura, profundidade das deformações e fissuras (PIERCE; MCGOVERN; ZIMMERMAN, 2013). Esses índicesmuitas vezes foram adotados por agências rodoviárias estaduais, até que um novo índice mais complexo foi padronizado para pavimentos aeroportuários, o Pavement Condition Index (PCI). Neste caso a FAA (2014d) orienta seu uso para cálculo da condição do pavimento, que tem como base dados coletados em pesquisas visuais que levam em consideração o tipo, a gravidade e a densidade de patologias identificadas. Este tipo de classificação foi desenvolvido pelo Laboratório de Pesquisa em Engenharia de Construção do Exército dos EUA (SHAHIN, 1994) e é amplamente utilizado como uma ferramenta de gerenciamento de pavimentos (KANDOOH; AL-JAMEEL, 2019), que segue os procedimentos contidos na ASTM D5340 - Método de Teste Padrão para Pesquisas de Índice de Condição de Pavimento Aeroportuário (PIERCE; MCGOVERN; ZIMMERMAN, 2013). A utilização deste índice no Brasil não é exigida pela ANAC e desconhece-se a existência de normas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, mesmo em rodovias (OLIVEIRA, 2016). O PCI utiliza uma escala de mensuração de 0 a 100, sendo 100 um pavimento em perfeitas condições e 0 para um pavimento com falhas. Assim, os aeroportos podem realizar o levantamento das condições para desenvolver dados de desempenho das pistas (FAA, 2009a; FAA, 2016). Os defeitos normalmente encontrados em pavimentos flexíveis e rígidos podem ser visualizados no Quadro 6 e sevem para classificar os valores de PCI como mostrado na Figura 7. 42 Patologias em pavimentos flexíveis 1. Trincas do tipo couro de jacaré (Alligator Cracking) 7. Trincas de reflexão, base de concreto (Joint Reflection, PCC) 13. Afundamento da trilha de roda (Rutting) 2. Exsudação (Bleeding) 8. Trincas transversais e longitudinais (Longitudinal & Transversal Cracking) 14. Solevamento da camada asfáltica devido à placa de PCC (Shoving from PCC) 3. Trincas em Bloco (Block Cracking) 9. Deterioração por presença de óleo/combustível (Oil Spillage) 15. Escorregamento (Slippage cracking) 4. Corrugação (Corrugation) 10. Remendo (Patching) 16. Inchamento (Swell) 5. Depressão (Depression) 11. Agregado polido (Polished Aggregate) 17. Desprendimento (Weathering) 6. Erosão por rápida propulsão do jato de aeronaves (Jet Blast) 12. Desagregação (Raveling) Patologias em pavimentos rígidos 1. Explosões (Blow-up) 7. Remendo grande (Large Patch/Utility Cut) 13. Fissuras de Retração (Shrinkage Cracking) 2. Quebra de esquina (Corner Break) 8. Perdas (Popout) 14. Desprendimento de juntas (Spalling–Joint) 3. Trincas longitudinais, transversais e diagonais (Longitudinal/Transverse/Diagonal Cracking) 9. Bombeamento (Pumping) 15. Lasca de esquina (Spalling–Corner) 4. Trincas de durabilidade (Durability Cracking) 10. Descasque, trincas de malha fina (Scaling/Crazing) 16. Reação Álcali-Sílica (Alkali-Silica Reaction) 5. Danos no selo da junta (Joint Seal Damage) 11. Assentamentos ou descalços (Faulting) 6. Remendo pequeno (Small Patch) 12. Trincas generalizadas/Laje quebrada (Shattered Slab) Quadro 6 – Patologias comumente encontradas em pavimentos flexíveis e rígidos para cálculo do PCI (Adaptado de FAA, 2004; FAA, 2009a; FAA, 2016). Figura 7 – Classificação do método PCI (Adaptado de ARA, 2016; ANAC, 2017). Em geral, o método consiste inicialmente em caracterizar áreas típicas, sendo elas as pistas de pouso e decolagem, pátios de estacionamento, taxiamento e demais áreas de 43 circulação. Cada uma dessas áreas típicas pode ser dividida em seções, entendidas como unidades de gestão, que possuem características semelhantes de manutenção, construção, intervenção e tráfego. Por fim, são estabelecidas segundo a norma ASTM D 5340, as unidades amostrais (destinadas a inspeção) com áreas que variam de acordo com o tipo de pavimento (ANAC, 2017): Rígido: 20 placas de concreto adjacentes (+/- 8 se o número total não for divisível por 20, ou para acomodar condições de campo específicas); Flexível: 450 m2 adjacentes (+/- 180 m2 se a seção do pavimento não for divisível por 450 m2, ou para acomodar condições de campo específicas). Em seguida, as patologias são quantificadas, e cada uma é medida em função do seu grau de severidade, que pode ser baixo, médio ou alto, e da sua densidade, que é calculada por meio de uma porcentagem do tamanho do defeito pela área da unidade amostral. De posse desses valores, é possível obter por gráficos fornecidos pela ASTM, um Valor Deduzido (VD), os quais são somados para obter o Valor Deduzido Total (VDT). Posteriormente, convertesse o VDT em um Valor Deduzido Corrigido (VDC), através de um gráfico específico sempre que os VD’s forem superiores a cinco. Com o VDC calculado, obtém-se o PCI pela Equação 3. PCIAmostra = 100 – VDC (3) Em que: PCIAmostra: Índice de Condição do Pavimento da amostra; VDC: Valor Deduzido Corrigido. Ainda pelo manual da ANAC (2017), o PCI da seção pode ser determinado através da Equação 4 e sua avaliação pelo índice deve acontecer de acordo com a frequência sugerida na Tabela 5. PCIs= (N − A) × PCIR − A × PCIA N (4) Em que: PCIS: Índice de Condição do Pavimento da seção; PCIR: Índice de Condição do Pavimento médio das amostras representativas; PCIA: Índice de Condição do Pavimento médio das amostras adicionais (se existir); 44 N: Número total de amostras na seção; A: Número total de amostras adicionais avaliadas (se existir). Classe I Classe II Classe III Classe IV Ativo PPD TWY Pátio PPD TWY Pátio PPD TWY Pátio PPD TWY Pátio Frequência (em meses) 24 48 24 48 18 36 12 24 Tabela 5 - Frequência sugerida na avaliação funcional pelo PCI (ANAC, 2017). Apesar das orientações quanto ao método PCI no Manual de Sistema de Gerenciamento de Pavimentos na ANAC (2017), a RBAC nº 153 (ANAC, 2019a) não exige a aplicação do método e não considera todas as patologias destacadas pela FAA (2016). Os defeitos na superfície apresentados são gerais e capazes de serem identificados a olho nu, como fissuras, trincas, afundamentos, ondulações ou corrugações, desníveis, deformações, escorregamentos, exsudações, desgastes, panelas ou buracos, desnivelamentos de placas, escalonamentos ou degraus nas juntas, bombeamentos, avarias no material selante entre juntas e esborcinamentos. A partir do PCI também se calcula o índice de danos por objetos estranhos, denominado de FOD do inglês Foreign Object Debris, que considera exatamente patologias com níveis de severidade capazes de gerá-lo. A FAA (2010) define que qualquer objeto inadequado presente em ambiente aeroportuário capaz de ferir ou causar danos a pessoas, cargas e aeronaves deve ser classificado como FOD. Por essas questões relacionadas a segurança, a inspeção e monitoramento de áreas pavimentadas é tão importante: a parte da pista destinadas a operações de aeronaves são as mais propensas a presença de objetos estranhos, o pavimento deteriorado ou sem manutenção pode soltar material asfáltico ou de concreto capazes de prejudicar o voo ou danificar as aeronaves, em que a FAA (2010) orienta, em casos de risco imediato à segurança, a permissão para interromper temporariamente as operações. Segundo Carvalho e Santos (2017), para o desenvolvimento de um programa de manutenção de aeroportos, além da avaliação pelo PCI, é necessário a análise do Índice Internacional de Irregularidade ou IRI (International Roughness Index). O IRI é medido através da irregularidade longitudinal, caracterizado por desvios na superfície que prejudicam a dinâmica de veículos e cargas, a qualidade da condução e a drenagem superficial dos pavimentos (CHOU et al., 2017).O setor de rodovias, segundo a FAA (2009b), define a irregularidade em termos de qualidade de condução, através do que é experimentado por um passageiro, o mesmo não se aplica a aeronaves, uma vez que o sistema de suspensão tem como objetivo principal absorver a energia gasta durante o pouso, e não promover a qualidade na 45 experiência de voo de um passageiro, já que basicamente, os sistemas de suspensão de uma aeronave têm menos capacidade de amortecer o impacto de irregularidades na superfície. Historicamente, de acordo com Sayers e Karamihas (1998), as medições iniciais da irregularidade longitudinal utilizaram para seu desenvolvimento, um sistema para calcular a deflexão de suspensão por meio de equipamentos tipo-resposta, visualizado na Figura 8, populares na década de 1940, mas invalidados em função da divergência presente em seus resultados, para Oliveira (2016), a metodologia não se aplicava em pavimentos aeroportuários por fatores particulares de uma aeronave, que é completamente diferente em veículos. Figura 8 – Detalhamento do funcionamento do equipamento tipo-resposta (Adaptado de SAYERS; KRAMIHAS, 1998). Devido as questões apresentadas anteriormente, Sayers (1996), relata que vários estados americanos observaram a necessidade de pesquisas mais estruturadas, que levaram a estudos por parte da National Cooperative Highway Research Program (NCHRP). No final dos anos 1970, as pesquisas da NCHRP foram descritas no Relatório 228, que constava a elaboração de um conjunto específico de parâmetros para um sistema de resposta computadorizado, através de calibragens dos sistemas tipo-resposta, com modelos matemáticos, estatísticos e medidores testados que forneciam dados em m/km, de irregularidade longitudinal. Neste mesmo contexto, inseria-se o Banco Mundial, que também estava investindo em pesquisas e investigando opções que obtivessem melhores retornos financeiros, uma vez que os dados de irregularidade eram identificados como importantes fatores para análises envolvendo qualidade e custos. Todavia, o problema estava agora na incompatibilidade dos dados em diferentes partes do mundo. A solução veio em 1982 pelo Banco Mundial, que iniciou uma série de experimentos no Brasil para obtenção de correlações e padronização das medições, ao 46 qual resultaram em diretrizes revisadas e publicadas de uma medida de referência chamada de Índice Internacional de Irregularidade (IRI) (SAYERS; KARAMIHAS, 1998; SAYERS, 1996). Em linha gerais, o IRI baseia-se numa simulação de respostas da irregularidade de um pavimento, por um carro que viaja a 80 km/h – entendida como a Inclinação Retificada Média de Referência – expressa pela proporção do movimento de suspensão acumulado de um veículo, dividido pela distância percorrida durante o teste, o índice proponha-se a estabelecer relações até para velocidades inferiores, podendo ser usado tanto para calibração quanto para fins comparativos (SAYERS; GILLESPIE; PATERSON, 1986). A verificação por este método é altamente correlacionada com o nível geral de vibração de condução e com o nível geral de vibração de carregamento do pavimento (SAYERS; KARAMIHAS, 1998). O ideal é que as superfícies estejam livres de irregularidades que prejudiquem as operações dentro de um aeroporto, afetando a segurança, causando danos ou aumentando a fadiga estrutural das aeronaves (FAA, 2009b). Em função dessas considerações agências regulamentadoras como a ANAC, ICAO, CAA, FAA e outras, tem a necessidade de especificarem a operadores de aeródromo a utilização da medição de irregularidade longitudinal na avaliação funcional dos pavimentos. A ANAC (2019a) não especifica o equipamento que deve ser utilizado na medição, desde que seja aferido e calibrado conforme orientações do fabricante, de toda forma, estabelece a necessidade de elaboração de um relatório documentando o monitoramento das pistas de pouso e decolagem com valores expressos segundo a escala internacional de irregularidade, e deve ser igual ou inferior a 2,5 m/km, referido a cada 200 m, realizado ao longo de toda a extensão da pista, conforme definido no Quadro 7. Letra do Código de Referência Localização da medição Quantidade Mínima A, B ou C A 3 m do eixo da pista Uma vez de cada lado em relação ao eixo da pista D, E ou F A 3 m e 6 m do eixo da pista Uma vez de cada lado em relação ao eixo da pista, para cada distância da coluna Quadro 7 - Localização das medições do IRI (Adaptada de ANAC, 2019a). O equipamento utilizado na medição também deve ser capaz de realizar pelo menos quatro linhas de medição de irregularidade para cada faixa de 3 m de pavimento, em uma frequência determinada pela ANAC (2019a) conforme definido na Tabela 6. 47 Média de pousos diários de aeronaves de asa fixa com motor à reação, na cabeceira predominante, no último ano Frequência de medição do IRI (em meses) Menos de 15 36 16 a 30 24 31 a 90 24 91 a 150 18 151 a 210 12 Mais de 210 12 Tabela 6 - Frequência mínima de medição do IRI (ANAC, 2019a). Embora o IRI seja um método popular, utilizado em países como Brasil, Itália e outros, não existe recomendações por parte da ICAO, todavia experiências com equipamentos de medição e dispositivos para montagem em veículos, facilitam e agilizam o cálculo de valores de IRI em pavimentos aeroportuários (LOPRENCIPE; ZOCCALI, 2017). O que não impede que agências como a FAA, adotem formas diferentes de avaliação. Os procedimentos da FAA (2009b), quanto a medição da irregularidade, são encontradas em detalhes na AC 150/5380 9 - Guidelines and Procedures for Measuring Airfield Pavement Roughness. As particularidades das avaliações presentes nesta AC estão no método empregado, a FAA utiliza o método Boeing Bump, caracterizado por uma linha imaginária ou régua virtual (virtual straightedge) entre dois pontos de um perfil de elevação longitudinal, capaz de medir o desvio vertical existente na superfície a distâncias de 120 m (Figura 9). Esses critérios foram desenvolvidos pela Boeing tomando como base experiências operacionais dos eventos. Figura 9 - Esquema para medição da altura do desvio (Adaptado de FAA, 2009b). 48 O método busca analisar cada combinação da altura e comprimento das elevações, para assim determinar as melhores estratégias de manutenção. Como uma forma de facilitar as análises a FAA (2009b) estabeleceu o Boeing Bump Index (BBI), um parâmetro adicional com algumas variações em relação ao método original, determinado a partir da relação entre a medida de altura do desvio, chamada de bump height e o limite de altura aceitável do desvio ou limit of acceptable bump height, calculado para todos os pontos de amostra do perfil, o BBI da amostra é o maior de todos os valores calculados. A Figura 10 indica a classificação em relação ao índice, para valores inferiores a 1, a irregularidade consta em zona aceitável, e para resultados superiores, a zona indicada é a excessiva ou inaceitável. Figura 10 – Parâmetros de avalição do Boeing Bump Index (Adaptado de FAA, 2009). Na intenção de facilitar as medições a FAA desenvolveu o software ProFAA para cálculo do BBI (FAA, 2009b). Destaca-se que embora ambas as metodologias de simulação sejam aceitas, de acordo com Loprencipe e Zoccali (2017), a abordagem pelo IRI se mostra mais conservadora que a BBI, principalmente na avalição de longos comprimentos de desvios presentes em perfis de pistas, no entanto quando considerado apenas os perfis caracterizados por irregularidades de comprimentos de desvios curtos, a correlação entre os dois índices era irrisória com R2 de 0,91. 49 Além do BBI, outros parâmetros foram estabelecidos, a Transport Canada (2016) determina o uso do Índice de Conforto no Passeio ou Ride Comfort Index (RCI), um método subjetivo de avaliar a irregularidade deum pavimento, baseado na qualidade do rolamento ao se dirigir um veículo, com uma escala de classificação de 0 a 10, em que 0 representa a pior situação de rolamento e 10 uma situação boa e pode ser calculado para seções de 100 m, porém as diretrizes de irregularidade para toda a pista é obtida pela média geral do RCI. A correlação entre os índices RCI e IRI também podem ser determinadas através da expressão presente na Equação 5. RCI = 10 x e (-0.255 x IRI) (5) Em que: RCI: Índice de Conforto no Passeio; e: Base do logaritmo natural (2,71828); IRI: Índice Internacional de Irregularidade (mm/m). Quanto aos equipamentos utilizados na determinação da irregularidade longitudinal, muitos dispositivos podem ser usados, o que contribui para existência de diversas pesquisas que buscam formas mais práticas e econômicas, como pode ser visto nos estudos de Noss (1990), Takagi e Nakane (2000), Du et al. (2014), Bisconsini (2016), Cerni e Corradini (2017) e Almeida (2018). Segundo Bernucci et al. (2007), há diversas maneiras de dividir os equipamentos, normalmente em função do tipo e princípio utilizado, porém de acordo com Sayers, Gillespie e Paterson (1986) existem quatro classes que consideram a forma de medição, capazes de classificar os equipamentos: Classe 1: Representa os equipamentos mais precisos de medição, com padrões elevados de avaliação direta do perfil (nível e mira; Dipstick, perfilômetro do TRL etc.); Classe 2: Esta classe inclui todos os outros métodos perfilométricos, em que o perfil é medido como base para o cálculo direto do IRI, mas sem tanta precisão para se enquadrar na Classe 1 (perfilógrafos, equipamentos com sensores a laser, APL francês etc.); Classe 3: Sistemas que trabalham com equipamentos tipo-resposta (TRL Bump integrator, Maysmeter, Merlin etc.); 50 Classe 4: Avaliação subjetiva da serventia realizada por um painel de avaliadores (os próprios avaliadores). 2.2.2.1 Textura superficial do revestimento Os baixos níveis de irregularidade combinado com condições ideais de atrito, e o pouco ruído, no interior e exterior do veículo, são importantes na qualidade do rolamento e garantia da satisfação dos pilotos (FLINTSCH et al., 2003). Com o tempo é comum a deterioração da superfície do revestimento dos pavimentos devido a desgastes mecânicos, ação dos pneus das aeronaves sob o pavimento, acúmulo de contaminantes, principalmente borracha, condições climáticas adversas, o tipo de pavimento, os materiais utilizados na construção, tratamentos posteriores na superfície, condições de drenagem e manutenção, por isso é importante que os aeroportos garantam que as pistas forneçam excelentes características de atrito, pois somente observações visuais não são capazes de garantir uma boa resistência a derrapagem (FAA, 2014a). Um dos elementos básicos, segundo Wesołowski e Blacha (2019), é avaliar a micro e macrotextura, essas duas categorias estão relacionadas a propriedades físicas dos pavimentos de pista, que produzem o atrito responsável por produzir a resistência à derrapagem no pavimento, sendo a microtextura, identificada como a rugosidade superficial natural do agregado e a macrotextura, refere-se à força resistente fornecida pela rugosidade da superfície do pavimento. A ICAO (2002) considera esses parâmetros importantes e determinantes para o coeficiente de atrito que dar suporte a frenagem de aeronaves, principalmente em situações de pista molhada. Para Flintsch et al. (2003), a textura superficial determina a maioria das interações entre pneu-pavimento e pode ser categorizada em três níveis com base no comprimento de onda da microtextura, macrotextura e megatextura, conforme informações contidas na Tabela 7. Para valores maiores que o estabelecido pela megatextura, atribui-se a irregularidade (NCHRP, 2000). Classificação da Textura Comprimentos de onda Microtextura λ < 0,5 mm Macrotextura 0,5 mm < λ < 50 mm Megatextura 50 mm < λ < 500 mm Irregularidade 0,5 m < λ < 50 m Tabela 7 - Classificação da textura (Adaptada de FLINTSCH et al., 2003). As duas últimas classificações também interferem na dinâmica veicular e no contato entre aeronave e pavimento, afetando também a estabilidade e a aderência em pistas molhadas, 51 porém para a avaliação da textura da superfície, no que se refere à aderência, são enfocadas a microtextura e a macrotextura (BERNUCCI et al., 2007). Dos tipos de textura, a microtextura é responsável por afetar principalmente a área de adesão entre o agregado e a borracha do pneu, e controlar o nível de atrito do pavimento em baixas velocidades (LU; STEVEN, 2006), sendo geralmente estimada com base em dispositivos de medição de atrito, como o British Portable Tester (BPT), o teste dinâmico de atrito ou DF tester, e o Locked-Wheel Skid Trailer, desde que em baixas velocidades (WAMBOLD et al., 1995). A FAA (1997) distingue a micro e macrotextura, por a primeira se referir a uma escala fina de pequenas partículas individuais do agregado com visibilidade microscópica, que ao toque a sensação pode ser de aspereza, e a segunda representa a irregularidade visível da superfície do pavimento como um todo, devido ao arranjo agregado de partículas, como ilustrado na Figura 11. Segundo a ICAO (2002), a degradação da microtextura pelo tráfego e o clima pode ocorrer em um período relativamente mais curto, quando comparado com a degradação da macrotextura da superfície. Figura 11 – Microtextura e macrotextura de pavimentos (Adaptada de FLINTSCH et al., 2003). A macrotextura tem como função fornecer subsídios a drenagem superficial, através de caminhos para a água escapar abaixo dos pneus da aeronave (FAA, 1997; ICAO, 2002). Meegoda e Gao (2015) dividem as medições deste componente em duas classes principais: Medições estáticas: Incluem o método de mancha de areia, o medidor de vazão e o Circular Texture Meter (CTM); Medições dinâmicas: São realizadas por dispositivos a laser montados em veículos, que podem coletar dados nas velocidades da estrada. A ANAC (2019a) exige o monitoramento da macrotextura por ensaio volumétrico tipo mancha de areia. Em uma frequência estabelecida conforme a Tabela 8, em termos de operações 52 de pouso de aeronaves de asa fixa com motor a reação ou turbojato, que utiliza a expansão dos gases para propulsionar o avião. Média de pousos diários de aeronaves de asa fixa com motor à reação, na cabeceira predominante, no último ano Frequência de medições de macrotextura Menos de 15 Cada 360 dias 16 a 30 Cada 180 dias 31 a 90 Cada 90 dias 91 a 150 Cada 60 dias 151 a 210 Cada 30 dias Mais de 210 Cada 30 dias Tabela 8 - Frequência mínima de verificação de macrotextura (ANAC, 2019a). O método de mancha de areia consiste no espalhamento de um volume de areia sobre uma área da superfície do pavimento, e na determinação da distância média entre os picos e vales da macrotextura do pavimento. Para realização da medição, utiliza-se um cilindro metálico que será enchido completamente com a areia. Em seguida, derrama-se a areia do cilindro sobre o local verificado e espalhasse a areia o mais uniformemente possível sobre a superfície do pavimento, em forma de um círculo. Por fim, efetua-se o cálculo da área desse círculo com um instrumento de precisão milimétrica, a profundidade média da macrotextura da superfície do pavimento deve ser obtida a partir das Equações 6, 7 e 8 (ANAC, 2016c). Profundidade da macrotextura de cada medição (i) = Volume de areia(i) Área coberta pela areia (i) (6) Profundidade da macrotextura = Soma das profundidades da macrotextura de cada medição (i) Número total de medições realizadas de cada área (7) Profundidade média da macrotextura = Soma das profundidadesda macrotextura em cada terço Número total de áreas de medição em cada terço (8) Esse procedimento deve acontecer a 3 m do eixo da pista, e de forma alternada a cada 100 m, à esquerda e à direita do eixo. Quanto a classificação da macrotextura após aplicação do método de mancha de areia, a ANAC (2019a) determina em função da profundidade os valores na Tabela 9. Recomenda-se que para pavimentos aeroportuários a profundidade média mínima obtida em ensaio deve ser maior ou igual a 0,60 mm para pista de pouso e decolagem. 53 Profundidade - P (mm) Classificação P ≤ 0,2 Muito fechada 0,2 < P ≤ 0,4 Fechada 0,4 < P ≤ 0,8 Média 0,8 < P ≤ 1,2 Aberta P > 1,2 Muito aberta Tabela 9 – Parâmetros da macrotextura (ANAC, 2019a). Para Bernucci et al. (2007) resultados abaixo de 0,6 mm tem uma tendência a se classificarem como fechada, representando um risco a segurança, e acima de 1,2 mm, a textura é muito aberta, causando desgaste excessivo nos pneus, maior consumo de combustível e tendência a maior ruído ao rolamento. A macrotextura é usada principalmente para aumentar a drenagem, reduzindo as chances de ocorrência dos pneus de aeronaves experimentarem os efeitos da aquaplanagem dinâmica (ICAO, 2002). Uma forma de melhorar as condições da pista seria pela inserção de grooving (ranhuras) no pavimento, aplicável em revestimentos de asfalto e concreto. Em asfalto não-ranhurado normalmente se enquadra na faixa de 0,5 a 0,8 mm, e um pouco mais alta para o asfalto mastic de pedra. Em serviço, as ranhuras se desgastam com o tráfego, e isso tem o efeito de reduzir a macrotextura ao longo do tempo, de acordo com ICAO (2013). Existem diversos modelos que simulam a aderência pneu-pavimento, Leu e Henry (1978) são responsáveis pela proposta de um modelo empírico de medição, previstas a partir de medições da microtextura e macrotextura do pavimento, usado para descrever a variação da resistência a derrapagem em função da velocidade. De acordo com Fuentes et al. (2012), esse modelo foi a base do Índice Internacional de Atrito (International Friction Index – IFI), que levou ao atual padrão ASTM para harmonizar medições de atrito. Este índice foi desenvolvido durante o PIARC International Experiment em 1992-1995, e foi um dos principais resultados do programa, a partir de diversos experimentos com vários dispositivos existentes em superfícies de estradas reais, cobrindo uma ampla gama de características e materiais de superfície. As medições de textura tiveram que ser associadas aos dados, para permitir a compensação da sensibilidade diferente dos vários princípios de medição de atrito à micro e macrotextura (EASA, 2010). O IFI consiste em um número de atrito (F60) e uma constante de velocidade (Sp), descrito como IFI (F60, Sp) e definido pelas Equações 9 e 10. F(60) = A + B × FRS × exp [- (60 - S) Sp ] + C × MPD (9) 54 Sp= a + b × MPD (10) Em que: F(60): Previsão do número de atrito calibrado (padrão) a 60 km/h; Sp: Constante de velocidade; MPD: Profundidade média do perfil; A, B e C: Parâmetros específicos para o dispositivo de medição de atrito; a e b: Parâmetros específicos para o dispositivo de medição de textura usado para medir o MPD. Quando os valores de IFI são relatados, o valor estimado do coeficiente de atrito, F(S), pode ser calculado em qualquer outra velocidade de escorregamento (S) de interesse com a Equação 11 (WAMBOLD et al., 1995). F(s) = F60 × exp [ (60 - S) Sp ] (11) As medições de atrito podem ser obtidas a partir de diferentes dispositivos de medição. A ANAC (2019a) exige o monitoramento do coeficiente de atrito do pavimento por meio de medições, utilizando um dos equipamentos listados na Tabela 10, juntamente com os limites estabelecidos para os parâmetros do coeficiente, com tolerância de 2,5% sobre os valores obtidos. A velocidade mais baixa (65 km/h) determina a condição geral da macrotextura, contaminantes e drenagem superficial do pavimento. A velocidade mais alta fornece uma indicação da condição da microtextura da superfície. (FAA, 1997; EASA, 2010). 55 Equipamento Pneu Velocidade do ensaio (km/h) Profundidade da lâmina d’água simulada (mm) Coeficiente de atrito Tipo Pressão (kPa) Nível de manutenção Nível mínimo Mμ-meter A 70 65 1,0 0,52 0,42 A 70 95 1,0 0,38 0,26 Skiddometer B 210 65 1,0 0,60 0,50 B 210 95 1,0 0,47 0,34 Surface friction tester vehicle B 210 65 1,0 0,60 0,50 B 210 95 1,0 0,47 0,34 Runway friction tester vehicle B 210 65 1,0 0,60 0,50 B 210 95 1,0 0,54 0,41 Tatra B 210 65 1,0 0,57 0,48 B 210 95 1,0 0,52 0,42 Grip tester C 140 65 1,0 0,53 0,43 C 140 95 1,0 0,36 0,24 Tabela 10 – Equipamentos de medição de atrito e parâmetros do coeficiente (ANAC, 2019a). A FAA (1997), recomenda as mesmas diretrizes de avaliação e manutenção, que levam em consideração que condições ruins de atrito para distâncias curtas na pista não representam um problema de segurança para as aeronaves, mas longos trechos escorregadios são uma preocupação séria e requerem ações corretivas imediatas. Para evitar situações indesejadas a ANAC (2019a) determina que as medições do coeficiente de atrito devem ser realizadas conforme frequência definida na Tabela 11. Média de pousos diários de aeronaves de asa fixa com motor à reação, na cabeceira predominante, no último ano Frequência de medições de atrito Menos de 15 Cada 360 dias 16 a 30 Cada 180 dias 31 a 90 Cada 90 dias 91 a 150 Cada 60 dias 151 a 210 Cada 30 dias Mais de 210 Cada 15 dias Tabela 11 - Frequência de medições de atrito (ANAC, 2019a). Segundo a CAA (2015), o Minimum Friction Level (MFL) ou Nível Mínimo de Atrito devem ser disponibilizado, esse conceito se refere a informações quanto ao nível de atrito capaz de gerar o escorregamento em pistas molhadas, assim permite a equipe de manutenção planejar e direcionar estratégias que possibilitem que os níveis permaneçam acima do MFL especificado. Na intenção de melhorar esses procedimentos, a ICAO abandonou o uso único de dispositivos de medição de atrito para determinar se as características da superfície chegariam aos limites fixados de acordo com a tecnologia, devido a impossibilidade de estabelecer uma referência fixa para os dispositivos, onde a maior dificuldade está em manter as leituras estáveis no tempo, fazendo com que uma abordagem mais holística do atrito seja mais prudente, levando 56 em considerações fatores relacionados a topografia da pista, a macrotextura da superfície, a resistência à derrapagem e o feedback operacional (THE ICAO JOURNAL, 2016). A ICAO (2013) apresenta uma ilustração (Figura 12) das características de atrito e como elas se inter-relacionam no sistema dinâmico de uma aeronave em movimento. Desse sistema os três principais componentes são: As características de atrito da superfície (propriedades estáticas do material); o sistema dinâmico (aeronave e pavimento em movimento relativo); e a resposta do sistema (desempenho da aeronave), que depende do atrito do pneu e do sistema antiderrapagem da aeronave. Figura 12 - Características básicas de atrito, sistema dinâmico e resposta do sistema (Adaptado de ICAO, 2013). O tráfego de aeronaves afeta diretamente todas as condições de textura superficial levantadas e contribuem para o acumulo de contaminantes nos pavimentos das pistas, diminuindo o atrito a ponto de comprometer a segurança (FAA, 1997) Isso quer dizer que menos atrito significa menos resposta de frenagem dos aviões. A equipe da Runway Safety Initiative (RSI), descobriu que pistas molhadas ou contaminadas por água parada, neve, lama ou gelo, em todo o mundo de 1995 atémarço de 2008, estavam envolvidas em 96% dos acidentes de excursão, nas quais era conhecida a condição da pista (FSF, 2009). Uma excursão 57 de pista é caracterizada por uma aeronave que sai da superfície da pista durante uma operação de voo, por fatores que vão desde uma aproximação sem controle até a condições desfavoráveis de aderência da pista (ANAC, 2016b). A FSF (2009) descreve alguns fatores e efeitos resultantes de condições inadequadas de aderência: Ação de frenagem: A presença na pista de um contaminante fluido (água, lama ou neve solta) ou de um contaminante sólido (neve compactada ou gelo) afeta adversamente o desempenho da frenagem, como: A redução da força de atrito entre os pneus e a superfície da pista, que depende da condição do pneu (desgaste) e pressão de inflação, tipo de superfície da pista e desempenho do sistema antiderrapagem; a criação de uma camada de fluido entre os pneus e a pista, reduzindo assim a área de contato e criando um risco de hidroavião (perda total ou parcial de contato e atrito entre os pneus e a superfície do pavimento); contaminantes fluidos também contribuem para a força de parada, resistindo ao movimento para a frente das rodas (ou seja, causando arrasto de deslocamento) e criando spray que atinge o trem de pouso e a estrutura da aeronave (ou seja, causando arrasto de impacto). Hidroplanagem (Aquaplanagem): Ocorre quando o pneu perde o contato com o pavimento devido à presença de um contaminante, resultando em perda parcial ou total de contato. As rodas principais e as rodas dianteiras podem ser afetadas pelo hidroplanagem. Assim, o fenômeno afeta a direção do volante, bem como o desempenho da frenagem. O grau da Aquaplanagem depende dos seguintes fatores: Ausência de rugosidade da superfície da pista e drenagem inadequada; profundidade e tipo de contaminante; pressão de enchimento de pneus; velocidade no solo e operação antiderrapagem. Controle direcional: Em uma pista contaminada, o controle direcional deve ser mantido, sem a utilização do leme de direção com rodas do nariz até que a aeronave tenha diminuído para a velocidade de táxi. Em grandes velocidades a aeronave pode gerar a hidroplanagem, resultando na perda de controle direcional. As ações da CAA (2010) com a avaliação de atrito resumem-se em restaurar o nível de atrito, idealmente para um valor igual ou superior ao MPL. Se o nível de atrito indicar uma tendência de queda, o operador do aeródromo deve aumentar a frequência das avaliações de atrito da pista, a fim de identificar qualquer deterioração adicional ou rápida, afim de se organizar quanto as ações a serem tomadas. Em caso do nível de atrito ficar abaixo do MFL, a 58 manutenção deve ser feita com urgência, a fim de restaurar as leituras de atrito para um nível aceitável. Tanto a FAA (1997), como a ANAC (2019a), quando os valores medidos do coeficiente de atrito se aproximam ou caem abaixo do Nível de Planejamento da Manutenção, a Tabela 12 pode ser utilizada para orçamentar e agendar uma manutenção apropriada e oportuna para a remoção de borracha ou outros contaminantes de forma a reestabelecer as boas características de atrito. O acúmulo de borracha depende do tipo e da frequência de pousos e decolagens, de detalhes quanto ao peso e número de rodas que tocam na superfície, do clima, comprimento e composição da pista (FAA, 1997). Média de pousos diários de aeronaves de asa fixa com motor à reação, na cabeceira predominante, no último ano Frequência de remoção de borracha Menos de 15 2 anos 16 a 30 1 ano 31 a 90 6 meses 91 a 150 4 meses 151 a 210 3 meses Mais de 210 2 meses Tabela 12 - Frequência de remoção do acúmulo de borracha (Adaptada de FAA, 1997; ANAC, 2019a). Um pouso médio deixa até 700 g de borracha em uma camada fina na pista e calor produzido durante o contato causa uma reação química denominada de polimerização, que transforma os depósitos de borracha em um material duro e macio, preenchendo a micro e macrotextura do pavimento, causando uma grande perda de resistência e a consequente derrapagem de aeronaves quando a pista está molhada (NASEM, 2008), por isso essa é umas das principais atividades de manutenção em pistas de pouso e decolagem. 2.2.2.2 Drenagem superficial dos pavimentos A análise do escoamento superficial é um requisito básico de extrema importância, com o objetivo de drenar a água da área de movimentação e áreas adjacentes pelo caminho mais curto possível e principalmente fora da área do percurso de roda (ICAO, 2013; EASA, 2017). A drenagem superficial controla, coleta e descarta a água provindas de tempestades e derretimento de neve e gelo que se acumulam na superfície do pavimento e em solo próximo. O sistema acontece através da construção da superfície do pavimento e de terreno adjacente de uma maneira que permita o escoamento adequado (FAA, 2014a). Basicamente, existem três formas de drenagem descritas em Hare, Pur e Dempsey (1990) e em DNIT (2006), que devem ser consideradas inicialmente no projeto de um aeroporto. 59 A drenagem superficial é necessária para direcionar o fluxo de água para longe dos pavimentos e tem como objetivo interceptar e captar, conduzindo ao deságue seguro, removendo a água do aeródromo. Outra forma é a drenagem subterrânea ou profunda, necessária para remover a água debaixo do pavimento, impedindo-o de atingir o subleito. A terceira forma de drenagem, a drenagem do pavimento, necessária para evitar o acúmulo de água que causa a hidroplanagem, o objetivo dessa técnica é defender o pavimento das águas que possam danificá-lo, acidentes graves podem ocorrer quando a aeronave perde o controle da direção e da frenagem. A drenagem ocorre mais rápida com a curvatura da pista, em uma passagem de um ponto alto na direção do vento mais frequente associado a chuva. A água pode ser coletada nas bordas da superfície pavimentada (EASA, 2017), a chuva cai sobre a superfície inclinada e forma uma fina película de água que aumenta de espessura à medida que flui para a borda do pavimento (FAA, 2013). Mesmo que um pouco de água entre na estrutura através de defeitos na superfície, essa penetração pode ser reduzida ao mínimo pelos procedimentos adequados de manutenção (FAA, 2014a). O sistema de drenagem garante a integridade do pavimento e operações seguras de voo. A capacidade da pista drenar a água está associada, segundo a Boeing (2012), a: Inclinação transversal; vento lateral; intensidade de chuva; a textura da superfície; sulcos das rodas e a água parada medida no pavimento. De acordo com a ICAO (2013), os problemas com atrito em função de condições inadequadas de drenagem, são principalmente expressos em três critérios distintos: a) Drenagem superficial (forma da superfície, declives); b) Drenagem quanto a aderência pneu-pavimento (macrotextura); c) Drenagem por penetração (microtextura). O indicado é que quando houver motivos acreditar que as condições de drenagem total ou parcial de um pavimento, não estão funcionando adequadamente devido a declives ou depressões, o procedimento correto é avaliar as condições de atrito da superfície e observar a taxa de chuvas locais. O objetivo é alcançar altas taxas de descarga de água sob o pneu com um mínimo de pressão dinâmica acumulada, e isso só pode ser alcançado fornecendo uma superfície com uma macrotextura aberta. A drenagem da interação entre o agregado individual e o pneu depende da textura fina da superfície do agregado. Em velocidades mais baixas, a água pode escapar quando o pavimento está em contato com o pneu, fazendo com que agregados suscetíveis ao polimento diminuam a microtextura. Todavia, cabe a manutenção programar ações de melhoria corretiva para o sistema de drenagem (ICAO, 2013). 60 2.3 PROGRAMA DE MANUTENÇÃO DE PAVIMENTOS (PMP) A gestão aeroportuária precisa contar comum banco de dados atualizado dos pavimentos nos diversos aspectos funcionais e estruturais, contando com tecnologias automatizadas que levem a elaboração de medidas mais eficientes quanto as atividades de manutenção (MASCIO e MORETTI, 2019). Butt et al. (1994), relata a ampla variedade de Sistemas de Gestão de Pavimentos Aeroportuários (SGPA), que infelizmente deixam a desejar devido à escassez de procedimentos formais que classifiquem a condição do pavimento, sem contar, nos modelos de previsão de desempenho determinísticos ou atribuições de estado do sistema com base em experiências. Orçamentos destinados a manutenção possuem restrições, por isso a necessidade em definir, adequadamente, cada uma das ações de intervenções nas pistas (LOPRENCIPE; ZOCCALI, 2017). A ANAC (2018) pede a formulação, pelos coordenadores, de um manual de procedimentos operacionais do aeródromo, ou MOPS, capaz de permitir a padronização de atividades e decisões administrativas que mostre em detalhes padrões e práticas adotadas por determinado sítio aeroportuário. Além de todo o conjunto de documentos exigidos na ANAC (2012), é solicitado informações sobre os procedimentos de manutenção realizados nas áreas pavimentadas, considerando todas as particularidades e instruções complementares das agências regulamentadoras para o aeródromo (ANAC, 2011). Para TRANSPORT CANADA (2016), o Plano de Gerenciamento de Pavimentos deve abranger os diversos trabalhos desenvolvidos pela manutenção em um horizonte de cinco anos, com os principais projetos, especificações de restaurações e o financiamento necessário para cada ano. Embora não seja definitivo, estimativas quanto aos custos para conservação de todas as áreas de movimentação devem ser realizadas, fornecendo garantia de condições operacionais seguras. No mínimo devem ser relatados os seguintes itens: a) O trabalho que precisa ser feito (por exemplo, sobrepor uma pista, remoção do acúmulo de borracha, vedação de trincas e juntas, etc.); b) Cronograma das atividades; c) Os níveis de financiamento que devem ser orçados para execução das atividades de manutenção. A TRANSPORT CANADA ainda disponibiliza softwares para o gerenciamento de seus pavimentos, dotados de recursos sofisticados que permitem o armazenamento de informações do histórico de construção, histórico de custos de manutenção, histórico de condições do pavimento, informações de resistência, dados de tráfego e dados de teste não destrutivos. 61 O FAA PAVEAIR é um desses aplicativos, também armazena informações e possui ferramentas de planejamento capaz de modelar a degradação das superfícies (FAA, 2014a). No Brasil, a aplicação dos conceitos referentes ao gerenciamento de pavimentos é muito recente, o que resulta em um atraso tecnológico quando comparado a países americanos e europeus. Mesmo com muitas pesquisas desenvolvidas entorno desta temática, a realidade brasileira encontra dificuldades, principalmente porque as patologias encontradas no país são diferentes, o tipo de revestimento predominante é o asfáltico e em aeroportos americanos, por exemplo, utilizam pavimentação rígida em pistas de pouso e decolagem (MERIGHI, 2017). Afim de orientar quanto a formulação de um PMP, a FAA (2014a) determina quais características o programa deve possuir para conseguir alcançar seus objetivos: Forma sistemática para coletar e armazenar informações sobre as condições dos pavimentos; Um sistema capaz de avaliar as condições do pavimento; Procedimentos que trabalhem com previsão das condições; Metodologias para modelar as condições de desempenho do pavimento, passadas e futuras; Mecanismos para determinar os requisitos de orçamento para atender aos objetivos de gerenciamento, como o orçamento de M&R necessário para manter um pavimento em um nível especificado de índice de condição de pavimento (PCI) ou o orçamento de M&R necessário para melhorar para um nível de PCI alvo; Técnicas para formular e priorizar projetos de M&R. É importante identificar as estratégias a partir de critérios de decisão e uma política de manutenção com capacidade de empregar os melhores procedimentos. A Figura 13 apresenta uma metodologia quanto ao processo inicial para avaliação dos pavimentos, com esses dados é possível alimentar o PMP. 62 Figura 13 - Processo de avaliação de pavimentos aeroportuários (Adaptado de FAA, 2009a). Em pavimentos flexíveis, a manutenção não deve ser realizada tomando como base somente ações corretivas funcionais ou estruturais próximas do limite aceitável, Bernucci et al. (2007) sugere um plano de manutenções periódicas, com manutenções preventivas. Realmente algumas ações de manutenção podem ser identificadas por meio de inspeção visual das condições, outras exigem avaliações mais abrangentes, Pearson (2012) fornece um quadro geral, apresentado na Figura 14, dos fatores que estão relacionados com ponderações das condições dos pavimentos. Figura 14 – Parâmetros necessários para análise de pavimentos (Adaptado de Pearson, 2012). P ES Q U IS A E M R EG IS TR O S Análise do banco de dados e histórico de construção, considera- ções de projeto, espe- cificações, métodos, re- sultados de ensaios e histórico de manuten- ção. Registro de clima e tráfego. IN SP EÇ Ã O D O L O C A L O local deve ser visitado e as condições dos pavimentos registradas por inspeção visual. Isso deve incluir um exame das condições existen- tes, tanto de drenagem quanto das estruturas do local. Evidências dos efeitos adversos devem ser paltadas. A M O ST R A G EM E T ES TE A necessidade de testes físicos e análises de ma- teriais serão baseados nas descobertas feitas na inspeção do local, na pesquisa de registros e no tipo de avaliação. Está etapa têm como objetivo fornecer infor- mações sobre a espes- sura, qualidade e con- dições gerais do pavi- mento. 63 Pigozzi et al. (2014), fala do desenvolvimento de novas ferramentas e metodologias, ágeis e fáceis de manipular para análises das estruturas das pistas de circulação e pouso e decolagem, e quão necessárias são para aeroporto regionais e sazonais, que geralmente são confrontados com baixa disponibilidade de recursos econômicos. Outra questão levantada pelo mesmo autor diz respeito ao aumento da demanda e o tamanho das novas aeronaves que vem sendo utilizadas, que justificam a preocupação com análise do desempenho dos pavimentos e da elaboração de modelos de previsão mais precisos e úteis para implementação no SGPA. Segundo a FAA (2016), cada aeroporto pode e deve utilizar projetos e desenvolver programas específicos, principalmente para grandes esquemas de manutenção, contando com a direção de um engenheiro especialista em pavimentos. O gerenciamento para ser considerado eficaz ele requer tomada de decisão em dois níveis: rede e projeto. O gerenciamento a nível de rede pode incluir todos os pavimentos de um aeroporto ou todos os pavimentos do sistema de aeroportos do estado. A nível de projeto o gerenciamento é direcionado a um ativo facilmente identificável da rede de pavimentos com uma função distinta, pode ser um pavimento de aeródromo, uma pista individual, taxiway ou pátio, como um projeto separado e precisa de informações mais detalhadas, análises exaustivas, de modo a definir com rigor cada projeto (FAA, 2016; ANAC, 2017). A ANAC (2017), estabelece os módulos que integram um SGPA, como mostra a Figura 15. Em que os trabalhos desenvolvidos pela manutenção devem priorizar a qualidade, diminuição de congestionamentos e a minimização dos custos (MASCIO e MORETTI, 2019). Com a observação do processo de deterioração progressivamente avançando, as agências responsáveis pela gestão de pavimentos começaram a mudar sua ênfase da construção de novos pavimentos para a manutenção e reabilitação (M&R) dos já existentes (GENDREAU; SORIANO, 1998). 64Figura 15 – Estrutura de planejamento de um SGPA (Adaptado de ANAC, 2017) Quando se pretende lançar uma proposta de SGPA, um dos primeiros requisitos a analisar-se é a viabilidade econômica a curto e longo prazo e elaborar uma lista de objetivos a serem traçados com base nesta limitação orçamentária (BUTT et al., 1994). Gendreau e Soriano (1998) colocam que essa tarefa se torna ainda mais dispendiosa pelo fato de os pavimentos estarem sendo expostos a crescimentos contínuos de pesos e volumes de tráfego, o que está acelerando sua deterioração, já que o setor aéreo tem crescido numa proporção mais acelerada. A ideia de melhoramento desses sistemas como relata Chen et al. (2012) em sua pesquisa de desenvolvimento de um SGPA para o aeroporto de Xangai, está em ajudar as autoridades da área na escolha e implementação mais condizente do trabalho de manutenção e restauração de determinado pavimento. Di Mascio e Moretti (2019), elencam os principais benefícios do desenvolvimento de um sistema de gestão de pavimentos no aeroporto, são eles: Construir um banco de dados organizado, para armazenar informações sobre o pavimento que podem facilmente serem consultadas; Promover o monitoramento dos sistemas de pavimentos e acompanhar de forma sistemática e objetiva de suas condições; Capacidade de previsão de degradação, identificando quando e como intervenções de manutenção e restauração devem ser realizadas e definir relações de custo/benefício na realização de novas obras; 65 Poder selecionar e otimizar os projetos de manutenção e restauração a serem implementadas levando em conta os recursos alocados; Permitir documentar e identificar as necessidades quanto a intervenções, cooperando com o pedido de dotações orçamentarias; Obter maior flexibilidade e adaptabilidade quanto a mudanças orçamentarias e de recursos humanos. 2.3.1 Planejamento da manutenção Em qualquer programação, é indispensável o conceito de manutenção, uma vez que a manutenção é necessária para o funcionamento do ativo, porque a eficiência e a qualidade são reduzidas com o tempo, e isso representa uma maior frequência de ocorrência das falhas, prejudicando o andamento e aumentando os custos com a manutenção (XH. MEHMETI et al.,2018). Ashford et al. (2015) coloca que as operações de pista devem garantir uma troca segura das ações em solo em todo o projeto de transporte aéreo. Em consideração a esta afirmativa, entra novamente a importância da disponibilidade e confiabilidade dos ativos, que recai no conceito da Manutenção Centrada na Confiabilidade (RCM - Reliability Centered Maintenance), que segundo Siqueira (2009) tem origens na indústria aeronáutica e se aplica em setores que tem a necessidade de manter seus padrões de funcionamento nos processos desenvolvidos. Ainda pelo mesmo autor, as particularidades da RCM é propor a seleção de atividades de manutenção que sejam estruturadas em uma sequência de passos bem definidos, que tenham implementação de novas técnicas no tratamento de falhas. Dentro deste campo metodológico, vieram as pesquisas na área de confiabilidade. De forma geral, confiabilidade pode ser definida como a ação bem-sucedida de um item ou unidade, desde que dentro dos padrões de operação já estabelecidos (BRANCO FILHO, 2006). Segundo Chen (1994), para construir um diagnóstico de confiabilidade deve-se basear na teoria da probabilidade, onde a probabilidade de sobrevivência de um sistema é expressa em termos da informação estatística de seus subsistemas. Essa metodologia foi idealizada dentro do ambiente da aviação civil, possibilitando o desenvolvimento de planos de manutenção preventiva com foco na segurança. Sua primeira aplicação foi sobre os equipamentos que constituíam o Boeing 747, e com o tempo, a FAA passou a adotar as mesmas medidas, que garantia a confiabilidade inerente dos ativos a um custo reduzida (MATTESON, 1985). Segundo Siqueira (2009) o ponto central desta filosofia é a estratégia efetiva de manutenção concentrada em evitar ou diminuir as consequências 66 resultantes das falhas. A RCM tem preferência a atender as necessidades do processo. De acordo com Verhagen e Boer (2018), a análise de confiabilidade pode ajudar a localizar e planejar os acontecimentos que irão carecer de manutenção, onde por meio destas abordagens o comportamento em termos de confiabilidade é simples e de lógica binária: um ativo funciona ou não. Durante anos, a “curva banheira” foi utilizada para construção dos procedimentos de manutenção, em que expõe que a maioria dos equipamentos tem sua probabilidade de falha associada a idade: possui uma taxa de falhas inicial mais alta, em seguida entra no período de vida útil com taxa de falhas constantes, e com o desgaste, as taxas de falhas começam a aumentar. Todavia, é possível verificar na Figura 16, que apenas 4% dos ativos possui esse tipo de comportamento (MATTESON, 1985). Figura 16 – Relação entre a confiabilidade e a idade do equipamento (Adaptado de Matteson, 1985) Desta forma, podemos separa duas manutenções: a tradicional, e a RCM. No Quadro 8, é possível visualizar algumas diferenças principais em ambas, de acordo com Siqueira (2009). Manutenção Tradicional RCM Foco Equipamento Função Objetivo Manter o equipamento Preservar a função Atividades O que pode ser feito O que deve ser feito Dados Pouca ênfase Muita ênfase Documentação Reduzida Obrigatória e Sistemática Metodologia Empírica Estruturada Combate Deterioração do equipamento Consequência das falhas Priorização Inexistente Por função Quadro 8 – Diferenças entre a Manutenção Tradicional e a Manutenção Centrada na Confiabilidade (Adaptado de Siqueira, 2009) 67 De acordo com DEPARTMENT OF DEFENCE (2020) a manutenção preventiva de pavimentos aeroportuários, são efetuadas quando pequenos defeitos são identificados, garantindo com que problemas maiores com segurança e desempenho funcional das pistas ocorram e exijam interrupções mais longas das operações. A Figura 17 mostra como após um período de uso, a condição do estado tende a cair e como ele se comporta a partir das manutenções preventivas executadas. Figura 17 – Desempenho do pavimento a partir das manutenções (Adaptada de DEPARTMENT OF DEFENCE, 2020) Gupta e Mishra (2018), resumem as etapas da RCM em cinco etapas, onde a primeira irá tratar da seleção do sistema e do subsistema. A segunda etapa, de grande importância, é a identificação do componente crítico, que tem influência direta na confiabilidade do sistema. O terceiro estágio é o modo de falha e a análise de efeito (FMEA - Failure mode and effect analysis), o que pode ajudar a evitar as causas de falhas críticas. Por fim, segue a seleção de estratégias para implementação da manutenção ideal, caracterizando a quarta etapa, que precede uma análise de custo no final. O FMEA tem origem na indústria aeroespacial e de defesa, posteriormente implementado para as mais diversas áreas de serviços, e produtos. Basicamente, esse método é utilizado pra minimizar riscos, sendo capaz, através da sua aplicação, de identificar as ações que são necessárias para evitar que as falhas cheguem ao cliente. Ben-Daya (2009) coloca como função do FMEA: 1. Identificar e reconhecer falhas potenciais, incluindo suas causas e efeitos; 68 2. Avaliar e priorizar os modos de falha identificados; e 3. Identificar e sugerir ações que podem eliminar ou reduzir a chance de ocorrência de falhas potenciais. Para conseguir desenvolver cada um desses itens, cada modo e efeito de falha é classificado em cada um desses três fatores: Severidade (S) – consequência da falha quando ela ocorre; Ocorrência (O) - frequência de ocorrência da falha; e Detecção (D) - probabilidade da falha ser detectada antes do cliente ser atingido pelo efeito da falha. Em seguida, esses mesmosindicadores combinam-se em um índice chamado de Número de Prioridade de Risco (NPR), que consiste de uma multiplicação simples: RPN = S x O x D (BEN-DAYA, 2009). Para etapa de seleção de estratégia, a partir das características dos modos de falhas e suas consequências ao sistema, é preciso conhecer cada um dos tipos de manutenção que podem ser utilizadas, Viana (2020) descreve as seguintes estratégias: Manutenção Preventiva Sistemática: Ocorre quando as atividades são executadas em períodos de tempo predeterminadas, capaz de identificar falhas potenciais e tratá-las. Para esse cenário acontecer é preciso investir em inspeções e avaliar o comportamento do ativo ao longo do tempo. Manutenção Preventiva sob Condição: As ações são resultados de observação do estado do ativo, elas dependem da condição, que pode ser acompanhada de três formas: através da (1) Inspeção Sensitiva, em que o acompanhamento é subjetivo, contando principalmente com a visão, audição, tato e olfato, juntamente com ferramentas simples que auxiliem nesse processo; (2) Inspeção Preditiva, caracterizada pelo acompanhamento através de medições de ensaios não destrutivos; e (3) Acompanhamento por Telemetria, é o monitoramento continuo do ativo, contando com dados reais, capazes de detectar falhas ocultas. Manutenção Corretiva Emergencial: Toda manutenção corretiva é realizada após a ocorrência de uma falha, quando ela tem caráter emergencial significa que a situação não pode esperar, ela deve ser imediata, com soluções implementadas em curto prazo. Manutenção Corretiva Planejada: Ocorre quando se tem conhecimento prévio da falha, porém com impossibilidade de resolução imediata, ela é programada devido a sua complexidade ou pela pane tomar grandes proporções. Nos pavimentos, algumas ações tem caráter corretivo e acorrem logo após a falha estrutural ter acontecido, tornando muitas vezes as pistas impedidas de realizar operações com aeronaves, o DEPARTMENT OF DEFENCE (2020) relata que essas situações, além de 69 interromper os voos, resultam em um maior orçamento e requerem mais tempo em seus reparos. Para evitar esses constrangimentos, os aeroportos devem trabalhar com inspeções de rotina e manutenções preventivas, com exceção dos danos causados por desastres fora de controle. No RCM, a seleção do tipo de manutenção a ser implementado, conta com um diagrama de decisão, que permite de forma lógica, a partir de três questões, indicar para cada modo de falha o melhor tipo de manutenção a ser trabalhada. Smith (2004) sugere a utilização de dois diagramas: o primeiro para identificação do tipo de falha (Figura 18) e o segundo para seleção de tarefas (Figura 19). Esses dois diagramas atendem os objetivos propostos pela manutenção centrada na confiabilidade. Figura 18 – Árvore lógica de decisão (Adaptada de Smith, 2004) 70 Figura 19 – Diagrama de seleção de tarefas (adaptada de Smith, 2004) 2.3.2 Técnicas de manutenção e restauração de pavimentos Diversas formas de avaliação das condições do pavimento foram levantadas anteriormente, cada uma responsável por responder a uma investigação especifica do pavimento, seja estrutural ou funcional. Para o engenheiro responsável, ter uma compressão dos tipos de defeitos do pavimento é essencial na tomada de decisão, bem como ser capaz de identificar quando uma falha é ou não progressiva e quais efeitos ela provoca ao sistema (DEPARTMENT OF DEFENCE, 2020). Haslett, Dave e Mo (2019) explica, no gráfico da Figura 20, as implicações de uma escolha errada do momento de efetuar correções em um pavimento. 71 Figura 20 – Gastos com a preservação do pavimento durante seu ciclo de vida (Adaptada de Haslett, Dave e Mo, 2019) A condição do pavimento é estável por um determinado período de tempo, mas em seguida ela tende a sofrer uma progressiva perda de qualidade que pode aumentar o valor da intervenção em 6 ou 10 vezes. O DEPARTMENT OF DEFENCE (2020) também ressalta a importância de tratar a falha e a causa da falha, garantindo assim que não haja o surgimento de novos problemas no ativo. A FAA (2014) relata que mesmo que determinadas causas não possam ser tratadas por completo, como a exposições a condições adversas do meio ambiente, um programa de manutenção eficaz e bem estabelecido no período adequado, pode minimizar os níveis de degradação da estrutura, e embora, não supere uma inadequação de projeto ou construção, a manutenção pode prevenir a ocorrência de grandes desastres. O aeroporto tem obrigação de estabelecer cronogramas de inspeções de rotina e inspeções adicionais, em consequência do mau clima, e aplicar as devidas correções exigidas para cada situação (FAA, 2014). Bernucci et al. (2007) indica o tipo de tratamento a ser utilizado a partir da finalidade de correção pretendida. Geralmente quando os defeitos são funcionais superficiais, é comum utilizar os seguintes tipos de revestimento: Para selagem de trincas e rejuvenescimento do pavimento utiliza-se a lama asfáltica ou tratamento superficial simples ou duplo quando há a necessidade de restauração da aderência superficial; 72 Em condição de ação abrasiva acentuada do tráfego, é preferível a aplicação de microrrevestimento asfáltico a frio ou a quente para selagem de trincas e restauração da aderência superficial; Quando o defeito está relacionado a irregularidade longitudinal o ideal é utilizar o concreto asfáltico; Quando as condições de atrito e o escoamento não estiverem bons, a aplicação de mistura do tipo camada porosa de atrito é uma opção; Tratamentos por selagem são viáveis no retardamento da evolução de trincas isoladas no revestimento. Em situações que o problema tem origem estrutural ou há a intenção de reforçar a estrutura devido ao aumento do tráfego, as alternativas são de recapeamento e/ou reciclagem da camada existente. Para recapeamento é comum a utilização de concreto asfáltico, matriz pétrea asfáltica (SMA - Stone Matrix Asphalt), misturas descontínuas e o pré-misturado a quente, sendo necessário, previamente, a remoção por fresagem quando é preciso reduzir a propagação de trincas existentes no revestimento antigo. A reciclagem, por sua vez, funciona com a adição de agentes rejuvenescedores, em materiais fresados, e/ou com a aplicação de ligantes asfálticos novos, mas também funciona a partir de agregados para correção granulométrica: espuma de asfalto ou de emulsões asfálticas e até de cimento Portland (BERNUCCI et al., 2007). O DEPARTMENT OF DEFENCE (2020) e a FAA (2014), estabelecem soluções e tratamentos para problemas específicos de pavimentos flexíveis, alguns dos quais compõem o índice PCI, que serão vistos a seguir: Trincas do tipo couro de jacaré: Na presença dessa patologia o mais indicado é a remoção e substituição do pavimento danificado, incluindo as camadas de base e/ou sub-base se necessário. Exsudação: Pode ser feita a remoção do ligante exsudado por jato de areia ou de ar quente, e em casos de exsudação excessiva do pavimento é aconselhado a remoção, substituição da camada ou aplicação de um tratamento superficial. Trincas em bloco: O tratamento ideal é através do recapeamento, realizado antes do envelhecimento do betume (pois pode levar ao surgimento de outras patologias) e antes das bordas sofrerem algum empenamento que facilite a fragmentação do material pelo tráfego. Quando não houver recursos financeiros disponíveis, é preciso que seja realizado pelo menos algum tratamento ou selagem das fissuras. 73 Corrugação: É feita remoção da área e substituição e como tratamento mais apropriado indica-se a lama asfáltica e a capa selante. Depressão: Para esse tipo de patologia, algumas considerações devem ser realizadas: a) se o subleito estiver sofrendo alterações no teor de umidade, será necessário o fornecimentode drenos; b) se o solo for reativo, será necessário pavimentar e selar além das bordas do pavimento; c) em pavimentos que possuem já algum tratamento superficial (spray seal), as correções podem ser efetuadas com a aplicação de material selante ou por uma camada de asfalto dependendo da extensão e gravidade do problema e; d) quando o defeito está presente na superfície asfáltica a correção é feita com remendos ou por uma camada de asfalto. Erosão por rápida propulsão do jato de aeronaves: É indicado um remendo profundo parcial, dependendo da gravidade. Trincas de reflexão, base de concreto: as fissuras podem ser seladas ou em alguns casos o mais indicado é a remoção e substituição completa da área afetada. Trincas transversais e longitudinais: O primeiro passo é remover todas as partículas soltas de dentro da trinca, e a superfície deve ser seca e livre de contaminantes, posteriormente a trinca deve ser selada ou outro tipo de reparo deve ser efetuado. Deterioração por presença de óleo/combustível: Depende da gravidade da deterioração. Em alguns casos iniciais a primeira recomendação é a limpeza do local, mas também pode ser necessário a aplicação de capa selante e até remoção e substituição da camada afetada. Remendo: realizar a remoção e posterior substituição da camada. Agregado polido: Diferentes tratamentos podem ser efetuados: aplicação de lama asfáltica, micro revestimento, micro fresagem, e até mesmo a utilização de grooving. Desagregação: Se a intenção é efetuar um reparo permanente o ideal é a remoção e substituição da camada comprometida, mas se o reparo for emergencial ou temporário é possível aplicar uma capa selante ou lama asfáltica. Afundamento da trilha de roda: Se o problema está na superfície, está deve ser removida e substituída por uma mistura de asfalto adequada. Se a resistência da camada de base estiver comprometida, a área afetada deve ser removida e substituída por asfalto de profundidade adequado ou material estabilizado. Solevamento da camada asfáltica: Se a intenção é efetuar um reparo permanente o ideal é a remoção e substituição da camada comprometida, mas se o reparo for emergencial ou temporário é possível aplicar uma capa selante ou lama asfáltica. 74 Escorregamento: para um período curto é indicado o reparo por remendos com emulsão asfáltica, executado temporariamente para evitar derrapagens e outros problemas relacionados ao desprendimento de material da pista. Em seguida se faz essencial um reparo permanente rigoroso com aplicação de asfalto quente, e todos os recursos necessários para garantir que a área com escorregamento seja desligada e removida pela fresagem com um perfilador de asfalto. Inchamento: Se a intenção é efetuar um reparo permanente o ideal é a remoção e substituição da camada comprometida, mas se o reparo for emergencial ou temporário é possível aplicar uma capa selante ou lama asfáltica. Desprendimento: é indicado um tratamento superficial. Separando todos esses defeitos por tipo, para indicação de métodos gerais de reparos, é possível obter um resumo como o apresentado no Quadro 9 da Florida Department of Transportation (2013). Tipo de defeito Patologia Método de reparo Trincas 1.Trincas transversais e longitudinais 2.Trincas em bloco 3.Trincas de reflexão 4.Trincas do tipo couro de jacaré 5.Escorregamento As trincas podem assumir muitas formas. Em alguns casos, o seu preenchimento pode ser a ação corretiva mais adequada, outros requerem a remoção completa da área afetada. Desintegração 1.Desagregação 2.Desprendimento 3.Erosão por rápida propulsão de jato de aeronaves 4.Remendos Se não for impedida em seus estágios iniciais, a desintegração pode progredir rapidamente até que o pavimento precise ser totalmente reconstruído. Reparos permanentes por remendos podem ser realizados. Produtos selantes-rejuvenescedores podem ser aplicados para retardar a desintegração. A deterioração também pode ser impedida pela aplicação selo asfáltico e lama asfáltica. Deformação 1.Afundamento da trilha de roda 2.Corrugação 3.Solevamento da camada 4.Depressão 5.Inchamento As técnicas de reparo para deformação variam desde o nivelamento da superfície, através do preenchimento com um novo material até a remoção completa da área afetada e a substituição por um novo material. A moagem a frio pode ser empregada antes da sobreposição para muitos desses problemas. Deslizamento 1.Agregado polido 2.Exsudação 3.Deterioração por presença de contaminante O tratamento para perda de resistência à derrapagem inclui a remoção do ligando exsudado, recapeamento, construção de grooving para melhorar a drenagem da superfície e remoção do acúmulo de borracha. Quadro 9 – Tipos de metodologias de reparo (Adaptado de Florida Department of Transportation, 2013). Outro fator que deve ser compreendido a partir das ações de manutenção, é o acúmulo de contaminantes, principalmente ao que se refere a borracha presente na pista, resultante das operações. Segundo a FAA (2020), é de responsabilidade do operador de aeródromo a remoção do acúmulo de borracha, Oliveira (2008), relata que com o aumento de voos e a adesão ao setor 75 de aeronaves de grande porte, a preocupação com a segurança e o monitoramento da textura tornaram-se ainda mais cruciais, uma vez que essas atividades são capazes de garantir a resistência necessária para evitar acidentes e incidentes relacionados a derrapagens ou perda de contato pneu-pavimento. 2.4 REDES NEURAIS ARTIFICIAIS (RNA) A Inteligência Artificial (IA), apesar de ser empregada em diferentes campos de estudos, ela é uma área da ciência da computação dedicada ao desenvolvimento de softwares sofisticados, que desempenham funções extremamente complexas utilizando métodos e ferramentas que trabalham com o raciocínio lógico e indutivo para resolução de problemas. Dentro dessa área, existem duas categorias principais, responsáveis pelo desenvolvimento da IA: O primeiro inclui os métodos que simulam a experiência humana e tiram conclusões de um conjunto de regras, como os sistemas especialistas; e o segundo consiste na modelagem de estruturas similares ao cérebro humano, como as RNAs (AGATONOVIC-KUSTRIN; BERESFORD, 2000). Ceylan, Bayrak e Gopalakrishnan (2014), apresentam pesquisas na área de pavimentos que fizeram uso da metodologia RNA, seja para previsão, elaboração de estratégias de manutenção ou avaliação das condições, já que esse método se mostra aplicável a uma série de problemas complexo, que podem ser solucionados com modelos robustos, não lineares e inteligentes. O processamento das informações em redes neurais utiliza formas não tradicionais com capacidade para classificar e reconhecer padrões, funcionando de forma similar ao cérebro humano, com neurônios interconectados que trabalham em harmonia para analisar e resolver as mais diversas questões. Mesmo essa técnica tendo ganhado popularidade nos últimos anos, desde a década de 40 e 50 ela vem sendo trabalhada, sempre buscando similaridade com os fundamentos biológicos, buscando processar as informações da mesma forma que os neurônios humanos. De acordo com Agatonovic-Kustrin e Beresford (2000), um cérebro médio contém cerca de 100 bilhões de neurônios, cada um dos quais com 1.000 a 10.000 conexões com outros neurônios. Na estrutura do sistema nervoso, o axônio é responsável por transmitir sinais elétricos de um neurônio para outro. Esses sinais são caracterizados por substancias químicas, que no cérebro, entram pelos dendritos, aumentando ou reduzindo o potencial elétrico do corpo da célula. Assim, temos que o neurônio, vai ligar ou desligar se essa entrada for maior que um limiar (MCCULLOCH; PITTS, 1943). A Figura 21 apresenta uma rede neural biológica que exemplifica o processo de transmissão deinformação do cérebro. 76 Figura 21 – Estrutura de um neurônio biológico (Adaptada de ZOU; HAN; SO, 2008) Diferente de outros métodos, como a regressão linear, as RNA’s aprendem com exemplos e capturam relacionamentos, até os mais discretos, entre os dados estudados (ZHANG; PATUWO; HU, 1998). Basicamente, as redes neurais funcionam a partir de uma camada de entrada, saída e diversas camadas ocultas no sistema, no qual operações complexas e não lineares serão desenvolvidas, conforme mostrado na Figura 22. Os neurônios estão contidos nestas camadas conectados um com o outro através de nós. Essas conexões possuem pesos iniciais que vão passar por processos de treinamento (RAJU et al., 2011; ABDELAZIZ et al., 2018). Figura 22 – Configuração da estrutura de uma RNA (Adaptada de RAJU et al., 2011). Schmidhuber (2015) explica que uma RNA padrão é constituída de vários processadores simples que estão conectados através de neurônios, quando uma função de ativação entra nessa rede, as informações são ponderadamente conectadas, e alguns desses nós podem influenciar o ambiente desencadeando ações. Desta forma, temos que o aprendizado consiste na determinação dos pesos que caracterizam a estrutura fazendo a mesma se comportar como esperado. 77 Matematicamente, o modelo pode ser expresso como na Equação 11, em que existe uma soma ponderada entre os valores de entrada, que quando excede um valor limite do neurônio, ativa e passa o sinal pro neurônio vizinho (ZOU; HAN; SO, 2008). 𝑦 = 𝑓 (∑ 𝑤𝑖𝑥𝑖 𝑛 𝑖=0 − 𝑇) (11) Em que: y: Valor de saída do nó; f: Função de ativação; wi: Peso associado a entrada xi; T: Valor limite. Cada problema, em função de sua complexidade, pode demandar um esforço computacional maior, e uma estrutura que vai de simples a extremamente complexa, muitas vezes exigindo formas não lineares (SCHMIDHUBER, 2015). Logo, temos que a função de ativação pode assumir várias formas, dependendo de cada problema. A rede neural mais simples de ser trabalhada e que melhor explica o funcionamento matemático de uma RNA é o modelo perceptron de uma camada, utilizando a função de ativação step function ou função degrau (ZOU; HAN; SO, 2008) expressa na Equação 12. y = 1 … 𝑠𝑒 ∑ 𝑤𝑖𝑥𝑖 𝑛 𝑖=0 > 𝑇 (12) 0 … 𝑠𝑒 ∑ 𝑤𝑖𝑥𝑖 𝑛 𝑖=0 < 𝑇 Um exemplo capaz de melhorar o entendimento está exposto na Figura 23. Temas na camada de entrada três neurônios: x1 = 1; x2 = 6; e x3 = 4. O peso referente a cada ligação é: w1 = 0,8; w2 = 0,1; e w3 = 0. Aplicando o somatório das multiplicações entre as variáveis de entrada e seus respectivos pesos, obtemos o valor de 1,4. Definindo T = 0, de forma que se o valor de saída for maior que “T” o resultado é 1 (ativa), e se for menor o resultado é 0 (não ativa). A partir da utilização da Equação 12, temos que o neurônio será ativado, pois o resultado foi maior que zero, portanto, o valor de saída é 1 quando utilizando a step function. 78 Figura 23 – Exemplo de um modelo perceptron de uma camada (Adaptada de AGATONOVIC-KUSTRIN; BERESFORD, 2000) De forma gráfica podemos representar a função degrau, como na Figura 24, podendo ter sempre duas possibilidades para os valores de saída, de acordo com cada problema. Outra função frequentemente utilizada é a sigmóide, pois tanto a função, como a sua derivada apresentam forma contínua (Figura 24). Figura 24 – Funções de ativação (Adaptada de ZOU; HAN; SO, 2008). As redes também podem possuir dois tipos de estruturas: rede feedforward e rede de feedback. A feedforward é aquela em que o sinal viaja em apenas um sentido, como o exemplo da rede perceptron mostrada anteriormente, ou seja, há uma entrada associada a uma saída, sendo considerada uma estrutura estática. A rede feedback, por sua vez, ele muda em ciclos até atingir um equilíbrio, podendo uma entrada está associada a várias saídas, configurando uma estrutura dinâmica (AGATONOVIC-KUSTRIN; BERESFORD, 2000; ZOU; HAN; SO, 79 2008). Agatonovic-Kustrin e Beresford (2000), também falam da importância em saber diferenciar os conceitos de arranjo da rede, e os algoritmos utilizados no cálculo Quanto a determinação do número de neurônios presente em cada camada, esses são normalmente definidos através da intuição e otimizados por meio de certos experimentos, ou é possível recorrer a métodos capazes de projetar a estrutura da rede (ZOU; HAN; SO, 2008). Porém, temos que a grande peculiaridade das RNAs é o seu processo de aprendizagem para treinamento da rede. A rede aprende por meio de um ambiente iterativo com o ajuste de pesos de wi entre um neurônio e outro, utilizando um algoritmo de aprendizagem, podendo ser classificada em duas categorias principais (AGATONOVIC-KUSTRIN; BERESFORD, 2000; ZOU; HAN; SO, 2008): Aprendizado Supervisionado: Ocorre quando são fornecidos, por um supervisor (professor), os valores de entrada e saída corretos da rede, e os pesos são ajustados de forma a minimizar o erro, identificando a ligação entre entrada e saída. Portanto, um conjunto significativo de dados para treinamento deve ser empregado, assim, quando a rede passa a liberar os resultados de saídas desejado e os pesos fixados, ela é finalmente posta em operação. Segundo Schmidhuber (2015), existe um caso especial de aprendizado supervisionado, conhecido como Reforço, em que a saída desejada exata não é conhecida, sendo esse valor julgado por um crítico externo. Aprendizado Não Supervisionado: É um contraste do aprendizado supervisionado, em que não há o fornecimento dos valores de saída de um conjunto de dados de treinamento. A própria rede é responsável por descobrir um padrão ou tendência a partir dos dados de entrada. Para realizar o treinamento existem algumas regras para determinação de como os pesos entre as conexões são modificados. A regra mais usada é a regra Delta ou regra Back- propagation, em que a otimização dos pesos é feita com a propagação para trás do erro na fase de treinamento. O modelo lê os dados de entrada e saída e faz atualizações dos pesos na busca de minimizar o erro, que através de muitos ciclos de treinamento, consegue obter a precisão nos resultados (AGATONOVIC-KUSTRIN; BERESFORD, 2000). Por meio das RNA’s, utilizando modelos relativamente simples, de uma ou duas camadas, já é possível desenvolver problemas de regressão linear, classificação, máquinas de vetores, regressão logística e até fatoração com matrizes, sendo importante observar que dessas arquiteturas básicas é que surgem os modelos mais complexos e criativos (AGGARWAL, 2018). Existem algumas configurações que podem ser empregadas para melhorar o algoritmo, Goodfellow, Bengio e Courville (2016) chamam de hiperparâmetros, como o tipo de função de 80 ativação, o número de camadas ocultas, número de vezes em que a rede é treinada, entre outros, que quando modificados permitem que o modelo tenha um desempenho melhor. Segundo Claesen e Moor (2015), a escolha dos hiperparâmetros interferem diretamente no resultado, podendo maximizar a utilidade da abordagem de aprendizado. Podemos explorar melhor a importância desse conceito, em casos que o modelo sofre de Underfitting, ou Overfitting. Um overfitting ocorre quando uma rede passa por um processo de treino com um desempenho tão alto, que ela acaba repetindo as mesmas regras e formato de solução dos dados de treino, nos dados de teste. No Underfitting o desempenho do modelo enfrenta dificuldades já no processo de treinamento da rede, podendo já ser descartado logo no início do desenvolvimento da estrutura. Para controle de ambas as situações, muitas vezes se utiliza os hiperparâmetros, para controlar essa compensação. Com o surgimento da IA, variadas estruturas de aprendizado de máquinas passaram a ser desenvolvidas,principalmente as com código fonte aberto, em que os frameworks são licenciados e disponibilizados, normalmente essas bibliotecas fornecem os recursos necessários para implementação de algoritmos capazes de estruturar o problema da RNA (KOCHURA et al., 2017). De acordo com Tokui et al. (2015), a execução de um framework consiste de duas fases: Define (Definir), e Run (Executar). A fase Define consiste na definição do modelo e na especificação das relações entre camadas, pesos iniciais e funções de ativação. Na fase Run, dado um conjunto de dados de treinamento, o modelo é treinado minimizando a função de perda usando algoritmos de otimização, no caso, o gradiente descendente. Uma biblioteca de aprendizado profundo de código aberto, que utiliza o mesmo paradigma contado anteriormente, é o TensorFlow, lançado pela Google. McClure (2017) apresenta um passo a passo para implementação dos algoritmos de aprendizado de máquina usando o TensorFlow (Figura 25). 81 Figura 25 - Fluxo geral dos algoritmos do TensorFlow (Adaptada de McClure, 2017). 2.5 CENÁRIOS PARA ANÁLISE DE DECISÃO MULTICRITÉRIO O desenvolvimento de cenários é uma ferramenta que auxilia na tomada de decisões, pois cria situações futuras que ajudam a esclarecer incertezas e propiciam a adesão de alternativas estratégicas de como lidar com os diversos eventos que podem ou não acontecer (MONTIBELLER; GUMMER; TUMIDEI, 2006). Em contrapartida, a análise multicritério de apoio à decisão (MCDA), complementa essa metodologia com a capacidade de quantificar o desempenho das opções dentro do contexto apresentado nos cenários criados, além de evitar uma possível negligência quanto alguma preocupação ou interesse importante (critério) (GOODWIN; WRIGHT, 2001; BELTON; STEWART, 2002). Essas duas metodologias conseguem desempenhar funções complementares, fazendo com que sua utilização seja apontada como uma ferramenta poderosa na tomada de decisões estratégicas (MONTIBELLER; GUMMER; TUMIDEI, 2006). Na análise de decisão o uso de cenários associa incertezas futuras, útil a metodologia MCDA por fornecer um contexto visual quanto as ações tomadas (STEWART; FRENCH; RIOS, 2013). É importante esclarecer que, de acordo com Goodwin e Wright (2001), quando uma organização conta com uma diversidade de objetivos, há um grande risco de que más decisões sejam tomadas por não contar com um método bem formulado e estruturado. Para facilitar a inclusão de diversas informações quantitativas e qualitativas no processo de decisão, e proporcionar um entendimento compartilhado nas discussões e análises, o Planejamento de 82 Cenários (PC) tem se inserido nas áreas de negócios, governo e planejamento (PETERSON; CUMMING; CARPENTER, 2003). A ideia geral dessa metodologia é considerar uma gama de futuros possíveis. Essa abordagem nasceu da necessidade de criar previsões precisas em estudos desenvolvidos inicialmente por Herbert Kahn, e posteriormente pela SRI International e a Shell Oil (MAY, 1996). Em sua definição mais empregada, entende-se por cenário: como a continuação esperada para uma condição atual até o ano-horizonte (GOODWIN; WRIGHT, 2001). É condicional, desta forma, eles podem ou não acontecer. O PC, como proposto por Peterson, Cumming e Carpenter (2003), pode ser construído em cima de seis estágios demonstrados no fluxograma da Figura 26. Figura 26 – Estágios do Planejamento de Cenários (Adaptada de PETERSON; CUMMING; CARPENTER, 2003). De acordo com Belton e Stewart (2002), o interesse aqui não está em modelar detalhadamente a probabilidade de ocorrência de diferentes cenários, mas sim em avaliar ações alternativas dentro de cada um desses contextos. O foco, nesse caso, está em definir as melhores estratégias em uma variedade de futuros possíveis, que quando integrada ao MCDA consegue obter excelentes resultados. As integrações a partir da análise de decisão com múltiplos critérios podem ser diversas, o que faz deste tópico extremamente importante. Ainda pelos mesmos autores, o contexto de tomada de decisão está relacionado com um padrão de escolha que sugere que determinada alternativa poderia ser mais desejada que outra, sendo a função desta ferramenta unicamente de auxiliar no processo decisório, afinal, existem vários critérios para 83 julgar as alternativas e não há alternativa que supere todas as outras sob cada um dos critérios de desempenho. Lootsma (1999) data o surgimento da Análise de Decisão Multicritério do início da década de 70 enquadrado no ramo da Pesquisa Operacional e projetado, usualmente, para desempenhar três funções: designar uma alternativa preferida, classificar as alternativas em um pequeno número de categorias ou classificar as alternativas em uma ordem subjetiva de preferência. Buscando apoiar tais tentativas, diferentes abordagens foram propostas dentro do campo de estudo MCDA: a) Abordagem descritiva: apresenta como os tomadores de decisão se comportam quando confrontados no julgamento com várias alternativas em ângulos conflitantes, buscando entender como a metodologia contribui para o processo de decisão. b) Abordagem normativa: volta-se ao funcionamento do MCDA e o comportamento dos decisores, por meio de regras logicas fundamentadas em alguns axiomas do processo decisório. Os métodos presentes nessa abordagem são a teoria do valor de atributos múltiplos (Multi-attribute value theory - MAVT) e a teoria do utilitário de atributos múltiplos (Multi-Attribute Utility Theory - MAUT). No MAVT, o ponto chave é a construção de uma função de valor que representa o grau em que as alternativas atendem ao objetivo do critério considerado, já no MAUT, se leva em consideração uma função de utilidade para quantificar e ordenar as preferências. c) Abordagem prescritiva ou clínica: se preocupa em como os tomadores de decisão podem melhorar o processo de julgamento e as próprias decisões e como a metodologia pode auxiliar esse processo, tendo como elementos principais a modelagem, identificação das preferências, procedimentos de agregação e a estrutura do sistema de suporte a decisão. d) Abordagem construtiva: aponta as preocupações quanto a dependência dos resultados frente ao tomador de decisão e o método utilizado, questionado a coerência do sistema e a boa ordenação das preferências. Essas premissas são, de acordo com Lootsma (1999), um pouco parecidas com as abordagens normativas e prescritivas, porém a construtiva defende que o tomador de decisão e um analista desenvolvam um modelo relevante em um contexto real. Essas abordagens se dividem em duas linhas de estudo: a escola americana, geralmente seguindo a abordagem normativa em que o método frequentemente utilizado é o Analytic Hierarchy Process ou AHP, caracterizado pela hierarquia de níveis de decisão inter- 84 relacionados. A outra vertente está na escola francesa que segue a abordagem construtiva, como exemplo de aplicação estão os métodos ELECTRE, em que o objetivo é selecionar a alternativa mais preferida, rankear as alternativas ou classificar as alternativas em grupos. Suas abordagens podem ser menos exigentes em termos de fixação de parâmetros, porém os resultados se apresentam menos conclusivos em relação à agregação das preferências (LOOTSMA, 1999; CLÍMACO; CRAVEIRINHA; GIRÃO-SILVA, 2016). Ishizaka e Nemery (2013), ressaltam a dificuldade em escolher o método de análise mais apropriado ao problema, devido a infinidade de particularidades em torno de cada um, é difícil argumentar que determinado método seja perfeito ou aplicável a todo tipo de problema. Assim, uma maneira simples de determinar é examinando as informações de entrada, o esforço de modelagem e por fim, analisar os resultados e sua granularidade. O objetivo da análise de decisão é explicar o julgamento em função das circunstâncias em que foi submetido e recomendar uma decisãoem contextos específicos (GRECO; MATARAZZO; SLOWINSKI, 2001). Desta forma, a aplicação pode ser resumida em três fases de cordo com Belton e Stewart (2002): Identificação e estruturação de problemas; Construção e uso de modelos; e Desenvolvimento de planos de ação. De acordo com Ram, Montibeller e Morton (2011), os procedimentos básicos integrados as duas metolodogias: PC e MCDA, em linhas gerais, podem ser caracterizados pela formulação de um conjunto de cenários S = {s1, ..., sm}; um conjunto de alternativas ou estratégias A = {a1, ..., an}; e um grupo de critérios C = {c1, ..., cs}. A análise MCDA consiste na obtenção de desempenho dada pela Equação 13. ∑ (Vkir×Wir) j (13) Em que: a) Vkir: representa uma medida de desempenho de uma estratégia a1, em um cenário s1, em termos de um determinado critério c1; e b) Wir: é um peso associado ao critério c1 em um cenário s1. As variações relacionadas a metodologia MCDA se diferenciam principalmente na construção dos modelos, para calcular o valor do indicador de desempenho das alternativas (Vkir), Montibeller, Gummer e Tumidei (2006) descrevem uma abordagem de Goodwin e 85 Wright (G&W), que por exemplo, utilizam a abordagem mais comum e amplamente utilizada, que trabalha a partir de uma função de valor de múltiplos atributos (MAVT), que consiste na alocação dos valores de 100 e 0 para as alternativas de melhor e pior desempenho, respectivamente, e os outros valores são distribuídos em função desta atribuição. Em resumo, as etapas utilizadas por Goodwin e Wright são: Definir um conjunto de n opções estratégicas (ai); Definir um conjunto de m cenários futuros (sj); Cada alternativa de decisão é uma combinação de uma opção estratégica em um determinado cenário (ai-sj); Definir uma árvore de valor, que represente os objetivos fundamentais da organização; Meça o alcance de cada decisão alternativa ai-sj em cada objetivo da árvore de valores usando uma pontuação de 100-0; Elicitar os pesos de cada objetivo na árvore de valores usando a ponderação de oscilação (ancorando nas piores e melhores alternativas de decisão); Agregue os desempenhos de cada alternativa de decisão ai-sj usando os pesos anexados aos objetivos na árvore de valores, encontrando uma pontuação geral para a alternativa de decisão. Goodwin e Wright (2014) ainda comentam a possibilidade de utilização dos métodos de comparação por pares AHP e MACBETH para classificação das estratégias, porém ressalta determinadas incompatibilidades na aplicação. Linares (2002) optou pela utilização do método AHP para estabelecer as preferências em cada cenário dentro de estudos em planejamento de sistemas de energia, adotando para tanto os seguintes passos: Seleção e caracterização do problema proposto: investigou como se comportaria o sistema de tecnologias e combustíveis nos próximos anos. Construção de cenários: este foi definido em função das incertezas e formulado a partir de informações externas, no total foram trabalhados quatro cenários. Seleção dos tomadores de decisão e obtenção de suas preferências: um diferencial neste estudo, foi a atenção dada a diferentes partes interessadas, de forma, a implementar o maior número de visões associadas ao problema. Para obter os pesos das preferências, apresentou-se matrizes de payoff, uma para cada cenário, construídas com um modelo de expansão de geração clássica de critério único, pelo qual foi determinada a combinação ideal de tecnologias e combustíveis de acordo com cada um dos cinco critérios considerados. Assim, através de um questionário 86 os decisores avaliaram os critérios par a par para cada cenário, como proposto no método AHP. Outra questão neste estudo foi obter uma resposta de consenso, obtida pela média aritmética ponderada. Geração de estratégias eficientes em cada cenário: A partir dos resultados da etapa anterior, introduzidos no modelo de otimização de múltiplos critérios, obteve-se as soluções mais eficientes em cada cenário. Seleção de estratégias robustas: Para obter uma estratégia robusta geral dentro dos cenários, foi avaliado as estratégias ideais para cada cenário, para cada conjunto de preferências e para obter a estratégia geral mais viável - selecionou-se a estratégia que minimizava o arrependimento em todos os cenários. Harris-Lovett, Lienert e Sedlak (2019), por sua vez, utilizaram o método Swing na elicitação dos pesos. Os autores realizaram entrevistas e investigaram as preferências relacionadas a cenários voltados ao planejamento ambiental regional através da atribuição de pontos a cada um dos critérios, realizando as considerações e diretrizes do método presente em Belton e Stewart (2002). 2.6 REVISÃO SISTEMÁTICA DE MODELOS DE AVALIAÇÃO DE PAVIMENTOS AEROPORTUÁRIOS Esta seção descreve a revisão sistemática (RS) utilizada nesse trabalho para identificar pesquisas e contribuições relevantes sobre a aplicação de métodos de avaliação das condições de pavimentos aeroportuários. As publicações aqui estudadas fazem parte do artigo de revisão realizado por Moura et al. (2020), publicado na revista International Journal of Pavement Research and Technology, que trabalhou com uma estratégia de busca estruturada dedicada a capturar e sintetizar pesquisas científicas das bases da Scopus e Web of Science. O intuito é analisar e verificar possíveis lacunas para direcionar e oferecer respaldo nos resultados desta dissertação. 2.6.1 Protocolo da revisão A revisão utilizada identifica e analisa métodos, técnicas e variáveis existentes para elaboração de modelos de avaliação usados na determinação de ações de manutenção em pavimentos aeroportuários. Os termos de buscas empregados são apresentados no Quadro 10. 87 Termos de busca Airport Pavement + Deterioration; Condition; Degradation + Prediction; Forecasting Runway + Deterioration; Condition; Degradation + Evaluation; Management; Maintenance Quadro 10 – Termos de buscas (Adaptado de MOURA et al., 2020). As buscas foram feitas nos títulos, resumos e palavras-chave de artigos de periódicos científicos, conferências da área e outros meios que trabalhem com revisão por pares. Os critérios de inclusão e exclusão das pesquisas foram: Critérios de inclusão: a) Serão incluídos trabalhos publicados e disponíveis integralmente em bases de dados científicas ou em versões impressas. b) Serão incluídos os trabalhos que abordarem métodos, técnicas e descrevam as variáveis para elaboração de modelos de avaliação ou previsão das condições (desempenho ou degradação) de pavimentos. c) Devem ser trabalhos que possuam aprovação pela comunidade científica. Critérios de exclusão: a) Serão desconsiderados trabalhos que não estejam disponíveis integralmente nas bases de dados pesquisadas. b) Serão excluídos trabalhos publicados como artigos curtos ou pôsteres. c) Serão excluídos trabalhos que não tratem de pavimentos aeroportuários. Uma visão geral do protocolo adotado, é apresentado na Figura 27. 88 Figura 27 – Fases da revisão sistemática (Adaptada de MOURA et al., 2020). 2.6.2 Análise dos trabalhos relacionados No artigo, é possível identificar alguns trabalhos direcionados ao planejamento e elaboração de estratégias de manutenção em pavimentos aeroportuários, concentrados principalmente em modelos de previsão e metodologias de avaliação. As pesquisas encontradas propõem, em sua maioria, metodologias de tratamento e avaliação das condições funcionais, ou seja, parâmetros que estão relacionados ao conforto do usuário e as condições de rolamento. O desenvolvimento de modelos de previsão de desempenho, podem ser observados em 24 artigos: 14 trabalharam com modelos empíricos-mecanísticos, 8 com abordagens empíricase apenas 3 com modelos mecanísticos (Figura 28), o que já era esperado pela complexidade desses modelos a nível matemático e físico. 89 Figura 28 - Categoria dos modelos estudados (Adaptada de MOURA et al., 2020). Em relação a esses trabalhos observa-se, no geral, que recorrem a utilização de técnicas de regressão, e modelos numéricos complexos: que trabalham com a representação física do processo, excluindo qualquer análise empírica (MOURA et al., 2020). Nota-se que os modelos probabilísticos de previsão de desempenho, identificados na revisão de Gendreau e Soriano (1998), continuam sendo trabalhados e desenvolvidos através de modelos markovianos utilizados nas pesquisas de Shah et al. (2004) e Campos e Gonzales (2018). Essas metodologias são definidas em função da extensão do banco de dados, testes ou experimentos laboratoriais realizados. Pesquisas como de Liu et al. (2019), Villarreal e Hossain (2015), Suh et al. (2002), Al-Suleiman et al. (1996), Shahin e Becker (1984), Horne e Sparks (1970) e Yuan e Mooney (2003) contam com maior número de amostras, que contribuí na obtenção de resultados mais confiáveis de previsão. As pesquisas direcionadas a avaliação de estado dos pavimentos focam no uso de ferramentas de Sistemas de Informação Geográficas (GIS), o uso de tecnologias BIM (Building Information Modeling) (Oliveira et al., 2020), DHDV (Digital Highway Data Vehicle) para levantamento e identificação de defeitos na superfície (WANG et al., 2011) e metodologias MCDA (Multiple-Criteria Decision Analysis) (VYAS et al., 2019A; YAN et al., 2011), principalmente. Percebe-se que a grande quantidade de variáveis analisadas na tomada de decisão de estratégias da manutenção, podem afetar os objetivos propostos nos trabalhos. Com isso, Mascio e Moretti (2019) enfatizam a importância do gerenciamento de informações funcionais e estruturais. Alguns trabalhos mostraram ferramentas direcionadas especialmente a essa temática (OLIVEIRA et al., 2020; TU et al., 2019; MCNERNEY; KEEGAN, 2011; WANG et al., 2011) com adoção de tecnologias automatizadas, que já são de uso comum em outros países em aeroportos de grande porte. 90 Outra consideração importante, encontrada em Moura et al. (2020), é a distribuição das regiões em que foram realizadas essas pesquisas: dos 40 artigos selecionados a maioria contou com aeroportos e laboratórios situados nos Estados Unidos (EUA), com destaque aos Aeroportos Internacionais de Denver e Atlanta. A China vem logo em seguida com 6 artigos e a Itália com 5 artigos. De modo geral, as conclusões dos estudos sugerem pesquisas para inclusão de novos dados, eficiência na manipulação de informações e utilização de ferramentas de coleta das atribuições de condição dos pavimentos. Indicam também que há problemas no processo de decisão de estratégias de manutenção, devido principalmente, a características específicas do sistema e ao reduzido número de amostras trabalhadas. Além disso, os artigos também sugerem a implementação de iniciativas para otimizar decisões e atividades no setor, de forma a garantir a redução de gastos com manutenção e restauração (MOURA et al., 2020). Para melhor visualização das particularidades presentes nos trabalhos, o Quadro 11 mostra a comparação e presença das seguintes características: previsão de desempenho, sugestão de tratamento, avaliação de área funcional/estrutural, critérios de determinação de estratégias e análise de causa e efeito das falhas no pavimento. 91 Estudo Previsão de desempenho Sugestão de tratamento Avaliação funcional e estrutural Parâmetros de definição de estratégias Análise de causa e efeito de falhas Oliveira et al. (2020) X X Vyas et al. (2019a) X X Liu et al. (2019) X X Tu et al. (2019) X Cai e Pan (2018) X X Campos e Gonzales (2018) X Celauro et al. (2017) X Levenberg et al. (2017) X X Nuijten (2016) X X Pasindu et al. (2016) X Huang et al. (2015) X X X Villarreal e Hossain (2015) X Barbarella et al. (2014) X Huang et al. (2014) X Schibani et al. (2014) X Hawkins e Covalt (2013) X Liu et al. (2011) X X McNerney e Keegan (2011) X X X Wang et al., (2011) X Yan et al. (2011) X X Al-Qadi et al. (2010) X X Kim e Buttlar (2009) X X Hachiya et al. (2009) X Herrin e Fuselier (2008) X Watkins et al. (2008) X McNerney (2008) X Leahy et al. (2008) X X Ho e Romero (2008) X Gopalakrishnan e Ceylan (2008) X X Kim e Tutumluer (2006) X X Shah et al. (2004) X X X Lee et al. (2004) X Yuan e Mooney (2003) X X Suh et al. (2002) X Ceylan et al. (2000) X X Hammons (1998) X X Al-Suleiman et al. (1996) X X X Rada et al. (1992) X X X X Shahin e Becker (1984) X Horne e Sparks (1970) X Proposta de trabalho X X X X X Quadro 11 – Comparação dos estudos para determinação de estratégias de manutenção. 92 3 METODOLOGIA DA PESQUISA Este trabalho aborda o campo de conhecimento de pavimentos aeroportuários, em um contexto de avaliação de estratégias de manutenção. O presente capítulo, destina-se a apresentar o caminho para o desdobramento dessa proposta. Há vários tipos de planejamento de pesquisas que podem ser apropriados para os diferentes tipos de projetos desenvolvidos, cabe ao pesquisador conhecer a natureza do problema e definir os objetivos que pretende alcançar (WALLIMAN, 2011). Por essa razão, se faz importante a elaboração de um protocolo abrangente durante o planejamento de um projeto de pesquisa, de forma que o avaliador consiga fundamentar seus questionamentos de forma construtiva (KENDALL, 2003). A pesquisa científica estrutura-se em procedimentos objetivos, com a finalidade de produzir conhecimento ou integrar aqueles pré-existentes. Formula-se, portanto, a preparação e delimitação do problema, construção do plano, execução e apresentação final. Desta forma, cabe ao pesquisador o conhecimento de cada uma dessas etapas para aplicá-las oportunamente (KÖCHE, 2011). 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA Uma pesquisa pode ser definida por procedimentos racionais e sistemáticos, desenvolvidos de acordo com o conhecimento, métodos e técnicas disponíveis. Dos dois grandes grupos de classificação da pesquisa, sugeridos por Gil (2017), esta enquadrasse em razões de ordem prática, com o intuito de melhorar a eficiência de um processo. Como a finalidade principal está em produzir conhecimento científico para aplicação e trabalhar com a geração de novos processos, é possível definir esse estudo como uma pesquisa aplicada ou tecnológica (SILVA, 2004). Para obtenção de resultados, este projeto necessita de ações bem planejadas e caracterizadas quanto o método que será empregado. Segundo Chu e Ke (2017), essas definições ocorrem a partir da determinação das técnicas de coleta de dados a serem utilizadas. A partir dessas considerações, esta pesquisa pode ser caracterizada como estudo de caso, definido pela Press Academia (2018), como uma estratégia de pesquisa que investiga empiricamente, um fenômeno dentro do seu contexto real, pode conter um ou vários estudos de caso e inclui evidências quantitativas, que dependem da análise de diversas fontes e do próprio desenvolvimento das proposições teóricas. Gil (2017) elenca os propósitos deste tipo de pesquisa em cinco tópicos: a) explorar situações reais, cujos limites não estão claramente definidos; b) manter características fundamentais do objeto estudado; 93 c) descrever os detalhes e o contexto em que se insere a investigação; d) formular hipóteses e/ou teorias; e) explicar as variáveis causais de determinado acontecimento, complexo a ponto de não possibilitar a utilização de levantamentos e experimentos. O estudo de casoganha ênfase na exploração e descrição do fenômeno estudado. Como as análises realizadas contam com o suporte e os dados históricos relacionado a manutenção dos pavimentos do Aeroporto de Natal/RN, é válido apontá-la como caracterização da pesquisa. Yin (2015), enfoca o escopo, o processo e as características metodológicas da pesquisa de estudo de caso, descrevendo como uma forma de fazer pesquisa social atuante, pois propõe-se a analisar um evento de um contexto real, onde não são claras as interações, e que existem ainda diversas fontes usadas como evidências. Através da identificação do tipo certo de método que exige a pesquisa, é possível convencer o público acadêmico da validade do trabalho e apresentar um estudo que esteja fortemente fundamentado (WALLIMAN, 2011). A pesquisa pode ser classificada sobre duas vertentes: a quantitativa e a qualitativa. O emprego de técnicas estatísticas ou quantitativas, direcionam-se a análise de dados numéricos, e as técnicas qualitativas são usadas na análise de dados textuais (CHU e KE, 2017). Neste trabalho o plano de pesquisa se caracteriza como quantitativa, onde as declarações das questões envolvidas no tema, devem ser concisas e não ambíguas, mas também possuir em determinadas etapas características qualitativas, na tentativa de obter uma impressão mais holística do problema da pesquisa (LAWAL, 2009). Outra forma de classificar uma pesquisa, relaciona-se com o procedimento geral utilizado na investigação dos acontecimentos, podendo ser bibliográfica, experimental ou descritiva. De acordo com os objetivos deste estudo, a pesquisa descritiva permite a análise de variáveis em dado fenômeno sem manipulação das condições, a intenção é constatar e avaliar as relações desses fatores a medida que ocorrem, de forma espontânea e em situações já existentes. Os méritos dos diferentes tipos de pesquisa são os mesmos, o que garante a validade é a cientificidade. Ressalta-se que em determinados momentos da pesquisa, está assumirá também, um caráter exploratório, para identificar determinados fenômenos (KÖCHE, 2011). Hammarberg, Kirkman e Lacey (2016), destacam a importância de saber quando usar o método, pois quem avalia a pesquisa deve analisar com rigor científico as conclusões obtidas. Esta dissertação irá trabalhar em resumo, com os conceitos apresentados na Figura 29. 94 Figura 29 – Caracterização da pesquisa. Naturalmente, a fase final é composta pela elaboração escrita de todos os procedimentos realizados. Pensando nisso, Yin (2015) propõe uma abordagem aplicável a estudos descritivos e exploratórios, constituída de uma estrutura analítica linear, em que a sequência utilizada inclui o tema ou o problema que está sendo estudado, uma revisão importante da literatura existente, os métodos utilizados, as descobertas feitas a partir dos dados coletados e analisados, e as conclusões e implicações feitas a partir das descobertas. Pelo exposto acima e buscando atender aos objetivos, optou-se pela realização de uma pesquisa com abordagem em um estudo de caso. Onde para o objetivo da pesquisa importa a caracterização quali-quantitativa das condições funcionais e estruturais do pavimento aeroportuário, para elaboração do modelo de avaliação de estratégias de manutenção, contando para fins de análise, com o banco de dados do próprio aeroporto, alvo desta pesquisa. De posse dessas informações, será possível a construção da proposta final. 3.2 PROCEDIMENTO DA PESQUISA Para formulação do problema a ser pesquisado, foi realizada uma análise das principais dificuldades operacionais encontradas para o processamento de voos no transporte aéreo. Em reunião com a equipe do Aeroporto Internacional de Natal/RN, observou-se o interesse em melhorar o sistema de gerenciamento dos pavimentos. Em um contexto global, com o crescimento do setor aéreo os principais entraves relacionam-se ao aumento da eficiência com o mínimo de custos, sendo as pistas de pouso e decolagem os ativos de maior valor, um planejamento eficaz da manutenção garantiria uma melhor estabilidade operacional dos pavimentos a administração. No presente trabalho, foi adotado a abordagem metodológica que tem como base um estudo de caso que investiga e busca a solução do problema apresentado dentro do contexto de uma empresa aeroportuária. Para isso, o trabalho foi dividido em seis etapas (Figura 30): 1. Revisão Bibliográfica; 2. Análise de falhas presentes em pavimentos aeroportuários; 3. Pré- processamento de dados; 4. Elaboração dos modelos de avaliação das estratégias de Classificação da Pesquisa • Estudo de caso Natureza • Aplicada Abordagem • Quantitativa • Qualitativa Objetivos • Exploratória • Descritiva 95 manutenção; 5. Validação dos modelos propostos; 6. Desenvolvimento do Plano Mestre de Manutenção do aeroporto e apresentação das considerações finais. Figura 30 - Fluxograma dos procedimentos da pesquisa. 96 A descrição das etapas deste estudo tem como finalidade facilitar a compreensão quanto o processo e a lógica de construção da pesquisa e principalmente, destacar o percurso trilhado e as técnicas empregadas no desenvolvimento do modelo de avaliação de pavimentos aeroportuários. Cada uma das seis etapas, são descritas em riqueza de detalhes a seguir. Etapa 1: Revisão Bibliográfica Essa etapa foi elaborada com dois objetivos, o primeiro corresponde a pesquisa bibliográfica sobre materiais e propriedades de pavimentos aeroportuários, além de discorrer de técnicas e programas utilizados para dimensionamento, formas de avaliação das condições estruturais e funcionais e metodologias para elaboração de sistemas de gerenciamento de pavimentos, para isso concentrou-se na leitura e verificação de normas e manuais fornecidos por agências regulamentadoras da avião civil, principalmente da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), Federal Aviation Administration (FAA), Civil Aviation Authority (CAA), European Aviation Safety Agency (EASA) e International Civil Aviation Organization (ICAO). O segundo objetivo foi realizar uma revisão sistemática estruturada em investigar modelos de avaliação e previsão das condições de pavimentos aeroportuários, nas bases de pesquisa da Scopus e Web of Science. A partir de uma pesquisa direcionado é possível mensurar as contribuições na área, elencar variáveis e métodos utilizados. Etapa 2: Análise de Falhas Essa etapa é utilizada para identificar as principais falhas presentes nos pavimentos aeroportuários a partir da análise da literatura, da revisão sistemática elaborada e da troca de informações com a equipe de profissionais do aeroporto. Na manutenção, é imprescindível elencar os modos, efeitos e causas das falhas e identificar fatores em situação de não conformidade com os padrões definidos pela ANAC. Por meio dessa verificação é possível direcionar o planejamento das manutenções e elaborar propostas de melhoria para que as atividades naquele ativo se mantenham sob controle e dentro do previsto. Etapa 3: Pré-processamento de dados O Aeroporto de Natal é administrado pela Inframerica desde 2014. O banco de dados utilizado nessa pesquisa faz parte do histórico de manutenções e intervenções nas pistas de pouso e decolagem e taxiway. Nesses dados constam os ensaios funcionais de macrotextura, atrito e IRI, e estruturais de FWD e ACN/PCN. Além disso, estão incluídas informações cadastrais de tipo de revestimento, idade dos pavimentos, geometria, pluviometria, informações 97 quanto ao tráfego de aeronaves (mix e frequência), histórico de intervenções e relatórios de inspeções visuais. Para complemento do banco de dados foram coletadas outras informações quanto as aeronaves, de peso e pressão dos pneus, de clima, sobre umidade, temperatura e vento do banco de dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), e por fim as característicasterritoriais do município onde está localizado o sitio aeroportuário. Nesta etapa da pesquisa são apresentadas as atividades que envolvem preparação, organização e estruturação dos dados. Trata-se de uma etapa fundamental que precede a construção dos modelos de avaliação e predição. Etapa 4: Modelos de Avaliação O objetivo da quarta etapa é estabelecer o modelo de avaliação das estratégias de manutenção, tomando como base as informações coletadas a partir do banco de dados e sintetizadas na etapa anterior. Elencada as falhas, determina-se quando trabalhar com manutenções sistemáticas e condicionadas. Tomando como base a revisão sistemática apresentada anteriormente, optou-se por utilizar Redes Neurais Artificiais (RNA) para desenvolvimento das estratégias de manutenção sistemática, e para manutenção condicional o uso de abordagens multicritério de apoio a decisão na avaliação de cenários será implementada. A construção final do modelo permitirá a inserção dos indicadores, avaliar e classificar as estratégias a serem empregadas de acordo com a condição existente. Etapa 5: Validação dos modelos pela aplicação O propósito desta etapa fundamentou-se em avaliar a efetividade do modelo através de sua aplicação no Aeroporto de Natal, e apresentação a equipe de manutenção quanto a utilização da proposta, considerando os procedimentos e diretrizes para sua implementação. Como as proposições são direcionadas a um aeroporto com pouco tempo de operações e considerando que as atividades e ações de conservação das estruturas são em cima de análises visuais e experiência dos profissionais que fazem parte da administração, foi aberta a metodologia a análise crítica, a fim de identificar possíveis obstáculos que possam impedir a utilização do modelo pela coordenação de manutenção. Etapa 6: Desenvolvimento do Plano Mestre de Manutenção O Plano Mestre de Manutenção, de acordo com Viana (2014), é composto de uma série de ações, especificamente executadas, que visão manter um ativo em seu melhor estado operacional. Os procedimentos adotados na definição das estratégias tomaram como base o 98 modelo desenvolvido durante a etapa 4, e a elaboração do Plano consistirá em metas e organização das ordens de serviços contendo as atividades a serem realizadas em um horizonte de tempo pré-definido pela equipe de manutenção do aeroporto de acordo com as necessidades técnicas. 3.3 ESTUDO DE CASO: AEROPORTO DE NATAL – INFRAMERICA O Aeroporto de Natal (SBSG – Código ICAO) fica localizado na Região Metropolitana de Natal (RMN) ou Grande Natal como também é conhecida, formada por quinze municípios do Rio Grande do Norte. Especificamente, o sítio aeroportuário de Natal possui área total de 15 km², em formato de retângulo, e encontra-se no município de São Gonçalo do Amarante (Figura 31), a 33 quilômetros do centro da cidade de Natal. O aeroporto é o primeiro no Brasil a ser administrado 100% pela iniciativa privada, e está em operação desde o dia 31 de maio de 2014, dirigido pelo maior operador aeroportuário privado do mundo, o Consórcio Inframerica. Até então, as operações de transporte aéreo da região aconteciam no Aeroporto Internacional Augusto Severo, em Parnamirim/RN, sendo desativado e devolvido a Força Aérea Brasileira, operando hoje exclusivamente com aviação militar. Figura 31 - Localização da área de estudo. A construção do Aeroporto de Natal teve suas obras de infraestrutura básica executadas pelo Exército. Esses trabalhos dizem respeito a construção da pista de pouso e decolagem, táxi, 99 pátios, vias de acesso nos limites do complexo, sistema de drenagem e outros serviços, concluídos em 2014. Factualmente, as primeiras atividades pelo 1º Grupamento de Engenharia, começaram em 2004, mas só em 2009 foi colocado o concreto asfáltico ou Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ), como também é conhecido, da pista de pouso e decolagem. Durante esse processo, alterações no projeto foram realizadas e novos termos de cooperação da Infraero e do Departamento de Engenharia e Construção (DEC) foram abertos para execução de tarefas complementares a obra (BRASIL, 2015). Em 2011 aconteceu a primeira operação com uma aeronave em um teste para aterrissagem do avião presidencial. Por último, foram realizados os serviços de pavimentação rígida dos pátios, que teve início em 2012, e concluídos no ano seguinte, para que então os trabalhos fossem encerrados pelo Exército. Em paralelo, também acontecia a construção do TPS, que inicialmente, seria implementado pela Infraero, até que por decisão do Poder Público, houve a descentralização da administração mediante concessão a Inframerica (ANAC, [2018]). A Inframerica participou do primeiro leilão de aeroportos do país, realizado em 22 de agosto de 2011, passando a ser responsável pela construção do TPS, manutenção e exploração do aeroporto. A Corporación América, a qual faz parte, coordena e opera 53 aeroportos distribuídos na América latina e na Europa. No Brasil, em 2012, também assumiu a administração do Aeroporto de Brasília. A concessão tem prazo de vigência de 28 anos, podendo ser prorrogáveis por mais 5 anos. Com capacidade para receber 6 milhões de pax /ano e possuir uma área de 42 mil m2. O aeroporto também dispõe de uma pista de pouso e decolagem com capacidade declarada, pelo Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA), de 30 movimentos por hora, a maior capacidade de pista da região Nordeste (ANEAA, 2019). O projeto-piloto das privatizações no setor, enfrentou dificuldades diante das resseções econômicas, a movimentação entre os anos de 2015 e 2016 sofreram redução de 15% no previsto (PWS, 2016), a Figura 32 apresenta os dados estatísticos do aeroporto de 2014 a 2019, de aeronaves, pax e carga aérea. 100 Figura 32 – Dados estatísticos do Aeroporto de Natal (Adaptado de Aeroporto de Natal, 2019). Por outro lado, o setor de cargas no ano de 2016 cresceu, fazendo do Terminal o maior exportador aéreo de mercadorias do Nordeste. A partir dos investimentos da Inframerica em infraestrutura, tecnologia e pessoal, todos esses fatores foram responsáveis pela conquista de novas rotas regulares, como o cargueiro MD – 11 da Lufthansa Cargo que leva cerca de 250 ton/mês de frutas para a Europa. A Secretaria de Aviação Civil (SAC), realiza trimestralmente, uma pesquisa que mede a satisfação dos passageiros em 38 itens de infraestrutura, atendimento, serviços e itens de gestão dos 20 principais aeroportos do Brasil. No 3º trimestre de 2016, o Aeroporto de Natal foi considerado o melhor do país na categoria até 5 milhões de pax. O Terminal recebeu nota 4,36, do total de 5, ficando acima da média geral (SAC, 2016). Na última pesquisa divulgada, referente ao 3º trimestre de 2019, quanto a satisfação dos passageiros, em 7 tópicos da pesquisa, o Aeroporto de Natal ficou entre os três aeroportos mais bem avaliados. Pela pesquisa da SAC, os maiores destaques foram Facilidade de Desembarque no meio-fio (3º), Disponibilidade e limpeza de sanitários (ambos 3º), Disponibilidade de assentos na sala de embarque (3º), Conforto acústico do aeroporto (3º), Disponibilidade de vagas no estacionamento de veículos (3º) e Cordialidade e prestatividade dos funcionários do check-in (2º) (SAC, 2019). 11986 1495724 4608300 22625 2584355 10895847 18553 2316349 12076973 18835 2403135 12389187 18812 2429389 15420366 17854 2330725 12981228 0 4000000 8000000 12000000 16000000 A e ro n av es ( u n id .) P as sa ge ir o s (u n id .) C ar ga A ér e a (k g. ) A e ro n av es ( u n id .) P as sa ge ir o s (u n id .) C ar ga A ér e a (k g. ) A e ro n av es ( u n id .) P as sa ge ir o s (u n id .) C ar ga A ér e a (k g. ) A e ro n av es ( u n id .) P as sa ge ir o s (u n id .) C ar gaA ér e a (k g. ) A e ro n av es ( u n id .) P as sa ge ir o s (u n id .) C ar ga A ér e a (k g. ) A e ro n av es ( u n id .) P as sa ge ir o s (u n id .) C ar ga A ér e a (k g. ) 2014 2015 2016 2017 2018 2019 ESTATÍSTICAS - AEROPORTO DE NATAL 101 3.3.1 Complexo Aeroportuário Em resumo as informações operacionais referentes ao Aeroporto de Natal são apresentadas no Tabela 13. Informações gerais Área total sítio aeroportuário 1.500 hectares Área operacional 40 mil m² Categoria do Aeroporto Categoria F Pontes de Embarque 6 pontes de embarque, sendo duas duplas Posições de check-in 42 posições Estacionamento 860 vagas no total (114 VIPs e 746 regulares) Pista de Pouso e Decolagem (PPD) Tipo de pavimento Asfalto Dimensões 3.000 m x 60 m PCN 70/F/A/X/T Faixa de Pista 3.120 m x 300 m Pistas de Taxiamento Tipo de pavimento Asfalto PCN 70/F/A/X/T A - TWY paralela à TWY B que liga TWY E a TWY F 789,9 m x 25 m B - TWY de mesma dimensão e paralela à PPD 3.303,03 m x 25 m B1 - TWY de ingresso para a RWY 12 196,19 m x 34 m B4 - TWY de ingresso para a RWY 30 196,19 m x 34 m CC - Segunda saída rápida da RWY 12 312 m x 32,35 m DD - Primeira saída rápida da RWY 12 312 m x 32,35 m E - TWY perpendicular à TWY B acesso ao pátio 200 m x 47,4 m F - TWY perpendicular à TWY B acesso ao pátio 200 m x 47,4 m Pátio de Aeronaves Tipo de pavimento Concreto de cimento Portland Posições remotas de Aeronaves 10 posições Tabela 13 – Características gerais do Aeroporto de Natal. 3.3.2 Caracterização territórial Um pavimento de aeroporto é uma construção de engenharia complexa de executar, pois envolve uma análise detalhada de quatro componentes fundamentais: o subleito (solo natural de fundação), os materiais de pavimentação (camada superficial, base e sub-base), as características de cargas e clima (FAA, 2004). Todas essas considerações foram levantadas para definir o local de construção do sítio aeroportuário. A região escolhida possuía dimensões suficientes para o projeto que seria desenvolvido e com possibilidades para ampliação, apresentava condições de drenagem favoráveis em função do tipo de solo daquela região, predominantemente Argissolos Vermelho- Amarelos (PVA), e contava com uma topografia com poucas variações, principalmente na área de localização da pista principal, cortando gastos relacionados a preparação do terreno, como ações de aterro. A representação em mapas do solo e relevo podem ser melhor visualizadas nos mapas da Figura 33, elaborados a partir de dados de IBGE (2001) e EMBRAPA (2001). 102 Figura 33 – Mapas referentes a Fig. 33.1 - Tipos de solo do município de São Gonçalo do Amarante/RN e a Fig. 33.2 - Hipsometria do município de São Gonçalo do Amarante/RN (Elaborado pela autora a partir de dados de IBGE, 2001 e EMBRAPA, 2001). 3.3.3 Regime pluviométrico, clima e temperatura A Região Nordeste é marcada por grandes variações climáticas, o estado do Rio Grande Norte em particular, enquadra-se em duas zonas climáticas, a Figura 34, apresenta a classificação geral de climas zonais do estado. É possivel observar que existem em todo o RN, área Tropical de Zona Equatorial (TZE) e Tropical do Nordeste Oriental (TNO). Pelo mesmo mapa, visualiza-se a localização de São Gonçalo do Amarante, que consta em área TNO, caracterizada por subdomínios climáticos: úmido, semiúmido e semiárido (NÍMER, 1977). Figura 34 – Zonas Climáticas do Rio Grande do Norte (Elaborado pela autora a partir de dados de IBGE, 2002). 103 De acordo com MOTTA (2004) as precipitações em Natal consistem de chuvas e chuvisto, de intensidades variadas. Lucena, Cabral Júnior e Steinke (2018), colocam que 75% dos municípios do RN, apresentam precipitações médias anuais inferiores a 880 mm, porém o Aeroporto de Natal está situado na Mesorregião Leste Potiguar, onde os valores de precipitação são bem superiores. No banco de dados consta o registro pluviométrico histórico do começo das construções, em 2004, até novembro de 2019. A Figura 35 apresenta um resumo gráfico das condições pluviométricas totais de cada ano, e a Figura 36, uma média dos registros de cada més durante esse tempo. No ano de 2019, o registro foi feito até o mês de novembro. Figura 35 – Total de pluviosidade registrada em cada ano. Figura 36 – Média de pluviosidade de cada mês. A temperatura e a umidade, são outros dois indicadores importantes na avaliação das condições do pavimento, principalmente relacionadas a defeitos na superfície. A Região Nordeste possui diferentes variações de temperatura, porém quando levada em consideração as máximas e as mínimas diárias, as diferenças não são tão perceptíveis, basicamente o território apresenta comportamento representado por duas categorias: Clima Quente e Clima Subquente, 0 500 1000 1500 2000 2500 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 P lu v io si d ad e (m m ) Ano (2004 - Novembro de 2019) 0 50 100 150 200 250 300 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ P lu v io si d ad e (m m ) Meses 104 sendo mais de 95% marcado pelo Clima Quente, em que todos os meses acusam temperatura média superior a 18º C (NÍMER, 1977), como mostrado na Figura 37.1. Quanto a distribuição de umidade, como visto anteriormente, essa é determinada em função da zona climática da região, no caso de São Gonçalo do Amarante, este está localizado em região semiúmida (Figura 37.2). Figura 37 - Mapas referentes a Fig. 37.1 – Distribuição de temperatura média do Rio Grande do Norte/RN e a Fig. 37.2 – Distribuição de umidade do Rio Grande do Norte/RN (Elaborado pela autora a partir de dados de IBGE, 2002). 3.4 DESCRIÇÃO GERAL DAS CONDIÇÕES DAS PISTAS DO AEROPORTO DE NATAL O projeto da PPD do aeroporto, considerou para dimensionamento a situação de análise mais crítica, com a aeronave em seu Peso Máximo de Decolagem, e utilizou a projeção de tráfego de 2005 a 2025. Em geral, o projeto dos pavimentos flexíveis e rígidos seguiram as orientações da AC 150/5320-6D, substituída atualmente pela 150/5320-6F (FAA, 2016). O processamento final dos dados, foi realizado em programas disponibilizados pela FAA, entre eles o LEDFAA. Ressalta-se que pavimentos projetados de acordo com essas normas visam proporcionar uma vida estrutural de 20 anos, livre de grandes manutenções, se não forem encontradas grandes alterações no tráfego previsto (FAA, 2016). A estrutura final construída foi dividida em cinco camadas: CBUQ Capa, CBUQ “binder”, Base, Sub-base e Subleito. Com o começo das operações, em 2014, a equipe de manutenção da Inframerica, encarregou-se de executar os procedimentos de rotina e demais atividade regulamentadas pela ANAC, quanto ensaios e inspeções periódicas nos pavimentos. Todavia, em 2015 começaram a surgir defeitos na superfície da PPD e TWY, especificamente nos pontos determinados na Figura 38. Essas fissuras intensificaram-se em 2016, independente dos reparos superficiais 105 executados, levando a coordenação de manutenção a tomar iniciativas para definir a causa e o tipo de intervenção a ser realizado nas pistas. Figura 38 - Localização dos defeitos no pavimento de SBSG. A FAA (2014d) define esse tipo de patologia, apresentada na Figura 39, como slippage cracks, caracterizada por rachaduras de deslizamento que aparecem ao frear ou girar as rodas da aeronave, fazendo com que a superfície do pavimento se deforme. Normalmente, ocorrem quando há uma mistura superficial de baixa resistência ou baixa ligação entre a superfície e a próxima camada da estrutura, como foi verificado no projeto de análise realizado pelo aeroporto, especificamente nos ensaios de deflexão obtidos com o FWD. Havia, neste caso, uma má aderência entre os revestimentos (capa e binder).Figura 39 – Escorregamento (Slippage cracking) presente na superfície do pavimento em 2015 e 2016. A solução prevista, foi a reestruturação da Capa e rigoroso controle de execução, principalmente na ligação entre o “binder” e a Capa nova, em 2017. Durante esse período o aeroporto teve que limitar suas operações de voo até que todos as atividades fossem concluídas. 106 Atualmente, as pistas encontram-se sem defeitos aparentes, exceto, na pista de táxi paralela a PPD nos pontos de giro de saída rápida, já que os reparos nessa área não foram totais, mais pontuais. As cabeceiras da PPD, também apresentam fissuras (Figura 40), mas em quantidade irrisória. Figura 40 – Fissuras presentes na cabeceira da PPD. 3.4.1 Condições estruturais A avaliação estrutural das camadas do pavimento são realizadas com o auxílio de ensaios não destrutivos (FWD), e pela aplicação do método ACN/PCN, conforme estabelecido na ANAC (2019a). O ensaio é realizada nas 4 faixas de rolamento, especificamente nos trechos: Trecho 01: Pista direita externa – Faixa 1 (6,0 m do eixo); Trecho 02: Pista direita interna – Faixa 2 (3,0 m do eixo); Trecho 03: Pista esquerda interna – Faixa 3 (3,0 m do eixo); Trecho 04: Pista esquerda externa – Faixa 4 (6,0 m do eixo). O equipamento utilizado nas medições é o modelo PRIMAX 1500 marca SWECO, com carga aplicada de 120 kN, e 14 Geofones. Os serviços de campo acontecem na Zona de Toque (ZT). Destaca-se que essas avaliações devem ocorrer principalmente quando identificada alguma inconformidade em relação ao tráfego ou constatação de algum problema de origem estrutural, por convenção o Aeroporto de Natal executa esses procedimentos a cada dois anos. Em 2017, o cálculo de ACN/PCN fez uso do software COMFAA, e adotou valores de CBR de 15%, classificado como categoria alta. Naquele ano o mix de aeronaves previstas para operarem no aeroporto estão descritas na Tabela 14. 107 Aeronave Frequência Anual D-50 243 A310-300 701 A320-100 3.037 Adv. B737-200 511 B737-300 3.686 B737-400 3.004 B737-700 3.578 B747-400 852 B757-200 688 B767-200 370 B767-300 ER 1.197 DC10-30/40 32 MD11ER 657 B777-300ER 14 A380(BLG) 5 A380(WLG) 5 Tabela 14 - Mix de aeronaves operantes para 2017. As dimensões consideradas mantiveram os valores resultantes do projeto de restauração. Em seguida os procedimentos seguiram o padrão especificado pelas normas, obtendo com base no mix de aeronaves valor de PCN técnico de 77,1. Desta forma a notificação para o PCN da PPD após restauração em 2017, foi de 77/F/A/X/T. Em 2019, os mesmos procedimentos foram aplicados, porém o CBR considerado foi de 20%, e o mix de aeronaves considerou os equipamentos de grande porte e com frequência significativas de mais de 1.000 pousos/decolagens por ano (Tabela 15). Aeronave Frequência Anual AT72 2.808 A320 3.644 B738 4.210 A321 3.558 B737 2.133 Tabela 15 - Mix de aeronaves operantes para 2019. Dos trechos verificados, o PCN resultante de menor valor foi novamente de 77/F/A/X/T, acima dos valores de ACN das principais aeronaves atuantes no Aeroporto Internacional de Natal. 3.4.2 Condições funcionais Os dados de macrotextura, coeficiente de atrito e IRI, constantes no banco de dados, são referentes somente a PPD. Obtidos a partir do cumprimento dos procedimentos recomendados 108 e as práticas vigentes nas legislações nacionais. Como visto anteriormente, a frequência mínima dessas medições dependem da quantidade de pousos diários por cabeceira da pista. O Aeroporto de Natal realiza as medições de macrotextura nos meses de abril e outubro, cujos valores constados no banco de dados são apresentados na Figura 41, para cada ano de 2015 a 2019, respectivamente com as médias de 1/3, 2/3 e 3/3 da pista. Figura 41 – Média de Macrotextura. Para o coeficiente de atrito as medições ocorrem na mesma frequência, a 3 m e 6 m do eixo da pista, utilizando o Mμ-meter a 65 km/h. Para verificação da evolução dos valores de atrito, a Figura 42 foi elaborado a partir dos resultados obtidos para 2018 e 2019, referentes ao mês de abril, a título de comparação. Percebe-se que embora ambas as medições possuíssem níveis de atrito dentro do exigido por norma, a superfície de 2018 aparenta ser mais homogênea quando comparado ao gráfico de 2019. Figura 42 – Superfície da PPD em termos de coeficiente de atrito em Fig. 42.1 - 2018 e Fig. 42.2 - 2019. As medições de IRI, por sua vez, ocorreram em toda a extensão da PPD, nos 3.000 m. Em função da frequência estabelecida pela ANAC (2019a), o único registro do índice foi 109 realizado em 2018, através do Perfilômetro a Laser com quatro sensores, com data provável para próxima medição em março de 2020. Os valores de IRI a 3 m e 6 m do eixo da pista podem ser visualizados na Figura 43. Figura 43 - Superfície da PPD em função das medições de IRI a Fig. 43.1 – 3 metros e Fig. 43.2 – 6 metros do eixo da pista. Após a leitura foi utilizado o método estatístico de Grubs, obtendo para essa medição IRI representativo de 2,32 m/km, dentro do exigido pela ANAC. 4 ESTRATÉGIAS DE MANUTENÇÃO EM PAVIMENTOS AEROPORTUÁRIOS Com a intenção de atender o problema da pesquisa, adotou-se como objetivo geral a apresentação de uma proposta de um modelo de avaliação de estratégias de manutenção em pavimentos aeroportuários. Inicialmente, foi feita a ilustração esquemática, representada por uma árvore de níveis, para possibilitar a visualização de todo o sistema (Figura 44). 110 Figura 44 – Visualização do sistema que será estudado. Em seguida foram estabelecidas as principais falhas presentes em pavimentos, que a FAA (2014) divide em estruturais e funcionais. Uma falha no pavimento, pode ser compreendida como a incapacidade de um pavimento executar a tarefa para qual foi projetado, para essa pesquisa os efeitos de falhas potenciais considerados foram: Derrapagem/Perda de controle direcional; Redução da ação de frenagem; Aumento da fadiga dos componentes das aeronaves; Vibrações no cockpit da aeronave; Restrições de voos. Esses fatores podem ocorrer separadamente ou em combinação, dependendo da situação ao qual está exposto. Desta forma, entende-se que o problema da pesquisa parte da necessidade de criação e implantação de medidas estratégicas de manutenção, no intuito de preparar operadores de aeródromos quanto aos efeitos de falhas principais que possam vir a ocorrer no pavimento, adotando para fins de pesquisa abordagens de manutenção preventiva sistemática, e condicional para desenvolvimento dos modelos. A partir do embasamento teórico e reuniões com a equipe de manutenção do Aeroporto de Natal, construiu-se uma tabela de análise de falhas como apresentado no Quadro 12, com o tipo de avaliação utilizada para cada situação a 111 ser verificada. Assim, a pesquisa pode direcionar as etapas para elaboração dos modelos propostos. Análise Modos de Falha Efeitos de Falha Causas de Falha Avaliação Funcional 1.Acúmulo de água 2.Baixo atrito entre pneu-pavimento 1.Derrapagem/Perda de controle direcional 2. Redução da ação de frenagem 1.Acúmulo de borracha 2.Caracteristicas da superficie do pavimento 3.Parâmetros de operação dos veículos 4.Propriedades dos pneus 5.Condições ambientais Sistemática Funcional 1.Irregularidade do pavimento 2.Defeitos na superfície* 3.Detritos de objetos estranhos (FOD) 1.Aumento da fadiga dos componentes das aeronaves 2.Vibrações no cockpit da aeronave 1.Idade do pavimento 2.Condições ambientais 3.Problemas construtivos 4.Material utilizado 5.Condições de tráfego 6.Intervenções no pavimento 7.Acúmulo de borracha 8.Derramamento de óleo ou combustível 9.Materiais externos ao pavimento Condicional Estrutural1.Trincas por fadiga 2.Afundamento da trilha de roda 3.PCN < ACN 1. Opera voos com restrições 1.Tráfego de aeronaves 2.Condições ambientais 3.Problemas construtivos 4.Qualidade do solo do subleito 5.Materiais de composição Condicional Quadro 12 – Análise de falhas potenciais em pavimentos aeroportuários e proposta de avaliação das estratégias de manutenção. *Os defeitos na superfície considerados são os que possuem origem funcional (ANEXO II). Os modos de falhas apresentados, referem-se as potenciais formas como se manifestam os problemas encontrados em pavimentos aeroportuários, sendo cruciais no desenvolvimento dos modelos como parâmetros para as análises. A forma de avaliação foi definida com base na disponibilidade de dados e com o entendimento que a forma de avaliação proposta deve atender adequadamente as necessidades específicas de um aeroporto no Brasil. A manutenção sistemática é caracterizada por ações realizadas em intervalos definidos, neste caso será desenvolvido um modelo de previsão das condições do pavimento a partir de técnicas estatísticas, no caso, optou-se pela utilização de um modelo de redes neurais artificiais (RNA). A manutenção condicional, é realizada em função do estado do componente, para essa etapa cabe a abordagem de Planejamento de Cenários para organização das atividades de conservação dos pavimentos. Posteriormente, entraria a análise de múltiplos critérios, conforme apresentado na Figura 45. 112 Figura 45 – Metodologia do estudo. 4.1 AVALIAÇÃO SISTEMÁTICA DA MANUTENÇÃO O coeficiente de atrito é um indicador de aderência pneu-pavimento, que reflete as possibilidades de deslizamentos e diminuição da frenagem de aeronaves. Isso porque esse fator é definido pela perda de adesão, relacionada com a microtextura, a temperatura, a velocidade de deslocamento, e a histerese, influenciada pela macrotextura do pavimento (ANDRESEN; WAMBOLD, 1999). O objetivo é desenvolver um modelo preciso de previsão dos valores de atrito em pavimentos flexíveis obtidos, no Aeroporto de Natal, pelo Mμ-meter. O modelo de RNA a ser desenvolvido terá como base o banco de dados de manutenção de 2014 a 2019, e pretende prever o valor de atrito em função da macrotextura, idade do pavimento, manutenção, umidade, vento, temperatura, precipitação, tráfego, e mix: uma vez que, características singulares dos modelos, como a pressão dos pneus, são capazes de potencializar hidroavião, de acordo com estudos da NASA (HORNE; DREHER, 1963). A verificação estatística estará presente em praticamente todo o desenvolvimento da proposta, com ênfase na análise de estratégias de manutenção preventiva sistemática, ao qual seguirá com o seguinte roteiro: 113 a) Analisar a precisão dos dados; b) Verificar a estabilidade do processo gerador dos dados; c) Determinar o horizonte de previsão do método utilizado; d) Comparar as previsões com os valores realizados de demanda para obter o rigor da proposta; e) Estabelecer os percentuais de erro; f) Identificar as fontes de erro do modelo e as melhorias na conformidade do método utilizado. Em pesquisas que utilizam banco de dados, a precisão das medições é imprescindível, sem contar na escolha correta dos fatores que influenciam a variável dependente, de modo a evitar problemas na racionalidade do modelo proposto. Algumas pesquisas têm trabalhado com técnicas de previsão para determinação de resistência a derrapagem, textura e atrito de pavimentos (MARCELINO et al., 2017; CHEN et al., 2019; ZUNIGA-GARCIA; PROZZI, 2019; PRATICÒ; BRIANTE, 2020). Modelos recentes desenvolvidos para pavimentos rodoviários, são baseados em regressão e redes neurais (NAJAFI; FLINTSCH; KHALEGHIAN, 2016; PÉREZ-ACEBO; GONZALO-ORDEN; ROJÍ, 2019). Com todos esses artifícios proporcionados pela metodologia, ela tem se tornado um recurso imprescindível para trabalhos que envolvam previsões. Com a elaboração do modelo, as etapas seguintes são compostas pela validação cruzada e teste, em que há a comparação da saída prevista com a saída real (ABDELAZIZ et al., 2018). Para esta dissertação será realizada análises estatísticas de conhecimento geral para verificar os modelos construídos. A metodologia de pesquisa que será emprega está descrita na Figura 46. 114 Figura 46 – Metodologia de pesquisa para o modelo de previsão. Normalmente, as manutenções relacionadas a aderência nos pavimentos adotam equipamentos de remoção de borracha, e seguem as frequências determinadas nas RBAC’s. O nível de atrito indica quais ações devem ser adotadas, para os fins desta análise será verificada a frequência dessas medições, e se outros tipos de tratamentos não são necessários, como a inserção de grooving nos pavimentos. 4.1.1 Pré-processamento dos dados O banco de dados do Aeroporto de Natal possui uma fonte confiável de dados de desempenho dos pavimentos. No entanto, existem algumas limitações, que se resumem aos seguintes pontos: (1) Os ensaios dos índices de atrito ocorrem em quatro faixa, logo, a saída desses dados devem ser processadas de forma a obter-se o índice a 6 m e 3 m do eixo da pista em cada lado; (2) As operações de voo não são detalhadas, e não apresentam a descrição das características das aeronaves; (3) Existem dados faltantes ou que a aplicação é escalonada ao 115 longo do pavimento, como os dados de macrotextura; (4) As características do clima não vem da base do aeroporto, exceto pelos dados pluviométricos. A seguir é apresentado como cada dado foi utilizado para construção do modelo: Clima: Os dados de clima considerados foram a umidade relativa do ar, temperatura, pluviometria e a velocidade do vento. Como o aeroporto não realiza a coleta desses dados, buscou-se pela estação meteorológica mais próxima de São Gonçalo do Amarante: a estação convencional 82598, e a automática A304, de Natal. As medidas a serem testadas, foram tanto referentes ao dia de medição do atrito, como as médias diárias dos índices entre a última manutenção e a verificação do atrito. Tráfego: Considerou-se todas as operações de pouso e decolagem, excluindo operações com aeronaves de asa rotativa, em que não há contato entre pneu- pavimento. O mix de aeronaves também foi considerado para efeito de análise já que as características de rolamento influenciam as propriedades de textura da pista. Apenas aeronaves com frequências de voo significativas foram consideradas. Macrotextura: O ensaio de macrotextura é efetuado nos meses de abril e outubro, assim como as medições de atrito, por isso optou-se por utilizar sempre as medidas de macrotextura do mês de abril para previsão das medidas de atrito do mês de outubro, e assim sucessivamente. Ressalta-se que os dados de macrotextura ocorrem a 3 m do eixo da pista, a cada 100 m do seu comprimento. Para fins de ajuste esses dados foram incorporados na RNA linearmente como uma única medição. Atrito: O ensaio de atrito foi inserido e dividido em 4 classes, duas a 6 m do eixo da pista e duas a 3 m do eixo da pista. Idade do pavimento: A idade do pavimento também foi considerada no modelo, já que a pista de pouso e decolagem passou por uma reestruturação no ano de 2017, nos seus 2.100 m de comprimento e 16 m de largura. Manutenção: As manutenções de remoção de borracha no aeroporto acontecem uma vez no ano e foi utilizada no modelo como uma variável categórica, determinando se ocorreu ou não a remoção de borracha entre as medições de macrotextura e atrito. 4.1.2 Definição de parâmetros do modelo de previsão A seguir será apresentado as características do banco de dados e a metodologia adotada na construção do modelo de previsão do coeficiente de atrito utilizado para programação da manutenção sistemática. 116 4.1.2.1 Matriz de correlação Na Figura 47 apresenta-se a matriz de correlação dasvariáveis estudadas. Após a normalização dos dados, pela fórmula apresentada na Equação 14, foram utilizadas as bibliotecas do Python: Pandas, Seaborn, e Matplotlib para construção da análise de correlação. Para modelagem de redes neurais neste trabalho, foi considerado como um valor mínimo significativo de correlação, o valor de 0,3. Valores menores que este, não terão influência no treinamento da rede. Como pode ser observado, as variáveis de clima não obtiveram valores significativos. O vento, a temperatura e a umidade do ar foram analisadas pelos valores coletados no dia da execução do ensaio de atrito. 𝑆 = 𝑉 − 𝑉𝑚𝑖𝑛 𝑉𝑚á𝑥 − 𝑉𝑚𝑖𝑛 (14) Em que: S: Valor normalizado; e V: Valor da coluna que se deseja normalizar; Figura 47 – Matriz de correlação inicial. Os dados de clima também foram analisados utilizando a média mensal obtida em cada período, a Figura 48 mostra como os dados variaram em função desta alteração. É possível 117 observar que há uma melhora significativa da influência do vento e da temperatura, quando considerado todo o período desde a realização da manutenção, até o ensaio de atrito. Figura 48 – Matriz de correlação considerando a média mensal dos dados climáticos. 4.1.2.2 Modelo 1 – Hiperparâmetros utilizados Para o primeiro modelo desenvolvido, optou-se por utilizar todas as variáveis, mesmo a umidade do ar e a precipitação não interferindo tanto no modelo. Desta forma, podemos caracterizar o banco de dados da seguinte forma: Dados de entrada: Macrotextura; Velocidade do Vento; Variação de Temperatura; Umidade do Ar; Média de Precipitação; Mix de Aeronaves; Número de Operações; Idade do Pavimento; Manutenção entre as medições de Atrito e Macrotextura; 118 Comprimento da pista; Faixa de atrito; Distância até o eixo. Conjunto de verificação: Coeficiente de Atrito. Total de dados na planilha: 1.344 observações; 13 colunas. Divisão dos dados para treinamento e teste: Treinamento (80%) – 1075 Teste (20%) – 269 Quanto a arquitetura do modelo a ser avaliado, a Figura 49 apresenta a estrutura definida para treinamento do Modelo 1, composto de duas camadas ocultas: 1º - 32 neurônios, e 2º - 16 neurônios. Ressalta-se que não foi utilizada função de ativação, já que essas funções geram maior perda de magnitude e são implementadas em modelos mais complexos, que normalmente trabalham com classificação. Figura 49 – Arquitetura utilizada para modelagem do modelo. Além da utilização da biblioteca de código aberto para aprendizado de máquina, TensorFlow, o modelo aqui proposto também contou com a aplicação do Keras, utilizando para otimização de pesos o RMSprop(0.001), com iterações máximas de 1000, e métricas de 119 verificação com Erro Médio Absoluto (MAE - Mean Absolute Error) e Erro Médio Quadrático (MSE - Mean Squared Error). 4.1.2.3 Modelo 2 - Hiperparâmetros utilizados O modelo 2 procurou corrigir os erros encontrados no modelo 1. A mesma estrutura foi utilizada, só que nesta análise foram empregadas funções de sobreajuste para correções de problemas envolvendo Overfitting, que indica quando existem vieses no modelo. Uma forma de diminuir esse efeito é executando uma parada antecipada (EarlyStopping), isso quer dizer que, para o Modelo 2, quando houver 100 erros seguidos na previsão, o treino irá parar imediatamente. Novamente será analisado para fins de verificação o MAE, e o MSE. 4.1.2.4 Modelo 3 - Hiperparâmetros utilizados Dentre os hiperparâmetros que mais influenciam no desempenho de uma RNA, está a escolha do otimizador, a função que tem como objetivo diminuir o erro entre os resultados obtidos por uma rede em comparação com os resultados desejados, pois quanto menor o erro obtido por uma rede neural, maior a acurácia dos resultados e consequentemente melhor o desempenho da rede. Os modelos construídos anteriormente já passaram pelo tratamento de sobreajuste, e melhoria do Overfitting, utilizando sempre como função de otimização de pesos o RMSprop(0.001), nesta nova proposta optou-se pela aplicação do Adam(0.001), para comparação de qual otimizador obtém melhores resultados. E por fim, optou-se pela aplicação da função de ativação ReLU - Linear Retificada, utilizando a mesma estrutura adotada anteriormente. 4.1.2.5 Modelo 4 - Hiperparâmetros utilizados O quarto modelo adotou uma nova arquitetura para análise, com três camadas ocultas compostas por uma camada de 128 neurônios, e duas de 64 neurônios. Para otimização dos pesos utilizou-se a função RMSprop(0.001), e quantidade máxima de 1000 iterações. O EarlyStopping foi novamente utilizado para correção do Overfitting. A função ReLU foi empregada como função de ativação das camadas. 4.2 AVALIAÇÃO CONDICIONAL DA MANUTENÇÃO Alguns indicadores das condições funcionais e estruturais não são medidos com frequência, devido a média de pousos diários no aeroporto em estudo. Essa limitação nos dados 120 leva a utilização de abordagens alternativas de avaliação dos pavimentos. Outra questão que deve ser considerada, é que determinados índices não são exigidos pela ANAC, que toma como base principalmente avaliações visuais, por exemplo, o índice PCI não é calculado na maioria dos aeroportos brasileiros. Desta forma, o argumento central apresentado, é do uso de uma abordagem simples de ser implementada e executada, através do planejamento de cenários, que posteriormente será utilizado para determinar o tipo de manutenção mais adequada em função do estado considerado. Tomando como base essas proposições, o modelo de avaliação de estratégias de manutenção de pavimentos, proposto nessa dissertação, inicialmente contará com a estruturação dos cenários através da utilização de parametrização dos seguintes modos de falhas: Funcional: 1. Irregularidade do pavimento – É acompanhada a partir de ensaios realizados a cada 2 anos com a utilização de um Perfilômetro a Laser, caracterizando uma inspersão preditiva. Para fins de análise, será considerado, IRI adequado: igual ou inferior a 2,5 m/km e IRI inadequado: acima de 2,5 m/km. 2. Defeitos na superfície – Acompanhadas através de insperções sensitivas. Para fins de análise, será considerado o pavimento com: pouca ou nenhuma presença de defeitos na superfície e; moderada presença de defeitos na superfície. 3. Detritos de objetos estranhos (FOD) – Acompanhadas através de insperções sensitivas. Para fins de análise, será considerado se há ou não a presença de FOD. Estrutural: 1. Trincas por fadiga – Acompanhadas através de insperções sensitivas. Para fins de análise, será considerado o pavimento com: pouca ou nenhuma presença de trincas por fadiga e; moderada presença de trincas por fadiga. 2. Afundamento da trilha de roda – Acompanhadas através de insperções sensitivas. Para fins de análise, será considerado o pavimento com: pouca ou nenhuma presença de afundamento da trilha de roda e; moderada presença de afundamento da trilha de roda. 3. PCN – São acompanhadas com o auxílio de ensaios não destrutivos (FWD), e cálculo do PCN. A partir desses dados é feita a aplicação do método ACN/PCN. Para fins de análise, será considerado, PCN adequado e PCN Inadequado, quando este for menor que o ACN de aeronaves que passam pelo aeroporto. 121 Partindo de uma premissa fundamental de que todo futuro é igualmente provável (ROSENHEAD; ELTON; GUPTA, 1972), foram desenvolvidos os cenários para as condições funcionais e estruturais, apresentados nas Figura 50 e 51, respectivamente. Figura 50 – Cenários propostos para avaliação funcional condicional. Figura 51 - Cenários propostos para avaliação estrutural condicional. Esses cenários representam as possibilidades de ocorrência dos efeitosdescritos anteriomente: aumento da fadiga dos componentes das aeronaves, vibrações no cockpit e operações de voos com restrições. Sabe-se que essas situações podem ou não ocorrer, neste caso os cenários que foram preparados representam de maneira geral as incerteza, entendidas dentro do contexto de aplicações práticas de análise de decisão multicritério como: na existência de determinada situação, não se sabe quantitativamente ou qualitivamente descrever ou prever o comportamento de determinado sistema (ZIMMERMANN, 2000). É importante também ressaltar que não serão analisados cenários em que o pavimento esteja completamente degradado, uma vez que a proposta das estratégias, é justamente para evitar este tipo de situação. O objetivo é propor ações que evitem que condições indesejáveis ocorram nos pavimentos. Além disso, a visualização gera insights capazes de melhorar a habilidade dos operadores no planejamento da manutenção. 122 4.3 DEFINIÇÃO DE LINHAS ESTRATÉGICAS DE AÇÃO NA MANUTENÇÃO As soluções inicialmente propostas, serão as mesmas sugeridas nos regularmentos da FAA e da ANAC, porém organizadas conforme exemplificado no Quadro 13. A opção “não fazer nada”, não foi considerada por questões de segurança aeroportuária, e normativas da aviação civil. Diferente do software MicroPAVER que classifica as manutenções em três ações: insperção de rotina, manutenção profunda e reabilitação, este trabalho vai considerar para fins de avaliação dez ações corretivas. Ações corretivas Descrição A1 - Inspeções de rotina Realizada em determinados períodos ou intervalos de tempo no intuito de detectar irregularidades ou situações potenciais que coloquem em risco as operações de pista. A2 - Remoção do contaminante Processo de retirada ou Remoção de Borracha, água, neve, gelo, areia, óleo, lama, limo, fluido ou qualquer outra substância que gere efeito similar a tais elementos acumulada no pavimento, visando restaurar e preservar a funcionalidade operacional segura das Pistas de Pouso e Decolagem. A3 - Remendo superficial Este tratamento ocorre quando envolve a retirada e a recomposição de uma ou mais camadas asfálticas que fazem parte do revestimento. A4 - Remendo profundo É profundo, pois a origem do problema está presente em uma camada subjacente ao revestimento (base, sub-base, reforço, subleito), ou esta camada subjacente apresenta falha por algum problema de drenagem. A5 - Lama asfáltica É um revestimento superficial obtido por espalhamento a frio, em fina camada, constituída de agregados miúdos e emulsões asfálticas especiais de cimento asfáltico. A6 - Tratamentos superficiais Trata-se de revestimentos constituídos por uma ou mais camadas de agregados ligadas por um ligante hidrocarbonado, cada camada tendo uma espessura próxima da dimensão máxima do agregado. A7 - Tratamento prévio do pavimento existente Executados com o intuído principal de reduzir o potencial para ocorrência da reflexão. Como exemplos, tem-se: fresagem, reciclagem, execução de reparos localizados e selagem de trincas. A8 - Construção de camada intermediária Executada para absorção de tensões ou de deformações, desvio do processo de trincamento, impermeabilização e alívio de tensões diferenciais elevadas. A9 - Projeto da camada de recapeamento Parte do dimensionamento de espessuras até a especificação da mistura asfáltica, com o propósito de elevar sua capacidade de resistir às tensões e/ou deformações impostas pela movimentação das trincas subjacentes. A10 - Reconstrução Remoção e reconstrução total do revestimento asfáltico. Quadro 13 – Ações alternativas para manutenção de pavimentos. Um dos métodos mais utilizados na área de manutenção é a Análise de Modos de Falhas e Efeitos ou Failure Mode and Effect Analysis (FMEA) para prevenção e análise de risco. No intuito de agregar valor a análise de estratégias de manutenção centrada na confiabilidade, foi 123 feita uma mesclagem dos índices provenientes do método FMEA, com parâmetros relacionados a pavimentos aeroportuários. Para efeito de avaliação dos cenários apresentados anteriormente, foram identificados os critérios do Quadro 14. Ressalta-se que as dimensões da pista não foram consideradas como critério devido a inviabilidade, apontada pela equipe do aeroporto, em executar o deslocamento da cabeceira por motivos de falhas no pavimento. Critérios para avaliação Descrição C1 – Impacto operacional Probabilidade da falha parar ou prejudicar as operações de voo. C2 – Orçamento Probabilidade da falha existir e gerar gastos extensos com restauração. C3 – Ocorrência Probabilidade da causa existir e provocar uma falha. C4 – Detecção Probabilidade da falha ser detectada antes do início das operações de voo. C5 – Severidade Probabilidade em que o cliente (empresa aérea e passageiros) identifica e é prejudicado pela falha, em termo de segurança. Quadro 14 – Critérios para avaliação das estratégias de manutenção a nível funcional e estrutural. Por meio da incorporação dos critérios é possivel obter estratégias mais tangíveis, em termos quantitativos, e eficientes por reduzirem as chances de falhas no sistema de pavimentos. Para classificação das falhas nos critérios, as escalas presentes no Quadro 15 serão consultadas. Critério Classificação Descrição Impacto operacional (IO) 1 Chance mínima de interromper as operações. 2 Parada parcial das operações no Lado Ar. 3 Parada total das operações no Lado Ar. Orçamento (OR) 1 Custos mínimos com manutenção e reabilitação a partir das falhas encontradas no pavimento. 2 Custos moderados com manutenção e reabilitação a partir das falhas encontradas no pavimento. 3 Custos elevados de manutenção e reabilitação a partir das falhas encontradas no pavimento. Ocorrência (OC) 1 Baixa: relativamente poucas ocorrências de causa 2 Moderada: ocorrências de causa ocasionais 3 Alta: ocorrências de causa repetidas Detecção (DE) 1 Alta: Alta chance de o controle do projeto detectar uma causa ou mecanismo em potencial e o modo de falha subsequente. 2 Moderada: chance moderada de que o controle do projeto detecte uma causa ou mecanismo em potencial e o modo de falha subsequente. 3 Remota: chance remota de que o controle do projeto detecte uma causa ou mecanismo em potencial e o modo de falha subsequente. Severidade (SE) 1 Leve: pode causar um pequeno inconveniente para as operações relacionadas. 2 Moderado: pode causar retrabalho/reparo e/ou danos ao equipamento. 3 Perigoso: classificação de gravidade muito alta quando um modo de falha potencial afeta a seguração das operações e usuários. Quadro 15 – Classificação dos critérios utilizados na proposta. 124 Ressalta-se que a abordagem utilizada tem como foco não a obtenção de uma estratégia robusta para todos os cenários, mas restringir a atenção, como em Linares (2002) e Goodwin e Wright (2001), às melhores estratégias em cada cenário dentro dos critérios analisados, para isso as etapas presentes na Figura 52 serão consideradas. Para estabelecimento dos pesos será empregada a Escala Fundamental de Saaty presente no método AHP, em seguida, para medida de desempenho será utilizado o método MAVT seguindo a mesma metodologia emprega por Goodwin e Wright (2001). Figura 52 – Estrutura de avaliação das estratégias de manutenção. A interação dos pesos com os valores de classificação, também ajudarão a evitar a preocupação relatada por Ben-Daya (2009): de valores de NPR (Nível de Priorização de Risco) iguais para diferentes falhas. Para aplicação da metodologia um questionário de opinião com o auxílio do Google Docs será construído e enviado a equipe de manutenção do aeroporto. Depois de analisada e discutida a validade das respostas obtidas, um Plano Mestre de Manutenção dos Pavimentos será desenvolvido.4.3.1 Análise de importância dos critérios Definido os critérios a serem analisados, o passo seguinte foi a determinação dos pesos de cada critério. Saaty (1991) sugere a adoção de uma escala discreta de 1 até 9 com valores intermediários entre eles. Para efeito de facilidade na compressão da determinação dos valores de importância na comparação par a par, optou-se por excluir os valores intermediários, como pode ser visualizado na Tabela 16. 125 Critérios Escala Definição C1 C2 9 Componente C1 é extremante mais importante que o Componente C2. C1 C2 7 Componente C1 é muito importante em relação ao Componente C2. C1 C2 5 Componente C1 é importante em relação ao Componente C2. C1 C2 3 Componente C1 é um pouco mais importante em relação ao Componente C2. C1 C2 1 Os dois Componentes têm a mesma importância. C1 C2 1/3 Componente C2 é um pouco mais importante em relação ao Componente C1. C1 C2 1/5 Componente C2 é importante em relação ao Componente C1. C1 C2 1/7 Componente C2 é muito importante em relação ao Componente C1. C1 C2 1/9 Componente C2 é extremante mais importante que o Componente C1. Tabela 16 - Escala Fundamental do AHP (Adaptada de SAATY, 1977). A comparação paritária do critério i com o critério j é colocada no elemento da Matriz de Comparação Emparelhada. Como exemplo temos os critérios: C1, C2, C3, C4, C5 e C6, o valor recíproco dessa comparação (Figura 53) é colocado no elemento aji de “A” para preservar a consistência do julgamento. Assim, dados os critérios, o usuário compara a importância relativa de um critério em relação a uma segunda alternativa. C1 C2 C3 C4 C5 C6 C1 1 a12 a13 a14 a15 a16 C2 a21 1 a23 a24 a25 a26 C3 a31 a32 1 a34 a35 a36 C4 a41 a42 a43 1 a45 a46 C5 a51 a52 a53 a54 1 a56 C6 a61 a62 a63 a64 a65 1 Figura 53 - Matrix recíproca A. Portanto, se C1 fosse fortemente favorecida em relação a C2, por exemplo, então a12 = 5. Se o inverso fosse verdadeiro e C2 é que fosse fortemente favorecida em relação à C1, a12 é o valor recíproco de 1/5. Segundo Saaty (1977), é possível compreender através da matriz que apenas metade dos julgamentos precisam ser feitos, pois a outra metade é definido pelos valores recíprocos inversos. A Matriz de Comparação Emparelhada é chamada de matriz recíproca por razões óbvias. Realizado os julgamentos deve-se calcular o auto vetor (λmáx) da matriz A, e w, o vetor próprio correspondente ou vetor de prioridades de forma, a possibilitar a verificação de consistência. A inconsistência pode ser medida da seguinte maneira: quanto mais próximo estiver o valor de λmáx de n, maior será a consistência dos juízos. É importante ressaltar que 126 este valor deve servir como um alerta para o decisor e/ou especialista, não unicamente como uma situação indiferente. Desta forma, para fins de cálculo, Saaty (1977) simplificou um cálculo para o índice de coerência (IC). Portanto, a magnitude da perturbação da matriz A é calculada utilizando a relação da Equação (15). 𝐼𝐶 = 𝜆𝑚á𝑥−𝑛 𝑛−1 (15) A partir dos teoremas descritos, Saaty (1987) propôs o cálculo da razão de consistência (RC) da matriz de decisão A, exposta na Equação (16). 𝑅𝐶 = 𝐼𝐶 𝐼𝑅 (16) Em que: RC: Razão de consistência; IC: Índice de consistência; IR: Índice aleatório ou randômico. Quanto maior o RC, maior será a inconsistência da matriz. Em geral, uma inconsistência considerada aceitável para n > 4 é um RC ≤ 0,10. Para os valores do IR tem-se a Tabela 17 com alguns valores para o índice randômico, calculada para matrizes quadradas de ordem n pelo Laboratório Nacional de Oak Ridge, nos Estados Unidos (SAATY, 1991). n x n 1 2 3 4 5 6 7 IR 0 0 0,58 0,89 1,11 1,25 1,35 Tabela 17 - Valores de IR para Matriz quadrada de ordem n x n (SAATY, 1991). Realizada toda esta análise sobre o julgamento da matriz A, é dado que esta matriz é coerente. 4.3.2 Verificação de diferentes estados funcionais e estruturais do pavimento Após a seleção dos critérios, foi estabelecido junto ao aeroporto quais seriam os decisores, ao qual se determinou que os principais responsáveis pela tomada de decisões, quanto a intervenções e modificações nos planos de manutenção, eram o Coordenador Geral de Manutenção e o Líder de Manutenção Civil, como pode ser visualizado no Quadro 16. No 127 intuito de auxiliar as decisões finais, 5 especialistas e profissionais da área de manutenção civil e pavimentação em aeroportos, também foram consultados quanto a priorização de falhas e determinação das alternativas. Manutenção Designação Aplicação do questionário Coordenador Geral de Manutenção Decisor Sim Líder de Manutenção Civil Decisor Sim Fiscais Executor Não Auxiliares Executor Não Análise Externa Especialistas Sim Quadro 16 – Definição dos tomadores de decisão. O primeiro questionário (ANEXO III) aplicado a equipe do aeroporto e aos especialistas, teve o intuito de estabelecer: Os tipos de falhas: falha relacionada à segurança ou meio ambiente, falha relacionada à aspectos econômicos, falha oculta ou falha operacional. Para cada modo de falha foi questionado: a) Nas condições normais de trabalho, a equipe de manutenção sabe que a falha ocorreu? b) Se a resposta anterior foi sim, responda: Este modo de falha afeta a segurança? c) Se a resposta anterior foi não, responda: Este modo de falha leva o aeroporto a uma parada forçada parcial ou total? O peso de cada um dos seis critérios estabelecidos. A classificação de cada modo de falha em cada critério. O segundo questionário (ANEXO IV) teve o intuito de classificar qual a melhor alternativa em função de cada critério em cada cenário. Para isso, primeiramente, era apresentado o cenário, e novamente definido o que significava cada um dos critérios. Haviam dez alternativas para os cenários relacionados ao funcional e estrutural, e onze para os cenários relacionados ao atrito, em que também foi considerado a estratégia A11 - Implantação de grooving. 128 5 ANÁLISE DOS DADOS E RESULTADOS DA PROPOSTA A seguir são apresentados os resultados e discussões sobre os dados referentes a aplicação dos métodos, e modelos desenvolvidos para estabelecer a análise das falhas e sugestão das estratégias de manutenção em pavimentos aeroportuários. 5.1 ANÁLISE DAS FALHAS PRESENTES NOS PAVIMENTOS Uma das etapas de desenvolvimento de um sistema de gerenciamentos dos pavimentos é a determinação das prioridades de manutenção. Devido a insuficiência de recursos disponíveis para preservação da rede, definir as urgências permite maior facilidade na tomada de decisão, e pode auxiliar os operadores na elaboração de planos orçamentários mais coerentes com a realidade. Neste tópico, será apresentado uma análise geral das falhas presente nos pavimentos e a classificação de prioridades das falhas por meio da aplicação do método FMEA acrescido de critérios técnicos da área de manutenção dos pavimentos. Esta avaliação contou com a opinião de sete especialistas (coordenadores de manutenção em aeroportos, profissionais da área de pavimentação, e acadêmicos da área). 5.1.1 Classificação dos tipos de falhas Definir os tipos de falhas, é um dos primeiros passos da avaliação no gerenciamento da manutenção, pois permite escolher estratégias mais adequadas no contexto das operações, viáveis e econômicas. A Figura 54 apresenta como cada especialista pontuou as oito falhas estudadas nesta pesquisa. Observe que somente a falha relacionada ao PCN (F8) está adequado ou não, foi considerada como Falha oculta, por seis dos sete avaliadores, isso quer dizer que nas condições normais de trabalho a equipe de manutenção não sabe se a falha ocorreu. A falha de trincas por fadiga (F6)também se diferenciou das demais por obter maior pontuação para a classificação do tipo falha operacional, isso quer dizer que a equipe de manutenção sabe quando ela ocorre, mas que no geral ela não afeta a segurança. A irregularidade do pavimento (F3) ficou classificada como indefinida, já que obteve pontuação igual para falha oculta e falha relacionada a segurança, demais falhas analisadas foram classificadas como falhas relacionadas à segurança que podem levar o aeroporto a paradas parciais ou totais. 129 Figura 54 – Classificação dos tipos de falhas. 5.1.2 Definição do Nível de Priorização de Risco No método FMEA, as falhas podem ser analisadas através de critérios técnicos, que ajudam a visualizar as urgências e determinar porque determinada falha merece mais atenção que outra. Nesta pesquisa a priorização estabeleceu-se em função do impacto operacional, relacionado pela possibilidade da falha em questão parar ou prejudicar as operações de voo; o orçamento, quando a falha pode gerar gastos extensos com manutenção ou reabilitação; a ocorrência, quando a causa existe, seja relacionada a problemas construtivos, materiais inadequados, tráfego acima do limite, entre outros, possibilitando que aquela falha ocorra; detecção, se é possível ou não identificá-la antes de iniciar qualquer operação com aeronaves; e por fim, a severidade, proporção dos danos que ela pode causar as aeronaves e passageiros. A Tabela 18 mostra a pontuação conferida a cada modo de falha, quando presente ou não em local crítico. Considerando a presença de falhas em locais críticos, quanto ao critério C1, o baixo atrito entre pneu-pavimento tem maior possibilidade de parar ou prejudicar as operações de voo, e os defeitos na superfície (funcionais), trincas por fadiga e o PCN inadequado tem menores chances; Quanto ao critério C2, os defeitos na superfície tem maior probabilidade de existir e gerar gastos extensos, e detritos de objetos estranhos tem menores possibilidades; considerando o critério C3, o afundamento na trilha de roda e o PCN inadequado tem possibilidade de ocorrência praticamente nula, e as demais falhas não têm ocorrências de causa repetidas, mas ocasionais; Quanto a Detecção (C4), o acúmulo de água e o FOD tem alta chance do controle de projeto detectar uma causa ou mecanismo em potencial capaz de gerá- los; Quanto ao critério C5, apenas as trincas por fadiga receberam pontuação leve, em que pode causar apenas um pequeno inconveniente para as operações. 130 Modo de Falha Presente em local crítico? C1 C2 C3 C4 C5 NPR Acúmulo de água (F1) SIM 2 2 2 1 3 24 NÃO 1 2 2 1 2 8 Baixo atrito entre pneu-pavimento (F2) SIM 3 2 2 2 3 72 NÃO 1 2 2 2 1 8 Irregularidade do pavimento (F3) SIM 2 2 2 2 3 48 NÃO 1 2 2 2 1 8 Defeitos na superfície de origem funcional (F4) SIM 1 3 2 2 3 36 NÃO 1 3 2 2 2 24 Detritos de objetos estranhos (F5) SIM 2 1 2 1 3 12 NÃO 1 1 2 1 2 4 Trincas por fadiga (F6) SIM 1 2 2 2 1 8 NÃO 1 2 2 2 1 8 Afundamento da trilha de roda (F7) SIM 2 2 1 2 3 24 NÃO 1 2 1 2 2 8 PCN inadequado (F8) SIM 1 2 1 2 2 8 NÃO 1 2 1 2 1 4 Tabela 18 – Pontuação Likert e determinação da prioridade das falhas. Na Tabela 19 é possível visualizar o ranking final da priorização das falhas. Em que a maior prioridade está relacionada ao baixo atrito entre pneu-pavimento, seguido pela irregularidade, defeitos na superfície de origem funcional, e acúmulo de água. Tais características estão ligadas principalmente a possibilidade de derrapagem, redução da ação de frenagem, aumento da fadiga dos componentes das aeronaves e vibrações no cockpit. É importante esclarecer que a equipe de manutenção precisa acompanhar 95% das principais falhas apontadas pelo FMEA, ou seja, ter maior atenção nas falhas que obtiveram RPN > 12,15. Nota-se que os defeitos na superfície, mesmo quando não presentes em locais críticos, precisam ser tratados com certa prioridade. Modo de Falha Presente em local crítico? NPR Ranking Baixo atrito entre pneu-pavimento (F2) SIM 72 1º Irregularidade do pavimento (F3) SIM 48 2º Defeitos na superfície de origem funcional (F4) SIM 36 3º Acúmulo de água (F1) SIM 24 4º Afundamento da trilha de roda (F7) SIM 24 4º Defeitos na superfície de origem funcional (F4) NÃO 24 4º Detritos de objetos estranhos (F5) SIM 12 5º Trincas por fadiga (F6) SIM 8 6º PCN inadequado (F8) SIM 8 6º Afundamento da trilha de roda (F7) NÃO 8 6º Acúmulo de água (F1) NÃO 8 6º Baixo atrito entre pneu-pavimento (F2) NÃO 8 6º Irregularidade do pavimento (F3) NÃO 8 6º Trincas por fadiga (F6) NÃO 8 6º Detritos de objetos estranhos (F5) NÃO 4 7º PCN inadequado (F8) NÃO 4 7º Tabela 19 – Ranking final de prioridade das falhas. 131 5.2 ANÁLISE DESCRITIVA DAS RELAÇÕES PAR A PAR PARA DETERMINAÇÃO DAS ESTRATÉGIAS DE MANUTENÇÃO A metodologia empregada nesta pesquisa, analisa o peso dos critérios por meio de uma comparação binária, este peso representa a importância do critério para determinação de estratégias de manutenção. Na prática, foram disponibilizados questionários, como no modelo presente no ANEXO III, a equipe de manutenção do Aeroporto de Natal, e a seis especialistas (coordenadores de manutenção em aeroportos, profissionais da área de pavimentação, e acadêmicos da área). Portanto, classificava-se que um critério seria mais importante que outro, quando os respondentes indicavam relações de 3, 5, 7 e 9 da Escala Fundamental de Saaty presente na Tabela 7, e quando o critério era menos importante que outro utilizava-se 1/3, 1/5, 1/7 e 1/9. Em casos em que o decisor classificava com igual importância, a relação era definida pelo valor 1 presente na escala. Com o intuito de descrever as relações estabelecidas pelos respondentes, a Figura 55 apresenta o percentual definido para priorização entre o Impacto Operacional e os demais critérios associados. Figura 55 – Percentual definido para priorização entre IO e demais critérios associados. A Figura 56 indica o percentual de importância entre orçamento e os critérios referentes a ocorrência, detecção e severidade. 132 Figura 56 - Percentual definido para priorização entre OR e demais critérios associados. Por fim, é apresentado na Figura 57, o percentual de importância atribuída na comparação entre ocorrência e detecção, ocorrência e severidade, e detecção e severidade. Figura 57 - Percentual definido para priorização entre OC e SE e demais critérios associados. 5.3 IDENTIFICAÇÃO GERAL DO GRAU DE IMPORTÂNCIA DOS CRITÉRIOS Com os resultados de cada matriz, elaborada de acordo com os dados obtidos das respostas dos especialistas, o cálculo do peso da importância de cada critério foi obtido com a média aritmética dos resultados apresentados em cada matriz, desde que consideradas consistentes, que de acordo com método proposto ocorre quando CR > 10%. A Tabela 20 apresenta os pesos referentes aos critérios adotados, que indicam o grau de importância para os especialistas em relação aos critérios para determinação de estratégias de manutenção em pavimentos aeroportuários. De acordo com a Tabela 20, o critério Severidade (31,07%) é o indicador mais importante, seguido pelo Impacto Operacional (IO), e a Detecção (DE). 133 Indicadores Prioridade Ranking Severidade (SE) 31,07% 1º Impacto operacional (IO) 23,00% 2º Detecção (DE) 18,30% 3º Orçamento (OR) 14,67% 4º Ocorrência (OC) 13,00% 5º Tabela 20 – Pesos obtidos para os critérios. O aplicativo utilizado para montar a matriz de julgamento e avaliar a consistência dos valores determinados foi o Sistema Online BPMSG AHP. Este sistema calcula automaticamente a razão de consistência (CR). A Tabela 21 mostra os dados obtidos para o cálculo dos julgamentos. Matrix de decisão Razão de consistência Decisor 1 Número de comparações =10 Autovalor = 5.182 Solução de autovetor: 5 iterações, delta = 2.6E-8 Razão de consistência RC = 4.0% Decisor 2 Número de comparações = 10 Autovalor = 5.133 Solução de autovetor: 5 iterações, delta = 1.5E-8 Razão de consistência RC = 3.0% Decisor 3 Número de comparações = 10 Autovalor = 5.915 Solução de autovetor: 9 iterações, delta = 1.4E-8 Razão de consistência RC = 20.3% Decisor 4 Número de comparações = 10 Autovalor = 5.186 Solução de autovetor: 5 iterações, delta = 2.5E-9 Razão de consistência RC = 4.1% Decisor 5 Número de comparações = 10 Autovalor = 8.302 Solução de autovetor: 14 iterações, delta = 2.6E-8 Razão de consistência RC = 73.4% 134 Decisor 6 Número de comparações = 10 Autovalor = 5.984 Solução de autovetor: 9 iterações, delta = 7.1E-9 Razão de consistência RC = 21.9% Decisor 7 Número de comparações = 10 Autovalor = 5.570 Solução de autovetor: 7 iterações, delta = 1.5E-8 Razão de consistência RC = 12.7% Tabela 21 – Matrizes de decisão e resultados da Razão de Consistência. 5.4 DETERMINAÇÃO DOS MODELOS DE AVALIAÇÃO DE PAVIMENTOS A seguir são apresentados os modelos para previsão de atrito utilizando RNA, desenvolvido com o auxílio de um Mestre em Ciências da Computação em linguagem Python, e na seção 5.4.2 são definidos os tipos de estratégias estabelecida por meio de análise multicritério dos cenários funcionais e estruturais, que contou com o suporte de especialistas da área de manutenção de pavimentos aeroportuários. 5.4.1 Modelo para manutenção sistemática do pavimento Esta seção apresenta as quatro estruturas desenvolvidas com o auxílio da biblioteca TensorFlow e Keras, buscando determinar qual modelo obtém melhor desempenho por meio da análise do Erro Médio Quadrático (MSE) e do Erro Médio Absoluto (MAE). E por fim, é apresentado uma proposta de framework para construção de um modelo em RNA para previsão do coeficiente de atrito utilizando as bibliotecas disponíveis em Python. 5.4.1.1 Análise gráfica do Modelo 1 Após realizar testes com algumas arquiteturas e hiperparâmetros sugeridos na literatura, a primeira estrutura, pós normalização dos dados com a função StandardScaler() e Mean, apresentou resultados de erro para treinamento e validação (teste) como mostrado nos gráficos da Figura 58. Note que, no gráfico referente ao MAE (Fig. 58.a) em sua fase validação de 0 a 300 épocas, ele tem problema de overfitting, ou seja, ele erra mais no teste que no treinamento. O mesmo também pode ser observado no início da análise de MSE, com erros de validação significativos. Isso ocorre porque o banco de dados utilizado apresenta repetição, exemplo, a temperatura da pista não é analisada por sessões, é uma mesma temperatura ao longo de todo o 135 comprimento, essa característica está presente nas variáveis de clima, e outras empregadas no modelo. Figura 58 – Resultados para verificação do Modelo 1 de a) MAE e b) MSE. Outro gráfico que deve ser estudado para validação do modelo, é o gráfico de dispersão presente na Figura 59, comparando o que foi previsto com os valores reais. Percebe-se que há variação nos dados de 0,5 a 0,7, e uma dispersão significativa no previsto para o valor real observado, deduzindo-se que a curva apresentada ainda não está bem ajustada, uma vez que há uma certa fuga dos dados previstos dos dados reais. Figura 59 - Gráficos de dispersão de validação do modelo 1. Em complemento a análise anterior, é importante a verificação do histograma de erro deste modelo inicial. Através do gráfico da Figura 60, percebe-se que a maioria dos erros de previsão está entre -0,05 e +0,05. 136 Figura 60 - Histograma de erros de previsão do modelo 1. 5.4.1.2 Análise gráfica do Modelo 2 Utilizando a mesma arquitetura apresentada anteriormente, o modelo 2 focou em corrigir os problemas relacionados ao overfitting, aplicando o sobreajuste (EarlyStopping). Note que mesmo com o tratamento os erros na validação persistem (Figura 61). Figura 61 - Resultados para verificação do Modelo 2 de a) MAE e b) MSE. Percebe-se com o gráfico da Figura 62, que praticamente não houveram alterações nos resultados, a curva se ajustou um pouco, mas a dispersão ainda é alta e irregular. Avaliando o histograma de erros (Figura 63) constata-se que o modelo precisa de melhoras e da utilização de novos recursos para correção do overfitting. 137 Figura 62 - Gráficos de dispersão de validação do modelo 2. Figura 63 - Histograma de erros de previsão do modelo 2. Observa-se que quanto a magnitude da perda (Figura 64), esse novo modelo apresentou, em comparação com o anterior, valores de perda na eficiência do algoritmo praticamente iguais, na ordem de 0,4 no treinamento, e no modelo 1 de 0,5. Esses dados mostram que o modelo precisa ser ainda otimizado para melhor aproveitamento dos dados e desempenho do modelo proposto. 138 Figura 64 - Comparação da magnitude de perda do a) Modelo 1, e b) Modelo 2. 5.4.1.3 Análise gráfica do Modelo 3 Ainda empregando a mesma arquitetura, porém, desta vez, fazendo uso de função de ativação – ReLU, otimizador de pesos RMSprop (0.001), máximo de 1000 iterações e utilizando sobreajuste para controle do overfitting, foi obtido valores de MAE na ordem de 0,02 e MSE de 0,0006, como mostrado na Figura 65, as curvas e resultados para treino e teste. Figura 65 - Resultados para verificação do Modelo 3 de a) MAE e b) MSE. O gráfico de dispersão da Figura 66 ilustra a melhora significativa obtida no modelo a partir da utilização da função de ativação. Pelo gráfico contata-se que a variação dos valores de coeficiente de atrito estimado estão entre 0,5 e 0,85, e os valores reais variam de 0,55 a 0,8. 139 Figura 66 - Gráficos de dispersão de validação do modelo 3. O histograma de erros analisado também mostra a concentração dos erros entre -0,01 a 0,025, ou seja, uma média de erro de praticamente zero. Figura 67 - Histograma de erros de previsão do modelo 3. Infelizmente, o emprego de função de ativação, normalmente, dependendo do banco de dados utilizado, e arquitetura adotada, possuem magnitude de perda elevadas, como aconteceu nesse terceiro modelo como pode ser observado na Figura 68, o tipo de indicativo que pode comprometer a eficiência na previsão. 140 Figura 68 – Magnitude de perda do modelo 3 para treino e teste. 5.4.1.4 Análise gráfica do Modelo 4 O último modelo testado, procurou tanto evitar a ocorrência de overfitting, como evitar valores elevados de magnitude, e utilizando uma nova arquitetura, e função de ativação ReLU. Buscando corrigir esses problemas, avaliou-se diferentes arquiteturas, até a obtenção de um modelo composto por quatro camadas ocultas, de 128 neurônios, duas camadas com 64 neurônios e uma última camada contendo um neurônio referente a única saída que é o valor de Coeficiente de Atrito, e empregando para otimização dos pesos o RMSprop(0.001), com número máximo de iteração de 1000, e sobreajuste que na existência de 100 erros seguidos, irá parar o treinamento automaticamente. Note na Figura 69, que com as alterações na arquitetura o modelo conseguiu excelentes resultados, tanto no treinamento quanto na validação, mesmo sem a implementação da função de ativação, com MAE em torno de 0,02, e MSE em 0,001. Figura 69 - Resultados para verificação do Modelo 4 de a) MAE e b) MSE. 141 Por meio do gráfico de dispersão na Figura 70, é possível comparar os valores previstos dos valores reais, observe que analisando por este gráfico o modelo 3, aparentemente obtém melhores resultados, mas isso acaba não sendo algo tão válido no momento de aplicação, já que pela função de perda, presente na Figura 71, a eficiência na determinação do preditor no modelo 4acaba obtendo mais precisão. Figura 70 - Gráficos de dispersão de validação do modelo 4. Figura 71 – Magnitude de perda do modelo 3 para treino e teste. 5.4.1.5 Proposta de framework para construção de um modelo para previsão de atrito A proposta do framework para previsão de atrito tem por objetivo auxiliar no desenvolvimento de modelos em RNA, para planejamento e controle dos dados, e variáveis que interferem no coeficiente de atrito. Devido a peculiaridades de clima, tráfego, e material 142 asfáltico utilizado na pista de pouso e decolagem de cada aeroporto, a elaboração de um modelo universal pode ser de difícil configuração. Todavia, com o suporte de bibliotecas de códigos aberto é possível a elaboração de modelos eficientes de previsão capazes de apoiar na tomada de decisão na gestão da manutenção. A Figura 72 apresenta um fluxograma de análises, variáveis, bibliotecas e funções que podem ser empregadas em Python para elaboração de um modelo de previsão em RNA. Figura 72 – Fluxograma proposto para construção de um modelo de previsão de coeficiente de atrito. 5.4.2 Modelo para manutenção condicional do pavimento 5.4.2.1 Modelo para análise funcional Estabelecido o peso dos critérios, a Tabela 22 apresenta a pontuação de desempenho apontada pelos especialistas. Para os cenários com falhas funcionais, seis cenários com alternativas pontuadas de 10 (pior desempenho) a 100 (melhor desempenho) foram classificados. 143 Vkir Cenários Funcionais Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3 Cenário 4 Cenário 5 Cenário 6 C1 0,23 A1 30 70 60 30 70 20 A2 10 10 10 10 10 80 A3 40 50 100 40 50 10 A4 50 40 70 50 40 50 A5 20 20 80 20 20 90 A6 60 60 90 60 60 100 A7 80 80 50 80 80 60 A8 90 90 40 90 90 70 A9 100 100 30 100 100 30 A10 70 30 20 70 30 40 C2 0,1467 A1 20 80 50 30 70 20 A2 10 10 10 10 10 80 A3 100 50 100 40 50 10 A4 30 40 60 50 40 50 A5 40 20 70 20 20 90 A6 90 90 80 90 90 100 A7 80 60 40 70 70 60 A8 50 70 30 80 80 70 A9 60 100 90 100 100 30 A10 70 30 20 60 30 40 C3 0,13 A1 50 80 50 30 70 20 A2 10 10 10 10 10 80 A3 60 50 100 40 50 10 A4 40 40 60 50 40 50 A5 50 20 70 20 20 90 A6 80 90 90 80 60 100 A7 90 60 40 70 80 60 A8 70 70 30 90 90 70 A9 100 100 80 100 100 30 A10 20 30 20 60 30 40 C4 0,183 A1 20 100 50 30 70 20 A2 10 10 10 10 10 80 A3 100 50 100 40 50 10 A4 30 40 60 50 40 50 A5 40 20 70 20 20 90 A6 90 80 90 70 90 100 A7 70 60 40 80 70 60 A8 50 70 30 90 80 70 A9 80 90 80 100 100 30 A10 60 30 20 60 30 40 C5 0,3107 A1 50 80 50 30 70 20 A2 10 10 10 10 10 80 A3 40 50 100 60 50 10 A4 30 40 60 40 40 50 A5 20 20 70 20 20 90 A6 60 90 80 90 90 100 A7 80 60 40 70 70 60 A8 70 70 30 80 80 70 A9 90 100 90 100 100 30 A10 100 30 20 50 30 40 Tabela 22 - Valor de desempenho de cada alternativa em cada cenário de falhas funcionais. 144 Definido o desempenho de cada alternativa, estas foram analisadas em função dos critérios, estabelecendo, em uma visão geral, qual alternativa podem ser uma opção de execução pela equipe de manutenção (Tabela 23). Para o Cenário 1, a estratégia com melhor desempenho foi o Projeto da camada de recapeamento; o Cenário 2 aponta a mesma estratégia, considerando logo em seguida a adoção de Tratamentos superficiais, e Inspeções de rotina; o Cenário 3 considera em todos os critérios que o melhor tratamento é a adoção de remendo superficial, seguido por Tratamentos superficiais; os Cenários 4 e 5 também definem a utilização de Projeto da camada de recapeamento; e o Cenário 6 o Tratamentos superficiais, mas também cogitando por alguns especialistas em relação alguns critérios a Implantação de grooving. Sj(vkir . wir) Estratégias Funcionais Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3 Cenário 4 Cenário 5 Cenário 6 A1 35,5 81,4 52,3 30,0 70,0 20,0 A2 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 80,0 A3 62,4 50,0 100,0 46,2 50,0 10,0 A4 35,9 40,0 62,3 46,9 40,0 50,0 A5 30,5 20,0 72,3 20,0 20,0 90,0 A6 72,5 81,3 85,5 78,2 79,2 100,0 A7 79,5 64,6 42,3 74,2 73,6 60,0 A8 68,0 74,6 32,3 85,5 83,6 70,0 A9 87,4 98,2 73,1 100,0 100,0 30,0 A10 71,0 30,0 20,0 59,2 30,0 40,0 Tabela 23 - Classificação final das estratégias funcionais. 5.4.2.2 Modelo para análise estrutural A definição do desempenho das estratégias referentes aos diferentes cenários com falhas de origem estrutural, podem ser visualizadas na Tabela 24. 145 Vkir Cenários Estruturais Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3 C1 0,23 A1 60 60 50 A2 10 10 10 A3 20 100 20 A4 70 90 60 A5 30 30 30 A6 40 40 40 A7 80 80 70 A8 90 70 90 A9 100 50 100 A10 50 20 80 C2 0,1467 A1 60 60 50 A2 10 10 10 A3 20 90 20 A4 70 80 60 A5 30 30 30 A6 40 40 40 A7 80 70 80 A8 90 100 90 A9 100 50 100 A10 50 20 70 C3 0,13 A1 60 60 50 A2 10 10 10 A3 20 90 20 A4 70 80 60 A5 30 30 30 A6 40 40 40 A7 80 70 70 A8 90 100 90 A9 100 50 100 A10 50 20 80 C4 0,183 A1 60 60 50 A2 10 10 10 A3 20 100 20 A4 70 80 60 A5 30 30 30 A6 40 40 40 A7 80 70 70 A8 90 90 80 A9 100 50 100 A10 50 20 90 C5 0,3107 A1 60 60 50 A2 10 10 10 A3 20 100 20 A4 70 80 60 A5 30 30 30 A6 40 40 40 A7 80 70 70 A8 90 90 80 A9 100 50 100 A10 50 20 90 Tabela 24 - Valor de desempenho de cada alternativa em cada cenário de falhas estruturais. 146 Para definição das estratégias estruturais, três cenários possíveis foram analisados (Tabela 25). O Cenário 1, que apresenta pouco ou nenhum defeito de trincas por fadiga, e/ou afundamento da trilha de roda, com PCN inadequado, mostra como melhor estratégia o Projeto da camada de recapeamento; o Cenário 2 com PCN adequado e moderada presença de trincas por fadiga, e/ou afundamento da trilha de roda, define 97,3 para Remendo superficial, 88,2 para Construção de camada intermediária, e 82,3 para Remendo profundo; E por fim, o Cenário 3 mostra desempenho de 100 para o Projeto da camada de recapeamento. Sj(vkir . wir) Estratégias Estruturais Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3 A1 60,0 60,0 50,0 A2 10,0 10,0 10,0 A3 20,0 97,3 20,0 A4 70,0 82,3 60,0 A5 30,0 30,0 30,0 A6 40,0 40,0 40,0 A7 80,0 72,3 71,5 A8 90,0 88,2 85,1 A9 100,0 50,0 100,0 A10 50,0 20,0 83,5 Tabela 25 - Classificação final das estratégias funcionais. 5.5 DISCUSSÃO DOS DADOS OBTIDOS A primeira investigação nesta pesquisa, foi a classificação dos tipos de falhas pelos especialistas em: falha oculta, falha relacionada a segurança, e falha operacional. Note que a falha 3 (Figura 53), de irregularidade do pavimento, ficou indefinida. A verificação do IRI, no Brasil, passou a ser obrigatória somente a partir do regulamento de 2013, e a sua análise já foi questionada nos trabalhos de Carvalho e Picado-Santos (2017), Oliveira (2016), e Loprencipe e Zoccali (2019). O Índice de Irregularidade Internacional, é obtido através de um experimento baseado numa simulação de respostas da irregularidade de um pavimento, por um carro que viaja a 80 km/h – entendida como a Inclinação Retificada Média de Referência – expressa pela proporção do movimento de suspensão acumulado de um veículo, dividido pela distância percorrida durante o teste (SAYERS; GILLESPIE; PATERSON, 1986). Para Oliveira (2016), está metodologia não representa a realidade sobre o que ocorre numa pista de pouso e decolagem, devido a fatores particulares relacionados a uma aeronave, completamente diferente em automóveis. Esse tipo de análise pode ter interferido no momento de classificação das falhas, uma vez que os aeroportos aplicam esse critério. 147 Quanto a prioridade das falhas, estabelecida pela aplicação do método FMEA, o baixo atrito entre pneu-pavimento foi pontuada com o maior nível de prioridade de risco, seguido pela irregularidade de pista e os defeitos na superfície de origem funcional. Motaet al. (2016), em sua pesquisa, avaliaram parâmetros técnicos de análise das condições para segurança operacional aeroportuária, em que as condições de aderência (condições de atrito e macrotextura) obtiveram maior grau de importância, e de forma similar aos resultados deste trabalho, as condições funcional (irregularidade longitudinal e defeitos – PCN) vieram em segundo lugar. Ambas as pesquisas classificaram as condições estruturais em última colocação, para Mota et al. (2016), os ensaios de macrotextura e obtenção do coeficiente de atrito são de cumprimento obrigatório, e este trabalho ressalta que falhas relacionadas ao baixo atrito e acúmulo de água, causados por fatores relacionados a macrotextura, preocupam os operadores por uma questão operacional e de segurança, por resultarem em derrapagem e redução da ação de frenagem. O autor também esclarece que as condições estruturais são importantes na fase de projeto, após construção das estruturas, essas avaliações só são consideradas preocupantes quando existe uma demanda anormal de tráfego. Quanto aos defeitos na superfície, segundo os especialistas, a possibilidade deste tipo de falha elevar os custos de manutenção e reabilitação são altos, mesmo quando não estão presentes em área crítica. Quanto aos modelos de previsão em RNA, as quatro estruturas desenvolvidas fazem parte da investigação para descoberta de qual modelo apresenta melhor desempenho. Como já apontado na apresentação dos resultados, o principal problema encontrado foi a ocorrência de overfitting, solucionada pelo emprego da função EarlyStopping. Dos quatro modelos avaliados, o modelo 4 mostrou possuir uma melhor eficiência tomando como base a magnitude de perda demonstrada. Quariguasi (2020) em seu trabalho também trabalhou com o desenvolvimento de modelos de previsão de atrito utilizando RNA, porém com a previsão somente do coeficiente de pista a 3 m do eixo da pista, e com variáveis de previsão reduzidas em comparação com os modelos aqui exibidos. Em seu trabalho, também foi empregada função de ativação que, normalmente, fazem o modelo obter magnitude de perdas mais significativa como foi observado no modelo 3. Outro ponto que deve ser discutido, é que pesquisas voltadas a obtenção de modelos de previsão de atrito são bastante estudadas. A verificação dos fatores que interferem nos resultados do coeficiente de atrito também são muitas vezes alvo de investigação, como em Ahammed e Tighe (2009) que coletaram mensalmente medidas de atrito de pavimentos de Concreto de Cimento Portland (PCC) e Concreto Asfáltico (AC) para determinar os fatores de 148 influência, obtendo dados insignificantes para influência do clima, e interferência mais significativa do tráfego, idade do pavimento, velocidade e temperatura da superfície durante o ensaio. Para Marcelino et al. (2017), a temperatura média mensal e a precipitação mensal total foram importantes para estabelecer um modelo com RNA. A proposta do framework apresentada também pode vir a ajudar na elaboração desses modelos, a partir do banco de dados do próprio aeroporto. Os resultados deste estudo também mostraram que a biblioteca TensorFlow pode ser uma ferramenta versátil para resolver problemas de engenharia de pavimentos. Ao aplicar métodos de aprendizado de máquina para prever o atrito de pavimento asfáltico, esta dissertação enfatiza como a teoria e a prática podem ser efetivamente combinadas para resolver problemas da vida real em aeroportos. Por fim, foram trabalhados os tratamentos mais indicados para cada cenário funcional e estrutural. Normalmente esta classificação é atribuída em função do Índice de Condição do Pavimento que leva em consideração apenas defeitos superficiais, como já foi mostrado nos trabalhos de Haslett, Dave e Mo (2019), Hawkins e Covalt (2013), Wang, Nguyen e Watkins (2011). O software MicroPAVER sugerido pela FAA, por sua vez, classifica as manutenções em três ações: insperção de rotina, manutenção profunda e reabilitação, diferente deste estudo que avalia dez ações corretivas. 149 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES A realização deste trabalho gerou contribuições importantes dentro da área de engenharia produção e sistemas de gestão da manutenção em pavimentos aeroportuários. Essas contribuições são descritas nas subseções seguintes. Por fim, são indicadas as limitações do trabalho e sugestões para pesquisas futuras. 6.1 CONCLUSÕES A partir dos resultados da pesquisa, foi possível definir a estrutura para elaboração de um plano de manutenção para pavimentos aeroportuários que trabalhasse desde a análise de falha, critérios de decisão, previsão e determinação de estratégias. Os resultados obtidos definiram a possibilidade de melhorar a programação dos serviços de manutenção. Quanto aos objetivos específicos, obteve-se: Para desenvolvimento desta pesquisa foi necessário a realização de uma extensa análise da literatura para estabelecer as características das falhas funcionais e estruturais, identificadas principalmente por meio de uma busca sistemática de artigos nas bases de pesquisa da Scopus e Web of Science. Com a análise destes documentos foram identificados oito modos de falhas para investigação: acúmulo de água, baixo atrito entre pneu-pavimento, irregularidade, defeitos na superfície de origem funcional, detritos de objetos estranhos, trincas por fadiga, afundamento da trilha de roda e PCN inadequado. Durante a elaboração da pesquisa também se mostrou importante conhecer como se dar o processo de gerenciamento de pavimentos de um aeroporto de médio porte no Brasil, nesta pesquisa, caracterizado por uma investigação minuciosa no banco de dados do Aeroporto de Natal, desde a identificação da área, investigação do clima, projeto das pistas, ensaios e relatórios de tráfego e restauração, possibilitando determinar as variáveis possíveis de serem utilizadas no modelo de previsão desenvolvido. Através da revisão da literatura, também foram estudadas algumas metodologias para construção do modelo de previsão, mostrando que vários estudos já adotaram modelos estatísticos de Regressão, softwares de previsão da FAA, Cadeias de Markov, a métodos mais complexos como Inteligência Artificial, e Modelagem Numérica. Neste trabalho, em específico, a previsão seria do coeficiente de atrito a 3 m e 4 m do eixo da pista, utilizando Redes Neurais Artificiais com algoritmo desenvolvido em Python. O modelo desenvolvido também trabalhou fazendo uso 150 das bibliotecas TensorFlow e Keras. A arquitetura final foi configurada com quatro camadas ocultas compostas por uma camada de 128 neurônios, duas de 64, e uma contendo um neurônio. Para otimização dos pesos utilizou-se a função RMSprop(0.001), e quantidade máxima de 1000 iterações, e para correção do overfitting foi aplicada a função EarlyStopping. Ressalta-se que as métricas de análise obtiveram melhores resultados quando a função de ativação foi aplicada, porém a magnitude de perda se mostrou bem elevada, fazendo com que o Modelo 4 apresentado obtive-se uma melhor eficiência na previsão dos dados. Por fim, também foi construído um framework para desenvolvimento desse tipo de modelo, já que cada aeroporto tem suas particularidades, e o desenvolvimento de um modelo universal iria exigir uma investigação bem mais aprofundada das variáveis a nível Brasil. Para definição das estratégias foi utilizado cenários para análise de decisão multicritério, mesclando as metodologias MAVT e AHP, propostas por Goodwin e Wright (2001). Por meio da literatura e conversas com especialistas os critérios foram estabelecidos: impacto operacional, orçamento, ocorrência, detecção e severidade. Cada critério recebeu um peso numa comparação par a par feita com especialistas da área que atribuíram maior importância a Severidade (31,07%), seguida pelo ImpactoOperacional (23%), Detecção (18,30%), Orçamento (14,67%), e Ocorrência (13%) para determinação das estratégias, ou seja, o desempenho de cada tratamento foi analisado em função de cada um desses critérios dentro do cenário proposto. No total foram trabalhados nove cenários: seis com defeitos funcionais e três com defeitos estruturais. Desta forma, cada tratamento (10 estratégias foram estudadas) obteve uma posição de melhor a pior solução. Tendo em vista a importância de priorizar os modos de falha, pois as falhas não são iguais, adotou-se o método FMEA, conhecido dentro da Gestão da Manutenção como uma ferramenta de auxilio na tomada de decisão. O Nível de Priorização de Risco classificou o baixo atrito entre pneu-pavimento como a falha de maior prioridade dentro de aeroporto, seguido pela irregularidade e defeitos superficiais. Nas últimas posições ficaram as falhas mais relacionadas a problemas estruturais, que normalmente são levadas mais em consideração na fase de projeto. A proposta final desta dissertação era apresentar um Plano Mestre de Manutenção que trabalhasse tanto com a manutenção sistemática, quanto a condicional. Para cada estratégia foram construídos os modelos e exemplificado como cada modo de 151 falha seria tratado e solucionado. As indicações apontadas neste trabalham tinham como intuito auxiliar na tomada de decisão das atividades de manutenção e reabilitação (M&R) de pavimentos aeroportuários. 6.2 LIMITAÇÕES DA PESQUISA O conhecimento das limitações é importante neste tipo de pesquisa, um estudo de caso produz entendimento acerca de um fenômeno muito específico, que nesta dissertação concentrou-se no Aeroporto de Natal, desta forma, temos como limitações: A pesquisa contou com a opinião de especialistas, e algumas falhas não são de conhecimento geral, uma vez que, o profissional pode nunca ter presenciado um problema relacionado a determinada patologia, mesmo ela constando na literatura; O Aeroporto de Natal, ainda é um aeroporto novo, que trabalha com uma frequência de voos ainda em escala reduzida, logo as medições e ensaios ocorrem em um período de tempo maior, para o modelo de previsão a quantidade de dados trabalhados podem influenciar muito na eficiência do modelo; A aplicação da metodologia a distância pode ter influência direta nas respostas obtidas, talvez com entrevistas realizadas pessoalmente os resultados poderiam sofrer alterações. A compreensão do método faz toda a diferença na aplicação de um questionário. 6.3 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS O tema pavimentos aeroportuários é bastante estudado, mas a temática em torno do gerenciamento da manutenção ainda precisa ser muito desenvolvida, principalmente no Brasil. A redução de custos e a manutenibilidade das pistas agrega visibilidade e segurança a administração, desta forma, para pesquisas futuras, sugere-se: Aplicar questionários específicos com profissionais e especialistas que já trabalham com determinada falha; Verificar a possibilidade de análise de desempenho da estrutura para o estabelecimento de estratégias, para uma perspectiva mais realista do orçamento necessário para garantir a vida útil do pavimento; Determinar a necessidade dos períodos estabelecidos nos regulamentos para controle e avaliação funcional e estrutural; Analisar a efetividade do IRI em pavimentos aeroportuários; 152 Estruturar um software de manutenção para o aeroporto a partir dos dados obtidos nesta pesquisa. 153 REFERÊNCIAS ABDELAZIZ, Nader et al. International Roughness Index prediction model for flexible pavements. International Journal Of Pavement Engineering, [s.l.], v. 21, n. 1, p.88-99, 5 mar. 2018. ACI. 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Transportation Research Record: Journal of the Transportation Research Board, [s.l.], v. 2673, n. 1, p.246-260, jan. 2019. 167 ANEXO I – TABELA DE ACN DAS AERONAVES ANEXO I – TABELA ACN DE AERONAVES Aeronave Carga Total (kg) Pressão de pneus (MPa) ACN Para Terrenos de Fundação de Pavimentos Rígidos – resistência normalizada k em MN/m3 ACN Para Terrenos de Fundação de Pavimentos Flexíveis – CBR normalizado Carga Máxima Decolagem - CMD Peso Operacional Vazio - OV Alta 150 Média 80 Baixa 40 Ultra Baixa 20 Alta 15 Média 10 Baixa 06 Ultra Baixa 03 CMD OV CMD OV CMD OV CMD OV CMD OV CMD OV CMD OV CMD OV A310-200 Airbus 132000 76616 1,23 33 15 39 18 46 21 54 24 36 18 40 19 48 20 64 27 A310-200 Airbus 138600 76747 1,30 35 16 42 18 51 21 58 25 39 18 43 19 52 20 68 28 A310-200 Airbus 142000 75961 1,33 37 15 44 17 52 20 60 23 40 17 44 18 54 20 70 27 A310-300 Airbus 150000 77037 1,42 42 13 49 14 58 17 66 20 44 15 49 15 59 16 76 24 A310-300 Airbus 157000 78900 1,49 45 14 54 15 63 18 71 22 47 15 53 15 64 16 81 25 A318-100 61900 39000 0,89 29 17 31 18 35 20 41 23 31 18 34 19 36 21 38 22 A319-100 64400 41000 1,19 34 20 37 22 39 23 41 24 32 19 32 19 36 21 41 24 A319-100 70400 41000 1,29 39 21 42 22 44 24 46 25 35 19 36 19 41 21 46 24 A319 CJ 76900 41000 1,38 44 21 47 22 49 24 51 25 39 19 41 19 45 21 51 24 A319NEO 64400 41000 1,19 35 20 37 22 39 23 41 25 32 19 33 19 36 21 42 24 A319NEO 75900 41000 1,38 44 21 46 22 49 24 51 25 39 19 40 19 45 21 50 24 A320-100 66400 41244 1,23 37 21 40 23 42 24 44 25 34 20 35 20 39 22 45 25 A320-100 68400 41244 1,28 39 22 41 23 44 24 46 26 35 20 36 20 40 22 46 25 A320-100 Airbus dual tandem 66000 37203 1,28 37 19 40 20 42 21 44 23 33 18 34 18 38 19 44 22 A320-100 Airbus dual tandem 68000 39700 1,34 39 20 41 22 43 23 45 24 35 19 36 19 40 20 46 23 A320-100 Airbus dual tandem 68000 40243 1,12 18 9 21 10 24 12 28 14 18 9 19 10 23 11 32 14 168 ANEXO I – TABELA ACN DE AERONAVES Aeronave Carga Total (kg) Pressão de pneus (MPa) ACN Para Terrenos de Fundaçãode Pavimentos Rígidos – resistência normalizada k em MN/m3 ACN Para Terrenos de Fundação de Pavimentos Flexíveis – CBR normalizado Carga Máxima Decolagem - CMD Peso Operacional Vazio - OV Alta 150 Média 80 Baixa 40 Ultra Baixa 20 Alta 15 Média 10 Baixa 06 Ultra Baixa 03 CMD OV CMD OV CMD OV CMD OV CMD OV CMD OV CMD OV CMD OV A320-200 66400 41345 1,23 38 22 40 23 42 24 44 26 34 20 35 20 39 22 45 25 A320-200 68400 41345 1,28 39 22 42 23 44 24 46 26 35 20 36 20 40 22 46 25 A320-200 70400 41345 1,28 40 22 43 23 45 25 47 26 36 20 37 20 42 22 48 25 A320-200 71900 41345 1,38 42 22 45 24 47 25 49 26 38 20 39 20 43 22 49 25 A320-200 73900 41345 1,38 44 22 46 23 48 25 50 26 39 20 40 20 44 22 50 25 A320-200 75900 41345 1,38 45 22 47 23 50 25 52 26 40 20 41 20 46 22 52 25 A320-200 77400 41345 1,44 46 22 49 23 51 25 53 26 41 20 42 20 47 22 53 25 A320-200 78400 41345 1,44 47 22 49 23 52 25 54 26 41 20 43 20 47 21 53 25 A320-200 Airbus dual 73500 39748 1,45 44 20 46 22 48 23 50 25 38 19 40 19 44 20 50 24 A320-200 Airbus dual tandem 73500 40291 1,21 18 9 22 10 26 11 30 13 19 9 21 10 26 11 35 14 A320NEO 73900 42000 1,38 44 22 46 24 48 25 50 26 39 20 40 20 44 22 50 26 A320NEO 77400 42000 1,44 46 23 49 24 51 25 53 26 41 20 42 21 47 22 53 25 A320NEO 70400 42000 1,28 41 22 43 24 46 25 48 26 36 20 37 21 42 22 48 26 A321-100 78400 46959 1,28 47 25 50 27 52 29 54 30 42 23 44 24 49 26 55 30 A321-100 83400 46959 1,36 51 26 54 28 57 29 59 31 45 23 48 24 53 26 59 30 A321-100 85400 46959 1,39 53 26 56 28 59 29 61 31 47 23 49 24 55 26 61 30 A321-100 89400 46959 1,46 56 26 59 28 62 29 64 31 49 23 52 24 58 26 63 30 A321-200 78400 46959 1,28 47 25 50 27 52 29 54 30 42 23 44 24 49 26 55 30 169 ANEXO I – TABELA ACN DE AERONAVES Aeronave Carga Total (kg) Pressão de pneus (MPa) ACN Para Terrenos de Fundação de Pavimentos Rígidos – resistência normalizada k em MN/m3 ACN Para Terrenos de Fundação de Pavimentos Flexíveis – CBR normalizado Carga Máxima Decolagem - CMD Peso Operacional Vazio - OV Alta 150 Média 80 Baixa 40 Ultra Baixa 20 Alta 15 Média 10 Baixa 06 Ultra Baixa 03 CMD OV CMD OV CMD OV CMD OV CMD OV CMD OV CMD OV CMD OV A321-200 80400 46959 1,36 49 26 52 28 54 29 57 31 43 23 45 24 51 26 56 30 A321-200 83400 46959 1,36 51 26 54 27 57 29 59 30 45 23 47 24 53 26 59 30 A321-200 85400 46959 1,39 53 26 56 28 58 29 61 30 46 23 49 24 54 26 60 30 A321-200 89400 46959 1,46 56 26 59 28 62 29 64 31 49 23 52 24 58 26 63 30 A321-200 93400 46959 1,50 60 27 63 28 66 30 68 31 52 24 55 24 61 26 67 30 A321-200 93900 46959 1,50 61 27 64 28 66 30 69 31 53 24 56 24 61 26 67 30 A330-200 230900 120000 1,42 53 28 61 27 72 30 85 35 57 26 62 27 71 30 97 36 A330-200 233900 120000 1,42 54 28 62 27 74 30 86 35 58 26 63 27 73 30 98 36 A330-200 202900 120000 1,42 45 28 52 27 61 31 71 35 49 26 52 27 60 30 80 37 A330-200 192900 120000 1,42 43 28 49 27 57 31 67 35 46 26 49 27 56 30 75 37 A330-200 236900 120000 1,42 54 27 62 27 74 30 86 34 58 26 63 27 73 29 98 36 A330-300 212900 125000 1,31 55 41 60 44 70 50 94 66 46 36 54 39 64 46 75 54 A330-300 218900 125000 1,33 57 41 61 44 71 50 96 66 47 37 55 40 65 46 77 54 A330-300 230900 125000 1,45 62 44 68 47 79 53 107 70 54 39 62 43 74 50 86 58 A340-200 260900 130000 1,32 56 33 61 35 71 39 96 50 47 31 55 32 65 36 76 42 A340-200 275900 130000 1,42 62 35 67 37 78 41 106 53 53 33 62 34 73 39 85 45 A340-300 260900 130000 1,32 56 34 61 36 70 40 96 52 47 32 54 33 65 38 76 44 A340-300 275900 130000 1,42 62 37 68 39 79 44 107 57 54 34 62 36 74 42 86 48 A340-500 369200 180000 1,61 70 29 76 31 90 34 121 42 60 29 70 28 83 32 97 37 170 ANEXO I – TABELA ACN DE AERONAVES Aeronave Carga Total (kg) Pressão de pneus (MPa) ACN Para Terrenos de Fundação de Pavimentos Rígidos – resistência normalizada k em MN/m3 ACN Para Terrenos de Fundação de Pavimentos Flexíveis – CBR normalizado Carga Máxima Decolagem - CMD Peso Operacional Vazio - OV Alta 150 Média 80 Baixa 40 Ultra Baixa 20 Alta 15 Média 10 Baixa 06 Ultra Baixa 03 CMD OV CMD OV CMD OV CMD OV CMD OV CMD OV CMD OV CMD OV A340-600 366200 180000 1,61 70 29 76 31 90 34 121 42 60 29 70 28 83 32 97 37 A350-900 268900 142000 1,66 64 32 71 33 83 36 96 41 66 31 70 32 80 34 110 41 A380-800 562271 281237 1,7 71 29 79 31 99 35 136 48 53 25 61 26 76 29 94 34 ATR 42 18558 11217 0,72 9 5 10 5 11 6 13 7 10 6 11 6 12 7 12 7 ATR 72 21516 12746 0,79 11 6 12 6 14 7 15 8 13 7 14 7 14 8 15 8 B727-100 77110 41322 1,14 46 22 48 23 51 25 53 26 41 20 43 20 49 22 54 26 B727-100C 73028 41322 1,09 43 22 45 23 48 25 50 26 39 20 40 21 46 22 51 26 B727-200 (Advanced) 84005 44270 1,02 49 23 52 24 55 26 58 28 45 21 48 22 55 24 60 29 B727-200 (Advanced) 86636 44347 1,06 51 23 54 25 58 26 60 28 47 22 50 22 56 24 61 28 B727-200 (Advanced) 89675 44470 1,15 54 23 57 25 60 27 62 28 49 21 51 22 58 24 63 28 B727-200 (Advanced) 95254 45677 1,19 58 24 61 25 64 27 67 29 52 22 55 22 62 25 66 29 B727-200 (Standard) 78471 44293 1,15 48 24 50 26 53 27 56 29 43 22 45 23 51 25 56 29 B737-100 44361 26581 0,95 23 12 24 13 26 14 27 15 20 12 22 12 24 13 28 15 B737-200 45722 27170 0,97 24 13 25 14 27 15 29 16 22 12 23 12 26 14 30 16 B737-200 52616 27125 1,14 29 13 31 14 32 15 34 16 26 12 27 12 30 13 34 15 B737-200 52616 27125 0,66 24 11 26 12 28 13 30 14 21 10 25 11 29 13 34 15 B737-200 (Advanced) 58332 29620 1,25 34 15 36 16 38 17 39 18 30 14 31 14 35 15 39 17 171 ANEXO I – TABELA ACN DE AERONAVES Aeronave Carga Total (kg) Pressão de pneus (MPa) ACN Para Terrenos de Fundação de Pavimentos Rígidos – resistência normalizada k em MN/m3 ACN Para Terrenos de Fundação de Pavimentos Flexíveis – CBR normalizado Carga Máxima Decolagem - CMD Peso Operacional Vazio - OV Alta 150 Média 80 Baixa 40 Ultra Baixa 20 Alta 15 Média 10 Baixa 06 Ultra Baixa 03 CMD OV CMD OV CMD OV CMD OV CMD OV CMD OV CMD OV CMD OV B737-200/200C (Advanced) 53297 29257 1,16 30 15 32 16 34 17 35 18 27 14 28 14 31 15 36 17 B737-200/200C (Advanced) 56699 28985 1,23 33 15 34 16 36 17 38 18 29 14 30 14 34 15 38 17 B737-300 61462 32904 1,34 37 18 39 18 41 20 42 21 32 16 33 16 37 17 41 20 B737-300 61462 32904 1,14 35 17 37 18 39 19 41 20 31 15 33 16 37 17 41 20 B737-400 64864 33643 1,44 41 19 43 20 45 21 47 22 35 16 37 17 41 18 45 21 B737-500 60781 31312 1,34 37 17 38 17 40 19 42 19 32 15 33 15 37 16 41 19 B737-600 66224 36378 1,28 37 18 39 19 41 21 43 22 33 17 34 17 38 18 43 21 B737-700 70307 37648 1,36 41 20 43 21 45 22 47 23 36 18 38 18 42 19 47 22 B737-700C/-700ER 77791 39009 1,35 46 21 49 22 51 23 53 24 41 18 43 19 48 20 53 23 B737-800 79243 41413 1,41 49 23 51 24 54 25 56 27 43 20 45 21 50 22 55 26 B737-900 79243 41413 1,41 49 23 51 24 54 25 56 27 43 20 45 21 50 22 55 26 B737-900ER 85366 44679 1,52 56 26 58 27 60 29 62 30 48 23 51 23 56 25 61 29 B747-100 323410 162385 1,50 41 17 48 19 57 22 65 25 44 19 48 20 58 22 77 28 B747-100B 334749 173036 1,56 43 18 50 20 59 24 68 28 46 20 50 21 60 24 80 30 B747-100B 341553 171870 1,32 41 17 49 19 58 22 68 26 46 20 51 21 62 23 82 30 B747-100B SR 260362 164543 1,04 27 16 32 17 40 21 47 25 33 19 36 20 43 23 59 30 B747-200B 352893 172886 1,37 45 18 53 20 64 24 73 28 50 21 55 22 67 24 88 31 B747-200C 373305 166749 1,30 46 16 55 18 66 21 76 25 52 19 57 20 70 22 92 29 172 ANEXO I – TABELA ACN DE AERONAVES Aeronave Carga Total (kg) Pressão de pneus (MPa) ACN Para Terrenos de Fundação de Pavimentos Rígidos – resistência normalizada k em MN/m3 ACN Para Terrenos de Fundação de Pavimentos Flexíveis – CBR normalizado Carga Máxima Decolagem - CMD Peso Operacional Vazio - OV Alta 150 Média 80 Baixa 40 Ultra Baixa20 Alta 15 Média 10 Baixa 06 Ultra Baixa 03 CMD OV CMD OV CMD OV CMD OV CMD OV CMD OV CMD OV CMD OV B747-200F/300 379201 156642 1,39 47 16 57 17 68 20 78 24 53 18 59 19 73 21 94 26 B747-400 395987 178459 1,41 53 19 63 21 75 25 85 29 57 21 64 22 79 25 101 32 B747SP 302093 147716 1,30 35 14 42 16 51 19 59 22 40 17 44 17 52 19 71 25 B747SP 318881 147996 1,40 37 14 44 15 52 18 60 21 41 16 45 17 54 18 72 23 B747-400F 397800 179200 1,38 53 19 62 21 74 25 85 29 53 20 59 21 73 23 94 30 B747-400ER 414130 164400 1,58 59 19 69 20 81 23 92 27 57 18 63 19 78 21 100 26 B747-8F 443613 226796 1,52 64 27 75 30 88 35 101 41 63 27 70 28 87 32 110 43 B747-8 449056 226796 1,52 65 27 77 30 90 35 102 41 63 27 71 28 88 32 112 43 B757-200 109316 60260 1,17 27 12 32 14 38 17 44 19 29 14 32 14 39 17 52 22 B767-200 143789 78976 1,31 33 15 38 17 46 20 54 24 37 18 40 19 47 21 65 26 B767-200ER 159755 80853 1,21 37 16 44 18 54 21 63 25 43 19 47 19 57 22 77 28 B767-300 159665 86070 1,21 38 17 45 19 54 23 63 27 43 20 48 21 58 24 78 32 B767-300ER 172819 87926 1,31 43 18 51 20 61 24 71 28 48 21 53 22 65 24 86 32 B767-300ER 185520 88470 1,38 47 18 56 20 66 24 76 28 51 21 57 22 70 24 92 31 B777-200 248096 142760 1,38 51 25 58 27 71 31 99 43 40 23 50 23 65 28 81 35 B777-200LR 348358 145150 1,50 64 23 82 23 105 27 127 34 62 20 69 21 87 24 117 31 B777-300 300306 163154 1,48 68 30 76 32 97 38 129 53 54 27 69 28 89 35 109 43 B777-300ER 352441 167829 1,52 66 27 85 28 109 34 131 43 64 24 71 25 89 29 120 40 B777F 348722 144242 1,52 66 23 82 23 105 27 127 34 62 19 69 21 87 23 117 31 173 ANEXO I – TABELA ACN DE AERONAVES Aeronave Carga Total (kg) Pressão de pneus (MPa) ACN Para Terrenos de Fundação de Pavimentos Rígidos – resistência normalizada k em MN/m3 ACN Para Terrenos de Fundação de Pavimentos Flexíveis – CBR normalizado Carga Máxima Decolagem - CMD Peso Operacional Vazio - OV Alta 150 Média 80 Baixa 40 Ultra Baixa 20 Alta 15 Média 10 Baixa 06 Ultra Baixa 03 CMD OV CMD OV CMD OV CMD OV CMD OV CMD OV CMD OV CMD OV B787-8 228384 107683 1,57 61 24 71 26 84 30 96 35 60 24 66 25 81 28 106 36 B787-9 253558 110676 1,54 65 25 76 26 90 30 104 34 66 24 73 25 87 27 117 34 DC-10-10 196406 108940 1,28 45 23 52 25 63 28 73 33 52 26 57 27 68 30 93 38 DC-10-10 200942 105279 1,31 46 22 54 24 64 27 75 31 54 24 58 25 69 28 96 36 DC-10-15 207746 105279 1,34 48 22 56 24 67 27 74 31 55 24 61 25 72 28 100 36 DC-10-30/40 253105 120742 1,17 44 20 53 21 64 24 75 28 53 22 59 23 70 25 97 32 DC-10-30/40 260816 124058 1,21 46 20 55 21 67 25 78 29 56 23 61 23 74 26 101 33 DC-10-30/40 268981 124058 1,24 49 20 59 21 71 25 83 29 59 23 64 23 78 26 106 33 Fokker 100 44680 24375 0,98 28 13 29 14 31 15 32 16 25 12 27 13 30 14 32 16 Fokker 27 Mk500 19777 11879 0,54 10 5 11 6 12 6 12 7 8 4 10 5 12 6 13 7 Fokker 28 Mk1000HTP 29484 16550 0,69 15 8 16 8 18 9 18 10 13 6 15 7 17 8 20 10 Fokker 28 Mk1000LTP 29484 15650 0,58 14 6 15 7 17 8 18 9 11 5 14 6 16 7 19 9 Fokker 50 HTP 20820 12649 0,59/0,55 10 6 11 6 12 7 13 7 8 5 10 5 12 6 14 8 Fokker 50 LTP 20820 12649 0,41 9 5 10 5 11 6 12 7 6 4 9 5 11 6 14 8 MD-11 274650 127000 1,41 56 23 66 25 79 28 92 32 64 25 70 26 85 29 114 37 Fonte: ANAC (2016) 174 ANEXO II – PATOLOGIAS CONSIDERADAS NA PROPOSTA PATOLOGIAS CONSIDERADAS NA PROPOSTA Trincas do tipo couro de jacaré (Alligator Cracking) Exsudação (Bleeding) Trincas em Bloco (Block Cracking) Corrugação (Corrugation) Depressão (Depression) 175 Erosão por rápida propulsão do jato de aeronaves (Jet Blast Erosion) Trincas de reflexão, base de concreto (Joint Reflection, PCC) Trincas transversais e longitudinais (Longitudinal & Transversal Cracking) Deterioração por presença de óleo/combustível (Oil Spillage) 176 Remendo (Patching) Agregado polido (Polished Aggregate) Desagregação (Raveling) Afundamento da trilha de roda (Rutting) 177 Solevamento da camada asfáltica devido à placa de PCC (Shoving from PCC) Escorregamento (Slippage cracking) Inchamento (Swell) Desprendimento (Weathering) 178 Fonte: Adaptada de US ARMY CORPS OF ENGINEERS (2009). 179 ANEXO III – QUESTIONÁRIO I DE PESQUISA Universidade Federal do Rio Grande do Norte PEP - UFRN Programa de Pós-graduação em Engenharia de Produção Av. Passeio dos Girassóis, 300 - Capim Macio, Natal - RN, 59077-080 Data: __/__/__ PROPOSTA DE UM MODELO DE AVALIAÇÃO DE PAVIMENTOS Classificação do tipo de falhas Quanto ao Modo de Falha: ____________________________________________________________ a) Nas condições normais de trabalho, a equipe de manutenção sabe que a falha ocorreu? ( ) Não ( ) Sim b) Se a resposta anterior foi sim, responda: Este modo de falha afeta a segurança? ( ) Não ( ) Sim CRITÉRIOS DE DECISÃO NA MANUTENÇÃO DEPAVIMENTOS AEROPORTUÁRIOS Considere toda a área de uma Pista de Pouso e Decolagem. Alguns critérios são levados em consideração para definir qual a melhor estratégia de manutenção a ser tomada. Critérios considerados: C1 – Impacto operacional: Probabilidade da falha parar ou prejudicar as operações de voo. C2 – Localização: Probabilidade da falha está presente em local crítico de tráfego. C3 – Orçamento: Probabilidade da falha existir e gerar gastos extensos com restauração. C4 – Ocorrência: Probabilidade da causa existir e provocar uma falha. C5 – Detecção: Probabilidade da falha ser detectada antes do início das operações de voo. C6 – Severidade: Probabilidade em que o cliente (empresa aérea e passageiros) identifica e é prejudicado pela falha, em termo de segurança. Comparando os critérios, dois a dois, qual a importância que você atribui a eles? Utilize a Tabela 1 de comparação a seguir e preencha o valor associado à faixa de pesos escolhida. Tabela 1: 1. Impacto Operacional/Localização ( ) 9 ( ) 7 ( ) 5 ( ) 3 ( ) 1 ( ) 1/3 ( ) 1/5 ( )1/7 ( )1/9 2. Impacto Operacional/Orçamento ( ) 9 ( ) 7 ( ) 5 ( ) 3 ( ) 1 ( ) 1/3 ( ) 1/5 ( )1/7 ( )1/9 3. Impacto Operacional/Ocorrência ( ) 9 ( ) 7 ( ) 5 ( ) 3 ( ) 1 ( ) 1/3 ( ) 1/5 ( )1/7 ( )1/9 4. Impacto Operacional/Detecção ( ) 9 ( ) 7 ( ) 5 ( ) 3 ( ) 1 ( ) 1/3 ( ) 1/5 ( )1/7 ( )1/9 5. Impacto Operacional/Severidade ( ) 9 ( ) 7 ( ) 5 ( ) 3 ( ) 1 ( ) 1/3 ( ) 1/5 ( )1/7 ( )1/9 6. Localização/Orçamento ( ) 9 ( ) 7 ( ) 5 ( ) 3 ( ) 1 ( ) 1/3 ( ) 1/5 ( )1/7 ( )1/9 7. Localização/Ocorrência ( ) 9 ( ) 7 ( ) 5 ( ) 3 ( ) 1 ( ) 1/3 ( ) 1/5 ( )1/7 ( )1/9 8. Localização/Detecção ( ) 9 ( ) 7 ( ) 5 ( ) 3 ( ) 1 ( ) 1/3 ( ) 1/5 ( )1/7 ( )1/9 180 9. Localização/Severidade ( ) 9 ( ) 7 ( ) 5 ( ) 3 ( ) 1 ( ) 1/3 ( ) 1/5 ( )1/7 ( )1/9 10. Orçamento/Ocorrência ( ) 9 ( ) 7 ( ) 5 ( ) 3 ( ) 1 ( ) 1/3 ( ) 1/5 ( )1/7 ( )1/9 11. Orçamento/Detecção ( ) 9 ( ) 7 ( ) 5 ( ) 3 ( ) 1 ( ) 1/3 ( ) 1/5 ( )1/7 ( )1/9 12. Orçamento/Severidade ( ) 9 ( ) 7 ( ) 5 ( ) 3 ( ) 1 ( ) 1/3 ( ) 1/5 ( )1/7 ( )1/9 13. Ocorrência/Detecção ( ) 9 ( ) 7 ( ) 5 ( ) 3 ( ) 1 ( ) 1/3 ( ) 1/5 ( )1/7 ( )1/9 14. Ocorrência/Severidade ( ) 9 ( ) 7 ( ) 5 () 3 ( ) 1 ( ) 1/3 ( ) 1/5 ( )1/7 ( )1/9 15. Detecção/Severidade ( ) 9 ( ) 7 ( ) 5 ( ) 3 ( ) 1 ( ) 1/3 ( ) 1/5 ( )1/7 ( )1/9 A seguir, classifique cada uma das falhas em função dos critérios analisados anteriormente. 1. Modo de Falha:___________________________________________________________________ Causas: ___________________________________________________________________________ Efeitos: ___________________________________________________________________________ a) Existe ______________________, presente em área crítica do pavimento (Zona de Toque ou Área de Giro). Classifique o Impacto Operacional: ( ) 1 - Chance mínima de interromper as operações. ( ) 2 - Parada parcial das operações no Lado Ar. ( ) 3 - Parada total das operações no Lado Ar. b) Existe ______________________, presente em área comum do pavimento (acostamento e cabeceiras). Classifique a falha quanto ao Impacto Operacional: ( ) 1 - Chance mínima de interromper as operações. ( ) 2 - Parada parcial das operações no Lado Ar. ( ) 3 - Parada total das operações no Lado Ar. c) Existe ______________________. Classifique a falha quanto ao Orçamento: ( ) 1 - Custos mínimos com manutenção e reabilitação a partir da falha encontrada no pavimento. ( ) 2 - Custos moderados com manutenção e reabilitação a partir da falha encontrada no pavimento. ( ) 3 - Custos elevados de manutenção e reabilitação a partir da falha encontrada no pavimento. d) Existe ______________________. Classifique a falha quanto a Ocorrência. OBS.: Em sua resposta, considere as causas desse modo de falha: ( ) 1 - Baixa: relativamente poucas ocorrências de causa. ( ) 2 - Moderada: ocorrências de causa ocasionais. ( ) 3 - Alta: ocorrências de causa repetidas. e) Existe ______________________. Classifique a falha quanto a Detecção: ( ) 1 - Alta: Alta chance de o controle do projeto detectar uma causa ou mecanismo em potencial e o modo de falha subsequente. ( ) 2 - Moderada: chance moderada de que o controle do projeto detecte uma causa ou mecanismo em potencial e o modo de falha subsequente. ( ) 3 - Remota: chance remota de que o controle do projeto detecte uma causa ou mecanismo em potencial e o modo de falha subsequente. f) Existe ______________________, presente em área crítica do pavimento (Zona de Toque ou Área de Giro). Classifique a falha quanto a Severidade. OBS.: Em sua resposta, considere os efeitos desse modo de falha: ( ) 1 - Leve: pode causar um pequeno inconveniente aos clientes (passageiros e empresas aéreas). ( ) 2 - Moderado: pode causar retrabalho/reparo e/ou danos aos clientes. ( ) 3 - Perigoso: classificação de gravidade muito alta, quando um modo de falha potencial afeta a segurança dos usuários. g) Existe ______________________, presente em área comum do pavimento (acostamento e cabeceiras). Classifique a falha quanto a Severidade. OBS.: Em sua resposta, considere os efeitos desse modo de falha: ( ) 1 - Leve: pode causar um pequeno inconveniente aos clientes (passageiros e empresas aéreas). ( ) 2 - Moderado: pode causar retrabalho/reparo e/ou danos aos clientes. ( ) 3 - Perigoso: classificação de gravidade muito alta, quando um modo de falha potencial afeta a segurança dos usuários. 181 ANEXO IV – QUESTIÓNARIO II DE PESQUISA Universidade Federal do Rio Grande do Norte PEP - UFRN Programa de Pós-graduação em Engenharia de Produção Av. Passeio dos Girassóis, 300 - Capim Macio, Natal - RN, 59077-080 Data: __/__/__ PROPOSTADE UM MODELO DE AVALIAÇÃO DE PAVIMENTOS A seguir serão apresentados diferentes cenários. Esses devem ser analisados em função de múltiplos critérios. Determine qual tratamento possivelmente tem o melhor desempenho em função de cada critério. CENÁRIOS PARA AVALIAÇÃO FUNCIONAL E ESTRUTURAL DO PAVIMENTO Critérios para determinação do desempenho dos tratamentos em cada cenário: C1 – Impacto operacional: Probabilidade do cenário analisado parar ou prejudicar as operações de voo. C2 – Localização: Probabilidade do cenário analisado está presente em local crítico de tráfego. C3 – Orçamento: Probabilidade do cenário analisado existir e gerar gastos extensos com restauração. C4 – Ocorrência: Probabilidade da causa existir e provocar aquele cenário analisado. C5 – Detecção: Probabilidade do cenário analisado ser detectada antes do início das operações de voo. C6 – Severidade: Probabilidade em que o cliente (empresa aérea e passageiros) identifica e é prejudicado pelo cenário analisado, em termo de segurança. 1. Considere o seguinte cenário e julgue o desempenho dos tratamentos em função dos critérios apresentados. CENÁRIO 1: ________________________________________________________ a) Considerando a probabilidade do CENÁRIO 1 parar ou prejudicar as operações de voo, qual tratamento apresenta um melhor desempenho? ( ) A1 - Inspeções de rotina ( ) A2 - Remoção do Contaminante ( ) A3 - Remendo superficial ( ) A4 - Remendo profundo ( ) A5 - Lama Asfáltica ( ) A6 - Tratamentos Superficiais ( ) A7 - Tratamento prévio do pavimento existente ( ) A8 - Construção de camada intermediária ( ) A9 - Projeto da camada de recapeamento ( ) A10 - Reconstrução ( ) A11 - Implantação de grooving b) Considerando a probabilidade do CENÁRIO 1 está presente em local crítico de tráfego, qual tratamento apresenta um melhor desempenho? ( ) A1 - Inspeções de rotina ( ) A2 - Remoção do Contaminante ( ) A3 - Remendo superficial ( ) A4 - Remendo profundo ( ) A5 - Lama Asfáltica ( ) A6 - Tratamentos Superficiais ( ) A7 - Tratamento prévio do pavimento existente ( ) A8 - Construção de camada intermediária ( ) A9 - Projeto da camada de recapeamento ( ) A10 - Reconstrução ( ) A11 - Implantação de grooving c) Considerando a probabilidade do CENÁRIO 1 existir e gerar gastos extensos com restauração, qual tratamento apresenta um melhor desempenho? ( ) A1 - Inspeções de rotina ( ) A2 - Remoção do Contaminante ( ) A3 - Remendo superficial ( ) A4 - Remendo profundo ( ) A5 - Lama Asfáltica ( ) A6 - Tratamentos Superficiais ( ) A7 - Tratamento prévio do pavimento existente ( ) A8 - Construção de camada intermediária ( ) A9 - Projeto da camada de recapeamento ( ) A10 - Reconstrução ( ) A11 - Implantação de grooving d) Considerando a probabilidade da causa existir e gerar o CENÁRIO 1, qual tratamento apresenta um melhor desempenho? ( ) A1 - Inspeções de rotina ( ) A2 - Remoção do Contaminante ( ) A3 - Remendo superficial ( ) A4 - Remendo profundo ( ) A5 - Lama Asfáltica ( ) A6 - Tratamentos Superficiais ( ) A7 - Tratamento prévio do pavimento existente ( ) A8 - Construção de camada intermediária ( ) A9 - Projeto da camada de recapeamento ( ) A10 - Reconstrução ( ) A11 - Implantação de grooving e) Considerando a probabilidade do CENÁRIO 1 ser detectado antes do início das operações de voo, qual tratamento apresenta um melhor desempenho? ( ) A1 - Inspeções de rotina ( ) A7 - Tratamento prévio do pavimento existente 182 ( ) A2 - Remoção do Contaminante ( ) A3 - Remendo superficial ( ) A4 - Remendo profundo ( ) A5 - Lama Asfáltica ( ) A6 - Tratamentos Superficiais ( ) A8 - Construção de camada intermediária ( ) A9 - Projeto da camada de recapeamento ( ) A10 - Reconstrução ( ) A11 - Implantação de grooving f) Considerando a probabilidade em que o cliente (empresa aérea e passageiros) identifica e é prejudicado pelo CENÁRIO 1, em termo de segurança, qual tratamento apresenta um melhor desempenho? ( ) A1 - Inspeções de rotina ( ) A2 - Remoção do Contaminante ( ) A3 - Remendo superficial ( ) A4 - Remendo profundo ( ) A5 - Lama Asfáltica ( ) A6 - Tratamentos Superficiais ( ) A7 - Tratamento prévio do pavimento existente( ) A8 - Construção de camada intermediária ( ) A9 - Projeto da camada de recapeamento ( ) A10 - Reconstrução ( ) A11 - Implantação de grooving 183 ANEXO V – ALGORITMO UTILIZADO NO MODELO 4 Passo 1 – Importação das bibliotecas Passo 2 – Divisão dos dados em treinamento e teste Passo 3 -Definir o rótulo para o modelo de aprendizado supervisionado (CA = Coeficiente de Atrito) Passo 4 – Normalização dos dados de treinamento e teste Passo 5 – Definição da arquitetura da rede Passo 6 – Definir otimizador de pesos Passo 7 – Compilação do modelo Passo 8 – Apresentação do progresso do treinamento Passo 9 – Tratamento do overfitting Passo 10 – Validação do modelo 184 Passo 11 – Plotagem dos dados Passo 12 – Avaliação da assertividade do modelo Passo 13 – Teste do modelo Passo 14 – Plotagem dos dados finais 0b6d32ff1e2dd18db1b07b52f6ef219c94b06fc2c78cd669bd3e34d8891a9abd.pdf 0166371b081588e6da697c05577bd67c3b68ea948bd4433543684becc9e4fb83.pdf INGRID REBOUÇAS DE MOURA © 2021 INGRID REBOUÇAS DE MOURA 3d1ab790a6204f8123e4ba4831400218775ca91e01975b701317d6096a8fc995.pdf 0b6d32ff1e2dd18db1b07b52f6ef219c94b06fc2c78cd669bd3e34d8891a9abd.pdf 0166371b081588e6da697c05577bd67c3b68ea948bd4433543684becc9e4fb83.pdf