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Por Maria Clara Frotté Osteologia 1 Crânio • Faz parte do esqueleto axial. • Seus ossos são unidos por junturas fibrosas. (Imóvel) Somente a ATM é uma articulação sinovial, unindo a mandíbula ao osso temporal de forma móvel. • Função de proteger: - O encéfalo; - As porções iniciais dos sistemas respiratório e digestório. - Os órgãos dos sentidos especiais (visão, gustação, olfação...). • Permite a passagem de vasos e nervos pelos forames. • Na maxila e mandíbula há suporte dos dentes. • Plano orbitomeático: orienta a posição do crânio, sendo uma linha horizontal que une a margem superior do meato acústico externo à borda inferior da órbita esquerda. • Pode ser dividido em viscerocrânio e neurocrânio: • Os ossos do crânio possuem a lâmina óssea interna e externa (osso compacto) e uma camada média de osso esponjoso (díploe). 2 • Vista Superior do crânio • Vista posterior do crânio 3 • Vista anterior do crânio 3.1) Fronte • Contribui para o esqueleto do terço superior da face. • Na escama do osso frontal existe uma elevação na porção medial, a glabela, a qual marca a localização do seio frontal. • A escama do seio frontal tem ossificação intramembranosa. • A lâmina horizontal contribui para o teto da órbita e para o soalho da cavidade craniana. • Nos embriões, o osso frontal é separado por uma sutura. Caso ela permaneça, é chamada de sutura metópica. 4 3.2) Cavidade orbital o Margem supraorbital: frontal + 2 reentrâncias: incisura frontal e incisura ou forame supraorbital. o Margem infraorbital: osso zigomático + maxila. O forame infraorbital permite a passagem do feixe vasculonervoso infraorbital (V2). o Margem lateral: processos zigomáticos do frontal e frontal do zigomático. o Margem medial: maxila + frontal + lacrimal. o Teto: frontal + asa maior do esfenoide. No extremo posterior do teto existe uma depressão, a fossa para glândula lacrimal. O canal óptico dá passagem para o nervo óptico (II) e à artéria oftálmica. o Assoalho: maxila + zigomático + processo orbital do palatino. Sulco infraorbital -> Canal infraorbital -> Forame infraorbital (face). o Parede medial: lacrimal + lâmina orbital do etmoide + pequena parte do esfenoide + parte da maxila + parte do frontal. - Forames etmoidais inferior e posterior: dão passagem aos vasos e nervos com mesmo nome. o Parede lateral: zigomático + asa maior do esfenoide + parte do frontal. - Fissura orbital superior e inferior. 5 3.3) Proeminência da face • Formada pelo zigomático, articulando-se com a maxila, frontal, esfenoide e temporal. Traumas nessa região não costumam fraturar o zigomático, mas pode ocorrer o seu deslocamento para o seio paranasal ou separações das suturas que envolvem essa região. 3.3) Nariz ósseo externo • Abertura piriforme: delimitada pelas maxilas e ossos nasais. • Espinha nasal anterior: onde se fixa a cartilagem do septo nasal. • Cóanos: aberturas posteriores da cavidade nasal delimitados pelo vômer, lâmina pterigoidea medial, pelas lâminas horizontais do osso palatino e pelo corpo do esfenoide. • Osso etmoide -> descrição necessária para entender a cavidade nasal. 6 3.3.1: Osso etmoide Composição: lâmina horizontal (cribriforme) + lâmina vertical + duas massas laterais. • Massas laterais: cavidades ósseas aeradas. o Labirinto etmoidal -> seio etmoidal o Também formam a parede medial da cavidade orbital e as conchas nasais superior e média. o Lâmina horizontal -> lâmina cribriforme -> filetes nervosos do nervo olfatório (I). o Lâmina vertical -> lâmina perpendicular -> septo nasal. Fratura da lâmina cribriforme: pode atingir os filetes do nervo olfatório (I) e de suas bainhas, formadas por extensões da dura-máter. Ocorre extravasamento do líquido cerebrospinal (rinorreia) e perda de olfato (anosmia). 3.3.2: Paredes da cavidade nasal o Parede lateral: parte do nasal + maxila + lacrimal + etmoide + concha nasal inferior + lâmina perpendicular do palatino + lâmina medial do processo pterigoide do esfenoide. OBS: As conchas nasais média e superior são projeções do etmoide. 7 - Forame esfenopalatino: comunica a cavidade nasal e a fossa pterigopalatina. o Parede medial: septo ósseo = lâmina perpendicular do etmoide + vômer. Teto: nasal + frontal + corpo do esfenoide + parte do vômer+ Lâmina cribriforme do etmoide. o Assoalho: teto da cavidade oral = processos palatinos das maxilas +lâminas horizontais dos palatinos. 4) Vista lateral do crânio • Frontal + parietal + temporal + parte do occipital + nasal + lacrimal + zigomático + maxila + mandíbula + asa maior do esfenoide. 4.1) Osso temporal • Partes escamosa, timpânica, estiloide, mastoide e petrosa. 8 4.2) Fossa temporal: Região onde fica o músculo temporal, delimitada superiormente pela linha temporal superior e inferiormente pelo arco zigomático. • Ptério: relação com o ramo anterior da artéria meníngea média. Traumatismos nessa região podem causar fraturas que rompem a dura- máter e essa artéria. Traumas na região do Ptério → Observação do paciente por 24 horas. 4.3) Fossa infratemporal: Região abaixo da fossa temporal. Preenchida pelo tendão do músculo temporal, pelos músculos pterigoideos medial e lateral, pela artéria maxilar e seus ramos, pelo plexo venoso pterigoideo e pelos nervos mandibular, parte do nervo maxilar e pelo nervo corda do tímpano. Seus limites incluem: • Superior: asa maior do esfenoide. • Inferior: é aberta. • Anterior: maxila e fissura orbital inferior. • Posterior: aberta. • Lateral: lâmina lateral do processo pterigoide do esfenoide e pela fissura pterigomandibular. • Medial: ramo e processo coronóide da mandíbula. Comunicações com: • Fossa temporal: pela abertura do arco zigomático e o resto do crânio. • Órbita: pela fissura orbital inferior. • Fossa pterigopalatina: pela fissura pterigomaxilar. • Fossa média do crânio, pelos forames oval e espinhoso. Importante: na fossa infratemporal estão os músculos da mastigação e os principais vasos e nervos que nutrem a mandíbula, maxila e os dentes. 9 4.4) Fossa pterigopalatina: espaço em fenda abaixo da base craniana, entre a maxila, o processo pterigoide do esfenoide a lâmina perpendicular do palatino. → Possui ramificações no nervo maxilar (V2), pelo gânglio pterigopalatino e por ramos terminais da artéria maxilar. → Comunicações com: • Órbita: fissura orbital inferior. • Fossa média do crânio: forame redondo. • Cavidade nasal: forame esfenopalatino. • Palato: canais palatinos maior e menor. • Fossa infratemporal: fissura pterigomaxilar; Em radiografias laterais, a fossa pterigomaxilar é vista em forma de gota invertida atrás da maxila. 5) Vista inferior do crânio • Occipital + temporais + esfenoide + vômer + palatinos + maxilas + zigomático. 5.1) Osso occipital: possui o forame Magno. → Forame Magno: • Comunicações: cavidade do crânio com o pescoço e com o canal vertebral. • Passagem: medula espinal e suas meninges, parte do nervo acessório e às artérias vertebrais. 10 → Parte escamosa do occipital: parte da base do crânio. • A protuberância occipital externa e as linhas superiores da nuca delimitam superiormenteo pescoço. → Parte lateral do occipital: apresenta os côndilos occipitais, que se articulam com o atlas. → Parte basilar do occipital: projeção óssea espessa em direção ao esfenoide, onde encontra-se o tubérculo faríngeo. 5.2) Osso temporal (parte petrosa): possui 3 faces, duas voltadas para o interior do crânio e uma para a vista inferior. Três forames nessa vista são importantes: • Forame lacerado: fechado por uma cartilagem, se relaciona com a tuba auditiva. • Canal carótido: por onde passa a artéria carótida interna. • Forame jugular: atravessado pela veia jugular interna e pelos nervos glossofaríngeo (IX), vago (X) e acessório (XI). 5.3) Osso esfenoide: possui um corpo mediano e duas expansões laterais, as asas maiores e as asas menores. Na vista inferior destacam-se os processos pterigoides. → Asa maior: faces cerebral, temporal e infratemporal. → Forame oval: nervo mandibular (V3). →Forame espinhoso: artéria meníngea média. →Forame redondo: nervo maxilar (V2). 11 Sifão carotídeo protege o encéfalo ao dissipar a pulsação da artéria meníngea média. Na sela turca encontramos a glândula pituitária. 5.3) Palato ósseo: processos palatinos das maxilas + lâminas horizontais dos ossos palatinos. 5.3) Osso palatino: • Lâmina perpendicular: contribui para a cavidade nasal, parede medial da fossa pterigopalatina e para a cavidade orbitária. • Lâmina horizontal: contribui para o palato ósseo. 12 6) Vista interna do crânio: calvária do crânio + base do crânio. Calvária do crânio Base do crânio: • Crânio jovem: parte basilar do occipital se une ao esfenoide pela sincondrose esfenoccipital. Mais tarde essa articulação se ossifica. 13 7) Maxila: corpo central com seio maxilar + quatro processos (maxila, frontal, alveolar e palatino). • Face anterior: voltada para os tecidos da face. → Possui as eminências alveolares (elevações das raízes dentárias). A mais evidente é a eminência canina. → Entre a eminência canina e o incisivo lateral, existe a fosseta incisiva, onde origina o músculo abaixador do septo nasal. → A fossa canina está acima dos pré-molares, onde se origina o músculo levantador do ângulo da boca. → Acima da fossa, existe o forame infraorbital. • Face infratemporal (posterior): forma a parede posterior do seio maxilar e a parede anterior das fossas infratemporal e pterigopalatina. → Na região posterior encontramos o túber da maxila. 14 Exodontias de sisos podem ocasionar fraturas no túber da maxila e na face infratemporal. • Face orbital: forma grande parte do assoalho orbitário. → Fossa para o saco lacrimal → Canal lacrimo nasal →Sulco infraorbital → Canal infraorbital → Forame infraorbital. • Face nasal: → Hiato maxilar → Crista conchal → Crista etmoidal (junção com osso etmoide). • Processo zigomático: Possui a crista infrazigomática, um importante ponto de referência ponto de referência para a anestesia nas foraminas alveolares localizadas na face infratemporal da maxila. • Processo alveolar: aloja os alvéolos dentais superiores. • Processo palatino: contribui para a formação do palato duro. → Posteriormente aos incisivos, temos o forame incisivo, que marca o fim dos canais incisivos, os quais comunicam a cavidade nasal com a oral e deixam passar os vasos e nasopalatino (V2). O nervo nasopalatino (V2) pode ser anestesiado ao nível do forame incisivo. 8) Mandíbula: corpo mediano e anterior + 2 ramos da mandíbula. • Osso mais forte e único móvel (forma a ATM junto com o temporal). 15 • Corpo da mandíbula: → Forma de ferradura. →Sínfise mentual: região do corpo da mandíbula entre os dois forames mentuais. Muito usada como área doadora de enxertos ósseos para implantodontia. →Forame mentual: vasos e nervos mentuais (V3). →Linha oblíqua: origem de parte do m. bucinador e do m. abaixador do lábio inferior e do m. abaixador do ângulo da boca. →Tubérculo superior: origem do m. genioglosso. →Tubérculo inferior: origem do m. gênio-hióideo. →Linha milo-hióidea: origem do m. milo-hióideo (assoalho da cav. Oral). →Fossas sublingual e submandibular alojam glândulas de mesmo nome. →Fossas digástricas: se fixam os ventres anteriores do m. digástrico. →Depressão pré-goníaca: onde a artéria facial originada do pescoço cruza para a face (sente- se a pulsação). →Trígono retromolar: onde se fixa a rafe pterigomandibular. →Crista temporal: onde se insere o m. temporal. • Ramo da mandíbula: →Tuberosidades massetéricas: inserção do músculo masseter. →Forame mandibular: é a abertura do canal mandibular, que percorre a mandíbula até o forame mentual. Neles, percorrem o vaso e nervo alveolares inferiores (V3). →Língula da mandíbula: se fixa o ligamento esfenomandibular. →Sulco milo-hióideo: aloja o nervo milo-hióideo (V3). 16 →Processo coronóide: se insere o tendão superficial do m. temporal. →Crista temporal: se insere o tendão profundo do m. temporal. →Incisura da mandíbula: comunica a fossa infratemporal com a região massetérica e por elas passam os vasos e nervos massetéricos (V3). →Processo condilar: faz parte da ATM. →Fóvea pterigóidea: onde se insere o músculo pterigóideo lateral. 9) Anatomia funcional maxilomandibular • Zonas de resistência (Maxila): 1) Pilar canino: inicia-se no alvéolo do canino e dirige-se superiormente pela margem lateral da abertura piriforme, continua-se no processo frontal da maxila e termina na margem supraorbital. →Forças oclusais da região anterior da maxila são distribuídas para a base do crânio. 2) Pilar zigomático: inicia-se na região do alvéolo do primeiro molar, passa pela crista infrazigomática, pelo processo zigomático da maxila, pelo corpo do osso zigomático e, finalmente, para o osso frontal. →Transmite forças oclusais dos pré-molares e do primeiro molar para a base do crânio. 3) Pilar pterigóideo: inicia-se no alvéolo do terceiro molar, passa para o processo pterigoide do esfenoide, por meio do processo piramidal do palatino, e daí conecta-se com a base do crânio. →Transmite as forças oclusais dos molares para a base do crânio. 4) Vigas horizontais: reforços ósseos horizontais que unem os pilares. 17 → Os pilares caninos estão unidos entre si por meio dos reforços ósseos acima e abaixo da abertura piriforme. → O pilar canino está ligado ao pilar zigomático por meio de duas vigas, a margem supraorbital e margem infraorbital. → O pilar zigomático se estabiliza posteriormente pelo arco zigomático. → O palato duro une entre si os três pilares da maxila. • Zonas de fragilidade: são predominantemente horizontais. • Zonas de resistência (Mandíbula): representam o percurso das forças oclusais até a ATM. Tais zonas constituem as trajetórias de força da mandíbula, sendo as principais a basilar e as alveolares, reforçadas anteriormente pelo mento. • Zonas de fragilidade: 1) Colo do côndilo 2) Região do corpo 3) Região do ângulo Referências: TEIXEIRA, L.M.S., REHER, P. REHER, V.G.S. Anatomia Aplicada à Odontologia. 2 ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2008. TEIXEIRA, L.M.S., REHER, P. REHER, V.G.S. Anatomia Aplicada à Odontologia. 3 ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2020. MADEIRA, M. C. Anatomia da face. 7 ed. São Paulo: Sarvier, 2010. KENHUB. Kenhub, 2022. Cabeça e Pescoço. Disponível em: <https://www.kenhub.com/pt/start/head-neck>. Acesso em 22/03/2022 às 13:01. https://www.kenhub.com/pt/start/head-neck 18