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Neurologia 7°P Isadora Campos 02/03/23 Circulação cerebral e liquor 1) Conhecer as principais artérias e veias do cérebro. 2) Entender como o líquido cefalorraquidiano é produzido e drenado 3) Aprender a utilidade de se analisar o líquor 4) Conhecer os fatores que interferem na pressão intracraniana. ➔ Artérias do encéfalo Suprido pelas duas artérias carótidas internas e pelas duas artérias vertebrais. As quatro artérias situam-se dentro do espaço subaracnóideo, e seus ramos se anastomosam sobre a face inferior do encéfalo para formar o círculo arterial do cérebro (círculo de Willis). • Artéria carótida interna Começa na bifurcação da artéria carótida comum, onde habitualmente possui uma dilatação localizada denominado seio carótico. A artéria ascende pelo pescoço e perfura a base do crânio, atravessando o canal carótico do osso temporal. Nesta altura, entra no espaço subaracnóideo ao perfurar a aracnoide-máter e volta-se posteriormente até a região da extremidade medial do sulco lateral do cérebro. Então, divide-se nas artérias cerebrais anterior e média. • Artéria vertebral A artéria vertebral, um ramo da primeira parte da artéria subclávia, ascende pelo pescoço atravessando os forames nos processos transversos das seis vértebras cervicais superiores. Entra no crânio através do forame magno e perfura a dura-máter e a aracnoide-máter para entrar no espaço subaracnóideo. Em seguida, segue para cima, para a frente e medialmente sobre o bulbo. Na margem inferior da ponte une-se ao vaso do lado oposto para formar a artéria basilar. • Artéria basilar Neurologia 7°P Isadora Campos 02/03/23 A artéria basilar, formada pela união das duas artérias vertebrais, ascende em um sulco na face anterior da ponte. ➔ Círculo arterial do cérebro O círculo arterial do cérebro (círculo de Willis) situa-se na fossa interpeduncular, na base do cérebro. É formado por anastomose entre as duas artérias carótidas internas e as duas artérias vertebrais. As artérias comunicante anterior, cerebral anterior, carótida interna, comunicante posterior, cerebral posterior e basilar contribuem para o círculo. O círculo arterial do cérebro possibilita a entrada de sangue pelas artérias carótidas internas ou vertebrais, com distribuição para qualquer parte dos dois hemisférios cerebrais. Ramos corticais e centrais originam-se do círculo e suprem a substância cerebral. É comum a ocorrência de variações nos tamanhos das artérias que formam o círculo, e foi relatada a ausência de uma ou de ambas as artérias comunicantes posteriores. ➔ Artérias para áreas especificas do encéfalo O corpo estriado e a cápsula interna são supridos principalmente pelos ramos estriados mediais e laterais da artéria cerebral média; os ramos centrais da artéria cerebral anterior suprem o restante dessas estruturas. O tálamo é suprido principalmente por ramos das artérias comunicante posterior, basilar e cerebral posterior. O mesencéfalo é suprido pelas artérias cerebral posterior, cerebelar superior e basilar. A ponte é suprida pelas artérias basilar e cerebelares inferior, anterior e superior. O bulbo é suprido pelas artérias vertebral, espinais anterior e posterior, cerebelar inferior posterior e basilar. O cerebelo é suprido pelas artérias cerebelar superior, cerebelar inferior anterior e cerebelar inferior posterior. Neurologia 7°P Isadora Campos 02/03/23 ➔ Veias do encéfalo As veias do encéfalo não possuem tecido muscular em suas paredes muito finas, e são desprovidas de válvulas. Surgem a partir do encéfalo e situam-se no espaço subaracnóideo. Perfuram a aracnoide-máter e a camada meníngea da dura-máter e drenam para os seios venosos da dura-máter. Veias para áreas específicas do encéfalo O mesencéfalo é drenado por veias que deságuam nas veias basilar ou cerebral magna. A ponte é drenada por veias que desembocam na veia basilar, nas veias cerebelares ou em seios venosos adjacentes. O bulbo é drenado por veias que deságuam nas veias espinais e seios venosos adjacentes. O cerebelo é drenado por veias que desembocam na veia cerebral magna ou nos seios venosos adjacentes. Neurologia 7°P Isadora Campos 02/03/23 ➔ Correlações clínicas Isquemia cerebral: Ocorre inconsciência em 5 a 10 segundos se o fluxo sanguíneo para o encéfalo for totalmente interrompido. A parada completa do fluxo sanguíneo cerebral é rapidamente seguida de dano irreversível ao encéfalo, com morte do tecido nervoso. Interrupção da circulação cerebral: As lesões vasculares do encéfalo são extremamente comuns, e o defeito neurológico resultante depende do tamanho da artéria ocluída, do estado da circulação colateral e da área do encéfalo afetada. Síndrome das artérias cerebrais: lesões nas artérias carótida comum, carótida interna e vertebral no pescoço. Oclusão da artéria cerebral anterior Hemiparesia e perda hemissensitiva contralaterais, acometendo principalmente a perna e o pé (lóbulo paracentral do córtex) 2.Incapacidade de identificar objetos corretamente, apatia e alterações da personalidade (lobos frontal e parietal). Oclusão da artéria cerebral média Hemiparesia e perda hemissensitiva contralaterais acometendo principalmente a face e o braço (giros pré-central e pós-central) 2.Afasia se o hemisfério esquerdo estiver afetado (raramente, se o hemisfério direito estiver afetado) 3.Hemianopsia homônima contralateral (dano à radiação óptica) 4.Anosognosia, se o hemisfério direito estiver afetado (raramente, se houver comprometimento do hemisfério esquerdo). Oclusão da artéria cerebral posterior Hemianopsia homônima contralateral, com algum grau de preservação macular (dano ao córtex calcarino, preservação macular, visto que o polo occipital recebe suprimento sanguíneo colateral da artéria cerebral média) 2.Agnosia visual (isquemia do lobo occipital esquerdo) 3.Comprometimento da memória (possível dano à parte medial do lobo temporal). Oclusão da artéria carótida interna Os sinais e sintomas são os da oclusão da artéria cerebral média, incluindo hemiparesia e hemianestesia contralaterais 2.Ocorre perda parcial ou total da visão no mesmo lado, porém a perda permanente é rara (os êmbolos que se desprendem da artéria carótida interna alcançam a retina por meio da artéria oftálmica). Oclusão das artérias vertebral e basilar Perda sensitiva ipsilateral da dor e temperatura na face e perda sensitiva contralateral da dor e temperatura no corpo 2.Episódios de hemianopsia ou cegueira cortical completa 3.Perda ipsilateral do reflexo de vômito. Disfagia e rouquidão em consequência de lesões dos núcleos dos nervos glossofaríngeo e vago 4.Vertigem, nistagmo, náuseas e vômitos 5.Síndrome de Horner ipsilateral 6.Ataxia ipsilateral e outros sinais cerebelares 7.Hemiparesia unilateral ou bilateral 8.Coma Comprometimento do fluxo sanguíneo cerebral Hipotensão postural Síndrome do seio carótico Doença cardíaca Doença da parede arterial Aneurismas cerebrais: Os aneurismas congênitos ocorrem mais comumente no local onde duas artérias se unem na formação do círculo arterial do cérebro (círculo de Willis). Neurologia 7°P Isadora Campos 02/03/23 Hemorragia intracraniana A hemorragia intracraniana pode resultar de traumatismo ou lesões vasculares encefálicas. São consideradas quatro variedades: (1) extradural, (2) subdural, (3) subaracnóidea e (4) cerebral ➔ Encontrado nos ventrículos do encéfalo e no espaço subaracnóideo em todo o encéfalo e da medula espinal. Na posição de decúbito lateral, a pressão medida por punção lombar é de cerca de 60 a 150 mm de água. Essa pressão pode ser elevada pelo esforço, pela tosse ou pela compressão das veias jugulares internas no pescoço. − Suporte físico do cérebro(empuxo): peso diminui de 1500g para 50g − Sistema Glinfático − Transporte Intracerebral (TRF e LRF do hipotálamo para a hipófise) − Homeostase iônica • Funções: Banha as superfícies externa e interna do encéfalo e da medula espinal, atua como amortecedor entre o sistema nervoso central (SNC) e os ossos circundantes, protegendo-o, assim, contra traumatismos mecânicos. Como a densidade do encéfalo é apenas ligeiramente maior do que a do LCS, este proporciona flutuabilidade mecânica e sustentação para o encéfalo. • Formação: Plexos corióideos dos ventrículos laterais e do terceiro e quarto ventrículos; uma parte se origina das células ependimárias que revestem os ventrículos e da substância cerebral através dos espaços perivasculares. Os plexos corióideos secretam ativamente o LCS, o que cria um pequeno gradiente de pressão. Ao mesmo tempo, transportam ativamente metabólitos do sistema nervoso do LCS para o sangue. O transporte ativo também explica por que as concentrações de potássio, cálcio, magnésio, bicarbonato e glicose são menores no LCS do que no plasma sanguíneo. O LCS é produzido continuamente em uma velocidade de cerca de 0,5 mℓ/min, com um volume total de cerca de 150 mℓ; isso corresponde a um tempo de renovação de 5 horas. - Celularidade (Leucócitos): até 5/campo - Glicose: referente ao estado glicêmico das últimas 3h. Equivale a aprox. ⅔ da glicemia. - Proteínas: variam conforme o local da punção (ventrículos<cisterna<lombar) - Lactato: não varia com a glicemia • Circulação A circulação começa com a sua secreção pelos plexos corióideos nos ventrículos (e uma pequena quantidade da superfície do encéfalo). O líquido segue dos ventrículos laterais para o terceiro ventrículo através dos forames. Em seguida, passa para o quarto ventrículo através do estreito aqueduto do mesencéfalo. A circulação é auxiliada pelas pulsações arteriais dos plexos corióideos e pelos cílios das células ependimárias que revestem os ventrículos. A partir do quarto ventrículo, o LCS passa lentamente pela abertura mediana e pelas aberturas laterais dos recessos laterais do quarto ventrículo e entra no espaço subaracnóideo. Em seguida, move-se pelas cisternas cerebelobulbar e pontocerebelar2, e flui superiormente através da incisura do tentório do cerebelo para alcançar a face inferior do cérebro. Em seguida, passa superiormente sobre a face lateral de cada hemisfério cerebral, auxiliado pelas pulsações das artérias cerebrais. Parte do líquido segue inferiormente no espaço subaracnóideo, ao redor da medula espinal e da cauda equina. Neste local alcança um fundo cego, e a sua circulação adicional depende das pulsações das artérias espinais e dos movimentos da coluna vertebral, da respiração, da tosse e das mudanças de posição do corpo. O LCS não apenas banha as superfícies ependimária e pial do encéfalo e da medula Neurologia 7°P Isadora Campos 02/03/23 espinal, como também penetra no tecido nervoso ao longo dos vasos sanguíneos. • Absorção Os principais locais de absorção do LCS são as vilosidades aracnóideas, que se projetam dentro dos seios venosos da dura-máter, particularmente no seio sagital superior. As vilosidades aracnóideas tendem a se agrupar para formar elevações, conhecidas como granulações aracnóideas. A absorção do LCS nos seios da dura-máter ocorre quando a pressão do LCS excede a pressão venosa no seio. • Composição do Líquor • Acidentes de punção Celularidade: retirar 1 célula para cada 500 hemácias. Proteínas: se o acidente for de até 2mil hemácias, retirar 1,5mg para cada 1000 hemácias. 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