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FACETAS, ENCERAMENTO, DIAGNÓSTICO E MOCK-UP INTRODUÇÃO Facetas são procedimentos restauradores de recobrimento total da face vestibular dos dentes, possibilitando reconstrução estética e funcional com o mínimo de desgaste de superfície. Elas podem ser realizadas por técnica direta e indireta. INDICAÇÕES Direta Dentes muito vestibularizados Mordida topo a topo Bruxismo Dentes com alteração de cor Dentes com alteração de forma Dentes girovertidos ou desalinhados Dentes com ampla fratura ou lesão de carie Dentes com múltiplas restaurações Dentes com hipoplasia, fluorose ou amelogênese imperfeita Fechamento de diastemas • Alongamentos de coroa Quando confeccionadas em laboratório empregando cerâmicas ou resinas compostas para posterior cimentação em boca. Elas são executadas em laboratório sobre um modelo e depois cimentadas por técnica de cimentação adesiva. Quando confeccionadas em consultório onde são executadas com resina composta através de procedimentos restauradores diretos adesivos; É uma opção restauradora que pode ser confeccionada em uma única sessão, diminuindo o custo e o tempo de tratamento. Para sua execução, o profissional necessita de habilidade manual e conhecimentos de anatomia que lhe permitam restabelecer a estética perdida. Indireta CONTRA INDICAÇÕES MATERIAIS E INSTRUMENTOS UTILIZADOS Escala Vita Resina Composta Escova de Robinson Pasta Profilática Kit clínico • Anestésico Lápis grafite Tira de lixa metálica Micromotor com contra-ângulo Naedja Mary Caneta de alta rotação Adaptador metálico para contra-ângulo ponta diamantada 1014 brocas tronco-cônica 4138 Broca multilaminada n° 1171L Lençol de borracha Pinça porta grampo Perfurador de lençol Acido fosfórico 37% Fio retrator Espátula para inserção do fio retrator Tira de poliéster • Sistema Adesivo Micropincel para aplicação de adesivo Pincel para resina composta Espátula para inserção de resina Mandril para discos de lixa Discos de Lixas flexíveis Borrachas abrasivas Disco de feltropara polimento de resinas compostas Pasta de polimento PROTOCOLO CLÍNICO (Faceta Direta) Registro fotográfico (opcional); Profilaxia; • Seleção de cor; Anestesia e verificação dos contatos oclusais; Delimitação do término cervical do preparo; Colocação da matriz metálica para proteção dos dentes vizinhos; Canaleta na região cervical com ponta diamantada 1014 (com profundidade min. de 0,4 e máx. de 0,6mm, onde o limite gengival deverá ser de até 0,5 mm subgengivalmente) Confecção de sulcos de orientação vertical na face vestibular com a broca 4138 • União dos sulcos de orientação na vetsibular; Acabamento do preparo e da terminação em chanfrado(2135F); Isolamento; Condicionamento ácido (30s esmalte); Lavagem abundante com jato de ar/água (por 1min); Secagem com papel absorvente; Em seguida colocação do fio retrator na região subgengival; Proteção dos dentes vizinhos com tira de poliéster; Aplicação de Sistema Adesivo; Colocação da resina composta e escultura; Acabamento com discos flexíveis e borrachas abrasivas; Polimento. 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. Naedja Mary Sequência de preparo para confecção de face direta PARA A ETAPA DE ESCULTURA: Inicia-se pela porção de resina para dentina; Após a escultura com espátula para resina, pode-se modelar com pincel; Dependendo do caso, uma, duas ou mais massas de resina de diferentes saturações podem ser inseridas; Cada parte é inserida e fotoativada em uma etapa separada; Na região incisal esculpe-se a dentina com forma de lóbulos; Entre estes lóbulos insere-se uma resina incisal; A última camada é a de esmalte e é inserida em porção única; Da mesma forma que na dentina, dependendo do caso, uma, duas ou mais massas de resina de diferentes saturações podem ser inseridas, a fim de caracterizar os terços cervical, médio e incisal; PARA A ETAPA DE ACABAMENTO E POLIMENTO: As etapas de acabamento e polimento são muito importantes e podeminfluenciar decisivamente o desempenho clínico das restaurações. O acabamento é realizado com discos de lixa de diferentes granulações; • Podem- se marcar as arestas longitudinais vestibuloproximais com lápis; Os discos são utilizados para definir as arestas vestibuloproximais e a posição da borda incisal. A textura de superfície pode ser obtida com ponta diamantada nos 1112F ou 1112FF; O acabamento e o polimento proximal podem ser realizados com tiras de lixa para resinas; O polimento é realizado com e disco de feltro com pasta de polimento;Naedja Mary Antes de se realizar o preparo de facetas é importante realizar moldagem prévia do modelo encerado para obtenção de matrizes de silicone que servirão de guias para a visualização do comprimento da borda incisal e da espessura do desgaste vestibular. Na prática laboratorial realiza-se a moldagem parcial (em manequim) com os dentes hígidos empregando silicone de adição ou condensação. Este molde simula a moldagem do modelo encerado e é recortado para obter duas matrizes, sendo uma vestibular e uma palatina. 1º sessão: PROTOCOLO CLÍNICO (Faceta Indireta) Registro fotográfico (opcional); Seleção de cor, no caso de facetas indiretas cerâmicas, utiliza-se escala de cor; Inicialmente delimita-se com lápis grafite o término periférico do preparo cavitário a ser efetuado na face vestibular(que deverá estender-se cerca de 0,5 mm supragengivalmente); Colocação da matriz metálica para proteção dos dentes vizinhos; Em seguida faz o preparo do dente fazendo umacanaleta na região cervical com ponta diamantada 1012 (com profundidade min. de 0,4 e máx. de 0,6mm, onde o limite gengival deverá ser de até 0,5 mm subgengivalmente); A seguir, confeccionam-se sulcos de orientação no sentido mesiodistal com profundidade de 0,4 mm com a ponta diamantada n° 4142, acompanhando a convexidade da face vestibular; Em seguida, a ponta diamantada n° 2135 é posicionada de forma inclinada e movimentada no sentido cervicoincisal e mesiodistal, unindo todos os sulcos.Neste momento, deve-se realizar uma avaliação em vista incisal empregando a matriz vestibular confeccionada previamente; Em seguida, realizam-se os preparos proximais, ele é realizado com ponta diamantada n° 2135 posicionada com inclinação de 60 a 70° em relação ao eixo longitudinal do dente Em seguida insere-se um fio de afastamento gengival; INICIA-SE A CONFECÇÃO DO TÉRMINO CERVICAL USANDO A PONTA DIAMANTADA N° 2135 Realiza-se o acabamento com ponta diamantadan° 2135FF,podendo também realizar acabamento proximal com tira de lixa diamantada metálica, a fim defacilitar a segunda etapa de moldagem; Depois realiza o polimento do preparo; Então só após o polimento do preparo, o dente deverá ser moldado com silicone de adição, para obtenção do molde; Após a obtenção do molde confecciona-se uma restauração provisória, a fim de restituir, temporariamente, as características estéticas, biológicas e funcionais do dente. 2º sessão: Inicia-se removendo a restauração provisória; Após o ajuste e limpeza da faceta, faz a limpeza do dente, com pasta profilática depois lava e seca-se o local; Realizam-se condicionamento ácido(15s dentina e 30s esmalte); Lavagem abundante com jato de ar/água (por 1min); Secagem com papel absorvente; • Por fim, realiza a cimentação adesivamente. Concluídas as etapas laboratoriais, é chegado o momento de realizar a prova, ajuste e a cimentação da restauração. Sobre o modelo, já é possível fazer uma avaliação preliminar da adaptação, forma e textura. Naedja Mary MATERIAIS E INSTRUMENTAIS UTILIZADOS ENCERAMENTO DIAGNÓSTICO O Enceramento Diagnóstico pode ser definido como um procedimento em que restaurações e reabilitações são planejadas e desenvolvidas em cera para determinar guiar para execução dos procedimentos clínicos e laboratoriais. O enceramento é feito a partir do modelo de gesso, e é indicado para reconstrução das porções desgastadas dos dentes e/ou dentes ausentes; para determinaçãodos contatos dentários simultâneos e do plano oclusal desejado ao término da reabilitação oral e também para fins estéticos, como planejamento para confecção de facetas MATERIAIS E INSTRUMENTAIS UTILIZADOS MOCK-UP Existem diversas técnicas de enceramento diagnóstico descritas na literatura. Dentre elas, a técnica do enceramento progressivo e convencional; ela é realizada a partir da obtenção das arcadas dentárias em modelos de gesso, posteriormente montados em articulador semi ajustável (ASA) sobre os quais, com o auxílio de cera, os dentes deverão ser esculpidos respeitando a anatomia individualizada de cada elemento Lamparina Cera para Escultura Esculpidor 3s e 3ss • Espátula 7 Plástico de bancada Álcool Isqueiro Mock-Up é um modelo utilizado, como ensaio que permite ao paciente pré-visualizar o resultado final do tratamento sem que nenhum desgaste dentário seja realizado, serve para a avaliação, tanto do dentista quanto do paciente. Ele possibilita ao profissional avaliar o resultado do enceramento diagnóstico integrado às demais referências estéticas presentes, como linha média, linha alta do sorriso, posicionamento dental com relação aos lábios superior e inferior, contorno dental, etc. Alginato Silicone de adição ou condensação Gesso comum • Moldeira perfurada 2 cubetas de para manipulação do gesso e do alginato Espátula para Alginato (plástica) Espátula para Gesso (metálica) Resina Bis-Acrílic Naedja Mary PROTOCOLO Realiza-se a moldagem inicial com alginato Confecção do modelo de estudo, realizando o vazamento do gesso sobre a moldeira; Enceramento diagnóstico; Confecção de uma guia (muralha) de silicone; Preenchimento da guia de silicone com resina bis-acrílica e assentamento desta por sobre o arco dentário do paciente Obs: O Mock-up pode ser realizado em resina composta, resina acrílica ou de uma forma mais prática em resina Bis-Acrílica. REFERÊNCIAS BARATIERI, L; MONTEIRO Jr, S. Odontologia Restauradora - Fundamentos e Técnicas. 1ª Ed. São Paulo: Santos, 2010. ( 2 volumes) MONDELLI, J. Fundamentos de dentística operatória. 2ª ed. São Paulo: Santos, 2017. POMPEU, J. G. F; PRADO, V. L. G. Técnica fácil e rápida de enceramento diagnóstico utilizada no atendimento odontológico público na Universidade Federal do Piauí – UFPI, Int. J. Dent., v.3, n.1, p. 308-311, 2004. Naedja Mary