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ANATOMIA HUMANA ANATOMIA HUMANA Anatom ia Hum ana Bruno da Silva Gonçalves Bruno da Silva Gonçalves GRUPO SER EDUCACIONAL gente criando o futuro É com entusiasmo que apresentamos a disciplina de Anatomia Humana, na con� ança de estarmos auxiliando em sua formação acadêmica e, assim, criando possibilidades para um melhor desempenho pro� ssional. Ao longo dessa disciplina, será iniciado o estudo do corpo humano e a compreensão dos princípios imprescindíveis de anatomia, introduzindo você aos vários sistemas que com- põem o nosso organismo e como eles cooperam entre si para manter a saúde do corpo. Além disso, será evidenciado como cada estrutura do corpo desempenha uma função especí� ca e como sua interação com outras estruturas determina sua função. É válido lembrar que o estudo de anatomia não se con� gura apenas como apresentação de fatos. Embora a anatomia humana seja uma ciência relativamente estática, o co- nhecimento vem avançando nos campos relacionados a esse estudo com o surgimento de novas tecnologias e formas de compreender as funções orgânicas. Compartilhamos com você esses avanços, os quais visam melhorar as condições de saúde humana. No empenho de oferecer um conteúdo de qualidade, preparamos esse material didático para impulsionar seu entendimento, pensamento crítico e preocupação com as ques- tões relacionadas à saúde. Sendo uma ciência visual, combinamos a apresentação de diversos recursos visuais e textos didáticos com linguagem clara e acessível. Espera- mos que permita uma maior compreensão da temática, garantindo uma aprendizagem signi� cativa. SER_NUTRI_ANAHU_CAPA.indd 1,3 22/10/20 16:13 © Ser Educacional 2020 Rua Treze de Maio, nº 254, Santo Amaro Recife-PE – CEP 50100-160 *Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência. Informamos que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal. Imagens de ícones/capa: © Shutterstock Presidente do Conselho de Administração Diretor-presidente Diretoria Executiva de Ensino Diretoria Executiva de Serviços Corporativos Diretoria de Ensino a Distância Autoria Projeto Gráfico e Capa Janguiê Diniz Jânyo Diniz Adriano Azevedo Joaldo Diniz Enzo Moreira Bruno da Silva Gonçalves DP Content DADOS DO FORNECEDOR Análise de Qualidade, Edição de Texto, Design Instrucional, Edição de Arte, Diagramação, Design Gráfico e Revisão. SER_NUTRI_ANAHU_UNID1.indd 2 22/10/20 16:07 Boxes ASSISTA Indicação de filmes, vídeos ou similares que trazem informações comple- mentares ou aprofundadas sobre o conteúdo estudado. CITANDO Dados essenciais e pertinentes sobre a vida de uma determinada pessoa relevante para o estudo do conteúdo abordado. CONTEXTUALIZANDO Dados que retratam onde e quando aconteceu determinado fato; demonstra-se a situação histórica do assunto. CURIOSIDADE Informação que revela algo desconhecido e interessante sobre o assunto tratado. DICA Um detalhe específico da informação, um breve conselho, um alerta, uma informação privilegiada sobre o conteúdo trabalhado. EXEMPLIFICANDO Informação que retrata de forma objetiva determinado assunto. EXPLICANDO Explicação, elucidação sobre uma palavra ou expressão específica da área de conhecimento trabalhada. SER_NUTRI_ANAHU_UNID1.indd 3 22/10/20 16:07 Unidade 1 - Introdução ao corpo humano e ao sistema esquelético Objetivos da unidade ........................................................................................................... 13 Conceito de anatomia e considerações gerais ............................................................. 14 História da anatomia ....................................................................................................... 14 Terminologia anatômica básica .................................................................................... 16 Anomalia e monstruosidade .............................................................................................. 16 Anomalia e monstruosidade .......................................................................................... 17 Fatores gerais de variação anatômica ........................................................................ 17 Posição, planos e eixos anatômicos: termos anatômicos ........................................... 19 Termos de posição e direção ........................................................................................ 22 Abordagens anatômicas e divisão do corpo humano .................................................. 23 Conceito e funções do esqueleto ...................................................................................... 26 Funções do esqueleto ..................................................................................................... 26 Tipo e divisão do esqueleto ................................................................................................ 27 Esqueleto axial ................................................................................................................. 28 Esqueleto apendicular .................................................................................................... 30 Número e classificação dos ossos .................................................................................. 31 Anatomia dos ossos ........................................................................................................ 32 Principais acidentes ósseos do esqueleto axial e do esqueleto apendicular .................33 Sumário SER_NUTRI_ANAHU_UNID1.indd 4 22/10/20 16:07 Sumário Sistema articular: conceito e classificação das articulações ................................... 36 Articulação fibrosa .......................................................................................................... 36 Articulação cartilaginosa ............................................................................................... 37 Articulações sinoviais, planos e eixos de movimentos, principais ligamentos ...... 38 Sintetizando ........................................................................................................................... 44 Referências bibliográficas ................................................................................................. 46 SER_NUTRI_ANAHU_UNID1.indd 5 22/10/20 16:07 Sumário Unidade 2 - Sistema muscular e sistema nervoso Objetivos da unidade ........................................................................................................... 48 Sistema muscular: conceitos, funções e grupos musculares ..................................... 49 Funções do sistema muscular ....................................................................................... 50 Grupos musculares ......................................................................................................... 51 Classificação dos músculos .......................................................................................... 52 Anexos do sistema muscular ........................................................................................ 54 Tipos de músculo .................................................................................................................. 54 Tipos de contração muscular ............................................................................................. 56 Fibra muscular ...................................................................................................................... 57 Tecido conjuntivo ................................................................................................................. 61 Sistema nervoso: conceito e divisão do sistema nervoso ........................................... 62 Funções dosistema nervoso ......................................................................................... 62 Divisão do sistema nervoso ........................................................................................... 63 Sistema nervoso central ..................................................................................................... 64 Medula espinhal .............................................................................................................. 65 Encéfalo ............................................................................................................................ 66 Tecido nervoso ...................................................................................................................... 70 Neuróglias ........................................................................................................................ 70 Neurônios ......................................................................................................................... 71 Meninges/ líquor e vascularização .............................................................................. 73 Sistema nervoso periférico ................................................................................................ 75 Sintetizando ........................................................................................................................... 79 Referências bibliográficas ................................................................................................. 81 SER_NUTRI_ANAHU_UNID1.indd 6 22/10/20 16:07 Sumário Unidade 3 - Sistema cardiovascular, sistema respiratório e sistema digestório Objetivos da unidade ........................................................................................................... 83 Sistema cardiovascular: conceito e divisão ................................................................... 84 Coração, circulação e tipo de circulação sanguínea ............................................... 86 Artérias e veias, capilares sanguíneos, sistema linfático, baço e timo ................. 89 Sistema respiratório: conceito e divisão ......................................................................... 93 Nariz, cavidade nasal e seios paranasais, faringe, laringe, traqueia, brônquios, pleura e pulmões ............................................................................................................. 95 Sistema digestório: conceito e divisão .......................................................................... 101 Funções do sistema digestório ................................................................................... 103 Órgãos anexos ao sistema digestório ........................................................................ 110 Sintetizando ......................................................................................................................... 115 Referências bibliográficas ............................................................................................... 117 SER_NUTRI_ANAHU_UNID1.indd 7 22/10/20 16:07 Sumário Unidade 4 - Sistemas urinário, reprodutor, endócrino e tegumentar Objetivos da unidade ......................................................................................................... 119 Sistema urinário e sistema reprodutor .......................................................................... 120 Órgãos do sistema urinário .......................................................................................... 122 Vias urinárias.................................................................................................................. 124 Órgãos genitais masculinos ........................................................................................ 126 Órgãos genitais femininos ........................................................................................... 131 Sistema endócrino ............................................................................................................. 136 Classificação topográfica das glândulas endócrinas ............................................. 137 Outras estruturas endócrinas ..................................................................................... 143 Sistema tegumentar ........................................................................................................... 144 Funções do sistema tegumentar ................................................................................. 144 Pele .................................................................................................................................. 145 Anexos do sistema tegumentar .................................................................................. 147 Sintetizando ......................................................................................................................... 150 Referências bibliográficas ............................................................................................... 152 SER_NUTRI_ANAHU_UNID1.indd 8 22/10/20 16:07 SER_NUTRI_ANAHU_UNID1.indd 9 22/10/20 16:07 Caro(a)s estudantes, É com entusiasmo que apresentamos a disciplina de Anatomia Humana, na confi ança de estarmos auxiliando em sua formação acadêmica e, assim, crian- do possibilidades para um melhor desempenho profi ssional. Ao longo dessa disciplina, será iniciado o estudo do corpo humano e a com- preensão dos princípios imprescindíveis de anatomia, introduzindo você aos vários sistemas que compõem o nosso organismo e como eles cooperam en- tre si para manter a saúde do corpo. Além disso, será evidenciado como cada estrutura do corpo desempenha uma função específi ca e como sua interação com outras estruturas determina sua função. É válido lembrar que o estudo de anatomia não se confi gura apenas como apresentação de fatos. Embora a anatomia humana seja uma ciência relativa- mente estática, o conhecimento vem avançando nos campos relacionados a esse estudo com o surgimento de novas tecnologias e formas de compreender as funções orgânicas. Compartilhamos com você esses avanços, os quais visam melhorar as condições de saúde humana. No empenho de oferecer um conteúdo de qualidade, preparamos esse ma- terial didático para impulsionar seu entendimento, pensamento crítico e preo- cupação com as questões relacionadas à saúde. Sendo uma ciência visual, com- binamos a apresentação de diversos recursos visuais e textos didáticos com linguagem clara e acessível. Esperamos que permita uma maior compreensão da temática, garantindo uma aprendizagem signifi cativa. Bons estudos! ANATOMIA HUMANA 10 Apresentação SER_NUTRI_ANAHU_UNID1.indd 10 22/10/20 16:07 Este material é dedicado àquele que, embora anônimo, é fundamental para a anatomia e contribui na formação de todos os profi ssionais da área da saúde: o cadáver desconhecido, sem o qual todo o ensino da anatomia humana e suas disciplinas correlacionadas não seriam possíveis. O professor Bruno da Silva Gonçal- ves é doutor em Biociências pela Uni- versidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ (2020) e possui mestrado em Fisiopatologia Clínica e Experimental pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ (2015). É graduado em Ciências Biológicas – Bacharel Biomé- dico (2013) e possui Licenciatura (2012) pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ. Tem experiência em Fisiologia, atuando principalmente nos seguintes temas: neurofi siologia, toxicologia, drogas de abuso, alterações comportamentais e desenvolvimento do sistema nervoso. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/1519937479877027 ANATOMIA HUMANA 11 O autor SER_NUTRI_ANAHU_UNID1.indd 11 22/10/20 16:07 INTRODUÇÃO AO CORPO HUMANO E AO SISTEMA ESQUELÉTICO 1 UNIDADE SER_NUTRI_ANAHU_UNID1.indd 12 22/10/20 16:08 Objetivos da unidade Tópicos de estudo Definir anatomia, bem como conhecer os primórdios do estudo e os principaisnomes envolvidos com a pesquisa de anatomia humana; Definir os conceitos de normalidade, variação anatômica, anomalia e monstruosidade; Identificar e exemplificar os fatores gerais de variação anatômica e definir a posição anatômica; Descrever os planos, eixos e as direções do corpo utilizando a terminologia anatômica; Identificar os níveis de organização estrutural no corpo humano e explicar os inter- relacionamentos entre cada um deles; Listar os sistemas orgânicos e fazer uma breve menção de suas funções; Definir esqueleto, descrever suas funções e identificar os tipos existentes; Apresentar o número de ossos do corpo humano e classifica-los de acordo com sua forma, exemplificando cada tipo; Classificar as articulações sinoviais de acordo com o formato de suas superfícies articulares e os tipos de movimento que elas permitem; Definir ligamento e identificar os principais do corpo humano. Conceito de anatomia e considerações gerais História da anatomia Terminologia anatômica básica Anomalia e monstruosidade Anomalia e monstruosidade Fatores gerais de variação anatômica Posição, planos e eixos anatômi- cos: termos anatômicos Termos de posição e direção Abordagens anatômicas e divisão do corpo humano Conceito e funções do esqueleto Funções do esqueleto Tipo e divisão do esqueleto Esqueleto axial Esqueleto apendicular Número e classificação dos ossos Anatomia dos ossos Principais acidentes ósseos do esqueleto axial e do esqueleto apendicular Sistema articular: conceito e clas- sificação das articulações Articulação fibrosa Articulação cartilaginosa Articulações sinoviais, planos e eixos de movimentos, principais ligamentos ANATOMIA HUMANA 13 SER_NUTRI_ANAHU_UNID1.indd 13 22/10/20 16:08 Conceito de anatomia e considerações gerais Muito extenso foi o percurso dos diversos estudiosos que se dedicaram à difícil tarefa de entender o funcionamento do organismo humano. Como se sabe, nenhuma área de conhecimento desabrocha por completo ou surge a partir de uma única mente extraordinária. Pelo contrário: é sempre necessário o somatório de muitas experiências e de vários anos de pesquisa. Com a dis- ciplina que começaremos a estudar nesta primeira unidade, não foi exceção. Então, sejam bem-vindos ao envolvente estudo da anatomia humana. Segundo um tradicional conceito proposto em 1981, “anatomia é a análise da estrutura biológica, sua correlação com a função e com as modulações de estrutura em resposta a fatores temporais, genéticos e ambientais” (DANGELO; FATTINI, 2003, n.p.). Em princípio, a anatomia é o campo da ciência que investi- ga a composição e o desenvolvimento dos organismos vivos em seus diversos níveis de organização. Entre seus principais objetivos, há a compreensão dos princípios da constituição dos organismos, a evidenciação da base estrutural das funções em suas várias divisões e o entendimento dos processos relacio- nados ao seu desenvolvimento. O termo “Anatomia” é uma derivação do grego anatome (ana: “em partes”; tome: “corte”). Do ponto de vista etimológico, temos o seu equivalente latino na palavra “dissecação” (dis: “separadamente”; secare: “cortar”). A associação de palavras signifi ca o ato ou técnica de cortar de maneira ordenada um objeto para conhecer a arquitetura do todo e de suas partes. Assim, consideramos como anatomia a dissecação, descrição, interpretação e avaliação de um ser e de suas partes, com base em peças fi xadas anteriormente através de soluções apropriadas. É digno de nota que, atualmente, consideramos anatomia como a ciência, enquanto que dissecação é uma das técnicas utilizadas nessa ciência. História da anatomia Estudos anatômicos são observados desde as primeiras civilizações huma- nas e, inicialmente, a anatomia era restrita à observação a olho nu e ao manuseio de corpos. Algumas fi guras ilustres que merecem destaque: Hipócrates, médico grego considerado como o “pai da medicina”, foi pioneiro ao elaborar escritos e ANATOMIA HUMANA 14 SER_NUTRI_ANAHU_UNID1.indd 14 22/10/20 16:08 coleções sobre a anatomia humana; Herófilo da Calcedônia, médico grego conhe- cido como o “pai da anatomia”, realizou a primeira dissecação humana pública registrada; e Galeno, um médico romano, trouxe contribuições impressionantes para o campo da anatomia, compilando estudos anteriores e inferindo a função de órgãos através da vivissecção (dissecação de animais vivos). Por não ter acesso a cadáveres humanos em seus estudos, Galeno fez afirma- ções comparando a anatomia animal e à anatomia humana que se provaram equi- vocadas posteriormente. Há também Leonardo da Vinci, famoso artista e anatomis- ta italiano, que fez descobertas anatômicas importantes, além de ser o primeiro a desenvolver técnicas de desenho em anatomia para transmitir informações utilizan- do seções transversais e múltiplos ângulos. Por fim, temos Andreas Vesalius, ana- tomista belga e autor de De Humani Corporis Fabrica, o primeiro atlas de anatomia humana e um dos mais influentes livros de todos os tempos (SINGER, 1996). Figura 1. Lição de anatomia do Dr. Willem van der Meer, de Pieter van Mierevelt. Com o advento da imprensa, a divulgação de ideias e descobertas científi- cas foi extremamente facilitada, permitindo a expansão global da anatomia hu- mana. Com isso, o próximo grande salto foi a expansão através da aquisição de novas tecnologias, que auxiliaram no estudo da anatomia de cadáveres e indi- víduos vivos. Assim foi estabelecida a anatomia como conhecemos atualmente. ANATOMIA HUMANA 15 SER_NUTRI_ANAHU_UNID1.indd 15 22/10/20 16:09 Terminologia anatômica básica Como toda atividade, a anatomia tem uma linguagem própria. Pesquisadores e profi ssionais de saúde utilizam termos específi cos ao se referirem às estruturas do corpo e suas funções. Assim, a linguagem na anatomia precisa de signifi cados defi ni- dos com precisão, permitindo uma comunicação que seja clara e concisa. Para evitar confusões, os anatomistas defi niram a terminologia anatômica, que é o vocabulário ofi cial de palavras empregadas para nomear e identifi car o organismo ou suas par- tes. O grego antigo e o latim constituem a base da maioria dos termos e expressões anatômicas, mas cada país pode traduzi-los para sua própria língua. Ao nomear uma estrutura, a terminologia anatômica busca utilizar termos que não apenas colaborem na memorização, como também apresentem infor- mações sobre a estrutura em questão. Por isso, foram abolidos os epônimos, os nomes de pessoas designando estruturas anatômicas e condições clínicas. Nos últimos 100 anos, a maioria dessas designações concedidas em homena- gem a outrem foi substituída por termos mais pertinentes. Anomalia e monstruosidade Normalidade e variação anatômica Nós, seres humanos, somos diferentes uns dos outros. Esse conceito, aparen- temente óbvio, de que temos diferenças físicas (como forma do corpo e rosto) em relação às pessoas à nossa volta é muito importante para anatomia humana, uma vez que também podemos observar essas diferenças no interior do corpo humano. Assim sendo, algumas observações estruturais em um livro podem não ser vá- lidas para todos os indivíduos ou cadáveres que você encontrar em um laboratório de anatomia. As descrições anatômicas seguem um padrão que não abrange a possibilidade de variações. Esse padrão considera as estruturas que ocorrem com maior frequên- cia na população. Assim, os anatomistas usam uma abordagem estatística para al- cançar a seguinte defi nição: uma estrutura que se encontra mais frequentemente em uma amostragem de indivíduos é denominada normal ou dentro da normali- dade. Quando ocorre uma estrutura diferente do que é observado na maioria das pessoas e sem prejuízo das funções, chamamos de variação anatômica. ANATOMIA HUMANA 16 SER_NUTRI_ANAHU_UNID1.indd 16 22/10/20 16:09 Anomalia e monstruosidade Ocasionalmente, podem acontecervariações morfológicas que afetam as fun- ções, como vemos nas más formações, em que uma pessoa pode nascer com um dedo a mais no pé, por exemplo. Caso o desvio do padrão anatômico produza alte- ração funcional, estamos diante de uma anomalia. As anomalias podem ser congê- nitas (má formação na gravidez) ou adquiridas (sequela de uma lesão ou doença). Temos como exemplos de anomalias: lábio leporino, fenda palatina, dedos su- pranumerários. Quando a anomalia é tão acentuada que deforma a construção do corpo do indivíduo, sendo comumente incompatível com a vida, tal condição é designada monstruosidade. Temos como exemplo de monstruosidade: a agene- sia (não formação) do encéfalo. O campo que estuda essas variações disfuncionais é a teratologia. A partir de seus estudos, a medicina cirúrgica tem feito avanços no sentido de cor- rigir imperfeições físicas, permitindo aos portadores de anomalias e mons- truosidades uma vida normal. Por outro lado, monstruosidades podem ser produzidas pela própria ciência, como as crianças nascidas de gestantes que ingeriram talidomida. EXPLICANDO A talidomida é um medicamento que, na década de 60, era usado no tratamento de resfriados, insônia e náuseas, principalmente em grávi- das nos primeiros meses de gestação. Com o tempo, foi observado que o medicamento causava monstruosidades nos fetos, como a focomelia (ausência parcial de um ou mais membros). Por isso, o uso de talidomida é proibido para mulheres grávidas. O caso da talidomida foi fundamental para a elaboração dos conceitos de vigilância dos medicamentos, assim como debates éticos sobre as condições de vida e os direitos das pessoas nascidas com defi ciências. Fatores gerais de variação anatômica Observamos que as variações anatômicas acontecem de maneira costumeira nos indivíduos. Algumas são identifi cadas em determinado grupo ou fase da vida da população e são denominadas fatores de variação anatômica. Assim, podemos citar: idade, sexo, etnia, biótipo e evolução. ANATOMIA HUMANA 17 SER_NUTRI_ANAHU_UNID1.indd 17 22/10/20 16:09 1. Idade: é o tempo de duração da vida. Ao longo das fases da vida intrauterina e extrauterina, podemos notar algumas modificações anatômicas. a. Fase intrauterina: dividida em ovo (durante os sete pri- meiros dias), embrião (até o fim do segundo mês) e feto (até o nono mês); b. Fase extrauterina: dividida em recém-nascido (até um mês após o nascimento), infante (até o fim do segundo ano), menino (até o fim do décimo ano), pré-púbere (até a puberdade), púbere (dos 12 aos 14 anos, período da maturidade sexual), jovem (até 21 anos no sexo feminino e 25 anos no sexo masculino), adulto (a partir dos 50 anos, período da menopausa feminina e processo equivalente no homem) e velho (após os 60 anos); 2. Sexo: é o conjunto de estruturas funcionais que define a masculinidade ou feminilidade. Mesmo quando não observamos os genitais, é possível reconhecer características especiais referentes ao sexo masculino ou feminino; 3. Raça: é o conjunto de características físicas, externas e internas, comuns entre grupamentos humanos específicos. Também é comumente dividida em três grupos étnicos: os negroides, os caucasianos e os mongoloides e seus entrecruza- mentos. Vale destacar que o conceito de raças humanas é discutível, uma vez que pesquisas recentes em genética humana comprovam que o DNA é o mesmo entre os diferentes grupos, compondo uma só raça: a humana; 4. Biótipo: é a manifestação da combinação de características herdadas e adqui- ridas com a interação com o meio. Geralmente é classificado com base na construção corpórea, sendo divididos em longilíneos, brevilíneos e mediolíneos (Figura 2). a. Os longilíneos são caraterizados como magros, alta estatura, pescoço longo, tronco achatado e membros longos em relação ao tronco; b. Os brevilíneos são atarracados, baixa estatura, pescoço curto, tronco alon- gado e membros curtos em relação ao tronco; c. Os mediolíneos apresentam características intermediárias aos ou- tros biótipos; 5. Evolução: é o processo que influencia o surgimento de diferenças estru- turais ao longo do tempo, algo que propicia o aparecimento de novas espécies. Vale lembrar que a evolução é contínua e ocorre em todas as espécies viventes, inclusive a espécie humana. ANATOMIA HUMANA 18 SER_NUTRI_ANAHU_UNID1.indd 18 22/10/20 16:09 ASSISTA Entenda mais sobre a evolução e como ela ainda está ocorrendo na espécie humana através da explicação do Professor Dr. Atila Iamarino do canal Nerdologia. Além desses citados, podemos incluir também o meio ambiente, o esporte, o trabalho e os processos mórbidos (que ocorrem após a morte) como fatores que infl uenciam as variações anatômicas. No entanto, levando em consideração esse último, as condições observadas nos cadáveres não correspondem com exatidão ao que é encontrado in vivo, em especial no que se refere à coloração, consistência e elasticidade. Com isso, devemos sempre comparar o estudo das estruturas de um cadáver ao de um indivíduo vivo. Figura 2. Representação dos biótipos corpóreos, com longilíneos (esquerda), brevilíneos (centro) e mediolíneos (direita). Fonte: Adobe Stock. Acesso em: 22/06/2020. Posição, planos e eixos anatômicos: termos anatômicos Posição anatômica Com o intuito de evitar confusão na utilização de termos diferentes em seu ofício, os anatomistas defi niram uma posição padronizada para suas descrições ANATOMIA HUMANA 19 SER_NUTRI_ANAHU_UNID1.indd 19 22/10/20 16:09 anatômicas, conhecida como posição de descrição anatômica ou somente po- sição anatômica. A posição anatômica (Figura 3) apresenta um indivíduo eretos (em pé), com a face dirigida para a frente, olhar direcionado para o horizonte, membros su- periores estendidos juntos ao tronco com as palmas para frente e membros in- feriores unidos, direcionando as pontas dos pés para frente. Assim, não impor- ta se o cadáver esteja em decúbito dorsal (o dorso aderido à mesa) ou decúbito ventral (ventre aderido à mesa), deve ser considerada a posição de descrição anatômica em seus estudos. Figura 3. Posição anatômica. Fonte: WIKICOMMONS, 2018. Pernas Braço Tronco Pescoço Cabeça Cabelo Orelha Ombro Detalhes da face: Olho Nariz Bochecha Boca Queixo Pulso Polegar Palma Dedo indicador Dedo mínimo Dedo médio Dedo anelar Peito Seios Mamilos Abdômen Mão Orgãos genitais Vulva Pênis Escroto Joelho Tornozelo Pé ANATOMIA HUMANA 20 SER_NUTRI_ANAHU_UNID1.indd 20 22/10/20 16:09 Planos e eixos anatômicos Planos são superfícies planas imaginárias que utilizamos como referência quando relacionamos partes do corpo. Sendo assim, com base na posição ana- tômica, podemos delimitar o corpo humano através de planos, tangenciando sua superfície como se o indivíduo estivesse dentro de uma caixa retangular e cada parede dessa caixa imaginária representasse um plano de delimitação, sendo os principais: a. Dois planos verticais, um passando à frente do corpo: plano ventral ou anterior – e outro por trás corpo: plano dorsal ou posterior. São também conhecidos como planos frontais; b. Dois planos verticais, passando pelos lados do corpo: planos laterais direito e esquerdo; c. Dois planos horizontais, um por cima da cabeça: plano cranial ou supe- rior – e outro por baixo dos pés: plano podálico ou inferior. Caso o tronco seja isolado dos membros, designamos o plano horizontal, que limita esse tronco por baixo, como caudal. Além de conhecer os planos de delimitação, é comum também estudar as estruturas internas do corpo através de cortes (secções) em diversas formas e examinar suas divisões. Esses planos de referência são conhecidos como pla- nos de secção, sendo os principais: a. O plano vertical, que divide o corpo humano ou órgão em lados direito e esquerdo, denominado plano sagital. Porém, se esse plano atravessa a linha mediana do corpo, é denominado plano mediano; b. O plano vertical, que divide ocorpo humano ou órgão em partes anterior e posterior, chamado de plano frontal ou coronal; c. Os planos horizontais, que dividem o corpo humano ou órgão em partes superior e inferior, denominados planos transversais. Por fim, existem os eixos anatômicos, que são linha imaginárias formadas pelo encontro de dois planos. Os eixos principais são: a. Eixo sagital ou ântero-posterior, que une o cen- tro do plano sagital ao centro do plano transversal; b. Eixo longitudinal ou craniocaudal, que re- laciona o centro do plano coronal ao centro do plano sagital; ANATOMIA HUMANA 21 SER_NUTRI_ANAHU_UNID1.indd 21 22/10/20 16:09 c. Eixo transversal ou laterolateral, que conecta o centro do plano trans- versal ao centro do plano coronal. Termos de posição e direção Com base no conhecimento sobre os planos de delimitação e secção do corpo, é possível indicar a situação e a posição dos órgãos, ou partes do corpo em função deles, utilizando os conhecidos termos descritivos da posição e di- reção dos órgãos. Para indicar direção, os termos são considerados aos pares, cada um indicando uma direção oposta (Quadro 1). Termo Defi nição Exemplo Anterior (ventral) Situado na frente de; a frente do corpo. O tórax está na superfície anterior do corpo. Posterior (dorsal) Situado atrás de; a parte posterior do corpo. As nádegas estão na superfície posterior do corpo. Superior (cranial) Voltado para a cabeça; em posição relativamente alta. Os supercílios são superiores aos olhos. Inferior (caudal) Afastados da cabeça; em posição relativamente baixa. A boca é inferior ao nariz. Medial Voltado para o plano mediano do corpo. A mama é medial à axila. Lateral Afastado do plano mediano do corpo. O quadril está na face lateral do corpo. Proximal Mais próximo de qualquer ponto de referência, como a origem de um membro, a origem de uma estrutura, ou o centro do corpo. O braço é proximal ao antebraço. Distal Afastado de qualquer ponto de referência, como a origem de um membro, a origem de uma estrutura ou o centro do corpo. A mão é distal ao pulso. Superfi cial (externo) Localizado próximo ou na superfície do corpo. A pele é superfi cial aos músculos. Profundo (interno) Localizado mais afastado ou mais profundamente da superfície do corpo do que as estruturas superfi ciais. Os músculos são profundos em relação à pele. QUADRO 1. TERMOS DE POSIÇÃO E DIREÇÃO PARA O CORPO HUMANO Fonte: VAN DE GRAAFF, 2003, pg. 36. (Adaptado). Anterior (ventral)Anterior (ventral)Anterior (ventral) Posterior (dorsal) Anterior (ventral) Posterior (dorsal) Superior (cranial) Situado na frente de; a frente do corpo. Posterior (dorsal) Superior (cranial) Inferior (caudal) Situado na frente de; a frente do corpo. Superior (cranial) Inferior (caudal) Situado na frente de; a frente do corpo. Situado atrás de; a parte posterior do Superior (cranial) Inferior (caudal) Situado na frente de; a frente do corpo. Situado atrás de; a parte posterior do Voltado para a cabeça; em posição Inferior (caudal) Medial Situado na frente de; a frente do corpo. Situado atrás de; a parte posterior do Voltado para a cabeça; em posição Lateral Situado na frente de; a frente do corpo. Situado atrás de; a parte posterior do corpo. Voltado para a cabeça; em posição relativamente alta. Afastados da cabeça; em posição Lateral Situado na frente de; a frente do corpo. Situado atrás de; a parte posterior do corpo. Voltado para a cabeça; em posição relativamente alta. Afastados da cabeça; em posição relativamente baixa. Voltado para o plano mediano do corpo. Proximal Situado na frente de; a frente do corpo. Situado atrás de; a parte posterior do Voltado para a cabeça; em posição relativamente alta. Afastados da cabeça; em posição relativamente baixa. Voltado para o plano mediano do corpo. Afastado do plano mediano do corpo. Proximal Situado atrás de; a parte posterior do Voltado para a cabeça; em posição relativamente alta. Afastados da cabeça; em posição relativamente baixa. Voltado para o plano mediano do corpo. Afastado do plano mediano do corpo. O tórax está na superfície Voltado para a cabeça; em posição Afastados da cabeça; em posição relativamente baixa. Voltado para o plano mediano do corpo. Afastado do plano mediano do corpo. Mais próximo de qualquer ponto de Distal O tórax está na superfície anterior do corpo. As nádegas estão na superfície Afastados da cabeça; em posição relativamente baixa. Voltado para o plano mediano do corpo. Afastado do plano mediano do corpo. Mais próximo de qualquer ponto de referência, como a origem de um membro, a origem de uma estrutura, Superfi cial O tórax está na superfície anterior do corpo. As nádegas estão na superfície posterior do corpo. Os supercílios são superiores Afastados da cabeça; em posição Voltado para o plano mediano do corpo. Afastado do plano mediano do corpo. Mais próximo de qualquer ponto de referência, como a origem de um membro, a origem de uma estrutura, Superfi cial (externo) Profundo (interno) O tórax está na superfície anterior do corpo. As nádegas estão na superfície posterior do corpo. Os supercílios são superiores Voltado para o plano mediano do corpo. Afastado do plano mediano do corpo. Mais próximo de qualquer ponto de referência, como a origem de um membro, a origem de uma estrutura, ou o centro do corpo. Afastado de qualquer ponto de referência, como a origem de um membro, a origem de uma estrutura ou (externo) Profundo (interno) O tórax está na superfície anterior do corpo. As nádegas estão na superfície posterior do corpo. Os supercílios são superiores aos olhos. A boca é inferior ao nariz. Voltado para o plano mediano do corpo. Afastado do plano mediano do corpo. Mais próximo de qualquer ponto de referência, como a origem de um membro, a origem de uma estrutura, ou o centro do corpo. Afastado de qualquer ponto de referência, como a origem de um membro, a origem de uma estrutura ou Profundo (interno) As nádegas estão na superfície posterior do corpo. Os supercílios são superiores aos olhos. A boca é inferior ao nariz. A mama é medial à axila. Afastado do plano mediano do corpo. Mais próximo de qualquer ponto de referência, como a origem de um membro, a origem de uma estrutura, ou o centro do corpo. Afastado de qualquer ponto de referência, como a origem de um membro, a origem de uma estrutura ou Localizado próximo ou na superfície do Profundo (interno) As nádegas estão na superfície Os supercílios são superiores aos olhos. A boca é inferior ao nariz. A mama é medial à axila. O quadril está na face lateral Mais próximo de qualquer ponto de referência, como a origem de um membro, a origem de uma estrutura, ou o centro do corpo. Afastado de qualquer ponto de referência, como a origem de um membro, a origem de uma estrutura ou o centro do corpo. Localizado próximo ou na superfície do Localizado mais afastado ou mais profundamente da superfície do corpo Os supercílios são superiores A boca é inferior ao nariz. A mama é medial à axila. O quadril está na face lateral referência, como a origem de um membro, a origem de uma estrutura, Afastado de qualquer ponto de referência, como a origem de um membro, a origem de uma estrutura ou o centro do corpo. Localizado próximo ou na superfície do Localizado mais afastado ou mais profundamente da superfície do corpo do que as estruturas superfi ciais. A boca é inferior ao nariz. A mama é medial à axila. O quadril está na face lateral Afastado de qualquer ponto de referência, como a origem de um membro, a origem de uma estrutura ou o centro do corpo. Localizado próximo ou na superfície do corpo. Localizado mais afastado ou mais profundamente da superfície do corpo do que as estruturas superfi ciais. A mama é medial à axila. O quadril está na face lateral do corpo. O braço é proximal ao referência,como a origem de um membro, a origem de uma estrutura ou o centro do corpo. Localizado próximo ou na superfície do corpo. Localizado mais afastado ou mais profundamente da superfície do corpo do que as estruturas superfi ciais. A mama é medial à axila. O quadril está na face lateral do corpo. O braço é proximal ao membro, a origem de uma estrutura ou Localizado próximo ou na superfície do Localizado mais afastado ou mais profundamente da superfície do corpo do que as estruturas superfi ciais. O quadril está na face lateral O braço é proximal ao antebraço. Localizado próximo ou na superfície do Localizado mais afastado ou mais profundamente da superfície do corpo do que as estruturas superfi ciais. O braço é proximal ao antebraço. A mão é distal ao pulso. Localizado mais afastado ou mais profundamente da superfície do corpo do que as estruturas superfi ciais. O braço é proximal ao A mão é distal ao pulso. A pele é superfi cial aos profundamente da superfície do corpo do que as estruturas superfi ciais. A mão é distal ao pulso. A pele é superfi cial aos A mão é distal ao pulso. A pele é superfi cial aos músculos. Os músculos são profundos A mão é distal ao pulso. A pele é superfi cial aos músculos. Os músculos são profundos em relação à pele. A pele é superfi cial aos Os músculos são profundos em relação à pele. Os músculos são profundos em relação à pele. Os músculos são profundos em relação à pele. ANATOMIA HUMANA 22 SER_NUTRI_ANAHU_UNID1.indd 22 22/10/20 16:09 Vale comentar que o termo médio aponta estruturas que estão entre duas outras partes, podendo estar entre ventral (anterior) e dorsal (posterior); entre cranial (superior) e caudal (inferior); entre interna e externa; ou ainda entre proximal e distal. Abordagens anatômicas e divisão do corpo humano Abordagens anatômicas A extensão das abordagens possíveis na anatomia é ampla (Quadro 2), abran- gendo estudos das variações estruturais a longo prazo, considerando desde os eventos de duração intermediária no desenvolvimento e envelhecimento, até as va- riações de curto prazo, relacionadas com as diferentes fases de atividade funcional. Em termos de complexidade, pode-se compreender todo um sistema biológico con- siderando organismos inteiros, órgãos, organelas celulares e até macromoléculas. Divisão Abrangência Com base no método de observação Anatomia macroscópica Estuda as estruturas anatômicas de grande porte, possíveis de serem observadas a olho nu, como os órgãos corporais internos e externos. Anatomia microscópica Estuda as estruturas anatômicas de pequeno porte, que requerem aparatos tecnológicos para melhor visualização. É dividida em Citologia (estudo da estrutura e função das células) e Histologia (estudo da organização dos tecidos biológicos). Com base no método de observação Anatomia do desenvolvimento Estuda o corpo humano e suas variações ao longo do seu tempo de vida. Agrega a Embriologia (estudo do desenvolvimento do indivíduo até o nascimento). Anatomia comparada Estuda o corpo humano a partir da comparação com a estrutura de diferentes seres, além de verifi car as relações existentes entre eles. Anatomia sistêmica Estuda o corpo humano a partir de uma divisão relacionada à função das estruturas. Anatomia regional Estuda o corpo humano a partir de uma divisão relacionada à localização das estruturas. Anatomia clínica ou radiográfi ca Estuda o corpo humano por meio de imagens, utilizando técnicas como radiografi a, tomografi a e ressonância. Anatomia de superfície Estuda o corpo humano a partir de pontos de referência encontrados na superfície, utilizando como técnicas a visualização e a palpação. QUADRO 2. PRINCIPAIS SUBDIVISÕES DA ANATOMIA Fonte: TORTORA; NIELSEN, 2013, pg. 2. (Adaptado). Com base no método de observaçãoCom base no método de observação Anatomia macroscópica Com base no método de observação Anatomia macroscópica Com base no método de observação macroscópica Anatomia microscópica Com base no método de observação Anatomia microscópica Com base no método de observação Com base no método de observação Estuda as estruturas anatômicas de grande porte, possíveis de serem microscópica Com base no método de observação Anatomia do desenvolvimento Com base no método de observação Estuda as estruturas anatômicas de grande porte, possíveis de serem observadas a olho nu, como os órgãos corporais internos e externos. Estuda as estruturas anatômicas de pequeno porte, que requerem aparatos Com base no método de observação Anatomia do desenvolvimento Estuda as estruturas anatômicas de grande porte, possíveis de serem observadas a olho nu, como os órgãos corporais internos e externos. Estuda as estruturas anatômicas de pequeno porte, que requerem aparatos tecnológicos para melhor visualização. É dividida em Citologia (estudo da estrutura e função das células) e Histologia (estudo da organização dos Com base no método de observação Anatomia do desenvolvimento Anatomia Estuda as estruturas anatômicas de grande porte, possíveis de serem observadas a olho nu, como os órgãos corporais internos e externos. Estuda as estruturas anatômicas de pequeno porte, que requerem aparatos tecnológicos para melhor visualização. É dividida em Citologia (estudo da estrutura e função das células) e Histologia (estudo da organização dos Com base no método de observação desenvolvimento Anatomia comparada Estuda as estruturas anatômicas de grande porte, possíveis de serem observadas a olho nu, como os órgãos corporais internos e externos. Estuda as estruturas anatômicas de pequeno porte, que requerem aparatos tecnológicos para melhor visualização. É dividida em Citologia (estudo da estrutura e função das células) e Histologia (estudo da organização dos Com base no método de observação Estuda o corpo humano e suas variações ao longo do seu tempo de vida. Agrega comparada Anatomia sistêmica Estuda as estruturas anatômicas de grande porte, possíveis de serem observadas a olho nu, como os órgãos corporais internos e externos. Estuda as estruturas anatômicas de pequeno porte, que requerem aparatos tecnológicos para melhor visualização. É dividida em Citologia (estudo da estrutura e função das células) e Histologia (estudo da organização dos Com base no método de observação Estuda o corpo humano e suas variações ao longo do seu tempo de vida. Agrega a Embriologia (estudo do desenvolvimento do indivíduo até o nascimento). Anatomia sistêmica Anatomia Estuda as estruturas anatômicas de grande porte, possíveis de serem observadas a olho nu, como os órgãos corporais internos e externos. Estuda as estruturas anatômicas de pequeno porte, que requerem aparatos tecnológicos para melhor visualização. É dividida em Citologia (estudo da estrutura e função das células) e Histologia (estudo da organização dos Estuda o corpo humano e suas variações ao longo do seu tempo de vida. Agrega a Embriologia (estudo do desenvolvimento do indivíduo até o nascimento). Estuda o corpo humano a partir da comparação com a estrutura de Anatomia regional Anatomia clínica ou radiográfi ca Estuda as estruturas anatômicas de grande porte, possíveis de serem observadas a olho nu, como os órgãos corporais internos e externos. Estuda as estruturas anatômicas de pequeno porte, que requerem aparatos tecnológicos para melhor visualização. É dividida em Citologia (estudo da estrutura e função das células) e Histologia (estudo da organização dos Estuda o corpo humano e suas variações ao longo do seu tempo de vida. Agrega a Embriologia (estudo do desenvolvimento do indivíduo até o nascimento). Estuda o corpo humano a partir da comparação com a estrutura de diferentes seres, além de verifi car as relações existentes entre eles. Estuda o corpo humano a partir de uma divisão relacionada à função das regional Anatomia clínica ou radiográfi ca Anatomia de Estuda as estruturasanatômicas de grande porte, possíveis de serem observadas a olho nu, como os órgãos corporais internos e externos. Estuda as estruturas anatômicas de pequeno porte, que requerem aparatos tecnológicos para melhor visualização. É dividida em Citologia (estudo da estrutura e função das células) e Histologia (estudo da organização dos tecidos biológicos). Estuda o corpo humano e suas variações ao longo do seu tempo de vida. Agrega a Embriologia (estudo do desenvolvimento do indivíduo até o nascimento). Estuda o corpo humano a partir da comparação com a estrutura de diferentes seres, além de verifi car as relações existentes entre eles. Estuda o corpo humano a partir de uma divisão relacionada à função das Estuda o corpo humano a partir de uma divisão relacionada à localização das Anatomia clínica ou radiográfi ca Anatomia de superfície Estuda as estruturas anatômicas de grande porte, possíveis de serem observadas a olho nu, como os órgãos corporais internos e externos. Estuda as estruturas anatômicas de pequeno porte, que requerem aparatos tecnológicos para melhor visualização. É dividida em Citologia (estudo da estrutura e função das células) e Histologia (estudo da organização dos tecidos biológicos). Estuda o corpo humano e suas variações ao longo do seu tempo de vida. Agrega a Embriologia (estudo do desenvolvimento do indivíduo até o nascimento). Estuda o corpo humano a partir da comparação com a estrutura de diferentes seres, além de verifi car as relações existentes entre eles. Estuda o corpo humano a partir de uma divisão relacionada à função das Estuda o corpo humano a partir de uma divisão relacionada à localização das ou radiográfi ca Anatomia de superfície Estuda as estruturas anatômicas de grande porte, possíveis de serem observadas a olho nu, como os órgãos corporais internos e externos. Estuda as estruturas anatômicas de pequeno porte, que requerem aparatos tecnológicos para melhor visualização. É dividida em Citologia (estudo da estrutura e função das células) e Histologia (estudo da organização dos tecidos biológicos). Estuda o corpo humano e suas variações ao longo do seu tempo de vida. Agrega a Embriologia (estudo do desenvolvimento do indivíduo até o nascimento). Estuda o corpo humano a partir da comparação com a estrutura de diferentes seres, além de verifi car as relações existentes entre eles. Estuda o corpo humano a partir de uma divisão relacionada à função das Estuda o corpo humano a partir de uma divisão relacionada à localização das Estuda o corpo humano por meio de imagens, utilizando técnicas como Estuda as estruturas anatômicas de grande porte, possíveis de serem observadas a olho nu, como os órgãos corporais internos e externos. Estuda as estruturas anatômicas de pequeno porte, que requerem aparatos tecnológicos para melhor visualização. É dividida em Citologia (estudo da estrutura e função das células) e Histologia (estudo da organização dos tecidos biológicos). Estuda o corpo humano e suas variações ao longo do seu tempo de vida. Agrega a Embriologia (estudo do desenvolvimento do indivíduo até o nascimento). Estuda o corpo humano a partir da comparação com a estrutura de diferentes seres, além de verifi car as relações existentes entre eles. Estuda o corpo humano a partir de uma divisão relacionada à função das Estuda o corpo humano a partir de uma divisão relacionada à localização das Estuda o corpo humano por meio de imagens, utilizando técnicas como Estuda o corpo humano a partir de pontos de referência encontrados na Estuda as estruturas anatômicas de grande porte, possíveis de serem observadas a olho nu, como os órgãos corporais internos e externos. Estuda as estruturas anatômicas de pequeno porte, que requerem aparatos tecnológicos para melhor visualização. É dividida em Citologia (estudo da estrutura e função das células) e Histologia (estudo da organização dos Estuda o corpo humano e suas variações ao longo do seu tempo de vida. Agrega a Embriologia (estudo do desenvolvimento do indivíduo até o nascimento). Estuda o corpo humano a partir da comparação com a estrutura de diferentes seres, além de verifi car as relações existentes entre eles. Estuda o corpo humano a partir de uma divisão relacionada à função das Estuda o corpo humano a partir de uma divisão relacionada à localização das Estuda o corpo humano por meio de imagens, utilizando técnicas como Estuda o corpo humano a partir de pontos de referência encontrados na Estuda as estruturas anatômicas de grande porte, possíveis de serem observadas a olho nu, como os órgãos corporais internos e externos. Estuda as estruturas anatômicas de pequeno porte, que requerem aparatos tecnológicos para melhor visualização. É dividida em Citologia (estudo da estrutura e função das células) e Histologia (estudo da organização dos Estuda o corpo humano e suas variações ao longo do seu tempo de vida. Agrega a Embriologia (estudo do desenvolvimento do indivíduo até o nascimento). Estuda o corpo humano a partir da comparação com a estrutura de diferentes seres, além de verifi car as relações existentes entre eles. Estuda o corpo humano a partir de uma divisão relacionada à função das Estuda o corpo humano a partir de uma divisão relacionada à localização das Estuda o corpo humano por meio de imagens, utilizando técnicas como Estuda o corpo humano a partir de pontos de referência encontrados na superfície, utilizando como técnicas a visualização e a palpação. Estuda as estruturas anatômicas de pequeno porte, que requerem aparatos tecnológicos para melhor visualização. É dividida em Citologia (estudo da estrutura e função das células) e Histologia (estudo da organização dos Estuda o corpo humano e suas variações ao longo do seu tempo de vida. Agrega a Embriologia (estudo do desenvolvimento do indivíduo até o nascimento). Estuda o corpo humano a partir da comparação com a estrutura de diferentes seres, além de verifi car as relações existentes entre eles. Estuda o corpo humano a partir de uma divisão relacionada à função das estruturas. Estuda o corpo humano a partir de uma divisão relacionada à localização das Estuda o corpo humano por meio de imagens, utilizando técnicas como radiografi a, tomografi a e ressonância. Estuda o corpo humano a partir de pontos de referência encontrados na superfície, utilizando como técnicas a visualização e a palpação. Estuda as estruturas anatômicas de pequeno porte, que requerem aparatos tecnológicos para melhor visualização. É dividida em Citologia (estudo da estrutura e função das células) e Histologia (estudo da organização dos Estuda o corpo humano e suas variações ao longo do seu tempo de vida. Agrega a Embriologia (estudo do desenvolvimento do indivíduo até o nascimento). Estuda o corpo humano a partir da comparação com a estrutura de diferentes seres, além de verifi car as relações existentes entre eles. Estuda o corpo humano a partir de uma divisão relacionada à função das estruturas. Estuda o corpo humano a partir de uma divisão relacionada à localização das estruturas. Estuda o corpo humano por meio de imagens, utilizando técnicas como radiografi a, tomografi a e ressonância. Estuda o corpo humano a partir de pontos de referência encontrados na superfície, utilizando como técnicas a visualização e a palpação. Estuda o corpo humano e suas variações ao longo do seu tempo de vida. Agrega a Embriologia (estudo do desenvolvimento do indivíduo até o nascimento). Estuda o corpo humano a partir da comparação com a estrutura de diferentes seres, além de verifi car as relações existentes entre eles. Estuda o corpo humano a partir de uma divisão relacionada à função das Estuda o corpo humano a partir de uma divisão relacionada à localização das estruturas. Estuda o corpo humano por meio de imagens, utilizando técnicas como radiografi a, tomografi a e ressonância. Estuda o corpo humano a partir de pontos de referência encontrados na superfície,utilizando como técnicas a visualização e a palpação. Estuda o corpo humano e suas variações ao longo do seu tempo de vida. Agrega a Embriologia (estudo do desenvolvimento do indivíduo até o nascimento). Estuda o corpo humano a partir da comparação com a estrutura de diferentes seres, além de verifi car as relações existentes entre eles. Estuda o corpo humano a partir de uma divisão relacionada à função das Estuda o corpo humano a partir de uma divisão relacionada à localização das Estuda o corpo humano por meio de imagens, utilizando técnicas como radiografi a, tomografi a e ressonância. Estuda o corpo humano a partir de pontos de referência encontrados na superfície, utilizando como técnicas a visualização e a palpação. Estuda o corpo humano e suas variações ao longo do seu tempo de vida. Agrega a Embriologia (estudo do desenvolvimento do indivíduo até o nascimento). Estuda o corpo humano a partir da comparação com a estrutura de diferentes seres, além de verifi car as relações existentes entre eles. Estuda o corpo humano a partir de uma divisão relacionada à função das Estuda o corpo humano a partir de uma divisão relacionada à localização das Estuda o corpo humano por meio de imagens, utilizando técnicas como radiografi a, tomografi a e ressonância. Estuda o corpo humano a partir de pontos de referência encontrados na superfície, utilizando como técnicas a visualização e a palpação. Estuda o corpo humano a partir da comparação com a estrutura de diferentes seres, além de verifi car as relações existentes entre eles. Estuda o corpo humano a partir de uma divisão relacionada à função das Estuda o corpo humano a partir de uma divisão relacionada à localização das Estuda o corpo humano por meio de imagens, utilizando técnicas como radiografi a, tomografi a e ressonância. Estuda o corpo humano a partir de pontos de referência encontrados na superfície, utilizando como técnicas a visualização e a palpação. Estuda o corpo humano a partir de uma divisão relacionada à função das Estuda o corpo humano a partir de uma divisão relacionada à localização das Estuda o corpo humano por meio de imagens, utilizando técnicas como radiografi a, tomografi a e ressonância. Estuda o corpo humano a partir de pontos de referência encontrados na superfície, utilizando como técnicas a visualização e a palpação. Estuda o corpo humano a partir de uma divisão relacionada à função das Estuda o corpo humano a partir de uma divisão relacionada à localização das Estuda o corpo humano por meio de imagens, utilizando técnicas como Estuda o corpo humano a partir de pontos de referência encontrados na superfície, utilizando como técnicas a visualização e a palpação. Estuda o corpo humano a partir de uma divisão relacionada à localização das Estuda o corpo humano por meio de imagens, utilizando técnicas como Estuda o corpo humano a partir de pontos de referência encontrados na superfície, utilizando como técnicas a visualização e a palpação. Estuda o corpo humano por meio de imagens, utilizando técnicas como Estuda o corpo humano a partir de pontos de referência encontrados na superfície, utilizando como técnicas a visualização e a palpação. Estuda o corpo humano a partir de pontos de referência encontrados na superfície, utilizando como técnicas a visualização e a palpação. Estuda o corpo humano a partir de pontos de referência encontrados na ANATOMIA HUMANA 23 SER_NUTRI_ANAHU_UNID1.indd 23 22/10/20 16:09 Níveis de organização do corpo humano Entendendo as várias perspectivas de abordagens anatômicas, convencio- nou-se analisar as estruturas humanas a partir de seus diferentes níveis de organização. As menores unidades biológicas, as células, organizam-se em tecidos, estabelecidos como um complexo de células similares que realizam a mesma função. Também capazes de se agrupar funcionalmente, os tecidos compõem os órgãos. Esses, por sua vez, com mesma estrutura e origem, que possuem funções similares e interagem para realizar funções complexas, são nomeados de sistema. Em conjunto, os sistemas constituem o corpo humano. Divisão do corpo humano Com base na anatomia macroscópica, podemos dividir o corpo humano principalmente utilizando duas perspectivas: a localização e a proximidade das estruturas do corpo humano (anatomia regional ou topográfi ca) ou com base em estruturas com funções em comum (anatomia sistemática ou descritiva). A abordagem sistêmica, que é a mais utilizada no ensino de anatomia, utiliza uma perspectiva mais fi siológica, estudando os seguintes sistemas orgânicos: QUADRO 3. SISTEMAS DO CORPO HUMANO Sistema Componentes principais Funções representativas Tegumentar Pele e estruturas associadas, como pelos e unhas Proteger as estruturas internas do corpo contra lesões e substâncias estranhas; prevenir perda de fl uidos (desidratação); importante na regulação da temperatura. Esquelético Ossos Suportar e proteger tecidos moles e órgãos. Muscular Músculos esqueléticos Movimentar o corpo e suas partes. Nervoso Encéfalo, medula espinhal, nervos, órgãos dos sentidos especiais Controlar e integrar as atividades do corpo; responsável pelas “funções superiores”, tais como o pensamento e o raciocínio abstrato. Endócrino Glândulas secretoras de hormônios, como hipófi se, tireoide, paratireoide, suprarrenais, pâncreas e gônadas Controlar e integrar as atividades do corpo; atuam intimamente ligadas com as funções do sistema nervoso. TegumentarTegumentar Esquelético Pele e estruturas associadas, como pelos e Esquelético Muscular Pele e estruturas associadas, como pelos e Muscular Pele e estruturas associadas, como pelos e unhas Nervoso Pele e estruturas associadas, como pelos e unhas Nervoso associadas, como pelos e Ossos Músculos esqueléticosMúsculos esqueléticos Encéfalo, medula espinhal, nervos, órgãos dos sentidos Endócrino Proteger as estruturas internas do corpo contra lesões e substâncias estranhas; prevenir perda de fl uidos (desidratação); importante na Músculos esqueléticos Encéfalo, medula espinhal, nervos, órgãos dos sentidos Endócrino Proteger as estruturas internas do corpo contra lesões e substâncias estranhas; prevenir perda de fl uidos (desidratação); importante na Músculos esqueléticos Encéfalo, medula espinhal, nervos, órgãos dos sentidos especiais Glândulas secretoras de hormônios, como hipófi se, Proteger as estruturas internas do corpo contra lesões e substâncias estranhas; prevenir perda de fl uidos (desidratação); importante na Suportar e proteger tecidos moles e órgãos. Encéfalo, medula espinhal, nervos, órgãos dos sentidos especiais Glândulas secretoras de hormônios, como hipófi se, tireoide, paratireoide, suprarrenais, pâncreas e Proteger as estruturas internas do corpo contra lesões e substâncias estranhas; prevenir perda de fl uidos (desidratação); importante na regulação da temperatura. Suportar e proteger tecidos moles e órgãos. Encéfalo, medula espinhal, nervos, órgãos dos sentidos Glândulas secretoras de hormônios, como hipófi se, tireoide, paratireoide, suprarrenais, pâncreas e Proteger as estruturas internas do corpo contra lesões e substâncias estranhas; prevenir perda de fl uidos (desidratação); importante na regulação da temperatura. Suportar e proteger tecidos moles e órgãos. Movimentar o corpo e suas partes. nervos, órgãos dos sentidos Glândulas secretoras de hormônios, como hipófi se, tireoide, paratireoide, suprarrenais, pâncreas e gônadas Proteger as estruturas internas do corpo contra lesões e substâncias estranhas; prevenir perda de fl uidos (desidratação); importante na regulação da temperatura. Suportar e proteger tecidos moles e órgãos. Movimentar o corpo e suas partes. Controlar e integrar as atividades do corpo; responsável pelas “funções superiores”, tais Glândulas secretoras de hormônios, como hipófi se, tireoide, paratireoide, suprarrenais,pâncreas e gônadas Proteger as estruturas internas do corpo contra lesões e substâncias estranhas; prevenir perda de fl uidos (desidratação); importante na regulação da temperatura. Suportar e proteger tecidos moles e órgãos. Movimentar o corpo e suas partes. Controlar e integrar as atividades do corpo; responsável pelas “funções superiores”, tais como o pensamento e o raciocínio abstrato. hormônios, como hipófi se, tireoide, paratireoide, suprarrenais, pâncreas e Proteger as estruturas internas do corpo contra lesões e substâncias estranhas; prevenir perda de fl uidos (desidratação); importante na regulação da temperatura. Suportar e proteger tecidos moles e órgãos. Movimentar o corpo e suas partes. Controlar e integrar as atividades do corpo; responsável pelas “funções superiores”, tais como o pensamento e o raciocínio abstrato. suprarrenais, pâncreas e contra lesões e substâncias estranhas; prevenir perda de fl uidos (desidratação); importante na Suportar e proteger tecidos moles e órgãos. Movimentar o corpo e suas partes. Controlar e integrar as atividades do corpo; responsável pelas “funções superiores”, tais como o pensamento e o raciocínio abstrato. Controlar e integrar as atividades do corpo; atuam intimamente ligadas com as funções do Suportar e proteger tecidos moles e órgãos. Movimentar o corpo e suas partes. Controlar e integrar as atividades do corpo; responsável pelas “funções superiores”, tais como o pensamento e o raciocínio abstrato. Controlar e integrar as atividades do corpo; atuam intimamente ligadas com as funções do Suportar e proteger tecidos moles e órgãos. Movimentar o corpo e suas partes. Controlar e integrar as atividades do corpo; responsável pelas “funções superiores”, tais como o pensamento e o raciocínio abstrato. Controlar e integrar as atividades do corpo; atuam intimamente ligadas com as funções do Controlar e integrar as atividades do corpo; responsável pelas “funções superiores”, tais como o pensamento e o raciocínio abstrato. Controlar e integrar as atividades do corpo; atuam intimamente ligadas com as funções do sistema nervoso. Controlar e integrar as atividades do corpo; responsável pelas “funções superiores”, tais como o pensamento e o raciocínio abstrato. Controlar e integrar as atividades do corpo; atuam intimamente ligadas com as funções do sistema nervoso. Controlar e integrar as atividades do corpo; responsável pelas “funções superiores”, tais como o pensamento e o raciocínio abstrato. Controlar e integrar as atividades do corpo; atuam intimamente ligadas com as funções do sistema nervoso. como o pensamento e o raciocínio abstrato. Controlar e integrar as atividades do corpo; atuam intimamente ligadas com as funções do sistema nervoso. Controlar e integrar as atividades do corpo; atuam intimamente ligadas com as funções do atuam intimamente ligadas com as funções do ANATOMIA HUMANA 24 SER_NUTRI_ANAHU_UNID1.indd 24 22/10/20 16:09 Circulatório Coração, vasos sanguíneos e linfáticos, sangue, linfa Interligar os meios interno e externo do corpo; transportam materiais entre diferentes células e tecidos. Respiratório Nariz, cavidade nasal, faringe, laringe, traqueia, brônquios, pulmões Transferir oxigênio da atmosfera para o sangue e dióxido de carbono do sangue para a atmosfera. Digestivo Boca, esôfago, estomago, intestino delgado, intestino grosso; estruturas acessórias incluem glândulas salivares, pâncreas, fígado e vesícula biliar Suprir o corpo com substâncias (materiais alimentares) das quais deriva a energia para as atividades e de onde se obtém componentes para a síntese das substâncias necessárias. Urinário Rins, ureteres, bexiga urinária, uretra Eliminar uma variedade de produtos metabólicos fi nais, como ureia; conserva e excreta água e outras substâncias, conforme a necessidade. Reprodutor Masculino: vesículas seminais, testículos, próstata, glândulas bulbouretrais, pênis, ductos associados Produzir gametas masculinos (espermatozoides); providenciar métodos para introduzir o esperma na mulher. Feminino: ovários, tubas uterinas, útero, vagina, glândulas mamárias Produzir gametas femininos (óvulos); providenciar meio próprio para o desenvolvimento do ovo fertilizado. CirculatórioCirculatórioCirculatório Coração, vasos sanguíneos e Respiratório Coração, vasos sanguíneos e linfáticos, sangue, linfa Respiratório Coração, vasos sanguíneos e linfáticos, sangue, linfa Coração, vasos sanguíneos e linfáticos, sangue, linfa Nariz, cavidade nasal, faringe, laringe, traqueia, Digestivo Coração, vasos sanguíneos e linfáticos, sangue, linfa Nariz, cavidade nasal, faringe, laringe, traqueia, brônquios, pulmões Digestivo Coração, vasos sanguíneos e linfáticos, sangue, linfa Nariz, cavidade nasal, faringe, laringe, traqueia, brônquios, pulmões Boca, esôfago, estomago, intestino delgado, intestino Interligar os meios interno e externo do corpo; Nariz, cavidade nasal, faringe, laringe, traqueia, brônquios, pulmões Boca, esôfago, estomago, intestino delgado, intestino grosso; estruturas Urinário Interligar os meios interno e externo do corpo; transportam materiais entre diferentes células faringe, laringe, traqueia, brônquios, pulmões Boca, esôfago, estomago, intestino delgado, intestino grosso; estruturas acessórias incluem glândulas salivares, pâncreas, fígado e vesícula Urinário Interligar os meios interno e externo do corpo; transportam materiais entre diferentes células Boca, esôfago, estomago, intestino delgado, intestino grosso; estruturas acessórias incluem glândulas salivares, pâncreas, fígado e vesícula Reprodutor Interligar os meios interno e externo do corpo; transportam materiais entre diferentes células Transferir oxigênio da atmosfera para o sangue e dióxido de carbono do sangue para a Boca, esôfago, estomago, intestino delgado, intestino grosso; estruturas acessórias incluem glândulas salivares, pâncreas, fígado e vesícula biliar Rins, ureteres, bexiga Reprodutor Interligar os meios interno e externo do corpo; transportam materiais entre diferentes células Transferir oxigênio da atmosfera para o sangue e dióxido de carbono do sangue para a acessórias incluem glândulas salivares, pâncreas, fígado e vesícula biliar Rins, ureteres, bexiga urinária, uretra Reprodutor Interligar os meios interno e externo do corpo; transportam materiais entre diferentes células e tecidos. Transferir oxigênio da atmosfera para o sangue e dióxido de carbono do sangue para a pâncreas, fígado e vesícula Suprir o corpo com substâncias (materiais alimentares) das quais deriva a energia para as Rins, ureteres, bexiga urinária, uretra Masculino: vesículas seminais, testículos, Interligar os meios interno e externo do corpo; transportam materiais entre diferentes células e tecidos. Transferir oxigênio da atmosfera para o sangue e dióxido de carbono do sangue para a Suprir o corpo com substâncias (materiais alimentares) das quais deriva a energia para as atividades e de onde se obtém componentes Rins, ureteres, bexiga urinária, uretra Masculino: vesículas seminais, testículos, próstata, glândulas bulbouretrais, pênis, ductos Interligar os meios interno e externo do corpo; transportam materiais entre diferentes células Transferir oxigênio da atmosfera para o sangue e dióxido de carbono do sangue para a atmosfera. Suprir o corpo com substâncias (materiais alimentares) das quais deriva a energia para as atividades e de onde se obtém componentes para a síntese das substâncias necessárias. Rins, ureteres, bexiga Masculino: vesículas seminais, testículos, próstata, glândulas bulbouretrais, pênis, ductos Interligar os meios interno e externo do corpo; transportam materiais entre diferentes células Transferir oxigênio da atmosfera para o sangue e dióxido de carbono do sangue para aatmosfera. Suprir o corpo com substâncias (materiais alimentares) das quais deriva a energia para as atividades e de onde se obtém componentes para a síntese das substâncias necessárias. Masculino: vesículas seminais, testículos, próstata, glândulas bulbouretrais, pênis, ductos associados Feminino: ovários, tubas uterinas, útero, vagina, transportam materiais entre diferentes células Transferir oxigênio da atmosfera para o sangue e dióxido de carbono do sangue para a Suprir o corpo com substâncias (materiais alimentares) das quais deriva a energia para as atividades e de onde se obtém componentes para a síntese das substâncias necessárias. Eliminar uma variedade de produtos metabólicos fi nais, como ureia; conserva e excreta água e outras substâncias, conforme a seminais, testículos, próstata, glândulas bulbouretrais, pênis, ductos associados Feminino: ovários, tubas uterinas, útero, vagina, glândulas mamárias Transferir oxigênio da atmosfera para o sangue e dióxido de carbono do sangue para a Suprir o corpo com substâncias (materiais alimentares) das quais deriva a energia para as atividades e de onde se obtém componentes para a síntese das substâncias necessárias. Eliminar uma variedade de produtos metabólicos fi nais, como ureia; conserva e excreta água e outras substâncias, conforme a bulbouretrais, pênis, ductos Feminino: ovários, tubas uterinas, útero, vagina, glândulas mamárias sangue e dióxido de carbono do sangue para a Suprir o corpo com substâncias (materiais alimentares) das quais deriva a energia para as atividades e de onde se obtém componentes para a síntese das substâncias necessárias. Eliminar uma variedade de produtos metabólicos fi nais, como ureia; conserva e excreta água e outras substâncias, conforme a (espermatozoides); providenciar métodos para Feminino: ovários, tubas uterinas, útero, vagina, glândulas mamárias Suprir o corpo com substâncias (materiais alimentares) das quais deriva a energia para as atividades e de onde se obtém componentes para a síntese das substâncias necessárias. Eliminar uma variedade de produtos metabólicos fi nais, como ureia; conserva e excreta água e outras substâncias, conforme a Produzir gametas masculinos (espermatozoides); providenciar métodos para Feminino: ovários, tubas uterinas, útero, vagina, glândulas mamárias Suprir o corpo com substâncias (materiais alimentares) das quais deriva a energia para as atividades e de onde se obtém componentes para a síntese das substâncias necessárias. Eliminar uma variedade de produtos metabólicos fi nais, como ureia; conserva e excreta água e outras substâncias, conforme a necessidade. Produzir gametas masculinos (espermatozoides); providenciar métodos para introduzir o esperma na mulher. alimentares) das quais deriva a energia para as atividades e de onde se obtém componentes para a síntese das substâncias necessárias. Eliminar uma variedade de produtos metabólicos fi nais, como ureia; conserva e excreta água e outras substâncias, conforme a necessidade. Produzir gametas masculinos (espermatozoides); providenciar métodos para introduzir o esperma na mulher. Produzir gametas femininos (óvulos); Eliminar uma variedade de produtos metabólicos fi nais, como ureia; conserva e excreta água e outras substâncias, conforme a Produzir gametas masculinos (espermatozoides); providenciar métodos para introduzir o esperma na mulher. Produzir gametas femininos (óvulos); providenciar meio próprio para o desenvolvimento do ovo fertilizado. metabólicos fi nais, como ureia; conserva e excreta água e outras substâncias, conforme a Produzir gametas masculinos (espermatozoides); providenciar métodos para introduzir o esperma na mulher. Produzir gametas femininos (óvulos); providenciar meio próprio para o desenvolvimento do ovo fertilizado. excreta água e outras substâncias, conforme a Produzir gametas masculinos (espermatozoides); providenciar métodos para introduzir o esperma na mulher. Produzir gametas femininos (óvulos); providenciar meio próprio para o desenvolvimento do ovo fertilizado. (espermatozoides); providenciar métodos para introduzir o esperma na mulher. Produzir gametas femininos (óvulos); providenciar meio próprio para o desenvolvimento do ovo fertilizado. (espermatozoides); providenciar métodos para introduzir o esperma na mulher. Produzir gametas femininos (óvulos); providenciar meio próprio para o desenvolvimento do ovo fertilizado. (espermatozoides); providenciar métodos para Produzir gametas femininos (óvulos); providenciar meio próprio para o desenvolvimento do ovo fertilizado. Produzir gametas femininos (óvulos); providenciar meio próprio para o desenvolvimento do ovo fertilizado. Fonte: TORTORA; NIESLSEN, 2013, pg. 6. (Adaptado). Quando ocorre a reunião de dois ou mais sistemas que tenham relações íntimas no que diz respeito a desenvolvimento, localização ou função, é consti- tuído um aparelho. Os principais aparelhos do corpo humano são: a. Locomotor: constituído pelos sistemas esquelético, articular e muscular; b. Urogenital: constituído pelos sistemas urinário e genital (masculino ou feminino). Considerando a abordagem regional, a organização do corpo humano se divi- de nas seguintes regiões: cabeça, pescoço, tronco e membros. A cabeça consiste na extremidade superior do corpo, que se une ao tronco por uma região estreita, o pescoço. Os membros compreendem dois na região superior do tronco (membros superiores) e dois na região inferior (membros inferiores). Por fi m, o tronco, tam- bém chamado de torso, é uma região central que interliga todas as extremidades. As regiões do corpo humano apresentam as seguintes subdivisões: • Cabeça: fronte (a testa); occipital (nuca); têmpora (porção lateral, anterior à orelha); orelha; mandíbula e face; ANATOMIA HUMANA 25 SER_NUTRI_ANAHU_UNID1.indd 25 22/10/20 16:09 • Pescoço; • Tronco: tórax; abdome; pelve e dorso; • Membro superior: cintura do membro superior; axila; braço; cotovelo; antebraço e mão (carpo, metacarpo, palma, dorso da mão, dedos da mão); • Membro inferior: cintura do membro inferior; nádegas; quadril; coxa; joe- lho; perna e pé (tarso, calcanhar, metatarso, planta, dorso do pé). Conceito e funções do esqueleto Quando pensamos em esqueleto, é comum pensarmos em uma estrutura rígi- da, seca e sem vida, que reúne várias peças menores – os ossos. De fato, a palavra esqueleto deriva de um termo grego que signifi ca “corpo seco”. No entanto, o termo acabou indo além do campo das ciências, sendo utilizado rotineiramente como sinô- nimo para a palavra “arcabouço” (Ex.: O chassi é o esqueleto do automóvel). No âmbito da anatomia, podemos estabelecer esqueleto como uma coleção de ossos e estruturas relacionadas que se integram para compor o arcabouço do corpo. Já os ossos, por sua vez, são defi nidos como estruturas rígidas com origem, composição e função similares e que, quando unidos, constituem o esqueleto. O estudo dos ossos, sua estrutura e particularidades é conhecido como osteologia (osteo: “osso”; logia: “estudo”). Retornando ao pensamento do início do texto, os nossos ossos não são estrutu- ras sem vida e inertes, como aqueles que examinamos em um laboratório ou expos- tos em museu. Ao contrário, eles são órgãos vivos e complexos, que representam os registros da nossa história, sendo infl uenciados por diversos aspectos de nossa vida, como idade, gênero, altura ou mesmo nutrição. Funções do esqueleto O esqueleto desempenha diversas funções básicas, das quais destacamos como as mais importantes: a. Sustentação. O esqueleto estrutura o alicerce rígido do corpo, dando sus- tentação aos órgãos e tecidos moles que podem ter um peso até cinco vezes maior. Dessa forma, a resistência dos ossos vem da sua composição inorgânica, cuja durabilidade persiste à decomposição mesmo após a morte do indivíduo; ANATOMIA HUMANA 26SER_NUTRI_ANAHU_UNID1.indd 26 22/10/20 16:09 b. Proteção. O esqueleto defende órgãos internos vitais contra impactos e lesões. Assim, o crânio e a coluna vertebral protegem o encéfalo e a medula espinal; a caixa torácica, por sua vez, guarda o coração, os pulmões, os gran- des vasos; e, fi nalmente, o cíngulo do membro inferior envolve as vísceras da região pélvica; c. Movimentos do corpo. Os ossos atuam como áreas de fi xação para os músculos esqueléticos. Assim, os ossos agem como alavancas, sendo tra- cionados quando os músculos contraem para produzir movimento; d. Armazenamento e liberação de minerais. O osso deposita diversos minerais em sua estrutura, que contribuem para sua própria resistência. Destacam-se o cálcio e o fósforo, embora também sejam armazenados só- dio, magnésio, fl úor e estrôncio em menor quantidade. No entanto, se a quantidade de sais minerais na dieta não for sufi ciente, eles são liberados na corrente sanguínea para cumprir a demanda desses elementos no corpo até que a alimentação possa compensar essa extração; e. Hematopoiese. O processo de formação de eritrócitos (as “células ver- melhas” do sangue) é designado de hematopoiese (hemo: “sangue”; poesis: “criação”) e ocorre na medula óssea vermelha, localizada nos ossos do feto e no interior de alguns ossos adultos, como as extremidades do fêmur e úmero, os ossos do quadril, esterno e costelas; f. Armazenamento de gorduras. Os triglicerídeos são armazenados no tecido adiposo presente no interior de ossos específi cos, compondo a medula óssea amarela. Os triglicerídeos armazenados são reser- vas de energia. Tipo e divisão do esqueleto Através da anatomia comparada e da zoologia, verifi camos que há diferenças quanto à posição do alicerce de sustentação. Assim, podemos defi nir o exoesque- leto, onde a base de sustentação é externa; e o endoesqueleto, onde a base de sustentação fi ca no interior do corpo do indivíduo, como vemos nos humanos. Entretanto, pelo fato de o exoesqueleto não ser uma estrutura viva, os animais que têm essa estrutura devem se desprender e formar uma nova e maior estrutura ANATOMIA HUMANA 27 SER_NUTRI_ANAHU_UNID1.indd 27 22/10/20 16:09 esquelética para continuar seu crescimento. Exemplifi cando, podemos citar a pre- sença de exoesqueleto nos artrópodes. Baseado na localização de suas estruturas, o esqueleto pode ser dividido em esqueleto axial e esqueleto apendicular. A combinação entre as duas porções é realizada através de cíngulos (ou cinturas), havendo o cíngulo do membro superior (formado pela clavícula e a escápula) e o cíngulo do membro inferior (composto pelo osso do quadril e o sacro). Esqueleto axial O esqueleto axial consiste nos ossos que formam o eixo do corpo, sus- tentam e protegem os órgãos da cabeça, pescoço e tronco. Possui 80 ossos dispostos em três regiões principais: o crânio, a coluna vertebral e a caixa to- rácica. Essa divisão axial do esqueleto sustenta a cabeça, o pescoço, o tronco e protege o encéfalo, a medula espinal e os órgãos do tórax. 1. Crânio. Consiste em dois conjuntos de ossos: a. O neurocrânio, também chamado de ossos do crânio, composto por oito ossos que formam a calota craniana (ou caixa encefálica) e protegem o encéfalo, quatro ossos ímpares (frontal, occipital, esfenóide e etmoide) e dois ossos pares (parietais e temporais); b. O viscerocrânio, também chamado ossos da face, composto por 14 os- sos que fornecem suporte para os olhos, a cavidade nasal e a cavidade oral. Possui majoritariamente ossos pares (maxila, palatino, zigomático, lacrimal, nasal, concha inferior nasal), com exceção do vômer e da mandíbula; c. No crânio, também encontramos os ossículos da audição. Três peque- nos pares de ossos localizados na parte petrosa do osso temporal, inseri- dos dentro da cavidade da orelha média. Os ossos são martelo, bigorna e estribo, seguindo a ordem de aparecimento de fora para dentro. É a partir dos movimentos desses ossos que os impulsos sonoros são transmitidos para a cavidade da orelha interna; 2. Osso hióide. É o único osso do esqueleto que não se rela- ciona diretamente com outros ossos. Localizado no pescoço, debaixo da mandíbula, se conecta com o osso temporal pe- los músculos estilo-hióideos. Funcionalmente, esse osso atua ANATOMIA HUMANA 28 SER_NUTRI_ANAHU_UNID1.indd 28 22/10/20 16:09 como uma base móvel para a língua, au- xiliando na deglutição. Ele é examinado cuidadosamente em uma autópsia se há suspeita de estrangulamento, uma vez que ele, em geral, apresenta fratura nes- se tipo de assassinato; 3. Coluna vertebral. Como princi- pal suporte da linha mediana do cor- po, a coluna vertebral apresenta 26 ossos e abarca do crânio até o quadril, distribuindo o peso das estruturas acima da pelve para os membros in- feriores, além de proteger a medula espinal. Ela é dividida em cinco regiões segmentadas em 33 ossos separados, as vértebras. As sete vértebras do pes- coço são as vértebras cervicais, as 12 seguintes são as vértebras torácicas e as cinco que apoiam a parte inferior do dorso são as vértebras lombares. Dessa forma, para suportar o peso que aumenta progressivamente, elas tor- nam-se proporcionalmente maiores da região cervical para a região lombar. No segmento inferior às vértebras lombares, nove eventualmente se fundem para formar dois ossos: o sacro, resultado da fusão de cinco ossos que se articulam com os ossos da pelve, e no segmento mais inferior da coluna vertebral, as quatro vértebras finais estão fundidas para formar o cóccix; 4. Caixa torácica. É composta por 12 pares de costelas, o esterno (“osso do peito”) e as cartilagens costais, articulando-se posteriormente com as vér- tebras torácicas. Entre suas funções, sustenta o cíngulo do membro superior e os membros superiores; suporta e protege os órgãos torácicos e abdominais superiores; e colabora nos movimentos relacionados à respiração; a. O esterno é um osso plano e alongado, formado por três ossos se- parados: no trecho superior se localiza o manúbrio; no centro se en- contra o corpo do esterno; e, no trecho inferior, reconhecemos o pro- cesso xifóide, estrutura frequentemente cartilagínea. Ainda, na lateral do esterno estão as incisuras costais, onde as cartilagens costais se conectam; ANATOMIA HUMANA 29 SER_NUTRI_ANAHU_UNID1.indd 29 22/10/20 16:11 b. Os doze pares de costelas são encontrados entre os músculos da parede torácica, com cada par se articulando posteriormente com uma vértebra torácica. Na região anterior, os primeiros sete pares estão conectados ao esterno a partir das cartilagens costais individuais e são chamados coste- las verdadeiras. Os cinco pares seguintes (costelas oito a 12) não se ligam diretamente ao esterno, são designados costelas falsas. Por fi m, os últimos dois pares de costelas falsas não se relacionam com o esterno, sendo no- meados de costelas fl utuantes. Esqueleto apendicular O esqueleto apendicular é composto pelos ossos dos cíngulos, que fi rmam os membros ao esqueleto axial, e pelos ossos do membro superior e inferior. Assim: 1. Cíngulo do membro superior. Os ossos pares escápula e clavícula constituem a porção apendicular da cintura do membro superior, enquan- to o esterno é a porção axial. Como não suporta tanto peso, tem uma es- trutura mais delicada que o cíngulo do membro inferior. Tem como função principal servir de ponto de inserção para vários músculos relacionados às articulações do ombro e do cotovelo; 2. Membros superiores. Cada membro superior possui os seguintes os- sos: o úmero no braço; o rádio e a ulna no antebraço; e os ossos do carpo, ossos do metacarpo e as falanges (ossos dos dedos) na mão; 3. Cíngulo do membro inferior. Os dois ossos do quadril constituem a porção apendicular da cintura do membro inferior, enquanto o sacro é a porção axial. Os ossos do quadril estão ligados pela sínfi se púbica, an- teriormente, e pelo sacro, posteriormente.O cíngulo do membro inferior sustenta o peso corpóreo a partir da coluna vertebral e guarda os órgãos abdominais inferiores no interior da cavidade pélvica; 4. Membro inferior. Cada membro inferior possui os seguintes ossos: o fêmur na coxa; a tíbia e a fíbula na perna; os os- sos do tarso, os ossos do metatarso e as falanges no pé. Podemos citar também a patela, que está localizada entre a coxa e a perna, na face anterior da articulação do joelho. ANATOMIA HUMANA 30 SER_NUTRI_ANAHU_UNID1.indd 30 22/10/20 16:11 Número e classificação dos ossos Número de ossos Um indivíduo apresenta 206 ossos quando alcança a fase adulta, a qual com- preende o período que consideramos o desenvolvimento orgânico completo. Entre- tanto, esse número pode variar devido aos seguintes fatores: a. Fatores etários: Ao longo da vida humana, ocorre uma diminuição do núme- ro de ossos. O esqueleto apresenta aproximadamente 270 ossos no nascimento e, após esse período, alguns deles são formados por fusão de partes ósseas, como podemos observar no osso frontal, originalmente formado por duas por- ções, e o osso do quadril, que é formado de três partes (ísquio, púbis e ílio) que posteriormente se fundem em um único osso na fase adulta; b. Fatores individuais: É possível observar em alguns indivíduos a manu- tenção do osso frontal dividido na fase adulta, assim como a ocorrência de ossos extranumerários. EXPLICANDO Um osso acessório ou extranumerário pode ser defi nido como um osso que excede o número normal de ossos. Descritos primeiramente por André Vesalius em 1543, esses ossículos não se originam de fraturas e derivam de centros de ossifi cação não fusionados. Atualmente, já foi ob- servada a presença de outras estruturas supranumerárias, como dentes. Classifi cação dos ossos Podemos classifi car os ossos de diferentes maneiras, como por sua posição topográfi ca, diferenciando ossos axiais (presentes no esqueleto axial) e apen- diculares (presentes no esqueleto apendicular). No entanto, a classifi cação mais conhecida é com base na forma dos ossos, sendo organizados conforme a relação de suas dimensões (comprimento, largura e espessura). Assim, temos: a. Osso longo: apresenta o comprimento maior que a largura e a espessura. Os ossos do esqueleto apendicular, como o úmero, o rádio, a ulna, o fêmur, a tíbia, a fíbula e as falanges, são exemplos clássicos. Vale destacar que os ossos longos são nomeados por sua forma alongada e não por seu tama- nho de fato; as falanges, os ossos dos dedos, são ossos longos, embora sejam pequenos; ANATOMIA HUMANA 31 SER_NUTRI_ANAHU_UNID1.indd 31 22/10/20 16:11 b. Osso plano: também chamado de osso laminar ou chato, apresenta comprimento e largura equivalentes, com predomínio da sua espessura. Exemplos característicos desse tipo de osso são os ossos do crânio, como o parietal, frontal e occipital; e outros, como o esterno, a escápula, as costelas e osso do quadril; c. Osso curto: Apresenta correspondência em suas três dimensões. Os os- sos carpais e tarsais são exemplos típicos. Existem ossos que não entram em nenhuma das categorias supracitadas e, por essa razão e suas características peculiares, são organizados em uma das categorias a seguir: a. Osso irregular: apresenta uma estrutura complexa, sem corresponden- tes nas formas geométricas conhecidas. Podemos exemplifi car com as vér- tebras e o osso temporal; b. Osso pneumático: apresenta um ou mais seios, cavidades com volume variável e revestidas de mucosa. Os ossos pneumáticos são encontrados no crânio, recebendo essa classifi cação o osso frontal, temporal, maxilar, esfenoide e etmoide; c. Osso sesamoide: Os ossos sesamoides (“em formato de semente de gerge- lim”) são um tipo especial de osso curto que ocorre no interior de certos ten- dões (intratendíneos) ou na cápsula fi brosa de algumas articulações (periar- ticulares). A patela é um exemplo clássico de osso sesamoide intratendíneo. Alguns ossos podem ter mais de uma classifi cação: o frontal é um osso plano e também pneumático; o maxilar é pneumático e também irregular, por exemplo. Anatomia dos ossos Em uma análise mais atenta, os ossos apresentam uma camada exterior densa que parece lisa e sólida a olho nu e que é encontrada em quase todos os ossos do esqueleto, denominada como substância compacta ou osso com- pacto. Na parte interna, há uma substância esponjosa ou osso esponjoso, que possui o aspecto de favo de mel devido à presença de pequenas estruturas planas denominadas trabéculas. Os espaços entre as trabéculas são preenchi- dos com medula óssea amarela ou vermelha. ANATOMIA HUMANA 32 SER_NUTRI_ANAHU_UNID1.indd 32 22/10/20 16:11 O osso longo apresenta duas epífi ses (extremidades) e uma diáfi se (cor- po). No interior dessa última, encontramos uma cavidade denominada canal medular, que assenta a medula óssea. Em ossos com ossifi cação incompleta, podemos visualizar um disco cartilaginoso entre a epífi se e a diáfi se chamado de lâmina epifi sial, onde ocorre o crescimento longitudinal do osso. Des- se modo, o periósteo de tecido conjuntivo denso regular cobre a superfície do osso, exceto a cartilagem articular, uma estrutura composta por uma camada delgada de cartilagem hialina que envolve as epífi ses e auxilia no movimento articular. O osso compacto, por sua vez, tem predominância na diáfi se dos ossos lon- gos, envolve uma cavidade medular central e contém medula óssea; enquanto que o osso esponjoso tem maior presença nas epífi ses dos ossos longos e cur- tos, sendo revestido por uma camada delgada de osso compacto. Assim, ossos curtos, irregulares e planos têm a mesma composição que os ossos longos: externamente são ossos compactos, revestidos por periósteo, e internamente são ossos esponjosos revestidos pelo endósteo. Entretanto, não têm diáfi se e epífi se, apesar de conter a medula óssea entre as trabéculas de substância esponjosa, ainda que não possua cavidade medular. Já em ossos planos, são formados por osso esponjoso entre duas camadas fi nas de osso compacto, uma estrutura denominada díploe nos ossos do crânio. Principais acidentes ósseos do esqueleto axial e do esqueleto apendicular A anatomia de cada osso refl ete as forças de tensão e compressão apli- cadas sobre eles com maior frequência, em especial nas superfí- cies externas. Nelas são encontradas características estruturais distintas, designadas de acidentes ósseos e aparecem tanto no esqueleto axial quanto esqueleto apendicular. Os aci- dentes ósseos são classifi cados em três categorias: projeções, que são os locais de fi xação para os mús- culos e ligamentos (Quadro 4); as superfícies, que participam das articulações (Quadro 5); e depres- sões e aberturas (Quadro 6). ANATOMIA HUMANA 33 SER_NUTRI_ANAHU_UNID1.indd 33 22/10/20 16:11 QUADRO 4. PROCESSOS QUE FIXAM TENDÕES, LIGAMENTOS E OUTROS TECIDOS Estrutura e descrição Principais representantes Crista Margem proeminente. Pelve: crista ilíaca, crista púbica. Membro inferior: crista intertrocantérica do fêmur, crista da tíbia. Espinha Processo ósseo pontiagudo. Cíngulo do membro superior: espinha da escápula. Vértebras: espinha da vértebra. Pelve: espinha ilíaca ântero-superior, espinha ilíaca ântero- inferior, espinha ilíaca póstero-superior, espinha ilíaca póstero-inferior, espinha isquiática. Processo Qualquer saliência óssea acentuada. Ossos do crânio: processo mastoide do osso temporal, processo zigomático do osso temporal, processo temporal do osso zigomático, processo condilar da mandíbula, processo coronoide da mandíbula. Vértebras: processo espinhoso, processo transverso. Esterno: processo xifoide. Rádio: processo estiloide. Ulna: processo estiloide, processo olecrano, processo coronoide. Tíbia: processo maléolo medial. Fíbula: processo maléolo lateral. Ramo Uma parte aplainada angular de um osso. Ossos da face: ramo da mandíbula. Pelve: ramo púbico superior, ramopúbico inferior. Trocanter Processo (do tipo tuberosidade) grande e rombo encontrada na extremidade proximal do fêmur. Fêmur: trocanter maior, TROCANTER menor. Tubérculo Um processo pequeno, arredondado. Costela: tubérculo da costela. Fêmur: tubérculo maior, tubérculo menor, tubérculo adutor. Pelve: tubérculo púbico. Tuberosidade Processo arredondado, geralmente áspero, grosseiro. Úmero: tuberosidade deltoide. Rádio: tuberosidade radial. Tíbia: tuberosidade tibial. Margem proeminente. Crista Margem proeminente.Margem proeminente. Processo ósseo pontiagudo. Margem proeminente. Espinha Processo ósseo pontiagudo. Espinha Processo ósseo pontiagudo. Membro inferior: crista intertrocantérica do fêmur, crista da Processo ósseo pontiagudo. Membro inferior: crista intertrocantérica do fêmur, crista da Processo ósseo pontiagudo. Pelve: crista ilíaca, crista púbica. Membro inferior: crista intertrocantérica do fêmur, crista da Processo ósseo pontiagudo. Pelve: crista ilíaca, crista púbica. Membro inferior: crista intertrocantérica do fêmur, crista da Cíngulo do membro superior: espinha da escápula. Qualquer saliência óssea Pelve: crista ilíaca, crista púbica. Membro inferior: crista intertrocantérica do fêmur, crista da Cíngulo do membro superior: espinha da escápula. Pelve: espinha ilíaca ântero-superior, espinha ilíaca ântero- inferior, espinha ilíaca póstero-superior, espinha ilíaca Processo Qualquer saliência óssea acentuada. Pelve: crista ilíaca, crista púbica. Membro inferior: crista intertrocantérica do fêmur, crista da Cíngulo do membro superior: espinha da escápula. Vértebras: espinha da vértebra. Pelve: espinha ilíaca ântero-superior, espinha ilíaca ântero- inferior, espinha ilíaca póstero-superior, espinha ilíaca Processo Qualquer saliência óssea acentuada. Pelve: crista ilíaca, crista púbica. Membro inferior: crista intertrocantérica do fêmur, crista da tíbia. Cíngulo do membro superior: espinha da escápula. Vértebras: espinha da vértebra. Pelve: espinha ilíaca ântero-superior, espinha ilíaca ântero- inferior, espinha ilíaca póstero-superior, espinha ilíaca Qualquer saliência óssea acentuada. Ossos do crânio: processo mastoide do osso temporal, processo zigomático do osso temporal, processo temporal do osso zigomático, processo condilar da mandíbula, processo Pelve: crista ilíaca, crista púbica. Membro inferior: crista intertrocantérica do fêmur, crista da Cíngulo do membro superior: espinha da escápula. Vértebras: espinha da vértebra. Pelve: espinha ilíaca ântero-superior, espinha ilíaca ântero- inferior, espinha ilíaca póstero-superior, espinha ilíaca póstero-inferior, espinha isquiática. Qualquer saliência óssea Ossos do crânio: processo mastoide do osso temporal, processo zigomático do osso temporal, processo temporal do osso zigomático, processo condilar da mandíbula, processo Uma parte aplainada angular Pelve: crista ilíaca, crista púbica. Membro inferior: crista intertrocantérica do fêmur, crista da Cíngulo do membro superior: espinha da escápula. Vértebras: espinha da vértebra. Pelve: espinha ilíaca ântero-superior, espinha ilíaca ântero- inferior, espinha ilíaca póstero-superior, espinha ilíaca póstero-inferior, espinha isquiática. Ossos do crânio: processo mastoide do osso temporal, processo zigomático do osso temporal, processo temporal do osso zigomático, processo condilar da mandíbula, processo Vértebras: processo espinhoso, processo transverso. Uma parte aplainada angular Membro inferior: crista intertrocantérica do fêmur, crista da Cíngulo do membro superior: espinha da escápula. Vértebras: espinha da vértebra. Pelve: espinha ilíaca ântero-superior, espinha ilíaca ântero- inferior, espinha ilíaca póstero-superior, espinha ilíaca póstero-inferior, espinha isquiática. Ossos do crânio: processo mastoide do osso temporal, processo zigomático do osso temporal, processo temporal do osso zigomático, processo condilar da mandíbula, processo Vértebras: processo espinhoso, processo transverso. Ramo Uma parte aplainada angular Membro inferior: crista intertrocantérica do fêmur, crista da Cíngulo do membro superior: espinha da escápula. Vértebras: espinha da vértebra. Pelve: espinha ilíaca ântero-superior, espinha ilíaca ântero- inferior, espinha ilíaca póstero-superior, espinha ilíaca póstero-inferior, espinha isquiática. Ossos do crânio: processo mastoide do osso temporal, processo zigomático do osso temporal, processo temporal do osso zigomático, processo condilar da mandíbula, processo coronoide da mandíbula. Vértebras: processo espinhoso, processo transverso. Ramo Uma parte aplainada angular de um osso. Membro inferior: crista intertrocantérica do fêmur, crista da Cíngulo do membro superior: espinha da escápula. Vértebras: espinha da vértebra. Pelve: espinha ilíaca ântero-superior, espinha ilíaca ântero- inferior, espinha ilíaca póstero-superior, espinha ilíaca póstero-inferior, espinha isquiática. Ossos do crânio: processo mastoide do osso temporal, processo zigomático do osso temporal, processo temporal do osso zigomático, processo condilar da mandíbula, processo coronoide da mandíbula. Vértebras: processo espinhoso, processo transverso. Ulna: processo estiloide, processo olecrano, processo Uma parte aplainada angular de um osso. Trocanter Cíngulo do membro superior: espinha da escápula. Pelve: espinha ilíaca ântero-superior, espinha ilíaca ântero- inferior, espinha ilíaca póstero-superior, espinha ilíaca póstero-inferior, espinha isquiática. Ossos do crânio: processo mastoide do osso temporal, processo zigomático do osso temporal, processo temporal do osso zigomático, processo condilar da mandíbula, processo coronoide da mandíbula. Vértebras: processo espinhoso, processo transverso. Esterno: processo xifoide. Ulna: processo estiloide, processo olecrano, processo Uma parte aplainada angular Trocanter Pelve: espinha ilíaca ântero-superior, espinha ilíaca ântero- inferior, espinha ilíaca póstero-superior, espinha ilíaca póstero-inferior, espinha isquiática. Ossos do crânio: processo mastoide do osso temporal, processo zigomático do osso temporal, processo temporal do osso zigomático, processo condilar da mandíbula, processo coronoide da mandíbula. Vértebras: processo espinhoso, processo transverso. Esterno: processo xifoide. Rádio: processo estiloide. Ulna: processo estiloide, processo olecrano, processo Pelve: espinha ilíaca ântero-superior, espinha ilíaca ântero- inferior, espinha ilíaca póstero-superior, espinha ilíaca Ossos do crânio: processo mastoide do osso temporal, processo zigomático do osso temporal, processo temporal do osso zigomático, processo condilar da mandíbula, processo coronoide da mandíbula. Vértebras: processo espinhoso, processo transverso. Esterno: processo xifoide. Rádio: processo estiloide. Ulna: processo estiloide, processo olecrano, processo Tíbia: processo maléolo medial. Ossos do crânio: processo mastoide do osso temporal, processo zigomático do osso temporal, processo temporal do osso zigomático, processo condilar da mandíbula, processo Vértebras: processo espinhoso, processo transverso. Esterno: processo xifoide. Rádio: processo estiloide. Ulna: processo estiloide, processo olecrano, processo Tíbia: processo maléolo medial. Fíbula: processo maléolo lateral. Ossos do crânio: processo mastoide do osso temporal, processo zigomático do osso temporal, processo temporal do osso zigomático, processo condilar da mandíbula, processo Vértebras: processo espinhoso, processo transverso. Esterno: processo xifoide. Rádio: processo estiloide. Ulna: processo estiloide, processo olecrano, processo coronoide. Tíbia: processo maléolo medial. Fíbula: processo maléolo lateral. Ossos da face: ramo da mandíbula. Pelve: ramo púbico superior, ramo púbico inferior. processo zigomático do osso temporal, processo temporal do osso zigomático, processo condilar da mandíbula,processo Vértebras: processo espinhoso, processo transverso. Rádio: processo estiloide. Ulna: processo estiloide, processo olecrano, processo coronoide. Tíbia: processo maléolo medial. Fíbula: processo maléolo lateral. Ossos da face: ramo da mandíbula. Pelve: ramo púbico superior, ramo púbico inferior. Vértebras: processo espinhoso, processo transverso. Ulna: processo estiloide, processo olecrano, processo Tíbia: processo maléolo medial. Fíbula: processo maléolo lateral. Ossos da face: ramo da mandíbula. Pelve: ramo púbico superior, ramo púbico inferior. Ulna: processo estiloide, processo olecrano, processo Tíbia: processo maléolo medial. Fíbula: processo maléolo lateral. Ossos da face: ramo da mandíbula. Pelve: ramo púbico superior, ramo púbico inferior. Ulna: processo estiloide, processo olecrano, processo Tíbia: processo maléolo medial. Fíbula: processo maléolo lateral. Ossos da face: ramo da mandíbula. Pelve: ramo púbico superior, ramo púbico inferior. Ulna: processo estiloide, processo olecrano, processo Fíbula: processo maléolo lateral. Ossos da face: ramo da mandíbula. Pelve: ramo púbico superior, ramo púbico inferior. Ossos da face: ramo da mandíbula. Pelve: ramo púbico superior, ramo púbico inferior.Pelve: ramo púbico superior, ramo púbico inferior.Pelve: ramo púbico superior, ramo púbico inferior.Pelve: ramo púbico superior, ramo púbico inferior. Processo (do tipo tuberosidade) Processo (do tipo tuberosidade) grande e rombo encontrada Processo (do tipo tuberosidade) grande e rombo encontrada na extremidade proximal do Processo (do tipo tuberosidade) grande e rombo encontrada na extremidade proximal do Processo (do tipo tuberosidade) grande e rombo encontrada na extremidade proximal do fêmur. Processo (do tipo tuberosidade) grande e rombo encontrada na extremidade proximal do fêmur. Tubérculo Um processo pequeno, Processo (do tipo tuberosidade) grande e rombo encontrada na extremidade proximal do Tubérculo Um processo pequeno, arredondado. Tubérculo Um processo pequeno, arredondado. Um processo pequeno, arredondado. Processo arredondado, geralmente áspero, grosseiro. Fêmur: trocanter maior, TROCANTER menor. Um processo pequeno, Tuberosidade Processo arredondado, geralmente áspero, grosseiro. Fêmur: trocanter maior, TROCANTER menor. Fêmur: tubérculo maior, tubérculo menor, tubérculo adutor. Tuberosidade Processo arredondado, geralmente áspero, grosseiro. Fêmur: trocanter maior, TROCANTER menor. Fêmur: tubérculo maior, tubérculo menor, tubérculo adutor. Tuberosidade Processo arredondado, geralmente áspero, grosseiro. Fêmur: trocanter maior, TROCANTER menor. Costela: tubérculo da costela. Fêmur: tubérculo maior, tubérculo menor, tubérculo adutor. Processo arredondado, geralmente áspero, grosseiro. Fêmur: trocanter maior, TROCANTER menor. Costela: tubérculo da costela. Fêmur: tubérculo maior, tubérculo menor, tubérculo adutor. geralmente áspero, grosseiro. Fêmur: trocanter maior, TROCANTER menor. Costela: tubérculo da costela. Fêmur: tubérculo maior, tubérculo menor, tubérculo adutor. Fêmur: trocanter maior, TROCANTER menor. Costela: tubérculo da costela. Fêmur: tubérculo maior, tubérculo menor, tubérculo adutor. Pelve: tubérculo púbico. Fêmur: trocanter maior, TROCANTER menor. Costela: tubérculo da costela. Fêmur: tubérculo maior, tubérculo menor, tubérculo adutor. Pelve: tubérculo púbico. Úmero: tuberosidade deltoide. Fêmur: trocanter maior, TROCANTER menor. Costela: tubérculo da costela. Fêmur: tubérculo maior, tubérculo menor, tubérculo adutor. Pelve: tubérculo púbico. Úmero: tuberosidade deltoide. Rádio: tuberosidade radial. Fêmur: tubérculo maior, tubérculo menor, tubérculo adutor. Pelve: tubérculo púbico. Úmero: tuberosidade deltoide. Rádio: tuberosidade radial. Fêmur: tubérculo maior, tubérculo menor, tubérculo adutor. Pelve: tubérculo púbico. Úmero: tuberosidade deltoide. Rádio: tuberosidade radial. Tíbia: tuberosidade tibial. Fêmur: tubérculo maior, tubérculo menor, tubérculo adutor. Úmero: tuberosidade deltoide. Rádio: tuberosidade radial. Tíbia: tuberosidade tibial. Fêmur: tubérculo maior, tubérculo menor, tubérculo adutor. Úmero: tuberosidade deltoide. Rádio: tuberosidade radial. Tíbia: tuberosidade tibial. Rádio: tuberosidade radial. Tíbia: tuberosidade tibial.Tíbia: tuberosidade tibial. Fonte: MARIEB, 2014, pg. 138. (Adaptado). ANATOMIA HUMANA 34 SER_NUTRI_ANAHU_UNID1.indd 34 22/10/20 16:11 QUADRO 5. PROCESSOS QUE FORMAM ARTICULAÇÕES QUADRO 6. DEPRESSÕES E ABERTURAS Estrutura e descrição Principais representantes Cabeça Extremidade óssea proeminente e arredondada que forma juntura. Caixa torácica: cabeça da costela. Membro superior: cabeça do úmero, cabeça do rádio, cabeça da ulna, cabeça do osso metacarpal. Membro inferior: cabeça de fêmur, cabeça da fíbula, cabeça do osso metatarsal. Côndilo Saliência óssea grande e arredondada que forma juntura. Osso de crânio: côndilo occipital. Membro superior: côndilo medial do fêmur, côndilo lateral do fêmur, côndilo medial da tíbia, côndilo lateral da tíbia. Faceta Superfície óssea achatada e lisa que forma juntura. Vértebras: faceta articular superior, faceta articular inferior. Fóvea Uma superfície articular plana e rasa. Vértebras: fóvea costal de uma vértebra torácica. Fonte: MARIEB, 2014, pg. 138. (Adaptado). proeminente e arredondada Cabeça Extremidade óssea proeminente e arredondada Cabeça Extremidade óssea proeminente e arredondada que forma juntura. Extremidade óssea proeminente e arredondada que forma juntura. Saliência óssea grande e Extremidade óssea proeminente e arredondada que forma juntura. Côndilo Saliência óssea grande e arredondada que forma proeminente e arredondada que forma juntura. Côndilo Saliência óssea grande e arredondada que forma Superfície óssea achatada e lisa Membro superior: cabeça do úmero, cabeça do rádio, cabeça Saliência óssea grande e arredondada que forma juntura. Superfície óssea achatada e lisa que forma juntura. Membro superior: cabeça do úmero, cabeça do rádio, cabeça Membro inferior: cabeça de fêmur, cabeça da fíbula, cabeça Saliência óssea grande e arredondada que forma juntura. Faceta Superfície óssea achatada e lisa que forma juntura. Uma superfície articular plana Caixa torácica: cabeça da costela. Membro superior: cabeça do úmero, cabeça do rádio, cabeça Membro inferior: cabeça de fêmur, cabeça da fíbula, cabeça arredondada que forma Superfície óssea achatada e lisa que forma juntura. Fóvea Uma superfície articular plana Caixa torácica: cabeça da costela. Membro superior: cabeça do úmero, cabeça do rádio, cabeça da ulna, cabeça do osso metacarpal. Membro inferior: cabeça de fêmur, cabeça da fíbula, cabeça Membro superior: côndilo medial do fêmur, côndilo lateral do Superfície óssea achatada e lisa que forma juntura. Fóvea Uma superfície articular plana e rasa. Caixa torácica: cabeça da costela. Membro superior: cabeça do úmero, cabeça do rádio, cabeça da ulna, cabeça do osso metacarpal. Membro inferior: cabeça de fêmur, cabeça da fíbula, cabeça Membro superior: côndilo medial do fêmur, côndilo lateral do Superfície óssea achatada e lisa Uma superfície articular plana e rasa. Caixa torácica: cabeça da costela. Membro superior: cabeça do úmero, cabeça do rádio, cabeça da ulna, cabeça do osso metacarpal. Membro inferior: cabeça de fêmur, cabeça da fíbula, cabeça Osso de crânio: côndilo occipital. Membro superior: côndilo medial do fêmur, côndilo lateral do fêmur, côndilo medial da tíbia, côndilo lateral da tíbia. Vértebras: faceta articular superior, faceta articular inferior. Uma superfície articular plana Caixa torácica: cabeça da costela. Membro superior: cabeça do úmero, cabeça do rádio, cabeça da ulna, cabeça do osso metacarpal. Membro inferior: cabeça de fêmur, cabeça da fíbula, cabeça do osso metatarsal. Osso decrânio: côndilo occipital. Membro superior: côndilo medial do fêmur, côndilo lateral do fêmur, côndilo medial da tíbia, côndilo lateral da tíbia. Vértebras: faceta articular superior, faceta articular inferior. Uma superfície articular plana Caixa torácica: cabeça da costela. Membro superior: cabeça do úmero, cabeça do rádio, cabeça da ulna, cabeça do osso metacarpal. Membro inferior: cabeça de fêmur, cabeça da fíbula, cabeça do osso metatarsal. Osso de crânio: côndilo occipital. Membro superior: côndilo medial do fêmur, côndilo lateral do fêmur, côndilo medial da tíbia, côndilo lateral da tíbia. Vértebras: faceta articular superior, faceta articular inferior. Caixa torácica: cabeça da costela. Membro superior: cabeça do úmero, cabeça do rádio, cabeça da ulna, cabeça do osso metacarpal. Membro inferior: cabeça de fêmur, cabeça da fíbula, cabeça do osso metatarsal. Osso de crânio: côndilo occipital. Membro superior: côndilo medial do fêmur, côndilo lateral do fêmur, côndilo medial da tíbia, côndilo lateral da tíbia. Vértebras: faceta articular superior, faceta articular inferior. Vértebras: fóvea costal de uma vértebra torácica. Membro superior: cabeça do úmero, cabeça do rádio, cabeça da ulna, cabeça do osso metacarpal. Membro inferior: cabeça de fêmur, cabeça da fíbula, cabeça do osso metatarsal. Osso de crânio: côndilo occipital. Membro superior: côndilo medial do fêmur, côndilo lateral do fêmur, côndilo medial da tíbia, côndilo lateral da tíbia. Vértebras: faceta articular superior, faceta articular inferior. Vértebras: fóvea costal de uma vértebra torácica. Membro superior: cabeça do úmero, cabeça do rádio, cabeça Membro inferior: cabeça de fêmur, cabeça da fíbula, cabeça Osso de crânio: côndilo occipital. Membro superior: côndilo medial do fêmur, côndilo lateral do fêmur, côndilo medial da tíbia, côndilo lateral da tíbia. Vértebras: faceta articular superior, faceta articular inferior. Vértebras: fóvea costal de uma vértebra torácica. Membro superior: cabeça do úmero, cabeça do rádio, cabeça Membro inferior: cabeça de fêmur, cabeça da fíbula, cabeça Osso de crânio: côndilo occipital. Membro superior: côndilo medial do fêmur, côndilo lateral do fêmur, côndilo medial da tíbia, côndilo lateral da tíbia. Vértebras: faceta articular superior, faceta articular inferior. Vértebras: fóvea costal de uma vértebra torácica. Membro inferior: cabeça de fêmur, cabeça da fíbula, cabeça Membro superior: côndilo medial do fêmur, côndilo lateral do fêmur, côndilo medial da tíbia, côndilo lateral da tíbia. Vértebras: faceta articular superior, faceta articular inferior. Vértebras: fóvea costal de uma vértebra torácica. Membro superior: côndilo medial do fêmur, côndilo lateral do fêmur, côndilo medial da tíbia, côndilo lateral da tíbia. Vértebras: faceta articular superior, faceta articular inferior. Vértebras: fóvea costal de uma vértebra torácica. Membro superior: côndilo medial do fêmur, côndilo lateral do fêmur, côndilo medial da tíbia, côndilo lateral da tíbia. Vértebras: faceta articular superior, faceta articular inferior. Vértebras: fóvea costal de uma vértebra torácica. Membro superior: côndilo medial do fêmur, côndilo lateral do Vértebras: faceta articular superior, faceta articular inferior. Vértebras: fóvea costal de uma vértebra torácica. Vértebras: faceta articular superior, faceta articular inferior. Vértebras: fóvea costal de uma vértebra torácica.Vértebras: fóvea costal de uma vértebra torácica. Estrutura e descrição Principais representantes Alvéolo Uma escavação profunda ou encaixe. Ossos da face: alvéolos dentais da maxila e da mandíbula. Forame Abertura arredonda no osso por onde passam vasos sanguíneos. Ossos do crânio: forame estilomastoideo, forame jugular, forame supraorbital, forame oval, forame redondo, forame espinhoso, forame magno, forame infraorbital, forame mental, forame mandibular. Vértebras: forame vertebral, forame transverso, forame sacral. Pelve: forame obturador. Fossa Depressão óssea onde, geralmente, será abrigado algum processo ósseo. Osso do crânio: fossa mandibular do osso temporal, fossa jugular do osso temporal. Cíngulo do membro superior: fossa escapular. Úmero: fossa radial, fossa coronoide, fossa olécrana. Fêmur: fossa intercondilar. Meato Passagem em forma de tubo correndo para dentro de um osso. Osso temporal: meato acústico externo, meato acústico interno. Uma escavação profunda ou Alvéolo Uma escavação profunda ou Alvéolo Uma escavação profunda ou encaixe. Abertura arredonda no osso Uma escavação profunda ou encaixe. Abertura arredonda no osso por onde passam vasos Uma escavação profunda ou Forame Abertura arredonda no osso por onde passam vasos Uma escavação profunda ou Forame Abertura arredonda no osso por onde passam vasos sanguíneos. Ossos da face: alvéolos dentais da maxila e da mandíbula. Abertura arredonda no osso por onde passam vasos sanguíneos. Ossos da face: alvéolos dentais da maxila e da mandíbula. Abertura arredonda no osso por onde passam vasos sanguíneos. Depressão óssea onde, Ossos da face: alvéolos dentais da maxila e da mandíbula. Ossos do crânio: forame estilomastoideo, forame jugular, forame supraorbital, forame oval, forame redondo, forame Depressão óssea onde, geralmente, será abrigado algum processo ósseo. Ossos da face: alvéolos dentais da maxila e da mandíbula. Ossos do crânio: forame estilomastoideo, forame jugular, forame supraorbital, forame oval, forame redondo, forame espinhoso, forame magno, forame infraorbital, forame Fossa Depressão óssea onde, geralmente, será abrigado algum processo ósseo. Ossos da face: alvéolos dentais da maxila e da mandíbula. Ossos do crânio: forame estilomastoideo, forame jugular, forame supraorbital, forame oval, forame redondo, forame espinhoso, forame magno, forame infraorbital, forame Vértebras: forame vertebral, forame transverso, forame Depressão óssea onde, geralmente, será abrigado algum processo ósseo. Ossos da face: alvéolos dentais da maxila e da mandíbula. Ossos do crânio: forame estilomastoideo, forame jugular, forame supraorbital, forame oval, forame redondo, forame espinhoso, forame magno, forame infraorbital, forame Vértebras: forame vertebral, forame transverso, forame Depressão óssea onde, geralmente, será abrigado algum processo ósseo. Passagem em forma de tubo correndo para dentro Ossos da face: alvéolos dentais da maxila e da mandíbula. Ossos do crânio: forame estilomastoideo, forame jugular, forame supraorbital, forame oval, forame redondo, forame espinhoso, forame magno, forame infraorbital, forame mental, forame mandibular. Vértebras: forame vertebral, forame transverso, forame geralmente, será abrigado algum processo ósseo. Osso do crânio: fossa mandibular do osso temporal, fossa Meato Passagem em forma de tubo correndo para dentro Ossos da face: alvéolos dentais da maxila e da mandíbula. Ossos do crânio: forame estilomastoideo, forame jugular, forame supraorbital, forame oval, forame redondo, forame espinhoso, forame magno, forame infraorbital, forame mental, forame mandibular. Vértebras: forame vertebral, forame transverso, forame Osso do crânio: fossa mandibular do osso temporal, fossa Meato Passagem em forma de tubo correndo para dentro de um osso. Ossos da face: alvéolos dentais da maxila e da mandíbula. Ossos do crânio: forame estilomastoideo, forame jugular, forame supraorbital, forame oval, forame redondo, forame espinhoso, forame magno, forame infraorbital, forame mental, forame mandibular. Vértebras: forame vertebral, forame transverso, forame Pelve: forame obturador. Osso do crânio: fossa mandibular do osso temporal, fossa Passagem em forma de tubo correndo para dentro de um osso. Ossos da face: alvéolos dentais da maxila e da mandíbula. Ossos do crânio: forame estilomastoideo, forame jugular, forame supraorbital, forame oval, forameredondo, forame espinhoso, forame magno, forame infraorbital, forame mental, forame mandibular. Vértebras: forame vertebral, forame transverso, forame sacral. Pelve: forame obturador. Osso do crânio: fossa mandibular do osso temporal, fossa Cíngulo do membro superior: fossa escapular. Úmero: fossa radial, fossa coronoide, fossa olécrana. Passagem em forma de tubo correndo para dentro de um osso. Ossos da face: alvéolos dentais da maxila e da mandíbula. Ossos do crânio: forame estilomastoideo, forame jugular, forame supraorbital, forame oval, forame redondo, forame espinhoso, forame magno, forame infraorbital, forame mental, forame mandibular. Vértebras: forame vertebral, forame transverso, forame sacral. Pelve: forame obturador. Osso do crânio: fossa mandibular do osso temporal, fossa jugular do osso temporal. Cíngulo do membro superior: fossa escapular. Úmero: fossa radial, fossa coronoide, fossa olécrana. tubo correndo para dentro Ossos da face: alvéolos dentais da maxila e da mandíbula. Ossos do crânio: forame estilomastoideo, forame jugular, forame supraorbital, forame oval, forame redondo, forame espinhoso, forame magno, forame infraorbital, forame mental, forame mandibular. Vértebras: forame vertebral, forame transverso, forame Pelve: forame obturador. Osso do crânio: fossa mandibular do osso temporal, fossa jugular do osso temporal. Cíngulo do membro superior: fossa escapular. Úmero: fossa radial, fossa coronoide, fossa olécrana. Osso temporal: meato acústico externo, meato acústico Ossos do crânio: forame estilomastoideo, forame jugular, forame supraorbital, forame oval, forame redondo, forame espinhoso, forame magno, forame infraorbital, forame Vértebras: forame vertebral, forame transverso, forame Pelve: forame obturador. Osso do crânio: fossa mandibular do osso temporal, fossa jugular do osso temporal. Cíngulo do membro superior: fossa escapular. Úmero: fossa radial, fossa coronoide, fossa olécrana. Osso temporal: meato acústico externo, meato acústico forame supraorbital, forame oval, forame redondo, forame espinhoso, forame magno, forame infraorbital, forame Vértebras: forame vertebral, forame transverso, forame Osso do crânio: fossa mandibular do osso temporal, fossa jugular do osso temporal. Cíngulo do membro superior: fossa escapular. Úmero: fossa radial, fossa coronoide, fossa olécrana. Fêmur: fossa intercondilar. Osso temporal: meato acústico externo, meato acústico Vértebras: forame vertebral, forame transverso, forame Osso do crânio: fossa mandibular do osso temporal, fossa jugular do osso temporal. Cíngulo do membro superior: fossa escapular. Úmero: fossa radial, fossa coronoide, fossa olécrana. Fêmur: fossa intercondilar. Osso temporal: meato acústico externo, meato acústico Osso do crânio: fossa mandibular do osso temporal, fossa Cíngulo do membro superior: fossa escapular. Úmero: fossa radial, fossa coronoide, fossa olécrana. Fêmur: fossa intercondilar. Osso temporal: meato acústico externo, meato acústico Osso do crânio: fossa mandibular do osso temporal, fossa Cíngulo do membro superior: fossa escapular. Úmero: fossa radial, fossa coronoide, fossa olécrana. Fêmur: fossa intercondilar. Osso temporal: meato acústico externo, meato acústico interno. Osso do crânio: fossa mandibular do osso temporal, fossa Cíngulo do membro superior: fossa escapular. Úmero: fossa radial, fossa coronoide, fossa olécrana. Fêmur: fossa intercondilar. Osso temporal: meato acústico externo, meato acústico interno. Úmero: fossa radial, fossa coronoide, fossa olécrana. Osso temporal: meato acústico externo, meato acústico Úmero: fossa radial, fossa coronoide, fossa olécrana. Osso temporal: meato acústico externo, meato acústico Osso temporal: meato acústico externo, meato acústico Osso temporal: meato acústico externo, meato acústico ANATOMIA HUMANA 35 SER_NUTRI_ANAHU_UNID1.indd 35 22/10/20 16:11 Seios Cavidade óssea cheia de ar que se conecta à cavidade nasal. Osso do crânio e da face: seio frontal, seio etmoidal, seio esfenoidal, seio maxilar. Sulco Uma canaleta que acomoda um vaso, um verbo ou um tendão. Membro superior: sulco radial, sulco intertubercular. Fonte: MARIEB, 2014, pg. 138. (Adaptado). Cavidade óssea cheia de ar que se conecta à cavidade nasal. Cavidade óssea cheia de ar que se conecta à cavidade nasal. Uma canaleta que acomoda um Seios Cavidade óssea cheia de ar que se conecta à cavidade nasal. Uma canaleta que acomoda um vaso, um verbo ou um tendão. Cavidade óssea cheia de ar que se conecta à cavidade nasal. Sulco Uma canaleta que acomoda um vaso, um verbo ou um tendão. Cavidade óssea cheia de ar que se conecta à cavidade nasal. Sulco Uma canaleta que acomoda um vaso, um verbo ou um tendão. Cavidade óssea cheia de ar que se conecta à cavidade nasal. Uma canaleta que acomoda um vaso, um verbo ou um tendão. Uma canaleta que acomoda um vaso, um verbo ou um tendão. Osso do crânio e da face: seio frontal, seio etmoidal, seio Uma canaleta que acomoda um vaso, um verbo ou um tendão. Osso do crânio e da face: seio frontal, seio etmoidal, seio Osso do crânio e da face: seio frontal, seio etmoidal, seio Membro superior: sulco radial, sulco intertubercular. Osso do crânio e da face: seio frontal, seio etmoidal, seio esfenoidal, seio maxilar. Membro superior: sulco radial, sulco intertubercular. Osso do crânio e da face: seio frontal, seio etmoidal, seio esfenoidal, seio maxilar. Membro superior: sulco radial, sulco intertubercular. Osso do crânio e da face: seio frontal, seio etmoidal, seio esfenoidal, seio maxilar. Membro superior: sulco radial, sulco intertubercular. Osso do crânio e da face: seio frontal, seio etmoidal, seio esfenoidal, seio maxilar. Membro superior: sulco radial, sulco intertubercular. Osso do crânio e da face: seio frontal, seio etmoidal, seio esfenoidal, seio maxilar. Membro superior: sulco radial, sulco intertubercular. Osso do crânio e da face: seio frontal, seio etmoidal, seio Membro superior: sulco radial, sulco intertubercular. Osso do crânio e da face: seio frontal, seio etmoidal, seio Membro superior: sulco radial, sulco intertubercular. Osso do crânio e da face: seio frontal, seio etmoidal, seio Membro superior: sulco radial, sulco intertubercular.Membro superior: sulco radial, sulco intertubercular. Sistema articular: conceito e classificação das articulações As junturas ou articulações (arthro: “juntas”) podem ser defi nidas pela comunicação entre duas ou mais estruturas rígidas, como ossos, cartilagens ou dentes. Essas estruturas são fortemente relacionadas à movimentação, uma vez que o movimento só é possível pela articulação dos ossos nas juntu- ras e pela contração dos músculos inseridos nos ossos. Assim, para movimentar uma parte do corpo, algumas articulações pre- cisam permanecer rígidas, dando estabilidade e mantendo o equilíbrio. Sua estrutura permite resistir a esmagamentos, dilacerações e a várias forças que as impulsionariam para fora do alinhamento. Dessa forma, passamos a co- nhecer o estudo das articulações, denominado artrologia. Como visto em apresentações de balé e de ginástica olímpica, as articula- ções permitem uma ampla diversidade de movimentos. Desta maneira, pode- mos classifi ca-las com base em sua função ou estrutura. A classifi cação estrutural é baseada no tecido que interliga os ossos, identifi cando-se como fi brosas, cartilagíneas e sinoviais. Por outro lado, a classifi cação funcional se concentra na quantidade de movimento permitido. Assim, sinartroses são articulações imóveis, anfi artroses são articulações li- geiramente moveis e diartroses são articulações livremente moveis. As diar- troses predominam nos membros, ao passo que as sinartroses e anfi artroses são mais restritas ao esqueleto axial. Articulação fibrosa Nas articulações fi brosas, os ossos são conectados através do tecido con- juntivo fi broso e nãohá qualquer cavidade articular presente. Essas articula- ANATOMIA HUMANA 36 SER_NUTRI_ANAHU_UNID1.indd 36 22/10/20 16:11 ções fi brosas são comumente imóveis ou com mobilidade limitada e seus tipos são denominados suturas, sindesmoses e gonfoses. Nas suturas, os ossos estão fi rmemente ligados por uma quantidade mí- nima de tecido fi broso. Elas somente ocorrem entre os ossos do crânio, tendo seu tecido fi broso contínuo com o periósteo em torno desses ossos planos. Dessa forma, além de unir os ossos, as suturas permitem seu crescimento, de forma que o crânio possa expandir-se com o encéfalo durante a infância. Nas sindesmoses, os ossos são unidos por ligamentos, formados por cor- dões de tecido fi broso mais extensos do que aqueles que ocorrem nas suturas. Assim, a mobilidade permitida é relacionada ao comprimento das fi bras que a compõem. Portanto, se as fi bras são curtas, como na articulação tibiofi bu- lar distal, pouco ou nenhum movimento é permitido. Mas, se elas são longas, como na membrana interóssea entre os ossos do antebraço, é possível realizar uma maior quantidade de movimento. Por fi m, gonfoses são articulações fi brosas entre os dentes e os ossos onde se inserem as maxilas e a mandíbula. Também chamada de articulação den- toalveolar, uma gonfose é o local que fi xa a raiz do dente ao ligamento perio- dontal do alvéolo dental. Articulação cartilaginosa Nas articulações cartilaginosas ou cartilagíneas, os ossos são conec- tados por cartilagem. Elas possuem pouca mobilidade, geralmente em resposta a torções ou compressões. Vale destacar que, assim como as arti- culações fi brosas, estas não possuem uma cavidade articular e podem ser divididas em duas classes: sincon- droses e sínfi ses. Na sincondrose, os ossos são uni- dos por uma cartilagem hialina, a qual também pode estar presente na ANATOMIA HUMANA 37 SER_NUTRI_ANAHU_UNID1.indd 37 22/10/20 16:13 superfície óssea como cartilagens articulares, atuando na redução da fricção entre os ossos durante a realização dos movimentos. Ainda considerando as sincondroses, podemos citar as cartilagens dentoalveolar e as articulações costocondrais como exemplos. Na sínfi se, os ossos são conectados por uma cartilagem fi brosa e, como exemplos, podemos incluir os discos intervertebrais e a sínfi se púbica na pelve. Vale ressaltar que a fi brocartilagem resiste tanto à tensão quan- to à compressão, atuando como um amortecedor resistente. Com isso, as sínfi ses são articulações ligeiramente moveis (an- fi artroses) que fornecem resistência com fl exibilidade. Articulações sinoviais, planos e eixos de movi- mentos, principais ligamentos Articulações sinoviais A classe mais evidente de articulação no corpo são as articulações sino- viais. Capazes de se moverem livremente (diartroses), essas articulações pro- porcionam uma larga amplitude de movimentos precisos, uniformes e, ao mesmo tempo, são capazes de manter a estabilidade, a potência e, em certos aspectos, a fi rmeza do corpo. Assim, as partes dos ossos que se articulam estão cobertas com cartilagem e geralmente são auxiliadas por ligamentos que lhes dão suporte. Como características de articulação sinovial, temos a cápsula articular, a ca- vidade articular e a sinóvia. Sendo assim, a cápsula articular é uma membrana de tecido conjuntivo denso que envolve a articulação sinovial. Cada cápsula ar- ticular contém uma sinóvia ou líquido sinovial, que se trata de um líquido lu- brifi cante presente no interior da cavidade articular, produzido por uma mem- brana sinovial que reveste internamente a cápsula articular. Dessa maneira, os ossos presentes em uma articulação sinovial são envolvidos por uma camada de cartilagem hialina chamada cartilagem articular, a qual não possui vasos san- guíneos, obtendo sua nutrição através do movimento do líquido sinovial. Movimentos realizados nas articulações sinoviais À medida em que os músculos se contraem, eles fazem com que os ossos se movam nas articulações sinoviais. Os movimentos resultantes são de três ANATOMIA HUMANA 38 SER_NUTRI_ANAHU_UNID1.indd 38 22/10/20 16:13 tipos básicos: deslizamento de uma superfície óssea em outra; movimentos angulares, que alteram o ângulo entre os dois ossos; e rotação em torno do eixo longo de um osso. Além desses, temos movimentos especiais, que ocor- rem em certas articulações (Quadro 7). Movimento Descrição Movimento Descrição Deslizamento Movimento das faces ósseas relativamente planas para a frente e para trás, de um lado para o outro, umas sobre as outras; pouca alteração no ângulo entre os ossos. Angular Flexão Diminuição no ângulo entre os ossos da articulação, normalmente no plano sagital. Extensão Aumento no ângulo entre os ossos da articulação, normalmente no plano sagital. Flexão lateral Movimento do tronco no plano frontal. Hiperextensão Extensão além da posição anatômica. Abdução Movimento de um osso para longe da linha mediana, normalmente no plano frontal. Adução Movimento de um osso em direção à linha mediana, normalmente no plano frontal. Circundução Flexão, abdução, extensão, adução e rotação em sequência (ou na ordem oposta) em que a extremidade distal de uma parte do corpo se move em um círculo. Rotação Movimento de um osso em torno de seu eixo longitudinal; nos membros, pode ser medial (em direção à linha mediana) ou lateral (para longe da linha mediana). Especial Elevação Movimento para cima de uma parte do corpo. Abaixamento Movimento para baixo de uma parte do corpo. Protração Movimento anterior de uma parte do corpo no plano transverso. Retração Movimento para trás de uma parte do corpo no plano transverso. Inversão Movimento medial da planta. Eversão Movimento lateral da planta. QUADRO 7. MOVIMENTOS REALIZADOS PELAS ARTICULAÇÕES SINOVIAIS DeslizamentoDeslizamentoDeslizamento Movimento das faces ósseas relativamente planas para a frente e para trás, de um lado para o outro, umas sobre as outras; pouca alteração no ângulo entre Movimento das faces ósseas relativamente planas para a frente e para trás, de um lado para o outro, umas sobre as outras; pouca alteração no ângulo entre Movimento das faces ósseas relativamente planas para a frente e para trás, de um lado para o outro, umas sobre as outras; pouca alteração no ângulo entre Movimento das faces ósseas relativamente planas para a frente e para trás, de um lado para o outro, umas sobre as outras; pouca alteração no ângulo entre Movimento das faces ósseas relativamente planas para a frente e para trás, de um lado para o outro, umas sobre as outras; pouca alteração no ângulo entre Movimento das faces ósseas relativamente planas para a frente e para trás, de um lado para o outro, umas sobre as outras; pouca alteração no ângulo entre Movimento das faces ósseas relativamente planas para a frente e para trás, de um lado para o outro, umas sobre as outras; pouca alteração no ângulo entre Movimento das faces ósseas relativamente planas para a frente e para trás, de um lado para o outro, umas sobre as outras; pouca alteração no ângulo entre os ossos. Movimento das faces ósseas relativamente planas para a frente e para trás, de um lado para o outro, umas sobre as outras; pouca alteração no ângulo entre os ossos. Movimento das faces ósseas relativamente planas para a frente e para trás, de um lado para o outro, umas sobre as outras; pouca alteração no ângulo entre Movimento das faces ósseas relativamente planas para a frente e para trás, de um lado para o outro, umas sobre as outras; pouca alteração no ângulo entre Movimento das faces ósseas relativamente planas para a frente e para trás, de um lado para o outro, umas sobre as outras; pouca alteração no ângulo entre Movimento das faces ósseas relativamente planas para a frente e para trás, de um lado para o outro, umas sobre as outras; pouca alteração no ângulo entre Movimento das faces ósseas relativamenteplanas para a frente e para trás, de um lado para o outro, umas sobre as outras; pouca alteração no ângulo entre Movimento das faces ósseas relativamente planas para a frente e para trás, de um lado para o outro, umas sobre as outras; pouca alteração no ângulo entre um lado para o outro, umas sobre as outras; pouca alteração no ângulo entre Flexão Flexão lateral Diminuição no ângulo entre os ossos da articulação, Flexão lateral Diminuição no ângulo entre os ossos da articulação, normalmente no plano Flexão lateral Diminuição no ângulo entre os ossos da articulação, normalmente no plano sagital. Movimento do tronco Abdução ângulo entre os ossos da articulação, normalmente no plano sagital. Movimento do tronco no plano frontal. Abdução ossos da articulação, normalmente no plano Movimento do tronco no plano frontal. Movimento de um Circundução Movimento do tronco no plano frontal. Movimento de um osso para longe da linha mediana, Circundução Extensão Movimento do tronco no plano frontal. Movimento de um osso para longe da linha mediana, normalmente no plano frontal. Rotação Extensão Hiperextensão Movimento de um osso para longe da linha mediana, normalmente no plano frontal. Flexão, abdução, extensão, adução e rotação em sequência (ou na ordem oposta) em que a extremidade distal de uma parte do corpo se move em um Rotação Aumento no ângulo entre os ossos da Hiperextensão da linha mediana, normalmente no plano frontal. Flexão, abdução, extensão, adução e rotação em sequência (ou na ordem oposta) em que a extremidade distal de uma parte do corpo se move em um Aumento no ângulo entre os ossos da articulação, normalmente no plano Hiperextensão Flexão, abdução, extensão, adução e rotação em sequência (ou na ordem oposta) em que a extremidade distal de uma parte do corpo se move em um Movimento de um osso em torno de seu eixo longitudinal; nos membros, pode ser medial (em direção à linha mediana) ou lateral (para longe da linha Aumento no ângulo entre os ossos da articulação, normalmente no plano Adução Flexão, abdução, extensão, adução e rotação em sequência (ou na ordem oposta) em que a extremidade distal de uma parte do corpo se move em um Movimento de um osso em torno de seu eixo longitudinal; nos membros, pode ser medial (em direção à linha mediana) ou lateral (para longe da linha Aumento no ângulo entre os ossos da articulação, normalmente no plano Extensão além da posição Adução Flexão, abdução, extensão, adução e rotação em sequência (ou na ordem oposta) em que a extremidade distal de uma parte do corpo se move em um Movimento de um osso em torno de seu eixo longitudinal; nos membros, pode ser medial (em direção à linha mediana) ou lateral (para longe da linha Aumento no ângulo entre os ossos da articulação, normalmente no plano sagital. Extensão além da posição Movimento de um osso em direção Flexão, abdução, extensão, adução e rotação em sequência (ou na ordem oposta) em que a extremidade distal de uma parte do corpo se move em um Movimento de um osso em torno de seu eixo longitudinal; nos membros, pode ser medial (em direção à linha mediana) ou lateral (para longe da linha Aumento no ângulo entre os ossos da articulação, normalmente no plano Extensão além da posição anatômica. Movimento de um osso em direção à linha mediana, normalmente no Flexão, abdução, extensão, adução e rotação em sequência (ou na ordem oposta) em que a extremidade distal de uma parte do corpo se move em um Movimento de um osso em torno de seu eixo longitudinal; nos membros, pode ser medial (em direção à linha mediana) ou lateral (para longe da linha Aumento no ângulo entre os ossos da articulação, normalmente no plano Extensão além da posição anatômica. Movimento de um osso em direção à linha mediana, normalmente no Flexão, abdução, extensão, adução e rotação em sequência (ou na ordem oposta) em que a extremidade distal de uma parte do corpo se move em um círculo. Movimento de um osso em torno de seu eixo longitudinal; nos membros, pode ser medial (em direção à linha mediana) ou lateral (para longe da linha articulação, normalmente no plano Extensão além da posição anatômica. Movimento de um osso em direção à linha mediana, normalmente no Flexão, abdução, extensão, adução e rotação em sequência (ou na ordem oposta) em que a extremidade distal de uma parte do corpo se move em um círculo. Movimento de um osso em torno de seu eixo longitudinal; nos membros, pode ser medial (em direção à linha mediana) ou lateral (para longe da linha Extensão além da posição Movimento de um osso em direção à linha mediana, normalmente no plano frontal. Flexão, abdução, extensão, adução e rotação em sequência (ou na ordem oposta) em que a extremidade distal de uma parte do corpo se move em um Movimento de um osso em torno de seu eixo longitudinal; nos membros, pode ser medial (em direção à linha mediana) ou lateral (para longe da linha mediana). Movimento de um osso em direção à linha mediana, normalmente no plano frontal. Flexão, abdução, extensão, adução e rotação em sequência (ou na ordem oposta) em que a extremidade distal de uma parte do corpo se move em um Movimento de um osso em torno de seu eixo longitudinal; nos membros, pode ser medial (em direção à linha mediana) ou lateral (para longe da linha mediana). Movimento de um osso em direção à linha mediana, normalmente no plano frontal. Flexão, abdução, extensão, adução e rotação em sequência (ou na ordem oposta) em que a extremidade distal de uma parte do corpo se move em um Movimento de um osso em torno de seu eixo longitudinal; nos membros, pode ser medial (em direção à linha mediana) ou lateral (para longe da linha Movimento de um osso em direção à linha mediana, normalmente no Flexão, abdução, extensão, adução e rotação em sequência (ou na ordem oposta) em que a extremidade distal de uma parte do corpo se move em um Movimento de um osso em torno de seu eixo longitudinal; nos membros, pode ser medial (em direção à linha mediana) ou lateral (para longe da linha Flexão, abdução, extensão, adução e rotação em sequência (ou na ordem oposta) em que a extremidade distal de uma parte do corpo se move em um Movimento de um osso em torno de seu eixo longitudinal; nos membros, pode ser medial (em direção à linha mediana) ou lateral (para longe da linha oposta) em que a extremidade distal de uma parte do corpo se move em um Movimento de um osso em torno de seu eixo longitudinal; nos membros, pode ser medial (em direção à linha mediana) ou lateral (para longe da linha Movimento de um osso em torno de seu eixo longitudinal; nos membros, pode ser medial (em direção à linha mediana) ou lateral (para longe da linha pode ser medial (em direção à linha mediana) ou lateral (para longe da linha ElevaçãoElevação Protração Movimento para cima de uma parte do Protração Movimento para cima de uma parte do Movimento para cima de uma parte do corpo. Movimento anterior de uma parte do Inversão cima de uma parte do Movimento anterior de uma parte do corpo no plano Movimento anterior de uma parte do corpo no plano transverso. Movimento medial da Abaixamento Movimento anterior de uma parte do corpo no plano transverso. Movimento medial da Abaixamento Movimento medial da planta. Abaixamento Movimento medial da planta. Movimento para baixo de uma Retração Movimento medial da Movimento para baixo de uma Retração Movimento para baixo de uma parte do corpo. Movimento para trás de uma parte Eversão Movimento para baixo de uma parte do corpo. Movimento para trás de uma parte do corpo no plano transverso. Eversão Movimento para baixo de uma parte do corpo. Movimento para trás de uma parte do corpo no plano transverso. Movimento para baixo de uma parte do corpo. Movimento para trás de uma parte do corpo no plano transverso.Movimento lateral da planta. Movimento para baixo de uma Movimento para trás de uma parte do corpo no plano transverso. Movimento lateral da planta. Movimento para trás de uma parte do corpo no plano transverso. Movimento lateral da planta. Movimento para trás de uma parte do corpo no plano transverso. Movimento lateral da planta.Movimento lateral da planta.Movimento lateral da planta. ANATOMIA HUMANA 39 SER_NUTRI_ANAHU_UNID1.indd 39 22/10/20 16:13 Classifi cação Descrição Movimentos Exemplo Plana As faces articuladas são planas ou ligeiramente encurvadas. Muitas biaxiais: realiza movimentos para a frente e para trás e de um lado para outro; Algumas triaxiais: realiza movimento para a frente e para trás, de um lado para o outro e rotação. Articulações intercarpais, intertarsais, esternocostais (entre o esterno e o segundo ao sétimo par de costelas), costovertebrais Gínglimo A face convexa se encaixa em uma face côncava. Uniaxial: realiza fl exão- extensão. Articulações do joelho, cotovelo, talocrural e interfalângicas Dorsifl exão Flexão do pé na direção do dorso (face superior). Flexão plantar Flexão do pé na direção da face plantar (sola). Supinação Movimento do antebraço que vira a palma para frente. Pronação Movimento do antebraço que vira a palma para trás. Oposição Movimento do polegar, de um lado a outro da palma, para tocar as pontas dos outros dedos na mesma mão. Dorsifl exãoDorsifl exãoDorsifl exão Supinação direção do dorso (face Supinação Flexão do pé na direção do dorso (face Supinação Oposição Flexão do pé na direção do dorso (face superior). antebraço que vira a Oposição Flexão do pé na direção do dorso (face superior). Movimento do antebraço que vira a palma para frente. direção do dorso (face Movimento do antebraço que vira a palma para frente. Movimento do polegar, de um lado a outro da palma, para tocar as pontas dos Flexão plantar Movimento do antebraço que vira a palma para frente. Movimento do polegar, de um lado a outro da palma, para tocar as pontas dos Flexão plantar antebraço que vira a palma para frente. Movimento do polegar, de um lado a outro da palma, para tocar as pontas dos Flexão plantar Movimento do polegar, de um lado a outro da palma, para tocar as pontas dos Flexão plantar Pronação Movimento do polegar, de um lado a outro da palma, para tocar as pontas dos Flexão do pé na direção da face Pronação Movimento do polegar, de um lado a outro da palma, para tocar as pontas dos outros dedos na mesma mão. Flexão do pé na direção da face Movimento do antebraço que vira a Movimento do polegar, de um lado a outro da palma, para tocar as pontas dos outros dedos na mesma mão. Flexão do pé na direção da face plantar (sola). Movimento do antebraço que vira a Movimento do polegar, de um lado a outro da palma, para tocar as pontas dos outros dedos na mesma mão. Flexão do pé na direção da face plantar (sola). Movimento do antebraço que vira a Movimento do polegar, de um lado a outro da palma, para tocar as pontas dos outros dedos na mesma mão. Flexão do pé na direção da face plantar (sola). Movimento do antebraço que vira a palma para trás. Movimento do polegar, de um lado a outro da palma, para tocar as pontas dos outros dedos na mesma mão. Flexão do pé na direção da face Movimento do antebraço que vira a palma para trás. Movimento do polegar, de um lado a outro da palma, para tocar as pontas dos outros dedos na mesma mão. Movimento do antebraço que vira a palma para trás. Movimento do polegar, de um lado a outro da palma, para tocar as pontas dos Movimento do antebraço que vira a Movimento do polegar, de um lado a outro da palma, para tocar as pontas dos Movimento do antebraço que vira a Movimento do polegar, de um lado a outro da palma, para tocar as pontas dos Movimento do polegar, de um lado a outro da palma, para tocar as pontas dos Fonte: TORTORRA; NIELSEN, 2012, pg. 301. (Adaptado). Tipos de articulações sinoviais As articulações sinoviais podem ser classifi cadas com base no formato das superfícies articulares e nos movimentos permitidos por essa morfologia. As- sim, as articulações sinoviais são classifi cadas funcionalmente nas seguintes categorias: • Uniaxial: o movimento permitido pela articulação é realizado em torno de um único eixo; • Biaxial: o movimento permitido pela articulação é realizado, podendo ocorrer em torno de dois eixos. • Triaxial: o movimento permitido pela articulação é realizado, podendo ocorrer em torno de todos os três eixos. Por outro lado, a classifi cação morfológica das junturas sinoviais ocorre nas seguintes categorias: plana, gínglimo, trocóidea, condilar (ou elipsóidea), selar e esferóidea (Quadro 8). QUADRO 8. CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL E ESTRUTURAIS DAS ARTICULAÇÕES SINOVIAIS PlanaPlana As faces articuladas são As faces articuladas são planas ou ligeiramente As faces articuladas são planas ou ligeiramente Gínglimo As faces articuladas são planas ou ligeiramente encurvadas. Gínglimo As faces articuladas são planas ou ligeiramente encurvadas. Muitas biaxiais: realiza A face convexa se encaixa planas ou ligeiramente Muitas biaxiais: realiza movimentos para a frente e para trás e de A face convexa se encaixa em uma face côncava. Muitas biaxiais: realiza movimentos para a frente e para trás e de um lado para outro; A face convexa se encaixa em uma face côncava. Muitas biaxiais: realiza movimentos para a frente e para trás e de um lado para outro; Algumas triaxiais: realiza movimento para a frente e para trás, de A face convexa se encaixa em uma face côncava. Muitas biaxiais: realiza movimentos para a frente e para trás e de um lado para outro; Algumas triaxiais: realiza movimento para a frente e para trás, de um lado para o outro e A face convexa se encaixa em uma face côncava. frente e para trás e de um lado para outro; Algumas triaxiais: realiza movimento para a frente e para trás, de um lado para o outro e A face convexa se encaixa em uma face côncava. Algumas triaxiais: realiza movimento para a frente e para trás, de um lado para o outro e rotação. Uniaxial: realiza fl exão- realiza movimento para a frente e para trás, de um lado para o outro e rotação. Articulações Uniaxial: realiza fl exão- um lado para o outro e Articulações intercarpais, intertarsais, esternocostais (entre o esterno e o segundo ao sétimo par de costelas), Uniaxial: realiza fl exão- extensão. Articulações intercarpais, intertarsais, esternocostais (entre o esterno e o segundo ao sétimo par de costelas), Uniaxial: realiza fl exão- extensão. intertarsais, esternocostais (entre o esterno e o segundo ao sétimo par de costelas), costovertebrais Uniaxial: realiza fl exão- esternocostais (entre o esterno e o segundo ao sétimo par de costelas), costovertebrais Articulações do joelho, esterno e o segundo ao sétimo par de costelas), costovertebrais Articulações do joelho, cotovelo, talocrural e Articulações do joelho, cotovelo, talocrural e interfalângicas Articulações do joelho, cotovelo, talocrural e interfalângicas Articulações do joelho, cotovelo, talocrural e interfalângicas ANATOMIA HUMANA 40 SER_NUTRI_ANAHU_UNID1.indd 40 22/10/20 16:13 Trocóidea A face pontiaguda ou arredondada se encaixa em um anel formado parcialmente por osso e parcialmente por um ligamento. Uniaxial: realiza rotação. Articulações atlantoaxial e radioulnares Condilar (elipsóidea) A projeção oval se encaixa em uma depressão oval. Biaxial: realiza fl exão- extensão. Articulações radiocarpais e metacarpofalângicas Selar A face articular de um osso é em forma de uma sela, e a face articular do outro se apoia na sela. Biaxial: realiza fl exão- extensão, abdução- adução. Articulação carpometacarpal entre o trapézio e o polegar Esferóidea A face esferóidease encaixa em uma depressão calciforme. Triaxial: realiza fl exão- extensão, abdução- adução e rotação. Articulações do ombro e do quadril TrocóideaTrocóideaTrocóidea A face pontiaguda ou A face pontiaguda ou arredondada se encaixa em um anel formado Condilar (elipsóidea) A face pontiaguda ou arredondada se encaixa em um anel formado parcialmente por osso e parcialmente por um Condilar (elipsóidea) A face pontiaguda ou arredondada se encaixa em um anel formado parcialmente por osso e parcialmente por um (elipsóidea) Selar A face pontiaguda ou arredondada se encaixa em um anel formado parcialmente por osso e parcialmente por um ligamento. A projeção oval se Selar arredondada se encaixa em um anel formado parcialmente por osso e parcialmente por um ligamento. A projeção oval se encaixa em uma depressão oval. A face articular de um Esferóidea e parcialmente por um A projeção oval se encaixa em uma depressão oval. A face articular de um osso é em forma de uma sela, e a face articular do Esferóidea Uniaxial: realiza rotação. A projeção oval se encaixa em uma depressão oval. A face articular de um osso é em forma de uma sela, e a face articular do outro se apoia na sela. Esferóidea Uniaxial: realiza rotação. A face articular de um osso é em forma de uma sela, e a face articular do outro se apoia na sela. Uniaxial: realiza rotação. Biaxial: realiza fl exão- A face articular de um osso é em forma de uma sela, e a face articular do outro se apoia na sela. A face esferóidea se encaixa em uma depressão calciforme. Uniaxial: realiza rotação. Biaxial: realiza fl exão- osso é em forma de uma sela, e a face articular do outro se apoia na sela. A face esferóidea se encaixa em uma depressão calciforme. Uniaxial: realiza rotação. Biaxial: realiza fl exão- extensão. Biaxial: realiza fl exão- A face esferóidea se encaixa em uma depressão calciforme. Articulações atlantoaxial Biaxial: realiza fl exão- extensão. Biaxial: realiza fl exão- extensão, abdução- se encaixa em uma depressão calciforme. Articulações atlantoaxial e radioulnares Biaxial: realiza fl exão- Biaxial: realiza fl exão- extensão, abdução- adução. depressão calciforme. Triaxial: realiza fl exão- Articulações atlantoaxial e radioulnares Biaxial: realiza fl exão- extensão, abdução- adução. Triaxial: realiza fl exão- extensão, abdução- Articulações atlantoaxial e radioulnares Articulações radiocarpais e metacarpofalângicas extensão, abdução- Triaxial: realiza fl exão- extensão, abdução- adução e rotação. Articulações atlantoaxial Articulações radiocarpais e metacarpofalângicas carpometacarpal entre o Triaxial: realiza fl exão- extensão, abdução- adução e rotação. Articulações radiocarpais e metacarpofalângicas Articulação carpometacarpal entre o trapézio e o polegar Triaxial: realiza fl exão- extensão, abdução- adução e rotação. metacarpofalângicas Articulação carpometacarpal entre o trapézio e o polegar adução e rotação. metacarpofalângicas Articulação carpometacarpal entre o trapézio e o polegar Articulações do ombro e carpometacarpal entre o trapézio e o polegar Articulações do ombro e carpometacarpal entre o trapézio e o polegar Articulações do ombro e do quadril Articulações do ombro e do quadril Articulações do ombro e Fonte: TORTORRA; NIELSEN, 2012, pg. 301. (Adaptado). Ligamentos Os ligamentos são cordões resistentes e flexíveis de tecido conjuntivo que estão anexos às articulações. Eles conectam os ossos entre si, além de dar suporte às articulações e limitar seus movimentos. Encontramos ligamentos ao redor dos joelhos, tornozelos, cotovelos, ombros e outras articulações. Logo, qualquer lesão nos ligamentos pode tornar suas arti- culações instáveis. Os principais ligamentos do corpo são encontrados nas seguintes articulações: • Articulação temporomandibular: esse gínglimo compreende a fossa mandibular do osso temporal e o processo condilar da mandíbula. As estru- turas que auxiliam essa articulação são o ligamento temporomandibular, o ligamento estilomandibular e o ligamento esfenomandibular; • Articulações da coluna vertebral: são articulações planas, formadas pela união entre os processos articulares superior e inferior das vértebras com os das vértebras próximas. Diversos ligamentos atuam nessa região, dentre eles o ligamento longitudinal anterior, o ligamento longitudinal posterior, o ligamento amarelo, o ligamento interespinal e o ligamento supraespinal; • Articulação esternoclavicular: é plana e se localiza entre a extremidade esternal da clavícula e o manúbrio do esterno. A cápsula é reforçada pelos ligamentos esternoclaviculares anterior e posterior, bem como pelos liga- mentos interclavicular e costoclavicular; ANATOMIA HUMANA 41 SER_NUTRI_ANAHU_UNID1.indd 41 22/10/20 16:13 • Articulação do ombro (glenoumeral): é esferóidea e composta pela ca- vidade glenoidal e pela cabeça do úmero. O ligamento coracoumeral, os ligamentos glenoumerais e o ligamento transverso do úmero recobrem e mantêm a articulação do ombro, atuando com os músculos e tendões cir- cundantes para proporcionar força e estabilidade.; • Articulação do cotovelo: é um gínglimo formado por duas articulações, sendo a articulação umeroulnar (entre o úmero e a ulna) e a articulação umerorradial (entre o úmero e o rádio). Os ligamentos colaterais radial e ulnar e os anulares colaboram na estabilização dessa articulação; • Articulações radiulnares: as articulações radiulnar proximal e radiulnar distal permitem a supinação e a pronação do antebraço. A cabeça do rádio é estabilizada pelo ligamento anular do rádio, enquanto que as faces articu- lares radiulnares distais se mantêm articuladas por ligamentos radiulnares e pela membrana interóssea do antebraço; • Articulações do punho: é composta pela articulação radiocarpal e pelas articulações intercarpais. Os principais ligamentos da articulação radiocarpal são o ligamento radiocarpal palmar, o ligamento radiocar- pal dorsal, o ligamento colateral ulnar e o ligamento colateral radial do carpo. Além deles, diversos ligamentos intercarpais unem os ossos car- pais, e os ligamentos carpometacarpais conectam os ossos carpais dis- tais aos ossos metacarpais; • Articulação do quadril: é uma sinovial esferóidea constituída pela união do acetábulo do quadril com a cabeça do fêmur. Sua cápsula articular é reforçada e estabilizada por quatro amplos ligamentos, sendo estes o ilio- femoral, pubofemoral, isquiofemoral e transverso do acetábulo. Vale consi- derar que o ligamento da cabeça do fêmur também ajuda a esta- bilizar a articulação do quadril; • Articulação do joelho: atua como um gínglimo modifica- do, sendo mais complexo que os gínglimos comuns. Sete importantes ligamentos interligam e mantêm a estabilidade da articulação do joelho, sendo os ligamentos da patela, colateral tibial, colateral fibular, poplíteos oblíquo e arqueado e ligamen- tos cruzados anterior e posterior; ANATOMIA HUMANA 42 SER_NUTRI_ANAHU_UNID1.indd 42 22/10/20 16:13 • Articulações do tornozelo (talocrural): é um gínglimo constituído por diversas articulações, em que a principal é a tibiotalar. A tíbia e a fíbula são ligadas pelos ligamentos tibiofibulares anterior e posterior, que mantêm estáveis os ossos unidos e evitam o deslizamento da tíbia. Além disso, o ligamento colateral medial (deltóideo) e o ligamento colateral lateral estabi- lizam ainda mais a articulação do tornozelo. ANATOMIA HUMANA 43 SER_NUTRI_ANAHU_UNID1.indd 43 22/10/20 16:13 Sintetizando Nesse material, vimos uma definição de anatomia e como a anatomia hu- mana, sendo ciência, descreve o corpo humano e sua arquitetura. Fomos apre- sentados a conceitos como a normalidade e as variações que podem ocorrer do nosso corpo; os fatores que ocasionam variações anatômicas individuais, como idade, sexo, raça, tipo constitucionale evolução; e a terminologia anatômica, que estabelece padrões utilizados, como a posição anatômica, planos e eixos anatô- micos e termos de direção. Além disso, vimos posteriormente algumas aborda- gens para estudar o corpo humano e, a partir da anatomia sistêmica, a organiza- ção do corpo por meio de sistemas e aparelhos. Assim, estudamos o esqueleto, que é o conjunto de ossos que se interliga para formar o alicerce do corpo humano e desempenhar várias funções. Esses ossos são classificados, de acordo com sua forma geométrica, em: longos, curtos e planos. Suas superfícies possuem características estruturais chamadas de aci- dentes ósseos, que aparecem onde outros elementos acessórios ao osso estão inseridos ou, ainda, penetram através dele. O esqueleto humano adulto possui cerca de 206 ossos organizados em duas porções: o esqueleto axial (80 ossos) e o esqueleto apendicular (126 ossos). O es- queleto axial é composto pelos ossos da cabeça, pescoço e tórax, ao passo que o esqueleto apendicular compreende os ossos dos membros superiores, inferiores e os cíngulos peitoral e pélvico. O esqueleto da cabeça repousa no topo da coluna vertebral e é constituído de duas partes: o neurocrânio e o viscerocrânio. A caixa torácica é composta pelo esterno, as costelas e as vértebras da coluna torácica. A coluna vertebral é considerada um pilar ósseo e está localizada no eixo mediano do corpo, articulando-se com o crânio, as costelas e as raí- zes dos membros superiores e inferiores, dividindo-se em cinco re- giões: região cervical, região torácica, região lombar, região sacra e região coccígea. O cíngulo peitoral é formado por dois os- sos: escápula e clavícula; enquanto que o cíngulo pélvico é composto pelos ossos do quadril, que são unidos pela sínfise púbica e pelo sacro. O membro superior é dividido em braço, antebraço e mão, ao passo que o membro inferior se divide em coxa, perna e pé. ANATOMIA HUMANA 44 SER_NUTRI_ANAHU_UNID1.indd 44 22/10/20 16:13 Por fim, vimos as articulações, que são o conjunto de partes moles ou duras que servem como meio de união entre dois ou mais ossos próximos. Em relação à mobilidade, as articulações são classificadas em móveis (diartroses), semimó- veis (anfiartroses) e imóveis (sinartroses). Dentre essas, somente as diartroses apresentam cavidade articular. ANATOMIA HUMANA 45 SER_NUTRI_ANAHU_UNID1.indd 45 22/10/20 16:13 Referências bibliográficas DANGELO, J. G; FATTINI, C. A. Anatomia humana sistêmica e segmentada. 3ª ed. São Paulo: Atheneu, 2003. MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013. MARTINI, F. H.; TIMMONS, M. J.; TALLITSCH, R. B. Anatomia humana. 6. ed. Porto Ale- gra, Artmed, 2009. MORO, A.; INVERNIZZI, N. A tragédia da talidomida: a luta pelos direitos das vítimas e por melhor regulação de medicamentos. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 24, n. 3, 2017, p. 603-622. O FUTURO da evolução: para onde vamos | Nerdologia Ensina 13. Postado por Nerdologia. (11min. 00s.). son. color. port. Disponível em: <https://www.youtube.com/ watch?v=S8TUZ7gsSm4&feature=youtu.be>. Acesso em: 03 ago. 2020. SINGER, C. Uma breve história da anatomia e fisiologia desde os gregos até Har- vey. Campinas: Editora da UNICAMP, 1996. TORTORA, G. J.; NIELSEN, M. T. Princípios de anatomia humana. 12. ed. Rio de Janei- ro: Guanabara Koogan, 2013. VAN DE GRAAFF, K. M. Anatomia humana. 6. ed. Barueri: Manole, 2003. VAZ, A.; TRIPPIA, C. R. Pequenos, mas problemáticos: ossículos acessórios com impor- tância clínica. Radiol Bras., [s.l.], v. 51, n. 4, 2018, p. 248-256. ANATOMIA HUMANA 46 SER_NUTRI_ANAHU_UNID1.indd 46 22/10/20 16:13 SISTEMA MUSCULAR E SISTEMA NERVOSO 2 UNIDADE SER_NUTRI_ANAHU_UNID2.indd 47 22/10/20 16:08 Objetivos da unidade Tópicos de estudo Descrever as funções dos músculos; Conhecer, comparar e diferenciar os tipos de músculos; Identificar os componentes anatômicos dos músculos esqueléticos e das camadas de tecido conjuntivo relacionados ao músculo; Conhecer a classificação dos músculos; Identificar as principais funções do sistema nervoso; Classificar o sistema nervoso em termos anatômicos e funcionais; Identificar os tipos de células do tecido nervoso e suas funções básicas; Identificar a disposição das células do tecido nervoso dentro do sistema nervoso central e periférico, somático e visceral; Identificar as principais estruturas anatômicas do sistema nervoso central e periférico, e suas funções básicas; Definir o sistema nervoso autônomo e explicar sua relação com a parte periférica do sistema nervoso; Descrever as diferenças entre as partes parassimpática e simpática do sistema nervoso autônomo. Sistema muscular: conceitos, funções e grupos musculares Funções do sistema muscular Grupos musculares Classificação dos músculos Anexos do sistema muscular Tipos de músculo Tipos de contração muscular Fibra muscular Tecido conjuntivo Sistema nervoso: conceito e divi- são do sistema nervoso Funções do sistema nervoso Divisão do sistema nervoso Sistema nervoso central Medula espinhal Encéfalo Tecido nervoso Neuróglias Neurônios Meninges/ líquor e vascularização Sistema nervoso periférico ANATOMIA HUMANA 48 SER_NUTRI_ANAHU_UNID2.indd 48 22/10/20 16:08 Sistema muscular: conceitos, funções e grupos musculares “O corpo humano é uma máquina perfeita”. Para entendermos essa máxi- ma, vamos imaginar o corpo e suas estruturas, em especial órgãos e sistemas, como partes funcionais de uma máquina. Assim, um dos componentes essen- ciais desse sistema é o tecido muscular, cujo peso varia entre 40 e 50% da mas- sa total do nosso corpo (dependendo de fatores como percentual de gordura, gênero ou programa de exercícios). O estudo dos músculos, nesse sentido, é conhecido como miologia (mio: músculo; logia: estudo). Aproximadamente, 600 músculos esqueléticos com- põem o sistema muscular. Eles são órgãos formados por tecido conjuntivo, tecido nervoso e tecido muscular e desempenham atividades vitais, como o bombeamento do sangue pelos vasos sanguíneos, a alimentação, a respiração, a fala, o aquecimento e o movimento do nosso esqueleto. Sendo assim, todo tecido muscular e, consequentemente, os músculos for- mados por ele, possuem quatro propriedades especiais que os diferenciam dos outros tecidos e lhes permitem realizar as suas funções, além de contribuir para a homeostasia do corpo: 1. Excitabilidade: capacidade de responder aos impulsos nervosos e ou- tros estímulos corporais; 2. Contratilidade: capacidade de encurtar sua estrutura de maneira ativa e exercer força de tensão; 3. Extensibilidade: capacidade de esticar quando um músculo oposto se contrai; 4. Elasticidade: capacidade de retornar ao seu tamanho de repouso após se esticar. Vale comentar que o músculo esquelético difere entre homens e mu- lheres. Mulheres adultas têm menor força corpórea quan- do comparadas a homens adultos, em especial, por conta dos efeitos dos hormônios sexuais masculinos (testos- terona, principalmente) sobre os músculos esqueléti- cos do corpo masculino. Esses hormônios também infl uenciam o aumento da musculatura no sexo mas- culino quando sob efeito de exercício muscular intenso. ANATOMIA HUMANA 49 SER_NUTRI_ANAHU_UNID2.indd 49 22/10/20 16:08 Funções do sistema muscular Por meio das contrações, o sistema muscular desempenha quatro funções principais: produzir movimento, estabilizar a postura, movimentar substâncias no interior do corpo e gerar calor. 1. Produção de movimentos: a função mais evidente realizada pelos mús- culos está relacionada aos movimentos corporais. Tanto movimentos globais do corpo (como andar), quanto movimentos localizados (como pegar uma caneta), são dependentes da integração dos músculos esqueléticos e das estruturas rela- cionadas a eles, como os ossos e as articulações. As fi bras musculares esqueléti-cas mantêm um estado de contração muscular por meio de estímulos nervosos, um processo chamado de tônus muscular, importante para exercitar continua- mente as fi bras musculares esqueléticas e mobilizar o sangue e a linfa; 2. Estabilização de postura corpórea: o esqueleto fornece um alicerce para o corpo. Nesse sentido, os músculos esqueléticos também mantêm a pos- tura, estabilizam as articulações e oferecem suporte às vísceras. Alguns mús- culos são músculos posturais, que atuam contra a ação da gravidade e perma- necem em contração continuamente quando estamos alertas. Os músculos do pescoço, por exemplo, sustentam a cabeça ereta durante uma aula; 3. Condução e armazenamento de substâncias no interior do corpo: a contração das camadas de músculos lisos em formato circular, denominadas esfíncteres, controlam a abertura e o fechamento dos órgãos ocos. As contra- ções do músculo liso também mobilizam substâncias, como as enzimas pelo trato gastrointestinal, os gametas (espermatozoides e óvulos) pelos sistemas reprodutores e a urina pelo sistema urinário. A contração do músculo cardíaco impulsiona o sangue pelos vasos sanguíneos do corpo. Já a contração do mús- culo esquelético, por sua vez, provoca indiretamente o fl uxo de sangue das veias para coração, assim como o fl uxo de linfa por todo o corpo; 4. Produção de calor: o tecido muscular também produz calor ao se con- trair, um processo chamado termogênese. A maior parte do calor produzido é utilizado para a manutenção da temperatura corporal. Essa produção de calor é amplifi cada durante exercícios forçados. Além disso, calafrios e contrações involuntárias dos músculos esqueléticos também conseguem aumentar a in- tensidade da produção de calor. NUTRIÇÃO CLÍNICA 50 SER_NUTRI_ANAHU_UNID2.indd 50 22/10/20 16:08 Grupos musculares Os músculos podem ser agrupa- dos em conjuntos, de acordo com a sua função e origem embrionária, co- laborando para a formação e disposi- ção dos músculos esqueléticos. Assim, podemos organizar quatro grupos musculares: músculos das vísceras, músculos do arco faríngeo, músculos axiais e músculos dos membros. 1. Músculos das vísceras: esse tecido muscular é encontrado nas vísceras. Uma vez que os músculos das vísceras não se relacionam di- retamente com o esqueleto, comen- taremos adiante sobre esse grupo muscular ao estudarmos, respectiva- mente, o sistema digestório e o siste- ma circulatório; 2. Músculos do arco faríngeo: nesse grupo estão inclusos os músculos esqueléticos da faringe, bem como alguns músculos da cabeça e do pesco- ço. A característica em comum entre esses músculos é que eles se desen- volvem em volta da faringe na fase embrionária. Alguns deles, inclusive, são músculos da expressão facial, da mastigação, os músculos supra-hioideos, os constritores da faringe, os músculos esternocleidomastoideos e o mús- culo trapézio; 3. Músculos axiais: são os músculos esqueléticos relacionados ao esquele- to axial, localizados no tórax, abdome e pelve, bem como em alguns músculos do pescoço e da cabeça. Suas principais funções envolvem manter a postura e movimentar o tronco. Pertencem a esse grupo os músculos extrínsecos do olho, os músculos que movimentam a língua, os músculos infra-hioideos, os músculos respiratórios do tórax, os músculos profundos do dorso, os músculos do abdômen e os músculos da pelve; NUTRIÇÃO CLÍNICA 51 SER_NUTRI_ANAHU_UNID2.indd 51 22/10/20 16:09 4. Músculos dos membros: esse agrupamento de músculos, que atua na locomoção e na manipulação de objetos, inclui os músculos dos membros su- periores e inferiores, bem como os músculos que conectam os membros aos seus cíngulos e os músculos que conectam os cíngulos ao tronco. Nos mem- bros superiores, os músculos extensores são posteriores, enquanto os múscu- los fl exores são anteriores. Durante o desenvolvimento embrionário, o mem- bro inferior é invertido, ou seja, os músculos extensores fi cam anteriores e os músculos fl exores se tornam posteriores. Classificação dos músculos Os músculos podem ser classifi cados com base em diversos critérios, sendo os principais: a forma do músculo e o arranjo de suas fi bras, o número de ori- gens, o número de inserções, o número de ventres musculares, o tipo de ação executada, e, por fi m, a função. I. Forma do músculo e arranjo de suas fi bras: o funcionamento do múscu- lo condiciona sua forma e o arranjo de suas fi bras: além disso, sua arquitetura e organização é diversa. Em suma, os músculos podem ter suas fi bras dispostas de modo paralelo, oblíquo ou circular em relação à direção de tração exercida: a. Disposição paralela das fi bras: pode ser encontrada nos músculos lon- gos (com predomínio do comprimento, como o músculo esternocleidomas- toideo) e nos músculos largos (com equivalência do comprimento e largura, como o músculo glúteo máximo). Os músculos longos comumente têm as fi bras musculares organizadas em direção aos tendões de origem e inserção. Eles possuem aspecto fusiforme, embora também possam ser cônicos ou ci- líndricos (redondos). Os músculos largos têm comumente as fi bras convergin- do para um tendão em uma das extremidades, dando-o o aspecto de leque. Os músculos longos podem também ser cônicos ou cilíndricos (redondos); b. Disposição oblíqua das fi bras: músculos com essa disposição em re- lação aos tendões são denominados peniformes (em forma de pena). Caso os feixes musculares se prendam em apenas uma borda do tendão, ele é dito unipenado (como o músculo extensor longo dos dedos do pé), caso os feixes se prendam nas duas bordas é nomeado bipenado (como o músculo reto da coxa); NUTRIÇÃO CLÍNICA 52 SER_NUTRI_ANAHU_UNID2.indd 52 22/10/20 16:09 c. Disposição circular das fibras: são músculos que circulam canais e orifí- cios, como podemos observar nos músculos orbiculares. II. Número de origens: origem ou cabeça é como chamamos a conexão de um músculo a um osso menos móvel, sendo que os músculos podem possuir mais de uma origem. Assim, eles são classificados como músculos bíceps (duas cabeças), tríceps (três cabeças) ou quadríceps (quatro cabeças). Exemplos mais comuns são encontrados nos membros superiores e inferiores: músculo bí- ceps braquial e quadríceps femoral, por exemplo; III. Número de inserções: do mesmo modo, denominamos de inserção (ou cauda) a conexão de um músculo ao osso mais móvel, sendo que os múscu- los podem possuir mais de uma inserção. Assim, eles são classificados como bicaudados (duas inserções) ou policaudados (três ou mais inserções). Como exemplo, temos o músculo extensor longo dos dedos do pé; IV. Número de ventres musculares: a região média do músculo, conhecida popularmente como “carne”, é denominada ventre muscular. Alguns músculos apresentam mais de um ventre muscular, sendo classificados como digástricos (dois ventres, como o músculo digástrico) e poligástricos (três ou mais ventres, como o músculo reto do abdômen); V. Ação executada: de acordo com a ação principal decorrente da contração muscular, podemos classificar um músculo de diversas maneiras, como: exten- sor, flexor, abdutor, adutor, rotador medial, rotador lateral, supinador, pronador, levantador, depressor, esfíncter, orbicular, tensor, dilatador e retrator; VI. Função: do ponto de vista funcional, os músculos podem ser classifica- dos como agonistas, antagonistas, sinergistas e fixadores. O músculo agonista é o agente executor do movimento principal. O músculo antagonista se opõe ao movimento do agonista, no intuito de regular a potência da ação ou a velo- cidade do movimento. Por exemplo, podemos citar a flexão do antebra- ço, em que o músculo bíceps braquial atua como agonista e o músculo tríceps braquial age como antagonista. O músculo sinergista atua impedindo movimentos indesejáveis do agonista. Além disso, os músculos sinergistas são os que mantêm a postura e estabilizam as articulações, agindo comofixadores. Como exemplo, temos os músculos que fixam a escápula quando o braço se move. NUTRIÇÃO CLÍNICA 53 SER_NUTRI_ANAHU_UNID2.indd 53 22/10/20 16:09 Anexos do sistema muscular Em um músculo esquelético típico, podemos observar uma porção média (ventre muscular) e suas extremidades. Se as extremidades têm forma cilin- droide ou de fi ta, denominamos tendões; caso manifestem formato laminar, denominamos aponeuroses. Tanto tendões quanto aponeuroses são consti- tuídos por tecido conjuntivo denso e possuem aspecto esbranquiçado, sendo muito resistentes e inextensíveis. Ambos elementos atuam fi xando o músculo ao esqueleto, embora possam realizar essa fi xação do músculo em outras es- truturas, como cartilagem, tendão de outro músculo, cápsulas articulares, etc. Aponeuroses, fáscias, bainhas tendíneas e as bolsas sinoviais são conside- radas órgãos acessórios do sistema muscular. As fáscias envolvem cada mús- culo ou grupos de músculos, além de mantê-los em posição durante a con- tração. Outras funções delas incluem atuar como origem ou inserção para os músculos, compor retináculos (espessamentos transversais da fáscia que re- têm os tendões), servir como vias de passagem para vasos e nervos e viabilizar o deslizamento dos órgãos adjacentes. Bainhas tendíneas e bolsas sinoviais são estruturas associadas às articula- ções sinoviais e atuam como “rolamentos”, reduzindo o atrito entre os elemen- tos do corpo durante a movimentação. A bolsa sinovial é uma estrutura fi brosa achatada em forma de saco, revestida por uma membrana sinovial, em que músculos, tendões, ligamentos ou ossos se sobrepõem e geram fricção. Uma bainha tendínea é uma bolsa fechada revestida por uma membrana sinovial que envolve um tendão, sendo encontrada em tendões sujeitos ao atrito (por exemplo, superfícies articulares de grande movimentação) ou em estruturas (como pontes ou túneis) entre os ossos, local onde os tendões deslizam (por exemplo, túnel do carpo). Pode tanto ser fi brosa como sinovial. Tipos de músculos O tecido muscular pode ser classifi cado em três tipos: estriado esqueléti- co, estriado cardíaco e liso. Duas características principais defi nem cada um desses tipos: a presença de estrias nas células musculares e a consciência no controle da contração. NUTRIÇÃO CLÍNICA 54 SER_NUTRI_ANAHU_UNID2.indd 54 22/10/20 16:09 1. Tecido muscular estriado esquelético: correspondendo a 40% do peso corporal, esse tecido se situa nos músculos esqueléticos, órgãos individuais que se conectam ao esqueleto e garantem o seu movimento. Possui estrias escuras e claras que atravessam transversalmente suas alongadas e cilíndricas células musculares esqueléticas (também conhecidas como fibras musculares). O músculo esquelético está sujeito ao controle consciente, ou seja, é possível controlá-lo de acordo com a vontade; 2. Tecido muscular estriado cardíaco: o tecido muscular cardíaco é en- contrado apenas no coração. Assim como as células musculares do músculo esquelético, a musculatura cardíaca também é composta por músculos es- triados, entretanto, sua contração é involuntária, ou seja, não temos controle consciente sobre a velocidade das batidas do nosso coração; 3. Tecido muscular liso: o tecido muscular liso no corpo é encontrado nas paredes dos órgãos internos ocos (com exceção do coração), como o trato gastrointestinal, as vias respiratórias, os vasos sanguíneos e a bexiga urinária. Esse tecido é conhecido como não estriado, devido à ausência de estrias em suas células musculares. Suas células são alongadas, assim como as do músculo esquelético, e sua contração é involuntária, como no músculo cardíaco. CURIOSIDADE Há músculos estriados esqueléticos que só estão parcialmente sob o controle da vontade, como podemos observar no caso do diafragma e os músculos da respiração: é possível suspender a respiração volunta- riamente por algum tempo, ao fixar o diafragma, mas com o fim da nossa tolerância, o diafragma se contrai e a respiração volta ao normal. Outra musculatura parcialmente controlável é a do canal anal, também sob o controle parcial do indivíduo. Ainda vale destacar que o tecido muscular liso e o tecido muscular car- díaco são conhecidos como músculos viscerais, uma vez que ambos ocor- rerem em órgãos e possuem contração involuntária. Além disso, embora todos os tipos musculares tenham estrias longitudinais, apenas os cha- mados músculos estriados possuem estrias transversais. Sendo assim, os músculos lisos são classificados como lisos justamente por não possuírem estriações transversais. NUTRIÇÃO CLÍNICA 55 SER_NUTRI_ANAHU_UNID2.indd 55 22/10/20 16:09 Tecido estriado cardíaco Tecido liso Tecido estriado esquelético Tecido muscular Figura 1. Representação esquemática dos tipos de tecido muscular. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 28/08/2020. Tipos de contração muscular A célula muscular é controlada pelo sistema nervoso. Cada músculo possui um nervo motor com suas ramifi cações, visando inervar todas as células do músculo. Quando o impulso nervoso é transmitido por meio de um nervo, esse impulso é repassado para as células musculares que realizam contrações, ge- ralmente classifi cadas como isotônicas ou isométricas. • Na contração isotônica, o músculo gera tensão (força de contração) para a movimentação corporal e a movimentação de objetos, e sofre alteração em seu comprimento. A contração isotônica pode ser concêntrica (quando o mús- culo encurta o comprimento durante a contração e traciona seu tendão para aproximar as estruturas ósseas) ou excêntrica (quando o músculo aumenta o comprimento durante a contração ao afastar as estruturas ósseas); • Na contração isométrica, o músculo gera tensão, mas não ocorre altera- ção no seu comprimento (não há movimento). As contrações isométricas são importantes porque estabilizam as articulações, bem como são responsáveis pela manutenção da postura e pela sustentação de objetos em posição fi xa. NUTRIÇÃO CLÍNICA 56 SER_NUTRI_ANAHU_UNID2.indd 56 22/10/20 16:10 Para que a contração muscular ocorra, o neurônio motor se estende para atingir a junção neuromuscular – a sinapse (local de comunicação entre dois neurônios ou entre um neurônio e uma célula-alvo) entre um neurônio somá- tico motor e uma fi bra muscular esquelética. A terminação da célula nervosa, na sinapse neuromuscular, é chamada de terminação sináptica e possui, em seu citoplasma, numerosas mitocôndrias e vesículas sinápticas (pequenas ve- sículas secretoras preenchidas por substâncias químicas). Essas moléculas quí- micas são chamadas de neurotransmissores. A acetilcolina (ACh), por sua vez, é o neurotransmissor liberado na junção neuromuscular. Quando o impulso nervoso alcança a terminação sináptica, a ACh é liberada na fenda sináptica, li- gando-se aos receptores da fi bra muscular, dando início a uma alteração no po- tencial transmembrana dessa célula. Essa alteração inicia um impulso elétrico, que se propaga por toda célula muscular, e os impulsos elétricos permanecem, sendo gerados continuamente até que a enzima acetilcolinesterase (AChE) re- mova a ACh dos receptores. Fibra muscular Cada músculo esquelético é um órgão próprio, constituído por várias células musculares esqueléticas, tam- bém denominadas fi bras musculares, em consideração ao seu formato alon- gado (algumas podem alcançar 30 cm e diâmetros de 10 a 100 μm). As fi bras musculares esqueléticas possuem como características próprias; estrias, vários núcleos, além de nunca sofre- rem mitose após terem se formado, fi - cando apenas mais longas e espessas durante a infância e a adolescência, por conta do crescimento do corpo. Vale destacar, também, que as fi bras musculares esqueléticas são circunda- das por células satélites, células musculares imaturas. Durante a juventude, NUTRIÇÃO CLÍNICA 57 SER_NUTRI_ANAHU_UNID2.indd 57 22/10/20 16:11 algumas células satélitesse fundem com as fibras musculares, colaborando para o crescimento do corpo. Ademais, havendo uma lesão muscular, as célu- las satélite se proliferam no tecido muscular danificado e produzem proteínas para reparar a lesão. Contudo, a capacidade de regeneração do tecido muscu- lar esquelético ainda é bem limitada, e pode ser substituída, principalmente, pelo tecido cicatricial. Para compreender como a fibra muscular funciona, precisamos aprender sobre os termos específicos do sistema muscular. Os prefixos mio: músculo e sarco: carne, referem-se ao músculo, termos esses presentes nas estruturas das células musculares. Por exemplo, a membrana plasmática das células mus- culares é chamada de sarcolema; o citoplasma é denominado sarcoplasma; o retículo endoplasmático, especializado em armazenamento de cálcio, é desig- nado retículo sarcoplasmático; os microfilamentos, compreendendo proteí- nas contráteis, são nomeados miofilamentos. Apesar da nomenclatura incomum, as células musculares possuem organe- las iguais a outras células. Cada fibra muscular é envolvida pelo sarcolema. Po- demos observar milhares de pequenas invaginações no sarcolema, chamadas de túbulos transversos ou túbulos T, que se abrem para o exterior e seguem perpendiculares ao retículo sarcoplasmático. O retículo sarcoplasmático, por sua vez, apresenta-se como uma rede de canais membranosos e se estende ao longo do sarcoplasma. Quando a fibra muscular está relaxada, o retículo sarcoplasmático armazena íons cálcio (Ca2+). Quando a fibra é estimulada, Ca2+ é liberado para o sarcoplasma, o que permite a contração do músculo. No interior das fibras musculares, encontramos também muitas miofibrilas, organelas lineares e cilíndricas com aproximadamente um micrômetro (1 μm) de diâmetro, que se estendem paralelamente de uma extremidade a outra na célula muscular. Os filamentos na miofibrila estão dispostos em com- partimentos chamados sarcômeros. Além disso, cada miofi- brila é constituída por miofilamentos, que são filamentos menores de proteínas contráteis, que podem ser classi- ficados como filamentos finos, compostos de proteína actina, ou filamentos espessos, compostos da proteí- na miosina. Ambos miofilamentos estão relacionados ao processo de contração. NUTRIÇÃO CLÍNICA 58 SER_NUTRI_ANAHU_UNID2.indd 58 22/10/20 16:11 QUADRO 1. ESTRUTURA E NÍVEIS ORGANIZACIONAIS DO MÚSCULO ESTRIADO ESQUELÉTICO Estrutura e nível organizacional Descrição Músculo (órgão) Músculo consiste em centenas e até milhares de células musculares, além de envoltórios de tecido conjuntivo, vasos sanguíneos e fibras nervosas. Fascículo (uma parte do músculo) Fascículo é um feixe individual de células musculares, separadas do restante do músculo por uma bainha de tecido conjuntivo. Fibra muscular (célula) Fibra muscular é uma célula multinucleada alongada – ela possui uma aparência estriada. Miofibrila (organela complexa contendo miofilamentos) As miofibrilas são organelas contráteis em forma de bastão que ocupam a maior parte do volume da célula muscular. Compostas de sarcômeros (arranjados de forma que a extremidade de um sarcômero encoste na extremidade do outro), elas parecem listradas, sendo que suas listras adjacentes são alinhadas. Sarcômero (um segmento de uma miofibrila) Sarcômero é uma unidade contrátil composta por miofilamentos feitos de proteínas contráteis. Miofilamento ou filamento Os miofilamentos contráteis são de dois tipos: espesso e fino. Os filamentos espessos contêm feixes de moléculas de miosina; os filamentos finos contêm moléculas de actina (além de outras proteínas). O deslizamento dos filamentos finos ultrapassando os filamentos espessos produz encurtamento muscular. As miofibrilas exibem padrões de estrias escuras e claras, e os miofilamen- tos determinam o padrão das estrias, que consiste em várias bandas e zonas, que podem ser vistas tanto em uma única miofibrila quanto na fibra muscular inteira. Nessa organização do padrão temos a banda A, em que ocorre os fila- mentos espessos; banda I, que contém somente filamentos finos; e a banda Z, onde os filamentos finos de sarcômeros vizinhos se unem. Também existem as linhas M e a banda H, onde se situam apenas filamentos espessos (Figura 2). Fonte: MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014, p. 254. (Adaptado). NUTRIÇÃO CLÍNICA 59 SER_NUTRI_ANAHU_UNID2.indd 59 22/10/20 16:11 Miofribila Retículo sarcoplasmático Filamento fino de actina Miosina Mitocôndria Fibras musculares Músculo Epimísio Perimísio Fascículo Núcleo Bíceps protuberantes Figura 2. Representação esquemática dos níveis de organização do músculo estriado esquelético. Fonte: Adobe Stock. Acesso em: 19/08/2020 Durante a contração muscular, o músculo esquelético se encurta devido ao deslizamento que ocorre na sobreposição dos filamentos finos e espes- sos, um processo conhecido como teoria dos filamentos deslizantes. Isso ocorre porque as cabeças de miosina se prendem aos filamentos finos e “ca- minham” em ambas as extremidades do sarcômero, tracionando os filamen- tos rumo a linha M. Assim, os filamentos finos deslizam e se encontram no centro do sarcômero, encurtando o sarcômero e aproximando as linhas Z. O encurtamento dos sarcômeros resulta no encurtamento da fibra muscu- lar inteira e, consequentemente, no encurtamento (contração) do músculo. Vale destacar, ainda, que o comprimento dos miofilamentos individuais não se alteram durante a contração. NUTRIÇÃO CLÍNICA 60 SER_NUTRI_ANAHU_UNID2.indd 60 22/10/20 16:13 Sarcômero Músculo Disco zDisco z Disco z Disco z Banda i Banda a Banda i Linha m Linha m Sarcômero Zona h Filamento grosso de miosina Filamento grosso de miosina Filamento fi no de actina Filamento fi no de actina Filamento elástico de titina M io fi b ril a Figura 3. Representação esquemática de um sarcômero. Fonte: Adobe Stock. Acesso em: 19/08/2020. Tecido conjuntivo A efi ciência das fi bras musculares se deve ao fato de que elas não atuam como unidades isoladas. Assim, cada fi bra se liga a outras fi bras adjacentes, constituindo um feixe denominado fascículo. Cada fascículo é ligado a outro fascículo, compondo o músculo. Dessa forma, a contração muscular ocorre em sintonia ao longo de todo o músculo. NUTRIÇÃO CLÍNICA 61 SER_NUTRI_ANAHU_UNID2.indd 61 22/10/20 16:13 A ligação no interior do músculo é realizada por meio do tecido conjuntivo, cuja função é fortalecer, proteger e conectar as fi bras musculares em fascícu- los, além de ligá-los aos músculos. Cada fi bra individual dos músculos esque- léticos está coberta pelo endomísio, uma bainha delgada de tecido conjuntivo que liga fi bras em conjunto, além de conter estruturas que servem ao músculo, como os vasos capilares e as terminações nervosas. O perimísio liga os fascí- culos e contém vasos sanguíneos e fi bras nervosas que atuam em vários deles. O músculo inteiro é envolvido pelo epimísio. Todas essas bainhas de tecido conjuntivo contribuem para a formação dos tendões. Sistema nervoso: conceito e divisão do sistema nervoso Imagine as seguintes situações. (1) Você está andando pela rua, escuta uma buzina e desvia para a calçada mais próxima. (2) Um rádio toca o trecho de uma música que você reconhece. (3) Enquanto cochila, seu despertador toca e, instantaneamente, você desperta. Todos eles são exemplos diários do funcionamento do sistema nervoso, cujas células permanecem quase o tempo inteiro em atividade no nosso corpo. A importância do sistema ner- voso é tamanha que seu estudo compõe uma disciplina própria no currículo de formação de profi ssionais da área da saúde, a Neuroanatomia. Na práti- ca médica, a Neurologia, a Neurocirurgia e a Psiquiatria focam seus esforços na compreensão do sistema nervoso. Funções do sistema nervoso O sistema nervoso coordena uma complexa diversidade de tarefas, permi- tindo monitorar e interpretar os estímulos do interiore do exterior do corpo. Tal fato, por sua vez, envolve, desde o controle dos movimentos corporais, até a regulação da atividade dos órgãos internos. Essas atividades diversas são agrupadas com base em três funções: sensitiva, integrativa e motora. 1. Função sensitiva: os receptores sensitivos captam estímulos internos, como a diminuição na pressão arterial, tanto quanto estímulos externos, como raios solares sob a pele. Os neurônios sensitivos ou aferentes transmitem essa informação para o encéfalo e a medula espinhal; NUTRIÇÃO CLÍNICA 62 SER_NUTRI_ANAHU_UNID2.indd 62 22/10/20 16:13 2. Função integrativa: o sistema nervoso processa as informações, arma- zenando algumas e elaborando respostas apropriadas – uma atividade conhe- cida como integração. Muitos dos neurônios que realizam a integração são interneurônios (neurônios que se interconectam com outros neurônios). Os interneurônios compreendem a maior parte do sistema nervoso central, bem como a vasta maioria dos neurônios do corpo; 3. Função motora: após a integração do estímulo, o sistema nervoso determina uma resposta motora, como uma contração muscular ou uma secreção glandular, através dos chamados neurônios eferentes ou moto- res. Os neurônios motores conduzem a informação do encéfalo para a medula espinhal ou para além dessas estruturas, rumo aos efetores (mús- culos e glândulas). Divisão do sistema nervoso O sistema nervoso se distingue de outros sistemas por possuir células ex- tremamente longas. Portanto, é difícil dividi-lo em órgãos distintos com suas populações celulares exclusivas, como fazemos com outros sistemas do cor- po. Dessa forma, o sistema nervoso apresenta duas subdivisões anatômicas: o sistema nervoso central e o sistema nervoso periférico. O sistema nervoso central (SNC) é constituído pelo encéfalo e pela medula espinhal. O encéfalo é protegido pelo crânio, enquanto a medula espinhal é protegida pela coluna vertebral. O SNC é o centro de comando e integração do sistema nervoso, recebendo sinais sensitivos, interpretando-os e coorde- nando respostas motoras baseadas em condições atuais, experiências ante- riores e refl exos. O sistema nervoso periférico (SNP) é constituído, principalmente, por ner- vos que se estendem do cérebro à medula espinhal, aos gânglios e aos re- ceptores sensoriais. O SNP interliga o sistema nervoso central ao restante do corpo, dessa forma, os nervos periféricos atuam como vias de comunicação, ligando todas as partes do corpo ao SNC. Os gânglios, por sua vez, são áreas que agrupam os corpos celulares dos neurônios periféricos; já os receptores sensoriais são estruturas que atuam monitorando alterações externas e in- ternas, como os receptores na pele que detectam sensações táteis. NUTRIÇÃO CLÍNICA 63 SER_NUTRI_ANAHU_UNID2.indd 63 22/10/20 16:13 Estimula o funcionamento do intestino Contração da bexiga Promove ereção dos orgãos genitais Promove a ejaculação no órgão genital masculino e contração da vagina no órgão genital feminino Estimula a digestão no estômago Inibe a liberação de glicose estimula o funcionamento da vesícula biliar Constrição das pupilas Dilata as pupilas Inibe a salivação Inibe a digestão no estômago Inibe o funcionamento do intestino Secreta epinefrina e noradrenalina Relaxa a bexiga Estimula a liberação de glicose inibe o funcionamento da vesícula biliar Broncodilatação Taquicardia Estimula a salivação Broncoconstrição Bradicardia Inervações do parassimpático Inervações do simpático Sistema nervoso central Sistema nervoso periférico Cérebro Medula espinhal Cadeia simpática Sistema nervoso humano Figura 4. Representação esquemática do sistema nervoso. Fonte: Adobe Stock. Acesso em: 28/08/2020. Sistema nervoso central Consideramos como pertencentes ao sistema nervoso central o encéfalo e a medula espinhal. Marieb e colaboradores (2014), dissertam sobre a natureza desse sistema: Historicamente, o SNC tem sido comparado ao quadro de dis- tribuição central de um sistema de telefonia que interconecta e roteia um número gigantesco de chamadas. Hoje em dia, muitos pesquisadores o assemelham a um supercomputador. Essas ana- logias podem ser sufi cientes para alguns trabalhos sobre a medula espinhal, mas nenhuma delas faz justiça à fantástica complexidade do encéfalo humano. Como base do comportamento, personali- dade e intelecto exclusivos de cada pessoa, o funcionamento do NUTRIÇÃO CLÍNICA 64 SER_NUTRI_ANAHU_UNID2.indd 64 22/10/20 16:13 encéfalo humano é um milagre, e compreender sua complexidade é um desafi o (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014, p. 389). Nesse sentido, para compreendermos as maravilhas do encéfalo e do sis- tema nervoso central, precisamos de alguns termos direcionais exclusivos do SNC: as regiões mais altas do sistema se situam na direção rostral (direção da face) e suas partes inferiores se situam na direção caudal (direção da cauda). Assim, o SNC é constituído por regiões distintas de substâncias cinzentas e brancas, que refl etem a organização dos seus neurônios. A substância cinzen- ta consiste em um aglomerado de dendritos, corpos celulares de neurônios, neurônios curtos amielínicos e neuróglias, e é nessa região que ocorrem as sinapses. A substância branca, por sua vez, consiste em agrupamentos de axô- nios mielínicos com neuróglias associadas. Sua cor branca é proveniente das bainhas de mielina em volta de vários axônios. O cérebro consiste em duas camadas. A camada superfi cial, que forma o córtex do cérebro e do cerebelo, é composta por uma substância cinzenta. Abaixo do córtex cerebral está a espessa camada de substância branca do cé- rebro. Na medula espinhal, entretanto, a substância cinzenta está localizada no centro e é envolvida pela substância branca. A relação entre os tamanhos e a forma das substâncias cinzentas e substâncias brancas varia ao longo da medula espinhal. A quantidade de substância branca aumenta em direção ao encéfalo, enquanto a substância cinzenta é encontrada em maior quantidade nas intumescências cervical e lombossacral, onde as inervações dos membros superiores e inferiores, respectivamente, fazem conexões. Medula espinhal A medula espinhal de um indivíduo adulto possui aproximadamente 100 mi- lhões de neurônios e mede cerca de 45 cm de comprimento, estendendo-se do forame magno do crânio até a margem inferior da segunda vértebra lombar (L2). Trinta e um pares de raízes nervosas espinhais saem da medula espinhal. O feixe de raízes mais inferior se assemelha a uma cauda de cavalo (cauda equina). A medula espinhal apresenta intumescências localizadas (intumescência cervical e intumescência lombar) e trechos expandidos e alargados na coluna vertebral, refl etindo na inervação dos membros superiores e inferiores, respectivamente. NUTRIÇÃO CLÍNICA 65 SER_NUTRI_ANAHU_UNID2.indd 65 22/10/20 16:13 Apesar de serem anatomicamente conectados, a medula espinhal e o encé- falo apresentam uma signifi cativa independência funcional. A medula espinhal é mais do que apenas uma via para transmissão de informações ao encéfalo ou a partir dele. Embora a maioria dos estímulos seja transmitido para o encéfalo, a medula espinhal também é capaz de integrar e processar informações, como acontece nos arcos refl exos. Um arco refl exo implica em uma resposta automática, inconsciente e protetora diante de uma situação que visa preservar a homeostasia do cor- po. Os impulsos são conduzidos por uma via pequena do neurônio sensitivo para o neurônio motor, e apenas dois ou três neurônios estão envolvidos. Os cinco componentes de um arco refl exo são o receptor, o neurônio sen- sitivo, o neurônio central, o neurônio motor e o efetor. O receptor inclui o dendrito de um neurônio sensitivo e o lugar em que o impulso nervoso é iniciado, com o neurônio sensitivo retransmitindo o impulso para o SNC. O neurônio central está localizado dentrodo SNC e normalmente envolve um ou mais neurônios de associação (interneurônios), processando a infor- mação. O neurônio motor conduz o impulso nervoso para um órgão efetor (geralmente um músculo esquelético). Encéfalo O encéfalo é, provavelmente, o mais fascinante órgão do corpo, sendo muito mais complexo do que a medula espinhal. É capaz de responder a estí- mulos com grande versatilidade, resultado de seus aproximados 20 bilhões de neurônios, cada um podendo receber informa- ções simultaneamente por meio de milhares de sinapses. O encéfalo surge como a parte superior do tubo neural a partir da quarta semana de desenvolvimento embrionário. Imediatamente, com a sua expansão, aparecem as constrições que defi nem as três vesículas encefá- licas primárias: o prosencéfalo, o mesencéfalo e o rombencéfalo. Com base nessas transfor- mações, as partes mais importantes do SNC são originadas (Quadro 2). NUTRIÇÃO CLÍNICA 66 SER_NUTRI_ANAHU_UNID2.indd 66 22/10/20 16:13 QUADRO 2. DERIVAÇÃO E FUNÇÃO DAS PRINCIPAIS ESTRUTURAS DO ENCÉFALO Região durante o desenvolvimento Região no adulto Estrutura Função Prosencéfalo Telencéfalo Cérebro Controle das atividades sensitivas, sensoriais e motoras; raciocínio, memória, inteligência etc.; funções instintivas e límbicas. Diencéfalo Tálamo Centro retransmissor; todos os impulsos (exceto o olfato) que se dirigem ao cérebro fazem sinapse aqui; alguma interpretação sensorial; início de respostas autônomas para dor. Hipotálamo Regula fome e sede, temperatura corporal, batimentos cardíacos, etc.; controla a atividade secretora da glândula hipófise anterior; funções instintivas e límbicas. Hipófise Regula outras glândulas endócrinas. Mesencéfalo Mesencéfalo Colículo superior Reflexos visuais (coordenação olho-mão). Colículo inferior Reflexos auditivos. Pedúnculos cerebrais Coordenação dos reflexos; contêm muitas fibras motoras. Rombencéfalo Metencéfalo Cerebelo Coordenação motora e do equilíbrio. Ponte Centro retransmissor; contém núcleos (núcleos pontinos). Mielencéfalo Bulbo Centro retransmissor; contém muitos núcleos; centros autônomos viscerais (por exemplo, respiratório, frequência cardíaca, vasoconstrição). Fonte: VAN DE GRAAFF, 2003, p. 362. (Adaptado). NUTRIÇÃO CLÍNICA 67 SER_NUTRI_ANAHU_UNID2.indd 67 22/10/20 16:13 O telencéfalo desenvolve duas intumescências laterais, que se transformam nos grandes hemisférios cerebrais, popularmente conhecidos como cérebro. O diencéfalo está recoberto pelos hemisférios cerebrais que derivam do telen- céfalo, sendo somente possível visualizá-lo através de um corte sagital mediano que separa os hemisférios cerebrais. O cerebelo, por sua vez, está situado em posição dorsal à ponte e ao bulbo. O tronco encefálico é constituído pelo me- sencéfalo, a ponte e o bulbo, que se ligam aos hemisférios cerebrais a partir do mesencéfalo. O cérebro, o cerebelo e o tronco encefálico constituem o encéfalo. I. Tronco encefálico: o tronco encefálico é o segmento do encéfalo locali- zado entre a medula espinhal e o diencéfalo, sendo composto por três estru- turas: o mesencéfalo, a ponte e o bulbo (medula oblonga). • Núcleos no mesencéfalo processam a informação visual e auditiva e coordenam e comandam respostas somáticas motoras relacionadas aos estímulos. Além disso, também contêm centros relacionados à manuten- ção da consciência; • A ponte se encontra abaixo do mesencéfalo. Ela contém núcleos envol- vidos no controle motor somático e visceral. A ponte recebe esse nome devido a sua função de conectar o cerebelo ao tronco encefálico; • A medula espinhal se conecta ao tronco encefálico pelo bulbo. A parte superior do bulbo possui um teto fino, membranoso, enquanto a parte in- ferior se assemelha à medula espinhal. O bulbo retransmite a informação sensitiva para o tálamo e outros centros do tronco encefálico. Além disso, o bulbo contém importantes centros relacionados à regulação da função autonômica, como a frequência cardíaca, a pressão sanguínea e as ativi- dades digestivas. II. Cerebelo: o cerebelo é a segunda maior parte do encéfalo, corresponde a até 11% da massa do encéfalo. O cerebelo está situado em posição dorsal à ponte e ao bulbo e faz a regulação automática das atividades motoras, aju- dando a manter a postura e o equilíbrio; III. Telencéfalo (cérebro): o cérebro é a maior estrutura do encéfalo. Está dividido em dois grandes hemisférios cerebrais, separados pela fissura lon- gitudinal. A superfície do cérebro, o córtex cerebral, é constituída por uma substância cinzenta. O córtex cerebral é convoluto por fendas chamadas de sulcos. Esses sulcos separam cristas intermediárias, denominadas giros. NUTRIÇÃO CLÍNICA 68 SER_NUTRI_ANAHU_UNID2.indd 68 22/10/20 16:13 Cada hemisfério cerebral é subdividido em cinco lobos (Quadro 3) por sul- cos e fissuras profundas, sendo que o nome dos lobos deriva dos ossos do crânio adjacentes a cada um. O processamento consciente do pensamento, as funções intelectuais, o armazenamento e a recuperação da memória e os padrões motores complexos originam-se no cérebro; CURIOSIDADE Cada um dos hemisférios cerebrais realiza diferentes funções. Na maioria da população, o hemisfério esquerdo coordena habilidades analíticas e verbais, enquanto o hemisfério direito é o centro da inteligência espacial e artística. O corpo caloso unifica os dois hemisférios e possibilita um com- partilhamento de memória e aprendizagem. QUADRO 3. FUNÇÕES DOS LOBOS CEREBRAIS Lobo Funções Frontal Controle motor voluntário dos músculos esqueléticos; personalidade; processos intelectuais mais elevados (por exemplo: concentração, planejamento e tomar decisões); comunicação verbal. Parietal Interpretação somatestésica (por exemplo: sensibilidade muscular e cutânea); compreensão da fala e formulação de palavras para expressar pensamentos e emoções; interpretação de texturas e formas. Temporal Interpretação de sensações auditivas; armazenamento (memória) de experiências auditivas e visuais. Occipital Integração dos movimentos de focalização dos olhos; correlação de imagens visuais com experiências visuais prévias e outros incentivos sensoriais; percepção consciente de visão. Insular Memória; integração com outras atividades cerebrais. Fonte: MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014, p. 366. (Adaptado). I. Diencéfalo: a parte profunda do encéfalo, ligada ao cérebro, é chamada de diencéfalo. O diencéfalo tem três subdivisões, e suas funções podem ser resumidas de acordo com os tópicos: • O epitálamo contém a hipófise, também conhecida como glândula pi- neal, a principal estrutura endócrina do corpo; • O tálamo é a sede do processamento e retransmissão de impulsos sensitivos; • O hipotálamo se conecta à hipófise e contém centros envolvidos em emoções, produção hormonal e função do sistema nervoso autônomo. NUTRIÇÃO CLÍNICA 69 SER_NUTRI_ANAHU_UNID2.indd 69 22/10/20 16:13 Tecido nervoso O sistema nervoso é altamente especializado e complexo, sendo formado por duas categorias de células: neurônios e células da glia. Os neurônios são células especializadas capazes de responder a estímulos físicos e químicos, conduzir impulsos e liberar reguladores químicos específi cos. Com isso, os neurônios executam funções como pensar, armazenar memória e regular ou- tros órgãos. Neurônios desenvolvidos não podem se dividir, embora sob certas condições alguns deles possam regenerar pequenas porções cortadas ou de- senvolver pequenos ramos novos. As células da glia ou neuróglia são células nervosas que auxiliam os neurô- nios em suas funções. As neuróglias possuem limitada capacidade de mitose e são cerca de cinco vezes mais populosas do que os neurônios. Neuróglias Diferentemente de outros sistemas, as neuróglias, células de suporte do sistema nervoso, possuem a mesma formação embrionária dos neurônios, isto é, ambas derivam do ectoderma e podem ser classifi cadas em seiscategorias, como podemos observar no Quadro 4. QUADRO 4. NEURÓGLIA Tipo Estrutura Função/Local Astrócitos Estrelada com numerosos prolongamentos. Formam estrutura de suporte entre capilares e neurônios do SNC; contribuem para a barreira hematoencefálica. Oligodendrócitos Assemelham-se aos astrócitos, mas com prolongamentos menores e em menor número. Formam mielina no SNC; orientam o desenvolvimento dos neurônios no SNC. Micróglias Células minúsculas com poucos e pequenos prolongamentos. Fagocitam agentes patogênicos e resíduos celulares no interior do SNC. Células ependimárias Células colunares, algumas das quais têm superfícies ciliares. Revestem os ventrículos e o canal central do SNC, onde o líquido cerebrospinal circula por movimentos ciliares. NUTRIÇÃO CLÍNICA 70 SER_NUTRI_ANAHU_UNID2.indd 70 22/10/20 16:13 Gliócitos ganglionares Células planas e pequenas. Dão sustentação nos gânglios do SNP. Células de Schwann Células planas dispostas em série em torno de axônios ou dendritos. Formam mielina no SNP. Fonte: MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014, p. 366. (Adaptado). Neurônios Embora os neurônios possam variar em forma e tamanho, três componen- tes principais estão sempre presentes: o corpo celular, os dendritos e o axônio. O corpo celular é a porção onde encontramos o núcleo celular e as outras orga- nelas típicas. Os corpos celulares no interior do SNC geralmente são agrupados em regiões denominadas núcleos, enquanto os corpos celulares no SNP fre- quentemente são encontrados em agrupamentos chamados gânglios. O corpo celular possui dois tipos de ramifi cações citoplasmáticas. O pri- meiro deles são os dendritos, que respondem aos estímulos e conduzem im- pulsos para o corpo celular. A área preenchida por dendritos é denominada zona dendrítica de um neurônio. O segundo tipo de ramifi cação citoplasmá- tica é o axônio, um prolongamento extenso e cilíndrico que conduz impulsos que saem do corpo celular. Os axônios podem variar desde alguns milímetros no interior do encéfalo até mais de um metro entre a medula espinhal e as partes mais distais dos membros. O termo fi bra nervosa é comumente utiliza- do para designar um axônio longo. Ao longo do axônio, o citoplasma contém muitas mitocôndrias e microtúbulos. Alguns neurônios têm partes de seus axônios cobertas por uma substância lipoprotéica branca chamada mielina, produzida através de células gliais espe- cífi cas, um processo designado de mielinização. A mielina forma uma bainha entorno do axônio, dando suporte e ajudando na condução dos impulsos ner- vosos. Vale destacar que os neurônios podem ser mielínicos ou amielínicos. Neurônios mielínicos são encontrados no SNC e no SNP, com a mielina sendo a responsável pela cor esbranquiçada dos nervos e pela coloração da substância branca do encéfalo e da medula espinhal. No SNP, a mielinização ocorre com as células de Schwann envolvendo um axônio. Cada célula de Schwann enovela aproximadamente 1 mm de axônio, NUTRIÇÃO CLÍNICA 71 SER_NUTRI_ANAHU_UNID2.indd 71 22/10/20 16:13 deixando lacunas sem mielina entre as células de Schwann adjacentes. Estas lacunas na bainha de mielina são denominadas nódulos de Ranvier, local onde ocorre a propagação do impulso nervoso ao longo de um neurônio. No SNC, as bainhas de mielina são formadas por oligodendrócitos. Cada oligodendrócito possui extensões capazes de formar bainhas de mielina em vários axônios, di- ferindo das células de Schwann, que atuam somente em um axônio. Para a transmissão de um impulso nervoso, são imprescindíveis duas pro- priedades funcionais dos neurônios: a irritabilidade e a condutividade. A irri- tabilidade é a capacidade de responder a um estímulo e convertê-lo em um impulso, enquanto a condutividade é capacidade de transmitir um impulso. Assim, para conseguir realizar essa transmissão, é necessário que o potencial de ação seja formado e uma troca de íons sódio (Na+) e potássio (K+) ao longo da membrana de uma fibra nervosa resulte na criação de um estímulo capaz de ativar outras células. Para que uma fibra nervosa possa responder a um estímulo, ela deve estar polarizada. A fibra nervosa polarizada tem uma abundância de íons sódio no exterior da membrana do axônio, produzindo uma diferença de carga elétrica chamada de potencial de repouso. Quando um estímulo com força suficiente chega à porção receptora do neurônio, a fibra nervosa se despolariza, e um po- tencial de ação é iniciado. Uma vez que a despolarização é iniciada, ocorre uma sucessão de trocas iônicas ao longo do axônio e o potencial de ação é condu- zido. Depois que a membrana do axônio alcança sua despolarização máxima, as concentrações originais de íons sódio e potássio são restabelecidas por um processo chamado de repolarização, que restabelece o potencial de repouso e torna a fibra nervosa apta ao envio de outro impulso. Um potencial de ação somente é deslocado em um único sentido e é ca- racterizado como uma resposta do tipo tudo ou nada, ou seja, um impulso iniciado se deslocará ao longo da fibra nervosa e prosseguirá sem perda na voltagem. Vários fatores determinam a velocidade de um potencial de ação, como o diâmetro da fibra nervosa, seu tipo (mielínica ou amielínica), e a con- dição fisiológica geral do neurônio. Por exemplo, neurônios amielínicos com diâmetros pequenos conduzem impulsos na relação de cerca de 0,5 m/s; enquanto fibras nervosas mielínicas transmitem impulsos em velocidades superiores a 130 m/s. NUTRIÇÃO CLÍNICA 72 SER_NUTRI_ANAHU_UNID2.indd 72 22/10/20 16:13 A sinapse é como chamamos uma conexão entre o axônio de um neurônio e um dendrito de outro neurônio. O terminal axônico (botões sinápticos) é a porção distal do neurônio pré-sináptico na extre- midade do axônio e é caracterizado pela presença de numerosas mitocôndrias e vesículas sinápticas. As vesículas sinápticas contêm neurotransmissores, sen- do a acetilcolina o mais comum. Quando um potencial de ação chega ao terminal axônico, algumas vesículas respondem, liberando seus neurotransmissores na fenda sináptica, um espa- ço minúsculo que separa as membranas pré-sinápticas e pós-si- nápticas. Se ocorrer um número sufi ciente de impulsos nervosos em um curto intervalo de tempo, quantidades sufi cientes de neurotransmissores devem se acumular no interior da fenda sináptica para estimular o neurônio pós-sináptico a se despolarizar. Os neurotransmissores são decompostos por enzimas presentes na fenda sináptica. A acetilcolinesterase é a enzima que de- compõe a acetilcolina e prepara a sinapse para receber mais neurotransmisso- res para um próximo impulso. Meninges/ líquor e vascularização As meninges são três membranas de tecido conjuntivo encontradas ao re- dor do encéfalo e da medula espinhal. Suas funções são: envolver e guardar o SNC; proteger os vasos sanguíneos que nutrem o SNC e conter o líquido cere- brospinal. As meninges se dividem em três: são a dura-máter, a aracnoide-má- ter e a pia-máter, sendo esta última a mais interna. • A dura-máter é a membrana mais externa e de maior resistência, envol- vendo a medula como um dedo de luva, o saco dural; cranialmente, a dura-má- ter continua-se com a dura-máter craniana; • A aracnoide-máter encontra-se entre a dura-máter e a pia-máter, possui esse nome em virtude da distribuição de fi bras colágenas e algumas fi bras elás- ticas, semelhante a uma teia de aranha; • A pia-máter é a membrana mais delicada e mais interna. Está em contato direto com o tecido nervoso da superfície do SNC. NUTRIÇÃO CLÍNICA 73 SER_NUTRI_ANAHU_UNID2.indd 73 22/10/20 16:13 ASSISTA Existem doenças que atingem essa região das meninges, sendo a mais proeminente delas a meningite. Entenda mais sobre essa doença pelo vídeo elaborado pelo Ministério da Saúde. Abaixo da aracnoide-máter, situa-se o espaço subaracnóideo, preenchido com líquido cerebrospinal, contendo os principaisvasos sanguíneos que abastecem o encéfalo. O líquido cerebrospinal é um líquido claro, semelhante à linfa, que forma um coxim protetor ao redor e dentro do SNC, conferindo ao cérebro a capacidade de flutuar. Além disso, colabora com a nutrição do encéfalo, remove resíduos pro- duzidos pelos neurônios e transporta os sinais químicos (hormônios, por exemplo) entre as diferentes regiões do SNC. O líquido cerebrospinal surge do sangue e vol- ta para ele aproximadamente em uma taxa de 500 ml por dia. Ainda, Marieb e colaboradores (2014) apontam alguns fatores e dispositivos para o abastecimento e proteção do encéfalo: O encéfalo possui um rico suprimento de capilares que abas- tecem seu tecido nervoso com nutrientes, oxigênio e todas as outras moléculas vitais. No entanto, algumas moléculas trans- portadas pelo sangue que conseguem atravessar outros capila- res do corpo não conseguem atravessar os capilares cerebrais. As toxinas transportadas pelo sangue, como a ureia, e as toxinas bacterianas são algumas das substâncias impedidas de entrar no cérebro pela barreira hematoencefálica, que visa proteger as células nervosas do SNC. A barreira hematoencefálica resulta basicamente de caracte- rísticas especiais do epitélio que compõe (sic) as paredes dos capilares cerebrais. As células epiteliais desses capilares são re- unidas em torno de seus perímetros inteiros por junções imper- meáveis, fazendo que esses capilares sejam os menos permeá- veis no corpo. Mesmo assim, a barreira hematoencefálica não é absoluta. Nutrientes e íons essenciais para os neurônios passam por ela, alguns por meio de mecanismos de transporte especiais nas membranas plasmáticas das células epiteliais dos capilares. Entretanto, ela é ineficaz com as moléculas de natureza lipos- NUTRIÇÃO CLÍNICA 74 SER_NUTRI_ANAHU_UNID2.indd 74 22/10/20 16:13 solúvel, que se difundem facilmente através das membranas celulares, a barreira permite que a nicotina, o álcool e fármacos anestésicos atravessem até os neurônios do cérebro (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014, p. 419-421). Sistema nervoso periférico Marieb e colaboradores (2014), dissertam sobre a importância dos estí- mulos externos para o bem-estar dos seres humanos. O sistema nervoso periférico (SNP), por sua vez, é responsável pelo transporte desses estímu- los para o SNC: O encéfalo humano, com toda a sua sofi sticação, seria inútil sem suas conexões sensitivas e motoras com o mundo exterior. A sanidade do ser humano depende de um fl uxo contínuo de in- formações sensitivas provenientes do ambiente. Quando volun- tários vendados foram suspensos em um tanque de água quen- te (um tanque de privação dos sentidos), eles começaram a ter alucinações: um deles viu elefantes roxos, outro ouviu um coral cantando e outros tiveram alucinações gustativas. A sensação de bem-estar também depende da capacidade para executar as instruções motoras enviadas pelo SNC. Muitas vítimas de lesão na medula espinhal se desesperam ao não serem capazes de se locomover ou de cuidar das próprias necessidades (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014, p. 445- 446). O SNP abrange as estruturas do sistema nervoso que são externas ao encéfalo e a medula espinhal. É importante notar que as estruturas do SNP são determinadas pela sua organização funcional – impulsos nervosos de cada modalidade (sensitivo somático, sensitivo visceral, motor somático, motor visceral) que são transportados em neurônios diferentes. As estrutu- ras do SNP são: • Receptores sensitivos: são terminações nervosas variadas que captam os estímulos do interior e exterior do corpo e depois iniciam impulsos nervosos nos axônios sensitivos, que levam os impulsos para o SNC. Os receptores dos sentidos especiais são células receptoras especializadas; NUTRIÇÃO CLÍNICA 75 SER_NUTRI_ANAHU_UNID2.indd 75 22/10/20 16:13 • Nervos e gânglios: os nervos são feixes de axônios periféricos e os gân- glios são agrupamentos de corpos celulares periféricos, como aqueles perten- centes aos neurônios sensitivos. A maioria dos nervos contém axônios sensiti- vos e motores, sendo chamados de nervos mistos. Certos nervos cranianos (os nervos conectados ao encéfalo) contêm apenas axônios sensitivos e, portanto, têm função puramente sensitiva; outros contêm principalmente axônios moto- res e, portanto, têm função puramente motora; • Terminações motoras: as terminações motoras são as terminações dos axônios dos neurônios motores que inervam os efetores: órgãos, músculos e glândulas. As terminações motoras para os músculos e glândulas do corpo são descritas junto ao sistema orgânico apropriado: inervação do músculo esquelé- tico; inervação do músculo cardíaco e inervação do músculo liso e das glândulas. Os nervos do SNP são classificados como nervos cranianos (oriundos do en- céfalo) ou nervos espinhais (oriundos da medula espinhal). Os nervos cranianos são 12 pares de nervos que se conectam ao encéfalo com a maioria (dez), origi- nando-se no tronco encefálico. Os nervos cranianos são designados por nomes e números romanos em sequência crânio-caudal. Os nervos espinhais são 31 pares de nervos que se conectam com a medula, nomeados com base em sua localização vertebral. São divididos em grupos: cervical (oito nervos), torácico (12 nervos), lombar (cinco nervos), sacral (cinco nervos) e coccígeo (um nervo). O primeiro nervo espinhal cervical sai acima da primeira vértebra cervical e cada nervo espinhal restante deriva da posição inferior à sua vértebra cervical. O SNP apresenta duas subdivisões: a divisão aferente (ou sensitiva) do SNP, que conduz informações sensitivas ao SNC, e a divisão eferente (ou motora), que conduz estímulos motores para os músculos e as glândulas. A divisão afe- rente tem início com os receptores que monitoram características específicas do ambiente, enquanto a divisão eferente começa no interior do SNC e termina em um efetuador: uma célula muscular, glandular ou outra célula especializa- da. Ambas as divisões apresentam componentes somáticos e viscerais. A di- visão aferente conduz informações dos receptores sensitivos somáticos, que monitoram os músculos esqueléticos, as articulações e a pele; já dos recepto- res sensitivos viscerais, há o monitoramento dos outros tecidos, como a mus- culatura lisa, o músculo cardíaco e as glândulas. A divisão aferente também fornece informações advindas dos órgãos sensitivos especiais, como o olho e a NUTRIÇÃO CLÍNICA 76 SER_NUTRI_ANAHU_UNID2.indd 76 22/10/20 16:13 orelha. Já a divisão eferente inclui o sistema nervoso somático (SNS), que regula a contração dos músculos esqueléticos, e o sistema nervoso autônomo (SNA), também nomeado como sistema motor visceral, que controla a musculatura lisa, o músculo cardíaco e a atividade glandular. QUADRO 5. TIPOS DE FIBRAS SENSORIAIS E MOTORAS DO SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO Componentes sensitivos Sensitivos somáticos Sensitivos viscerais Gerais: tato, dor, pressão, propriocepção da pele, parede corporal e membros. Especiais: audição, equilíbrio e visão. Gerais: alongamento, dor, temperatura, alterações químicas e irritação nas vísceras; náusea e fome. Especiais: paladar e olfato. Componentes motores Motores somáticos Motores viscerais Inervação motora dos músculos esqueléticos. Inervação motora do músculo liso, músculo cardíaco e glândulas. Fonte: MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014, p. 365. (Adaptado). As atividades do sistema nervoso somático podem ser voluntárias ou invo- luntárias. Contrações voluntárias dos músculos esqueléticos estão sob contro- le consciente, como quando um indivíduo controla os músculos do braço para levar um copo d’água até a boca. As contrações involuntárias são gerenciadas inconscientemente; como podemos observar quando retiramos a mão rapida- mente de uma superfície quente antes que possamos nos dar conta da dor. As atividades do sistema nervoso autônomo, por sua vez, costumamocor- rer sem que tenhamos consciência ou controle. Além disso, esse sistema pode ser subdividido em simpático e parassimpático. A maioria dos órgãos apresen- tam inervação dupla, isto é, recebe impulsos dos neurônios simpáticos e paras- simpáticos, embora cada divisão atue de maneira distinta nos órgãos viscerais. A ativação da divisão simpática prepara o corpo para a intensa atividade física em emergências (luta ou fuga); entretanto, os efeitos da estimulação dos ner- vos parassimpáticos são muitas vezes contrários aos efeitos da estimulação simpática, cujas atividades visam restabelecer o corpo durante períodos de re- pouso e de digestão alimentar (repouso e digestão). NUTRIÇÃO CLÍNICA 77 SER_NUTRI_ANAHU_UNID2.indd 77 22/10/20 16:13 QUADRO 6. FUNÇÕES DOS SISTEMAS SIMPÁTICO E PARASSIMPÁTICO EM ALGUNS ÓRGÃOS Órgãos Simpático Parassimpático Íris Dilatação da pupila (midríase). Constrição da pupila (miose). Glândula lacrimal Vasoconstrição; pouco efeito sobre a secreção. Secreção abundante. Glândulas salivares Vasoconstrição; secreção viscosa e pouco abundante. Vasodilatação; secreção fluida e abundante. Glândulas sudoríparas Secreção copiosa (fibras colinérgicas). Inervação ausente. Músculos eretores dos pelos Ereção dos pelos. Inervação ausente. Coração Aceleração do ritmo cardíaco (taquicardia); dilatação das coronárias. Diminuição do ritmo cardíaco (bradicardia); dilatação das coronárias. Brônquios Dilatação. Constrição. Tubo digestório Diminuição do peristaltismo e fechamento dos esfíncteres. Aumento do peristaltismo e abertura dos esfíncteres. Bexiga Pouca ou nenhuma ação. Contração da parede. Genitais masculinos Vasoconstrição; ejaculação. Vasodilatação; ereção. Glândula supra-renal Secreção de adrenalina (através de fibras pré- ganglionares). Nenhuma ação. Glândula pineal Veicula a ação inibidora da luz ambiente. Ação desconhecida. Vasos sanguíneos do tronco e das extremidades Vasoconstrição. Nenhuma ação; inervação possivelmente ausente. Fonte: DÂNGELO; FATTINI, 2007, p. 114. (Adaptado). NUTRIÇÃO CLÍNICA 78 SER_NUTRI_ANAHU_UNID2.indd 78 22/10/20 16:13 Sintetizando Os músculos são estruturas anatômicas com a capacidade de se contrair, que nos permitem desempenhar funções, como produzir movimento, abrir e fechar passagens no corpo, manter a postura e estabilizar as articulações, bem como gerar calor corporal. Os tipos de tecido muscular são: o músculo estriado esquelético, que se liga ao esqueleto e pode ser contraído voluntariamente; o músculo estriado cardíaco, encontrado somente na parede do coração, que se contrai involuntariamente; e o músculo liso, encontrado nas paredes de órgãos ocos, que se contrai involuntariamente e possui células não estriadas. Cada músculo esquelético é um órgão individual, estendendo-se a partir de uma ligação menos móvel (origem), até uma ligação mais móvel (inserção). Os elementos de tecido conjuntivo que se encontram anexados ao músculo esquelético são o epimísio (ao redor do músculo), o perimísio (ao redor de um fascículo) e o endomísio (ao redor de uma fibra), com todas essas bainhas con- tribuindo para a formação dos tendões. Por fim, os músculos se ligam com os ossos através de tendões ou aponeuroses. Uma célula do músculo esquelético ou liso é chamada de fibra e um feixe de fibras musculares é chamado de fascículo. O retículo sarcoplasmático é uma especialização do retículo endoplasmático liso para a fibra muscular. Quando um estímulo de uma célula nervosa alcança a fibra muscular, é gerado um impul- so que sinaliza ao retículo sarcoplasmático a liberação de íons cálcio, realizando a contração muscular através do deslizamento dos miofilamentos. A contração muscular pode ocorrer através da contração isométrica, que não altera o tama- nho do músculo, ou da contração isotônica: concêntrica quando o músculo en- curta, ou excêntrica, quando o músculo produz tração enquanto se alonga. O conhecimento da anatomia dos músculos permite deduzir a ação resul- tante da contração dos músculos. Além disso, o conhecimento dos músculos axiais e apendiculares, bem como as ações por eles executadas, permitem uma melhor compreensão dos mais variados movimentos realizados pelo corpo hu- mano, em especial a locomoção. Outro sistema muito importante do corpo humano é sistema nervoso. As funções do sistema nervoso incluem a orientação, a coordenação, a assimila- ção e a programação de comportamento instintivo. O sistema nervoso abrange ANATOMIA HUMANA 79 SER_NUTRI_ANAHU_UNID2.indd 79 22/10/20 16:13 todo o tecido nervoso no corpo humano e é composto por dois tipos celulares: os neurônios, células especializadas na transmissão de sinais elétricos, e as neuróglias, células que proporcionam suporte para as atividades dos neurô- nios. Chamamos de sinapse a junção funcional entre dois neurônios. As vesícu- las sinápticas na célula pré-sináptica liberam neurotransmissores na fenda si- náptica e, ao ser capturado pela membrana pós-sináptica, o neurotransmissor influencia o neurônio pós-sináptico a gerar um impulso nervoso. A grande maioria das células se concentra no sistema nervoso central, loca- lizado dentro da cavidade craniana (encéfalo) e na coluna vertebral (medula es- pinhal), sendo protegido pelo esqueleto. No encéfalo, encontramos o cérebro (telencéfalo e diencéfalo), o cerebelo e o tronco encefálico (mesencéfalo, ponte e bulbo). A divisão do sistema nervoso que parte do SNC para os órgãos de ou- tros sistemas se chama sistema nervoso periférico, formado por nervos, seus gânglios (dilatações com corpos de neurônios sensitivos ou motores viscerais) e terminações nervosas das vias aferentes ou eferentes. Os nervos estão dividi- dos em 31 pares espinhais (conectados à medula espinhal) e 12 pares cranianos (conectados ao encéfalo). Tanto as vias eferentes e aferentes do sistema nervo- so somático (da pele e subcutâneo, músculos, tendões e articulações) quanto do sistema nervoso visceral (dos músculos lisos de vasos e vísceras, músculo cardíaco e glândulas) percorrem o sistema nervoso periférico para encontrar sua trajetória especifica no sistema nervoso central. Se a função é consciente, essas vias chegam ou saem do cérebro, uma vez que o córtex cerebral é a área mais importante para o desempenho das funções conscientes. ANATOMIA HUMANA 80 SER_NUTRI_ANAHU_UNID2.indd 80 22/10/20 16:13 Referências bibliográficas DÂNGELO, J. G.; FATTINI, C. A. Anatomia humana sistêmica e segmentar. 3 ed. São Paulo: Atheneu, 2007. MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 7 ed. Porto Alegre: Artmed, 2013. MARIEB, E. N.; WILHELM, P. B.; MALLATT, J. Anatomia humana. 7 ed. São Paulo: Pearson, 2014. O QUE você sabe sobre a meningite? Postado por Ministério da Saúde. (2min. 05s.). son. color. port. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=ug- w7S9kPthY>. Acesso em: 14 set. 2020. VAN DE GRAAFF, K. M. Anatomia humana. 6 ed. Barueri: Manole, 2003. ANATOMIA HUMANA 81 SER_NUTRI_ANAHU_UNID2.indd 81 22/10/20 16:13 SISTEMA CARDIOVASCULAR, SISTEMA RESPIRATÓRIO E SISTEMA DIGESTÓRIO 3 UNIDADE SER_NUTRI_ANAHU_UNID3.indd 82 22/10/20 16:11 Objetivos da unidade Tópicos de estudo Descrever o esquema básico do sistema circulatório e sua função; Apontar o trajeto do sangue nas câmaras do coração e das circulações sistêmica e pulmonar; Identificar os principais componentes e funções do sistema linfático; Analisar as funções principais e organização estrutural do sistema respiratório; Explicar a função global e principais processos do sistema digestório. Sistema cardiovascular: conceito e divisão Coração, circulação e tipo de circulação sanguínea Artérias e veias, capilares sanguíneos, sistema linfático, baço e timo Sistema respiratório: conceito e divisão Nariz, cavidade nasal e seios paranasais, faringe, laringe, traqueia, brônquios, pleura e pulmões Sistema digestório: conceitoe divisão Funções do sistema digestório Órgãos anexos ao sistema digestório ANATOMIA HUMANA 83 SER_NUTRI_ANAHU_UNID3.indd 83 22/10/20 16:11 Sistema cardiovascular: conceito e divisão O corpo humano é constituído por diversas células especializadas que de- pendem de suas inter-relações para garantir a própria manutenção e conti- nuidade. A maioria das células do corpo está fi xa em tecidos e não são capa- zes de obter alimento e oxigênio em seus próprios locais ou mesmo descartar seus próprios resíduos. Com isso, é necessário um sistema altamente efi ciente para a condução de materiais no interior do corpo, o sistema cardiovascular (ou circulatório). Em comparação, o sistema circulatório equivale ao sistema de resfriamento de um carro, com seus componentes básicos incluindo o líquido circulante (o sangue), uma bomba induzindo a circulação do líquido (o coração) e diversos tubos condutores (os vasos sanguíneos). O sistema cardiovascular é tão importante que possui diversas especia- lidades médicas que se dedicam à compreensão de seus compo- nentes. O ramo relacionado com o estudo do sangue, tecidos formadores do sangue e os distúrbios associados é a hematologia. O ramo relacionado ao estudo cientí- fi co do coração e das doenças associadas é a car- diologia. Por fi m, o ramo relacionado ao estudo dos vasos sanguíneos e linfáticos e das doenças associadas é a angiologia. Funções do sistema cardiovascular As funções do sistema cardiovascular estão relacionadas ao sangue, uma massa líquida de tecido conjuntivo especializado, e podem ser agrupadas em três grandes áreas: transporte, regulação e proteção. • Transporte: o sangue realiza o transporte de oxigênio (O2), dos pulmões para as células do corpo, e dióxido de carbono (CO2), das células do corpo para os pulmões. O sangue também conduz: nutrientes absorvidos no trato gastrin- testinal para as células do corpo; hormônios produzidos nas glândulas endócri- nas para outros locais no corpo onde devem atuar; e produtos residuais para eliminação do corpo em locais como pulmões, rins e pele. Por fi m, o sangue também transporta calor; • Regulação: a circulação do sangue ajuda na manutenção da homeostasia do corpo. O sangue atua na regulação do pH por meio de tampões, substâncias ANATOMIA HUMANA 84 SER_NUTRI_ANAHU_UNID3.indd 84 22/10/20 16:11 químicas que convertem ácidos ou bases fortes em ácidos ou bases fracos. O sangue também colabora no ajuste da temperatura do corpo, por meio das propriedades físicas do plasma sanguíneo (a porção líquida do sangue) e da velocidade de fluxo sanguíneo na pele, que permitem a dissipação do excesso de calor do sangue para o ambiente; • Proteção: devido aos componentes sanguíneos, o sistema cardiovascu- lar é capaz de gerar uma proteção contra a perda excessiva de sangue após uma lesão, um processo conhecido como coagulação. Além disso, os leucócitos protegem contra agentes infecciosos pela fagocitose. Vários tipos de proteínas presentes no sangue, como anticorpos, colaboram na proteção contra doenças de diversas formas. As funções do sistema cardiovascular são essenciais, de forma que qual- quer célula ou órgão que tiver privação completa da circulação pode morrer em questão de minutos. Divisão do sistema cardiovascular O sistema circulatório é dividido em sistema cardiovascular, formado pelo coração, vasos sanguíneos e sangue, e sistema linfático, composto pelos vasos linfáticos e órgãos linfáticos. O coração atua como uma bomba hidráulica com quatro câmaras, que proporciona a pressão necessária para conduzir o sangue por meio dos vasos para os pulmões e para os demais tecidos do corpo. O co- ração de um adulto em repouso bombeia cerca de cinco litros de sangue por minuto. É necessário, aproximadamente, um minuto para que o sangue circule da extremidade mais distante e retorne ao coração. Os vasos sanguíneos estabelecem uma rede de canais que permite ao sangue fluir do coração para todas os tecidos do corpo e, em seguida, de volta ao coração. Artérias conduzem o sangue para fora do coração, enquanto as veias conduzem o sangue de volta ao mesmo. Ambas se ramificam para formar uma rede de vasos progressivamente menores. O sangue é transportado dos vasos arteriais aos vasos venosos pelos capilares, vasos sanguíneos finos e muito numerosos. Todas as trocas de nutrientes, líquidos e resíduos entre o sangue e as células dos tecidos são viabilizadas pelas paredes per- meáveis dos capilares. ANATOMIA HUMANA 85 SER_NUTRI_ANAHU_UNID3.indd 85 22/10/20 16:11 Coração, circulação e tipo de circulação sanguínea Coração O coração é uma estrutura muscular oca, com quatro câmaras e do tamanho, aproximado, de um punho fechado. O coração está localizado dentro da cavidade torácica no mediastino, um espaço existente entre os pulmões. Se encontra majoritariamente à esquerda do plano mediano, com seu ápice (ponta em forma de cone) para baixo, logo acima do diafragma, e com sua base na extremidade superior, uma região larga que se conecta com os grandes vasos. Externo ao coração, temos um saco seroso de tecido conjuntivo denso fi broso denominado pericárdio parietal, que recobre o coração e delimita o coração dos demais órgãos torácicos. O pericárdio parietal é composto por uma membrana externa fi brosa e uma membrana interna serosa, também conhecida como lâmina parietal do pericárdio seroso. A lâmina visceral do pericárdio seroso (também chamada de epicárdio) se encontra na superfície do coração, sua camada mais externa. A lacuna entre as lâminas parietal e visceral do pericárdio seroso é denominada cavidade do pericárdio. O pericárdio seroso produz o líquido pericárdico, um líquido aquoso e lubrifi cante que envolve o coração e o protege contra o atrito durante seus batimentos. As paredes do coração são constituídas por três camadas (ou túnicas) distintas, como descrito no Quadro 1. QUADRO 1. CAMADAS DA PAREDE DO CORAÇÃO Camadas Características Funções Epicárdio (lâmina visceral do pericárdio seroso) Membrana serosa incluindo capilares sanguíneos, capilares linfáticos e fi bras nervosas. Atua como camada externa lubrifi cante. Miocárdio Tecido muscular cardíaco separado por tecido conjuntivo e incluindo capilares sanguíneos, capilares linfáticos e fi bras nervosas. Proporciona contrações musculares que ejetam o sangue das câmaras cardíacas. Endocárdio Tecido endotelial e uma camada subendotelial espessa de fi bras elásticas e colágenas. Atua como revestimento interno protetor das câmaras e das valvas. (lâmina visceral do Epicárdio (lâmina visceral do pericárdio seroso) Epicárdio (lâmina visceral do pericárdio seroso) Epicárdio (lâmina visceral do pericárdio seroso) (lâmina visceral do pericárdio seroso) Miocárdio (lâmina visceral do pericárdio seroso) Miocárdio pericárdio seroso) Membrana serosa incluindo capilares Miocárdio Membrana serosa incluindo capilares Miocárdio Endocárdio Membrana serosa incluindo capilares sanguíneos, capilares linfáticos e Endocárdio Membrana serosa incluindo capilares sanguíneos, capilares linfáticos e Tecido muscular cardíaco separado por Endocárdio Membrana serosa incluindo capilares sanguíneos, capilares linfáticos e Tecido muscular cardíaco separado por tecido conjuntivo e incluindo capilares Endocárdio Membrana serosa incluindo capilares sanguíneos, capilares linfáticos e fi bras nervosas. Tecido muscular cardíaco separado por tecido conjuntivo e incluindo capilares sanguíneos, capilares linfáticos e Membrana serosa incluindo capilares sanguíneos, capilares linfáticos e fi bras nervosas. Tecido muscular cardíaco separado por tecido conjuntivo e incluindo capilares sanguíneos, capilares linfáticos e Membrana serosa incluindo capilares sanguíneos, capilares linfáticos e fi bras nervosas. Tecido muscular cardíaco separado por tecido conjuntivo e incluindocapilares sanguíneos, capilares linfáticos e Tecido endotelial e uma camada Membrana serosa incluindo capilares sanguíneos, capilares linfáticos e fi bras nervosas. Tecido muscular cardíaco separado por tecido conjuntivo e incluindo capilares sanguíneos, capilares linfáticos e fi bras nervosas. Tecido endotelial e uma camada subendotelial espessa de fi bras Membrana serosa incluindo capilares sanguíneos, capilares linfáticos e fi bras nervosas. Tecido muscular cardíaco separado por tecido conjuntivo e incluindo capilares sanguíneos, capilares linfáticos e fi bras nervosas. Tecido endotelial e uma camada subendotelial espessa de fi bras Membrana serosa incluindo capilares sanguíneos, capilares linfáticos e Tecido muscular cardíaco separado por tecido conjuntivo e incluindo capilares sanguíneos, capilares linfáticos e fi bras nervosas. Tecido endotelial e uma camada subendotelial espessa de fi bras elásticas e colágenas. Membrana serosa incluindo capilares sanguíneos, capilares linfáticos e Tecido muscular cardíaco separado por tecido conjuntivo e incluindo capilares sanguíneos, capilares linfáticos e fi bras nervosas. Tecido endotelial e uma camada subendotelial espessa de fi bras elásticas e colágenas. Tecido muscular cardíaco separado por tecido conjuntivo e incluindo capilares sanguíneos, capilares linfáticos e fi bras nervosas. Tecido endotelial e uma camada subendotelial espessa de fi bras elásticas e colágenas. Atua como camada externa Tecido muscular cardíaco separado por tecido conjuntivo e incluindo capilares sanguíneos, capilares linfáticos e Tecido endotelial e uma camada subendotelial espessa de fi bras elásticas e colágenas. Atua como camada externa Tecido muscular cardíaco separado por tecido conjuntivo e incluindo capilares sanguíneos, capilares linfáticos e Tecido endotelial e uma camada subendotelial espessa de fi bras elásticas e colágenas. Atua como camada externa Tecido endotelial e uma camada subendotelial espessa de fi bras elásticas e colágenas. Atua como camada externa lubrifi cante. Proporciona contrações musculares que ejetam Tecido endotelial e uma camada subendotelial espessa de fi bras elásticas e colágenas. Atua como camada externa lubrifi cante. Proporciona contrações musculares que ejetam o sangue das câmaras subendotelial espessa de fi bras Atua como camada externa lubrifi cante. Proporciona contrações musculares que ejetam o sangue das câmaras Atua como camada externa lubrifi cante. Proporciona contrações musculares que ejetam o sangue das câmaras Atua como revestimento Atua como camada externa Proporciona contrações musculares que ejetam o sangue das câmaras cardíacas. Atua como revestimento interno protetor das Proporciona contrações musculares que ejetam o sangue das câmaras cardíacas. Atua como revestimento interno protetor das câmaras e das valvas. Proporciona contrações musculares que ejetam o sangue das câmaras cardíacas. Atua como revestimento interno protetor das câmaras e das valvas. musculares que ejetam o sangue das câmaras Atua como revestimento interno protetor das câmaras e das valvas. Atua como revestimento interno protetor das câmaras e das valvas. Atua como revestimento interno protetor das câmaras e das valvas. interno protetor das câmaras e das valvas. Fonte: VAN DE GRAAF, 2003, p. 547. (Adaptado). ANATOMIA HUMANA 86 SER_NUTRI_ANAHU_UNID3.indd 86 22/10/20 16:11 Internamente, o coração é organizado em quatro câmaras: duas superiores, átrios direito e esquerdo e duas inferiores, ventrículos direito e esquerdo. Os átrios atuam simultaneamente, se contraindo e impulsionando o sangue para o interior dos ventrículos, que também se contraem em conjunto. Os átrios estão separados entre si pelo fi no septo interatrial, enquanto os ventrículos estão separados entre si pelo espesso septo interventricular. As valvas do co- ração são estruturas presentes nas entradas e saídas dos ventrículos e atuam mantendo o fl uxo de sangue em somente uma direção. QUADRO 2. VALVAS DO CORAÇÃO Valvas Localização Comentários Valva atrioventricular direita Entre o átrio direito e o ventrículo direito. Constituída por três cúspides que evitam o refl uxo do sangue do ventrículo direito para o átrio direito durante a contração ventricular. Valva do tronco pulmonar Entre o ventrículo direito e o tronco pulmonar. Constituída por três válvulas semilunares, que evitam o refl uxo do sangue do tronco pulmonar para o ventrículo direito durante o relaxamento ventricular. Valva atrioventricular esquerda (mitral) Entre o átrio esquerdo e o ventrículo esquerdo. Constituída por duas cúspides, que evitam o refl uxo do sangue do ventrículo esquerdo para o átrio esquerdo durante a contração ventricular. Valva da aorta Entre o ventrículo esquerdo e a parte ascendente da aorta. Constituída por três válvulas semilunares, que evitam o refl uxo do sangue da parte ascendente da aorta para o ventrículo esquerdo durante o relaxamento ventricular. Fonte: VAN DE GRAAFF, 2003, p. 548. (Adaptado). Valva atrioventricular Valva atrioventricular atrioventricular direita atrioventricular direita Valva do tronco atrioventricular Valva do tronco pulmonar Valva do tronco pulmonar Entre o átrio direito e o Valva do tronco pulmonar atrioventricular Entre o átrio direito e o ventrículo direito. Valva do tronco pulmonar Valva atrioventricular esquerda (mitral) Entre o átrio direito e o ventrículo direito. Entre o ventrículo direito e o Valva atrioventricular esquerda (mitral) Entre o átrio direito e o ventrículo direito. Entre o ventrículo direito e o atrioventricular esquerda (mitral) Entre o átrio direito e o ventrículo direito. Entre o ventrículo direito e o atrioventricular esquerda (mitral) Valva da aorta Entre o átrio direito e o ventrículo direito. Entre o ventrículo direito e o tronco pulmonar. esquerda (mitral) Valva da aorta Entre o átrio direito e o ventrículo direito. Entre o ventrículo direito e o tronco pulmonar. Entre o átrio esquerdo e o Valva da aorta Entre o ventrículo direito e o tronco pulmonar. Entre o átrio esquerdo e o Valva da aorta Constituída por três cúspides que evitam Entre o ventrículo direito e o tronco pulmonar. Entre o átrio esquerdo e o ventrículo esquerdo. Valva da aorta Constituída por três cúspides que evitam o refl uxo do sangue do ventrículo direito Entre o ventrículo direito e o tronco pulmonar. Entre o átrio esquerdo e o ventrículo esquerdo. Entre o ventrículo esquerdo e Constituída por três cúspides que evitam o refl uxo do sangue do ventrículo direito para o átrio direito durante a contração Entre o ventrículo direito e o Entre o átrio esquerdo e o ventrículo esquerdo. Entre o ventrículo esquerdo e a parte ascendente da aorta. Constituída por três cúspides que evitam o refl uxo do sangue do ventrículo direito para o átrio direito durante a contração Constituída por três válvulas semilunares, Entre o átrio esquerdo e o ventrículo esquerdo. Entre o ventrículo esquerdo e a parte ascendente da aorta. Constituída por três cúspides que evitam o refl uxo do sangue do ventrículo direito para o átrio direito durante a contração Constituída por três válvulas semilunares, Entre o átrio esquerdo e o ventrículo esquerdo. Entre o ventrículo esquerdo e a parte ascendente da aorta. Constituída por três cúspides que evitam o refl uxo do sangue do ventrículo direito para o átrio direito durante a contração Constituída por três válvulas semilunares, que evitam o refl uxo do sangue do tronco pulmonar para o ventrículo direito Entre o átrio esquerdo e o ventrículo esquerdo. Entre o ventrículo esquerdo e a parte ascendente da aorta. Constituída por três cúspides que evitam o refl uxo do sangue do ventrículo direito para o átrio direitodurante a contração ventricular. Constituída por três válvulas semilunares, que evitam o refl uxo do sangue do tronco pulmonar para o ventrículo direito durante o relaxamento ventricular. Entre o ventrículo esquerdo e a parte ascendente da aorta. Constituída por três cúspides que evitam o refl uxo do sangue do ventrículo direito para o átrio direito durante a contração ventricular. Constituída por três válvulas semilunares, que evitam o refl uxo do sangue do tronco pulmonar para o ventrículo direito durante o relaxamento ventricular. Constituída por duas cúspides, que evitam o refl uxo do sangue do ventrículo Entre o ventrículo esquerdo e a parte ascendente da aorta. Constituída por três cúspides que evitam o refl uxo do sangue do ventrículo direito para o átrio direito durante a contração ventricular. Constituída por três válvulas semilunares, que evitam o refl uxo do sangue do tronco pulmonar para o ventrículo direito durante o relaxamento ventricular. Constituída por duas cúspides, que evitam o refl uxo do sangue do ventrículo esquerdo para o átrio esquerdo durante a Entre o ventrículo esquerdo e a parte ascendente da aorta. Constituída por três cúspides que evitam o refl uxo do sangue do ventrículo direito para o átrio direito durante a contração ventricular. Constituída por três válvulas semilunares, que evitam o refl uxo do sangue do tronco pulmonar para o ventrículo direito durante o relaxamento ventricular. Constituída por duas cúspides, que evitam o refl uxo do sangue do ventrículo esquerdo para o átrio esquerdo durante a Entre o ventrículo esquerdo e a parte ascendente da aorta. Constituída por três cúspides que evitam o refl uxo do sangue do ventrículo direito para o átrio direito durante a contração Constituída por três válvulas semilunares, que evitam o refl uxo do sangue do tronco pulmonar para o ventrículo direito durante o relaxamento ventricular. Constituída por duas cúspides, que evitam o refl uxo do sangue do ventrículo esquerdo para o átrio esquerdo durante a a parte ascendente da aorta. Constituída por três válvulas semilunares, Constituída por três cúspides que evitam o refl uxo do sangue do ventrículo direito para o átrio direito durante a contração Constituída por três válvulas semilunares, que evitam o refl uxo do sangue do tronco pulmonar para o ventrículo direito durante o relaxamento ventricular. Constituída por duas cúspides, que evitam o refl uxo do sangue do ventrículo esquerdo para o átrio esquerdo durante a contração ventricular. Constituída por três válvulas semilunares, que evitam o refl uxo do sangue da parte o refl uxo do sangue do ventrículo direito para o átrio direito durante a contração Constituída por três válvulas semilunares, que evitam o refl uxo do sangue do tronco pulmonar para o ventrículo direito durante o relaxamento ventricular. Constituída por duas cúspides, que evitam o refl uxo do sangue do ventrículo esquerdo para o átrio esquerdo durante a contração ventricular. Constituída por três válvulas semilunares, que evitam o refl uxo do sangue da parte ascendente da aorta para o ventrículo para o átrio direito durante a contração Constituída por três válvulas semilunares, que evitam o refl uxo do sangue do tronco pulmonar para o ventrículo direito durante o relaxamento ventricular. Constituída por duas cúspides, que evitam o refl uxo do sangue do ventrículo esquerdo para o átrio esquerdo durante a contração ventricular. Constituída por três válvulas semilunares, que evitam o refl uxo do sangue da parte ascendente da aorta para o ventrículo esquerdo durante o relaxamento Constituída por três válvulas semilunares, que evitam o refl uxo do sangue do tronco pulmonar para o ventrículo direito durante o relaxamento ventricular. Constituída por duas cúspides, que evitam o refl uxo do sangue do ventrículo esquerdo para o átrio esquerdo durante a contração ventricular. Constituída por três válvulas semilunares, que evitam o refl uxo do sangue da parte ascendente da aorta para o ventrículo esquerdo durante o relaxamento Constituída por três válvulas semilunares, tronco pulmonar para o ventrículo direito durante o relaxamento ventricular. Constituída por duas cúspides, que evitam o refl uxo do sangue do ventrículo esquerdo para o átrio esquerdo durante a contração ventricular. Constituída por três válvulas semilunares, que evitam o refl uxo do sangue da parte ascendente da aorta para o ventrículo esquerdo durante o relaxamento tronco pulmonar para o ventrículo direito durante o relaxamento ventricular. Constituída por duas cúspides, que evitam o refl uxo do sangue do ventrículo esquerdo para o átrio esquerdo durante a contração ventricular. Constituída por três válvulas semilunares, que evitam o refl uxo do sangue da parte ascendente da aorta para o ventrículo esquerdo durante o relaxamento Constituída por duas cúspides, que evitam o refl uxo do sangue do ventrículo esquerdo para o átrio esquerdo durante a contração ventricular. Constituída por três válvulas semilunares, que evitam o refl uxo do sangue da parte ascendente da aorta para o ventrículo esquerdo durante o relaxamento ventricular. evitam o refl uxo do sangue do ventrículo esquerdo para o átrio esquerdo durante a Constituída por três válvulas semilunares, que evitam o refl uxo do sangue da parte ascendente da aorta para o ventrículo esquerdo durante o relaxamento ventricular. evitam o refl uxo do sangue do ventrículo esquerdo para o átrio esquerdo durante a Constituída por três válvulas semilunares, que evitam o refl uxo do sangue da parte ascendente da aorta para o ventrículo esquerdo durante o relaxamento ventricular. esquerdo para o átrio esquerdo durante a Constituída por três válvulas semilunares, que evitam o refl uxo do sangue da parte ascendente da aorta para o ventrículo esquerdo durante o relaxamento ventricular. Constituída por três válvulas semilunares, que evitam o refl uxo do sangue da parte ascendente da aorta para o ventrículo esquerdo durante o relaxamento que evitam o refl uxo do sangue da parte ascendente da aorta para o ventrículo esquerdo durante o relaxamento A contração dos ventrículos chama-se sístole. Ela, juntamente com a tensão das fi bras elásticas e a contração dos músculos lisos nas paredes das artérias sistêmicas, colabora para a pressão sistólica nas artérias. O relaxamento ven- tricular chama-se diástole, cuja pressão diastólica no interior das artérias pode ser registrada durante o movimento. Vale destacar que o controle da atividade cardíaca é feito pelo sistema autônomo, tanto parassimpático (atua inibindo) e quanto simpático (atua estimulando). Estes nervos agem sobre uma forma- ção de células musculares na parede do átrio direito chamada nó sinoatrial, uma espécie de “marca-passo” do coração. Assim, ritmicamente, o impulso se ANATOMIA HUMANA 87 SER_NUTRI_ANAHU_UNID3.indd 87 22/10/20 16:11 distribui no miocárdio, resultando em contração. Este impulso alcança o nó atrioventricular, encontrado na parte inferior do septo interatrial, e é propa- gado para os ventrículos por meio do fascículo atrioventricular, permitindo ao estímulo alcançar o miocárdio. O conjunto destas estruturas especializadas é denominado complexo estimulante do coração. Circulação sanguínea A circulação é como denominamos o trajeto do sangue por meio do cora- ção e dos vasos, que ocorre na forma de duas correntes sanguíneas, com ambas partindo ao mesmo tempo do coração. O átrio e ventrículo direito re- cebem sangue com baixo teor de oxi- gênio (O2) e o impulsionam para os pul- mões. O átrio e o ventrículo esquerdo recebem sangue rico em O2 (sangue oxigenado) dos pulmões e o impulsio- nam para o resto do corpo. A circulação sanguínea pode ser diferenciada em circulação pulmonar e circulação sistêmica. A circulação pulmonar abrangeos vasos sanguíneos que conduzem o sangue para os pulmões para ocorrer a hematose (processo de eliminação do dióxido de carbono e aumento da concentração de oxigênio) e, em seguida, retornam o sangue ao coração. Compõem essa circulação: o ventrículo direito, que ejeta o sangue; o tronco pulmonar; as artérias pulmo- nares, que levam o sangue desoxigenado para os pulmões; os capilares pul- monares no interior dos pulmões; as veias pulmonares, que levam o sangue oxigenado para o coração; e o átrio esquerdo, que acolhe o sangue das veias pulmonares. A circulação sistêmica agrupa todos os vasos san- guíneos que não participam da circulação pulmonar. Compõem essa circulação: o átrio esquerdo; o ven- trículo esquerdo; a aorta e todos os seus ramos; to- dos os capilares que não estejam envolvidos com a hematose nos pulmões; e todas as veias, com exceção ANATOMIA HUMANA 88 SER_NUTRI_ANAHU_UNID3.indd 88 22/10/20 16:11 das veias pulmonares. Vale destacar que o átrio direito recebe o sangue desoxi- genado vindo da circulação sistêmica. Além dessas duas principais circulações sanguíneas, podemos ressaltar mais três circulações de menor importância: • Circulação colateral: é possível observar anastomoses (comunicações) entre ramos adjacentes de artérias ou de veias entre si. Na presença de uma obstrução (parcial ou total), o sangue pode circular ativamente por essa rede, estabelecendo uma efetiva circulação colateral; • Circulação portal: ocorre quando uma veia conecta duas redes de capi- lares, sem passar por um órgão intermediário. O principal exemplo desse tipo é a circulação porta hepática, em que a rede capilar no intestino e a rede de capilares sinusoides no fígado, com a veia porta interpondo essas duas redes; • Circulação coronária: as paredes do coração possuem um suprimento particular de vasos sanguíneos para suprir suas necessidades. O miocárdio é alimentado pelas artérias coronárias direita e esquerda, originadas da parte ascendente da aorta. Após alcançar os capilares no miocárdio, o sangue é re- colhido para as veias cardíacas e, em seguida, entra no átrio direito através de um óstio (abertura). Artérias e veias, capilares sanguíneos, sistema linfático, baço e timo Vasos sanguíneos Os vasos sanguíneos compreen- dem uma rede fechada de canais por onde transita o sangue devido à con- tração rítmica do coração. Ao sair do coração, o sangue é transportado por vasos de diâmetros progressivamente menores denominados artérias, ar- teríolas e capilares. Os capilares são microscópicos vasos que interpõem o fl uxo arterial e o fl uxo venoso. A partir dos vasos capilares, o sangue é conduzido de volta ao coração por vasos de diâ- metros progressivamente maiores chamados vênulas e veias. Essa disposição dos vasos assegura um suprimento contínuo de sangue para essas estruturas. ANATOMIA HUMANA 89 SER_NUTRI_ANAHU_UNID3.indd 89 22/10/20 16:13 QUADRO 3. VASOS SANGUÍNEOS DO CORPO HUMANO E SUAS FUNÇÕES Vasos sanguíneos Tamanhos Funções Artérias elásticas As maiores artérias no corpo. Conduz sangue do coração para as artérias musculares. Artérias musculares Artérias de tamanho médio. Distribui sangue para as arteríolas. Arteríolas Microscópicas (15 a 30 μm de diâmetro). Leva sangue para os capilares e ajuda a regular o fl uxo sanguíneo das artérias para os capilares. Capilares Microscópicas; os menores vasos sanguíneos (5 a 10 μm de diâmetro). Permite a troca de nutrientes e resíduos entre o sangue e o líquido intersticial; distribui o sangue para as vênulas pós-capilares. Vênulas pós-capilares Microscópicas (10 a 15 μm de diâmetro). Passa o sangue para as vênulas musculares; permite a troca de nutrientes e resíduos entre o sangue e o líquido intersticial; atua na emigração dos leucócitos. Vênulas musculares Microscópicas (50 a 200 μm de diâmetro). Passa o sangue para as veias; reservatórios para acumular grandes volumes de sangue (junto com as vênulas pós-capilares). Veias Variam de 0,5 mm a 3 cm de diâmetro. Retorna o sangue para o coração, facilitado pelas válvulas nas veias dos membros. Artérias elásticasArtérias elásticas Artérias musculares Artérias elásticas Artérias musculares Artérias elásticas Artérias musculares Artérias elásticas Artérias musculares Artérias elásticas Artérias musculares Arteríolas Artérias musculares Arteríolas As maiores artérias no corpo. Artérias musculares Arteríolas As maiores artérias no corpo. Artérias de tamanho médio. Arteríolas As maiores artérias no corpo. Artérias de tamanho médio. Capilares As maiores artérias no corpo. Artérias de tamanho médio. Capilares As maiores artérias no corpo. Artérias de tamanho médio. Capilares Vênulas pós-capilares As maiores artérias no corpo. Artérias de tamanho médio. (15 a 30 μm de diâmetro). Capilares Vênulas pós-capilares As maiores artérias no corpo. Artérias de tamanho médio. Microscópicas (15 a 30 μm de diâmetro). Vênulas pós-capilares As maiores artérias no corpo. Artérias de tamanho médio. Microscópicas (15 a 30 μm de diâmetro). Microscópicas; os menores Vênulas pós-capilares Artérias de tamanho médio. Microscópicas (15 a 30 μm de diâmetro). Microscópicas; os menores Vênulas pós-capilares Conduz sangue do coração para as Artérias de tamanho médio. Microscópicas (15 a 30 μm de diâmetro). Microscópicas; os menores vasos sanguíneos (5 a 10 μm de diâmetro). Vênulas pós-capilares Conduz sangue do coração para as (15 a 30 μm de diâmetro). Microscópicas; os menores vasos sanguíneos (5 a 10 μm de diâmetro). Vênulas pós-capilares Conduz sangue do coração para as Distribui sangue para as arteríolas. (15 a 30 μm de diâmetro). Microscópicas; os menores vasos sanguíneos (5 a 10 μm de diâmetro). Conduz sangue do coração para as artérias musculares. Distribui sangue para as arteríolas. Leva sangue para os capilares e ajuda a Microscópicas; os menores vasos sanguíneos (5 a 10 μm de diâmetro). (10 a 15 μm de diâmetro). Conduz sangue do coração para as artérias musculares. Distribui sangue para as arteríolas. Leva sangue para os capilares e ajuda a regular o fl uxo sanguíneo das artérias Microscópicas; os menores vasos sanguíneos (5 a 10 μm de diâmetro). Microscópicas (10 a 15 μm de diâmetro). Conduz sangue do coração para as artérias musculares. Distribui sangue para as arteríolas. Leva sangue para os capilares e ajuda a regular o fl uxo sanguíneo das artérias Microscópicas; os menores vasos sanguíneos (5 a 10 μm de diâmetro). Microscópicas (10 a 15 μm de diâmetro). Conduz sangue do coração para as artérias musculares. Distribui sangue para as arteríolas. Leva sangue para os capilares e ajuda a regular o fl uxo sanguíneo das artérias (5 a 10 μm de diâmetro). Microscópicas (10 a 15 μm de diâmetro). Conduz sangue do coração para as artérias musculares. Distribui sangue para as arteríolas. Leva sangue para os capilares e ajuda a regular o fl uxo sanguíneo das artérias Permite a troca de nutrientes e resíduos Microscópicas (10 a 15 μm de diâmetro). Conduz sangue do coração para as artérias musculares. Distribui sangue para as arteríolas. Leva sangue para os capilares e ajuda a regular o fl uxo sanguíneo das artérias para os capilares. Permite a troca de nutrientes e resíduos entre o sangue e o líquido intersticial; Microscópicas (10 a 15 μm de diâmetro). Conduz sangue do coração para as Distribui sangue para as arteríolas. Leva sangue para os capilares e ajuda a regular o fl uxo sanguíneo das artérias para os capilares. Permite a troca de nutrientes e resíduos entre o sangue e o líquido intersticial; distribui o sangue para as vênulas (10 a 15 μm de diâmetro). Conduz sangue do coração para as Distribui sangue para as arteríolas. Leva sangue para os capilares e ajuda a regular o fl uxo sanguíneo das artérias para os capilares. Permite a troca de nutrientes e resíduos entreo sangue e o líquido intersticial; distribui o sangue para as vênulas (10 a 15 μm de diâmetro). Distribui sangue para as arteríolas. Leva sangue para os capilares e ajuda a regular o fl uxo sanguíneo das artérias para os capilares. Permite a troca de nutrientes e resíduos entre o sangue e o líquido intersticial; distribui o sangue para as vênulas Passa o sangue para as vênulas Distribui sangue para as arteríolas. Leva sangue para os capilares e ajuda a regular o fl uxo sanguíneo das artérias para os capilares. Permite a troca de nutrientes e resíduos entre o sangue e o líquido intersticial; distribui o sangue para as vênulas pós-capilares. Passa o sangue para as vênulas musculares; permite a troca de nutrientes e resíduos entre o sangue e o líquido intersticial; atua na emigração Leva sangue para os capilares e ajuda a regular o fl uxo sanguíneo das artérias Permite a troca de nutrientes e resíduos entre o sangue e o líquido intersticial; distribui o sangue para as vênulas pós-capilares. Passa o sangue para as vênulas musculares; permite a troca de nutrientes e resíduos entre o sangue e o líquido intersticial; atua na emigração Leva sangue para os capilares e ajuda a regular o fl uxo sanguíneo das artérias Permite a troca de nutrientes e resíduos entre o sangue e o líquido intersticial; distribui o sangue para as vênulas pós-capilares. Passa o sangue para as vênulas musculares; permite a troca de nutrientes e resíduos entre o sangue e o líquido intersticial; atua na emigração regular o fl uxo sanguíneo das artérias Permite a troca de nutrientes e resíduos entre o sangue e o líquido intersticial; distribui o sangue para as vênulas pós-capilares. Passa o sangue para as vênulas musculares; permite a troca de nutrientes e resíduos entre o sangue e o líquido intersticial; atua na emigração Permite a troca de nutrientes e resíduos entre o sangue e o líquido intersticial; distribui o sangue para as vênulas pós-capilares. Passa o sangue para as vênulas musculares; permite a troca de nutrientes e resíduos entre o sangue e o líquido intersticial; atua na emigração dos leucócitos. Permite a troca de nutrientes e resíduos entre o sangue e o líquido intersticial; distribui o sangue para as vênulas Passa o sangue para as vênulas musculares; permite a troca de nutrientes e resíduos entre o sangue e o líquido intersticial; atua na emigração dos leucócitos. Permite a troca de nutrientes e resíduos entre o sangue e o líquido intersticial; distribui o sangue para as vênulas Passa o sangue para as vênulas musculares; permite a troca de nutrientes e resíduos entre o sangue e o líquido intersticial; atua na emigração dos leucócitos. Passa o sangue para as vênulas musculares; permite a troca de nutrientes e resíduos entre o sangue e o líquido intersticial; atua na emigração dos leucócitos. Passa o sangue para as vênulas musculares; permite a troca de nutrientes e resíduos entre o sangue e o líquido intersticial; atua na emigração dos leucócitos. nutrientes e resíduos entre o sangue e o líquido intersticial; atua na emigração nutrientes e resíduos entre o sangue e o líquido intersticial; atua na emigração o líquido intersticial; atua na emigração Vênulas muscularesVênulas muscularesVênulas muscularesVênulas muscularesVênulas muscularesVênulas musculares VeiasVeias (50 a 200 μm de diâmetro). (50 a 200 μm de diâmetro). Microscópicas (50 a 200 μm de diâmetro). Microscópicas (50 a 200 μm de diâmetro). Variam de 0,5 mm a 3 cm Microscópicas (50 a 200 μm de diâmetro). Variam de 0,5 mm a 3 cm Microscópicas (50 a 200 μm de diâmetro). Variam de 0,5 mm a 3 cm de diâmetro. (50 a 200 μm de diâmetro). Variam de 0,5 mm a 3 cm de diâmetro. (50 a 200 μm de diâmetro). Variam de 0,5 mm a 3 cm de diâmetro. (50 a 200 μm de diâmetro). Variam de 0,5 mm a 3 cm de diâmetro. Passa o sangue para as veias; reservatórios para acumular grandes Variam de 0,5 mm a 3 cm Passa o sangue para as veias; reservatórios para acumular grandes volumes de sangue (junto com as Variam de 0,5 mm a 3 cm Passa o sangue para as veias; reservatórios para acumular grandes volumes de sangue (junto com as Passa o sangue para as veias; reservatórios para acumular grandes volumes de sangue (junto com as vênulas pós-capilares). Retorna o sangue para o coração, Passa o sangue para as veias; reservatórios para acumular grandes volumes de sangue (junto com as vênulas pós-capilares). Retorna o sangue para o coração, facilitado pelas válvulas nas veias Passa o sangue para as veias; reservatórios para acumular grandes volumes de sangue (junto com as vênulas pós-capilares). Retorna o sangue para o coração, facilitado pelas válvulas nas veias Passa o sangue para as veias; reservatórios para acumular grandes volumes de sangue (junto com as vênulas pós-capilares). Retorna o sangue para o coração, facilitado pelas válvulas nas veias Passa o sangue para as veias; reservatórios para acumular grandes volumes de sangue (junto com as vênulas pós-capilares). Retorna o sangue para o coração, facilitado pelas válvulas nas veias dos membros. Passa o sangue para as veias; reservatórios para acumular grandes volumes de sangue (junto com as vênulas pós-capilares). Retorna o sangue para o coração, facilitado pelas válvulas nas veias dos membros. reservatórios para acumular grandes volumes de sangue (junto com as vênulas pós-capilares). Retorna o sangue para o coração, facilitado pelas válvulas nas veias dos membros. reservatórios para acumular grandes volumes de sangue (junto com as vênulas pós-capilares). Retorna o sangue para o coração, facilitado pelas válvulas nas veias dos membros. Retorna o sangue para o coração, facilitado pelas válvulas nas veias dos membros. Retorna o sangue para o coração, facilitado pelas válvulas nas veias facilitado pelas válvulas nas veias Fonte: TORTORA; NIELSEN, 2013, p. 531. (Adaptado). É digno de nota que os vasos sanguíneos não são tubos rígidos que sim- plesmente direcionam o fl uxo do sangue, mas são estruturas dinâmicas que pulsam, constringem e relaxam, e até mesmo proliferam, segundo as neces- sidades variáveis do corpo. Essas características originam das paredes dos vasos sanguíneos, que são constituídas de três túnicas (ou camadas): • Túnica externa (ou adventícia): localizada mais externamente, é composta de tecido conjuntivo frouxo; • Túnica média: essa camada intermediária é composta de músculo liso. As artérias possuem quantidades variáveis de fibras elásticas em sua túnica média; • Túnica interna: é a mais interna das três camadas, sendo composta de epitélio simples pavimentoso (o endotélio) e fibras elásticas. Os capilares são compostos apenas do endotélio, sobre uma lâmina basal. ANATOMIA HUMANA 90 SER_NUTRI_ANAHU_UNID3.indd 90 22/10/20 16:13 Muitas veias possuem uma estrutura chamada válvula, que estão au- sentes nas artérias, nas veias do cérebro e em algumas veias do pescoço e do tronco. As válvulas são pregas membranosas da túnica interna da veia que orientam a direção da corrente sanguínea, mantendo sua circulação rumo ao coração e impedindo seu refluxo. EXPLICANDO A retenção de sangue nas veias das pernas por períodos longos pode causar a deformação das veias nos trechos onde as válvulas se tornam ineficientes. O resultado são as veias varicosas, conhecidas popularmente como varizes. As varicosidades resultantes nas veias anais são conheci- das como hemorroidas. As veias varicosas podem ser hereditárias, mas também podem ocorrer com pessoas em ocupações que requerem longos períodos de imobilidade. A obesidade e a gravidez podem provocar ou agravar o problema. Chamamos de pressão sanguínea a força gerada pelo sangue contra as pare- des internas dos vasos que percorrem. É principalmente observada nas artérias e arteríolas nas quais a pressão é mais alta. Noscapilares e vênulas, a pressão sanguínea é consideravelmente baixa, com isso, o movimento do sangue é mais lento. Nas veias, a pressão sanguínea atua secundariamente, porque a ação das válvulas e a contração dos músculos esqueléticos exercem a maioria da força ne- cessária para mover o sangue para o coração. A pressão sanguínea comumente é considerada um sinal vital, bem como outros fatores como a frequência respi- ratória, a medida da frequência de pulsação e a temperatura corpórea. Sistema linfático O sistema linfático se relaciona intimamente com o sistema cardiovascular, uma vez que sua função principal é devolver o excesso de líquido para os vasos sanguíneos por meio dos vasos linfáticos. Além disso, esse sistema atua na defesa do corpo contra microrganismos e substâncias es- tranhas, bem como na absorção de gordura. Todos os capilares sanguíneos são envolvidos por tecido conjuntivo frouxo que contém líquido tecidual (ou intersticial), originado do sangue filtrado pelas paredes dos capilares, e cuja composição consiste em água, vários íons, moléculas de nutrientes e gases ANATOMIA HUMANA 91 SER_NUTRI_ANAHU_UNID3.indd 91 22/10/20 16:13 respiratórios. Os vasos linfáticos atuam na coleta desse excesso de líquido em volta dos capilares e na sua devolução para a corrente sanguínea. Uma vez dentro dos vasos linfáticos, esse líqui- do chama-se linfa. Quando ocorre um bloqueio dos vasos linfáticos, a região do corpo afetada incha devido ao ex- cesso de líquido tecidual, uma condição conhecida como edema. Como a linfa é conduzida somente na direção do coração, os vasos linfáti- cos mantêm um sistema de mão única e variam de acordo com seus tamanhos (calibre). Os vasos menores, que recebem a linfa primeiro, são os capilares linfáti- cos, que conduzem a linfa para os vasos (coletores) linfáticos. Os vasos linfáticos drenam para os troncos linfáticos, que se unem para formar os ductos linfáticos e desembocarem nas veias da raiz do pescoço. Ao longo do seu trajeto pelos vasos linfáticos, a linfa é filtrada por cen- tenas de linfonodos, pequenos órgãos em forma de feijão. Em seu interior, os linfonodos contêm células fagocíticas que ajudam a remover patógenos da linfa antes que ela atinja o sistema venoso. A linfa é transportada para um linfonodo pelos vasos linfáticos aferentes e saem pelos vasos linfáticos eferentes. Nódulos linfáticos no interior de linfonodos são locais de produ- ção de linfócitos e, portanto, são importantes no desenvolvimento de uma resposta imune. Frequentemente, os linfonodos são encontrados ao longo do percurso dos vasos sanguíneos. Em inflamações, o linfonodo pode inchar e tornar-se doloroso, uma ocorrência popularmen- te conhecida como íngua. Além dos linfonodos, constituem órgãos linfáticos as tonsilas, o baço e o timo. Os órgãos linfáticos desempenham funções importantes no sistema imunológico (Quadro 4). Os grandes nódulos nas paredes da faringe são denominados tonsilas. ANATOMIA HUMANA 92 SER_NUTRI_ANAHU_UNID3.indd 92 22/10/20 16:13 Órgãos Locais Funções Linfonodos Em agrupamentos ou cadeias ao longo do trajeto de grandes vasos linfáticos. Locais de produção de linfócitos; aloja linfócitos T e linfócitos B que são responsáveis por imunidade; fagócitos fi ltram partículas estranhas e resíduos celulares da linfa. Tonsilas Em um anel na junção da cavidade oral e faringe. Protege contra a invasão de substâncias estranhas que são ingeridas ou inaladas. Baço Porção esquerda superior da cavidade abdominal, abaixo do diafragma e apoiada ao estômago. Atua como reservatório de sangue; fagocita e fi ltra partículas estranhas, restos celulares e eritrócitos velhos do sangue; produção de linfócitos. Timo Interior do mediastino, atrás do manúbrio do esterno. Importante local imunológico em uma criança; produção de linfócitos; modifi ca linfócitos indiferenciados em linfócitos T. QUADRO 4. ÓRGÃOS LINFÁTICOS LinfonodosLinfonodosLinfonodosLinfonodos Em agrupamentos ou cadeias ao Tonsilas Em agrupamentos ou cadeias ao longo do trajeto de grandes vasos Tonsilas Em agrupamentos ou cadeias ao longo do trajeto de grandes vasos Tonsilas Em agrupamentos ou cadeias ao longo do trajeto de grandes vasos Em um anel na junção da cavidade Baço Em agrupamentos ou cadeias ao longo do trajeto de grandes vasos Em um anel na junção da cavidade Baço Em agrupamentos ou cadeias ao longo do trajeto de grandes vasos linfáticos. Em um anel na junção da cavidade Em agrupamentos ou cadeias ao longo do trajeto de grandes vasos linfáticos. Em um anel na junção da cavidade Porção esquerda superior da Timo Em agrupamentos ou cadeias ao longo do trajeto de grandes vasos linfáticos. Em um anel na junção da cavidade oral e faringe. Porção esquerda superior da cavidade abdominal, abaixo do diafragma e apoiada ao estômago. Timo Em agrupamentos ou cadeias ao longo do trajeto de grandes vasos Em um anel na junção da cavidade oral e faringe. Porção esquerda superior da cavidade abdominal, abaixo do diafragma e apoiada ao estômago. Em agrupamentos ou cadeias ao longo do trajeto de grandes vasos Em um anel na junção da cavidade oral e faringe. Porção esquerda superior da cavidade abdominal, abaixo do diafragma e apoiada ao estômago. Interior do mediastino, atrás do longo do trajeto de grandes vasos Em um anel na junção da cavidade oral e faringe. Porção esquerda superior da cavidade abdominal, abaixo do diafragma e apoiada ao estômago. Interior do mediastino, atrás do Em um anel na junção da cavidade Porção esquerda superior da cavidade abdominal, abaixo do diafragma e apoiada ao estômago. Interior do mediastino, atrás do manúbrio do esterno. Locais de produção de linfócitos; aloja linfócitos T e linfócitos B que são responsáveis por imunidade; fagócitos Em um anel na junção da cavidade Porção esquerda superior da cavidade abdominal, abaixo do diafragma e apoiada ao estômago. Interior do mediastino, atrás do manúbrio do esterno. Locais de produção de linfócitos; aloja linfócitos T e linfócitos B que são responsáveis por imunidade; fagócitos fi ltram partículas estranhas e resíduos Em um anel na junção da cavidade Porção esquerda superior da cavidade abdominal, abaixo do diafragma e apoiada ao estômago. Interior do mediastino, atrás do manúbrio do esterno. Locais de produção de linfócitos; aloja linfócitos T e linfócitos B que são responsáveis por imunidade; fagócitos fi ltram partículas estranhas e resíduos Porção esquerda superior da cavidade abdominal, abaixo do diafragma e apoiada ao estômago. Interior do mediastino, atrás do manúbrio do esterno. Locais de produção de linfócitos; aloja linfócitos T e linfócitos B que são responsáveis por imunidade; fagócitos fi ltram partículas estranhas e resíduos Protege contra a invasão de substâncias estranhas que são ingeridas ou inaladas. cavidade abdominal, abaixo do diafragma e apoiada ao estômago. Interior do mediastino, atrás do manúbrio do esterno. Locais de produção de linfócitos; aloja linfócitos T e linfócitos B que são responsáveis por imunidade; fagócitos fi ltram partículas estranhas e resíduos Protege contra a invasão de substâncias estranhas que são ingeridas ou inaladas. diafragma e apoiada ao estômago. Atua como reservatório de sangue; fagocita e Interior do mediastino, atrás do manúbrio do esterno. Locais de produção de linfócitos; aloja linfócitos T e linfócitos B que são responsáveis por imunidade; fagócitos fi ltram partículas estranhas e resíduos celulares da linfa. Protege contra a invasão de substâncias estranhas que são ingeridas ou inaladas. Atua como reservatório de sangue; fagocita e fi ltra partículas estranhas, restos celulares e Interior do mediastino, atrás do manúbrio do esterno. Locais de produção de linfócitos; aloja linfócitos T e linfócitos B que são responsáveis porimunidade; fagócitos fi ltram partículas estranhas e resíduos celulares da linfa. Protege contra a invasão de substâncias estranhas que são ingeridas ou inaladas. Atua como reservatório de sangue; fagocita e fi ltra partículas estranhas, restos celulares e eritrócitos velhos do sangue; produção Interior do mediastino, atrás do Locais de produção de linfócitos; aloja linfócitos T e linfócitos B que são responsáveis por imunidade; fagócitos fi ltram partículas estranhas e resíduos celulares da linfa. Protege contra a invasão de substâncias estranhas que são ingeridas ou inaladas. Atua como reservatório de sangue; fagocita e fi ltra partículas estranhas, restos celulares e eritrócitos velhos do sangue; produção Locais de produção de linfócitos; aloja linfócitos T e linfócitos B que são responsáveis por imunidade; fagócitos fi ltram partículas estranhas e resíduos celulares da linfa. Protege contra a invasão de substâncias estranhas que são ingeridas ou inaladas. Atua como reservatório de sangue; fagocita e fi ltra partículas estranhas, restos celulares e eritrócitos velhos do sangue; produção Importante local imunológico em uma criança; produção de linfócitos; modifi ca Locais de produção de linfócitos; aloja linfócitos T e linfócitos B que são responsáveis por imunidade; fagócitos fi ltram partículas estranhas e resíduos celulares da linfa. Protege contra a invasão de substâncias estranhas que são ingeridas ou inaladas. Atua como reservatório de sangue; fagocita e fi ltra partículas estranhas, restos celulares e eritrócitos velhos do sangue; produção Importante local imunológico em uma criança; produção de linfócitos; modifi ca linfócitos indiferenciados em linfócitos T. aloja linfócitos T e linfócitos B que são responsáveis por imunidade; fagócitos fi ltram partículas estranhas e resíduos Protege contra a invasão de substâncias estranhas que são ingeridas ou inaladas. Atua como reservatório de sangue; fagocita e fi ltra partículas estranhas, restos celulares e eritrócitos velhos do sangue; produção Importante local imunológico em uma criança; produção de linfócitos; modifi ca linfócitos indiferenciados em linfócitos T. responsáveis por imunidade; fagócitos fi ltram partículas estranhas e resíduos Protege contra a invasão de substâncias estranhas que são ingeridas ou inaladas. Atua como reservatório de sangue; fagocita e fi ltra partículas estranhas, restos celulares e eritrócitos velhos do sangue; produção de linfócitos. Importante local imunológico em uma criança; produção de linfócitos; modifi ca linfócitos indiferenciados em linfócitos T. fi ltram partículas estranhas e resíduos Protege contra a invasão de substâncias estranhas que são ingeridas ou inaladas. Atua como reservatório de sangue; fagocita e fi ltra partículas estranhas, restos celulares e eritrócitos velhos do sangue; produção de linfócitos. Importante local imunológico em uma criança; produção de linfócitos; modifi ca linfócitos indiferenciados em linfócitos T. Protege contra a invasão de substâncias estranhas que são ingeridas ou inaladas. Atua como reservatório de sangue; fagocita e fi ltra partículas estranhas, restos celulares e eritrócitos velhos do sangue; produção de linfócitos. Importante local imunológico em uma criança; produção de linfócitos; modifi ca linfócitos indiferenciados em linfócitos T. Protege contra a invasão de substâncias estranhas que são ingeridas ou inaladas. Atua como reservatório de sangue; fagocita e fi ltra partículas estranhas, restos celulares e eritrócitos velhos do sangue; produção de linfócitos. Importante local imunológico em uma criança; produção de linfócitos; modifi ca linfócitos indiferenciados em linfócitos T. estranhas que são ingeridas ou inaladas. Atua como reservatório de sangue; fagocita e fi ltra partículas estranhas, restos celulares e eritrócitos velhos do sangue; produção Importante local imunológico em uma criança; produção de linfócitos; modifi ca linfócitos indiferenciados em linfócitos T. Atua como reservatório de sangue; fagocita e fi ltra partículas estranhas, restos celulares e eritrócitos velhos do sangue; produção Importante local imunológico em uma criança; produção de linfócitos; modifi ca linfócitos indiferenciados em linfócitos T. fi ltra partículas estranhas, restos celulares e eritrócitos velhos do sangue; produção Importante local imunológico em uma criança; produção de linfócitos; modifi ca linfócitos indiferenciados em linfócitos T. Importante local imunológico em uma criança; produção de linfócitos; modifi ca linfócitos indiferenciados em linfócitos T. Importante local imunológico em uma criança; produção de linfócitos; modifi ca linfócitos indiferenciados em linfócitos T. criança; produção de linfócitos; modifi ca linfócitos indiferenciados em linfócitos T. Fonte: VAN DE GRAAFF, 2003, p. 587. (Adaptado). Sistema respiratório: conceito e divisão Os seres humanos são capazes de sobreviver sem água por dias e sem ali- mento por semanas, mas não conseguem sobreviver sem oxigênio por nem mes- mo alguns minutos. As inúmeras células no corpo exigem um suprimento contí- nuo de oxigênio (O2) para produzir a energia da qual precisam para desempenhar suas funções vitais. Além disso, as células produzem dióxido de carbono (CO2), um subproduto gerado durante um processo químico de conversão da glicose em energia celular (ATP) chamado respiração celular e que o corpo deve eliminar. Para realizar a função primordial de abastecer o corpo com O2 e descartar CO2, precisam ocorrer os seguintes processos, chamados coletivamente de respiração: • Ventilação pulmonar: o ar precisa entrar e sair dos pulmões para que os gases nos alvéolos pulmonares (sacos de ar) sejam substituídos continuamente. Esse movimento se cha- ma ventilação ou respiração; • Respiração externa: a troca gasosa deve ocorrer entre o sangue e o ar nos alvéolos. O O2 nos sacos de ar se difunde no sangue; o CO2 no sangue se difunde nos alvéolos; ANATOMIA HUMANA 93 SER_NUTRI_ANAHU_UNID3.indd 93 22/10/20 16:13 • Transporte dos gases respiratórios: o O2 e o CO2 precisam ser conduzidos dos pulmões para as células do corpo, um processo realizado pelo sistema cardiovascular, com o sangue atuando de fluido de transporte; • Respiração interna: nos capilares sistêmi- cos, os gases necessitam ser trocados entre o sangue e as células dos tecidos. Os processos respiratórios asseguram que a respi- ração celular possa ocorrer em todas as células do corpo. Podemos observar que os sistemas respiratório e cardiovascular estão intimamente associados: se algum deles falhar, as células do corpo começam a morrer devido à priva- ção de oxigênio. Como o sistema respiratório movimenta o ar para dentro e para fora do corpo, ele também está relacionado com a fala e com o olfato. O ramo da medicina que atua com o diagnóstico e tratamento das doen- ças das orelhas, nariz e garganta é chamado de otorrinolaringologia, en- quanto pneumologia é a especialidade de diagnóstico e tratamento das doenças dos pulmões. No que se refere à divisão do sistema respiratório, ele inclui os seguintes ór- gãos: o nariz, a cavidade nasal e os seios paranasais; a faringe; a laringe; a tra- queia; os brônquios e suas ramificações; e os pulmões, que contêm os sacos de ar terminais, ou alvéolos. Em termos funcionais, essas estruturas respiratórias são divididas em estruturas de condução e de respiração. A parte de condução inclui as vias de passagem respiratórias, que transportam o ar para os locais de troca gasosa. Suas estruturas também filtram, umidificam e aquecem o ar que passa por elas. Desse modo, o ar que chega aos pulmões contém muito menos poeira do que continha quan- do entrou pelo nariz, sendo aquecido e eliminado. A parte de respiração, em que realmente ocorre a troca gasosa nos pulmões, é constituída pelas vias de passagem respiratóriasterminais dos pulmões, isto é, bronquíolos res- piratórios, ductos alveolares, sacos al- veolares e alvéolos. ANATOMIA HUMANA 94 SER_NUTRI_ANAHU_UNID3.indd 94 22/10/20 16:14 Sistema Respiratório Cavidade nasal mais seios paranasais Pulmão esquerdo Pulmão direito Laringe Narinas Traqueia Carina Cavidade oral Brônquio esquerdo principal Brônquios Brônquio direito principal Faringe Diafragma Figura 1. Sistema respiratório. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 01/10/2020. Nariz, cavidade nasal e seios paranasais, faringe, laringe, traqueia, brônquios, pleura e pulmões Parte condutora do sistema respiratório Nariz, cavidade nasal e seios paranasais A primeira via do sistema respiratório por onde o ar adentra é o nariz, que possui duas aberturas chamadas narinas. Elas permitem a entrada do ar para a cavidade nasal, a parte interna do nariz. A região da cavidade nasal compreen- dida pelas estruturas cartilaginosas do nariz é chamada de vestíbulo e possui pelos em seu epitélio, que capturam grandes partículas no ar e os impedem de prosseguir para o restante do sistema respiratório. A cavidade nasal é separada pelo septo nasal, que possui uma porção car- tilaginosa (formada pela cartilagem septal) e uma porção óssea (constituída ANATOMIA HUMANA 95 SER_NUTRI_ANAHU_UNID3.indd 95 22/10/20 16:14 pela lâmina perpendicular do osso etmoide e pelo vômer). As maxilas, os ossos nasais e frontal, o etmoide e o esfenoide formam as paredes laterais e superior da cavidade nasal. A partir da parede lateral, se projetam três estruturas ós- seas chamadas conchas nasais superior, média e inferior, que geram espaços conhecidos como meatos nasais superior, médio e inferior, caracterizados por serem canais aéreos estreitos que promovem filtração, aquecimento e o ume- decimento do ar inspirado. O palato duro, formado pelos ossos maxila e palatino, forma o assoalho da cavidade nasal e separa as cavidades oral e nasal. O palato mole muscular se estende ao palato duro posteriormente, definindo o limite entre a parte nasal da faringe e as partes restantes da faringe. A cavidade nasal se encerra em duas aberturas para a região nasal da faringe, chamadas cóanos. A cavidade nasal se comunica com espaços aéreos encontrados em alguns ossos do crânio chamados seios paranasais. Existem quatro pares de seios pa- ranasais, que são nomeados de acordo com os ossos que se encontram com o seio maxilar, frontal, esfenoidal e células etmoidais. Os seios paranasais são parcialmente responsáveis pela ressonância do som e atuam na diminuição do peso do crânio. Além disso, produzem uma secreção mucosa que colabora para a superfície da cavidade nasal se manter úmida e limpa. Quando a mu- cosa que produz essa secreção inflama, estamos diante de um quadro clínico chamado sinusite. Faringe Comumente conhecida como garganta ou goela, a faringe é um órgão mus- cular em forma de funil que interliga as cavidades nasais e oral com a larin- ge (sistema respiratório) e o esôfago (sistema digestório), possuindo funções respiratória e digestória. Além disso, atua como câmara de ressonância para alguns sons da fala. A faringe é dividida com base na localização e função em três regiões. • A parte nasal da faringe atua somente como pas- sagem para o ar, pois se localiza acima da entrada de alimentos do corpo (a boca). Sua posição é logo atrás da cavidade nasal e acima do palato mole, sendo a parte superior da faringe. Uma úvula palatina pen- de da porção inferior mediana do palato mole; ANATOMIA HUMANA 96 SER_NUTRI_ANAHU_UNID3.indd 96 22/10/20 16:14 • A parte oral é a porção seguinte da faringe, localizada entre o palato mole e o osso hioide. Passam por essa região o ar inalado da respiração, assim como os alimentos e líquidos deglutidos. A base da língua compõe a parede anterior da parte oral da faringe; • A parte laríngea é a porção inferior da faringe, que se estende inferiormen- te do osso hioide até a laringe. Na parte inferior da parte laríngea da faringe ocorre a separação dos sistemas respiratório e digestório, com o ar inalado é conduzido anteriormente na laringe, enquanto os alimentos e líquidos degluti- dos são encaminhados ao esôfago. Na parede lateral da parte nasal da faringe há uma abertura que se liga à tuba auditiva, que permite a comunicação da parte nasal da faringe com a cavidade timpânica da orelha média, atuando para igualar as pressões do ar na cavidade timpânica com a pressão externa, permitindo a livre movimentação da membra- na timpânica. Entretanto, esta comunicação permite que infecções da faringe se propaguem para a orelha média. Laringe A laringe, ou “caixa” de voz, é um órgão que conecta a parte laríngea da farin- ge com a traqueia e está localizada na linha mediana anterior do pescoço, entre a quarta e sexta vértebra cervical. A laringe tem como principal função permitir a pas- sagem do ar durante a respiração, além de bloquear a entrada de alimentos ou líqui- dos na traqueia durante a deglutição. Uma função secundária é a produção de sons. A laringe possui o formato de uma caixa triangular, sendo constituída por nove cartilagens: três grandes ímpares e seis menores pares. A maior das cartilagens ím- pares é cartilagem tireoidea, conhecida por sua proeminência anterior popularmen- te chamada de “pomo de Adão”. Ela é comumente maior e mais proeminente nos homens devido ao efeito dos hormônios sexuais masculinos durante a puberdade. CURIOSIDADE Durante a deglutição, o palato mole e a úvula palatina são elevados, no intuito de bloquear a cavidade nasal e impedir que alimentos entrem por ela. Ocasionalmente, uma pessoa pode, subitamente, exalar ar (quando ri, por exemplo) enquanto deglute líquido. Se isso efetivamente ocorrer antes que a úvula bloqueie a parte nasal da faringe, o líquido deve entrar na cavidade nasal. ANATOMIA HUMANA 97 SER_NUTRI_ANAHU_UNID3.indd 97 22/10/20 16:14 Fixada ao osso hioide e à cartilagem tireoidea, se encontra a epiglote, que tem forma de colher e possui um arcabouço chamado cartilagem epiglótica. A epiglote está posicionada atrás da raiz da língua e controla a abertura da laringe durante a deglutição. Inferiormente, a laringe é composta pela carti- lagem cricoidea, uma cartilagem em forma de anel que se liga à cartilagem tireoidea e à traqueia. O par de cartilagens aritenoideas, situadas acima da cricoidea e abaixo da tireoidea, atuam como pontos de fixação posterior para as pregas vocais. As outras cartilagens pares, as cartilagens cuneiforme e corniculada, são pequenas e acessórias, estando próximas e associadas às cartilagens aritenoideas. Traqueia A traqueia é um órgão tubular que se localiza anteriormente ao esôfago e inferiormente a laringe. É formada por aproximadamente 16 a 20 cartilagens hialinas em forma de C, garantindo que a via aérea permaneça sempre aber- ta. A mucosa, superfície que reveste a traqueia, contém numerosas células secretoras de muco, proporcionando uma proteção contra partículas similar à encontrada no revestimento da cavidade nasal e da laringe. Sendo uma estrutura presente na linha mediana, a traqueia se ramifica para dar origem aos brônquios principais direito e esquerdo. Essa bifurcação é reforçada por uma crista cartilaginosa em forma de quilha, a carina. Árvore bronquial A árvore bronquial é como denominamos uma série de tubos respirató- rios que se bifurcam em tubos menores que se estendem profundamente para os pulmões. A traqueia se ramifica nos brônquios direito e esquerdo, que seguem para o seu respectivo pulmão. O brônquio principal direito é me- nor, mais vertical e calibroso que o esquerdo. Vale destacar que os brônquios principais possuem características em comum com a traqueia, como a presença de anéis incompletos de cartilagem. Após entrar nos pulmões, o brônquio principal di- vide-se mais para formar os brônquios lobares (se- cundário) e brônquios segmentares(terciários). A árvore bronquial continua sucessivamente se di- vidindo em túbulos menores denominados bron- quíolos, que possuem sua parede composta de mús- ANATOMIA HUMANA 98 SER_NUTRI_ANAHU_UNID3.indd 98 22/10/20 16:14 culo liso espesso, diferindo dos brônquios com paredes cartilaginosas. Essa estrutura dos bronquíolos confere mais resistência para o fluxo do ar. A ramifi- cação seguinte são os bronquíolos terminais, que encerram a porção conduto- ra do sistema respiratório. Parte respiratória do sistema respiratório Bronquíolos e alvéolos As primeiras estruturas da porção respiratória são os bronquíolos respi- ratórios, que se bifurcam a partir dos bronquíolos terminais. Eles podem ser reconhecidos pelos alvéolos dispersos que se projetam de suas paredes. Os bronquíolos respiratórios originam os ductos alveolares, cujas paredes são formadas quase inteiramente por alvéolos. Os ductos alveolares se encerram nos sacos alveolares. Alvéolos e sacos alveolares são estruturas diferentes: o saco alveolar é semelhante a um cacho de uvas, em que cada uva é um alvéolo. Cada pulmão contém aproximadamente 400 milhões de alvéolos, o que confere ao órgão um aspecto esponjoso. Uma vasta rede de vasos capilares está associada a cada alvéolo, formando a membrana respiratória, na qual é efetuada a hematose (troca gasosa entre os alvéolos e o sangue). O ar está pre- sente no lado alveolar da membrana e o sangue flui no lado capilar. Os gases passam facilmente através dessa fina membrana: o oxigênio se difunde para o sangue, enquanto o dióxido de carbono parte para os alvéolos cheios de ar. Importante ressaltar que os vasos capilares são circundados por várias fi- bras elásticas. Esse tecido elástico ajuda na manutenção das posições relati- vas dos bronquíolos respiratórios e dos alvéolos. O retorno à posição original dessas fibras durante a expiração reduz o tamanho dos alvéolos e auxilia no processo de expiração. Pulmões Os pulmões direito e esquerdo estão localizados na cavidade torácica, envol- vidos pelas cavidades pleurais direita e esquerda, respectivamente. Cada pulmão apresenta uma extremidade superior arredondada, chamada de ápice do pulmão, ANATOMIA HUMANA 99 SER_NUTRI_ANAHU_UNID3.indd 99 22/10/20 16:14 que se estende superiormente à primeira costela. A extremidade inferior côncava, ou base do pulmão, apoia-se na face superior do diafragma. Entre os pulmões, há um compartimento central chamado mediastino, onde permanecem o coração e seus grandes vasos, o esôfago, parte da traqueia e os brônquios principais. Os pulmões apresentam lobos distintos, separados por fissuras profundas. O pulmão direito se divide em três lobos: superior, médio e inferior. A fissura horizontal delimita os lobos superior e médio, enquanto a fissura oblíqua separa os lobos superior e inferior. O pulmão esquerdo apresenta somente dois lobos, superior e inferior, separados pela fissura oblíqua. O pulmão direito é maior que o esquerdo, pois a maior parte do coração projeta-se em direção ao pulmão esquerdo; contudo, o pulmão esquerdo é mais extenso que o direito porque o diafragma eleva-se mais do lado direito. Em volta de cada pulmão há um saco achatado, cujas paredes são formadas por uma membrana serosa chamada pleura. A camada externa dessa membra- na é a pleura parietal, que envolve a superfície interna da parede torácica, a su- perfície superior do diafragma e as superfícies laterais do mediastino. A camada interna, diretamente sobre o pulmão, é a pleura visceral. Na área onde esses vasos entram no pulmão, a pleura pa- rietal é contínua à pleura visceral, que cobre a superfície externa do pulmão. Entre as pleuras parietal e visceral, encontramos um espaço virtual cha- mado cavidade pleural, preenchida com uma película fina de fluido pleural. Produzido pelas pleuras, esse fluido lubrificante permite que os pulmões deslizem sem atrito durante os movi- mentos respiratórios. As pleuras também dividem a cavidade torá- cica em três compartimentos separados: o mediastino e os dois compartimentos pleurais, direito e esquerdo. Essa compartimentalização ajuda a evitar que os pulmões em movimento ou o coração interfiram um no outro, além de limitar a disseminação de in- fecções localizadas e o grau de lesão traumática. ANATOMIA HUMANA 100 SER_NUTRI_ANAHU_UNID3.indd 100 22/10/20 16:14 Inspiração Expiração 1 Músculos inspiratórios contraem (diafrag-ma desce; caixa torácica sobe). Músculos inspiratórios relaxam (diafrag- ma sobe; caixa torácica desce devido ao recuo das cartilagens costais). 2 Cavidade torácica e cavidade pleural aumentam de volume. Cavidade torácica e cavidade pleural diminuem de volume. 3 Pulmões se alongam; volume pulmonar aumenta. Pulmões retraem passivamente; volume pulmonar diminui. 4 Pressão do ar nos pulmões diminui. Pressão do ar nos pulmões sobe. 5 Ar fl ui para os pulmões. Ar escoa para fora dos pulmões. QUADRO 5. SEQUÊNCIA DE EVENTOS DURANTE A INSPIRAÇÃO E A EXPIRAÇÃO Fonte: MARIEB; HOEHN, 2013, p. 692. (Adaptado). 1 Músculos inspiratórios contraem (diafrag-Músculos inspiratórios contraem (diafrag-Músculos inspiratórios contraem (diafrag-ma desce; caixa torácica sobe). 3 Músculos inspiratórios contraem (diafrag- ma desce; caixa torácica sobe). Cavidade torácica e cavidade pleural Músculos inspiratórios contraem (diafrag- ma desce; caixa torácica sobe). Cavidade torácica e cavidade pleural Pulmões se alongam; volume pulmonar 4 Músculos inspiratórios contraem (diafrag- ma desce; caixa torácica sobe). Cavidade torácica e cavidade pleural Pulmões se alongam; volume pulmonar 5 Músculos inspiratórios contraem (diafrag- ma desce; caixa torácica sobe). Cavidade torácica e cavidade pleural aumentam de volume. Pulmões se alongam; volume pulmonar Músculos inspiratórios contraem (diafrag- ma desce; caixa torácica sobe). Cavidade torácica e cavidade pleural aumentam de volume. Pulmões se alongam; volume pulmonar Pressão do ar nos pulmões diminui. Músculos inspiratórios contraem (diafrag- ma desce; caixa torácica sobe). Cavidade torácica e cavidade pleural aumentam de volume. Pulmões se alongam; volume pulmonar Pressão do ar nos pulmões diminui. Músculos inspiratórios contraem (diafrag- ma desce; caixa torácica sobe). Cavidade torácica e cavidade pleural aumentam de volume. Pulmões se alongam; volume pulmonar aumenta. Pressão do ar nos pulmões diminui. Músculos inspiratórios contraem (diafrag- ma desce; caixa torácica sobe). Cavidade torácica e cavidade pleural aumentam de volume. Pulmões se alongam; volume pulmonar aumenta. Pressão do ar nos pulmões diminui. Ar fl ui para os pulmões. Músculos inspiratórios contraem (diafrag- ma desce; caixa torácica sobe). Cavidade torácica e cavidade pleural aumentam de volume. Pulmões se alongam; volume pulmonar aumenta. Pressão do ar nos pulmões diminui. Ar fl ui para os pulmões. Músculos inspiratórios contraem (diafrag- Cavidade torácica e cavidade pleural aumentam de volume. Pulmões se alongam; volume pulmonar aumenta. Pressão do ar nos pulmões diminui. Ar fl ui para os pulmões. Músculos inspiratórios relaxam (diafrag- Cavidade torácica e cavidade pleural Pulmões se alongam; volume pulmonar Pressão do ar nos pulmões diminui. Ar fl ui para os pulmões. Músculos inspiratórios relaxam (diafrag- ma sobe; caixa torácica desce devido ao Pulmões se alongam; volume pulmonar Pressão do ar nos pulmões diminui. Ar fl ui para os pulmões. Músculos inspiratórios relaxam (diafrag- ma sobe; caixa torácica desce devido ao Pulmões se alongam; volume pulmonar Pressão do ar nos pulmões diminui. Ar fl ui para os pulmões. Músculos inspiratórios relaxam (diafrag- ma sobe; caixa torácica desce devido ao recuo das cartilagens costais). Cavidade torácica e cavidade pleural Pressão do ar nos pulmões diminui. Ar fl ui para os pulmões. Músculos inspiratórios relaxam (diafrag- masobe; caixa torácica desce devido ao recuo das cartilagens costais). Cavidade torácica e cavidade pleural Pulmões retraem passivamente; volume Pressão do ar nos pulmões diminui. Músculos inspiratórios relaxam (diafrag- ma sobe; caixa torácica desce devido ao recuo das cartilagens costais). Cavidade torácica e cavidade pleural Pulmões retraem passivamente; volume Músculos inspiratórios relaxam (diafrag- ma sobe; caixa torácica desce devido ao recuo das cartilagens costais). Cavidade torácica e cavidade pleural diminuem de volume. Pulmões retraem passivamente; volume Músculos inspiratórios relaxam (diafrag- ma sobe; caixa torácica desce devido ao recuo das cartilagens costais). Cavidade torácica e cavidade pleural diminuem de volume. Pulmões retraem passivamente; volume Pressão do ar nos pulmões sobe. Músculos inspiratórios relaxam (diafrag- ma sobe; caixa torácica desce devido ao recuo das cartilagens costais). Cavidade torácica e cavidade pleural diminuem de volume. Pulmões retraem passivamente; volume pulmonar diminui. Pressão do ar nos pulmões sobe. Ar escoa para fora dos pulmões. Músculos inspiratórios relaxam (diafrag- ma sobe; caixa torácica desce devido ao recuo das cartilagens costais). Cavidade torácica e cavidade pleural diminuem de volume. Pulmões retraem passivamente; volume pulmonar diminui. Pressão do ar nos pulmões sobe. Ar escoa para fora dos pulmões. Músculos inspiratórios relaxam (diafrag- ma sobe; caixa torácica desce devido ao recuo das cartilagens costais). Cavidade torácica e cavidade pleural diminuem de volume. Pulmões retraem passivamente; volume pulmonar diminui. Pressão do ar nos pulmões sobe. Ar escoa para fora dos pulmões. Músculos inspiratórios relaxam (diafrag- ma sobe; caixa torácica desce devido ao recuo das cartilagens costais). Cavidade torácica e cavidade pleural diminuem de volume. Pulmões retraem passivamente; volume pulmonar diminui. Pressão do ar nos pulmões sobe. Ar escoa para fora dos pulmões. ma sobe; caixa torácica desce devido ao Cavidade torácica e cavidade pleural Pulmões retraem passivamente; volume pulmonar diminui. Pressão do ar nos pulmões sobe. Ar escoa para fora dos pulmões. Cavidade torácica e cavidade pleural Pulmões retraem passivamente; volume pulmonar diminui. Pressão do ar nos pulmões sobe. Ar escoa para fora dos pulmões. Pulmões retraem passivamente; volume Pressão do ar nos pulmões sobe. Ar escoa para fora dos pulmões. Pulmões retraem passivamente; volume Pressão do ar nos pulmões sobe. Ar escoa para fora dos pulmões. Pressão do ar nos pulmões sobe. Ar escoa para fora dos pulmões.Ar escoa para fora dos pulmões. Sistema digestório: conceito e divisão A afirmação “você é o que você come” é bastante verdadeira. Para que o organismo possa ser mantido vivo e funcional, é necessário que rece- bamos um suprimento constante de alimentos. Os alimentos contêm, em suas composições, vários nutrientes, moléculas necessárias para as rea- ções químicas que se relacionam com processos como divisão e crescimen- to celular, reparos, a síntese de enzimas e a produção de energia térmica. A nutrição influencia o estado de saúde, o estado mental e emocional, bem como nossa própria sensação de bem-estar. As proteínas, os carboidratos complexos, as gorduras insaturadas, as vitaminas, os minerais e a água são componentes essenciais de uma alimentação saudável. O processo de conversão dos alimentos ingeridos em unidades que nosso corpo é capaz de absorver é chamada de digestão e o sistema corporal responsável pela digestão é o sistema digestório. O sistema digestório forma uma extensa área de contato com o meio externo e está intimamente associado ao sistema cardiovascular, sendo essencial para o processamento do alimento que comemos. Podemos destacar como especialidades médicas que atuam no sistema digestório a gastroenterologia (estuda as características e distúrbios do estômago e do intestino) e a proctologia (estuda as características e doenças do reto e do ânus). ANATOMIA HUMANA 101 SER_NUTRI_ANAHU_UNID3.indd 101 22/10/20 16:14 De acordo com a anatomia e a função das estruturas, o sistema digestório é dividido em um trato gastrointestinal, chamado também de trato digestório, e órgãos digestórios anexos. O trato gastrointestinal é um tubo muscular contínuo que se estende da boca ao ânus, atravessando a cavidade torácica e entrando na cavidade abdominal por meio do músculo diafragma. Os órgãos presentes no trato gastrointestinal são a cavidade oral, a faringe, o esôfago, o estômago e os in- testino delgado e grosso. Os órgãos anexos do sistema digestório são a língua, os dentes, as glândulas salivares, o pâncreas, o fígado e a vesícula biliar. É importante esclarecer que o termo víscera é frequentemente usado para se referir aos órgãos abdominais da digestão, mas, na verdade, vísceras podem ser quaisquer órgãos das cavidades torácica e abdominal, como os pulmões, o estômago, o baço etc. Cavidade oral Esôfago Baço Estômago Intestino grosso Intestino delgado Reto Fígado Vesícula biliar Ânus Pâncreas Apêndice Língua Sistema digestório Figura 2. Sistema digestório. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 01/10/2020. ANATOMIA HUMANA 102 SER_NUTRI_ANAHU_UNID3.indd 102 22/10/20 16:14 Funções do sistema digestório O trato digestório e os órgãos acessórios trabalham em conjunto para de- sempenhar as seguintes funções: • Ingestão: é a introdução de alimentos e líquidos no trato digestório pela boca; Processamento mecânico: a maioria dos alimentos ingeridos precisa pas- sar por decomposição mecânica para serem digeridos. A pressão com a língua e a mastigação realizada pelos dentes são exemplos de processamentos mecâ- nicos que ocorrem antes da deglutição; • Mistura e propulsão: chamamos de propulsão o movimento do alimento pelo tubo digestório, incluindo a deglutição (um processo voluntário) e a peris- talse (processo involuntário). A peristalse, ou peristaltismo, se refere às ondas alternadas de contração e relaxamento da musculatura das paredes dos órgãos. Movimentos de mistura e de propulsão ocorrem ao longo do canal alimentar e continuam o processamento mecânico após a deglutição, como a agitação do alimento no estômago e a segmentação, constrições locais rítmicas do intestino; • Digestão: é a quebra química e enzimática de moléculas complexas do alimento (carboidratos, proteínas e lipídios) em moléculas orgânicas menores que podem ser absorvidas pelo trato digestório. A digestão geralmente envol- ve a ação de ácidos, enzimas e soluções-tampão produzidos por secreção ativa. Algumas destas secreções são produzidas pelo revestimento do trato digestó- rio, mas a maioria delas é oriunda de glândulas anexas ao tubo gastrointestinal; • Absorção: consiste no transporte de moléculas orgânicas, eletrólitos, vita- minas e água para os capilares presentes no epitélio digestório, com o intuito de distribuí-los às células; • Defecação: os resíduos da digestão são secretados pelo trato digestório e desidratados, progressivamente, para serem eliminados pelo corpo. O mate- rial eliminado é denominado fezes e chamamos de defecação a eliminação das fezes pelo corpo. Em resumo, os órgãos do sistema digestório atuam no processamento dos alimentos introduzidos na boca e conduzidos ao longo do trato digestório. A fi - nalidade destas atividades é a de reduzir estruturas químicas complexas e sóli- das de alimento em moléculas menores que podem ser absorvidas pelo reves- timento do trato gastrointestinal e transportadas para a circulação sanguínea. ANATOMIA HUMANA 103 SER_NUTRI_ANAHU_UNID3.indd 103 22/10/20 16:14 Ademais, o revestimento do trato digestório também desempenha uma função específica, atuando na defesa dos tecidos circunvizinhos contra: (I) os efeitos corrosivos dos ácidos e das enzimas digestivas; (II) agressões mecâni- cas, como a abrasão; e (III) patógenosingeridos com os alimentos ou presentes no trato digestório. Trato gastrointestinal Geralmente, o alimento leva aproximadamente 24 a 48 horas para ser trans- portado ao longo de todo trato gastrointestinal. O alimento ingerido pela boca passa por regiões do trato digestório com funções específicas, onde moléculas complexas são progressivamente quebradas e preparadas para utilização. Boca O tubo digestório é iniciado pela boca (ou cavidade oral), onde o alimento começa a ser processados pelas es- truturas anexas presentes (dentes, língua e glândulas salivares). A cavi- dade oral é dividida em um vestíbulo e a cavidade própria da boca. Chama- mos de vestíbulo da boca a fenda en- tre os dentes e as estruturas muscu- lares que o circundam (bochechas ou lábios). Quando você escova a superfí- cie externa dos seus dentes, a escova está no vestíbulo da boca. A cavidade própria da boca é a região situada pos- teriormente em relação aos dentes. A cavidade oral comunica-se com o exte- rior por uma abertura chamada rima da boca e com a faringe com uma aber- tura chamada fauces. As bochechas formam os limites laterais da cavidade oral. Elas consistem, externamente, nas camadas da pele, na tela subcutânea, nos músculos faciais que colaboram para direcionar o alimento na cavidade oral e, internamente, nos revestimentos de epitélio estratificado pavimentoso umedecido. A porção anterior das bochechas termina nos lábios superior e inferior, que contornam a rima da boca. ANATOMIA HUMANA 104 SER_NUTRI_ANAHU_UNID3.indd 104 22/10/20 16:15 O limite anterior da cavidade oral são os lábios, órgãos carnosos, altamente móveis cuja função principal nos humanos está associada com a fala. Os lábios também servem para amamentação, direcionar o alimento e conter o alimento entre os dentes superiores e inferiores. Eles são formados pelo músculo orbi- cular da boca e tecido conjuntivo associado, e são cobertos com pele mole e fle- xível. Os lábios são vermelhos, tendendo ao marrom avermelhado devido aos vasos sanguíneos próximos da superfície. Os numerosos receptores sensitivos dos lábios permitem determinar a temperatura e composição do alimento. O palato atua como o limite superior da cavidade oral e é composto pelo palato duro ósseo, anteriormente, e pelo palato mole, posteriormente. O palato duro é constituído estruturalmente pelas lâminas horizontais dos ossos palatinos e pelos processos palatinos da maxila. As pregas palatinas transversas, também chama- das rugas palatais, estão situadas ao longo da membrana mucosa presente no palato duro e servem como cristas de fricção contra as quais a língua é colocada na deglutição. Contínuo com o palato duro, o palato mole é um arco muscular cober- to com membrana mucosa. Suspenso no palato mole, encontra-se medialmente em sua margem inferior uma saliência cônica chamada úvula palatina. O palato mole e a úvula palatina são levantados durante a deglutição, fechando a parte nasal da faringe e impedindo que alimentos e líquidos entrem na cavidade nasal. Faringe No período onde está na cavidade oral, o alimento é misturado com saliva, triturado pelos dentes e manipulado pela língua. Desse modo, é reduzido a uma massa flexível e macia, denominada bolo alimentar, que pode ser desloca- da com facilidade para o restante do canal alimentar, um mecanismo chamado deglutição. Ao ser deglutido, o alimento passa da boca para a faringe, um tubo muscular afunilado que se conecta com a terminação das cavidades oral e na- sal e se estende até a laringe, anteriormente, e o esôfago, posterior- mente. A parte nasal da faringe se relaciona somente com a res- piração, enquanto as partes oral e laríngea da faringe servem à digestão e à respiração. Antes de entrar no esôfago, o alimento deglutido passa da boca para as partes oral e laríngea da faringe, e as contra- ções musculares dessas partes da faringe ajudam a impulsionar o alimento para o esôfago. ANATOMIA HUMANA 105 SER_NUTRI_ANAHU_UNID3.indd 105 22/10/20 16:15 Esôfago O esôfago é um canal muscular depressível (pode ser colabado) que conduz alimentos sólidos e líquidos ao estômago. Situado posteriormente à traqueia, o esôfago inicia na região terminal da parte laríngea da faringe e percorre a face inferior do pescoço, onde adentra o mediastino. A partir do mediastino, o esôfago desce anteriormente à coluna vertebral, atravessa uma abertura do diafragma chamada hiato esofágico e se encerra na porção superior do estômago. Estômago O estômago é uma expansão do trato gastrointestinal em forma de J e se localiza no abdome, ocupando a posição diretamente inferior ao diafrag- ma. O estômago interliga o esôfago à porção inicial do intestino delgado, o duodeno. Como a ingestão de uma refeição pode ser muito mais rápida que o tempo necessário para digestão e absorção, o estômago serve como área de mistura e reservatório, sendo capaz de acomodar grande volume de ali- mento (até 6,4 litros). A posição e o tamanho do estômago variam continua- mente devido à movimentação do diafragma a cada inspiração e expiração. Estruturalmente, o estômago possui quatro regiões características: cár- dia, fundo, corpo e parte pilórica. A cárdia envolve a abertura superior do estômago. O fundo é a extremidade superior arredondada que se encontra à esquerda da cárdia. Inferiormente a cárdia e o fundo, se situa o corpo, a grande porção central do estômago. A parte pilórica se subdivide em três regiões: o antro pilórico, que se conecta ao corpo gástrico; o canal pilórico; e o piloro, que se conecta ao duodeno por um esfíncter de músculo liso cha- mado esfíncter do piloro. A curva medial côncava do estômago é chamada curvatura menor, enquanto a curva lateral convexa é a curvatura maior. A mucosa interna do estômago possui alto número de pregas gástricas, elevações que ampliam o contato do bolo alimentar. Esse contato viabiliza a eficiência do suco gástrico, um fluído digestivo formado por três secreções produ- zidas por essa mucosa: ácido clorídrico, muco e enzimas, em especial a pepsina, que transforma as proteínas em aminoácidos. Além disso, conti- nua a digestão de amido e dos triglicerídeos inicia- ANATOMIA HUMANA 106 SER_NUTRI_ANAHU_UNID3.indd 106 22/10/20 16:15 da pela saliva na boca, e ocorre a conversão do bolo alimentar semissólido em uma massa viscosa chamada quimo. Em intervalos apropriados, o estô- mago transfere um pequeno volume de material para o duodeno. Intestino delgado O intestino delgado é a estrutura mais longa do tubo digestório, sendo o principal local de atividade enzimática e de absorção de nutrientes. A maio- ria das enzimas que atuam no intestino delgado é secretada pelo pâncreas. Durante a digestão, o intestino delgado realiza movimentos de segmentação, que misturam o quimo e ampliam seu contato com a mucosa para absorver nutrientes. O peristaltismo impele o quimo através do intestino delgado em aproximadamente três a seis horas. O intestino delgado se subdivide em três regiões: o duodeno, o jejuno e o íleo, que medem aproximadamente 5%, 40% e 60% do seu comprimento, res- pectivamente. A maior parte do duodeno tem a forma da letra C, enquanto o jejuno e o íleo formam espirais suspensas na parte posterior do abdome, que são emolduradas pelo intestino grosso. O jejuno corresponde à parte superior dessa massa intestinal espiralada, enquanto o íleo se refere à parte inferior. Embora o duodeno seja a divisão mais curta do intestino delgado, ele tem como característica receber enzimas digestórias do pâncreas via ducto pan- creático, e bile do fígado e da vesícula biliar via ducto colédoco. Esses ductos entram na parede do duodeno, onde formam um bulbo chamado ampola he- patopancreática, que se abre em uma pequena saliência chamada papila maior do duodeno. A entrada de bile e o suco pancreático no duodeno é controlada por esfíncteres de músculo lisoque circundam a ampola hepatopancreática e pelas terminações dos ductos pancreático e colédoco. Intestino grosso Encerando o tubo gastrointestinal, o intestino grosso possui formato de fer- radura e se estende da porção terminal do íleo até o ânus, circundando quase completamente o intestino delgado. Chegam no intestino grosso resíduos alta- mente digeridos que contém poucos nutrientes e, durante o período que per- manece no intestino grosso, ocorre pouca decomposição adicional do alimen- to, exceto quanto à pequena quantidade de digestão realizada pelas muitas bactérias que nele vivem, a chamada flora intestinal. Podemos destacar como principais funções do intestino grosso: a compactação do conteúdo intestinal ANATOMIA HUMANA 107 SER_NUTRI_ANAHU_UNID3.indd 107 22/10/20 16:15 em fezes, pela absorção de água e eletrólitos; a absorção de importantes vita- minas produzidas por ação bacteriana; e o armazenamento e eliminação do material fecal. Sendo mais calibroso e curto, se comparado com o intestino delgado, po- demos subdividir o intestino grosso em três regiões: o ceco, semelhante a uma bolsa de fundo cego; o colo, porção de maior comprimento do intestino grosso; e o reto, os últimos 15 cm do intestino grosso. O ceco é uma dilatação em fun- do cego que se posiciona abaixo da papila ileal, uma prega de túnica mucosa na junção dos intestinos que impede o refluxo do quimo. Destaca-se no ceco o apêndice vermiforme, um prolongamento linfático que ajuda na defesa do organismo. Processos infecciosos que atingem o apêndice vermiforme podem causar apendicite, que exige tratamento cirúrgico. O colo se subdivide em colo ascendente, colo transverso, colo descenden- te e colo sigmoide. O colo ascendente se estende superiormente ao longo do lado direito da parede abdominal até a superfície inferior do fígado, onde do- bra para a esquerda e continua pela cavidade abdominal superior como colo transverso. No lado esquerdo da pa- rede abdominal, curva-se novamente em ângulo reto dando início ao colo descendente. O colo descendente se estende inferiormente, ao longo do lado esquerdo da parede abdominal, em direção à região pélvica. A seguir, o colo forma uma curva em forma de S conhecida como colo sigmoide. Por fim, o reto ocupa posição anterior ao sacro e ao cóccix, onde seu trecho final de dois a três centímetros é denominado canal anal. O ânus, abertura externa do canal anal, é protegido por um esfíncter interno de músculo liso (involuntá- rio) e um esfíncter externo de músculo esquelético (voluntário). Normalmente, o ânus está fechado, exceto durante a eliminação de fezes. Peritônio A maioria dos órgãos do sistema digestório está localizada na cavidade ab- dominopélvica, sendo sustentados e envolvidos por membranas serosas que ANATOMIA HUMANA 108 SER_NUTRI_ANAHU_UNID3.indd 108 22/10/20 16:15 revestem essa cavidade e recobrem seus órgãos. As membranas serosas se- cretam um líquido lubrifi cante que umedece os órgãos associados a elas. A porção parietal da membrana serosa reveste a parede do corpo, e a porção visceral recobre os órgãos internos. As membranas serosas presentes na ca- vidade abdominal são chamadas de peritônio e os órgãos abdominais podem apresentar as seguintes relações com ele: • Órgãos intraperitoneais localizam-se dentro da cavidade peritoneal na qual são recobertos em todos os lados por peritônio visceral; • Órgãos retroperitoneais são recobertos por peritônio visceral apenas na sua superfície anterior, e o órgão localiza-se fora da cavidade peritoneal. QUADRO 6. ÓRGÃOS DIGESTÓRIOS INTRAPERITONEAIS E RETROPERITONEAIS Órgãos intraperitoneais (e seus mesentérios) Órgãos retroperitoneais (sem mesentérios) Fígado (ligamento falciforme e omento menor); Duodeno (quase todo ele); Estômago (omento maior e menor); Colo ascendente; Íleo e jejuno (mesentério próprio); Colo descendente; Colo transverso (mesocolo transverso); Reto; Colo sigmoide (mesocolo sigmoide). Pâncreas. Fígado (ligamento falciforme e omento menor);Fígado (ligamento falciforme e omento menor);Fígado (ligamento falciforme e omento menor);Fígado (ligamento falciforme e omento menor); Estômago (omento maior e menor); Fígado (ligamento falciforme e omento menor); Estômago (omento maior e menor); Íleo e jejuno (mesentério próprio); Fígado (ligamento falciforme e omento menor); Estômago (omento maior e menor); Íleo e jejuno (mesentério próprio); Colo transverso (mesocolo transverso); Fígado (ligamento falciforme e omento menor); Estômago (omento maior e menor); Íleo e jejuno (mesentério próprio); Colo transverso (mesocolo transverso); Fígado (ligamento falciforme e omento menor); Estômago (omento maior e menor); Íleo e jejuno (mesentério próprio); Colo transverso (mesocolo transverso); Colo sigmoide (mesocolo sigmoide). Fígado (ligamento falciforme e omento menor); Estômago (omento maior e menor); Íleo e jejuno (mesentério próprio); Colo transverso (mesocolo transverso); Colo sigmoide (mesocolo sigmoide). Fígado (ligamento falciforme e omento menor); Estômago (omento maior e menor); Íleo e jejuno (mesentério próprio); Colo transverso (mesocolo transverso); Colo sigmoide (mesocolo sigmoide). Fígado (ligamento falciforme e omento menor); Estômago (omento maior e menor); Íleo e jejuno (mesentério próprio); Colo transverso (mesocolo transverso); Colo sigmoide (mesocolo sigmoide). Fígado (ligamento falciforme e omento menor); Estômago (omento maior e menor); Íleo e jejuno (mesentério próprio); Colo transverso (mesocolo transverso); Colo sigmoide (mesocolo sigmoide). Fígado (ligamento falciforme e omento menor); Estômago (omento maior e menor); Íleo e jejuno (mesentério próprio); Colo transverso (mesocolo transverso); Colo sigmoide (mesocolo sigmoide). Fígado (ligamento falciforme e omento menor); Estômago (omento maior e menor); Íleo e jejuno (mesentério próprio); Colo transverso (mesocolo transverso); Colo sigmoide (mesocolo sigmoide). Íleo e jejuno (mesentério próprio); Colo transverso (mesocolo transverso); Colo sigmoide (mesocolo sigmoide). Colo transverso (mesocolo transverso); Colo sigmoide (mesocolo sigmoide). Colo transverso (mesocolo transverso); Colo sigmoide (mesocolo sigmoide).Colo sigmoide (mesocolo sigmoide). Duodeno (quase todo ele);Duodeno (quase todo ele);Duodeno (quase todo ele); Colo ascendente; Duodeno (quase todo ele); Colo ascendente; Colo descendente; Duodeno (quase todo ele); Colo ascendente; Colo descendente; Duodeno (quase todo ele); Colo ascendente; Colo descendente; Duodeno (quase todo ele); Colo ascendente; Colo descendente; Reto; Duodeno (quase todo ele); Colo descendente; Reto; Pâncreas. Colo descendente; Pâncreas.Pâncreas. Fonte: MARIEB, 2013; HOEHN, p. 710. (Adaptado). As vísceras retroperitoneais são fi xas, entretanto, muitos órgãos des- tacam-se da parede da cavidade abdominal e o revestimento peritonial as acompanha, formando uma dupla camada de peritônio, denominadas me- sentérios, que se estende da parede do corpo até os órgãos digestórios. Os mesentérios mantêm os órgãos em suas posições, armazenam gordura e, mais importante, proporcionam uma rota para os vasos circulatórios e nervos chegarem aos órgãos na cavidade peritoneal. Em outros casos, estas pregas peritoniais formadas por duas camadas de peritônio se estendem entre dois ou mais órgãos e são nomeadas de omentos. Existem dois deles: o omento menor, que conecta a pequena curvatura do estômago e o duodeno ao fígado; e o omen- to maior, que conecta o estômago ao diafragma, baço e cólon transverso. ANATOMIA HUMANA 109 SER_NUTRI_ANAHU_UNID3.indd 109 22/10/20 16:15 Órgãos anexos ao sistema digestório Os órgãos digestórios anexos compreendem a língua e os dentes, além da vesícula biliar e das glândulas que se conectam ao tubo digestório através de ductos (as glândulas salivares, o fígado e o pâncreas). As glândulas anexas do sistemadigestório produzem e armazenam enzimas e soluções-tampão, necessárias para a digestão. Além das suas funções digestivas, o fígado e o pâncreas apresentam outras funções vitais além daquelas envolvidas no pro- cesso da digestão. Anexos da cavidade oral Como órgão do sistema digestório, a língua funciona na movimentação do alimento no interior da boca durante a mastigação e ajuda na deglutição do alimento. Também se relaciona para a produção da fala, ajudando a formar algumas consoantes (K, D, T e L, por exemplo). A língua é formada de músculo esquelético e revestida com membrana mucosa. Na superfície da língua en- contram-se numerosas e pequenas elevações chamadas papilas. Elas dão à superfície da língua uma rugosidade nítida, que ajuda a controlar o alimento. Algumas delas também contêm calículos gustatórios, que respondem aos estí- mulos químicos, isto é, identifi cam doce, salgado, azedo e amargo. Os movimentos da língua são importantes na condução do ali- mento para a região da superfície dos dentes, que efetuam a mastigação do alimento. Essa ação quebra tecidos co- nectivos resistentes e fi bras vegetais, contribuindo para saturar o alimento com secreções salivares e enzimas. Os dentes situam-se em encaixes (alvéo- los) nas margens da mandíbula e maxilas cobertas por gengiva. De acordo com a sua forma e função, os dentes são classifi cados como: • Incisivos: são dentes em forma de lâmina encontrados na região anterior da boca. São úteis para agarrar e cortar; • Caninos: são cônicos com superfícies laterais aguçadas e uma ponta agu- da. São utilizados para rasgar e lacerar; • Pré-molares: apresentam coroas (porções visíveis do dente, acima da gen- giva) planas com cristas proeminentes. São utilizados para amassar e triturar; ANATOMIA HUMANA 110 SER_NUTRI_ANAHU_UNID3.indd 110 22/10/20 16:15 • Molares: apresentam coroas grandes e planas com cristas proeminentes para amassar e triturar os alimentos. Por fi m, as glândulas salivares produzem uma secreção líquida chamada saliva. Ela funciona como solvente, limpando os dentes e dissolvendo molécu- las de alimento de forma que possam ser degustadas. A saliva também con- tém enzimas que digerem o amido e muco lubrifi cante que ajuda a deglutição. As glândulas salivares menores (intrínsecas) estão espalhadas na mucosa da língua, palato, lábios e bochechas. A saliva das glândulas salivares menores mantém a boca sempre úmida. Por outro lado, as glândulas salivares maiores (extrínsecas), situadas fora da boca e conectadas a ela por seus ductos, secre- tam saliva apenas durante as refeições, tornando a boca molhada. As glândulas salivares maiores são as parótida, submandibular e sublingual. QUADRO 7. GLÂNDULAS SALIVARES MAIORES E SUAS CARACTERÍSTICAS Glândulas Localizações Ductos Aberturas na cavidade oral Tipos de secreção Glândula parótida Anterior e inferior à orelha; subcutânea sobre o músculo masseter. Ducto parotídeo (de Stensen). Lateral ao segundo molar superior. Líquido seroso aquoso, sais e enzima. Glândula submandibular Inferior à base da língua. Ducto submandibular (de Wharton). Carúncula lateral ao frênulo da língua. Líquido seroso aquoso com algum muco. Glândula sublingual Anterior à glândula submandibular debaixo da língua. Vários ductos sublinguais pequenos (de Rivinus). Ductos ao longo da base da língua. Principalmente muco espesso e pegajoso, sais e enzima (amilase salivar). Fonte: VAN DE GRAAFF, 2013, p. 647. (Adaptado). Fígado e vesícula biliar O fígado é o maior órgão interno, sendo localizado inferiormente ao diafrag- ma. Este órgão possui coloração marrom-avermelhada e apresenta uma face diafragmática (anterossuperior) e uma face visceral (posteroinferior). Além disso, o fígado se subdivide em quatro lobos: lobo direito, lobo esquerdo, lobo quadra- do e lobo caudado. Anteriormente, o ligamento falciforme marca a separação entre o lobo direito e o lobo esquerdo. Inferiormente, o lobo caudado está situa- do adjacente à veia cava inferior e o lobo quadrado está próximo a vesícula biliar. Glândula Glândula parótida Glândula parótida Glândula parótida inferior à orelha; Glândula submandibular Anterior e inferior à orelha; Glândula submandibular Anterior e inferior à orelha; subcutânea sobre o músculo Glândula submandibular Anterior e inferior à orelha; subcutânea sobre o músculo submandibular inferior à orelha; subcutânea sobre o músculo masseter. submandibular Glândula sublingual inferior à orelha; subcutânea sobre o músculo masseter. Inferior à base Glândula sublingual sobre o músculo masseter. Inferior à base da língua. Glândula sublingual Ducto parotídeo Inferior à base da língua. sublingual Ducto parotídeo (de Stensen). Inferior à base da língua. Anterior à submandibular Ducto parotídeo (de Stensen). Anterior à glândula submandibular Ducto parotídeo (de Stensen). Anterior à glândula submandibular debaixo Ducto parotídeo (de Stensen). Ducto submandibular glândula submandibular debaixo da língua. Ducto submandibular (de Wharton). submandibular debaixo da língua. Lateral ao segundo molar submandibular (de Wharton). da língua. Vários ductos Lateral ao segundo molar superior. submandibular (de Wharton). Vários ductos sublinguais Lateral ao segundo molar superior. (de Wharton). Carúncula lateral Vários ductos sublinguais pequenos segundo molar superior. Carúncula lateral Vários ductos sublinguais pequenos (de Rivinus). segundo molar superior. Carúncula lateral ao frênulo da Vários ductos sublinguais pequenos (de Rivinus). Líquido seroso Carúncula lateral ao frênulo da língua. pequenos (de Rivinus). Líquido seroso aquoso, sais Carúncula lateral ao frênulo da língua. (de Rivinus). Ductos ao longo Líquido seroso aquoso, sais e enzima. Carúncula lateral ao frênulo da língua. Ductos ao longo Líquido seroso aquoso, sais e enzima. Ductos ao longo da base da língua. Líquido seroso aquoso, sais e enzima. Líquido seroso Ductos ao longo da base da língua. Líquido seroso aquoso com algum muco. Ductos ao longo da base da língua. Líquido seroso aquoso com algum muco. da língua. Principalmente Líquido seroso aquoso com algum muco. Principalmente muco espesso e aquoso com algum muco. Principalmente muco espesso e pegajoso, sais algum muco. Principalmente muco espesso e pegajoso, sais e enzima (amilase salivar). Principalmente muco espesso e pegajoso, sais e enzima (amilase salivar). muco espesso e pegajoso, sais e enzima (amilase salivar). pegajoso, sais e enzima (amilase salivar).(amilase salivar). ANATOMIA HUMANA 111 SER_NUTRI_ANAHU_UNID3.indd 111 22/10/20 16:15 Todo sangue que deixa as superfícies de absorção do trato digestório entra no sistema porta-hepático e flui para o fígado. Esta disposição faz com que as células do fígado extraiam nutrientes absorvidos ou toxinas do sangue antes que eles atinjam a circulação sistêmica através das veias hepáticas. O fígado de- sempenha funções essenciais que são executadas, em sua maioria, pelas células he- páticas (ou hepatócitos). Podemos classificar as funções importantes do fígado em três categorias: regulação metabólica, regulação hematológica e produção de bile. • Regulação metabólica: o fígado atua como o centro de regulação meta- bólica do corpo, onde os hepatócitos monitoram e regulam os níveis de car- boidratos, lipídios e aminoácidos circulantes conforme a necessidade do orga- nismo. O excesso de nutrientes é removido para armazenamento, assim como as deficiências nutricionais são corrigidas pela mobilização de reservas ou de atividades de síntese. Toxinas e resíduos do metabolismo são removidos do sangue para serem armazenados, inativados ou excretados. As vitaminas li- possolúveis (A, D, K eE) também são absorvidas e armazenadas no fígado; • Regulação hematológica: o fígado também atua o maior reservatório sanguíneo do corpo. A partir da passagem do sangue através de capilares cha- mados vasos sinusoides hepáticos, dois processos ocorrem: células fagocitá- rias presentes no fígado removem glóbulos vermelhos danificados ou envelhe- cidos, fragmentos celulares e patógenos da circulação; e as células hepáticas sintetizam a maioria das proteínas plasmáticas, que colaboram com o trans- porte de nutrientes, a concentração osmótica do sangue e a coagulação; • Síntese e secreção de bile: a bile é produzida por hepatócitos, armaze- nada na vesícula biliar e secretada no duodeno. A bile é um líquido alcalino verde e basicamente composto de água, poucos íons, bilirrubina (um pigmento derivado da hemoglobina), além de diversos lipídios, chamados de sais biliares. A água e os íons atuam para a diluição e o tamponamento de ácidos no quimo. Sais biliares associam-se aos lipídios presentes no quimo, permitindo a ação de enzimas para emulsificação (redução em partículas menores) de lipídios em ácidos graxos de fácil absorção. ANATOMIA HUMANA 112 SER_NUTRI_ANAHU_UNID3.indd 112 22/10/20 16:15 A vesícula biliar é uma estrutura piriforme que se subdivide em fundo, cor- po, infundíbulo, colo e ducto cístico. Quando a vesícula está cheia, o fundo gera uma proeminência entre o lobo direito e o lobo quadrado. Ele se estende com o corpo, que se estreita para compor o infundíbulo, e logo se afunila no colo. A continuação do colo é o ducto cístico, que se liga ao ducto hepático comum para constituir o ducto colédoco, que termina no duodeno. A ejeção da bile ocorre sob estimulação do hormônio colecistoquinina com a chegada do qui- mo. A vesícula biliar apresenta duas funções principais: armazenamento da bile, quando a bile não pode fluir ao longo do ducto colédoco; e modificação da bile, em que a água é absorvida e os sais biliares e outros componentes tornam-se mais concentrados. ASSISTA Se a concentração da bile aumenta exageradamente, podem aparecer cristais de sais e minerais insolúveis (cálculos biliares), bem como processos inflamatórios na vesícula (co- lecistites). Para saber mais sobre os cálculos biliares, assista ao vídeo Pedra na vesícula – Sintomas e Tratamento. Pâncreas O pâncreas é a maior segunda glândula anexa do sistema digestório e situa- -se transversalmente e posterior à curvatura maior do estômago. O pâncreas é formado por cabeça, corpo e cauda. A cabeça é a porção expandida do ór- gão perto da curvatura do duodeno. Da porção inferior da cabeça projeta-se o processo uncinado, que forma um arco atrás da artéria e da veia mesentéricas superiores, circundando-as. O pâncreas é um órgão misto (ou anfícrino), pois trata-se de uma glândula com função exócrina e endócrina. As secreções endócrinas são os hormônios insulina e o glucagon, envolvidos no metabolismo dos glicídios. A secreção exó- crina é o suco pancreático, que é composto por enzimas que digerem proteí- nas, lipídios e glicídios. Embora se presuma que a inervação autônoma influen- cie a produção de enzimas, a secreção pancreática é controlada principalmente pelos hormônios secretina e colecistoquinina liberados pelo intestino delgado na presença do quimo. O suco pancreático é produzido pelas células secretoras acinares e segue para fora do pâncreas por dois canais: o ducto pancreático (ducto de Wirsung) ANATOMIA HUMANA 113 SER_NUTRI_ANAHU_UNID3.indd 113 22/10/20 16:15 e o ducto pancreático acessório (ducto de Santorini). O ducto pan- creático une-se ao ducto colédoco e entra no duodeno como um ducto comum dilatado, denominado am- pola hepatopancreática (ampola de Vater). O duc- to pancreático acessório esvazia-se diretamente no duodeno, poucos centímetros acima da ampo- la hepatopancreática. ANATOMIA HUMANA 114 SER_NUTRI_ANAHU_UNID3.indd 114 22/10/20 16:15 Sintetizando Ao longo do material, abordamos alguns dos sistemas do corpo como o cardiovascular, o respiratório e o digestório, assim como seus componentes, organizações, funções e processos. Vimos que o sistema circulatório liga o meio interno do corpo e o meio ex- terno, transportando nutrientes, produtos residuais e mesmo células, entre estes dois meios e entre os diferentes tecidos do corpo. Estando subdividido em sistema cardiovascular (composto de sangue, coração e vasos sanguíneos) e sistema linfático (composto de linfa, órgãos linfáticos e vasos linfáticos). O sistema cardiovascular se organiza em dois circuitos fechados: a circula- ção pulmonar, que faz o transporte de sangue entre o coração e os pulmões, e a circulação sistêmica, que realiza o transporte de sangue entre o coração e o restante do corpo. O coração atua como uma bomba dupla, bombeando sangue para os pulmões e também por todo o corpo, visando a nutrição dos tecidos do corpo. Já as artérias transportam sangue para fora do coração en- quanto as veias carregam o sangue de volta ao coração. O sistema linfático e suas estruturas exercem um papel central nas defesas do corpo contra vírus, bactérias e outros microrganismos, sendo constituído por uma rede de vasos linfáticos que transportam a linfa (um líquido similar ao plasma sanguíneo, porém com uma menor concentração de proteínas) e por órgãos linfáticos interconectados por vasos linfáticos, sendo os mais importan- tes: os linfonodos, as tonsilas, o baço e o timo. O sistema respiratório, entre outras funções, trabalha em conjunto com o sistema cardiovascular para restabelecer o oxigênio (O2) e remover o dióxido de carbono (CO2) do sangue, além de proteger as superfícies respiratórias, permi- tir a comunicação vocal e auxiliar na regulação do pH, pressão arterial e volume sanguíneo. O sistema respiratório inclui a cavidade nasal, a faringe, a laringe, a traqueia, os brônquios e os pulmões e podem ser divididos em órgãos condu- tores (do nariz aos bronquíolos terminais), que aquecem, umidificam e filtram o ar inalado, e órgãos respiratórios (bronquíolos respiratórios até os alvéolos), que permitem as trocas gasosas. Os alimentos contêm uma variedade de nutrientes moleculares necessários para a formação de novos tecidos do corpo, para reparar tecidos lesados e para ANATOMIA HUMANA 115 SER_NUTRI_ANAHU_UNID3.indd 115 22/10/20 16:15 sustentar as reações químicas necessárias. Os principais eventos da ingestão dos alimentos e da absorção de seus nutrientes ocorrem ao longo do sistema digestivo, que possui estruturas adaptadas para essas funções. O sistema di- gestório é constituído do tubo digestório (boca, faringe, esôfago, estômago, e intestinos delgado e grosso) e das estruturas digestórias anexas. As estruturas digestórias da boca até o intestino delgado são direcionadas para a transformação mecânica e química do alimento para que possam ser absorvidas no intestino delgado. Os restos alimentares não absorvidos são transferidos para o intestino grosso, que concentra as fezes absorvendo água, para chegarem ao reto e anus, já como bolo fecal. Bons estudos! ANATOMIA HUMANA 116 SER_NUTRI_ANAHU_UNID3.indd 116 22/10/20 16:15 Referências bibliográficas DANGELO, J. G; FATTINI, C. A. Anatomia humana sistêmica e segmentada. 3. ed. rev. São Paulo: Atheneu, 2011. MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. MARTINI, F. H.; TIMMONS, M. J.; TALLITSCH, R. B. Anatomia humana. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. PEDRA na vesícula – Sintomas e tratamento. Postado por Medicina & Saúde. (08min. 17s.). son. color. port. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?- v=EbXUiK7CSfI>. Acesso em: 01 out. 2020. TORTORA, G. J.; NIELSEN, M. T. Princípios de anatomia humana. 12. ed. Rio de Ja- neiro: Guanabara Koogan, 2013. VAN DE GRAAFF, K. M. Anatomia humana. 6. ed. Barueri: Manole, 2003. ANATOMIA HUMANA 117 SER_NUTRI_ANAHU_UNID3.indd 117 22/10/20 16:15SISTEMAS URINÁRIO, REPRODUTOR, ENDÓCRINO E TEGUMENTAR SISTEMAS URINÁRIO, REPRODUTOR, ENDÓCRINO E TEGUMENTAR 4 UNIDADE SER_NUTRI_ANAHU_UNID4.indd 118 22/10/20 16:11 Objetivos da unidade Tópicos de estudo Identificar os componentes do sistema urinário e suas funções; Analisar a função dos sistemas genitais masculino e feminino; Relacionar e identificar a função dos principais hormônios produzidos pelo corpo humano; Apresentar a estrutura da pele e suas funções; Discutir a anatomia e as funções das estruturas acessórias da pele. Sistema urinário e sistema reprodutor Órgãos do sistema urinário Vias urinárias Órgãos genitais masculinos Órgãos genitais femininos Sistema endócrino Classificação topográfica das glândulas endócrinas Outras estruturas endócrinas Sistema tegumentar Funções do sistema tegumentar Pele Anexos do sistema tegumentar ANATOMIA HUMANA 119 SER_NUTRI_ANAHU_UNID4.indd 119 22/10/20 16:11 Sistema urinário e sistema reprodutor Para que uma espécie seja bem-sucedida, duas necessidades básicas precisam ser contempladas. O primeiro quesito refere-se à homeostasia, o equilíbrio interno vital à sobrevivência das células que ocorre por meio das reações químicas. O segundo quesito descreve a reprodução, a capacidade de um organismo de passar seus genes a outras gerações. Essas necessi- dades são supridas pelos sistemas urinário (ou excretor) e reprodutor (ou genital), respectivamente. Embora funcionalmente diferentes, o sistema urinário e o sistema reprodu- tor são trabalhados tradicionalmente juntos, na forma do aparelho urogenital. Ambos os sistemas compartilham a mesma origem embriológica – o mesoder- ma intermediário – antes de se diferenciarem. No sexo masculino, a associação destes sistemas é anatômica, ocorrendo pelo ducto que expele a urina e os gametas para o exterior do corpo. Os sistemas urinário e reprodutor são de particular interesse para a medi- cina, uma vez que podemos destacar como ramos especializados nesses siste- mas: a nefrologia, especializada no estudo da anatomia, fi siologia e patologia dos rins; a urologia, que estuda o sistema urinário, bem como diagnostica e trata doenças específi cas do sistema genital masculino; a andrologia, que trata os distúrbios referentes ao sexo masculino, como a infertilidade e a disfunção sexual; e, por fi m, a ginecologia, especializada no diagnóstico e no tratamento de doenças do sistema genital feminino. Sistema urinário Em nosso metabolismo, nutrientes absorvidos na digestão e o oxigênio do ar inalado são utilizados para fornecer a energia necessária para a manuten- ção do corpo. Entretanto, o metabolismo produz resíduos celulares que devem ser eliminados para manter a homeostase. Assim como o sistema circulatório transporta os nutrientes importantes para as células, ele também remove os resíduos celulares e os conduz para os sistemas de excreção. Apesar de os pul- mões, o fígado e a pele também participarem da excreção, os principais órgãos excretores são os rins. Os órgãos que compõem o sistema urinário são os rins, os ureteres, a bexiga urinária e a uretra. Nesse sistema, as funções excretoras são realizadas pelo par ANATOMIA HUMANA 120 SER_NUTRI_ANAHU_UNID4.indd 120 22/10/20 16:11 de rins, com túbulos que se entrelaçam com capilares sanguíneos para produzir urina, um líquido residual que contém principalmente água e íons, além de pe- quenos compostos solúveis. A partir dos rins, a urina segue por tubos conduto- res chamados ureteres até a bexiga urinária, permanecendo temporariamente armazenada. Durante a micção (o ato de urinar), a musculatura da bexiga contrai e impele a urina em direção à uretra, um tubo condutor para o exterior do corpo. Além das funções excretoras, o sistema urinário desempenha várias ativi- dades essenciais, que incluem: • Regulação da concentração plasmática de vários íons, como sódio (Na+), potássio (K+), cálcio (Ca2+), cloreto (Cl-) e fosfato (HPO4 2-); • Regulação do volume sanguíneo e da pressão arterial pela conservação e eliminação de água presente na urina; • Colaboração para a regulação do pH sanguíneo, com base na quantidade de íons hidrogênio (H+) e bicarbonato (HCO3 -) no sangue; • Preservação dos nutrientes, evitando sua excreção; • Eliminação de produtos residuais orgânicos, especialmente substâncias tóxicas, drogas e resíduos nitrogenados, como: a amônia e a ureia, resultantes da decomposição de aminoácidos; a bilirrubina, produzida pela decomposição da hemoglobina; a creatinina, derivada da decomposição do fosfocreatina nas fibras musculares; e o ácido úrico, originado da renovação dos ácidos nucleicos; • Produção de hormônios pelos rins, como o calcitriol (a forma ativa de vita- mina D), que regula a homeostase do cálcio, e a eritropoietina, que estimula a produção de hemácias; • Contribuição na atividade hepática de desintoxicação e, durante o jejum, na gliconeogênese, a síntese de novas moléculas de glicose. Em resumo, todas as atividades do sistema urinário são cuidadosamente reguladas para manter a composição e a concentração de solutos no sangue dentro de limites aceitáveis. Uma alteração de qualquer uma dessas funções acarretará consequências imediatas e potencialmente fatais. Sistema reprodutor O sistema reprodutor (ou genital), diferente dos outros sistemas, não é es- sencial para a manutenção do indivíduo, contudo, sua utilidade se faz neces- sária para a sobrevivência da espécie. O sistema reprodutor tem como função a perpetuação da espécie por meio da reprodução, isto é, a capacidade de in- ANATOMIA HUMANA 121 SER_NUTRI_ANAHU_UNID4.indd 121 22/10/20 16:11 divíduos gerarem novos seres da mesma espécie. Em humanos, a reprodução é sexuada, isto é, necessita que dois indivíduos, um macho e uma fêmea, rea- lizem o ato sexual (coito), que permite a passagem e o encontro dos gametas masculino e feminino no interior dos órgãos genitais femininos. Embora os órgãos genitais (ou sexuais) masculinos e femininos possuam dife- renças entre si, eles compartilham a função reprodutora e a origem embrionária comum. Em ambos sexos, os órgãos sexuais são divididos em órgãos primários e acessórios. Os órgãos sexuais primários ou gônadas são os testículos e os ovários, presentes respectivamente nos homens e nas mulheres. As gônadas produzem as células sexuais ou gametas – o espermatozoide nos homens e o óvulo nas mulhe- res –, que se unem (fecundação) e formam um zigoto, uma célula cujo desenvol- vimento dará origem a uma criança em aproximadamente nove meses. Todos os outros órgãos sexuais são acessórios, incluindo os genitais externos, as glândulas internas e os ductos que nutrem os gametas e os transportam para fora do corpo. Além de produzirem células sexuais, as gônadas secretam hormônios se- xuais e, portanto, funcionam como glândulas endócrinas. Os hormônios são moléculas mensageiras que percorrem a corrente sanguínea de modo a sina- lizar diversas respostas fi siológicas em determinados órgãos-alvo. Os hormô- nios sexuais desempenham papéis vitais no desenvolvimento, manutenção e função de todos os órgãos sexuais. EXPLICANDO Vale ressaltar que a capacidade reprodutora é limitada a períodos de vida específi cos: inicia-se durante o fi m da adolescência, em uma fase cha- mada de puberdade; alcança seu clímax na fase adulta; e diminui com o avançar da idade, cessando primeiro na mulher. Órgãos do sistema urinário Rins O rim é um órgão com a forma de um grão de feijão e coloração averme- lhada, que ocorre em pares localizados logo acima da pelve. Como ocupam posição posterior ao peritônio da cavidade abdominal, diz-se que são órgãos retroperitoneais. O rim direito está em posição um pouco inferior ao esquerdo ANATOMIA HUMANA 122 SER_NUTRI_ANAHU_UNID4.indd 122 22/10/20 16:11 porque o fígado ocupa espaço consi- derável no lado direito superiormente ao rim. A superfície medial dorim pos- sui uma fenda vertical denominada hilo renal, por onde entram e saem os vasos, nervos e ureteres. Na parte su- perior de cada rim encontramos uma glândula endócrina chamada glându- la suprarrenal, sem qualquer relação funcional com o rim. A anatomia externa de cada rim é revestida por três camadas: a camada mais externa é a fáscia renal, constituída por tecido conjuntivo denso irregular e man- tém o rim ancorado ao peritônio e à parede abdominal; a camada intermediária é a cápsula adiposa, uma massa de tecido adiposo que mantém a sustentação; e a camada mais interna envolvida pela cápsula adiposa é a capsula fibrosa, um tecido conjuntivo liso e transparente que se fixa à superfície do rim e o protege. No interior dos rins, encontramos duas regiões distintas: córtex e medula. O primeiro é a região mais superficial, de coloração clara e textura granular. Abaixo do córtex encontra-se a medula, de coloração mais escura e com massas cônicas denominadas pirâmides renais, que apresentam bases amplas voltadas para o córtex e um ápice, a papila renal, direcionada para a pelve renal. A papila renal projeta-se em uma depressão chamada cálice menor, que se une a outros cálices menores para formar um cálice maior. Por sua vez, os cálices maiores se unem para formar a pelve renal, em forma de funil. A pelve renal recebe a urina produ- zida nos néfrons e transporta-a dos cálices renais para o ureter. Cada néfron é formado pelo corpúsculo renal e pelo túbulo renal. O néfron inicia-se na cápsula glomerular, uma câmara em forma de cálice, que constitui o corpúsculo renal. Este contém uma rede capilar denominada glomérulo renal, que consiste em cerca de 50 capilares entrelaçados. A filtração através das pa- redes do glomérulo produz uma solução isenta de proteínas, conhecida como filtrado glomerular, ou simplesmente filtrado. A partir do corpúsculo renal, o filtrado entra em uma longa via tubular que é subdividida em regiões com dife- rentes características estruturais e funcionais, que incluem: o túbulo contorcido proximal, a alça do néfron (ou alça de Henle), e o túbulo contorcido distal. ANATOMIA HUMANA 123 SER_NUTRI_ANAHU_UNID4.indd 123 22/10/20 16:13 O corpúsculo renal e o túbulo contorcido proximal se situam no córtex. A parede do túbulo contorcido proximal consiste em um epitélio com milhões de microvilos, que aumentam a área de superfície para reabsorção. Na reabsorção, água, sais e outras moléculas úteis ao corpo são transportadas para os capilares que circundam o néfron. O líquido é, então, conduzido do túbulo contorcido proximal para a alça de Henle, cujo ramo descendente se encontra na medula renal e o ramo ascendente retorna ao córtex renal. No córtex renal, o túbulo torna-se novamente contorcido, tornando-se o túbulo contorcido distal, o último segmento do néfron. O túbulo contorcido distal é menor que o túbulo contorcido proximal e possui uma menor quantidade dos microvilos. Um túbulo coletor, continuação do túbulo contorcido distal, conduz o fi ltra- do a um ducto coletor nas proximidades. Os ductos coletores deixam o córtex renal e percorrem um trajeto descendente em direção à medula renal, condu- zindo o líquido a um ducto papilar. Esse líquido é drenado pelos cálices renais, onde este líquido passa a ser conhecido como urina, até a pelve renal. Vias urinárias Ureteres A partir dos rins, a urina fl ui da pelve renal por meio dos ureteres, tubos del- gados que transportam a urina para a bexiga urinária, por onde entram através dos ângulos póstero-laterais de sua base. Qualquer aumento de pressão den- tro da bexiga comprime suas paredes, fechando as aberturas para os ureteres e evitando o refl uxo de urina. A parede de cada ureter é composta de três camadas: uma mucosa interna capaz de secretar um muco que cobre e protege as paredes do ureter; uma tú- nica muscular intermediária constituída por uma camada longitudinal (interna) e uma camada circular (externa) de músculo liso; e uma túnica mais externa de tecido conjuntivo (adventícia), que envolve e protege as camadas mais internas, além de sustentar o ureter em posição. Ondas peristálticas movimentam a uri- na através do ureter, sendo iniciadas pela presença de urina na pelve renal e cuja frequência é infl uenciada pelo volume de urina. As ondas podem ocorrer por alguns segundos até alguns minutos. ANATOMIA HUMANA 124 SER_NUTRI_ANAHU_UNID4.indd 124 22/10/20 16:13 Bexiga urinária A bexiga urinária é um reservatório muscular que armazena e expele uri- na, sendo encontrada abaixo da cavidade peritoneal no assoalho pélvico. De acordo com o sexo do indivíduo, a bexiga situa-se na posição anterior ao reto (nos homens) ou imediatamente anterior à vagina e ao útero (nas mulheres). O formato da bexiga varia com base no volume de urina, sendo piramidal quando a bexiga está vazia, ou ovoide com uma saliência para a cavidade abdominal, quando cheia. A base da bexiga urinária recebe os ureteres e a uretra sai no ápice, sua porção inferior. Chamamos de colo da bexiga urinária a região que circunda a abertura uretral. A parede da bexiga urinária contém uma túnica mucosa constituída por epi- télio de transição, uma tela submucosa e uma túnica muscular. A túnica muscu- lar é composta de três camadas: duas camadas musculares lisas longitudinais (interna e externa) com uma camada muscular circular disposta entre elas. Co- letivamente, essas camadas formam o músculo detrusor da bexiga. A contra- ção desse músculo comprime a bexiga e expele o seu conteúdo para o interior da uretra. Uma túnica serosa reveste a superfície superior da bexiga urinária. Uretra A partir da bexiga, a urina é drenada para a uretra, um tubo de parede fina que a transporta para o exterior do corpo. A uretra é composta por músculo liso e uma mucosa interna, que possui em sua parede glândulas uretrais espe- cializadas, secretoras de muco protetor no canal uretral. Envolvendo a uretra, temos dois esfíncteres musculares: o esfíncter situado superiormente é o es- fíncter interno da uretra, formado por músculo liso involuntário, enquanto o esfíncter mais inferior é o esfíncter externo da uretra, constituído pelo múscu- lo esquelético voluntário. Podemos observar variações na uretra entre homens e mulheres. A uretra feminina é um tubo retilíneo, com cerca de 4 cm de extensão, que esvazia a uri- na através do óstio externo da uretra, localizado no vestíbulo da vagina entre o clitóris e a abertura da vagina. A uretra feminina atua somente transportando urina para o exterior. Por sua vez, a uretra masculina tem cerca de 20 cm de comprimento e pos- sui um formato curvo, devido à sua localização no pênis. É possível identificar três regiões na uretra masculina: a parte prostática da uretra, que passa pelo ANATOMIA HUMANA 125 SER_NUTRI_ANAHU_UNID4.indd 125 22/10/20 16:13 Figura 1. Sistema urinário. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 16/10/2020. Artéria renal direita Veia renal esquerda Artéria renal esquerda Uretra Bexiga Rim direito Rim esquerdo Veia renal direita Ureter Órgãos genitais masculinos Considerando sua funcionalidade, os sistemas genitais masculino e fe- minino diferem bastante entre si. Assim, veremos os órgãos genitais que compõem esse sistema separadamente de acordo com o sexo, começando pelo masculino. centro da próstata; a parte membranácea, em que há um curto segmento que penetra o diafragma urogenital, parte do soalho muscular da pelve; e a parte esponjosa, ou parte peniana, que se estende da face inferior do diafragma uro- genital até a extremidade do pênis, onde localiza-se o óstio externo da uretra. Vale destacar que a uretra masculina serve ao sistema urinário, transportando a urina na micção, e ao sistema reprodutor, transportando o sêmen na ejacula- ção, embora não simultaneamente. ANATOMIA HUMANA 126 SER_NUTRI_ANAHU_UNID4.indd 126 22/10/20 16:13 Escroto O escroto, oubolsa escrotal, é uma bolsa constituída por pele frouxa e te- cido subcutâneo, ligada à raiz (a parte fixa) do pênis. Em um homem adulto, a pele do escroto é coberta com pelos esparsos, numerosas glândulas sebáceas e possui coloração mais escura que o restante da pele do corpo. Externamente, o escroto é dividido em partes laterais por uma linha rugosa mediana chamada rafe do escroto, que internamente corresponde a um septo chamado septo do escroto. Cada porção lateral do escroto contém um testículo. Vale destacar que a localização do escroto, bem como a contração e o re- laxamento de suas fibras musculares atuam na regulação da temperatura dos testículos. A produção normal de espermatozoides requer uma temperatura aproximadamente 2 ºC a 3 ºC abaixo da temperatura central do corpo, que é mantida devido ao afastamento do escroto da cavidade pélvica. Em resposta a baixas temperaturas, o músculo cremaster contrai, aproximando os testícu- los do corpo para absorver o calor corporal, bem como ocorre a contração do músculo dartos, repuxando o escroto para reduzir a perda de calor. A elevação da temperatura inverte essas ações. Testículos Os testículos são duas glândulas ovais produtoras dos espermatozoides (as células sexuais masculinas) e do hormônio testosterona. O testículo de- senvolve-se próximo aos rins e, posteriormente, migra para alojar-se na bolsa escrotal. Os testículos são parcialmente cobertos pela túnica vaginal, uma membrana serosa que se forma durante a descida dos testículos. No interior da túnica vaginal, encontramos uma cápsula fibrosa branca chamada túnica albugínea, constituída de tecido conjuntivo que se estende internamente e divide cada testículo em diversos compartimentos internos denominados ló- bulos. Ao todo, existem cerca de 200 a 300 lóbulos, e cada um contém de um a três túbulos densamente espiralados, os túbulos seminíferos, nos quais são produzidos os espermatozoides. As paredes dos túbulos seminíferos possuem dois tipos de células: as es- permatogênicas, que dão origem aos espermatozoides; e as nutrientes ou célu- las de Sertoli, que possuem funções de apoio à produção de espermatozoides nos túbulos seminíferos dos testículos, denominada espermatogênese. Nos espaços entre os túbulos seminíferos adjacentes há aglomerados de células ANATOMIA HUMANA 127 SER_NUTRI_ANAHU_UNID4.indd 127 22/10/20 16:13 intersticiais (de Leydig). Essas células secretam testosterona, um hormônio que promove o desenvolvimento de características masculinas a partir da puberda- de. A testosterona também promove a libido (desejo sexual) masculina. Epidídimo O epidídimo possui formato semelhante ao de uma vírgula, com cerca de 4 cm de comprimento, situado posteriormente em cada testículo. Os epidídimos são formados principalmente pelo ducto do epidídimo, bastante espiralado. Os dúctulos eferentes do testículo unem-se ao ducto do epidídimo na porção su- perior, maior, do epidídimo, chamada cabeça. O corpo é a porção intermediária estreita do epidídimo, e na extremidade distal se localiza a porção inferior, me- nor, chamada cauda do epidídimo. Funcionalmente, o epidídimo é o local de maturação do espermatozoide, onde eles adquirem motilidade e a capacidade de fertilizar o óvulo. O epidídimo também os armazena e, durante a excitação sexual, ajuda a impulsioná-los para o ducto deferente, por meio da contração peristáltica de sua musculatura lisa. Os espermatozoides podem permanecer armazenados no epidídimo por vários me- ses. Todos aqueles não ejaculados acabam por ser fagocitados e reabsorvidos. Ducto deferente A partir da cauda do epidídimo, o ducto do epidídimo aumenta seu diâme- tro e torna-se menos contorcido, passando a ser chamado de ducto deferente. Ele ascende pela lateral da bolsa escrotal e atravessa o abdome, contornando a bexiga urinária pelo lado medial do ureter. A porção terminal dilatada do ducto deferente é conhecida como ampola. A principal função é conduzir esperma- tozoides do epidídimo para a uretra durante a excitação sexual por meio das contrações peristálticas de sua túnica muscular. Como o epidídimo, o ducto de- ferente também armazena esperma- tozoides por algum tempo e reabsorve os espermatozoides não ejaculados. Ductos ejaculatórios Cada ducto ejaculatório é compos- to pela fusão do ducto deferente com o ducto da glândula seminal. É a porção de menor dimensão e de calibre mais reduzido entre as vias condutoras dos ANATOMIA HUMANA 128 SER_NUTRI_ANAHU_UNID4.indd 128 22/10/20 16:13 espermatozoides, seguindo pela próstata e se abrindo na parte prostática da uretra, em uma saliência denominada colículo seminal. Ao alcançar a uretra, esses ductos ejetam os espermatozoides e as secreções da glândula seminal. Uretra A uretra masculina é um canal com aproximadamente 20 cm de compri- mento, que atua na micção e na ejaculação. Tem seu início a partir do óstio interno da uretra, na bexiga, e atravessa consecutivamente a próstata, o as- soalho da pelve e o pênis, onde termina ao alcançar o óstio externo da uretra, na extremidade do pênis. A uretra masculina se divide em três regiões: a par- te prostática, quando atravessa a próstata; parte membranosa, quando atra- vessa o assoalho da pelve; e parte esponjosa, localizada no corpo cavernoso do pênis. A parte prostática apresenta duas pequenas saliências, os colículos seminais, por onde desembocam os ductos ejaculatórios. Na extremidade da parte esponjosa, a partir da abertura da uretra há uma dilatação conhecida como fossa navicular. Também na porção esponjosa encontramos as glândulas de Littré, produtoras de muco relacionadas à lubrificação sexual. Glândulas seminais As duas glândulas seminais são estruturas semelhantes a bolsas contorci- das, encontradas na parte póstero-inferior da bexiga. Sua extremidade inferior torna-se estreita e retilínea para formar um ducto excretor, que se une ao duc- to deferente para compor o ducto ejaculatório. As glândulas seminais secretam um líquido viscoso e alcalino que constitui cerca de 60% do volume do sêmen e possui em sua composição frutose, prostaglandinas e proteínas da coagulação distintas daquelas encontradas no sangue. O pH alcalino do líquido colabo- ra para neutralizar a acidez da uretra masculina e do trato genital feminino, impedindo a inativação e destruição imediata dos espermatozoides. A frutose é usada pelo espermatozoide para nutrição e produção de energia. As pros- taglandinas contribuem para a viabilidade e motilidade dos espermatozoides, além de induzir contrações musculares no trato genital feminino. As proteínas da coagulação ajudam na coagulação do sêmen após a ejaculação. Próstata A próstata é um pequeno órgão arredondado e muscular, que circunda a par- te prostática da uretra. O tecido glandular da próstata é composto por um aglo- merado de 30 a 50 glândulas tubuloalveolares compostas, que são circundadas ANATOMIA HUMANA 129 SER_NUTRI_ANAHU_UNID4.indd 129 22/10/20 16:13 por fibras musculares lisas. A próstata produz uma secreção leitosa e levemente ácida chamada líquido prostático, que contribui com cerca de 30% do volume do sêmen e o confere seu odor característico. As secreções prostáticas também contêm plasmina seminal, um antibiótico que auxilia na prevenção de infecções do trato urinário masculino. Essas secreções são liberadas na parte prostática da uretra através das contrações peristálticas da parede muscular. Glândulas bulbouretrais As duas glândulas bulbouretrais (glândulas de Cowper) possuem, cada uma, aproximadamente o tamanho de uma ervilha e localizam-se inferiormente à prós- tata em cada lado da parte membranácea da uretra, com seus ductos abrindo-se na parte esponjosa dela. Quando ocorre a excitação sexual, as glândulas bulbouretrais secretam uma substância alcalina que neutraliza a acidez da urina na uretra, prote- gendo os espermatozoides durante a passagem por essecanal. Ao mesmo tempo, secretam um muco que lubrifica o revestimento da uretra e a extremidade do pênis, reduzindo o número de espermatozoides danificados na ejaculação. Alguns homens liberam uma ou duas gotas desse muco durante a excitação sexual ou na ereção. Pênis O pênis, o órgão masculino para o intercurso sexual, atua levando os esper- matozoides para o interior do trato reprodutor feminino. Juntos, ele e o escroto compõem os genitais externos do homem. Conforme descrevemos as estrutu- ras internas do pênis, observe que as superfícies dorsal e ventral do pênis são nomeadas considerando o pênis ereto. O pênis consiste em uma raiz proximal, fixada ao arco púbico; um corpo tu- bular livre e alongado; e uma ponta distal alargada, a glande do pênis. A raiz do pênis se insere no interior do arco púbico e expande para formar o bulbo e os ramos do pênis. O corpo do pênis é constituído de três colunas cilíndricas de tecido erétil: os corpos cavernosos, um par posicionado dorsamente, e o corpo esponjoso, inserido ventralmente e envolvendo a uretra. O tecido fibroso, entre os dois corpos cavernosos, com- põe o septo do pênis. Tanto o corpo cavernoso quanto o esponjoso são mantidos unidos através de tecido fibroso e recobertos por pele. A pele que recobre o pênis é frouxa e estende-se na direção distal em volta da glande, formando o prepúcio. ANATOMIA HUMANA 130 SER_NUTRI_ANAHU_UNID4.indd 130 22/10/20 16:13 A ereção do pênis requer funcionamento em sintonia dos sistemas vascu- lar e nervoso. O pênis permanece fl ácido quando o tecido erétil não estiver irrigado de sangue. Na estimulação sexual (visual, tátil, auditiva, olfatória ou imaginária), fi bras parassimpáticas da parte sacral da medula espinal iniciam e mantêm a ereção, expansão e enrijecimento do pênis. As fi bras parassimpáti- cas produzem, liberam e causam a produção local de óxido nítrico (NO). O NO relaxa o músculo liso nas paredes das arteríolas que irrigam o tecido erétil, o que permite a dilatação desses vasos sanguíneos, e, consequentemente, au- menta a quantidade de sangue que entra no tecido erétil do pênis. O NO também causa o relaxamento do músculo liso no tecido erétil, pro- vocando o alargamento dos espaços vasculares. A associação de aumento do fl uxo sanguíneo e alargamento dos espaços vasculares leva à ereção. A expan- são dos espaços vasculares também comprime as veias que drenam o pênis; a desaceleração da saída do sangue ajuda a manter a ereção. Órgãos genitais femininos Os órgãos genitais femininos possuem diversas diferenças importantes dos órgãos masculinos. Primeiro, além de produzirem gametas, os órgãos genitais fe- mininos preparam-se para dar suporte ao embrião durante a gravidez. Além disso, os órgãos femininos sofrem mudanças reguladas pelo ciclo menstrual, um ciclo reprodutivo que dura aproximadamente 28 dias. Os órgãos genitais femininos primários são os ovários produtores de óvulos. Os ductos acessórios incluem as tubas uterinas, onde normalmente ocorre a fertilização; o útero, onde o óvulo fer- tilizado se fi xa e o embrião se desenvolve; e a vagina, que recebe o pênis durante o intercurso sexual e atua como passagem de saída do feto durante o parto. Os genitais femininos externos constituem o pudendo (ou vulva). As glândulas ma- márias produtoras de leite, que fazem parte do sistema tegumentar, também são consideradas do sistema reprodutor devido a sua função de nutrir o bebê. Ovários Os pares de ovários se posicionam lateralmente ao útero, na parte superior da pelve. Sua principal função reside na produção dos gametas femininos (os ovócitos secundários, ou óvulos), a partir do fi nal da puberdade. Além disso, também produ- zem os hormônios estrógeno e progesterona, que estimulam o desenvolvimento dos ANATOMIA HUMANA 131 SER_NUTRI_ANAHU_UNID4.indd 131 22/10/20 16:13 ASSISTA O óvulo já fecundado pode ocasionalmente fixar-se na tuba uterina e dar início ao desenvolvimento do embrião, uma condição que exige intervenção cirúrgica conhecida como gravidez tubária ou gravidez ectópica. Para saber mais sobre essa situação, procedimentos e riscos, assista ao vídeo Há como levar a gestação adiante em casos de gravidez tubária? | Momento Papo de Mãe. caracteres sexuais secundários, bem como atuam na implantação do óvulo fecunda- do no útero e no início do desenvolvimento do embrião. Antes da primeira ovulação, isto é, a liberação do óvulo pela superfície do ovário, o ovário possui aparência rosada e lisa, porém torna-se acinzentado e rugoso devido às cicatrizes resultantes das ovu- lações. Com a velhice, os ovários diminuem de tamanho e param de liberar gametas. Tubas uterinas As tubas uterinas transportam os óvulos liberados pelos ovários para o útero. Os espermatozoides também passam pelas tubas uterinas durante o intercurso sexual, ocorrendo a fecundação geralmente no interior da tuba. É um tubo estreito, com uma extremidade medial ligada ao útero chamada óstio uterino da tuba e uma extre- midade lateral chamada óstio abdominal da tuba, que se comunica com a cavidade peritoneal. Vale destacar que o óstio abdominal permite a comunicação da cavidade peritoneal com o meio exterior através do trato genital feminino da tuba, sendo esta comunicação exclusiva do sexo feminino. Partindo do útero para o ovário, a tuba é di- vidida em quatro porções: uterina (na parede do útero), istmo, ampola e infundíbulo. A porção afunilada de cada tuba uterina, denominada infundíbulo, está pró- xima do ovário, mas é aberta para a cavidade peritoneal, e termina nas fimbrias, uma franja de projeções digitiformes presas à extremidade lateral do ovário. A partir do infundíbulo, a tuba estende-se em sentido medial e inferior, se fixando ao útero em um ângulo lateral superior. A ampola da tuba uterina é a porção mais larga e longa, constituindo cerca de dois terços laterais de seu comprimento. O istmo da tuba uterina é a porção de parede espessa mais medial, curta e estreita, que se une ao útero. A porção uterina da tuba uterina está unida na parede do útero por meio do óstio uterino da tuba uterina. Supõe-se que contrações rítmi- cas da tuba uterina podem realizar movimentos alternados de encurtamento e distensão, favorecendo o transporte do óvulo para o útero. ANATOMIA HUMANA 132 SER_NUTRI_ANAHU_UNID4.indd 132 22/10/20 16:13 Útero Trata-se de um órgão muscular e oco que recebe os gametas femininos e, em caso de gravidez, aloja o embrião durante seu desenvolvimento até o fim da gestação. As cavidades do útero e da vagina formam juntas o canal do parto, por onde o feto passa ao ser liberado após completar sua vida intrauterina. O útero localiza-se entre a bexiga urinária e o intestino reto, na pelve. Possui o formato de pera invertida e é subdivido em três regiões: a porção superior é chamada fundo do útero, que possui forma de cúpula e se conecta com as tubas uterinas; a porção intermediária é o corpo do útero, sendo a maior e mais larga região anatômica do útero; e a porção inferior e mais estreita é o colo do útero, que se abre na vagina ao projetar-se poste- rior e inferiormente. A parede do útero é composta de três camadas: endométrio, a camada in- terna onde ocorrem modificações no ciclo menstrual ou na gravidez; miomé- trio, a camada média de fibras musculares lisas que forma a maior parte da pa- rede uterina; e perimétrio, a camada externa composta por uma túnica serosa e pela tela subserosa. As paredes do útero são espessas devido à musculatura do miométrio, mas o órgão é relativamente estreito na ausência de gestação. O endométrio se prepara para receber o óvulo fecundado mensalmente, au- mentando seu volume pela formação de redes capilares, além de outras mo- dificações. Caso não ocorra a fecundação, a camada do endométrio descama e ocorre eliminação sanguínea por meio da vagina, um fenômeno conhecido como menstruação. Vagina A vagina é um canalfibromuscular tubular com revestimento de mucosa, si- tuando-se anteriormente ao reto e posteriormente à bexiga e à uretra. A vagina se abre para o exterior do corpo e se estende em direção superior e posterior para se fixar ao colo do útero, sendo essa comunicação circundada por um recesso chamado fórnice. Serve como receptáculo do pênis durante a relação sexual, saída do fluxo menstrual e passagem do feto no parto. A parede altamente distensível da vagina é composta por três camadas: uma adventícia externa de tecido conjuntivo fibroso, uma muscular, de músculo liso, e uma mucosa interna, marcada por pregas transversais, as rugas vaginais. Essas pregas estimulam o pênis durante o intercurso e achatam-se à medida que a ANATOMIA HUMANA 133 SER_NUTRI_ANAHU_UNID4.indd 133 22/10/20 16:13 vagina se expande durante o parto. A mucosa consiste em uma lâmina própria, que contém fibras elásticas que ajudam a vagina a retomar sua forma normal após se expandir, e um epitélio escamoso estratificado que consegue suportar o atrito do intercurso e resiste à infecção bacteriana. Além disso, a mucosa da vagina contém grandes depósitos de glicogênio, que produzem ácidos orgânicos, elevando a acidez da vagina e retardando a proliferação microbiana, mas tam- bém prejudicando a viabilidade dos espermatozoides. Os componentes alcalinos do sêmen, principalmente oriundos das glândulas seminais, afetam o pH vaginal, mantendo-o adequado para a sobrevivência dos espermatozoides. Próximo à abertura externa da vagina (o óstio da vagina), a mucosa forma um diafragma incompleto chamado hímen. O hímen é vascularizado e tende a sangrar quando se rompe durante o primeiro intercurso sexual. No entanto, sua consistência varia: em algumas mulheres, ele é delicado e pode se romper durante a atividade esportiva, na inserção de um absorvente interno ou em um exame pélvico; em outras mulheres, o hímen é tão rígido que precisa ser rompido cirurgicamente. Vulva A vulva, ou pudendo feminino, é o conjunto externo dos órgãos genitais femininos, que incluem: o monte do púbis, os grandes e pequenos lábios, o clitóris e as estruturas relacionadas ao vestíbulo. O monte do púbis é uma proeminência gordurosa que atua como prote- ção da sínfise púbica, tendo sua pele recoberta por pelos após a puberdade. Posteriormente ao monte do púbis, estendem-se duas dobras gordurosas de pele, os lábios maiores, que são cobertas de pelos e homólogos à bolsa escrotal masculina. Os lábios maiores circundam duas pregas finas e sem pelos denomi- nadas lábios menores, que delimitam uma região chamada vestíbulo, que abriga a abertura externa da uretra e, posteriormente, a abertura externa da vagina. A cada lado da abertura da va- gina situam-se pares de glândulas ves- tibulares maiores, também chamadas glândulas de Bartholin, que secretam muco lubrificante na abertura vaginal ANATOMIA HUMANA 134 SER_NUTRI_ANAHU_UNID4.indd 134 22/10/20 16:14 durante a estimulação sexual. Na extremidade posterior do vestíbulo, os lábios menores unem-se formando uma prega chamada fúrcula ou frênulo dos lábios. Na porção superior da vulva e anterior ao vestíbulo se localiza o clitóris, uma estrutura saliente constituída de tecido erétil sensível e irrigada com sangue durante a estimulação sexual. A junção anterior dos lábios menores envolve o clitóris com uma prega de pele, o prepúcio do clitóris. O clitóris é uma estrutura homóloga ao pênis, possuindo glande, corpo com corpos cavernosos, mas sem corpo esponjoso e uretra em seu interior. Os bulbos do vestíbulo localizam-se em cada lado da abertura da vagina e profundos aos músculos bulboesponjo- sos. Durante a estimulação sexual, o tecido erétil se enche de sangue e colabo- ra na manutenção do pênis dentro da vagina. Os bulbos do vestíbulo e a base do clitóris atuam comprimindo o orifício uretral, mantendo-o fechado durante o intercurso sexual e evitando a entrada de patógenos. Mamas As glândulas mamárias são glândulas sudoríferas modificadas situadas nas mamas, fazendo parte do sistema tegumentar. Entretanto, a função de- las está relacionada ao sistema genital, pois secretam leite, essencial para a nutrição dos recém-nascidos. O tamanho e o formato das mamas variam de acordo com fatores individuais, como diferenças genéticas, idade, porcenta- gem de gordura no corpo ou gravidez. Durante a puberdade, o estrógeno produzido no ovário estimula o depósito de tecido adiposo nas mamas e o crescimento das glândulas mamárias. As mamas hipertrofiam durante a gra- videz e o período de lactação. Cada mama possui uma projeção pigmentada chamada papila mamária, com diversas aberturas próximas aos ductos lactíferos, responsáveis pela saí- da do leite. A área pigmentada circular de pele ao redor da papila é a aréola, que possui aparência rugosa devido à presença de glândulas sebáceas modifi- cadas. Cada mama contém uma glândula mamária, que possui 15 a 20 lobos se- parados por tecido adiposo. Em cada lobo há vários compartimentos menores, chamados lóbulos, formados de aglomerações de glândulas secretoras de leite denominadas alvéolos. Eles, por sua vez, são circundados por células mioepite- liais cuja contração ajuda a impulsionar o leite produzido dos alvéolos para di- versos túbulos secundários e, em seguida, para os ductos mamários. Os ductos mamários expandem-se próximo da papila e formam os seios lactíferos, que ANATOMIA HUMANA 135 SER_NUTRI_ANAHU_UNID4.indd 135 22/10/20 16:14 Sistema endócrino A regulação da homeostase do corpo humano consiste na coordenação das atividades dos órgãos e sistemas, com os sistemas nervoso e endócrino traba- lhando em conjunto para monitorar, ajustar e integrar as atividades fi siológicas do corpo. O sistema nervoso produz respostas a curto prazo (geralmente milis- segundos) e bastante específi cas aos estímulos ambientais. Ao contrário, o sis- tema endócrino altera as atividades metabólicas de diferentes órgãos e tecidos simultaneamente, podendo ter um efeito que dure minutos, semanas ou meses. Este padrão de resposta do sistema endócrino é particularmente efi ciente no controle de processos contínuos, lentos e com efeitos generalizados. Alguns processos importantes regulados pelo sistema endócrino são o crescimento do corpo, o desenvolvimento e o funcionamento dos órgãos genitais, a manu- tenção da composição química sanguínea e o controle da taxa metabólica. O ramo médico que estuda a estrutura e a função das glândulas endócrinas, além do diagnóstico e o tratamento de seus distúrbios, é a endocrinologia. Vale ressaltar que, com base na estrutura e na função, as numerosas glândulas do corpo podem ser classifi cadas em exócrinas ou endócrinas. Glândulas exócri- nas, como as glândulas sudoríferas, salivares e mucosas, sintetizam secreções que são transportadas por ductos. As glândulas endócrinas constituem o sistema en- dócrino. Ao contrário das glândulas exócrinas, as endócrinas não possuem ductos, secretando substâncias químicas específi cas chamadas hormônios diretamente no sangue, na linfa ou no líquido intersticial circundante. Os tipos básicos de hor- mônios são esteroides (derivados do colesterol), proteínas e aminas (derivados de aminoácidos). Estes hormônios são transportados para células-alvo, locais especí- armazenam leite antes de sua drenagem para o ducto lactífero. Em geral, cada ducto lactífero transporta leite de um dos lobos para o meio externo. A função da glândula mamária reside na lactação, que compreende a pro- dução e liberação do leite, estando associada à gravidez e ao parto. A produção de leite é estimulada principalmente pelo hormônio prolactina da adeno-hipó- fi se, com contribuição da progesterona e dos estrogênios. A ejeção de leite é estimulada pela ocitocina, liberada pela neuro-hipófi se em resposta à sucção da papila mamária pelo lactente. ANATOMIA HUMANA 136 SER_NUTRI_ANAHU_UNID4.indd136 22/10/20 16:14 fi cos onde executam determinadas funções. Assim, os hormônios são específi cos quanto às células sobre as quais eles atuam e as mudanças celulares que promo- vem, dependendo da presença de receptores na célula. A relação entre a quantidade de secreção de um hormônio e a proporção de uso pelas células-alvo é intimamente equilibrada, em que os níveis de hor- mônios são mantidos estáveis por impulsos neurais autônomos ou pelo siste- ma de retroalimentação negativa. Esse sistema (feedback negativo) consiste em um mecanismo homeostático que regula uma glândula pelo seu próprio hormônio, e o aumento do hormônio inibe sua atividade. Uma glândula en- dócrina continua secretando hormônios até que as células-alvo informem já haver quantidades sufi cientes dos mesmos, que faz essa glândula inibir a se- creção. A glândula endócrina somente retornará a secretar quando os níveis sanguíneos de inibição química diminuírem novamente. Classificação topográfica das glândulas endócrinas Ao contrário dos órgãos da maioria dos sistemas, que são contínuos anatomi- camente, os órgãos endócrinos estão dispersos ao longo do corpo humano. Assim, podemos classifi car as glândulas endócrinas a partir de sua posição topográfi ca: • Cefálicas: glândula pineal, hipófi se (glândula pituitária) e hipotálamo; • Cervicais: glândulas tireoide e paratireoide; • Torácica: timo; • Abdominais: glândulas suprarrenais e pâncreas; • Pélvicas: ovários; • Escrotais: testículos. Hipófi se A hipófi se é uma pequena glândula oval, localizada inferiormen- te ao hipotálamo em uma depressão do osso esfenoide chamada sela turca. A hipófi se já foi chamada de glândula mestra porque secreta hormônios que regulam algumas ou- tras glândulas endócrinas. A hipófi se, contudo, não é realmente uma glândula mestra, uma vez que as secreções de seus hormônios, por sua vez, são con- troladas por hormônios secretados pelo hipotálamo. ANATOMIA HUMANA 137 SER_NUTRI_ANAHU_UNID4.indd 137 22/10/20 16:14 QUADRO 1. HORMÔNIOS DA HIPÓFISE Glândula endócrina Hormônio Tecidos/órgãos alvo Ação principal do hormônio Adeno-hipófi se Hormônio do cresci- mento (GH) (somato- propina) Ossos e tecidos moles Promove crescimento de todos os tecidos; síntese proteica; mobilização de lipí- deos e catabolismo Prolactina (PRL) Glândulasmamárias Estimula a produção de leite Tireoestimulante (TSH e Tireotropina) Glândula tireoide Estimula a produção de T3 e T4 Adrenocorticotrópico (ACTH) Córtex da suprarrenal Estimula o desenvolvimento dos óvulos/espermatozoides e secreta estrógeno nas mulheres Gonadotrofi nas: – Folículo-estimulante (FSH) Ovários e testículos Provoca a ovulação; estimu- la secreção de progesterona na mulher e testosterona nos homens Gonadotrofi nas: – Luteinizante (LH) Ovários e testículos Provoca a ovulação; esti- mula secreção de progeste- rona na mulher e testoste- rona nos homens Hormônio estimulante do melanócito (MSH) Melanócitos Síntese de melanina aumen- tada na epiderme Neuro-hipófi se Antidiurético (ADH ou vasopressina) Rins e vasos sanguíneos Estimula reabsorção da água pelos rins e determina a cons- trição dos vasos sanguíneos Ocitocina (OT) Útero e mamas Contração da musculatura uterina no parto e liberação ou ejeção do leite das glân- dulas mamárias Hormônio do cresci-Hormônio do cresci- mento (GH) (somato- propina) Adeno-hipófi se Hormônio do cresci- mento (GH) (somato- propina) Prolactina (PRL) Adeno-hipófi se Hormônio do cresci- mento (GH) (somato- Prolactina (PRL) Tireoestimulante Adeno-hipófi se mento (GH) (somato- Prolactina (PRL) Tireoestimulante (TSH e Tireotropina) Ossos e tecidos moles Prolactina (PRL) Tireoestimulante (TSH e Tireotropina) Adrenocorticotrópico Ossos e tecidos moles Tireoestimulante (TSH e Tireotropina) Adrenocorticotrópico (ACTH) Ossos e tecidos Glândulas mamárias (TSH e Tireotropina) Adrenocorticotrópico Gonadotrofi nas: Promove crescimento de Glândulas mamárias Glândula tireoide Adrenocorticotrópico Gonadotrofi nas: – Folículo-estimulante (FSH) Promove crescimento de todos os tecidos; síntese proteica; mobilização de lipí- Glândula tireoide Gonadotrofi nas: – Folículo-estimulante Gonadotrofi nas: Promove crescimento de todos os tecidos; síntese proteica; mobilização de lipí- deos e catabolismo Glândula tireoide Córtex da suprarrenal – Folículo-estimulante Gonadotrofi nas: – Luteinizante (LH) Neuro-hipófi se Promove crescimento de todos os tecidos; síntese proteica; mobilização de lipí- deos e catabolismo Estimula a produção de leite Glândula tireoide Córtex da suprarrenal – Folículo-estimulante Gonadotrofi nas: – Luteinizante (LH) Hormônio estimulante Neuro-hipófi se Promove crescimento de todos os tecidos; síntese proteica; mobilização de lipí- deos e catabolismo Estimula a produção de leite Estimula a produção de T3 e T4 suprarrenal Ovários e testículos Gonadotrofi nas: – Luteinizante (LH) Hormônio estimulante do melanócito (MSH) Neuro-hipófi se todos os tecidos; síntese proteica; mobilização de lipí- deos e catabolismo Estimula a produção de leite Estimula a produção de T3 Estimula o desenvolvimento Ovários e testículos – Luteinizante (LH) Hormônio estimulante do melanócito (MSH) Antidiurético (ADH ou vasopressina) proteica; mobilização de lipí- Estimula a produção de leite Estimula a produção de T3 Estimula o desenvolvimento dos óvulos/espermatozoides e secreta estrógeno nas mulheres Ovários e testículos Hormônio estimulante do melanócito (MSH) Antidiurético (ADH ou vasopressina) Estimula a produção de leite Estimula a produção de T3 Estimula o desenvolvimento dos óvulos/espermatozoides e secreta estrógeno nas mulheres Provoca a ovulação; estimu- Ovários e testículos do melanócito (MSH) Antidiurético (ADH ou vasopressina) Ocitocina (OT) Estimula a produção de T3 Estimula o desenvolvimento dos óvulos/espermatozoides e secreta estrógeno nas Provoca a ovulação; estimu- la secreção de progesterona na mulher e testosterona Melanócitos Antidiurético (ADH ou Ocitocina (OT) Estimula o desenvolvimento dos óvulos/espermatozoides e secreta estrógeno nas Provoca a ovulação; estimu- la secreção de progesterona na mulher e testosterona nos homens Provoca a ovulação; esti- Melanócitos Rins e vasos Ocitocina (OT) dos óvulos/espermatozoides e secreta estrógeno nas Provoca a ovulação; estimu- la secreção de progesterona na mulher e testosterona nos homens Provoca a ovulação; esti- mula secreção de progeste- rona na mulher e testoste- Rins e vasos sanguíneos Provoca a ovulação; estimu- la secreção de progesterona na mulher e testosterona Provoca a ovulação; esti- mula secreção de progeste- rona na mulher e testoste- rona nos homens Rins e vasos sanguíneos Útero e mamas Provoca a ovulação; estimu- la secreção de progesterona na mulher e testosterona Provoca a ovulação; esti- mula secreção de progeste- rona na mulher e testoste- rona nos homens Síntese de melanina aumen- tada na epiderme Útero e mamas Provoca a ovulação; esti- mula secreção de progeste- rona na mulher e testoste- rona nos homens Síntese de melanina aumen- tada na epiderme Estimula reabsorção da água pelos rins e determina a cons- Útero e mamas mula secreção de progeste- rona na mulher e testoste- Síntese de melanina aumen- tada na epiderme Estimula reabsorção da água pelos rins e determina a cons- trição dos vasos sanguíneos rona na mulher e testoste- Síntese de melanina aumen- tada na epiderme Estimula reabsorção da água pelos rins e determina a cons- trição dos vasos sanguíneos Contração da musculatura uterina no parto e liberação Síntese de melanina aumen- Estimula reabsorção da água pelos rins e determina a cons- trição dos vasos sanguíneos Contração da musculatura uterina no parto e liberação ou ejeção do leite das glân- dulas mamárias Estimula reabsorção da água pelos rinse determina a cons- trição dos vasos sanguíneos Contração da musculatura uterina no parto e liberação ou ejeção do leite das glân- dulas mamárias pelos rins e determina a cons- trição dos vasos sanguíneos Contração da musculatura uterina no parto e liberação ou ejeção do leite das glân- dulas mamárias Contração da musculatura uterina no parto e liberação ou ejeção do leite das glân- uterina no parto e liberação ou ejeção do leite das glân- Fonte: MARIEB; HOEHN, 2009, p. 550. (Adaptado). Podemos classifi car a hipófi se com duas divisões: um lobo anterior, a adeno- -hipófi se (hipófi se glandular), formado de tecido glandular, e um lobo posterior, a neuro-hipófi se (hipófi se neural), formado por tecido neural. Nove hormônios peptídeos importantes são liberados pela hipófi se; dois pela parte nervosa da neuro-hipófi se, e sete pelas partes distal e intermédia da adeno-hipófi se. Hipotálamo A secreção de hormônios pela adeno-hipófi se é controlada pelo hipotálamo, que secreta tanto hormônios de liberação, estimulando as células da adeno-hi- ANATOMIA HUMANA 138 SER_NUTRI_ANAHU_UNID4.indd 138 22/10/20 16:14 pófise a liberar seus hormônios, quanto hormônios de inibição, desligando a secreção dos hormônios pela adeno-hipófise quando necessário. Há diferentes hormônios liberadores e inibidores do hipotálamo para quase todos os hormô- nios da adeno-hipófise, com todos seguindo através do sistema porta hipotála- mo-hipofisário para controlar as secreções de hormônios da adeno-hipófise. Glândula pineal A glândula pineal que faz parte do epitálamo e, se localiza na linha mediana do encéfalo. Essa pequena glândula endócrina produz o hormônio melatonina, que atua para o ajuste do biorritmo (o relógio biológico do corpo), controlado pelo hipotálamo. Os níveis de melatonina presentes na corrente sanguínea se elevam até dez vezes durante o sono para, em seguida, diminuirem novamen- te antes de acordar. A administração oral de pequenas doses de melatonina induz ao sono e reajusta os ritmos diários ou circadianos, podendo beneficiar trabalhadores que alternam os turnos de dia e noite. A melatonina também é um antioxidante potente que pode fornecer proteção relativa contra radicais livres do oxigênio prejudiciais. Glândulas tireoide e paratireoides A tireoide localiza-se no plano mediano do pescoço, envolvendo parte da traqueia e da laringe. A glândula tireoide apresenta um formato similar de uma borboleta e consiste em dois lobos principais. As porções superiores de cada lobo estendem-se sobre a face lateral da traqueia rumo à margem inferior da cartilagem tireóidea, enquanto as porções inferiores dos lobos estendem-se até a segunda ou terceira cartilagem traqueal. Os dois lobos estão conectados por um trecho delgado, o istmo, cuja principal função é a regulação do metabolismo basal de diversas regiões do corpo, além de estar relacionada ao processo de crescimento. A glândula tireoide secreta princi- palmente os hormônios tiroxina (T4) e triiodotironina (T3), e, secundariamen- te, calcitonina (tireocalcitonina). CURIOSIDADE A ingestão continuada de iodo é essencial para a função normal da ti- reoide. A substância absorvida é transportada pelo sangue até a glândula tireoide e a bomba de iodo, um mecanismo de transporte ativo, conduz o iodo para o interior das células da tireoide. O iodo, então, se combina com aminoácidos para sintetizar os hormônios tireoidianos. ANATOMIA HUMANA 139 SER_NUTRI_ANAHU_UNID4.indd 139 22/10/20 16:14 QUADRO 2. HORMÔNIOS DA TIREOIDE E PARATIREOIDES Glândula endócrina Hormônio Tecidos/órgãos- -alvo Ação principal do hormônio Glândula Tireoide Triiodotironina (T3) e tireoxina (T4) Todos os tecidos Estimulam o padrão meta- bólico e regulam o cresci- mento e o desenvolvimento Calcitocina Ossos e rins Favorece a formação de osso e diminui os níveis de cálcio Glândulas Paratireoides Paratireóideo (PTH) Ossos, rins e intes- tinos Determina a reabsorção óssea; aumenta os níveis de cálcio; estimula a absorção de cálcio pelos rins e intes- tinos; e estimula a excreção de fosfato pelos rins Glândula TireoideGlândula TireoideGlândula Tireoide Triiodotironina (T3) e Triiodotironina (T3) e tireoxina (T4) Triiodotironina (T3) e tireoxina (T4) Calcitocina Glândulas Paratireoides Triiodotironina (T3) e Calcitocina Glândulas Paratireoides Calcitocina Paratireoides Todos os tecidos Paratireóideo (PTH) Todos os tecidos Paratireóideo (PTH) Todos os tecidos Ossos e rins Paratireóideo (PTH) Estimulam o padrão meta- bólico e regulam o cresci- Ossos e rins Paratireóideo (PTH) Estimulam o padrão meta- bólico e regulam o cresci- mento e o desenvolvimento Ossos, rins e intes- Estimulam o padrão meta- bólico e regulam o cresci- mento e o desenvolvimento Favorece a formação de osso Ossos, rins e intes- tinos Estimulam o padrão meta- bólico e regulam o cresci- mento e o desenvolvimento Favorece a formação de osso e diminui os níveis de cálcio Ossos, rins e intes- Estimulam o padrão meta- bólico e regulam o cresci- mento e o desenvolvimento Favorece a formação de osso e diminui os níveis de cálcio Ossos, rins e intes- Determina a reabsorção óssea; aumenta os níveis de mento e o desenvolvimento Favorece a formação de osso e diminui os níveis de cálcio Determina a reabsorção óssea; aumenta os níveis de cálcio; estimula a absorção de cálcio pelos rins e intes- Favorece a formação de osso e diminui os níveis de cálcio Determina a reabsorção óssea; aumenta os níveis de cálcio; estimula a absorção de cálcio pelos rins e intes- tinos; e estimula a excreção de fosfato pelos rins Favorece a formação de osso e diminui os níveis de cálcio Determina a reabsorção óssea; aumenta os níveis de cálcio; estimula a absorção de cálcio pelos rins e intes- tinos; e estimula a excreção de fosfato pelos rins Determina a reabsorção óssea; aumenta os níveis de cálcio; estimula a absorção de cálcio pelos rins e intes- tinos; e estimula a excreção de fosfato pelos rins óssea; aumenta os níveis de cálcio; estimula a absorção de cálcio pelos rins e intes- tinos; e estimula a excreção de fosfato pelos rins de cálcio pelos rins e intes- tinos; e estimula a excreção Fonte: MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009, p. 515. As pequenas e achatadas glândulas paratireoides estão incluídas na face posterior dos lobos laterais da tireoide. Normalmente, há quatro glândulas paratireoides: duas superiores e duas inferiores. Cada uma delas consiste em uma estrutura pequena, amarela tendendo para o marrom, e possui função de grande relevância, pois regulam o metabolismo do cálcio. Timo O timo é um órgão linfoide e bilateralmente simétrico, que se desen- volve bem até a adolescência, porém, na vida adulta, é reduzida a uma massa de tecido conjuntivo infiltrada por tecido adiposo. Os hormônios produzidos pelo timo são a timosina, o fator tumoral do timo (THF), o fator tímico (TF) e a timopoetina, que estimulam a proliferação e o amadureci- mento das células T, células de imunidade que destroem microrganismos estranhos e toxinas. Glândulas suprarrenais As glândulas suprarrenais, ou adrenais, são pares de glândulas bilaterais que se situam sobre o polo superior dos rins. Elas se dividem em medula, uma porção central equivalente a 90% da massa glandular, e córtex, uma ANATOMIA HUMANA 140 SER_NUTRI_ANAHU_UNID4.indd 140 22/10/20 16:14 porção periférica que corresponde aos 10% restantes. Funcionalmente, o córtex secreta hormônios derivados do colesterol chamados corticoste- roides ou corticoides. Os corticoides da suprarrenal são classifi cados em três categorias: mineralocorticoides, glicocorticoides e gonadocorticoides. A medula das glândulas suprarrenais secreta dois hormônios intimamente relacionados: norefi nefrina e epinefrina. Assemelha-se, funcionalmente, à parte simpática da divisão autônoma do sistema nervoso. QUADRO 3. HORMÔNIOS DAS GLÂNDULAS SUPRARRENAIS