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USER EXPERIENCE Mundo Tech SUMÁRIO Reconhecendo o UX ...................................................................................................3 Fundamentos da experiência do usuário ...............................................................3 Conceituando UX, UI e IxD .............................................................................................4 Importância das interfaces no cotidiano .....................................................................7 Processo de Interação Humano-Computador (IHC) ................................................10 Ergonomia e usabilidade ..............................................................................................13 Características de uma interface com boa usabilidade ..........................................14 Referências ................................................................................................................17 3 RECONHECENDO O UX O design de UX (User Experience ou Experiência de Usuário) abrange o design geral e tradicional da interação humano-dispositivo, conforme são percebidos pelos usuários finais. O design de UX é importante para o projeto geral, pois aprimora a experiência do usuário, considerando como ele interage com um site, aplicativo ou qualquer outra solução digital. Logo, durante seus estudos, serão apresentados os fundamentos da experiência do usuário. Assim, você perceberá que a experiência do usuário é o processo de aumentar a satisfação do usuário por meio da melhoria da usabilidade, da acessibilidade e das interações entre o usuário e o produto. Você acompanhará os conceitos de UX, UI (User Interface ou Interface do Usuário) e IxD (Interaction Design ou Design de Interação). Apesar de todas as siglas representarem funções específicas, o ponto comum é o foco na experiência do usuário. Além disso, todos estes termos estão relacionados ao usuário final e, por isso, é importante entender as semelhanças, as diferenças e os casos de uso de cada área do design digital. Como complemento, será apresentada a importância das interfaces no cotidiano, pois é por meio delas que os usuários interagem com algum sistema ou dispositivo. O processo de Interação Humano-Computador (IHC) também será apresentado, de modo que você perceba que a IHC é o estudo de projetar, implementar e avaliar as interfaces interativas usadas por humanos e computadores. Por fim, os conceitos de ergonomia e de usabilidade serão exibidos para que você possa entender suas principais diferenças, tendo o conhecimento necessário para tornar interfaces e produtos físicos ou digitais mais fáceis de usar, mais satisfatórios e focados em resultados de negócios e de comunicação. Assim, acompanhe mais uma etapa direcionada a muitos aprendizados na grande área da experiência do usuário. Então, inicie sua leitura! FUNDAMENTOS DA EXPERIÊNCIA DO USUÁRIO A experiência do usuário é importante, pois tenta atender às necessidades do usuário. Tem como objetivo proporcionar experiências positivas que mantenham o usuário fiel a um determinado produto ou marca. Além disso, uma experiência de usuário significativa permite que você defina as jornadas do cliente em seu produto e que são mais propícias ao sucesso dos negócios. 4 Conceituando UX, UI e IxD Para dar continuidade aos estudos, é preciso compreender a relação entre as áreas de IHC, UX, UI e IxD. A Interação Humano-Computador (IHC) é um campo da ciência que estuda o design e o uso da tecnologia computacional. IHC enfoca interfaces entre pessoas e computadores e como projetar, avaliar e implementar sistemas de computador interativos que satisfaçam o usuário. De modo geral, a IHC sofreu mudanças que culminaram no surgimento do UX. Observe a figura a seguir (INTERACTION DESIGN, 2021). Interação Humano-Computador (IHC) Design de Experiência do Usuário (UX Design) A evolução do UX Design Figura 1 - IHC sofreu mudanças significativas até UX Design Fonte: Interaction Design (2021) Conforme apresentado na figura, anterior, o design de interação (IxD) é uma área que está relacionada a outros elementos, como IHC, UX, arquitetura da informação etc. Apesar destes itens estarem relacionados entre si, é possível destacar que existem algumas diferenças significativas entre IHC e UX, por exemplo. De modo geral, os fundamentos e práticas de IHC são abordados de forma acadêmica, envolvendo a realização de pesquisas e experimentos científicos para a compreensão das reações e dos comportamentos de usuários. Já os profissionais que lidam diretamente com UX estão envolvidos com projetos de construção de produtos ou serviços para empresas e indústrias (INTERACTION DESIGN, 2021). Tanto UX quanto UI são itens importantes para um produto e funcionam em conjunto. Mas, apesar de seu relacionamento profissional, as próprias funções são bastante diferentes, referindo-se a tópicos muito diferentes e que estão relacionados ao projeto de desenvolvimento de um produto bem como à disciplina de design. 5 A experiência do usuário (UX) cobre o design tradicional de Interação Homem- Computador (IHC) e o estende abordando todos as particularidades da interação do usuário final com a instituição e seus serviços/produtos oferecidos. Desse modo, a experiência do usuário é uma forma priorizada pelo ser humano de projetar produtos. Assim, a experiência do usuário está relacionada às tarefas direcionadas na otimização de um produto para uma utilização satisfatória e a interface do usuário (UI) é seu complemento, estando relacionada à aparência, à apresentação e à interatividade do produto (PREECE et al., 2013). UX busca aumentar a satisfação do usuário por meio da melhoria da usabilidade, da acessibilidade e da satisfação, proporcionada pela interação do usuário com o produto/serviço oferecido. UI concentra-se na aparência e no leiaute e como cada elemento do produto será desenvolvido, incluindo botões, marcadores de posição, texto, imagens, caixas de seleção e quaisquer elementos de interface visual com os quais os usuários interagem. Acompanhe, na figura, a seguir, as principais diferenças entre os termos UX e UI. Design de interação Wireframes e protótipos Arquitetura da informação Pesquisa de usuário Cenários Design visual Cores Designer gráfico Layouts Tipografia Confira as diferenças entre UX, UI e Design Figura 2 - Principais diferenças entre UX e UI Fonte: adaptado de Gonçalves (2019) Como complemento, o design de interação (IxD) se concentra em como um usuário interage com elementos específicos do software. Os designers de interação respondem a perguntas como: o que acontece quando um usuário clica em um botão ou quando um aplicativo móvel faz a transição entre as páginas? Estes profissionais se concentram em questões como animações, indicadores de carregamento e transições de página (PREECE et al., 2013). Confira, na figura, a seguir, a relação entre os termos UX, UI e IxD. 6 UI, UX e IxD: Qual é a diferença entre estes termos? O que acontece na tela O que acontece na frente da tela Interface UI (Interface de Usuário) IxD (Design de Interação) UX (Experiência do Usuário) Interação Experiência Dispositivo Usuário Figura 3 - Relação entre os termos UI, UX e IxD Fonte: adaptado de Warakaulla (2021) A figura a seguir também traz a relação entre demais termos pertinentes à área do design de interação. Design de Experiência do Usuário Arquitetura da Informação A rqu ite tur a Conteúdo (texto, vídeo e áudio) De sig n Vis ua l Fatores Humanos Design Industrial Design de Interação De sig n de So m Interação Humano- Computador Figura 4 - Componentes relacionados ao design de interação Fonte: adaptado de Agni (2012) 7 Importância das interfaces no cotidiano A seguir, você estudará as interfaces observando alguns objetos comuns do dia a dia. Uma justificativa para isso é que discussões contemporâneas de design de interfaces nascem dos textosde Donald Norman, que escreveu sobre design relacionado a utensílios do dia a dia com ênfase na valorização dos fatores humanos (NORMAN, 2006). Às vezes, as pessoas sabem como operar um aparelho só de olhar para ele, pois elas têm experiências com aparelhos parecidos. Por outro lado, elas possuem dúvidas básicas na operação de um novo produto que acabam de adquirir e precisam recorrer ao manual de instruções. O problema é que o manual nem sempre está acessível (mesmo na Internet) ou então os desenhos e as explicações não são satisfatórios. Pegue o exemplo de regular a altura e o encosto de uma cadeira de escritório: essa tarefa pode ser complicada para algumas pessoas mesmo que tenham o manual em mãos. Um forno de micro-ondas, uma geladeira moderna ou uma máquina de lavar roupas possuem painéis de botões que nem sempre são fáceis de operar. Note que os botões possuem formas, cores e posições que já podem dar uma ideia de como o sistema funciona. Esta compreensão dependerá das experiências anteriores do usuário, se ele já possuiu ou lidou com o aparelho semelhante antes, por exemplo. Confira, na figura, a seguir, um trecho do manual que descreve os itens do painel de uma geladeira com suas principais opções de configuração, acompanhado de textos e ícones que pretendem simplificar a utilização. Máx Méd Mín Máx Méd Mín Refrigerador Controle de Temperatura do Refrigerador Aviso de Gelo pronto Aviso de Porta aberta Função Turboice Seleciona Turbofreezer, Turbo 10, Espumante e Sobremesa.Pressionar por 2 segundos para travar e destravar o painel Aviso de painel travado Controle de Temperatura do Freezer Temperatura Turbo 10 10 min Espumante 40 min Sobremesa 60 min Turboice 3h Turbofreezer 2s travar painel painel travado Porta aberta Gelo pronto Freezer Temperatura Figura 5 - Manual de uso do painel de controle de uma geladeira 8 Fonte: adaptado de Eletro Home (2022) Isso vale para um controle remoto de uma TV: não importa a marca do aparelho, a maioria das pessoas tem uma ideia de como ligar, de como mudar os canais e de como regular o volume. Por exemplo, o botão de liga/desliga geralmente está na parte de cima e é vermelho, mas será isto uma regra? Há inúmeros exemplos de interação de pessoas com interfaces. Para operar um computador, lida-se o tempo todo com questões de interface. Às vezes, as pessoas se dão conta disso, mas nem sempre. Pense em como a entrada USB (Universal Serial Bus) é um recurso comum em computadores. O problema é saber qual o lado correto que o conector deve ser inserido na porta USB, principalmente se ele estiver na vertical e atrás da máquina (figura seguinte). O lado certo de inserir o conector na entrada USB é um problema de interface muito comum. Figura 6 - Parte traseira do gabinete de um computador exibindo portas de entrada/saída Fonte: Dreamstime (2022) Como complemento, o termo affordance refere-se às propriedades que destacam como um objeto pode ser usado. Affordances dão pistas sobre como um objeto pode ser usado para realizar uma ação. Por exemplo, os slots de uma máquina de venda automática são affordances. Eles mostram que você pode inserir algo, talvez uma moeda, para fazer uma compra. A possibilidade de inserir algo em um slot é a sua affordance. No contexto de UI e UX, as affordances são usadas para ajudar os usuários a saber o que devem fazer sem precisar usar imagens, rótulos ou instruções. Um ótimo exemplo de affordances são os botões. Os usuários sabem que os botões 9 podem ser pressionados visto que se assemelham aos botões que encontram e apertam na vida real. A probabilidade de um usuário apertar um botão é a affordance do botão. Quando bem-feitas, as affordances reduzem os erros do usuário e a carga cognitiva. Melhoram também a experiência do usuário e aumentam as conversões. Para que qualquer usuário consiga usar um site ou aplicativo, realizar suas atividades, pesquisas ou buscas com facilidade, agradabilidade e eficácia, visando à redução de erros, algumas características de dimensões precisam ser observadas na criação de interfaces. Acompanhe. › Clareza na informação: é importante fornecer um senso de como a informação deverá ser estruturada, ou seja, deve haver facilidade de uso. Deve-se evitar exagero na informação, pois o usuário quer encontrar o mais rápido possível a informação que deseja. › Conteúdo relevante: deve haver qualidade e relevância no conteúdo, com textos concisos e objetivos. Os usuários, na leitura on-line, necessitam de textos com informações curtas. › Manter a consistência: um sistema deve ser estruturado como um projeto exclusivo e padronizado de interface com o usuário. › Legibilidade: determina a facilidade de leitura, ou seja, mede o quanto a informação está legível para ser apresentada ao leitor. › Acessibilidade: é um recurso que a plataforma deve oferecer aos portadores de necessidades especiais para que eles possam ter acesso à informação, como qualquer outra pessoa. › Navegabilidade: a organização das informações que remetem à capacidade de navegação é importante. No máximo em três cliques, o usuário deverá acessar a informação procurada, o que requer facilidade no acesso à informação. O tempo de abertura das páginas web, por exemplo, deve ser curto, sendo o máximo de espera entre 10 a 15 segundos, antes que as pessoas desistam da navegação. Dica Perceba que a usabilidade é uma área que determina métodos que visam à facilitação e à utilização de uma interface de modo satisfatório pelos seus usuários. Conheça melhor a usabilidade assistindo ao vídeo de Daniel Furtado, disponível no link a seguir ou aproximando seu celular do QR Code: https://www.youtube.com/watch?v=R-bzA9oV-4w&feature=youtu.be 10 Processo de Interação Humano-Computador (IHC) Elementos envolvidos em um processo de Interação Humano-Computador (IHC) podem ser sintetizados conforme consta na figura, a seguir. Observe que, em um dado contexto, o usuário tem um objetivo e, para atingi-lo, necessita interagir com o sistema por meio da interface. Usuário Sistema Interface Ação Interpretação Aplicação Figura 7 - Elementos envolvidos em um processo de interação Fonte: Prates et al. (2003) Vale a pena destacar que, de uma forma ou outra, quase tudo possui interfaces: algumas funcionam bem, outras nem tanto. Dependendo da situação e das pessoas, as necessidades de interface podem variar muito. IHC é a disciplina voltada para o design, a avaliação e o desenvolvimento de plataformas interativas para serem usadas por humanos. Acompanhe algumas ideias fundamentais. A área de IHC ocorre em um contexto de uso que inclui tempo, ambiente físico e cultural e diz respeito ao processo de interação entre o usuário e um sistema no qual o usuário tem um objetivo definido a cumprir. O usuário interage com o sistema por meio da interface do sistema e, por isso, sistema é também chamado de sistema interativo. Observe. 11 Contexto de uso Inclui o tempo e ambiente físico, social e cultural SistemaUsuário Objetivo Interface com usuário Processo de interação Figura 8 - Interação entre usuário e sistema Fonte: Fonte: Barbosa (2010) A evolução dos videogames e de como se opera tais sistemas reflete bem a evolução da área de IHC ao longo do tempo. Observe as figuras a seguir e procure localizar o contexto de uso, como o usuário interage com estes dispositivos e quais são as características presentes nestas interfaces com o jogador. Houve muitas mudanças significativas. Figura 9 - Telejogo da década de 1980 Fonte: Publicados Brasil (2018) Figura 10 - PlayStation da década de 2010 Fonte: TechTudo (2017) 12 Controle PlaystationController 1995 nos Eua Não possui 8 botões de ação Por fio Não possui DualShock 2 2000 nos Eua Duas 10 botões de ação + giroscópio e acelerômetro 10 botões de ação + giroscópio e acelerômetro 10 botões de ação + touchpad + botão ‘Share’ +Sensor Move Por fio Sim Sixaxis 2006 nosEua Duas Sem fio Não possui DualShock 3 2008 nos Eua Duas Sem fio Sim DualShock 4 Final de 2013 Duas Sem fio Sim DualShock 1997 nos Eua Duas 10 botões de ação 10 botões de ação Por fio Sim Lançamento Alavancas analógicas Botões Conexão Vibração Confira a evolução do joystick do Playstation Sony manteve o design do DualShock ao longo dos anos Figura 11 - Evolução do joystick do PlayStation Fonte: Globo Comunicação e Participações S.A. (2013) O que há de mais importante na compreensão de IHC/UX é que ela consiste em uma área bastante multidisciplinar. Isso significa que muitas disciplinas estão envolvidas nas pesquisas e nos desenvolvimentos nesta área: psicologia, ciência da computação, ergonomia, engenharia, design, linguística, sociologia e até filosofia. A figura a seguir sintetiza a ideia de que diferentes áreas do conhecimento compõem a área de IHC. Psicologia cognitiva IHC Ciência da Computação Fatores humanos ou ergonomia Psicologia social e organizacional Sociologia Linguística Design Filosofia Engenharia Antropologia Inteligêncial Artificial Figura 12 - Disciplinas que contribuem em IHC Fonte: Adaptado de Preece et al. (1994) 13 Por esse motivo, estudar IHC passa, de alguma maneira, por todos esses campos, dependendo do tema e do alcance do projeto que será desenvolvido. Outros itens que merecem destaque quando se trata de interfaces são a ergonomia e a usabilidade. A seguir, conheça melhor essas características. Ergonomia e usabilidade O objetivo principal da ergonomia é aumentar os valores humanos específicos no local de trabalho e ampliar a eficácia ou a proficiência de como as operações são realizadas. Embora a ergonomia tenha sido um fator predominante entre vários outros setores, com o trabalho de cenários, sua recente introdução no domínio do design de sites trouxe algumas mudanças significativas (SARMENTO, 2021). Começando por absorver um senso de humor no design de sites para equipar ferramentas de desenvolvimento de interface de usuário com competência de domínio e enunciando conhecimento de fatores humanos, o papel da ergonomia está se tornando amplo. O design ergonômico da interface do usuário visa a oferecer suporte aos designers do site durante o processo, fornecendo ferramentas adequadas de auxílio ao design que levam a uma maior relação entre usuário e interface de usuário de qualidade. Embora isso forneça um leiaute básico da intervenção ergonômica e influência no design do site, os detalhes do processo são muito intrigantes. Desta forma, a ergonomia ainda é relevante na era do design de interface do usuário. Embora a interação física esteja limitada principalmente aos dedos, a utilidade desses dispositivos é crucial, e qualquer falha no design pode custar aos usuários muito estresse e frustração. Após imenso estudo e pesquisa sobre como os usuários segurariam o dispositivo e como suas mãos o acessariam, chega-se às dimensões da tela nos gadgets. Mesmo ao projetar aplicativos, os designers prestam atenção às áreas mais acessíveis da tela e posicionam seu conteúdo e botões de acordo. Se o usuário trabalha com uma mão ou duas mãos, e se uma única mão é usada, qual mão é mais usada e outros dados são relevantes para projetar produtos digitais. Além do conceito de ergonomia, você precisa entender o que é usabilidade, isto é, se a funcionalidade de um sistema faz o que deve ser feito, se um jogo efetivamente diverte ou se um software educacional auxilia de fato o aprendizado de alunos. Resumindo, é a questão relacionada a quão bem os usuários podem usar a funcionalidade definida (NIELSEN et al. 2007). 14 Curiosidade Nielsen é um dos mais conhecidos especialistas em usabilidade no mundo. Atualmente, mantém um site, conhecido como Nielsen Norman Group, dedicado a discussões de inúmeras situações relacionadas à usabilidade. Confira clicando no link ou acessando o QR Code com seu celular. http://www.nngroup.com Mas, como é possível medir a usabilidade de uma interface? A norma ISO 9241, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), descreve a prática de forma objetiva e clara. De acordo com essa norma, para verificar o nível de usabilidade de uma interface, os seguintes elementos devem ser avaliados: eficácia, eficiência e satisfação. O primeiro deles, a eficácia, significa que a tarefa que se pretende executar deve ser realizada de forma correta e completa. Em outras palavras, é preciso verificar se o aplicativo ou o site desempenha a função a que se propõe quando o usuário a solicita (KRUG, 2006). A eficiência, por sua vez, diz respeito aos recursos utilizados (financeiros, de tempo, quantidade de memória gasta) para que a tarefa seja desempenhada. Assim, para um design eficiente, determinadas funcionalidades devem reduzir ao mínimo os recursos empregados (KRUG, 2006). Por fim, a satisfação é o aspecto pertinente ao conforto e à facilidade para utilizar a ferramenta. A navegação é intuitiva? As funcionalidades estão bem exibidas? Cada comando é bem explicado? A satisfação é uma diretriz para refletir sobre essas questões (KRUG, 2006). Características de uma interface com boa usabilidade É importante, ao projetar a interface de um software, que ela possua boa usabilidade. Algumas diretrizes guiam a usabilidade e são muito comuns aos diferentes autores de IHC sobre desenvolvimento de melhores práticas referentes à usabilidade em projetos de sistemas. Algumas diretrizes podem ser seguidas para alcançar esse objetivo (BARBOSA, 2010; ROCHA et al., 2003; PREECE et al., 2013; CYBIS et al., 2015; NIELSEN et al. 2007). Acompanhe. 15 a) Foco no usuário: o desenvolvimento de todo o projeto deve ser centrado no usuário. Projetos que não têm essa preocupação, geralmente, tendem ao fracasso. b) Arquitetura da informação: ao propor a arquitetura, a informação precisa ser distribuída conforme a ordem de leitura do usuário, de forma clara e precisa. Você pode fazer uso de metáforas, ou seja, abstrair conceitos do mundo real para o ambiente virtual. c) Navegação: a navegação deve ser eficiente e intuitiva. O uso de atalhos pode ajudar a melhorar esse aspecto, assim como padronizar os menus de forma que o usuário visualize constantemente todas as opções disponíveis. d) Simplicidade: seja objetivo ao demonstrar as ações para o usuário. Lembre-se de que ele tem pressa em encontrar a informação de que necessita. e) Conteúdo: o texto a ser disponibilizado na interface deve ser coeso, relevante, claro e gramaticalmente correto. f) Consistência: utilize título significativos para o usuário. Prefira o uso de parágrafos curtos, sucintos e gramaticalmente corretos. g) Performance: os elementos dispostos na interface não devem comprometer a performance do software. Vale ressaltar que o usuário é impaciente por natureza. h) Prevenção e tratamento de exceções: os erros precisam ser evitados e, se ocorrerem, devem ser tratados imediatamente. Não induza o usuário ao erro! Todas essas diretrizes permitem que o usuário tenha boa experiência com a interface projetada. Dica Quer saber um pouco mais sobre a arquitetura da informação? Acesse a publicação do David Arty e leia um capítulo da apostila da professora Irla Ribeiro sobre este tema, que é muito discutido em um projeto de interface. Confira clicando no link ou acessando o QR Code com seu celular. https://www.chiefofdesign.com.br/arquitetura-da-informacao e https://irlabr.wordpress.com/apostila-de-ihc/parte-1-ihc-na- pratica/5-paradigmas-de-interacao/8-arquitetura-de-informacao 16 Neste estudo, você conferiu os conceitos básicos relacionados à interface e à usabilidade, passos essenciais para prosseguir no estudo de desenvolvimento de soluções com UX. Você acompanhou que a experiência do usuário é uma métrica qualitativa sujeita a muitos fatores e que é uma disciplina em evolução, sendo a precursora de grandes experiências do usuário. Você viu que a usabilidadeavalia o nível de dificuldade envolvido no uso de uma interface de usuário. Embora a usabilidade só possa ser quantificada por meio de medidas indiretas, ela está intimamente relacionada à funcionalidade de um produto. Por fim, espera-se que este estudo tenha ajudado você rumo ao projeto de sistemas interativos mais interessantes e com mais qualidade. Mesmo que não esteja lidando com ferramentas de programação ou de desenvolvimento diretamente, conhecer as diretrizes, os padrões e os conceitos de UX, UI e IxD já lhe dará uma percepção muito avançada do que significam as interações das pessoas com sistemas de computador, que possuem inúmeras aplicações. 17 REFERÊNCIAS AGNI, E. As disciplinas da Experiência do Usuário. 2012. Disponível em: https:// uxdesign.blog.br/as-disciplinas-da-experi%C3%AAncia-do-usu%C3%A1rio- a8288581a3a1. Acesso em: 05 jun. 2022. BARBOSA, S. D. J. Interação humano-computador. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. CYBIS, W.; BETIOL, A. H.; FAUST, R. Ergonomia e usabilidade: conhecimentos, métodos e aplicações. 3. ed. São Paulo: Novatec, 2015. 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