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ME. RICARDO AZENHA LOUREIRO ALBUQUERQUE ESP. TAÍS LUCIANA ROVINA MINÉ PROF. LUÍS AUGUSTO ZILLMER CARDOSO COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL E ORATÓRIA EXPEDIENTEEXPEDIENTE Coordenador(a) de Conteúdo Grazielle Jenske Projeto Gráfico e Capa Arthur Cantareli Silva Editoração Matheus Silva de Souza Design Educacional Vanessa Graciele Tibúrcio Revisão Textual Keli Francieli Cattoni Ilustração Geison Ferreira da Silva Fotos Shutterstock Ficha catalográfica elaborada de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a). FICHA CATALOGRÁFICA Impresso por: Bibliotecária: Leila Regina do Nascimento - CRB- 9/1722. Núcleo de Educação a Distância. CARDOSO, Luís Augusto Zillmer, ALBUQUERQUE, Ricardo Azenha Loureiro, MINÉ, Taís Luciana Rovina. Comunicação Empresarial e Oratória / Luís Augusto Zillmer Cardoso, Ricardo Azenha Loureiro Albuquerque, Taís Luciana Rovina Miné, Vanessa Graciele Tibúrcio (Org.). - Indaial, SC: Arqué, 2023. 260 p. ISBN papel 978-65-5466-004-4 ISBN digital 978-65-5466-009-9 “Graduação - EaD”. 1. Comunicação 2. Empresarial 3. Oratória. 4. EaD. I. Título. CDD - 658.45 ACADÊMICO!ACADÊMICO! AO FIM DE CADA TEMA DE APRENDIZAGEM, VOCÊ É CONVIDADO A VERIFICAR O QUE COM PREENDEU SOBRE O ASSUNTO ESTUDADO, REALIZANDO ALGUMAS ATIVIDADES. ACESSE AS ÚLTIMAS PÁGINAS DE CADA TEMA E RESOLVA AS ATIVIDADES PROPOSTAS. NÃO PERCA A OPORTUNIDADE DE AMPLIAR SEUS CONHECIMENTOS! NO FINAL DO LIVRO VOCÊ PODE ACESSAR O GABARITO E CONFERIR A RESOLUÇÃO DAS ATIVIDADES DE CADA TEMA. BOA SORTE! AVISO IMPORTANTE! 1 2 3 RECURSOS DE IMERSÃO Utilizado para temas, assuntos ou conceitos avançados, levando ao aprofundamento do que está sen- do trabalhado naquele momento do texto. APROFUNDANDO Professores especialistas e convidados, ampliando as discussões sobre os temas por meio de fantásticos podcasts. PLAY NO CONHECIMENTO Utilizado para agregar um conteúdo externo. Utilizando o QR-code você poderá acessar links de vídeos, artigos, sites, etc. Acres- centando muito aprendizado em toda a sua trajetória. EU INDICO Este item corresponde a uma proposta de reflexão que pode ser apresentada por meio de uma frase, um trecho breve ou uma pergunta. PENSANDO JUNTOS Utilizado para desmistificar pontos que possam gerar confusão sobre o tema. Após o texto trazer a explicação, essa interlocução pode trazer pontos adicionais que con- tribuam para que o estudante não fique com dúvidas sobre o tema. ZOOM NO CONHECIMENTO Uma dose extra de conheci- mento é sempre bem-vinda. Aqui você terá indicações de filmes que se conectam com o tema do conteúdo. INDICAÇÃO DE FILME Uma dose extra de conheci- mento é sempre bem-vinda. Aqui você terá indicações de livros que agregarão muito na sua vida profissional. INDICAÇÃO DE LIVRO 4 CAMINHOS DE APRENDIZAGEM 09U N I D A D E 1A COMUNICAÇÃO NO CONTEXTO ORGANIZACIONAL . . . . . . . . . . 10 EVOLUÇÃO DA COMUNICAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 EVOLUÇÃO DA COMUNICAÇÃO NO BRASIL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 COMUNICAÇÃO NA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL ESTRATÉGICA . . . . . . . . . . . . 22 COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL ESTRATÉGICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 PANORAMA DA COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL . . . . . . . . . . . 42 MINHAS METAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42 DEFINIÇÃO DE COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44 FUNDAMENTOS E HISTÓRICO DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48 PAPEL DA COMUNICAÇÃO NA EMPRESA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52 OBJETIVOS DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56 5 CAMINHOS DE APRENDIZAGEM 65U N I D A D E 2COMPOSTO DA COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL . . . . . . . . . . . 66 MINHAS METAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66 COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68 COMUNICAÇÃO ADMINISTRATIVA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77 COMUNICAÇÃO INTERNA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83 COMUNICAÇÃO MERCADOLÓGICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96 COMUNICAÇÃO SOCIAL INTEGRADA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108 MINHAS METAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108 COMUNICAÇÃO CULTURAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109 COMUNICAÇÃO SOCIAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 120 GESTÃO DA COMUNICAÇÃO E SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 134 MINHAS METAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 134 COMUNICAÇÃO ADMINISTRATIVA/GERENCIAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 136 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO E MÍDIAS DIGITAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 140 6 CAMINHOS DE APRENDIZAGEM 155U N I D A D E 3GÊNEROS TEXTUAIS DO CONTEXTO ORGANIZACIONAL: LEITURA E ESCRITA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 156 MINHAS METAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 156 GENEROS TEXTUAIS – ABORDAGENS INICIAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 157 CARACTERÍSTICAS DA LINGUAGEM DOS GÊNEROS EMPRESARIAIS . . . . . . . . . 163 LEITURA DE GÊNEROS TEXTUAIS EMPRESARIAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 174 PRÁTICAS DA COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL . . . . . . . . . . . . 182 MINHAS METAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 182 IDENTIDADE DA MARCA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 183 COMUNICAÇÃO E GESTÃO DE PESSOAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 188 POLÍTICAS E DESAFIOS DA COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES . . . . . . . . . . 196 COMUNICAÇÃO NA ERA DIGITAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 205 TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO E ORATÓRIA . . . . . . . . . . . . . . . . 220 MINHAS METAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 220 HABILIDADES DO ORADOR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 221 PLANEJAMENTO DA APRESENTAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 231 7 UNIDADE 1UNIDADE 1 MINHAS METAS T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 1 MINHAS METAS A COMUNICAÇÃO NO CONTEXTO ORGANIZACIONAL ME. RICARDO AZENHA LOUREIRO ALBUQUERQUE Conhecer os conceitos básicos da comunicação. Compreender a trajetória da comunicação. Conceber o conceito “sociedade da informação”. Elaborar os aspectos constituintes da sociedade da informação. 1 1 1 1 INICIE SUA JORNADA Você já parou para pensar no significado de comunicação? Nós, seres huma- nos, fazemos uso de diversos meios para nos comunicar, e a fala é um exem- plo dessas modalidades. Embora diversos estudos já tenham demonstrado a comunicação entre baleias, golfinhos, cães, insetos e até árvores. A comunicação entre humanos tem como característica umanatureza interdisciplinar, sendo que importantes pesquisas relacionadas ao tema já foram realizadas pela sociologia, antropologia, história, psicologia social e experimental, linguística, semiótica e, evidentemente, filosofia. Nossa comunicação tem a capacidade de nos informar, emocionar, dis- trair, vender, construir mitos, denegrir, poder distorcer fatos, acabar com a reputação das pessoas, ignorar verdades, criar mentiras, emocionar, produzir o silêncio, influenciar comportamentos, fazer rir ou chorar, enganar, conven- cer, gerar dúvida, ter importância e encorajar os que necessitam de coragem. Também é capaz de produzir o que chamamos de “incomunicação”, o que reservamos para tratar em outro momento. Vamos conhecer alguns conceitos sobre o termo comunicação? Matos (2014, p. 2), por exemplo, explica que a palavra comunicação “tem origem no termo latim communicare, ou seja, ‘tornar comum’, ‘partilhar’, ‘repartir’, ‘associar’, ‘trocar opiniões’, ‘conferenciar’”. Por sua vez, Cordeiro (2017, p. 14) complementa essa definição ao explicar que a palavra latina communicatione “deriva de commune que significa ‘comum’, ou, tornar algo comum, como uma informação, uma emoção ou uma experiência”. Isso, para a autora, é como ocorre a comunicação. Outros autores que corroboram com esses conceitos são Perez e Bairon (2002, p. 14), que apontam como origem da comunicação a palavra latina cummunis, a qual tem como significado a “ideia de comunhão, em outras palavras, comungar, compartilhar e transmitir, sendo esse, para eles, o sentido do que seja comunicação”. Por fim, trazemos alguns conceitos de comunicação encontrados, no dicionário Priberam (2020, s.p.): “1. Informa- ção; participação; aviso; 2. Transmissão; 3. Notícia; 4. Passagem; 5. Ligação; 6. Convivência; 7. Relações; 8. Comunhão (de bens)”. 1 1 UNIDADE 1 DESENVOLVA SEU POTENCIAL VAMOS RECORDAR? A intenção, até aqui, foi a de deixar claro que o conceito da palavra comuni- cação se refere ao fato de comunicar-se com outras pessoas, transmitir algu- ma informação ou opinião. Enfim, comunicar é a capacidade de se expressar nos mais diversos contextos sociais. EVOLUÇÃO DA COMUNICAÇÃO A oralidade (ou uso da fala), além de ser a maneira mais simples, é uma forma primitiva de se comunicar. No entanto, com o passar do tempo, o modo de se comunicar ganhou novas formas, acompanhando a evolução da humanidade. Em um primeiro momento, as pessoas se reuniam para contar histórias e, as- sim, transmitiam seus conhecimentos. Logo depois, o ser humano começou a utilizar pin- turas rupestres (desenhos pré-históricos em cavernas) para se comunicar. Conforme sua evolução acontecia, a lin- guagem foi se desenvolvendo e o ser humano passou a utilizar pedras, argilas, couro, papi- ro e papel para registrar, de maneira escrita, as suas ideias. Cordeiro (2017) diz que foram os sumérios que inventaram a escrita há 3.500 anos antes de Cristo. Depois disso, ainda segun- do o autor, foi a vez dos judeus e gregos passarem a utilizar a escrita como forma de comunicação. 1 1 Pimenta (2002) explica que, com a utilização da escrita, foi possível registrar as informações e, dessa forma, transportá-las de um local para o outro. Esse registro, também, permitiu a viabilidade de se manter várias informações a respeito de diversas culturas e povos ao longo do tempo. A primeira grande transformação social por meio da escrita, sem sombra de dúvidas, deu-se com a invenção da prensa de tipos móveis por Gutenberg. Segundo Thompson (2014), Gutenberg desenvolveu, em meados de 1440, um método de duplicar a fundição de letras de metal de modo que se tornou possível produzir composições de textos extensos. Com isso, criou o conceito dos livros, além de dar força à imprensa. Assim, desenvolveu-se a cultura de mídia, com o surgimento de jornais e revistas por todo o mundo. Com a Revolução Industrial, teve o início da cultura de massa, caracterizada pela difusão de mensagens veiculadas a partir dos meios de comunicação eletrônica, coincidindo com o surgimento do cinema, do rádio e, mais tarde, da tele- visão, contribuindo para a propagação, em massa, de ideologias e movimentos culturais (FELICE, 2008). Com a Revolução Industrial, teve o início da cultura de massa VOCÊ SABE RESPONDER? Já parou para pensar na maneira como você se relaciona com as novas tecno- logias da informação e comunicação? Será que você é um influenciador ou está sendo influenciado, principalmente, pelo que vê e divulga nas redes sociais? No atual cenário, com o desenvolvimento de novas tecnologias de informação e comu- nicação, Felice (2008, p. 23) explica que “pela primeira vez na história da humanidade, a comunicação se torna um processo de fluxo em que as velhas distinções entre emissor, meio e receptor se confundem e se trocam até estabelecer outras formas e outras di- nâmicas de interação”. Isso se dá em função da conectividade de nossos computadores em rede, proporcionando uma comunicação em tempo real, o que torna possível estabelecer um diálogo constante entre as pessoas em qualquer parte do planeta. Essa condição transformou a maneira de interação entre os povos e o modo do ser humano se comunicar. As tecnologias da informação e comunicação ex- pandiram, significativamente, a capacidade de integração, interação e influência das pessoas em uma sociedade em rede. 1 1 UNIDADE 1 EVOLUÇÃO DA COMUNICAÇÃO NO BRASIL “ “A comunicação evoluiu em conjunto com o desenvolvimento eco-nômico nacional, social e político das últimas décadas”, Torquato (2008, p. 1). Muito dessa evolução se deu pela criação da Asso- ciação Brasileira de Editores de Revistas e Jornais de Empresas (ABERJE), em 1967, na cidade de São Paulo, a qual, com o passar do tempo, tornou-se a Associação de Comunicação Empresarial, movida pela vontade de al- guns profissionais de trans- formar a atividade do jornalismo empresarial em uma atividade profissional. Em termos cronológicos, temos a evolução da comunicação organizacional no Brasil a partir da década de 1950, como é possível ver a seguir (ANDREI, 2016). • 1950: o produto dá ênfase à comunicação no mundo, deixando a imagem das organ- izações em segundo plano. • 1960: inicia-se a chamada “era da imagem”, idealizada pelo publicitário David Oglivy (um dos papas da publicidade moderna). • 1960: início das primeiras atividades da comunicação no Brasil. Forte industrialização no Sudeste. 1 4 • 1967: ABERJE faz sua primeira convenção, sendo a comunicação interna o tema geral de todas as atividades. Iniciavam-se os primeiros desenhos das “atividades do profissional de relações públicas”. • 1970: o mercado do jornalismo (impresso e via rádio) está em fase de saturação. Com a inserção da TV no Brasil, a comunicação assume a escala de posicionamento estratégico nas organizações. • 1980: a comunicação se torna mais interativa por meio das campanhas publicitárias. • 1990: com a popularização dos computadores, a comunicação inicia seu processo de evolução. A globalização é algo irreversível no âmbito dos negócios. • ANOS 2000: tidos como a era tecnológica, fazendo com que a comunicação não pare de se transformar. As tecnologias da comunicação e informação fazem parte do cotidiano de cada cidadão brasileiro. A popularidade da internet impulsiona tal crescimento. É a partir da década de 1980 que a comunicação empresarial ganha força no Brasil, passando a ser vista pelas organizações como algo de grande impor- tância, a ponto de atrair profissionais das mais diversas áreas para atuar nesse campo de trabalho. A criação da política de comunicação social no Brasil nessa mesma época, por meio da Rhodia (empresa do grupo internacional do ramo químico industrial Solvey), teve importante influência na comunicação organizacional (BUENO, 2009). 1 5 UNIDADE 1 “ “O jornalismo empresarial e as atividades afetas às relações públicas se profissionalizaram com a chegada dos egressos dasfaculdades-cursos de comunicação e, sobretudo, com a vigência do regime democrático, que exigiu nova postura das organizações” (BUENO, 2009, p. 7). Mas é a partir dos anos 1990 que o conceito de comunicação empresarial se aprimora, passando “a ser considerada estratégica nas e para as organizações, o que significa, estritamente vinculada ao negócio” (BUENO, 2009, p. 8), atuando como um processo de relacionamento entre as organizações e seu público. Vivemos em um momento em que é facilmente observável o quanto a co- municação organizacional está em crescimento, no sentido de busca por con- solidação nesse ambiente. Ela deixa de ser considerada uma simples atividade empresarial para se constituir em um processo de inteligência organizacional de extrema relevância do ponto de vista estratégico. Com um olhar voltado para o negócio, Bueno (2009, p. 46) explica que “os desafios que a ‘nova economia’ impõe às organizações - entidades, asso- ciações etc. - resvalam, sempre em questões afetas ao bom desempenho da comunicação”. Em outras palavras, faz-se necessário profissionalismo, ética e transparência, além de valores constitutivos na moderna comunicação organizacional. Caro(a) acadêmico(a), para que você entre em contato com uma breve história da comunicação empresarial no Brasil, acesse o en- dereço eletrônico. EU INDICO faz-se necessário profissionalismo, ética e transparência, além de valores constitutivos na moderna comunicação organizacional. COMUNICAÇÃO NA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO Todo desenvolvimento da sociedade foi acompanhado por importantes mu- danças tecnológicas, desde o período agrícola, passando pela era industrial, até chegar ao que hoje é conhecido como sociedade da informação. Cada uma dessas mudanças na tecnologia foi responsável por profundas transformações sociais. 1 6 https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/18015 Alguns autores, como Alvin Toffler, chamam essas mudanças tecnológicas de onda. A primeira onda é caracterizada pelas transformações na era agrícola. Já a segunda teve início com a Revolução Industrial, no século XVIII, e contribuiu para o surgimento da sociedade de consumo e dos meios de comunicação de massa. Atualmente, estaríamos vivendo a terceira onda, que é consequência da criação e introdução do computador, da internet e de diversas invenções que impactaram fortemente o desenvolvimento social, contribuindo para que nos tornássemos a sociedade da informação. Acompanhe a evolução no quadro a seguir CARACTERÍSTICAS- CHAVES SOCIEDADE AGRÍCOLA SOCIEDADE INDUSTRIAL SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO PERÍODO DE TEMPO 10.000 anos 200 anos (Inglaterra – 1750) 1955 (Começou nos EUA) RECURSO BÁSICO Alimentar Energia Informação MÃO DE OBRA PRINCIPAL Fazendeiros Trabalhadores de fábricas Trabalhadores da informação INSTITUIÇÃO SOCIAL Fazenda Fábricas, siderúrgicas Pesquisa e Universidades TECNOLOGIA BÁSICA Trabalho manual Máquinas a vapor Computação e eletrônica NATUREZA DA COMUNICAÇÃO Mídia impressa Rádio, cinema e televisão Mídia interativa, redes sociais Quadro 1 – Comparação entre a sociedade agrícola, a sociedade industrial e a sociedade da informação Fonte: Rogers (1986, p. 13). O fato de hoje vivermos em uma sociedade que tem como base a produção de valores informacionais, e não mais valores materiais, é o que caracteriza a expressão de sociedade da informação. Por isso, é possível perceber que tanto a informação quanto a comunicação se fazem tão importantes em nossa vida. 1 7 UNIDADE 1 Outro fator de suma importância que contribui para que vivamos na sociedade da informação é a conectividade que a internet proporciona. O avanço dessa tecnologia permitiu uma verdadeira revolução na maneira como as pessoas se comunicam. Felice (2008, p. 23) consegue resumir bem essa situação quando explica que “diante dos nossos computadores ligados em rede, podemos nos comunicar somente se passarmos a interagir com as nossas interfaces em um diálogo constante, [...] no qual é excluído qualquer distinção entre o produtor e o receptor da mensagem”. Ao mesmo tempo que esse tipo de conexão é revolucionário, acaba sendo também perigoso. Ao se perder a noção de emissor e receptor das mensagens, uma característica do tipo de informação que trafega em redes sociais, como no Facebook, por exemplo, as pessoas se perdem em um emaranhado de informações que são comunicadas indefinidamente, dificultando ter conhe- cimento a respeito de sua veracidade. “ “A internet é mais do que multimídia, ela é hipermídia, uma vez que possibilita a junção de todas as outras mídias com a conexão em rede” (BUENO, 2009, p.119). Castells (1999, p. 40 apud BUENO, 2009, p. 120) com- plementa essa fala ao pontuar que “as redes interativas de computadores estão crescendo exponencialmente, criando novas formas e canais de comunicação, mol- dando a vida e, ao mesmo tempo, sendo moldadas por ela”. O referido autor já previu, há mais de 20 anos, o impacto que a internet viria a causar na sociedade. Esse crescimento exponencial transformou as relações sociais, expandindo a ca- pacidade de os indivíduos, antes anônimos, tornarem-se celebridades em virtude de uma hiperexposição só possível pela utilização da internet e de mídias sociais. As empresas também vêm se aproveitando desse novo canal de comunica- ção, fato que pode ser comprovado observando-se a preocupação que grande parte delas tem demonstrado em fazer parte de alguma rede social, como o Facebook, por exemplo, e em monitorar os comentários que são postados a respeito de seus produtos e serviços, tentando, assim, controlar e administrar as críticas o mais rápido possível, de modo a diminuir possíveis impactos negativos que possam aparecer. Crescimento exponencial transformou as relações sociais 1 1 Outras ferramentas de comunicação, com grande impacto social, são os aplica- tivos de conversação como o WhatsApp, que trouxe grande prejuízo às compa- nhias telefônicas, obrigando-as a mudar seu modelo de negócio. Hoje, a maioria das pessoas e das empresas utiliza mensagens de texto ou envio de arquivos de áudio para se comunicar, tudo isso em função do baixíssimo custo e da pratici- dade. Sem contar o uso de aplicativos, como Uber, Rappi, iFood, dentre outros, que facilitaram, e muito, a contratação de serviços de entrega e de deslocamento. É engraçado pensar que a geração anterior aos anos 1990 nunca mais verá o mundo como conheceram, ao mesmo tempo que a geração a partir dos anos 1994 nunca conheceu um mundo sem a utilização da internet e de suas facilidades. Segundo Ferreira e Malheiros (2016), as mídias sociais, também permitem que as empresas: • Divulguem seus produtos. • Realizem campanhas promocionais. • Acompanhem sua imagem junto aos seus consumidores. • Observem as tendências do mercado. • Conheçam seus clientes. • Fidelizem seus clientes. • Envolvam seu público-alvo de acordo com suas intenções. APROFUNDANDO Como seria o seu mundo hoje sem as ferramentas do Google, como o Maps, ou sua rede social preferida, como Facebook ou Instagram? Seria um mundo mais fácil? Veja que estou falando de tecnologias que existem há menos de 20 anos! PENSANDO JUNTOS NOVOS DESAFIOS Agora que finalizamos este tema, o que você aprendeu até aqui? Foi possível conhecer os conceitos básicos da comunicação humana? O processo histórico da trajetória da comunicação é importante para a compreensão do status atual de nossa sociedade? Considerando que estamos vivendo a era da sociedade da informação, quais mu- danças você vivenciou com relação aos aspectos de comunicação e interação social? 1 1 AGORA É COM VOCÊ 1. A comunicação sempre existiu e existirá na história das organizações. Obviamente, o que irá diferenciá-la é a sua evolução. Hoje, a comunicação empresarial é uma ferra- menta estratégica de planejamento usada com o objetivo de melhorar, por exemplo, a imagem da empresa. De acordo com o material de estudo, sobre a comunicaçãoempresarial, podemos destacar que ela é uma atividade multidisciplinar que envolve métodos e técnicas das áreas de: I - Propaganda. II - Marketing. III - Área da Produção. IV - Relações Públicas. V - Engenharia. Assinale a alternativa correta: a) Apenas I e II estão corretas. b) Apenas II e III estão corretas. c) Apenas I está correta. d) Apenas I, II e IV estão corretas. e) Nenhuma das alternativas está correta. 2. Comunicação pode sofrer algumas barreiras, durante o seu processo, que precisam ser evitadas. Essas barreiras, conhecidas como ruídos, podem causar problemas de comunicação. Portanto, é correto dizer que: a) Deve-se deixar de se preocupar com possíveis distrações recebidas. b) Deve-se manter na defensiva durante a comunicação. c) Quando alguém estiver lhe dirigindo a palavra, prestar muita atenção, não desviar o olhar ou realizar outra atividade ao mesmo tempo. d) Deve-se prestar atenção, apenas, no conteúdo emitido que seja confuso. e) Embasar decisões, apenas, na opinião que se tem do emissor, mesmo que este não tenha credibilidade. 1 1 AGORA É COM VOCÊ 3. A comunicação é inerente ao ser humano, desde o seu primeiro dia de vida. Uma mamãe não precisa esperar seu bebê recém-nascido pedir o seu leite para saber que ele está com fome. Basta escutá-lo chorar. Dessa forma, a comunicação é processa- da o todo tempo, independentemente da forma em que ocorre. De uma criança que chora pelo seu leite até um executivo que precisa convencer seu cliente a comprar seu produto, o sucesso de toda a atividade “profissional” passa por uma comunicação eficaz. Para se fazer uma comunicação de excelência, é necessário compreender seus elementos. Com base nesta afirmação, aponte quais são os elementos do pro- cesso de comunicação. 4. Na comunicação organizacional, é importante que as empresas saibam utilizar, corre- tamente, suas ferramentas de comunicação de maneira que seja possível transmitir uma melhor imagem para o seu público, demonstrando, assim, certa preocupação com a opinião do mercado. No entanto é importante entender que não basta ter uma comunicação eficiente se as atitudes da organização não forem condizentes com o que ela diz. Portanto, cite quais são os objetivos a serem alcançados quando a organização utiliza, estrategicamente, a comunicação. 1 1 UNIDADE 1UNIDADE 1 MINHAS METAS T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 2 MINHAS METAS COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL ESTRATÉGICA ME. RICARDO AZENHA LOUREIRO ALBUQUERQUE LUÍS AUGUSTO ZILLMER CARDOSO Conhecer itens importantes que fazem parte da comunicação organizacional estratégica. Identificar os elementos do processo de comunicação. Aprender modelos e técnicas de comunicação empresarial. Aprender os passos para construir uma imagem positiva da empresa e identific- ar o papel dos funcionários nessa construção. Compreender a importância de as empresas agirem de maneira condizente com suas ações e valores. 1 1 1 1 INICIE SUA JORNADA A partir de agora, caro(a) acadêmico(a), traremos abordagens a respeito da co- municação organizacional. Para isso, te convido a pensar sobre o tema: qual a importância da comunicação para uma organização? Nas palavras de Fleury (1996, p. 24), “a comunicação constitui um dos ele- mentos essenciais no processo de criação, transmissão e cristalização do universo simbólico de uma organização”. Guerra do Fogo (Quest for fire, 1981). Sinopse: aligenimi, retrata dois grupos de hominídeos na Pré-História em busca do domínio do fogo, em uma época em que a fala ainda não havia se desenvolvido. Comentário: preste atenção na forma como a linguagem corporal con- tribui para a interação das tribos e na transmissão do conhecimento para dominar o fogo e para a própria aprendizagem de uma linguagem mais complexa e bem elaborada. INDICAÇÃO DE FILME Acredito que você já tenha uma percepção do quão valiosa é a comunicação para as organizações. Ainda assim, poucas são as empresas que conseguem se comuni- car de modo estratégico. Aliás, podemos afirmar que o sucesso ou o fracasso das empresas tem muita relação com a maneira pela qual elas se comunicam com o mercado. Vamos, juntos(as), conhecer estratégias de comunicação organizacional? VAMOS RECORDAR? Vale lembrar que quando se fala em organização, estamos nos referindo a todo e qualquer tipo de empresa, tendo em vista que a comunicação deve ser considerada como a base da existência para todas as organizações. A partir dessa linha de pensamento, há duas formas de existência da comunicação: ordenada e desordenada (TAVARES, 2010, p. 11). A primeira diz respeito a organizações que valorizam a importância da comu- nicação como um todo e fazem uso da comunicação de forma planejada. A segunda representa as organizações que utilizam de forma intuitiva a comu- nicação, sem o planejamento se basear no “achismo” (TAVARES, 2010). 1 1 UNIDADE 1 DESENVOLVA SEU POTENCIAL# COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL ESTRATÉGICA A má comunicação traz desgastes nas relações organizacionais em fun- ção de agressões verbais, perda de tempo, retra- balho, mal-entendidos e muitas outras situações ruins, frutos de proble- mas com a comunicação (MARTINIANO, 2007). Para que as organi- zações utilizem estrate- gicamente a comunica- ção organizacional, é importante que exista uma cultura de comunicação, de maneira que os recursos necessários sejam disponibilizados para tais atividades. Caso contrário, a organização pode ter maus resultados. Não existe comunicação organizacional em ambientes organizacionais em que essa perspectiva cultural seja ausente. Conforme Bueno (2009, p. 59), “dificilmente se poderia surpreender uma comunicação organizacional estratégica numa organização que fosse avessa a um sistema de gestão comprometido com esse paradigma organizacional”. É preciso lembrar que, em um mundo conectado, as organizações precisam oferecer muito mais do que apenas bons serviços ou produtos com preços com- petitivos. Não adianta também apresentarem estruturas atrativas. As organizações precisam comunicar-se de maneira correta com o seu público. Perez e Bairon (2002, p. 33) afirmam ser: “ “Necessário cada vez mais comunicar-se não só com clientes, mas também com clientes em potencial, fornecedores, colaboradores, entidades de classe, investidores e o público em geral”. 1 4 Percebe-se, então, que a comunicação organizacional, quando bem reali- zada, é condição que contribui para o lucro das empresas e, ainda, que uma boa comunicação é um diferencial entre as organizações. Seu objetivo é transmitir informações, criar e estreitar relacionamentos com o mercado, além de manter seus clientes internos e externos situados a respeito do que se passa com a organização. De modo geral, a comunicação organizacional é uma maneira de manter integrados todos os diversos processos pelos quais as organizações passam dia- riamente. Corroborando com esse pensamento, Kunsch (2009, p. 113), diz que “a importância da comunicação dentro das empresas pode contribuir signifi- cativamente em todas as áreas, inclusive, para a área financeira”. Um exemplo muito simples sobre a relevância da comunicação organizacional é a utilização do famoso “jornalzinho” da empresa, para divulgar os feitos entre seus funcionários. Isso é o tipo de ação que, sem grandes investimentos, provoca uma melhora na moral dos colaboradores e, muitas vezes, pode acarretar um aumento no rendimento organizacional. Trata-se de uma estratégia simples, prática e de fácil aplicação, mas que a grande maioria das organizações não sabe como aplicar. Outra maneira de se utilizar a comunicação organizacional ocorre por meio de uma assessoria de imprensa e, como mostramos anteriormente, com a uti- lização das redes sociais. As atuais ferramentas de tecnologia e informação das quais as empresas dispõem favorecem que se tenha acesso a praticamente todo o tipo de informação que possamos imaginar. Por meio dessas ferramentas conectadas à internet,como os smartphones ou tablets, é possível que as empresas e as pessoas, de modo geral, conversem virtualmente nas mais diversas situações, independentemente das distâncias. O ganho em interação que as organizações conseguem com esses meios é muito grande. A capacidade de melhorar a imagem das organizações diante do seu público só com a utilização das redes sociais, além de ser muito eficiente, per- mite um estreitamento das relações nunca imaginado. As empresas que sabem utilizar corretamente essas ferramentas on-line de comunicação têm condição de transmitir uma imagem melhor para o seu público, além de demonstrarem preocupação com a opinião do mercado. 1 5 UNIDADE 1 No entanto, Matos (2014, p. 96) chama atenção para o fato de que “de nada servem veículos e canais formais de comunicação interna e externa se não houver atitudes e comportamentos positivos que estimulem a livre interação de pensamentos, opiniões e ideias”. Portanto, além de utilizar as ferramentas de comunicação organizacional, é necessário que elas sejam utilizadas de maneira correta. Estrategicamente, a utilização da comunicação organizacional deve ser implantada pelas orga- nizações para alcançar determinados objetivos. São eles, segundo Pimenta (2010): ■ Construção da imagem institucional da empresa. ■ Adequação dos trabalhadores ao aumento da competição no mercado. ■ Atender às exigências dos consumidores mais conscientes de seus direitos. ■ Defender interesses frente ao governo (lobby). ■ Encaminhar questões sindicais e relacionadas à preservação do meio ambiente. Vamos conhecer cada um deles. Vem comigo! Construção da imagem institucional da empresa Fundamental para qualquer organização, sua imagem determina o con- ceito que as pessoas e o mercado em geral têm a respeito das empresas. Uma organização que esteja preocupada com questões de responsabilidade social e ambiental e age de maneira verdadeira, conforme o que divulga, terá uma grande chance de construir, frente ao seu público, uma imagem de uma organização séria e comprometida com o equilíbrio socioambiental. Será possível também perceber que existe uma tendência por parte dos con- sumidores de desenvolver imagens positivas de organizações que promovem ou estejam envolvidas com eventos culturais, esportivos ou de voluntariado. organização séria e comprometida com o equilíbrio socioambiental 1 6 “ A imagem do produto e da empresa (como instituição) formam seu maior patrimônio, que deve ser construído e preservado, tendo como base a ética, a organização e a competência” (PIMENTA, 2010, p. 139). Essa imagem institucional é construída pela imagem do produto em relação à qualidade, preço e durabilidade, e pela imagem da relação com o consumidor que leva em consideração o atendimento, a assistência técnica etc. Adequação dos trabalhadores ao aumento da competição no mercado A participação dos funcionários na construção da imagem organizacional é muito importante. As organizações só conseguem construir imagens positivas diante da sociedade caso os seus funcionários conheçam e tenham efetiva participação na construção dessa imagem. Para isso, é necessário algum investimento na melhora do desempenho dos funcionários, e a co- municação interna é uma excelente ferramenta para isso – como no exemplo dado anteriormente a res- peito do “jornalzinho interno”. comunicação interna é uma excelente ferramenta 1 7 UNIDADE 1 Outra maneira de trabalhar essa melhoria de desempenho é desenvolver os valores e técnicas organizacionais junto aos funcionários. Para isso, a comunica- ção interna, segundo Pimenta (2010), pode ser utilizada, em termos de valores, para melhorar a responsabilidade, o compromisso, a cooperação, a solidariedade e a dedicação dos funcionários. Com relação às melhorias técnicas, é possível utilizar formas de comunicação que possibilitem às equipes desenvolver novos procedimentos e métodos de trabalhos. Atender às exigências dos consumidores mais conscientes de seus direitos O atendimento às exigências do mercado também tem reflexo na imagem da organização. Esse atendimento deve ser realizado por meio de uma comunicação organizacional bem estruturada, que deve ser disponibilizada para os consumi- dores pelos meios de comunicação em geral e, principalmente, pela internet. Tais informações referentes à organização devem ser suficientes para satisfazer os consumidores, que estão cada vez mais exigentes e conscientes de seus direitos. Defender interesses frente ao governo (lobby) Não só os consumidores têm maior conhecimento de seus direitos, já que as organizações também vêm buscando, por meio de associações e sindicatos, lutar por seus interesses frente ao governo. Para que isso se efetive, Pimenta (2010, p. 133) explica que é necessário as “or- ganizações criarem representantes que estabeleçam contato com as entidades governamentais, para que posteriormente, estabeleçam vínculos que possibi- litem a ampliação dos negócios”. Encaminhar questões sindicais e relacionadas à preservação do meio ambiente Uma exigência cada vez maior, por parte dos consumidores, refere-se à manei- ra como as organizações vêm agindo, frente às suas responsabilidades sociais, econômicas e ambientais, quanto à sua atuação no mercado. Para o mercado, de 1 1 forma geral, essa é uma tendência em crescimento e que não tem volta. Por isso, munir o mercado e seus consumidores com a maior quantidade de informações referente a esses assuntos é fundamental para tranquilizar seus consumidores. Além de buscar esses objetivos, uma estratégia de comunicação também deve pensar quais recursos estão disponíveis para se alcançar esses objetivos e o que precisa ser diagnosticado em termos de reputação da organização. O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES A comunicação torna possível nos organi- zarmos em sociedade, estruturar e expressar nossos sentimentos e desejos. Por meio dela, é possível se relacionar continuamente com outras pessoas e seus ambientes (CHIAVE- NATO, 2016). Nesse sentido, três conceitos preliminares são importantes: ■ Dado – registro a respeito de determinado evento ou ocorrência ou pessoa. ■ Informação – conjunto de dados com determinado significado, ou seja, que reduz a incerteza a respeito de algo ou que permite o conhecimento a respei- to de algo. ■ Comunicação – ocorre quando uma informação é transmitida a alguém e é, então, compartilhada também por esse alguém. 1 1 UNIDADE 1 Assim, há várias formas de comunicação, seja por meio da fala, da escrita, da pintura, dos símbolos, das cores, das danças e todas as demais maneiras de ex- pressarmos nossas intenções, emoções ou sentimentos. Para que a comunicação seja efetiva, Terciotti e Macarenco (2009, p. 9) esclarecem que “o emissor precisa tornar sua ideia ou informação comum ao receptor, sob pena de ter sua mensagem interpretada de forma incorreta”. Nem toda comunicação ocorre de maneira verbal, ou seja, por meio das coisas que falamos ou escrevemos. A comunicação também pode ocorrer de forma não verbal de diversas maneiras. A comunicação verbal é aquela transmitida de maneira escrita ou falada por uma pessoa. Ela representa a capacidade do homem de dominar a linguagem e a capacidade de usar e se expressar por meio de palavras. Por outro lado, a escrita representa os sons articulados na fala por meio de sinais gráficos. Todavia, também podemos nos expressar pela comunicação não verbal, ou seja, aquela utilizada por outros meios, como gestos, olhares, cores, tom de voz, expres- sões faciais, postura e até pelas roupas que usamos (TOMASI; MEDEIROS, 2014). VOCÊ SABE RESPONDER? Você se lembra da definição de “comunicação”? Relembre aqui. A palavra comunicação deriva do latim communicare, cujo significado é tornar comum, partilhar, associar, trocar opiniões ou conferenciar. Assim, o termo “comunicação” tem o sentido de participação e de interação (CHINEM, 2010). Para Terciottie Macarenco (2013), a comunicação implica uma transferência de significados entre as pessoas capazes de produzir um efeito real, o que exige compreensão dos significados por todos os envolvidos no processo de comunicação. Isso nos ajuda a compreender a definição de comunicação, cuja palavra tem origem na junção das ex- pressões “comunicar” e “ação”. Ou seja, comunicar significa tornar comum uma ação (ação + tornar comum = comunicação). 1 1 Para compreendermos melhor como realizar uma comunicação eficaz, que seja comum ao emissor e ao receptor, precisamos entender como se dá o processo de comunicação. Um processo consiste em uma sequência de etapas e, assim, a comunicação deve obedecer a uma ordem de fatores sem os quais ela não ocorre. Observe a figura a seguir, que apresenta os elementos envolvidos no processo de comunicação. Emissor Receptor Codi�cação da mensagem Decodi�cação da mensagem Ambiente Ambiente Código Canal de comunicação Mensagem enviada Ruído Ruído Resposta (ou���������) Figura 1 – Elementos do processo de comunicação / Fonte: Terciotti e Macarenco (2009, p. 3). Para ilustramos a comunicação não verbal, podemos recorrer ao exemplo do gesto com o polegar levantado para cima. Para nós, brasileiros, isso significa que está tudo bem e até serve para confirmar uma afirmação ou dar uma resposta positiva para alguém sem precisar dizer nada. Agora, se você for para a Índia, tome cuidado. Ao utilizar esse mesmo gesto com um comerciante, em vez de confirmar que está tudo bem com a sua compra, você estará dizendo que desistiu do negócio. Da mesma forma, esse gesto tem uma representação obscena na Austrália e na Nigéria (TOMASI; MEDEIROS, 2014). APROFUNDANDO 1 1 UNIDADE 1 Como podemos constatar na figura, os elementos-chave do processo de co- municação são os seguintes: emissor, canal de comunicação, receptor, mensagem, código, codificação, decodificação, resposta ou feedback, ruído e ambiente. Utili- zaremos a sequência de explicações, proposta por Terciotti e Macarenco (2009), de cada um dos elementos para identificá-los e verificar sua função no processo de comunicação. Vejamos: • EMISSOR responsável por transmitir a mensagem codificada ao interlocutor. • RECEPTOR recebe, decodifica e interpreta a mensagem enviada pelo emissor. • MENSAGEM informação transmitida por meio de sinais (signos) pertencentes a um código linguístico ou não. • CÓDIGO compõe-se dos sinais (signos) linguísticos ou não que devem ser comuns tanto ao emissor quanto ao receptor, bem como as regras de utilização dos sinais. • CODIFICAÇÃO designa a conversão da informação na mensagem, por meio de um código ade- quado para transmissão e de um canal de comunicação. • CANAL DE COMUNICAÇÃO corresponde ao meio (oral, escrito, visual ou corporal) pelo qual a mensagem é transmitida. 1 1 • DECODIFICAÇÃO é o processo inverso à codificação, ou seja, corresponde à percepção e interpre- tação do significado da mensagem pelo receptor. • RESPOSTA representa a reação do receptor à mensagem e faz com que o emissor saiba se a mensagem foi compreendida ou não. Por exemplo: uma curtida em uma post- agem de rede social. • FEEDBACK significa a realimentação do processo de comunicação e o retorno dado pelo re- ceptor. Por exemplo: o compartilhamento de uma postagem em uma rede social. Há outros dois elementos que não são essenciais ao processo de comuni- cação, mas que afetam diretamente a comunicação (TERCIOTTI; MACAREN- CO, 2009). São eles: ■ Ambiente – é o contexto no qual as mensagens são transmitidas e recebidas. ■ Ruído – é tudo aquilo que interfere na comunicação, ocasionando perda de informação durante a transmissão da mensagem. A existência e a compreensão do processo de comunicação se torna essencial e vital para os seres humanos. “ É fundamental porque toda a sociedade humana – da primitiva à contemporânea – baseia-se na capacidade do homem de transmitir suas intenções, desejos, sentimentos, conhecimentos e experiência de pessoa para pessoa. E é vital porque a habilidade de se comuni- car aumenta as chances de sobrevivência do indivíduo, enquanto sua falta é geralmente considerada uma séria forma de patologia (SANT’ANNA; ROCHA JÚNIOR; GARCIA, 2009, p. 2). 1 1 UNIDADE 1 O processo de comunicação apresentado denomina-se modelo sistêmico de comunicação. Esse padrão objetiva integrar a descrição dos elementos e dos processos da comunicação a fim de compreender sua funcionalidade em um determinado contexto. “ É o enfoque sistêmico que traz a dimensão estratégica das comu-nicações humanas, por isso o interesse pelos objetivos da comuni-cação, percepção das mensagens e resultados obtidos com os es- forços de comunicação. O enfoque sistêmico considera também a simultaneidade de fonte e receptor, que são os atores envolvidos na comunicação. Enfim, a comunicação exige a presença de um emis- sor (destinador), um receptor (destinatário), o canal e a mensagem. Além desses elementos, são necessários processos para que ela se estabeleça. Tais processos compreendem: composição, interpreta- ção e resposta (TOMASI; MEDEIROS, 2014, p. 12). Isso reforça a necessidade de que o receptor pre- cisa entender a mensagem para que a comuni- cação se estabeleça de fato e/ou seja eficaz. Se a mensagem não for compreendida ou não puder ser decodificada de forma correta, dizemos que não houve comunicação ou que houve um ruído de comunicação. Quantas vezes acontecem situações em nos- sas vidas em que dizemos: “eu não entendi isso ou aquilo” ou “eu achei que fosse assim”. Esses são exemplos de que a comunicação falhou entre os envolvidos e não ocorreu a compreensão da mensagem correta. Outro aspecto importante a se ressaltar diz res- peito ao comportamento do destinatário da men- sagem. No entendimento de Tomasi e Medeiros (2014), o receptor pode assumir funções passivas, ativas ou proativas. Vejamos alguns exemplos dos comportamen- tos do receptor em relação à comunicação. 1 4 Essas situações revelam que, em um processo de comunicação, emissor e recep- tor alternam constantemente seus papéis. As pessoas envolvidas tanto emitem quanto recebem mensagens e isso ocorre também com um grupo de pessoas, uma empresa ou a própria sociedade como um todo (TOMASI; MEDEIROS, 2014). Reforçando: para que a comunicação seja bem-sucedida, o emissor pre- cisa ser claro e objetivo, a fim de conseguir tornar comum sua informação ao receptor. Para tanto, Tomasi e Medeiros (2014) destacam a necessidade de atenção especial a determinados aspectos. De acordo com os autores, a comunicação poderá ser ineficiente, sem efeito, se for mal escolhido o canal utilizado para se estabelecer a comunicação. Isso se justifica na medida em que o canal de comunicação corresponde ao meio físico utilizado para veicular a mensagem. Portanto, é ele que possibilita que a men- sagem chegue ao receptor-alvo no momento oportuno, com a intensidade e a fre- quência desejadas e a linguagem mais apropriada (TOMASI; MEDEIROS, 2014). Figura 2 – Comportamentos do receptor / Fonte: adaptado de Tomasi e Medeiros (2014). Destina tário pa ssivo Aquele que r ecebe a men sagem , mas n ão a u tiliza. S eu com porta- mento é indi ferente em re lação à mensa gem. E xemplo : um p edestre em rela ção a u ma pla ca de t rânsito de proi bido es taciona r. Destinatário ativo Aquele que recebe a mensagem e reage a ela de uma determinada maneira. Nessa situação, dizemos que seu comportamento é reativo à mensagem. Exemplo, ao ler a placa de “não toque nos objetos” em um museu. Destinatário proativo Consiste em estimular o emissor a oferecer-lhe uma mensagem. Por exemplo: quando espirramos, o destinatário provoca o emissor a desejar-lhe saúde. 1 5 UNIDADE 1 Tudo o que tratamos até o momento mantém similaridade com o processo de comunicação das organizações, com o mercado e com os seus vários públicos de interesse. Para deixar isso mais claro,antes de ingressarmos no tema “comunicação nas organizações”, precisamos adaptar o processo de comunicação ao mercado. A forma correta para a escolha do canal de comunicação tem como base o resulta- do de uma pesquisa do engenheiro elétrico e matemático norte-americano Claude Elwood Shannon. Ele determinou matematicamente a quantidade máxima de in- formações que um canal é capaz de veicular (TERCIOTTI; MACARENCO, 2009). De acordo com os resultados das pesquisas de Shannon, o canal de comunicação é tanto mais rico quanto maior a quantidade de informação transmitida e a veloci- dade do feedback e a menor perda de informação. Com relação à capacidade de transmitir informação de um canal, os resultados da pesquisa de Shannon classificam os canais em (TERCIOTTI; MACARENCO, 2009): MAIS RICO MENOS RICO PRIMEIRO Face a face (reuniões, videocon- ferências etc.), pois permite o uso da linguagem verbal e não verbal, com feedback imediato e redução da ambiguidade. Documentos pessoais escritos (faxes, e-mails, cartas, me- morandos etc.), porque esses apresentam poucas expres- sões/indicações visuais (figu- ras, gráficos, negritos, itálicos etc.) e o feedback é lento. SEGUNDO Telefone (fixo/móvel) e demais meios pessoais e eletrônicos de comunicação (mensagens de texto), porque as mensagens são pessoais e podem usar recursos adicionais, tais como entonação, figuras etc. e o feedback é rápi- do, embora ainda não se possa utilizar as expressões visuais. Documentos impessoais escritos (boletins, relatórios, bancos de dados), porque esses são quantitativos e têm o propósito de atingir muitos pessoas e, geralmente, não permitem feedback. Quadro 1 – Canais de comunicação segundo Shannon / Fonte: adaptado de Terciotti e Macarenco (2009). Muito bem! Agora que já definimos o termo “comunicação” e conhecemos os elementos que compõem o processo de comunicação e suas respectivas funções, podemos verificar como isso se aplica na prática das organizações. 1 6 A forma como a empresa se comunica com o mercado tem como base o pró- prio conceito da comunicação sistematizada, em que as pessoas se comunicam de forma cognitiva (PINHEIRO; GULLO, 2005). Para entender essa semelhança, faremos algumas adaptações no processo de comunicação, conforme demonstra a figura a seguir. Anunciante Consumidor �������� (procura do produto) ������������ �������� ����������� ����� ������� � ����� ����� ������� � ����� Figura 3 – Processo de comunicação adaptado ao mercado / Fonte: adaptado de Pinheiro e Gullo (2005). Com base nas adaptações feitas no processo de comunicação, podemos perceber as semelhanças entre eles. A empresa representa o emissor, a mídia representa os meios de comunicação e o consumidor representa o destinatário da mensagem. A resposta/feedback se dá por meio das vendas ou da imagem da empresa no mercado. “ O anunciante é o grande investidor no mercado através de seus pro-dutos (bens ou serviços). A comunicação utiliza símbolos e signos que representam o código que irá compor a comunicação com o consumi- dor. É então criada a mensagem que informará sobre o produto, com os signos e símbolos certos para cada tipo de público, que então irá decodi- ficar essa mensagem; a procura pelo produto é a resposta ao anunciante de que ele entendeu a mensagem (PINHEIRO; GULLO, 2005, p. 32). Na comunicação nas organizações, temos vários públicos que nem sempre são o consumidor. Esse modelo de comunicação adaptado ao mercado reflete como se dá a comunicação das empresas na sociedade como um todo e serve como base para ingressarmos no tema da comunicação nas organizações. 1 7 UNIDADE 1 Vamos, conforme Terciotti e Macarenco (2009), estabelecer a distinção entre os dois conceitos de feedback, a saber: • Feedback como resposta do receptor ao emissor da mensagem. • Feedback como instrumento de comunicação e de avaliação, que serve para ajudar a empresa e/ou o funcionário a melhorar seu desempenho. Esse segundo tipo de feedback constitui-se em uma das partes mais importantes do processo de comunicação, pois é o meio pelo qual as pessoas e a empresa melhoram seu trabalho com o aprendizado proporcionado por seus próprios erros. É, portanto, uma técnica usada para identificar erros, introduzir novidades e aprender continuamente com a experiência. Como exemplo de aprendizado com feedback, podemos citar a avaliação que normalmente é entregue aos participantes ao término de uma sessão de treinamento. Dentre os principais propósitos do feedback, podemos citar: a) Orientação do foco de pessoas. b) Incentivo ou reforço de um bom desempenho. c) Incentivo à busca do desenvolvimento profissional. d) Incentivo à mudança de comportamento inadequado. e) Busca continuada da eficácia. APROFUNDANDO NOVOS DESAFIOS Agora que finalizamos este tema, o que você aprendeu até aqui? Só existe co- municação quando o receptor entende a mensagem transmitida pelo emissor? A comunicação ocorre por meio de um processo, o que exige uma sequência de etapas bem definidas para que ela ocorra de maneira eficaz. Quais são os elementos-chave do processo de comu- nicação? Você consegue identificar no seu local de trabalho/organização to- dos os elementos? Qual a importância do canal ao emitir uma comunicação para que ela seja eficiente e eficaz? De que forma é possível avaliar a resposta de uma comunicação organizacional? 1 1 AGORA É COM VOCÊ 1. (ENADE/2006) A tira ilustra os elementos do modelo do processo de comunicação proposto por Shannon e Weaver. Com base no referido modelo e com relação à tira, julgue os itens a seguir: I - A voz do personagem Cascão é um canal de comunicação. II - O personagem Cebolinha desempenha o papel de receptor/destinatário da mensagem. III - A forma como o diálogo entre Cascão e Cebolinha se desenvolveu indica que hou- ve ruído no processo de comunicação, segundo o modelo de Shannon e Weaver. IV - O modelo de Shannon e Weaver, ilustrado nessa tira, é circular. V - É possível encontrar na tira os seguintes elementos do modelo de Shannon e Weaver: fonte, código, mensagem, canal, decodificador e receptor. Estão corretos apenas os itens: a) I e III. b) I e IV. c) II e III. d) II e V. e) IV e V 2. A comunicação exige a presença de um emissor (destinador), um receptor (destina- tário), o canal e a mensagem. Além desses elementos, são necessários processos para que ela se estabeleça, e tais processos compreendem: composição (codificação), interpretação (decodificação), resposta (feedback). Acerca do processo de comunica- ção e seus elementos, analise as asserções a seguir e a relação proposta entre elas. 1 1 AGORA É COM VOCÊ I - A composição de uma comunicação envolve a escolha dos signos, palavras, desenhos, sinais, ícones, símbolos, canal e outros. Os elementos reunidos em certa disposição compõem um sistema de signos que significam algo. PORQUE II - A existência de ruídos impede que a comunicação se estabeleça. Os ruídos po- dem ser técnicos, organizacionais, semânticos, de atitudes ou de comportamen- to. Por essa razão, é preciso ter presente que emissor e receptor têm caracterís- ticas pessoais, culturais e motivação diferentes. A respeito dessas asserções, assinale a opção CORRETA: a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I. b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I. c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. e) As asserções I e II são proposições falsas. 3. (ENADE/2015) O processo de comunicação envolve elementos essenciais, como emissor, receptor, mensagem, canal e código. Com relação às barreiras que dificultam a comunicação, avalie as afirmações a seguir: I - As barreiras da comunicação são variáveis que interferem na interpretação ou transmissão adequada dasideias entre indivíduos ou grupos. II - O emprego de palavras ambíguas e a distância entre o emissor e o receptor configuram-se como barreiras externas à comunicação. III - O uso de línguas diferentes pelo emissor e pelo receptor e a iluminação do espaço no qual eles se comunicam são barreiras internas à comunicação. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) III, apenas. c) I e II. d) II e III. e) I, II e III. 4 1 MEU ESPAÇO 4 1 UNIDADE 1 T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 3 MINHAS METAS PANORAMA DA COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL LUÍS AUGUSTO ZILLMER CARDOSO Conhecer as definições fundamentais da comunicação nas organizações. Abordar os aspectos e um breve panorama histórico a respeito do tema. Estabelecer o papel da comunicação nas organizações empresariais. Determinar e explorar os objetivos da comunicação nas organizações. Identificar os diversos públicos-alvo de uma empresa. 4 1 INICIE SUA JORNADA Caro(a) estudante, a comunicação funciona como elemento de ligação entre as pessoas, fazendo com que possamos expressar nossos sentimentos, emoções e intenções. Com isso, conseguimos aquilo de que gostaríamos ou desejaríamos. Podemos dizer o mesmo a respeito de uma organização? Afinal, as organizações são parte da sociedade e vivem para produzir bens e serviços para as pessoas, a fim de satisfazer suas necessidades e desejos. VAMOS RECORDAR? Para uma melhor compreensão, vamos recordar a definição de Maximiano (2015, s.p.): “uma organização é um sistema de trabalho que transforma recursos em produtos e serviços”. Assim, pessoas, matérias-primas, finanças, informações, conhecimento, espaço e tempo compõem os recursos que a empresa utiliza para organizar e transformar em produtos e serviços para as pessoas. As empresas precisam consumir informação dos consumidores e do mercado para que possam ajustar seus produtos e serviços às necessidades das pessoas. Da mesma forma, depois de fabricar os produtos e os serviços, as empresas precisam comunicar a existência deles para os consumidores. As organizações de qualquer natureza, sejam públicas ou privadas, necessitam de comunicação com seus públicos. Dentre os vários motivos para isso, estão o lançamento de produtos, posicionamentos da empresa e outros mais específicos para determinados públicos. Logo, podemos perceber que as organizações não têm outro objetivo que não seja trabalhar para as pessoas. É por essa razão que podemos fazer uma analogia das empresas como organismos vivos em uma sociedade. 4 1 UNIDADE 1 DESENVOLVA SEU POTENCIAL DEFINIÇÃO DE COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL As organizações não são máquinas de produzir, mas sofrem influências do ambiente externo em que se inserem e também do ambiente interno do qual as pessoas fazem parte e interagem diariamente. “ Todos nós vivemos dentro de organizações e cercados por elas. A faculdade na qual você estuda, a universidade da qual ela faz parte e o centro acadêmico são organizações. A prefeitura, a padaria, o aero- porto, o shopping center e cada uma de suas lojas também. Serviços de saúde, água e energia, segurança pública, controle de poluição, diversão e educação em todos os níveis são fornecidos por organiza- ções. Praticamente tudo depende de organizações, as quais também fornecem os meios de subsistência para muitas pessoas. Em retri- buição por seu trabalho, as pessoas recebem salários, abonos, lucros distribuídos e outras formas de remuneração. Esses rendimentos do trabalho e de investimentos permitem às pessoas adquirir os bens e os serviços de que necessitam. O desempenho das organizações é do interesse de clientes, usuários, funcionários, acionistas, fornecedores e da comunidade em geral (MAXIMIANO, 2015). Como o desempenho das organizações é de inte- resse de vários públicos, podemos concluir que elas precisam se comunicar com esses públicos, a fim de estreitar seu relacionamento e demonstrar suas ações e resultados para todos eles. elas precisam se comunicar com esses públicos, a fim de estreitar seu relacionamento 4 4 Nesse sentido, Terciotti e Macarenco (2013) destacam os públicos para os quais se destina a comunicação empresarial. São eles: ■ • Público externo – formado pela sociedade em geral (governo, políticos, con- sumidores e formadores de opinião, tais como professores, jornalistas etc.). ■ • Público interno – formado pelos colaboradores da empresa, tais como funcionários, fornecedores e parceiros em geral, os quais também são chamados de stakeholders. Ainda de acordo com Terciotti e Macarenco (2013), a comunicação nas organiza- ções surgiu porque as empresas contemporâneas deixaram de se dedicar apenas à produção de bens duráveis e passaram a expandir suas atividades para os meios de diversos setores, como o político, o esportivo, o cultural e o social. Assim, já temos uma boa base para definir o termo “comunicação empresa- rial”. A comunicação empresarial consiste no somatório de todas as atividades de comunicação da empresa (TOMASI; MEDEIROS, 2014). Os autores ainda acres- centam que a comunicação nas organizações é uma atividade multidisciplinar que envolve métodos e técnicas de relações públicas, jornalismo, assessoria de imprensa, lobby, propaganda, promoções, pesquisa, endomarketing e marketing. A comunicação empresarial é aque- la existente entre a organização – seja empresas privadas, empresas públicas, instituições ou organizações não gover- namentais – e os seus públicos de inte- resse, tais como clientes internos e fun- cionários, fornecedores, distribuidores, clientes, prospects, mídia e a sociedade em geral (TAVARES, 2010). VOCÊ SABE RESPONDER? Você conhece o termo prospect? É utilizado para designar pessoas ou em- presas que têm potencial de se transformar em clientes de uma determinada organização. 4 5 UNIDADE 1 Da mesma forma, Ferreira e Malheiros (2016) entendem que a comuni- cação empresarial abrange uma série de ações, atividades e estratégias que visam reforçar a imagem de uma empresa ou instituição com o seu público de interesse. Nesse sentido, os termos “comunicação empresarial”, “comunicação organ- izacional”, “comunicação corporativa” ou “comunicação nas organizações” são sinônimos, por considerarem que as comunicações são realizadas para o público interno e externo à organização (FERREIRA; MALHEIROS, 2016). Devido a essa abrangência da comunicação nas or- ganizações, Tomasi e Medeiros (2014) entendem a comunicação empresarial como uma atividade sistêmica e de caráter estratégico que está ligada aos mais altos escalões da empresa e tem como ob- jetivos criar, manter e mudar para favorável a ima- gem da empresa junto a seus públicos prioritários. Ao se referirem ao caráter sistêmico, Tomasi e Medeiros (2014) pretendem dizer que a comunicação deve ser vista como uma atividade constante, e não apenas como uma atividade feita para apagar incêndio em momentos de crise ou “quebra um galho”. Ao tratarem a comunicação como uma ativida- de estratégica, significa que ela tem relação com a missão e os objetivos da empresa, ou seja, a comu- nicação pode contribuir com a estratégia global da organização (TOMASI; MEDEIROS, 2014). Encontramos em Tavares (2010) um reforço a essa ideia de que a comuni- cação integrada significa o esforço de trabalhar toda a comunicação da orga- nização (interna, institucional e de marketing) de forma planejada e integrada. O caráter estratégico atribuído à comunicação está relacionado à constru- ção de uma reputação corporativa, a qual está diretamente relacionada aos objetivos da comunicação que estudaremos mais adiante neste tópico. comunicação empresarial como uma atividade sistêmica e de caráter estratégico a comunicação pode contribuir com a estratégia global da organização 4 6 “ “A comunicação corporativa é uma função recente da administra-ção e foi concebida para ajudar a empresa a obter e manter uma reputação favorável no processo de comunicação com seus públi-cos. Usando o conhecimento sobre as realidades da empresa e de seu ambiente externo, em especial os relacionados às tendências culturais, sociais, políticas e econômicas, a função busca identifi- car as oportunidades nas quais a empresa pode projetar sua voz e capitalizar o interesse das audiências” (SILVA NETO, 2010, p. 1-2). Isso deve ao fato de que a opinião pública varia com relação às empresas. Por exemplo, quando uma empresa cresce, gera empregos, lança novos produtos ou tecnologias, costu- mamos ter uma opinião favorável e positiva em relação a ela. Por outro lado, quan- do uma empresa provo- ca um acidente ambiental, fornece produtos ou serviços com defeitos ou age de maneira ilegal ou antiética, costumamos ter uma opinião desfavorável ou negativa em relação a ela. Essa variabilidade pode ser encarada como um problema ou como uma oportunidade para a empresa. Conforme Silva Neto (2010), diante dessas si- tuações, sejam elas reais ou potenciais, a comuni- cação corporativa busca identificar e recomendar soluções para as vulnerabilidades das empresas no ambiente em que estão inseridas e disso decorre o caráter estratégico da comunicação. a comunicação corporativa busca identificar e recomendar soluções para as vulnerabilidades das empresas 4 7 UNIDADE 1 FUNDAMENTOS E HISTÓRICO DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Como nasce a opinião pública? Nasce das ideias e das crenças individuais, que vão se aglomerando em núcleos, expandindo-se de maneira vertical (nas classes sociais) e horizontal (nos espaços ge- ográficos). São conduzidas pelos meios de comunicação, que funcionam como uma tuba de ressonância dos fatos. Em um certo momento e espaços imprevisíveis, vão surgindo ondas que se encadeiam, difundindo e multiplicando, de acordo com as circunstâncias, a complexidade dos fatos, as peculiaridades dos atores sociais envolvidos e as características do momento e do lugar. A opinião pública funciona como salvaguarda da sociedade. É de suas criações mais im- portantes para o próprio desenvolvimento e ajuste social. É uma arma de defesa contra as ameaças de sistemas autoritários, uma ferramenta de avanços e mudanças e uma câmara de eco das grandes demandas sociais. Fonte: Torquato (2002, p. 77-78). APROFUNDANDO A história da comunicação organizacional começou por volta de 1906 Agora, vamos reconstituir brevemente os fundamentos e o histórico da comunicação empresarial, vem comigo? O surgimento da comunicação nas organizações se deu com a Revolução In- dustrial, no final do século XIX. A sociedade industrializada passou a questionar algumas práticas das empresas da época e isso levou os gestores a se preocuparem com a comunicação interna e externa da organização. A história da comunicação organizacional começou por volta de 1906, com a criação do primeiro escritório de relações públicas pelo jornalista Ivy Lee. Ele foi responsável por resgatar a credibilidade do empresário norte-americano John D. Rockefeller. Rockfeller foi acusado de combater os pequenos e médios concorrentes de suas empresas com práticas pouco ortodoxas em busca do lucro a qualquer preço. 4 1 Para resgatar a imagem do empresário, Ivy Lee propôs a publicação de notícias em espaços editoriais e com uma abordagem diferente daquela utilizada nos anún- cios publicitários. Conforme nos contam Ferreira e Malheiros (2016), o caso de Rockfeller se tornou um sucesso e sua imagem pública foi transformada na de um benfeitor da humanidade por uma série de ações e atitudes traçadas por Ivy Lee. Para que isso ocorresse com sucesso, Rockefeller dispensou o uso de guarda- -costas, colaborou com as investigações do Congresso Americano na apuração de denúncias contra ele próprio e criou fundações de interesse público, como a Fundação Rockfeller. Essa técnica de compor a imagem institucional do empre- sário e suas empresas alastrou-se pelo mundo. “ As relações públicas ganharam o mundo a partir dessa experiência nos Estados Unidos. Chegaram ao Canadá e à França nos anos 1940 e, na década seguinte, a países como Holanda, Inglaterra, Noruega, Itália, Bélgica, Suécia, Finlândia e Alemanha. Alguns autores defendem que, no Brasil, a prática de relações públicas se iniciou na década de 1940 em uma empresa canadense de eletricidade (The São Paulo Tramway Light and Power Company Limited), sob a liderança de Eduardo Pi- nheiro Lobo (KUNSCH, 2008). Outros autores, contudo, consideram que o desenvolvimento das relações públicas no Brasil só veio a ocorrer mesmo a partir de 1950” (FERREIRA; MALHEIROS, 2016, s.p.). A história da comunicação organiza- cional no Brasil se confunde com a própria história do desenvolvimento nacional, entende Torquato (2002). Se- gundo ele, o surgimento da Associação Brasileira de Editores de Revistas e Jor- nais de Empresa (ABERJE) foi o marco inicial em 1967. De acordo com Chinem (2010), a atividade de comunicação nas organi- zações iniciou-se no Brasil com as in- dústrias e as agências de comunicação dos Estados Unidos, atraídas pelo governo Juscelino Kubitschek, principalmente as indústrias de automóveis e de higiene. 4 1 UNIDADE 1 A disposição do ex-presidente JK em fazer “50 anos em 5” atraiu empresas do ramo industrial e deu as condições para que viessem para o país, empresas de capital estrangeiro e fomentou o desenvolvimento nacional. Na mesma década, as agências internacionais de publicidade se tornaram referência por deslocarem a ênfase dada à comunicação do produto para se focarem no con- ceito da marca e das empresas, cujo pontapé inicial foi dado pelo publicitário David Ogilvy (TORQUATO, 2002). Até esse período da nossa história, a comuni- cação sempre esteve relegada a um segundo pla- no. No entendimento de Tavares (2010), ela existia, mas não era compreendida como elemento estra- tégico nem era trabalhada de forma integrada. As décadas seguintes, dos anos 1970 e 1980, serviram para consolidar a comunicação nas empresas como um setor estraté- gico e responsável pelo posicionamento da imagem das empresas junto a seus públicos e seus consumidores. Empresas como Vale, Petrobras e Embratel, na época ainda estatais, passaram a contar com profissionais e departamentos de comunicação responsáveis pela assessoria de imprensa, comunicação interna e relações públicas (FERREIRA; MALHEIROS, 2016). não era compreendida como elemento estratégico nem era trabalhada de forma integrada 5 1 O desenvolvimento da comunicação nas organ- izações demandou profissionais para atuarem na área. Em paralelo, surgiram a Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), seguida depois pela Escola Superior de Propaganda e Marketing e o os cursos de graduação em faculdades e universidades focados em Relações Públicas, Publi- cidade e Propaganda e Jornalismo. No mesmo período, também foram criados os cursos de tecnologia em comunicação, tais como Comunicação Institucional, Produção Publicitária, dentre outros, que tiver- am como base a ascensão da profissionalização da atividade de comunicação. Nesse contexto, Torquato (2002) acrescenta que o perfil do profissional responsável pela comuni- cação estratégica das organizações mudou e exige cada vez mais especialistas de maior qualificação do nível profissional para atuar em conjunto com agências e assessorias especializadas. “ “Tradicionalmente, o trabalho de assessoria de comunicação é feito por profissionais que executam tarefas próprias nas instituições, como ocorre nos Estados Unidos e na Europa, e independe de o profissional ser jornalista, relações públicas, publicitário, adminis- trador de empresa, engenheiro, especialista com pós-graduação em marketing ou de qualquer outra profissão. O importante é que en- tenda da comunicação” (CHINEM, 2010, p. 24). Desde as décadas de 1980 e 1990, a área de comuni- cação empresarial cresceu em importância e se tor- nou uma ferramenta estratégica para o crescimento de qualquer organização e queprecisa estar alinhada com a estratégia empresarial como um todo. A comunicação organizacional passou por um refinamento a partir dos anos 1990, ganhou o status de estratégica e passou a ser exercida por profissionais com uma visão abrangente, seja da comunicação ou do mercado em que a empresa ou entidade se insere (BUENO, 2014). O desenvolvimento da comunicação nas organizações demandou profissionais para atuarem na área o perfil do profissional responsável pela comunicação estratégica das organizações mudou se tornou uma ferramenta estratégica para o crescimento de qualquer organização 5 1 UNIDADE 1 As crescentes preocupações das pessoas com a preservação ambiental, a responsabilidade social das empresas, a retribuição delas com as comunidades com as quais interagem e todos os demais públicos fazem com que a comuni- cação se torne um elo entre comunidade e mercado. Por esse breve histórico e pela crescente necessi- dade de as empresas se comunicarem com seus públicos interno e externo, você está estudando a comunicação nas organizações e visualizando que sua atuação não se restringe a agências de publici- dade ou produtoras. Cada vez mais, exige-se que os profissionais de comunicação enfatizem sua importância na relação entre empresas, mídias e sociedade, com foco nas questões comunitárias e experiências de sua realidade, para posicionarem-se como profissionais com princípios éticos (CHINEM, 2010). PAPEL DA COMUNICAÇÃO NA EMPRESA Com base em tudo o que estudamos até o momento, uma coisa é certa: a comunicação é essencial para o ser humano e tem se mos- trado também com a mesma relevância para as organizações. É nesse contexto que podemos estabelecer o papel da comunicação nas em- presas. que sua atuação não se restringe a agências de publicidade ou produtoras 5 1 Chinem (2010) entende, ao colocar a comu- nicação interna e externa como uma das suas prioridades, que a comunicação se destaca como um instrumento indispensável para a conquista do sucesso. “ A imagem institucional de uma companhia é o que garante e sus-tenta as bases de seu permanente progresso e desenvolvimento. Um dos maiores desafios das empresas é criar, desenvolver e aperfeiçoar um conceito de credibilidade. E isso leva tempo. Nesse contexto, a assessoria de comunicação é a área nobre do sistema de comuni- cação externa das organizações. Está consolidada como conceito, como atividade e como suporte estratégico” (CHINEM, 2010, p. 11). A comunicação deve estar alinhada com a estratégia da empresa e servir de instrumento para sua realização, pois, para que isso aconteça, é necessária a participação de todos na organização e a comunicação serve de elemento de ligação, explica Tavares (2010). Cabe à comunicação empresarial conseguir se relacionar com os vários públicos de interesse na organização, por meio de canais diferenciados, com linguagens distintas e discursos alinhados com o ob- jetivo e a estratégia geral da empresa (BUENO, 2014). Isso é bastante comum em determinados segmentos de atuação, por exemplo, no caso do petróleo, do taba- co e das bebidas alcoólicas, nos quais sindicalistas, entidades ambientalistas, consumidores e investidores possuem visões diferencia- das a respeito da empresa. É por essa razão que Bueno (2014) nos ensina que as expressões “comunicação inte- grada” e “comunicação estratégica” não podem se resumir apenas a meras expressões, mas devem conduzir a práticas para a boa gestão da imagem da organização. a comunicação se destaca como um instrumento indispensável para a conquista do sucesso Cabe à comunicação empresarial conseguir se relacionar com os vários públicos de interesse na organização 5 1 UNIDADE 1 “ A comunicação integrada pressupõe uma política formalmente estabelecida e amplamente pactuada nas diversas instâncias de uma organização e não se manifesta apenas em determinados mo- mentos para atender a resultados esporádicos. Ela não se limita à articulação entre as várias competências ou atividades de comuni- cação, mas pressupõe efetivamente um vínculo com o processo de gestão, com a cultura organizacional, com a missão, com os valores e com os princípios de uma organização” (BUENO, 2014, p. 13). Nem sempre o profissional de comunicação atua diretamente ligado à empresa, na forma de contrato de trabalho direto como funcionário, mas é bastante comum as em- presas contratarem assessorias de comunicação, ou seja, empresas terceirizadas para a prestação do serviço. Pense na possibilidade de empreender na área de comunicação com uma assessoria de comunicação, a fim de prestar serviço a várias empresas. Pode ser um bom caminho para o seu futuro profissional! PENSANDO JUNTOS Para alcançar esse nível de atuação, as empresas precisam se conscientizar de que a prática da comunicação organizacional requer uma estrutura e recur- sos, como pessoas qualificadas, orçamento e tecnologia. Aos departamentos de comunicação ou assessorias de comunicação, como são costumeiramente conhecidas as estruturas de comunicação nas empresas, cabe estabelecer o diálogo com os mais variados públicos. 5 4 O principal papel da comunicação nas organizações, portanto, consiste em construir uma boa reputação da identidade e da imagem da empresa. Antes de prosse- guirmos, torna-se essencial diferenciarmos imagem de identidade. A identidade resulta das percepções públicas, ou seja, de como as pessoas enxergam a empresa por meio de seus atos e ações de comunicação. Por isso, Silva Neto (2010) entende que toda empresa tem uma identidade própria con- ferida por seus públicos. Por outro lado, o reflexo da identidade da organi- zação representa a imagem da empresa. Essa imagem será positiva se a identidade estiver alinhada com as práticas da empresa, caso contrário, essa imagem será negativa, explica Silva Neto (2010). A identidade refere-se às características físicas fundamentais do produto, da marca ou da empresa. Já a imagem relacionada é a projeção da identidade. Torquato (2002) ressalta que identidade se refere ao plano dos conteúdos lógicos e concretos, aprendidos pelo nível consciente. Já a imagem, segundo ele, se refere ao plano dos simbolismos, das intuições e das conotações, apreendidas pelo nível do inconsciente das pessoas. A identidade resulta das percepções públicas o reflexo da identidade da organização representa a imagem da empresa Por analogia, o autor mostra que a identidade é aquilo que a empresa de fato é, enquan- to a imagem seria o reflexo da identidade. Pense a respeito dessa figura de linguagem. Quando você caminha na praia, ao meio-dia, com o sol sob sua cabeça, não há sombra sua refletida no chão. Isso significa que sua imagem está alinhada com a sua identidade. Por outro lado, quando você caminha na praia ao final da tarde, tendo o sol pelas costas e quase no horizonte, sua sombra aparece distorcida e longe daquilo que você real- mente é. Isso significa que sua identidade está distorcida, você parece mais alto e magro do que realmente é. A soma desses dois elementos, identidade e imagem, resulta na reputação da empresa construída ao longo do tempo. ZOOM NO CONHECIMENTO Com base nesse mecanismo tão simples e definitivo, a empresa deve cuidar para que as ações de comunicação realizadas por seus diversos setores e interlocutores – seus produtos, serviços, marcas, anúncios, atitudes, entrevistas, comunicados etc. – tenham a qualidade e a coerência necessárias para gerar, nessa ordem, iden- tidade, imagem e reputação positivas ou favoráveis. 5 5 UNIDADE 1 Para assegurar que isso ocorra, a empresa deve adotar uma política de comunicação que permita o alinhamento entre as comunicações internas e exter- nas e desenvolver programas de comunicação para estimular o engajamento das pessoas junto às marcas (SILVA NETO, 2010, p. 5). Lovemarks: o futuro além das marcas Comentário: o engajamento dos vários públicos com uma marca é a melhorforma de você saber se eles estão satisfeitos com a experiência que tiveram com a organização. Vários exemplos de como nos enga- jamos com as marcas das quais temos boas experiências e relaciona- mento estão disponíveis neste livro de Kevin Roberts (2005). INDICAÇÃO DE FILME desenvolver programas de comunicação para estimular o engajamento das pessoas junto às marcas Tudo isso nos dá base para que possamos estabelecer os objetivos da comuni- cação nas organizações. Vamos avançar mais um pouco no conhecimento da comunicação organizacional? OBJETIVOS DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Apesar de estar evidente que a comunicação organi- zacional existe para criar uma imagem e reputação positiva da empresa, ela também pode cumprir com outros objetivos. Todos eles, de alguma forma, estão ligados a esse fim maior. No entanto, muitos outros objetivos podem ser alcançados por meio das ações de comunicação nas organizações, tais como melho- ria do clima de trabalho, engajamento dos funcio- nários e da comunidade e relacionamento com os acionistas e a mídia, por exemplo. Por essa razão, são apresentados, no quadro a seguir, os principais objeti- vos da comunicação organizacional com base em estudiosos, os quais expli- caremos na sequência. 5 6 NA VISÃO DE TERCIOTTI E MACARENCO (2013) NA VISÃO DE TOMASI E MEDEIROS (2014) • Criar e divulgar a imagem institucio- nal da empresa. • Conscientizar a opinião pública de que a empresa é excelente “cidadã” tanto do país quanto da comunidade em que atua e envia todos os esforços para contribuir com a obtenção do bem-es- tar psicossocial da comunidade e dos indivíduos. • Adequar os trabalhadores a um mer- cado cada vez mais complexo, instável e competitivo. • Ocupar-se de fortalecer a credibilidade de todas as informações que emite. • Atender às demandas dos consumido- res (Fale Conosco, Serviço de Atendimen- to ao Consumidor, 0800 etc. • Obter noticiário favorável na imprensa de forma não distorcida. • Defender os interesses da empresa junto aos governos federal, estadual e municipal e seus representantes (lobbies). • Ser fonte natural de noticiário, de forma que os jornalistas procurem a empresa em caso de necessidade de informação relativa a seus produtos e desempenho. • Encaminhar questões relacionadas a sindicatos, órgãos de classe e à pre- servação do meio ambiente. • Obter reconhecimento positivo e boa vontade dos diversos setores da opinião pública. • Abrir e manter canais de comunicação. • Obter bons negócios. • Estimular o desempenho dos empre- gados. • Favorecer a imagem pessoal da direto- ria e da gerência. Quadro 1 – Objetivos da comunicação empresarial Fonte: adaptado de Terciotti e Macarenco (2013) e Tomasi e Medeiros (2014). 5 7 UNIDADE 1 Antes de prosseguirmos e compararmos os objetivos propostos por autores diferentes, vamos explicar melhor cada um desses objetivos da comunicação nas organizações. De acordo com Terciotti e Macarenco (2013), o principal consiste em criar e di- vulgar a imagem institucional. Quando nos referimos à imagem institucional, estamos desenvolvendo a confiança dos vários públicos da empresa em relação aos produtos, serviços e atendimento prestado pela empresa na sociedade. A imagem institucional compõe-se de dois fatores: o primeiro deles são os produtos e serviços fornecidos pela empresa (qualidade, durabilidade, preço etc.); o segundo é o relacionamento com o consumidor (TERCIOTTI; MACARENCO, 2013). Para atingir esse objetivo, a comunicação nas organizações deve estar pautada na construção e na propagação da imagem institucional junto à sociedade. De acordo com Terciotti e Macarenco (2013), isso depende do envolvimento e da participação dos funcionários e da honestidade, seriedade e competência da empresa. Mas não é só isso. A empresa precisa também contribuir com o desenvolvimento dos funcionários, fornecendo princípios morais para estimular o trabalho em equipe e técnicas que favoreçam a comunicação interna e a articulação das equipes (TER- CIOTTI; MACARENCO, 2013). Dessa forma, a empresa estará aberta à inovação e pronta para enfrentar a competitividade por meio da aceitação de novas ideias e atitudes, com tolerância a erros, pelo incentivo e treinamento da equipe, o estímulo ao desenvolvimen- to intelectual dos trabalhos e à propagação de novas ideias dentro da empresa (TERCIOTTI; MACARENCO, 2013). Dentre os objetivos elencados pelos autores, está o atendimento às demandas dos consumidores. Isso exige que sejam atendidas necessidades específicas de cada consumidor, além das necessidades gerais das pessoas. Conforme Terciotti e Macarenco (2013), o uso dos canais de comunicação – como SAC, 0800 e Fale Conosco – são formas de atender às necessidades individuais das pessoas. Além disso, as pesquisas de mercado e de marketing ajudam a compreender as necessidades gerais dos consumidores e mudanças em seu comportamento de compra. Também é justo que a empresa defenda os seus interesses junto aos governos e seus representantes, desde que isso seja feita de forma clara e transparente. Esse é outro objetivo apontado por Terciotti e Macarenco (2013) e cuja ação se denomina lobby, ou seja, a prática de convencer governantes a respeito dos interesses da empresa por meio de legislações e regulações. 5 1 Temos, no Brasil, uma visão equivocada sobre a prática de lobby. Isso porque muitos ca- sos de corrupção envolvem ligações de empresários/empresas com políticos para obter vantagens financeiras e mercadológicas. Porém, a prática do lobby pretende tornar mais transparente as relações entre empresas e governos. Nos Estados Unidos, por exemplo, o lobby é uma atividade regulamentada e legal. No Brasil, isso ainda não ocorre e nos dá essa ideia pejorativa do termo. ZOOM NO CONHECIMENTO O último objetivo proposto por elas refere-se ao encaminhamento de questões relacionadas a sindicatos, órgãos de classe e à preservação do meio ambiente, cujas preocupações são necessárias para que a empresa se mantenha competitiva em um mercado global e exigente, o que demanda respeito às leis trabalhista e à preservação do meio ambiente. Além de reforçar todos os aspectos já mencionados, Tomasi e Medeiros (2009, p. 63) ressaltam que toda comunicação empresarial deve manter implícitas mensagens como: 1. Somos bons cidadãos. 2. Nossos produtos e serviços são excelentes. 3. Temos respeito por nossos clientes. 4. Temos respeito por nossos acionistas. 5. Somos uma empresa bem-administrada. 6. Temos tradição. 7. Somos éticos. 8. Somos bons clientes. 9. Somos bons patrões. 10. É bom trabalhar em nossa empresa. 11. Nossos administradores, gerentes e técnicos são experientes. Se compararmos os objetivos propostos aqui, percebemos que todos conduzem à construção da reputação ou imagem pública da organização com os mais va- riados públicos. 5 1 UNIDADE 1 Isso tem tudo a ver com o que estudamos anteriormente a respeito do papel da comunicação nas organizações, não é mesmo? Para reforçar o que já estudamos, a imagem e a reputação resultam da percepção pública que as pessoas fazem das ações de comunicação da em- presa. A imagem reflete a identidade da empresa e precisa ser coerente com suas ações cotidianas. Isso também é destacado quando os autores se referem à concepção estratégica da comunicação para a construção da imagem da reputação organizacional (TOMASI; MEDEIROS, 2009). “ “O conceito de imagem tem, paulatinamente, atingido toda sorte de empresas. Ele se amalgama com o de identidade institucional e torna-se o grande diferencial de competitividade para as em- presas. A imagem da empresa transforma-se em uma aura para as empresas. É essa aura que exala seus valores, seus princípios e sua filosofia” (TOMASI; MEDEIROS, 2009, p. 83). Se bem executada, a comunicação contribui para trazer resultados para a organização. Como con- sequência, segundo Terciotti e Macarenco (2013), está a melhoria dos produtos e serviçose o aumen- to da lucratividade e da produtividade na empresa. Para alcançar esses objetivos, Tomasi e Medeiros (2014) apontam o foco das estratégias de comunicação das organizações. Essas estratégias devem concentrar-se atualmente nos seguintes elementos: a) Acompanhar as tendências sociais. b) Saber defender-se no momento certo com uma mensagem adequada. c) Evitar atitude de deixar acontecer, ou deixar como está para ver como vai ficar, ou seja, atitude de omissão. d) Evitar entrar no fogo das discussões acaloradas. e) Desenvolver uma cultura de excelência de produtos e serviços. Se bem executada, a comunicação contribui para trazer resultados para a organização 6 1 NOVOS DESAFIOS E agora, está clara para você a definição de comunicação organizacional? Mas, na prática, qual seria o papel da comunicação nas organizações? Pense em como a comunicação pode contribuir para a formação de uma imagem sólida das or- ganizações e ajudá-las a se relacionar com o público. Ainda, como você se vê inserido no mercado de trabalho no contexto de co- municação nas organizações? Você está apto a desenvolver os objetivos da co- municação empresarial como profissio- nal da área? Reflita sobres esses pontos e construa os passos possíveis dentro da sua realidade. 6 1 AGORA É COM VOCÊ 1. A comunicação exerce papel fundamental para as organizações e, portanto, devem ser encaradas como ferramentas estratégicas para qualquer negócio que pretende crescer e se manter competitivo no mercado global. Nesse sentido, avalie as afir- mações a seguir a respeito do papel e objetivos da comunicação nas organizações. ( ) A imagem institucional de uma empresa é formada pela imagem do produto (qualidade, preço, durabilidade etc.) e pela imagem da relação com o consumidor (assistência técnica, atendimento etc.). ( ) A construção da imagem institucional depende da competência da empresa em manter uma comunicação eficaz com os vários públicos com os quais se relaciona. ( ) Entre os objetivos da comunicação organizacional, pode-se destacar: fortale- cer a credibilidade da empresa, obter noticiário favorável, estimular o desem- penho dos colaboradores e conscientizar a opinião pública com uma imagem positiva da organização. ( ) Nas atividades de lobby, a comunicação em nada contribui porque essas ações referem-se a condutas que desrespeitam as regras democráticas por meio de corrupção através de financiamento de campanhas a partidos e políticos. É correto o que se afirma em: a) V, V, V, F. b) F, V, F, V. c) V, F, F, V. d) F, V, V, F. e) F, F, V, V. 6 1 AGORA É COM VOCÊ 2. De acordo com Torquato (2002), o fenômeno da opinião pública e suas consequên- cias são inerentes à sociedade de massas, que se caracteriza pela mobilidade, pela heterogeneidade e também pela sua dispersão no espaço. Com relação à opinião pública e sua relação com as organizações pode-se inferir: a) A opinião pública sempre chega a um consenso em relação a uma organização. b) Ao formar uma opinião sobre uma empresa, o indivíduo não se dispõe a fazer concessões e nem a compartilhar da experiência alheia. c) A opinião pública é uma opinião unânime e representa a opinião da maioria das pessoas em uma sociedade a respeito das organizações. d) A opinião pública é uma potência invisível e um tribunal destituído de poder jurí- dico, capaz de julgar as ações de uma empresa. e) A opinião pública pouco tem a ver com as organizações, uma vez que as pessoas e toda a sociedade dependem das organizações para sua sobrevivência. 3. A evolução dos processos comunicativos para as organizações refletiu-se também na forma como os profissionais atuam e na formação destes para o mercado de trabalho. Nesse sentido, avalie as afirmações a seguir a respeito do perfil ideal do profissional de comunicação nas organizações. I - Os profissionais precisam ser cada vez mais generalistas. II - Os profissionais devem ser cada vez mais especialistas e qualificados. III - Os profissionais são dispensáveis em razão das assessorias e agências espe- cializadas. É correto o que se afirma em: a) I e III. b) II, apenas. c) II e III. d) I e II. e) I, II e III. 6 1 MEU ESPAÇO 6 4 UNIDADE 2UNIDADE 2 MINHAS METAS T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 4 MINHAS METAS COMPOSTO DA COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL ME. RICARDO AZENHA LOUREIRO ALBUQUERQUE Explicar a comunicação institucional. Discutir sobre a comunicação administrativa. Apresentar os conceitos sobre comunicação interna. Definir a comunicação mercadológica. 6 6 6 6 INICIE SUA JORNADA Olá, caro(a) acadêmico(a)! Neste tema, trataremos do composto da comunica- ção organizacional. Essa parte tão importante para a empresa é constituída pela comunicação institucional, administrativa, interna e mercadológica. Apresenta- remos cada uma dessas comunicações, buscando abranger o máximo de infor- mação a respeito de seus conceitos, processos de funcionamento e importância para a organização como um todo. VAMOS RECORDAR? Vamos conhecer a comunicação institucional, seu funcionamento e processo de comunicação, além do conceito de comunicação externa. Na sequência, veremos a comunicação interna, mostrando como deve ser realizado o seu processo de comunicação, os seus canais de comunicação interna e sua importância para a organização. Vamos conhecer uma ferramenta muito im- portante e bastante utilizada pelas organizações, o endomarketing. Após explicar a sua definição e apresentar a sua importância para a comu- nicação organizacional, veremos como promover programas de endomar- keting. Para finalizar, veremos os conceitos da comunicação mercadológica, saberemos por que devemos tratá-la como comunicação integrada de mar- keting e, só então, aprenderemos como realizar o planejamento da referida comunicação integrada de marketing. Esperamos que você possa aproveitar este tema e que ele ajude você a alcançar seus objetivos pessoais e profissionais. Sucesso! 6 7 UNIDADE 2 DESENVOLVA SEU POTENCIAL COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL Em um mundo em que a imagem tem uma impor- tância significativa, saber a melhor maneira de se comunicar com o seu público é um diferencial para qualquer organização. Este é o objetivo da comuni- cação institucional: interagir de maneira que seja possível construir uma imagem positiva junto de seus públicos, interno e externo. Para isso, a organização deve utilizar os seus canais de comunicação e redes de relacionamento de maneira que possa conquistar a confiança, a credibilidade e a simpatia dos stakeholders. Atualmente, a comunicação institucional utiliza-se do conhecimento com- partilhado e das relações humanas. Ela “deve ser vista como uma estratégia fun- damental nas organizações” (CRIVELARO; BOLINA, 2020, p. 13). Cada vez mais, as organizações têm consciência da importância do fator humano para o sucesso do negócio e, “uma comunicação organizacional integrada e bem-planejada é um quesito estratégico fundamental” (CRIVELARO; BOLINA, 2020, p. 13). interagir de maneira que seja possível construir uma imagem positiva junto de seus públicos 6 1 Outro autor que traz uma importante definição de comunicação institucional é Lupetti (2009), que a define como a comunicação que procura es- tabelecer um conceito público para a organização, de maneira que sua filosofia seja difundida, além de comunicar para o seu público a sua missão, a sua visão e os valores que fazem parte de suas práticas e políticas organizacionais. Kunsch (2016, p. 102) explica que a comunicação institucional “incumbe-se da construção da imagem e da identidade da companhia”, ou seja, a organiza- ção precisa utilizar as ferramentas de relações públicas para empregar ações que possam dar à organização um posicionamento coerente com a sua missão, visão, valores e políticas organizacionais. Assim, percebe-se que Lupetti (2009) e Kunsch (2016) trazem praticamente o mesmo conceito para a comunicação institucional.Em suma, a comunicação institucional nada mais é que a forma como a organização comunica sua imagem institucional perante o seu público. A comunicação institucional é formada pela comuni- cação interna e externa, que se integram na constru- ção da imagem institucional da organização. Trabalhar com a imagem institucional da orga- nização é uma maneira de pensar, estrategicamente, em sua comunicação em- presarial, para, nas palavras de Matos (2014, p. 91), “solidificar a cultura (crença e valores), as filosofias e as estratégias de ação da organização”, o que significa formatar sua imagem institucional como seu maior patrimônio. Para que você, caro(a) acadêmico(a), entenda esse conceito de imagem institu- cional como patrimônio organizacional, definiremos o conceito de organização. “ “[...] um sistema social e histórico, formal, que obrigatoriamente se comunica e se relaciona, de forma endógena, como os seus inte-grantes e, de forma exógena, com outros sistemas sociais e com a sociedade” (KUNSCH, 2016, p. 62). Ou seja, as organizações são entidades constituídas de pessoas que atuam em busca de um mesmo objetivo e possuem as seguintes características (KUNSCH, 2016): comunicação que procura estabelecer um conceito público para a organização forma como a organização comunica sua imagem institucional perante o seu público 6 1 UNIDADE 2 ■ Serem sistemas sociais constituídos por relacionamentos entre pessoas. ■ Serem complexas e aplicarem a divisão de trabalho. ■ Terem história e memória. ■ Precisarem enfrentar o desafio das mudanças. ■ Terem identidade. ■ Quererem resultados. Por causa dessas características, apesar de uma apa- rência simples, é preciso que você entenda que, devido às relações humanas existentes, as organizações são ambientes complexos e, por isso, precisam que seus aspectos formais sejam moldados por regulamentos, normas e procedimentos, além de missão, visão, valo- res, direitos e deveres. Tudo isso deve ser comunicado de maneira formal, para que integre as relações huma- nas com as necessidades da organização. Processo de comunicação institucional A comunicação institucional é um processo relacional entre indivíduos, depar- tamentos, unidades e organizações. Assim, ela se divide em: comunicação interna, externa e assessoria de imprensa, em que: “ “Comunicação interna – direcionada a funcionários e colabora-dores diretamente vinculados à empresa. Comunicação externa – relacionada a clientes, fornecedores, acio- nistas, empresas concorrentes, mídia, governo, órgãos públicos, es- colas, sindicatos e à sociedade de um modo geral (opinião pública). Assessoria de imprensa – funciona integrada ao processo de comunicação externa da empresa e cuida do fluxo de notícias e informações da empresa para a mídia (jornal, revista, televi- são, rádio e internet) e o seu relacionamento com jornalistas e públicos formadores de opiniões ligados à comunicação social” (MATOS, 2014, p. 111). precisam que seus aspectos formais sejam moldados por regulamentos, normas e procedimentos, além de missão, visão, valores, direitos e deveres 7 1 O processo de comunicação institucional independe do tipo de organização e de seus modelos administrativos ou qualquer outro atributo que lhe diferencie de outras organizações. É um processo complexo que integra suas políticas, seus planejamentos e suas ações. É constituído dos elementos básicos da teoria da comunicação: fonte, codificador, canal, mensagem, decodificador e receptor. Kunsch (2009) explica que, de acordo com o ambiente e o perfil do receptor, esse processo de comunicação tem como fonte a adminis- tração que irá criar as mensagens e selecionar os melhores canais de comunicação que sejam os mais adequados para transmitir suas mensagens sempre procuran- do controlar todo o processo para evitar ruídos e alcançar os resultados desejados. É preciso entender que a comunicação institucional é um processo que en- volve as relações sociais. “ Quando um emissor é intimidado por seu receptor durante o proces-so de envio de uma mensagem, a própria mensagem e a interpretação dela serão afetadas (HALL, 1984, p. 133 apud KUNSCH, 2002). esse processo de comunicação tem como fonte a administração 7 1 UNIDADE 2 A comunicação institucional ocorre em níveis: intrapessoal, interpessoal e interfuncional. “ Intrapessoal: a comunicação ocorre em um nível fundamental do qual nem sempre nos lembramos, que é o da comunicação consigo próprio. Corresponde ao diálogo interior, em que debatemos e questionamos os nossos pensamentos, dúvidas, certezas, opiniões, decisões e escolhas. Interpessoal: realiza-se por meio da comunicação direta com uma ou mais pessoas. É o nível de comunicação em que os papéis de emissor (fonte) e de receptor (destino) são exercidos de modo re- cíproco por duas ou mais pessoas. Interfuncional: realiza-se quando uma área, divisão, unidade ou departamento relaciona-se com outro para a transmissão de dados ou troca de informações (MATOS, 2014, p. 111-112) Além dos níveis de comunicação, a organização deve decidir quais canais de comunicação utilizar. Esses canais podem ser formais ou informais. “ Canal formal: engloba todas as fontes e meios de comunicação e de transmissão de informações oficialmente existentes na estrutura da empresa. Na esfera administrativa, por exemplo, os canais formais são representados pelas reuniões, memorandos, ofícios, comunica- dos, atas de reuniões, relatórios funcionais etc. Canal informal: todo meio ou suporte que efetiva a comunicação, ou a transmissão de informações, fora dos canais formalmente au- torizados ou reconhecidos como fontes fidedignas. O bate-papo no corredor, o encontro para tomar um cafezinho e a “cervejinha depois do expediente” são canais informais que consolidam a interpretação das iniciativas formais (MATOS, 2014, p. 112). Apesar desses dois canais de comunicação que a organização pode utilizar, é muito importante que seja dada prioridade para a utilização do canal formal. Se- gundo Matos (2014, p. 113), “quando as vias formais de comunicação da empresa não atendem a demanda por informações do seu público interno, surge a versão extraoficial do ‘ouvi dizer’, também chamada de ‘rádio corredor’”. 7 1 No processo de comunicação institucional, há alguns fluxos que a comuni- cação pode seguir. FLUXO DESCENDENTE Ocorre no sentido topo decisório e desce até as bases da organização, ou seja, de cima para baixo. Essa é a comunicação oficial, que pode ser falada, impressa ou eletrônica. Esse tipo de comunicação tem como função transmitir normas, procedimentos, instruções, estratégias, planos, metas etc. FLUXO ASCENDENTE Ocorre quando o fluxo de comunicação ocorre de baixo para cima, com carac- terísticas formais ou informais, tendo em vista ser dos funcionários da base em sentido aos níveis mais elevados da organização. Normalmente, esse tipo de comunicação caracteriza-se por opiniões, críticas, elogios ou reclamações. FLUXO HORIZONTAL A comunicação é realizada entre os funcionários. Matos (2014, p. 114) explica que “nas estruturas organizacionais mais burocráticas e hierárquicas, pode-se iden- tificar uma tendência para se manter a informação como propriedade secreta de grupos de um mesmo nível funcional”. FLUXO TRANSVERSAL Em organizações com características descentralizadas e flexíveis, é possível que as pessoas participem mais da gestão e estão bem integradas em todos os níveis organizacionais. Nesse sentido, a comunicação flui em todas as direções, sem distinção de níveis hierárquicos. FLUXO CIRCULAR Fluxo de comunicação mais comum, utilizado nas organizações de pequeno porte. Com grande informalidade, a comunicação, nesse tipo de organização, ocorre entre todos os níveis de sua estrutura funcional, sem nenhum tipo de formalidade. 7 1 UNIDADE 2 Comunicação externa Como a comunicação ins- titucional tem a preocupa- ção de criar uma imagem positiva da organização,seu relacionamento com o público externo também é alvo do processo de co- municação. Sua preocupa- ção deve ser a de manter a opinião pública e os seus consumidores informados sobre as ações da organização. Em um cenário em que as informações circu- lam com grande velocidade, a opinião pública e os consumidores acessam rapidamente às informações de qualquer organização. Em função disso, Ferreira e Malheiros (2016, p. 73) afirmam que a comunicação externa “tem por objetivo criar um canal de diálogo entre a empresa e a sociedade, de modo que seus atos e suas expectativas estejam amplamente divulgados e sejam conhecidos e reco- nhecidos”. A preocupação da comunicação externa se resume em (FERREIRA; MALHEI- ROS, 2016): ■ • Acompanhar as tendências sociais. ■ • Relacionar-se com seus stakeholders. ■ • Planejar lançamentos de produtos. ■ • Planejar eventos e projetos sociais. ■ • Consolidar a imagem da organização. ■ • Divulgar a missão e a visão da empresa. ■ • Apresentar uma imagem adequada da companhia. ■ • Enaltecer e reconhecer publicamente os sucessos da organização. objetivo criar um canal de diálogo entre a empresa e a sociedade 7 4 Antes de estabelecer um canal de diálogo com a opi- nião pública, é necessário que a organização elabore um planejamento das ações de comunicação. A estrutura desse planejamento deve incluir o público-alvo que se procura alcançar, as mensagens que se pretende transmitir, o tipo de canal de comu- nicação que será utilizado, o momento no qual cada uma das mensagens deverá ser transmitida e que tipo de resultado se espera alcançar. é necessário que a organização elabore um planejamento das ações de comunicação VOCÊ SABE RESPONDER? Todo esse planejamento deve ser iniciado, primeiramente, por um diagnósti- co que responda às seguintes questões (FERREIRA; MALHEIROS, 2016): • Qual o negócio da organização? • Qual a sua missão? • Qual a sua visão? • Há mensagens importantes a se veicular? • Que mensagens são essas? • Há alguma questão específica que possa ser apoiada pela comunicação externa? Após a realização do diagnóstico, a organização deve definir como se dará o proces- so de comunicação externa. Para isso, deverá (FERREIRA; MALHEIROS, 2016): ■ Definir as melhores soluções de comunicação. ■ Mapear seus públicos. ■ Descrever detalhadamente qual mensagem será veiculada para cada público. ■ Estruturar como essas mensagens serão transmitidas. Com as definições do processo de comunicação externa prontas, a organização deve, então, realizar o plano de comunicação externa contendo (FERREIRA; MALHEIROS, 2016, p. 77-78): 7 5 UNIDADE 2 DEFINIÇÃO DOS OBJETIVOS • O que se quer comunicar? • Qual a relevância dessa comunicação? ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO • Quais meios de comunicação serão utilizados? • Como esses meios de comunicação se relacionam entre si? SEGMENTAÇÃO DO PÚBLICO • Qual será seu público-alvo (governo, imprensa ou consumidor)? • Quais as características de cada público? • Quais os melhores meios para se comunicar com cada público? PRAZOS • Quando as ações terão início? • Serão ações duradouras ou há data específica para o término? • Qual o cronograma das ações de comunicação? RESULTADOS ESPERADOS • O que se espera dessa ação? • Como os resultados serão avaliados? VOCÊ SABE RESPONDER? Após a execução do plano de comunicação externa, a organização deverá avaliar os resultados de maneira que se tenha respostas para as seguintes perguntas (FERREIRA; MALHEIROS, 2016): 1. Seus objetivos foram atingidos? 2. O impacto dessas ações agregou positivamente às estratégias da com- panhia? 3. Sua estratégia foi eficiente para todos os públicos? 4. O cronograma foi cumprido? 5. Os resultados foram os que você esperava? Independente de como a organização gerencie sua comunicação institucional, é importante que todo o processo seja realizado com total transparência para que, em nenhum momento, haja dúvidas a respeito da credibilidade da organização. 7 6 COMUNICAÇÃO ADMINISTRATIVA No dia a dia de uma organização, muitas informações são trocadas entre os fun- cionários. Esse fluxo de informação, referente à gestão diária de uma organização, é caracterizado pela comunicação administrativa, independentemente de essa comunicação ser formal ou informal. O principal objetivo da comunicação administrativa é coordenar esse fluxo de comunicação, orientando e atualizando informações que são distri- buídas de maneira que possam ser compartilhadas e entendidas por todos os envolvidos nesse processo. Os diferentes tipos de mensagens administrativas têm origem nos mais di- versos setores da empresa e cabe à comunicação administrativa alinhar essas in- formações, o que, na maioria das vezes, é algo muito difícil de se fazer, em função da diferença de personalidade das pessoas que as emitem. “ “[...] a comunicação administrativa é considerada um dos maiores problemas da organização, uma vez que o gestor da comunicação administrativa deve possuir amplo conhecimento do sistema orga- nizacional e do sistema de comunicação” (LUPETTI, 2009, p. 20). Com esse conhecimento, é possível ao gestor organizar os diferentes setores da empresa de maneira que as mensagens trocadas pela organização sejam claras e objetivas. Essa dificuldade de comunicação administrativa se dá, como aponta Kunsch (2009, p. 64), em função “do complexo sistema de comunicações e inter- relações existentes em um grupamento humano”. 7 7 UNIDADE 2 Isso acontece porque, em uma organização, cada integrante do grupo detém parte das informações, de maneira a “proporcionar igualmente, um conjunto de expectações estáveis e abrangentes quanto ao que os outros membros do grupo estão fazendo” (KUNSCH, 2009, p. 64). A comunicação administrativa é composta de um emissor, que transmite mensagens para um receptor com a finalidade de influenciar o seu comporta- mento. A comunicação administrativa: “ “altera, explora, cria ou mantém relações situacionais entre funções--tarefas, pelas quais é responsável, ou entre sua subseção e qualquer outra da organização” (KUNSCH, 2002, p. 153) “. O processo de comunicação se dá pela administração da organização, que se caracteriza como a fonte das mensagens que as cria, levando em consideração o am- biente e o perfil do receptor, definindo o melhor canal para sua transmissão e contro- lando todo o processo de maneira a evitar ruídos e alcançar os resultados esperados. Ferramentas da comunicação administrativa Como a comunicação administrativa ocorre de maneira formal ou informal, há fer- ramentas de comunicação específicas para cada uma dessas condições. No caso de uma comunicação administrativa formal, os gestores devem utilizar os seguintes instrumentos (YANAZE, 2011): ■ Memorandos. ■ Intranet/internet/e-mail. ■ Jornal mural. ■ Reuniões. ■ Quadro de avisos. ■ Portal/blog empresarial. ■ Campanhas internas. ■ Publicações (jornal, revistas, boletins) impressas e/ou eletrônicas. ■ Eventos, folhetos, cartazes e faixas. ■ Relatórios patrimonial e social anuais. ■ Clipping. 7 1 Quando a comunicação administrativa ocorrer de modo informal, ela acon- tecerá durante bate-papos, nos momentos de happy hour, no café da manhã, pelo envio de bilhetes, contatos telefônicos etc. “ “A comunicação informal pode ser muito eficaz, pois é capaz de alcançar os seus objetivos sem as resistências que as ferra-mentas oficiais normalmente criam entre os comunicadores” (YANAZE, 2011, p. 454). Em uma comunicação administrativa, os gestores precisam tomar certo cui- dado no caso de a organização não se posicionar corretamente a respeito de assuntos relacionados a seus funcionários ou, no caso de demora, de liberar informações importantes que dizem respeito a toda a organização. A consequência disso é permitir espaço para que surjam boatos. Yanaze (2011, p. 454) define boato “como uma informação sem identificação de fonte, veiculada pormeios in- formais, geralmente com conteúdo distorcido”. É preciso muito cuidado com os boatos, pois, muitas vezes, são mensagens erradas e maldosas que po- dem comprometer a imagem da organização. A consequência disso é permitir espaço para que surjam boatos VOCÊ SABE RESPONDER? Uma solução para evitar esse tipo de problema é definir a estratégia da co- municação administrativa de maneira que seja possível responder às seguin- tes questões (YANAZE, 2011): • Qual o objetivo dessa comunicação? • Para quem se destina? • Qual a linguagem mais adequada? • Que meios utilizar? • Quando comunicar? • Como obter o feedback (respostas) a essa comunicação? 7 1 UNIDADE 2 Uma maneira para se construir uma boa estratégia de comunicação administra- tiva é elaborar uma tabela (Tabela 1). O B J E T IV O D A C O M U N IC A Ç Ã O A D M IN IS T R A T IV A PUBLICAÇÕES REUNIÕES INTERNET/E-MAIL INTRANET JORNAL/MURAL QUADRO DE AVISOS RELATÓRIO ANUAL CLIPPING INFORMATIVO GERENCIAL EVENTOS CAMPANHAS INTERNAS PORTAL FOLHETOS/CARTAZES D e sp e rt a r c o n sc iê n c ia X X X X X C h a m a r a te n ç ã o X X X X X C ri a r in te re ss e X X X X X X D a r c o n h e c im e n to / in fo rm a ç ã o m a is c o n si st e n te X X X X D e sp e rt a r ex p e c ta ti va X X X X X L ev a r à d is c u ss ã o X X X P ro m o ve r a ç ã o X X X 1 1 O B J E T IV O D A C O M U N IC A Ç Ã O A D M IN IS T R A T IV A PUBLICAÇÕES REUNIÕES INTERNET/E-MAIL INTRANET JORNAL/MURAL QUADRO DE AVISOS RELATÓRIO ANUAL CLIPPING INFORMATIVO GERENCIAL EVENTOS CAMPANHAS INTERNAS PORTAL FOLHETOS/CARTAZES O ri e n ta r c o m p o rt a m e n to X X X X P ro m o ve r e m a n te r sa ti sf a ç ã o X X X C ri a r in te ra ç ã o X X X X P ro m o ve r o rg u lh o X X L ev a r à d is se m in a ç ã o X X X X S u sc it a r c o m e n tá ri o s X X X X Ta be la 1 – M od el o de e la bo ra çã o de e st ra té gi a de c om un ic aç ão / F on te : Y an az e (2 0 1 1 , p . 4 5 4 -4 5 5 ). 1 1 UNIDADE 2 A Tabela 1 apresenta instrumentos formais de comunicação administrativa lo- calizados na parte superior e, na lateral, estão os objetivos que se espera alcançar com determinada mensagem a ser enviada. Assim, basta relacionar o instrumento mais ade- quado para se alcançar o objetivo desejado. É claro que a seleção dependerá de cada organização. De qualquer forma, a tabela é um excelente recurso para minimizar problemas de comunicação administrati- va deficiente, evitando possíveis ruídos. Esses podem ocorrer no trajeto da mensagem entre emissor e receptor. Há diversas maneiras de ocorrer interferências nas mensagens, sendo uma delas a falta de repertório: “ “uma espécie de vocabulário, de estoque de signos conhecidos e uti-lizados por um indivíduo. [...] Se os dois repertórios forem exteriores totalmente um ao outro, a informação não é transmitida ao receptor” (TEIXEIRA COELHO, 1999, p. 123-124 apud YANAZE, 2011, p. 455). O meio de transmissão da informação é muito im- portante para evitar ruídos. Se o canal de transmis- são, entre emissor e receptor, não for adequado, há uma grande chance de a informação não ser transmi- tida de modo satisfatório e o receptor não interpretar, corretamente, a mensagem. Outros fatores que comprometem a transmissão da informação são os mo- mentos inadequados para se enviar as mensagens, a falta de habilidade de comu- nicação por parte do emissor, o receptor estar em um estado emocional frágil, os comportamentos alterados do emissor etc. Torquato (2004, p. 36 apud YANAZE, 2011, p. 455) considera que os gerentes têm grande respon- sabilidade por parte dos ruídos na comunicação, ao afirmar que parcela “ponderável dos problemas de comunicação organizacional situa-se, por exemplo, na esfera das fontes e não só no âmbito dos canais ou das linguagens, como costumeiramente se considera”. basta relacionar o instrumento mais adequado para se alcançar o objetivo desejado O meio de transmissão da informação é muito importante para evitar ruídos os gerentes têm grande responsabilidade por parte dos ruídos na comunicação 1 1 Essa informação é muito importante, uma vez que reforça a necessidade de os gestores desenvolverem, de maneira competente, sua capacidade de comunicação para se tornarem profissionais diferenciados no mercado. Com mais de duzentos restaurantes por todo o Brasil, a Spoleto tem como um dos pon- tos mais relevantes de sua gestão a relação com o franqueado. No entanto, a integração entre suas franquias andava comprometida, uma vez que a comunicação entre elas era realizada apenas por e-mails e por manuais de franquias, que não oferecem prati- cidade, dentre outros problemas. Somado a isso, a empresa encontrava problemas na centralização dos dados sobre as franquias, como fichas técnicas, financeiras, histórico das lojas etc. A solução encontrada foi investir na organização digital e criar o portal corporativo “Spoleto”, o qual apresenta uma abordagem metodológica baseada em três pilares: pessoas, processos e tecnologia. O processo de desenvolvimento e implantação do projeto levou sete meses (entre 2007 e 2008). Como resultado, a ação agilizou e aprimorou a comunicação entre franquias e o suporte aos franqueados, além de tornar a Spoleto uma empresa organizada digitalmente. Fonte: adaptado de Yanaze (2011). APROFUNDANDO COMUNICAÇÃO INTERNA Como tem sido apresentado a você, caro(a) acadêmico(a), a co- municação organizacional é di- vidida em comunicação interna e externa, sendo que a comunica- ção interna tem como foco a troca de mensagens entre os colabora- dores, enquanto a comunicação externa está preocupada em man- ter informada o público externo à organização. Nesse momento, surge um questionamento: e a comunicação administra- tiva? Essa é uma pergunta bastante pertinente em virtude de muitas pessoas se confundirem. Entretanto, há uma diferença entre a comunicação interna e a comunicação administrativa. A comunicação administrativa: 1 1 UNIDADE 2 “ “trata das estratégias de comunicação a serviço das atividades de gestão das empresas, ou seja, planejamento, da organização, da coordenação e do controle [...] incluem todos os fluxos contínuos de informação, que interligam os diferentes setores da empresa” (YANAZE, 2011, p. 452). Já a comunicação interna “é a ferramenta que vai permitir que a administração torne comuns mensagens destinadas a motivar, estimular, considerar, diferenciar, pro- mover, premiar e agrupar os integrantes de uma organização” (MATOS, 2014, p. 131). Diante dessas definições, fica evidente a diferença entre esses dois tipos de comunicação. A comunicação administrativa é uma comunicação voltada para o dia a dia da organização, com foco na gestão da empresa, enquanto a comuni- cação interna, apesar de estar interligada à administração, atua junto do setor de recursos humanos, preocupado em melhorar a gestão das pessoas na organização. Assim, a comunicação interna deve atuar de maneira que seja possível tornar viável um saudável ambiente de trabalho, incrementando qualidade, reforçando a segurança e garantindo ganhos de produtividade (CHINEM, 2010). Seu principal objetivo é o de “informar, gerando credibilidade e confiança; moti- var, mostrando claramente o foco dos negócios; e integrar os empregados, es- timulando posturas interativas, comprometimento e mobilização para as metas, pois ainda existe o sentimento de equipe” (CHINEM, 2010, p. 33). Um ponto muito importante que precisa ser levado em consideração é o fato de a comunicação interna ter uma relação direta com a cultura organizacional das empresas. Isso implica a necessidade de trabalhar a comunicação interna respeitando todas as diferenças e utilizando-a como ferramenta estratégicade modo a ser possível com- patibilizar todos os interesses dos funcionários e da empresa, fazendo o uso contínuo dos instrumentos de comunicação, como jornais, murais, intranet etc. compatibilizar todos os interesses dos funcionários e da empresa Vale lembrar que a utilização correta da comunicação interna contribui para que a organização seja mais dinâmica e eficiente, contribuindo para (CHINEM, 2010, p. 34): ■ melhorar o relacionamento entre colegas, equipes e unidades; ■ buscar mais facilmente a troca de opiniões e ideias para essas melhorias; 1 4 ■ transmitir com mais clareza decisões e mudanças; ■ manter todos os colaboradores bem informados sobre o trabalho, os ob- jetivos e os resultados da companhia; ■ identificar mais precisamente as necessidades do mercado e a satisfação dos clientes; ■ estabelecer parcerias mais sólidas; ■ tornar o produto mais bem conhecido; ■ fortalecer a imagem da marca. Para que a organização consiga colocar em práti- ca uma boa comunicação interna, a utilização do endomarketing é uma ferramenta estratégica que deve ser levada em consideração pelas empresas. Além disso, é necessário que seu processo de co- municação seja estruturado e visto como uma ação estratégica para a organização. O processo de gestão da comunicação interna Pensar na comunicação interna sem a estruturação de um processo organizacio- nal pode ser um erro. “ “a comunicação interna é um setor planejado com seus objetivos bem definidos para viabilizar toda a interação possível entre a or-ganização e seus empregados” (KUNSCH, 2003, p. 267). Portanto, para que funcione de ma- neira efetiva, a co- municação interna deve ocorrer de forma que todos os departamentos da organização sejam contemplados. a utilização do endomarketing é uma ferramenta estratégica que deve ser levada em consideração pelas empresas 1 5 UNIDADE 2 A comunicação interna pode ser subdividida em (TAVARES, 2010): ■ departamentos, órgãos e unidades; ■ pessoas dos mesmos departamentos, órgãos unidades; ■ chefias; ■ funcionários e chefia direta, como supervisores e gerentes, e chefia indireta, como diretores e presidentes. Realizar o gerenciamento da comunicação interna é muito importante, tendo em vista que essa ação ajuda a administrar as atitudes dos funcionários, na medida em que eles, tendo mais informações a respeito do negócio da empresa, tendem a ficar mais motivados e, com isso, a ser mais proativos nos processos organizacionais. Resultado de uma boa comunicação interna, essa maior eficiência se dará, como explica Argenti (2011, p. 172), em função de “uma sólida comunicação in- terna – impulsionando a lealdade e a produtividade da força de trabalho – continuará a desempenhar um papel central na manutenção de funcionários e no sucesso geral da empresa” Canais da comunicação interna Utilizar os canais de comunicação, de maneira correta, é fundamental para a eficiência da comunicação in- terna. Esses canais devem estar a ser- viço dos subsistemas técnicos e fun- cionais da organização, de maneira que possam promover ações úteis. Tais ações contribuem para refor- çar e tornar mais eficientes os pro- gramas de segurança e higiene, inte- gração interna, relações trabalhistas, desenvolvimento organizacional, aperfeiçoamento dos recursos humanos, relações públicas externas, campanhas de produtividade, controle de quali- dade, dentre outros (TORQUATO, 2004). desempenhar um papel central na manutenção de funcionários e no sucesso geral da empresa 1 6 O autor ainda explica que “os canais efetivos da comunicação social são os jornais, revistas, boletins periódicos, programas de rádio e TV de circuito interno” (TORQUATO, 2004, p. 57). Tavares (2010) considera como principais técnicas e canais de comunicação: • Publicações internas, como boletins, jornais e revistas. • Memorandos contendo timbre, endereço (no caso de empresa privada), número, data (abreviada ou por extenso), remetente (origem), destinatário (destino), assunto, texto e assinatura. • Rádio interno, quando o tamanho da empresa justificar esse investimento. • Circular, com o objetivo de recomendar ou ordenar algo, contendo a seguinte estrutura: timbre, epígrafe, data, vocativo, contexto, fecho, assinatura (nome e cargo do emissor) e anexo. • Relatório, que tenha como estrutura: título; relator(es); introdução: objetivo do relatório, quem solicitou, período, procedimentos e meios utilizados para a coleta de dados etc.; corpo do relatório (conteúdo): informações sobre o assunto determinado; conclusão; cidade e data; assinatura do relator e cargo. • Correio eletrônico (e-mail), em função de sua agilidade para enviar informações urgentes, convocar reuniões e passar informações úteis para os públicos de interesse etc. • Newsletters, como boletins informativos, que podem ser disponibilizados na página da internet da empresa ou ser enviados por e-mail. • Murais, que devem ser colocados em locais estratégicos da organização com alto fluxo de funcionários. • Intranet da organização para agilizar a comunicação interna. • Eventos, que podem ser culturais, esportivos ou sociais, com a finalidade de melhorar o relacionamento entre os funcionários. • Congressos para reunir profissionais da mesma área de atuação e discutir temas específicos. • Palestras para auxiliar no desenvolvimento e reciclagem profissional. • Reuniões para atingir objetivos específicos. 1 7 UNIDADE 2 Além desses canais e técnicas, as mídias sociais, como Facebook, Instagram, LinkedIn, e os aplicativos de comunicação para smartphones, como o WhatsA- pp, são ferramentas tecnológicas muito utilizadas pelas organizações. Por serem dinâmicos, instantâneos e terem um custo de utilização muito baixo, essas ferra- mentas são, cada vez mais, utilizadas pelas organizações. No link a seguir, você encontrará algumas outras dicas de canais de comunicação internos que também podem ser utilizados pelas organizações. EU INDICO Importância da comunicação interna Você já sabe que a comunicação interna tem impor- tância como ferramenta estratégica para a organi- zação, uma vez que é ela que permite a compatibili- zação dos interesses dos empregados e da empresa, por meio do estímulo do diálogo, da troca de experiências e informações entre os funcionários e da participação em todos os níveis organizacionais. Uma diretoria que tenha disposição em ser transparente, ao divulgar in- formações para toda a organização, terá maior chance de promover uma co- municação interna de maior qualidade. Por isso, agir de maneira autêntica, tendo como princípio a verdade; ser rápido e competente na divulgação de informações; ter respeito pelas diferenças indi- viduais; incentivar uma gestão participativa; e proporcionar oportunidades para o desenvolvimento cultural, principalmente no que diz respeito à organização, que busca uma comunicação à utilização das novas tecnologias, são elementos essenciais e primordiais que fazem a comunicação interna ser eficiente. Talvez, de tudo que você tenha lido sobre comunicação interna, “contribuir para o desenvolvimento e a manutenção de um clima positivo, propício ao cumpri- mento das metas estratégicas da organização” (TORQUATO, 2004, p. 54), seja a principal missão desta. estímulo do diálogo, da troca de experiências e informações entre os funcionários 1 1 https://endomarketing.tv/canais-de-comunicacao-interna/#.XjA8yWhKjIU Assim, a importância de a comunicação ser realizada de maneira eficaz, levando em consideração os preceitos da ética e moralidade, deve ser o caminho a ser buscado pelas organizações. Assim, utilizar o endomarketing pode ser de muita ajuda para as organizações. Hoje, mais do que um simples departamento, a comunicação tem um papel fundamental dentro das organizações. Ela desempenha uma atividade essencial que leva informação às pessoas. Quer saber mais sobre a importância da comunicação interna nas organizações?Então, acesse: EU INDICO Para você, existe diferença entre comunicação e informação? Se sim, que diferenças são essas? PENSANDO JUNTOS 1 1 https://www.universia.net/br/actualidad/empleo/consequencias-da-ma-comunicacao-interna-em-uma-empresa.html UNIDADE 2 Endomarketing Uma estratégia utilizada por muitas empresas é o en- domarketing, que, para Matos (2014, p. 127), é “um dos principais diferenciais competitivos que trans- forma os colaboradores e os funcionários da empresa nos principais criadores da imagem institucional de uma organização saudável e bem-sucedida”. A palavra endomarketing “é formada pelo prefixo ‘endo’, que tem origem no grego e significa posição ou ação no interior, ou seja, ‘movimento para dentro’”, ou seja, “são as ações de comunicação que a empresa deve realizar para consolidar a sua boa imagem junto aos funcionários e seus familiares” (MATOS, 2014, p. 127). É muito comum ocorrer uma certa confusão entre comunicação interna, marketing interno e endomarketing. Na verdade, “a comunicação interna é uma ferramenta do endomarketing” (TAVARES, 2010, p. 18) que também não é mar- keting interno, porque, segundo Rahme (2017, p. 83), endomarketing são «todas as ferramentas de marketing e comunicação com foco no processo de gestão de pessoas, colocando-as no centro do processo». transforma os colaboradores e os funcionários da empresa nos principais criadores da imagem institucional de uma organização saudável e bem- sucedida 1 1 “ “são ações de marketing eticamente dirigidas aos funcionários das organizações e empresas focadas no lucro, das organizações não lucrativas e governamentais e das do terceiro setor, observando condutas de responsabilidade comunitária e ambiental” (BEKIN, 2004, p. 17 apud TAVARES, 2010, p. 18). Por fim, é importante entender que o endomarke- ting são ações que devem ser realizadas, em con- junto, entre os setores de marketing e recursos hu- manos das organizações, de modo que seja possível associar as estratégias de planejamento da empresa com foco na geração de resultados organizacionais. Em outras palavras, o endomarketing «é um programa estratégico da empresa, ligado direta- mente à geração de resultados» (RAHME, 2017, p. 84). O papel que o endo- marketing exerce na empresa vai além de um processo de comunicação ou promoção interna. Rahme (2017) aponta como foco do endomarketing: ■ A comunicação interna, provendo informações aos funcionários, para que eles possam apoiar e direcionar esforços para a viabilização dos objetivos da empresa; ■ O desenvolvimento de melhoria contínua de processos e ações, para a elevação da qualidade da oferta para clientes. ■ A implantação de estratégias e planos de marketing da organização, para a adesão dos funcionários. ■ A criação de um processo contínuo de inovação. Não importa qual seja o foco que você decida utilizar com o endomarketing, o importante é que ele seja utilizado de maneira estratégica conforme as neces- sidades que serão trabalhadas no mercado, promovendo, ainda, uma relação de troca entre funcionários e empresa. Para facilitar o seu entendimento, observe a Figura 1, que traz um modelo conceitual de endomarketing. são ações que devem ser realizadas, em conjunto, entre os setores de marketing e recursos humanos das organizações 1 1 UNIDADE 2 Figura 1 – Modelo de endomarketing / Fonte: Cobra e Brezzo (2010, p. 177). Perceba, caro(a) acadêmico(a), na Figura 1, que a promoção de programas de endomarketing pelas organizações traz muitos benefícios e, ainda, é possível citar outros, conforme Rahme (2017): ■ Os funcionários se sentem parte da empresa. ■ Haverá uma maior contribuição dos funcionários com suas visões dos negócios, o que pode ser muito positivo, pois sempre o trabalho colabo- rativo tende a ser melhor que o individual. ■ Há um aumento da compreensão pelos funcionários da dimensão dos objetivos e do papel que podem exercer nos resultados da organização. Promovendo programas de endomarketing Ao decidir utilizar o endomarketing como ferramenta de comunicação or- ganizacional, a empresa deve estar aten- ta para aplicar alguns pontos essenciais, conforme Tachizawa et al. (2006): ■ Desconcentração da autoridade. ■ Revisão das estratégias de trei- namento. ■ Processos de seleção. ■ Motivação e valorização dos colaboradores. Mistura marketing interno Marketing como �loso�a Ferramentas de marketing Desempenho da organização Competências de organização Comportamento orientado para o mercado Satisfação do funcionário Competências individuais e especí�cas 1 1 Assim, para colocar em prática um programa de endomarketing, é necessário que a organização execute 12 etapas para um bom desenvolvimento (RAHME, 2017). 1. Mapeamento do DNA da organização e seu nível de aderência, permeabilida- de e prática no contexto atual. 1.1 Um levantamento da missão, visão, valores e crenças da organização. 1.2 Realize a identificação dos significados de cada valor para a equipe de projeto. 1.3 Faça o mapeamento do significado de valores para os membros de áreas selecionadas. 1.4 Consolide esses significados. 2. Mapeamento do perfil dos colaboradores e líderes da empresa registrado pelo RH. 2.1 Uma entrevista com os líderes. 2.2 Entrevistar os membros da equipe de RH. 2.3 Efetivar a consolidação do perfil de colaboradores e lideranças com a identifica- ção dos traços mais significativos. 3. Mapeamento da situação atual do clima organizacional. 3.1 Validação dos resultados e incorporação de percepções individuais. 3.2 Definição de extratos para o desenvolvimento do projeto. 4. Mapeamento da situação atual das necessidades de comunicação interna. 4.1 Levantamento das principais ações de comunicação interna realizadas pela em- presa e seus respectivos resultados. 4.2 Identificação das atuais necessidades de comunicação interna e justificativa. 4.3 Confrontação do que já foi feito com as atuais necessidades. 4.4 Elaboração de parecer sobre a comunicação interna na empresa, bem como demandas e oportunidades. 5. Mapeamento dos eventos significativos para o ano corrente. 5.1 Realizar o levantamento das necessidades institucionais. 5.2 Executar o levantamento dos eventos mercadológicos. 5.3 Elaborar a lista dos eventos relevantes no ano de referência do plano. 1 1 UNIDADE 2 6. Mapeamento das demandas de marketing e recursos humanos. 6.1 Elaborar a lista de necessidades de ações que deverão ser trabalhadas no ano de referência. 7. Desenvolvimento das propostas de ações. 7.1 Mapear os vetores de construção das propostas. 7.2 Levantar as propostas elaboradas pela equipe do projeto. 7.3 Validar a aderência das propostas com as demandas identificadas. 7.4 Formalizar as propostas. 8. Elaborar o plano de endomarketing. 9. Detalhar todas as ações a serem executadas. 10. Elaborar o plano de investimentos. 11. Levar para aprovação da diretoria. 12. Implantar o programa de endomarketing na organização. O endomarketing é, também, uma excelente ferra- menta para promover a integração e a motivação dos funcionários. Para isso, é preciso entender que a mo- tivação é o motivo que leva as pessoas a agirem. “É o fato que, como seres únicos, [...] cada pessoa encontra fatores motivacionais particulares” (RAHME, 2017, p. 93). VOCÊ SABE RESPONDER? Você sabe como fazer com que indivíduos que têm motivos diferentes, em função de crenças e valores particulares, possam ser motivados pela organização? a motivação é o motivo que leva as pessoas a agirem 1 4 Figura 2 – Conceito de motivação / Fonte: Rahme (2017, p. 94). Para isso, Pink (2010 apud RAHME 2017) recomenda que a empresa utilize a motivação 3.0, chamada assim pelo autor. Para você entender melhor esse con- ceito, observe a Figura 2: ������������� ������������� ������������� ������������������ ��������� ���� ��� �� �� �� ���������� �� ������������ ���� ������� ������� �������������� �������������������������������� ������������ �������� ������������ �� ��� ������� ������ ���������������� �������������� ������������������ ������� ������� ��� ����������������� �� �������� ���� �� ���������� ������ ������������ ����� �� ������������� ���������� �� ������������ �� ��� ������� ���������� ���������������� ��� � ���������� �� ��������������� �� ���� �� ���� �� ���������������� �� ��������������������� �������������� �� �������������� �� ��� ����������� ����� ���������� ������ ��� �� ����������� ����� Rahme (2017) explica o conceito de motivação 3.0 como algo que pode contribuir, de maneira legítima e duradoura, para o processo motivacional dentro das organizações. Para isso, é necessário que as empresas levem em consideração o fato de a motivação ser um processo intrínseco no qual cabe às organizações agirem como intermediárias entre a motivação dos seus funcioná- rios e os próprios objetivos organizacionais. É aqui que entra o endomarketing como sendo uma ferramenta de intermediação. “ “Diante disso, em um ambiente organizacional, programas de endo-marketing têm de trabalhar com a motivação humana, o que signi-fica fazer os funcionários darem o melhor de si, para que a empresa possa ser competitiva» (RAHME, 2017, p. 95). cabe às organizações agirem como intermediárias entre a motivação dos seus funcionários e os próprios objetivos organizacionais 1 5 UNIDADE 2 COMUNICAÇÃO MERCADOLÓGICA Fica muito difícil falar de marketing sem falar de comunicação, simplesmente porque todo o processo de marketing está envolvido, diretamente, com a comu- nicação. Não dá para separar. Yanaze (2011) comenta o fato de o marketing não ser uma função isola- da dentro da empresa. Pelo contrário, ele é um princípio norteador de trabalho voltado para impregnar todos os stakeholders de uma cultura e consciência nos parâmetros que a organização deseja, como mostra a Figura 3. �������� ������������ Formadores de opinião Empresas ConsumidoresC Clientes ornecedoresFo Governo BancosSindicatos Concorrentes Acionistas Figura 3 – Stakeholders de uma organização / Fonte: Rocha e Trevisan (2018, p. 35). 1 6 Para falarmos de marketing, é legal lembrar que, de maneira geral, o marketing é uma ferramenta utilizada para atender às necessidades do consumidor, levando em consideração os objetivos financeiros da empresa. E uma maneira das orga- nizações conseguirem isso é utilizando a comunicação mercadológica. A comunicação de marketing, ou comunicação integrada de marketing, é uma das ferramentas do marketing. Las Casas (2009, p. 386) explica que esse tipo de comunicação “é um sistema de gerenciamento e integração dos elementos de comunicação de marketing, publicidade, assessoria de imprensa, promoção de vendas, marketing de patrocínio e comunicação no ponto de venda”. Com tantas ações utilizando canais de veiculação diferentes, é muito impor- tante que elas tenham os mesmos elementos para comunicar a mesma mensagem. Por isso, trabalhar com uma comunicação integrada é necessário, a fim de que seja possível criar um efeito sinérgico para que o público possa receber, sempre, a mesma mensagem, apesar dos diferentes canais de comunicação utilizados. Isso faz com que as chances de os clientes e consumidores memorizarem e absor- verem a mensagem que está sendo transmitida por diversas ferramentas aumentem. Portanto, as ferramentas que fazem parte da comunicação integrada de mar- keting são (KOTLER, 2000, p. 533): PROPAGANDA forma paga de divulgação que tenha como objetivo apresentar e promover ideias, produtos ou serviços, de caráter não pessoal, subsidiada por um patrocinador. TIPOS DE PROPAGANDA há propaganda de produto, serviço, marca, institucional, comparativa, corretiva, subliminar e documentário. PROMOÇÃO DE VENDAS são estratégias de marketing, efetivadas dentro e fora da mídia, em um período limitado, oferecendo suporte e incentivo a ações de venda pessoal (utiliza ferramentas de merchandising). trabalhar com uma comunicação integrada é necessário, a fim de que seja possível criar um efeito sinérgico 1 7 UNIDADE 2 TIPOS DE PROMOÇÃO amostragem, cupons de venda, brindes, descontos, bonificações, reembolsos, concursos, sorteios, garantias, promoção cruzada e material no ponto de venda. RELAÇÕES PÚBLICAS variedade de esforços para criar e manter uma imagem positiva da organização com seus diversos públicos (trabalha também com a geração de publicidade). PUBLICIDADE comunicação gratuita de informações sobre a organização, produto ou serviço (muito utilizada nas pequenas empresas que geram notícia e inovação). VENDA PESSOAL é a venda em si; busca a interação e o relacionamento pessoal com o cliente, visando apresentar soluções com base em benefícios percebidos e valores agregados. MARKETING DIRETO sistema interativo de comunicação que usa um ou mais meios de propaganda para obter uma resposta ou transação mensurável sem o uso de intermediários. CATEGORIAS propaganda ou promoção de resposta direta, telemarketing, venda direta e internet São cinco as características da comunicação integrada de marketing: o comporta- mento, o cliente ou prospecto, contato (público-alvo), sinergia e o relacionamento, como é possível ver a seguir (SHIMP, 2002): COMPORTAMENTO A aplicação bem-sucedida da CIM exige que os esforços provoquem uma resposta comportamental, ou seja, que leve as pessoas à ação. CLIENTE OU PROSPECTO A comunicação se inicia com o cliente para determinar os métodos de comunicação que melhor atendem às necessidades de informação do cliente e o motivem a comprar a marca. 1 1 CONTATO Reflete a disposição de usar qualquer meio de comunicação para alcançar o público-alvo, em lugar de assumir um pré-comprometimento com um único veículo. SINERGIA Todos os elementos de comunicação devem falar uma linguagem única para se atingir uma imagem de marca forte e para levar os consumidores à ação. RELACIONAMENTOS É mais lucrativo construir e manter relacionamentos do que buscar novos clientes. Ficou claro para você que a comunicação integrada de marketing pode ser vista como uma filosofia de comunicação? Segundo Yanaze (2011, p. 418), “procura aproximar as modalidades da comunicação organizacional [...], vi- sando melhorar a eficácia comunicacional, minimizando e concentrando os esforços investidos neste setor”. A comunicação de marketing é um processo complexo, tendo em vista a vasta quantidade de ferramentas que podem ser utilizadas para alcançar os objetivos organ- izacionais. É, também, um processo contínuo, porque a comunicação precisa se manter constante, inteligente e de alcance em massa se quiser ter sucesso. Fonte: o autor. ZOOM NO CONHECIMENTO Apesar do conceito de a comunicação integrada de marketing ser, relativa- mente, simples, sua aplicação é algo complexo, pois depende de um processo unificado, principalmente no que diz respeito às diretrizes das mensagens. Observe a Figura 4, que apresenta o fluxograma do processo de comunicação integrada de marketing. 1 1 UNIDADE 2 Figura 4 – Fluxograma do processo de comunicação integrada de marketing Fonte: Ogden e CrescitellI (2007, p. 19). Observe, na Figura 4, que todas as áreas ali apresentadas devem atuar de maneira conjunta e integrada. “Em contrapartida, o mercado não sabe dessas dificuldades nem se importa com elas, considerando apenas o que efetivamente lhe causa impacto, sem levar em conta a fonte emissora” (OGDEN; CRESCITELLI, 2007, p. 19). Assim, para as organizações agirem de modo a conseguir realizar uma comunicação efetiva, é muito importante. Para isso, é necessário que a empresa esteja atenta aos três pilares da comuni- cação integrada de marketing (OGDEN; CRESCITELLI, 2007, p. 20): ■ Tema central – que é o elemento que agrega e integra a mensagem às dif- erentes maneiras de comunicação praticadas. ■ Formas de comunicação – em que o processo que envolve a comunicação integrada de marketing, por definição, é a utilizaçãode duas ou mais formas de comunicação, pois, caso contrário, não teria sentido falar em integração. ■ Públicos-alvo – o terceiro pilar que envolve todos os diferentes públicos-al- vo que fazem parte do processo de comercialização. ����������� �������� �������� ������ � �� ������� � �� ������� � ������� �� �� �� � � �� �� � � �� �� ��������� ��������� ��� ����������� ����������� ����� ����� ���� ������ ����� ���� ���� ���� ��� ���� � � ����� ������ �������� ��������� �� ����������� ���� �� ����������� ���� �� ��� ���� ���� �� ��� ���������� ����������� ��� ��� �� ���� ��������� �� �������� �� ���� ����� ��� � ���� �� ����������� �� ������� ������������� � ������ �� ���������� �� ��������� ��� ������������� � �������� �� �������� ��� ������ � ��������������� ����������� ����� ��������������� ���������������������� ����� ������� ������������������������ ������������������������� ��������� �� ������ ��������� ���������� �� �������������� ���� ���� ����������� �� 1 1 1 É muito importante que as organizações integrem as diferentes formas de co- municação de marketing, pois, ao não fazer isso, as empresas estarão perdendo a oportunidade de melhorar sua eficácia, além de evitar possíveis confusões por parte do público-alvo com mensagens fragmentadas. Planejamento da comunicação integrada de marketing Planejar a comunicação integrada de marketing é uma necessidade da organi- zação para que ela possa definir o tipo de ação que a empresa pretende utilizar com a melhor mensagem a ser direcionada a determinado público, em função dos resultados que se pretende alcançar. Talvez, fique mais fácil para você entender como funciona esse planejamento ao observar a Figura 5. ���������������������� �������������������� ������ ������ ���������������� ����� ���� ����������� ��� ��������������� ����� ���������� ���� � �������������� ������ � ���� �� ����� � ����� ����� ��� ����������������� �� �� ���������� ������������������� � � � ����� ��������������� ������������ ����������� ������� � ��������������� �������������������� ������������ ��������������������� � ������������� ������������������� ������������ ������ �� ��� ������ � ������������������ ������������������������ ����� ��� ������ � �������������� � ����� ��������� � ��������������������� ����������� ���� ���� ���������� ������ ���� ������ �� ������ � � ������ ������������ � �������� ��� ������� � �������������������� ���������������� ����� ������� �������� ��������� ������� ��������������� Figura 5 – Planejamento da comunicação integrada de marketing / Fonte: Rocha e Trevisan (2018, p. 38). Com todas essas informações determinadas pela empresa, o processo de plane- jamento da comunicação de marketing deverá, então, ser realizado em três fases: pré-plano, plano e pós-plano, como é possível ver na Figura 6. 1 1 1 UNIDADE 2 Figura 6 – Planejamento estratégico da comunicação integrada de marketing Fonte: Rocha e Trevisan (2018, p. 39). É no planejamento estratégico da comunicação integrada de marketing que, também serão definidas as ações de comunicação a serem realizadas. As mais utilizadas são (YANAZE, 2011): ■ Propaganda (TV, rádio, mídia impressa, mídia externa, internet, cinema etc.). ■ Promoções de venda (equipe de vendas, canais de venda, cliente final etc.). ■ Merchandising/exibitécnica (design de produtos, embalagem, displays, car- tazes de ponto de venda, vitrinismo, ergonomia de vendas etc.). ■ Organização e/ou participação em eventos promocionais e de negócio. ■ Televendas. ■ Venda pessoal. ■ Product placement e propaganda tie-in. ■ Comunicação digital (website, link patrocinado, blog, Twitter, e-business etc.). ����������������������� ����� ��� ������������������� �������������� ������ ���������� ������ ���������������������� � ������ ��������� ����� ��������� ��� � � ������������ � �� ��� ���� ������� ��� ���� � �� ��������� ������������ ������ ����� ���� �� ������ ���� � ����� �������������� ������� �� � � ����� �� ����� ������ � ����� ��������� ��� � � � ��� ���� ��� ��� ���� ����� � ��� ��� ���� ��� �������� ����� ��������� ����� ������ � � ������ ������� �� ���������� � �� ������������ ��� � � �� ���� � � �� � ���� ���������� ��� � ���������� � �� ��� � ���� ��� �������� ��������� �������� ��� � ����� �� � ���� ��� ��� 1 1 1 Por fim, o processo de planejamento da comunica- ção integrada de marketing deve medir os resultados alcançados, de maneira que seja possível saber se as mensagens publicadas surtiram o efeito desejado, trazendo retorno financeiro para a organização. Para isso, é necessária a realização de pesquisas, antes e após o plano de comunicação integrada de marketing, como pode ser visto na Figura 7. A marca Kit Kat, chocolate da Nestlé do Japão, investiu em um novo canal de vendas: os Correios. A ação de marketing pode ser resumida na criação de um cartão-postal comestível, o Kit Kat Mail. Como no Japão a marca soa como “kitto katsu”, que significa “vai dar certo”, a criação de um postal com o produto teve o intuito de estimular as pessoas a enviar um Kit Kat Mail como incentivo para seus parentes ou amigos que estejam passando por situações difíceis. A empresa fechou um acordo com o governo japonês e passou a oferecer, nas 24 mil agências dos correios do Japão, uma mala direta com o chocolate dentro, mas em formato de postal. A mídia espontânea, nacional e internacional, ao longo do projeto, foi calculada em torno de US$ 11 milhões e mais de 260 mil Kit Kat Mail foram entregues. Em virtude do sucesso da campanha, atualmente, o cartão-postal da Kit Kat tornou-se um produto permanente. Fonte: adaptado de Yanaze (2011). APROFUNDANDO ��������� ������������ ����� ���������������������������� ��������� � ��������� �������������� ������������������� � ������������� ��������������������� ���������������� ����������������������� � ��������������� ��������������������� ��������������������� ����������������������������� ��������������������� �������� �� � �������� ������ ����� �� ����������������� ������� ������ Figura 7 – Pesquisas de comunicação integrada de marketing / Fonte: Rocha e Trevisan (2018, p. 196). De nada adianta realizar campanhas de marketing milionárias se a empresa não medir seus resultados. Por isso, realizar pesquisas, antes e depois das campanhas, é muito importante para se ter uma ideia aproximada dos resultados obtidos. é necessária a realização de pesquisas, antes e após o plano de comunicação integrada de marketing 1 1 1 UNIDADE 2 NOVOS DESAFIOS Ao final deste tema, você se sente apto a conceituar o composto da comuni- cação organizacional? Se você tivesse que diferenciar cada uma das comu- nicações organizacionais, como faria? Imagine que você é o gestor de uma organização e, por isso, é res- ponsável por elaborar e implantar os processos de funcionamento da orga- nização a partir do composto, de que forma você faria seu plano de proje- to? Quais seriam suas estratégias para construir a cultura da organização a partir da comunicação institucional, administrativa, interna e mercado- lógica? Reflita sobres esses pontos e construa os passos possíveis dentro da sua realidade. 1 1 4 AGORA É COM VOCÊ 1. Durante muito tempo, a comunicação empresarial foi vista por muitos empresários e organizações sob uma ótica unilateral e simplista. Muitos gestores não acredita- vam na força e no poder que a comunicação tinha (e tem) dentro das empresas. Os anos passaram, a cultura em relação à comunicação mudou e evoluiu desta ótica de processo simples para algo mais complexo. Com base nessa afirmação, assinale a alternativa que corresponda à forma de segmentação e de atuação da comunicação em seus primórdios: f) Comunicação de marketing e comunicação institucional. g) Comunicação interna e comunicação externa. h) Comunicação institucional. i) Comunicação jornalística. j) Comunicação de marketing,comunicação institucional e comunicação interna. 2. Utilizar a comunicação como uma ferramenta estratégica é muito comum atualmen- te, tendo em vista que esta é capaz de entregar bons resultados para a organização. Isso reforça a afirmação de Kunsch (2009) quando este coloca o fato da utilização da comunicação, de maneira integrada, pela organização ser essencial no êxito por parte da empresa em suas ações estratégicas. Assim, com base na utilização estratégica da comunicação, para que esta dê um bom resultado, faz-se necessário que exista integração entre determinados setores da organização. Deste modo, marque V para verdadeiro ou F para falso para os seguintes setores organizacionais: ( ) A área de relações públicas. ( ) A área de propaganda. ( ) A área de compras. ( ) A área de promoção de vendas. ( ) A área financeira. Assinale a alternativa correta: a) F, V, F, V, F. b) F, F, F, V, V. c) V, V, F, V, F. d) V, V, V, F, F. e) V, F, V, F, V. 1 1 5 AGORA É COM VOCÊ 3. Um ponto muito importante que precisa ser levado em consideração é o fato da co- municação interna ter uma relação direta com a cultura organizacional das empresas. Isso implica na necessidade de trabalhar a comunicação interna respeitando todas as diferenças e utilizando-a como ferramenta estratégica. Diante disso, analise as infor- mações a seguir sobre as contribuições da comunicação interna para a organização: I - A melhora do relacionamento entre colegas, equipes e unidades é uma conse- quência da aplicação correta da comunicação interna. II - A comunicação interna, quando bem aplicada, proporciona para parte dos cola- boradores a possibilidade de ficarem bem informados sobre o trabalho, os obje- tivos e os resultados da companhia III - A utilização do endomarketing é uma ferramenta que contribui com uma aplica- ção da comunicação interna. IV - Manter parte dos colaboradores bem informados sobre o trabalho, objetivos e resultados da companhia é resultado de uma comunicação interna bem utilizada. É correto o que se afirma em: a) I e II. b) I e III. c) I, II e IV. d) I, III e IV. e) I, II, III e IV. 4. Uma das ferramentas de marketing, a comunicação integrada de marketing é um sistema de gerenciamento e integração dos elementos de comunicação de marke- ting, como vendas, patrocínio e comunicação no ponto de venda. Portanto, analise as ferramentas que fazem parte da comunicação de marketing e associe-as com suas definições corretas. 1 - Promoção de vendas 2 - Tipos de propaganda 3 - Tipos de promoção 4 - Relações públicas 1 1 6 AGORA É COM VOCÊ ( ) Propaganda de produto, serviço, marca, institucional, comparativa, corretiva, subliminar e documentário. ( ) Amostragem, cupons de venda, brindes, descontos, bonificações, reembolsos, concursos, sorteios, garantias etc. ( ) Estratégias de marketing, efetivadas dentro e fora da mídia, em um períodolimi- tado, oferecendo suporte e incentivo a ações de venda pessoal. ( ) Variedade de esforços para criar e manter uma imagem positiva da organização. Assinale a sequência com a relação correta: a) 1, 2, 3, 4. b) 4, 3, 2, 1. c) 3, 4, 1, 2. d) 2, 3, 1, 4. e) 1, 3, 2, 4. 5. Planejar a comunicação integrada de marketing é uma necessidade da organização para que ela possa definir o tipo de ação que a empresa pretende utilizar com a me- lhor mensagem a ser direcionada a determinado público em função dos resultados que se pretende alcançar. Diante dessa informação, explique de que maneira a orga- nização deve estruturar o seu planejamento de comunicação integrada de marketing, levando em consideração a Mensagem, o Público, o Feedback e a Empresa. 1 1 7 UNIDADE 2UNIDADE 2 MINHAS METAS T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 5 MINHAS METAS COMUNICAÇÃO SOCIAL INTEGRADA LUÍS AUGUSTO ZILLMER CARDOSO Discutir aspectos relativos à comunicação cultural. Conceituar comunicação interna e endomarketing. Diferenciar comunicação interna e endomarketing. Identificar formas de trabalhar com essas ferramentas. Abordar a comunicação social. Conhecer as ferramentas de comunicação. 1 1 1 1 1 1 INICIE SUA JORNADA Não importa o local em que você se encontra, pois certamente há aqueles am- bientes em que você se sente bem e aqueles em que você se sente desconfortável e até meio deslocado por causa do comportamento das pessoas e do tratamento existente entre elas. O mesmo pode ocorrer no ambiente empresarial? VOCÊ SABE RESPONDER? Dentro da empresa em que você trabalha, na condição de funcionário, você pode sentir-se satisfeito e com prazer no local de trabalho, ao manter bons rela- cionamentos internos e com as boas práticas da sua empresa, não é mesmo? Por outro lado, há empresas que exigem demais dos funcionários e adotam posturas pouco éticas, que fazem com que você possa sentir-se descontente, pressionado e até deslocado em relação àquilo que você acredita e ao que a empresa prega e pratica. Embora possa parecer estranho, essas situações mantêm relação direta com a comunicação nas empresas que estamos tratando. Isso porque a comunicação cultural está ligada ao clima organizacional e que também pode ser melhorado pela comunicação. DESENVOLVA SEU POTENCIAL COMUNICAÇÃO CULTURAL De acordo com Torquato (2002), a comunicação cultural corresponde àquela responsável por comportar os climas internos. Para saber como está essa comu- nicação cultural, ele sugere medir a temperatura do clima organizacional. Como assim, medir a temperatura do clima organizacional? É isso mesmo. Essa temperatura pode ser aferida pela cultura interna, ou seja, pelos costumes, hábitos, práticas, ideias e valores da comunidade interna da organização. 1 1 1 UNIDADE 2 Podemos aprender a cultura de uma organi- zação ao se fazer uma análise que parte do que é mais visível e concreto até o menos visível e difícil de ser percebido (PIMENTA, 2002). Nessa ordem, temos o ambiente físico (objetos/criações), os va- lores (discursos) e os pressupostos básicos ou princípios básicos (conferem com a identidade da organização). Todos esses aspectos caracterizam a co- municação cultural de uma empresa. Conforme Pimenta (2002), a cultura é uma forma de lidar com os proble- mas de adaptação externa e integração interna que funcionam bem o suficien- te para serem considerados válidos e ensinados a todos os colaboradores da organização. Essas referências culturais manifestam-se por meio da missão, visão e dos valores da empresa. Observe como esses elementos correspondem ao que denominamos anteriormente como pressu- postos básicos ou princípios básicos. Esses pressupostos diluem-se e misturam-se com os comportamentos e discursos adotados pela empresa, influenciando a cultura organizacional e as relações de poder estabelecidas internamente na empresa, e induzem a cultura interna (PIMENTA, 2002). Já o clima organizacional equivale aos aspectos intangíveis da cultura interna da organização. Esse clima pode ser medido por meio de pesquisas análise que parte do que é mais visível e concreto até o menos visível Essas referências culturais manifestam-se por meio da missão, visão e dos valores da empresa 1 1 1 com os colaboradores e percebido pela maneira como as pessoas realizam seu trabalho (PIMENTA, 2002). Vamos recorrer a um exemplo prático para deixar tudo isso mais claro. Há empresas em que as pessoas colaboram mais ou menos entre si nas diversas formas de entregar um objeto ou documento, na maneira como se relacionam e na apatia ou interesse nos assuntos referentes à empresa. “ “Isso acontece porque o clima tem efeito direto sobre a satisfa-ção e a motivação para o trabalho. Ele pode ser definido como o conjunto de percepções subjetivas e sentimentos que os fun- cionários têm sobre a divisão do trabalho, a responsabilidade, o comportamento do chefe, as instalações onde trabalham etc.” (PIMENTA, 2002, p. 85). Essa breve explicação nos mostra como a cultura pode ser influenciadapelas formas como as pessoas se comunicam internamente na organização e nas maneiras como agem diariamente na realização de seu trabalho. Ambientes com equipamentos deficientes ou quebrados, pouco arejados ou iluminados levam o funcionário ao desânimo. Colaboradores sobrecarregados com tarefas de seus cargos e de outros também se cansam do trabalho mais rapidamente e se sentem pressionadas. As relações com seus líderes influenciam na forma como as pessoas encaram o seu trabalho na empre- sa. Um bom clima organizacional muitas vezes leva as pessoas a permanecerem e se engajarem mais na realização de seu trabalho. Não é apenas o salário que recompensa as pessoas. Por essa razão, tratamos da comunicação in- terna como elemento essencial à cultura organi- zacional e podemos incluí-la como um elemento fundamental da comunicação cultural de uma or- ganização. É isso que vamos abordar na sequência do tema comunicação cultural. Vem comigo! Não é apenas o salário que recompensa as pessoas. elemento fundamental da comunicação cultural de uma organização 1 1 1 UNIDADE 2 Comunicação interna De acordo com Tomasi e Medeiros (2014), a comu- nicação interna ocupa-se com gerar consentimento e produzir aceitação. A comunicação interna torna-se essencial para encaminhar soluções e atingir as metas preestabelecidas, com o objetivo de contribuir para a consecução de um clima po- sitivo e favorável ao cumprimento de metas e ao crescimento e lucratividade da or- ganização (TOMASI; MEDEIROS, 2014). Por essa razão, podemos acrescentar que a administração e a comunicação interna são atividades interligadas. “ A comunicação interna é a ferramenta que vai permitir que a admi-nistração torne comuns mensagens destinadas a motivar, estimular, considerar, diferenciar, promover, premiar e agrupar os integrantes de uma organização. A gestão e seu o conjunto de valores, além da missão e visão de futuro, proporcionarão as condições para a comu- nicação empresarial poder atuar com eficácia (MATOS, 2009, p. 93). Além disso, Tomasi e Medeiros (2014) acrescentam que as comunicações internas prestam serviços como estimular, integrar, criar clima organizacional favorável, inte- grar áreas, departamentos e gerências e promover o sucesso pessoal dos colaboradores. essencial para encaminhar soluções e atingir as metas preestabelecidas 1 1 1 Para comunicar-se de maneira efetiva com seus funcionários, as empresas podem utilizar as mídias internas (vídeos, jornais, revistas, alto-fa- lantes, painéis eletrônicos, folhetos, displays, jor- nais-murais, e-mails) e essa comunicação não deve ser apenas no fluxo descendente, ou seja, de cima para baixo, ensinam Tomasi e Medeiros (2014). Matos (2009) afirma que, sem comunicação, com os recursos humanos com qualidade total, não se consegue mudar o modelo organizacional para garantir competitividade para a empresa e transformar-se em um diferencial estratégico para a busca constante da melhoria da qualidade de vida no trabalho. Segundo ele, a comunicação é a força que di- namiza a vida das pessoas. Assim, costuma-se de- nominar também a comunicação interna como relações com os colaboradores e cuja atividade deve estar comprometida com os valores dos fun- cionários, e não com os valores apenas da diretoria da organização. Para tanto, Bueno (2009) sugere visualizar os vários públicos existentes em uma organização e direcionar materiais de comunicação específicos a cada um desses públicos. Essa segmentação garantirá maior eficácia ao processo de comunicação interna. A comunicação interna deve ser utilizada para conscientizar os trabalha- dores da visão, missão, estratégias e também para animar, a fim de que todos conscientizem-se do papel desempenhado pela organização na sociedade (TOMASI; MEDEIROS, 2014). Nessa mesma linha de raciocínio, verificamos que a comunicação interna permite que a orga- nização possa realizar as mudanças necessárias à competividade com eficiência e humanize o traba- lho. Dessa forma, oferecerá uma cultura de par- ticipação, que serve como fator de motivação por meio do diálogo estabelecido entre a empresa e os funcionários. e essa comunicação não deve ser apenas no fluxo descendente a comunicação é a força que dinamiza a vida das pessoas fator de motivação por meio do diálogo estabelecido entre a empresa e os funcionários. 1 1 1 UNIDADE 2 “ A comunicação interna também forma “embaixadores” da organização, que são verdadeiros multiplicadores dos valores, atividades e produtos da empresa. O público interno é, certamente, um dos que têm maior crédito ao falar a respeito da organização. Por isso, é muito importante que ele esteja sempre bem informado, sendo o primeiro a saber sobre as notícias da empresa. Para que a comunicação interna tenha sucesso, é necessário conhecer em profundidade o público interno. Para que os colaboradores aceitem e confiem nos veículos e mensagens da co- municação interna, é necessário que ela esteja de acordo com as suas expectativas e necessidades (MATOS, 2009, p. 104-105). As falhas ou ausências na comunicação interna de uma organização levam ao surgimento de um meio de comunicação prejudicial, chamado de “rádio peão” ou “rádio corredor”. De acordo com Bueno (2009), esses termos designam o processo de comu- nicação originado dos funcionários e, quase sempre, é comandado por eles com o objetivo de se contrapor à comunicação oficial. A rádio peão ou rádio corredor começa com rumores, boatos ou fofocas que podem causas problemas devastadores à organização. Isso porque ela costuma ter mais força e relevância e, dependendo do assunto, ganha proporções que vão além dos limites da empresa (PIMENTA, 2002). Por ser impossível negar a existência da rádio peão, Pimenta (2002) ressalta três características do seu funcionamento, a fim de que os gestores e os líderes possam detectá-la o mais breve possível: 1. Ela é criteriosa, já que as informações são selecionadas e passadas para quem for adequado dentro de sua lógica recebê-las. 2. Frequentemente, trata dos mesmos assuntos que os canais formais de comunicação dentro da empresa tratam. Entretanto, é mais eficiente, pois responde a todas as dúvidas sobre o tema. 3. Se a empresa omite ou fornece informações contraditórias, ambíguas ou mal elaboradas, certamente a rádio peão terá oportunidades para espe- cular. A especulação é uma tendência natural das pessoas de preencher as lacunas de informação. A rádio peão ou rádio corredor começa com rumores, boatos ou fofocas 1 1 4 Em maior ou menor grau, todas as empresas possuem algum tipo de rádio corredor, com características específicas de cada ambiente. Mas seus efeitos podem ser neutralizados ou até utilizados em favor da organização. Para isso, Pimenta (2002) sugere adotar a tática de iniciar um rumor muito pior do que poderia acontecer na realidade. Quando esse rumor estiver sufi- cientemente difundido, deve-se fazer uma declaração que, ainda que contenha más notícias, provocará alívio por ser menos drástica do que aquilo que estava sendo disseminado entre os colaboradores extraoficialmente. Assim: “ “O que certamente não pode ser esquecido é que sendo impos-sível extinguir ou controlar a rádio peão, os administradores devem cuidar dos processos de comunicação para diminuir as chances de especulações. Para isso, é necessário ter uma atitude que assegure aos funcionários que eles estão recebendo infor- mações suficientes e honestas, sempre” (PIMENTA, 2002, p. 77). Na mesma linha de raciocínio, Bueno (2009) diz que devemos aprender com a rádio peão como fazer uma comunicação eficiente. Também devemos ter consciência de que a rádio peão somente existe por uma falha na comunica- ção interna da empresa com os funcionários. Para neutralizar a força da rádio peão ou uti- lizar sua força para disseminar as informações de acordo com os interesses da organização, muitas empresas estão recorrendo aos agentes de comu- nicação interna.Eles são pessoas de vários cargos e níveis que ficam responsáveis por transmitir as mensagens entre seus pares. Dessa forma, eles atuam como responsáveis pela comunicação interna por meio da rádio peão, conquistando a confiança e a credibilidade dos demais colaboradores. Essa prática não existe em manuais ou livros, mas pode ser uma iniciativa eficiente para a comunicação interna da organização. O importante é não deixar vácuos na comunicação interna e conseguir engajar os funcionários com a organização. E isso pode ser feito por meio do endomarketing, cujo tema será abordado na sequência. O importante é não deixar vácuos na comunicação interna 1 1 5 UNIDADE 2 Endomarketing Você já deve ter ouvido as pessoas falarem de endomarketing como sinônimo de comunicação interna. É fato que essas duas ferramentas de comunicação são utilizadas dentro da empresa para engajar os funcionários e construir um clima cultural favorável à organização. A comunicação interna complementa as ações de endomarketing e vice-versa. Isso porque a comuni- cação interna objetiva manter o colaborador infor- mado, enquanto o endomarketing visa à satisfação do colaborador. Veja as principais diferenças entre endomarke- ting e comunicação interna: o endomarketing tem caráter estratégico e objetiva o cuidado com a marca, a visão ampliada sobre o negócio e o reforço da missão, da visão e dos valores. Já a comunicação interna refere-se a uma ação tática, cujo foco são os canais de comunicação e que informa sobre os serviços e as ações internas e estratégicas e serve para receber informações sobre os colaboradores e as práticas. A comunicação interna complementa as ações de endomarketing e vice-versa 1 1 6 Conforme Brum (1998), o termo endomarketing é composto pelas palavras “endo”, cuja origem grega significa ação interior ou movimento para dentro, com a junção da palavra marketing. Essa somatória nos leva a entender o termo “en- domarketing” como uma ação de marketing interno. Essas ações de marketing interno buscam ressaltar, ao mesmo tempo, a im- portância do funcionário no processo produtivo e o respeito como ser humano, com potencialidades e dificuldades, defendem Tomasi e Medeiros (2014). Isso quer dizer que o objetivo do endomarketing consiste em fazer com que todos os funcionários tenham uma visão compartilhada sobre o negócio da empresa, incluindo gestão, metas, resultados, produtos, serviços e mercados. Esses objetivos podem ser alcançados por meio de ações baseadas no tripé: benefícios, reconhecimento e informação. Isso caracteriza o que Brum (1998) denomina de programa de endomar- keting, ou seja, um conjunto de ações e instrumentos criados, produzidos e dis- tribuídos com o objetivo de informar, integrar e encantar o público interno. “ Um programa de endomarketing leva em conta a necessidade de bom-senso para admitir e resolver problemas; o reconhecimento da importância do empregado na organização; a comunicação ao empregado de tudo o que acontece na empresa; a avaliação cons- tante do processo com os envolvidos, redirecionando se necessário; o enfrentamento de conflitos e resistências; a demonstração de ho- nestidade de propósitos (TOMASI; MEDEIROS, 2007, p. 91). Todos os estímulos aos colaboradores decorrem das seguintes ações, relacionadas por Tomasi e Medeiros (2007): • Ouvi-lo para integrá-lo. • Retribuí-lo por seu empenho (remuneração e prêmios). • Suprir-lhe suas necessidades físicas e psicológicas. • Respeitar sua personalidade. • Proporcionar segurança no ambiente de trabalho. 1 1 7 UNIDADE 2 Ainda nessa linha de raciocínio, Bekin (2004) complementa que o encantamento do público interno exige motivação e valorização por meio dos seguintes elementos: ■ Reconhecimento pelo trabalho realizado. ■ Reconhecimento de sua importância como indivíduo na empresa. ■ Remuneração adequada. ■ Possibilidade de avanço profissional. Dessa forma, podemos visualizar nessas ações o tripé composto por benefícios, reco- nhecimento e informação para atingir os objetivos de informar, integrar e encantar o público interno em uma organização ou, simplesmente, gerar comprometimento com o trabalho! Para motivar os colaboradores a trabalharem com afinco rumo aos objetivos estabe- lecidos pela organização, é preciso sempre pensar em ações baseadas em benefí- cios, reconhecimento e informação. Vejamos algumas ações importantes: • Melhorar o ambiente de trabalho. • Pagar salários dignos e adequados à realidade. • Capacitar e treinar as pessoas das diversas equipes. • Valorizar o conhecimento específico dos funcionários. • Promover os colaboradores por mérito. • Aproximar os familiares dos colaboradores da organização. • Comemorar com frequência os resultados obtidos pela organização. • Comunicar tudo isso por meio da comunicação interna para valorizar a equipe de trabalho. Há muitas outras ações possíveis de serem criadas e desenvolvidas por uma or- ganização para praticar o endomarketing. Todas elas dependem da criatividade para gerar comprometimento e engajamento. “ “O endomarketing é apontado por especialistas da administração moderna como um dos principais diferenciais competitivos que transforma os colaboradores e os funcionários da empresa nos 1 1 1 principais criadores da imagem institucional de uma organização saudável e bem-sucedida. Durante a década de 1990, conclui-se que o conceito de público interno da organização é constituído dentro dela própria, por meio da opinião, motivação e satisfação das pessoas que para ela trabalham” (MATOS, 2009, p. 89). Para colocar em prática uma ação de endomarketing, Brum (1998) apresenta as seis fases que compõem um programa de endomarketing. São elas: FASE 1 – PESQUISA E DIAGNÓSTICO deve ser feita uma pesquisa de clima para tornar perceptível a realidade da em- presa e as necessidades e os anseios dos colaboradores. FASE 2 – DEFINIÇÃO DA META GLOBAL deve considerar a meta a ser alcançada pela empresa, que pode ser aumento de produtividade, melhoria da qualidade do produto/serviço, conquista de credibili- dade interna, lançamento de novos produtos e outros. FASE 3 – CRIAÇÃO DOS ÍCONES DE COMUNICAÇÃO deve-se criar uma frase que represente e sintetize o que se pretende (um slogan) e também criar uma marca ou personagem que represente esse mov- imento para dentro. FASE 4 – DIVISÃO DO PÚBLICO INTERNO é preciso especificar os públicos e dividi-los de acordo com suas característi- cas para que se tenha mais sucesso nas comunicações e no desenvolvimento das ações. FASE 5 – O PROGRAMA PROPRIAMENTE DITO são as ações a serem desenvolvidas com o objetivo de informar, integrar e en- cantar o público interno. 1 1 1 UNIDADE 2 FASE 6 – ESCOLHA DE UM MOMENTO PARA O LANÇAMENTO DO PROGRAMA o programa de endomarketing deve ser lançado em clima de festa, ambientado com o propósito que se pretende atingir e os ícones do programa, além da presença da diretoria e lançamento das ideias globais do programa. Você sabe a diferença entre endomarketing e comunicação interna? Indico a leitura deste artigo para que você possa se apropriar da diferença entre endomarketing e comunicação interna, bem como a importância dessas estratégias para gerar resultados positivos nas organizações. EU INDICO Assim, encerramos os estudos básicos da comunicação cultural e como ela contri- bui para a comunicação nas empresas como um todo. Mas ainda não terminamos. Temos muito a estudar sobre comunicação administrativa, continue comigo! COMUNICAÇÃO SOCIAL A comunicação organizacional muitas vezes pode ser interpre- tada como comunicação social, uma vez que a maioria das pes- soas entende que as organizações apenas se comunicam com o pú- blico por meio de propagandas em jornais, revistas, TVs e rádios. 1 1 1 https://blog.2dcb.com.br/voce-sabe-qual-a-diferenca-entre-endomarketing-e-comunicacao-interna/ No entanto, essas formas de comunicação correspondem a apenas uma parte detudo aquilo que a comunicação social e suas ferramentas são capazes de fazer para a comunicação nas organizações e seus objetivos de formar a imagem e a identidade corporativa. Apesar de já termos estudados outros tipos de comunicação, ainda pode haver dúvidas sobre a abrangência da comunicação nas organizações e como ela representa a soma de todas as atividades de comunicação na empresa. A comunicação social envolve as áreas de jornalismo, relações públicas, publici- dade, editoração e marketing e é a mais desenvolvida, tanto do ponto de vista con- ceitual quanto dos pontos de vista operacional e tecnológico (TORQUATO, 2002). Há uma divergência entre autores que classificam a comunicação interna e cultural como mais um elemento da comunicação social. Porém, adotamos nesta disciplina a base teórica segundo a qual a comunicação interna respon- de pela cultura e o clima interno da empresa e, portanto, deve ser trabalhada internamente sob a nomenclatura de comunicação cultural. Nesse sentido, a comunicação social trata das ações direcionadas ao pú- blico externo da organização, compreendida pela sociedade de massas. Essa modalidade de comunicação (social) responde pela imagem da organização no mercado e visa atingir a opinião pública (TOMASI; MEDEIROS, 2014). O foco da comunicação social na formação da opinião pública em relação à organização exige, do profissional de comunicação, preocupação com as tendências da sociedade. Conforme Torquato (2002), ele deve ocupar-se das posições do consumidor e da lógica que regula seu comportamento. Essa lógica é afetada por fatores que influenciam as decisões dos consumidores: “ De um lado, a lógica do consumidor apoia-se em suas necessidades; de outro, apoia-se em valores difundidos pela sociedade. O consu-midor precisa de produtos, mas não somente deles, visto que, junto com o produto, adquire certos valores, como conforto, bem-estar, saúde e status. Os produtos consumidos também servem para di- ferenciar as pessoas, pois são sinais e símbolos que as distinguem (TOMASI; MEDEIROS, 2007, p. 79). 1 1 1 UNIDADE 2 A partir disso, podemos estabelecer os objetivos da comunicação social (TORQUATO, 2002; TOMASI; MEDEIROS, 2014). São eles: ■ Projetar um conceito adequado das organizações perante seus públicos, consistente com suas políticas, crenças e valores. ■ Criar, manter e desenvolver formas de comunicação que contribuem para a melhor operacionalidade dos sistemas e das atividades. ■ Desenvolver harmoniosamente o espírito de equipe. ■ Projetar junto a centros de irradiadores de opinião e poder o pensamento ideológico da organização. ■ Acompanhar e influenciar o meio ambiente, criando e desenvolvendo repre- sentações junto aos poderes institucionais do país. ■ Divulgar a missão da organização, estabelecendo um correto e adequado posicionamento e assegurando uma identidade técnica que possa conferir à organização o respeito e o reconhecimento da sociedade. ■ Criar atitudes favoráveis às atividades da organização, melhorando sua posição e ampliando as bases de consentimento sobre a meta de modernização. ■ Despertar nos públicos externos sentimentos de que a modernização da organização é fundamental. ■ Propiciar visão clara de aspectos, programas e atividades da organização junto aos poderes constituídos, estreitando o relacionamento com o Poder Legislativo. • Assessorar as áreas da organização na tarefa de implementação de mudança e inovações relevantes. ■ Valorizar os recursos e os potenciais humanos da organização, enaltecendo o seu trabalho e reconhecendo, quando for o caso, a sua efetiva contribuição para o aperfeiçoamento e o engrandecimento da organização. Percebemos nesses itens quão complexos e abrangentes são os objetivos e, con- sequentemente, as atividades da comunicação social. Por essa razão, Torquato (2002) defende que ela deve ser pautada pelos valores que a sociedade exige nos dias de hoje, como verdade, qualidade, confiabilidade, clareza, equilíbrio, rapidez, cordialidade e responsabilidade social. Devido à sua complexidade e abrangência, a comunicação social também pode ser encontrada sob a nomenclatura de comunicação integrada de mar- keting. Para evitar confusão, esclareceremos essa denominação na sequência, junto com as ferramentas de comunicação social. 1 1 1 Ferramentas de comunicação social ou de comunicação integrada de marketing O conceito de Comunicação Integrada de Marketing (CIM) resulta do reconhecimento de que os objetivos da comunicação somente poderão ser eficazmente alcançados se todos os elementos do programa de co- municação forem coordenados e integrados, de modo a criarem uma posição, mensagem ou imagens únicas, diferenciadas e consistentes na mente do consumidor-alvo do produto (LIMEIRA, 2004). Apesar do nome, comunicação integrada de marketing não é sinônimo de marketing. Enquanto o marketing se ocupa da relação de satisfazer os consu- midores por meio de produtos e serviços de valor para eles, a comunicação integrada apenas divulga os resultados desse processo. Diante do exposto, podemos relacionar as principais ferramentas de co- municação social com as suas respectivas características, conforme proposto pelos autores a seguir: comunicação integrada de marketing não é sinônimo de marketing 1 1 1 UNIDADE 2 PROPAGANDA é a forma paga e não pessoal de comunicação de marketing, com um patrocina- dor identificado, dirigida a um público definido e veiculada por mídia de massa, segmentada ou dirigida, visando criar imagem para a marca com base em seu posicionamento e estimular a aquisição do produto (LIMEIRA, 2004). PROMOÇÃO DE VENDAS é a oferta de incentivos imediatos, de curto prazo, como brindes, descontos, prêmios e bonificações, por um patrocinador identificado, com ou sem o apoio da propaganda, para estimular a experimentação, a aquisição ou a repetição de compra do produto (PINHEIRO; GULLO, 2005). VENDA PESSOAL é a forma de comunicação persuasiva e interativa realizada por meio de contato pessoal, face a face, entre o representante da empresa e o cliente, visando elimi- nar as objeções desse e realizar a venda do produto (PÚBLIO, 2008). MARKETING DIRETO É o conjunto de atividades de comunicação impessoal e direta, sem intermediári- os, entre a empresa e o cliente, via correio, fax, telefone, internet ou outros meios diretos de comunicação, visando obter uma resposta imediata do cliente e, por fim, a venda do produto (PINHEIRO; GULLO, 2005). RELAÇÕES PÚBLICAS são as atividades de comunicação com os públicos direta ou indiretamente interessados nas atividades da empresa, os chamados stakeholders, visando criar atitude favorável em relação à marca e às atividades da empresa com maior credibilidade do que as ações de propaganda (TOMASI; MEDEIROS, 2014). PUBLICIDADE são as informações sobre as atividades da empresa e seus produtos, divulgadas por meio da imprensa, para o público-alvo, sem custo adicional (TORQUATO, 2002). 1 1 4 ASSESSORIA DE IMPRENSA é o relacionamento com órgãos e representantes da imprensa, que são forma- dores de opinião, visando criar atitude favorável em relação à marca do produto e à empresa (TORQUATO, 2002). PROMOÇÃO DE EVENTOS é a atividade de comunicação por meio da realização ou patrocínio de eventos como feiras, exposições, congressos, palestras, seminários, espetáculos, con- cursos e torneios culturais ou esportivos, visando divulgar e criar imagem da organização (PINHEIRO; GULLO, 2005). MERCHANDISING OU COMUNICAÇÃO NO PONTO DE VENDA são as atividades de comunicação e exposição do produto no ponto de venda, como cartazes, folhetos e displays, que visam chamar a atenção, facilitar o aces- so do consumidor ao produto e estimular as vendas imediatas (LIMEIRA, 2004). ATENDIMENTO AO CLIENTE é a comunicação interativa, iniciada, em geral, pelo cliente, com o propósito de responder a dúvidas e perguntas, esclarecer a maneira de consumir e resolver problemas decorrentesdo uso do produto (TOMASI; MEDEIROS, 2014). COMUNICAÇÃO PELA INTERNET é o conjunto de atividades de comunicação interativa com os clientes, canais de vendas e parceiros que se utiliza da rede mundial internet, como e-mails, páginas na web, redes sociais e anúncios na forma de banners (LIMEIRA, 2004). EMBALAGEM além de ser o recipiente ou envoltório para o produto, com design e material diferenciada, é um meio de comunicação de suas características e de seus benefícios, contribuindo para a formação da imagem da organização (PINHEI- RO; GULLO, 2005). 1 1 5 UNIDADE 2 Com a finalidade de facilitar a compreensão e resumir as características das principais ferramentas de comunicação social, apresentamos o resumo extraído de Costa e Crescitelli (2007) para você relembrar e acessar sempre. CARACTERÍS- TICAS PROPAGAN- DA PUBLICIDA- DE PROMOÇÃO MERCHANDI- SING Tempo de efeito Médio/ longo Médio/ longo Curto prazo Curtíssimo Mais dirigido a Produto/ empresa Empresa/ produto Produto Produto Objetivo final Imagem/ venda Imagem Venda/ imagem Venda Canais usados Meio/ veículos Meios/ veículos Ponto de venda e veículos Ponto de venda Instrumentos Comercial/ anúncio Matérias/ release Ações promocionais/ anúncios Ações dirigidas Planejamento/ execução Campanha/ mídia/ materiais RP/ assessoria de imprensa Projeto/ mídia/ materiais Projeto/ material Custos de Produção/ veiculação Projeto/ produção Produção/ veiculação Produção/ espaço no ponto de venda Quadro 1 – Comparativo das características das principais ferramentas de comunicação Fonte: Costa e Crescitelli (2007, p. 61). Além das ferramentas citadas anteriormente, Tomasi e Medeiros (2014) incluem o ombudsman ou ouvidor. Segundo eles, essa ferramenta constitui-se em uma figura dentro da empresa na qualidade de representante do consumidor para ouvi-lo e dar-lhe retorno. O termo “ombudsman” é utilizado para designar a pessoa responsável pela comuni- cação entre as organizações, públicas ou privadas, na defesa dos interesses dos con- sumidores ou usuários. O ombudsman corresponde ao cargo de ouvidor, responsável por ouvir queixas, sugestões e elogios dos clientes e encaminhá-las aos setores responsáveis para a tomada das medidas necessárias e respondê-las aos consumidores. APROFUNDANDO 1 1 6 A ouvidoria e a figura do ombudsman diferem do canal para atendimento ao consumidor (LIMEIRA, 2004), pois esse último é utilizado para o apri- moramento dos produtos e serviços que uma empresa oferece ao mercado (TOMASI; MEDEIROS, 2014). Também podemos incluir o lobby como uma ferramenta de comunicação social, a fim de a organização defender os seus interesses junto aos governan- tes e com as instituições governamentais. “ A comunicação da empresa deve mostrar à sociedade e aos for-necedores de opinião a pressão “politicamente correta”, feita sobre aquelas que, momentaneamente, podem estar contra os projetos da empresa. Politicamente correta quer dizer atividade exercida de forma ética e transparente. A transparência é dada por uma comunicação a que qualquer pessoa pode ter acesso e entender” (TOMASI; MEDEIROS, 2007, p. 62). Com a mesma transparência com que uma empresa deve atuar em defesa de seus interesses junto às entidades governamentais, ela também deve enfrentar as situações de crise pelas quais passa em determinados momentos. De acordo com Silva Neto (2010), uma situação de crise ou emergên- cia pode ser definida como aquela situação inesperada, urgente e que requer uma ação imediata da organização ou, ainda, uma situação de risco, assim considerada quando existe um conflito de interesses. Essas crises podem ocorrer por conta de acidentes com vítimas (uma queda de um avião), ações judiciais (condenações de empresários) e ações de defe- sas dos consumidores (práticas ilegais na venda de produtos ou serviços), por exemplo. Outras formas de crise podem se configurar por conta de defeitos nos produtos/serviços fornecidos, exigindo uma correção ou substituição (recall), casos de discriminação, catástrofes ambientais ou, ainda, fraudes e crimes cometidos por funcionários ou donos das organizações. Nesses momentos, a comunicação social deve ser utilizada como elemento vital para informar e esclarecer, já que os momentos de crise organizacional despertam o interesse da mídia e da sociedade como um todo. 1 1 7 UNIDADE 2 De acordo com Silva Neto (2010), as crises ou as emergências carregam em si níveis de incerteza e isso faz com que a comunicação se torne complexa ou ambígua, porque será preciso comunicar-se com o público sem ter as informações com total precisão do ocorrido. A melhor maneira de enfrentar as crises consiste na preparação para dimi- nuição dos riscos inerentes às atividades da empresa ou de situações que pos- sam corroer a imagem da organização. Para tanto, Silva Neto (2010) sustenta a necessidade de a organização possuir um plano de gerenciamento de crises. Ainda de acordo com Silva Neto (2010), o plano de gestão de crises deve ser baseado nas seguintes etapas: AUDITORIA DE VULNERABILIDADE avaliação multidisciplinar de riscos para identificar fraquezas operacionais que, se não forem sanadas, podem resultar em emergências ou crises. PLANEJAMENTO DE CRISES elaboração de planos de gestão e comunicação de crises para os principais prob- lemas identificados. Embora os planos com antecedência não sejam completos, permitem ordenar rapidamente as primeiras ações e orientar os próximos passos diante da situação. PREPARAÇÃO PARA RESPONDER ÀS CRISES com base nos planos existentes, treinar periodicamente os funcionários envolv- idos para lidar com os aspectos relativos à incerteza e à liderança e refinar com- petências com base nas melhores práticas em gestão e comunicação de crises. Observe que, em todas as etapas, a comunicação se torna a parte mais visível do plano. Por esse motivo, Silva Neto (2010) defende a necessidade de defi- nição dos fluxos de comunicação entre as pessoas envolvidas e a diretoria e também com os porta-vozes da empresa e os públicos interno e externo. 1 1 1 Todas essas formas de executar a comunicação social podem ser feitas com a ajuda de terceiros, tais como agências de propaganda, serviços terceirizados de relações públicas, assessoria de imprensa, gestão de design e branding, ouvido- ria e outros. A própria empresa pode optar por manter essas funções dentro da organização para um maior controle das operações de comunicação e constante comunicação com os vários públicos interessados na organização. Mantecorp: criação de uma nova marca Após 17 anos de união em uma joint venture com a norte-americana Schering-Plough, o grupo nacional comandado pela família Mantegazza e dedicado ao desenvolvimento de produtos farmacêuticos decidiu, no fim de 2006, adquirir mais de 30% das ações da operação da qual já participava como sócio majoritário (70%), tornando a empresa totalmente nacional. Constituída em 2006, como organização independente, a Mantecorp é uma das protag- onistas do setor farmacêutico nacional, sendo um dos maiores laboratórios do país. A Agência África, presidida por Nizan Guanaes, foi contratada para desenvolver uma campanha corporativa para o lançamento da marca no Brasil e a associação dela com os produtos farmacêuticos desenvolvidos pela empresa. Como primeira tarefa: a construção e a popularização da imagem da nova marca da em- presa, Mantecorp, associando-a com a qualidade sempre apresentada na relação com os consumidores e tornando-a cada vez mais confiável aos olhos do público em geral, do trade, da comunidade médica e de novos parceiros empresariais, tanto em âmbito nacional como internacional. A curto e médio prazo, a companhia pretende ser um canal aberto e facilitador para a entrada de outras empresas e, por intermédio de parceiras e via exportações, se fazer presente, no estrangeiro. Para realizar essa tarefa de comunicação, a solução parece serextremamente simples, tendo em vista que os produtos comercializados pela empresa se tornaram líderes em venda em razão do reconhecimento de suas virtudes. A campanha traz uma protagonis- ta também amada pelos brasileiros por suas virtudes: Fernanda Montenegro. No comercial de apresentação da marca Mantecorp, a diva ressalta que é conhecida pelo nome artístico, mas possui um nome verdadeiro, Ariete Pinheiro Monteiro Torres, sobre o qual praticamente ninguém nunca ouviu falar. Então, ela pega o gancho para explicar, didaticamente, que os “nomes artísticos” da Mantecorp são Coristina, Polara- mine, Calminex, Coppertone etc., salientando que é importante, para os brasileiros, saber a origem desses produtos nos quais depositam tanta confiança. A verba da campanha foi de R$ 20 milhões. Fonte: BENDIT, Z. P. In: SILVA NETO; B. R. da. Comunicação corporativa e reputação: construção e defesa da imagem favorável. São Paulo: Saraiva, 2010. p. 42-43. APROFUNDANDO 1 1 1 UNIDADE 2 NOVOS DESAFIOS Agora que finalizamos este tema, o que você aprendeu até aqui? Ficou claro para você que a comunicação cultura corresponde àquela responsável por comportar os climas internos? No seu local de trabalho, as referências culturais manifestam- -se por meio da missão, visão e valores da empresa? Em sua vivência, a comuni- cação interna comunica-se de maneira efetiva com seus funcionários? Além disso, você, como profissional de comunicação, sente-se apto a atuar e projetar um conceito adequado das organizações perante seus públicos? Quais ações você poderia propor com vistas a construir a imagem da organização no mercado e atingir a opinião pública para formar a identidade e a imagem corpo- rativa? Reflita sobre essas questões e comece a atuar como profissional da área. 1 1 1 AGORA É COM VOCÊ 1. A comunicação cultural utiliza uma variedade de técnicas cujo objetivo são obter a conscientização dos trabalhadores em relação à missão, visão, valores e estratégias da empresa para que eles se engajem em suas atividades. Com relação ao endomarketing e à comunicação interna, analise as asserções a seguir e a relação proposta entre elas. I - O endomarketing caracteriza-se pelas ações de engajamento dos funcionários, oferecendo benefícios, reconhecimento e informação. PORQUE II - O endomarketing consiste de uma estratégia de integração entre os colabora- dores e a empresa, capaz de motivá-los a favor dos objetivos do negócio, com foco na troca de informações. A respeito dessas asserções, assinale a opção CORRETA: a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I. b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I. c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. e) As asserções I e II são proposições falsas. 2. De acordo com Pimenta (2002), a cultura de uma empresa pode ser identificada por meio de uma análise dos elementos tangíveis e intangíveis e todos eles caracterizam a comunicação cultural da organização. A partir do exposto, assinale a alternativa que apresenta os elementos tangíveis e intangíveis da cultura de uma organização: a) Os objetos, criações, valores e princípios da organização. b) As formas como a diretoria resolve os problemas e oportunidades da organização. c) A missão, a visão e os valores da organização. d) O clima representa os elementos tangíveis e a comunicação interna os intangíveis. e) Os jornais, revistas, alto-falantes, murais, folhetos, e-mails e painéis eletrônicos. 1 1 1 AGORA É COM VOCÊ 3. Do ponto de vista da comunicação organização integrada, as atividades de Relações Públicas apresentam características conceituais e práticas que a tornam diferente em relação à propaganda feita de forma paga e patrocinada pela empresa. Essa dife- rença se destaca principalmente no processo da informação e credibilidade. Pode-se afirmar que, em relação à propaganda, o trabalho de veiculação de informações sobre a empresa por meio das atividades de Relações Públicas apresenta: a) Maior credibilidade e menor controle da mensagem. b) Maior credibilidade e mesmo nível de controle da mensagem. c) Mesmo nível de credibilidade e mesmo nível de controle da mensagem. d) Menor credibilidade e maior controle sobre a mensagem. e) Menor credibilidade e menor controle sobre a mensagem. 4. Cada uma das ferramentas de comunicação social apresenta características que diferem das demais e destaca seus objetivos, públicos, instrumentos, planejamento e custos. Assim, preencha nos espaços em branco do quadro a seguir, adaptado de Costa e Crescitelli (2007), as respectivas características que faltam a cada uma das ferramentas de comunicação. 1 1 1 AGORA É COM VOCÊ A partir das lacunas da esquerda para a direita, a alternativa correspondente à se- quência CORRETA é: a) Venda; ponto de venda; longo; anúncios. b) Imagem/venda; meios/veículos; longo; comercial/matérias. c) Imagem; veículos/ponto de venda; curto; ações dirigidas. d) Venda/imagem; meios/ponto de venda; curto/médio; ações promocionais. e) Imagem/venda; meios/veículos; curto prazo; ações dirigidas. 1 1 1 UNIDADE 2 T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 6 MINHAS METAS GESTÃO DA COMUNICAÇÃO E SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS LUÍS AUGUSTO ZILLMER CARDOSO Estudaremos o tipo de comunicação organizacional denominada administrativa ou gerencial e conheceremos os aspectos relativos à comunicação administra- tiva e os problemas inerentes a essa modalidade. Trataremos de propostas para torná-la mais eficiente no ambiente empresarial. Abordaremos sua importância e função para a organização e para a formação da imagem institucional e identidade da organização. Veremos como as comunicações administrativas estão relacionadas aos níveis e fluxos de comunicação. Abordaremos o tipo de comunicação denominado “sistemas de informação” e definiremos os elementos que compõem essa modalidade de comunicação empresarial, bem como o seu papel no cotidiano das empresas. Aprenderemos como utilizar esse recurso para contribuir com o objetivo final da comunicação nas organizações.1 1 4 INICIE SUA JORNADA Você deve se recordar de quando era criança e brincava de telefone sem fio. Caso não se recorde, essa brincadeira reúne um grupo de crianças e uma men- sagem precisa ser transmitida para a outra, sequencialmente, por meio de um cochicho no ouvido do outro. Na brincadeira do telefone sem fio, em geral, a mensagem chega ao último do círculo de forma totalmente distorcida e muito longe daquilo que o primeiro interlocutor e emissor da mensagem disse ou gostaria de ter dito. Pode parecer estranho abordarmos essa brincadeira infantil em um livro de comunicação de empresas, porém ela reflete uma situação muito comum dentro das organizações, que são os problemas de comunicação administrativa ou gerencial. Se você acha que estamos exagerando, esses problemas comunicacionais são mais comuns do que você imagina. As distorções ocorrem pela forma como são escritas e enviadas, além da atenção dispensada a elas na rotina diária da empresa. VAMOS RECORDAR? Para não causarmos qualquer problema de comunicação sobre o assunto, vamos rever o conceito de comunicação administrativa ou gerencial. De acordo com Tomasi e Medeiros (2014, p. 73), “é a forma de comunicação que compreende conteúdos relativos ao cotidiano da administração”. A comunicação administrativa atende às áreas centrais de planejamento e às estruturas técnico-administrativas. Ela tem como objetivos orientar, atualizar, ordenar e reordenar o fluxo das atividades funcionais (TORQUATO, 2002; TO- MASI; MEDEIROS, 2014). Neste tema, vamos conhecer os aspectos relativos à gestão da comunicação e aos sistemas de informações gerenciais. Vamos nessa? 1 1 5 UNIDADE 2 DESENVOLVA SEU POTENCIAL COMUNICAÇÃO ADMINISTRATIVA/GERENCIALPara esclarecermos ainda mais do que trata exatamente a comunicação admi- nistrativa ou gerencial, podemos relacionar os principais tipos apresentados por Torquato (2002). São eles: normas, instruções, políticas comerciais/negociais, políticas de desen- volvimento pessoal, políticas de promoção, políticas salariais, políticas de gestão/ organização/modernização, regulamentos, portarias, avisos, informações sobre novos lançamentos, programas, produtos e/ou serviços, mudanças institucionais e programáticas, projetos de expansão/racionalização da rede, movimentos negociais e resultados de campanhas. “ “[...] é o que demanda maior complexidade, transformando-se, por conseguinte, em uma das maiores fontes de problemas e ruídos nas organizações. No entanto, não tem merecido tratamento de alta prioridade como seria desejável. A desatenção sobre a comunicação administrativa se deve ao desconhecimento do sistema, à profu- são dos centros emissores de comunicação – que acaba repartindo 1 1 6 responsabilidades e ofuscando a função das fontes – e à carência de profissionais no mercado com formação adequada para tratar e administrar os elos da cadeia” (TORQUATO, 2002, p. 45). Na prática, isso tudo equivale a exemplificar com um e-mail interno que você recebe informando que um diretor foi transferido de uma área para outra em função do seu desempenho para otimizar os resultados da companhia. Outro exemplo de comunicação administrativa são os ofícios internos e cir- culares referentes às normas de uso ou de encaminhamento de solicitações ou pedidos de materiais feitos entre as várias áreas de uma empresa. Quando você ingressa em uma empresa atualmente, é muito comum receber um manual do colaborador, composto por uma apresentação da empresa, com sua missão, visão, valores, produtos, normas de conduta, política salarial e de desenvolvimento. Esse é outro exemplo de uma comunicação administrativa/ gerencial usado por uma organização. Problemas da comunicação administrativa Devido à grande variedade e amplitude de tipos de comunicação administrativa/ gerencial, essa modalidade de comunicação organizacional costuma ficar susce- tível a problemas de ruídos no interior das organizações. Para Tomasi e Medeiros (2014, p. 73-74), dentre os principais problemas existentes na comunicação administrativa/gerencial, há os seguintes: INDEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES quem deve expedir comunicações, quais são os tipos, clareza, transparência, qualidade. Essa ausência de responsabilidade gera duplicidade de informação, ou nenhuma informação, porque todos consideram que não são responsáveis por ela. FALTA DE CONHECIMENTO DO NEGÓCIO DA EMPRESA isso leva a prejuízos financeiros, perda de clientes ou de produção etc. 1 1 7 UNIDADE 2 DISSONÂNCIA NORMATIVA compreende a falta de clareza das normas a serem seguidas. Quem não domina a comunicação, não será capaz de elaborar uma mensagem eficaz e eficiente! EXCESSO DE INFORMAÇÃO muita informação produzida, sem utilidade, e que se perde nos canais de comunicação. Quando um e-mail é copiado para muitas pessoas e de várias fontes diferentes ao mesmo tempo, sua caixa-postal fica lotada e você acaba não lendo qualquer uma delas. NÃO ACOMPANHAMENTO DAS MUDANÇAS TECNOLÓGICAS os bilhetinhos adesivos deixados nas mesas ou computadores já podem ser substituídos por mensagens enviadas pelo próprio sistema ou por meio de alertas no e-mail. INADEQUADO PLANEJAMENTO DO CONSUMO DA INFORMAÇÃO enquanto alguns recebem informação demais, outros nada recebem ou recebem informação insuficiente. INADEQUAÇÃO DO CANAL ESCOLHIDO PARA VEICULAR A INFORMAÇÃO nem sempre um e-mail ou um ofício fixado no mural de avisos é o meio mais adequado para que a mensagem se torne conhecida. OPORTUNIDADE DA COMUNICAÇÃO ela deve ocorrer no momento adequado! MÁ ADMINISTRAÇÃO DO TEMPO DE DECODIFICAÇÃO DA MENSAGEM as pessoas precisam de tempo para ler e absorver as informações. 1 1 1 INFORMAÇÕES QUE DEMANDAM MUITO TEMPO PARA DECODIFICAÇÃO TORNAM-SE INÚTEIS isso porque os colaboradores e os funcionários precisam executar suas tarefas de produção diária. INADEQUAÇÃO DA LINGUAGEM excesso de linguagem técnica, formalismo ou informalismo demais também prejudica o entendimento da mensagem. AUSÊNCIA DE UM PROFISSIONAL ESPECIALIZADO PARA A ÁREA DE COMUNICAÇÕES EMPRESARIAIS seria recomendável ter um profissional de comunicação para ordenar e realizar o planejamento e as comunicações de que a área necessita. Perceba como não exageramos ao compararmos a comunicação administrativa/ gerencial com a brincadeira do telefone sem fio. Com base no exposto, podemos perceber que a semelhança é evidente e muitas informações são perdidas ou deturpadas nessa modalidade de comunicação. Mas nem tudo são problemas na comunicação administrativa/gerencial. Para Tomasi e Medeiros (2014, p. 74), há propostas capazes de aperfeiçoar a comuni- cação administrativa. Por isso, recomenda-se as seguintes ações para que isso aconteça de fato: a) Informatizar a comunicação. b) Enxugar os excessos de informação. c) Racionalizar os fluxos informativos. d) Treinar as pessoas para a prática da comunicação. e) Aperfeiçoar e padronizar a apresentação gráfica das informações. f) Imprimir maior rapidez às comunicações, escolhendo canais adequados. g) Melhorar as comunicações ascendentes (de baixo para cima). 1 1 1 UNIDADE 2 Além dos aspectos mencionados, não devemos nos esquecer dos níveis e fluxos de comunicação, que você já conhece, os quais conduzem as infor- mações internamente e de como eles afetam a comunicação administrativa/ gerencial nas organizações. Os meios de comunicação mudaram e evoluíram muito desde os primórdios da existência do homem. Essa evolução precisa ser acom- panhada pelas comunicações empresariais ao se pensar na comu- nicação administrativa/gerencial interna. Assista ao vídeo disponível no link a seguir e acompanhe a evolução dos meios em apenas um minuto: EU INDICO Erros que comprometem a comunicação empresarial A comunicação é uma necessidade, um processo de interação social em que o indivíduo estabelece contato com o outro. Nas empresas, cada vez mais se percebe a importância da comunicação empresarial interna para disseminar o fluxo de informações. A comunicação empresarial em um nível gerencial determina eficiência, mas ainda assim não está livre de ruídos e mal-entendidos. Acesse o link a seguir e acompanhe essa história comigo. É uma excelente abordagem para que você assimile e conheça os erros que podem comprometer a comunicação empresarial. EU INDICO A comunicação administrativa/gerencial compreende apenas mais uma moda- lidade que precisa ser planejada e bem elaborada nas empresas. SISTEMAS DE INFORMAÇÃO E MÍDIAS DIGITAIS Toda a base dos sistemas de informação reside na Tecnologia da Informação e Comunicação, ou simplesmente TIC. De acordo com Terciotti e Macarenco (2009, p. 13), “os sistemas de informação são um conjunto de recursos tecnológicos destinados ao armazenamento, ao processamento e à transmissão de informações”. 1 4 1 https://blogrh.com.br/erros-comunicacao-empresarial-interna/ https://www.youtube.com/watch?v=KOspn9tCsV4 Essa tecnologia é composta por computadores (hardware) e pelos programas (soft- ware), que têm o objetivo único de armazenar, processar e transmitir a informação. “ Seu papel é o de suporte à gestão do conhecimento, desenvolvendo e implantando tecnologias e sistemas de informação que sirvam de apoio tanto à comunicação empresarial como à troca de ideias e experiências. A TI também facilita e incentiva as pessoas a se unir, participar de grupos e de redes informais para a aquisição ou troca de conhecimento, além de favorecer o compartilhamento dos problemas, das ideias e das soluções encontradas em seu dia a dia profissional (TERCIOTTI; MACARENCO, 2009, p. 14-15). Isso nos mostra que a tecnologia da informação deve ser utilizada como uma forma de comuni- cação pela empresa.Por essa razão, os autores tratam como uma modalidade de comunicação empresarial sob a denominação de sistema de informação. a tecnologia da informação deve ser utilizada como uma forma de comunicação pela empresa 1 4 1 UNIDADE 2 Em complemento ao raciocínio apresentado, as organizações devem uti- lizar as tecnologias de informação disponíveis para se comunicar com os públicos interno e externo à organização, envolvendo os colaborares, os con- sumidores e os demais públicos para o fortalecimento de sua marca. Segundo Tomasi e Medeiros (2014), a internet pode ser considerada um dos meios mais utilizados pela comunicação nas organizações. Isso se deve ao fato de que ela transmite ao público-alvo a sensação de que ele pode interagir com a empresa e tem necessidade dos seus produtos/serviços. O uso dos sistemas de informação para a comunicação nas organizações está transformando a maneira como as instituições se comunicam e se rela- cionam com os seus públicos internos e externos. Nós podemos constatar isso ao recebermos mensagens de trabalho e de empresas em nosso celular, comunicadores instantâneos, perfis públicos e tantas outras maneiras. Terciotti e Macarenco (2009, p. 15) nos apontam os impactos no público interno decorrente da rapidez e facilidade na troca de informações: • entre funcionários do mesmo departamento (intradepartamental); • entre funcionários de diferentes departamentos (interdepartamental); • entre funcionários de distantes unidades da empresa; • entre diferentes níveis hierárquicos, o que torna a comunicação mais horizonta- lizada e reduz a hierarquização nas empresas; • no banco de talentos, que são bancos de dados por meio dos quais se pode acessar o perfil de pessoas externas à organização com o propósito de montar equipes e admitir novos colaboradores; • nas comunidades de aprendizagem – construção colaborativa do conhecimen- to, trocas e debates entre os participantes; • na gestão do conhecimento – sistemas que fazem a organização, o registro e o compartilhamento dos conhecimentos dos funcionários de uma empresa. Mas isso não ocorre apenas internamente, como já descrevemos anterior- mente. Isso também se reflete na forma que a comunicação entre empresas e consumidores no ambiente externo tem mudado com o uso dos sistemas de informação e das mídias digitais. 1 4 1 Comunicação externa com o uso de sistemas de informação e mídias digitais A era da informação e do uso das tecnologias da informação e comunicação tem evoluído constantemente, principalmente por causa da grande rede (a internet), que permitiu com que deixássemos de ser apenas consumidor de conteúdo para também produzirmos conteúdo simultaneamente. A rede mundial de computadores surgiu na década de 1970 por iniciativa do departamento de defesa dos Estados Unidos. Eles interligaram alguns de seus computadores a outras redes de computadores dos campis de pesquisa de univer- sidades e a outros centros de tecnologia para troca de informações entre mestres e cientistas. Isso deu início a Inter-Rede, explica Starlin (2001). Novos computadores foram interligados a essa Inter-Rede e pertenciam a outras entidades de pesquisas, permitindo que milhares de pessoas desses órgãos trocassem informações entre si. Na sequência, as empresas se interligaram a essa rede e finalmente o acesso se generalizou (STARLIN, 2001). De acordo com Heide e Stilborne (2000), a internet pode ser definida como uma extensa rede de redes de computadores interligadas, porém independentes. Desde os anos de 1980, ela transformou-se de uma rede especializada de comu- nicações em um grande meio de massa. 1 4 1 UNIDADE 2 Dessa interligação mundial, surgiu a denominação World Wide Web, ou sim- plesmente WWW, caracterizada por ser um sistema de leitura e distribuição de informações que inclui textos, imagens e sons (STARLIN, 2001). A internet (ou World Wide Web) não é uma plataforma estática e, por conta disso, podemos classificá-la de acordo com os níveis de interação com o usuário e que represen- tam também a evolução da internet. Quando a rede mundial passou a fazer parte do cotidiano das pessoas, os web- sites ou páginas ofereciam “pacotes fechados” de informação. Essa é a principal característica da Web 1.0 (CRUCIANELLI, 2010). Uma mudança significativa ocorreu com o surgimento do que é conhecido como Web 2.0, caracterizada pela “socialização da rede” e pelo fato de que os usuários começaram a participar da gestão de conteúdo e compartilhando de seus conteúdos por meio das redes sociais (CRUCIANELLI, 2010). O terceiro nível de utilização da internet deno- mina-se Web 3.0 e caracteriza-se pela capacidade de os aplicativos se interconectarem entre si. Isso permite construir a chamada web semântica, ou seja, uma plataforma capaz de compreender as ne- cessidades do usuário. Alguns autores já se referem à existência da Web 4.0, na qual os elementos da rede mundial de computadores deverão ser capazes de tomar decisões autônomas de maneira semelhante a um ser humano. E o que tudo isso tem a ver com a comunicação nas organizações, cujo tema es- tamos estudando nesse momento? Absolutamente tudo, afinal, todos os recursos disponíveis pela internet podem ser utilizados pelas empresas para a comuni- cação com seus públicos, conforme nos mostram Terciotti e Macarenco (2013): E-MAILS São usados na comunicação interna e externa para comunicações administrati- vas, gerenciais ou sociais. uma plataforma capaz de compreender as necessidades do usuário 1 4 4 SKYPE OU COMUNICADORES INSTANTÂNEOS É a versão corporativa que permite a comunicação em tempo real SECOND LIFE É um ambiente virtual imersivo, usado para treinamento, para venda e compra de produtos e até para oferecer cursos. VIDEOCONFERÊNCIA, TELECONFERÊNCIA (POR SATÉLITE), WEBCONFERÊNCIA (POR COMPUTADOR) São utilizadas para a realização de reuniões de equipes de projetos que se en- contram distantes, para supervisão de projetos, cursos, palestras, trabalho em equipe etc. As ferramentas de videoconferência possibilitam e potencializam a comunicação, encurtando as distâncias. E-LEARNING São usados para a formação de recursos humanos na empresa, para a formação de força de vendas geograficamente distribuída e para o oferecimento de cursos a parceiros, clientes, fornecedores e ao público em geral. Também é considerada uma ferramenta de relacionamento para os públicos interno e externo. BLOGS São usados para estabelecer e fortalecer o relacionamento com clientes, for- necedores e parceiros. Os blogs permitem a participação dos usuários que de- batem ou conversam sobre produtos, serviços e temas emergentes. Além disso, eles permitem que se promova a discussão sobre um produto a ser lançado. COMUNIDADES São canais de participação das pessoas por meio de blogs, sites, e-books, news- letters, WhatsApp etc., mais dinâmicos do que os sites. Diferente dos meios de comunicação de massa, as comunidades transformam o usuário em interlocutor e levam à customização da informação. 1 4 5 UNIDADE 2 MÍDIAS SOCIAIS (FACEBOOK, TWITTER, INSTAGRAM, LINKEDIN ETC.) São utilizadas principalmente para a captação de recursos humanos, relaciona- mento com os consumidores, pesquisar perfil de candidatos, debates, captação de leads, divulgação de produtos/serviços e interação com os vários públicos. O uso das redes sociais para as empresas vem ganhando cada vez mais espaço para as organizações. Em tempos de Web 2.0 e Web 3.0, nos quais vivemos atual- mente, podemos citar alguns exemplos de uso pelas empresas. Site: é uma página da empresa no mundo virtual, com apresentação da organização, produtos e serviços oferecidos e também para vendas on-line. Facebook: criação de redes sociais e compartilha- mento de informações e interação com os públicos. Twitter: caracteriza-se como um microblog para divulgação de informações em até 280 caracteres ou até para ações promocionais. 1 4 6 Blog: publicação e documentaçãode acontecimen- tos, processos de aprendizagem e produção de con- teúdo sobre diferentes temas referentes aos produtos e serviços. Wiki: usado para desenvolver trabalhos em autoria colaborativa. Flickr e Instagram: utilizados para publicação e com- partilhamento de imagens e mensagens organizadas e associadas a imagens e textos. 1 4 7 UNIDADE 2 Wikipedia: empregada para a produção colaborativa de enciclopédias com voluntários de todas as partes do mundo. LinkedIn: serve para a captação de recursos hu- manos e contatos profissionais e assuntos de carreira. Podcasts: são feitos por meio de áudio ou vídeo e com conteúdo específicos. Youtube: serviço que permite aos usuários carregar, assistir e compartilhar vídeos digitais e podem ser usados como canais de temas específicos, manuais de instrução, apresentação de produtos/serviços etc. 1 4 1 Bueno (2009) ressalta que o desenvolvimento de todas essas ferramentas de comunicação empresarial exige que o profissional de comunicação pense sempre em reunir cinco elementos básicos em suas comunicações, os quais estão listados na sequência: 1. Pertinência, qualidade e atualidade das informações. 2. Interatividades. 3. Agilidade na resposta. 4. Acessibilidade. 5. Navegabilidade. Todas as ferramentas baseadas em sistemas de in- formação e comunicação possuem um aspecto que as diferencia das demais formas de comunicação. Isso pode ser comprovado por sua mobilidade, ou seja, pela possibilidade de acesso de qualquer local conectado à rede mundial de computador (TER- CIOTTI; MACARENCO, 2013). Quando nos referimos ao uso dos sistemas de informação para a comu- nicação com o público externo da empresa, devemos nos atentar que as tec- nologias da informação melhoram nos seguintes aspectos, segundo Terciotti e Macarenco (2013, p. 18): Há mais de 200 redes sociais ativas em todo o mundo digital na atualidade, originadas em diversos países do mundo, com finalidades específicas e que reúnem interessados nos mais variados temas. Para você conhecer as 250 redes sociais existentes até outubro de 2022, atualizadas constantemente, acesse o site da Social Media List. EU INDICO possibilidade de acesso de qualquer local conectado à rede mundial de computador 1 4 1 https://socialmedialist.org/redes-sociais.html UNIDADE 2 RELACIONAMENTO melhoria da gestão de relacionamento com os clientes, fornecedores e parceiros estratégicos, bem como monitoramento e controle, permanente e eficiente, de várias atividades da empresa, tais como logística, contratos de negócios etc. COMPETITIVIDADE aumento da competitividade, direcionamento dos processos comerciais, aceler- ação do processo de tomada de decisões, otimização das informações e coorde- nação entre decisões e ações. DESBUROCRATIZAÇÃO desburocratização e economia de papel promovidas pelo e-business (sistemas de informação que auxiliam o processo de negócios), e-commerce ou comércio eletrônico (compra e venda de bens e serviços on-line) e uso de laptops, note- books, palmtops, tablets, arquivos de computadores, videoconferências etc. O uso das novas tecnologias para a comunicação nas empresas é um tema fascinante e que será abordado também em outras disciplinas do curso. Lembre-se de que o ob- jetivo desta disciplina compreende abranger as formas como uma instituição pode se comunicar com seus públicos para formar sua imagem e identidade corporativa. NOVOS DESAFIOS Agora que finalizamos este tema, o que você aprendeu até aqui? Com relação à comu- nicação administrativa, quais as formas possíveis de ocorrer as distorções? Conside- rando os principais problemas presentes nesse tipo de comunicação, quais deles ou quantos deles você consegue identificar em seu local de trabalho? Observe e registre essas informações para o seu aprimoramento como profissional da comunicação. Além disso, em sua organização, quais ferramentas relacionadas aos sistemas de informação são utilizadas? Você consegue identificar os aspectos positivos do uso das mídias digitais em sua empresa? Não se esqueça de elencar e registrar as suas respostas! Até a próxima. 1 5 1 AGORA É COM VOCÊ 1. A comunicação administrativa ou gerencial compreende todos os conteúdos relacio- nados ao cotidiano da administração (TOMASI; MEDEIROS, 2014). Essa modalidade de comunicação visa atingir aos seguintes objetivos organizacionais: a) Atualizar as informações para os consumidores e fornecedores. b) Orientar, atualizar, ordenar e reordenar os fluxos das atividades funcionais. c) Obter comprometimento e a aceitação na produção de resultados para organização. d) Contribuir para a existência de um clima organizacional favorável ao cumprimento das metas da organização. e) Conscientizar o público interno da missão, visão e valores da organização. 2. Existem muitos problemas decorrentes das comunicações administrativas/geren- ciais em uma organização. Muitos deles provocados pelo excesso de informação, burocratização e indefinição de responsabilidades. Entre as várias maneiras apon- tadas por Tomasi e Medeiros (2014) de aperfeiçoar o sistema de comunicação ad- ministrativa em uma organização, pode-se apontar: a) Informatizar a comunicação e enxugar os excessos de informação. b) Oportunidade da comunicação e não acompanhamento das mudanças tecnológicas. c) Garantir o constante fluxo de informações descendentes (de cima para baixo). d) Manter a formalidade e o rigor técnico na linguagem administrativa. e) Enviar mensagens por todos os meios possíveis e pela dissonância normativa. 3. De acordo com Torquato (2002), os fluxos de comunicação exercem grande influência so- bre a eficácia do processo. Esses fluxos representam os caminhos pelos quais a comuni- cação passa e costumam ser complexos, com graus variados de hierarquia e que podem gerar ruídos entre os envolvidos no processo de comunicação. Nesse sentido, considere a seguinte situação: um líder de uma área de trabalho preciso instruir sua equipe sobre as atividades a serem desempenhadas, as políticas da organização e os benefícios que empresa retornará em relação ao desempenho atingido. Para atender a esse objetivo da comunicação organizacional, o fluxo organizacional a ser adotado deverá ser: a) Fluxo lateral. b) Fluxo ascendente. c) Fluxo descendente. d) Fluxo diagonal. e) Fluxo grupal. 1 5 1 AGORA É COM VOCÊ 4. (ENADE, 2018) Uma grande empresa provedora de filmes e séries de televisão via streaming, utiliza recursos de big data para armazenar os dados de seus consumido- res. A empresa passou a utilizar também os recursos de marketing digital, de modo que fosse possível criar experiências positivas com os consumidores. Em uma das análises dos dados, revelou-se que os clientes demoravam, em média, 20 minutos para decidir a que assistir. A partir de dados antigos de cada consumidor, a empresa passou a enviar mensagens e avisos relacionados aos filmes ou às séries que pode- riam agradar aquele consumidor específico. Além disso, a empresa, com base nos dados atuais dos consumidores, busca prever as séries e os filmes que os clientes venham a assistir. Nesse contexto, avalie as afirmações a seguir. I - A primeira estratégia utilizada pela empresa pode ser descrita como segmen- tação, que, com a utilização do big data, foi realizada com dados específicos. II - Os dados captados por meio de big data possibilitam que a empresa direcione a escolha de filmes e séries de acordo com o seu interesse comercial. III - A empresa deve utilizar o big data com cautela, pois podem restringir a oferta de produtos, limitando a escolha do consumidor. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. 1 5 1 AGORA É COM VOCÊ 5. Os sistemas de informação correspondem a um conjunto de recursos tecnológi- cos destinados ao armazenamento, processamento e transmissão de informações (TERCIOTTI; MACARENCO, 2009). Nessesentido, analise as asserções a seguir a respeito do uso dos sistemas de informação como ferramenta de comunicação nas organizações e a relação proposta entre elas. I - A tecnologia da informação deve ser utilizada como uma forma de comunicação pela empresa, cuja denominação é sistema de informação. PORQUE II - A organização deve utilizar as tecnologias da informação disponíveis para co- municar-se com os públicos interno e externo à organização. A respeito das asserções, assinale a opção CORRETA: a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I. b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I. c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. e) As asserções I e II são proposições falsas. 1 5 1 MEU ESPAÇO 1 5 4 un ia UNIDADE 3UNIDADE 3 MINHAS METAS T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 7 MINHAS METAS GÊNEROS TEXTUAIS DO CONTEXTO ORGANIZACIONAL: LEITURA E ESCRITA ESP. TAÍS LUCIANA ROVINA MINÉ Compreender o conceito de gêneros textuais. Apresentar a linguagem dos gêneros empresariais. Compreender os elementos que possibilitam a significação de textos. Entender a estrutura e as características de alguns textos do contexto empresarial. 1 5 6 1 5 6 INICIE SUA JORNADA# Caro(a) estudante, para este nosso estudo, traremos discussões que abarcam a língua como um instrumento de interação social e profissional, que caminha e evolui em conjunto com os falantes. Em geral, os manuais de redação técnica não abarcam essa discussão e a formação acadêmica precisa amparar você, para que esteja habilitado a se comunicar de forma assertiva no mercado de trabalho. VAMOS RECORDAR? Considerando que este tema tem como finalidade apresentar estudos a partir da sociolinguística, vamos recordar do que se trata? Sociolinguística é o ramo dos estudos linguísticos que busca compreender a lín- gua em seu contexto de uso, isto é, no contexto das interações sociais humanas. DESENVOLVA SEU POTENCIAL GENEROS TEXTUAIS – ABORDAGENS INICIAIS Para iniciarmos nossos estudos, consideremos, desde já, que a linguagem é um me- canismo de interação humana. Nesse processo, por meio da utilização da língua e da linguagem em situações comunicativas contextualizadas, os membros de uma comunidade discursiva compartilham conhecimentos e produzem registros históri- cos, documentos com valor jurídico e uma infinidade de outros gêneros discursivos. Assim, conforme Travaglia (2003, p. 23), um indivíduo usa a língua para além de “ “[...] somente traduzir e exteriorizar um pensamento, ou transmitir informações a outrem, mas sim realizar ações, agir, atuar sobre o interlocutor (ouvinte/leitor). A linguagem é, pois, um lugar de inte- ração humana, de interação comunicativa pela produção de efeitos de sentido entre interlocutores, em uma dada situação de comuni- cação e em um contexto sócio-histórico e ideológico”. 1 5 7 UNIDADE 3 Assim, ao interagir com nossos interlocutores, pro- duzimos textos e planejamos nosso discurso confor- me a intencionalidade que motiva a interação com o outro. Mas o que é entendido como texto? Todo e qualquer apanhado de palavras pode ser considerado como texto? Para que tenhamos um texto, é necessá- rio que, por meio dele, seja extraída uma mensagem. Koch e Elias (2018, p. 18) esclarecem que: “ “[...] texto é um fruto de um processo extremamente complexo de linguagem e interação social, de construção social de sujeitos, de co-nhecimentos de natureza diversa. Entender o texto como uma “enti- dade multifacetada” só é possível quando entendemos que linguagem é uma forma de interação. É o princípio interacional que rege o uso da linguagem, oralmente ou por escrito. Isso porque falamos ou escreve- mos sempre para alguém (ainda que esse alguém seja nós mesmos) e não o fazemos à toa, ou de qualquer jeito” (KOCH; ELIAS, 2018, p. 18). Para que tenhamos um texto, é necessário que, por meio dele, seja extraída uma mensagem 1 5 1 Essas concepções, trazidas pelas autoras supracitadas, respaldam o que elas cha- mam de princípio interacional dos textos. Koch e Elias (2018) trazem outros fatores que, junto com o princípio interacional, compõem os fatores de textua- lidade. Vamos conhecer cada um deles. O princípio de intencionalidade pode ser, por exemplo, o de informar, ordenar, argumentar, anunciar etc., e é esperado que o outro, quem lê o texto, reaja sobre ele. Essa reação está atrelada ao princípio de aceitabilidade de um texto, que está relacionado ao fato de o receptor do texto aceitá-lo como coerente. Há, ainda, o princípio da situacionalidade, que envolve avaliarmos a situação em que nos encontramos e em que se encontra o outro com quem interagimos. Temos também o princípio da intertextualidade, que diz respeito aos pressu- postos e conhecimentos de textos em comum, a relação entre textos “que se cruzam e se entrecruzam produzindo variadas combinações” (KOCH; ELIAS, 2018, p.19). Por fim, temos o princípio da informatividade, que é a relação de uma proporção de informações que precisamos trazer nos textos. Gêneros textuais ou discursivos Há diversas linhas de pesquisa que abarcam os gêneros discursivos ou textuais (orais e escritos) e que contemplam a importância da formação acadêmica para o desenvolvimento de competências comunicativas que atendam às diversas profissões. 1 5 1 UNIDADE 3 Para este estudo, acadêmico(a), é importante compreender que a comunica- ção é estruturada a partir de seis elementos: o remetente, o destinatário, a mensa- gem, o código, o repertório e o veículo (BLIKSTEIN, 2000). Vejamos, então, cada um desses elementos de forma contextualizada! O remetente, conforme o autor explica, exerce a função de enviar ao seu des- tinatário uma mensagem, a qual deve estimulá-lo a produzir uma resposta. Essa resposta precisa ser correta, no sentido de que o destinatário emita um feedback coerente ao que lhe foi dito pelo remetente (BLIKSTEIN, 2000). A mensagem é construída a partir de um código, que é uma peça essencial no processo comunicativo, uma vez que, ao emitir uma mensagem, o remetente deve se preocupar com o destinatário, que tem repertório (bagagem cultural) diferente da sua e, dessa forma, está sujeito a emitir uma resposta “errada” ao estímulo comunicativo recebido (BLIKSTEIN, 2000). Dentro da estrutura do ato comunicativo proposta por Blikstein (2000), o veí- culo é o suporte que possibilitará que a mensagem chegue até o destinatário. Assim, o autor registra uma diversidade de veículos disponíveis para o processo comuni- cativo, por exemplo, o papel, a televisão, o telefone, o e-mail, dentre outros suportes. Nesse sentido, acadêmico(a), ser assertivo na escolha do melhor veículo para que a comunicação seja eficaz é uma tarefa importante! Os fatores que permeiam a motivação ou intencionalidade da comunicação, tais como o conteúdo, as condições de emissão da mensagem, o objetivo do remetente, a situação, o contexto comunicativo e as condições de recepção da mensagem, precisam ser avaliados para que a comunicação seja eficaz. Sobre isso, conforme Menegassi (2010, p. 79), o planejamento ou organização das ideias para a comunicação acontece quando o autor: “ “considera a finalidade, o interlocutor eleito e o gênero textual es-colhido para trabalhar sobre o tema, a organização composicional e o estilo de língua na produção textual”. Acrescentamos, ainda, a importância em ter esclarecida a diferença entre tipo textual e gênero textual. A respeito da polarização entre a tipologia textual e os gêneros textuais, tomamos como direcionamento os estudos de Marcuschi 1 6 1 (2002): a expressão “tipo textual” refere-se aos as- pectos lexicais, sintáticos e tempos verbais, enfim, a partir de uma sequência definida, teoricamente, pela natureza linguística. Nesse sentido, os tipos textuais dividem-se em:narração, argumentação, exposição, descrição e injunção. Por outro lado, há a ideia estabelecida, por meio de estudos sacramentados, acerca dos gêneros textuais, como os estudos de Bakhtin (1992), os quais ca- tegorizam esses gêneros como diversos textos materializados e encontrados nas inúmeras situações de interação social, sejam elas em ambientes mais descon- traídos ou em situações que demandam formalidade. Por esse viés teórico, inúmeros gêneros textuais se fazem presentes nos diversos ambientes comunicativos e servem de apoio para que os interlocutores se comuni- quem. No ambiente dos negócios, por exemplo, os gêneros utilizados são: o e-mail, o ofício, o bilhete, a carta comercial, dentre muitos outros gêneros (orais e escritos). Os estudos de Bakhtin (1992; 2003), filósofo russo, são bastante expressivos para o estudo dos gêneros textuais devido à sua ênfase no dialogismo do proces- so comunicativo. Para esse estudioso, os gêneros são concebidos como esferas de uso da linguagem. Assim, os diversos textos com os quais temos contato diário (orais, escritos, imagéticos), a partir da nossa atuação em sociedade, são passíveis de estudo a partir da teoria bakhtiniana, a fim de que desenvolvamos uma comunicação assertiva, em diferentes esferas comunicativas, dentre elas os ambientes empresariais, que nos interessa especialmente nesse momento. Com base na ideia de diferentes contextos de produção, Bakhtin (2003) propõe, a partir de seus estudos, uma dicotomia entre os gêneros textuais, trazendo-os em duas categorias de classificação: 1) o grupo dos gêneros primários (considerados mais simples), que são material- izados em circunstâncias interacionais informais e de cunho cotidiano, por ex- emplo, em conversas via aplicativos, como é o caso do diálogo verbal entre duas ou mais pessoas e a conversa em grupos por meio do aplicativo WhatsApp; 2) o grupo dos gêneros secundários (considerados de estrutura complexa), que são materializados em contextos formais e, portanto, apresentam-se com maior complexidade linguística, como é o caso das conferências e palestras em esferas acadêmicas, as teses científicas, as reportagens jornalísticas etc. os tipos textuais dividem-se em: narração, argumentação, exposição, descrição e injunção 1 6 1 UNIDADE 3 O que diferencia, essencialmente, um gênero de natureza primária do que se apresenta de natureza secundária é o nível de complexidade ao qual esses são apresentados/materializados. Os gêneros textuais, conforme Bakhtin (1992), são estudados conside- rando três dimensões: o conteúdo temático (o assunto), a estrutura com- posicional (a forma estrutural) e o estilo verbal (as escolhas linguísticas). A respeito do tema ou conteúdo temático, o autor explica que há gêneros que atendem, de forma específica, aos temas de possível discussão. Já a uni- dade de sentido do texto está entrelaçada com os aspectos linguísticos, como os aspectos acerca do contexto de produção. Assim, os estudos de Bakhtin (1992) explicam o fato de, em uma conversa entre amigos, as escolhas lexicais dos falantes se apresentarem com o uso de variações linguísticas mais desembaraçadas, enquanto em uma assembleia de diretoria, as escolhas recaem sobre uma linguagem mais formal, utilizando variações linguísticas de prestígio. Com relação à composição (estrutura composicional), os gêneros apre- sentam uma estrutura organizacional definida, que foi estabelecida pelo uso recorrente em sociedade. A título de exemplo, consideremos o memorando, que segue padrões históricos e socialmente estabelecidos, os quais devem ser seguidos. Por isso, ele é um dos gêneros que traremos sua estrutura mais à frente, em outra seção deste capítulo. O estilo verbal está relacionado às formas gramaticais, ou seja, ao voca- bulário específico para as situações comunicativas. Nesse sentido, para que uma comunicação de qualidade conduza o receptor/interlocutor a emitir uma resposta coerente, cabe ao autor fazer uma escolha acerca do gênero e do vocabulário de modo adequado ao contexto de produção, ao interlocutor e à finalidade comunicativa. Isso significa que o propósito comunicativo, dentro de um determinado contexto, pautado na atuação ética, direcionará as escolhas do autor. Para que fique claro para você, acadêmico(a), consideremos a título de ilustração que, ao redigir um ofício para o representante de uma organização, não é coerente o autor trazer, no texto, vocabulário coloquial, específico de situações infor- mais de comunicação. Ao contrário, o contexto demanda postura profissional e, portanto, pautada na formalidade discursiva. 1 6 1 CARACTERÍSTICAS DA LINGUAGEM DOS GÊNEROS EMPRESARIAIS Depois de conhecermos um pouco acerca da teoria dos gêneros textuais, apren- deremos, neste momento, alguns fatores que são imprescindíveis para a comu- nicação e para a escrita eficiente dos textos técnicos (termo esse empregado para a identificação de grupo de textos pertencentes à redação técnica ou redação oficial)! Vamos conhecê-los?! Imagine, aluno(a), que o fechamento de um negócio pode ser atrapalhado por uma situação de mal-entendido ou por um texto que não foi claro o suficiente, por exemplo. Que situação complicada, não?! O que é um contexto de produção textual? O contexto de produção de textos é compreendido como os fatores ou circunstâncias que acompanham e, portanto, influen- ciam o autor durante a produção de textos (orais ou escritos). São exemplos de aspectos que compõem um contexto de produção textual: a finalidade da comunicação, a quem é destinado o texto, o momento sociohistórico, o suporte, onde o texto será veiculado, dentre outros aspectos físicos e psicossociais. Fonte: a autora. APROFUNDANDO 1 6 1 UNIDADE 3 “ “Um belo exemplo é o de uma grande empresa que precisava alertar os seus credenciados sobre várias mudanças: algumas fundamen-tais; outras, nem tanto. Na estruturação da carta, as informações menos importantes obtiveram tanto destaque que os credenciados não valorizaram as outras, as principais. Consequência: os proce- dimentos adotados só atenderam em parte ao que foi solicitado, fazendo com que houvesse, posteriormente, um gasto extraordiná- rio de tempo com telefonemas explicativos” (GOLD, 2005, p. 05). Bem, a eficácia de um gênero textual, que tem como ambiente de circulação o meio empresarial, apresenta relação intrínseca com a resposta emitida pelo receptor, o qual, nesse caso, pode ser um cliente (interno ou externo) ou, ainda, pessoas que mantêm relação de parceria com a instituição. Isso significa que essa resposta ou feedback serve também de termômetro para que o redator reflita sobre a sua escrita e de que maneira ela pode melhorar. Observe, no exemplo ilustrado por Gold (2005) anteriormente, que foi perdido muito tempo e dinheiro por ocasião de uma carta comercial escrita de forma ineficaz. A esse respeito, apresentaremos aqui algumas características peculiares da linguagem dos gêneros empresariais, como a carta comercial, o ofício, o e-mail, a ata, dentre outros, as quais colaboram para a eficácia da produção desses gêneros. Esse grupo de textos percorre o ambiente de negócios. Esse meio social de circulação dos gêneros requer um cumprimento de particularidades próprias, as quais vão além da linguagem escrita polida, abarcando também características específicas de expectativas do meio linguístico-social e o cuidado com os ter- mos, a fim de que o texto seja corretamente compreendido. Consideremos, então, o cenário contemporâneo no qual a comunicação comer- cial ocorre: é globalizado e marcado pelas transformações tecnológicas que pos- sibilitam rapidez de acesso a informações. Nesse cenário, os textos que permeiam o ambiente organizacional acompanham tais características: são materializados por meio de um suporte (meio físico ou virtual que servirá de suporte para a existência do gênero textual); apresentam estilo de escrita próprio, marcado pelo emprego de linguagemformal e pela clareza, visando à interpretação única; e de- vem ser redigidos sob forma preestabelecida e convencionalmente determinada no meio social em que circulam. 1 6 4 A seguir, trabalharemos os itens objetividade, clareza, polidez, coerência e coesão, bem como persuasão e originalidade, que são características presentes na linguagem dos gêneros textuais do contexto empresarial. Objetividade e clareza Recomenda-se que os gêneros textuais empresariais sejam redigidos na voz ver- bal ativa da língua portuguesa e com vocabulário acessível ao receptor. Essa voz verbal marca, de forma categórica, o sujeito praticando a ação. Assim, traz clareza aos documentos. Veja os seguintes exemplos: ■ 1. Pedro emitiu o relatório e já o enviou para a diretoria. ■ 2. O departamento de eventos é responsável pela contratação de um buffet. ■ 3. A empresa “XXX” comunica oficialmente aos seus clientes que não tem ligação com fraudes divulgadas na mídia. A respeito da objetividade e da clareza dos textos, é oportuno observar os estudos de Guimarães (2012), os quais recomendam a utilização de frases curtas e obje- tivas a fim de contribuir para a compreensão do texto. Todavia, deve-se tomar o devido cuidado de não utilizar frases demasiadamente curtas, pois podem ser deixadas de lado as informações importantes para a compreensão completa da mensagem a qual se pretende transmitir. Guimarães (2012) pontua, ainda, que os parágrafos devem ter extensão harmô- nica, sendo de tamanho semelhante entre si. A fim de contribuir para que o texto fique claro e objetivo, é consenso entre os estudiosos da linguagem ter o cuidado de: ■ Utilizar palavras com sentido único (código fechado). ■ Prezar pelo vocabulário formal, mas evitando o excesso de linguagem técnica. ■ Considerar o contexto de produção. ■ Considerar o receptor, visto que algumas palavras apresentam significa- dos diferentes para diferentes receptores. ■ Cuidar da polidez dos textos para que expressões prolixas sejam evi- tadas, pois elas deixam a comunicação cansativa e atrapalham a ob- jetividade do texto. 1 6 5 UNIDADE 3 Acrescentamos – não menos importante – que é preciso buscar se atualizar sempre! É oportuno também cuidar para não exagerar no uso de palavras in- comuns da gramática, que podem tornar a leitura do texto pouco atraente pela dificuldade de decodificação por parte do leitor. Todos os cuidados aqui apresen- tados auxiliam na compreensão do texto, evitando contratempos. Polidez Ninguém deseja ser lem- brado de forma negati- va, certo?! Neste tópico, trazemos a polidez, que deve estar presente nas relações comerciais e nas sociais e demanda das pessoas atitudes de cortesia e de gentileza, as quais podem ser con- sideradas sinônimo de polidez. Conforme Coulmas (2005), a polidez é entendida como prática de organização de atos linguísticos de acordo com as expectativas sociais para fins de manter a comunicação livre de problemas. Tal prática minimi- za conflitos nas interações interpessoais e contribui para a fidelização de clientes quando consideramos o contexto dos negócios. “ “as boas maneiras, com todos os seus rituais, procedimentos e re-gras, podem ser entendidas com um complexo jogo de interações e comunicação com base no qual nosso cotidiano é criado – e a po- lidez é talvez a forma mais intensa da ética dessa relação. [...] o que costumamos agrupar com nome de ‘educação’, ‘bons modos’, ‘boas maneiras’ e ‘etiqueta’ constitui, a rigor, estratégias de comunicação que utilizamos para facilitar o convívio com os outros. A ética da comunicação com polidez está baseada na ideia de que, dentro de uma sociedade, todas as pessoas compartilham alguns códigos de interação que podem ser facilmente compreendidos e aplicados” (MARTINO; MARQUES, 2018, p. 63). 1 6 6 Quanto maior for o distanciamento social entre os interlocutores, maior será o grau de polidez exigido pelo contexto de interação. Veja: em uma situação comunicativa em que um representante da imprensa entrevista a presidência de uma organização empresarial, o grau de formalidade será muito maior que em uma situação de happy hour entre colegas de trabalho. Outro exemplo é o contexto de redação de um ofício, no qual o uso de pronomes de tratamento – por exemplo, “vossa senhoria”; “senhor/senhora” e “ilustríssi- mo(a) senhor(a)” – serão exigidos, assim como fechos de cortesia, como “aten- ciosamente”, dentre outros elementos que marquem a ética e a postura cortês, uma vez que a situação comunicativa demanda do redator o uso de cortesia e de escolhas lexicais mais formalizadas. A polidez, portanto, deve estar presente nas situações de interação profissional e pessoal, pois é uma quali- dade relacionada a demonstrar preocupação com o interlocutor, de forma a procurar evitar, ao máximo, constranger ou até ofender o outro, no sentido de estabelecer um contexto de respeito e harmonia nas relações interpessoais. Fique atento: a ideia e as regras de polidez variam de uma sociedade para outra e em culturas diferentes, principalmente se temos relações comerciais com países diferentes. Dessa forma, vale muito a pena estudar o cliente, a fim de que você não cometa gafes no contexto das suas relações comerciais. Fonte: a autora. ZOOM NO CONHECIMENTO Coerência e coesão Quando as palavras apresentam harmonia de conexão e de sentido dentro da composição textual, formando um todo que tem início, meio e fim, podemos dizer que há coerência textual. A coerência, então, está relacionada a uma relação lógica dos sentidos produzidos na mente dos interlocutores (emissor e receptor) a partir da leitura de um texto. Ela deve ser, portanto, construída a partir do texto (KOCH, 2008). é uma qualidade relacionada a demonstrar preocupação com o interlocutor 1 6 7 UNIDADE 3 “ “[...] a coerência é algo que se estabelece na interação [...] ela é o que faz com que o texto faça sentido para os usuários, de- vendo ser vista, pois, como um princípio de interpretabilidade do texto. Assim, ela pode ser vista também como ligada à inteligibi- lidade do texto numa situação de comunicação e à capacidade que o receptor do texto (que o inter- preta para conhecê-lo) tem para calcular o seu sentido” (KOCH; TRAVAGLIA, 2011, p. 14). A coerência textual apresenta relação com a harmonização das ideias presentes no texto. Observe a Figura 1, a seguir, a qual traz um esquema bastante ilustrativo acerca das ca- racterísticas da coerência textual: Conexão entre as palavras Conexão entre as orações Conexão entre os parágrafos ���������������� ������������ Figura 1 – Características da coerência / Fonte: adaptado de Gold (2017, p. 110). A coesão textual é observada a partir de elementos coesivos presentes nos textos, ou seja, elementos gramaticais que estão grafados nos textos, por exemplo, os di- versos conectivos (então, porém, a esse respeito, logo, por fim etc.) e os pronomes, palavras que retomam ou se referem a nomes (ele, ela, esse, essa etc.), os quais fazem ligações entre as partes escritas. 1 6 1 É importante considerar que a coesão contribui para a construção da coerên- cia textual que é estabelecida na mente dos interlocutores. O uso de elementos coesivos contribui para que as ideias sejam transmitidas de forma clara. Koch (2008) explica duas grandes modalidades de coesão: a coesão referen- cial (ou remissiva) e a coesão sequencial. A coesão referencial, conforme Koch (2008, p. 31), é “aquela em que um componente da superfície do texto faz remissão a outro(s) elemento(s) nela presentes ou inferíveis a partir do universo textual”. Quando temos a utilização de um elemento que remete (faz remissão) a algo que vem antes, dentro do enunciado, temos um caso de anáfora. Já quando utili- zamos um elemento que remete (faz remissão) a algo que virá depois, dentro do texto, temos um caso de catáfora. Para que fique claro para você, aluno(a), trazemos os seguintes exemplos: - O homenzinho subiu correndoos três lances de escadas. Lá em cima, ele parou diante de uma porta e bateu furiosamente (anáfora). - Ele era tão bom, o meu marido! (catáfora). Fonte: Koch (2004, p. 31, grifo nosso). Observe os termos que grifamos no texto de Koch (2004). No primeiro exemplo, o pronome pessoal “ele” retoma “o homenzinho”, já mencionado anteriormente no texto. Temos, nesse caso, a utilização de uma anáfora. Já no segundo exemplo, “ele” é explicado ou definido na sequência do texto, quando a autora especifica “o meu marido”. Logo, temos um exemplo de coesão referencial por catáfora. Por outro viés, a coesão sequencial, conforme Koch e Travaglia (2011), é ba- seada no uso de conectivos (se, por isso, porque, ou, para, conforme, dessa forma etc.), marcando uma progressão sequencial no texto. Conforme Guimarães (2012, p. 156), os problemas coesivos observados nos textos, sobretudo de redatores iniciantes, estão relacionados ao excesso de marcadores, e não à falta deles. Dessa forma, é recomendada uma leitura panorâmica ao final da produção do texto, a fim de buscar lacunas e excessos nele presentes e trabalhar para eliminá-los no texto quando for o caso. Para que fique clara a diferença básica entre os elementos coesão e coerência, apresentaremos o seguinte texto: 1 6 1 UNIDADE 3 “ “[...] a coesão é a maneira como os constituintes da superfície textual se encontram relacionados entre si, numa sequência, através de marcas linguísticas; é a ligação entre os elementos superficiais do texto. Já a coerência tem como funcionamento a continuidade de sentidos, dizendo respeito ao modo como os componentes textuais, isto é, a configuração dos conceitos e rela- ções subjacentes à superfície do texto, são mutuamente acessíveis ou relevantes” (BEAUFRANDE; DRESSLER, 1983 apud KOCH; TRAVAGLIA, 2011, p. 16). Há um grande campo para o estudo da coesão e da coerência textual. Assim, acadêmico(a), vale a pena você buscar pesquisas extras para o aprofunda- mento deste estudo, uma vez que o nosso objetivo se centra, nesse momento, em oferecer-lhe subsídios para a sua formação acerca da produção de textos técnicos. Persuasão Conforme pontua Abreu (2001), ao se- rem contextualizadas, as palavras deixam de ser neutras e passam a exprimir valores, con- ceitos e pré-conceitos. No caso do discurso persuasivo, os redatores procuram utilizar o lé- xico de forma que con- sigam transmitir ideologias, formar opiniões e reformular opiniões, sempre trabalhando com a finalidade de convencimento do receptor. A esse respeito, Citelli (2004) registra que a preocupação de trabalhar as estratégias argumentativas em um discurso vem desde a Grécia Clássica, período em que já havia a preocupação de convencer o público-alvo consi- derando a cultura da época, visto que o domínio da expressão verbal, em sua vertente oratória, era importantíssimo para os gregos. 1 7 1 Abreu (2001) afirma que a persuasão está ligada ao irracional de uma pessoa. O objetivo, segundo o autor, é trabalhar com o emocional, é fazer com que o destinatário, além de compreender, saiba avaliar os argumentos a ele apresentados, havendo, assim, um confronto de opiniões, em que os argumentos podem ser aceitos ou rejeitados pelo receptor. Dessa forma, no contexto das organizações empresariais e do mundo globa- lizado, a todo momento presenciamos argumentar para angariar novos clientes, manter os clientes já conquistados, interagir com o público-alvo de diferentes formas, responder às diversas solicitações recebidas, reforçar no público-alvo uma ideologia etc. Essa linha de raciocínio nos permite considerar que a persuasão é uma das características presentes nos textos empresariais (orais e escritos) – e os redatores precisam ter esse entendimento. A seguir, temos alguns conectivos que contribuem para a coerência e a coesão textual e para a introdução de argumentos persuasivos: OS PRINCIPAIS CONECTIVOS E SEUS SIGNIFICADOS IDEIAS CONECTIVOS SIMPLES CONECTIVOS COMPOSTOS Causa Porque, pois, por, porquanto, dado, visto, como Por causa de, devido a, em vista de, em virtude de, em face de, em razão de, já que, visto que, uma vez que, dado que Consequência imprevista Tão...que, tal...que, tamanho...que, tanto...que De modo que, de forma que, de ma- neira que, de sorte que, tanto que Consequência lógica Logo, assim, por- tanto, pois Assim sendo, por conseguinte Finalidade Para, porque Para que, a fim de que, com o propó- sito de, com a intenção de, com o fito de, com o intuito de a persuasão está ligada ao irracional de uma pessoa 1 7 1 UNIDADE 3 OS PRINCIPAIS CONECTIVOS E SEUS SIGNIFICADOS IDEIAS CONECTIVOS SIMPLES CONECTIVOS COMPOSTOS Condição Se, caso, mediante, sem, salvo Contanto que, a não ser que, a menos que, exceto se Oposição suave Mas, porém, contudo, todavia, entretanto No entanto Oposição Embora, conquan- to, muito embora Apesar de, a despeito de, não obstan- te, malgrado a, sem embargo de, se bem que, mesmo que, ainda que, em que pese, posto que, por mais que, por muito que Comparação Como, qual Do mesmo modo que, como se, assim como, tal como Tempo Quando, enquanto, apenas, ao mal Logo que, antes que, depois que, des- de que, cada vez que, todas as vezes que, sempre que, assim que Proporção À proporção que, à medida que Conformidade Conforme, segun- do, consoante, como De acordo com, em conformidade com Alternância Ou Nem...nem, ou...ou, ora...ora, quer... quer, seja...seja Adição E, nem Não só, mas também, tanto...como, não apenas...como Tabela 1 – Conectivos / Fonte: adaptado de Gold (2017). 1 7 1 Originalidade A escrita de textos pre- cisa seguir etapas, que começa pela concepção da ideia, perpassa a es- crita inicial, segue com uma leitura minuciosa para correção e ade- quações, quando neces- sárias, e, então, chega à versão final do texto. Segundo Gold (2005), o objetivo moti- vador da escrita orientará o que será redigido sobre determinado assunto, bem como a forma como serão disponibilizadas as ideias em um texto. Assim, o contexto de produção não só influencia a escrita, mas também con- fere aos textos técnicos certo grau de originalidade, de singularidade. A escrita de um comunicado, por exemplo, tem o objetivo de tornar comum determinado assunto ou esclarecimento. Nesse sentido, a partir dessa motivação, será pensado na melhor forma de tornar informações comuns e qual linha de raciocínio deve ser seguida para o tema determinado. Assim, não é de bom tom, por exemplo, copiar textos prontos encontrados em meio eletrônico, pois cada instituição apresenta particularidades que a tor- nam única e seus assuntos precisam acompanhar essa característica. Além disso, tenha em mente que a cópia de ideias ou textos na íntegra, sem dar o crédito ao autor ou à instituição que se responsabiliza pelo texto, configura o crime de plágio. Sob essa linha de originalidade, deve-se ter a preocupação de seguir a norma gramatical vigente, buscando sempre evitar desvios da norma gramatical padrão, uma vez que os textos técnicos carregam a imagem da empresa e do executivo que assina esses documentos. não é de bom tom, por exemplo, copiar textos prontos encontrados em meio eletrônico 1 7 1 UNIDADE 3 LEITURA DE GÊNEROS TEXTUAIS EMPRESARIAIS Caro acadêmico(a), o mundo globalizado, por um lado, faci- lita muito a circulação de bens, de tecnologias e de informações. Por outro lado, exige da popu- lação mundial a capacidade de leitura e interpretação de múl- tiplos gêneros discursivos, pois uma das consequências de vi- venciarmos o desenvolvimen- to tecnológico é a demanda de leitores competentes. A competência em leitura é um instrumento que traz aos indivíduos a capacidade de construção de saberes diversos, os quais auxiliam, inclusive, o de- senvolvimento de nossas habilidades comunicativas. Assim, a leitura precisa fazer parte das nossas ações diárias. Você, muito provavelmente, já ouviu que quanto maior for a frequênciaprá- tica da leitura, mais repertório você terá para interpretar e escrever textos, não é? Pois bem, leitura é vida! O leitor considerado competente é aquele que reco- nhece, de forma autônoma, o conjunto da estrutura textual e consegue decodifi- car corretamente a mensagem trazida nos textos lidos. Além disso, utiliza o seu conhecimento prévio e faz relações entre textos que trazem o mesmo assunto e entre os textos e o contexto em que eles estão inseridos. Vozes verbais (voz ativa e voz passiva) Na construção de enunciados, o sujeito pode ser agente do acontecimento (voz ativa) ou objeto do acontecido (voz passiva). Observe os exemplos: 1. Maria redigiu a nota de esclarecimento e a enviou à imprensa. [voz ativa] 2. A nota de esclarecimento foi redigida e enviada à imprensa por Maria. [voz passiva] Fonte: a autora. APROFUNDANDO 1 7 4 “ “Falar em texto é falar em sentido, ou melhor, de sentidos. Ainda mais quando levamos em conta que esse sentido é construído na relação que se estabelece entre o autor, o texto e o leitor. Isso significa dizer que, para essa atividade, concorre uma série de conhecimentos provenientes de uma intrincada relação envolvendo aqueles três elementos” (KOCH, 2018, p. 19). O hábito de ler contribui para o desenvolvimento pessoal e profissional, uma vez que amplia o repertório de conhecimento dos indivíduos. Observe que uma leitura precede um objetivo motivador, que pode ser uma busca de informações ou até uma leitura por prazer. Outro aspecto a ser observado é que a leitura de diferentes gêneros demanda do leitor diferentes posturas e estratégias. Por isso, convidamos você a observar que a leitura de uma charge jornalística demanda ações comuns e outras dife- rentes das empregadas na leitura de um comunicado oficial. Para que você desenvolva as suas habilidades para a realização de leitura proficiente, trabalharemos na sequência com estratégias que irão auxiliá-lo(a). Estratégias de leitura Sendo uma habilidade que, portanto, pode ser desenvol- vida, a leitura pode ser pen- sada de forma estratégica, no sentido de que podemos tra- çar caminhos planejados para a compreensão de textos. Segundo Menegassi (2005), o leitor utiliza, de forma consciente ou inconsciente, alguns procedi- mentos que o auxiliam a resolver possíveis problemas enfrentados durante a leitura para que possa decodificar, interpretar e compreender o texto. Esse mesmo autor apresenta quatro habilidades que servem de estratégias para o leitor competente: seleção, antecipação, inferência e verificação. Façamos, então, uma reflexão acerca de cada uma delas, apreciando os estudos de Menegassi (2005). 1 7 5 UNIDADE 3 SELEÇÃO Considerando a necessidade e o motivo que direciona uma leitura, é oportuno fazer uma seleção de materiais, buscando priorizar os que apresentam pro- cedência e confiabilidade de informações. Ainda, conforme o grau de urgência de certos casos, é oportuno selecionar tre- chos de materiais que trazem maior relevância para a leitura, filtrando assuntos ou teorias diante do contexto vivenciado. Observe, caro(a) acadêmico(a), que a seleção é bastante subjetiva, pois cada leitor conhece a sua realidade e necessidade. ANTECIPAÇÃO A estratégia de antecipar o que já se conhece sobre determinado conteúdo en- volve que o leitor, com base no assunto motivador da leitura. Faça inferências, ou seja, ative seus conhecimentos prévios e estabeleça suposições sobre o tema. Trata-se, portanto, de levantamento de hipóteses a partir da observação do gênero textual: o que se sabe sobre o autor do texto e o próprio título do texto, dentre outros aspectos, que nos dão pistas a respeito do que podemos encontrar no texto. Essas pistas somente são possíveis quando temos conhecimento prévio para ser ativado. Esse conhecimento nos auxiliará na organização das ideias para que haja uma significação sobre a leitura que será realizada. INFERÊNCIA A inferência remete à bagagem cultural ou ao conhecimento prévio do leitor. Contudo, diferentemente da antecipação, a inferência contribui para que seja compreendido o que está “dito” nas entrelinhas do texto, utilizando um raciocínio lógico. Um exemplo de aplicação de inferência é a construção de um novo conhecimen- to a partir do contato com uma palavra desconhecida que está presente no texto e, a partir do contexto em que ela está empregada, buscar no conhecimento prévio uma significação para tal palavra. A leitura de mais de um texto sobre um mesmo assunto ou uma mesma estrutura composicional permite reconhecer, a partir do que os estudiosos chamam de in- tertextualidade, os possíveis significados e ideias dos enunciados. Nesse sentido, também, são estabelecidas ações de inferência. 1 7 6 VERIFICAÇÃO A etapa da verificação, como o próprio nome já sugere, é a estratégia que permite ao leitor avaliar (verificar se as inferências estavam ou não coerentes com o que diz o texto), confirmando ou contestando as antecipações, as inferências que realizou anteriormente. Essa avaliação é realizada durante a leitura, esclarecendo dúvidas, relacionando novas informações com o conhecimento prévio etc. Ela também ocorre após a leitura, com uma esquematização das ideias principais presentes no texto lido, que pode ser feita com anotações ou com um resumo, trabalhando com o texto. Acrescentamos às estratégias anteriormente prestigiadas a importância do conhe- cimento sobre o gênero que motivará a leitura. Perceba, acadêmico(a), que para atribuir sentido ou até reconhecer um efeito de sentido esperado pelo autor de um texto, o conhecimento acerca do gênero é de grande importância. O gênero textual ofício, por exemplo, apresenta particularidades sobre os as- suntos que o compõem e a estrutura que deve ser seguida, que é bastante diferente do gênero atestado e de outros gêneros, como em um outdoor. Agora que você já conhece algumas das estratégias aplicáveis para o desenvol- vimento de habilidades de leitura proficiente, utilize-as como aliadas para atingir o seu objetivo ao ler os textos que permeiam a sua vida pessoal e profissional. To- das elas são importantes para o desenvolvimento das suas habilidades de leitura! NOVOS DESAFIOS Agora que finalizamos este tema, o que você aprendeu até aqui? O que a teoria bakhtiniana te proporcionou de conhecimento sobre gêneros discursivos, escrita e leitura de textos? Quais as habilidades linguísticas para a redação e a leitura de textos empresariais você foi capaz de desenvolver até aqui? Você se sente apto a produzir texto com uma escrita assertiva de modo a empregá-las de forma coe- rente e adequada nas situações comunicativas que vivenciar? 1 7 7 AGORA É COM VOCÊ 1. A língua é um instrumento de comunicação, assim sendo, ela possibilita aos falantes a interação em diferentes esferas, como a profissional. No ambiente de trabalho, os profissionais procuram planejar ou organizar as ideias de modo que a mensagem seja compreendida sem ruídos. A esse respeito, leia, atentamente, as afirmações a seguir e assinale a que apresenta uma ideia correta. f) O planejamento de uma comunicação envolve pensar atentamente sobre qual é a finalidade de comunicação, quem é o interlocutor e qual é o gênero que melhor atende o tema que motiva a comunicação. g) O veículo que dá suporte para um gênero textual deve ser compreendido, a partir da estrutura da comunicação proposta por Blikstein (2000), como a pessoa que está enviando a mensagem. h) Os gêneros textuais podem ser compreendidos, conforme Bakhtin (2003), sob dois aspectos: os gêneros primários, como as reportagens jornalísticas; e os gê- neros secundários, os menos complexos, como uma conversa entre amigos. i) Planejar e organizar as ideias para a construção assertiva de um texto oral ou escrito não tem relação com o estudo dos gêneros textuais, uma vez que a fala é natural do humano e dispensa intencionalidade. j) O princípio da intertextualidade garante, por si só, que um amontoado depalavras seja considerado um texto e este princípio diz respeito à aceitação por parte do receptor, considerando um texto coerente. 2. Dentre as características linguísticas que estão relacionadas ao bom texto e que contribuem para que ele seja coerente e coeso, a Unidade 3 do livro didático trouxe a clareza e a objetividade. A esse respeito, leia as afirmações seguintes: I - Utilizar o código fechado é uma forma de contribuir para que um texto possa ser compreendido sem ruídos. II - Expressões prolixas devem ser evitadas, como, por exemplo, “veio por meio des- ta...”, pois deixam o texto cansativo. III - Ao redigir textos, especialmente os gêneros que circulam o ambiente de negócios, é tarefa fácil, portanto o uso da voz verbal passiva é a melhor opção de escrita. 1 7 1 AGORA É COM VOCÊ A respeito dessas afirmações está correto apenas o que se afirma em: a) I. b) I e II. c) II e III. d) III. e) I, II e III. 3. A leitura enriquece o repertório de conhecimento dos indivíduos e, dessa forma, contribui para o desenvolvimento pessoal e profissional. Conforme discutimos nesta unidade de estudo, há algumas estratégias de leitura que nos auxiliam na compreen- são de textos diversos, sobre elas, leia o excerto a seguir: “Esse momento da interpretação de um texto permite ao leitor fazer uma avaliação sobre as inferências e antecipações realizadas antes mesmo que a leitura fosse rea- lizada por completo, de modo a serem confirmadas ou contestadas as suposições, previamente, elaboradas a respeito do que se trataria o texto que foi lido.” Agora, assinale a alternativa que apresenta a estratégia de interpretação textual, a qual o excerto anterior apresentado está relacionado: a) Seleção. b) Antecipação. c) Inferência. d) Verificação. e) Solução. 1 7 1 AGORA É COM VOCÊ 4. O gênero textual Ata é um documento que guarda informações importantes, discu- tidas em reuniões empresariais. O profissional que é responsável pela redação da ata precisa ter habilidade, análise e sintetização de informações, sem perder de vista o que é, essencialmente, acordado, para, então, relatar tudo neste documento. A esse respeito, analise, atentamente, as asserções a seguir: I - Em tempos contemporâneos, o gênero textual Ata admite dois modelos, o modelo tradicional e o modelo moderno, ambos guardam o valor documental deste gênero. PORQUE II - Para a ata moderna, que é redigida sempre em tempo real, concomitante ao acontecimento da reunião, há regras de conduta para a ocasião de erros, pois não é permitida rasura no documento. A respeito dessas asserções, assinale a alternativa correta: a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I. c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. e) As asserções I e II são proposições falsas. 1 1 1 MEU ESPAÇO 1 1 1 UNIDADE 3UNIDADE 3 MINHAS METAS T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 8 MINHAS METAS PRÁTICAS DA COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL LUÍS AUGUSTO ZILLMER CARDOSO Determinar a função da marca como representação da identidade da organ- ização. Explicar a contribuição da comunicação para a gestão de pessoas da organ- ização. Apontar a função da política e os desafios da comunicação nas organizações. Demonstrar a prática da comunicação eficiente em tempos de comunicação digital. 1 1 1 1 1 1 NICIE SUA JORNADA Você já se deu conta de que as marcas estão presentes em nossas vidas desde o momento em que acordamos até a hora de dormirmos? Pense na costumeira e simples primeira ação que fazemos ao levantarmos da cama: escovar os dentes. Logo nos deparamos com uma marca estampada no tubo. Na sequência, tomamos um café, cuja embalagem também estampa uma mar- ca, pegamos o transporte para o trabalho, cujo meio também possui uma marca de fabricante ou de prestador de serviço (no caso do ônibus coletivo). Durante todo o dia, ficamos expostos a uma incontável quantidade de mar- cas, seja nos comerciais, nos produtos e serviços que consumimos e até ao nos referirmos a determinados produtos, tais como barbeadores que nos habituamos a chamar pela marca. Tudo isso demonstra como vivemos cercados pelas marcas e tudo isso reforça a importância da comunicação nas organizações em cumprir o seu objetivo de ajudar na construção e reputação de uma marca forte. VAMOS RECORDAR? Você se recorda dos objetivos da comunicação nas organizações? Pois bem, um deles, de forma primordial, é a construção de uma identidade da marca e associações positivas em relação à sua identidade e imagem na sociedade. DESENVOLVA SEU POTENCIAL IDENTIDADE DA MARCA Para começar, precisamos conferir o conceito de marca. Segundo Keller e Ma- chado (2006), marca é um nome, termo, símbolo, desenho ou uma combinação desses elementos que servem para identificar os produtos e serviços de um fa- bricante e diferenciá-los dos demais fabricantes. 1 1 1 UNIDADE 3 “ “Uma marca é, portanto, um produto, mas um produto que acres-centa outras dimensões que o diferenciam de algum modo de ou-tros produtos desenvolvidos para satisfazer a mesma necessidade. Essas diferenças podem ser racionais e tangíveis – relacionadas com o desempenho de produto da marca – ou mais simbólicas, emocio- nais e intangíveis – relacionadas com aquilo que a marca representa” (KELLER; MACHADO, 2006, p. 04). As marcas tiveram origem na guerra como uma forma de distinguir exércitos ad- versários entre si e que evoluíram como uma forma de diferenciar os produtos ou serviços ofertados por um fornecedor daqueles fornecidos por outros fornecedores (GODOI, 2010). Atualmente, as marcas representam a essência de uma organização e seu logotipo faz a representação simbólica disso, explica Godoi (2010). Por isso, por mais simples que seja, uma marca deve conter e contar a história da instituição a que pertence. Nesse sentido, Keller e Machado (2006) nos ensinam que a criação de uma marca de sucesso requer que todos esses elementos se misturem de maneira ex- clusiva e alinhados com as necessidades dos consumidores e os anseios da socie- dade como um todo (stakeholders). “ “A marca capitaneia visualmente os efeitos disso. Por esse motivo, pode-mos dizer que, inclusive em sua intangibilidade, o valor de uma marca 1 1 4 pode e deve ser investigado, medido, mudado. As grandes marcas de hoje são reconhecidas como ativos das empresas, com tratamento con- tábil internacional baseado em avaliações constantes e monitoramento gerencial, como se fosse um gráfico da bolsa. É o intangível trabalhando para não ser tão intangível assim” (GODOI, 2010, p. 27-28). O valor da marca está no papel por elas exercido. Con- forme Kotler e Keller (2006), as marcas identificam a origem ou o fabricante de um produto e permitem que os consumidores atribuam responsabilidades a eles. Além disso, as marcas facilitam a tomada de decisão na hora da compra. “ As marcas podem sinalizar determinado nível de qualidade e, dessa maneira, consumidores satisfeitos podem facilmente optar nova-mente pelo produto. A fidelidade à marca proporciona à empresa previsibilidade e segurança de demanda, além de criar barreiras que tornam mais difícil para outras empresas ingressar no mercado. A fidelidade também significa disposição para pagar um preço mais alto – normalmente 20 a 25 por cento a mais. Ainda que os concor- rentes possam reproduzir com facilidade um processo de fabrica- ção ou um design, terão dificuldade em se equiparar às impressões duradouras formadas na mente das pessoas e organizações graças a anos de atividade de marketing e experiência com o produto. Nes- se sentido, o branding pode ser visto como um meio poderoso de garantir vantagem competitiva” (KOTLER; KELLER, 2006, p. 269). O ato de criar uma marca e dotar um produto ou serviço comuma marca deno- mina-se branding e está relacionado a criar diferenças. Kotler e Keller (2006) ensinam ainda que os consumidores precisam saber quem é a marca, a que ela se presta e os motivos para comprá-la. O valor agregado pela marca a um produto ou serviço reflete-se no modo como as pessoas pensam, sentem e agem em relação à marca, bem como nos preços, na participação de mercado e na lucratividade da empresa. Isso representa o brand equity definido por Kotler e Keller (2006). O que nos interessa nesse momento é conhecer essas definições básicas para que possamos verificar como as comunicações nas organizações podem contri- buir para a formação da imagem da marca. O valor da marca está no papel por elas exercido 1 1 5 UNIDADE 3 Identidade da marca e da organização A identidade da marca e da organização iniciam com a criação do símbolo ou nome que irá representá-la. Esse símbolo apresenta referências facilmente verificáveis visualmente de uma fonte para que se processem nos receptores (GODOI, 2010). Assim, uma logomarca resulta das relações que uma empresa tem com seu mercado de atuação. Nesse sentido, o termo “logos”, do grego, refere-se ao discurso, ou seja, que empresa está falando de si própria e por ela própria (GODOI, 2010). “ Por essa razão, o sistema de identidade visual das empresas costuma ser definido por um rígido manual de marca, que contém as nor-mas de aplicação, as formas de uso, de cores, proporções, tipologias e padronização. Tudo para que o valor da marca e sua represen- tação simbólica consigam transmitir sempre e da mesma forma a sua identidade, calcada nos valores dos sócios, nas tradições das comunidades locais e na visão de sociedade. 1 1 6 “ “Uma logomarca, como qualquer ato de comunicação, é uma men-sagem transmitida por uma fonte, por um meio, para um receptor e sujeita a ruídos. Essas interferências naturais em toda inovação decor- rem de vários fatores, do excesso de ideologia da fonte até eventuais contrafações de concorrência ou de fenômenos sociais inesperados, passando por um clássico: a contratação de um escritório de design ou uma agência de publicidade para gerar um símbolo que é a parte final de um processo estratégico, sem o devido posicionamento interno dos diversos recursos da empresa” (GODOI, 2010, p. 29). Por essa razão, é fundamental que todas as atividades de comunicação nas orga- nizações sejam alinhadas sob um planejamento estratégico da empresa e que te- nham como objetivo final a construção da imagem institucional da empresa (TOMASI; MEDEIROS, 2009). Lembre-se do que já estudamos sobre os objetivos da comunicação nas organi- zações, de que a imagem institucional de uma empresa se compõe da imagem do produto e da relação com o consumidor. Nesse sentido, cabe à comunicação organizacional transmitir as crenças e os valores a todos os públicos visados pela instituição, porque a supervalorização da imagem de uma empresa deve-se, em grande parte, à sua imagem e reputação (TOMASI; MEDEIROS, 2009). A preocupação com a imagem da marca ganhou desta- que na década de 1970, a fim de reforçar a credibilidade, confiança e respeitabilidade junto ao público. Conforme Tomasi e Medeiros (2009), a imagem se amalgama com a identidade institucional para tornar-se um diferencial. “ “De tudo o que foi dito, é de se concluir que a imagem ou identidade de uma empresa é um bem valioso, o mais valioso de uma organi-zação, e que os profissionais de comunicação são responsáveis pela construção dessa imagem, seja com ações dirigidas ao público inter- no, sejam dirigidas ao público externo. Dessa forma, desenvolve-se a crença de que são os profissionais de comunicação os responsáveis pela existência da empresa no mundo comandado pela imagem” (TOMASI; MEDEIROS, 2009, p. 84). reforçar a credibilidade, confiança e respeitabilidade junto ao público 1 1 7 UNIDADE 3 Como fazer isso na prática? Tomasi e Medeiros (2009) reforçam que o foco das estratégias de comunicações nas organizações devem concentrar-se nas seguintes ações: ■ Acompanhar as tendências sociais. ■ Saber defender-se no momento certo com uma mensagem adequada. ■ Evitar atitude de deixar acontecer ou deixar como está para ver como vai ficar (omissão). ■ Evitar entrar no fogo das discussões acaloradas. ■ Evitar interpretações distorcidas da imprensa. ■ Desenvolver cultura de excelência de produtos e serviços. Faça a leitura e entenda como a experiência do colaborador dentro da empresa influencia na sua imagem de marca empregadora! Essa indicação aborda os temas: imagem da marca e sua identidade Fonte: ARINS, B. Imagem de marca empregadora: como sua empresa é conhecida? Great place to work, 21 fev. 2019. EU INDICO COMUNICAÇÃO E GESTÃO DE PESSOAS Você se recorda de que, ao abordarmos os tipos de comuni- cação nas organiza- ções, referimo-nos à comunicação cul- tural? Lembra-se de que a comunicação cultural comporta os climas internos? 1 1 1 https://gptw.com.br/conteudo/artigos/imagem-de-marca-empregadora/ Esse clima de que tratamos expressa-se no nível de motivação e opinião dos funcionários da organização e que, por meio da comunicação interna e das ações de endomarketing, podemos mudar e adequar o clima organizacional. Entretanto, antes de fazermos uma comunicação interna ou alterarmos o clima organizacional, precisamos inicialmente medir a temperatura e o clima organizacional em si. Como se faz isso na prática? A resposta encontra-se na pesquisa de clima. De acordo com Matos (2014), a pesquisa de clima visa refletir o modo como a empresa lida com seus colaboradores e influencia o comportamento dos indi- víduos. Essa modalidade de pesquisa auxilia na gestão administrativa e oferece suporte à gestão da comunicação. “ “O vínculo entre a satisfação dos funcionários e a satisfação dos clientes cria uma relação de corresponsabilidade entre as empresas e os funcionários. Em razão disso, o nível de satisfação dos clientes internos é um importante indicador dos esforços da empresa no sentido de melhorar a satisfação dos clientes externos e o desem- penho operacional. Fatores orientados para a segurança, saúde, bem-estar físico, mental e moral dos clientes internos devem ser parte dos objetivos de melhoria contínua da empresa. Ouvir a voz e compreender os pensamentos e sentimentos do cliente interno é, portanto, o primeiro passo a ser dado antes de procurar satisfazer outras expectativas” (MATOS, 2014, p. 152). Em outras palavras, somente é possível satisfazer os clientes externos se os fun- cionários estiverem satisfeitos internamente para engajarem-se no processo pro- dutivo e oferecerem o melhor de si para contentar o consumidor final. Por essa razão, precisamos conhecer a realidade da empresa e é nesse mo- mento que entra em cena a pesquisa de valores e comportamento, cuja função consiste em oferecer informações para o entendimento claro da empresa no que se refere à sua cultura e motivação (MATOS, 2014). A pesquisa de cultura e clima organizacional pode ser feita de várias formas, incluindo questionários detalhados ou até perguntas simples e diretas. Além disso, as pesquisas podem ser qualitativas, quantitativas ou temáticas (MATOS, 2014). Dessa forma, temos: 1 1 1 UNIDADE 3 PESQUISA QUALITATIVA atinge um público específico e fundamenta-se em dados qualitativos com de- scrições detalhadas de situações e realiza-se por meio de entrevistas. PESQUISA QUANTITATIVA mais genérica e abrange todos os públicos por meio de um questionário único e estruturado. PESQUISA TEMÁTICA especifica um assunto e abrange diversas fontes a serem consultadas a respeito do tema. Ao elaborar uma pesquisa de cultura e clima organizacional, Matos (2014) de- fende a necessidade de seguirmos os seguintes passos: ■ Definição dos aspectos de maior interesse para a indicação dos temas a serem abordados nas perguntas. ■ Decisão sobre os estilos de perguntas a serem aplicadas. ■ Redação das perguntascom clareza e objetividade. ■ Organização das perguntas em uma sequência ordenada de acordo com os temas a serem abordados. ■ Enumeração dos elementos que possam complementar as perguntas, tais como: pequeno texto introdutório sobre os objetivos da pesquisa; explicações sobre a forma de aplicação, critérios de avaliação e maneira de responder o questionário. Além disso, Matos (2014) também sugere os seguintes cuidados com relação à redação das perguntas a serem feitas aos funcionários: ■ Redigir as perguntas com concisão e clareza para facilitar a indicação das respostas. ■ As perguntas devem estar diretamente associadas aos objetivos da pesquisa. ■ Evitar a utilização de palavras confusas e termos técnicos desconhecidos dos 1 1 1 pesquisados. ■ Evitar a formulação de duas questões em uma só pergunta. ■ As perguntas não devem refletir a opinião do pesquisador ou posição da empresa. ■ Deve-se criar ambientes tranquilos para a aplicação da pesquisa. ■ A interpretação das respostas deve seguir critério rigoroso de normatização para não haver interpretação duvidosa. A partir dos resultados obtidos na pesquisa de cultura e clima organizacional, o gestor de comunicação poderá planejar o desenvolvimento de comunicações in- ternas e endomarketing para alterar ou reforçar o engajamento dos funcionários. Comunicação e cultura organizacional Ao descobrirmos os valores e sentimentos do público interno, identificaremos a cultura e o clima existente na organização. Isso fornecerá as bases para as atividades de comunicação a serem desenvolvidas pela organização junto aos funcionários. Para começar, precisamos diferenciar os termos “cultura” e “clima”. O termo “cultura” expressa aquilo que é produzido pela inteligência humana. De acordo com Ferreira e Malheiros (2016), a cultura pode ser percebida nos costumes, sistemas, leis, religião, artes, ciências, crenças, mitos, valores morais e tudo aquilo que atinge o sentir, o pensar e o agir. 1 1 1 UNIDADE 3 Assim, a cultura engloba os padrões de pensamentos, sentimentos e com- portamentos como resultado da aprendizagem ao longo da vida de cada in- divíduo e também se torna coletiva ao ser compartilhada no ambiente social (FERREIRA; MALHEIROS, 2016). Dessa forma, a cultura influencia não apenas o comportamento das pessoas mas também a comunicação existente na organização. Da mesma forma, a pró- pria comunicação também influencia a cultura interna da organização. A cultura organizacional, portanto, refere-se ao padrão compartilhado de crenças, suposições e expectativas dos membros da organização e a maneira de perceber a organização, suas normas, papéis, valores e ambiente (FERREI- RA; MALHEIROS, 2016). Essa definição costuma ser expressa também por uma analogia com um ice- berg, segundo a qual a parte visível do iceberg representa os aspectos visíveis e formais e abaixo da superfície do iceberg estão contidos os aspectos ocultos e não formais. Isso é mais facilmente visualizado na Figura 1. �������������������������� ������������������������������ ������������������������������� �� ����� ����������� ���� ������������������������������������ ����������������������������������� ��� ��������������������� ��� ���������������� ������ ������������������ ������������������������������������ ����������������������������������� �������������������������������� ����������� ���������� ������� �� ��������������������������������� ��������������� ���������������� �� ������������ ��� ������ ������������������ � ����� ������������������������� �������������������������� �������������� ��� ������ �������������� ����� ����������������������� ������������������������ ������������� Figura 1 – Iceberg da cultura organizacional / Fonte: <https://www.ideiademarketing.com.br/wp-content/ uploads/2013/05/cultura-organizacional1.jpg>. Acesso em: 14 nov. 2019. 1 1 1 https://www.ideiademarketing.com.br/wp-content/uploads/2013/05/cultura-organizacional1.jpg https://www.ideiademarketing.com.br/wp-content/uploads/2013/05/cultura-organizacional1.jpg A cultura pode ser compreendida em três níveis, que são explicados por Ferreira e Malheiros (2016): ARTEFATOS nível mais superficial e perceptível, tais como organograma, arquitetura física, políticas e diretrizes, documentos públicos, rituais de integração, padrões de comportamento e vestuário das pessoas. VALORES COMPARTILHADOS são a razão pela qual as coisas são feitas. São difíceis de serem vistos e manifes- tam-se pelas conversas ou análise de documentos formais. PRESSUPOSIÇÕES BÁSICAS OU INCONSCIENTES representam o nível mais profundo e oculto da cultura e compõem-se pelas crenças inconscientes, percepções e sentimentos. Além da cultura e seus elementos, existe nas organizações o clima organiza- cional. Ele pode ser definido como a percepção da atmosfera da organização e impacta a satisfação com o trabalho e as internações entre os grupos (FER- REIRA; MALHEIROS, 2016). O clima está mais relacionado com as condições de trabalho fornecidas pelas organizações e, dependendo do grau de falta de condições, são capazes de provocar as faltas dos funcionários, a rotatividade e outros problemas de afastamento do trabalho. Nesse sentido, Tomasi e Medeiros (2009) reforçam a necessidade de a comunicação interna trabalhar com esses elementos a fim de conquistar a felicidade das pessoas no trabalho e relações interpessoais satisfatórias que favoreçam a consecução da qualidade total nos produtos e serviços. Daí a importância de se realizar ações de comunicação interna como for- ma disseminar uma cultura de trabalho, baseada em valores, e da qual podem sair campanhas, como datas comemorativas, personagens ou líderes, as his- tórias e a etiqueta ou código de conduta. 1 1 1 UNIDADE 3 Cultura e clima organizacional são complementares, sendo que a cultura é a causa e o clima é a consequência. Ambos se relacionam diretamente e podem ser alterados pela comunicação cultural. Mas não é só nesses aspectos que a comunicação se manifesta, como estudaremos na sequência. Comunicação, liderança e processo decisório A cultura e o clima organizacional in- fluenciam e são influenciados pela co- municação, como acabamos de apren- der. Mas a comunicação também se faz necessária e presente na liderança e na comunicação das decisões tomadas pe- los líderes das organizações. Dessa forma, precisamos inicialmente definir o termo “liderança”. Segun- do Ferreira e Malheiros (2016), a liderança compreende o processo de exercer influência sobre uma pessoa ou grupo de pessoas com objetivo de conseguir a realização de um objetivo. Note que isso está diretamente relacionado à definição de comunicação que já estudamos. Afinal, a comunicação visa tornar comum uma ação com a finalidade de persuadir os interlocutores. Por essa razão, a comunicação costuma ser um dos fortes traços dos líderes. Afinal, é por meio da comunicação que o líder exerce sua liderança e in- fluencia um grupo em direção ao alcance de um de- terminado objetivo. A liderança eficaz pode ser explicada com base em três teorias: “ A primeira estabelece os traços de personalidade universais que os líderes apresentam em uma frequência maior que os não líderes (teoria dos traços). A segunda explica a liderança em termos de comportamento (teorias comportamentais), e a terceira aborda mo- delos contingenciais (teorias contingenciais), nos quais a situação em que o líder se encontra é um fator decisivo na forma como ele lidera” (FERREIRA; MALHEIROS, 2016, s.p.). a comunicação costuma ser um dos fortes traços dos líderes 1 1 4 É o líder quem toma as decisões ou faz com que as decisões sejam cumpridas e os objetivos da organiza- ção alcançados. Nessa linha de raciocínio, Ferreira e Malheiros (2016) explicam que a tomada de decisão é o processo cognitivo de escolher um plano de ação dentre as várias alternativas possíveis para uma de- terminada situação, como resume a imagem seguinte. ������������������������ ���������������������� � � ��������������������� ������������ ���������� ������������ ���������� ���� ������� ���������� ������������ � � � ������� Figura 3 – Etapas do processo decisório / Fonte: Ferreira e Malheiros (2016, s.p.) Generalizando o processo, tudo começa com a percepção de uma situação problema, passa para o levantamento de dados relativos ao problema, segue por sua identificação e as alternativas para sua resolução e, finalmente, escolha do melhor caminho a ser seguido. Feita a escolha, cabe ao líder comunicar e disseminar a informação. Isso de- monstra a necessidade de se ter uma rede de comunicações estruturada a fim de garantir que a informação seja transmitida e aprendida pelos demais integrantes do grupo (FERREIRA; MALHEIROS, 2016). a tomada de decisão é o processo cognitivo de escolher um plano de ação 1 1 5 UNIDADE 3 A informação assume papel relevante no processo decisório, uma vez que se ela for adequada, diminuirá a incerteza provocada pelo ambiente. Nesse sen- tido, a tecnologia exerce um papel essencial tanto na comunicação quanto no armazenamento dos dados, informações e conhecimentos e na integração dos tomadores de decisão. Portanto: “ “Quanto maior a capacidade das tecnologias da informação e da comunicação, maior a capacidade de inter-relacionamento e a capa-cidade de aprender e lucrar com o compartilhamento da informa- ção e do conhecimento. Ao mesmo tempo em que conduzem a um aumento da capacidade de compartilhamento da informação e do conhecimento, possibilitam também o aumento de sua quantidade disponível, um aumento de dados brutos, dos quais apenas uma parte se transforma em informações potenciais, o que significa que apenas pequeno número delas se transformará em informações ou em conhecimento” (FERREIRA; MALHEIROS, 2016, s.p.). Dessa afirmação, pode-se depreender a necessidade dos sistemas de informação, também já estudados, e como eles estão relacionados com a comunicação e com o processo de cultura, clima e liderança na organização. Todavia, para que a comu- nicação seja eficaz e eficiente, cujos termos também já aprendemos, precisamos adotar uma política de comunicação. E esse será o tema do tópico seguinte, bem como os desafios da comunicação nas organizações. POLÍTICAS E DESAFIOS DA COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES Sempre que uma organização opta por profissionalizar a sua comunicação, isso nem sempre significa que ela terá sucesso na prática da comunicação com os seus públicos. Isso porque a comunicação nas organizações depende do estilo da definição de uma política de comunicação e dos estilos de gerenciar a instituição. A prática da comunicação nas organizações depende de muitas variáveis, não apenas de um planejamento e do uso dos tipos de comunicação (social, cultural, administrativa/gerencial e sistemas de informação), pois nem sempre isso é suficiente. 1 1 6 Ainda assim, a organização fica suscetível a ruídos na sua comunicação, causados pela ausência de uma política de comunicação clara, objetiva e com diretrizes gerais sólidas, com o objetivo de atingir os objetivos estabelecidos para a conso- lidação da imagem e reputação da marca. De acordo com Bueno (2014), torna-se comum encontrarmos ações, estraté- gias e planos de comunicação respaldados em alguns pressupostos que dependem mais do insight ou do feeling dos executivos da organização do que propriamente de um esforço de sistematizar a comunicação. “ “por isso, é difícil encontrar, ainda hoje, exemplos reais de Políticas de Comunicação efetivamente traçadas e que não estejam apenas na cabeça dos executivos, mas devidamente escritas, documentadas, que sirvam de referência para o trabalho de comunicação de uma organização” (BUENO, 2014, p. 123). O termo “insight” refere-se a um estalo ou uma ideia que vem à luz em um determinado momento. O termo “feeling” designa um sentimento intuitivo ou um pressentimento a respeito de alguma coisa. APROFUNDANDO 1 1 7 UNIDADE 3 Por política de comunicação, o autor define como um processo articulado de defi- nição de valores, objetivos, diretrizes, normas e estruturas, cuja finalidade consiste em orientar o desenvolvimento de ações, estratégias e produtos de comunicação para a organização (BUENO, 2014). Em complemento a essa definição, Matos (2014) reforça que a política de comu- nicação materializa a disposição da empresa em consolidar as suas ações integradas a estratégias de comunicação, voltadas para os ambientes interno e externo. A partir da política de comunicação, ambos os autores entendem ser possível estabelecer um diá- logo e uma interação com os variados públicos, tais como funcionários, consumidores, mercado e a so- ciedade em geral. “ “Essa é uma forma consistente de a empresa assumir a comuni-cação como função estratégica, integradas ao processo de tomada de decisões. Com essa iniciativa, a empresa define procedimentos a serem observados por todo o seu corpo funcional, sinalizando a sua disposição para tornar transparente quais são os seus obje- tivos, metas, missão e planos de ação. A organização transparente está aberta ao diálogo. Isso significa que ela se empenha tanto em falar quanto em ouvir, estabelecendo canais permanentes com os seus públicos e buscando sempre se adequar às novas demandas e desafios” (MATOS, 2014, p. 172). Essa política de comunicação deve estar consolidada e documentada e ser de conhecimento de todos os escalões da organização, inclusive dos públicos ex- ternos a ela, para que possa servir de referência obrigatória para o trabalho de comunicação (BUENO, 2014). O documento-síntese da política de comunicação refere-se ao compromisso que a organização assume no sentido de promover o melhor relacionamento com todos os seus stakeholders (BUENO, 2014). É importante destacar que a política de comunicação difere do plano de comu- nicação. O plano de comunicação apresenta características práticas e operacionais da comunicação nas organizações, com objetivos e metas a serem cumpridos em um determinado período. estabelecer um diálogo e uma interação com os variados públicos 1 1 1 Por sua vez, a política de comunicação está acima do plano de co- municação por balizar a sua elaboração. Segundo Bueno (2014), a política de comunicação está focada em ações concretas para o cumprimento de determinados objetivos. “ “A Política de Comunicação é, em princípio, datada, ou seja, ela está umbilicalmente vinculada ao seu tempo e, portanto, precisa ser continuamente atualizada. Algumas organizações acredi- tam que é possível manter, sem ajustes necessários, a Política de Comunicação por um longo tempo, ignorando as alterações drásticas ocorridas no mercado e no próprio universo da comu- nicação nos últimos anos” (BUENO, 2014, p. 126). O não preenchimento dessas condições solidamente estabelecidas na po- lítica de comunicação costuma ser o motivo de falhas na comunicação das organizações, acredita Matos (2014), pois dela dependem a fidelidade, a cre- dibilidade, a habilidade e a linguagem da comunicação. Dessa forma, Matos (2014) reforça o caráter estratégico da política de comunicação com a função de definir procedimentos gerais e ações volta- das para o fluxo de informações internas e externas capazes de contribuir efetivamente para a construção e a identidade da marca. Para atingir seu objetivo, a política de comunicação deve ser indisso- ciável do processo de gestão da instituição e incorporar a proposta da di- versidade cultural e da responsabilidade social em sua plenitude e assumir, definitivamente, a comunicação como estratégica (BUENO, 2014). Para ganhar esse caráter estratégico, Matos (2014) afirma que os objeti- vos da política de comunicação devem ser definidos seguindo a orientação de criar e manter fluxos de comunicação, informação e influência recíproca entre a empresa e seus diversos públicos. Entretanto, como fazer para elaborar na prática uma política de comuni- cação? Quem nos oferece umroteiro para a construção de uma política de comunicação é Bueno (2014), cujas etapas estão sintetizadas na sequência: 1 1 1 UNIDADE 3 PRIMEIRA ETAPA fixação de conceitos, objetivos, valores e princípios, que devem estar absoluta- mente claros e expressar fielmente a cultura da organização. SEGUNDA ETAPA listar obrigatoriamente os públicos da organização, de forma a buscar também conhecer mais precisamente os seus perfis e o nível de interação e importância de cada um deles para a organização. TERCEIRA ETAPA diagnóstico da situação atual da comunicação interna e externa da organização, com atenção especial para a existência ou não, a eficácia ou não, dos canais de relacionamento com esses públicos. QUARTA ETAPA elaboração do documento-síntese que consolidará as informações, conceitos, valores, diretrizes gerais e específicas, indicando inclusive instâncias administra- tivas que zelarão pela sua implementação, controle e atualização permanente. QUINTA ETAPA depois de definida e aprovada, a política de comunicação deve ser amplamente divulgada para todos os elementos da organização. SEXTA ETAPA será preciso ter em mente que a política de comunicação deve merecer avaliação permanente, com o objetivo de realinhá-la ao longo do tempo, em função de mudanças ocorridas na própria organização, no mercado ou até no universo da comunicação. 1 1 1 De acordo com Bueno (2014), a formulação de uma política de comunicação deve obedecer também a uma metodologia específica. Inicialmente, ele recomenda a contratação de um consultor ou uma consultora externa especializada em comunicação nas organizações. Além disso, os executivos da organização deverão ser engajados no pro- cesso de elaboração, uma vez que a política incorpora a missão, a visão e os valores organizacionais e tudo precisa estar alinhado, padronizado e uniforme para evitar ruídos (BUENO, 2014). Outros passos importantes na metodologia de contratação da política de comunicação são uma avaliação da imagem da organização por meio de uma auditoria de imagem com o uso de técnicas qualitativas e quantitativas. “ A Política de Comunicação deve assumir esta perspectiva de ava-liação permanente e incluir a realização sistemática de pesquisas e auditorias de modo a mensurar o retorno do trabalho em comuni- cação. Somente com essa proposta moderna ela poderá dispor de indicadores suficientemente precisos que permitam aos seus exe- cutores/coordenadores propor reposicionamentos e definir ações e estratégias para subsidiar os planos de comunicação a serem desen- volvidos após a implementação da Política” (BUENO, 2014, p. 134). Finalmente, as ações estratégicas da política de comunicação devem garantir a consecução de uma lista de metas, as quais são definidas por Matos (2014) a seguir: • Conscientizar a opinião pública sobre a boa qualidade dos produtos da empresa ou instituição. • Criar um ambiente interno motivador à produtividade. • Fortalecer a credibilidade das informações veiculadas pela empresa. • Obter noticiário favorável. • Obter reconhecimento positivo e boa vontade junto aos diversos setores forma- dores de opinião pública. • Abrir e manter canais de comunicação com a mídia. • Favorecer a imagem pessoal e da gerência, que se tornam a personificação da empresa, cuja imagem pública mescla-se com a imagem de suas lideran- ças executivas. 1 1 1 UNIDADE 3 Em resumo, a principal razão para a elaboração e a manutenção de uma po- lítica de comunicação pode ser traduzida em um provérbio milenar chinês que diz: “se não mostrares o que és, permitirás que pensem o que não és”. A forma como a organização pretende se mostrar para dizer quem ela é para a sociedade será muito influenciada pelo estilo de gestão e das lideranças que dirigem a organização. E esse é o tema que debateremos na sequência do tópico. Desafios da comunicação organizacional Conforme acabamos de estudar sobre políti- ca de comunicação, a sua elaboração exige o engajamento das diretorias, dos executivos e dos gerentes para que se possa alinhá-la com a missão, a visão e os valores da organização. Diante disso, podemos afirmar que a po- lítica de comunicação reflete, em boa parte, o estilo gerencial e a forma de conduzir a organização por seus diretores, executivos e gerentes e a forma como eles se relacionam uns com os outros e com os demais públicos. Essa afirmação também é corroborada por Siqueira (2014), que reconhece o equívoco de grande parte das pessoas de atribuir à comunicação os obstáculos en- frentados pela própria organização. Embora o diagnóstico possa parecer unânime e correto, Siqueira (2014) afir- ma que existe um equívoco em confundir causa e efeito. Na visão dele, a comu- nicação deficiente é sintoma e sua causa reside no estilo gerencial praticado por executivos, gerentes e supervisores da organização. “ “O clima de comunicação do gerente com sua equipe de trabalho não é determinado apenas pelas políticas e normas praticadas pela orga-nização, mas também pela maneira, muitas vezes sutil e inconsciente, de como o gerente percebe o comportamento do ser humano na si- tuação de trabalho individual e coletivo. [...] São poucos os gerentes que chegam a formular com nitidez a maneira como veem as pessoas na situação de trabalho. Quando chamados a isso, eles adotam uma 1 1 1 posição sobretudo contraditória. Muitos afirmam que as pessoas que cooperam com eles são responsáveis, enquanto as que competem com eles são oportunistas. Isso releva um preconceito, pois estabelece uma predisposição distinta para cada indivíduo e estratifica a dualidade e até a pluralidade da natureza humana” (SIQUEIRA, 2014, p. 38-39). Esses fatores decorrem da racionalidade e da sentimentalidade inerentes aos seres humanos e que acabam por interferir diretamente na forma como as pessoas con- duzem os negócios e exercem suas atividades profissionais em uma organização. Isso porque as dimensões da gestão empresarial constituem-se em peças de uma única engrenagem. Assim, as concepções de seus dirigentes sobre o com- portamento dos recursos humanos a seu dispor formam a cultura prevalecente na organização (SIQUEIRA, 2014). Além disso, o mundo contemporâneo e as atividades empresariais são dinâ- micos e estão em constante mudança. Quanto maior o grau de mudança, maior a necessidade de planejamento, a fim de manter a competitividade da organização. Essa necessidade de planejamento torna-se ainda mais latente ao lembrarmos que maiores níveis de incerteza carregam em si a probabilidade de que as soluções atuais não sejam necessariamente as que melhor funcionarão no futuro. Nesse sentido, Siqueira (2014) entende que os executivos das organizações de- vem ser capazes de controlar as suas forças emocionais e conscientizar-se quanto aos pressupostos que determinam o seu próprio comportamento e, consequen- temente, da organização. “ “As pessoas estão cansadas de fingir e de representar. Anseiam por uma comunicação autêntica e aberta. Querem influenciar o conteúdo de seu trabalho e o desempenho de sua organização. Querem uma oportunidade para contribuir. Exigem independência e autonomia e esperam ser recompensadas. São motivadas pelo prazer que o seu tra- balho lhes proporciona e esperam respeito e compreensão em virtude de suas necessidades de autodesenvolvimento. Querem uma oportu- nidade para aprender, mudar e crescer. São atraídas por situações de trabalho em que haja abertura e confiança, franqueza e autenticidade. Querem participar, integrar o time que vence e desejam colaborar, sentir-se importantes e reconhecidas. Desejam uma lógica de argu- mentação hígida, franca e transparente” (SIQUEIRA, 2014, p. 42). 1 1 1 UNIDADE 3 Uma forma de alinhar a identidade pessoal dos executivos com a identidade e a forma de a organização comunicar-se com seus públicos reside na capacidade das pessoas que dirigem a instituição de aprender a administração suas au- toconcepções e autoimagens. Segundo Siqueira(2014), o primeiro passo para um processo mais eficaz de comunicação empresarial se dá com o desenvolvimento individual. Pois é o indivíduo que incorporará um novo significado para sua vida e também para a forma como conduz seus negócios. Conforme já estudamos, a comunicação nas organizações também deve ser encarada como uma característica dos líderes e dos processos de tomada de de- cisão, com o objetivo de alcançar os resultados almejados. Dessa forma, Siqueira (2014) recomenda que as lideranças sejam capazes de identificar e diagnosticar os motivos que embasam seu comportamento para se tornarem mais objetivos em sua atuação como líderes e tomadores de decisões para a consecução de resultados. Para tanto, os diretores, os executivos e os gerentes devem desenvolver a ha- bilidade de compreender as diferenças e as similaridades entre os seus colabo- radores, além de criarem amizade, colaboração, eficácia e sinergia entre todos os envolvidos (SIQUEIRA, 2014). A tomada de consciência a respeito do estilo de liderança e o desenvolvimen- to das habilidades gerenciais são essenciais para a superação das dificuldades organizacionais e para a eficácia gerencial e, consequentemente, para a eficácia da comunicação na organização. “ “Quando há confiança mútua na integração de cada um para a con-secução dos objetivos coletivos e no compromisso com o processo de solução dos problemas e se os objetivos são realistas em termos dos recursos que existem no grupo e da sua possibilidade de atin- gi-los, o desempenho da equipe poderá alcançar resultados muitas vezes superiores à soma das competências individuais de seus mem- bros, obtendo-se a tão desejada sinergia” (SIQUEIRA, 2014, p. 53). Em síntese, será por meio da comunicação que a organização poderá alcançar a excelência, pois é a linguagem, a comunicação e a interação humana que fazem o cotidiano das organizações e isso precisa estar expresso na política de comu- nicação e nas ações e práticas de comunicação. 1 1 4 COMUNICAÇÃO NA ERA DIGITAL A evolução dos meios di- gitais e o uso crescente das mídias sociais pelas pessoas mudaram a forma como as organizações se comuni- cam com seus públicos. Em nosso cotidiano, ha- bituamo-nos ao uso das tec- nologias para nos comuni- carmos, seja por aparelhos celulares (smartphones) ou por computadores, tablets e notebooks. Todos esses equipamentos oferecem recursos de comunicação ou redes sociais para a interação via internet. Mas você já reparou como isso alterou nossas relações? É por essa razão que Ferreira e Malheiros (2016) adotam o termo “era digital” para o período em que estamos vivendo e que se caracteriza pelo uso da informática, da internet e da capacidade criativa de trabalho. As tecnologias digitais ganharam força a partir da década de 1980, com o advento da microinformática e dos primeiros computadores compactos para uso pessoal, de baixo custo e com facilidade de manuseio. De acordo com Ferreira e Malheiros (2016), a informatização começou na década de 1960 como suporte para a comunicação ágil e a segurança de dados sigilosos no período da Guerra Fria entre Estados Unidos e União Soviética. Abordamos, no decorrer do tópico, a necessidade de conhecer os pú- blicos a fim de construir uma política de comunicação. Por isso, vale a leitura do texto a seguir a respeito da era da comunicação baseada em dados e que também poderá nos auxiliar na discussão do tema sobre comunicação na era digital (tema do próximo tópico). Fonte: PIRES, D. A era da comunicação baseada em dados. Aberje, 18 jun 2019. Acesso em: 14 set. 2019. EU INDICO 1 1 5 http://www.aberje.com.br/colunas/a-era-da-comunicacao-baseada-em-dados/ UNIDADE 3 Inicialmente, essas tecnologias eram restritas ao uso das forças militares, como uma necessidade daquele contexto de um mundo dividido entre o lado oriental comunista e o ocidente capitalista. Porém, isso mudou a partir da década de 1990: “ “[...] começamos a observar uma significativa expansão na utiliza-ção dessas tecnologias, principalmente as voltadas para a informa-ção e comunicação, provocando mudanças importantes na forma como as pessoas se comunicam, produzem e disseminam infor- mações. Essas mudanças na forma como nos relacionamos são tão importantes que alguns autores falam que vivemos em uma ‘cultura digital’. Com isso, quer-se dizer que a facilidade de nos comuni- carmos transformou drasticamente aspectos importantes da nossa cultura” (FERREIRA; MALHEIROS, 2016, s.p.). Como consequência natural desse processo de mudança nos relacionamentos humanos na sociedade, as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) passaram também a ser utilizadas pelas organizações. Podemos constatar isso de maneira prática na forma como recebemos infor- mações das instituições com as quais nos relacionamos, tais como a sua facul- dade e a sua empresa, ao recebermos e-mails, intranets, redes corporativas de dados e portais exclusivos de acessos. Bueno (2014) também aponta outro aspecto relevante, que é o crescimento das compras on-line, a automação de muitas atividades que antes eram desem- penhadas por pessoas e a possibilidade da produção colaborativa por meio da inteligência coletiva e da interação digital. “ “As redes e as mídias sociais geram um ambiente propício a essa nova postura e aprofundam a expansão desse modelo, que defi-ne plataformas digitais para a participação intensiva, criando uma mentalidade wiki que revoluciona a relação das organizações com os seus stakeholders internos e externos [...]. Na prática, a adoção do processo de inovação aberta, que coroa esse movimento pela Wi- kieconomia, só tem se consolidado em culturas corporativas que não se sentem ameaçadas pela abertura de seus processos para os parceiros externos e que acreditam nas vantagens da transparência do conhecimento” (BUENO, 2014, p. 102-103). 1 1 6 Nesse sentido, o uso das tecnologias de informação e comunicação pelas organi- zações traduz-se em competitividade e agilidade. A integração dessas ferramentas ao processo de comunicação interna, intranet, portal corporativo, newsletter ou hotsite são alguns dos exemplos citados por Ferreira e Malheiros (2016). Os principais ganhos para a comunicação interna apontada pelos mesmos autores são: • Criação de canais de comunicação oficial. • Disseminação de cultura. • Otimização de tempo. • Incentivo ao comportamento colaborativo. • Melhoria no clima organizacional. Quando utilizadas nos processos de comunicação com o público externo, as tecnologias de informação e comunicação também podem trazer ganhos para as empresas, como agilidade, facilidade e redução de custo. Nesse sentido, Ferreira e Malheiros (2016) também apontam as oportunidades de uso da comunicação organizacional na era digital: ■ Comunicação institucional. ■ Relação com os consumidores. ■ Relação com a imprensa. Tudo isso também levou ao surgimento de uma nova geração de pessoas e à criação das mídias sociais, que tão bem conhecemos e utilizamos na atualidade, cujos temas merecem destaque na abordagem do tema na sequência. Comunicação e mídias sociais As mídias sociais são uma tendência e motivo de interesse de muitos jovens na atualidade, os quais alimentam desejos de atuarem com elas na sua vida profissio- nal. Se esse é o seu caso, perceba como as mídias sociais podem ser trabalhadas na comunicação nas organizações. 1 1 7 UNIDADE 3 Já estudamos como as Tec- nologias da Informação e Comu- nicação (TIC) mudaram nosso comportamento em sociedade e nas organizações. Como conse- quência disso, surgiu uma nova geração, denominada “geração Y”. Essa geração pode ser carac- terizada pelas pessoas nascidas entre os anos de 1980 e 1999, que trabalham para viver e não vivem para trabalhar, não se apegam às empresas quando estão insatisfeitos e para os quais os aspectos sociais do trabalho são importantes para a sua realização profissional (BUENO, 2014). Nesse sentido, as organizaçõesprecisarão cativar seus colaboradores para que eles permaneçam e desenvolvam-se na empresa e se tornem produtivos e engaja- dos nos processos organizacionais, reforça Bueno (2014). Isso porque a geração Y não diferencia a vida pessoal da profissional, exige flexibilidade a horários e prazos e mantêm um conceito diferenciado de lealdade aos amigos e chefes, além de priorizarem o contato social (BUENO, 2014). De acordo com Ferreira e Malheiros (2016), as pesquisas demonstram que os brasileiros passam cerca de oito horas por mês conectados às redes sociais. Além de serem consumidores das marcas, produtos e serviços, eles utilizam as redes para manifestarem suas satisfações e insatisfações a respeito das organizações e as empresas oferecem também informações por elas. “ “Imagine que um consumidor que tem uma visão negativa de sua empresa divulgue em uma rede social, como o Facebook, por exem-plo, e essa informação seja compartilhada muitas vezes. O impacto negativo para a imagem de sua empresa seria bastante grande! Daí o fato de as grandes empresas colocarem equipes monitorando os comentários que surgem sobre seus produtos e serviços. Se houver alguma crítica, será possível contorná-la o mais cedo possível; assim como, se houver algum elogio, será possível potencializá-lo” (FER- REIRA; MALHEIROS, 2016, s.p.). 1 1 1 Além desses aspectos, Ferreira e Malheiros (2016) também relacionam ou- tras formas de uso das mídias sociais como atividades de comunicação das organizações. São elas: ■ Divulgação dos produtos/serviços da empresa. ■ Realização de campanhas promocionais. ■ Acompanhamento da imagem corporativa junto aos consumidores. ■ Observação das tendências do mercado. ■ Conhecimento sobre os clientes. ■ Fidelização dos clientes. ■ Envolvimento do público-alvo de acordo com a intenção da organização. Já com relação ao público interno, as mídias sociais também podem e devem ser utilizadas pelas organizações. Conforme Bueno (2014), muitas organizações tentam impedir o acesso dos jovens às redes sociais no horário de expediente, gerando frustação e insatisfação nos funcionários. Com isso, o autor recomenda que os líderes das organizações adotem um perfil menos autoritário, mais colaborativo e menos centralizador e utilizem a comunicação como instrumento para alcançar os objetivos organizacionais. “ “As mídias sociais e o perfil particular dos jovens no mercado de tra-balho estão revolucionando esse mercado e demandam uma nova proposta de comunicação interna, de liderança e de relacionamento entre os funcionários em uma organização. [...] Este novo cenário, que parece irreversível e que ganha cores ainda mais acentuadas com os novos sistemas de compartilhamento de informações e a comunicação móvel, indica a necessidade urgente de se revisar o conceito de controle e sobretudo de se pensar novas formas de cons- truir os relacionamentos” (BUENO, 2014, p. 113-114). Portanto, o uso das tecnologias de informação e comunicação torna-se essencial tanto para os públicos interno quanto externo de uma organização. Mas se, por um lado, a agilidade e a rapidez das comunicações na era digital trouxeram ganhos, por outro também podem comprometer o alcance dos objetivos organizacionais. Os efeitos positivos e negativos apontados por Ferreira e Malheiros (2014) são comparados no Quadro 1. 1 1 1 UNIDADE 3 EFEITOS POSITIVOS EFEITOS NEGATIVOS • Prazos de negociação reduzidos. • Agilidade na interação. • Aumento no volume de operações. • Esquecimento de aspectos impor- tantes das tarefas. • Dispersão no ambiente de trabalho. • Impulsividade. • Cansaços físico e mental. • Trabalhos superficiais. Quadro 1 – Efeitos positivos e negativos da comunicação na era digital para as organizações Fonte: adaptado de Ferreira e Malheiros (2016). Ainda com relação ao uso das mídias sociais, Bueno (2014) aponta que a temá- tica não se refere a um mero modismo, mas a uma realidade que pode impactar significativamente a imagem e a reputação das organizações. Segundo Bueno (2014), não basta que a organização esteja presente nas mí- dias sociais. Elas precisam estar presentes no momento adequado, a fim de não incorrer no erro da síndrome da presença inadequada, caracterizada pela pre- sença sem um planejamento prévio. “ De maneira definitiva, as mídias sociais não foram concebidas como espaços para que as organizações, de forma unilateral, divulguem seus atos, realizações, produtos ou serviços, mas para estabelecer conver- sas, promover debates, de maneira natural, firmando-se como um elemento a mais em um grupo ou roda de amigos. Infelizmente, mui- tas empresas se postam nas mídias sociais como as únicas e mais im- portantes protagonistas, com um discurso unilateral, grandiloquente, assumindo a figura daquele que está, mais do que todos os outros que compartilham o mesmo ambiente, autorizado a falar. Elas relutam em ouvir e particularmente se irritam toda vez que o tom da conversa não lhes favorece, deixando de aproveitar essa oportunidade única de trocar informações e experiências com os seus ‘amigos’, aprendendo também com o que eles têm a dizer” (BUENO, 2014, p. 142-143). Ainda de acordo com Bueno (2014), nas mídias sociais as lacunas de comunica- ção e ações truculentas são punidas com rigor. É preciso recordar-se sempre de que as estruturas de poder não são verticalizadas, dotadas de hierarquia e uma única voz. É preciso interação e saber ouvir. 1 1 1 Como nos lembra Silva (2018), as redes sociais representam um espaço tanto para as corporações quanto para os consumidores, cuja função pode ser de expor descontentamento, críticas e manifestações, como também para responder e dialogar. Um aspecto importante nesse sentido reside nas plataformas de reclamação, que dão poder aos consumidores. Os sites de reclamação são relevantes e exigem que as organizações saibam lidar com o diálogo e a tecnologia com o objetivo de preservar sua imagem e reputação. Já tratamos da importância da gestão de crises nas organizações e sua relação com a comunicação empresarial nos capítulos anteriores. Porém, quando nos referimos às mídias sociais, as organizações pre- cisam estar ainda mais atentas e preparadas para enfrentar esse de- safio. Para saber mais sobre como lidar com a gestão de crises na era digital, recomendo a leitura do artigo publicado no site da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (ABERJE) no link a seguir: EU INDICO Os direitos dos consumidores estabelecidos no Código de Defesa do Consumi- dor, aliados ao poder de influência das mídias sociais, colocam as marcas diante um novo desafio a ser enfrentado pela comunicação nas organizações. “ “A tomada da palavra por parte dos sujeitos e a consolidação dos di-reitos do consumidor colocam as marcas na berlinda. Nesse contex-to, emerge como desafio às organizações a gestão da convivência e a premência do respeito pelas demandas do consumidor, assim como a abertura para a escuta das distintas vozes que povoam as plataformas de reclamação on-line e outras redes sociais. O potencial tecnológico e a interatividade não podem ser vistos como um fim, mas um meio que pode produzir estratégias para a gestão dos conflitos entre marcas, consumidores e ativistas” (SILVA, 2018, p. 215). Os autores citados nos mostram a importância de as organizações estarem prepa- radas para o diálogo nas mídias sociais. Isso exige planejamento e pode ser feito por meio da própria tecnologia, capaz de contribuir com a inteligência organi- zacional, como estudaremos a seguir. 1 1 1 http://www.aberje.com.br/colunas/como-e-a-gestao-de-crises-na-era-digital/ UNIDADE 3 Uso das tecnologias para a inteligência organizacional Além de mudar os nossos hábitos e nossas formas de nos relacionarmos em so- ciedade, a tecnologia também trouxe agilidade e capacidade de processamento de dados que podem nos ajudar na tomada de decisão. Por esse motivo, as empresas costumam recorrer à inteligência empresarialpara o planejamento de suas ações, incluindo a sua comunicação. Nesse sentido, Ferreira e Malheiros (2016) nos ensinam que o termo “inte- ligência” se refere à capacidade de o ser humano de conhecer, compreender e aprender. Esse mesmo conceito pode ser utilizado pelas organizações para cons- truir a sua inteligência empresarial. Por inteligência empresarial, Ferreira e Malheiros (2016) entendem como a capacidade de a organização conhecer, compreender e aprender constante e progressivamente, monitorando o ambiente em que se insere e adaptando suas estratégias competitivas. Essa inteligência competitiva está configurada sobre três pilares: ■ Inteligência defensiva – ajuda a evitar as possibilidades de surpresa. ■ Inteligência passiva – preocupa-se em avaliar o desempenho da orga- nização e apoia as ações de planejamento e controle. ■ Inteligência ofensiva – busca oportunidades de negócios. 1 1 1 A inteligência empresarial representa uma forma de produção de conhecimento. A inteligência nas orga- nizações corresponde à habilidade de a organização lidar com os fatores incontroláveis do ambiente exter- no: concorrentes, clientes, tecnologia, políticas gover- namentais, situação geopolítica e fatores econômicos. Nesse sentido, Ferreira e Malheiros (2016) sustentam que a inteligência em- presarial compreende seis fases, a saber: GERENCIAMENTO definição das necessidades de informação, sua obtenção e fontes. COLETA atividades de obtenção das informações relevantes. AVALIAÇÃO análise das informações e sua transformação em informações. DIVULGAÇÃO distribuição das informações para os públicos organizacionais. UTILIZAÇÃO incorporação das informações nos planejamentos organizacionais. REALIMENTAÇÃO adaptação e ajuste da organização às informações coletadas e incorporadas ao planejamento. A inteligência empresarial representa uma forma de produção de conhecimento 1 1 1 UNIDADE 3 Mas como a inteligência empresarial pode contribuir com a comunicação nas organizações? Como a comunicação está inserida no ambiente organizacional e relacionada à cultura e gestão da instituição, essas informações fornecem o suporte estratégico para suas atividades. Dessa forma, Ferreira e Malheiros (2016) recomendam seguir as seguintes orientações para obter o caráter estratégico da comunicação com o auxílio da inteligência empresarial. São elas: ■ Entender a estratégia do negócio. ■ Analisar os clientes e a concorrência. ■ Fazer o diagnóstico de marketing e comunicação. ■ Definir os objetivos e estratégias. ■ Elaborar o plano de ação. ■ Definir indicadores. ■ Descrever o orçamento. ■ Criar um cronograma. ■ Colocar o plano em prática. Observe como todo o processo de comunicação nas organizações se retroali- menta a todo o momento e torna-se dinâmico. Além do planejamento, dos tipos e atividades, a prática da comunicação nas organizações também exige cuidados com a produção dos materiais. Dentre os temas estudados relativos à comunicação na era digital, constatamos como a tecnologia pode contribuir com a inteligência das organizações e fornecer subsídios para a comunicação estratégi- ca na organização. Por essa razão, o texto que indicamos a seguir demonstra a preocupação dos brasileiros em relação ao uso da inteligência artificial nos processos comunicacionais. EU INDICO 1 1 4 https://www.aberje.com.br/pesquisa-msl-brasileiros-sao-mais-preocupados-para-o-uso-da-inteligencia-artificial-na-comunicacao/ NOVOS DESAFIOS Agora que finalizamos este tema, o que você aprendeu até aqui? Como a comunicação nas organizações, a gestão da marca e da imagem e a identidade de uma empresa se re- lacionam? Como a comunicação nas organizações auxilia nos pro- cessos de gestão de pessoas? Qual a relevância do alinhamento de va- lores e crenças da instituição com os colaboradores para a imagem e a identidade corporativa? Como a pesquisa de valores e de com- portamento organizacional está inserida nesse processo? Como a comunicação ajuda na formação e consolidação da cultura organiza- cional? Como líder, qual seu papel na tomada de decisão dentro das organizações e na comunicação? Sobre as políticas de comunica- ção empresarial, quais as etapas necessárias e a metodologia de construção para colocá-la em prá- tica? Considerando o crescimento da era digital e seus impactos na comunicação, como isso se reflete na maneira de conduzir a comuni- cação nas organizações? 1 1 5 AGORA É COM VOCÊ 1. As marcas surgiram como uma necessidade de distinguir exércitos adversários e, posteriormente, essa prática foi adotada como forma de diferenciar fabricantes de produtos e serviços. Atualmente, as marcas representam a essência de uma orga- nização. Nesse sentido, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas. I - Uma marca é um nome, termo, símbolo, desenho ou combinação desses elementos que servem para identificar os produtos de um fabricante e diferenciá-los dos demais. PORQUE II - A marca constitui-se em um ativo intangível para a organização por agregarem valor aos produtos e oferece a possibilidade de atribuir ao fabricante responsabilidade. A respeito dessas asserções, assinale a opção CORRETA: a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I. c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. e) As asserções I e II são proposições falsas. 2. O sistema de identidade visual costuma ser definido por um manual de marca con- tendo as normas de aplicação, uso, cores, proporções e tipologias. Em relação à representação simbólica da marca, avalie as asserções a seguir. I - A logomarca resulta das relações que uma empresa tem com seu mercado de atuação. II - O valor simbólico da marca deve transmitir a identidade da organização. III - A marca independe da sua representação simbólica por ser apenas um nome no produto. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II e III. c) I e II. d) III, apenas. e) I e III. 1 1 6 AGORA É COM VOCÊ 3. A preocupação com a imagem da marca ganhou relevância a partir da década de 1970 com a finalidade de reforçar a credibilidade, confiança e respeitabilidade junto ao público. Uma das estratégias possíveis de serem desenvolvidas para alcançar esse objetivo consiste em: a) Entrar em discussões políticas e acaloradas com os consumidores. b) Manter as tradições da marca independente das tendências sociais. c) Acusar a imprensa pelas interpretações equivocadas a respeito da marca. d) Desenvolver uma cultura de excelência de produtos e serviços. e) Evitar defender-se em público quando alguma crise envolve a marca. 4. Ao descobrirmos os valores e sentimentos do público interno, estaremos identifican- do a cultura e o clima existente na organização capazes de fornecer subsídios para o desenvolvimento de ações de comunicação empresarial. Nesse sentido, avalie as asserções a seguir sobre clima e cultura e a relação proposta entre elas. I - A cultura organizacional refere-se ao padrão compartilhado de crenças, supo- sições e expectativas dos membros da organização e o clima representa a per- cepção da atmosfera da organização. PORQUE II - O clima está mais relacionado com as condições de trabalho fornecidas pelas organizações e, dependendo do grau de falta de condições, são capazes de provocar as faltas dos funcionários, a rotatividade e outros problemas de afas- tamento do trabalho. A respeito dessas asserções, assinale a opção CORRETA: a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I. c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposiçãofalsa. d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. 1 1 7 AGORA É COM VOCÊ 5. (FGV-2018-MPE-AL) Quando uma organização deseja usar as mídias sociais como um autêntico espaço de relacionamento, ela deve priorizar seu uso: a) Na publicidade de seus produtos e serviços. b) Como canal de vendas on-line c) Para interagir com os públicos estratégicos. d) Na divulgação exclusiva de releases para os jornalistas. 1 1 1 MEU ESPAÇO 1 1 1 UNIDADE 3 T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 9 MINHAS METAS TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO E ORATÓRIA ME. RICARDO AZENHA LOUREIRO ALBUQUERQUE Discutir sobre as habilidades do orador. Conhecer os cuidados ao falar em público. 1 1 1 INICIE SUA JORNADA Muitas pessoas acreditam que, para falar em público, é necessário ter um dom especial. Isso não é verdade, é uma fantasia criada, possivelmente, para justificar a falta de motivação em superar tal dificuldade. Falar em público é, sim, uma atividade difícil, todavia, acadêmico(a), ser difícil é diferente de ser impossível. Ninguém nasce sabendo de todas as coisas. Todas as pessoas desenvolvem suas habilidades com o passar do tempo. É claro que algumas pessoas têm maior facilidade para desenvolver determinadas habilidades e, para isso, é necessário ter disposição para encarar os desafios da aprendizagem. Algumas pessoas terão mais facilidade, outras, talvez, tenham que trabalhar ques- tões, como o medo ou outra dificuldade, antes de desenvolver a habilidade desejada. Pois bem, falar em público é uma habilidade que pode ser desenvolvida por todos, desde que as pessoas estejam em condições para isso. Ou seja, pode ser necessário resolver outras questões de nível psicológico antes. VAMOS RECORDAR? Esqueça, por um instante, os grandes oradores. Eles estão em um nível que demorou alguns anos para ser alcançado. Vamos pensar em pessoas que venceram a timidez, ou aquele vendedor que precisou superar seus medos e inseguranças para bater suas metas de vendas. São essas pessoas que, nesse momento, podem ser a sua inspiração. DESENVOLVA SEU POTENCIAL HABILIDADES DO ORADOR As pessoas são capazes de realizar muitas atividades que nem sequer imagi- nariam ser capazes. O bom orador carrega consigo diversas habilidades que o ajudam a realizar essa atividade e a maioria delas podem ser aprendidas e postas em prática por você! 1 1 1 UNIDADE 3 Para começar, observe atentamente as considerações que Lôbo (2003) traz a res- peito do orador do século XXI: ■ Para falar bem em público, é necessário que o orador detenha conhe- cimento de si próprio, do assunto, dos ouvintes; gestos adequados; boa qualidade vocal; transmissão da mensagem com credibilidade, naturali- dade e emoção; segurança, domínio e controle das palavras e dos gestos. ■ Todo orador experimentará algumas sensações desagradáveis, tais como: ansiedade, medo, temor, inibição, insegurança, gagueira, perturbações cir- culatórias, respiratórias e vocais; distúrbios de secreção glandular; tremor; falta de ar; tosse; sudorese; taquicardia; desejo de fugir; desamparo; difuso e inexplicável mal-estar. ■ O orador sempre exporá em sua fala: o seu prestígio e a sua imagem, devido simplesmente à impossibilidade de dizer tudo o que se propõe; imprevisibilidade dos resultados. A comunicação vai além das palavras: silêncio, atividade e inatividade. ■ O orador está em busca de ser reconhecido pelo outro para constituir-se, por uma necessidade de pertencer a um determinado grupo, de fazer par- te, de existir para o outro. Afinal, o olhar do outro é o que diz quem somos. 1 1 1 Percebeu que toda dificuldade que você sente, em relação ao falar em público, é normal? Todos que precisam se pronunciar, perante uma plateia, vão se sujeitar a tudo aquilo que foi colocado anteriormente. A diferença é que, com o passar do tempo, sua habilidade em controlar as emoções e conduzir o discurso, frente a uma plateia, ajudam a minimizar essas dificuldades, mas elas sempre estarão presentes. Organizar-se e se preparar com a finalidade de comunicar para públicos é essencial. Por isso, traremos, a seguir, algumas sugestões do que fazer para que isso aconteça. Essas sugestões foram praticadas por grandes oradores e elas costumam ajudar. É muito importante treinar aquilo que se pretende dizer em público. Apesar de você encontrar em outros livros ou manuais a respeito do assunto, reco- mendamos que esse treinamento não seja feito em frente ao espelho. Emba- sando-se no conhecimento de que o cérebro humano tem um funcionamento peculiar, ficar se olhando enquanto tenta fazer algo pode ser mais prejudicial do que favorável, até porque, na sua apresentação real, não haverá um espelho, mas uma multidão lhe observando. O treino serve, justamente, para que você se acostume com uma determina- da situação. Assim, falar de frente para um espelho é uma situação que só irá se repetir com você próprio, o que é diferente da situação de falar para uma plateia. Em vez de usar um espelho, sugiro que você crie a sua plateia, isto é, coloque objetos, bonecos, animais de estimação e faça o seu discurso para eles. Agora, se for possível que pessoas de sua confiança o apoiem nesta etapa, isso seria o ideal. Durante uma apresentação em público, é preciso ter em mente que a emoção do processo de comunicação irá acontecer em uma divisão bastante interessante. Pesquisas conceituadas relatam que o público vai prestar atenção em média a: 7% das palavras que forem ditas; 38% no tom de voz do palestrante; e 55% na postura e nos gestos desenvolvidos pelo apresentador durante a apresentação. Por isso, você precisa entender que falar para um público é algo que vai além de, simplesmente, falar sem parar na frente das pessoas. O foco deve ser, também, relacionado à maneira como deverá ser dito ou tratado o assunto da palestra. Você pode se perguntar: quer dizer que o que eu tenho para falar não é im- portante? Pelo contrário, acadêmico(a), um orador sem conteúdo é um desastre. 1 1 1 UNIDADE 3 A questão aqui é que as pessoas estão em busca de informação, mas a maneira de transmitir essa informação vai se dar em função dos dados que apresentamos anteriormente, ou seja, as palavras têm menor peso que a postura. Na verdade, o conjunto de ações – palavras, tom de voz e postura – é que contribuirá para que a sua mensagem chegue ao público. Todas as pessoas têm alguma coisa para ser dita, por exemplo, uma história, uma aventura ou um caso qualquer. Só é preciso que você descubra o que poderia ser interessante para que alguém dedicasse um tempo para lhe escutar. Assim, o conteúdo é fundamental para formar um bom orador. “ “As pessoas adoram histórias, e todo mundo pode aprender a contar uma boa história. Mesmo que a lição a se tirar dela já seja batida, [...] se exposta da forma correta, pode resultar em uma palestra top de linha” (ANDERSON, 2016, p. 23). Uma palestra ou apresentação que será realizada para qualquer público nada mais é do que uma história a ser contada. Se a história for sua, com certeza, você a domina, uma vez que você a vivenciou. O que eu quero dizer com isso é que, quanto mais familiar e conhecedor de determinado assunto, contá-lo para outras pessoas será mais fácil. Isso mostra que, muitas vezes, o medo de falar em público não está relacionado, diretamente, ao fato de se ficar exposto em um palco, mas por não ter domínio do assunto que deverá ser dito. Por isso, além de ter um conteúdo interessante, é necessário que se domine tal conteúdo. Estudar sobre o que será apresentado é muito importante. Quanto mais se sabe sobre o que se vai dizer, mais fácil será o processo de comunicação. Falar bem é um ato que exige do orador uma visão holística, sistêmica, uma compreensão dos valores do auditório, dos gêneros e elementos do discurso (FERREIRA, 2017). A oratória, quando utilizada adequadamente, é “capaz de galvanizar uma sala e transformar a visão de mundo de uma plateia[...] é mais eficaz que qualquer texto escrito” (ANDERSON, 2016, p. 11). Essa é a postura que desejamos des- pertar em você, acadêmico(a), para instigar o seu desenvolvimento em relação às suas habilidades de oratória! 1 1 4 O ato de falar em público é muito semelhante a uma conversação. Stephen (2014, p. 06) explica que “um adulto comum passa em torno de 30% de seu tempo ativo conversando”. Isso significa que você, sem perceber, já possui uma série de habi- lidades de oratória e as pratica enquanto conversa com outras pessoas. Essas habilidades, segundo Stephen (2014), são: ■ Organizar seus pensamentos de forma lógica – imagine como você faria para explicar o caminho de sua casa para um amigo. ■ Adaptar sua mensagem ao público – pense em como você ensinaria para um novo colaborador os passos para a confecção de um memorando. ■ Contar uma história para obter o maior impacto possível – em uma roda de amigos, você está contando sobre o infortúnio que foi o pneu furado que você precisou ajudar alguém a trocar. ■ Adaptar-se ao feedback do ouvinte – durante suas conversas com seus amigos, você presta atenção na reação que eles têm conforme suas histó- rias vão sendo contadas. Seja pessoal Outra maneira de você en- carar uma palestra, a fim de se comunicar de forma clara, é pensá-la como uma viagem que palestrante e plateia realizam juntos. O bom orador deve dominar, dentre outras habilidades, os três elementos do discurso (a pessoa que fala, o assunto de que se fala e a pessoa a quem se fala), os três tempos (passado, presente e futuro) e as quatorze paixões de Aristóteles: cólera, calma, temor, segurança (confiança, audácia), inveja, imprudência, amor, ódio, vergonha, emulação, compaixão, favor (obsequiosidade), indignação e desprezo. Afinal, para viver em comu- nidade, o homem civilizado deve utilizar a força da língua, da linguagem e das palavras para negociar as diferenças, as opiniões, as crenças, os valores e as verdades. Fonte: Ferreira (2017, p. 112). APROFUNDANDO 1 1 5 UNIDADE 3 “ “como todos os bons filmes e livros, uma palestra de alto nível é capaz de nos transportar. Todos adoramos participar de aventuras, viajar para algum lugar novo na companhia de um guia bem in- formado (p. 25) [...] (quando) não é possível empurrar o conheci- mento para dentro do cérebro. Ele precisa ser puxado. Para instalar uma ideia na mente de alguém, você precisa de permissão” (AN- DERSON, 2016, p. 48). E essa permissão só se fará possível se você conseguir mostrar o seu lado humano. Por isso, ser o mais pessoal, durante uma apresentação, é uma boa estratégia para romper barreiras que possam existir entre você e a plateia e, com isso, entrar em sintonia com o seu público. Observemos os primeiros minutos da palestra de Kelly McGonigal sobre o lado positivo do estresse. Transcrevemos aqui alguns trechos como forma de ilustração para que você relacione com o que temos dito: “Eu preciso confessar uma coisinha. [Ela faz uma pausa, dá uma volta, deixa as mãos caírem e esboça um sorrisinho]. Mas antes quero que VOCÊS me confessem uma cois- inha. [Ela vai à frente]. Considerando o ano passado [ela olha firme de um rosto para out- ro], quero que levante a mão quem passou por relativamente pouco estresse. Alguém? [Um sorriso enigmático, que logo depois vira um sorriso de orelha a orelha].” A sintonia é instantânea. Fonte: Anderson (2016, p. 49). APROFUNDANDO Contato visual O contato visual é outro ponto funda- mental para gerar empatia com o pú- blico. Por isso, olhe para as pessoas na plateia! Eu sei que o olhar é algo mui- to profundo e difícil de ser realizado. É algo tão difícil que algumas pessoas simplesmente entram em estado de choque, mas é fundamental que você consiga desenvolver essa habilidade. 1 1 6 Para transmitir confiabilidade em uma conversa, a troca de olhares é muito importante. “ “Os cientistas demonstraram que o simples fato de dois indivíduos se fitarem desencadeia uma atividade dos neurônios espelho que consiste literalmente em adotar o estado emocional do outro” (AN- DERSON, 2016, p. 49). Em outras palavras, a troca de olhares nos faz entrar em sincronia e isso é pri- mordial para determinar se é possível haver confiança um no outro. Mostre-se vulnerável As pessoas tendem a se sentir solidárias com seus semelhantes mais do que imagi- namos, por isso, uma maneira de você gerar empatia com a plateia é usar a sua vulnera- bilidade ao seu favor. Todo mundo sabe o quanto é difícil fa- lar em público. Aliás, você já sabe que esse é um dos maiores medos da humanidade. Por isso, muitas vezes, reconhecer as suas fra- quezas ou até admitir o seu nervosismo an- tes do início de uma apresentação fará com que as pessoas se solidarizem com você. Se o seu nervosismo for muito grande, que o impeça inclusive de falar, pare, beba um pouco d’água e diga: “Um momentinho... Como podem ver, estou um pouco nervoso. [...] É provável que você receba uma calorosa salva de palmas e tenha diante de si uma multidão morrendo de vontade de ver você se dar bem” (ANDERSON, 2016, p. 51). Agora, cuidado com excessos. Ninguém quer ver alguém em uma cena dra- mática de miséria e reclamação. Seja comedido, na verdade, seja sincero e pondere sobre a sua fala. 1 1 7 UNIDADE 3 Faça a plateia rir O humor sempre será um excelente recurso para que você possa se aproximar do seu público. Quando as pessoas dão risadas juntas, há a sensação de estarem do mesmo lado. Isso é uma excelente maneira para estabelecer uma conexão. “ “o humor afasta a principal resistência a ouvir uma palestra. Ao fazer pequenas concessões ao riso desde o início, você estará sutilmente animando seu público. [...] Plateias que riem passam logo a gostar do orador” (ANDERSON, 2016, p. 52). E o interessante é que, ao gostar do orador, as pessoas estarão muito mais pro- pensas a levar a sério o que é dito. Cuidado com ego Iniciar uma palestra tão cheio de si é a receita certa para o fracasso! Ninguém está disposto a aturar pessoas que se julgam melhores do que o mundo. Um pa- lestrante cheio de si pode passar a ideia de um orador fanfarrão, por isso, todo cuidado é pouco. 1 1 1 O ideal, em situações assim, é utilizar o humor para atacar o próprio ego. “ “Em mãos competentes, a autodepreciação é uma boa ferramenta. Tony Blair (primeiro-ministro do Reino Unido de 1997 a 2007) é mestre nisso e quase sempre usa tal recurso para conquistar plateias potencialmente hostis” (ANDERSON, 2016, p. 56). Certa vez, antes de ser eleito primeiro-ministro, Tony Blair começou a contar uma história que, como ele disse em tom de quem pede desculpas, poderia fazer as pessoas duvidarem de sua capacidade de governar. Contou sobre uma visita que fez aos Países Baixos, em que, em um jantar com autoridades, encontrou-se com uma mulher bem-vestida de uns cinquenta anos. Ela lhe perguntou quem era. “Tony Blair”. “E o que o senhor faz?”, perguntou ela. “Presido o Partido Trabalhista britânico”. En- tão, foi a vez de Blair perguntar à mulher quem ela era. “Beatrix”. “E o que a senhora faz?” [Pausa constrangedora]. “Sou a rainha”. Outro palestrante simplesmente teria se vangloriado de ter jantado com a rainha dos Países Baixos e perdido a atenção do público antes de começar. Ao se ridicularizar deliberadamente, ele provocou risos e ganhou simpatia e confiança. Fonte: Anderson (2016, p. 56). APROFUNDANDO 1 1 1 UNIDADE 3 Por isso, quando estiver se dirigindo ao público, cuidado com situações que possam trazer o ego à tona, tais como (ANDERSON, 2016, p. 56): • Citar nomes famosos para chamar a atenção. • Contar casos que parecem sob medida para a pessoa se exibir. • Vangloriar-se de proezas, sejam elas suas ou da sua empresa. • Centrar a palestra mais em você do que numa ideia que o público possa aproveitar. Conte uma boa história Outra boa maneira para estabelecer uma sintonia com a plateia é contar histórias. Quem não gostade história? Por isso, uma palestra com histórias pode estabelecer o contexto necessário que se busca para fazer o público se interessar pelo assunto. “ “Histórias fortes podem surgir em qualquer momento de uma palestra. É uma ótima forma de começar. É uma ótima forma de ilustrar, na metade. E às vezes, ainda que com menor frequência, é uma ótima forma de encerrar” (ANDERSON, 2016, p. 57). As melhores histórias são aquelas que têm relação com você ou pessoas próximas, mas é bom ter cuidado para não cair nas arma- dilhas do ego, que dissemos anteriormente. 1 1 1 Resumindo, as habilidades necessárias para um bom orador são: ■ Ter um conteúdo interessante. ■ Ter profundo conhecimento do assunto a ser apresentado. ■ Saber organizar suas ideias para apresentá-lá. ■ Procurar adaptar sua mensagem ao tipo de público que estará participando da palestra. ■ Contar sua história para obter o maior impacto possível. ■ Aprender a se adaptar ao feedback do ouvinte. ■ Ser pessoal. ■ Manter contato visual. ■ Mostrar-se vulnerável. ■ Fazer a plateia rir. ■ Utilizar o humor para atacar o próprio ego. ■ Contar uma história. PLANEJAMENTO DA APRESENTAÇÃO Estar à frente de uma plateia, você concorda comigo que este é um desafio dos grandes? Já falamos a respeito dessa questão do medo, não é? Falar em público é desafiador, mas traz muita satisfação. Imagine que existe uma sala com muitas pessoas, cheias de expectativas, aguardando você para lhes contar suas experiências ou conhecimentos sobre determinado assunto. Só isso já é motivo de orgulho, afinal, quantas pessoas têm essa oportunidade de ter um momento para serem ouvidas e, de alguma forma, fazer a diferença na vida de alguém? É muito boa a sensação. Por isso, se você está com medo de enfrentar uma plateia, enfrente-a e, como diz o ditado popular, vai com medo mesmo, pois a sensação de ter superado o medo é outro grande benefício a ser conquistado! 1 1 1 UNIDADE 3 Escolhendo o tema Já falamos a respeito da importância do co- nhecimento. Não dá para falar de assuntos dos quais não se tem co- nhecimento, isso é fato! Em uma situação assim, a pessoa pode ser a me- lhor palestrante da face da Terra, pode até falar bonito, com eloquência, mas falará bobagens e, em algum momento, as pessoas perceberão isso. Portanto, nada substitui o seu conhecimento sobre o tema a ser apresentado. A escolha do tema não deve ser um problema, até porque você, muito pro- vavelmente, falará sobre o que conhece. Todavia, se porventura você, por algum motivo, decidir apresentar algo do qual não seja do seu conhecimento, será preciso estudar e se preparar, mais ou menos, como acontece em trabalhos de escola ou faculdade, nos quais os alunos são convidados a preparar apresentações sobre certos assuntos em atividades avaliativas e, por isso, precisam estar muito preparados. Preparar uma palestra é a mesma situação. A diferença é que seus avaliadores serão a plateia. Por isso, normalmente, a escolha do tema se dará sob uma área a qual você seja um especialista ou tenha certo conhecimento que outras pessoas não têm. Ainda que você seja o tipo de pessoa que sabe conversar sobre tudo, é impor- tante ter a consciência de que saber sobre um assunto do qual você aprendeu por meio da leitura de revistas, jornais, programas de TV ou internet é muito diferente de ter conhecimento científico sobre esse mesmo assunto, ou seja, o conhecimento que é adquirido por meio de anos de estudos, realizações de cursos, treinamentos, dentre outros meios. Observe, acadêmico, que muitas vezes o conhecimento que se tem de alguns assuntos é superficial. Lucas (2014, p. 72) explica que “as pessoas falam com maior desenvoltura de temas que têm maior afinidade”. Nesse sentido, quando você estiver pensando sobre que tipo de tema falar em suas apresentações, busque inspiração nos seus conhecimentos e experiências de vida. 1 1 1 Todas as pessoas têm algo a ser dito e que pode ser utilizado em uma apresentação ou palestra. O importante é que esse “algo” tenha relação com o tema da palestra, para que possa fazer sentido para os ouvintes. É possível, ainda, acontecer de você ser convidado para falar sobre assuntos que não sejam do seu domínio. Caso isso aconteça, será necessária uma prepa- ração um pouco maior. Lucas (2014, p. 73) afirma que uma situação desse tipo “seria uma oportuni- dade perfeita para pesquisar sobre um tema fascinante e transformá-lo em uma palestra igualmente fascinante”. O autor complementa dizendo que outra possibilidade de situação que acon- teça para oferta de palestras é “pensar em temas a respeito dos quais você tenha opiniões e convicções firmes, como assuntos nacionais ou internacionais sobre controle de armas ou mudanças climáticas” (LUCAS, 2014, p.73), por exemplo. Ferramentas para definição de tema Tendo em vista a vasta possibilidade de escolha de temas, em caso de di- ficuldade para definir um tema-chave para suas pa- lestras, é possível se valer de algumas ferramentas para ajudá-lo com isso, como o brainstorming, que é uma excelente es- tratégia para ser adotada como ponto de partida. Primeiro, realize um balanço pessoal sobre suas experiências, interesses, hobbies, habilidades, crenças etc. Anote tudo que você julgar pertinente, elabo- rando uma lista de onde seja possível retirar um tema específico. Outra técnica conhecida é o agrupamento. Nesse caso, você deve dividir uma folha de papel em colunas com alguns itens, tais como: pessoas, lugares, coisas, eventos, situações etc. Então, em cada uma das colunas, escreva palavras que representam os itens. 1 1 1 UNIDADE 3 Veja o Quadro 1, que apresenta um exemplo da técnica de agrupamento: PESSOAS LUGARES COISA Barack Obama Afeganistão iPad Hilary Clinton Grand Canyon Twitter Lady Gaga Lua TV 3D ACONTECIMENTOS PROCESSOS CONCEITOS Formatura Culinária indiana Conservadorismo Páscoa Dívida em cartões Ética médica Ano novo chinês Redação Budismo FENÔMENOS NATURAIS PROBLEMAS PLANOS E POLÍTICAS Asteroides Dívida nacional Perfuração em alto mar Relâmpagos Terrorismo Escolas Enchentes Eleições Casamentos Quadro 1 – Exemplo de agrupamento de temas / Fonte: Lucas (2014, p. 74). Observe, acadêmico(a), que a partir dessa lista elaborada, há a possibilidade de surgirem diversos temas de seu interesse. Assim, realize associações livres e reflita sobre o que isso desencadeia em sua mente. Você pode associar as colunas, como conceitos x fenômenos naturais x pro- blemas. A partir dessa associação, pode criar um tema do tipo: dívida nacional em relação a relâmpagos em função da ética médica. É claro que isso é um exemplo, mas, se você for explorá-lo, não acha que da- ria uma boa conversa? Para finalizar, faça uma pesquisa na internet e em uma biblioteca e descubra se existe materiais a respeito desse tema que você acabou de criar e boa sorte! Objetivo Tendo definido o tema, é necessário, agora, pensar no objetivo. Por que você quer realizar essa apresentação? Lucas (2014) diz que os objetivos de uma palestra, normalmente, ocorrem para satisfazer duas necessidades: informar ou persuadir. No caso de uma apresentação com o objetivo informativo, você deverá se 1 1 4 colocar como um professor ou palestrante, de modo que possa transmitir a infor- mação de uma maneira clara, precisa e interessante. Para isso, deve se preocupar em levar informações das quais o público desconheça. Do contrário, quando o seu objetivo for persuadir, a postura a ser adotada é de um defensor ou partidário, com o intuito de apresentar informações que te- nham como função apoiar uma causa. Nesse caso, Lucas (2014, p. 76) recomenda que, ao tentar persuadir a sua plateia, é necessário “fornecer informações, mas com objetivo principal para convencer seus ouvintes de seu ponto de vista – le- vá-los a acreditar em algo ou a fazer algo em consequência de sua apresentação”. Para elaborar os seus objetivos, na ocasião de umapalestra, você pode: ■ Redigir uma sentença acerca do objetivo, como uma frase completa com o verbo no infinitivo. Ineficaz: tecnologia 3D. Mais eficaz: informar meu público sobre os três principais tipos de tecnologia 3D. ■ Expressar seu objetivo como uma afirmação. Ineficaz: o que é Dia dos Mortos? Mais eficaz: informar meu público sobre a história da celebração do Dia dos Mortos no México. ■ Evitar linguagem figurativa na afirmação do objetivo. Ineficaz: persuadir meu público de que a política universitária de estacionamen- to para os alunos é péssima. Mais eficaz: persuadir meu público de que a política universitária de estacion- amento para os alunos deve ser revista para oferecer mais vagas para os alunos antes das 17h. ■ Limitar a sentença do objetivo a uma única ideia. Ineficaz: persuadir meu público a se tornar tutor de alfabetização e a doar tempo à escola. Mais eficaz: persuadir meu público a se tornar tutor de alfabetização e a doar tempo à escola. Fonte: adaptado de Lucas (2014). Uma boa estratégia para elaborar os seus objetivos é valer-se de um checklist, como apresentado no Quadro 2: 1 1 5 UNIDADE 3 SIM NÃO 1. Redigi o objetivo específico com uma frase completa e o verbo no infinitivo? 2. O objetivo específico inclui uma referência ao público? 3. O objetivo específico está enunciado como uma afirmação, e não como uma pergunta? 4. O objetivo específico não contém linguagem figurativa? 5. O objetivo específico contém um único tema? 6. O objetivo específico indica precisamente o que pretendo concretizar com minha exposição? 7. O objetivo específico atende às exigências do que foi solicitado? 8. O objetivo específico pode ser concretizado no espaço de tempo designado para a palestra? 9. O objetivo específico é relevante para o público? 10. O objetivo específico aborda um tema importante? 11. O objetivo específico é adequado a um público não técnico? Quadro 2 - Checklist para definir objetivo de apresentação / Fonte: Lucas (2014, p. 80). Ideia central Uma vez que você já tem definidos o tema e o objetivo da sua apresentação, o próximo passo será definir a ideia central daquilo que deverá ser dito. A ideia central “é o objetivo específico de uma exposição oral que você espera concretizar. É uma sentença concisa sobre o que você espera dizer” (LUCAS, 2014, p. 81). 1 1 6 Para fazer isso, você deve pensar na ideia central como sendo a mensagem residual que se espera ser lembrada pelo público. Veja o exemplo: Tema: musicoterapia. Objetivo geral: informar. Objetivo específico: informar meu público sobre os benefícios da musicotera- pia para pessoas com deficiências psicológicas ou cognitivas. Ideia central: a musicoterapia, desenvolvida como uma técnica de tratamento formal durante o século XX, utiliza inúmeros métodos e é explicada pelas várias teorias responsáveis por sua eficácia (LUCAS, 2014). Uma maneira para facilitar a elaboração da sua ideia central é utilizar um checklist para isso, como mostra o Quadro 3: SIM NÃO 1. A ideia central está redigida como uma sentença completa? 2. A ideia central está enunciada como uma afirmação, e não como uma pergunta? 3. A ideia central não contém linguagem figurativa? 4. A ideia central condensa claramente os pontos principais que serão discutidos no corpo da palestra? 5. A ideia central pode ser discutida adequadamente no espaço de tempo designado para a palestra? 6. A ideia central é relevante para o público? 7. A ideia central é apropriada para um público não técnico? Quadro 3 – Checklist para elaboração de ideia central / Fonte: Lucas (2014, p. 85). Recapitulando, refletimos a respeito de um tema, elencamos um objetivo para a palestra, temos definida a ideia central a ser transmitida e elaboramos um checklist para isso. A partir de agora, você está com as preparações prévias, caminhando para se preocupar com o perfil do público que prestigiará a sua apresentação. 1 1 7 UNIDADE 3 França (2015, p. 138) recomenda que, ao planejar sua pesquisa sobre perfil do público-alvo, você seja capaz de responder à seguinte pergunta: “quem é o público-alvo da apresentação? O que você sabe sobre esse grupo?” Vamos, então, buscar as respostas! Público-alvo da apresentação Depois do tema, o público-alvo é o principal item a ser analisado, pois é por meio do conhecimento do perfil do público que irá assistir à apresentação que você poderá preparar o tipo de linguagem a ser utilizada durante o seu evento. “A adequação da linguagem ao nível cultural dos participantes é fundamental” (FRANÇA, 2015, p. 138) para que a sua palestra tenha sucesso. O processo para entender quem é o seu público deve ter início com base nas respostas das seguintes perguntas, segundo Lucas (2014): ■ A quem estou me dirigindo? ■ O que gostaria que eles soubessem, acreditassem ou fizessem em consequência disso? ■ De que forma devo elaborar e apresentar o conteúdo para cumprir esse objetivo? Todas as decisões que você tomar para montar a sua apresentação se darão em função das respostas sobre o perfil da sua plateia. Inclusive, se for necessário, você deverá modificar temas e objetivos de palestras que já estejam prontas. Lucas (2014, p. 90) coloca que “adaptar-se ao público durante uma apresenta- ção não é muito diferente do que você faz em seus contatos sociais diário”. Por isso, é importante ter em mente que, independentemente do perfil da plateia, agir com respeito é a melhor opção. Ainda que você esteja interessado em palestrar sobre temas dos quais sua intenção seja persuadir as pessoas, é preciso ir com cautela, ganhando a confiança da plateia aos poucos. “ “Os oradores convincentes procuram criar um elo com os ouvintes en-fatizando valores e experiências em comum. Os especialistas em comu-nicação chamam esse processo de identificação” (LUCAS, 2014, p. 90). 1 1 1 Conseguindo com que o seu público se identifique com você, será muito mais fácil conduzir sua palestra até o final. Ao falar em público, lembre-se: esteja centrado no público. Reflita com antecedência sobre o histórico e os interesses de seus ouvintes, sobre seu nível de conhecimento a respeito do tema e sobre suas atitudes em relação ao ponto de vista que você pretende defender. Fonte: o autor. APROFUNDANDO Uma situação interessante e que pode servir de reflexão é quando a sua apresenta- ção se dá para colegas de sala de aula. Essa é uma condição especial e, nesse sentido, faz-se necessário entender que a sala de aula tem uma característica própria e você, apesar de considerá-la uma oportunidade para praticar o ato de falar em público, ao estar com seus colegas, acaba criando um ambiente artificial. “ “um campo de experimentações em que você pode desenvolver suas habilidades de comunicação antes de aplicá-las fora da sala de aula. A avaliação mais séria de sucesso ou fracasso será a sua nota” (LUCAS, 2014, p. 91). Portanto, não se deve considerar a turma da sua sala de aula como um público autêntico, ainda que eles tenham suas próprias ideias, valores e crenças. De qualquer forma, o respeito sempre se faz necessário no ambiente em que há interação entre palestrante e público. Outra condição que você precisa estar atento, ao pensar no público-alvo, é o fato de as pessoas estarem propensas a ouvir apenas aquilo que faz sentido para elas. Em outras palavras, as pessoas, quando participam de palestras, estarão sempre questio- nando o quanto aquilo que elas estão ouvindo fazem sentido e é importante. Assim, entenda que o “seu público ouvirá e julgará o que você diz com base no que ele já conhece e acredita” (LUCAS, 2014, p. 92). Fazer uma análise demográfica da plateia é outro recurso bastante utilizado, durante a preparação, para uma apresentação pública. Desse modo, é importante que você identifique os traços gerais do público e realize uma avaliação da importância desses traços para a sua apresentação, mas, atenção: cuidado com estereótipos. 1 1 1 UNIDADE3 “ “conceitos errôneos de que todos os afro-americanos são atléticos ou de que todos os asiáticos se destacam nas ciências, é criar uma imagem muito simples de um grupo”. [...] a análise de fatores de- mográficos pode oferecer dicas importantes sobre o público, mas você deve utilizar esses fatores com prudência e responsabilidade” (LUCAS, 2014, p. 93). Os dados demográficos que você deve coletar para formar a sua opinião a respeito do seu público e, com isso, preparar a sua apresentação de forma assertiva são: ■ Faixa etária. ■ Sexo. ■ Religião. ■ Orientação sexual. ■ Origem racial, étnica e cultural. ■ Filiação grupal. Observe, acadêmico(a), que com essas informações, será possível ter uma ideia do tipo de público para quem você irá se apresentar. No entanto, esteja atento ao fato de que o “seu objetivo não é apenas relacionar os principais traços de seus ouvintes, mas encontrar nesses traços algumas dicas sobre como eles reagirão à sua exposição” (LUCAS, 2014, p. 97). Depois dessas informações tabuladas, você tem respaldo teórico para adap- tar-se ao perfil do público. Apesar de ser relativamente fácil conhecer o perfil do público, é possível que você tenha dificuldade de adaptar as suas ideias para trabalhar com ele. Duas posturas podem o ajudar nessa situação: uma delas é preparar a adaptação durante o planejamento do tema, do objetivo e da ideia central. Já a outra postura é ajustar o que for preciso no decorrer da apresentação. Fique atento à reação das pessoas e vá se ajustando a elas. Adaptar-se ao público pode ser um pouco difícil no começo, mas fique tranquilo, com o passar do tempo e conforme você for adquirindo mais experiência, isso se tornará mais fácil. 1 4 1 Duração, data e local O tempo de duração da apresentação tem, também, grande importância para a preparação da sua palestra. Nem é preciso se aprofundar muito nisso, é óbvio que uma palestra que fica pela metade, sem uma finalização dos pontos de discussão, soa um tanto quanto esquisita, você concorda? Portanto, ao elaborar o planejamento da sua apresentação, fique atento ao tempo disponível para a sua fala e se adeque a ele. “ “Se terminar antes ou ultrapassar, ficará claro para todos a falta de planejamento e organização. Se terminar no tempo hábil, de-monstrará aos seus ouvintes que houve planejamento e preparo” (FRANÇA, 2015, p.139), Assim, além de contribuir para a sua imagem profissional, trabalhar um tema de forma organizada com base no tempo que se tem para discussão lhe dará mais segurança e credibilidade. Definir a data para uma apresentação também é um fator que pode influen- ciar a sua apresentação, pois prepará-la demanda certo tempo. Por isso, é preciso estar atento em relação à data estabelecida para a palestra, até porque, na maioria das vezes, você não tem controle sobre isso. 1 4 1 UNIDADE 3 De qualquer forma, procure prestar atenção aos seguintes aspectos, conforme França (2015), em relação à data do evento: ■ Que a data não seja anterior a um dia de feriado, pois o fato provoca diminuição do público presente ao evento. ■ Procure marcar a apresentação com antecedência, para que haja tempo para uma boa divulgação e preparação do orador. ■ Tente marcar a data de maneira que essa não seja concomitante a outro evento público que ocorrerá no mesmo dia (jogo de final de campeonato, atividade de trabalho, eventos sociais importantes etc.). Isso poderá prejudicar a quantidade do público. A localização de onde será realizada a apresentação pode interferir no evento. Nesse sentido, é importante que você, sempre que possível, vá conhecer o local antes da sua apresentação e procure informações sobre a infraestrutura e o tipo de apoio que você terá se precisar. Descubra, de antemão, quais serão os recursos audiovisuais presentes e as possíveis posições que o público irá ser distribuído. Atente-se, também, para o fato de haver ou não um palco e um púlpito. No caso desse último, certifi- que-se de que ele não atrapalhe a visualização da plateia. NOVOS DESAFIOS Agora que finalizamos este tema, o que você aprendeu até aqui? Nós tra- balhamos as habilidades necessárias para se tornar um bom orador. Quais delas você já utiliza em sua prática profissional e pessoal? Qual ou quais delas você identifica como necessário ser melhor desenvolvido? Ser pessoal, manter contato visual, mostrar-se vulnerável, usar o humor, ter cuidado com o ego ou utilizar histórias? Vimos que o planejamento da apresentação é um dos elementos práticos que compõem a oratória, que é um ponto essencial. Conhecer o perfil do público-alvo que assistirá à apresentação tem relevância? Você se sente apto a fazer uso de algumas ferramentas que podem o ajudar a identificar essas informações? Informações como a duração da palestra, a data e o local são elementos relevante que devem ser conhecidos antes da apresentação. 1 4 1 AGORA É COM VOCÊ 1. A construção da arte da oratória depende da junção de três componentes: o orador, o auditório e o meio de comunicação. Diante dessa informação, relacione os com- ponentes da oratória com as suas definições: I - Orador II - Auditório III - Meio de comunicação ( ) Na maioria das vezes, por estarem na expectativa de obterem informações, a receptividade tende a ser favorável. ( ) O ethos se liga à imagem que a pessoa passa de si mesmo, as demais pessoas irão decidir segui-lo ou refutá-lo. ( ) Maneira como a mensagem é transmitida. Agora, assinale a alternativa com a sequência correta da classificação realizada: a) I, II, III. b) II, I, III. c) III, II, I. d) I, III, II. e) III, I, II. 2. Muitas pessoas acreditam que, para falar em público, é necessário ter um dom es- pecial. Isso não é verdade, é uma fantasia criada, possivelmente, para justificar suas possíveis dificuldades. Para falar em público é necessário muito estudo e dedicação. Assim, analise as afirmações a seguir: I - Para falar bem em público é necessário que o orador detenha conhecimento de si mesmo, do assunto e dos ouvintes; II - Apenas os oradores não preparados irão experimentar algumas sensações de- sagradáveis, como ansiedade, medo, temor, inibição, insegurança, gagueira; III - O orador sempre irá, em sua fala, expor o seu prestígio e a sua imagem, simples- mente, por causa da impossibilidade de dizer tudo o que se propõe; IV - O orador está em busca de ser reconhecido pelo outro para constituir-se; por uma necessidade de pertencer a um determinado grupo; 1 4 1 AGORA É COM VOCÊ As afirmações I, II, III e IV são, respectivamente: a) V, V, V, V. b) F, V, F, V. c) V, F, V, V. d) F, F, V, V. e) V, V, F, F. 3. O ato de falar em público é muito semelhante a uma conversação. Um adulto comum passa em torno de 30% de seu tempo ativo conversando, isso significa que você, sem perceber, já possui uma série de habilidades de oratória e as pratica enquanto conversa com outras pessoas. Diante disso, analise as afirmações a seguir. I - O bom orador deve saber como organizar seus pensamentos de forma lógica. II - Em uma apresentação, é importante evitar que a sua mensagem seja adaptada ao público. III - Contar histórias é algo que precisa ser evitado em apresentações. As pessoas estão interessadas em conhecimento. IV - O orador deve aprender a adaptar-se ao feedback do ouvinte. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) I e II, apenas. c) I, II e III, apenas. d) III e IV, apenas. e) I, II, III e IV. 4. Grande parte das pessoas sente dificuldade para falar em público e isso pode ser resultado da timidez. Diante dessa informação, analise as informações a seguir. I - A timidez é o maior obstáculo que se antepõe ao exercício de qualquer profissão. II - A timidez pode ser resultado de uma educação castradora ou protetora em demasia. III - O excessivo amor próprio pode ser consequência de uma timidez. IV - A timidez pode causar ausência de força de vontade. 1 4 4 AGORA É COM VOCÊ É corretoo que se afirma em: a) I, apenas. b) I e II, apenas. c) I, II e III, apenas. d) III e IV, apenas. e) I, II, III e IV. 5. Sempre que o orador estiver à frente de uma plateia, isso faz com que ele seja o centro das atenções. E, apesar das pessoas estarem, ali, para ouvi-lo, é necessário tomar alguns cuidados com a maneira como será conduzida a apresentação e o tipo de assunto que será discutido. A este respeito, analise as asserções a seguir e observe a relação proposta entre elas: I - É necessário tomar cuidado ao entrar em temas que não são de pleno conheci- mento do orador, principalmente, em plateias das quais não se conhece o público. PORQUE II - A chance de encontrar pessoas com maior conhecimento do que o orador é gran- de, mas isso pode não ser um problema caso ele esteja no meio da apresentação. Assinale a alternativa correta: a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I. b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I. c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. e) As asserções I e II são proposições falsas. 1 4 5 REFERÊNCIAS UNIDADE 1 TEMA 1 ANDREI, V. Comunicação empresarial e negociação. Maringá: Unicesumar, 2016. BUENO, W. C. Comunicação empresarial: políticas e estratégias. São Paulo: Saraiva, 2009. COMUNICAÇÃO. In: DICIONÁRIO da língua portuguesa. Lisboa: Priberam Informática, [c2022]. Disponível em: https://dicionario.priberam.org/COMUNICA%C3%87%C3%83O. Acesso em: 13 mar. 2020. CORDEIRO, R. Q. F. et al. 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A arte de falar em público. 11. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014. 1 5 1 CONFIRA SUAS RESPOSTAS UNIDADE 1 TEMA 1 1. C 2. D 3. Os elementos da comunicação são: o emissor, a mensagem, o canal, o receptor e a codificação. 4. Os objetivos a serem alçados pela organização com uma utilização estratégica da comu- nicação, são: construção da imagem institucional da empresa; adequação dos trabalha- dores ao aumento da competição no mercado; atender as exigências dos consumidores mais conscientes de seus direitos; defender interesses frente ao governo (lobby); e encaminhar questões sindicais e relacionadas à preservação do meio ambiente. TEMA 1 1. D 2. B 3. A TEMA 1 1. A 2. D 3. B 1 5 4 CONFIRA SUAS RESPOSTAS UNIDADE 2 TEMA 1 1. E 2. C 3. B 4. D 5. A organização deve estruturar a comunicação integrada de marketing, considerando Mensagem, Público, Feedback e Empresa. Mensagem: é necessário definir qual o melhor canal de comunicação para cada público. Pensar, também, a melhor forma de estru- turar a mensagem de acordo com as características de cada canal. Público: deve-se pensar a respeito de quem são os públicos com os quais a organização precisa se comunicar e em que momentos isso deve acontecer. Além disso é importante refletir sobre as atitudes desses públicos em relação à organização. Feedback: é importante que a organização esteja atenta aos resultados esperados de cada ferramenta e ação da comunicação bem como sua importância estratégica na comunicação. Empresa: precisa refletir sobre as ações que a empresa deseja que cada público faça e os recursos humanos e financeiros disponíveis para serem utilizados de maneira que a organização consiga criar a imagem e a reputação que a empresa pretende. TEMA 1 1. C 2. A 3. A 4. E 1 5 5 CONFIRA SUAS RESPOSTAS TEMA 1 1. B 2. A 3. C 4. B 5. C UNIDADE 3 TEMA 1 1. A 2. B 3. D 4. D 1 5 6 CONFIRA SUAS RESPOSTAS TEMA 1 1. B 2. C 3. D 4. A 5. C TEMA 1 1. B 2. C 3. B 4. E 5. C 1 5 7 MEU ESPAÇO 1 5 1 MEU ESPAÇO 1 5 1 MEU ESPAÇO 1 6 1 A comunicação no contexto organizacional EVOLUÇÃO DA COMUNICAÇÃO EVOLUÇÃO DA COMUNICAÇÃO NO BRASIL COMUNICAÇÃO NA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO Comunicação Organizacional Estratégica COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL ESTRATÉGICA O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES Panorama da comunicação organizacionaL MINHAS METAS DEFINIÇÃO DE COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL FUNDAMENTOS E HISTÓRICO DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL PAPEL DA COMUNICAÇÃO NA EMPRESA OBJETIVOS DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Composto da comunicação organizacional MINHAS METAS COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL COMUNICAÇÃO ADMINISTRATIVA COMUNICAÇÃO INTERNA COMUNICAÇÃO MERCADOLÓGICA Comunicação Social Integrada MINHAS METAS COMUNICAÇÃO CULTURAL COMUNICAÇÃO SOCIAL Gestão da comunicação e sistemas de informações gerenciais MINHAS METAS COMUNICAÇÃO ADMINISTRATIVA/GERENCIAL SISTEMAS DE INFORMAÇÃO E MÍDIAS DIGITAIS Gêneros textuais do contexto organizacional: leitura e escrita MINHAS METAS GENEROS TEXTUAIS – ABORDAGENS INICIAIS CARACTERÍSTICAS DA LINGUAGEM DOS GÊNEROS EMPRESARIAIS LEITURA DE GÊNEROS TEXTUAIS EMPRESARIAIS Práticas da Comunicação Organizacional MINHAS METAS IDENTIDADE DA MARCA COMUNICAÇÃO E GESTÃO DE PESSOAS POLÍTICAS E DESAFIOS DA COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES COMUNICAÇÃO NA ERA DIGITAL Técnicas de Comunicação e Oratória MINHAS METAS HABILIDADES DO ORADOR PLANEJAMENTO DA APRESENTAÇÃO Botão 33: Botão 35: Botão 37: Botão 38: Botão 28: Botão 29: Botão 30: Botão 31: