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MINISTÉRIO DA SAÚDE CONSELHO NACIONAL DE SECRETARIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL CONHECENDO E CONSTRUINDO A SAÚDE PELO AMBIENTE PROGRAMA SAÚDE COM AGENTE E-BOOK 17 Brasília – DF 2023 MINISTÉRIO DA SAÚDE CONSELHO NACIONAL DE SECRETARIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL CONHECENDO E CONSTRUINDO A SAÚDE PELO AMBIENTE PROGRAMA SAÚDE COM AGENTE E-BOOK 17 Brasília – DF 2023 2023 Ministério da Saúde. Esta obra é disponibilizada nos termos da Licença Creative Commons – Atribuição – Não Comercial – Compartilhamento pela mesma licença 4.0 Internacional. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte. A coleção institucional do Ministério da Saúde pode ser acessada, na íntegra, na Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde: bvsms.saude.gov.br Elaboração, distribuição e informações: MINISTÉRIO DA SAÚDE Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde Departamento de Gestão da Educação na Saúde Coordenação-Geral de Ações Educacionais SRTVN 701, Via W5 Norte, lote D, Edifício PO 700, 4º andar CEP: 70719-040 – Brasília/DF Tel.: (61) 3315-3394 E-mail: sgtes@saude.gov.br Secretaria de Atenção Primária à Saúde: Departamento de Saúde da Família Esplanada dos Ministérios Bloco G, 7º andar CEP: 70058-90 – Brasília/DF Tel.: (61) 3315-9044/9096 E-mail: aps@saude.gov.br Secretaria de Vigilância em Saúde: SRTVN 701, Via W5 Norte, lote D, Edifício PO 700, 7º andar CEP: 70719-040 – Brasília/DF Tel.: (61) 3315.3874 E-mail: svs@saude.gov.br CONSELHO NACIONAL DE SECRETARIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE – Conasems Esplanada dos Ministérios, Bloco G, Anexo B, Sala 144 Zona Cívico-Administrativo, Brasília/DF CEP: 70058-900 Tel.:(61) 3022-8900 Núcleo Pedagógico do Conasems Rua Professor Antônio Aleixo, 756 CEP: 30180-150 Belo Horizonte/MG Tel: (31) 2534-2640 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Av. Paulo Gama, 110 - Bairro Farroupilha - Porto Alegre - Rio Grande do Sul CEP: 90040-060 Tel: (51) 3308-6000 Coordenação-geral: Cristiane Martins Pantaleão – Conasems Hishan Mohamad Hamida – Conasems Leandro Raizer – UFRGS Luciana Barcellos Teixeira – UFRGS Marcelo A. C. Queiroga Lopes – MS Roberta Shirley A. de Oliveira – MS Rodrigo dos Santos Santana – MS Direção técnica: Rodrigo dos Santos Santana – MS Organização: Núcleo Pedagógico do Conasems Supervisão-geral: Rubensmidt Ramos Riani Coordenação técnica e pedagógica: Cristina Crespo Valdívia Marçal Elaboração de texto: Marla Fernanda Kuhn Revisão técnica: Andréa Fachel Leal– UFRGS Diogo Pilger – UFRGS Érika Rodrigues De Almeida – SAPS/MS Fabiana Schneider Pires – UFRGS José Braz Damas Padilha – SVS/MS Kelly Santana – Conasems Michelle Leite da Silva – SAPS/MS Patrícia Campos – Conasems Rubensmidt Ramos Riani – SGTES/MS Designer educacional: Alexandra Gusmão – Conasems Juliana de A. Fortunato – Conasems Pollyanna Lucarelli – Conasems Priscila Rondas – Conasems Colaboração: Antonio Jorge de Souza Marques – Conasems Daniela Riva Knauth - UFRGS Josefa Maria de Jesus – SGTES/MS Katia Wanessa Silva – SGTES/MS Marcela Alvarenga de Moraes – Conasems Marcia Cristina Marques Pinheiro – Conasems Rejane Teles Bastos – SGTES/MS Rosângela Treichel – Conasems Suellen da Silva Ferreira– SGTES/MS Assessoria executiva: Conexões Consultoria em Saúde LTDA Antonio Jorge de Souza Marques – Conasems Coordenação de desenvolvimento gráfico: Cristina Perrone – Conasems Diagramação e projeto gráfico: Aidan Bruno – Conasems Alexandre Itabayana – Conasems Bárbara Napoleão – Conasems Lucas Mendonça – Conasems Igor Baeta Lourenço – Conasems Fotografias e ilustrações: Biblioteca do Banco de Imagens do Conasems Imagens: Freepik, Brasil Escola e Wikipédia Revisão ortográfica: Camila Miranda Evangelista Gehilde Reis Paula de Moura Keylla Manfili Fioravante Normalização: XXX – Editora MS/CGDI Brasil. Ministério da Saúde. Conhecendo e construindo a Saúde pelo ambiente [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde. Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Brasília : Ministério da Saúde, 2023. xx p. : il. – (Programa Saúde com Agente; E-book 17) Modo de acesso: World Wide Web: xxx ISBN xxx-xx-xxx-xxxx-x 1. Agentes Comunitários de Saúde. 2. Saúde e meio ambiente. 3.Riscos e doenças relacionadas ao ambiente . I. Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde. II. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. III. Título. CDU 614 Ficha Catalográfica Catalogação na fonte – Coordenação-Geral de Documentação e Informação – Editora MS – OS 2023/0xxx Título para indexação: Knowing and Building Health Through the Environment Tiragem: 1ª edição – 2023 – versão eletrônica http://www.saude.gov.br/bvs Este é o seu e-book da disciplina Conhecendo e Construindo a Saúde pelo Ambiente. Quando o assunto é ambiente, normalmente, pensamos em áreas naturais, como florestas, matas, rios e oceanos. Mas o ambiente é muito mais do que isso, envolve um conjunto de interações físicas, químicas e biológicas, além de abrigar as cidades com todos os elementos envolvidos, sejam pessoas, animais, plantas, ar e água, a indústria e o comércio. Nesta disciplina, vamos estudar conceitos que articulam o campo da saúde com a discussão ambiental. Frente aos problemas socioambientais do cotidiano, vamos ver a relação entre a ecologia e a saúde ambiental como campos que andam sempre juntos. A relação entre saúde e ambiente fica evidenciada quando se observa a relação entre a piora das condições de saúde e a falta de saneamento; a contaminação da água e dos alimentos; a poluição do ar; a produção ilimitada de lixo e seu manejo inapropriado; além do uso desenfreado de produtos químicos. Estude este material com atenção e consulte-o sempre que necessário! Acompanhe também a aula interativa e realize as atividades propostas para assimilar as informações apresentadas. Bons estudos! BEM-VINDA (0)! LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ACE | Agente de Combate às Endemias ACS | Agente Comunitário de Saúde CAT | Comunicação de Acidente de Trabalho DPOC | Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica INSS | Instituto Nacional de Seguridade Social SINAN | Sistema de Informação de Agravos de Notificação VISAT | Vigilância em Saúde do Trabalhador LISTA DE FIGURAS 10 | Figura 1 - Ilha Grande dos Marinheiros - Projeto Resgate da Cidadania 14 | Figura 2 - Menino protege o corpo com sacos de lixo ao retirar petróleo na praia de Itapuama, em Cabo de Santo Agostinho, Pernambuco 15 | Figura 3 - Jaílson da Silva, 43 anos, eletricista, atuou no Rio Mamucabas, entre Tamandaré e Barreiros 18 | Figura 4 - Exemplo de primeira camada de informações 22 | Figura 5 - Vista da Favela de Paraisópolis, São Paulo (SP), com o bairro nobre de Vila Suzana ao fundo 24 | Figura 6 - Desmatamento e queimada na zona rural do município de Apuí, Amazonas 24 | Figura 7 - Descarte irregular de lixo na praça Júlio Mesquita, São Paulo (SP) 25 | Figura 8 – Igualdade 25 | Figura 9 – Equidade 27 | Figura 10 - Exemplo de segunda camada de informações 31 | Figura 11 - Favela da Rocinha, Rio de Janeiro (RJ) 32 | Figura 12 - Investigação sobre a Cólera em Londres no século XIX, feita por John Snow 33 | Figura 13 - Exemplo da terceira camada de informações 35 | Figura 14 - Caminho dos resíduos sólidos 37 | Figura 15 - Doenças transmitidas por vetores relacionados aos resíduos sólidos 38 | Figura 16 - Fatores ambientais relacionados às doenças transmissíveis e não transmissíveis 38 | Figura 17 - Variações na qualidade ambiental e as respectivas doenças associadas a elas 45 | Figura 18 - Doenças relacionadas à água 48 | Figura 19 - Exemplo da quarta camada de informações 55 | Figura 20 - Inter-relacionamento entre dados epidemiológicos e ambientais 56 | Figura 21 - Combinação das camadas do exemplo de mapa de saúde e elaboração 56 | Figura 22 - Exemplo de mapa de saúde com todas as camadasSUMÁRIO 7 19 29 34 44 50 54 RETROSPECTIVA BIBLIOGRAFIA ECOLOGIA E SAÚDE AMBIENTAL DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE AMBIENTAL ECOSSISTEMAS E RISCOS AMBIENTAIS RISCOS À SAÚDE E DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS E NÃO TRANSMISSÍVEIS PRINCIPAIS DOENÇAS RELACIONADAS AO CONSUMO DE ÁGUA RISCOS NO TRABALHO / NOTIFICAÇÃO EM SAÚDE DO TRABALHADOR AMBIENTE SAUDÁVEL E A CONSTRUÇÃO DA SAÚDE PELO AMBIENTE 59 61 ECOLOGIA E SAÚDE AMBIENTAL 9Curso Técnico ACE e ACS O QUE É ECOLOGIA? Qual é a relação entre ecologia e degradação ambiental? A degradação ambiental decorre do crescimento desenfreado e da globalização da economia. Compreender o modelo de desenvolvimento vigente em nossa sociedade pode nos ajudar a compreender as relações entre os modos de produção e consumo, o ambiente e a saúde no contexto social atual. O sistema produtivo, em todo o seu ciclo, vem deixando marcas no meio ambiente, expressas pela contaminação dos solos, na qualidade da água, na contaminação do ar, nos desastres ambientais, atingindo a todos. Ecologia é a ciência que estuda as relações estabelecidas entre os seres vivos e destes com o meio ambiente em que vivem. Portanto, uma abordagem ecológica privilegia uma concepção de mundo de forma integrada, interdependente e interligada e pressupõe que os seres humanos devem ser vistos como parte de uma rede. 8 10 É muito comum no cotidiano dos serviços, verificarmos as características do lugar como parte dos determinantes sociais da saúde. A população usuária dos serviços de saúde vivencia, no seu território, questões como o desemprego, a fome e as violências. Essas questões representam problemas tanto individuais quanto coletivos. É importante identificá-las para que as equipes de saúde possam fazer parte da solução desses problemas, através de planos de cuidados. Os riscos não atingem igualmente as pessoas, pois a experiência da vida é única e individual, sempre contextualizada, com múltiplas facetas e interdependente. Agora, precisamos falar sobre o que é saúde. A saúde não pode ser pensada apenas como ausência de doenças, mas sim como uma condição que depende de muitos fatores, tais como boa alimentação, habitação adequada, saneamento básico, emprego para se ter renda, formas de lazer, possibilidade de fazer atividade física, entre outros. 9 Você entendeu o que é ecologia e saúde? Então, agora, vejamos o que é saúde ambiental? O campo da saúde ambiental compreende a área da saúde pública, voltada ao conhecimento científico e à formulação de políticas públicas relacionadas à saúde humana e aos fatores do meio ambiente natural. O objetivo desse campo é melhorar a qualidade de vida dos seres humanos com sustentabilidade. Você sabia que o Primeiro Seminário da Política Nacional de Saúde Ambiental foi realizado em outubro de 2005? Nesse evento, a saúde ambiental foi definida como um campo de práticas, que envolvem vários setores, voltadas aos reflexos dos fatores ecológicos, geográficos e sociais na saúde humana. Portanto a saúde ambiental é um campo amplo, que atravessa várias áreas do SUS, bem como as diversas políticas sociais, e é, também, onde a participação popular e o controle social têm grande importância. Que leitura podemos fazer dessa situação? Nosso cotidiano está diretamente afetado pelas variações do ambiente onde vivemos com a família, com os amigos, nas atividades de lazer e de trabalho. Assim, a saúde humana é influenciada não apenas pelos fatores específicos citados acima, mas também pela interação entre eles. A saúde vai além das condições físicas, químicas e biológicas, ela engloba as experiências espirituais, sociais, culturais e religiosas de cada um no seu contexto. 10 Como vamos, então, definir o ambiente? Podemos considerar o ambiente como espaço? Lugar onde a vida acontece? O ambiente é isso mesmo: o lugar, o espaço, os contextos de vida onde as práticas sociais acontecem. Sabendo o que é ambiente, agora precisamos conhecer um outro conceito importante: o de Vigilância em Saúde Ambiental. Vigilância em Saúde Ambiental consiste em um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento e a detecção de mudanças nos fatores determinantes e condicionantes do meio ambiente. Esses determinantes e condicionantes interferem na saúde humana. A vigilância busca identificar tais determinantes para então conceber medidas de prevenção e controle dos fatores de risco ambientais relacionados às doenças ou a outros agravos à saúde. Os problemas de saúde no território têm relação com múltiplos fatores que necessitam de ações em rede e multiprofissionais. Existem forças ativas na comunidade: as escolas, as associações diversas, os templos religiosos e os espaços de encontro e de resistência popular. Todas essas forças devem ser acionadas para se conhecer o ambiente e para se construir medidas de enfrentamento individuais e coletivas dos eventos ambientais adversos naquele território. O cuidado com o ambiente é uma tarefa de todos! 11 A vigilância em saúde ambiental tem o potencial de olhar para as múltiplas formas de exposição humana a produtos poluentes, ou potencialmente poluentes e nocivos à saúde humana, para adotar e recomendar medidas efetivas de proteção e solução para os problemas em conjunto com outros setores. Paradigma Segundo a versão online do famoso Dicionário Houaiss (https://houaiss.uol.com.br/), Paradigma é um exemplo que serve como modelo; é um padrão. As ações podem e devem ser pensadas por todos os expostos, ou potencialmente expostos, aos variados riscos ambientais. Essa mudança na forma de ver os problemas e responder a eles é o que podemos chamar de mudança de paradigma! Tá, mas e aí? Então, uma mudança de paradigma significa mudar o jeito como estamos vendo as coisas, isto é, olhar um mesmo problema de um novo ponto de vista! Exatamente! Por isso, vamos relembrar um acontecimento no Brasil que ilustra bem como os desastres ambientais afetam a vida das pessoas, e como são potentes e possíveis as ações de todos os moradores para enfrentar esses problemas. 12 CURSO TÉCNICO ACE E ACS Derramamento de óleo no nordeste em 2019 Em 2019, “o Brasil foi surpreendido por manchas gigantescas de petróleo que cobriram o litoral do país desde o Maranhão até o Rio de Janeiro. De acordo com o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), mais de 3 mil km de litoral foram atingidos pelo óleo, o maior desastre desse tipo da história no país. No entanto, as autoridades brasileiras seguem sem saber quem foi o responsável por essa catástrofe, e nem mesmo quanto petróleo foi jogado no litoral do país (as estimativas giram entre 5 e 12,5 milhões de litros).” Especialistas contam “que ainda há petróleo encravado em rochas e corais e espalhado pelas dunas. E que as “pescadoras que conseguiam através do seu trabalho entre 800 e 1000 reais antes do crime ambiental, hoje, enfrentam desafios com a renda de, no máximo, 100 reais por mês para suprir as necessidades de toda a família.” Fonte: Climainfo (2021). Disponível em: https://climainfo.org.br/2021/08/30/dois-anos-depois-derramamento-de-oleo-no-nordeste-segue-um-miste rio/#:~:text=H%C3%A1%20dois%20anos%2C%20o%20Brasil,tipo%20da%20hist%C3%B3ria%20do%20pa%C3%ADs Figura 2 - Menino protege o corpo com sacos de lixo ao retirar petróleo na praia de Itapuama, em Cabo de Santo Agostinho, Pernambuco. Fonte: Malafaia, L. apud. Folha de Pernambuco, 2020. 13 CURSO TÉCNICO ACE E ACS Olhar do morador sobre o derramamento de óleo O “Rio Mamucabas foi uma das áreas mais atingidas pelo óleo. Foi um pedido de socorro feito pelo meio ambiente que me levou a sair de casa para trabalhar aqui. A gente está arriscando a vida para remover o óleo. Foram mais de três toneladas nessa área, só hoje [segunda-feira, 21 de outubro]. Vi um desespero grande das pessoas para ajudar a vida marinha e o ecossistema. Também vi as pessoassem suporte e o mangue muito poluído, pedindo socorro." (Silva, J. apud. G1, 22 out. 2019) Figura 3 - Jaílson da Silva, 43 anos, eletricista, atuou no Rio Mamucabas, entre Tamandaré e Barreiros. Fonte: PEDROSA, M. apud. G1, 22 out. 2019 Verifica-se com as narrativas acima, que a vigilância em saúde, também, pode ser realizada pelas próprias pessoas que são atingidas por eventos que são prejudiciais à sua saúde e ao ambiente em que vivem, e de onde, na maioria das vezes, tiram seu sustento. Com mobilização e participação social, a população atingida pode reivindicar seus direitos em relação à saúde e ao ambiente em sua volta. 14 Vamos exercitar no dia a dia uma nova forma de enxergar os problemas? A proposta é olharmos para nossos territórios de atuação e refletirmos sobre as várias formas de perceber o ambiente e os desequilíbrios na natureza. Verificar como as pessoas no território apresentam suas ideias e ações para uma melhoria na saúde ambiental. Vamos identificar a importância de que os conhecimentos, além de serem válidos, devem fazer sentido no nosso cotidiano de trabalho. O exercício com vivências em campo é fundamental para a compreensão das possibilidades práticas nos territórios. Por isso, nosso objetivo é conhecer as questões ambientais no processo saúde-doença, na perspectiva da história local contada, vivida e sentida pelos moradores do lugar, envolvendo, necessariamente, contatos e proximidade com a comunidade. A proposta é operacionalizar os conceitos trabalhados, como ecologia e saúde ambiental, para elaborar camadas de informação sobre o nosso território num mapa da área de atuação. Para isso, é importante retomar e articular os conhecimentos adquiridos na Disciplina Organização da Atenção à Saúde e Intersetorialidade. Assim, inicia-se nossa primeira camada de informação em saúde e ambiente no mapa do território! 15 Animados para esta nova elaboração do mapa? Então vamos lá! Apresentamos aqui uma forma de pensar o trabalho em campo, considerando as maneiras de ver o mundo e as doenças relacionadas ao ambiente. A promoção da solução dos problemas ambientais identificados deve envolver outros setores e serviços no território. É muito importante que juntos busquemos atingir objetivos comuns e trabalhemos pela responsabilização dos causadores dos danos no ambiente, sejam eles agentes públicos ou privados. Nesse processo, é fundamental acolhermos as ideias vindas da comunidade. CURSO TÉCNICO ACE E ACS 1ª etapa: Pesquisando, Exercitando e Aprendendo! A tarefa agora é a seguinte: Na disciplina GEOPROCESSAMENTO EM SAÚDE, CADASTRAMENTO E TERRITORIALIZAÇÃO, você construiu, juntamente com seus colegas, o mapa do seu território. Reveja esse mapa construído, pois ele poderá auxiliar você no desenvolvimento da tarefa proposta aqui. Os mapas são ferramentas muito importantes para o estudo do ambiente de determinados territórios. Isso porque eles possibilitam visualizar e localizar vários elementos num único documento e descobrir novas informações. 16 CURSO TÉCNICO ACE E ACS No mapa construído, é possível observar a existência de um lugar característico e que chame a atenção na sua comunidade? Se não conseguir observar esse lugar no mapa construído, pense em uma forma de descrevê-lo por meio de registros existentes, fotografias, desenhos, colagens etc. Se possível, compartilhe suas impressões com seus colegas de trabalho. Na percepção de vocês, existe algum contraste? Algum desequilíbrio ambiental? Como podemos representar no mapa essa percepção? Orientação: Você pode fazer, num papel ou numa cartolina, um desenho de uma microárea em risco/degradada que você irá escolher. Veja no exemplo abaixo uma primeira camada de informação de interesse à saúde ambiental. Nessa primeira camada, vamos desenhar ou marcar com símbolos alguns pontos fixos do território, como casas, posto de saúde, campos de futebol, escolas, hospitais ou unidades de pronto atendimento e templos religiosos. Figura 4 - Exemplo de primeira camada de informações. Fonte: Desenho da autora, 2022. 17 19CURSO TÉCNICO ACE E ACS QR code e assista nossa teleaula! Ou clique na imagem acima para ser redirecionada (o). Aproveite a sala de espera no serviço de saúde, ou por meio de alguma visita domiciliar, para conversar com as pessoas e perguntar a elas: “Em sua opinião, que parte da paisagem local e externa à sua moradia representa melhor seu bairro e modo de vida?” Assim você poderá enriquecer o seu mapa! Quando desejamos melhorias na saúde ambiental, a participação popular é fundamental para o enfrentamento dos problemas, visto que é a população que vive e sente, no cotidiano, os eventos importantes para sua saúde e/ou doença. A integração entre os conhecimentos da equipe de saúde e os saberes da população usuária dos serviços sobre os problemas de saúde decorrentes da degradação ambiental é muito necessária! Esse olhar integrado na abordagem dos problemas de saúde e ambiente na comunidade coloca em prática outro paradigma de atuação como aprendemos anteriormente. 18 É importante levar em conta que o mapeamento na área da saúde pode incluir diversas camadas de informação, como vamos ver ao longo desta disciplina. Exemplos de camadas são: localização de doentes, situações de saúde específicas, serviços e recursos naturais existentes e de interesse do setor de saúde. DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE AMBIENTAL Quando estudamos a saúde e o ambiente, é preciso conhecer um pouco mais sobre o que é desenvolvimento, seus modelos e suas relações com a sustentabilidade ambiental que se quer. É importante chamar a atenção para o entendimento de que sem qualidade ambiental não haverá desenvolvimento para as pessoas, os animais e as plantas. A noção de sustentabilidade está submetida às práticas na comunidade e aos efeitos socioambientais desejados com tais ações. Podemos falar aqui daqueles que desejam a sobrevivência do planeta, das comunidades que se autossustentam, da diversidade cultural, da garantia de direitos, do acesso à água e a todos os bens comuns. Qualidade ambiental se refere, nesta disciplina, ao conjunto de boas condições para o viver, como: a qualidade do ar que se respira, da água que se ingere, dos alimentos que se comem, bem como das áreas de lazer que se frequentam. Vamos conhecer as relações entre qualidade ambiental, impactos socioambientais e modos de vida nos territórios? Desenvolvimento que não (des)envolve O ambiente em que nossa vida acontece, seja ele rural ou urbano, promove dinâmicas de urbanização que colocam populações em lugares inadequados para moradias seguras, com efeitos muito graves sobre sua saúde. A isso, estamos chamando de um desenvolvimento que não desenvolve as pessoas, por isso não é sustentável. 20 CURSO TÉCNICO ACE E ACS Ah Nesse sentido, a vida humana saudável pressupõe ter: • uma casa segura e protegida; • acesso aos serviços públicos e à água para beber e viver; • alimento saudável, oriundo de uma forma de produção respeitosa com o meio ambiente, com as pessoas e seus modos de vida; • acesso e permanência na escola. Essas são condições determinantes para que o desenvolvimento da vida aconteça em sua plenitude e dignidade. É sabido que, ao mesmo tempo em que existem setores da sociedade que protegem o patrimônio ambiental, que se preocupam com as gerações atuais e futuras, há setores que degradam o ambiente com muita violência em nome do ganho econômico. Figura 5 - Vista da Favela de Paraisópolis, São Paulo (SP), com o bairro nobre de Vila Suzana ao fundo. Fonte: VILAR, R. 2014. Lembre-se: desenvolvimento nem sempre significa crescimento! 21 CURSO TÉCNICO ACE E ACS Ah A fotografia demonstra uma diferença no modo de habitar e ocupar o espaço urbano, revelando um tipo de desenvolvimento que promove desigualdade social e riscos à saúde. Construções em áreas impróprias provocamdesmoronamentos de casas, deslizamentos de pedras e prédios com frequência. A atuação dos agentes de saúde se dá no contato diário com essas diferentes realidades sociais, informando, amparando e encaminhando as pessoas para acompanhamento nos serviços de saúde, conforme suas necessidades. Qualidade ambiental como conceito norteador das ações em saúde A elevação e a manutenção da qualidade ambiental nas cidades, por exemplo, são responsabilidades dos órgãos de Estado (governos municipais e estaduais), como também da população que pode acionar instrumentos legais para garantia de seus direitos constitucionais. Os recursos do planeta são suficientes para atender as necessidades de todos os seres da terra se forem tratados com respeito ao que é comum a todos. O cuidado com o meio ambiente e o desenvolvimento são compatíveis e interdependentes. Os derramamentos de produtos químicos, descargas tóxicas, alagamentos, explosões e incêndios constituem, muitas vezes, eventos ambientais evitáveis, e o trabalho dos agentes de saúde, por meio das visitas domiciliares e do acompanhamento das famílias nas comunidades, ajuda a identificar precocemente essas situações que podem colocar as pessoas em perigo. Ampliar a percepção sobre a qualidade do ambiente urbano ou rural pode subsidiar ações de preservação e melhorias desses ambientes. 22 Figura 6 – Desmatamento e queimada na zona rural do município de Apuí, Amazonas. Fonte: KELLY, 2020 in: Flickr.com Alguns exemplos da degradação ambiental: • Exploração dos ecossistemas naturais; • Plantações feitas em regime de monocultura; • Dano ambiental da paisagem natural a partir da instalação de grandes empreendimentos como as mineradoras, hidrelétricas, barragens e etc.; • Manejo abusivo dos solos; • Queimadas; • Uso de agrotóxicos. Figura 7 – Descarte irregular de lixo na praça Júlio Mesquita, São Paulo (SP). Fonte: NASCIMENTO, 2009 in: Flickr.com A relação da sociedade com o meio ambiente deve ser observada de maneira atenta e sensível para poder perceber que os danos ao ambiente e suas consequências acontecem em zonas, muitas vezes, já impactadas pela poluição e empobrecidas do ponto de vista material, sendo assim vulneráveis socialmente. Os fatores sociais influenciam a ocupação dos espaços, a ecologia dos animais e vetores, alterando o ambiente, promovendo degradação ambiental e favorecendo a ocorrência de doenças! 23 Já aprendemos que os riscos ambientais não atingem igualmente as pessoas. As regiões mais pobres costumam receber as maiores cargas de poluição ambiental, estabelecendo uma diferença importante nas condições de saúde existentes nos territórios. Assim, as pessoas pobres são as maiores vítimas da degradação ambiental, e a equidade passa a ser um princípio não apenas para o SUS, mas também para a sustentabilidade socioambiental. Como assim? Equidade não é a mesma coisa que igualdade? Não! Equidade e igualdade são parecidas, mas essencialmente diferentes! Observe as imagens abaixo: 24 Figura 8 – Igualdade. Fonte: Desenho da Autora, 2022. Figura 9 – Equidade. Fonte: Desenho da Autora, 2022. Lembre-se que um dos princípios do SUS é a equidade. Diferente da igualdade, que busca tratar todos da mesma forma, independentemente da sua necessidade. Está ficando mais claro que a justiça social e a ecologia são inseparáveis? Tudo está interligado, sendo a questão ambiental algo que não pode ser visto apenas como meio ambiente separado das pessoas e dos animais que nele habitam. Se nosso trabalho como agentes de saúde é o de enfrentar riscos à saúde, precisamos entender que risco é a provável manifestação de danos associados aos processos de produção e reprodução da vida. Risco é um fenômeno social em constante relação com o seu contexto. Ele pode ser quantificado, enumerado e contado. Equidade, em saúde, significa evitar desigualdades no acesso à saúde, poder ofertar mais cuidados em saúde para quem mais necessita, não deixando de cuidar de toda a população. 25 Como estamos estudando a exposição humana a fatores ambientais não desejados, a saúde ambiental costuma utilizar também a noção de vulnerabilidade, que pode ser compreendida como um estado ou situação que coloca a pessoa em condição mais fragilizada e mais excluída da sociedade. A insegurança e a instabilidade também podem ser usadas como sinônimo de vulnerabilidade que, de um modo geral, visa caracterizar grupos populacionais específicos mais atingidos por aspectos sociais ou genéticos. O papel do Agente Comunitário de Saúde (ACS) e do Agente de Combate às Endemias (ACE), ao identificar no território populações em risco ou vulneráveis ao risco, é o de buscar alternativas para evitar a exposição aos poluentes químicos, físicos, sociais ou biológicos, principalmente, quando não se sabe o tamanho do risco. 26 Para o trabalho de identificação de contextos vulneráveis por parte dos agentes de saúde, pode-se utilizar o mapeamento (ação de situar no mapa, de espacializar indicadores de saúde ou de doença) para visualizar as múltiplas situações ambientais capazes de gerar ou agravar doenças existentes nas áreas de atuação. As áreas de atuação na comunidade apresentam diversos fatores de risco que ultrapassam nossa visão cotidiana dos problemas. Seguindo com nossos estudos, vamos retomar os conceitos de vigilância em saúde ambiental, qualidade ambiental, território e saúde. Em nosso mapeamento, nesta disciplina, a segunda camada de informação busca dar visibilidade aos demais. Então, siga em frente e faça a segunda camada do seu mapa! 2ª camada Figura 10 – Exemplo de segunda camada de informações. Fonte: Desenho da Autora, 2022. Ampliando nosso mapa, podemos localizar e situar os parceiros/as instituições dessa rede no território. Para isso, é importante considerar a seguinte questão: Quais os coletivos, instituições e serviços que podem atuar, em conjunto, com o ACS e o ACE, na solução dos problemas de saúde da comunidade? 27 Você, ACS ou ACE, pode identificar os riscos à saúde presentes nos territórios de atuação para assim poder proporcionar o princípio da equidade na oferta dos cuidados em saúde e com o ambiente! A prática na comunidade exige, muitas vezes, uma articulação em rede composta pela conexão de elementos que têm objetivos distintos, mas complementares entre si. Construir as redes no território consiste pensar nas conexões estabelecidas na sociedade civil como redes associativas das mais diversas (movimentos de bairro, templos religiosos, clube de mães, amigos, familiares etc.) que promovem encontros e facilitam a comunicação entre as pessoas, fortalecendo, assim, a mobilização de recursos no nível local. A rede deve ser pensada como um sistema amplo que reúne a comunidade em torno de uma mesma questão para atender necessidades ou solucionar problemas comunitários. É comum verificarmos o individualismo como uma prática constante nos processos de trabalho, pois trabalhar em rede não é coisa fácil, exige articulação e comprometimento de todas as partes envolvidas. O trabalho em rede pode ser uma forma dos agentes de saúde potencializarem a troca de informações, a construção coletiva de estratégias de enfrentamento e controle de doenças e riscos, tanto pessoais como sociais. Para avançarmos no nosso mapeamento, além de indicarmos sinais, fontes e efeitos da poluição no território, é muito importante identificarmos qual a rede de trabalho na comunidade que pode ser construída e/ou acionada para solução dos problemas advindos da exposição e da presença de riscos envolvendo a saúde e o ambiente. MAS... O que é REDE? Qual conceito será usado nesta disciplina? 28 ECOSSISTEMAS E RISCOS AMBIENTAIS Qual a Importância do ecossistema? Tanto nos ambientes urbanos como rurais, a ocupação e o crescimento desordenado dos espaços com desmatamentos e abertura de estradas foram acompanhados pela falta de infraestruturade saneamento ambiental, favorecendo o aumento e a disseminação de várias doenças. Esses desequilíbrios nos ecossistemas produzem as principais fontes de poluição nas cidades e no campo, tais como o esgoto, o lixo domiciliar e os dejetos industriais. Tanto nas sociedades urbanas como nas rurais, os processos de produção e consumo criaram modos de vida e relações, extremamente predatórias, das atividades humanas com a natureza, com o meio ambiente e as com espécies vivas. É importante entender que um ecossistema urbano reúne os seres da terra (plantas, animais e pessoas) num mesmo ambiente urbano. Mas o que é o urbano? É um meio com maior densidade de edificações para moradia e também para o comércio. Nesse ambiente, a densidade demográfica, ou seja, a quantidade de pessoas por quilômetro quadrado é maior, e os espaços naturais (florestas, matas, dunas, campos, montanhas, lagos, rios, mares) são menores. 30 As cidades são espaços ocupados para além das estruturas construídas, como as casas, as redes de energia e os serviços públicos. Nas cidades, também, podemos encontrar áreas verdes, parques e praças, ruas arborizadas, vias verdes, córregos de água urbanos, conhecidos popularmente como os pulmões do ecossistema urbano. Esses sistemas urbanos são profundamente impactados pelas modificações constantes e rápidas provocadas pelas ações humanas. Uma questão bem importante sobre os ecossistemas rural e urbano é a capacidade de inter-relação e interdependência entre eles. O ecossistema rural é uma área de campo onde os seres humanos interagem com os elementos naturais em uma situação de produção agrícola e pecuária. A diferenciação entre urbano e rural vai além do espaço geográfico. Uma das principais diferenças está nas práticas socioeconômicas da sociedade, o que muitas vezes envolve a forma como se maneja o solo urbano. O espaço rural engloba predominantemente atividades vinculadas ao setor primário (extrativismo, agricultura e pecuária), ao passo que o espaço urbano costuma reunir atividades vinculadas ao setor secundário (indústria e produção de energia) e ao setor terciário (comércio e serviços). Olhe a imagem a seguir. Procure destacar as diferenças sociais que convivem nas cidades, ilustradas pela forma como as pessoas ocupam o espaço urbano. Por um lado, observamos edificações de alto padrão econômico e, de outro, áreas sem infraestrutura básica, como rede de esgoto, coleta de lixo e iluminação. Figura 11 - Favela da Rocinha, Rio de Janeiro (RJ). Fonte: NIJDAM, 2008 in: Flickr.com 31 Como já vimos no início da construção das camadas de informação do nosso mapa, alguns indicadores são importantes para desenvolver uma “leitura” do ambiente: a infraestrutura de ocupação do lugar (estradas e ruas, caminhos, referências, sistemas de esgoto e de água, depósitos de lixo, núcleos habitacionais) e suas condições naturais (áreas desmatadas, fauna, flora, relevo e áreas aquáticas). Figura 12 - Investigação sobre a Cólera em Londres no século XIX, feita por John Snow. Fonte: Desenho da autora, adaptado de Snow (1854) in:. Nogueira e Remoaldo (2010). Retomando aspectos da história das doenças e dos estudos realizados em epidemiologia, vamos ver, como exemplo, o caso da investigação da cólera em Londres no século XIX, realizada pelo médico John Snow. A cólera é uma doença causada por uma bactéria, que produz diarreia intensa, podendo levar à desidratação e até à morte. Ao desenhar o mapa, localizando os casos da doença, ele descobriu que os casos estavam todos próximos a uma determinada bomba d’água. Assim, ele desconfiou que esta bomba era a fonte de contaminação e convenceu as autoridades a retirá-la. De fato, os casos de cólera diminuíram, e ficou então demonstrada a contaminação pela água. 32 3ª camada Figura 13 - Exemplo da terceira camada de informações. Então, agora que vimos o mapeamento realizado por John Snow, vamos nos inspirar para retomar nosso mapeamento e elaborar a terceira camada de informação. A partir da figura que serve como exemplo (Mapa 4), pense nas informações do seu território. Fonte: Desenho da autora, 2022. Além de identificar focos de água parada, esgoto a céu aberto, por meio de suas andanças no território, reveja, lembre e discuta com seu preceptor sobre o seguinte: como são as condições de infraestrutura das ruas, dos becos e das moradias? O local possui árvores, recuos entre as casas (que permitam um isolamento externo), roupas estendidas, lagos, campos ou áreas livres, depósitos de lixo, canaletas de águas servidas (e, especialmente, notar se transbordam em dias de chuva), caixas d’água, fossas, aglomerações de adultos e crianças na rua? Presença de equipamentos públicos (unidade de saúde, creche), templos religiosos e pequenos comércios (mercadinhos, bares, manicures, outros serviços que possam atrair fluxo de pessoas)? Você também pode desenhar no seu mapa outras coisas que chamem a atenção no seu território de atuação! Use sua perspicácia e sua criatividade! 33 RISCO À SAÚDE E DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS E NÃO TRANSMISSÍVEIS O saneamento básico inclui coleta, destinação final e manejo adequado do lixo, esgotamento sanitário e drenagem pública. Esses são fatores importantes para a prevenção de doenças. Ao observarmos o esquema abaixo, verificamos que os caminhos dos resíduos orgânicos sólidos, quando não tratados adequadamente, poluem o solo, a água e o ar. O que inclui o saneamento básico? Figura 14 - Caminho dos resíduos sólidos. Fonte: Desenho da autora, 2022. O esquema acima demonstra que os resíduos sólidos, quando colocados diretamente no solo, entram em decomposição e produzem o chorume (líquido poluente, de cor escura e forte odor, oriundo de processos de decomposição físicos, químicos ou biológicos do lixo). Entende-se por caminhos dos resíduos sólidos o trajeto percorrido pelo lixo desde a origem até o seu destino final. 35 37CURSO TÉCNICO ACE E ACS Além disso, emitem gases na atmosfera, que são prejudiciais à saúde das pessoas. Assim, acabam poluindo as águas. Para que isso não aconteça, é muito importante o tratamento dos resíduos sólidos durante todo seu processo de decomposição. A origem do trajeto percorrido pelo lixo representa o ponto de produção do resíduo. Aqui, nesta disciplina, vamos defini-la como sendo o momento em que as pessoas consomem os produtos, como embalagens e alimentos e, posteriormente, descartam no ambiente aquilo que não é mais útil ao seu viver. Ao descartar esses materiais, verifica-se, na maioria dos centros urbanos, a separação na origem dos resíduos orgânicos (restos de comida, borra de café, papel higiênico usado, etc) daqueles que são recicláveis (plásticos, papéis, metais, vidro, etc). O destino final desses materiais recicláveis, enviados por meio de coleta seletiva, pode ser uma unidade de reciclagem, um centro de triagem ou uma estação de compostagem de lixo. O trabalho do Agente Comunitário de Saúde (ACS) e do Agente de Combate às Endemias (ACE) auxilia a comunidade no reconhecimento do seu papel nos cuidados com o lixo. Realizar a separação dos materiais que são recicláveis daqueles que são orgânicos e se decompõem com a ação do tempo é uma ação possível e necessária junto à comunidade. Ações simples como essa podem prevenir doenças e proteger o ambiente. O perfil epidemiológico brasileiro, como já estudado em outras disciplinas, quando alterado pelo modelo de desenvolvimento em curso e pela degradação ambiental, está marcado pela incorporação crescente de novos agravos à saúde, decorrentes da industrialização e urbanização tardias e aceleradas, bem como de atividades associadas a vários setores, como transporte e agricultura. Esses setores, ao mesmo tempo, propiciaram melhoria da qualidade de vida para muitos, mas também resultaram no aumento dos níveis de poluição, entre outros problemas. Antigos riscos à saúde da população, como alimento e água inadequadose sem segurança, contaminação microbiológica do ambiente, assim como falta de saneamento, prevalecem, mas novos problemas ambientais e de desenvolvimento apareceram, muitos dos quais parecem ameaçar todo o ecossistema. Observe abaixo algumas doenças transmitidas por vetores relacionados aos resíduos sólidos. Algumas delas, você já viu na disciplina NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA. Assim, as condições precárias de moradia, o acúmulo de lixo e as águas paradas, por exemplo, favorecem a ocorrência dessas doenças. DOENÇAS AGENTE VETORES Febre Tifoide Salmonella typhi Moscas Febre Paratifoide Salmonella paratyphi Moscas Ancilostomíase Ancylostoma duodenale Moscas Amebíase Entamoeba histolytica Moscas, baratas Filariose Wuchereria bancrofiti Mosquitos Febre amarela Arbovírus grupo B Mosquitos Leptospirose leptospiras Ratos Peste Yersinia pestis Ratos Toxoplasmose Toxoplasma gondi Suínos, urubus Hepatite Infecciosa Vírus Contato com agulhas, plasma Figura 15 - Doenças transmitidas por vetores relacionados aos resíduos sólidos. Fonte: Quadro da autora, adaptado de PORTO, (2021). 37 São muitos os fatores ambientais inter-relacionados que influenciam na ocorrência de doenças transmissíveis e não transmissíveis. Alguns deles estão exemplificados abaixo. Assim, fica mais fácil associar esses fatores ao cotidiano dos serviços de saúde e aos contextos de vida e trabalho dos usuários. Muitas vezes, existe uma dependência econômica da pessoa em relação ao setor produtivo que gera o risco. Isso afeta em muito a percepção da pessoa sobre o risco ao qual está exposta. O exemplo da reciclagem de lixo demonstra muito essa questão: o reciclador necessita do resíduo reciclável para promover renda e com isso garantir seu sustento e o da sua família, mas não se pode esquecer que trabalhar com o lixo pode ser perigoso e insalubre. Fatores que influenciam a ocorrência de doenças transmissíveis e não transmissíveis e medidas de prevenção 38 Espera aí! Quer dizer então que o enfrentamento dos riscos sociais é uma ação fundamental na reversão de contextos vulneráveis. Muitas vezes, existe uma dependência econômica da pessoa em relação ao setor produtivo que gera o risco. Isso afeta em muito a percepção da pessoa sobre o risco ao qual está exposta. O exemplo da reciclagem de lixo demonstra muito essa questão: o reciclador necessita do resíduo reciclável para promover renda e com isso garantir seu sustento e o da sua família, mas não se pode esquecer que trabalhar com o lixo pode ser perigoso e insalubre. FATORES EXEMPLOS DE DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS E NÃO TRANSMISSÍVEIS Habitações precárias, com falta de saneamento e acúmulo de águas paradas. Dengue, Chikungunya, Zika, Leptospirose. Habitações precárias, aglomeradas e confinadas . Tuberculose. Exposição a poluentes ambientais, tabagismo, exposição a agentes químicos no trabalho. Câncer. Figura 16 - Fatores ambientais relacionados às doenças transmissíveis e não transmissíveis. Fonte: Quadro da autora, 2022. 38 Vamos pegar como exemplo a dengue e a leptospirose. O trabalho dos agentes é muito importante nas ações voltadas para o controle dos reservatórios dos vetores, os mosquitos e os ratos, que causam essas doenças. Essas ações devem acontecer de forma integrada e com o envolvimento dos moradores do local. Ações para a eliminação de depósitos com água, de focos de lixo e de descarte de materiais em rios ou arroios são necessárias nas práticas de saúde com a comunidade. A participação ativa da população, em conjunto com a equipe de saúde, nessas ações, é muito importante. Abaixo algumas situações de variação da qualidade ambiental em nosso cotidiano e seus efeitos na saúde. Conhecer essas situações possibilita a antecipação e a prevenção de futuros problemas socioambientais. VARIAÇÕES NA QUALIDADE AMBIENTAL DOENÇAS ASSOCIADAS Desmatamento de grandes áreas Transmitidas por vetores e roedores (Dengue, Malária, Chagas, Leptospirose, etc.) Ruídos intermitentes (ruídos que aumentam e diminuem rapidamente) Perda auditiva, estresse, taquicardia, cansaço, distúrbios musculares e emocionais, problemas cardiovasculares, entre outros. Acidentes com equipamentos Lesões na audição, visão, pele e até mesmo a morte. Figura 17 - Variações na qualidade ambiental e as respectivas doenças associadas a eles. Fonte: Quadro da autora, 2022. Frente aos conceitos estudados, o convite é sempre articular os conhecimentos adquiridos aqui nesta disciplina com o das outras já cursadas e os que virão pela frente. 39 Você pôde perceber que pensar em saúde é também compreendê-la como qualidade de vida. Isso tem relação direta com a variação da qualidade ambiental! Vamos sempre considerar que as medidas de prevenção a doenças e/ou agravos em saúde pública dependem do conhecimento epidemiológico sobre essas doenças para podermos, com a ajuda da equipe de saúde, classificá-las e assim definir sua importância e as possibilidades de intervenção. Até aqui, vimos muitas coisas sobre as doenças infecciosas que podem ser causadas por fatores ambientais. Mas também é importante saber que as doenças não transmissíveis ou não infecciosas, como a hipertensão, o diabetes, a doença pulmonar crônica, a asma, entre outras, também sofrem grande influência do ambiente. A poluição do ar, por exemplo, constitui um fator de risco importante para doenças pulmonares, como a asma e a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), especialmente, nas pessoas idosas e nas crianças. A poluição do ar também aumenta o risco de doenças circulatórias, como o infarto do miocárdio, doenças arteriais, entre outras. As pessoas que vivem em áreas com grande tráfego de carros ou sem pavimentação nas ruas, convivendo, cotidianamente, com poeiras ou ar estagnado, correm um grande risco de inflamação das vias respiratórias e da ocorrência das doenças alérgicas. Os poluentes que contaminam o ar podem ser provenientes de fontes fixas (indústria) e móveis (veículos automotores), impactando, diretamente, na qualidade do ar da comunidade, afetando a saúde pública. Vocês, ACS e ACE, devem ficar atentos a essas fontes e podem orientar as pessoas a terem o menor contato possível com essa poluição, por exemplo, verificando se existe um trajeto com menos poluição para se percorrer a pé ou mobilizando a população para reivindicar a pavimentação de uma via. Pensando na saúde ambiental, as ações no território são voltadas para controlar os fatores de risco relacionados ao ambiente. Essas ações podem ser realizadas por meio de esforços individuais, mas, em geral, são esforços comunitários, com a mobilização de uma rede. Como exemplo, podemos citar a colocação de cloro na água, o controle mecânico de reservatórios de vetores de doenças, mutirões de limpeza, etc. 40 Agora, vamos falar de uma coisa muito importante: a comunicação. As ações de prevenção e de controle da exposição aos riscos, assim como uma vigilância ambiental participativa dependem de uma boa comunicação. E nisso, vocês, ACS e ACE, têm uma participação fundamental! São elementos indispensáveis para a comunicação de determinados riscos ambientais: • Sobre qual risco, estamos falando. • Benefícios que podem ser obtidos se os riscos forem reduzidos. • Alternativas existentes. Quando elaboramos mensagens para a população, é necessário nos perguntarmos: • O que a comunidade quer saber? • O que a população precisa saber? • O que você quer que as pessoas saibam? Vamos exercitar a elaboração de uma comunicação de risco? O papel dos agentes é fundamental nestas ações! 42 Para uma boa comunicação, é importante usar uma linguagem clara e simples. Primeiro, precisamos identificar as pessoas a quem vamos comunicar. A seguir, definimos o conteúdo das informações que serão trabalhadas porque estas devem fazer sentido para quem as recebe. Elaboração de uma comunicação de risco 1 - Identifique um problema de saúde ambiental no seu territóriocom a ajuda de seu PRECEPTOR: Observe o problema, identifique as partes envolvidas e os fatores ambientais que podem ser determinantes para a situação. São alguns determinantes ambientais: Poluição da água e do ar; condições das habitações; segurança alimentar ou acesso à alimentação, ao descarte e à coleta de resíduos; esgotamento sanitário. São partes envolvidas: Pessoas ou grupos afetados. 2 - Após a definição do problema (QUAL O PROBLEMA?), partimos para a reflexão sobre as possíveis CAUSAS. Com suas respostas a essas perguntas iniciais, você pode exercitar e construir uma comunicação, contendo os seguintes elementos: • Qual a ação possível? • Como realizar a ação? • Com quem realizar a ação? 43 PRINCIPAIS DOENÇAS RELACIONADAS AO CONSUMO DE ÁGUA Seguindo nossos estudos, não podemos deixar de estudar a água como fonte de saúde! Muitas doenças transmitidas para os seres humanos se originam de microrganismos como vírus, bactérias, protozoários e vermes intestinais. As doenças relacionadas à água são conhecidas como doenças de veiculação hídrica. É sabido que essas doenças podem ser evitadas mediante práticas de saneamento, como a coleta e o tratamento de esgotos e o adequado tratamento das águas que abastecem a população das cidades. A falta de água e de higiene pessoal pode estar associada a outros tipos de agravos. Mesmo não sendo estes agravos transmitidos pela água, estão diretamente relacionados com as suas condições de abastecimento. Neste tópico, vamos reforçar que a água, se não for protegida, pode veicular muitas doenças. Vamos verificar que a quantidade de água insuficiente para as pessoas é um problema, pois dificulta a higienização de alimentos, das habitações, do corpo e, assim, acaba facilitando a transmissão de doenças. 45 A ocorrência de verminoses está ligada ao meio hídrico, bem como algumas enfermidades transmitidas por vetores que se relacionam com a água. É importante lembrar que quando falamos em água, não estamos nos referindo apenas à água que sai da torneira! Não se esqueça dos mananciais, dos rios, das nascentes. A figura 18 mostra as formas de prevenção e de transmissão para cada doença de veiculação hídrica. PRINCIPAIS DOENÇAS GRUPO DE DOENÇAS FORMAS DE TRANSMISSÃO FORMAS DE PREVENÇÃO Diarreias e disenterias, como a cólera e a giardíase Transmitidas pela via fecal-oral (alimentos contaminados por fezes). O organismo causador da doença é ingerido. Proteger e tratar as águas de abastecimento e evitar uso de fontes contaminadas. Fornecer água em quantidade adequada e promover a higiene pessoal, doméstica e dos alimentos. Febre tifoide e paratifoide Leptospirose Amebíase Hepatite infecciosa Ascaridíase (lombriga) Dengue Associadas à água (uma parte do ciclo da vida do agente infeccioso ocorre em um animal aquático, no caso o mosquito). As doenças são propagadas por insetos que nascem na água ou picam perto dela. Evitar o contato das pessoas com águas infectad as. Proteger mananciais . Adotar medidas adequada s para a disposiçã o de esgotos. Acabar com depósitos/ coleções de água que servem para reprodução das larvas do mosquito Aedes Aegypti. Figura 18 - Doenças relacionadas à água. Fonte: Quadro da autora, 2022. Boa parte das doenças relacionadas à falta de saneamento básico possui ciclo de transmissão fecal-oral, aquele em que agentes causadores presentes nas fezes humanas ou de animais entram pela boca de uma pessoa que acaba se contaminando. A falta de água para consumo humano e para higiene pessoal e a falta de saneamento constituem fatores determinantes para ocorrência de outras doenças. Estão relacionadas a esses fatores, a esquistossomose, a malária, a hepatite e a cólera. Se as pessoas se queixarem de sintomas, como diarreia, dores abdominais, enjoos e cansaço, isto é um sinal de alerta! Olhe com atenção a figura 18! 46 Lembrando que esses conceitos podem ser encontrados em: BRASIL. Ministério da saúde. Secretaria de vigilância em saúde. Boas práticas no abastecimento de água: procedimentos para minimização de riscos à saúde. Brasília, DF, 2006b (seria A. Normas e manuais técnicos.). Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/boas _praticas_agua.pdf Vamos lá: ● Manancial: fonte de onde se retira a água. ● Captação: conjunto de equipamentos e instalações utilizado para a retirada de água do manancial. ● Adução: transporte de água do manancial ao tratamento ou da água tratada ao sistema de distribuição. ● Tratamento: unidade onde se processam alterações nas características da água, com a finalidade de torná-la própria para consumo humano (potável). ● Reservação: armazenamento da água entre o tratamento e o consumo. ● Distribuição: condução da água para as edificações e os pontos de consumo por meio de canalizações instaladas em vias públicas. ● Ligações prediais: derivação da água da rede de distribuição até as edificações ou os pontos de consumo por meio de instalações assentadas na via pública até a entrada da edificação. Vamos conhecer alguns conceitos importantes de acordo com as boas práticas no abastecimento de água? 47 https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/boas_praticas_agua.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/boas_praticas_agua.pdf Sabendo que nossa água de beber é captada de um manancial, identificar as fontes poluidoras, existentes ou potenciais, tais como lançamento de esgoto sanitário e efluentes industriais nos mananciais e nas bacias hídricas, nas atividades agrícolas que fazem uso de agrotóxicos ou pecuária, faz parte de um conjunto de informações necessárias para o cuidado com a qualidade da água que será consumida pelas pessoas e animais. Além disso, é importante entender sobre as doenças relacionadas ao seu uso. Assim, para exercer seu trabalho em saúde, o agente precisa ter informações sobre as formas de abastecimento e consumo de água nos territórios, desde as maneiras mais simples até as mais complexas. Entende-se por sistema de abastecimento de água para consumo humano as instalações de obras civis destinadas à produção e à distribuição canalizada de água para as populações sob a responsabilidade do poder público. Além dessa forma, temos as soluções alternativas de abastecimento coletivo de água, como as fontes, poços comunitários, distribuição por veículos transportadores, instalações em condomínios horizontais ou verticais, bem como as soluções individuais, que são aquelas soluções alternativas que atendem apenas a um domicílio. Este exercício possibilita que você visualize várias soluções encontradas pela população para enfrentar problemas com o abastecimento de água. Vamos para a quarta camada de informação do nosso mapa! Lembra-se do nosso mapa? 48 Existem soluções alternativas INDIVIDUAIS? De onde vem a água que abastece nossa cidade? Vamos verificar no SEU mapa? 4ª camada Figura 19 - Exemplo da quarta camada de informações. Fonte: Desenho da autora, 2022. Vamos localizar no mapa as soluções alternativas COLETIVAS de abastecimento de água, se houver? 49 RISCOS NO TRABALHO - NOTIFICAÇÃO EM SAÚDE DO TRABALHADOR Quais são os agravos e as doenças relacionados ao trabalho? É muito importante destacar que a saúde de trabalhadores no Brasil é tema que deve estar presente em todas as ações de saúde, por isso também está presente na temática da saúde ambiental. É sabido que as atividades de trabalho, as chamadas atividades laborais, estão sujeitas a muitos riscos. Os fatores de risco no trabalho são classificados em cinco grupos: 1. Riscos físicos: ruído, vibração, frio, calor, umidade, radiações ionizantes e não ionizantes, pressões atmosféricas anormais. 2. Riscos químicos: poeiras, fumos, névoas, neblinas, vapores, gases e líquidos utilizados nos processos produtivos, que podem entrar em contato com o trabalhador. 3. Riscos biológicos: bactérias,vírus, protozoários, insetos, animais peçonhentos, etc. 4. Riscos ergonômicos: reúne cargas físicas, como o levantamento e transporte de peso, o esforço físico, as posturas inadequadas, as longas jornadas de trabalho, o trabalho em turnos e o trabalho noturno; as cargas psíquicas como a monotonia, a repetitividade, a demanda por atenção, a responsabilidade, a pressão por produtividade, o ritmo de trabalho, as relações com a hierarquia e os colegas, entre muitos outros relacionados à forma como se organiza o trabalho. 5. Riscos de acidentes: máquinas, ferramentas e equipamentos inflamáveis e explosivos; eletricidade, transporte e movimentação de cargas, etc. 51 Para o Agente Comunitário de Saúde (ACS) e para o Agente de Combate às Endemias (ACE), o conhecimento dos riscos possivelmente relacionados ao trabalho é muito importante para auxiliar no planejamento de ações de vigilância em saúde e, assim, participar das intervenções nos ambientes de trabalho e nos territórios. Em conjunto com a equipe de saúde, os agentes podem registrar os agravos no sistema de informação específico, o SINAN - Sistema de Informação de Agravos de Notificação do Ministério da Saúde. Esse registro pode acontecer nas visitas domiciliares, em instrumento próprio da unidade de saúde ou na ficha de notificação de agravos do Ministério da Saúde. De acordo com o guia de vigilância epidemiológica: Notificação é a comunicação da ocorrência de determinada doença ou agravo à saúde feita à autoridade sanitária por profissionais de saúde ou qualquer cidadão, para fins de adoção de medidas de intervenção pertinentes. (BRASIL, 2009). Lembre-se: de acordo com o Ministério da Saúde: Vigilância em Saúde do Trabalhador (VISAT) é um componente do Sistema Nacional de Vigilância em Saúde que visa à promoção da saúde e à redução da morbimortalidade da população trabalhadora, por meio da integração de ações que intervenham nos agravos e seus determinantes decorrentes dos modelos de desenvolvimento e processos produtivos. 52 Os dados sobre acidentes do trabalho (que incluem as doenças relacionadas ao trabalho) são gerados pelo Ministério do Trabalho, tendo como fonte de informação a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), definida como o instrumento formal de notificação. Entretanto, como está associada ao Seguro Social, a CAT apenas é emitida para trabalhadores formais, cujos empregadores são obrigados a contribuir para o Seguro de Acidentes de Trabalho do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Isso significa que não são registrados os agravos que acontecem com trabalhadores do mercado informal. Como Agente Comunitário de Saúde (ACS) ou Agente de Combate às Endemias (ACE), você pode promover recomendações nos processos de trabalho, estando atento às práticas saudáveis e de cuidado com o ambiente. Isso dependerá de um conhecimento sobre a população trabalhadora do território e das atividades produtivas existentes nos lugares. Caracterizar o perfil da população usuária trabalhadora pode ser muito útil para o planejamento de ações e para a organização do serviço de saúde. A avaliação dos processos de trabalho e do ambiente onde ela se realiza nos ajuda a caracterizar os aspectos tecnológicos, sociais, culturais e ambientais condicionantes da morbidade e mortalidade desses trabalhadores. Desenvolver ações educativas na atenção primária, principalmente e particularmente nas situações onde forem identificados riscos relacionados ao trabalho, bem como proceder com a notificação desses casos, promove a saúde do trabalhador. Algumas doenças relacionadas ao trabalho: • Acidente de trabalho; • Câncer relacionado ao trabalho; • Doenças de pele relacionadas ao trabalho; • Exposição a material biológico; • Intoxicações relacionadas ao trabalho. 53 AMBIENTE SAUDÁVEL E A CONSTRUÇÃO DA SAÚDE PELO AMBIENTE Como você pode intervir nas causas e não somente nos efeitos (doenças) relacionados aos riscos ambientais? Território e saúde Para trabalhar com desenvolvimento territorial saudável e saúde ambiental, é necessário o levantamento das desigualdades socioambientais. Como já estudamos, é importante observar como as pessoas vivem e como elas lidam com os resíduos e os dejetos. A contaminação da água potável, as intoxicações agudas e crônicas relacionadas aos agrotóxicos e os múltiplos efeitos (doenças) que resultam dessas adversidades se tornaram graves problemas de saúde pública. Embora isso tenha relação com as aglomerações urbanas, é indiscutível que a poluição ambiental e o crescimento desordenado das cidades têm impacto na vida e na saúde das pessoas tanto nos espaços urbanos quanto nos rurais. Assim sendo, as atividades dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e dos Agentes de Combate às Endemias (ACE) estão voltadas para problemas de saúde pública nos territórios de atenção à saúde. Esses problemas ou riscos são constituídos por muitos fatores, e a boa comunicação sobre eles é determinante para o encaminhamento de suas soluções. Nesta disciplina, identificamos que os mapas e a ação de mapear nos auxiliam na localização dos problemas de saúde e do ambiente, na identificação das fontes de poluição e na construção da rede intersetorial de atuação nos territórios de cuidado e atenção à saúde. 55 Figura 20 - Inter-relacionamento entre dados epidemiológicos e ambientais. Fonte: Desenho da autora, 2022. O esquema acima procura demonstrar que os dados epidemiológicos podem caracterizar a pessoa, o lugar e o tempo em que ocorrem as doenças. Nesta disciplina, todo caso localizado no domicílio está representado pela doença e por características particulares das pessoas doentes. Essas características podem estar determinadas, por sua vez, pela renda familiar, pelas condições da moradia, pela forma como a pessoa trata seus resíduos. Tudo isso relacionado traz, por fim, efeitos sobre a saúde. Nosso exercício final, não compõe sua avaliação final formal, mas sim busca reunir todo seu aprendizado neste desafio proposto ao longo da disciplina: produzir, visualizar e finalizar nosso mapa; estabelecer conexões possíveis entre o lugar dos casos de adoecimento e o seu contexto permeado das condições e determinantes socioambientais. Mas afinal... Para quê o ACS e o ACE devem saber sobre os mapas de saúde então? O CASO ATRIBUTOS INDIVIDUAIS EFEITOS SOBRE A SAÚDE A doença ou Agravo Características Singulares da Pessoa Desconfortos, injustiças, assédios. O LUGAR DO CASO DETERMINANTES SOCIOAMBIENTAIS EXPOSIÇÃO Domicílio habitação, renda, condições ambientais. 56 Os mapas de saúde servem, antes de tudo, para o inter-relacionamento entre dados epidemiológicos e ambientais. 5ª camada Nossa última camada de informação: criar as legendas; identificar os atores sociais, os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e os Agentes de Combate às Endemias (ACE), a rede de atuação e todos os pontos de interesse para o trabalho voltado à saúde e ao ambiente. Figura 21 - Combinação das camadas do exemplo de mapa de saúde e elaboração. Fonte: Desenho da autora, 2022. Figura 22 - Exemplo de mapa de saúde com todas as camadas. Fonte: Desenho da autora, 2022. 57 Para além de sua localização geográfica, o mapeamento de informações, indicando no espaço as forças sociais em ação, os fluxos e movimentos humanos nos territórios, nos permite, por meio dessa experiência, trilhar um caminho de construção dinâmica da saúde pelo ambiente, visualizando os pontos fixos do território e suas conexões em rede. 58 RETROSPECTIVA 60 Nesta disciplina, você viu que produzir saúde não é exclusividade do setor saúde. Estudos indicam que os resultadosna saúde da população alcançados por meio da melhoria na educação, no transporte, na coleta e no destino dos resíduos, na cultura, no esporte, no lazer, na defesa da qualidade ambiental, nas práticas de uso do solo, são muito mais intensos e duradouros do que os resultados de ações focadas nas doenças. O trabalho do agente de saúde, em equipe, de forma intersetorial e em rede, promove comunicação sobre os riscos envolvidos no processo saúde-doença, bem como sobre as vulnerabilidades a que as populações estão expostas. Trata-se de nomear os fatores ambientais nocivos à saúde presentes nos territórios. Esse jeito de pensar o trabalho tem apresentado maior equidade e melhores resultados na saúde das pessoas e do ambiente. Busque informações sobre essa temática para recordar, refletir e ampliar seus conhecimentos. Participe das atividades propostas, exercite o seu protagonismo. No nosso próximo encontro, daremos início aos estudos do módulo Promoção, Prevenção e Comunicação. Até breve! 60 BIBLIOGRAFIA 62 ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária; IDEC, Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor. Guia Didático: Vigilância Sanitária – alimentos, medicamentos, produtos e serviços de interesse da saúde. Brasília: ANVISA, 2007. E-book. Disponível em: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/centraisdeconteudo/publicaco es/educacao-e-pesquisa/publicacoes-sobre-educacao-e-pesq uisa/vigilancia-sanitaria-guia-didatico.pdf/view. 42. Acesso em: 01 dez. 2022. BRASIL. Ministério da Saúde; Conselho Nacional de Saúde. Subsídios para construção da política nacional de saúde ambiental. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2009a. (Série B. Textos Básicos de Saúde). Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/subsidios_construc ao_politica_saude_ambiental.pdf. Acesso em: 01 dez. 2022. BRASIL. Ministério da Saúde; Secretaria de Vigilância em Saúde; Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador. Saúde ambiental: guia básico para construção de indicadores. Brasília: Ministério da Saúde, 2011. (Série B. Textos básicos de saúde). BRASIL. Ministério da Saúde; Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde; Departamento de Gestão da Educação na Saúde. 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