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Cerrado I
Introdução
N esta etapa de nosso trabalho estaremos apresentando o cerrado brasileiro, um típico represen-tante do bioma savana, por isso algumas vezes também denominado de savana brasileira.Vamos estudar suas características geográficas, como clima, solo e hidrografia. 
Também teremos a oportunidade de conhecer sua flora, que é rica e diversificada, sua fauna e 
as adaptações que seus representantes têm para sobreviverem nesse ecossistema.
Vamos descobrir qual é a influência que o fogo tem sobre seus componentes e as especificações 
que desenvolvem as plantas como consequência de sua adaptação a este elemento.
Uma característica bastante interessante é que apesar de possuir sua área definida, pode apare-
cer como manchas em outros ecossistemas, distribuídos pelo Brasil. 
É necessário conhecermos para podermos valorizá-lo e conservá-lo, pois sabemos que cada 
ecossistema, dentro das suas características específicas, tem uma grande importância no contexto 
geral, e é um ecossistema ameaçado, assim como outros.
Tire o máximo de informações possíveis e faça bom uso delas.
Características geográficas do ecossistema
Cerrado é o nome regional dado às “savanas tropicais 
brasileiras”. 
O cerrado é o segundo maior bioma do país, supera-
do apenas pela Floresta Amazônica.
Está localizado no Planalto Central Brasileiro e 
em uma parte no Sul do Brasil, no estado do Paraná, 
em Jaguariaíva. 
Com uma extensão de mais de 2 milhões de quilômetros 
quadrados, e dimensão de 25% do território nacional, não é de 
admirar que esteja representado em grande parte dos estados 
do país. É o ecossistema brasileiro mais ameaçado nos dias de hoje.
A partir dos anos de 1960, com a interiorização da capital e a aber-
tura de uma nova rede rodoviária, os ecossistemas deram lugar à pecuária 
e à agricultura extensiva, como da soja, do arroz e do trigo. Tais mudanças se 
apoiaram, sobretudo, na implantação de novas infraestruturas viárias e energéticas, bem como na 
descoberta de novas vocações desses solos regionais, permitindo novas atividades agrárias rentáveis, 
em detrimento de uma biodiversidade até então pouco alterada. 
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Nos anos 1970 e 1980, a fronteira agrícola se expandiu com os desmatamen-
tos, queimadas, uso de fertilizantes químicos e agrotóxicos, provocando a altera-
ção de 67% de áreas do cerrado, restando 20% de área em estado conservado. 
O ecossistema é caracterizado por tipos específicos de vegetação, como a 
caatinga, o cerrado, entre outros. 
É cortado por três das maiores bacias hidrográficas da América do Sul.
Abrange os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Ge-
rais, Piauí, Distrito Federal, Tocantins e parte dos estados da Bahia, Ceará, Ma-
ranhão, São Paulo, Paraná e Rondônia. Ocorre também em outros estados como 
Roraima, Pará, Amapá e Amazonas, aparecendo como manchas. 
Compreende os extensos chapadões, cobertos por uma vegetação de peque-
nas árvores retorcidas, dispersas em meio a um tapete de gramíneas.
Faz fronteira com outros ecossistemas, podendo ocorrer em manchas no 
Amapá e Roraima, até o Paraná. Aparece em Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Pará 
e no Amazonas, como encraves dentro da floresta.
Sua diversidade de vida está relacionada ao fato de ali se encontrarem nas-
centes que fazem parte das três grandes bacias hidrográficas brasileiras: Amazô-
nica, do Paraná e do São Francisco.
A rede hidrográfica apresenta características diferenciadas, em função da 
sua localização, extensão territorial e diversidade fisiográfica. 
Ao sul, abrange parte da bacia do Paraná; à sudeste, o Paraguai; ao norte, a 
Bacia Amazônica; à nordeste, Parnaíba e à leste, o São Francisco.
O clima típico da região dos cerrados é quente, semiúmido e sazonal, com 
verão chuvoso e inverno seco. A temperatura média anual fica em torno de 22ºC 
a 23ºC. As máximas absolutas mensais não variam muito, podendo chegar a mais 
de 40ºC. Já as mínimas absolutas mensais possuem uma grande variação, poden-
do atingir temperaturas próximas ou até abaixo de zero, nos meses de maio, junho 
e julho. A ocorrência de geadas no cerrado não é incomum.
A pluviosidade anual fica em torno de 800 a 1 600 milímetros. Ao 
contrário da temperatura, a precipitação média mensal apresenta uma gran-
de estacionalidade, concentrando-se nos meses de primavera e verão (outu-
bro a março), que é a estação chuvosa. Durante os meses quentes de verão, 
quando as chuvas se concentram e os dias são mais longos, tudo se torna 
muito verde. Curtos períodos de seca, chamados de veranicos, podem ocor-
rer em meio a esta estação, criando sérios problemas para a agricultura. 
No período de maio a setembro os índices pluviométricos mensais 
reduzem-se bastante, podendo chegar a zero. No inverno, ao contrário, o ca-
pim amarela e seca; quase todas as árvores e arbustos, por sua vez, trocam 
a folhagem por outra totalmente nova.
Disto resulta uma estação seca de três a cinco meses de duração. No 
início deste período a ocorrência de nevoeiros é comum nas primeiras horas 
das manhãs, formando-se grande quantidade de orvalho sobre as plantas 
Cerrado I
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Cerrado I
e umedecendo o solo. Já no período da tarde os índices de umidade relativa do 
ar caem bastante, podendo baixar a valores próximos a 15%, principalmente nos 
meses de julho e agosto.
Os solos são geralmente muito antigos, quimicamente pobres e profundos, 
azonados, de cor vermelha ou vermelho-amarelada, porosos, permeáveis, bem 
drenados e, por isso, intensamente lixiviados. Em sua textura predomina a areia, 
em seguida a argila e por último o silte. São predominantemente arenosos, areno-
-argilosos, argilo-arenosos e ainda eventualmente, argilosos. Sua capacidade de 
retenção de água é relativamente baixa.
O teor de matéria orgânica destes solos é pequeno, entre 3 e 5%. A decom-
posição do húmus é lenta. A flora e a fauna de um solo são partes integrantes dele 
e deveriam permitir distingui-lo de outros, física ou quimicamente.
São solos impróprios para a agricultura. A correção do pH pela calagem, 
aplicação de calcário, de preferência o calcário dolomítico, que é um carbonato 
de cálcio e magnésio, e adubação, pode torná-los férteis e produtivos, seja para a 
cultura de grãos ou de frutíferas. 
Quando pastagens nativas de cerrado são utilizadas ao máximo, o solo fica 
muito exposto. É facilmente erodido, e sujeito à formação de enormes voçorocas.
O relevo do cerrado é em geral bastante plano ou suavemente ondulado, 
estendendo-se por imensos planaltos ou chapadões. Cerca de 50% de sua área 
situa-se em altitudes que ficam entre 300 e 600 metros acima do nível do mar; 
apenas 5,5% vão além de 900 metros. 
As maiores elevações que se apresentam são:
 Pico do Itacolomi, com 1 797 metros, na Serra do Espinhaço;
 Pico do Sol, com 2 070 metros, na Serra do Caraça;
 Chapada dos Veadeiros, que pode atingir 1 676 metros. 
Características gerais: 
as queimadas naturais 
Acredita-se que, como em muitas savanas do mundo, os ecossistemas de 
cerrado vêm coexistindo com o fogo desde tempos remotos, inicialmente como 
incêndios naturais causados por relâmpagos ou atividade vulcânica e, posterior-
mente, causados pelo homem. Tirando proveito da rebrota do estrato herbáceo que 
se segue após uma queimada em cerrado, os habitantes primitivos destas regiões 
aprenderam a se servir do fogo como uma ferramenta para aumentar a oferta de 
forragem aos seus animais (herbívoros) domesticados, o que ocorre até hoje.
Apresentaremos os efeitos do fogo sobre o cerrado nativo, não sobre aquelas 
áreas em que ele é destruído em sua vegetação e sua fauna, para a implantação 
de agricultura ou pecuária em pastagens cultivadas, pois neste caso a situação é 
muito diversa e os efeitos, por vezes, totalmente opostos. 
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A biomassa seca, de palha, acaba criando condições tão favoráveis à queima 
que qualquer descuido com o uso do fogo, ou a queda de raios produzem incên-
dios danosos para o ecossistema. 
Uma alternativa para se evitar estes danos são as queimadas programadas. 
Manejar o fogo adequadamente, levando em conta alguns objetivos do manejo, 
a direção do vento, as condições de umidade e temperatura do ar, a umidade da 
palha combustível e do solo, a época do ano, a frequência das queimadas. 
Biodiversidade: 
adaptações vegetais às queimadas
A paisagem do cerrado é caracterizada por extensas formações savânicas, 
intercaladas por matas ciliares ao longo dos rios, nos fundos de vale. Outros tipos 
de vegetação podem aparecer na região dos cerrados, tais como os campos úmi-
dos ou as veredas de buritis, nas quais o lençol freático é superficial.
As savanas do Brasil ou cerrados destacam-se pela sua grande expressivida-
de quanto ao percentual de áreas ocupadas. Apresenta árvores baixas e retorcidas, 
arbustos, subarbustos e ervas. 
As plantas lenhosas, em geral, possuem casca corticeira, folhas grossas, 
coriáceas e pilosas. Entre algumas espécies encontradas nessas áreas estão: Kiel-
meyera spp (pau-santo), Magonia	pubescens (tingui), Callistene spp (pau-jacaré) 
e Qualea	parviflora (pau-terra-de-folha-miúda).
Muitas plantas herbáceas têm órgãos subterrâneos para armazenar água e 
nutrientes. 
Tipos de cerrado
Campo limpo
Tipo de vegetação herbácea, com poucos arbustos e nenhuma árvore. É en-
contrada junto às veredas, olhos d’água e em encostas e chapadas. Pode aparecer 
de duas formas:
 campo limpo seco – quando ocorre em áreas onde o lençol freático é 
profundo;
 campo limpo úmido – quando o lençol freático é superficial.
As áreas de campo limpo úmido são ricas em espécies herbáceas ornamen-
tais como por exemplo: Rhynchospora	speciosa (estrelona), Paepalanthus elonga-
thus (palipalã-do-brejo), Lagenocarpus rigidus (capim-arroz), Lavoisiera	bergii 
(pinheirinho-roxo) e Xyris	paradisiaca (pirecão).
Cerrado I
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Cerrado I
Campo sujo
Apresenta vegetação herbáceo-arbustiva com arbustos e subarbustos espa-
çados entre si. Aparece onde os solos são rasos podendo apresentar pequenos 
afloramentos rochosos ou solos mais profundos, mas pouco férteis. 
Varia com a umidade do solo e a topografia, podendo ser classificado como 
campo sujo úmido e campo sujo seco.
Entre as espécies encontradas nos campos sujos da região estão: Episte-
phium	 sclerophyllum (orquídea-terrestre), Paepalanthus speciosus (sombreiro), 
Cambessedesia	espora, Vellozia	flavicans (canela-de-ema) e Didymopanax	ma-
crocarpum	(mandiocão). 
Campo rupestre
Vegetação encontrada nos topos de serras e chapadas com altitudes superio-
res a 900 metros e afloramentos rochosos com predominância de ervas e arbustos. 
Não aparece em trechos contínuos. 
Apresenta topografia acidentada e grandes blocos de rochas com pouco 
solo. Em campos rupestres é alta a ocorrência de espécies vegetais endêmicas, 
específicas geograficamente. 
Espécies dessa vegetação são: Wunderlichia spp (flor-do-pau), Bulbophyllum	
rupiculum (orquídea), Xyris	paradisiaca (pirecão) e Paniculum	chapadense (gra-
mínea).
Cerrado rupestre
É uma das formas de cerrado com fisionomia arbórea, arbustiva e herbácea. 
Os solos são rasos, com afloramentos rochosos e pobres em nutrientes. 
No estrato arbóreo-arbustivo, estão presentes espécies como: Wunderli-
chia crulsiana (flor-do-pau), Didymopanax spp (mandiocão), Tabebuia spp (ipês), 
Vellozia spp (canela-de-ema, candombá) e Mimosa	regina. 
No estrato herbáceo encontram-se: Rhynchospora	 globosa (amarelão), 
Paepalanthus	 acanthophylus (chuveirinho), Paepalanthus eriocauloides (mos-
quitinho), Echinolaena	inflexa (capim-flexina), Loudeotiopsis	chrysothryx (brin-
co-de-princesa), Xyris	schizachne (pimentona), Xyris	hymenachne (pimentinha- 
-prateada), Lagenocarpus rigidus tenuifolius (capim-arroz).
Cerradão
Apresenta elementos xeromórficos que são adaptações a ambientes secos. 
Apresenta espécies que sempre têm folhas chamadas perenifólias, enquanto ou-
tras apresentam queda de folhas e são as chamadas caducifólias como: Caryocar	
brasiliense (pequi), Kielmeyera	coriacea (pau-santo) e Qualea	grandiflora (pau- 
-terra). São encontradas poucas espécies epífitas. Em geral, os solos são profun-
dos, de média e baixa fertilidade. 
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Como exemplo temos na Chapada dos Veadeiros, as seguintes espécies 
lenhosas: Agonandra	brasiliensis (pau-marfim), Callistene	 fasciculata (faveiro), 
Stryphnodendron	adstringens	(barbatimão), Copaifera	langsdorfii (copaíba), Ma-
gonia	pubescens (tingui), Xilopia	aromatica	(pindaíba). Entre as gramíneas: Aris-
tida,	Axonopus,	Paspalum e Trachypogon.
Mata seca 
Tipo de formação florestal que não está associada aos cursos d’água.
Pode ser de três tipos:
 mata seca sempre-verde;
 mata seca semidecídua;
 mata seca decídua. 
Os dois primeiros tipos aparecem em rochas básicas de alta fertilidade e 
média fertilidade, já a mata seca decídua ocorre em afloramentos de rochas cal-
cárias. 
O estrato arbóreo apresenta altura que varia entre 15 e 25 metros. Entre 
suas árvores eretas destacam-se: Amburana	cearensis (imburana), Anadenanthera 
colubrina (angico) e Tabebuia spp (ipês). Nas matas secas encontra-se uma va-
riedade de espécies decíduas, semidecíduas e sempre-verdes, destacando-se as 
leguminosas Acacia	 poliphylla (angico-monjolo), Anadenanthera	 macrocarpa 
(angico), Sclerobium	paniculatum (carvoeiro), Hymenaea stilbocarpa (jatobá) e a 
voquisiácea Qualea	parviflora (pau-terra-de-folha-pequena).
Mata de galeria
Floresta tropical sempre-verde, nunca perde as folhas, ocorre junto aos cór-
regos e riachos. Árvores com altura entre 20 e 30 metros. Os solos variam em 
profundidade, fertilidade e umidade. Ocorre em solos pobres, até solos mais rasos 
e mais ricos em nutrientes. 
Nas matas de galeria ocorrem as espécies: Copaifera	langsdorfii	(copaíba), 
Virola	sebifera (ucuúba), Cabralea	canjerana (canjerana), Talauma	ovata (pinha- 
-do-brejo), Euterpe edulis (palmiteiro), Guadua paniculata (taquara), Epidendrum	
nocturnum	(orquídea epífita).
Mata ciliar
Floresta densa e alta que acompanha os rios de médio e grande porte. Árvo-
res eretas com altura predominante entre 20 e 25 metros. As espécies perdem as 
folhas na estação seca. 
 Os solos variam de rasos a profundos ou ainda aluviais. A camada de ma-
terial orgânico é rasa. Espécies arbóreas: Anadenanthera spp (angicos), Apeiba	
Cerrado I
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Cerrado I
tibourbou (pente-de-macaco), Aspidosperma spp (perobas), Celtis iguana (grão-
-de-galo), Inga spp (ingás), Myracrodruon	urundeuva (aroeira), Sterculia	striata 
(chichá) e Tabebuia spp (ipês). 
Vereda 
Vegetação dominada pelo Buriti (Mauritia	flexuosa), palmeira que ocorre 
entre espécies arbustivo-herbáceas. As veredas são encontradas sobre solos hi-
dromórficos e circundadas por campo limpo, geralmente úmido. Nas veredas, em 
função do solo úmido, são encontradas com frequência espécies ornamentais de 
gramíneas.
Flora
O cerrado é constituído por formações de chapadas e vales, vegetações 
distintas.
 Já foram catalogadas 774 espécies de árvores e arbustos no cerrado, das 
quais 429 endêmicas. Há também um grande número de orquídeas. A região dos 
cerrados possui alta luminosidade, baixa densidade demográfica e intensa ativi-
dade pastoril, ao sul. 
Sua extensão territorial abrange mais de 1 200 quilômetros de leste para 
oeste e mais de mil quilômetros de norte para sul. O cerrado está ameaçado pela 
expansão desordenada da fronteira agrícola, que já ocupa quase 50% da região. A 
destruição da cobertura vegetalsupera 70% da área original, e até agora menos de 
2% do cerrado está protegido por parques nacionais ou reservas, separados entre 
si por grandes distâncias.
Pequi –	Caryocar	brasiliense
Subarbusto xilopodífero de folhas trifoliadas, pecíolos com 1 a 8 centíme-
tros de comprimento, lâminas assimétricas, inflorescência racemosa, corolas de 
1,8 a 3 centímetros de comprimento, pétalas amarelo-alvescentes e estames nu-
merosos. Frutos com 4 a 5 centímetros de comprimento e igual largura. Ocorre 
em campo limpo, campos cerrados. Categoria: vulnerável.
Quina-do-campo – Strychnos	rubiginosa
Arbustos escandentes providos de gavinhas e espinhos, com pelos averme-
lhados, folhas sésseis a curto-pecioladas, lâminas elípticas e ovado-lanceoladas, 
ápices mucronados de 2 a 3 centímetros de comprimento e 2,5 a 4 centímetros de 
largura, cartáceas. Inflorescência em cima terminais, multifloras. Possui cálices, 
cinco-lobados, corolas de cor creme, fruto tipo baga. Ocorre nos campos cerrados. 
Categoria: em perigo.
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Jaborandi – Piper	macedoi	Yuncker
Arbustos de 2 a 3 metros com folhas elípticas e lanceolado-elípiticas, base 
assimétrica, indumentadas de 12 a 17 centímetros de comprimento e 5 a 8 centí-
metros de largura. Espigas com 6 a 9 centímetros de comprimento, alvescentes, 
eretas, pedúnculos com 1,5 a 3,5 centímetros de comprimento. Frutos tipo drupa 
oblonga. Ocorrência campo cerrado. Categoria: em perigo.
Essas são algumas espécies da flora do cerrado entre tantas outras, como o 
angico, o ipê-amarelo, o dedaleiro ou pecari, velozia e o buriti.
Fauna
Nos	habitats naturais, o cerrado apresenta diversidade em espécies. A ri-
queza de ambientes, com vários recursos ecológicos, abriga comunidades de ani-
mais, com diversas espécies e uma grande abundância de indivíduos, alguns com 
adaptações especializadas para explorar recursos específicos de cada um desses 
habitats.
No ambiente do cerrado são conhecidas 1 575 espécies animais. Com cerca 
de 50 das 100 espécies de mamíferos. Apresenta também 837 espécies de aves; 
150 de anfíbios, das quais 45 são endêmicas; 120 espécies de répteis, das quais 45 
endêmicas, 90 espécies de cupins, 1 000 espécies de borboletas e 500 de abelhas 
e vespas.
O homem e as suas atividades impuseram modificações aos habitats e como 
consequência, espécies estão ameaçadas de extinção, como o tamanduá-bandeira, 
a anta, o lobo-guará, o pato-mergulhão e o falcão-de-peito-vermelho, o tatu-bola, o 
tatu-canastra, o cervo, o cachorro-vinagre, a onça-pintada, a ariranha e a lontra.
Com grande diversidade podemos citar algumas espécies características 
como:
O lobo-guará – Chrysocyon	brachiurus 
(Illiger, 1815)
É um canídeo de pernas longas e finas, adaptadas para correr, o focinho é 
também longo, possui as orelhas em pé, a cauda peluda e a cabeça pequena. Mais 
ativos à noite, solitários, caçam individualmente. Sua cor é castanho-avermelha-
do, misturando-se com preto na ponta do focinho e a extremidade dos membros. 
Tímido, inofensivo. Os casais unem-se na época da reprodução e o período de 
gestação é de 60 a 65 dias, nascendo de dois a cinco filhotes no inverno. Alimenta-
-se de pequenos animais, como aves, roedores, répteis, insetos, e também de um 
tomate silvestre da planta chamada “lobeira”.
Cerrado I
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O tamanduá-bandeira – 
Myrmecophaga	tridactyla	(Linnaeus, 1758)
Edentado, ou seja, sem dentes, crânio alongado, língua muito longa e fina 
para apanhar seu alimento que são principalmente as formigas e os cupins. Tem 
o terceiro dedo dos membros anteriores com uma garra forte e cortante. Sua len-
tidão de movimentos se justifica pela baixa temperatura corporal. Cauda coberta 
por pelos longos e ásperos, pelagem castanho-acinzentado com uma faixa preta 
que vai do peito até a metade do dorso. Terrestre, solitário, com atividade diurna e 
noturna. Unem-se em casais apenas na época do acasalamento. Um único filhote 
nasce na primavera após uma gestação de 190 dias e é carregado no dorso da mãe 
por alguns meses.
Ema – Rhea	americana	(Linaeus, 1758)
Espécie típica do cerrado. Alimenta-se de folhas tenras, brotos e tubérculos, 
também de invertebrados e certas larvas, aracnídeos e vertebrados de pequeno 
porte. Vivem em bandos, em número de 20 a 30. Aparecem associados ao gado 
bovino. Machos velhos são solitários e os casais, durante a época de reprodução, 
oscilam-se para criar a prole. O ninho é construído numa cavidade pouco profun-
da no solo coberta por gravetos e folhas, e é o macho que o constrói e também 
quem faz a incubação e os cuidados de alimentação e de defesa dos filhotes. Os 
ovos aparecem a cada dois ou três dias podendo chegar até 30 ovos. As perdas são 
grandes. A fêmea larga alguns ovos nas imediações para despistar os predadores. 
Os ovos grandes chegam a pesar 600 gramas. A incubação dura 35 a 40 dias. Os 
filhotes são acinzentados com estrias escuras e abandonam rapidamente o ninho
Chega a 1,5 metro de altura e peso de 35 quilos. O macho é um pouco maior 
que a fêmea. De cor cinzento-fosco, para se tornar discreta no ambiente. Sem 
cauda, pescoço e pernas longas, pés com três dedos. 
Conclusão
Apresentamos as características do cerrado brasileiro. É importante salien-
tarmos que estudos e pesquisas estão em desenvolvimento para que um conheci-
mento mais aprofundado deste ecossistema possa ser disponibilizado para nosso 
aprendizado.
É importante ressaltar que, dentro das suas características específicas, é de 
suma importância a preservação e conservação desse patrimônio, e isso só é pos-
sível a partir de um conhecimento maior dos seus componentes.
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O bioma cerrado
(FUNATURA, 2005)
O bioma cerrado é formado por um conjunto de ecossistemas extremamente ameaçados pela 
expansão da fronteira agrícola brasileira para a produção de grãos, principalmente milho e soja, e 
pela pecuária extensiva. Além disso, vem sendo abusivamente explorado para extração de lenha, 
usada na produção de carvão.
Dados do Estudo Ambiental de Goiás 2002 – GeoGoiás – comprovam essa realidade: só na-
quela região, até o ano 2000, nada menos que 74% do território estavam ocupados pela atividade 
agrícola. Isso em um único estado brasileiro.
O cerrado sofre ainda com a utilização de queimadas para limpeza de terreno para plantio e 
renovação de pastagens para o gado. Estimativas apontam para uma antropização de cerca de 70% 
de toda sua extensão. 
(Mantovani e Pereira, INPE, 1998 In: Ministério do Meio Ambiente. Funatura. Conservation 
International, Fundação Biodiversitas e Universidade de Brasília, 1999. Ações Prioritárias para 
a Conservação da Biodiversidade do Cerrado e Pantanal. Brasília. 32 p). 
[...]
Certamente ainda há muito a ser pesquisado no bioma, mas, apesar disso, o que já se sabe 
significa muito. Segundo Dias (1992) estima-se que existam cerca de 160 mil espécies animais e 
vegetais, excetuando-se vírus, distribuídas por 35 filos e 89 classes. De acordo com Alho (1990) 
já foram identificadas 110 espécies de mamíferos, com 70 gêneros, sendo a grande maioria de 
roedores e mamíferos.
[...]
Filgueiras (1998) informa que existe cerca de 500 espécies de gramíneas nativas, a maioria 
endêmica. Inúmeras espécies de valor econômico têm sido usadas para produção de remédios e 
alimentos, entre outros usos, porém em uma escala muito aquém de seu potencial. 
Clima e vegetação 
[...]
A vegetação sofre, porém a resistência característica das espécies faz com que rebrotem rapi-
damente. As plantas do Cerrado dispõem de formas muito especiais de adaptação para suportar a 
falta de chuvas e os estragos do fogo. (PROENÇA et al., 2000). 
As raízes extensas da maioria das árvores do cerrado são a principal arma para garantir suasobrevivência. São elas que buscam água nas profundezas do solo e permitem que suas folhas 
estejam sempre verdes, mesmo no auge da seca. 
As cascas grossas e corticentas (semelhantes à cortiça) protegem os troncos da ação do fogo. 
A vegetação rasteira apresenta xilopódios, bulbos, rizomas e gemas subterrâneas que resistem 
dormentes mesmo quando toda a parte aérea da planta desaparece, rebrotando com as primeiras 
chuvas de primavera, geralmente em setembro.
Cerrado I
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Cerrado I
A estação das chuvas é um período de intenso crescimento para as plantas do Cerrado. Nos meses 
de novembro, dezembro e janeiro chove copiosamente, podendo ocorrer tempestades. As folhas das 
plantas se apresentam muito verdes e viçosas, há poucas flores, porém muitos frutos. Muitas plantas 
do cerrado produzem seus frutos nesta época, quando os animais estão em período de acasalamento e 
também quando o bioma abriga muitas espécies de aves migratórias (PROENÇA et al., 2000).
1. Após o estudo do ecossistema cerrado, em grupos de no máximo sete alunos, analisem critica-
mente o texto apresentado, fazendo o relatório de cada item.
2. Com todas as informações contidas nos relatórios elaborem uma carta de intenções do grupo de 
como fazer para minimizar a degradação do ecossistema cerrado. 
<www.eco.ib.usp.br/cerrado>
<www.mre.gov.br/cdbrasil/itamaraty>
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Cerrado I
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Cerrado II
Introdução
V amos conhecer os aspectos socioeconômicos e os impactos ambientais causados ao ecossiste-ma cerrado.É importante ressaltar que, dentro deste contexto, apresentaremos propostas de soluções aos 
problemas impostos ao ambiente, soluções viáveis, dentro de um contexto de expansão econômica e 
viabilidade de sobrevivência das populações locais. 
Vamos perceber a importância deste ecossistema e a necessidade urgente de medidas que abran-
dem os efeitos causados pelas ações dos seres humanos.
Pretendemos entender que é possível, sim, coexistir com recursos naturais, utilizando-os de 
maneira racional e planejada, para não levá-los a um limite e exaustão.
Para tanto é importante estarmos atentos aos movimentos ou inter-relações que se estabelecem 
dentro do ecossistema cerrado. Não podemos desprezar seus elementos naturais e ignorar seus fenô-
menos e sim devemos evoluir nosso conhecimento a ponto de podermos conviver com eles.
Então, você está disposto a mais esta empreitada?
Contamos com sua disposição para as ações necessárias à conservação de mais um ecossistema 
brasileiro ameaçado de extinção, abrangendo a flora e a fauna.
Agradecemos por estarem nesta caminhada conosco.
Aspectos socioeconômicos
Até a década de 1950, os cerrados mantiveram-se quase inalterados. A partir da década de 1960, 
com a interiorização da capital e a abertura de uma nova rede rodoviária, ecossistemas deram lugar à 
pecuária e à agricultura. Tais mudanças foram apoiadas na implantação de novas infraestruturas viárias 
e energéticas e na descoberta de novas vocações desses solos, permitindo o desenvolvimento de novas 
atividades agrárias rentáveis, em primeiro plano, e colocando a biodiversidade em segundo plano.
A pressão urbana e o estabelecimento de atividades agrícolas na região vêm reduzindo a biodi-
versidade destes ecossistemas. Até os anos de 1960, as atividades agrícolas nos cerrados eram limi-
tadas, direcionadas principalmente à produção extensiva de gado de corte para subsistência ou para o 
mercado local. Sendo os solos naturalmente inférteis para a produção agrícola. 
O crescimento urbano e industrial da região Sudeste forçou a agricultura para o Centro-oeste. A 
mudança da capital do país para Brasília foi outro foco de atração de população para a região central. 
A água parece não ser um fator limitante para a vegetação do cerrado. Como algumas plantas 
possuem raízes pivotantes profundas, que chegam a 10, 15, 20 metros de profundidade, atingindo ca-
madas de solo permanentemente úmidas, mesmo na seca elas dispõem de abastecimento hídrico. 
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Muitas espécies arbóreas de cerrado florescem em plena estação seca como 
o ipê-amarelo, demonstrando o mesmo fato. 
Alta produtividade para a lavoura
Os solos do cerrado são em algumas partes bem degradados devido às ativi-
dades agrícolas e pastagens, sendo recuperados com reflorestamento de espécies 
de Eucalyptus, associado com plantio de milho e feijão, de café, maniçoba e pal-
ma. A correção do pH do solo é feita pela calagem, que é a aplicação de calcário, e 
a adubação, é feita com macro ou com micronutrientes. Com esses cuidados o solo 
se torna fértil e produtivo, seja para a cultura de grãos ou de plantas frutíferas. A 
soja, o milho, o sorgo, o feijão, entre outros, e as plantas frutíferas como manga, 
abacate, abacaxi e laranja são cultivados com sucesso. Os cerrados tornaram-se 
grande área de expansão agrícola.
A pecuária também se expandiu com o cultivo de gramíneas africanas in-
troduzidas, de alta produção e palatabilidade, como a braquiária, por exemplo. A 
regeneração artificial é feita com espécies de acácia, agathis, araucária, cássia, 
cedrela, cupressus, pinus, podocarpus, terminalia, entre outras.
A maior evidência de que água não é o fator limitante do crescimento e 
produção do estrato arbóreo-arbustivo do cerrado é o fato de aí encontrarmos ex-
tensas plantações de Eucalyptus, crescendo e produzindo. A termoperiodicidade 
diária e estacional parece ser um fator de certa importância para a vegetação, par-
ticularmente para o estrato herbáceo-subarbustivo. Geadas, todavia, prejudicam 
bastante as plantas matando suas folhas, que logo secam e caem, aumentando em 
muito a serapilheira e o risco de incêndios.
Impactos ambientais
Degradação do cerrado
Durante as décadas de 1970 e 1980, houve um rápido avanço da agricultura, 
com base em desmatamentos, queimadas, uso de fertilizantes químicos e agro-
tóxicos, que resultou em 67% de áreas do cerrado “altamente modificadas”, com 
voçorocas, assoreamento e envenenamento dos ecossistemas. Restam apenas 20% 
de área em estado conservado. 
Desde 1990, governos e diversos setores organizados da sociedade discutem 
a conservação do que restou do cerrado, buscando tecnologias que propiciem o 
uso adequado dos recursos hídricos, a extração de produtos vegetais nativos, os 
criadouros de animais silvestres e o ecoturismo. 
Cerrado II
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Cerrado II
Fogo no cerrado
Um dos fatores ecológicos importantes do cerrado é o fogo. Ele pode ser 
gerado de diversas formas naturais, mas a principal delas são as descargas elétri-
cas. Os incêndios diminuem a densidade do cerrado, prejudicando o incremento 
do material lenhoso e favorecendo a expansão das plantas herbáceas. Na verdade, 
as queimadas periódicas, com intervalos maiores do que cinco a sete anos, já 
aconteciam no cerrado antes da chegada do ser humano. A maioria das plantas do 
cerrado está adaptada ao fogo, possuindo cascas grossas e brotos subterrâneos. 
Há, inclusive, várias espécies de plantas que só germinam após as queima-
das. Mas as queimadas intensas, feitas a cada um ou dois anos pelos pecuaristas, 
são extremamente nocivas ao cerrado.
Outra hipótese, de maior aceitação, considera o cerrado uma vegetação clí-
max, que não se torna uma floresta devido às condições de clima e solo, tendo o 
fogo um papel secundário. 
A radiação solar no cerrado é geralmente bastante intensa, podendo reduzir-
se devido à alta nebulosidade, nos meses excessivamente chuvosos do verão. Por 
esta possível razão, em certos anos, outubro costuma ser mais quentedo que de-
zembro ou janeiro. O inverno é seco, quase sem nuvens. Em agosto e setembro, a 
intensidade reduz-se um pouco em virtude da abundância de névoa seca produzi-
da pelos incêndios e queimadas da vegetação.
As pastagens nativas de cerrado, quando são sobrepastejadas, deixam o solo 
muito exposto e facilmente erodido. Devido às suas características texturais e es-
truturais, ele é também frequentemente sujeito à formação de enormes voçorocas. 
Certas formas abertas de cerrado devem seu aspecto às derrubadas feitas pelo 
homem para a obtenção de lenha ou carvão.
Espécies exóticas de gramíneas, de origem africana, como o capim-gordura, 
o capim-jaraguá, a braquiária, estão invadindo estas unidades substituindo rapi-
damente as espécies nativas do seu riquíssimo estrato herbáceo-subarbustivo. É 
urgente inverter esta situação.
Alternativas de soluções
Acredita-se que, como em muitas savanas do mundo, os ecossistemas de 
cerrado vêm coexistindo com o fogo desde tempos remotos, inicialmente como 
incêndios naturais causados por relâmpagos ou atividade vulcânica e, posterior-
mente, causados pelo homem. Tirando proveito da rebrota do estrato herbáceo que 
se segue após uma queimada em cerrado, os habitantes primitivos destas regiões 
aprenderam a se servir do fogo como uma ferramenta para aumentar a oferta de 
forragem aos seus animais (herbívoros) domesticados, o que ocorre até hoje.
Já a vegetação herbácea e subarbustiva, formada por espécies predominan-
temente perenes, possui órgãos subterrâneos de resistência, como bulbos, xilo-
pódios, sóboles etc., que lhes garantem sobreviver à seca e ao fogo. Formam-se, 
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entre quatro a seis toneladas de palha por hectare/ano, um combustível que facil-
mente se inflama, favorecendo assim a ocorrência e a propagação das queimadas 
nos cerrados.
Em termos de riqueza de espécies, esta flora deve ser superada apenas pelas 
florestas amazônicas e pelas florestas atlânticas. Outra característica sua é a hetero-
geneidade de sua distribuição, havendo espécies mais típicas dos cerrados da Região 
Norte, outras da Região Centro-Oeste, outras da Região Sudeste etc. Por esta razão, 
unidades de conservação, com áreas significativas, deveriam ser criadas e mantidas 
nas mais diversas do cerrado, a fim de garantir a preservação do maior número de 
espécies da flora deste bioma, bem como da fauna a ela associada.
Atualmente, a região do cerrado contribui com mais de 70% da produção 
de carne bovina do país (CORRÊA, 1989, s.p.) e, graças à irrigação e técnicas de 
correção do solo, é também um importante centro de produção de grãos, princi-
palmente soja, feijão, milho e arroz. 
Grandes extensões de cerrado são ainda utilizadas na produção de polpa 
de celulose para a indústria de papel, através do cultivo de várias espécies de 
Eucalyptus e Pinus, mas ainda como uma atividade secundária.
Unidades de conservação do cerrado
A conservação dos recursos naturais dos cerrados é representada por diver-
sas categorias de unidades de conservação, de acordo com objetivos específicos: 
oito parques nacionais, diversos parques estaduais e estações ecológicas, compre-
endendo cerca de 6,5% da área total de cerrado (DIAS, 1993, s.p.). 
Poucas são as nossas unidades de conservação, com áreas bem significa-
tivas, em que o cerrado é o bioma dominante. Entre elas podemos mencionar o 
Parque Nacional das Emas, o Parque Nacional Grande Sertão Veredas, o Parque 
Nacional da Chapada dos Guimarães, o Parque Nacional da Serra da Canastra, o 
Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros e o Parque Nacional de Brasília. 
Parque Nacional das Emas
Localizado em Mineiros, Goiás, com uma área de 131 868 hectares, com 
clima subquente úmido com três meses secos, temperatura média variando entre 
22ºC e 24ºC, pluviosidade entre 1 500 a 1 750 milímetros anuais, relevo suave 
ondulado, solos vermelho-escuro e vermelho-amarelo.
Vegetação característica de savana e fauna da província geográfica cariri- 
-bororó.
É considerado o mais significativo parque nacional do cerrado. Seu nome 
foi dado em virtude do grande número de emas (Rhea	americana) encontradas. 
Os cupins são a base alimentar dos tamanduás. Algumas aves como a coruja- 
-do-campo (Speotyto	cunicularia) e siriema (Cariama	cristata) aproveitam-se dos 
cupinzeiros, como ponto de observação para atacar suas presas, pois os mesmos 
podem atingir até dois metros de altura. 
Cerrado II
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Cerrado II
A vegetação é pouco degradada, com mata ciliar, campos limpos, campos 
sujos, manchas de cerrado e pequenas manchas de cerradão. Podemos encontrar 
o buriti (Maurita	flexuosa) e a copaíba (Copaifera	sp). As gramíneas dominantes 
são dos gêneros Aristida,	Axoponus,	Paspalum, entre outras, e ainda encontra-
mos frutíferas como a fruta-da-ema (Parinari sp), caju Anacardium	sp) e murici 
(Byrsonima	spp).
A fauna é representada pelo tamanduá-bandeira (Myrmecophaga	 tridac-
tyla), o veado-campeiro (Ozotocerus	bezoarticus), as emas (Rhea	americana) e 
ainda a suçuarana (Felis	concolor),	os tatus-galinha (Dasypus	novemcinctus), o 
raro urubu-rei (Sacoramphus	papa), as araras-canindé (Ara ararauna), o macaco-
-prego (Cebus	apella) e o bugio (Alouatta spp.).
Podemos encontrar ainda os répteis, como sucuris (Eunectes	murinus), jaca-
rés e cobras peçonhentas.
O parque não dispõe de infraestrutura para acomodação de visitantes, o 
turismo é razoável.
Parque Nacional Chapada dos Veadeiros
Localizado em Alto Paraíso de Goiás e Cavalcanti, com uma área de 60 
mil hectares, clima quente-úmido com quatro a cinco meses secos, temperatura 
média anual entre 24ºC e 26ºC, pluviosidade varia entre 1 500 e 1 750 milímetros 
anuais, relevo ondulado e solos vermelho-escuro. A vegetação de savana, cerrado 
arbórea aberta e a fauna da província geográfica cariri-bororó.
Sua altitude varia desde 600 até 1 650 mil metros, sendo que as costas mais 
elevadas formam a Serra da Santana na Chapada dos Veadeiros.
O principal rio é o Preto, afluente do rio Tocantins, com belíssimas cacho-
eiras.
A vegetação encontrada é composta por um tapete gramíneo-lenhoso, en-
tremeado por árvores xeromorfas, geralmente degradadas pelo fogo. Podemos en-
contrar o pau-terra-vermelho (Qualea	multiflora), a lixeira (Curatella	americana), 
ainda o murici-rói-rói (Byrsonima	cocaldsifolia), o caju-do-campo (Anacardium	
sp), entre outras, como a aroeira (Astronium	urundeuva), a copaíba (Capaifera	
grandifolia), o jerivá (Arecastrum romanzaffianum), o buriti (Mauritia sp) e o 
babaçu (Orbignya	martiana).
Na fauna, encontramos o veado-campeiro (Ozotocerus	bezoarticus), a onça-
-pintada (Panthera onça), o tapeti (Sylvilagus	brasiliensis) – nosso único lago-
morfo silvestre entre os lobos-guarás (Chrysocyon	brachyurus) –, o tatu-canastra 
(Priodontes giganteus) e o tamanduá-bandeira (Myrmecophaga	tridactyla), entre 
capivaras e antas, tucanos-de-bico-verde e emas.
O parque não possui infraestrutura para hospedagem e locomoção os visi-
tantes.
A visitação deve ser autorizada pelo Departamento de Unidades de Conser-
vação, em Brasília (DF).
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Parque Estadual do Cerrado
O Parque Estadual do Cerrado foi criado em 1992, através do Decreto Es-
tadual 1.232. Mantém um dos últimos remanescentes de cerrado no Paraná, e 
encontra-se localizado no município de Jaguariaíva, na região dos Campos Gerais 
e Campos de Jaguariaíva.
Sua criação deu-se com o objetivo de conservar um dos últimos remanes-
centes de cerrado ainda existente no estado, considerado ameaçado em função da 
pouca representatividade destas áreas no Paraná.
O parque, com área total de 420,4 hectares, tem uma importância científica 
inestimável, já que o cerrado está entre os ecossistemas mais importantes e ame-
açadosdo mundo, expondo à perda representantes da flora e da fauna de um dos 
ecossistemas mais ricos do país.
Com deslumbrante paisagem característica dos Campos Gerais, o Parque 
Estadual do Cerrado apresenta, ao longo dos vales, afloramentos de rochas arení-
ticas esculpidas pelo vento e pela chuva e densa floresta ciliar.
Sua vegetação constitui-se de uma mistura de espécies botânicas encontra-
das no Brasil meridional, somadas às espécies características do Planalto Central 
Brasileiro, em que predominam as áreas savânicas.
No parque não existe um padrão único de flora, no qual associam-se for-
mações de campos, cerrados e florestas, que juntos apresentam índices de riqueza 
florística bastante elevados. Predominam espécies como o barbatimão, o pequi, a 
copaíba, os ipês, o dedaleiro, entre inúmeras outras de porte arbóreo, arbustivo e 
herbáceo.
São muitas as espécies animais que o habitam, sendo expressiva a diversi-
dade de aves, répteis, invertebrados e mamíferos já identificados: jacu, siriema, 
quero-quero, anu-branco, carracho, tamanduá-bandeira, tamanduá-mirim, veado, 
lobo-guará, capivara, gato-do-mato, suçuarana, onça-pintada, entre outras.
Apesar da interferência humana ser marcante em praticamente toda área do 
parque, este se mantém em bom estado de conservação e representa efetivamente 
a vegetação savânica que ocupou a região antes de sua colonização.
O parque destina-se basicamente a atividade de: ecoturismo, educação am-
biental e pesquisa, oferecendo
 monitores voluntários capacitados para recepção e orientação; 
 estacionamento para micro-ônibus, vans, automóveis, motocicletas e bi-
cicletas; 
 centro de visitantes, alojamento para pesquisadores, centro de pesquisa, 
casa do guarda-parque, posto avançado e torre de observação; 
 a infraestrutura energética fotovoltaica de saneamento alternativo, capta-
ção e tratamento d’água são também referenciais técnicos e educativos. 
Cerrado II
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Cerrado II
Um cenário de árvores retorcidas, em ambiente aparentemente árido e sem 
vida, é a primeira impressão que temos ao entrar no cerrado. Mas na verdade esta-
mos diante de uma vegetação de beleza cênica única, que além de flores exuberan-
tes, apresenta uma imensa riqueza biológica e uma fauna rica e expressiva, fatores 
que garantem que o cerrado seja a savana de maior biodiversidade do mundo.
Seguir através de trilhas com extensão total de 3 mil metros é uma opção 
que nos dá a oportunidade de constatar a beleza deste cenário. Contemplar a vista 
magnífica do cânion do rio Jaguariaíva do mirante ou mesmo descer até as suas 
margens para ver as fortes corredeiras é outra opção.
Como um espetáculo a todo aquele que visita o parque, o Ribeirão Santo 
Antonio segue com corredeiras e pequenas quedas, até formar uma cachoeira de 
aproximadamente 40 metros, completando a rara beleza do cerrado paranaense.
O cerrado é apontado por especialistas como sendo uma das 19 áreas mais 
representativas e ameaçadas para a biodiversidade no mundo. Novas espécies es-
tão sendo constantemente descobertas e estima-se que há ainda centenas de espé-
cies que nem sequer são conhecidas.
A conservação do cerrado é tarefa importante e sua participação e apoio 
são fundamentais para a manutenção da biodiversidade vegetal e animal desta 
Unidade de Conservação.
A grande maioria das atuais unidades de conservação, sejam elas federais, 
estaduais ou municipais, encontra-se com problemas fundiários, de demarcação 
de terras e construção de cercas, de acesso por estrada de rodagem, de comuni-
cação, de gerenciamento, de realização de benfeitorias necessárias, de pessoal em 
número e qualificação suficientes etc.
Conclusão
Como pudemos observar, o ecossistema cerrado, aparentemente frágil, tem 
sobrevivido a inúmeras ações dos homens, mostrando ser viável tanto do ponto 
de vista da conservação como do ponto de vista da utilização dos seus recursos 
disponíveis. 
Para tanto, é necessário estudar melhor seus recursos para poder manejá-
-los com maior planejamento, garantindo assim a sua inesgotabilidade e seu uso 
futuro.
Esperamos a sensibilização de todos para estas questões de relevante im-
portância e urgência.
Podemos ver que o Brasil é privilegiado em biodiversidade, em riqueza de 
espécies de fauna e flora, formações cênicas exuberantes, mas isso nos impõe 
uma maior responsabilidade sobre esses elementos.
Estaremos preparados para isto, então.
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A Rede 
(REDE DE SEMENTES DO CERRADO, 2005)
A Rede de Sementes do Cerrado é uma associação sem fins lucrativos que visa o fomento do 
comércio e a melhoria da qualidade das sementes e mudas de espécies nativas do cerrado. Como 
tal, a Rede incentiva e promove:
 a conservação e a recuperação do cerrado;
 a prestação de serviços referentes à conservação, promoção e exploração sustentada de 
plantas nativas do cerrado; 
 estudos e pesquisas referentes às plantas nativas do cerrado;
 a divulgação de informações técnicas e científicas;
 a execução direta e indireta de projetos, programas e planos de ação pertinentes. 
As ações da rede englobam todas as fases da produção e comercialização de mudas e semen-
tes, desde a caracterização de matrizes até o acompanhamento de mudas no seu destino final. 
O projeto de estruturação da rede contou inicialmente com o apoio do Fundo Nacional do 
Meio Ambiente/Ministério do Meio Ambiente (FNMA), por meio de um edital que, em 2001, le-
vou à criação de oito Redes nas diversas regiões do Brasil (Amazônia, Caatinga, Mata Atlântica, e 
Pantanal, além do Cerrado). Terminado o convênio com o FNMA, a Rede se organizou como uma 
associação sem fins lucrativos, que, em breve, estará solicitando o título de Oscip (Organização 
Social de Interesse Público). 
O trabalho da Rede de Sementes do Cerrado é dinâmico e as informações contidas neste site 
serão atualizadas constantemente, uma vez que a flora do cerrado compreende mais de 6 mil es-
pécies e grande parte das plantas ainda não foram estudadas. Contamos com sua colaboração no 
envio de informações que enriqueçam nosso Banco de Dados. 
Qualquer pessoa, instituição, associação ou empresa interessada em propagação, cultivo, pre-
servação, plantio ou fornecimento de sementes de plantas nativas do Cerrado poderá tornar-se 
sócio da Rede de Sementes do Cerrado. Para obter mais informações, leia o Estatuto da Rede de 
Sementes do Cerrado. 
Sócios	efetivos são as pessoas físicas que participaram da fundação da associação ou que 
mantêm o status de sócio	mantenedor, através do pagamento de anuidade por três anos consecuti-
vos; estes exercem os direitos de votar e ser votado. Os sócios colaboradores são as pessoas físicas 
que se associam, gratuitamente, à Rede por compartilhar dos interesses da mesma; eles recebem 
informações sobre as plantas nativas do Cerrado, cursos, publicações e eventos, além de obter 
vantagens nos serviços e produtos da Rede. Atualmente são mais de 1 300 sócios colaboradores 
no quadro da Rede de Sementes do Cerrado. Empresas e órgãos públicos e privados podem se 
associar na qualidade de sócio institucional. [...]
Cerrado II
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Cerrado II
1. Baseados nas informações obtidas formem um grupo de debate, elabore uma lista das questões 
indicadas como mais importantes.
2. Com base nesta lista de prioridades, junto com seu grupo de estudos, faça um quadro abordan-
do o problema prioritário e ao lado a possível solução.
<www.funatura.org.br/htm/cerrado.htm>
<www.unesco.org.uy/mab/BRA/bra2.htm>
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