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1 
 
 
 
 
 
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS 
INSTITUTO DE GEOGRAFIA, DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE 
CURSO DE GEOGRAFIA BACHARELADO 
CARTOGRAFIA BÁSICA – GEOB125 
Prof. Me. Sinval Autran Mendes Guimarães Júnior 
CAMPUS A. C. SIMÕES 
Av. Lourival de Melo Mota s/n, BR-104 Norte, km 14, 
CEP 57072-970, Cidade Universitária – Maceió, Alagoas - Bloco 06 – Pavimento Térreo 
– Sala da Coordenação do Curso de Geografia Bacharelado – 
Telefones: 0XX82-3214-1440/1441/1442/1443/1444/1445 
<www.igdema.ufal.br> < direcao@igdema.ufal.br> <coordenacao.geo@igdema.ufal.br> 
 
 
NOÇÕES BÁSICAS DE CARTOGRAFIA 
 
 
Origem da palavra Cartografia 
 
A Cartografia é a ciência, a arte e a técnica da representação gráfica 
da superfície terrestre, seja ela total ou parcial, tendo como produto final o 
mapa. Na atualidade, a cartografia não se restringe somente à representação 
da superfície terrestre, visto que os progressos alcançados pelas ciências e as 
técnicas têm possibilitado uma ampliação considerável de seus objetivos e do 
seu campo aplicação, passando também para a representação dos planetas, 
do universo, dos oceanos, rios, lagos e do subsolo. 
Segundo Oliveira (1993), a palavra Cartografia é originária da fusão de 
outras duas palavras: carto e grafia. Carto ou carta é do latim charta e do grego 
khartes, provavelmente de origem egípcia que significa papel, diretamente 
derivada de papiro ou pergaminho; e Grafia, do latim graphien, que significa 
descrever, descrição de alguma coisa. Cartografia é então, a descrição de 
cartas. 
A palavra Cartografia é do vocábulo criado pelo historiador português 
Visconde de Santarém, em carta de 08 de dezembro de 1839, escrita em Paris 
(França), e dirigida ao historiador brasileiro Francisco Adolfo de Varnhagen. 
Antes da consagração do termo, o vocábulo usado tradicionalmente era 
Cosmografia, que significa descrição do universo, foi usado até meados do 
século XIX (OLIVEIRA, 1993). 
2 
 
 
Definições de Cartografia 
 
O cartógrafo e professor Cêurio de Oliveira (193-? a 199-?), do antigo 
Curso Superior de Cartografia, atual Curso de Engenharia Cartográfica, da 
Faculdade de Engenharia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - FEN 
– Uerj, em seu livro Curso de Cartografia Moderna (1993, p.13), apresenta 
algumas definições de Cartografia: 
 
A Cartografia é a ciência que se ocupa da elaboração de mapas de 
toda espécie. Abrange todas as fases dos trabalhos, desde os 
primeiros levantamentos até a impressão final dos mapas. (ONU, 
Engenharia Cartográfica1949). 
 
Conjunto de estudos e operações científicas, artísticas e técnicas, 
baseado nos resultados de observações diretas ou de análise de 
documentação, com vistas à elaboração e preparação de cartas, 
projetos e outras formas de expressão, assim como sua utilização. 
(ACI, 1964). 
 
A Cartografia é considerada como ciência e arte de expressar por 
meio de mapas e cartas, o conhecimento da superfície terrestre. 
(BAKKER, 1965). 
 
A cartografia é a arte de conceber, de levantar, de redigir e de 
divulgar os mapas. (JOLY, 1976). 
 
Arte de traçar ou gravar cartas geográficas ou topográficas. 
(DICIONÁRIO CONTEMPORÂNEO DA LÍNGUA PORTUGUESA 
apud OLIVEIRA, 1993). 
 
Arte de compor cartas geográficas. (NOVO DICIONÁRIO 
BRASILEIRO MELHORAMENTOS apud OLIVEIRA, 1993). 
 
Arte ou ciência de compor cartas geográficas; tratado sobre mapas. 
(NOVO DICIONÁRIO DA LÍNGUA PORTUGUESA apud OLIVEIRA, 
1993). 
 
Arte ou prática de fazer cartas ou mapas. (WEBSTER apud 
OLIVEIRA, 1993). 
 
Arte de desenhar os mapas de geografia: Mercator criou a Cartografia 
científica moderna. (ENCICLOPÉDIA DELTA LAROUSSE apud 
OLIVEIRA, 1993). 
 
Projeto e desenho de cartas geográficas, plantas de cidade, etc. 
(LÉXICO ALEMÃO MODERNO apud OLIVEIRA, 1993). 
 
O geógrafo e professor da Faculdade Nacional de Filosofia da 
Universidade do Brasil - FNFi , atual Universidade Federal do Rio de Janeiro – 
UFRJ, Antônio Teixeira Guerra (1924 - 1968), em seu Dicionário Geológico-
Geomorfológico, definiu a Cartografia, como: “Ciência e arte da representação 
3 
 
gráfica da superfície da Terra, em parte, ou no seu todo, de acordo com a 
escala” (GUERRA, 1993, p. 76). 
O engenheiro cartógrafo e professor Alexandre Tadeu de Oliveira Lima 
(195-? a 200-?), do Departamento de Engenharia Cartográfica da Universidade 
Federal de Pernambuco - DeCart - UFPE, 199-?), define Cartografia como 
sendo: 
 
[...] combinação de técnicas, máquinas e métodos utilizados na 
detecção (levantamento), representação (analógica, digital ou 
convencional), processamento (transformações de dados em 
informações), memorização (armazenamento), recuperação 
(convocação de dados e de informações armazenadas), e utilização 
ampla dos aspectos métricos e temáticos associados aos pontos 
pertencentes ao espaço euclidiano (TADEU, 199-?, no prelo). 
 
Nas definições acima ficou claro que tanto ciência como arte fazem 
parte do conteúdo da Cartografia, embora nos dias atuais, a técnica tem se 
tornado cada vez mais presente, em especial, aquelas que fazem uso da 
tecnologia da geoinformação, como: o geoprocessamento, o tratamento digital 
de fotografias aéreas e imagens espectrais de alta resolução espacial, dos 
levantamentos de campo por meio de GPS (Global Positioning System) 
geodésicos e topográficos. 
Leia o texto abaixo extraído na integra do livro Fundamentos de 
Cartografia, do professor Paulo Araújo Duarte, do Curso de Geografia, do 
Centro de Filosofia e Ciências Humanas - CFH, da Universidade Federal de 
Santa Catarina – UFSC, na qual este faz uma abordagem da definição da 
Cartografia, tentando esclarecer se ela é ciência ou arte. 
 
 
CARTOGRAFIA: CIÊNCIA OU ARTE?1 
 
Por Paulo Araújo Duarte2 
 
Durante o XX Congresso Internacional de Geografia, realizado em Londres em 1964, a 
Associação Cartográfica Internacional adotou a seguinte definição de Cartografia: Conjunto de 
estudos e operações científicas, artísticas e técnicas, baseado nos resultados de observações 
diretas ou de análise de documentação, com vistas à elaboração e preparação de cartas, 
planos e outras formas de expressão, bem como sua utilização. 
Pode-se perceber que nesta definição tanto ciência como arte fazem parte das 
atividades que dizem respeito à Cartografia. Ciência porque constitui-se num campo de 
atividade humana que requer desenvolvimento de conhecimentos específicos, aplicação 
sistemática de operações de campo e de laboratório, planejamento destas operações, 
metodologia de trabalho, aplicação de técnicas e conhecimentos de outras ciências, tudo com 
vistas à obtenção de um documento de caráter altamente técnico, o mapa, objetivando 
4 
 
representar os aspectos naturais e artificiais da superfície terrestre, de outros astros ou mesmo 
do céu. Enfim, a organização do espaço, seja ele terrestre ou não, é mostrada através de 
mapas, os quais resultam de uma série de operações que fazem parte de um campo definido 
da atividade humana: a Cartografia. 
No que diz respeito à arte, não podemos esquecer que um mapa deve respeitar 
determinados aspectos estéticos, pois trata-se de um documento que quando usado precisa 
ser agradável às vistas, razão pela qual necessita de uma boa disposição de seus elementos 
(traços, símbolos, cores, letreiro, margens, legenda, etc.) Devemos salientar que arte não quer 
dizer complexidade. Obviamente, que dependendo de sua finalidade, o mapa poderá ser mais 
complexo ou não. Entretanto, mesmo quando é grande o número de informações, não se pode 
esquecer da clareza, da harmonia entre seus componentes e da simplicidade. Tudo isto em 
conjunto resulta num documento esteticamente agradável. Em qual quer de suas modalidades, 
a arte é uma expressividade e uma sensibilidade. 
Para Kant, filósofo alemão, é belo tudo aquilo que, sem nenhuma intelectualização, é 
objeto de uma satisfação do espírito. Muitas vezes já vimos mapas em paredes, simplesmentecom a intenção de ornamentar salas e outros ambientes. E a manifestação do belo. E a arte 
em Cartografia. 
No livro intitulado Curso de Cartografia Moderna (1988), o autor, Cêurio de Oliveira, 
discute esta questão e chega a afirmar que a Cartografia "não é uma ciência nem uma arte, 
mas é, sem dúvida alguma, um método científico que se destina a expressar fatos e 
fenômenos observados na superfície da Terra, e, por extensão, na de outros astros, como a 
Lua, Marte, etc, através de simbologia própria.” (p.14) 
Afinal, Cartografia é ciência ou arte? Percebe-se que a discussão sobre tal questão 
permite uma série infindável de argumentações, podendo alongar-se bastante. Sendo ou não, 
o fato é que não se pode negar sua relevância para a sociedade em geral, tendo em vista o 
amplo uso que grande parte da população faz dos produtos cartográficos. Por outro lado, é 
incontestável que tanto ciência como arte estão manifestadas em todo trabalho cartográfico. 
Ser ou não ciência ou arte, a nosso ver, parece irrelevante, se considerarmos a grande 
utilidade que a Cartografia sempre representou em todas as sociedades, desde épocas as 
mais antigas, e, muito principalmente, pelo papel exercido no mundo moderno, quando chega a 
ser praticamente indispensável como auxiliar nos mais variados campos do conhecimento 
humano. Apesar de tudo, não deixa de ser um tema apaixonante que pode ser amplamente 
explorado em discussões, com grande proveito, por professores e estudantes. 
Não resta a menor dúvida que os homens se preocuparam, desde muito cedo, em fixar 
os limites de seu horizonte espacial, de seu território, ou mesmo de seu itinerário, seja ele 
terrestre, fluvial ou marítimo. Houve sempre a preocupação de representar seu meio ambiente 
de forma duradoura, seja em paredes de grutas, casca de árvore ou outros materiais 
disponíveis, como intuito de informar o segredo das rotas de caça, das fontes de água, das 
áreas de segurança e das zonas de perigo. Assim sendo, não se pode negar a importância que 
os mapas representaram na orientação dos mais variados povos, estando sempre presentes 
nos grandes momentos da história da humanidade, mostrando sua utilidade como instrumento 
de planejamento e de administração. Além disso, os mapas também podem ser vistos sob a 
ótica da ideologia, como instrumento de dominação. 
Para compreendermos isso, é interessante fazermos uma passagem, mesmo que 
sucinta, sobre a história dos mapas, quando poderemos entender o seu uso ideológico e a 
importância de termos uma visão da evolução da Cartografia, não como um legado europeu ao 
mundo, mas como manifestação cultural própria de cada povo, de cada época e de cada 
espaço geográfico. Assim, poderemos entender que mesmo os mapas mais modernos, com 
todo o avanço tecnológico de hoje, ainda estão longe de refletir certas verdades, pois omitem, 
propositadamente, algumas informações como, por exemplo, instalações militares. Não só nos 
mapas antigos, mas também nos modernos, continuam presentes os mitos, as lendas, os 
interesses estratégicos e ideológicos. 
 
(1) DUARTE, P. A. Fundamentos de cartografia. Florianópolis: Ed. da UFSC, 1994, 148p. 
(2) Professor do Curso de Geografia, do Centro de Filosofia e Ciências Humanas - CFH, da Universidade Federal de 
Santa Catarina – UFSC. 
 
 
 
 
5 
 
Objeto e objetivos da cartografia 
 
O objeto da cartografia consiste em reunir e analisar dados e medidas 
das diversas regiões da Terra, e representar graficamente em escala reduzida, 
os elementos da configuração que possam ser claramente visíveis (RAISZ, 
1948). 
Numa visão mais abrangente, seu objeto consiste em representar por 
meios de mapas a superfície terrestre e os seus elementos e fatos 
configurados. Até mesmo qualquer elemento passível de ser representado num 
plano, não apenas da superfície terrestre, mas também do subsolo, da 
atmosfera, do espaço sideral, ou de um corpo ou objeto qualquer, seja ele vivo 
ou inerte. Outras formas de representação, também são objetos de estudo da 
cartografia, como: maquetes, blocos-diagramas, perfis topográficos, entre 
outros (OLIVEIRA, 1993). 
Dos elementos passíveis de representação num plano, são seus 
objetivos: 
a) Construir mapas e outras formas de representação da 
superfície terrestre; 
b) Localizar e medir objetos na superfície terrestre; 
c) Representar e fornecer dados e medidas precisas da 
superfície terrestre. 
 
 
 
Divisão da Cartografia 
 
Segundo João Soukup, professor de Cartografia da Pontifícia 
Universidade Católica de São Paulo, a Cartografia divide-se em: Sistemática, 
Temática e Geográfica. (SOUKUP, 1961 e 1966). 
 
Cartografia Sistemática 
 
A Cartografia Sistemática, também conhecida como: Geral, 
Topográfica, Topocartografia ou Cartografia Original produz trabalhos de feição 
detalhada, enfocando aspectos da superfície tridimensional da superfície 
terrestre para o plano. Faz uso de convenções e escalas padrão, contemplando 
à execução dos mapeamentos básicos que buscam o equilíbrio das 
6 
 
representações altimétricas e planimétricas dos acidentes naturais e culturais, 
visando à melhor percepção das feições gerais da superfície representada. Sua 
preocupação central está na localização precisa dos fatos, na implantação e 
manutenção das redes de apoio geodésico, na execução dos recobrimentos 
aerofotogramétricos e na elaboração e atualização dos mapeamentos básicos. 
Principais características da Cartografia Sistemática: 
a) Produz mapas exatos e detalhados (cartas topográficas, 
levantamentos aéreos e terrestres); 
b) Ligada a Geodésia; 
c) Executa mapas básicos para outros tipos de cartas; 
d) Elabora documentos cartográficos matematicamente 
corretos e ricos em detalhes; 
e) Ocupa-se na transformação direta das medidas e 
fotografias, obtidas pelo levantamento de campo; 
f) Utiliza desenho manual; 
g) Executa levantamentos aerofotogramétricos; 
h) Praticada pela rede oficial - governamental: civis; militares 
(terrestres, marítimos e aeronáuticos); administração pública; 
i) Usada na defesa militar; 
j) Atende a um público amplo e diversificado 
k) Elabora documentos cartográficos em grandes e médias 
escalas; 
l) Sua execução é realizada pelo Estado, devido ao alto custo 
e ao uso coletivo. 
 
 
Cartografia Temática ou Cartografia Aplicada 
 
 
A Cartografia Temática produz mapas de feição detalhada, enfocando 
aspectos temáticos da superfície terrestre e os transportando para o plano. Faz 
uso de legendas, convenções e escalas tendo como apoio, uma base 
cartográfica fornecida pela Cartografia Sistemática, na qual são gerados mapas 
temáticos a partir da interpretação de imagens de sensores espectrais e 
fotografias aéreas, auxiliadas pela aplicação de técnicas de 
geoprocessamento, tratamento de dados geoestatísticos, como também 
trabalhos de campo. 
A Cartografia Temática é a: 
7 
 
 
“[..] parte da Cartografia que diz respeito ao planejamento, execução 
e impressão de mapas sobre um Fundo Básico, ao qual serão 
anexadas informações por meio de simbologia adequada, visando 
atender as necessidades de um público específico” (DUARTE, 1994, 
23p.). 
 
A Cartografia Temática trata da elaboração e o uso dos mapeamentos 
temáticos, abrangendo a coleta, a análise, a interpretação e a representação 
das informações sobre uma carta base. Principais características da 
Cartografia Temática: 
a) Produz mapas de uso específico ou especial (mapas: físico-
naturais, populacionais e socioeconômicos); 
b) Ligada aos estudos da Geografia a nível local e regional; 
c) Surgiu após a Primeira Guerra Mundial; 
d) Trata da confecção de cartogramas; 
e) Os elementos geralmente são cartografados em uma única 
folha; 
f) Utiliza o arcabouço de cartas topográficas e geográficas; 
g) Cresce gradativamente devido às necessidades das 
geociências e do planejamento da vida moderna dos povos; 
h) Auxiliada pela cartografia sistemática; 
i) Exige a colaboração de profissionaisde áreas afins e 
cartógrafos de alto nível; 
j) Área de multiplicidade de assuntos: requer talento 
profissional; 
k) Os mapas produzidos pela cartografia temática sofrem 
alterações contínuas: p. ex.: mapas econômicos e 
populacionais. 
 
 
Cartografia Geográfica ou Geocartografia 
 
A Cartografia Geográfica produz trabalhos de feição generalizada, em 
pequena escala, enfocando aspectos voltados ao uso de representações 
cartográficas no ensino da Geografia na escola, como: atlas, mapas murais, 
plantas de cidades, ilustração cartográfica em livros e revistas, confecções de 
globos, maquetes e perfis topográficos, cartas em relevo e mapas de altitude, 
entre outros. Principais características Cartografia Geográfica: 
 
8 
 
a) Produz mapas de uso geral (atlas, planisférios, mapa-
múndi); 
b) Ligada aos estudos de Geografia a nível global; 
c) Praticada pela rede privada (particular); 
d) Visa o aspecto cultural e o lucro; 
e) Atende ao público em geral; 
f) Baseado em mapas de escalas pequenas, ou seja que 
abrange grandes áreas; 
g) Mercado consumidor é maior 
h) Trabalha com mapas: avulsos e escolares; 
i) Destina-se a coletividade; 
j) Variedade de conteúdo; 
k) Industrialização da produção de mapas; 
l) Baseada na parte geométrica das obras da cartografia 
original; 
m) Trabalha com redução e ampliação de cartas; 
n) Apresenta de conteúdo topográfico simplificado. 
 
O quadro a seguir trás a distinção entre as cartografias sistemática e 
temática, segundo o Prof. Paulo Araújo Duarte da Universidade Federal de 
Santa Catrina – UFSC. 
 
Distinção entre cartografia sistemática e cartografia temática 
(Continua) 
Características 
 
Cartografia Sistemática 
 
Cartografia Temática 
 
Quanto ao público 
que atende 
 
 
Amplo e diversificado. 
 
Especializado e reduzido. 
 
Quanto aos 
propósitos 
 
Grande diversidade. 
 
Assuntos mais restritos. 
 
Quanto aos 
elementos 
representados 
 
Elementos físicos ou a eles 
relacionados. 
Qualquer elemento, até 
mesmo, 
aqueles de natureza abstrata 
(ex.: densidade demográfica). 
 
Quanto à 
durabilidade da 
informação 
 
 
Em geral, os documentos 
podem ser usados por longo 
tempo. 
 
 
Duração mais limitada, pois os 
dados são superados com mais 
rapidez. 
9 
 
Distinção entre cartografia sistemática e cartografia temática 
 (Conclusão) 
Características 
 
Cartografia Sistemática 
 
Cartografia Temática 
 
Quanto ao nível 
de informação 
 
 
Maior ênfase para dados 
qualitativos. 
 
Dados quantitativos e 
qualitativos. 
 
 
Quanto ao 
preparo do leitor 
 
 
Não exige necessariamente 
conhecimentos específicos 
para compreensão dos 
documentos. 
 
 
Exige, em geral, 
conhecimentos especializados. 
 
Quanto ao 
preparo do 
executor 
 
 
Documentos executados por 
especialistas em cartografia. 
 
Documentos podem ser 
executados por pessoas não 
especialistas em cartografia. 
 
 
Quanto ao 
significado das 
cores 
 
Em geral, tem significado 
qualitativo. 
 
Significado quantitativo e 
qualitativo. 
Fonte: Adaptado de DUARTE, P. A. (1991). 
 
 
 
Áreas do conhecimento afins e correlatas a Cartografia 
 
As áreas do conhecimento afins correspondem aquelas que dão 
embasamento a Cartografia, como: a Geodésia, a Matemática e a Geografia; já 
as correlatas, auxiliam, como: as Artes Gráficas, a Topografia, a Geofísica, a 
Fotogrametria o Sensoriamento Remoto e a Informática. 
A Geodésia trata da determinação do tamanho e figura da Terra e da 
intensidade do campo gravitacional. Em seu aspecto prático conduz as 
medições e cálculos necessários á determinação das coordenadas 
astronômicas e geodésicas de pontos fixos com a finalidade de proporcionar o 
apoio para levantamentos de ordem inferiores tendentes à construção da carta 
precisa da superfície da Terra. A Geodésia é a 
"Ciência aplicada que estuda a forma, as dimensões e o campo de 
gravidade da Terra". [...] Embora a finalidade primordial da Geodésia 
seja cientifica, ela é empregada como estrutura básica do 
mapeamento e trabalhos topográficos, constituindo estes fins práticos 
razão de seu desenvolvimento e realização, na maioria dos países. 
[...] Os levantamentos geodésicos compreendem o conjunto de 
atividades dirigidas para as medições e observações que se destinam 
à determinação da forma e dimensões do nosso planeta (geóide e 
elipsóide). É a base para o estabelecimento do referencial físico e 
10 
 
geométrico necessário ao posicionamento dos elementos que 
compõem a paisagem territorial. (IBGE, 1998 p. 13). 
 
A Matemática estabelece a medida e as propriedades das grandezas; 
seu campo é constituído por um conjunto de ciências que estudam as relações 
precisas existentes entre as quantidades ou magnitudes, e as operações e/ou 
métodos pelos quais as mesmas são procuradas podem deduzir-se de outras 
conhecidas ou supostas. 
A Geografia estuda a distribuição dos fatos e fenômenos físico-
naturais, biológicos, humanos, culturais, sociais, econômicos e políticos na 
superfície da terrestre, as causas dessa distribuição e as relações locais e 
globais de tais fenômenos. Tem por objeto o espaço inserido na interface 
antroposfera, litosfera, atmosfera, hidrosfera, ou seja, o espaço da biosfera. 
Nesta camada da Terra os geógrafos procuram mostrar diversos fenômenos 
espaciais, como por exemplo: a paisagem elaborada pela natureza e 
modificada pelas atividades humanas, considerada na sua distribuição e 
relações recíprocas. 
As Artes Gráficas abrange um conjunto de técnicas, processos e de 
atividades subsidiárias que visam a reproduzir, em qualquer número de cópias, 
escritas e imagens, mediante uma chapa ou matiz mecanicamente, 
eletronicamente ou digitalmente impresso; consiste ainda, num conjunto de 
técnicas artísticas de impressão e desenho; inclui a litografia, a serigrafia e 
outras técnicas. 
A Topografia estuda os acidentes geográficos definindo a sua situação 
e localização na superfície terrestre ou outros corpos astronômicos incluindo 
planetas, luas, e asteróides. É ainda o estudo dos princípios e métodos 
necessários para a descrição e representação das superfícies destes corpos, 
em especial para a Cartografia. Tem a importância de determinar 
analiticamente as medidas de área e perímetro, localização, orientação, 
variações no relevo, entre outros; e ainda representá-las graficamente em 
cartas (ou plantas) topográficas. A topografia engloba um conjunto de técnicas 
necessárias ao estudo e a representação gráfica de uma parte da superfície 
terrestre por meio do delineamento das suas características físicas e culturais 
de um lugar ou de uma região no sentido especial de mostrar as suas posições 
e elevações. 
http://pt.wiktionary.org/wiki/por
http://pt.wiktionary.org/wiki/o#Artigo
http://pt.wiktionary.org/wiki/espa%C3%A7o
http://pt.wiktionary.org/w/index.php?title=antroposfera&action=edit&redlink=1
http://pt.wiktionary.org/wiki/Terra
http://pt.wiktionary.org/wiki/ge%C3%B3grafos
http://pt.wiktionary.org/wiki/paisagem
http://pt.wiktionary.org/wiki/natureza
11 
 
A Geofísica tem seus estudos voltados para a compreensão da 
estrutura, composição, o desenvolvimento e dinâmica do planeta Terra com o 
espaço exterior imediato sob a ótica da física; è considerada também um ramo 
da física experimental. Consiste basicamente na aplicação de conhecimentos e 
medidas da física ao estudo da Terra, especialmente através da sísmica de 
reflexão e de refração, da gravidade, do magnetismo, da eletricidade, do 
eletromagnetismo e de métodos gama espectrométricos. A terminologia 
geofísica, algumas vezes, refere-se apenas às aplicações geológicas: o 
formato da Terra e o seu campo gravitacional e magnético; estrutura interna e 
composição da Terra; dinâmica geológica e expressões nos tectonismos, 
formação de magma, vulcanismos e formação de rochas. Existem, contudo, 
definições da geologia mais abrangentes que incluem o ciclo hidrológico;dinâmica dos fluidos dos oceanos e da atmosfera; eletricidade atmosférica e 
magnetismo na ionosfera e magnetosfera e a relação Sol-Terra, além de 
questões associadas à Lua e outros planetas. 
A fotogrametria trata da cobertura aerofotográfica executada e voltada 
para fins de mapeamento. Consiste no levantamento topográfico aéreo; seu 
objetivo em parte consiste em transformar a fotografia aérea em uma projeção 
cilíndrica ortogonal que será usada na confecção de cartas náuticas, cartas 
topográficas, mapas e plantas. 
 
“[...] é a ciência que permite executar medições precisas utilizando de 
fotografias métricas. Embora apresente uma série de aplicações nos 
mais diferentes campos e ramos da ciência, como na topografia, 
astronomia, medicina, meteorologia e tantos outros; tem sua maior 
aplicação no mapeamento topográfico”. “[...] Tem por finalidade 
determinar a forma, dimensões e posição dos objetos contidos numa 
fotografia, através de medidas efetuadas sobre a mesma. (IBGE, 
1998 p. 89). “[...] Assim, aerofotogrametria é definida como a ciência 
da elaboração de cartas mediante fotografias aéreas tomadas com 
câmara aero-transportadas (eixo ótico posicionado na vertical), 
utilizando-se aparelhos e métodos estereoscópicos”. (IBGE, 1998 p. 
90). 
 
O Sensoriamento Remoto, conhecido também como teledetecção, é 
um conjunto de técnicas que utilizam sensores na captação e registro da 
energia refletida ou emitida por superfícies ou objetos da esfera terrestre ou de 
outros astros. 
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mapa
http://pt.wikipedia.org/wiki/Teledetec%C3%A7%C3%A3o
12 
 
“Entende-se por Sensoriamento Remoto, a utilização conjunta de 
modernos sensores, equipamentos para processamento e 
transmissão de dados, aeronaves, espaçonaves e etc., com o 
objetivo de estudar o ambiente terrestre através do registro e da 
análise das interações entre a radiação eletromagnética e as 
substâncias componentes do planeta Terra, em suas mais diversas 
manifestações”. (IBGE, 1998 p. 53). 
 
O sensoriamento remoto possibilita a obtenção de informações sobre 
alvos na superfície terrestre (objetos, áreas, fenômenos), através do registro da 
interação da radiação eletromagnética com a superfície, realizado por sensores 
distantes, ou remotos. Geralmente estes sensores estão presentes em 
plataformas orbitais ou satélites, aviões e em nível de campo. A agência 
estadunidense norte-americana NASA (National Aeronautics and Space 
Administration) é uma das maiores captadoras de imagens recebidas por seus 
satélites. No Brasil, o INPE. (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) é o 
principal órgão que atua nessa área. 
A Informática compreende um conjunto de ciências e técnicas 
relacionadas ao tratamento de dados e informações quanto a sua coleta, 
classificação, armazenamento, transmissão, processamento, transformação e 
disseminação em meios digitais, estando incluídas neste grupo: a ciência da 
computação, a teoria da informação, o processo de cálculo, a análise numérica 
e os métodos teóricos da representação dos conhecimentos e da modelagem 
dos problemas. A informática pode ser entendida como ciência que estuda o 
conjunto de informações e conhecimentos por meios digitais ou ainda, a 
 
[...] Ciência que abrange todas as atividades relacionadas com o 
processamento automático de informações, inclusive o 
relacionamento entre serviços, equipamentos e profissionais 
envolvidos no processamento eletrônico de dados (LIVI e SILVEIRA, 
2006, p. 7). 
 
Na Cartografia, Geografia, Geologia e outras ciências, sua área de 
atuação envolve as técnicas de geoprocessamento aplicadas: Cartografia 
Digital, Sistemas Geográficos de Informação (SGI), Sensoriamento Remoto - 
SR e a Geodésia Moderna e o - Global Positioning System (GPS). 
 
 
 
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SAIBA MAIS... 
Assista a aula-gravada “Cartografia: conceitos e definições & Elementos 
técnicos de um mapa” com a prof. Dra. Adryane Gorayeb Nogueira Caetano, 
do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Ceará. Disponível 
em:<https://www.youtube.com/watch?v=eQuKYPUP7ag>. 
 
 
EXERCÍCIO DE APRENDIZAGEM 
 
1) Qual a origem da palavra Cartografia? 
 
2) Das definições de Cartografia, cite pelo menos três que você achou mais 
importante. Justifique a sua escolha? 
 
3) Qual o objeto e os objetivos de estudo da Cartografia. 
 
4) Como se divide a Cartografia? Cite pelo menos cinco características que as 
diferenciam essa divisão. 
 
5) Quais são as áreas do conhecimento afins e correlatas a Cartografia e suas 
principais características? 
 
REFERÊNCIAS CITADAS E CONSULTADAS 
DUARTE, P. A. Cartografia temática. Florianópolis: UFSC, 1991. 145p. 
DUARTE, P. A. Fundamentos de cartografia. Florianópolis: Ed. da UFSC, 
1994, 148p. 
GUERRA, A. T. Dicionário geológico-geomorfológico. 8. ed. Rio de Janeiro: 
IBGE, 1993. 446p. 
IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Noções Básicas de 
Cartografia. Diretoria de Geociências - DGC. Rio de Janeiro: IBGE, 1998. 
128p. Disponível em: <http://goo.gl/Y8Ql3U> Acesso em: 15 de dez. de 2015. 
IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Noções Básicas de 
Cartografia. Departamento de Cartografia. Rio de Janeiro: IBGE, 1999. 130p. 
(Manuais Técnicos em Geociências; n. 8). Disponível em: 
<http://goo.gl/PCnlHu>. Acesso em: 15 de dez. de 2015. 
JOLY, F. A Cartografia. Tradução por Tânia Pellegrini. Campinas: Papirus, 
1990. 136p. 
LIMA, A. T. de O. Curso de Engenharia Cartográfica da UFPE. Um breve 
histórico; Uma definição moderna de Cartografia; Aplicações da Cartografia. 
Mercado de trabalho. [s.l.]: UFPE, Universidade Federal de Pernambuco, 
Centro de Tecnologia, Departamento de Engenharia Cartográfica, Curso de 
Engenharia Cartográfica. [ca. 1990]. 7p. s.n.t. 
LIVI, M. A. C.; SILVEIRA, J. C. S. INF01210 - Introdução à Informática - 
Módulo I, Conceitos Básicos, Material do Aluno. Porto Alegre: Universidade 
14 
 
Federal do Rio Grande do Sul, Instituto de Informática, Departamento de 
Informática Aplicada, mar. de 2006, 61p. 
OLIVEIRA, C. de. Curso de cartografia moderna. 2 ed. Rio de Janeiro: IBGE, 
1993, 152p. 
RAISZ, E. Cartografia geral. Tradução de Neide M. Schneider, Péricles A. M. 
Neves e Revisão de Celso Santos Meyer. Rio de Janeiro: Científica, 1969. 
414p. Tradução da 2ª edição do livro: “General Cartography” de Erwin Raisz. 
 
SOUKUP, J. Os diagramas geográficos e sua aplicação. Boletim Paulista de 
Geografia, São Paulo, n. 14, p. 38-49, jul. 1953a. 
 
SOUKUP, J. Os cartogramas e sua aplicação em Geografia. Boletim Paulista 
de Geografia, São Paulo, n.15, p. 52-61, out. 1953b. 
 
SOUKUP, J. Cartografia. Contribuição cartográfica. Boletim Geográfico, Rio 
de Janeiro, v.19, n.161, p.192-194, mar./abr. 1961. 
 
SOUKUP, J. Topocartografia. Boletim Geográfico, Rio de Janeiro, v. 25, n. 
191, p. 233-234, mar./abr. 1966. 
SOUKUP, J. Cartografia. v. 4. In: Enciclopédia Barsa, Rio de Janeiro, São 
Paulo: Encyclopaedia Britannica Editores Ltda.,1978., 102-115 p.

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